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ADMINISTRATIVO E PEDAGÓGICO - EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL CADERNO DE APOIO CADERNO DE APOIO Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Maranhão

CADERNO DE APOIO - Secretaria de Educação do Governo do ... · Caderno de Apoio Administrativo e Pedagógico - Educação Alimentar e Nutricional - pode ser acessado na integra

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ADMINISTRATIVO E PEDAGÓGICO - EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL

CADERNO DE APOIOCADERNO DE APOIO

Conselho Estadual de Segurança Alimentare Nutricional do Maranhão

© 2018 Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social - SEDES

Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

Caderno de Apoio Administrativo e Pedagógico - Educação Alimentar e Nutricional - pode ser acessado na integra no site da SEDES (http: //www.sedes.ma.gov.br)

Tiragem: 1ª edição – 2018 exemplares 2.000

Elaboração, publicação e distribuição

Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social – SEDES

Secretaria Adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional - SASAN

Rua do Gardênias, nº 25, Quadra 01, Jardim Renascença, Tel. (98) 2016-9200 CEP: 65.075-780, São Luís – MA

Organização

Edilene Abreu Corrêa Sampaio

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha Catalográfica

Maranhão. Governo do Estado. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social. Secretaria Adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional. Caderno de apoio administrativo e pedagógico: educação alimentar e nutricional / Organização Edilene Abreu Corrêa Sampaio. — São Luís, 2018. 56 p.; il. 1. Educação alimentar. 2. Educação nutricional. 3. Segurança alimentar e nutricional. 4. Alimentação escolar. I. Sampaio, Edilene Abreu Corrêa. II. Título. CDD 613.237 0 CDU 612.39:37

AO TRABALHO ADMINISTRATIVO E

PEDAGÓGICO - EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL

CADERNO DE APOIOCADERNO DE APOIO

RESPONSÁVEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO CADERNO

Governador do Estado do MaranhãoFlávio Dino de Castro e Costa

CAMARA INTERSETORIAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DO ESTADO DO MARANHÃONeto Evangelista – PresidenteLourvidia Serrão Araújo Caldas – Secretária Executiva

CONSELHO ESTADUAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DO ESTADO DO MARANHÃO – CONSEA – MAMaria da Conceição de Almeida Ferreira – Presidente do CONSEA-MA

EQUIPE DE ELABORAÇÃO:SASAN:Lourvídia Serrão Araújo Caldas – Secretária Adjunta de Segurança Alimentar e NutricionalEdilene Abreu Corrêa Sampaio – Gestora de Programas – Coordenadora da ElaboraçãoMariana Mendes de Souza Martins – Gestora de ProgramasMaria Arceli Santos de Oliveira – Assistente Social

UFMA:Maria Tereza Borges Araújo Frota – Professora do Curso de Nutrição da Universidade Federal do Maranhão Víctor Nogueira da Cruz Silveira - Aluno do curso de Nutrição

SEDUC – Equipe de Coordenação de Temas Socioeducacionais: Ana Tereza Lyra LopesEliane Oliveira de Abreu Lindaura do Socorro Ferreira dos Santos Lucy Mary Seguins Sotão Luís José Câmara Pedrosa

SUPAEMoisane de Jesus Amorim Pinheiro

COLABORADORA ESPECIALGirlene Soares Costa – Gestora de Programas, no período de 2015 a 2016

COLABORADORA CONSEA – MAMaria José Pereira Costa

CHEFE DA ASCOMAmanda Dutra

CAPA/PROJETO GRÁFICOSilvia Regina dos S. Diniz Morais

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

INTRODUÇÃO

Espaços Educadores

A Escola Promotora de hábitos alimentares saudáveis

EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL – EAN

SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – SAN

A DIMENSÃO DA GESTÃO DO PNAE

Gestão Participativa e o Controle Social do Programa Nacional

de Alimentação Escolar

Conselho de Alimentação Escolar

Colegiado Escolar Grêmio Estudantil e a Com-Vida

A DIMENSÃO CURRICULAR

Matriz temática

PRÁTICAS SOCIAIS DA ALIMENTAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR E FORA DELE

Situação de aprendizagem 1 - Direito Humano a Alimentação Adequada - DHAA

Situação de aprendizagem 2 - Panorama da Alimentação no Brasil

Situação de Aprendizagem 3 - Grupos de Alimentos

Situação de Aprendizagem 4 - Dimensões culturais dos alimentos

Situação de aprendizagem 5 - Atividade física e saúde

Situação de aprendizagem 6 - Sistema Alimentar

Situação de aprendizagem 7 - Potabilidade da água

Situação de aprendizagem 8 - A importância do destino do lixo para o meio

ambiente e saúde da população

SUGESTÕES DE ATIVIDADES DE EAN

REFERÊNCIAS

ANEXOS

10

49

28

15

s ações de alimentação escolar são de responsabilidade dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, respeitando Aas diretrizes previstas na Lei n° 11.947/2009 e demais legislações pertinentes. Considerando a importância da

inclusão da Educação Alimentar e Nutricional para a garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada no contexto

do Programa de Alimentação Escolar (PNAE), a Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) apresenta

o Caderno de Apoio ao Trabalho Administrativo e Pedagógico com o tema Educação Alimentar e Nutricional, destinado aos

profissionais das escolas.

Este material foi elaborado por profissionais do Grupo Técnico (GT) para Educação Alimentar e Nutricional, coordenado

pela Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES), com o apoio da Coordenação de Temas Sócioeducacionais da Secretaria

de Estado da Educação (SEDUC) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), expressando uma política pública intersetori-

al para fortalecer a gestão do Programa Nacional de Alimentação Escolar nas escolas públicas maranhenses.

O objetivo deste Caderno é servir como um instrumento norteador para os professores da rede pública estadual de ensino

inserirem o tema da nutrição no âmbito escolar, com enfoque didático de forma sistematizada e à luz do conhecimento atual,

preenchendo uma lacuna na escassez de materiais orientativos institucionais com esse tema. Dessa forma, poderá contribuir de

forma decisiva para a qualificação dos docentes.

Visa, ainda, contribuir para que a escola favoreça a implementação de práticas alimentares saudáveis e possibilite a

apropriação dos conteúdos articulados ao espaço físico, gestão, currículo e a relação com a comunidade escolar. As ações

pertinentes ao tema estarão contempladas nos espaços educadores, a saber: Cardápio de Alimentação Escolar, na implantação

da Horta Escolar, na divulgação das informações no Mural da Transparência da Escola e na produção do prato saudável, incluindo

gêneros alimentares básicos, respeitando-se as referências nutricionais, os hábitos alimentares e a cultura alimentar da localida-

de.

O ponto de partida para os trabalhos foi a incorporação da alimentação como um direito humano nas suas duas dimensões:

o de estar livre da fome e ter acesso a uma alimentação adequada e saudável. Este direito está garantido na Constituição Federal

Brasileira e na Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional. Fundamentou-se, também, em diferentes referenciais teóricos

para tratar das dimensões da gestão e do currículo da escola, tendo em vista as orientações das Diretrizes Curriculares do Estado

do Maranhão que determinam como deve ser o trabalho pedagógico com os componentes curriculares disciplinares e não

disciplinares.

No Caderno são abordados os conteúdos estruturantes referentes à gestão do PNAE, os conteúdos necessários para

uma efetiva execução e acompanhamento do Programa pelos representantes do Conselho específico da política pública, mas

também do Colegiado Escolar, Grêmio Estudantil e da Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida da Escola (Com-Vida).

Além da situação de aprendizagem referente à Gestão do PNAE, também são apresentadas oito situações de aprendi-

zagem que desafiam educadores e estudantes no que se refere ao tratamento com o tema Educação Alimentar e Nutricional

presentes no cotidiano. Com os procedimentos metodológicos pretende-se alcançar uma boa sequência didática para as

atividades docentes, as quais podem ser adaptadas de acordo com a realidade local e as necessidades de aprendizagem dos

alunos.

Se utilizado como um instrumento de educação permanente dos profissionais de educação, este caderno pode contribuir

de maneira importante na incorporação do tema nos currículos escolares, com impacto positivo no ambiente das escolas, aqui

compreendidas como espaço privilegiado para as práticas promotoras de saúde.

Bom aproveitamento!

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APRESENTAÇÃO

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A situação de saúde e nutrição no Brasil é complexa e contraditória em alguns aspectos.

As pesquisas nacionais de base populacional em todas as faixas etárias revelam que as prevalên-

cias de excesso de peso e obesidade ultrapassam em muito o déficit de peso (BRASIL, 2008-

2009). Uma em cada três crianças brasileiras de cinco a nove anos de idade está com excesso de

peso. Os déficits de altura para a idade e peso para a idade alcançam 6,8% e 4,1%, respectiva-

mente, nessa faixa etária. Entre os adolescentes de 10 a 19 anos, o percentual de excesso de

peso chega a 21,5% e o de déficit de peso, 3,4%. Este fenômeno está bem documentado em

literatura e é chamado de “transição nutricional” (BRASIL, 2010).

Juntam-se a esses, dados referentes ao consumo alimentar da população brasileira

demonstrando a diminuição no consumo de alimentos básicos e aumento no de ultraprocessados

(POF, 2008-2009). O refrigerante é o 6º alimento mais consumido por crianças e adolescentes

brasileiros: 40,5% das crianças menores de cinco anos de idade e 44,97% dos adolescentes

consomem esse produto regularmente. (ERICA, 2015). Entre os escolares, 41,3% consomem

guloseimas (doces, balas, bombons, etc) em cinco ou mais dias por semana. O mais preocupante

é que esse consumo se inicia precocemente: 60,8% das crianças menores de dois anos de idade

comem biscoito ou bolachas recheadas (PNDS, 2006).

Por outro lado, observa-se a prevalência ascendente de Doenças Crônicas Não

Transmissíveis, como a hipertensão arterial, o diabete mellitus, doenças cardíacas e vários tipos de

câncer que têm a má alimentação como importante fator de risco e carências de micronutrientes

essenciais, como o ferro e a vitamina A, respondem por grande parte das morbidades que afetam

especialmente mulheres e crianças, um fenômeno denominado pelos especialistas como “fome

oculta”. Isso demonstra que no Brasil, entre as duas dimensões do Direito Humano à Alimentação

Adequada (DHAA), a de estar livre da fome e ter uma alimentação adequada e saudável, ainda há

um longo caminho a percorrer para serem concretizadas.

A Insegurança Alimentar e Nutricional (INSAN) grave, por sua vez, afeta 3% da população

brasileira. De acordo com o Relatório da FAO (2014), o Brasil saiu do mapa mundial da fome, no

entanto, o mesmo documento alerta para o fato de que a desnutrição e a Insegurança Alimentar

persistem em alguns segmentos populacionais ainda sujeitos a iniquidades sociais como as

Comunidades e Povos tradicionais (Quadro 1).

INTRODUÇÃO

Esse cenário do estado nutricional da população brasileira, com a múltipla carga da má

nutrição e da Insegurança Alimentar e Nutricional - INSAN, colocou em evidência a necessidade

de fortalecimento das políticas intersetoriais para o enfrentamento dos determinantes dos proble-

mas de saúde e nutrição.

Nesse sentido, várias iniciativas governamentais foram implantadas ao longo dos anos,

visando ao cumprimento do dever do Estado de respeitar, promover, proteger e prover o DHAA aos

seus cidadãos. Dentre estas iniciativas, destaca-se o Programa Nacional de Alimentação Escolar

(PNAE), que objetiva prioritariamente atender às necessidades nutricionais dos alunos no período

em que permanecem na escola, para que alcancem o pleno crescimento e desenvolvimento

através da oferta de alimentação saudável.

Por sua vez, a inclusão da Educação Alimentar e Nutricional (EAN) no processo de ensino

e aprendizagem no currículo escolar está contemplada nas diretrizes do PNAE (BRASIL, 2009).

A EAN não pode ser vista como uma simples maneira de ensinar às pessoas a como se alimentar

corretamente, mas também, precisa considerar as dimensões sociais e culturais das práticas

alimentares e da complexa relação entre elas e o modo de produção dos alimentos. Deve, portan-

to, estar inserida no bojo de medidas como a presença de alimentos da agricultura familiar local,

dentre outras ações promotoras de autonomia e justiça social.

