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XVII SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA III SALÃO DE EXTENSÃO DO CEULS/ULBRA CADERNO DE RESUMOS EXPANDIDOS INSS 1808-3072 Santarém Pará Novembro - 2016

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XVII SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA

III SALÃO DE EXTENSÃO DO CEULS/ULBRA

CADERNO DE RESUMOS

EXPANDIDOS

INSS 1808-3072

Santarém – Pará Novembro - 2016

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XVII SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA

III SALÃO DE EXTENSÃO DO CEULS/ ULBRA

TEMA: CAMINHOS PARA A PESQUISA NO ENSINO SUPERIOR

03 E 04 DE NOVEMBRO DE 2016

ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL LUTERANA DO BRASIL

PRESIDENTE: PAULO AUGUSTO SEIFERT VICE-PRESIDENTE: LEONIR MITTMANN

CAPELÃO GERAL: REV. MAXIMILIANO WOLFGRAMM SILVA

CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM

REITOR: ILDO SCHLENDER CAPELÃO: SÉRGIO MAURÍCIO REINHOLZ

DIRETOR ACADÊMICO: CELSO SHIGUETOSHI TANABE ASSESSORA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO: MARIA

VIVIANI ESCHER ANTERO COORD. DO CURSO DE AGRONOMIA: RAIMUNDO COSME DE

OLIVEIRA JUNIOR COORD. DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO: FERNANDO

AUGUSTO FERREIRA DO VALLE COORD. DO CURSO DE DIREITO: JOSÉ RICARDO GELLER

COORD. DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO E LICENCIATURA: MANUEL ELBIO AQUINO SEQUEIRA

COORD. DO CURSO DE ENG. CIVIL: ALESSANDRO SANTOS DE ARAÚJO

COORD. DO CURSO DE PEDAGOGIA: LORENI BRUCH DUTRA COORD. DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL: IVONE DOMINGOS E SILVA

COORD. DO CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: CARLOS ALBERTO PEDROSO ARAÚJO

INFRA-ESTRUTURA DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL: KARINA ROSE SANTANA CPA: SELDON RODRIGUES DUARTE

CPD: RUSSEL DA SILVA JATI FIES E PROUNI: JULIETE CRISTINA LOBO RODRIGUES

LEGISLAÇÃO E NORMAS: MARILZA DO CARMO SANTOS NÚCLEO DE ESTÁGIOS: RAIMUNDA REIS DA SILVA

PREFEITURA: KÁTIA REGINA ALMEIDA AMORIM SAJULBRA: ROSALICE MARIA FERNADES MONTEIRO CAMARA

SECRETARIA GERAL: LUZENIL FIGUEIRA DE LEMOS SETOR DE COMPRAS: SILVANA MARIY SOARES

SETOR DE PESSOAL: LILIAN REGINA BATISTA LIMA TESOURARIA: EUNICE DA CONCEIÇÃO SOUSA DA SILVA

COMISSÃO EDITORIAL CELSO SHIGUETOSHI TANABE MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE RESUMOS IGO TARCIO RAMOS DE MENEZES MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO COMISSÃO CIENTÍFICA CELSO SHIGUETOSHI TANABE CLAYTON ANDRE MAIA DOS SANTOS FERNANDO AUGUSTO FERREIRA DO VALLE LILIAN AQUINO OLIVEIRA MANUEL ELBIO AQUINO SEQUEIRA MARIA SHEYLA GAMA SOUSA MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO NADIR PIRES MARTINS ROSÂNGELA MARIA LIMA DE ANDRADE SÉRGIO MAURÍCIO REINHOLZ CORRESPONDÊNCIA Av. Sergio Henn, 1787, Bairro Diamantino CEP: 68025 – 000 – Santarém – PA Fone/Fax: (0xx93) 3524-1055 E-mail: [email protected]

Os resumos contidos neste “Caderno de Resumos Expandidos” são de responsabilidade de seus

autores.

C749 Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia (10. : 2016: Santarém, PA). Caderno de resumos do Salão de Pesquisa e Iniciação Científica do CEULS ULBRA Santarém: Caminhos para a pesquisa no Ensino Superior. (n. 16, 2016) / Centro Universitário Luterano de Santarém. CEULS/ULBRA, 2016.

ISSN 1808-3072. 92 resumos. 443 p. : il.

Evento realizado em Santarém, no Centro Universitário Luterano de Santarém nos dias 3 e 4 de novembro de 2016.

1. Pesquisa Científica. 2. Resumos científicos, I. Centro Universitário Luterano de Santarém. II. Educação e Ciência. III. Título.

CDU 001.891

Biblioteca Martinho Lutero / Setor de Processamento Técnico / Santarém – PA Bibliotecária Caroline Pinheiro – CRB-2/1536

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APRESENTAÇÃO

XVI Salão de Pesquisa e Iniciação Científica e III Salão de Extensão do CEULS

Muito se fala sobre o tripé “ensino, pesquisa, extensão” porém, todos nós ainda temos dificuldade em entender as interelações existentes entre estas três áreas e, que o objetivo final é ou, deveria ser, a obtenção de benefícios ao ser humano e a melhoraria da nossa qualidade de vida, quer seja com novas tecnologias, discussão e formulação de políticas públicas, criação de variedades de plantas e animais mais produtivos, proposição de metodologia de ensino e aprendizagem inovadora ou, por exemplo, criar soluções simples para processos complicados nas suas diversas áreas de conhecimento.

O mecanismo de criação pelo ser humano e a proposição de todas essas soluções têm início em nossa infância, com os estímulos do ambiente em que se vive, continuando em nossa juventude, onde tudo é novo, sendo uma experiência recheada de prazeres e descobertas, enfim, uma época onde tudo é fascinante ! A nossa função, como educadores e docentes, é possibilitar que estes jovens deem continuidade à sede pela descoberta, ao fascínio, à vontade de criar. Neste sentido, uma instituição de ensino têm por missão também ofertar esta possibilidade, ou seja: na extensão, possibilitar que eles participem de programas e projetos voltados ao trabalho em grupo, ao voluntariado, à discussão dos problemas sociais vividos tanto pela comunidade do entorno quando do município, estado, país ou planeta. Já na pesquisa, estes jovens precisam ser estimulados a propor alternativas para resolução dos problemas vivenciados pela sociedade. Já no ensino, as instituições e seus docentes têm a função de ofertar a formação integral como ser humano e tecnicamente adequada à cada uma das áreas de atuação.

A formação de um acadêmico, considerando este tripé: ensino, pesquisa e extensão precisa de constante estímulo. Ao considerarmos um acadêmico iniciante, com pouca vivência pessoal e capacitação técnica em formação, é necessário que haja diferenciação e consideração quando da sua participação em um evento técnico-científico pois, ao considerarmos que um acadêmico de primeiro ano tenha a mesma maturidade acadêmica dos formandos, é, no mínimo, uma incoerência. Desta forma, sendo o nosso evento ligado à pesquisa, iniciação científica e extensão, os avaliadores, apesar da exigência do rigor científico, fazem estas considerações ao analisar e avaliar os trabalhos submetidos, o que para alguns pode ser considerado uma heresia, porém, para outros, o processo de avaliação deve considerar estes critérios e parâmetros tornando-se mais uma fonte de estímulo para o avanço e para a maturidade acadêmica.

Neste sentido, com a experiência dos anos anteriores (este é o XVI Salão de Pesquisa e Iniciação Científica e III Salão de Extensão do CEULS) considera-se muito importante a adequada e paciente orientação por parte dos tutores, pelos docentes orientadores destes jovens pesquisadores e extensionistas. A nossa Instituição está mantendo o empenho, tendo também participado do Programa de Iniciação Científica no Ensino Médio vinculado à FAPESPA, Programa de Iniciação Científica - PIBIC do CEULS, Programa de Incentivo à Docência – PIBIC e Programa de Extensão do CEULS, todos com bolsas internas ou com bolsas financiadas pelo Governo Federal.

Este trabalho não poderia ser realizado sem a dedicação, paciência e persistência dos atores. Assim, congratulamos e parabenizamos os participantes, desejando que o nosso Senhor nos auxilie na condução e no estimulo dos nossos brilhantes e jovens acadêmicos.

Prof. Celso Shiguetoshi Tanabe

Diretor Acadêmico do CEULS

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SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................................................... 3

A CONVENÇÃO N°169 DA OIT E O DIREITO DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS À CONSULTA PRÉVIA, LIVRE E INFORMADA. ........................................................................................................................................................... 8

A ESCOLA, O DOCENTE E O FRACASSO ESCOLAR .................................................................................................. 12

A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR DOS ESTUDOS DE DOCUMENTOS OFICIAIS À LUZ DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL ....................................................................... 15

A GESTÃO DE REDES INTERORGANIZACIONAIS E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ...................................................... 20

A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA PARA A EDUCAÇÃO: ARTHUR SCHOPENHAUER – SUAS REFLEXÕES ACERCA DA LEITURA E ESCRITA ................................................................................................................................................ 24

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA PARA A EMANCIPAÇÃO DO LEITOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL .................................................................................................................................. 28

A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS NA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE MOJUÍ DOS CAMPOS - PA .............................................................. 32

A OBRIGATORIEDADE DO MUNICÍPIO DE PRESTAR O SERVIÇO PÚBLICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E A SITUAÇÃO NOS BAIRROS PÉROLA DO MAICÁ E MARARU EM SANTARÉM/PA...................................................... 36

A PESQUISA NO ENSINO SUPERIOR E AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: REPRESENTAÇÕES ENTRE FUTUROS PROFESSORES ............................................................................................................................ 41

A PROGRESSÃO DE IDEIAS EM TEXTOS ARGUMENTATIVOS: O PAPEL DA ANÁFORA ........................................... 46

ACESSO À ÁGUA POTÁVEL NO BAIRRO PÉROLA DO MAICÁ, SANTARÉM/PA E JUDICIALIZAÇÃO DE POLÍTCAS PÚBLICAS. .............................................................................................................................................................. 51

ADAPTAÇÃO DE 12 TRATAMENTOS SOBRE O QUEBRAMENTO E ACAMAMENTO DO CULTIVAR DO MILHO Zea mays, NA CIDADE DE URUARÁ- PARÁ ................................................................................................................... 56

ADMINISTRAÇÃO DE REDES LANS COM SERVIDORES LINUX UTILIZANDO PROTOCOLO IPv6 .............................. 60

ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS: POR MEIO DO REAPROVEITAMENTO DE ALIMENTOS ........................................ 63

ANÁLISE DE CICLO DE VIDA: CONCEITOS E APLICAÇÕES ....................................................................................... 66

ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS COM FAIXA ETÁRIA DE 8 A 10 ANOS ........................... 71

ANÁLISE PRODUTIVA DA COMUNIDADE DE SÃO SEBASTIÃO DO PAE - EIXO FORTE ............................................ 79

ANTRACNOSE FOLIAR (MAL-DAS-SETE-VOLTAS) NA CULTURA DA CEBOLINHA –

ANTRACNOSE NA CULTURA DA GOIABA ............................................................................................................... 89

APLICAÇÃO DA ROBÓTICA EDUCACIONAL USANDO ARDUINO PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE SANTARÉM-PA .......................................................................................................................................................................... 94

APLICATIVO PARA AUXILIAR PROFESSORES NO ENSINO DAS OPERAÇÕES BÁSICAS DA MATEMÁTICA AOS ALUNOS DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: FASE DE PLANEJAMENTO ...................................................... 98

AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL ....................................................................................... 103

ASSESSORIA JURÍDICA UNIVERSITÁRIA POPULAR NA AMAZÔNIA: A EDUCAÇÃO JURÍDICA AO LADO DOS OPRIMIDOS .......................................................................................................................................................... 106

AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA DO SOLO EM TRÊS PROFUNDIDADES, SOBRE DIFERENTES COBERTURAS VEGETAIS EM LATOSSOLO AMARELO MUITO ARGILOSO DO OESTE PARAENSE................................................. 111

AVALIAÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS DE CRIANÇAS DE 08 A 09 ANOS EM FASE ESCOLAR ....................... 116

AVALIAÇAO DOS SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇAO EM UMA INSTITUIÇAO DE ENSINO SUPERIOR DE SANTARÉM-PA ..................................................................................................................................................... 129

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COMPARATIVO DE CUSTOS DE FUNDAÇÕES DIRETA E INDIRETA UM ESTUDO NA CIDADE DE SANTARÉM/PA 133

COMPORTAMENTO ANUAL DA ÁGUA NO SOLO SOB FLORESTA NATURAL E PLANTIO DE GRÃOS EM LATOSSOLO AMARELO NA REGIÃO DE BELTERRA-PA ............................................................................................................. 139

CONTROLS ON STREAM DOC FLUX AND COMPOSITION IN THE AMAZON REGION, TAPAJOS NATIONAL FOREST ............................................................................................................................................................................. 143

O DESEMPENHO DA CINZA DA CANA-DE-AÇÚCAR COMO ADIÇÃO PARA O CONCRETO .................................... 147

DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE SUBMETIDOS A DIFERENTES SISTEMAS DE TROCAS DE AR .................. 152

DESEMPENHO DE TAMBAQUI Colossoma macropomum CRIADOS EM TANQUE ESCAVADO SUBMETIDO A MANEJO SUPERINTENSIVO .................................................................................................................................. 156

DESEMPENHO PRODUTIVO DA CULTURA DO PIMENTÃO (Capsicum annuum, L) SOB A INFLUÊNCIA DO NITROGÊNIO A NÍVEL DE CAMPO ........................................................................................................................ 160

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA PARA NOTIFICAR ATRAVÉS DOS AGENTES DE SAÚDE DOENÇAS TRANSMITIDAS PELO MOSQUITO AEDES AEGYPTI.............................................................................................. 164

DIAGNOSE VISUAL DA ATRACNOSE NA CULTURA DA COUVE MANTEIGA - Brassica oleracea L. ....................... 168

DIFICULDADES ECONÔMICAS ENFRENTADAS POR DOCENTES EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM, PA, AMAZÔNIA, BRASIL .......................................................... 173

EDUCAÇÃO ESCOLAR NA AMAZÔNIA: TRAÇOS SOBRE A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO ENSINO PRIMÁRIO NO PERÍODO DE 1549 ATÉ 1930 ................................................................................................................................ 178

EDUCAÇÃO ESPECIAL COMO PROMOÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ...................... 183

EDUCAÇÃO INTEGRAL E MELHORIA DA APRENDIZAGEM: ESTUDO EM TRÊS ESCOLAS MUNICIPAIS DE SANTARÉM. ......................................................................................................................................................... 188

EDUCAÇÃO INTEGRAL NO SISTEMA CAPITALISTA: CONTRADIÇÕES E POSSIBILIDADES...................................... 193

ENSINO SUPERIOR: UM BREVE OLHAR PARA O POTENCIAL DA PESQUISA NO CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO DO CEULS/ULBRA .................................................................................................................................. 198

ESTIMATIVA DE TENSÕES ADMISSIVEIS NO SOLO PARA PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÃO NO MUNCIPIO DE SANTARÉM ..................................................................................................................................................... 201

ESTUDO DA DESTINAÇÃO FINAL E AVERIGUAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE RECICLAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA CIDADE SANTARÉM-PA, OBSERVANDO O CUMPRIMENTO DA LEI FEDERAL Nº 12.305 DE 02 DE AGOSTO DE 2010, DA RESOLUÇÃO Nº 307 DE 05 DE JULHO DE 2002 DA CONAMA E DAS NBR’S 10004-2004, 15112-2004, 15113-2004, 15114-2004, 15115-2004, 15116-2004 POR PARTE DAS CONSTRUTORAS E PREFEITURA MUNICIPAL. .................................................................................................................................... 207

ÉTICA: AS RELAÇÕES SOCIAIS NA SOCIEDADE ATUAL ......................................................................................... 212

FLUÊNCIA TECNOLÓGICA DOCENTE: UM ESTUDO COM DOCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL ..................... 217

FUSARIOSE NA PIMENTA DO REINO NA COMUNIDADE DO TIPIZAL – SANTARÉM/PA. ...................................... 222

GESTÃO DEMOCRÁTICA: ESTUDO COM EGRESSOS DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR/UFOPA ................................................................................................................................................. 226

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: UMA DISCUSSÃO SOBRE O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE EM SANTARÉM .................................................................................................................................................... 231

IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS NA CULTURA DO MAMOEIRO – Carica papaya L. ............................................... 235

IDENTIFICAÇÃO DOS DANOS CAUSADOS PELA ANTRACNOSE NA PLANTAÇÃO DE PIMENTA DE CHEIRO - Capsicum chinense .............................................................................................................................................. 240

IMPORTÂNCIA DE INTRODUZIR UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR ............................................................................................................................................................................. 245

IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DE REDES PELO TI EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR EM SANTARÉM-PA ..................................................................................................................................................... 249

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ÍNDICE DE EROSIVIDADE DAS CHUVAS NO MUNICÍPIO DE BELTERRA, NO ESTADO DO PARÁ ........................... 253

ÍNDICE DE EROSIVIDADE DAS CHUVAS NO MUNICÍPIO DE ITAITUBA, NO ESTADO DO PARÁ ............................ 257

ÍNDICE DE EROSIVIDADE DAS CHUVAS NO MUNICÍPIO DE MONTE ALEGRE, NO ESTADO DO PARÁ .................. 261

INFLUÊNCIA FAMILIAR NO FRACASSO ESCOLAR ................................................................................................. 265

JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO BRASILEIRA: ANÁLISE COMPARATIVA COM OS CASOS CHILENO E ARGENTINO .......... 269

LEVANTAMENTO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM A CULTURA DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PA ..................................................................................................................................................... 275

MANIFESTAÇÕES PATOLOGICAS EM ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO NA CIDADE DE SANTARÉM/PA ..... 280

MATEMATICANDO: AS PRÁTICAS LUDICO-PEDAGÓGICAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA ...................................................................................................................................................... 286

MICROSSISTEMAS DE ABASTECIMENTOS DE ÁGUA NA ÁREA URBANA: NECESSIDADE DE OUTORGA DE DIREITO DE USO. ÁGUA SUBTERRÂNEA – O CASO DO BAIRRO DO MARARU, EM SANTARÉM/PA ................................... 291

MULHERES E SINDICALISMO: UMA LUTA DAS TRABALHADORAS RURAIS DO OESTE DO PARÁ. ....................... 295

O AGIR EDUCATIVO E CUIDATIVO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE SANTARÉM/PA. ....................................................................................................................... 299

O CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA DO CEULS VERSUS AS PROBLEMÁTICAS DA EDUCAÇÃO BASICA 303

O PAPEL DA LITERATURA INFANTIL NO DESENVOLVIMENTO DA LEITURA NOS ANOS INICIAIS ......................... 313

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO LEITOR SOB INFLUÊNCIA DA LITERATURA INFANTIL ...................................... 316

O PROEMI E AS EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS COMO POLÍTICA INDUTORA DA EDUCAÇÃO INTEGRAL EM BELTERRA/PA ....................................................................................................................................................... 320

O RESFRIAMENTO DO CONCRETO EM HIDRELÉTRICAS: A UTILIZAÇÃO DO GELO .............................................. 324

O SISTEMA EDUCACIONAL E O FRACASSO ESCOLAR ........................................................................................... 329

O USO DO PROTOCOLO IPV6 PELOS PROVEDORES DE SANTARÉM-PARÁ .......................................................... 333

OS DIREITOS SOCIAIS COMO PROPAGADORES DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NA CONTENÇÃO DA VIOLÊNCIA. .......................................................................................................................................................... 337

PERCEPÇÃO DAS PUÉRPERAS SOBRE OS CUIDADOS NÃO FARMACOLÓGICOS NO PRIMEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO ............................................................................................................................................................ 341

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM – PARÁ NOS ANOS DE 2010 A 2014 ......................................................................................................................................... 347

PESQUISA DE PARASITAS INTESTINAIS NAS FEZES E DO DEPÓSITO SUBUNGUEAL DAS MÃOS DE COLETORES DE LIXO URBANO DE SANTARÉM-PARÁ .................................................................................................................... 352

POLÍTICAS EDUCACIONAIS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SANTARÉM NO PERÍODO DE 2004 A 2016 ..................................................................................................................................................................... 357

PRODUÇÃO DE CONTEÚDO DE AUTORIA BASEADO NO CONCEITO DE STORYTELLING ...................................... 362

PRODUÇÃO DE TIJOLO ECOLÓGICO UMA ALTERNATIVA PARA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICIPIO DE

SANTARÉM .......................................................................................................................................................... 367

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE MONITORAMENTO REMOTO DE PACIENTE NA CIDADE DE SANTARÉM – PARÁ:

FASE DE PLANEJAMENTO .................................................................................................................................... 373

PROPOSTA INTERDISCIPLINAR INTEGRANDO O CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO COM A COMUNIDADE

ESCOLAR .............................................................................................................................................................. 376

QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZÇÃO QUÍMICA DA PRECIPITAÇÃO DIRETA E INTERNA EM ÁREA DE CASTANHEIRA

(Bertholletia excelsa Bonpl.) NA REGIÃO OESTE DO PARÁ .................................................................................. 381

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QUEBRA DE DORMÊNCIA COM DIFERENTES MÉTODOS E CÁLCULO DA TAXA DE GERMINAÇÃO DE SEMENTE DE

PARICÁ - Schizolobium amazonicum ................................................................................................................... 386

REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE ADOLESCENTES SOBRE GRAVIDEZ ........................................................................ 390

ROTAÇÃO DE CULTURAS DE FEIJÃO CAUPI E GIRASSOL PARA FORMAÇÃO DE PASTOS APÍCOLAS .................... 395

SEGURANÇA EM DISPOSITIVOS MÓVEIS: QUE ULTILIZEM SISTEMA OPERACIONAL ANDROID .......................... 399

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL: A IMPORTÂNCIA DE SUA IMPLEMENTAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO

SUPERIOR ............................................................................................................................................................ 402

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL: A IMPORTÂNCIA DE SUA IMPLEMENTAÇÃO NOS PORTOS .......................... 405

SOCIEDADE BRASILEIRA: UMA ANÁLISE A PARTIR DA ÉPOCA COLONIAL ........................................................... 408

TABAGISMO NO ENSINO MÉDIO ......................................................................................................................... 411

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: FORMAÇÃO E PRÁTICA

DOCENTE ............................................................................................................................................................. 419

USINA HIDRELÉTRICA DE SÃO LUIZ DO TAPAJÓS: DIREITOS HUMANOS VERSUS DESENVOLVIMENTO

ECONÔMICO ........................................................................................................................................................ 424

VERIFICAÇÃO DOS COEFICIENTES DE PRESSÃO EFETIVA DE UM GALPÃO INDUSTRIAL (25x50m) DEVIDO À

VARIAÇÃO DE INCLINAÇÃO DO TELHADO EM OBSERVÂNCIA DA NBR 6123/1988: PARÂMETROS DO CENTRO

COMERCIAL DA CIDADE DE SANTARÉM-PA......................................................................................................... 429

AVALIAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA E DAS BASES TROCÁVEIS SOB UM CICLO DE ALAGAMENTO EM SOLO DE

VÁRZEA NA COMUNIDADE SÃO RAIMUNDO DO ITUQUI NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM - PARÁ ...................... 434

EDUCAÇÃO INTEGRAL: UMA ANÁLISE DO PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR – PROEMI – EM ESCOLAS

ESTADUAIS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PARÁ. ............................................................................................. 439

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A CONVENÇÃO N°169 DA OIT E O DIREITO DAS COMUNIDADES

QUILOMBOLAS À CONSULTA PRÉVIA, LIVRE E INFORMADA.

Érika Giuliane Baser

1

Júlia de Sousa Farias Ribeiro2

[email protected]

[email protected]

RESUMO: Este resumo tem como escopo fundamental destacar a legitimidade do direito à consulta prévia, livre

e informada das Comunidades Quilombolas amazônicas no contexto de expansão dos projetos

desenvolvimentistas no Oeste do Pará, região a qual desempenha papel estratégico no plano de crescimento

econômico nacional. Considerando o avanço exacerbado das mais variadas espécies de empreendimentos sobre

territórios tradicionalmente ocupados por essas populações, o tema abordado torna-se imprescindível no que

tange o cumprimento de garantias fundamentais constitucionalmente previstas como, acesso à terra e ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, direitos constantemente desrespeitados nos processos de instalação de tais

empreendimentos. Para tanto foram realizadas análises bibliográficas e documentais com fito de esboçar a

relevância da convenção na salvaguarda do direito de voz das comunidades supracitadas no que diz respeito a

medidas lesivas ao seu território, ressaltando seu caráter vinculante na legislação brasileira.

PALAVRAS-CHAVE: CONSULTA PRÉVIA, TERRITORIALIDADE, COMUNIDADES

QUILOMBOLAS.

INTRODUÇÃO: A justificativa do presente resumo se dá no contexto de expansão da

economia vivido hoje pelo país transformou a região norte, a partir da década de 1970, na

principal rota para a implantação de grandes empreendimentos de iniciativa privada com forte

fomento estatal sob a justificativa desenvolvimentista de modernizar e gerar empregos no

imenso ―vazio‖ demográfico que se acreditava ser a Amazônia. Nesse cenário de constante

avanço de projetos hidroelétricos, de mineração e até mesmo da monocultura em larga escala,

encontram-se as comunidades que não enxergam a terra sob a ótica mercadológica, mas a

utilizam de forma tradicional. Tais comunidades são reconhecidas pela Convenção n°169 da

Organização Internacional do trabalho como ―indígenas, tribais e semitribais‖, denominação

esta que, segundo Deborah Duprat (2015), causa descontentamento ao reproduzir as

expressões que se valeu sua antecessora, a Convenção n°107, persistindo na utilização de

termos coloniais e definições fixas. As comunidades quilombolas, inseridas no rol de

populações tradicionais, encontram tanto na convenção n°169, quanto na Constituição de

1988 legitimidade para requerer proteção jurídica não apenas do território físico ocupado por

1Doutoranda do Programa de Pós-Graduação Sociedade, Natureza e Desenvolvimento da Universidade Federal

do Oeste do Pará-UFOPA. 2Acadêmica de Direito da Universidade Federal do Oeste do Pará e pesquisadora do Programa de Extensão

Patrimônio Cultural na Amazônia

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eles, mas sim de todo ambiente necessário para que suas manifestações econômicas e

culturais se realizem sem contraposições. A C169-OIT foi uma das primeiras legislações a se

preocupar com a situação de descaso das populações tradicionais, tendo sido responsável por

estabelecer, entre o Estado e essas comunidades, o diálogo, por meio da Consulta Prévia. Este

diploma legislativo ratificou-se por meio do Decreto Legislativo n°143, de 20 de junho de

2002 e pelo Decreto Presidencial n° 5.051 de 19 de abril de 200. Portanto, a Convenção n°

169 da OIT tem status supralegal, consoante entendimento firmado pelo Supremo Tribunal

Federal, à medida que os tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil

estão tutelados de forma especial na Constituição de 1988, além do texto do parágrafo 2° do

já citado artigo 5° da Constituição Federal e é com esses fundamentos que se baseia o Decreto

n° 4.887, de 20 de novembro de 2003. A Convenção n° 169 da OIT dispõe de mais de

quarenta artigos, cujo objeto se propõe a garantir ―aos povos indígenas e tribais igualdade de

tratamento e de oportunidades no pleno exercício dos direitos humanos e liberdades

fundamentais, sem obstáculos ou discriminação e nas mesmas condições garantidas aos

demais povos‖ 85. Considerando a diversidade de povos e suas respectivas estruturas

organizacionais, não há um modelo padronizado por meio do qual se tenha convencionado a

realização de consultas. Estas devem realizar-se em um contexto de diálogo com a

pluralidade. Sendo assim, este resumo propõe-se a abordar de forma teórica a importância da

Convenção n°169 na preservação do diálogo e da voz das comunidades quilombolas na

Amazônia e, por conseguinte, na manutenção da territorialidade desses povos e de toda sua

extensão econômica, social e cultural.

MÉTODO: A metodologia utilizada no presente resumo foi baseada em uma análise

bibliográfica e documental, traçando um paralelo entre a matéria jurídica e alguns conceitos

antropológicos com o fito de argumentar com os dois lados presentes no tema abordado: o

Estado, através da legislação e as comunidades quilombolas por intermédio da antropologia

jurídica, no que tange do respeito ao Direito de ser ouvido dessas comunidades, bem como,

construção de territorialidade e reconhecimento da identidade. Utilizou-se como suporte

teórico a obra ―A Convenção n°169 da OIT e os Estados Nacionais‖.

RESULTADO E DISCUSSÃO: Nota-se que a realização da Consulta Prévia no Brasil,

desde a incorporação da C169-OIT à legislação brasileira, ainda não se estabeleceu no campo

prático de sua aplicação. Ocorre que, existe uma diferença entre o que a Estada pensa sobre os

direitos territoriais e, portanto, como devem ser as consultas, e o que as comunidades pensam

sobre seus territórios e seus direitos. Postula-se que a consulta precisa ser culturalmente

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aceita. Portanto, é lícito realizar um protocolo de consulta de acordo com os costumes locais.

Neste, a comunidade deve definir a forma pela qual deseja ser consultada, ou seja, a

linguagem, os participantes, o tempo de duração, o local onde ocorrerá o processo.

É evidente que o processo de consulta aos povos indígenas e tribais deve ocorrer antes da

tomada de decisões de cunho legal ou administrativo para o deferimento do projeto. ―Desse

modo, a consulta traz em si, ontologicamente, a possibilidade de revisão do projeto inicial ou

mesmo de sua não realização‖

Igualmente, à medida que se acrescentam novas informações e dados de impactos ambientais

possivelmente causados pelo projeto pleiteado na região, é necessário renovar o processo de

consulta. Desta forma, percebe-se que há uma discrepância no ideário do que é a terra para

um empreendedor, e do que esta representa para um povo tradicional, que atribui a ela um

valor diferente, sobretudo simbólico.

O procedimento administrativo de licenciamento ambiental funciona, na realidade, como um

desarticulador de direitos das comunidades tradicionais, omitindo a sua existência em estudos

obrigatórios e, principalmente, tolhendo esses povos do direito de serem consultados sobre os

destinos das terras que são suas por direito.

A exemplo tem-se o caso do licenciamento ambiental do Complexo Portuário da Empresa

Brasileira de Portos de Santarém, EMBRAPS, no Bairro Área Verde. O empreendimento

consiste em um conjunto de obras de infraestrutura que visam assegurar a exportação de soja

e milho pelo Norte do Brasil. Esse empreendimento portuário é um dos vários similares já

construídos ou em implantação na Amazônia. Na referida área, além de assentamentos

urbanos formais e informais, habitam populações ribeirinhas e cerca de oito comunidades

quilombolas, as quais desenvolvem relação direta com o lago Maicá e com o rio Ituqui, canal

formado a partir do rio Amazonas. Ocorre que, durante o processo de licenciamento, o Estudo

de Impacto Ambiental e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental, EIA/RIMA, mostram-

se contraditórios na medida em que o RIMA informava a não existência de comunidades

quilombolas diretamente afetadas pelo empreendimento, e o EIA caracterizou a comunidade

Arapemã, localizada a 4010 metros de distancia da obra, como área diretamente atingida. De

acordo com a Ação Civil Pública ajuizada pelos Ministérios Públicos Federal e do Estado do

Pará ―Embora a Resolução do CONAMA n°001/86 indique critérios para que se defina a área

de influência do empreendimento, coube à própria equipe técnica da empresa contratada pela

EMBRAPS estabelecer a delimitação territorial de seus estudos ambientais‖. Sendo assim

entendendo ―não existir nenhum território quilombola na área diretamente afetada do

empreendimento, ou populações tradicionais‖ (EMBRAPS/FADESP – EIA, 2015, p. 585), a

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FADESP não considerou a hipótese de cumprimento da Convenção n° 169 sobre povos

indígenas e tribais da Organização Internacional do Trabalho, não considerando os direitos

relativos à consulta livre, prévia e informada.

Fonte: INCRA, 2015. In: MPF e MPE-PA, 2016. p.13.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DUPRAT, Débora (Org.). Convenção n. 169 da OIT e os Estados Nacionais. Brasília:

ESMPU, 2015. 396p.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Trad. Fernando Tomaz. 8. ed. Rio de Janeiro:

Bertrand Brasil, 2005ª

DUPRAT, Deborah. ―O direito sob o marco da plurietnicidade/multiculturalidade‖. In:

Pareceres Jurídicos. Direitos dos Povos e das comunidades tradicionais. Manaus: UFPA,

2007.

______. A Convenção 169 da OIT e o direito à consulta prévia, livre e informada. Revista

Culturas Jurídicas, Vol. 1, Núm. 1, 2014. Universidade Federal Fluminense.

www.culturasjurídicas.uff.br

MPF e MPE-PA. Ação Civil Pública com pedido de liminar (Peça inicial). Disponível em:

http://www.mpf.mp.br/pa/sala-de

imprensa/documentos/2016/ACPICP648201509PortosMaic_1.pdf. Acesso em 30 set 2016.

65p.

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A ESCOLA, O DOCENTE E O FRACASSO ESCOLAR

Camila Gonçalves11

Christ Helen Carvalho1

Emieli Monteiro1

Erilene Santos1

Fernanda Dezincourt

Kaleno Lages1

Lizi Kiara Vasconcelos1

Priscila Fernandes1

[email protected]

ProfªNarelly Rodrigues2

RESUMO:A pesquisa objetivou estudar os fatores que levam ao fracasso escolar, assim como a possibilidade

de mudanças que estimulem de forma positiva tanto o educando quanto o docente e que podem acrescentar

positivamente no futuro do país, tal como a promoção do não fracasso no mesmo. Utilizou-se a pesquisa

bibliográfica, e verificou-se que o fracasso escolar está mais conveniadoà fatores externos do sistema

educacional e ao desgaste ocasionado pela falta de recursos, porém a má formação profissional também é um

fator determinante, logo, pode-se perceber que tanto a escola quanto professores, famílias estão ligados aos

alunos são contribuintes para determinar seu sucesso ou não na vida escolar. A pesquisa encontra-se em

andamento.

Palavras-chave: Fracasso escolar, aluno, professor.

INTRODUÇÃO: O fracasso escolar configura-se como o não-aprendizado sob nenhuma

circunstância. É quando os conceitos, habilidades, valores e a questão da cidadania não foi

internalizado no aluno, resultando na maioria das vezes no regresso, repetência e o abandono

da escola pelo mesmo. É importante destacar que as dificuldades de assimilação do aluno

muitas vezes servem para mascarar a desestabilidade da escola e o papel do professor,

focando assim, apenas no fracasso do próprio indivíduo. Inúmeras causas como o fator

socioeconômico e cultural, a falta do conhecimento didático do corpo docente e o

acompanhamento dos pais interferem na educação, afetando a base escolar do aluno e

consequentemente toda sua vida acadêmica. No que concerne especificamente à família,

alega-se que a estrutura familiar não favorece o desenvolvimento escolar dos alunos, uma

vez que os pais tendem a não valorizar a escola por não terem tempo para dar atenção aos

seus filhos. Aspectos como o analfabetismo dos pais, violência, separação, entre outros, são

utilizados para explicar o fracasso escolar. ―Na educação primaria, a família é responsável

pelo modelo que a criança terá em termo de condutas no desempenho de seus papéis sociais

e das normas que controlam tais papéis‖ (FIALE). A busca pelas causas do fracasso escolar

centrando-se no sistema, diz respeito aos trabalhos desenvolvidos pelos órgãos

governamentais que buscam subsidiar a formulação e a avaliação de ações e políticas na

área de educação. As causas intraescolares que compreendem a escola e os professores

destacam-se como um dos fatores que também contribuem para esse fenômeno, os docentes

configuram-se como importantes atores dessa realidade tal como a escola na questão de

prestar assistência no suporte psicopedagógico.

1 Alunos do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA

2 Professora do Curso de Pedagogia do CEULS/ ULBRA

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MÉTODO: A pesquisa caracteriza-se por ser bibliográfica, por esse meio procura-se

conhecer as abordagens e posicionamento dos autores sobre o tema, procurando evidenciar a

problematização do fracasso escolar na sociedade. Por meio dessa pesquisa utilizou-se o

caráter qualitativo, a fim de evidenciar os problemas encontrados no contexto escolar em

fatores distintos, assim, analisando e discutindo a ausência de contribuições da escola como

um todo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Atualmente a escola é uma das mais importantes

instituições sociais, e frente à essa discussão precisa ser debatido o papel do professor como

responsável pela mediação numa aprendizagem significativa e o papel da escola como

suporte para ambos. Não é novidade que o conjunto de fatores determinam o insucesso da

educação brasileira, no entanto, o professor por ser um dos protagonistas tem uma parcela

considerável de culpa no fracasso educacional, em contrapartida, é importante destacar

algumas possíveis explicações para a compreensão das desigualdades como o modo de vida

familiar, seus valores, suas crenças, tem mais peso no desempenho do que a condição

socioeconômica. Focando no tema principal abordado nesta pesquisa, a escola e os docentes

como contribuintes do fracasso escolar, existem fatores tanto influenciados pelos

professores, escola, quanto influenciadores dos mesmos. No que tange as dificuldades que

são impostas aos professores e a escola, atrapalhando assim seu desempenho, podemos

destacar a infraestrutura que pode desestabilizar todo um planejamento, o problema da

sobrecarga que coloca sobre os ambos do professor tarefas curriculares e extracurriculares

assim como a constante responsabilidade por todo o desenvolvimento da criança, as

expectativas giram em torno do trabalho do professor que muitas vezes, em turmas grandes,

não conseguem trabalhar com a diversidade de crianças, ―a isso tudo ainda acrescente-se a

composição étnica diversificada e sempre em constante da sala de aula, as condições de

instabilidade em casa e na comunidade‖ (FULLAN, HARGREAVES, 2000, p. 18), com

obstáculos para se trabalhar e ainda a prestação de contas de todo o progresso feito em sala

aumenta a pressão dos pais e administradores sobre o professor. Outro problema que

podemos destacar é a falta de investimento na reciclagem dos profissionais da área de

educação, apesar de existirem programas de incentivo a licenciatura e capacitação de

professores, nota-se falta de entusiasmo a adesão pelos mesmos devido ao desgaste da rotina

escolar. A escola por apresentar uma baixa qualidade educacional não somente no Brasil,

expressa alguns problemas como a indisciplina na sala de aula, precárias condições para o

trabalho educativo, despreparo dos professores para realizarem adequadamente seu trabalho,

baixo status profissional e baixa remuneração (MARIN, 1998). São detectados ainda

necessidades e melhorias físicas nos portões, nas calçadas, nos muros, nas instalações

elétricas e hidráulicas dos prédios, fatos que caracterizam precárias condições para o

trabalho educativo. Tais demandas são acrescidas de considerações sobre as reivindicações

relativas a outros aspectos materiais: telefones, iluminação, higiene e limpeza dos prédios,

material e equipamento escolas. Indo em oposição ao Plano Nacional de Educação

(aprovado pela Lei n* 10.172/2001) que define como uma das suas diretrizes a implantação

de conselhos escolares e outras formas de participação da comunidade escolar (incluindo a

família) e local na melhoria do funcionamento das instituições de educação e no

enriquecimento das oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos.No que se refere

aos professores, argumenta-se que eles não estão muita das vezes preparados tecnicamente

para suprir as necessidades de aprendizagem dos seus alunos. As causas que se atribuem a

isso dão-se pelo fato de que muitos não conseguiram a graduação e atuam apenas com o

curso de magistério, realidade que busca ser combatida através de programas como

PARFOR, mas que podem torna-se ineficazes quanto a didática do profissional devido ao

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desgaste do mesmo ao longo de anos de profissão sem o conhecimento adequado para sala

de aula. O crescimento acadêmico e metodológico dos professores é tradicionalmente

defendido como relevante para uma prática pedagógica bem sucedida. A profissão de

educador encontra-se em um momento decisivo, e é necessário que se façam possíveis

ajustes, já que esta é uma profissão que exige ao mesmo tempo tanto a questão intelectual

quanto a afetiva. Esse também pode ser citado como um dos fatores nessa realidade, visto

que existem alguns profissionaisque lecionam apenas por mera necessidade ou casualidade,

logo, podemos perceber que este profissional está nesse tipo de ambiente somente por

questões financeiras, ou por simplesmente não conseguirem ocupar os cargos desejados.

Essa situação desencadeia no docente a acomodação e a falta de compromisso no ambiente

de trabalho, afetando tanto a si mesmo como aos seus educandos.Existem profissionais que

não tem a preocupação de se atar à novas formas de ensinar porque se limitam na nova era

tecnológica, causando a falta de conhecimento do mundo moderno e se prendendo a

métodos tradicionais. Esta pesquisa é de caráter bibliográfico, com abordagem qualitativa, e

a leitura desses materiais já foi utilizada como instrumento de coleta de dados, onde são

esplanadas ideias de alguns autores sobre o assunto. Em suma, este tema nos mostra que o

fracasso escolar abrange todo o corpo docente e discente e que há uma grande necessidade

de erradicá-lo. Porém, essa pesquisa está em andamento e será necessária concluí-la para

esclarecer todos os objetivos apresentados.

CONCLUSÃO: De acordo com pesquisas aprofundadas na área educacional ao que se

refere a escola, os docentes e o fracasso escolar, pode-se concluir que a escola tem um papel

muito importante na vida do aluno, tal como o professor sendo mediador principal, no

entanto, por conta de sistemas de ensino muito vagos e até mesmo a própria falta de

interesse do profissional e preocupação para com o educando, podemos perceber que há

irresponsabilidade da escola como um todo, embora a mesma não seja a única responsável

pelo resultado final, podemos notar que a escola e os docentes são contribuintes do sistema

quando permanecem submissos ao mesmo, causando assim uma desestruturação em grande

parte dos alunos e consequentemente o fracasso escolar.Embora existam inúmeras vertentes

e propostas para o aperfeiçoamento profissional, grande parte dos professores se encontram

estagnados na mesma época de sua graduação, seja ela de magistério ou licenciatura, o

mesmo vale para os profissionais de gestão, é claro que as exceções são visíveis dentro de

um cenário geral, mas em nossa pesquisa podemos destacar mais exemplos de descaso, com

isso podemos entender que para uma educação de qualidade é necessário contribuição de

todas as partes envolvidas, no entanto, vale ressaltar que a pesquisa encontra-se em

andamento.

REFERÊNCIAS

FULLAN, Michael, HARGREAVES, Andy. A escola como organização aprendente:

Buscando uma educação de qualidade. 2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa.4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO

INFANTIL A PARTIR DOS ESTUDOS DE DOCUMENTOS OFICIAIS À

LUZ DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL

Madma Laine Colares Gualberto

1

Talita Ananda Corrêa2

[email protected]

RESUMO: O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de mestrandas em educação com a formação de

professores da educação infantil realizada no Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Infantil – GEPEI com

professores – da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Campus de Santarém-PA, no período de

agosto a dezembro do ano de 2015. O objetivo do GEPEI com professores é discutir à luz da teoria histórico-

cultural os documentos oficiais da educação infantil e as abordagens teórico-metodológicos que norteiam o

trabalho pedagógico. A metodologia do GEPEI com professoras é a do tipo de grupo focal, no qual o assunto

abordado é do interesse dos envolvidos e discutido por todos tornando a dinâmica das discussões mais

envolventes. Com este trabalho refletimos os aspectos que contribuíram para o desenvolvimento da

aprendizagem de todos os participantes. Assim, iniciamos um processo da humanização dos professores da

educação infantil como sujeitos de direitos e passíveis de qualificação e formação, sendo esta responsabilidade,

não só da universidade, mas do poder público. Concluímos que o processo de formação de professores de

educação infantil é contínuo e que o conhecimento produzido nos encontros foi uma semente plantada para

fortalecer a atuação profissional de cada um.

PALAVRAS-CHAVE: educação infantil. formação de professores. teoria histórico-cultural.

INTRODUÇÃO: O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de mestrandas em

educação com a formação de professores da educação infantil realizada no GEPEI com

professoras, UFOPA/Campus de Santarém-PA, no período de agosto a dezembro do ano de

2015. Cabe ressaltar que o GEPEI com professores é um subprojeto do Grupo de Estudos e

Pesquisas em Educação Infantil, sob a coordenação da Profa. Dra. Sinara Almeida da Costa,

que visa contribuir para a construção da qualidade na educação infantil, bem como os estudos

a respeito da temática, pensando sempre no desenvolvimento, aprendizagem e bem estar das

crianças de 0 a 5 anos, apoiando ações relacionadas à formação docente.

Será abordada, neste relato, a formação de professores como instrumento necessário

para o aprimoramento profissional de maneira contínua. A existência desse grupo se

fundamentou a partir da busca de professores por mais conhecimentos na área de educação

infantil.

Assim, o trabalho será dividido por seções, contemplando a fundamentação teórica

que embasa o projeto do GEPEI com professores, os procedimentos metodológicos para a

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação – Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA;

2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação – Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA;

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realização dos estudos e análise das experiências compartilhadas durante a execução das

atividades, no período de agosto a dezembro de 2015.

MÉTODO: A metodologia adotada pela pesquisa foi o grupo focal. Para Morgan (1997) o

grupo focal consiste em uma técnica de pesquisa qualitativa, decorrida das entrevistas em

grupo, que coleta informações por meio das interações grupais. Para Gatti (2005) a técnica é

muito útil quando há interesse de compreender perspectivas, valores, ideias e comportamento

de grupos de pessoas sobre um determinado tema.

O trabalho foi realizado com 11 professoras e um professor, com média de cinco anos

de atuação na educação infantil, que participaram do curso oferecido pelo GEPEI no período

de agosto a dezembro de 2015. Todos os sujeitos possuem nível superior em Pedagogia, sendo

que oito são formados em instituições públicas e quatro em instituições privadas. Seis deles já

possuem especialização na área da educação.

No total foram realizados 16 encontros de formação, todos aos sábados, em torno das

Diretrizes em Ação, onde o foco principal foi o trabalho docente na educação infantil e, mais

especificamente, as necessidades apontadas pelo próprio grupo, tais como: planejamento,

currículo, proposta pedagógica, avaliação e registro do trabalho. As discussões foram

embasadas na teoria Histórico-Cultural que concebe o desenvolvimento humano a partir das

interações entre os homens e destes com os objetos da cultura (VYGOTSKI,1995).

RESULTADOS E DISCUSSÕES:A partir dos estudos e discussões no GEPEI com

professores, compreendemos que a formação continuada do professor não é uma ação

independente e isolada. É necessário que as escolas e todos os estudantes que fazem parte do

processo educacional se envolvam no sentido de gerar transformação e sensibilização para

atender as diversidades que constituem a instituição de educação infantil.

Ao se tratar de educação infantil é importante resgatar a identidade do professor que

atende às crianças pequenas a fim de valorizar-se em suas vivências e experiências cotidianas

desde o período em que as creches atendiam de forma assistencialista mostrando o processo

de construção pelo qual a educação infantil tem se constituído enquanto direito das crianças

de 0 a 5 anos de idade.

As instituições de educação infantil do município de Santarém são recentes e sua

concepção de educação carece ser pautada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação Infantil (BRASIL, 2010) que tem como objetivo o desenvolvimento integral das

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crianças, entendendo-as como indivíduos cidadãos de direitos garantidos a partir da

Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 e da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e reconhecida por essas legislações como a

primeira etapa da educação básica, exigindo saberes específicos para o desenvolvimento de

um trabalho de qualidade.

Antes de realizar o levantamento das temáticas foi necessário apresentar o projeto

que ensejou na criação deste grupo a fim de explanar os objetivos dos encontros. A partir

disso, realizou-se uma conversa para conhecer a trajetória histórica de vida e profissional até o

momento das participantes do grupo. A finalidade era de compreender o universo histórico do

sujeito. Isto se fundamenta pelo princípio de que o homem precisa entender todo o processo

histórico que permeou a sua formação tanto profissional quanto como indivíduo

cultural/social. Sobre isso, Filho (2014) afirma que:

Esse é um conhecimento básico para a compreensão dos processos humanizadores:

o homem age ao mesmo tempo de forma individual e coletivamente sobre a sua

história, mas sempre já como um ser histórico e pertencente a um grupo humano (p.

58).

Neste sentido, identificamos que dentre os 15 sujeitos participantes do grupo, 5 são

formados em instituições particulares e 10 são formados em instituições públicas. Contudo,

percebe-se que a formação inicial do professor não é suficiente para garantir um atendimento

de qualidade.

As expectativas de aprendizado elencadas pelos professores no grupo foram:

Buscar mais conhecimento, considerando que a formação inicial não é suficiente

para desenvolver um bom trabalho. (P1)

Aperfeiçoar as práticas escolares, compartilhar as vivências profissionais e buscar

soluções para as problemáticas encontradas no trabalho com a educação infantil.

(P2)

Aprimorar a formação inicial; trocar experiências com professores que estão a mais

tempo desenvolvendo atividades com as crianças. (P4)

Partindo das necessidades e expectativa dos professores das instituições de Educação

Infantil buscou-se planejar os encontros no intuito de estreitar os caminhos teórico e

metodológico do desenvolvimento das crianças de 0 a 5 anos. Nesse sentido, discutimos

minuciosamente as Diretrizes Curriculares da Educação Infantil (resolução n°05, de 17 de

dezembro de 2009); estudamos e dialogamos o material das Diretrizes em ação (BRASIL,

2015) – Vídeo 1 – Concepções e práticas, Vídeo 2 – Brincar e Cuidar: muitas interações e

Vídeo 3 – Experiências para ampliar o conhecimento; fornecido pelo MEC.

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Elucidamos que as discussões estavam fundamentadas pela teoria histórico-cultural

no que diz respeito a considerar que as instituições de educação infantil devem ser o espaço

mais apropriado para humanizar as crianças, que estas são capazes de aprender, mas que para

isso necessitam do contato com o outro, precisam vivenciar atividades que agucem suas

habilidades motoras e intelectuais. Conforme Mello e Farias (2010) chegamos à compreensão

de que:

A relação que se estabelece entre a criança e a cultura é, na Educação Infantil,

mediada inicialmente pelo/a professor/a que organiza e disponibiliza os objetos da

cultura material e não material para as crianças. Quanto mais o/a professor/a

compreender o papel da cultura como fonte das qualidades humanas, mais

intencionalmente poderá organizar o espaço da escola para provocar o acesso das

crianças a essa cultura mais elaborada que extrapola a experiência cotidiana das

crianças fora da escola (p.58).

A partir dos estudos da Teoria Histórico-Cultural, ―aprendemos a perceber que cada

criança aprende a ser um ser humano. O que a natureza lhe provê no nascimento é condição

necessária, mas não basta para mover seu desenvolvimento‖ (MELLO, 2007, p. 88). Além

disso, aprofundamos a temática da teoria histórico-cultural a partir da discussão do texto:

―Uma teoria para orientar o pensar e o agir docentes: o enfoque histórico-cultural na prática

de educação infantil‖, de Suely Amaral Mello.

Ao final das atividades, no mês de dezembro de 2015, realizamos uma avaliação

geral do projeto, com a participação de todos os envolvidos, visando novas diretrizes e os

encaminhamentos que se fizerem necessários para a continuidade do grupo. Apresentamos

abaixo a fala de alguns professores:

Eu tinha um conhecimento diferenciado da educação infantil, eu reproduzia o que a

professora fazia, vi que eu fiz muita coisa errada enquanto professora. Com o grupo

adquiri novos conhecimentos, é bem aberto, discutido. Mudou minhas concepções.

O grupo agregou muito conhecimento. Parabéns aos tutores. (P1)

Como profissional eu aprendi muito, ver outras pessoas acertando e errando. Fiquei

feliz em ver outras pessoas compartilhando conhecimentos. A gente percebe que as

pessoas estão em busca de novos aprendizados, é uma mola propulsora. Agradeço a

vocês pela oportunidade em poder ouvir. Estou na educação infantil e a gente faz as

coisas muitas vezes errado. É muito importante buscar conhecimento através dos

documentos da educação infantil. Considero os encontros no sábado um

investimento. (P4)

Diante do exposto pelos professores, identificamos que as discussões à luz da teoria

histórico-cultural dos documentos oficiais da educação infantil que norteiam o trabalho

pedagógico foram muito produtivas e nos fizeram refletir as práticas pedagógicas cotidianas

desenvolvidas pelos professores, no que concerne à realização de ações e atividades que

contribuem para o desenvolvimento integral da criança. Além disso, realizamos uma formação

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continuada, em serviço, aos profissionais que trabalham com Educação Infantil em Santarém-

Pará.

O estudo minucioso das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil e as

demais discussões acerca das teorias que embasam a educação infantil propiciaram momentos

de esclarecimentos e aprendizados. A partir disso, compreendemos que se o professor não

tiver uma teoria que fundamente sua prática, este não conseguirá ter um norte eficaz para o

desenvolvimento integral da criança.

CONCLUSÃO: Concluímos que o processo de formação de professores de educação infantil

é contínuo e que o conhecimento produzido nos encontros foi uma semente plantada para

fortalecer a atuação profissional de cada um. É importante disseminá-la para que ela se

desenvolva e dê frutos prósperos para a comunidade escolar. Assim, iniciamos um processo da

humanização dos professores da educação infantil como sujeitos de direitos e passíveis de

qualificação e formação, sendo esta responsabilidade, não só da universidade, mas do poder

público. Tornando o professor um mediador da cultura mais elaborada e do conhecimento

instituído pela sociedade.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de

Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010.

BRASIL. Resolução Nº 5, DE 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes curriculares

nacionais para a educação infantil./ Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC,

SEB,2009.

FILHO, A. M. Humanização e escola como comunidade. In: MILLER, S.; BARBOSA, M.

V.; MENDONÇA, S. G. L. Educação e humanização: as perspectivas da teoria histórico-

cultural. Jundiaí, Paco editorial: 2014.

GATTI, Bernadete Angelina. Grupo Focal na Pesquisa em Ciências Sociais e Humanas.

Brasília: Líber Livro Editora, 2005..

MELLO, S. A.; FARIAS, M. A. A escola como lugar da cultura mais elaborada. In:

Educação, Santa Maria, v. 35, n. 1, p. 53-68, jan./abr. 2010.

MELLO, S. A. Infância e humanização: algumas considerações na perspectiva histórico-

cultural. Perspectiva, Florianópolis, v. 25, n. 1, 83-104, jan./jun. 2007.

MORGAN, D. L. Focus group as qualitative research. London: Sage, 1997.

VYGOTSKI, L. S. Obras escogidas III: Madrid: Visor Distribuiciones, 1995.

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A GESTÃO DE REDES INTERORGANIZACIONAIS E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Aldilene Lima Coelho1

Tânia Suely Azevedo Brasileiro2

[email protected]

RESUMO: O presente estudo em andamento, se propõe a investigar o processo de gestão de um polo de apoio,

no segmento público, considerando os obstáculos enfrentados e as estratégias adotadas pelos gestores do Sistema

Universidade Aberta do Brasil (UAB) para efetivar uma educação superior a distância de qualidade. O sistema

UAB enquanto rede de cooperação interorgnizacioanais pode ser uma das alternativas para gerir políticas e

projetos na área da educação, em especial na modalidade de ensino a distância, em municípios e/ou

microrregiões carentes da oferta de cursos no ensino superior. Para atender ao estudo adotaremos a abordagem

qualitativa do tipo estudo de caso, utilizando como instrumentos para produção de dados: entrevista

semiestruturada, observação sistemática e análise de documentos. No que concerne ao(s) resultado(s) em função

do estágio em que o estudo se localiza os resultados ainda se encontram inconclusivos.

PALAVRAS-CHAVE: educação a distância; redes interorganizacionais, gestão.

INTRODUÇÃO: Consoante a Castells (2009) vivemos em um nova forma de sociedade, a

sociedade em rede; essa nova forma de se relacionar em grupo, foi constituída por meio das

inúmeras mudanças ocorridas no globo terrestre, mudanças de cunho social, tecnológico,

cultural, econômico etc.; Fleury e Ouverney (2007) nomeia essa rede como um modelo de

gestão interorganizacional e a caracteriza como unidade independente com: relações

horizontais, poder diverso, descentralizado, de forma compartilhada com os demais atores,

tendo como base a confiança e o comprometimento mútuo. As Tecnologias de Informação e

Comunicação (TICs) revolucionaram os modelos de organização vigentes, transformando os

processos de planejamento, coordenação e controle das atividades, suscitando articulação em

tempo real entre os indivíduos e as organizações. A partir da publicação da LDB nº

9.394/1996, artigo 80, o poder público fomentou os programas de Educação a Distância

(EaD) em todos os níveis e modalidades de ensino, acelerando o processo de legalização do

ensino a distância e promovendo sua oferta no Brasil, tanto em âmbito público quanto no

privado. Na educação, as redes interorganizacionais tem materializado e amparado a

modalidade de ensino a distância, tanto no âmbito público quanto público. No setor público, o

Decreto nº 5.800/2006 instituiu a Universidade Aberta do Brasil (UAB), o Sistema da UAB

vai ao encontro dos pressupostos de Fleury e Ouverney (2007), os quais concluem a

emergência e difusão crescentes do fenômeno intitulado ―redes de políticas‖, essas redes

podem ser consideradas alternativas para gerir políticas e projetos, cujos problemas são

1 Mestranda em Educação do Programa de Pós-graduação em Educação PPGE/Universidade Federal do Oeste

do Pará. E-mail: [email protected] 2 Pós-doutora em Psicologia (IP/USP). Doutora em Educação (URV/ES). Docente e Pesquisadora no stricto sensu

(mestrados e doutorado) na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Orientadora da pesquisa. E-mail: [email protected]

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diversos e complexos, com recursos limitados, além de ser constituídos por múltiplos atores.

Diante deste panorama, a cada dia ganha destaque o arranjo interorganizacional para

formulação e execução de políticas públicas, que por sua vez impõem vários desafios à sua

gestão desafios diversos aos que gerenciam essa rede de políticas. Portanto, a partir das

singularidades da região Amazônica, da gestão de sistemas em rede tratar-se de um objeto

complexo, podendo ocasionar fracassos a modalidade de ensino a distância apesar do

empenho dos atores envolvidos, um estudo como esse se justifica e ganha relevância no

espaço geográfico delimitado. Esta pesquisa em andamento tem como propositiva

compreender o processo de gestão de um polo apoio presencial no oeste paraense do Sistema

Universidade Aberta do Brasil, levando em consideração os obstáculos enfrentados e as

estratégias adotadas para efetivar uma educação superior a distância de qualidade.

MÉTODO: Este estudo adotará a abordagem qualitativo, do tipo estudo de caso, com

aplicação de entrevista, com o coordenador de polo e os coordenadores do Sistema da UAB

da instituição de ensino ofertante do(s) curso(s), além de observação sistemática e análise

documentos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: ao estudar as estruturas sociais Castells (2009) afirma que

devido a era da informação, os processos se encontram organizados em torno de redes, tendo

as tecnologias de informação como fornecedoras de base material ao crescimento arraigado na

estrutura social. Dentre as tecnologias propulsora desse movimento, temos a Internet,

considerada a coluna vertebral da comunicação no mundo, por meios dos computadores, a

Internet busca atender as necessidades da humanidade em âmbito global, dando origem a uma

teia mundial. Hoje essa rede é composta por milhões de usuário em todo mundo, gerando

mudanças em âmbito global; nesse turbilhão de mudanças, tempo não mais importa, em

períodos atemporal, passado, presente e futuro se fundem em uma sociedade mediada pela

tecnologias de informação e comunicação. Para Fleury e Ouverney (2007) essa nova forma de

redes de políticas, também chamada de estruturas policêntricas têm se destacado na nossa

sociedade; no entanto, gerir essa rede tem demandado desafios, devido características

peculiares desse modelo de gestão: múltiplos atores envolvidos no processo, tanto na

implementação, controle e avalição das políticas públicas; órgãos estatais descentralizado,

mas mutuamente dependentes, onde nenhum órgão tem o controle total do processo;

conferindo desafios diversos aos gestores desse sistema. Além disso, todos os atores da rede

devem trabalhar em prol do estabelecimento e manutenção de objetivos comuns e de uma

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dinâmica gerencial compatível e adequada. Até a publicação da LDB nº 9.394/96, o ensino a

distância era realizado de forma excepcional, passando a ser reconhecido como modalidade

educacional após a publicação da lei supracitada. No artigo 80, estabelece-se a

obrigatoriedade da solicitação de credenciamento além de determinar ações com vistas a

garantir oferta de ensino pautado em qualidade, dentre elas estão: regras de credenciamento,

avaliação e certificação dos cursos. Mediante as regras de credenciamento, as instituições,

públicas ou privadas, interessadas em ofertar cursos de nível superior a distância, têm o

mesmo tratamento que as ofertante dos cursos presencias. A revolução tecnológica tem

trazido inúmeros benefícios. Ao estabelecer a coexistência entre instituições privadas e

públicas na oferta do ensino superior a distância ou presencial, a Constituição Federal de 1988

no art. 209, preconiza que o ensino é aberto ao setor privado, desde que cumpram as normas

gerais vigentes da educação nacional e que possuam autorização emitida pelo poder público.

No caso da oferta de Ensino Superior, na modalidade presencial e/ou a distância, compete ao

Ministério da Educação e Cultura (MEC) o credenciamento. A autorização de cursos

presenciais limitam-se a localização geográfica, já os na modalidade a distância, abrangem a

sede e os polos cadastrados pela Instituição de Ensino Superior no Sistema e-MEC. Essa

novidade da educação na forma de aprender, é advento do mundo globalizado, que a partir da

explosão das novas tecnologias, oportuniza-se um maior intercâmbio entre alunos e

professores, possibilitando a combinação da flexibilidade da interação entre as pessoas,

independentemente do tempo e espaço. O desafio na consolidação deste novo modelo de

ensino/aprendizagem, está na adoção de uma nova postura destes atores, onde alunos e

professores possam interagir em um processo de aprendizagem pautado na coragem, na

criatividade e no dinamismo, cuja a essência seja, o diálogo e a descoberta (BEHRENS, 2005;

LEITZKE, 2012). Entretanto, não devemos nos deixar alienar, visto que, ainda com todos os

suportes midiáticos avançados proporcionados pelas TICs a serviço da educação, da

sociedade, a presença humana na gestão de sistemas e espaços de ensino, tem sido

fundamental no sucesso e até mesmo, responsável pelo fracasso de sistemas baseado em redes

de cooperação, assim como, na inserção de novos horizontes para a EaD em regiões carentes

do Ensino Superior Público de qualidade.

CONCLUSÕES: Uma vez que o estudo se encontra em andamento, a investigação se

encontra inconclusiva.

REFERÊNCIAS:

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A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA PARA A EDUCAÇÃO: ARTHUR SCHOPENHAUER – SUAS REFLEXÕES ACERCA DA LEITURA E ESCRITA

Thayllany Mattos dos Santos1

Ariane Rocha Macedo2

Lívia Cristinne Arrelias Costa3

[email protected] [email protected]

[email protected]

RESUMO: O presente estudo pretende indicar a relevância da disciplina de Filosofia no processo da formação

do indivíduo na sociedade. O objetivo da pesquisa é discutir a contribuição da filosofia de Schopenhauer para a

educação e os benefícios para a reflexão crítica, a partir da leitura e escrita. A metodologia utilizada foi a revisão

bibliográfica de artigos científicos e da obra ―A Arte de Escrever‖, de Arthur Schopenhauer, que faz parte da

antologia de cinco ensaios recolhidos de Parerga e Paralipomena (1851). Como resultado se observou que o

ensino da disciplina Filosofia possibilita a criação de parâmetros acerca do mundo de forma autônoma e a

formação do pensamento original e crítico. A filosofia, sendo ela o estudo do saber, requer que estejamos abertos

ao novo, demarcando espaços que sejam pertinentes para a educação. Dessa maneira fica claro o desafio para os

professores sobre como ensinar Filosofia nas escolas de maneira significativa para o desenvolvimento do EU,

estando abertos a questionamentos e possíveis formas de encarar o mundo, pois em algum momento todos nós

nos descobrimos existindo no mundo e interagindo nele, por meio da ação, sentir e pensar.

PALAVRAS-CHAVE: Filosofia, educação, pensamento crítico

INTRODUÇÃO: A disciplina de Filosofia revela um compromisso importante no contexto

da educação escolar. As disciplinas aplicadas em sala de aula devem garantir o acesso aos

saberes elaborados pelo processo de construção social. Estes saberes se constituem como

instrumentos para o desenvolvimento psíquico e intelectual do indivíduo, e permitem o

exercício da cidadania e a atuação no sentido de reavaliar os conhecimentos impostos na

sociedade suas crenças e valores.

Segundo Aranha e Martins (1992), a Filosofia é o estudo do conhecimento, não sendo

ela um conjunto de saberes prontos, ou seja, um sistema acabado, fechado em si mesmo. A

Filosofia trata de uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos como um todo,

analisando não só sua aparência, mas também todos os seus aspectos e possibilidades. A

filosofia é um modo de pensar construído através da observação de mundo. Dessa maneira ela

se volta para qualquer objeto procurando entender sua funcionalidade. Trata-se de um estudo

critico que coloca em dúvida pensamentos e questiona com perguntas intempestivas e dá a

possibilidade de enxergar o mundo com outras faces e compreender o sentido da vida.

1 Acadêmica do curso de Bacharelado em Psicologia do IESPES

2 Acadêmica do curso de Bacharelado em Psicologia do IESPES

3 Psicóloga e mestra em Teoria e Pesquisa do comportamento – UFPA; Docente do Curso de Psicologia do

IESPES

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No livro ―Arte de escrever‖ dividido em cinco ensaios, Schopenhauer (1851, p 31.) afirma

que:

Em contrapartida, a verdadeira formação para a humanidade exige universalidade e

uma visão geral; portanto, para um erudito no sentido mais elevado, algo como um

conhecimento enciclopédico da história. Mas quem quer se tornar um filósofo de

verdade precisa reunir em sua cabeça as extremidades mais afastadas da vontade

humana. Pois onde mais elas poderiam ser reunidas?

Com as colocações feitas por autores da Filosofia, se evidencia a importância de dar

atenção para a educação, orientando, acompanhando, norteando e desenvolvendo

potencialidades do indivíduo no sentido de construir pensamentos originais e críticos dentro

da sociedade em que se vive. Falar de filosofia é destacar a luta pelo fortalecimento da

autonomia dos pensamentos, é construir uma sociedade crítica e apta a dar opiniões

relevantes, é pensar em mudanças significativas no contexto cultural, social possibilitando a

quebra de paradigmas.

O objetivo do presente estudo foi indicar a importância da Filosofia na educação e o

fortalecimento das práticas no âmbito de ensino para que os educadores desenvolvam o seu

papel enquanto educadores da massa, assegurando o desenvolvimento intelectual do indivíduo

garantindo o exercício crítico e consciente da cidadania.

MÉTODO: O presente estudo foi realizado através de revisão bibliográfica de artigos

científicos retirados de bases de busca Scielo, Portal GENS e também pela análise da obra

intitulada ―A arte de escrever‖, de Arthur Schopenhauer, o qual auxiliará na discussão, sendo

analisados fatores críticos na construção do pensamento do indivíduo dentro da sociedade.

RESULTADO E DISCUSSÃO: Segundo Aspis (2004) o professor de filosofia, sem

dúvidas, deve ser filósofo, pois as aulas de Filosofia devem ensinar a filosofar e a produzir

conhecimento, sendo, portanto, a produção de Filosofia no ato de filosofar. Desse modo, se

aprende a fazer filosofia: praticando e tendo um modelo de como se faz. As aulas de Filosofia

não se tratam de verdades, mas sim de questionamentos. O professor cria problemáticas e

junto aos alunos tenta desenvolver meios de solucioná-los. O professor de Filosofia é o

instrumento do pensamento crítico; ele tem a chave de um espaço singular onde os alunos

poderão ter suas experiências filosóficas e relacioná-las com relações sociais construídas e

vividas por eles.

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Para o filosofo Schopenhauer (1851), só é possível pensar com profundidade aquilo

que se conhece. Por este motivo, deve-se aprender algo, mas também só é possível saber

aquilo que se pensou com profundidade. Ler e escrever filosoficamente é possibilitar o

pensamento ao êxito. Para ele apenas os pensamentos próprios são verdadeiros e tem vida,

pois somente ele pode ser entendido de modo autêntico e completo.

Para Schopenhauer ―às vezes é possível desvendar, com muito esforço e lentidão, por

meio do pensamento, uma verdade, uma ideia que poderia ser encontrada confortavelmente já

pronta num livro. No entanto, ela é cem vezes mais valiosa quando obtida por meio do

próprio pensamento‖ (1851, p 42.)

Porém, deve-se ressaltar que a construção do pensamento próprio só é possível através

da observação que possibilita o entendimento. E isso é aprendido no processo da formação

escolar a instrumentalização das formas de absorver o conhecimento, analisar e desenvolver

pensamento crítico

Segundo Diniz (2014), filosofar, dentro da estrutura escolar com as crianças,

adolescentes e jovens é capacitá-los para o debate, para a confrontação de ideias. Se a

Filosofia consiste na experiência com o conceito, é importante que o jovem estudante tenha a

oportunidade de fazer ele mesmo a experiência do pensamento e não apenas reproduzir.

Portanto, abrir espaços para uma educação filosófica com as crianças, adolescentes e jovens é,

acima de tudo, buscar um novo posicionamento diante da realidade social. Trata-se de sair do

senso comum e ir para a consciência crítica

De acordo com Saviani (1975), se a filosofia é uma reflexão sobre os problemas que a

realidade apresenta, as reflexões, entretanto devem ser realizadas de maneira profunda para

que possa ser considerada uma reflexão filosófica. O autor destacou três pontos fundamentais:

a radicalidade, o rigor e a globalidade. Dessa maneira, ao contrário da Ciência, a Filosofia

não tem objeto determinado; ela se constrói a partir de quaisquer aspectos da realidade, desde

que seja problemático; o campo de ação da Filosofia é o problema, esteja onde estiver para

filosofia é valido ser discutido não no sentido de solucioná-lo, mas no sentido de discuti-lo

para possivelmente solucioná-lo.

Para Schopenhauer (1851) é necessário que os professores de Filosofia ensinem aos

seus alunos a importância dos pensamentos próprios na formação de opiniões, mas não se

deve negar a importância da leitura para fundamentar o pensamento. A Filosofia é a

estruturação da análise crítica de mundo e a partir dele outras formas de conhecimento se

constroem, sendo, portanto, um benefício eminente à leitura e escrita. Evitando assim

prolixidades, e frases ambíguas que dizem mais do que o assunto realmente se trata.

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Nesse caso, também pode-se dizer que a Filosofia abre possibilidade para a Ciência;

por meio da reflexão, pois esta disciplina identifica o problema tornando possível a sua

delimitação e análise para possíveis estratégias e soluções.

Nas palavras de Schopenhauer:

No fundo, apenas os pensamentos próprios são verdadeiros e tem vida, pois somente

eles são entendidos de modo autentico e completo. Pensamentos alheios, lidos, são

como sobras da refeição de outra pessoa, ou como roupas deixadas por hospede na

casa.

Desse modo, não faz diferença ter um livro em mãos se o leitor não souber usar e de

nada serve o conhecimento da qual não se consegue entender. Como bem colocado pelo autor

―como roupas deixadas por hospede na casa‖ se não servir para alguém não terá utilidades

nenhuma e só ocupará espaço. Como um assunto quando não entendido como todo corre o

risco de cair no esquecimento, pois suas partes se encontram perdidas na escuridão e não se

tem acesso ao conhecimento da coisa em si, ou seja, o entendimento.

O estudo como se pôde observar buscou esclarecer a importância da filosofia no

processo de educação e da formação crítica do pensamento através da leitura e escrita.

CONCLUSÃO: A análise revelou que a Filosofia é necessária para o processo de formação

crítica dos pensamentos e não terá como função fixar princípios e objetivos para a educação;

mas sim discutir e promover a reflexão acerca dela. A Filosofia também não se reduz a uma

teoria geral da educação enquanto sistematização dos seus resultados. Sua principal função

está relacionada a acompanhar de forma reflexiva e crítica a atividade educacional com intuito

de explicitar os seus fundamentos na construção do conhecimento como um todo.

REFERÊNCIAS:

ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Temas de filosofia. São Paulo: Ed. Moderna, ano

1992. p 265.

ASPIS, R. P. L. O professor de filosofia: o ensino de filosofia no ensino médio como

experiência filosófica. Cad. Cedes, Campinas, vol. 24, n. 64, p. 305-320, set/dez. 2004.

DINIZ, R.V. W. A contribuição da filosofia na formação do pedagogo. Anais eletrônicos:

Universidade de Sorocaba- Uniso. Programa de Pós-graduação em Educação. Seminário

internacional de educação superior, p. 1-11. 2014

SAVIANI, D. A filosofia na formação do educador. Curso de Pedagogia - PUC/SP Publicado

na Revista D/doto, no l, janeiro de 1975.

SCHOPENHAUER, A. A arte de escrever. Tradução, organização, prefacio e notas de Pedro

Sussekind – Porto Alegre: Coleção L&PM POCKET, v. 479, 2005, p. 169.

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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA PARA A EMANCIPAÇÃO DO LEITOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Lindon Johnson Pontes Portela1

Luana Miranda Mota2

Genilce Viana2

Paula Cristina Galdino Guimarães3

[email protected]

RESUMO: O presente estudo compõe uma das etapas do Subprojeto de Pedagogia PIBID/CEULS, no Centro

Universitário de Santarém- CEULS/ULBRA em parceria com a Escola Municipal Profa Rosineide Fonseca.

Com este, objetivou-se descrever a importância de um projeto de ação literária na educação infantil e anos

iniciais do ensino fundamental, apresentar como se deu o incentivo à formação de leitores no projeto

desenvolvido na escola estimulando os dinamismos que ajudem a criar um sujeito literário, além de propostas de

ensino que efetuem o verdadeiro objetivo da literatura na escola, promovendo uma aprendizagem significativa a

partir da prática criticorreflexiva da leitura em sala de aula. A metodologia consistiu em pesquisa-ação, na qual

primeiro se buscou conhecer a realidade escolar e suas necessidades de incentivo à leitura. A partir das

intervenções, foi possível perceber que, entusiasmados pelos novos dinamismos da leitura, os alunos trocaram

apreciações acerca do que foi lido, mostrando que as opiniões se divergem por diferentes razões, seja pelo jeito

de ler, de perceber e valorizar. Logo, é inegável a importância da literatura como ferramenta de transformação

político-cidadã, pois através dela o leitor pode inferir, opinar e criticar.

PALAVRAS-CHAVE: literatura; leitura; Pibid/Ceuls.

INTRODUÇÃO: Um dos principais problemas na educação atual é a dificuldade que os

educandos têm de refletir sobre o mundo através da leitura crítica, reflexiva. Ampliar o

conhecimento de mundo sem o domínio da leitura e escrita é um desafio, mas faz-se

necessário que a escola busque resgatar o valor da leitura como ato de prazer e promoção de

cidadania.

Neste intuito, a literatura tem papel principal na construção do imaginário e da reflexão,

pois através dela conseguimos nos transportar para o desconhecido e explorar dimensões que

outrora permaneciam invisíveis. Como afirma Nelly Coelho (1997, p. 29), ―no encontro com a

literatura, os homens tem a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria

experiência de vida, em grau de intensidade não igualada por nenhuma outra atividade‖.

A literatura proporciona experiências que enriquecem o processo de formação do leitor,

pois, como defende Fanny Abramovich (1995, p. 143), ―Ao ler uma história, a criança

também desenvolve todo um potencial crítico. A partir daí, ela pode pensar, duvidar, se

perguntar, questionar... se sentir inquietada, cutucada, querendo saber mais e melhor...‖.

1Acadêmico do VIII semestre do Curso de Pedagogia do centro universitário luterano de Santarém – CEULS e

Bolsista de Iniciação à Docência no Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS 2Acadêmicas do Curso de Pedagogia do centro universitário luterano de Santarém – CEULS e Bolsista de

Iniciação à Docência no Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS 3Profa. no Curso de Pedagogia do Centro de Universitário Luterana de Santarém – CEULS e Bolsista Coord. De

Área do Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS.

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Assim, é extremamente importante a escola proporcionar o acesso a literatura se realmente

quer formar leitores autônomos, críticos, reflexivos.

Nessas perspectivas, o Projeto Viva a Literatura, coordenado por bolsistas do

Subprojeto de Pedagogia do Programa de Iniciação à Docência – PIBID/CEULS, desenvolveu

atividades permanentes de fomento à formação do leitor através da literatura infanto-juvenil.

Com os fins de promover o gosto pela leitura, despertar o interesse pela literatura e ampliar

conhecimento de mundo e autonomia do leitor, as atividades voltaram-se à educação infantil e

aos anos iniciais do ensino fundamental, tendo em vista o público da Escola Municipal de

Educação Infantil e Ensino Fundamental Profa. Rosineide Fonseca Vieira. Destaca-se que a

literatura foi apresentada de modo diferenciado e respeitando o ano escolar e o

desenvolvimento cognitivo de cada público-alvo.

Neste contexto, este estudo objetivou explicitar a importância de um projeto de ação

literária, assim como apresentar como ocorreu estímulo não só ao gosto pela literatura, mas

também à reflexão, relatando dinamismos que ajudam a formar um sujeito literário, além de

propostas de ensino que efetuem o verdadeiro objetivo da literatura na escola, promovendo

uma aprendizagem significativa a partir da prática criticorreflexiva da leitura em sala de aula.

MÈTODO: Neste estudo, buscou-se o caminho da pesquisa-ação, visto que o objetivo foi

conhecer as diferentes contribuições na aplicação de projetos sobre literatura a partir do

contexto da realidade do aluno. De acordo Thiollent (1985, p.14):

É um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em

estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no

qual os pesquisadores e os participantes da situação ou do problema estão

envolvidos e de modo cooperativo.

Usou-se como instrumento de pesquisa a observação que, segundo Marconi e Lakatos

(1999), ―(...) utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Consiste

em ver, ouvir e examinar fatos ou fenômenos‖. Desse modo, as observações sobre os

impactos do projeto foram registradas em diários de campo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os estudos bibliográficos sobre a importância da literatura

salientam que um de seus benefícios consiste em dar voz ao leitor para que este possa

escolher o que lê e opinar sobre a obra, possibilitando a construção de um conhecimento

criticorreflexivo. Nesse sentido, Abramovich (1995) nos diz que: ―Ao ler uma história, a

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criança também desenvolve todo um potencial crítico. A partir daí, ela pode pensar, duvidar,

se perguntar, questionar...‖. Portanto, o ambiente deve ser propício para que o discente tenha

essa liberdade possibilitando em longo prazo a formação de um cidadão político.

Nesta perspectiva, o projeto desenvolveu diversas atividades em torno da literatura. Os

encontros eram quinzenais e atendiam diferentes turmas em fases distintas de

desenvolvimento. As propostas metodológicas desenvolviam-se desde mediação de leitura e

contação de histórias, com incentivo ao reconto e exploração dos sentidos do texto de uma

maneira a incentivar a produção oral e escrita dos discentes.

Os alunos se encontravam num comodismo sendo imposto o que ler, sem ter escolha

nem liberdade para selecionar os livros, pois o professor se baseava muitas vezes não pela

qualidade do livro, mas pela facilidade do que a leitura lhe possibilitava.

A partir das intervenções foi possível perceber que, entusiasmados pelos novos

dinamismos da leitura, os alunos trocaram apreciações acerca do que foi lido, mostrando que

as opiniões se divergem por diferentes razões, seja pelo jeito de ler, de perceber e valorizar.

Ressaltando sobre o que foi dito, Fanny Abramovich (1995, p. 147) afirma que

―(...) também pode haver ocasiões em que se troquem opiniões... E constatar que

cada um pode ter amado ou detestado o mesmo livro, por razões mui diferentes... Ou

através dos olhos dos colegas, se deter em aspectos que não havia notado, se dado

conta... E talvez – por isso – mudar de opinião. Mas de qualquer modo, a classe ou

grupo que estives trocando apreciações perceber que não há necessidade de haver

unanimidade de opinião... mais importante é aprender a respeitas os pontos de vista

dos outros – diferentes dos seus – os diversos jeitos de ler, de perceber, de valorizar

ou de não ligar...‖ ABRAMOVICH (1995, p. 147)

Assim, buscou-se somar para formação de leitores autônomos e críticos, envoltos pela

magia que esse mundo proporciona. Por meio da literatura, o leitor é capaz de projetar-se no

mundo da ficção, bem como refletir de modo criticorreflexivo sobre o mundo que o cerca.

CONCLUSÃO: Para se formar leitores, faz-se necessário materiais de qualidade e práticas

pedagógicas de incentivo à leitura. No quesito materiais, faz-se necessário um rico e

diversificado acervo de obras literárias e o critério da escolha deve ser pela qualidade e pelas

possibilidades que este pode proporcionar e não pela pronta entrega que ele oferece. Quanto

às práticas pedagógicas, é importante que tais práticas fomentem, além do gosto pela

literatura, capacidades e estratégias de leitura crítica/reflexiva, o que é possível promover

desde a educação infantil, como o projeto Viva a literatura mostra.

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Enfim, a escola precisa se preocupar não apenas em disponibilizar de acervo ou

biblioteca, mas também em construir práticas pedagógicas que englobem todo o contexto

escolar e a sala de aula, através de projetos permanentes de leitura.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura intantil. 5º ed. São Paulo: Scicione, 1995.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 8° edição. São Paulo: Cortez,1998.

MARCONI. M. A.; LAKATOS, E.M. metodologia da pesquisa em Ciências Sociais. São

Paulo: atlas, 1999.

COELHO, Nelly Novais. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: ática, 1997.

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A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS NA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE MOJUÍ DOS CAMPOS - PA

Dircilene Lopes Guimarães1

Alessandra Damasceno da Silva2

Edson Pereira dos Reis3

Gilbson Santos Soares4

Raimundo Cosme de Oliveira Junior5

[email protected]

RESUMO: A presente monografia buscou verificar a importância do Programa de Aquisição de Alimentos

(PAA) na comercialização dos produtos da agricultura familiar no município de Mojuí dos Campos (PA). O

objetivo da pesquisa foi investigar de que forma o programa influenciou nas três características desejáveis de

melhoria dos alimentos: escala de produção, regularidade da oferta e na qualidade dos alimentos, pois embora a

agricultura familiar seja uma atividade importante para a fixação do homem no campo e na geração de emprego

e renda, os produtores ainda enfrentam muitas dificuldades para acessar o mercado. A metodologia utilizada no

estudo foi predominantemente qualitativa. Para tal, foram aplicados questionários semiestruturados com 28

agricultores beneficiários e 7 entidades socioassistênciais. A mesma foi realizada no ano de 2015, no município

de Mojuí dos Campos, por possuir o maior número de participantes do projeto na modalidade Compra com

Doação Simultânea - CPR. O PAA é um programa que ainda necessita de muitas melhorias, no entanto, este é

uma política pública importante para a agricultura familiar e de combate à insegurança alimentar e nutricional.

PALAVRAS-CHAVE: comercialização, agricultura familiar política pública.

INTRODUÇÃO: A agricultura familiar é um segmento da economia que ganha espaço no

cenário nacional, não somente pelo abastecimento do mercado interno, mas também pela

geração de renda a milhares de brasileiros. No entanto, ainda é marcada pela desigualdade de

renda, e visivelmente carente de autonomia e planejamento comercial. Segundo Lima &

Toledo (2004), a falta de planejamento da atividade, controle de produção, conhecimento de

mercado, informação sobre a qualidade do produto, legislação em vigor e baixa escala e

produção, são alguns fatores que limitam a agricultura familiar. Pesquisas demonstram que

até a década de 1990, a agricultura familiar foi sistematicamente ignorada pelo governo, e

somente a partir de 1996, com a criação do Programa Nacional de Fortalecimento da

Agricultura Familiar (PRONAF), as políticas públicas voltadas para esse setor começaram a

emergir, dentre elas o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA.

O PAA foi instituído pela Lei N° 10.696, de 02 de julho de 2003, sendo um programa

do governo federal, que tem como principal objetivo a aquisição e distribuição de alimentos,

garantindo o acesso às pessoas que se encontram em situação de insegurança alimentar ou

1 Discente Agronomia; Centro Universitário Luterano de Santarém –CEULS/ULBRA.

2 Eng. Agríc. Msc. Rec. Naturais da Amazônia; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

3 Agr. Esp. em Tecnologia de Alimentos; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

4 Biólogo Msc. em Melhoramento Genético; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

5 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

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nutricional, e desenvolvendo ações que estimule e fortaleça a agricultura familiar (BRASIL,

2003). O PAA está dividido em seis modalidades: Compra Direta da Agricultura Familiar –

CDAF; Formação de Estoque pela Agricultura Familiar – CPR Estoque; Incentivo à Produção

e Incentivo de Leite – PAA Leite; Compra Institucional; Aquisição de sementes e, Compra da

Agricultura Familiar com Doação Simultânea – CPR Doação.

Os alimentos são comprados pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB),

prefeituras e governos estaduais, por intermédio de convênios com Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate a Fome - MDS e Ministério do Desenvolvimento Agrário

(MDA), sem o uso de licitação, sob preço de referência de atacado regional do mercado. Para

alguns alimentos o preço é estabelecido por um grupo gestor interministerial: Ministério da

Fazenda; Planejamento, Orçamento e Gestão; MDA, Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA), CONAB e Ministério da Educação - MEC (VIEIRA, 2008).

O PAA surge como uma política pública inovadora, pois além de garantir a

comercialização dos produtos advindos da agricultura familiar, impulsiona a dinâmica local e

o desenvolvimento rural, distribuindo estes alimentos às pessoas que encontram-se em

situação de insegurança alimentar e nutricional (CYNTRÃO, 2008).

Segundo Bezerra (2011), embora a agricultura familiar seja responsável por 80% da

produção de alimentos da região Amazônica, muitos agricultores ainda enfrentam grandes

desafios na comercialização de seus produtos e na organização de sua produção. Destes, 48%

ainda destinam sua produção aos intermediários ou atravessadores (IPEA, 2008). Essa

―classe‖ faz parte do público alvo do PAA e de outras políticas públicas de combate à

pobreza.

O PAA está promovendo formas de acesso dos agricultores familiares ao mercado,

sendo assim, uma ferramenta importante para as famílias e suas organizações, facilitando o

escoamento da produção e atendendo a demanda local e regional. O objetivo da pesquisa foi

investigar de que forma o PAA influenciou na produção, regularidade da oferta e qualidade

dos alimentos produzidos no município de Mojuí dos Campos.

MÉTODO: Baseado nas informações cedidas pela coordenação do PAA sobre os agricultores

participantes foram aplicados questionários semiestruturados entre os beneficiários do projeto,

na modalidade CPR. Estes produtores foram indicados pela coordenadora do programa, pelos

membros da Cooperativa Mista Agroextrativista do Tapajós (COOMAPLAS) e pelos próprios

beneficiários. As entidades carentes participantes do programa também responderam aos

questionários. O Programa foi implantado em julho de 2010 na região do Baixo Amazonas e

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em seus cinco anos de operação, o projeto atende a 589 agricultores familiares, incluindo a

região de Belterra, planalto e várzea. O município de Mojuí dos Campos foi escolhido por

possuir o maior número de agricultores familiares beneficiários, com 284 agricultores.

Os dados qualitativos foram analisados através da interpretação do conteúdo expresso nas

entrevistas realizadas. As bases dos dados quantitativos auxiliaram na interpretação do perfil

socioeconômico dos agricultores, permitindo analisar se o PAA influenciou mudanças na

forma de escala da produção, na regularidade da oferta dos produtos e na sua qualidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Do perfil dos agricultores familiares entrevistados, 79%

sempre trabalharam dentro do meio rural e 82% afirmaram que houve aumento da renda após

sua participação do PAA. Segundo Vieira (2008), muitas famílias buscam ocupações fora da

unidade familiar, não como uma alternativa vantajosa de emprego, mas para complementar a

renda ou reforçar seu capital de giro, em ―empregos de refúgio‖, de baixa renumeração. O

aumento dessa escala é vista por muitos pesquisadores como uma maneira de aumentar os

lucros e minimizar os custos, intensificando a competitividade (VIEIRA, 2008). Quanto à

escala de produção, constatou-se que 75% passaram a produzir mais hortaliças, macaxeira,

mandioca e frutas depois do incentivo do Programa.

Os produtores que não conseguem cumprir a regularidade da oferta, afirmaram que o

motivo seria a frustação de safra por problemas climáticos e pelo período de entrega dos

alimentos para o PAA. Azevedo (1997) descreve que um dos principais condicionantes da

oferta de produtos agrícolas é a natureza biológica da produção (condições climáticas e

sazonalidade dos alimentos). Dentre as principais dificuldades para participar do PAA, a

documentação exigida (32%), é o maior empecilho. Cordeiro (2007), com pesquisas

realizadas em várias regiões do Brasil com agricultores familiares, pescadores e extrativistas

indicaram a necessidade da Declaração de Aptidão ao Pronaf – DAP, como o principal

problema.

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Figura 1 - Principais dificuldades para os beneficiários participarem do PAA.

CONCLUSÃO: A inclusão dos agricultores no PAA tem incentivado os mesmos a melhorem

a qualidade de seus produtos. Contudo, a qualidade ainda é limitada a entrega de alimentos

embalados e transportados de acordo com as características de cada produto. As limitações e

dificuldades que fragilizam a operacionalização e o melhor desempenho do programa,

dificultam seu pleno desenvolvimento.

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, P. F. Comercialização de produtos Agroindustriais. In: BATALHA, M. O

(org.). Gestão agroindustrial, São Paulo, v. 1, Ed: Atlas, 1997.

BEZERRA, N. R. C. A Amazônia e os novos paradigmas de Desenvolvimento Rural: Uma

breve reflexão teórica. Revista Brasileira de Agroecologia. N. 6, V.2, Belém, PA, pg.42-

2011.

BRASIL. Decreto-lei no 10.696, de 2 de julho de 2003. Dispõe sobre a repactuação e o

alongamento de dívidas oriundas de operações de crédito rural, e dá outras

providências: edição federal, Brasília, 2003. Suplemento.

CORDEIRO, A. Resultados do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA: a

perspectiva dos beneficiários. Brasília: CONAB, 2007.

CYNTRÃO, F. M. C. Programa Aquisição de Alimentos (PAA): uma comparação entre

dois Estados do Brasil. Brasília. 2008. 80 f. Dissertação (Mestrado em Agronegócios) -

Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2008. Dissertação

de Mestrado.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA – IPEA. Comunicado n. 42 –

PNAD 2008: Primeiras análises – O setor rural. 2010. 24 p.

LIMA, L. S. & TOLEDO, J. C. Gestão Integrada da Agricultura Familiar: módulo –

Gestão da Qualidade, 2004.

VIEIRA, D. F. A. Influência do Programa de Aquisição de Alimentos na comercialização

dos produtos da agricultura familiar: o caso do município de Paracatu em Minas Gerais.

2008. 162 f. Dissertação (Mestrado em Agronegócios)-Universidade de Brasília, Brasília,

2008.

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A OBRIGATORIEDADE DO MUNICÍPIO DE PRESTAR O SERVIÇO PÚBLICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E A SITUAÇÃO NOS BAIRROS PÉROLA DO MAICÁ E MARARU EM SANTARÉM/PA

Ana Ida Guimarães Florenzano

1

[email protected]

Nayara Ramíres Mota de Sousa2

[email protected]

Orientadores: Miguel Borghezan3

Natálya Campos Matos4

RESUMO: A Lei de Saneamento Básico estabelece como paradigma a universalização de acesso aos serviços

de saneamento, abarcando dentro desse conceito abastecimento de água e o tratamento da rede de esgoto. O

objetivo deste trabalho é identificar as formas de abastecimento de água nos bairros Pérola do Maicá e Mararu,

situados em Santarém-PA, e verificar se há a observação das exigências legais, principalmente, no que diz

respeito a obrigação do Município em prestar o serviço de abastecimento de água. Para tanto, foi aplicado um

formulário contendo 21 questões abertas junto à Associação de Moradores de ambos os bairros e a partir da

categorização dos dados coletados, realizou-se análises interpretativas.

PALAVRAS-CHAVE: Acesso à água. Serviço Público. Obrigação do Município.

INTRODUÇÃO: Vamos analisar o acesso à água nos Bairros Pérola do Maicá e Mararu,

localizados no Município de Santarém/PA. Há obrigatoriedade de o Município prestar esse

serviço (art. 30, V, CF). A água é um bem público (art. 1º, I, Lei nº 9.433/97), necessária à

manutenção da vida de todos os seres. Seu abastecimento urbano constitui um direito

garantido pelo ordenamento jurídico (Lei nº 11.445/2007). O estudo foi motivado

principalmente pela insatisfação da população quanto ao serviço realizado, vez que o acesso à

água potável não é realidade para grande parcela dos domicílios santarenos, principalmente os

localizados na periferia da cidade.

Estabelece o art. 5º, caput, da Constituição que ―todos são iguais perante a lei‖,

garantida a ―inviolabilidade do direito à vida‖. No art. 196 a CF garante o direito à saúde. O

abastecimento de água potável está diretamente vinculado a esses fundamentos.

Começamos por indagar em que consiste o dever do Município de Santarém/PA de

prestar o serviço público de abastecimento de água, nos termos das normas de regência.

Apresentaremos a forma de prestação desse serviço nos Bairros Pérola do Maicá e Mararu, e,

1 Acadêmica do 4º semestre do Curso de Direito do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Pesquisadora voluntária de

iniciação científica (PROICT/2016). 2 Acadêmica do 4º semestre do Curso de Direito do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Pesquisadora voluntária de

iniciação científica (PROICT/2016). 3 Professor do Curso de Direito e Pesquisador do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Mestre em Direitos

Fundamentais e Relações Sociais. Advogado. Vice-Presidente do FOPIESS. 4 Pesquisadora voluntária no CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Especialista em Direito Constitucional Aplicado.

Advogada com inscrição licenciada. Assessora Jurídica no Ministério Público Federal - Procuradoria da República em Santarém/PA.

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por fim, analisaremos a situação atual nos bairros citados quanto ao acesso à água, anotando

algumas consequências jurídicas importantes.

MÉTODO: Trata-se de pesquisa onde se investiga a forma de abastecimento de água na área

urbana de Santarém, coordenada pelo Prof. Miguel Borghezan (CEULS), que teve visita de

campo nos Bairros Pérola do Maicá e Mararu1. A coleta de dados deu-se por formulário

aplicado aos representantes dos bairros, que identificou de que forma ocorria o abastecimento

de água nos domicílios e se havia apoio do Município na efetivação do direito de acesso à

água potável. Os dados obtidos foram analisados de acordo com o foco de interesse do estudo.

O método de abordagem utilizado foi o hipotético dedutivo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O art. 30, inciso V, da Constituição estabelece ser

competência dos Municípios ―organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão, os

serviços de interesse local (...)‖, incluído o saneamento básico. Na mesma direção, a Lei

Orgânica de Santarém/PA, em seu art. 7º, I, dispõe competir ao Município, no exercício de

sua autonomia, legislar sobre assuntos de interesse local. O art. 22 do Código de Defesa do

Consumidor determina que: ―os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,

permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer

serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos‖. Acentua essa

obrigação o art. 6º da Lei nº 8.987/95. Por fim, a Lei n° 7.783/89, em seu art. 10, I, apresenta

o abastecimento de água como serviço essencial.

Por ser o abastecimento de água potável, um serviço de interesse local de caráter

essencial, compete ao Município de Santarém sua prestação. Pode-se perceber a relação direta

desse serviço com a saúde, vez que a qualidade da água ofertada aos munícipes mantém

relação profunda com a saúde e a vida humanas.

Hely Lopes Meirelles afirma que os serviços públicos podem ser prestados diretamente

pela Administração Pública, por meio de seus órgãos; ou, indiretamente, por delegação,

mediante concessão e permissão, para atender interesses da coletividade. Nesse sentido,

estabelece o artigo 175, caput, da Carta Maior: ―Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,

diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a

prestação de serviços públicos (...)‖.

1 Trata-se do seguinte projeto de pesquisa, coordenado pelo Prof. Miguel Borghezan, do curso de Direito do

CEULS/ULBRA: "Principais causas que impedem o universal acesso à água potável em Santarém (PA), Políticas Públicas e o Judiciário". As visitas de campo foram realizadas em 16.04.2016 (Mararu) e em 03.09.2016 (Pérola do Maicá).

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Portanto, a prestação do serviço público de abastecimento de água é dever do

Município, que pode ofertá-lo de forma direta ou indireta, sendo este último caso dividido em

duas modalidades: autorização ou delegação. Importa discorremos somente sobre a delegação

do serviço público, haja vista que é a forma atual do serviço de abastecimento de água em

Santarém. Dessa maneira, salienta-se que na prestação do serviço público na modalidade

descentralizada de delegação - concessão ou permissão -, o Poder Público transfere a terceiros

a execução de certos serviços e atividades, na forma legalmente regulamentada.

O abastecimento de água em Santarém é realizado parcialmente pela Companhia de

Saneamento do Pará – COSANPA, concessionária que deveria abastecer de modo universal a

área urbana do Município.

Em que pese haver disponibilidade de água superficial e subterrânea, os problemas

referentes à falta de água potável em muitos bairros de Santarém persistem e atingem níveis

dramáticos. Foi verificado isto, a partir da pesquisa de campo realizada nos Bairros Pérola do

Maicá e Mararu. Dentre os aspectos investigados destacamos a seguir o número de domicílios

em cada bairro (Tabela1) e a forma de abastecimento de água (Tabela 2), indicando se os

serviços são da COSANPA, microssistemas ou poços particulares.

Tabela 1: Quantidade de domicílios

Tabela 2: Meios de abastecimento de água

BAIRROS Nº DE DOMICÍLIOS EM CADA BAIRRO

PÉROLA DO

MAICÁ 540

MARARU 500

BAIRROS FORMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

PÉROLA DO

MAICÁ

Não há a distribuição de água pela COSANPA,

nem por microssistemas. Cerca de 90% (noventa

por cento) dos domicílios têm poços próprios

(artesianos ou cacimbas, do tipo amazonas, com

4 a 5 metros de profundidade).

MARARU O abastecimento de água é feito por meio de um

microssistema e poços particulares.

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Nos Bairros pesquisados, como se verifica na Tabela 2, não há a prestação do serviço

público de água por meio da COSANPA e a presença de microssistema somente ocorre no

Bairro Mararu.

No Bairro Pérola do Maicá, o acesso à água acontece por meio de poços particulares,

cerca de 486 (quatrocentos e oitenta e seis) domicílios utilizam essa forma de abastecimento.

No Bairro Mararu há aproximadamente 25 (vinte e cinco) domicílios com poços particulares,

haja vista que a maioria desses recebe água por meio do Microssistema.

Desde logo, nota-se a ineficácia do serviço prestado pela COSANPA no Município de

Santarém. E, embora, o Bairro do Mararu seja atendido pelo microssistema, o serviço é

reduzido, uma vez que a disponibilidade de água, em média, é de três horas por dia.

Quando indagado às associações de moradores dos bairros pesquisados, se gostariam

que o abastecimento de água fosse realizado pela COSANPA, o Bairro Pérola do Maicá

respondeu favoravelmente, uma vez que a implantação de um microssistema não atenderia as

necessidades dos domicílios, porque o Bairro está em constante expansão. Já no Bairro

Mararu, há certa desconfiança por parte dos moradores por conta da ideia de inércia que a

COSANPA transmite. Citaram ainda que duas escolas públicas possuem poços próprios,

todavia um deles foi desativado e nenhuma providência foi tomada. Preferem que o

abastecimento continue sendo realizado pelo microssistema, uma vez que só ocorre falta de

água quando não há energia elétrica ou nos dias em que são realizadas as manutenções.

Considerando a forma de abastecimento nesses Bairros, nota-se que o serviço ofertado

no Município de Santarém/PA pela COSANPA ainda tem muito a melhorar. São inúmeras e

recorrentes as reclamações dos munícipes acerca da falta de água potável em diversos bairros.

Destaca-se que a situação encontrada nos Bairros Pérola do Maicá e Mararu é de total

descaso do Poder Público. No primeiro Bairro a situação é alarmante, os moradores são

obrigados a consumir água sem adequado padrão de potabilidade. Os poços do tipo amazonas,

com 4 (quatro) a 5 (cinco) metros de profundidade são os que prevalecem no local, o que

coloca em risco a saúde e até a vida de moradores. No segundo Bairro os domicílios são

abastecidos por um microssistema, porém, não há qualquer apoio do Município. A solução

para essa problemática interessa a todos e deve ser urgente.

CONCLUSÃO: O Município, conforme vimos, tem obrigação de abastecer a área urbana de

Santarém/PA. Contudo, embora sua riqueza de água subterrânea e superficial, não está

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cumprindo esse dever jurídico. Não oferece o serviço nos Bairros Mararu e Pérola do Maicá,

obrigando os moradores a buscarem sistemas alternativos de distribuição de água, sendo

exemplo os poços particulares e microssistema. Sem dúvida o Município está em débito,

enquanto isso muitas famílias sofrem e são prejudicadas pela ineficácia ou pela ausência desse

importantíssimo serviço de interesse local. É necessário reagir com providências, pois a água

é direito fundamental. O fato de existir um contrato de concessão entre Município e

COSANPA, não exime o Poder Público Municipal de suas obrigações legais.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição Federal. Brasília – DF, 1988.

_______. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o

saneamento básico. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-

2010/2007/lei/l11445.htm. Acesso em: 5 Out. 2016.

_______. Lei nº 9.433/97, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos

Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm. Acesso em: 3 Out. 2016.

_______. Lei nº 7.783, De 28 de Junho de 1989. Dispõe sobre o exercício do direito de greve,

define as atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da

comunidade, e dá outras providências. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7783.htm. Acesso em: 9 Out. 2016.

_______. Lei nº 8.078, de 11 de Setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e

dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm.

Acesso em: 9 Out. 2016.

_______. Lei nº 8987, de 13 de Fevereiro de 1995. Dispõe sobre o regime de concessão e

permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá

outras providências. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8987cons.htm. Acesso em: 12 Out. 2016.

_______. Lei Orgânica do Município de Santarém, de 5 de abril de 1990.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 26 ed. São Paulo: Malheiros

Editores, 2001.

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A PESQUISA NO ENSINO SUPERIOR E AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: REPRESENTAÇÕES ENTRE FUTUROS PROFESSORES

Luiz Carlos Rabelo Vieira1

[email protected]

RESUMO: o objetivo da pesquisa foi analisar as representações de futuros profissionais da educação sobre a

pesquisa no ensino superior com apoio das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Os dados foram

produzidos junto a 10 discentes (de 19 a 24 anos de idade) de cursos de graduação (licenciatura) de uma

universidade pública de Santarém-Pa. Para tanto, foram utilizadas as técnicas do questionário e da entrevista. Os

resultados evidenciaram que as TIC são consideradas recursos apoiadores da pesquisa no ensino superior, sendo

este ato acadêmico um dos alicerces fundamentais à formação profissional.

PALAVRAS-CHAVE: educação superior, pesquisa, tecnologia educacional.

INTRODUÇÃO: A educação superior no Brasil tem suas origens no século XIX. Por serem

elitistas, as instituições focavam mais o ensino do que a investigação, prevalecendo, assim, a

orientação profissional. Somente em 1968, pela Reforma Universitária, as Instituições de

Ensino Superior (IES) passam a se basear em princípios, fundamentalmente no do tripé

ensino, pesquisa e extensão. Por meio da Constituição de 1988 e homologação de Leis, foi

promovida a regulamentação desse nível de educação escolar no País. Neste, a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação – LDB, Lei nº 9.394/96 (BRASIL, 1996), é o marco

regulatório decisivo da formação dos quadros profissionais de nível superior, destacando que

a finalidade desse grau de educação – a ser ministrado em IES, públicas ou privadas – é

fomentar o pensamento reflexivo e o espírito científico direcionados à criação e divulgação de

conhecimentos culturais, científicos e técnicos, mediante o incentivo ao ensino, à pesquisa e à

extensão.

As IES, estabelece ainda a LDB, são instituições pluridisciplinares de formação,

pesquisa, extensão e propriedade/produção do saber humano. Nesse lócus a problematização

dos conhecimentos historicamente produzidos, analisam Pimenta e Almeida (2011), é

imprescindível na construção da sociedade frente às demandas e dos novos desafios.

A pesquisa, enquanto princípio científico e educativo (DEMO, 2011), é imprescindível

no tocante ao processo de formação dos quadros profissionais de nível superior,

especialmente na formação de professores. Enquanto elementos que estruturam esse princípio

estão as tecnologias educacionais, notadamente as Tecnologias de Informação e Comunicação

(TIC), dentre as quais Pocho et al. (2014) elencam, por exemplo, o computador, a internet, o

data show, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem, a audio e videoconferências, o correio

1 Mestrando em Educação, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação, Universidade Federal do

Oeste do Pará-UFOPA.

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eletrônico e a lousa eletrônica ou digital. Integrar as TIC no âmbito educacional é o ponto

crucial que faz dessa relação um tema desafiador a ser posto em reflexão. Logo, a seguinte

problemática é estabelecida: que representações futuros professores apresentam sobre a

pesquisa no ensino superior com apoio das TIC?

Com base no exposto, o objetivo da pesquisa foi analisar as representações de futuros

professores sobre a pesquisa no ensino superior com apoio das TIC.

MÉTODO: Trata-se de um estudo com abordagem mista (qualitativa-quantitativa) e

descritiva (LANKSHEAR; KNOBEL, 2008). Participaram 10 discentes de cursos de

graduação (licenciatura), modalidade presencial, de uma universidade pública de Santarém-

Pa.

Para a produção dos dados foram utilizadas duas técnicas criadas pelos pesquisadores

em interface às literaturas consultadas: questionário autoaplicável e entrevista não

estruturada/focalizada com uma pergunta. O questionário, porque é uma técnica importante

para a identificação de tendências ou preferências em um número de pessoas, e a entrevista,

porque é a técnica cuja ênfase está em obter informações (experiências, opiniões, atitudes,

sentimentos) desejadas de uma pessoa, definem Lankshear e Knobel (2008).

O questionário aplicado constou de dados para a caracterização da amostra, como

idade, sexo e curso. Por sua vez, a entrevista utilizada constou da questão da pesquisa:

particularmente, o que você entende por pesquisa no ensino superior com apoio das

tecnologias de informação e comunicação? As informações produzidas com esta técnica

foram gravadas em forma de áudio em um dispositivo móvel (celular).

Os dados do questionário foram analisados por meio da estatística descritiva, com a

determinação das frequências absoluta e relativa. Os da entrevista, após terem sido digitados

em programa de texto, foram analisados por meio da metodologia do Discurso do Sujeito

Coletivo (DSC), criada por Lefevre e Lefevre (2005), a qual é embasada no conceito das

representações sociais e se constitui num recurso que promove a análise das opiniões coletivas

na intenção de dar conta da discursividade coletiva. Essa metodologia leva em consideração

que o discurso apresenta-se como uma variável qualitativa (porque trata de um produto a ser

qualificado a posteriori pela investigação) e quantitativa (porque, sendo um pensamento

coletivo, tem de expressar as opiniões divididas por um grupo quantitativo de pessoas).

Permite, dessa forma, a extração de expressões chave, ideias centrais, ancoragem e o DSC que

têm função discriminadora, ao descrever e nomear de forma sintética e precisa o(s) sentido(s)

contido(s) em cada resposta analisada, além de expressar a opinião/pensamento coletivo,

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mediante a unificação/agrupamento dos discursos dos emissores. Logo, fica notória a

contribuição de todas as pessoas, cada uma com sua fração de pensamento ao DSC.

Esta investigação seguiu as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas

envolvendo seres humanos, conforme a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do

Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). Todos os discentes assinaram um termo de

consentimento livre e esclarecido para a participação no estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre os 10 discentes, metade foi composta por mulheres.

Todos apresentaram idade de 19 a 24 anos, dos cursos de Licenciatura em Informática Educacional e

de Licenciatura Integrada em Matemática e Física, em Biologia e Química e em Letras Português e

Inglês.

Pela análise das respostas da questão indutora da entrevista, inicialmente

identificamos, por meio qualitativo, as ideias centrais e construímos o DSC. Com isso,

chegamos a três construções principais (ideias centrais A, B e C).

Ideia central A: Pesquisa no ensino superior com apoio das TIC entendida como um

dos alicerces do ensino superior importante para a formação profissional com base no uso de

tecnologias digitais.

DSC: Eu entendo a pesquisa no ensino superior com utilização das TIC como alicerce

do ensino superior, assim como o ensino e a extensão. É, dessa forma, importante para a

formação profissional, pois o uso de tecnologias digitais no processo educacional,

principalmente no ensino superior, é uma necessidade nos tempos atuais.

Percebeu-se o predomínio do discurso acima dentre os participantes, traduzindo um

alinhamento com o que rege o texto da LDB em matéria do ensino superior quanto ao tripé

ensino-pesquisa-extensão, sendo as TIC consideradas importantes ao primeiro quesito.

Ideia central B: Pesquisa no ensino superior com utilização das TIC entendida como

um dos pontos principais do ensino superior, embora as TIC não sejam determinantes nesse

processo.

DSC: Eu entendo a pesquisa no ensino superior com utilização das TIC como um dos

pontos principais do ensino superior, ao lado do ensino e da extensão, embora as TIC não são

determinantes nesse processo, pois outras tecnologias, como apostilas e livros, são

importantes e ainda muito empregadas pelos docentes universitários.

Enquanto o segundo mais predominante dentre os participantes, o discurso supradito

evidencia que as TIC não são decisivas no que tange à pesquisa no ensino superior, pois

recursos não eletrônicos, com frequência, são utilizados para esse fim.

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Ideia central C: Pesquisa no ensino superior com apoio das TIC entendida como um

meio para o desenvolvimento profissional com qualidade, frente às novas exigências da

sociedade da informação, cujas TIC são ferramentas fundamentais.

DSC: A pesquisa no ensino superior com utilização das tecnologias de informação e

comunicação é um meio para o desenvolvimento com qualidade da profissão, considerando-se

as exigências da atualidade da sociedade da informação. As TIC, nesse processo, são

ferramentas fundamentais por possibilitarem a autonomia do aluno em relação aos estudos e

facilitar a produção de conhecimento.

Percebe-se, por meio do discurso supradito que a pesquisa é vista como um item de

qualidade para a formação profissional, sendo as TIC consideradas ferramentas.

A figura abaixo mostra a frequência de respostas à questão da pesquisa. Percebe-se

que a metade dos participantes tem representação que conduziu à ideia central A.

Figura. Frequência de respostas à questão: particularmente, o que você entende por pesquisa no ensino superior

com utilização das tecnologias de informação e comunicação? N=10, Santarém-Pa, 2016.

Nota-se, por meio das ideias centrais criadas com base nos discursos dos participantes,

que as TIC apoiam a pesquisa no ensino superior. Esses recursos, examinam Morosini et al.

(2016), são considerados elementos compulsórios nos processos dos indicadores de qualidade

no ensino de graduação. Sua integração no âmbito educacional trata, por sinal, dentre os

desafios e perspectivas da educação superior brasileira para a próxima década à luz do Plano

Nacional de Educação (PNE) 2011-2020, aludem Speller, Robl e Meneghel (2012).

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É fundamental, para que haja uma efetiva integração sistematizada, haver no cenário

multifacetado das IES, marcado por tendências diversas, divergentes e contraditórias, a

formação continuada de professores universitários face à presença das TIC nos processos

educacionais (PRETTO; RICCIO; 2010; KENSKI, 2015), fundamentalmente no que refere à

formação de futuros profissionais da educação (LOPES; FURKOTTER, 2010).

CONCLUSÃO

Conclui-se, por meio das representações dos futuros profissionais da educação

investigados, que as TIC são consideradas recursos apoiadores da pesquisa no ensino

superior, sendo este ato acadêmico um dos alicerces fundamentais à formação profissional.

Sugere-se, portanto, o aprofundamento dessa reflexão em futuros estudos de modo a

contribuir ao corpus teórico sobre o tema.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e Bases da Educação

Nacional. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil, Brasília, 23 de dezembro de

1996.

_______. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Acesso em: 05/06/2015.

Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf.

DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

KENSKI, V. M. A urgência de propostas inovadoras para a formação de professores para

todos os níveis de ensino. Rev. Diálogo Educ., v. 15, n. 45, p. 423-441, 2015.

LANKSHEAR, C.; KNOBEL, M. Pesquisa pedagógica: do projeto à implementação.

Artmed, 2008.

LEFEVRE, F.; LEFEVRE, A. M. C. Depoimentos e discursos: uma proposta de análise em

pesquisa social. Brasília: Liberlivro, 2005.

LOPES, R. P.; FURKOTTER, M. Formação para o uso das tecnologias digitais de informação

e comunicação em cursos de licenciatura. In: LIMA, J. M. de. SILVA, J. D. da.; RABONI, P.

C. de A. (Orgs.). Pesquisa em educação escolar: percursos e perspectivas. São Paulo:

Pimenta Cultura, 2010. Cap. 7.

MOROSINI, M. C. et al. A qualidade da educação superior e o complexo exercício de propor

indicadores. Revista Brasileira de Educação, v. 21, n. 64, p. 13-37, 2016.

PIMENTA, S. G.; ALMEIDA, M. I. de. (Orgs.). Pedagogia universitária: caminhos para a

formação de professores. São Paulo: Cortez, 2011.

POCHO, C. L. et al. Tecnologia educacional: descubra suas possibilidades na sala de aula. 8.

ed. Petrópilos-RJ: Vozes, 2014.

PRETTO, N. de L.; RICCIO, N. C. R. A formação continuada de professores universitários e

as tecnologias digitais. Educar, n. 37, p. 153-169, 2010.

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A PROGRESSÃO DE IDEIAS EM TEXTOS ARGUMENTATIVOS: O PAPEL DA ANÁFORA

Maria Sheyla Gama Sousa (CEULS/ULBRA)1

Poliana Felix de Souza (CEULS/ULBRA)2

RESUMO: O presente trabalho foca os mecanismos da progressão de textos argumentativos operantes na

articulação textual, como os anafóricos e os articuladores. O estudo embasa-se nos referenciais teóricos que se

que se preocupam com o uso de anáforas na construção de texto argumentativo. As anáforas costuram a ligação

de continuidade coesiva de um termo e seu antecedente ou procedente textual. Os objetivos do estudo estão

centrados em identificar fatores facilitadores da progressão textual argumentativa cooperando para o domínio

dos mecanismos de progressão textual pelos acadêmicos, com vistas a validar propostas didáticas que focam os

mecanismos de progressão textual em tipo argumentativo. O transcurso metodológico inclui revisão teórica,

construção de atividades didáticas, aplicação de tais atividade, sistematização dos resultados, análise e discussão

dos principais resultados. O projeto tem como sujeitos de pesquisa acadêmicos ingressantes no CEULS ULBRA

no ano de 2016 e terá duração de 04 semestres. Visa-se, na etapa final, ratificar a hipótese de que os mecanismos

de produção textual trabalhados na perspectiva textual-discursiva emprestam ao texto a adequada expressão da

argumentatividade.

PALAVRAS-CHAVE: argumentatividade; referência; articuladores.

INTRODUÇÃO: A produção textual, no âmbito escolar, tem merecido atualmente maior

investimento no plano didático-pedagógico, dados os impactos que o estudo dos gêneros e dos

mecanismos de textualidade têm legado aos teóricos das didáticas das línguas.

Especificamente sobre o tipo argumentativo, a escola não tem desenvolvido mecanismos

adequados de transposição de gêneros, uma vez que, dentre outros motivos, a tomada de

posição acerca da realidade pressupõe a necessária remissão a redes interativas sociais.

Tal dificuldade, entre outras consequências, impede que os alunos possam desenvolver

adequadamente suas habilidades de argumentar com consciência para defender um ponto de

vista, em meio a tantos outros. Nota-se com evidência tal problema quando se depara, no

ensino da língua portuguesa do primeiro semestre das universidades, com uma grande parcela

de alunos que não consegue distinguir ideia de fato e nem tampouco construir sequências que

dêem conta de marcar uma relação concatenada de argumentos, com vistas à defesa de uma

tese ou posição principal, principalmente quanto ao domínio de palavras relacionais, como

articuladores e anafóricos. Assim a questão que mais embasou presente trabalho foi: Quais os

mecanismos didáticos mais adequados para o domínio de expressões relacionais como

articuladores e anafóricos para a produção coesa e coerente de textos argumentativos?

MÉTODO: O estudo terá uma abordagem quali-quantitativa, visto que seu intento é

verificar as estratégias didáticas mais adequadas ao domínio dos referidos elementos coesivos.

Para isso, teremos como instrumento de coleta de dados, a aplicação dos testes estratégicos

1 Professora do Ciclo de Formação Geral CEULS, pesquisadora do PROICT-ULBRA

2 Bolsista do PROICT ULBRA

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que visam a constatar as reações dos alunos quanto ao modelo didático aplicado. Também

serão aplicados questionários com questões fechadas ou de múltiplas escolhas, bem como

questões discursivas abertas que permitem ao entrevistador captar a perspectiva dos

participantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A| pesquisa encontra-se em andamento. Os resultados

empíricos serão analisados estatisticamente e apresentadas em forma de gráficos,

interpretados a partir do marco teórico adotado. As metas estabelecidas no projeto estão

direcionadas à construção de propostas didáticas e apresentação de relatório final. No atual

momento dos trabalhos, a captação teórica de dados relativos à referência está resumidamente

relatada no que se segue.

Mônica Cavalcante (2003) aborda em obra insigne deste campo teórico que as expressões

referenciais são as formas de designação de referentes e que estes se diferenciam pelo modo

em que são apresentados pelo enunciador e interpretados pelo enunciatário. O texto aborda os

subtipos de classificação geral de anafóricos e dêiticos; há introdutores de referentes novos no

texto sem dar continuidade referencial e os que realizam a continuidade referencial de objeto

de discurso. A autora cita o seguinte exemplo:

(1) Apresentada na última sexta-feira pela polícia como uma das

maiores autoras do assassinato dos pais, ocorrido no mês passado,

em São Paulo, Suzane Ritchthofen, de 19 anos, tem muito sobre

ensinar sobre a atual geração de jovens da classe média. (Artigo de

opinião, de Gilberto Dimenstein – Folha de São Paulo)

Os referentes ―na última sexta-feira‖ e ―no mês passado‖ só podem ser corretamente

interpretados se houver um embasamento semântico que remeta o leitor a identificar que as

datas correspondem à semana em que foi publicado. Adiante, mais demonstrações das

características dos referentes.

(2) Cantadas que não deram certo

Homem: Este lugar está vago?

Mulher: Está, e este aqui onde estou também vai ficar se você sentar aí.

( Piadas da Internet)

Fica subtendido então que o lugar referido no texto está próximo ao falante, dêitico espacial.

Os dêiticos memoriais são abordados pela autora como um elemento que instiga o destinatário

a buscar informações que não estão explícitas no texto.

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(3) Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou

com aquele papo de experimenta, depois, quando você quiser, é só

parar...‖ e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse

que era de ‗raiz‘, ‗da terra‘, que não fazia mal, e me deu um

inofensivo disco do ‗Chitãozinho e Xororó‘ e em seguida uma do

‗Leandro e Leonardo‘ (Crônicas- Drogas do Submundo-autor

desconhecido)

Cavalcante (op.cit) cita a exemplificação de anáfora correferencial (total), que abrange

qualquer processo em que duas expressões referenciais designam o mesmo referente,

independente de termos apontados restrospectivamente ou prospectivamente. A autora

classifica esse tipo de anáfora em três categorias, quanto ao seu significado, podendo ser co-

significativas, recategorizadas ou nenhum dos casos.

Anáfora correferencial co-significativa atua no processo de reiteração de termos, como ocorre

no exemplo dado pela autora, o sintagma velho:

(4) Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros.

Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma

mulher com uma criança e eu. O velho, um bêbado esfarrapado,

deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um

vizinho invisível e agora dormia.‖ (conto de Lygia Fagundes Telles

– Protexto).

Mônica Cavalcante classifica a anáfora correferencial recategorizadora por hiperônimo, que

serve como termo que engloba vários elementos, como ocorre no exemplo dado pela autora

no termo o recipiente:

(5) Não deixe acumular água em pratos de vasos de plantas e xaxins.

Na hora de lavar o recipiente, passe um pano grosso ou bucha nas

bordas para remover os ovos do mosquito que podem estar nas

paredes ou no fundo do recipiente. Substitua a água dos vasos de

plantas por areia grossa umedecida.‖ (Campanha contra a dengue

divulgada em planfeto.)

As anáforas indiretas, citadas pela autora, têm denominação de anáforas com continuidade

referencial sem retomada, servindo de remissão a um referente no co(n)texto. A autora baseia-

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se nos conceitos de KLEBER (2011) que define anáfora indireta como a que se instala por

uma relação de meronímia ou de ingrediência. A seguir, um exemplo citado por Cavalcante

como anáfora indireta com categorização de um novo referente:

(6) Modo de preparar:

Coloque o amendoim em uma assadeira e leve ao forno médio por 30

minutos. Mexa sempre até que o amendoim esteja torrado e a pele

saindo com facilidade. (receita-Protexto)

Cavalcante ressalta que este tipo de anáfora indireta meronímica caracteriza-se muito próximo

das anáforas diretas, pois no exemplo o termo pele não foi ainda referido, mas é retomado

facilmente tendo em vista a presença do termo amendoim.

Anáforas indiretas com recategorização lexical implícita são citadas no texto de Cavalcante

com fundamentos na teoria de Marcushi (1998), que identificou o fenômeno dos antecedentes

implícitos (anáfora esquemática) reclassificando como anáfora esquemática.

(7) A equipe médica continua analisando o câncer do Governador

Mário Covas. Segundo eles, o paciente não corre risco de vida

No exemplo citado, a autora afirma haver uma recategorização lexical que transforma a

―equipe médica‖ em ―os médicos‖, e esta modificação é apresentada implicitamente. Em

seguida, verifica-se um processo de pronominalização de ―os médicos‖ em ―eles‖. O

fenômeno de recategorização lexical implícita é semelhante ao conceito de silepse.

Olívia Figueiredo (2008) apresenta a ideia de que a coerência textual é a fundamentação para

organização do texto: o tema, as informações e a forma como são apresentadas ao leitor.

Classifica a anáfora como um dos elementos constituintes da coesão textual e a define como

um elemento que está relacionado com um antecedente ou procedente do texto, podendo ser

gramatical ou lexical.

Segundo a autora, as anáforas gramaticais são os pronomes pessoais de 3ª pessoa, pronomes

possessivos de 3ª pessoa e o pronome relativo que, quando está interligado ao antecedente, é

um elemento anafórico e a anáfora lexical tem função de substituição.

Figueiredo (op. cit) enfatiza as relações entre as palavras na produção do texto e as difere

como referenciais, que são as anáforas correferenciais e as de sentido que são as anáforas não

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correferenciais. A autora cita tipos de anáforas correferenciais; por nominalização e

nominalização resumitiva.

―Ele comprou um carro que se caracteriza por atingir 180 por

hora. Esta característica entusiasmou-o.‖

―Esta característica‖ é uma forma resumida da expressão dita anteriormente na frase, há uma

relação de identidade, de nominalização da forma verbal.

Como se disse anteriormente, os dados teóricos, já elencados pela presente pesquisa, nos

evidenciam a importância da referência como elemento fundante das articulações textuais e na

retomada/progressão de objetos textuais. Resta-nos neste estágio dos estudos nos

debruçarmos sobre o estudo das articulações /conexões textuais, com ou sem a presença de

elementos gramaticais, como os articuladores.

REFERÊNCIAS

KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 2002.

KOCH, Ingedore Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2003.

KOCH, Ingedore Villaça. Introdução à lingüística textual. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais 11 ed. São Paulo. Ática, 2010

FÁVERO, Leonor Lopes; KOCH, Ingedore. Linguística textual: introdução. São Paulo:

Cortez, 1983.

MARCUSCHI, Luiz Antonio. Atividades de referenciação, inferenciação e categorização na

produção de sentido. In: FELTES, Heloísa Pedroso de Moraes (org.). Produção de sentido:

estudos transdisciplinares. São Paulo: Annablume; Porto Alegre: Nova Prova; Caxias do Sul:

Educs, 2003.

KOCH, Ingedore Villaça; MORATO, Edwiges Maria; BENTES, Anna Christina. (Orgs.).

Referenciação e discurso. São Paulo: Editora Contexto, 2005.

MARCUSCHI, Luiz Antonio. Anáfora indireta: o barco e suas âncoras. In: KOCH, Ingedore

Villaça; MORATO, Edwiges Maria; BENTES, Anna Christina. (Orgs.). Referenciação e

discurso. São Paulo: Editora Contexto, 2005

MONDADA, L.; DUBOIS, D. Construção dos objetos de discurso e categorização: Uma

abordagem dos processos de referenciação. In: RODRIGUES, B; CIULLA, A. (orgs.

Referenciação. São Paulo: Contexto – (coleção Clássicos da Linguística), 2003.

CAVALCANTE, M.; RODRIGUES, B.; CIULLA, A. (orgs.) Referenciação. São Paulo;

Contexto – (Coleção Clássicos da linguística), 2003.

KOCH, I.V.; MORATO, M. E.; BENTES, A.C. (Org.) Referenciação e Discurso. São Paulo:

Contexto, 2005. p. 8-10

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ACESSO À ÁGUA POTÁVEL NO BAIRRO PÉROLA DO MAICÁ,

SANTARÉM/PA E JUDICIALIZAÇÃO DE POLÍTCAS PÚBLICAS.

Alarico Marques Pereira

1

Alessandra Rodrigues Maciel2

Miguel Borghezan3

Natálya Campos Matos4

Rodrigo Silva Sousa5

[email protected]

RESUMO: No Bairro Pérola do Maicá, no Município de Santarém/PA, não há abastecimento de água potável

proveniente de sistema público nem de microssistema. O abastecimento não deveria ser problema em nossa

região, visto que abundante o recurso natural. Neste trabalho realizaremos uma análise sobre a situação,

incluindo dados de pesquisa sobre o acesso à água no Bairro da Pérola do Maicá, que é um direito fundamental.

