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projeto tgi 2011. rec.

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Um pouco de história

O centro de São Paulo desenvolveu-se amplamente em meados do século XIX, quando se

tornou um grande pólo da indústria brasileira do café, construindo a imagem de um centro com múltiplas

funções. Concomitantemente, ocorreu uma valorização imobiliária que gerou sucessivas tentativas dos

proprietários de fugirem dos altos preços, deslocando se para regiões mais afastadas em que as

propriedades ainda mantinham a mesma valoração.

Os donos dos terrenos deixam seus lotes vazios por algum tempo, até que se transformam em

espécies de garagens a céu aberto, ou seja, em áreas tão valorizadas o solo é subutilizado em relação ao

seu potencial construtivo. Esse tipo de movimento permitiu que os promotores públicos redesenhassem a

malha urbana, ampliando ruas antigas e abrindo novas, Tal fenômeno permitiu a “desintegração” de antigos

bairros caracterizando essas zonas chamadas de zonas de transição.

Na década de 40 a fisionomia urbana do centro velho começa a se modificar, um decreto - lei

n.92 de 1941estabeleceu limites de alturas maiores e desencadeou um deslocamento de construções

residenciais para essa região, começando um processo de adensamento que propiciaria, anos mais tarde,

a ocupação das funções administrativas próximas ao coração da cidade, já em áreas consideradas zonas

de transição. A partir de então o centro se tornava um ponto fértil para o terceiro setor. Até o final da

década de 50, do ponto de vista dos empreendedores, a legislação ainda limitava o potencial de

construtibilidade do terreno. Os vários edifícios galerias construídos nesse período preocupavam se em

aproveitar ao máximo o lote e a área da edificação, inclusive, nota-se a quantidade de edifícios verticais de

escritórios. Pensando o processo de verticalização e de metropolização de São Paulo, a tese de Aleixo

expõe a importância do papel da legislação nesse momento, referenciando a pesquisadora Maria Adélia de

Souza e suas reflexões acerca da identidade da metrópole. Até 1934, vigorava o código de obras "Arthur

Saboya". Este atuava de forma a preservar o núcleo histórico da cidade.

De uma forma geral, pode-se dizer que a legislação estava preocupada com as características

construtivas. O Código de Obras foi então atualizado, já demonstrando as preocupações com a volumetria

da edificação:

"como a altura, que era determinada em função da largura da rua em que o prédio

estava localizado, recuos e tratamentos de fachadas.“

Na década de 50, São Paulo vivia um intenso clima de otimismo desenvolvimentista e período

determinante na configuração da metrópole. A área urbana passa por um momento de grande expansão,

esta tem por um lado a ocupação periférica que se coloca como uma alternativa de moradia para as

populações de baixa renda, e por outro ocorre um significativo aumento do contingente de classes médias

estimuladas pelo aumento da capacidade produtiva. Este crescimento impulsiona uma reestruturação da

centralidade urbana.

"São Paulo se organiza como cidade policêntrica, com subcentros estruturados em

diferentes bairros (...) estavam em exuberância a Cinelândia, os restaurantes, os

hotéis e o comércio instalados no Centro Novo, quando a mudança de sede do

governo para Campos Eliseos atraia para suas proximidades outras repartições

publicas, o comercio de luxo começa a se deslocar do Centro Novo em direção a

região da Paulista e Jardins (...). O refluxo na renovação de estruturas físicas no

centro, que se inicia no final dos anos 1950, propicia nos bairros que o circundam a

consolidação de centros de comercio popular e de comercio atacadista (...)."

Feldman, 2004.

O desenvolvimento paulistano ocorreu conjuntamente com os investimentos na construção

civil, estes provinham principalmente dos fundos previdenciários, das companhias de capitalização, das

caixas econômicas e das empresas de seguros que ofereciam créditos e empréstimos principalmente para

edifícios comerciais e residências de alto porte, mas também de conjuntos populares e lotes vazios.

