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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCACÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE CADERNO PEDAGÓGICO PRÁTICAS EDUCACIONAIS PARA O ENSINO DA BIODIVERSIDADE CURITIBA 2009

CADERNO PEDAGÓGICO PRÁTICAS EDUCACIONAIS PARA … · prática da sala de aula e para o aperfeiçoamento profissional. (Terezinha Maria Neli Silva) José Anevan Fagundes [email protected]

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCACÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

CADERNO PEDAGÓGICO

PRÁTICAS EDUCACIONAIS PARA O ENSINO DA BIODIVERSIDA DE

CURITIBA

2009

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JOSÉ ANEVAN FAGUNDES

MARIA APARECIDA LOPES DE OLIVEIRA

MARIA DO SOCORRO FERREIRA DE MORAES

REJANE RODRIGUES DA ROSA PIANOVSKI

SÔNIA FERREIRA DE ASSIS

PRÁTICAS EDUCACIONAIS PARA O ENSINO DA BIODIVERSIDA DE

Produções Didático-Pedagógicas que compõem o Caderno Pedagógico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, sob orientação d o Professor Msc Carlos Eduardo Fortes Gonzalez da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR.

CURITIBA

2009

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SUMÁRIO

Apresentação ...................................... ........................................................... 05

Unidade 1 – Herbário Escolar: suas contribuições ao estudo da

Botânica ..................... ................................................................

07

• Introdução ........................................ .................................................... 07

• Como desenvolver um herbário na escola ............ ........................... 09

• Onde buscar mais informações sobre plantas herboriz adas na

rede .............................................. .........................................................

12

• Procedimento de herborização das exsicatas ........ ......................... 13

• Orientação do professor aos alunos ................ ................................. 14

• Sugestão de atividades ............................ .......................................... 14

• O uso de chaves dicotômicas para o estudo didático e

identificação botânica ............................ ............................................

16

• Sites recomendados ................................ ........................................... 32

• Referências ....................................... ................................................... 33

Unidade 2 – Construindo práticas pedagógicas reflex ivas e

significativas ............... ..............................................................

35

• Introdução ........................................ .................................................... 35

• Trabalhando com a metodologia de projetos ......... ......................... 37

• Diferentes linguagens para a prática pedagógica com utilização

das mídias ........................................ ....................................................

44

• Experimentação: manipulação, demonstração ou

investigação? ..................................... .................................................

52

• TICs: suas possibilidades e aplicabilidades como fe rramentas

pedagógicas ....................................... .................................................

56

• Referências ....................................... ................................................... 58

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Unidade 3 – Educação ambiental no contexto local .. ................................ 61

• Introdução ........................................ .................................................... 61

• Biodiversidade .................................... ................................................ 63

• Análise ecossistêmica urbana ...................... ..................................... 67

• Agenda 21 na escola ............................... ............................................ 72

• Consumo e produção de resíduos .................... ................................ 79

• Considerações ..................................... ............................................... 83

• Sugestão de sites ................................. ............................................... 85

• Referências ....................................... ................................................... 86

Unidade 4 – Utilização de portfólios no estudo da B iologia Evolutiva e

Biodiversidade ............... ...........................................................

89

• Introdução ........................................ .................................................... 89

• Como organizar um portfólio ....................... ...................................... 80

• Orientações do professor aos alunos ............... ................................ 91

• Sugestão de portfólio ............................. ............................................ 93

• Referências ....................................... ................................................... 98

Unidade 5 – Os rios em foco ....................... ..................................................

99

• Introdução ........................................ .................................................... 99

• Atividades ........................................ .................................................... 101

• Sugestão de visitação ............................. ........................................... 110

• Siglas importantes ................................ .............................................. 111

• É bom ler ......................................... ..................................................... 112

• Sites consultados e recomendados .................. ................................ 113

• Referências ....................................... ................................................... 114

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APRESENTAÇÃO

Este caderno pedagógico se propõe a suprir necessidades percebidas

por alguns docentes do Estado no que concerne à carência de materiais didáticos

engajados às questões educacionais das unidades curriculares de Biologia.

Portanto, constitui contributo valioso ao processo de ensino-aprendizagem no campo

das Ciências Biológicas. Os textos em pauta enfatizam possibilidades de

abordagens aplicáveis às realidades das distintas escolas estaduais paranaenses,

mediante eventuais adaptações às várias regiões do Paraná – em função da riqueza

da diversidade cultural deste Estado dos pinheirais.

O presente Caderno Pedagógico está organizado como segue:

A Unidade 1 apresenta o desenvolvimento de Herbário Escolar como

uma forma de contribuição ao estudo da Botânica no curso de Ensino Médio.

Através da abordagem, propõe-se um direcionamento mais pedagógico sem deixar

transparecer o aprofundamento científico que se apresenta na forma subliminar. As

atividades sugeridas na unidade permitirão ao aluno um aprendizado mais

participativo nas aulas de modo a explorar a realidade local na qual se encontra

inserido.

A Unidade 2 propõe alguns direcionamentos ao trabalho do professor,

com o uso das TICs, metodologia de projetos, atividades experimentais e as mídias,

objetivando promover uma análise reflexiva de sua prática no contexto escolar. As

atividades pedagógicas propostas sugerem um repensar no espaço escolar, de

forma a contribuir para a formação de indivíduos capazes de aliar teoria à prática e

solucionar problemas, bem como uma aprendizagem mais significativa e

contextualizada na escola.

A Unidade 3 traz uma proposta para o trabalho permanente da

Educação Ambiental, com textos e atividades que levam à reflexão sobre nossos

hábitos e atitudes a respeito das questões ambientais. Envolve ainda as

preocupações sociais, políticas, econômicas e culturais que permeiam nossas ações

nesse planeta. Para trabalhar toda a complexidade que o tema exige segue-se um

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dos princípios básicos da Educação Ambiental que é pensar globalmente, agir

localmente.

A Unidade 4 apresenta a utilização de portfólios no estudo da Biologia

evolutiva e Biodiversidade. Destacam-se as vantagens do uso de portfólios no

processo ensino-aprendizagem ao favorecer o trabalho docente e proporcionar ao

aluno construir o conhecimento de forma autônoma e criativa. O portfólio possibilita

ao professor acompanhar o desempenho do aluno, seus avanços, suas dificuldades.

Pode demonstrar os momentos de necessidade de retomar os conteúdos e

estabelecer novas estratégias de ação.

A Unidade 5 retrata um grande problema ambiental que é a poluição

dos rios e a necessidade de preservação e conservação dos mesmos, como objetivo

fundamental à sobrevivência da humanidade, uma vez que a água é indispensável a

todo ser vivo. As atividades propostas despertam para a sensibilização da

comunidade escolar sobre a situação atual dos rios das nossas cidades.

Deve-se ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE a

elaboração dos estudos monográficos constantes neste caderno, razão pela qual

agradecemos a oportunidade conferida pela Secretaria Estadual de Educação do

Paraná.

Ensejando bom proveito aos colegas professores na utilização deste

material, atenciosamente, os docentes organizadores,

Carlos Eduardo Fortes Gonzalez (Prof. Orientador)

José Anevan Fagundes

Maria Aparecida Lopes de Oliveira

Maria do Socorro Ferreira de Moraes

Rejane Rodrigues da Rosa Pianovski

Sônia Ferreira de Assis

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UNIDADE 1: HERBÁRIO ESCOLAR: SUAS CONTRIBUIÇÕES AO

ESTUDO DA BOTÂNICA

A situação inédita é a que se coloca quando o próprio professor se propõe a investigar a sua prática, o seu “fazer pedagógico”, divulgar a sua pesquisa com a intenção prática de reverter os resultados para o acervo da prática da sala de aula e para o aperfeiçoamento profissional. (Terezinha Maria Neli Silva)

José Anevan Fagundes [email protected] C.E.D. Arnaldo Faivro Busato – Pinhais - PR

INTRODUÇÃO

O ensino de Botânica vem sendo abordado com déficit de estratégias

que contribuam para a exploração dos conteúdos em sala de aula. Assim, como

forma de contribuição motivadora se propõe um encaminhamento didático

pedagógico que busque privilegiar práticas de ensino que ofereçam a condição de

aprendizagem significativa e neste caso não se trata de inovações, mas sim de

orientações para a superação do fato denotado em encontros com professores de

Biologia de diferentes localidades regionais do Estado do Paraná.

Alunos têm problemas de incompreensão de vocabulário na Biologia

como um todo, mas como é apontado o excesso técnico de informação nas aulas de

Botânica por Krasilchik (2004) na página 56, agregado a falta de interação professor-

aluno, principalmente pela escassez de dinâmicas que explorem o universo do

conhecimento de modo a constituir verdadeiramente uma ponte de ligação entre a

atividade, o ensino e a aprendizagem-alvo, a ação pedagógica de sala de aula torna-

se falha, pois não consegue estabelecer a conexão necessária para superar o

problema em questão.

As atividades sugeridas nesta unidade didática estabelecida no

Conteúdo Estruturante Biodiversidade permitirão diferentes abordagens no universo

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da disciplina de Biologia, relacionando diversos conhecimentos específicos com

outras áreas do conhecimento e mesmo dentro da própria Botânica. Assim, os

professores da rede estadual de ensino terão autonomia para adequá-lo a sua

realidade local, usufruindo da etnobotânica para priorizar o desenvolvimento de

conceitos científicos produzidos, bem como conduzir para o aprendizado, para a

reflexão e apropriação destes.

Um herbário cumpre a função científica de preservar e acondicionar as

coleções de plantas devidamente coletadas para estudo, identificação e

classificação de exemplares que após os procedimentos de herborização são

incorporados à coleção, passando a receber a denominação de exsicatas (plantas

desidratadas por técnica de herborização que apresenta dados de descrição

morfológicos, acompanhados de ficha de informações sobre o local da coleta e do

coletor da espécie).

Muitas pesquisas podem ser originadas da criação de um herbário,

pois além de ramos de plantas desidratados por procedimentos técnicos de

secagem e fixação, os mesmos possuem fichas de identificação muito preciosas

para a ciência, contendo informações que preservarão as características de

descrição morfológica, anatômica, fisiológica e da região de localização do

espécime. Esses dados possuem subsídios para retratar a geografia da região e

inclusive permitir que outros pesquisadores da área Botânica possam re-visitar o

local quando se tratar de espécimes raros ou ameaçados de extinção (processo

bastante natural na conjuntura). No entanto, para a finalidade didática, um herbário

pode desempenhar um papel importantíssimo no processo de aprendizagem de

termos técnicos botânicos, pois o desenvolvimento de práticas motivadoras

diferenciadas para as aulas conteudistas caracteriza um contraponto dialético entre

a teoria e a prática e associação entre as duas, o que possibilitará ao professor do

ensino de Biologia uma exploração do conteúdo da Botânica de forma mais aplicada

e significativa para o aluno.

A partir do herbário objetiva-se estudar os seguintes pontos dentro da

botânica:

- Montagem de Herbário Escolar para fins didáticos.

- Sistemática das plantas na Botânica.

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- Criação de chaves dicotômicas para uso nas atividades propostas na

unidade.

- Uso de chaves dicotômicas para a identificação de estruturas das

plantas, através do reconhecimento das peças in vivo.

- Organização de Herbário Escolar por desenvolvimento de

procedimentos de herborização, envolvendo coleta, preparação e manutenção da

coleção.

- Aplicação dos recursos para a exploração da etnobotânica.

O Herbário Escolar, sob o ponto de vista didático, é um recurso que

permitirá ao professor fazer todas as adaptações necessárias ao suprimento da sua

particularidade ou necessidade local, sob essa ótica, espera-se que as atividades

sugeridas não sejam consideradas como obrigatoriedade a ser seguida, mas sim um

fio condutor para engrenar a proposta pedagógica.

COMO DESENVOLVER UM HERBÁRIO NA ESCOLA

Você poderá formar uma coleção de plantas comuns existentes nos

arredores de sua casa ou escola, preparando assim um herbário. O herbário nada

mais é do que um conjunto de plantas preparadas para o acervo de uma coleção,

tendo em vista a sua preservação, estudo, descrição, aprendizagem e pesquisa.

Este preparo, no entanto, implica em uma seqüência de procedimentos

indispensáveis à produção de exemplares, garantindo sua conservação por muitos

anos, desde que seguida de cuidados de manipulação e manutenção das peças que

constituirão o acervo da coleção. No herbário são acondicionadas plantas ou ramos

das mesmas, obtidas de coletas autorizadas pelas autoridades competentes d a

região . As peças coletadas são molhadas com álcool 70% (solução de álcool sendo

sete partes deste para três de água) para evitar a perda de folhas, pois a solução

ajuda na fixação das partes. O material a ser herborizado, ou seja, preparado para

integrar à coleção do herbário, deve ser coletado o mais completo possível (com

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flores, folhas, frutos, raízes). Sem a flor presente o material biológico não tem

serventia para as técnicas de identificação e reconhecimento da espécie científica.

Se vamos coletar material de uma árvore, devemos escolher um ramo com muitas

flores e folhas, carregando sempre uma caderneta para anotar os dados de coleta

como o tipo de local (descrição se num barranco, ou próximo a um lago, etc.). É

importante o uso de uma fita crepe numerada à caneta ou lápis para identificar o

material coletado, de forma correspondente ao número de descrição na agenda de

coleta.

Posteriormente, este material deve ser colocado entre folhas de jornal

dobrado, molhando o ramo a ser preservado com a solução de álcool 70%

(pulverizado) imediatamente após a coleta para então sobrepor camadas de folhas

jornal dobrado, encerrando o monte em forma de “sanduíche” - (papelão + jornal +

jornal + jornal + jornal + planta + jornal + jornal + jornal + jornal + papelão) - com

duas pranchas de papelão, preferencialmente sanfonado. Vencida esta etapa, deve-

se amarrar com barbante o lote para deixá-lo prensado com algum tipo de peso.

Na etapa descrita anteriormente, deve-se tomar o maior cuidado para

dispor o material biológico da melhor maneira possível, isto é, o mais natural,

evitando o comprometimento do material por conter folhas prensadas com dobras ou

amassadas, cumprindo a finalidade estética e que qualifica a exsicata.

É necessário preparar de uma mesma planta ao menos três

exemplares (condição ideal), dos quais o melhor será a unicata do herbário e as

demais, as duplicatas que poderão inclusive ser permutadas.

Ao preparar a prensagem, não esquecer de verificar se as fichas de

identificação ou etiquetas estão acompanhando os exemplares.

A prensa pode ser improvisada da forma que for mais conveniente.

Pode ser com duas tábuas furadas na medida de 30 cm x 40 cm, ou outro material

disponível, podendo ser amarrada com elástico de câmara de bicicleta ou ainda

sobreposta ao peso de uma pedra de massa o suficiente para suprir a necessidade.

Para que se tenha uma boa secagem da peça em procedimento de

herborização, será necessário efetuar a troca diária dos jornais usados para

absorver a água da planta, pois se não fizer um bom trabalho nesta etapa, é muito

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provável que a umidade presente danifique a exsicata acarretando na perda da peça

por ação de fungos, podendo inclusive comprometer outras exsicatas que estejam

arquivadas no mesmo lote de acondicionamento.

Assim, entre sete ou dez dias, substituindo-se as folhas de jornal que

integram o “sanduíche”, o material estará pronto. Desidratado na posição ideal para

a finalização do processo de herborização.

O processo final de preparo consiste em fixar o material biológico em

uma folha de papel grosso (tipo cartolina grande e branca, que pode ser dobrada em

duas para proceder ao recorte da mesma. Assim, de cada cartolina obtêm-se duas

pastas para a fixação da planta) podendo costurar a peça com o uso da linha nº. 10

ou através de finas tiras de papel gomado. Se o uso escolhido foi a cartolina, basta

dobrar ao meio cada um dos recortes que as pastas para o acondicionamento da

exsicata já estará pronto, bastando fixar a planta da maneira desejada.

No canto inferior direito interno da capa, cola-se a etiqueta de

identificação com os dados da planta (veja na ilustração de preparo de exsicata na

seqüência da unidade).

Para guardar as exsicatas, pode-se apropriar-se de um velho arquivo

de metal ou uma estante, onde o uso de caixas de papelão servirá muito bem para

conservar o material do acervo. Lembrando que a caixa pode ser revestida com o

apoio do professor de ensino de Artes.

Também é importante que dentro das caixas sejam colocadas

pacotinhos de bolinhas de naftalina para repelir a presença de insetos indesejados.

Os pacotinhos de naftalina devem ser previamente perfurados com uma agulha para

facilitar a sublimação do produto repelente.

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ONDE BUSCAR MAIS INFORMAÇÕES SOBRE PLANTAS

HERBORIZADAS NA REDE

Caso você queira conhecer um pouco mais sobre plantas herborizadas

visite o site abaixo para ver imagens de plantas e exsicatas do NEOTROPICAL

HERBARIUM SPECIMENS, do THE FIELD MUSEUM. Veja também no site indicado

imagens disponíveis de plantas vivas em: NEOTROPICAL LIVE PLANT PHOTOS.

Ao acessar o site use o BUSCADOR existente no topo do cabeçalho, do lado direito.

Para localizar qualquer planta ou palavra no site, o ideal é procurar através do buscador freeFind "Procura neste site", existente no canto superior-direito do site, pois: a) um mesmo nome popular pode se referir a várias plantas diferentes; b) uma mesma espécie (planta) pode ter vários nomes populares ou científicos; Salientamos que as buscas de termos com mais de uma palavra devem estar entre aspas. Ex.: “viola odorata”.

c) ao obter o resultado da busca, faça sua escolha e CLIC com o mouse sobre o LINK (em azul) da planta que você deseja informações. A página específica se abrirá automaticamente.

Site indicado: http://fm1.fieldmuseum.org/vrrc/

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PROCEDIMENTOS DE HERBORIZAÇÃO DAS EXSICATAS

Folha de cartolina cortada ao meio para a montagem das pastas das exsicatas.

Papelão sanfonado e fio Nº. 10, usados para prensagem e fixação da planta.

Montagem do “sanduíche do material biológico” entre jornais para a desidratação.

“Sanduíche” encerrado com papelão pronto para a amarra e para a prensagem.

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Após a secagem e a prensagem, fixar o material na folha de cartolina usando o fio 10 para costura ou tirinhas de fita gomada. Acrescentar a etiqueta de identificação e dados de coleta, podendo acondicionar a pasta com a planta (exsicata) em uma caixa de papelão com bolinhas de naftalina para evitar o aparecimento de traças e demais insetos indesejados.

ORIENTAÇÕES DO PROFESSOR AOS ALUNOS

A princípio é muito importante que se tenha em mente que qualquer

coleta de material botânico só pode ser realizada mediante prévia autorização de

órgãos competentes da região por documento expedido para este fim, mesmo

quando para uso em pesquisa ou estudo no ensino básico. Portanto é fundamental

que haja um responsável competente envolvido no acompanhamento das atividades

propostas nesta unidade didática (professor da área biológica). No entanto, em sua

localidade, desde que não sejam em parques, praças, reservas, matas ou florestas,

você poderá coletar partes de plantas para amostragem, sendo coletados em sua

casa, no seu sítio, em sua horta ou no seu quintal, desde que com a devida

autorização do proprietário ou cultivador.

SUGESTÃO DE ATIVIDADES

Atividade sugerida – “Vamos criar um herbário?” Agora que você já sabe como

preparar um material para incorporação ao acervo botânico preservado, reúna-se

com outros quatro colegas para compor um grupo de trabalho. A missão atribuída à

equipe é a providência de uma coleta de plantas medicinais. Para tanto, converse

com sua mãe e familiares ou mesmo vizinhos próximos sobre o conhecimento

popular da existência de plantas usadas para fins medicinais em suas moradias e

com o devido consentimento e autorização promovam a coleta do exemplar para a

produção das suas exsicatas. Para cada exemplar é importante que seja efetuada a

coleta mínima em duplicata. Não esqueça de preencher uma ficha no local da coleta,

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descrevendo o local e suas características, bem como as das plantas coletadas (cor

da flor e do fruto quando houver). Só colete plantas ou ramos que apresentem flores,

pois sem flores o material biológico não apresenta valor sistemático para compor o

acervo do Herbário Escolar em criação. Na própria ficha devem ser anotadas as

informações sobre a procedência da planta, pois é bastante comum a doação de

mudas entre conhecidos que assim disseminam os espécimes para as mais variadas

regiões. Também é possível compor um espaço para registro das finalidades e

modos de utilização em seus fins medicinais.

Atividade sugerida – Dada à questão da regionalidade, com o objetivo de facilitar o

trabalho escolar nas múltiplas possibilidades que o recurso da herborização oferece,

busque junto à comunidade, coletar exemplares de plantas freqüentemente

empregado na cultura local para fins medicinais. Existe um site recomendado no

final da unidade que pode ser empregado para auxiliar na identificação e

reconhecimento didático dos exemplares através de fotos das espécies.

Atividade sugerida – Faça um levantamento prévio de algumas plantas que

ocorrem em sua região. Consulte à comunidade local, sempre auxiliado por

orientações e recomendações do seu professor regente de classe. Solicite ao seu

professor para verificar com sua turma a possibilidade de coletar ramos desses

exemplares listados, a fim de preparar exsicatas para a montagem de um herbário

na escola.

O espaço destinado para o herbário será bem simples. Pode ser uma

caixa de papelão revestida e encapada para acondicionar o material preparado. Não

esqueça que toda coleta deve ser precedida da devida autorização das autoridades

competentes locais (Secretaria do Meio Ambiente ou Departamento Responsável).