Entre os grandes desafios que se impõem aos profissionais da escola para a EAN desta-

cam-se os riscos de fragmentação e de descontinuidade das ações, o envolvimento da comunida-

de escolar, a diversificação da alimentação, a incorporação do tema nos currículos e o monitora-

mento das ações propostas para avaliar a mudança de atitude. O que se pretende, então, é visuali-

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Fonte: Ministério da Saúde

QUADRO 1 - CENÁRIO ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

ObesidadeNão Transmissíveis

Crescendo

grupos etáriosem todos os

Insegurança Alimentar e Nutricional

Alimentação Inadequada

Doenças CrônicasDesnutrição

Deficiências de

Micronutrientes

Principal causa de

populaçãomortalidade na

Redução significante, mas

comunidades tradicionaisprevalente em povos e

Persistente, especialmente

(ex: anemia)em crianças e mulheres

zar os produtos resultantes do impacto positivo na mudança da gestão e do processo pedagógico

do PNAE quais sejam, o cardápio escolar, a horta escolar comunitária, o prato saudável e ao mural

da transparência. Para isso, contamos com os Espaço Educadores, com base no Programa Mais

Educação (Decreto nº 7.083/10 - art. 2º, inciso V) que prevê a criação de espaços educadores

sustentáveis, abrange a inserção da dimensão socioambiental nos currículos, na formação de

professores e na elaboração de materiais didáticos; a gestão sustentável e a readequação dos

prédios escolares. Por isso, propõe-se uma ação articulada entre o currículo, gestão, relação

escola e comunidade e espaço construído. Espaços educadores (o cardápio de alimentação

escolar, a horta escola, o prato saudável e o mural da transparência) têm a intencionalidade

pedagógica de se constituírem em referências de sustentabilidade sócioambiental, por meio de

tecnologias apropriadas, permitindo maior qualidade de vida.

CARDÁPIO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

O cardápio da alimentação escolar deve ser elaborado por nutricionista habilitado, aten-

dendo às necessidades nutricionais específicas e garantindo os nutrientes necessários para a boa

condição de saúde dos educandos, conforme percentuais mínimos estabelecidos no artigo 14 da

Resolução nº 26/2013 (BRASIL, 2013).

Ferramenta de planejamento que visa assegurar a oferta de uma alimentação equilibrada,

o cardápio deve contemplar gêneros alimentícios básicos, de modo a respeitar as recomendações

nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura alimentar da localidade e pautar-se na sustentabili-

dade, sazonalidade, diversificação agrícola da região e na alimentação saudável e adequada. Por

se tratar de interesse de toda a comunidade escolar, os cardápios com as devidas informações

nutricionais deverão estar disponíveis em locais visíveis nas Secretarias de Educação e nas

escolas.

HORTA ESCOLAR

Ter uma horta na escola representa um excelente recurso para trabalhar conteúdo e

valores com crianças e adolescentes. O crescimento das plantas serve como ferramenta para

estudos de ciências e matemática, por exemplo, além de incentivar a alimentação saudável e o

cuidado com o meio ambiente. Antes de iniciar qualquer tipo de plantio é necessário decidir o que

será plantado, quanto de espaço é necessário e como ele será utilizado. Então, o primeiro cuidado

é pensar no formato do jardim, se o plantio será feito direto no solo, em caixas, camas de plantio ou

dentro de recipientes.

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ESPAÇOS EDUCADORES:

A horta escolar serve de objeto de estudo interdisciplinar. Os estudantes discutem temas

como alimentação, nutrição e ecologia que aliados ao trato com a terra e plantas, geram situações

de aprendizagem reais e diversificadas. Assim, os educadores devem dar o máximo de responsa-

bilidades às crianças, inserindo-as nas discussões sobre o rumo do projeto e cuidados com as

plantas. A produção e consumo de alimentos naturais pelos alunos, atividades ligadas à culinária

na escola, troca de conhecimentos, inserção de assuntos como a economia doméstica, a influência

nas escolhas alimentares das crianças, além de apresentar na prática as consequências que

ações do homem têm em relação ao meio ambiente.

PRATO SAUDÁVEL

O prato saudável tem como base as recomendações do Guia Alimentar para a População

Brasileira (BRASIL, MS, 2014), para uma refeição nutricionalmente balanceada, saborosa,

adaptada à cultura local, elaborada com alimentos produzidos de maneira socialmente justa e

sustentável. Deve ser composto de preparações culinárias feitas com variedades de alimentos in

natura ou minimamente processados, podendo ser complementadas em pequenas quantidades

por alimentos processados. O prato saudável precisa ser colorido e atraente, com os diversos

grupos de alimentos que possuem na sua composição os diversos nutrientes essenciais a uma boa

saúde, como carboidratos, proteínas, vitaminas, minerais e fibras.

Para compor uma refeição com todos os alimentos adequados, metade do prato deve ser

composto por vegetais, ¼ por carnes e feijões e ¼ por cereais, preferencialmente integrais, confor-

me a figura 1.

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A ESCOLA PROMOTORA DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS

O Mural da Transparência da Escola é um artifício pedagógico destinado a divulgar os atos

administrativos da escola pública: dados, informações e demonstrativos sobre a execução orça-

mentária de cada exercício fiscal para a comunidade escolar. Além disso, o Mural também consoli-

da as aprendizagens geradas com os conteúdos nas aulas, projetos e na Comissão de Meio

Ambiente e Qualidade de Vida da escola. Os documentos fiscais precisam ficar disponíveis para o

controle da própria comunidade, pois comprovação das despesas justifica a decisão de uma

comunidade escolar em aplicar o recurso (executar as ações): extratos bancários, notas fiscais e

recibos, plano de aplicação dos recursos e prestação de contas confirmam todo o percurso sobre

como foi gasto o orçamento da escola.

A alimentação interfere diretamente no processo de aprendizagem, logo crianças desnutri-

das e com carências nutricionais específicas, apresentam rendimento inferior aquelas que são bem

alimentadas.

Na fase escolar ocorre uma ampliação nos hábitos alimentares e aumento das necessida-

des nutricionais. Assim, verifica-se a importância das práticas alimentares, no ambiente, da

mesma maneira que na gestão, currículo e relação escola e comunidade, contribuindo para incor-

porar hábitos alimentares saudáveis, minimizando carências nutricionais, e o excesso de peso.

MURAL DA TRANSPARÊNCIA

O QUE SERVIR

Para que o aluno tenha um crescimento e desenvolvimento satisfatório,

precisa estar bem alimentado, logo, a escola tem que oferecer uma refeição que

corresponda a no mínimo 20% das suas necessidades nutricionais diárias.

O Cardápio Escolar deve considerar a vocação agrícola e o período

sazonal da região, garantindo participação da produção local na alimentação

escolar e enriquecendo o cardápio e melhorando aceitabilidade dos alimentos

pelos alunos.

Ressalta-se ainda a importância do controle sobre qualidade e a quantida-

de dos alimentos consumidos. Por isso, a necessidade de orientar os merendei-

ros, professores e os próprios alunos a respeito da quantidade dos alimentos

adequados a cada faixa etária; para que as recomendações nutricionais sejam

cumpridas. Para tanto, sugere-se atividades de educação nutricional que utilizem

cartazes com representações gráficas das porções adequadas de acordo com o

prato saudável e as diferentes faixas etárias que podem auxiliar no processo de

porcionamento das refeições.

Outro aspecto a se considerar é a ingestão adequada de água pelos alunos, para

tanto, a escola deve disponibilizar o acesso contínuo à água potável no refeitório e

pontos de circulação da escola.

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EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL - EAN

O que orientar

O consumo de alimentos industrializados de alta densidade energética com grande quanti-

dade de gorduras, açúcar e baixo valor nutricional, deficientes em minerais e vitaminas aliado à

falta de atividades físicas são apontados como principais causas do aumento do excesso de peso

entre crianças nas fases escolar no Brasil. Ressalta-se que a propaganda é um fator que estimula

o consumo destes alimentos, como por exemplo, refrigerantes, guloseimas, salgadinhos e biscoi-

tos de pacote e outros produtos de baixo valor nutricional. A escola, além de evitar a oferta dos

alimentos acima apontados tem a obrigatoriedade de oferecer, no mínimo, três porções de frutas e

hortaliças por semana aos alunos.

Neste quesito fica evidente a necessidade de se trabalhar a educação nutricional no

ambiente escolar, orientando para que tenham uma visão crítica sobre as propagandas, os rótulos

e o valor nutricional dos alimentos.

A Educação Alimentar e Nutricional é um campo de conhecimento e prática contínua e

permanente, intersetorial e multiprofissional, que utiliza diferentes abordagens educacionais

problematizadoras e ativas que visem principalmente o diálogo e a reflexão junto a indivíduos ao

longo de todo o curso da vida, grupos populacionais e comunidades, considerando os determinan-

tes, as interações e significados que compõem o comportamento alimentar (BRASIL, 2012).

EAN é, portanto, um instrumento de realização de Segurança Alimentar e Nutricional SAN e

da garantia dos Direitos Humanos à Alimentação Adequada - DHAA.

A escola é um espaço privilegiado de ensino e aprendizagem na promoção de estratégias e

programas, voltados para a Educação Alimentar e Nutricional.

Neste sentido, ações de Educação Alimentar e Nutricional devem ser constantemente

dirigidas aos escolares por profissionais capacitados e que estejam efetivamente envolvidos com a

alimentação na escola.

Os conceitos utilizados em EAN são abstratos para os alunos, por isso devem ser trabalha-

dos utilizando-se atividades de conteúdo prático para que se tenha resultados positivos, de modo

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SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - SAN

A Segurança Alimentar e Nutricional, compreende “a realização do direito de todos ao

acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprome-

ter o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras

de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambientais, cultural, econômica e

socialmente sustentáveis” (Art. 3º da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional –

LOSAN).

a facilitar o processo de aprendizagem, como por exemplo: Cardápio de Alimentação da Escola,

Horta, Mural da Transparência e o Prato Saudável que proporcionam uma vivência como o tema

desde a escola.

É importante ressaltar a necessidade de envolver toda a comunidade escolar, inclusive

família de alunos, profissionais da saúde, associações comunitárias, o Colegiado Escolar, o

Grêmio Estudantil e a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida, Com-Vida.

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A explicitação desse conceito nos leva a compreender que a Segurança Alimentar e

Nutricional abrange:

n Acesso as informações sobre alimentação saudável que estimula a mudança de hábitos

alimentares;

n Uma alimentação saudável com base nos alimentos regionais, saborosa, variada,

balanceada entre a quantidade e a qualidade dos alimentos consumidos, colorida, higiênico-

sanitária e de custo acessível.

n Estado nutricional adequado, motivo pelo qual os pais, gestores e professores devem

adotar postura permanente de vigilância alimentar e nutricional incluindo a aferição regular das

medidas antropométricas de peso e estatura dos alunos.

n Realização de atividade física incluindo esportes e atividades lúdicas adequadas para

cada faixa etária.

SEGURANÇA ALIMENTAR COMO UM DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA - DHAA

A Segurança Alimentar como direito humano está regulamentada através de marcos legais

internacionais e nacionais. Dentre os principais marcos destacamos: Declaração Universal dos

Direitos Humanos de 1948 (Artigo 25); Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e o

Comentário Geral nº 12 da ONU. No Brasil, Emenda Constitucional nº 64, que inclui a alimentação

no artigo 6º da Constituição Federal; LOSAN Nacional 11.346/2006; LOSAN Estadual

10.152/2014.

Dessa forma, para garantir esse Direito Humano à Alimentação Adequada-DHAA o Estado

brasileiro tem as obrigações de respeitar, proteger, promover e prover a alimentação da popula-

ção. Da mesma forma, a população tem o direito de exigir que eles sejam cumpridos, por meio de

mecanismos de exigibilidade.

Como desafio para a garantia do direito humano à alimentação adequada e da soberania e

segurança alimentar e nutricional apontamos a necessidade de respeitar a diversidade cultural e

de formas de organização e produção, de modo que se assegure a participação das comunidades

e sua autonomia para produzir e consumir.

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O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é regulamentado pela Lei

Nº11.947/2009, tem por objetivo, contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicos-

social, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos

alunos, por meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições que cubram

as suas necessidades nutricionais durante o período letivo (BRASIL, 2009).