Inclusive nas áreas centrais um novo caráter de empreendimentos ganhou espaço – edifícios em sistema

de condomínio. Dessa forma, a década de 50 é marcada pela construção de edifícios multifuncionais, ou

seja, que incluíam em seu programa atividades outras como: cinemas, comércios, restaurantes, escritórios

etc.

Estes novos complexos programas de edificação vertical, que incorporavam

galerias comerciais em ruas internas às quadras, se difundiram tanto na região central como em suas

proximidades, como na região do Espigão da Paulista. É nesse momento em que alguns marcos da

arquitetura paulistana da atualidade se impõem na paisagem, são exemplos destes: o Copan, na avenida

Ipiranga; o conjunto Metrópole, na avenida São Luis; a galeria Califórnia, na rua Barão de Itapetininga;

diversos edifícios localizados na praça Roosevelt; a Galeria Nações Unidas e Conjunto Nacional, na

avenida Paulista; edifício Paris Roma Rio, na Bela Vista; etc.

O estudo das galerias construídas em São Paulo na metade do Sec. XX nos informa que a

possibilidade de ocupação de toda área do lote facilitou o desenho de uma grande parte das galerias

comerciais, principalmente para as criadas em terrenos muito estreitos. A maior parte dessas galerias

possui uma estrutura central livre para o passeio, com pé direito elevado ou duplo e rodeado de lojas.

Algumas galerias possuem diferentes níveis, mantendo a secção original em cada um dos andares. Há

também a verificação de dois traçados recorrentes existente na planta dessa tipologia de edifícios, destes

o primeiro tem o percurso de uma reta, entre ruas paralelas, e o segundo constroí um caminho em L pelo

meio de quadra, entre ruas perpendiculares. Essas características são observadas nos casos das Galerias

Ipe e das Artes. (imagens das plantas das galerias) O diferencial na circulação destes edifícios fica por

conta do acesso a torre que no caso da galeria Ipe este e independente da área comercial. No caso da

galeria das Artes, a circulação vertical eh acessada já no interior da galeria.

O edifício galeria Rua Monteiro conecta de forma linear, mas não direta, duas ruas paralelas; a

rua 24 de maio e a rua Barão de Itapetininga, com uma segunda circulação entre o térreo e o mezanino

comercial através de escadas rolantes, sem perder a continuidade espacial, pois estão centralizadas em

relação ao edifício e sem barreiras, tornando a entrada ao edifício convidativa. Já a circulação vertical se

encontra no centro do lote, alterando o percurso direto da galeria e construindo dois percursos de galerias

que se encontram posteriormente para acessar a rua.

Outras referências arquitetônicas de galerias comerciais são as Grandes Galerias, como o

Centro Comercial Presidente, estes são configurados por uma circulação principal no meio do lote

vencendo os desníveis por rampas e escadas e uma circulação secundaria na lateral do lote. Os níveis da

galeria são marcados por rasgos nas lajes que conectam visualmente os vários andares.

Os edifícios galerias reproduzem características urbanas das edificações comerciais voltadas para a rua,

este é um primeiro ponto a ser considerado e que remete a preocupações projetuais como o acesso do

edifício e a relação entre galeria e rua. Os primeiros projetos de edifícios galerias na cidade de São Paulo

mantinham a escala das construções comerciais do centro velho, caracterizadas pelo pé direito alto e com

as aberturas definidas pelo esquema geral, sem um tratamento diferenciado. Com o aperfeiçoamento do

desenho das galerias comerciais modificações como a ampliação das dimensões das entradas, presença

de marquises revelando os acessos e aumentando a área de abrigo e ainda lajes recortadas e acessos

verticais diferenciados puderam ser observadas.

