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Caderno 1 EDIÇÃO ESPECIAL CENTENÁRIO DE DIVINÓPOLIS - SEXTA-FEIRA - 1º DE JUNHO DE 2012 A ferrovia foi a alavanca do desenvolvimento de Divinópo- lis. Os trilhos trouxeram o co- mércio, a indústria e o setor de serviços, atualmente o maior gerador de riquezas da cidade. Com 213 mil habitantes, o mu- nicípio tem o 13º PIB de Minas Gerais e a melhor educação do estado. A Cidade do Divino foi emancipada há 100 anos, tem o 5º IDH do território mineiro e é uma das principais cidades para se investir no país. É des- taque na liderança regional e referência para municípios do Centro-Oeste em prestação de serviço. Divinópolis Centenária História marcada pelos trilhos, modernidade e liderança regional Anunciantes desta edição: Clinlife - Cifer - Divishop - Karinho - Siderúrgica Valinho - Casa Nova - Codil - Avivar - Kabanna Pablo Santos

Caderno Centenario 1

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Caderno 1

EDIÇÃO ESPECIAL CENTENÁRIO DE DIVINÓPOLIS - SEXTA-FEIRA - 1º DE JUNHO DE 2012

A ferrovia foi a alavanca do desenvolvimento de Divinópo-lis. Os trilhos trouxeram o co-mércio, a indústria e o setor de serviços, atualmente o maior gerador de riquezas da cidade.

Com 213 mil habitantes, o mu-nicípio tem o 13º PIB de Minas Gerais e a melhor educação do estado. A Cidade do Divino foi emancipada há 100 anos, tem o 5º IDH do território mineiro e

é uma das principais cidades para se investir no país. É des-taque na liderança regional e referência para municípios do Centro-Oeste em prestação de serviço.

Divinópolis CentenáriaHistória marcada pelos trilhos, modernidade e liderança regional

Anunciantes desta edição: Clinlife - Cifer - Divishop - Karinho - Siderúrgica Valinho - Casa Nova - Codil - Avivar - Kabanna

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Divinópolis1º de junho de 2012

Diretor ResponsávelPedro Magalhães de FariaReg 256/29-003

Sede - Av. 1º de Junho, 708 CentroTelefone: 37 3222-8221 (geral)Redação: 37 3301-8442

Diretora Editorial - Sonia Terra de Faria

Propriedade do Sistema PEMAFA de Comunicação - CNPJ: 86.666.674/0001-45/ Insc: 223.913.786-0012

www.jornalagorasivinopolis.com.brEditor Responsável - Pablo Santos

Planejamento Gráfi co - Márdem Nogueira

E-mail: [email protected]

Cadernos Especiais Edição Centenário de Divinópolis

Esta edição do Cen-tenário, carregada de simbolismo, nos dei-xou pelo menos três mensagens distintas. A primeira e funda-mental foi reconhecer e valorizar a equipe da casa ante o desafi o monstruoso de mer-gulhar no resgate his-tórico. Munidos do compromisso de vas-culhar tempos e per-sonagens sem a tenta-ção de fazer juízo de valor, todos foram a campo pesquisar para a produção de textos analíticos e aprofun-dados, de formato ágil e acessível para o leitor contemporâ-neo. Numa jornada envolvente, editores, repórteres, redatores,

fotógrafos, diagra-madores, articulistas mergulharam de for-ma obsessiva no pas-sado e ouviram um número exaustivo de fontes para entender o presente e questionar o futuro.

A segunda e mar-cante lição foi conhecer elenco tão fascinante, em termos de perso-nalidade, como Fran-cisco Machado Gon-tijo, Pedro X, Antonio Olímpio de Moraes, Jovelino Rabelo, Halim Souki e outras grandes e insubstituíveis lide-ranças. Cada um a seu modo, com talento in-vejável e caráter único, ganhou importância que não se restringe a uma época. São imor-

tais em sua genialida-de.

E a terceira, crucial e indiscutível questão é “e daí?”. Quem vai dar sequência à histó-ria? Quais serão os pró-ximos Franciscos, Xs, Antonios e Jovelinos a oferecer soluções por meios dos pilares da estratégia, dos negó-cios, da comunicação e da execução? Quem vai programar a Divinópo-lis para os próximos cem anos, cidade que não encontra mais bar-reiras nas tecnologias, mas principalmente na economia e na política? Por onde andarão as celebridades criativas para provocar novas revoluções?

Provocados pelo

Agora, dois cérebros foram convocados a pensar o futuro. Ao jovem articulista e publicitário João Va-lério, divinopolitano do Largo da Matriz, coube a responsa-bilidade de avaliar esta interrogação. E o engenheiro Elson Penha, com sua baga-gem respeitável, faz uma projeção valiosa sobre a Divinópolis de amanhã.

