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6b
Qualificando a ação escolar+
FORMAÇÃO MAISPAIC
L NGUAGEM1ETRAMENTOC
M TEMÁTICOÉCIENTÍFIC j2019 e
Anos Finais do Ensino Fundamental
Caderno de Práticas Pedagógicas
LÍNGUA PORTUGUESAVOL. IV
2
C387m
Ceará. Secretaria da Educação do Estado do Ceará
Caderno de práticas pedagógicas: anos finais do ensino fundamental: língua portuguesa/ Secretaria
da Educação do Estado do Ceará, organizado por Ana Gardennya Linard – Fortaleza: SEDUC, 2019.
62p.; Il
ISBN: 978-85-8171-253-6
1. Educação. I. Oliveira, Francisca Poliane Lima de. II. Carvalho, Ive Marian de. III. Costa,
Izabelle de Vasconcelos. IV. Título.
CDD 370
Governador Camilo Sobreira de Santana
Vice-Governadora Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretária da Educação
Eliana Nunes Estrela
Secretário Executivo de Cooperação com os Municípios Márcio Pereira de Brito
Coordenadora de Cooperação com os Municípios para Desenvolvimento da Aprendizagem na Idade Certa
Ana Gardennya Linard Sírio Oliveira
Orientadora da Célula de Fortalecimento da Alfabetização e Ensino Fundamental
Francisca Rosa Paiva Gomes
Equipe do Eixo dos Anos Finais do Ensino Fundamental
Ive Marian de Carvalho
Izabelle de Vasconcelos Costa
Maria Hosana Magalhães Viana
Autoras
Francisca Poliane Lima de Oliveira
Ive Marian de Carvalho
Izabelle de Vasconcelos Costa
Revisão de Texto
Ive Marian de Carvalho
Izabelle de Vasconcelos Costa
Organização Gráfica
Francisca Poliane Lima de Oliveira
Ive Marian de Carvalho
Izabelle de Vasconcelos Costa
Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)
Índice para Catálogo Sistemático: 1. Educação: 370
ISBN: 978-85-8171-253-6
3
Olá, professor(a),
Gostaríamos de apresentar o 4° Caderno de Práticas Pedagógicas dos anos finais do Ensino
Fundamental, visando apoiá-los no exercício da prática docente, sobretudo, no que se refere ao ensino
vivencial de Língua Portuguesa.
Desse modo, o propósito do material é trazer atividades dinâmicas que contribuam para a formação da
cidadania, por meio da criação de situações reais de uso da língua que leve em conta a circulação dos gêneros
diversos, a fim de levar o aluno a compreender o funcionamento, a estrutura e o propósito de comunicação
deles nas diversas esferas sociais.
Lembrando, professores, que questões linguísticas devem ser exploradas em sala de aula sem dispensar
da formação do sujeito pleno, o que equivale dizer que se deve tratar esse ensino em todas as dimensões:
cognitiva, afetiva, ética e social. Nesse sentido, as diversas práticas sociais produzem manifestações
discursivas que se materializam em textos que podem e devem ser contemplados no cotidiano escolar para que
o aluno, progressivamente, saiba utilizá-los, de maneira satisfatória, quando houver demanda social. Conclui-
se, portanto, que a figura do mediador deve propiciar ao aluno a apreensão dos diversos gêneros presentes nas
mais variadas esferas sociais.
Buscando atender as solicitações de professores e formadores, o quarto caderno trará questões que
fortalecem os eixos do conhecimento contemplados no SAEB, relacionadas aos descritores considerados
críticos pelo Protocolo MAISPAIC 2019.
Com tudo isso, convidamos você, professor(a) nessa empreitada, a (re)construir uma prática criativa,
atrativa, significativa para quem aprende e para quem ensina.
Vamos lá?!
Bom trabalho!
A equipe organizadora.
4
SUMÁRIO
PARTE I – 6° E 7° ANO
1. ROTINA PEDAGÓGICA ...................................................................................................... 5
2. BLOCO DE ATIVIDADES .................................................................................................... 6
2.1 Semana I .................................................................................................................................... 6
2.2 Semana II .................................................................................................................................. 12
2.3 Semana III ................................................................................................................................. 18
2.4 Semana IV ................................................................................................................................. 24
2.5 Semana V .................................................................................................................................. 31
3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ............................................................................... 37
PARTE II – 8° E 9° ANO
4. ROTINA PEDAGÓGICA ...................................................................................................... 40
5. BLOCO DE ATIVIDADES .................................................................................................... 41
5.1 Semana I .................................................................................................................................... 41
5.2 Semana II .................................................................................................................................. 47
5.3 Semana III ................................................................................................................................. 53
5.4 Semana IV ................................................................................................................................. 60
5.5 Semana V .................................................................................................................................. 68
6. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ............................................................................... 73
PARTE III
7. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 76
8. AVALIAÇÃO DO CADERNO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS .................................... 77
8.1 Avaliação 6° e 7°........................................................................................................................ 77
8.2 Avaliação 8° e 9° ....................................................................................................................... 79
9 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 81
5
ROTINA PEDAGÓGICA 6° E 7° ANO
AULA 1 (100 MINUTOS)
Interpretando gêneros
multimodais
AULA 2 (100 MINUTOS)
Inferindo informações implícitas
AULA 3 (50
MINUTOS)
1. Reforçando para o
SAEB
SEMANA I
(50 min) - Trabalhar os
tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 1.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver com os
alunos o EXEMPLO 2.
(50 min) - Colocando a habilidade em
prática: resolver os exercícios 1, 2 e 3.
Realizar as atividades 1,
2 e 3.
AULA 1 (100 MINUTOS)
Diferenciando partes principais
de secundárias
AULA 2 (100 MINUTOS)
Estabelecendo relações lógico-discursivas.
AULA 3 (50
MINUTOS)
2. Reforçando para o
SAEB
SEMANA II
(50 min) - Trabalhar os
tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 3.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver com os
alunos o EXEMPLO 4.
(50 min) - Colocando a habilidade em
prática: resolver os exercícios 1, 2 e 3.
Realizar as atividades
1, 2 e 3.
AULA 1 (100 MINUTOS)
Reconhecendo efeitos de sentido
através da pontuação e outras
notações.
AULA 2 (100 MINUTOS)
Reconhecendo o efeito de sentido
explorando recursos ortográficos e/ou
morfossintáticos.
AULA 3 (50
MINUTOS)
3. Reforçando para o
SAEB
SEMANA III
(50 min) - Trabalhar os
tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 5.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver com os
alunos o EXEMPLO 6.
(50 min) - Colocando a habilidade em
prática: resolver os exercícios 1, 2 e 3.
Realizar as atividades
1, 2 e 3.
AULA 1 (100 MINUTOS)
Identificando níveis de
linguagem que evidenciam
locutor e/ou interlocutor.
AULA 2 (100 MINUTOS)
Identificando o que há de comum e de
diferente entre textos.
AULA 3 (50
MINUTOS)
4. Reforçando para o
SAEB
SEMANA IV
(50 min) - Trabalhar os
tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 7.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver com os
alunos o EXEMPLO 8.
(50 min) - Colocando a habilidade em
prática: resolver os exercícios 1, 2 e 3.
Realizar as atividades
1, 2 e 3.
AULA 1 (100 MINUTOS)
Distinguindo fato de sua
opinião.
AULA 2 (100 MINUTOS)
AULA 2: Reconhecendo efeitos de sentido
decorrente da escolha de palavras, frases
ou expressões.
AULA 3 (50
MINUTOS)
5. Reforçando para o
SAEB
6
SEMANA V
(50 min) - Trabalhar os
tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 9.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver com os
alunos o EXEMPLO 10.
(50 min) - Colocando a habilidade em
prática: resolver os exercícios 1, 2 e 3.
Realizar as atividades
1, 2 e 3.
BLOCO DE ATIVIDADES 6° E 7° ANO
SEMANA I
CONCEITUANDO
D5 (SAEB) – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.)
D4 (SPAECE) – Interpretar textos não verbais e textos que articulam elementos verbais e não verbais.
Por meio deste descritor, é possível avaliar a habilidade do aluno de reconhecer a utilização de elementos gráficos (não
verbais) como apoio na construção do sentido e na interpretação de textos que utilizam linguagem verbal e não verbal.
Esta habilidade pode ser avaliada por meio de gêneros multimodais, como tirinhas, gráficos simples, charges de temática
cotidiana, cartazes de filmes de interesse dos alunos dessa faixa de idade, desenhos, fotos, infográficos, entre outros.
Consideramos aqui que no 6º e no 7º ano espera-se que já estejam consolidadas - ainda que basicamente - as habilidades
de leitura e interpretação de textos verbais e imagéticos isolados e/ou conjugados um ao outro.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicialmente, é importante apresentar exemplos de gêneros multimodais. Explique que o texto não é
construído apenas por meio da escrita. Ao contrário: ele pode se materializar por meio da linguagem escrita, oral,
imagética e, até mesmo, na articulação destas modalidades.
Fale ainda que os textos multimodais estão cada vez mais comuns em nossa sociedade e que eles usam cotidianamente
tais textos, principalmente quando estão na internet. Eles também estão nos outdoors, nas propagandas de TV, no rádio.
Por isso, se faz importante que os alunos sejam capazes de ler e compreender esse tipo de texto.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 1
Observe o cartum a seguir.
Disponível em: http://zelhumortotal.blogspot.com/2015/03/agua-nao-ignore-o-planeta-cartum.html. Acesso 27 julh. 2019.
AULA 1: Interpretando textos multimodais.
7
Uma interpretação possível para esse cartum é que
a) O homem representado não se importa com o planeta terra.
b) As pessoas não se deram conta da importância da água.
c) está acabando a água dos reservatórios do Ceará.
d) quase 100% da água do mundo acabou.
GABARITO: item B.
Professor, solicite aos alunos que observe, de modo geral, os elementos imagéticos como o desenho do planeta terra com
uma torneira aberta derramando água e o homem de costas para o planeta. Reforce que se trata de um gênero multimodal,
ou seja, que utiliza linguagem verbal e não verbal.
Em seguida, chame a atenção dos alunos para a representação da expressão facial do homem e a do planeta Terra para
que eles percebam os sentimentos de angústia e desprezo manifestados por meio das expressões faciais, outro recurso
de produção de sentidos.
Por fim, leia com eles a questão e os itens. Esclareça que o item (a) está incorreto, pois indica que o desprezo é com o
planeta inteiro, mas nesse cartum, especificamente, esse desprezo está ligado somente ao desperdício da água. O item
(c) está incorreto porque, o desenho do planeta Terra indica que o problema da água é do mundo inteiro e não apenas da
região cearense. O item (d) também está incorreto, pois afirmar que 100% da água está acabando é uma informação que
não se pode provar por meio da imagem apresentada, já que ela não trata de números, pois mostra apenas a problemática
em si. Portanto, o item correto seria o item (b). As pessoas não se deram conta da importância da água. Nesse cartum,
as pessoas de modo geral estão representadas pela figura desse homem com feições de quem manifesta desprezo com a
causa da água, por essa razão pode-se afirmar que as pessoas não estão dando importância porque todas elas adotaram
a mesma postura do homem representado no cartum.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Observe a tirinha a seguir.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/756393699888208807/?lp=true. Acesso em: 16 ago. 2019
Na tirinha acima é possível identificar
a) crítica ao desmatamento desenfreado do meio ambiente.
b) explicação da necessidade de se usar os recursos naturais.
c) incentivo ao uso dos recursos naturais para construção de móveis.
d) ironia em relação às pessoas que protegem a natureza.
8
Exercício 2
Analise a charge.
Fonte: http://www.scrapsdinamicos.com.br/imagens/charges-engracadas-futebol/6. Acesso em 14 ago 2019.
De acordo com a charge, o personagem que respondeu “eu dirijo” é
a) a morte.
b) um folião disfarçado.
c) um amigo fantasiado de morte.
d) uma visão de bêbado.
Exercício 3
Observe o texto a seguir.
O gigantesco problema das Cápsulas de Café abafado pelas grandes corporações
Facilita sua rotina, mas destrói a natureza.
Com a nossa evolução tecnológica, acabamos por classificar novas
invenções como essenciais para nossa vida, porém sem nos darmos conta
que há alguns anos vivíamos muito bem sem elas.
O grande problema, no entanto, é quando essas novidades causam
um impacto negativo em nossa vida e ao planeta. Este é o caso das (até
então) queridinhas cápsulas de café. (...)
Fonte: https://www.almanaquesos.com/o-grande-problema-das-capsulas-de-
cafe-abafado-pelas-grandes-corporacoes/, acesso em 15 de ago. de 2019.
A ilustração do texto possui elementos que indicam
a) A aprovação ao consumo de cápsulas de café.
b) A desaprovação ao consumo de cápsulas de café.
c) O incentivo ao consumo de cápsulas de café.
d) A sugestão de marca de cápsulas de café
CONCEITUANDO
D4 (SAEB) – Inferir uma informação implícita em um texto.
D2 (SPAECE) – Inferir informação em texto verbal.
A habilidade avaliada por esse descritor está relacionada à competência do aluno de localizar uma informação que não
está explícita no texto, dependendo, muitas vezes, de seus conhecimentos prévios, bem como de pistas contidas no
próprio texto, mas que o extrapolam.
Esta habilidade é avaliada, no 6º e no 7º ano, por meio de um texto – puramente verbal - que dá suporte ao item, no qual
o aluno é orientado a localizar as informações solicitadas seguindo as pistas fornecidas pelo próprio texto, ou seja, o
aluno deverá mobilizar sua capacidade de leitura para compreender o que está além do que se lê no papel. Para chegar
à resposta correta, o aluno deve ser capaz de ler o texto, localizando, dentre as informações que estão na superfície do
texto, aquela que está sendo solicitada; contudo, para atender ao solicitado precisa fazer relações do que leu no texto
com informações que extrapolam esse texto e que sejam fruto de seus conhecimentos prévios.
AULA 2: Inferindo informações implícitas.
9
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicialmente, converse com os alunos sobre o significado do verbo inferir, levando-os a olhar o
dicionário, e sobre a diferença entre explícito e implícito, partindo também do que diz o dicionário. Na sequência,
mostre com exemplos práticos o que seria uma informação explícita e um implícita.
Explique que, muitas vezes, para compreender um texto, precisamos recorrer a informações que não estão
expressas claramente, mas que é possível recuperá-las por meio de pistas disponibilizadas pelo próprio texto ou por
nossos conhecimentos prévios.
Esclareça que, para isso, faz-se necessária uma leitura atenta do texto para que se consiga localizar e
compreender as informações que estão explícitas e, assim, seja capaz de perceber (inferir) as que não estão.
Reforce com os alunos que todas as experiências de vida acumuladas servirão de bagagem para que, no momento
de compreender a informação que não está presente por meio das palavras, não tenham dificuldade de perceber aquilo
que está faltando ou que pode ser incluído naquele contexto.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 2
Leia o infográfico a seguir.
http://lanceseulivro.com/wp-content/uploads/2015/08/Infogr%C3%A1fico-e1440281855499.jpg. Acesso em: 28/08/2019
A partir desse infográfico, podemos inferir que
a) a região com maior número de leitores é a região sul.
b) o Brasil é um país de poucos leitores.
c) temos uma boa média de livros lidos por ano.
d) o sudeste é a região que menos lê.
GABARITO: item B.
Professor, solicite aos alunos que façam uma leitura atenta do texto. Em seguida, peça que eles observem e comparem
os números, perguntando sobre a quantidade de pessoas do país e a quantidade declarada de leitores com o hábito de ler
no tempo livre.
Em seguida, leia o comando da questão e os itens. Esclareça que o item (a) está incorreto, pois, o texto não menciona
informações acerca da região sul. O item (c) está incorreto porque 4,6 para um país que tem 200 milhões de habitantes
não é um número consideravelmente grande. O item (d) também está incorreto, pois novamente não se pode fazer
afirmações sobre regiões por não haver dados acerca delas. Portanto, o item correto é (b), pois é possível inferir pelos
números apresentados e pela quantidade de habitantes que o Brasil possui, que somos um país de poucos leitores.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Leia o texto abaixo.
O defunto vivo
Em alguns arraiais do interior mineiro, quando morria alguém, costumavam buscar o caixão na cidade vizinha,
de caminhão. Certa feita, vinha pela estrada um caminhão com sua lúgubre encomenda, quando alguém fez sinal,
pedindo carona. O motorista parou.
10
- Se você não se incomodar de ir na carroceria, junto ao caixão, pode subir.
O homem disse que não tinha importância, que estava com pressa. Agradeceu e subiu. E a viagem prosseguiu.
Nisto começa a chover. O homem, não tendo onde se esconder da chuva, vendo o caixão vazio, achou melhor
deitar-se dentro dele, fechando a tampa, para melhor abrigar-se. Com o balanço da viagem, logo pegou no sono.
Mais na frente, outra pessoa pediu carona. O motorista falou:
- Se você não se importa de viajar com o outro que está lá em cima, pode subir.
O segundo homem subiu no caminhão. Embora achasse desagradável viajar com um defunto num caixão, era
melhor que ir a pé para o povoado.
De tempos em tempos, novas caronas subiam na carroceria, sentavam-se respeitosos em silêncio, em volta do
caixão, enquanto seguiam viagem.
Avizinhando-se o arraial, ao passar num buraco da estrada, um tremendo solavanco sacode o caixão e desperta
o dorminhoco que se escondera da chuva dentro dele.
Levantando devagarinho a tampa do caixão e pondo a palma da mão para fora, fala em voz alta:
- Será que já passou a chuva?
Foi um corre-corre dos diabos. Não ficou um em cima do caminhão. Dizem que tem gente correndo até
hoje. WEITZEL, Antônio Henrique. Folclore literário e linguístico. Juiz de Fora, MG. EDUFJF, 1995
O título “O defunto vivo” aparentemente parece um absurdo, contudo depois de ler o texto, percebemos que o defunto
vivo se trata de um
a) ajudante do motorista que dormiu no caixão.
b) caroneiro que morreu e foi colocado no caixão.
c) motorista fantasma que saiu de um caixão.
d) homem que se escondeu da chuva em um caixão.
Exercício 2
Observe o comentário a seguir
Disponível em: https://infogram-thumbs-1024.s3.amazonaws.com/zerohora_1386977864.jpg. Acesso em 5 ago 2019
O fenômeno descrito nessa postagem nos indica que
a) as pessoas comuns não podem criar palavras.
b) os verbetes, como selfie, só podem ser criados pelos dicionaristas.
c) selfie é uma palavra que já faz parte do nosso dia a dia.
d) selfie tornou-se verbete depois que as pessoas postaram no Instagram.
Exercício 3
Leia o texto a seguir.
Quadrilha da Sujeira
João joga um palitinho de sorvete na
rua de Teresa que joga uma latinha de
refrigerante na rua de Raimundo que
joga um saquinho plástico na rua de
Joaquim que joga uma garrafinha
velha na rua de Lili.
Lili joga um pedacinho de isopor na
rua de João que joga uma embalagenzinha
de não sei o quê na rua de Teresa que
joga um lencinho de papel na rua de
Raimundo que joga uma tampinha de
refrigerante na rua de Joaquim que joga
11
um papelzinho de bala na rua de J. Pinto
Fernandes que ainda nem tinha
entrado na história.
Ricardo Azevedo. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/quadrilha-sujeira-
423533.shtml.
O comportamento criticado nesse texto é
a) o mau hábito de jogar lixo nas ruas. b) os amigos que sujam a rua uns dos outros.
c) a implicância de Joaquim com Lili.
d) a não reciclagem do lixo.
D4 (SAEB) – Inferir uma informação implícita em um texto.
D2 (SPAECE) – Inferir informação em texto verbal.
(SAERS) Leia o texto abaixo.
O príncipe sapo
Uma feiticeira muito má transformou um belo
príncipe num sapo, só o beijo de uma princesa
desmancharia o feitiço.
Um dia, uma linda princesa chegou perto da lagoa
em que o príncipe morava. Cheio de esperança de ficar
livre do feitiço, ele lhe pediu um beijo. Como ela era
muito boa, venceu o nojo e, sem saber de nada,
atendeu
ao pedido do sapo: deu-lhe um beijo.
Imediatamente o sapo voltou a ser príncipe, casou-se
com a princesa e foram felizes para sempre.
SEIESZKA, Jon. O patinho realmente feio e outras histórias malucas. São Paulo: Companhia das letrinhas,
1997, [s. p].
1. O que deu origem aos fatos narrados nesse texto?
a) o beijo da princesa.
b) o feitiço da feiticeira.
c) o nojo da princesa.
d) o pedido do sapo.
(SPAECE – 2011) Leia o texto abaixo
Pensamor
Como pesa pensamor
Moeda de ouro em minha palma
Sem que perceba o doador
Como é leve pensamor
ao peito que se abre em palma
para a seta que acertou.
LISBOA, Henriqueta. Melhores poemas de HenriquetaLisboa. Seleção de Fábio Lucas. São Paulo, Global, 2001. P. 162.
2. Nesse texto, o amor é tratado como um
a) controle do sentimento alheio.
b) desespero para quem o perde.
c) peso quando se guarda para si.
d) sentimento despertado no doador.
D5 (SAEB) – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.
D4 (SPAECE) – Interpretar textos não verbais e textos que articulam elementos verbais e não verbais.
1. Reforçando para o SAEB
12
(Equipe PIP). Leia o texto abaixo.
Ziraldo. “O menino Maluquinho”. In: folha de Londrina, 10/04/2002.
3. O desespero da mãe do Menino Maluquinho se justifica pela:
a) pergunta do menino maluquinho.
b) ação do menino maluquinho.
c) maldade do menino maluquinho.
d) distração do menino maluquinho.
SEMANA II
CONCEITUANDO
D9 (SAEB) – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
D7 (SPAECE) – Diferenciar a informação principal das secundárias em um texto.
Por meio deste descritor, é possível avaliar a habilidade do aluno em compreender a lógica de estruturação e a
organização textual, bem como em entender e diferenciar a informação principal das que são secundárias no texto.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, esclareça aos alunos que compreender a articulação das ideias de um texto é um componente
necessário para a proficiência leitora, ou seja, quem entende como os autores articulam as ideias de um texto tem mais
chances de ser bom em interpretação textual. Para que seja capaz de realizar uma leitura eficiente, o leitor precisa
perceber que todo texto tem um projeto de dizer e este projeto está articulado a partir de uma informação principal e das
informações que a complementam seja ilustrando, seja enriquecendo.
A relação entre a informação principal e as secundárias garantem a coerência e a coesão do texto. Para que
consigamos identificar a informação principal de um texto, é necessário que o aluno relacione as diferentes informações
de forma a construir o seu sentido global, ou seja, que ele relacione as múltiplas partes que compõem o todo significativo
que é o texto.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
AULA 1: Diferenciando partes principais de secundárias
13
EXEMPLO 3
Cerca de 20 mil se despedem do poeta Patativa
Foi decretado feriado ontem em Assaré (623Km de Fortaleza) para a população local homenagear o principal poeta
popular do Brasil, Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, que morreu anteontem, aos 93 anos. As
homenagens começaram logo depois da morte, às 18h30. Parte da população (de 20 mil habitantes) acampou durante
toda a madrugada na frente da casa do poeta. (...) À tarde, como o número de visitantes aumentou muito, o velório foi
transferido para a catedral da cidade, onde sanfoneiros repetiam A Triste Partida, poema cantado por Luiz Gonzaga. O
cearense Fagner também gravou a música, mas preferiu cantar ontem o poema Vaca Estrela e Boi Fubá para homenageá-
lo em missa assistida por cerca de 10 mil pessoas. O enterro aconteceu às 17h, no cemitério São João Batista. A PM
calcula que passaram pelo funeral cerca de 20 mil pessoas. O Estado do Ceará decretou luto de três dias. Beltrão, Eliana Santos; Gordilho, Terezinha. Novo Diálogo.
O fragmento que contém a informação principal do texto é
a) “Foi decretado feriado ontem em Assaré para a população local homenagear o principal poeta popular do Brasil,
Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, que morreu anteontem aos 93 anos.”
b) “À tarde, como o número de visitantes aumentou muito, o velório foi transferido para a catedral da cidade, onde
sanfoneiros repetiam A Triste Partida, poema cantado por Luiz Gonzaga.”
c) “O cearense Fagner também gravou a música, mas preferiu cantar ontem o poema Vaca Estrela e Boi Fubá para
homenageá-lo em missa assistida por cerca de 10 mil pessoas.”
d) “O enterro aconteceu às 17h, no cemitério São João Batista. A PM calcula que passaram pelo funeral cerca de 20 mil
pessoas. O Estado do Ceará decretou luto de três dias.”
GABARITO: item A.
Professor, solicite aos alunos que façam uma leitura atenta do texto, colhendo informações importantes para a construção
de seu sentido. Em seguida, leia o comando da questão e os itens.
