8
ESPECIAL Jornal Opinião - 01 de julho de 2011 - Encarte Especial - Não pode ser vendido separadamente MEI O S É CUL O NO COR AÇÃO DE ENCA NT A DO Uma das mais tradicionais e respeitadas empresas da região completou, nesta quinta-feira (30), 50 anos de fundação. Comandada por Dario Hollmann, a Tabacaria Encantado consolidou-se como uma referência da cidade Diogo Fedrizzi

Caderno Tabacaria Encantado

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Caderno Especial sobre os 50 Anos da Tabacaria Encantado, uma das empresas mais tradicionais da cidade de Encantado, localizada no Vale do Taquari (RS).

Citation preview

Page 1: Caderno Tabacaria Encantado

EESSPPEECCIIAALL

Jornal Opinião - 01 de julho de 2011 - Encarte Especial - Não pode ser vendido separadamente

MMEEIIOO SSÉÉCCUULLOO NNOO CCOORRAAÇÇÃÃOO DDEE EENNCCAANNTTAADDOOUma das mais tradicionais e respeitadas empresasda região completou,nesta quinta-feira(30), 50 anos de fundação. Comandadapor Dario Hollmann, aTabacaria Encantado consolidou-se comouma referência da cidade

Diog

o Fed

rizzi

Page 2: Caderno Tabacaria Encantado

Ahistória da Tabacaria Encantado inicia demaneira tímida, pedindo licença tal como seufundador e idealizador, o rocassalense DarioHollmann que, embora discreto, carregavadentro de si um grande espírito empreendedor. Depois de vários passeios a Encantado para com-prar revistas e rever amigos, o jovem Dario percebeque a pequena banca de jornal localizada ao lado daantiga Ford não existia mais. A partir de então firmacom Otmar Von Mühler uma sociedade que se con-cretiza em 30 de junho de 1961, cuja primeira sedeinstalou-se em uma antiga casa de madeira que, porvolta de 1976, dá lugar a um prédio de alvenaria,onde até hoje funciona a Tabacaria Encantado.Mais do que um filão de mercado, a Tabacaria do

Dario representava o desejo e a necessidade de con-tinuar oferecendo aos encantadenses informação eentretenimento. Inicialmente, devido aos produtosque oferecia (jornais, revistas, charutos, cigarros efumo para cachimbo) o nome Tabacaria descreviafielmente as características da empresa; com o tempoa linha de produtos foi ampliada e hoje trabalha combazar, livraria, material escolar, bolsas, acessórios e,mais recentemente, todo o tipo de cópias e amplia-ções.Curiosamente, a partir da década de 90, alguns es-tabelecimentos, cujo produtos se assemelhavam aosoferecidos na Tabacaria Encantado, também nasciamcom a denominação de Tabacaria, independente deoferecerem tabaco ou revistas e jornais.

Em pouco tempo, o estabelecimento foi am-pliando sua variedade de produtos e transformando-se em lotérica, sendo parceria da Caixa EconômicaFederal há mais de 40 anos. Ao longo destes 50 anos, a Tabacaria Encantadose consolidou como um lugar em que se encontra detudo, desde leitura, material escolar e presentes.Além disso, é na Tabacaria Encantado que as mãesrecebem o Bolsa Família, que os desempregados re-cebem seu Seguro-Desemprego, onde centenas depessoas fazem suas apostas nas mais diversas formasde lotérica.Muito mais do que expandir sua seção de produ-tos, a Tabacaria Encantado implantou na cidade umconceito: tabacaria é o lugar que tem de tudo.

22 CCAADDEERRNNOO EESSPPEECCIIAALLJJuullhhoo 22001111

Tabacaria Encantado nasceu no dia 30 de junho de 1961.

Primeira instalação era de alvenariana parte da frente e de madeira nosfundos. Local é o mesmo até os diasde hoje, na Rua Júlio de Castilhos,

no centro da cidadeArquivo pessoal

EXPEDIENTE: Encarte especial do Jornal Opinião de 01 de julho de 2011. Coordenação: Milton Fernando; Reportagens e projeto gráfico: Diogo Fedrizzi;

Pós-edição: José Raimundo Tramontini; Direção Comercial: Bolivar Neto.

Menina que aparece na porta da Tabacaria é Luciana, uma das filhas do proprietário Dario Hollmann

Page 3: Caderno Tabacaria Encantado

CCAADDEERRNNOO EESSPPEECCIIAALLJJuullhhoo 22001111 ��

Écomum Dagmar Con-zatti Piccinini ser con-fundida como filha deDario Hollmann. Masela nem se importa, pelo con-trário, orgulha-se. É que a re-lação de Dag, como éconhecida, com a Tabacaria ea família Hollmann vemdesde os 16 anos de idade,quando foi contratada paratrabalhar na empresa comoatendente.“Meu irmão trabalhavacom o nosso pai e eu só estu-dava, ficava em casa, assistiaà TV, coisas de gurizada.Disse para minha mãe quequeria trabalhar e ela memandou procurar a Tabaca-ria. Eu nem sabia onde ficava.Vim aqui e me disseram paracomeçar no dia seguinte”,lembra. Dagmar trabalhavameio turno, das 12h45min às20h. “No primeiro dia, eram18h30min, já escuro, e meu