Atividade sugerida – Faça como na atividade anterior, mas pesquise e levante o

nome das espécies de plantas usadas pela prefeitura local para o plantio urbano

(paisagismo), depois verifique com seu professor a possibilidade autorizada para

coleta de ramos desses exemplares para montagem do acervo temático de plantas

usadas no paisagismo de sua cidade.

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Atividade sugerida – Em regiões agrícolas ou nas escolas que oferecem o ensino

profissionalizante em técnicas agrícolas o recurso da montagem do Herbário Escolar

poderá contribuir para a montagem de um acervo temático, voltado para a questão

das ervas daninhas ao plantio e até mesmo para os cultivares, apresentando uma

conexão contextualizada.

Atividade sugerida – Faça uma pesquisa na sua vizinhança e com seus parentes

próximos para levantar quais são os tipos de plantas cultivadas nos quintais das

moradias. Estabeleça uma classificação por critérios de utilização (plantas cultivadas

para ornamentação; plantas cultivadas para uso fitoterápico, medicinal, etc.). Se

houver flor, solicite autorização para coletar.

O USO DE CHAVES DICOTÔMICAS PARA O ESTUDO DIDÁTICO E A

IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA

As chaves dicotômicas são ótimos instrumentos de utilização no estudo

e nos processos de identificação, reconhecimento e classificação de espécies

biológicas. Uma chave dicotômica é elaborada a partir da definição de

características distintas que servem para diferenciar grupos de organismos ou

espécies em particularidades que convergem ou divergem para um tipo

característico em separado. Para clarear mais, veja o exemplo que segue. Para

tanto, observe que o uso da chave dicotômica segue da leitura inicial em que se

verifica a concordância com o critério adotado. Se houver discordância, abandona-

se o item e segue para a leitura do subseqüente, até se chegar ao grupo

reconhecido em questão.

Organização das plantas no Reino Vegetal.

Chave dicotômica para identificação das Divisões da s plantas.

1 – Plantas com flores..................................................................ESPERMATÓFITAS .

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1’ – Plantas sem flores................................................................................................2.

2 – Plantas com raiz, caule e folha.....................................................PTERIDÓFITAS.

2’ – Plantas sem raízes, sem caule e sem folhas.......................................................3.

3 – Plantas de pequeno porte com rizóides, caulóides e filóides..............BRIÓFITAS .

3’ – Plantas aquáticas sem distinção de suas estruturas e com o corpo reduzido a

um talo.... .........................................................................................................ALGAS .

Atividade sugerida – Monte a sua chave dicotômica para diferenciar o grupo das

ESPERMATÓFITAS , para isso, consulte nos livros de Biologia da Biblioteca de sua

escola uma tabela clássica (apresentada na maioria dos livros didáticos) que

apresenta as diferenças principais entre as MONOCOTILEDÔNEAS e as

DICOTILEDÔNEAS , considerando os critérios como tipo de raiz, tipo de caule, tipo

de folha, tipo de flor e tipo de semente. Nesta sugestão, você pode fazer uma chave

para cada item tipificado, isto é, uma chave para o tipo de raiz, outra para o tipo de

caule e assim sucessivamente.

Classificação das Raízes

Na organologia vegetal as raízes podem ser classificadas tanto pelo tipo de função que desempenham quanto pelo tipo de ambiente em que vivem. A classificação das raízes quanto ao ambiente é definida como: subterrâneas, aéreas e aquáticas.

Chave dicotômica para a classificação das raízes su bterrâneas.

1 – Plantas com raízes subterrâneas...........................................................................2

2 – Raízes que apresentam uma raiz primária da qual partem raízes ou radicelas secundárias............................................................................Raiz axial ou pivotante .

2' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................3

3 – Raízes com várias ramificações dentre as quais não se identifica um ramo diferenciado como primário ou principal................Raiz fasciculada ou em cabeleira .

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3' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................4

4 – Raízes bem desenvolvidas devido ao acúmulo de substâncias nutritivas na raiz principal ou nas secundárias..........................Raiz tuberosa ou tubérculo radicular .

Chave dicotômica para classificação das raízes aére as.

1 – Plantas com raízes aéreas desenvolvidas de forma parcial ou totalmente acima

do solo..........................................................................................................................2

2 – Raízes de origem caulinar, que oferecem uma fixação suplementar a planta.....................................................................................Raiz suporte ou escora .

2' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................3

3 – Raízes de plantas que se fixam sobre outros vegetais envolvendo-os sem produzir o parasitismo destes...................................................................Raiz cintura .

3' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................4

4 – Raízes de plantas epífitas (que vivem sobre outros vegetais) não parasitas, que crescem envolvendo o caule da planta suporte, sufocando-o por estrangulamento, impedindo a circulação das seivas e acarretando na morte do vegetal...........................................................................................Raiz estrangulante .

4' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................5

5 – Raízes de plantas que habitam ambientes alagados ou pantanosos e que se desenvolvem para a superfície do banhado para respirar através de orifícios (pneumatódios) ou lenticelas .............................Raiz respiratória ou pneumatófora .

5' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................6

6 – Raízes com formas de grampos e que têm por função a fixação dos vegetais em suportes..........................................................................................Raiz grampiforme .

6' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................7

7 – Raízes de plantas epífitas parasitas em que as raízes penetram no interior, nos tecidos de condução do hospedeiro para sugar-lhe um dos tipos de seiva...............................................................................Raiz haustório ou sugadora .

7' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................8

8 – Raízes aéreas clorofiladas (verdes) que apresentam a capacidade de realizar fotossíntese.....................................................................................Raiz assimilatória .

8' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................9

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9 – Raízes aéreas modificadas que apresentam espinhos para a proteção contra predadores............................................Raízes modificadas em forma de espinhos .

Chave dicotômica para a classificação das raízes aq uáticas.

1 – Plantas com raízes aquáticas.................................................................................2

2 – Raízes com parênquima aerífero, denominado aerênquima, funcionando como elemento de flutuação e respiração.......................................................Raiz aquática .

Obs.: Existem raízes denominadas adventícias quando originadas diretamente de folhas ou de caules, podendo tanto ser do tipo aérea quanto subterrânea.

Classificação do Caule

O caule das plantas é uma estrutura vegetal que cumpre a função orgânica de sustentação da espécie, presente de forma geral na superfície do solo, cumprindo também a função de condução das seivas orgânica (elaborada) e mineral (bruta) e de reserva alimentar em alguns casos. Os caules quanto ao meio são classificados em aéreos, subterrâneos e aquáticos.

Chave dicotômica para a classificação dos caules aé reos.

1 – Caules eretos que se desenvolvem verticalmente, mantendo-se em pé sem

ponto de apoio, vá para o ............................................................................................2

2 – Caule lenhoso, sendo bem desenvolvido, normalmente de diâmetro menor na

extremidade onde ocorrem ramificações..........................................................Tronco .

2' – Caule ereto que apresenta outra disposição.........................................................3

3 – Caule resistente e alongado sem ramificações e com folhas na parte superior

terminal............................................................................................Estipe ou Estípite .

3' – Caule ereto que apresenta outra disposição.........................................................4

4 – Caule cilíndrico que apresenta nitidamente nós e internós, podendo ser oco

(bambu) ou maciço (cana-de-açúcar)................................................................Colmo .

4' – Caule ereto que apresenta outra disposição.........................................................5

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5 – Caule ereto verde (clorofilado) pouco resistente comum nas ervas..............Haste .

5' – Caule aéreo não ereto, mas do tipo rastejante......................................................6

6 – Caules que se espalham horizontalmente ao solo que por serem pouco

resistentes não conseguem manter-se eretos (comum em gramas)

.....................................................................Rastejantes, Estolhos ou Estoliníferos .

6' – Caules aéreos não eretos e não rastejantes.........................................................7

7 – Caules trepadores que apresentam elementos de fixação representados por

gavinhas e raízes adventícias (grampiformes).........................................Sarmentoso .

7' – Caules trepadores que apresentam outra disposição...........................................8

8 – Caules trepadores desprovidos de órgãos de fixação, enrolando-se em espiral

quando encontra suporte................................................................................Volúveis .

Obs.: Quando o enrolamento do caule volúvel no suporte é para a esquerda, ele é

chamado SINISTRORSO ou LEVORSO e para a direita DESTRORSO.

Chave dicotômica para a classificação dos caules su bterrâneos.

1 – Caules subterrâneos mais ou menos cilíndricos, desenvolvidos paralelamente à

superfície do solo de onde partem raízes adventícias como nas samambaias e

bananeiras.........................................................................................................Rizoma

1' – Caule subterrâneo que apresenta outra disposição..............................................2

2 – Caules subterrâneos dilatados pelo acúmulo de substâncias de reserva,

podendo apresentar brotos........................................................................Tubérculos .

2' – Caule subterrâneo que apresenta outra disposição..............................................3

3 – Caules subterrâneos que apresenta uma porção central na base de onde partem

raízes adventícias (essa porção central e basal é denominada prato). Prato

envolvido por folhas modificadas (catáfilos) que são suculentos. Na parte superior do

prato surge um botão vegetativo que origina nova planta. Este tipo de caule

denomina-se bulbo. Os bulbos podem ser diferenciados em ....................................3'

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3' – Catáfilos ricos em substâncias nutritivas e dispostos concentricamente em torno

do botão vegetativo.............................................................................Bulbo tunicado .

3'' – Catáfilos ricos em substâncias nutritivas com disposição sobrepostas em forma

de escamas......................................................................................Bulbo escamoso .

4 – Caule subterrâneo que apresenta outra disposição..............................................4'

4' – Caules subterrâneos, semelhantes aos bulbos, sólidos, chatos, de crescimento

perpendicular à superfície do solo, apresentando reservas nutritivas em sua

estrutura carnosa. Apresentam catáfilos secos envolvendo completamente este tipo

de caule...........................................................................................................Cormos .

Obs.: Alguns autores classificam os caules do tipo cormo como sendo um bulbo

maciço.

Chave dicotômica para classificação dos caules aquá ticos.

Os caules aquáticos, neste caso, não apresentarão uma divisão específica

para denominações, não sendo necessário, portanto, a criação de uma chave

sistemática (dicotômica), pois a característica básica é a sua adaptação à vida

submersa. Esses caules são poucos desenvolvidos, quase sempre verdes

(clorofilados) e com reservas de ar em câmaras (aerênquimas), facilitando a

flutuação e a respiração da planta...................................................Caules aquáticos .

.

Adaptações caulinares.

Algumas plantas sofrem adaptações em seus caules para sobreviver a

determinadas condições de vida. Nestas plantas, os caules recebem nomenclaturas

especiais.

• Caules suculentos – especializados no armazenamento de água, característico

das plantas de regiões limitadas ao fornecimento de água, como nas regiões

áridas. Ex.: Cactos.

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• Caules cladódios – ramos longos suculentos, achatados e clorofilados (verdes).

Têm a função fotossintetizante e de reserva (armazenamento), comum em

carqueja e em cactos.

• Caules filocládios – fotossintetizante com função de folha. São ramos curtos, de

crescimento limitado. Ex.: Flor de maio.

• Caule alado – achatado e em forma de folha. Ex.: carqueja.

• Gavinhas – são modificações caulinares para a fixação em suportes com

desenvolvimento espiralado para enrolamento. Ex.: chuchu e videira.

• Espinhos – são estreitamentos de ramos curtos e pontiagudos, servindo como

elemento de proteção e para evitar a perda da água. Ex.: cactos, coroa de cristo

e laranjeira.

Atividade sugerida – Faça uma pesquisa na biblioteca ou na internet, para conter

em seu caderno um desenho esquemático no qual seja representada a morfologia

externa de uma folha simples completa com as seguintes partes: bainha; pecíolo;

base; nervura principal; nervura secundária; limbo; borda e ápice. Depois, orientado

pelo professor, pode organizar uma equipe para representar a morfologia da folha

em cartaz ou material mais elaborado como o E.V.A.

Chave dicotômica para classificação de folhas incom pletas.

1 – Folha sem bainha; pecíolo insere-se diretamente no caule (comum em

dicotiledôneas). Ex.: folha de abóbora.........................................................Peciolada .

1' – Folha sem bainha e sem outra estrutura...............................................................2

2 – Folha sem bainha e sem pecíolo; o limbo insere-se diretamente no caule. Ex.:

folha de tabaco....................................................................................................Séssil .

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2' – Folha com bainha e sem outra estrutura...............................................................3

3 – Folha sem pecíolo, com bainha bem desenvolvida (comum em

monocotiledôneas). Ex.: cana de açúcar e grama....................................Invaginante .

3' – Folha sem outro tipo de estrutura..........................................................................4

4 – Folha sem limbo, com pecíolo achatado cumprindo a função do limbo. Ex.:

Acácia.................................................................................................................Filódio

.

Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à forma.

1 – Limbo da folha em forma de coração...................................................Cordiforme .

1' – Limbo da folha com outro formato........................................................................2

2 – Limbo da folha semelhante ao delta grego............................................Deltiforme .

2' – Limbo da folha com outro formato........................................................................3

3 – Limbo da folha em forma de rim............................................................Reniforme .

3' – Limbo da folha com outro formato.........................................................................4

4 – Limbo da folha em forma de seta........................................................Sagitiforme .

4' – Limbo da folha com outro formato.........................................................................5

5 – Limbo da folha em forma de agulha..........................................................Acicular .

5' – Limbo da folha com outro formato.........................................................................6

6 – Limbo em forma de espátula................................................................Espatulada .

6' – Limbo da folha com outro formato........................................................................7

7 – Limbo em forma de lança....................................................................Lanceolada .

7' – Limbo da folha com outro formato.........................................................................8

8 – Limbo em forma de foice.......................................................................Falciforme .

8' – Limbo da folha com outro formato.........................................................................9

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9 – Folha com forma variada (arredondada, cordiforme, etc.), mas com o pecíolo

inserido na região central da folha. Ex.: vitória-régia, mamona........................Peltada .

9' – Limbo da folha com outro formato.......................................................................10

10 – Limbo em forma de círculo, arredondado..............................................Orbicular .

10' – Limbo da folha com outro formato.....................................................................11

11 – Limbo em forma de elipse........................................................................Elíptica .

11' – Limbo da folha com outro formato.....................................................................12

12 – Limbo em forma oval...............................................................................Ovalada .

12' – Limbo da folha com outro formato.....................................................................13

13 – Limbo com recortes que acompanham o alongamento das nervuras

secundárias.......................................................................................................Partida .

13' – Limbo da folha com outro formato.....................................................................14

14 – Limbo do qual as nervuras partem da base do pecíolo em

raios......................................................................................................Palmatilobada .

Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto ao ápice (ponta) do

Limbo.

1 – Ápice do limbo terminado em ponta.............................................................Agudo .

1' – Ápice do limbo com terminação diferente..............................................................2

2 – Ápice do limbo terminado arredondado......................................................Obtuso .

2' – Ápice do limbo com terminação diferente..............................................................3

3 – Ápice do limbo terminado em prolongamento estreito e longo.............Acuminado

3' – Ápice do limbo com terminação diferente..............................................................4

4 – Ápice do limbo terminado com incisão terminal.............................................Eciso .

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4' – Ápice do limbo com terminação diferente..............................................................5

5 – Ápice do limbo terminado em ponta curta............................................Mucronado .

Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à base do limbo.

1 – Base do limbo terminada em ponta..............................................................Aguda .

1' – Base do limbo com terminação diferente..............................................................2

2 – Base do Limbo terminada arredondada......................................................Obtusa .

2' – Base do limbo com terminação diferente..............................................................3

3 – Base do limbo semelhante à base de um coração..............................Cordiforme .

3' – Base do limbo com terminação diferente..............................................................4

4 – Base do limbo semelhante ao hilo renal................................................Reniforme .

4' – Base do limbo com terminação diferente..............................................................5

5 – Base do limbo semelhante às farpas de uma seta..................................Sagitada .

5' – Base do limbo com terminação diferente..............................................................6

6 – Base do limbo que alcança lentamente a largura do pecíolo.................Atenuada .

Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à Borda.

1 – Folha cuja borda do limbo é contínua..............................................................Lisa .

1' – Folha com borda diferente....................................................................................2

2 – Folha em que a borda apresenta contornos com saliências comparáveis a

dentes............................................................................................................Denteada .

2' – Folha com borda diferente....................................................................................3

3 – Folha em que a borda apresenta contorno similar a borda de uma

serra...............................................................................................................Serreada .

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3' – Folha com borda diferente....................................................................................4

4 – Folha em que a borda apresenta contorno com dentes

arredondados..................................................................................................Crenada .

4' – Folha com borda diferente....................................................................................5

5 – Folha em que a borda entre duas saliências em ponta apresenta uma

convexidade......................................................................................................Ripada .

5' – Folha com borda diferente....................................................................................6

6 – Folha em que a borda apresenta contornos com dentes curvos..........Runcinada .

6' – Folha com borda diferente....................................................................................7

7 – Folha com recortes arredondados e não muito profundos, atingindo

aproximadamente um quarto de largura do limbo............................................Lobada .

7' – Folha com borda diferente....................................................................................8

8 – Folha em que os recortes atingem aproximadamente metade da largura do

limbo................................................................................................................Fendida .

8' – Folha com borda diferente....................................................................................9

9 – Folha em que os recortes são profundos, quase atingindo a nervura

mediana.............................................................................................................Partida .

Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à Nervura.

1 – Folha que não apresenta nervuras visíveis. (Ex. Babosa)......................Enervada .

1' – Folha com nervuras visíveis..................................................................................2

2 – Folha que apresenta uma só nervura mediana. (Ex. Cravo)...................Uninerva .

2' – Folha que apresenta mais nervuras......................................................................3

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3 – Folha que apresenta uma nervura principal que se ramifica em nervuras

secundárias, dispostas como as barbas de uma pena. (Ex. limão e

goiaba).........................................................................................................Peninerva .

3' – Folha com nervura em outra disposição................................................................4

4 – Folha que apresenta as nervuras principais paralelas....................Paralelinerva* .

*4.1.- Pode ser retinerva como o milho;

*4.2.- Pode ser curvinerva como a quaresmeira.

4' – Folha com nervura em outra disposição................................................................5

5 – Folha com as nervuras principais saindo todas da base do limbo, em forma de

palma como o figo e a uva.........................................................................Palminerva .

5' – Folha com nervura em outra disposição................................................................6

6 – Folha que se apresenta como peninerva e partida. (Ex. serralha e dente de

leão)...........................................................................................................Penipartida .

6' – Folha com nervura em outra disposição................................................................7

7 – Folha que se apresenta como palminerva e partida. (Ex.

mandioca)................................................................................................Palmipartida .

Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à Superfície do

Limbo.

1 – Folha cuja superfície apresenta pêlos..........................................................Pilosa .

1' – Folha cuja a superfície é diferente.......................................................................2

2 – Folha sem pêlos na superfície.....................................................................Glabra .

2' – Folha cuja a superfície é diferente.......................................................................3

3 – Folha que apresenta perfurações........................................................Fenestrada .

3' – Folha cuja a superfície é diferente.......................................................................4

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4 – Folha com espinhos..............................................................................Espinhosa .

4' – Folha cuja a superfície é diferente.......................................................................5

5 – Folha sem acidentes........................................................................................Lisa .

Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à divisão do limbo da

folha.

1 – Folha do limbo inteiro em que o pecíolo não possui

ramificações........................................................................................Folhas simples .

1' – Folha em que o limbo apresenta-se dividido em folhas menores, denominadas

folíolos, com pecíolo geralmente ramificado constituindo uma folha

composta......................................................................................................................2

2 – Folíolos dispostos ao longo de todo o pecíolo principal

.............................................................................................Folha composta pinada* .

*2.1.- Folha pinada terminada por dois folíolos (em número par)

........................................................................................Folha composta paripinada .

*2.2.- Folha pinada terminada por apenas um folíolo (em número ímpar)

....................................................................................Folha composta imparipinada .

2' – Folíolos com outra disposição...............................................................................3

3 – Folíolos no fim do pecíolo principal do tipo palmado ou digitado...........................*

*3.1.- Com dois folíolos. (Ex.: unha de vaca)............................Bifoliada .

*3.2.- Com três folíolos. (Ex.: trevo).........................................Trifoliada .

*3.3.- Com mais de três folíolos. (Ex.: campânula)................Polifoliada .

3' – Folíolos com outra disposição...............................................................................4

4 – Folhas duplamente composta..............................................................................4’

4' – Folha duas vezes dividida em três. (Ex.: salsa).....................................Biternada .

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4’’ – Folha duas vezes pinada. (Ex.: sensitiva)............Duplicatopinada ou Bipinada .

Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à Disposição das

folhas no caule (Filotaxia).

1 – Quando de cada nó sai apenas uma folha. (Ex.: limoeiro).......................Alternas .

1' – Surgimento da folha em outra disposição.............................................................2

2 – Quando de cada nó saem duas folhas, mas em lados opostos. (Ex.:

araçá).............................................................................................................Opostas .

2' – Surgimento da folha em outra disposição.............................................................3

3 – Quando as folhas opostas de um nó formam um ângulo reto com as folhas

opostas do nó seguinte. (Ex.: goiabeira)........................................Opostas cruzadas .

3' – Surgimento da folha em outra disposição.............................................................4

4 – Quando de um nó saem três ou mais folhas. (Ex.:

espirradeira)..............................................................................................Verticiladas .

Estudo da flor – aparelho reprodutor das plantas fa nerógamas.

A flor não é considerada um órgão, mas sim um aparelho reprodutor por ser

constituído de um conjunto de órgãos destinados à reprodução das plantas.