Na pesquisa de campo constamos a omissão do Poder Público Municipal em cumprir sua obrigação

constitucional, questionando se podemos exigir que tal direito seja cumprido via judicial.

PALAVRAS-CHAVE: acesso à água potável. judicialização. políticas públicas.

INTRODUÇÃO: Em pesquisa de campo no bairro Pérola do Maicá, Santarém-PA7, foi

verificado total ausência do poder público municipal no abastecimento de água potável. A

Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA), concessionária responsável pelo sistema

público na área urbana da cidade, infelizmente não fornece no bairro o serviço. Ressalta-se

que no bairro também não há abastecimento por microssistema8. Este artigo tem por objetivo

discutir a possibilidade de exigir o abastecimento de água naquele Bairro, sob o ponto de vista

jurídico. Será possível judicializar políticas públicas, isto é, haverá condições de exigir que o

Município atenda o direito de acesso à água potável9no Bairro Pérola do Maicá? Eis o objeto

deste trabalho, que tomará em conta alguns dados da pesquisa de campo lá realizada.

1Acadêmico do 8° semestre do Curso de Direito, Bolsista do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica do

Projeto de Pesquisa : "Principais causas que impedem o universal acesso à água potável em Santarém (PA), Políticas Públicas e o Judiciário" e voluntário do Projeto de Extensão ‘A Educação do Estudante Consumidor: cidadania para além da sala de aula’ do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. 2Acadêmica do 7° semestre do Curso de Direito e Voluntária do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica.

do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. 3 Professor do Curso de Direito e Pesquisador do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Mestre em Direitos

Fundamentais e Relações Sociais. Advogado. Vice-Presidente do FOPIESS. 4Assessora no Ministério Público Federal – PRM/Santarém. Pesquisadora voluntária. Pós-graduanda em Direito

Constitucional Aplicado. 5Acadêmica do 6° semestre do Curso de Direito e Voluntário do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica.

do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. 6 Endereço eletrônico do projeto de pesquisa.

7 Projeto de pesquisa, coordenado pelo Prof. Miguel Borghezan, do curso de Direito do CEULS/ULBRA:

"Principais causas que impedem o universal acesso à água potável em Santarém (PA), Políticas Públicas e o Judiciário". A visita de campo no bairro Pérola do Maicá foi realizada em 03 de Setembro de 2016. 8 É o conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de água a uma comunidade

para fins de consumo , por meio do qual são construídos poços artesianos para captação, reservatórios para o armazenamento da agua e uma rede de distribuição. 9Segundo o art. 5º, II, da Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011, define água potável como “água que

atenda ao padrão de potabilidade estabelecido nesta Portaria e que não ofereça riscos à saúde”.

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MÉTODO: Trata-se de analisar, com apoio em pesquisa de campo feita no bairro Pérola do Maicá,

Santarém/PA, adensada com pesquisa em doutrina e normas legais, se é possível judicializar políticas

públicas municipais para exigir o abastecimento de água naquele bairro. Houve aplicação de

formulário na pesquisa de campo para levantar dados junto a representantes da Associação de

Moradores do bairro, sendo mais quantitativa e com aspectos qualitativos. O método de abordagem é o

hipotético dedutivo, sob as bases e parâmetros propostos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: ACESSO À ÁGUA NO BAIRRO PÉROLA DO MAICÁ.

O abastecimento público de água consiste nas atividades, infraestruturas e instalações que abrangem

desde a captação até as ligações domiciliares, além dos instrumentos de medição do consumo (art. 3º,

I, a, Lei nº 11.445/071). A Constituição Federal, no artigo 5°, caput, reconhece a igualdade de todos

perante a lei, garantindo a inviolabilidade do direito à vida e à dignidade humana. O acesso à água

potável está ligado diretamente aos princípios da dignidade humana e da saúde, garantidos na Carta

Magna (art. 1º, III, e art. 196). Para esses fins exige-se o meio ambiente ecologicamente equilibrado,

bem comum e direito de todos, conforme disposto no art. 2252 da CF. Isto remete diretamente à

competência e atuação do Estado, com o dever compromissado dos cidadãos. O velho Código de

Águas (Decreto nº 24.643/343) reconhecia a existência de águas municipais e particulares quanto ao

domínio. Mas a Lei nº 9.433/974, regulamentadora do art. 21, XIX, da Constituição, trata das águas

apenas como bens dos Estados (art. 26, I, CF) e da União (art. 20, III, CF). A Carta Magna, no art. 30,

inciso V, atribuiu aos Municípios a competência para o abastecimento de água, além de outras

previsões normativas. Portanto, o Município de Santarém tem o dever de ―organizar e prestar,

diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local‖ (art. 30,

V, CF/88). Sabe-se que a obrigação de abastecimento de água na área urbana de Santarém foi

repassado para a COSANPA (Lei nº 18.745, de 04.10.2011, do Município de Santarém), mas esse fato

não afasta o Poder Público do dever legal, cabendo-lhe ainda fiscalizar e intervir, quando necessário. É

o caso do bairro Pérola do Maicá, que não recebe uma gota d'água da concessionária COSANPA. O

acesso à água continua ser dever do Município, serviço público de interesse geral e de caráter

fundamental, essencial à vida, à saúde e dignidade de todos. Assim, esse direito fundamental dos

moradores do bairro Pérola do Maicá está sendo violado. O judiciário tem enfrentado questões

complexas, em especial as de ordem pública. Em razão do não cumprimento, ou cumprimento

inadequado, da política pública como o do abastecimento de água potável no bairro Pérola do Maicá,

1Lei nº 11.445/07 -Lei de Saneamento Básico de 2007.

2Art. 225, caput, da CF/88: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações”. 3 O Decreto nº 24.643/34, introduziu o Código de Águas no Brasil, no ano de 1934.

4Lei nº 9.443/97Lei dos Recursos Hídricos de 1997.

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poderão seus moradores, ou a Associação, garantir a efetivação desse direito contra o Município por

meio Judicial? O fenômeno da judicialização de políticas públicas é recente, e veio para dar

efetividade aos direitos fundamentais sociais prometidos pela Constituição de 1988. A medida não

limita apenas o Poder Executivo, alcança também a capacidade do Legislativo dar as diretrizes

orçamentárias. Todavia, é necessário avaliar e ponderar, seja em relação à escassez de recursos

orçamentários, ou em razão da própria omissão do Executivo. O Judiciário, embora não realize

diretamente planejamento ou execução de políticas públicas, mostra-se atuante nesse cenário

institucional, porque tem concedido tutela jurisdicional a direitos fundamentais consagrados no

ordenamento, o que mostra-se muito razoável e proporcional no caso do acesso à água potável. Pode o

Judiciário analisar violação grave a direitos substanciais, com o fim de proteger a saúde e a dignidade

humanas, por força da norma do art. 5º, § 1º, do texto constitucional. Nesse sentido, o sistema

normativo que permite ao Judiciário interferir na atuação do Executivo mediante análise de políticas

públicas e, quando necessário, na sua execução. O entendimento da jurisprudência é que, tratando-se

de falta d'água, um direito fundamental indispensável à vida, pode o Judiciário analisar e pronunciar-se

(STF, RE n° 733.433). Cabe anotar que a Defensoria Pública tem legitimidade para propor Ação Civil

Pública1, com o objetivo de promover a tutela judicial de direitos difusos e coletivos, onde se insere o

não cumprimento das políticas públicas ao abastecimento de água. Há no caso também lesão ao

Código do Consumidor (art. 222, Lei n° 8.078/90). Nos casos em que os Poderes Executivo e

Legislativo não promovem o atendimento do acesso à água potável, necessidade vital, o cidadãos não

podem ficar à mercê das próprias providências ou da benevolência de vizinhos, amigos ou conhecidos

para ter acesso à água. Se a administração pública mostra-se inerte e omissa em funções essenciais,

resta às pessoas prejudicadas buscar apoio do Judiciário, visando suprir a inércia e exigir a atuação dos

órgãos competentes. Não se pode falar em afronta ao princípio da separação dos poderes (art. 2º, CF)

ou à democracia o fato do Judiciário obrigar, através de pontuais decisões, o atendimento de direitos

fundamentais. O bairro Pérola do Maicá possui aproximadamente 2.200 (dois mil e duzentos)

moradores, com cerca 540 (quinhentos e quarenta) domicílios. Nenhum deles possui água encanada

proveniente do abastecimento público (COSANPA) nem de microssistema. Lá o abastecimento é feito

por poços privados, tendo agora (outubro/16) 24 (vinte e quatro) poços semi-artesianos e muitos poços

de cacimba, do tipo amazonas (com 4 a 5 metros de profundidade). Por essa razão, para beber e

cozinhar o bairro consome cerca de 50 (cinquenta) galões de 20 (vinte) litros de água tipo mineral por

semana. Todos os domicílios do bairro Pérola do Maicá têm reservatórios para armazenar água,

principalmente caixas d‘água, bem fechadas para evitar contaminação. Dois agentes de saúde do

1 É o instrumento processual, previsto na Constituição Federal brasileira e em leis infraconstitucionais, de que

podem se valer o Ministério Público e outras entidades legitimadas para a defesa de interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Disciplinada pela Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985. 2Artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,

permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.

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bairro ainda distribuem hipoclorito para os moradores colocarem na água de beber e cozinhar,

buscando evitar doenças veiculadas por meio hídrico.

Perguntados sobre qual modelo pode resolver o problema do abastecimento de água no bairro,

responderam que a COSANPA deveria abastecer o bairro inteiro. Deixaram claro que atualmente não

há qualquer apoio do Município no abastecimento de água no Pérola, mas promessa de que o bairro

está incluído nas obras do PAC1II. O Ministério Público Estadual ajuizou em 2016 uma Ação Civil

Pública em face do Estado do Pará, do Município de Santarém e da COSANPA requerendo, em pedido

liminar, que seja rescindido o contrato de concessão do abastecimento de água com o Estado do Pará e

COSANPA, sem indenização pela municipalidade. A ação registra que obrigações não estão sendo

cumpridas, fato que está gerando consequências sérias, graves, prejudiciais à população. Houve prévio

inquérito civil no qual o MPE apurou que o Contrato de Concessão do Município para a COSANPA

não está sendo cumprido em várias cláusulas, como por exemplo, as metas anuais de expansão do

serviço, o dever de colocar equipamentos para atender as demandas emergenciais, etc. Transparece

que tudo precisa esperar providências da sede da concessionária em Belém para realizar os serviços de

abastecimento de água em Santarém, sem contar o grande desperdício de água. Segundo o MPE, após

várias reuniões constatou-se a falta de ações concretas por parte da COSANPA que permita a melhoria da

prestação do serviço de abastecimento de água. em Santarém. Por lógica consequência, a situação no

bairro Pérola do Maicá segue séria e grave, preocupante por causa dos riscos à saúde dos moradores.

CONCLUSÃO: A realidade encontrada no bairro Pérola do Maicá, quanto ao abastecimento de água

pelo Poder Público Municipal, através da COSANPA, é de completa e total omissão. Mostra-se

absurdo que, nesta altura, um bairro com mais de dois mil moradores, ainda não tenha rede de

distribuição de água em Santarém. Em relação ao descumprimento do contrato de concessão pela

COSANPA, o MPE pede que o Município assuma a obrigação ou deflagre novo processo licitatório para

contratar terceiro capaz para realizar os serviços. É fato público e notório que não há abastecimento de

água em bairros inteiros de Santarém que, paradoxalmente, está rodeada por águas superficiais e tem

acesso fácil ao imenso aquífero Alter do Chão. Parece faltar compromisso para atender, de modo

adequado, o direito fundamental de acesso à água em nossa cidade, especialmente no bairro Pérola do

Maicá. Hoje a concessionária COSANPA está muito desacreditada em Santarém, obrigando o

Município a agir no abastecimento de água, para evitar que os problemas se agravem. Finalizando

conclui-se, sob a perspectiva do Estado constitucional de direito, que o Poder Judiciário, guardião da

Constituição, pode sim interferir para encaminhar solução adequada no âmbito do abastecimento de

água em Santarém/PA, incluindo-se o implemento forçado de políticas públicas para o setor, sem o

que não se terá o respeito e atendimento de direitos fundamentais essenciais à vida, saúde e dignidade

1 Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal.

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de tantas pessoas, que pagam tributos para receberem dos poderes Públicos respostas minimamente

adequadas à qualidade de vida de todos.

REFERÊNCIAS

___.Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Ministério da Saúde. <Disponível

em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html>. Acesso

em: 08 de outubro de 2016.

ANGHER, Anne Joyce (Org.). Vade Mecum acadêmico de direito. 22º.ed. atual. eampl. São

Paulo: Rideel, 2016. xi, 2056 p. ISBN 978-85-339-2154-2.

LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 20 ed. rev., atual. eampl. São Paulo:

Saraiva, 2016.

BORGHEZAN, Miguel. O acesso à água doce potável: um direito fundamental? Belém:

UFPA, 2006, 192 p. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Direitos Fundamentais e

Relações Sociais). UFPA.

BARBOSA, Alyne Patrícia da Silva; DUTRA, Andréa Katiane Bruch; SOUZA, Eliana

Amoedo de. Normas técnicas para trabalhos acadêmicos. 7. Ed. Canoas: Ed. ULBRA,

2015.

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ADAPTAÇÃO DE 12 TRATAMENTOS SOBRE O QUEBRAMENTO E ACAMAMENTO DO CULTIVAR DO MILHO Zea mays, NA CIDADE DE URUARÁ- PARÁ

Jean Thallis Quanz1

Raimundo Cosme de Oliveira2

Alessandra Damasceno da Silva3

Gilbson Santos Soares4

Glaucia de Fátima Gomes5

[email protected]

RESUMO: A altura da planta e inserção da espiga são variáveis morfológicas de muita influência na cultura do

milho, podendo relacionar-se com o índice de perdas de grãos na pré-colheita. Este trabalho tem por objetivo

avaliar o número de plantas acamadas e quebradas pela altura da planta e inserção da espiga. O estudo foi

realizado na área experimental da fazenda Quanz, localizada no município de Uruará (PA), no ano de 2015.

Foram utilizadas 11 cultivares de milho e 1 testemunha, sendo: AL-Bandeirante, AL Avaré, BRS 4103, Caimbé,

BRS 4104 e BRS Eldorado. Também foram utilizados alguns híbridos simples como: BRS 1055, um híbrido

transgênico BM-709 e os híbridos triplos BRS 3040, BRS 3035 e BRS 3025). As cultivares foram desenvolvidas

no sistema de cultivo convencional. A partir do estado fenológico de maturação das sementes foram realizadas as

medidas de altura da planta e inserção da espiga. Nesse estudo foi constatado que não há diferenças

significativas entre as variedades e os híbridos quanto ao acamamento e quebramento do colmo do milho.

PALAVRAS-CHAVE: híbridos, précolheita, cultivo convencional.

INTRODUÇÃO: Cada vez mais são exigidas novas tecnologias na implantação dos sistemas

de produção vegetal na agricultura objetivando garantir maior produtividade e preços

competitivos no exigente mercado consumidor. Na tomada de decisão, o planejamento da

melhor cultivar a ser utilizada contribui significativamente para o manejo, seja pela resistência

às pragas na lavoura, pela sazonalidade produtiva ou mesmo pela precocidade da colheita. O

potencial genético das sementes, bem como, as condições edafoclimáticas do local do plantio

condicionam o melhor rendimento e manejo de uma lavoura de milho. A correta escolha da

cultivar é a razão do sucesso ou insucesso da plantação, portanto, de modo geral, a cultivar é

responsável por 50% do rendimento final (PEREIRA FILHO, 2010). O milho é insumo para

produção de uma centena de produtos, sendo grande parte utilizada na cadeia da produção

animal. Para o consumo de suínos e aves são consumidos aproximadamente 70% do milho

produzidos no mundo e entre 70-80% do milho produzido no Brasil (DE OLIVEIRA

DUARTE, 2008). Visando verificar a variedade que apresente menores perdas de espigas na

précolheita, este estudo objetivou realizar a comparação de 11 tratamentos de cultivares de

1 Acadêmico do Curso de Agronomia do CEULS/ULBRA

2 Docente do Curso de agronomia do CEULS/ULBRA

3 Docente do Curso de agronomia do CEULS/ULBRA

4 Docente do Curso de agronomia do CEULS/ULBRA

5 Docente do Curso de agronomia do CEULS/ULBRA

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milho, para avaliar alguns parâmetros, tais como, a altura da planta e inserção da espiga e

quantificação das perdas de espigas pelo acamamento do colmo, visando encontrar a

variedade do milho que apresente menores perdas de espigas na précolheita.

MÉTODO: O trabalho foi realizado na cidade de Uruará (PA), situado no km 180 da BR-230

(Transamazônica), entre Altamira e Itaituba. O experimento foi realizado na fazenda Quanz, a

área escolhida para o delineamento experimental era utilizada para pecuária, com o manejo de

pastagem. A limpeza do solo foi realizado, utilizando-se um trator Foton de 25 Hp com

implementos de enxadas rotativas. Os blocos foram utilizados, foram demarcados com

espaçamento de 0,80 m entre linhas e 5,00 m de comprimento, com abertura manual dos

sulcos para a semeadura. Para o delineamento experimental foi utilizado o método de blocos

ao acaso, com quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos com 11 cultivares e cada

bloco constituía com duas linhas de 5 metros para cada tratamento. Foram utilizadas sete

variedades, sendo: AL-Bandeirante, AL Avaré, BRS 4103, Caimbé, BRS 4104, BRS

Eldorado, um hibrido simples BRS 1055, um hibrido transgênico BM-709 e três hibrido triplo

BRS 3040, BRS 3035, BRS 3025 e testemunha.

Com base na análise química do solo, relativa à produção de 6 Ton de milho, foram

recomendados 108 Kg de N, 66 Kg de P2O5 e 8 Kg de K2O. Segundo a recomendação da

análise, foi realizada a incorporação por metro de sulco de 5 g de micronutrientres (FTE), 11g

de SFS na relação 20-0-20, 26 g de SFS e 32 g de ―cobertura‖ na relação 20-0-2 no estágio

V4 (folhas). A semeadura foi manual (fevereiro de 2015), com desbaste no estágio V3 (3

Folhas), para manter a distância entre plantas de 0,2 metros. Foi utilizado controle das plantas

daninhas com herbicida pré-emergente. A quantificação das plantas acamadas e quebradas foi

realizada visualmente, o acamamento foi contado considerando a curvatura das plantas > 45º

e a contagem das plantas quebradas, a partir da ruptura do colmo. Os dados foram avaliados

estatisticamente através da análise de variância e quando alçarem a significância estatística

será comparada pelo teste F (Teste de Hipótese), significativo ao nível de 5% de confiança.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os coeficientes de variação foram de 6,52 % para a altura

da espiga, 6,14% para a inserção da espiga e 61,6% para plantas quebradas e acamadas

(Tabela 1). Vacaro (2000) obteve coeficiente de variação de 5,5% para a altura da planta, 24,2

e 44,9% para o acamamento e quebramento do colmo. Pinotti & Ryal (2006) observaram que

independente da cultivar, o aumento de plantas por hectare implica no aumento de plantas

acamadas e quebradas, e Gomes (2010) conclui em seu trabalho que a resistência do

acamamento e quebramento do colmo interagem significativamente com os locais de plantio,

e a seleção dessas características deve ser realizada com base em experimentos da região.

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Souza (2012) afirma que o ambiente tem importância fundamental na expressão do potencial

genético.

Tabela 1- Variância da altura da planta (AP), altura da espiga (AE) e das plantas acamadas e

plantas quebradas (PAPQ). Variação GL SQ QM F CV

AP 11 2,06 0,18 9,0** 6,52%

Resíduo 36 0,92 0,02

Total 47 2,98

GL SQ QM F CV

AE 11 2,84 0,25 50** 6,14%

Resíduo 36 0,18 0,005

Total 47 3,02

PAPQ 11 227,25 20,65 4,13** 61,6%

Residuo 36 180 5

TOTAL 47 407,25

**Significativo ao nível de 5% de confiança (0,01=<p<0,5). Fonte:

Autor.

A Testemunha diferenciou-se estatisticamente de todas as outras cultivares, apresentado maior

altura da planta e inserção da espiga, mas apresentou maior perda de plantas acamadas e

quebradas não se diferenciando estatisticamente da cultivar Eldorado. A cultivar BRS 4104,

apresentou a menor altura da planta, mas não se diferenciou estatisticamente das cultivares

AL Bandeirante, BRS 3035. Em relação à altura da espiga, das cultivares Al Bandeirante,

BRS 4103 e BRS 4104 apresentaram a menor altura da espiga apesar de não se diferenciarem

estatisticamente das cultivares BRS 3025, BRS 3035 e BRS 3040. A cultivar BRS 4103 teve a

menor perda de espigas pelo acamamento e quebramento do colmo, mas não se diferenciou

estatisticamente das cultivares BM-709, BRS 1055, BRS 3035 e da cultivar Caimbé,

conforme a tabela 2.

Tabela 2- Médias da ltura da planta (AP), altura da espiga (AE) e

plantas acamadas e plantas quebradas (PAPQ) das cultivares. CULTIVARES AP (m) AE (m) PAPB (qtd.)

AL alvare 2,16 bde 1,11 cd 3,50 b

Bandeirante 1,92 fg 0,97 e 3,00 bc

BM-709 2,07 def 1,11 cd 3,25 bc

BRS 1055 2,27 bd 1,10 cd 2,25 bc

BRS 3025 2,08 def 1,04 de 3,50 b

BRS 3035 2,03 efg 1,03 de 2,25 bc

BRS 3040 2,12 de 1,03 de 3,75 b

BRS 4103 2,10 de 0,97 e 0,75 c

BRS 4104 1,90 g 0,97 e 2,00 bc

Caimbre 2,29 b 1,31 b 3,25 bc

Eldorado 2,2b d 1,17 c 6,75 ª

Testemunha 2,70 a 1,89 a 9,25 ª

Significativo ao nível de 5% de confiança (0,01= < p < 0,5). Ns não significativo

(p > = 0,05). As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente

entre si. Fonte: Autor.

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A Testemunha e cultivar Eldorado apresentaram maior perda de plantas acamadas e

quebradas, mesmo apresentando diferença estatística de altura de planta e de inserção de

espiga diferentes. Argenta (2001) sugere reavaliar as recomendações de espaçamento e

densidades de semeadura para a cultura do milho, em virtude das modificações introduzidas

nos genótipos mais recentes, como menor estatura das plantas e altura de inserção da espiga,

menor esterilidade das plantas, menor duração do período entre ―pendoamento‖ e

―espigamento‖, inserção de folhas mais eretas e elevado potencial produtivo.

CONCLUSÃO: A altura da planta pode comprometer o acamamento e quebramento do

colmo do milho. As plantas com menor altura não são influenciadas diretamente com menor

acamamento e quebramento. Os Fatores ambientais também precisam ser considerados na

avaliação de quebramento e acamamento do colmo do milho.

REFERÊNCIAS:

ARGENTA, G. et al. Resposta de híbridos simples de milho à redução do espaçamento entre

linhas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 36, n. 1, p. 71-8, 2001.

DE OLIVEIRA DUARTE, J. & GARCIA, J.C.; SANTANA, D.P. Avaliação dos impactos

da cultivar de milho híbrido BRS 1030. 2008.

GOMES, L. S. et al. Resistência ao acamamento de plantas e ao quebramento do colmo em

milho tropical. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.45 , 2010, p.140-45.

PEREIRA FILHO, I. A. Cultivo do milho. Embrapa Milho e Sorgo, 2010.

PINOTTI, E. B. & RYAL, M. Avaliação de três cultivares de milho (zeamays l.) sob quatro

populações de plantas em espaçamento reduzido. Revista científica eletônica de agronomia,

2006.

SOUZA, J. M. F. Milho Eldorado surpreende em produtividade. SEAGRI. 2012.

VACARO, E. J. & f. BARBOSA N. C. Comparação entre populações, cruzamentos

interpopulacionais e híbridos comerciais de milho. Pesq. Agrop. Gaúcha, v.6, 2000, p.71-6.

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ADMINISTRAÇÃO DE REDES LANS COM SERVIDORES LINUX UTILIZANDO PROTOCOLO IPv6

Franciney dos Santos Alves1

Greice Kely Santos Mota1

Oscar do Nascimento Alves Filho1

Aloísio Costa Barros2

[email protected]

RESUMO: A internet vive momentos de transformação estrutural no seu funcionamento. Essa transformação é a

troca do protocolo de internet conhecido atualmente como (IPv4) para o novo protocolo (IPv6), com isso gera

uma nova dinâmica na administração dos serviços de redes: DHCP (Protocolo de Configuração de Endereços de

Rede), DNS (Sistema de Nomes e Domínios), Proxy, Firewall e protocolos como ICMPv6, IPv6, NDP e o IPSec

entre outros, sobretudo em redes locais. Por essa razão, essa pesquisa tem por objetivo apresentar o processo de

implantação da administração de redes LANs, com servidores Linux utilizando IPv6 com intuito de esclarecer

dúvidas sobre as configurações necessárias para manter a rede local operando para uso dos usuários.

PALAVRAS-CHAVES: Internet, Rede Local, IPv6

INTRODUÇÃO: Com o advento da acessibilidade da internet para várias camadas da

sociedade, e também com o surgimento da internet das coisas, novos dispositivos conectados

parecem surgir a cada dia. Para Brito (2014, p.19), a internet foi concebida por pesquisadores

da década de 60 com financiamento da DARPA (Departamento de Defesa dos Estados

Unidos). Atualmente a internet está no cotidiano das pessoas, por isso gerou o esgotamento do

IPv4 (Protocolo de Internet versão quatro), ele e responsável por identificar exclusivamente

cada dispositivo ativo na rede.

Segundo Mello (2012), o fato do esgotamento IPv4 obteve-se a necessidade de um

novo protocolo. Por essa razão, desenvolveram o IPv6 (Protocolo de Internet versão seis) que

é fruto do esforço do IETF – Internet Engineering Task Force, que tem como objetivo

substituir o IPv4, e uma vez que o número de suas possibilidades são praticamente infinitas:

estima-se que seja um número superior a 341 decilhões de IPs disponíveis.

Com isso, a mudança entre os protocolos causa novas desafios para os profissionais da

área, sobretudo, na administração de redes, ela é a área da informática responsável em garantir

o funcionamento dos principais serviços da rede local para os usuários. Nesse contexto, o

gestor de Tecnologia da Informação (T.I) deverá utilizar um sistema computacional que

atenda a sua necessidade, para este trabalho, por ser um software livre e apresentar

estabilidade, flexibilidade, desempenho e segurança, será usado o sistema operacional Linux.

1 Acadêmicos do Curso de Redes de Computadores, VI Semestre – IESPES – [email protected]

2 Professor do curso de Redes de Computadores – IESPES - [email protected]

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Dessa forma, a utilização do IPv6 será necessário e inevitável para atender a demanda

dos usuários, com isso é fundamental a utilização desse protocolo nas redes, tornando-se

imprescindível o conhecimento teórico e prático na administração dos serviços na rede local.

Sendo assim, essa pesquisa tem por objetivo apresentar o processo de implantação da

administração de redes LANs, com servidores Linux utilizando IPv6 com intuito de esclarecer

dúvidas sobre as configurações necessárias para manter a rede local operando para uso dos

usuários.

MÉTODOS: A pesquisa possui característica experimental pautada na demonstração dos

serviços de redes ativos. O foco da pesquisa será demonstrar a configuração do servidor

DHCP. ―É nesse servidor que o administrador da rede criará um escopo definindo o intervalo

de endereços que será distribuído para as máquinas, bem como, outras configurações

importantes‖ (BRITO, 2014, p.95).

Segundo Severino (2017, p123) A pesquisa explicativa é aquela que, além de registrar

e analisar os fenômenos estudados, busca identificar suas causas, seja através da aplicação do

método experimental/matemático, seja através da interpretação possibilitada pelos métodos

qualitativos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A pesquisa foi realizada no período de 05.10.2016 a

16.10.2016, onde foi utilizado uma máquina desktop como servidor com o sistema

operacional Linux, distribuição Debian 8.5 e uma switch Intelbras de 4 portas além de três

notebooks que foram usados com terminais de clientes, sendo: um notebook Lenovo

utilizando o sistema operacional Linux Mint 18, o segundo notebook Samsung utilizando o

sistema operacional Linux Ubuntu 16.4 e também um notebook Dell utilizando o sistema

proprietário MS Windows 10.

Na Figura 1 apresenta-se um cenário que possui uma rede LAN comporta de 5

equipamentos: um servidor (responsável em fornecer um IP livre para as estações cliente), um

switch (tem a função de conectar ao servidor aos clientes) e mais três notebooks como clientes

(que receberam cada um IP livre do servidor).

Figura1 – Fonte do Pesquisador

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Por essa razão, o experimento usa uma rede LAN para demostrar a configuração de

um servidor DHCPv6, por motivo de sua funcionalidade. De acordo com Pinto (2014), este

serviço é extremamente importante, porque nem todos os usuários têm conhecimentos de

informática avançada, para fazer uma configuração manual e se conecta na rede.

Os resultados preliminares da pesquisa experimental revelaram a importância em

buscar novos conhecimentos, pois a alteração entre as versões do protocolo de internet gera

dificuldade na administração dos serviços de rede. Infelizmente, em algumas região ainda

estão trabalhando somente com IPv4, porém por pouco tempo. O esgotamento do IPv4 está

cada dia mais próximo.

CONCLUSÃO: O experimento apresentado teve como objetivo desenvolver uma rede local

com o uso do IPv6. Com a pesquisa realizada compreende-se a importância do conhecimento

da mudança entre os protocolos e os benefícios e dificuldades geradas por tal transformação.

Tanto que, a pesquisa mostrou-se muito indispensável pois teve sucesso na implantação dos

serviços de rede principalmente o DHCPv6 que é fundamental nos dias atuais.

A análise das dificuldades e a busca do conhecimento necessário para realizar tal

experimento gera um grau de satisfação por consegui demostrar aos gestores de T.I um forma

de garantir os serviços oferecidos aos usuários. Para isso, teve o intermédio dos sistemas

operacionais Linux que oferecem flexibilidade em configuração de seus serviços. Dessa

forma, o serviço DHCP está corretamente liberando IPs para as maquinas da rede.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRITO, Samuel Henrique Bucke. IPv6: O novo protocolo da internet. 1. Ed. São Paulo:

Novatec Editora, 2014

MELO, Sandro. IPv6: Portas abertas para a era da “Internet das Coisas”. 2012

Disponível em <http://imasters.com.br/artigo/25326/tecnologia/ipv6-portas-abertas-para-a-

era-da-internet-das-coisas?trace=1519021197&source=single>. Acesso em: 16/10/2016

PINTO, Pedro. Redes: Vamos conhecer melhor o serviço DHCP. 2014. Disponível em:

<https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/redes-vamos-conhecer-melhor-o-servico-dhcp/>.

Acesso em: 17/10/2016.

SEVERINO. Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Cientifico. 23º. Ed. São Paulo:

Cortez, 2007.

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ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS: POR MEIO DO REAPROVEITAMENTO DE ALIMENTOS

Ariane Rocha Macedo1

Thayllany Mattos dos Santos2

Marijara Serique de A. Tavares

3

RESUMO: Atualmente o mundo e mais especificamente o Brasil buscam alternativas sustentáveis com relação

ao desperdício de alimentos. Visto que o país é ao mesmo tempo grande produtor de alimentos e responsável

também, por uma imensa quantidade de desperdício destes, verifica-se a necessidade de analisar quais os fatores

são subjacentes à esta problemática e ainda levantar possíveis soluções para o mesmo. Sendo assim, o presente

estudo tem como objetivo apresentar a importância do reaproveitamento de alimentos para a melhor distribuição

àqueles que não tem acesso, propondo possibilidades práticas a fim de reaproveitá-lo junto às empresas

alimentícias. Como forma metodológica se utilizou pesquisa de revisão bibliográfica por meio eletrônico. Dessa

forma, como resultado, foi observado que já existem projetos no Brasil que visam minimizar essa problemática,

gerando benefícios significativos na vida da população. Portanto, mesmo diante de medidas já consolidadas

fatores como o consumismo exacerbado, o manejo inadequado de alimentos, e a falta de conscientização da

população ainda são desafios enfrentados em nossa sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: Desperdício, alimentos, reaproveitamento.

INTRODUÇÃO: De acordo com a matéria da Revista Super interessante (Ed 174) no Brasil

existem cerca de 23 milhões de miseráveis que possuem renda insuficiente para atender suas

necessidades calóricas. E é justamente nesse mesmo país que 39.000 toneladas de comida em

condições de ser aproveitada vão para o lixo diariamente, resultado do descarte inadequado de

mercados, feiras, fábricas, restaurantes, quitandas, açougues, fazendas. Segundo Vasconcelos,

2008, o desperdício de alimentos no país é significativo em torno de R$12 bilhões em

alimentos por ano, que poderiam alimentar 30 milhões de pessoas carentes. Estudo realizado

pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Centro de Agroindústria de

Alimentos mostra que o brasileiro joga fora mais do que aquilo que come.

Muitas são as formas de desperdício dos alimentos. As perdas que ocorrem em

produtos agrícolas, chegam a equivaler a 7,8% do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB), algo

próximo aos R$ 10 bilhões, segundo JARDINE (2002 apud VASCONSELOS, 2008). As

principais causas para esse desperdício são a falta de cuidado na hora da colheita, uso de

máquinas e equipamentos desregulados, bem como transporte e armazenamentos

inadequados. Além das perdas físicas, que são mensuráveis, os alimentos ainda sofrem

alterações e perdas nutricionais, ressalta-se principalmente a perda de vitaminas, minerais,

pigmentos e açúcares.

1 Acadêmica do Curso de Bacharelado em Psicologia - IESPES. E-mail: [email protected]

2 Acadêmica do Curso de Bacharelado em Psicologia - IESPES. E-mail: [email protected]

3 Professor do Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES. Engenheira Agrícola, Mestranda em Engenharia

de Processos –UFPA. e-mail: [email protected]

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Diante de tal problemática o presente estudo tem como objetivo apresentar a

importância do reaproveitamento de alimentos propondo possibilidades práticas para tanto,

visto que na atualidade muito se fala em práticas sustentáveis que visem reaproveitamento de

alimentos, o benefício da população e do meio ambiente, entretanto, na prática são poucas as

ações efetivas.

Atualmente no Brasil existem vários programas que visam a redução de carências

alimentares. Esses programas em geral são desenvolvidos no âmbito no Ministério da Saúde e

operacionalizados pelas Secretarias de Saúde estaduais e municipais. Além deles o

engajamento de organizações filantrópicas em parcerias, alianças e pactos nacionais dá a elas

uma visão mais ampla de seu papel na sociedade, além de assegurar o seu compromisso mais

efetivo com o enfrentamento dos desafios com que o país se depara (VASCONCELOS,

2008). Para a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), ―É

indispensável não medir esforços para reduzir as perdas graves de alimentos ao largo de toda

a cadeia alimentar, posterior à colheita‖

METODOLOGIA: Como forma metodológica foi adotada a pesquisa bibliográfica

utilizando meios eletrônicos, tendo como base de busca scielo.com com as seguintes palavras-

chave: Reaproveitamento de alimentos, práticas de reaproveitamento, desperdício. Em

seguida realizou-se a análise do material obtido utilizada uma monografia como base teórica,

assim sendo considerações importantes foram levantadas acerca do desperdício e

reaproveitamento, chegando a resultados de projetos já existentes e consolidado diante da

temática.

DISCUSSÃO E RESULTADOS: De acordo com GONÇALVES, 2008, existem projetos

tanto ligados ao governo quanto de ordem filantrópica que visam a diminuição dos extremos

desperdícios de alimentos, assim sendo, como resultados, foram encontrados projetos que

traduzem, na prática, as intervenções já implantadas em prol de solucionar, parcialmente, a

problemática.

O Programa Mesa Brasil do SESC: A rede nacional de solidariedade contra a fome e o

desperdício de alimentos em São Paulo é um exemplo. Dispõe de um serviço estratégico de

transporte de alimentos, com a utilização de veículos adequados, estabelecendo uma conexão

entre as empresas que doam a instituições que, imediatamente, recebem essas doações. Não

trabalha com estoques de alimentos. Busca onde sobra, entrega onde falta: isto é a colheita

urbana.

Outro projeto é VitaVida é processado sob rígidos padrões observados por

profissionais de Engenharia de Alimentos e de Nutrição, responsáveis pela determinação dos

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níveis de qualidade dos processos, desde a matéria-prima até o transporte do produto final.

Eles também coordenam o planejamento e a implantação de estruturas para análise e

monitoramento desses processos, além do treinamento de pessoal para a prática da excelência

como rotina operacional. Mostrando-se importante para solucionar uma das causas do

desperdício que diz respeito ao manejo dos alimentos, como ressalta GONÇALVEZ, 2008, ao

afirmar que são desperdiçados alimentos desde seu estado natural até chegar ao mercado.

Outra iniciativa interessante é da ONG Banco de Alimentos, que trabalha,

efetivamente, desde janeiro de 1999, com o objetivo de minimizar os efeitos da fome, através

do combate ao desperdício de alimentos e promover educação e cidadania. O Banco de

Alimentos distribui alimentos fornecidos pelas empresas doadoras entre instituições

beneficentes cadastradas, possibilitando a complementação alimentar de todas as pessoas

assistidas pelas instituições.

O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) apresentou projeto que concede incentivos

fiscais à pessoa jurídica que doar máquinas, equipamentos e utensílios a serem utilizados para

o preparo, acondicionamento e distribuição de produtos alimentícios a entidades sem fins

lucrativos, e que forneçam gratuitamente alimentos a pessoas carentes. Comprovando assim o

caráter governamental ressaltado por Gonçalves, 2008.

CONCLUSÃO: Portanto, o desperdício de alimentos, como foi abordado acima é uma

problemática que afeta diretamente milhões de pessoas, causando-lhe graves prejuízos,

precisando ser tratado com seriedade de compromisso. Nesse sentido o presente trabalho

alcançou o objetivo principal de destacar a importância da reutilização de alimentos em prol

daqueles que vivem na miséria, tendo extrema relevância os programas do governo, ONGs e

instituições filantrópicas que assumem esta causa. Vale ressaltar que muito já está sendo

feito, entretanto, o país ainda vive na cultura do desperdício que atrelado ao intenso

consumismo e a falta de conscientização da população, esses são os maiores desafios a serem

pensados e solucionados não somente a nível nacional, mas sim a nível mundial.

REFERÊNCIAS:

VASCONCELOS, E. Redução de desperdício de alimentos com a produção de refeições para

pessoas carentes – estudo de caso. 2008. 68 f. dissertação- CET – centro de excelência em

turismo, Universidade de Brasília, Distritu Federal.

2008.http://bdm.unb.br/bitstream/10483/346/1/2008_ElizabethGoncalvesMartinsVasconcelos.

pdf.

REVISTA SUPER INTERESSANTE. Comida é o que não falta. ed. 174 Disponível

em:<http://super.abril.com.br/cultura/comida-e-o-que-nao-falta>. Acesso em: 13/10/2016

SENADO FEDERAL. <http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/1997/08/22/projetos-

de-lucio-alcantara-criam-incentivos-para-doacao-de-alimentos. Acesso em: 14/10/2016

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ANÁLISE DE CICLO DE VIDA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

Oliveira, Suelen C. S.

1

Meneses, Anderson A. M.2

Geller. Marla T. B.3

[email protected]

RESUMO: Conhecer os impactos ambientais de produtos e processos é uma necessidade presente e exige

estudos criteriosos e específicos. A Análise de Ciclo de Vida (ACV) é uma metodologia que pode auxiliar esta

avaliação. A ACV é uma ferramenta de gestão ambiental que permite avaliar um produto ou processo, em todas

as fases de seu ciclo de vida, ou seja, desde a extração de insumos até seu destino final passando por etapas

intermediárias como processamento, beneficiamento, transporte e uso. A justificativa está embasada na

identificação de oportunidades para melhorar os aspectos ambientais dos produtos em vários pontos de seu ciclo

de vida; na tomada de decisões na indústria, organizações governamentais ou não-governamentais; na seleção de

indicadores pertinentes de desempenho ambiental, incluindo técnicas de medição, no marketing, dentre outras

aplicações. O objetivo deste trabalho é fazer uma abordagem conceitual desta metodologia apresentando um

exemplo da sua aplicação na análise de sistemas fotovoltaicos conectados à rede.

PALAVRAS-CHAVE: Análise de Ciclo de Vida. Impactos ambientais. Sistemas fotovoltaicos.

INTRODUÇÃO: A busca por produtos e processos sustentáveis, ou seja, com boa

performance ambiental é prioridade para muitos países. E a Análise de Ciclo de Vida (ACV)

é uma ferramenta importante na obtenção de resultados acerca de possíveis impactos

ambientais advindos de processos produtivos.

ACV é uma ferramenta de gestão ambiental para ―avaliar os danos associados com produtos,

processos ou atividades, através da quantificação e da identificação da quantidade de energia,

material utilizado e resíduos gerados para o ambiente, e identificar oportunidades de

melhorias‖ (FAVA et al., 1991). A ACV permite a identificação dos impactos mais

significativos e as etapas a serem observadas para a melhoria, evitando os danos a serem

transmitidos de um estágio para outro, de um problema ambiental para outro ou de uma região

para outra, dentro de uma abordagem holística e sistemática (AZAPAGIC, 1999).

Complementando, a ISO 14040 (ISO, 1997), define a ACV como sendo a compilação e

avaliação de entradas e saídas e os potenciais impactos ambientais de um sistema de produção

através de seu ciclo de vida.

1 Acadêmica do curso Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, Universidade Federal do Oeste do

Pará – UFOPA. 2 Orientador do trabalho. Professor na Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA. Doutor em Engenharia

Nuclear. 3Co-orientadora do trabalho. Professora no Curso de Sistemas de Informação do CEUL/ULBRA. Mestre em

Engenharia Elétrica aplicada à Computação.

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O ciclo de vida de um produto inclui todas as atividades de fabricação, utilização,

manutenção, reuso e disposição final; incluindo a aquisição ou geração de matéria-prima

necessária para a produção e o transporte, como mostra a figura 1.

Figura 3.1-Ciclo de vida de um produto.

Adaptado de FAVA et al. (1991).

A abordagem da análise pode incluir todo o ciclo de vida do produto, também conhecido

como ―do berço ao túmulo‖, ou parte dele. A metodologia da ACV possibilita a análise de

diversas categorias de impacto, dentre elas: Aquecimento Global, Acidificação, Eutrofização,

Toxicidade Humana, Ecotoxicidade do Ecossistema, Depleção da Camada de Ozônio,

Depleção dos Recursos Abióticos, etc.

Atualmente a ACV está sendo utilizada para tomada de decisão na escolha da melhor opção

entre produtos e processos em muitos contextos como na engenharia química (YUE, KIM e

YOU, 2013), no uso de embalagens descartáveis (FOOLMAUN e RAMJEAWON, 2008), na

agricultura (MEISTERLING, SAMARAS E SCHEIZER, 2009), no transporte de produtos

(SPIELMAN et al., 2005), e frequentemente na produção de energia.

Esta pesquisa tem o objetivo de apresentar a metodologia e também exemplificar sua

aplicação em uma análise dos impactos ambientais de sistemas fotovoltaicos conectados à

rede (SFCR). Foram analisados dois tipos de tecnologias: painéis fotovoltaicos de Silício

monocristalino e painéis fotovoltaicos de Silício multicristalino.

MÉTODO: A estrutura da ACV inclui 4 etapas conforme a norma ISO 14040 (ISO, 1997).

Definição do objetivo e escopo - nesta etapa é importante definir o sistema a ser

estudado; as funções do sistema de produção; a unidade funcional; as fronteiras do

sistema; os tipos de impactos e da metodologia para análise destes impactos; a

qualidade dos dados coletados e as limitações do estudo.

Análise de inventário - nesta etapa são realizados os procedimentos de coleta de dados

e cálculos para quantificar as entradas e saídas relevantes para o estudo do sistema,

conforme definido pelos objetivos e escopo na etapa anterior

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68

Avaliação de impacto - a terceira etapa da ACV tem por objetivo avaliar, quantificar e

converter as cargas ambientais causadas pelos fluxos de entrada e saída do sistema, em

impactos para a saúde, o meio ambiente e o uso de recursos naturais.

Interpretação - A interpretação como fase última da ACV é um processo de

comunicação projetado para dar credibilidade para os resultados das fases anteriores e

produzir relatórios compreensíveis e úteis para tomada de decisão (JENSEN, 1998).

As categorias de impactos analisadas neste trabalho para exemplificar a metodologia foram

depleção da camada de ozônio, depleção dos recursos abióticos, acidificação, eutrofização,

aquecimento global e toxicidade humana selecionadas a fim de avaliar impactos ambientais

oriundos dos dois modelos de SFCR. Os resultados são apresentados na próxima seção.

A ferramenta utilizada para análise dos impactos foi o openLCA 1.4.2, ferramenta livre que

disponibiliza o uso da base de dados EcoInvent 3.2 e do método CML 2001, necessários para

os procedimentos de ACV.

O exemplo faz uma análise de dois cenários:

Cenário 1 - instalação fotovoltaica com uma capacidade de 3kWp e uma vida de 30 anos, com a

seguinte estrutura:

Painel: mono - Si (mc- Si), área = 21,429 m;

Montagem: estrutura montada em um telhado inclinado;

Inversor de 2.5kW;

Instalação elétrica de 3kWp;

Cenário 2 - instalação fotovoltaica com uma capacidade de 3kWp e uma vida de 30 anos com a

seguinte estrutura:

Painel: multi - Si (mc- Si), área = 22,79 m;

Montagem: estrutura montada em um telhado inclinado;

Inversor de 2.5kW;

Instalação elétrica de 3kWp;

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RESULTADOS E DISCUSSÃO:

O gráfico da figura 1 apresenta os resultados para as categorias de impacto analisadas onde

pode-se observar a diferença entre as duas tecnologias.

Figura 2. Análise dos impactos nas diferentes categorias para SFCR mono-cristalino e multi-cristalino,

Observa-se que as categorias mais afetadas pelas duas tecnologias são Alterações Climáticas e

Toxicidade Humana e que a tecnologia de painéis mono-cristalinos produz maior impacto

ambiental, se consideradas estas duas categorias.

Segundo Tolmasquim (2004), de uma forma geral o sistema fotovoltaico apresenta os

seguintes impactos ambientais negativos: emissões e outros impactos associados à cadeia de

produção dos sistemas; ocupação de área; riscos associados aos materiais tóxicos utilizados

nos módulos fotovoltaicos como arsênico, gálio e cádmio.

CONCLUSÃO: Após esta exemplificação pode-se considerar que a metodologia de ACV é

uma ferramenta útil para avaliar os impactos ambientais de diferentes processos e produtos,

incluindo a produção de energia, como apresentado no exemplo. Por meio desta metodologia

é possível conhecer como funciona o ciclo de vida de um produto; avaliar seus impactos

ambientais e sustentabilidade; e ainda fazer comparações com outras tecnologias avaliando

qual oferece maior viabilidade ambiental.

Em relação à análise dos impactos ambientais das diferentes tecnologias de painéis

fotovoltaicos, tem-se que silício monocristalino, apresenta maior eficiência, porém maior

impacto e maior custo. A tecnologia de silício multicristalino apresenta menor impacto e

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70

menor custo, porém menor eficiência. Desta forma podendo-se concluir que o maior ou menor

impacto ao meio ambiente dependerá da escolha da tecnologia que será empregada.

REFERÊNCIAS:

AZAPAGIC, A. Life cycle assessment and its application to process selection, design and

optimisation. Chemical engineering journal, v. 73, n. 1, p. 1–21, 1999.

FAVA, J. A. A Technical Framework for Life-cycle Assessment: Workshop Report : August 18-23,

1990. Smugglers Notch, Vermont, 1990.

FOOLMAUN, R. K; RAMJEAWON, T. Life Cycle Assessment (LCA) of PET bottles and

comparative LCA of three disposal options in Mauritius. International Journal of Environment and

Waste Management, p. 125–138, 2008.

ISO. Environmental management - Life Cycle Asessment - Principles and framework. ISO, 1997.

JENSEN, A. A. et al. Life cycle assessment (LCA): a guide to approaches, experiences and

information sources. European Environmental Agengy. n. 6, ago 1997.

MEISTERLING, K; SAMARAS, C; SCHWEIZER, V. Decisions to reduce greenhouse gases from

agriculture and product transport: LCA case study of organic and conventional wheat. Journal of

Cleaner Production, p. 222–230, 2009.

SPIELMANN, M et al. Scenario Modelling in Prospective LCA of Transport Systems. Application of

Formative Scenario Analysis. The International Journal of Life Cycle Assessment, p. 325–335, 2005.

TOLMASQUIM, Maurício T. et al. Alternativas Energéticas Sustentáveis no Brasil. Editora Relume

Dumará. Rio de Janeiro, 2004.

YUE, D; KIM, A; YOU, F. Design of Sustainable Product Systems and Supply Chains with Life

Cycle Optimization Based on Functional Unit: General Modeling Framework, Mixed-Integer

Nonlinear Programming Algorithms and Case Study on Hydrocarbon Biofuels. ACS Sustainable

Chemistry Engeneering, p. 1003–1014, 2013.

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ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS COM FAIXA ETÁRIA DE 8 A 10 ANOS

Bruno Yan da Conceição Pacheco1

Gisele Caroline Santos Magalhães1

Alesandra cabreira Dias2

[email protected]

[email protected]

RESUMO: O objetivo deste estudo foi analisar o desenvolvimento motor de crianças com faixa etária de 8 a 10

anos. Utilizou-se de uma amostra composta por 25 escolares com estas faixas etárias, os testes foram aplicados

para 10 crianças do gênero masculino e 15 do gênero feminino, pertencentes a uma Instituição pública de ensino

em Santarém-Pará. As crianças foram avaliadas por meio da Escala de Desenvolvimento Motor – EDM para a

avaliação do desenvolvimento nos componentes de motricidade fina (IM1), motricidade global (IM2), equilíbrio

(IM3), esquema corporal (IM4), organização espacial (IM5), organização temporal (IM6) e lateralidade. No

momento da avaliação foi possível observar com nitidez as dificuldades dos avaliados em alguns pontos de cada

teste. Dos resultados obtidos a partir dos testes realizados com as 25 crianças, constatou-se a indefinição da

lateralidade aspecto este com maior percentual, de alguns pequenos atrasos em um dos participantes compondo

4% que classificou-se como Normal Baixa nada que seja tão significativo ao seu desenvolvimento e também os

28% Superiores, 20% Normal Alta e 48% Normal Média na classificação da Escala do Desenvolvimento Motor

para os demais. A experiência possibilitou aos aplicadores dos testes o entendimento da ocorrência dos atrasos,

igualdades e avanços no desenvolvimento dos componentes das motricidades.

PALAVRA-CHAVE: Idade Cronológica, Idade Motora, Tarefa Motora.

CHILDREN MOTOR DEVELOPMENT ANALYSIS WITH KIDS FROM 8 TO 10 YEARS OLD

ABSTRACT: The aim of this study was to analyze the motor development of children aged 8 to 10 years. We

used a sample of 25 children with these age groups, the tests were applied to 10 male children and 15 women,

belonging to a public institution of education in Santarém, Pará. The children were evaluated by Motor

Development Scale - EDM for the assessment of development in the fine motor components (MA1), global

motor (MA2), balance (MA3), body image (MA4), spatial organization (MA5) temporal organization (MA6)

and laterality. At the time of the evaluation it was possible to observe clearly the difficulties of the assessed at

some points of each test. The results obtained from tests conducted with 25 children, the vagueness was found

laterality aspect of this with the highest percentage of some small delays in one of the participants composing

4% that was classified as Normal Low nothing so significant to its development and also the 28% Higher 20%

48% Normal High and Normal average in the classification of Motor development Scale for others. The

experience enabled the applicators test the understanding of the occurrence of delays, equalities and advances in

the development of the motricity components.

Keyword: Chronological Age, Motor Age, Task Motor.

INTRODUÇÃO: A aprendizagem motora no período infantil tem grande influência na sua

formação futura, na qual, é nesta pré etapa da vida que se aprende as diversas habilidades

motoras como: andar, correr, saltar, chutar, rolar, rebater. A objetivo das diversas experiências

com o ambiente, é permitir que as crianças vivenciem tarefas motoras das mais simples às

mais complexas para cada indivíduo, aprimorando suas capacidades físicas e intelectuais,

ampliando o nível de desenvolvimento nos vários componentes da motricidade. O

1 Graduando do Curso de licenciatura em Educação Fisica – ULBRA- Universidade Luterana do Brasil.

2 Professora do Curso Licenciatura em Educação Fisica CEULS/ULBRA e UEPA, doutoranda em Ciencias da

Reabilitação UNINOVE

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desenvolvimento de habilidades motoras está associado à percepção do corpo, espaço e

tempo, e essas habilidades integram componentes básicos de domínio tanto para a

aprendizagem motora quanto para as atividades de formação escolar. Isso pode significar que,

ao conquistar um bom controle motor, a criança estará construindo as noções básicas para o

seu desenvolvimento intelectual. Por isso, o fato de proporcionar o maior número de

experiências motoras e psicossociais, as crianças estarão prevenindo-se, de possíveis

comprometimentos em suas habilidades motoras.

Vários estudos são aplicados no âmbito escolar com objetivo de conhecer ou avaliar o

desempenho motor de cada criança, estabelecendo atividades para aplicação de testes de

acordo com a faixa etária. Os testes de avaliação do desenvolvimento motor utilizam critérios

variados de seleção, como EDM que envolve protocolos de exame, (motricidade fina,

motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, organização temporal

e lateralidade).

O professor de Educação Física possui grande necessidade de conhecer a forma

adequada e científica para a aplicação de um teste motor, lhe possibilitando conhecer as

deficiências que mais predominam dentro do grupo, para então intervir com precaução e

estratégias distintas em suas aulas, respeitando as diferenças entre as crianças, quando se trata

do âmbito escolar, a prática da educação motora tem influência significativa no

desenvolvimento de crianças com dificuldades escolares, tais como problema de atenção,

leitura, escrita, cálculo e interação. Portanto, a Educação Física possui um papel a mais na

construção do desempenho motor de cada criança, considerando que cada uma possui suas

especificidades nos aspectos físicos e cognitivos.

Por meio dessas relações concluímos que deve levar-se em consideração o

acompanhamento da aptidão motora de crianças em idade escolar, caracterizando-se como

atitude preventiva para profissionais envolvidos no processo de ensino aprendizagem. A fim

de traçar um perfil motor de um grupo com 25 crianças, entre idade cronológica e idade

motora, buscou-se a idade que se enquadrasse no desempenho dos movimentos no âmbito

escolar, propondo experiências diferenciadas por meio dos testes, estimulando suas

habilidades com a finalidade de avaliar o grau do desenvolvimento motor para essa faixa

etária.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: As crianças foram distribuídas em grupos de

acordo com a idade cronológica, sendo o grupo de 8 anos (96-107 meses), composto por 3

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meninos e 3 meninas, o grupo de 9 anos (108-119 meses), 3 meninos e 8 meninas e o grupo

de 10 anos (120-131 meses), composto por 4 meninos e 4 meninas.

As avaliações foram realizadas, individualmente, por três discentes, preparados

anteriormente, os dados das crianças foram anotados em uma ficha e, posteriormente,

analisados para cálculo dos resultados que foram realizados através do programa de

computador Excel e a partir desses resultados a construção de figuras. No momento da

aplicação dos testes não foi permitido que as crianças não pertencentes a esta amostra

utilizada, estivessem presentes no ambiente da realização destes, para que estas não tirassem a

concentração das que estavam executando as tarefas propostas, com a orientação educacional.

Foi recomendado às crianças o uso de roupas que não dificultassem os movimentos durante os

testes e solicitado que tirassem os calçados para a execução das provas para que os resultados

fossem eficazes para todos os participantes.

Para a análise do desenvolvimento motor, foram avaliadas habilidades referentes ao

desenvolvimento da motricidade fina (IM1), motricidade global (IM2), equilíbrio (IM3),

esquema corporal (IM4), organização espacial (IM5), organização temporal (IM6) e

Lateralidade, seguindo-se a ordem proposta no Manual de Avaliação Motora. O teste foi

iniciado pela idade cronológica da criança e quando o êxito era obtido, avançava-se para as

tarefas relativas às idades seguintes até que um erro fosse detectado. Quando o avaliado (a)

não obtivesse êxito na primeira tentativa, recorria-se às tarefas pertinentes às idades anteriores

a sua até a obtenção de sucesso pela criança. A partir dessa característica amostral, pôde-se

correlacionar a idade cronológica com a idade motora dos escolares, no intuito de conferir o

grau de linearidade dessas variáveis.

Com exceção dos testes de lateralidade, as outras baterias consistem em 10 tarefas

motoras cada, distribuídas entre 2 e 11 anos, organizadas progressivamente em grau de

complexidade, sendo atribuído para cada tarefa, em caso de êxito, um valor correspondente a

idade motora (IM), expressa em meses. Ao final da aplicação, dependendo do desempenho

individual em cada bateria, foi atribuída à criança uma determinada IM, em cada uma das

áreas referidas anteriormente (IM1, IM2, IM3, IM4, IM5, IM6), após, sendo calculada a idade

motora geral (IMG) e o quociente motor geral (QMG) da criança. Esses valores são

quantificados e categorizados, permitindo classificar as habilidades analisadas em padrões:

muito superior (130 ou mais), superior (120-129), normal alto (110-119), normal médio (90-

109), normal baixo (80-89), inferior (70-79) e muito inferior (69 ou menos), nos permitindo

então compreender quais os fatores que causam atrasos e avanços para então se encaixarem

em tais classificações.

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74

2.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

A pesquisa realizada foi do tipo descritiva, segundo Gil (2008, p. 2) esta tem como

―objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de uma experiência

[...] a pesquisa descritiva pode estabelecer relações entre variáveis‖ podendo reunir

informações relevantes e resultados concretos para análise sobre o tema pesquisado.

2.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL

As avaliações foram realizadas na própria ―Escola Municipal de Ensino Fundamental

Maria Amália‖, em dias agendados anteriormente, o espaço utilizado foi um barracão coberto,

com suas laterais abertas com apenas uma pequena mureta e os fundos do espaço eram

fechados até a cobertura, haviam duas mesas e duas cadeiras utilizadas como suporte para os

materiais.

2.3 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES

A amostra do presente estudo foi composta por 25 crianças, sendo 10 do gênero

masculino e 15 do gênero feminino de 8 a 10 anos de idade, regularmente matriculados no

ensino fundamental de uma instituição pública no município de Santarém-Pará, Brasil.

2.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para a elaboração deste artigo foram utilizados 8 artigos como referências e para as

atividades propostas aos participantes, o instrumento utilizado para avaliar o desenvolvimento

motor dos escolares foi o Protocolo de testes da Escala de Desenvolvimento Motor – EDM de

Francisco Rosa Neto. Este instrumento determina a idade motora (obtida através dos pontos

alcançados nos testes) e o quociente motor (obtido através da divisão da idade motora pela

idade cronológica (IC), multiplicado por 100).

RESULTADOS: Para chegar-se a um resultado específico das classificações, de quantos

avaliados se classificaram como Muito Superior, Superior, Normal Alta, Normal Média,

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Normal Baixa, Inferior e Muito Inferior em cada um dos testes, os 25 avaliados foram

quantificados na tabela 1 a seguir:

De acordo com os objetivos a serem alcançados através da pesquisa de analisar suas

Idades motoras, considerando a Idade Motora por componente da motricidade, a quantidade e

a classificação das crianças que apresentaram avanço, igualdade ou atraso no desempenho em

relação à idade cronológica, são apresentadas na figura 2 abaixo:

De acordo com os resultados dos 25 participantes, especificamente em todas as áreas

motoras avaliadas, 28% (configurando 7 dos 25 participantes) classificaram-se na EDM como

Superiores, três com idade cronológica de 10 anos (120 a 131 meses) e quatro com 9 anos

(108 a 119 meses), 20% (5 dos 25 avaliados) como Normal Alta na classificação, três deles

com idade cronológica de 10 anos (120 a 131 meses) e dois com 9 anos (108 a 119 meses),

48% (12 dos 25 participantes) se classificaram Normal Média sendo cinco avaliados com

Idade cronológica de 8 anos (96 a 107 meses), cinco com a idade cronológica de 9 anos (108 a

119 meses) e dois com idade cronológica de 10 anos (120 a 131 meses). 4% como Normal

Baixa sendo somente uma criança, esta com idade cronológica de 8 anos (96 a 107 meses).

Nos testes de lateralidade das 25 crianças avaliadas 11 apresentaram lateralidade Destro (44%

no geral), 12 lateralidade cruzada (48% no geral) e 2 apresentaram lateralidade indefinida

configurando 8% dos participantes.

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Nos testes de motricidade fina, global e Equilíbrio, pode-se obter êxito nos testes

aplicados de acordo com a Idade cronológica na maioria dos avaliados, a minoria que não

conseguiu realizar as tarefas de acordo com sua idade cronológica, retornaram para uma tarefa

anterior a sua idade e conseguiram obter êxito, obtendo assim, uma idade motora de apenas 12

meses anterior a sua idade cronológica.

DISCUSSÃO: O presente estudo teve como objetivo identificar o perfil motor de 25 crianças,

com relação à idade cronológica. A partir dos resultados obtidos observou-se que dentre essas

crianças há uma variabilidade no nível de desempenho motor de cada participante, com a

mesma faixa etária. Essas variabilidades são explicadas na afirmação de Ferreira Neto (2005),

que cada criança se desenvolve a partir da tarefa e do ambiente em que estar inserida, tendo

assim, vivências e experiências para se aprender, implicando modificações no seu

desenvolvimento físico e perceptivo motor. Portanto, pode-se dizer que, casos específicos

onde 28% apresentaram superioridades motoras, 20% normalidade alta, 48% uma

normalidade média e 4% normalidade baixa, estes escolares podem estar usufruindo o

contexto em que estão inseridos de maneiras desiguais, pois o meio frequentado por alguns

exige diversas possibilidades de altos e baixos níveis de mobilização, a estrutura do ambiente,

fatores externos a este, contribuem para a evolução e atrasos além do normal para cada idade.

Identificou-se que os testes específicos para a organização espacial é um dos

componentes que merecem uma atenção especial neste estudo, pois a maioria dos avaliados

apresentaram dificuldades para identificarem à direita e a esquerda do avaliador que estava a

sua frente. Segundo Rodrigues (2000 apud NETO et al., p. 426), ―a estruturação espacial é

parte integrante da lateralidade e, por isso, desorientações espaciais podem estar relacionadas

a presença de lateralidade cruzada‖. Para outros testes aplicados onde os participantes tinham

que utilizar da sua lateralidade predominante durante as repetições do teste os mesmos não

apresentaram tal predominância, compondo assim, 48% dos avaliados com lateralidade

cruzada, índice alto em relação às demais, 44% apresentaram lateralidade direita e 8% não

definiram sua lateralidade, ficando evidente a falta de orientação e estímulos para que os

discentes percebam qual de seu lado é predominante para maiores habilidades. Os 12

participantes (48%) conseguiram realizar os testes aplicados de acordo com a sua faixa etária

de forma eficiente chegando mais próximo aos resultados esperados, classificando-se Normal

Média significando que as crianças estão se desenvolvendo regularmente sem atrasos e nem

avanços nas habilidades motoras. Os 7 participantes (28%) conseguiram realizar os testes

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aplicados referente a sua faixa etária de maneira eficaz, assim podendo executar tarefas

propostas para idades superiores as suas e concluindo-as com êxito obtendo uma idade motora

Superior a sua idade cronológica. Os 5 participantes (20%) conseguiram realizar com sucesso

os testes da escala EDM correspondente a sua idade cronológica e avançando apenas 24

meses a sua idade para a realização do teste novamente, concluindo então os testes para este

subgrupo que classificou-se Normal Alta. Apenas um participante se classificou como Normal

Baixa compondo 4% dos participantes dos testes deixando claro que este apresenta um

pequeno atraso no seu desenvolvimento motor em relação aos 24 alunos que realizaram os

testes. Vale ressaltar que os participantes de cada percentual apresentado na discussão

possuem idades distintas, onde todos apresentaram atrasos, avanços e regularidade nas tarefas

propostas para cada idade. Portanto, fica claro que a variação no grau de desenvolvimento de

cada um é consequência das características genéticas, das exigências do ambiente sobre a

criança para que ela possa se locomover e através de elementos externos, realizar movimentos

corporais em prol de seu desenvolvimento integral.

A partir da afirmação de Rosa Neto (2002 apud NETO et al., p. 426) ―à medida que a

criança vai crescendo (aumentando sua idade cronológica) paralelamente o seu nível de

desenvolvimento motor também aumenta‖. Essa afirmação nos permitiu identificar a relação

entre a Idade Motora e Idade Cronológica, comprovando que os testes aplicados para cada

idade na escala, fomentam as esperadas mudanças quanto ao desenvolvimento motor, mas foi

notório ao realizarmos o teste EDM que há níveis distintos de coordenação motora de cada

criança e que nem sempre sua idade motora vai condizer a sua idade cronológica.

Conclui-se a partir dessa análise que há a uma necessidade bastante significativa de

conhecimento do profissional ligado ao ensino de crianças sobre o processo de

desenvolvimento e aprendizagem motora, para que este se fundamente na seleção de

atividades no processo de intervenção, ou seja, a presença do professor de Educação Física.

CONCIDERAÇÕES FINAIS: Estes resultados sugerem que nos anos da infância (8 a 10

anos) há um desenvolvimento não homogêneo, que não ocorre igualmente para todos os

componentes da motricidade. Fatores do ambiente, do indivíduo e da tarefa, mais

especificamente, fatores de crescimento, maturação e experiências motoras podem explicar as

mudanças desenvolvimentistas ocorridas em cada indivíduo. Estas mudanças são

influenciadas pelas diferentes estimulações e encorajamento para explorar seu próprio corpo e

o ambiente, podendo privilegiar mais acentuadamente um componente da motricidade em

detrimento de outro. O ambiente em que as crianças estão inseridas e as exigências das tarefas

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propostas influenciam grandemente o aparecimento de novas habilidades. Os resultados

possibilitam concluir que os componentes da motricidade apresentam ritmos diferentes de

desenvolvimento. A presente avaliação pode favorecer o entendimento do processo de

desenvolvimento motor das crianças, permitindo que os professores de Licenciatura em

Educação Física consigam avaliar e intervir neste por meio das adequações das atividades,

havendo uma necessidade bastante significativa de seus conhecimentos ligados ao processo de

desenvolvimento e aprendizagem motora.

REFERÊNCIAS

MACEIÓ, AL. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 22, n. 1, p. 63-70, 2014 apud

CAETANO, M. J. D; SILVEIRA, C. R. A; GOBBI, L. T. B. Desenvolvimento motor de

pré-escolares no intervalo de 13 meses. Revista Brasileira de cineantropometria o

Desempenho Humano, Florianópolis, v. 7, p. 5-13, 2006.

MANOEL E. Estudo do desenvolvimento motor: Tendências e perspectivas. In: G Tani,

organizador. Comportamento motor: Aprendizagem e desenvolvimento. 1 ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.

NETO, F. R. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.

NETO, F. R. A Importância da avaliação motora em escolares: análise da confiabilidade

da Escala de Desenvolvimento Motor.

NETO, F. R. et al. O esquema corporal de crianças com dificuldade de aprendizagem.

Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, SP, v 15, n.

1, Janeiro/Junho de 2011: 15-22.

RODRIGUES LR. Caracterização do desenvolvimento físico, motor e psicossocial de pré-

escolares de Florianópolis – SC. [Dissertação de Mestrado – Programa de pós graduação em

Ciências do Movimento Humano]. Florianópolis (SC): Universidade do Estado de Santa

Catarina; 2000.

SABAGG S. Percepção dos estereótipos de gênero na avaliação do desenvolvimento

motor de meninos e meninas. 2008. [Dissertação de Mestrado – Programa de pós-graduação

em Ciências do Movimento Humano]. Florianópolis (SC): Universidade do Estado de Santa

Catarina; 2008.

SILVA, M. N. S. da; DOUNIS, A. B. Perfil do desenvolvimento motor de crianças entre 9

e 11 anos com baixo rendimento escolar da rede municipal de Maceió, AL. Cad. Ter.

Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 22, n. 1, p. 63-70, 2014.

SILVA, M. N. S. da; DOUNIS, A. B. Perfil do desenvolvimento motor de crianças entre 9

e 11 anos com baixo rendimento escolar da rede municipal de MACEIÓ, AL. Cad. Ter.

Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 22, n. 1, p. 63-70, 2014 apud CAETANO, M. J. D; SILVEIRA,

C. R. A; GOBBI, L. T. B. Desenvolvimento motor de pré-escolares no intervalo de 13

meses. Revista Brasileira de cineantropometria o Desempenho Humano, Florianópolis, v. 7,

p. 5-13, 2006.

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ANÁLISE PRODUTIVA DA COMUNIDADE DE SÃO SEBASTIÃO DO

PAE - EIXO FORTE

Karin Thainne Silva de Sousa1

Gilbson Santos Soares2

[email protected]

RESUMO: O presente trabalho é resultante dos levantamentos socioeconômicos realizados na comunidade de

São Sebastião do Projeto Agroextrativista PAE Eixo Forte, localizado no município de Santarém, estado do Pará.

O projeto Agroextrativista é um modelo de assentamento destinado a populações de várzea e terra firme para a

utilização de áreas com atividades economicamente viáveis desenvolvidas para a extração de recursos naturais

de modo sustentável além de preservar as características e costumes dos assentados. Foi realizado na

comunidade de São Sebastião um levantamento com 49 famílias com a aplicação de dois questionários, o

diagnóstico da Unidade Produtiva Familiar (UPF) e o Relatório Físico de Atividades Individuais – Ateste do

Agricultor. As análises mostraram que as atividades mais rentáveis na comunidade são a produção de frutos e

beneficiamento, a de mandioca com a produção de farinha, criação de galinha, patos e porcos para consumo e

venda e a horticultura com a produção de tomates, pimentas entre outros. As atividades são realizadas de forma

manual e individualizadas, além disso, enfrentam grande dificuldade no escoamento dos produtos produzidos

para os pontos de vendas devido à carência de meios de transportes adequados e as estradas de difícil acesso.

PALAVRAS-CHAVE: Assentamento; beneficiários; PAE.

INTRODUÇÃO: O agroextrativismo combina técnicas de cultivo, criação e beneficiamento

de forma sustentável, visando à produção e comercialização de produtos naturais respeitando

o meio ambiente. Essas atividades são realizadas através do conhecimento e as práticas

tradicionais de um determinado local (PORTAL ORGÂNICO/ MDA, 2013). A importância

estratégica da agricultura familiar tem seu papel social fundamental no controle do êxodo

rural e da desigualdade social do campo e das cidades, sendo assim, essa esfera necessita ser

vista como um forte componente de geração de riquezas, não apenas para o setor

agropecuário, mas para a própria economia do país (SAF/MDA, 2010).

Especialmente voltada para o autoconsumo, focaliza-se em funções de caráter social e

econômicas, sem a necessidade e inclusão tecnológica. É necessário destacar que os alimentos

consumidos pelos brasileiros provem da produção familiar e também contribui

expressivamente para a geração de riqueza, considerando a economia não só do setor

agropecuário, mas do próprio país favorecendo o emprego de práticas mais sustentáveis, com

a diferenciação de cultivos e uma redução significativa no consumo de produtos

industrializados (JOAQUIM et al., 2007).

Para justificar esta afirmação, este trabalho tem como objetivo caracterizar os produtos

mais rentáveis dos assentados dentro da comunidade de São Sebastião – PAE Eixo Forte com

1 Karin Thainne Silva de Sousa Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA

2 Gilbson Santos Soares Prof. Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA

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os principais resultados obtidos em virtude das atividades realizadas pela empresa de

assistência técnica de extensão rural - EMATER.

MÉTODOS: Realizou-se na comunidade de São Sebastião, um levantamento com 49

famílias com a aplicação de dois questionários, o diagnóstico da Unidade Produtiva Familiar

(UPF) e o Relatório Físico de Atividades Individuais – Ateste do Agricultor. Com uma área

total de 1.046,252 ha, os trabalhos foram desempenhados por meio de entrevistas realizadas

em campo com questões direcionadas ao aspecto sócio - econômico dos comunitários e sobre

as atividades produtivas dos assentados. A atividade de campo foi fundamentada por

produtores inscritos na relação de beneficiários do INCRA SR30 para a identificação do

número de famílias para as visitas técnicas.

Figura 1. Mapa da Comunidade São Sebastião- PAE Eixo Forte, com os lotes dos assentados

entrevistados.

Fonte: Autoria própria

O questionário contém informações das áreas produtivas dos agricultores do

assentamento PAE- Eixo Forte. A aplicação dos relatórios foi realizada com uma equipe de 10

técnicos divididos em duplas pela comunidade sendo acompanhados pelos representantes

locais, seguindo uma logística de campo pré-definida.

O relatório utilizado durante a visita in loco era composto de onze questões fechadas

com intuito de coletar dados sobre o perfil do agricultor e sobre sua área produtiva. As

atividades foram realizadas em dois momentos distintos, o primeiro foi à aplicação de um

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diagnóstico da unidade produtiva familiar (UPF) contendo informações da propriedade e da

família assentada. O segundo momento do trabalho foi à aplicação do relatório físico da

atividade individual com questões sobre as principais atividades produtivas encontradas na

propriedade, tais informações servirão para a identificação da quantidade de produtos

utilizados para o autoconsumo e para a geração de renda e as dificuldades encontradas pelo

produtor, para que as atividades da assistência técnica possam projetar melhorias através de

políticas públicas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O resultado do levantamento das informações permitiu a

caracterização das áreas produtivas desempenhadas pelos agricultores. E grande a diversidade

de produtos provenientes do Assentamento PAE - Eixo Forte, envolvendo a criação de

pequenos animais, extrativismo, e produção agrícola conforme pode ser analisados na tabela

abaixo.

TABELA 1- Principais culturas produzidas na Comunidade São Sebastião - PAE Eixo Forte,

por família.

Produção AUTOCONSUMO CONSUMO E VENDA

Mandioca 9 26

Galinha 17 17

Horticultura 13 6

Frutíferas 19 27

Fonte: Autoria própria.

Como podem ser observadas, as atividades mais rentáveis na comunidade é a frutífera,

compondo trabalhos com polpas de frutas, doces regionais e o principal a produção de açaí. A

segunda maior atividade e a de mandioca com a produção de farinha, seguida com a criação

de galinha sendo observada em algumas propriedades a criação de patos e porcos para

consumo e venda e por fim a horticultura com a produção de tomates, pimentas entre outros.

Mediante a análise da situação produtiva dos agricultores, percebeu-se a grande dependência

das famílias assentadas as suas propriedades com a utilização intensiva das áreas cultivadas de

forma manual e individualizada, além disso, uma grande dificuldade no escoamento dos

produtos produzidos para os pontos de vendas na cidade devido a carência de meios de

transportes adequados e as estradas de difícil acesso.

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Figura 2. O Gráfico mostra as principais atividades realizadas pelos assentados dentro da

comunidade São Sebastião - PAE Eixo Forte.

Fonte: Autoria própria.

CONCLUSÃO: A análise da produção dos agricultores de São Sebastião PAE Eixo Forte

Santarém-PA, obtido neste estudo aponta que os tipos dos assentados são de indivíduos

fortemente identificados como agricultores familiares que trabalham diretamente com

pequenas culturas. Sua motivação para a atividade está mais relacionada a um perfil

tradicional, pois a maioria afirma que realiza sua produção por tradição além da aquisição de

lucro.

São Sebastião é dependente do mercado do município de Santarém, mediante a

demanda de consumidores presentes na área urbana do município, além da atuação de

atravessadores no comércio produtivo o que ainda é uma grande problemática para os

agricultores do assentamento. Outro entrave encontrado no PAE Eixo Forte são as condições

de trafegabilidade precárias dos ramais e os meios de transporte de péssima qualidade o que

dificulta o escoamento da produção dos agricultores.

As informações obtidas contribuíram para que a assistência técnica possa aprimorar

seus trabalhos desenvolvidos no assentamento cumprindo a primeira meta da chamada publica

comentada anteriormente.

REFERÊNCIAS

SECRETARIA ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E INCENTIVO À

PRODUÇÃO, EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL –

EMATER, Plano de Desenvolvimento do Projeto de Assentamento Agroextrativista do Eixo

Forte.

JOAQUIM J.M. GUILHOTO; SILVIO M. ICHIHARA; FERNANDO GAIGER SILVEIRA;

BERNARDO P. CAMPOLINA DINIZ; CARLOS R. AZZONI; GUILHERME R.C.

MOREIRA. A importância da agricultura familiar no Brasil e em seus estados fevereiro de

2007.

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SAF/MDA, PRONAF. Secretária de Agricultura Familiar, Ministério do Desenvolvimento

Agrário. Brasília – DF. Disponível em: <http://www.mda.gov.br/portal/saf/

programas//pronaf>. Acesso em: 05 de agosto de 2015.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-

sustentavel/extrativismo-vegetal. Acessado em: 05 de agosto de 2015.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Disponível no

Site: http://www.ibge.gov.br. Acessado em: 05 de agosto de 2015.

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA INCRA SR 30;

REFORMA AGRÁRIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO PROGRAMA DE

REFORMA AGRÁRIA – SIPRA - Relação de Beneficiários.

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ANTRACNOSE FOLIAR (MAL-DAS-SETE-VOLTAS) NA CULTURA DA CEBOLINHA – Allium schoenoprasum

Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães

1

André Luiz Teixeira Dalagnol2

Macelle de Souza Rego3

Rana Renata da Silva Soares4

Gilbson Santos Soares5

[email protected]

RESUMO: Em vista da importância econômica e cultural da cultura da cebolinha, principalmente na região

norte, o presente trabalho tem por objetivo identificar, através de sintomas apresentados pelas plantas, possíveis

focos da Antracnose na propriedade denominada Horta Floresta. Por ser amplamente cultivada e consumida, essa

cultura, assim como todas do gênero, é assolada por diversas enfermidades que afetam sua produção e podem

causar sérios prejuízos aos produtores. Entre essas enfermidades está a Antracnose, ou mal-das-sete-voltas,

causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides Penz. (Sacc.). A partir da análise dos sintomas verificados na

propriedade em comparação com a literatura consultada sobre a cultura, pode-se supor, com certa margem de

segurança, que estes sintomas são causados pela Antracnose foliar (ou mal-das-sete-voltas), não obstante,

tenham sido encontrados em pontos isolados e em poucas plantas por canteiro.

PALAVRAS-CHAVE: FITOPATOLOGIA; ANTRACNOSE; CEBOLINHA.

INTRODUÇÃO: A cebolinha, Allium schoenoprasum, é uma cultura pertence, atualmente, à

subfamília Alliaceae (Aliáceas) e a família botânica Amaryllidaceae, juntamente com o alho,

alho-poró, aspargo, cebola, entre outras (ARTIMONTE VAZ e AMICI, 2007). É originária da

europa continental, apreciada na culinária de diversos países e presente em quase todos os

lares brasileiros (HEREDIA e VIEIRA, 2004). Dentro da classificação das hortaliças quanto

à parte consumida, a cebolinha caracteriza-se como uma folhosa. Trata-se de uma erva perene

pequena que atinge de 0,30 a 0,50 m de altura; as folhas são cilíndricas, lineares, longas;

bulbos tunicados e arredondados, formados de 8-12 bulbilhos; flores arroxeadas organizadas

em inflorescências globosas do tipo umbela, que partem de uma haste floral (ARTIMONTE

VAZ e AMICI, 2007).

Seu amplo cultivo deve-se à sua versatilidade em termos alimentares e culinários,

podendo ser consumida in natura, na forma de saladas ou ainda, na forma de temperos

(EMBRAPA, 2014).

No Brasil, é muito apreciada como condimento, sendo, na região Norte,

comercializada com outras hortaliças como como o coentro (Coriandum sativum L.) e a

1 Acadêmico do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA

2 Acadêmico do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA

3 Acadêmica do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA

4 Acadêmica do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA

5 Professor MSc. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA

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chicória (Eryngum foetidum L.). Esse trio é denominado de cheiro verde, nome que pode

variar dependendo da região do país (HEREDIA et al, 2003).

É, sem dúvida, uma das hortaliças mais consumidas pelos brasileiros, principalmente

na região Norte do país, onde é o principal condimento para o preparo de pratos à base de

peixes como as caldeiradas, apreciadas em toda a região (HEREDIA et al., 2003).

Naturalmente, por ser amplamente cultivada e consumida, essa cultura, assim como

todas do gênero, é assolada por diversas enfermidades que afetam sua produção e podem

causar sérios prejuízos aos produtores. São algumas das doenças da cebolinha: mancha

púrpura, causada pelo fungo Alternaria porri (Ell.) Cif., a queima das pontas incitada por

Botrytis squamosa (J. Walker) e a antracnose foliar ou mal-das-sete-voltas, causada por

Colletotrichum gloeosporioides Penz. (Sacc.) (KIMATI et al., 2005). Esta última é uma das

doenças mais importantes quem atacam as espécies do gênero Allium. Trata-se de um fungo,

amplamente disseminado que se desenvolve e sobrevive parasitando tecidos vegetais ou como

saprófita em materiais orgânicos em decomposição. Apesar de a Antracnose ocorrer em todo

o mundo, a maior severidade é registrada nas regiões tropicais e subtropicais, onde é a causa

de danos severos a diversas culturas de importância econômica, em especial as do gênero

Allium (alho, cebola, cebolinha, alho poró, etc.), além de algumas frutíferas como o cajueiro

(Anacardium occidentale L.) e maracujazeiro (Passiflora edulis Flavicarpa Degener) podendo

causar perdas de 50 a 100% na produção (KIMATI et al., 2005).

Em vista da importância econômica, social e cultural da cultura da cebolinha,

principalmente na região norte, o presente trabalho tem por objetivo identificar, através de

sintomas apresentados pelas plantas, possíveis focos de patologias na propriedade do Sr. Jair,

que chamaremos de Horta Floresta.

MÉTODO: A propriedade escolhida para o presente estudo está localizada no Bairro da

Floresta, na área urbana do Município de Santarém, sob as coordenadas geográficas

2º27‘44,19‘‘ S e 54º43‘17,57‘‘ W (Figura 1) com elevação de 32 m. Trata-se de uma

propriedade de produção orgânica, ou seja, que não utiliza insumos quimicos em nenhum

momento do ciclo produtivo, com exceção do dessecante Glifosato (N-(fosfonometil) glicina),

utilizado para eliminar plantas daninhas nas linhas entre os canteiros. Entretanto, a Horta não

possui selo de produção orgânica e nem recebe qualquer tipo de assistência técnica de

nenhuma entidade de pesquisa, extensão ou defesa agropecuária.

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Toda a produção da propriedade é contratada por uma rede se supermercados da

cidade. No entorno da propriedade em questão existem diversas outras hortas instaladas, bem

como, vários cinturões verdes, um dos motivos pelos quais o bairro é chamado de Floresta.

Figura 1. Mapa da propriedade

Fonte: Google Earth

A análise das possíveis patologias foi realizada a partir da diagnose visual

investigando sintomas e sinais na plantação de cebolinha e mediante relatos do proprietário. A

visita ocorreu por volta das 10 horas da manhã do dia 16 de setembro de 2016, um pouco após

a colheita diária.

Em alguns dos canteiros o produtor utiliza consorcios de hortaliças a fim de otimizar a

utilização do espaço. Alface/cebolinha e cebolinha/coentro são alguns dos consórcios

utilizados dentro dos canteiros. A manutenção da horta é efetivada por um grupo de quatro a

cinco pessoas, todos da mesma família, que cuidam da horta e dão os tratos culturais diários

necessários. Foram analisados primeiramente os canteiros que já apresentaram algum dos

sintomas citados pelo produtor, em seguida aqueles que se encontravam ao redor destes

primeiros, e posteriormente, alguns dos demais canteiros da propriedade. O sintomas e sinais

encontrados ou relatados foram comparados com o manual de fitopalogia de Kimati et al

(2005).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O proprietário relatou que os maiores problemas com as

plantas eram em relação à podridão decorrente do excesso de água no solo, conhecida como

―Mela‖ e um enrolamento do colo da planta, seguido pelo secamento das folhas, além do

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―Dumping-off‖, que é o tombamento causado por lesões nas folhas. De acordo com o

produtor, as perdas causadas por esses problemas foram de mais de 50%, obrigando o

produtor a substituir todo o substrato de vários canteiros. Atualmente, quando algum destes

sintomas é percebido nos canteiros, as plantas que manifestam a sintomatologia são

imediatamente removidas e queimadas fora da área de plantio.

Figura 2. Sintomas na cebolinha: ―Dumping-off, amarelecimento e secamento das folhas

Fonte: Elaborada pelos autores

Durante a visita nos canteiros da propriedade foram encontradas plantas de cebolinha

que apresentavam os seguintes sintomas: ―Dumping-off‖ (ou tombamento), murcha,

amarelecimento e secamento das folhas, desde as mais novas até as mais velhas,

enrijecimento e enrolamento do colo da planta (Figura 2). As plantas que apresentavam esses

sintomas estavam, ou em canteiros adensados ou em consórcios com alface, confirmando que

a doença ocorre geralmente em reboleiras (cultivos mais adensados) por ser um tipo de

cultivo que proporciona um microclima favorável ao desenvolvimento do patógeno

(EMBRAPA, 2014).

A princípio, pensou-se que o enrijecimento e enrolamento do colo poderia ser causado

por um vírus, uma vez que grande parte das viroses causam deformações das estruturas, bem

como, lesões pontuais. Entretanto, a partir da revisão bibliográfica sobre as doenças mais

comuns na cebolinha, verificou-se uma maior probabilidade de tratar-se de uma doença

fúngica, por ser baixo o número de doenças causadas por vírus nas espécies do gênero e estas

possuírem sintomas muito específicos, como o mosaico (KIMATI et al., 2005). Muito embora

o produtor já tenha lidado com perdas por conta desses sintomas e tenha eliminado as plantas

afetadas, é possível que o agente causador se encontre no solo, em estado de sobrevivência,

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atacando, dessa forma, primeiramente as raízes, limitando, assim, a absorção de nutrientes e

alterando a estrutura da planta por conta de toxinas liberadas pelo patógeno.

Vale ressaltar que esses sintomas foram encontrados em pontos isolados do terreno

(alguns canteiros) e em algumas poucas plantas em áreas reduzidas. Essa baixa incidência de

do patógeno na propriedade pode ser consequência do manejo adotado pelo produtor, de

retirar as plantas afetadas assim que apresentam os primeiros sintomas, e pode ser uma das

razões pelas quais não foram encontradas plantas com sintomas e sinais mais avançados.

CONCLUSÃO: A partir da análise dos sintomas verificados na propriedade em comparação

com a literatura consultada sobre a cultura, pode-se supor, com certa margem de segurança,

que estes sintomas são causados pela antracnose foliar (ou mal-das-sete-voltas) C.

gloeosporioides Penz. (Sacc.), não obstante tenham sido encontrados em pontos isolados e em

poucas plantas por canteiro.

REFERÊNCIAS

ARTIMONTE VAZ, A.P.; AMICI, M.H.J. Série Plantas Medicinais, Condimentares e Aromáticas

– Cebolinha. EMBRAPA Transf. De Tecnologia. Corumbá – MS. Novembro de 2007.

HEREDIA Z., N.A.; VIEIRA, M.C. Produção e renda bruta da cebolinha solteira e consorciada

com espinafre. Horticultura Brasileira, Brasília, v.22, n.4, p.811-814, out-dez 2004.

HEREDIA Z., N.A.; VIEIRA, M.C.; WEISMANN, M.; LOURENÇÃO, A.L.F. Produção e renda

bruta de cebolinha e de salsa em cultivo solteiro e consorciado. Horticultura Brasileira, Brasília, v.

21, n. 3, p. 574-577, julho-setembro 2003.

KIMATI, Hiroshi; AMORIM, L; BERGAMIN, A. Filho; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M.

Manual de fitopatologia: Doenças das Plantas Cultivadas. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres,

2005. 2v.: il. p. 56 – 57.

PEREIRA, Ricardo Borges; OLIVEIRA, Valter Rodrigues; PINHEIRO; Jadir Boges. Diagnose e

manejo de doenças Fúngicas na cultura da cebola. Circular Técnico Nº 133. EMBRAPA. Brasília,

DF. Outubro de 2014.

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ANTRACNOSE NA CULTURA DA GOIABA

Beatriz Iasmin Sousa dos Santos1

Wanny Barbosa Soares1

Nathalia Sabrina Campos1

Jonathan Albuquerque de Andrade1

Gilbson Santos Soares2

[email protected]

RESUMO: A cultura da goiaba é uma importante fonte econômica para os pequenos, médios e grandes

produtores no Brasil e no mundo, além de ter um enorme valor nutricional podendo ser comercializado in natura

ou em polpas, geleias, doces, etc. Como qualquer outra cultura a goiaba também está sujeita à fungos, como por

exemplo ao ataque da Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) com isso os objetivos do trabalho foram a

identificação dos sinais e sintomas da mesma na cultura, através da diagnose visual, métodos de controle

utilizados na cultura. Foram observados sintomas de antracnose semelhantes aqueles descritos na literatura e os

métodos de controle utilizados na propriedade são satisfatórios e bem empregados.

PALAVRAS CHAVES: Goiaba. Antracnose. Doença.

INTRODUÇÃO: A goiabeira (Psidium guajava L.) é nativa da América do Sul

(RISTERUCCI et al.,2005), pertence ao gênero Psidium, da família Mitaceae, que é composta

por mais de 70 gêneros e 2.800 espécies, sendo que 110 a 130 espécies são naturais da

América Tropical e Subtropical (Quadro 1).

QUADRO 1 - Classificação científica da goiaba.

Classificação Científica

Reino Plantae

Divisão Magnoliophyta

Classe Magnoliopsida

Ordem Mytales

Família Myrtaceae

Gênero Psidium

Espécie P. guajava ou Psidium guajava L 153

Fonte: Wikipédia, 2016.

A goiabeira é fácil de ser encontrada no fundo de quintal de residências e até em

praças e jardins públicos. A fruta é consumida in natura, mas também é usada para fazer

geleias, compotas, sucos, sorvetes e doces. Mais recentemente, ainda virou ingrediente para

um molho agridoce industrializado similar a um catchup.

Com casca verde ou amarela, a goiaba possui diâmetro médio de oito centímetros. A

fruta é rica em vitamina C, com quantidade de quatro a cinco vezes superior à da laranja e do

limão. As goiabas vermelhas são fartas em licopeno, substância com pigmento vermelho que

age contra os radicais livres e importante por prevenir o aparecimento de câncer. Perene e

1 Acadêmico do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA

2 Professor MSc. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA

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tropical, a goiabeira gosta de clima quente. Tem seu cultivo adaptado em várias regiões

brasileiras, mas a maior parte dos pomares está localizada no estado de São Paulo. Às

margens do rio São Francisco, a cidade pernambucana de Petrolina e a baiana Juazeiro

também se destacam na produção da fruta.

A goiabeira é uma árvore de tronco tortuoso, que pode atingir de três a cinco metros

de altura. Porém, há casos de o pé da fruta alcançar até oito metros. Os frutos da goiabeira são

ricos em vitamina variando de acordo com a cor da goiaba (Quadro 2).

QUADRO 2 – Teores médios de vitaminas da goiaba.

Composição Química Goiaba

Vermelha

Goiaba

Amarela

Goiaba

Branca

Vitamina A (retinol equivalente) 24mcg 0,00 33mcg

Vitamina B1(Tiamina) 190,00mcg 0,00 0,00

Vitamina B2 (Riboflavina) 154,00mcg 183,00mcg 156,00mcg

Vitamina C (Ácido Ascórbico) 45,60mg 80,20mg 80,10mg

Niacina 1,20mg 0,77mg 0,00

Fonte: SAPS

Desenvolvida no Brasil, mais exatamente na UNESP de Jaboticabal, a híbrida Paluma,

variedade da goiaba vermelha, oferece um fruto de cor vermelha profunda e sabor mais

intenso que as variedades Pink cultivadas em outros países.

Os frutos da goiabeira Paluma são destinados à industrialização, pois possuem

características para o processamento, para a elaboração de sucos, compotas e doces

em pasta, entretanto, em razão da qualidade, seus frutos também podem ser

consumidos in natura, o que a torna uma opção para a cultura mista (PEREIRA e

NACHTIGAL, 2002).

Kimati et al. (2005) descreve ―a antracnose, também denominada mancha chocolate da

goiabeira, é uma doença secundária, sendo problema em cultivos de goiaba para a indústria

em pomares mal conduzidos ...‖. Essa doença pode causar desde prejuízos medianos à

severos, ela ataca geralmente pomares mais velhos e mal cuidados, ou com pouco incidência

de entrada de luz solar pois o excesso de umidade facilita a proliferação do fungo na cultura,

em relação ao fruto os sintomas podem aparecer nas fases de florescimento, maturação e pós-

colheita.

A antracnose, também conhecida como mancha chocolate da goiabeira, é uma

doença secundária, sendo problema em cultivos de goiaba para a indústria e em

pomares mal conduzidos. A doença é importante em condições de produção onde os

agricultores utilizam sacos de papel ou plástico para a proteção dos frutos, gerando

uma câmara úmida artificial, favorável ao patógeno. Também pode ter alguma

importância em pós-colheita (KIMATI et al., 2005).

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A visita realizada na cultura da goiaba tem como objetivos identificar a partir de

possíveis sinais e sintomas a presença da antracnose na cultura, bem como medidas de

controle utilizadas. A pesquisa fundamenta-se na importância da goiaba por se enquadrar

entre as principais espécies frutíferas de mercado e por apresentar alto valor nutricional.

MÉTODO: A pesquisa de campo foi realizada em uma propriedade localizada na Rodovia

Santarém Jabuti, Km 05,no município de Santarém-PA.

A avaliação da incidência da doença foi feita através da análise visual dos sintomas e

sinais manifestados pelas plantas infectadas nos frutos, ramos e folhas; comparados com o

descrito na literatura (MANUAL DE FITOPATOLOGIA. VOL II. 2005). O método de

análise a partir dos sintomas e sinais de uma efermidade em plantas denomina-se diagnose

visual. Além disso, utilizou-se também o relato do proprietário sobre as enfermidades que

afetm a cultura.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através da diagnose visual foram observadas

manifestações dos sintomas e sinais do fungo da antracnose no fruto da goiabeira a saber,

manchas irregulares com coloração alaranjada, em forma de halo, que envolve uma região

mais escura, à medida que aumenta o desenvolvimento da enfermidade (Figura 1). Esses

sintomas e sinais observados nos frutos coincidem com o que é descrito no manual de

fitopatologia ―Os sintomas nas folhas e frutos são caracterizados por áreas de formato mais ou

menos circulares e de coloração escura. Em condições de umidade elevada é possível

observar sinais do patógeno de coloração alaranjada ...‖ (KIMATI et al.,2005).

Figura1.Fruto com sintomas e sinais da antracnose.

Fonte: Autoria própria. (2016)

Não há referências sobre cultivares de goiabeira com algum tipo de resistência a

C.gloeosporioides. Porém há maneiras de diminuir os focos e incidências da doença por meio

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de métodos de controle através de podas periódicas e de limpeza, ou defensivos agrícolas

orgânicos e químicos. Segundo o proprietário da cultura, essas medidas são utilizadas, o que

se justifica a baixa incidência da antracnose na propriedade.

Para inibir a ação do patógeno na cultura, as mudas devem ser produzidas em locais

longe dos pomares com incidência da antracnose garantir que estejam livres da doença.

Vistoriar periodicamente o pomar, eliminar e queimar todos os órgãos que apresentem

sintomas evidentes da doença na planta e, também, os ramos e folhas caídos no solo. Realizar

podas de condução que permitam estabelecer uma copa aberta para melhorar o arejamento e

a entrada dos raios solares, visando diminuir a umidade no interior das plantas; igualmente, as

plantas devem ser plantadas de maneira que permitam a circulação do ar entre elas. Evitar o

ensacamento dos frutos, prática que facilita o estabelecimento do fungo. Realizar

pulverizações com fungicidas protetores para reduzir o potencial de inoculo dentro do pomar.

Em relação aos métodos de controle orgânicos, podem ser usadas a Calda Bordalesa e a

Calda Sulfocálcica, as quais, por sinal, requerem um baixo custo financeiro e possuem uma

alta eficácia contra o fungo da antracnose.

A calda bordalesa é uma mistura de cobre e cal virgem, onde é feito uma mistura em um

recipiente de plástico, se for em um recipiente de outro material pode ocorrer a oxidação do

recipiente ocorrendo perdas de eficácia. O pH da mistura tem que estar neutro (pH=7), caso a

calda esteja muito ácida pode ocorrer a queima da folha da cultura havenddo assim vários

danos para o produtor, se a calda estiver alcalina poderá não trazer o efeito desejado por ter

pouca eficácia. A calda bordalesa é a escolhida e aplicada na cultura visitada, de acordo com

relato do proprietário. Existem também a calda sulfocálcica que é uma mistura de enxofre em

pó,cal virgem e água limpa. Deve ser colocado a água em um vasilhame de ferro e levado ao

fogo, após levantar fervura o cal virgem deve ser misturado ao enxofre até a calda alcançar

uma coloração amarelada. A calda pronta apresenta uma cor de vinho de jabuticaba. Para

guardar a calda sulfocálcica deve-se usar garrafões de vidro ou plásticos bem tampados e

deixá-los em um ambiente escuro. Desse modo a calda mantém sua eficácia por até cinco

meses.

CONCLUSÃO: O presente trabalho evidenciou a partir das observações de sintomas e sinais

na cultura da goiaba a presença de antracnose. Dado a vasta disseminação do fungo e a

impossibilidade de erradicação total, são utilizadas medidas e controle na propriedade com a

calda bordalesa e medidas preventivas através de podas periódicas, limpeza e queima de

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ramos, frutos e folhas. As medidas evitam perdas na produção, elevando o valor de mercado

do produto final.

REFERÊNCIAS

KIMATI, Hiroshi; et al. Manual de fitopatologia. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres.

2005. 2v.: il. p. 403.

MONTEIRO, Alessandra; et al, cultura da goiaba. Disponível em:

http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/128279/1/PLANTAR-Goiaba-ed02-

2010.pdf Acesso em 18 out 2016.

BETTIOL, Neto; goiaba. Disponível em:

http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1533299-4529,00.html Acesso em

18 out 2016.

LOPES, Luiz; Goiabeira 'Paluma' sob diferentes sistemas de cultivo,épocas e intensidades de

poda de frutificação. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pab/v42n6/v42n6a04.pdf

Acesso em 18 out 2016.

BÓRIS e SANTOS, Adrik e Késsio; Antracnose na Goiabeira. Disponível em:

http://fitopatologiaifpa.blogspot.com.br/2014/11/antracnose-na-goiabeira.html?m=1 Acesso

em 18 out 2016.

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APLICAÇÃO DA ROBÓTICA EDUCACIONAL USANDO ARDUINO PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE SANTARÉM-PA

Alexandre Thomas1

Angel Pena Galvão2

Paulo Marcelo Pedroso 3

[email protected]

RESUMO: Este resumo descreve o Projeto de Extensão sobre Robótica Educacional que está sendo realizado

em uma instituição de ensino superior para alunos do ensino médio. O projeto tem por objetivo ensinar os

conceitos básicos de Arduino por meio da oficina de robótica, bem como divulgar a ideologia do conceito de

hardware e software livre. Nesta etapa foi a ministrada a Oficina de Arduino, com o intuito de incentivar os

alunos para o pensamento lógico e trabalho em equipe. Os resultados demonstram um grande entusiasmo por

parte dos alunos, visto que estão trabalhando com uma plataforma nova aplicando conceitos teóricos na prática.

PALAVRAS-CHAVE: educação, robótica, inclusão.

INTRODUÇÃO: A partir do momento em que os equipamentos tecnológicos começaram a

entrar nos espaços educativos trazidos pelas mãos dos alunos ou pelo seu modo de pensar e

agir inerente a um representante da geração digital, evidenciou-se que as Tecnologias da

Informação e Comunicação (TIC) não mais ficariam confinadas a um espaço e tempo

delimitados. Tais tecnologias passaram a fazer parte da cultura, tomando lugar nas práticas

sociais e significando as relações educativas ainda que nem sempre estejam presentes

fisicamente nas organizações educativas (ALMEIDA; SILVA, 2011).

Moran (2004) afirma que os alunos reclamam do tédio de ficar ouvindo um professor

falando na frente por horas, da rigidez dos horários, da distância entre o conteúdo das aulas e

a vida. A presença das TIC é uma alternativa possível de superação ou de alternativa aos

limites postos pelas ―velhas tecnologias‖, representadas, principalmente, por quadro de giz e

materiais impressos.

Neste contexto, destaca-se a Robótica Educacional, que é caracterizada por ambientes

de aprendizagem onde o aluno pode montar e programar um robô ou sistema robotizado e sua

diversidade de possibilidades como recurso ou ferramenta, como componente interdisciplinar

do currículo e também como prática pedagógica para a construção de uma escola inclusiva e

de qualidade para todos (MALIUK, 2009). Trabalhos como de Araújo e Mafra, 2014; D'

Abreu, 2004; D'abreu e Bastos, 2015; Brito et al., 2015, foram publicados abordando a

1 Acadêmico do VI Semestre do CST em Redes de Computadores - IESPES ([email protected]).

2 Coordenador do CST em Redes de Computadores – IESPES ([email protected]).

3 Professor do CST em Redes de Computadores – IESPES ([email protected]).

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robótica para fins educativos, com o objetivo de melhoria do ensino e aprendizagem do

professor e aluno, respectivamente.

Este resumo tem por objetivo demonstrar a viabilidade da robótica no processo ensino-

aprendizagem, por meio da execução da Oficina de Arduino do projeto de extensão de uma

Instituição de Ensino Superior de Santarém – Pará.

MÉTODO: Participaram alunos do terceiro ano do ensino médio de uma escola estadual de

Santarém, Pará. A partir de reuniões com diretor e professores responsáveis pelas turmas,

foram selecionados 25 alunos para participação da Oficina de Arduino. Esta oficina foi fruto

do projeto extensão sobre Robótica Educacional desenvolvido pelos acadêmicos e docentes

do curso de Redes de Computadores de uma instituição de ensino superior do mesmo

município, tendo a colaboração de professores parceiros.

Para os métodos de pesquisas foram abordados a quantitativa que trabalha tanto na

coleta, quanto no tratamento das informações objetivando resultados que evitem possíveis

distorções de análise e interpretação, possibilitando uma maior margem de segurança. Além

da abordagem de análise qualitativa que, descreve a complexidade de determinado problema,

sendo necessário compreender e classificar os processos dinâmicos vividos nos grupos,

contribuir no processo de mudança, possibilitando o entendimento das mais variadas

particularidades dos indivíduos (DIEHL, 2004). Para isso, foram aplicados questionários com

7 perguntas fechadas aos alunos participantes da oficina.

Resultante do projeto de extensão, a oficina de Arduino apresentou os seguinte

eixos de formação: conceitos de microcontroladores; introdução à placa de prototipação

Arduino; introdução a programação com Arduino; componentes de um programa: criação de

variáveis, comandos de seleção e repetição, modularização; portas de entrada e saída; portas

analógicas. O Arduino utilizado nas aulas da oficina foi o modelo Uno R3, sendo que durante

as aulas os alunos em grupos recebiam o kit (Arduino, protoboard, fios jumpers, display,

resistores) para realizar as atividades propostas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nesta seção, são apresentados os resultados preliminares

das ações com alunos da turma do curso Oficina de arduino e fotos de momentos da

participação dos alunos do ensino médio, onde os mesmo desenvolveram um protótipo de

letreiro controlado por Arduino, como demonstrado nas Figuras 1 e 2. Na Figura 3, é

apresentado o produto final desenvolvido pelos alunos. Durante as oficinas foram abordadas

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as temáticas de raciocínio lógico, intensidade de luminosidade para tela do display,

eletrônicos e físicos com cálculos e inserção de resistores para o produto final.

Figura 2: Alunos do Ensino Médio

na programação do protótipo.

A figura 1 ilustra os alunos participantes realizando a conexão dos leds, resistores na

protoboard. Na figura 2, evidenciam-se os alunos realizando a programação da placa de

prototipação Arduino. Já na figura 3, apresenta-se o resultado e funcionamento do protótipo.

No Quadro 1 abaixo, apresentam-se as questões do formulário de avaliação preenchido

por alguns alunos da oficina. De acordo com os resultados demonstrados, foi possível

observar uma quantidade significativa de respostas considerando positiva à oficina, além de

ser corroborada uma significativa importância do tema na inserção do currículo escolar.

Questões Resposta

SIM NÃO

1 O Curso oferecido pela oficina de Introdução à Eletrônica usando Arduino

está atendendo suas expectativas? 25 0

2 O curso está incentivando você a estudar mais? 25 0

3 Você acha que Arduino pode ajudar nas matérias teóricas passada em sala de

aula? 24 1

4 Você pretende continuar seus estudos com Arduino? 25 0

5 Você acha que a matéria de Robótica deveria estar presente na matriz

curricular do ensino médio? 21 4

6 Você considera o Arduino uma boa ferramenta para aprender programação e

robótica? 25 0

7 A Oficina está te motivando para cursar a área das exatas? 21 4

QUADRO 1. Questões referentes ao formulário de avaliação do curso Oficina de Robótica.

Após a aplicação do questionário verificou-se que os alunos consideram o Arduino

uma ferramenta interessante para aprender conceitos teóricos de sala de aula, de programação

e robótica.

Figura 1: Desenvolvimento prático.

Figura 3: Material produzido

pelos alunos.

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CONCLUSÃO: A robótica educacional, pode ser uma forma de se garantir a inserção de

tecnologia ao currículo escolar, sobretudo no Ensino Médio público alvo deste trabalho. O

aspecto interdisciplinar, característico desse ambiente propicia abertura a novas aprendizagens

e maior autonomia intelectual dos alunos. No que se refere às escolas públicas isso pode se

constituir em uma possibilidade de acesso aos conteúdos de cunho tecnológico, geralmente

não trabalhado em uma parcela da população menos favorecida economicamente.

Com os resultados obtidos até o presente momento constata-se que o projeto é de

grande relevância segundo os próprios alunos participantes, sobretudo no quesito motivação

com os estudos e acreditam que seria uma excelente opção de inserção da robótica no

currículo da escola.

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, M.E; SILVA, M.G. (2011) ―Currículo, Tecnologia e Cultura Digital: Espaços

e Tempos de Web Currículo‖. Revista e-curriculum, São Paulo, v.7 n1 Abril.

ARAUJO, C. A. P; MAFRA, J.R.S. (2014) ―A Robótica Educacional na Matemática

básica: Uma proposta de aprendizagem colaborativa.‖ em XXII Encontro de Pesquisa

Educacional do Norte e Nordeste - EPENN.

BRITO, M.C; PERALTA, D.A; MORCELI, G. PRADO, J.P.A (2015) ―Aplicação da

Robótica Educacional em escolas públicas: relato de experiência‖. Anais do 6º Workshop de

Robótica Educacional – WRE.

D‘ABREU, João Vilhete Viegas (2004), ―Disseminação da robótica em diferentes níveis de

ensino‖, em ―Revista educativa‖, Vol. 1, pp. 11–16.

D‘ABREU, João Vilhete Viegas; BASTOS, Bruno Leal (2015), ―Robótica Pedagógica e

Currículo do Ensino Fundamental: Atuação em uma Escola Municipal do Projeto UCA‖,

em Revista Brasileira de Informática na Educação, Volume 23, Número 3.

DIEHL, Astor Antonio.(2004) ―Pesquisa em ciências sociais aplicadas: métodos e técnicas‖.

São Paulo: Prentice Hall.

MALIUK, Karina Disconsi. (2009) ―Robótica Educacional como cenário investigativo nas

aulas de Matemática.‖ Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-graduação em Ensino de

Matemática. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2009.

MORAN, José Manuel. (2004) ―Os novos espaços de atuação do professor com as

tecnologias. Conhecimento local e conhecimento universal: diversidade, mídias e

tecnologias na educação.‖ Curitiba: Champagnat, v. 2.

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APLICATIVO PARA AUXILIAR PROFESSORES NO ENSINO DAS OPERAÇÕES BÁSICAS DA MATEMÁTICA AOS ALUNOS DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: FASE DE PLANEJAMENTO

Raimundo Nonato Sousa1

Ronilson Santos da Cruz¹

Marla Teresinha Barbosa Geller2

[email protected]

RESUMO: Desde os primórdios, o uso da matemática tornou-se essencial para a solução de problemas do

cotidiano, porém fatores como falta de motivação (de alunos e professores), didática inapropriada ou defasada,

conteúdo inadequado e a falta de material didático motivador, fazem parte da lista de problemas que contribuem

para o insucesso do aprendizado dos alunos.Através deste projeto busca-se facilitar o processo de ensino e

aprendizagem de alunos e professores, por meio da criação de um Objeto de Aprendizagem (OA) voltado ao

ensino da matemática básica, por meio de conteúdos lúdicos aliados a metodologias voltadas para a solução do

problema. Quando utilizados de forma apropriada, os OA‘s (Objetos de aprendizagem) facilitam e dinamizam

conteúdos considerados por muitos de difícil compreensão, (ex: matemática), pois os OA‘s disponibilizam

métodos capazes de minimizar a maioria dos problemas encontrados nos dias atuais por alunos e professores tais

como os citados anteriormente.Ressalta-se que os OA's são ferramentas disponibilizadas de forma gratuita (em

sua maioria) e que os mesmos são de fácil compreensão e manipulação. O OA será direcionado aos professores e

alunos do 2º ano do ensino fundamental e abordará conteúdos considerados complexos para assimilação dos

alunos. O projeto é orientado por processos da Engenharia de Software para aplicativos educacionais.

PALAVRAS-CHAVE: Objeto de aprendizagem (OA).Ensino e Aprendizagem. Ensino da Matemática.

INTRODUÇÃO: Sabemos que a matemática está presente em nosso meio nas mais diversas

situações, e que sua compreensão é de fundamental importância para o desenvolvimento de

cada indivíduo. No entanto, existem aspectos que dificultam esse processo de aprendizagem e

que nos levam a refletir sobre quais as possíveis causas acerca desse problema. Atualmente o

tema ―Dificuldades para aprender Matemática‖ tem sido motivo para encontros, fóruns,

palestras, debates e pesquisas para que se possa descobrir a gênese deste problema e alguns

questionamentos são recorrentes em meio a essas atividades, como: O que leva o aluno a não

conseguir aprender o conteúdo? Será que o professor utiliza a didática correta para o repasse

do conteúdo? Será falta de motivação por parte dos alunos? Entre outros questionamentos.

Ressalta-se que todas estas questões têm o mesmo objetivo que é o de encontrar soluções para

tais dificuldades.

Sanchez (2014) enumera cinco aspectos para a dificuldade de se aprender Matemática:

1 - Dificuldades em relação ao desenvolvimento cognitivo e à construção da

experiência matemática; desde as noções básicas, passando pelas operações até a

interpretação de problemas e o raciocínio lógico.

1 Acadêmicos III Semestre do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA.

2 Professora do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA, e orientadora do projeto.

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2 - Dificuldades quanto às crenças, às atitudes, às expectativas e aos fatores

emocionais acerca da matemática. Estas questões podem gerar ansiedade e dificultar

o aprendizado.

3- Dificuldades relativas à própria complexidade da matemática, como seu alto nível

de abstração e generalização, a complexidade dos conceitos e algoritmos. Os

conceitos matemáticos são baseados na lógica, o que para muitos alunos é de difícil

compreensão.

4 - Podem ocorrer dificuldades mais intrínsecas, como bases neurológicas, alteradas.

Atrasos cognitivos generalizados ou específicos. Problemas linguísticos que se

manifestam na matemática; dificuldades atencionais e motivacionais; dificuldades

na memória, etc.

5 - Dificuldades originadas no ensino inadequado ou insuficiente, seja porque a

organização do mesmo não está bem sequenciado, ou não se proporcionam

elementos de motivação suficientes; seja porque os conteúdos não se ajustam às

necessidades e ao nível de desenvolvimento do aluno, ou não estão adequados ao

nível de abstração, ou não se treinam as habilidades prévias; seja porque a

metodologia é muito pouco motivadora e muito pouco eficaz.

São várias as dificuldades para o aprendizado da matemática, portanto não há somente

um processo para sua solução, dentre as cinco dificuldades citadas acima pelo autor, este

trabalho terá como foco a quinta citação de Sanchez (2014), que diz respeito a falta de

motivação como consequência da metodologia inadequada.

A matemática por sua vez, tem um papel fundamental no processo de

desenvolvimento intelecto social dos indivíduos, papel esse demonstrado pelos Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN, Brasil, 1998), portanto sendo necessário que as dificuldades de

aprendizado sejam estudadas e que recursos para auxiliar nesta questão sejam priorizados.

(...) a matemática pode dar sua contribuição à formação do cidadão ao desenvolver

metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e

justificativa de resultados, a criatividade, a iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e

autonomia advinda da confiança na própria capacidade para enfrentar desafios.

A tecnologia ajuda a suprir várias necessidades do ser humano nos dias atuais, tais

como nas áreas de comunicação, entretenimento e educação o uso da tecnologia na educação

vem se firmando nos últimos anos, como ferramenta imprescindível para o desenvolvimento

desta, podendo-se identificar o uso da mesma em vários setores do processo educativo e com

forte presença no processo de ensino pedagógico nos quais professores associam seu uso em

tarefas como: a tabulação de dados através do uso de computadores e softwares específicos, a

apresentação de conteúdos com o uso de projetores, até mesmo no uso de lousas com

tecnologias modernas que permitem o professor interagir com o conteúdo assim dinamizando

a apresentação e tornando as aulas mais atraentes e motivadoras.

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De acordo com Ventavoli (2011), ―na educação o computador pode trazer muitos

benefícios, pode aumentar o potencial criativo e garantir mais autonomia a professores e

alunos, portanto, a escola não pode deixar de proporcionar a seus alunos o acesso a

tecnologia‖.

MÉTODO: No decorrer dos anos surgiram inúmeras formas para que se enfrentem as

dificuldades existentes no processo de ensino e de aprendizagem de alunos em geral.

Contudo, a grande maioria das maneiras encontradas para suprir estas necessidades parte do

pressuposto de que devem ser adotados caminhos que ajudem a desenvolver tais habilidades

em cada aluno, assim contribuindo para sua evolução acerca do conteúdo estudado pelo

mesmo. Em resumo, deve-se desenvolver métodos para auxiliar o processo e que segundo

Rangel (2005, p.13), ―método é caminho, é opção por um trajeto até o alcance de objetivos

que se sintetizam na aprendizagem‖. Uma ferramenta de aprendizagem pode enquadrar-se

como um ―método‖ adotado para auxiliar no processo de ensino aprendizagem.

Segundo Valente (1991) ―o computador pode ser usado na educação como máquina de

ensinar ou como ferramenta‖. Porém o mesmo precisa de ―softwares‖ para controlar o seu

funcionamento, que podem ser na forma de Objetos de Aprendizagem. Os Objetos de

Aprendizagem (OA‘s) se enquadram no conceito de ―softwares aplicativos‖ que devem ser

instalados em um computador, ou disponibilizados na internet para que o usuário tenha acesso

a seus recursos.

É fato que com o uso do computador se torna possível a informatização de métodos

tradicionais de ensino e instrução e que além disso, esta ferramenta pode ser utilizada para

criar e aprimorar ambientes nos quais os alunos por sua vez poderão interagir com os (OA‘s)

Objetos de Aprendizagem, assim tendo a oportunidade de construir seu próprio conhecimento.

Para Sosteric e Hesemeier (2002), ―Objetos de Aprendizagem são arquivos digitais

(Jogos, textos, filmes, por exemplo) que podem ser utilizados para fins educacionais e que

incluem, internamente ou através de ligação, sugestões sobre o contexto apropriado no qual

deve ser utilizado‖.

De acordo com Tarouco, Fabre e Tamusiunas (2003), "Objetos educacionais podem

ser definidos como qualquer recurso, suplementar ao processo de aprendizagem, que pode ser

reusado para apoiar a aprendizagem".

E segundo Pereira; Passos (2015):

[...] importante dos OA é que eles possuem exemplos práticos, pois estes exemplos

permitem uma aprendizagem mais interativa através de ferramentas que suportam a

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exploração, a manipulação, a investigação, a construção de soluções ou a

visualização de componentes gráficos, o que facilita a contextualiza dos conceitos

explorados, tornando os conceitos teóricos mais concretos e sem a necessidade de

realizar somente a memorização dos conceitos.

A metodologia utilizada para o presente projeto inclui o desenvolvimento de um

Objeto de Aprendizagem, baseado nas necessidades identificadas para os alunos do 2º ano do

ensino fundamental. O aplicativo vai ter como base princípios da Engenharia de Software

para construção de sistemas educativos. Para isto será realizado um levantamento das

necessidades dos alunos. A partir destas informações será desenvolvido um protótipo para que

os alunos possam identificar o que pode ser melhorado e então será desenvolvido o OA para

depois ser testado pelos alunos. Será feito um acompanhamento do uso do OA, para que se

possa avaliar sua eficiência.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: É evidente a importância de ferramentas educacionais no

processo de ensino aprendizagem, pois através destas a interação do usuário com o conteúdo

torna-se mais atraente e envolvente, pois as ferramentas educacionais podem ser

desenvolvidas utilizando contextos e/ou conteúdos lúdicos, com uso de imagens, vídeos e

entre outros, que se assimilam ao cotidiano do usuário.Porém, o que deve ser exaltado como

fator principal nas ferramentas educacionais, é seu objetivo final, que é o de colaborar com o

processo de ensino e aprendizagem do usuário assim aprimorando e desenvolvendo novas

habilidades ao usuário.

Em estudo iniciais sobre o desenvolvimento e aplicação de OA para o ensino da

matemática, observou-se que existem muitos aplicativos direcionados para oconteúdo desta

disciplina, porém, o que se propõe neste trabalho é desenvolver um conteúdo específico para

alunos que acompanharão o desenvolvimento do AO, sendo este um diferencial para este

trabalho.

Espera-se que os conteúdos considerados bastante complexos pelos alunos possam ser

assimilados de forma mais natural e prazerosa.

REFERÊNCIAS:

TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach; FABRE, Marie-Christine JM; TAMUSIUNAS,

Fabrício Raupp. Reusabilidade de objetos educacionais. RENOTE 1.1 (2003). Disponível

em: <http://www.seer.ufrgs.br/renote/article/view/13628/0>. Acesso em: 17 de Setembro de

2016.

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102

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino

Fundamental - Matemática - Ministério da Educação e do Desporto - Secretária de

Educação Fundamental. Brasília: 1998.

PEREIRA, Lucimar Barbosa; PASSOS, Marize Lyra Silva. Objetos de aprendizagem como

recursos didáticos na disciplina de Matemática para o 5º ano do ensino

fundamental. Anais do Encontro Estadual de Política e Administração da Educação-

ANPAE-ES, n. 1, 2015. Disponível em:<http://www.sied-

enped2014.ead.ufscar.br/ojs/index>. Acesso em: 19 de maio de 2016

RANGEL, Mary. Métodos de ensino para a aprendizagem e dinamização das

aulas.Campinas,SP: Papirus, 2005. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico.)

SANCHEZ, JesúsNicasio Garcia. Dificuldades de aprendizagem e intervenção

psicopedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2004.

SOSTERIC, Mike; HESEMEIER, Susan. When is a Learning Object not an Object: A

first step towards a theory of learning objects. International Review of Research in

Open and Distance Learning. [S.1:s.n], v.3, n.2, out. 2002. Disponível em:

<http://www.irrodl.org/content/v3.2/soches.html>. Acesso em: 02 abril 2016.

VALENTE, José Armando. Liberando a mente: computadores na educação especial.

1991. Disponível em: <http://www.sidalc.net/cgi-

bin/wxis.exe/?IsisScript=BCUNA.xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mf

n=002680>. Acesso em: 20 setembro 2016.

VENTAVOLI, Fabíola M. A. Informática na educação. 2011. Disponível em:

<http://www.psicopedagogia.com.br/new1_artigo.asp?entrID=1409#.VwAuo0AdMdV>.

Acesso em: 02 abril 2016.

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AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Ana Raquel Silva Monteles

1

Beatriz da Cunha Portela¹

Isabel Alcina Soares Evangelista2

[email protected]

RESUMO: Este artigo faz uma abordagem das práticas pedagógicas adotadas na educação infantil. Tem como

objetivo principal mostrar as grandes inovações que o mundo educacional trás para o aprendiz, destacando

métodos de ensinos eficazes e mais prazerosos para uma melhor qualidade de ensino. Para isso são apresentadas

algumas técnicas de ensino que podem ser utilizadas como um auxílio para o docente tornar mais efetivo o seu

modo de educar, através dos três pilares da educação. Os resultados obtidos através de uma pesquisa de campo

permitiram verificar formas mais eficazes de proporcionar um bom ensino-aprendizagem, em que o professor

deve está aberto a um leque de opções metodológicas para ensinar o educando, pois, não se pode limitar a

capacidade de aprendizagem do aluno usando um único método de forma incoerente, a saber disso, o professor

deve está sempre inovando, visto que, cada um de nós temos uma forma de obter conhecimento. Seja por meio

da ludicidade, meio social e interativo, mas, deve está voltado para os três pilares da educação infantil: educar,

cuidar e brincar.

PALAVRAS-CHAVE: práticas pedagógicas. educar. educação infantil.

ABSTRACT: This article is an approach to teaching practices in early childhood education. Its main objective is

to show the great innovations that the educational world back to the learner, highlighting methods of effective

teaching and more enjoyable for better quality education. For this are some teaching techniques that can be used

as an aid for teaching make more effective their way to educate, through the three pillars of education. The

results obtained through field research allowed to verify the most effective ways to provide good teaching and

learning, where the teacher must be open to a range of methodological options to teach the student, because it

can not limit the learning capacity student using a single method inconsistently, to know that the teacher is

always innovating, since each of us have a way to get knowledge. Whether through playfulness, social and

interactive medium, but it should face the three pillars of early childhood education: to educate, care for and play

with.

KEYWORDS: pedagogical practices. to educate. child education.

INTRODUÇÃO: Com as diversas transformações ocorridas no âmbito social e a necessidade

de mudanças nas práticas pedagógicas que estão ultrapassadas, emerge a importância que tem

a Educação Infantil na formação do cidadão, com isso este trabalho visa identificar os

métodos de ensino que torna mais produtivo e proveitoso o meio de aprendizagem da criança.

Trabalhando formas mais eficazes de proporcionar um bom ensino-aprendizagem, em que o

professor deve está aberto a um leque de opções metodológicas para ensinar o educando, pois,

não se pode limitar a capacidade de aprendizagem do aluno usando um único método de

forma incoerente, a saber disso, o professor deve está sempre inovando, visto que, cada um de

nós temos uma forma de obter conhecimento. Seja por meio da ludicidade, meio social e

1 Acadêmicas do curso de Pedagogia: Ana Raquel Silva Monteles e Beatriz da Cunha Portela

2 Orientadora: Ms. Isabel Alcina Soares Evangelista / [email protected] UNIVERSIDADE LUTERANA DO

BRASIL/ CAMPOS SANTARÉM/PA

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interativo, mas, deve está voltado para os três pilares da educação infantil: educar, cuidar e

brincar.

DESENVOLVIMENTO: As práticas pedagógicas na educação infantil é um assunto que nos

leva a inovações, ou seja, diversas formas de aplicar conteúdos com clareza, para

disponibilizar um melhor desempenho para os alunos. Lidar com educação infantil não é

nada fácil. Além de ser trabalhoso tem que ter cuidado com os pequenos alunos. Entretanto,

achar que a criança não tem capacidade de desenvolver habilidades, passando atividades

repetitivas o que não é recomendado, pois, a criança tende a se tornar um ser não pensante e

incapaz de refletir. Logo, é necessário, ter um olhar cuidadoso em relação a isso, adotar várias

práticas para tornar o ensino interessante e mais eficaz.

É importante falar sobre as práticas pedagógicas, porque, é um exercício de

aprendizagem constante, não se prende em uma perspectiva repetitiva, onde o docente tem

uma visão fragmentada do conhecimento , ou seja, limitando a capacidade intelectual das

crianças. No entanto, o docente precisa adotar um modelo reflexivo, no qual irá permitir que

ele reflita criticamente sobre seu modo de educar. Ghedin (2006) aponta que a prática do

professor atravessa por caminhos de duas vias, do real ao ideal. A primeira é quando o

professor planeja agir de determinada maneira e a segunda é quando o agir se concretiza. Ou

seja, o plano ideal passa a ser vivenciado e concretizado no plano real quando o professor tem

consciência desse processo e quando a prática dele tem como finalidade a reflexão

crítica. Para que haja uma superação dos modelos repetitivos é necessário haver uma mudança

no modo de pensar do professor, pois, é importante refletir e inovar seu modo de educar de

maneira eficaz, lúdica e prazerosa. O ambiente, a organização do espaço influencia bastante

para um ensino satisfatório.

