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Caderno de Canções 2016 – 6ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais/CONTAG CADERNO DE CANÇÕES MARGARIDAS TRABALHADORAS RURAIS POR PARIDADADE RUMO À IGUALDADE: A LUTA É TODO DIA! 6ª PLENÁRIA NACIONAL DE MULHERES TRABALHADORAS RURAIS Realização:

Caderno de Canções 2016 – 6ª Plenária Nacional de Mulheres ... · EU APENAS QUERIA QUE VOCÊ SOUBESSE 20. FEMININA 21. FOLHETIM 22. GUERREIRA 23. HÁ MULHERES 24. MALANDRAGEM

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Caderno de Canções 2016 – 6ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais/CONTAG

CADERNO DE CANÇÕES

MARGARIDAS TRABALHADORAS RURAIS POR PARIDADADE

RUMO À IGUALDADE: A LUTA É TODO DIA!

6ª PLENÁRIANACIONAL DE MULHERESTRABALHADORAS RURAIS

CADERNO DE CANÇÕES

Realização:

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Caderno de Canções 2016 – 6ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais/CONTAG

Mulheres nas Canções do MSTTR1. CANTO DA MULHER LATINO AMERICANA

2. CANTO DAS MARGARIDAS

3. DANÇA DA TECEDEIRA

4. ESTA LUTA NÃO É FÁCIL

5. EU SOU MULHER SEU DOUTOR

6. INDA TÁ LONGE DO FIM

7. LIBERTAÇÃO (SEREIA)

8. MARIA DA PAZ

9. NEGRA MARIAMA

10. OLÊ, MARIÊ

11. ORGANIZAÇÃO

12. SEM MEDO DE SER MULHER

13. SOU LAVRADORA

14. SOU MULHER

Mulheres na Música Popoular Brasileira15. COM AÇÚCAR E COM AFETO

16. COMO OS NOSSOS PAIS

17. COR DE ROSA CHOQUE

18. ESSA MULHER

19. EU APENAS QUERIA QUE VOCÊ SOUBESSE

20. FEMININA

21. FOLHETIM

22. GUERREIRA

23. HÁ MULHERES

24. MALANDRAGEM

25. MAMA ÁFRICA

26. MARGARIDA PERFUMADA

27. MARIA, MARIA

28. MULHERES DE ATENAS

29. OLHOS NOS OLHOS

30. PAGÚ

31. SALÃO DE BELEZA

32. UMA NOVA MULHER

33. XOTE DAS MENINAS

34. PALAVRAS DE ORDEM

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01. CANTO DA MULHER LATINO AMERICANADescreve do jeito que bem entender, descreve seu moço. / Porém não se esqueça de acrescentar / que eu também sei amar, que eu também sei lu-tar / que meu nome é MULHER

Descreve meus olhos, meu corpo, meu porte/ Me diz que sou forte, que sou como a fl or. / Nos teu preconceitos de mil frases feitas, diz que sou perfeita e sou feita de amor.

Descreve a beleza da pele morena, me chama de loira, selvagem, serena / nos teus preconceitos de mil frases feitas diz que sou perfeita e sou feita de mel...

Descreve do jeito que bem entender, descreve seu moço / Porém não te esqueças de acrescentar / que eu também sei amar, que eu também sei lu-tar / que meu nome é MULHER.

Descreve a tristeza que tenho nos olhos comenta a malícia que tenho no andar, / nos teus precon-ceitos de mil frases feitas, / diz que sou perfeita qual puro jasmim...

Descreve do jeito que bem entender, descreve seu moço...

Descreve a angústia da fome e do medo / des-creve o segredo que guardo pra mim, / nos teus preconceitos de mil frases feitas, / diz que sou perfeita na hora de amar.

Descreve do jeito que bem entender, descreve seu moço...

Descreve também a tristeza que sinto, / confesso não minto que choro de dor / tristeza de ver hu-milhado meu homem / meus fi lhos com fome, meu lar sem amor.

02 – O CANTO DAS MARGARIDAS(Loucas de Pedra Lilás)Olha Brasília está fl oridaEstão chegando as decididasOlha Brasília está fl oridaÉ o querer, é o querer das Margaridas

Somos de todos os novelosDe todo tipo de cabeloGrandes, miúdas, bem erguidasSomos nós as Margaridas

Nós que vem sempre suandoEste país alimentandoTemos aqui para relembrarEste país tem que mudar!

Olha Brasília está fl orida ...

Água limpa sem privarSede de todos acalmarCasa justa pra crescerSaúde antes de adoecer

Terra sadia pra lucrarCanja na mesa no jantarUm Mínimo

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03 -DANÇA DA TECEDEIRACANTIGA POPULAR DO VALE DO JEQUITI-NHONHA - MGMargarida se eu bem soubesseQue ocê era tecedeiraEu mandava vim da BahiaPente fi no e lançadeira

Da Bahia mandei vimDuas tesouras de ouroUma prá cortar ciúmeOutra prá cortar namoro

Menina suspende a saiaModa n‛água não barrarQue a renda custou dinheiroDinheiro custou ganhar

O dinheiro de São PauloÉ dinheiro excomungadoFoi dinheiro de São PauloQue levou meu namoradopara se terDireito à paz e ao prazer