Explique que os itens (b), (c) e (d) apresentam informações que são importantes, porém secundárias no texto. A
informação principal é a de que Patativa do Assaré morreu e recebeu inúmeras homenagens. Portanto, o item correto é
(a).
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
TRECHOS DE MÚSICAS INFANTIS SÃO MODIFICADOS POR PAIS E ESCOLAS
Se atirar o pau no gato, pode ir em ‘cana’. Assim como o cravo que, depois de brigar com a rosa, foi enquadrado na Lei
Maria da Penha. Quem não se lembra dessas personagens? Peças centrais em canções infantis e que, no mundo moderno,
estão com os dias contados.
As escolas para crianças, principalmente até os seis anos, deram novos rumos para tais histórias: sem qualquer resquício
de violência e um final feliz. O cravo, por exemplo, “encontrou a rosa, ficou feliz. E a rosa ficou encantada”. O gatinho,
tadinho, é o nosso amigo. “Não atire o pau no gato, por que isso não se faz.”
O medo, a violência ante o animal e a busca pelo politicamente correto minaram tais versos. Não há nenhuma portaria
ou exigência do Ministério da Educação para que mudanças sejam feitas.
Em Sertãozinho, o vereador Rogério Magrini (PTB), que é humorista e conhecido como Zezinho Atrapalhado,
protocolou em junho de 2015 projeto de lei para proibir que a cantiga Atirei o Pau no Gato seja entoada nas escolas. A
proposta está em tramitação.
Há quem lamente, fale em censura e invoque até a magnitude de um compositor como Heitor Villa Lobos (1887-1959)
que dedicou à música infantil mais de 130 arranjos ao longo de sua carreira - entre eles, além do O Cravo Brigou com a
Rosa e Samba Lelê, que também foi modificado.
A letra original diz “Samba Lelê tá doente/Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas”.
Palmada é agressão e incita a violência. Agora a professora do maternal ensina assim: “Samba Lelê tá doente/ Com uma
febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.”
O assunto é polêmico. Embora os coordenadores pedagógicos mantenham a versão original, com o argumento de
fidelidade à cultura, introduzem as versões adaptadas durante as aulas.
14
“Não acredito que a letra gere agressividade. Isso fere a nossa cultura, mas também cantamos as versões recentes. Não
tem como ignorar a versão de Atirei o Pau no Gato porque a Galinha Pintadinha (sucesso entre as crianças) canta”, disse
Andreza Cristina Borges da Costa, coordenadora do Infantário dos Sonhos. (...) Disponível em: https://www.diariodaregiao.com.br/index.php?id=/cidades/materia.php&cd_matia=659394. Acesso em
15 ago 2019.
A ideia principal do texto é
a) as mudanças nas cantigas de roda tradicionais.
b) a enumeração das letras de cantigas que foram modificadas.
c) a informação de que algumas músicas sugerem agressividade.
d) a censura nas escolas das cantigas de roda tradicionais.
Exercício 2
Fonte: http://notaterapia.com.br/2017/06/12/10-tirinhas-de-armandinho-sobre-o-fascinante-mundo-dos-livros/. Acesso em 26 ago
2019.
Na tirinha de Armandinho, a informação principal é a
a) chateação de Armandinho.
b) crise energética do Brasil
c) falta de energia na casa de Armandinho.
d) noite divertida que teve ao lado do pai.
Exercício 3
Para a ideia principal “Havia no rosto de cada criança a expectativa de uma festa maravilhosa”, a ideia secundária mais
apropriada é:
a) a mesa, arrumada com todo carinho, estava repleta de docinhos e enfeites coloridos, reservando surpresas deliciosas
para a meninada.
b) os palhaços entraram no palco, dando cambalhotas, fazendo piruetas e alegrando a todos.
c) o dentista chegou e as foi chamando, uma a uma, para iniciar o tratamento.
d) os organizadores chegaram atrasados e demoraram a chama-las.
CONCEITUANDO
D15 (SAEB) – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.
D17 (SPAECE) – Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas marcados por conjunções, advérbios etc.
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto a partir do qual é solicitada ao aluno a percepção de uma determinada
relação lógico-discursiva, enfatizada, muitas vezes, pelas expressões de tempo, de lugar, de comparação, de oposição,
de causalidade, de anterioridade, de posteridade, entre outros e, quando necessário, a identificação dos elementos que
explicam essa relação. Assim, no 6º e 7º anos espera-se que os alunos sejam capazes de perceber tais relações por meio
de expressões explícitas na materialidade do texto.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a discussão explicando o significado de coerência, que pode ser entendida como o sentido, o
nexo, a lógica que se constrói a partir da superfície do texto. Em seguida, explique que, para que um texto seja bem
AULA 2: Estabelecendo relações lógico-discursivas.
15
construído e interpretado, além de coerente, precisa ser coeso. A coesão é a maneira pela qual relacionamos as partes de
um texto, como se estivéssemos “costurando” suas partes, de maneira que ele se torne uma unidade de sentido. Essa
“costura” dos textos pode ser realizada através do uso dos conectivos.
Chamamos de conectivos ou elementos coesivos aqueles que organizam o texto em sua materialidade. Estes
elementos marcam, na superfície textual, as articulações destacadas para a produção de sentido ou para a construção da
coerência.
Estes elementos, que podem ser conjunções, preposições, advérbios, dentre outros, sinalizam para o leitor as
comparações, afirmações, oposições, relações de anterioridade e posterioridade, dentre outras, presentes no texto,
interferindo, assim, diretamente na construção do seu sentido. Dessa forma, uma das ações que se espera que o leitor
realize é a de construir, a partir de conjunções, advérbios, preposições, entre outros recursos linguísticos, as relações
entre frases, parágrafos ou partes maiores do texto.
Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto nem sempre é uma tarefa fácil. O aluno precisa
compreender o tipo de ligação que se constitui entre os elementos de um texto, o que exige um nível elevado de
consciência linguística. Para auxiliar o aluno a dominar essa habilidade, faz-se necessário um trabalho efetivo e
sistemático de reflexão linguística realizado em sala de aula.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 4
Observe os trechos.
I - O fino suporte de madeira sobre o qual o retrato foi pintado sofreu uma deformação desde que especialistas em
conservação examinaram a pintura pela última vez...
II - Seria mais poeta, desde que fosse menos político.
Neles, o elemento coesivo “desde que”, mais do que ligar duas orações, estabelece uma relação de sentido entre elas. O
valor estabelecido por ele em cada um dos trechos é
a) de tempo, de oposição.
b) de modo, de tempo.
c) de oposição, de modo.
d) de tempo, de tempo.
GABARITO: item A.
Professor, após uma leitura atenta dos dois trechos, leia a questão e os itens propostos. Questione aos alunos a
circunstância que o elemento “desde que” estabelece entre as orações.
Explique que os itens (b), (c) e (d) estão incorretos, pois não há neles o conjunto correto de valores que foram
estabelecidos a partir da expressão conectora analisada. Observando com cuidado, na primeira sentença, a ideia é de
tempo passado/decorrido; já na, segunda sentença, o valor é de oposição, pois a expressão desde que indica que ele
poderia ser melhor (poeta) se não fosse pior (político). Portanto, o item correto é (a).
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Leia o cartaz.
Disponível em: http://www.labcriativo.com.br/cartazes-criativos-com-tipicas-frases-de-maes/. Acesso em: 09/08/2019.
16
O termo “mas” que introduz a oração “mas você não é todo mundo” imprime uma ideia de
a) adição.
b) conclusão.
c) dúvida.
d) oposição.
Exercício 2
O Gato da Madame
Vou contar a história de uma madame que vivia muito solitária, no vigésimo andar de um prédio nos jardins, em
São Paulo. Era uma madame muito bonita, que gostava de conforto, e por isso morava num belíssimo apartamento de
ampla salas e grandes suítes. Mas, apesar de ser uma mulher muito rica e coisa e tal, a dita cuja vivia sozinha naquele
espaço. Como acontece com tanta gente por aí, é ou não é?
Ah, mas eu ia contar causo de bicho e tô aqui falando de uma madame. Naturalmente vocês pensam que eu me
atrapalhei ou me esqueci do fio da meada, mas não é nada disso. Acontece que o causo começa assim mesmo, pois tal
madame tinha um gatinho. Lindo que só vendo. Desses que nem parecem de verdade, de tão formoso. Tudo nele era
majestoso. Agora, o que impressionava a madame eram os olhos azuis e a expressão de quem entende tudo o que se
passa e o que se fala. O que às vezes deve ser verdade e a gente nem se toca. Pois a tal madame se impressionava tanto
com o olhar do lindo bichano que achava que só faltava mesmo ele falar. E não é que, acreditando mesmo nisso, a dita
cuja deu de conversar o dia inteiro com o gatinho, achando que este método usado para fazer papagaio aprender a falar
de tanto a gente repetir era o que tinha que ser feito. E elas sempre terminava as aulas com o gato na insistência: “ Fala,
meu bichano, fala...” [...]
O bichano, diante dessas insistências diárias, sempre lhe respondia com um longo...miauuuuuuu. Sempre com
olhar azul fixo em sua dona, a tal madame dos Jardins. Aquela que vivia solitária com o nosso personagem por
companhia.
Mas – sempre tem um mas, como dizia o saudoso amigo Plínio Marcos – eis que um belo dia, logo de
manhãzinha, antes que a madame pudesse recomeçar a sua aula de fazer o bicho falar, o dito cujo bicho olha para a
madame e diz, bem claramente, até devagar, de um jeito categórico: “Dona, fuja que este prédio vai cair”.
Tal não foi a surpresa de o bicho falar que a dona saiu desembestada gritando no corredor do seu andar, que era
o vigésimo: “ Meu gato falou...meu gato falou...Venham ver!”.
E o gatinho ainda insistiu num berro: “Dona! Eu to avisando que este prédio vai cair!”. Rolando Boldrin. Disponível em: http://www.rolandoboldrin.com.br/causos_aberto.asp?id=36&id_cat=1. Acesso em: 28/08/2019
No trecho “Mas, apesar de ser uma mulher muito rica e coisa e tal, a dita cuja vivia sozinha naquele espaço.”,
presente no primeiro parágrafo, tem-se uma ideia contrária, adversativa a outra ideia. Outra passagem do texto que traz
a mesma ideia de contrário do trecho em negrito é
a) acontece que o causo começa assim mesmo, pois tal madame tinha um gatinho.
b) e o gatinho ainda insistiu num berro: “dona! eu to avisando que este prédio vai cair!”.
c) Naturalmente, vocês pensam que eu me atrapalhei ou me esqueci do fio da meada, mas não é nada disso.
d) o bichano, diante dessas insistências diárias, sempre lhe respondia com um longo...miauuuuuuu.
Exercício 3
Acho uma boa ideia abrir as escolas no fim de semana, mas os alunos devem ser supervisionados por alguém responsável
pelos jogos ou qualquer opção de lazer que se ofereça no dia. A comunidade poderia interagir e participar de atividades
interessantes. Poderiam ser feitas gincanas, festas e até churrascos dentro da escola. Juliana Araújo e Souza. In Correio Braziliense, 10/02/2003, Gabarito. p. 2.
“Acho uma boa ideia abrir as escolas no fim de semana, mas os alunos devem ser supervisionados por alguém
responsável pelos jogos ou qualquer opção de lazer que se ofereça no dia.” Um conectivo, alternativo ao que está
destacado no trecho, poderia ser:
a) portanto.
b) entretanto.
c) pois.
d) ademais
17
D9 (SAEB) – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
D7 (SPAECE) – Diferenciar a informação principal das secundárias em um texto.
(SAEB). Leia o texto abaixo.
Qual é a função de um jardim?
A palavra jardim vem do hebreu e significa “proteger”. Um jardim, portanto, é um local de cultivo e proteção das plantas.
Ele pode servir para pequenos propósitos, como o simples desejo de desfrutar a beleza das flores, ou até trazer benefícios
à saúde.
Na verdade, as características e funções dos jardins mudaram ao longo dos anos. Para não nos perdermos nesse caminho,
melhor dividirmos os jardins em tipos, com características próprias e que representem diferentes fases da História. (Revista Ciência Hoje das Crianças, número 200, pág.3)
1. Pela leitura do texto, pode-se entender que o jardim apresenta uma função secundária, que é
a) proteger as plantas.
b) cultivar as plantas.
c) desfrutar a beleza das flores.
d) representar diferentes fases da História.
D15 (SAEB) – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.
D17 (SPAECE) – Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas marcados por conjunções, advérbios etc.
(Equipe PIP). Leia o texto abaixo.
A gansa dos ovos de ouro
(Fábula de Esopo recontada por Ana Maria Machado)
Era uma vez um casal de camponeses que tinha uma gansa muito especial. De vez em quando, quase todo dia,
ela botava um ovo de ouro. Era uma sorte enorme, mas em pouco tempo eles começaram achar que podiam ficar muito
mais ricos se ela pusesse um ovo daqueles por hora ou a todo momento que eles quisessem. Falavam nisso sem parar,
imaginando o que fariam com tanto ouro.
- Que bobagem a gente ficar esperando que todo dia saia dessa gansa um pouquinho... Ela deve ter dentro dela
um jeito especial de fabricar ouro. Isso era o que a gente precisava.
- Isso mesmo. Deve ter uma maquininha, um aparelho, alguma coisa assim. Se a gente pegar pra nós, não precisa
mais da gansa.
- E... Era melhor ter tudo de uma vez. E ficar muito rico.
E resolveram matar a gansa para pegar todo o ouro.
Mas dentro não tinha nada diferente das outras gansas que eles já tinham visto – só carne, tripa, gordura...
E eles não pegaram mais ouro. Nem mesmo ganharam um ovo de ouro, nunca mais.
2. A palavra Isso marcada no texto se refere a:
a) um pouquinho de tempo de que o casal precisava para cuidar da gansa.
b) a bobagem de achar que dentro da gansa tinha ouro.
c) um modo de produzir ouro.
d) uma maneira menos cruel de matar a gansa.
(Projeto Conseguir). Leia o texto.
O JARDINEIRO
(Marcelo R. L. Oliveira)
Orquídeas, girassóis e margaridas, perpétuas, amarílise, hortênsias são flores bem cuidadas, coloridas, tratadas com a
maior das paciências.
De traços belos, raros e precisos, é um quadro perfumado esse jardim.
2. Reforçando para o SAEB.
.
18
Há lírios, rosas, dálias e narcisos, begônias, buganvílias e um jasmim.
Na lida sai janeiro, entra janeiro, trabalha com prazer e sem atalho, faz bem o seu dever, o jardineiro.
As flores são os frutos do trabalho.
São elas tão vistosas e agradáveis que todos querem ver as suas cores.
- Quem é o jardineiro? – Indagam, amáveis.
- Olindo Jardim das Flores! Revista Ciência Hoje das Crianças, número 200, contracapa
3. O verso do poema “O jardineiro” que indica a passagem do tempo é
a) “na lida sai janeiro, entra janeiro.”
b) “trabalha com prazer e sem atalho .”
c) “faz bem o seu dever, o jardineiro.”
d) “as flores são os frutos do trabalho.”
SEMANA III
CONCEITUANDO
D17 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
D20 (SPAECE) – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
Por meio deste descritor, é possível avaliar a habilidade do aluno de identificar os efeitos provocados pelo emprego de
recursos da pontuação e de outras formas de notação, contribuindo à compreensão global do texto, não se limitando
unicamente a seu aspecto gramatical.
Essa habilidade pode ser avaliada através de atividades nas quais o aluno identifique sentidos provocados pelo uso da
pontuação (aspas, travessão, reticências, ponto de interrogação, exclamação, dentre outros) e/ou notações como tamanho
de letra, itálico, negrito, etc.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a discussão questionando aos alunos sobre pontuação. Saliente que os sinais de pontuação são
marcações gráficas utilizadas para compor a coesão e a coerência textual, além de evidenciar especificidades semânticas
e pragmáticas. São recursos característicos da língua escrita que auxiliam, por exemplo, a dar sentido às frases, a definir
a entonação de leitura, a destacar palavras, expressões e orações, desfazer possíveis ambiguidades e, até mesmo, a
transmitir sentimentos.
Além dos sinais de pontuação, existem outros recursos expressivos que possibilitam uma leitura que transborda
o texto e auxilia o leitor na construção de novos significados. Nessa perspectiva, o conhecimento de diferentes gêneros
textuais proporciona ao leitor o desenvolvimento de estratégias de antecipação de informações que o levam à construção
de sentidos.
Em alguns gêneros textuais, principalmente os multimodais, tais como a charge, os quadrinhos e a propaganda,
são utilizados diversos recursos expressivos, como caixa alta (geralmente utilizada para sinalizar que um personagem
está falando muito alto), negrito, itálico, sublinhado, entre outros. O gênero poema também lança mão desses recursos,
o que exige uma leitura atenta e sensível para que sejam percebidos os efeitos de sentido subjacentes ao texto.
É importante salientar aos alunos que tanto os sinais de pontuação quanto os recursos expressivos podem
expressar sentidos diversos. O ponto de exclamação, por exemplo, nem sempre indica surpresa; um tamanho maior de
fonte pode indicar algo além de uma fala em destaque. É preciso estar atento à maneira como esses elementos constroem
a significação na situação comunicativa na qual estão inseridos.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 5
Leia o texto a seguir e responda.
AULA 1: Reconhecendo efeitos de sentido através da pontuação e outras notações.
19
Feias, sujas e imbatíveis
As baratas estão na Terra há mais de 200 milhões de anos, sobrevivem tanto no deserto como nos pólos e podem
ficar até 30 dias sem comer. Vai encarar?
Férias, sol e praia são alguns dos bons motivos para comemorar a chegada do verão e achar que essa é a melhor
estação do ano. E realmente seria, se não fosse por um único detalhe: as baratas. Assim como nós, elas também ficam
bem animadas com o calor. Aproveitam a aceleração de seus processos bioquímicos para se reproduzirem mais rápido
e, claro, para passearem livremente por todos os cômodos de nossas casas.
Nessa época do ano, as chances de dar de cara com a visitante indesejada, ao acordar durante a noite para beber
água ou ir ao banheiro, são três vezes maiores.
(Revista Galileu. Rio de Janeiro: Globo, Nº 151, Fev. 2004, p.26). Fragmento.
No trecho “Vai encarar?” (l.2), o ponto de interrogação tem o efeito de
a) apresentar.
b) avisar.
c) desafiar.
d) questionar.
GABARITO: item C.
Professor, peça aos alunos que leiam atentamente o texto todo. Peça para que observem as duas primeiras linhas e
estimulem os alunos a perceberem que se trata de uma descrição acerca das baratas. Peça também que atentem para o
fato de que, após a apresentação da última das característica, vem a pergunta que faz uma provocação “vai encarar?”.
Em seguida, leia com eles a questão e os itens. Esclareça que o item (a) está incorreto, pois a função de apresentar já
havia sido feita antes da pergunta. O item (b) está incorreto porque não se trata de um aviso, uma vez que a pergunta
nesse contexto não oferece essa ideia de avisar algo a alguém. O item (d) também está incorreto, pois não se trata apenas
de um questionamento. Portanto, o item correto é (c): uma vez que além de questionar, o intento é desafiar o leitor a
tentar fazer o que as baratas fazem ou ser como elas são.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Observe a tirinha.
O cravo, a rosa e o capacete de segurança.
Disponível em: http://www.preventirinhas.com.br/2015/07/o-cravo-rosa-e-o-capacete-de-seguranca.html. Acesso em 15 ago 2019
Os símbolos no início do texto de cada quadrinho dão uma pista de que o texto é
a) sussurado.
b) cantado.
c) gritado.
d) falado.
Exercício 2
20
:
https://www.google.com.br/search?q=microconto+multimodal+exemplos&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjO2t
DFqMHaAhXGIMAKHe.. Acesso em 20 ago 2019.
O sentimento que podemos inferir a partir do uso do ponto de exclamação na frase “Ela se foi!” é de
a) raiva.
b) entusiasmo.
c) admiração.
d) saudade.
Exercício 3
Quadrilha da Sujeira
João joga um palitinho de sorvete na
rua de Teresa que joga uma latinha de
refrigerante na rua de Raimundo que
joga um saquinho plástico na rua de
Joaquim que joga uma garrafinha
velha na rua de Lili.
Lili joga um pedacinho de isopor na
rua de João que joga uma embalagenzinha
de não sei o quê na rua de Teresa que
joga um lencinho de papel na rua de
Raimundo que joga uma tampinha de
refrigerante na rua de Joaquim que joga
um papelzinho de bala na rua de J. Pinto
Fernandes que ainda nem
Ricardo Azevedo. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/quadrilha-sujeira-
423533.shtml. Acesso em 20 ago 2019.
No texto Quadrilha da sujeira, ao usar o diminutivo em todos os objetos que foram jogados fora, o autor quis mostrar
a) a falsa insignificância desses objetos quando são jogados na natureza.
b) que as pessoas podem querer justificar sua ação em função do tamanho.
c) o grande prejuízo ao se juntarem todos os pequenos objetos.
d) a poluição ambiental causada pelos pequenos objetos.
CONCEITUANDO
D19 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.
D21 (SPAECE) – Reconhecer o efeito decorrente do emprego de recursos estilísticos e morfossintáticos.
Este descritor se refere à habilidade de identificar como os recursos expressivos, estilísticos, metafóricos e gramaticais
contribuem para o projeto textual, na produção de sentido do texto, provocando diferentes reações/interações no leitor.
A habilidade pode ser avaliada por meio de um texto onde o aluno precise identificar os efeitos de sentido causados por
variações na ortografia, concordância, estrutura da frase, entre outros recursos. No 6º e 7º ano, espera-se que o aluno
AULA 2: Reconhecendo o efeito de sentido explorando recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.
21
tenha a habilidade de identificar em um plano mais elementar os efeitos provocados pela adoção de diminutivos,
oposições de ideias, gradação de ideias, decorrência de tempo a partir de usos dos modos e tempos verbais, bem como
que esse aluno faça essa observação em gêneros do campo literário e cotidiano.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a discussão esclarecendo aos alunos que a pontuação em um texto é algo de suma importância
pois nos ajuda a compreender e a construir os sentidos pretendidos. Além disso, explique que outros recursos podem ser
explorados no texto para a construção do sentido. O uso, por exemplo, de recursos morfossintáticos, como uma palavra
no diminutivo, que pode indicar desprezo, ironia ou até mesmo, carinho. Sugira que eles lembrem de conversas em casa
com as mães, quando essas estão dando sermões e carões e usam o diminutivo como forma de expressar ideias variadas,
como em “Ah, meninozinho pra não saber fazer nada direito”. Peça que eles avaliem se elas estão usando o diminutivo
de forma carinhosa ou não.
Além disso, explique que alguns textos, principalmente os literários, utilizam recursos estilísticos que os
enriquecem e os tornam mais sugestivos. Explore com os alunos, neste momento, as figuras de linguagem, tais como a
onomatopeia, metáfora, metonímia buscando compreender sua contribuição na construção do sentido global do texto.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 6
O macaco perante o juiz de direito
Andavam um bando de macacos em troça, pulando de árvore em árvore, nas bordas de uma grota. Eis senão quando um
deles vê no fundo uma onça que lá caíra. Os macacos se enternecem e resolvem salvá-la. Para isso, arrancaram cipos,
emendaram-nos bem, amarraram a corda assim feita à cintura de cada um deles e atiraram uma das pontas à onça. Com
o esforço reunido de todos, conseguiram içá-la e logo se desamarraram, fugindo. Um deles, porém, não o pôde fazer a
tempo e a onça segurou-o imediatamente.
-Compadre macaco, disse ela, tenha paciência. Estou com fome e você vai fazer-me o favor de deixar-se comer.
O macaco rogou, instou, chorou; mas a onça parecia inflexível. Simão então lembrou que a demanda fosse resolvida
pelo juiz de direito. Foram a ele, o macaco sempre agarrado pela onça. É juiz de direito, entre os animais, o jabuti, cujas
audiências são dadas à borda dos rios, colocando-se ele em cima de uma pedra. Os dois chegaram e o macaco expôs as
suas razões.
O jabuti ouviu e no fim ordenou:
- Bata palmas.
Apesar de seguro pela onça, o macaco pôde assim mesmo bater palmas. Chegou a vez da onça, que também expôs suas
razões e motivos.
- Bata palmas.
A onça não teve remédio senão largar o macaco que escapou, e também o juiz atirando-se na água. Disponível em: <http://www.pt.wikisoure.org/wiki/Triste_Fim_ de_Policarpo.../I/II>. Acesso em: 22 fev. 2010.
No trecho "... rogou, instou, chorou;..." (linha 9), o emprego dos verbos indica
a) gradação de ideias.
b) oposição de ideias.
c) redução de ideias.
d) repetição de ideias.
GABARITO: item A.
Professor, peça aos alunos que leiam a fábula atentamente. Em seguida, peça que eles atentem para o gênero em
observação. O comando solicita que o aluno escolha, entre as opções de resposta, aquela que explica a sequência verbal.