MÉTODOS E INSTRUMENTOS: A pesquisa a seguir caracteriza-se por um estudo

bibliográfico, como forma de subsidiar as ideias nela desenvolvidas. Segundo Prestes (2008,

p.26), ―a pesquisa bibliográfica é aquela que busca adquirir conhecimentos a partir de

informações provenientes de materiais gráficos ou de outras fontes‖. Kant, afirma que: "Sou,

por meu gosto pesquisador. Experimento toda a sede de conhecer e a ávida inquietude de

progredir, do mesmo modo que a satisfação que toda aquisição proporciona." Desta forma, as

práticas pedagógicas na educação são indispensáveis, pois, o professor terá diversas

alternativas através de buscas para ensinar os alunos com atividades interativas,

oportunizando para as crianças o melhor desenvolvimento. Juntamente com uma pesquisa de

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campo direcionada a entrevistas com professores da educação infantil de determinada escola.

Desta forma, este estudo proporcionará descobertas, em relação as prática pedagógicas na

educação infantil.

Local da pesquisa: numa escola de ensino infantil.

População Alvo: Alguns professores.

Instrumentos de dados: questionário, entrevista e pesquisas.

RESULTADOS E DISCURÇÕES: As situações educativas vivenciadas pelo educando na

escola e o tratamento por ele recebido das pessoas envolvidas serão muito importantes na

formação do conceito de si mesmas. Por isso, que escola precisa ter propostas pedagógicas,

que possibilitem a aprendizagem dos alunos. Educar, significa, proporcionar a criança tempo,

espaço, vivências de formas e natureza diversas, por meio de recursos como ludicidade,

oportunidades de expressão e representação que potencializem a capacidade de a criança

reconhecer-se como sujeito, de estar com as outras pessoas, convivendo e aprendendo com a

diversidade sociocultural. Portanto, as práticas pedagógicas na educação infantil são

indispensáveis e devem ser inovadoras, voltadas para o educar, cuidar e brincar.

CONCLUSÃO: Portanto, é importante falar das práticas pedagógicas na educação Infantil,

pois, através de inovações se faz grandes descobertas. É preciso haver compromisso e

disposição de cada professor que optou pela área da educação infantil. Tornar de suas aulas

um momento muito agradável, interessante e lúdico é essencial. Deste modo, é possível ver a

importância das práticas pedagógicas que não é limitada, mas, ampla e deve ser inovada.

REFERÊNCIAS

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. 5. ed. São Paulo: Ed. Atlas,

2002.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M.Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São

Paulo: Atlas, 2003.

MINAYO, M.C. de S. (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 22 ed. Rio de

Janeiro: Vozes, 2003.

PRESTES, M. L. M. A pesquisa e a construção científica: do planejamento aos textos da

academia. São Paulo: Rêspel, 2008.

Rau, Maria Cristina Trois Dorneles Educação Infantil: práticas pedagógicas de ensino e

aprendizagem [livro eletrônico / Maria Cristina T. Dorneles Rau.–Curitiba/PR: interSaberes,

2012. –(Série Metodologias) 2 Mb; PDF, 1ª edição, 2012.

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ASSESSORIA JURÍDICA UNIVERSITÁRIA POPULAR NA AMAZÔNIA: A EDUCAÇÃO JURÍDICA AO LADO DOS OPRIMIDOS

Evanderson Camilo Noronha1

Lincon Aguiar2

RESUMO: Busca-se apresentar a Assessoria Jurídica Universitária Popular (AJUP) como uma prática de

extensão universitária inovadora que pode contribuir para a ampliação do acesso das pessoas mais pobres ao

Poder Judiciário, principalmente daquelas que moram mais afastadas dos centros urbanos e que têm seus modos

de vida ameaçados pela construção de diversos megaprojetos planejados para a região amazônica e na sua

constante luta por autonomia, pela manutenção de seus modos de vida particulares e pelo reconhecimento de suas próprias formas de resolução de conflitos. Para tanto, procura-se expor o contexto da educação jurídica no

país, e a dificuldade de acesso ao serviço jurídico pelas pessoas que não podem pagar pelos honorários de um

advogado. Analisa-se a origem da AJUP e sua ligação com a educação popular e a pedagogia emancipatória

desenvolvida por Paulo Freire. Posteriormente, procura-se demonstrar como deve ser a atuação dessa prática de

extensão universitária.

INTRODUÇÃO: Na região amazônica, assim como no Brasil, não são poucas as instituições

de ensino superior que oferecem o tradicional curso de Direito. Em igual escala é a demanda

estudantil por essa graduação que figura entre as mais concorridas do país, inobstante o

grande número de vagas. Anualmente, milhares de novos juristas são formados e se juntam a

um grande contingente existente no mercado (FREITAS, 2015).

Em 2013, no Brasil contava‐ se com cerca de 1.200 (mil e duzentos) cursos de Direito

e aproximadamente 800.000 (oitocentas mil) matrículas (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,

2013). Entre 2001 e 2011, por exemplo, saiu‐ se de 505 para 1.121 cursos (TAGLIAVINI,

2013, p. 21), isto é, um aumento superior a 120 %.

Conforme dados divulgados, em 2010, por Jefferson Kravchychyn, membro do

Conselho Nacional de Justiça (CNJ), haviam no Brasil mais de três milhões de bacharéis não

inscritos nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB, 2010), que segundo Arruda

Junior (1993, p. 40), parafraseando Marx, formam um ―exército de bacharéis de reserva‖,

correspondente à força de trabalho que excede as necessidades da produção e do mercado.

Em contrapartida, ainda se vive em um cenário em que a Justiça estatal mostra-se

inacessível a parte da população e mais próxima daqueles que possuem um maior poder

aquisitivo. As classes menos abastadas tem grande dificuldade de acessar esse instrumento

legitimador de decisões que podem mudar suas vidas.

1 Bacharelando em Direito pelo Programa de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Oeste do Pará.

Membro do Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular (NAJUP) Cabano. E-mail: [email protected]. 2 Bacharelando em Direito pelo Programa de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Oeste do Pará.

Membro do Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular (NAJUP) Cabano. E-mail: [email protected].

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No caso amazônida, as populações tradicionais que se encontram afastadas dos

grandes centros populacionais têm seus direitos constantemente tolhidos pela necessidade de

novos espaços para a reprodução do capital. Projetos hidrelétricos, portuários, rodoviários,

ferroviários, minerários, agropecuários têm alterado drasticamente a rotina de pescadores,

agricultores, extrativistas, indígenas e quilombolas, entre outros povos e comunidades

tradicionais.

A Assessoria Jurídica Universitária Popular (AJUP) emerge nesse cenário como uma

alternativa possível para ampliar o acesso à justiça dessas pessoas. Essa prática de extensão

universitária

consiste no trabalho desenvolvido por advogados populares, estudantes, educadores,

militantes dos direitos humanos em geral, entre outros; de assistência, orientação

jurídica e/ou educação popular com movimentos sociais; com o objetivo de

viabilizar um diálogo sobre os principais problemas enfrentados pelo povo para a

realização de direitos fundamentais para uma vida com dignidade, e a sua

efetivação; seja por meio dos mecanismos oficiais, institucionais, jurídicos,

extrajurídicos, políticos, ou por meio da conscientização (RIBAS, 2008, p. 4-5).

Este trabalho objetiva demonstrar que a AJUP pode ser um instrumento dos povos

amazônicos a ser utilizado para a preservação de suas culturas e de seu modo de vida; na luta

contra a expansão de megaempresas nacionais e internacionais que almejam lucrar com as

riquezas naturais dessa região, independente da importância que estas possuem para as

pessoas que se reproduzem física, social e culturalmente em meio a rios, igarapés, florestas,

cachoeiras e serras da Amazônia. Além disso, espera-se que os graduandos do curso de

Direito, a partir das experiências vividas com a AJUP, formem-se profissionais engajados

com os problemas sociais amazônicos e comprometidos com a utilização de seus

conhecimentos para a redução das desigualdades.

MÉTODO; Este trabalho foi produzido através de uma pesquisa de natureza básica, com

abordagem qualitativa das variáveis e com procedimento de pesquisa de levantamento

bibliográfico de obras acerca da Assessoria Jurídica Universitária Popular, do pensamento

jurídico crítico, da educação popular e com auxílio das experiências pessoais dos autores com

as populações amazônicas. Vale ressaltar que com ―populações amazônicas‖, pretende-se

englobar, principalmente, as pessoas que vivem mais afastadas dos centros populacionais,

todavia não se excluem aquelas que vivem marginalizadas nos centros urbanos por não se

adaptarem ao modo de vida exigido pela cidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Assessoria Jurídica Universitária Popular (AJUP)

difere-se de muitas outras práticas jurídicas que surgem com a ideia de auxiliar as pessoas

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sem condição financeira de pagar um advogado porque não limita sua visão a um

assistencialismo imediato e passageiro em troca do ganho de experiência jurídica necessária

para a formação do acadêmico de direito.

A AJUP objetiva romper esse tratamento em que as lides dessas pessoas com baixo

poder econômico são objeto de estudo dos universitários para tornar os próprios demandantes

sujeitos de direitos, em uma ação que pretende se tornar contínua. Além disso, pretende

capacitar as lideranças comunitárias, sindicais ou de associações, a fim de que elas

possibilitem seus representados a tornarem-se protagonistas de suas lutas, não apenas jurídica,

mas também política.

A origem desse projeto de extensão universitária está, como afirma Ribas (2008),

associada à atuação de movimentos sociais e à busca por um novo olhar jurídico, mais crítico,

oposto ao tradicional que favorece aqueles com grande poder econômico e mais próximo da

parte mais oprimida da população.

A AJUP encontra-se, também, intimamente ligada à educação popular, que tem como

um de seus baluartes a figura de Paulo Freire. A sua pedagogia emancipatória serve de

inspiração na práxis metodológica adotada pelas AJUPs, uma vez que um dos objetivos que

tem esses núcleos é democratizar o Direito às classes excluídas socialmente através de uma

linguagem simples, isto é, por metodologias dialógicas, ―bem como propiciar uma educação

jurídica popular, que recai na ideia de uma educação para a cidadania‖ (PEREIRA, 2011, p.

156).

Para Freire (2006, p. 68), ―a educação é comunicação, é diálogo, na medida em que

não é a transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a

significação dos significados‖, desta maneira a ―função‖ do educador deve(ria) ser a de

―problematizar aos educandos o conteúdo que os mediatiza, e não a de dissertar sobre ele, de

dá-lo, de estendê-lo, de entregá-lo, como se se tratasse de algo já feito, elaborado, acabado,

terminado‖ (FREIRE, 2006, p. 69-70).

Considerando o direito como parte da ideologia dominante na sociedade, a educação

popular, no âmbito da assessoria jurídica popular, desmascara a repressão estatal, escancara a

existência do embate de classes e o uso do direito hegemônico como um mantenedor do status

quo, para a partir destas constatações e da sua prática inovadora, conceber novas concepções

de direitos, críticos, contra hegemônicos, ou seja, direitos que buscam a libertação social.

Uma nova percepção jurídica se faz necessária na Amazônia. As comunidades

amazônicas possuem uma das mais ricas sociodiversidades do planeta. Os povos tradicionais

dessa região reproduzem tradições criadas há séculos por seus ancestrais: o modo de arar a

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terra, de pescar, de fazer comida, de tratar dos doentes, de cantar canções, de fazer rituais, de

adorar divindades, de dançar, etc. Possuem também seus próprios modos de resolver os

conflitos dentro de suas comunidade, que são comumente aceitos pela maioria, uma vez que

as decisões, se não são coletivas (como na maioria dos casos), são proferidas por líderes que

presenciam a realidade local e foram de alguma forma legitimados para tal.

Tais formas de resolução de conflitos são muitas vezes ignoradas pelo Poder Judiciário

em suas decisões nos conflitos comunitários. Por vezes valores opostos aos locais são

considerados mais importantes. Por isso, a AJUP não almeja com a ampliação do acesso à

justiça apenas o acesso ao Poder Judiciário. Nessa seara, inclui-se o reconhecimento e a

validação dos instrumentos criados pela própria comunidade e uma reformulação dos meios

empregados pela sistema judicial tradicional, para que o poder decisório não necessariamente

esteja centralizado nas mãos dos juízes e/ou tribunais. Portanto, pretende-se primar por um

direito plural, que reflita em suas estruturas a pluralidade das relações existentes na sociedade.

CONCLUSÃO: A opção pela extensão é política, mas não inoportuna, pois não há prática

educacional neutra, nem prática política por si mesma. Portanto, o educador precisa se

questionar a favor do que e de quem está a serviço, por conseguinte, contra o que e quem

necessita lutar. As respostas a esses questionamentos podem representar uma escolha pela

transformação social.

A extensão universitária popular, aqui representada pelas AJUPs, traz a dimensão

transformadora na perspectiva acadêmica, dinamizando-a, ao oferecer outros espaços além do

escritório-modelo, bem como possibilita o confronto do estudante com as desigualdades

sociais, colocando-os a reavaliar-se constantemente como ser humano. Portanto, se mostra

como um meio hábil de renovação epistemológica para o Direito e para a conquista do espaço

universitário pela comunidade.

O Direito não deve ser um ente distante e inatingível para a maioria das pessoas. O

direito a ter direitos deve permear o dia-a-dia dos seres humanos, ou seja, deve ser valorizado

e estar presente no cotidiano dos homens e não apenas em momentos de conflitos, de extrema

necessidade, de violência exacerbada, de flagrantes injustiças ou mostrar-se somente para uma

pequena parcela privilegiada da população.

Para que o direito exista de fato para todos e o tempo todo, os estudantes e

profissionais das diversas áreas jurídicas precisam agir e interferir diretamente para que isso

aconteça. Não devendo apenas esperar pelo Estado, mas realizar um trabalho de facilitação da

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criação de uma nova cultura e de outras práticas jurídicas, isto é, a luta emancipatória não

deve dar-se apenas por meios institucionais.

Já está na hora de sairmos do isolamento e entrarmos em contato com o mundo real,

com as/os marginalizadas/os, as/os excluídas/os, as/os diferentes, buscando a transformação

da realidade social e a humanização do direito pela aquisição da sensibilidade, da

solidariedade e da alteridade.

REFERÊNCIAS

RIBAS, Luiz Otávio. Assessoria jurídica popular universitária. Captura críptica: direito,

política e atualidade. Florianópolis, v. 1, n. 1, jul./dez. 2008.

FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 13. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.

FREITAS, Vladimir Passos de. Excesso de faculdades de Direito implode o mercado de

trabalho. Consultor Jurídico, 6 de setembro de 2015. Disponível em:

<http://www.conjur.com.br/2015-set-06/segunda-leitura-excesso-faculdades-direito-

implodem-mercado-trabalho?imprimir=1> Acesso em: 17/09/2016.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. MEC e OAB assinam acordo para aprimorar cursos de

direito. Brasília, 2013. Disponível em:

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PEREIRA, Helayne Candido. Assessoria jurídica universitária popular - AJUP: Aportes

históricos e teórico-metodológicos para uma nova práxis extensionista em direito. Revista

Direito & Sensibilidade. Vol. 1, nº. 1, p. 145-159, 2011.

OAB. Brasil, sozinho, tem mais faculdades de Direito que todos os países. Disponível em:

<http://www.oab.org.br/noticia/20734/brasil-sozinho-tem-mais-faculdades-de-direito-que-

todos-os-paises>. Acesso em: 14 de janeiro de 2016.

TAGLIAVINI, João Virgílio. Aprender e Ensinar Direito: para além do direito que se ensina

errado. São Carlos/SP: Edição do Autor, 2013.

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AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA DO SOLO EM TRÊS PROFUNDIDADES, SOBRE DIFERENTES COBERTURAS VEGETAIS EM LATOSSOLO AMARELO MUITO ARGILOSO DO OESTE PARAENSE

Greice Kelly Seben1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

Celso Shiguetoshi Tanabe3

Alessandra Damasceno da Silva4

[email protected]

RESUMO: A temperatura do solo está relacionada com os processos de interação solo-planta. Devido à

importância da temperatura do solo para os vegetais, objetivou-se estudar a temperatura do seu perfil em

diferentes profundidades em solo nu e com duas densidades de cobertura vegetal, sendo uma com lavoura de

soja e outra com capoeira (testemunha). O experimento foi instalado e conduzido na propriedade do Sr.

Edmundo Germano Hermes (Fazenda Mato Grosso) localizada no Km 04, Mojuí dos Campos, Rodovia PA 445.

Foram instalados termopares no perfil do solo, nas profundidades de 5, 15 e 30 cm. Pelos resultados obtidos,

concluiu-se que, quanto maior a densidade de cobertura morta sobre o solo, menor é a variação da temperatura

no seu perfil e a temperatura do solo na profundidade de 30cm mostrou-se estável nas três situações, tanto em

solo nu como sob o solo com cobertura vegetal .

PALAVRAS-CHAVE: temperatura do solo, solos tropicais, Amazônia.

INTRODUÇÃO: A temperatura do solo está relacionada com os processos de interação solo-

planta (GASPARIN et al., 2005). Além de armazenar e permitir os processos de transferência

de água, solutos e gases, o solo também armazena e transfere calor através de suas

propriedades térmicas e pelas condições meteorológicas que, por sua vez, influenciam todos

os processos químicos, físicos e biológicos (SOUZA et al., 1996). A variação energética,

expressa pelo aumento ou redução da temperatura do solo, exerce grande influência biológica,

regulando processos como a germinação de sementes, crescimento do sistema radicular,

absorção de água e nutrientes, entre outras (MARIN et a., 2008). Hillel (1998), ressalta que há

influências externas que também interferem na temperatura do solo, como a localização

geográfica, a declividade, a cobertura vegetal, as chuvas, os períodos secos e a ação humana.

A soja é pertencente à família das leguminosas e tem importância significativa para a

economia nacional, sendo um dos principais produtos agrícolas de exportação e geração de

divisas (CUNHA & BERGAMASCHI, 1992). No entanto, a semeadura da soja não deve ser

realizada quando a temperatura do solo estiver abaixo de 20 ºC, pois prejudica a germinação e

1 Eng. Agríc. Esp. Segurança no Trabalho; Escola Técnica de Itaituba - EETEPA.

2 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

3 Eng. Agric. Msc. em Engenharia Agrícola; Centro Universitário Luterano de Santarém– CEULS/ ULBRA.

4 Eng. Agríc. Msc. em Rec. Nat. da Amazônia; Centro Universitário Luterano de Santarém– CEULS/ ULBRA.

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a emergência. A faixa de temperatura do solo adequada para semeadura varia entre 20 e 30ºC,

sendo 25ºC a temperatura ideal para uma emergência rápida e uniforme (EMBRAPA, 2004).

Santos (2008), menciona que a superfície do solo, com ou sem cobertura vegetal, é a principal

trocadora e armazenadora de energia térmica nos ecossistemas terrestres, porém o uso de

cobertura sobre o solo pode alterar consideravelmente os comportamentos diários de sua

temperatura. A cobertura funciona como proteção, reduzindo a amplitude de temperatura e,

por consequência, diminuindo a evaporação (FURLANI et al., 2008). Durante o período

diurno o perfil do solo atua como um reservatório de calor e à noite em virtude da perda de

radiação pela superfície do solo, transforma-se numa fonte de energia liberando-a para as

camadas superiores (VIANELLO & ALVES, 1991). As práticas de manejo das culturas

podem alterar significativamente o regime de temperatura do solo, visto que, os resíduos

vegetais deixados na superfície em sistemas conservacionistas agem como atenuadores da

amplitude térmica (WILLIS & AMEMIYA, 1973). De acordo com Voos & Sidiras (1985), a

cobertura vegetal no solo contribui para o fornecimento de matéria orgânica, que se constitui

em um reservatório importante de nutrientes para os microrganismos e plantas, colabora com

o aumento do teor de água no solo e diminui as variações das geotemperaturas. As coberturas

são capazes de modificar o regime térmico dos solos, tanto aumentando quanto diminuindo a

temperatura. Normalmente, o material de cobertura cria uma camada isolante que reduz a

amplitude térmica diária (MARIN at al., 2008). Sendo assim, o objetivo deste estudo foi

avaliar as variações na temperatura do solo, em três profundidades, sobre diferentes

coberturas vegetais em um Latossolo amarelo muito argiloso no oeste paraense.

MÉTODO: O experimento foi conduzido na Fazenda Mato Grosso, localizada no município

de Mojuí dos Campos (PA), com localização geográfica 02° 01‘ 00‘‘ S e 54° 08‘ 34 O, Km

04, da PA-445. Caracterizada pelo clima quente e úmido, a região possui temperaturas médias

de 28 °C, sendo que a precipitação pluviométrica média na região fica em torno de 2.000 mm,

com a ocorrência de dois períodos nítidos de chuva, sendo de dezembro a junho, o mais

chuvoso (70% da precipitação anual) e os demais mais secos. O solo é classificado como

Latossolo Amarelo muito argiloso (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2001). O experimento foi

realizado em solo com duas densidades de cobertura, sendo um cultivo de soja, com a

variedade Tracajá e outra área de capoeira (testemunha). A temperatura do solo foi medida

por meio da inserção de quatro termopares nas profundidades de 5, 15 e 30 cm com cinco

repetições em cada área. A escolha destas profundidades foi devido às plantas da região

possuírem sistema radicular mais concentrado nessas profundidades. Foram realizadas leituras

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das 8 às 11h, com intervalos de uma hora. Na área de plantio da soja, os dados foram

coletados em três épocas distintas sendo, de preparo do solo, aos 30 dias após o plantio e duas

semanas antecedendo a colheita. Os valores da temperatura do solo foram comparados, tendo

a capoeira como testemunha, possibilitando melhor entendimento sobre a variação das

mesmas nas suas diversas coberturas vegetais. Os dados foram analisados estatisticamente,

por meio do teste T, com nível de significância de 5% para avaliação dos dados, utilizando-se

do software Statistic 8.0 (Statsoft Inc.).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Conforme análise dos resultados obtidos, verificou-se que

a temperatura do solo varia em função da profundidade e condição de cobertura sobre o solo,

conforme a tabela 1. Na fase inicial (soja 01) das determinações, quando o solo estava sendo

preparado para o plantio, apresentou temperaturas elevadas, em torno de 30°C, devido,

principalmente, a pouca proteção oferecida pela cultura na fase inicial, no desenvolvimento

vegetativo. Estatisticamente, não houve diferenças entre os três estágios da cultura de soja. Do

mesmo modo, não houve diferenças entre as 3 profundidades neste estágio.

Tabela 1– Média de temperatura do solo dos 3 períodos na cultura

da soja em três produndidades.

Profundidades (cm)

5 15 30

Soja 1 30,10 ± 0,50 aA 30,1 ± 0,50 aA 30,1 ± 0,50 aA

Soja 2 28,77 ± 0,75 bA 29,69 ± 0,50 bB 29,99 ± 0,46 aC

Soja 3 25,50 ± 0,37 cA 26,58 ± 0,84 cA 26,87 ± 0,43 bB

Capoeira 26,06 ± 0,71 dA 26,27 ± 0,53 cA 26,32 ± 0,28 cA Letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente. Significativo ao nível de

5% de confiança (0,01=<p<0,5). Fonte: Autora.

No estágio 2 (soja 2), as temperaturas nas profundidades de 5 e 15 cm apresentaram variação

estatisticamente diferente. A temperatura na profundidade de 30 cm se manteve estável em

relação ao primeiro estágio da cultura. Na profundidade de 30 cm, a cobertura proporcionada

pela cultura ainda é insuficiente para permitir uma variação na temperatura do solo. Quando

se avaliaram as 3 profundidades estudadas, houve diferenças significativas entre as mesmas.

No terceiro estágio tornou-se evidente que a média de temperatura tenha sido mais baixa do

que nos dois primeiros, pois as plantas já apresentavam área foliar suficiente para causar um

sombreamento em relação ao solo, além de manter a umidade do solo nestas profundidades.

Todas as profundidades, neste estágio, foram significativamente diferentes das temperaturas

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dos estágios anteriores. Nas profundidades de 5 e 15 cm não apresentaram diferenças entre si,

inferindo-se que o desenvolvimento da cultura já influenciou a diminuição da temperatura na

profundidade de 5 cm. Na cobertura de capoeira, onde se verificaram os valores mais baixos

de temperatura do solo, não houve variação entre as três profundidades analisadas. Contudo,

os valores percentuais das temperaturas nesta cobertura do solo foram diferentes daquelas

verificadas na cultura, em todas as profundidades, somente não sendo significativa na

profundidade de 15 cm durante o estágio 3. Avaliando o efeito do percentual de cobertura do

solo pelas plantas, vários autores (Eltz & Rovedder, 2005; De Maria, 2000 e Derpsch et al.,

1985) encontraram diminuição da temperatura do solo com o aumento da cobertura, fato este

também evidenciado neste trabalho, onde a redução da temperatura do estágio 1 para o estágio

3 foi de 15% na profundidade de 5 cm, 12% na profundidade de 15 cm e de 11% na

profundidade de 30 cm. Comparando-se a temperatura do plantio de soja (estágio 1 e 2) com

os valores de temperatura na capoeira, verificou-se diminuição no segundo, em virtude,

principalmente, da maior área foliar, limitando a entrada de raios solares que aquecem o solo.

CONCLUSÃO: As coberturas vegetais influenciam na temperatura do solo, quanto maior a

densidade de cobertura vegetal, menor é a temperatura no perfil. Em solo nu a temperatura

média é maior nas pequenas profundidades, já nos solos com cobertura vegetal (soja), a média

de temperatura varia um pouco devido ao sombreamento das plantas. Na cobertura de

capoeira, a temperatura se mantém com poucas variações em todas as profundidades. As

variações na umidade e temperatura do solo tendem a diminuir com o aumento da

profundidade de amostragem.

REFERÊNCIAS:

CUNHA, G. R. & BERGAMASCHI, H. 1992. Efeitos da disponibilidade hídrica sobre o

rendimento das culturas. In: BERGAMASCHI, H. (coord.). Agrometeorologia aplicada à

irrigação. Porto Alegre: Ed. da UFRGS. p. 85-97.

DE MARIA, I. C. Plantio direto. Centro de Solos e Recursos Agroambientais.

DERPSCH, R. et a. Manejo do solo com coberturas verdes no inverno. Revista Agropecuária

Brasileira, Brasília, v.20, p.761-73, 1985.

ELTZ, F. L. F. & ROVEDDER, A. P. M. Revegetação e temperatura do solo em áreas degradadas

no sudoeste do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Agrociências, v.11 (2):193-200, abr.-

jun. 2005.

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Tecnologias de Produção de Soja

Região Central do Brasil. 2004. Embrapa soja: 2004.

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FURLANI, C. E. A. et al. Temperatura do solo em função do preparo do solo e do manejo da

cobertura de inverno. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 32: 375-80, 2008.

GASPARIM, E. et al. Temperatura no perfil do solo utilizando duas densidades de cobertura e

solo nu. Acta Scientiarum, v. 27, p. 107-15, 2005.

GUPTA, S. C et al. Prevendo temperatura do solo e fluxo de calor no solo sob diferentes

condições de resíduos preparo de superfície. Soil Science Society of America Journal , v. 48,

n. 2, p. 223-32, 1984.

HILLEL, D. Environmental soil physics (Chapter 12). 3rd ed. Academic Press, San Diego, USA.

1998.

MARIN, F. R. et al. Clima e Ambiente: introdução à climatologia para ciências ambientais.

Campinas, SP: Embrapa Informática Agrop., 2008. 127p. ISBN:978-85-86168-01-7.

MARIN, F. R.; ASSAD, E. D.; PILAU, F. G. Clima e Ambiente: introdução à climatologia

para ciências ambientais. Campinas, SP: Embrapa Informática Agropecuária, 2008. 127p.

ISBN: 978-85-86168-01-7.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. de et al. Caracterização dos solos da área do planalto de Belterra,

município de Santarém, Estado do Pará. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2001. 55p.

SANTOS, M. A. D. et al. Variação da temperatura do solo em cultivo de milho sobre diferentes

coberturas. In: Anais do XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia. Anais eletrônicos... Belém:

Sociedade Brasileira de Meteorologia, 2008. 5p.

SOUZA, J. R. S. et al. Temperature and moisture profiles in soil beneath forest and pasture areas

in eastern Amazonian. In: Amazonian deforestation and climate. New York: John Wiley, 1996. p.

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VIANELLO, R. L. & ALVES, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa: Imprensa

Universitária/UFV, 1991. 449p.

VOOS, M & SIDIRAS, N. Nodulação da Soja em plantio direto em comparação com

plantio convencional. Pesq. Agropecu. Bras, Brasília. v.20, p.775-78, 1985.

WILLIS, W. O. & AMEMIYA, M. Tillage management principles: Soil temperature effects.

In: Conservation Tillage. National Convention Conference, Des Moines, 1973.

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AVALIAÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS DE CRIANÇAS DE 08 A 09 ANOS EM FASE ESCOLAR

Cleiusson Marinho de Araújo1

[email protected]

Thaís Yury de Castro Odani2

[email protected]

Alesandra Cabreira Dias3

[email protected]

RESUMO: O estudo do desenvolvimento motor humano é uma tarefa que mostra muitas variáveis entre os

indivíduos, sendo visível através de testes específicos ou até mesmo no cotidiano. Simplesmente pode ser

atribuído como causa dessas variáveis a intensa relação do indivíduo com o ambiente e suas experiências,

proporcionando assim idades motoras diferentes para cada um. Tendo visto essas variações o presente artigo

busca mostrar o perfil motor em crianças com faixa etária compreendida entre 08 e 09 anos de idade, procurando

avaliar qual a sua idade motora através da Escala do Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa Neto. Foram

realizados testes com 26 crianças na faixa etária acima citada, sendo divididas por igual entre gêneros, podendo

assim verificar o desenvolvimento motor de ambos dentro da mesma faixa etária. Através dos testes conclui-se

que um grande percentual dos avaliados sem encontram dentro dos padrões declarados normais para a idade,

com poucos casos de atraso na idade motora e alguns casos demonstram superioridade ao padrão normal.

PALAVRAS-CHAVES: Testes; Desenvolvimento Motor; Idade Motora.

ABSTRACT: The study of human motor development is a task that shows many variables between individuals,

being visible through specific tests or even in daily life. Simply it can be attributed as a cause of these variables

the individual‘s relationship with the environment and their experiences, thus providing diffrent motor ages for

each. Having seen these variations this article seeks to show the motor profile of children aged between 8:09

years old, trying to evaluate what your Motor Development Scale (EDS) of Rosa Neto.Twenty six (26) chlidren

tests were performed in the aforementioned age group, being divided evenly between genders, thus being able to

check the engine development both within the same age group. Through testing it was concluded that a large

percentage of the assessed without are declared within normal standards for age, with few cases of delayed

motor age and some cases demonstrate superiority to the normal pattern.

KEY WORDS: Testing. Engine Development. Motor age.

1 INTRODUÇÃO: Estudar o desenvolvimento humano tem sido um dos focos dos

estudiosos atualmente, buscando entender o processo que leva o ser humano a desenvolver

habilidades que são de uso contínuo na sua trajetória de vida. Com esse estudo também é

possível perceber a diferença do desenvolvimento entre os indivíduos, já que cada um possui

um instinto biológico diferente e além disso o modo de vida de cada indivíduo influencia no

seu desenvolvimento, pois suas experiências contribuem para desenvolver tais habilidades.

Pode-se de alguma forma definir que ―o desenvolvimento motor é a continua alteração no

comportamento motor ao longo do ciclo da vida, proporcionada pela interação entre as

necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente‖ (GALLAHUE e

OZMUN, 2005).

1 Acadêmico do curso de Educação Física CEULS/ULBRA.

2 Acadêmica do curso de Educação Física CEULS/ULBRA.

3 Doutoranda em Ciências da Reabilitação DINTER/UEPA, docente do curso de Educação Física CEULS/ULBRA.

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O desenvolvimento motor altera o aumento da estrutura corporal, as modificações no

nível funcional, alterações que se referem as capacidades do indivíduo que o faça atingir seus

níveis mais altos de funcionamento. As habilidades e os fatores ambientais são capazes de

alterar ou não várias características proporcionadas pela interação entre indivíduo, tarefa e

ambiente durante o ciclo de vida.

Para que a criança se desenvolva é fundamental a interação com o meio, a troca de

experiências e a sua percepção de mundo, que dependerá dos demais indivíduos que vivem ao

seu redor, pois elas que irão contribuir para o aperfeiçoamento de seus movimentos e

expressões.

A Educação Física possui um papel importante na medida em que pode estruturar o

ambiente adequado para a criança refletir sobre suas ações e experiências práticas,

funcionando como uma grande auxiliar e promotora do desenvolvimento humano e, em

especial do desenvolvimento motor.

Segundo Piaget (1995) a criança adquire conhecimento através da experiência e da

repetição, assim é necessário que se dê a ela a possibilidade de vivenciar o máximo possível, e

a Educação Física enquanto parte do corpo de formação da criança oferece o espaço para ela

que possa brincar, ter experiências e interagir com os outros, o que possibilita a descoberta

das suas capacidades e de seus limites através dos movimentos, podendo assim conhecer seu

próprio corpo.

Para a elaboração desta pesquisa foi utilizada A Escala de Desenvolvimento Motor

(EDM) de Rosa Neto, que dispõe de testes da motricidade fina e global, equilíbrio, esquema

corporal, organização espacial e temporal, e lateralidade. Este exame motor é de suma

importância para observação das mais variadas dificuldades de falta de adaptação que uma

criança pode apresentar, sendo assim serão testes essenciais para realização desta pesquisa.

De acordo com Rosa Neto (2002) ao executar o teste motor as crianças apresentam um

certo interesse, pois geralmente não são desafiadas a realizar provas que as estimule ou que

sejam divertidas. Criar um clima adequado é essencial, em geral melhora a execução dos

testes e aproxima a criança do examinador, passando assim confiança de que as atividades

serão divertidas e que haverá diferentes formas de ―jogos‖. Assim as crianças acabam se

envolvendo com os testes, já que possuem baterias bastantes diversificadas.

2 METODOLOGIA: Para a realização deste trabalho foi utilizada a pesquisa descritiva onde

―realiza-se o estudo, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência

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do pesquisador‖ (POS-GRADUANDO,31/01/2012), assim foram coletadas amostras de 26

crianças que estudam no ensino fundamental em uma escola municipal, na cidade de

Santarém, no Estado do Pará. Na pesquisa foram avaliados 13 indivíduos do gênero

masculino e 13 do gênero feminino, na faixa etária compreendida entre 08 a 09 anos de idade,

cujo o objetivo foi identificar dificuldades no desenvolvimento motor.

Para analisar o desenvolvimento motor, seguiu-se a ordem proposta no Manual de

Avaliação Motora de Francisco Rosa Neto a EDM, que tem como função a partir dos testes,

avaliar as habilidades referentes ao desenvolvimento da motricidade fina, motricidade global,

equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e organização temporal.

Para a realização do teste buscou-se um local apropriado, este que deve ser isento de

interferências exteriores, como a observação de outras pessoas, de familiares ou até mesmo

dos próximos avaliados. Todo esse processo é necessário para que seja possível ter a atenção

do avaliado apenas para o avaliador e para a execução do teste, fornecendo assim uma maior

fidelidade aos resultados obtidos.

Iniciou-se o teste pela idade cronológica de cada criança e quando conseguiam alcançar

o objetivo, eram postas para realizar as demais tarefas relativas às idades seguintes, até atingir

seu limite. Quando a criança não conseguia realizar a tarefa na primeira tentativa, ela era

posta para realizar as tarefas de idades anteriores, até que obtivesse sucesso.

As avaliações foram realizadas de forma individual, por dois avaliadores, os dados da

criança eram anotados em uma ficha e após isso, analisados através do cálculo da idade

motora geral (IMG) de onde eram obtidos os resultados.

Tabela 1. Cálculo da idade motora geral.

Todo o processo ocorreu na própria escola em um dia inteiro. Foi solicitado as crianças

que trajassem roupas que permitissem a execução de movimentos com maior facilidade

durante os testes. Quando a criança não estivesse usando tênis, era solicitado a retirada do

calçado usado, para a execução das tarefas. Os dados foram tabulados por Idade Cronológica

(IC), em meses e pelas respectivas idades motoras (IM), em cada tarefa cujo resultado é

obtido com base nas tabelas normativas.

A IMG foi obtida a partir da razão entre a soma das idades motoras e a quantidade de

tarefas realizadas. Nesses testes, foram avaliadas as aquisições esperadas para cada faixa

etária e gêneros, obtendo-se um diagnóstico do crescimento, do desenvolvimento e da forma

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de aprendizagem da criança através de um conjunto de provas diversificadas e com

dificuldade graduada.

Segundo ROSA NETO (2002) ―Esses testes foram escolhidos pois através deles é

possível identificar atrasos no desenvolvimento, traçar o perfil motor do indivíduo e, assim,

verificar se sua idade motora corresponde a sua idade cronológica‖. Com este propósito, de

acordo com o teste aplicado os itens avaliados na pesquisa foram: motricidade fina,

motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e organização

corporal.

2.1 Participantes da pesquisa

Participaram da pesquisa 26 crianças na faixa etária compreendida entre 08 a 09 anos de

idade, alunos de uma escola Municipal no bairro nova república na cidade de Santarém

Estado do Pará.

2.2 Instrumento de coleta

Para obter os dados da pesquisa foi utilizado o método de teste da EDM que

compreende em avaliações sobre:

Motricidade fina: que refere-se as atividades manuais com auxílio da visão, ou

seja, coordenação oculomanual, sem um grande esforço e com o objetivo de

atingir uma resposta precisa à tarefa; a

Motricidade Global: onde propõe movimentos dinâmicos corporais, realizando

uma coordenada de movimentos dos grandes grupos musculares;

Equilíbrio: é a habilidade de manter a postura sem alterações, mesmo tendo em

contrapartida forças que agem sobre o corpo;

Esquema Corporal: este que é geralmente usado em conjunto com o termo

imagem corporal requer a capacidade do indivíduo de discernir com precisão as

partes corporais e de ter habilidade para organizar as mesmas na execução de

uma tarefa;

Organização Espacial: envolve tanto a percepção do espaço do corpo como o

espaço ao redor, tratando-se da habilidade de avaliar com precisão a relação

entre o indivíduo e o ambiente;

Organização Temporal: diz respeito à percepção do tempo, envolvendo o

conhecimento sobre a ordem e duração dos acontecimentos.

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3 PROCEDIMENTOS DE COLETA: Na elaboração da pesquisa foram almejadas crianças

de 08 a 09 anos, que foram divididas somente pelo gênero, descartando outros quesitos para

avaliação. Os testes foram realizados por dois avaliadores durante uma manhã e uma tarde

inteira. Sendo que, não ouve uma pré determinação de quem iria participar do teste, para tanto

não ouve combinações com pais ou mesmo com os indivíduos testados, descartando qualquer

influência externa nos resultados.

Foram aplicados os testes que se destinam a faixa etária abrangida, seguindo as normas

do manual de testes e avaliação motora da Escala de Desenvolvimento Motor de Rosa Neto.

As crianças foram postas em um espaço amplo e livre de interferências do meio externo,

proporcionando assim total atenção para a realização das atividades.

Por se tratarem de testes que despertam rapidamente o interesse da criança, não se vê

resistência dos mesmos. Isso se dá pelo fato de que a bateria de testes é bem diversificada,

tornando as situações prazerosas e estimulantes. Além disso deve-se criar um clima entre

pesquisador e pesquisado, tornando a relação entre ambos a mais próxima possível, evitando

conflitos que aflijam o pesquisado, podendo desestimula-lo.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO: As teorias de desenvolvimento oferecem uma maneira

de observar e explicar a mudança do desenvolvimento dos indivíduos. A perspectiva de

maturação é enfatizada no desenvolvimento motor, que é um processo interno ou inato

controlado por um relógio biológico ou genético, onde pode ser diferente de um indivíduo

para outro.

―A perspectiva ecológica realça a inter-relação entre o indivíduo, o ambiente e a tarefa,

descrevendo, explicando e entendendo inteiramente o desenvolvimento motor das pessoas ao

longo do ciclo da vida‖ (HAYWOOD e GETCHELL, 2010), além do sistema biológico que é

individual de cada pessoa a forma de vida influencia diretamente no seu desenvolvimento.

O movimento passa a existir da interação entre indivíduo, ambiente e tarefa, porém o

sistema corporal não se desenvolve da mesma maneira, alguns podem amadurecer mais

lentamente e outros mais rápido. A força muscular seria um limitador controlador para o ato

de caminhar, até que a criança atinja um determinado nível de força, que seja suficiente para

suportar seu corpo no ato de rastejar, engatinhar, rolar e caminhar permitindo então o estudo

do desenvolvimento ao longo do ciclo da vida.

Magill 1980 apud TANI 1988 diz que os primeiros anos de vida do ser humano são

caracterizados por mudanças marcantes nas dimensões cognitivas, motoras, sociais e afetivas.

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Assim, o profissional que atua diretamente com a educação de crianças deve zelar para

garantir uma visão global e harmônica de um ser extremamente complexo.

Para Pellegrini 1998, o movimento exerce função essencial no processo de

desenvolvimento. O deslocamento de parte do corpo ou do corpo como um todo está presente

em todas as nossas ações, incluindo aquelas mais básicas como as relativas à alimentação e

comunicação.

Segundo Gallahue e Ozmun 2001, o processo motor se desenvolve através de quatro

fases. A primeira fase é a motora reflexiva (quatro meses a um ano de idade), é caracterizada

por reflexos que são as primeiras formas de movimento humano. A segunda fase é chamada

de motora rudimentar (um e dois anos de idade) na qual ocorrem os primeiros movimentos

rudimentares. A terceira fase é apontada de movimentos fundamentais, que corre entre dois e

sete anos de idade e é considerada a fase mais importante para o desenvolvimento da criança.

A última fase do desenvolvimento motor é da especialização motora que acontece a partir dos

sete anos de idade.

Existem diferentes fases no desenvolvimento pois o corpo sofre alterações ao longo dos

anos. Cada parte do corpo cresce em ritmo diferente e algumas delas desenvolvem-se desde o

nascimento, passando pela infância até chegar ao seu crescimento completo que se dá na

adolescência. Todas essas mudanças visíveis no tamanho e na forma são resultantes de

alterações que ocorrem ao longo da vida.

Conforme Rosa Neto 2002 existe diversas formas de avaliar o desenvolvimento

motor da criança, no entanto nenhuma é perfeita e não engloba holisticamente todos os

aspectos do desenvolvimento.

Para Gallahue e Ozmun 2005, p. 277 ―uma criança poderá estar no estágio inicial em

algumas tarefas motoras, outras no elementar e as demais no maduro, pois nenhuma criança

progride de forma igual no desenvolvimento das habilidades motoras‖, visto que cada

indivíduo tem seu tempo necessário para se desenvolver.

Com o prévio conhecimento sobre o desenvolvimento motor humano, os testes

realizados na escola demonstraram os resultados esperados para a idade avaliada, observa-se

na figura 1, que do grupo total de 26 crianças, 69,23% delas estão de acordo com o padrão

exigido para sua faixa etária, 23,08% estão em um padrão normal alto de desenvolvimento e

3,85% se destacam superando a expectativa prevista e apenas outros 3,85% se demonstraram

abaixo do normal esperado.

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122

Figura 1. Classificação geral desenvolvimento motor.

Na maioria dos casos os testes se encaixaram no padrão normal médio, onde isso indica

a regularidade do desenvolvimento motor das crianças, mesmo com os pequenos percentuais

de baixo desenvolvimento.

Na figura 2, quando comparado os gêneros como um todo, foi possível observar uma

razoável diferença, onde o gênero feminino atinge um maior percentual no padrão normal

médio, nota-se que 84,62% dos avaliados do gênero feminino se encaixam no padrão normal

médio, 7,69% no padrão normal alto e 7,69% estão abaixo do esperado para a idade.

Enquanto 53,85% dos pesquisados do gênero masculino estão no padrão normal médio,

38,46% no padrão normal alto ao que se estimava e 7,69% se destacam ao estarem em um

nível superior ao da idade.

Figura 2. Comparativo entre gêneros.

Mesmo com o destaque do gênero feminino dentro do padrão esperado, constatou-se

que o gênero masculino tem um bom percentual acima do esperado, enquanto que no outro

gênero foram encontrados apenas o que seria o ideal para a idade e um percentual abaixo do

comum, definindo assim que neste grupo de avaliados, os indivíduos de gênero feminino

apresentam um atraso no seu desenvolvimento motor equivalente ao mesmo percentual em

que os indivíduos do gênero masculino se apresentam em um nível superior.

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123

Quando se trata das diferenças no resultado de cada teste no geral, temos no gráfico 3 a

representação de todos os avaliados.

Figura 3. Quociente motor geral

Os resultados do Quociente Motor Geral total relacionado ao nível Superior 19,23% dos

indivíduos avaliados superaram as expectativas mostrando um grande desenvolvimento no

teste de organização espacial, 3,85% no de equilíbrio e 3,85% em esquema corporal e rapidez.

Já no nível Normal Alto os testes de Equilíbrio e de Organização Espacial obtiveram o

mesmo resultado de 23,08%, assim como os testes de Esquema Corporal e Rapidez e

Motricidade Fina também chegaram ao mesmo resultado 15,38%, finalizando com o teste de

Motricidade Global que obteve somente 3,85% dos indivíduos avaliados.

No nível Normal Médio se obteve resultados dos seis testes expostos, dos avaliados

tanto do teste de Linguagem e Organização Temporal, quanto no teste de Motricidade Global

atingiram o mesmo resultado de 76,92%, seguido do teste de Equilíbrio com o resultado de

73,08%. No teste de Motricidade Fina o resultado obtido foi 65,38%, seguido do teste de

Esquema Corporal e Rapidez com resultado de 42,31%, finalizando com o teste de

Organização Espacial com resultado de 23,08%.

No nível Normal Baixo cinco dos seis testes apresentados mostraram resultados. O

teste de Esquema Corporal e Rapidez apresentou 34,62% dos indivíduos avaliados, seguido

do teste de Linguagem e Organização Temporal com o resultado de 23,08%. Os testes de

Motricidade Global e Fina chegaram aos mesmos resultados de 11,54%, finalizando com o

teste de Organização Espacial que obteve 7,69% dos indivíduos avaliados.

No nível Inferior no teste de Organização Espacial os resultados obtidos através dos

indivíduos avaliados foram de 23,08%, seguido do teste de Motricidade Global que atingiu o

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resultado de 7,69% dos avaliados. Os testes de Esquema Corporal e Motricidade Fina tiveram

o mesmo resultado de 3,65%.

No nível Muito Inferior houve apenas resultados de dois testes que obtiveram os

mesmos resultados de 3,85% dos indivíduos avaliados, que foram o teste de Motricidade Fina

e Organização Espacial.

Nesta divisão de padrões foi possível notar em quais testes os avaliados tiveram

superioridade, normalidade ou atrasos. O teste de organização espacial apresentou resultados

em todos os seis padrões, enquanto os testes de motricidade fina e esquema corporal e rapidez

mostraram resultados em cinco padrões. Os demais testes concentraram-se no padrão normal

médio, que indica uma regularidade no desenvolvimento dos avaliados.

Com os resultados gerais, foi possível comparar os resultados entre gêneros, nesta

comparação o gênero feminino tem como destaque o teste de organização espacial, que assim

como em um resultado geral, aparece com resultados em todos os padrões, porém sua maior

porcentagem esta explicita no padrão inferior, o que indica atrasos nesta habilidade nas

pesquisadas.

Na figura 4 é apresentado o Quociente Motor Geral relativo ao gênero feminino. Os

resultados do Quociente Motor Geral total relacionado ao nível Superior, os testes de

Organização Espacial, Equilíbrio e Esquema corporal e Rapidez obtiveram o mesmo resultado

de 7,69% indivíduos que chegaram a esse nível.

Figura 4. Quociente motor feminino.

Já no nível Normal Alto os testes de Equilíbrio e de Organização Espacial obtiveram o

mesmo resultado de 23,08%, seguido do teste de Esquema Corporal e Rapidez com resultado

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de 15,38%, finalizando com o teste de Motricidade Fina que obteve somente 7,69% dos

indivíduos avaliados.

No nível Normal Médio se obteve resultados dos seis testes expostos, dos avaliados

tanto do teste de Linguagem e Organização Temporal, Motricidade Global, Motricidade Fina

e Equilíbrio obtiveram os mesmos resultados de 69,23% dos indivíduos avaliados. Seguidos

do teste de Esquema Corporal e Rapidez com resultado de 30,77%, finalizando com o teste de

Organização Espacial com resultado de 15,38%.

No nível Normal Baixo no gênero feminino cinco dos seis testes apresentados

mostraram resultados. O teste de Esquema Corporal e Rapidez apresentou 38,46% dos

indivíduos avaliados, seguido do teste de Linguagem e Organização Temporal com o

resultado de 30,77%. O teste de Motricidade Global obteve o resultado de 23,08%,

finalizando com os testes de Motricidade Fina e Organização Espacial que obteve 7,69% dos

indivíduos avaliados.

No teste de Organização Espacial o nível Inferior no o resultado obtido através dos

indivíduos avaliados foi de 38,46%, seguido dos testes de Motricidade Global, Motricidade

Fina e Esquema Corporal atingiram o resultado de 7,69% dos avaliados.

No nível Muito Inferior houve apenas resultados de dois testes que obtiveram os

mesmos resultados de 7,69% dos indivíduos avaliados, que foram os testes de Motricidade

Fina e Organização Espacial.

Figura 5. Quociente motor masculino.

Na figura 5 é apresentado o Quociente Motor Geral relativo ao gênero masculino, os

resultados obtidos no nível Superior, relacionado ao teste de Organização Espacial foi de

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30,77%, seguido do teste de Motricidade Fina com resultado de 23,08% dos indivíduos que

atingiram a esse nível.

Já no nível Normal Alto os testes de Equilíbrio e de Organização Espacial obtiveram o

mesmo resultado de 23,08%, seguido do teste de Esquema Corporal e Rapidez com resultado

de 15,38%, finalizando com o teste de Motricidade Global que obteve somente 7,69% dos

indivíduos avaliados.

No nível Normal Médio se obteve resultados dos seis testes expostos, dos avaliados

tanto do teste de Linguagem e Organização Temporal e Motricidade Global obtiveram os

mesmos resultados de 84,62% dos indivíduos avaliados. O teste de Equilíbrio com resultado

de 76,92%, seguido do teste de Motricidade Fina com resultado de 69,23%, seguido do teste

de Esquema Corporal com 53,85% dos indivíduos do sexo masculino, finalizando com o teste

de Organização Temporal com resultado de 30,77%.

No nível Normal Baixo, quatro dos seis testes apresentados mostraram resultados,

Esquema Corporal e Rapidez apresentou 30,77% dos indivíduos avaliados, seguido do teste

de Linguagem e Organização Temporal com o resultado de 15,38%. O teste de Motricidade

Fina e Organização Espacial obteve 7,69% dos indivíduos avaliados.

Nos testes de Organização Espacial e Motricidade Global no nível Inferior o resultado

obtido através dos indivíduos avaliados foi o mesmo de 7,69% dos avaliados.

Pode-se observar que do gênero masculino nenhum dos indivíduos avaliados entraram

no nível muito inferior, diferente dos indivíduos do gênero feminino.

Figura 6. Idade motora Geral

A figura 6 apresenta os resultados quanto a Idade Motora Geral relacionada com a Idade

Positiva e Negativa. Pode-se observar que quase 80%, cerca de 73,08% dos indivíduos

avaliados apresentam Idade Positiva, e somente 26,92% com a Idade Negativa.

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A classificação desses atrasos também foi calculada de foram a se saber em quanto

tempo os pesquisados encontravam-se em atraso ou em progressão ao esperado, a seguir na

figura 7, podemos observar os resultados dos indivíduos avaliados.

Figura 7. Idade Negativa e Positiva em meses.

Pode-se observar que 27% dos indivíduos avaliados estão de 2 a 4 meses superior à sua

idade, 35% estão adiantados 5 meses. Apenas 8% dos indivíduos estão na idade que se

denomina exata para a faixa etária, 19% se mostraram abaixo da idade exata ficando entre 2 a

4 meses de atraso, enquanto 11% se mostraram 5 meses inferior a idade apresentada.

5 CONCLUSÃO: Sabe-se que o desenvolvimento motor nem sempre segue uma sequência,

podendo haver uma alteração em algum de seus componentes avaliativos, variando de

indivíduo para indivíduo no que se refere ao grau de desenvolvimento de cada um. Muitos

autores consideram que as mudanças no desenvolvimento motor são notadas como algo que

interfere no desenvolvimento biopsicossocial, expondo assim, problemas afetivos, de

aprendizagem, de relação consigo mesmo e com os outros indivíduos a sua volta e problemas

relacionados à vivência com o corpo.

Os resultados do estudo verificaram que as crianças avaliadas apresentaram perfil motor

classificado em ―normal médio‖, que é o ideal para idade de cada um, havendo apenas

algumas variações entre ―normal baixo‖, ―normal alto‖ e ―superior‖, observando assim que as

crianças que possuem dificuldade na aprendizagem também apresentam um atraso em seu

desenvolvimento motor. Sendo assim, é importante destacar a necessidade do uso de testes

motores para avaliar o desenvolvimento de crianças, permitindo assim através dos testes,

conhecer melhor seu perfil e intervir precocemente através da elaboração de atividades que

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aperfeiçoem as habilidades motoras que são indispensáveis para a aquisição de outras

habilidades mais complexas, estimulando sua maturação psicomotora e, consequentemente,

facilitando o seu processo de aprendizagem.

REFERÊNCIA

ASTUN, Cristiane de Fátima, FOGAGNOLI, Alissianny Haman. Desenvolvimento motor

das crianças de 6 a 8 anos de idade da Escola Municipal „Monteiro Lobato‟ do

município de Terra Boa. Efdeportes, Buenos Aires, Ano 17, Nº 177, fev. 2013.

BALBÉ ,Giovane Pereira; DIAS, Roges Ghidini; SOUZA, Luciani da Silva. Educação Física

e suas contribuições para o desenvolvimento motor na educação infantil. Efdeportes,

Buenos Aires, ano 13, Nº 129 fev. 2009.

GALLAHUE, D.L.; OZMUN, J.C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: bebê,

criança, adolescente e adulto. São Paulo: Phorte, 2002 apud BALBÉ ,Giovane Pereira; DIAS,

Roges Ghidini; SOUZA, Luciani da Silva. Educação Física e suas contribuições para

o desenvolvimento motor na educação infantil. Efdeportes, Buenos Aires, ano 13, Nº 129

fev. 2009.

HAYWOOD e GETCHELL. Desenvolvimento Motor ao longo da vida. 3. ed. Porto Alegre.

Artmed, 2004 apud ASTUN, Cristiane de Fátima, FOGAGNOLI, Alissianny Haman.

Desenvolvimento motor das crianças de 6 a 8 anos de idade da Escola Municipal

Monteiro Lobato do município de Terra Boa. Efdeportes, Buenos Aires, Ano 17, Nº 177,

fev. 2013.

NETO, Francisco Rosa. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: ArtMed, 2002.

PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Tradução: Maria Alice Magalhães D‘amorim e

Paulo Sergio Lima Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

PÓS-GRADUANDO. As diferenças entre pesquisa descritiva, exploratória e explicativa.

Disponível em: http://posgraduando.com/?p=3354. Acesso em 23 abr. 2016.

SANTOS, Ana Paula Maurilia dos; NETO, Francisco Rosa; PIMENTA, Ricardo de Almeida.

Avaliação das habilidades motoras de crianças participantes de projetos

sociais/esportivos. Motricidade, Florianópolis, vol. 9, n. 2, p. 50-60, maio de 2012.

SILVA, Maria Natália Santos da; DOUNIS, Alessandra Bonorandi. Perfil do

desenvolvimento motor de crianças entre 9 e 11 anos com baixo rendimento escolar da

rede municipal de Maceió, AL, São Carlos, v. 22, n. 1, p. 63-70, Cad. Ter. Ocup. UFSCar,

abr. 2013.

SOUZA, Angelita de et al. Perfil do desenvolvimento motor de alunos de oito anos de

escola públicas estaduais de são bento do Sul – SC, são Bento do Sul-SC, p.230-236,

Revista Pesquisa em Fisioterapia, out. 2015.

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AVALIAÇAO DOS SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇAO EM UMA INSTITUIÇAO DE ENSINO SUPERIOR DE SANTARÉM-PA

Ithayara Santos1

Rodrigo Magno1

Irley Monteiro de Araújo2

RESUMO: Os ambientes organizacionais nas empresas, assim como de universidades, vêm sendo modificados

cada vez mais pelo uso das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), sendo assim, essas

organizações necessitam de um departamento de TI pautado em gestão, de modo a garantir a qualidade dos

serviços e o gerenciamento da rede de computadores, fazendo assim os recursos funcionarem adequadamente.

Considerando este contexto, o presente estudo tem como objetivo realizar um levantamento dos serviços de TI

de uma Instituição de Ensino Superior (IES) de Santarém, de modo a mensurar a qualidade desse serviço. Para

isto, será realizada uma pesquisa que proporcionará aos gestores de TI da IES uma avaliação sobre os serviços

prestados pelos mesmos, pelo setor e quais serão as possíveis reclamações e críticas que os usuários atribuem a

cada serviço prestado, além de sugestões de melhorias para esses serviços. Portanto, a partir dos resultados deste

estudo, os gestores poderão aplicar o uso de frameworks como o COBIT ou o ITIL como guias para utilizar as

boas práticas de gerenciamento mostrando a importância de se garantir a qualidade, motivando o setor e seus

colaboradores a prestarem serviço adequados e funcionais para esses alunos e colaboradores.

PALAVRAS-CHAVE: Qualidade em serviços, Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC),

atendimento.

INTRODUÇÃO: Os ambientes organizacionais nas empresas vêm sendo modificados cada

vez mais pelo uso das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), haja vista, a

popularização do uso da internet com base nas redes sociais de interação virtual, além das

exigências de comunicação comercial com o uso de endereços eletrônicos pelos

comerciantes que estabelecem carteiras de clientes como vistas a fidelização na prestação do

serviço, como mostra os meios jornalísticos televisivos.

Segundo Hamel e Prahalad (1995) ressalta que:

À medida que aumenta o uso das novas tecnologias de informação e

comunicação crescem também as exigências no âmbito da prestação de serviços

baseados na internet. Assim, a sobrevivência organizacional vem se pautando cada

vez mais no uso mais aprimorado das novas tecnologias, o que vem modificando

intensamente o ambiente organizacional.

Sobre os benefícios da introdução dos computadores nas empresas como auxiliar

no processo produtivo houve uma ênfase no uso da informação recuperada nestes meios

tecnológicos, surgindo à tecnologia da informação sobre isto Murphy (2002), afirma que:

Os benefícios de TI podem ser divididos em tangíveis e intangíveis. Os

tangíveis podem ser definidos como aqueles que afetam diretamente os

resultados da empresa, tais como redução de custo e geração de lucros. Os

intangíveis são os causam melhorias no desempenho do negócio, não afetam

1 Acadêmicos do Curso de Redes de Computadores do VI Semestre - IESPES

2 Professor do Curso de Redes de Computadores - IESPES

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diretamente no resultado da empresa, tais como informações gerenciais segurança

etc.

Para que esse aproveitamento seja possível devem ser estrategicamente estruturadas de

forma que todos os usuários contribuam efetivamente para o contínuo aprimoramento do

sistema, identificando suas falhas, propondo soluções, com fins a propiciar um ambiente de

confiança, e terem satisfeitas e superadas suas expectativas.

Neste contexto, muitas práticas foram criadas para o aperfeiçoamento, dos serviços

prestados com base na tecnologia da informação e comunicação. Podemos destacar o COBIT

(Control Objectives for Information and Related Technology), que integra os principais

padrões de qualidade em TI. Serve como guia para utilizar as boas práticas de gestão

mostrando a importância em garantir a qualidade dos serviços ao cliente através da avaliação

dos serviços subsequentes e das ações para correção de falhas.

Sendo assim, faz parte das boas práticas na prestação de serviços em TI a aplicação de

algum método padronizado de gestão da qualidade dos serviços prestados. Como é o caso do

COBIT citado anteriormente. Tendo como resultado um plano diretor de informática para

orientar as ações e direções tomadas pela diretoria de TI.

A qualidade já esteve associada a altos custo quando, na verdade, ―significa uma única

coisa: conformidade com especificações de serviço valorizadas pelos clientes.‖

(SCHMENNER, 1999 p.95). Embora essa afirmação pareça carregada de elementos

subjetivos, a qualidade pode ser medida por meios objetivos e quantificáveis. É possível

identificar expectativas e necessidades dos usuários para oferecer serviços de qualidade.

Logo, é essencial a realização de uma pesquisa descritiva sobre como os clientes percebem o

serviço que lhes são ofertados para obter a percepção da prestação de serviços. Para então

tomar posse de ferramentas específicas para melhoramento da qualidade do serviço e

aprimoramento da tecnologia em uso.

METODOLOGIA: Esta pesquisa está embasado no método de pesquisa exploratória e

bibliográfica, com o uso de uma ferramenta survey, para a coleta de dados que serão

analisados por meio de instrumentos estatísticos. O survey ―se baseia no interrogatório dos

participantes, aos quais fazem várias perguntas sobre seu comportamento, intenções, atitudes,

percepções, motivações e características demográficas de estilo de vida‖ (MALHOTRA,

2001, p.179).

A pesquisa será realizada em uma Instituição de Ensino Superior, na cidade de

Santarém-PA. Os dados serão coletados a partir da aplicação do questionário com e quatro

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perguntas objetivas com escala de resposta, e uma pergunta objetiva com resposta sim ou não

O público alvo constará de abordagem feita no ambiente da instituição e é voltado para os

alunos do curso de Redes de Computadores e Professores da Instituição.

Este trabalho de pesquisa será dividido em duas etapas. A primeira etapa consiste em

uma extensa pesquisa bibliográfica nos vários livros e artigos pertinentes ao tema. Santos

(2005 apud Vergara, 1999) esclarece que a pesquisa bibliográfica ―é o estudo sistematizado

desenvolvido com base em material publicados em livros, jornais e fornece instrumental

analítico para qualquer outro tipo de pesquisa‖.

A segunda etapa é composta de uma pesquisa de campo, cuja amostragem será feita

através de um questionário. Segundo Cervo (2007) ―O questionário é a forma mais usada para

coletar dados, pois possibilita medir com proximidade e exatidão o que se deseja‖. Em geral,

a palavra questionário refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula

que o próprio informante preenche, ele contém um conjunto de questões, todas logicamente

relacionadas com o problema central. Sendo assim, será utilizado o questionário fechado.

Segundo Cervo (2007) ―O questionário fechado permite obter respostas mais precisa, sendo

perguntas padronizadas, de fácil aplicação, simples de codificar e analisar‖.

De acordo com Lakatos (2010), o questionário é um fator importante na pesquisa,

constituído por uma série de perguntas levando o pesquisador a questões mais objetivas, não

tendo a oportunidade de contato direto com o pesquisado ou influenciando no questionário.

No entanto será mantido total anonimato dos alunos e professores pela equipe da

pesquisa, sem fugir da ética e da moral que e envolve o estudo. E a equipe solicitará a

autorização do estudo através de Termo de Consentimento dos gestores local das empresas

alvo. A pesquisa apresentará garantias de anonimato dos informantes.

RESULTADO E DISCUSSÃO: Visto que a pesquisa encontra-se em andamento, ainda não

temos os dados tabulados. Porém, entendemos que o uso das tecnologias nas instituição se

tornou fundamental, pois faz parte do cotidiano dos alunos e dos professores no século XXI

e faz o diferencial na empresa colocando a frente da concorrência.

Para que essa pesquisa seja realizada foi estrategicamente estruturado um questionário

para que todos os usuários contribuam efetivamente para o contínuo aprimoramento do

sistema, identificando suas falhas, propondo soluções, com fins a propiciar um ambiente de

confiança, e terem satisfeitas e superadas suas expectativas.

Entretanto, não se pode esquecer que o bom uso dos serviços da tecnologia em um

ambiente organizacional é fundamental na educação para preparar seus profissionais para que

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explorem todo o potencial educativo que a tecnologia pode oferecer ao processo de ensino e

aprendizagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HAMEL, G. e PRAHALAD, C.K. Competindo pelo futuro. Rio de Janeiro: Campus, 1995.

MURPHY, T. Achieving business value from technology practical guide for

today‘sexecutive. New Jersey: John Wiley & Sons, 2002;

DOURADO, L.F; CATANI, A.M.; OLIVEIRA, J. F (orgs). Políticas e gestão da educação

superior. 1. ed. São Paulo: Xamã, 2003. 239 p.

SCHMENNER, Roger W. Administração de operações em serviços. São Paulo: Futura,

1999.

MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: Uma orientação aplicada. 3ª ed. Porto

Alegre: (Bookman, 2001, p. 179).

SANTOS Gildenir Carolino; PASSOS, Rosemary. Guia para estruturação de trabalhos

técnico-científicos. Nova Odessa, SP: Faculdades Network, 2005.

CERVO, A. e BERVIAN, P. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

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COMPARATIVO DE CUSTOS DE FUNDAÇÕES DIRETA E INDIRETA UM ESTUDO NA CIDADE DE SANTARÉM/PA

Fernando Augusto Ferreira do Valle

1

Alexandre Carlos Baida Junior2

Adrian Wallace dos Santos Aguiar3

RESUMO: Uma das maiores relevâncias na construção civil é a necessidade de construir de forma segura, onde

ocorra a garantia da sustentabilidade e estabilidade das estruturas, apresentando o papel fundamental de

responsabilidade no processo de execução das edificações, devendo contemplar todas as etapas que integram a

indústria da construção civil. No processo construtivo, as fundações são essenciais como elemento estrutural,

pois todo carregamento da estrutura em si é descarregado nesta, ou seja, é a base solida de toda a edificação. O

trabalho apresentado refere-se a um estudo de análise comparativa de custos de uma fundação profunda do tipo

estaca hélice contínua, com uma fundação rasa do tipo sapata em concreto armado, inventariando através das

características, dados e informações de laudo de sondagem, projetos estruturais, pré-dimensionamento de

fundações, entre outros. Ferramentas tecnológicas como softwares, específicos de cálculos para engenharia,

foram aplicados para melhor obtenção de resultados de forma rápida, precisa, econômica, segura e com

qualidade para a edificação. As análises comparativas de custos de fundações direta e indireta, foram baseadas

no estudo de um empreendimento localizado no município de Santarém/PA, onde procurou-se verificar os

valores incidentes, na determinação do tipo de fundação a ser empregada, em função do perfil geotécnico do

terreno onde será implantado o empreendimento imobiliário.

Palavras-chave: Custo. Sapata Isolada. Estaca Hélice Contínua.

INTRODUÇÃO: Na indústria da construção civil há várias atividades que abrangem a

produção de uma obra, dentre estas se apresentam as funções do planejamento, projetos,

execução, manutenção e restauração de obras em diferentes segmentos. As estruturas de

concreto armado são elementos largamente utilizados nas construções, principalmente em

função de suas formas práticas e seguras, que garantem a estabilidade e funcionalidade das

edificações. Em qualquer construção antes de tudo, até mesmo antes do projeto, é necessário

um prévio estudo de solo onde se pretende construir, pois é através deste estudo, que será feita

a análise para pré-dimensionar a estrutura de fundação. O peso total de uma construção será

suportado e distribuído através das fundações, que por sua vez transmitirá estas cargas para o

solo/rocha. Por sua vez a construção, em função do seu carregamento, exigirá uma camada de

solo/rocha com resistência compatível. De uma maneira geral, os solos são classificados de

acordo com suas propriedades físicas e mecanismos de resistência. Desta forma, o

conhecimento obtido através de sondagens, do perfil geológico do terreno onde se pretende

construir, é de fundamental importância para a escolha e dimensionamento da fundação. O

solo de Santarém é considerado como bom para fins de engenharia, ao fato de que boa parte

deste é predominante arenoso, possuindo considerável resistência grão a grão. Este tipo de

1 Eng. Civil M.Sc Professor no Centro Universitário Luterano de Santarém

2 Engenheiro Civil

3 Engenheiro Civil

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perfil é encontrado em profundidades consideradas baixas, ou seja, mais próximo da camada

superficial do terreno. Porém, não se deve generalizar este modelo de comportamento

geotécnico, pois é indispensável efetuar análises no solo para a obtenção dos parâmetros e

características necessários para a correta definição do tipo de fundação a ser implantada

(custos).

Este trabalho abordará um estudo baseado em análises de viabilidade técnica e de custos,

referente à utilização de fundação profunda do tipo estaca hélice contínua e sapata em

concreto armado de um empreendimento em implantação na cidade de Santarém/PA. A obra

em questão localiza-se na Avenida Rui Barbosa, bairro do Laguinho, onde por questões de

viabilidade técnica, as fundações utilizadas são do tipo profunda. Para efeitos comparativos

será feito um estudo alusivo a suposta implantação deste mesmo empreendimento em um

outro terreno sito a Rua E, bairro da Nova República do mesmo município, em que serão

dimensionadas fundação do tipo rasa em sapata de concreto armado. Vale ressaltar, que as

análises serão feitas através de projetos e informações mediante autorização das empresas

envolvidas no empreendimento.

MÉTODO: Esta pesquisa baseou-se em um acervo bibliográfico consistente e levantamento

de dados minucioso, que permitiu organizar uma análise comparativa de custos de execução

de dois tipos distintos de fundação, decorrente principalmente pelas características físicas e de

resistência de dois tipos diferentes de solo, tal fato é primordial para escolha da fundação a ser

empregada. O empreendimento em estudo consiste numa edificação de 13 pavimentos com

metragem total de 6.900m² de área construída, contemplando subsolo com garagem e 06

apartamentos por pavimento. Numa etapa inicial do estudo foram observadas as

características e informações técnicas, referentes à fundação profunda do tipo hélice contínua,

que de fato foi à executada para o empreendimento em questão. Analisou-se principalmente a

execução de 119 estacas do tipo hélice contínua e 60 blocos de coroamento que variaram

70x70cm à 205x205cm com altura de 70 à 150cm. As estacas foram assentes em

profundidades que variaram entre 7 á 20 metros, com dimensão de 40 e 50cm de diâmetro,

executado de acordo com as normas técnicas apresentada pela NBR 6118/2014 e NBR

6122/1996 com fck de 20 Mpa. A empresa responsável pelo o empreendimento forneceu para

o estudo de caso, o projeto de fundação, projeto de locação, dimensões dos pilares e o quadro

de cargas. Os esforços variaram entre valores de 3,77 a 468,40tf, em que dos 60 pilares

existentes, o de menor dimensão foi de 25x30cm, e o maior de 70x40cm. O projeto estrutural

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foi desenvolvido no software TQS, aplicado a estruturas de concreto armado, que engloba as

etapas de lançamento, análise da estrutura, dimensionamento, lajes, vigas, pilares, fundação e

o detalhamento final dos elementos, apresentando as tensões no solo e as condições de

estabilidade. O principal objetivo do estudo ocorrerá em termos comparativos de custos, em

relação ao atual terreno de implantação do empreendimento com outro suposto terreno com

características geológicas-geotecnicas diferentes. Porém a mesma edificação, ou seja, o

mesmo projeto arquitetônico, os mesmos carregamentos, serão analisados nesta etapa. A

suposta área de implantação mede 40x70 metros estando localizado na Rua E, bairro Nova

República, Santarém-PA. O solo foi investigado através de sondagem a percussão tipo SPT

(Standard Penetration Test), sendo observada a presença de uma camada de aterro

extremamente compacta de um silte arenoso em que o NSPT médio foi de aproximadamente

59/30 finais e 75/30 finais nas profundidades de 1,0 e 2,0 metros respectivamente. Presença

de nível d‘água abaixo da suposta cota de assentamento das sapatas. Através das formulações

clássicas da mecânica dos solos estimou-se a tensão admissível do terreno para os cálculos da

fundação de aproximadamente 14kgf/cm2.A partir destas informações, foi desenvolvido o

projeto de fundação rasa do tipo sapata isolada, com o auxílio do software Cypecad para base

de dimensionamentos e análises, em foram obtidas 59 sapatas de geometria retangular

centrada piramidal, e 1 sapata de geometria retangular excêntrica piramidal, ambas com fck

de 25 MPa. As dimensões destas variaram de 85x90cm à 155x230cm, com altura variando de

40 à 90cm, as armaduras oscilaram em bitolas de 10mm, 12.5mm, 16mm, 20mm e 25mm. A

profundidade de assentamento das sapatas foi de entorno de 2,40m para todas as sapatas.

Portanto, baseado em todos os dados levantados, verifica-se a possibilidade de um estudo

comparativo, ao que se refere à influência do tipo de solo e fundação, em relação às questões

financeiras da obra.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através das informações levantadas e pelos resultados obtidos

pelo software Cypecad, as análises e comparativo entre as fundações, dentre eles, metragem

cúbica de concreto, quantidades em quilogramas de aço e bitolas, escavações, mão-de-obra e

demais, em associação com a utilização de planilha de custos fornecida pelo SINAPE, Sistema

Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, de dezembro de 2015, com

aplicação para cada orçamento de 30% de BDI, bonificação de despesas indiretas, foi possível

desta forma quantificar a influência financeira da fundação profunda com estaca hélice contínua

juntamente com os blocos de coroamento em comparação ao orçamento da sapata isolada em

concreto armado. As tabelas a seguir evidenciarão as quantidades e valores totais,

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comparando principalmente itens referentes a materiais, como volume de concreto e

quantidade de aço para ambas as fundações.

Tabela 1 – Concreto (m3) estaca hélice contínua e blocos

Fonte: AGUIAR, Adrian Wallace dos Santos, JUNIOR, Alexandre Carlos Baida, 2016

Tabela 2 – Concreto (m3) sapatas isoladas

Fonte: AGUIAR, Adrian Wallace dos Santos, JUNIOR, Alexandre Carlos Baida, 2016

Tabela 3 – Aço (kg) estaca hélice contínua e blocos

Fonte: AGUIAR, Adrian Wallace dos Santos, JUNIOR, Alexandre Carlos Baida, 2016

Tabela 4 – Aço (kg) sapatas isoladas

Fonte: AGUIAR, Adrian Wallace dos Santos, JUNIOR, Alexandre Carlos Baida, 2016

Analisando-se as tabelas de 1 a 4 verifica-se que a fundação do tipo sapata isolada apresenta

percentuais de 20% (Volume de concreto) e 53% (Peso de aço) inferiores a associação das

fundações em estaca hélice contínua e blocos de coroamento, tal redução de consumo destes

insumos possibilita uma diminuição nos custos de aproximadamente 73% do valor das

fundações. Tal resultado justifica-se em função da associação das estacas e blocos de

coroamento, necessitarem de um maior consumo de concreto e aço, o que ocasiona um custo

superior em relação à fundação rasa do tipo sapata isolada. Portanto ressalta-se que o tipo e a

resistência do solo influenciam expressamente no valor final das fundações e por

consequência na obra como um todo. A seguir o gráfico 01 indica os percentuais

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correspondentes ao custo final de cada tipo de fundação, onde além dos valores referentes a

materiais (aço e concreto) estão inclusos insumos como perfuração, escavação, injeção e

lançamento de concreto e BDI. Finalizando verifica-se que para o empreendimento em

questão a fundação rasa corresponde a aproximadamente 33% do valor quando se comparado

a solução em fundação profunda.

Gráfico 1 - Comparativo Valores Fundações

Fonte: AGUIAR, Adrian Wallace dos Santos, JUNIOR, Alexandre Carlos Baida, 2016

CONCLUSÃO: A fundação sapata isolada em quesito de consumo de concreto armado,

apresenta menor quantitativo e consequentemente maior economia do que a fundação

profunda do tipo estaca hélice contínua associada ao bloco de coroamento. Esta diferença

evidencia a influência da resistência do solo diretamente nos custos das fundações. Observa-

se que de acordo com as análises comparativas entre as fundações e solos distintos, para este

caso, a economia gerada no empreendimento seria de aproximadamente 67% dos custos

envolvidos, em valores da ordem de R$198.000,00 em moeda corrente. Tal diferença

justifica-se por alguns aspectos que envolvem as quantidades de insumos necessários, assim

como a execução da estaca hélice precisa de empresas especializadas em geotecnia,

maquinários próprios, e ainda necessita de mão de obra para a execução dos blocos de

coroamento, em contrapartida a fundação em sapata apresenta forma de execução simples e

não precisa de mão de obra tão especializada e sofisticados equipamentos geotécnicos.

Portanto, pode-se ressaltar que a escolha do terreno para implantação de um empreendimento

imobiliário, tem custos agregados não somente a especulação financeira do local, mas

também, principalmente em função do tipo de fundação a ser executada para suportar os

esforços da estrutura. Tal estudo comparativo evidencia a importância da investigação

geotécnica, para a elaboração de projetos de fundações, a fim de executar obras com

qualidade, segurança e economia. Ressalta-se que as análises aprofundadas do tipo de solo,

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determinam a escolha e dimensionamento do elemento estrutural de fundação, objetivando

não só a viabilidade técnica na execução de uma obra, mas também uma significativa redução

no custo desta, principalmente quando se verifica que o valor médio de sondagens custa

menos do 0,5% do valor total do empreendimento.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Adrian Wallace dos Santos, JUNIOR, Alexandre Carlos Baida. Análise

Comparativa de Custo de Fundação do Empreendimento Izabel Parente, na Cidade de

Santarém-PA. Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário Luterano de Santarém

(CEULS). Santarém, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas

de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e execuções

de fundações. Rio de Janeiro, 2010.

BARROS, Carolina. APOSTILA DE FUNDAÇÕES: Técnicas construtivas de edificações.

Rio Grande do Sul, 2011.

Comitê Brasileiro de Construção Civil. NBR 6122 – Projeto e execução de fundações. Rio de

Janeiro. A.B.N.T. – Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1994.

CYPECAD - Cálculo de Edifícios e Estruturas de Concreto Armado. Multiplus software

técnicos. Disponível em: < http://cypecad.multiplus.com/ > Acesso em: 23 Abril 2016.

TQS - Cálculo de Edifícios e Estruturas de Concreto Armado. Multiplus software técnicos.

Disponível em: < http://www.tqs.com.br/ > Acesso em: 15 Abril 2016.

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COMPORTAMENTO ANUAL DA ÁGUA NO SOLO SOB FLORESTA NATURAL E PLANTIO DE GRÃOS EM LATOSSOLO AMARELO NA REGIÃO DE BELTERRA-PA

Raimundo Cosme de Oliveira Júnior1

Michael Keller2

Patrick Michael Cril3

Troy Patrick Beldini4

[email protected]

RESUMO: Na região do Baixo Amazonas (PA), as atividades antrópicas têm alterado significativamente seus

ecossistemas e causando um crescente impacto ambiental. Dada a sua importância no ecossistema, o solo ocupa

papel de destaque no controle da qualidade do ambiente. Com o objetivo de caracterizar a umidade do solo e a

variação sazonal, em dois Latossolos de diferentes texturas, este estudo foi realizado em duas áreas, distanciadas

por 18 km, localizadas na região de Belterra- PA, em Latossolo Amarelo muito argiloso na Floresta Nacional do

Tapajós (Flona), e Latossolo Amarelo argilosos numa fazenda de grãos (77 km, BR-163). Os teores de umidade

foram monitorados através de sensores de FDR (Reflexão no Domínio da Freqüência), inseridos em seis

profundidades (0,05, 0,15, 0,30, 0,50, 1 e 2 m), durante 3 anos (Flona) e 2 anos (77 km). A variação sazonal foi

marcante nos dois locais estudados, até a profundidade de 1 m, não diferindo entre esta profundidade e aquela de

2 m. Os resultados permitem aos produtores utilizarem as informações para melhor adequarem a época de

plantio e colheita das culturas implantadas e, também, ajudarem pesquisadores a melhor entender o

comportamento das florestas nativas diante de mudanças climáticas previstas para a região Amazônica.

PALAVRAS-CHAVE: floresta, agricultura, solo, mudanças climáticas.

INTRODUÇÃO: Na região do Baixo Amazonas (Pará), as atividades antrópicas têm alterado

uma parte significante dos seus ecossistemas e causando um impacto ambiental crescente,

esse processo de ocupação, que contribui para uma intensa alteração da biodiversidade. O solo

é destaque no controle da qualidade desse ambiente, dependendo muito da maneira como

serão manejadas as reservas edáficas. O manejo das propriedades físicas do solo têm sido

considerado de menor importância relativa às propriedades químicas nos sistemas agrícolas.

Conforme os sistemas de manejo se tornam mais intensivos e mecanizados, os problemas de

fertilidade são solucionados com aplicação de fertilizantes e corretivos, enquanto que as

propriedades físicas do solo, num manejo adequado, passam a ser mais importante

(OLIVEIRA JUNIOR et al., 1998). Na região faltam estudos básicos para uma agricultura

sustentável e o papel da água ocupa destaque, haja vista a ocorrência de períodos secos bem

definidos. Cruz et al. (2005) indaga que a produtividade das culturas depende da

disponibilidade de água e nutrientes no solo em época e quantidades apropriadas. O objetivo

1 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica ; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

2 Dr.; New Hampshire University, USForest Service.

3 Dr.; Stockholm University, Geology Department, Stockholm-Sweeden, United States.

4 Dr.; Departamento de geofísica, Universidade Federal do Oeste do Pará –UFOPA.

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deste estudo foi caracterizar a umidade do solo e a variação sazonal, em dois Latossolos de

diferentes texturas na região de Santarém, Estado do Pará.

MÉTODO: O estudo foi conduzido na Flona, km 67 da BR-163, com coordenadas

geográficas de 02º 25‘ e 03º 00‘ S e 54º 00‘ e 55º 00‘ W. A região é caracterizada pelo clima

quente e úmido, com temperaturas médias de 28 °C e precipitação pluviométrica em torno de

2.000 mm, com a ocorrência de dois períodos nítidos de chuva, sendo de dezembro a junho, o

mais chuvoso e os demais mais secos (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2001). Os solos são

altamente intemperizados e profundos, bem drenados, caoliníticos, classificados pela

Embrapa (1999). O solo da área do km 77 é classificada como Latossolo Amarelo Distrofico

argiloso, é mecanizada e utilizada para plantio de grãos há 5 anos, com sucessão anual de

milho, com aplicacão de 400 kg.ha-1

de NPK, e soja com adubacão de cobertura com 60

kg.ha-1

de ureia na mesma quantidade de NPK. A produtividade média de são de 53 e 61

sacas.ha-1, de soja e milho respectivos. O solo (km 77). Foram tomadas, em seis

profundidades (0,05 m, 0,15 m, 0,30 m, 0,50 m, 1 m e 2 m), medidas de Densidade do Solo

(DS), em triplicata com coletas 91 semanais. Para cada uma das profundidades, foram feitas

curvas de retenção, incubando o solo em câmara de pressão e coletadas amostras

indeformadas de solo, nas paredes laterais dos perfis. O espaço de poros preenchidos por ar no

solo ( ) foi estimado pela Porosidade Total (PT) com a diferença entre a DS, seguindo

Embrapa (1999) e a Densidade de Partículas (DP), esta sendo 2,65 Mg.m-3

(Equação 1).

Equação 1

No que concerne à umidade do solo (volumétrico, m3.m

-3), foram utilizados sensores

comercialmente disponíveis de FDR (Modelo CS615, Campbell Scientific Inc., Logan, UT).

Os valores médios de umidade volumétrica foram calculados em triplicata para cada

profundidade analisada. A partir da equação do balanço hídrico de Libardi (1995) a

evapotranspiração real foi obtida (Equação 2).

Equação 2

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A caracterização hídrica do solo, representada através das

curvas de retenção de água, é de fundamental importância no relacionamento entre a umidade

existente no solo e a tensão na qual a água está retida. Na figura 1, observam-se as variações

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das características físicas e hídricas, por camada do perfil estudado. A diferença entre 100 kPa

e 200 kPa é muita pequena. Entre 1 a -33 kPa tem 0,42 m3.m

-3 d‘água na Flona, mas, só 0,38

no km 77. A umidade neste local, a qualquer tensão, é sempre menor do que na Flona. Isso

pode ser devido a um teor muito menor de argila e a menor porosidade na camada de 0,05 m

no km 77, além do maior valor de DS.

Figura 1- Curva de retenção de água em Latossolo Amarelo muito argiloso (Flona e

km 77) com média de três repetições.

Durante o período de estiagem (floresta), a maior profundidade que experimenta a seca é até

30 cm, com o restante do perfil apresentando-se com umidade acima de 0,30 m3.m

-3. Na área

do km 77, o curto período de umidade, em relação ao solo da floresta, sugere que a melhor

época de plantio seja compreendida entre meados de janeiro ao final de fevereiro, para

aproveitar a maior quantidade de água no solo (Figura 2).

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Figura 3 - Umidade do solo, até a profundidade de 2 m, na área do km 77 (A) e na Flona

Tapajós (B) referentes a média anual, por profundidade (3 anos).

A grande variação de textura (0,05 m), explica o menor conteúdo de água neste solo do km

77, permitindo a drenagem mais rápida e menor retenção pelas partículas. Comparando a

Flona com o km 77 na camada de 0,05 m, verifica-se um decréscimo da porosidade total no

perfil em virtude do aumento da DS de 0,76 Mg.m-3

para 1,16 Mg.m-3

, evidenciando a relação

desta propriedade física com o espaço poroso do solo.

CONCLUSÃO: O solo na Flona e na área de grãos (km 77) apresenta déficit de água

disponível durante o período seco, considerando-se a profundidade de 0-1 m. Na camada de

1-2 m, não foi observado déficit. Há elevada variação sazonal na umidade do solo, entre o

período seco e úmido. Os solos estudados possuem umidade suficiente para suportar dois

cultivos, dependendo da época de plantio escolhida.

REFERÊNCIAS:

CRUZ, A. C. R. et al. Balanço de água no volume de solo explorado pelo sistema radicular de

uma planta de citros. RBCS, 29:1-10, 2005.

EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos, Rio de Janeiro, RJ.

SBCS. 5ª aproximação. Rio de Janeiro, 1999. 220p.

LIBARDI, P. L. Dinâmica da água no solo. Piracicaba: Departamento de Física e

Meteorologia - ESALQ/USP, 1995. 497p.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. de et al. Caracterização físico-hídrica dos principais solos da

região de Marabá-Carajás, Estado do Pará. Belém: EMBRAPA/CPATU, 1998. 43p.

(EMBRAPA-CPATU. Boletim de Pesquisa, 205).

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CONTROLS ON STREAM DOC FLUX AND COMPOSITION IN THE AMAZON REGION, TAPAJOS NATIONAL FOREST

Marc G. Kramer 1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

Alessandra Damasceno da Silva3

Isabel Cristina Tavares Martins4

Gláucia de Fátima Gomes5

[email protected]

SUMMARY: To improve predictive capabilities of water, carbon and nitrogen gas fluxes in the Amazon region,

we are examining the influence of land cover, topography and soil on stream dissolved organic carbon (DOC)

flux and composition. In addition to parameterizing model simulations of carbon and nitrogen dynamics,

monitoring of DOC flux across select streams will be used to better understand underlying controls (geomorphic

and land-use change) on DOC flux in the region and improve modeling capabilities. Although preliminary, these

results indicate that DOC enrichment normally associated with the onset of the wet season may be reduced in

catchments with more intensive land-use change. The Mojui drainage basin, where forest conversion to pasture

and agriculture is greatest, had the lowest flux of DOC (3 kg ha-1

yr-1

). This may be associated with reduced

stocks of above ground biomass and soil C.

KEY WORDS: land use, throughfall, topography.

INTRODUCTION: The Amazon basin has been the focus of many studies concerning the

effects of deforestation and land-use change on biogeochemical cycles for the past decade

(STEUDLER et al. 1996; NEILL & DAVIDSON 2000). The composition of rainfall in the

central Amazon is dilute and only slightly affected by anthropogenic sources (WILLIAMS et

al. 1997; FILOSO et al. 1999). And the majority of solutes originate locally from the biogenic

aerosols of rainforests and soils (HARRISS et al., 1990; WILLIAMS et al. 1997). In contrast,

solute concentrations in throughfall (the incident precipitation that passes through the canopy

of trees) are affected by the leaching of material from plant tissues, the active uptake of

material in rainfall by leaves or epiflora, and the washing-off and dissolution by rain of

aerosols and particles that accumulate on forest canopies between rains (PARKER, 1983;

LOVETT & LINDBERG, 1984). In this paper, we examine the effects of land-use To

improve predictive capabilities of water, carbon and nitrogen gas fluxes in the Amazon

region, we are examining the influence of land cover, topography and soil on stream dissolved

organic carbon (DOC).

1 University of California, Earth Science Department, Santa Cruz.

2 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

3 Eng. Agríc. Msc. em Rec. Nat. da Amazônia; Centro Universitário Luterano de Santarém– CEULS/ ULBRA.

4 Eng. Mecânica Msc.; Centro Universitário Luterano de Santarém –CEULS/ULBRA.

5 Meteorologista Msc. em Rec. Nat. da Amazônia; Centro Universitário Luterano de Santarém –

CEULS/ULBRA.

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METHODOLOGY: Using 90-m SRTM digital elevation (DEM) data and land cover/land

use maps derived from Landsat-TM we have selected several catchments in the Tapajos

national forest drainage area with contrasting land use, topography, and soils. Field sampling

of throughfall, lysimeter and stream water components will provide insight into flow path

dynamics and a better understanding of the chemical nature of DOC under contrasting land

use patterns. DOC samples will be characterized and compared using Nuclear Magnetic

Resonance (NMR). 5 Sampling sites with contrasting land-use change were selected for the

study (Figure 1). Catchment sizes ranged from 10,000 – 100,000 Ha. In addition, end-

member sampling of groundwater wells and throughfall were made. A monthly sampling

scheme initially was used to compare hydrochemical properties (stream flow, temperature,

dissolved organic carbon (DOC), pH, and major cations and anions) of drainages from each

catchment. As of April 2004, a bi-weekly sampling scheme was employed. We will use

cations, anions and stable isotope values in conjunction with end-member sampling

(throughfall, O-horizon and groundwater sampling) to perform hydrograph separations on

these catchements.

Figure 1- Area de study. Source: author.

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RESULTS AND DISCUSSION: Our results suggest topography and soils are important

controls on DOC flux in these catchments. Natural forest catchment DOC flux ranges from 20

kg ha-1

year-1

- 6 kg ha-1

year-1

depending on landform type and soil drainage. A strong

seasonal increase in DOC concentration and flux was observed in all natural forested

catchments during the wet season. By contrast only a slight increase DOC concentration has

yet been observed in catchments which have experienced more intensive land-use change

(Table 1). Although preliminary, these results indicate that DOC enrichment normally

associated with the onset of the wet season may be reduced in catchments with more intensive

land-use change. Lower amounts and concentrations of DOC in these streams may be the

result of less rainfall percolation through the forest canopy (MICHAEL R. et al.) and flow-

through in thick active A horizons found in natural forests. The Mojui drainage basin, where

forest conversion to pasture and agriculture is greatest, had the lowest flux of DOC (3 kg ha-1

yr-1

). This may be associated with reduced stocks of above ground biomass and soil C.

Table 1- Landcover type.

Partially

Altered051198 (47)Uplands381703187994492Branco

Intact010099 (60)Uplands3417930177102704Moju Mara

Intact030097Plateau1915821611714200Jatuarana

Altered6295853Lowlands/Plateau3012520256123489Mojui

(%)(%)(%)(%)(%)(m)(m)(m)(m)(ha)

StatusForestPastureforestforestSettingStdMeanMaxMinareaId

LandcoverShadowSecondaryGreenNon-PrimaryGeomorphicBasin ElevationDrainageBasin

Landcover Type

CONCLUSION: The topography and soils are important controls on DOC flux in these

catchments. A strong seasonal increase in DOC concentration and flux was observed in all

natural forested catchments during the wet season. Although preliminary, these results

indicate that DOC enrichment normally associated with the onset of the wet season may be

reduced in catchments with more intensive land-use change.

REFERENCES:

HARRIS, R. C. et al. The Amazon Boundary Layer Experiment (ABLE-2B): Wet season

1987. J. Geophys. Res, v. 95, p. 16,721-16,736, 1990.

LOVETT, G. M. & LINDBERG, S. E. Dry deposition and canopy exchange in a mixed oak

forest as determined by analysis of throughfall. Journal of Applied Ecology, p. 1013-27,

1984.

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146

NEILL, C. et al. Soil carbon accumulation or loss following deforestation for pasture in the

Brazilian Amazon. Global climate change and tropical ecosystems, p. 197-211, 2000.

PARKER, G. G. Throughfall and stemflow in the forest nutrient cycle. Advances in

ecological research, v. 13, p. 57-133, 1983.

STEUDLER, PAUL A. et al. Consequence of forest‐ to‐ pasture conversion on CH4 fluxes

in the Brazilian Amazon Basin. Journal of Geophysical Research: Atmospheres, v. 101, n.

D13, p. 18547-54, 1996.

WILLIAMS, Michael R.; FISHER, Thomas R.; MELACK, John M. Chemical composition

and deposition of rain in the central Amazon, Brazil. Atmospheric Environment, v. 31, n. 2,

p. 207-217, 1997.

WILLIAMS, R. et al. Effects of land-use change on solute fluxes to floodplain lakes of the

central Amazon. Biogeochemistry, v. 68, n. 2, p. 259-75, 2004.

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O DESEMPENHO DA CINZA DA CANA-DE-AÇÚCAR COMO ADIÇÃO PARA O CONCRETO

Rodrigo Pedroso da Silva

1

Tayanne Christina Melo Vieira2

Veronica Solimar dos Santos3

RESUMO: Nos últimos anos a ciência tem dedicado grande atenção ao aquecimento global. A missão direta de

dióxido de carbono na atmosfera tem sido apontada como o principal fator de destruição da camada de Ozônio,

sendo somente a indústria cimenteira responsável por 07% de todas as emissões de CO2 do mundo. Com o

objetivo de minimizar estes índices de emissões de CO2, bem como as consequências do aquecimento global,

pesquisas vêm sendo desenvolvidas com o intuito de reduzir o volume de cimento produzido no planeta através

de adições minerais, com destaque para o emprego dos resíduos da agroindústria (cinza da casca do arroz e cinza

de bagaço da cana – de - açúcar), que somaram no Brasil um volume de 44,3 milhões de toneladas. O objetivo

deste trabalho foi a substituição parcial do cimento Portland, analisando a baixa quantidade de material residual

no experimento. No concreto foi adicionado porcentagens baixas como 2% e 5% para analisar o comportamento

em comparação ao concreto referência e assim foi realizado ensaio mecânico de compressão nos corpos de

prova. Os resultados mostraram que a substituição em baixa proporção, gerou um aumento circunstancial diante

da baixa porcentagem proposta.

PALAVRAS CHAVES: concreto. cana-de-açúcar. adição residual.

INTRODUÇÃO: A busca por materiais alternativos, que minimizem e diminuam a extração

de recursos naturais e se torne menor o índice de poluição tem sido um grande desafio para a

indústria da construção civil. A reciclagem de resíduos como o bagaço da cana de açúcar

sendo incinerado até se obter a sílica, Segundo Dantas4, ―A sílica é uma das substancias

químicas mais importantes quando queremos deixar o concreto mais resistente e durável

levando em consideração a diminuição do cimento‖. No Brasil mostra-se viável, uma vez que

a agroindústria apresenta um elevado desenvolvimento tecnológico, somado as boas

condições geológicas e climáticas existentes A Companhia Nacional de Abastecimento

(CONAB) apurou na safra 2014/2015 de cana-de açúcar em Mato Grosso do Sul deve ser

6,7% maior na comparação com 2013/2014, passando de 41,5 milhões para 44,3 milhões de

toneladas, projetou a Associação de Produtores de bioenergia do estado (Biosul), Segundo

Sessa5, ―com o intuito de reduzir o volume de cimento empregado na elaboração de concretos.

Uma das maneiras de diminuir estes índices está relacionada à substituição parcial do volume 1 Acadêmico do 6° semestre de Engenharia Civil- Universidade luterana do brasil (ULBRA). E-mail:

[email protected] 2 Acadêmica do 6° semestre de Engenharia Civil- Universidade luterana do brasil (ULBRA). E-mail:

[email protected] 3 Orientadora do artigo e Professora de Engenharia Civil- Universidade luterana do brasil (ULBRA). E-mail:

[email protected] 4 DANTAS, Igor. Microsilica: Produção e uso no concreto. [S.I]: Engenharia Civil Blog, 2012. Disponível em:

https://engciv.wordpress.com/tag/silica-ativa. Acesso em: 18 mai. 2016, 08:54:06. 5 SESSA, Thiago da Cruz. Avaliação da utilização da cinza do bagaço de cana-de-açúcar em concreto usando

construções residenciais de menor impacto, Rio de Janeiro, 89 p. abr. 2013.

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de cimento por uma ou mais adições minerais que atuem quimicamente, como as pozolanas

ou materiais com ação física‖.

MÉTODOS: O estudo constitui-se de uma pesquisa experimental, realizada entre abril a

maio de 2016, no qual realizou-se uma consulta a livros e periódicos presentes na Biblioteca

Virtual da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). A pesquisa dos artigos foi realizada

em abril de 2016. As palavras-chave utilizadas na busca foram cinzas da cana de açúcar no

concreto, Resistências.

Os critérios de inclusão para os estudos encontrados foram o uso da cana-de-açúcar no

processo de substituição do cimento Portland no concreto para se reduzir o uso do mesmo

pois o uso de minerais no concreto poderia reduzir o dióxido de carbono na atmosfera. Foram

excluídos estudos que relatavam o emprego de outras utilizações como substituição da areia

ou como ―filler‖ no composto do fibrocimento.

Logo em seguida, buscou-se estudar e compreender os principais parâmetros e forma

de aplicação empregados nos estudos encontrados.

A cana-de-açúcar precisou ser seca no sol para reduzir a umidade para se obter uma

queima melhor. Na queima do bagaço foi utilizado latões de alumínio e gasolina, logo depois

de queimar foram guardadas as cinzas e depois de fria, foi feito o peneiramento na 200 mm,

para se obter uma cinza bem fina.

Depois se obteve a areia e a brita, e foram feitas as caracterizações necessárias para o

cálculo do concreto onde foi utilizado o método da ABCP.

Cálculo do traço segundo a NBR 12655/2015

-FCJ Resistencia Media do Concreto a Compressão

-FCK Resistencia Característica do Concreto à compressão de Projeto

-MPA Mega Pascal

-A/C Fator de água Cimento

-Cc Consumo de Cimento

-Ca Consume de Areia

-Vm Volume médio da Areia

Método pela ABCP

Resistencia final 20 MPA, a compressão

Fcj = 26,6 MPA

A/C = 0,58 mpa

Cc = 336,21 kg/ m3

Vm= 0,43

0,589 consumo da areia

TRAÇO UTILIZADO 1: 2,18: 2,50: 0,58

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149

Com 2% em relação ao cimento se utilizou 0,16g, com 5% foi utilizado 0,40g.

Depois dos cálculos feitos, começou a execução do traço que aconteceu nos dias 3 e 6

de maio, com os seguintes paços.

1,427

2,637

1,702

3,181

Fonte: LABORATORIO CEULS/ULBRA 2016

Caracterização dos Agregados Graúdo e Miúdo 2016/1

Diâmetro Máximo da Areia

Modulo de Finura da Areia

Diâmetro Máximo da Brita

Pulverulento da Areia

2,4 mm

3,57

19 mm

2,40%

Densidade Aparente Areia

Densidade Real Areia

Densidade Aparente Brita

Densidade Real Brita

Tabela 1: obtida a partir de ensaios realizados no laboratório da Ceuls/Ulbra

Execução do traço segundo a NBR 12655/2015

Foram utilizados 8 kg de cimento, que foi multiplicado pelo traço real, 8kg:

17,44kg:20kg:4,64L, foi feita a pesagem do material, as 6 formas dos CP (corpo de prova)

foram limpas e lubrificadas juntamente com o slump test, posteriormente foi ligada a

betoneira e colocado o agregado graúdo (brita 1) e 1/3 da água (1,55L) por 5 min, em seguida

foram inseridos o cimento e as cinzas da cana por mais 5 minutos, a areia e o restante da água

(2,64L) por mais 5 minutos. Seguindo as normas da ABNT foi colocada 3 colheres de

cimento na primeira camada do slump test e foi golpeado 25 vezes sem bater no fundo, mais 3

colheres de cimento na segunda camada e golpeado mais 25 vezes sem encostar na primeira

camada, na última camada foi colocado mais 3 colheres até a borda do slump e golpeado mais

25 vezes, depois foi retirado o cone e medido com escalimetro. O material utilizado foi

recolocado na betoneira por mais 2 minutos para misturar, em seguida colocado nas formas

dos CP, a primeira camada (até a metade) e golpeado 12 vezes, e na última camada mais 12

vezes e assim foram feitos nos demais, em seguida foi realizada a vibração manual para

retirada do ar, e colocado para secar por 24 horas.

No dia seguinte foi desenformado os CP e colocado à agua para evitar a zona de

transição e iniciado o processo de hidratação. Após os 2 dias restantes contando com as 24

horas anteriores, foi rompido nos 3 (três) dias os primeiros CP. Primeiramente foi retirado o

diâmetro 4 vezes de cada um com o paquímetro, e depois foi retirada a média. Posteriormente

rompemos os mesmos e foi feito isso nos 7 e 28 dias de cada corpo de prova, como podemos

ver nas tabelas abaixo.

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Figura 2: arquivo pessoal, método utilizado para a

queima da cana de açúcar. Figura 2: arquivo pessoal, método utilizado para a

queima da cana de açúcar.

Fonte: LABORATORIO CEULS/ULBRA 2016

Com adição de 5%16,50 19,32 24,04

16,41 20,96 23,33

16,76 19,92

Com adição de 2%15,52 20,62 23,00

16,10 20,15 22,72

Ensaio mecânico de compressão nos corpos de prova 2016/1Porcentagens da

amostra ao

concreto

3 DIAS / MPA 7 DIAS / MPA 28 DIAS / MPA

Sem adição da

amostra

11,45 15,80 20,09

10,67

Tabela 2: obtida a partir de ensaios de compressão realizados no laboratório-Ceuls/Ulbra

Gráfico 1: Obtido a partir dos ensaios de compressão, no laboratório- Ceuls/Ulbra

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram encontrados 3 artigos e 1 livro nas bases de dados

consultadas que versavam sobre a utilização da cinza da cana de açúcar como forma de

substituição do cimento Portland no concreto. O objetivo era fazer uma análise sobre, o que a

cinza da cana de açúcar poderia proporcionar ao substituir em baixa proporção ao concreto, e

tivemos bons resultados como podemos ver no (gráfico 1), onde ao adicionar 5% de cinza, a

resistência do concreto chegou a 24,04 MPa, ou seja 4 MPa a mais do que foi calculado. Ao

adicionar 2% da cinza, a resistência alcançou 23 MPa, onde aumentou 3 MPa, do que foi

calculado que seria 20 MPa.

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A escolha de se usar pouca porcentagem de material, foi que vimos muitos artigos

onde se usava porcentagens muito alta, e podemos ver que com porcentagens baixas com 2%

e 5% podemos resultados interessantes também.

Depois de rompidos, os corpos de prova, podemos ver que os materiais não

segregaram, pois se o mesmo tivesse ocorrido não teríamos o resultado esperado.

CONCLUSÃO: Obtivemos êxito na execução do artigo, e podemos observar que o uso em

pequena porcentagem aumenta a resistência do concreto, consequentemente também será

pouca a resistência que aumentaram, mesmo sendo pouco o uso de resíduos sólidos e

importante para o meio ambiente, pois e o que mais sente quando esses resíduos são jogados

em lugares inadequados. Assim podemos ter certeza que o uso em concreto seria o ideal,

mesmo sendo em pouca escala.

REFERENCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015. Concreto de cimento

Portland – Preparo, Controle e Recebimento - Procedimento; NBR 12655. Rio de Janeiro:

ABNT.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004. Resíduos Sólidos -

Classificação; NBR 10004. Rio de Janeiro: ABNT.

CHRISTOFOLLI, Jorge. Concreto Resfriado [S.I.]: Cimento Itambé, 2008. Disponível em:

http://www.cimentoitambe.com.br/concreto-resfriado/. Acesso em: 19 abr. 2016, 19:10:30.

COSTA, Mirian de Almeida. Cura [S.I.]: Resposta Técnica, 2010. Disponível em:

http://www.respostatecnica.org.br. Acesso em: 19 abr. 2016, 18:45:23.

DANTAS, Igor. Microsilica: Produção e uso no concreto. [S.I]: Engenharia Civil Blog,

2012. Disponível em: https://engciv.wordpress.com/tag/silica-ativa. Acesso em: 18 mai. 2016,

08:54:06.

SILVA, Daniel Franco da. Cuidados com Concreto [S.I.]: Techne, 2012. Disponível em:

http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/200/artigo301305-1.aspx. Acesso em: 19 abr. 2016,

19:30:50.

SESSA, Thiago da Cruz. Avaliação da utilização da cinza do bagaço de cana-de-açúcar

em concreto usando construções residenciais de menor impacto, Rio de Janeiro, 89 p. abr.

2013.

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DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE SUBMETIDOS A DIFERENTES SISTEMAS DE TROCAS DE AR

Calebe Liberal Martins

1

Daniel Rocha de Oliveira2

Edson Pereira dos Reis3

Raimundo Cosme de Oliveira Junior4

[email protected]

RESUMO: A temperatura ambiente é considerada o fator físico de maior efeito no desempenho de frangos de

corte. Quando elevada causa redução no desempenho produtivo das aves. Existem diversos meios de se atingir as

temperaturas de conforto dentro de um aviário e, uma delas é a ventilação, seja ela por um sistema de pressão

positiva (ventiladores), ou sistema de pressão negativa (exaustores). O estudo objetivou verificar a influência da

remoção forçada de massas de ar sobre o desempenho de frangos de corte, utilizando dois aviários da empresa

Tapajós Alimentos Ltda - AVISPARÁ, em Santarém (PA). Foram utilizados dois galpões medindo 1400 m2

cada, o primeiro com ventiladores e o outro com exaustores. Verificou-se que entre o desempenho das aves

quanto ao peso ao abate, ganho de peso, conversão alimentar e percentual de viabilidade não apresentaram

nenhuma diferença, sendo esta averiguada apenas no índice de mortalidade, visto que, o sistema de ventilação

por pressão positiva apresentou um índice superior ao sistema por pressão negativa. Portanto, conclui-se que o

sistema de pressão negativa é mais eficiente do que o sistema de pressão positiva, uma vez que mantém o aviário

em melhores condições de bem-estar térmico.

PALAVRAS-CHAVE: ventilação, pressão negativa, pressão positiva.

INTRODUÇÃO: Atualmente, na avicultura, existem inúmeros fatores concorrentes para a

criação de um ambiente apropriado para produção, uma vez que, este instrumento é

considerado um dos principais causadores da perda na produção animal em escala industrial,

principalmente em relação à variável temperatura do ar. Nesse entendimento, Nazareno et al.

(2009) salienta que o ambiente do sistema de criação intensivo possui influência direta na

condição de conforto e bem-estar do animal, chegando a promover dificuldade na manutenção

do balanço térmico no interior das instalações e, também, na expressão de seus

comportamentos naturais, afetando, assim, o desempenho produtivo das aves.

Sabe-se que a temperatura ambiente é considerada o fator físico de maior efeito no

desempenho de frangos de corte, uma vez que, exerce grande influência no consumo de ração

e, com isto, afeta diretamente o ganho de peso e a conversão alimentar dos animais. Quando

esta se encontra muito elevada, sendo associada a altos valores de umidades do ar causa uma

redução no desempenho produtivo, pois à medida que a temperatura ambiente aumenta,

comprometem-se as perdas de calor sensível dos animais por condução, convecção e radiação.

Pereira (2007) argumenta que a importância da adequação climática das instalações

para a criação de animais reside em sua ligação com a produtividade e a economicidade do 1 Discente Agronomia; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

2 Veterinário Msc. em clinica e rep. animal; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

3 Agr. Esp. em Tecnologia de Alimentos; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

4 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica ; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

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153

empreendimento. No entanto, existem inúmeras formas de se atingir as temperaturas de

conforto dentro de um aviário e, uma delas é a ventilação. Segundo Abreu & Abreu (2000, p.

5) ―[...] a ventilação é um meio eficiente de controle da temperatura, dentro das instalações

avícolas por aumentar as trocas térmicas por convecção‖.

Este estudo vem abordar sobre os sistemas de ventilação, de pressão negativa e

positiva, objetivando investigar a influência da remoção forçada de massas de ar sobre o

desempenho de frangos de corte, sendo utilizado como local de estudo, dois aviários da

empresa Tapajós Alimentos Ltda - AVISPARÁ, localizada no município de Santarém.

MÉTODO: O experimento foi conduzido em dois aviários da empresa Tapajós Alimentos

Ltda (Avis Pará) situada na cidade de Santarém (PA). Situado nas latitudes 2º48‘38‖ S e

longitude de 54º33‘46‖ O. O experimento foi realizado entre os meses de fevereiro a abril de

2016, sendo que as aves utilizadas durante o experimento foram originárias de um mesmo

incubatório de linhagem Cobb, com um dia de vida e foram manejadas seguindo as práticas

de manejo e orientações técnicas habitualmente utilizadas pela empresa.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com dois tratamentos e

100.000 repetições para cada, onde cada animal representa uma repetição. A avaliação do

desempenho de frangos de corte ocorreu por meio do peso ao abate, ganho de peso, conversão

alimentar, índice de mortalidade e percentual de viabilidade. Cada lote foi pesado 100% das

aves, de forma a obter o peso corporal e o ganho de peso. Para avaliação do índice de

conversão alimentar (ICA) foi obtido dividindo-se o consumo total de ração (CTR) pelo

ganho de peso total (GPT) das aves a cada intervalo. Os dados de ganho de peso e eficiência

alimentar e taxa de mortalidade foram analisados pelo procedimento ANOVA (Statistica 8.0).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados demonstram não haver diferença entre os

grupos para ganho de peso e peso ao abate. Contudo, foi notável a diferença entre as taxas de

mortalidade. O peso ao abate foi semelhante entre os galpões avaliados, apresentando

variação numérica em decorrência da diferença da idade de abate que foram de 43,3 e 45 dias

para os grupos de que utilizam pressão negativa e pressão positiva, respectivamente (Figura

1). Esses resultados vão ao encontro com os esclarecimentos de Furlan (2006), o qual afirma

que o desempenho dos animais está condicionado a diversos fatores, contudo, o material

genético atual exige boa nutrição para responder adequadamente quanto ao ganho de peso,

fechando o ciclo com peso vivo superior a 2 kg.

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Figura 1- Ganho de peso e peso de abate (kg).

Fonte: autor.

A conversão alimentar apresentaram-se muito próximas as consideradas ideais e não

houve diferença entre os grupos (Tabela 1). Essa informação é coerente com as afirmativas de

Abreu & Abreu (2000) os quais relatam que animais que se encontram em condições térmicas

ótimas, sem calor ou frio, podem reverter a energia consumida em produção de biomassa com

maior eficiência.

Tabela1. Médias de Conversão alimentar, conversão ideal e variação

Conversão alimentar Conversão ideal Variação (%)

Pressão negativa 1,756ª 1,693 3,721

Pressão positiva 1,760ª 1,720 2,326

TOTAL 1,758 1,707

Corroborando os resultados, Tinoco (2004) afirma que tanto os sistemas de pressão

positiva como o de pressão negativa promovem a regulação da temperatura dependendo

apenas da intensidade de uso dos equipamentos que realizam a movimentação das massas de

ar.

A mortalidade foi superior no grupo submetido a galpões com sistemas de ventilação

com pressão positiva deixando claro que este sistema é menos eficiente na manutenção

sanitária dos indivíduos (Figura 2). Possivelmente ocorreu pela dificuldade em manter o

ambiente isento de gases nocivos assim como reduzir a amplitude térmica ao longo do

período produtivo, possibilitando assim maior regularidade das funções orgânicas para

manutenção da homeostase.

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155

Figura 2- Diferença na mortalidade e viabilidade de frangos de corte em dois sistema de ventilação.

Fonte: autor.

CONCLUSÃO: O sistema de pressão positiva não consegue controlar a temperatura

ambiente, dificultando a manutenção sanitária das aves e reduzindo a eficiência econômica

produtiva do sistema.

REFERÊNCIAS:

ABREU, P. G. & ABREU, V. M. N. Ventilação na avicultura de corte. EMBRAPA,

Concórdia-SC, 2000.

FURLAN, R. L. Influência da temperatura na produção de frangos de corte. VII Simpósio

Brasil Sul de Avicultura, Abril/2006, Chapecó, SC.

NAZARENO et al.. Avaliação do conforto térmico e desempenho de frangos de corte sob

regime de criação diferenciado. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.

13, n.6, p. 802-08, 2009.

PEREIRA, C. L. Avaliação do conforto térmico e do desempenho de frango de corte

confinados em galpão avícola com diferentes tipos de coberturas. 2007. 104f. Dissertação

(Mestrado em Zootecnia). Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da

Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2007.

TINOCO, F. F. I. A granja de frangos de corte. In: MENDES, A.; NÄÄS, I.; MACARI,

M. Produção de frangos de corte. 1 ed. Campinas: FACTA, 2004. Cap. 4, p.56-82.

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DESEMPENHO DE TAMBAQUI Colossoma macropomum CRIADOS EM TANQUE ESCAVADO SUBMETIDO A MANEJO SUPERINTENSIVO

José Maria Pereira Carvalho1

Daniel Rocha de Oliveira2

Edson Pereira dos Reis3

Gilbson Santos Soares4

Raimundo Cosme de Oliveira Junior5

[email protected]

RESUMO: O Tambaqui Colossoma macropomum é um dois peixes mais importantes da bacia amazônica, muito

encontrado em rios lagos e áreas alagadas nas margens dois principais rios. O clima é um dos grandes entraves

na piscicultura, podendo afeta diretamente o manejo. Foram utilizados neste estudo 1500 alevinos de tambaqui

criados em tanque escavado, utilizando-se lona, o qual esteve equipado com sistema de aeração forçada. Foram

uilizadas metodologias de avaliação biométrica e de desempenho ponderal. Observou-se que os parâmetros

nitrito e turbidez estiveram discordantes da literatura, onde apresentavam valores de 1,2 mg.L-1

e 34.8 cm,

respectivamente. Nota-se que as condições qualitativas da água influenciam diretamente o desempenho de peixes

em especial em sistemas de água estagnada, o que demanda mais estudos quanto a novas tecnologias de baixo

custo.

PALAVRAS-CHAVE: biometria de peixes, tanque escavado, alevinos.

INTRODUÇÃO: O Tambaqui Colossoma macropomum também e chamado por populares

em algumas regiões de pacu vermelho, sua estrutura corporal é referenciada como rombóides

apresentam nadadeiras curtas, estrutura dentária apresenta dentes molares e rasto branqueia

grandes e numerosas, cavidade bocal com formato pequeno e com vários músculos deixando

a mesma muito forte. O tambaqui é um dois peixes mais importantes da bacia amazônica,

muito encontrado em rios lagos e áreas alagadas nas margens dois principais rios. Seu

tamanho máximo em ambiente natural pode chega a 1m de comprimento e seu peso há 30 kg,

com essas características físicas o tambaqui se torna o segundo maior peixe com escamas da

região, atrás somente do pirarucu. Segundo Lazzari (2011) no Brasil a piscicultura entre 2002

e 2006 teve um grande aumento em de produção, em torno de 1 milhão de toneladas, na

mesma época o sistema de aquicultura teve um acréscimo de 40,4 para 51 milhões de

toneladas produzidas. Tavares (1995) cita que para que ocorra uma boa vivência dos

organismos em meio aquático, é imprescindível ter um monitoramento adequado, qualquer

que seja a pesquisa que envolva o cultivo de peixes, o ponto de partida é o monitoramento da

agua. O sistema superintensivo ocorre quando o produtor tem uma alta circulação de água no

sistema, e pode fazer todos os procedimentos necessários como controle de qualidade da água

1 Discente Agronomia; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

2 Veterinário Msc. em clinica e rep. animal; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

3 Agr. Esp. em Tecnologia de Alimentos; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

4 Biólogo Msc. em Melhoramento Genético; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

5 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica ; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

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157

como, estocagem de animas diferentes dos demais sistemas, utilizando biomassa.m-3

, na

alimentação tem que ter todo o cuidado de fazer o balanceamento nutricional completo, pois

vai ser a única alimentação a ser ofertada aos mesmos. A biometria em um manejo animal é

para saber qual o desenvolvimento físico, dentre outras observações. Não se deve fazer este

processo, sem avaliar a qualidade da água e a procedência dos alevinos, também se leva em

conta a qualidade da ração, todos esses parâmetros podem interferir no tamanho do peixe.

MÉTODO: O estudo foi desenvolvido entre os meses de março e outubro de 2015 em

propriedade particular no município de Santarém (PA). O clima do município insere-se na

categoria de megatérmico úmido, do tipo Aw da classificação de Köppen, temperatura média,

durante todo o ano, em torno de 26,7ºC. As precipitações anuais média atingem 1.780 mm,

com forte concentração entre os meses de janeiro a junho e mais rara de julho a dezembro, e a

umidade relativa do ar média em torno de 73% (OLIVEIRA JÚNIOR & CORREA, 2001). Os

animais foram alojados em um tanque de 99 m-3

lonado e equipado com bomba centrífuga

para realizar a aeração no período de 0 às 6 horas. Para a avaliação do desempenho produtivo,

foram alocados 1.500 alevinos, medindo em média 2,5 mm de comprimento e 0,9 g de massa.

A cada 23 dias, 5 verificações da biometria foram realizadas de acordo com metodologia,

onde foram colhidos dados das seguintes variáveis: comprimento corporal (CC, em mm);

comprimento total, (CT, em mm); altura corporal (AL, em mm); largura (L, em mm);

tamanho cabeça (C, em mm) e; peso vivo médio. Neste experimento também foi avaliado o

desempenho zootécnico dos animas através do ganho de peso diário (GPD) e biometria.

Figura 1. Medidas biométricas dos alevinos.

Fonte: autor.

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158

Para realizar as análises quantitativas e qualitativas da água foram utilizados

parâmetros químicos e físicos da água sendo, pH, O2 dissolvido, Amônia tóxica, Nitrito,

Alcalinidade total, e turbidez. A análise estatística foi realizada por meio de estatística básica

e posteriormente foi aplicado o teste de correlação de Pearson para verificar correlação entre o

ganho de peso e as variáveis de qualidade da água com biometria.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A qualidade da água é a condição mais importante para o

desenvolvimento dos animais (parâmetros físicos e químicos), conforme tabela 1. Diante da

analise de variância, verificou-se que os resultados de alcalinidade, amônia e turbidez

apresentaram variações significativas, em quanto os demais valores não sofreram alterações

representativas. A amônia tóxica apresentou variação, por outro lado, a dureza não apresentou

variações significativas.

Tabela 1- Médias e variâncias das variáveis físico-químicas da água do reservatório

Alcalinidade Dureza Oxigênio Amônia Nitrito pH Turbidez Temp. água

Geral 23,3 ± 6,1 29,3 ± 2,5 7,5 ± 0,7 1,2 ± 0,7 0,0 ± 0,0 7,6 ± 0,4 34,8 ± 7,6 31,2 ± 2,2

T1 16,6 ± 5,7 26,6 ± 5,7 8,0 ± 1,0 0,3 ± 0,1 0,0 ± 0,0 8,0 ± 0,0 39,0 ± 10,3 31,6 ± 2,5

T2 20.0 ± 0,0 30,0 ± 0,0 7,0 ± 1,0 1,0 ± 0,8 0,0 ± 0,0 7,3 ± 0,5 34,0 ± 8,7 29,3 ± 1,1

T3 30,0 ± 0,0 30,0 ± 0,0 7,6 ± 0,5 2,0 ± 0,0 0,0 ± 0,0 7,6 ± 0,2 28,3 ± 4,7 32,0 ± 2,0

T4 23,3 ± 0 30,0 ± 0,0 7,3 ± 0,5 1,3 ± 0,0 0,0 ± 0,0 7,3 ± 6,2 36,0 ± 2,6 32,0 ± 1,7

T5 26,6 ± 5,7 30,0 ± 0,0 7,6 ± 0,5 1,6 ± 0,0 0,0 ± 0,0 7,6 ± 8,1 37,0 ± 3,0 31,3 ± 4,5

O desempenho corporal dos alevinos não apresentou variações significativas em sua medição

biométrica (Tabela 2). Existe uma relação entre parâmetro da água e o desempenho ponderal

foi observado que os valores de maior relevância encontra-se entre a turbidez e o nitrito. Pois

Mardini & Mardini (2000) citam que esse resultado dar-se-á pelo nitrito ser um composto

intermediário no processo de nitrificarão quando a amônia é oxidada, pela ação bacteriana. O

nitrito é encontrado em baixa concentração no ambiente oxigenado, supondo que não apenas

o nitrito é o responsável pelo ganho de peso, mas sim o conjunto.

CONCLUSÃO: O desempenho biométrico dos animais foi considerado adequado

comparando com a literatura, servindo como uma boa referência para avaliação do

desempenho. O ganho de peso foi um parâmetro verificado dentro da media e que pode ser

utilizado para verificação da eficiência de sistemas superintensivos em especial quando

submetidos a condições alternativas. Há correlação entre parâmetros qualitativos da água e o

desempenho produtivos dos peixes, sobretudo nas condições do presente estudo.

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159

REFERÊNCIAS:

LAZZARI et al. Densidade de estocagem no crescimento, composição e perfil lipídico

corporal do jundiá. Ciência Rural, v.41, p.712-18, 2011.

MARDINI, C. V. & MARDINI, L. B. Cultivo de peixes e seus segredos. Ulbra, 1ª Ed.

Canoas, RS, 2000.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. & CORREA, J. R. V. Caracterização dos solos do Município de

Belterra, Estado do Pará. Documentos. Embrapa Amazônia Oriental, Belém, v. 88, p.1-39,

2001.

TAVARES, L. H. S. Limnologia aplicada à aquicultura. Funep, 1995.

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DESEMPENHO PRODUTIVO DA CULTURA DO PIMENTÃO (Capsicum annuum, L) SOB A INFLUÊNCIA DO NITROGÊNIO A NÍVEL DE CAMPO

Greisielle Galvão Viana1

Tanya Débora Bezerra de Castro 1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

Isabel Cristina Tavares Martins3

Glaucia de Fátima Gomes4

[email protected]

RESUMO: O pimentão (Capsicum annuum L.) pertencente à família das solanaceae é considerado uma das

olerícolas mais presentes na mesa do consumidor brasileiro. Com objetivo de conhecer a produtividade do fruto

do pimentão relacionando a disponibilidade de Nitrogênio (N) com distintas fontes, foi realizada uma pesquisa

em três propriedades da região oeste do Pará. Para isso, foi feita uma verificação descritiva da massa média dos frutos, altura da planta e o número de frutos por planta, utilizando a cultivar do híbrido Magali. Com isso,

concluiu-se que o N, tido como nutriente essencial para estimular o crescimento e o rendimento dos produtos

colhidos, teve grande destaque na propriedade que proporcionou a maior oferta do elemento nutricional.

PALAVRAS-CHAVE: produtividade, adubação química, adubação orgânica.

INTRODUÇÃO: O pimentão (Capsicum annuum L.) é uma das espécies mais difundidas e

populares do grupo das hortaliças, sendo considerada uma das dez espécies de maior

importância econômica no mercado brasileiro (Ribeiro et al., 2000). Predominante de clima

tropical, necessita de temperatura mais elevadas durante germinação e a formação de mudas.

Segundo Filgueira (2000), a adoção da adubação química é uma prática agrícola fundamental

para desenvolver os resultados da produção hortícola, tanto sob o aspecto tecnológico, quanto

econômico. A maioria das hortaliças carece de quantidades relativamente grandes de

nutrientes num período de tempo quase sempre muito curto, sendo assim consideradas plantas

exigentes em nutrientes também são consideradas altamente esgotantes para o solo. O

Nitrogênio (N) é um nutriente limitante para a cultura do pimentão, pois influencia no

crescimento das plantas da mesma forma que a produção dos frutos (MANCHANDA &

SINGH, 1988). Segundo Cadahia López (1988), há necessidade de maiores informações

quanto às quantidades de N a serem aplicadas nesta cultura, uma vez que o excesso deste

nutriente pode ocasionar o desequilíbrio entre o crescimento da parte aérea em relação à

porção radicular, abortamento de flores, alongamento do ciclo vegetativo, maior sensibilidade

a doenças. Locascio et al. (1981), lembram que a abundância de sais no solo também pode

representar menor produtividade e qualidade dos frutos. Portanto, o objetivo deste trabalho foi

1 Discente Agronomia; Centro Universitário Luterano de Santarém –CEULS/ULBRA.

2 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica ; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

3 Eng. Mecânica Msc.; Centro Universitário Luterano de Santarém –CEULS/ULBRA.

4 Meteorologista Msc. em Rec. Nat. da Amazônia; Centro Universitário Luterano de Santarém –CEULS/ULBRA.

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161

de avaliar alguns parâmetros produtivos dos frutos de pimentão em função do teor de N

fornecido por meio de adubações químicas e orgânicas em três propriedades distintas.