04 - ESTA LUTA NÃO É FÁCIL(Maria Nazaré de Souza)Esta luta não é fácil, mas tem que acontecerA mulher organizada tem que chegar ao poder

Vamos juntas, companheiras, vamos botar pra valer

Sem a mulher neste mundo seria triste demaisNão nascia gente nova e o mundo não tinha paz

A mulher nasceu pra ser pelo homem bem amadaSer amiga e companheira, não pra ser discriminada

Somos gente, somos força/Temos que ter igualdadeAo lado dos homens fortes/Transformar a sociedade

05 – EU SOU MULHER SEU DOUTOREu sou mulher seu doutor/ o que que é/Eu sou mu-lher do Brasil/ eu sou mulher

Pra lavar a louça eu sou mulher / Pra lavar a roupa eu sou mulher / Pra varrer casa eu sou mulher / E no Sindicato / Por que eu não posso ser mulher?

Pra ir pra cama eu sou mulher / Pra Ter fi lhos eu sou mulher / Pra cuidar da casa eu sou mulher / E na prefeitura / Por que eu não posso ser mulher?

Nas ocupações eu sou mulher / Nas negociações eu sou mulher / Nas discussões eu sou mulher / E no parlamento, por que eu não posso ser mulher?

06 - INDA TÁ LONGE DO FIM (Zé Pinto)Olha que xote maneiro, meu negoSegure na cintura da donzela

Mas com cuidadoMulher não é objeto seu coração de concretoPode machucar o dela (bis- toda estrofe)

Tanto segredo numa alma femininaUm sorriso que fascina Um olhar tão sonhado

Que busca espaço num grito de igualdadePor um homem companheiroE um canteiro pra fulô (bis – toda estrofe)

E a canção continuou com outra mentalidadeVamos dançar liberdadeO dia ainda não raiou (bis – toda estrofe)

Chame João e MargaridaChame Lia e SebastiãoChame Rosa e Serafi mInda ta longe do fi mTodo mundo no salão

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07 – LIBERTAÇÃO (SEREIA)A mulher já se deu conta, sereiaDe tanta submissão, sereiaE começa a dar as mãos, sereiaPra ter a libertação, sereia

O silêncio acabou, sereiaA mulher vai avançar, sereiaDo passado que fi cou, sereiaA coragem de lutar, sereia

O passado educou, sereiaA mulher pra obedecer, sereiaO presente ensinou, sereiaO combate pra vencer, sereia

Os amantes do poder, sereiaNos exploram como quer, sereiaReunidas, eles vão ver, sereiaToda a força da mulher, sereia

O momento é muito nobre, sereiaPra mulher se organizar, sereiaE unir o povo pobre, sereiaPra poder se libertar, sereia

A mulher que ver seu povo, sereiaComo classe libertada, sereiaRecriando um mundo novo, sereiaSem ter gente explorada, sereiaA mulher já se deu conta, sereiaDe tanta submissão, sereiaE começa a dar as mãos, sereiaPra ter a libertação, sereia

O silêncio acabou, sereiaA mulher vai avançar, sereiaDo passado que fi cou, sereiaA coragem de lutar, sereia

O passado educou, sereiaA mulher pra obedecer, sereiaO presente ensinou, sereiaO combate pra vencer, sereia

Os amantes do poder, sereiaNos exploram como quer, sereiaReunidas, eles vão ver, sereiaToda a força da mulher, sereia

O momento é muito nobre, sereiaPra mulher se organizar, sereiaE unir o povo pobre, sereiaPra poder se libertar, sereia

A mulher que ver seu povo, sereiaComo classe libertada, sereiaRecriando um mundo novo, sereiaSem ter gente explorada, sereia

08 - NEGRA MARIAMANegra Mariama, Negra Mariama chama. (Bis)Negra Mariama chama para enfeitar O andor porta estandarte, para ostentar.A imagem Aparecida em nossa escravidãoCom o rosto dos pequenos, cor de quem é irmão.Negra Mariama chama pra cantar:Que Deus uniu os fracos, pra se libertar.E derrubou dos tronos latifundiários,Que escravizavam, pra se regalar.Negra Mariama chama pra dançarSarava esperança até o sol raiarNo samba está presente o sangue derramadoO grito e o silêncio dos marginalizados.

09- OLÊ, MARIÊOlê Mariê, Olê Mariá (bis) Mulher sai dessa cozinhaVenha ocupar o seu lugar (bis)

Mulher frágil era um ditado / pra menos te tornar / mas quem viu a Revolução / sem a mulher funcionar?

Mulher, olha a tua mente / sufocada pra pensar / vem e solta opensamento / com teu jeito de criar.

Oh mulher abre essa boca / é preciso tem-

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perar / o prato da vida é insosso / sem o sal do teu falar!