Com este trabalho jornalístico, espera-mos contribuir para a formação de novos leitores, conscientes do papel dos gran-des vultos e fatos que marcaram os primeiros cem anos do município.

A voz da históriaN

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02

Quais serão os próximos Franciscos, Xs, Antonios e

Jovelinos a oferecer soluções por meios dos pilares da

estratégia, dos negócios, da comunicação e da execução?

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Divinópolis1º de junho de 2012

Pablo Santos

O Arraial do Divi-no Espírito Santo, com 1.154 habitantes em 1813, transformou-se, impulsionado pela fer-rovia, na Divinópolis com uma população de 213 mil habitantes em 2012. Atualmente, é o 13º município de Minas Gerais em volume de riquezas. A cidade, que completa 100 anos hoje, é o quinto município de Minas Gerais com me-lhor Índice de Desen-volvimento Humano (IDH). De acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP) e a revista Exame, a cidade é uma das dez melhores do estado para se investir.

Na educação, é a primeira do território mineiro e a quinta do Brasil, de acordo com Ministério da Educação. Também conhecida na-cionalmente pela pro-dução siderúrgica e de moda, a cidade tem con-sumidores com apetite nas compras.

A chegada dos trilhos em 1889 revolucionou o pequeno arraial, que já demonstrava vocação econômica naquele perí-odo. A historiadora Ka-rine Mileibe lembra que o fazendeiro, comercian-te e personalidade polí-tica regional Francisco Machado Gontijo e o chefe político de prestí-gio da região com apoio dos governos da época, João Epiphanio Pereira, tiveram participação na chegada ferrovia.

– Os fatores econômi-cos e políticos estariam intimamente relaciona-dos. Percebemos que um grupo pode ter infl uído na passagem da ferrovia pelo arraial, conciliando tanto sua ação política como sua participação econômica para que este empreendimento se re-alizasse. Entretanto, o mais importante seria compreendermos que a passagem da ferrovia não foi simples obra do acaso, mas motivada pelo potencial econômi-co já existente no arraial – destacou a historiado-ra.

Com o ramal ferro-viário ligando o arraial a cidades importantes, como São Paulo, Rio Ja-neiro e ao Triângulo, em 1911, e sua emancipação datada de 1912, Divinó-polis ganhava novo im-pulso. O traçado moder-no das ruas da cidade desenvolvido pelo então presidente da Câmara de Divinópolis, Antô-nio Olímpio de Moraes, já demonstrava a inten-ção dos governantes de transformar o antigo ar-raial em das principais cidades de Minas Gerais.

Centenário com qualidade de vida e capacidade de investimento

Trilhos impulsionaram a economia e o município é o 13º em produção de riquezas de MG

As empresas começa-ram a se multiplicar em 1948; os primeiros re-gistros apontavam 175 pequenas indústrias nas cidades. Destaque para a metalurgia, que ga-nhou força derivada da estrada de ferro.

– A primeira coisa que precisamos focar quando se fala em eco-nomia é a ferrovia. Se não fosse ela, não have-ria o comércio e o setor metalúrgico, porque foram gerados em deri-vação da ferrovia. Com uma indústria forte e outros setores, vieram estrangeiros para a fer-rovia, fazendo com que Divinópolis se trans-formasse numa cidade cosmopolita em sua es-sência e em seu DNA de formação, com sen-timento plural político e religioso, e isso resultou no desenvolvimento da cidade – avaliou o pre-feito de Vladimir Aze-vedo (PSDB).

Ciclos

Divinópolis passou por alguns ciclos eco-nômicos. Na década de 1950, o ferro-gusa ganhou destaque e Di-vinópolis, apesar de passar por momento de-licado na siderurgia por causa da crise no merca-do internacional, é dos principais produtores

do Brasil do componen-te para indústria do aço. A região de Divinópolis, conforme dados do Sin-digusa, tem capacidade de produzir 286 mil to-neladas por mês de fer-ro-gusa.

Na década de 1980, a cidade começou a pro-duzir moda em maior escala devido à oscila-ção do setor de meta-lurgia em 1970. Com desemprego dos ma-ridos metalúrgicos, as mulheres começaram a fabricar roupas e hoje a cidade é polo de moda, com 1,1 mil indústrias formais, que fabricam 25 mil peças por ano, de acordo com o Sindicato das Indústrias do Vestu-ário de Divinópolis (Sin-vesd).

Com a indústria cres-cendo e gerando empre-go, os funcionários pre-cisaram cada vez mais do setor de serviços, como saúde, educação e alimentação. Atualmen-te, é o principal segmen-to da economia divino-politana, com 60% do Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com a Fun-dação João Pinheiro, a cidade é considerada uma das dez melhores de Minas para investir e a Revista Exame a colo-cou entre as cem melho-res do país. Já por um ranking elaborado pelo

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Peque-nas Empresas (Sebrae), o Índice de Competiti-vidade dos Municípios Mineiros 2011, a cidade é a oitava com melhores condições para desen-volvimento de negócios. Divinópolis fi cou à fren-te de municípios como Contagem, décima co-locada. Para compor o índice, o Sebrae leva em conta cinco fatores: performance econômi-ca; a remuneração e o emprego; quadro social; suporte aos negócios, instituições de apoio e multiplicidade da eco-nomia; e infraestrutura básica.