MÉTODO: A pesquisa foi desenvolvida junho e julho de 2013, em três propriedades, duas na

comunidade ―Tipizal‖ e uma em ―Santos da Boa Fé‖, localizadas na rodovia PA-370, no

município de Santarém. A região é caracterizada pelo clima quente e úmido, possui

temperaturas médias de 28 °C, com precipitação pluviométrica média em torno de 2.000 mm,

com a ocorrência de dois períodos nítidos de chuva, sendo de dezembro a junho, o mais

chuvoso e os demais mais secos (OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001). Os solos das

áreas de pesquisa foram classificados como Latossolo amarelo argissólico de textura média. A

cultivar analisada nos três locais, foi o híbrido ―Magali‖, o espaçamento do plantio foi de 0,80

x 0,60 m, entre linhas e plantas, respectivamente. Na propriedade 1, as mudas foram

produzidas bandejas de 128 células e transplantadas após 30 dias para os canteiros revolvidos

com adubações incorporadas ao solo com 5 t.ha-1 de cama de frango, 50 g.planta-1 de calcário

e aplicação de NPK (18-18-18) na proporção de 20 kg.ha-1. Na propriedade 2, as mudas foram

produzidas em bandejas de 128 células, o transplante ocorreu com 35 dias para os canteiros

revolvidos com 7 t.ha-1

de cama de frango e 10 kg de NPK (10-10-10), a adubação foliar com

20 g.L-1

(Bioplus, macros e micronutrientes) foi realizada com pulverizador costal 15 dias

após o transplante e manejada com intervalos entre 10 a 15 dias. Na propriedade 3, localizada

em Santos da Boa Fé, as mudas foram semeadas em copos de plástico descartáveis e

transplantadas após 30 dias para os canteiros com adição de 5 t.ha-1

de cama de frango e

calcário. A adubação foliar (semelhante à anterior) foi introduzida a cada 15 dias após o

transplante. Aos 80° dias após o transplante, determinou-se a altura das plantas, do nível do

solo ao ápice do broto terminal. Conforme método de Neary et al. (1995) e Silva et al. (1999),

para a verificação da massa média foi considerado os que possuíssem o formato mais

uniforme, sem deformações e defeitos que dificultassem sua comercialização, com massa

acima dos 0,11 kg. As adubações, bem como, o teor de N fornecido, foram realizadas de

acordo com o julgamento de cada produtor.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A medição da altura das plantas foi iniciada no 80° dia

após o plantio, sendo a altura máxima de 1,04 m, verificando que o maior crescimento

vegetativo ocorreu na propriedade 2, a qual foi ofertada maior quantidade de N, conforme

mostra a Figura 1.

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162

Figura 1 – Altura da planta do pimentão nas três propriedades estudadas.

Fonte: Autor.

A massa média de frutos do pimentão aumenta proporcionalmente com as doses,

segundo Marcussi & Villas Boas (2003) demonstrando o efeito benéfico do N sobre esta

característica. Segundo Silva (1998) o N promove o desenvolvimento mais uniforme e melhor

qualidade dos frutos. A propriedade 2 apresentou a maior média na massa de frutos por planta

(0,245 kg), conforme a figura 2. Um fato a salientar, é que quantidades adequadas de cama de

frango suprem as necessidades das plantas em macronutrientes, vista à elevação dos teores de

NPK (MACHADO et al., 1983).

Figura 2 – Massa média dos frutos do pimentão 106 nas três propriedades.

Fonte: Autor.

Não foi verificada a ocorrência de frutos com defeitos graves, tais como, má formação,

danos mecânicos nem mesmo a ação de pragas e (ou) doenças. A média de frutos/planta ficou

foi de 3, 5 e 6 unidades, sendo as propriedades 1, 3 e 2, respectivamente. Além de melhorar as

características do solo, a cama de frango proporciona a maior relação de frutos por planta,

adicionando nutrientes essenciais para o melhor aproveitamento de N (JORGE, 1988;

SOUZA & PREZOTTI, 1997).

CONCLUSÃO: Os melhores resultados, destacados para a propriedade 2 relativo à altura da

planta, bem como, a maior média de massa entre os frutos, provavelmente foi ocasionado pela

maior oferta de N disponibilizada pela cama de frango na fase inicial da cultura. A cama de

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163

frango possibilita bom rendimento no cultivo de pimentão. É preciso maiores parâmetros para

comparar os efeitos do N sobre o cultivo de pimentão.

REFERÊNCIAS:

CADAHIA LÓPEZ, C.. Fertilización en riego por goteo de cultivos hortícolas. Egraf SA,

España, 1988.

FILGUEIRA, F. A. R. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na

produção e comercialização de hortaliças. Viçosa, 2000, 402p.

JORGE, J. A. Solo: manejo e adubação: compendio de edafologia. 2.ed. São Paulo: Nobel,

1988. 309 p.

LOCASCIO et a. Responses of bell pepper to nitrogen sources. Journal American Society

for Horticultural Science, 1981.

MACHADO, M. O et al. Efeito da adubação orgânica e mineral na produção do arroz irrigado

e nas propriedades químicas e físicas do solo de Pelotas. Pesquisa Agropecuária Brasileira,

v. 18, n. 6, 1983.

MANCHANDA, A. K. & SINGH, B. Effect of plant-density and nitrogen on growth and fruit

yield of bell pepper (Capsicum annuum L.). Ind. Journal Agro., v.33, n. 4, p. 445-47, 1988.

MARCUSSI, F. F. N. & VILLAS BÔAS, R. L. Uso da fertirrigação na eficiência de

aproveitamento de N e K pelo pimentão sob condições de cultivo protegido. In: Congresso

Brasileiro de Fertirrigação. João Pessoa: UFPB, 2003.

NEARY, P. E. et a. Fertilization requirements for drip-irrigated bell peppers grown on loamy

sand soils. Microirrigation for a changing world: Conserving resources/preserving the environment. American Society of Agricultural Engineers, p. 4-95, 1995.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. de & CORREA, J. R. V. Caracterização dos solos do município

de Belterra, Estado do Pará. Documentos-EMBRAPA Amazônia Oriental (Brasil), n. 88,

2001.

RIBEIRO, L. G. et al. Adubação orgânica na produção de pimentão. Horticultura Brasileira,

v. 18, n. 2, p. 134-37, 2000.

SILVA, M. A. G. Efeito do nitrogênio e potássio na produção e nutrição do pimentão em

ambiente protegido. 1998, 86p. Tese (Doutorado em solos e nutrição de plantas)– Escola

Superior de Agricultura Luís de Queiroz (USP), São Paulo, Piracicaba.

SILVA, M. A. G. et al. Rendimento e qualidade de frutos de pimentão cultivado em ambiente

protegido em função do nitrogênio e potássio aplicados em cobertura. Scientia Agrícola, v.

56, n. 4, p. 1199-207, 1999.

SOUZA, J. L. de. & PREZOTTI, L. C. Estudos dos solos em função de diversos sistemas de

adubação orgânica e mineral. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 15, n.1, p. 248, 1997.

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DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA PARA NOTIFICAR ATRAVÉS DOS AGENTES DE SAÚDE DOENÇAS TRANSMITIDAS PELO MOSQUITO AEDES AEGYPTI

Bruno Renê Silveira e Silva1

Elber Mateus Silva Oliveira¹

Jean Santos de Oliveira¹

João Luís de Brito Neto¹

Naydion Lima de Aquino¹

Carlos Eduardo Miléo Antunes2

[email protected]

RESUMO: Esse trabalho objetiva o desenvolvimento de um sistema para preenchimento eletrônico da

notificação de doenças causadas pelo mosquito Aedes Aegypti que é transmissor de doenças graves como a

Dengue, a febre Zika e a Chikungunya. O preenchimento será realizado por dispositivos móveis através dos

agentes de saúde, pois foi observado algumas dificuldades encontradas pelos mesmos enquanto ao manuseio dos

elementos utilizados atualmente que são a caneta e a folha de papel, pois estes demoram a coletar e manipular

esses dados assim dando margem para erros que retardam e mascaram o resultado final, além de dificultar o

planejamento das políticas públicas de saúde. O papel a ser desempenhado por esse programa propõe a

notificação de doenças com eficácia e precisão as doenças causadas pelo mosquito que atualmente podem ser

ameaças para a população da cidade de Santarém-PA, assim possibilitando a antecipação e prevenção a serem

tomadas, para evitar possíveis surtos dessas doenças e do risco a saúde pública. A ferramenta a ser utilizada para

o processo de construção do referido programa é a plataforma Java, e o modelo de desenvolvimento cascata. Este

projeto encontra-se em fase de concepção.

PALAVRAS-CHAVE: notificação, doenças, eficácia.

INTRODUÇÃO: Sabe-se que uma das ferramentas de trabalho mais importantes para a

vigilância em saúde pode ser a informação. Com isso observamos que os instrumentos mais

comuns que são utilizados para essa atividade em muitos casos são a caneta e a folha de papel

constituída de informações a serem preenchidas. E através desse método observou-se alguns

tipos de deficiência na sua execução, como conhecimento insuficiente dos profissionais

quanto à notificação imediata dessas doenças e sua classificação equivocada.

Parte daí a necessidade de os serviços de saúde disporem de profissionais treinados,

capazes de atuar com sentido de oportunidade, e mais que isso um sistema eficiente e eficaz

de notificação dessas doenças sistematizado para que esses erros diminuam e para que esses

agentes possam realizar seu trabalho com mais precisão e rapidez, pois em muitas vezes são

utilizados instrumentos ultrapassados e inadequados para a referida tarefa que propiciam

lentidão no processo de dados e constrói-se uma alta possibilidade de erro humano devido ao

trabalho ser feito manualmente. Sabemos que informação em saúde pode ser a base para a

1 Acadêmicos III Semestre do curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA.

2 Professor do curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA, orientador do projeto.

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165

gestão dos serviços, pois orienta a implantação, acompanhamento e avaliação dos modelos de

atenção à saúde e das ações de prevenção e controle de doenças.

Devido a velocidade de transmissão dessas doenças o perfil epidemiológico torna-se

muito volátil, necessitando de outras técnicas para o monitoramento das mesmas. O

conhecimento de novas doenças ou a ré emergência de outras, tem a necessidade de

constantes revisões periódicas no sentido de ser atualizada. Para isso haverá uma plataforma

onde se poderá saber quais os riscos de epidemia dessas doenças e o perigo eminente que

existe em determinadas áreas da cidade devido a proliferação do Aedes Aegypti, e determinar

quais são os fatores decorrentes desses surtos nessas localidades, e a partir desses resultados

se poderá fazer uma análise mais profunda e criar formas de combate e prevenção das

referidas doenças.

Com a notificação de doenças a vigilância epidemiológica fica mais forte e rígida. De

acordo com Brasil (1990) a Vigilância Epidemiológica (VE) é definida como:

Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção

de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual

ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e

controle das doenças e agravos. (BRASIL, 1990)

Assim, para atender à sua finalidade, a VE tem que ser alimentada com informações

sobre as doenças e agravos que estão sob vigilância ou que possam ocorrer de modo

inusitado.

Segundo Brasil (2009) os sistemas de informação em saúde evoluem rapidamente.

Além das mudanças tecnológicas, os conceitos e métodos para armazenar, tratar e disseminar

informação para que seja utilizada da melhor forma por diferentes públicos (gestores,

acadêmicos e sociedade em geral) têm se desenvolvido rapidamente.

O presente resumo está disposto em seções, o qual depois desta introdução encontram-

se a segunda seção referente ao método de desenvolvimento do projeto, seguido da seção de

resultados e discussão.

MÉTODO: Conforme Luna (2004), o sistema de informação se faz importante na atualidade

para notificação de doenças pois nos remete a ideia de que há a necessidade de temos

ferramentas capazes de dar números precisos das possíveis doenças, que antes eram

negligenciadas pelo próprio órgão de saúde e pela população. Todos nós vemos hoje essa

trajetória não se deu bem assim, nós vimos muitas doenças serem erradicadas, mas, porém,

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166

vimos o aparecimento de muitas doenças como as doenças, como a Dengue, febre Zika e a

Chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti.

Hoje temos a necessidade de investigar e coletar dados precisos dessas doenças, pois

as mesmas se alastram muito rápido em um curto espaço de tempo, temos que observar os

aspectos de magnitude dessas doenças para podermos tomar as devidas providencias para o

seu combate e por consequências a qualidade dessas prevenções se elas estão sendo eficazes o

suficiente para se ter o resultado esperado (CERRONI, 2012).

Dessa forma, o trabalho consiste em utilizar ferramentas capazes de ser eficientes para

o desenvolvimento e execução do presente programa sendo eles: Linguagem Java: Nesta

plataforma pode-se desenvolver aplicações tanto para desktop quanto para mobile. A

linguagem Java tem uma facilidade de portabilidade, pois pode ser instalada e compilada em

qualquer sistema, seja Linux, Mac ou Windows.

Modelo de desenvolvimento cascata: Possibilita uma abordagem sequencial e

sistemática para o desenvolvimento de software. Dessa forma, começamos com a pesquisa de

condição ou necessidades junto ao cliente, depois vamos para a fase de planejamento onde

definimos as metas, cronograma e acompanhamento, após isso partimos para a formação onde

fazemos a análise e projeto, seguindo da construção onde codificamos e testamos, passamos

para a implantação, suporte e feedback do software concluído.

O modelo a ser utilizado para o desenvolvimento do sistema, terá mais praticidade de

locomoção e será off-line, assim provendo o diagnóstico da doença. Estas funcionalidades

serão executadas mesmo sem conexão com o servidor, aumentando a aplicabilidade prática do

sistema inclusive em áreas de população carente onde a rede é limitada de recursos, ou até

mesmo inexistente sendo assim um modelo mobile.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Esse trabalho ainda não está concluído, mas a motivação

que levou o desenvolvimento dessa pesquisa foi buscar a implementação de um software que

possa agilizar a coleta dos casos, melhorar o monitoramento dos casos, identificar as áreas de

maior incidência.

A expectativa quanto aos resultados a serem alcançados com a aplicação do sistema

abrange ainda, orientar a implantação, o acompanhamento e a avaliação das políticas públicas,

analisar o grau de risco da área/bairro onde essas pessoas residem para que se possa ter uma

dimensão dos riscos que são expostos fora de sua residência. Apresentar resultados e

subsequentemente os motivos que levaram os bairros a terem mais ou menos surtos e

exposição ao risco de proliferação do mosquito.

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167

REFERÊNCIAS:

Laguardia J, Domingues CMA, Carvalho C, Lauerman CR, Macário E, Glatt R. Sistema de

Informação de Agravos de Notificação (Sinan): desafios no desenvolvimento de um

sistema de informação em saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2004;13(3): 135-

147.

LUÍS QUINTEIRO, Vantagens da linguagem java, Anais eletrônico, 2006. Disponível

em: <http://www.htmlstaff.org/ver.php?id=4384 >. Acesso em 19 de maio de 2016.

INF. EPIDEMIOL. Sus. v.7 n.1 Brasília mar. 1998. Disponível

em: <http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16731998000100002 >. Acesso em 19 de maio de

2016.

CERRONI, Matheus de Paula. Magnitude das doenças de notificação compulsória e

qualidade das ações de vigilância epidemiológica na região de fronteira do

Brasil, 2007 – 2009; 2012. P.35.

BRASIL. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em

saúde / Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Fundação Oswaldo

Cruz. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.2 v.

BRASIL. Ministério da Saúde; a experiência brasileira em sistemas de informação em

saúde, v1, 2009. Disponível em: <http://www.devmedia.com.br/o-que-e-uml-e-diagramas-de-

caso-de-uso-introducao-pratica-a-uml/23408>. Acesso em 21 de maio de 2016.

RIBEIRO. Leandro, O que é UML e Diagramas de Caso de Uso: Introdução Prática à

UML. Disponível em:

<http://www.devmedia.com.br/o-que-e-uml-e-diagramas-de-caso-de-uso-introducao-pratica-

a-uml/23408>. Acesso em 21 de maio de 2016.

Medeiros. Higor. Introdução ao Modelo Cascata. Disponível em:

<http://www.devmedia.com.br/introducao-ao-modelo-cascata/29843>. Acesso em 21 de

maio de 2016.

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DIAGNOSE VISUAL DA ATRACNOSE NA CULTURA DA COUVE MANTEIGA - Brassica oleracea L.

Gilbson Santos Soares

1

Macelle de Souza Rego2

Maria Vitória Santos Nogueira3

Rana Renata da Silva Soares4

Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães5

[email protected]

RESUMO: A antracnose é uma das doenças mais severas causada pelo fungo do gênero Colletotrichum,

afeta a produção agrícola da couve tanto pela sua ocorrência em todas as regiões produtoras, como

pelo volume de danos econômicos quem vem a causar. O presente trabalho objetivou analisar possíveis focos da

doença na cultura da couve através de sintomas externos apresentados pelo hospedeiro; a pesquisa foi

realizada na propriedade Horta ―Olericultura Só Folha‖ localizada no município de Santarém/PA. A análise foi

baseada na diagnose visual onde sintomas apresentados como lesões que variavam de marrom-escuras a negras

no caule e no pecíolo, enfraquecimento estrutural das raízes e o mau desenvolvimento das folhas jovens.

A diagnose realizada identificou sintomas relacionados ao patógeno e a ocorrência de antracnose na produção

relacionada ao manejo inadequado e a um solo com histórico da doença. Além disso, a restauração do plantio

necessita de medidas preventivas como a retirada das plantas afetadas, evasão da área utilizada e em caso

extremo a utilização de que controle químico.

PALAVRAS-CHAVE: Antracnose, Couve, Sintomas.

INTRODUÇÃO: Couve é o nome vulgar, genérico, das diversas variedades cultivares

da espécie Brassica oleracea L., (ou Brassica sylvestris (L.) Mill.) da família das

Brassicaceae, a que também pertence o nabo e a mostarda. É uma planta cuja descrição se

torna difícil, já que as diversas variedades são bastante diferentes em termos morfológicos e

nutritivos.

O produtor sempre deve estar cauteloso na escolha da área para o cultivo, a fim de

evitar fatores que possam favorecer o desenvolvimento do fungo como: possuir o

conhecimento do histórico da área com o intuito de saber também se o terreno tem

problemas de difícil controle; utilizar a rotação de culturas de maneira correta; tomar

medidas de prevenção de manejo como a quantidade de irrigação que deve ser feita

de acordo com a necessidade da planta e a retirada completa de restos culturais do

plantio anterior que apresentaram alguns sinais ou obtiveram a doença.

Filgueira (2000) descreve que ―Deve-se dar preferência na escolha do terreno, como

áreas que não tenham sido cultivadas anteriormente com outras espécies da família

Brassicaceae, por período longo visando à diminuição da pressão de doenças severas‖.

1 Professor do Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA

2 Acadêmica do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA

3 Acadêmica do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA

4 Acadêmica do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA

5 Acadêmico do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA

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169

Antracnose é uma fitopatologia resultante da infecção das plantas por vários agentes

etiológicos, entre os quais várias espécies de fungos, em geral pertencentes aos gêneros

Colletotrichum e Gloeosporium, além de micoplasmas. Os sintomas são visualizados em

todas as partes da planta, se forem utilizadas sementes contaminadas pelo patógeno, lesões

marrom-escuras ou negras podem ser observadas nos cotilédones logo após a emergência das

plântulas (MAKISHIMA, 1983). Pode-se também observar no caule e no pecíolo, as lesões

deprimidas e escuras e nas folhas como um escurecimento ao longo das nervuras, que pode

também vim ocorrer à necrose foliar.

O presente estudo tem como o objetivo a realização de diagnose visual em plantas de

couve manteiga que pode favorecer o produtor e deixá -lo em alerta quanto à relação de

sintomas apresentados pela planta e o patógeno. A diagnose visual não só permite avaliar os

sintomas de um patógeno, mas também permite avaliar deficiências ou excesso de nutrientes

para possível correção no programa de adubação.

METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada na propriedade na Horta Olericultura Só Folha

localizada na Rua Da Paz, nº 25, Á rea Verde, na região Urbana de Santarém/PA

(Coordenadas: Latitude: 2°26'47.29"S; Longitude: 54°41'18.13‖ O).

Figura 1. Localização da propriedade

Fonte: Google Earth

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170

O método de análise foi por meio de diagnose visual. Rosseto e Santiago (2010)

consideram a diagnose visual é uma importante ferramenta para avaliar os sinais de

deficiência, doenças, ataque de pragas ou influência do clima ou toxidez de um elemento pela

aparência da planta, sobretudo, pela coloração de suas folhas.

Na propriedade foi observado o cultivo de várias culturas de variedades utilizadas na

horticultura como coentro, cebolinha, alface, entre outros; porém não apresentavam sinais

negativos ou mau desenvolvimento. No entanto, a produção de couve manteiga estava sendo

afetada por deficiências apresentadas no estágio de desenvolvimento e colheita, de certa

maneira afetando o retorno econômico do produtor.

A diagnose foi feita através da comparação de sintomas que as plantas apresentavam

com aqueles observados em um hospedeiro da antracnose que foram lesões escuras nas

folhas, nervuras amareladas, mau desenvolvimento das folhas jovens (enrolamento) e

apodrecimento das raízes com manchas esbranquiçadas. Além da confirmação do próprio

produtor o histórico da doença nas culturas anteriores cultivadas no mesmo local do plantio

em conjunto com a falta de manejo adequado na cultura quanto a utilização do sistema de

irrigação.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Na propriedade ―Olericultura Só Folha‖, foram

identificados quatro tipos sintomas nas de antracnose na couve manteiga, sendo eles:

lesões escuras nas folhas, nervuras amareladas, mau desenvolvimento das folhas jovens

e apodrecimento das raízes com manchas esbranquiçadas; indicando a presença do

patógeno na planta. (Figuras 2 e 3).

Figura 2. Couve com caule apodrecido,

esbranquiçado e desenvolvimentos das folhas

comprometidos.

Figura 3. Couve com manchas e lesões na área foliar.

Fonte: Elaborada pelos autores

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Durante a visita e de acordo com o relato do proprietário sobre a forma de manejo

adotada, observou-se como principais causas da incidência da doença o uso excessivo de água

na irrigação, a falta de tratos culturais (como a rotação de culturas e a eliminação das plantas

doentes) e o próprio histórico da doença em culturas anteriores cultivadas no mesmo

ambiente.

May (2007) diz que ―... as plantas podem ser afetadas em qualquer estado de

desenvolvimento e todos os órgãos aéreos são suscetíveis que as condições de alta umidade e

temperaturas de 21 a 27°C são favoráveis ao desenvolvimento da doença‖, ou seja, acima ou

abaixo dessa faixa de temperatura, a doença pode não se constituir problema devido a seu

lento desenvolvimento, porém o fungo apresenta grande variabilidade patogênica e já foram

determinadas muitas raças fisiológicas o que dificulta a obtenção de novas variedades

e/ou híbridos resistentes.

A partir da diagnose visual foi possível associar o desenvolvimento da antracnose com

o uso inadequado da irrigação, já que a água em excesso é um fator essencial para no

desenvolvimento do fungo. Acredita-se que a análise laboratorial comprovaria vestígios do

fungo no solo e nas plantas infectadas.

CONCLUSÃO: Os resultados obtidos pela diagnose visual confirmam a presença de

antracnose em algumas plantas da propriedade vinculada ao uso inadequado da irrigação e

falta de manejo apropriado como a eliminação de plantas doentes. Para o controle da

antracnose na propriedade sugere-se: evitar o plantio sucessivo em áreas com histórico de

ocorrência da doença, eliminação das plantas afetadas, uso de sementes e mudas e boa

qualidade e com resistência ao do patógeno, viveiros distantes de lavouras afetadas, solos de

boa drenagem para a construção dos canteiros e, principalmente, irrigação adequada evitando

excesso de água que favoreça a proliferação do fungo. O controle químico, caso necessário,

deve ser feito com pulverização de fungicidas. Nas cidades os mais indicados são o Sumilex®

e o Nativo® em uso alternado e a aplicação deve seguir as recomendações da embalagem.

REFERÊNCIAS

ANTRACNOSE. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Wikimedia Foundation, 2016.

Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Antracnose&oldid=45943790>.

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DIFICULDADES ECONÔMICAS ENFRENTADAS POR DOCENTES EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM, PA, AMAZÔNIA, BRASIL

Thayllany Mattos dos Santos1

Jéssica Vanessa Mattos Lira2

[email protected]

[email protected]

RESUMO: O presente estudo abordará os desafios enfrentados pelos educadores de uma Escola Municipal de

Educação Infantil e Ensino Fundamental para driblar as dificuldades enfrentadas pelos alunos e pais em relação

acesso à educação (transporte, saúde e alimentação). A escola se encontra localizada na comunidade do

Cucurunã na região Eixo Forte do Município de Santarém-PA, na Rodovia Estadual Everaldo de Sousa Martins,

no Km 02. Para o desenvolvimento do estudo fez-se necessário uma visita à escola onde foi feito o recolhimento

de dados para a composição deste estudo, através de uma entrevista direcionada realizada com o diretor da

escola Prof. Clayton Soares Bernardes e também de uma revisão bibliográfica da importância do

desenvolvimento educacional em um meio social ativo como é o caso do ambiente escolar. Como resultado

observou-se que as principais dificuldades enfrentadas pelos docentes são estruturação física da escola (falta de

salas de aulas) e escassez de recurso financeiro para a alimentação, transporte e mantimentos de higiene pessoal

para os discentes, sendo utilizado recurso próprio dos docentes por meio de coleta para suprir estas necessidades.

Conclui-se que o investimento realizado pelo governo municipal não é suficiente para garantir a qualidade do

ensino e permanência dos estudantes no ensino básico.

PALAVRAS-CHAVE: docentes, acesso à educação, recurso financeiro.

INTRODUÇÃO: O acesso à educação de base de qualidade é um direito de todos e garantido

pela Lei Orgânica do Município de Santarém (1990), na seção I- Educação onde diz ―Art. 96-

acesso às escolas municipais oficiais e permanência das mesmas a todas as pessoas, sem

distinção de origem, idade, raça, sexo, classe social e convicção política ou religiosa. ‖

Segundo Masullo e Coelho (2015) a educação infantil, sendo ela uma instituição que

integra funções de educação e cuidados e que leva em consideração as influências vividas

pelas crianças em seus contextos sociais, ambientais e culturais e que permite a possibilidade

de interações às práticas sociais com diversas formas de conhecimento que possibilitam a

construção de uma identidade autônoma que visa o desenvolvimento subjetivo do aluno.

A Escola Municipal de Educação Infantil Ensino Fundamental Nossa Senhora do

Perpetuo Socorro foi fundada em 05 de junho de 1980 pelo Prefeito Antônio Guerreiro

Guimarães. Em setembro de 1998 na gestão do Prefeito Joaquim de Lira Maia passou por

uma ampliação e em 21 de junho de 2008 foram inauguradas 02 salas pela Prefeita Maria do

Carmo Martins Lima. A escola é autorizada a ofertar Ensino de Educação Infantil sob a

resolução nº 27 de 08 de agosto de 2014, Ensino Fundamental de 09 anos de 1º ano ao 9º ano

sob a Resolução nº 007 de 06 de junho de 2012, pelo CME/STM/PA. Quanto ao conselho

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escolar, foi fundado no dia 23 de abril de 1998, o qual contribui nas questões burocráticas,

pedagógicas e administrativas da escola.

A última reforma da escola foi realizada por iniciativa da comunidade escolar onde

foram construídas 05 (cinco) salas de aulas, as quais não são padrão MEC, mas como havia a

necessidade de ampliação os docentes tiveram a iniciativa, sendo inaugurada em 2010, pelos

próprios moradores e docentes da comunidade de Cucurunã. No ano de 2015 foi construída

pelos funcionários da escola uma sala de aula padrão MEC com os recursos próprios da escola

arrecadados através de eventos promovidos por eles juntamente a comunidade do Cucurunã e

sem o auxílio do governo municipal.

A escola possui o total de 450 alunos. De acordo com IDEB (Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica) a Escola obteve a nota 5.5 no ano de 2015

aproximando-se da nota esperada para o ano de 2021 (5.6).

O objetivo do presente estudo foi verificar se a escola em questão recebe verbas

suficientes para desempenhar o seu papel enquanto educadora, assegurando o

desenvolvimento integral da pessoa e garantindo o exercício consciente a cidadania.

METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográfica e interlocução

com o diretor da Escola Municipal de Educação Infantil Ensino Fundamental Nossa Senhora

do Perpetuo Socorro, sendo analisados incidentes críticos, evidenciados nesse diálogo. O

questionário foi composto pelos seguintes itens: transporte, alimentação, projeto sociais,

método de ensino, manutenção da rede pública, higiene e saúde.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo Felipe (1998) o papel desempenhado pelo

professor de educação infantil apresenta dificuldades em estabelecer relações entre teoria

estabelecida pelo programa educacional e prática para o desenvolvimento do seu trabalho de

forma coesa, apresentando práticas que nem sempre vão ao encontro das necessidades da

criança em seu processo de aprendizagem. Esta dificuldade está firmada principalmente na

falta de recurso financeiro destinado as escolas, onde muitas vezes os profissionais da

educação utilizam os recursos do seu próprio salário para subsidiar o acesso à escola e o

desenvolvimento educacional dos discentes.

De acordo com Pereira (2006) a educação infantil em seu projeto pedagógico,

apresentado pelo Referencial Curricular Nacional (RCNEI/98), sugere que as unidades

básicas de educação infantil proporcionem condições estáveis para o desenvolvimento

integral no processo de aprendizado das crianças, possibilitando o desenvolvimento das

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capacidades física, cognitiva, afetiva, estética e ética e para além disso, que exista uma

preocupação com o desenvolvimento das relações interpessoais e intrapessoal.

Saul e Silva (2011) a formação cognitiva da criança traz consigo conhecimentos

aprendidos com o tempo, desejos, sonhos, sentimentos, hábitos e medos, que no processo

escolar precisam ser reconhecidos pelos educadores. Para os autores a concepção de Paulo

Freire é que é fundamental o respeito do professor em relação as experiências de cada aluno

sendo a partir dele as dificuldades superadas, estimulando a criatividade por meio da leitura,

da escrita e pela própria leitura de mundo dos educandos.

Nesse sentido, quando uma escola não atende as necessidades asseguradas por lei a

criança é afetada diretamente, impedindo o desenvolvimento intelectual, inteligência

emocional e isso resulta no direcionando para o caminho da frustração pessoal e profissional.

Com relação aos itens questionados o diretor Clayton Bernardes fez as seguintes

colocações:

- Com relação ao transporte: o governo municipal disponibiliza um ônibus que passa

nas seguintes comunidades : Santa Maria, Pajuçara, Ramal dos Coelhos, São Brás, Vila Nova,

Ponte Alta, Santa Rosa e Campo Novo, no entanto, quando o ônibus apresenta defeito, os

alunos que não têm o dinheiro do transporte são impossibilitados de frequentarem a aula,

nessa situação os professores, através de coleta pagam o transporte destes estudantes que não

possuem passe escolar, repassando a cada um deles o valor de R$ 4.50. Além disso, o

transporte oferecido pela prefeitura só é disponibilizado à tarde, portanto os estudantes que

frequentam a escola pela manhã são obrigados a pagar a sua locomoção.

- Com relação à alimentação: o governo municipal disponibiliza o lanche das 9 horas e

pela parte da tarde, o das 15 horas. No entanto, alguns estudantes chegam à escola sem terem

tomado o café da manhã, a estes o corpo docente oferece com recurso próprio esta refeição,

além de oferecem também o almoço.

- Com relação aos projetos sociais: os funcionários administrativos, docentes e pais

construíram uma horta comunitária, onde os alimentos são utilizados para complementar a

alimentação dos discentes e comunidade escolar. Nesta horta são cultivados verduras e

legumes e a manutenção é realizada por toda a comunidade do Cucurunã. Outro envolvimento

referente à comunidade está relacionado com eventos culturais que são realizados para

arrecadar recurso financeiro para a melhoria do espaço físico da escola e pagamento de

serviços de terceiros que visam a manutenção da estrutura da escola.

- Com relação à qualidade de ensino: apesar das dificuldades financeiras e estruturais

que a escola possui, esta é considerada a melhor escola da Região do Planalto e Rio, fato

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comprovado pela nota do IDEP. A escola foi a única que obteve a pontuação de 5.5 no ano de

2015, sendo esta nota prevista somente para 2021. O diretor ressalta que isto só foi possível

devido a participação e esforço de todo o corpo escolar.

- Com relação às dificuldades estruturais enfrentadas pela escola: A principal

dificuldade está relacionada a falta de espaço físico na escola. O diretor afirma que a escola

possui cinco salas de aula que não estão dentro do padrão estipulado pelo MEC, pois foram

construídas pelo corpo docente com recurso escasso. Somente uma sala foi construída

seguindo o padrão estipulado pelo MEC, também com recurso próprio dos docentes e que esta

é utilizada para leitura e informática.

- Com relação a higiene e saúde dos alunos: os funcionários e corpo docente doam

mantimentos de higiene pessoal para os alunos, além disso através de coleta arrecadam

recurso para a compra de sandálias e farda para os mais carentes. A escola ensina como cuidar

dos dentes e do corpo. Algumas doenças como pediculose e sarna são tratadas com remédios

adquiridos com auxílio financeiro proveniente dos professores. O diretor comenta que há

negligência relacionada a higiene e saúde dos alunos por parte de alguns pais.

De acordo com a narrativa do diretor Clayton Bernardes o governo municipal não tem

atendido as necessidades básicas no setor de educação como está previsto no Art. 94 da Lei

Orgânica do Município de Santarém (Capítulo I, Seção I-Educação) que diz: ―A educação,

direito de todos e dever do Poder Público e da família, é baseada nos princípios da

democracia, do respeito aos direitos humanos, da liberdade de expressão, objetivando o

desenvolvimento integral da pessoa, seu preparo para o exercício consciente da cidadania e

sua qualificação para o trabalho‖. Como podemos observar o governo Municipal não supre

todas as demandas da escola e nem todos os pais se fazem responsáveis pela higiene e saúde

de seus filhos. Tanto o governo Municipal quanto a família transferem para os professores a

responsabilidade de atender as necessidades básicas desses alunos no que diz respeito a

higiene, fardamento, educação, transporte e alimentação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A análise dos relatos do diretor revelou que embora a

educação seja um dever do governo Municipal é por meio dos professores que ela se

desenvolve desde da atenção básica à criança até a manutenção do espaço físico da escola.

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REFERÊNCIAS

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com crianças de 0 a 6 anos. Porto Alegre: Mediação, 1998. P. 7 -17.

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PEREIRA, R, L. O papel da educação infantil na construção da autonomia moral: uma revisão

da literatura. Trabalho de Conclusão de especialização. Universidade Federal do Rio Grande

do Sul Instituto de Psicologia Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da

Personalidade. Porto Alegre, Março de 2006.

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Desportos. Seção I: Educação. Art. 94 e 96. 1990.

SAUL, A. SILVA, C, G. Contribuições de Paulo Freire para educação infantil: implicações

para as politicas públicas. 2011

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EDUCAÇÃO ESCOLAR NA AMAZÔNIA: TRAÇOS SOBRE A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO ENSINO PRIMÁRIO NO PERÍODO DE 1549 ATÉ 1930

Jarleane Galvão Amaral 1

[email protected]

Thaliane Pereira dos Santos 2

Wilverson Rodrigo Silva de Melo 3

RESUMO - Este trabalho objetiva fazer uma reflexão sobre a educação escolar na Amazônia e uma incursão

histórica bibliográfica sobre a institucionalização da escola primária, detendo-se especialmente a origem da

escolarização, as políticas de institucionalização e a difusão do ensino primário na Amazônia. Para tal finalidade,

este trabalho adotará como proposta metodológica uma abordagem qualitativa, de natureza bibliográfica.

PALAVRAS-CHAVE: Educação, Ensino Primário, Institucionalização.

INTRODUÇÃO : A pesquisa buscou discutir como se iniciou o processo de

institucionalização do ensino primário, fazendo uma abordagem histórica do ensino primário

no Brasil para o ensino primário na Amazônia, tendo em vista que levou muito tempo para

implementar políticas educacionais no Brasil voltadas para a escola primária, pois era

considerada uma função da família.

A escola primária era denominada também de elementar ou de primeiras letras. Nesse

sentido, a finalidade desta investigação é fazer uma descrição do processo de organização do

ensino primário na Amazônia.

MÉTODO : A metodologia empregada neste trabalho é de cunho qualitativo, na qual não se

preocupa com representatividade numérica, mas que buscam o aprofundamento da

compreensão e o porquê das coisas, pois os dados analisados são não métricos e se valem de

diferentes abordagens.

A proposta metodológica também é exploratória e de natureza bibliográfica, pois de

acordo com Gil (2007), este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior

familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.

RESULTADO E DISCUSSÃO: A história da educação no Brasil começa em 1549 com a

chegada dos padres jesuítas. Durante 200 anos os jesuítas foram praticamente os únicos

educadores do Brasil e teve como primeiro objetivo, a catequese. Durante esse período de

1 Acadêmica do 3º semestre do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA. Turma

2015. 2 Acadêmica do 3º semestre do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA. Turma

2015. 3 Orientador e Docente da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA; Doutorando em História

contemporânea pela Universidade de Évora em Portugal.

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1549 a 1749 foram implementados os estudos e a fundação dos primeiros colégios, porém o

currículo da educação da colonização era voltado para os princípios religiosos e estava

organizado em torno de ler, escrever e contar e, visava a formação das elites. A escola

elementar não era expandida para os índios e nem aos filhos dos colonos. Em 1759 os jesuítas

foram expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal Sebastião José de Carvalho e Melo, pois a

educação jesuítica ia de encontro com os interesses comerciais do Marques.

Com isso, a educação estagnou e, para suprir algumas demandas do país, foram

adotadas medidas com o objetivo de alavancar a educação. Foi em 1826, que Dom João VI,

instituiu por meio de um decreto, quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias),

Liceus, Ginásios e Academias.( COLARES, et al, 2007, p.20).

De acordo com Tanuri (2000, p. 62), ―A Lei de 15/10/1827, manda criar escolas de

primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império‖.

No entanto, a lei não foi de fato concretizada. Conforme destaca Zotti:

Por vários motivos a lei não se efetivou enquanto prática, o que demonstra o descaso

do Estado para este nível de ensino. A falta de professores qualificados, de

remuneração adequada, de fiscalização, entre outras, foram as causas que

demonstram a incapacidade (ou não intenção) do governo de organizar a educação

popular no Brasil (ZOTTI, 2004, p.7).

O processo de criação das escolas normais brasileiras, iniciado nas décadas de 1830 e

1840 do século XIX, teve um caráter de consolidação mais evidente a partir de 1890 e das

primeiras décadas do século XX.

A educação na Amazônia

No Grão-Pará, como em outras regiões do Brasil, as primeiras experiências pedagógicas

nascem dos religiosos, visando catequizar os índios; ao mesmo tempo, ampliam o poder dos

missionários e reforçam o modelo colonizador. Muito mais catequização e instrução do que

propriamente educação, no sentido escolar que se aplica ao termo. (COLARES, 2011, p.196)

A institucionalização educacional no Grão-Pará é assinalada em 1626, com o

Convento dos Franciscanos de Santo Antonio e o Convento dos Carmelitas. O Colégio Santo

Alexandre, foi o primeiro colégio da Amazônia, onde eram administradas aulas nos níveis

primário, secundário e superior.

Em 1775, o ouvidor Francisco Xavier Ribeiro de Sampaio, afirma que devido a falta

de mestres, não haviam escolas em todas as povoações. Como retrata Colares:

―Notável é o relato da tentativa de contratação de um professore de primeiras letras,

em 1760, em Belém. Era oferecido ordenado de oitenta mil réis por ano – nas

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localidades do interior, o ordenado chegava a doze mil reis –, utilizando-se de

rendimentos das fazendas que antes eram de propriedade dos religiosos inacianos‖

(COLARES, 2011, p.198).

Ainda assim, conforme Reis (1993, p. 74) apud (COLARES, 2011, p.198) ―ninguém

queria sujeitar-se ao trabalho de mestre das escolas pelo pouco lucro, que resultava‖.

Em 15 de abril de 1799 no governo de Francisco de Souza Coutinho foi aprovada a

carta régia que regulamentava o ensino público da capitania do Grão-Pará. Colares (2011, p.

198) ressalta que:

Por força da referida regulamentação, Belém passou a contar com duas escolas

primárias e três escolas de humanidades, e outras 13 escolas foram criadas no

interior, nas seguintes localidades: Bragança, Marajó, Monsaras, Vigia, Melgaço,

Cintra, Barcellos, Oeiras, Cametá, Macapá, Santarém, Monte Alegre e Gurupá.

Alguns fatores culminaram para que a educação escolar não se desenvolvesse como

deveria, entre os quais destacamos o período da Guerra da Cabanagem1; a centralização

administrativa e, a desqualificação docente - que na prática enfatizava as desigualdades de

classes e expansão do analfabetismo, viabilizando a educação somente para poucos, pois o

governo estava mais preocupado com a sua própria sustentação política.

A segunda metade do século XIX, caracterizada por sucessivas mudanças nos mais

variados campos sociais (político, religioso, educacional, etc.).

Em 1870 foi fundada no Pará a Escola Normal, mas somente em 5 de junho de 1871 é

que se deu início de suas atividades. A escola Normal não possuía prédio próprio e acolhia os

alunos no Liceu Paraense e alunas no Colégio Nossa Senhora do Amparo.

De acordo com o Relatório de Instrução pública do Pará (1890) citado por Moraes

(2013), o ensino Primário, era dividido em escolas provisórias e escolas de 1º grau e de 2º

grau, antes do regulamento 149 e da Lei nº 1.295 de 20 de dezembro de 1886.

É importante destacar a falta de qualificação dos professores da época, pois a política

influenciava diretamente no campo educacional. Mas com a proclamação da república a

formação dos professores:

Não se tratava apenas da instrução das primeiras letras, mas, em última instância, da

formação moral e cívica das futuras gerações, segundo os novos ditames políticos.

Através da instrução deste conteúdo, era possível formar as novas gerações segundo

os moldes do novo regime, cujo objetivo era a construção de uma nação guiada pela

―ordem‖ rumo ao ―progresso‖.

Assim, a exaltação da profissão e o estímulo da prática pedagógica foram dois dos

principais meios utilizados pelo regime republicano para o controle e condução do

trabalho docente, a favor dos seus objetivos de utilização do campo educacional em

busca da legitimação e reprodução do seu construto ideológico para a população.

1 Cabe inferir que a Cabanagem, foi um movimento político e social ocorrido na província de Grão-Pará em

1835 a 1840, em que negros, índios e caboclos eram partícipes. Cf . MELO 2015.

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Almejavam-se, assim, professores motivados em sua prática pedagógica,

comprometidos com sua função social de instrução – para além da alfabetização,

moral e cívica – dos alunos segundo os moldes republicanos de progresso da nação,

e comprometidos com a construção de uma nova sociedade. (COSTA, 2012, p. 326)

As escolas provisórias passam a ter denominação de elementar a partir do decreto do

Regulamento 149, de 7 de maio de 1890, na qual podem ser cursadas em três anos e serem

regidas por professores que somente tivessem o exame de suficiência. Com o exame de

suficiência e o aumento do salário do professor se tenta dar às antigas escolas provisórias,

agora elementares, ―feições‖ republicanas e atender às populações dos lugares mais distantes

do interior. (MORAES, 2013, p.71).

O alvo extremo da instrução era investir no Ensino Secundário, uma vez que, o Liceu

Paraense e o Instituto Paraense foram reorganizados e criou-se o Liceu Benjamin Constant,

que tinham como objetivo o ensino profissional dos trabalhadores paraenses enquanto que o

ensino primário ficou esquecido e perdeu investimentos e políticas educacionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A educação no Brasil iniciou com a catequização, em que a

Igreja Católica sempre procurou doutrinar seus seguidores à sua maneira. Foi somente no

império que a educação primária de fato foi institucionalizada, no entanto demorou alguns

anos para que houvesse políticas educacionais voltadas para esse campo.

No decorrer deste artigo percebemos que, naquela época os professores não tinham

uma qualificação adequada, que culminou com a desvalorização do profissional, baixos

salários e também teve poucas iniciativas para alavancar a educação primária, devido a falta

de apoio do Estado.

Além disso, observou-se, durante essa pesquisa que o investimento maior é no Ensino

Secundário, que ganha destaque, enquanto que o ensino primário estava voltado para a

responsabilidade familiar.

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EDUCAÇÃO ESPECIAL COMO PROMOÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Rodinei Bentes da Silva

1

[email protected]

RESUMO: O presente artigo consistiu em analisar as principais legislações federais referentes à educação para

se asseverar da regulamentação para fomentar o acesso/permanência à educação da pessoa com deficiência como

exercício do princípio da dignidade humana fundada nos Direitos Humanos, a partir da redemocratização do país

no final de década de 80. Destacando os marcos regulatórios da Educação Especial, como é o caso da

Constituição Federal - CF de 1988, da Lei nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que

deram fundamentos legais para a formulação e implementações das políticas públicas voltadas à Educação

Especial a partir da observação das legislações internacionais, tais quais: Declaração Universal dos Direitos

Humanos de 1948, Declaração de Jomtien e Salamanca. Assim, justificamos a necessidade da realização da

pesquisa bibliográfica através da análise documental de Leis, decretos, resoluções, relatórios e outros

documentos que possibilitaram o suporte adequado para a construção do referencial teórico sobre objeto de

estudo proposto. Diante disso, pode-se considerar a grande relevância da pesquisa para compreensão da

construção histórica do amparo legal para a Educação Especial no país como efetivação dos Direitos Humanos

com foco no princípio da dignidade da pessoa humana garantindo o direito à educação.

PALAVRAS-CHAVE: educação especial, princípio da dignidade da pessoa humana, direitos humanos.

INTRODUÇÃO: Segundo o último censo demográfico de 2010, constatou que dentre a população

brasileira, 23,9% apresenta algum tipo de deficiência, representando cerca de 45,6 milhões de pessoas

(IBGE, 2010). Mesmo totalizando um quarto da população, às pessoas com deficiência ainda são

negados seus direitos dentre o qual o direito a educação que está intimamente articulado com os

Direitos Humanos.

A implantação do atendimento educacional para as pessoas com deficiência ocorreu como

conquistas dos movimentos internacionais com caráter sociopolítico que defendem a eliminação de

práticas discriminatórias em defesa dos direitos humanos e a promoção do princípio da dignidade da

pessoa humana.

Para o doutrinador Napoleão Casado Filho (2012, p.21), os direitos humanos surgiram como

possibilidade de tutelar o bem da vida chegando ao princípio da dignidade da pessoa humana:

Direitos Humanos são um conjunto de direitos, positivados ou não, cuja finalidade é

assegurar o respeito à dignidade da pessoa humana, por meio da limitação do

arbítrio estatal e do estabelecimento da igualdade nos pontos de partida dos

indivíduos, em um dado momento histórico. (CASSADO FILHO, 2012, p. 21)

Fomentar e garantir uma educação inclusiva significa também, a efetivação aos direitos

humanos em concordância com a legislação internacional cominada com o ordenamento jurídico

brasileiro, que garantem aos sistemas de ensino o dever em assegurar aos alunos com necessidades

educativas especiais, currículos, métodos e técnicas, recursos educativos e organização específica,

dentre outras, para atender às suas necessidades.

1 Especialista em Fundamentos da Matemática pela UFPA, Licenciado Pleno em Matemática (UFOPA) e em

Educação Artística (UEPA) e Bacharel em Direito pela UFOPA, atualmente professor da educação básica na rede pública estadual.

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Nesta perspectiva, surge a seguinte problemática: As pessoas com deficiência estão tendo seus

direitos efetivados? O direito à educação como fomento ao princípio da dignidade humana está

regulamentado? As legislações brasileiras estão em consonância com as declarações às quais o Brasil é

signatário?

MÉTODO: Considerando a natureza do objeto proposto, optou-se por fazer uma abordagem de cunho

qualitativa. Para Minayo (2011) a pesquisa qualitativa trabalha com valores, atitudes, significados e

aspirações, em que o universo da produção humana pode ser resumido nas relações e na representadas

e de sua intencionalidade.

Assim, pretendeu analisar as relações entres os elementos da sociedade e a ações

governamentais que traduz as relações de poder social que se refletem na educação,

desvendar as intencionalidades presentes nos discursos a respeito da educação especial e sua

real manifestação na eficácia no campo prático, ponderando a ações de políticas inclusivas

como promoção ao princípio da dignidade da pessoa humana, compreendendo e interpretando

a realidade.

A pesquisa com base nos objetivos propostos classifica-se do tipo Descritiva, pois

segundo Barros; Lehfeld ―Pesquisa descritiva: descrição do objeto por meio da observação e

do levantamento de dados ou ainda pela pesquisa bibliográfica e documental‖ (2005, p.34).

E para a construção dos dados, foi usada a análise documental, nas legislações

nacionais e internacionais que o Brasil é signatário, resoluções, portarias e relatórios

pertinentes ao objeto. Para Gil (2002, p. 46) uma das vantagens da pesquisa bibliográfica e

que os documentos constituem fonte rica e estável de dados, assim a partir das legislações foi

aferido sobre a evolução da educação especial.

Para facilitar a construção e análise dos dados da pesquisa, foram usadas categorias de

análise, tais quais: legislação internacional, legislação nacional, direitos garantidos e as

regulamentações param se efetivar os direitos positivados.

RESULTADO E DISCUSSÃO: Em 1948 a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a

Declaração Universal dos direitos humanos de 1948, um de seus maiores legados para a humanidade

foi fomentar os ideais de que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos,

sem quaisquer distinções, todos devem ser tratados igualmente perante a lei recebendo sua proteção. E

um dos direitos nela elencado, está o direito à educação, desta forma a Declaração de 1948, já

vislumbrava a proteção às pessoas com deficiência o mesmo direitos à liberdade, a uma vida digna, ao

acesso a educação, participação na vida comunitária, dentre outros.

Em 1990 em Jomtien na Tailândia, foi aprovada a Declaração Mundial sobre a Educação para

Todos na Conferência Mundial de Educação para Todos, definido uma nova e ousada orientação em

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matéria de educação, ao assumir o compromisso de garantir a todas as pessoas o conhecimento básico

necessário à vida digna, visando uma sociedade mais humana e mais justa. Segundo Menezes (2001),

os preceitos da Declaração de Jomtien refletiram no Plano Decenal de Educação para Todos como

política do governo federal para o período de 1993 a 2003. Visando cumprir os propósitos da

Declaração de Jomtien, o Brasil passou a criar mecanismos para a ação educacional e documentos

legais para apoiar a construção de sistema educacional inclusivo, objetivando erradicar o

analfabetismo e universalizar o ensino fundamental em todo o país.

Ainda no âmbito internacional no que diz respeito ao fomento da educação, em 1995 tivemos

um dos principais compromissos firmados com a educação especial, a Declaração de Salamanca, o

qual o Brasil também é signatário, que tratou dos Princípios, Políticas e Práticas em Educação

Especial, (UNESCO, 1994), dispondo sobre a atenção educacional necessária aos alunos com

necessidade educacionais especiais.

Dentre um dos propósitos da Declaração de Salamanca, é o compromisso em atender a todas

as crianças com necessidades educacionais especiais o acesso à escola regular, devendo ser

acomodadas em uma pedagogia centrada na criança, o que trouxe a educação brasileira novas

perspectivas ao propor novas orientações inclusivas, reafirmando o direito à educação para todos os

indivíduos, como consta na Declaração dos Direitos Humanos de 1948. Ao assinar esta Declaração o

Brasil comprometeu-se alcançar os objetivos propostos que visam à transformação dos sistemas de

educação em sistemas educacionais inclusivos.

No plano nacional a Constituição de 1988, já trazia a garantia à educação como direitos de

todos e dever do Estado (art. 205), ainda no artigo 208, prevê mais especificamente que ―[...] o dever

do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: [...] atendimento educacional

especializado, preferencialmente na rede regular de ensino‖ (BRASIL, 1988).

Fazendo um percurso no ordenamento jurídico brasileiro, encontramos legislações específicas

para a garantia dos direitos da pessoa com deficiência, podendo ser citadas: a Lei nº. 9.394/1996 – Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, que no seu art. 58, trata a educação especial como

modalidade de educação escolar devendo ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino. A

Lei nº 7.853/99 em seu art. 8º tipifica com crime a prática em recursar, suspender, procrastinar sem

justa causa, inscrição de alunos em qualquer estabelecimento de ensino, por motivo deficiência, Lei nº.

10.098/2000 estabeleceu normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das

pessoas portadoras de deficiência. Decreto nº. 7.611/2011 dispõe sobre o atendimento educacional

especializado, dentre outros e mais recentemente a Lei 13.146/15, que instituiu a Lei Brasileira de

Inclusão da Pessoa com Deficiência.

Estas legislações visam garantir às políticas educacionais que se apoiam nos princípios

constitucionais de educação para todos num processo de democratização do ensino perpassando pela

educação inclusiva especial para o fomento da dignidade da pessoa humana.

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CONCLUSÃO: A sociedade brasileira ainda há um árduo percurso para a conquista de todos os

preceitos democráticos, e muitos mais na efetivação dos direitos previstos na Constituição Federal de

1988, o que não difere ao tratamento as pessoas com deficiência que lamentavelmente, ainda são

vistas as margens da sociedade, vítimas de exclusões sociais.

A educação inclusiva é uma possibilidade para romper barreiras, mudança de paradigmas,

processo complexo que exige de todos o exercício à tolerância, o respeito mútuo, sua efetivação vai

além da simples oferta, mais principalmente em favorecer a permanência que exige uma somatória de

fatores, tais quais: adequações estruturais aos espaços escolares, formação contínua aos profissionais

da educação, currículo e práticas pedagógicas adequadas, dentre outros, políticas públicas específicas.

Trata-se ainda de analisar sempre a legislação de incorporar novos ideais e asseios sociais, e

contextualizar políticas públicas a fim de melhor atender a clientela.

A legislação brasileira voltada à Educação Especial está coesa com os compromissos

internacionais firmados nas Declarações onde o Brasil é signatário, o ordenamento jurídico brasileiro,

amplamente tem abraçado as causa sociais de inclusão a pessoas com deficiência. Processo árduo que

se intensificou a partir da Constituição de 1988, e mais recente a Lei nº 13.146, conhecida como

Estatuto da Pessoa com Deficiência, promulgada em 06 de junho de 2015, que extensivamente

dispõem sobre garantias legais regulamentando sobre os direitos fundamentais tais quais: o direito à

vida, à habilitação, à saúde, à moradia, ao trabalho, à assistência social, deforma a culminar com os

preceitos suscitados nos Direitos Humanos entre os quais a educação.

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187

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EDUCAÇÃO INTEGRAL E MELHORIA DA APRENDIZAGEM: ESTUDO EM TRÊS ESCOLAS MUNICIPAIS DE SANTARÉM.

Ledyane Lopes Barbosa. HISTEDBR-UFOPA1

[email protected]

Anselmo Alencar Colares. HISTEDBR-UFOPA2

[email protected]

RESUMO: A presente pesquisa objetivou compreender a contribuição que a educação em tempo integral tem

desempenhado para o processo educacional, analisando os fatores que contribuem para o êxito dos alunos, além

de identificar os programas e/ou atividades que despertam o interesse dos alunos refletindo na melhoria da

aprendizagem. Teve como locus três escolas da rede publica municipal da cidade de Santarém/PA. E consistiu

em uma abordagem qualitativa com delineamento em uma pesquisa de campo com analise documental. Foram

realizadas entrevistas e aplicados questionários a alunos, professores e gestores. Os resultados demonstram que a

contribuição da educação em tempo integral no processo de ensino-aprendizagem se dá no momento em que os

alunos participam das atividades do Programa Mais Educação interagindo entre si desenvolvendo novos talentos

e habilidades, o que reflete no desenvolvimento das dimensões cognitivas, afetivas, motivacionais e

socializadora. Não foram detectados programas e/ou atividades que despertam o interesse dos alunos em

participar com exceção do PME. A melhora no rendimento dos alunos, em termos de notas obtidas resultando em

êxito na aprovação foi o principal item que demonstrou a contribuição do PME para o aprendizado dos alunos,

pois, os discentes evidenciaram em grande parte acréscimo de notas em matemática e português.

PALAVRAS-CHAVE: Educação integral; Programa Mais Educação; Educação Escolar.

INTRODUÇÃO: Entendemos por educação integral aquela que objetiva desenvolver todas

as dimensões que constituem o ser humano, e em se tratando da educação escolar, visa o

desenvolvimento integral de cada aluno independente do segmento social e de outras

diferenças existentes entre os que integram a escola.

A educação escolar é assegurada como direito inalienável da sociedade e dever do

Estado pela Constituição Federal brasileira de 1988 e ratificada em outros dispositivos legais.

Tem apresentado ao longo de sua existência uma clássica separação entre o formal, não

formal e o informal, o que acaba por evidenciar uma oposição entre os saberes populares e os

saberes considerados de âmbito escolar, o que gera certo isolamento da escola com o seu

entorno, que ao se distanciar do contexto sócio – cultural no qual o educando está inserido

colabora para o mascaramento das reais motivações do fracasso e evasão escolar.

Nesta perspectiva, a educação Integral surge como uma proposta de mudança a este

cenário, uma vez que, se propõe a levar em consideração a realidade na qual o educando está

inserido, bem como os problemas que afetam a compreensão e a transformação dessa

realidade, sem, porém, atribuir à educação integral um caráter salvacionista, como se ela fosse

a única responsável pela superação dos problemas que afetam a sociedade, especialmente os

mais carentes em termos econômicos.

1 Graduanda do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia 2014. Bolsista de Iniciação Cientifica pela

Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA. Integrante do grupo de pesquisa HISTEDBR/UFOPA. ² Pós Doutor em Educação do Instituto de Ciências da Educação – ICED. Líder do grupo de pesquisa HISTEDBR/UFOPA. Orientador da pesquisadora.

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É relevante destacar que a educação integral encontra amparo legal na legislação

vigente no país, desde a Constituição Federal nos seus artigos 205, 206 e 227. A Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1996) no artigo 34 trata acerca da jornada

escolar no ensino fundamental definindo que incluirá pelo menos quatro horas de trabalho

efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na

escola; e no artigo 87 é instituída a década da educação, além de dar orientações quanto a

criação do Plano Nacional de Educação (PNE). Na Lei nº 9.089/1990 que dispõe sobre o ECA

(Estatuto da Criança e do Adolescente) e na que instituiu o Fundo Nacional de Manutenção e

Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB, Lei nº11.494/2007) a educação integral

também encontra respaldo. Sem esquecer de mencionar o PNE atual aprovado em junho de

2014, Lei nº13.005/2014 que na meta 6 dispõe 9 estratégias para oferecer educação em tempo

integral em 50% das escolas públicas para pelo menos 25% dos alunos da educação básica.

Considerando os aspectos apontados, a pesquisa objetivou analisar se e como a

educação integral está propiciando melhoria na aprendizagem, os programas e/ou atividades

desenvolvidas na escola que despertam o interesse dos alunos, bem como os fatores que

contribuem para a melhoria do processo de ensino.

MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa de campo com análise documental. Foram realizadas

entrevistas com gestores e aplicados questionários a alunos e professores, tendo como locus

três escolas da rede publica municipal da cidade de Santarém/PA, conforme opção descrita no

plano de trabalho (destaca-se que apenas uma (1) escola, manteve as atividades do Programa

Mais Educação, dessa forma escolhemos aleatoriamente outras duas (2) escolas para fazer um

comparativo entre as atividades realizadas no ano de 2015), em conformidade com as

seguintes etapas:

1. Levantamento bibliográfico que abordam as concepções de educação integral;

2. Levantamento de informações (fontes documentais e legislação) sobre o Programa

Mais Educação;

3. Observação, aplicação de questionários e realização de entrevistas: foram realizadas

10 visitas nas três escolas pesquisadas no período de maio a junho de 2016,

4. Análise das informações obtidas e produção de banco de dados.

Os participantes da pesquisa foram: a equipe gestora das escolas (diretores e

pedagogos), três (3) professores, sendo um (1) da E1, dois (2) da E2, e nenhum da E3; além

de vinte e cinco (25) alunos, sendo quatro (4) da E1, oito (8) da E2 e treze (13) da E3.

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Como já explicitado anteriormente usamos para a coleta de dados, quatro instrumentos:

observação, análise documental, entrevista e questionário.

Observamos o envolvimento dos alunos nas atividades do contraturno, verificamos

como os alunos se portavam durante as atividades desenvolvidas pelo Programa Mas

Educação. Com a equipe de gestão das três escolas utilizamos a entrevista, pois, através desse

recurso conseguimos obter maiores informações sobre o funcionamento do Programa Mas

Educação. Já para os alunos e professores aplicamos questionários semiestruturados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir da análise dos dados obtidos foi possível inferir

que na percepção dos participantes da pesquisa a contribuição que a educação em tempo

integral tem desempenhado para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos através do

Programa Mais Educação tem se dado no momento em que os alunos se propõem a participar

das atividades do programa e dessa forma interagem entre si desenvolvendo novas relações

sociais, novos talentos e habilidades, o que reflete no desenvolvimento das dimensões

cognitivas, afetivas, motivacionais e socializadora dos alunos repercutindo assim no processo

de ensino-aprendizagem, o que ficou evidente quando foram apontados como contribuições e

benefícios do Programa Mais Educação: a melhora na leitura, na escrita, na apreensão de

novos jogos e regras a serem internalizadas.

A melhora no rendimento dos alunos, em termos de notas obtidas resultando em êxito

na aprovação foi o principal item que demonstrou a contribuição do PME para o aprendizado

dos alunos, uma vez que na E1 o quantitativo de 4 alunos que responderam ao questionário,

destacou que as atividades do PME contribuíram para a melhoria do seu aprendizado em sala

de aula, como na leitura e na aprendizagem de esportes bem como acréscimo de notas nas

seguintes disciplinas: matemática e português. Enquanto na E2 do total de 8 alunos todos

evidenciaram o aprendizado mais fácil na disciplina de matemática. Já na E3 do total dos 13

alunos, 10 evidenciaram acréscimo nas notas das disciplinas de matemática, arte e pintura.

No entanto, 3 alunos da E3 apontaram que não perceberam nenhuma contribuição, visto que

as suas notas permaneceram as mesmas antes e depois do ingresso no PME.

Já os professores apontam de modo geral, a orientação de estudos, produção textual

como atividades concernentes ao PME que propiciam aos alunos desenvolver as suas

potencialidades cognitivas e socializadoras dentro e fora da sala de aula.

Ficou evidente que as oficinas que os alunos demonstraram maior interesse em

participar são voltadas as atividades lúdicas como as oficinas de música, esporte, dança,

banda e fanfarra, em geral oficinas relacionadas à arte e cultura, apontando a necessidade que

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os alunos têm de experimentar atividades diversificadas que de fato possam contribuir para o

seu desenvolvimento integral.

Destaca-se que nenhuma das escolas pesquisadas apontou desenvolver atividades ou

outros programas além do Programa Mais Educação que os alunos se interessassem em

participar. O que pode se justificar pelo fato de que as atividades do Programa Mais Educação

são em geral desenvolvidas no contraturno ao período da jornada escolar não sobrando assim

tempo disponível para os alunos participarem de outras atividades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: De acordo com os dados obtidos a partir da pesquisa de

campo podemos observar que o Programa Mais Educação no município de Santarém tem

enfrentado uma série de dificuldades em especial no que se refere ao repasse de verbas e

custeio das atividades a serem desenvolvidas pelas escolas, nas três escolas pesquisadas os

pontos negativos pontuados pelas equipes gestoras são semelhantes, como a falta de uma

infraestrutura adequada para o desenvolvimento das oficinas, além da demora do repasse dos

recursos, o que afeta diretamente o desenvolvimento das atividades do programa, pois,

quando isso ocorre a merenda escolar é a primeira a ser afetada, dessa forma muitos alunos

deixam de frequentar as oficinas por este motivo.

Pontuamos que as atividades concernentes ao PME têm contribuído para a melhoria da

aprendizagem da aprendizagem dos educandos que dela participam, em especial nas

disciplinas de português e matemática.

Contudo acreditamos que para que as contribuições já mencionadas possam ser

maximizadas a todos os alunos, é necessário que os aspectos positivos que o programa

apresenta sejam conservados, porém, os aspectos negativos devem ser trabalhados e

repensados coletivamente por todos aqueles que fazem parte do cotidiano escolar.

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EDUCAÇÃO INTEGRAL NO SISTEMA CAPITALISTA:

CONTRADIÇÕES E POSSIBILIDADES

Adriângela Silva de Castro1

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares2

RESUMO: Neste trabalho apresentam-se resultados parciais de pesquisa, desenvolvida no Programa de Pós-

graduação em Educação da Universidade Federal do Oeste do Pará/Ufopa, que tem como objeto a gestão de uma

escola de tempo integral da rede municipal de ensino de Santarém/PA, e por objetivo analisar os mecanismos

que a equipe gestora utiliza para realizar a educação integral de tempo integral considerando a legislação vigente.

Quanto aos procedimentos metodológicos, serão realizadas entrevistas com a equipe gestora da escola. Os

resultados preliminares demonstram a partir de pressupostos teóricos que a educação integral numa perspectiva

democrática é fundamental para a construção de uma escola pública de qualidade. Todavia, é imprescindível o

trabalho da equipe gestora, considerando fatores como liderança, coresponsabilizacão e estabelecimento de

mecanismos de efetiva participação da comunidade no cotidiano da escola.

Palavras-chave: Educação de tempo Integral; Gestão escolar; Projeto Politico Pedagógico.

INTRODUÇÃO: A gestão escolar não é algo tão simples, e quando se trata de gestão de

uma escola de tempo integral essa tarefa torna-se mais complexa, dado a especificidade desse

tipo de escola, pois além de administrar pessoas, patrimônio e recursos diversos, a equipe se

vê diante de uma situação não habitual, em que o aluno ficará mais tempo no ambiente escolar

e isto requer nova organização dos espaços e das atividades.

Diante desta problemática, busca-se responder as seguintes questões: Como trabalhar

o Projeto Político Pedagógico em uma escola de tempo integral, que exige mais tempo do

professor, aluno e da equipe técnica? Como a equipe gestora vem trabalhando os mecanismos

para a realização da Educação de Tempo Integral, considerando a política indutora em

conformidade com a legislação vigente? Quais os problemas específicos deste tipo de escola

e como a equipe gestora os avalia?

A escola de tempo integral já existe dentro dos planos nacionais do governo, resta

saber como otimizar esse tempo a mais para que ele promova uma educação integral.

Entende-se que ampliar a jornada nas escolas não é suficiente, é necessária uma reformulação

na forma de pensar e agir dos gestores, de sua equipe, da comunidade, e principalmente de um

projeto político pedagógico que seja capaz de suprir essa nova demanda, que requer mais

atividades, como artes, danças, músicas, oficinas, atividades esportivas, dentre outras, pois é

1 Discente do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA. E-

mail: [email protected] 2 Doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade

Federal do Oeste do Pará-UFOPA. E-mail: [email protected]

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194

preciso considerar que o tempo será ampliado e que será preciso ter um projeto conciso para

saber o que fazer com ele.

Essa nova demanda educacional vem exigindo da escola a explicitação de

intencionalidades e finalidades que envolvam maior participação e reflexão coletiva,

impulsionando a criação de propostas diferenciadas de atendimento, pois os gestores, na

atualidade, têm um grande desafio de transformação, principalmente na educação básica.

Um dos instrumentos que garantem a efetivação de uma educação integral de tempo

integral é o plano político pedagógico.

É o planejamento geral que envolve o processo de reflexão, de decisões sobre a

organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. É um

processo de organização e coordenação da ação dos professores. Ele articula a

atividade escolar e o contexto social da escola. É o planejamento que define os fins

do trabalho pedagógico. (BRASIL, 2003, p. 42 ).

Neste sentido, o Projeto Político-Pedagógico é entendido como um instrumento

norteador, que deve ser trabalhado coletivamente, de acordo com VEIGA 1995:

O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, como um sentido

explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto

pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente

articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da

população majoritária. (p.15)

Contudo, um Projeto Político-Pedagógico coletivamente refletido e construído, por si

só, não garante à escola se transforme em uma instituição emancipadora e inclusiva, mas,

certamente permitirá que seus integrantes tenham consciência coletiva de seu caminhar, de

suas responsabilidades, interfiram em seus limites, aproveitem melhor as potencialidades e

equacionem de maneira coerente as dificuldades identificadas.

MÉTODO: O presente estudo tem como base os pressupostos teórico-metodológicos de uma

pesquisa qualitativa, tendo em vista que a abordagem qualitativa trouxe significativa

contribuição para o conhecimento em educação.

O estudo se dará por meio da pesquisa bibliográfica, e com análise documental,

incluindo a análise do projeto político pedagógico da escola e de outros documentos

pertinentes a temática. Além disso, serão realizadas entrevistas semiestruturadas com a equipe

gestora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Frei Fabiano Merz, localizada na cidade

de Santarém/PA, no período de 2015 a 2016.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO: A educação é um dos direitos sociais, que é assegurado ao

cidadão, garantido pela Constituição Federal de 1988, art. 6º, todos tem direito ao acesso a

educação de qualidade, isso é princípio fundamental.

A educação do povo deve ser pensada para seu próprio proveito, e não como forma de

preparar mão de obra para o mercado, como assistencialismo ou manter a classe dominante no

controle. É preciso propiciar a todos os brasileiros igualdade de condições, e isso só é possível

com políticas sérias, com o compromisso social.

Uma das soluções para superar a grande desigualdade é oferecer uma educação

pública de qualidade, ou seja, uma educação integral, bem diferente da que temos, pois não

adianta aumentar o tempo escolar numa escola que não esteja disposta a rever seu projeto

político pedagógico, criar as condições para sua efetivação, com uma gestão organizada,

coletiva, com espaço físico apropriado, um projeto político pedagógico consolidado, equipe

pedagógica comprometida, professores qualificados e com um plano de carreira digno.

Importante ressaltar que a educação integral vai além de horas extras de permanência

no ambiente escolar, é essencial que seja um momento de crescimento intelectual, físico,

cultural e emocional do aluno, um momento propicio para uma educação emancipadora e

dialógica. Nesse panorama o gestor tem o papel fundamental, pois cabe a ele envolver a

comunidade no processo pedagógico e buscar maneira de propiciar uma educação que seja

capaz de desenvolver o indivíduo em todos os aspectos.

Educação essa que seja uma resposta contra um sistema que sem mantem dominante,

explora a força de trabalho sem lhes dar oportunidade de ascensão e de uma vida digna.

Desta forma se faz necessário que a gestão dessa escola de tempo integral seja na

perspectiva democrática, pois requer a participação de toda comunidade escolar na elaboração

do Projeto Político Pedagógico, para garantir que essa escola seja de qualidade.

Uma educação integral que seja capaz de propiciar oportunidades significativas para

aqueles que não têm muitos meios de se apropriar da cultura, através de viagens, leituras de

bons livros, ir ao teatro e outras atividades que ultrapassem o espaço escolar. Desta forma a

educação integral deve ser um diferencial na vida dos alunos de escolas públicas, para que

eles se desenvolvam plenamente e possam ter as mesmas chances dos que tem as mais

variadas oportunidades e acesso a cultura. Esse conceito de cultura a qual nos referimos pode

ser bem entendido nas palavras de Paro (2009, p. 17):

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196

Cultura, aqui, vai ser entendida não em seu sentido restrito. Vamos entender cultura

enquanto a produção humana, como tudo aquilo que o homem produz para além da

natureza, portanto, no domínio da liberdade, e não da necessidade. Pois bem, nós

sabemos que a cada nova geração, não precisamos ficar produzindo tudo de novo. O

homem se apropria de toda cultura produzida em outros momentos históricos, e

assim ele se faz histórico. Enfim, a essa apropriação da cultura, nós chamamos de

educação, agora em um sentido mais amplo, muito mais rigoroso, muito mais

complexo. Agora sim, podemos falar educação integral.

Uma educação integral da forma que está apresentada é uma educação que é capaz de

formar o cidadão, ―se a educação visa à formação do humano-histórico, visa de fato à

formação do cidadão‖, (PARO, 2009, p.18)

Diante deste conceito tão amplo de educação, faz-se necessário perguntar como a

escola será capaz de cumprir com esses objetivos? O que fará para se liberta de práticas pouco

didáticas e que não envolve o aluno no processo de aprendizagem, assim como temos na

atualidade? A educação integral em tempo integral tem que ser desenvolvida em uma escola

que tenha boa perspectiva, que sua prática pedagógica envolva o aluno a ser sujeito ativo do

processo ensino-aprendizagem, pois aumentar horas a uma escola ruim só irá piorar a

situação.

Diante disso é preciso que o poder público juntamente com a comunidade escolar

pense em políticas públicas que sejam capazes de atender a essas novas demandas.

CONCLUSÕES: A educação deve ser prioridade, oferecida a todos, independente de classe

social, não como assistencialismo. Desta forma a educação integral, segundo os autores

pesquisados pode ajudar a propiciar uma educação de qualidade.

Sendo assim, o novo modelo de educação em execução nas escolas necessita

apresentar sintonia com as leis e regulamentações, que preveem que a escola deve ser gerida

numa perspectiva democrática, essa gestão além de ser uma exigência legal, apresenta

sintonia com a proposta de educação integral. Como afirma Coelho (2009, p.50):

A vivência democrática cotidiana, no sentido da experimentação de relações

baseadas em regra justas e no respeito ao próximo e a coletividade, aliada à vivência

cultural diversificada, seriam os fundamentos para a construção de uma educação

escolar que pudesse ser chamada de educação integral.

Educação integral para atender as necessidades do indivíduo. Desta forma ressalta-se a

importância da gestão no desenvolvimento da educação de tempo integral, no sentido de fazer

esse direcionamento, mas deixando claro que não é responsabilidade apenas da gestão escolar,

o Estado tem uma parcela fundamental, pois cabe a ele o investimento para dar suporte

logístico e de formação, para a concretude de uma educação integral de tempo integral.

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REFERÊNCIAS:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da

República, Casa Civil, 1988. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 29 de

abril de 2016.

COELHO, L. M. C. da C. (org). Educação integral: estudos e experiências em processo. In.

COELHO, L. M. C. da C. (org). Educação integral: estudos e experiências em processo.

Petrópolis, RJ: FAPERJ, 2009.

PARO, V.H. Educação integral em tempo integral: uma concepção de educação para a

modernidade. In. COELHO, L. M. C. da C. (org). Educação integral: estudos e experiências

em processo. Petrópolis, RJ: FAPERJ, 2009.

VEIGA, I. P. A. (org). Projeto Político-Pedagógico da escola: Uma construção possível. – Campinas,

SP: papirus, 1995. - (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico)

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ENSINO SUPERIOR: UM BREVE OLHAR PARA O POTENCIAL DA PESQUISA NO CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO DO CEULS/ULBRA

Jordan dos Santos Aguiar1

Orientadora: Profª Msc. Maria Viviani Escher Antero2

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo traçar o as possíveis linhas de pesquisa presentes no curso de

direito do CEULS/ULBRA. Para isso, foi realizado um levantamento dos Trabalhos de Conclusão de Curso

apresentados durante o período entre 2010 e 2015. Desta forma, foi possível concluir que as áreas do Direito

Penal e do Direito de Família (sub-ramo do Direito Civil) são as mais demandadas pelos discentes, o que se

enquadra com as linhas de pesquisa adotas pelo Corpo Docente do Centro Universitário.

PALAVRAS-CHAVE: Direito. Pesquisa. Trabalho de Conclusão de Curso.

INTRODUÇÃO: É de conhecimento geral que o ensino do direito está em crise. O advento

da constituição cidadã, que estabeleceu a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão

pouco alterou a maneira dogmática acrítica da forma como se produzem os bacharéis dessa

ciência social aplicada. Desta maneira, mostra-se imperativo o estudo do potencial da

pesquisa no ensino superior dentro do campo jurídico, como forma de despertar os discentes

para a construção de conhecimento científico, estimulando a produção de uma doutrina

criticamente experimentada, bem como de reaproximar os estudantes com a realidade fática

sobre a qual as instituições normativas são construídas.

De tal força, este trabalho objetivou realizar um levantamento de dados acerca das

temáticas mais recorrentes no trabalho de conclusão de curso – TCC – em relação às linhas de

pesquisas desenvolvidas pelos Professores-pesquisadores do curso de Direito

CEULS/ULBRA; Desta forma, buscou-se traçar o perfil institucional do curso jurídico da

referida IES de modo a construir futuramente um panorama geral para a construção de ações

direcionadas, ou mesmo para a criação de um programa de pós graduação.

MÉTODO: A metodologia adequada a este plano de trabalho é o levantamento e análise

bibliográfica, com enfoque na literatura especializada nos pontos de contato entre a pedagogia

e o direito. Visa-se desta maneira estabelecer o estado de arte acerca da qualidade do ensino e

da pesquisa jurídica no país. Para tanto, este trabalho é caráter exploratório e descritivo,

através do método indutivo, onde realizou-se um levantamento dos temas mais recorrentes em

Trabalho de Conclusão de Curso do bacharelado em Direito do CEULS/ULBRA. Desta

maneira, buscou-se afunilar ainda mais as linhas de pesquisas recorrentes durante cada

1 Graduando em Direito, Centro Universitário Luterano de Santarém, CEULS/ULBRA.

2 Mestra em Educação e Coordenadora do Projeto, CEULS/ULBRA.

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período letivo, e o quanto dessas linhas efetivamente se amoldam ao campo de atuação do

Corpo Docente Orientador.

Primeiramente, foi realizada uma consulta no sítio institucional para detectar as linhas

de pesquisa de cada membro do Corpo Docente. Simultaneamente, tentou-se reunir uma lista

com toda a produção monográfica do curso de Direito desde a sua fundação. Porém, tal

levantamento mostrou-se inviável, uma vez que se trata de um dos cursos mais antigos da

instituição de ensino, e os dados só se encontravam devidamente sistematizados a partir de

2010. Dessa forma, a orientadora e o pesquisador resolveram analisar somente o recorte de

tempo entre 2010 e 2015, dado que a rotatividade do Corpo Docente foi menor durante esse

período, possibilitando traçar com melhor precisão o perfil institucional do curso.

Neste contexto, os dados foram obtidos a partir da consulta ao sistema de gestão da

coordenação do curso em questão, bem como através de visitas ao acervo de trabalhos de

conclusão de curso preservados pela biblioteca da instituição. Feitas essas visitas, foi

elaborada uma tabela para cada ano pesquisado, contendo o título do trabalho de conclusão, e

o nome do orientador. Importante destacar que já nesta fase preliminar houve o cuidado de

agrupar os trabalhos de acordo com o tema e com orientador.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Coletados os dados, passou-se à análise. Em primeira

instância, houve uma comparação geral entre o número total de trabalhos de conclusão de

curso e as linhas de pesquisa adotada em cada um deles. Cada linha corresponde a um ramo

do direito autônomo e específico, respeitada a classificação consagrada da literatura

especializada. Os ramos que tiveram um único exemplar correspondente foram aglutinados na

categoria ―outros‖.

Dessa forma, em um universo de aproximadamente 200 trabalhos, pode-se notar que

as linhas de pesquisa mais exploradas durante o período foram: o Direito de Família (44

trabalhos); seguida por Direito Penal (32); Direito do Trabalho (27); e Direito Constitucional

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200

(4). Tal observação se alinha à composição do Corpo Docente, cujos membros mais antigos

possuem a sua formação acadêmica e/ou prática profissional nessas mesmas áreas.

Também houveram significativos números de produções relacionadas ao Direito Civil

(14 produções, procurou-se separar o direito de família do direito civil, dada a grande maitoria

dos TCCs serem relacionadas a esta temática específica), Direito Processual Penal (13),

Direito da Criança e do Adolescente (12) e Direito Ambiental (11).

Após este comparativo, buscou-se agrupar estes dados de modo a observar como se

deu a demanda pelas temáticas mais recorrentes em cada ano.

É possível observar que a linha ―Direito de Família‖ é a mais requisitada nos anos de

2010, 2013 e 2015, mantendo o mesmo patamar com direito do trabalho no ano de 2014. No

período de 2011 e 2012, foi sobrepujada por Direito Constitucional (8 produções, em 2011) e

Direito Penal (10 produções, em 2012), porém manteve a grande demanda nos demais

períodos.

Desta forma, pode-se concluir que a temática Direito de Família, inserida dentro do

grande ramo do direito civil, é a que tem chamado mais a atenção dos discentes do curso de

Direito. As razões pelas quais esse fenômeno tem acontecido também são englobadas pelo

escopo desta pesquisa, e será publicada na forma definitiva deste estudo.

REFERÊNCIAS

MONEBHURRUN, N.; VARELLA, M. O que é uma boa tese de doutorado em Direito? Uma

análise a partir da própria percepção dos programas. Revista Brasileira de Políticas

Públicas, v. 3, n. 2, 2013.

VIECILI, M. C. A pesquisa jurídica como um instrumento fundamental na prática docente-

discente. Revista Jurídica da UniFil, v. III, n. 3, p. 122–127, [s.d.].

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201

ESTIMATIVA DE TENSÕES ADMISSIVEIS NO SOLO PARA PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÃO NO MUNCIPIO DE SANTARÉM

Fernando Augusto do Vale

1

José Merandolino Macêdo Neto2

Petrus Magnus Cardoso Vieira3

Kayna Costa Gregório4

RESUMO: A execução de fundações na engenharia civil necessita do acompanhamento de um especialista na

área de geotecnia, com experiência prática uma vez que, as características do solo/rocha de fundação podem

apresentar peculiaridades não previstas nos resultados, consequentemente ocasionando possíveis alterações no

projeto e na execução da estrutura. Um dos objetivos deste trabalho é evidenciar a importância da prévia análise

do solo, para futura escolha e pré-dimensionamento de uma fundação. Este estudo teve como base o ensaio de

penetração padrão comumente conhecido como SPT. Em que foram realizados ensaios nos bairros de Liberdade,

Mapiri, Diamantino e Jaderlândia, na cidade de Santarém, no estado do Pará. No estudo feito nestes bairros,

verificou-se a diferença dos tipos de materiais encontrados, revelando o quanto o solo pode variar em suas

características físicas nas diversas camadas encontradas. Com relação aos cálculos para estimativa das tensões

admissíveis do solo, foi realizada uma investigação bibliográfica, que possibilitou a coleta de informações de

diversos autores, referenciados nas particularidades de alguns tipos de solo, em que foram apresentados

resultados distintos. As tensões estimadas possibilitaram um pré-dimensionamento das dimensões da fundação

rasa do tipo sapata isolada em concreto armado. Foram realizadas comparações não somente entre os estudiosos

e suas formulações, mas também na variação da resistência ao longo da profundidade de assentamento da

fundação. Para estas analises foram consideradas cargas definidas através de um projeto padrão, fornecidas por

um engenheiro civil calculista da região.

Palavras-chave: Fundações. Solo. Tensões.

1 INTRODUÇÃO: Na área da construção civil, mais especificamente no que se diz respeito

às obras de terra, barragens, fundações e afins, se faz necessário o acompanhamento de um

especialista na área Geotécnica, com conhecimento prático em solos e rochas pois, apesar das

pesquisas e estudos geotécnicos como ensaios de sondagem, a participação técnica desse

profissional será de fundamental importância, uma vez que o solo/rocha poderá apresentar

particularidades não previstas no projeto, podendo assim, acarretar alterações significativas na

obra. Associado a este aspecto, as características físicas do material como cor, granulometria

e tipo de solo, influenciam de forma direta para a escolha do tipo de fundação, seja rasa ou

profunda. Desta forma, a interação entre a resistência das camadas de solo, com as cargas da

edificação deverão ser compatíveis para uma boa estabilidade da edificação. Este artigo

objetiva demonstrar alguns diferentes tipos de solo, através da análise de laudos de sondagem

do ensaio do tipo SPT – ―Standard Penetration Test‖, identificando a resistência das camadas,

que possibilitarão as estimativas de tensões admissíveis do solo; e com os resultados, prever o

pré-dimensionamento das fundações mais indicadas, utilizando-se de cálculos convencionais,

para um projeto padrão de quatro pavimentos, a serem supostamente construídos nos bairros

1 Eng. Civil M.Sc Professor no Centro Universitário Luterano de Santarém

2 Engenheiro Civil

3 Engenheiro Civil

4 Acadêmica de Engenharia Civil no CEULS/ULBRA

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202

da Liberdade, Mapiri, Diamantino e Jaderlândia, na cidade de Santarém – PA. A análise do

solo e o pré-dimensionamento do elemento estrutural de fundação, utilizando uma carga pré-

determinada para os referidos bairros, irão servir de embasamento para futuras edificações, já

que o perfil do solo foi analisado criticamente, a fim de que a interação solo-estrutura seja a

mais satisfatória possível, pois nada vale o elemento estrutural ser capaz de suportar as cargas

que estão sendo aplicadas sobre ele, se o solo não está preparado para receber estes esforços,

consequentemente, podendo vir a ocasionar um recalque excessivo ou, na pior das hipóteses,

um colapso de fundação.

2 MÉTODOS: Esta pesquisa baseou-se em um acervo bibliográfico consistente e

levantamento de dados minucioso, que permitiu organizar a execução dos procedimentos em

etapas, para facilitar a obtenção de resultados precisos. Foram divididas em três as etapas:

Análise dos laudos de sondagem, estimativa das tensões admissíveis do solo, escolha e pré-

dimensionamento das fundações. Os laudos de sondagem foram fornecidos por uma empresa

local, que atua na área de geotecnia realizando ensaios de SPT por toda a região Oeste do

Pará. O material fornecido (Laudos, relatórios de sondagem, relatório fotográfico e croqui de

sondagem) foram compilados em 04 (quatro) bairros distintos, Liberdade, Mapiri, Diamantino

e Jaderlândia. O projeto utilizado para o pré-dimensionamento da fundação foi fornecido por

um engenheiro calculista também da cidade de Santarém, e consiste numa edificação de 04

(quatro) pavimentos, de caráter residencial. As análises dos laudos de sondagem levaram em

consideração as camadas do subsolo de metro a metro, posição do nível da água e a

estratigrafia do terreno analisando-se tipo, cor, consistência e compacidade. As estimativas de

tensões admissíveis do solo foram estudadas através da aplicação de formulações de autores

clássicos da geotecnia. Após a análise e cálculos de tensões, foi feita a escolha das sapatas

mais apropriadas para os diferentes tipos de terreno, e pré-dimensionamento destes elementos

estruturais de cada bairro citado. Através das analises dos laudos de sondagem, foram

adotadas as cotas de assentamento da fundação em 1,00m e 2,50m de profundidade. Tal

escolha foi possível em função das áreas analisadas possibilitarem a viabilidade técnica e

financeira, de uma fundação superficial, no caso do tipo sapata isolada em concreto armado.

Foi constatado que o N.A não foi encontrado em profundidade que possa atrapalhar a

execução das sapatas, assim como a resistência das camadas superficiais do terreno

apresentaram valores satisfatórios. Portanto, foram feitos cálculos para estimativa das tensões

admissíveis do solo, utilizando formulações de grandes estudiosos como Meyerhoff, Terzagui

e Ubirajara. Como existem alguns fatores de segurança envolvidos no procedimento de

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cálculo, foi adotado um índice de majoração de quinze por cento (15%) no valor da tensão

admissível para que possa ser economizado um custo considerável em material e mão-de-

obra.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Tensões Admissíveis: Os bairros da Liberdade, Diamantino e Jaderlândia, apresentaram

características de solo arenoso, onde se utilizou as formulações de Meyerhoff e Ubirajara.

Para o bairro do Mapiri, utilizaram-se as fórmulas de Terzaghi e Ubirajara tendo em vista a

ocorrência de um solo mais argiloso. A comparação entre as tensões encontradas, evidencia

valores diferentes para as mesmas profundidades porém autores distintos, tal fato justifica-se

em função do conservadorismo de algumas formulações em detrimento de outras. A tabela 01

a seguir relaciona os valores das tensões admissíveis determinadas para cada área em estudo.

Constatou-se que o autor Meyerhoff é mais conservador dentre os propostos, pois seus

resultados demostraram valores significativamente mais baixos para a tensão admissível do

terreno.

Tabela 1 – Tensões admissíveis do solo

Meyerhoff Liberdade Diamantino Jaderlândia Mapiri

1,0m 15,18kPa 11,39kPa 26,57kPa

2,5m 34,16kPa 22,77kPa 45,54kPa

Ubirajara Liberdade Diamantino Jaderlândia Mapiri

1,0m 92,00kPa 69,00kPa 161,00kPa 161,00kPa

2,5m 138,00kPa 92,00kPa 184,00kPa 195,50kPa

Terzaghi Liberdade Diamantino Jaderlândia Mapiri

1,0m 139,18kPa

2,5m 149,51kPa

Fonte: NETO, José Merandolino Macêdo, VIEIRA, Petrus Magnus Cardoso, 2012

3.2 Escolha e Dimensionamento das Fundações: O pré-dimensionamento das sapatas foi

executado utilizando-se o projeto padrão fornecido, em que para efeito dos cálculos

aproximações foram realizadas, para as cargas determinadas em projeto em que se analisou os

pilares de maior quantidade associados as suas dimensões respectivamente. Dessa forma,

utilizaram-se as cargas de 200, 350, 500 e 650kN. As tabelas 02 e 03 a seguir relacionam os

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204

valores das áreas determinadas para cada área em estudo a 01 (um) e 2,5 (dois e meio) metros

de profundidade respectivamente. Estas dimensões foram determinadas utilizando-se a tensão

admissível do solo calculada pelo método de Ubirajara, principalmente pelo fato de suas

correlações serem mais arrojadas que os demais autores.

Tabela 2 – Áreas das sapatas isoladas em concreto armado (1,0m de profundidade)

Carga Liberdade Diamantino Jaderlândia Mapiri

200kN 2,20m2 3,00m

2 1,25m

2 1,25m

2

350kN 3,80m2 5,15m

2 2,20m

2 2,20m

2

500kN 5,50m2 7,70m

2 3,15m

2 3,80m

2

650kN 7,20m2 9,45m

2 4,10m

2 4,10m

2

Fonte: NETO, José Merandolino Macêdo, VIEIRA, Petrus Magnus Cardoso, 2012

Tabela 3 – Áreas das sapatas isoladas em concreto armado (2,5m de profundidade)

Carga Liberdade Diamantino Jaderlândia Mapiri

200kN 1,50m2 2,20m

2 1,10m

2 1,05m

2

350kN 2,55m2 3,80m

2 1,95m

2 1,80m

2

500kN 3,70m2 5,50m

2 2,70m

2 2,65m

2

650kN 4,75m2 7,15m

2 3,60m

2 3,35m

2

Fonte: NETO, José Merandolino Macêdo, VIEIRA, Petrus Magnus Cardoso, 2012

Após análises entre os autores e profundidade de assentamento das sapatas de fundação,

observa-se que os melhores resultados foram encontrados através do método de cálculo de

Ubirajara, tal fato justifica-se, pois suas correlações são mais arrojadas que os demais autores,

possibilitando tensões admissíveis maiores, desta forma exigindo-se uma melhor resposta do

terreno. Em relação à profundidade, verificou-se que a cota de assentamento de 2,50m

apresentou uma tensão do solo superior à profundidade de 1,00m, possibilitando a redução

das áreas das sapatas em todos os bairros. Este comportamento, neste caso, é facilmente

justificado em decorrência do ganho de resistência do solo ao longo da profundidade, onde em

uma grande maioria dos casos pode-se notar este comportamento, retirando-se obviamente as

devidas exceções.

3.3 Comparações: Em se comparando os bairros ora estudados utilizando-se apenas as

tensões admissíveis do solo determinadas pelo método de Ubirajara e o pré-dimensionamento

das sapatas para a profundidade de 2,50 m, verificou-se que: A área delimitada no bairro do

Mapiri obteve as menores áreas das sapatas, evidenciando-se assim, o bairro com camadas

superficiais do solo com maior resistência em se comparado aos demais estudados. Por sua

vez, o bairro do Diamantino apresentou as maiores dimensões de sapatas, sendo classificado

como o local com maior custo na execução deste tipo de fundação, como ilustra o gráfico 01

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abaixo. Ressalta-se nesse estudo, que os resultados de cada bairro não podem ser

generalizados, ou seja, são casos específicos para as áreas onde foram realizados os estudos

de solo através do método SPT.

Gráfico 01 – Áreas das sapatas isoladas para 2,5m de profundidade

Fonte: NETO, José Merandolino Macêdo, VIEIRA, Petrus Magnus Cardoso, 2012

4 CONCLUSÃO: É de suma importância o estudo geotécnico de um terreno antes de

começar a erguer a construção, pois a elaboração de um projeto de fundações de qualidade

depende principalmente da análise aprofundada do solo. Vale ressaltar, que esta análise

determina a escolha e o dimensionamento do elemento estrutural de fundação, que visa não só

a qualidade técnica na execução de uma obra, mas também uma redução no seu custo.

Aspectos relacionados ao estudo do solo feitos nos bairros da Liberdade, Mapiri, Diamantino

e Jaderlândia, na cidade de Santarém, no estado do Pará, possibilitou observar a diferença dos

tipos de materiais encontrados, mostrando o quanto o solo pode variar em suas características

físicas nas diversas camadas destes. No que se refere à estimativa das tensões admissíveis do

terreno, foram utilizados diversos autores, baseado nas características do solo de cada bairro,

possibilitando resultados distintos, uma vez que estes estudiosos levam em consideração

diferentes parâmetros de dimensionamento. Tal fato gera uma minuciosa análise de cada

engenheiro geotécnico, a fim de possibilitar a escolha do método mais adequado, para a

correta determinação da tensão admissível a ser utilizada, para o correto dimensionamento da

fundação a ser executada. As tensões calculadas possibilitaram resultados diferenciados nas

áreas e dimensões das sapatas, não tão somente entre os estudiosos, mas também na

profundidade de assentamento da fundação. Logo este estudo visa demonstrar, a grande

preocupação dos engenheiros santarenos em relação à falta de consciência do empreendedor,

que em sua maioria das vezes não executa uma campanha de investigação geotécnica eficiente

que, se comparada ao custo final da obra, tem um valor mínimo agregado. Tal comportamento

pode acarretar sérios problemas na edificação, como o aparecimento de manifestações

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patológicas na estrutura, recalques diferenciais na fundação, podendo até mesmo levar a

estrutura ao colapso, que em último caso pode ocasionar problemas irreversíveis a vida do ser

humano.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, J.A.C. Caracterização do solo com base no ensaio de penetração padrão

(SPT). Trabalho de Conclusão de Curso II – CEULS/ULBRA, Santarém-PA, 2011.

ALMEIDA, L.C. Sapatas: notas de aula da disciplina EC802 – Concreto II. Universidade

Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia Civil. Departamento de Estruturas,

Janeiro/2004.

ALVA, G.M.S. Projeto estrutural de sapatas. Universidade Federal de Santa Maria. Centro

de Tecnologia. Departamento de Estruturas e Construção Civil. Disciplina: ECC 1008 –

Estruturas de Concreto. Santa Maria, dezembro de 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6122: Projeto e

execução de fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6484: Solo –

sondagens de simples reconhecimento com SPT – método de ensaio. Rio de Janeiro:

ABNT, 2001.

BRITO, J.L.W. Fundações do edifício. São Paulo, EPUSP, 1987.

NETO, José Merandolino Macêdo, VIEIRA, Petrus Magnus Cardoso. Cálculo de tensão do

solo para determinação de fundação na cidade de Santarém - PA. Trabalho de Conclusão

de Curso – Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS). Santarém, 2012.

PINTO, C.S. Propriedades dos Solos. Fundações: teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Pini,

1998.

QUARESMA, A.R.; DÉCOURT, L.; FILHO, A.R.Q.; ALMEIDA, M.S.S.; DANZIGER, F.

Investigações Geotécnicas. Fundações: teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Pini, 1998.

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ESTUDO DA DESTINAÇÃO FINAL E AVERIGUAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE RECICLAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA CIDADE SANTARÉM-PA, OBSERVANDO O CUMPRIMENTO DA LEI FEDERAL Nº 12.305 DE 02 DE AGOSTO DE 2010, DA RESOLUÇÃO Nº 307 DE 05 DE JULHO DE 2002 DA CONAMA E DAS NBR’S 10004-2004, 15112-2004, 15113-2004, 15114-2004, 15115-2004, 15116-2004 POR PARTE DAS CONSTRUTORAS E PREFEITURA MUNICIPAL.

Daniel Branco de Morais

1

Gabriel Rodrigues Gomes 2

Paulo Henrique Lobo Neves 3

[email protected]

RESUMO: O presente trabalho que, teve como objetivo principal traçar um perfil de construtoras e o agente de

gestão pública municipal quanto a destinação e possível reaproveitamento de seus resíduos sólidos observando o

cumprimento da Lei Federal 12.305, da Resolução 307 da CONAMA e das NBR‘s supracitadas na observância

às boas práticas ambientais e quanto ao emprego de alternativas para não geração de resíduos, descarte correto

ou possível reciclagem. Procurou-se descrever a realidade a que estão sujeitos construtores e o órgão gestor dos

resíduos sólidos no município de forma fidedigna aos preceitos e informações prestadas pelos participantes.

Também descobriu-se onde estão sendo descartados todos os resíduos sólidos gerados pela indústria da

construção civil de Santarém-PA, bem como sua observação às normas e Leis vigentes nas esferas municipal,

estadual e federal. Durante o período realizaram-se entrevistas e diálogos com as empresas, engenheiros,

construtores e agentes públicos. O setor público foi o único que não se manifestou formalmente aos

questionários aplicados até a presente data, ficando os pesquisadores impossibilitados de discorrer no tema

quanto ao gestor dos resíduos no município até a presente data, ficando nesse momento, apenas o ponto de vista

das empresas, engenheiros e construtores.

PALAVRAS-CHAVE: resíduos, construção, normas.

INTRODUÇÃO: A geração, destinação e possível reaproveitamento dos resíduos sólidos

que as empresas produzem são os maiores desafios em relação à sustentabilidade e meio

ambiente.

O presente trabalho tem por objetivo fazer estudo e traçar perfil das empresas e entidade

municipal sobre classificação, armazenagem, descarte(destinação), reciclagem de resíduos

sólidos como possível solução para dirimir impactos e o cumprimento das NBR‘s 10004-

2004, 15112-2004, 15113-2004, 15114-2004, 15115-2004, 15116-2004 e da Lei Federal nº

12.305 de 02 de agosto de 2010 no Município de Santarém-PA.

MÉTODOS

TIPO DE ESTUDO: O estudo é realizado por pesquisa bibliográfica das leis e normas citadas

na justificativa do presente trabalho. Também, foram confeccionados questionários

1 Acadêmico de Engenharia Civil no CEULS/ULBRA

2 Acadêmico de Engenharia Civil no CEULS/ULBRA

3 Engenheiro Civil, Mestre em Materiais pela UFPA/Belém-PA, Docente no CEULS/ULBRA e IFPA de Santarém-

PA.

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semiabertos que busquem através de suas aplicações aos entrevistados, o cumprimento das

normas e leis. Também serão coletadas, sempre que possível e autorizado pelas empresas e

seus representantes, registros visuais(fotos) no intuito de obter dados que embasem a

conclusão e tracem um perfil realista do cenário municipal.

LOCAL: A presente pesquisa se dará na região urbana do município de Santarém-PA.

FONTES DE INFORMAÇÕES: As informações serão recolhidas através de entrevistas com

responsáveis pelas empresas construtoras, engenheiros civis e agentes públicos a respeito do

tratamento dado aos resíduos gerados no município.

TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS: Segundo Aaker et al. (2001), a

construção de um questionário é considerada uma ―arte imperfeita‖, pois não existem

procedimentos exatos que garantam que seus objetivos de medição sejam alcançados com boa

qualidade. Tendo em vista essa observação, pode-se afirmar que o planejamento não se limita

ao desenvolvimento das questões, mas também, à realização de pré-testes, com determinação

da população alvo como também da amostra. Por último é importante a análise dos dados.

A aplicação e coleta de dados, envolveram 32(trinta e dois) ―entes‖ estudados por esse

trabalho (empresas, engenheiros civis e construtores. Serão descritas as perguntas feitas diante

de cada norma estabelecida aos envolvidos na pesquisa. As respostas serão dadas em

percentuais, ou seja, a quantidade de entes que cumprem a norma, podendo assim, traçar um

perfil referente ao cumprimento das leis e normas. Nenhum participante autorizou fotografar

seus canteiros de obras. Quanto ao gestor público, informa-se que até a presente data, o

mesmo não se manifestou com resposta aos questionamentos levantados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Resolução nº 307 da CONAMA:

a) As empresas geradoras promovem a correta segregação e classificação desses

resíduos bem como o seu reaproveitamento, destinação e reciclagem? Se não,

porque? 24 entrevistados (75% da amostra), declaram que sim. 08 entrevistados (25%

da amostra) declararam que não promovem a aplicação da norma. Explicaram que não o

fazem porque não existem em suas empresas plano de gerenciamento que envolva

treinamento e preparo do corpo funcional para tal.

b) A construtora criou projetos de gestão de resíduos e demolição que possam

direcionar, todos os procedimentos para a correta armazenagem, classificação e

destinação de tais? Se não, porque? 16 entrevistados (50%) cumprem o quesito e os

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outros 16 entrevistados (50%) restantes não o cumprem. Alegam que praticam apenas a

organização primária e simples dos materiais no canteiro.

c) A construtora em seu canteiro de obras tem como objetivos principais: a

não geração de resíduos, a redução de resíduos, a reutilização, a reciclagem e o descarte

final? Os 32 entrevistados (100%), relataram que se preocupam em não gerarem resíduos. A

reutilização é feita apenas em caso de aterro com entulhos. Quanto ao descarte, os

participantes disseram não se preocuparem quanto ao destino final dos resíduos.

NBR 10.004 de 2004.

A construtora procede a exigência da classificação dos resíduos (sólidos) da

construção civil em seus canteiros de obras, segundo a norma vigente? Se sim, como é

feito esse acompanhamento? 16 entrevistados (50%) não fazem a classificação dos resíduos

sólidos. Os outros 16 participantes (50%), procedem a classificação. Informaram que

acompanham o processo através de agente com função específica no canteiro.

NBR 15.112 de 2004.

A construtora dispõe de áreas para transbordo ou triagem em seus canteiros ou

outro local para tais finas? Se sim, a implantação da área obedeceu a NBR no quesito de

“Condições Gerais” para projeto, conforme a norma? 08 participantes (25%) disseram

que não dispõem de áreas para transbordo e triagem. Outros 24 entrevistados (75%)

informaram que dispõem dessas áreas para tal. Porém informaram que são mal utilizadas ou

até inutilizadas.

NBR 15.113 de 2004.

Existe, segundo os entrevistados, algum aterro de propriedade da empresa

disponível que receba resíduos sólidos classe “A” e resíduos inertes possibilitando a

reserva segregada desse material e uso futuro? Se não, porque? Todos entrevistados

(100%) informaram que não têm aterros. Foram dadas duas justificativas: a empresa estoca os

resíduos no próprio canteiro para possível reutilização e a implantação do aterro demanda

elevado custo para as empresas.

NBR 15.114 de 2004.

A construtora dispõe de alguma área regulamentada destinada a áreas de

reciclagem de resíduos sólidos da construção civil? Se não, Porque? (100%) responderam

que não têm áreas destinadas para reciclagem. Alegam para não implantação dessas áreas o

alto custo e a falta de políticas públicas que incentivem a criação dessas áreas.

NBR‟s 15.115 e 15.116 de 2004.

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a) A Construtora executa pavimentação e confecção de concreto não estrutural

utilizando resíduos sólidos da construção civil? Se não, porquê? (100%) não

reaproveitam os resíduos sólidos para confecção de concreto não estrutural ou

pavimentação.

b) A construtora conhece alguma empresa na cidade que executa tais serviços? Se

não, qual a opinião da construtora de não haver no município quem execute o

trabalho? (100%) disseram não existem empresas que executem tal trabalho. O motivo

alegado por todos é que faltam políticas de informação e de incentivo.

Perguntas complementares às normas supracitadas.

a) Onde as empresas descartam seus resíduos sólidos? (100%) informaram que

descartam seus resíduos no aterro do Perema.

b) Quem executa o serviço de transporte? A própria empresa ou terceirizados?

(100%) informaram que são feitos por terceirizados, geralmente autônomos de

transporte.

c) A construtora se preocupa com a origem ambientalmente correta dos materiais

utilizados em suas obras? 100% disseram que se preocupam com a origem dos

materiais. Alguns informaram que toda a madeira utilizada deve ter certificado do

IBAMA, e os demais materiais devem ser comprados diante nota fiscal e certificação de

qualidade.

d) O gestor público oferece suporte necessário para que as empresas possam cumprir

as leis e normas? (100%) informaram que não .

e) Segundo a construtora, como o gestor público trata os resíduos sólidos gerados

pelas empresas em Santarém-PA? 100% dos entrevistados disseram que os resíduos

são despejados no local conhecido como Lixão do Perema e é tratado como lixo

comum.

CONCLUSÕES: Diante dos dados obtidos pode-se afirmar que a gestão dos resíduos sólidos

gerados pela construção civil em Santarém-PA é precária e insuficiente. Todo melhoramento

e investimento provido e descrito pelos participantes do projeto, como o cumprimento da

NBR 10.004 de 2004, são iniciativas isoladas e independentes de políticas públicas que nesse

estudo, não foram informadas pelo gestor municipal. Foi observado que os construtores do

município têm consciência ambiental formada, porém falta estímulo público para que as

políticas de preservação e cumprimento das normas sejam executadas.

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REFERÊNCIAS

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos sólidos -

Classificação. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15112: Resíduos da cons-

trução civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto,

implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15113: Resíduos sólidos da

construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação.

Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15114: Resíduos sólidos da

construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação. Rio

de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15115: Agregados recicla-

dos de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação – Proce-

dimentos. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15116: Agregados recicla-

dos de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de con-

creto sem função estrutural - Requisitos. Rio de Janeiro, 2004.

BLUMENSCHEIN, R. & Gonçalves, M. A. Programa Entulho Limpo. Cartilha publicada

em parceria com o SINDUSCON/DF, Eco Atitude Ações Ambientais e Universidade de

Brasília. Brasília, 2002.

BRANCO, S. M. O meio ambiente em debate. 12º ed. São Paulo: Moderna, 1988. (Coleção

polêmica).

CAPELLO, G. Entulho vira matéria prima: agregados reciclados chegam aos canteiros das

construtoras, adquiridos de empresas especializadas ou gerados na própria obra. Téchne, São

Paulo: Pini, ano 14, n. 112, p. 32-35, jul. 2006.

CONAMA,Resolução 357/2005 artigo 15. Disponível em: http://www.mma.gov.br/ port/

conama/res/res3572005.html. Acesso em 01 de fevereiro de 2016.

GUERRA, A. J. T; CUNHA, S. B. da. Geomorfologia e Meio Ambiente. Rio de Janeiro:

Bertrand Brasil, 2003.

IBGE, Atlas do Saneamento 2011. Disponível em: http://ibge.gov.br/home/estatistica/popula

çãoatlas_saneamento/default_saneamento.shtm. Acesso em 02 de fevereiro de 2016.

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ÉTICA: AS RELAÇÕES SOCIAIS NA SOCIEDADE ATUAL

Prof.ª Dra. Francisca Canindé B. dos Santos

[email protected]

RESUMO: O presente estudo é resultante de uma pesquisa sobre Ética. Este vocábulo é de origem grega e se

desdobra em vários significados que se completam. Os objetivos propostos diziam respeito a analisar textos e

observar comportamentos em sala de aula, na comunidade e instituições. Elaborou-se uma metodologia

condizente aos objetivos que pudessem evidenciar o processo investigativo. Sendo assim foi necessário leitura de

textos de autores renomados, fazer observação direta em locais já mencionados. Os resultados deixaram claro

que a ética pode ser preventiva, se o ser humano levar em consideração seus princípios e vivencia-los. O ser

humano precisa aprender respeitar, compreender, ser solidário, não pensar somente em si, cooperar uns com os

outros e acima de tudo, amar o próximo. A pesquisa deixou claro que um percentual de 80% está ligado as

estratégias do sistema dominante, forma grupos do seu interesse, mesmo assim, há indícios de egoísmo,

incompreensões. Neste caso, os princípios éticos quase não são vividos ou praticados por este elevado

percentual.

Palavras-chave: ética, aprender respeitar, preventiva, amar.

INTRODUÇÃO: Desde o princípio, os seres humanos orientais e ocidentais formaram

grupos dentro das comunidades, eram solidários, dividiam os bens que conseguiam coletar e

capturar na natureza. Eles respeitavam esse ambiente natural do qual faziam parte.

O desenvolvimento das civilizações, a escrita, a propriedade privada foram

suplantando as antigas vivências. Os homens foram perdendo a unidade e começaram

organizar camadas sociais hierarquizadas, as aristocracias rurais e os subalternos.

É mister que as relações comportamentais se alteraram consideravelmente. Aqueles

que dominavam detinham o poder e os demais se transformaram em subordinados. Perderam

o direito de igualdade entre os humanos, o respeito, a solidariedade, a justiça, a verdade, o

amor foram desaparecendo nas relações sociais entre as duas categorias e até dentro de cada

camada social.

Na Grécia Antiga surgiu o termo Ethos, sendo assim, a Ética de Aristóteles já

despontava em novas relações sociais mais dignas para aquela época.

Tanto no medievo, quanto a modernidade, os princípios éticos não eram vivenciados

integralmente por todos os humanos. A sociedade de consumo foi sendo construída através

dos tempos. As relações sociais e econômicas se tornaram complexas. Aumentou a

desigualdade social, a injustiça começou a predominar.

Na contemporaneidade os princípios éticos e morais são vivenciados de acordo com

cada povo. Mas o que nos interessa é observar e analisar comportamentos que estão

articulados ao sistema individualista e excludente, que não leva a sério os princípios éticos nas

relações sociais no cotidiano.

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MÉTODO: Como método de procedimento utilizou-se o funcionalista, que conforme

(GONÇALVES, 2005, p. 44). ―Estuda a sociedade do ponto de vista de um sistema

organizado, reunindo uma trama de ações, de relações sociais e de instituições

correlacionadas‖. A interpretação e análise da temática se fizeram através das leituras de

textos de vários autores que tratam do assunto. A pesquisa de campo centrou-se em 100

indivíduos de determinadas instituições, área de lazer, vizinhança, sala de aula. Para

desenvolver a pesquisa utilizou-se a observação direta, a fim de observar comportamentos

antiéticos, nas relações sociais como: incompreensões, falta de respeito, irresponsabilidade,

injustiça, mentira, falsidade, etc.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados foram relevantes e significativos de acordo

com as relações sociais no cotidiano das pessoas na sociedade de consumo e tecnológica.

80% das pessoas ligam-se ao sistema em vigor, vivem um individualismo, deixam de

lado o respeito, a compreensão nas relações sociais, fechando o contato simpático e até

causando danos graves. ―A ética da compreensão pede que se compreenda a incompreensão

do outro‖, por motivos conhecidos e desconhecidos. (MORIN, 2002, p. 99). As

incompreensões são obstáculos na melhoria das relações sociais e dialogais nos grupos, nas

instituições e até mesmo na família como célula mater da educação do ser humano.

60% dos indivíduos observados não assumem responsabilidade diante do outro.

Utilizam a falsidade como comportamento chave de suas vidas. De acordo com Marcondes

(2007, p. 164), analisando Weber, deixou claro que ―A ética da responsabilidade valoriza,

sobretudo as consequências da ação, e a relação entre meios e fins, com base nas quais um ato

deve ser julgado como mau ou bom‖. Verificou-se que 40% são pessoas dignas de respeito

nos seus atos.

Observou-se que 75% das pessoas apresentaram comportamentos inadequados,

deixando transparecer a injustiça. Levam em consideração elas mesmas, seus interesses, suas

vontades. A injustiça fere a dignidade, a autoestima do ser humano. As pessoas que sofrem

este tipo de comportamento, geralmente estão amarradas a um sistema maior que se entrelaça

no capital e no lucro.

85% das pessoas demonstraram um desamor muito forte pelas necessidades das

outras menos favorecidas. Há tantas pessoas doentes, com fome, na miséria. Esses fenômenos

assolam a vida dos desfavorecidos, que não tiveram oportunidade de organizar a vida. Há

tantas mesas fartas, enquanto um percentual de pessoas passam necessidades. O ser humano

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necessita de uma palavra de amor, de aconchego para que tome consciência do valor do

companheirismo, da solidariedade, da fraternidade e possa reconstruir a sua vida numa base

sólida. Jesus Cristo é exemplo de amor. Comparato acrescenta (2006, p. 553)

Mas o amor como dissemos, é um princípio ético, como tal, uma norma superior,

cria deveres, objetivos gerais de comportamento na vida social. O amor é uma

doação completa e sem reservas, não só das coisas que nos pertencem, mas da nossa

própria pessoa. Aquele que ama torna-se despossuído de si mesmo, mas tudo oferece

ao outro.

Neste caso, amar o outro desinteressamente, sem buscar retorno, sem se aproveitar

daquele ser que naquele momento estava sofrendo necessidades físicas, materiais,

econômicas.

Verdade, justiça, amor são princípios éticos especiais. A sociedade enfrenta sérios

problemas como: mentiras, corrupções nos órgãos públicos e até particulares. Ao assumir

determinadas responsabilidades, os sujeitos visam mais seus interesses do que o respeito pelos

bens que poderiam ser divididos com a sociedade, através dos investimentos em setores

deficitários.

As reflexões sobre ética buscava o termo grego Ethos que diz respeito ao Etyos que

designava simplesmente costumes. O AETHOS indicava moradia, o lugar onde o ser humano

vivia, o caráter, o modo de ser da pessoa no mundo, onde se originaram os valores, as normas.

Segundo Agostini (1993, p. 23) ―Ethos é o ser enquanto se organiza histórica e culturalmente.

A maneira como cada homem e cada cultura vive o ser‖.

Neste caso, Pessoa é um ser capaz de viver em sociedade. Como afirma Cano (2006,

p. 35). ―Ela pode assumir atitudes de cooperação, ajuda, tolerância. Tem autocontrole

positivo, suas potencialidades, acredita em si mesmo‖.

Neste contexto, a ética da pessoa envolve outras éticas, como a do gênero humano,

da compreensão, da solidariedade, da convivência, do respeito, da responsabilidade, da

liberdade, do amor, da caridade, etc. à medida que as relações sociais de hoje poderiam ser

melhores. Morin complementa (2002, p. 106)

Desde então, a ética propriamente humana, ou seja, a antropoética deve ser

considerada como a ética da cadeia de três termos: indivíduo/sociedade/espécie, de

onde emerge nossa consciência e nosso espírito propriamente humano. Essa é a base

para ensinar a ética do futuro.

As reflexões de Morin sobre ética chama atenção para viver melhor no futuro, sem

tantos conflitos. Viver eticamente na sociedade da informação e tecnologia, em que os

humanos estão em rede, é necessário reafirmar os contatos diretos e simpáticos. A Internet se

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encarrega de difundir outros comportamentos que poderão reorganizar a educação e a

sociedade, primando por aqueles que poderá possibilitar a formação digna das pessoas no

momento atual. De acordo com Morin (2002, p. 107): ―A antropoética instrui-nos a assumir a

missão antropológica do milênio, trabalhar para a humanização da humanidade, alcançar a

unidade planetária na diversidade, a diferença e a identidade quanto a si mesmo‖.

CONCLUSÃO: Os homens são seres inacabados. Eles estão buscando a cada dia mudanças

em suas vidas. Estas vão ocorrendo no corpo físico, nos comportamentos, valores, crenças.

Vão contribuindo para desenvolver a vontade própria, liberdade e o poder de decisão.

Assim como, os homens vão se construindo, a sociedade também entra num processo

de mutação, uma vez que, a mesma é constituída por esses agentes sociais.

Os comportamentos éticos podem ser vivenciados dignamente pelas categorias

sociais que se desenvolveram numa sólida educação. Por outro lado, podem predominar os

antiéticos, como não respeitar o outro, se apropriar dos bens que não são seus. Gerar conflitos

que causam agressões físicas, verbais e até tirar a vida das pessoas. Tanto os mandamentos da

Lei de Deus, quanto à lei dos homens não permitem os assassinatos. Sendo assim, ambas

deixam claro o respeito à vida, ao outro.

Diante das incompreensões, dos vícios, as pessoas perdem equilíbrio mental e

cometem desatinos, prejudicando tantos seres que poderiam estar vivendo bem com seus

familiares. Consequentemente perderam a noção do amor pelo seu semelhante. Não

reconhecem que o amor é símbolo da perfeição. Jesus Cristo deixou claro este princípio ético,

tão importante e significativo na vida humana, nas relações sociais.

Sendo assim, é necessário um repensar crítico e educação das famílias, afim de

orientar seus filhos, para viverem melhor as relações sociais, dentro da própria família e fora

dela, sendo responsáveis, comprometendo-se com seus deveres e seus atos bons ou maus.

Pessoas politizadas, educadas vivem os princípios éticos e por isso não são punidas

de acordo com os princípios morais. Neste contexto, a ética é preventiva e a moral é punitiva,

diante dos comportamentos antiéticos, cruéis e sanguinários.

REFERÊNCIAS:

AGOSTINI, Nilo. Ética e Evangelização: A dinâmica da Alteridade na Recriação da

Moral, Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1993.

CANO, Betuel. Ética: a arte de viver: A alegria de ser um cidadão do universo, (trad. de

Vera Lúcia Vaccari e Valeriano M. Casillas), vol.4, São Paulo: Paulinas, 2000.

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216

COMPARATO, Fábio Konder. Ética: direito, moral e religião no mundo, 2 ed., São Paulo:

Companhia de Letras, 2006.

GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de Metodologia da Pesquisa Científica, São

Paulo: Avercamp, 2005.

MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Ética: de Platão à Foucault, Rio de Janeiro:

Jorge Zahar, 2007.

MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, (trad. de Catarina

Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya), 6 ed., São Paulo: Cortez, 2002.

SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento,

5 ed., Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

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FLUÊNCIA TECNOLÓGICA DOCENTE: UM ESTUDO COM DOCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL

Luiz Carlos Rabelo Vieira1

Jaine Sousa da Rocha2

Maria Djelma Bezerra Brito2

Pricila Christiane Rodrigues Guimarães2

*[email protected]

RESUMO: O objetivo da pesquisa foi analisar a fluência tecnológica por meio da percepção de professoras do

ensino fundamental de uma escola pública de Santarém-Pa. Os dados foram coletados junto a 12 professoras (32

a 56 anos de idade), sendo seis do fundamental I (1º ao 5º ano) e seis do fundamental II (6º ao 9º ano). Para

tanto, foi utilizada a técnica do questionário autoaplicável. Os resultados apontaram baixa fluência tecnológica

nos quesitos que se associam às questões técnicas (manuseio de recursos/ferramentas), embora dentre as

docentes foi percebido como alto o nível de confiança e prazer em aprender novas mídias, bem como sua

utilização com bom senso. As professoras do ensino fundamental I, quando comparadas às do fundamental II,

apresentaram menor fluência tecnológica docente o que pode estar associado ao fato de possuírem as maiores

idades.

PALAVRAS-CHAVE: Fluência tecnológica, novas mídias, professor.

INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas houve uma ascensão de estudos sobre tecnologias na

educação. Almeida e Silva (2011) analisam que, do debate a respeito da integração de

tecnologias de informação e comunicação (TIC) em práticas educacionais, a tríade

Tecnologias-Currículo-Formação de Professores despontou como objeto principal de reflexão.

Integrar as TIC no âmbito educacional – com a expectativa de transformar o modo de

ensino e apreensão, dada a possiblidade de interatividade, da formação de cidadãos produtores

de culturas e de conhecimento – é o ponto crucial que faz dessa relação um tema desafiador a

ser posto em reflexão (PRETTO, 2005; 2013; PRETTO; COSTA PINTO, 2006).

Estudos recentes, como o relatório do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br,

2015), apontam que a presença do uso de TIC, principalmente de computador e internet,

aumentou no trabalho docente, em virtude da informatização de atividades escolares. Nas

práticas pedagógicas, esses recursos são relativamente integrados em decorrência,

primeiramente, da motivação/interesse pessoal (atitude proativa) docente; segundo, da

demanda/necessidade dos alunos; em terceiro lugar, pela pouca motivação institucional.

Examinar com fundamentação os riscos e benefícios da integração das TIC no campo

educacional é tarefa essencial ao discurso e à prática pedagógica, até porque ainda é evidente

a resistência docente que, em função do seu despreparo, culmina na desconsideração da

presença desses recursos nas ações educacionais (KENSKI, 2012; PEIXOTO, 2015).

1 Mestrando em Educação, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação, Instituto de Ciências da

Educação, Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA. 2 Curso de Licenciatura em Informática Educacional, Instituto de Ciências da Educação, Universidade Federal do

Oeste do Pará-UFOPA.

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218

Com base no exposto, estabeleceu-se a problemática da investigação, formulada da

seguinte maneira: professoras do ensino fundamental apresentam fluência tecnológica?

Assim, o objetivo da pesquisa foi analisar a fluência tecnológica por meio da

percepção de professoras do ensino fundamental de uma escola pública de Santarém-Pa.

MÉTODO: Este é um estudo quantitativo, descritivo e transversal cujos dados foram

coletados junto a 12 professoras do ensino fundamental, de 32 a 56 anos de idade, sendo seis

do fundamental I (1º ao 5º ano) e seis do fundamental II (6º ao 9º ano).

Para a produção dos dados foi utilizada a técnica do questionário autoaplicável, versão

adaptada do estudo de Amiel e Amaral (2013). O instrumento é composto por itens de

caracterização da participante, além de 19 questões fechadas com respostas na escala tipo

Likert, conforme os domínios nível de conforto (13 questões) e nível de concordância (seis

questões), ambos relacionados à fluência tecnológica docente. As opções de respostas para o

primeiro domínio foram: péssimo, fraco, regular, bom e ótimo. Para o segundo, as opções

eram: discordo plenamente, discordo, neutro, concordo, concordo plenamente.

Ainda conforme o domínio nível de concordância foi gerada uma pontuação por grupo

estudado (docentes do fundamental I e do II), denominada escore de concordância, calculada

pela média aritmética com base na frequência de respostas às questões, considerando-se o

valor 1 ao discordo plenamente até o valor 5 ao concordo plenamente.

Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva, com a determinação das

frequências absoluta e relativa, cálculo de média aritmética e de desvio padrão. Para tanto, foi

utilizado o programa Excel (Microsoft for Windows, Office 2010®

). Os escores de

concordância, por grupo estudado, foram comparados mediante a estatística inferencial. Para

isto, foi aplicado o teste t de Studente, ao nível de significância de 5%.

Esta investigação seguiu as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas

envolvendo seres humanos, conforme a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do

Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados estão dispostos em quatro campos: a) perfil

da amostra, b) nível de conforto, c) nível de concordância, d) análise de comparação da

fluência tecnológica docente, por grupo de participantes.

Quanto ao perfil de amostra, a maioria é da faixa etária dos 32 aos 40 anos de idade,

com prevalência de participantes com maior idade dentre as do grupo fundamental I. Todas

citaram desenvolver seu trabalho em turmas com 20 a 30 alunos e, em média, há 10 anos.

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219

Em se tratando do nível de conforto quanto à fluência tecnológica docente (Tabela 1),

percebeu-se que para a maioria dos itens (1, 4, 5, 7 a 13) houve predomínio de respostas fraco

e péssimo, evidenciando baixa fluência nos quesitos elencados dentre as participantes.

Tabela 1. Nível de conforto quanto à fluência tecnológica docente na amostra (N=12). Santarém/PA,

2016.

Nível de conforto em ensinar alguém a:

Nível de conforto

n (%)

Péssimo Fraco Regular Bom Ótimo

1. Buscar um artigo científico utilizando um

buscador (ex. Google) 3 (25) 3 (25) 2 (17) 3 (25) 1 (8)

2. Navegar na Web utilizando um navegador

padrão (ex. Internet Explorer, Firefox) 2 (17) 4 (33) - 3 (25) 3 (25)

3. Utilizar um processador de texto para criar

e imprimir um documento 1 (8) 2 (17) 2 (17) 4 (33) 3 (25)

4. Criar e fazer uso de uma conta de email (ex.

Gmail, Hotmail) 3 (25) 5 (42) 1 (8) 2 (17) 1 (8)

5. Utilizar um sistema de conversa utilizando

voz (ex. Skype) 5 (42) 6 (50) 1 (8) - -

6. Participar de uma rede social (ex.

Facebook) 1 (8) 1 (8) 1 (8) 4 (33) 5 (42)

7. Criar uma apresentação de slides (e.g.

PowerPoint) com texto, áudio e vídeo 3 (25) 3 (25) 2 (17) 2 (17) 2 (17)

8. Editar um filme digital (ex. Movie Maker) 5 (42) 4 (33) 1 (8) 2 (17) -

9. Explicar o funcionamento das partes que

compõe o computador 5 (42) 4 (33) 1 (8) 2 (17) -

10. Publicar um vídeo on line (ex. Youtube) 6 (50) 4 (33) 1 (8) 1 (8) -

11. Criar um desenho gráfico (ex. Excel,

Paint) 5 (42) 4 (33) 1 (8) 1 (8) 1 (8)

12. Criar um blog 5 (42) 4 (33) 1 (8) 2 (17) -

13. Editar uma página em site colaborativo na

Web (ex. Wiki) 5 (42) 6 (50) 1 (8) - -

Os resultados acima vêm ao encontro do despreparo docente, referido por Kenski

(2012) e Peixoto (2015). Até que ponto, porém, essa baixa fluência implica no contexto

particular e na prática docente das participantes? Este é o ponto analisado a seguir.

No quesito nível de concordância quanto à fluência tecnológica (Tabela 2), percebeu-

se que em todos os itens houve predominância de respostas que tratam justamente da

consonância.

Tabela 2. Nível de concordância quanto à fluência tecnológica docente na amostra (N=12).

Santarém/PA, 2016.