A lei velha do machismo / Vem mulher, vem revi-rar/ se não faz a tua parte / essa lei vai dominar.10 - ORGANIZAÇÃORefrão: Organização, participaçãoGrito de união que vem da terra e sobre o céuÉ grito de dor, grito de esperançaDa mulher da roça que da luta não se cansa (bis)

Cai sobre a terra injustiça e exploraçãoA mulher muito trabalha sem direito a ganharÉ a mão-de-obra mais barata que se temA mulher não tem salário, nem direitos ela tem Chegou a hora de erguer a nossa voz De unir a nossa força pela organizaçãoGrupos de mães, Sindicatos e outras lutas São os meios que nós temos pra viver a união

Falando junto, discutindo os problemasDa família e da casa, roça e comunidadeCresce a consciência que o trabalho tem valorQue lele é grande instrumento de fazer fraternidade

11 - SEM MEDO DE SER MULHERPra mudar a sociedade / do jeito que a gente quer / participando/ sem medo de ser mulher

Porque a luta não é só de companheiros / Partici-pamos sem medo de ser mulherPisando fi rme sem pedir nenhum segredo / Parti-cipando sem medo de ser mulher

Pois sem mulher a luta vai pela metade / Partici-pamos sem medo de ser mulher Fortalecendo os movimentos populares / Partici-pando sem medo de ser mulher.

Na aliança operária-camponesa Participando sem medo de ser mulherPois a vitória vai ser nossa com certeza / Partici-pando sem medo de ser MULHER

12 – SOU LAVRADORALevanto cedo e pego a minha enxada / Sem café, sem nada vou pra minha roça / Quando é meio dia que dá doze horas / Deixa eu ir em casa ver se alguém almo-ça. Sou mulher explorada duas vezes / Como classe e como sexo também / Nossa luta tem que Ter muita fi rmeza / Prá acabar com a opressão que se mantém.

Nós queremos um futuro diferente / Para o povo Ter direito de viver / Nossos fi lhos serão livres e contentes / Para isso é que se luta até vencer.

A mulher de hoje em dia é submissa / Porque há uma opressão que é geral / o sistema dá origem a tudo isso / Pra poder acumular o capital.

Hoje em dia a nossa luta reivindica / melhoria para todo o povão / Mas a luta que se quer signifi -ca / Um país livre e um povo sem patrão.

Vamos em frente minha amiga e companheira / Nós queremos transformar a sociedade / Pra mulher Ter liberdade e ser parceira / Junto ao homem construir a igualdade.Sou lavradora, mulher da roça / vivo cansada meu Deus/ com as mãos grossas. (bis)

13 - SOU MULHERSou mulher e me confesso consciente / Do papel que necessito assumir / Com a força e a coragem de minha gente / Eu preparo o combate a seguir.

Sou mulher que trago as marcas do passado / De um tempo de miséria e precisão / No meu peito guardo a raiva do explorado / Submisso de gera-ção em geração.

Me dou conta do passado e do presente / Do lu-gar que a mulher quer conquistar / De unir o povo inteiro em corrente / Pra vitória um dia desses começar.

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14- TEM POUCA DIFERENÇA - (Autor: Jackson do Pandeiro)Que diferença da mulher o home tem?Espere aí que eu vou dizer, meu bemÉ que o home tem cabelo no peitoTem um queixo cabeludo e a mulher não tem (2x) No paraíso, dia de manhãAdão comeu maçã e Eva também comeuEntão fi cou Adão sem nada e Eva sem nadaSe Adão deu mancada Eva também deu Mulher tem duas pernas, tem dois braço Duas coxa, um nariz e uma bocaE tem muita inteligência O bicho homemTambém tem do mesmo jeito Se for reparar direitoTem pouquinho diferença [Repete Tudo]Breque [Eu acho que a diferença está é no sapato! Bom, eu também não sou homem...Sou é maaaaacho!

15 - MARIA DA PENHA AUTORA: ALCIONEComigo não, violãoNa cara que mamãe beijou Zé Ruela nenhum bota a mão Se tentar me baterVai se arrependerEu tenho cabelo na venta E o que venta lá, venta cá Sou brasileira, guerreira Não tô de bobeiraNão pague pra verPorque vai fi car quente a chapaVocê não vai ter sossego na vida, seu moço Se me der um tapaDa dona “Maria da Penha” Você não escapaO bicho pegou, não tem mais a banca De dar cesta básica, amorVacilou, tá na trancaRespeito, afi nal, é bom e eu gosto Saia do meu péOu eu te mando a lei na lata, seu mané Bater em mulher é onda de otárioNão gosta do artigo, meu bem Sai logo do armárioNão vem que eu não souMulher de fi car escutando esculacho Aqui o bura-co é mais embaixoA nossa paixão já foi tarde

16 - TORÉ – A TERRA É NOSSA MÃEA terra é nossa mãe, devemos cuidar dela Nasce a vida nesta terra sagrada (bis)O fogo é nosso pai, devemos cuidar dele (bis) Nasce a vida nesta terra sagrada (bis)A água é nosso sangue, devemos cuidar dela (bis) Nasce a vida nesta terra sagrada (bis)O ar é nosso irmão, devemos cuidar dele (bis) Nasce a vida nesta terra sagrada (bis)