O PNAE gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) tem

como objetivo primordial atender as necessidades nutricionais dos alunos durante a sua perma-

nência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento biopsicossocial, a

aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de práticas alimentares saudáveis.

Existem duas modalidades de operacionalização do PNAE: centralizada e escolarizada. O

governo do Estado do Maranhão adotou a modalidade escolarizada, ou seja, transfere os recursos

diretamente para as escolas (caixa escolar) pertencentes à rede, que passam a ser responsáveis

pela execução do programa.

O público atendido pelo PNAE é formado pelos alunos da Educação Básica, matriculados

em escolas públicas, filantrópicas e em entidades comunitárias (conveniadas com o poder públi-

co), por meio da transferência de recursos financeiros.

Os recursos são programados conforme o Censo Escolar realizado pelo Instituto Nacional

de Estudos e Pesquisas “Anísio Teixeira” – INEP, no ano anterior ao atendimento. Os cardápios da

alimentação escolar são elaborados pelas nutricionistas, embasados nas diretrizes da

Resolução/CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013. E a aquisição de gêneros alimentícios, no

âmbito do PNAE, deverá obedecer ao cardápio e sempre que possível, no mesmo ente federativo

em que se localizam as escolas, priorizando os alimentos orgânicos e/ou agroecológicos.

Dos recursos financeiros, no mínimo 30% devem ser empregados nas compras de produ-

tos da Agricultura Familiar. A aquisição dos produtos da Agricultura Familiar poderá ser realizada

por meio da Chamada Pública, dispensando-se, nesse caso, o procedimento licitatório. A

Coordenação Geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar – CGPAE/FNDE elaborou o

Manual de Aquisição de Produtos da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar, que tem

A DIMENSÃO DA GESTÃO DO PROGRAMA

NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

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como objetivo apresentar o passo-a-passo do processo de aquisição da agricultura familiar. Para

informações complementares consulte o site: http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-

escolar/agricultura-familiar.

O Programa estabelece um limite de no máximo 30% do recurso repassado para aquisição

de alimentos enlatados, embutidos, doces, alimentos compostos (dois ou mais alimentos embala-

dos separadamente para o consumo conjunto), preparações semiprontas ou prontas para o

consumo, ou alimentos concentrados (em pó ou desidratados para constituição). E também proíbe

a aquisição de bebidas com baixo valor nutricional tais como refrigerantes e refrescos artificiais,

bebidas ou concentrados à base de xarope de guaraná ou groselha, chás prontos para o consumo

e outras bebidas similares.

A transferência dos recursos financeiros pode ser suspensa em casos de inadimplência na

prestação de contas do Programa, bem como pelo vencimento do mandato do Conselho de

Alimentação Escolar – CAE, conforme previsto no art. 41, da Resolução CD/FNDE nº 26, de 17

de junho de 2013.

Todas as regras do Programa Nacional de Alimentação Escolar estão contidas na Lei º

11.947/2009 e na Resolução CD/FNDE nº 26/2013 (atualizada pela Resolução CD/FNDE nº

04/2015) – e ambas poderão ser consultadas no site do FNDE. Acesse em:

http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar

Legislações

* LEI 11.947 DE 16 DE JUNHO DE 2009

* RESOLUÇÃO Nº 4 DE 2 DE ABRIL DE 2015

* RESOLUÇÃO Nº26 DE 17 DE JUNHO DE 2013

* RESOLUÇÃO Nº 1 DE 8 DE FEVEREIRO DE 2017

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GESTÃO PARTICIPATIVA E O CONTROLE SOCIAL DO PNAE

O controle Social é garantido pela Constituição Federal de 1988 possibilitando à

população brasileira a participação nas decisões, acompanhamento dos programas

governamentais.

O Controle Social é um instrumento de democratização do poder, dando concretude à

participação social, tendo caráter educativo, servindo para reivindicação de direitos coletivos e

interferindo assim nas práticas políticas, tornando-se, portanto, ferramenta para a consecução da

Gestão Participativa.

Compete ao FNDE e ao Conselho de Alimentação Escolar (CAE) fiscalizar a execução do

programa, além do Tribunal de Contas da União (TCU), da Controladoria Geral da União (CGU),

do Ministério Público e do CONSEA.

Em caso de identificação de alguma irregularidade sob pena de responsabilidade solidária

dos conselheiros o CAE deve comunicar o fato ao FNDE, aos Tribunais de Contas, à

Controladoria- Geral da União, ao Ministério Público e aos demais órgãos de controle. Qualquer

cidadão pode denunciar irregularidades a um desses órgãos, ficando assegurado o sigilo de seus

dados.

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É um instrumento que tem por função acompanhar e monitorar os recursos federais

repassados pelo FNDE para a alimentação escolar. Em relação as atribuições do CAE, destaca-se

a análise da prestação de contas do gestor, registrada no SIGPC ONLINE, para a emissão do

Parecer Conclusivo acerca da execução do Programa no SIGECON Online.

Recomenda-se aos gestores que construam o Mural da

Transparência da Escola, contendo informações sobre prestação de

contas, o Cardápio Escolar, a Chamada Pública do PNAE regularmente.

Maiores esclarecimentos estão disponíveis endereços eletrônicos em:

http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar/alimentacao-escolar-contatos.

Sobre a gestão financeira e a prestação de contas, acessar o site:

http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar

CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (CAE)

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No ensino público brasilei-

ro, a gestão participativa é uma

experiência relativamente nova e

chegou com a proposta da gestão

democrática, confirmada pela

LDB, em 1996, e pelo Plano

Nacional de Educação, em 2001.

Nas escolas surgem os ÓRGÃOS

DEMOCRÁTICOS e estes são

espaços privilegiados para o

processo de construção da

democracia e cidadania. O

Colegiado Escolar, o Grêmio e a

Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida/Com-Vida são fundamentais para um ambiente

democrático e participativo, como também para tratar sobre as questões político-pedagógicas,

administrativas e financeiras no âmbito da escola. O PNAE também deve ser tematizado nesses

colegiados escolares.

COLEGIADO ESCOLAR, GRÊMIO ESTUDANTIL E A COM-VIDA

20

PRINCIPAIS CONTEÚDOS DO EIXO PEDAGÓGICO

n Alimentos nutritivos

n A nutrição adequada para o bom desempenho escolar

n Necessidades nutricionais de crianças

n Necessidade nutricionais de adolescentes

A DIMENSÃO CURRICULAR

A didática instrumentaliza o trabalho pedagógico em quatro aspectos do ensino: o que

aprender, o que ensinar, como ensinar e o que avaliar. O ato de ensinar precisa ser fundamentado

no diálogo entre o professor e o aluno, onde o docente tem o papel de mediador dos

conhecimentos técnicos-científicos disciplinares e temáticos. Este fundamento recebe o nome de

método e segue alguns passos que foram delimitados com base na Pedagogia Histórico – Critica.

DIAGNÓSTICO

resolução

CATARSE

(Normas)PRÁTICA

DE GESTÃOplano de ação(Acompanhamento)

21

O QUE DEVE SER APRENDIDO?

O QUE DEVE SER ENSINADO?

Eixos: Gestão, Controle Social e Direito

A alimentação é um direito humano

Todo indivíduo tem direito à uma alimentação adequada e saudável;

É obrigação do governo garantir alimentação ao estudante no ambiente escolar.

·

Direito Humano à Alimentação Adequada (artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos) –

(direito)

·

Artigo da Emenda Constitucional 064/2010

(direito)

·

Proporção entre alimentos in natura e alimentos industrializados na composição do cardápio -

PNAE (gestão)

·

O papel do Conselho de Alimentação Escolar (controle)

Gestão:

Fornecer alimentação escolar de qualidade, de acordo com os critérios estabelecidos para a composição de um bom cardápio

quanto à composição nutricional, ao respeito à cultura alimentar e do ponto de vista higiênico sanitário, assegurando, ainda, a capacitação continuada das merendeiras, e

sua permanência no quadro de profissionais;

Identificar a implantação de hortas escolares e canteiros sustentáveis como uma atividade indispensável para a garantia do direito a uma alimentação adequada e saudável;

Os procedimentos do pedagógicos:

Controle Social-

Identificar as principai s situações de violação do DHAA e reconhecer o papel do M inistério Publico como instância responsável por

assegurar a aplicação da lei nas principais situações de violação;

Compreender o papel e a importância da Ouvidoria da SEDUC, do Colegiado E scolar, CONSEA-

MA, dos COMSEAs e dos CAE s, reconhecer a importância da Utilização do Mural da Transparência na escolas

Direito:

Sensibilizar os gestores a manter o Mural Escolar atualizado, contendo informações sobre a operacionalização do PNAE ( prestação de contas, cardápio, importância sobre as chamadas públicas e o passo a passo para operacionalização do PNAE);

Garantir mecanismo de divulgação da importância da Lei 11.947/2009-

que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do programa dinheiro direto na Escola aos alunos da educação básica (contendo as responsabilidades do Estado e como deve ser feita a utilização dos recursos);,

Conceito de Alimentação Adequada

·

Conhecer os grupos de alimentos de acordo com os tipos de nutrientes;

·

Recomendação

da OMS sobre o Aleitamento materno;

·

Prato Saudável;

·

Regras de Ouro de manipulação de alimentos da OMS

Sistema Alimentar (cadeia Alimentar)

·

Classificação dos Alimentos de acordo com a forma de produção (in natura, minimamente processados, processados e

ultraprocessados) –

Novo Guia Alimentar para a População Brasileira 2014 do MS;

·

Mínimo de 30% dos alimentos comprados para a Alimentação Escolar deverá vir da Agricultura Familiar local;

·

A importância do consumo integral dos alimentos.

·

Comensalidade

·

10 passos para uma alimentação saudável -

Novo Guia Alimentar para a População Brasileira 2014 do MS

MATRIZ TEMÁTICA

22

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1

Os estudantes estão sendo liberados mais cedo devido à falta de alimentação escolar. Com

isso, os professores estão sendo obrigados a reduzir dez minutos de cada aula, de modo a encurtar

a permanência do aluno na escola, acarretando um prejuízo na aprendizagem dos mesmos. Você

sabia que Alimentação Escolar é um direito?

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2

O estudante só quer se alimentar de frituras, guloseimas e refrigerantes. Ele está acima do

peso, com anemia e taxas de açúcar e colesterol altas. O que deve ser feito para modificar os

hábitos alimentares desse aluno, através da EAN?

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3

A escola oferece um cardápio variado incluindo verduras e hortaliças. Porém, muitos

estudantes não gostam desses alimentos. Como trabalhar com o tema Educação Alimentar e

Nutricional para que os estudantes compreendam que esses alimentos são importantes para o

crescimento e fortalecimento do organismo?

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4

A escola utiliza no cardápio alimentos que não fazem parte da produção local, dando

preferência para os alimentos de outras regiões. Muitos alunos rejeitam as refeições. O que fazer

para melhorar o cardápio da escola?

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5

A criança não apresenta interesse em participar de nenhuma atividade recreativa na

escola. Como seria possível incentivar a prática da atividade física para ela e seus colegas?

PRÁTICAS SOCIAIS DA ALIMENTAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR E FORA DELE

23

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6

O pai de um estudante foi ao supermercado comprar frutas e deparou-se com uma promo-

ção de pacotes de salgadinhos anunciados na TV. Qual a influência da mídia sobre os hábitos

alimentares?

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7

Uma estudante tem apresentado muitas dores de barriga durante as aulas. Foi diagnostica-

da verminose decorrente da água utilizada não filtrada e nem fervida. O que isso tem a ver com o

tema Educação Alimentar e Nutricional?

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8

Nos cestos de lixo nas proximidades da escola existem muitas cascas, folhas e talos de

hortaliças e frutas. A coleta de lixo não é regular, de modo que o lixo se acumula por vários dias,

atraindo insetos e roedores para a comunidade. O que poderia ser feito com o lixo orgânico?

24

Os estudantes estão sendo liberados mais cedo

devido à falta de alimentação escolar. Com isso, os

professores estão sendo obrigados a reduzir dez

minutos de cada aula, de modo a encurtar a permanên-

cia do aluno na escola. Acarretando um prejuízo na

aprendizagem do mesmo. Você sabia que Alimentação

Escolar é um direito?