PIBO Produto Interno

Bruto (PIB), a soma de riquezas do município, é de R$ 2,8 bilhões, se-gundo dados de 2009, último resultado ofi cial divulgado pelo IBGE. Com esse resultado, o município é o 13º de Minas Gerais do PIB. Somente o setor de ser-viços equivale a R$ 1,8 bilhão, representando 60% das riquezas pro-duzidas em terras divi-nopolitanas.

O comércio é outro ponto forte do municí-pio. De acordo com o Ministério do Trabalho, existem quatro mil es-tabelecimentos no mu-

nicípio, empregando 14 mil pessoas. O número de lojas é creditado ao apetite dos divinopoli-tanos. Para se ter uma dimensão, o município ocupa a 10ª posição do ranking do consumo em Minas Gerais. Im-pulsionado pelas classes B e C, Divinópolis, que estava em 11º lugar no passado, ultrapassou Governador Valadares em 2011 na projeção es-tatística do instituto IPC Marketing, responsável pelo índice que avalia o potencial de consumo do país. No ano passa-do, de acordo com o es-tudo, os moradores da cidade consumiram R$ 3,2 bilhões.

– De cada R$ 100 que serão consumidos no país em 2011, R$ 0,13 é responsabilidade da po-pulação de Divinópolis. Esse aumento de IPC representará, em ter-mos reais, mais R$ 148,6 milhões no bolso dos consumidores de Divi-nópolis – explicou o co-ordenador da pesquisa, Marcos Pazzini.

IDH

Atualmente, segundo o IBGE, Divinópolis é a 12ª cidade mais populo-sa do estado de Minas, com um total de 213.076 habitantes e representa 17% da população do

Centro-Oeste. Possui o 5º maior Índice de De-senvolvimento Humano de Minas, que avalia três aspectos básicos do de-senvolvimento humano: longevidade, educação e qualidade de vida.

EducaçãoA taxa de alfabetiza-

ção do município é de 94,7 % e outras ações colocaram a cidade como a melhor educa-ção de Minas Gerais, conforme o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O indicador é calculado com base no desempe-nho dos estudantes em avaliações promovidas pelo Ministério da Edu-cação (MEC), por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Inep), bem como taxas de aprovação.

Na opinião da secre-tária municipal de Edu-cação, Eliana Cançado Ferreira, o desenvolvi-mento da educação é um trabalho centenário.

– Quando olhamos para o passado, vemos que cada uma daquelas pessoas contribuiu para este crescente. Em ou-tras épocas, com outras equipes de trabalho, houve valorosas pesso-as que fi zeram o melhor possível para alavancar a educação em Divinó-polis – afi rmou.

Município é o 13º em produção de riquezas de Minas Gerais e tem a

melhor educação do Estado

Moacir Coelho

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Da Redação

Emancipada em 1912, Divinópolis pre-cisava de uma avenida para embalar o pro-gresso. Sofrendo uma avalanche de críticas, o então presidente da Câmara de Divinópolis, o equivalente ao chefe do Executivo atualmen-te, Antônio Olímpio de Moraes abriu a Aveni-da 1o de Junho em meio ao mato e incentivou a construção de casas.

A cidade, que se de-senvolveu em torno do Largo da Matriz, tinha ruas estreitas, a nova era larga, e os vereadores então contestaram a lar-gura da avenida, grande para os padrões daque-la época. Atualmente, a 1o de Junho, projetada para ser comercial, rece-be desfi le e é a principal referência da área cen-tral.

Não existem registros ofi ciais exatos de quan-do foi criada a 1o de Ju-nho, entre 1914 a 1916. Acredita-se que o nome faça referência à eman-cipação política nessa data. Baseados em ma-pas, historiadores con-sideram que um quar-

teirão da rua já existia e tinha apenas metade de largura atual. Ela nas-cia no Largo da Matriz, chegava até a Rua Itape-cerica e contornava pela Ipiranga, atual Getúlio Vargas. Os pesquisa-dores acreditam que a rua se abriu aos poucos e recebeu uma série de críticas por ser larga de-mais para ir em direção ao mato.

- Antônio Olímpio decidiu que a cidade precisava crescer para outro lado, já pensan-do no planejamento urbano. Ele se inspirou em cidades como Belo Horizonte, que foram planejadas. Na época, foi criticado porque as lideranças que tinham terrenos no entorno do Largo da Matriz fi caram com medo de a área se desvalorizar - explicou a historiadora Karine Mi-leibe.