17- MULHER E PRODUÇÃOAutora: Maria Nazaré de Souza –Itapipoca - CEQuem diz a mulher não participa Na produção econômica do país, Está errado e não vê a realida-de Basta escutar o que este canto diz.A mulher vai a roça todo diaVolta meio dia para o almoço preparar, À tarde volta novamente ao seu roçadoLembrando o gado e o preparo do jantar.Na sua roça produz tudo que precisa E na saúde atendente ou secretária. Para o país ter boa alimentaçãoEm toda área participa mui contente.Cultiva o milho, a batata, melancia,É impossível um trabalho neste mundo Arroz, ma-xixe, macaxeira e o feijão.Por mais profundo sem mulher está presente.O algodão para o nosso vestuário Se faz bem caro após a fabricação,Mas sua fonte nasce no mesmo trabalho É necessá-ria sua valorização.Se todo homem tem trabalho e energia Por tudo isso tenho profunda certezaE todo dia tem uma boa produção, E a clareza do que o meu verso diz,Sua mulher passa o dia na cozinha Que sem mu-lher não existe produção, Em toda linha tem sua participação.Sustentação ao destino de um país.E na escola faz tudo por seus alunos Cuida do ensino cumprindo o seu dever, Orientando e educando com ca-rinho,Faz de um tudo para este Brasil crescer.

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18 - NÃO AGUENTAMOS MAIS(Autora: Margarida Pereira/Idelzuita dos Santos)

Não, Não, Não, nós não agüentamos maisA violência contra a mulher nós não queremos mais (bis)Vamos dar um bastaE ao homem dizerNão estamos brincando Agora é pra valer.

As mulheres estão Lutando pra valer Denuncie a violência antes De você morrer.

Junto campo e fl oresta Vamos lutar pra valer Se unir a sociedadeDesta vez vamos vencer.

Vamos companheiras sem Medo de denunciar,A Lei Maria da Penha está aí Para ajudar.

Não queremos violência Em nossa sociedadePor isto contamosCom toda humanidade.

Se juntarmos nossa força Por uma cultura de PAZ Você pode acreditarA sociedade vai lucrar.

19 - DEIXE-ME SER GENTE (Autor: Desconhecido)Deixe-me ser genteNão me impeça de lutar, Pois a vida me convida, Uma missão realizar.Deixe eu ser mulher Ser livre prá sonharNão reprima, não reprove O meu jeito de amar.Vamos fazer a história De toda, mulherada,Preservar nossos valoresE não ser escravizada.

Muitas mulheres sem saberEstragaram sua idade Alienada se entregaramÀs drogas da sociedade.

Eu me sinto revoltada Ninguém me explica,De tanto ser exploradaEu me pus a protestar.

Mulheres na Música Popular Brasileira

20 - COM AÇÚCAR E COM AFETO(Chico Buarque) Com açúcar, com afeto, fi z seu doce prediletoPra você parar em casa, qual o quê!Com seu terno mais bonito, você sai, não acreditoQuando diz que não se atrasaVocê diz que é um operário, sai em busca do salárioPra poder me sustentar, qual o quê!No caminho da ofi cina, há um bar em cada esquinaPra você comemorar, sei lá o quê!Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assuntoDiscutindo futebolE fi car olhando as saias de quem vive pelas praiasColoridas pelo solVem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppoVocê vai querer cantarNa caixinha um novo amigo vai bater um samba antigoPra você rememorarQuando a noite enfi m lhe cansa, você vem feito criançaPra chorar o meu perdão, qual o quê!Diz pra eu não fi car sentida, diz que vai mudar de vidaPra agradar meu coraçãoE ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratadoComo vou me aborrecer? Qual o quê!Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retratoE abro os meus braços pra você.

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21 – COMO OS NOSSOS PAISNão quero lhe falarMeu grande amor,Das coisas que aprendiNos discos...Quero lhe contar como eu viviE tudo o que aconteceu comigoViver é melhor que sonharEu sei que o amorÉ uma coisa boaMas também seiQue qualquer cantoÉ menor do que a vidaDe qualquer pessoa...Por isso cuidado meu bemHá perigo na esquinaEles venceram e o sinalEstá fechado prá nósQue somos jovens...Para abraçar seu irmãoE beijar sua menina na ruaÉ que se fez o seu braço,O seu lábio e a sua voz...Você me perguntaPela minha paixãoDigo que estou encantadaComo uma nova invençãoEu vou fi car nesta cidadeNão vou voltar pro sertãoPois vejo vir vindo no ventoCheiro de nova estaçãoEu sei de tudo na ferida vivaDo meu coração...Já faz tempoEu vi você na ruaCabelo ao ventoGente jovem reunidaNa parede da memóriaEssa lembrançaÉ o quadro que dói mais...Minha dor é perceberQue apesar de termosFeito tudo o que fi zemosAinda somos os mesmos

E vivemosAinda somos os mesmosE vivemosComo os nossos pais...Nossos ídolosAinda são os mesmosE as aparênciasNão enganam nãoVocê diz que depois delesNão apareceu mais ninguémVocê pode até dizerQue eu tô por foraOu entãoQue eu tô inventando...Mas é vocêQue ama o passadoE que não vêÉ vocêQue ama o passadoE que não vêQue o novo sempre vem...Hoje eu seiQue quem me deu a idéiaDe uma nova consciênciaE juventudeTá em casaGuardado por DeusContando vil metal...Minha dor é perceberQue apesar de termosFeito tudo, tudo,Tudo o que fi zemosNós ainda somosOs mesmos e vivemosAinda somosOs mesmos e vivemosAinda somosOs mesmos e vivemosComo os nossos pais...