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 - DHAA

O Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) é a garantia inerente a todas as

pessoas, de "ter acesso regular, permanente e irrestrito à alimentação quantitativa e qualitativa-

mente adequada e suficiente. Esta deve corresponder às tradições culturais do povo a que o

consumidor pertence, e garantir uma vida física e mental, individual e coletivamente plena e digna,

livre do medo” (BRASIL, 2013).

De acordo com o Artigo nº 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, toda pessoa

tem direito a um nível de vida que ofereça a si e a sua família a saúde e o bem-estar, principalmente

quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e aos serviços sociais. É

isso mesmo, a alimentação é um direito de todos! E está relacionada ao que se chama Segurança

Alimentar e Nutricional (SAN), que é a realização do direito de todos a uma alimentação saudável,

acessível, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente. Para que ela ocorra, o

acesso aos alimentos não pode comprometer o acesso a outras necessidades essenciais (como

educação, vestuário, lazer, etc.) e precisa respeitar as características de cada região.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, 2013) revelou que 17,7 milhões

de domicílios, do total de 58,6 milhões pesquisados, encontravam-se em algum grau de

Insegurança Alimentar, o que representa 30,2% dos domicílios pesquisados. Isto significa que, de

certa forma, as pessoas que vivem nessas famílias, que representam o total de 65,6% milhões de

pessoas, estão tendo o DHAA violado e desprotegido. Em 2013 a população maranhense tinha um

índice de 60,9 % de insegurança alimentar, sendo 37,1% leve, 13,9% moderada e 9,8% grave

(significa em média 686.000 maranhenses). Para garantir o DHAA aos estudantes, o governo

brasileiro criou o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

INSTRUMENTALIZAÇÃO

25

A compreensão do Direito à Alimentação Adequada como um direito Humano:

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, estabelecida em 1948, descreve, em seu

Artigo 1º que “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dota-

dos de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.

Esses direitos são universais, inalienáveis, não podem ser subtraídos, independem de

legislação especial, destacando-se uma vida digna, liberdade, igualdade, trabalho, terra, saúde,

moradia, educação, alimentação... Todos os direitos humanos estão interligados, portanto, a plena

realização de um direito muitas vezes, depende da realização de outros direitos humanos.

O conceito de DHAA foi incorporado à Constituição Federal Brasileira de 1988, através da

Emenda Constitucional nº 64/ 2010, que em seu Artigo 6º estabelece: “São direitos sociais a

educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência

social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta

Constituição.” (BRASIL, 1988).

Portanto, são obrigações do Estado em relação ao DHAA: respeitar, proteger, promover

e prover. O não cumprimento dessas obrigações seja por ação direta de instituições públicas que

resulta em interferência na realização do direito, ou pela omissão do Estado na adoção de medidas

necessárias provenientes de suas obrigações legais se configuram como violação aos direitos

humanos.(BRASIL, 1992).

Erradicar a fome é o objetivo nº 2 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)

das Nações Unidas para 2030 almejando acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e

promover a agricultura sustentável para garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os

pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e

suficientes durante todo o ano. (ONU, 2015).

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E O CONTROLE SOCIAL

Alguns mecanismos que facilitam o diálogo do governo com a população, entre eles, os

Conselhos instituídos no Brasil pela Constituição de 1988, trouxeram para a cena brasileira a

expressão controle social. Desde então, os Conselhos de Controle Social se institucionalizaram

em praticamente todo o conjunto de políticas sociais no país e atualmente eles asseguram a

presença de diversos atores na formulação, na gestão, na implementação e/ou no controle das

políticas sociais.

26

O Conselho de Alimentação Escolar deve zelar pelo Programa, atentar para que se reali-

zem adequadamente os processos de aquisição de alimentos até a distribuição de uma refeição

equilibrada, saudável, ambientalmente sustentável e saborosa. Os Conselheiros de Alimentação

Escolar devem acompanhar todo o processo de execução do PNAE durante o ano letivo e avaliar a

prestação de contas do programa uma vez ao ano.

O PNAE foi criado com o objetivo de suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos

alunos beneficiários, através da oferta de no mínimo uma refeição diária, visando atender aos

requisitos nutricionais referentes ao período em que este se encontra na escola, contribuindo para

o seu crescimento, desenvolvimento, aprendizagem e rendimento escolar.

Para tanto, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão responsá-

vel pela gestão do Programa, transfere uma verba diretamente aos estados e municípios em contas

correntes específicas abertas pelo próprio FNDE, sem necessidade de celebração de convênio,

ajuste, acordo, contrato ou qualquer outro instrumento. A transferência é feita em dez parcelas

mensais, a partir do mês de fevereiro, para a cobertura de 200 dias letivos, ou seja, cada parcela

corresponde a vinte dias de aula. O valor repassado é estabelecido de acordo com o número de

alunos informados no Censo Escolar. Os recursos financeiros deverão ser incluídos nos orçamen-

tos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios atendidos e serão utilizados exclusivamente

na aquisição de gêneros alimentícios. O Programa do FNDE tem caráter suplementar.

As atribuições de cada esfera de governo estão estabelecidas na Lei nº 11.947, de

16/06/2009, cabendo à União, dentre outras competências, estabelecer as normas gerais de

planejamento, execução, controle, monitoramento e avaliação do PNAE.

Os estados e municípios, no âmbito de suas respectivas jurisdições administrativas, devem

garantir que a oferta da alimentação escolar se dê em conformidade com as necessidades nutricio-

nais dos alunos, durante o período letivo, observando as diretrizes estabelecidas nesta Lei, bem

como o disposto no inciso VII do Art. 208 da Constituição Federal.

Devem, ainda, promover a educação alimentar e nutricional, sanitária e ambiental nas

escolas sob sua responsabilidade administrativa, com o intuito de formar hábitos alimentares

saudáveis aos alunos atendidos, mediante atuação conjunta dos profissionais de educação e do

nutricionista.

No que se refere ao controle social, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-

rão, no âmbito de suas respectivas jurisdições administrativas, Conselhos de Alimentação Escolar

- CAE, órgãos colegiados de caráter fiscalizador, permanente, deliberativo e de assessoramento,

27

compostos por representantes do Poder Executivo, das entidades de trabalhadores da educação e

de discentes, de família de alunos e de entidades civis organizadas.

Ao CAE compete acompanhar e fiscalizar o cumprimento das diretrizes, acompanhar e

fiscalizar a aplicação dos recursos destinados à alimentação escolar e zelar pela qualidade dos

alimentos, em especial quanto às condições higiênicas, bem como a aceitabilidade dos cardápios

oferecidos.

Os CAEs poderão desenvolver suas atribuições em regime de cooperação com os

Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional estaduais e municipais e demais conselhos afins,

e deverão observar as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e

Nutricional - CONSEA.

O Controle Social

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) deve estar funcionando correta-

mente. Caso você identifique algum problema no desenvolvimento do programa os órgãos respon-

sáveis deverão ser acionados. O Conselho de Alimentação Escolar é responsável pelo controle

social do PNAE, isto é, por acompanhar a aquisição dos produtos, a qualidade da alimentação

ofertada aos alunos, as condições higiênico-sanitárias em que os alimentos são armazenados,

preparados e servidos, a distribuição e o consumo, a execução financeira e a tarefa de avaliação

da prestação de contas das Entidades Executoras-EEX e emissão do Parecer Conclusivo.

PROCEDIMENTOS E RECURSOS

Introdução ao tema com a exibição do vídeo sobre DHAA e

atividades propostas no caderno pedagógico da série temática

“Educação à Mesa” do Programa Fome Zero- MDS/ Fundação

Roberto Marinho.

Atividade: Interpretação da letra da música “Comida” dos Titãs.

(ANEXO I)

28

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 - PANORAMA DA ALIMENTAÇÃO NO BRASIL

O estudante só quer se alimentar de frituras, guloseimas e refrigerantes. Ele está acima do

peso, com anemia e taxas de açúcar e colesterol altas. O que pode ser feito para modificar os

hábitos alimentares desse aluno, por meio da EAN?

INSTRUMENTALIZAÇÃO

Assim como em outros países do mundo, o Brasil vem passando por diversas mudanças na

forma como a população se comporta, principalmente em relação aos hábitos alimentares e à

prática de exercício físico. Quanto à alimentação, o que podemos observar, desde a década de

90, é uma diminuição no consumo dos alimentos característicos de cada região (frutas, verduras e

legumes), aumento no consumo de alimentos com altas quantidades de açúcar simples, de

gordura e de sal. Isto pode ter ocorrido por vários motivos, entre eles: a mudança de um número

muito grande de pessoas do ambiente rural para a cidade, o aumento da variedade e ampliação do

acesso aos produtos industrializados (que em sua maioria apresentam composição nutricional

desbalanceada) e o aumento das propagandas desses produtos.

As consequências dessas mudanças são o aumento das prevalências de excesso de peso

e obesidade entre os brasileiros de todas as faixas etárias, inclusive as crianças e a persistência

das deficiências de muitos elementos essenciais à saúde. A alimentação inadequada para diversos

micronutrientes como por exemplo: o ferro, a vitamina A e a vitamina B1, caracteriza o que se

chama de fome oculta, demonstrando consumo alimentar em quantidade adequada, porém

deficiente em micronutrientes essenciais (SILVA et al, 2010).

Adotar uma alimentação saudável não é apenas uma questão de escolha individual,

depende do ambiente onde se vive. Nesse contexto a escola tem um papel fundamental na promo-

ção da alimentação adequada e saudável capaz de reverter a forte tendência do aumento do

consumo de alimentos ultraprocessados pelas crianças. As entidades executoras devem seguir as

diretrizes na gestão do PNAE e incluir no currículo escolar atividades que contribuam para a

compreensão do aluno sobre os efeitos maléficos do consumo desses produtos e a relação entre o

consumo de alimentos saudáveis com a saúde e o bem-estar.

Dessa forma, a criança, em um período de formação dos seus hábitos alimentares, irá

ampliar sua autonomia para fazer escolhas de alimentos saudáveis, contribuindo para a garantia

da SAN e ao cumprimento do DHAA.

29

A fase escolar inclui crianças com idade de 7 anos até o início da puberdade. No entanto, o

escolar no âmbito educacional é a criança de 6 a 14 anos de idade. Esta etapa caracteriza-se por

um lento e constante crescimento. Os dentes permanentes começam a aparecer nessa fase.

Desse modo, os bons hábitos de saúde, como a alimentação e a higiene, devem ser reforçados

para evitar a ocorrência de problemas dentários, como, por exemplo, a cárie. Nesse período, a

criança é mais independente e, portanto, começa a demonstrar preferências, aversões, apresen-

tando senso crítico. Isso reflete diretamente nos hábitos alimentares, promovendo uma melhor

aceitação de preparações alimentares diferentes e mais sofisticadas. É nessa época da vida que

ocorre um aumento da atividade física por meio do uso de bicicletas, patins e outras brincadeiras, o

que aumenta o gasto de energia. Porém, é nessa fase também que as crianças podem se tornar

sedentárias com o uso de videogames, computador e televisão. Por isso, é importante que a escola

estimule a prática de atividade física.

O apetite do escolar costuma ser muito maior que o do pré- escolar, sendo também compa-

tível com o estilo de vida da criança. Porém, a falta do café da manhã normalmente começa nessa

fase, provavelmente pela maior independência da criança. Esse aspecto deve ser observado pelos

familiares e pelos educadores, pois pode prejudicar o desenvolvimento da criança, comprometen-

do o seu rendimento escolar. Por isso, é importante que todas as crianças estejam bem alimenta-

das, principalmente no período escolar, para evitar que fiquem desatentas durante a aula.

ALIMENTAÇÃO NA FASE ESCOLAR

O PAPEL DA ESCOLA EM RELAÇÃO À EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL:

Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009. No Artigo 2º Inciso II – a inclusão da

educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem, que

perpassa pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o

desenvolvimento de práticas saudáveis de vida nas perspectivas da segurança

alimentar e nutricional

A Lei estadual nº 10.110, de 26 de junho de 2014 inclui nas escolas públicas

estaduais do ensino médio as orientações sobre o Programa de Educação e

Segurança Alimentar, em caráter complementar de 16 horas anuais.