Concordância com o que pensa, dentro do

contexto particular e prática docente

Nível de concordância

n (%)

DP D N C CP

1. Sinto-me capaz de aprender a utilizar

qualquer nova mídia - 2 (17) 2 (17) - 8 (67)

2. As novas mídias aumentam minha

capacidade de expressão 2 (17) 1 (8) 1 (8) 5 (42) 3 (25)

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220

3. Sinto prazer em explorar o uso das novas

mídias 2 (17) 1 (8) 4 (33) 2 (17) 3 (25)

4. Consigo me expressar de maneiras

diferentes utilizando as novas mídias - 1 (8) 7 (58) 1 (8) 3 (25)

5. Faço escolhas pensadas sobre o uso de

novas mídias no meu cotidiano - 2 (17) - 5 (42) 5 (42)

6. Utilizo as novas mídias no meu cotidiano

com bom senso 2 (17) 1 (8) 3 (25) 3 (25) 3 (25)

DP = discordo plenamente, D = discordo, N = neutro, C = concordo, CP = concordo plenamente.

Os resultados acima dispostos se assemelham ao encontrado por Amiel e Amaral

(2013), visto que também pesquisaram docentes que referiram apresentar um alto nível de

confiança e prazer em aprender sobre novas mídias, assim como utilizar com sensatez as que

dispõem.

O resultado quanto à comparação da fluência tecnológica docente, por grupo de

participantes, está ilustrado na figura abaixo.

Figura. Comparação entre as médias dos escores de concordância

quanto à fluência tecnológica docente, por grupo estudado (N=12).

Santarém/PA, 2016.

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

6.0

Professoras do ensino

fundamental I (n=6)

Professoras do ensino

fundamental II (n=6)

Méd

ia d

os

esco

res

de

con

cord

ân

cia

*

* p = 0,0473

As professoras do ensino fundamental I apresentaram um escore de concordância

igual a 3,0±0,8. Já as professoras do fundamental II apresentaram 4,3±0,7. Ao nível de

significância de 5%, o teste t de Studente apontou um p = 0,0473, o que indica que é

significativa a diferença entre os resultados dos dois grupos. Assim, as professoras do ensino

fundamental II são as que apresentaram maior fluência tecnológica docente.

A princípio, o fator mais associado ao resultado de diferença entre os dois grupos

(docentes do fundamental I e do II) é a idade, pois as do fundamental I (com maiores idades)

foram justamente as que apresentaram menor fluência tecnológica. Kenski (2012) e Peixoto

(2015) concordam que quanto maior a idade do docente, maior é o risco de haver resistência

de sua parte quanto à integração de TIC ao campo educacional.

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CONCLUSÃO: Conclui-se que professoras do ensino fundamental de uma escola pública de

Santarém-Pa apresentam baixa fluência tecnológica nos quesitos que se associam às questões

técnicas (manuseio de recursos/ferramentas). No entanto, prevalece dentre as mesmas o alto

nível de confiança e prazer em aprender novas mídias, bem como sua utilização com bom

senso.

REFERÊNCIAS

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espaços e tempos de web currículo. Revista e-curriculum, v. 7, n. 1, p. 1-19, 2011.

AMIEL, T; AMARAL, S. F. do. Nativos e imigrantes: questionando o conceito de fluência

tecnológica docente. Revista Brasileira de Informática na Educação, v. 21, n. 3, p. 1-11,

2013.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012.

Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf>. Acesso em: 12

fev. 2016.

COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL (CGI.Br). Pesquisa sobre o uso das

tecnologias da informação e comunicação nas escolas brasileiras: TIC educação 2014. São

Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2015.

KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Editora

Papirus, 2012.

PEIXOTO, Joana. Relações entre sujeitos sociais e objetos técnicos: uma reflexão necessária

para investigar os processos educativos mediados por tecnologias. Revista Brasileira de

Educação, v. 20, n. 61, p. 317-332, 2015.

PRETTO, Nelson de L. (Org.). Tecnologia & novas educações. Salvador: EDUFBA, 2005.

________. Reflexões: ativismo, redes sociais e educação. Salvador: EDUFBA, 2013.

PRETTO, Nelson de L.; COSTA PINTO, Cláudio da. Tecnologias e novas educações.

Revista Brasileira de Educação, v. 11, n. 31, p. 19-30, 2006.

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FUSARIOSE NA PIMENTA DO REINO NA COMUNIDADE DO TIPIZAL – SANTARÉM/PA.

Katriane Fernandes Corrêa

1

Daniel Coelho de Amorim1

Daniele Silva Barros1

Giovana Moreira Soares1

Anna Cristina Feijão Araujo1

Gilbson Santos Soares2

[email protected]

RESUMO: A fusariose, também conhecida como podridão-de-raízes, é considerada a principal, doença da

pimenta-do-reino no Brasil. Os principais responsáveis pela disseminação do fungo, estão diretamente ligados

com água, mudas infectadas e o vento que disseminam. A pimenta-do-reino é um dos produtos de grande

demanda no mercado, mas vem ocorrendo uma perda de produção devido o fungo da fusariose. O objetivo deste

trabalho foi realizar a identificação da fusariose por meio de diagnose visual dentro da cultura da pimenta-do-

reino e verificar as medidas de controle e prevenção da enfermidade. Os resultados demonstraram manifestações

nas plantas infectadas típicas da enfermidade, quando os sintomas foram comparados com aqueles da literatura,

por exemplo, folhas amareladas, secas em estado de necrose e apodrecimentos das raízes. Não tendo um controle

efetivo, as plantas infectadas são eliminadas e queimadas fora do local de plantio, além da utilização de medidas

preventivas na plantação.

PALAVRA-CHAVE: Pimenta do Reino, Fusariose, Fungo.

INTRODUÇÃO: A pimenta do reino é um dos condimentos mais utilizados no mundo,

sendo consumida como tempero e conservante de alimentos. Sua origem veio da Índia, devido

a sua grande dispersão e variação dessa espécie na região. Sendo considerada uma das

especiarias mais comercializadas mundialmente. A espécie comercializada pelos produtores é

a (Piper Nigrum L.), sendo conhecida como pimenta negra.

Essa espécie foi bastante estudada pela EMBRAPA por meios de melhoramento

genético para testar sua resistência a Fusariose amplamente disseminado na região amazônica,

sendo a principal doença da pimenta-do-reino no Brasil. A enfermidade é causada pelo fungo

da espécie (Nectria haematococaa f. sp. Piperis), classe dos Ascomicetos, ordem Hypoceales,

família Nectriaceae e que possui como forma anamórfica a Fusarium solani f. sp. Piperis

(KIMATI et al., 2005).

A produção anual brasileira da pimenta do reino no ano de 2015 foi de 51.637

toneladas em uma área de 22.333 ha, em comparação a produção do ano de 2012 foi de 43 mil

toneladas em uma área total plantada de 19,4 mil ha, segundo o (IBGE, 2015). No mercado de

produção o Pará vem em primeiro lugar como o produtor nacional, alavancando o Brasil para

a quarta posição no ranking mundial de exportação de pimenta.

1 Acadêmicos do Centro Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA

2 Prof. MSc. Do Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA

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223

A pimenta do reino depende de um clima quente e úmido com precipitações pluvial

anual entre 1500mm a 3000mm. Na Amazônia, encontramos um clima médio com

precipitações de 2500mm anuais, o que favorece também a proliferação de algumas doenças,

dentre elas a fusariose conhecida também como podridão-de-raiz. A pimenta-do-reino adapta-

se e cresce bem em diversos tipos de solos, especialmente os com boa drenagem e com teor

de argila suficiente para reter umidade durante o período mais seco do ano.

No Brasil a fusariose é a doença com maior incidência na cultura, responsável pela

redução de aproximadamente 3% da área cultivada, a vida de produção da planta pode ser

superior a doze anos, mas, devido a Fusariose essa produção não chega a seis anos. Após

estudos levantados pela EMBRAPA, por meio de enxertia obtiveram resultados no qual as

plantas progênitas não passavam de quatro anos sem dar incompatibilidade genética tardia.

Um fungo que reside em solos e que pode sobreviver em plantas e na própria matéria

orgânica. Apresenta crescimento lento podendo demorar de 9 a 10 dias para sua colônia

alcançar um diâmetro notável com aparência branca, podendo chegar a um vermelho intenso.

Sua disseminação pode acontecer por meio das raízes primárias ou até mesmo as secundárias,

as chuvas favorecem bastante a multiplicação do fungo na planta formando suas colônias,

proporcionando a contaminação às plantas vizinhas (SERRANO, 2014).

Duarte (2014, p 91) afirma que ―A infecção pode iniciar pelas raízes e ramos. Se as

raízes de uma planta são infectadas, as folhas amarelecem e murcham, ocorre queda de folhas

e de internódios e a folhagem fica esparsa‖.

Os objetivos deste trabalho foram realizar a identificação da fusariose por meio de

diagnose visual em meio a cultura da pimenta-do-reino e verificar as medidas de controle e

prevenção da enfermidade. Dado a influência da pimenta-do-reino no mercado de exportação

brasileira e o papel do estado do Pará como maior produtor do país, além da presença da

fusariose como principal enfermidade em todas as plantações provocando perdas

significativas na produção devido a propagação do patógeno, identificar e controlar sua

disseminação é de fundamental importância.

MÉTODO: A visita foi conduzida na propriedade de produção da pimenta do reino, com o

intuito de identificar focos da doença em meio a cultura, ou seja, diagnose visual, foi realizada

na Chácara Miozotes, localizada na PA-370, km 25, na comunidade Tipizal, cidade de

Santarém-PA. Coordenadas DATUM: SIRGAS 2000- W: 54:36:20,78-S:02:37:11,13 a

propriedade mede 116x1000m², sendo 10,5454 hectares. A pimenta do reino utilizada para a

visualização, foi a pimenta negra (Piper Nigrum L.).

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O método usado na visita foi a diagnose visual. Rosseto e Santiago (2010) descrevem

que ―A diagnose visual é uma importante ferramenta para avaliar os sintomas de deficiência

ou toxidez de um elemento pela aparência da planta, sobretudo, pela coloração de suas

folhas‖. Além da diagnose visual foi considerado também o relato do proprietário que

demonstrou profundo conhecimento de causa sobre a fusariose ou podridão-de-raiz.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: A propriedade possui uma plantação de pimenta do reino

negra (Piper Nigrum L.) com oito mil plantas. Do total, no primeiro ano de produção, houve

uma perda de três mil plantas (3.000) o equivalente a 37,5% da plantação, segundo o

proprietário as plantas foram infectadas por fusariose.

As principais evidências da fusariose observadas durante a visita em algumas plantas

foi a podridão-de raiz e a degradação das folhas (Figura 2 e 3). Kimati et al (2005) afirma

―Quando ocorre no sistema radicular, as folhas perdem a turgência, tornam-se amarelecidas,

flácidas e caem prematuramente. Os entrenós ficam amarelos e desprendem-se dos nós uns

após outros, até que a folhagem seca totalmente‖. Além disso Kimati descreve também que:

O exame do sistema radicular destas plantas mostra a ausência de radículas e muitas

vezes esta podridão pode atingir até 30 cm do talo da planta, destruindo

parcialmente seus tecidos. Internamente, notam-se estrias enegrecidas, consequência

da destruição dos vasos liberolenhosos (KIMATI et al.,2005).

Na propriedade e de acordo com a literatura constatou-se que os danos causados pela

fusariose são devastadores nas áreas afetadas. A disseminação e manifestação da enfermidade

normalmente está relacionado a fatores que favorecem a ação do fungo como clima úmido e

quente e solos com baixa taxa de drenagem. O controle para os casos de fusariose consiste na

queima das plantas infectadas fora da plantação, existem medidas preventivas que diminuem

a incidência do causador, por exemplo, cuidado com a escolha das mudas, uso de estacas

novas para novos plantios e cuidado no manejo da capina evitando injúrias nas raízes da

planta, (TREMACOLDI, 2010).

Figura 2. Sintoma de fusariose na raiz da

pimenta-do-reino

Figura 3. Sintoma de fusariose na raiz da

pimenta-do-reino

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225

Foto: Giovana Moreira Soares. Foto: Giovana Moreira Soares.

CONCLUSÃO: A partir dos dados obtidos na visita da plantação de pimenta-do-reino, com

base na diagnose visual, em comparação com a pesquisa da literatura, conclui-se que: as

evidências observadas nas raízes e folhas de algumas plantas de pimenta infectadas apontam

para a enfermidade descrita como fusariose, as perdas observadas na propriedade (37,5% das

plantas) são semelhantes aquelas descritas na literatura em plantações diversas afetadas pela

doença e ação mais efetiva no combate a fusariose são medidas preventivas na plantação.

Ressalta-se que a identificação definitiva do patógeno depende de análise laboratorial não

utilizada nesta pesquisa, entretanto as observações aqui destacadas podem subsidiar trabalhos

futuros.

REFERÊNCIAS

AIBUQUERQUE, Fernando; POLTRONIERI, Marh; LEMOS, Orlei. Programa de

melhoramento genético e de adaptação de espécies vegetais para a amazônia oriental.

Disponível em: <http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/58338/1/Doc16-p127-

137.pdf.> Acesso em: 13 de outubro de 2016.

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<http://ambientes.ambientebrasil.com.br/amazonia/bacia_do_rio_amazonas/floresta_am

azonica_-_clima_e_hidrografia.html> Acesso em: 13 de outubro de 2016.

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Embrapa Informação Tecnológica. Brasília. DF. 2006, página 10,11.

ROSSETTO; Raffaella, SANTIAGO; Antonio Dias. Conceito de Diagnose Visual. 2010.

Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-

acucar/arvore/CONT000fhvuyvaq02wyiv80v17a09ehcm584.html. Acesso em: 18 out. 2016.

SERRANO, Luiz. Pimenta-do-reino: Alta rentabilidade atrai produtores para a

atividade. Disponível em: http://www.revistacampoenegocios.com.br/pimenta-do-reino-alta-

rentabilidade-atrai-produtores-para-a-atividade/. Acesso em: 13 de outubro de 2016.

TREMACOLDI, Célia Regina. Principais Doenças Fúngicas da Pimenteira-do-Reino no

Estado do Pará e Recomendações de Controle. Belém. PA. 2010, pág. 10-13.

KIMATI, H et al. Manual de Fitopatologia volume 4: Doenças das plantas Culturais.

Editora Agronômica Ceres Ltda. São Paulo-SP.2005. Pág. 538 e 539.

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226

GESTÃO DEMOCRÁTICA: ESTUDO COM EGRESSOS DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR/UFOPA

Diana Albuquerque dos Santos1

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares2

[email protected]

RESUMO: O presente estudo trata sobre a concepção dos egressos do curso de especialização em gestão

escolar, da Universidade Federal do Oeste do Pará, turma 2013, acerca da gestão democrática. Assim, teve como

objetivos: identificar a concepção de gestão democrática; verificar quais atividades são consideradas essenciais a

serem desenvolvidas pelo gestor escolar; averiguar se os conhecimentos adquiridos no curso de especialização

geraram melhorias na prática do gestor escolar. A pesquisa fundamentou-se na abordagem qualitativa, agrupando

análise documental, levantamento bibliográfico e aplicação de questionário. Os resultados demonstram que os

egressos reconheceram a mudança de pensar e fazer a gestão democrática no ambiente escolar, entendem que

para que a gestão democrática ocorra é necessária a participação da comunidade. Identificamos, ainda, que

conforme as concepções dos cursistas, as atividades essenciais para o desenvolvimento do trabalho do gestor é a

comunicação com a comunidade escolar. Além disso, os cursistas foram unanimes em frisar que os

conhecimentos adquiridos no curso foram relevantes para melhoria da prática de trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão Democrática. Estudos Com Os Egressos. Formação Continuada.

INTRODUÇÃO: O perfil do gestor para atuar nas instituições escolares tem sido cada vez

mais exigido, tendo em vista que a instituição sofre os ditames da sociedade globalizada.

Nos últimos anos, a educação a distância (EAD) vem despertando o interesse da

sociedade, da mídia, dos setores governamentais e de organizações educacionais e

empresariais em razão, principalmente, das demandas de grande massa de pessoas

em busca de formação inicial ou continuada, de profissionalização, atualização e

especialização [...]. (ALMEIDA, 2003, p.163).

Conforme é explicado por Almeida a educação a distância tem tornando-se uma

ferramenta para as demandas sociais da atualidade. Diante do desenvolvimento tecnológico

nas últimas décadas a educação a distância vem crescendo no país, principalmente no que

tange ao desenvolvimento das novas tecnologias para o processo de ensino-aprendizagem.

Desta forma, a qualificação de gestores no contexto da educação pública brasileira

passou por alterações ao longo da história, em especial após a aprovação da LDB Nº 9394/96

que veio contribuir para o desenvolvimento da democracia e transformação do ambiente

escolar em um espaço de participação social.

E mediante ao debate sobre gestão democrática foi implementada uma proposta que

visou intensificar a formação dos gestores públicos da educação básica com vista a contribuir

1 Estudante de graduação da Universidade Federal do Oeste do Pará. Integrante do Grupo de Estudos e

Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil/HISTEDBR-UFOPA. Bolsista PIBIC/UFOPA 2 Doutora e Pós-doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do Programa de pós-graduação em

educação/PPGE da Universidade Federal do Oeste do Pará. Líder Adjunta Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil/HISTEDBR-UFOPA. Orientadora da Pesquisa.

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227

para o desenvolvimento da gestão democrática no âmbito escolar. Assim sendo, como

proposta para a formação dos gestores escolares, apresenta-se o Programa Nacional Escola de

Gestores da Educação Básica Pública, oferecido pelo Ministério da Educação (MEC) e

alicerçado na perspectiva democrática da gestão, tendo como objetivo principal contribuir

com a formação efetiva de gestores educacionais onde possam dispor de elementos teórico-

práticos.

Assim, a presente pesquisa foi desenvolvida, pois acreditamos que há necessidade

de estudar a concepção de gestão democrática e observar quais atividades desenvolvidas pelo

gestor escolar foram consideradas essenciais para a educação pública. E também, entender se

as práticas de gestão democrática apreendidas no decorrer do curso subsidiaram ações no

cotidiano escola. Desta forma, a pesquisa teve por objetivos: Identificar a concepção de gestão

democrática; verificar quais atividades são consideradas essenciais a serem desenvolvidas

pelo gestor escolar e averiguar se os conhecimentos adquiridos no curso de especialização

geraram melhorias na prática do gestor escolar.

MÉTODO: A pesquisa fundamentou-se na abordagem qualitativa, agrupando análise

documental, os quais foram objetos de análise a Legislação brasileira e projetos que

normatizaram o curso de especialização em gestão escolar; o levantamento bibliográfico,

onde foram utilizados autores, como PARO (1997) e LIBÂNEO (2004), que estudam sobre a

Gestão democrática e Formação continuada; e aplicação de questionário, este fora

disponibilizado na plataforma MOODLE1 no período de 3 meses, 134 cursistas responderam

ao questionário, sendo esses dos polos de: Santarém SEDUC e SEMED; Belterra; Alenquer;

Monte Alegre; Aveiro; Oriximiná; Itaituba Juruti e Novo Progresso. Vale ressaltar que esses

134 retiramos uma amostra de 30%. Teve como participantes da pesquisa os egressos do

Curso de Especialização em Gestão Escolar da Universidade Federal do Oeste do Pará, Turma

2013.

Entende-se que a pesquisa qualitativa se faz importante ―uma vez que é inviável a

separação de ambas, assim, por meio desse pressuposto a pesquisa quantitativa possibilita o

desenvolvimento de uma pesquisa detalhada com base em dados obtidos durante a

investigação‖ (GONZAGA, 2006, p.69).

1 Ambiente virtual de aprendizagem do curso

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RESULTADOS E DISCUSSÕES: A educação a distância foi estabelecida no artigo 80

como modalidade educacional pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei n 9394/96.

Entende-se que ―A formação continuada é condição para a aprendizagem permanente e para o

desenvolvimento pessoal, cultural e profissional de professores e especialistas‖ (LIBÂNEO,

2004, p.227).

Na pesquisa realizada quando perguntado aos participantes se o curso de formação

continuada contribuiu para o desenvolvimento de suas atividades na escola na perspectiva da

gestão democrática, todas as respostas foram positivas conforme podemos observar nos

trechos a seguir:

A-05 Com certeza contribuiu, hoje tenho um outro pensamento e irei agir de outra

forma, na prática da decisão coletiva.

I-03 sim pois aprender sempre será bom, e as formações continuadas vem com

este objetivo.

J-01 Sim, pois a teoria foi aplicada na prática, e um dos maiores exemplos é a

efetivação do conselho escolar dentro da escola

O-01. Contribuiu sim, de acordo com o aprendizado que o curso me ofereceu, valeu

muito para que se possa desenvolver minhas atividades de forma democrática.

Verifica-se que por meio das respostas que o curso possibilitou melhor qualidade no

desenvolvimento do trabalho de tais profissionais. Visto também, que o curso veio respalda,

em particular, a gestão democrática, sendo este um tema bastante indagado atualmente por

vários autores da área da educação.

Também, observou-se que tais sujeitos compreenderam a gestão democrática como o

envolvimento da comunidade nas atividades escolares, melhoria no trabalho, conhecimento de

direitos e deveres, trocas de conhecimento, fortalecimento da participação dos conselhos

escolares e comunidade. Ainda, salientam que a compreensão de gestão democrática ficou

mais clara, após ter participado do curso, conforme exposto nos trechos abaixo:

A 2-Sim. Nas reuniões de pais e mestres, são feitos de forma democrática as

tomadas de decisões sobre: festa da escola, dia das mães, onde é discutido a melhor

forma de realiza-las. Dentre outros assuntos importante da escola.

B 1-Sim, no sentido de articular para que todas as ações na escola sejam integradas e

com isso possam obter ganhos reais através do maior envolvimento de todos.

I 1-Sim. Quando se trata de gestão, todos os servidores, pais e responsáveis que

trabalham em escolas, necessitam estarem envolvidos na qualidade de ensino e

conhecer os direitos e deveres estarem sempre a par das entradas de recursos da

escola e trabalharem juntos, para fazerem os devidos investimentos e com

responsabilidades.

Identificamos que os participantes da pesquisa relacionaram a gestão democrática com

a participação comunidade interna e externa. Além disso, conforme a análise dos

questionários, os cursistas foram unanimes em frisar que houve entendimento acerca de

gestão democrática. Segundo Paro (1997) ―Na medida em que se conseguir a participação de

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todos os setores da escola-educadores, alunos, funcionários e pais nas decisões sobre o seu

objetivo e seu funcionamento, haverá melhores condições para pressionar os escalões

superiores a dotar e escola de autonomia e recurso [...]‖ (p.12).

Ainda, ao perguntarmos quais conhecimentos adquiridos no curso os egressos

consideraram mais importantes, o participante A-01- mencionou a função de um gestor em

vista a gestão democrática em que é preciso envolver a comunidade local e escolar. O

participante M-03 frisou sobre o papel do diretor suas funções e contribuições, a importância

de trabalhar em grupo. Também, quando perguntado quais as atividades que os participantes

consideravam como essencial a serem desenvolvidas pelo diretor da escola, os cursistas

mencionaram a importância da elaboração do PPP, dialogo entre comunidade e escola,

desenvolvimento da Gestão, política de inclusão, envolvimento do corpo docente,

compreensão da lei, participação da família e fortalecimento do conselho escolar:

A-04 O importante é representatividade, a disponibilidade e o compromisso. Saber

ouvir, e dialogar, assumindo a responsabilidade de acatar as decisões da maioria,

sem nunca desistir de dar opiniões e apresentar suas propostas.

O-01- De início, uma das atividades essenciais é a construção, ou reforma do PPP

escolar. Partindo daí, pode-se ter um trabalho em parceria com as comunidades

escolar e local.

Compreende-se que a gestão escolar é um mecanismo que objetiva promover a

mobilização e a organização de elementos necessários para a qualidade dos processos de

participação ativa da comunidade no Conselho Escolar, este por sua vez tornou-se um

instrumento essencial para o desenvolvimento da gestão democrática dentro do âmbito

escolar.

Entende-se que o curso de formação continuada tem como papel possibilitar aos

cursistas uma nova forma de fazer e entender a gestão democrática, observou-se através do

questionário que os participantes da pesquisa compreenderam acerca da gestão democrática e

que o maior problema em estabelecer tal ação no âmbito escolar encontra-se na necessidade

de buscar meios de integrar a comunidade escolar, tanto interna quanto externa, no

desenvolvimento de atividades da escola.

CONCLUSÃO: Observou-se a partir dos dados obtidos que os egressos reconhecem que o

curso modificou o entendimento sobre a gestão democrática, pois entendem a necessidade da

participação da comunidade externa e interna. Os cursistas ressaltam, também, a necessidade

do envolvimento da comunidade no desenvolvimento do projeto político pedagógico.

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Além disso, foram consideradas como atividades essenciais para o desenvolvimento

do trabalho do gestor a comunicação com a comunidade escolar, a interação entre o gestor e o

corpo docente e discente, o desenvolvimento frequente de diálogos com toda a comunidade e

principalmente o desenvolvimento do PPP em conjunto. Desde modo, depreende-se, por meio

da pesquisa, que a formação continuada é de extrema importância para que se possa atualizar

conhecimentos, pois vivemos em uma sociedade que encontra-se em constante

desenvolvimento, ou seja, conhecimentos mudam e se reestruturam a todo momento.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, E. B. Educação a distância: diretrizes políticas, práticas e concepções. In:

SEREVINO, A. J. FAZENDA, I. C. A. (Orgs.). Políticas educacionais: o ensino nacional em

questão. Campinas, SP: Papirus, 2003.p.163-192.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n.9394, de 1996.

BRASIL. MEC. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Diretrizes Nacionais do

Programa Escola de Gestores da Educação Básica Pública. Programa Nacional de Escola

de Gestores da Educação Básica, Brasília, 2009.

LIBÂNEO, J. C. (Org.). Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5.ed. Revista e

ampliada. Goiânia: Editora Alternativa, 2004.

PARO, H. V. Gestão democrática da Escola pública. Editora ática, São Paulo, 1997.

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GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: UMA DISCUSSÃO SOBRE O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE EM SANTARÉM

Maria Ivone Lima de Aguiar1

Regina Teodósio dos Santos Rodrigues da Paixão2

Tamires Correa Veloso3

Vanessa Vidal Coelho³

[email protected]

RESUMO: A gravidez na adolescência, é uma expressão da questão social que está relacionada às questões

socioeconômicas e culturais e envolve conflitos, gera crises e coloca em destaque o futuro das adolescentes. O

assistente social que atua na área da saúde depara-se com esta questão no cotidiano das unidades de atendimento

à gestante, seja no pré- parto, no parto e no pós-parto A pesquisa objetivou analisar o papel do assistente social

na área da saúde e a questão da gravidez na adolescência. Usou-se pesquisa do tipo exploratória. Entrevista

semiestruturada foi guiada por roteiro com perguntas abertas. O resultado apontou ação profissional

particularizada e imediatizada. Urge discussão sobre a problemática e a direção ético-politica da profissão em

Santarém.

PALAVRAS-CHAVES: adolescente, gravidez e serviço social.

INTRODUÇÃO: O Serviço Social é uma profissão, que tem como campo de intervenção as

múltiplas expressões da questão social, que se manifestam em um contexto social,

determinado historicamente, por condições culturais, econômicas e políticas. A atuação

profissional deve ser desenvolvida, com base na observância dos valores éticos que orientam

o trabalho do assistente social e estão presentes no Projeto Ético Político da profissão,

observando-se as dimensões técnico operativo e teórico-metodológico, que possibilitam o

direcionamento das ações com vistas à emancipação humana.

A gravidez na adolescência, é uma expressão da questão social que está relacionada às

questões socioeconômicas e culturais e envolve conflitos, gera crises e coloca em destaque o

futuro das adolescentes, que muitas vezes, assumem a responsabilidade de cuidar, sozinhas,

do filho e diante dessa realidade precisam abandonar a escola para trabalhar. Acentuando a

desigualdade econômica, pois a hipossuficiência financeira aprofunda a desigualdade de

acesso à educação, a assistência social, a tecnologia, a informação, a saúde e a outras

garantias de cidadania.

O assistente social que atua na área da saúde depara-se com esta questão no cotidiano

das unidades de atendimento à gestante, seja no pré- parto, no parto e no pós-parto. A

inserção, nas equipes multiprofissionais, é importante para contribuir no enfrentamento da

1 Mestre em Sociologia pela Universidade Moderna de Portugal e docente em Serviço Social nas Faculdades

Integradas do Tapajós 2 Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal do Pará e docente em Serviço Social nas Faculdades

Integradas do Tapajós. 3 Acadêmica do Curso de Serviço Social cursando 6º semestre nas Faculdades Integradas do Tapajós.

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questão social. Muitos processos operativos, técnicos, éticos, políticos e metodológicos

marcam a transversalidade dessa intervenção.

Em Santarém, Município do Estado do Pará, informações divulgadas na imprensa

local, demonstram que o numero de adolescentes grávidas, na faixa etária de 11 a 17 anos é

significativo. No ano de 2014, no período de janeiro a julho, foram registrados 271 partos em

adolescentes nesta faixa etária, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, publicados

no G1 em setembro de 2014. Diante desta realidade, sentiu-se a necessidade de investigar se

assistentes sociais compõem as equipes multiprofissionais de saúde e qual o trabalho

desenvolvido por estes profissionais junto as adolescentes grávidas. E assim analisar o papel

do assistente social que atua junto a adolescentes grávidas, na área da saúde.

MÉTODO: A pesquisa sobre o papel do assistente social na política de saúde e a questão da

gravidez na adolescência, é resultado de um trabalho acadêmico desenvolvido na disciplina de

metodologia cientifica do Curso de Serviço Social das Faculdades Integradas do Tapajós

sediada em Santarém Pará. Os locais da pesquisa foram dois hospitais, um da rede pública e

outro da rede privada e uma unidade de saúde municipal, localizados em Santarém-Pará,

voltados para o atendimento de mulheres. O levantamento de dados foi realizado em outubro

de 2014. Utilizou-se documento institucional solicitando autorização aos gestores das

referidas unidades para realização de estudo. Elaborou-se um roteiro com perguntas e

realização de entrevista semiestruturada. Utilizou-se o tipo de pesquisa exploratória.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No hospital privado o diretor administrativo da instituição,

informou que a assistente social, estava cumprindo aviso prévio e não foi possível entrevista-

la. O mesmo aceitou participar do estudo e informou que o assistente social desenvolve

política socioeducativa como ―palestras, orientações sobre o aleitamento materno, e

aconselhamento para que a jovem receba a criança com mais afeto‖. Este trabalho é

desenvolvido no hospital. O respondente informou que a atuação do assistente social está

centralizada na clínica de obstetrícia. Quando as adolescentes grávidas são internadas na

maternidade sem materiais de higiene pessoal, enxoval do recém-nascido e outras provisões é

o assistente social quem providencia o contato com a família para atender as necessidades

pessoais da gestante. E quando a gestante é de outra cidade e vem sem o acompanhante

hospitalar o assistente social a encaminha para a Casa de Apoio, por meio de articulação com

a assistência social do município de origem. Ainda segundo o respondente, entre tantos papéis

desempenhados, o assistente social é um ―elo‖ entre as pessoas e as entidades que estão

oferecendo determinado atendimento.

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233

No hospital público a entrevista foi realizada com uma assistente social e esta relatou

que o exercício da profissão no hospital público é realizado de ―forma frenética, pois é

hospital de urgência e emergência‖. Em relação ao atendimento com adolescentes grávidas ela

respondeu que não há um acompanhamento integral com essas adolescentes. Relatou que o

assistente social só é informado dessa situação quando a adolescente chega desacompanhada.

Nesta situação o profissional procura imediatamente, acionar o Conselho Tutelar e a partir

dessa articulação, este órgão assume a responsabilização pelos encaminhamentos. Quando há

registros de rejeição ao recém-nascido por parte da adolescente, o profissional insere-se na

mediação do problema.

No centro de atendimento voltado para mulheres, a enfermeira chefe disponibilizou se

a participar do estudo e na entrevista informou que não há este profissional no quadro de

pessoal daquela unidade. Evidenciou a importância do assistente social no atendimento com

as adolescentes. Relata que essa lacuna gera acumulação de função por outros profissionais,

ou seja, desempenham atividades que deveriam ser desenvolvidas pelo assistente social.

Observou-se que, nos locais estudados onde há atuação do assistente social o mesmo não

compõe equipe multiprofissional, e na unidade de saúde este profissional não faz parte do

quadro de pessoal. Importa ressaltar que essas unidades são referência para o atendimento de

adolescentes grávidas. Os hospitais atendem o parto e a casa de referência atende o pré-parto

e pós-parto.

Os resultados mostram a necessidade de contratação de assistentes sociais para

inserção em equipes multiprofissionais nos hospitais e para o Centro de Referência em

Atendimento à Mulher que foi estudada, uma vez que, este profissional apreende a realidade

social e intervém de acordo com as demandas apresentadas. A intervenção extrapola as ações

para além dos muros das unidades de saúde e alcançam a rede de serviços e a família.

CONCLUSÃO: Este estudo oportunizou as algumas considerações sobre o papel do

assistente social na saúde e o fenômeno da gravidez na adolescência tais como: a totalidade

dos fenômenos está interligada de forma dinâmica, portanto o assistente social deve

estabelecer estratégias de mediação compreendendo a particularidade do fenômeno como uma

questão socioeconômica e cultural, portanto há necessidade de interlocução com os outros

agentes públicos para o enfrentamento dessa problemática e o compromisso com a luta dos

direitos da criança e do adolescente.

Observou-se pouco investimento dos poderes público e privado para implantar equipes

multiprofissionais nas unidades de saúde, pois isso é essencial no processo de articulação com

as políticas públicas necessárias à proteção social às adolescentes grávidas e famílias.

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234

O Serviço Social prescinde de fortalecimento enquanto categoria profissional inscrita

na divisão do trabalho. Essa condição é imprescindível para romper com processos de

exploração do trabalho e a desqualificação do atendimento á população.

São algumas questões em destaque para nortear a discussão sobre a questão da gravidez na

adolescência e á direção ético-política da profissão na área da saúde em Santarém.

REFERÊNCIAS

CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Parâmetros para a Atuação de Assistentes

Sociais na Saúde. Série Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais, no 2 Brasília:

CFESS, 2010.

FUKUI Lia. Família: conceitos, transformações nas ultimas décadas e paradigmas. In:

Famílias: Aspectos conceituais e questões metodológicas em projetos. Brasília: MPAS/SAS;

São Paulo: FUNDAP, 1998.

G1. Disponível em: http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2014/09/em-santarem-

casos-de-gravidez-na-adolescencia-preocupam-autoridades.html . Acesso em Acesso em: 10

set. 2014

MANDÚ, Edir Nei Teixeira. Adolescência: cuidados em saúde nessa fase do ciclo vital. In:

Enfermagem e saúde da mulher / Rosa Aurea Quintela Fernandes e Nádia Matos, Maurílio

Castro. Serviço Social, ética e saúde: reflexões para o exercício profissional. São Paulo:

Cortez, 2013.

MARTINELLI, Maria Lúcia. O trabalho do assistente social em contextos hospitalares:

desafios cotidianos. Revista Serviço Social e Sociedade, n. 107, p. 497-508, jul./set. 2011

OLIVEIRA, Maria Valdenez de. Gravidez na Adolescência. Cadernos Cedes. Campinas,

v.19, n.45, p.48-70, jul. 1998. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32621998000200004#back>

Acesso em: 05 nov. 2014

SQUIZATO, E.P.S. HERCULANO. L.R.F. Gravidez na adolescência e o serviço social.

Revista Saber Acadêmico. N.16,p. 13-22 2013.Disponível em

<http://www.uniesp.edu.br/revista/revista16/pdf/artigos/02.pdf>. Acesso em: 10 out. 2014

VASCONCELOS, Ana Maria. Serviço Social e Práticas Democráticas na Saúde. In: Serviço

Social e Saúde: Formação e trabalho profissional / Ana Elizabete Mota, Maria Inês de Souza

Bravo, Roberto Uchôa, Vera Nogueira, Regina Marsiglia, Luciano Gomes e Marlene

Teixeira. 4. Ed. – São Paulo: Cortez; Brasília < DF: OPAS, OMS, Ministério da Saúde, 2009.

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IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS NA CULTURA DO MAMOEIRO – Carica papaya L.

Gilbson Santos Soares1

Ademir de Camargo Junior2

Aleff Dorabiato Barbosa2

Henrique Paixão Rosario 2

Jorge William da Silva Bernardo2

[email protected]

RESUMO: A cultura do mamoeiro é amplamente cultivada em diversas propriedades com vastas áreas de

cultivos, por isso surgem enfermidades que podem gerar prejuízo em toda a lavoura. Devido à grande

importância da cultura do mamão no cenário nacional e regional como na região sudeste, nordeste e no oeste do

estado do Pará o presente trabalho tem por objetivo identificar, através de sintomas e sinais manifestados nas

plantas, possíveis doenças nas plantações da propriedade denominada Sitio Ouro Verde, além das medidas de

controle e prevenção. No local foram detectadas duas possíveis enfermidades causando danos na cultura, o

Mosaico do mamoeiro causado pelo vírus Papaya rigspot e a varíola do mamoeiro causada pelo fungo

Asperisporium caricae. Tendo em vista os sintomas identificados podemos afirmar com certa margem e segura

se tratar de enfermidades causada pelo vírus do mosaico. As plantas doentes pelo mosaico são eliminadas e

queimadas e no caso da varíola utiliza-se a aplicação de fungicidas.

PALAVRAS-CHAVE: VARIOLA; MOSAICO; MAMOEIRO.

INTRODUÇÃO: O mamoeiro cultivado comercialmente (Carica papaya L.) pertence à

família Caricaceae, dividida em seis gêneros, com 35 espécies. O gênero Jacaratia contém

sete espécies e o gênero Vasconcella possui 21 espécies são originários da América do Sul

(EMBRAPA, 2009). Atualmente, as variedades de mamoeiro mais cultivadas comercialmente

pertencem aos grupos Solo e Formosa. As cultivares do grupo Solo são geneticamente

uniformes e de linhagens puras fixadas por sucessivas gerações de autofecundação.

Exploradas em várias regiões do mundo, por produzirem frutos preferidos no processo de

exportação, com polpa avermelhada, de tamanho pequeno e com peso variável de 300 g a 650

g. Seu amplo cultivo deve-se à sua versatilidade em termos alimentares. O grupo Formosa

compreende, principalmente, híbridos F1. Os mais conhecidos são o Tainung nº 1 e o Tainung

nº 2 – sintetizados pela Estação Experimental de Fengsha, possuem polpa avermelhada e

tamanho médio (variável de 1.000 g a 1.300 g). (EMBRAPA, 2009).

O Brasil é o primeiro produtor mundial de mamão, com produção anual de 12

1.898.000 t/ano. Situa-se entre os principais países exportadores, principalmente para o

mercado europeu. A produtividade média nacional é da ordem de 40 t/ha/ano. O mamão é

cultivado em quase todo o território brasileiro, sobretudo nos estados da Bahia, do Espírito

Santo e do Ceará, responsáveis por 91,17 % da produção nacional. (EMBRAPA 2009). Tendo

1 Professor do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA

2 Acadêmicos do curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA

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em vista a vasta produção nacional do mamão surgem algumas doenças que podem gerar

perca total ou parcial da cultura. Algumas das doenças do mamoeiro são o mosaico do

causado pelo Papaya rigspot Vírus (PRSV-P) que tem como vetor os afídeos (pulgões), e a

varíola do mamoeiro causada pelo fungo Asperisporium caricae. Estas são justamente as duas

mais importantes patogenias no cenário da produção brasileira atual, o mosaico é causado por

um vírus amplamente disseminado, a doença manifesta-se na forma de sintomas de mosaico,

distorção foliar, manchas oleosas no caule e anéis oleosos nos frutos que constituem a

principal característica sintomatológica da doença (KIMAT et al., 2005). A varíola tratasse de

um fungo que de um fungo, amplamente disseminado que causa lesões de até 5 mm gerando

aspecto ruim na fruta inviabilizando o mamão para o mercado (KIMAT et al., 2005). Por se

tratar do maior produtor mundial as percas relacionadas a cultura por estas doenças se tornam

ainda maiores (EMBRAPA 2009).

Em vista a importância da cultura na região oeste do Pará este trabalho tem como

objetivos identificar possíveis enfermidades do mamoeiro na propriedade escolhida e verificar

as medidas de controle utilizadas, além das medidas preventivas.

MÉTODO: A propriedade escolhida para o estudo está localizada na PA-433, Santarém

Jabuti, na área rural do Município de Santarém, sob as coordenadas geográficas -02 40`30

20270``S e -54 46` 12 45896´´ W (Figura 1). A propriedade possui 11.250 pés de mamão em

uma área de 18.50 ha (Figura 2).

A produção é escoada para os municípios de Santarém, Itaituba e demais municípios

vizinhos, ao entorno da lavoura se encontram plantios de melancia, banana, maracuja,

olericulas e tangerina.

Figura 1. Mapa da propriedade Figura 2. Mapa da lavoura

Fonte: Leonardo Paradela Fonte : Leonardo Paradela

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237

A an

2016 no príodo da manhã. Primeiramente foi realizada visita nos

locais infectados com as doenças de acordo com o relato do produror. O sintomas e sinais

encontrados foram comparados com o manual de fitopatologia (KIMATI et al., 2005).

Algumas áreas de lavoura são consorciadas com pimenta de cheiro e melancia visando

aumentar o lucro da propriedade e são empregados na propriedade oito funcionários.

Figura 3. Mamoeiro com folhas amareladas. Figura 4. Mamoeiros mortos na propriedade.

Fonte : Autoria própria Fonte : Autoria própria

Figura 5. Lesões no fruto Figura 6. Sinais do fungo nas lesões.

Fonte : Autoria própria Fonte : Autoria própria

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238

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O produtor relatou que os maiores prejuízos ocorrem pela

varíola pois geram perda de mercado nos produtos infectados, devido as lesões provocadas

pela doença no fruto, além disso foi relatado a grande dificuldade de mão-de-obra, neste caso

para os tratos na cultura, e assistência técnica, no momento atual. Nas plantas infectadas

foram encontradas os seguintes sintomas: amarelamento das folhas (Figura 3), mortalidade de

plantas (Figura 4), lesões no fruto (Figura 5) e sinais do fungo com áreas de frutificação no

fruto (Figura 6), sinais e sintomas descritos no manual de fitopatologia (KIMATI et al 2005 ).

O mosaico do mamoeiro gera grandes perdas pois a planta infectada tem que ser removida

imediatamente, já a varíola causa grandes perdas devido a disseminação pois a área possui clima e

umidade ideal. De acordo com o produtor, as perdas causadas por esses dois problemas equivalem a

30% da produção, obrigando o produtor a ter enormes gastos com fungicidas para controle da varíola e

mão de obra para retirada de plantas doentes no controle do mosaico. O proprietário utiliza, portanto,

métodos químicos e físicos no controle das doenças, como a derrubada e queima de plantas infectadas

com mosaico e aplicação de fungicida em plantas infectadas com a varíola. A solução para perdas do

produto foi minimizada com o consórcio com a suinocultura utilizando na alimentação dos suínos os

produtos que não apresentam características de mercado.

O produtor relatou realizar o reconhecimento das doenças devido a assistência técnica

que recebeu no passado, justificando a utilização de medidas de controle e prevenção corretos.

Para o controle da varíola recomendasse a retirada de folhas e frutos doentes do pomar, e a

aplicação dos fungicidas. O controle do mosaico do mamoeiro os métodos de controle da

doença consistem em erradicar plantas doentes da lavoura e a prevenção utilizando mudas

saudáveis e produzidas em locais onde o vetor do vírus não se encontre (KIMATI et al.,

2005). Muito embora o produtor já tenha lidado com perdas por conta desses sintomas e tenha

eliminado as plantas afetadas, é possível que o agente causador se encontre no solo, em estado

de sobrevivência.

Os sintomas foram encontrados em toda a área de lavoura mas em poucas plantas

devido aos métodos de prevenção e controle utilizados pelo produtor.

CONCLUSÃO: Foram realizadas análises visuais dos sintomas e sinais das doenças,

chegando a conclusão previa de se tratar da varíola do mamoeiro e do mosaico do mamoeiro.

Foram identificados sintomas e sinais das enfermidades como, mortalidade das plantas, lesões

nos frutos e queda das folhas ocasionando um prejuízo de 30% da produção. A propriedade

adota medidas de controle e prevenção adequados minimizando os efeitos das enfermidades.

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239

Para a confirmação definitiva dos possíveis patógenos descritos neste trabalho torna-se

necessário análises laboratoriais.

REFERÊNCIAS

KIMATI, Hiroshi; AMORIM, L.; BERGAMIN, A. Filho; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE,

J.A.M. Manual de fitopatologia. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres. 2005. 2v.: il. p. 435 –

439.

A cultura do mamão / Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. – 3. ed. rev. ampl. –

Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2009. 119 p. : il. – (Coleção Plantar,65)

Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/256911/1/

PLANTARMamuoed032009.pdf

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IDENTIFICAÇÃO DOS DANOS CAUSADOS PELA ANTRACNOSE NA PLANTAÇÃO DE PIMENTA DE CHEIRO - Capsicum chinense

Raiane Pereira de Abreu1

Luane Rarissa Miranda Cordeiro1

Paula Rossellini Carvalho de Souza1

Luciana Colares1

Gilbson Santos Soares2

[email protected]

RESUMO: A cultura da pimenta de cheiro Capsicum chinense é uma das principais atividades agrícolas de

grande importância sócio-econômica, principalmente para a agricultura familiar. A maior concentração da

produção de pimenta C. chinense é no Norte e Nordeste e são escassas informações voltadas a ajudar o produtor

e a comunidade a minimizar as perdas causadas por antracnose, sendo esse motivo um fator limitante para

produção. O diagnóstico da antracnose pode ser feito pelos produtores, desde que esses tenham o mínimo de

conhecimento, pois as anomalias (sintomas) são bem visíveis. A erradicação do fungo Colletotrichum é difícil,

mais existem medidas de controle que buscam trabalhar o equilíbrio da relação planta, água, solo e ambiente

para torná-las imunes a esses fungos oportunistas. O presente trabalho tem como objetivo a identificação dos

danos da antracnose de algumas espécies do gênero Calletotrichum na cultura da pimenta de cheiro. A

metodologia utilizada para identificação da antracnose foi comparar os danos dos frutos sintomáticos com

imagens de trabalhos científicos. No resultado do trabalho foram encontrados danos nos frutos causados por

antracnose que inviabilizam 100% da comercialização dos frutos infectados e falta de uso de medidas

preventivas e de controle na plantação.

PALAVRAS-CHAVE: doença, antracnose, pimenta de cheiro.

INTRODUÇÃO: A cultura da pimenta de cheiro pertence ao gênero Capsicum spp. da

família das solaneaceae, foi descoberta pelo europeu Cristóvão Colombo em 1493, quando

estava em busca de uma fonte alternativa de pimenta preta, que na ocasião era o condimente

favorito da Europa. A pimenta que Colombo encontrou não estava relacionada com o gênero

Piper, que contém Piper negrum L., a fonte da pimenta preta e pimenta branca. Após um

século da sua descoberta, as pimentas vermelhas do gênero Capsicum spp, se espalharam e

são cultivadas em todos os continentes. Dentre as espécies do gênero Capsicum, cinco são

domesticadas e largamente cultivadas e utilizadas pelo homem: Capsicum annuum; C.

bacccatum; C. chinense; C. frutescens e C. pubescens. Destas, apenas C. pubescens não é

cultivada no Brasil (BUSO et al., 2007).

A espécie C. chinense é a mais brasileira de todas as pimentas do gênero Capsicum e

caracteriza-se pelo seu aroma acentuado. Há tipos variáveis desta espécie com frutos

extremamente picantes, como a pimenta 'Habanero', muito popular no México. No Brasil, as

mais conhecidas são as pimentas 'De Cheiro', 'Bode', 'Cumari do Pará' ou ‗Cumari amarela‘,

'Murupi', entre outras (AMARO, 2010).

Os frutos apresentam formas variáveis, predominando o formato alongado,

arredondado, triangular e campanulado, medindo de 2,0 a 4,0 centímetros de comprimento e

1 Acadêmica do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA

2 Professor MSc. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA

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241

média 2,5 centímetros de diâmetro, com coloração amarelo-leitoso, amarelo-forte, alaranjado,

salmão, vermelho e dificilmente preto. A pungência pode variar de zero a 300.000 é uma

característica exclusiva do gênero Capsicum, é atribuída a um alcalóide denominada

capsaicina, que se acumula no tecido da placenta (tecido localizado na parte interna do fruto)

que é liberada quando o fruto sofre qualquer dano físico e pode ser medido em Unidades de

Calor Scoville.

O mercado da pimenta de cheiro C. chinense é um segmento com grande potencial de

crescimento em todos os continentes, tanto para consumo in natura quanto para

processamento, com grande importância econômica e social para agricultura familiar, pois a

cultura exige grande quantidade de mão de obra, em especial durante a colheita (MOREIRA

et al., 2006). As pimentas são também muito importante para medicina pelos seus princípios

ativos capsina e piperina, a pimenta é muito rica em vitaminas A, E e C, acido fólico, zinco e

potássio, tem por isso fortes propriedades de oxidantes e protetoras do DNA celular,

pigmentos vegetais que previne o câncer.

A Pimenta de cheiro (C. chinense) é sensível e está sujeita a ataques de vários

microrganismos vetores de doenças, como: bactéria, fungos, vírus e nematóides. Uma dessas

doenças é a Antracnose que é causada pelo fungo do gênero Colletotrichum spp, sendo uma

das principais doenças de importância econômica, pois causa perda de até 50% na produção

(GASPAROTTO et al., 2014). Dada a importância da cultura da pimenta de cheiro ainda é

escasso trabalhos com informações precisas sobre a etiologia do fungo do gênero

Colletotrinchum, sobre os sintomas característicos da antracnose, causado por algumas

espécies do gênero Colletotrichum, tais como C.gloeosporioides, C. acutatum e C. capsici,

além de poucos trabalhos de melhoramento genético. No Brasil parece ser o C.

gloeosporioides a mais comum. Os sintomas nas folhas se iniciam com pontos cloróticos que

progridem para lesões de manchas escuras angulares com bordas irregulares.

Diante da grande importância da cultura da pimenta de cheiro (Capsicum chinense)

este trabalho tem como principal objetivo identificar e caracterizar os danos da antracnose

causado pelo fungo Colletotrichum ssp. a partir possíveis sintomas e sinais nas plantas da

propriedade comparados com as referências bibliográficas.

MÉTODO: O material de estudo foi a cultura da pimenta de cheiro Capsicum chinense, o

estudo em campo foi realizado no município de Belterra/PA e a propriedade escolhida tem as

coordenadas geográficas 2º 40‘48‖ S e 54º50‘51,5‖ W (Figura 1). A produção é pequena

somente utilizada para comercialização local.

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242

Figura 1. Mapa de localização da área de estudo

Fonte: Google Earth (adaptado)

Nas visitas a campo foi utilizado como método de análise a diagnose visual nos frutos

para identificação de sintomas e sinais da antracnose. Os resultados obtidos na propriedade a

partir de doenças infectadas foram comparados com os trabalhos encontrados na revisão

bibliográfica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na propriedade foram encontrados e coletados frutos da

pimenta de cheiro com sintomas da doença conhecida como antracnose (Figura 2). As

anomalias inviabilizavam 100% da comercialização dos frutos. Nos frutos os sintomas

iniciam com pequenas lesões, marrom-escuras, circulares, deprimidas, com bordas definidas,

nas quais progridem e o centro torna-se cinza-escuro a negro, com círculos concêntricos

(Figura 3), onde são observados pontos negros (acérvulos), estruturas nas quais se forma uma

massa rosácea a alaranjada de esporos. Nos pedúnculos ocorrerem lesões deprimidas e

anelamento (HANADA et al, 2011). O fungo Colletotrichum dissemina os conídios (estrutura

de multiplicação) por respingos da chuva e irrigação por aspersão. A longa distância a

disseminação se dar por meio das sementes da planta. Chuvas prolongadas umidade relativa

temperaturas altas são condições que favorecem o progresso da doença (GASPAROTTO et al,

2014).

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Figura 2. Frutos com sintomas de antracnose

coletados na propriedade. Figura 3. Frutos com sintomas de antracnose

(GASPAROTTO et al., 2014).

Fonte: Autoria própria Fonte: Rodrigo Fascin Berni

De acordo com o relato do proprietário e com as observações feitas no local da

plantação, não são usadas medidas de prevenção e nem de controle da enfermidade na

propriedade (Figura 4). As principais medidas de prevenção e controle nos plantios é manter o

plantio limpo, livres de plantas daninhas, e fazer poda de limpeza removendo ramos secos e

brotações no interior da copa, essas operações visam aumentar aeração dentro do plantio,

assim reduzindo a alta umidade, as condições favoráveis a germinação de esporos. Coletar

frutos com sintomas retirá-los da área do plantio e, em seguida, queima-los ou enterra-los e

também efetuar corretamente as adubações nitrogenadas (sulfato de amônia, ureia e esterco de

aves), pois o excesso de nitrogênio favorece o aumento da doença (GASPAROTTO et al,

2014).

Em campos a inspeção diária visando diagnóstico rápido e correto do agente casual da

doença será crucial para o sucesso do controle fitossanitário da doença. O desenvolvimento de

técnicas de manejo, como Manejo Integrado de Doenças (MID), que é uma técnica

envolvendo diferentes métodos de controle (legislativo, cultural, genético, físico, biológico,

químico) resulta na redução e/ou eliminação dos danos à cultura (UENO, 2004), além de

agredir menos o ecossistema, pois reduz o uso de agrotóxicos.

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Figura 4. Restos de cultura infectados na plantação.

Fonte: Autoria própria

CONCLUSÃO: A análise realizada a partir da diagnose visual na propriedade visitada

conclui-se que: as lesões observadas no fruto da pimenta de cheiro são típicas daquelas

descritas na literatura como manchas concêntricas, de cor marrom- escoro e mole, em alguns

frutos as lesões se estende em boa parte do fruto; as pimentas com esses sintomas causam

prejuízo, pois inviabilizam 100% de sua comercialização; na propriedade não são usadas

medidas de prevenção ou de controle da antracnose na plantação.

REFERÊNCIAS

UENO, B. et al. Manejo Integrado de Doenças(MID). In: 2º SIMPÓSIO NACIONAL DE

MORANGO E 1º ECONTRO DE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS, N.124,

Pelotas,Embrapa Clima Temperado, 2004.

GASPAROTTO, L. et al. COMUNICADO TECNICO: a antracnose da pimenta de cheiro,

Manaus, Embrapa Amazônia Ocidental, 2014.

HANADA, A. et al. Etiologia: Ocorrência de Colletotrichum sp em pimenta de cheiro

(Capsicum chinense) no Amazonas. In: XLIV CONGRESSO BRASILEIRO DE

FITOPATOLOGIA, 2011, Bento Gonçalves, RS, Bento Gonçalves- RS, 2011.

AMARO, G.B. CAPSICUM CHINENSE. Disponível:

<httpts://WWW.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/pimenta/arvore/CONT000gn0frh1202wx5o

k0liq1mqt5bf5ht.html>. Acesso 18 out.2016.

BUSO, J.A. PIMENTA (Capsicum spp). Disponivel:

<https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Pimenta/Pimenta_capsicum_sp

p/index.html>. Acesso 18 out. 2016.

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IMPORTÂNCIA DE INTRODUZIR UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Natália Suzane Rebelo dos Santos1

Romana do Socorro Neves Leão1

Iandra Sivilis Medeiros Santos1

Daniele Carreiro dos Santos1

Nélly Vinhote2

[email protected]

RESUMO: O tema busca apresentar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em Instituições de Ensino

Superior que propiciará melhorias quanto às questões ambientais dentro destas instituições utilizando técnicas

acessíveis. O presente resumo tem como objetivo propor reflexões quanto as ações que possam minimizar os

impactos ao meio ambiente, ajudar as organizações a se regularizarem no cumprimento das legislações

ambientais, diminuírem a geração de resíduos e fazer a racionalização do uso dos recursos naturais dentro das

Universidades. Para realização deste trabalho foi realizado pesquisa descritiva bibliográfica. Após analisar a

implantação desse sistema em algumas instituições, foi observado que é de suma importância as faculdades

despertarem nos acadêmicos, funcionários e comunidade a consciência sustentável, fornecendo infraestrutura e

modelos na prática de SGA, incentivando programas e projetos socioambientais. Dentro desta perspectiva pode-

se inferir que a preocupação com o desenvolvimento sustentável tem que ganhar espaço nas IES, as mesmas

devem fornecer informações e conhecimentos sobre gestão ambiental.

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Sustentável, SGA, IES.

INTRODUÇÃO: Pode-se observar que muitas pessoas estão se conscientizando e

valorizando ainda mais as questões ambientais, com isso as organizações sendo elas públicas

ou privadas deparam-se com um mercado mais competitivo, onde o público se mantém mais

exigente em relação aos trabalhos que envolvam o meio ambiente, onde desejam que

problemas ambientais sejam mitigados e ocorra melhoria na qualidade ambiental.

Sendo assim, as Instituições de Ensino Superior que tomarem decisões com relação às

questões ambientais conseguirá obter vantagens quanto a competitividade, redução de custos

e adição nos lucros.

Conforme Moreira (2006), ―o mais grave é que parece não ser suficiente o pensamento

de que meio ambiente deveria ser uma disciplina comum e adaptada à formação de todas as

profissões ligadas à indústria, de nível médio a superior‖. Porém, observa-se que este

conhecimento deve ser tratado de forma mais abrangente, englobando todas as áreas do

conhecimento e não apenas restringindo-se aos cursos relacionados à industrialização.

Na ocasião, foi observado que as Instituições de Ensino Superior que não buscam

praticar aquilo que ensinam dando o devido valor às questões ambientais, e que são de

extrema importância repassar este conhecimento aos futuros profissionais, sendo assim, estes

alunos por não receberem a orientação adequada e ao ingressar em uma empresa consideram

1 Acadêmicos do curso de Gestão Ambiental do IESPES

2 Professora do Curso de Gestão Ambiental do IESPES

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os problemas ambientais como responsabilidade dos gestores e não de cada indivíduo na

rotina de suas atividades.

Segundo Mayor (1998 apud TAUCHEN; BRANDLI, 2006 p.504), a educação é a

chave do desenvolvimento sustentável e autossuficiente. Sendo assim, as IES assumem tanto

uma responsabilidade de formação das futuras gerações para os desafios encontrados no meio

ambiente, quanto também devem ser um espelho para essa geração futura, dando bons

exemplos sustentáveis, adotando práticas que ajude à questão ambiental e social, saindo da

teoria para a prática.

Segundo Campos e Melo (2008), pesquisas revelam que medidas de gestão ambiental

alteram a imagem da empresa para fins institucionais e estão se constituindo cada vez mais

como prioridades em suas etapas futuras de gestão empresarial e de investimentos financeiros

nas empresas brasileiras.

As instituições que possuem projetos sustentáveis ou certificado da ISO 14001 passam

a ter uma boa imagem, tanto na visão acadêmica e comunidade em geral, quanto para o

exterior do país.

Porém existem diversas barreiras existentes para as universidades implantarem um

Sistema de Gestão Ambiental, conforme Ribeiro et al. (2005), são: a falta de informação da

sociedade sobre práticas sustentáveis; a não valorização do meio ambiente por diversos

colaboradores da organização e a não percepção da universidade como fonte potencial de

poluição.

Por outro lado, quando aplicado nas instituições além de está cumprindo a Lei da

Política Ambiental que diz no art. 225 que: todos têm o direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de

vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo para presentes e

futuras gerações. Ainda reduz os riscos de acidentes ecológicos e fortalece sua imagem.

MÉTODO: O trabalho de pesquisa realizado foi feito através de levantamento descritivo

bibliográfico, onde foram utilizados 10 artigos científicos como base, e foram consultadas

obras literárias nas áreas de ecologia e meio ambiente. De acordo com Marconi e Lakatos

(2010, p.15) a pesquisa bibliográfica ―é um procedimento formal, com método de pensamento

reflexivo, que requer tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a

realidade ou para descobrir a verdade‖.

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247

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir da execução desta pesquisa foi possível constatar

que algumas Instituições têm conhecimentos da importância do Sistema de Gestão Ambiental,

porém, foi identificado que ainda é restrito em relação à implantação e gerenciamento deste

sistema. Entretanto, demonstram certa preocupação com o desenvolvimento sustentável,

mesmo assim, a quantidade de IES‘s que possuem o certificado da ISO 14001 que abrange o

SGA é ínfima, apesar das mesmas saberem de sua importância, mas ainda não se alertaram

para estas questões, logo adotarem medidas para redução e controle de desperdícios dos

recursos naturais como água, energia, além dos resíduos sólidos, entre outros.

Para Reis (s/d apud SEIFFERT, 2007) a complexidade e a constante necessidade de

adaptações na gestão ambiental, tendo em vista o surgimento de novas situações e elementos

no sistema, reforçam a ideia de aperfeiçoamento como uma questão central no SGA.

A partir da pesquisa realizada foi possível obter ainda dados e verificar que a

resolução de problemas ambientais nas Instituições gira em torno do ciclo PDCA (Plan -

Planejamento; Do - Execução; Check - Verificação; Act - Ação), onde o mesmo visa à

melhoria contínua dentro das universidades (TAUCHEN; BRANDLI, 2016).

Figura 1. Modelo PDCA

Fonte: Tauchen e Brandli (2016).

CONCLUSÃO: A princípio é importante destacar que as IES‘s mesmo que ainda não tenham

implantado o SGA completamente, conforme as normas da legislação ambiental executem

projetos sustentáveis, que façam com que os acadêmicos, funcionários e comunidade possam

vir a se interessar a se reeducar ambientalmente e mudar alguns hábitos.

As universidades constituem ambientes de formação cidadã e profissional, logo

causam impacto no local onde estão inseridas, pois afetam não somente o campus em si, mas

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também a região onde se encontram, além de impactarem o ambiente concernente a produção

e destinação de resíduos sólidos e líquidos dentre outros (TAUCHEN; BRANDLI, 2006).

Além disso, é importante salientar que os benefícios da implementação do SGA são

muitos, entre os mesmos, pode-se citar: melhoria da qualidade, melhoria da produtividade e

da redução de consumo seja de água ou energia, e melhora diminuição de resíduos sólidos e

despejo em local adequado e a imagem da empresa.

No Brasil, de acordo com Nolasco et al. (2006), as experiências da implantação de

SGA em IES são recentes e vem sendo realizadas em universidades federais e estaduais.

Dessa forma faz-se necessário com o tempo as demais organizações de ensino superior

introduzirem o sistema, pois a cada ano que passa problemas ambientais aumentam, e os

mesmos precisam ser estudados e reduzidos, pois a obrigação de cuidar do meio ambiente não

é somente dos gestores ou de quem estuda ou trabalha na área ambiental e sim dever e direito

de todos.

Sendo assim, o SGA sendo executado nas IES, envolvendo coordenadores,

professores, alunos e todo o corpo técnico, promoveria um diferencial na mesma,

possibilitaria o reconhecimento pela inovação, atitude e pelas práticas ambientais, além de

incentivar outras universidades a colocar em prática a mesma ação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, Lucila Maria de Souza; MELO Daiane Aparecida de. Indicadores de

desempenho dos Sistemas de Gestão Ambiental (SGA): uma pesquisa teórica. Revista

Produção, v. 18, n. 3, p. 540-555, set./dez. 2008.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A.. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São

Paulo: Atlas. 2010.

MOREIRA, Maria Suely. Estratégia e Implantação do Sistema de Gestão Ambiental

(Modelo ISO 14000). Nova Lima: INDG. 2006.

NOLASCO, F. R.; TAVARES, G. A.; BENDASSOLLI, J. A. Implantação de programas

de gerenciamento de resíduos químicos laboratoriais em universidades: análise crítica e

recomendações. Revista Engenharia Sanitária. 11(2): 118124. 2006.

RIBEIRO, A. L. et al. Avaliação de barreiras para implementação de um sistema de

gestão ambiental na UFRGS.In: XXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Porto

Alegre. 2005.

SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. ISO 14001 - Sistemas de Gestão Ambiental:

implantação objetiva e econômica. 3 ed. São Paulo: Atlas. 2007.

TAUCHEN, J. ; BRANDLI, L. L. A gestão ambiental em instituições de ensino superior:

modelo para implantação em campus universitário. Gestão & Produção. 13(3): 503-515.

2006.

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IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DE REDES PELO TI EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR EM SANTARÉM-PA

Breno Bilhar1

Cristiano Machado Franco1

Van Damme da Costa Ferreira1

Juarez Benedito da Silva2

[email protected]

RESUMO: Esse trabalho visa corroborar, através de pesquisa de campo, a respeito da importância do núcleo de

TI em uma Instituição de Ensino Superior no contexto Gerenciamento de Redes. O mesmo discorrerá a respeito

de um necessário investimento nesse importante setor para que o mesmo possa realmente se tornar viável e

operacional, portanto, para que esses fatores se tornem verdadeiros as IES deverão não só investir em software,

hardware e infraestrutura, mas também em uma preparação adequada aos profissionais que atuam nesse

importante setor, uma vez que, trata-se de um núcleo o qual está diretamente envolvido com as tecnologias, e

essas sempre estão sofrendo modificações no sentido de melhorar formas de comunicação dentro de redes de

computadores, sistemas de telecomunicações e banco de dados. Essa pesquisa tem o intuito de mostrar que o

avanço tecnológico tem contribuído significativamente na melhoria das técnicas nas transmissões de

informações e gerenciamento de redes e sistemas, sendo capaz de aumentar a credibilidade do setor de TI dentro

das organizações de Ensino Superior.

PALAVRAS-CHAVE: Gerenciamento, telecomunicações, Tecnologia da Informação.

INTRODUÇÃO: A tecnologia da informação vem crescendo de forma considerável dentro

de um nicho mercadológico que antes parecia tê-la apenas como solução paliativa, a situação

está indo muito além do esperado, as Instituições de Ensino Superior (IES) têm buscado e até

encontrado dentro das tecnologias, soluções consistentes para grandes problemas, os quais

antes pareciam até insolúveis. Todos os tipos de processos e setores que fazem uma

organização se movimentar atualmente estão interligados através das tecnologias, e para isso,

um setor que antes parecia isolado dentro de uma organização, hoje passou a ser o

coadjuvante nesse processo de interligação organizacional, deixando as vistas o quanto

instituições estão se tornando a cada dia ―dependentes tecnologicamente‖ por esse modelo de

comunicação.

As razões para uma dependência tecnológica são inúmeras, dentre elas podem ser

citadas, por exemplo, agilidade em processos, comunicação entre setores das instituições de

ensino superior de forma mais precisa e segura, independente do tamanho do tráfego que

circula em uma rede local ou em um acesso externo nos quais empresas e instituições venham

a fazer uso. Entretanto, tudo tem um custo, e quando o assunto é tecnologia geralmente há

uma demanda de altos preços, não só com a tecnologia em si, mas também com mão de obra

especializada no setor de TI, com programas específicos conforme o nicho de mercado no

1 Acadêmicos do Curso de Redes de Computadores, VI Semestre – IESPES - [email protected]

2 Professor Mestre em Gestão Empresarial do Curso de Redes de Computadores - IESPES

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250

qual tais organizações estejam inseridas. Como a Tecnologia da Informação vem ganhando

importância e tornando-se pervasiva, as equipes de alta gerência são desafiadas cada vez mais

a controlá-la e a geri-la para garantir que ela gere valor (WEILL, PETER; ROSS e JEANNE

W., 2006, p.15).

A Tecnologia mostra suas utilidades para os mais altos desafios que se apresentam

dentro das empresas: a melhoria da capacidade de identificar e apresentar respostas

consistentes às ameaças inoportunas que geralmente estão rondando redes e servidores de

empresas, melhorando assim sua comunicação.

As IES devem situar-se de forma ativa na difusão do uso da TI, buscando uma

inserção que proporcione a integração dos recursos tecnológicos nas atividades acadêmicas e

administrativas da instituição (SILVA; FLEURY, 2003).

O uso da tecnologia da informação nas IES possibilita aos educadores disporem de

novas ferramentas para o avanço do processo aprendizagem, sendo que o maior desafio é não

ignorar as novas tecnologias e nem se submeter a elas, mas moldá-las ao processo de

aprendizagem (VASSOS, 1997 apud FLORES, 1999).

Nesse contexto, visando um melhor aproveitamento dos recursos tecnológicos, torna-

se necessário construir um programa de capacitação nas IES com a finalidade de desenvolver

as competências e habilidades não somente no âmbito acadêmico, como também no âmbito da

gerência, administrativo e outros setores no que se refere a capacitação de pessoal.

Dessa forma, este trabalho teve como objetivo a melhoria institucional no âmbito da

IES, capacitando os docentes, promovendo melhorias nos laboratórios da instituição,

controlando de forma correta o uso da internet como um todo.

METODOLOGIA: A pesquisa a ser desenvolvida de forma bibliográfica e de campo com

abordagem qualitativa e quantitativa, e caráter exploratório com enfoque descritivo.

Segundo Marconi e Lakatos (2007, p.32) a pesquisa bibliográfica ―oferece meios para

definir e resolver não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas

onde os problemas não se cristalizaram suficientemente‖, permitindo ao pesquisador

aprofundar o quanto for necessário, ou o quanto sua curiosidade permitir.

No que tange à Pesquisa de Campo, Máttar Neto (2003, p.149) afirmam que,

Toda pesquisa de campo parte da construção de um modelo da realidade. A partir

desse modelo da realidade, podemos determinar as formas de observá-la. Há

técnicas de observação bastante diversas, mas a escolha de uma ou mais dessas

técnicas deve ser determinada por esses modelos prévios, que no fundo fazem parte

da própria hipótese da pesquisa. Assim, é necessário definir, dentre outros

parâmetros, o campo da pesquisa, as formas de acesso a esse campo e os

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251

participantes, para então ser possível determinar os meios de coleta e análise dos

dados.

Referente à pesquisa qualitativa, de acordo com Silverman (2009, p.55), o principal

foco desse tipo de pesquisa é que, ―A capacidade para estudar fenômenos simplesmente

indisponíveis em qualquer lugar‖. E consoante à pesquisa descritiva, Leite (2004, p. 45)

enfatiza que, este tipo de pesquisa ―serve para explicar determinados fenômenos sócio-

econômicos, político-administrativos, contábeis e psico-socioeconômicos, matemático-

estatísticos e técnico linguístico‖.

A pesquisa será embasada em bibliografias de autores dos livros citados, requisitados

em bibliotecas de Instituições de Ensino Superior locais e em sites da internet, além disso, terá

a participação de professores, funcionários e alunos das IES.

O estudo ocorrerá de forma individualizada na IES. Para Kawamoto (1995) qualquer

procedimento realizado deve ser guiado por um instrumento de coleta de dados que é

fundamental para compilar as informações coletadas.

Para atingir o objetivo do presente trabalho será utilizado, como instrumentos de

coleta de dados, um questionário misto, com objetivo de saber o que os alunos, docentes e

funcionários do TI das IES acham sobre os serviços de redes da instituição, qual melhorias

acham necessárias, que dificuldades encontram quando necessitam do serviço, qual o nível da

acessibilidade desse recurso e qual as sugestões dos mesmos para qualificarmos a gerência de

redes e aumentar a qualidade dos serviços prestados pelos profissionais das TI‘s;

Quanto ao questionário, de acordo com Lakatos (2010), é um instrumento de suma

importância na pesquisa, formado por uma sequencia de perguntas que levam o pesquisador a

questões mais objetivas, não havendo o contato direto com o pesquisado e assim não

influenciando a resposta no questionário.

Será mantido o total anonimato dos alunos e equipe da TI da pesquisa, com

padronização em uma pesquisa quantitativa para a correta obtenção de resultados, sem fugir

da ética que engloba o estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A pesquisa bibliográfica ―oferece meios para definir e

resolver não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde os

problemas não se cristalizaram suficientemente‖, permitindo ao pesquisador aprofundar o

quanto for necessário, ou o quanto sua curiosidade permitir.

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252

Assim, para o autor a pesquisa bibliográfica não será mera repetição do que já foi dito

ou escrito, mas propicia ao pesquisador um novo enfoque, e uma nova visão da pesquisa, e

proporciona ao autor a oportunidade de obter novas conclusões sobre o assunto em questão.

CONCLUSÃO: Em andamento

REFERÊNCIAS

FINGER, A.P. Gestão de universidades: novas abordagens. [s.n], Curitiba: Champagnat,

1997. 294 p.

FLORES, L.C.S. O Processo de informatização no Centro de Educação Superior de Ciências

Sociais Aplicadas na Universidade do Vale do Itajaí.1999. 135 p. Dissertação (Mestrado em

Administração) – Universidade Federal de Santa Catarina, 1999.

Gestão terceirizada da Área de TI. Disponível em

<http://www.lpgsolucoes.com.br/servicos/gestao-tercerizada-da-area-de-ti-5.aspx>. Acesso

em 31 de março de 2016.

MAGALHÃES, I. L.; PINHEIRO, W. B. Gerenciamento dos serviços de TI na prática: uma

abordagem com base na ITIL. São Paulo: Novatec, 2007.

MEYER Jr., V.; MURPHY, P. Dinossauros, gazelas & tigres: novas abordagens da

administração universitária. Florianópolis: Insular, 2000.

OLIVEIRA NETTO, Alvim Antônio de. Metodologia da Pesquisa Científica: Guia Prático

para Apresentação de Trabalhos Acadêmicos. 3ª ed. rev. e atual. Florianópolis: Visual Books,

2008.

REZENDE, Denis Alcides. Tecnologia da informação: integrada a inteligência empresarial.

São Paulo: Atlas, 2002.

SILVA, F; FLEURY, M.T.L.: Cultura organizacional e tecnologia de informação: um estudo

de caso em organizações universitárias. In: Informática, organizações e sociedade no Brasil.

1. ed. São Paulo: Cortez, 2003. p. 161-183.

WEILL, Peter e ROSS, Jeanne W. Governança de TI, Tecnologia da Informação. São Paulo>

M. Books do Brasil Editora Ltda, 2006

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253

ÍNDICE DE EROSIVIDADE DAS CHUVAS NO MUNICÍPIO DE BELTERRA, NO ESTADO DO PARÁ

Wagner Morgan Lopes1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

Brenda Rubia Souza3

Edson Pereira dos Reis4

[email protected]

RESUMO: A erosividade é um processo ocasionado de acordo com a intensidade e duração da chuva em um

curto espaço de tempo provocando no solo os mais variados tipos de erosão, bem como lixiviação de nutrientes

com a aceleração do processo de degradação e empobrecimento do mesmo. O estudo da erosividade no contexto

amazônico é de grande importância, devido ao elevado índice pluviométrico e a baixa fertilidade dos solos na

região. Esse trabalho objetivou determinar a erosividade, a frequência e a intensidade das chuvas no município

de Belterra (PA), por meio de dados pluviométricos, identificando os períodos de maior frequência e intensidade,

para assim mapear a distribuição de chuvas nessa região, propondo medidas de controle da erosão. Foram

utilizados os dados pluviométricos obtidos por estação meteorológica. Para o cálculo do coeficiente de chuva

(RC) foi utilizado à equação proposta por Fournier. Os índices de precipitação para Belterra são maiores que o

coeficiente de chuva, principalmente entre novembro a junho. A precipitação mensal correspondeu com os

maiores valores no período de janeiro a junho, com precipitação anual 79,75%. O maior coeficiente de chuva dos

últimos 22 anos correspondeu ao ano de 2008, com uma perspectiva de retorno de 23 anos.

PALAVRAS-CHAVE: precipitação, coeficiente de chuva, período de retorno.

INTRODUÇÃO: A crescente degradação dos solos, tanto nas áreas de produção agrícola

como em áreas de vegetação natural, é considerado como um dos fortes problemas

ambientais. No Brasil, conforme relata Gonçalves (2002), essa degradação está associada

principalmente a intensidade da chuva, a infiltração da água no solo, ao escoamento

superficial, a declividade da superfície, a cobertura do solo, a percentagem do solo e o avanço

da agricultura. De acordo com Oliveira Junior et al. (1992) a erosão do solo ocasionada pela

chuva é problema encontrado nas áreas de cultivos em todo o mundo, afetando seriamente o

potencial agrícola. Bertoni e Lombardi Neto (2010) apontam que a água da chuva exerce sua

ação erosiva sobre o solo pelo impacto da gota, que cai com velocidade e energias variáveis,

dependendo do seu diâmetro, e pelo escorrimento da enxurrada. A erosão dos solos na

Amazônia está sendo um dos principais problemas de depreciação das terras nas regiões, pois

estas se tornam improdutivas, devido à lixiviação dos nutrientes, e com isso levando ao

empobrecimento da mesma, e recuperar tais áreas representa investimentos elevados, fatores

1 Discente Agronomia; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

2 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica ; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

3 Eng. Florestal Esp. em Soc.,Meio Ambiente e Des. Sustentável; Centro Universitário Luterano de Santarém –

CEULS/ULBRA. 4 Agr. Esp. em Tecnologia de Alimentos; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

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254

que contribuem para desvalorização do imóvel rural. De acordo com Oliveira Junior et al.

(1994) o estudo da erosividade da chuva no contexto amazônico é de máxima importância,

uma vez que a maioria dos solos da região tem como principal característica a baixa

fertilidade, aliando isso ao elevado índice pluviométrico, que contribui cada vez mais para a

erosão e o empobrecimento do mesmo. Esse trabalho objetivou determinar a erosividade, a

frequência e a intensidade das chuvas no município de Belterra (PA), por meio de dados

pluviométricos, identificando os períodos de maior frequência e intensidade, para assim

mapear a distribuição de chuvas nessa região, propondo medidas de controle da erosão.

MÉTODO: O município de Belterra (PA), pertence à mesorregião do Baixo Amazonas, com

uma superfície de 2.292 km2, situada entre as coordenadas geográficas de 02° 25' latitude Sul

e de -54° 00' longitude a Oeste. As temperaturas médias, máximas e mínimas anuais oscilam,

respectivamente, entre 25 e 26°C, 30 e 31°C e 21 e 23°C, enquanto que a precipitação

pluviométrica apresenta valores anuais oscilantes em torno de 2.000 mm (OLIVEIRA

JUNIOR & CORREA, 2001). Os dados pluviométricos desse município foram obtidos no

SEOMAR-Belém. Os dados obtidos corresponderam a um período de 1990 a 2011. Os dados

foram tabelados e calculados com os índices de meses e anos que maior apresentaram

precipitação e coeficiente de chuva bem com os meses que não apresentarem dados

significativos. Foi aplicada a seguinte equação 1 para a obtenção do coeficiente de chuva.

Sendo o coeficiente de chuva (Rc, em mm), a precipitação média mensal (p, em mm) e a

precipitação média anual (P, em mm).

Equação 1:

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Pela análise da figura 1 observa-se que os níveis de

precipitação alcançaram nos meses de janeiro a junho valores mais elevados do que no

período de julho a dezembro, correspondendo a 79,75 % da precipitacão anual (período de 21

anos). Esses dados diferem dos encontrados por Oliveira Junior (1996) no Pará, na região de

Conceição do Araguaia, onde ele observou que os valores de coeficiente de chuva foram mais

elevados do que o da precipitação, nos meses de dezembro a abril, em um período de oito

anos.

Na tabela 1 encontram-se o período de retorno e a probabilidade de ocorrência dos

coeficientes de chuva anuais para o município de Belterra, no estado do Pará. Considerando o

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255

período de 21 anos, verificou-se que os valores do período de retorno e da probabilidade de

ocorrência determinada para o maior coeficiente de chuva, foram respectivamente de vinte e

três anos, com a probabilidade de ocorrência do evento de 4,35%.

Figura 2 - Distribuição mensal do coeficiente de chuva e da precipitação em Belterra (PA),

obtidos entre os anos de 1990 – 2011.

Tabela 1. Média anual do coeficiente da chuva, período de retorno e sua probabilidade. 1

T=N+1/m, N=

número de anos de

Observação; 2

Pr=1/Tx100.

Fonte: autor.

Esse resultado difere dos encontrados por Oliveira Junior (1996) num período de 8 anos, para

o município de Conceição do Araguaia, Pará, onde ele obteve um período de retorno de nove

anos e 11,1% de probabilidade de ocorrência.

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256

CONCLUSÃO: Monte Alegre teve os meses de dezembro a junho com os de maior

precipitação em relação aos demais meses do ano, correspondendo a uma precipitacão anual

de 86,38 %. Sendo que o maior coeficiente de chuva dos últimos 22 anos correspondeu ao ano

de 2009. Com uma perspectiva de retorno de 23 anos, com probabilidade de ocorrência de

4,35%. O coeficiente de chuvas desse município apresentou as maiores variações nos meses

de maio a outubro.

REFERÊNCIAS:

BERTONI, J. & LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São Paulo: Ed. Ícone, 7 ed., 2010.

GONÇALVES, F.A. Erosividade das chuvas no estado do Rio de Janeiro. Dissertação

(Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de Viçosa, 2002, 132 f.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. Índice de Erosividade das chuvas na Região de Conceição do

Araguaia, Pará. Belém: EMBRAPA-CPTAU 1996. 20p. Boletim de (Pesquisa, 165).

OLIVEIRA JUNIOR, R.C. et al. A erosividade das chuvas em Belém (PA). Belém: FCAP,

1994.

OLIVEIRA JUNIOR, R.C. & CORREA, J.R.V. Aptidão agrícola dos solos de Município de

Belterra, Estado do Pará. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2001, 21 p. (Embrapa

Amazônia Oriental. Documentos, 91).

OLIVEIRA JUNIOR, R.C. et al. Determinação Inicial da erosividade das chuvas em

Bragança e Marabá, no Oeste do Pará. EMBRAPA-/FCAP. CDD;

551.57810981152/551.578, EMBRAPA-SNLCS-CRNORTE- Manejo e conservação do solo.

Belém, 1992.

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257

ÍNDICE DE EROSIVIDADE DAS CHUVAS NO MUNICÍPIO DE ITAITUBA, NO ESTADO DO PARÁ

Wagner Morgan Lopes1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

Gláucia de Fátima Gomes3

Alessandra Damasceno da Silva4

Isabel Cristina Tavares Martins5

[email protected]

RESUMO: A erosividade é um processo ocasionado de acordo com a intensidade e duração da chuva em um

curto espaço de tempo provocando no solo os mais variados tipos de erosão, bem como lixiviação de nutrientes

com a aceleração do processo de degradação e empobrecimento do mesmo. O estudo da erosividade no contexto

amazônico é de grande importância, devido ao elevado índice pluviométrico e a baixa fertilidade dos solos na

região. Esse trabalho objetivou determinar a erosividade, a frequência e a intensidade das chuvas no município

de Itaituba (PA), por meio de dados pluviométricos, identificando os períodos de maior frequência e intensidade,

para assim mapear a distribuição de chuvas nessa região, propondo medidas de controle da erosão. Foram

utilizados os dados pluviométricos obtidos por estação meteorológica. Para o cálculo do coeficiente de chuva

(RC) foi utilizado à equação proposta por Fournier. Itaituba tem nos meses de Novembro a maio as maiores

precipitação, correspondente a uma precipitação anual de 84,63%, com o maior coeficiente de chuva registrado

nos últimos 22 anos, o ano de 2004, com retorno previsto para 23 anos, com probabilidade de 4,35%.

PALAVRAS-CHAVE: precipitação, coeficiente de chuva, período de retorno.

INTRODUÇÃO: A crescente degradação dos solos, tanto nas áreas de produção agrícola

como em áreas de vegetação natural, é considerado como um dos fortes problemas

ambientais. No Brasil, conforme relata Gonçalves (2002), essa degradação está associada

principalmente a intensidade da chuva, a infiltração da água no solo, ao escoamento

superficial, a declividade da superfície, a cobertura do solo, a percentagem do solo e o avanço

da agricultura. De acordo com Oliveira Junior et al. (1992) a erosão do solo ocasionada pela

chuva é problema encontrado nas áreas de cultivos em todo o mundo, afetando seriamente o

potencial agrícola. Bertoni e Lombardi Neto (2010) apontam que a água da chuva exerce sua

ação erosiva sobre o solo pelo impacto da gota, que cai com velocidade e energias variáveis,

dependendo do seu diâmetro, e pelo escorrimento da enxurrada. A erosão dos solos na

Amazônia está sendo um dos principais problemas de depreciação das terras nas regiões, pois

estas se tornam improdutivas, devido à lixiviação dos nutrientes, e com isso levando ao

empobrecimento da mesma, e recuperar tais áreas representa investimentos elevados, fatores

que contribuem para desvalorização do imóvel rural. De acordo com Oliveira Junior et al.

(1994) o estudo da erosividade da chuva no contexto amazônico é de máxima importância,

1 Discente Agronomia; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

2 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

3 Meteorologista Msc. em Rec. Nat. da Amazônia; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

4 Eng. Agríc. Msc. em Rec. Nat. da Amazônia; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

5 Eng. Mecânica Msc.; Centro Universitário Luterano de Santarém –CEULS/ULBRA.

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258

uma vez que a maioria dos solos da região tem como principal característica a baixa

fertilidade, aliando isso ao elevado índice pluviométrico, que contribui cada vez mais para a

erosão e o empobrecimento do mesmo. Esse trabalho objetivou determinar a erosividade, a

frequência e a intensidade das chuvas no município de Itaituba (PA), por meio de dados

pluviométricos, identificando os períodos de maior frequência e intensidade, para assim

mapear a distribuição de chuvas nessa região, propondo medidas de controle da erosão.

MÉTODO: O município de Itaituba pertence à mesorregião Sudoeste Paraense e a

microrregião de Itaituba, com área de 62.040,947 km² (IDESP, 2012). Localizada nas

coordenadas 04º 16‘ 24‖ S e 55º 59' 09" O. As características climáticas não diferem dos

demais municípios da região, com temperatura do ar sempre elevada, atingindo uma média

anual de 25,6°C, com mínima em torno de 22,5º C e 80% de umidade em quase todo o ano

(IDESP, 2012). Os dados pluviométricos desse município foram obtidos no SEOMAR-Belém.

Os dados corresponderam a um período de 1990 a 2011. Foram calculados com os índices de

meses e anos que maior apresentaram precipitação e coeficiente de chuva, assim como, os

meses que não apresentarem dados significativos. Foi aplicada a equação para a obtenção do

coeficiente de chuva, sendo o coeficiente de chuva (Rc, em mm), a precipitação média mensal

(p, em mm) e a precipitação média anual (P, em mm) (Equação 1).

Equação 1:

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com análise da Figura 1 observa-se que os

níveis de precipitação alcançaram nos meses de Novembro a Maio valores mais elevados do

que no período de julho a outubro, correspondendo a 84,63 % da precipitacão anual, e de

junho a outubro de 15,37% (média de 21 anos). Dados estes que diferem daqueles

encontrados por Oliveira Junior (1996) no Pará, na região de Conceição do Araguaia, onde ele

observou que os valores de coeficiente de chuva, nos meses de dezembro a abril, são valores

mais elevados do que o da precipitação, num período de oito anos. Na tabela 1 encontram-se o

período de retorno e a probabilidade de ocorrência dos coeficientes de chuva anuais para o

município de Itaituba (PA). Considerando o período, verificou-se que os valores do período

de retorno e da probabilidade de ocorrência determinada para o maior coeficiente de chuva,

foram respectivamente de 23 anos, com a probabilidade de ocorrência do evento de 4,35%.

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259

Figura 2 - Distribuição mensal do coeficiente de chuva e da precipitação em Itaituba (PA),

obtidos entre os anos de 1990 – 2011.

Tabela 1. Média anual do coeficiente da chuva, período de retorno e sua probabilidade. 1

T=N+1/m, N= número de anos de Observação; 2 Pr=1/Tx100. Fonte: autor.

Esse resultado difere dos encontrados por Oliveira Junior (1996) num período de 8 anos, para

o município de Conceição do Araguaia, Pará, com resultado para o período de retorno de nove

anos e 11,1% de probabilidade de ocorrência.

CONCLUSÃO: Em Itaituba os meses que apresentaram maior precipitação foram de

novembro a maio, correspondendo uma média anual de 84,63%. Teve seu maior coeficiente

de chuva registrado nos últimos 22 anos, no ano de 2004, com retorno previsto para 23 anos,

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260

com probabilidade de 4,35%. O coeficiente de chuvas desse município apresentou menor

variância entre os meses de abril a dezembro.

REFERÊNCIAS:

BERTONI, J. & LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São Paulo: Ed. Ícone, 7 ed.,

2010.

GONÇALVES, F. A. Erosividade das chuvas no estado do Rio de Janeiro. Dissertação

(Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de Viçosa, 2002, 132 f.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. Índice de Erosividade das chuvas na Região de Conceição do

Araguaia, Pará. Belém: EMBRAPA-CPTAU 1996. 20p. Boletim de (Pesquisa, 165).

OLIVEIRA JUNIOR, R. C.; CHAVES, R. S.; MELO A. S. A erosividade das chuvas em

Belém (PA). Belém: FCAP, 1994.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. & CORREA, J. R. V. Aptidão agrícola dos solos de Município

de Belterra, Estado do Pará. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2001, 21 p. (Embrapa

Amazônia Oriental. Documentos, 91).

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. et al. Determinação Inicial da erosividade das chuvas em

Bragança e Marabá, no Oeste do Pará. EMBRAPA-/FCAP. CDD;

551.57810981152/551.578, EMBRAPA-SNLCS-CRNORTE- Manejo e conservação do solo.

Belém, 1992.

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261

ÍNDICE DE EROSIVIDADE DAS CHUVAS NO MUNICÍPIO DE MONTE ALEGRE, NO ESTADO DO PARÁ

Wagner Morgan Lopes1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

Daniel Rocha de Oliveira3

Gilbson Santos Soares4

Brenda Rubia Souza5

[email protected]

RESUMO: A erosividade é um processo ocasionado de acordo com a intensidade e duração da chuva em um

curto espaço de tempo provocando no solo os mais variados tipos de erosão, bem como lixiviação de nutrientes

com a aceleração do processo de degradação e empobrecimento do mesmo. O estudo da erosividade no contexto

amazônico é de grande importância, devido ao elevado índice pluviométrico e a baixa fertilidade dos solos na

região. Esse trabalho objetivou determinar a erosividade, a frequência e a intensidade das chuvas no município

de Monte Alegre (PA), por meio de dados pluviométricos, identificando os períodos de maior frequência e

intensidade, para assim mapear a distribuição de chuvas nessa região, propondo medidas de controle da erosão.

Foram utilizados os dados pluviométricos obtidos por estação meteorológica. Para o cálculo do coeficiente de

chuva (RC) foi utilizado à equação proposta por Fournier. Os índices de precipitação para Monte Alegre são

maiores que o coeficiente de chuva, principalmente entre novembro a junho. Monte Alegre possuiu os meses de

dezembro a junho de maior precipitação em relação aos demais meses, correspondendo a uma precipitação anual

86,38 %, sendo que o coeficiente de chuva dos últimos 22 anos correspondeu no ano de 2009.

PALAVRAS-CHAVE: precipitação, coeficiente de chuva, período de retorno.

INTRODUÇÃO: A crescente degradação dos solos, tanto nas áreas de produção agrícola

como em áreas de vegetação natural, é considerado como um dos fortes problemas

ambientais. No Brasil, conforme relata Gonçalves (2002), essa degradação está associada

principalmente a intensidade da chuva, a infiltração da água no solo, ao escoamento

superficial, a declividade da superfície, a cobertura do solo, a percentagem do solo e o avanço

da agricultura. De acordo com Oliveira Junior et al. (1992) a erosão do solo ocasionada pela

chuva é problema encontrado nas áreas de cultivos em todo o mundo, afetando seriamente o

potencial agrícola. Bertoni e Lombardi Neto (2010) apontam que a água da chuva exerce sua

ação erosiva sobre o solo pelo impacto da gota, que cai com velocidade e energias variáveis,

dependendo do seu diâmetro, e pelo escorrimento da enxurrada. A erosão dos solos na

Amazônia está sendo um dos principais problemas de depreciação das terras nas regiões, pois

estas se tornam improdutivas, devido à lixiviação dos nutrientes, e com isso levando ao

empobrecimento da mesma, e recuperar tais áreas representa investimentos elevados, fatores

1 Discente Agronomia; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA

2 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica ; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

3 Veterinário Msc. em clinica e rep. animal; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA

4 Biólogo Msc. em Melhoramento Genético; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

5 Eng. Flor. Esp. em Soc. Meio Amb. e Des. Sust.; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

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que contribuem para desvalorização do imóvel rural. De acordo com Oliveira Junior et al.

(1994) o estudo da erosividade da chuva no contexto amazônico é de máxima importância,

uma vez que a maioria dos solos da região tem como principal característica a baixa

fertilidade, aliando isso ao elevado índice pluviométrico, que contribui cada vez mais para a

erosão e o empobrecimento do mesmo. Esse trabalho objetivou determinar a erosividade, a

frequência e a intensidade das chuvas no município de Monte Alegre (PA), por meio de dados

pluviométricos, identificando os períodos de maior frequência e intensidade, para assim

mapear a distribuição de chuvas nessa região, propondo medidas de controle da erosão.

MÉTODO: Oliveira Junior et al. (1999) destaca que o município de Monte Alegre, está

localizado na porção noroeste do estado Pará, pertence à mesorregião do Baixo-Amazonas e

microrregião de Santarém, entre as coordenadas de -02°25‘34‘‘ latitude Sul e -54°

54‘13‘‘longitude Oeste. O clima é do tipo Ami de acordo com a classificação de Köppen,

observando uma média de temperatura mínima superior a 18°C, sendo a estação seca de

pouca duração e com umidade elevada. Com dados pluviométricos de 1969 mm, com

características irregulares, com período de maior chuva de Dezembro a Junho (IAH, 2011).

Os dados pluviométricos desse município foram obtidos no escritório do SEOMAR-Belém.

Os dados obtidos corresponderam a um período de 1990 a 2011. Os dados foram calculados

com os índices de meses e anos que maior apresentaram precipitação e coeficiente de chuva

bem com os meses que não apresentarem dados significativos. Foi aplicada a seguinte

equação 1 para a obtenção do coeficiente de chuva. Sendo o coeficiente de chuva (Rc, em

mm), a precipitação média mensal (p, em mm) e a precipitação média anual (P, em mm).

Equação 1:

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Pela análise da Figura 4 observa-se que os níveis de

precipitação alcançaram nos meses de dezembro a junho valores mais elevados do que no

período de julho a novembro, correspondendo a 86,38% da precipitacão anual, enquanto que

nos demais meses corresponderam a 13,62% (média de 21 anos). Esses dados diferem com os

encontrados por Oliveira Junior (1996) no Pará, na região de Conceição do Araguaia, onde ele

observou que os valores de coeficiente de chuva foram mais elevados do que o da

precipatação, nos meses de dezembro a abril, em um período de oito anos. Na tabela 1

observa se o período de retorno, bem como a probabilidade de ocorrência dos coeficientes de

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263

chuva anuais para o município de Monte Alegre (PA). Considerando o período de 21 anos,

verificou-se que os valores do período de retorno e da probabilidade de ocorrência

determinada para o maior coeficiente de chuva, foram respectivamente de vinte e três anos,

com a probabilidade de ocorrência do evento de 4,35%.

Figura 2 - Distribuição mensal do coeficiente de chuva e da precipitação em Monte Alegre

(PA), obtidos entre os anos de 1990-2011.

Tabela 1. Média anual do coeficiente da chuva, período de retorno e sua probabilidade. 1 T=N+1/m,

N= número de anos de Observação; 2 Pr=1/Tx100. Fonte: autor.

Os valores encontrados nesta pesquisa diferem daqueles registrados por Oliveira Junior

(1996) em um período de 8 anos, para o município de Conceição do Araguaia, no Pará, onde

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ele observou um período de retorno de nove anos e 11,1% de probabilidade para que ocorra

esse evento.

CONCLUSÃO: Em Monte Alegre, os índices de precipitação foram maiores que o

coeficiente de chuva, principalmente entre os meses de Novembro a Junho. A precipitação

mensal para correspondeu os maiores valores no período de janeiro a junho, com 79% de

precipitacão anual. O maior coeficiente de chuva dos últimos 22 anos correspondeu ao ano de

2008, com uma perspectiva de retorno de 23 anos, sendo que a probabilidade de que ocorra

esse evento é de 4,35%. A curva de distribuição do coeficiente de chuva teve uma

ascendência de variância nos períodos mensais de janeiro a junho.

REFERÊNCIAS:

BERTONI, J. & LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São Paulo: Ed. Ícone, 7 ed.,

2010.

GONÇALVES, F.A. Erosividade das chuvas no estado do Rio de Janeiro. Dissertação

(Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de Viçosa, 2002, 132 f.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. Índice de Erosividade das chuvas na Região de Conceição do

Araguaia, Pará. Belém: EMBRAPA-CPTAU 1996. 20p. Boletim de (Pesquisa, 165).

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. et al. A erosividade das chuvas em Belém (PA). Belém: FCAP,

1994.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. & CORREA, J. R. V. Aptidão agrícola dos solos de Município de

Belterra, Estado do Pará. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2001, 21 p. (Embrapa

Amazônia Oriental. Documentos, 91).

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. et al. Determinação Inicial da erosividade das chuvas em

Bragança e Marabá, no Oeste do Pará. EMBRAPA-/FCAP. CDD; 551.57810981152/551.578,

EMBRAPA-SNLCS-CRNORTE- Manejo e conservação do solo. Belém, 1992.

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INFLUÊNCIA FAMILIAR NO FRACASSO ESCOLAR

Adalnice Tavares da Silva1

Ekton Lucas de Sena Cardoso

Maria de Jesus da Silva Viana

Maria Elisama Oliveira da Mota

Olinda Almeida da Silva

Reinaldo Matheus Maciel Sousa

[email protected]

Delma dos Anjos Oliveira2

Rionete Fátima Gonçalves Valente

Luciana dos Santos Silva3

Narelly Tavares Rodrigues4

RESUMO – O presente trabalho objetivou verificar como a família interfere na aprendizagem do aluno,

acarretando o fracasso escolar. O referido trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica que se apoia em

autores de referência para investigar sobre o tema família e o fracasso escolar. Com base nas leituras analisadas,

este estudo discute aspectos da relação entre a família dos alunos e o seu sucesso ou fracasso na escola. A análise

dos estudos mostra que esse fator tem influência, porém não é o único aspecto que influencia o fracasso escolar.

Conclui-se que é preciso, entretanto, que a escola busque trabalhar adequadamente com alunos que não têm um

bom apoio familiar dando a todos indistintamente condições de aprender.

PALAVRAS-CHAVE: Fracasso escolar, família, influência.

INTRODUÇÃO: Alguns estudos mostram a importância da integração da família-escola

como responsável pelo sucesso escolar da criança, sabe-se que quando as crianças podem

contar com a participação ativa dos pais em suas atividades escolares elas se desenvolvem

melhor. Porém, quando não há esse apoio por parte da família, o aluno tende a fracassar.

Com base na problemática do fracasso escolar, esta pesquisa objetivou reconhecer de

que forma a família interfere nesse processo. A responsabilidade do fracasso escolar não é só

do aluno, é preciso que se pense em toda a questão pedagógica. É imprescindível que haja

práticas pedagógicas que valorizem e aproveitem toda a bagagem de conhecimentos

construída pelo aluno durante sua trajetória extraescolar. O fracasso escolar não recai apenas

sobre uma realidade social, mas nos apresenta as diferentes realidades sociais que devem ser

trabalhadas e valorizadas na escola.

Nesse sentido, faz-se necessário uma pesquisa para se conhecer alguns dos aspectos

mais relevantes que se fazem presentes entre a escola e a família e que podem desempenhar

papel importante na evolução da aprendizagem como os fatores externos, os quais são

responsáveis por gerar grande parte das condições necessárias para o aluno aprender.

1 Acadêmicos do 6º Semestre do curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA.

2 Acadêmicos do 8º Semestre do curso de Pedagogia do CEULS/JULBRA

3 Acadêmica do 3º Semestre do curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA

4 Professora do Curso de Pedagogia e orientadora da pesquisa.

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266

Para SCOZ (1994, p. 81), a pobreza dos alunos aparece com determinante dos

problemas de aprendizagem, contudo ressalta que sem querer negar que grande parte do

fracasso de alguns alunos pode estar relacionada à pobreza material à que estão submetidos, é

necessário estar atento para que a baixa renda das famílias não seja utilizada como motivo

para o insucesso escolar das crianças, tirando da escola, sua organização didático/ pedagógica,

seus agentes e suas condições internas de qualquer responsabilidade.

Contudo, quando as crianças recebem um bom estímulo de casa, quando todo o

processo de educação é acompanhado pelos pais, ajudando no dever de casa, comparecendo

às reuniões e sempre mantendo contato com os professores, essas crianças tendem a obter um

melhor desempenho escolar. Já quando os pais são ausentes, ou quando a criança tem um

vínculo familiar ruim, ela pode apresentar autoestima prejudicada e distúrbios na

aprendizagem. Acredita-se que quando a criança tem bons vínculos familiares,

independentemente de como essa família se organiza enquanto estrutura, ela também terá uma

boa relação com professores e amigos. A família tem um papel primordial na transmissão da

cultura, que se sobressai de todos os grupos humanos.

De acordo com SCOZ (1994, p. 71 e 173), a influência familiar é decisiva na

aprendizagem dos alunos. O contato com a família pode trazer informações sobre fatores que

interferem na aprendizagem e apontar os caminhos mais adequados para ajudar a criança.

Também torna possível orientar aos pais para que compreendam a enorme influência das

relações familiares no desenvolvimento dos filhos.

MÉTODO: O interesse desse estudo é refletir sobre as atitudes no processo de ensino e

aprendizagem, a partir do meio familiar que influencia diretamente em sala de aula. Diante

desse fato, se faz necessário verificar quais pontos positivos e negativos a participação da

família pode causar, interferindo assim no processo de aprendizagem das crianças, visto que é

na família onde as crianças encontram suas primeiras influências e o seu modelo de

identificação, pois, a mesma é o primeiro grupo social que a criança está inserida. Assim, esta

pesquisa caracteriza-se por um estudo bibliográfico, pois as perguntas direcionam-se aos

autores. Ou seja, para a produção do conhecimento pretendido buscaram-se os dados nas

autoras, como Dilia Glória, Maria Salomon e Beatriz Scoz. Como coleta de dados utilizou-se

a bibliografia, o diário de leitura das obras selecionadas das autoras referenciadas no assunto a

fim de esclarecer o tema.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES: O fracasso escolar caracteriza-se pelo não atendimento

do aluno às expectativas e objetivos da escola, tanto na forma de não demonstrar

aprendizagem ou até mesmo pelo abandono escolar. Para Glória (2002, p.41) um aluno

fracassa quando não consegue atingir as expectativas da escola e cumprir com as exigências

escolares no sentido de aprender o que a escola e a sociedade valorizam como ―saberes

fundamentais e legítimos‖.

O fracasso escolar possui vários fatores condicionantes que colaboram para seu

acontecimento, como a realidade sociocultural do indivíduo, aspectos psíquicos, deficiência

intelectual e múltipla, sistemas pedagógicos, e principalmente a influência familiar, através da

ausência na vida escolar do aluno.

A família é a responsável pela primeira educação de um sujeito e a base para todo o

desenvolvimento escolar, desempenhando um papel fundamental na transmissão da cultura,

de valores, e principalmente do desenvolvimento infantil como um todo. Ela deve estar

sempre em conexão com a escola e com o processo de aprendizagem da criança e do

adolescente, no que diz respeito às decisões que devem ser tomadas, e nas relações existentes

entre a escola, a família e o aluno, a fim de possibilitar a aproximação entre todos visando o

bem comum e principalmente a aprendizagem do aluno. De acordo com Salomon (2001) e

Lahire (2004) a família está entre os fatores indicados por estudos como importantes para o

desempenho dos alunos no sentido das formas de relação que são estabelecidas para com a

escola e os professores pelas famílias.

A influência familiar é fator fundamental na aprendizagem dos alunos. Os filhos de

pais extremamente ausentes vivenciam sentimentos de desvalorização e carência afetiva,

gerando desconfiança, insegurança, improdutividade e desinteresse, sérios obstáculos à

aprendizagem escolar. Ao contrário, quando a criança ou o adolescente possui bons vínculos

familiares, estrutura familiar formada emocional e financeiramente, quando os pais passam a

acompanhar frequentemente o processo de aprendizagem, intensificando as relações com a

escola e os professores, esses sujeitos tendem a possuir melhor desenvolvimento e

desempenho escolar.

CONCLUSÃO: Mediante o exposto, conclui-se que o apoio da família na educação dos

filhos é fundamental, levando tanto ao sucesso quanto ao fracasso escolar. As relações

estabelecidas entre a família e o aluno e a família e a escola são determinantes para esse

sucesso ou fracasso. Sendo assim, para combater o fracasso escolar, é necessário que haja a

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interação de todos no processo de ensino aprendizagem do aluno, que a família passe a

acompanhar mais esse processo e a escola abra espaço para as famílias participarem

ativamente das decisões e ações que envolvem a vida escolar da criança.

No que diz respeito ao fracasso escolar, percebe-se um jogo onde ora se culpa a

criança, ora a família, ora uma determinada classe social, ora todo um sistema econômico,

político e social. Mas será que existe mesmo um culpado para a não-aprendizagem? Se a

aprendizagem acontece em um vínculo, se ela é um processo que ocorre entre subjetividades,

nunca uma única pessoa ou instituição poderá ser culpada em sua totalidade.

REFERÊNCIAS

GLORIA, Dilia M. A. A prática da não-retenção escolar na narrativa de professores,

alunos e familiares. Dissertação (Mestrado em Educação). Pontifícia Universidade Católica

de Minas Gerais, 2002.

SALOMON, Maria L. O. Alguns mecanismos de produção de percursos escolares

acidentados nos meios sociais favorecidos. Dissertação (Mestrado em Educação). Pontifícia

Universidade Católica de Minas Gerais, 2001

SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de

aprendizagem. 6Ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

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JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO BRASILEIRA: ANÁLISE COMPARATIVA COM OS CASOS CHILENO E ARGENTINO1

Isabelle Maria Matos da Rocha de Mancuso

2

Jessele Mendes Damasceno3

Lidiane Nascimento Leão4

RESUMO: A justiça de transição é fundamental para a consolidação da democracia, bem como respeito e

garantia de direitos humanos. Diante disso, o objetivo geral da presente pesquisa foi analisar a justiça de

transição no Brasil com ênfase na importância da experiência brasileira no processo de redemocratização da

América latina. Assim, como objetivos específicos, buscou-se realizar uma análise comparativa da experiência

brasileira com os casos de justiça de transição do Chile e da Argentina; e, discutir o processo pelo qual cada um

desses países passou para garantir que as atrocidades dos governos totalitários do fim do século não voltassem a

se repetir e para que o povo resgatasse a confiança no Estado Democrático de Direito. Dessa forma, percebeu-se

que apesar da América latina haver enfrentado obstáculos semelhantes para a consolidação de uma justiça de

transição, o Brasil apresentou um desvio significante em comparação ao Chile e à Argentina, não tendo

apresentado as respostas necessárias à estabilização de um Estado Democrático de Direito.

PALAVRAS-CHAVE: justiça de transição, américa latina, direitos humanos.

INTRODUÇÃO: Justiça de transição não é um tipo especial de justiça, mas uma maneira de

abordá-la em tempos de transição de uma situação de conflito ou de repressão normalmente

protagonizada pelo Estado. Na tentativa de alcançar a responsabilização e reparação das

vítimas, a justiça de transição dá a elas o reconhecimento dos seus direitos, promovendo a

confiança do povo e o reforço do Estado de Direito5. Segundo Rubilar (2012, p. 14) umas das

características próprias da justiça de transição é seu constante dilema entre justiça e paz. Para

este autor, a complicada tarefa de conseguir o correto balaço entre ambas se pode lograr por

meio do uso do chamado teste de proporcionalidade. Este teste, que tem sido muito debatido

por estudiosos e profissionais, incluindo os das Nações Unidas, refere-se ao refinamento para

aplicação de determinadas políticas em função da necessidade (AMBOS, LARGE, WIERDA,

2008, p.3). Quando se cometem violações maciças de direitos humanos, as vítimas têm

direitos, internacionalmente reconhecidos, de ver responsabilizados os autores dos crimes

perpetrados, conhecer a inteira verdade dos fatos e receber reparações, inclusive pecuniárias.

Isso porque, as violações aos direitos humanos atingem não só às vítimas, mas ao conjunto da

sociedade (inclusive levando-se a questionar a efetividade da justiça). Nesse sentido, os

1 Pesquisa desenvolvida no âmbito do Grupo de Pesquisa Juscosmopolita do Programa de Ciências Jurídicas, do

Instituto de Ciências da Sociedade, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). 2 Bacharel em Direito pela UFOPA. Membro do Grupo de Pesquisa Juscosmopolita – UFOPA. Email:

3 Advogada. Bacharel em Direito pela UFOPA. Membro do Grupo de Pesquisa Juscosmopolita – UFOPA. Email:

[email protected]. 4 Professora Adjunta do Curso de Direito da UFOPA. Doutora em Direito pela Universidade de São Paulo (USP).

Advogada. Líder do Grupo de Pesquisa Juscosmopolita – UFOPA. Email: [email protected]. 5 ICTJ. ¿Qué es la Justicia Transicional? Disponível em https://www.ictj.org/es/que-es-la-justicia-transicional.

Acesso em:26/09/2026.

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Estados devem assegurar que as violações não tornarão a acontecer e, consequentemente,

devem procurar a reforma das instituições que estiveram implicadas no fato.

Nessa linha, as sociedades que fecham os olhos para as violações reiteradas, maciças

e sistemáticas de direitos humanos costumam ficar divididas, gerando desconfiança entre os

diferentes grupos e, destes em relação às instituições públicas. Mencionada situação põe em

xeque o compromisso do Estado de Direito com o corpo social e pode levar a uma repetição

dos diversos atos de violência, posto que perpetua a impunidade. Com efeito, a partir dos anos

1970, diversos países viveram experiências de transição: Portugal e Espanha, no sul da

Europa; Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, no Cone Sul; os países socialistas do

Leste Europeu e nações africanas, como a África do Sul. No caso brasileiro, a ditadura militar

teve seu início com o golpe militar de 31 de março de 1964, resultando no afastamento do

Presidente da República, João Goulart, e tomando o poder o Marechal Castelo Branco.

Mencionado período marcou a história do Brasil com a prática de vários Atos Institucionais

que colocavam em prática a censura, a perseguição política, a supressão de direitos

constitucionais, a ausência de democracia e a repressão àqueles que eram contrários ao regime

instalado.

MÉTODO: O método empregado foi o de pesquisa bibliográfica, utilizando como principal

ferramenta o da comparação histórica, pesquisa sobre fatos da história contemporânea das

Américas, em especial da América do Sul e o período das Ditaduras militares e pós-ditadura.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na Argentina, quando a ditadura caiu, logo após a derrota

da Guerra das Malvinas (1982), os militares estavam muito desgastados. A sociedade e as

organizações de direitos humanos conseguiram impor políticas voltadas para a denúncia dos

crimes cometidos pelo regime e para a punição dos responsáveis. Contudo, neste processo, a

Argentina também vivenciou por meio da Ley de Punto Final, de 1986, e da Ley de

Obediencia Debida, de 1987, um debate jurídico e político em torno das conhecidas ―leis de

impunidade‖. Estas leis procuravam respectivamente, paralisar os processos judiciais e

declarar que os militares não graduados não poderiam ser responsabilizados por delitos

cometidos em situação de obediência hierárquica. No ano de 2005 estas leis foram declaradas

inconstitucionais pela Suprema Corte de Justiça do país declarou, isto, após pressão da

sociedade e das organizações de direitos humanos, permitindo novo avanço nas políticas de

verdade e justiça.

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271

A ditadura chilena, a sua vez, foi comandada por Augusto Pinochet, sob a mesma

legenda de resguardo da nação do comunismo. Por volta de 1977 verifica-se o início do

colapso do regime chileno diante da comunidade internacional frente às inúmeras

condenações nas Nações Unidas pelos direitos humanos desrespeitados. Logo após, deu-se

início um processo de transição para a democracia, que culmina com a nova presidência em

1990, mas essa não se deu de forma unívoca ou separada do aparato militar.

Assim como em outros países da América Latina, este processo foi controlado por

meio da Lei de Anistia de 1978, da Constituição de 1980, todas essas medidas

comprometeram a capacidade da sociedade de se envolver nesse processo ativamente. Dessa

forma, a transição foi gradual permanecendo elevados níveis de repressão, contestação e

resistência violenta, porém, já no início do governo democrático foram tomadas medidas

como a comissão oficial de inquérito para esclarecer as mortes e promover ações com o

objetivo de oferecer reparações materiais às famílias e julgamentos para casos não protegidos

pela anistia militar (RONIGER; SZNAJDER, 2004, p. 112). Sobre isto, Roniger e Sznajzer

(2004, p. 167) afirmam que os direitos humanos se tornam tema central para a transição

política para a democracia, contudo a lei de anistia impossibilitou a ação da justiça, deixando

encoberta a maior parte dos responsáveis pelos horrores cometidos na época. Por outro lado,

foram selecionadas medidas simbólicas e investigativas de reparação aos direitos humanos,

visando reforçar o papel da memória para que as ações pretéritas repressivas não viessem a

ocorrer novamente.

Estas medidas simbólicas, apesar de não passar pelos filtros da justiça ―jurídica‖

representam um grande passo para o fortalecimento da memória coletiva. Além disso o

Estado chileno compensou monetariamente as famílias das vítimas por via da Lei de

Reparação (2002), auxiliou financeiramente prisioneiros políticos libertados, reabsorvendo-os

no mercado de trabalho e nos estudos, recompensou funcionários públicos através da Lei de

Exonerados (1993) e auxiliou para o retorno de exilados políticos. A preocupação do governo

após o regime militar era revitalizar, reconstruir, ressignificar e, além de tudo, lutar por uma

cultura de respeito aos direitos humanos. Como supracitado acima, optou-se por diversos atos

simbólicos para conduzir a justiça de transição no Chile, muitos deles através de lugares

(sítios) de memória fisicamente colocados. No governo Michelle Bachelet, os espaços de

memória se tornaram notáveis. Em 2006, a presidente inaugurou uma série de memoriais e

locais recuperados, todos projetos da sociedade civil com certo auxílio financeiro público,

além de declarar oficialmente datas e leis que visassem reparo às vítimas.

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O caso do Brasil apresenta alguns problemas específicos. Na fase final da ditadura

militar, a Lei da Anistia (de 28 de agosto de 1979) representou uma vitória parcial da

sociedade e dos grupos que lutavam pela redemocratização do país e que haviam levado para

as ruas a campanha pela ―Anistia ampla, geral e irrestrita‖. Por outro lado, representou

também uma vitória dos militares e da classe dirigente que aprovou uma anistia limitada,

isentando-os da apuração das responsabilidades e dos crimes cometidos pelas forças policiais

ligadas ao regime. De todo modo, essa lei foi importante para a mudança política do país

porque, apesar das limitações, permitiu a libertação de prisioneiros políticos, o retorno de

exilados e banidos (militantes expulsos do país ou ―trocados‖ pelos diplomatas sequestrados),

a saída da clandestinidade de inúmeros militantes. A Lei da Anistia tem sido invocada para

barrar políticas de verdade e justiça no país. O Supremo Tribunal Federal entendeu que a lei

se aplica também aos agentes do Estado que cometeram os crimes de tortura, assassinato e

desaparecimento de presos políticos durante a ditadura militar.

No Estado brasileiro os procedimentos da justiça de transição começaram a ser

postos em prática no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), dando ênfase à

reparação, e não à apuração de responsabilidades. Além disso, diferentemente da maioria dos

outros países, tem um caráter mais trabalhista do que político. As indenizações são calculadas

a partir do salário que o pleiteante recebia na época em que foi lesado (preso, banido, exilado,

demitido, todos os que foram obrigados a entrar para a clandestinidade). A indenização de

médicos, jornalistas e engenheiros é sempre bem maior do que aquelas recebidas por

operários, lavradores, estudantes e biscateiros etc. Por esse motivo, tais reparações terminam

por reforçar as diferenças de classe e a divisão entre trabalho intelectual e trabalho manual.

Há dificuldades para lidar com a memória, o esclarecimento à população do que

realmente aconteceu, a abertura dos arquivos e a apuração de responsabilidades. O caso da

Guerrilha do Araguaia1 é um exemplo desta dificuldade. Tais dificuldades refletem na

consciência e na opinião dos brasileiros a respeito de um possível retorno dos militares ao

poder. De fato, a partir de entrevistas realizadas com chilenos, argentinos e brasileiros,

Rodrigo Lentz (2012, p. 161-162) apresenta dados no sentido de que em contraposição aos

argentinos e chilenos o percentual de brasileiros que atribuem um conceito ―bom‖ ou ―muito

bom‖ a um governo ditatorial após os anos 2000 é bem maior.

1CIDH. Caso Gomes Lund e outros (Guerrilha do Araguaia) Vs. Brasil Disponível em:

http://www.corteidh.or.cr/cf/Jurisprudencia2/ver_expediente.cfm?nId_expediente=173&lang=en Acesso em: 26/09/2016.

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Diante disso percebe-se a necessidade de publicização dos responsáveis pelas

circunstâncias dos crimes e no consequente julgamento ético e penal dessas violações.

Entretanto, referido princípio, no caso brasileiro, foi colocado como obstáculo à estabilidade

do novo regime democrático. De fato, no Brasil, esse argumento vingou mais que em outros

países, mesmo diante da pressão das cortes internacionais de direitos humanos na América

Latina. Isso porque, surgiu um movimento ou tese sobre uma espécie de ―reconciliação

nacional‖ a qual não se encaixava com a ―abertura de feridas do passado‖, pois provocaria

uma nova fragmentação e conflito interno entre os grupos outrora em enfrentamento

sangrento. As graves consequências disto no Brasil podem ser percebidas até os dias atuais,

onde a instabilidade política e o descrédito da população no regime democrático deve-se ao

déficit de legitimidade das instituições democráticas e, principalmente, a ausência de memória

coletiva sobre os horrores dos governos totalitários. Para resgatar a confiança e para que a

sociedade brasileira pudesse prosseguir, acredita-se que uma efetiva Justiça Transicional

deveria consistir num conjunto de cinco estratégias: 1) investigação e esclarecimento do

passado de violências; 2) julgamento jurídico dos responsáveis; 3) reparação material e moral

dos danos das vítimas; 4) reformas ou extinção das instituições responsáveis pela repressão

política; e, 5) exercício de memória das violações. Mencionadas estratégias não seguem uma

sequência definida e tão pouco se restringem a uma receita ―passo a passo‖, pois devem se

orientam conforme as especificidades de cada país em que forem buscadas e também nas

quais estão imbricadas (MÉNDEZ, 1997; BICFORD, 2004; ICTJ, 2009; ZYL, 2009;

CIURLIZZA, 2009 Apud LENTZ, 2012, p. 152). Entretanto, defende-se que sem a execução

destas estratégias dificilmente haverá uma justiça de transição ampla e efetiva.

REFERÊNCIAS BIBLIORÁFICAS:

AMBOS, Kai, LARGE, Judith, WIERDA, Marieke Building a Future on Peace and Justice

Studies on Transitional Justice, Peace and Development The Nuremberg Declaration on Peace

and Justice. Ed.pringer-Verlag Berlin Heidelberg, 2009.

FICO, Carlos; FERREIRA, Marieta de Moraes; ARAUJO, Maria Paula & QUADRAT,

Samantha. Ditadura e Democracia na América Latina. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2008.

HUNT, Lynn. A Invenção dos Direitos Humanos. Uma história. São Paulo: Companhia das

Letras, 2009.

LENTZ, Rodrigo A justiça transicional entre o institucionalismo dos direitos humanos e a

cultura política: Uma comparação do Brasil com o Chile e a Argentina (1995-2006). – em -

Justiça de transição no Brasil: violência, justiça e segurança [recurso eletrônico] / José Carlos

Moreira da Silva Filho, org. –Dados eletrônicos – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2012.

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274

RONIGER, Luis; SZNAJDER, Mario. A reconciliação nacional e o potencial disruptivo.

In:______. O legado de violações de direitos humanos no Cone Sul. São Paulo: Perspectiva,

2004.

RUBILAR, Rodrigo Andrés Gonzáles Fuente. Los Derechos de la víctima como limite a las

medidas adoptadas em el marco de la justicia transicional: em especial el caso de la amnistía

chilena‖ – em -Justiça de transição no Brasil : violência, justiça e segurança [recurso

eletrônico] / José Carlos Moreira da Silva Filho, org. –Dados eletrônicos – Porto Alegre :

EDIPUCRS, 2012.

SUSSEKIND, Elizabeth (org.). Memória e Justiça. Rio de Janeiro: Museu da República,

2009.

PAUL VAN ZYL – Promovendo a justiça transnacional em sociedades pós-conflito. Pág 38 –

em Revista Anistia Política e Justiça de Transição / Ministério da Justiça. – N. 1(jan. / jun.

2009). -- Brasília : Ministério da Justiça , 2009.

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275

LEVANTAMENTO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM A CULTURA DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PA

Laiane Pereira da Silva

1

Max de Oliveira Jati1

Bruno Vilas Boas de Souza1

Luana Stefanes da Silva1

Gilbson Santos Soares2

[email protected]

RESUMO: O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) constitui-se em um dos principais componentes da

dieta alimentar, nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. Porém, esta leguminosa é susceptível a uma gama de

doenças que podem interferir no desenvolvimento e na sua produtividade. Nesse contexto, o trabalho visa

identificar e relatar doenças que afetam a cultura na região. Como resultados foram identificadas duas doenças: o

crestamento bacteriano comum e o mosaico dourado do feijoeiro. Com a diagnose visual dos sintomas, concluiu-

se que as doenças em questão ocorrem no município e que são necessárias ações de controle para minimizar as

perdas.

PALAVRAS-CHAVE: Feijoeiro, crestamento, mosaico.

INTRODUÇÃO

O feijão-caupi, feijão-de-corda ou feijão-macassar (Vigna unguiculata (L.) Walp.)

constitui-se em um dos principais componentes da dieta alimentar, nas regiões Nordeste e

Norte do Brasil, é uma excelente fonte de proteínas e apresenta todos os aminoácidos

essenciais, carboidratos vitaminas e minerais (EMBRAPA, 2002).

O feijão é um Dicotyledonea pertencente à ordem fabales, família Fabaceae,

subfamilia Faboideae, tribo Phaseoleae, subtribo Phaseolinea, gênero Vigna e a especie Vigna

unguiculata (L.) Walp.

De acordo com OLIVEIRA, A.F.F. de; NASCIMENTO JUNIOR, J. de D.B (2000),

no Estado do Pará, atualmente, cerca de 35% da produção corresponde ao feijão comum, os

outros 65% são de caupi (Vigna unguiculata L. Walp.). Enquanto o caupi é explorado em

praticamente quase todos os municípios paraenses, as áreas plantadas com feijão situam-se em

regiões específicas como o sudeste e sudoeste do Estado, além do Baixo Amazonas.

O Brasil é o maior produtor mundial de feijão com produção média anual de 3,5

milhões de toneladas, (Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento). A EMBRAPA,

(2000), relata que o estado do Pará é responsável pela produção de 2,2% do total produzido

no país e o município de Santarém produz cerca de 19,2 % do feijão produzido no estado,

sendo 11,41% do V. unguiculata.

1 Acadêmicos do curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém ¬ CEUSL/ULBRA

2 Professor MSc. do curso de agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém ¬ CEUSL/ULBRA

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276

A presença de doenças em uma plantação de feijão caupi pode comprometer

seriamente o rendimento da cultura. Por isso é importante conhecê-las de forma a prevenir sua

ocorrência (EMBRAPA, 2011).

Nesse contexto, o presente trabalho objetiva fazer o levantamento das principais

doenças que afetam a cultura do feijão no município de Santarém-Pa.

MÉTODOS: A pesquisa foi realizada na horta experimental do Hospital Regional do Baixo

Amazonas, em Santarém-PA (Figura 1). A área localiza-se nas coordenadas: Latitude: - 02

27‘ 03,51756‖ e Longitude: - 54 42‘ 57,36637‖. O clima dominante na região é quente e

úmido, temperatura media anual de 25º a 28ºC, com umidade relativa média do ar de 86% e

precipitação pluvial média anual é de 1920 mm.

Figura 1. Mapa da localização da área

Fonte: Autoria própria

Na área foi coletado e observado partes da planta, V. unguiculata , como: folhas, caule,

vargem e sistema radicular, a procura de sintomas e sinais de patógenos. Posteriormente,

foram comparadas a doenças já descritas e identificadas no manual de fitopatologia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No local da pesquisa foram encontrados indícios de duas

doenças, sendo elas: Crestamento Bacteriano Comum (CBC) e Mosaico Dourado do feijoeiro.

O Crestamento Bacteriano Comum é uma doença cosmopolita que ocorre na cultura

do feijoeiro, principalmente nas regiões úmidas e quentes do globo (BIANCHINI;

MARRINGONI; CARNEIRO, 2005), pode ser facilmente observada em plantações na região,

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que dispõe de condições climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento. O organismo causal é

a bactéria Xanthomonas campestris pv. phaseoli. A doença ataca toda a parte aérea, mas os

sintomas foram observados principalmente nas folhas e caracterizam-se pela ocorrência de

lesões secas e quebradiças rodeadas por um notável halo amarelo (Figuras 2 e 3)

(BURKHOLDER, 1921).

Figura 2. Folhas com sintomas do

crestamento bacteriano

Figura 3. Sintomas do crestamento

bacteriano comum nas folhas.

Fonte: autoria própria Fonte: autoria própria

Rava e Sartorato (1994) consideram que sua principal forma de propagação é através

das sementes e os restos culturais contaminados servem de fonte de inoculo da doença de um

ano para o outro. Com isso, os principais métodos de controle é a aquisição de sementes de

boa qualidade, eliminação dos restos de cultura e rotação de cultura.