A historiadora lem-bra também que a 1o de Junho ligou o arraial à vila operária, situada do lado oposto ao municí-pio recém-fundado.

- O presidente da Câ-mara precisou explicar aos críticos que a cida-de precisava se desen-volver e o caminho era

a 1o de Junho. O grupo escolar Padre Matias foi para a via e aí o comér-cio começou também a se instalar na rua, de-pois que Antônio Olím-pio incentivou as cons-truções - afi rmou.

Além de incentivos, existiam regras para construção das casas. Residências de pau-a-pique eram vetadas. Criação de porcos, co-mum naquela época, também estava proibi-da, de acordo com his-toriadores.

Comércio

O coordenador do Arquivo Municipal, Cláudio César Mendes, aponta que a 1o de Ju-nho foi o ponto de de-senvolvimento na área comercial.

- A avenida tem uma característica só dela. É a principal da cidade, é onde era e são feitos os desfi les e é a principal via comercial. Foi uma avenida de entreteni-mento. Teve cinema, casa de shows e ponto de encontro na esquina com a rua Rio de Janei-ro. Fotos que temos da 1o de Junho mostram claramente como era

Via do mato, da polêmica e do progressoVereadores criticavam construção de avenida larga por temerem desvalorização imobiliária no Largo da Matriz

Arquivo Municipal

ponto forte do comércio - disse o coordenador.

Ele cita ainda que a

avenida era uma área de passeios de namorados e amigos, onde as pessoas

praticavam o “footing” - caminhavam até o fi m da avenida e voltavam.

A avenida 1º de Junho era uma área de passeios de namorados e amigos

Desfile de aniversário sempre foi realizado na avenida, como o dos 50 anos

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Pablo Santos

A Avenida 1o de Ju-nho já demonstrava em 1948 o seu vigor para o comércio. Dos 17 prin-cipais estabelecimen-tos, 10 se localizavam nela, a primeira rua aberta após a emanci-pação municipal, onde se vendiam tecidos, vestuário, cereais, veí-culos e joias.

Chapéus e tecidos eram vendidos na loja de Orlando Pereira da Silva, no número 365, e eram produtos impor-tados, de acordo com uma sinopse estatística de Divinópolis elabora-da pelo governo estadu-al em 1948.

No número 369 fun-cionou a Benjamin Sales e Cia, que importava, exportava e comerciali-zava tecidos por ataca-do.

Nas Casas Pernam-bucanas, no número 495, os tecidos para o varejo eram o principal produ-to, também importados, segundo consta na esta-tística supracitada.

Alvimar Mourão ne-gociava veículos e peças no número 725.

- A avenida concen-

Domínio comercial da 1o de JunhoAvenida concentrava 17 estabelecimentos em 1948, enquanto as outras vias juntas tinham sete

Arquivo Público

trava o maior número de comércio porque foi aberta para o desen-volvimento do municí-

pio. Nos novos arqui-vos com notas fi scais, a maioria do comércio tinha o endereço da 1o

de Junho - afi rmou o bi-bliotecário do Arquivo Público Marco Antônio Vilela Crispin.

Dos 17 principais estabelecimentos, 10 se localizavam nela, a primeira rua aberta após a emancipação municipal, onde se

vendiam tecidos, vestuário, cereais, veículos e joias.

Comércio / Atividade

Casa Para Todos Av. 1o de Junho, 305

Calçados

Orlando Ferreira Av. 1o de Junho, 365

Tecidos e chapéus

Benjamin Sales & Cia Av. 1o de Junho, 369

Tecidos por atacado

Casas Pernambucanas Av. 1o de Junho, 495

Tecidos

Bazar Divinópolis Av. 1o de Junho, 545

Tecidos e joias

Casa América Av. 1o de Junho, 555

Roupas e calçados

Ao Novo Mundo Av. 1o de Junho, 589

Calçados e perfumaria

Casa dos 3 Irmãos Av. 1o de Junho, 599

Tecidos e calçados

Alvimar Mourão Av. 1o de Junho, 725

Veículos e peças

Casa Nova Ltda Av. 1o de Junho, 985

Tecidos e armarinhosFonte: Sinopse Estatística de Divinópolis

Endereço

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Divinópolis1º de junho de 2012

O T E M P O

N Ã O PA R A

V A L I N H OV A L I N H OS I D E R Ú R G I C AS I D E R Ú R G I C A

HÁ 47 ANOS A SIDERÚRGICA VALINHO ESTÁ PRESENTE NA HISTÓRIA DE DIVINÓPOLIS. GERANDO EMPREGOS,

PRODUZINDO RIQUEZAS E LEVANDO O NOME DA CIDADE PARA TODOS OS CANTOS DO MUNDO. A SIDERÚRGICA

VALINHO SE ORGULHA DE FAZER PARTE DESTA ENGRENAGEM E ATRAVÉS DA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

DE FERRO GUSA NODULAR E DE FUNDIÇÃO CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO DESTA CIDADE DIVINA.