O Guia Alimentar para a População Brasileira orienta sobre como fazer

escolhas alimentares saudáveis e conscientes:

30

FAZER DE ALIMENTOS IN NATURA OU MINIMAMENTE

PROCESSADOS A BASE DA ALIMENTAÇÃO

Em grande variedade e predominantemente de origem vegetal, alimentos

in natura ou minimamente processados são a base ideal para uma

alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente

apropriada e promotora de um sistema alimentar socialmente e

ambientalmente sustentável. Variedade significa alimentos de todos os

tipos – grãos, raízes, tubérculos, farinhas, legumes, verduras, frutas,

castanhas, leite, ovos e carnes – e variedade dentro de cada tipo – feijão,

arroz, milho, batata, mandioca, tomate, abóbora, laranja, banana, frango,

peixes, etc.

UTILIZAR ÓLEOS, GORDURAS, SAL E AÇÚCAR EM PEQUENAS

QUANTIDADES AO TEMPERAR E COZINHAR ALIMENTOS E CRIAR

PREPARAÇÕES CULINÁRIAS

Utilizados com moderação em preparações culinárias com base em

alimentos in natura ou minimamente processados, óleos, gorduras, sal e

açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação

sem torná-la nutricionalmente desbalanceada.

LIMITAR O CONSUMO DE ALIMENTOS PROCESSADOS

Os ingredientes e métodos usados na fabricação de alimentos

processados – como conservas de legumes, compota de frutas, pães e

queijos – alteram de modo desfavorável a composição nutricional dos

alimentos dos quais derivam. Em pequenas quantidades, podem ser

consumidos como ingredientes de preparações culinárias ou parte de

refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados.

EVITAR O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS

Devido a seus ingredientes, alimentos ultraprocessados – como biscoitos

recheados, “salgadinhos de pacote”, refrigerantes e “macarrão

instantâneo” – são nutricionalmente desbalanceados. Por conta de sua

formulação e apresentação, tendem a ser consumidos em excesso e a

substituir alimentos in natura ou minimamente processados. Suas formas

de produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo

desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente.

COMER COM REGULARIDADE E ATENÇÃO, EM AMBIENTES

APROPRIADOS E, SEMPRE QUE POSSÍVEL, COM COMPANHIA

Procure fazer suas refeições em horários semelhantes todos os dias e

evite “beliscar” nos intervalos entre as refeições. Coma sempre devagar e

desfrute o que está comendo, sem se envolver em outra atividade.

Procure comer em locais limpos, confortáveis e tranquilos e onde não haja

estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimento. Sempre

que possível, coma em companhia, com familiares, amigos ou colegas de

trabalho ou escola. A companhia nas refeições favorece o comer com

regularidade e atenção, combina com ambientes apropriados e amplia o

desfrute da alimentação. Compartilhe também as atividades domésticas

que antecedem ou sucedem o consumo das refeições.

FAZER COMPRAS EM LOCAIS QUE OFERTEM

VARIEDADES DE ALIMENTOS IN NATURA OU

MINIMAMENTE PROCESSADOS

Procure fazer compras de alimentos em mercados, feiras

livres e feiras de produtores e outros locais que comercializam

variedades de alimentos in natura ou minimamente

processados. Prefira legumes,verduras e frutas da estação e

cultivados localmente. Sempre que possível, adquira

alimentos orgânicos e de base agroecológica, de preferência

diretamente dos produtores.

DESENVOLVER, EXERCITAR E PART ILHAR

HABILIDADES CULINÁRIAS

Se você tem habilidades culinárias, procure desenvolvê-las e

partilhá-las, principalmente com crianças e jovens, sem

distinção de gênero. Se você não tem habilidades culinárias –

e isso vale para homens e mulheres –, procure adquiri-las.

Para isso, converse com as pessoas que sabem cozinhar,

peça receitas a familiares, amigos e colegas, leia livros,

consulte a internet, eventualmente faça cursos e... comece a

cozinhar!

PLANEJAR O USO DO TEMPO PARA DAR À

ALIMENTAÇÃO O ESPAÇO QUE ELA MERECE

Planeje as compras de alimentos, organize a despensa

doméstica e defina com antecedência o cardápio da semana.

Divida com os membros de sua família a responsabilidade por

todas as atividades domésticas relacionadas ao preparo de

refeições. Faça da preparação de refeições e do ato de comer

momentos privilegiados de convivência e prazer. Reavalie

como você tem usado o seu tempo e identifique quais

atividades poderiam ceder espaço para a alimentação.

DAR PREFERÊNCIA, QUANDO FORA DE CASA, A

LOCAIS QUE SERVEM REFEIÇÕES FEITAS NA HORA

No dia a dia, procure locais que servem refeições feitas na

hora e a preço justo. Restaurantes de comida a quilo podem

ser boas opções, assim como refeitórios que servem comida

caseira em escolas ou no local de trabalho. Evite redes de

fast-food.

SER CR Í T ICO QUANTO A I NFORMAÇÕES ,

ORIENTAÇÕES E MENSAGENS SOBRE ALIMENTAÇÃO

VEICULADAS EM PROPAGANDAS COMERCIAIS

Lembre-se de que a função essencial da publicidade é

aumentar a venda de produtos, e não informar ou, menos

ainda, educar as pessoas. Avalie com crítica o que você lê, vê

e ouve sobre alimentação em propagandas comerciais e

estimule outras pessoas, particularmente crianças e jovens, a

fazerem o mesmo.

1

2

6

7

8

9

10

5

4

3

31

DEZ PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL

32

Os dez passos devem ser implantados de maneira complementar, sem a necessidade de

seguir uma ordem. Para cada passo, as escolas e a comunidade escolar devem formular e desen-

volver atividades e ações de acordo com sua realidade, abrangendo o maior número possível de

atores: alunos, famílias, professores, coordenadores, diretores, merendeiras, nutricionista da

alimentação escolar, profissionais da área da saúde, entre outros.

AS ESCOLAS PODEM ADOTAR INICIATIVAS COMO:

u Incluir no calendário escolar a comemoração do Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro);

u Promover palestras para as famílias sobre aleitamento materno, alimentação complementar e

hábitos alimentares saudáveis;

u Promover oficinas culinárias para os familiares dos alunos;

u Solicitar que o nutricionista inclua preparações regionais no cardápio da alimentação escolar;

u Implantar hortas ou pomares, aproveitando sua produção no cardápio da alimentação escolar

e usando seu espaço para realizar atividades pedagógicas;

u Visitar propriedades de agricultores familiares que fornecem gêneros alimentícios para a

alimentação escolar;

u Promover capacitações para as merendeiras, abordando temas como boas práticas e aprove-

itamento integral dos alimentos.

PROCEDIMENTOS E RECURSOS

u Apresentação do Guia Alimentar para a População Brasileira e a nova classificação dos

alimentos de acordo com a maneira de produção e consumo destes.

u Atividade de construção da “Escala de Alimentos”;

u Reflexão a partir da exibição do vídeo “Muito além do peso” ou “Supersize me”;

u Elaboração de cartazes, vídeos ou cartilhas sobre promoção da alimentação adequada

e saudável pelos alunos;

u Apresentação dos produtos dessas atividades em eventos na escola, como as Feiras de

Ciências.

33

Uma alimentação saudável deve ser

diversificada e nutritiva, incluindo alimentos de

todos os grupos:

O grupo dos feijões inclui vários tipos

de feijão e outros alimentos do grupo das

leguminosas, como ervilhas, lentilhas e grão

de bico. Todos esses são boas fontes de

proteína, fibras, vitaminas do complexo B e

minerais como ferro, zinco e cálcio. Este é o

motivo porque eles não podem faltar na

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - GRUPOS DE ALIMENTOS

INSTRUMENTALIZAÇÃO

A escola oferece um cardápio variado incluindo verduras e hortaliças. Porém, muitos

estudantes não gostam desses alimentos. Como trabalhar com o tema Educação Alimentar e

Nutricional para que os estudantes compreendam que esses alimentos são importantes para o

crescimento e fortalecimento do organismo?

alimentação.

O grupo dos cereais: abrange arroz,

milho, e trigo, além de outros cereais como a

aveia e o centeio. São fontes de carboidratos,

que fornecem energia ao organismo, da

mesma maneira que o grupo das raízes e

tubérculos (macaxeira, aipim, batata inglesa,

batata doce, mandioquinha e inhame). Por

isso, eles precisam ser incluídos na alimenta-

ção diariamente.

34

O grupo dos legumes e das verduras:

tem uma grande variedade no Brasil.

Destacamos jerimum, alface, berinjela, beterra-

ba, cebola, cenoura, chuchu, quiabo, maxixe,

joãogomes, vinagreira, couve, pepino, pimen-

tão, repolho e tomate, entre outros. São alimen-

tos saudáveis que contém vitaminas e minerais,

importantes para a prevenção de diversas

doenças.

O grupo das frutas, temos muitos

exemplos da grande quantidade de opções que

existem no Brasil: abacate, abacaxi, acerola,

banana, bacuri, cajá, carambola, ciriguela,

cupuaçu, goiaba, jacama, jaca, jambo, jenipa-

po, juçara, laranja, limão, maçã, mamão,

manga, maracujá, murici, pequi, pitanga,

pitomba, romã, tamarindo e tangerina. Assim

como os legumes e verduras, as frutas são

alimentos muito saudáveis por serem excelen-

tes fontes de fibras, vitaminas e minerais,

necessários para uma boa saúde.

O grupo das castanhas e nozes inclui

vários tipos de castanhas (de caju e do Pará) e

nozes, assim como amêndoas e amendoim.

Todas elas são ricas em minerais, vitaminas,

fibras e gorduras saudáveis, dentre outras

substâncias que previnem doenças, por isso

são tão importantes na alimentação.

O grupo do leite e queijos inclui os leites

de vaca ou cabra, coalhadas, iogurtes e quei-

jos. São ricos em proteínas, algumas vitaminas

e cálcio, o que torna esses alimentos sempre

recomendados. São também ricos em gorduras

saturadas, por isso as versões com menos

gordura podem ser mais adequadas para os

adultos.

O grupo das carnes e ovos inclui

carnes de gado, porco, cabrito, carneiro, aves,

pescados e ovos de galinha e de outras aves.

Todos são ricos em proteínas de alta qualidade,

em minerais e em vitaminas, especialmente as

do complexo B, por isso precisam fazer parte de

uma alimentação saudável.

A combinação de feijões, cereais, raízes

e tubérculos, farinhas, macarrão, legumes,

verduras, frutas, castanhas, leite, carnes, ovos,

chá e água criam alternativas saborosas para

as refeições bem adaptadas ao hábito alimentar

do brasileiro, como é o caso da popular mistura

do feijão com o arroz.

Os alimentos devem ser preparados

com a menor quantidade possível de óleo,

gorduras, sal e açúcar, pois seu consumo

excessivo pode ser prejudicial à saúde: o

excesso de sal e de gorduras saturadas

aumenta o risco de doenças do coração,

enquanto o consumo elevado de açúcar

aumenta o risco de cárie dental, de obesidade e

de várias outras doenças crônicas. (Fonte:

Guia Alimentar para a População Brasileira).

35

PROCEDIMENTOS E RECURSOS

u Elaboração de cartazes sobre os grupos de alimentos a partir dos

nutrientes que eles contêm, com recortes de figuras obtidas em revistas e

jornais ou de desenhos.

u Atividade de dramatização, na qual os alunos assumem os papeis de

personagens representando os alimentos e destacam suas funções benéficas à

saúde humana.

u Elaboração do prato saudável, com os próprios alimentos ou figuras, de

acordo com as possibilidades existentes na escola.

A escola utiliza no cardápio alimentos que não

fazem parte da produção local, dando preferência para os

alimentos industrializados e de outras regiões. Muitos

alunos rejeitam as refeições. O que se deve fazer para

melhorar o Cardápio da escola?

Os alimentos possuem uma dimensão que vai muito além de apenas o seu valor nutritivo e

fazem parte da identidade cultural de um povo. Alimentos produzidos localmente têm a vantagem

de serem adaptados ao hábito alimentar da população. O seu armazenamento, transporte e

conservação, tornam-se mais baratos, além de promoverem o aquecimento da economia da

região.

O que o FNDE diz sobre os alimentos regionais

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) visa atender às necessidades

nutricionais dos alunos durante o horário em que se encontram em sala de aula, contribuindo para

o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem

como para a formação de hábitos alimentares saudáveis.