Espera-se que os alunos compreendam que essa sequência apresenta uma gradação.
Em seguida, leia o comando da questão e os itens. O item (a) é o correto, pois apresenta o que de fato ocorre, o narrador
vai apresentando gradativamente os recursos usados pelo macaco para se salvar. Os itens (b), (c) e (d) estão incorretos,
pois eles apresentam outros recursos que não condizem com o contexto apresentado nessa narrativa.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
22
Exercício 1
Fonte: https://luiz33.wordpress.com/category/charge. Acesso em 15 fev 2018
“Estar fazendo” é um tipo de construção textual bem comum em nosso cotidiano, mas que está em desacordo com a
norma gramatical que indica que, no contexto dessa charge, se deveria usar a forma
a) farei, indicando uma ação distante.
b) vou fazer, indicando um futuro próximo.
c) faço, indicando uma ação imediata.
d) farei, indicando uma ação próxima.
Exercício 2
Disponível em: https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/para-ensinar/planos-de-aula/no-mundo-de-felpo-filva/,
acesso em 13 de out de 2018
Na tirinha “A vassoura”, o modo verbal utilizado nos verbos “amarre”, “enfie”, “bata” expressam a ideia de
a) pedido.
b) súplica.
c) orientação.
d) condição.
Exercício 3
Leia o anúncio a seguir.
Fonte: https://www.estudokids.com.br/anuncio-publicitario. Acesso em 10/01/2018
23
“Aqui o seu cão sai um gato”. A figura de linguagem usada para essa construção é a:
a) aliteração
b) metáfora
c) metonímia
d) pleonasmo
D17 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
D20 (SPAECE) – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
(Equipe PIP). Leia o texto abaixo.
Essa Velhinha
(Profa. Claudete)
-
Desculpe entrar assim sem pedir licença...
- Doença!
- Não,... quem está doente?
- Mas quem está doente?
- Não – Sorriu o homem -, a senhora entendeu
errado.
- Resfriado?
- Ora... quer dizer... bem, eu estava lá fora e ...
- Xi! Catapora?
- Senhora, por favor não confunda...
- Caxumba!!! Cuidado, menino, isso é perigoso...
Sabe, sei fazer um chazinho muito bom pra caxumba.
1. Os pontos de exclamação em Caxumba!!!, exprimem:
a) entusiasmo.
b) dor.
c) espanto.
d) tristeza.
D19 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.
D21 (SPAECE) – Reconhecer o efeito decorrente do emprego de recursos estilísticos e morfossintáticos.
(SAEMS). Leia o texto abaixo e responda.
Grampo na linha
Me grampearam! A voz era cavernosa:
– Senhor Domingos?
– Sim.
– Nós grampeamos seu telefone.
– O quê? Quem está falando?
– O senhor vai receber a fita já-já.
Desligou, e eu ainda estava pensando quem poderia me
passar um trote assim, tocou a campainha. Era um
mototaxista, que nem tirou o capacete:
– Senhor Domingos? Para o senhor.
Me deixou nas mãos uma caixinha e se foi.
Abri, é uma fita que começa com a voz cavernosa
avisando: você vai ouvir agora trechos selecionados de
algumas conversas ao telefone. Ouça bem se não são
conversas com-pro-me-te-do-ras... – a voz solta amplas
reticências, em seguida vêm as gravações: [...]
PELLEGRINI, Domingos. Ladrão que rouba ladrão e outras crônicas. In: Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 2005. V. 33. *
Adaptado:Reforma Ortográfica.
2. Nesse texto, a escrita da palavra “com-pro-me-te-do-ras” (ℓ. 12) sugere
a) crítica.
b) gravidade.
c) hesitação.
d) musicalidade.
Leia o texto a seguir.
3. Reforçando para o SAEB.
24
Belém do Pará
Bembelelém!
Viva Belém!
Belém do Pará porto moderno integrado na equatorial
Beleza eterna da paisagem
Bembelelém!
Viva Belém!
Cidade pomar
(Obrigou a polícia a classificar um tipo novo de
delinqüente: O apedrejador de mangueiras)
Bembelelém!
Viva Belém!
Belém do Pará onde as avenidas se chamam Estradas:
Estrada de São Jerônimo
Estrada de Nazaré (...)
BANDEIRA, Manuel. Os melhores poemas de Manuel Bandeira. SeleçãoFrancisco de Assis Barbosa. São Paulo:
Global.1984.p.78.
3. As palavras “Bembelelém, Belém”, com repetição de sons semelhantes sugerem
a) brincadeira com palavras.
b) evocação do repicar de sinos.
c) homenagem a Belém do Pará.
d) leveza da estrutura do poema.
SEMANA IV
D13 (SAEB) – Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam locutor e/ou interlocutor.
D23 (SPAECE) – Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam locutor e/ou
interlocutor.
CONCEITUANDO
Esse descritor avalia a habilidade de o aluno reconhecer que a língua não é a mesma para todo o território nacional, uma
vez que temos cinco regiões e muitos falares distintos. Além disso, essa habilidade também está relacionada à capacidade
de identificar os registros formais e informais da língua, tanto em âmbito escrito quanto no formal.
A expressão desse conhecimento pelos alunos vai desde reconhecer expressões próprias da oralidade, passando por
reconhecer marcas de formalidade ou de regionalismos bem como aquelas que evidenciam o locutor de um texto
expositivo, indo até a capacidade de realizar uma reflexão metalinguística.
No 6º e no 7º espera-se que o aluno já tenha consolidada a capacidade de reconhecer a oralidade e consiga desenvolver
a habilidade de reconhecer as marcas de formalidade ou de regionalismos. Ainda é desejável que eles saibam refletir
metalinguisticamente, mesmo que no nível mais elementar.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a discussão questionando aos alunos sobre o que vem a ser a linguagem formal e a informal.
Explore essa temática por meio de exemplos do cotidiano, tanto os que forem da oralidade como os da escrita. Pode-se
levar recortes de jornais, prints de postagens do facebook, trechos de artigo científicos publicados em revistas de
interesse adolescente. Distribua pela sala e peça que eles observem, principalmente, a relação entre a temática abordada
e o registro de linguagem escolhido.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 7
Leia o texto abaixo e responda.
A literatura da era digital
A internet tem sido um veículo de extrema importância para a divulgação dos escritores das novas gerações,
assim como dos autores de épocas em que os únicos meios de acesso à leitura eram o livro e os jornais. Hoje, com todo
o advento da tecnologia, os leitores de diversas faixas etárias e de qualquer parte do mundo podem acessar e fazer
AULA 1: Identificando níveis de linguagem que evidenciam locutor e/ou interlocutor.
25
o download gratuito de uma infinidade de livros [...]. Pesquisas recentes indicam que o número de obras literárias de
poesia e ficção tem crescido consideravelmente nos últimos anos. Vários escritores têm preferido publicar seus textos
ou livros virtualmente a ter que enfrentar os critérios e a seleção, muitas vezes injusta, das editoras. Portanto, a internet
tem se tomado um espaço facilitador que acaba por redimensionar a literatura em todo o mundo. Nos Estados Unidos,
por exemplo, até escritores consagrados disponibilizam seus textos na internet, pois têm consciência de que a
acessibilidade dos leitores ao mundo virtual é muito grande, apesar de o mercado editorial americano ser também um
monstruoso veículo de divulgação da literatura. Nos países da Europa, apesar da enorme quantidade de livrarias e
bibliotecas e de todas as leis de incentivo à publicação que barateiam o preço dos livros, os escritores não hesitam em
publicar suas obras pela web, porque sabem que lá também estão os seus leitores. [...] FREITAS, Mirian de. A literatura da era digital. Revista Literatura. n°28, p. 25.
Nesse texto, o uso de palavras como "web", "download", "internet" são típicas da linguagem
a) coloquial.
b) formal.
c) jornalística.
d) técnica.
GABARITO – item D.
Professor, peça que os alunos leiam o texto e comente com eles sobre o costume de as pessoas preferirem buscar
informações de tudo na internet. Após essa pequena discussão, converse sobre a linguagem da internet e peça que os
alunos localizem termos específicos da net no texto. Agora, leia o comando e as alternativas de resposta. Perceba que o
comando solicita que o aluno identifique a que tipo de linguagem pertencem os termos em destaque, pois este item avalia
a habilidade de reconhecer marcas linguísticas que identificam diferentes variantes em circulação em nosso meio social.
O suporte é um fragmento de um artigo, gênero familiar a alunos desse nível de escolarização no ambiente escolar. O
aluno que optou pela letra A pode ter acreditado que, por serem formas correntes na linguagem atual, pertenceriam à
linguagem coloquial. O que optou pela letra B pode ter avaliado o texto de forma global, não atentando para as palavras
em destaque e aquele que optou pela letra C pode ter sido influenciado pela menção da fonte do texto. O aluno que fez
uma leitura atenta e observou a temática do texto optou pela letra D, o gabarito.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Num rancho às margens do Rio Pardo
Era um matuto dos bons e vivia num rancho às margens do Rio Pardo, perto de Cajuru. Seu Ico era o apelido
dele. Acreditava em tudo que via e ouvia. E tinha opiniões muito firmes sobre coisas misteriosas. Adorava contar casos
de assombração e outros bichos:
— Fui numa caçada de veado no primeiro dia da quaresma! Ai, ai, ai! Num pode caçá na quaresma, mas eu num
sabia. Aí apareceu a assombração! Arma penada do otro mundo. E os cachorro disparô. Foro tudo pro corgo pra modi
fugi da bicha... Veado que é bão nem nu pensamento, pruque eis tamém pressintiru a penuria passanu ali pertu!
— Mas era assombração mesmo, seu Ico?
— Pois u que havera di sê? Esse mundo é surtido!
Pois no mundo sortido do seu Ico também tinha saci!
— Quando é que o senhor viu saci, seu Ico?
— Ara! Vi a famia toda, num foi um saci só... Tinha o saci, a sacia gravi (ele queria dizer grávida), e os sacizim
em riba da mãe, tudo pulano numa perna...
— E o que eles fizeram ou disseram pro senhor?
— Nada... O saci cachaço inda ofereceu brasa pro meu paiero (tradução: o saci-pai acendeu o cigarro de palha
dele). Gardicido!, eu disse... e entrei pa dentro modi num vê mais as tranquera...
E mula sem cabeça? Ah, seu Ico garante que existe:
— Essa eu nunca vi, mas ouvi o rinchado dela umas par de veis... E otro que eu tamém vi foi o tar de lobisome!
Ê bicho fei! Mai num feis nada... desvirô num cachorro preto e sumiu presse mundão de meu Deus. Agora, em dia de
pescaria, aparece muito é caboco-d'água. Um caboquim pretim e jeitado que mora dentro do rio... Ah, e tem que vê
tamém o caapora. Grandão qui nem ele só, com um corpo peludo. Bichu fei! E o curupira! Vichi Maria, é fei dimais,
tem pé virado pa trais...
— E com tudo isso o senhor ainda se arrisca a ir pro meio do mato, seu Ico?
— Pois vô sem medo! Qué sabê? - Dá uma gargalhada rouca e faz um ar maroto. - Qual! Tenho muito, mais
muito mais medo é de gente vivo!
26
EQUIPE Xico da Kafua, 24 novo 2007. Disponível em: <http://www.xicodakafua.com.br causos_detalhe.php?cod=9>.
Acesso em: 15 fev. 2018.
O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante
a) escrupuloso em ambiente de trabalho.
b) ajustado às situações informais.
c) rigoroso na precisão vocabular.
d) exato quanto à pronúncia das palavras.
Exercício 2
Gente é bicho e bicho é gente
Querido diário, não tenho mais dúvida de que este mundo está virado ao avesso! Fui ontem à cidade com minha mãe
e você não faz ideia do que eu vi. Uma coisa horrível, horripilante, escabrosa, assustadora, triste, estranha, diferente,
desumana... E eu fiquei chateada.
Eu vi um homem, um ser humano, igual a nós, remexendo na lata de lixo. E sabe o que ele estava procurando? Ele
buscava, no lixo, restos de alimento. Ele procurava comida!
Querido Diário, como pode isso? Alguém revirando uma lata cheia de coisas imundas e retirar dela algo para comer?
Pois foi assim mesmo, do jeitinho que estou contando. Ele colocou num saco de plástico enorme um montão de comida
que um restaurante havia jogado fora. Aarghh!!! Devia estar horrível!
[...]
Como pode um ser humano comer comida do lixo e o meu cachorro comer comida limpinha? Como pode, querido
diário, bicho tratado como gente e gente vivendo como bicho? Naquela noite eu rezei, pedindo que Deus conserte logo
este mundo. Ele nunca falha. E jamais deixa de atender os meus pedidos. Só assim, eu consegui adormecer um pouquinho
mais feliz. OLIVEIRA, Pedro Antônio. Gente é bicho e bicho é gente. Diário da Tarde. Belo Horizonte, 16 out. 1999.
No texto lido, um trecho cuja expressão retrate a língua oral pode ser
a) como pode um ser humano comer comida do lixo e o meu cachorro comer comida limpinha?
b) ele colocou num saco de plástico enorme um montão de comida que um restaurante havia jogado fora.
c) eu vi um homem, um ser humano, igual a nós, remexendo na lata de lixo.
d) querido diário, não tenho mais dúvida de que este mundo está virado ao avesso!
Exercício 3
Alguns cartazes foram feitos para divulgar atrações culturais, entre elas a que está mostrada a seguir.
Disponível em: http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-125836. Acesso em 1 ago. 2019
Observando os elementos e a linguagem utilizada no cartaz, podemos dizer que o que está sendo divulgado dirige-se
a) a todos os públicos.
b) às crianças.
c) aos adolescentes.
d) aos adultos.
27
D20 (SAEB) – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo
tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.
D12 (SPAECE) – Identificar semelhanças e/ou diferenças de ideias e opiniões na comparação entre textos.
CONCEITUANDO
O D12 está relacionado ao desenvolvimento de competências que possibilitem atitudes críticas e reflexivas ao
reconhecer as diferentes ideias apresentadas sobre o mesmo tema em um único texto ou em textos diferentes, assim
como tratar uma informação de diferentes maneiras na comparação de textos de um mesmo tema. As atividades que
envolvem a relação entre textos são essenciais para que o aluno construa a habilidade de analisar o modo de tratamento
do tema dado pelo autor e as condições de produção, recepção e circulação dos textos. Essas atividades podem envolver
a comparação de textos de diversos gêneros, como os produzidos pelos alunos, os textos extraídos da Internet, de jornais,
revistas, livros e textos publicitários, entre outros. Comparar é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças
entre as situações do texto.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a discussão mostrando com recortes ou na sala de informática (se a escola possuir) uma mesma
temática explorada em gêneros diferentes. No primeiro momento, você pode mostrar a mesma temática e o mesmo ponto
de vista apresentados em formas (gêneros) distintas; no segundo momento, você os leva a perceber a mesma temática,
no mesmo gênero, mas com pontos de vistas diferentes.
Além disso, peça que os alunos organizem um quadro em que nele sejam organizadas essas informações, ou
seja, as temáticas, os textos, e as opiniões. Assim, espera-se que esse trabalho reflexivo fique mais claro e organizado
para os alunos.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 8
Leia os textos abaixo.
A GAZETA Vitória (ES), segunda-feira, 14 de fev de 2011, p.2. (P091033ES_SUP)
Com relação ao tema "alimentação",
a) no Texto 2, há um incentivo ao consumo de alimentos saudáveis produzidos em cada estação.
b) no Texto 2, os alimentos saudáveis são considerados caros e sem garantia de serem nutritivos.
c) nos Textos 1 e 2, encontram-se opiniões divergentes sobre os preços de cada alimento.
d) nos Textos 1 e 2, os altos preços dos alimentos são definidos por suas respectivas marcas.
GABARITO: A
Professor, peça aos alunos que leiam os dois textos e detectem o tema de cada um deles. Em seguida, leia o comendo da
questão e volte ao texto pedindo que os alunos identifiquem o que se diz sobre alimentação nos dois textos. Agora, leia
Texto 1 Texto 2
Menor preço
Sim, às vezes o produto ou o alimento pode
conter fontes de vitamina maior ou igual com
menor preço nas prateleiras dos
supermercados. Há produtos de segunda linha
que são produzidos em alta escala com a
mesma matéria-prima, só muda a marca.
Vagner Pontin
Saudáveis
O aumento mundial do preço dos alimentos e seus efeitos negativos
devido aos ataques especulativos e das intempéries da natureza são
proporcionais à renda de cada família. A saída natural é consumir
frutas, verduras e legumes da estação, vez que, além de mais baratos,
servem para variar o cardápio sem perda qualitativa de nutrientes.
Quem não se enquadrar a essa nova realidade paga mais caro e nem
sempre tem a garantia de ter um produto saudável.
Walmir da Hora
AULA 2: Identificando o que há de comum e de diferente entre textos.
28
as alternativas uma por uma e vá discutindo com os alunos a pertinência ou não de cada afirmação dita. Perceba que a
linguagem simples e direta e a curta extensão dos textos podem auxiliar a compreensão por parte dos alunos. O comando
solicita que o aluno escolha, entre as opções de resposta, a que está adequada em relação ao tema "alimentação". O aluno
que acompanhou a leitura dos dois textos de forma atenta optou pela letra A, o gabarito. O estudante que optou pela letra
B compreendeu de forma equivocada o Texto 2 e aquele que optou pela letra C não percebeu que ambos os textos
questionam os preços dos alimentos. O aluno que optou pela letra D deturpou uma informação veiculada no Texto 1.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Leia os textos para responder à questão abaixo.
Texto I
Você é a favor de clones humanos?
“Sou contra. Engana-se quem pensa que o clone seria uma cópia perfeita de um ser humano. Ele teria a aparência, mas
não a mesma personalidade. Já pensou um clone do Bon Jovi que detestasse música e se tornasse matemático, passando
horas e horas falando sobre Hipotenusa, raiz quadrada e subtração? Ou o clone do Brad Pitt se tornando padre? Ou o do
Tom Cavalcante se tornando um executivo sério e o do Maguila estudando balé? Estranho, não? Mas esses clones não
seriam eles, e, sim, a sua imagem em forma de outra pessoa. No mundo, ninguém é igual. Prova disso são os gêmeos
idênticos, tão parecidos e com gostos tão diferentes. Os clones seriam como as fitas piratas: não teriam o mesmo valor
original. Se eu fosse um clone, me sentiria muito mal cada vez que alguém falasse: ‘olha lá o clone da fulana’. No fundo,
no fundo, eu não passaria de uma cópia.”.
Alexandra F. Rosa, 16 anos, Francisco Morato, SP.(Revista Atrevida nº 34)
Texto II
Você é a favor de clones humanos?
“Sou a favor! O mundo tem de aprender a lidar com a realidade e as inovações que acontecem. Ou seja, precisa se
sofisticar e encontrar caminhos para seus problemas. Assistimos à televisão, lemos jornais e vemos que existem muitas
pessoas que, para sobreviver, precisam de doadores de órgãos. Presenciamos atualmente aqui no Brasil e também em
outros países a tristeza que é a falta de doadores. A clonagem seria um meio de resolver esse problema! Já pensou
quantas pessoas seriam salvas por esse meio? Não há dúvida de que existem muitas questões a serem respondidas e
muitos riscos a serem corridos, mas o melhor que temos a fazer é nos prepararmos para tudo o que der e vier, aprendendo
a lidar com os avanços científicos que atualmente se realizam. Acredito que não gostaríamos de parar no tempo. Pelo
contrário, temos de avançar!”
Fabiana C.F. Aguiar, 16 anos, São Paulo, SP. (Revista Atrevida nº 34)
Ao se compararem os textos I e II, pode-se afirmar que
a) em I, há a negação da existência de pessoas diferentes; em II, afirma-se que a clonagem é uma sofisticação.
b) em I, há a afirmação de que a clonagem se constitui em distanciamento dos seres humanos; em II, a solução para a
aproximação dos seres humanos.
c) em I, há indícios de que a humanidade ficará incomodada com a clonagem; em II, há a afirmação de que é preciso
seguir os avanços científicos.
d) em I, discute-se o conceito de que a clonagem produz cópias perfeitas; em II, afirma-se que a clonagem é a solução
para muitos dos problemas humanos.
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Exercício 2
Texto I Texto II
Anúncio 1: disponível em: http://www.empregosararaquara.com.br/. Acesso em 17/01/2018.
Anúncio 2: disponível em: http://www.empregosararaquara.com.br/. Acesso em 17/01/2018.
Os anúncios selecionados têm uma mesma temática, mas, ambos, vendem algo diferente. A alternativa que apresenta a
temática é
a) anúncios de emprego
b) elaboração de currículo
c) mercado de trabalho
d) vaga de emprego
Exercício 3
TEXTO 1
Disponível em: http://www.amimais.org.br/animais_perdidos.asp.
Acesso em: 01/06/2018
TEXTO 2
Procura-se um Amigo
Vinicius de Moraes
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimento,
basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber
ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de
sol, da lua, do canto dos ventos e das canções da brisa. Deve ter
amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não
ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os
passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se
sacrificar.
Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/1687/procura-se-
um-amigo (trecho). Acesso em 06/06/2018
30
A diferença entre os dois textos é:
a) um é anúncio e denota a procura por um cão desaparecido; o outro é uma crônica e faz uma reflexão sobre a
necessidade de encontrar um amigo para a vida.
b) um é anúncio e faz uma reflexão sobre a necessidade de encontrar um amigo para a vida; o outro é crônica e
mostra a solidão de quem a escreveu.
c) um é crônica e denota a procura por um animal perdido em forma poética e o outro é um anúncio que faz uma
reflexão sobre a necessidade de encontrar um amigo para a vida.
d) um é crônica e faz uma reflexão sobre ter amigos e o outro é anúncio e denota a procura por um cão desaparecido.
D13 (SAEB) – Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam locutor e/ou interlocutor.
D23 (SPAECE) – Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam locutor e/ou
interlocutor.
(Equipe PIP). Leia o texto abaixo.
Prezado senhor,
A primeira coisa que me vem à cabeça para lhe dizer hoje não é muito original... No entanto, se estas palavras
pecam pela falta de originalidade, não pecam pela falta de sinceridade: Feliz Aniversário!
O meu sentimento mais puro é para que você possa realizar, nos anos vindouros, todos os seus projetos mais caros
e preciosos, pois isso é o mínimo que uma pessoa justa e honesta como você merece. Saiba que eu me sinto muito
privilegiada por ser subordinada a alguém tão bom e sensível, que não se vale de hierarquia para humilhar ou ser
arrogante com os outros profissionais. Por tudo isso que você é, receba os meus mais sinceros votos de felicidade e o
meu desejo de que o seu dia de aniversário transcorra em paz e alegria.
Um Abraço.
Rosângela.
1. Nesse texto, os interlocutores são:
a) Chefe e funcionária.
b) Namorado e namorada.
c) Pai e filho.
d) Professor e aluno.
Leia o texto a seguir.
(SADEAM). Leia o texto abaixo.
Pássaro contra a vidraça
Engraçado, de repente eu comecei a ver a tia Zilah com outros olhos. Ela não era só do bem, a tia viúva e sozinha que
tinha ficado cuidando de mim. Ela era legal, uma super-mais-velha! Nossa, eu deixei ela quase louca! Em vez dos
coroas, foi ela quem me contou toda a sua viagem pela Europa... Eu fazia uma ideia tão errada, diferente: ela contando,
ficou tudo tão legal, um barato mesmo. [...] NICOLELIS, Laporta. Pássaro contra a vidraça. São Paulo: Moderna, 1992. Fragmento.
2. Nesse texto, palavras como “legal”, “coroas” “barato” evidenciam um falante que também usa
a) expressões de gíria.
b) expressões regionais.
c) linguagem culta.
d) linguagem técnica.
D20 (SAEB) – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo
tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.
D12 (SPAECE) – Identificar semelhanças e/ou diferenças de ideias e opiniões na comparação entre textos.
(Prova Brasil). Leia os textos abaixo.
4. Reforçando para o SAEB.
31
3. Com relação ao tema “telenovela”
a) nos textos I e II, encontra-se a mesma opinião sobre a telenovela.
b) no texto I, compara-se a qualidade das novelas aos melhores filmes americanos.
c) no texto II, algumas telenovelas brasileiras são consideradas obras de arte.
d) no texto II, a telenovela é considerada uma bobagem.
SEMANA V
D14 (SAEB) – Distinguir fato de opinião relativa ao fato.
D6 (SPAECE) – Distinguir fato de opinião relativa ao fato.