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22- COR DE ROSA CHOQUE(Rita Lee)Nas duas faces de EvaA bela e a feraUm certo sorrisoDe quem nada quer...Sexo frágilNão foge à lutaE nem só de camaVive a mulher...

Por isso não provoqueÉ Cor de Rosa ChoqueOh! Oh! Oh! Oh! Oh!Não provoque!É Cor de Rosa ChoqueNão provoque!É Cor de Rosa ChoquePor isso não provoqueÉ Cor de Rosa Choque...

Mulher é bicho esquisitoTodo o mês sangraUm sexto sentidoMaior que a razãoGata borralheiraVocê é princesaDondoca é uma espécieEm extinção...

Por isso não provoqueÉ Cor de Rosa ChoqueOh! Oh! Oh! Oh! Oh!Não provoque!É Cor de Rosa ChoqueNão provoque!É Cor de Rosa ChoquePor isso não provoqueÉ Cor de Rosa ChoqueOh! Oh! Oh! Oh! Oh!Não provoque!É Cor de Rosa ChoqueNão provoque!É Cor de Rosa Choque

23- ESSA MULHER(Elis Regina)De manhã cedo, essa senhora se conforma Bota a mesa, tira o pó, lava a roupa, seca os olhos Ah. como essa santa não se esquece de pedir pe-las mulheres Pelos fi lhos, pelo pão Depois sorri, meio sem graça E abraça aquele homem, aquele mundo Que a faz, assim, feliz

De tardezinha, essa menina se namora Se enfeita, se decora, sabe tudo, não faz mal Ah, como essa coisa é tão bonita Ser cantora, ser artista Isso tudo é muito bom E chora tanto de prazer e de agonia De algum dia, qualquer dia Entender de ser felizDe madrugada, essa mulher faz tanto estrago Tira a roupa, faz a cama, vira a mesa, seca o bar Ah, como essa louca se esquece Quanto os homens enlouquece Nessa boca, nesse chão Depois, parece que acha graça E agradece ao destino aquilo tudo Que a faz tão infeliz

Essa menina, essa mulher, essa senhora Em que esbarro toda hora No espelho casual É feita de sombra e tanta luz De tanta lama e tanta cruz Que acha tudo natural.

24 - EU APENAS QUERIA QUE VOCÊ SOUBESSEEu apenas queria que você soubesseQue aquela alegria ainda está comigoE que a minha ternura não fi cou na estradaNão fi cou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse

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Que esta menina hoje é uma mulherE que esta mulher é uma meninaQue colheu seu fruto fl or do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gostaQue hoje eu me gosto muito maisPorque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda horaÉ se respeitar na sua força e féE se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesseQue essa criança brinca nesta rodaE não teme o corte de novas feridasPois tem a saúde que aprendeu com a vida

25 - FEMININA(Joyce)Ô mãe me explica, me ensina, me diz o que é feminina?Não é no cabelo, no dengo, no olhar, é ser menina por todo lugarEntão me ilumina, me diz como é que termina?Termina na hora de recomeçar, dobra uma esquina no mesmo lugar.Costura o fi o da vida só pra poder cortarDepois se larga no mundo pra nunca mais voltar

Ô mãe, me explica, me ensina, me diz o que é feminina?Não é no cabelo, no dengo ou no olhar, é ser meni-na por todo lugar.Então me ilumina, me diz como é que termina?Termina na hora de recomeçar, dobra uma esquina no mesmo lugar.Prepara e bota na mesa com todo o paladarDepois, acende outro fogo, deixa tudo queimar

Ô mãe, me explica, me ensina, me diz o que é feminina?Não é no cabelo, no dengo ou no olhar, é ser meni-na por todo lugar.Então me ilumina, me diz como é que termina?

Termina na hora de recomeçar, dobra uma esqui-na no mesmo lugar.E esse mistério estará sempre láFeminina menina no mesmo lugar

26 - FOLHETIM(Chico Buarque)Se acaso me quiseresSou dessas mulheresQue só dizem simPor uma coisa à toaUma noitada boaUm cinema, um botequimE, se tiveres rendaAceito uma prendaQualquer coisa assimComo uma pedra falsaUm sonho de valsaOu um corte de cetimE eu te farei as vontadesDirei meias verdadesSempre à meia luzE te farei, vaidoso, suporQue é o maior e que me possuisMas na manhã seguinteNão conta até vinteTe afasta de mimPois já não vales nadaÉs página viradaDescartada do meu folhetim

27- GUERREIRASe vocês querem saber quem eu souEu sou a tal mineiraFilha de Angola, de Ketu e NagôNão sou de brincadeiraCanto pelos sete cantosNão temo quebrantosPorque eu sou guerreiraDentro do samba eu nasciMe criei, me convertiE ninguém vai tombar a minha bandeiraBole com samba que eu

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caio e balanço o baláio no som dos tantãsRebolo, que deito e que rolo,Me embalo e me embolo nos balangandãsBambeia de lá que eu bambeio nesse bamboleioQue eu sou bam-bam-bamE o samba não tem cambalacho,Vai de cima embaixo pra quem é seu fãEu sambo pela noite inteira,Até amanhã de manhãSou a mineira guerreira,Filha de Ogum com Iansã 28 - HÁ MULHERES(Rita Ribeiro)Há mulheres que se pintam de caulimNa costa do marfi m para o deus louvar Eu também me pinto para o luar, em mim, a prata derramar Oh! Musa da inspiração! Oh! Musa da inspiração! Oh! Musa da inspiração! Caia sobre mim este céu sem fi m