O Mosaico Dourado do feijoeiro é provocado pelo vírus Bean golden mosaic vírus

(BGMV). A mosca branca, Bemisia tabaci, (Fig.4) é o vetor desse vírus. A doença tem se

tornado um problema sério na região devido ao grande aumento da população da mosca. A

cultura da soja, que vem se expandido na região, é a principal responsável pela incidência da

mosca branca na região, já que a soja é uma excelente hospedeira para alimentação e

reprodução do inseto, o que aumenta em importância o estudo e acompanhamento da doença.

Figura 4. Mosca Branca na cultura da couve na mesma área.

Fonte: autoria própria.

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278

Os sintomas iniciam-se nas folhas mais novas com um salpicamento amarelo vivo,

tomando posteriormente todo o limbo foliar ou toda a planta, delimitado pela coloração verde

das nervuras, dando um aspecto de mosaico. Dependendo do cultivar e do desenvolvimento

das plantas na ocasião da infecção, os sintomas podem variar, ocorrendo deformações,

encarquilhamento e redução no tamanho das folhas, vagens e ramos (Figura 5).

Figura 5. Folhas do feijoeiro com sintomas do mosaico.

Fonte: autoria própria

CONCLUSÕES: A partir da realização do diagnóstico visual mediante os sintomas

apresentados pelas plantas, conclui-se, que as enfermidades Crestamento Bacteriano Comum

(CBC) e Mosaico Dourado do feijoeiro ocorrem no município causando danos nas partes

aéreas das plantas e perdas na produtividade. Os agentes causais têm os seus

desenvolvimentos favorecidos na região devido ao clima propicio. Ações de controle são

precisas para minimizar as perdas na produção, como a obtenção de sementes de qualidade,

cultivares resistentes, época de plantio e rotação de culturas.

REFERÊNCIAS

A.BIANCHINI, A.C. MARIGONI, S.M.T.P.G CARNEIRO (Eds.) (2005) Manual de

Fitopatologia. Vol. 2. Doenças das Plantas Cultivadas- Cultura do feijoeiro. 4ª. Ed. São Paulo

SP. Ceres.

BIANCHINI, A; HOHMANN, C.L; ALBERINI, J.L. Distribuição geográfico e orientação

técnica para prevenção do vírus do mosaico dourado do feijoeiro no Estado do Paraná.

Fundação Instituto Agronômico Paraná. IAPAR, informe de pesquisa Nº 42. 3P. 1981.

BURKHOLDER, W. H. The bacterial blight of bean: asystemic disease. Phytopathology, v.

11, p. 61-69,1921.

Cultivo do feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp) / Aderson Soares de Andrade

Júnior ... [et al.]. - Teresina : Embrapa Meio-Norte, 2002. 108 p. : il. ; 21 cm. - (Embrapa

Meio-Norte. Sistemas de Produção : 2).

Feijão-caupi no Brasil : produção, melhoramento genético, avanços e desafios / Francisco

Rodrigues Freire Filho ... [et al.]. -Teresina : Embrapa Meio-Norte, 2011.84 p. : il. ; 27 cm.

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279

RAVA, C. A.; SARTORATO, A. Crestamento bacteriano comum. In: Principais doenças do

feijoeiro comum e seu controle. SARTORATO, A.;RAVA, C.A. (Eds.). Brasília, DF:

Embrapa–SPI.1994. p. 217-242.

YOKOYAMA, L. P. Aspectos conjunturais da produção de feijão. In: AIDAR, H.;

KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L. F. (Ed.). Produção de feijoeiro comum em várzeas

tropicais. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2002. p. 249-292

MAPA, Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento- culturas, feijão. Disponível em:

http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/feijao. Acesso em: 19/10/2016.

OLIVEIRA, A.F.F. de; NASCIMENTO JUNIOR, J. de D.B. Aspectos da cultura do

feijoeiro no Estado do Pará. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2000. 36p. (Embrapa

Amazônia Oriental. Documentos, 70).

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MANIFESTAÇÕES PATOLOGICAS EM ESTRUTURA DE CONCRETO

ARMADO NA CIDADE DE SANTARÉM/PA

Fernando Augusto Ferreira do Valle

1

Heriberto Viana de Sousa 2

Kayna Costa Gregório3

RESUMO: Este artigo representa um estudo de caso de manifestações patológicas em estruturas de concreto

armado na construção civil. O objeto de estudo foi um reservatório de água tratada, localizado na cidade de

Santarém, no estado do Pará. Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica com o intuito de aprimorar os

conhecimentos sobre as características e histórico da estrutura, para a partir daí, se iniciar o estudo ―in loco‖,

principalmente através de alguns ensaios para inspeção com testes químicos (indicador de pH fenolftaleína,

indicador de corrosão ferroxil) e físicos (esclerometria e medição com paquímetro digital). A presença de

dióxido de carbono (CO2), a visível falta de manutenção, as constantes variações de temperatura e umidade

identificadas no local, assim como insuficiência no recobrimento da armadura em aço podem significativamente

ter contribuído para as manifestações patológicas encontradas. O concreto utilizado apresentou, em média, 40

MPa de resistência, faixa de pH entre 8,3 a 9,5, com observação de ocorrência de carbonatação, resultando na

corrosão das armaduras, observada visualmente e nas avaliações das espessuras das barras de aço que, em alguns

pontos, sofreram diminuição de até 75%. Com isso, sugere-se intervenção na estrutura a fim de executar

manutenções corretivas para garantir a vida útil da estrutura bem como o correto funcionamento para qual está

foi projetada.

Palavras-chave: Patologias. Concreto. Aço.

1 INTRODUÇÃO: O setor da construção civil é um dos principais recursos que influencia na

estabilidade econômica do Brasil, uma vez que se tornou um mercado bastante competitivo e

promissor. Por outro lado, o excesso de concorrência pode não ser tão vantajoso quanto se

espera, pois leva o empreendedor a correr certos riscos para que possam oferecer menores

preços e manter-se na disputa. Muitas vezes, para entregar uma obra em menor prazo com

preço abaixo do esperado, o quesito ―qualidade‖ é deixado um pouco de lado, fazendo com

que a edificação apresente inúmeras manifestações patologicas estruturais de maior ou menor

gravidade. Neste ramo as patologias são conceituadas como os danos ocorridos nas

edificações, e podem ser trincas, fissuras, infiltrações, entre outros. As principais

manifestações patológicas ocorrem, principalmente, durante a execução de atividades ligadas

ao processo de construir, seja ele na concepção, execução ou utilização da estrutura.

As patologias por ataques químicos e ambientais às estruturas de concreto podem ter

origem nas falhas de projeto, de execução, uso inadequado e falta de manutenção.

As causas podem ser decorrentes de sobrecargas, impactos, abrasão, movimentação

térmica, concentração de armaduras, retração hidráulica e térmica, alta relação

água/cimento, exposição a ambientes marinhos, ação da água, excesso de vibração,

falhas de concretagem e falta de proteção superficial, entre outros. (MEDEIROS,

Heloísa, 2010, edição 160)

Este artigo aborda a análise de algumas manifestações patológicas ocorridas em

estruturas de concreto armado, embasada em obras bibliográficas e em um estudo de caso

1 Eng. Civil M.Sc Professor no Centro Universitário Luterano de Santarém

2 Engenheiro Civil

3Acadêmica de Engenharia Civil no CEULS/ULBRA

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realizado na cidade de Santarém, no Pará, que observou principalmente a carbonatação do

concreto e a corrosão nas armaduras de um reservatório de água que abastece o bairro da

Nova República, neste município.

2 ESTUDO DE CASO: Com base em estudos bibliográficos, histórico do local e conversas

com moradores da área, iniciou-se o estudo de caso da referida estrutura em que,

visivelmente, se verificou a ocorrência de manifestações patológicas no concreto armado do

empreendimento. Localizado na cidade de Santarém, no Pará, mais precisamente no bairro da

Nova República, a edificação estudada é predominantemente constituída de concreto armado

onde se observam a ocorrência de lajes, vigas e pilares para sustentação do reservatório de

água que abastece a comunidade. A caixa d‘água foi construída em 1989 em forma retangular,

executada em concreto armado. Suas dimensões são 10 m de comprimento, 5 m de largura e 6

m de altura com capacidade total de 160.000 litros. Foram realizadas visitas técnicas ao

empreendimento, entrevistas com moradores, exames visuais para o levantamento das

supostas causas patológicas; registros fotográficos dos possíveis danos na estrutura; coleta de

dados técnicos estruturais do empreendimento, incluindo tentativas de obtenção de dados

junto aos órgãos públicos, ensaios físicos (esclerometria) e químicos (carbonatação e

corrosão) visando avaliar os possíveis danos causados a estrutura. O preparo das soluções

químicas utilizadas foi realizado no Laboratório de Ciências e Tecnologia (LABTEC) do

Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS), acompanhado pela laboratorista e

professora Alessandra Damasceno da Silva.

Figura 1 – Reservatório de Água Tratada do Bairro Nova República

Fonte: Heriberto Viana, 2012.

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2.1 Determinação da ocorrência de carbonatação: A carbonatação do concreto é um

fenômeno em que o concreto fica exposto ao gás carbônico (CO2), fazendo com que o dióxido

de carbono, geralmente em alta concentração, penetre nos poros do concreto e se misture na

umidade encontrada originando assim o ácido carbônico (H2CO3). Esse ácido reage com

alguns dos componentes da pasta do cimento e resulta em água de carbonato de cálcio

(CaCO3). O carbonato de cálcio não deteriora o concreto, porem sua formação consome

álcalis da pasta reduzindo o seu pH. Sua resistência é criticamente afetada, devido à perda de

componentes essenciais, podendo em alguns casos mais severos levar a estrutura ao colapso.

Figura 2 – Localização do Reservatório

Fonte: http://maps.google.com.br, 2012.

Para determinar a profundidade de carbonatação, foram realizadas algumas fraturas

em cada pilar a ser analisado para o reconhecimento das condições do concreto, adicionando

neste processo a fenolftaleína (C20H14O4) em álcool diluído, que serviu como indicador do pH

no concreto. A aplicação do teste de fenolftaleína sobre cimento aparente, não pode ser

diretamente na superfície deste, pois em muitos casos já pode ter sofrido a ação do dióxido de

carbono do ambiente. Esse CO2, penetra nos poros do concreto, diluindo-se na umidade

presente na estrutura, avançando em direção ao interior do mesmo. Quando alcança a

armadura, ocorre a despassivação do aço e este pode se tornar vulnerável para a estrutura.

Logo após a execução da fratura, a fenolftaleína é borrifada no local para entrar em contato

com o material. Desta forma, sua cor é alterada, facilitando a medição da área de

carbonatação da estrutura. A confirmação da presença ou não de carbonatação é feita através

da coloração da solução, se a mesma ficar incolor, significa que o processo ocorreu no

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concreto. Esta se apresenta incolor em soluções ácidas (pH menor que 8,2), sua cor muda a

partir do pH 8,2 até 9,8 ficando rosada e com o pH acima de 10 a cor é o carmim, (COHEN

2008).

2.2 Determinação da ocorrência de corrosão: O processo de corrosão pode ser definido

como a interação destrutiva de um material com o meio ambiente, seja por ações físicas ou

químicas. No caso do aço, a corrosão pode acontecer de duas formas, a corrosão

eletroquímica e a oxidação direta. Na corrosão eletroquímica se dá a formação de células de

corrosão devido à presença de umidade, água ou qualquer solução aquosa na superfície das

barras ou no concreto que a envolve, que possam atuar como eletrólito.

Na oxidação direta, os átomos do aço reagem com o oxigênio, causando uma reação gás-

metal ou íon-metal formando uma cobertura uniforme e contínua de óxido de ferro. Este tipo

de corrosão ocorre lentamente em temperatura ambiente, podendo ser significativa em altas

temperaturas.

Para o ensaio de corrosão nas armaduras, foram feitas algumas fraturas em pilares, e

através de um paquímetro foram realizadas medições nas seções do aço in loco. O aço

utilizado foi o CA-50 de 7/8‖ (22,23 mm) e 1/4‖ (6,0mm) na amarração dos estribos. Porém,

devido ao fenômeno corrosivo caracterizado, houve uma diminuição na espessura do material.

Foi observada uma diminuição regular do metal na superfície corroída. Os locais onde as

armaduras estão expostas evidenciaram através de outras medições a presença de corrosão

nestas. Desta forma foi constatado o processo eletroquímico, que permitiu a identificação de

corrosão na armadura no aço da estrutura.

4 RESULTADOS: Na inspeção visual alguns aspectos sintomáticos das manifestações

patológicas, foram diagnosticados principalmente na base dos pilares, tais como: Armaduras

expostas, fissuração, expansão e diminuição nas seções das barras de aço, lascamento e

destacamento do cobrimento no concreto. No exame detalhado em toda a estrutura do

reservatório, ficou constatado que a área que apresenta-se com maior desgaste são os pilares.

Os ensaios de esclerometria, regulamentado pela NBR 7584 do ano de 1995, demonstraram

que a resistência do concreto aplicado apresenta-se, em média, com 40 MPa de resistência,

com pH entre 8,3 e 9,5, levando em consideração que os locais ensaiados foram lixados para a

preparação do estudo. Na determinação da carbonatação, as áreas em contato com a

fenolftaleína se dividiram entre duas cores: incolor e rosada, com pequena incidência de

vermelho carmim. A área total estudada dos pilares foi de aproximadamente 520cm², sendo

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que deste total, em 61,5% se verificou a ocorrência de carbonatação, caracterizada através dos

resultados dos ensaios. Para verificação dos efeitos da corrosão na armadura, com a utilização

de paquímetro para averiguação das dimensões das barras de aço, os resultados apontam

incidência do processo corrosivo, com significativa perda de secção no diâmetro das barras de

aço. No aço CA-50 de 7/8‖ (22,23 mm) nos pontos de maior incidência do processo corrosivo

foi observada perda de aproximadamente 75% da espessura nos locais com maior ataque. No

aço dos estribos, as perdas observadas foi de aproximadamente 30% de sua secção,

apresentando em alguns pontos espessura equivalente a 4,2 mm de diâmetro.

Figura 3 – Verificação da armadura (a) e observação da carbonatação no concreto (b)

(a) (b)

Fonte: Heriberto Viana, 2012.

5 CONCLUSÃO: Através dos ensaios realizados na estrutura do Reservatório de Água

Tratada, que abastece o bairro da Nova República em Santarém, no estado do Pará, observou-

se a ocorrência de algumas manifestações patológicas recorrentes em estruturas de concreto

armado tais como carbonatação do concreto e corrosão das armaduras. A grande presença de

CO2 (gás carbônico) no ambiente contribui para o surgimento desses problemas, visivelmente

observados no local. Os fatores que mais contribuíram para o aparecimento de processos

patológicos na estrutura foram à variação de temperatura, a umidade do ambiente e a falta de

manutenção no local. Observou-se com maior incidência que as armaduras dos pilares na

região mais próxima ao solo (base do pilar) encontram-se com maior exposição decorrente do

descolamento do recobrimento de concreto causado pelo acelerado processo corrosivo do aço.

Com isso, sugere-se intervenção na estrutura a fim de executar manutenções corretivas para

garantir a vida útil da estrutura bem como o correto funcionamento para qual está foi

projetada.

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6 REFERÊNCIAS

CADORE, W. W. Estudo da Carbonatação da Camada de Cobrimento de Protótipos de

Concreto com Altos Teores de Adições Minerais e Cal Hidratada. 2008. Dissertação

(Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2008.

150 p. Disponível em: <w3.ufsm.br/ppgec/índex.php?option=com_docman&task=doc...>.

Acesso em Setembro, 2016.

FIGUEIREDO, Davi Messias de; BERNARDO, Italo; COSTA, Renato; ARAÚJO, Diones;

FARIA, Thiago; BATISTA, Rafael Duarte. PATOLOGIA DAS EDIFICAÇÕES. Trabalho

acadêmico – Centro Universitário de Formigas (UNIFOR – Minas Gerais), Formigas, 2012.

HELENE, Paulo Roberto Lago. CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA CORROSÃO EM

ARMADURAS DE CONCRETO ARMADO. Tese – Escola Politécnica da Universidade

de São Paulo. São Paulo, 1993.

MEDEIROS, Heloísa. Doenças Concretas. São Paulo: Téchne. 2010.

SANTOS, Silmara Silva dos. Patologias das Construções. Artigo de Pós Graduação –

Instituto de Pós Graduação e Graduação (IPOG). Curitiba, 2013.

SOUSA, Heriberto Viana de. PATOLOGIA EM ESTRUTURAS: ESTUDO DE CASO

DA CAIXA D‟ÁGUA DO BAIRRO DA NOVA REPÚBLICA, SANTARÉM-PA.

Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS).

Santarém, 2012.

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MATEMATICANDO: AS PRÁTICAS LUDICO-PEDAGÓGICAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

Nayara Stefani Soares Rodrigues

1

[email protected]

Paula Cristina Galdino Guimarães2

[email protected]

RESUMO: O presente trabalho é a exposição da experiência de estágio supervisionado em 2013, nas Faculdades

Integradas Ipiranga, e realizado na Escola de Educação Infantil Pequeno Galileu, cujo objetivo geral foi a

promoção da aprendizagem da matemática, com uso de práticas lúdico-pedagógicas. A relevância deste estudo

revela-se pelo fato de que a matemática, como componente curricular, é fundamental no desenvolvimento

acadêmico e social do alunos. A Metodologia utilizada foi a pesquisa-ação, uma vez que além da situação-

problema, buscou-se a solução desta. Verificou-se que as práticas lúdico-pedagógicas contribuem na

aprendizagem da matemática no ambiente escolar. Concluiu-se que as práticas lúdicas, de fato, são instrumentos

capazes de contribuir com a aprendizagem da matemática, desde que sejam realizadas de forma continua e com a

fundamentação teórica adequada.

PALAVRAS-CHAVES: matemática, lúdico, ambiente escolar.

INTRODUÇÃO: O ensino da matemática na educação básica é de fato uma necessidade

essencial ao desenvolvimento cognitivo, bem como para a construção de uma aprendizagem

do aluno. Assim, a importância da criação, por parte das escolas, de estratégias de incentivo

aos alunos ao adentrarem desde os primeiros anos no mundo da matemática é essencial.

Inicialmente é necessário compreender que a aprendizagem, de acordo Vygotsky

(1991), funda-se no fato de que o meio sociocultural é influenciador interno e externo do

desenvolvimento cognitivo do aluno, mas para tanto a escola deve ser como um motor do

desenvolvimento e da boa aprendizagem, por meio de práticas pedagógicas. Neste sentido:

... o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e

põe em movimento vários processos que, de outra forma, seriam impossíveis de

acontecer. Assim, o aprendizado é um aspecto necessário e universal do processo de

desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e

especificamente humanas (VYGOTSKI, 1991, 101).

No mesmo diapasão, Paulo freire traz a seguinte consideração:

Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a

disciplina cujo conteúdo se ensina, [... por que não estabelecer uma intimidade

entre os saberes curriculares fundamentais aos aluno e experiência social que eles

têm como indivíduo? (FREIRE, 1996, p. 17)

1 Graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia, CEULS/ULBRA

2 Professora no Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA e Bolsista Coordenadora de Área no Subprojeto

de Pedagogia do PIBID/CEULS.

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Assim, é óbvio que a matemática está de fato presente no cotidiano de todos e também

estará no dia a dia das crianças, ás vezes, de forma simples e outras, de forma complexa.

Neste sentido, é valido mencionar que o professor é fundamental neste processo de ensino-

aprendizagem, pois, conforme Cerquetti e Berdonneau (1997, p. 4), ―lidar com a matemática é

levar a criança a refletir acerca de suas ações, por isso a função do docente em articular o

lúdico e o educativo, neste caso a aprendizagem da matemática é fundamental‖.

Portanto, a literatura traz o lúdico como o instrumento de conexão do conhecimento

matemático as ações do aluno, ou seja, percebe-se que este proporciona um aprendizado de

mundo, o que por certo pode ser aplicado a matemática, uma vez que "a conduta de viver de

modo lúdico situações do cotidiano amplia as oportunidades não só de compreensão das

próprias experiências como também de progressos do pensamento" (SEBER, 1995, p. 55).

MÉTODO: A metodologia utilizada é a de pesquisa-ação, pois conforme explicita Thiollent

(1986, p. 16), nesta

os pesquisadores não querem limitar suas investigações aos aspectos acadêmicos e

burocráticos da maioria das pesquisas convencionais. [...] Com a pesquisa-ação os

pesquisadores pretendem desempenhar um papel ativo na própria realidade dos fatos

observados.

Ora, este projeto teve por finalidade analisar um uma situação-problema, e aplicar

uma proposta pedagógica que a solucionasse, sendo portanto cabível a utilização da

metodologia acima.

Desta forma, o presente projeto incialmente pautou-se em pesquisa bibliográfica, que

serviu de elemento norteador para a execução de ações práticas. A observação em sala foi

desenvolvida por meio de uma abordagem dialética, pois buscou-se compreender a realidade

observada e desenvolver soluções adequadas.

Assim, o objetivo geral é a promoção da aprendizagem da matemática,

Especificamente buscou-se: compreender, pedagogicamente, a realidade do ensino da

matemática na Escola Pequeno Galileu; inserir práticas lúdico-pedagógicas no ensino da

matemática; sensibilizar a escola acerca da necessidade da continuidade das práticas lúdico-

pedagógicas em sala de aula.

Este trabalho, portanto, realizado no segundo semestre de 2013, em estágio

supervisionado instigou os acadêmicos de pedagogia a desenvolver práticas lúdico-

pedagógicas que coadunassem a realidade educacional e estrutural da Escola Pequeno

Galileu.

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Considerando que o Estágio Supervisionado, para atividade externas, é constituído

de uma carga horária de 60 horas e ainda que a carga horária da disciplina matemática na

turma de 4º ano do Ensino Fundamental da Escola Pequeno Galileu é de 4 horas, houve a

seguinte divisão de etapas:

Levantamento Bibliográfico: 16 hs;

Observação in loco: 16 hs;

Atividades in loco: 16 hs;

Avaliação in loco: 12 hs.

Inicialmente, foram levantadas as referências bibliográficas que versassem sobre os

seguintes assuntos: aprendizagem, matemática, e ludicidade. As escolhas destes devem-se em

razão da temática escolhida, uma vez que para o desenvolvimento de práticas pedagógicas, as

bases teóricas são essenciais.

Com relação a observação in loco, foi solicitado a direção da Escola acesso aos

planos de aula do professor da turma, assim como foi observada a sua aplicabilidade em sala

de aula, e ainda que recursos pedagógicos eram utilizados, bem como as dificuldades que os

alunos apresentavam, inclusive no momento da prova avaliativa. Ressalta-se que a escola não

possuía boa estrutura, não disponibilizava recursos educacionais lúdicos como jogos.

Nas Atividades in loco, foi montada uma feirinha em sala de aula com venda (de

mentira) dos materiais dos próprios alunos, para que os mesmos pudessem comprá-los, ao

longo da aula, com o dinheiro sem valor previamente distribuído. Essa atividade lúdica

contribuiu para a aprendizagem das 4 operações básicas da matemática, assunto que vinha

sendo desenvolvido ao longo do ano, uma vez que instigava os alunos a atribuírem as notas

falsas os valores adequados à compra, venda ou à divisão de alguns materiais.

A avaliação da ação ocorreu de duas formas: na análise das notas obtidas na 4º

avaliação (após as atividades lúdicas), logo, trata-se de uma avaliação quantitativa; e ainda foi

realizada a observação do interesse dos alunos a assuntos voltados à matemática após a

aplicação do projeto-ação, sendo então qualitativa a segunda forma de avaliação.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Das atividades desenvolvidas pela Escola Pequeno

Galileu, com vistas à aprendizagem da matemática, deve-se ressaltar a importância do

planejamento, uma vez que, para identificar as atividades lúdicas que coadunassem com as

necessidades dos alunos, é necessário acompanhar as atividades desenvolvidas em sala de

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aula, para que assim, com fundamentos teóricos, buscar propostas coerentes à realidade

escolar. Desse modo, os aspectos avaliados foram quantitativos e qualitativos.

Do ponto de vista quantitativo, levou-se em consideração os resultados obtidos nas

provas de 3ª avaliação (antes da inserção das práticas lúdicas) e das provas da 4ª avaliação

(após inserção das práticas lúdicas). A evolução das notas foi significativa, a média de 7.1 foi

elevada para 8.5, ou seja, um aumento de cerca de 20% das notas em prova.

Do ponto de vista qualitativo, notou-se maior dinamismo, interesse e participação do

alunato em sala de aula, uma vez que no período de observação dos alunos, não ocorria

manifestações voltadas à matemática. Após a inclusão das atividades lúdicas, os alunos

demonstraram interesse em compreender a matemática, pois conseguiram estabelecer um

nexo entre o conhecimento matemático e o cotidiano.

Acrescente-se ainda que a escola continuou a buscar práticas lúdico-pedagógicas no

ensino da matemática. Portanto, considera-se que os gestores e professores da escola Pequeno

Galileu foram sensibilizados sobre a importância do lúdico na aprendizagem da matemática.

CONCLUSÕES: Considerando que no estágio supervisionado as atividades desenvolvidas

visaram à aplicação de práticas lúdico-pedagógicas na aprendizagem da matemática, deve-se

destacar que o principal desafio foi compreender a cultura educacional da escola, bem como a

estrutura disponibilizada para assim alcançar os objetivos traçados.

Não obstante esse desafio, a experiência obtida neste estágio foi de fato essencial na

compreensão de como o lúdico tem aplicabilidade prática no processo de ensino-

aprendizagem no ambiente escolar, uma vez que este instrumento proporciona o dinamismo

das aulas ministradas.

Ressalta-se ainda que é nítida a necessidade de profissionais da pedagogia

capacitados, do ponto de vista teórico, ou seja, com aprofundamento da literatura pedagógica

nas diversas áreas de atuação; assim como da experiência em ambiente escolar, para que as

atividades realizadas coadunem com a finalidade proposta, que no presente estudo foi a

matemática.

Posto isto, acrescenta-se que é necessário que as instituições de ensino compreendam

a importância da inclusão do lúdico no processo de ensino-aprendizagem, não apenas da

matemática, como das demais competências que o alunato precisa desenvolver, para que

assim a formação do cidadão (estudante) contemple o desenvolvimento de habilidade

cognitivas e sociais.

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290

REFERENCIAS

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SEBER, Maria da Glória. Psicologia do pré - escolar, uma visão construtivista. São Paulo:

Moderna, 1995.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 1.ed. São Paulo: Cortez, 1986

VYGOTSKI, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

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MICROSSISTEMAS DE ABASTECIMENTOS DE ÁGUA NA ÁREA URBANA: NECESSIDADE DE OUTORGA DE DIREITO DE USO. ÁGUA SUBTERRÂNEA – O CASO DO BAIRRO DO MARARU, EM SANTARÉM/PA

Rodrigo Silva Sousa1

Tatianny Campos Matos2

Orientadores: Miguel Borghezan3

Natálya Campos Matos4

[email protected]

[email protected]

RESUMO: O acesso á água potável é direito de todos. Porém, é necessário que haja controle para evitar o seu

uso desordenado. Para isso, a outorga foi definida como um dos instrumentos de controle de uso e qualidade da

água. Foi realizada pesquisa de campo no Bairro Mararu no Município de Santarém/PA, dentro do projeto

coordenado por nosso orientador5, objetivando verificar como funciona o acesso à água potável no local. A

pesquisa agregou informações de campo para os fins deste trabalho sobre a outorga de direito de uso de recursos

hídricos naquela localidade. Deverá ser solicitada a outorga em casos onde não ocorram atividades econômicas?

PALAVRAS-CHAVE: Microssistema de água. Outorga. Usos domésticos.

INTRODUÇÃO: O acesso á água potável é um direito humano fundamental decorrente do

direito à vida e à saúde e da dignidade da pessoa humana. Nas áreas rurais o abastecimento de

água é feito pelos interessados ou por Sistemas Alternativos6 construídos pelo Município. Nas

áreas urbanas o serviço deve ser prestado pelo Município ou por meio do Sistema Público

Central (em Santarém, pela COSANPA - Companhia de Saneamento do Pará), mas não é o

que ocorre por inteiro em nossa cidade. No Bairro Mararu, assim como outros em

Santarém/PA, o abastecimento é feito por sistemas alternativos, microssistemas. Este artigo

tem por objetivo verificar a respeito da exigência de outorga (autorização) do direito de uso de

recursos hídricos7 no caso de abastecimento por microssistema no Bairro Mararu, em

Santarém/PA. Foi realizada pesquisa de campo, dia 16/04/2016. Coletamos dados através de

1Acadêmico do 6° semestre do Curso de Direito do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Pesquisador voluntário de

iniciação científica (PROICT/2016). 2Acadêmica do 3° semestre do Curso de Direito do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Pesquisadora voluntária de

iniciação científica (PROICT/2016). 3 Professor do Curso de Direito e Pesquisador do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Mestre em Direitos

Fundamentais e Relações Sociais. Advogado. Vice-Presidente do FOPIESS. 4 Pesquisadora voluntária no CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Especialista em Direito Constitucional Aplicado.

Advogada com inscrição licenciada. Assessora Jurídica no Ministério Público Federal - Procuradoria da República em Santarém/PA. 5 Trata-se do seguinte projeto de pesquisa, coordenado pelo Prof. Miguel Borghezan: "Principais causas que

impedem o universal acesso à água potável em Santarém (PA), Políticas Públicas e o Judiciário". 6 São destinados ao abastecimento coletivo para fornecimento de água, com captação subterrânea ou

superficial, com ou sem canalização (art. 5°, VII, Portaria do Ministério da Saúde n° 2.914/2011). 7 Recursos hídricos são as águas superficiais ou subterrâneas disponíveis para o uso humano. Neste artigo o

termo recursos hídricos está sendo utilizado como sinônimo de água.

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aplicação de formulário aos administradores da associação de moradores, com a finalidade de

verificar o funcionamento do acesso à água naquele local.

Os Sistemas Alternativos de abastecimento de água incluem os microssistemas e

poços particulares. Em Santarém/PA há grande utilização desses meios alternativos,

destacando-se pela importância social os microssistemas.

É importante que no Bairro Mararu haja moderação e controle do consumo. O uso

desordenado poderá causar desequilíbrio no abastecimento, impedindo o regular acesso desse direito

fundamental a todas as pessoas do bairro. Os controles da utilização de água no Mararu são feitos pela

Associação de Moradores. A Lei n° 9.433/97 estabelece os órgãos responsáveis, as diretrizes e

instrumentos necessários à regulamentação da utilização dos recursos hídricos. Dentre estes

instrumentos encontra-se a outorga (art. 5°, III, Lei n° 9.433/97), entendida como procedimento

administrativo que dá ao outorgado, pessoa física ou jurídica, autorização para uso de recursos

hídricos. Enfatize-se que a outorga confere um direito de uso, razão porque não configura venda das

águas (art. 18, Lei n° 9.433/97). Se necessário, a qualquer momento poderá a outorga ser reduzida ou

até interrompida (art. 15, Lei n° 9.433/97).

A outorga deverá ser solicitada, regra geral, para utilizar a água em atividades econômicas. Por

exemplo, precisam de outorga os que fazem poços para usar a água em atividades agrícolas, pecuárias

ou de piscicultura (art. 12, Lei n° 9.433/97). Sendo águas federais ou estaduais (art. 20, III e 26, I, CF),

a outorga será concedida pelo Poder Executivo Estadual nos casos em que são gerenciadas pelo Estado

(art. 30, I, Lei n° 9.433/97), e pela Agência Nacional de Águas (ANA) quando de domínio da União

(art 4°, IV, Lei n° 9.984/2000). Cabe verificar se, para fins do abastecimento por meio de

microssistema no Bairro Mararu, Santarém/PA, será necessário solicitar a outorga do direito de uso da

água.

MÉTODO: A presente pesquisa é quantitativa e qualitativa. Caracteriza-se como não experimental,

tendo como base a pesquisa de campo com aplicação de formulário para levantamento de dados junto

à Associação de Moradores do Bairro Mararu no Município de Santarém/PA realizada em 16.04.2016,

bem como, pesquisa bibliográfica. Utilizamos como método de abordagem o hipotético dedutivo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O Bairro Mararu fica localizado na área urbana de Santarém/PA,

possui cerca de 2.500 (dois mil e quinhentos) moradores, com aproximadamente 500 (quinhentos)

domicílios, em cada um deles residindo, em média, 5 (cinco) pessoas.

O Poder Público municipal tem obrigação de abastecer com água potável toda a área urbana de

Santarém, conforme estabelecem o art. 30, V, da CF, art. 22 do Código de Defesa do Consumidor (Lei

n° 8.078/90), e art. 10, I, da Lei n° 7.783/89. Essa obrigação foi atribuída à COSANPA em toda a área

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urbana de nossa cidade, por meio de concessão (transferência por delegação) desse serviço público,

nos termos da Lei nº 18.745, de 04.10.2011, do Município de Santarém. Infelizmente o Bairro Mararu,

apesar de estar localizado na área urbana de Santarém, até a data da pesquisa não tinha um só

domicílio abastecido pela COSANPA.

Por este motivo os moradores, através da associação do Bairro, passaram a fazer uso de água

por meio de sistema alternativo, do tipo microssistema (poço tubular com 200 metros de

profundidade), além de poços particulares. Segundo informado (formulário), os moradores do Bairro

preferem essa forma de abastecimento, pois os administradores da associação têm cuidados especiais

com a qualidade da água e a distribuição aos domicílios. Há preocupação de não deixar faltar esse bem

aos moradores, ou seja, 100% (cem por cento) dos domicílios desse bairro recebem água. Ressalta-se

que os gastos relacionados a este microssistema são mantidos pelos usuários. Até a data da pesquisa, o

Município não disponibilizava recursos para auxiliar a manter o adequado funcionamento do

microssistema.

Indagamos se a associação de moradores do Bairro Mararu deve ou não solicitar a outorga do

direito de uso de água subterrânea ao Estado do Pará (SEMAS1), para abastecer os domicílios. Em

geral, as concessionárias (delegatárias) precisam de outorga (art. 12, I, Lei n° 9.433/97). O

abastecimento de núcleos rurais está dispensado de outorga (art. 12, § 1º, I, Lei nº 9.433/97). Sabe-se

que o Bairro deveria ser abastecido pela COSANPA, mas não o é. Logo, a associação de moradores

está substituindo obrigação do Poder Público, sem receber nenhum auxilio técnico ou financeiro.

CONCLUSÃO: Depois de analisar os dados da pesquisa de campo, e relacionar com as normas

aplicáveis, verifica-se que no Bairro Mararu a utilização de microssistema mostra-se necessária. Sendo

o abastecimento feito pela associação de moradores não nos parece ser possível cobrar a outorga do

direito de uso de recursos hídricos, visto que não há oferta pública para a população do bairro utilizar

água nas atividades domésticas. O art. 45 da Lei n° 11.445/07 determina que estão obrigados a utilizar

a água de concessionárias os domicílios urbanos. Isto hoje mostra-se impossível no Bairro Mararu.

Como a situação é extraordinária, devemos no caso equiparar, por interpretação extensiva, a população

urbana sem abastecimento público do Bairro do Mararu aos núcleos rurais. Isto nos parece ser medida

razoável e proporcional, diante das circunstâncias fáticas e jurídicas. Logo, a associação de moradores

do Bairro Mararu está isenta de outorga do direito de uso para utilizar a água no microssistema do

bairro.

1Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) foi criada em 11 de maio de 1988, pela Lei

de nº 5457.

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REFERÊNCIAS

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cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21

da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a

Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Planalto. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm>. Acesso em 09 out. 2016.

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Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de

coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras providências.

Planalto. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9

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________. Lei n. 7.783, de 28 de junho de 1989.Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define

as atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras

providências. Planalto. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br

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_________. Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990.Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá

outras providências.Planalto. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/

L8078.htm>. Acesso em 09 out. 2016.

________. Lei n. 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o

saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de

1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de

11 de maio de 1978; e dá outras providências. Planalto. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em 09 out.

2016.

_______. Portaria n. 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de

controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de

potabilidade. Ministério da Saúde. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis

/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html>. Acesso em 09 out. 2016.

BRASIL. Vade Mecum: legislação selecionada para OAB e concursos. 8 ed. São Paulo: Editora

Revistas dos Tribunais, 2016.

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MULHERES E SINDICALISMO: UMA LUTA DAS TRABALHADORAS RURAIS DO OESTE DO PARÁ.

Marcelino Rodrigues da Silva1

Davia M. Talgatti2

RESUMO: O presente estudo busca investigar o processo de organização das mulheres trabalhadoras rurais em

torno do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais na luta por direitos básicos como previdência,

saúde e educação, além do direito à participação nas esferas de poder dos STTRs. Utilizou-se como metodologia

um levantamento bibliográfico acerca das questões de gênero no campesinato e uma pesquisa de campo em que

a história oral foi utilizada como instrumento de pesquisa e análise. Duas trabalhadoras sindicalizadas foram

entrevistadas acerca das suas participações e percepções do processo de organização e direitos alcançados a

partir daí. Concluiu-se que o processo de organização à nível regional apresentou características similares aos de

outras regiões do país: a igreja católica e ditadura militar são instituições que atuam sobre o processo de maneira

que desencadeiam uma forma organizativa politizada e combativa, que no caso das mulheres, resultou no

fortalecimento da luta sindical como um todo e alcance de direitos como previdência e acesso ao crédito, fatores

que transformam significativamente as relações de gênero no campo. A análise ainda mostra como e em torno do

que as trabalhadoras rurais do oeste paraense se organizam e suas perspectivas de futuro para as mulheres do

campo e da floresta.

PALAVRAS-CHAVE: Mulheres, Sindicalismo, Direitos.

INTRODUÇÃO: No campo, a organização popular em busca de direitos se estrutura com o

sindicalismo a partir da década de 60. As trabalhadoras rurais não eram reconhecidas como

tais pelos sindicatos, elas eram cadastradas como esposas dos sindicalizados e, deste modo,

não lhes era garantida proteção social. O processo de organização feminina no campo foi

amplo e se apresenta com várias facetas. As articulações a níveis nacionais, estaduais e

regionais eram estratégicas para o fortalecimento da luta das mulheres pelo direito à

sindicalização e reconhecimento enquanto produtoras rurais. A marcha das Margaridas, hoje,

é o reflexo de um longo processo de mobilização e é o ápice da luta das mulheres do campo,

onde se reúnem a cada quatro anos para negociar com os governantes as pautas das mulheres

do campo.

A crescente participação das trabalhadoras rurais nos espaços públicos da vida social

no campo tem garantido à elas possibilidades de emancipação e fortalecimento de suas

identidades, além da expansão da produção agrícola familiar. As políticas de fomento à

autonomia econômica no campo expandem os horizontes das trabalhadoras rurais. O acesso

ao crédito, por exemplo, garante à elas autonomia na gestão dos recursos, uma vez que não

dependem mais dos maridos.

O objetivo deste estudo é realizar uma breve análise histórica da participação das

mulheres na construção do sindicato na região oeste do Pará, utilizando como instrumento de

1Graduando em Antropologia pelo Programa de Arqueologia e Antropologia- PAA, UFOPA. E-mail:

[email protected] 2 Pós-Doutoranda UFOPA. E-mail: [email protected]

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pesquisa a história oral, identificando suas dificuldades e desafios na auto-organização e

conquista de direitos.

MÉTODOS: Motta (2009) discute a ocorrência da organização feminina no campo como um

fator que altera as práticas políticas, tanto nos espaços privados, quanto nos públicos das

relações de gênero. São apontadas as estratégias de mobilização e reivindicação do

movimento de trabalhadoras rurais que travaram uma luta por e pelo sindicato. Tais

estratégias refundaram uma maneira de fazer política sindical no campo, agora apoiado pelo

debate das questões de gênero para ser legitimado.

Uma análise da participação feminina no sindicalismo, abordando as conquistas de

direitos é feita por Maria do Socorro de Abreu e Lima. Em um artigo decorrente de um estudo

de caso no sertão, intitulado As Mulheres no Sindicalismo Rural, é apresentada uma análise

histórica das conquistas das trabalhadoras através da organização sindical, bem como as

dificuldades por estas enfrentadas em relação ao machismo presente na vida sindical social do

campo (2006).

Em Heredilda (2006) é apresentado uma análise dos avanços das políticas públicas no

campo e seus impactos sobre as mulheres. A análise aponta a participação feminina no

sindicalismo como fundamental para a conquista de direitos básicos no que diz respeito às

mulheres e ao conjunto de trabalhadores rurais a partir da decorrência de uma modificação

dos papéis de gênero no campesinato. A liberação de crédito para mulheres, por exemplo,

tem possibilitado uma certa autonomia econômica inexistente até o ano de 1985.

Este estudo consiste em levantamento bibliográfico relacionado ao estudo de gênero

no campesinato brasileiro e pesquisa de campo em que foram realizadas entrevistas com duas

trabalhadoras sindicalizadas no STTR Santarém.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O processo de organização sindical tomou formas diversas

pelo país, onde, geralmente, antes da década de 60, adotava-se o assistencialismo como

estratégia de legitimação. A partir deste período, surge na igreja católica a chamada teologia

da libertação, que segundo a trabalhadora Marilene Rodrigues Rocha, foi fundamental para a

percepção e idealização de um novo sindicalismo rural em Santarém:

Aí foi nos anos 80, 70 que foi criado esse... é... tomado o sindicato da mão dos

grandes, que esse sindicato quando funcionava em Mojuí dos Campos eram os

grandes produtores que tomavam conta deles, né? Aí dos anos 76, que surge a luta

de dois padre, de dois seminaristas que eram Geraldo Pastano e Ranouf, aí que eles

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(os trabalhadores) foram entender pra que era mesmo o sindicato dos trabalhadores

rurais. Era pros trabalhadores que viviam da agricultura lá na área rural. E aí foi

uma retomada desse sindicato da mão dos grandes, que chamavam pelegos, né?

Francisca Oliveira dos Santos, de 64 anos, destaca as dificuldades enfrentadas pelo

conjunto dos trabalhadores rurais em seu processo de organização sindical, evidenciando as

problemáticas de gênero e conquistas históricas das trabalhadoras camponesas.

Então, hoje, talvez não se faça mais isso porque as coisas mudaram, né? Era regime

militar, então era linha dura. O que a gente tá conversando aqui, teve uma época que

a gente não podia conversar assim, era escondido. Porque se a polícia pegasse, né, a

mulher se organizando, incentivando as outras a entender que precisava e era

importante ela ser uma sócia e a votar, ia pra cadeia, né? Apanhava da polícia.

O autoritarismo do regime militar é colocado como uma barreira aos trabalhos dos

trabalhadores e trabalhadoras organizados, além disso, a falta de recursos para se

locomoverem por uma região extensa atravessada por rios e florestas foi uma das dificuldades

que as mulheres enfrentaram, como explicita a sindicalista Francisca:

Uma das maiores dificuldades era finanças, né? Era finanças porque, mesmo os

trabalhadores, o trabalhador não falta alimentação- Isso ele não falta- porque ele tem

o arroz, tem o feijão, tem a farinha, tem a galinha... Mas às vezes ele falta dinheiro,

né? Porque não é que nem o assalariado que ganha todo mês o salário. Então isso

dificultou porque a gente não se organizava só na comunidade, precisava sair pra

região ribeirinha, pra outras regiões. A gente dependia de transporte, né? Era difícil,

a gente ‗se rebolava‘ pra poder chegar até lá e as vezes não conseguia chegar

exatamente por causa disso, né?

O que se percebe a partir dos depoimentos é que a Amazônia apresenta algumas

características similares aos processos organizativos em torno dos sindicatos em outras

regiões do Brasil: A igreja e a ditadura se contrapunham em posicionamentos em relação à

luta dos trabalhadores. A organização feminina era reprimida pelas forças coercitivas da

sociedade do campo, mas só foram possíveis através de articulação aos níveis macro e

microrregionais.

Em 1996 é registrada a eleição de Luzia Fátima como a primeira mulher presidente do

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém. A partir de 1998 é definida, após a primeira

Plenária Nacional de Mulheres do Movimento Sindical, uma série de pautas do movimento de

mulheres ao Congresso Nacional da Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da

Agricultura- CONTAG-, em que se destaca a cota de 30% dos cargos nos sindicatos para

mulheres.

O avanço das mulheres no movimento sindical resultou ainda em um amplo leque de

direitos alcançados através de muitas mobilizações em níveis locais e nacionais. A secretaria

das mulheres do STTR- Santarém é um órgão vinculado ao sindicato que é responsável por

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reunir representações das associações de mulheres das nove comunidades abrangidas pelo

sindicato. É atribuição desta secretaria atuar na conscientização e mobilização das

trabalhadoras rurais em volta de pautas como violência doméstica, cooperativismo,

associativismo, produção familiar e saúde da mulher. Além disso atua no desenvolvimento de

projetos de produção com as trabalhadoras que visam captar recursos específicos para

mulheres no campo. Todos estes processos de transformações simbólicas e materiais no

campo garantiram à mulher mais dignidade.

CONCLUSÕES: A luta das mulheres trabalhadoras do campo é relativamente nova, mas já

apresenta conquistas históricas de importância significativa para transformações de relações

de poder e gênero no campo. O processo organizativo das sindicalistas no oeste do Pará é

relacionado à um processo nacional que expõe fatores similares como já discutido acima. O

que se apresenta de novo nesta região é uma relativa força das mulheres que elegeram, ainda

antes de o sindicato ser reconhecido como das trabalhadoras, uma mulher como presidente.

As políticas públicas de fomento à produção das trabalhadoras rurais são resultadas deste

longo processo organizativo das mulheres e demonstram hoje, como é dito por Francisca de

Oliveira, que as mulheres do campo estão se empoderando e transformando as relações de

gênero daquele contexto.

BIBLIOGRAFIA

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Presidente Prudente-SP, nº 8, ano 9, p. 1-28, 2006.

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MOTTA, M. D. B. Mulheres no Sindicalismo Rural: reconfigurando a política. In ANPUH –

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O AGIR EDUCATIVO E CUIDATIVO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE SANTARÉM/PA.

Aldine Cecília Lima Coelho

1

Tânia Suely Azevedo Brasileiro2

[email protected]

RESUMO: Este presente estudo tem como objetivos investigar o agir educativo e educativo do agente

comunitário de saúde (ACS) como articulador da equipe de saúde da família com a comunidade quilombolas,

identificar as ações dos agentes comunitários de saúde na comunidade quilombolas e analisar as formas de

mediação entre saberes presentes nas práticas de educação em saúde. Por meio desse estudo acreditamos ser

possível elaborar instrumentos que favoreçam a melhoria da saúde não somente de uma comunidade

quilombolas, mas também das outras comunidades do baixo amazonas. Para atender os objetivos desta pesquisa

em andamento será adotado uma abordagem qualitativa, com aplicação de grupo focal com os agentes

comunitários de saúde, além de um questionário sociodemográfico que serão analisados por meio da análise

temática. Como esse estudo ainda está em andamento não se tem resultados conclusivos sobre a pesquisa.

PALAVRAS-CHAVE: agente comunitário de saúde; quilombola; educação em saúde.

INTRODUÇÃO: O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é a linha de frente do Sistema

Único de Saúde (SUS) quando se trata de conhecer como está a saúde de uma determinada

população. Através dele se conhece os tipos de enfermidades que a acometem. Segundo Fraga

(2011) para ser um ACS é exigido que ele seja oriundo da comunidade em que vai trabalhar, a

fim de poder contribuir com a equipe de saúde local, devido a facilidade de comunicação e

aceitação em seu meio; trabalhando assim, como integrador dentre: o planejamento, a

realização dos programas de saúde e seus encaminhamentos na comunidade, oferecendo com

maior desenvoltura e credibilidade os serviços disponibilizados pelo SUS. Na qualidade de

conhecedor do ambiente cultural, das condições sociais, seus atores e necessidades locais, os

ACS‘s aproximam-se do usuário que recebem assistência dos serviços de saúde da atenção

básica, com saberes obtidos através dos profissionais de saúde por meio de treinamentos

(saberes científicos) e aqueles oriundos de sua educação sociocomunitário (saberes

populares), eles adquirem e repassam informações prioritárias, criando resultados locais e

regionais que superam os modelos clássicos em saúde até então praticados (CRUZ, 2014).

Deste modo, o ACS torna-se um interlocutor das contradições e dos diálogos entre os saberes

e práticas de saúde, podendo ser visto como facilitador ou entrave nessa mediação. Mediante

o exposto, torna-se essencial conhecer a vivência do agir educativo e cuidativo deste

1 Enfermeira, Mestranda do Programa de Pós Graduação em Sociedade, Meio Ambiente e Qualidade de vida

PPGSAQ-UFOPA. E-mail: [email protected] 2 Pós-doutora em Psicologia (IP/USP). Doutora em Educação (URV/ES). Docente e Pesquisadora no stricto sensu

(mestrados e doutorado) na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Orientadora da pesquisa. E-mail: [email protected]

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300

profissional, a fim de trazer à tona informações consideradas relevantes para o aprimoramento

das equipes da Estratégia de Saúde Da Família (ESF) e também o surgimento de novas

possibilidades na elaboração de modelos opcionais ao treinamento corporativo dos ACS‘s,

como da educação em saúde nas comunidades quilombolas. As comunidades rurais negras

afro-brasileiras, denominadas quilombolas ou quilombos contemporâneos, fazem parte de

uma das grandes questões emergenciais da sociedade brasileira. Ao longo do tempo, essas

comunidades vêm opondo-se às influências externas e lutando pela inclusão social por meio

das ações de atenção integral (VIEIRA; MONTEIRO, 2013). Essa população vive em espaços

comunitários étnicos organizados e ocupa há séculos vários Estados brasileiros. No Oeste do

Pará, mais especificamente na região do Médio Amazonas, antes conhecida como Baixo

Amazonas, encontram-se dezenas de comunidades remanescentes de quilombos. Na Região

do Baixo Amazonas as comunidades quilombolas estão localizadas, na sua maioria, no meio

rural, de acordo com o site ―Terra de direitos: organização dos direitos humanos‖ existem 65

comunidades quilombolas e no município de Santarém estão identificadas nove comunidades,

que se localizam em diferentes espaços socioambientais: quatro na área do planalto

(Murumuru, Murumurutuba, Tiningu e Bom Jardim), cinco na área da várzea do Rio

Amazonas (Arapemã, Saracura, São Raimundo do Ituqui, São José do Ituqui, Nova Vista do

Ituqui) (UCHOA et al., 2014). Diante deste contexto está pesquisa em andamento busca

compreender o agir educativo e cuidativo deste agente comunitário de saúde na comunidade

quilombola para entender como funciona a mediação dos saberes científicos e populares entre

eles para a melhora de sua qualidade de vida.

MÉTODO: Este estudo em andamento adotará uma abordagem qualitativa, com aplicação de

grupo focal com os agentes comunitários de saúde, além de um questionário

sociodemográfico que serão analisados por meio da análise temática.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O ACS é um elo cultural, que dá mais força ao trabalho

educativo, ao unir dois universos distintos: o do saber cientifico e o do saber popular. Não

existe nenhuma exigência de formação específica para este sujeito ao prestar seleção pública e

ao atuar como agente de saúde ficando sob responsabilidade do gestor municipal, a formação

deste profissional (PRESTES, 2014). Trabalhar o agir educativo e cuidativo dos ACS‘s

inserido numa comunidade quilombola pode ser vista com muita riqueza, devido o mesmo

buscar a melhor adequação do seu serviço de saúde na comunidade, tornando-se um indivíduo

representante da concepção da lógica populacional e de seu entendimento sobre a saúde e da

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dinâmica social na comunidade quilombola; visto que os quilombolas possuem sua própria

concepção do que é saúde ancorando-se em suas complexas relações com o meio ambiente e

humano, que envolve a sua cultura, a religiosidade e a situação econômica. Segundo Junges et

al. (2011) a cultura interfere diretamente nas ações de saúde e doença, as representações dos

usuários sobre o modo de enfrentar esse processo são essenciais para as práticas de cuidado,

tonando-se assim, importante entender como os profissionais da saúde reagem frente ao

aparecimento de saberes sobre saúde que não são validados pelo conhecimento científico.

Segundo Melo e Silva (2015) ainda são poucos os estudos realizados na região norte e mais

especificamente no Pará sobre o acesso a saúde e as condições das comunidades

remanescentes de quilombos. Grande parte das pesquisas realizadas identificam as condições

precárias em que os quilombolas vivem e a necessidade de ações mais categóricas no que

tange a segurança social deste grupo. As desigualdades étnico-raciais no Brasil impõem uma

fragilização a minorias como as comunidades quilombolas. Influências indiscriminadas em

âmbito político-social, ambiental, educativos, cultural e de saúde provocam iniquidades e

vulnerabilidade para estas populações, além de disparidades e exclusões que são aspectos

profundamente ligados a outro conceito muito mencionado em saúde, o de vulnerabilidade.

Assim, por vulnerabilidade em saúde entende-se a chance de exposição às doenças, produto

das relações dos indivíduos com o coletivo e o meio onde ele vive (SOUZA, 2014). Com a

realização desse estudo será possível compreender como os ACS‘s realizam suas atividades

na comunidade quilombola, além de gerar conhecimento sobre os aspectos da saúde dessa

população, gerando assim informações sobre possíveis fatores que podem afetar e melhorar a

sua saúde dessa comunidade pesquisada.

CONCLUSÃO: Ainda não concluimos uma conclusão devido o estudo estar em andamento.

REFERÊNCIAS:

CRUZ, G. A. Educação sociocomunitária e o agente comunitário de saúde/Dissertação

(Mestrado em Educação) - Americana: Centro Universitário Salesiano de São Paulo, 2014.

FRAGA, O. S. Agente comunitário de saúde: elo entre a comunidade e a equipe da ESF?

Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Atenção Básica em Saúde) -

Governador Valadares, 2011.

JUNGES, J. R.; BARBIANI, R.;SOARES, N. A.;FERNANDES, R. B. P.;LIMA, M. S.

Saberes populares e cientificismo na estratégia saúde da família: complementares ou

excludentes?. Ciência & Saúde Coletiva, 16(11):4327-4335, 2011.

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MELO, M. F. T.; SILVA, H. P. Doenças crônicas e os determinantes sociais da saúde em

comunidades quilombolas do Pará, Amazônia, Brasil. Revista ABPN- V.7, Nº16, março-

junho 2015, p. 168-189.

PRESTES, J. Educação e Saúde: Cuidado Humanizado e Formação do Agente Comunitário

de Saúde. Dissertação (Mestrado)- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de

Medicina, Programa de pós-graduação em Ensino na Saúde, Porto Alegre, 2014.

UCHOA, I. N.; AGUIAR, W. R.; TAKANASHI, S. Y. L.; GALVÃO, E. F. C. O perfil

nutricional de quilombolas de comunidades de áreas de várzea e planalto e sua relação com

hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia, no município de Santarém-PA. Revista Em Foco-

Ano XI, Nº 22, p. 14-18, 2014.

SOUZA , C. L.. Oportunidade perdida de diagnóstico oportunista para diabetes mellitus em

comunidades quilombolas de Vitoria da Conquista – Bahia. Tese de Doutorado -Programa

de Pós-graduação em Saúde Pública – Área de concentração - Epidemiologia, Universidade

Federal de Minas Gerais 2014.

VIEIRA, A. B. D.; MONTEIRO, P. S. Comunidade quilombola: análise do problema

persistente do aceso à saúde, sob o enfoque da bioética de intervenção. Revista Saúde em

Debate. Rio de Janeiro, V.37, Nº 99, P610-618, outubro/dezembro 2013.

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O CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA DO CEULS VERSUS AS PROBLEMÁTICAS DA EDUCAÇÃO BASICA

Cristiane Karolinny da Silva Mota¹

Nayara Stefani Soares Rodrigues1

Isabel Alcina Soares Evangelista2

[email protected]

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo demonstrar a importância da adequada formação docente no

atual cenário educacional; e especificamente verificar a adequação do curso de Licenciatura em Pedagogia da

CEULS, no enfrentamento das problemáticas da educação básica brasileira. A relevância deste estudo revela-se

pela necessidade de que os cursos de licenciatura em pedagogia apresentem a estrutura curricular necessária para

a formação de docentes aptos a realidade da educação básica, com o fito de que sejam possíveis mudanças

educacionais e sociais. A metodologia é baseada em pesquisa bibliográfica e documental, que possibilitou a

verificação do cenário da educação básica, e a adequação do curso de Pedagogia da CEULS. Concluiu-se que os

cursos de Pedagogia precisam, na teoria e na prática, compreender a realidade educacional brasileira, para que

seja possível a formação de docentes qualificados, e que preliminarmente, na avaliação dos documentos

levantados, considerando principalmente a matriz curricular do curso de licenciatura de pedagogia e as

atividades de pesquisa e extensão, o estudo aponta a adequação do curso ao enfrentamento de diversos

problemas na educação básica.

PALAVRAS-CHAVE: Pedagogia. Educação Básica. Ceuls.

INTRODUÇÃO: A Formação acadêmica é de fato um pressuposto para a existência de um

Pedagogo qualificado. Para tanto, existem diretrizes nacionais para essa formação, as quais

estipulam as condições necessárias para que a formação deste profissional seja adequada as

necessidades do sistema educacional pátrio.

Neste diapasão, as instituições de ensino superior, norteadas pelas diretrizes

nacionais para formação em licenciatura de pedagogia, tem a obrigação de planejar uma grade

curricular e oferecer estrutura capaz de atender os requisitos mínimos para a formação do

Pedagogo.

No que tange a formação do Pedagogo, a legislação atinente ao tema, qual seja o

Resolução CNE/CP 1/06, Instituiu Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de

Graduação em Pedagogia, licenciatura, expõe no art. 2º, §1, que:

Compreende-se a docência como ação educativa e processo pedagógico metódico e

intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as quais

influenciam conceitos, princípios e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na

articulação entre conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos

inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de construção do

conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes visões de mundo.

1 Acadêmicas do curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém -

CEULS/ULBRA 2 Orientadora profª Ms. Curso de Pedagogia CEULS.

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304

No entanto, além de aspectos técnicos, é fundamental ser realizado avaliação do

currículo dos cursos de Licenciatura de Pedagogia e sua adequação aos desafios do atual

cenário educacional, sendo esta a justificativa fundamental da pesquisa.

Assim, o presente projeto objetivou analisar o currículo acadêmico do curso de

Licenciatura de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA,

a fim de verificar os aspectos acima levantados.

MÉTODO: O desenvolvimento metodológico do presente projeto ocorreu da seguinte forma:

O método de abordagem foi o dialético, pois, almeja-se de fato compreender a

adequação do curso de pedagogia as problemáticas da educação básica. No que tange a

técnica de pesquisa, foi utilizada a Bibliográfica e a Documental, sendo válido ressaltar que a

pesquisa bibliográfica foi direcionada ao assunto educação básica (as problemáticas), e a

pesquisa documental foi utilizada pelo fato de que esta pesquisa teve por fito ser inédita, não

havendo, portanto, bibliografia a ser consultada no que tange a Licenciatura em Pedagogia na

CEULS, na seara objetivada.

Assim, o presente trabalho se desenvolveu, na primeira etapa, em pesquisa

bibliográfica acerca das problemáticas da educação básica, e em um segundo momento no

levantamento dos documentos legais e institucionais que subsidiam a analise do curso de

licenciatura em pedagogia da instituição supracitada, e em um terceiro momento foi avaliada

a adequação do curso as problemáticas da educação básica. Por fim, a consolidação dos dados

será exposta em artigo científico.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: No levantamento bibliográfico verificou-se que diversos

fatores influenciam a qualidade da educação básica brasileira, como desigualdade social,

desvalorização da carreira docente, ideário da educação meramente como números

(GHIRALDELLI JÚNIOR, 2006, p. 75), situações estas que demonstram um desinteresse

social e político na educação, ou pelo menos na educação básica de qualidade.

Mostrou-se nítido o fato de que a educação básica possui problemáticas de difícil

solução, considerando que fatores externos ao educar parecem fragilizar o sistema

educacional brasileiro. Das problemáticas identificadas merecem destaques as seguintes:

alfabetização e letramento deficientes; dificuldades em matemática, no que tange as operações

básicas; inclusão superficial de pessoas com necessidades especiais; práticas pedagógicas sem

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embasamento teórico; avaliações inadequadas; ausência de uma efetiva interdisciplinaridade;

alunos indisciplinados e/ou sem interesse na aprendizagem.

Considerando estas problemáticas, a literatura aponta a necessidade da formação dos

pedagogos que sejam profissionais que de fato compreendam a realidade da educação básica

brasileira. Neste entendimento Roitman (2007, p. 121).

[...] desenvolver o espírito crítico e o pensamento lógico, desenvolver a capacidade

de resolução de problemas e a tomada de decisão com base em dados e informações.

Além disso, [a Educação Científica] é fundamental para [...] compreender a

importância da ciência no cotidiano. Ela também representa o primeiro degrau da

formação de recursos humanos para as atividades de pesquisa científica e

tecnológica

Ora, a formação docente, portanto, pautada na educação científica, obviamente sem

estreitar a educação científica as ciências exatas, mas deixando no mesmo patamar as ciências

humanas, que por sua natureza social, possibilitam a ampliação da visão docente, é

notadamente o caminho para uma formação acadêmica adequada.

Ao considerar a diretriz de formação do Pedagogo, as Universidades precisam fazer

da academia um ambiente de conhecimento prático e teórico. Assim, ao analisar a matriz

curricular e as ementa das disciplinas da CEULS/ULBRA, verificou-se o que segue: O curso

possui uma Carga Horária Total de 3296 horas, distribuídas em disciplinas denominadas de

formação de ciclo básico e específico.

Na formação de ciclo básico, notou-se a o direcionamento do acadêmico a

compreensão social geral com as disciplinas de Comunicação e Expressão, Cultura Religiosa,

Sociedade e Contemporaneidade, a ainda de Instrumentalização científica. Importante

mencionar que esse ciclo básico, com duração de 4 semestres ainda incentiva a pesquisa, com

a elaboração de Trabalhos Interdisciplinares que possibilitam o contato do ponto de vista

acadêmico com as problemáticas sociais.

No que tange as disciplinas específicas do curso constatou-se que existe a

preocupação com a formação teórica e prática da pedagogia, havendo direcionamentos a áreas

da formação do pedagogo, quais sejam: Educação infantil, Ensino Fundamental, Gestão

Pedagógica em ambiente escolar e não escolar, Educação Inclusiva, dentre outras.

Quanto projetos de pesquisa e extensão identificou-se o direcionamento a temáticas

voltadas ao desenvolvimento de práticas pedagógicas, que contemplem, por exemplo, o

desenvolvimento do letramento. É válido ressaltar que existem eventos que oportunizam a

apresentação de pesquisas e projetos desenvolvidos, como o Seminário de Trabalhos

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Interdisciplinares em andamento; o Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia; e o

Salão de Iniciação Científica.

Assim, a teoria pedagógica estudada nas disciplinas teóricas, a prática alcançada em

estágio obrigatório, o desenvolvimento e publicação de pesquisas e projetos, possibilitam a

formação do profissional indicado nos normativos pátrios, e acima de tudo parece viabilizar a

formação de pedagogos com grandes habilidades e conhecimento em práticas pedagógicas

adequadas a realidade educacional.

Diante das analises em andamento, não se pode olvidar que o CEULS, tem o

norteamento para a formação de um profissional apto a lidar com os problemas presentes no

sistema educacional, considerando que contempla uma formação teórica e pratica voltado ao

desenvolvimento profissional em diversas áreas da pedagogia.

CONCLUSÃO: Diante dos fatos expostos, é nítido que a educação básica precisa de

profissionais docentes aptos a desempenha a função de educadores diferenciados, capazes de

lidar dificuldades que superam a aprendizagem, que envolvam, portanto, questões sociais,

econômicas, religiosas, dentre outros fenômenos, que marcam a sociedade brasileira desde o

seu nascimento.

Logo, as Universidades precisam não apenas ter a sensibilidade identificar os

fenômenos indicados, mas precisa fazer das suas diretrizes curriculares instrumentos que

aproximem os acadêmicos a realidade fática, como a obrigatoriedade de estágios, exposições,

e pesquisas que tragam a Academia a expertise para formar professores com alta perspicácia

acadêmica e social.

Neste sentido, verifica-se que o curso de licenciatura em pedagogia da CEULS parece

ter de fato, a capacidade de formar docentes aptos a atual sistemática da educação básica, pois

possibilita uma formação teórica e prática da atuação na docência, formando profissionais

dinâmicos.

Por fim, espera-se que a formação de professores seja de fato o fundamento de

existência para as universidades que possuem licenciaturas, uma vez que essa dedicação é

capaz de formar valores profissionais a docentes, e que no exercício da profissão possam

enfrentar e solucionar as dificuldades da educação básica.

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REFERENCIAS

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução n.1, 15.5.2006. Diário Oficial da

União, n.92, seção 1, p.11- 12, 16 maio 2006.

GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. O que é pedagogia . 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 2006.

ROITMAN, Isaac. Ciência para os jovens: falar menos e fazer mais. In: WERTHEIN,

Jorge; CUNHA, Célio da. (Orgs.). Educação Científica e Desenvolvimento: O que pensam os

Cientistas. Brasília: UNESCO, Instituto Sangari, 2005.

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O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Elvira Cleisiane de Sousa Oliveira1

[email protected]

Josane Silva da Gama¹

[email protected]

Paula Cristina Galdino Guimarães²

RESUMO: A presente pesquisa tem por finalidade enfatizar a importância da inserção do lúdico na Educação

Infantil, como meio de contribuição para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças, buscando

proporcionar um maior entendimento do universo lúdico e sua relevância no ensino-aprendizagem. Diante disso,

surge essa pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa, com o intuito de colaborar para que haja ampliação

na compreensão e interesse sobre o tema em questão. Os resultados desta pesquisa apontam que o lúdico na

prática de ensino não deixará de lado a importância dos conteúdos já trabalhados e sim promoverá um melhor

desenvolvimento de ensino-aprendizagem, colaborando para que a criança tenha melhor percepção dos

fenômenos que ocorrem no meio em que ela vive. A ludicidade como prática pedagógica contribui

significativamente no desenvolvimento integral da criança, promovendo assim, a criatividade, a autoconfiança, o

respeito, a interação com o meio em que ela vive, e muitos outros benefícios.

PALAVRAS-CHAVES: lúdico; educação infantil; aprendizagem.

INTRODUÇÃO: O brincar é uma prática muito comum e motivadora no cotidiano das

crianças, pela qual reproduzem o que pensam e entendem, expressando sua visão de mundo,

possibilitando a facilitação de estabelecimento entre o jogo e a aprendizagem. As brincadeiras

fazem parte do dia a dia das crianças, por meio delas as mesmas podem satisfazer, na maioria

das vezes, seus interesses e desejos.

O professor, como fonte mediadora de conhecimento, necessita compreender a

importância que a ludicidade tem na construção do saber, nos aspectos: físico, afetivo,

intelectual e social, para poder propiciar sua valorização na formação do sujeito como um ser

transformador.

Diante disso, a problematização gira em torno de promover divulgação para uma maior

aceitação, convencimento e compreensão da proposta lúdica como uma das responsáveis de

uma educação significativa e, ao ganhar relevância e espaço, jogos, brincadeira e brinquedos,

poderão ser incorporados pelo educador adequadamente, o que enfatiza o valor desse

profissional como ser mediador do ensino.

Assim, o objetivo primordial desse trabalho é enfatizar a importância que as atividades

lúdicas têm na educação infantil como meio de construção de conhecimento e

desenvolvimento da criança. Almeja-se que a reflexão da importância de se trabalhar a

1 Acadêmicos(as) do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA.

² Professora do Curso de Pedagogia, Orientadora do estudo no Trabalho Interdisciplinar de Iniciação à Docência –TIIC.

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ludicidade no processo pedagógico motive o ensino das crianças através da inserção de jogos

e brincadeiras, fortalecendo a aprendizagem das mesmas de forma interativa.

MÉTODO: O método utilizado para fortalecer esse estudo foi pesquisa de cunho

bibliográfico que, de acordo com Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 60), procura explicar um

problema a partir de referencias teóricos publicado em artigos, livros, dissertações e teses. A

pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental no levantamento das informações. Nesta

pesquisa, usamos como foco a importância do lúdico na educação infantil. A coleta de dados

conta com a análise e fundamentação de obras bibliográficas, como livros e arquivos diversos

de internet, embasando-se em leituras selecionadas, permitindo através de reflexões colher

informações úteis para a construção do trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO : A educação lúdica sempre esteve presente em todas as

épocas, sendo de grande importância para a promoção do desenvolvimento do ser humano e

faz parte da vida de qualquer criança. Rau (2012, p. 32) destaca que a ludicidade se define

pelas ações do brincar que são organizadas em três instâncias: o jogo, o brinquedo e as

brincadeiras. Ensinar por meio do lúdico é acreditar que a brincadeira faz parte da vida de

qualquer indivíduo.

Como o brincar é uma ação comum e espontânea na vida das crianças, percebe-se que a

inserção de jogos e brincadeiras de forma pedagógica desperta na mesma o respeito, a

interação e cooperação, criando no meio escolar um espaço de convivência social e de

descoberta de diversas habilidades, contribuindo para uma aprendizagem satisfatória. Ao dar à

criança oportunidade de associar as atividades lúdicas ao que se quer que ela realmente

aprenda e entenda, consequentemente, haverá um enriquecimento na sua formação, pois o

lúdico com fins pedagógicos se torna ferramenta relevante para gerar uma maior evolução no

desenvolvimento infantil, podendo ser trabalhado em sala de aula como técnica de

aprimoramento para uma educação de qualidade.

A inclusão da prática do brincar na educação infantil contribuirá para que a criança

passe a ter uma maior compreensão, capacidade e habilidade em perceber, criar e desenvolver

respeito e confiança no outro. Além de colaborar para que se tornem construtores de seu

próprio conhecimento e autonomia. Porém, deve-se considerar a mediação de alguém

experiente, que proponha uma prática prazerosa para despertar o interesse da criança.

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A criança pode ir além do que se acredita ser sua realidade, porque através do brincar

pode-se perceber como elas enxergam o mundo e suas prováveis expectativas de mudança.

Isso ocorre porque, quando brinca, manifesta fatos imaginários e até mesmo vivenciados no

ambiente ao qual está inserida, passando a se conhecer melhor e construindo sua

individualidade. Segundo os atores Marinho, Junior, Filho e Finck (2012, p. 84), a ludicidade

deve ser um dos principais fatores que contribuem no processo de ensino-aprendizagem, pois

a mesma possibilitará a organização de diferentes conhecimentos, através de práticas que

englobará desafios aos alunos. Isso motivará a criança em querer aprender, pois será algo que

lhe dará prazer, sendo que o processo de aprendizagem será feito por meio de desafios

constantes.

Por meios das atividades lúdicas, a criança se expressa espontaneamente, uma vez que a

mesma passa a explorar o ambiente e os materiais utilizados, pondo em prática sua

imaginação. A brincadeira é um ótimo recurso facilitador da aprendizagem e não deve ser

vista apenas como uma distração para o aluno, já que auxilia no seu desenvolvimento

intelectual, mental e físico, fazendo com que eles aprendam a vivenciar a realidade de fato.

Para que essa prática pedagógica seja de fato complementar no aprendizado da criança,

ressalta-se a participação ativa do educador, pois é ele que vai direcioná-la, facilitando a

promoção da habilidade de aprender e pensar do educando. Rau (2012 apud Duprat 2014, p.

6) destaca que o uso do lúdico como uma prática pedagógica não pode ser uma atividade

pronta e acabada que é retirada de um livro, ela requer uma ação pedagógica por parte do

educador, tendo um envolvimento com o conteúdo que será aplicado. O professor deve está

atento à organização do espaço, na escolha do material para as atividades e principalmente

nos interesses e necessidades dos alunos.

O professor é a peça fundamental no processo de aprendizagem, o qual deve propor

regras que permitam aos alunos criarem os limites a fim de motivá-los frente à agilidade,

individualidade, iniciativa e autonomia. Ele deve comprometer-se na modificação e

transformação do conhecimento por meio da interação com os alunos, criar espaços,

disponibilizar materiais e participar das brincadeiras, sendo mediador da construção do

conhecimento. Moyles (2002, p.43) destaca que:

O papel do professor é o de garantir que, no contexto escolar, a aprendizagem seja

contínua e desenvolvimentista em si mesma, e inclua fatores além dos puramente

intelectuais. O emocional, o social, o físico, o estético, o ético e o moral se

combinam com o intelectual para incorpora um conceito abrangente de

―aprendizagem‖. Cada fator é interdependente e inter-relacionado para produzir uma

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pessoa racional, com pensamento divergente e capacidade de resolver problemas e

questionar em uma variedade infinita de situações e desempenhos. O nível desta

operação, é claro, depende dos relacionamentos idade/estágio de desenvolvimento e

de experiência.

Apesar da importância que as atividades lúdicas têm na construção do conhecimento,

muitos educadores precisam desenvolver a capacidade de reconhecer o valor do lúdico na

formação do sujeito. Mas, para aplicação dessa ação, esses profissionais devem planejar e

organizar suas atividades, não deixando de levar em conta o espaço a ser trabalhado. Deve dar

tempo para que as atividades sejam assimiladas, oportunizar a participação de todos,

observando o limite de cada um, participar caso a atividade executada exija.

A utilização do lúdico se torna necessária para a compreensão do funcionamento dos

processos cognitivos, a forma como a criança aprende, permitindo que a mesma se expresse

de maneira livre, espontânea e agradável. Além de facilitar a criação do vínculo entre o

professor e a criança e das crianças entre si, essa relação interpessoal faz com que haja uma

diminuição a possíveis resistências com relação à atividade.

Através das atividades lúdicas a criança pode desenvolver a autoestima, confiança em

si, cooperação e a criatividade, pois mostra o seu mundo interior e passa a aprender fazendo,

experimentando e aprimorando suas habilidades. O brincar também proporciona a criança

momentos de afetividade e ligação entre ela e o aprender, tornando a aprendizagem formal

mais prazerosa, unindo a satisfação ao interesse do aluno.

A partir do momento em que o lúdico passa a ser aceito e valorizado nas escolas, as

mesmas estarão auxiliando na formação de um bom conceito de mundo, onde se estimula a

criatividade e se respeita o direito dos indivíduos, prescrevendo um clima harmonioso e

aceitando o novo. A inserção de brincadeiras, jogos, atividades interativas na educação

infantil é algo que favorece o caminho da criança na escola e na sociedade. Por isso que o

lúdico é de estrema importância para o desenvolvimento dos alunos, por ser uma necessidade

da criança que utiliza das brincadeiras para vivenciar situações.

CONCLUSÃO: No decorrer desta pesquisa, procurou-se evidenciar e refletir sobre a

importância de se trabalhar com atividades lúdicas na educação infantil, sendo um caminho

positivo na apresentação de conteúdos, compreendendo sua significação. Foi evidenciado

também o papel que a ludicidade tem no desenvolvimento da criança.

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312

Quando o ensino dos conteúdos é promovido de forma dinâmica, obviamente, o

educando se sentirá mais atraído em querer aprender e explorar intensamente aquilo que está

sendo proposto. Será algo natural, onde ele não se sentirá obrigado a fazer a atividade

proposta pelo professor, já que a mesma será algo de seu interesse e que lhe dará prazer.

Assim o mesmo terá uma aprendizagem mais significativa. Além de contribuir para a

formação de indivíduos autônomos e construtores de conhecimento.

Se a importância do lúdico for compreendida de maneira clara e aplicada

adequadamente, essa prática poderá contribuir grandemente na melhoria da educação, seja na

formação crítica dos indivíduos ou construção de valores. Para que isso ocorra é necessário

que o professor, que é a peça fundamental na educação, promova ações facilitadoras de

aprendizagens que a ludicidade possui. É importante que o educador compreenda a

importância de se trabalhar com o lúdico em suas práticas pedagógicas.

REFERÊNCIAS

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia

Científica. Ed. 6. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

DUPRAT, Maria Carolina. Ludicidade na educação infantil. São Paulo: Pearson Education

do Brasil, 2014.

MARINHO, Hermínia Regina Bugeste; JUNIOR, Moacir Ávila de Matos; FILHO, Nei

Alberto Salles; FINCK, Silvia Christina Madrid. Pedagogia do movimento: Universo lúdico

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Artmed Editora, 2002.

RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A Ludicidade na educação: uma atitude pedagógica.

Curitiba:InterSaberes, 2012.

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O PAPEL DA LITERATURA INFANTIL NO DESENVOLVIMENTO DA LEITURA NOS ANOS INICIAIS

Ingrid Sabrina Monteiro Pinheiro1

Thaís Rocha Rêgo¹

[email protected]

[email protected]

Paula Cristina Galdino Guimarães2

RESUMO: A pesquisa objetivou investigar o papel da literatura na formação do leitor nos anos iniciais, período

que é fundamental no processo de aprendizagem da criança, nele a criança constrói sua identidade, seus valores e

conhecimentos. Para obter informações sobre o tema, utilizou-se a pesquisa de cunho bibliográfico que nos

possibilitou coletar informações para fundamentar o estudo. Verificou-se que a literatura infantil contribui para o

desenvolvimento da leitura, além de despertar no aluno a imaginação, a criatividade e o conhecimento

linguístico, desenvolvendo a reflexão, a criticidade, a autonomia e sua leitura de mundo. Concluiu-se que, longe

de ser entretenimento, a literatura contribui para formação do aluno/leitor, possibilitando-lhe dominar

sentimentos e conhecimentos provenientes das historias literárias e compreendendo o papel da literatura

enquanto arte e prática de aprendizagem para a formação de leitores competentes.

PALAVRAS-CHAVES: literatura infantil; leitura; criança.

INTRODUÇÃO: A literatura infantil tem papel fundamental na educação, especialmente na

formação do indivíduo leitor. Usar a literatura para estimular o desenvolvimento da leitura

produz na criança mudanças em seu comportamento e aprendizagem, tornando-a mais

criativa, dinâmica, afetiva e dominadora de novos conhecimentos.

A literatura infantil está inserida no ambiente escolar, mas às vezes é usada de forma

equivocada, como algo útil apenas para manter a criança comportada e entretida nas horas

vagas. Formar um leitor competente na sociedade é importantíssimo e a leitura literária

contribui para que o indivíduo construa-se como um ser crítico, reflexivo e que interaja com o

ambiente em que está inserido. Por isso, sentiu-se a necessidade de investigar o papel da

literatura na formação do leitor nos anos iniciais, pois é nesse período que a criança adquire

conhecimentos de conceitos sociais e culturais, e é fundamental compreender a função da

literatura como agente do desenvolvimento da aprendizagem e não apenas como recurso

pedagógico para a alfabetização nos anos iniciais.

MÉTODO: Este estudo está embasado na pesquisa de cunho bibliográfico que é uma fase de

grande importância no levantamento de informações que compõem as ideias deste estudo, Gil

(2006, p.65): ―A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos, [...] reside no fato de permitir ao

1 Acadêmicas do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA.

2 Professora do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém e orientadora do estudo no

Trabalho Interdisciplinar de Iniciação Científica - TIIC.

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314

investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que

poderia pesquisar diretamente‖.

Autores como Teresa Colomer (Andar entre livros: a leitura literária na escola), Nelly

Novaes (Literatura Infantil: teoria análise, didática.), Regina Zilberman (A literatura infantil

na escola), Fanny Abramovich (Literatura Infantil: gostosuras e bobices) entre outros,

contribuíram essencialmente para a fundamentação teórica deste processo de pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A literatura infantil apresenta o fantástico, o mágico às

crianças levando-as a interagirem com a história, mas não é só isso, a literatura infantil tem

uma função maior: ―a literatura preencherá uma função de conhecimento‖ (Zilberman, 2003,

p.46). A literatura desenvolve os conhecimentos linguísticos da criança, além de apresentar-

lhes a realidade de uma forma que a criança perceba, conforme Zilberman (2003, p.25): ―Ela

sintetiza, por meio dos recursos da ficção, uma realidade, que tem amplos pontos de contato

com que o leitor vive cotidianamente‖. Enfim, a literatura deve ser usada para despertar o

interesse dos leitores. Dentro da sala de aula, o professor deve sempre inovar ao apresentar as

histórias, fazendo com que as crianças, além de gostarem do que leem, tenham alguma

aprendizagem.

O desenvolvimento da leitura nos anos iniciais traz ao professor a necessidade de

escolher textos literários que se adequem a faixa etária e que tragam ao aluno conhecimentos

que contribuam para sua formação enquanto indivíduo, explorar as imagens, as cores, a

linguagem e até mesmo os personagens contribui para que este processo tenha mais êxito.

A leitura é um mecanismo que liga o indivíduo com o mundo e a intervenção da escola

nessa pratica se faz necessária, pois a escola proporciona ao aluno maior acesso aos livros

através da biblioteca que é um espaço importante que possibilita maior aprendizagem

Colomer (2007, p.117) afirma que ―é imprescindível dar aos meninos e meninas a

possiblidade de viver, por algum tempo, em um ambiente povoado de livros‖. Ao mesmo

tempo em que literatura revela o poder da arte ela também mostra ao aluno o poder das

palavras formando as histórias, se mostrando como método incondicional na formação de

leitores com maior domínio linguístico.

Para que o processo de formação dos leitores através da literatura nos anos iniciais

corresponda de forma positiva, não é apenas necessário o aluno ter acesso às obras, mas sim

existir práticas, estratégias ou projetos elaborados pela escola ou pelo professor que

proporcione ao aluno maior aprendizagem, oralidade e compreensão sobre si e o ambiente ao

qual está inserido. Como diz Abramovich (1997, p.148), ―... simplesmente colocar a leitura do

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livro infantil brasileiro no currículo escolar não quer dizer nada... Pode-se até estar formando

pessoas com ojeriza permanente pela leitura...‖. Além de se ter planejamentos para o uso da

literatura na sala de aula, também é importante que o professor esteja empenhado em

desenvolver positivamente atividades de leitura, motivando o aluno a se inserir no universo

literário.

CONCLUSÃO: Conclui-se que a literatura infantil contribui para desenvolvimento da

leitura, assim como estimula a imaginação, a criatividade e ao mesmo tempo ensina, visto que

se não tiver aprendizagem, mesmo que seja só o conhecimento linguístico, é mero

entretenimento. A literatura infantil se for bem utilizada pela escola irá despertar o interesse

da criança pela leitura, e uma vez que a leitura vem sendo trabalhada desde a infância, há mais

probabilidades da mesma torna-se um adulto leitor. Deve se ter alguns cuidados para não

utilizar a literatura de forma equivocada como uma forma de manter a criança quieta, mas sim

explorar o que poderá ser trabalhado com ela e a partir dela. Por isso, é fundamental ressaltar

que a literatura infantil vai além de ser entretenimento, ela serve como agente de formação

aprimora e influência a leitura, estimula nas crianças o prazer de ler, além de propiciar à

criança a oportunidade de experimentar sentimentos como saudade, a raiva, a solidão tudo

isso através das historias.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. – São Paulo: Scipione,

1997.

COLOMER, Teresa. Andar entre livros: a leitura literária na escola. [tradução Laura

Sandroni]. São Paulo: Global, 2007.

ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11. ed. São Paulo: Global, 2003.

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O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO LEITOR SOB INFLUÊNCIA DA LITERATURA INFANTIL

Camila Gonçalves Lima da Silva1

Lizi Kiara Vasconcelos dos Reis2

Paula Cristina Galdino de Oliveira3

[email protected]

RESUMO: Formar leitores é um dos maiores objetivos da escola, no entanto não tem sido alcançado como

mostram pesquisas nacionais sobre o percentual de leitores no país. Assim, este trabalho objetivou refletir sobre

a contribuição da literatura infantil na formação do leitor nos anos iniciais do ensino fundamental. Tratou-se,

portanto, de um estudo bibliográfico com estudos aprofundados em referencial literário existente. Os resultados

mostram que a literatura é um dos melhores caminhos de inserção da criança no mundo da leitura emancipadora,

satisfazendo as necessidades humanas imediatas e transcendentes. Assim, é considerada uma ferramenta

essencial na formação de leitores.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura infantil. Ensino fundamental. Formação do leitor.

INTRODUÇÃO: Este estudo parte de resultados das reflexões de uma pesquisa, em

andamento, por meio do qual problematizamos a utilização da literatura infantil na formação

de leitores, utilizada como tema e instrumento primordial neste problema.

A literatura infantil proporciona diversas experiências e desenvolvimento linguístico e

cognitivo para as crianças, permitindo a elas o acesso à leitura e à escrita. Porém, a realidade

em que se deparam as escolas, principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental,

preocupa professores, gestores, pais e a sociedade em geral por não corresponderem aos seus

anseios devido ao baixo índice de interesse pela leitura. Com a necessidade de leitores

proficientes, evidenciou-se uma maior preocupação com relação a esses índices, e nos fez

repensar em estratégias de leitura, na atuação do professor em despertar nos alunos o gosto

pela leitura com vistas na formação de crianças leitoras e de que maneira a literatura infantil

poderá estar contribuindo nessa construção.

As crianças têm lido muito pouco nos dias atuais e isso acaba prejudicando a

aprendizagem, pois quem lê menos tem mais dificuldade de aprender, raciocinar e memorizar

as coisas do que os demais, por isso escolhemos esse tema, para mostrar como as estatísticas

atuais são extremamente agravantes, pois a maioria dos jovens e crianças de nosso país perdeu

totalmente a noção da real importância e magia da leitura. Além disso, há também a grande

preocupação devido às dificuldades de escrita e de aprendizagem, o que acarreta ainda mais

essas dificuldades e as torna bastantes dificultosas em especial para o professor e poderá mais

na frente ocasionar o fracasso escolar.

1 Acadêmica do curso de Pedagogia do Ceuls/ Ulbra – 3˚ Semestre

2 Acadêmica do curso de Pedagogia do Ceuls/Ulbra – 3˚ Semestre

3 Professora – Orientadora do Ceuls/Ulbra

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Conforme índices do IDEB, o baixo desempenho de crianças na questão da leitura

(língua portuguesa) é alarmante, tornado esses indivíduos em jovens e adultos sem o mínimo

interesse pelo mundo literário, com uma escrita e verbalização do idioma que deixa muito a

desejar. O papel do professor é de estimular seus alunos desde os anos iniciais, pois

futuramente nota-se uma grande diferença entre uma criança que se envolve no mundo da

leitura bem cedo do que uma que faz isso tardiamente. Mas como o professor então, pode

fazer para que seus alunos despertem o gosto pela leitura? E como valer-se da literatura

infantil nesses casos? Logo, traçamos como objetivo principal compreender a influência da

literatura infantil na formação de leitores autônomos, através do estímulo à sensibilidade,

criatividade e criticidade. Os objetivos específicos são: analisar a contribuição da literatura

infantil para a formação de leitores e estimular o uso da literatura infantil como elemento

essencial para a formação do leitor nas séries iniciais, visto que, ela norteia esse processo de

formação.

MÉTODO: Foi realizada uma pesquisa de cunho bibliográfico, na qual as respostas se

encontram nos autores: (BRITTO, 2015; JOLIBERT, 1994; ZILBERMAN, 2003; SOARES,

2001); como nosso instrumento de coleta de dados, para sistematizarmos as ideias dos autores

sobre o assunto e assim darmos embasamento aprofundado em nossa pesquisa. Vale destacar

que a literatura infantil compreende diversos autores, tais como: Charles Perrault, Fenélon, Os

Irmãos Grimm e Hans Cristian Andersen e no Brasil, destacam-se: Monteiro Lobato, Ziraldo

e Ruth Rocha. Esses autores buscavam trazer em suas obras um novo modelo de literatura

para o público infantil, permitindo a ela ser facilitadora no processo de formação de novos

leitores, dando vida aos seus gêneros, com enfoque na construção do hábito da leitura em

meninos e meninas.

Utilizar a literatura em sala de aula abre para o professor um amplo ―leque‖ de opções,

é possível trabalhar das mais variadas maneiras, diversificar e unir essas opções com as

práticas pedagógicas de cada professor fará com que se evidencie na escolarização do aluno

transformações futuramente, que lhe possibilitarão autonomia. Nesse cenário, professores e

coordenadores pedagógicos devem atuar em sintonia, assegurando que o trabalho com a

literatura infantil aconteça de forma dinâmica, por meio de práticas docentes geradoras de

estímulos e capazes de influenciar de maneira significativa o desenvolvimento de habilidades

orais, leitoras e escritoras. É a partir dessa relação entre leitura e necessidade que surge a

importância de se criar condições para que as crianças manifestem o desejo e a necessidade de

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ler, mostrando a elas a relevância da leitura e suas várias funções. Ressaltando aqui, que a

adequada escolarização da literatura é aquela que conduz às práticas de leitura que ocorrem

no contexto social (SOARES, 2001) e, por isso, as atividades de leitura literária devem ser

planejadas de maneira a contemplar tal afirmativa. Assim, cabe ao professor, proporcionar à

criança atividades que envolvam livros literários, de modo que seja instrumento para a

formação do leitor autônomo e não um pretexto apenas para o ensino gramatical, dando de

fato a literatura infantil seu caráter formador.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: A intenção em formar leitores de qualidade para a

sociedade é responsabilidade maior do professor, e há muitas formas de compreender a

expressão ―ser leitor‖, dependendo da perspectiva que se oferece à pergunta, mas uma

definição primeira, da qual não se pode escapar, é a de que leitor seria aquele que sabe ler e

que lê com certa frequência para estudar, para informar-se, para conhecer, experimentar vida,

e fazer coisas. (BRITTO, 2015). O professor deve ater-se às práticas de leitura, trabalhando

em cima das necessidades maiores desse problema, já que ele ainda é um dos causadores do

fracasso escolar. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, o fracasso escolar está

associado diretamente com a leitura e a escrita, pois a maioria dos educandos não tem o hábito

da leitura e a opção por este tema se deu diante da necessidade de conhecer e aprofundar na

problemática da falta de incentivo para a formação de novos leitores nas séries iniciais.

O incentivo à leitura inicia-se desde a infância, quando ainda seus hábitos estão

começando a se formar. Ao contrário do que muitos pensam, não compete apenas à escola

incentivar o hábito pela leitura, é responsabilidade de todos que estão ligados diretamente

com a educação, principalmente a família. A escola, através de projetos que envolvam a união

dos pais, da comunidade, e empresas que tenham interesse em investir na educação, podem

juntos seduzir o leitor.

Para que o aluno possa chegar a uma compreensão e ao aprendizado ou até mesmo a

condição de se ler por prazer, o caminho que se deve traçar é a aplicação de estratégias

pedagógicas que tem o papel de facilitar a leitura de qualquer texto, contribuindo para a

formação de leitores autônomos. Dentre as muitas estratégias de leitura podemos citar: a

mediação de leitura, contação de histórias, o uso da música para se trabalhar textos, cantinho

da leitura, recitação de poesias etc... O professor deve ter em mente todas elas, assumindo

papel transformador dentro de sala. Muitos professores, por se sentirem despreparados para

abordar o texto literário em sala de aula, não ofertam a seus alunos a literatura infantil e,

assim, deixam de lado a necessidade de se estabelecer um diálogo entre literatura e prática

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pedagógica. Essa é uma prática equivocada, pois ―o fato de a literatura infantil não ser

subsidiária da escola e do ensino não quer dizer que, como medida de precaução, ela deve ser

afastada da sala de aula‖. (ZILBERMAN, 1987). Isso significa dizer que o professor em

hipótese alguma deve deixar de lado a literatura infantil, pelo contrário, deve utilizá-la

constantemente, associada às praticas pedagógicas que lhe convêm. E levar em consideração

sua grandiosa importância no contexto escolar, que compreende em ser grande aliada nesse

processo de formação de leitores, pois auxilia no desenvolvimento cognitivo e afetivo da

criança.

CONCLUSÕES: Através deste trabalho, foi possível descobrir a importância da literatura

infantil no contexto escolar, alguns autores que a representam e a visão de alguns outros

autores a respeito de como utilizá-la. Ainda foi possível, verificar qual o real papel do

professor tratando-se dessa questão e como ele pode aliar à literatura as práticas pedagógicas

com vista principalmente a formação do leitor autônomo. Evidenciou-se como utilizar

corretamente o uso da literatura infantil em sala de aula, possibilitando o hábito pela leitura e

sua implantação nos anos iniciais, pois é onde a criança amplia sua capacidade de

compreensão do mundo ao seu redor. É pertinente ressaltar que esse processo de acesso à

literatura requer do docente uma grande gama de conhecimentos. Tudo isso e a melhor

maneira de despertar crianças leitoras cabem ao professor juntamente com o auxílio dos pais,

trabalhar para atrair suas crianças para o mundo da literatura em todas as suas categorias e

dessa forma fazer com que nossas crianças deleitem-se no prazer de ler e tornarem-se leitores

mais eficientes.

REFERÊNCIAS

BRITTO, Luiz Percival Leme. No lugar da leitura: Biblioteca e formação. Rio de Janeiro:

Edições Brasil Literário, 2015.

JOLIBERT, J. Formando Crianças Leitoras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

PARÂMETROS curriculares nacionais: língua portuguesa/Ministério da educação, Secretaria

de Educação Fundamental. – 3. Ed. – Brasília: A Secretaria, 2001.

SOARES, M. A escolarização da literatura infantil e juvenil. 2ª ed., 3ª reimp. Belo

Horizonte: Autêntica, 2011.

ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1987.

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O PROEMI E AS EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS COMO POLÍTICA INDUTORA DA EDUCAÇÃO INTEGRAL EM BELTERRA/PA

Rosane Rodrigues. HISTEDBR-UFOPA 1

[email protected]

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares. HISTEDBR- UFOPA 2

[email protected]

RESUMO: A presente pesquisa encontra-se em andamento, e tem por objetivos identificar e analisar as

experiências pedagógicas da escola estadual de Belterra/PA como política indutora da Educação Integral, tem

como objeto de estudo o Programa Ensino Médio Inovador (Proemi). O estudo é realizado por meio da pesquisa

de campo em uma escola da rede pública estadual da cidade de Belterra que aderiu ao Proemi em 2013. O

desenvolvimento do trabalho ocorre nas seguintes etapas: visita à escola para que sejam observados os registros

das atividades realizadas a partir da implementação do Proemi, e por conseguinte, obtenção dos dados e

documentos necessários a pesquisa; levantamento, seleção e digitalização de informações (fontes documentais e

outras) que possibilitem reconstruir as experiências pedagógicas voltadas para as políticas de educação integral;

e análise das informações obtidas para se chegar a um resultado a respeito dos questionamentos acerca da

temática em estudo.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Integral; Políticas Educacionais; Programa Ensino Médio Inovador.

INTRODUÇÃO : A Educação Integral como uma política de ação estratégica visa garantir o

desenvolvimento integral das crianças e dos adolescentes, nesse sentido, tem recebido

destaque no âmbito escolar.

A temática de educação integral possui respaldo legal no atual Plano Nacional de

Educação (2014-2024), aprovado em 25 de junho de 2014, lei nº 13.005 onde propõe que

50% das instituições públicas de Educação Básica ampliem sua jornada até 2020.

Outro importante instrumento legal criado para o fortalecimento da política de

educação integral para os estados e municípios foi o Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação

(FUNDEB), aprovado pelo Congresso Nacional, através da Emenda Constitucional nº 53, de

19/12/2006.

E, em especial para a rede estadual de ensino, voltada para o ensino médio, foi criado

o Programa Ensino Médio Inovador, instituído pela Portaria nº 971, de 09 de outubro de 2009,

que integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em 2007.

Para desenvolver as atividades do programa, as escolas recebem apoio técnico e

financeiro do Ministério da Educação (MEC), por intermédio do Programa Dinheiro Direto na

Escola (PDDE), a partir da aprovação da Resolução/CD/FNDE nº 31, de 22 de julho de 2013,

1 Acadêmica do curso de Pedagogia cursando o 5° semestre na Universidade Federal do Oeste do Pará –

UFOPA. Integrante do grupo de estudos HISTEDBR/UFOPA. 2 Pós-doutora em Educação. Docente na Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA. Coordenadora

Adjunta do Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil: HISTEDBR/UFOPA.

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321

referente à destinação de recursos financeiros, nos moldes operacionais e regulamentares do

PDDE. Desse modo, o MEC busca dar suporte às escolas públicas dos Estados e Distrito

Federal que aderirem ao Proemi. Estes programas e fundos constituem um importante avanço

na efetivação de uma política de educação básica em tempo integral.

No cenário atual, no que tange a rede municipal de ensino, o Programa Mais

Educação tem sido o principal programa indutor da política de educação integral. O objetivo

do Programa consiste em desenvolver as potencialidades dos alunos, oferecendo-lhes

condições de construir diferentes saberes que vão além do currículo escolar, promovendo um

diálogo entre saberes escolares e comunitários, que possam contribuir para a formação

integral do aluno, oferecendo-lhe conhecimentos necessários para a formação acadêmica e

profissional, atendendo às expectativas dos estudantes e às demandas da sociedade

contemporânea.

No que diz respeito à rede estadual, no Ensino Médio, a ideia de redesenho curricular

propõe atividades integradoras, unindo as dimensões do trabalho, da ciência, da cultura e da

tecnologia, em concordância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio

(Resolução CEB/CNE n. 2, de 30 de janeiro de 2012).

Desse modo, concebe-se que se faz necessário compreender as políticas públicas de

ampliação do tempo escolar na perspectiva da educação integral em Belterra, focalizando a

escola da rede pública estadual, especificamente as experiências pedagógicas indutoras de

políticas de educação integral, a partir do desenvolvimento do Programa Ensino Médio

Inovador (Proemi).

Partindo desses pressupostos, o presente trabalho tem por objetivos: caracterizar a

escola estadual em Belterra/PA que aderiu ao Proemi; registrar e analisar as experiências

pedagógicas voltadas para a educação integral nessa escola a partir da implementação do

Proemi.

MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa de campo desenvolvida em uma escola Estadual da

cidade de Belterra/PA, com o intuito de analisar as experiências pedagógicas desenvolvidas a

partir do Proemi. O critério de escolha de uma escola da rede estadual justifica-se, pois, pelo

fato de no município existir somente uma escola, na zona urbana, pertencente à rede estadual

de ensino, de acordo com dados pesquisados da 5ª Unidade Regional de Ensino. A partir de

informações do Senso 2015, verifica-se que existem 991 alunos matriculados nessa escola.

A pesquisa desenvolve-se de acordo com etapas, que transcorrem de forma integrada,

conforme a descrição a seguir: pesquisa na escola para observação das atividades realizadas

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pelo Proemi; levantamento, seleção e digitalização de informações (fontes documentais e

outras) que permitam reconstituir o histórico da política de educação integral implementadas

pelo Proemi ao longo do período delimitado para o estudo; análise das informações obtidas,

produção de banco de dados e elaboração do relatório.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Conforme demonstrado anteriormente, esta pesquisa

encontra-se em andamento, especificamente no levantamento, seleção e digitalização de

informações (fontes documentais e outras) que permitam reconstituir o histórico da política de

educação integral implementada pelo Proemi ao longo do período delimitado para o estudo.

Espera-se com esta pesquisa contribuir para o registro de atividades voltadas para a

educação integral. Têm-se desse modo, a pretensão de constituir o registro e análises das

experiências pedagógicas voltadas para a educação integral a partir das observações do

Proemi, e evidenciar a temática para a comunidade acadêmica e escolar da rede estadual do

Município de Belterra/PA.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Sabendo que a pesquisa está em andamento é notável sua

relevância mediando os novos debates sobre a educação integral, especificamente no

município de Belterra, que aderiu ao Proemi.

Constatamos que o ensino no âmbito da educação pública brasileira passou por

alterações significativas ao longo de nossa história, em especial, após a aprovação da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). Nesse contexto, compreende-se que

conhecer as ações desenvolvidas em prol da educação de tempo integral é uma condição para

pensar em melhorias na qualidade da educação.

REFERÊNCIAS

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SAVIANI, D. História das ideias pedagógicas no Brasil. 2. ed. Campinas, SP: Autores

Associados, 2008a.

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O RESFRIAMENTO DO CONCRETO EM HIDRELÉTRICAS: A UTILIZAÇÃO DO GELO

Rodrigo Pedroso da Silva1

Tayanne Christina Melo Vieira2

Veronica Solimar dos Santos3

RESUMO: O concreto resfriado e mais indicado para peças com volumes elevados e concentrados, como

paredes de grande espessura, blocos de fundação de barragens, edifícios, obras de arte etc. O resfriamento do

concreto faz com que o calor de hidratação do cimento ocorra mais lentamente e com temperaturas mais brandas

(menos elevadas), minimizando o risco de fissuras na obra. O concreto resfriado é submetido a um processo de

resfriamento no momento da aplicação e a sua temperatura mantida entre 15° e 20° por meio da adição de gelo e

também os agregados devem ser previamente resfriados. E assim a os cuidados que devem ser tomados com o

planejamento, para nada se atrasar ou dar errado na hora da execução, e também temos um exemplo de

hidrelétrica que usou esse método como forma de resfriamento que é o caso de algumas hidrelétricas.

PALAVRAS CHAVES: concreto resfriado. gelo. barragens.

INTRODUÇÃO: O artigo tem como objetivo mostrar a redução das tenções térmicas, através

da diminuição do calor de hidratação nas primeiras horas com a utilização do gelo no concreto

para redução da temperatura inicial que possui a necessidade de reduzir as tensões de origem

térmica internas conforme a NBR 6118:2014 nela destaca-se considerações de concretos do

(fck) resistência característica do concreto, de até 90 (mpa) é uma unidade de medida de

pressão do sistema internacional ―mega pascal‖ requisitos de durabilidade diferenciados onde

precisam de um tratamento mais adequado pois se tem vários fatores envolvidos onde um dos

principais e o alto calor de hidratação interna da estrutura, este procedimento, além de evitar

fissuras, mantém por mais tempo a trabalhabilidade e gera uma melhor evolução da

resistência à compressão. A Usina Hidrelétrica de Itaipu é um exemplo de uma obra, que fez

uso do concreto resfriado para que o processo de resfriamento acelerasse, foi instalada uma

grande fábrica de gelo com uma capacidade de 1.700 toneladas diárias. Segundo Esquivel4,

um dos ensaios de laboratório mais utilizados na análise dos efeitos do choque térmico é

aquele que prevê o resfriamento do corpo de prova, previamente aquecido, com água na

temperatura ambiente, geralmente por imersão. Esse método e eficiente porem para que haja

1 Acadêmico do 6° semestre de Engenharia Civil- Universidade luterana do brasil (ULBRA). E-mail:

[email protected] 2 Acadêmica do 6° semestre de Engenharia Civil- Universidade luterana do brasil (ULBRA). E-mail:

[email protected] 3 Orientadora do artigo e Professora de Engenharia Civil- Universidade luterana do brasil (ULBRA). E-mail:

[email protected] 4 ESQUIVEL, T. J. F. Avaliação da Influência do Choque Térmico na Aderência dos Revestimentos de

Argamassa. São Paulo, 2009. 262 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

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uma diminuição na temperatura térmica interna deve ficar submerso em agua por três, nove e

vinte oito dias e pelo método do concreto resfriado esse processo e mais eficiente pois a

temperatura de lançamento e reduzida, através da adição de gelo à mistura, em substituição

total ou parcial da água da dosagem. A escolha pelo método do concreto resfriado veio pelo

interesse que demonstra a eficiência e a probabilidade de fissuras serem inferior do que o

método mais utilizado que seria a submersão do corpo de prova mesmo que o concreto

resfriado seja utilizado em grandes obras.

MÉTODOS: O estudo constitui-se de uma revisão da literatura especializada, realizada em

abril de 2016, no qual realizou-se uma consulta a livros e periódicos presentes na Biblioteca

Virtual da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). A pesquisa dos artigos foi realizada

em abril de 2016. As palavras-chave utilizadas na busca foram Resfriamento do concreto,

Hidrelétricas.

Os critérios de inclusão para os estudos encontrados foram o uso do gelo no processo

de resfriamento do concreto para hidrelétricas como por exemplo Itaipu. Foram excluídos

estudos que relatavam o emprego de outras modalidades de resfriamento nitrogênio ou água

normal.

Logo em seguida, buscou-se estudar e compreender os principais parâmetros e forma

de aplicação empregados nos estudos encontrados, de acordo com o exemplo de Itaipu, que

foi feita uma fábrica de gelo para se utilizar no concreto. Além da utilização dos artigos,

destaca-se a utilização de normas da ABNT e manuais que foram de extrema importância para

a execução do trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram encontrados 3 artigos e 1 livro nas bases de dados

consultadas que versavam sobre a utilização do gelo como forma de resfriamento do concreto.

O resfriamento do concreto e uma das partes do processo de cura, onde ele minimiza o

fissuramento e a perca da resistência. Segundo Costa1 ―a cura é a fase de secagem do

concreto, na linguagem da construção civil. Ela é importantíssima: se não for feita de modo

correto, este não terá a resistência e a durabilidade desejadas‖. Ao contrário do que se possa

pensar, para uma boa cura não basta deixar o concreto simplesmente secar ao tempo, já que o

sol e o vento o secam imediatamente. É um processo mediante o qual se mantêm um teor de

umidade satisfatório, evitando a evaporação de água da mistura, garantindo ainda, uma

1 COSTA, Mirian de Almeida. Cura [S.I.]: Resposta Técnica, 2010. Disponível em:

http://www.respostatecnica.org.br. Acesso em: 19 abr. 2016, 18:45:23.

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temperatura favorável ao concreto durante o processo de hidratação dos materiais

aglomerantes, de modo que se possam desenvolver as propriedades desejadas.

Christofolli1, afirma que ―o uso de gelo no concreto se faz necessário em obras de

grande porte, como barragens de hidrelétricas ou peças de maior volume – blocos em

fundações ou bases de grandes equipamentos onde há concentração do volume de concreto‖.

E a razão por optar pelo uso do gelo o autor explica que é pelo fato da necessidade de se

reduzir as tensões de origem térmica internas em uma peça concretada, de modo a evitar sua

elevação a uma intensidade que ultrapasse o limite da capacidade resistente e resulte numa

trinca ou rachadura de magnitude que comprometa a integridade estrutural.

Caso o concreto não tenha sido corretamente resfriado, as fissuras poderão ser

percebidas já a partir do segundo dia após a concretagem. Vale ressaltar que nem todas as

fissuras são relevantes. No entanto, mesmo que superficiais, devem ser investigadas. Caso

estejam expostas a ambientes agressivos e atinjam a armadura de aço, devem ser preenchidas

com argamassa polimérica a fim de evitar possíveis danos à estrutura.

Dependendo da dimensão do projeto, é recomendável prever espaço para a circulação

de guindastes de pequeno ou médio porte para o transporte das armaduras até o local onde

será executado o bloco. O aço já chega cortado e dobrado à obra, mas quando são necessárias

grandes dimensões, é praticamente impossível carregá-los para dentro do canteiro. Por isso, o

ideal é prever também um espaço para alocar uma fábrica para cortá-los e dobrá-los conforme

a necessidade de projeto.

Depois de definir o traço mais indicado para cada projeto, o próximo passo será

determinar os gradientes térmicos, ou seja, a evolução das temperaturas do concreto desde o

lançamento até sua estabilização com o ambiente. A evolução das temperaturas do concreto

lançado deve ser acompanhada em obra, com termômetros especiais. A parada não planejada

por falta de concreto no canteiro pode ocasionar problemas de aderências entre as juntas das

camadas de concretagem, o que pode diminuir a vida útil da estrutura da fundação. A logística

e planejamento devem ser elaborados privilegiando a manutenção do fluxo constante e sem

interrupções da concretagem. Mas em cidades como São Paulo, por exemplo, o trânsito pode

atrapalhar esse processo.

1 CHRISTOFOLLI, Jorge. Concreto Resfriado [S.I.]: Cimento Itambé, 2008. Disponível em:

http://www.cimentoitambe.com.br/concreto-resfriado/. Acesso em: 19 abr. 2016, 19:10:30.

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Em obras de grande porte são necessárias logísticas especiais, que podem incluir até a

montagem de uma estrutura para produzir seu próprio gelo como foi o caso da hidrelétrica de

Itaipu que e uma das maiores em funcionamento, Segundo Pinto1.

A usina Hidrelétrica de Itaipu é um exemplo de uma obra, que fez uso do

concreto resfriado. Para que o processo de resfriamento acelerasse, foi

instalada uma grande fábrica de gelo com uma capacidade de 1.700

toneladas diárias. Por tubos enterrados no concreto se bombeava água

gelada. Enterrados no concreto havia também termômetros elétricos, cujos

fios iam ligá-los a mostradores que ficavam instalados externamente, a fim

de poder-se medir com precisão o resfriamento.

Como podemos ler a cura e algo muito importante no processo do concreto, mas

sempre tem as ideias que surgem, como o fato de ser usar o gelo como modo fácil de se

resfriar, mas também pode ser algo difícil se não houver o devido planejamento de uma obra,

podemos ter o atraso das maquinas ou até mesmo erro de dosagem. Mas com devidos

cuidados o uso do gelo e algo muito interessante de se implantar em uma obra de grande

porte.

Baseado nos escritores citados que afirmam o gelo ser essencial nesses procedimentos

em grandes obras, mas deve se ter o cuidado necessário, em lugares a baixo dos 15°C, pois

pode ocorrer um retardamento inicial no concreto como afirma Silva2 ―a reação de hidratação

é um processo exotérmico, ou seja, durante a reação do cimento com a água há liberação de

calor‖. A quantidade de calor liberado é chamada de calor de hidratação e é bastante

importante para a evolução das resistências. Por isso autor diz que, quando trabalhamos em

um ambiente com baixas temperaturas, inferiores a 15°C, ou com água de dosagem do

concreto com temperaturas abaixo de 20°C, geramos o chamado "baixo nível de calor de

hidratação", que causa o retardamento das resistências iniciais‖. Como sabemos o ponto de

fusão de um gelo e 0°C, ou seja, com a água a baixo de 20°C devido a adição do gelo, haverá

o retardamento no concreto, porém será previsto com baseamento da temperatura dos outros

materiais e da temperatura ambiente.

CONCLUSÃO: Obtivemos êxito na revisão aos artigos e publicações encontradas, e

podemos observar que o método de adicionar o gelo no concreto demonstra ser eficaz tanto na

parte da cura, aumentando o tempo de pega do concreto levando uma melhor resistência e

1 PINTO, Tão Gomes. Itaipu. Integração do concreto ou uma pedra no caminho. Barueri: Manole Ltda. 2009.

180 p. 2 SILVA, Daniel Franco da. Cuidados com Concreto [S.I.]: Techne, 2012. Disponível em:

http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/200/artigo301305-1.aspx. Acesso em: 19 abr. 2016, 19:30:50.

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plasticidade, além de ser algo bastante utilizado em grandes construções, mesmo sendo

observado resultados significativos, o concreto resfriado necessita de um cuidado rigoroso e

agilidade com seu manuseio, os artigos encontrados demonstraram que esse tipo de

procedimento e de suma importância em grandes obras pelo fato de se trabalhar com (fck), de

alta resistência, onde esse método e o que melhor possui resultado se tratando da redução das

tensões de origem térmica internas, com o exemplo do uso desse tipo de resfriamento do

concreto, em uma usina hidrelétrica como a de Itaipu, podemos observar no artigo encontrado

que o cuidado já mencionado da temperatura externa que deverá haver o controle do

resfriamento entre 15°C a 20°C foi superado na execução da mesma.

REFERENCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014. Projeto de estruturas de

concreto; NBR 6118. Rio de Janeiro: ABNT.

CHRISTOFOLLI, Jorge. Concreto Resfriado [S.I.]: Cimento Itambé, 2008. Disponível em:

http://www.cimentoitambe.com.br/concreto-resfriado/. Acesso em: 19 abr. 2016, 19:10:30.

COSTA, Mirian de Almeida. Cura [S.I.]: Resposta Técnica, 2010. Disponível em:

http://www.respostatecnica.org.br. Acesso em: 19 abr. 2016, 18:45:23.

ESQUIVEL, T. J. F. Avaliação da Influência do Choque Térmico na Aderência dos

Revestimentos de Argamassa. São Paulo, 2009. 262 f. Tese (Doutorado em Engenharia

Civil) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

PINTO, Tão Gomes. Itaipu. Integração do concreto ou uma pedra no caminho. Barueri:

Manole Ltda. 2009. 180 p.

SILVA, Daniel Franco da. Cuidados com Concreto [S.I.]: Techne, 2012. Disponível em:

http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/200/artigo301305-1.aspx. Acesso em: 19 abr. 2016,

19:30:50.

VIEIRA, Luiz Prado. Tecnologia do Concreto no Projeto e Construções de Usinas

Hidrelétricas Brasileiras, São Paulo, v. 63, 124 p, set. 2011.

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O SISTEMA EDUCACIONAL E O FRACASSO ESCOLAR

Elvira Cleisiane de Sousa Oliveira1

[email protected]

Emailer Marta Dias Silva1

[email protected]

Ingrid Sabrina Pinheiro Monteiro1

[email protected]

Josane Silva da Gama1

[email protected]

Thaís Rocha Rego1

[email protected]

Narelly Tavares Rodrigues2

RESUMO: Esta pesquisa objetivou evidenciar as políticas e programas que são destinados à educação brasileira,

destacando o papel do sistema educacional e sua contribuição que influencia positiva ou negativamente para o

fracasso escolar. Utilizou-se a pesquisa de cunho bibliográfico para a coleta de informações aqui evidenciadas.

Verificou- se então que todas as leis e programas em vigor para a educação não estão sendo suficientes para

garantir e contribuir na melhoria do ensino. Notou-se que geralmente o sistema educacional não dá muita

assistência a educação, pois as escolas, principalmente públicas, apresentam muitas falhas perante o ensino, tanto

em suas estruturas, metodologia de ensino ultrapassada, falta de motivação dos alunos, ausência de recursos

pedagógicos e a falta de acompanhamento da família na escola. Conclui-se que para tentar diminuir os índices de

fracasso escolar é preciso que cada organização, sistema escolar e indivíduos mudem sua forma de pensar e agir

na prática educacional.

PALAVRAS-CHAVE: sistema educacional; fracasso escolar.

INTRODUÇÃO: Ao longo do tempo notam-se grandes transformações e expansão no

sistema educacional de ensino, o que resultou em um crescimento significativo do número de

pessoas com acesso a escolarização. Porém essa evolução ainda é seguida por muitas

dificuldades no que se refere à qualidade e eficiência, não sendo o suficiente para dar

igualdade de oportunidade para todos os cidadãos.

O estudo apresentado destaca ao sistema educacional e algumas políticas que propõem

fortalecer a melhoria e elevação do nível educacional de forma cognitiva, as quais tem a

finalidade contribuir para a redução do fracasso escolar.

Atualmente o sistema educacional regular configura a educação básica da seguinte

forma: educação infantil, o ensino fundamental e médio, tem ainda a educação superior

organizada em graduação e pós-graduação. A legislação educacional vigente destaca que os

munícipios são responsáveis pela educação infantil e o ensino fundamental e o Estado e

Distrito federal deve atuar no ensino fundamental e médio. Já o Governo Federal tem o papel

redistributiva e supletiva, ou seja, ele deve dar assistência técnica e financeira aos Estados, ao

distrito Federal e aos Municípios, sendo responsável também em organizar o sistema

1 Acadêmicos(as) do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA.

2 Professora do Curso de Pedagogia, Orientadora da Pesquisa.

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educacional superior. Tem também a educação formal, que é a educação especial, a educação

de jovens e adultos e a educação profissional.

Tendo em vista que o Brasil possui inúmeras variáveis leis que garantem direito à

educação. Surge a questão: Porque o fracasso escolar ainda persiste na sociedade atual?

Tendo em vista que a sociedade contemporânea está vivendo a era da tecnologia, no qual

existem meios e mecanismos que podem contribuir no processo de ensino e aprendizagem.

Diante disso, sente-se a necessidade de estudar os fatores norteadores que contribuem para

que isso ocorra.

MÉTODO: Este trabalho tem como foco, evidenciar as políticas públicas vigentes para a

educação e as influências negativas do sistema educacional para com o fracasso escolar. Para

o embasamento do trabalho utilizou-se a pesquisa de cunho bibliográfico e abordagem

qualitativa, que conforme Diehl e Tatim (2004, p. 58) são desenvolvidas a partir de material já

elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Para o levantamento de

informações, a coleta de dados foi realizada através da análise de documentos já elaborados,

como livros, artigos, entre outros.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: As políticas públicas são conjuntos de programas, ações

e atividades desenvolvidas diretamente ou indiretamente pelo estado, tendo a participação de

entidades públicas ou privadas, com o intuito de assegurar direitos de cidadania. O sistema

educacional por sua vez, é um processo que se dá quando a educação exerce uma forma

organizada, que é definida por meio de finalidades e interesses de aprendizes envolvidos neste

processo.

Segundo Meneses (2001) ―O sistema educacional é a forma de como se organiza a

educação regular no Brasil‖. Essa organização se dá em sistemas de ensino da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A Constituição Federal de 1988, com a

Emenda Constitucional nº 14, de 1996 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(LDB), instituída pela lei nº 9394, de 1996, E a criação do plano Nacional de Educação (PNE)

de 2001 são as leis maiores que regulamentam o atual sistema educacional brasileiro.

A Lei das Diretrizes e bases é a lei maior que regulamenta a educação, ela é uma lei

federal que regula os princípios gerais e a finalidade da educação no Brasil, ela tem a função

de organizar os níveis do sistema educacional do país. Além dessa lei maior para a educação,

tem programas e políticas feitas para melhorar o ensino. Segundo Dourado (2005, p. 20) o

Ministério da Educação vem desenvolvendo ações de implantação de políticas que

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contribuem na melhoria dos processos de organização e gestão da educação básica, tais como:

condições de infraestrutura nas escolas, políticas de formação para os educadores, tanto

inicial, quanto continuada e outros.

Dentre os mais conhecidos destacam-se: Bolsa Família, que foi criado pela lei nº

10.836/2004. O PNSE (Programa Nacional de saúde escolar) tem como objetivo a

identificação e a correção precoces de problemas visuais, que podem comprometer a

aprendizagem. O PNAE (Programa nacional de alimentação escolar) com o objetivo de as

necessidades nutricionais dos alunos durante eles estarem na escola. O PDDE (Programa

dinheiro direto na escola) este tem a função de repassar anualmente recursos para as escolas

públicas do ensino fundamental estadual, municipal, Distrito Federal e as de ensino especial

mantidas por ONGs. Proformação, este programa para professores em exercício consiste no

sistema de educação a distancia, que integra a autoaprendizagem com a prática de sala de

aula, que tem encontro de 15 em 15 dias e serviço de apoio a aprendizagem.

É notório que tem muitas leis e programas para aprimorar o ensino no Brasil, porém

eles não funcionam adequadamente, isso fica evidente nas precariedades do ensino em todos

os seus aspectos e no último índice comparativo de desempenho educacional, que realizado

com dados de 40 países, o Brasil foi o país que ficou em penúltimo lugar.

Dourado (2005, p. 4) afirma que o baixo desempenho dos alunos se dá por variáveis

internas e externas a escola. Ressaltando as influências negativas do sistema educacional que

colaboram para o insucesso escolar, que são: deficiência do processo de ensino aprendizagem,

estrutura inadequada por parte dos sistemas educacionais, carência de professores

qualificados, principalmente no ensino médio, a desvalorização do educador e supressão de

recursos pedagógicos.

Além disso, as questões sociais e econômicas são fatores fortes que auxiliam neste

processo de fracasso escolar. A falta de requisitos básicos como: saúde, moradia, segurança e

alimentação de qualidade, afetam consideravelmente a vida de qualquer individuo e na

aprendizagem, esses fatores cooperam para que o aluno tenha uma aprendizagem pobre ou

ainda não tenha nenhuma aprendizagem, isso varia de acordo com cada situação.

Os autores Arroyo e Abramowicz (2009) destacam que o fracasso escolar se dá por

questões sociológicas, didática, pedagógicas e relação com o saber. Se o fracasso escolar se dá

por uma questão social, obviamente a resposta para isso seria combater a pobreza e a

desigualdade social. A didática diz respeito ao encontro que o aluno tem com o saber, e diante

disso, o professor tem dificuldades em conseguir que seus alunos se disponham numa

atividade intelectual. Já as práticas pedagógicas estão ultrapassadas, o autor salienta que é

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necessário mudar as metodologias de ensino para atividades que valorizem o individuo como

sujeito. A questão da relação com o saber, diz respeito a não apropriação dos conhecimentos e

competências que a escola tenta transmitir e construir, gerando assim um fracasso escolar, que

é a reprovação.

CONCLUSÃO: No decorrer deste trabalho, buscou-se evidenciar as políticas, leis e

programas vigentes para a educação brasileira na atualidade. Evidenciando também as

responsabilidades dos estados, municípios, e União com a criação de leis que garantam o

direito a educação. Porém todos os meios criados para combater o fracasso escolar e melhorar

a qualidade de ensino não estão sendo eficazes para suprir as necessidades educacionais.

Para que tais políticas educacionais sejam executadas com maior eficiência é necessário

que ocorra um acompanhamento por meio das instituições responsáveis, contando também

com a ajuda da família, dos professores e da comunidade escolar, não ocorrendo essa

integração, contribuirão de forma dominante para que ocorra o fracasso escolar.

É necessário também que os gestores educacionais repensem na sua forma de atuação,

os mesmos precisam dar novos olhares para as escolas e para os indivíduos que dela

participam. Necessitam desenvolver novas perspectivas pedagógicas, mesmo que o sistema

educacional geral não dê à verdadeira importância a educação, os profissionais devem dar o

melhor de si em sua profissão. Se cada um desenvolver seu trabalho com gosto e eficiência,

pode ser um ponto de partida para mudar o quadro negativo que o ensino se encontra.

REFERÊNCIAS

ARRAYO, Miguel G; ABRAMOWICZ, Anete. A reconfiguração da escola: entre a

negação e afirmação de direitos. Campinas, SP: Papirus Editora, 2009.

DAIEHL, Astor Antônio; TATIM, Denise Carvalho. Pesquisas em ciências sociais

aplicadas: Métodos e técnicas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

DOURADO, Luiz Fernandes. Fracasso escolar no Brasil: políticas, programa e estratégias

de prevenção ao fracasso Escolar. Brasília, 2005.

MADALÓZ, Rodrigo José; SCALABRIN, Ionara Soveral; JAPPE, Maria. O fracasso

escolar sob um olhar docente: Alguns apontamentos. IX ANPED SUL, 2012.

MENEZES, Ebenezer Takumo de. Sistema educacional brasileiro. 2001. Disponível em:

www.educabrasil.com.brsistema-educacional-brasileiro. Acesso em: 1º Out. 2016.

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O USO DO PROTOCOLO IPV6 PELOS PROVEDORES DE SANTARÉM-PARÁ

Alexandre Thomas1

Francisca Natali da Silva Ferreira1

Kleber Reis da Silva1

Clayton André Maia dos Santos2

[email protected]

RESUMO: A Internet é o meio de comunicação mais utilizado mundialmente e usa o protocolo IP (Internet

Protocol), que é um conjunto de regras para os computadores e outros dispositivos eletrônicos conversarem entre

si. Atualmente a Internet usa o IPv4, mas com o crescimento da rede e de dispositivos diversos que a utilizam,

sendo assim, praticamente não existem mais endereços livres para conectar os mesmos. Para resolver o problema

de escassez de endereços IPs, surgiu a nova versão do protocolo IP, chamada IPv6. Essa versão suprirá toda a

demanda de endereços e corrigirá algumas falhas que na versão 4 existente. A implementação do IPv6 já está

ocorrendo no Brasil. A ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), junto com as prestadoras de

telecomunicações já disponibilizam endereços IPv6 desde julho de 2015, principalmente nos grandes centros.

Este artigo apresenta através de uma pesquisa documental e descritiva de como os provedores de Internet de

Santarém-PA, estão se preparando para a transição do IPv4 para o IPv6, bem como visa analisar de que forma

acontecerá a implementação e verificar se a parte técnica dos provedores está capacitada, tendo em vista a

possibilidade de mensurar se esta mudança ocasionará algum transtorno aos usuários.

PALAVRAS-CHAVE: Protocolo, Internet, IPv6.

INTRODUÇÃO: No surgimento dos computadores pessoais e da Internet poucas pessoas

acreditaram no sucesso desses dois elementos da computação, bem como, a necessidade de ter

um computador ou um dispositivo qualquer que pudesse conter um IP (Internet Protocol)

para se comunicar. Com o passar do tempo houve a necessidade de uma maior atenção aos

serviços e tecnologias relacionadas à Internet. O IP é uma peça fundamental da Internet,

sendo este protocolo capaz de endereçar dispositivos para que possa ser feita a comunicação

entre quaisquer redes. Atualmente os computadores se comunicam na Internet através do

protocolo IPv4.

Pode-se observar que o cenário atual da Internet mudou, pois o uso IPs tende a

aumentar e o número de endereços IPv4 está se esgotando. Isso se deve ao crescimento da

Internet e junto com ela o crescimento da quantidade de computadores conectados e de

dispositivos que usam ela, principalmente dispositivos móveis.

Por conta dessa grande demanda, medidas foram tomadas, e uma série de tecnologias

criadas para servir de solução temporária para o problema do esgotamento do IPv4, adiando

assim o seu fim, como por exemplo, o sistema CIDR (Classless InterDomain Routing), que é

uma técnica utilizada para evitar o desperdiço de endereços. Outra solução encontrada para

adiar o fim do IPv4 foi a criação do protocolo NAT (Network Address Translater), que tem a

1 Acadêmicos do VI semestre do CST em Redes de Computadores – IESPES ([email protected]),

([email protected]), ([email protected]). 2 Docente do CST em Redes de Computadores – IESPES ([email protected]).