"Da Galeria Guatapará, anos 30, para a galeria Ipê e a Galeria das Artes, as

primeiras a serem construídas em meados dos anos 50, notamos uma continuidade

nas dimensões do acesso ao público, mas a marquise sobressaia ao conjunto

marcando definitivamente a entrada. Nos projetos seguintes, as galerias adquirem

pé direito duplo e uma presença maior na definição da fachada dos edifícios (...). No

projeto do edifício e galeria R. Monteiro, além de marquise, o pé direito duplo

marcado por dois pilotis na estrada para a galeria, as escadas rolantes e a

iluminação desse espaço não passariam desapercebidos (...) o projeto das

Grandes Galerias trabalha de forma diferente a relação de visibilidade entre

pedestre e edifício (...) as lajes do edifício recuam para o interior do lote garantindo

a proteção por um processo inverso."

O surgimento das galerias ao longo da Rua Augusta decorre do período demarcado pelas

décadas de 50 e 60 e sublinham a intensa vida urbana da região, juntamente com o surgimento dos

centros comerciais, dos bares, discotecas e cinemas. Porém esse apogeu sofreu um período de

decadência a partir dos anos 70 – causada em parte pelo surgimento dos shoppings e a preferência

daquele público por esses novos centros de entretenimento. Está intrínseco a este fluxo um processo de

esvaziamento dos espaços públicos e a propaganda de que as ruas eram perigosas, lugar de percurso de

marginais. Dessa forma o público se dispersou e o comércio perdeu a sua força.

Algumas décadas depois ocorreu um processo de renovação, em 1993 inaugurou-se ali o

espaço Unibanco de cinema, promovendo a modificação do perfil decadente da região, que em cerca de

dez anos foi ocupado por cinéfilos, grupos alternativos e boêmios. Tanto a rua Augusta do lado do jardins

como o Baixo Augusta estão ainda em intenso processo de renovação. A estrutura de transporte público,

bem consolidada pelas linhas de metrô e ônibus atrai jovens de diferentes grupos e níveis de renda -

vegans, emos, aficionados pelo universo da moda, GLS´s e roqueiros, entre outros personagens da cena

noturna como mulheres da noite e comerciantes informais. Neste sentido, o Baixo Augusta permite uma

“miscelânea” de estilos e acaba apresentando um caráter acolhedor. Esse fenômeno instigante de inserção

social na paisagem da cidade cria fluxos de referência que podem ou não ser potencializados. Assim os

espaços devem refletir áreas de convivência simbólica, recriando um circuito. Essas características são

visíveis nos freqüentadores da região, que opinam por vestimentas mais ousadas, maquiagens e

acessórios, sem excluir aqueles que não abandonam o básico conjunto calça jeans e camiseta.

Magnani, autor de Jovens na Metrópole – etnografias de circuitos de lazer, encontro e

sociabilidade (2007), entende a regiao como locais aonde se articulam circuitos diferentes, como sublinha

"(...) no caso dos freqüentadores da Rua Augusta, também vejo a existência de enlaces. Confirmando a

afirmação, a Profa. Dra. Yara Schreiber Dines escreveu, no artigo intitulado Rua Augusta - Imaginários

Urbanos em Diálogo, como sendo características desses enlaces o caso da estação Consolação de metrô

e da escadaria do Banco Safra:

"os grupos diferenciados de freqüentadores esperam para descer a Rua Augusta.

Há um enlace entre diferentes grupos sociais, sendo que cada um valoriza e se

sintoniza com o seu pedaço (...). Todos têm os seus próprios circuitos, mas circulam

- com os devidos cuidados - por points de outros grupos que funcionam como nós

de uma rede mais ampla"

Magnani e Dines utilizam o termo point para se referir a um único conjunto, como a Galeria do

Rock, a Galeria Ouro Fino, o Centro Cultural São Paulo, o Sesc Pompéia, a Estação Conceição do Metro,

entre outros. Mais especificamente na Rua Augusta esta noção de point pode indicar os bares existentes

na região como o Bar do Netão, Ibotirama, Inferno, Vitrine e Vegas. Locais aonde os grupos de jovens

sociabilizam. Nesse sentido de vida noturna intensa, entendemos como positiva a criação de novos points

que permitam a potencialização dessa vida noturna e revitalização da região. Nessa linha, Dines ainda

escreve:

"(...) novos bares e de casas de shows, inclusive alguns vindo da Vila Madalena,

acompanhando o movimento e o fervilhar da moçada notívaga que freqüenta a

Augusta, vem conduzindo uma revitalização do bairro, de modo “relativamente”

espontâneo mais pela parte do poder privado, do que do poder público.A mudança

do aspecto da Augusta é uma referência positiva do processo de revitalização do

centro. Diferentemente de outras áreas, como a Luz e República, há pessoas

circulando e trafegando pela rua o dia inteiro."

CONSIDERAÇÕES

Com os estudo realizado acerca dos processos de transformações que ocorrem nas áreas

próximas a zonas centrais, vinculadas a mudança do perfil da região, abandono de edifícios, processos de

esvaziamentos urbanos e posterior reestruturação de áreas depois de um tempo de pura especulação

imobiliária, traço paralelos na malha urbana de regiões como a Bela Vista. Mas com características muito

peculiares como a mudança do perfil do personagem urbano na famosa Rua augusta. Creio ser esta rua

uma importante eixo em potencial de ligação entre a Avenida Paulista (de intensa vida urbana) e o centro

(próximo a Praça Roosevelt). Tal elo formariam um circuito de intensa vida noturna e diurna, estando ainda

a região cercada por residências, comércios e serviços.

Um dado novo no perfil da região são os conjuntos residênciais de luxo. Estes estão tomando

conta do espaço urbano de forma criticável, afastando os pequenos edifícios, comércios e serviços. Sendo

assim, questiono a viabilidade desse tipo de empreendimento, pois homogenizam o perfil de uma zona

conhecida por sua multiplicidade de funções, usos, usuários.

Retomo a discussão de edifícios que são permeados pela cidade como os edifícios galerias,

que tiveram sua fase auge entre as décadas de 50 e 60, mas que ainda hoje são grandes referências da

arquitetura e funcionam no meio urbano.

Escolhi uma quadra da rua Augusta, onde se instalavam antigos bordéis e por tal motivo, ainda

se encontra degradada e merece uma série de tratamento para que as pessoas que já passam pela rua

continuem descendo a partir da Avenida Paulista, podendo chegar até a Praça Roosevelt, onde podem

desfrutar de mais lazer e cultura com a grande quantidade de grupos teatrais que ali se encontram, tanto

em teatros fechados como áreas abertas.

A partir do centro do terreno, entra as ruas Bela Cintra – Augusta – Rua Costa – Da Antônia de

Queiros, o novo edifício se desenvolve em duas direções principais – rua augusta e rua bela Cintra, como

uma rua que corta o meio de uma quadra promovendo uma passagem pelo térreo de um edifício e ao

mesmo tempo uma passagem que se abre para outros espaços de permanência. Assim como a galeria

Presidente, a passagem entrecorta os níveis do edifício galeria.

Recuos liberarão mais espaço na cota das calcadas para a livre circulação dos transeuntes

reforçando o caráter público e de vida urbana do interior desta quadra. Um rico e complexo programa de

uso ocupara todo o conjunto, focando na possibilidade de intervenção do usuário nos espaços do interior

do edifício, alem da criação áreas de estar, assim o projeto tem por objetivo promover atividades de caráter

publico de convivência, que deverão permear todo o conjunto.

A proposta se baseia na idéia de espaços de passagem e espaçòs de permanência. Sendo que

estes espaços, em alguns momentos se cruzam, como por exemplo no auditório/ circulação.

MAPA DOS ARREDORES fonte: mapa das zonas de interesse especial da Subprefeitura da Sé, 2007

Área de intervenção

Fonte: GOOGLE MAPS

AI

CROQUI DO VIÁRIO COM SENTIDOS DAS RUAS

Rua Augusta.

Rua Bela Cintra.