De acordo com a Lei nº 11.947, de 16/06/2009, no mínimo 30% do valor repassado

pelo FNDE ao PNAE deve ser investido na compra direta de produtos provenientes da Agricultura

Familiar. O Decreto nº 31549 de 15/03/2016, que regulamenta a Lei nº 10.327, de

INSTRUMENTALIZAÇÃO

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - DIMENSÕES CULTURAIS DOS ALIMENTOS

36

28/09/2015, que dispõe sobre o Programa de Compras da Agricultura Familiar - PROCAF/MA,

cujas aquisições serão realizadas por dispensa de licitação, desde que os preços não sejam superio-

res aos de mercado, conforme o disposto no Art. 17 da Lei Federal nº 12.512, de 14/10/ 2011.

Os cardápios da alimentação escolar devem ser elaborados por nutricionista, responsável

técnico pelo PNAE do seu Município ou Estado:

u A cultura alimentar da região deve ser considerada no momento da elaboração do cardá-

pio;

u A produção da agricultura familiar deve ser considerada no mapeamento dos produtos

regionais, para a elaboração das Chamadas Públicas, priorizando à aquisição de alimentos orgâni-

cos, de base agroecológica e da sociobiodiversidade e também a compra, dos produtos de agriculto-

res familiares de povos e comunidades tradicionais;

u O PNAE deve oferecer, no mínimo, três porções de frutas e hortaliças por semana nas

refeições.

Como resgatar e incorporar os alimentos regionais no cotidiano das práticas alimentares:

Divulgando e valorizando a imensa variedades de frutas, hortaliças, tubérculos e leguminosas

brasileiras e maranhenses, como parte de uma alimentação adequada e saudável para a melhoria do

padrão alimentar dos escolares e de suas famílias, tendo como base a publicação “Alimentos

Regionais Brasileiros”, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2015).

Teste de Aceitabilidade

Este teste é importante para aferir os resultados de um Programa de Alimentação sobre a

situação nutricional do seu público, uma vez que a aceitabilidade garante o efetivo consumo do

alimento pelos escolares

Um alimento pode ser considerado como de boa aceitabilidade, quando preenche as expec-

tativas da maior parte dos alunos com relação às características sensoriais: aparência, cor, aroma,

consistência, textura e o sabor. Assim, a aceitabilidade de um alimento está relacionada com a

interação positiva entre o alimento e o aluno que o consome.

O teste de aceitabilidade é utilizado nas seguintes situações segundo o Manual para

Aplicação dos Testes de Aceitabilidade do PNAE.

u Quando for inserido alimento atípico ao hábito alimentar local;

u Quando ocorrer quaisquer alterações inovadoras, no que diz respeito ao preparo;

37

u Para avaliar a aceitação dos cardápios praticados frequentemente. Indicadores

Avaliados pelos métodos de Resto Ingestão e Escala Hedônica Facial:

O Consumo dos alimentos na escola é influenciado pelo ambiente social que o aluno

convive, pela qualidade e preparo dos alimentos e pelo horário que as refeições são servidas

Comensalidade

É o aspecto de SAN referente ao prazer realizado pela ingestão dos alimentos, diz respeito

ainda ao conteúdo social da partilha das refeições. Assim, temos nas festividades (aniversários,

casamentos e festejos) a comida como o componente sempre presente pelo seu conteúdo promo-

tor de prazer e de sociabilidade. Atualmente, estudos demonstram que a alimentação das famílias

em torno da mesa é um momento de bem-estar que contribui para a harmonia e o bom desenvolvi-

mento da família e dos seus membros.

A frequente alimentação fora de casa às pressas, sem que as pessoas experimente o

prazer oferecido pela degustação dos alimentos constitui um fator de desequilíbrio pessoal e

familiar, por tanto, além das funções físicas, fisiológicas e econômicas a alimentação também

interfere no psiquismo humano.

PROCEDIMENTOS E RECURSOS

u Elaboração de receitas de fácil execução utilizando alimentos regionais da

estação pelos estudantes (as receitas podem ser degustadas por toda a escola

logo após o preparo);

u Degustação de receitas familiares que utilizam alimentos regionais em

eventos da escola;

u Atividades que complementem o aprendizado como a origem dos alimentos

consumidos pela família e pela comunidade, como uma visita a uma feira ou a

um polo de agricultura familiar, de acordo com as possibilidades da região;

u Atividade de “Horta Escolar” com os alunos, com o plantio de sementes em

embalagens de garrafas pet”, na qual cada aluno ficará responsável pelo

cuidado com o seu pequeno canteiro;

u Elaboração do cardápio de alimentação escolar.

38

INSTRUMENTALIZAÇÃO

Para um adequado estado nutricional, é importante que haja um equilíbrio entre o consumo

de alimentos e o gasto energético pelo organismo para manter os órgãos funcionando, para as

funções de crescimento e as atividades diárias.

Atividades físicas feitas regularmente favorecem hábitos de vida saudáveis em todas as

fases da vida. Esse hábito precisa ser incentivado na infância por meio da prática de esportes e de

atividades lúdicas adequadas a cada faixa etária.

Para as crianças a prática de atividades físicas proporciona o pleno desenvolvimento físico

e psicomotor, favorecendo o desempenho escolar, além de outras habilidades, como a socializa-

ção e contribuindo para reduzir a tendência para fumar ou utilizar drogas.

Adotar um estilo de vida com base em práticas saudáveis, contribui para evitar o surgimen-

to das doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, pressão alta, a obesidade, dentre

outras, cada vez mais comuns na população brasileira.

Considerando o potencial educativo de papel modelo da escola, as estratégias que inves-

tem na diminuição de comportamentos sedentários nesse ambiente apresentam resultados

positivos no controle da obesidade infantil, dentre outros benefícios para a saúde.

A criança não apresenta interesse

em participar de nenhuma atividade

recreativa na escola. Como seria possível

incentivar a prática da atividade física

para ela e seus colegas?

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5 - ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE

39

OS NUTRIENTES

São estruturas que compõe os alimentos sendo essenciais para o organismo. Estão

divididos em macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e

minerais). Os macronutrientes são responsáveis pelo fornecimento de energia. Os carboidratos

estão presentes nos pães, cereais, biscoitos, frutas, massas, tubérculos e raízes. Além desses

alimentos os carboidratos também estão presentes em produtos como: chocolates, açúcar refina-

do, doces em gerais, sendo que esses últimos não são considerados tão saudáveis quanto os

primeiros.

As proteínas podem ser de origem animal (carnes, ovos; leite e seus derivados) e de

origem vegetal (feijões, soja, lentilha e grão-de-bico). As proteínas são nutrientes construtores,

uma vez que são formadores dos músculos e tecidos, como glândulas, olhos, pele, nervos, e

outras estruturas, bem como, exercem outras funções importantes no organismo humano.

As gorduras são os macronutrientes mais ricos em caloria, estão presentes nas carnes e

nos óleos vegetais (soja, girassol, milho e outros). A mesma tem a função importante para manu-

tenção da saúde e ainda facilitam absorção de vitaminas pelo corpo, são os nutrientes mais calóri-

cos. No entanto, as gorduras devem ser consumidas com moderação, pois o seu excesso causa

danos à saúde. As frutas, legumes e verduras são os principais alimentos nos quais estão presen-

tes as vitaminas (A, D, E, K, C e todas as vitaminas chamadas do complexo B) e minerais (ferro,

cálcio, potássio, fósforo e outros). Os micronutrientes são importantes para o funcionamento do

nosso organismo, interferindo na circulação sanguínea, no processo digestivo e no sistema imuno-

lógico.

Considerando as funções exercidas pelo macronutrientes e micronutrientes, verifica-se a

necessidade de que a alimentação seja balanceada, isto é, abarque os diferentes grupos de

nutrientes, pois sem os mesmos corremos o risco de desiquilibrar a nossa saúde.

PROCEDIMENTOS E RECURSOSu Dinamização das atividades nas aulas de Educação Física;

u Criação de espaços promotores de práticas lúdicas de atividades físicas, com

resgate de atividades antigas (cancão, elástico, queimado, pegador, pique

esconde, roda, bola, peteca, etc.) nos horários do recreio ou na saída da escola;

u Promoção de gincanas entre as turmas e de acordo com a faixa etária com

base em atividades físicas lúdicas (corrida do saco, carrinho de mão, troca de

bastão, cabo de guerra, etc.)

u Criação do Cardápio da Alimentação Escolar.

40

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6 - SISTEMA ALIMENTAR

O pai de um estudante foi ao supermercado comprar frutas e deparou-se com uma promo-

ção de pacotes de salgadinhos anunciados na TV. Qual a influência da mídia sobre os hábitos

alimentares?

Alimentos ultraprocessados são comercializados em toda parte, como pontos de venda,

quitandas, redes de supermercados, pequenas vendas locais, farmácias, postos de gasolina,

bancas de jornal, por ambulantes, dentre outros locais. Nesses estabelecimentos, o espaço

reservado para refrigerantes, guloseimas, biscoitos e outros tipos de produtos ultraprocessados

possui maior visibilidade e acesso do que o destinado aos alimentos in natura ou minimamente

processados. Além disso, frequentemente estão acompanhados de muita propaganda, descontos

e promoções, inclusive com artistas, esportistas e personagens do universo infanto-juvenil

(BRASIL, 2014).

Essas estratégias de marketing influenciam negativamente no comportamento dos jovens

que julgam o consumo desses alimentos como normal ou saudável, uma vez que a propaganda

sempre omite os efeitos negativos do produto anunciado sobre a saúde (CARVALHO, 2010).

Resultam ainda em insatisfação com a autoimagem corporal uma vez que os artistas que anunciam

esses produtos transmitem a imagem ideal de beleza, magreza e saúde.

Para além da compra institucional, a escola pode incentivar que a comunidade faça com-

pras com produtores e comerciantes locais que vendam alimentos in natura ou minimamente

processados, como também o cultivo doméstico de alimentos nos quintais das casas, em vasos

pendurados nos muros, dentre outras modalidades de plantio de alimentos com baixo custo,

saborosos e saudáveis.

Outro aspecto importante a ser considerado diz respeito à rotulagem dos alimentos indus-

trializados, uma vez que o Guia Alimentar para a População Brasileira alerta para a necessidade de

ser crítico na leitura dos rótulos dos alimentos, uma vez que neles podem ter informações que

levem a erros de avaliação pelo consumidor com a única intenção de induzir a compra do produto.

INSTRUMENTALIZAÇÃO

A forma como os alimentos são produzidos tem um impacto social e ambiental.

Influencia também no conteúdo dos nutrientes e até na nossa escolha de consumi-los. A seguir,

são apresentadas as quatro categorias de alimentos, de acordo com o tipo de processamento

empregado na sua produção e como fazer as escolhas mais saudáveis. Saiba mais acessando

o texto completo do Guia Alimentar para a População Brasileira.

ALIMENTOS IN NATURA OU MINIMAMENTE PROCESSADOS

Alimentos in natura ou minimamente processados, em grande variedade e predominan-

temente de origem vegetal, são a base de uma alimentação nutricionalmente balanceada,

saborosa, culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar socialmente e

ambientalmente sustentável.

41

42

Desde que utilizados com moderação em preparações culinárias com base

em alimentos in natura ou minimamente processados, óleos, gorduras, sal e açúcar

contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem torna-la

nutricionalmente desbalanceada.

ALIMENTOS IN NATURA OU MINIMAMENTE PROCESSADOS

O que são? Alimentos in natura são obtidos diretamente de plantas ou de animais e não sofrem qualquer alteração após deixar a natureza. Alimentos minimamente processados correspondem a alimentos in natura que foram submetidos a processos de limpeza, remoção de partes não comestíveis ou indesejáveis, fracionamento, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento e processos similares que não envolvam agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento original.