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função de fazer a tradução de endereços IP local (interno) para a Internet (externo), sendo

atualmente a solução mais utilizada. Além dessas tecnologias, há também o DHCP (Dynamic

Host Configuration Protocol). Esse protocolo permite a alocação dinâmica de endereços IP, o

que trouxe a possibilidade aos provedores de reutilizarem endereços Internet fornecidos a seus

clientes para conexões não permanentes

A criação do protocolo IPv6 visa suprir as deficiências do IPv4, sendo a principal

delas, a falta de endereços IP. A evolução do protocolo traz consigo também algumas

vantagens como mobilidade, segurança e padronização da tecnologia. Para suprir esta

necessidade, na década de 90 foi criado o protocolo IPv6, gerando uma quantidade de

endereços que pode ser considerada ilimitada para o cenário atual da rede mundial. O

protocolo IPv4 será utilizado até que a transição para o protocolo IPv6 seja completamente

concluída, durante a fase de transição estes protocolos devem coexistir (TANENBAUM;

WETHERALL, 2011).

O objetivo desse trabalho foi analisar de que forma os provedores de Internet em

Santarém estão se preparando para a implantação e implementação do protocolo IPv6. Foram

descritos quais as vantagens e desvantagens do uso do protocolo IPv6 e, quais os desafios

enfrentados pelos provedores de Santarém.

MÉTODO: A presente pesquisa teve caráter documental e descritiva. Conforme Prodanov e

Freitas (2013), pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população

ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas

padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a

forma de Levantamento.

As informações da pesquisa foram adquiridas através da técnica de coleta de dados.

De acordo com Kauark, Manhães e Medeiros (2010) a coleta de dados,

diferentemente do que se pode pensar, não acontece somente no momento de

execução da pesquisa. Até porque a pesquisa inicia no momento em que se começa a

pensar sobre o problema a ser investigado. A coleta de dados se dá, portanto, desde

o princípio do plano de estudo, ou mesmo em tempo anterior a ele, naquele

momento do ―pensar‖.

Foi aplicado um questionário misto, direcionado a 8 (oito) empresas provedoras de

Internet em Santarém, das quais foram obtidas respostas de 5 (cinco). O mesmo foi aplicado

aos responsáveis pelo setor de informática das empresas que foram nossa fonte de informação

confiável.

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Para aplicação do questionário, foi elaborado um Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) para que os entrevistados autorizassem a publicação das suas respostas.

O Questionário teve como foco a busca de informações quanto à implementação do

protocolo IPv6.

Durante a aplicação dos questionários foi explicada à importância do protocolo IPv6, bem

como da pesquisa sobre o mesmo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 16 de setembro

do corrente ano na cidade de Santarém-Pará. Foi aplicado um questionário misto, direcionado

a 8 (oito) empresas provedoras de Internet em Santarém, das quais foram obtidas respostas de

5 (cinco). O mesmo foi aplicado aos responsáveis pelo setor de informática das empresas.

Baseando-se na análise local dos provedores de Internet, através das indagações

propostas no questionário, foi constatado que em sua maioria existem deficiências na

preparação e na capacitação das ISPs em relação a seus colaboradores e a seus serviços no

que consiste ao protocolo IPv6 e sua implementação. O Gráfico 1 apresenta o resultado das

empresas entrevistadas que estão investindo em treinamentos dos funcionários de suporte.

Gráfico 1. Treinamento e Configuração de serviços e ativos de rede IPv6.

Percebe-se que apenas uma empresa das questionadas já está investindo ou investirá

no treinamento de seus colaboradores. Partindo desse resultado é possível entender o Gráfico

2, que buscou analisar se a empresa estaria preparada para lidar com solicitações de clientes

para configuração de equipamento para IPv6.

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Gráfico 2. Prestação de serviços para configuração de equipamentos com IPv6.

Identifica-se por meio do Gráfico 2 que existe uma deficiência em relação a prestação

do serviço na hipótese de solicitação de algum cliente ao uso do novo protocolo.

Após o término da aplicação do questionário constatou-se que não há uma

preocupação dos provedores de internet em relação as mudanças que ocorreram com a

inevitável implementação do protocolo IPv6.

CONCLUSÃO: O protocolo IPv6 é um tema bastante atual por conta do grande crescimento

das redes de computadores e pela saturação do protocolo IPv4. Mesmo com essa realidade a

pesquisa pôde averiguar que em sua maior parte, os provedores de internet de Santarém, não

possuem o conhecimento necessário em relação ao novo protocolo.

A pesquisa verificou também que se torna necessário por parte dos ISPs de Santarém

começar a lidar com o novo momento que vive a internet e enfrentar as dificuldades dessa

transição, é evidenciado que a empresa que investir nesse diferencial irá sair na frente nesse

mercado que é competitivo e necessário nos tempos atuais. Por fim, foi verificado que existe

uma espera por parte das grandes empresas de telecomunicações fazerem essa transição e, aí

sim, os provedores locais começarem a se preparar para a mudança que efetivamente ira

ocorrer.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

KAUARK, Fabiana da Silva; MANHÃES, Fernanda Castro; MEDEIROS, Carlos Henrique.

Metodologia da Pesquisa: Um Guia Prático, Itabuna/BA, 2010.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do Trabalho

Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico, 2ª edição, Novo

Hamburgo/RS, 2013.

TANENBAUM, A. S.; WETHERALL, D. J. Redes de Computadores. 5 ed., Rio de Janeiro:

Elsevier, 2011.

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337

OS DIREITOS SOCIAIS COMO PROPAGADORES DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NA CONTENÇÃO DA VIOLÊNCIA.

Alessandra Rodrigues Maciel

1

[email protected]

Francisca Canindé Bezerra dos Santos2

[email protected]

RESUMO: As desigualdades sociais ensejaram o surgimento de um fenômeno, à violência, a Constituição

Federal de 1988 e suas garantias firmaram um pacto de sociedade justa e igualitária, oferecendo ao povo uma

vida digna, promovendo ações através de seus órgãos competentes voltados ao bem estar social. O estudo se

propõe à analisar se estes direitos estão sendo efetivados , bem como fazer um comparativo entre os direitos

constitucionais da Carta cidadã à realidade de Santarém . Foi necessária uma pesquisa de campo utilizando as

técnicas do questionário fechado e da entrevista, a fim de facilitar e compreender o fenômeno. Ao lado desta

investigação desenvolveram-se leituras e análises de textos de autores que tratam da temática, a fim de

confrontar com a parte empírica. A pesquisa revelou que 30% dos moradores da Av. Turiano Meira, no

perímetro da Av. Mendonça Furtado até Ismael Araújo não se sentem seguros em lugar algum, 57% ainda

considera o bairro parcialmente seguro, já 43% deixa claro que o bairro está enfrentando problemas sérios com a

violência urbana. Diante disso pedimos aos órgãos competentes ações emergenciais para aquele local, pois seus

direitos Constitucionais estão sendo violados, tendo sua dignidade ferida a cada ação violenta da criminalidade..

PALAVRAS-CHAVE: violência e seus reflexos, Os direitos sociais, dignidade da pessoa.

INTRODUÇÃO: A violência tem sido parceira na rotina do cidadão em Santarém, todo dia

os noticiários mostram seus reflexos; mortes, assaltos, roubos, são alguns dos atos cometidos

por indivíduos que adentram os lares do cidadão sem o seu consentimento. A vida não é, mas

a mesma, estamos encarcerados dentro de casas; há uma mudança de comportamento a cada

ocorrência, visando garantir o bem mais precioso à vida. O que a Constituição nos garante

para conter este fenômeno e de quem compete à realização de ações protetivas, será objeto

deste trabalho, tomando em conta alguns dados para análise e comparativo dos reflexos da

violência à realidade local.

MÉTODO: A presente pesquisa se desenvolveu coletando dados quantitativos utilizando

pesquisa de campo com técnicas de análise e comparativo Este método ―se propõe a explicar

o fenômeno por meio de análise completa de seus elementos.‖ (GONÇALVES 2005. P.43).

Além de leitura de textos, a fim de organizar a fundamentação teórica, objetivando o

confronto com a parte empírica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No primeiro semestre de 2016 foi realizada, a pesquisa de

campo na Av. Turiano Meira, entre Mendonça Furtado e Ismael Araújo, no Município de

1 Acadêmica do 7° semestre do Curso de Direito do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Pesquisadora de iniciação

científica. 2 Professora Dra., Pesquisadora, Ministra aulas nos Cursos de Pedagogia e Serviço Social do Centro

Universitário Luterano de Santarém. Historiadora, geógrafa e doutora em Psicologia Social pela Universidade de Santiago de Compostela-Espanha.

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Santarém/Pá, para verificar os reflexos da violência e de como ela modifica a vida de seus

moradores, fazendo com que o cidadão seja suprimido de seus poderes constitucionais básicos

como a sua dignidade. Verificou-se a precariedade do Estado em suas ações sociais e o anseio

dos moradores por mais educação para conter este fenômeno.

Foram aplicados questionários a todos os comerciantes da Av. Turiano Meira, no

perímetro da Av. Mendonça Furtado até Ismael Araújo, independente do ramo que atua. 57%

pensam que o bairro é seguro, enquanto que 43% discordam; 43% dizem que tem

policiamento nas ruas do bairro, enquanto que 53% afirmam que não tem e 4 % nem sempre.

Mesmo com a violência no perímetro estudado, 83% dos entrevistados não pensam em mudar

de bairro, enquanto que 17% sim. O bairro estudado foi o bairro do Santíssimo, 9, 67% dos

participantes se sentem mais seguros em casa, 3% no trabalho e 30% não se sentem seguro em

lugar algum. 50% dos entrevistados nunca foram assaltados, 10% já foram assaltados em

casa, 13% na rua, e 20% no ambiente de trabalho. Observa-se que 93% desta população já

sofreram ou presenciaram um assalto. 40% foram assaltadas de 1 a 10 vezes, assim, 47% não

costuma sair sozinho, 33% evita sair à noite, 17% colocou alarme e grades em casa e 3% não

sabe mais o que fazer. No local de trabalho, 23% disse ser responsável pela sua própria

segurança, 17% contrata empresa de segurança, 3% põe alarmes, 7% chama a polícia e 3 %

por Deus, e 47% dizem que não existe segurança no local de trabalho. Dessa forma 39%

pensam que a solução está em mais investimentos em educação, 2% na valorização do

profissional de educação, 16% em contratar mais policiais, 31% em mais investimento em

segurança, 2% na presença de empresas gerando oportunidade de trabalho e 10% em

investimentos em sistemas de vigilância eletrônica.

A situação da Avenida Turiano Meira, entre Mendonça furtado e Esmael Araújo é

muito preocupante. Todos os moradores já foram vítimas direta ou indiretamente da violência.

As medidas protetivas que cada morador ou empresário toma para se proteger da violência

não lhe protege cem por cento. Pode-se afirmar que as ações do poder público não estão sendo

suficientes, elas não representam a preservação dos direitos à vida e a dignidade da pessoa

humana. É necessário que o Poder Público Municipal redimensione suas políticas públicas e

priorize para lá esse serviço, que tem caráter urgente. A situação encontrada nesse bairro

mostra-se grave, e infelizmente reflete a realidade de outros bairros em Santarém/PA.

Somente com educação e mais oportunidades de emprego melhorará esse quadro. Precisa o

Poder Público Municipal garantir seu acesso a todos os munícipes com urgência, garantindo

dignidade a todos. Essa obrigação constitucional do Município em relação ao bairro

Santíssimo não está sendo atendida em Santarém.

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339

A violência nas suas mais diferentes expressões, apresenta-se como temática

candente e viva na realidade urbana atual, reflexos da revolução industrial e seu

credo e filosofia individualista;, consequente surgia a atividade competitiva e com

ela o desejo incontido de poder e dominação; a concorrência implantava como único

valor o triunfo, que outra coisa não é senão a violência do mais forte contra o mais

fraco, a glorificação do resultado. As desigualdades sociais, a pobreza, o meio

familiar e infrafamiliar e cultural colocam os espoliados, desempregados, mais

vulneráveis ao envolvimento com o mundo da criminalidade; são também esses que

estão ameaçados de serem mais vitimados pela violência e criminados pelo aparelho

repressivo, argumenta BAIERL ( 2004,P.52)

O direito à vida é centro, objeto e destinação de todos os fundamentos e normas da

Constituição Federal. Não faria sentido à existência deles sem termos o direito de estarmos

vivos, principal razão biológica da humanidade MATOS ( 2013). Dentre os cinco direitos

fundamentais constitucionais básicos, a vida é o primeiro deles, seguido da liberdade,

igualdade, segurança e propriedade (art. 5º, caput, CF), como nos mantermos vivos diante de

tanta violência. O art. 182 da CF disciplina que cabe ao poder executivo desenvolver-se e

garantir o bem estar de seus habitantes, o cidadão não detém forças para agir sozinho,

inclusive ele próprio outorga poderes ao legislativo e executivo justamente para que na forma

da lei seus direitos sejam cumpridos, Onde estão os líderes do legislativo de Santarém/Pá para

fiscalizar a carência de investimentos neste setor, o artigo 31 da CF dá a eles essa

competência nos municípios, não podemos fechar os olhos, pois este fenômeno assola toda

sociedade não excluindo classe ou credo.

Uma sociedade justa seria uma sociedade igualitária com acesso e universalização dos

direitos sociais, contudo a real situação de Santarém é outra, como dizer que isto não seria

reflexo da má gestão publica! Eles detém essa competência mas não estão efetivando. A

inviolabilidade do direito à vida, a liberdade e a segurança que a Constituição garante no art.

5° caput se desfaz a cada dia. O fornecimento de serviços públicos é limitado, contudo a Lex

Mater assim já asseverou ser direito nosso através da Assistência Social, esta seria dada a

quem necessitasse independente de contribuição à seguridade social, não devemos nos

acanhar, pois somos partes contribuintes destes investimentos. O art. 195 da CF garante ―a

seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta

(...)‖.Pagamos impostos, contribuímos como trabalhadores, exercemos direitos de cidadãos e

merecemos uma vida digna com qualidade duradoura. A CF em seu art. 6º deixa um rol de

direitos sociais como educação, moradia, segurança, trabalho e assistência aos desamparados

(...), não é constitucional nega-los feri a Carta Cidadã, eles estão ligados à dignidade da

pessoa humana, pois a lei nos igualou em direitos e obrigações. A esperança da população de

Santarém apesar de tudo não morreu, sonham com uma cidade livre da violência.

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CONCLUSÃO: A violência é um fenômeno social que tem preocupado a sociedade

Santarena. A constituição de 1988 no artigo 5° caput garante dentre outros direitos a

segurança e a inviolabilidade do direito a vida onde os Estados promoveriam sua efetivação,

contudo seguimos cautelosos, na cidade de Santarém no Estado do Pará não é diferente, nossa

pesquisa detectou que os moradores da Av. Turiano Meira, entre Mendonça Furtado e Ismael

Araújo vivem atrás das grades no comércio e nas casas, aprenderam a viver com o medo e a

insegurança, fruto da violência. Para eles somente com o ensejo de políticas públicas

investindo em Educação, trabalho e segurança para conter este mal.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Alyne Patrícia da Silva; DUTRA, Andréa Katiane Bruch; SOUZA, Eliana

Amoedo de. Normas técnicas para trabalhos acadêmicos. 2. Ed. Canoas: Ed. ULBRA,

2013.

BUORU, Andréa Bueno. [et.alt, ]; coordenação Wanderley Loconte. Violência Urbana:

Dilemas e desafios. .São Paulo: Atual, 1999. P 63

______, Andréia Bueno. [et. alt]; Coordenação Wanderley Loconte. Violência Urbana:

Dilemas e desafios. .São Paulo: Atual, 1999. P 12-14.

BAIERL, Luzia Fátima. Medo social: Da violência visível ao invisível da violência. Cortez.

São Paulo, 2004.p. 51-52; 67.

Brasil. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em

5 de Outubro de 1988.Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com colaboração de

Antônio Luiz de Toledo Pinto, Marcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia

Céspedes.21.ed.atual.e ampl. São Paulo: saraiva 2016. P. 2.304.(coleção Saraiva de

Legislação.)

____________________ Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5

de Outubro de 1988.Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com colaboração de Antônio

Luiz de Toledo Pinto, Marcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes.21.ed.atual.e

ampl. São Paulo: saraiva, 2016. P.5-10; 20, 62; 64; 67. (coleção Saraiva de Legislação.)

DE CASTRO, Waldemar Gomes. Violência e contra violência. Ed. Vozes Limitadas. Rio de

Janeiro 1981.

ELIAS, Norbert. O processo civilizador. Uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Zahar,

1990.

GONÇALVES, Hortência de abreu. Manual de Metodologia da pesquisa científica. São

Paulo: Avercamp, 2005.

MATOS, Natálya Campos. O acesso à água no bairro área verde: direito à vida e à saúde.

Projeto de Iniciação Científica Proict Ulbra. Santarém 2013.

PINHEIRO, Paulo Sérgio (org). Crime, violência e poder. São Paulo: Brasiliense, 1983. de

Toledo Pinto, Marcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Livia Céspedes.21.ed.atual.e ampl. São

Paulo: saraiva, 2016. P.5-10; 20, 62; 64; 67. (coleção Saraiva de Legislação.)

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PERCEPÇÃO DAS PUÉRPERAS SOBRE OS CUIDADOS NÃO

FARMACOLÓGICOS NO PRIMEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO

Kássia Lima de Souza1

Maria Mônica Machado Aguiar Lima2

Maria Naceme Araujo de Freitas2

[email protected]

RESUMO: O parto é um momento que exige total atenção e participação da parturiente e da equipe de saúde

responsável pela promoção e manutenção da qualidade de vida da mãe e do novo ser que foi gerado. A

promoção de um trabalho de parto assistido com cuidados não farmacológicos acompanhados pela presença de

um profissional de enfermagem, permitem a participação integral das gestantes como real protagonista em todo o

processo. Este estudo tem como objetivo conhecer a percepção das puérperas sobre os cuidados não

farmacológicos recebidos durante o primeiro período clínico do parto, como: massagem, banho, estímulo a

deambulação e exercícios respiratórios. O estudo possui abordagem qualitativa do tipo exploratório-descritivo,

realizado em hospital público do município de Santarém no setor da Clínica Obstétrica (CO). As participantes do

estudo totalizaram 20 puérperas e a coleta de dados aconteceu por meio de entrevista semiestruturada. A análise

dos dados deu-se por análise de conteúdo categorial. Como resultados as mulheres evidenciaram a satisfação

com a assistência, considerando que os métodos não farmacológicos auxiliaram as mesmas, cada um com seus

benefícios, proporcionando em geral o alívio da dor e relaxamento, emponderamento e confiança e aceleração do

trabalho de parto.

PALAVRAS-CHAVE: Cuidados não farmacológicos, Parto normal, Puérperas.

INTRODUÇÃO: O parto é um momento que exige total atenção e participação da

parturiente e da equipe de saúde responsável pela promoção e manutenção da qualidade de

vida da mãe e do novo ser que foi gerado. Para tanto, a mulher passa por mudanças

biopsicossociais e transformações corporais nos aspectos anatômicos e fisiológicos, a fim de

tornar-se um ambiente propício e agradável para o desenvolvimento do embrião.

No Brasil, 44% dos partos realizados no ano de 2006 foram cirúrgicos e atualmente os

partos tornaram-se mecânicos e cada vez mais medicalizados (BRASIL, 2008). Muitos

serviços obstétricos têm tratado a gestação como uma doença, dessa forma acabam ignorando

que o nascimento é um processo natural e o atendimento individual e holístico com

dispensação de cuidados humanizados não tem sido adotado pelos profissionais dentro do

contexto hospitalar, vendo a mulher como mera figurante no processo de parturição

(MONTE; GOMES; AMORIM, 2011).

Nesse contexto, discussões sobre as formas de promover maior segurança e conforto

durante o trabalho de parto à mulher e ao feto tem ganhado maiores proporções na sociedade,

visto que o momento do nascimento de um filho possui grande representação para a mulher.

1 Graduada em Enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). 2 Profa. Ms. do Curso de Bacharel em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA), orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso. Prof. Esp. Co-orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso.

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Contudo, para dar vida a este momento ela sofre adaptações nos aspectos pessoais, familiares,

psicológicos, culturais e sociais (PIESZAK et al., 2013).

A dispensação de um cuidado humanizado durante o trabalho de parto implica na

necessidade de uma assistência voltada holisticamente à conexão mãe-bebê que se estende do

pré-parto até ao puerpério, respeitando os aspectos fisiológicos e individuais do mesmo, sem

oferecer intervenções desnecessárias que possam interferir em seu processo natural e

biológico (DIAS; DOMINGUES, 2005).

Diante disto, o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, apresenta como

um de seus aspectos fundamentais a utilização de medidas benéficas para o parto e

nascimento, a fim de evitar intervenções desnecessárias consideradas tradicionais e que

apresentam mais riscos do que benefícios à mulher e ao feto (BRASIL, 2002). Da mesma

forma, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso de métodos não

farmacológicos durante o atendimento ao parto normal, pois são consideradas condutas úteis

que deveriam ser encorajadas e que aumentam a tolerância à dor (OMS, 1996).

Os cuidados que adotam as medidas não-farmacológicas, também conhecidas como

tecnologias do cuidado, têm sido usados com frequência como instrumentos para aliviar a dor

e minimizar os sentimentos de medo, ansiedade e insegurança em diversas problemáticas, por

serem considerados procedimentos não invasivos e que podem reduzir o tempo de duração do

trabalho de parto (ARAÚJO; REIS, 2012, MAMEDE et al., 2007).

A promoção de um trabalho de parto assistido com cuidados não farmacológicos

acompanhados pela presença de um profissional de enfermagem, permitem a participação

integral das gestantes como real protagonista em todo o processo. Portanto, faz-se necessário

conhecer a percepção das puérperas que vivenciaram experiências como estas durante a

evolução do trabalho de parto normal, principalmente durante o primeiro período clínico.

Este resumo expandido está organizado em quatro seções, onde após esta introdução

encontra-se a segunda seção que apresenta o método utilizado para o desenvolvimento da

pesquisa. A seção seguinte aborda os resultados da pesquisa e finaliza com a conclusão.

MÉTODO: Conhecer a percepção das puérperas a respeito das práticas não farmacológicas

durante o período de dilatação, revelou a necessidade de um estudo com abordagem

qualitativa do tipo exploratório-descritivo (RODRIGUES, 2006; MARCONI e LAKATOS,

2007).

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O estudo foi realizado na CO de um hospital público do município de Santarém-Pará,

que é referência na assistência pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e atende pacientes da

cidade e da Região Oeste do Pará.

As participantes deste estudo totalizaram 20 puérperas, atendidas na CO que se

encaixaram nos seguintes critérios de inclusão: primíparas e multíparas em puerpério mediato,

que vivenciaram o parto normal e receberam cuidados não farmacológicos oferecidos por

profissional/acadêmico de enfermagem durante o período de dilatação e manifestaram

concordância em participar do estudo, mediante assinatura de Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (TCLE).

A coleta de dados aconteceu por meio de entrevista semiestruturada (MINAYO,

2006). As entrevistas foram realizadas seguindo um roteiro semiestruturado, com perguntas

abertas e fechadas, contendo duas partes: a primeira constituída de dados socioculturais e

obstétricos e a segunda de questões sobre a percepção das puérperas.

Os dados referentes às questões da pesquisa foram transcritos e posteriormente

analisados pela análise de conteúdo categorial das respostas das puérperas às entrevistas,

proposta por Bardin (2011), utilizando como tratamento dos dados coletados uma organização

da análise que ocorreu em três fases: pré-análise, exploração do material e por fim o

tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante as entrevistas, observou-se a facilidade que

algumas puérperas tinham em transmitir suas opiniões e relatar a vivência com riqueza de

detalhes, exaltando o que lhes era considerado importante. Por outro lado, houveram mulheres

que limitaram-se a expressar somente o suficiente acerca do que era questionado, o que ainda

assim, não impossibilitou a interpretação dos sentimentos e percepções.

A realização de cuidados não farmacológicos como massagem, exercícios

respiratórios, banho de chuveiro e deambulação foram bem aceitos por algumas mulheres, que

destacaram os benefícios que estes proporcionam, contudo, foram pontuados por outras

mulheres como cuidados que potencializavam a sensação de dor.

Por isto, faz-se necessário que os profissionais entendam e reconheçam que cada

parturiente é um ser que possui uma cultura própria e percepções individuais acerca do parto,

para que possam realizar uma tomada de decisão individualizada quanto à assistência prestada

durante o primeiro período clínico do parto (FRANKLIN; BITTAR, 2015).

Apesar das diversas opiniões acerca dos cuidados, chamou a atenção o fato de apenas

a massagem não ter recebido críticas quanto aos efeitos proporcionados, ressaltando o aspecto

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positivo da mesma durante o primeiro período clínico. Entretanto houveram mulheres que não

receberam esse cuidado e que poderiam divergir quanto à essa opinião.

As mulheres evidenciaram a satisfação com a assistência, considerando que os

métodos não farmacológicos auxiliaram as mesmas, cada um com seus benefícios,

proporcionando em geral o alívio da dor e relaxamento, emponderamento e confiança e

aceleração do trabalho de parto.

O contato físico da equipe de saúde com a parturiente é um importante fator de

conforto, indo além da relação profissional-paciente e construindo laços de confiança. O

profissional passa a envolver-se com o parto, tornando-se um ajudador da mulher no processo

de reconhecimento de seu protagonismo durante o evento (CARRARO et al., 2008).

As multíparas trouxeram consigo experiências negativas dos partos anteriores e

destacaram o receio de vivenciar novamente um parto marcado pela ausência de cuidados

humanizados, porém exaltaram na recente experiência, assim como as primíparas, além dos

benefícios já citados, a importância da presença do profissional de saúde dando orientações e

realizando os cuidados.

Para a promoção de um parto sem traumas físicos e psicológicos, é preciso que ocorra

uma mudança de paradigmas, partindo do ponto de que o profissional obstetra, em especial o

enfermeiro, compreenda que seu papel durante o processo de parturição não é tão somente

uma assistência tecnocrática, mas deve abranger um cuidado de maneira holística e

humanística (MALHEIROS et al., 2012).

Um aspecto relevante no estudo foi a falta de conhecimento das mulheres sobre os

métodos não farmacológicos e o quanto elas se demonstraram surpresas por terem recebido

esses cuidados na assistência prestada pelos profissionais de saúde da CO, visto que não

receberam nenhuma informação durante as consultas de pré-natal e algumas já esperavam

vivenciar um parto sem a constante presença de um profissional de saúde.

Corroborando com este estudo, dados de uma pesquisa realizada em uma maternidade-

escola em Sorocaba, Estado de São Paulo, concluíram que foi muito baixo o número de

mulheres que afirmaram conhecer algum método não farmacológico, e estas compareceram

ao pré-natal, entretanto não foram informadas sobre o assunto (ALMEIDA; ACOSTA;

PINHAL, 2015).

De acordo com o exposto, é importante salientar que a inserção dos cuidados não

farmacológicos na assistência dos profissionais de saúde da CO do hospital em questão,

transformou o processo de parturição em um momento mais agradável fazendo com que a dor

que é inevitável fosse suportável, aliviando medo e ansiedade, devolvendo à mulher o

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protagonismo do parto. Portanto, é possível declarar que é benéfico o uso de métodos não

farmacológicos durante o primeiro período clínico.

CONCLUSÃO: O estudo buscou entender qual a percepção das puérperas sobre os cuidados

não farmacológicos recebidos durante o primeiro período clínico do parto, sendo estes

aplicados ou oferecidos por profissionais de saúde. Se estes cuidados, por sua vez, traziam

benefícios e identificar se houve aceitação dos mesmos por parte das puérperas.

Frente a esses objetivos, buscou-se os resultados através de uma entrevista, onde foi

possível perceber o misto de sentimentos que emergiram na fala das puérperas, a respeito dos

cuidados recebidos como massagem, exercícios respiratórios, banho de chuveiro e

deambulação.

Acredita-se que foram dados os primeiros passos com relação à inovação da

assistência de enfermagem na CO do hospital, com aplicação de cuidados não farmacológicos

durante o primeiro período clínico do parto, visto que agora se faz conhecida a percepção das

puérperas com relação a esta assistência, demonstrando resultados positivos e que devem ser

considerados como base para efetivação rotineira da mesma, valorizando a atuação do

profissional, a participação da mulher e o relacionamento entre ambos durante o processo de

parturição.

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, J.M.; ACOSTA, L.G.; PINHAL, M.G. Conhecimento das Puérperas com

Relação aos Métodos não Farmacológicos de Alívio da Dor do Parto. Rev Min Enferm.

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BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM – PARÁ NOS ANOS DE 2010 A 2014

Geórgia Silvestri Traesel1

Lailla Bianca Albarado Vinholte1

Maria do Socorro da Silva Mota2

Francileno Sousa Rêgo2

[email protected]

RESUMO: É descrito no trabalho o perfil epidemiológico dos pacientes com tuberculose no município de

Santarém nos anos de 2010 a 2014. É uma pesquisa quantitativa realizada a partir do banco de dados do SINAN,

fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Santarém. Foram encontrados 620 casos de tuberculose

notificados, com predominância no sexo masculino (62,7%). Observou-se maior acometimento em adultos, da

faixa etária de 20 a 49 anos, com 343 ocorrências (55,3%). A maioria dos indivíduos (51,8%) não possui o

Ensino Fundamental completo. A forma pulmonar foi a mais frequente, com 517 ocorrências (83,4%), sendo que

do total de casos evolução para a cura e o abandono do tratamento foram, respectivamente, os desfechos de

74,2% e 3,2% dos casos, e o óbito a evolução de 6,1% das notificações. O trabalho permitiu conhecer a

epidemiologia da doença e as dificuldades de seu controle na cidade de Santarém – PA.

PALAVRAS-CHAVE: tuberculose, epidemiologia, perfil.

INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa causada pelo

Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), sendo que sua transmissão se faz por

via aérea, de um indivíduo infectado para um sadio (BRASIL, 2011). Ela representa um grave

problema de saúde pública e ocupa um papel de destaque entre as principais doenças

infectocontagiosas (SOUZA; VASCONCELOS, 2005). No Brasil a situação não é diferente.

O país possui 181 municípios prioritários para o Programa Nacional de Controle da

Tuberculose, sendo que em 2012, foram registrados 71.230 casos novos da doença no SINAN

(BRASIL, 2014).

Devido aos graves impactos da tuberculose na saúde pública no Brasil, houve interesse em

descobrir o perfil de tal patologia especificamente no município de Santarém - Pará, nos anos

de 2010 a 2014. Também se espera que este trabalho contribua para a memória da saúde

pública do País, para mostrar os caminhos, dificuldades e suas origens, na expectativa de

auxiliar os futuros envolvidos na luta contra a tuberculose.

Além da curiosidade científica, sob a ótica da possibilidade analítica até então e, visando

traçar um panorama geral acerca do perfil epidemiológico da doença no município de

Santarém no período de 2010 a 2014, este trabalho pretende discutir as características

populacionais, quanto ao sexo mais acometido, faixa etária com maior prevalência, condições

socioeconômicas, bem como, obter o número de pacientes que foram a óbito, investigar a

adesão dos enfermos ao tratamento e descobrir as formas de TB diagnosticadas.

1 Acadêmicas do curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará – UEPA, Santarém, Pará, Brasil

2 Docentes do curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará – UEPA, Santarém, Pará, Brasil

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348

MÉTODOS: Foi realizada uma pesquisa documental sobre o perfil epidemiológico dos

pacientes com tuberculose a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação

(SINAN), por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA).

Os dados foram coletados a partir da amostra obtida por meio do Sistema de Informação de

Notificação e Agravos (SINAN) instalado na SEMSA em Santarém – Pará, sem restrição de

idade ou sexo, no período de 2010 a 2014.

A pesquisa foi realizada cumprindo as diretrizes e normas regulamentadoras estabelecidas na

resolução nº 466/2012 da CNS nos projetos de pesquisa envolvendo seres humanos na qual se

visou ainda atender aos fundamentos éticos e científicos também exigidos na resolução em

questão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram notificados à Secretaria Municipal de Saúde 620

casos de tuberculose no Município de Santarém, Pará, no período pesquisado, dos quais 138

em 2010, 123 em 2011,115 em 2012, 120 em 2013 e 124 casos de tuberculose no ano de

2014, perfazendo uma média de 124 casos anuais.

O acometimento de homens foi significativamente maior que o de mulheres. Em

Santarém entre 2010 e 2014, a percentagem do número de casos em indivíduos do sexo

masculino foi de 62,7% (389 casos). As mulheres representaram 37,3% das notificações,

perfazendo um total de 231 casos. Essa observação coincide com os dados de vários outros

estudos da literatura realizados tanto em nível nacional como em outros municípios do

Nordeste, Sul e Sudeste brasileiros (HIJJAR et al., 2005, VENDRAMINI et al., 2005).

Figura 1: Sexo de pacientes com tuberculose de 2010 a 2014 em Santarém

FONTE: SINAN/2015

Quanto à distribuição etária, a população mais acometida foi a adulta, da faixa etária

de 20 a 49 anos, com 55,3% das ocorrências (343 casos). É possível que pelo fato de estarem

mais expostos aos fatores de risco consequentemente apresentem maior percentual de

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notificações, padrão este que é notado no restante do país e justifica o grande ônus

socioeconômico da tuberculose (COÊLHO et al., 2010).

Houve acometimento da doença em recém-nascidos, o qual abrangeu 1,8%

ocorrências (11 casos). De um modo geral, os indivíduos menores de 15 anos equivaleram a

3,7% do total. Alguns autores como Mascarenhas, Araújo e Gomes, (2005) atribuem esses

baixos índices de TB em crianças pelo fato de estas receberem a vacinação BCG, ou pela

subnotificação e maior dificuldade em se diagnosticar a doença nessa faixa etária.

Os idosos com 80 anos ou mais representaram 1% dos casos, como se pode observar na

figura.

Figura 2 – Distribuição de Tuberculose de acordo com a faixa etária, no período de 2010 a 2014, em

Santarém.

Fonte: SINAN/2015

Uma explicação possível para ocorrência de tuberculose em idosos está correlacionada

com o aumento da expectativa de vida e também com a reativação de focos endógenos, que

estavam latentes, de cepas adquiridas ao longo da vida (OLIVEIRA et al., 2005) já que, com

o envelhecimento, as defesas imunológicas se encontram naturalmente diminuídas e

favorecem a instalação da doença (CAVALCANTI et al., 2006).

A análise das condições socioeconômicas fez-se através do grau de escolaridade dos

pesquisados. Notou-se que a maioria dos indivíduos (51,8%) não possui o Ensino

fundamental completo, sendo que destes 4,5% são analfabetos.

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Figura 3 – Distribuição de Tuberculose segundo a escolaridade no período de 2010 a 2014 em Santarém.

Fonte: SINAN/2015

A baixa escolaridade da população é reflexo de todo um conjunto de condições

socioeconômicas precárias, que aumentam a vulnerabilidade à tuberculose e são responsáveis

pela maior incidência da enfermidade e pela menor adesão ao respectivo tratamento,

conforme é explicado pelos autores Mascarenhas, Araújo e Gomes, (2005).

A forma pulmonar foi a mais comum ao longo do período estudado, com 517

ocorrências (83,4%), enquanto a forma extrapulmonar isolada acometeu 79 indivíduos, tendo

representado 12,8% dos casos. A associação da forma pulmonar e extrapulmonar totalizou 24

casos (3,8%).

Uma possível justificativa para maior incidência da forma pulmonar, detectada na

maioria dos estudos, pode ser pelo fato de os pulmões serem o local preferencial para a

instalação do bacilo de Koch, bactéria anaeróbica estrita, já que neles é alta a concentração de

oxigênio (FIUZA, 1996).

De modo geral, a evolução para a cura e o abandono do tratamento foram

respectivamente os desfechos de 74,2% e 3,2% dos casos, sendo o óbito a evolução de 6,1%

das notificações.

CONCLUSÃO: A tuberculose ainda representa grave problema de saúde pública, entretanto,

vale ressaltar que o Município realiza ações de busca ativa de casos de atenção básica e, como

possível melhoramento, este estudo sugere investir na capacitação dos profissionais

envolvidos no programa sobre tuberculose, reforçar o preenchimento adequado da ficha de

investigação, e enfatizar a importância do tratamento correto.

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Espera-se que os resultados apresentados neste trabalho sejam levados em conta para

que os grupos de maior risco recebam uma abordagem especial dos programas de controle da

doença, consequentemente culminando na diminuição do número de notificações na cidade de

Santarém – Pará.

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PESQUISA DE PARASITAS INTESTINAIS NAS FEZES E DO DEPÓSITO SUBUNGUEAL DAS MÃOS DE COLETORES DE LIXO URBANO DE SANTARÉM-PARÁ

Andresson Fernandes Pontes1

Cléverson Junio Campos Sousa1

Shelton José Costa Ferreira1

Israel Beser Diniz da Silva1

José Sousa de Almeida Júnior1

[email protected]

RESUMO: Os coletores de lixo estão sujeitos a vários riscos laborais, o contato frequente com resíduos sólidos

e semi-sólidos de natureza orgânica ou não se tornam fontes de contaminação de diversos micro-organismos,

como bactérias, parasitas (helmintos, protozoários), fungos, dentre outros. O depósito subungueal representa um

dos principais meios de transmissão de diversas enteroparasitoses. O estudo teve como objetivo verificar a

presença de poliparasitas intestinais em amostras subungueal das mãos e espécimes fecais de coletores de lixo

urbano da cidade de Santarém-Pará. As amostras coletadas foram analisadas no Laboratório de Micologia do

IESPES (Instituto Esperança de Ensino Superior). O estudo teve abordagem quantitativa, trabalhou com um

universo de 100% dos coletores de lixo que prestam serviço no período diurno, correspondendo a 15

trabalhadores, todas as amostras da região subungueal das mãos deram negativas para poliparasitismo, e das

amostras das fezes somente duas deram positivas para Entamoeba histolytica, mas nenhuma para

poliparasitismo. Os resultados conseguidos refletem a realidade das práticas preventivas tomadas tanto pelos

profissionais coletores de lixo, quanto pela empresa. Os dados obtidos através da pesquisa serviram para retirar o

estigma que a sociedade tem diante esta classe de trabalhadores.

PALAVRAS-CHAVE: coletores, lixo, parasita.

INTRODUÇÃO: A distribuição geográfica das parasitoses como a ascaridíase e outros

nematelmintos, se dá de forma abrangente e a nível cosmopolita, sendo que sua ocorrência

atinge moradores tanto de zonas rurais quanto de zonas urbanas (BECKER et al., 2002;

QUADROS et al., 2004).

De acordo com Neves (2005) a relação parasita e hospedeiro está diretamente

relacionada à associação entre os seres vivos, onde uma espécie se prevalece de outra

causando-lhe prejuízos. Nesta condição o hospedeiro está constantemente sendo agredido por

espoliação, abrigando o parasita agressor.

Para que exista a doença parasitária são necessárias condições favoráveis, onde a

quantidade de parasitas albergados, a localização, a virulência e o metabolismo, oferecem

estados pré-concebíveis para a disseminação e o estado da doença. E a relação condizente ao

hospedeiro como a idade, hábitos de higiene, nutrição, resposta imunitária, atividades

relacionadas ao trabalho e condições ambientais, são fatores que determinarão se o hospedeiro

1 Profissionais farmacêuticos especialistas

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é um indivíduo sadio ou portador da doença, caracterizando-o como assintomático, portanto é

de importância o estudo dos elementos envolvidos na ocorrência das parasitoses (CASTRO et

al., 2004).

De acordo com Bezerra et al., (2003), as infecções por parasitas intestinais podem ser

contraídas por meio de vários veículos transportadores, ou seja, por alimentos e água

contaminadas com ovos de helmintos e cistos de protozoários, além da contaminação por via

oral-fecal através dos depósitos contaminados acumulados na região subungueal.

O depósito subungueal representa um dos principais meios de transmissão de diversas

enteroparasitoses, sendo comprovado em estudos anteriores, que sua participação nas

infestações ocorre devido aos hábitos inadequados de higiene e ausência de informações

adequadas para sua prevenção (GERMANO et al., 1993; GUILHERME et al., 1999).

O lixo gerado pelo homem através de suas atividades compõe um problema que gera

preocupações de ordem mundial, principalmente os grandes centros urbanos dos países em

desenvolvimento. Há uma grande ligação de casos de doenças na população relacionadas ao

lixo. Contudo, a relação dos resíduos urbanos com as doenças, se faz de forma indireta, pelos

elos de transmissão através dos resíduos sólidos-vetor-homem. Sendo assim, um dos sujeitos

suscetíveis a contaminação enteroparasitária são os coletores de lixo, pois vivenciam o

contato de forma frequente com os resíduos sólidos do lixo (SANTOS & SILVA, 2009).

Dessa forma a possibilidade dos profissionais coletores de lixo de se infectarem por

diversos parasitas intestinais é provável, em consequência da continuidade de contato com a

fonte de risco, isso pode se tornar um problema de saúde laboral que deve ser investigada.

Portanto o objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência de poliparasitas intestinais na

região subungueal das mãos e nas fezes de coletores de lixo urbano de Santarém-Pará.

MÉTODO: O público-alvo estudado foram 15 coletores de lixo, que trabalham nos

caminhões de coletas de lixos domiciliares e comerciais, no município de Santarém-Pará. A

pesquisa foi realizada com os 100 % dos coletores que realizam o serviço no período diurno,

sendo todos do sexo masculino e funcionários de uma empresa terceirizada.

A obtenção das amostras necessárias para a realização do estudo foi conseguida a partir da

raspagem da região subungueal das mãos dos coletores, ao final de cada expediente de

trabalho. Esta coleta foi realizada na própria empresa onde trabalham. A técnica de coleta foi

executada utilizando-se palitos de madeira estéreis individuais segundo Goulart et al (1966) e

Mello et al (1978), que após a coleta, foram depositados dentro de um tubo de ensaio

contendo 1 mL de solução salina a 0,9% que serviu como meio de transporte. Após cada

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raspagem, foi entregue um frasco coletor para fezes identificado ao trabalhador, que foi

recebido no dia posterior, pela manhã antes desse trabalhador sair para a atividade de coleta.

As amostras, tanto do raspado subungueal quanto das fezes, foram encaminhadas ao

Laboratório de Micologia do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES), onde foram

analisadas.

As amostras dos depósitos subungueais foram processadas conforme o Método de

Blagg (1955) e as amostras de fezes, foi realizado de acordo com o método de sedimentação

espontânea ou Hoffmann (NEVES, 2000). Este método é usado para diagnosticar ovos e

larvas de helmintos e cistos de protozoários.

A referida pesquisa foi realizada conforme a resolução 196/96 do Conselho Nacional

de Saúde para pesquisa em seres humanos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A pesquisa atingiu 100 % dos coletores de lixo do período

diurno, que corresponde a 15 trabalhadores, com faixa etária entre 20 a 34 anos, os quais

realizam exames anualmente de acordo com o período estabelecido pela empresa para exames

periódicos. Esse calendário é montado conforme a data de admissão de cada colaborador, isso

significa que cada colaborador faz os exames exatamente na data correspondente ao de

admissão. Quanto aos tratamentos contra parasitos intestinais, segundo os coletores, até a data

da coleta das amostras para o estudo, havia mais de um ano que estes não tinham feito uso de

qualquer medicamento contra parasitoses.

Quanto a análise das amostras, conforme observado na tabela 1, foram obtidas 13

amostras de fezes e 13 amostras da região subungueal, o que caracteriza não corresponder ao

total das amostras, isso porque não foi possível obter as amostras tanto da região subungueal

quanto as amostras de fezes de quatro trabalhadores, os que trouxeram as fezes não foi

possível coletar as amostras subungueais e dos outros dois, não foi possível a coleta das fezes.

Todas as amostras da região subungueal das mãos deram negativas para

poliparasitismo e das 13 amostras de fezes, duas amostras deram positivas para Entamoeba

histolytica, mas nenhuma para poliparasitismo. O aparecimento da Entamoeba histolytica nas

duas amostras não está diretamente relacionada com o ambiente de trabalho, pois a mesma

pode ser transmitida pelo abastecimento de água contaminada e falta de saneamento básico

(FEWTRELL et al., 2005).

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Tabela 1 – Incidência de parasitas intestinais nas amostras

Material Nº de amostras Negativos Monoparasitismo* Poliparasitismo**

Sedimento Subungueal 13 13 - -

Fezes 13 11 2 -

*Presença de um parasita **Presença de dois ou mais parasitas

Segundo Velloso et al (1997), os trabalhadores das empresas coletoras do lixo urbano

(coletores de lixo) são responsáveis pela coleta, transporte e destino final do lixo. Esses

trabalhadores representam uma classe de trabalhadores mais expostos aos riscos ergonômicos

e biológicos, uma vez que estão frequentemente em contato com o lixo, tornando-se assim

uma atividade insalubre e de potencial infectividade.

Portanto, os coletores de lixo devem receber orientações e informações a respeito da

saúde e segurança no trabalho, assim como serem monitorados quanto ao uso correto dos

EPI‘s (Equipamento de Proteção Individual). Deste modo, quando esses profissionais fazem o

uso corretamente dos seus materiais de proteção, previnem o aparecimento de parasitoses.

CONCLUSÃO: Apesar do alto risco ocupacional a que os coletores de lixo estão expostos,

levando-se em consideração o teor contaminante dos materiais coletados, tanto como risco

microbiológico, quanto para acidentes de trabalho por perfurocortantes, não obtivemos

resultados da prevalência de tais parasitoses no grupo pesquisado.

Os resultados conseguidos refletem a realidade das práticas preventivas tomadas tanto

pelos profissionais coletores de lixo, quanto pela empresa, e servirão para retirar o estigma

que muitos têm dessa classe de trabalhadores que tanto contribuem para a limpeza urbana, de

que esses trabalhadores responsáveis pela coleta do lixo são altamente infectados por parasitas

intestinais, justamente devido o contato indireto com o lixo.

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NEVES, D.P. et al. Parasitologia Humana - 11°ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.

SANTOS, G.O; SILVA, L. F.F da. Estreitando nós entre o lixo e a saúde-estudo de casos de

garis e catadores da cidade de Fortaleza, Ceará. Revista Eletrônica do Prodema, Fortaleza,

v.3, n.1, jun, 2009.

VELLOSO MP, Santos EM. Anjos, LA. Processo de trabalho e acidentes de trabalho em

coletores de lixo domiciliar na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica [periódico

na internet] 1997 [acessado 2006 dez 6]; 13(4):[cerca de 8 p.]. Disponível em:

http://www.scielo.br.

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POLÍTICAS EDUCACIONAIS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SANTARÉM NO PERÍODO DE 2004 A 2016

Greice Jurema de Freitas Goch1

[email protected]

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares2

[email protected]

RESUMO: O estudo focaliza as políticas educacionais no município de Santarém/Pará implementadas pela

Secretaria Municipal de Educação no período de 2004 a 2016 a partir da seguinte questão investigativa: Quais

foram as ações desenvolvidas neste período no que se refere à qualificação docente, a melhoria da rede física e a

gestão democrática pela rede municipal de ensino? A produção de dados está sendo realizada por meio de

pesquisa bibliográfica e análise documental utilizando como fontes: Planos Municipais de educação; Lei de

gestão democrática; Plano de cargos e salários; Plano de ações articuladas, a Lei orgânica do município, dentre

outros. Os resultados preliminares demonstram que as políticas educacionais tem relação com os programas

federais, as interferências do contexto socioeconômico e das legislações, tais como: a Lei de diretrizes e bases da

educação nacional-Lei nº 9.394/96 e do Plano Nacional de Educação- Lei nº 13.005/2014. Isso torna

imprescindível perceber o movimento entre o Estado, as Políticas Sociais e, mais especificamente, as políticas

educacionais mediante a consequente lógica do Sistema capitalista que reforça o alinhamento destas políticas

educacionais às ideologias neoliberais em detrimento da participação da sociedade na elaboração de tais políticas

que se configuram como heterogêneas na Amazônia, inclusive no município de Santarém.

PALAVRAS-CHAVE: Política educacional, qualificação docente, gestão municipal.

INTRODUÇÃO: A política educacional se refere às decisões que o Poder Público, isto é, o

Estado, toma em relação à educação. Percebe-se que esta Política está relacionada com o

Sistema Capitalista e com a globalização da economia. Ressalta-se, que o tema desta pesquisa

é sobre política educacional, tendo como referência o município de Santarém no período de

2004 a 2016, abordando os programas e projetos que solidificaram estas políticas com sua

interferência na Educação Básica.

A partir da década de 90 aconteceram reformas educacionais que se configuraram em

políticas públicas de caráter compensatório, tais como: a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional- Lei nº 9.394/96, os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Diretrizes

Curriculares Nacionais da Educação Básica com o discurso da universalização de todos os

níveis de ensino para todos os indivíduos. A descentralização de recursos financeiros foi outro

fator histórico importante para as políticas educacionais através da lei do Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério

(FUNDEF) e que hoje é designado de Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação

Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) - Lei Nº11.494/2007, o

1 Mestranda em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE/UFOPA. Especialista em

Psicopedagogia e Interdisciplinaridade pela ULBRA. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação”, HISTEDBR/UFOPA. 2 Doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade

Federal do Oeste do Pará-UFOPA. Coordenadora Institucional do Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública/UFOPA. Líder Adjunta do Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação”, HISTEDBR/UFOPA.

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qual tem como diferencial o atendimento da Educação Básica, obedecendo o disposto no

Art.212 da Constituição Federal. Barleta ressalta que,

[...] a reforma educacional dos anos 1990 impulsionou as mudanças no padrão da

gestão pública e no funcionamento dos sistemas educacionais. Era necessário formar

um novo cidadão produtivo para atender as demandas da economia globalizada e ao

mesmo tempo reduzir os gastos do Estado com essa formação, bem como

potencializar a atuação do Estado brasileiro no sentido da centralização das tomadas

de decisões no campo da política educacional e controle através das avaliações de

resultados. (2015, p.128-129).

Essa contextualização solidifica o interesse pelo tema, o qual surgiu devido à inserção

da pesquisadora na educação do município de Santarém no período de 2009 a 2012 como

Diretora de Ensino concomitante com atuação no Conselho Municipal de Educação de

Santarém acompanhando a elaboração de políticas educacionais. A relevância desta pesquisa

reside em constatar se essas políticas educacionais foram políticas de governo ou de Estado.

A implementação de uma política educacional só se dá de fato quando validada pelo

contexto da prática, isto é, se respondem e em que medida dá conta de responder às

expectativas sociais. De maneira mais proximal tem a gestão da escola um papel

fundamental nessa tipologia de encaminhamento - se se quer mudar a realidade, não

é a imposição cega e forçosa que conduzirá às respostas satisfatórias e duradouras

para a consecução de uma escola de qualidade, mas o grau de entendimento e

sentimento de pertinência social que a política pode trazer e que será ressignificada

pela comunidade intra e extraescolar. (LIMA, 2013, p.13).

Assim, configura-se a relevância social e histórica do estudo em registrar a

implementação da Política educacional desenvolvida na Secretaria Municipal de Educação em

Santarém no período de 2004 a 2016, já que neste período há a ausência de produções

científicas.

MÉTODO: Esta pesquisa em andamento tem um enfoque qualitativo já que permite ao

pesquisador um olhar aprofundado sobre os aspectos não mensuráveis da realidade e da

complexidade de fatos e processos particulares do objeto ora pesquisado. E quanto ao

levantamento de dados está sendo desenvolvida por meio da pesquisa bibliográfica e da

análise documental de fontes primárias (Lei de Gestão democrática, Plano de cargos e

salários, Planos Municipais de Educação, Proposta Pedagógica da Secretaria Municipal de

Educação, relatórios, periódicos, leis, resoluções do Conselho Municipal de Educação de

Santarém, portarias, dentre outros).

RESULTADO E DISCUSSÃO: A política pública é a ação de um governo, mas que pode

ser transformado num slogan, num programa governamental com ações provisórias (Política

de governo) ou em ações que causem impactos para o interesse público transformando-se em

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leis. (Política de Estado). Sobre isso Hofling ressalta que as políticas públicas ―reflete os

conflitos de interesses, os arranjos feitos nas esferas do poder que perpassam as instituições

do estado e da sociedade‖. (2001, p. 38). Caracteriza-se como política pública o sistema de

metas e planos pensados pelos três entes federativos (União, Estado e Município). Porém,

nem sempre essas políticas organizadas pelo governo representam de fato as necessidades

apontadas pela sociedade de modo geral.

Os propositores da ―política de Estado‖ buscam a institucionalização de normativas

que definam em comum acordo as responsabilidades de cada ente federado para a

garantia do direito à educação. Já os propositores da ―política de governo‖ defendem

a preponderância da elaboração de agendas governamentais que atendam à área da

educação. (GANZELI, 2013, p.46).

Em consonância com esta ideia, pode-se dizer que as políticas públicas têm duas

características gerais, tais como: a primeira se refere à busca do consenso em torno do que se

pretende fazer e deixar de fazer proporcionando melhores as condições de aceitação e

implementação das políticas propostas e, a segunda se reporta a definição de normas e o

processamento de conflitos. Ou seja, as políticas públicas podem definir normas tanto para a

ação como para a resolução dos eventuais conflitos entre os diversos indivíduos e agentes

sociais. Sobre esse aspecto, é necessário frisar:

As políticas públicas, no âmbito das quais se insere a política educacional, são

formuladas e executadas pelos governos, tendo em vista minimizar a desigual

distribuição de riqueza e de oportunidades nas sociedades divididas em classes, e

que são geradas pelo modo de produção capitalista. (COLARES; COLARES, 2013,

p.85).

Além disso, as políticas públicas apresentam complexidades, objetivos, características

diferentes e formatos institucionais de acordo com o momento histórico desenvolvido a nível

internacional, nacional e local. Dessa forma, é pertinente o entendimento das políticas locais

assim como os tipos de políticas públicas que foram implementadas no contexto Santareno no

período de 2004 a 2016, as quais podem ser classificadas em quatro tipologias (redistributiva,

distributiva, regulatória e instituinte) que estão sendo abordadas na pesquisa em andamento.

(SANTOS, 2014).

De acordo com Santos (2014) as Políticas Públicas Redistributivas tem como objetivo

redistribuir renda na forma de recursos e/ou de financiamento de equipamentos e serviços

públicos. Já as Políticas Distributivas têm objetivos pontuais ou setoriais ligados à oferta de

equipamentos e serviços públicos. E, por último, as Políticas Regulatórias visam regular

determinado setor, ou seja, criar normas para o funcionamento dos serviços e a

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implementação de equipamentos urbanos. Assim, a política regulatória se refere à legislação e

é um instrumento que permite regular (normatizar) a aplicação de políticas redistributivas e

distributivas. E por último, aparecem as políticas públicas instituintes que se exemplificam

por meio da Constituição Federal por dar forma ao Estado e ao regime político.

A política educacional decorre da intencionalidade das políticas públicas supracitadas

e, principalmente, pelas políticas públicas regulatórias, as quais são decisões que o Poder

Público, isto é, o Estado, toma em relação à educação. Assim, a L.D.B. Nº9.394/96 ressalta de

quem é a responsabilidade de elaborar tal política em regime de colaboração com os Sistemas

de Ensino.

Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em

regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.

§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os

diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva

em relação às demais instâncias educacionais. (CARNEIRO, 2014, p.119)

Assim, percebe-se que a política educacional sofre influência da textualidade

(documento) e da contextualidade (relações de poder e as condições de sua produção) das

políticas públicas que visam o crescimento e o desenvolvimento econômico, porém estas

devem privilegiar a dimensão humana, evitando a deterioração das condições de vida das

populações mais pobres e mais marginalizadas do processo educacional. Nessa perspectiva, os

gastos públicos devem sofrer uma reorientação para promover uma reorganização

institucional, social e educacional.

Ressalta-se também a influência do Banco Mundial do ponto de vista econômico sobre

a educação. Apesar das críticas às políticas e metas educacionais preconizadas por esta

instituição, pelo menos no Brasil, o ensino básico e fundamental começou a ter importância

no desenvolvimento econômico a partir da década de 1990 e início dos anos 2000 devido às

pressões externas realizadas pelos resultados dos relatórios internacionais divulgados pelo

BIRD e pelo Banco Mundial. O Brasil aparece como um dos países que possui a pior

educação fundamental do planeta.

É premente, então, verificar que as políticas brasileiras de educação registradas nos

planos decenais têm como principal preocupação o ensino básico, pilar do ensino médio e

superior, pilar na formação do indivíduo, no treinamento e no exercício da cidadania. Colares

ressalta uma prerrogativa sobre este cenário enfatizando que,

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Vive-se um período no qual o expansionismo do capital está fortemente presente e

difundido pela ―globalização‖. Ao mesmo tempo, junto a esse expansionismo,

assiste-se à concentração dos espaços de poder em torno de organismos, tais como

FMI e o Banco Mundial. Assim sendo, os acontecimentos em curso no plano

mundial, afetam as orientações/ decisões políticas governamentais de todos os

países, produzindo modificações substantivas nas diferentes esferas da vida social.

(2006, p.25)

Investir de forma qualitativa em educação básica é fundamental para o desenvolvimento

e funcionamento da economia do país. Diante disso, a educação não pode ser vista somente

com o pretexto de estimulá-la para melhorias econômicas colocando o Brasil em

competitividade com o mercado internacional com o objetivo de minimizar os déficits e

equilibrar as contas públicas. Não se trata apenas de investir em mais recursos, mas de investir

com qualidade na elaboração e implementação de tais políticas educacionais tanto a nível

nacional quanto a nível local.

CONCLUSÕES: Sendo assim, as discussões parcialmente supracitadas sobre políticas

públicas e políticas educacionais favorecem o entendimento da correlação e da interferência

do Estado e do modo de produção capitalista na elaboração de tais políticas e,

consequentemente, nas políticas educacionais implementadas pela Secretaria Municipal de

Educação nas escolas da Rede Municipal de Santarém.

REFERÊNCIAS

BARLETA, I. de A. Diagnóstico do Plano de Ações Articuladas. In: Práxis Educacional/

Revista do Programa de Pós-graduação da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

V.11, N.20 (set/dez. 2015). Vitória da Conquista: Edições UESB, 2015.

CARNEIRO, M. A. LDB Fácil: Leitura crítico- compreensiva, artigo a artigo. 22. ed.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

COLARES, A.A.; COLARES, M.L.I.S. As políticas educacionais e a formação de

professores. In: JEFFREY, Débora Cristina e AGUILLAR, Luis Enrique. Balanço da

Política Educacional Brasileira (1999-2009): ações e programas. Campinas, SP: Mercado

de Letras, 2013.

COLARES, M. L. I.S. Políticas Educacionais no Município de Santarém. Canoas: Ed.

ULBRA, 2006.

MARTINS, A.M.; CALDERÓN, A.I.; GANZELI, P. e GARCIA, T. de O. G. (Orgs.).

Políticas e Gestão da Educação: desafios em tempos de mudanças. Campinas, SP: Autores

Associados, 2013.

SANTOS, P. S. M. B dos. Guia Prático da Política Educacional no Brasil: ações, planos,

programas e impactos. 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: Cengage Learning, 2014.

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PRODUÇÃO DE CONTEÚDO DE AUTORIA BASEADO NO CONCEITO DE STORYTELLING

Deivid Eive Silva1

Marialina Corrêa Sobrinho2

[email protected]

RESUMO: Este trabalho tem o objetivo de facilitar a compreensão dos diferentes tipos de linguagens abordados

na disciplina Língua Portuguesa com alunos da 1ª série do Ensino Médio, permitindo-os construir conhecimento

através da produção de storytelling (arte de contar histórias), pois acredita-se que o mesmo por possibilitar a

manipulação de recursos multimídia, como: vídeo, áudio, texto e imagens, apresentam-se como uma alternativa a

favor da educação, podendo instigar a curiosidade do educando para o conteúdo, tornando-o mais participativo e

interessado. Como parte da metodologia, será utilizada as ferramentas Word e Power Point nas versões 2016 e o

editor de vídeo HitFilm 3 express. Esta atividade está apoiada na pedagogia dos projetos, seguindo os princípios

do process digital storytelling. O trabalho encontra-se em fase inicial.

PALAVRAS-CHAVE: tecnologia, língua portuguesa, storytelling.

INTRODUÇÃO: A tecnologia está cada vez mais presente em diversos ambientes

frequentados pelo homem, dentre eles o espaço escolar, apresentando-se como uma nova

maneira de se informar e de se comunicar, ampliando esse meio sem alterar os procedimentos

tradicionais.

Entretanto, nesse contexto, ainda é possível perceber que esse mesmo artifício pode

provocar uma contínua distração no corpo discente, quando não há projetos educativos na

escola que incluam e explorem o uso desse recurso como uma ferramenta capaz de contribuir

para uma aprendizagem significativa.

Segundo Rosen, professor da Universidade Estadual da Califórnia, a concentração de

alguns estudantes, varia de 3 a 5 minutos, depois disso, se distraem, sem que consigam

terminar seus estudos ou tarefas, ficando ansiosos durante a aula para ver no celular, por

exemplo, os comentários que estão recebendo na sua última foto postada no instagram, os

likes recebidos no facebook, e assim por diante. (BBC BRASIL, 2013).

Em contrapartida, pode ser percebido que não há falta de atenção e público, por

exemplo, nas salas de cinema, teatro e nem na procura e leitura dos livros como a saga

crepúsculo e Harry Potter que se tornaram best-sellers por conta da demanda

(STORYTELLERS, 2007).

Diante disso, é possível dizer então que a escola necessita adotar novas estratégias

para despertar a curiosidade do seu público para aquilo que é proposto comunicar. Com isso, é

perceptível nesse meio, uma espécie de ―cabo de guerra‖ em busca de atenção, consegue-a

1 Aluno do 7º Semestre do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA. 2 Professora do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA, orientadora do projeto.

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aquele que tiver uma melhor história para contar, como: o filme em cartaz, a espetáculo

teatral, o enredo de um livro.

O professor em sala de aula está disputando a concentração do aluno e deve ser o

primeiro a utilizar novas maneiras com a intenção de cativa-lo e não somente de passar

conhecimento (DOMINGOS, 2012).

Nesse processo, como uma alternativa para reter a atenção do educando, surge o

storytelling (a arte de contar histórias). O conceito já é popular nos Estados Unidos (EUA),

porém ainda é recente no cenário educativo europeu e brasileiro (T-STORY, 2013). Contudo,

a base do storytelling não é nova, pois o ―ser humano conta historia há milhares de anos na

simples troca de conhecimento, para manter e desenvolver tradições, para motivar e mexer

com emoções.‖. (T-STORY, 2013).

Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é facilitar a compreensão dos diferentes tipos

de linguagens abordados na disciplina Língua Portuguesa com alunos da 1ª série do Ensino

Médio.

Como parte da metodologia, será utilizada as ferramentas Word e Power Point nas

versões 2016 e o editor de vídeo HitFilm 3 express. Esta atividade está apoiada na pedagogia

dos projetos, seguindo os princípios do process digital storytelling.

Este resumo expandido está organizado em seções, onde após esta introdução encontra-se a

segunda seção que apresenta o método utilizado para o desenvolvimento do projeto. A seção seguinte

aborda os resultados do projeto, e finaliza com a conclusão.

MÉTODO: O estudo partirá de pesquisas, tendo como apoio o método semi-experimental

(modelo que permite o trabalho com pessoas no princípio de pré-teste e pós-teste, verificando

o desempenho escolar), levantamento de dados (entrevista com o professor sobre os

desempenhos escolares) e bibliográficos (material científico). (VELTRONE, 2009).

A aplicação do projeto será realizada em uma escola da rede particular de ensino na

cidade de Santarém, no oeste do Estado do Pará. A mesma atende aproximadamente 1.400

alunos, indo da educação infantil até a 3ª série do Ensino Médio. Para este experimento foram

escolhidas 2 turmas da 1ª série do Ensino Médio que se deu através de sorteio, totalizando 77

alunos envolvidos com a finalidade de facilitar o ensino dos tipos de linguagens ministrada na

disciplina Língua Portuguesa.

Para o experimento dividirá as turmas em 11 equipes de 7 alunos, aproximadamente,

representados nos diferentes tipos de linguagens: verbal e não verbal, publicitária, cinema,

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história em quadrinhos e artes plásticas. Dessa maneira, sendo organizados em 6 momentos de

45 minutos cada aula.

No primeiro momento explanará sobre o conteúdo que será trabalhado. No segundo

momento será feito a formação das equipes, discussão para escolha da ideia central que

norteará a storytelling e a pesquisa sobre o tema e assuntos relacionados ao trabalho,

registrando e estruturando no formato de roteiro entregue às equipes. No terceiro momento

serão elaborados os storyboards a partir de um esboço entregue aos alunos e também serão

coletadas as mídias necessárias para o desenvolvimento. No quarto momento será realizada

uma oficina para o uso da ferramenta de edição de vídeos. No quinto momento serão

produzidas as storytelling e no sexto momento será feito a divulgação e avaliação acerca do

material produzido.

A proposta do trabalho segue a pedagogia dos projetos que permite o aluno aprender

fazendo, além de estimular a autoria e por fim gerar conhecimento, pois nesse tipo de

atividade, o mesmo ―precisa selecionar informações significativas, tomar decisões, trabalhar

em grupo, gerenciar confronto de ideias, enfim desenvolver competências interpessoais para

aprender de forma colaborativa com seus pares.‖. (PRADO, 2003).

Referente à produção das histórias digitais foi adotado o ―Digital Storytelling

Process‖, que orientará os alunos nas etapas de desenvolvimento do produto final (MORRA,

2013), seguindo os 8 passos necessários.

1. Comece com uma ideia: pensar na temática, podendo ser ficção ou realidade;

2. Investigação: conhecer melhor o tema o qual deseja construir a história.

3. Script: registrar a pesquisa, estruturando em uma espécie de roteiro;

4. Storyboard: modelar o script. Servirá como orientação para o projeto final, então

deve-se especificar qual o material pretende usar.

5. Reunir: buscar as mídias necessárias para o desenvolvimento da storytelling:

imagens, vídeos e sons.

6. Junte tudo: utilizar uma ferramenta de edição para a integração das mídias e

viabilização do projeto.

7. Partilhar: disponibilizar online as produções realizadas pelos alunos, podendo assim

fomentar para a produção de trabalhos robustos, pois serão vistos também por um público

externo que poderá dar likes, por exemplo.

8. Reflexão e feedback: avaliar o próprio trabalho, sobre a experiência vivenciada.

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As ferramentas utilizadas durante o processo serão: o editor de texto Word na fase 3

para o registro do roteiro, o editor de apresentação Power point na fase 4 para elaboração do

esboço da storytelling, ambos na versão 2016. Além disso, será utilizado o editor de vídeo

HitFilm 3 Express para a criação e edição do material final. Na fase 7, será usado a rede social

facebook como veículo de divulgação dos resultados e na fase 8 o typeform como recurso

para captação do feedback dos alunos através de formulário eletrônico sobre as experiências

vivenciadas no desenrolar de seus trabalhos.

Cabe dizer que todas as etapas descritas no projeto serão mediadas pelo professor e

receberá suporte da equipe de informática da escola.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O trabalho final consiste nas produções de storytelling

realizadas pelos alunos da 1ª série do Ensino Médio na disciplina Língua portuguesa, norteado

pelo processo para desenvolvimento de storytelling digital proposto por Morra (2013).

Todos os trabalhos serão publicados em uma página criada na rede social facebook e

serão apresentados no auditório da escola com a finalidade de captar feedback para

posteriores propostas dessa natureza.

Ao final serão classificados os melhores trabalhos produzidos refletidos nas curtidas

do facebook, ponto de vista do professor e olhar da equipe de informática do colégio que dará

apoio em todos os momentos necessários para viabilizar esse projeto.

CONCLUSÃO: O desenvolvimento de storytelling digital como proposta pedagógica, por

permitir a manipulação de recursos multimídia, como: vídeo, áudio, texto e imagens,

apresentam-se como uma alternativa a favor da educação, podendo estigar a curiosidade do

educando para o conteúdo, tornando-o mais participativo e interessado (SILVA, SILVA e

CORREA SOBRINHO, 2015). Conforme Villate (2005) ―cada ano os nossos alunos estão

mais motivados para as tecnologias informáticas e menos motivados para os métodos

tradicionais de ensino‖.

Um projeto dessa natureza que propõe a produção de histórias digitais na sala de aula

articula não somente o ponto de vista pedagógico, mas também o aspecto organizacional,

importantes para o desenvolvimento do estudante, pois além de provocar o aumento no

desempenho escolar, ainda ajuda a melhorar as habilidades exigidas no mercado de trabalho.

Desse modo, exercitando a escrita, a criatividade, a capacidade narrativa, a construção de

argumentos e o pensamento lógico, inclusive estimulando a capacidade de gerir o tempo para

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cumprir os prazos estipulados pelo professor, sendo necessário ao decorrer das atividades

aprender escutar uns aos outros e trabalhar em equipe.

Então, nesse sentido, acredita-se que os benefícios em utilizar a storytelling nos

processos de ensino e aprendizagens podem ajudar na resolução dos problemas levantados

anteriormente de uma maneira lúdica e atrativa, que possibilite a interação entre os alunos e a

construção do conhecimento.

Por conseguinte, pretende-se dar continuidade ao projeto seguindo sua aplicação,

testes e devidas analises para assim posteriormente replicá-lo para as demais disciplinas e

níveis de ensino para o apoio e melhoria do aprendizado.

REFERÊNCIAS:

BBC BRASIL. Concentração perdida com uso de tecnologia pode ser recuperada (2013).

Disponível em:

<http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/11/131122_entrevista_rosen_concentracao_p

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DOMINGOS, Adenil. Storytelling midiático: a arte de narra a vida como ferramenta

para educação (2012). Disponível em: <http://educonse.com.br/2012/eixo_08/PDF/78.pdf>.

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MORRA, Samantha. 8 steps to great digital storytelling (2013). Disponível em:

<http://edtechteacher.org/8-steps-to-great-digital-storytelling-from-samantha-on-edudemic/>.

Acesso em: 02 out. 2016.

PRADO. M. E. Pedagogia de projetos: fundamentos e implicações (2005). Disponível em:

<http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_4_projetos/conteudo/unidade_1/Eixo1-

Texto18.pdf>. Acesso em: 02 out. 2015.

SILVA, D; SILVA, V. CORREA SOBRINHO, M. Organização de Atividades com Objetos

de Aprendizagem: Um Estudo de Caso (2015). Disponível em:

<http://www.tise.cl/volumen11/TISE2015/397-403.pdf>. Acesso em: 02 out. 2015.

STORYTELLERS. Storytelling em sala de aula (2007). Disponível em:

<http://www.storytellers.com.br/2012/08/storytelling-em-sala-de-aula.html>. Acesso em: 01

out. 2016.

T-STORY. Storytelling applied to training (2013). Disponível em:

<http://www.tstory.eu/pt-pt/system/files/TStory%20newsletter_1_PT_0.pdf>. Acesso em: 02

out. 2016.

VELTRONE, A. Possibilidades da pesquisa qualitativa e quase experimental na inclusão escolar

(2009). Disponível em:

<http://www.uel.br/eventos/congressomultidisciplinar/pages/arquivos/anais/2009/291.pdf>. Acesso

em: 02 out. 2016.

VILLATE, J. E. (2005). E-learning na Universidade do Porto. Caso de Estudo: Física dos

Sistemas Dinâmicos. II Workshop E-learning da Universidade do Porto. Disponível em:

<https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/325/2/25317.pdf>. Acesso em: 01 out. 2016.

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PRODUÇÃO DE TIJOLO ECOLÓGICO UMA ALTERNATIVA PARA

CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICIPIO DE SANTARÉM

Fernando Augusto Ferreira do Valle1

Ednelma Branco Madeira2

Francisco Marcos Vidal Praciano3

Kayna Costa Gregório4

RESUMO: Sabe-se que é pauta dentre as maiores discussões e preocupações do mundo atual a gradativa

escassez dos recursos naturais e a crescente necessidade de preservação do meio ambiente, além da necessidade

de descobrir soluções para reduzir os impactos ambientais causados pela péssima utilização da matéria-prima

proveniente da natureza. Por conta disso, observa-se a busca cada vez maior de novos resultados técnicos por

parte da construção civil, que visam atingir maiores vantagens no decorrer de suas atividades, tanto no setor

econômico quanto no sustentável. Com base nessas necessidades, a utilização do tijolo solo-cimento destaca-se

como excelente alternativa para suprir tais carências, principalmente na área residencial, tendo como maior

destaque de sucesso no projeto a parte econômica, o tempo de execução e a sustentabilidade. Procurou-se, neste

artigo, mostrar as vantagens da utilização do tijolo de solo-cimento, aperfeiçoando o modelo já existente, através

da criação de um novo protótipo com dimensões diferenciadas e maior resistência que o tijolo já normatizado.

PALAVRAS-CHAVE: Sustentável. Tijolo. Econômico.

1 INTRODUÇÃO: Atualmente, observa-se uma incessante procura por alternativas de

materiais de construção civil ecologicamente corretos e de baixo custo. Sendo o Brasil um

país em crescimento, é necessário focar na sua sustentabilidade, por isso a importância de um

produto de alta qualidade e com procedimento produtivo com baixo índice de impactos

ambientais e custos. Seguindo esse campo de visão, pode-se destacar, como uma excelente

alternativa, a aplicação do Tijolo Solo-Cimento nas construções civis, de modo geral.

Sistemas de construção de solo-cimento podem minimizar danos ambientais, baratear e dar

mais agilidade às obras. A técnica é o resultado da mistura homogênea de solo, cimento e

água em proporções previamente determinadas, depois compactadas na forma de tijolos,

blocos ou paredes monolíticas. Desde que bem executado, o componente apresenta boa

durabilidade e resistência à compressão. (PINI/WEB, 2004)

A utilização do Tijolo Solo-Cimento, ou Tijolo Ecológico, facilita a execução das

obras reduzindo o desperdício, como a não utilização de madeira como escoramento e

caixaria, consequentemente diminuindo a quantidade de mão de obra e de material no

canteiro. Desta maneira, observando toda sua cadeia produtiva até o seu objetivo final, pode-

se observar que o Tijolo Solo-cimento tende a ser um produto sustentável e de baixo custo. A

construção com solo-cimento é considerada uma técnica milenar, os Estados Unidos, por

exemplo, aplicaram este tipo de técnica na Segunda Guerra Mundial na construção de pistas

de aeronaves na Ilha do Pacífico. No Brasil, deram início aos estudos no ano de 1941, e em

1 Eng. Civil M.Sc Professor no Centro Universitário Luterano de Santarém

2 Engenheira Civil

3 Engenheiro Civil

4 Acadêmica de Engenharia Civil no CEULS/ULBRA

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368

meados de 1945 foi utilizada na construção de uma casa de bombas na cidade de Santarém, no

estado do Pará.

A alvenaria feita com blocos modulares, sim, não só resolve esse problema de interação

como oferece algumas vantagens. Dispensa o revestimento, argamassa de assentamento,

além de não necessitar de queima de madeira ou óleo combustível para sua produção, o que

barateia o processo construtivo. Assim como a parede monolítica, os blocos de solo-

cimento são fabricados, normalmente, com o próprio solo do local, o que reduz custos com

relação à matéria-prima de construção e o seu transporte. (PINI/WEB, 2004)

Avaliando este cenário, objetiva-se mostrar neste artigo, através de levantamento

bibliográfico e ensaios em laboratório, as características do Tijolo Solo-Cimento, seu processo

executivo e seu baixo impacto ao meio ambiente, e o que pode ser melhorado nesses setores

para aprimorar a utilização dessa técnica. Foi observada a possibilidade de ser mostrada a

consciência ecológica com atitudes diferentes para com a sociedade, trazendo uma construção

simples, econômica e, sobretudo, com o pensamento no futuro.

2 METOLOGIA: Para o desenvolvimento deste artigo, recorreu-se, de início, à seleção

de um acervo bibliográfico consistente com o tema e com levantamento de dados. A partir

daí, foram analisados ensaios laboratoriais com o objetivo de verificar a possibilidade de um

tijolo com maior resistência à compressão, e estanqueidade mais elevada se comparado aos

comumente já existentes no mercado. Os ensaios ora realizados tratam-se de: Absorção de

água, compressão simples, limite de liquidez, limite de plasticidade, análise granulométrica

por peneiramento e umidade ótima. A utilização final deste tijolo poderá apresentar diversos

benefícios, dentre eles a aquisição de material em jazidas próximas, sem grande degradação

ambiental; não há a necessidade de queima, dispensando a utilização da madeira no seu

processo executivo; é mais econômico em relação ao tijolo tradicional; facilita a agilidade na

construção, pouca necessidade de mão de obra especializada, consequentemente reduzindo

custos. Em se analisando aspectos vinculados à resistência, de acordo com as NBR‘s 8491/84

e 8492/84, que dimensionam o tijolo em 20x10x5cm, com pressão de 15 toneladas, a

resistência à compressão pode chegar até 3,7 MPa, no máximo, e estanqueidade máxima a

14,5%. Os materiais utilizados no tijolo solo-cimento são, de acordo com Freire (1976, apud

BARBOSA et al. 2002), ―uma mistura de solo pulverizado, cimento Portland e água, os quais,

sob compactação a um teor de umidade ótima, constituem-se em um material estruturalmente

resistente, estável, durável e de baixo custo‖. O solo é o elemento que entra em maior

quantidade nessa mistura, então deve ser escolhido de forma que se utilize a menor

quantidade possível de cimento. O mais indicado é o solo arenoso devido as suas

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características peculiares. A água deve ser livre de matéria orgânica, sulfatos, sais, entre

outros, caso contrário podem trazer problemas ao cimento, como a dificuldade na pega, por

exemplo. O cimento Portland é empregado na composição do Tijolo Solo-Cimento. Conforme

Sampaio (2005), ―para cada 143 tijolos cerâmicos, é necessário 13,36kgde cimento, 0,048m³

de areia, 0,018m³ de saibro, um pedreiro, um servente e encargos, a cada 2 horas de trabalho‖.

No tijolo modificado apresentado neste artigo, para cada 60 tijolos são necessários 2 litros de

cola, um pedreiro, um servente e os encargos.

Figura 1 – Tijolo modular de solo cimento

Fonte: MADEIRA, Ednelma Branco, PRACIANO, Francisco Marcos Vidal, 2012

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Ensaio de Absorção de Água: Este ensaio, realizado no protótipo criado do tijolo de

solo-cimento, foi promovido de acordo com os parâmetros fornecidos pela ABNT NBR 8492,

do ano de 1984. Esta norma determina que o tijolo solo-cimento tradicional, o comercializado

no mercado, deve ter no máximo uma absorção de 14,25% de água. Neste ensaio, a absorção

de água atingiu a média de 9,52% de umidade, de acordo com a tabela a seguir, resultado

bastante satisfatório em relação ao tijolo existente no mercado.

Tabela 1 – Índice de Absorção de Água

Fonte: MADEIRA, Ednelma Branco, PRACIANO, Francisco Marcos Vidal, 2012

3.2 Ensaio de Compressão Simples: Este ensaio, realizado no protótipo do tijolo de solo-

cimento, foi promovido de acordo com os parâmetros fornecidos pela ABNT NBR 8492/84,

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que determina uma resistência mínima de 3,7 MPa. Foram ensaiados 36 tijolos, com tempo de

cura de 3, 7, 14 e 28 dias, contados a partir de sua fabricação, utilizando o mesmo tipo de solo

e cimento Portland, em quantidades variadas (8%, 10% e 12%) estabelecidas por norma.

Observou-se, então, que os corpos de prova com o tempo de cura de 28 dias apresentaram

resultados satisfatórios, ao contrário dos tijolos com pouco tempo, que apresentaram

resistência inferior à determinada pela normativa.

3.3 Ensaio de Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade: O limite de liquidez consiste na

passagem do solo de estado liquido para o estado plástico, e o de plasticidade é a passagem do

estado plástico para o semi-sólido. O ensaio de determinação do limite de liquidez do solo,

que foi realizado de acordo com os parâmetros fornecidos pela DNER-ME 122/1994 e

DNER-ME 082/1994. Ao analisar as amostras e submetê-las aos ensaios, obteve-se o

resultado no limite de plasticidade o valor de 19% e limite de liquidez, 62%.

3.4 Ensaio de Análise Granulométrica por Peneiramento: A granulometria é a proporção

relativa, mostrada em porcentagem, dos diferentes tamanhos dos grãos que estão constituindo

o material. O ensaio de determinação da granulometria por peneiramento foi feito de acordo

com a DNER 080/1994, que mostra um percentual passante na peneira de nº 200, ou

0,074mm, um total de 13,84% de silte e argila e 44,06% de material mais arenoso, essa

quantidade de finos ajuda na homogeneização no material para confecção do tijolo.

Tabela 2 – Ensaio de Peneiramento

Fonte: MADEIRA, Ednelma Branco, PRACIANO, Francisco Marcos Vidal, 2012

Tabela 3 – Ensaio de Peneiramento

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Fonte: MADEIRA, Ednelma Branco, PRACIANO, Francisco Marcos Vidal, 2012

4 CONCLUSÃO: A produção de tijolo modular solo-cimento é uma boa alternativa para

as empresas de construção, que visam otimizar custos e tempo em suas obras, sem deixar de

atentar à qualidade do produto a ser utilizado em sua fabricação e sempre seguindo as

recomendações da NBR 8491 e 8492/83, no quesito material e resistência, tendo em vista que

seu processo produtivo deverá adequar-se às normas técnicas e às recomendações da ABNT.

Os resultados obtidos evidenciam que os materiais disponíveis para fabricação deste tijolo,

são próprios para construção de alvenaria de vedação e estrutural de pequeno porte. Os corpos

de provas apresentaram resultados satisfatórios, superiores aos estabelecidos pela norma.

Portanto, confirma-se a eficácia do tijolo modificado e sua plena condição de comércio, tendo

assim, um produto de alta qualidade e economia. Espera-se que a produção do tijolo de solo

cimento deva crescer consideravelmente em todo o país pelos próximos anos, devido à

necessidade de materiais mais práticos e sustentáveis. Não distante desta perspectiva o

município de Santarém, assim como outros do país, explora o setor de construção civil, tal

fato, proporciona a necessidade de desenvolvimento tecnológico sustentável, para que apenas

as três indústrias de tijolo solo cimento na cidade, possam aprimorar as técnicas de produção e

comercialização deste produto, tendo em vista que foi verificado através de pesquisa

bibliográfica e ensaios realizados neste estudo, que a produção de tijolo modular solo cimento

é uma boa alternativa para as empresas do ramo.

5 REFERÊNCIAS

ABCP- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Guia básico de

utilização do cimento Portland.7.ed. São Paulo, 2002. 28p. (BT-106)

______Boletim Técnico – Aplicação de solo-cimento em pequenas áreas urbanas. São

Paulo: ABCP, 1985.

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372

ABNT- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. DNER-ME 080 –

Solos- análise granulométrica por peneiramento. Rio de Janeiro, 1994.

______. DNER- ME 7181 – Solo- Análise Garnulométrica. Rio de Janeiro,1984.

______. DNER- ME 122 - Solos- determinação do limite de liquidez- método de

referência e método expedito. Rio de Janeiro, 1994.

______. DNER- ME 213 – Solos- determinação do teor de umidade. Rio de Janeiro, 1994.

______. DNER- ME 082 - Solos- determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro,

1994.

______. NBR 11578- Cimento Portland Composto. Rio de Janeiro: ABNT, 1991b.

______.NBR 5732- Cimento Portland Comum. Rio de Janeiro: ABNT, 1991.

______.NBR 13553 – Materiais para emprego em parede monolítica de solo-cimento sem

função estrutural. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.

BAUER, L. A. Falcão. Materiais de construção: Concreto, Madeira, Cerâmica,

Metais, Plásticos, Asfalto. 5.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005. (Coleção Novos materiais para

construção civil).

FREIRE, W. J., BERALDO, A. L. Tecnologias e materiais alternativos de

construção.Unicamp, São Paulo: 2003.

MADEIRA, Ednelma Branco, PRACIANO, Francisco Marcos Vidal. PRODUÇÃO DE

TIJOLO ECOLOGICO. Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário Luterano

de Santarém (CEULS). Santarém, 2012.

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PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE MONITORAMENTO REMOTO DE PACIENTE NA CIDADE DE SANTARÉM – PARÁ: FASE DE PLANEJAMENTO

Amélia Caroline de Souza Farias1

Michel Islas Batista da Silva¹

Jordan Gabriel da Rocha Brito¹

Marjorie Elienay Pimentel Assunção¹

Willy da Silva Sena¹

Carlos Eduardo Miléo Antunes2

[email protected]

RESUMO: Nota-se com frequência a carência da população quanto à disponibilidade de novos meios

tecnológicos para facilitar e suprir necessidades na área médica; em alguns casos os hospitais não oferecem

atendimento adequado devido à falta de recursos. No entanto, observa-se que o avanço da tecnologia na área da

saúde veio se intensificando nas últimas décadas, tornando assim reais as possibilidades de melhorias nesse

ambiente. Concorda-se que a maioria das pessoas só recorrem aos hospitais quando seu quadro clínico já está se

agravando, o médico por sua vez acaba não chegando a um diagnóstico consistente devido à falta de

acompanhamento continuo na vida do paciente. Na situação de pessoas mais idosas o acompanhamento médico

frequentemente pode evitar doenças e até mesmo a morte. Baseado nisso, propõe-se a implantação de

Monitoramento Remoto de Pacientes, permitindo que vários destes problemas sejam amenizados, por exemplo,

possibilitar ao médico condições de dar um diagnóstico mais preciso, pois será possível acompanhar os dados do

paciente não somente no momento da consulta. Este trabalho tem como objetivo reduzir o tempo de internação e

custos. A contribuição esperada para o projeto é implantação de um sistema remoto de monitoramento de

pacientes utilizando uma rede de comunicação sem fio priorizando baixo custo e consumo.

PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia. Saúde. Monitoramento remoto de pacientes.

INTRODUÇÃO: De acordo com Madeiro ―A crise na saúde pública do Brasil deve ser

considerada sob três aspectos básicos, quais sejam, a deficiência na estrutura física, a falta de

disponibilidade de material-equipamento e a carência de recursos humanos‖ (2013, p.27).

Há um elevado grau de preocupação no que diz respeito à alta taxa de ocupação nos hospitais,

muitos deles possuem sua taxa de ocupação acima de 100%, desta maneira, com todos os

leitos ocupados, faz-se o uso de macas nos corredores para que haja uma tentativa de atender

pacientes além da capacidade do hospital. Isto tem como consequência principal a carência de

um atendimento adequado, devido à falta de equipamentos e de profissionais para atender

todas as necessidades apresentadas. Nestes cenários muitos pacientes acabam não

conseguindo leitos, morrem nos corredores ou em consequência ao longo período de espera

por atendimento.

Desta forma, faz-se necessário que sejam elaboradas soluções para que a demanda por

leitos de hospitais e a necessidade por atendimentos médicos adequados sejam supridas ou

amenizadas. Há possíveis soluções a serem pensadas para que este problema seja solucionado,

1 Acadêmicos III Semestre do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA.

2 Professor do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA, e orientador do projeto.

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no entanto, é possível que o tempo de espera para que estas soluções sejam postas em prática

seja ainda maior do que os problemas atualmente apresentados devido aos custos e a

necessidade de investimentos relativamente altos. Porém, outra maneira prática seria diminuir

a necessidade dos pacientes de usarem os leitos existentes. Com o sistema de monitoramento

remoto, em casos de menor gravidade, o paciente poderá ser monitorado em casa, sem a

necessidade de usar um leito hospitalar ou enfrentar filas para que tenha os atendimentos

iniciais. Será possível que a precisão dos diagnósticos gerados para determinados casos seja

bem maior do que os que são dados costumeiramente sem que sejam feitas analises mais

profundas, isto se dará por que o médico terá acesso a um histórico anterior dos pacientes, já

que eles vêm sendo monitorados todos os dias por esse sistema.

A proposta de implantação de um sistema de monitoramento remoto a distância tem

como objetivo contribuir para a redução da crise que hospitais apresentam quanto a

atendimentos de emergência hospitalar. Diminuindo significativamente a grave situação de

superlotação de hospitais e aprimorando o acompanhamento médico/paciente, permitindo

desta maneira que sejam dados diagnósticos mais precisos e eficazes para o paciente.

MÉTODO: A fundamentação do trabalho referente aos conceitos deu-se através da pesquisa

bibliográfica na web. Quanto aos equipamentos e aos softwares foram feitos levantamentos

juntos aos sites dos fornecedores de soluções de monitoramento de pacientes. A seleção da

ferramenta de monitoramento de paciente deu-se pela facilidade de manuseio, onde a mesma

não possui um processo dificultoso em seu uso, de maneira que uma pessoa com poucas

instruções possa manuseá-la, além de ser um software de baixo custo, porem com muitos

recursos e principalmente, recursos que atendam todos os requisitos pedidos para o

funcionamento coerente e eficaz do produto tornando-o satisfatório.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: É evidente que a tecnologia passou a ser solução de peso

para problemas apresentados em diversas áreas como educação e saúde. Acredita-se, a partir

dos dados analisados, que aderir a meios tecnológicos além de ser inovador pode ser de

extrema importância para melhorar a área da saúde, otimizando tempo e custos e ainda

aprimorando os resultados esperados pelos pacientes.

Em pesquisas iniciais sobre o uso da tecnologia de monitoramento voltada para esta

área, observou-se que já existem aplicativos e sistemas que auxiliam pacientes com suas

necessidades médicas, porém, o que se propõe nesse trabalho é, não só trazer auxilio para os

usuários mas ajudar com fatores como: Precisão de diagnósticos dados pelos médicos,

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acompanhamento mais frequente entre médico/paciente, otimização do tempo de espera para

atendimentos de emergência, redução da superlotação de hospitais e amenizar os problemas

com a escassez de leitos hospitalares.

Espera-se que o monitoramento remoto de pacientes inicialmente possa não tornar

extintos todos os problemas apresentados na área da saúde, mas traga uma diminuição

significativa desses incômodos, abrindo espaços para que projetos com esse mesmo cunho de

pesquisa possam ajudar a tornar esses problemas ainda mais raros.

REFERÊNCIAS:

BITTENCOURT, Roberto José. Ca. Saúde Publica:Intervenções para solucionar a

superlotação nos serviços de emergência hospitalar, jul. 2009. Disponível em:

<http://www.scielosp.org/pdf/csp/v25n7/02.pdf>Acesso em: 26 Mar. 2016

CARVALHO, Marco Antônio Santuci. Um sistema de monitoramento remoto de pacientes

usando rede sem fio.Disponível em:

<https://www.dcc.ufmg.br/pos/cursos/defesas/231M.PDF>Acesso em: 26 Mar. 2016.

LIMA, Eduardo. Monitoramento e acesso remoto: Conceitos e Princípios. Disponível em:

<http://www02.abb.com/global/gad/gad02465.nsf/59bddcf5e4536d06c125778c0028fa3c/0b8

c36f71ca33ea183257a8b00556c17/$FILE/Monitoramento+e+acesso+remoto.pdf>Acesso em:

27 Mar. 2016.

VIEIRA, Celia Maria Sales. A implantação do Projeto de atendimento Móvel de Urgência

em Salvador/BA: Panorama e desafios.

Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v42n4/v42n4a23>Acesso em: 27 Mar. 2016.

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PROPOSTA INTERDISCIPLINAR INTEGRANDO O CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO COM A COMUNIDADE ESCOLAR

Kássia Lima de Souza1

Marialina Corrêa Sobrinho2

[email protected]

RESUMO: Na busca por uma nova prática que contribua com o desenvolvimento interdisciplinar dos processos

de ensino e aprendizagem, o Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA implantou o Trabalho

Interdisciplinar de Sistemas de Informação (TISI). Considerando que ao entrar na Universidade o aluno deve

obedecer a um currículo pré-estabelecido que segue as diretrizes do Ministério de Educação e Cultura nada mais

providencial que por esse currículo linear exista uma preocupação concreta da prática interdisciplinar dos

processos de ensino, incluindo a leitura e a escrita que perpassa em um eixo vertical todas as disciplinas. Nesse

contexto, o objetivo do trabalho é praticar a interdisciplinaridade de forma efetiva, produzindo trabalhos

concretos no percurso da vida acadêmica dos alunos do curso de Sistemas de Informação. A metodologia de

desenvolvimento do projeto acontece em cinco semestres consecutivos, iniciando no primeiro semestre na

disciplina de Introdução a Computação. O projeto encontra-se em fase de desenvolvimento e a proposta foi

estendida à comunidade no entorno do CEULS/ULBRA para alunos e professores da Escola Estadual de Ensino

Fundamental e Médio Maria Uchoa.

PALAVRAS-CHAVE: educação, interdisciplinaridade, produção científica.

INTRODUÇÃO: Na educação, a interdisciplinaridade tem sido discutida como uma prática

que supera a fragmentação das disciplinas e promove mudanças nos processos de ensino e

aprendizagem. Para Libâneo (1994) o processo de ensino é um conjunto de atividades

realizadas por educador e educando, onde há a condução do ensino para que se alcance o

desenvolvimento das capacidades mentais.

Tem-se como princípio que no mundo atual, um profissional saiba encontrar as

soluções para os diversos problemas apresentados, pois conforme Piaget (1978), há sempre

desafios e problemas de desenvolvimento e de sobrevivência a destrinchar e a solucionar.

Nesse sentido, o papel das instituições de ensino, seja fundamental, médio, graduação

ou pós-graduação, é de enfatizar a aprendizagem para que os indivíduos gerem conhecimento

por si próprios (VALENTE, 2003). Na busca por uma nova prática que contribua com o

desenvolvimento interdisciplinar dos processos de ensino e aprendizagem, obedecendo a

visão atual discutida por diversos educadores, o Curso de Sistemas de Informação do

CEULS/ULBRA implantou o Trabalho Interdisciplinar de Sistemas de Informação - TISI.

Com essa prática, pretende-se que o estudante seja capaz de organizar, planejar e

executar ações através da estruturação e aplicação de projetos desenvolvidos pelo mesmo

durante cinco semestres consecutivos. No entanto, é necessário fazê-los entender a

1 Aluna do 6º Semestre do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA, bolsista do TISI 2016. 2 Professora do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA, coordenadora e orientadora do projeto.

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importância do bem escrever, planejar para um fazer organizado com competência e

responsabilidade desde o primeiro semestre do curso de Sistemas de Informação.

A partir das ações desenvolvidas pelo aluno no TISI, este será capaz de redigir textos

nas suas diversas modalidades como resumos curtos, longos e artigos, obedecendo as normas

de produção científica que permitam a submissão em congressos locais, regionais, nacionais e

internacionais, minimizando, em consequência disto, as dificuldades na produção de seu

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Experiências do ano de 2008 a 2015 revelam resultados que levam a crer que o projeto

tem proporcionado aos estudantes a capacidade de produção científica com qualidade,

gerando à instituição maior visibilidade através das produções acadêmicas divulgadas em

congressos de todos os níveis. A partir de 2015 o projeto foi para a comunidade no entorno do

Centro Universitário com o intuito de ampliar o conhecimento científico antes desenvolvido

apenas com os alunos do curso de Sistemas de Informação, estendendo-o para professores e

alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Maria Uchoa.

Este resumo expandido está organizado em seções, onde após esta introdução

encontra-se a segunda seção que apresenta o método utilizado para o desenvolvimento do

projeto. A seção seguinte aborda os resultados do projeto, e finaliza com a conclusão.

MÉTODO: A experiência com a primeira turma do Trabalho Interdisciplinar de Sistemas de

Informação – TISI ou PTI se deu no primeiro semestre de 2008. Definiu-se que a cada

semestre, um professor teria o papel de acompanhar, para motivar os alunos e apoiar a

coordenação do projeto no desenvolvimento das atividades.

Desde então o TISI é desenvolvido em 05 semestres implantados sequencialmente. A

disciplina de Introdução a Computação funciona como centralizadora de toda a

conscientização dos alunos sobre a importância do projeto e como será implantado. Os

encontros com os alunos são realizados quinzenalmente aos sábados, no laboratório de

informática do CEULS/ULBRA. Os demais encontros são efetuados em salas de aula e via e-

mail para orientação nas produções.

Os alunos formam grupos (2 a 4 participantes) e dividem-se pelas 4 áreas de pesquisa

dos professores que ministram aulas no primeiro semestre. Cada professor fica responsável

em acompanhar, orientar e atribuir notas aos trabalhos de suas equipes. Os trabalhos

produzidos valem notas para todas as disciplinas nos 5 semestres envolvidos. As notas são

atribuídas conforme pontuação das normas conhecidas por todos os envolvidos no projeto

(professores, alunos e coordenação).

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O projeto foi criado para trabalhar de forma multidisciplinar, interdisciplinar e

transdisciplinar, conforme o projeto proposto por cada grupo. Na medida que o trabalho vai se

desenvolvendo e as disciplinas sendo ministradas, o aluno terá suporte para implementar mais

uma etapa de seu projeto o qual poderá ser bibliográfico, de desenvolvimento de software ou

objetos de aprendizagem, os quais são recursos digitais que podem ser utilizados para apoiar

projetos que estão sendo desenvolvidos no curso de Sistemas e ou por outros Cursos na

Instituição.

O TISI foi estendido para a comunidade, após contato inicial com a direção da Escola

Estadual de Ensino Fundamental e Médio Maria Uchoa e aval para desenvolvimento do

projeto que abrange atualmente um grupo de docentes da escola. Os encontros acontecem

mensalmente de acordo com calendário previamente aprovado pela direção da escola,

atendendo a disponibilidade dos participantes sem interferir nas atividades do calendário

escolar.

Os encontros realizados no decorrer do ano permitiram a socialização dos

conhecimentos científicos que são desenvolvidos com os alunos do curso de Sistemas de

Informação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No ano de 2009, os trabalhos de TISI já obtiveram as

primeiras aprovações em eventos, seguidos de aprovações em eventos locais e regionais em

todos os anos de 2010 a 2015 consolidando desta forma, o objetivo desta atividade.

Em 2014, houveram aceites em eventos locais e regionais e alcançou-se oportunidade

de aprovar o primeiro trabalho desenvolvido dentro do projeto em um evento Internacional na

Europa chamado Congresso Internacional EDUTEC o qual aconteceu do dia 12 até 14 de

novembro na cidade de Córdoba na Espanha. O link do evento poderá ser visualizado nas

referências do projeto.

No primeiro semestre de 2015 as publicações iniciaram no mês de março no III

Congresso de Línguas no Rio de Janeiro – LINFE. No segundo semestre de 2015, um dos

projetos do TISI ganhou destaque com o 3º lugar no prêmio de honra ao mérito à Pesquisa de

Iniciação Científica do IX Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia e XV Salão de

Pesquisa e Iniciação Científica, realizado pelo CEULS/ULBRA.

No ano de 2015 o projeto foi para comunidade no entorno do Centro Universitário,

tudo o que era proposto apenas para os alunos do curso de Sistemas de Informação do

primeiro até o quinto semestre, foi disponibilizado para os professores e alunos da Escola

Estadual de Ensino Fundamental e Médio Maria Uchoa. Como a avaliação da escola sobre o

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379

desenvolvimento do projeto foi positiva, a direção do estabelecimento de ensino solicitou que

fosse dado continuidade por mais um ano, para que os professores amadurecessem mais e

melhor as propostas desenvolvidas no projeto e pudessem dar continuidade as ações dentro da

escola com mais segurança dos ensinamentos adquiridos durante as atividades do projeto no

ano de 2016.

CONCLUSÃO: Diante dos resultados alcançados desde os primeiros anos de introdução do

projeto TISI no curso de Sistemas de Informação o objetivo é continuar promovendo os

encontros em forma de oficinas e workshop, para que através dessas ações melhore ainda

mais a produção de forma consecutiva e gradativa trabalhando a interdisciplinaridade, e em

consequência das atividades desenvolvidas, minimizem as dificuldades com a escrita

acadêmica e aumentem a qualidade dos trabalhos como o TCC - Trabalho de Conclusão de

Curso dos alunos do curso de Sistemas de Informação.

Da mesma forma, possibilite que a comunidade passe a ter um ganho na aprovação de

novos projetos, na melhoria dos projetos apresentados nas feiras de ciências e mudanças na

forma de condução das atividades desenvolvidas pelos professores envolvidos no TISI,

possibilitando um trabalho mais organizado com seus alunos, melhoria nas propostas

apresentados para direção da escola, avanços na condução das aulas e na qualidade dos

projetos que serão encaminhados a partir de agora para solicitação de novos recursos para

melhoria do trabalho dentro da escola junto ao Ministério da Educação.

E ainda, alcançar maior número de publicações dos resultados produzidos, tanto por

alunos do curso de Sistemas de Informação quanto por discentes e docentes da escola alvo

durante o projeto, sejam eles resumos curtos ou longos e artigos, em eventos correspondentes

a área da pesquisa em nível local, regional, nacional e internacional, contribuindo para a

comunidade envolvida.

Para 2016 pretende-se continuar desenvolvendo o projeto com os alunos do curso de

Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA e estender à alunos e professores da Escola

Plácido de Castro a oportunidade de iniciação no âmbito científico, podendo trazer à Escola

maior visibilidade, valorizando os resultados construídos que, por sua vez, podem contribuir

trazendo soluções para os problemas da comunidade na qual estão inseridos.

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380

REFERÊNCIAS:

EDUTEC. Disponível em: <http://www.uco.es/edutec2014/>. Acesso em: 10 out. 2014.

LIBANEO, José. Interdisciplinaridade. Disponível em:

<http://www.infoescola.com/pedagogia/interdisciplinaridade/amp/>. Acesso em: 09 out.

2016.

PIAGET, J. Réussir et Comprendre. Paris: PUF, 1974. [Fazer e Compreender. São Paulo:

EDUSP/Melhoramentos, 1978].

ULBRA. CEULS realiza IX Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia (2015).

Disponível em: <http://www.ulbra.br/santarem/imprensa/noticia/20374/ceuls-realiza-

congresso-de-ciencia-e-tecnologia-da-amazonia>. Acesso em: 09 out. 2016.

VALENTE, José Armando; ALMEIDA, Maria Elizabeth B.; PRADO, Maria Elizabeth B.

Brito (org). Educação a distância via internet. São Paulo: Avercamp, 2003.

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QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZÇÃO QUÍMICA DA PRECIPITAÇÃO DIRETA E INTERNA EM ÁREA DE CASTANHEIRA (Bertholletia excelsa Bonpl.) NA REGIÃO OESTE DO PARÁ

Henrik Prudente da Silva1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

Daniel Rocha de Oliveira3

Gilbson Santos Soares4

Edson Pereira dos Reis5

[email protected]

RESUMO: A precipitação é o processo resultante da condensação pelo qual a água volta à terra, atingindo o

solo, sendo que, ao interagir com a vegetação, a precipitação direta pode sofrer alterações em várias de suas

características qualitativas. Essa água que atravessa a vegetação e alcança a superfície do solo é chamada de

precipitação interna. Este estudo foi desenvolvido na Floresta Nacional do Tapajós (FLONA), km 84 da BR-163,

fazendo parte do município de Belterra (PA). O objetivo do trabalho foi verificar a concentração e os fluxos de

nutrientes em precipitação direta e em precipitação interna na região oeste paraense, em áreas de castanheira.

Foram instalados 25 pluviômetros, sendo 21 de precipitação interna e 4 para precipitação direta próximo da área

de coleta. Os elementos analisando foram os seguintes íons dissolvidos Ca+2

, K+, NH4

+, Na

+, Cl

-, NO3

-, PO4

-3,

Zn, Mo6, Mn, Al3, Fe e Cu². A área de estudo recebe influência direta, sobretudo de talhões onde existem

cultivos, principalmente de milho e soja. No período de chuvas pode-se constatar que a maiorias dos íons, bem

como, os valores de Ph possuem as maiores médias neste período.

PALAVRAS-CHAVE: incrementos de nutrientes, precipitação direta, precipitação interna.

INTRODUÇÃO: Segundo Oliveira Junior et al., (2015), a Floresta Nacional do Tapajós

(FLONA) possui uma área de 600.000 ha de floresta protegida, situada a 50 km ao sul da

cidade de Santarém, Pará, Brasil. Ela se encontra no bioma Amazônia, onde há predominância

de espécies nativas que tem por objetivo o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e

pesquisa cientifica. Sendo de extrema importância ambiental tais como clima, ciclo

hidrológico e a biodiversidade (SILVA, 2014). Segundo Valente (2010), a composição

química da água proveniente da precipitação depois que é interceptada pelo dossel das

florestas, disponibiliza informações importantes a respeito da qualidade da água que interage

com estes ecossistemas. Parker (1983) define a precipitação interna como a água de

precipitação incidente que atravessa a vegetação e alcança a superfície do solo e o

escorrimento pelo tronco no momento de interação com a vegetação, podendo sofrer

alterações em várias de suas características qualitativas. Isso é particularmente importante em

florestas, pois ocorre alteração tanto na composição química, como física da água da chuva

que penetra através das copas das árvores (Tobon et al., 2004). A magnitude do fluxo de

nutrientes neste processo é determinada, principalmente, pelo tipo da floresta e de seu estoque

1 Agrônomo; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

2 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica ; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

3 Veterinário Msc. em clinica e rep. animal; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

4 Biólogo Msc. em Melhoramento Genético; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

5 Agr. Esp. em Tecnologia de Alimentos; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

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de nutrientes, os processos bioquímicos internos, os fluxos hidrológicos e a atividade humana

(Potter et al., 1991) tem sido quantitativa e qualitativamente estudado em vários países e em

vários tipos de florestas (FILOSO et al., 1999; TOBON et al., 2004; OLIVEIRA JUNIOR et

al., 2015). Dessa maneira, as florestas tropicais exercem uma enorme influência sobre os

processos hidrológicos, onde as árvores interceptam a precipitação, sendo que uma parte

evapora, enquanto o percentual que alcança o solo é determinado tanto pela intensidade como

pela característica de drenagem da cobertura vegetal (Jetten, 1996). Assim, entender o fluxo

da água dentro do ecossistema é vital para a compreensão de como o mesmo funciona.

Embora numerosos investigadores tenham medido precipitação interna, os dados disponíveis

são limitados e bastante variáveis. Sendo assim, essa pesquisa torna-se importante na região

amazônica pelo fato de não existir informações relacionadas à quantificação de macro e

micronutrientes da precipitação direta, precipitação interna e escoamento pelo tronco em áreas

de plantio de castanheiras (Bertholletia excelsa Bonpl). Os objetivos deste estudo foram

quantificar e caracterizar os elementos disponíveis em precipitação interna, direta e o

escoamento pelo tronco e verificar a variação sazonal em áreas de castanheiras na região oeste

do Pará.

MÉTODO: O estudo foi conduzido na FLONA, km 84 da BR 163, fazendo parte do

município de Belterra (PA). Está localizado nas coordenadas geográficas de -02º 25‘ S e -54º

00‘ W. A área de estudo constituiu em uma área de 300 x 300 m. O clima da região é quente e

úmido durante todo o ano, sendo classificada como tipo Am no Sistema de classificação de

Köppen. Temperaturas mínimas, médias e máximas anuais oscilam entre 25-26, 30-31 e 21-

23 °C, respectivamente, enquanto que a precipitação anual é de cerca de 2.000 mm, com

distribuição irregular durante duas temporadas, com a estação chuvosa que ocorre entre

dezembro e junho, em que 70% da precipitação anual é concentrada (BASTOS, 1972;

EMBRAPA, 1983 e PARROTA et. al, 1995).

Para as coletas das amostras de precipitação direta, interna e o escoamento tronco foi

instalado um total de 25 pontos, sendo 21 de precipitação interna, onde 16 foram instalados

aleatoriamente para precipitação interna e, 5 foram instalados para escoamento pelo tronco e

4 para precipitação direta próximo da área de coleta .

Os íons dissolvidos (Ca+2

, Mg+2

, K+, NH4

+, Cl

-, NO3

-, PO4

-3, Zn, Mo⁶⁺, Mn, Al

3+, Fe e

Cu2+

), foram analisados utilizando-se o equipamento Fotômetro Multiparâmetro HI 83200 (

HANNA instruments). Análises estatísticas foram realizadas utilizando o software Statistica

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(STATSOFT, INC.). Concentrações médias dos elementos estudados serão comparadas

usando-se o teste t com 5% de confiança. Para verificar o grau de correlação entre as variáveis

foi utilizado o coeficiente de correlação linear de Pearson.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O Cl- e K+ (0,6114) apresentaram correlação positiva, da

mesma forma o pH e Al3+ (-8159) também apresentaram correlação, para precipitação

interna, conforme tabela 1.

Tabela 1- Correlação de Pearson dos íons da precipitação direta.

Os valores destacados possuem um nível de significância em 5%.

Em escoamento pelo tronco houve um maior numero de elementos com significância

em relação à precipitação interna e direta. Conforme tabela 2, também foi constatado

significância positiva entre Cl- e K

+ (0,8169) e pH e Al

3+ (0,9999). Para o NO

3- e K

+ (0,7798)

também houve significância positiva, devido sua composição comercial ser o Nitrato de

Potássio muito utilizado na formulação de adubos aplicados via foliar em áreas de agricultura.

Assim justificando significância neste estudo.

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Tabela 2- Correlação de Pearson dos íons do escoamento pelo tronco.

Os valores destacados possuem um nível de significância em 5%.

CONCLUSÃO: A precipitação interna, direta e o escoamento pelo tronco são grandes fatores

que transportam nutrientes para o solo. A precipitação interna e o escoamento pelo tronco tem

influência maior, pois transportam maiores quantidades de nutrientes por meio da água que

percorre o dossel da floresta e passa pelos galhos, folhas e troncos (biomassa), até chegar ao

solo.

REFERÊNCIAS:

BASTOS, T. X. O estado atual dos conhecimentos das condições climáticas da Amazônia

brasileira. In: IPEAN. Zoneamento agrícola da Amazônia. Belém, 1972. p. 68-122.

(Boletim Técnico, 54).

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Serviço

Nacional de Levantamento e Classificação de Solos. Levantamento de reconhecimento de

média intensidade dos solos e avaliação da aptidão agrícola das terras do Pólo Tapajós.

Rio de Janeiro, 1983. 284 p. (Boletim de Pesquisa, 20).

FILOSO, S. et al. Composition and deposition of throughfall in a flooded forest archipelago

(Negro River, Brazil). Biogeochemistry 45(2): 169-195, 1999.

JETTEN, V. G. Interception of tropical rain forest performance of a canopy water balance

model. Hydrological Processes, 10:671- 685, 1996.

LOPES, A. S.; GUILHERME, L. R. G. Uso eficiente de fertilizantes e corretivos agrícolas:

aspectos agronômicos. ANDA, 1992.

MALAVOLTA, E. ABC da adubação, 4a Ed. São Paulo. Ed. Agronômica Ceres, 1979,

255p.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. et al. Chemical analysis of rainfall and throughfall in the Tapajós

National Forest, Belterra, Pará, Brazil. Rev. Ambiente & Água - vol. 10 n. 2 Taubaté – Apr. /

Jun. 2015, p. 1-23.

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385

PARKER, G. G. Throughfall and stemflow in forest nutrient cycle. Advances in Ecological

Research 13: 55-133, 1983.

PARROTA, J. A. et al. Trees of the Tapajós: a photographic field guide. Río Piedras: USDA;

Forest Service; International Institute of Tropical Forestry, 1995. 370 p.

POTTER, C. S. et al. Atmospheric deposition and foliar leaching in a regenerating southern

appalachian forest canopy. Journal of Ecology 79: 97-115, 1991.

SILVA, A. D. Produção e concentração de nutrientes via deposição de liteira na Floresta

Nacional do Tapajós – PA. 2014. 90 f. Dissertação (Mestrado em Recursos naturais da

Amazônia) - Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA, Santarém, 2014.

TOBON MARIN, C et al. Solute fluxes in throughfall and stem flow in four forest

ecosystems in northwest Amazonia. Biogeochemistry 70(1): 1-25, 2004.

Valente, M. L. Deposição atmosférica e as interações dos principais íons com a copa em

uma plantação de eucalipto. 2010, 35 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em

Engenharia Florestal) - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), 2010.

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QUEBRA DE DORMÊNCIA COM DIFERENTES MÉTODOS E CÁLCULO DA TAXA DE GERMINAÇÃO DE SEMENTE DE PARICÁ - Schizolobium amazonicum

Felipe Pedrosa Tontini1

Gilbson Santos Soares2

Arystides Resende Silva3

Raimundo Cosme de Oliveira Júnior4

[email protected]

RESUMO: O Paricá (Schizolobium amazonicum) é uma espécie arbórea considerada de grande porte,

predominante em diversos ecossistemas do norte e nordeste do Brasil, tido como um produto florestal madeireiro

e significativo valor comercial. O impedimento estabelecido pela dormência das sementes é um processo natural

que dificulta o manejo em escala industrial. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de métodos de

quebra de dormência e germinação do Paricá, utilizando diversos tratamentos, tais como: o tratamento

testemunha (T1); tratamento com escarificação mecânica (T2); tratamento com escarificação química (T3) e;

tratamento térmico (T4). Para quantificar os tratamentos, avaliou-se o Índice de Velocidade de Germinação

(IVG), por meio de contagens diárias das sementes durante 15 dias, e Porcentagem de Sementes Germinadas

(G). Ao final do experimento, considerando a germinação com o aparecimento do primeiro folíolo, as médias

obtidas não diferiram significativamente, após submissão ao teste Tukey entre os tratamentos T3 e T4. Por outro

lado, as médias do T3 foram estatisticamente significativas em relação aos demais tratamentos. O método

utilizado no T3 foi o mais eficiente na quebra da dormência e a promoção da germinação de sementes nativas de

Paricá.

PALAVRAS-CHAVE: índice de velocidade de germinação, porcentagem de germinação, tratamentos.

INTRODUÇÃO: O Paricá (Schizolobium amazonicum) é uma árvore de grande porte

predominante de mata primária de terra firme e várzea alta, também encontrada em florestas

secundárias. Na mata, as árvores alcançam de 20 a 30 m de altura e diâmetro de até 1,2 m

(ROSSI et al., 2001). Pelo fato de possuir características de rápido crescimento, é largamente

utilizado nos reflorestamentos. Na maior parte das espécies nativas pertencentes à família

fabáceae, há dormência no tegumento que restringe a entrada de água e oxigênio, impedindo

assim o crescimento do embrião, provocando uma resistência física e retardando a produção

de mudas (BARNEBY, 1996; COSTA & LEAL, 2010). O processo germinativo do Paricá,

normalmente é realizado utilizando métodos de quebra de dormência tegumentar, visto que, as

sementes são bem protegidas, tornando-as impermeáveis e consequentemente retardando sua

germinação. Porém, no que se refere à produção de mudas, a dormência se torna uma

característica negativa. O impedimento estabelecido pela dormência é uma estratégia

naturalmente benéfica, por possibilitar a distribuição da germinação ao longo do tempo,

aumentando a probabilidade de sobrevivência da espécie no seu habitat. Dentre as técnicas

1 Discente Agronomia; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA

2 Biólogo Msc. em Melhoramento Genético; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

3 Agr. Dr.; Embrapa Amazonia Oriental, Belem-PA.

4 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

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utilizadas para superar a dormência em fabáceas, destacam-se os tratamentos químicos,

térmicos, abrasivos, elétricos, e armazenamento, proporcionando alta porcentagem de

germinação, em curto espaço de tempo (BELO et al., 2008). Este trabalho foi realizado com o

objetivo de avaliar a quebra de dormência de sementes de Paricá (Schizolobium amazonicum.)

submetidas a distintos métodos, estimando tempo e taxas de germinação.

MÉTODO: A coleta das sementes de árvores de Paricá foi feita no estado de Rondônia (RO)

entre os meses de setembro a outubro de 2012. O critério utilizado para selecionar as

sementes foi o visual, sendo possível escolher as mais vigorosas e íntegras. Em seguida, foi

realizada a higienização à base de Cloro (Cl) e Água (H2O). O ensaio constou de quatro

tratamentos, sendo utilizadas 140 sementes em cada um, distribuídas em sete repetições de 20

sementes, totalizando 560 sementes. Para a semeadura foram utilizados sacos plásticos de

Polietileno preto, contendo substrato de areia lavada. O experimento foi conduzido em uma

casa de vegetação com o uso de um sistema de irrigação com diários turnos de rega para

manter a umidade adequada à germinação das sementes. Os tratamentos utilizados foram: as

testemunhas (T1); a escarificação mecânica, empregando a lixa nº 80 (T2); a escarificação

química, empregando o Ácido Sulfúrico (H₂SO₄) (T3) e; as sementes imersas em Água

(H2O) quente com temperatura chegando a 100º C até o esfriamento com a água à

temperatura ambiente (T4). A figura 1 a seguir ilustra os tratamentos realizados.

Figura 1- Testemunha (T1); Escarificação mecânica (T2); Escarificação química (T3) e;

Tratamento térmico (T4). Fonte: autor.

Foram feitas avaliações diárias por um período de 15 dias para verificação do Índice

de Velocidade de Germinação (IVG) (adimensional), usando o de Maguire (1962) (Equação

1). Considerara-se germinadas, as sementes que emitiram o primeiro folíolo. Calculou-se o

IVG pelo somatório de sementes germinadas (G1, G2, G3, ... , Gn) por dia, dividido pelo

número de dias decorridos (N1, N2, N3, ..., Nn) entre a semeadura e a germinação.

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Equação 1:

A Porcentagem de Germinação (G), foi calculada de acordo com Labouriau & Valadares

(1976) (Equação 2), onde n (unidade) é o número de sementes germinadas e A (unidade)

representa o número total de sementes colocadas para germinar. Os dados foram submetidos à

análise estatística utilizando o software Assistat, as médias analisadas foram submetidas ao

teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Equação 2:

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No tratamento T1 denotou-se um elevado grau de

dormência, sendo G de 5,7% e o IVG de 2,60 (Tabela 1). Segundo Carvalho (2007), a

percentagem de germinação é baixa com até 16% no período de 45 dias. O tratamento T2

apresentou 32 sementes germinadas em 15 dias, com G (22,8%) e o IVG (7,79). Segundo

Lameira et al. (2000), sementes submetidas a processo mecânicos, físicos e químicos em um

período de 30 dias, apresentam variação no percentual de germinação entre 80 e 90%. O

tratamento T3 apresentou um elevado G (99,3%) e IVG de 69,36%. O início da emergência

do primeiro folíolo ocorreu aos cinco dias após a semeadura, sendo ao mais eficiente método

no processo de quebra de dormência das sementes. O tratamento T4 obteve 107 sementes

germinadas (76,40%) e um IVG (48,61). Conforme Rossi & Vieira (1998), o processo térmico

pode apresentar germinação rápida mesmo em condições ambientais não controladas. T3 e T4

foram considerados estatisticamente significativos (Tabela 1).

Tabela 1- Média dos valores do IVG e G dos quatro

tratamentos, germinadas no período de 15 dias.

Tratamentos IVG Germinação (%) Médias

T1 2,60 5,7 0.50274 c

T2 7,92 22,8 2.08408 b

T3 69,36 99,3 4.45596 a*

T4 48,61 76,4 3.87811 a* *As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente

entre si.

CONCLUSÃO: A aceleração da dormência é de fundamental importância para o tratamento

de sementes, principalmente em processo industriais.

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389

REFERÊNCIAS:

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p.174-87, 1996.

BELO, S. P. E et al. Germinação de sementes de amburana acreana (Ducke) a. C. Sm. Subimetidas a deiferentes condições de temperatura e de estresse hídrico. RBS, vol. 30, n˚ 3,

p. 016-024, 2008.

CARVALHO. Cultivo de Paricá. Embrapa: Colombo, 2007. 4p. (CT 142).

COSTA, B. S. S & LEAL, R. M. Germinação e Quebra de Dormência das Espécies

Sucupira branca (Pterodon pubescens. BENTH) Olho de boi (Ormosia ardoreal(Vell)

Harms), e Jatoba do cerrado (Hymenaea stigonocarpa Mart). Faculdade Católica do

Tocantins, Campus de Ciências agrarias. Palmas, 2010.

LABOURIAU, L. G. & VALADARES, M. E. B. On the germination of seeds Calotropis

procera (Ait.) Ait.f. Anais ..., Rio de Janeiro. v.48, n.2, p.263-284, 1976.

LAMEIRA, O. A. et al. Efeito da escarificação sobre a germinação de sementes de paricá

(Schizolobium amazonicum) in vitro. In: Embrapa Amazônia Oriental. Comunicado

Técnico, 21. Belém-Pará-Brasil. 2000. 3p.

MAGUIRE, J. B. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling

emergence vigor. Crop Science, Madison, v.2, n.2, p.176-177, 1962.

ROSSI, L. M. B. & VIEIRA, A. H. Tratamentos pré-germinativos para superar a dormência

em sementes de Schizolobium amazonicum (Hub). Ducke. In: CRONGRESSO DE

ECOLOGIA DO BRASIL, 4., 1998, Belem. Resumo... Belem: FCAP, 1998. p. 541.

ROSSI, L. M. B. et al. Aspectos silviculturais e socioeconômicos de uma espécie de uso

múltiplo: o caso de Schizolobium amazonicum (Hub.) Ducke. In: CONGRESSO FLORESTAL ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL, 8., 2000, Nova Prata. Anais...

Nova Prata: Prefeitura Municipal; Santa Maria: UFSM, 2001 p. 271-279.

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REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE ADOLESCENTES SOBRE GRAVIDEZ

Aldine Cecília Lima Coelho1

Layla de Cássia Bezerra Bagata2

Yara Macambira Santana de Lima3

Sheyla Mara Silva de Oliveira4

[email protected]

RESUMO: A gravidez precoce gera grande repercussão na vida pessoal e social das adolescentes, logo se tem a

necessidade de conhecer a representação social da gravidez na vida destas. Conhecer as representações sociais de

adolescentes sobre a gravidez. Estudo qualitativo descritivo fundamentado na Teoria das Representações Sociais.

Realizado em uma escola estadual de Santarém - Pará, com adolescentes entre 10 e 19 anos não gravidas, que

foram colocadas diante de uma suposta gestação. Utilizou-se como instrumento a entrevista guiada por roteiro de

perguntas. Como resultado trazemos a representação das adolescentes frente à suposta gestação em uma das

categorias que são as reações diante de uma gravidez na adolescência. Evidenciou-se que gravidez precoce é

representada negativamente pelas adolescentes, considerada inoportuna devido ao fato de ainda estarem na

escola e por serem financeiramente dependes. Tais evidências reforçam a necessidade do envolvimento dos

profissionais da saúde em estudos que revelem o protagonismo dos sujeitos em seu autocuidado.

PALAVRAS-CHAVE: Gravidez na Adolescência, Psicologia Social, Enfermagem.

INTRODUÇÃO: A gravidez envolvendo adolescentes apresenta fatos característicos que são

influentes e decisivos para sua ocorrência, tais como: falta de informação e diálogo no

ambiente familiar; abordagem inadequada deste tema nas escolas; articulação do

planejamento familiar com a comunidade; políticas públicas eficazes e destinadas para a

conscientização dos adolescentes e prevenção de gravidez precoce (CORTEZ et al 2013). Os

conteúdos das representações sociais da gravidez na adolescência são múltiplos, pois

englobam tanto fatores negativos como positivos. Essa polaridade, no entanto, não parece ser

conflitante, evidenciando-se em dois momentos da gravidez, traduzindo-se em representações

distintas para a maioria dos grupos de adolescentes estudadas (BARRETO et al 2011). Com

as Representações Sociais tratamos fenômenos diretamente observáveis ou reconstruídos por

um trabalho científico. Representar ou se representar corresponde a um ato de pensamento

pelo qual o sujeito relaciona-se com um objeto, este objeto pode ser uma pessoa, uma coisa,

um evento material, psíquico ou social, um fenômeno natural, uma ideia, uma teoria etc. Pode

ser tanto real quanto imaginário ou mítico (JODELET 1993). Este presente estudo tem como

objetivo conhecer as representações sociais de adolescentes sobre a gravidez.

1 Enfermeira, Mestranda do Programa de Pós Graduação em Sociedade, Meio Ambiente e Qualidade de vida

PPGSAQ-UFOPA. E-mail: [email protected] 2 Enfermeira, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Sociedade (UFOPA). E-

mail:[email protected] 3

Drª em Enfermagem pela UFRJ/EEAN, Profª Adjunto IV da Universidade do Estado do Pará, Líder do Grupo de Pesquisa-GEPENF-STM, Membro do grupo de Pesquisa- GEPESPA/ Santarém(PA) 4

Coordenadora adjunta do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará, Doutoranda da USP, Membro do grupo de Pesquisa GEPENF-STM/Santarém(PA)

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MÉTODO: O estudo tem como base a Pesquisa Social em Saúde. Trata-se de uma pesquisa

descritiva qualitativa, fundamentada na Teoria da Representação Social. O cenário da

pesquisa foi uma Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio situada no município de

Santarém/PA. A população deste estudo foi composta de 34 adolescentes do sexo feminino

com idades entre 10 a 19 anos de acordo com a OMS, que estavam devidamente matriculadas

na escola no período diurno e nunca engravidaram. O instrumento de coleta de dados

empregado foi a entrevista, os dados obtidos foram analisados seguindo a proposta

metodológica da Representação Social e de acordo com a análise textual discursiva. Desse

modo todas as entrevistas foram transcritas e identificadas com a letra E, que corresponde a

palavra Estudante seguida do numeral correspondente a ordem em que a entrevista foi

realizada, assim a adolescente E1 foi a primeira a ser entrevistada e a E34, foi a última.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: CATEGORIA I: REAÇÕES DIANTE DA GRAVIDEZ

NA ADOLESCÊNCIA. Para Aquino et al (2005) quando a mulher descobre que está grávida,

vários sentimentos podem se tornar evidentes. Essa mistura de emoções pode ser mais

presente quando a mulher vivencia um momento de grandes conflitos como a adolescência.