29 – MALANDRAGEMUm pouco de malandragemPois sou criançaE não conheço a verdadeEu sou poetaE não aprendi a amarEu sou poetaE não aprendi a amar...BobeiraÉ não viver a realidadeE eu ainda tenhoUma tarde inteiraEu ando nas ruasEu troco um chequeMudo uma planta de lugarDirijo meu carroTomo o meu pilequeE ainda tenho tempoPrá cantar...Eu só peço a Deus

Um pouco de malandragemPois sou criançaE não conheço a verdadeEu sou poetaE não aprendi a amarEu sou poetaE não aprendi a amar...Eu ando nas ruasEu troco um chequeMudo uma planta de lugarDirijo meu carroTomo o meu pilequeE ainda tenho tempoPrá cantar...Eu só peço a DeusUm pouco de malandragemPois sou criançaE não conheço a verdadeEu sou poetaE não aprendi a amarEu sou poetaE não aprendi a amar...Quem sabe eu ainda souUma garotinha!

30 – MAMA ÁFRICAMama ÁfricaA minha mãeÉ mãe solteiraE tem queFazer mamadeiraTodo diaAlém de trabalharComo empacotadeiraNas Casas Bahia...(2x)Mama África, temTanto o que fazerAlém de cuidar nenémAlém de fazer denguimFilhinho tem que entenderMama África vai e vemMas não se afasta de você...Mama África

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Caderno de Canções 2016 – 6ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais/CONTAG

A minha mãeÉ mãe solteiraE tem queFazer mamadeiraTodo diaAlém de trabalharComo empacotadeiraNas Casas Bahia...Quando Mama sai de casaSeus fi lhos de olodunzamRola o maior jazzMama tem calo nos pésMama precisa de paz...Mama não quer brincar maisFilhinho dá um tempoÉ tanto contratempoNo ritmo de vida de mama...Mama ÁfricaA minha mãeÉ mãe solteiraE tem queFazer mamadeiraTodo diaAlém de trabalharComo empacotadeiraNas Casas Bahia...(2x)É do SenegalSer negão, Senegal...Deve ser legalSer negão, Senegal...(3x)Mama ÁfricaA minha mãeÉ mãe solteiraE tem queFazer mamadeiraTodo o diaAlém de trabalharComo empacotadeiraNas Casas Bahia...(2x)Mama ÁfricaA minha mãeMama ÁfricaA minha mãeMama África...

31 - MARGARIDA PERFUMADA (Carlinhos Brown)Encontrei Margarida PerfumadaComo dava risadaPor também me encontrar

Seu olho já me espionavaIndo pra TimbaladaPra me ver Timbalar

Margarida no jarroMargarida no barroMargarida no carroMargarida no bairro

Encontrei Margarida choronaMe pedindo caronaPronde eu vou, você vai

Meu olho já lhe espionavaSe me faltar palavrasVou dizer te amar

Venha cá, venha cáVenha cá, venha cá

32 - MARIA, MARIA(Composição: Milton Nascimento e Fernando Brant)Maria, Maria, é um dom, uma certa magiaUma força que nos alertaUma mulher que merece viver e amarComo outra qualquer do planetaMaria, maria, é o som, é a cor, é o suorÉ a dose mais forte e lentaDe uma gente que ri quando deve chorarE não vive, apenas aguentaMas é preciso ter força, é preciso ter raçaÉ preciso ter gana sempreQuem traz no corpo a marcaMaria, Maria, mistura a dor e a alegriaMas é preciso ter manha, é preciso ter graçaÉ preciso ter sonho sem- preQuem traz na pele essa marcaPossui a estranha mania de ter fé na vida

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33 - MULHERES DE ATENASDaquelas mulheres de AtenasVivem pros seus maridosOrgulho e raça de Atenas

Quando amadas se perfumamSe banham com leite, se arrumamSuas melenas

Quando fustigadas não choramSe ajoelham, pedem imploramMais duras penas, cadenas

Mirem-se no exemploDaquelas mulheres de AtenasSofrem pros seus maridosPoder e força de Atenas

Quando eles embarcam soldadosElas tecem longos bordadosMil quarentenas

E quando eles voltam, sedentosQuerem arrancar, violentosCarícias plenas, obscenas

Mirem-se no exemploDaquelas mulheres de AtenasDespem-se pros maridosBravos guerreiros de Atenas

Quando eles se entopem de vinhoCostumam buscar um carinhoDe outras falenasMas no fi m da noite, aos pedaçosQuase sempre voltam pros braçosDe suas pequenas, Helenas

Mirem-se no exemploDaquelas mulheres de AtenasGeram pros seus maridosOs novos fi lhos de Atenas

Elas não têm gosto ou vontade

Nem defeito, nem qualidadeTêm medo apenasNão tem sonhos, só tem presságiosO seu homem, mares, naufrágiosLindas sirenas, morenas

Mirem-se no exemploDaquelas mulheres de AtenasTemem por seus maridosHeróis e amantes de Atenas