QUE NÃO PARA NUNCA. ESTÁ SEMPRE EM MOVIMENTO. 60 MINUTOS POR HORA, 24 HORAS POR DIA, 365 DIAS

POR ANO. PARABÉNS, DIVINÓPOLIS PELOS SEUS 100 ANOS DE VIDA!

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Divinópolis1º de junho de 2012

Valquíria Souza

Muito se passou desde a época em que os postes eram vistos no meio da Avenida 1o de Junho. Tempo em que os automóveis eram raros, bem dife-rente de hoje, quando a cidade possui uma frota de 106.415 veícu-los. O tráfego é rápi-do, e só não se formam grandes engarrafa-mentos porque nas principais vias existe a chamada “onda ver-de” dos semáforos.

Uma dessas artérias do coração de Divinó-polis é a 1o de Junho, avenida que em seu nome homenageia a data magna do mu-nicípio. Porém, não é somente no nome que carrega muito da histó-ria da Cidade do Divi-no: numa de suas pontas está o viaduto Francisco Machado Gontijo, uma forma de lembrar o pa-triarca que muito lutou para a emancipação do município. Noutra pon-ta, mais precisamente na Praça das Bandeiras, é possível encontrar a estátua alusiva ao mé-dico Sebastião Gomes

Guimarães, homem de fi bra, que foi prefeito da cidade e muito fez para que esta se tornasse o polo regional que repre-senta na atualidade.

Oportunidades reunidas

Numa breve obser-vação, é possível en-contrar nesta avenida as principais agências bancárias, óticas, lojas de grandes redes, es-tabelecimentos comer-ciais dos mais diversos segmentos. A Avenida 1o de Junho reúne de tudo um pouco: de produtos populares a joias, enfim, um uni-verso de oportunida-des de bons negócios. É ainda ponto de en-contro para os aposen-tados.

O traçado foi es-colhido por Antônio Olímpio de Morais, responsável por en-comendar e aprovar a planta que trazia ruas largas, como bem lem-bra a obra “Dicioná-rio dos Construtores de Divinópolis”, dos autores Mauro Cor-gozinho e Mercemiro Oliveira. Já naque-la época, a planta era

considerada moderna. Até hoje, visitantes

e moradores se encan-tam com a grande ave-nida, que passou por alterações e se moder-nizou. Na gestão de Aristides Salgado, dei-xou de ser mão-dupla e, sob a administração de Demetrius Pereira, ganhou passeios mais largos e uma travessia de pedestres na esqui-na com a Rua São Pau-lo.

Alguns comércios e estabelecimentos tra-dicionais, como a Casa da Manteiga, a Casa das Panelas e o Thea-tron deram espaço ao novo, mas continuam vivos na memória de quem acompanhou esta evolução. Outros se mantêm firmes, como o Agora, a Dire-dil e a Padaria Divinó-polis.

A empresária Maria Helena Correia Valé-rio afirma que há qua-renta anos, seu pai, percebendo a evolu-ção da cidade, mudou para a Avenida 1o de Junho a entrada do es-tabelecimento, antes voltada para a Rua Rio de Janeiro.

- Eram três lotes va-

Anna Lúcia Silva

Pensar em Divinópo-lis signifi ca considerar a existência desta cidade marcada pela diversida-de interiorana e, ao mes-mo tempo, com a capaci-dade de interagir com o mundo, capacidade que foi incorporada ao seu processo de desenvol-vimento. A população cresceu, os serviços se diversifi caram e o comér-cio se expandiu. Um pon-to marcado e, até onde pode ser observado, esse é o processo que se vê na Avenida 1º de Junho, uma das principais da ci-dade.

Casas antigas e arqui-teturas quase esculpi-das a mão, assim eram os grandes casarões da avenida. Aos 100 anos de emancipação, poucas ca-sas sobraram na avenida e a maioria se transfor-mou em estabelecimen-tos comerciais. Este é o caso do número 871, que foi parcialmente desca-racterizado e moldado para a modernidade, apesar de manter alguns traços arquitetônicos da década de 60.

Outro exemplo de preservação em meio ao progresso crescente é a casa do aposentado Antônio Valério, de 83 anos. Ele reside no nú-mero 111 desde 1964, e ilustra a época.

– As ruas eram mais largas, não eram calça-das, os postes fi cavam no meio da rua, havia muitas casas, depois elas foram dando es-paço ao comércio. Essa revolução urbana e co-mercial começou em 1974, época do prefeito Antônio Martins – ex-plicou.

48 anos

Há 48 anos morando no local, muitas histó-rias foram ali constru-ídas, por isso a esposa de Antônio Valério, Te-reza Valério, de 83 anos nunca quis se mudar.