Exemplos: Legumes, verduras, frutas, batata, mandioca e outras raízes e tubérculos in natura ou embalados, fracionados, refrigerados ou congelados; Arroz branco, integral ou parboilizado, a granel ou embalados; Milho em grão ou na espiga, grãos de trigo e de outros cereais; Feijão de todas as cores, lentilhas, grão de bico e outras leguminosas; Cogumelos frescos ou seco; Frutas secas, sucos de frutas e sucos de frutas pasteurizadas e sem de adição de açúcar ou outas substâncias; Castanhas, nozes, amendoim e outras oleaginosas sem sal ou açúcar, cravo, canela, especiarias em geral e ervas frescas ou secas; Farinha de mandioca, de milho ou de trigo e macarrão ou massas frescas ou secas feitas com essas farinhas e água; Carnes de gado, de porco e de aves e pescados frescos, resfriados ou congelados; Leite pasteurizado, ultrapasteurizado (“longa vida”) ou em pó, iogurte (sem adição de açúcar); Ovos; Chá, café e água potável

43

ÓLEOS, GORDURAS, SAL E AÇÚCAR O que são? São produtos extraídos de alimentos in natura ou da natureza por processos como prensagem, moagem, trituração,pulverização e refino. São usados nas cozinhas casas e em refeitórios e restaurantes para temperar e cozinhas alimentos e para criar preparações culinárias variadas e saborosas, incluindo caldos e sopas, saladas, tortas, pães, bolos, doces e conservas.

Exemplos: Óleos de soja, de milho, de girassol ou de oliva, manteiga, banha de porco, gordura de coco, açúcar de mesa branco, demerara ou mascavo, sal de cozinha refinado ou grosso.

ALIMENTOS PROCESSADOS O que são? Alimentos processados são fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar ou outra substância de uso culinário a alimentos in natura para torná-los duráveis e mais agradáveis ao paladar. São produtos derivados diretamente de alimentos e são reconhecidos como versões dos alimentos originais. São usualmente consumidos como parte ouacompanhamento de preparações culinárias feitas com base em alimentos minimamente processados.

Exemplos: Cenoura, pepino, ervilhas, palmito, cebola, couve-flor preservados em salmoura ou em solução de sal e vinagre; extrato ou concentrados de tomate (com sal e ou açúcar); frutas em caldas e frutas cristalizadas; carne seca e toucinho; sardinha e atum enlatados; queijos e pães feitos de farinha de trigo, leveduras, água e sal.

Os ingredientes e métodos usados na fabricação de alimentos processados -

como conservas de legumes, compotas de frutas, queijos e pães - alteram de modo

desfavorável à composição nutricional dos alimentos dos quais derivam.

44

ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS

Devido a seus ingredientes, alimentos ultraprocessados - como biscoitos recheados,

“ salgadinhos de pacote”, refrigerantes e “macarrão instantâneo” - são nutricionalmente

desbalanceados. Por conta de sua formulação e apresentação, tendem a ser consumidos em

excesso e a substituir alimentos in natura ou minimamente processados. Suas formas de

produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo desfavorável a cultura, a

vida social e o meio ambiente.

A regra de ouro: Preferir sempre alimentos in natura ou minimamente processados e

preparações culinárias a alimentos processados.

Optar por água, leite e frutas no lugar de refrigerantes, bebidas lácteas e biscoitos

recheados; não trocar a “comida feita na hora”(caldos, sopas, saladas, molhos, arroz e feijão,

macarronada, refogados de legumes e verduras, farofas, tortas) por produtos que dispensam

preparação culinária (“sopas de pacote”, “macarrão instantâneo”, pratos congelados prontos

para aquecer, sanduiches, frios e embutidos, maioneses e molhos industrializados, misturas

prontas para tortas) e escolher sobremesas caseiras, dispensando as industrializadas.

ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS O que são? Alimentos ultraprocessados sãoformulações industriais feitas inteiramente ou majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para dotar os produtos de propriedades sensoriais atraentes). Técnicas de manufatura incluem extrusão, moldagem e pré-processamento por fritura ou cozimento.

Exemplos: Vários tipos de biscoito, sorveste, balas e guloseimas em gral, cereais açucarados para o desjejum matinal, bolos e misturas para bolo, barras de cereal, sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, molhos,salgadinhos “de pacote”, refrescos e refrigerantes, iogurtes e bebidas lácteas adoçados e aromatizados, bebidas energéticas, produtos congelados e prontos para aquecimento como pratos de massas, pizzas hambúrgueres e extratos de carne de frango ou peixe empanados do tipo nuggets, salsichas, e outros embutidos, pães de forma, pães para hambúrguer ou hot dog, pães doces e produtos panificados cujos ingredientes incluem substâncias como gordura vegetal hidrogenada, açúcar, amido, soro de leite, emulsificantes e outros aditivos.

45

Rotulagem

A rotulagem é o canal de comunica-

ção entre o fabricante e o consumidor. Sua

função é informar, de maneira clara, dados

importantes sobre o produto. Por isso,

precisa conter informações objetivas sobre

as características particulares dos alimen-

tos, possibilitando a sua correta avaliação e

escolha pelos consumidores. É por meio do

rótulo da embalagem que o consumidor

terá acesso a informações sobre os dife-

rentes produtos, com especificação correta

sobre quantidade, características, compo-

sição, parâmetros indicativos de qualidade

e segurança. (Código de Defesa e

Proteção do Consumidor, artigo 6° da Lei

nº 8.078/90). Deve conter as seguintes

informações: nome do produto, lista de

ingredientes, advertências como presença

de glúten ou alergênicos, informação

nutricional, aditivos alimentares contidos,

modo de conservação, local de fabricação,

peso e validade do produto.

u Atividades de leitura dos rótulos e

de classificação dos alimentos de

acordo com o sistema de produção

uAtividade de descoberta da origem

dos alimentos consumidos no território

(escola, família, comunidade)

A rotulagem nutricional é toda descri-

ção destinada a informar ao consumidor sobre

propriedades nutricionais de um alimento. O

uso das informações nutricionais obrigatórias

nos rótulos dos alimentos e bebidas embala-

das está regulamentado no Brasil pela Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

desde 2001.

É obrigatória a declaração do valor

energético e dos seguintes nutrientes: carboi-

dratos, proteínas, gorduras totais, gorduras

trans, gorduras saturadas, fibra alimentar e

sódio (BRASIL, 2003).

É importante considerar que a rotula-

gem nutricional dos alimentos além garantir o

cumprimento da lei, dá o direito ao consumidor

de melhor selecionar os produtos que farão

parte de sua dieta. Portanto, é importante que

as escolas, organizações governamentais,

órgãos de defesa do consumidor e meios de

comunicação informem os consumidores sobre

a importância da leitura dos rótulos dos alimen-

tos antes da compra.

uAtividade de pesquisa dos comerciais

de alimentos veiculados na mídia

(tv, revistas)

u Reflexão a partir da exibição de

vídeo “Criança, a Alma do Negócio”.

u Criação do Cardápio de Alimentação

PROCEDIMENTOS E RECURSOS

46

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7 - POTABILIDADE DA ÁGUA

Uma estudante tem apresen-

tado muitas dores de barriga durante

as aulas. Foi diagnosticado ver-

minose decorrente da água utilizada

não filtrada e nem fervida. Qual a

relação deste diagnóstico com o tema

Educação Alimentar e Nutricional?

INSTRUMENTALIZAÇÃO

Entende-se por água para o consumo humano, toda água destinada à ingestão, preparo e

produção de alimentos e à higiene pessoal. O acesso à agua potável e ao saneamento básico é um

direito humano essencial e está intrinsecamente ligado aos direitos à vida, à saúde, à alimentação

e à habitação (ONU, 2010). A legislação brasileira prevê que toda água para consumo humano,

fornecida coletivamente, deverá passar por processo de desinfecção e cloração, e estar em

conformidade com os padrões microbiológicos estabelecidos para tal (BRASIL, 2011). A violação

a essa lei constitui infração sanitária e está sujeita às penalidades previstas na Lei Federal nº

6.437/77 (BRASIL, 1977).

A alimentação adequada e saudável é um direito que consiste no acesso físico e econômico

de todas as pessoas aos alimentos e aos recursos, como emprego ou terra, para garantir esse

acesso de modo contínuo. A alimentação saudável além de considerar esses aspectos deve levar

em conta às condições climáticas, econômicas, culturais, sociais e ecológicas de cada pessoa,

etnia, grupo ou cultura social.

A água constitui um dos mais importantes recursos para a manutenção da vida, entretanto,

doenças associadas à sua contaminação representam uma das maiores ameaças à saúde huma-

na. Quase 900 milhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a fontes de água limpa e

2,6 bilhões não dispõem de saneamento básico.

47

O saneamento inadequado, as más condições de higiene e beber água não segura contri-

buem para 88% das doenças diarréicas, a segunda maior causa de mortalidade infantil. (OMS,

2009). Estudos indicam que cerca de 1,5 milhão de crianças menores de cinco anos morrem e

443 milhões de aulas são perdidas todos os anos no planeta devido a doenças relacionadas à

potabilidade da água e à precariedade dos serviços de saneamento básico.

A preocupação com a água limpa a colocou entre os 17 Objetivos do Desenvolvimento

Sustentável das Nações Unidas, que são metas que devem ser alcançadas pelos países para

trazer mudanças positivas sociais, econômicas e ambientais na vida das pessoas. O Brasil, como

signatário desses Objetivos, concordou em garantir até 2030 a todos, o acesso universal, a preços

acessíveis, à água potável e segura, ao saneamento adequado e à higiene. No entanto, esse

direito deve ser concretizado sem desperdícios, de uma forma sustentável, para as gerações

presentes e futuras.

u Atividade: Como tornar a água que a família consome potável?

(Ferver, filtrar, clorar)

Campanha do filtro;

uAtividades relacionadas aos Objetivos do Desenvolvimento

Sustentável (ODS)

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8 - A IMPORTÂNCIA DO DESTINO

Nos cestos de lixo nas proximidades da

escola existem muitas cascas, folhas e talos de

hortaliças e frutas. A coleta de lixo não é regular, de

modo que o lixo se acumula por vários dias,

atraindo insetos e roedores para a comunidade. O

que poderia ser feito com o lixo orgânico?

DO LIXO PARA O MEIO AMBIENTE E SAÚDE DA POPULAÇÃO

PROCEDIMENTOS E RECURSOS

INSTRUMENTALIZAÇÃO

O material orgânico compreende cerca de 52% do volume total de resíduos produzidos no

Brasil (IPEA,2012) os quais tem como destino as valas a céu aberto ou os aterros sanitários onde

são depositados com os demais resíduos sem receber nenhum tipo de tratamento especifico.

Como consequência do processo de decomposição desses resíduos, são gerados gases

altamente nocivos ao meio ambiente que contribuem para o efeito estufa, influência humana

potencialmente determinante das mudanças climáticas observadas na atualidade.

Além dos resíduos orgânicos, uma grande quantidade de lixo oriundo de embalagens de

plástico, papel, isopor e vidro são desprezados no meio ambiente, em terrenos baldios, valas, rios,

córregos, poluindo a natureza.

O lixo acumulado de maneira inadequada e desorganizada nas vias públicas também

atrai inúmeros insetos e roedores capazes de causar prejuízos a saúde humana, além de odores

desagradáveis que compromete a convivência entre as pessoas e os espaços públicos a elas

destinados. Assim, pela sua importância para a preservação do meio ambiente e para a saúde

pública, o destino responsável do lixo decorrente das atividades humanas deve ser motivo de

preocupação de todos os cidadãos e ensinado desde cedo as crianças.

PROCEDIMENTOS

E RECURSOS

u Atividade de pesquisa: O que

acontece com os diversos

materiais depois que a gente

descarta na natureza? (papéis,

plásticos, metais, pilhas,

isopor, copos descartáveis,

etc);

u Campanha de redução do

lixo;

u Mobilização para

encaminhamento de

documento para a prefeitura

municipal para coleta regular

do lixo e instalação de lixeiras

na comunidade, se for o caso;

u Oficina de elaboração de

brinquedos e objetos a partir

de materiais de sucata.

4548

49

SUGESTÕES DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Você, professor, assim como outros profissionais, pode desenvolver ações de educação

alimentar e nutricional com os alunos, dentro e fora da escola.

A seguir, damos sugestões de atividades simples e interativas que podem ser feitas com

poucos recursos.

Dessa forma, algumas atividades serão necessários recursos e outras não, apenas pesqui-

sa, no entanto, as atividades com recursos terão duas partes: Recursos necessários para a reali-

zação da atividade e como fazer o passo a passo de como a atividade pode ser desenvolvida, você

poderá adaptar as atividades conforme a realidade de seus alunos e da escola em que você

trabalha podendo ainda, substituir os materiais sugeridos por itens que são mais fáceis de encon-

trar de acordo com sua realidade.