Atividade sugerida – pesquise na biblioteca da sua escola ou utilize do recurso da

internet para encontrar o significado dos termos botânicos que seguem, montando

em seu caderno um glossário de termos: Flor; Antófilos; Pedúnculo; Receptáculo;

Verticilo Floral; Cálice; Corola e Tépala.

Atividade sugerida – Elabore uma representação de uma flor completa, utilize dos

recursos disponíveis, podendo usar materiais reciclados, cartolina, papelão pintado

ou E.V.A. Posteriormente faça uma exposição junto com as produções de outros

colegas de turma e mostre para as demais classes de sua escola para socializar o

conhecimento adquirido.

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Chave dicotômica para classificação das Flores quan to ao perianto.

1 – Flor que apresenta cálice e corola. (Ex.: Rosa)........Diperiantada ou diclamídea .

1' – Flor com outro tipo de disposição..........................................................................2

2 – Flor que apresenta um só invólucro no perianto. (Ex.: mamona, só tem

cálice).........................................................Flor monoperiantada ou monoclamídea .

2' – Flor com outro tipo de disposição..........................................................................3

3 – Flor que não possui perianto. (Ex.: as gramíneas)...................................................

...................................................................................Flor aperiantada ou aclamídea .

3' – Flor com outro tipo de disposição..........................................................................4

4 – Flor em que o cálice e a corola são de cores diferentes. (Ex.: Rosa)......................

....................................................................................................Flor heteroclamídea .

4' - Flor com outro tipo de disposição...........................................................................5

5 – Flor em que o cálice e a corola são de cores iguais (neste caso cada elemento

dos verticilos é denominado tépala) e o perianto passa a ser denominado

perigônio.......................................................................................Flor homoclamídea .

Chave dicotômica para classificação das Flores quan to ao aparelho reprodutor

(em relação à flor).

1 – Flor bissexuada que possui androceu e gineceu. (Ex.: Cravo)...............................

........................................................................................Monóclina ou Hermafrodita .

1' – Flor com outro tipo de disposição..........................................................................2

2 – Flor de sexos separados que apresenta somente androceu (denominada

estaminada) ou somente o Gineceu (pistilada). É também denominada de imperfeita.

(Ex.: mamão).................................................................Flor Díclina ou unissexuada .

2' – Flor com outro tipo de disposição..........................................................................3

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3 – Flor que não possui androceu nem gineceu, ou que estes órgãos, ainda que

presentes, não são fecundos. Ex.: Flores externas brancas de uma margarida (flores

pistiladas)....................................................................................................Flor estéril .

Chave dicotômica para classificação das Flores quan to ao aparelho reprodutor

(em relação ao organismo).

1 – Planta que produz flores masculinas e femininas no mesmo pé. Essas flores são

unissexuadas (Díclinas). Ex.: mamona e abóbora...........................Espécie monóica .

1' – Planta que apresenta flores com outra disposição................................................2

2 – Planta que produz flores masculinas num pé e femininas em outro. Essas flores

também são unissexuadas. Ex.: mamoeiro e tamareira......................Espécie dióica .

2' – Planta que apresenta flores com outra disposição................................................3

3 – Planta que produz flores monóclinas e díclinas na mesma espécie. Ex.:

margarida.....................................................................................Espécie poligâmica .

3' - Planta que apresenta flores com outra disposição.................................................4

4 – Planta que apresenta flores monóclinas. Ex.: rosa............Espécie hermafrodita .

Chave dicotômica para a classificação das flores qu anto à simetria.

1 – Flor sem plano de simetria. Ex.: cana-da-Índia...................................Assimétrica .

1’ – Flor que admite plano de simetria........................................................................2.

2 – Flor com apenas um plano de simetria, que a divide em duas metades laterais

simétricas. Ex.: amor perfeito e giesta.........................................................Zigomorfa .

2’ – Flor com outro plano de simetria..........................................................................3.

3 – Flor com mais de dois planos de simetria, ou seja, com simetria radiada. Ex.:

hibiscus....................................................................................................Actinomorfa .

3’ - Flor com outro plano de simetria..........................................................................4.

4 – Flor com dois planos de simetria, sendo um plano perpendicular ao outro. Ex.:

begônia...........................................................................................................Bilateral .

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Chave dicotômica para a classificação da flor de ac ordo com a altura do ovário

em relação ao ponto de inserção dos outros verticil os.

1 – Flor em que o pistilo está acima da inserção dos verticilos florais..........................

...............................................................................................................Flor Hipógina .

Obs.1.: Neste caso o ovário é supero.

Obs.2.: Existem casos em que os estames são epipétalos, isto é, localizados

sobre as pétalas.

1' – Flor que apresenta o ovário em disposição diferente............................................2

2 – Quando a flor apresenta um ovário súpero, porém não soldado ao hipanto

(receptáculo em forma de taça) formado pela soldadura parcial de sépalas, pétalas e

estames...........................................................................................................Perígina .

2' – Flor que apresenta o ovário em disposição diferente............................................3

3 – Flor que apresenta ovário ínfero por estar aprofundado e soldado ao receptáculo

ou ao hipanto...................................................................................................Epígena .

Atividade sugerida – Pesquise juntamente com um grupo de quatro colegas as

informações sobre as inflorescências e frutos para a montagem de uma chave

dicotômica para a identificação e reconhecimento dos tipos de estruturas

pesquisadas. Para tanto o procedimento adotado deve ser o seguinte: Primeiro

pesquise todos os tipos e seus significados conceituais, depois faça uma

comparação entre quais critérios são convergentes e quais são divergentes.

Determinados estes aspectos, defina uma seqüência iniciadora para o trabalho

sistemático. Por fim, apresente ao professor para as devidas considerações a

respeito da produção da equipe.

SITES RECOMENDADOS

http://www.plantamed.com.br/

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/image/

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Este site contém indexação de plantas e ervas medicinais por nomes populares e também a indexação por nomes científicos. É rico em ilustração fotográfica, auxiliando muito o trabalho pedagógico em atividades programadas no Herbário Escolar.

http://br.geocities.com/rigottims/

Neste site de divulgação do CD-ROON Caminho das ervas, você pode visualizar algumas imagens das fotos de plantas medicinais.

http://www.digitalphoto.pl/pt/fotografias/4369/

Site que disponibiliza um banco de fotografias de plantas medicinais.

http://www.scribd.com/doc/3137361/Plantas-Toxicas

Site que apresenta um acervo fotográfico acompanhado de informações interessantes sobre algumas variedades de plantas tóxicas.

REFERÊNCIAS

AMABIS, J. M. ; MARTHO, G.R. Fundamentos da biologia moderna .. 2 ed. São Paulo : Moderna, 1997.

AMABIS, J. M.; MARTHO, G.R. Biologia dos organismos . v.2. 2 ed. São Paulo : Moderna, 2004.

BALTAR, S.L.S.M. de A. Manual prático: morfoanatomia vegetal . São Carlos: RiMa,2006.

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UNIDADE 2: CONSTRUINDO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

REFLEXIVAS E SIGNIFICATIVAS

Aprender fazendo, agindo, experimentando é o modo mais natural, intuitivo e fácil de aprender. Isto é mais que uma estratégia fundamental da aprendizagem: é um modo de ver o ser humano que aprende. Ele aprende pela experimentação ativa do Mundo ALMEIDA ( p.21, 2000).

Maria Aparecida Lopes de Oliveira [email protected] Colégio Estadual Campos Sales – Campina Grande do Sul – PR

INTRODUÇÃO

A prática pedagógica baseada na transmissão para a memorização e

repetição de modelos, ainda presente na maioria das escolas, tem se mostrado

pouco eficaz na construção dos conhecimentos pela maioria dos alunos. Muito se

questiona, mas pouco se faz para mudar esta realidade, cada vez menos

necessária, nesta “sociedade da informação”, que exige competência cognitiva e

comunicacional.

Neste contexto e diante das “gerações digitais”, menos passivas, os

professores se vêem impelidos à utilização de novas tecnologias de informação e de

comunicação, mas permanecem atrelados a antigas pedagogias e com suas aulas

centradas na pedagogia da transmissão.

Numa sociedade em constantes transformações, com o conhecimento

cada vez mais volátil e flexível, mediar e articular a construção de saberes, sem aliar

os modismos teóricos, que pouco refletem na prática pedagógica do professor e

tornar as aulas mais significativas e contextualizadas, se torna imprescindível rever

os métodos de ensino.

Para Silva (2004), será preciso atentar para alguns princípios básicos:

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l) Disponibilizar múltiplas experimentações e expressõ es, promovendo

oportunidade de trabalho em grupos colaborativos; desenvolver atividades que

possibilite a participação livre, o diálogo, a troca e articulação de experiências;

utilizar recursos cênicos para despertar e manter o interesse/motivação do grupo

envolvido; favorecer a participação coletiva em debates presenciais e on-line;

garantir a exposição de argumentos e questionamentos.

2) Disponibilizar uma montagem de conexões em rede, que permite múltiplas

ocorrências, como fazer uso de diferentes suportes de linguagens midiáticas ( texto,

som vídeo, computador, Internet) em mixagens e em multimídia, presenciais e on-

line; desenvolver um ambiente intuitivo, funcional, de navegação para ser

aperfeiçoado com a atuação do aprendiz; propor a aprendizagem e o conhecimento

como espaços abertos para navegação, colaboração e criação, que possibilite ao

aprendiz conduzir suas explorações.

3) Provocar situações de inquietação criadora, promovendo ocasiões de

enfrentamento em público, que provoque reações individuais e em grupos; encorajar

trocas e definições conjuntas de atitudes de respeito à diversidade e solidariedade,

incentivar a participação na resolução de problemas de forma autônoma e

cooperativa; elaborar problemas que provoquem os estudantes a apresentar,

defender e reformularem seus pontos de vista, possibilitando a ressignificação de

idéias, conceitos e procedimentos.

4) Arquitetar percursos hipertextuais, articulando a aprendizagem em caminhos

deferentes, multidisciplinares e transdisciplinares, em teias, atalhos e mecanismos

de associação; explorar as vantagens do hipertexto, disponibilizando dados de

conhecimento que facilitem o acesso e cruzamento de informações; implementar

múltiplas combinações de linguagens e recursos educacionais, baseados no

universo cultural e aos eixos de interesse dos estudantes.

5) Mobilizar a experiência do conhecimento, modelando os domínios do

conhecimento como espaços conceituais, onde os alunos podem construir seus

próprios mapas e conduzir suas explorações, com os conteúdos como ponto de

partida no processo de construção do conhecimento; desenvolver atividades que

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propiciem a livre expressão, o confronto de idéias, a colaboração entre estudantes,

bem como, o aguçamento da observação e da interpretação das atitudes dos

envolvidos; implementar situações de aprendizagem, considerando as experiências,

os conhecimentos e expectativas dos estudantes.

Para tanto, Santos sugere que o professor deverá garantir algumas

“atitudes comunicacionais”, tais como “acionar a participação-intervenção do

receptor, garantir a bidirecionalidade da emissão e recepção, disponibilizar múltiplas

redes articulatórias, engendrar a cooperação, suscitar a expressão e a confrontação

das subjetividades”, para só então, poder promover modificações paradigmáticas e

qualitativas na docência e pragmática da aprendizagem, para assim, reinventar a

sala de aula em nosso tempo ( 2007, p.30-31).

Diante da problemática levantada e percebendo-se a necessidade de

proporcionar um ensino mais significativo e contextualizado na escola pública, esta

unidade propõe alguns direcionamentos ao trabalho do professor do Ensino Médio,

que possam vir a contribuir com sua prática no contexto escolar, tendo por objetivos,

promover uma análise reflexiva e analítica desta prática e sugerir atividades

pedagógicas para as aulas de biologia, baseadas em alguns conteúdos

estruturantes, com o intuito de propor um repensar no espaço escolar, que viabilize

de forma significativa a formação de indivíduos capazes de aliar a teoria à prática,

de solucionar problemas, de se solidarizar com seus pares e contribuir para uma

sociedade mais justa e igualitária para todos.

TRABALHANDO COM A METODOLOGIA DE PROJETOS

Na chamada sociedade do conhecimento, os indivíduos precisam ser

capazes de aprenderem o que seja relevante e significativo através da investigação

de situações e em circunstâncias diversas, ou seja, aprender a aprender.

Na última década, os professores têm sido desfiados na busca de

metodologias de ensino centradas no “aprender a aprender” de Demo (1995), que

propõe o ensino com a pesquisa, como possibilidade para que professor e aluno

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desenvolvam a autonomia, a criatividade, a capacidade de inovar e superar a

reprodução, na busca para a produção de novos conhecimentos, bem como,

possibilitar uma reorganização do trabalho docente, focando a pesquisa como

atividade cotidiana de sala de aula, centrada no questionamento e na investigação

de informações bibliográficas, literárias, laboratoriais, informatizadas, advindas de

recursos tecnológicos, dentre outras.

Neste sentido, a metodologia de projetos surge como uma abordagem

relevante de acordo com as novas perspectivas da Educação para o século XXI.

Para Behrens:

A opção por um ensino baseado em projetos proporciona a possibilidade de uma aprendizagem pluralista e permite articulações diferenciadas de cada aluno envolvido no processo. Ao alicerçar projetos, o professor pode optar por um ensino com pesquisa, com uma abordagem de discussão coletiva crítica e reflexiva que oportunize aos alunos a convivência com a diversidade de opiniões, convertendo as atividades metodológicas em situações ricas e significativas. Esses procedimentos metodológicos propiciam o acesso a maneiras diferenciadas de aprender e, especialmente, de aprender a aprender. (BEHRENS, 2000, p.81)

Assim sendo, os projetos são assim entendidos como um modo de

apresentação do conhecimento escolar, baseado na aprendizagem da interpretação

da realidade, favorecendo um melhor entendimento e compreensão do mundo pelo

aluno, sendo uma exigência da sociedade atual.

O trabalho com projetos é possível quando baseado no ensino para a

compreensão. Para Hernandez, a finalidade deste trabalho é favorecer a criação de

estratégias para organizar os conhecimentos escolares em relação “ao tratamento

da informação” e os diferentes conteúdos, “em torno de problemas ou hipóteses que

facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação de

informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimentos

próprios” ( 1998, p. 61).

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Para Moran,

o ideal é trabalhar com projetos significativos que integrem vária áreas de conhecimento, sem disciplinas estanques, ...podemos articular melhor algumas grandes atividades ou projetos em cada semestre, que integrem algumas dimensões dos conteúdos de cada disciplina e preocupar-nos com que cada educador foque muito mais a vivência, a experiência, a reflexão a partir de situações lúdicas, de histórias, de contatos efetivos com as múltiplas realidades de hoje. (MORAN, 2008)

Neste sentido, o trabalho com projetos permite a aprendizagem

colaborativa, que torna a relação ensino-aprendizagem mais dinâmica,

“possibilitando a formação de sujeitos participativos e autônomos, criando a

possibilidade de desfazer a forma de aula tradicional em que só o professor fala e

apresentar os conteúdos e os alunos, a escutar, copiar, memorizar e repetir

conteúdos” (BEHRENS, 2007, p.47).

VANTAGENS AO SE TRABALHAR COM PROJETOS

Para Lück, são múltiplas as vantagens para os profissionais que tem

aplicado o método de projetos, destacando-se “fundamental à efetividade do

trabalho” (p.18, 2003). Podemos citar alguns destas contribuições:

• Promove a consistência e unidade das ações, estabelecendo uma visão

estratégica global, ao mesmo tempo focada numa problemática específica;

• Define operacionalmente as condições e estratégias para propor as

melhorias necessárias;

• Mobiliza e direciona esforços centrados em situações-problemas; na

busca de suas soluções;

• Delimita as condições necessárias à sua realização, propondo objetivos e

metas a atingir;

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• Estrutura as situações de monitoramento e possibilita a avaliação das

ações durante, ao longo e ao final do processo, permitindo os ajustes

necessários ao cumprimento das metas;

• Estabelece compromissos e comprometimento com as ações, na busca de

bons resultados;

A autora ainda ressalta que uma das características do projeto, “é a

delimitação do seu foco ou raio de ação, a partir da circunscrição da atenção para

questões específicas, consideradas prioritárias ou fundamentais” (p. 51, 2003) e

aponta como focos de interesse para a escola: a elevação do rendimento dos

alunos; a motivação de alunos e professores; a capacitação de professores, a

integração escola-família-comunidade, a formação e desenvolvimento de parcerias;

atração e retenção de alunos; a comunicação organizacional; o desenvolvimento da

imagem da escola e projetos especiais. Assim sendo, a escola pode valer-se da

metodologia de projetos, tanto para a oferta de capacitação aos seus professores,

quanto no envolvimento da comunidade local e escolar em projetos especiais que

promovam seu desenvolvimento cultural e social.

ETAPAS DE UM PROJETO

Para Nogueira (2002), pode se notar naturalmente num projeto,

algumas etapas:

• Planejamento, após a análise e escolha do tema/conteúdo, segue a etapa

do planejamento, que consiste na descrição detalhada de como se

desenvolverá os trabalhos durante a execução do projeto. Para tanto,

deve se ter em mente algumas indagações:

- Quê? O que será pesquisado e o que será feito neste projeto?

- Por quê? Por que este tema será tratado e quais os objetivos deste

projeto?

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- Como? Como será realizado, como serão divididas as atividades entre o

grupo e como será apresentado?

- Quando? Quando será realizada cada uma das etapas estabelecidas?

- Quem? Quem será responsável por cada atividade?

- Recursos? Que recursos serão necessários para a realização do projeto

(materiais e humanos)?

• Montagem e Execução: esta etapa se refere a realização de tudo que foi

planejado, consistindo na prática do projeto. Nesta etapa, é fundamental a

participação dos professores facilitadores, que para o autor, atuam ou

auxiliam na disponibilização dos recursos necessários à montagem e

execução, bem como no processo motivacional, proporcionando o

envolvimento de cada aluno em todo o processo. Este momento consiste

na criação, produção e execução propriamente do projeto, portanto todos

os recursos, materiais e instrucionais, deverão estar à disposição dos

alunos envolvidos.

• Depuração e Ensaio: esta fase consiste na análise do projeto, onde todos

os ajustes deverão ser feitos. Neste momento, deverá ser feita a

depuração de todos os dados, informações, ilustrações, textos

pesquisados, fazendo-se a autocrítica e uma auto avaliação de como será

a realização e demonstração/ apresentação do projeto, bem como

ensaios desta apresentação.

• Apresentação: esta fase oportuniza ao grupo expor suas descobertas,

hipóteses, criações e conclusões, com a mediação e incentivo dos

professores, dando suporte às possíveis críticas e dúvidas dos alunos. Ao

apresentarem seus projetos, estes deverão estar bem preparados,

conhecendo profundamente o material a ser exposto, no intuito de evitar

uma apresentação mecânica, decorada e inexpressiva. Nesta fase, pode

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se verificar ou não a ocorrência da aprendizagem, quando a equipe passa

a comunicar suas descobertas e a tratar o assunto focado naturalmente,

sem a clássica divisão de tópicos entre o grupo.

• Avaliação e Críticas: terminada a fase da apresentação, os professores

envolvidos poderão mediar uma avaliação final de todo o processo do

projeto, no intuito de demonstrar o erro como algo que não ficou bom e

que pode ser melhorado para os próximos projetos, pode se fazer uma

análise para o reconhecimento das falhas e acertos cometidos.

SUGESTÕES DE PROJETOS

SEMANA DO MEIO AMBIENTE: Faça a sua parte

Conteúdo Estruturante: Biodiversidade

Temas Sugeridos: A Botânica no Cotidiano das Pessoas

Mamíferos Ameaçados de Extinção no Paraná

Água: o Líquido da Vida

1. Planejamento: após escolha dos temas, organizar as ações que serão

desenvolvidas pelos professores e alunos, dentro do projeto, cabendo aos

professores sua organização.

- Distribuição dos alunos em grupos para decidirem qual grupo pesquisará sobre

qual tema;

- Coordenar as pesquisa dos temas, direcionando os grupos para os focos

principais: botânica (utilização do processo de enxertia no melhoramento do caqui

mel), mamíferos (baseando-se na Lista Vermelha do estado, verificar quais estão

presentes na sua região) e água (verificar a qualidade da água na sua cidade,

mapeamento dos rios e possíveis ações para sua conservação).

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2. Montagem:

- Criação de panfletos educativos;

- Montagem dos trabalhos a serem apresentados na escola;

- Utilizar-se de vídeos pedagógicos sobre a água e animais ameaçados (Sugestão:

produzidos pela Fundação O Boticário);

- Montagem de slides e sala ambiente para apresentação dos projetos.

3. Depuração:

- Organizar e selecionar todos os materiais necessários para a apresentação do

projeto na escola.

- Selecionar o que será focado nas apresentações.

4. Apresentação: organizada pelos alunos, para a data previamente

selecionada.

5. Avaliação: verificação da viabilidade da aplicação em escala maior, como na

comunidade; discussão e análise dos resultados e dificuldades encontradas.

PROJETO DE PESQUISA DE CAMPO:

As verminoses comuns a crianças e adolescentes

Conteúdo Estruturante: Biodiversidade

Conteúdos Específicos: Estudo dos Seres vivos

1. Objetivo: Pesquisar na população local (cidade ou bairro), as verminoses mais

comuns que atingem crianças e adolescentes, veiculadas às condições de

saneamento básico.

2. Descrição: Sabe-se que em algumas regiões, as crianças e adolescentes

ficam mais expostas às verminoses, decorrentes, principalmente, da falta de

saneamento básico e da má alimentação, gerando problemas na escola como

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seu baixo rendimento escolar, dores de cabeça, desmaios e ausência de

predisposição para aprender. Este projeto tem por objeto de estudo, analisar

as condições reais em que vivem o alunado desta escola.