– Meu casamento foi celebrado aqui nes-ta casa, em 1954, pelo bispo Dom Cristiano Portela. Foi tudo como manda o fi gurino, com vestido de noiva, al-tar, os convidados e o bispo; tive meus fi lhos aqui, agora tenho meus

netos, então são muitas histórias deste lugar, por isso nunca tivemos vontade de nos mudar – revelou.

As histórias toma-ram um novo rumo e houve grandes mudan-ças, fatores que não fo-ram capazes de romper com os laços de carinho dessa família pela cida-de.

– Entendemos que o progresso é necessário, crescer é preciso, e hoje, tudo tão acessível, mo-ramos nesta rua onde tudo é tão próximo de nós, não podemos re-clamar do progresso – fi nalizou Antônio Va-lério.

Agora, 41 anos

Outro endereço no-bre que mantém suas características é o des-te jornal Agora, no nú-mero 708. Instalado na avenida em 1982, o Agora nunca alterou a fachada, respeitou a história e restaurou a arquitetura da década de 40. Na semana pas-sada o imóvel ganhou ares modernos, com a colocação de um porce-

lanato branco que rece-beu a nova logomarca do diário, lançada em janeiro último.

A placa luminosa, criada por Walmir de Oliveira Mourão, co-nhecido como Walmir Placas, foi confecciona-da em chapa vermelha e recebeu luz de led. A diretora de Redação, So-nia Terra, responsável pela inovação, explicou o processo.

– Aos 41 anos, o Ago-ra fez um resgate e apre-sentou a nova logomar-ca, com caracteres do original da primeira edi-ção, datado de 1971. A peça é moderna do pon-to de vista da comuni-cação, mais encorpada, sem, no entanto, romper com o crédito da marca. O objetivo é nos aproxi-mar ainda mais do leitor e, para isso, apostamos na cor vermelha para continuar a contar a his-tória com todo vigor – explicou.

Segundo Sonia Ter-ra, esta mudança é ape-nas o início de uma sé-rie de iniciativas para marcar o aniversário do Agora. Ela não quis adiantar detalhes, mas

Artéria do coração da cidade Traçado moderno e concentração de boas oportunidades de negócio são marcas desta rua

gos onde, na época, cavalos podiam ser vistos pastando. Meu pai resolveu mudar a loja para o lado da Avenida 1o de Junho, onde permanecemos já faz três décadas. Temos orgulho de sa-ber que tudo acontece aqui. Ao longo desses anos, a padaria é um local de resenha, que já recebeu políticos de outros tempos e ainda

recebe os de agora - comenta.

Cenário acolhedor Mesmo com a cor-

reria diária e o tráfego intenso de veículos, a avenida contém cerca de duzentas árvores, número ampliado re-centemente com o pro-jeto municipal Verde Centenário.

É nela que se en-

contra o Palácio Epis-copal, onde mora o bispo Dom Tarcísio Nascentes, e templos como a Igreja Bíblica da Restauração.

Cartório eleitoral, Centro de Comércio Po-pular e a Sede dos Con-selhos Municipais são alguns exemplos do que compõe o cenário da avenida, uma das prin-cipais desta cidade cen-tenária.

Valquíria Souza

Com traçado moderno desde a planta, a avenida 1o de Junho é uma das mais importantes de Divinópolis

Sobrevivendo à modernidade

Residências resistem em meio ao comércio e prédios; Agora restaura fachada e ilumina avenida

constam também o lan-çamento do livro da ar-ticulista Maria José Fa-ria Botelho e uma festa

de gala para homenage-ar os 100 Personagens Infl uentes de Divinó-polis.

Antônio Valério e sua esposa, Tereza Valério, mantêm residência na avenida 1º de Junho até hoje

Christyam de Lima

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Pablo Santos

Com todos os ingre-dientes de roteiro de ci-nema, o primeiro auto-móvel rodou pelas ruas esburacadas e irregula-res de Divinópolis em abril de 1913, pouco antes de o município completar um ano de fundação. Dirigido ini-cialmente por chofer, o veículo tirava os di-vinopolitanos da igre-ja e despertou a ira de Padre Matias. O vigá-rio excomungou o au-tomóvel, que precisa-va ser empurrado pela população ou puxado por animais quando apresentava defeitos. Sem profi ssional para os reparos, um mecâni-co de trem a vapor foi improvisado para colo-car nos eixos o modelo Ford, comprado em so-ciedade.

O sobrinho de Antô-nio Olímpio de Morais, Paulo Moraes, na obra em que escreveu sobre seu tio, o primeiro pre-feito de Divinópolis, detalha a compra do

automóvel em socieda-de entre quatro amigos.

Dez meses após a emancipação de Divi-nópolis, Antônio Olím-pio queria participar das transformações mundiais e trazer as novidades para o mu-nicípio recém-criado.