As jovens viúvas marcadasE as gestantes abandonadas, não fazem cenasVestem-se de negro, se encolhemSe conformam e se recolhemAs suas novenasSerenas

Mirem-se no exemploDaquelas mulheres de AtenasSecam por seus maridosOrgulho e raça de Atenas

34 - OLHOS NOS OLHOS(Chico Buarque)Quando você me deixou meu bemMe disse pra ser feliz e passar bemQuis morrer de ciúme, quase enlouqueciMas depois, como era de costume, obedeciQuando você me quiser reverJá vai me encontrar refeita, pode crerOlhos nos olhosQuero ver o que você fazAo sentir que sem você eu passo bem demaisE que venho até remoçandoMe pego cantando, sem mais, nem por quêTantas águas rolaramQuantos homens me amaramBem mais e melhor que vocêQuando talvez precisar de mimCê sabe que a casa é sempre sua, ve-nha simOlhos nos olhosQuero ver o que você dizQuero ver como suporta me ver tão feliz

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35 - PAGÚ(Rita Lee e Zélia Duncan)Mexo e remexo na inquisiçãoSó quem já morreu na fogueiraSabe o que é ser carvãoEu sou pau pra toda obraDeus dá asas à minha cobra

Minha força não é brutaNão sou freira nem sou putaPorque Nem toda feiticeira é corcundaNem toda brasileira é bundaMeu peito não é de siliconeSou mais macho que muito “home”

Sou a rainha do meu tanqueSou Pagú indignada no palanqueFama de porra-louca, tudo bemMinha mãe é Maria AlguémNão sou atriz-modelo-dançarinaMeu buraco é mais em cima

36 - SALÃO DE BELEZA(Zeca Baleiro)Vem você me dizerQue vai num salão de belezaFazer permanente, massagem, rinsagem, refl exoE outras “cositas más” (2x)

Oh! Baby você não precisaDe um salão de belezaHá menos belezaNum salão de belezaA sua beleza é bem maiorDo que qualquer belezaDe qualquer salão... (2x)

Mundo velhoE decadente mundoAinda não aprendeuA admirar a belezaA verdadeira belezaA beleza que põe mesa

E que deita na camaA beleza de quem comeA beleza de quem amaA beleza do erroPuro do enganoDa imperfeição...

Belle! Belle!Como Linda EvangelistaLinda! Linda!Como Isabelle Adjani...(3x)

Veja como vem!Veja bem!Veja como vemVai! Vai!Vem! Veja bem!Como vai! Vem!Veja como vai!Veja bem!Veja bem como vem!Vai! Vem!Se ela vai também!

Aí! Bela MorenaAí! Morena BelaQuem foi que te fez tão formosa?És mais linda que a rosaDebruçada na janela...(2x)

37 - UMA NOVA MULHERQue venha essa nova mulher de dentro de mim,Com olhos felinos felizes e mãos de cetimE venha sem medo das sombras, que rondam o meu coração,E ponha nos sonhos dos homensA sede voraz, da paixãoQue venha de dentro de mim, ou de onde vier,Com toda malícia e segredos que eu não souberQue tenha o cio das onças e lute com todas as forças,Conquiste o direito de ser uma nova mulherLivre, livre, livre para o

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amor....quero ser assim, quero ser assimSenhora das minhas vontadesE dona de mim (bis) Que venha de dentro de mim, ou de onde vier,Com toda malícia e segredos que eu não souberQue tenha o cio das corças e lute com todas as forças,Conquiste o direito de ser uma nova mulherLivre, livre, livre para o amor quero ser assim, quero ser assim,Senhora das minhas vontadesE dona de mim (bis)

37 - XOTE DAS MENINASMandacaru quando fulora na seca / É um sinal que a chuva chega no sertão / Toda menina que enjoa da boneca / é sinal que o amor já chegou no coração. Meias compridas não quer mais sapato baixo / vestido assentado/ não quer mais vestir timão.

Ela só quer, só pensa em namorar. (Bis)

De manhã cedo já está pintada / Só vive suspi-rando, sonhando acordada / O pai leva ao doutor a fi lha adoentada / Não come nem estuda / Não dorme nem quer nada.

Ela só quer, só pensa em namorar.. (Bis)

Mas o doutor nem examina, / Chamando o pai de lado, / Lhe diz logo em surdina / O mal é da idade e pressa da menina / Não tem um só remédio em toda medicina.

Ela só quer, só pensa em namorar. (Bis)

38 - EU VIM DE LONGE Eu vim de longe pra encontrar o meu caminhoTinha um sorriso e um sorriso ainda valia,Achei difícil a viagem até aqui, mas eu cheguei, mas eu cheguei ! Eu vim de pressa, mas não vim de caminhão

Eu vim ajato neste asfalto , nesse chão.Mas eu cheguei, Mas eu cheguei ! Eu vim por causa daquilo que não se vê Vim nú, dascalça, sem dinheiro na pior, Achei difícil a viagem até aqui,Mas eu cheguei, Mas eu cheguei ! Eu tive ajuda de quem você não acreditas, Vim na esperança de chegar até aqui. Vim caminhando, estou aqui, me decidi. Eu vou fi car, eu vou fi car!