CONCEITUANDO
Esse descritor avalia a capacidade de o aluno compreender que fato é algo que acontece independente de sua vontade e
que a opinião é o produto de sua percepção desse fato. O fato é aquilo que realmente aconteceu, que existe e pode ser
provado, enquanto que a opinião é o que alguém pensa que ocorreu, uma interpretação dos fatos, é o ponto de vista que
uma pessoa tem a respeito de algo, que tanto pode ser verdadeiro como não.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a discussão questionando aos alunos sobre a veracidade de algumas afirmativas. Tais
afirmações podem ser retiradas de jornais diários, por exemplo, as manchetes das principais notícias; entre essas
manchetes, inclua outras de tabloides de fofocas, ou seja, que não são fidedignas à realidade. Apresente essas afirmações
e indague a turma se é um fato ou um fake – como eles gostam de dizer. Faça essa indagação uma a uma e vá explicando
após a resposta coletiva, porque é fato e porque não é fato.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 5
Leia o texto abaixo e responda.
Dia Mundial da Água
Dia 22 de março é a data escolhida pela Organização das Nações Unidas para celebrar o Dia Mundial da Água. Mais do
que uma comemoração, é um momento para conscientizar a população do planeta a respeito dos problemas relativos à
escassez deste elemento indispensável à vida. Cerca de dois terços do corpo humano são constituídos de água, assim
como a superfície terrestre, que tem dois terços de sua composição líquida. É o elemento que melhor simboliza a essência
AULA 1: Distinguindo um fato de sua opinião.
TEXTO I
Telenovelas empobrecem o país
Parece que não há vida inteligente na
telenovela brasileira. O que se assiste todos os dias
às 6, 7 ou 8 horas da noite é algo muito pior do que
os mais baratos filmes “B” americanos. Os diálogos
são péssimos. As atuações, sofríveis. Três minutos
em frente a qualquer novela são capazes de me
deixar absolutamente entediado – nada pode ser
mais previsível.
Antunes Filho. Veja, 11/mar/96.
TEXTO II
Novela é cultura
Veja – Novela de televisão aliena?
Maria Aparecida – Claro que não. Considerar a telenovela
um produto cultural alienante é um tremendo preconceito
da universidade. Quem acha que novela aliena está na
verdade chamando o povo de débil mental. Bobagem
imaginar que alguém é induzido a pensar que a vida é um
mar de rosas só por causa de um enredo açucarado. A
telenovela brasileira é um produto cultural de alta
qualidade técnica, e algumas delas são verdadeira obras de
arte.
Veja, 24/jan/96.
32
humana. No entanto, embora a Terra seja conhecida como o "planeta azul", a água disponível para consumo não é tão
abundante como se pode imaginar. [...] VITÓRIA. Mônica. Disponível em: <http://msn.bolsademulher.com/mundomelhor/dia_mundial_da_agua-69807.html>. Acesso
em: 22 mar. 2010. Fragmento.
Nesse texto, a frase que contém uma opinião é:
a) "Dia 22 de março é a data [...] para celebrar o Dia Mundial da Água.".
b) "... é um momento para conscientizar a população...".
c) "Cerca de dois terços do corpo humano são constituídos de água,...".
d) "... embora a Terra seja conhecida como o 'planeta azul',...".
GABARITO: item B.
Este item avalia a habilidade de estabelecer a distinção entre um fato e uma opinião em um texto. O suporte é um
fragmento de um texto informativo, bastante familiar a alunos do 6º e 7º anos. A curta extensão e a linguagem simples
favorecem a compreensão do texto. Professores, peçam que os alunos leiam o texto e comentem com eles sobre a
importância da água e o problema que pode haver se ela não for preservada. Em seguida, leia o comando da questão e
as alternativas. O comando solicita que o aluno identifique em que fragmento há a manifestação de uma opinião. O aluno
que observou atentamente as marcas linguísticas e o contexto optou pela letra B, o gabarito. O aluno que optou pelas
demais alternativas, A, C ou D, localizou fatos mencionados no texto, mas que não transmitem manifestação de opinião.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Observe a charge a seguir.
Disponível em: http://www.nanihumor.com/2013/06/cartum_20.html. Acesso em 20 ago. 2019.
Com base na sua leitura do cartum apresentado, a opinião expressa pelo cartunista pode ser a de que
a) a tecnologia alterou hábitos dos povos indígenas.
b) as tecnologias não alteraram a vida dos índios.
c) o índio estava deitado procurando a bateria do GPS.
d) os pesquisadores pensam que o índio está tentando ouvir ruídos.
33
Exercício 2
Disponível em: http://dialogoeducacional.blogspot.com/2012/02/carta-de-reclamacao-e-carta-de.html. Acesso 28 ago. 2019
O fato que motivou a escrita da carta por Eliane foi a
a) chateação de Eliane.
b) devolução do dinheiro.
c) postura do funcionário Armando Guerra.
d) condição do produto comprado.
Exercício 3
Exmo. Sr. Diretor dos recursos humanos da loja Pingo Doce de Porto Alegre
Eu, Maria Isabel Belo Braz, venho por este meio apresentar a minha reclamação referente ao já sucedido, por
várias vezes, não só na minha presença, como também na presença de muitos outros clientes desta loja, enquanto
procedíamos ao pagamento das nossas compras.
Deste modo, venho pela presente carta, reclamar e denunciar a forma abusiva, ofensiva e totalmente
desadequada com que uma das operadoras de caixa se dirigiu, tal como referi antes, por várias vezes, às suas colegas,
insultando-as em voz alta e bastante agressiva, tratando-as por “burras”, “incompetentes”, proferindo ameaças como
“precisam é de ir para o desemprego” e rebaixando-as por supostos erros que estas possam ter cometido, de forma
bastante humilhante e na frente dos clientes que, por sua vez, não só tiveram que presenciar tão desagradável situação,
como também tiveram que aguardar ainda mais tempo na fila, enquanto a referida operadora discutia com as suas
colegas.
Considerando que tal atitude seja totalmente desapropriada e dá uma péssima imagem da vossa loja, peço a
devida intervenção para que tal situação não volte a acontecer.
Sem mais e aguardando o seu contato para eventuais esclarecimentos, subscrevo-me muito atenciosamente. Maria Isabel Belo Braz, 25 de Fevereiro de 2014. Disponível em: https://www.slideshare.net/ibrazslideshare/exemplo-do-que-
uma-reclamao. Acesso 28 ago. 2019. Adaptado.
A opinião da autora a respeito do fato expresso, por ela, na carta é que
a) a humilhação deveria ocorrer em outro horário.
b) a operadora de caixa que é grosseira deve ser demitida.
c) deveria ser feita a humilhação em outro espaço.
d) o diretor dos recursos humanos deve intervir nesse problema.
AULA 2: Reconhecendo efeitos de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou expressões.
34
D18 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente de escolha de uma determinada palavra ou expressão.
D19 (SPAECE) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou expressões.
CONCEITUANDO
Por meio desse descritor, é possível avaliar a habilidade do aluno em reconhecer alterações de significado decorrentes
da escolha de uma determinada palavra ou expressão, a depender da intenção do autor, pois as palavras podem assumir
sentidos diferentes do seu sentido literal.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a aula fazendo a distinção entre sentido literal e sentido figurado. Explique que, em um texto,
muitas vezes as palavras não aparecem com seu significado literal, tal qual se pode encontrar no dicionário.
Em seguida, você pode escolher um texto literário e, após uma leitura atenta com os alunos, pedir que encontrem
palavras que estão em linguagem figurada. Peça para que comparem com seu sentido literal e discuta com os alunos
qual a intenção do autor a utilizar essas palavras.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 6
Observe a imagem a seguir.
Fonte: http://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/atuacao-conjunta-do-mp-busca-reforcar-importancia-de-campanha-nacional-de-
vacinacao. Acesso em 30 ago 2019.
Na campanha publicitária acima, a expressão “não vacile” sugere que as pessoas
a) devem ficar atentas quanto a vacinação.
b) necessitam pesquisar melhor antes de se vacinar.
c) podem escolher se querem realmente se vacinar.
d) precisam evitar a vacinação a todo custo.
GABARITO: item A.
Professor, peça aos alunos que leiam a campanha publicitária. Em seguida, peça para que digam o que entendem da
expressão “não vacile”. Chame a atenção para o fato também do jogo de palavras feito pelo autor entre as palavras
vacine/vacile.
Leia o comando da questão e os itens. Explique que o item (B) está incorreto, pois a campanha incentiva a vacinação,
ao contrário do que sugere o item. O item (C) e (D) também estão incorretos, pois não há essas informações no texto.
Sendo assim, o item correto é (A).
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
35
Exercício 1
Observe a imagem.
Disponível em: https://papouniversitario.anhembi.br/infografico-3/page/2/Acesso em 15/09/2017
A expressão “horários nobres” indica os horários
a) em que o Facebook é mais acessado.
b) mais recomendados a se usar o Facebook.
c) nos quais as pessoas costumam se desconectar.
d) que se deve evitar acessar o Facebook.
Exercício 2
Leia o texto a seguir.
PAISAGEM URBANA
São cinco horas da manhã e a garoa fina cai branca como leite, fria como gelo. Milhões de gotinhas d’água
brilham em trilhos de ferro.
“Bom dia”, diz Um Homem para o Outro Homem. “Bom dia, por quê?”, pensa o Outro, olhando para o Um.
Um Homem quieto e parado é um poste, que espera o trem na estação quase vazia. [...]
A máquina aparece na curva e vem lenta, grave, forte, grande, imensa. Para a máquina, desce um branco, uma
mulata, o gordo e o magro, dois meninos maluquinhos. Chegada de uns, partida de outros. No meio de um cheiro áspero
de fumaça e óleo diesel, o Outro Homem entra no trem.
Um homem continua um poste. Rígido. Concreto. E é só quando uma moça desce a escada do vagão carregando
uma mala, cabelo preso com fita e olhar de busca, que o homem-poste tem um sobressalto. Os olhares se encontram. O
trem vai e os olhares vêm. O mundo é assim... Outro Homem se foi. Um Homem está feliz. FERNANDES, Maria; HAILER, Marco Antônio. Alp novo: Análise, Linguagem e Pensamento. V. 4. São Paulo: FTD, 2000. p.
152. *Adaptado: Reforma Ortográfica.
Ao usar a expressão “homem-poste”, o autor sugere que o homem está
a) cansado de esperar o trem.
b) desligado da realidade.
c) observando o movimento.
d) preocupado com a vida.
36
Exercício 3
Observe a tirinha.
Fonte: https://wordsofleisure.com/2015/02/14/tirinha-do-dia-armandinho-e-o-carnaval/. Acesso em 30 ago 2019.
Na tirinha, ao dizer “quero pular o carnaval”, Armandinho quis dizer que
a) acredita que seu carnaval será divertido.
b) deseja brincar bastante no carnaval.
c) espera que o carnaval chegue logo.
d) prefere dormir a brincar o carnaval.
D14 (SAEB) – Distinguir fato de opinião relativa ao fato.
D6 (SPAECE) – Distinguir fato de opinião relativa ao fato.
(Prova Brasil). Leia o texto abaixo.
As enchentes de minha infância
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os que moravam do
outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa dos Leão, que depois foi
dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o rio.
Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a enchente. As águas
barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam
pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo.
Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas nas salas,
aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se fazia café
e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós, os
meninos, torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha
quando, mal saltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era uma traição, uma
fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita,
anunciava águas nas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sempre que
aquela fosse a maior de todas as enchentes.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 3. ed.Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1962. p. 157.
1. A expressão que revela uma opinião sobre o fato “... vinham todos dormir em nossa casa” (ℓ. 10), é
a) “Às vezes chegava alguém a cavalo...”
b) “E às vezes o rio atravessava a rua...”
c) “e se tomava café tarde da noite!”
d) “Isso para nós era uma festa...”
(PROEB). Leia o texto abaixo.
Aleijadinho
Antônio Francisco Lisboa nasceu em 1730 em Vila Rica (atual Ouro Preto), Minas Gerais e viveu 84 anos. Filho de
Manoel Francisco Lisboa, português e de uma escrava deste, africana, de nome Izabel, tornou-se o maior escultor do
Brasil, tendo trabalhado até as vésperas de sua morte. Deixou uma obra vastíssima e de grande valor artístico. Sua
formação se deu no próprio meio familiar, aprendendo com o pai, que era, junto com o irmão, mestre na arte em cantaria
e na talha do estilo Barroco. Sua vida muda completamente a partir do momento em que uma grave doença deformante
5. Reforçando para o SAEB.
37
o acomete. A doença se agrava com o correr do tempo, a ponto de caírem-lhe os dedos das mãos. Daí o apelido de
Aleijadinho.[...] COELHO, Ronaldo Simões. Pérola torta. Dimensão. Fragmento.
2. O trecho que expressa uma opinião é
a) “... nasceu em 1730 em Vila Rica, Minas Gerais”.
b) “Deixou uma obra de grande valor artístico.”.
c) “Sua formação se deu no próprio meio familiar,”.
d) “A doença se agrava com o correr do tempo,”.
D18 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente de escolha de uma determinada palavra ou expressão.
D19 (SPAECE) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou expressões.
(SALTO – TO/2011). Leia o texto.
A PRINCESA E A RÃ
Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de autoestima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago
do seu castelo era relaxante e ecológico... Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui
um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. Um
beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz
no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar
os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã,
acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando
consigo mesma:
— Eu, hein?... nem morta!
Luis Fernando Veríssimo.
3. Na frase “— Eu, hein?... nem morta”!, a expressão destacada sugere que a princesa
a) pensará sobre a proposta da rã.
b) jamais aceitará a proposta da rã.
c) depois do jantar aceitará a proposta da rã.
d) um dia casará com a rã.
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS – 6° E 7 ° ANO
SEMANA I
AULA 1: Interpretando textos multimodais.
Exercício 1. GABARITO A. A tirinha deixa claro uma crítica ao desmatamento desenfreado do meio
ambiente, ao comparar pessoas que só pensam em desmatá-la com outra que prefere aproveitar o que a natureza
oferece de bom.
Exercício 2. GABARITO A. Apesar de parecer que são duas pessoas fantasiadas em um baile de carnaval,
por causa dos confetes, purpurinas e serpentinas, o interlocutor do arlequim é a própria morte, pois o balão
com fundo negro e o rosto, as mãos e os pés em estrutura esquelética nos dão a entender que se trata da própria morte, uma vez que aqui se chama atenção para o perigo iminente de morte para aqueles que procuram dirigir
embriagados.
Exercício 3. GABARITO B. Espera-se que o aluno perceba a expressão de desaprovação do “meme” ao olhar
para a cápsula de café.
AULA 2: Inferindo informações implícitas.
Exercício 1. GABARITO D. A leitura atenta do texto fará com que o aluno perceba na materialidade – ao
final – a resposta correta.
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Exercício 2. GABARITO C. Após a conversa que vocês tiveram sobre o gênero verbete, após a leitura de
exemplares escolhidos e com base no texto motivador do item, é possível compreender que o dicionário Oxford
oficializou o termo selfie como o verbete do ano por ele já fazer parte do nosso cotidiano.
Exercício 3. GABARITO A. A materialidade do texto evidencia sequencias de ações repetidas por pessoas
diferentes, o ato de jogar alguma coisa em local público.
1. Reforçando para o SAEB
01. GABARITO B. A primeira frase do texto explica a origem de toda a historinha, que é a realização do
feitiço da feiticeira.
02. GABARITO C. O aluno deve perceber pelo que se diz que amor guardado pesa mais que amor doado.
03. GABARITO B. Após ouvir a pergunta do menino maluquinho e por ficar curiosa, ela, ao perceber o
sumiço de sua bolsinha, compreende que se trata de mais uma traquinagem do filho e, por isso, fica irritada.
SEMANA II
AULA 1: Diferenciando partes principais de secundárias
Exercício 1. GABARITO A. Toda a explanação do assunto se dá em torno da discussão das letras originais
das cantigas de roda.
Exercício 2. GABARITO D. O terceiro quadrinho traz a informação da noite divertida que Armandinho teve
ao lado do pai por causa da falta de energia. Os demais quadros reforçam e detalham essa informação.
Exercício 3. GABARITO A. O que se espera do aluno nesse momento é que ele seja capaz de completar de
modo coerente a ideia principal apresentada. Como a ideia principal traz o termo festa e envolve crianças, a
completude dessa ideia deve envolver a retomada desses dois elementos.
AULA 2: Estabelecendo relações lógico-discursivas.
Exercício 1. GABARITO D. Essa clássica resposta de mãe, indica a oposição no que se apresenta como ideia
e está indicado pelo “mas”.
Exercício 2. GABARITO C. O termo “mas” indica a contrariedade indicada no comando.
Exercício 3. GABARITO B. Nesse contexto, ”Entretanto” tem o mesmo valor de “mas”.
2. Reforçando para o SAEB.
01. GABARITO C. a função secundária do jardim, segundo o texto, é desservir a quem deseja desfrutar a
beleza das flores.
02. GABARITO A. Para responder a este item o professor deve trabalhar habilidades referentes à manutenção
da unidade temática do texto, focando no emprego de recursos de coesão para estabelecer relação de referência,
evitando assim a repetição de termos já ditos anteriormente no texto (pronome, expressão sinônima,
hiperônimos, etc.)
03. GABARITO A. A descrição que diz, sai janeiro e entra janeiro indica essa passagem do tempo citada no
comando.
SEMANA III
AULA 1: Reconhecendo efeitos de sentido através da pontuação e outras notações.
Exercício 1. GABARITO B. O conhecimento de mundo deve ser ativado e o aluno deve relacionar os
símbolos destacados à esfera musical.
Exercício 2. GABARITO C. Admiração, devido à certeza da atitude tomada pela personagem.
Exercício 3. GABARITO A. o autor usa o mesmo recurso (diminutivo) usado pelas pessoas no cotidiano (“é
só uma garrafinha”) para justificar um mal ato alegando que seu ato não tem grande significância.
AULA 2: Reconhecendo o efeito de sentido explorando recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.
Exercício 1. GABARITO D. Professor, explique para os alunos que o gerúndio deve ser usado para expressar
uma ação em curso ou uma ação simultânea a outra e, neste caso, o futuro do presente é o mais indicado, pois
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esse empo verbal se refere a um fato que acontecerá num momento posterior ao discurso (nesse caso, o discurso
é a ligação telefônica).
Exercício 2. GABARITO C. A questão solicita que o aluno julgue o efeito de sentido de verbos presentes no
texto, cujo significado remetem a orientação.
Exercício 3. GABARITO B. Metáfora é uma figura de linguagem que produz sentidos figurados por meio
de comparações implícitas. Ela pode dar um duplo sentido à frase. Com a ausência de uma conjunção
comparativa (como).
3. Reforçando para o SAEB.
01. GABARITO C. A quantidade de pontos de exclamação indica que ela não apenas constatou uma doença,
mas ficou bastante espantada com a informação.
02. GABARITO B. pelo que foi descrito no texto, vê-se que a palavra foi escrita dessa forma para indicar a
gravidade das gravações.
03. GABARITO B. A metáfora sonora nesse texto foi aplicada por meio da onomatopeia, ou seja, pela
representação do som do sino repicando.
SEMANA IV
AULA 1: Identificando níveis de linguagem que evidenciam locutor e/ou interlocutor.
Exercício 1. GABARITO B. O registro com o qual se desenrola a narrativa do autor é muito próxima da
coloquialidade, portanto, ajustado às situações informais.
Exercício 2. GABARITO B. A expressão “montão”, neste contexto, substitui a forma uma grande quantidade
e revela o traço de oralidade da fala do autor do diário.
Exercício 3. GABARITO A. As marcas textuais de linguagem e as marcas textuais imagéticas percebidas
pelas escolhas da composição da peça e das cores dão pistas de a que tipo de público se dirige a produção e
que tipo de filme está sendo divulgado.
AULA 2: Identificando o que há de comum e de diferente entre textos.
Exercício 1. GABARITO D. Espera-se que o aluno identifique que o texto I discute o conceito de que a
clonagem produz cópias perfeitas. Já no texto II, afirma-se que a clonagem é a solução para muitos dos
problemas humanos.
Exercício 2. GABARITO C. Os dois anúncios estão relacionados à temática do mercado de trabalho, embora
o texto I ofereça espaço para anunciar o currículo e o texto II ofereça uma vaga de trabalho.
Exercício 3. GABARITO A. Os dois textos apresentam como semelhança a ideia de procurar. Podemos dizer
que em ambos se procura alguma coisa - de maneira mais objetiva no texto 1 (cachorro desaparecido) e de
maneira mais subjetiva no texto 2 (um amigo para preencher a vida).
4. Reforçando para o SAEB.
01. GABARITO A. Trata-se de uma carta de uma funcionária a seu chefe, como fica claro no momento em
que ela se diz feliz por ser subordinada dele.
02. GABARITO A. As expressões “legal”, “coroa” e “barato” são gírias, características da linguagem
informal..
03. GABARITO C. Os dois textos refletem sobre as telenovelas e o segundo texto defende que são bons
produtos culturais.
SEMANA V
AULA 1: Distinguindo um fato de sua opinião.
Exercício 1. GABARITO A. pelo que se apresenta no cartum, o autor dele pode estar indicando que a
tecnologia já chegou em vários lugares e, inclusive, alterou hábitos antigos dos povos indígenas.
Exercício 2. GABARITO C. Apesar de ser uma reclamação sobre um produto estragado, o fato que motivou
a escrita da carta de reclamação, em análise, foi a postura do funcionário Armando Guerra. Por ele não ter
feito a troca da maionese, Eliane teve de recorrer ao gerente do supermercado e o fez por meio da carta.
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Exercício 3. GABARITO D. A opinião é a decorrência da leitura de Maria Isabel sobre o que está ocorrendo.
Em outras palavras, é aquilo que ela acha da humilhação que estava acontecendo com as operadoras de caixa.
Nesse caso, ela acha que o diretor deve intervir e acabar com essa humilhação.
AULA 2: Reconhecendo efeitos de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou expressões.
Exercício 1. GABARITO A. A expressão “horários nobres”, utilizada no infográfico, indica que será
demonstrado os horários em que o Facebook é mais acessado.
Exercício 2. GABARITO B. O homem é descrito no texto como alguém parado, rígido, totalmente desligado
da realidade.
Exercício 3. GABARITO D. Armandinho afirma ao pai que deseja “pular” o carnaval, mas não no sentido
que conhecemos, ou seja, curtir o carnaval. O menino quer que o carnaval passe enquanto ele dorme.
5. Reforçando para o SAEB.
01. GABARITO D. o que se pensa acerca do fato de os vizinhos irem dormir na casa de sua família é,
justamente, que era uma festa esse momento.
02. GABARITO B. O adjetivo “grande” denota a opinião do autor.
03. GABARITO B. A expressão “nem morta” deixa claro que a princesa não tem intenção nenhuma de
aceitar o pedido da rã.
ROTINA PEDAGÓGICA 8° E 9° ANO AULA 1 (100 MINUTOS)
Interpretando gêneros
multimodais
AULA 2 (100 MINUTOS)
Inferindo informações implícitas
AULA 3 (50 MINUTOS)
1. Reforçando para o SAEB
SEMANA I
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 1.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 2.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
Realizar as atividades 1, 2 e 3.
AULA 1 (100 MINUTOS)
Diferenciando partes principais
de secundárias
AULA 2 (100 MINUTOS)
Estabelecendo relações lógico-
discursivas.
AULA 3 (50 MINUTOS)
2. Reforçando para o SAEB
SEMANA II
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 3.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 4.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
Realizar as atividades 1, 2 e 3.
AULA 1 (100 MINUTOS)
Reconhecendo efeitos de sentido
através da pontuação e outras
notações.
AULA 2 (100 MINUTOS)
Reconhecendo o efeito de sentido
explorando recursos ortográficos
e/ou morfossintáticos.
AULA 3 (50 MINUTOS)
3. Reforçando para o SAEB
SEMANA III
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 5.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 6.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
Realizar as atividades 1, 2 e 3.
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AULA 1 (100 MINUTOS)
Identificando níveis de linguagem
que evidenciam locutor e/ou
interlocutor.
AULA 2 (100 MINUTOS)
Comparando textos.
AULA 3 (50 MINUTOS)
4. Reforçando para o SAEB
SEMANA IV
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 7.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 8.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
Realizar as atividades 1, 2 e 3.
AULA 1 (100 MINUTOS)
Distinguindo fato de opinião.
AULA 2 (100 MINUTOS)
Reconhecendo efeitos de sentido
decorrente da escolha de
palavras, frases ou expressões.
AULA 3 (50 MINUTOS)
5. Reforçando para o SAEB
SEMANA V
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 9.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
(50 min) - Trabalhar os tópicos:
- Conceituando
- Sugestão de aula
A partir das discussões, resolver
com os alunos o EXEMPLO 10.
(50 min) - Colocando a
habilidade em prática: resolver
os exercícios 1, 2 e 3.
Realizar as atividades 1, 2 e 3.
BLOCO DE ATIVIDADES 8° e 9° ANO
SEMANA I
CONCEITUANDO
D5 (SAEB) – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.)
D4 (SPAECE) – Interpretar textos não verbais e textos que articulam elementos verbais e não verbais.