- Estamos numa época em que as trans-formações estão acon-tecendo com muita frequência. Não é con-cebível saber que um pequeno arraial se transformou numa vila e ainda pensa como um arraial. Devemos nos atualizar. Eu tenho contato com amigos na Itália, que repassaram mudanças na Europa. Por exemplo, o auto-móvel deverá ser uma revolução mundial e faz tempo que já foi inventado – disse An-tônio Olímpio aos ami-gos Adolpho Machado, Major Chico Machado e Octávio Machado.

Os quatro amigos resolveram fazer uma sociedade e comprar o automóvel em Belo Ho-rizonte. Durante dois

dias, Antônio Olímpio procurou o veículo na capital mineira. Com ajuda de amigos na ca-pital, o Ford, já bastan-te usado, foi comprado.

Chofer

Para trazer a novida-de ao município, o cho-fer Alfredo Dias Vas-concelos veio dirigindo o veículo. O povo saiu em polvorosa para co-nhecer o automóvel. Antônio Olímpio le-vou-o ao mecânico de trem a vapor Gustavo Gulart, aproveitando para aprender a dirigir enquanto ia solicitar reparos no veículo.

Até chegar à casa de Gustavo Gulart, o carro precisou ser em-purrado duas vezes. A novidade foi recebida com palmas e assobios e, a convite de Antônio Olímpio, o mecânico entrou no veículo para dar um volta nas ruas esburacadas da cidade.

O carro começou a falhar e o chofer disse que Gustavo precisava consertar o veículo.

- Eu sou mecânico, mas de trem a vapor. Não conheço nada de automóvel. Aliás, é a primeira vez que eu es-tou vendo um – respon-deu Gulart, segundo o livro de Paulo Moraes.

Moradores faziam festa seguindo o veí-culo e o empurravam quando necessário.

De acordo com Mo-raes, Gustavo Gulart aprendeu mecânica para fazer reparos e percorria as ruas sem-pre com os curiosos em volta, além dos mora-dores que ridiculariza-vam o veículo.

Excomungado

Antônio Olímpio pediu a Gustavo para circular com o veícu-lo aos domingos, na porta da igreja, para outros moradores co-nhecerem a novidade.

- Todas as vezes que o carro passa-va perto da igreja, o povo saía para rua e deixava Padre Matias a ver navios. Irrita-do, o padre proibiu

Veículo pioneiro foi excomungadoAutomóvel tirava divinopolitanos da igreja, o que despertou a ira de Padre Matias

Padre Matias desaprova quando o veículo passava perto da igreja

a circulação do carro excomungado no ho-rário das missas e de outras atividades da igreja – escreveu Pau-lo Moraes.

Padre Matias foi

atrás dos vereado-res, para pedir apoio a fim de proibir o automóvel, mas não obteve êxito e o car-ro continuou fazendo sucesso pelas ruas.

Arquivo Municipal

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Divinópolis1º de junho de 2012

Pablo Santos

Rústico, modesto e vagaroso, o carro de boi dominava as ruas de Divinópolis em 1947. Carroças e bicicletas também eram os princi-pais meios de transpor-te na Cidade do Divino, que tinha 36 anos de emancipação político-administrativa. Apesar dos veículos de tração animal em quantida-de maior, os primeiros registros apontavam 60 automóveis. Hoje, a frota divinopolitana atingiu a marca de 105 mil veículos em março. Por mês, em média, são emplacados 600 carros, motos e caminhões, de acordo com Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veí-culos do Estado - Sinco-div-MG.

Uma pesquisa do De-partamento Estadual de Estatística disponível no Arquivo Municipal mostra os principais meios de locomoção em 1947. O carro de boi apareceu na Colônia, no Império, na República, na Revolução de 1930, no Estado Novo. Em Divinópolis, 90 veículos

circulavam por suas 37 ruas e 12 avenidas no fi nal da década de 1940. Cerca de 80 dos meios de transporte rústicos eram de uso particular e 10 destinados a alu-guel, de acordo com o Departamento Estadual de Estatística da época.

Carroças eram o se-gundo transporte mais utilizado em 1947. Da-dos do departamento supracitado confi rmam 54 veículos de tração animal; desses, 40 eram de uso particular e 14 fi -cavam disponíveis para aluguel.

As bicicletas também fazem parte das estatís-ticas: havia 41 registra-das, e uma delas perten-cia à Prefeitura.

Automotores

As primeiras estatís-ticas apontam uma fro-ta de 193 veículos a mo-tor em 1947, período em que Divinópolis tinha 23 mil habitantes. Os ca-minhões eram maioria: 107 unidades, dos quais 68 eram para aluguel e 33 para uso particular. Três deles pertenciam aos órgãos públicos. A frota de carros somava

59 unidades, sendo que sete eram para aluguel e um da Prefeitura. Os motociclos somavam 14; caminhonetes, oito e ônibus, cinco.