Ainda segundo este autor, em pesquisa realizada com oito adolescentes gestantes, foi possível

identificar três categorias em relação às reações das adolescentes frente à gravidez:

sentimentos de alegria, sentimentos de tristeza e indiferença. Fato que difere do que foi

observado neste estudo, onde nenhuma das adolescentes referiu receber esta notícia de forma

positiva. Ao estarem diante de uma situação hipotética de gravidez, as adolescentes

expressaram diversos sentimentos negativos, tidos como sua reação inicial ao descobrir que

estavam grávidas. As representações destes sentimentos foram expressas com: Susto,

arrependimento, desespero, decepção, agonia, medo, espanto, pânico, raiva, preocupação,

tristeza, ansiedade, nervosismo, choque e transtorno. Sendo que houveram adolescentes que

referiram mais de um sentimento. E1: ―Acho que primeiro o susto, né! Arrependimento e

decepção acho que são as primeiras!”. E15: “Ia ficar nervosa, assustada. Eu não ia nem

saber o que fazer”. E23: ―ah! Eu ficaria com raiva e preocupada com o futuro, o que ia

acontecer no futuro... e daí eu ia falar pra mamãe‖. O sentimento mais citado foi o

desespero. A gravidez na adolescência assume um significado de transgressão e isso torna o

seu enfrentamento mais difícil. Por isso mesmo, a hipótese de uma gravidez traria, portanto,

como reação inicial, o desespero. Para a maioria das adolescentes, o resultado positivo de

gravidez significa momento de tristeza, medo, insegurança e até mesmo desespero, pois a

gravidez não estava nos seus planos e a responsabilidade pela maternidade recai totalmente

sobre elas (AQUINO et al 2005; FAVERO 2001). E3: “É, assim, se fosse no meu caso eu ia

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sei lá, ficar desesperada, até por que minha mãe não aceitariam eu ia me desesperar”. E13:

―A minha primeira reação ia ser de desespero!”. E16: ―Sei lá... Eu ia ficar desesperada!”.

E24: ―eu entraria em desespero‖. E33: ―eu ia ficar desesperada...‖. E34: “eu acho que de

desespero por ser muito nova‖. A gestação pode ser um momento de muitas alegrias ou de

tristeza na vida de uma mulher, independente de faixa etária, as condições físicas,

psicológicas ou sociais que ela se encontra causam uma grande influência na forma como ela

vai receber a notícia e vivenciar a gestação. Ficar apreensiva neste momento não é algo

comum apenas das adolescentes. Os discursos representam toda a negatividade e o peso que

uma gestação exerce na vida das adolescentes, devido todos os fatores que envolvem uma

gravidez precoce – o medo da reação dos pais, a dependência financeira, perda da liberdade,

injurias, dentre outros. E12: “Ai, a primeira reação seria de... medo, assim com a reação dos

meus pais e com a minha por ser nova”. E22: ―ficar triste! Por que tipo se eu falasse pra

minha mãe eu acho que ela ia desabar‖. A gravidez precoce é vista de forma negativa na

sociedade, logo a adolescente tende a temer a reação dos pais e a reprovação dos familiares,

pelo fato da adolescência não ser considerada um período adequado para a gestação, não só

pela maturação sexual, mas também por valores morais e sociais envolvidos. Assim sendo a

própria adolescente assume a gravidez como algo ruim e a representa dessa forma,

acreditando que todos a criticarão. Baseado nos discursos transcritos, a adolescente tende a

considerar a gravidez como Fora de Hora, assim descrito no discurso abaixo: E26: “porque

ainda não tá na hora, assim, tem os estudos”. Esse fato é conhecido como ancoragem e é

responsável pelo enraizamento das ideias. Para eles as adolescentes, ao representarem a

gravidez na adolescência, integram cognitivamente o caráter inoportuno da mesma a um

sistema de pensamento social preexistente (ASSIS, SILVA E PINHO, 2013). Como ressaltado

anteriormente a representação social da gravidez precoce feito pela sociedade interfere

diretamente na representação que a adolescente faz sobre a gravidez. Pois se levarmos em

consideração o contexto histórico, nos tempos de nossas avós e gerações que vieram antes

delas, a gravidez na adolescência era algo comum. Diversos fatores podem ter levado a essas

mudanças de paradigmas, no entanto, é importante salientar que as representações são

dinâmicas e mudam junto com a sociedade. Apesar do receio que há em revelar a gravidez

para os pais, as adolescentes buscam na família o apoio necessário para o enfrentamento e

tomada de decisão sobre esta. O apoio familiar exerce papel relevante para que a mãe

adolescente vivencie este momento de maneira mais tranquila (SOUSA, 2009). E29: ―eu acho

que a minha primeira reação era falar pros meus pais, falar pra eles o que tava acontecendo

e pedir o apoio deles pra que eu não venha, tipo assim, a abortar por que é uma coisa que

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não tem sentido uma pessoa abortar uma criança‖. A falta de informação e conselhos

errôneos pode influenciar a adolescente negativamente, portanto, os pais têm papel crucial na

manutenção da saúde da adolescente visto que muitas recorrem a meios ilícitos e arriscados

para ―solucionar‖ o ―problema‖. É importante destacar também que ao serem questionadas

para quem elas dariam primeiro a notícia, a grande maioria respondeu que seria para a mãe, o

que denota que os laços afetivos entre mãe e filha são maiores e há uma relação de confiança

mais solida. Esta proximidade pode ser intensificada pelo fato da mulher ser responsável

pelos cuidados com a casa e com a família, deixando para o pai o papel de mantenedor. Ou

pelo fato do homem ser mais combativo. E10: “Eu ia contar pra mamãe! Acho que é a única

que ia me apoiar nessa hora”. Dentre os diversos fatores de risco que levam a adolescente a

engravidar, um chamou a atenção no discurso de E14 - ao ser questionada sobre qual seria sua

primeira reação ao descobrir que estava grávida, ela demonstra um sentimento de

invulnerabilidade. A adolescente não se considera vulnerável à ocorrência de tal fato, por isso

tende a acreditar que ―isso nunca vai acontecer comigo‖. E14: ―De espanto, a gente nunca ia

imaginar que ia acontecer com a gente!”. Corroborando com este pensamento os autores

dizem que autopercepção de invulnerabilidade é inerente ao adolescente e associada a

imaturidade pode levá-lo a praticas danosas e descrevem isso como uma impulsividade

característica dos adolescentes, que não pensam na consequência dos seus atos

(ENCARNAÇÃO, GOMES, RAMOS, 2013; SILVEIRA et al, 2012). O discurso acima

também revela que uma gravidez na adolescência ainda não havia sido cogitada por ela. Isso

nos remete a importância da reflexão do tema, para que a adolescente construa a sua

representação sobre a gravidez precoce, levando em consideração o seu contexto familiar,

social e pessoal de forma criteriosa. De todas as adolescentes duas em especial chamaram a

atenção por terem reações diferentes diante de uma suposta gestação. E7 demonstrou como

primeira reação a Rejeição e a E20, mesmo referindo que entraria em pânico com a notícia,

demonstrou Aceitação. Identificamos nas falas duas situações, que a rejeição imediata tem

seus significados, bem como a aceitação. Entender os fatores que as levaram a essas respostas

seria embasamento suficiente para outros estudos, o que nos cabe nesse momento é

compreender que essas reações divergentes mostram que podem ser representadas com

pluralidade, assim como a individualidade que envolve a adolescente. Logo, ouvi-las nunca é

demais.

CONCLUSÃO: Percebemos que todas as adolescentes representaram a gravidez como um

sentimento extremamente negativo, essa representação parte também de uma construção

social em que a adolescente ancora todo o caráter intempestivo que envolve a gravidez

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precoce. Essa negatividade pode interferir na forma como a adolescente vivenciará uma

gestação, isto se torna um sinal de alerta fundamental para futuras atividades educativas sobre

sexualidade, visto a influência que essa negatividade exerce sobre a tomada de decisão das

adolescentes. Torna-se necessário a construção de uma rede de apoio, envolvendo família,

escola, serviços de saúde, igrejas e etc., que forneça subsídios para que as adolescentes

compreendam a sexualidade e construam as suas representações com base em informações

concretas. Esse estudo também fornece embasamento para que essa rede de apoio compreenda

a representação da adolescente e com base nisso estabeleça uma relação dialógica, permitindo

uma via de mão dupla onde haverá uma troca de informações significativas. Por fim,

esperamos que este estudo contribua também para um redirecionamento dos cuidados de

enfermagem, onde a assistência ocorra de forma integral em todas as circunstâncias e não

somente quando a adolescente já está grávida.

REFERÊNCIAS

AQUINO, O. S.; EDUARDO, K. G. T.; BARBOSA, R. C. M.; PINHEIRO, A. K. B. Reações

da adolescente frente à gravidez. Esc Anna Nery R Enferm, 2005 ago; 9 (2): 214 – 20.

ASSIS, M. R.; SILVA, L. R; PINHO, A. M. Gravidez na adolescência e sua relação com a

prática do sexo seguro. Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(4):1073-80, abr., 2013.

BARRETO, M. M. M.; GOMES, A. M. T.; OLIVEIRA, D. C.; MARQUES, S. C, PERES, E.

M. Representação Social da Gravidez na Adolescência para Adolescentes Grávidas. Rev.

Rene, Fortaleza, 2011 Abr/Jun; 12(2):384-392.

CORTEZ, D. N.; ZICA, C. M. S.; GOTIJO, L. V.; CORTEZ, A. O. H. Aspectos que

influenciam a gravidez na adolescência. Rev. de Enf. do Centro Oeste Mineiro, 2013 p.645-

653.

ENCARNAÇÃO, A. S.; GOMES, E. E; RAMOS, M. A. S. Gravidez na adolescência:

numa zona periférica da cidade do Mindelo Ribeirinha [Trabalho de Conclusão de Curso]

Mindelo, 2013.

FAVERO, M. H. ―E se fosse comigo?‖: os adolescentes frente a uma situação hipotética de

gravidez. Universitas- Psicologia 2 (2) 62-81(2001).

JODELET, D.: Représentations sociales: un domaine en expansion. Les représentations

sociales. Paris: PUF, 1989, pp. 31-61. Tradução: Tarso Bonilha Mazzotti. Revisão Técnica:

Alda Judith Alves- Mazzotti. UFRJ- Faculdade de Educação, dez. 1993.

MORAES, R. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual

discursiva. Ciência & Educação, v. 9, n. 2, p. 191-211, 2003.

SILVEIRA, D.C. L.; SILVA, K. L.; LUNA, I. T.; SCOPASA, L. F.; FERREIRA, A.G.N,

PINHEIRO, P. N. C. Reincidência da gestação na adolescência sob a ótica transcultural.

Sanare, 2012 Sobral, v.11, n.2, p. 58-64.

SOUSA, L. D. O significado da maternidade para mães adolescentes a luz da teoria das

representações sociais. Rio Grande: Universidade Federal do Rio Grande, 2009.

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ROTAÇÃO DE CULTURAS DE FEIJÃO CAUPI E GIRASSOL

PARA FORMAÇÃO DE PASTOS APÍCOLAS

Manoel Jorge Santos de Sousa1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

Daniel Rocha de Oliveira3

Geomarcos da Silva Paulino4

Gilbson Santos Soares5

[email protected]

RESUMO: As características dos sistemas de produção animal e vegetal dentro de uma propriedade rural

descrevem as peculiaridades que integram não apenas o valor econômico inerente aos objetivos do produtor,

como também, a maneira como a produtividade é conduzida no meio rural. A utilização de novas e concebidas

tecnologias são fundamentais na condução destes sistemas. A integração da apicultura no estabelecimento de

culturas agrícolas, é capaz de colaborar com estes processos produtivos, considerando o aspecto social,

ambiental e econômico. O objetivo deste trabalho foi verificar em duas propriedades localizadas na região oeste

paraense, uma consorciação de pastos apícolas com as culturas do mel polifloral, feijão caupi (Vigna unguiculata

(L.) Walp.) e girassol (Helianthus annuus L.), agregando a produção de mel com a produtividade das culturas.

PALAVRAS-CHAVE: mel, consórcio, produção agrícola.

INTRODUÇÃO: Segundo Couto e Couto (2002), a coparticipação entre abelhas,

estabelecendo a polinização cruzada entre as plantas é de fundamental para garantir maior

vigor das espécies, combinações de fatores hereditários e aumento produtivo. Alcoforado

Filho (1998), considera que todos que fazem parte desta interação são favorecidos, inclusive o

ser humano. No Brasil ainda não é uma prática comum alugar colmeias, mas o interesse

agrícola com o uso de abelhas vem crescendo nos últimos anos. Um fator favorável para esse

tipo de atividade no país é o clima tropical que possui grande diversidade de agentes

polinizadores. O estudo da composição da flora fornece subsídios para formação de uma

proposta técnica de manejo (LIMA, 2003). A alimentação das abelhas, é muito seletiva, pois

estão adaptadas na fase adulta à alimentação líquida, porém estes fluidos são pouco

concentrados e sua composição desequilibradas com predominância de açúcares, necessitando

assim complementar a dieta com um alimento rico em proteínas como é o pólen (PORTELA;

GALLEGO, 1999). Segundo Vilela et al. (2000), outro fator importante é o crescimento

demanda de mel e de outros produtos apícolas, e consequentemente, a busca por produtos

mais saudáveis e isentos de contaminação. A produção de mel representa uma atividade

1 Discente Agronomia; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

2 Agr. Dr. em Geologia e Geoquímica; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.

3 Veterinário Msc. em clinica e rep. animal; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

4 Discente Agronomia; Universidade Federal do Oeste do Pará- UFOPA.

5 Biólogo Msc. em Melhoramento Genético; Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

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crescente, principalmente, no norte e nordeste do Brasil, em geral, desenvolvida por pequenas

propriedades vinculados a agricultura familiar. Portanto, a atividade é capaz de fixar o homem

no campo. Dessa forma, saber se a produção de mel aumenta ou não na região amazônica com

a formação de pastos apícolas, a partir de rotação de culturas será de grande importância para

subsidiar futuros planos de manejo e o desenvolvimento de políticas de incentivo a produção.

O objetivo deste trabalho é apresentar um método de aproveitamento de pastos apícolas,

comparando o mel polifloral (obtido do néctar recolhido de diversas flores de origens

distintas), a cultura de feijão caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) e do girassol (Helianthus

annuus L.) no oeste paraense.

MÉTODO: O trabalho foi conduzido em duas áreas distintas no município de Santarém,

sendo a primeira na comunidade de Miritituba (PA-370), nas coordenadas geográficas 02°31‘

S e 54º39' W; a segunda na comunidade de Poço Branco (BR-163), com coordenadas 02°45‘

S e 54°39‘ W. Antes do plantio do feijão caupi (Vigna unguiculata L. Walp) foi realizado o

preparo da área com calagem (Figura 1). Em maio de 2012 foram plantadas as sementes com

ciclo reprodutivo de 50 dias, conforme Camargo et al. (2002), foi utilizada uma área 25 x 75

m, com espaçamento de 0,6 m entre plantas e 0,6 m entre linhas; o girassol (Helianthus

annuus L.), foi plantado em julho após a retirada do feijão utilizando-se os resíduos da

leguminosa e adicionando adubação química a base de Nitrogênio (N) e duas pulverizações de

bórax (Figura 1), o espaçamento utilizado, conforme Inácio et al. (2003), foi de 0,5 m entre

plantas e 0,9 m entre linhas, com ciclos reprodutivos de 90 dias. O método de ninho sobre

ninho (onde o apicultor substitui as tradicionais melgueiras por novas caixas de ninho, dando

mais espaço para a rainha e aumentando a quantidade de abelha) e uma melgueira foi

utilizado na área com rainhas novas, alimentadas artificialmente entre os plantios, para

garantir uma população vigorosa e saudável (Figura 2). As colmeias foram postas antes do

plantio do feijão.

Figura 1- Feijão caupi (a) e girassol (b).

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No apiário (Figura 2a), devidamente protegido com telha de fibrocimento, foi

composto utilizando cinco colmeias do tipo Langstroth e abelhas Apis mellifera L.,

distanciadas 2 m entre si, no interior da caixa foi posto cera alveolada com 4 mm; rainhas

novas e sem uso de tela excluidora e os bebedouros foram alocados no perímetro. O mel

coletado conduzido ao laboratório de Processamento Agroindustrial do CEULS. Conforme

Wiese (2000), para soltar os opérculos dos favos foi utilizado o garfo desoperculador (Figura

2b), sendo os quadros com favos foram centrifugados e o mel coletado em reservatório inox

de 12 L (Figura 2c) para posterior repouso por 72 h.

Figura 2- Caixa de abelha tipo Langstroth (a), retirada do mel com o uso do garfo (b) e mel

coletado em reservatório (c).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A primeira coleta de mel na área do feijão (10 l) ocorreu

ao 10° dia após a floração. A segunda coleta (10 l) ocorreu ao 18° dia. A primeira coleta na

área do girassol (19,0 l) ocorreu aos 8° dia após a floração, a segunda (8,5 l), ao 26° dia. No

polifloral foram obtidos 8L na primeira coleta e 5 L na segunda (Figura 3). A metodologia de

ninho sobre ninho não obteve êxito no Poço Branco, provavelmente devido a pouca

disponibilidade de pasto, sendo necessário usar apenas ninho e melgueira. Segundo Wiese

(2000) a exploração apícola é sempre baseada na vegetação floral existente e disponível em

abundância para o número de colméias do apiário.

Figura 3 – Médias produtivas de mel. Fonte: Autor.

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A média da produção de mel obtida da cultura do feijão Caupi foi menor que a do mel

obtida do girassol. A partir de uma safra, onde ocorreram duas coletas, em média a produção

polifloral de mel rendeu 6,5 L (9,1 kg); na produção do feijão foram obtidos 10 L (14 kg) e;

na cultura do girassol 13,75 L (18,55 kg), conforme a figura 4.

Figura 4 – Comparativo das médias produtivas de mel.

CONCLUSÃO: O uso de rotação de culturas agrícolas para a formação de pastos apícolas

precisa-se de maiores comparativos regionais para ser avaliado devidamente, inclusive para as

duas culturas estudadas.

REFERÊNCIAS:

ALCOFORADO FILHO, F. G. Caatinga: florística, manejo e sustentabilidade. In:

CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA. 1998. p. 437-38.

CAMARGO, R. C. R. et al. Produção de mel. Embrapa Meio-Norte, 2002.

COUTO, R. H. N. & COUTO, L. A. Apicultura: manejo e produtos. 2 ed. Jaboticabal: FUNEP, 2002. 191p. LIMA, M. Flora apícola tem e muita: Um estudo sobre as plantas

apícolas de Ouricuri-PE, Ouricuri-PE: Caatinga, 2003. 63p.

INÁCIO, F. R. et al. Influência de diferentes espaçamentos de plantio na visitação de Apis

mellifera L. e na produtividade da cultura do girassol (Helianthus annuus L.). Magistra, Cruz

das Almas, v. 15, n. 1, p. 93-96, 2003.

PORTELA, E. M. R. & GALLEGO, J. C. S. Alimentación de las abejas: Aplicación práctica

de los fundamentos fisiológicos de la nutrición. Portada y gráficos: Elena M. Roblas Portela,

1999. 195p.

VILELA, S. L. O. et al. Importância e evolução da apicultura no Piauí. Cadeia Produtiva do

mel no Estado do Piauí. Teresina: Embrapa Meio- Norte, p. 13-, 2000. WIESE, Helmuth.

Apicultura: novos tempos. Agrolivros, 2000.

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SEGURANÇA EM DISPOSITIVOS MÓVEIS: QUE ULTILIZEM SISTEMA OPERACIONAL ANDROID

Adélison Silva de Moura1

Francinaldo Cândido de Jesus2

Glauber Patrick Sousa dos Santos3

Clayton André Maia dos Santos4

[email protected]

RESUMO: A segurança em dispositivos móveis de sistema operacional android é necessária nos tempos atuais,

vivemos em tempos incríveis, onde a maioria da população do planeta vive conectada à internet 24 horas por dia,

por meio de dispositivos móveis. Este trabalho propõe-se a apresentar as ameaças de segurança a dispositivos de

computação móvel, dando foco principal àqueles que utilizam o sistema operacional android. As vias de

contaminação abordadas serão os padrões bluetooth, wi-fi (802.11) e malwares.

PALAVRAS-CHAVE: PDA, wi-fi, bluetooth, redes sem-fio, malware, trojan, ameaças, segurança, e sistema

operacional android.

INTRODUÇÃO: Com o crescimento dos dispositivos móveis, como tablets, smarthones,

celulares e PDAs, têm se tornado cada vez mais populares e capazes de executar grande partes

das ações que antes eram realizadas em computadores pessoais, como navegação web,

internet banking e acesso a e-mail e redes sociais. Infelizmente, as semelhanças não se

restringem apenas as funcionalidades apresentadas, elas também incluem os riscos que o uso

que podem representar a seus usuários.

De acordo com Dan Bonstein (2009):

Essa plataforma foi projetada para ser um sistema seguro, capaz de bloquear a

entrada de programas potencialmente maliciosos. Neste contexto, acredita-se que o

modelo de segurança do android representa um grande avanço a tecnologia em

relação aos modelos utilizados por sistemas operacionais tradicionais para desktops

e servidores, porém há duas desvantagens. Em primeiro lugar, seu sistema de

procedência permite que invasores criem e distribuam malware anonimamente. Em

segundo lugar, seu sistema de permissão, ainda que extremamente poderoso,

depende de que o usuário tome decisões importante de segurança.

A segurança em dispositivos móveis de sistema operacional android é necessária nos

tempos atuais, vivemos em tempos incríveis, onde a maioria da população do planeta vive

conectada à internet 24 horas por dia, por meio de dispositivos móveis. Em pesquisas no ano

de 2014, técnicos em segurança da informação, haviam descoberto 18 tipos de falhas de

segurança em várias versões do sistema android desde o seu lançamento, das falhas

descoberta a maioria é de baixa gravidade, que penas permite ao invasor assumir o controle de

processo único, como do navegador da web, mais não o permite assumir o papel de

administrador do dispositivo.

1, 2 e 3

Acadêmicos do Curso de Redes de Comutadores do VI Semestre – IESPES 4 Professor de Redes de Computadores - ESPES

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400

Nesse contexto, onde se percebe que cada vez é mais rápido o crescimento da

complexidade de tecnologia desses dispositivos, surge a necessidade de buscar uma maneira

consistente de realizar a proteção das informações e dados dos usuários dos mesmos, com

isso, novas formas de proteção aos dispositivos são criados na mesma velocidade que os

problemas são detectados.

No que se refere à proteção de dados em dispositivos móveis do sistema android, a

proposta desse trabalho é apresentar de forma sucinta alguns conceitos básicos relacionados a

proteção de dados de usuários de dispositivos móveis com sistema operacional android, no

que se refere aos serviços oferecidos pelo mesmo, ou seja, buscar respostas na correção da

forma de uso para usuários leigos, ou até mesmo na correção de vulnerabilidades nas mais

diversas versões do android, assim como aplicativos de prevenção e proteção. Assim como

obter informações de métodos que possam gerar qualquer tipo de roubo de informação, e

como inibi-los.

Sendo assim, este projeto tem por finalidade demonstrar as ameaças de segurança a

dispositivos de computação móvel, dando foco principal àqueles que utilizam o sistema

operacional android.

METODOLOGIA: Esta pesquisa foi realizada por meio de um levantamento bibliográfico e

tem caráter exploratório com enfoque descritivo. Para Marciano (2006), à medida em que

aumenta a quantidade de aplicativos no mercado, cresce também a preocupação com as

vulnerabilidades e a ocorrência de ataques maliciosos. As fontes a serem utilizadas no

decorrer da pesquisa serão publicações como: bibliografias, livros, internet, teses,

monografias, publicações avulsas, pesquisas e etc.

No constante à Pesquisa de Campo, que será realizada, de acordo com o OWASP

(Open Web Application Secure Project - Guia de Melhores Práticas de Programação Segura),

enfatiza que,

Toda pesquisa de campo qualitativa é empregada para levantar e reunir as principais

vulnerabilidades encontradas em aplicações e as técnicas para mitigá-las através da

análise de documentos já publicados neste âmbito. O uso da análise qualitativa vai

de encontro ao objetivo do trabalho, que é descrever um problema, expô-lo em

categorias que facilitem a compreensão e apresentar contribuições propostas para

uma possível solução resultante da pesquisa documental empregada. ―Documentos‖

devem ser compreendidos de forma ampla, incluindo os materiais escritos, (obras

científicas e técnicas, relatórios, revistas, entre outros), as estatísticas e os elementos

iconográficos (como, por exemplo, imagens e grafismos), considerando que, a

escolha dos documentos não é realizada de modo aleatório, mas em função de

alguns propósitos, ideias ou hipóteses.

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401

Para atingir o objetivo do presente trabalho será utilizado, como instrumentos de

coleta de dados, 1 (um) questionários com 10 (dez) perguntas mistas respectivamente

direcionado aos acadêmicos do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES).

As informações coletadas serão organizadas em gráficos e tabelas de forma a facilitar

a visualização dos resultados obtidos e permitir-lhes a análise coerente do estudo.

RESULTADO E DISCUSSÃO: Devido a evolução tecnológica e o aumento de acesso a

informações através de dispositivos móveis, a segurança da informação é algo que deve ser

mais aprimorado, por tanto este projeto vem prover conhecimentos básicos, com tudo

específico, de aplicativos que disponham de ótimos recursos para garantir a segurança de

informações nos dispositivos que utilizam o sistema operacional Android, a partir da versão

4.0.

O grande poder de conectividade e processamento oferecido pelos dispositivos móveis

em ambientes públicos e privados representam uma espécie de revolução da Tecnologia da

Informação e Comunicação que, agregada à ampla difusão dos dispositivos e o aumento da

variedade de serviços e aplicativos, foram colocados em evidência como alvos de ataques de

risco, em particular o Android, que vem conquistando grande parte do mercado atual.

Em vista disto, o estudo de novas técnicas de segurança torna-se necessário. E, como

tentativa de contenção a invasões e mau uso de aplicativos, é adotado no discorrer deste

trabalho métodos de segurança no desenvolvimento de aplicações Android através de

patterns. Tais práticas já existem e fazem parte de estudos publicados em livros e artigos ou

por empresas, conforme citado nas referências bibliográficas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KUROSE, J.; ROSS, K. Redes de computadores e a internet: uma abordagem top-down.

Editora Addison Wesley. 3ªed., São Paulo. 2006.

LOIOLA, E.; MOURA, S. Análise de redes: uma contribuição aos estudos organizacionais.

In: FISCHER, T. (Org.) Gestão contemporânea: cidades estratégicas e organizações locais. 2.

ed., Fundação Getúlio Vargas.

WEILL, Peter e ROSS, Jeanne W. Governança de TI, Tecnologia da Informação. Revisão

Técnica: Tereza Cristina M. B. Carvalho, M Books do Brasil Editora Ltda. São Paulo, 2006.

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2012, CAIS/RNP – Centro de Atendimento a Iniciantes de Segurança da Rede Nacional de

Ensino e Pesquisa.

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402

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL: A IMPORTÂNCIA DE SUA IMPLEMENTAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Jardriana Carvalho de Oliveira1

Kaique Silva de Lima1

Sâmela Kawanne Gualberto Araújo1

Nélly Vinhote2

[email protected]

RESUMO: O presente artigo apresenta um estudo da importância de um Sistema de Gestão Ambiental numa

Instituição de Ensino Superior (IES), buscando fortalecer a necessidade da implantação desse sistema nas IES,

incentivando a pesquisa, colocar em práticas os ensinamentos e aprendizados dentro da instituição. As

instituições de ensino possuem relevância na sociedade por serem organizações que promovem a formações de

agentes transformadores do meio em que vivemos. Desta forma, o objetivo deste trabalho é demostrar a

importância do Sistema de Gestão ambiental (SGA) nas Instituições de Ensino Superior através de um

levantamento bibliográfico de artigos científicos sobre o SGA nas instituições de ensino.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema de Gestão, Meio Ambiente, IES.

INTRODUÇÃO: Diante dos acontecimentos ambientais vivenciados, a questão ambiental

tem sido um tema de muitas discussões, ao longo dos últimos anos, com a preocupação na

conservação dos recursos naturais e com a degradação provocada pelo homem ao meio

ambiente.

Segundo Vaz et al. (2010 apud Kraemer, 2003, p.53) salienta que as Instituições de

Ensino Superior (IES) assumem uma responsabilidade essencial na preparação das novas

gerações, para um futuro viável. Pela reflexão e por seus trabalhos de pesquisa básica,

concebendo soluções racionais, elaborando propostas coerentes para o futuro.

―É de grande importância a instrução e a prática de um Sistema de Gerenciamento

Ambiental (SGA) dentro das Instituições de Ensino, pois compete a elas também dar exemplo

e colocar em prática o que é ensinado‖ (ELER, 2016, p. 2).

Segundo Vaz et al. (2010 apud FURIAM; GUNTHER, 2006), afirmam que os

resíduos sólidos, gerados em ambientes universitários, englobam, além daqueles classificados

com resíduos sólidos urbanos, alguns resíduos classificados como industriais e como resíduos

de serviços de saúde. Existem, ainda, conforme os mesmos autores, as atividades de Educação

Ambiental, que são importantes para orientar a segregação, a coleta, o tratamento e a

destinação final dos resíduos sólidos gerados nesses ambientes, uma vez que requerem um

tratamento especial. No entanto, ainda são poucas as práticas observadas nas IES, as quais

têm o papel de qualificar e conscientizar os cidadãos formadores de opinião do amanhã.

1 Discentes do Curso Tecnológico em Gestão Ambiental da Amazônia, 2° semestre, na Instituição de Ensino

Superior-IESPES. 2 Docente do Curso Tecnológico em Gestão Ambiental da Amazônia na Instituição de Ensino Superior-IESPES.

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403

Em vista disso, este artigo teve como objetivo, demonstrar a importância do Sistema

de Gestão Ambiental nas Instituições de Ensino Superior através de um levantamento

bibliográfico de artigos científicos sobre o SGA nas instituições de ensino.

MÉTODO: O estudo foi desenvolvido a partir de revisão bibliográfica em livros e artigos

científicos de forma qualitativa, buscando analisar os benefícios de aplicar o Sistema de

Gestão Ambiental nas Instituições de Ensino Superior.

A pesquisa bibliográfica permite ao pesquisador aprofundar o quanto for necessário,

além disso, ―oferece meios para definir e resolver não somente problemas já conhecidos,

como também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente‖

(MARCONI; LAKATOS, 2007, p.32).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através da metodologia aplicada, foi observado que as

IES têm capacidade de aplicar o SGA, com bom desempenho ambiental, aplicando medidas

para melhoria, como a criação de projetos ambientais, lixeiras para coleta seletiva, com o

SGA é possível que a IES melhore os resultados e sua imagem como um todo.

Para Lara (2012), a implantação do SGA deve considerar as atividades de todos os

departamentos, disciplinas e estruturas de gestão de uma Instituição de Ensino Superior,

incluindo no processo todos as partes interessadas e/ou envolvidos direta ou indiretamente.

Com relação ao Sistema Gerencial e Administrativo da IES, deve-se elaborar um

planejamento global, que crie uma identidade ambiental da instituição e também um

planejamento local, centralizado em cada campus, considerando suas peculiaridades de gestão

e funcionamento.

Os programas de treinamento e conscientização devem avançar no sentido de ampliar

o entendimento sobre meio ambiente, para incluir a dimensão social e promover mudanças de

atitude diante das questões socioambientais mais amplas que as relacionadas com a atuação da

empresa.

Assim, as IES devem colocar em prática aquilo que ensinam, tornando a sua própria

gestão interna um modelo de gestão sustentável de sucesso para a comunidade, influenciando

com resultados as organizações as quais os seus acadêmicos e futuros profissionais irão fazer

parte, visando a construção de um desenvolvimento social mais sustentável e justo.

Segundo Marckmann (2012 apud SELL, 2006), diz que gestão ambiental consiste em

gerir, controlar e conduzir os processos de produção de bens e de prestação de serviços de

modo a preservar o ambiente físico (água, ar, solo, fauna, flora e os recursos naturais) e a

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404

integridade física e psicoemocional das pessoas, e a minimizar o consumo e a perda de

material, energia e trabalho. Isso implica em redução de impactos gerados por produtos ao

longo de todo o seu ciclo de vida e por todos os processos envolvidos, com medidas técnicas e

organizacionais.

CONCLUSÃO: É indiscutível que o Sistema de Gestão Ambiental em uma IES, traz para os

futuros profissionais a possibilidade de pensar e repensar comportamentos e atitudes,

tornando-a um grande laboratório que permite a percepção da teoria a prática e o

fortalecimento da necessidade da busca constante de parcerias entre as IES e a sociedade local

É importante salientar que os benefícios de um SGA são muitos e, entre eles,

destacam-se as economias pelo melhoramento da produtividade e da redução no consumo de

energia, água e materiais de expediente, o estabelecimento das conformidades com a

legislação ambiental. Reduzindo, assim, os riscos de incorrer em penalidades ou gerar

passivos ambientais; a evidência de práticas responsáveis e melhora na imagem externa da

instituição; e a geração de oportunidades de pesquisa.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ELER, Mayara Louzada. Plano de um Sistema De Gestão Ambiental (SGA) para o IFMG

–Campus Governador Valadares, 2016. Disponível em <http://www.webartigos.com>.

Acessado em 13/10/2016 as 16:56 h.

VAZ, Caroline Rodrigues; FAGUNDES, Alexandre Borges; OLIVEIRA, Ivanir Luiz de;

KOVALESK, João Luiz; SELIG Paulo Mauricio. Sistema de Gestão Ambiental em

Instituições de Ensino Superior: Uma Revisão, 2010. Disponível em

<http://revista.feb.unesp.br>. Acessado em 13/10/2016 as 15:14 h.

LARA, Pedro Túlio de Resende. Sustentabilidade em Instituições de Ensino Superior,

2012.

MARCKMANN, Karina. Elaboração de Proposta do Manual de Gestão Ambiental da

UFRGS e Estudo de Caso de Aplicação, 2012. Disponível em < www.ufrgs.br>, acessado

em 14/10/2016 as 19:00 h.

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405

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL: A IMPORTÂNCIA DE SUA IMPLEMENTAÇÃO NOS PORTOS

Jéssica Mayara da Silva Mendes1

Keurielly Marques Silva2

Tiago Júnior Silva Rosa3

Nélly Vinhote4

[email protected]

RESUMO: Esta pesquisa apresenta um estudo sobre importância de um Sistema de Gestão Ambiental no ramo

portuário, buscando fortalecer a necessidade da implementação desse sistema nos portos. Por meio desta

abordagem, foi possível inferir a relação das atividades portuárias com as modificações causadas ao meio

ambiente, principalmente quando são necessárias intervenções que podem gerar grandes impactos ambientais. O

objetivo deste trabalho foi demostrar a importância do Sistema de Gestão ambiental (SGA) nos portos através de

um levantamento bibliográfico de artigos científicos sobre o SGA no ramo portuário. O avanço das relações de

comércio entre os países, somado às necessidades de consumo do mundo globalizado, geram como

consequência, uma série de atividades e serviços que carecem cada vez mais de um processo muito bem

integrado e ininterrupto para o pleno atendimento dos clientes. Desta forma, a atividade portuária e os demais

sistemas de transporte sofrem uma pressão muito grande e acelerada para suprirem os anseios de seus usuários

dentro de prazos cada vez mais curtos. Desta forma, o SGA torna-se imprescindível em todas as fases dos

empreendimentos portuários, pois podem otimizar o combate à degradação ambiental e proporcionar melhorias

quanto as demais atividades desenvolvidas nestes ambientes.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema de Gestão, Meio Ambiente, Portos.

INTRODUÇÃO: Frente à complexidade da problemática ambiental nos dias atuais, a gestão

ambiental empresarial se coloca como um processo de fundamental importância, tanto para as

empresas como para a sociedade. É por meio do desenvolvimento e da implantação de

modelos específicos, e de sistemas de gestão ambiental, que as empresas conseguem orientar

suas atividades administrativas e operacionais para alcançar objetivos definidos.

Segundo Assunção (2011, apud SILVA 2016, p. 17) a regulação ambiental portuária

utiliza-se de princípios universais. A não observância desses princípios põe em risco as boas

regulações e práticas ambientais pelas atividades produtivas, um ônus desnecessário para a

sociedade, ocasionado por um dispêndio suplementar em termos de esforços e recursos para a

solução de componentes ambientais mal equacionados na atividade.

Para Assunção (2011, p. 28) em razão da intensidade do processamento ou manuseio

de cargas em instalações portuárias, é necessário adotar uma sistemática de tratamento das

questões ambientais que englobe a proteção do meio ambiente no qual a instalação está

inserida, promovendo o controle dos seus impactos, evitando-os quando possível, mitigando-

os e compensando-os sempre que necessário.

Segundo Kappel (2016, p. 5) é importante considerar, ainda, que as atividades

portuárias, além de serem cruciais para o equilíbrio da balança comercial do Brasil

(exportação/importação), é o principal indutor de desenvolvimento dos municípios portuários

gerando emprego e renda e que também poderá impulsionar o desenvolvimento da pesca, do

ecoturismo e das atividades dos pequenos produtores rurais, desde que as ações mitigadoras e

compensatórias sejam planejadas nesta perspectiva. Um aspecto fundamental é o Programa de

1, 2, 3

Discentes do Curso Tecnológico em Gestão Ambiental da Amazônia, 2° semestre, na Instituição de Ensino Superior-IESPES. 4

Docente do Curso Tecnológico em Gestão Ambiental da Amazônia na Instituição de Ensino Superior-IESPES.

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406

Gestão Ambiental (PGA) ou Sistema de Gestão Ambiental (SGA) visa adequar as instalações

portuárias e serviços prestados, tanto pelo porto como pelas empresas concessionadas

(operadores/terminais), procurando atender a legislação ambiental vigente e os anseios da

sociedade.

A cidade por sua vez precisa entender as particularidades que envolvem a função de

cidade portuária, intrinsecamente atravessada por fluxos usando-os em benefícios do emprego

e crescimento local, posto que a metrópole é, antes de tudo, um espaço de intermediação

econômica (entre concepção, produção e mercado), de intermediação social, mas, sobretudo,

de intermediação entre o interior e o exterior‖ (DE ROO, 1999 apud FERREIRA;

OLIVEIRA, 2006, p. 6). Isso vale em particular para uma metrópole portuária, conectada em

rede por linhas de circulação do mercado internacional, onde essa é uma condição sine qua

non de competitividade para estabelecer um diálogo permanente e permeável pelos muitos

atores construtores do espaço socioeconômico.

Quando um porto possui uma imagem negativa inicia-se a ―debandada‖ dos clientes

que podem mudar, perdendo todos os que vivem e trabalham nesse porto. É fundamental a

constante e sólida construção de uma imagem positiva dum porto, cuidada como se de uma

―planta‖ se tratasse, carecendo de toda a atenção e de melhorias constantes para crescer

saudável.

É fundamental a constante adaptação do produto portuário aos clientes, adaptação das

infraestruturas, dos equipamentos, da logística portuária, dos ritmos e produtividade, da

informação, dos serviços acessórios, das acessibilidades marítimas e terrestres, assim como a

continuidade de serviço, a fiabilidade, o bom clima social, a organização e limpeza, a

qualidade do serviço, etc. (CALDEIRINHA, 2007, p. 62). Sendo assim, este trabalho tem por

objetivo demostrar a importância do Sistema de Gestão ambiental (SGA) nos portos.

MÉTODO: O estudo foi desenvolvido a partir de revisão bibliográfica em artigos científicos

de forma qualitativa. De acordo com Severino (2007, p. 122):

A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível,

decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos,

teses etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros

pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a

serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos

estudos analíticos constantes dos textos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os programas de treinamento e conscientização devem

avançar no sentido de ampliar o entendimento sobre meio ambiente, para incluir a dimensão

social e promover mudanças de atitude diante das questões socioambientais mais amplas que

as relacionadas com a atuação da empresa.

Frente aos diversos aspectos acima mencionados, os portos passaram a necessitar de

dados confiáveis, em muitos casos, requerem uma especialização técnico científica que, no

Brasil, pode ser encontrada, por exemplo, nas universidades e institutos de pesquisa. Apesar

de ainda não existir uma ponte sólida entre a pesquisa científica e os usuários finais dos

produtos da ciência e tecnologia, cada dia mais se percebe que a academia encontra-se mais

disposta a se aproximar da comunidade, deixando de lado a velha e falsa dicotomia entre

ciências básicas e ciências aplicadas. Assim, é importante aproveitar este momento para criar

condições que permitam a produção de ciência útil, contribuindo mais diretamente com a

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melhoria da qualidade de vida da população e a preservação da qualidade ambiental através

de uma política de apoio para a ciência, tecnologia e inovação ligada às questões portuárias.

Pela Portaria SEP nº 104/2009, os portos e terminais marítimos devem possuir um

Setor de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no Trabalho – SGA. Mesmo as

instalações portuárias não abrangidas pela portaria supracitada, como as instalações

hidroviárias, têm a responsabilidade de implementar um Sistema Integrado de Gestão

Ambiental que inclua ações relativas à Proteção do Meio Ambiente, à Segurança e Saúde

Ocupacional. Esse Sistema deve possuir grande peso na tomada de decisões dos gestores

portuários, já que constitui um item de extrema relevância para a definição da qualidade do

serviço prestado nos portos.

É necessário que o Sistema de Gestão Ambiental seja dinâmico, ou seja, que possa ser

melhorado ao longo de sua existência, que siga identificando os elementos impactantes, seus

processos, efeitos associados e cumulativos, incorporando mais e mais instrumentos de

controle e combate aos impactos ambientais. É importante que o Sistema esteja consoante em

objetivos, metas e compromissos a serem perseguidos por todos os agentes portuários. Além

disso, ele deve ser compatível com todos os instrumentos de gestão da zona costeira.

CONCLUSÃO: A Administração Portuária deve ser capaz de dar respostas que atendam às

demandas, em especial de apresentar a atividade como limpa e compromissada com a causa

ambiental. Para tanto, Sistema de Gestão Ambiental deve estar presente nas fases de

concepção, implantação e operação de empreendimentos portuários, otimizando o combate à

degradação ambiental por meio da incorporação de princípios e conceitos de impacto

ambiental, da necessidade de evitar esses impactos e dos custos de recuperação dos recursos

naturais degradados.

É importante salientar que os benefícios de um SGA são muitos e, entre eles,

destacam-se as economias pelo melhoramento da produtividade e da redução no consumo de

energia, água e materiais de expediente, o estabelecimento das conformidades com a

legislação ambiental. Reduzindo, assim, os riscos de incorrer em penalidades ou gerar

passivos ambientais; a evidência de práticas responsáveis e melhora na imagem externa da

instituição; e a geração de oportunidades de pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSUNÇÃO, Yara Rodrigues da. O porto verde: modelo ambiental portuário / Agência

Nacional de Transportes Aquaviários. - Brasília: ANTAQ, 2016. Disponível em

>http://www.antaq.gov.br/portal/pdf/portoverde.pdf

KAPPEL, Raimundo F. Portos Brasileiros, Novo Desafio Para a Sociedade, 2016.

Disponível em >http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/conf_simp/textos/

raimundokappel.htm

SIQUEIRA, Alexsandro dos Santos. Gestão Ambiental nas Cidades-Porto: Caso de

Santos, 2016. Disponível em

>http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Procesosambientales/

Impactoambiental/03.pdf

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico, 2016. Disponível em

>metodologiacientificanapratica.blogspot.com.br/2013_09_01_archive.html?m=1

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408

SOCIEDADE BRASILEIRA: UMA ANÁLISE A PARTIR DA ÉPOCA COLONIAL

Dra. Francisca Canindé B. dos Santos1

Cristiane Pereira da Silva2

[email protected]

RESUMO: O presente estudo é resultado de preocupações, com a trajetória das sociedades através dos tempos.

Para compreendê-las e interpretá-las foi necessário construir os objetivos inerentes à temática, como: interpretar,

analisar textos de História, Sociologia, Psicologia a fim de encontrar respostas para as dúvidas. Para tanto foi

preciso construir uma metodologia condizente a uma pesquisa bibliográfica. Por isso as leituras de textos e

analises foram importantes ao lado dos métodos históricos e comparativos. Os resultados foram relevantes no

que diz respeito às atividades econômicas de cada momento histórico e a formação da sociedade agrária,

metalista, cafeeira de classe. Na época em que a burguesia brasileira impunha a sua hegemonia político-

econômica e social.

PALAVRAS-CHAVE: sociedade brasileira, agrária, burguesia.

INTRODUÇÃO: As sociedades foram se construindo em torno de paisagens geográficas

adequadas a sobrevivência, em que o solo propiciasse o cultivo econômico e lucrativo, como

o solo de massapê, terra roxa, além de outros que deram condições aquelas populações de um

sedentarismo produtivo.

As relações sociais e políticas permitiram formar grandes plantações como da cana-de-

açúcar que permitiu o trabalho colonizador do branco português.

As concentrações humanas nesses locais foram se propagando através do tempo,

construindo uma sociedade, como a do nordeste que se dedicou a um capitalismo agrário e de

um mercantilismo de plantagem.

Outras sociedades foram despontando com o desenvolvimento de novas atividades

econômicas, centradas na exploração dos metais preciosos e dos diamantes e

consequentemente com os grandes cafezais, atingindo a sociedade de classe que perdura até

os dias de hoje.

O propósito da pesquisa se concentra na interpretação e análise de texto, a fim de

compreender a realidade contextual daquelas épocas até hoje.

MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter quantitativo, a fim de construir

e sistematizar o contexto investigado. Para isso, é preciso conhecer, interpretar e analisar a

teoria, para produzir o estudo. O método histórico é de fundamental importância ―...para

compreender o passado, entender o presente e predizer o futuro...‖

1 Professora Dra., pesquisadora, ministra aulas nos Cursos de Pedagogia e Serviço Social do Centro Universitário

Luterano de Santarém. Historiadora, geógrafa e doutorada em Psicologia Social pela Universidade de Santiago de Compostela – Espanha. 2 Acadêmica do Curso Serviço Social do Centro Universitário Luterano de Santarém.

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409

E o método comparativo para verificar semelhanças e ―diferenças entre grupos,

pessoas, sociedades, organizações. Ele permite explicar o fenômeno por meio de análise

completa de seus elementos‖. (GONÇALVES, 2005, p. 43).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados são significativos, mostrando a realidade

das sociedades que se formaram no Brasil desde o período colonial.

A colonização reflete o desenvolvimento de atividades econômicas monoculturas,

escravistas, dentro de um grande latifúndio. Neste espaço geográfico se formou a sociedade

do nordeste ou açucareira. Esta sociedade se caracterizava pelo bipolarismo, ruralismo,

patriarcalismo e escravidão. De acordo com Della Torre (1997, p. 147): ―A sociedade

brasileira baseava-se, então numa economia agrícola (monocultura, que se desenvolvia nos

latifúndios, tendo por mão-de-obra o escravo). Formavam eles a base da pirâmide social‖.

Esta formação social chegou à região das minas, local da exploração do ouro e dos

diamantes. Ali se formou a sociedade do sudeste, diferente da primeira, por se basear no

mercantilismo metalista, num caráter urbano, com fundação de várias cidades e a camada

social dos grandes proprietários de lotes das minas.

Essas duas primeiras sociedades produziram para atender o mercado europeu. O

açúcar era refinado na Holanda, em Amsterdã e Antuérpia para posterior comercialização.

Assim, o ouro do Brasil, a maior quantidade foi parar na Inglaterra fortalecendo muito mais

seu potencial econômico. Conforme Silva (2000, p. 95): Com a mineração, ―... a Inglaterra

encontrou na economia luso-brasileira um mercado em rápida expansão e praticamente

unilateral‖.

Esta formação social chegou à contemporaneidade de forma ilhada nas relações

sociais, econômicas de produção, em que cada momento histórico se desenvolveu uma

atividade econômica, em torno dela uma sociedade, em que os trabalhadores ou os proletários

da República internalizavam a ideologia capitalista, onde a classe subalterna pensa e ainda

pensa com a cabeça do opressor. Neste caso, Rodrigues deixa claro (2000; p.47):

Os trabalhadores dormem com o inimigo, confortavelmente instalado em sua própria

mente, todos os dias, sem saber. É quase como se houvesse em seu cérebro um chip

perverso de computador, que o obrigasse levantar no outro dia e levar sua vida da

mesma forma que no dia anterior.

Na sociedade capitalista contemporânea a classe baixa foi e continua sendo massa de

manobra nas mãos de uns poucos privilegiados. A classe operária trabalha tanto, e continua

alienada, passa necessidades, nem todos tem moradia fixa, residem na periferia, um reflexo da

colonização do Brasil, fixando radicalmente os resquícios de uma época, que cimentou todo

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410

um processo das relações sociais. Conforme Campos (2002, p. 92): ―A dominação econômica,

que é a forma mais geral, e para onde vão desaguar todas as outras, acontece sempre que

alguém rouba, expropria a capacidade (poder) de trabalho de outras pessoas‖.

A sociedade de classe é aberta, permite a hierarquização em camadas: alta, média e

baixa. Propicia a mobilidade social ascendente e descendente. Pelos canais de escolaridade,

vida religiosa, hierarquia militar, etc. as pessoas podem ascender socialmente.

A sociedade brasileira atual está em crise política, econômica, social e cultural. O

desemprego atinge um percentual elevado, os setores públicos não atendem satisfatoriamente

as populações de classe baixa. Os atendimentos hospitalares são deficitários. A corrupção se

encontra em todos os setores. A saúde e a educação escolar e familiar passam maus

mementos. Os conflitos sociais, a violência urbana e rural amedrontam o ser humano que vive

encarcerado na sua própria casa.

CONCLUSÃO: As sociedades foram se construindo em diferentes espaços geográficos e

econômicos. Cada uma delas assumiu características diversificadas, deixando resquícios do

passado refletir no presente, como o trabalho escravo nos canaviais, nas minas, nos cafezais

até chegar as grandes empresas agrícolas, além de outras do momento atual.

Ainda se encontra hoje homens trabalhando em locais inadequados, salários irrisórios,

que não permitem a sobrevivência humana.

O parasitismo veio de fora se implantou, gerando descendentes que até hoje é presença

na sociedade. O sistema capitalista está consolidado, se organiza cada vez mais, suas

estratégias se infiltram nos aparelhos ideológicos, que se difundem em todos os momentos.

Assim como, as sociedades do passado tiveram enormes problemas, as de hoje dão

prosseguimento, em decorrência de saber que o passado não morre, mesmo que morresse

ficavam seus fragmentos refletindo.

A sociedade atual é reflexo do passado, a dominação, o individualismo, o egoísmo,

caracterizam o sistema excludente oriundo da época da colonização.

REFERÊNCIAS:

CAMPOS, Regina Helena de Freitas (org). Psicologia Social Comunitária: da

solidariedade à autonomia, 5 ed., Petrópolis-RJ: Vozes, 2002.

DELLA TORRE, Maria Benedita Lima. O Homem e Sociedade: Uma introdução a

Sociologia, 8 ed., São Paulo: Editora Nacional, 1997.

GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual da Metodologia da Pesquisa Científica, São

Paulo: Avercamp, 2005.

RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da Educação, Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil, 1 ed., São Paulo: Moderna, 2000.

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411

TABAGISMO NO ENSINO MÉDIO Alesandra Cabreira Dias

1

[email protected]

Dalton Nascimento de Azevedo 2

[email protected]

Emanuel Santana Leão de Andrade2

[email protected]

Marta Quadros Friás2

[email protected]

RESUMO: O presente artigo buscou sensibilizar os alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Wilson

Fonseca da cidade de Santarém PA, aos riscos do tabaco e os malefícios e problemas que ocorrem na família, na

escola, no trabalho e na sociedade. Os dados foram obtidos por meio de questionários respondidos pelos os

alunos da turma do primeiro ano da escola mencionada. Nossa investigação, predominantemente de cunho

informativo, consistiu-se numa pesquisa de campo com aplicação de um questionário com 10 perguntas

direcionadas a levantar dados diretamente ligados ao tabagismo como uma forma de prevenção dos adolescentes

da escola supracitadas. O contexto a qual se deu através da palestra aos jovens do ensino médio buscou a

reflexão e o entendimento dos riscos que o uso do tabaco pode causar em um jovem.

PALAVRAS-CHAVE: Tabagismo, Escola e Adolescência.

ABSTRACT: This paper aims to sensitize students of State Elementary School Wilson Fonseca city of

Santarém PA, tobacco risks and the dangers and problems that occur in the family, at school, at work and in

society. Data were collected through questionnaires answered by the students in the class of the first year of that

school. Our research, predominantly informative nature, consisted in a field research with application of a

questionnaire with 10 questions directed to collect data directly related to smoking as a way of preventing

teenagers from the aforementioned school. The context which was made through the lecture to high school

youngsters sought reflection and understanding of the risks that tobacco use can cause in a young man.

KEYWORDS: Smoking, School and Adolescence.

INTRODUÇÃO: Este projeto teve como objetivo fazer uma reflexão a respeito do tabagismo

no ensino médio a fim de informar e conscientizar o público alvo para os malefícios do

tabagismo nessa fase da vida. Portanto ocorreu a integração através de uma palestra realizada

na Escola Estadual de Ensino Médio Wilson Fonseca partir do estudo e da participação de

uma turma do primeiro ano do ensino médio que foi realizada dia 11 de maio de 2016 às 8h00

na sala de multimídia da referida instituição.

Aos pais, que servem de modelo dentro do núcleo familiar, cabe alertar as crianças e

adolescentes quanto à nocividade do uso dos produtos do tabaco, para que estes não sejam as

futuras vítimas das dependências à nicotina. O aconselhamento e, sobretudo, exemplo dado

pelos pais são determinantes do comportamento dos filhos para que não fumem.

Outros grupos que também foram alertados e mostrados. O cigarro é altamente

prejudicial à saúde da gestante, com efeitos deletérios sobre o feto e o recém-nascido.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o tabagismo deve ser considerado

uma pandemia, ou seja, uma epidemia generalizada, e como tal precisa ser combatido.

1 Doutoranda em Ciências da Reabilitação DINTER/UEPA, docente do curso de Educação Física CEULS/ULBRA.

2 Acadêmicos do curso de Educação Física CEULS/ULBRA.

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412

O termo tabagismo é definido pelo dicionário Aurélio como ―o uso abusivo do tabaco‖.

O termo droga tem como definição ―substância entorpecente, alucinógena ou excitante,

ingerida em geral com o fito de alterar transitoriamente a personalidade‖. De Lúcia et al

(1991) definem droga como ―qualquer substância capaz de modificar as funções dos

organismos vivos, tendo como resultado alterações fisiológicas e comportamentais‖.

REFERENCIAL TEÓRICO: A composição química presente no cigarro entra na categoria

das drogas psicoanapléticas ou estimulantes, assim como a cocaína, anfetaminas e xantina.

Dos vários componentes do tabaco, Rondina et al (2001) afirma que a nicotina é o alcalóide

mais importante, sendo a droga responsável pela dependência dos indivíduos fumantes.

De acordo com Benowitz (1990) apud Rondina et al (2001), a dependência do tabaco

(como todas as outras dependências de drogas) é um processo complexo, envolvendo

farmacologia, fatores adquiridos ou condicionados, condições sócias e características da

personalidade do dependente químico.

Segundo Powers e Howley a nicotina é uma droga sem aplicação terapêutica. No

entanto, o fato de ele tomar parte na composição dos cigarros e de fumo de mascar torna-a

uma das substâncias mais utilizada de forma abusiva.

O cigarro tem efeitos imprevisíveis pelo fato de poder aumentar simultaneamente as

atividades do sistema nervoso simpático, parassimpático e central. Pequenas doses de nicotina

aumentam a atividade autônoma enquanto doses elevadas podem levar a um bloqueio de

resposta.

O sistema cardiovascular responde com aumentos da frequência cardíaca e da pressão

arterial decorrentes do aumento da atividade nervosa simpática e o trato gastrointestinal

responde com um aumento da atividade por meio da estimulação nervosa parassimpática.

Existem evidências de que tanto a taxa metabólica de repouso quanto as respostas

cardiovasculares ao exercício leve são aumentadas após a administração de nicotina.

A nicotina é, sobretudo, utilizada por meio do tabagismo e do fumo de mascar.

Independentemente de ter um efeito calmante ou estimulante num indivíduo, o tabagismo é o

hábito de mascar fumo estão associados a importantes problemas de saúde, descritos num

capítulo à parte. Markins e Perkins apud Power e Howleys afirmam que o tabagismo está

ligado a vários tipos de câncer e de patologias cardíacas e pulmonares. Somente isso já é

motivo para desencorajar o tabagismo, independentemente de ele aumentar o trabalho

respiratório, diminuir o VO2 máximo e aumentar o tempo necessário para que o VO2 atinja

um estado estável durante o exercício submáximo.

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413

METODOLOGIA: A pesquisa ocorreu na Escola Estadual de Ensino Fundamental Wilson

Fonseca localizado na travessa 25 no bairro da Nova República Município de Santarém,

Estado do Pará.

Foi aplicado um questionário composto por 10 questões, das quais três (3) tinham um

caráter aberto e dissertativo, e sete (7) de caráter fechado. Após aplicação do questionário, os

dados obtidos foram analisados por meio de uma planilha, o mesmo foi aplicado

individualmente a cada aluno, sendo supervisionado pelos acadêmicos.

Nas primeiras perguntas denominadas as identificações foram organizadas as questões

relativas, sexo e estado civil. Nas questões seguintes relacionadas a prática do fumo, indução

ao fumo, familiares fumantes, prática de atividade física.

Nas questões buscou-se verificar a prática do fumo nas escolas. Se há algum incentivo,

se conhecem as consequências dessa droga licita. Questionamos também se o fumante pratica

alguma atividade física.

A análise das respostas procura delinear o retrato dos alunos desde o início dessa prática

até onde ocasiona doenças para o fumante. Para um melhor aproveitamento dos dados

obtidos, os resultados aqui apresentados pautam-se em três momentos distintos:

primeiramente formulamos os questionários, no qual procedeu a tabulação das respostas

obtidas nos questionários e a partir dos gráficos gerado para cada questão, no programa Excel,

os resultados foram analisados separadamente. Posteriormente a intervenção feita na escola,

como forma de sensibilizar os educandos a não fazerem uso do fumo, e terceira exposição dos

resultados e da intervenção na sala de aula diante dos acadêmicos da disciplina Atividade

física e saúde.

Consideramos, nesta pesquisa, um fator relevante que foi o contexto social onde a

escola está inserida, devido ao fato de ser uma escola pública da periferia a acessibilidade e as

vias de acesso ao fumo entre outras drogas ilícitas, fazem com que os jovens e adolescentes

mais precisamente alunos, que estudam na rede estadual de ensino fiquem mais vulneráveis a

esta situação.

RESULTADOS: Inicialmente, foi feita a descrição das variáveis que caracterizam a

exposição ao tabagismo por sexo no que diz respeito a: riscos do tabagismo para a saúde,

colega ou professor com a pratica do fumo, conhecimento sobre a lei do antifumo e se já

experimentou o fumo.

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414

Ao analisar o que os alunos responderam no questionário, os dados foram obtidos a

partir das respostas de trinta e seis (36) alunos sendo 20 mulheres e 16 homens.

Para o estudo da associação entre fatores individuais (gênero) e contextuais (escola,

família, sociedade e trabalho), as variáveis ficaram nítidas com os dados obtidos conforme

gráficos abaixo.

Tabela 1.

Figura 1.

Em relação à questão sobre quem já fumou, dos 36 alunos, a frequência maior foi no

sexo feminino de 22% do que do sexo masculino com 10% que já fumou, com isso apenas 6%

das mulheres e 12% dos homens responderem não, com isso podemos analisar por pessoas

que 32% falaram que sim, uma grande demanda de jovens de 15 a 17 anos já vivenciou o

fumo e penas 18% falaram não.

Tabela 2.

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415

Figura 2.

Ao analisar o segundo gráfico, podemos observar que 14% dos Homens e 16% das

mulheres responderam sim, isso significa que as mulheres têm contato e mais a proximidade

com colegas e professores que fumam do que os homens. Sendo de 9% dos homens é 11%

das mulheres responderam não, no total de 20% não e 30% sim.

Tabela 3.

Figura 3.

No terceiro gráfico, relata a falta de informação na escola sobre a lei antifumo, pois com

a grande demanda de jovem que já vivenciaram o tabaco não conhece a lei, dentre 18%

feminino é 15% masculino responderam não, que não tem nem um conhecimento sobre a lei

antifumo, totalizando 33% dos alunos responderam não e 17 % sim.

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416

Tabela 4.

Figura 4.

Está questão e direcionada ao conhecimento dos ricos que o tabagismo pode provocar

em adolescentes fumantes, cerca de 19% dos homens e 24% das mulheres responderam que

sim, no total de 43%, e apenas 4% dos homens e 3% das mulheres responderão não, com um

total de 7% de pessoas de ambos sexos não tem nem um conhecimento sobre esse risco.

Ao analisar todos os gráficos, o sexo feminino apesar de conhecer os malefícios do

tabagismo, assim mesmo tem contato com o tabaco. Ainda está em análise, para descobrir se é

um fator fisiológico, psicológico, social ou familiar.

DISCUSÃO: Neste estudo identificamos que mais da metade 64% dos alunos já

experimentaram fumar um cigarro pelo menos uma vez na vida, levando em consideração que

os alunos do primeiro ano do ensino médio têm entre 15 e 18 anos.

Diversos estudos no Brasil, destacam a desigualdades sociais como uma atenuação no

período da adolescência que podem levar esses adolescentes a pratica do fumo, mas não há

explicações consensuais para tal observação.

É consistentemente a afirmativa que o fumo esta sim associado a vários outros

comportamentos de risco, entre eles as drogas e álcool. Tal associação sugere que fatores

contextuais comuns, incluindo família, colegas, trabalho, escola e a sociedade de um modo

geral, concorrem para aumentar o risco de experimentação ou iniciação precoce desses

comportamentos.

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417

Entretanto, é interessante notar que a diferença entre sexos foi identificada neste estudos

principalmente sobre os resultados. Considerando que não disponibilizamos de dados que nos

permitiram traçar a tendência da prevalência de tabagismo entre os adolescentes pesquisados.

A comparação com dados pontuais entre os gêneros em estudos anteriores com alunos do

ensino médio sugere uma política pública voltada para a conscientização de alunos, pias e até

professores sobre o tabagismo. Tal observação é mais relevante com as mulheres que já

experimentaram fumar em números muito maiores em comparação aos homens. Porém, deve-

se considerar a possibilidade de que algum estudante tenha omitido seu hábito de fumar.

Embora alguns estudos, como os de Barbosa et al. 10, tenham observado que as

prevalências de tabagismo sejam maiores para o sexo masculino, neste estudo a diferença não

foi estatisticamente significativa, sendo maior para o sexo feminino o que para o masculino,

concordando com os resultados obtidos por Ivanovic et al. 11.

Os resultados obtidos para a associação de fatores sócio-econômicos, trabalho, escola e

família com o tabagismo se mostraram consistentes nos resultados. Neste estudo foi

observada associação significativa para a variável ―renda familiar‖, em salários mínimos e,

não-significativa, para a variável ―se o estudante trabalha‖ para se chagar a resultados

palpáveis nos resultados que os permitiram discutir com mais clareza as políticas públicas

como válvula de escape para os jovens. Entretanto, observamos também que embora as

variáveis evidenciadas nestes estudos possam ser determinantes para obtermos resultados

satisfatórios dentro do contexto ocultamente salientado no questionário.

CONCLUSÃO: Com base na pesquisa realizada com os alunos da escola, constatou que os

adolescentes entrevistados em alguns momentos são incentivados a fumar, um pouco pelos

amigos ou por presenciar a pratica em sua casa. Onde muitos não são orientados aos riscos

que pode ocasionar com o decorrer do tempo. O estudo realizado sobre tabagismo no ensino

médio tende a sensibilizar os jovens e não fazerem uso do cigarro.

Considerando todos os aspectos abordados buscamos observar a incidência do

tabagismo na área periférica. O fumo através do tabagismo também está presente em classes

sociais sem distinções, no entanto, essa problemática desencadeia outra situação bastante

acentuada no ensino médio e que caminha de mãos dadas ao tabagismo, o alcoolismo.

Sugerimos que outros estudos relacionados principalmente ao gênero em relação ao

tabagismo sejam investigados, pois a pesquisa mostra o quanto os jovens precisam ser

orientados para não fazerem uso do tabaco. Verifica-se a tendência para as mulheres fumarem

mais do que os homens, sobretudo nas faixas etárias mais elevadas.

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418

Deste modo o trabalho mostrou os ricos que o cigarro causa, onde não se pode ver

nenhum benefício para o corpo, como não se pode deixar ser influenciado por modismo.

Pesquisa comprova o quanto os jovens precisam ser orientados para não fazerem uso do

tabaco.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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primeiro e segundo graus em dez capitais brasileiras: possíveis contribuições da estatística

multivariada para a compreensão do fenômeno. Rev Saúde Pública 1989; 23 (5 Suppl):401-9.

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elementary and high school children‟s smoking. Rev Saúde Pública 1997; 31 (1 Suppl):30-

43.

J Bras Pneumol. 2010;36(6):671-673: Tabagismo na adolescência: Por que os jovens ainda

fumam?

MALCON, M; MENEZES, AMB. Tabagismo na adolescência e Pediatria (São Paulo)

2002;24(3/4):81-2.

PAIVA; Netto. Saúde e Tabagismo na idade escolar. Disponível em:

<http://www.paivanetto.com/pt/saude/tabagismo-na-idade-escolar>. Acesso em: 15 de

mar.2016, 20:30:29

Prevalência e fatores de risco para tabagismo em adolescentes: Rev. Saúde Pública

2003;37(1):1-7 1 www.fsp.usp.br/rsp. Disponível em:

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Saudade da família que terá tratamento contra o tabagismo. Disponível em:

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SCHIO, C et al. O tabagismo entre estudantes secundaristas da zona urbana de Porto

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www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/tabaco-no-organismo. Acesso em: 13 de abr.2016,

19:40:15.

ZANINI, Roselaine Ruviaro et al. Prevalência e fatores associados ao consumo de cigarros

entre estudantes de escolas estaduais do ensino médio de Santa Maria. Rio de Janeiro,

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TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE

Luiz Carlos Rabelo Vieira1

Tomé Alves da Silva2

Andressa da Mota Costa3

Alcivan Lima dos Santos4

*[email protected]

RESUMO: A integração das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no processo educacional

possibilita a realização de novos modos de aprender e ensinar, estimulando o alcance do potencial individual

bem como o trabalho cooperativo. Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi analisar a presença das TIC na

formação inicial e docência no ensino básico, conforme a percepção de professores de Educação Física escolar

de Santarém-Pa. A investigação foi realizada com 15 professores, de 25 a 39 anos de idade. Para a produção de

dados foi aplicado um questionário de escala tipo Likert. Quanto aos resultados, verificou-se que houve, durante

a formação inicial dos participantes, o uso de TIC pelos docentes universitários nas práticas docentes, embora

não as tenham discutido em forma de conteúdo. Em matéria da docência escolar do componente curricular, os

participantes tratam as TIC como recursos importantes e possíveis de serem integrados no processo de ensino e

aprendizagem dos conteúdos da área, apesar de uma minoria de profissionais do ensino médio não o empreguem

nas práticas docentes. Esses recursos são utilizados nas aulas cujos temas relacionados são esportes, jogos, lutas,

ginásticas e conhecimentos sobre o corpo.

PALAVRAS-CHAVE: tecnologia educacional, educação física, docência no ensino básico.

INTRODUÇÃO: No atual contexto sociocultural, intitulado por muitos intelectuais como

sociedade da informação, a todo instante tecnologias são utilizadas para o armazenamento e

transmissão de dados e informações (TEZANI, 2011). As tecnologias de informação e

comunicação (TIC), no âmbito da educação formal, são consideradas recursos de importância

indiscutível, embora na prática é frequente a sua subutilização. Para Azevedo et al. (2014), o

uso das TIC na escola, por meio das práticas docentes, têm importância relevante frente a esse

contexto, pois o processo de ensino-aprendizagem com apoio desses recursos é tornado

motivador e consoante com a realidade do educando.

No que respeita ao uso de TIC em escolas brasileiras, a pesquisa do Comitê Gestor da

Internet no Brasil (CGI.br, 2015) aponta dados da série histórica da pesquisa de 2010 a 2014.

No estudo foram obtidos dados de 1.486 escolas, sendo 290 da região Norte, cujos resultados

dos últimos anos mostram que nas escolas públicas a infraestrutura ainda é um desafio, apesar

do aumento na disponibilização de computadores, internet (em sua maioria de conexão de

baixa velocidade - 2 Mbps) e sinal WiFi. Os locais de instalação e manutenção dos recursos

permanecem sendo laboratórios de informática, onde a existência de equipamentos obsoletos

e ausência de suporte técnico fazem, desses espaços, locais pouco explorados em práticas

1 Mestrando em Educação, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação, Universidade Federal do

Oeste do Pará-UFOPA. 2 Licenciado em Educação Física.

3 Licenciada em Educação Física. Rede Municipal de Educação de Santarém, Pará.

4 Licenciado Pleno em Educação Física. Faculdade do Tapajós, FAT, Itaituba, Pará.

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educacionais. Por isso, aponta o estudo, que vem aumento a utilização de TIC em sala de aula.

Nas práticas pedagógicas esses recursos são integrados em decorrência, primeiramente, da

motivação/interesse pessoal (atitude proativa) dos professores; segundo, da

demanda/necessidade dos alunos e, em terceiro lugar, pela pouca motivação institucional.

Em se tratando da área da Educação Física, componente curricular que trata

pedagogicamente dos conteúdos da cultura corporal de movimento (DARIDO; RANGEL,

2005; BRASIL, 1998), o uso das TIC, tanto na formação inicial (DINIZ; DARIDO, 2014;

HATJE et al., 2013), quanto na abordagem dos conteúdos no contexto escolar (BIANCHI;

PIRES; VANZIN, 2008), vem sendo discutido como uma evidente possibilidade educacional.

Com isso, percebe-se que no Brasil está havendo uma maior valorização do conhecimento ou

aprendizagem na dimensão cognitiva nas aulas de Educação Física escolar, por meio da

inclusão de aulas teóricas além das práticas (PONTES JUNIOR; TROMPIERI FILHO;

ALMEIDA, 2014; PONTES JUNIOR; 2014).

Diante do exposto, decorre o problema: as TIC são integradas por professores no

contexto da Educação Física escolar? Nesse sentido, o objetivo da pesquisa foi analisar a

presença das TIC na formação inicial e docência no ensino básico, conforme a percepção de

professores de Educação Física escolar de Santarém-Pa.

MÉTODO: Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e descritivo (THOMAS;

NELSON; SILVERMAN, 2007), cujos participantes foram 15 professores de Educação

Física, de 25 a 39 anos de idade, que atuavam no ensino fundamental (6º ao 9º ano) e no

ensino médio.

Para a produção dos dados foi utilizado um questionário criado pelos pesquisadores e

baseado no estudo de Diniz e Darido (2014). Esse instrumento é composto por seis questões

fechadas com respostas na escala tipo Likert, sendo: discordo totalmente, discordo

parcialmente, concordo parcialmente e concordo totalmente. Além disso, foram obtidas

informações de caracterização dos participantes, como gênero, idade etc. Todos esses dados

foram analisados por meio da estatística descritiva, com a determinação das frequências

absoluta e relativa. Para tanto, foi utilizado o programa Excel (Microsoft for Windows, Office

2013®).

Esta pesquisa seguiu as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo

seres humanos, conforme a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho

Nacional de Saúde (BRASIL, 2012).

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421

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre os participantes, cuja idade média foi de 30 anos,

predominou o público masculino (53,3%). O tempo médio de docência na área foi de seis

anos e aproximadamente são 18 turmas pras quais ministram aulas.

A tabela dispõe os resultados do nível de concordância sobre os itens de interesse

relacionados às TIC na amostra pesquisada. Assim, verificou-se como prevalente a

concordância quanto ao item que trata do uso das tecnologias por docentes na formação

inicial na referida área. Grande parte, porém, dos participantes discordou sobre o fato das

TIC, nessa formação, terem sido abordadas em forma de conteúdo pelos docentes

universitários. Em se tratando da experiência na docência escolar na área, verificou-se na

amostra concordância sobre a importância e possibilidade do uso das TIC no processo de

ensino e aprendizagem dos conteúdos na Educação Física escolar. Dentre os participantes,

houve concordância sobre o fato de usarem esses recursos no processo ensino-aprendizagem

do componente curricular. Além disso, pode-se observar que as instituições escolares nas

quais são docentes possuem tecnologias/ambientes enquanto recursos pedagógicos.

Tabela. Nível de concordância na amostra de professores de Educação Física (N=15) sobre os

desfechos relacionados às TIC. Santarém/PA, 2014.

Itens de investigação

Nível de concordância

n (%)

DT DP CP CT

Uso das tecnologias educacionais por docentes na formação

inicial - - 3 (20) 12 (80)

Existência de tecnologias educacionais como recursos

pedagógicos e ambientes na IES onde fez a formação inicial - - 4 (26,7) 11 (73,3)

Abordagem das TIC na formação inicial enquanto conteúdo da

grade curricular 9 (60) 4 (26,7) 2 (13,3) -

É importante e possível o uso das TIC no processo de ensino e

aprendizagem dos conteúdos na Educação Física escolar - - 3 (20) 12 (80)

Usa as TIC no processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos

da Educação Física escolar na(s) escola(s) onde é docente 2 (13,3) 2 (13,3) 2 (13,3) 9 (60)

A(s) instituição(ões) escolar(es) onde é docente possui(em)

tecnologias educacionais enquanto recursos pedagógicos e

ambientes para seu uso

- - 2 (13,3) 13 (86,7)

DT = discordo totalmente; DP = discordo parcialmente; CP = concordo parcialmente; CT = concordo totalmente;

IES = Instituição de Ensino Superior; TIC = Tecnologias de Informação e Comunicação.

Observou-se que, em sua maioria, os profissionais do ensino médio com maior idade,

tempo de docência e quantidade de turmas são os que menos vivenciaram as tecnologias

educacionais na formação inicial e também são os que menos integram as TIC no processo

ensino-aprendizagem dos conteúdos na Educação Física escolar, apesar de alguns

reconhecerem a importância e possibilidade do uso desses recursos com fins pedagógicos.

Mediante esses achados, acredita-se que é importante a sistematização de reflexões

sobre o uso de tecnologias educacionais na formação inicial de professores de Educação

Física, bem como sua utilização no ensino básico em todos os componentes curriculares.

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Esse contexto de discussão é premente, visto que o novo paradigma tecnológico

representa grandes implicações na vida moderna, no trabalho, no lazer e, consequentemente,

na educação (MARTINS, 2011). Quanto à educação, cultura e mídia no cenário do ensino

público no Brasil, as tecnologias vêm galgando um espaço relevante, pois representam

interesses dos alunos (SOUZA; COSTA; FISCARELLI, 2012).

Diniz e Darido (2014) aludem que, por meio de uma formação inicial que aborde os

paradigmas educacionais, onde haja o debate sobre as estratégias de contextualização das TIC

junto aos conteúdos da cultura corporal, ponderando sobre limites e possibilidades, o

educador se torna possuidor de condições conceituais de modo a explorar múltiplos

conhecimentos.

CONCLUSÃO: Conclui-se que, na formação inicial dos participantes, houve o uso de

tecnologias educacionais pelos docentes universitários, embora as TIC não tenham sido

discutidas em forma de conteúdo pelos mesmos. Quanto à docência escolar, a amostra de

professores investigada citou ser importante e possível o uso das TIC no processo ensino-

aprendizagem dos conteúdos na Educação Física escolar, visto que as instituições escolares

possuem tecnologias/ambientes enquanto recursos pedagógicos. Apesar disso, verificou-se

que uma minoria de profissionais (do ensino médio) não utiliza tais recursos nas aulas.

Verificou-se, de um modo geral, que a integração das TIC pelos professores é realizada

quando há a abordagem de temas relacionados aos esportes, jogos, lutas, ginásticas, bem

como ao conhecimento sobre o corpo.

Essa investigação, portanto, lança precedentes para a maior compreensão sobre esse

tema no contexto local de formação de professores, tencionando na apropriação desses

conhecimentos para delineamentos e implementação de políticas de formação para essa área.

REFERÊNCIAS

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rede municipal de ensino de Florianópolis: possibilidades para a educação (física). Revista

Linhas, v. 9, n. 2, p. 56-75, 2008.

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Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf>. Acesso em: 12

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423

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SOUZA, C.B.G.; COSTA, D.I.P.; FISCARELLI, C.H. Cenário e perspectivas para a melhoria

do ensino público no Brasil: mídia, cultura e educação. Revista Ibero-americana de estudos

em Educação, v. 7, n. 2, p. 1-18, 2012.

TEZANI, T.C.R. A educação escolar no contexto das tecnologias da informação e da

comunicação: desafios e possibilidades para a prática pedagógica curricular. Revistafaac, v.

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THOMAS, J.R.; NELSON, J.K.; SILVERMAN, S.J. Métodos de pesquisa em atividade

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USINA HIDRELÉTRICA DE SÃO LUIZ DO TAPAJÓS: DIREITOS HUMANOS VERSUS DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Rodinei Bentes da Silva1

[email protected]

RESUMO: Esta pesquisa pretendeu sistematizar as análises da política de Desenvolvimento Econômico e os

Direitos Humanos no tratamento dos planejamento/licenciamento dos projetos hidrelétricos na Bacia do Tapajós.

O objeto de estudo dessa investigação refere-se à licenciamento da Usina de São Luiz do Tapajós, na Bacia do

Tapajós, região Oeste do Estado do Pará, se os impactos socioambientais serão minimizados provocando o

menor dano possível à região hidrográfica assim como para os povos tradicionais, os povos indígenas e a

biodiversidade da floresta à luz dos Direitos Humanos. A contribuição desta pesquisa se dará enquanto uma

temática atual que subsidiará o levantamento de dados assim como a sistematização teórica de elementos que

poderão fortalecer a elaboração de políticas públicas mais eficientes para o desenvolvimento econômico que não

violem os Direitos Humanos, em especial o direito fundamental ao ambiente ecologicamente equilibrado (art.

225 da Constituição Federal de 1988) e o direito à dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III da CF/1988).

Espera-se com a pesquisa constatar ou não a consequência danosa com a construção de hidrelétricas no rio

Tapajós, fazer o diagnóstico dos impactos socioambiental, se a barragem propiciará violações de direitos

humanos, cujas consequências poderão acentuar as desigualdades sociais.

PALAVRAS-CHAVE: usina hidrelétrica, direitos humanos, desenvolvimento econômico.

INTRODUÇÃO: A matriz energética do Brasil está centrada nas usinas hidrelétricas –

UHEs, colocado o país na vanguarda de geração hidrelétrica nas décadas de 1970 e 1980, mas

devido à pressão ambiental e a crise de investimentos internacional, retardou as instalações de

novos projetos (SOUSA JÚNIOR, 2014, p. 07), com o retorno da capacidade de investimento

estatal e o aumento na demanda de energia, os megaprojetos na Amazônia retornaram.

Em 2002, o governo federal lançou uma cartilha apresentando seu Programa de

Governo titulado: O lugar da Amazônia no Desenvolvimento do Brasil, tendo como proposta

central a definição do lugar da Amazônia no desenvolvimento do Brasil, apresentando-a como

fundamental importância estratégica, tanto para o país quanto para o planeta2. Para a região

Amazônica já estavam traçados dois projetos, a UHE de Belo Monte no Pará que teve início

em 2011, já concluída, e o Gás de Urucu, no Amazonas, previstos outras 18 barragens

propostas na Bacia do Rio Araguaia e Tocantins3.

Um dos setores que apoia as UHE é a Província Mineral do Tapajós considerada uma

das maiores áreas de mineração e o maior distrito aurífero do mundo4, juntamente com as

1 Especialista em Fundamentos da Matemática pela UFPA, Licenciado Pleno em Matemática (UFOPA) e em

Educação Artística (UEPA) e Bacharel em Direito pela UFOPA, atualmente professor da educação básica na rede pública estadual. 2 - Caderno Temático de Programa de Governo: O Lugar da Amazônia no Desenvolvimento do Brasil. Disponível

em: novo.fpabramo.org.br/uploads/olugardaamazonianodesenvolvimento.pdf . Acesso em 26 de março de 2016, p. 06 3 - Idem, p. 14

4 - Idem, p. 32

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indústrias eletrointensivas. Outra argumentação apresentada para a implantação dos projetos

hidrelétricos é a relação feita entre o crescimento econômico e a demanda por energia1.

O Complexo Hidrelétrico do Tapajós previsto um conjunto de seis hidrelétricas na

bacia do rio Tapajós2.

A mais nova frente hidrelétrica do Plano de Aceleração do Crescimento

(PAC) na Amazônia que se liga ao Plano IIRSA (Iniciativa para Integração da Infraestrutura

Regional Sul Americana), que consiste na integração econômica da América do Sul, do

Atlântico ao Pacífico com rodovias, hidrovias, ferrovias, eletricidade e telecomunicações para

benefícios dos grandes grupos econômicos.

A primeira barragem prevista, a UHE de São Luiz do Tapajós, deverá inundar mais de

729 km2 envolvendo unidades de conservação (Parque Nacional da Amazônia), terras

indígenas (Munduruku dentre outras etnias), comunidades ribeirinhas, áreas de colonização e

terras públicas em processo de regularização fundiária. As áreas afetadas são cortadas pela

BR-163, uma das regiões onde mais se concentra o desmatamento nos últimos anos (SOUSA

JÚNIOR, 2014, p. 08).

Diante deste panorama, a pesquisa objetivou analisar o processo de licenciamento da

Usina de São Luiz do Tapajós no Pará, a relação entre as categoriais do desenvolvimento

econômico e Direitos Humanos, em especial o direito fundamental ao ambiente

ecologicamente equilibrado (art. 225 da Constituição Federal de 1988) e o direito à dignidade

da pessoa humana (art. 1º, inciso III da CF/1988). Analisar se os processos de licenciamento

estão cumprindo os requisitos da Legislação ambiental para consubstanciar os direitos

humanos do cidadão Amazônida.

MÉTODO: A pesquisa foi de cunho bibliográfico, o qual abordou o confronto das

argumentações para as implementações dos megaprojetos hidrelétricos na Bacia do Tapajós

tendo como foco a Usina de São Luiz do Tapajós, em contrapondo a observação dos Direitos

Humanos dos sujeitos atingidos pela barragem. Sua abordagem se desenvolveu de forma

descritiva ao propor a análise das características da instalação do projeto hidrelétrico se

estavam sendo observados os requisitos e parâmetros exigidos nas legislações ambientais. A

partir das leituras da legislação pertinente ao objeto de estudo, aos documentos oficiais,

estudos e relatórios, fazer a análise para se chegar a inferências.

A análise documental teve como fontes primárias a análise das legislações voltadas ao

meio ambiente e aos procedimentos de licenciamento, nos tratados e convenções

1 - Idem, p.67

2 - Resolução nº: 03 de 03 de maio de 2011 do Conselho Nacional de Políticas Energéticas – CNPE,

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426

internacionais pertinentes à defesa dos Direitos Humanos, nos Estudos de Impactos

Ambiental e Relatórios de Impacto ao Meio Ambiente – EIA/RIMA, da UHE, assim com a

análise de documentos referentes à política de desenvolvimento econômico desses projetos

provindos dos documentos oficiais de licenciamento e autorização, os pareceres técnicos dos

órgãos responsáveis pela avaliação dos impactos do empreendimento.

O levantamento de fontes secundárias como reportagens publicadas por veículos de

comunicação, artigos acadêmicos serão necessários para acompanhar e ilustrar a dinâmica do

processo de licenciamento ambiental da usina supracitada.

RESULTADO E DISCUSSÃO: A instalação de qualquer empreendimento produtivo pode

afetar o meio ambiente e os megaprojetos hidrelétricos na Amazônia são apresentados de

suma importância para que o país prospere. Porém, a sociedade amazônida precisa dialogar a

respeito dos investimentos destinados a geração de energia por meios da UHEs e os impactos

decorrentes da modificação do meio ambiente, das transformações ao modo de vida das

populações diretamente envolvidas.

Para o doutrinador Napoleão Casado Filho (2012, p.21), os direitos humanos surgiram

como possibilidade de tutelar o bem da vida chegando ao princípio da dignidade da pessoa

humana:

Direitos Humanos são um conjunto de direitos, positivados ou não, cuja

finalidade é assegurar o respeito à dignidade da pessoa humana, por meio da

limitação do arbítrio estatal e do estabelecimento da igualdade nos pontos de

partida dos indivíduos, em um dado momento histórico. (CASSADO

FILHO, 2012, p. 21)

Partir-se-á, então, da concepção que deve sempre haver as ponderações em todos os

momentos em que ocorram conflitos de normas, valores, direitos, ou princípios os quais

devem ser observados o respeito à dignidade da pessoa humana como freio a intervenção de

plano/proposta estatal, para que o Estado Democrático de Direito não atue como Estado

arbitrário.

Para a Constituição Federal, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao

Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações (BRASIL, caput do art. 225 da Constituição Federal, 1988).

A Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) - tratado que

determina a obrigatoriedade de consulta prévia a qualquer medida administrativa ou ato

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legislativo passível de afetar os povos indígenas e demais populações tradicionais1 – é

exemplo da negligência do Estado brasileiro no planejamento de megaprojetos frente aos

interesses das grandes empreiteiras.

Acrescenta-se que para Jean Pierre Leroy (2003: p.107) a afirmação dos Direitos

Humanos ao Meio Ambiente - DHMA é conquistado a partir das reivindicações sociais por

proteção dos recursos naturais como algo essencial à sobrevivência dos grupos populacionais

e com as incorporações das convenções internacionais juntamente com a legislação brasileira.

A violação da proteção do meio ambiental tem com consequência à violação de vários

direitos, à saúde, à alimentação, ao trabalho, à cultura, à moradia, à terra, pois o DHMA é

transversal e sua violação desestrutura a vida que sem são afetados diretamente e

indiretamente.

Em 2011 a Comissão Especial do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa

Humana/CDDPH, ao analisar a UHE Tucuruí, UHE Aimóres, UHE Foz do Chapecó, PCH

Fumaça, PCH Emboque e Barragem de Acauã, constituída para acompanhar as denúncias de

violações de direitos humanos em processos envolvendo o planejamento, licenciamento,

implantação e operação de barragens, a partir das denúncias feitas pelo Movimento de

Atingidos por Barragens – MAB, analisou o período de 1996 a 2005, constatou problemas de

falta de informação, omissão das especificidades socioeconômicas e culturais das populações

atingidas, lacunas, má-aplicação da legislação dentre outros2.

CONCLUSÃO: O Estado Brasileiro em relação ao projeto de instalação da UHE de São Luiz

do Tapajós, posicionou-se nitidamente de formar a afrontar aos interesses sociais, em abril

deste ano o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis/IBAMA

reconheceu a inviabilidade do empreendimento sobre a biodiversidade e sobre os povos

indígenas da região, o Ministério Público Federal havia recomendado o cancelamento do

licenciamento devido sua inconstitucionalidade em remover permanentemente os indígenas.

Somente a partir da pressão social, foi que o governo acatou o cancelamento do estudo do

EIA/RIMA e o IBAMA oficializou em agosto, seu arquivamento.

Devido o panorama que o país passa atualmente, me faz crer que os projetos

hidrelétricos tenha apenas entrado em estágio de hibernação, devido a crise política e

econômica sem precedentes que enfrentamos. Passado a recessão econômica é bem capaz que

tenhamos novamente de enfrentar o poder econômico desenfreado que negligência a ordem

1 - Decreto Nº 5.051, de 19 de abril de 2004. Promulga a Convenção nº: 169 da Organização Internacional do

Trabalho – OIT, sobre Povos Indígenas e Tribais, art. 6º. 2 - Relatório da Comissão Especial “Atingidos por barragens, p. 16

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do Estado Democrático de Direito, atropelando as garantias constitucionais que ao ver do

capital servem apenas de entraves ao desenvolvimento econômico que num país desigual

como o Brasil, beneficiam uma parcela ínfima da sociedade enquanto as classes ditas como

minoria, tem que suportar todo o ônus.

Precisamos ainda lutar pela conquista das efetivações dos direitos sociais, fazer valer

os direitos fundamentais garantidos na Constituição Federal de1988, quando prever o direito à

dignidade da pessoa humana que instar intimamente relacionado ao direito à vida, a saúde, à

liberdade, à informação, à expressão, a ter um meio ambiente ecologicamente equilibrado,

quaisquer violação de um deles implicará em acentuar as desigualdades sociais representado

um retrocesso aos Direitos Humanos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da União, Brasília, 5

de outubro de 1988. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acessado em: 18 de

setembro de 2016.

_______. Decreto Nº 5.051, de 19 de abril de 2004. Promulga a Convenção nº: 169 da

Organização Internacional do Trabalho – OIT, sobre Povos Indígenas e Tribais. Disponível

em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5051.htm. Acesso

em: abril de 2016.

_______. Resolução nº: 03 de 03 de maio de 2011 do Conselho Nacional de Políticas

Energéticas – CNPE. Disponível em: http://www.mme.gov.br/web/guest/conselhos-e-

comites/cnpe/cnpe-2013 Acesso em: março 2016.

CASADO FILHO, N. Direitos humanos e fundamentais / Napoleão Casado Filho. – São

Paulo: Saraiva, 2012. – (Coleção saberes do direito; 57)

CASTILHO, R. Direitos humanos / Ricardo Castilho. — 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. —

(Coleção sinopses jurídicas; v.30)

Coletânea CERIS, Ano 1, n. 1 (2003- ). Rio de Janeiro: CERIS/Mauad, 2003.

Misereor/MNDH/DhESCA Brasil/PAD. Direitos Humanos no Brasil 2: diagnóstico e

perspectivas. Coord. Daniel Rech; Enéias da Rosa; Irene Maria dos Santos; Júlia Esther

Castro; Maria Elena Rodriguez e Paulo César Carbonari. (Coletânea CERIS, Ano 2, n. 2. Rio

de Janeiro: CERIS/Mauad X, 2007.)

REGIÃO DE INTEGRAÇÃO TAPAJOS: relatório técnico/ Instituto de Desenvolvimento

Social, Econômico e Ambiental do Pará. Belém: IDESP, 2014.

Relatório da Comissão Especial ―Atingidos por barragens‖. Disponível em:

http://www.ippur.ufrj.br/images/noticias/eventos_ippur/Relatrio%20Final%20CDDPH.pdf

Acesso: abril de 2016.

Tapajós: hidrelétricas, infraestrutura e caos: elementos para a governança da sustentabilidade

em uma região singular / organizado por Wilson Cabral de Sousa Júnior. 1 ed. São José dos

Campos: ITA/CTA, 2014.

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VERIFICAÇÃO DOS COEFICIENTES DE PRESSÃO EFETIVA DE UM GALPÃO INDUSTRIAL (25x50m) DEVIDO À VARIAÇÃO DE INCLINAÇÃO DO TELHADO EM OBSERVÂNCIA DA NBR 6123/1988: PARÂMETROS DO CENTRO COMERCIAL DA CIDADE DE SANTARÉM-PA

Gabriel Rodrigues Gomes1

Daniel Branco de Morais

Érick Arlem Tapajós

Frank Alec Feitosa Maia

Heldon Soares da Silva

Jordan Almeida Lobato

Vinícius Martins Ribeiro

Verônica Solimar dos Santos²

RESUMO: Este presente trabalho tem como objetivo geral verificar como se dá a mudança dos coeficientes de

pressão efetiva devido à variação da inclinação do telhado. Os objetivos secundários são: definir os parâmetros

de análise segundo a 6123/1988 para uma área do centro da cidade Santarém-Pa; comparar os coeficientes da

norma, bem como a velocidade característica e pressão dinâmica; definir em qual simulação de inclinação há

maiores sucções e sobrepressões nas paredes e coberturas. As justificativas pautam-se no fato de haver uma

crescente demanda por esse tipo de construção (galpão industrial) na cidade de Santarém-Pa e pela necessidade

de se haver um trabalho voltada a abordar parâmetros norteadores de forma específica na cidade. A metodologia

consiste numa pesquisa bibliográfica apurada, acompanhado do uso do software Visual Ventos da UPF, o qual

permite análises mais rápidas pela NBR 6123/1988. Como os coeficientes de pressão externa e interna variam

conforme a inclinação do telhado e de acordo com a proporção das dimensões da edificação, foram simulados

galpões com as seguintes dimensões (25x50m, relação lado comprimento-largura=2). A inclinação do telhado de

duas águas irá variar de 1 a 30 graus. Os resultados são: As inclinações com maiores valores de sobrepressão e

sucção estão entre os valores de 7 e 15 graus, valores que reforçam a afirmação de Chamberlain, o qual afirma

que as maiores sucções estão entre 8 e 12 graus.

PALAVRAS-CHAVES: Galpão Industrial. Inclinação da Cobertura. Pressão Efetiva

INTRODUÇÃO: O projeto estrutural de uma edificação é composto por etapas que devem

ser observadas e executadas criteriosamente. Entre esses passos estão em ordem: concepção

estrutural, análise estrutural, dimensionamento, detalhamento e emissão das plantas finais. Na

fase inicial da concepção estrutural de galpões industriais, deve-se levar em consideração os

esforços provocados pelo vento na estrutura. O teórico Chamberlain (2004) afirma ―O vento

não é um problema em construções baixas e pesadas com paredes grossas, porém em

estruturas esbeltas passa a ser uma das ações mais importantes a determinar no projeto de

estruturas‖.

Como afirma o autor, nos edifícios industriais que são o objeto de estudo deste trabalho,

em decorrência de serem estruturas com pesos próprios relativamente baixos, não é correto

desprezar as ações de sucção (pressão negativa-lado do sotavento) e a sobrepressão (pressão

positiva- lado do barlavento). A indiferença quanto a esses princípios da engenharia

1 Acadêmicos do Curso de Engenharia Civil do CEULS ULBRA e voluntários vinculado ao PROICT

2 Professora com título de Mestre e Coordenadora da Pesquisa Proict

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resultaram e ainda resultam em muitos acidentes devido à subestimação e ignorância desses

efeitos por parte do autor do projeto estrutural.

O vento é uma variável complexa estudada por muitas áreas da ciência, inclusive existe

dentro da engenharia uma área denominada engenharia de vento, preocupada em estudá-lo

para definir parâmetros norteadores de cálculo cada vez mais precisos. Para a explicação

conceitual de como ocorrem os ventos, afirma Marcelli (2007):

Os ventos são originados pelo gradiente de pressão, ou seja, as

diferenças de pressão atmosférica provocam a movimentação de

grandes massas de ar, sendo que isso ocorre pelo calor irradiado da

superfície terrestre para a atmosfera.

No caso dos galpões estruturadas em aço, geralmente são estruturas porticadas e suas

dimensões de comprimento sobrepujam em grande proporção a largura. A imagem abaixo

ilustra como ocorre a ação do vento nos galpões.

Figura 1: Ação dos ventos: Vista frontal e aérea de um galpão

Fonte: Marcelli (2007)

A parede do barlavento recebe essa pressão atuante e fica com pressão positiva ou

sobrepressão. Todavia, o vento contorna a edificação pela cobertura e pelas laterais e na

extremidade do sotavento, a pressão que a contorna é maior que a pressão próxima à parede,

tendo, portanto, uma pressão negativa ou de sucção. Se as normas correspondentes à ação do

vento e ao dimensionamento estrutural forem rigorosamente seguidas, tem-se menor

probabilidade de ocorrer acidentes devido à ação do vento (BLESSMANN, 1986).

Esses esforços causados pela ação dos ventos vão desde as pressões externas nas

paredes e nas coberturas, assim como a pressão interna, e a diferença entre as duas constitui-

se a pressão efetiva. Quando a proporção entre o comprimento e a largura da edificação

variam, os coeficientes de pressões externas também se modificam, da mesma forma se a

inclinação do telhado varia, os coeficientes de pressão externa também se alteram. Em vista

disso, este trabalho propõe analisar o comportamento das pressões efetivas devido à variação

da proporção da edificação e da inclinação do telhado, através de simulações pela NBR

6123/1988. O ponto em análise será do centro da cidade de Santarém-Pa.

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As justificativas pautam-se no fato de haver uma crescente demanda por esse tipo de

construção (galpão industrial) na cidade de Santarém-Pa e pela necessidade de se haver um

trabalho voltada a abordar parâmetros norteadores de forma específica na cidade. As hipóteses

dos resultados estão fundadas na afirmação de Chamberlain (2004, p.21):

A maioria dos acidentes ocorre em construções leves, principalmente

de grandes vãos livres, tais como hangares, pavilhões de feiras e de

exposições, pavilhões industriais, coberturas de estádios, ginásios

cobertos. Ensaios em túneis de vento mostram que o máximo de sução

média aparece em coberturas com inclinação entre 8 e 12 graus, para

certas proporções da construção, exatamente as inclinações de uso

corrente na arquitetura em um grande número de construções.

As regiões de maior sucção, segundo o autor, ocorrem em coberturas com inclinações

de 8 a 12 graus para algumas proporções da construção. Destarte, nessa pesquisa serão

simulados no mesmo ponto de análise galpões com cinco proporções diferentes entre

comprimento e largura, e com a inclinação variando entre 1 e 30 graus. Os resultados poderão

definir qual a melhor inclinação da cobertura de acordo com a razão das dimensões da

edificação, que poderão servir de base futuramente para projetistas estruturais que vierem a

conceber uma edificação como essa na cidade de Santarém-Pa.

METODOLOGIA: O trabalho consiste numa pesquisa bibliográfica apurada, acompanhado

do uso do software Visual Ventos da UPF, o qual permite análises mais rápidas pela NBR

6123/1988. Como os coeficientes de pressão externa e interna variam conforme a inclinação

do telhado e de acordo com a proporção das dimensões da edificação, serão simulados

galpões com as seguintes dimensões (25x50m, relação lado maior-menor=2); (20x50m,

relação lado maior-menor=2,5); (20x60m, relação lado maior-menor=3,0); (15x60m, relação

lado maior-menor=4,0) e (20x100m, relação lado maior-menor=3,0). Neste trabalho será

delimitado ao galpão com dimensões 25x50m. A inclinação do telhado de duas águas irá

variar de 1 a 30°.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Em cada simulação de inclinação da cobertura, foram

calculados as velocidades características e pressões dinâmicas, como fora mostrado

anteriormente. O primeiro resultado é concernente às pressões externas (paredes), as quais

não houveram nenhuma diferença em decorrência da inclinação, obviamente. As pressões são

calculadas conforme a norma, com vento incidente a 0° e a 90°.

Figura 2- Vento incidente a 0°

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Fonte: Elaborado pelos autores, 2016

Vale ressaltar que os valores positivos são de sobrepressão (barlavento) e os valores

negativos são de sucção(sotavento). A outra projeção foi feita para o vento incidente a 90° e

tem os seguintes resultados:

Figura 3- Vento incidente a 90°

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016

Os coeficientes são considerados aceitáveis. O cerne do trabalho consiste em constatar a

pressão nas coberturas e as pressões efetivas, todavia é necessário a abordagem da pressão nas

paredes porque a mesma é necessária para obtenção das pressões efetivas nos pórticos.

Abaixo está a tabela completa com as dimensões de cada lado especificados.

Coeficientes de Pressões Externas das Paredes (kN/m²)

Vento a 0 graus Vento a 90 graus

Faces Faces

Inclinação α A1(12m) A2(13m) A3(25m) B1(12m) B2(13m) B3(25m) C(25m) D(25m) A(50m) B(50m) C1(6m) C2(6m) D1(6m) D2(6m)

1° a 30° -0,80 -0,40 -0,20 -0,80 -0,40 -0,20 0,70 -0,30 0,70 -0,50 -0,90 -0,50 -0,90 -0,50

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As pressões nas coberturas foram calculadas em cada inclinação da cobertura e tiveram

como maiores valores de sucção e sobrepressão nas inclinações de 7 a 15°. Os coeficientes de

pressão efetiva foram calculados com Coeficientes de Pressão Interna (CPI) iguais a -0,30 e

+0,20, conforme discrimina a norma NBR 6123, pois são duas faces impermeáveis e duas

permeáveis, com aberturas de 30m². Os resultados são os seguintes:

Os maiores coeficientes estão compreendidos entre as inclinações 7 e 15°. Os valores

entre 1 a 6 graus e 16 a 30 graus são valores mais recomendados. Vale ressaltar que essa são

os coeficientes de pressão efetiva nos pórticos, os quais são espaçados de 5m entre si.

CONCLUSÃO: Afere-se que as zonas que não devem ser utilizados para coberturas de

galpões industriais do centro de Santarém com dimensões 25x50m, segundo os resultados

deste trabalho, são as inclinações entre 7 e 15°, tanto para as pressões na cobertura quanto

para as pressões efetivas nos pórticos.

Os resultados são condizentes com a teoria de Chamberlain que as zonas de maior

sucção e sobrepressão são entre 8 e 12° e os valores são aproximados. Todavia, este resumo é

apenas parte de uma pesquisa mais ampla que aborda 5 dimensões de galpões para o centro de

Santarém. O ideal é se usar as zonas em amarelo, desde que a inclinação não seja a tão alta a

ponto de deixar a obra onerosa. O mais ideal é se usar entre 1 e 6 graus, pois haverá menos

custos na concepção.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123/1988. Forças devidas

ao vento em edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1988.pp. 5-55.

BLESSMANN, Joaquim. O vento na engenharia estrutural. Porto Alegre: Editora

Universidade UFRGS. ISBN 85-7025-362-1.

MARCELLI, Maurício. Sinistros na construção civil: causas e soluções para danos e

prejuízos em obras. São Paulo: Pini, 2007.pp. 151-171.

NOGUEIRA, Gilcimar Saraiva. Avaliação de soluções estruturais para galpões compostos

por perfis de aço formados a frio [manuscrito] / Gilcimar Saraiva Nogueira - 2009.pp. 9-

11.

OLIVEIRA JÚNIOR, Marcelo Alves de. Análise da influência dos ventos em galpões

industriais. Caruaru: O autor, 2013.pp. 5-20.

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434

AVALIAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA E DAS BASES TROCÁVEIS SOB UM CICLO DE ALAGAMENTO EM SOLO DE VÁRZEA NA COMUNIDADE SÃO RAIMUNDO DO ITUQUI NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM - PARÁ

Taylana Bentes Mandú1

Amanda Mayara Silva do Nascimento2

Profo Me. Paulo Henrique Dias Barbosa

3

[email protected]

RESUMO: Devido às alterações que ocorrem nos solos alagados, este trabalho teve como objetivo avaliar a

matéria orgânica e as bases trocáveis sob um ciclo de alagamento em solo de várzea na comunidade de São

Raimundo do Ituqui no município de Santarém–Pará. O estudo realizou-se em uma área que corresponde a 1,9

ha. A coleta de dados foi realizada em 2015, as amostragens de solo foram coletadas nos meses de março - P1

(início do período chuvoso) e outubro - P2 (vazante) na profundidade de 0–20 cm na camada do solo. As faixas

de inundação (A, B, C e D) estão relacionadas com o tempo que o solo fica alagado, sendo a faixa A com

período mais extenso, e a faixa D mais curto. Comparando as faixas, a A apresentou maior incremento 7,7 g kg-1

.

As faixas B, C e D apresentaram valores incrementais inferiores. Nas bases trocáveis verifica-se maiores

acréscimos na faixa A (1,4 cmolc- dm-3

) e C (0,8 cmolc- dm-3

). Com as informações obtidas observa-se que há

uma tendência de aumento nos elementos, porém necessita-se de estudos em vários ciclos de inundações nos

solos de várzea para que se possa compreender a dinâmica dos mesmos.

PALAVRAS-CHAVE: inundação, incremento, matéria orgânica.

INTRODUÇÃO: Na Amazônia, algumas regiões permanecem inundadas em determinados

períodos do ano, que para Lima (2005), é o resultado das inundações periódicas decorrentes

da elevação do nível das águas que ocorrem no período de cheia dos rios da região, ou de

elevadas precipitações pluviais, de limitações de drenagem ou da elevação do nível do lençol

freático. Neste período em que o solo permanece saturado por água e com drenagem restrita,

ocorrem mudanças em sua estrutura e em seus elementos de composição.

De acordo com Martínez (2008), ―no estado do Pará as várzeas compreendem 8,5

milhões de hectares representando 5,60% da área da Amazônia Legal, sendo que a região do

Baixo Amazonas ocupa aproximadamente 21% desse total‖. Fraxe (2007) visa que, o

calendário agrícola da várzea possui quatro estações que correspondem à combinação dos

regimes fluvial (enchente, cheia, vazante e seca) e pluvial (―inverno‖ e ―verão‖).

Costa (2014) relata que, há pouco conhecimento sobre sistemas de manejo das várzeas

uma vez que está sujeita às ações de remoção, transporte e deposição de materiais causados

principalmente, pelo ciclo das águas. Santos (2013) ressalta que, o reconhecimento da

importância e da fragilidade dos ambientes úmidos viabiliza, cada vez mais, propostas para

1Graduada em bacharel em agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA. E-mail:

[email protected]. 2 Graduanda de Agronomia. Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA.

3 Orientador pelo Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA

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435

estudo e gestão ambiental dessas áreas, por meio do desenvolvimento de técnicas que

assegurem sua preservação e exploração sustentável.

Devido às alterações que ocorrem nos solos alagados decorrente ás chuvas sazonais,

este trabalho teve como objetivo avaliar a matéria orgânica e as bases trocáveis sob um ciclo

de alagamento em solo de várzea na comunidade de São Raimundo do Ituqui no município de

Santarém – Pará.

MÉTODO

Caracterização da área de estudo

A pesquisa foi realizada em uma área de comunidade ribeirinha, que está localizada na

Ilha do Ituqui que se encontra na calha principal do rio Amazonas, no Baixo Amazonas, 30

km a jusante da cidade de Santarém (PA), e possui 21 000 há (ADAMS, 2005).

Conforme Adams (2005), o clima na região é classificado como Tropical de Monções.

A temperatura média é de 26°C, a umidade média anual é de 80 – 85% e a precipitação anual

é de 1.973 mm/ano, sendo que no verão a precipitação diminui muito, o que ocasiona a

existência de um déficit hídrico durante a estação agrícola. Em relação aos solos na região do

Ituqui, Adams (2005), afirma que são solos aluviais, formados pela sedimentação anual do

rio. Os solos das restingas do Ituqui são classificados como Neossolos Flúvicos (Ta)

Eutróficos Típicos, de acordo com a classificação da EMBRAPA (2001).

Figura 1- Mapa da área experimental.

Fonte: Base de dados do INCRA SR-30/Base de dados Google Earth/ Base de dados do IBGE. JUNHO/2015.

Coleta de dados e análise físico-química das amostras

Na área que corresponde a 1.912 ha, foi dividida em quatro faixas e dentro de cada

faixa dividiu-se em 05 blocos, onde se realizou a coleta de amostras simples. Em seguida,

misturaram-se amostras simples para formar amostras compostas, totalizando 20 amostras

compostas. As amostras de solo seguiram para análise laboratorial em Belém – Pará, sendo

submetidas e calculadas, conforme Manual de Métodos de análise de solo (Embrapa, 1997).

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436

Na comparação de médias utilizou-se o teste de Tukey a 5%, com método ANOVA, incluindo

o software estatístico BioEstat 5.4 (UFPA) para análises.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Os resultados das médias das análises da MOS (Figura 3)

e bases trocáveis (Figura 4) nas quatro faixas de inundação (A; B; C e D) antes e após o

alagamento, permitem observar o incremento nos níveis anteriores a inundação.

Figura 3- MOS.

Figura 4 – Bases trocáveis

Fonte: Elaboração própria

As faixas de inundação estão relacionadas com o tempo em que o solo fica alagado,

sendo a faixa A com período mais extenso, e a faixa D mais curto. Pode-se observar que ao

comparar o P1 (antes do alagamento) com o P2 (após o alagamento) houve incremento em

todas as faixas. Para MOS ao comparar as faixas, a A apresentou maior incremento,

aumentando de 15,8 para 23,5 g kg-1 após um ciclo de inundação. A partir dos dados acima,

percebe-se que em todas as faixas, o incremento foi maior que 4,0 g kg-1, mostrando a

influência dos sedimentos provenientes do alagamento na matéria orgânica do solo. Em seu

trabalho, Nascimento et al. (2009) mostrou que solos hidromórficos tem uma taxa de

decomposição baixa da matéria orgânica, favorecendo o acúmulo da mesma. Para as bases

trocáveis os dados médios na análise de solo, apresentam os níveis de incremento médio em

um ciclo de inundação, onde verifica-se maiores taxas de aumento na faixa A e C,

diferenciando-se a faixa D onde a comparação entre os períodos foi nulo.

A tabela 1 e 2 apresentam os valores estatísticos de comparação de valores de matéria

orgânica do solo e bases trocáveis antes e após o ciclo de inundação.

Tabela 1 – Análise estatística para valores de Matéria Orgânica do Solo antes (P1) e após (P2)

um ciclo de alagamento.

Matéria Orgânica do Solo e Ciclos de Alagamento

F = 41.1516

(p) = < 0.0001

Tukey (p) = <0.001

Fonte: Elaboração própria

15,8

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437

Tabela 2 - Estatística inferencial para variáveis analisadas em amostras de solo de áreas de

várzea (P1 e P2), referentes a Soma de Bases (SB).

Soma de Bases e Ciclos de Alagamento

= 0.589

(p) = 0.5233

Fonte: Elaboração própria

Com a tabela 1 é possível verificar que houve diferença significativa (p<0,05) entre os

valores de P1 e P2, mostrando que há influência do alagamento no incremento de matéria

orgânica no solo. Na tabela 2 os valores obtidos das bases trocáveis do solo não diferem

significativamente entre os períodos P1 e P2. Lima (2006) em sua pesquisa sobre solos da

Amazônia constatou que, os cátions trocáveis Ca2+

, Mg2+

, K+ e Na

+, não estão sujeitos a

reações de oxirredução em condições ambientais. Portanto, não possuindo influência direta

durante a inundação do solo.

CONCLUSÕES: A partir da análise de todos os resultados obtidos, são possíveis tirar as

seguintes afirmações conclusivas:

O trabalho demonstra que há uma tendência do ciclo de inundação influenciar na

dinâmica dos nutrientes no solo e principalmente da MOS, porém necessita-se de mais

estudos ao longo de vários ciclos de inundações nos solos de várzea, para que se possa

compreender melhor a dinâmica da várzea.

REFERÊNCIAS

ADAMS, Cristina: MURRIETA, Rui Sérgio S.;SANCHES, Rosely Alvim. Agricultura e

Alimentação em Populações Ribeirinhas das Várzeas do Amazonas: Novas

Perspectivas.Ambiente & Sociedade – Vol. VIII n°. 01 jan/jun. 2005.

COSTA, Deborah Luciany Pires et al. Caracterização química de solos amazônicos com

diferentes coberturas naturais. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia,

v.10, n.18; p. 885, 2014.

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Centro Nacional de Pesquisa de Solos.

Rio de Janeiro : Embrapa Produção de informação; Rio de Janeiro : Embrapa Solos, 1997.204

p

__________. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de

Solos. Brasília : Embrapa Produção de informação; Rio de Janeiro : Embrapa Solos, 2001.

412 p.

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438

FRAXE, Therezinha de Jesus Pinto; PEREIRA, Henrique dos Santos; WITKOSKI, Antônio

Carlos. Comunidades ribeirinhas amazônicas: modos de vida e uso dos recursos naturais.

Manaus: EDUA, 2007. 224 p

LIMA, Hedinaldo Narciso et al. Dinâmica da mobilização de elementos em solos da

Amazônia submetidos à inundação. Acta Amazônica, v. 35, n. 3, p. 317-330, 2005.

______, Hedinaldo Narciso et al. Mineralogia e química de três solos de uma toposseqüência

da bacia sedimentar do Alto Solimões, Amazônia ocidental. Revista Brasileira de Ciência

do Solo, vol. 30, n. 1, p. 59-68, 2006.

MARTÍNEZ, Gladys Beatriz. Estudos de espécies florestais e forrageiras de áreas de várzea

do Baixo Amazonas – Pará, para uso em sistemas silvipastoris. Belém, PA, 2008.

NASCIMENTO, Paulo César do et al. Sistemas de manejo e a matéria orgânica de solo de

várzea com cultivo de arroz. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 33, p. 1821-1827,

2009.

SANTOS, Fernando André Silva. Atributos do solo e dinâmica do carbono orgânico do solo

em campos de murundus associados ao vale do rio Guaporé, sudoeste de Mato

Grosso.Cáceres/MT: UNEMAT, 88 f, 2013.

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EDUCAÇÃO INTEGRAL: UMA ANÁLISE DO PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR – PROEMI – EM ESCOLAS ESTADUAIS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PARÁ.

Tânia Castro Gomes1

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares2

[email protected]

RESUMO: A presente pesquisa, em andamento, no Programa de Pós-graduação em Educação/PPGE UFOPA

objetiva analisar o ProEMI na proposta de educação integral em escolas estaduais no período de 2012 a 2014,

identificando a concepção de educação integral para a equipe gestora, professores e coordenação do programa

nas escolas; bem como as atividades propostas aos alunos de acordo com o Plano de Ação das mesmas e apontar

resultados que contribuam na efetivação da educação integral no ensino médio. Consideramos importante o

registro e produção de dados sistematizados e científicos de como se desenvolveu o ProEMI, ampliando o debate

e os olhares quanto à concepção e consolidação de práticas de educação integral no ensino médio nas escolas

estaduais no município de Santarém. Trata-se de um estudo de caso, com a utilização de entrevista

semiestruturada, questionário e análise de conteúdo. Os resultados parciais apontam para a educação integral

como condição para a melhoria na qualidade educacional, porém, alguns aspectos importantes devem ser levados

em consideração para que ela se efetive.

PALAVRAS-CHAVE: educação integral; ProEMI, ensino médio.

INTRODUÇÃO: O conceito básico de educação integral propõe o desenvolvimento amplo

do ser humano visando uma formação abrangente nos aspectos relacionados à: ciência,

cultura, arte, mundo do trabalho por meio do desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo,

político e moral. Na última década o debate em torno da educação integral tem sido

repercutido em documentos legais, incluindo o PNE 2014-2024. Ressalta-se o tema das

escolas de tempo integral como uma necessidade de melhoria da qualidade da educação,

expressa em resultados de avaliação de aprendizagem, e também considerando que estando

mais tempo na escola o aprendiz terá acesso a um conjunto maior de conhecimentos

favorecendo o desenvolvimento de habilidades diversificadas. Assim, Goch e Colares

afirmam que:

(...) a educação integral é uma política pública que deverá ser consolidada na esfera

municipal, estadual e federal, a qual corresponde ao desenvolvimento de habilidades

necessárias para que se obtenha a qualidade educacional, tais como: intelectuais,

físicas, psicológicas, morais, sociais, dentre outras. (2015, p. 53)

1 Mestranda em Educação do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Oeste do

Pará-UFOPA. Especialista em Gestão Escolar pela UNAMA. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação”, HISTEDR/UFOPA E-mail: [email protected]. 2 Doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade

Federal do Oeste do Pará-UFOPA. Coordenadora Institucional do Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública/UFOPA. Líder Adjunta do Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação”, HISTEDR/UFOPA. E-mail: [email protected]

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No sentido de efetivar políticas públicas relacionadas à Educação Integral, ações e

programas de acordo com o Ministério de Educação e Cultura/MEC (http://portal.mec.gov.br,

10/04/2016) é desenvolvido no ensino médio, o Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI)

que apoia os estados na busca da universalização do atendimento do ensino médio, por meio

da reestruturação do currículo escolar, ampliando o tempo na escola e a diversidade de

práticas pedagógicas, de forma a atender às necessidades e expectativas dos estudantes desse

nível de ensino. Assim, nos questionamos sobre a efetivação do ProEMI enquanto proposta de

educação integral nas escolas estaduais em Santarém – Pará, a concepção de educação que permeia a

comunidade escolar e se as estratégias do programa desenvolvidas no programa são consideradas

atividades que possibilitam a educação integral no ensino médio.

Diante das questões norteadoras, o referido trabalho visa analisar o ProEMI na

proposta de educação integral nas escolas estaduais em Santarém- Pará, no período de 2012 a

2014. Também, pretende identificar a concepção de educação integral para a equipe gestora,

professores e coordenação do Programa Ensino Médio Inovador ProEMI, nas escolas estaduais,

investigar o ProEMI enquanto estratégia de educação integral nas atividades propostas aos alunos de

acordo com o Plano de Ação das escolas e a documentação oficial relativas ao programa bem como

apontar os resultados das atividades desenvolvidas nas escolas estaduais em Santarém-Pará que

contribuam na efetivação da educação integral no ensino médio.

O registro e produção de dados sistematizados e científicos de como se desenvolveu

o projeto ProEMI, contribuem para a melhoria da educação no contexto amazônico no

sentido de ampliar o debate e os olhares quanto a concepção e consolidação de práticas de

educação integral em nossas escolas estaduais no município de Santarém.

MÉTODO: Para que os propósitos da investigação sejam alcançados faz-se necessário os

seguintes procedimentos na obtenção dos dados:

TIPOS DE

PESQUISA

DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO

Pesquisa

bibliográfica

Por meio de um levantamento em teses e dissertações no período de 2012 a 2014

referentes ao tema estudado.

Pesquisa

documental

Permitirá a utilização de diversos materiais dentre os quais documentos relacionados

a legislação e implantação do ProEMI a nível nacional , estadual e municipal.

Pesquisa

Empírica

Pesquisa de campo que inclui a entrevista semiestruturada com os coordenadores

dos programas nas escolas estaduais e questionários com perguntas abertas e

fechadas destinados aos membros da equipe gestora: diretor, vice, coordenador

pedagógico e secretário e com os professores do ensino médio.

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441

Com relação à organização dos dados coletados e análise dos mesmos, bem como na

discussão dos resultados utilizaremos a análise de conteúdo, com base nas evidências

agrupadas por categorias e subcategorias a serem definidas no decorrer da pesquisa. A

pesquisa será realizada na zona urbana da cidade de Santarém Pará mais especificamente nas

Escolas Estadual Júlia Gonçalves Passarinho selecionada de maneira aleatória simples de

modo a contemplar amostragem do total das escolas que iniciaram o ciclo I (2012 – 2014).

RESULTADOS E DISCUSSÃO:Observamos os resultados apresentados pelo Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica/IDEB e percebemos que os resultados no Ensino

Médio no Estado do Pará,oscilam e não tem uma trajetória linear quanto aos índices

projetados e observados. De um modo geral o ensino médio nos anos de 2007 a 2015 não

conseguiu alcançar os índices projetados considerando as informações apresentadas que é

uma média aritmética dos estados brasileiros e de acordo com os próprios critérios do

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/INEP, incluindo as

dependências estaduais, públicas e privadas.

Quadro 1: IDEB referente ao 3º Ano do Ensino Médio no Brasil – Metas

projetadas e observadas de 2005 a 2015

.

IDE

B

OB

SE

RV

AD

O

OB

SE

RV

AD

O

PR

OJ

ET

AD

O

OB

SE

RV

AD

O

PR

OJ

ET

AD

O

OB

SE

RV

AD

O

PR

OJ

ET

AD

O

OB

SE

RV

AD

O

PR

OJ

ET

AD

O

OB

SE

RV

AD

O

PR

OJ

ET

AD

O

ANOS 2005 2007 2007 2009 2009 2011 2011 2013 2013 2015 2015

TOTA

L

2.6 2.3 2.7 3.0 2.7 2.8 2.9 2.7 3.2 3.0 3.5

Fonte: INEP(2016)

Diante dos resultados apresentados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação

Básica - IDEB, no Estado do Pará, é visível a necessidade do ensino médio cumprir suas

finalidades propostas nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica no sentido do

oferecimento de uma formação humana integral, evitando a orientação limitada da preparação

para o vestibular e patrocinando um sonho de futuro para todos os estudantes do Ensino

Médio. (BRASIL, 2013, p. 155).

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442

O ProEMI foi concebido com uma estratégia para induzir o redesenho dos currículos

do ensino médio, compreendendo ações propostas que gradativamente vão sendo

incorporadas ao currículo ampliando na perspectiva da educação integral o tempo na escola

bem como a diversidade das práticas pedagógicas. (ProEMI-Documento Orientador, 2014,

p.4). A operacionalização do ProEMI deu-se mediante parceria da Secretaria de Estado de

Educação – SEDUC e o Instituto UNIBANCO com a denominação de ProEMI/Jovem do

Futuro. O Jovem de Futuro é um programa de gestão escolar para resultados de aprendizagem

nas escolas de ensino médio regular. Aderiram ao programa onze escolas de Santarém, 13

escolas de Marabá e 63 escolas da Região Metropolitana de Belém, pertencentes às diferentes

unidades de ensino da Secretaria de Estado de Educação – SEDUC, na capital e no interior.

As atividades do projeto iniciaram somente em agosto/2012. (http://www.seduc.pa.gov.br,

30/05/2016).

Em Santarém/Pará as primeiras experiências aconteceram, no ano de 2012, em 12

escolas da rede estadual de ensino que ofertam o ensino médio, que aderiram ao programa,

11 delas ficam localizadas na zona urbana do município de Santarém e 01 sob jurisdição da

5ª Unidade Regional de Ensino (5ª URE) localizada no município de Belterra. Estas escolas

foram escolhidas de modo aleatório, pela Secretaria Estadual de Educação-SEDUC, dentre os

estabelecimentos de ensino em Santarém e Belterra que ofertavam o ensino.

CONCLUSÃO: As leituras realizadas até o momento permitem afirmar como resultado

parcial o registro de que o debate sobre a educação integral nos últimos anos deve-se ao fato

de se considerar as escolas de tempo integral como uma necessidade para a educação

brasileira para se efetivar uma educação de qualidade. No sentido de efetivar políticas

públicas relacionadas à Educação Integral, ações e programas de acordo com o Ministério de

Educação e Cultura/MEC são desenvolvidos na educação básica. De acordo com o Plano

Nacional / PNE (2014) previsto para a década (2014 a 2024), em sua Meta 06 preconiza que a

educação deve ser oferecida em tempo integral, em no mínimo 50% das escolas brasileiras

com vistas a atender pelo menos 25% dos alunos da educação básica, ou seja 25% dos alunos

de ensino fundamental e médio e expectativas dos estudantes desse nível de ensino. No campo

da educação em tempo integral, o ProEMI articula as dimensões trabalho, ciência, cultura e

tecnologia, conforme descrito nas Diretrizes Curriculares Nacionais de Ensino Médio.

No entanto, é necessário ressaltar que segundo Paro (2009) é preciso reflexão sobre o

conceito atual de educação como mera transmissão de conhecimentos. E não interessa uma

escola com essa concepção, adequada aos modos de educação integral. Assim, educação

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443

integral não é sinônimo de estender o tempo escolar. Busca-se repensar o tempo e o espaço

atuais em que são desenvolvidas as atividades escolares de maneira linear divididas

didaticamente em disciplinas que transmitem conteúdo; a possibilidade de reorganizar essas

atividades de forma interdisciplinar é imprescindível para que haja um diálogo curricular em

que o mesmo seja desafiador aos alunos na busca do conhecimento. Outra questão refere-se

ao planejamento docente quanto às atividades propostas, no modo de organização atual do

ensino não há espaço para discussões coletivas que busquem o diálogo acima citado. A

apropriação da concepção de educação integral no sentido do desenvolvimento global do

aluno nos sugere o caminho adequado às transformações inevitáveis na busca de uma

educação de qualidade em nossas escolas.

REFERÊNCIAS:

BRASIL. INEP – Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais/IDEB – Resultados

e metas. Disponível em < http: portal.inep.gov.br //.> Acesso em: 10/10/2016.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura - ProEMI Disponível em <

http://portal.mec.gov.br/ensino-medio-inovador/documento //.> Acesso em: 05/06/2016.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da

Educação Básica. Brasília, 2013.

GOCH, Greice Jurema Freitas; COLARES, Anselmo Alencar. POLÍTICA DE EDUCAÇÃO

INTEGRAL: intervenção em espaços escolares na Rede Estadual do Município de Santarém.

In: COLARES, Maria Lília Imbiriba Sousa. ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL: registros,

análise e perspectivas em Santarém/PA. 1.ed. Curitiba, PR: CRV, 2015.

PARÁ. PJF - Programa Jovem de Futuro. Portal SEDUC/PA. Disponível em:

<http://www.seduc.pa.gov.br/site/seduc/modal?ptg=4100>. Acesso em: 01/05/2016.

PARO, Vitor Henrique. Educação Integral em tempo integral: uma concepção de educação

para a modernidade. In: COELHO, Lígia Martha Coimbra da Costa (Org.).Educação

Integral em tempo integral: estudos e experiências em processo. Petrópolis, RJ: DP et Alii;

Rio de Janeiro: FAPERJ, 2009.

SAVIANI, Demerval. Plano de Nacional de Educação PNE 2014-2024: teor integral

conforme edição extra do diário oficial. Suplemento ao livro Sistema Nacional de Educação e

Plano Nacional de Educação: significado, controvérsias e perspectivas. Coleção Polêmicas do

Nosso Tempo. Campinas, Autores Associados, 2014.