3. Abordagem Pedagógica:

• Anteriormente a pesquisa de campo, o professor deverá fazer a

abordagem de todos os grupos de vermes, comuns ás pessoas,

principalmente os helmintos e nematódeos.

• Distribuir os alunos em grupos, por região de moradias, para irem a campo

munidos de fichas de pesquisa.

• Tabular os dados da pesquisa, juntamente com os alunos.

• Elaboração de tabelas e gráficos, para verificação das verminoses

identificadas e suas ocorrências.

• Identificação dos principais problemas de saneamento básico presentes

nos locais pesquisados.

• Apresentação dos resultados das pesquisas para alunos e professores.

4. Materiais: caneta, prancha ou pasta, tabela de pesquisa, blocos para

anotações.

5. Dicas: este projeto trará boas experiências para os alunos, que estarão

investigando a campo as condições de seu bairro ou cidade e os possíveis

problemas que podem decorrer destas condições. O professor deverá orientar

os alunos sobre como se portarem durante a pesquisa, bem como

confeccionar um crachá de identificação por se tratar de pesquisa escolar. Os

resultados poderão servir para questionamentos futuros sobre a melhoria nas

condições de saneamento da cidade, como para realização de palestras e

campanhas de esclarecimento aos pais e comunidade.

DIFERENTES LINGUAGENS PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA, C OM A

UTILIZAÇÃO DAS MÍDIAS

A mídia tem ocupado papel fundamental na vida das pessoas, seja

para entretenimento, criação, lazer, trabalho e formação. Assim, tem exigido dos

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educadores, um convívio maior com as tecnologias da informação, da comunicação

e suas linguagens, sejam elas televisivas, cinematográficas, fotográficas,

multimídicas, hipertextuais, dentre outras.

Ao focar o enriquecimento de sua prática pedagógica, os educadores

devem levar “em conta a compreensão dos aspectos específicos da linguagem de

cada mídia e identificar as contribuições que podem dar para o processo de ensino-

aprendizagem que pretende desenvolver com seus educandos” (SARTORI, 2007,

p.101). Para tanto,

devem perceber as relações entre linguagem e conteúdo, tanto no sentido da aquisição e construção do conhecimento, quanto do desenvolvimento de valores e atitudes que possibilitem um olhar crítico para as produções da mídia e, ao mesmo tempo, desenvolva a expressão individual e coletiva (2007, p.102).

Neste sentido, as diferentes linguagens presentes nas mídias,

possibilitam a produção da cultura e constituem-se uma prática pedagógica eficaz na

aprendizagem, ainda que os educandos não tenham acesso a equipamentos

tecnológicos sofisticados, oportunizando a produção de notícias; a elaboração e

publicação de jornal. A dramatização e montagem de notícias, reportagens,

entrevistas, telejornais, programas de rádio ou TV; criação de comerciais e

programas diversos.

As produções audiovisuais para a prática pedagógica possibilitam que

os educandos desenvolvam a criatividade, a imaginação, a expressão corporal;

aprendam a redigir diferentes textos (reportagens, notícias, comerciais, crônicas,

artigos científicos); a organizar o tempo e o espaço; manipular as fontes de

informações, bem como, realizar pesquisas de interesse, emitir opiniões e elaborar

relatórios.

Assim sendo, este trabalho alia a razão, o sentir e o perceber o mundo,

permitindo a inserção e o agir criticamente e de forma comprometida com a

sociedade e suas diversidades. Para Moran,

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Televisão e vídeo são sensoriais, visuais, linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens que interagem superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Daí sua força. Atingem-nos por todos os sentidos e de todas as maneiras. Televisão e vídeo nos seduzem, informa, entretêm, projetam em outras realidades (no imaginário), em outros tempos e espaços. Televisão e vídeo combinam a comunicação sensorial-cinestésica, com a audiovisual, a intuição com alógica, a emoção com a razão. Integração que começa pelo sensorial, pelo emocional e pelo intuitivo, para atingir posteriormente o racional (2000, p.38).

Assim, a linguagem audiovisual proporciona o “trabalho em equipe, de

co-autoria, de pesquisa em outros documentos, de organização de atividades, de

socialização dos resultados e de avaliação coletiva, pois é obra de todos” (

SARTORI, 2007, p.106).

O VÍDEO NA SALA DE AULA

Para Moran (1995), o vídeo finalmente chega à sala de aula e pode

ajudar o professor a atrair os alunos, mas não consegue por si só modificar a

relação e a prática pedagógica; pode aproximar a sala de aula do cotidiano do aluno,

das diferentes linguagens, da aprendizagem e da comunicação, mas também pode

induzir a novas e diferentes questões no processo educacional.

Para o autor, são usos inadequados do vídeo em sala de aula:

• Vídeo tapa buraco utilizar-se do vídeo para amenizar problemas

inesperados, como a falta de professores, pode ser útil eventualmente,

mas desvalorizar seu uso e associado a falta de aula, se usado

freqüentemente para este fim.

• Vídeo enrolação quando se exibe vídeos sem muita ligação com a

matéria ou disciplina, no intuito de camuflar e enrolar as aulas.

• Vídeo deslumbramento quando o professor descobre seu uso e

passa a utilizar-se deste meio em todas as aulas e de forma exagerada,

diminuindo sua eficácia e levando ao empobrecimento de suas aulas.

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• Só vídeo quando se exibe os vídeos sem discussões posteriores, sem

realizar sua integração com o assunto estudado, sem voltar ou rever

partes significativas, ou seja, passar por passar o vídeo, este perde

totalmente sua função didática e pedagógica.

Ainda, segundo o autor, pode ser utilizado como sensibilizador, na

introdução de novos assuntos, para despertar a curiosidade e motivar para novos

temas a serem propostos, despertando o interesse do aluno no aprofundamento do

assunto presente no vídeo e da matéria; como ilustração, para exemplificar

costumes e cenários de época, aproximando os alunos de realidades e lugares

distantes; como simulador, ao simular experiências e situações de perigo ou que

exigiriam muito tempo e recursos para serem visualizadas; como conteúdo de

ensino, ao mostrar assunto de forma direta ou indireta, orientando, interpretando e

permitindo diferentes abordagens e trabalhos interdisciplinares; como produção, na

realização de documentários, registros de eventos, de aulas, estudos do meio, de

experiências, entrevistas e depoimentos, facilitando o trabalho do professor e dos

alunos, bem como, na possibilidade de reedição do vídeo que se quer trabalhar,

como nova forma de expressão e de comunicação, adaptando-o aos objetivos que

se quer atingir; como avaliação, para alunos, professor ou para um processo; como

integração e suporte, de outras mídias, como a televisão, o cinema, o computador,

o videogames e outras, ao exibir programas gravados de assuntos que estão sendo

trabalhados, filmes e documentários para ampliar o conhecimento e a linguagem

audiovisual dos alunos, dentre outras.

Para Sartori, “o professor precisa ter clareza em relação à adequação

do audiovisual escolhido as necessidades, às características e interesses da turma,

o que lhe confiará flexibilidade quanto ao tipo de atividade e o grau de exigência

quanto aos resultados obtidos” (p.108, 2007).

Tendo em vista os objetivos e as estratégias a serem atingidas, a

autora sugere alguns passos para organizar o trabalho do professor em sala de aula:

• Escolher o tema, em conjunto, professor e alunos propõem, discute e

escolhe os temas;

• Escolher o audiovisual;

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• Assistir o audiovisual selecionado;

• Selecionar as cenas que abordam o tema a ser discutido com os

alunos. Estas podem ser selecionadas sob diversos critérios e abordagens

(provocadoras, humoradas, rica em detalhes, com situações inusitadas,

outras);

• Organizar as seqüências de cenas a serem exibidas e discutidas em

sala

• Elaborar grupos de perguntas/questões a serem respondidas pelos

alunos após exibição do áudio;

• Selecionar revistas com imagens que possam ser recortadas e

utilizadas em sala;

• Elaborar uma lista de especialistas que possam fornecer materiais ou

ministrar palestras aos alunos;

• Verificar possibilidade de visitas pela cidade (bibliotecas, museu,

pessoas históricas, parques, outras);

• Elaboração de atividades a serem realizadas, estipulando tempo e os

materiais necessários à sua realização, como pesquisas em bibliotecas,

confecção de cartazes e murais com imagens e textos do assunto

abordado, entrevistas, visitas, dentre outras.

PREPARATIVOS PARA ANTES DA EXIBIÇÃO DE VÍDEOS

Para Moran (1995), o professor ao trabalhar com vídeos em sala de

aula, antes de sua exibição, deve informar aos alunos somente os aspectos gerais

do vídeo, como o autor, sua duração, os atores, nome do vídeo e fazer uma

checagem prévia da imagem e dos aparelhos a serem utilizados e durante, os

alunos poderão fazer anotações e observações escritas, que julgarem importantes.

Para o autor, a análise do vídeo pode ser feita:

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- em conjunto , com a participação de alunos e professor, tendo o

professor como moderador de uma conversação, durante a exibição do

vídeo;

- globalizante , quando após encerramento, é introduzida questões que

envolvam os aspectos positivos, negativos, as idéias principais e possíveis

mudanças a serem feitas, que os alunos deverão responder individual ou

em grupos e relatar para a turma, cabendo ao professor sintetizar os

comentários;

- concentrada, ao final da exibição, quando o professor seleciona as

cenas mais marcantes e lança perguntas pessoais, oral/escritas, como o

que chama a atenção e o que dizem as cenas, que conseqüências e

aplicações estas tem para a vida pessoal e coletiva do indivíduo;

- funcional, quando o professor seleciona, antes da exibição, as tarefas a

serem desenvolvidas pelos alunos, como identificar os problemas

relatados e pesquisá-los, relatar as mudanças ocorridas ( inicial e final),

caracterizar os personagens e outras.

SUGESTÕES DE VÌDEOS

• Um Dia Depois de Amanhã:

Conteúdo Estruturante: Biodiversidade

Conteúdos Específicos: Equilíbrio e Desequilíbrio Ambiental (aquecimento global,

alterações climáticas, enchentes).

Resumo do filme: O climatologista Adrian Hall (Dennis Quaid) tenta salvar a Terra

que sofre de uma mudança climática repentina: Nova York é devastada pelo gelo,

tornados atingem Los Angeles, granizos assolam Tóquio e neva em Nova Déli, a

natureza se revolta contra os maus tratos advindos da humanidade ao longo dos

tempos.

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Diretor: Rolland Emmerich.

Gênero: ação.

Tempo: 124 min.

Distribuidora: Fox Film.

Sugestão de atividades: - discussão e análise dos impactos ambientais provocados

pela ação do homem;

- relatório do filme: relatar como agiria numa situação semelhante a relatada pelo

filme.

• Impacto Profundo

Conteúdos Específicos: Astronomia (astros: cometas e meteoros); avanços

científicos e tecnológicos, influências dos astros na vida da Terra.

Resumo: Um jovem, Leo Biederman (Elijah Wood) e sua namorada Sarah ( Leelee

Sobieski), observam os astros e descobrem um cometa. Aparentemente inofensivo a

princípio, cientistas descobrem que a Terra está rota do objeto, capaz de destruir

todo o planeta. Pelo mundo todo, pessoas são selecionadas para perpetuar nossa

espécie, enquanto cientistas procuram uma forma de salvar a Terra de uma

destruição completa.

Direção: Mimi Leder

Gênero: ação

Tempo: 120 min.

Sugestão de atividades: - comentários e discussões após exibição do vídeo;

- pesquisa sobre os avanços tecnológicos na conquista do espaço;

• O Óleo de Lorenzo

Conteúdo Estruturante: Manipulação Genética.

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Conteúdos Específicos: Biotecnologia, terapia gênica, heranças relacionadas ao

sexo, mapas cromossômicos, projeto genoma (decodificação dos genes), anomalias

cromossômicas e aconselhamento genético.

Resumo: Lorenzo é uma criança normal até os sete anos e de repente começa a ter

problemas motores e acessos de agressividade. Diagnosticado como portador de

uma doença rara, a ALD (Aleucodistrofia), os pais Augusto (Nick Nolte) e Michaela

Odone( Susan Sarandon) são alertados para sua morte dentro de um ou dois anos.

Inconformados, os pais recusam o prognóstico e passam a pesquisar sobre algo que

possam ajudar o filho.

Direção: George Miller (Mad Max).

Gênero: drama.

Tempo: 135 min.

Estúdio: Universal Pictures.

Sugestão de atividades: - pesquisa sobre o projeto genoma, anomalias

cromossômicas comuns na espécie humana ou biotecnologias aplicadas na

engenharia genética;

- construção de mapas cromossômicos;

- apresentação de seminário das pesquisas realizadas;

- discussão sobre a importância do aconselhamento genético na prevenção de

doenças.

• Epidemia

Conteúdo Estruturante: Organização dos Seres Vivos.

Conteúdos Específicos: classificação dos seres vivos, vírus e bactérias, doenças

viróticas e bacterianas, vacinação, biotecnologia.

Resumo: Um coronel médico do exército americano Sam Daniels (Dustin Hoffman),

chefe do departamento de pesquisas epidemiológicas, investiga uma nova doença

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contagiosa, que mata rapidamente. Numa pequena cidade, a população começa a

apresentar os mesmos sintomas da doença e é colocada pelo exército sob

quarentena. Quando o cientista do exército tenta ajudar a população, é

inexplicavelmente afastado do caso.

Direção: Wolfgang Petersen.

Gênero: suspense.

Tempo: 128 min.

Estúdio: Warner Bros.

Sugestão de atividades: - construção de tabelas sobre algumas doenças

provocadas por vírus e bactérias ( nome da doença, agente transmissor, sintomas ,

profilaxia);

- pesquisa sobre biotecnologia na produção de vacinas ou vírus e bactérias;

- desenhos esquemáticos de alguns vírus/bactérias.

EXPERIMENTAÇÃO: MANIPULAÇÂO, DEMONSTRAÇÃO OU

INVESTIGAÇÃO?

Para Delizoicov e Angotti,

as atividades experimentais devem ser garantidas de maneira a evitar que a relação teoria-prática seja transformada numa dicotomia. As experiências devem despertar em geral, um grande interesse nos alunos, além de propiciar uma situação de investigação. Quando planejadas levando em conta esses fatores, elas constituem momentos particularmente ricos no processo de ensino-aprendizagem (1994, p.22).

Assim, para as Diretrizes, ao utilizar-se dessas atividades como

estratégias de ensino, o professor mediador desenvolve “o interesse nos estudantes

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e cria situações de investigação para a formação de conceitos” ( 2007,p.41),

podendo ser ponto de partida para desenvolver a compreensão dos conceitos e da

relação com as idéias discutidas em aula, aproximando teoria e prática e permitindo

perceber-se as dúvidas dos alunos.

Neste sentido, o professor deve propor o trabalho experimental de

forma articulada a um conteúdo e constituir um estímulo à curiosidade e à

investigação experimental, não atrelada exclusivamente ao laboratório, à

comprovação de leis e teorias ou ilustrativas para as aulas teóricas.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES EXPERIMENTAIS

1. Classificando Frutos e Sementes

Conteúdo Estruturante: Biodiversidade.

Conteúdos Específicos: classificação dos seres vivos.

Enunciado: Sabe-se que os frutos são estruturas auxiliares no ciclo reprodutivo das

angiospermas que protegem as sementes e contribuem para sua disseminação.

Quando o fruto origina-se do ovário sem que ocorra a fecundação, este se chama

partenocárpio e não apresenta sementes, como a banana. Ao originar-se do

pericarpo, os frutos são classificados em carnosos ( com pericarpo suculento), como

a uva e laranja ou secos (pericarpo seco), como grão de milho e arroz. Os

pseudofrutos são suculentos e tem reservas nutritivas, mas se desenvolvem a partir

de estruturas e não do ovário, como é o caso do caju (simples), compostos

(morango) ou infrutescência (abacaxi).

Abordagem Pedagógica:

- solicitar que em grupos os alunos levem três diferentes exemplos de frutos;

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- distribuir lupas para os grupos, para que estes observem e listem as características

encontradas na observação dos exemplares;

- registro dos exemplares através de desenhos;

- com livros e textos de apóio, os alunos farão a etiquetação, classificando os frutos;

- realizar algum processo de dissecação de frutos ( ao sol ou em compotas);

- utilizando a técnica de parafina, confeccionar exemplares de frutos e sementes.

- exibição dos trabalhos.

Avaliação: cumprimento de todas as atividades propostas, verificar o entendimento

dos conceitos abordados.

2. Investigando a Ação dos Fungos sobre os Alimento s

Conteúdo Estruturante: Biodiversidade.

Conteúdos Específicos: Classificação de seres vivos (fungos).

Enunciado: Os fungos, popularmente conhecidos como bolores, mofos, leveduras,

cogumelos e orelha-de-pau, são organismos eucariontes que digerem a matéria

orgânica presente no meio, sob a ação de enzimas, absorvendo como alimento. A

Micologia é a ciência que estuda estes seres. Os fungos são empregados na

alimentação, na produção de bebidas e de medicamentos, atuando no ambiente

como decompositores ou parasitas de plantas e animais.

Abordagem Pedagógica:

- explanação do conteúdo sobre fungos;

- com os alunos construir uma tabela para investigação de um exemplar de fungo

sobre um alimento ( tomate, laranja, batatinha, mamão, pão, etc.). Exemplo de

tabela:

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Nome do Aluno (a): Série:

Início da Investigação: Término da Investigação:

Alimento Investigado:

Fungo Identificado:

Dias da semana: Ações observadas:

1º dia

2º dia

3º dia

4º dia

5º dia

7º dia

8º dia

9º dia

10º dia

- Após estudo, levar para sala a tabela preenchida, em grupos analisar os

resultados observados.

- Relacionar, dentre os alimentos investigados, o tempo de ação do fungo em

sua decomposição.

- Relatar as conclusões de sua observação.

- Pesquisar a ação dos fungos na saúde das pessoas.

Avaliação: participação e entrega das atividades propostas, apresentação de

fotos de desenvolvimento do processo de decomposição.

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TICs: SUAS POSSIBILIDADES E APLICABILIDADES, COMO F ERRAMENTAS

PEDAGÓGICAS

As TICs - Tecnologias da Informação e da Comunicação,

especialmente a Internet, ocupam um papel fundamental e importante em nossa

sociedade e, sem dúvida, democratizaram o acesso às informações, tanto das sérias

quanto das chamadas “lixos virtuais”, possibilitando o compartilhamento, a interação

e a construção de conhecimentos de forma dinâmica e atraente.

Para a implementação dessas tecnologias no ambiente escolar,

Valente (2005), considera dois aspectos relevantes: o domínio técnico e o

pedagógico dessas por parte do professor, para que sejam empregadas de forma

adequadas e nas mais diversas situações educacionais.

Portanto, o uso das tecnologias, como o computador e a Internet, em

ambiente escolar, favorecem a construção do conhecimento e permitem às escolas,

o uso de novas metodologias no processo ensino-aprendizagem e alencam diversas

empregabilidade dessas ferramentas, neste processo.

Assim, “tecnologia e conhecimento interagem-se para produzir novos

conhecimentos que permitem compreender as problemáticas atuais e desenvolver

projetos em busca de alternativas para a transformação do cotidiano e a construção

da cidadania” ( ALMEIDA, 2005, p.41).

Neste sentido, o desafio maior para o uso dessas ferramentas, reside

na superação da fragmentação dos conteúdos e na reprodução dos conhecimentos,

no intuito de buscar metodologias que promovam a autonomia, a reflexão, o senso

crítico, a criatividade e a busca do próprio conhecimento pelo aluno, bem como

apostar na utilização do computador e da Internet pelo professor, ampliando, assim,

sua empregabilidade didática em sala de aula e como meio de interação entre

alunos e professores.

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ALGUMAS INDICAÇÕES DE SITES DE PESQUISA

1. WWW.diaadiaeducacao.pr.gov.br - Página de biologia.

2. WWW.ppgte.cefetpr.br/revista ts/ Revista de Tecnologia e Sociedade.

3. WWW.fae.ufmg.br/abrapec/ Revista de pesquisa.

4. WWW.if.ufrgs.br/public/ensino/revista.htm Investigação no Ensino de

Ciências.

5. HTTP://cienciahoje.uol.com.br/ Ciência Hoje para Crianças.

6. WWW.on.br Observatório Nacional.

7. WWW.zenite.nu/ Astronomia no Zênite.

8. http://WWW.mast.br/sbhc/RSBHC19.htm Sociedade Brasileira de História da

Ciências.

9. HTTP://www.sbpcnet.org.br/site/home/ Sociedade Brasileira para o

Progresso da Ciência.

10. WWW.sxc.hu/ Site de imagens.

11. WWW.portacurtas.com.br Site de vídeos.

12. WWW.dominiopublico.gov.br Domínio Público (com imagens, testos, vídeos,

músicas).

13. WWW.pr.gov.br/sema Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

14. WWW.feiradeciencias.com.br Experimentos e Projetos para Feira de

Ciências.

15. WWW.cempre.org.br Site sobre Reciclagem.

16. WWW.tvcultura.com.br/aloescola Recursos educativos para professores e

estudantes.