Por meio deste descritor, é possível avaliar a habilidade do aluno de reconhecer a utilização de elementos gráficos (não
verbais) como apoio na construção do sentido e na interpretação de textos que utilizam linguagem verbal e não verbal.
Esta habilidade pode ser avaliada por meio de gêneros multimodais, como tirinhas, gráficos, charges, desenhos, fotos,
infográficos, entre outros.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicialmente, é importante discutir com os alunos sobre gêneros multimodais. Explique que o texto
não é construído linguisticamente apenas por meio da escrita. Ao contrário: ele pode se materializar por meio da
linguagem escrita, oral ou imagética, e até mesmo na articulação destas modalidades.
Destaque que os textos multimodais estão cada vez mais comuns em nossa sociedade atual. Eles estão nos
outdoors, nas propagandas de TV, na internet. Por isso, se faz importante que sejam capazes de ler e compreender esse
tipo de texto.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 1
AULA 1: Interpretando textos multimodais.
42
Observe o infográfico a seguir.
Fonte: http://www.hcinternational.biz/pt-br/gestao-de-talentos/fatos-sobre-a-geracao-y/. Acesso em: 19 de ago 2019.
Após a leitura do infográfico, é possível inferir que
a) 75% dos jovens afirmam ser ignorados pelos chefes.
b) 30% dos jovens dizem que trabalhar é chato.
c) os jovens oferecem mais ideias que empolgação.
d) quase 100% dos jovens tem acesso a redes sociais.
GABARITO: item B.
Professor, solicite aos alunos que façam uma leitura atenta do infográfico. Esclareça que se trata de um gênero
multimodal, que utiliza linguagem verbal e não verbal.
Em seguida, leia com eles a questão e os itens. Esclareça que o item (a) está incorreto, pois o texto afirma que 75% dos
jovens são ouvidos pelos superiores. O item (c) está incorreto porque, de acordo com o infográfico, 85% dos jovens
oferecem empolgação, enquanto apenas 57% oferece ideias. O item (d) também está incorreto, pois a porcentagem de
jovens que tem acesso às redes sociais é bem inferior a 100%. Portanto, o item correto seria o item (b). O aluno precisa
inferir que, se 70% dos jovens acha divertido trabalhar, 30% acredita que trabalhar é chato.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Observe a tirinha a seguir.
Fonte: http://ilustradorveiga.com.br/tirinha-sobre-ajudar-idosos/. Acesso em 19 de ago de 2019.
De acordo com o texto, é possível afirmar que
a) o menino mostrou ansiedade em ajudar o senhor a atravessar a rua.
b) o menino demonstrou desinteresse em relação ao idoso.
43
c) o idoso acreditou que o menino fosse ajudá-lo a atravessar a rua.
d) o idoso achou melhor recusar a oferta de ajuda do menino.
Exercício 2
Analise a charge abaixo.
Fonte: https://d.emtempo.com.br/charges/81247/charge-do-em-tempo--13-de-outubro-2017--malika. Acesso em: 19 de ago 2019.
De acordo com a charge, a avó
a) chateou-se pela falta de atenção dos netos.
b) deu pouca atenção aos seus netos durante sua visita.
c) gostou muito de utilizar aparelhos tecnológicos.
d) mostrou bastante felicidade com a visita dos netos.
Exercício 3
Observe a seguinte propaganda.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/404761085230108764/?lp=true. Acesso em 19 de ago de 2019.
Pode-se dizer que a propaganda
a) afirma que as joias agradam mais às mulheres que bombons.
b) exalta o chocolate como o melhor presente para namorados.
c) recomenda doces como presente no dia dos namorados.
d) reforça a relação entre Páscoa e chocolates como presente.
44
CONCEITUANDO
D4 (SAEB) – Inferir uma informação implícita em um texto.
D2 (SPAECE) – Inferir informação em texto verbal.
A habilidade avaliada por esse descritor está relacionada à competência do aluno de localizar uma informação que não
está explícita no texto, dependendo, muitas vezes, de seus conhecimentos prévios, bem como de pistas contidas no
próprio texto, mas que o extrapolam.
Esta habilidade é avaliada por meio de um texto base que dá suporte ao item, no qual o aluno é orientado a localizar as
informações solicitadas seguindo as pistas fornecidas pelo próprio texto. Para chegar à resposta correta, o aluno deve
ser capaz de retomá-lo, localizando, dentre outras informações, aquela que está sendo solicitada; contudo, precisa fazer
relações com informações que extrapolam o texto, fruto de seus conhecimentos prévios.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicialmente, converse com os alunos sobre o significado do verbo inferir e sobre a diferença entre
explícito e implícito.
Explique que, muitas vezes, para compreender um texto, precisamos recorrer a informações que não estão
expressas claramente, mas que é possível recuperá-las por meio de pistas disponibilizadas pelo próprio texto ou por
nossos conhecimentos prévios.
Esclareça que, para isso, faz-se necessária uma leitura atenta do texto para que consiga localizar e compreender
as informações que estão explícitas e, assim, seja capaz de inferir as que não estão.
Saliente, também, a importância de ler e se manter atualizado para a criação de um repertório sociocultural que
lhe dará a bagagem necessária não só para interpretar textos, como também para produzi-los com eficiência.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 2
Leia o texto a seguir.
Goiabada
Carlos Heitor Cony
Goiabada tinha cara de goiabada mesmo. Fica difícil explicar o que seja uma cara de goiabada, mas qualquer
pessoa que se defrontava com ele, mesmo que nada dissesse, constataria em foro íntimo que Goiabada tinha cara de
goiabada.
Eu o conheci há tempos, quando jogava pelada nas ruas da Ilha do Governador. Ele se oferecia para a escalação,
mas quase sempre era rejeitado. Ruim de bola, era bom de gênio. [...]
Perdi-o de vista, o que foi recíproco. Outro dia, parei num posto para abastecer o carro e um senhor idoso me
ofereceu umas flanelas, dessas de limpar para-brisa. Ia recusar, mas alguma coisa me chamou a atenção: dando o
desconto do tempo, o cara tinha cara de goiabada. Fiquei indeciso. Não podia perguntar se ele era o Goiabada, podia se
ofender, não havia motivo para tanta e tamanha intimidade. [...]
O tanque do carro já estava cheio, e o novo Goiabada, desanimado de me vender uma flanela, ia se retirando em
busca de freguês mais necessitado. Perguntei quantas flanelas ele tinha. Não sabia, devia ter umas 40, não vendera
nenhuma naquele dia. Comprei-lhe todas, ele fez um abatimento razoável. E ficou de mãos vazias, olhando o estranho
que sumia com suas 40 flanelas e nem fizera questão do troco.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1111200803.htm. Acesso em 19 de ago. de 2019.
AULA 2: Inferindo informações implícitas.
45
Infere-se do texto que Goiabada
a) era um menino tranquilo e amigável.
b) preferia outras brincadeiras a jogar bola.
c) trabalha como limpador de para-brisa.
d) virou o melhor amigo do autor.
GABARITO: item B.
Professor, solicite aos alunos que façam uma leitura atenta do texto. Em seguida, leia novamente com eles, buscando
elencar as informações passadas pelo texto sobre o personagem Goiabada.
Em seguida, leia o comando da questão e os itens. Esclareça que o item (b) está incorreto, pois, segundo o texto, Goiabada
estava sempre querendo jogar bola, porém, era sempre rejeitado. O item (c) está incorreto, pois o autor afirma que o
homem que ele acredita ser o Goiabada adulto está vendendo flanelas. O item (d) também está incorreto porque o autor
deixa claro que não manteve contato com Goiabada depois de adultos. Portanto, o item correto é (a), pois é possível
inferir pela fala do autor que Goiabada era um menino tranquilo e amigável, principalmente quando ele afirma que
Goiabada era “ruim de bola, mas bom de gênio”.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Leia o texto abaixo.
Luz no fim do túnel
Graças a Ricão, minhas dúvidas sobre ser "igual ou diferente", "original ou copiado" viraram secundárias. Num
minuto súbito, deixei de me sentir perdido, foi incrível! Tinha agora um rumo na vida, enxergava luz no fim do túnel.
A meta era ser escritor de comediante, aprender a ser engraçado, bolar monte de frases espertas e situações
hilárias para Rogério apresentar em espetáculos de ventríloquo pelo país, operando um boneco de mão.
A gente estrearia na tevê, num show de talentos. Faria o maior sucesso. Seria convidado para outros programas.
Ganharia uma grana firme e alcançaria fama - talvez até mesmo antes dos 15 anos.
Com o primeiro dinheiro firme que entrasse, eu compraria um barraco para o Ricão. Ou melhor, barraco não,
casinha decente. Depois mandaria pôr dessas mãos postiças super maneiras no braço dele. Ricão trabalharia com a gente
de secretário, colaborador, cobrador, sei lá, até ator, em certos números. Quem sabe se, um dia, além de Ricão, não seria
ricaço também.
Planejar como gastar altas granas era mais gostoso do que decidir como usar os caraminguás do aumento da
mamãe. E se alguém, naquele instante, me perguntasse na bucha: "Ser gêmeo idêntico é bom ou é ruim?", ouviria de
resposta certa: "É ótimo! Ótimo para criar confusão no palco e botar o auditório rindo." [...]
PATRIOTA. Margarida. Luz no fim do túnel. In: Uma voz do outro mundo. Belo Horizonte: Dimensão. 2007. p. 83-4.
De acordo com as informações do texto, é possível concluir que o narrador era um menino
a) bastante sonhador e visionário.
b) com boas condições financeiras.
c) egoísta, que só pensava em si.
d) solitário, por ser filho único.
Exercício 2
Leia o texto a seguir.
O Homem que entrou pelo cano
Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se acostumou. E,
com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou outra um desvio, era uma
seção que terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Então percebeu que as engrenagens
giravam e caiu numa pia. À sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara da menina aparecia redonda e
grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou: “Mamãe, tem um homem dentro da pia”.
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu pelo esgoto.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. São Paulo: Global, 1988, p. 89.
46
Em relação ao texto, pode-se afirmar que
a) a mãe da menina demonstrou desinteresse pelo que disse a filha.
b) a menina fez o possível para tirar o homem de dentro do cano.
c) a menina pouco se surpreendeu com a presença do homem na pia.
d) o homem tinha interesse em encontrar a mãe da menina.
Exercício 3
Leia o texto a seguir.
O meu amigo pintor
Pra mim, vermelho é cor de coisa que eu queria entender.
Uma vez (isso foi no ano retrasado, eu ainda ia fazer nove anos) a minha prima veio aqui com uma colega que
se chamava Janaína e que tava toda vestida de vermelho. O vestido tinha manga grande, era muito mais comprido que o
vestido da minha irmã e a minha prima usavam, e sem nada de outra cor: só aquele vermelhão que todo mundo na sala
ficou olhando. E aqui na testa, feito jogador de tênis, a Janaína botou uma tira do vestido que ela estava usando.
Aí eu fui e me apaixonei por ela. [...]
Um dia, a minha prima veio outra vez a Petrópolis com a Janaína. Meu coração quase saiu pela boca quando eu
ouvi a minha mãe falando:
— Olá, Janaína.
Corri pra sala. Nem deu para acreditar: a Janaína estava de calça azul e blusa branca! E na testa, em vez de tira,
uma franja.
Quanto mais eu olhava pra Janaína, mais eu ia me desapaixonando. Quando ela saiu eu fui lá em cima e contei
pro meu Amigo Pintor (acho que é melhor escrever o meu amigo com letra maiúscula) tudo que tinha acontecido. Ele
acendeu o cachimbo, ficou pela janela feito coisa que não ia mais parar de olhar, e depois falou:
— Vermelho é mesmo uma cor complicada.
Lygia Bojunga Nunes, O meu amigo pintor.
É possível afirmar que o narrador se apaixonou por Janaína
a) por causa da cor do vestido dela.
b) porque ela era mais velha que ele.
c) devido à tira usada que ela usava na testa.
d) ao se encantar com a sua beleza.
D5 (SAEB) – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.
D4 (SPAECE) – Interpretar textos não verbais e textos que articulam elementos verbais e não verbais.
(PROVA BRASIL) Leia o texto abaixo:
Angeli. Folha de São Paulo, 25/04/1993.
1. A atitude de Romeu em relação a Dalila revela:
a) compaixão.
b) companheirismo.
c) insensibilidade.
d) revolta.
1. Reforçando para o SAEB.
47
D4 (SAEB) – Inferir uma informação implícita em um texto.
D2 (SPAECE) – Inferir informação em texto verbal.
(SADEAM). Leia o texto abaixo.
O REFORMADOR DO MUNDO
Américo Pisca-Pisca tinha o hábito de pôr defeito em todas as coisas. O mundo para ele estava errado e a natureza
só fazia asneiras.
– Asneiras, Américo?
– Pois então?!... Aqui mesmo, rodeado de frutas, você tem a prova disso. Ali está uma jabuticabeira enorme
sustendo frutas pequeninas, e lá adiante vejo colossal abóbora presa ao caule duma planta rasteira. Não era lógico que
fosse justamente o contrário? Se as coisas tivessem de ser reorganizadas por mim, eu trocaria as bolas, passando as
jabuticabas para a aboboreira e as abóboras para a jabuticabeira. Não tenho razão?
LOBATO, Monteiro. O reformador do mundo. In: Obra Infantil Completa. São Paulo: Brasiliense, s.d. Adaptado.
2. Quando falou sobre a reforma da natureza, Américo estava
a) num pomar.
b) num rio.
c) numa floresta.
d) numa praça.
(Adaptada) Leia o texto para responder à questão abaixo:
Minha bicicleta
Com minha bici
eu roubo a lua
pra enfeitar
a minha rua.
Com minha bici
dou nó no vento
e até fantasma
eu espavento.
Com minha bici
jogo o anzol
no horizonte
e pesco o sol.
Com minha bici
Caio e não dói
Eu sou um herói.
Com minha bici
Eu vou a fundo
pelas estradas
do fim do mundo.
Com minha bici...
CAPARELLI, Sergio. Tigres no quintal. Porto Alegre, Kuarup,1990.
3. A repetição do verso “Com minha bici” reforça
a) a ideia de velocidade das brincadeiras infantis do eu
lírico.
b) a sensação de que a bicicleta é um objeto mágico para
o eu lírico.
c) a visão infantil do eu lírico frente aos problemas da
vida.
d) a necessidade de uso da bicicleta como meio de
transporte.
SEMANA II
CONCEITUANDO
D9 (SAEB) – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
D7 (SPAECE) – Diferenciar a informação principal das secundárias em um texto.
Por meio deste descritor, é possível avaliar a habilidade do aluno em reconhecer a estrutura e a organização textual e de
diferenciar a informação principal das que são secundárias no texto.
AULA 1: Diferenciando partes principais de secundárias.
48
SUGESTÃO DE AULA
Professor, esclareça aos alunos que compreender a articulação entre as ideias de um texto é um componente
fundamental da proficiência leitora. Para que seja capaz de realizar uma leitura eficiente, o leitor precisa perceber que
todo texto tem uma razão de ser, ou seja, é elaborado para enfocar uma ideia específica.
Esta ideia específica é desenvolvida em uma progressão: há uma proposta, explícita ou implícita, que consiste
em apresentar início, meio e fim. É preciso que o aluno compreenda, então, que a progressão da ideia se constrói através
do trabalho conjunto entre informações principais e informações secundárias. É com base em sua ideia principal que o
texto se desenvolve.
Entretanto, para sustentar e comprovar a informação principal, são necessárias informações secundárias. Essas
informações se integram entre si para estabelecer uma unidade de sentido. A relação entre a informação principal e as
secundárias garantem a coerência e coesão do texto.
Para que consiga identificar a informação principal de um texto, é necessário que o aluno relacione as diferentes
informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, que ele relacione as múltiplas partes que compõem o
todo significativo que é o texto.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 3
Leia o texto a seguir.
Encontro de ansiedades
O pai Irineu, a mãe Florinda e os filhos Lúcia, Eliana e Ronaldo (...) tiveram uma experiência bastante inusitada.
A família de índios Guarani, do Pontal do Paraná, litoral do Estado, foi convidada para visitar os alunos da Escola
Atuação em Curitiba.
Foi um encontro de ansiedades: de um lado, as crianças indígenas amedrontadas com tanta gente para recebê-
las no ginásio da escola; de outro, os alunos curiosos e inquietos com a presença de novos visitantes.
No fim das contas, tudo terminou bem: as crianças índias não falam português, mas receberam toda a atenção
dos novos amigos e voltaram para a sua aldeia com muitas cestas de frutas e outros presentes. A turminha da escola
adorou a experiência e garante que aprendeu muito com a atividade. A troca de ansiedades acabou se tornando troca de
carinhos.
Gazeta do Povo. Curitiba, 29 abr. 2000. Gazetinha, p.5.
Pode-se afirmar que a ideia principal desse texto é
a) a curiosidade dos alunos com a presença das crianças indígenas.
b) o convite da família de índios para visitar a escola Atuação.
c) o medo das crianças indígenas ao ver tanta gente para recebê-las.
d) o sucesso do encontro entre os alunos e as crianças indígenas.
GABARITO: item D.
Professor, solicite aos alunos que façam uma leitura atenta do texto, colhendo informações importantes para a construção
de seu sentido. Em seguida, leia o comando da questão e os itens.
Explique que os itens (a), (b) e (c) apresentam informações que são importantes, porém secundárias no texto. A
informação principal é a de que o encontro entre os alunos da escola Atuação e as crianças indígenas foi bem-sucedido.
Portanto, o item correto é (d).
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Rock in Rio anuncia Bon Jovi, que já foi atração do festival em 2013 e 2017
Banda americana volta para sua nona passagem pelo Brasil.
Não, você não leu errado: a banda americana Bon Jovi fará sua terceira apresentação no Rock in Rio num
intervalo de quatro edições — ficou de fora apenas em 2015. O grupo de hard rock liderado pelo cantor Jon Bon Jovi
será a atração principal do Palco Mundo no dia 29 de setembro, o primeiro domingo de evento, que até então só tinha a
presença da cantora e compositora britânica Jessie J confirmada para o Palco Sunset.
49
Em sua oitava passagem pelo país, em 2017, o agora grisalho Bon Jovi e seus companheiros trouxeram o
repertório de “This house is not for sale” (2016), 13º e mais recente álbum da discografia do grupo. Além das novas
faixas, clássicos como “Livin’ on a prayer” e “It’s my life”, compuseram o repertório da banda que entrou para o Hall
da Fama do Rock and Roll no ano passado.
Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/musica/rock-in-rio-anuncia-bon-jovi-que-ja-foi-atracao-do-festival-em-2013-
2017-23418322. Acesso em: 20 de ago de 2019. Adaptado.
A informação principal desse texto é a de que a banda Bon Jovi
a) estará no Rock in Rio pela terceira vez.
b) ficou de fora do Rock in rio em 2015.
c) será a atração principal do Palco Mundo.
d) já se apresentou no Brasil oito vezes.
Exercício 2
Leia o texto que segue.
Escrever: vicioso ofício
Há mais de quarenta anos (estou com 56, comecei cedo, aos 9) me revezei entre oito profissões para ganhar a
vida.
Me acostumei a, quando me interessava e precisava, exercer uma ou outra atividade e muitas vezes fazer tudo
ao mesmo tempo. Tenho sido professor de pós-graduação, compositor, dramaturgo, roteirista de cinema e televisão,
criativo, publicitário, marketeiro político e treinador de executivos em web business.
Nos intervalos, nunca deixei de ser poeta e, talvez por isso, ter uma montanha de livros de poesia para crianças,
jovens e adultos, e estar com mais de 4 milhões de exemplares vendidos, o que, no Brasil, até a mim espanta. Daí, de
três anos para cá, resolvi ser apenas escritor profissional.
A decisão foi difícil, mas estou satisfeito pelo seu principal efeito colateral: como meu status caiu de um carro
importado para um fusquinha, nunca mais serei rico a ponto de atrair mulheres interesseiras.
Quem me amar vai me amar pelo que eu sou: um poeta tupiniquim, apaixonado, mas duro. [...]
TAVARES, Ulisses. Escrever: vicioso ofício. In: Discutindo Literatura, ano II, n° 9, 2008, p. 24.
Pode-se afirmar que a informação principal desse texto é que o autor
a) há mais de quarentas anos se reveza entre oito profissões.
b) possui mais de 4 milhões de exemplares de seus livros vendidos.
c) é apaixonado pela profissão de poeta, mesmo que ganhe menos dinheiro.
d) trocou seu carro importado para espantar mulheres interesseiras.
Exercício 3
Leia o texto abaixo.
Uma nova descoberta
Cientistas australianos e britânicos descobriram como acelerar o processo de fotossíntese, pelo qual as plantas
transformam a luz solar em alimento. O estudo, que pode expandir a produção de cereais como milho e sorgo, foi
publicado na revista “Communications Biology”.
Os pesquisadores notaram que aumentar a produção da proteína Rieske FeS, que controla a taxa pela qual os
elétrons fluem durante a fotossíntese, acelera todo o processo. Isso pode levar a um incremento na produção agrícola.
“Testamos o efeito de aumentar a produção da proteína Rieske FeS e descobrimos que ela aumenta a fotossíntese
em 10%”, disse a pesquisadora Maria Ermakova, do Centro de Excelência em Fotossíntese Translacional (CoETP) do
Centro de Pesquisa Australiano (ARC).
“A proteína Rieske FeS pertence a um complexo que é como uma mangueira através da qual os elétrons fluem,
então a energia pode ser usada pelo mecanismo de carbono da planta. Ao superexpressar essa proteína, descobrimos
como liberar a pressão da mangueira, para que mais elétrons possam fluir, acelerando o processo fotossintético”, disse
Ermakova.
50
Essa foi a primeira vez que os cientistas geraram mais proteína Rieske FeS dentro das plantas C4. Até agora, a
maioria dos esforços para melhorar a fotossíntese foi feita em espécies que usam a fotossíntese C3, como trigo e arroz.
[As siglas C3 e C4 se referem a se um composto de três ou quatro carbonos é produzido inicialmente.] Isso ocorre apesar
do fato de que as espécies de culturas C4, como milho e sorgo, desempenham um papel fundamental na agricultura
mundial e já significarem alguns dos cultivos mais produtivos do mundo. Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/meio-ambiente/cientistas-descobrem-meio-de-acelerar-a-fotossíntese-em-plantas/ar-
AAG1jJ1. Adaptado. Acesso em: 20 de ago de 2019.
O fragmento que contém a informação principal do texto é
a) “Cientistas australianos e britânicos descobriram como acelerar o processo de fotossíntese”.
b) “Os pesquisadores notaram que aumentar a produção da proteína Rieske FeS, [...] acelera todo o processo”.
c) “A proteína Rieske FeS pertence a um complexo que é como uma mangueira através da qual os elétrons fluem”.
d) “Até agora, a maioria dos esforços para melhorar a fotossíntese foi feita em espécies que usam a fotossíntese C3”.
CONCEITUANDO
D15 (SAEB) – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.
D17 (SPAECE) – Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas marcados por conjunções, advérbios etc.
Por meio deste descritor, é possível avaliar o reconhecimento das relações de coesão e coerência no texto através da
concatenação perfeita entre suas partes, as quais podem ser marcadas, por exemplo, por conjunções e advérbios,
formando uma unidade de sentido.
Essa habilidade pode ser avaliada por meio de um texto no qual é solicitado ao aluno a percepção de uma determinada
relação lógico-discursiva, enfatizada, muitas vezes, por expressões de tempo, lugar, comparação, oposição, causalidade,
entre outros e, quando necessário, por meio da identificação dos elementos que explicam essa relação.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a discussão explicando o significado de coerência, que pode ser entendida como o sentido, o
nexo, a lógica que se constrói a partir da superfície do texto. Em seguida, explique que, para que um texto seja bem
construído e interpretado, além de coerente, precisa ser coeso. A coesão é a maneira pela qual relacionamos as partes de
um texto, como se estivéssemos “costurando” suas partes, de maneira que ele se torne uma unidade de sentido. Essa
“costura” dos textos pode ser realizada através do uso dos conectivos.
Chamamos de conectivos ou elementos coesivos aqueles que organizam o texto em sua materialidade. Estes
elementos marcam, na superfície textual, as articulações destacadas para a produção de sentido ou para a construção da
coerência. Estes elementos, que podem ser conjunções, preposições, advérbios, dentre outros, sinalizam para o leitor as
comparações, afirmações, oposições, relações de anterioridade e posterioridade, dentre outras, presentes no texto,
interferindo, assim, diretamente na construção do seu sentido.
Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto nem sempre é uma tarefa fácil. O aluno precisa
compreender o tipo de ligação que se constitui entre os elementos de um texto, o que exige um nível elevado de
consciência linguística. Para auxiliar o aluno a dominar essa habilidade, faz-se necessário um trabalho efetivo e
sistemático de reflexão linguística realizado em sala de aula.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 4
Leia o texto a seguir.