CROQUI DE DIMENSÕES DAS RUAS E CALÇADAS

Comparando os fluxos existentes nas duas ruas: a rua Augusta apresenta maior intensidade de pedestres, e de carros e ônibus. Apesar desta diferença, as calçadas da rua augusta são mais estreitas e inclinadas.

Vias de fluxo baixo

Vias de fluxo alto

Curvas de nivel

Acesso carga e descarga

Acesso de autos

CROQUI DE CURVAS DE NÍVEL

MAQUETE DE ESTUDO TOPOGRÁFICO DO RECORTE DE INTERVENÇÃO

CROQUI DE TIPOLOGIAS VERIFICADAS NA AI

“A especulação imobiliária na região conhecida como Baixo Augusta, no centro de São Paulo, e a mudança no perfil dos frequentadores da região estão expulsando os clubes masculinos do local (...) A boate Maison será a 12ª do

gênero "drinks & bar" ou "american

bar" a desaparecer da Augusta

desde 2007

(...)

No lugar da Maison, e de outros três

imóveis contíguos, será construído

um edifício residencial, segundo um

corretor da rua Paim. Hoje há pelo

menos 11 edifícios em projeto e

execução na área.

O metro quadrado ali sai, em média,

por R$ 6.000.

O perfil dos frequentadores também

mudou. Hoje, a juventude tomou

conta da rua. O público é eclético:

gays, héteros, roqueiros, indies,

pobres, ricos e famosos circulam

por lá.”

fonte: FOLHA (fev/2011)c

Foto da parte esquerda da área de intervenção, voltada para rua Augusta.

Fonte: Vídeo Guerrilha

A Baixo Augusta ficou muito famosa a alguns ano atrás por reunir uma série de casas de prostituição, saunas, bares do gênero etc, porém o perfil da área esta em plena mudança. Como confirma os dados: até 2007 existiam ainda 21 clubes noturno masculinos, e até o começo de 2011 restavam apenas 9, sendo que destas muitas estão abandonadas, a espera de novos investimentos.

O Vídeo Guerrilha foi um projeto de intervenção artística na arquitetura de São Paulo, sendo seus criadores são coletivos artísticos de diferentes partes do Brasil. Eles buscam explorar as possibilidades de modificação no espaço urbano através de instalações, grafitti e projeção gigantes. As atrações principais não estarão confinadas em palcos, tendas ou salas de concertos e sim, a própria rua e os prédios forão palco principal durante três dias (nov/2010). Objetivos Gerais: - Fixar a Rua Augusta como grande pólo de arte de rua e cultura urbana. - Divulgar e promover a arte como parte do cotidiano da cidade, transformando os arredores em uma galeria de arte ao ar livre. - Promover atividades e debates públicos ligados a temas como Arte de Rua e Cultura Urbana.

Foto da parte esquerda da área de intervenção, voltada para rua Augusta.

Fonte: Vídeo Guerrilha

Foto da parte direita da área de intervenção, voltada para rua Augusta.

Fonte: Vídeo Guerrilha

CROQUI DA RUA AUGUSTA

Edificio comercial

Casa Noturna Academia

Área de Intervenção

Boates masculinas Casarões demolidos

A idéia de preservação dos casarões antigos não se manteve por conta da demolição dos mesmo em finalização.

A área abrigará, segundo a idéia dos investidores conjuntos residenciais de alto padrão.

Observamos a mudança do perfil da região e a intenção de que o passado degradado que remete às casas de prostituição e ponto de drogas seja superado.

PROJETO DE CONJUNTO RESIDENCIAL EXISTENTE NA ÁREA DE INTERVENÇÃO

O projeto oferecido pela imobiliára Lopes, chamado BelaCintra esta ligado a esse novo carater de edificações residenciais. Conjuntos que agregam em seu interior uma complexa diversidade de funções, além do habitual morar, eles incorporam o lazer, o espaço de Encontros e em muitos casos o trabalho e infraestruturas como comércios e serviços. No caso do BelaCintra, o enfoque é dado nas áreas de lazer e na imagem de luxo do edifício. A questão do desenho do edifício é a principal a que me oponho, pois o edifício que rasga a quadra e se volta completamente para seu interior, com acesso a apenas uma das ruas, além de demonstrar um claro descolamento da cidade.