ROTEIRO PARA UTILIZAÇÃO DE SITES DE PESQUISA

• Verificar e agendar previamente o laboratório de informática;

• Fazer a investigação dos sites que condizem com os conteúdos a serem

pesquisados pelos alunos (estão dentro da faixa etária de desenvolvimento destes,

são claros, não possibilitam links para outros contextos);

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• Instruir os alunos para acessar os sites;

• Após todos estarem conectados nos site indicado, orientar a pesquisa (textos,

imagens, vídeos);

• Após pesquisa, usar modelos de hipertextos (digitalizados) para construção

de novos textos, que serão as pesquisa escritas sobre os assuntos pesquisados;

• Os hipertextos construídos pelos alunos poderão ser disponibilizados num

banco de dados da escola para consultas de outros alunos, para a construção de

jornais escolares e panfletos educativos, bem como fonte para apresentação dos

temas em seminários.

• Utilizar os textos construídos e o computador como ferramenta para

montagem de slides para apresentação de trabalhos escolares.

REFERÊNCIAS

BEHRENS, Marilda A. Metodologia de projetos: o processo de aprender a a prender. IN:

TORRES, Patrícia Lupion (Org.). Algumas vias para entretecer o pensar e o agir. Curitiba.

SENAR-PR, 2007.

COLL, C. Desenvolvimento psicológico e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

DELIZOICOV, Demétrio; ANGUTTI, José A.P. Metodologia do ensino de ciências. São

Paulo: Cortez, 1994.

DEMO, P. Educar para a pesquisa. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 1996.

HERNANDEZ, F., VENTURA, M. A organização do currículo por projetos. Porto Alegre:

Artes Médicas, 1999.

KRASILCHIK, Myriam. O professor e o currículo de ciências. São Paulo: EPU: Editora da

Universidade de São Paulo, 1987.

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Paulo, 2004.

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Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 2004.

MORAN, José M. A educação que desejamos: novos desafios e como che gar lá.

Campinas: Papirus, 2007.

MORAN, José M. Aprendizagem Significativa. Disponível em www.eca.usp.br/prof/moran;

http://www.escola2000.org.br/comunique/entrevistas/ver-ent.aspx?id=47, acessada em

08/08/08.

MORAN, J. M. As mídias na educação. Disponível em: www.eca.usp.br/prof/moran/mídias-

educ.htm.

MOREIRA, Marco e MASINI, Elcie. Aprendizagem Significativa – A teoria de David

Ausubel. São Paulo: Editora Moraes, 1982.

SANTOS, Edméa O. A articulação dos saberes na EAD on-line: por uma r ede

interdisciplinar e interativa de conhecimentos em a mbientes virtuais de

aprendizagem. IN: SILVA, Marco (Org). Educação on-line. São Paulo. Loyola, 2003.

SARTORI, Ademilde. Mídia e Educação: linguagens, cultura e prática ped agógica. IN:

TORRES, Patrícia L. (Org.). Algumas vias para entretecer o pensar e o agir. Curitiba.

SENAR-PR, 2007.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - Diretrizes Curriculares de Biologia para a

Educação Básica. Curitiba, 2007.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – Diretrizes Curriculares de Ciências.

Curitiba, 2008.

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Revista diálogo educacional. Curitiba-Pr,, v.4, nº 12, 2004, p.93-109.

TORRES, Patrícia Lupion (org). Algumas vias para entretecer o pensar e o agir. Curitiba.

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VALENTE, José Armando. Pesquisa, comunicação e aprendizagem com o computad or:

o papel do computador no processo ensino-aprendizag em. IN: ALMEIDA, Maria

Elizabeth; MORAN, José M. (Org.). Integração das tecnologias na educação. Secretaria

de Educação a Distância. Brasília: MEC, SEED, 2005.

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UNIDADE 3: EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO LOCAL

“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu.”

(Rubem Alves)

Maria do Socorro Ferreira de Moraes [email protected] CEEP Newton Freire Maia – Pinhais – PR INTRODUÇÃO

De acordo com a lei 9.795/99, “entende-se por Educação Ambiental os

processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,

conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação

do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida

e sua sustentabilidade.” Ampliando a maneira de perceber a Educação Ambiental,

podemos dizer que se trata de uma prática de educação para a sustentabilidade.

Um dos princípios da Educação para Sociedades Sustentáveis e

Responsabilidade Global coloca que “A Educação Ambiental é individual e coletiva.

Tem o propósito de formar cidadãos com consciência local e planetária, que

respeitem a autodeterminação dos povos e a soberania das nações.” Seguindo este

princípio, a Agenda 21 deixa clara a preocupação com o impacto ambiental de

diferentes estilos de vida e padrões de consumo: “enquanto a pobreza tem como

resultado determinados tipos de pressão ambiental as principais causas da

deterioração ininterrupta do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis

de consumo e produção especialmente nos países industrializados. Motivo de séria

preocupação, tais padrões de consumo e produção provocam o agravamento da

pobreza e dos desequilíbrios”.

As atividades propostas aqui visam o reconhecimento dos espaços onde

estamos inseridos, sejam eles a escola, nossa casa ou nosso bairro.

A análise deve contemplar a interação entre o ambiente natural e o

ambiente urbano, alterado pelo homem.

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O tema central é a Biodiversidade, portanto, devem-se analisar as

adaptações que o homem e os demais seres vivos acabam sofrendo em ambientes

alterados pela ação humana.

Antes da existência do homem, a Terra possuía uma cobertura vegetal

bastante diversificada e abundante dentro de suas características espaciais e

geográficas. A diversidade de seres vivos e suas adaptações e atividades

contribuíram para o processo evolutivo não apenas dos elementos bióticos, mas

também para o elementos abióticos que interagem no planeta. Devemos considerar

o dinamismo do universo, assim como o da própria Terra. Portanto, alterações ou

mudanças ambientais ocorreram e ocorre independente da existência do homem. O

que deve ser levantado é que há um período de reorganização do próprio planeta

que ocorre de forma natural. Os próprios indivíduos controlam as suas populações.

O homem, no entanto, dispondo de inteligência consegue o controle sobre os

aspectos naturais que o coloca como parte do meio ambiente. Portanto, a população

humana tende a aumentar numa velocidade que é destrutiva para o meio, já que a

sua recuperação não acompanha a velocidade predatória da atividade humana.

A presente unidade tem por objetivo inserir a Educação Ambiental a

partir do contexto local, propondo atividades que possam ser desenvolvidas de

modo a evidenciar as alterações ecológicas causadas pela presença dos diversos

sujeitos que convivem num mesmo ambiente. A escolha desta temática justifica-se

pela necessidade em sensibilizar as pessoas envolvidas no processo educacional

para as questões ambientais verificando que cada uma tem sua responsabilidade

neste processo e no meio ambiente, interferindo de maneira efetiva no mesmo.

A sociedade precisa assumir sua responsabilidade sobre as questões

ambientais entendendo que sua participação está relacionada à melhoria da

qualidade de vida. Assim sendo, a Educação Ambiental deve ser encarada como um

processo imprescindível e contínuo.

Cabe lembrar também que um dos papéis mais importantes da escola,

do ponto de vista da Educação Ambiental, é que ela contribua para que os

educandos vivenciem valores e não apenas os aceite e os aprenda.

A Educação Ambiental deve ocorrer de forma a sensibilizar e

conscientizar o homem dentro do seu próprio meio, no local onde está considerando

a construção histórica tanto deste homem quanto do meio onde se insere. “A

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educação ambiental é um exercício para a participação comunitária e não

individualista” (Marcos Reigota, 1996).

É necessário conhecer e compreender as relações que estabelecemos

no ambiente urbano para que possamos perceber as pressões ambientais que

geramos a partir dele. A análise e a observação nestes ambientes são necessárias

para ampliar a percepção a respeito das mudanças de atitude necessárias para que

possamos atingir a sustentabilidade.

O processo educativo tem papel importante na visão de mundo que o

indivíduo constrói. Tal processo tem que ser vivenciado. Não se pode alcançar a

plenitude da consciência analítica e crítica apenas com teorias. A prática no sentido

de observar e sentir como as coisas acontecem é essencial.

Trabalhar com Educação Ambiental não é tarefa fácil, visto que ela

requer mudanças na nossa forma de pensar e agir, em nossos hábitos e atitudes.

Como mudar hábitos, atitudes e pensamentos já enraizados? A sensibilização

através da análise, da percepção e reflexão pode ser o caminho. Nesse sentido, a

escola deve parar de se preocupar superficialmente com as questões que estão no

seu cotidiano e começar a realizar o seu papel transformador. Os projetos no campo

da Educação Ambiental - bem como em outras áreas - devem ser contínuos e

permanentes e não apenas pontuais, como uma atividade que faz parte do processo

de avaliação. Devem ser encarados como projeto de vida - individual e coletivo –

para que possamos viver com qualidade e não apenas sobreviver.

BIODIVERSIDADE

Há na natureza vários tipos de ambientes ocupados por seres vivos

distintos e diversos, com suas adaptações e peculiaridades. A esta variedade de

seres vivos e seus ambientes damos o nome de biodiversidade. No entanto, numa

análise mais profunda, o conceito de biodiversidade não pode ser restrito apenas a

quantidade de seres vivos diversificados que coexistem num determinado ambiente.

Cada espécie difere na forma com que suas adaptações definem seu lugar no

ecossistema. A biodiversidade resulta das variações genéticas ou evolução. Como a

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variabilidade genética é crucial para a resposta evolutiva das populações às

mudanças do ambiente, a diversidade genética entre as espécies e dentro delas é

um fator importante da biodiversidade. Além disso, a biodiversidade tem um

componente geográfico. Algumas regiões como as florestas tropicais, abrigam

números diferentes de espécies. Outras regiões abrigam espécies que só ocorrem

nelas, as chamadas espécies endêmicas. Portanto, a destruição de habitats, a caça,

a introdução de espécies exóticas (espécies que não pertencem àquela região)

resultam numa perda irreparável da biodiversidade.

O conjunto de organismos com seus ambientes físicos e químicos

formam um ecossistema. Ao longo de suas vidas, os organismos transformam

energia e processam materiais. Adquirem para isso energia e nutrientes do ambiente

onde habitam deixando ali seus dejetos. Com essas atividades, os organismos

acabam modificando as condições ambientais e os recursos disponíveis para outros

indivíduos contribuindo para o fluxo de energia e a ciclagem da matéria no ambiente

natural.

Considerado por alguns como uma máquina termodinâmica gigante

que dissipa energia continuamente na forma de calor, os ecossistemas são

importantes na manutenção da biodiversidade, garantindo a sobrevivência e

perpetuação das espécies. A perda de identidade do ambiente proporciona débito

de diversidade biológica.

Capra descreve:

... podemos aprender valiosas lições extraídas do estudo dos ecossistemas, que são comunidades sustentáveis de plantas, de animais e de microorganismos. Precisamos nos tornar ecologicamente alfabetizados, ou seja, entender os princípios de organização dos ecossistemas e usar esses princípios para criar comunidades humanas sustentáveis. (CAPRA, 1996)

As ações antrópicas não fundamentadas em princípios de

sustentabilidade destroem florestas e campos abrindo espaço para agricultura

(principalmente a monocultura), aumentando a produção em função da demanda

exigida pelo rápido crescimento da população. A diversidade destes ambientes está

ameaçada, bem como o equilíbrio de toda a cadeia que deles dependem.

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Muitas são as causas que induzem a pressão Antrópica sobre os

ecossistemas naturais. O quadro que segue mostra algumas dessas interações e

suas possíveis conseqüências:

Tipos de Ecossistema

Ecossistemas Pressões Antrópicas

(efeito sobre os ecossistemas)

Causas da pressão

Agro- ecossistemas - Conversão e fragmentação das terras agrícolas para usos urbanos e industriais

- Poluição das águas por lixiviação de nutrientes

- Escassez de água provocada pela irrigação

- Degradação do solo pela erosão, excesso de cultivo e depleção de nutrientes

-Crescimento da população

-Aumento da demanda por comida e bens industriais.

- Urbanização

- Políticas governamentais subsidiando a agricultura

- Pobreza e manejo inadequado do ecossistema

- Mudança de clima global

Ecossistemas litorâneos

- Pesca excessiva dos estoques

- Conversão das áreas alagadas e de outros habitats litorâneos

- Poluição das águas de fontes agrícolas e industriais

- Destruição de dunas, recifes e restingas

- Invasão de espécies estrangeiras

- Potencial aumento do nível do mar

- Crescimento da população

- Aumento da demanda por comida e turismo litorâneo

- Urbanização e lazer

- Subsídios governamentais para pesca

- Informação inadequada sobre os estoques dos recursos marinhos

- Pobreza e manejo inadequado do ecossistema

- Políticas de usos da terra não coordenadas

- Mudanças de clima global

Ecossistemas florestais

- Conversão e fragmentação das terras florestas para usos urbanos e industriais

- Desflorestamento causando perda da biodiversidade, liberação de carbono estocado, poluição da água e doa ar

- Chuva ácida pela poluição industrial

- Crescimento da população

- Aumento da demanda por madeira e outras fibras

- Subsídios governamentais para extração de madeira

- Valoração inadequada dos custos da

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- Invasão de espécies estrangeiras

- Uso excessivo de água para fins agrícolas, urbanos e industriais

poluição industrial do ar

- pobreza e manejo inadequado do ecossistema

Ecossistemas de água doce

- Uso excessivo de água para fins agrícolas, urbanos e industriais

- Pesca excessiva dos estoques

- Construção de represas para irrigação, hidroelétrica e controle de vazão

- Poluição das águas de fontes agrícolas, urbanas e industriais

- Invasão de espécies estrangeiras

- Crescimento da população

- Escassez de água e distribuição geográfica desigual

- Subsídios governamentais para o uso da água

- Pobreza e manejo inadequado do ecossistema

- demanda crescente por hidroeletricidade

Ecossistemas de campos naturais

- Conversão e fragmentação dos campos naturais para usos agrícolas e urbanos

- Queimadas induzidas, resultando em perda de biodiversidade, liberação de carbono estocado e poluição do ar

- degradação do solo e poluição das águas pelo gado

- Crescimento da população

- Demanda crescente por produtos agrícolas, especialmente carne

- Informação inadequada sobre esses ecossistemas

- Pobreza e manejo inadequado do ecossistema

- Ecossistema frágil (acesso e transformação facilitados)

Fonte: WRI, 2001 – retirado de Phillipi Jr, 2004.

ATIVIDADE: Ecossistema Regional

a. Consultar na biblioteca ou pela internet as características dos

ecossistemas ou biomas terrestres e brasileiros.

b. Solicitar ao aluno uma investigação sobre os aspectos naturais da

região onde mora ou onde se localiza a escola. As questões a seguir

podem ajudar nesta tarefa:

• Qual é o ecossistema predominante na região onde está a

escola? A qual bioma terrestre ele pertence? Que características

você observa nesse ecossistema?

• Antes da chegada do homem e ocupação da área como era a

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vegetação nativa?

• Que mudanças ocorreram na paisagem neste período de

ocupação e exploração humana?

• Que atividade antrópica promoveu essa mudança? (agricultura,

pecuária, exploração da madeira, crescimento urbano, exploração

de minérios, etc.). Houve benefícios? Quais?

• Quais os impactos causados sobre o meio ambiente?

• Organize uma tabela para registrar suas observações.

ANÁLISE ECOSSISTÊMICA URBANA

Os seres humanos criaram o seu próprio ecossistema ao urbanizarem

os ecossistemas naturais e talvez por isso, não nos sentimos parte do meio

ambiente e temos a prática de dominar e explorar o mesmo como se ali estivesse

para nos servir, nos fornecer recursos. É essa a lógica do sistema capitalista:

desenvolvimento significa industrialização, exploração dos recursos naturais,

construções de cidades e rodovias, bem como a comercialização de produtos que

provêm do ambiente. Isso tudo tem o seu preço: poluição e exclusão.

De acordo com Dias (2006), “do ponto de vista ecológico, os

ecossistemas urbanos são considerados parasitas do ambiente rural e de outros

ambientes (...) não sobrevivem uma semana sem a entrada dos recursos naturais

dos quais dependem”.

É necessário analisar o meio urbano no qual estamos inseridos,

observá-lo, para compreendermos que as atividades que ali mantemos através de

nossos hábitos de consumo, exercem forte pressão sobre esse ambiente e os

demais dos quais necessitamos.

Os ecossistemas onde vive o Homo sapiens foram sendo

progressivamente modificados, paralelamente à evolução humana. Na medida em

que nossa a espécie se diferenciou das demais por sua capacidade adaptativa e

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inteligência, intensificaram-se os problemas ambientais, isto é, iniciou-se um

problema de degradação da biosfera. Isso ocorre porque a inteligência humana por

si só não é uma garantia de sobrevivência das espécies vivas (nem mesmo da

nossa própria espécie), visto que esta inteligência não está comprometida com a

manutenção da vida sobre a Terra.

Tudo começou no processo de humanização, a cerca de 1.000.000 de

anos atrás. Estes primeiros ancestrais humanóides não prejudicaram a natureza,

pois viveram em condições de igualdade adaptativa com outras espécies animais.

Mas o grupo dos hominídeos evolui devido a, principalmente, seu caráter social.

Durante um processo chamado humanização.

Capra (1996) descreve que:

“à medida que a diversidade e a riqueza das nossas relações humanas aumentavam, nossa humanidade – nossa linguagem, nossa arte, nosso pensamento e nossa cultura – se desenvolviam. Ao mesmo tempo, desenvolvemos a capacidade do pensamento abstrato, a capacidade de criar um mundo interior de conceitos, de objetos e de imagens de nós mesmos. Gradualmente, à medida que esse mundo interior se tornava cada vez mais diversificado e complexo, começamos a perder contato com a natureza e a nos transformar em personalidades cada vez mais fragmentadas”.

O homem dominou seu entorno de tal forma que os elementos naturais

foram transformados de acordo com a sua necessidade (utensílios de pedra,

madeira, ossos, etc.). Mais tarde, iniciaram processos de modificação das paisagens

naturais (apropriação de técnicas rústicas de plantio, de domesticação de animais,

construção de aldeias, etc.). Com o passar do tempo, chegamos ao atual momento

da História Contemporânea, quando o homem já visitou a Lua, planeja viajar para

Marte, começa a dominar as tecnologias de modificação e criação de novas

espécies vivas, com o uso da Engenharia Genética e encontra-se no auge das Artes

e Ciências...

Entretanto, o homem caminha por uma vereda muito estreita e

perigosa: a da extinção (própria e de outras tantas espécies). O limite entre o nosso

progresso e a nossa destruição é muito tênue. Ao que se sabe uma única espécie é

capaz de uma ação tão globalizada e tão nociva: o Homo sapiens. De acordo com

Capra, “Dentre todas as espécies, somos a única que mata seus semelhantes em

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nome da religião, do mercado livre, do patriotismo e de outras idéias abstratas”. Por

outro lado, a satisfação das necessidades deste animal racional e social implica em

cuidados especiais, principalmente com o seu habitat: as cidades. É devido a esta

problemática que surge, na atualidade, este ramo das Ciências Ambientais chamado

de Análise Ecossistêmica Urbana, que tem por objetivo estudar minuciosamente os

ecossistemas urbanos, para viabilizar o desenvolvimento sustentável (entendido

como aquele que se mantém em um nível constante, sem a necessidade de

crescente exploração dos recursos naturais). É claro que isto implica em uma série

de medidas como, por exemplo, a reciclagem do lixo, o uso racional dos meios de

transporte, o planejamento urbano, o controle da natalidade, a otimização da

produção de alimentos em áreas definidas, o zoneamento municipal, o

desenvolvimento da pesquisa em direção aos produtos biodegradáveis, atóxicos e

não poluentes sob nenhuma forma, mudanças e cumprimento da legislação de

proteção ambiental, a prática dos Direitos Humanos da Educação Ambiental.

ATIVIDADE: Indicadores de Qualidade Ambiental

Veremos como se efetua um levantamento superficial de condições

ambientais num determinado espaço definido. Para isso, utilizamos indicadores de

qualidade ambiental que são elementos do meio que indicam a condição em que

este se encontra, como habitat de seres vivos. Podem ser positivos – os que indicam

boa qualidade ambiental – ou negativos – indicam má qualidade ambiental. Além dos

fatores qualitativos, deve-se também levar em conta fatores quantitativos, por

exemplo: a presença de liquens no ambiente por si só não é indicador de qualidade

ambiental positiva ou negativa, pois isto dependerá da quantidade em que estes se

encontram em um determinado ambiente.

Exemplos de indicadores de qualidade ambiental humana nos

ecossistemas urbanos:

• Nível de ruído: baixo, razoável, incômodo, excessivo

• Luminosidade: fraca, adequada, excessiva

• Trânsito de veículos automotores: tranquilo e silencioso, moderado, violento,

poluidor sonoro, poluidor atmosférico

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• Arborização: existência e estado da arborização nas ruas e nos jardins das

casas; existência de plantas nativas e/ou exóticas

• Temperatura

• Calçamento: condições e adequações

• Lazer: áreas e condições

• Depredação: pichação, dano, lixo e dejetos de toda natureza

• Diversidade de fauna e de flora

• Condições sócio-econômicas

• Qualidade do ar

• Iluminação pública: insuficiente, adequada, excessiva

• Condicionamento de lixo: natureza da embalagem e existência de locais

apropriados

• Saneamento básico: água e esgoto

• Densidade demográfica: baixa, tolerável, excessiva

• Serviço de saúde: postos, hospitais

• Atividades humanas: comércio, indústrias, residências

1º PROCEDIMENTO:

• Organizar equipes e propor para cada uma o local onde farão a análise da

qualidade ambiental.

• Utilizando os indicadores sugeridos, fazer uma rápida análise ecossistêmica

urbana no entorno do colégio. Organizar uma tabela com os indicadores

relacionados anteriormente para as anotações. Podem-se incluir também

outros parâmetros que a equipe julgar importantes.