AULA 2: Estabelecendo relações lógico-discursivas.
51
Os pancararés
Conhecedores de cada canto da região em que viveram os cangaceiros, os pancararés, quando a volante passava,
ajudavam a esconder Lampião e seu bando. Hoje, uma comunidade remanescente dos pancararés vive na Baixa do
Chico, um pequeno povoado situado no interior do Raso da Catarina. Embora as condições de vida sejam bastante
simples, os moradores parecem saudáveis. Vivem em casas rústicas de pau-a-pique e recebem água de um poço artesiano
porque a região é árida e agreste. Dedicam-se a pequenas lavouras de milho e feijão e à criação de gado.
Fonte: www.almg.gov.br/revistalegis/saofrancisco/população. Acesso em 21 de ago 2019.
“Embora as condições de vida sejam bastante simples, os moradores parecem saudáveis”. A palavra destacada
estabelece uma circunstância de
a) explicação.
b) modo.
c) oposição.
d) tempo.
GABARITO: item C.
Professor, após uma leitura atenta do texto, leia a questão e os itens propostos. Questione aos alunos a circunstância que
a palavra “embora” estabelece entre as orações.
Explique que os itens (a), (b) e (d) estão incorretos, pois não há relação de explicação, modo ou temporalidade entre as
orações. A palavra “embora” reforça o sentido de oposição entre elas; ou seja, a oposição entre a ideia de os moradores
parecerem saudáveis e suas condições de vida bastante simples. Portanto, o item correto é (c).
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Leia o texto a seguir.
Naquela sexta-feira, à meia noite, teria lugar a 13ª Convenção Internacional das Bruxas, numa ilha super remota
no Centro do Umbigo do Mundo, muito, muito longe.
Os preparativos para a grande reunião iam adiantados. A maioria das bruxas participantes já se encontrava no
local — cada qual mais feia e assustadora que a outra, representando seu país de origem. Todas estavam muito
alvoroçadas, ou quase todas, ainda faltavam duas, das mais prestigiadas: a inglesa e a russa.
Estavam atrasadas de tanto se enfeiarem para o evento. Quando se deram conta da demora, alarmadíssimas,
dispararam a toda, cada uma em seu veículo particular, para o distante conclave. A noite era tempestuosa, escura como
breu, com raios e trovões em festival desenfreado.
BELINY, Tatiana. In. Era uma vez: 23 poemas, canções, contos e outros textos para enriquecer o repertório dos seus
alunos. Revista Nova Escola, edição especial, vol. 4. p 16.
Em “Quando se deram conta da mora, alarmadíssimas, dispararam a toda [...]”, a palavra destacada indica
a) alternância
b) comparação.
c) explicação.
d) tempo.
Exercício 2
Observe a tirinha.
Fonte: https://www.feedobem.com/single-post/2017/12/21/Tirinha-Armandinho-%E2%99%A1-007. Acesso em 21 de
ago de 2019.
52
A palavra “mas”, no terceiro quadrinho, poderia ser substituída, sem prejuízo para o sentindo do texto, por
a) além disso.
b) enquanto.
c) porém.
d) quando.
Exercício 3
Leia o texto a seguir.
Você é o que você come
Está provado em pesquisas que crianças que mantêm um bom hábito alimentar e que controlam seu peso têm
maior probabilidade de se tornarem adultos saudáveis e sempre de bem com a balança. A lógica inversa, infelizmente
também se confirma: crianças que passam a infância acima de seu peso normal tendem a se transformar em adultos
obesos e em constante “briga” com a balança.
Hoje, o Brasil ostenta um título nada agradável: campeão mundial de crianças de até cinco anos com sobrepeso
(entre 10% e 15% do ideal). Por isso mesmo, pais e responsáveis por elas têm a missão de orientar e reeducar seus
pequenos para evitar uma grande epidemia de obesidade, doença tratada com muita preocupação em todo o mundo.
Fonte: O Globo Esportes, 17 de julho de 2010
“Por isso mesmo, pais e responsáveis por elas têm a missão de orientar e reeducar seus pequenos para evitar uma grande
epidemia de obesidade”. A palavra “isso” se refere ao fato de
a) crianças que mantêm um bom hábito alimentar têm maior probabilidade de se tornarem adultos saudáveis.
b) as crianças que passam a infância acima de seu peso normal tendem a se transformar em adultos obesos.
c) o Brasil ostentar o título de campeão mundial de crianças de até cinco anos com sobrepeso.
d) uma alimentação regrada e moderada, cinco vezes ao dia, pode ajudar a melhorar a saúde das crianças.
D9 (SAEB) – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
D7 (SPAECE) – Diferenciar a informação principal das secundárias em um texto.
(SAEB). Leia o texto abaixo.
Alma carioca com influência norte-americana, é assim que podemos definir essa manifestação artístico-musical,
que se solidificou no nosso país no final dos anos cinquenta.
Com sua maneira peculiar de “cantar falando”, traço marcante herdado do jazz americano, [...] encantou o Brasil
com o seu jeito novo de tocar. Hoje, ela é um dos gêneros musicais brasileiros mais conhecidos mundialmente,
particularmente eternizada por ícones como João Gilberto, Antônio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes e Luiz Bonfá.
MAIA; Karina; DANTAS, Miguel. Disponível em: <http://www.revistafoco-
rn.com/mosaico_consulta.php?id=3>. Acesso em: 1 jun. 2011.
1. Esse texto refere-se
a) à bossa nova.
b) à marcha carnavalesca.
c) ao partido-alto.
d) ao samba de breque.
D15 (SAEB) – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.
D17 (SPAECE) – Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas marcados por conjunções, advérbios etc.
2. Reforçando para o SAEB.
c
53
(SPAECE/2016) Leia o texto que segue.
Mercado do tempo
Natal já tá aí. O ano passou voando. É a vida, cada vez mais corrida. Vinte e quatro horas é pouco – precisava
um dia maior para pôr tudo em dia.
Contra esses lugares-comuns, boa parte dos manuais prescreve doses regulares de priorização, planejamento,
marketing, lembretes, listas e agendas, analógicos e digitais. Mas a ciência tem uma receita diferente: você não vai
aprender a controlar seu tempo encarando um calendário. Antes, é necessário olhar para outros lugares. [...] É no dia a
dia que se revela nossa habilidade de cumprir planos.
Não é algo que você nasce sabendo. A forma como você gasta e às vezes ganha tempo é influenciada por fatores
culturais, geográficos e econômicos. Tudo isso resulta na sua orientação temporal, uma fórmula pessoal de encarar
passado, presente e futuro. Mas uma coisa vale para todos nós: o tempo passa. Melhor aprender seu ritmo, antes que ele
acabe ultrapassando você.
URBIM, Emiliano. Superinteressante. Dez. 2010. p. 64-65. Fragmento.
2. Nesse texto, no trecho “Mas a ciência tem uma receita diferente:...” (ℓ. 5), a palavra destacada estabelece relação de
a) oposição.
b) conclusão.
c) explicação.
d) adição.
(SPAECE – 2011) Leia o texto abaixo.
Internetês: modismo ou real influência sobre a escrita?
[...] Nosso estudo investe neste último questionamento, por trabalharmos com a hipótese de que os usuários do
Orkut sabem adequar-se ao contexto e ao ambiente em que praticam o exercício da escrita de forma que não prejudica
nem a norma culta, nem o desempenho escolar.
Sobre isso, Caiado (2007) acredita que o internetês afeta os adolescentes que ainda não têm total domínio sobre
a língua padrão. Assim como Komesu (2005) que também acredita que em parte o internetês impede o aluno do
reconhecimento das normas aprendidas na escola. [...]
Contudo, Araújo (2007) e Xavier (2005) não apontam consequências negativas no que se refere à aprendizagem
da escrita ideal, pois consideram o internetês como uma modificação das ínguas naturais. Acreditam que os alunos
conseguem adequar-se à escrita dos gêneros sem prejudicar a aprendizagem das normas gramaticais...
ALMEIDA, Anna Larissa et alii. Disponível em: <http://www.julioaraujo.com/chip/internetes.pdf>. Acesso em: 16
mar. 2010.
3. No trecho “Contudo, Araújo (2007) e Xavier (2005)...” (ℓ.9), o termo destacado estabelece, com o parágrafo anterior,
uma relação de
a) adição.
b) conclusão.
c) consequência.
d) oposição.
SEMANA III
CONCEITUANDO
D17 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
D20 (SPAECE) – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
AULA 1: Reconhecendo efeitos de sentido através da pontuação e outras notações.
54
Por meio deste descritor, é possível avaliar a habilidade do aluno de identificar os efeitos provocados pelo emprego de
recursos da pontuação e de outras formas de notação, contribuindo à compreensão global do texto, não se limitando
unicamente a seu aspecto gramatical.
Essa habilidade pode ser avaliada através de atividades nas quais o aluno identifique sentidos provocados pelo uso da
pontuação (aspas, travessão, reticências, ponto de interrogação, exclamação, dentre outros) e/ou notações como tamanho
de letra, itálico, negrito, etc.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a discussão questionando aos alunos sobre a importância da pontuação. Saliente que os sinais
de pontuação são marcações gráficas utilizadas para compor a coesão e a coerência textual, além de evidenciar
especificidades semânticas e pragmáticas. São recursos característicos da língua escrita que auxiliam, por exemplo, a
dar sentido às frases, a definir a entonação de leitura, a destacar palavras, expressões e orações, desfazer possíveis
ambiguidades e, até mesmo, a transmitir sentimentos.
Em alguns gêneros textuais, principalmente os multimodais, tais como a charge, os quadrinhos e a propaganda,
são utilizados diversos recursos expressivos, como caixa alta (geralmente utilizada para sinalizar que um personagem
está falando muito alto), negrito, itálico, sublinhado, entre outros. O gênero poema também lança mão desses recursos,
o que exige uma leitura atenta e sensível para que sejam percebidos os efeitos de sentido subjacentes ao texto.
É importante salientar aos alunos que tanto os sinais de pontuação quanto os recursos expressivos podem
expressar sentidos diversos. O ponto de exclamação, por exemplo, nem sempre indica surpresa; um tamanho maior de
fonte pode indicar algo além de uma fala em destaque. É preciso estar atento à maneira como esses elementos constroem
a significação na situação comunicativa na qual estão inseridos.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 5
Observe a tirinha a seguir.
Fonte:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_utfpr_port_pdp_giovana
_luiza_napolis_lima.pdf. Acesso em 21 de ago 2019.
As letras em tamanho maior e negrito, além dos três pontos de exclamação na fala do homem no segundo quadrinho
reforçam a ideia de que ele
a) falou pausadamente, de forma tranquila.
b) gritou, para que o sr. Rock o ouvisse.
c) procurou falar de forma carinhosa.
d) sussurrou, por estar envergonhado.
GABARITO: item B.
Professor, peça aos alunos que leiam atentamente a tirinha. Peça para que observem a fala do homem no segundo
quadrinho e pergunte qual a diferença entre ela e a fala do quadrinho anterior. Solicite que comparem, também, com a
fala do terceiro quadrinho.
Em seguida, leia com eles a questão e os itens. Esclareça que o item (a) está incorreto, pois nada na fala do homem
sinaliza que ele estava falando pausadamente; além disso, as três exclamações indicam que ele estava aborrecido, e não
tranquilo. O item (c) está incorreto porque o homem não procurou ser carinhoso em sua fala, mas sim enfático. O item
(d) também está incorreto, pois é no terceiro quadrinho que o homem fala sussurrando, como indica o balão pontilhado.
55
Portanto, o item correto é (b): os recursos expressivos e a pontuação indicam que o homem estava gritando, para que o
sr. Rock o ouvisse.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Leia o texto abaixo e responda.
“Sou contra o toque de recolher por vários e inúmeros aspectos. Primeiro, porque contraria o direito à liberdade,
que está no artigo 227 da Constituição Federal. No Estatuto da Criança e do Adolescente também diz que é crime
qualquer autoridade privar crianças ou adolescentes de suas liberdades, procedendo a sua apreensão sem estarem em
flagrante ou inexistindo uma ordem prescrita da autoridade judiciária, só pode ser prescrita após uma declaração”, diz o
especialista.
Ariel de Castro Alves – Advogado, especialista em direitos humanos e direitos da criança e do adolescente e
membro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Disponível em: <http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/news/2009/04/29/202189-bate-
rebate-toque-de-recolher-para-menores-divide-aopiniao-de-especialistas>. Acesso em: 21 ago 2019. Fragmento.
O uso das aspas no texto indica
a) a fala do advogado especialista.
b) a ocorrência de fala coloquial.
c) o destaque de expressões jurídicas.
d) o realce de uma informação.
Exercício 2
Observe a imagem abaixo.
Fonte: acervo da equipe pedagógica.
O uso de negrito na palavra urgente
a) demonstra preocupação em relação à conversa.
b) enfatiza a urgência da conversa.
c) indica que a conversa será tranquila.
d) representa uma fala em tom mais alto.
Exercício 3
Leia o texto abaixo.
SEBO
– Moça, eu nunca pisei aqui. Preciso comprar um livro...
– Qual? – ela perguntou –. Mistério, suspense, romance, ficção, livro didático, paradidático, ocultismo, religioso,
de psicanálise, psicologia, médico, língua estrangeira, tradução, periódico, revista, tese, enciclopédia...
56
Ela estava querendo me gozar. Pra falar a verdade, tinha um livro certo pra comprar sim... Mas não sei por que,
me ouvi falando:
– Quero olhar, escolher, ver o que gosto mais... Mas começar por onde? Lado direito, esquerdo, subo a escada
em caracol? Preciso de “instruções” de trânsito aqui dentro. Tem muito livro aqui...
– Esperava o que? Múmias?
ANDRADE, Telma O. C. Mistério no sebo de livros. São Paulo, Atual, 1995. Fragmento.
O uso de reticências em “Preciso comprar um livro...” indica
a) a fala de um personagem.
b) a indecisão do narrador.
c) a interrupção da fala do narrador.
d) o início de uma enumeração.
CONCEITUANDO
D19 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.
D21 (SPAECE) – Reconhecer o efeito decorrente do emprego de recursos estilísticos e morfossintáticos.
Este descritor se refere à habilidade de identificar como os recursos expressivos, estilísticos, metafóricos e gramaticais
contribuem para o projeto textual, na produção de sentido do texto, provocando diferentes reações/interações no leitor.
A habilidade pode ser avaliada por meio de um texto onde o aluno precise identificar os efeitos de sentido causados por
variações na ortografia, concordância, estrutura da frase, entre outros recursos.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a discussão esclarecendo aos alunos que, além da pontuação, outros recursos podem ser
explorados no texto para a construção do sentido. O uso, por exemplo, de recursos morfossintáticos, como uma palavra
no diminutivo, pode indicar desprezo, ironia ou até mesmo, carinho. Sugira uma frase simples, como “Ele é um
homenzinho desprezível” e peça para que os alunos identifiquem com qual propósito o diminutivo foi utilizado nesse
contexto. Será que o homem realmente era pequeno ou a intenção era realçar o quanto ele era desprezível?
Além disso, explique que alguns textos, principalmente os literários, utilizam recursos estilísticos que os
enriquecem e os tornam mais sugestivos. Explore com os alunos, neste momento, as figuras de linguagem, tais como a
onomatopeia, aliteração, assíndeto e polissíndeto, buscando compreender sua contribuição na construção do sentido
global do texto.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 6
Leia o texto abaixo.
Porquinho-da-índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de cabeça me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do
fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas
ternurinhas...
– O meu porquinho-da-índia foi a minha
primeira namorada.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem & Estrela da manhã. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
AULA 2: Reconhecendo o efeito de sentido explorando recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.
57
O uso do diminutivo em “porquinho”, “bichinho” e “ternurinha” indica
a) carinho.
b) empolgação.
c) ironia.
d) tristeza.
GABARITO: item A.
Professor, peça aos alunos que leiam o poema atentamente. Em seguida, leia novamente com eles e questione: qual o
sentimento que o autor parece nutrir pelo porquinho? Espera-se que os alunos compreendam que o poeta demonstra
bastante carinho e ternura pelo animal, o que é reforçado pela maneira com a qual se refere a ele.
Em seguida, leia o comando da questão e os itens. O item (a) é o correto, pois o diminutivo reforça a maneira carinhosa
pela qual o poeta se refere ao animal de estimação. Os itens (b), (c) e (d) estão incorretos, pois o uso do diminutivo não
denota empolgação, ironia ou tristeza nesse determinado contexto.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Leia o texto a seguir.
O mágico errado
Arquibaldo era um mágico. Exatamente. Um homem capaz de realizar maravilhas. Ou de maravilhar outras
pessoas, se preferir. Mas havia um probleminha. E probleminha é modo de dizer, porque ele achava um proble-mão.
Arquibaldo era um mágico diferente. Um mágico às avessas, sei lá como dizer.
Esse era o problema de Arquibaldo. Ele não sabia. Não conseguia, por mais que se concentrasse. Ele tirava
bichos da cartola e do lenço. Era capaz de passar o dia inteirinho tirando bichos. Mas, se falasse: “Vou tirar...” Pronto!
Tirava tudo que era bicho, menos o bicho anunciado. Por isso, andava tristonho da vida.
Arquibaldo recordava-se dos espetáculos no circo. Embora preferisse nem lembrar. O apresentador apresentava
com ar solene e voz emocionada.
— E agora, com vocês, Ar-qui-bal-do, o maior mágico do mundo!
GALDINO, Luiz. O mágico errado. São Paulo: FTD, 1996. Adaptado. Fonte: SARESP, 2010.
“E agora, com vocês, Ar-qui-bal-do, o maior mágico do mundo”.
A palavra destacada foi escrita dessa forma para
a) explicar a pronúncia correta do nome do mágico.
b) imitar a forma como o apresentador apresentou o
mágico.
c) indicar o perigo da mágica para os espectadores.
d) reforçar a importância do mágico para o espetáculo.
Exercício 2
Observe o poema concreto abaixo.
APOLLINAIRE, Guillaume Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/poesia-visual-de-apollinaire-aos-
concretistas.htm. Acesso em 22 ago 2019.
58
Pode-se afirmar que o poeta fez uso das palavras para compor o formato
a) da gravata, que enfeita o civilizado e dá nome ao poema.
b) de uma forca, simbolizando a agonia do homem civilizado.
c) de uma rosa, citada no poema como enfeite do homem moderno.
d) de um homem, sufocado pela pressão da sociedade atual.
Exercício 3
Observe a tirinha a seguir.
Fonte: https://www.humorcomciencia.com/blog/baseado-em-fatos-reais/. Acesso em 22 ago 2019. Adaptado.
A repetição da letra “S” no primeiro quadrinho representa
a) a oração do homem.
b) o digitar das letras.
c) o ronco do homem.
d) o som do computador.
D17 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
D20 (SPAECE) – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
O príncipe dragão
Era uma vez um imperador que vivia conquistando países alheios. A cada conquista, ele obrigava o rei derrotado
a lhe enviar um de seus filhos para servi-lo durante dez anos. Esse era o preço da paz.
Um velho soberano resistiu por muito tempo aos exércitos do imperador, mas também acabou se rendendo. Só
que tinha três filhas e nenhum varão. Como poderia assegurar a paz de seu povo?
Vendo-o caminhar de um lado para o outro, as princesas lhe perguntaram a causa de tamanha aflição.
O rei lhes contou tudo, concluindo com um suspiro: “Ah, se eu tivesse um filho homem!”. “Somos mulheres,
mas não somos inúteis!”, elas protestaram.
“Claro que não! Vocês sabem fiar, tecer, costurar... Mas não sabem empunhar uma espada e enfrentar o inimigo
no campo de batalha!”.
“Pois vou lhe provar que está enganado!”, a filha mais velha declarou, ferida em seus brios. Depois de vestir
uma reluzente armadura, foi até o estábulo e escolheu um fogoso cavalo de pelagem prateada e olhos faiscantes. Montou-
o, decidida e partiu.
3. Reforçando para o SAEB.
59
O velho rei, que era mágico, transformou-se num grande lobo cinzento e se escondeu sob a ponte por onde sua
filha ia passar. Quando a moça se aproximou, toda garbosa em seu belo cavalo, o lobo saltou para a ponte, arreganhando
os dentes e soltando um uivo assustador. Foi o bastante para arrepiar carreira a todo o galope.
Valendo-se de seus poderes mágicos, o rei num instante voltou ao palácio e esperou. Quando a filha chegou,
ofegante e apavorada, abraçou-a com carinho e disse: “Obrigado pelo esforço, querida, mas mosca não produz mel”.
PHILIP, Neil. In: A volta ao mundo em 52 histórias. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998, p. 94. Fragmento.
1. No trecho “Como poderia assegurar a paz de seu povo?” (ℓ. 9), o sinal de interrogação denota
a) dúvida.
b) medo.
c) raiva.
d) surpresa.
D19 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.
D21 (SPAECE) – Reconhecer o efeito decorrente do emprego de recursos estilísticos e morfossintáticos.
Leia o texto a seguir.
A chuva
A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os transeuntes. A chuva encharcou as praças.
A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua cabeleira.
A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A chuva de canivetes. A chuva enxugou a sede. A chuva
anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho prateado. A chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva destroçou os
guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A chuva apagou o incêndio. A chuva caiu. A chuva derramou-se. A chuva
murmurou meu nome. A chuva ligou o para-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene. A chuva com a
sua crina. A chuva encheu a piscina. A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos pretos.
A chuva açoitando as plantas. A chuva senhora da lama. A chuva sem pena. A chuva apenas. A chuva empenou os
móveis. A chuva amarelou os livros. A chuva corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de vidro.
A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A chuva
derrubando raios. A chuva acabou a luz. A chuva molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A chuva regou o
gramado. A chuva arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças. A chuva secou ao sol.
ANTUNES, Arnaldo. Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3166/a-chuva. Acesso em 22 ago 2019.
2. Todas as frases do texto começam com "a chuva". Esse recurso é utilizado para
a) provocar a percepção do ritmo e da sonoridade.
b) provocar uma sensação de relaxamento dos sentidos.
c) reproduzir exatamente os sons repetitivos da chuva.
d) sugerir a intensidade e a continuidade da chuva.
(PROJETO (CON)SEGUIR) Leia o texto abaixo.
CINDERELA
(Fragmento)
Era uma vez um senhor viúvo que tinha uma filha a quem amava muito. Ele decidiu casar-se novamente com
uma viúva que tinha duas filhas. O pobre homem morreu, deixando sua filha desolada. No entanto, a madrasta e suas
filhas ficaram felizes com a herança.
As três mulheres invejavam a beleza e a bondade da moça. Então a converteram em sua criada, e a chamavam Cinderela.
Cinderela lavava, limpava, passava e cozinhava.
Fonte: http://pensador.uol.com.br/contos_de_pierrot_e_colombina/. Acesso em 22 ago 2019.
3. Nesse texto, pode-se afirmar que a palavra “pobre” deve ser compreendida como
a) uma característica própria de alguém sem recursos financeiros.
b) uma situação que não permite a compra de tudo o que se precisa.
c) um termo muito usado para se dizer que se tem pena de alguém.
d) uma forma de definir que pessoa está necessitando de dinheiro.
60
SEMANA IV
D13 (SAEB) – Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam locutor e/ou interlocutor.
D23 (SPAECE) – Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam locutor e/ou
interlocutor.
CONCEITUANDO
Através desse descritor, é possível avaliar a habilidade do aluno em identificar quem fala no texto e a quem ele se dirige,
essencialmente, por meio da presença de marcas linguísticas (tipo de vocabulário, assunto, entre outros).
Além disso, é possível verificar o reconhecimento da variação linguística, a identificação do locutor e/ou interlocutor
nos diversos domínios sociais, bem como as possíveis variações de fala: linguagem urbana, rural, formal, informal, além
das relacionadas a diversos domínios sociais, como, por exemplo, cerimônias religiosas, escolas e espaços jurídicos.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a discussão apresentando aos alunos o conceito de interlocução, que deve, necessariamente,
estar ligado a uma situação comunicativa concreta.
Explique que, em uma interlocução, há três elementos básicos: um enunciado (algo que é dito ou escrito por
alguém), um locutor ou enunciador (aquele que profere ou escreve o enunciado) e um interlocutor ou enunciatário
(aquele a quem o enunciado se dirige). Assim, em uma situação específica onde alguém fala algo para outra pessoa,
forma-se uma dinâmica de interação entre aquele que diz (locutor) e o que recebe a mensagem (interlocutor) e que, a
partir dela, reage com outras ideias ou ações. Essa interação é o que dá sentido ao enunciado, demonstrando que a
interlocução é um circuito em constante movimento.
É importante destacar também que a língua não é um sistema uniforme. Qualquer atividade de interação verbal
envolve situações e sujeitos diversos, marcados por especificidades individuais e coletivas, que vão naturalmente se
manifestar na maneira de falar, no padrão de escolha das palavras e das estruturas gramaticais. Esclareça aos alunos que
perceber estas variações com um processo natural da língua é desenvolver a habilidade de perceber como legítima a
atitude dos sujeitos de recorrer a variações de usos para buscar se adequar às condições particulares de cada situação.