IMPLANTAÇÃO DO PROJETO BELACINTRA

Dado o desnível da rua Bela cintra para a rua Augusta e o acesso quase que em nível para a área de lazer voltado para a rua Augusta, verificamos a configuração de uma grande empena, que o projeto desenha como um painel em sua fachada. Além de a existência dos jardins laterais e da frente Augusta se mostrar como uma barreira vegetal, esvaziando um dos eixos culturais importantes da região.

IMAGENS DE DIVILGAÇÃO DO PROJETO BELACINTRA

DADOS OFERECIDOS PELA SUBPREFEITURA DA SE

Em destaque para o enquandramento da A.I

Mapeamento

TEATROS

localização

- TEATRO RUTH ESCOBAR

RUA INGLESES, 209

- ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DO TEATRO AUGUSTA

RUA AGUSTA, 943

- CIA DE TEATRO CRIANDO CONDIÇÕES –

RUA CONSOLAÇÃO, 1233

- TUSP – TEATRO DA USP RUA MARIA ANTONIA, 294

- TEATRO SESC ANCHIETA RUA DR. VILA NOVA, 245

- TEATRO ARENA EUGENIO KUSNET RUA DR. TEODORO BAIMA, 94

- COOPERATIVA PAULITA DE TEATRO PÇA FRANKLIN ROOSEVELT, 82

OBS: O alfinete roxo demarca a área de intervenção, enquanto que os alfinetes vermelhos demarcam os teatros existentes na região.

Mapeamento

CINEMAS

localização

- MATILHA CULTURAL REGO FREITAS, 542

- CINEMA ARTEPLES AS FREICANECA, 569

- CENTRO CULTURAL POPULAR CONSOLAÇAO

CONSOLACAO, 1897

- ASSOCIAÇAO BRASILEIRA MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA RUA ANTONIO CARLOS, 288

- ESPAÇO UNIBANCO CINEMA RUA AUGUSTA, 1475

- CINEMA MULTIPLEXBISTOL AV. PAULISTA 2064

- CINEBOMBRIL-CONJ. NACIONAL RUA PADRE MANUEL , 100

- CINESEC RUA AUGUSTA, 2075

OBS: O alfinete roxo demarca a área de intervenção, enquanto que os alfinetes vermelhos demarcam os teatros existentes na região.

MAPEAMENTO DA RUA AUGUSTA

Citarei a etnografia realizada pela Profa. Dra. Yara Schreiber Dines, que buscou fazer um exercício no sentido de recorte e diferenciação de uma antropologia urbana e visual na Rua Augusta. Sua proposta foi observar tanto os atores sociais com suas particularidades quanto o espaço com o qual interagem, garantia de sua inserção no espaço.

a Augusta do Centro é um lugar freqüentado por diversos tipos de pessoas, de diferentes classes sociais, profissões, idades. Acho que essa é uma

de suas virtudes: está ao alcance de todos, tem opções para todos, pode ser

usufruída por todos.

Andando pela rua Augusta, na frente do Del

Gusta e do Ibotirama , amontoam-se grupos

de jovens heterosessexuais e GLS, esperando

os amigos e fazendo o “esquenta”. Na frente do

Del Gusta, assim como no Hotseria, ficam as

lanchonetes e, na parte detrás, tem balada.

Para Giovanna Rossi Ferragut, o Hotseria “é

um lugar mais bacana, tem umas árvores

dentro e grafites na parede. Um pouco de tudo.

Tem gente da minha idade, até pessoal de 40

anos. Cada dia da semana tem um evento. No

Hotseria como no Del Gusta há predominância

do público GLS. Também há fast-foods, como o

Yoi! Rolls & Temaki e o Tollocos,

especializados em comida mexicana, iguais

aos de shopping-centers, que são locais

freqüentados, antes ou depois das baladas.