• Determinar um tempo de uma a duas aulas, por exemplo, para o

levantamento das condições da região visitada.

• Retornando a sala cada equipe fará uma breve exposição da coleta de dados

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realizada em cada local.

2º PROCEDIMENTO: medir a qualidade do ar

• Passar uma fina camada de vaselina incolor em uma lâmina e uma gota de

óleo de cozinha espalhada em outra lâmina. Observá-las ao microscópio

estereoscópico ou com uma lupa. Desenhar o que observam.

• Expor as lâminas por uma hora em locais previamente escolhidos;

• Com um microscópio estereoscópico (ou uma lupa) observar cuidadosamente

determinando certa área na superfície da lâmina. Faça um desenho que

represente a quantidade de partículas encontradas nesta área.

• Responda:

a) O que foi levantado pelo grupo, como aspectos positivos, em relação à

qualidade ambiental do local observado?

b) Quais os fatores negativos que foram registrados no local, no que se

refere à qualidade ambiental?

c) A equipe utilizou outros indicadores de qualidade ambiental além dos

sugeridos na atividade? Especifique o(s) parâmetro(s) utilizado(s) e

justifique a escolha do(s) mesmo(s).

d) Qual o fator negativo de maior impacto para as pessoas que trabalham,

transitam, estudam ou moram no local?

e) A partir do observado no local, evidencia-se que houve preocupação com

a qualidade ambiental no projeto de construção ou não? Explique:

f) O que pode ser feito para melhorar a qualidade ambiental no local

analisado?

g) Compare os resultados das lâminas colocadas em áreas diferentes, o que

se observa de importante quanto à qualidade do ar nestas áreas?

h) A que se devem, na opinião do grupo, estas diferenças? Discuta.

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AGENDA 21 NA ESCOLA

As discussões a respeito das questões ambientais vêm tomando uma

proporção cada vez maior nas últimas décadas. A Educação Ambiental chega como

uma proposta para encontrarmos uma nova ética para nossa relação com a

natureza da qual somos partes integrantes. Agir positivamente sobre a nossa

realidade requer análise e reflexão sobre nosso próprio comportamento, nossos

hábitos e atitudes

Neste contexto, a Educação Ambiental é a Educação em si, não

qualquer Educação, mas aquela que é praticada por educadores comprometidos

com a transformação dessa realidade e que tenham como pressupostos teóricos: a

visão holística e crítica da realidade, a interdisciplinaridade, a participação e o

caráter político permanente.

Sato (2004) descreve que “A Educação Ambiental, assim como a

própria Educação, ainda continua caminhando lentamente no processo de efetivar

mudanças nas atitudes e comportamentos humanos em relação ao ambiente.”

Quando se fala em comportamento humano e ambiente, devemos lembrar que esse

ambiente não tem dimensão apenas natural e/ou paisagística, mas também social,

cultural, econômica e política.

A Agenda 21 é um plano de ação aprovado na Conferência das

Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, realizada no

Rio de Janeiro. Na Agenda 21 estão definidos os compromissos que 179 países que

assinaram e assumiram de construir um novo modelo de desenvolvimento que

resulte em melhor qualidade de vida para a humanidade e que seja econômica,

social e ambientalmente sustentável.

Desde 2002, nosso país tem uma Agenda 21 Brasileira, feita com a

participação de milhares de pessoas.

A construção de uma Agenda 21 Escolar (A21E), nos ajuda a eleger

compromissos que possam ser cumpridos e que se estendam pela comunidade

escolar, extrapolando os portões da escola.

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A A21E deve ter a participação de estudantes, professores,

funcionários, diretores, comunidade. A formação de um grupo bem organizado deve

contribuir para um dia-a-dia participativo, democrático, animado e saudável na

escola. Um grupo unido, com seu próprio jeito de caminhar, onde os integrantes

possam sentir-se protagonistas de sua própria história.

ETAPAS PARA CONSTRUÇÃO DA AGENDA 21 NA ESCOLA

1. MOTIVAÇÃO E REFLEXÃO: sugestões

• Criação de um grupo mobilizador: para que a idéia da A21E se torne prática, será

necessária a organização de um grupo de pessoas sensibilizadas pela causa. O

grupo deve ser unido, com autonomia e identidade própria, onde os integrantes

tenham uma visão de como funciona, o ritmo e a vocação de sua escola ou

comunidade. Para que a mobilização seja possível, as questões que envolvem a

relação homem-ambiente-sociedade, em todas as suas dimensões, devem fazer

parte da vida das pessoas do grupo; devem ser significativas para elas. Algumas

dicas para formar o grupo:

1. Descobrir pessoas-chave que gostam de ajudar.

2. Identificar voluntários que trabalham em atividades na escola e na

comunidade.

3. Observar os professores criativos que movimentam a rotina da escola.

4. Verificar em reuniões, comunitárias e/ou escolares, quem participa e

contribui com idéias e ações significativas e não apenas pontuais.

5. Conhecer e aproveitar a rede de relacionamentos sociais da comunidade e

da escola, como associação de moradores, grêmio estudantil, grupo de

jovens, APMF e Conselho Escolar.

6. Após identificar as pessoas que possuem liderança, fazer contato e

convidá-las para a formação do grupo mobilizador. Sugerir ao grupo que a

idéia é mobilizar o maior número de pessoas que fazem parte da

comunidade escolar.

• Convidar a comunidade escolar para apresentar a necessidade de criação e

implementação de uma A21E.

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• Promover atividades como gincanas, cinema participativo, oficinas temáticas

(aproveitamento de alimentos, criação de material decorativo com utilização de

pets, energias alternativas,...) para sensibilização da comunidade às questões

ambientais.

• Promover palestras com especialistas nas questões que envolvem os problemas

sociais, econômicos, culturais e ambientais e que fazem parte das atividades da

agenda 21.

Sugestões de Atividades para Mobilização

a. Que escola desejamos – do que precisamos ( compr omisso, atitude,

solidariedade, visão holística)

Para criar A21E (Agenda 21 Escolar) podemos realizar a Árvore dos Sonhos.

Uma árvore grande pode ser desenhada na lousa ou recortada em cartolina.

As pessoas devem se reunir em pequenos grupos para responder a uma

pergunta:

• Como é a escola dos nossos sonhos?

• Como é a comunidade dos nossos sonhos?

• Cada grupo escreve os seus sonhos num papel em forma de folha e

prega na Árvore dos Sonhos. A negociação coletiva dos sonhos vai

mostrar quais são os objetivos da A21E .

b. Levantamento dos problemas e fragilidades – por onde começar

• Quais são os problemas que dificultam chegarmos aos nossos sonhos?

Cada grupo debate, escolhe e escreve um problema. Depois de

examinarem todas as dificuldades, os participantes da oficina escolhem

quais desejam ver resolvidas em primeiro, em segundo e em terceiro

lugar.

c. Jornal mural – informações levantadas

• Como esses problemas surgiram?

• Como era a escola e a comunidade antes?

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• As pessoas mais velhas podem contar como as coisas eram

antigamente. Coletar fotos, desenhos, filmes e outras informações

sobre o passado ajuda a compor essa memória. Mas é preciso também

conhecer a situação atual. Novamente, vale à pena reunir todo tipo de

informação e de documentos. Que experiências interessantes já

aconteceram por aqui? Toda a documentação coletada pode virar um

Jornal Mural que vai facilitar a divulgação e a compreensão da situação

local.

d. Parcerias

• É muito importante identificar quem pode ser nosso parceiro: prefeitura,

órgãos governamentais ligados ao Meio Ambiente, ONGs,

representantes do comércio, indústrias, etc.

2. CRIAÇÃO DO FÓRUM PERMANENTE DE DISCUSSÕES

• Realizar reuniões ordinárias bimestrais para a discussão e análise das ações

propostas. E excepcionalmente, reuniões extraordinárias quando o assunto

requerer urgência. Tais reuniões devem ser dinâmicas e eficazes, para que as

pessoas sintam vontade de voltar outras vezes.

• Eleger os membros que vão compor o fórum: presidente, secretário, relator,

representantes dos pais, alunos, equipe pedagógica, professores,

funcionários, representantes das comunidades e do município onde está

localizada a escola. Propor a realização de um regimento próprio do fórum.

• Todas as discussões deverão ser registradas em ata, podendo-se também

criar registros com fotos e vídeos como um histórico dos encontros

promovidos.

• Criar câmaras temáticas conforme as necessidades sentidas e específicas de

determinados assuntos.

3. DIAGNÓSTICO

Os itens abaixo ajudarão no levantamento das condições da escola.

Muitas dessas questões, no entanto, podem ser encontradas no Projeto Político

Pedagógico construído com a participação da comunidade escolar.

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a. Contexto da região

b. Estrutura da escola

c. Entorno

4. PLANO DE AÇÃO

Esta parte da Agenda 21 vai ajudar o grupo a tomar uma atitude para

transformar a sua situação atual e chegar aos sonhos. Para isso, é preciso

responder a novas perguntas:

• Quais ações devem ser realizadas?

• O que será necessário para realizá-las?

• Quando cada ação será realizada?

• Quem se responsabiliza por elas?

• Como avaliar se o grupo conseguiu realizar o que planejou?

Planejamento das atividades

• Ação : Significa aquilo que deve ser feito para realizar a meta

• Materiais e custos: É preciso lembrar de todo material e mão-de-obra

necessários para realizar determinada ação. Cada produto e serviço tem um

custo.

• Prazo: Quando cada ação deve ser realizada?

• Responsáveis: Quem faz o quê? É preciso que cada grupo ou pessoa se

responsabilize pela ação.

• Como avaliar: Um plano de ação é como um mapa de orientação. Ele, às

vezes, pode demorar para ser construído, mas se for cuidadoso e completo

pode evitar muita dor de cabeça. Vale lembrar que os planos existem para

serem executados. Portanto, é importante acompanhar e avaliar a realização

de todos os passos, perguntando sempre se os sonhos da Árvore dos Sonhos

(proposta da etapa 1) estão sendo alcançados.

Sugestões de ações

a. Eventos temáticos e informativos: Promover constantes discussões através de

palestras, seminários sobre as questões ambientais levantadas no

diagnóstico.

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b. Formação de grupo de estudos com a participação de representantes da

comunidade escolar.

c. Realizar cursos que envolvam a comunidade nas questões sócio-ambientais

cujas produções sejam aplicadas no contexto escolar servindo como exemplo

para a comunidade.

d. Atividades culturais: grupo de teatro itinerante, escultores, poetas, para

desenvolver peças de comunicação como placas indicativas, murais,

atividades culturais, que servem para veicular melhor a proposta da agenda

21.

e. Adotar um ou mais temas geradores como prioridades dentro da agenda 21

escolar.

5. AVALIAÇÃO/ACOMPANHAMENTO

Avaliar um processo de mobilização e ação ajuda a reconhecer as

mudanças ocorridas no desenvolvimento do trabalho: nas pessoas, no ambiente, na

escola, na comunidade e na causa escolhida. O grupo escolhe coisas que possam

ser avaliadas e que indiquem se está conseguindo ou não realizar a ação. Esse é o

momento de recuperar os objetivos e os resultados esperados através de:

Coleta de informações: Por meio de questionários, entrevista pessoal

ou por telefone, identificação de reações das pessoas, anotações no diário, registros

fotográficos entre outros.

• Análise e interpretação: Identificando, nos materiais coletados, o que foi

aprendido, as recomendações e ações que precisam ser corrigidas ou

implementadas.

• Utilização de resultados: Compartilhando-os continuamente na escola, na

comunidade e na mídia, usando o que foi aprendido para orientar as novas

ações.

• Perguntas-chave:

o Fizemos o que dissemos que iríamos fazer?

o O que aprendemos com o que deu certo e com o que deu errado?

o Que diferença fez esta mobilização em nossa escola ou em nossa

comunidade?

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o Como utilizar o que descobrimos, por meio da avaliação, para melhorar

nossa ação.

• Todas as informações, juntamente com as peças visuais, os registros

fotográficos e as anotações feitas em ata, são ferramentas para construir um

Dossiê da Agenda 21 Escolar, e mostrar para as outras pessoas como estão

as ações desempenhadas pelo grupo para a melhoria da qualidade de vida

dentro e fora da escola.

Tendo em vista que a Agenda 21 é ainda desconhecida pela maioria da

comunidade escolar sugerimos que, junto com o trabalho de elaboração da agenda

21 escolar, haja a discussão dos princípios da Carta da Terra, a saber: o respeito e a

manutenção de todas as formas de vida; a integridade ecológica; a justiça social e

econômica; e a paz, a democracia e a não-violência.

De acordo com Sato (2004), é importante, para se organizar um projeto

de Educação Ambiental (EA) junto com uma agenda 21, “conhecer as

representações dos indivíduos ou dos grupos sociais sobre o ‘ambiente’, pois,

dependendo do que aceitamos como ambiente, nossas representações poderão

direcionar nossas práticas pedagógicas da EA.”

Sauvé et al. (2000) classificam as representações ambientais em sete

categorias: como natureza; como recurso; como problema; como sistema; como

meio de vida; como biosfera; e como projeto de vida.

A tabela a seguir é uma síntese de cada representação traduzida e

modificado de Sauvé et al. (2000) por Sato (2004). Tais representações podem

auxiliar na identificação do ambiente, das ações antrópicas sobre ele e nas

estratégias para amenizar os impactos causados pela nossa presença.

Representações Palavras-chave Problema identificado

Objetivos da EA Exemplos de estratégias

Natureza que devemos apreciar e

respeitar

Preservação, árvores, animais,

natureza

Ser humano dissociado da

natureza (mero observador)

Renovação do laços com a

natureza, tornando-nos parte dela e desenvolvendo a

sensibilidade para o pertencimento

Imersão na natureza

“aclimatização”* processos de

“admiração” pelo meio natural

Recursos que devemos gestionar

Água, resíduos sólidos, energia, biodiversidade

Ser humano usando os recursos naturais

de uma forma irracional

Manejo e gestão ambiental para um futuro sustentável

Campanhas, economia de energia,

reciclagem do lixo interface com a

Agenda 21

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Problemas que devemos solucionar

Contaminação, queimadas,

destruição, danos ambientais

Ser humano tem efeito negativo no ambiente e a vida está ameaçada

Desenvolver competências e

ações para a resolução dos

problemas por meio de comportamentos

responsáveis

Resolução de problemas, estudos

de caso

Sistema que devemos

compreender para as tomadas de decisão

Ecossistema, desequilíbrio

ecológico, relações ecológicas

Ser humano percebe o sistema

fragmentado, negligenciando uma

visão global

Desenvolver pensamento

sistêmico (ambiente como um grande sistema) para as

tomadas de decisões

Análise das situações,

modelagem, exercícios para validação dos

conhecimentos e busca de decisões

Meio de vida que devemos conhecer e

organizar

Tudo que nos rodeia, “oikos”, lugar de

trabalho e estudos, vida cotidiana

Seres humanos são habitantes do

ambiente sem o sentido de

pertencimento

Redescobrir os próprios meios de

vida, despertando o sentido de

pertencimento

Itinerários de interpretação, trilhas

da vida e estudos sobre o entorno

Biosfera que vivemos juntos em longo prazo

Planeta Terra, ambiente global,

cidadania planetária, visão espacial

Ser humano não é solidário e a cultura

ocidental não reconhece a relação

do ser humano com a Terra

Desenvolver uma visão global do

ambiente, considerando as

inter-relações local e global, entre o

passado, presente e futuro por intermédio

do pensamento cósmico

Valorização e utilização das

narrativas e lendas das comunidades

autóctones, discussões globais,

enfoques da Carta da Terra

Projeto comunitário com

comprometimento

Responsabilidade, projeto político, transformações,

emancipação

Ser humano é individualista e falta

compromissos políticos com sua

própria comunidade

Desenvolver a práxis, a reflexão e a ação, por intermédio do espírito crítico e

valorando o exercício da democracia e do

trabalho coletivo

Fórum ambiental com a comunidade,

pesquisa-ação e pedagogia de

projetos

*aclimatização: método de Educação Ambiental que gera oportunidades para os alunos observarem e obterem mais informações sobre o ambiente, associando emoções e pensamento crítico.

CONSUMO E PRODUÇÃO DE RESÍDUOS

O ritmo cada vez mais acelerado da produção de bens de consumo

mostra que a ação humana no ambiente é altamente predatória. Chega a ser

contraditório falar em proteção ambiental num sistema capitalista, visto que ele

próprio é danoso ao ambiente. Ajudado em grande parte pelos meios de

comunicação de massa (jornais, televisão, rádio), o mercado do capital cria

necessidades de consumo na população, incentiva a troca do produto velho pelo

novo, coloca à venda cada vez mais produtos de alta tecnologia (que demandam

grandes quantidades de energia na sua fabricação), porém de pouca durabilidade e

que se tornam obsoletos em pouco tempo. O que se torna descartável

inevitavelmente vira lixo. Até quando a natureza vai suportar o lixo gerado por tanto

consumo.

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É muito difícil lutar contra um sistema tão poderoso formado pela união

dos meios de comunicação e das indústrias que dizem estar a favor do

desenvolvimento e prosperidade do povo e de seu país.

A sociedade de consumo impõe seus valores quando cria

necessidades de “ter” e “ser”. Tal sociedade só interessa aos donos e presidentes

das grandes corporações ou diretores das grandes instituições financeiras mundiais.

Esta elite consome produtos exclusivos e não fabricados em série. Para este grupo

rico e restrito o que interessa é o consumo dos outros, que sustenta seu

comportamento extravagante e de ostentação.

Como numa sociedade de consumo sempre haverá um novo produto

ou uma nova tecnologia a ser lançada, somos obrigados a conseguir mais dinheiro

para satisfazer nossas novas “necessidades”. É essa engrenagem principal que faz

a economia girar e que torna ilusória a busca da felicidade por meio do consumo.

Até quando vamos sustentar esta engrenagem? Quando vamos lutar por uma

sociedade mais justa e igualitária que discuta não apenas as questões ambientais,

mas suas relações sociais, políticas econômicas e culturais?

ATIVIDADE:

1. Leia com atenção o texto a seguir e responda as questões propostas:

O bicho (Manuel Bandeira)

Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.

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a. O texto nos remete a problemas ambientais muito graves, enumere alguns

deles:

b. Que problema gerado pelo nosso sistema de produção e consumo está

implícito no seguinte trecho do texto: “catando comida entre os detritos”?

c. Relacione tal problema com o nosso padrão de consumo.

Obs.: Consulte a Agenda 21 (disponível no site do MMA) para argumentar sobre os

problemas levantados nas questões anteriores.

2. Com a expansão da sociedade de consumo, amplamente influenciada pelo

estilo de vida norte-americano, o consumo se transformou em uma compulsão e

um vício, estimulados pelas forças do mercado, da moda e da propaganda. A

sociedade de consumo produz carências e desejos (materias e simbólicos)

incessantemente. Os indivíduos passam a ser reconhecidos, avaliados e

julgados por aquilo que consomem, aquilo que vestem ou calçam, pelo carro e

pelo telefone celular que exibem em público. O próprio indivíduo passa a se

auto-avaliar pelo que tem e pelo que consome. (...) A felicidade e a qualidade

de vida têm sido cada vez mais associadas e reduzidas às conquistas materiais.

Isto acaba levando a um ciclo vicioso, em que o indivíduo trabalha para manter

e ostentar um nível de consumo, reduzindo o tempo dedicado ao lazer e as

outras atividades e relações sociais. Até mesmo o tempo livre e a felicidade se

tornam mercadorias que alimentam este ciclo. Em suas atividades de consumo,

os indivíduos acabam agindo centrados em si mesmos, sem se preocupar com

as consequências de suas escolhas. O cidadão é reduzido ao papel de

consumidor, sendo cobrado por uma espécie de “obrigação moral e cívica de

consumir”. (texto retirado do Manual de Educação: Consumo Sustentável -

MMA/MEC de 2005).

a. Após ler o texto, reflita e escreva sobre a incompatibilidade entre o

desenvolvimento econômico aqui descrito e as questões ambientais de

conservação e preservação dos recursos naturais.

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b. Após observar e anotar a rotina de sua casa, faça um levantamento daquilo

que é consumido como: alimento, uso da água, da eletricidade, bens materias

(como rádio, televisão, computador e outros), a arquitetura de sua casa,

calçamento, aproveitamento do espaço externo, lixo produzido, etc.

c. Tudo o que você levantou como bens de consumo é realmente

indispensável? Há um bom aproveitamento desses recursos, tanto os naturais

quanto os industrializados?

d. Ao comprar alimento você e sua família se preocupam: com a origem do

mesmo, com o tipo de embalagem na qual vem acomodado, com o destino

que será dado a tais embalagens ou aos restos orgânicos (fazem a

separação do lixo orgânico e não orgânico)? Pensam nas questões sociais,

mão de obra utilizada para a produção não somente de alimentos, mas de

outros bens?

e. Após esta pesquisa elabore propostas viáveis que podem ser utilizadas em

sua casa e também na comunidade com o objetivo de:

• Diminuir o consumo evitando o desperdício.

• Melhorar o uso e evitar o desperdício de água

• Melhorar a iluminação com o propósito de economizar energia

elétrica.

• Reduzir o lixo produzido, diminuindo a quantidade de alimentos que

vem em embalagens de difícil decomposição e altamente

poluidoras do ambiente.

• Realizar a separação do lixo dando o destino adequado ao mesmo.

• Separar o lixo orgânico para compostagem caseira que possa ser

utilizada no jardim ou em pequenas hortas.