Dois estabelecimen-tos já vendiam carros em 1948. A revenda da Chevrolet foi trazida pelo presidente da Câ-mara e prefeito, depu-tado estadual Alvimar Mourão, que comercia-lizava veículos e peças na Avenida 1o de Junho.

- Meu avô foi pionei-ro neste segmento de veículos em Divinópolis e mostrou aos divino-politanos os primeiros carros com uma reven-da da Chevrolet. Nossa família fi ca muita orgu-lhosa de fazer parte da história. A Divinópolis Diesel de caminhões também foi do meu avô e a Fiat iniciou com ele. No entanto, a Mercedes Benz exigiu prioridade e a Fiat foi negociada com o Vicente Pauli-no – afi rmou Alvimar Mourão Neto, que atu-almente tem um posto de combustíveis que carrega o sobrenome da família.

O ex-prefeito Joveli-no Rabelo também ne-

De 90 carros de bois a 105 mil veículosVeículo rústico dominava as ruas de Divinópolis, e hoje o município encontra difi culdades de lidar com frota centenária

gociava peças e veícu-los na Praça Benjamin Constant, hoje onde é o Pronto-Socorro.

100 mil

Sessenta e cinco anos depois dos primeiros registros de veículos em Divinópolis, a frota cresce a passos largos. Divinópolis chegou a 105 mil automóveis neste ano e a 213 mil habitantes. Há um car-ro para cada dois divi-

nopolitanos, de acordo com dados do Depar-tamento de Trânsito de Minas Gerais - Detran. Divinópolis tem mais carros na comparação com a média brasileira de seis veículos por ha-bitante, e os emplaca-mentos seguem acelera-dos. Dados do Sincodiv confi rmam que os em-placamentos em Divi-nópolis foram recordes em 2011, com média de 598 licenciados por mês. Os licenciamentos

somaram 7.180, contra 6.280 de 2010, um cres-cimento de 14,34%. O melhor mês da história de emplacamentos no município foi conquis-tado em maio de 2011, com 743 veículos.

Com a frota cente-nária, a Secretaria Mu-nicipal de Trânsito e Transporte - Settrans – investe em medidas que privilegiem o pedestre e forcem os motoristas a buscar caminhos alter-nativos à área central.

Em 1947, os carros de bois eram os principais meios de

transporte de Divinópolis

Revenda da Chevrolet, de Alvimar Mourão, foi a primeira da cidade,

na década de 1940

41 bicicletas estavam registradas em Divinópolis em 1948

Frota de carro da cidade na década de 1940 era de 193 veículos a motor

Fotos: Arquivo Municipal

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Da Redação

Por 200 réis, o pri-meiro veículo de transporte coletivo, apelidado de Crizu, saía do Largo da Ma-triz, atual Praça da Catedral, com destino à Avenida 21 de Abril. Depois de sofrer refor-ma na serraria, o ôni-bus, que parecia um bonde, chegou após 13 anos de emancipação de Divinópolis.

No livro “Divinó-polis: Rastros e Pega-das”, Eliseu Resende detalha a compra do veículo em São João del-Rei.

- Em 1925, já no fi-nal do ano, os Irmãos Miñava, proprietários de uma serraria e car-pintaria na Rua Goiás, onde é a galeria Orion, compraram um auto-ônibus, de carroceria de madeira, danifica-do, em estado deplo-rável - contou Resen-de.

Exímios profissio-nais em trabalhar com a madeira, os irmãos reconstruíram o veícu-lo, que recebeu o nome de Crizu. Além de ser um ônibus, conta Eli-seu, o veículo parecia

um bonde, por ter as laterais abertas.

Os Miñava vende-ram o Crizu já refor-mado ao jornalista e professor João Ma-noel Ferreira Pena, em sociedade com seu cunhado, Levin-do Ferreira. Confor-me Eliseu, o primeiro motorista do Crizu foi Levindo, e o trajeto diário saía do Largo da Matriz, passando pela 1o de Junho com destino à esquina da Rua Goiás com a 21 de Abril. O ônibus-bonde também servia para le-var os franciscanos até a zona rural.

Os trocadores Rai-mundo Cruz e Geraldo Câncio Cruz cobravam 200 réis pelo trajeto.

- Levindo era um dos raros motoristas habilitados em Divi-nópolis. O Crizu foi vendido, depois, para Rafael Passos, um me-cânico português, que realiza passeios em fi ns de semana, um tipo de turismo na nossa terra - afi rmou Eliseu.

Uma fotografi a da década de 1920, dispo-nível no Arquivo Mu-nicipal, mostra o Crizu com 14 ocupantes sen-tados com o motorista.

Crizu, o ônibus-bonde consertado na serrariaVeículo chegou a Divinópolis em 1925, em estado deplorável e com carroceria danifi cada

Arquivo Municipal

Carroceria do Crizu foi reformada para o transporte de passageiros em 1925

Crizu saía do Largo da Matriz, atual Praça da Catedral, com

destino à avenida 21 de Abril

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