Ressalte, também, a importância do respeito às diversas variantes da língua portuguesa e ao modo de falar
particular de cada indivíduo, através da discussão acerca do preconceito linguístico. Esclareça aos alunos que, muito
embora seja importante o conhecimento e domínio da variante formal ou norma padrão da língua em alguns espaços,
ela não é única. Não existe uma língua correta e absoluta que se adeque a todas as ocasiões. O que existe – ou deveria
existir – é uma língua viva, em constante mudança e que precisa se adequar a cada situação de fala na qual o sujeito está
inserido.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 7
Leia o texto a seguir.
Pressa
Só tenho tempo pras manchetes no metrô
E o que acontece na novela
Alguém me conta no corredor
Escolho os filmes que eu não
Vejo no elevador
Pelas estrelas que eu encontro
na crítica do leitor
Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa
Mas nada tanto assim
Eu me concentro em apostilas
coisa tão normal
Leio os roteiros de viagem
enquanto rola o comercial
Conheço quase o mundo inteiro
AULA 1: Identificando níveis de linguagem que evidenciam locutor e/ou interlocutor.
61
por cartão-postal
Eu sei de quase tudo um pouco
e quase tudo mal
Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa
mas nada tanto assim
Bruno & Leoni Fortunato. Greatest Hits’80. WEA.
É possível identificar a presença da linguagem informal no trecho
a) “E o que acontece na novela/alguém me conta no corredor”.
b) “Escolho os filmes que eu não/vejo no elevador”.
c) “Leio os roteiros de viagem/enquanto rola o comercial”.
d) “Conheço quase o mundo inteiro/por cartão-postal”.
GABARITO: item C.
Professor, peça aos alunos que leiam o texto atentamente. Em seguida, questione-os: quem poderia ser o locutor desse
texto? Um jovem? Um adulto? Que marcas no texto tornam possível a suposição de que é um jovem que fala?
Em seguida, leia o comando da questão e os itens. Explique os itens (a), (b) e (d) estão incorretos, pois não há marcas
de linguagem informal nesses trechos. Porém, a palavra “rola”, no trecho “Leio os roteiros de viagem/enquanto rola o
comercial” evidencia uma linguagem mais despojada, com o uso de gírias. Assim, o item correto seria (c).
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Observe a imagem abaixo.
Roberto Krol. Fonte: http://www.robertokroll.com.br/. Acesso em: 23 ago 2019.
A fala do homem causa estranhamento ao outro surfista
a) devido ao uso excessivo de palavras estrangeiras.
b) pelo uso da linguagem rebuscada, inadequada à
situação.
c) por conta de sua maneira grosseira e indelicada de
falar.
d) por ser uma linguagem informal, cheia de gírias.
Exercício 2
Leia o texto a seguir.
Lorelai:
Era tão bom quando eu morava lá na roça. A casa tinha um quintal com milhões de coisas, tinha até um
galinheiro. Eu conversava com tudo quanto era galinha, cachorro, gato, lagartixa, eu conversava com tanta gente que
você nem imagina, Lorelai. Tinha árvore para subir, rio passando no fundo, tinha cada esconderijo tão bom que a gente
62
podia ficar escondida a vida toda que ninguém achava. Meu pai e minha mãe viviam rindo, andavam de mão dada, era
uma coisa muito legal da gente ver. Agora, tá tudo diferente: eles vivem de cara fechada, brigam à toa, discutem por
qualquer coisa. E depois, toca todo mundo a ficar emburrando. Outro dia eu perguntei: o que é que tá acontecendo que
toda hora tem briga? Sabe o que é que eles falaram? Que não era assunto para criança. E o pior é que esse negócio de
emburramento em casa me dá uma aflição danada. Eu queria tanto achar um jeito de não dar mais bola pra briga e pra
cara amarrada. Será que você não acha um jeito pra mim?
Um beijo da Raquel. [...]
NUNES, Lygia Bojunga. A Bolsa Amarela – 31ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 1998
O texto acima foi escrito em linguagem informal, como pode ser comprovado pelo uso da palavra
a) aflição.
b) emburramento.
c) esconderijo.
d) galinheiro.
Exercício 3
Leia o texto a seguir.
Saudosa maloca
Se o senhô num tá lembrado,
dá licença de contá,
é que onde agora está
esse edifício arto,
era uma casa veia,
um palacete assobradado.
Foi aqui, seu moço,
que eu, Mato Grosso e o Joca
construímo nossa maloca.
Mas um dia, nóis nem pode se alembrá,
veio os home co’ as ferramenta:
o dono mando derrubá.
Peguemo toda as nossas coisas
e fumos pro meio da rua apreciá a
demolição...
Que tristeza que nóis sentia.
BARBOSA, A. cada tauba que caía [...]. Disco Adoniran Barbosa. Odeon, 1974.
É possível afirmar que a linguagem utilizada no texto faz parte da variedade
a) ensinada nas escolas.
b) estudada na gramática.
c) falada em algumas regiões.
d) utilizada em livros técnicos.
CONCEITUANDO
D20 (SAEB) – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo
tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.
D12 (SPAECE) – Identificar semelhanças e/ou diferenças de ideias e opiniões na comparação entre textos.
Através de itens relacionados a esse descritor, é possível avaliar a habilidade do aluno em reconhecer as diferenças entre
textos que tratam do mesmo assunto, em função do interlocutor, situação de produção, época de produção e intenções
comunicativas.
Essa habilidade pode ser avaliada a partir da leitura de dois ou mais textos do mesmo gênero ou de gêneros diferentes,
que tenham em comum o tema, onde seja solicitado o reconhecimento das formas distintas de abordagem.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a discussão salientando aos alunos a importância de que assumam uma postura crítica e
reflexiva em relação às diferentes ideias e opiniões relativas ao mesmo tema, encontradas em um mesmo texto ou em
AULA 2: Comparando textos.
63
textos diversos. Explique que há ideias que se cruzam no interior de textos que são diferentes, mas que tratam do mesmo
tema. Através dessa compreensão, o aluno pode identificar mais facilmente a intencionalidade de quem escreve.
Proponha atividades que envolvam a relação entre textos, onde o aluno possa analisar o modo de tratamento do
tema dado pelo autor e as condições de produção, recepção e circulação.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 8
Leia os textos a seguir.
.
A comparação entre os textos I e II nos permite afirmar que
a) o texto I afirma que a televisão pode ser uma influência negativa na vida das pessoas, enquanto o texto II afirma que
falar mal da TV virou moda.
b) o texto II aconselha que as pessoas assistam menos televisão, enquanto o texto I afirma que não há problemas em
assistir TV todos os dias.
c) os textos I e II criticam o uso exagerado da televisão, afirmando que pode vir a prejudicar o desenvolvimento dos
adolescentes.
TEXTO I
A influência da televisão na vida das crianças
A TV tem uma influência muito negativa, principalmente na
vida das crianças
Muitos problemas que vivemos são decorrentes de
imagens televisivas que ficaram gravadas em nosso
subconsciente e inconsciente. É claro que a televisão amplia
nossa visão de mundo, mas também sabemos o quanto ela
desperta nossa curiosidade.
Pesquisas realizadas, inclusive pelo Ministério da
Justiça, concluem que, de fato, a TV tem uma influência muito
negativa na vida das pessoas, especialmente na vida das
crianças e dos adolescentes. Uma criança que fica vendo
programas que mostram cadáveres, assaltos e outras formas de
violência acaba perdendo a capacidade de ficar perplexa. A
criança passa a achar que o mundo é assim mesmo. Não adianta
afirmar que a TV mostra aquilo que o povo quer assistir.
Sabemos que os meios de comunicação, especialmente a
televisão, são grandes formadores de opinião. Do contrário,
não se investiria tanto em propaganda e marketing.
Fonte:
https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/influ
encia-da-televisao-na-vida-das-criancas/. Acesso em 23 ago
2019
TEXTO 2
O espelho
Marcello Migliaccio
Falar mal da TV virou moda. É “in” repudiar a
baixaria, desancar o onipresente eletrodoméstico. E, num
país em que os domicílios sem televisão são cada vez
mais raros, o que não falta é especialista no assunto. Se
um dia fomos uma pátria de 100 milhões de técnicos de
futebol, hoje, mais do que nunca, temos um considerável
rebanho de briosos críticos televisivos. [..]
Mas, quando os “especialistas” criticam a TV,
estão olhando para o próprio umbigo. Feita à nossa
imagem e semelhança, ela é resultado do que somos
enquanto rebanho globalizado. [...]
Aqui e ali, alguns vão argumentar que cultivam
pensamentos mais nobres e que não se sentem
representados no vídeo. [...]
Folha de S. Paulo, 19/10/2003.
64
d) os textos I e II afirmam que pessoas que criticam a TV estão na verdade criticando a si mesmas, pois ela é feita à
nossa imagem e semelhança.
GABARITO: item A.
Professor, peça aos alunos que façam uma leitura atenta dos dois textos. Em seguida, pergunte sobre o tema de ambos.
Espera-se que reconheçam que os dois textos tratam da influência da televisão sobre as pessoas.
Em seguida, solicite que procurem identificar o ponto de vista dos autores sobre o tema. Eles têm a mesma visão sobre
o assunto? No que discordam? Concordam em alguma coisa?
Por fim, leia o comando da questão e os itens. Esclareça que o item correto é o (a), pois enquanto o texto I fala da
influência negativa da televisão, principalmente em relação aos jovens, o texto II afirma que falar mal dela virou “moda”
no país. O item (b) está incorreto, porque não há, no texto II, conselhos para que a pessoas assistam menos televisão;
tampouco a afirmação de que não há problemas em assistir TV todos os dias está presente no texto I. O item (c) está
incorreto porque não há no texto II crítica ao uso exagerado da televisão. O item (d) também está incorreto, pois a
afirmação expressa pelo item, de que as pessoas que criticam a TV estão na verdade criticando a si mesmas, só aparece
no texto II.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Observe os textos abaixo.
Texto 1
Saiba como economizar nas contas de água e luz
Confira medidas que podem ser adotadas para reduzir o consumo e, além de pagar menos no fim do mês, colaborar
com o meio ambiente
Economizar água e energia elétrica pode e deve ser uma preocupação constante no dia a dia dos consumidores.
Reduzir o consumo contribui tanto para as finanças familiares, quanto para o meio ambiente, já que reduz a demanda de
recursos naturais para o fornecimento de água e de luz.
Algumas iniciativas já são bem conhecidas, como a utilização de lâmpadas fluorescentes em vez de
incandescentes, e o reaproveitamento de água para lavar o quintal. Mas há muitas outras formas de economizar. Veja:
Água
• Reduza o tempo no banho. Fechar o registro ao se ensaboar ajuda ainda mais.
• Use um balde ou bacia embaixo do chuveiro para captar a água do banho e reaproveite-a para a descarga ou para
lavar o quintal. A água da máquina de lavar também pode ser reutilizada.
• Feche a torneira ao escovar os dentes, fazer a barba e ao ensaboar a louça. [...]
Energia elétrica
• É possível reduzir o consumo de energia desde o planejamento da construção de um imóvel para aproveitar ao
máximo a iluminação natural.
• Abra janelas, cortinas e persianas durante o dia.
• Troque as lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas[..]
• Adote dispositivos de detecção de presença para lâmpadas em áreas externas, por exemplo.
• Ao sair do ambiente, sempre apague as luzes. [...]
Fonte: https://idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-como-economizar-nas-contas-de-agua-e-luz. Acesso em 23
ago 2019.
65
Texto 2
Fonte: http://www.pmvc.ba.gov.br/campanha-incentiva-economia-de-recursos-entre-servidores/. Acesso em 23 ago
2019.
É possível afirmar que os dois textos
a) criticam as pessoas que desperdiçam água e energia.
b) destacam a importância de se economizar água e luz.
c) enumeram dicas sobre como economizar energia e
água.
d) retratam os impactos do desperdício ao meio
ambiente.
Exercício 2
Observe os textos a seguir.
.
Os dois textos têm como tema
a) a extinção das borboletas.
b) a preservação das borboletas.
c) as características das borboletas.
d) o habitat natural das borboletas.
Texto 1 As Borboletas
Brancas
Azuis Amarelas E pretas
Brincam na luz As belas borboletas Borboletas brancas
São alegres e francas. Borboletas azuis
Gostam muito de luz. As amarelinhas
São tão bonitinhas! E as pretas, então . . .
Oh, que escuridão! MORAES, Vinícius de. A arca de Noé. Companhia das
Letrinhas, 1991
Texto 2 Borboletas
As borboletas são insetos com dois pares de asas. Vive melhor em regiões tropicais pelo clima quente e alimento abundante. Existem aproximadamente 200 mil espécies de borboletas, mas somente 120 mil estão registradas. As borboletas se alimentam de vegetais e néctar. Pesam cerca de 0,3 gramas sendo que a maior pode pesar 3 gramas. Chegam a ter 32 centímetros de asa a asa. As borboletas vivem em média duas semanas.
Fonte: http://www.brasilescola.com/animais/borboleta.htm. Acesso em 23 ago 2019.
66
Exercício 3
Leia os textos abaixo.
Texto 2
Fonte: www.arionaurocartuns.com.br. Acesso em 23 ago 2019.
.
Na comparação entre os dois textos, pode-se afirmar que ambos
a) apontam para a destruição causada pela poluição.
b) exaltam a riqueza da fauna e da flora brasileiras.
c) responsabilizam a ocupação portuguesa pelo desmatamento.
d) tratam dos impactos do desmatamento do meio ambiente.
D13 (SAEB) – Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam locutor e/ou interlocutor.
D23 (SPAECE) – Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam locutor e/ou
interlocutor.
(PROVA PARANÁ 2009) Leia o texto.
Quanto vai restar da floresta?
No fim do ano passado, cientistas do Brasil e dos Estados Unidos fizeram uma previsão que deixou muita gente
de cabelo em pé: quase metade da Amazônia poderia sumir nos próximos 20 anos, devido a um projeto de asfaltar
estradas, canalizar rios e construir linhas de força e tubulação de gás na floresta.
O governo, que é responsável pela preservação da Amazônia e pelas obras, acusou os cientistas de terem errado
a conta e estarem fazendo tempestade em copo d’água.
Você deve estar pensando, no final das contas, se a floresta está em perigo. A resposta é: se nada for feito, está.
Fonte: Cláudio Ângelo, Folha de São Paulo, São Paulo, 10/02/2001.
1. No texto, o autor está se dirigindo
a) aos cientistas.
b) ao governo.
c) a um amigo.
d) ao leitor.
(Adaptado) Leia o texto a seguir.
E.C.T.
Tava com um cara que carimba postais
Que por descuido abriu uma carta que voltou
Levou um susto que lhe abriu a boca
Esse recado veio pra mim, não pro senhor.
4. Reforçando para o SAEB.
TEXTO 1
DESMATAMENTO
Desde a ocupação portuguesa, o Brasil enfrenta queima de
vegetação original e desmatamento com o intuito de aumentar
as áreas de cultivo e pastagens, bem como facilitar a ocupação
humana e, consequentemente, a especulação imobiliária.
Estes procedimentos, ao longo dos anos, levaram à
extinção de várias espécies vegetais e animais, à erosão e à
poluição do meio ambiente em geral.
Fonte: http//www.geocities.com/naturacia/desmatamento.html -
Acesso em 23 ago 2019.
67
Recebo crack, colante, dinheiro parco embrulhado
Em papel carbono e barbante, até cabelo cortado
Retrato de 3 x 4 pra batizado distante
Mas isso aqui meu senhor, é uma carta de amor
Levo o mundo e não vou lá
Mas esse cara tem a língua solta
A minha carta ele musicou
Tava em casa, a vitamina pronta
Ouvi no rádio a minha carta de amor
Dizendo “eu caso contente, papel passado, presente
Desembrulhado, vestido, eu volto logo me espera
Não brigue nunca comigo, eu quero ver nossos filhos
O professor me ensinou a fazer uma carta de amor”
Leve o mundo que eu vou já
Nando Reis, Marisa Monte, Carlinhos Brown
2. O verso “Tava com um cara que carimba postais” é um exemplo de linguagem
a) coloquial.
b) formal.
c) jornalística.
d) literária.
D20 (SAEB) – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo
tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.
D12 (SPAECE) – Identificar semelhanças e/ou diferenças de ideias e opiniões na comparação entre textos.
(SAERJ). Leia os textos abaixo.
3. Comparando-se esses textos, observa-se que os dois
a) explicam, cientificamente, a causa do chulé.
b) fornecem dicas valiosas para evitar o chulé.
c) são voltados exclusivamente ao público juvenil.
d) utilizam palavras próprias de linguagem científica.
TEXTO 1
O chulé das pessoas nervosas é mais fedido
Todo mundo tem chulé? Tem. Uns,
lamentavelmente, mais do que outros. Indivíduos
tensos, ansiosos e obesos suam mais e os pés cheiram
pior. Diferenças raciais também interferem no chulé.
Segundo o professor Luiz Cucê, dermatologista da
Universidade de São Paulo, os povos mediterrâneos
suam mais os pés.
O chulé é causado por bactérias que
decompõem o suor e resto de peles dos pés.. “Os
micróbios só sobrevivem em ambientes ácidos”, diz
Cucê. Para tirar o cheiro, basta neutralizar a acidez,
usando uma substância alcalina, como o talco ou
bicarbonato de sódio.
Outra solução é passar álcool, que mata
bactérias e seca o suor. No verão, convém usar sapatos
que deixem o ar circular. Se você adora o seu coturno,
evite tirá-lo em público.
Fonte: Superinteressante. São Paulo: Abril, ano 12, n.
1, jan.1998. p. 74-5
TEXTO 2
Sai do meu pé, chulé!
Como evitar
• Enxugue muito bem os pés depois de lavá-los.
• Não use o mesmo par de tênis durante vários dias
seguidos.
• Depois de tirar os sapatos, nada de guardá-los direto
no armário.
• Coloque-os em um lugar arejado.
• No calor, prefira os calçados abertos. Deixe os pés
respirarem!
• Use talcos para os pés. A casa Granato fabrica um
ótimo desde os tempos da sua avó.
• Lave os pés uma vez por dia, ao menos!
Revista Veja Kid. São Paulo: Abril Jovem, ano 1, n.0,
p. 74-5.
68
SEMANA V
CONCEITUANDO
D14 (SAEB) – Distinguir um fato da opinião relativa a este fato.
D6 (SPAECE) – Distinguir fato de opinião relativa a este fato.
Por meio desse descritor, é possível avaliar a habilidade do aluno em identificar, no texto, um fato relatado e conseguir
diferenciá-lo de um comentário que autor, narrador ou personagem sobre este fato.
Em outras palavras, o leitor precisa perceber a diferença entre o que é fato narrado ou discutido e o que é opinião sobre
ele. Essa diferença pode estar bem marcada no texto ou exigir do leitor uma atenção maior, integrando informações de
diversas partes do texto ou inferindo-as.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, dê início a discussão questionando aos alunos a diferença entre fato e opinião. Deixe que expressem
suas opiniões e conduza a conversa, destacando as falas que se aproximam da expectativa de resposta.
Depois das colocações dos alunos, explique que um fato é algo objetivo, que se observa e acontece. Por ser um
fato, ele pode ser comprovado. A opinião é uma maneira particular de olhar um fato. Ela pode divergir de acordo com
inúmeros fatores socioculturais. Todos nós podemos ter uma opinião acerca de um determinado fato.
Durante a discussão, leve os alunos a perceber que fato é o acontecimento observável; algo que ocorreu e pode
ser observado. Já a opinião possui um caráter mais subjetivo: é aquilo que julgamos ser a verdade naquilo que
observamos. Passa por nosso juízo crítico, usamos nossos valores e experiências para chegarmos a uma opinião.
Escreva na lousa alguns fatos e opiniões que se relacionem a este fato. Peça para que os alunos façam em seus
cadernos duas colunas: uma com o nome “fato” e a outra “opinião”. Peça para que agrupem cada frase na coluna que
acharem adequada. Em seguida, corrija com eles esta atividade.
Em seguida, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 9
Leia o texto a seguir
Os livros e suas vozes
Sempre gostei muito de livros e, além dos livros escolares, li os de histórias infantis, e os de adultos: mas estes
não me pareciam tão interessantes, a não ser, talvez, Os Três Mosqueteiros, numa edição monumental, muito ilustrada,
que fora do meu avô. Aquilo era uma história que não acabava nunca; e acho que esse era o seu principal encanto para
mim. Descobri o dicionário, uma das invenções mais simples e formidáveis e também achei que era um livro
maravilhoso, por muitas razões. (...) quando eu ainda não sabia ler, brincava com os livros e imaginava-os cheios de
vozes, contando o mundo.
MEIRELES, Cecília. Obra Poética. Rio de janeiro: Aguillar, 1997.
O trecho que contém a opinião da autora é
a) “li os [livros] de histórias infantis, e os de adultos”.
b) “Aquilo era uma história que não acabava nunca”.
c) “Descobri o dicionário, uma das invenções mais simples [...]
d) “quando eu ainda não sabia ler, brincava com os livros [...]”
GABARITO: item B.
AULA 1: Distinguindo fato de opinião.
69
Professor, peça aos alunos que leiam o texto atentamente. Em seguida, leia o comando da questão e os itens. Esclareça
que o item (a), (c) e (d) estão incorretos porque são fatos, situações que foram realmente vivenciadas pela autora. O item
(b) está correto porque expressa a opinião da autora sobre o livro “Os Três Mosqueteiros”; segundo ela, era uma história
que não acabava nunca.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Leia o texto a seguir.
Adolescência
Parece que dá pânico só de ouvir a palavra. A gente fica meio sem saber o que fazer. Até esquece que um dia já
foi adolescente. Aliás, essa é a parte mais importante desse texto porque se a cada reação do filho/filha lembrássemos
que um dia fomos iguais, tudo seria mais brando e tranquilo. No fundo, não é uma fase monstra. É uma fase de mudanças
e de ambos os lados. De lá é a saída da infância, e de cá precisa mudar a chavinha e dialogar com o filho. Não vale mais
dar ordens e esperar obediência. Adolescente precisa de escuta, porque precisa ser compreendido e se sentir
compreendido. E quando ele não tem escuta dentro de casa, vai procurar em outro lugar. [...]
DELBONI, Carolina. Fonte: https://emais.estadao.com.br/blogs/kids/adolescencia/. Acesso em 26 ago 2019.
Adaptado.
A opinião da autora é que a adolescência é uma fase
a) em que a gente fica meio sem saber o que fazer.
b) importante para dar ordens e esperar obediência.
c) na qual a gente até esquece que é adolescente.
d) que necessita de escuta e muita compreensão.
Exercício 2
Leia o texto a seguir.
Fantasmas da seca
Remontam aos tempos coloniais os relatos mais antigos dos efeitos da seca sobre o que hoje corresponde ao
território cearense. As narrativas registraram as investidas do fenômeno natural que ameaçava as vidas de povoações
indígenas ou de ascendência europeia, por vezes forçando-as ao deixar seus lares. Deixar a terra para trás era, então, a
alternativa limite para não se perecer junto à lavoura e ao gado. Fugia-se da fome e da morte, num cenário que não podia
ser evitado, nem revertido, senão por intervenção divina.
No presente, o Sertão ainda é assolado pela estiagem. Não poderia ser diferente, dada sua geografia imutável.
Contudo, o homem, sua lavoura e seus animais não são mais tão indefesos contra ela. Há desde paliativos até complexas
soluções estruturais, garantidas pelos saberes científicos de diversas áreas. A combinação de gestão pública,
investimento de recursos financeiros e conhecimento tecnológico podem hoje transformar desertos em áreas férteis. [...]
Combater os efeitos da seca, garantindo bem-estar das populações citadinas e rurais e a sobrevivência de arranjos
econômicos locais, é urgente e não pode ser negligenciado. Ignorá-lo ou não honrá-lo é tão mais grave quando há
condições técnicas para que tal embate seja travado, com relativo sucesso e com previsível minimização dos danos
provocados pelo fenômeno climático. [...]
Fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/opiniao/editorial-fantasmas-da-seca-1.2134835. Acesso
em 26 ago 2019.
O trecho desse texto que expressa uma opinião é
a) “Deixar a terra para trás era, então, a alternativa limite para não se perecer junto à lavoura e ao gado”.
b) “Fugia-se da fome e da morte, num cenário que não podia ser evitado, nem revertido, senão por intervenção divina”.
c) “No presente, o Sertão ainda é assolado pela estiagem. Não poderia ser diferente, dada sua geografia imutável”.
d) “Combater os efeitos da seca, garantindo bem-estar das populações citadinas e rurais [...] é urgente [...]”.
70
Exercício 3
Leia o texto abaixo.