• Captar a água da chuva para utilização nas atividades domésticas:

regar plantas, lavar calçadas, usar no vaso sanitário, etc.

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• Refletir sobre a real necessidade do consumo de muitos bens

vinculados como essenciais pela mídia.

• Que hábitos podem ser revistos para a melhoria da qualidade de

vida sua e de sua família?

f. Ao elaborar suas propostas se paute nas seguintes leis:

• Constituição Federal: artigo 225

• Recursos Hídricos: lei 9433/1997 (capítulos 1 e 2)

• Política Agrícola: lei 8171/1985 (capítulos 1, 7, 9 e 23)

• Política Nacional do Meio Ambiente: lei 6938/1981 ( artigos 1º, 2º, 3º e

4º)

• Biossegurança: lei 11105/2005

• Alimentos destinados ao consumo humano e de animais e OGM:

Decreto 4680/2003

• Educação Ambiental: lei 9795/99

• Consulte os sites dos Ministérios do Meio Ambiente, da Saúde, da

Agricultura, dos Transportes; IBAMA; Ambiente Brasil; Idec;

Greenpeace.

CONSIDERAÇÕES

• Nossas escolas são construídas num modelo padrão que não leva em

consideração as características da região onde estão localizadas. As

questões ambientais não são consideradas na arquitetura. Cabe a nós sugerir

adaptações viáveis para tornar o local da escola mais agradável e menos

impactante no ambiente onde está inserida:

o O aproveitamento da luz solar pode acontecer tanto para iluminação

dos ambientes internos quanto para a construção de aquecedor solar

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com garrafas pets que pode aquecer a água a ser utilizada na cantina

da escola.

o A utilização de tintas de cores claras para pintura dos ambientes que

auxilia na reflexão da luz tornando o ambiente mais claro.

o Construção de cisternas utilizando-se de calhas para captar a água da

chuva. Essa água pode ser usada nos banheiros e pias, e na lavagem

das áreas diversas da escola. A economia de água é significativa.

o Elaboração de projeto de paisagismo. Arborizar os espaços externos da

escola ajuda a tornar o ambiente mais agradável. A sombra das

árvores ameniza o calor intenso, evitando o uso de ventiladores, além

de servir de barreira para o vento.

o O melhor aproveitamento dos alimentos ajuda a evitar o desperdício e

a fazer um bom uso dos nutrientes. Organizar uma horta que possa ser

utilizada no preparo da alimentação dos alunos auxilia no trabalho de

alguns conceitos sobre a dinâmica dos ecossistemas e também ajuda

a promover a educação alimentar.

o O lixo é um dos mais sérios problemas gerado pelo consumo, muitas

vezes excessivo e desnecessário. Não basta apenas separá-lo.

Devemos promover campanhas que levem os indivíduos a refletir

sobre o que consomem. A política dos 3 Rs - reduzir, reutilizar, reciclar -

amplamente divulgada pelos órgãos oficiais do governo e pela mídia,

não dá conta de educar o indivíduo para pensar de forma crítica sobre

a real necessidade do que consome e qual o destino dos resíduos

resultantes desse consumo exacerbado. Com a intenção de promover

a Educação Ambiental nas escolas, muitas vezes é solicitado ao aluno

uma embalagem que não faz parte do seu consumo diário, para

confeccionar um artesanato, por exemplo. Isto leva o aluno a comprá-

la, aumentando assim, o consumo de materiais prejudiciais ao meio

ambiente.

o Precisamos ficar atentos, pois as discussões sobre o modelo

econômico e de sustentabilidade atende, numa análise mais

aprofundada, atende ao modelo capitalista, à sociedade de consumo.

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Na tentativa de sermos ecologicamente corretos, corremos o risco de

nos enganar e cairmos numa armadilha que o próprio capital criou.

Muito destes enganos nos é colocado pela mídia, principalmente a

televisiva. Precisamos deixar a passividade de lado ao sentarmos em

frente à televisão e simplesmente aceitarmos o que nos é colocado

pela novela, pelo telejornal, pela propaganda. O conhecimento, a

análise, a discussão, a leitura, podem nos ajudar a ver a

intencionalidade das coisas e com isso podemos refletir melhor sobre

nossas atitudes diárias e promover mudanças significativas em nós

mesmos e também em outras pessoas. A própria agenda 21 foi

pensada sob a ótica do modelo capitalista de produção e consumo dos

recursos naturais. Devemos analisá-la com muita cautela

principalmente o que traz as entrelinhas das recomendações que

sugere.

o Desenvolver a criticidade, a análise, a observação e a reflexão deve

ser o papel da escola. Devemos lembrar que o modelo capitalista

segue os seus princípios, em última análise, não é esse modelo que

está errado, mas a nossa passividade diante do mesmo. Refletir sobre

nossos hábitos e atitudes se faz necessário. Deixemos o discurso de

lado e vamos partir para a ação. Estamos inseridos num sistema que é

destrutivo para o ambiente e os seres que nele habitam. Sendo assim,

precisamos entender seu poder de sedução, suas armadilhas, seus

enganos, suas imposições e partirmos para a ação. As mudanças

devem ocorrer primeiro dentro de nós mesmos. Se estivermos

convencidos que tais mudanças são realmente necessárias, aí sim

poderemos convencer e, quem sabe, promover mudanças também nas

outras pessoas.

SUGESTÃO DE SITES

• ANVISA: http://www.anvisa.gov.br/auxilio/sites/toxicologia.htm

• Ambiente Brasil: www.ambientebrasil.com.br

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• Embrapa Meio Ambiente: www.cnpma.embrapa.br

• IBAMA: www.ibama.gov.br

• Greenpeace Brasil: http://www.greenpeace.org/brasil

• Instituto Ambiental do Paraná - IAP: http://www.iap.pr.gov.br/

• Instituto Supereco: www.supereco.org.br

• Meio Ambiente: www.biologo.com.br/meioambiente

• Ministério da Educação e Cultura: www.mec.gov.br

• Ministério do Meio Ambiente: www.mma.gov.br

• PNUD: http://www.pnud.org.br/home

• Recicloteca: http://www.recicloteca.org.br/Default.asp

• REBEA - Rede Brasileira de Educação Ambiental: www.rebea.org.br

• SOS Mata Atlântica: http://www.sosmatatlantica.org.br/

• Vilmar Berna: http://www.portaldomeioambiente.org.br/vilmarberna/

• WWF – Brasil: www.wwf.org.br

REFERÊNCIAS

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BARCELOS, V. Educação ambiental: sobre princípios, metodologias e atitudes. Petrópolis: Vozes, 2008.

BERNA, V. Ecologia: para ler e pensar: ética e educação ambie ntal para todas as idades. São Paulo: Paulus, 1994.

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BERNARDES, J. A.; FERREIRA, F. P. de M. Sociedade e Natureza . CUNHA, S.; GUERRA, A. T. A questão ambiental: diferentes abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, p.17-42.

BRASIL. Cadernos de Educação Ambiental Água para Vida, Água para Todos: Guia de Atividades /Andrée de Ridder Vieira texto; Larissa Costa e Samuel Roiphe Barrêto coordenação – Brasília: WWF, 2006.

________ Consumo sustentável: manual de educação. Brasília, 2005.

________Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade Formando Com-Vida Comissão do Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola : construindo Agenda 21 na Escola / Ministério da Educação, Ministério do Meio Ambiente. – Brasília : MEC, Coordenação Geral de Educação Ambiental, 2004. 42 p.

CAPELLETO, A. J. Biologia e Educação Ambiental: roteiros de trabalho s. São Paulo: Ática, 1992.

CAPRA, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos . São Paulo, 1996.

CARVALHO, V. S. Educação Ambiental urbana . Rio de janeiro: Wak, 2008.

DERENGOSKI, P. R. Meio Ambiente: sua história. Como defender a nature za sem ser um ecochato . Florianópolis: Insular, 2001.

DIAS, G. F. Atividades interdisciplinares de educação ambiental : práticas

inovadoras de educação ambiental . 2 ed. São Paulo: Gaia, 2006.

___________ Educação Ambiental: princípios e práticas . 9ed. São Paulo: Gaia, 2004.

JÚNIOR, A. P. e PELICIONI, M. C. F. Educação ambiental e sustentabilidade . Barueri, SP: Manole, 2005.

JÚNIOR, A. P.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental . Barueri, SP: Manole, 2004.

LOUREIRO, C. F. B. et al .Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania . 2 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

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MEDAUAR, O. (Org). Constituição Federal, Coletânea de Legislação de Di reito Ambiental. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.

RUSCHEINSKY, A (org). Educação Ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002.

SATO, Michèle. Educação Ambiental. São Carlos: Rima 2004.

WALDMAN, M. e SCHNEIDER, D. Guia ecológico doméstico . 4 ed. São Paulo:

Contexto, 2004

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UNIDADE 4 - UTILIZAÇÃO DE PORTFÓLIOS NO ESTUDO DA

BIOLOGIA EVOLUTIVA E BIODIVERSIDADE

... o professor deve assumir a responsabilidade de refletir sobre toda a produção de conhecimento do aluno, promovendo o “movimento”, favorecendo a iniciativa e a curiosidade no perguntar e no responder e construindo novos saberes junto com os alunos. (Jussara Hoffmann)

Rejane Rodrigues da Rosa Pianovski [email protected] Colégio Estadual Pedro Macedo – Curitiba- PR

INTRODUÇÃO

Nesta unidade, apresenta-se a utilização de portfólios no estudo da

Biologia Evolutiva e Biodiversidade. O objetivo é levar o aluno à compreensão do

conteúdo estruturante Biodiversidade numa perspectiva evolutiva, ecológica e sua

aplicação em termos de conservação dos ecossistemas.

A abordagem é a interação dos alunos com os conceitos biológicos, a

pesquisa e o conhecimento. O aluno constrói seu próprio conhecimento de maneira

autônoma e criativa. O papel do professor é fazer o aluno pensar e agir e promover

novas reflexões, acompanhando os passos do educando na sua trajetória de

construção do conhecimento. O professor como mediador e o aluno com autonomia

no processo ensino-aprendizagem. O conteúdo abordado na forma de pesquisa,

elaboração de textos, figuras, imagens, visitas orientadas (museus, zoológicos,

parques) e resolução de atividades diversificadas. O aluno organizará suas

pesquisas, textos e atividades em um portfólio.

O portfólio consiste em organizar uma pasta com todas as atividades

realizadas; com as atividades reelaboradas, ficha de auto-avaliação e comentários

do professor. O intuito é possibilitar reflexões e a aprendizagem.

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No primeiro momento orienta-se a elaboração de portfólios e num

segundo momento apresenta-se uma sugestão de utilização de portfólios no ensino

do conteúdo estruturante Biodiversidade.

Ressalta-se que nessa unidade propõem-se o uso de portfólios a fim

de centralizar o processo de ensino-aprendizagem no aluno, dando-lhe autonomia

na construção do conhecimento e o professor como mediador do processo. O uso

do portfólio proporciona ao professor a compreensão das dificuldades do educando

e possibilita oferecer novas oportunidades para o aluno apropriar-se do

conhecimento.

Nessa perspectiva a utilização do portfólio favorece o trabalho do

professor. É possível verificar se as estratégias de ensino selecionadas são

adequadas. Podem-se comparar os avanços de cada aluno ao longo de cada etapa

escolar, além das dificuldades de forma a retomar os conceitos trabalhados, bem

como metodologias para uma nova ação.

COMO ORGANIZAR UM PORTFÓLIO

As atividades realizadas pelos alunos são reunidas em uma pasta. O

aluno seleciona as atividades e as organiza o seu portfólio, sob a orientação do

professor.

Apresenta-se agora uma sugestão de organização de portfólios que foi

inspirada na leitura de propostas de (SHORES e GRACE, 2001 e GOMES, 2003).

Um portfólio pode ser organizado da seguinte maneira:

Capa: realizada pelo aluno. Pode conter desenhos, figuras, título ou

tema.

Apresentação: deve contemplar os dados de identificação do aluno, do

professor e da escola, os objetivos e a finalidade.

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Sumário: demonstra a seqüência da apresentação do conteúdo

desenvolvido.

Atividades: devem ser significativas, contextualizadas e de pesquisa:

algumas individuais e outras em grupos. O portfólio não pode ser apenas uma

coletânea de atividades.

Atividades refeitas: oportunizar momentos para o aluno refazer as

atividades, ou até mesmo apresentá-la de outras formas.

Atividades de reflexão: devem provocar atitudes de reflexão no aluno.

Ficha de auto-avaliação: sugere-se o uso de uma tabela para anotar o

desempenho do aluno em todas as etapas de organização.

Comentários do professor: apreciação crítica sobre as atividades

desenvolvidas pelo aluno, bem como possíveis sugestões para aprofundamento e se

necessário revisão do conteúdo estudado.

ORIENTAÇÕES DO PROFESSOR AOS ALUNOS

Essas orientações foram inspiradas na leitura das propostas de

(GOMES, 2003)

O professor deverá:

Apresentar e explicar o que é um portfólio, como utilizá-lo, suas

vantagens.

Esclarecer os objetivos do conteúdo a ser estudado.

Combinar o número de atividades que formarão o portfólio e quais

serão estas atividades.

Informá-los que poderão entregar uma segunda versão da atividade.

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Estabelecer e confirmar com seus alunos a data da entrega das

atividades e do portfólio.

Combinar com os alunos datas para socialização dos portfólios com os

colegas da própria sala ou de outras salas.

Destacar a responsabilidade do aluno na organização do portfólio.

SUGESTÃO DE PORTFÓLIO

O professor orienta os alunos na elaboração e na organização das

atividades em uma pasta para formar o portfólio. Tendo em vista o conteúdo Biologia

Evolutiva e Biodiversidade.

1ª ATIVIDADE – (Biologia Evolutiva e Biodiversidade) Produzindo um texto

introdutório.

O professor:

Leva para a sala um texto, um vídeo sobre Biologia Evolutiva e

Biodiversidade e faz a motivação.

Os alunos:

Realizam uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto. (em sala, na

biblioteca ou na sala de informática).

Produzem um texto introdutório de título: Biodiversidade e Evolução.

Esse texto deverá ter no máximo duas páginas.

Formam grupos para a leitura e compreensão dos textos elaborados

pelos colegas.

O texto deverá ser inserido no portfólio.

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2ª ATIVIDADE – (Biodiversidade, Evolução e Classificação dos seres vivos).

Dinâmica em grupo.

O professor:

Leva para a sala figuras de seres vivos, observando que tenha uma

para cada aluno e que contemple os cinco reinos e os vírus.

Os alunos:

Observam as figuras de seres vivos.

Escolhe cada um, uma figura.

Formam grupos de acordo com a classificação em cinco reinos,

lembrando que os vírus estão à parte.

Cada grupo pesquisa a Evolução de cada reino e dos vírus na forma de

um texto e de uma apresentação no power point.

Cada grupo apresenta seu trabalho. (período estabelecido para

apresentação no máximo vinte minutos).

O texto elaborado e as figuras deverão ser inseridos no portfólio.

3ª ATIVIDADE – (Biodiversidade e Evolução). Glossário.

O professor:

Seleciona termos importantes para a compreensão do conteúdo.

Os alunos:

Elaboram um glossário com os principais termos relacionados ao

conteúdo.

Novos termos poderão ser acrescentadas ao glossário a medida que

as atividades são desenvolvidas.

O glossário fará parte do portfólio.

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4ª ATIVIDADE – (Biodiversidade e ecossistemas). Visita orientada.

O professor:

Escolhe um local para a visitação. Um ambiente (ecossistema) trilha

ecológica, praça, pátio da escola. (Se não for possível a saída de escola). Leve um

vídeo ou fotos de um ecossistema.

Os alunos:

Tiram fotos do ambiente, ou desenham.

Elaboram fichas com as seguintes informações sobre os seres vivos

encontrados no ambiente: nome popular, características físicas, tipo de alimentação,

habitat e outras informações que possam ser observadas.

Conversam com os colegas sobre as relações dos seres vivos entre si,

e destes com o ambiente. Elaboram uma cadeia alimentar, uma teia alimentar.

Identificam as possíveis relações ecológicas entre os seres desse ambiente.

As fotos, os desenhos, as fichas, a cadeia alimentar e teia alimentar

deverão ser inseridos no portfólio.

5ª ATIVIDADE – (Biodiversidade e as relações ecológicas). Pesquisa.

O professor:

Leva vídeos, fotos ou imagens dos biomas brasileiros.

Promove discussão e reflexão das relações dos seres vivos com o

ambiente.

Os alunos:

Realizam uma pesquisa (em sala, na biblioteca ou na sala de

informática) para preencher o quadro síntese dos biomas brasileiros.

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Biomas Solo Clima Flora Fauna Desequilíbrios

Floresta amazônica

Floresta atlântica

Floresta de araucárias

Cerrado

Caatinga

Pampa

Pantanal

Manguezais

A tabela também deverá fazer parte do portfólio.

6ª ATIVIDADE – (Biodiversidade e conservação dos ecossistemas). Apresentação

de telejornal.

O professor:

Seleciona temas como sugestão (desmatamento, biopirataria, espécies

exóticas e invasoras, água de lastro, poluição do ar, da água, do solo, agrotóxicos,

espécies ameaçadas de extinção, aquecimento global, resíduos sólidos, animais que

vivem na cidade – sinantropia),

Orienta para que as duplas abordem temas diferentes.

Os alunos:

Formam duplas.

Escolhem um problema ambiental. (regional, nacional ou internacional)

Elaboram texto jornalístico (problema, causa, solução)

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Apresentam para a turma (tempo: 10 minutos). Pode ser ao vivo ou um

vídeo gravado por eles.

O texto elaborado pelos alunos deverá ser inserido no portfólio.

7ª ATIVIDADE – Elaboração e resolução de questões para fixação de conteúdo.

Os alunos:

Elaboram atividades para os colegas. (palavra cruzada, questões

objetivas, questões discursivas...)

Resolvem a atividade elaborada pelo colega.

As atividades elaboradas e as atividades resolvidas deverão ser

anexadas ao portfólio.

8ª ATIVIDADE – Questões para reflexão.

Os alunos:

Respondem as seguintes questões:

1. Citar informações aprendidas.

2. Relacionar as informações com o seu dia a dia.

3. Relatar assuntos de Biodiversidade e evolução a serem

aprofundados.

4. Listar possíveis dúvidas.

As respostas as questões acima deverão ser inseridas no portfólio.

9ª ATIVIDADE - Ficha de auto-avaliação.

Os alunos:

Preenchem uma ficha de auto-avaliação.

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Não

fiz

Incompleto Completo Devo

refazer

1ª ATIVIDADE - Produção do texto.

1ª ATIVIDADE - Leitura e

compreensão dos textos dos colegas.

2ª ATIVIDADE - Produção do texto

com as figuras.

2ª ATIVIDADE - Apresentação no

power point.

3ª ATIVIDADE - Glossário

4ª ATIVIDADE - Fotos ou desenhos.

4ª ATIVIDADE -

Fichas com as anotações.

5ª ATIVIDADE - Quadro síntese.

6ª ATIVIDADE - Produção do texto.

6ª ATIVIDADE - Apresentação do tele

jornal.

7ª ATIVIDADE - Elaboração dos

exercícios de fixação.

7ª ATIVIDADE -

Resolução dos exercícios de fixação.

8ª ATIVIDADE - Questões para

reflexão.

9ª ATIVIDADE- Ficha de auto-

avaliação.

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A ficha de auto-avaliação deverá ser inserida no portfólio.

Ao final do portfólio o professor apresenta comentários com o

desempenho do aluno no decorrer das atividades.

O portfólio poderá ser reorganizado quantas vezes forem necessárias.

REFERÊNCIAS

ADOLFO, A ; CROZETA, M. ; LAGO, S. Biologia. v. Único. São Paulo : IBEP, 2005.

AMABIS, J. M. ; MARTHO, G.R. Biologia das populações . v.3. 2 ed. São Paulo : Moderna, 2004.

AMABIS, J. M. ; MARTHO, G.R. Biologia dos organismos . v.2. 2 ed. São Paulo : Moderna, 2004.

GOMES, M.T. O portfólio na avaliação da aprendizagem escolar . 71f. Dissertação (pós-graduação em Educação) – Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2003.

HOFFMANN, J. M. L. Avaliação : mito & desafio : uma perspectiva construtivista . Porto Alegre : Mediação, 2007.

LOPES, S. ; ROSSO, S. Biologia . v.único. 2 ed. São Paulo : Saraiva, 2008.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares de Biologia para o Ensino Médio, 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/file/livro_e_diretrizes/diretrizes/diretrizesbiologia72008.pdf. > Acesso em 18/11/2008.

SHORES, E.; GRACE, C. Manual de portfólio. Um guia passo a passo para o professor . Porto Alegre: Artmed, 2001.

VILLAS BOAS, B. M. de F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico . 5 ed. São Paulo: Papirus, 2004.

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UNIDADE 5 – OS RIOS EM FOCO

“... A menor porção de água é uma molécula de H2O. Cerca de cem milhões de moléculas de água colocadas lado a lado preencheriam a distância de um centímetro.” (Art Sussman)

Sônia Ferreira de Assis [email protected] Colégio Estadual Semiramis de Barros Braga– Pinhais - PR

INTRODUÇÃO

Desde as antigas civilizações até os dias atuais, as cidades vêm sendo

construídas nas proximidades de grandes rios ou lagos. Esse acontecimento pode

ser explicado pelo fato de os recursos hídricos serem utilizados pelo homem tanto

para a retirada de água para abastecimento como também para receber seus

dejetos.