A música é realmente uma referência muito

relevante para os agrupamentos que

frequentam a Rua Augusta. Esta muitas vezes

atua como forma de organização de

identidades e estilos de vida. As identificações

não representam somente escolhas simbólicas

perante a grande oferta que a metrópole

dispõe, mas são resultados de relações de

indivíduos e grupos que estão em posições

específicas no contexto de classes

socioeconômico. Assim, os espaços de balada

são referências importantes no contato entre

indivíduos e na construção de gostos em

diferentes baladas da cidade de São Paulo.

Outro local bastante citado pelos

freqüentadores, espaço fechado e pago, é o

Comedians, em que se assiste aos stand-up’s -

show de comedia. Esta programação apresenta

ligação com as Terças Insanas, realizada em

outro pedaço da cidade, no bairro de Pinheiros.

Na Augusta, também encontramos uma loja

típica de outras épocas, a Maurice Plas, cujo

dono vende chapéus e boinas dos mais

diferentes tipos, de fabricação própria. A

Maurice Plas é como um símbolo de uma

época áurea, quando a rua apresentava lojas

elegantes para homens e mulheres de

camadas mais abastadas.

Mais pra cima temos o Bar Z Carniceria que

apresenta um aspecto bem particular, pois

como o nome já diz, procura lembrar o

açougue que havia lá. Já na porta, visualiza-se

esta diferença, pois as maçanetas são dois

cutelos. Nas vitrines, ao lado da porta, vemos

caveirinhas mexicanas e também correntes.

Dentro do ambiente, foram mantidos os

azulejos azul piscina na parede, há reboco

exposto e os garçons usam aventais como os

de um açougue. Nas paredes há ganchos

pendurados de prender carne, caveira de touro,

além de retratos, uma espingarda, dentre

outras quinquilharias. É freqüentado por um

pessoal que trabalha nas redondezas, nos

happy-hour.

Tabela de tipos de serviços ofertados ao longo da Rua Bela Cintra.

%

Restaurantes 30

Lojas 25

Bares / cafés 15

Estética 5

saúde 5

Bancos/ Imobiliárias 5

Hotéis 5

educação 5

Teatro 2

Cinema / Espaços de eventos 2

Animais 2

Outros 2

MAPEAMENTO DE SERVIÇOS

Rua Bela Cintra Jardim Paulista - São Paulo

CEP: 01415-000 01415-001 01415-002 01419-002

Spa L'Occitane Ají Restaurante

Cervejaria Devassa

Fun H

ouse

Th

e H

ub

o P

au

lo

Jam Jardins

CROQUI PERSPECTIVA DO VOLUME

CROQUI PERSPECTIVA DO VOLUME

Pretendo ainda ressaltar com este desenho as linha que irão sobressair no volume geral. A base apoiada na horizontalidade das linha estruturais das lajes e as verticais em maior ritmo equilibrando a horizontalidade, esta

tambem ocorre com

CROQUIS DE PLANTAS DO VOLUME MAIS VERTICAL

CROQUI PERSPECTIVA DO INTERIOR DO VOLUME Proponho neste desenho a intercomunicação visual e sonora entre níveis do edifício, que acabam por funcionar como

pontos de luz diferentes em cada parte da área.

IMAGEM DAS ESCADARIA DO AUDITÓRIO

IMAGEM DO PISO ENTRE O PISO BELA CINTRA E O PISO AUGUSTA

Niveis integrados

IMAGEM DO PISO ENTRE O PISO BELA CINTRA E O PISO AUGUSTA

Niveis integrados

IMAGEM DO BELA CINTRA

Acesso direto da visao ao piso Augusta

CROQUI DA LATERAL DIREITA DA A.I.

Neste croqui chamo a atenção para o muro divisor de lote, que deve receber um tratamento vegetal e desenho que se conecte diretamente com o plano de piso, mantendo a continuidade do espaço e criando volumes na vertical que configurem nossas sensibilidades.