39 - NÃO POSSO TRABALHARNão posso trabalhar,não posso mais lutar, a terra que é nossa.Queremos nos unir e nos organizarPedir reforma Agrária e aterra possear.

40 - A TRAJETÓRIA DE LUTA DAS MULHERES A mulher antigamente, não saia da cozinha. Só pensava nas crianças e na feira da farinha.Ainda cuidava do marido e tinha que pisar na linha! “Ò mulher vamos por o pé na estrada,Vamos nos organizar pois esta vida está pesada”. Começamos nos reunir, Nas comunidades de base,Refl etindo nossa vida e Pedindo pela paz.Foi aí que descobrimos Que temos capacidade.“Ò mulher vamos por o pé na estrada,Vamos nos organizar pois esta vida está pesada”.

Nessa nossa Trajetória teve coisas importantes,Descobrimos o Sindicato Nossa arma de mudançaEnfrentamos até a políciaMas pelego aqui não manda!“Ò mulher vamos por o pé na estrada,Vamos nos organizar pois esta vida está pesada”.

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41 - O TEMPO VAI PASSANDO Vai pra beira do riacho, Com a trouxa na cabeçaPrá ganhar uma mixaria, Lavar roupa todo o dia, Se resfria e não se queixa.Já não tem mais o maridoE vai prá roça sozinhaDeixa o fi lho de dois anos e mais um que está andandoCuida deles mariquinha!É a mulher do posseiro Que o pistoleiro assassinouTudo é culpa do sistemaPois o rico não tem penaDo povo trabalhador. E a mulher do bóia fria, É o peso do facão, Quando a cana vai caindo, Ela pensa nos meninos É uma dor no coração. Mas o tempo vai passandoElas vão se percebendoQue é somente se engajando E se conscientizando Que a luta vai rompendo. 42 - PALAVRAS DE ORDEMAbre-alas 1O abre-alas que eu quero passarO abre-alas que eu quero passar,Sou feminista, não posso negarSou feminista, não posso negar!Abre-alas 2Ô abre alas que as mulheres vão passar,Com essa marcha muita coisa vai mudar,Nosso lugar não é no fogo ou no fogão,A nossa chama é o fogo da revolução!Ê feminismo!Êêêê feminismo, ê!Êêêê feminismo, ê!Êêêê feminismo, ê!Lá lá lá lá lá lá!

Feminismo pra frente, (3x)

O machismo pra trás!Lá lá lá lá lá lá!JoãoJoão, João cozinha seu feijãoJosé, José cozinha se quiser!Mulher não foi feitaMulher não foi feita pra serviço de cozinhaSalsa, cebola e cebolinhaMulher não foi feita pra levar tapinhaNa cara, no braço, nem na bundinha!Legalizar abortoLegalizar o aborto,Direito ao nosso corpo!Se o papaSe o papa fosse mulher, O aborto seria legal!Se o papa fosse mulher,O aborto seria legal!Se o papa fosse mulheéér!O aborto seria legal!Seria legal e seguro,Seria Lega e seguro!Nossa luta 1A nossa luta é todo dia,Somos mulheres e não mercadoria!Nossa luta 2A nossa luta é por respeito,Mulher não é só bunda e peito!Eu não sou missEu não sou miss, Nem avião,Minha beleza não tem padrãoO mundo que a gente querA violência contra mulher,Não é o mundo que a gente quer!!Não dá!!!Não dá, não dá, não dá!Não dá danoninhoTodinho não dá,Biscoito Bauduco E ovo maltine,Massa frescarineYoki não dáComida transgênica tem

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que acabar,Não dá!!Arroz com feijãoArroz com feijão,queremos comer!Mas com a MonsantoNão vamos mais poder!Te cuida seu machista!Te cuida, te cuida,Te cuida seu machistaQue a América Latina vai ser toda feministaNo batuque do tambor!No batuque do tambor (tum tum tum)a revolta social (tum tum tum)nós somos as mulheres (tum tum tum)da marcha mundial!Contra a pobreza e a opressão (tum tum tum)do capitalismo patriarcal (tum tum tum)nós vamos provocaruma revolução mundial!Eeeeeeeeeeeeeê mulheresmulheres, libertáriasEeeeeeeeeeeeeeê mulheeeeresfeministas, revolucionáriasNo batuque do tambor!!!! (tum tum tum)CremogemaQueima, queima, queimaQue é transgênicoPra acabar com a propriedade das sementesA Monsanto, quer sempre o pior pra genteQueima, queima que é transgênico!

Seguir lutandoVamos seguir lutando com o povoVamos construir um mundo novoContra a violencia e o machismoContra a pobreza e o capitalismoLivres ou mortas, jaaamais escravas( 2X)Mulher rendeiraOlê mulher rendeira,Olê mulher rendá,sai do pé desse fogão,vem prá rua, vem lutar.Não quero mais saberParódia do “Você não valhe nada, mas eu gosto de você”Mulher violentada eu não quero mais saber,Mulher violentada eu não quero mais saber,Tudo o que eu quero é mulher livre ser,Tudo o que eu quero é mulher livre ser.MacarenaFaz o trabalho doméstico Manoel,Faz o trabalho doméstico Manoel,Faz o trabalho doméstico Manoel,Êeee… faz Manél, ai!