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MÃE

Caderno n.º 46 da Biblioteca Municipal

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Caderno n.º 46 da Biblioteca Municipal dedicado à Mãe.

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  • ME

  • Viglia

    Longas noites de viglia, So no rosrio da me, As contas que na famlia, nunca reza mais ningum. Padre Nosso dos cadinhos, Av Maria das dores, Por cada pranto dos filhos Por cada um dos seus temores. Deus com pena de quem vela, Toda a noite olhando a rua Fez duma rosa uma estrela E dum bem-me-quer a lua Na treva da noite triste H-de surgir uma luz, Aquele claro que existe Nos olhos bons de Jesus.

    Joo Augusto Bastos

  • Exnocncio

    O menino fugiu De dentro de mim. Quem vir o menino Avise-me a mim.

    Fugiu de mim mesmo Cheio de alegria. Levando consigo Tudo o que queria

    Fugiu pela noite Na noite calada Do que eu no queria Levou quasi nada: Deixou a saudade Porque era pesada

    Antnio Celestino

  • Ser Me

    Deu-me Deus o dom de eu ser me

    Duas flores perfumadas constru

    Lrio roxo adornado de condo

    Linda rosa perfumada que sorri

    Ser me, ter poder de dar a vida

    Construir castelos sobre o mar

    ser rio e montanha florida

    E ter no peito, um corao que saiba amar.

    Ser me ter o dom da humildade

    E subir mais alto que as nuvens

    O milagre realizado em cada ser.

    Entre os homens ter a preferncia

    E gritar ao mundo a resistncia

    De possuir este dom de ser mulher.

    Maria Amlia Fernandes

  • Um recado para minha me

    Lembras-te De te sentares na varanda E perderes os teus olhos cansados Pela rua? Olha, Aquela vaca pachorrenta, Tetas pontiagudas Farta de leite, Ainda passa todas as tardes. Ainda no sei a quem pesa mais a vida Se vaca farta e gorda Se dona gorda e farta As rvores Comearam agora a rebentar, No mesmo grito de sempre, Majestosas, O verde j se adivinha, De novo os estudantes passam E outras gentes, Pouco notam que esto aqui, As rvores, A nica diferena no estares aqui

  • Tu No te vejo aqui Mos de marfim, Pousadas sobre o colo, Silenciosamente, Olhando as coisas simples E vivendo delas. Onde ests minha amada, Para onde hei-de mandar-te o meu recado, Dizer-te que de novo primavera?

    Ai, Que tambm j eu me canso E me vou deixando ficar sentada Olhando as gentes Olhos lnguidos, Distantes, Insacivel E num inconformismo De quem perdeu o verde Perdeu o amor, Perdeu a vida E te perdeu a ti Minha Me

    Isa Pontes

  • Me Tu que s me, Sers sempre mulher me e rainha, s tu que tens a bondade decidida Num dom que nos d a vida, Sers sempre a criadora Em misso reprodutora, Tu que s me, Sabes bem que s o centro do mundo, Pois ele depende de ti Vida ou morte, Em ti est a nossa sorte, Tu que s me, Sabes bem que teus filhos diro, Com verdade e corao, Adeus mezinha, eu vou partir, Mas tua falta irei sentir Estou lutando pelo meu futuro, Para que um dia fique seguro. Tu que s me, Sejas nova ou velhinha, Sers sempre uma rainha Para ti minha me, Que tens um grande corao, Ds-me sempre a tua mo, Pois no me queres na tentao Domingos Manuel Sousa Ferreira

  • Diurna experincia

    No h nada com mais alma Com mais calor, mais carinho Do que um beijo que a me d Na cara do seu filhinho.

    Quantas vezes, com o beijo Uma lgrima sentida Cai sobre a face rosada Da criana adormecida.

    J tantos anos passaram Com que saudades o digo!... Que ao meu peito apertava O meu filhinho querido.

    Hoje j no quer meus beijos, Dos meus braos foge agora. Mas a Deus o encomendo E virgem Nossa Senhora.

    Virgnia Simes Pedrosa

  • Ao meu filho

    Ter um filho! Que ventura! Que alegria sem par! Foi o mais rico presente Que Deus me podia dar.

    Apert-lo em meus braos Esse amor que Deus me deu Sentir o seu corao A bater junto do meu.

    Esse prazer s o sente A mulher que filhos tem Ao regressarem da guerra Ou doutras terras dalm.

    O meu est nesse alm E na minha companhia Vive dentro do meu peito Como Jesus em Maria.

    U s vivo de saudades Duma saudade sem fim Virgem rezo por ele E ao Senhor do Bonfim.

    Virgnia Simes Barbosa

  • O beijo que minha me Um dia poisou na minha fronte, quente como brasa de febre que lavrava como incndio no meu corpo dbil de criana.

    (os beijos de todas as mes do mundo Poisam nas frontes Quentes como brasa, De todas as crianas Que tm febre Que lavra de um incndio Nos seus corpos dbeis)

    Joo Augusto Bastos

  • Que ternura

    Que ternura H em ti, Me! Ternura sem limites, Afagando meus cabelos Com tuas mos cansadas Pela felicidade dos outros, Esquecendo-te de ti. Um modelo, Procuro imitar-te, No consigo

    Armando Freitas Ferreira

  • CADERNOS DA BIBLIOTECA MUNICIPAL DA PVOA DE LANHOSO

    N 46