Desbravando o velho Chico
Conhecido carinhosamente por nordestinos e mineiros como “Velho Chico”, o rio São Francisco passa por cinco
Estados e para todos eles tem um valor especial.
Não só pela sua água, que abastece populações ao longo de seus 2700 km, mas também pelas implicações
históricas. Descoberto em 1501 pelo navegador Américo Vespúcio, ele serviu de caminho para os bandeirantes e é parte
fundamental da cultura e das tradições de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.
Agora, o rio está ganhando um projeto de recuperação de suas águas – afetadas pelo esgoto não tratado de 95%
dos 504 municípios que cruza. O projeto do Ministério do Meio Ambiente deve empregar um bilhão de reais em dez
anos de obras. Os cuidados podem estimular a Unesco a aceitar o pedido feito por organizações brasileiras e fazer com
que o rio seja declarado patrimônio da humanidade. A campanha é obra do jornalista Américo Antunes, que está levando
à frente uma expedição de 35 dias pelo rio, iniciada no dia 10 de outubro. A ideia é catalogar 56 pontos de interesse
histórico ou cultural, de cavernas com desenhos rupestres a igrejas e centros de peregrinação religiosa. Um merecido
presente de aniversário ao “Velho Chico” rio.
Revista Galileu, n. 124, nov. 2001, p. 14. *Adaptado: Reforma Ortográfica.
O trecho que expressa uma opinião é
a) “o rio São Francisco passa por cinco Estados [...]”.
b) “o rio está ganhando um projeto de recuperação de suas águas”.
c) “projeto [...] deve empregar um bilhão de reais em dez anos [...]”.
d) “Um merecido presente de aniversário ao ‘Velho Chico’ rio”.
D18 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente de escolha de uma determinada palavra ou expressão.
D19 (SPAECE) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou expressões.
CONCEITUANDO
Por meio desse descritor, é possível avaliar a habilidade do aluno em reconhecer alterações de significado decorrentes
da escolha de uma determinada palavra ou expressão, a depender da intenção do autor, pois as palavras podem assumir
sentidos diferentes do seu sentido literal.
SUGESTÃO DE AULA
Professor, inicie a aula fazendo a distinção entre sentido literal e sentido figurado. Explique que, em um texto,
muitas vezes as palavras não aparecem com seu significado literal, tal qual se pode encontrar no dicionário.
Em seguida, você pode escolher um texto literário e, após uma leitura atenta com os alunos, pedir que encontrem
palavras que estão em linguagem figurada. Peça para que comparem com seu sentido literal e discuta com os alunos
qual a intenção do autor a utilizar essas palavras.
Partindo desta discussão, trabalhe com os alunos a questão a seguir, como forma de exemplo.
EXEMPLO 10
Leia o texto a seguir.
Em sentido figurado
Lágrimas guardadas no bolso. Palavras que falei com os botões
71
Do casaco que usei na última festa.
Na sola do sapato o pó da caminhada
Que conduzia à miragem da água
Que aplacaria a sede de viver. [...] Rogério Nascente. Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/poesias-de-pensamentos/928590. Acesso em 30 ago 2019.
A expressão “lágrimas guardadas no bolso” sugere que o autor
a) chorou copiosamente.
b) demonstrou sua tristeza.
c) preferiu a alegria.
d) segurou seu choro.
GABARITO: item D.
Professor, peça aos alunos que façam uma leitura atenta do texto. Em seguida, leia o comando da questão e os itens.
Esclareça que o item (a) está incorreto, pois o autor afirma que guardou suas lágrimas, ou seja, não chorou. O item (b)
também está incorreto, pois ele guardou suas lágrimas justamente para não demonstrar tristeza. O item (c) está errado
pois em nenhum momento fala que preferiu a alegria. O correto, então, seria o item (d), pois “guardar as lágrimas no
bolso”, nesse caso, significa que ele segurou o choro.
COLOCANDO A HABILIDADE EM PRÁTICA
Exercício 1
Observe a propaganda abaixo.
.
Fonte: http://staffpublicidade.com.br/?p=5278. Acesso em 30 ago 2019.
Ao afirmar que os “clientes vão longe”, a empresa quer dizer que os clientes
a) deverão ter cuidado com outras empresas.
b) poderão viajar através dela com menos custos.
c) precisarão viajar bastante para realizar negócios.
d) serão bem-sucedidos em seus empreendimentos
.
Exercício 2
O aviso abaixo foi colocado no andar térreo de um prédio.
É terminantemente proibido animais circulando nas áreas comuns a todos, principalmente para fazerem suas
necessidades fisiológicas no jardim do condomínio.
Ao utilizar a expressão “necessidades fisiológicas”, o autor teve a intenção de
a) criticar os condôminos.
b) destacar os animais.
c) reforçar a proibição.
d) suavizar a ideia.
72
Exercício 3
Leia o trecho abaixo.
“
Moça linda, bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor!”
Mário de Andrade.
A expressão “burra como uma porta” no texto acima significa que a moça
a) acreditava ser muito inteligente.
b) aparentava ser bastante inteligente.
c) demonstrava ter pouca inteligência.
d) enganava as pessoas com sua inteligência
.
D14 (SAEB) – Distinguir um fato da opinião relativa a este fato.
D6 (SPAECE) – Distinguir fato de opinião relativa a este fato.
Leia o texto para responder a questão que segue.
No mundo dos sinais
Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem, cheios de espinhos. Mulungus e aroeiras expõem seus galhos
queimados e retorcidos, sem folhas, sem flores, sem frutos.
Sinais de seca brava, terrível!
Clareia o dia. O boiadeiro toca o berrante, chamando os companheiros e o gado.
Toque de saída. Toque de estrada. Lá vão eles, deixando no estradão as marcas de sua passagem.
Fonte: http://comunicaoeexpresso.blogspot.com/2012/08/compreensao-interpretacao-e-leitura-de.html. Acesso em 27
ago 2019.
1. A opinião do autor em relação ao fato comentado está em
a) “os mandacarus se erguem”
b) “aroeiras expõem seus galhos”
c) “Sinais de seca brava, terrível!!”
d) “Toque de saída. Toque de entrada”
(Equipe PIP). Leia o texto abaixo.
CAPA
A inspiradora reportagem sobre as crises de idade nos leva a muitas reflexões, mas acredito que a mais
importante delas diz respeito à estrutura de personalidade que cada um desenvolve. É consenso, entre pessoas maduras
e bem estruturadas emocionalmente, que vivemos a vida de acordo com nossa base psicológica. Por isso, é importante
que, da infância até o início da vida adulta, saibamos estruturar o arcabouço daquilo que seremos. Quem tem um bom
alicerce, enfrentará seguramente qualquer tipo de problema. Reinvente-se a cada idade.
Alex Neto, Foz do Iguaçu – PR
2. A palavra que marca a opinião do leitor em relação à reportagem é
a) consenso.
b) importante.
c) inspiradora.
d) seguramente.
5. Reforçando para o SAEB.
73
D18 (SAEB) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente de escolha de uma determinada palavra ou expressão.
D19 (SPAECE) – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou expressões.
(2ª P.D – SEDUC-GO). Leia o texto abaixo e, a seguir, responda.
A namorada
Manoel de Barros
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos
da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
Fonte: http://www.releituras.com/manoeldebarros_namorada.asp. Acesso em 21/02/2013.
3. No trecho “O pai era uma onça,” a palavra destacada sugere que o pai era
a) violento.
b) esperto.
c) rápido.
d) rígido.
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS – 8° E 9 ° ANO
SEMANA I
AULA 1: Interpretando textos multimodais. Exercício 1. GABARITO C. A partir da leitura da tirinha, o aluno deve compreender que, como o menino perguntou
se precisava de ajuda para atravessa a rua, o idoso acreditou que o menino fosse ajudá-lo.
Exercício 2. GABARITO A. Espera-se que o aluno compreenda, a partir da leitura atenta da charge, que a avó se
chateou pela falta de atenção dos netos durante a visita, pois eles não tiraram os olhos de seus aparelhos eletrônicos.
Exercício 3. GABARITO A. O aluno deve demonstrar que compreendeu a propaganda, ao reconhecer que ela afirma
que as joias agradam mais às mulheres que bombons, pois enquanto o bombom derrete, a mulher é que fica “derretida”
pela joia.
AULA 2: Inferindo informações implícitas. Exercício 1. GABARITO A. Nesta questão, espera-se que o aluno seja capaz de inferir, através de uma leitura atenta
do texto, que o narrador era um menino bastante sonhador e visionário.
Exercício 2. GABARITO A. O aluno deve inferir que a mãe não se mostrou interessada quando a menina avisou que
havia um homem dentro da pia, pois nada respondeu à filha.
Exercício 3. GABARITO A. Após a leitura atenta do texto, o aluno deve ser capaz de inferir que o narrador se apaixonou
por Janaína por conta de seu vestido vermelho. Isto fica bem claro em diversas partes do texto; principalmente, quando
ele afirma ter se “desapaixonado” quando a viu de calça azul e blusa branca.
1. Reforçando para o SAEB. 01. GABARITO C. A partir da leitura atenta da tirinha, o aluno deve demonstrar que compreendeu que Romeu
demonstra insensibilidade em relação ao que Dalila lhe relata.
02. GABARITO A. O aluno deve ser capaz de inferir que Américo, ao falar sobre a reforma da natureza, estava em um
pomar, como fica claro no trecho “Aqui mesmo, rodeado de frutas, você tem a prova disso”.
03. GABARITO B. Espera-se que o aluno seja capaz de inferir que a repetição do verso “com minha bici” reforça a
sensação de que a bicicleta é um objeto mágico para o eu lírico.
74
SEMANA II
AULA 1: Diferenciando partes principais de secundárias Exercício 1. GABARITO A. O aluno deve ser capaz de identificar que a informação principal repassada pelo texto é a
de que a banda Bon Jovi se apresentará no Rock in Rio pela terceira vez.
Exercício 2. GABARITO C. Espera-se que o aluno seja capaz de identificar que a informação principal desse texto é a
de que o autor é apaixonado pela profissão de poeta, mesmo que com ela ganhe menos dinheiro.
Exercício 3. GABARITO A. O aluno deverá observar que a informação principal do texto é a descoberta dos cientistas
australianos e britânicos sobre como acelerar o processo de fotossíntese. Portanto, o trecho que contém a informação
principal do texto é “Cientistas australianos e britânicos descobriram como acelerar o processo de fotossíntese”.
AULA 2: Estabelecendo relações lógico-discursivas. Exercício 1. GABARITO D. O aluno deve ser capaz de compreender que, nesse contexto, a palavra “quando” indica
uma circunstância de tempo.
Exercício 2. GABARITO C. Espera-se que o aluno compreenda que a palavra “mas”, nesse contexto, poderia ser
substituída por “porém”, pois ambas passam a ideia de oposição.
Exercício 3. GABARITO C. O aluno deve ser capaz de identificar que a palavra “isso” retoma o que foi dito
anteriormente, que o Brasil ostenta o título de campeão mundial de crianças de até cinco anos com sobrepeso.
2. Reforçando para o SAEB. 01. GABARITO A. Espera-se que o aluno seja capaz de compreender que o assunto principal do texto é a bossa nova.
02. GABARITO A. O aluno precisa compreender que a palavra “mas”, nesse contexto, estabelece uma relação de
oposição entre as orações.
03. GABARITO D. O aluno deve ser capaz de identificar que a palavra “porém”, nesse contexto, estabelece uma relação
de oposição com o parágrafo anterior.
SEMANA III
AULA 1: Reconhecendo efeitos de sentido através da pontuação e outras notações. Exercício 1. GABARITO A. O aluno deve ser capaz de reconhecer que as aspas, nesse contexto, demarcam a fala do
advogado especialista Ariel de Castro Alves.
Exercício 2. GABARITO B. O aluno precisa compreender que, ao utilizar o negrito na palavra “urgente”, enfatizou-se
a urgência da conversa.
Exercício 3. GABARITO C. Espera-se que o aluno compreenda que o menino teve sua fala interrompida pela moça da
biblioteca, sendo essa interrupção sinalizada no texto através das reticências.
AULA 2: Reconhecendo o efeito de sentido explorando recursos ortográficos e/ou morfossintáticos. Exercício 1. GABARITO B. O aluno deve ser capaz de compreender que a separação silábica da palavra “Ar-qui-bal-
do” imita a forma como o apresentador apresentou o mágico.
Exercício 2. GABARITO A. Espera-se que o aluno identifique o formato da gravata no poema, enfatizado pelo título.
Exercício 3. GABARITO C. O aluno precisa compreender que a repetição da letra “S” indica, na tirinha, o ronco do
estagiário, que estava cochilando.
3. Reforçando para o SAEB. 01. GABARITO B. O sinal de interrogação em “Como poderia assegurar a paz de seu povo?” indica que o imperador
estava com medo de não conseguir assegurar a paz de seu povo.
02. GABARITO D. Espera-se que o aluno seja capaz de compreender que a repetição de “a chuva” sugere a intensidade
e a continuidade da chuva.
03. GABARITO C. No texto, a palavra “pobre” deve ser compreendida como um termo que indica que o narrador
estava com pena do homem viúvo.
SEMANA IV
AULA 1: Identificando níveis de linguagem que evidenciam locutor e/ou interlocutor.
75
Exercício 1. GABARITO B. Espera-se que o aluno seja capaz de compreender que o surfista estranhou a fala do homem
por esta ser muito rebuscada, cheia de palavras difíceis e, portanto, inadequada à situação informal na qual estavam
inseridos.
Exercício 2. GABARITO B. O aluno deve reconhecer que a linguagem utilizada no texto é informal, como se pode
observar, dentre outras, pela presença da palavra “emburramento”.
Exercício 3. GABARITO C. O aluno precisa ser capaz de reconhecer que a linguagem utilizada no texto é informal,
característica do falar de algumas regiões do Brasil.
AULA 2: Comparando textos. Exercício 1. GABARITO B. O aluno deve ser capaz de relacionar os dois textos, identificando que ambos destacam a
importância de se economizar água e luz.
Exercício 2. GABARITO C. Espera-se que o aluno seja capaz de identificar que os dois textos detalham as
características das borboletas.
Exercício 3. GABARITO D. O aluno precisa relacionar os dois textos, compreendendo que ambos tratam dos impactos
do desmatamento do meio ambiente.
4. Reforçando para o SAEB. 01. GABARITO D. Espera-se que o aluno seja capaz de identificar que o interlocutor desse texto é o leitor.
02. GABARITO A. O aluno deve ser capaz de compreender que a palavra “tava” faz parte da linguagem coloquial.
03. GABARITO B. Ao comparar os dois textos, o aluno deve identificar que ambos fornecem dicas valiosas para se
livrar do chulé.
SEMANA V
AULA 1: Distinguindo fato de opinião. Exercício 1. GABARITO D. O aluno deve ser capaz de compreender que a opinião da autora é que a adolescência é
uma fase que necessita de escuta e muita compreensão.
Exercício 2. GABARITO D. Espera-se que o aluno identifique que a opinião do autor é de que o combate aos efeitos
da seca, garantindo bem-estar das populações citadinas e rurais é urgente.
Exercício 3. GABARITO D. É possível identificar a opinião do autor quando ele afirma que o presente ao “Velho
Chico” foi merecido.
AULA 2: Reconhecendo efeitos de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou expressões. Exercício 1. GABARITO D. Espera-se que o aluno seja capaz de identificar que a imagem traz uma propaganda de
uma empresa que não é uma agência de viagens, mas que com ela seus clientes vão longe, ou seja, são bem-sucedidos
em seus negócios.
Exercício 2. GABARITO D. O aluno deve reconhecer que o autor utiliza a expressão “necessidades fisiológicas” para
suavizar a ideia que pretende passar, ou seja, a de que os animais não devem fazer xixi ou cocô no jardim do condomínio.
Exercício 3. GABARITO C. A expressão “burra como uma porta” significa que a moça demonstrava ter pouca
inteligência.
5. Reforçando para o SAEB.
1. GABARITO C. A palavra “terrível” indica a opinião do autor.
2. GABARITO C. A palavra que indica a opinião do autor no texto é “inspiradora”.
3. GABARITO D. Espera-se que o aluno compreenda que a expressão “meu pai é uma onça” significa que o pai é
rígido, bravo como uma onça.
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REFERENCIAL TEÓRICO
Argumentação e competência linguística
E, por meio do que dizemos (na fala ou na escrita), tentamos influir
sobre o comportamento do outro ou fazer com que o outro compartilhe de nossas opiniões.
Maria Elias, 2013.
Ao observarmos o funcionamento da linguagem e o que se refere, especificamente, à interação verbal, temos que as
relações dialógicas são a base principal sobre a qual se apoiam as práticas de uso da escrita, pois, como afirma Fiorin (2008, p. 24), “[...] o dialogismo é o modo de funcionamento real da linguagem, é o princípio constitutivo do enunciado”.
Partindo desse pressuposto tratamos aqui acerca dos textos argumentativos, especificamente, sobre sua produção e
circulação, isto é, o que produzimos para o convencimento de alguém acerca de algum posicionamento que temos dos fatos cotidianos. Os textos de cunho argumentativo são o lugar por excelência de apresentarmos nossos valores, crenças,
conhecimentos acerca do tema que está sendo analisado e discutido em seu escopo. Então, podemos afirmar que, para o sucesso do desenvolvimento de uma produção textual argumentativa, é relevante considerar que o sujeito, valendo-se em especial de argumentos, objetiva levar seu interlocutor a adotar uma posição, a aceitar o que é transmitido, ou seja, a crer
naquilo que é dito (PASSARELLI, 2012). Desse modo, podemos nos questionar sobre o que seria um argumento. Ainda de acordo com Passarelli (2012),
entendemos que o argumento é uma manifestação linguística, construída por enunciados que, relacionados uns com os outros,
são capazes de levar a audiência a uma conclusão. Se considerarmos que toda manifestação de uso da língua pressupõe a movimentação de conhecimentos de ordem
linguística, composicional e enciclopédica não será difícil compreendermos os argumentos como dados constituídos a partir dos três tipos de conhecimentos citados. Seguindo esse raciocínio, podemos ainda afirmar que os textos argumentativos são manifestados sob a mesma lógica de uso de tais conhecimentos bem como que necessitará do amplo uso dela para sermos
eficientes em levar a audiência a uma conclusão. No que tange à estrutura de um texto dessa natureza, temos que não há neles uma rigidez. Essencialmente buscamos
atender nesse tipo textual o assunto em discussão, o ponto de vista assumido/a tese defendida, os argumentos que sustentam
a posição assumida, os contra-argumentos, as possíveis posições contrárias e os argumentos que refutam tais posições, e, na conclusão, a recuperação do ponto de vista/da tese defendida. Nesse sentido, um bom texto argumentativo, como nos faz ver Possenti (2013), tem algumas características, como:
• apresentar uma tese bastante clara; • apresentar argumentos diversos para sustentá-la: “objetivos” (quantitativos, “científicos”, ideológicos, “universais”);
• mostrar efeitos benéficos da adoção da tese; • mostrar que a tese tem opositores; e • tentar diminuir o valor dos argumentos contrários.
Ainda sobre os textos argumentativos, a importância deles se faz perceber não apenas no âmbito da escola, mas em todas as comunidades de fala nas quais ingressamos, até quando queremos vender algo a alguém. Por essa razão, devemos ser competentes na produção desse tipo textual. Desse modo, difunde-se, em meio aos alunos, que o uso competente do texto
escrito seja para uma leitura significativa, como para produção de textos claros, coesos e coerentes é a garantia de sucesso social.
Daí porque, entre outras habilidades, se avaliar a competência escrita dos alunos, por meio da redação do exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, e porque essa modalidade aparece, hoje, como o principal instrumento utilizado pelas escolas para comprovar o desenvolvimento dos alunos na tecnologia da escrita. Embora reconheçamos que este momento de
avaliação não seja a finalidade do processo de ensino e aprendizagem das escolas, entendemos que ele representa um estímulo ao bom desenvolvimento da escrita, uma vez que a inserção do homem na sociedade moderna passa, com certeza, pelo conhecimento e pelo uso da escrita em seu dia a dia.
A BNCC, quanto a esse tema, apresenta a habilidade de argumentar nos quatro campos de saberes da educação básica dos anos finais e a envolve em diversas atividades, tanto nas que se relacionam com a escrita, quanto nas que se realizam na fala, nos gestos, nas expressões faciais. Esse fato nos leva à compreensão de que as habilidades de defender pontos de vista,
organizar os argumentos e persuadir pessoas serão requeridas nas disciplinas escolares, mas, principalmente, serão utilizadas por toda a vida.
Francisca Poliane Lima de Oliveira Doutora em Linguística Aplicada/ Consultora de Língua Portuguesa do Fundamental II – SEDUC/MAIS PAIC
77
AVALIAÇÃO DO CADERNO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS – 2019
LÍNGUA PORTUGUESA
6° E 7° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
De acordo com a escala crescente de 1 a 5, marque um (x) no valor que melhor expressa sua avaliação, sendo:
1 (Não atende), 2 (Insuficiente), 3 (Suficiente), 4 (Muito bom) e 5 (Excelente).
MARQUE UMA OPÇÃO
1
Não
atende
2
Insuficiente
3
Suficiente
4
Muito
bom
5
Excelente
Quanto à Rotina:
A proposta das rotinas é exequível?
A organização dos tempos é adequada à turma?
A rotina garante a qualidade do tempo
pedagógico?
A rotina sugerida oportunizou a consolidação da
alfabetização?
Quanto às Atividades Dirigidas:
As atividades são condizentes com a experiência
vivida pelos alunos?
Os enunciados são de fácil interpretação?
As atividades colocam o aluno como prota-
gonista do processo de aprendizagem?
As atividades e os jogos contemplam tanto o
desenvolvimento individual, quanto o de-
senvolvimento coletivo?
Há atividades que contemplam os Eixos de
Conhecimento do teste Saeb?
As atividades possibilitam um olhar multi-
disciplinar?
78
Quanto às Orientações Metodológicas do
Professor:
As orientações metodológicas trazem pro- postas
interessantes de abordagem do conteúdo?
O referencial teórico sugerido é compatível
com a demanda de professores dos Anos Finais
do Ensino Fundamental?
A metodologia utilizada para a apresentação do
conteúdo desperta o interesse do aluno?
A metodologia utilizada para a apresenta- ção
das atividades é adequada para a faixa
etária?
Este espaço é para você se manifestar com sugestões, críticas, elogios, etc.
Obrigado pela parceria!
79
AVALIAÇÃO DO CADERNO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS – 2019
LÍNGUA PORTUGUESA
8° E 9° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
De acordo com a escala crescente de 1 a 5, marque um (x) no valor que melhor expressa sua avaliação, sendo:
1 (Não atende), 2 (Insuficiente), 3 (Suficiente), 4 (Muito bom) e 5 (Excelente). MARQUE UMA OPÇÃO
1
Não
atende
2
Insuficiente
3
Suficiente
4
Muito
bom
5
Excelente
Quanto à Rotina:
A proposta das rotinas é exequível?
A organização dos tempos é adequada à
turma?
A rotina garante a qualidade do tempo pe-
dagógico?
A rotina sugerida oportunizou a consolida-
ção da alfabetização?
Quanto às Atividades Dirigidas:
As atividades são condizentes com a expe-
riência vivida pelos alunos?
Os enunciados são de fácil interpretação?
As atividades colocam o aluno como prota-
gonista do processo de aprendizagem?
As atividades e os jogos contemplam tanto
o desenvolvimento individual, quanto o de-
senvolvimento coletivo?
Há atividades que contemplam os Eixos de
Conhecimento do teste Saeb?
As atividades possibilitam um olhar multi-
disciplinar?
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Quanto às Orientações Metodológicas do
Professor:
As orientações metodológicas trazem pro- postas
interessantes de abordagem do conteúdo?
O referencial teórico sugerido é compatível com a
demanda de professores dos Anos Finais do Ensino
Fundamental?
A metodologia utilizada para a apresenta- ção do
conteúdo desperta o interesse do aluno?
A metodologia utilizada para a apresenta- ção das
atividades é adequada para a faixa etária?
Este espaço é para você se manifestar com sugestões, críticas, elogios, etc.
Obrigado pela parceria!
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REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 9. ed. Trad.: Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São
Paulo: Hucitech, 2002.
______. Estética da criação verbal. 3. ed. Trad. a partir do francês: Maria Hermantina Galvão. São Paulo:
Martins Fontes, 2000.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa para o 3º e 4º Ciclos do Ensino
Fundamental. Secretaria de Educação Fundamental: Brasília, MEC/SEF, 1998.
_____. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental. Brasília: MEC/Secretaria
de Educação Básica, 2017.
FIORIN, José Luíz. Em busca do sentido: estudos discursivos. São Paulo: Contexto, 2008.
PASSARELLI, Lílian Maria Ghiuro. Ensino e correção na produção de textos escolares. – 1ª ed. – São Paulo:
Telos, 2012.