IMAGEM DOS BARES /CAFÉS SOB O PERGOLADO

Acesso direto pela rua Augusta, lateral direita da divisa de lote.

IMAGEM BARES / CAFÉS

IMAGEM editada faz referência ao projeto do escritório Diller Scofidio. Traz a idéia de auditório a céu aberto para projeções e eventos variados.

IMAGEM PISO AUGUSTA

Acesso principal.

IMAGEM PISO AUGUSTA

Acesso principal

IMAGEM PISO AUGUSTA

Circulação vertical e auditório aberto.

CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS

Os croquis apresentados na sequência acrescentam ao partido arquitetônico uma preocupação com o mobiliário que potencializa a fruição e produção de alguns espaços, como o espaço mídias. A idéia deste lugar é permitir que o usuário esteja em sintonia com as novas linguagens e com o novo tempo comunicativo. Neste espaço as pessoas poderão se conectar com outras pessoas e lugares através da interconexão e multimediação, da integração de linguagens e da formação de novas entre as comunidades sociais, ampliando as possibilidades imediatas de comunicação não presenciais.

Idéia de mobiliário com modulação hexagonal, conectados e construindo um relevo com suas diferentes alturas. Estas funcionam como encosto, apoio de braço, apoio para os pés, ou mesmo uma espécie de mesa. CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS

O espaço mídias também possui uma áreas mais reservada para grupos, que buscam lugares para realizar reuniões, atendimentos etc.

CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS

CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS

CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS

A idéia embutida neste croqui é de que o mobiliário contínuo ao apoio da monitor, mas diferentemente do croqui, ele faria parte da vedação vertical.

CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS

Além de mobiliários para estudos, pesquisas mais individuais. Nesse sentido as mesas contínuas fluem espacializando o lugar e propondo integrações sociais.

Ainda do espaço mídias prevejo áreas de maior conforto e descaso, em que o relaxamento impera em grande puffs que tem suas formas delineadas pelo formato do corpo.

CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS

CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS

onde o sossego tem forma

CROQUI da laje de cobertura

Nessa área há a proposta de se instalarem restaurantes com espaço de convivência comum.

Área de Intervenção

Indicação de cortes

Corte AA

Corte BB

Perfil do terreno. Corte AA

R. Bela Cintra R. Augusta R. Consolação

Área de intervenção

Perfil do terreno. Corte BB.

Área de intervenção

Planta mostrando acesso

aos níveis 800, 801 e 802,1.

800m

802,3m

801m

comercio

Restaurantes e lanchonetes

Espaço Mídias

Bares cafés

Planta mostrando acesso

aos níveis 800 e 798,3.

800m

798,3m

790m

800m comercio

Escadaria

Acesso vertical, por elevadores e

escadas. Indicando torre.

Planta mostrando acesso aos níveis 798,3 e 79632.

796,32m

798,3m

790m

800m

Salas de ensaio e área de

apresentaçoes em frente a escadaria/ auditório

Planta mostrando acesso aos níveis 793,6 e 792,64.

792,64m

793,6m

790m

800m

Primeira nível do

estacionamento, ja indicando rampa de

um segundo

nível

Planta mostrando acesso

aos níveis 792,64 e 790.

792,64m

790m

790m

800m

Area de exposicoes.

Maquete eletrônica. Vista da R. Augusta.

Sequência de cortes da maquete eletrônica.

Sequência de cortes da maquete eletrônica.

Corte 1 Corte 2

Corte 3

Corte 4

Corte 5

Corte 6

Maquete eletrônica. Corte 6.

Maquete eletrônica. Corte 5.

Maquete eletrônica. Corte 4.

Maquete eletrônica. Corte 3.

Maquete eletrônica. Corte 2.

Maquete eletrônica. Corte 1.

Maquete eletrônica. Rampas e passarelas do interior do edifício.

Maquete eletrônica. Rampas e passarelas do interior do edifício.