Como a urbanização ocorre inicialmente próxima às águas fluviais, a

consequente degradação do ambiente é inevitável, pois os limites não são

respeitados. A água é indispensável à sobrevivência humana e por isso devemos

preservar os nossos rios. Sabemos que a ocupação de áreas diminui os espaços

permeáveis do solo, devido à utilização de asfalto, blocos de concreto, construções,

etc. “O aumento da área superficial impermeável e a presença de sistemas de

drenagem de águas pluviais, geralmente resulta em picos elevados do fluxo nos

cursos d’ água, durante e após as precipitações”. (Araújo, et al. 2001, p. 73). Todo o

tipo de rejeito que é carregado pelas águas pluviais vai uma hora ou outra

desembocar nos rios. O desmatamento para o assentamento de casas próximas aos

rios acaba com a mata ciliar, deixando o solo desprotegido, o qual é transportado

para dentro dos rios causando o seu assoreamento, diminuindo a sua superfície de

armazenamento de água.

Com os rios cheios de terra, entulhos, areia, etc., nos períodos de

chuvas intensas, as águas tendem a transbordar causando inundações que são tão

frequentes em várias regiões do país.

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Quando se realizam projetos sobre o Meio Ambiente nas escolas,

normalmente é em função da reciclagem, abordando apenas a coleta seletiva de

lixo. Quando troca a equipe que iniciou esse projeto, tudo cai no esquecimento, pois

faltou fazer uma reflexão crítica a respeito dos valores culturais da sociedade com

relação ao consumo.

É muito difícil separar a luta em defesa do Meio Ambiente com o

sistema sócio-político-econômico. O que podemos e devemos fazer é optar por um

consumo consciente, evitando adquirir aquilo que é desnecessário para nossas

vidas.

O objetivo desse material didático é sugerir algumas atividades que

possam facilitar a abordagem de um dos temas envolvendo o Meio Ambiente, os

nossos rios. Essas questões são apenas sugestões, podendo o docente, através de

consultas nos sites, bem como em outras referências sugeridas, ampliar o número

de atividades a serem trabalhadas com os educandos.

ATIVIDADES

ATIVIDADE 01: Porcentagem de água utilizada

Atualmente, qual a porcentagem de água utilizada no setor agrícola, de

abastecimento urbano e industrial? Discutir os resultados

ATIVIDADE 02: Localização

“O brasileiro é tido como um dos povos mais perdidos do mundo, não conseguindo

se localizar facilmente”. Baseado nessa afirmação e com a utilização de mapas da

cidade, os alunos poderão responder às seguintes questões:

a) Com relação ao rio mais próximo, onde se localiza a sua casa?

b) O rio mais próximo fica a que distância de sua moradia?

c) O maior rio de sua cidade passa pelo centro ou corta a periferia?

d) Cite os rios que fazem parte da hidrografia de sua cidade.

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ATIVIDADE 03: Mata Ciliar

Dentre várias definições encontradas, esta explica bem o que vem a

ser uma mata ciliar. “É a formação vegetal localizada nas margens dos rios,

córregos, lagos, represas e nascentes". Também conhecida como mata de galeria,

mata de várzea, vegetação ou floresta ripária. Segundo o Código Florestal (Lei

n°.771/65), a mata ciliar deve-se manter intocada, e caso esteja degradada deve-se

prever a imediata recuperação. É uma área de preservação permanente e de acordo

com o artigo 2º desta lei, a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está

relacionada com a largura do curso d'água.

O desmatamento para o assentamento de casas próximas aos rios

acaba com a mata ciliar, provocando o assoreamento. Com os rios cheios de terra,

entulhos, areia, etc., nos períodos de chuvas intensas, as águas tendem a

transbordar causando inundações que são tão freqüentes em muitas regiões do

nosso País.

Com relação à mata ciliar, podem-se formar grupos de alunos para discutirem e

relatarem como evitar o assoreamento dos rios.

ATIVIDADE 04: Resíduos Sólidos

Equivocadamente, muitas pessoas acham que jogar lixo no rio não

causa prejuízo à população, pois partem do princípio que o rio leva para bem longe.

Certo? Errado e equivocado, pois o lixo poderá se acumular por perto de onde foi

lançado, tornando suas águas mais rasas e com a chuva esse rio poderá

transbordar, inundando, muitas vezes, a casa do indivíduo que colaborou com essa

situação. Mesmo que esse lixo seja arrastado para longe do local onde foi

arremessado, não diminui o problema, pois o rio pode transbordar em quaisquer

partes.

Nessa atividade, o aluno assinala com um x o que ele lembra ter jogado diretamente

no rio, próximo a ele ou nas ruas, nos últimos meses.

( ) papel de bala

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( ) palito de sorvete

( ) plásticos em geral

( ) latinha de refrigerante

( ) preservativos

( ) garrafas pet

( ) móveis quebrados

( ) medicamentos vencidos

( ) sobras de construção

( ) baterias de eletrônicos

( ) todas as opções anteriores

( ) outros

( ) nada joguei no rio

( ) nada joguei nas ruas

ATIVIDADE 05: Tipos de Resíduos

Segundo a NBR 10004/1987, define-se resíduo sólido como: resíduos

nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade, de

origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de

varrição. Considerem-se também resíduos sólidos os lodos provenientes de

sistemas de tratamento da água, aqueles gerados em equipamentos e instalações

de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades

tornem invisível o seu lançamento na rede pública de esgoto ou corpo d’água, ou

exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face da melhor

tecnologia disponível.

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Segundo Derengoski,

O tipo de poluição mais grave de um rio não é orgânico, mas aquele provocado pelo lixo industrial: são as toneladas de ácidos, álcalis, fenóis, metais e tintas misturados às suas águas. Cobertos de dejetos materiais ou de fungos fermentáveis, o oxigênio sempre diminui, as bactérias proliferam sem controle, a autopurificação entra em colapso – e a vida aquática morre. (DERENGOSKI, 2001, p. 43)

• Resíduo Doméstico : Também chamado lixo domiciliar ou residencial. É

constituído principalmente de restos de alimento, embalagens plásticas,

papéis em geral, entre outros.

• Resíduo Comercial : Aquele proveniente das atividades comerciais, tais como

papéis, papelões e plásticos.

• Resíduo Industrial : É o lixo originado das atividades industriais e podem

conter restos de alimentos, madeiras, tecidos, couros, metais, produtos

químicos e outros.

• Resíduo Hospitalar : também chamado lixo das áreas de saúde. Proveniente

de hospitais, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde. Nesse tipo de

resíduo encontramos seringas, vidros de remédios, algodão, gaze, órgãos

humanos, etc.

• Resíduo público : Composto por folhas em geral, galhos de árvores, papéis,

plásticos, animais mortos, etc.

• Resíduo Nuclear : É o lixo decorrente de atividades que envolvem materiais

radioativos, etc.

Responda: Como esses lixos podem chegar aos nossos rios?

ATIVIDADE 06: Poluentes

Ainda existem ocupações irregulares às margens dos Rios Atuba e

Palmital, na região de Pinhais, no Paraná. As águas desses rios se encontram

poluídas devido a essas ocupações e também a presença de esgotos clandestinos

das ocupações regulares, além de outros fatores aqui não mencionados. O que

podemos fazer?

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Em grupo, os alunos poderão citar, pelo menos, cinco maneiras para evitar a

poluição dos rios, sugerindo formas alternativas para o destino de alguns poluentes.

Cada grupo poderá apresentar a sua sugestão.

ATIVIDADE 07: Os produtos de limpeza e a poluição d os rios

Sugestão: Para que essa atividade ocorra com mais sucesso, é interessante a

participação de um professor de Química da escola.

a. Diferenciar sabão de detergente.

b. Em laboratório poderá ser realizada a prática de diluições dos diferentes

detergentes.

c. Com o resultado da prática sobre as diluições dos detergentes, o aluno

poderá escrever sobre os impactos que os sabões e os detergentes causam

nesse ecossistema aquático em questão.

d. Por que encontramos espumas flutuando sobre as águas?

ATIVIDADE 08: Enchentes

O rio tem uma área em seu entorno onde ocorre naturalmente

inundação em determinadas épocas do ano ou quando o índice de precipitação é

elevado, podendo causar transbordamento. Nos grandes centros urbanos têm

ocorrido enchentes frequentes devido à impermeabilização do solo pelo asfalto e

concreto, evitando a infiltração da água no solo. Soma-se a isso uma grande

quantidade de lixo que as pessoas jogam nas ruas, causando entupimentos onde a

água deveria escoar. Esta atividade poderá ser realizada com o auxílio da internet.

Os alunos poderão pesquisar as últimas grandes enchentes ocorridas no Brasil,

alagando cidades e causando enormes prejuízos à população. Um exemplo

bastante divulgado foi o da enchente que aconteceu em 2008, no Estado de Santa

Catarina. Poderão ser utilizadas tabelas como as que seguem:

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Tabela 1. Os estados com as suas respectivas cidades que enfrentaram grandes

enchentes nos últimos anos.

Estados castigados pelas

enchentes

Cidades que ficaram alagadas

Tabela 2. Cidades em situação de emergência com ou sem registro de mortes

devido às enchentes.

Registro de mortes Cidades que ficaram em

situação de emergência Sim Não

Tabela 3. Enchentes: cidades que registraram mortes e o número de mortes em

cada cidade.

Relação das cidades afetadas pelas

enchentes que registraram mortes

Número de mortes por cidade

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ATIVIDADE 09: Doenças Veiculadas pela Água

A situação da água é preocupante não só em Pinhais, não só no Brasil e sim no mundo todo. “Mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo consomem água contaminada, e a cada ano 3,4 milhões destas, principalmente crianças morrem por causa de enfermidades de transmissão hídrica; destas mortes, 2,2 milhões são causadas por distúrbios que provocam diarréia” (VALIENTE; MORA, 2002). Mendonça e Motta descreveram que:

Foi significativa a redução da mortalidade infantil no Brasil associada às doenças de veiculação hídrica ao longo das últimas duas décadas. Usando um modelo de estrutura epidemiológica, nosso estudo demonstra que essa redução foi alcançada com a melhoria na cobertura dos serviços de saneamento e também devido ao acesso aos serviços de educação e saúde. Com base nos resultados econométricos estimamos o custo médio de salvar uma vida para cada tipo de serviço. Considerando esses custos, a contínua redução do analfabetismo garante a alternativa mais barata para baixar mais ainda a incidência desse tipo de mortalidade. Por outro lado, gastos defensivos de saúde apresentam custos quase equivalentes aos respectivos custos relacionados com a expansão dos serviços de saneamento quando se trata da mesma magnitude de redução dessa taxa de mortalidade. (Mendonça e Motta, 2005)

Para esse tipo de atividade é bom fazer uso de tabelas para facilitar a compreensão. Exemplo de tabela envolvendo o tema: Doenças veiculadas pela água Doenças veiculadas pela água

Como se

contrai

O que pode

causar

Como se evitar

Amebíase

Cólera

Febre tifóide

Febre paratifóide

Gastroenterite

Giardíase

Hepatite infecciosa

Leptospirose

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ATIVIDADE 10: Regiões Hidrográficas

Região Hidrográfica Amazônica - É constituída pela bacia hidrográfica do rio

Amazonas situada no território nacional e, também, pelas bacias hidrográficas dos

rios existentes na Ilha de Marajó, além das bacias hidrográficas dos rios situados no

Estado do Amapá que deságuam no Atlântico Norte.

Região Hidrográfica do Tocantins/Araguaia - É constituída pela bacia hidrográfica

do rio Tocantins até a sua foz no Oceano Atlântico.

Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental - É constituída pelas bacias

hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico - trecho Nordeste, estando limitada

a oeste pela região hidrográfica do Tocantins/Araguaia, exclusive, e a leste pela

região hidrográfica do Parnaíba.

Região Hidrográfica do Parnaíba - É constituída pela bacia hidrográfica do rio

Parnaíba.

Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental - É constituída pelas bacias

hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico - trecho Nordeste, estando limitada

a oeste pela região hidrográfica do Parnaíba e ao sul pela região hidrográfica do São

Francisco.

Região Hidrográfica do São Francisco - É constituída pela bacia hidrográfica do

rio São Francisco.

Região Hidrográfica Atlântico Leste - É constituída pelas bacias hidrográficas de

rios que deságuam no Atlântico - trecho Leste, estando limitada ao norte e a oeste

pela região hidrográfica do São Francisco e ao sul pelas bacias hidrográficas dos

rios Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus, inclusive.

Região Hidrográfica Atlântico Sudeste - É constituída pelas bacias hidrográficas

de rios que deságuam no Atlântico - trecho Sudeste, estando limitada ao norte pela

bacia hidrográfica do rio Doce, inclusive, a oeste pelas regiões hidrográficas do São

Francisco e do Paraná e ao sul pela bacia hidrográfica do rio Ribeira, inclusive.

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Região Hidrográfica do Paraná - É constituída pela bacia hidrográfica do rio

Paraná situada no território nacional.

Região Hidrográfica do Uruguai - É constituída pela bacia hidrográfica do rio

Uruguai situada no território nacional, estando limitada ao norte pela região

hidrográfica do Paraná, a oeste pela Argentina e ao sul pelo Uruguai.

Região Hidrográfica Atlântico Sul - É constituída pelas bacias hidrográficas dos

rios que deságuam no Atlântico - trecho Sul, estando limitada ao norte pelas bacias

hidrográficas dos rios Ipiranguinha, Iririaia-Mirim, Candapuí, Serra Negra, Tabagaça

e Cachoeira, inclusive, a oeste pelas regiões hidrográficas do Paraná e do Uruguai e

ao sul pelo Uruguai.

Região Hidrográfica do Paraguai - É constituída pela bacia hidrográfica do rio

Paraguai situada no território nacional.

O aluno poderá identificar no mapa do Brasil as 12 regiões hidrográficas, em

seguida localizar em qual delas ele habita, para posteriormente poder comparar com

as demais (tamanho da bacia e o número de rios que a compõem).

ATIVIDADE 11: Bacia Hidrográfica

Entende-se por bacia hidrográfica um conjunto de terras drenadas por

um rio principal, seus afluentes e subafluentes. A bacia hidrográfica está associada à

existência de nascentes e divisores de águas. Elas podem ser classificadas de

acordo com a sua importância, como principais, secundárias e terciárias; e segundo

sua localização, como litorâneas ou interiores.

Os alunos poderão pesquisar em sua região se há uma bacia hidrográfica próxima à

sua casa. Identificar o rio principal e seus afluentes pertencentes a essa bacia.

ATIVIDADE 12: Mananciais

A definição de mananciais, segundo Andreoli (2003), “deve ser revestida de

garantias legais, institucionais e políticas para garantir sua manutenção frente às

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pressões desenvolvimentistas”. É o local onde existe uma concentração de água

doce originada de lençóis subterrâneos e de águas superficiais, que geralmente é

usada para o abastecimento público. Podemos levantar duas questões para essa

atividade e trabalhar com os alunos:

a) Quais as características dos rios que fazem parte dos mananciais de

abastecimento?

b) Pesquisar, junto aos órgãos competentes, se a água distribuída para a população

vem de manancial do município ou vem de manancial distante. Justificar o motivo.

ATIVIDADE 13: Pesquisa de campo

Os alunos devem ser previamente orientados com relação ao local e

necessitarão de materiais para registro, como: máquina fotográfica, papel, caneta,

filmadora, etc. Esses alunos deverão ficar atentos a tudo e registrar:

a) Ocorrência de espumas flutuando sobre as águas

b) Cor da água

c) Presença de ocupações irregulares

d) Existência de mata ciliar

e) Objetos sendo carregados pelas águas

f) Objetos presos nos galhos às margens dos rios

ATIVIDADE 14: Confecção de materiais pelos alunos:

Com a participação de professores das diferentes Áreas de Ensino da

sua Instituição, solicitar aos alunos a confecção de cartazes, maquetes e vídeos,

utilizando as fotos, filmagens e outros registros sobre a situação atual dos rios

próximos à escola.

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ATIVIDADE 15: Exposição dos trabalhos envolvendo os rios próximos da

escola

Uma das formas de divulgação dos trabalhos realizados é a exposição.

Para que esta ocorra é necessária a colaboração de várias pessoas da escola. Esta

exposição poderá ser realizada na Feira de Ciências ou em outra data específica.

a) Exposição das maquetes confeccionadas

b) Exibição dos cartazes com as fotos dos rios visitados

c) Apresentação de cartazes contendo um pouco da história de cada rio

d) Utilização de vídeo para as filmagens realizadas às margens dos rios visitados

Importante: Os alunos envolvidos nessas atividades deverão estar presentes, em

todas as exposições, para atender e tirar as possíveis dúvidas dos visitantes.

SUGESTÃO DE VISITAÇÃO

a) Visita ao rio mais próximo da sua escola para se observar a existência de

mata ciliar, ocupações irregulares e o aspecto da água.

b) Visita à Estação de Tratamento de Água (ETA) de sua cidade. Conhecer

como é feito o tratamento da água que utilizamos.

c) Visita a Parques Ecológicos, Reservas Biológicas existentes na região e, se

houver, visita a Áreas de Proteção Ambiental (APA).

Roteiro para visitação:

Local:

Dia:

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Horário de saída com os alunos da escola:

Horário previsto para o retorno com os alunos:

Número de alunos:

Professor responsável:

Tempo de duração da visita:

É importante que o professor enfatize o objetivo da visita, tendo em mente algumas

questões: a) Por que visitar esse local

b) O que o aluno deve observar

c) Será solicitado relatório ou não

SIGLAS IMPORTANTES

ANA - Agência Nacional de Águas

CEMA - Conselho Estadual de Meio Ambiente do Paraná

IAP - Instituto Ambiental do Paraná

IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de Recursos Renováveis

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

MMA - Ministério do Meio Ambiente

NEMA - Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental

PRONEA - Programa Nacional de Educação Ambiental

PROSAB - Programa de Pesquisa em Saneamento Básico

SANEPAR - Companhia de Saneamento do Paraná

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SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

SUDERHSA - Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental

É BOM LER

Os principais tópicos de um documento redigido pela ONU, intitulado Declaração

Universal dos Direitos da Água.

o A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico:

é rara e dispendiosa e pode escassear em qualquer região do mundo.

o A utilização da água implica respeito à lei. Sua proteção constitui uma

obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza.

o O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e

de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente

para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende da

preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

o Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos,

frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com

racionalidade e precaução.

o A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo,

um empréstimo a nossos sucessores. Sua proteção constitui uma

necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as

gerações presentes e futuras.

o A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada

nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável

pela água da Terra.

o A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De

maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência para que não se

chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das

reservas atualmente disponíveis.

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o A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo

vegetal, animal ou ser humano. Dela dependem a atmosfera, o clima, a

vegetação e a agricultura.

o O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o

consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

o A gestão da água impõe um equilíbrio entre a sua proteção e as

necessidades econômica, sanitária e social.

SITES CONSULTADOS E RECOMENDADOS:

http://www.ib.usp.br/coletaseletiva/saudecoletiva/tiposdelixo.htm

http://www.webciencia.com/21agua.htm

http://www3.pr.gov.br/mataciliar/perguntas.php

http://www.sema.rs.gov.br/sema/htm/rhbacias.htm

http://www.rededasaguas.org.br/bacia/bacia 01.asp

http://www.infoescola.com/hidrografia/enchentes-no-brasil/

http://www.iap.pr.gov.br

http://www.tratamentodeagua.com.br/a1/noticias/index.php?cp=ind&id=11152

http://www.suderhsa.pr.gov.br

http://ana.gov.br

http://www.anvisa.gov.br/auxilio/sites/toxicologia.htm

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REFERÊNCIAS

ANDREOLI, C. V (org.) Mananciais de Abastecimento: planejamento e gestão:

estudo de caso do Altíssimo Iguaçu. Curitiba: SANEPAR FINEP, 2003.

ARAÚJO, G. H. S.; ALMEIDA, J. R.; GUERRA, A. J.T. Gestão Ambiental de Áreas. Degradas . 3 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

CAPELLETO, A. J. Biologia e Educação Ambiental: roteiros de trabalho s. São Paulo: Ática, 1992. CLARKE, R.; KING, J. O Atlas da Água. São Paulo: Publifolha, 2005.

DERENGOSKI, P. R. Meio Ambiente: sua história. Como defender a nature za sem ser um ecochato . Florianópolis: Insular, 2001.

GONZALEZ, C.E.F. A educação pela ação ambiental: a coleta seletiva de resíduos sólidos em um departamento de instituição superior de ensino . 2006. 109p. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) - Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, UTFPR, Curitiba.

JÚNIOR, A. P. e PELICIONI, M. C. F. Educação ambiental e sustentabilidade. Barueri, SP: Manole, 2005.z

JÚNIOR, A. P.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental . Barueri, SP: Manole, 2004.

LOUREIRO, C. F. B. et al .Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania . 2 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

MENDONÇA, M.J.C. e MOTTA, R.S. Saúde e Saneamento no Brasil . Disponível

em <http://www.ipea.gov.br/pub/td/2005/td1081.pdf> Acesso em 23/02/2009.

SUSSMAN, A. Guia para o Planeta Terra . Cultrix: São Paulo, 2000. VALIENTE, Carmen e MORA, Darner. El papel del agua para consumo humano en los brotes de

diarrea reportados en el período 1999 - 2001 en Costa Rica. Rev. costarric. salud pública. [online].

jul. 2002, vol.11, no.20, p.26-40. Disponível em:

<http://www.scielo.sa.cr/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1409-

14292002000100005&lng=es&nrm=iso>. Acesso em 23/02/2009.