Vale ressaltar, que além de atividades realizadas com os alunos, é importante que a

educação alimentar e nutricional faça parte do projeto político-pedagógico das escolas e integre o

currículo escolar como um tema transversal e interdisciplinar.

ATIVIDADES SEM RECURSOS

ATIVIDADE 1

Nomear e identificar alimentos de diversos grupos: verduras, legumes, frutas, feculentos,

cereais, laticínios.

Aspectos a serem explorados:

Vocabulário, formas, cores, peso, texturas, sabores, época, produtos derivados, unidades

de medida, preços.

ATIVIDADE 2

Observar sobras e restos de alimentos no lixo (da escola, de casa).

Aspectos a serem explorados:

Desperdício de alimentos, rejeitos, utilização dos recursos da natureza e despejo de

resíduos no meio ambiente.

Comparar a quantidade de resíduos gerados por alimentos “in natura” ou minimamente

processados e pelos produtos ultraprocessados.

ATIVIDADE 3

Entrevistar pessoas idosas sobre a sua alimentação na infância. Aspectos a serem explo-

rados: transformações históricas na produção de alimentos, nos hábitos de consumo e na saúde

das pessoas.

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ATIVIDADE 4

Solicitar aos alunos relatos sobre produção doméstica de alimentos (hortas, árvores

frutíferas, ervas aromáticas, criação de animais).

Aspectos a serem explorados:

Incentivo à produção doméstica e ao plantio de árvores, valorização do trabalho do agricul-

tor, economia, consumo de alimentos frescos e de qualidade garantida (isentos de defensivos

agrícolas). Utilização dos recursos da natureza.

ATIVIDADE 5

Solicitar aos alunos que tragam um determinado alimento (ex: um limão/aluno), empregá-

los no ensino de matemática e depois consumi-los sob a forma de limonada. Realizar a atividade,

preferencialmente, em épocas de calor.

Aspectos a serem explorados:

Conceituação de unidades; socialização; conhecimento e incentivo de uma prática alimen-

tar saudável.

ATIVIDADE 6

Identificar etapas e tarefas na produção de alimentos.

Aspectos a serem explorados:

Reconhecimento de profissões, valorização do trabalho do agricultor, conhecimento da

origem dos alimentos, valorização dos alimentos naturais, sustentabilidade, diversidade dos

alimentos.

ATIVIDADE 7

Identificar influências de outras culturas na alimentação dos brasileiros. Entrevistar pesso-

as de outros Estados ou de outros Países.

Aspectos a serem explorados:

Influência dos movimentos migratórios na cultura de um País ou região. Proporcionar o

conhecimento e estimular a aceitação e tolerância com outras culturas e outros costumes.

ATIVIDADE 8

Identificar influências indígenas na alimentação (mandioca, inhame, palmito, milho, frutas,

mel, peixes, crustáceos, moluscos, carnes de caça: porco-do-mato, queixada, caititu, anta, cutia).

Aspectos a serem explorados:

51

Conhecimento e valorização dos alimentos naturais, típicos do país ou da região. Degustar

para conhecer os sabores. Conhecer culturas diferentes e incentivar a tolerância e aceitação de

costumes diferentes.

ATIVIDADE 9

Comparar porções domésticas (copo, xícara, etc.) com medidas de peso, volume, para

empregar em receitas culinárias.

Aspectos a serem explorados:

Conceitos matemáticos. Emprego da matemática na culinária.

ATIVIDADE 10

Para últimas séries do ensino fundamental: analisar criticamente o conteúdo de propagan-

das de alimentos. Chamar a atenção para os custos de royalties embutidos nos produtos de

franquias internacionais.

Aspectos a serem explorados: Vantagens e desvantagens dos produtos processados,

industrialização, tecnologia, sociedade.

ATIVIDADES COM RECURSOS

ATIVIDADE 1

Colagem com sementes e grãos

Materiais:

Uma folha A4 branca; Caneta hidrográfica; Sementes e grãos diversos (exemplos: arroz,

feijão, milho, amendoim, alpiste etc.); Cola branca; Pincéis.

Modo de fazer:

Usando a caneta hidrográfica, faça um desenho na folha branca, explorando todo o seu

espaço. Peça aos alunos que levem para a aula uma xícara de chá de algum tipo de semente ou

grão. Disponha-os sobre uma mesa. Pergunte se os alunos conhecem aquelas sementes e

aqueles grãos e explore aspectos como nome, cor, tamanho, textura e forma. Em seguida, entre-

gue para cada aluno uma folha, um bastão de cola branca e pincéis. Peça para os alunos criarem

uma arte com as sementes (pode ser um desenho). Depois de passarem a cola, cole as sementes

sobre seus desenhos. Estimule-os a usar as sementes e os grãos para “colorir” o desenho.

Atenção: Devido ao tamanho das sementes e dos grãos.

52

ATIVIDADE 2

Horta Escolar

Materiais:

Garrafas de PET para a confecção da hortinha; Tesoura; 1 saco de terra vegetal adubada;

Pacotes de sementes de temperos (exemplos: salsinha, cebolinha, coentro, alecrim, manjericão e

hortelã); Água; Etiquetas e caneta hidrográfica.

Modo de fazer:

Verifique com a direção da escola a possibilidade de comprar o saco de terra vegetal

adubada, os regadores e os pacotes de sementes.

Peça para cada aluno levar para a aula uma garrafa pet vazia e limpa. Faça um corte ao

meio

Atenção:

Devido ao grau de dificuldade, a tarefa de cortar as garrafas não deve ser repassada às

crianças. Leve as crianças para o pátio ou para outra área disponível na escola.

Entregue garrafa cortada para cada aluno.

Coloque a terra nas garrafas PET. Disponha as vasilhas sobre uma mesa ou sobre o chão.

Oriente os alunos a usarem as próprias mãos para encher as garrafas com a terra. Em seguida,

peça para eles umedecerem a terra levemente. Solicite aos alunos que abram um pequeno buraco

na terra para colocar as sementes. Em seguida, oriente-os a fechar o buraco com a própria terra e

a regarem-na por mais uma vez. Cole uma etiqueta em cada vasinho com o nome do tempero que

ali foi plantado. Anote também o nome do aluno que será responsável por cuidar do vasinho.

Atenção: Fique sempre atento para nenhuma criança ingerir as sementes.

ATIVIDADE 3

Jogo da memória

Materiais:

1 folha de papel cartão; régua, caneta hidrográfica e tesoura; Lápis de cor ou giz de cera.

Modo de fazer:

Dívida e recorte o papel cartão em 50 quadradinhos de 5 cm. Separe os quadradinhos em

pares. Em cada par, desenhe ou cole o contorno de um mesmo alimento saudável. Não se restrinja

apenas a frutas, verduras e legumes. Desenhe ou cole também animais cuja carne é consumida,

bem como leite, ovos, queijo etc. Entregue um par de quadradinhos idênticos por aluno. (Peça

para os alunos colorirem os desenhos de forma idêntica). Feito isso, é só começar a brincar!

Dicas:

1 - Você pode fazer um jogo da memória com o desenho de alimentos saudáveis e outro

com o desenho de alimentos não saudáveis. A cada rodada, um grupo diferente de alunos pode

brincar com um dos jogos.

2 - Use a imagem de alimentos para confeccionar outros jogos, como quebra-cabeças e

dominó!

53

54

BRASIL. Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Disponível em www.mec.gov.br.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Resolução nº 26, de 17 de junho de

2013. Brasília: Ministério da Educação, 2013.

BRASIL. Assembleia Nacional Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa do Senado,

1988. Art. 206.

BRASIL. Ministério da Educação. Módulo Introdutório / Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Secretaria de

Educação à Distância – Brasília: MEC, FNDE, SEED, 2006.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Conselhos escolares: democratização da escola e constru-

ção da cidadania/elaboração Ignez Pinto Navarro... [et al.]. Brasília: MEC, SEB, 2004. p. 7.

BRASIL. Diretrizes para a promoção da alimentação adequada e saudável. CONSEA. BRASIL. Lei de Segurança Alimentar e

Nutricional: conceitos. CONSEA, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação Geral da

Política de Alimentação e Nutrição. Alimentos Regionais Brasileiros. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Unicef. Aprendendo sobre a vitamina A, ferro e iodo: manual do supervisor. Ministério da

Saúde/Unicef, Beth saída de Abreu Soares Schmitz. Brasília, 2007. 84 p. (No prelo).

BRASIL. Ministério da Saúde. Pesquisa de orçamentos familiares. Ministério da Saúde: Brasília. 2010.

BRASIL. Princípios e diretrizes de uma Política de Segurança Alimentar e Nutricional: textos de referência da II Conferência

Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. CONSEA, 2004

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Mo692 Módulo 10: Alimentação e nutrição no Brasil l. /Maria

de Lourdes Carlos Rodrigues... [et al.]. – Brasília: Universidade de Brasília, 2009.

Brasil. Tribunal de Contas da União. Cartilha para conselheiros do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) /

Tribunal de Contas da União, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Conselho de Alimentação Escolar; Apresentação

Raimundo Carreiro, Sílvio de Sousa Pinheiro. -- 1. ed. -- Brasília: TCU, 2017.

CARNEIRO, H. Comida e sociedade: uma história da alimentação. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

CARVALHO, E.B. Influência das propagandas de televisão na alimentação de crianças e adolescentes. Repositório da

UNICAMP. 2010.

Diretrizes Curriculares/Secretaria de Estado da Educação do Maranhão, SEDUC, 3. ed. São Luís, 2014.

MELLO, E.D.; LUFT, V.C.; MEYER, F. Obesidade infantil: como podemos ser efica-zes? J. Pediatra. v. 80, n. 3, p. 173 182,

2004.

cecanesc.ufsc.br/core/getarquivo/idarquivo/509

OLIVEIRA, M. L. D.; ALMEIDA, E. S. D. Controle social e gestão participativa em saúde pública em unidades de Saúde do

município de Campo Grande, MS, 1994-2002. Saúde Soc., São Paulo, v.18, n. 1, mar. 2009. portal.mec.-

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Organização das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. ONU, 1948.

Organização das Nações Unidas. Plataforma Agenda 2030. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). ONU, 2015.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE; UNICEF. Diarrhoea: why children are still dying and what can be done.

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PENIN. Sonia Teresinha de Sousa. Progestão: como articular a função social da escola com as especificidades e as demandas

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PESSA, R.P. Seleção de uma alimentação adequada. In: DUTRA-DE-OLIVEIRA, J.E.; MARCHINI, J.S. Ciências nutricionais.

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SILVA J.V. et al. Food consumption of children and adolescents living in an area of invasion in Maceio, Alagoas, Brazil. Rev Bras

Epidemiol 2010;13:83-9

REFERÊNCIAS

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ANEXO I

Música: Comidas. Titãs. Compositor: Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo Fromer

Bebida é água!

Comida é pasto!

Você tem sede de que?

Você tem fome de que?...

A gente não quer só comida

A gente quer comida

Diversão e arte

A gente não quer só comida

A gente quer saída

Para qualquer parte...

A gente não quer só comida

A gente quer bebida

Diversão, balé

A gente não quer só comida

A gente quer a vida

Como a vida quer...

Bebida é água!

Comida é pasto!

Você tem sede de que?

Você tem fome de que?...

A gente não quer só comer

A gente quer comer

E quer fazer amor

A gente não quer só comer

A gente quer prazer

Prá aliviar a dor...

A gente não quer

Só dinheiro

A gente quer dinheiro

E felicidade

A gente não quer

Só dinheiro

A gente quer inteiro

E não pela metade...

Bebida é água!

Comida é pasto!

Você tem sede de que?

Você tem fome de que?...

A gente não quer só comida

A gente quer comida

Diversão e arte

A gente não quer só comida

A gente quer saída

Para qualquer parte...

A gente não quer só comida

A gente quer bebida

Diversão, balé

A gente não quer só comida

A gente quer a vida

Como a vida quer...

A gente não quer só comer

A gente quer comer

E quer fazer amor

A gente não quer só comer

A gente quer prazer

Pra aliviar a dor...

A gente não quer

Só dinheiro

A gente quer dinheiro

E felicidade

A gente não quer

Só dinheiro

A gente quer inteiro

E não pela metade...

Diversão e arte

Para qualquer parte

Diversão, balé

Como a vida quer

Desejo, necessidade, vontade

Necessidade, desejo, eh!

Necessidade, vontade, eh!

Necessidade...