irmão já veio me buscar. Res-pondi: ´pode ir embora queestou trabalhando´”, conta.Passaram-se três anos e,com a saída da colega MarliBlonker, responsável pelosetor de compras, Dagmar as-sumiu a função. “Era um ser-viço bem difícil de fazer.Distribuíamos revistas paraoito municípios. Eram uns 30sacos de revistas”, diz.A experiência adquiridacomeçou a chamar a atençãode outras empresas. Propos-tas começaram a chegar, massempre recusadas. “Semprehouve um respeito mútuocom a família do Dario. Eusempre disse para ele que, seum dia eu sairia, seria paraabrir um negócio próprio,mas jamais no ramo de pape-laria. Seria muita ingratidão.E a maioria das propostas erapara atuar neste segmento”,comenta.

Funcionária há 30 anos, Dagmar trabalha desde os

16 na Tabacaria Encantado e seguidamente é confundidacomo filha do proprietário

D IOGO FEDR I ZZ I

Filha do Dario?

Dagmar confessa que recusou várias propostas de trabalho: “Jamais abriria um negócio no ramo de papelaria”, diz

Fotos: Diogo Fedrizzi

Dagmar acompanhou o crescimento da Tabacaria e, por consequência, o envolvimento com a famí-lia Hollmann solidificou-se. “Eu vi as crianças crescerem, o Fabiano (um dos filhos do Dario Holl-mann) pequeninho. Sou muito ligada à família do Dario, sempre me ajudou quando eu tive meusfilhos pequenos, me deu muita força”, diz emocionada. “Muita gente ficou minha amiga por ser clienteda Tabacaria. E muitos meus amigos se tornaram clientes. Crianças que vinham comprar revistinhas ehoje são pessoas formadas, mas que continuam frequentando a Tabacaria”.Ela garante que vai se aposentar na Tabacaria. “Sempre trabalhei como se a empresa fosse minha.Cuido demais das coisas. Às vezes sou até meio chata, mas é meu jeito”, brinca.

“Vou me aposentar na Tabacaria”

A equipe da TabacariaEncantado conta hoje com17 colaboradores. São elesLaura (caixa), Cecília (aces-sórios), Maria Emília, AnaPaula e Marina (lotérica),Taís Fraporti, Pedro e TaísCastelani (impressos e có-pias), Letícia (material esco-lar), Margarete (responsávelpela Decore Flor), Evandra(auxiliar da gerência), Leo-mar e Jeferson (jornaleiros),Lisboa (serviços gerais), Sa-mira (brinquedos), Cereni(auxiliar de limpeza) e Dag-mar (gerência). Para a vendedora Cecí-lia Marcolin, contratadadesde dezembro, o pontoforte da Tabacaria são os

produtos diferenciados.“Sempre gostei de traba-lhar com o público”, diz. Acolega Laura FrancineGranna, que atua no setorde caixa, salienta que ocompanheirismo dos cole-gas e do ‘patrão’ Dario me-rece ser destacado. “Adorotrabalhar aqui, estou há umano e meio”.BAZAR E DECORAÇÃOUma das filhas de DarioHollmann, Luciana, ajudana administração da em-presa. Ela salienta que hoje,além da tradição em revis-tas, papelaria e lotérica, aTabacaria também é refe-

rência no setor de cópias eampliações e no segmentode produtos para bazar edecoração. “Nossa últimaampliação foi a Decore Flor,um espaço exclusivo de ar-tigos para o embeleza-mento da casa”, acrescenta.Luciana comenta queela e seus irmãos pratica-mente se alfabetizaramlendo revistas e gibis da Ta-bacaria. “Isso nunca vai sairda minha memória”, lem-brando também o contatocom álbuns de figurinhas.“Na época, as editoras man-davam coleções completas,até para estimular as pes-soas a comprarem. E eu fuime apegando”.Laura e Cecília fazem parte da nova geração de colaboradores da Tabacaria Encantado

17 FUNCIONÁRIOS

Page 4: Caderno Tabacaria Encantado

�� CCAADDEERRNNOO EESSPPEECCIIAALLJJuullhhoo 22001111

JORNAL OPINIÃO - COMO SE DEU AIDEIA DE ABRIR UMA TABACARIA EM EN-CANTADO

Dario Hollmann – Naquelaépoca, eu trabalhava na Rocasa e omeu amigo Otmar Von Mühler, quetinha uma bomboniere em Estrela,me convidou para colocarmos umnegócio em Encantado. O “Seu” Wag-ner, que era distribuidor de revistasem Encantado, parou de trabalhar ecom isso o Otmar percebeu quehavia espaço para abrirmos uma lojasemelhante a de Estrela. O próprioOtmar veio a Encantado procurar apeça para alugar. Era um espaço pe-queno, construída na frente com al-venaria e nos fundos de madeira. Olugar é o mesmo onde hoje estamosinstalados.JO - O SENHOR TINHA 21 ANOS?Dario – Sim, era jovem. E oOtmar confiou em mim. Meu paificou preocupado quando decidi lar-gar o curtume para começar uma so-ciedade em Encantado. Mas aquilome deu mais força para investir nonegócio. Depois, meu pai me ajudoumuito.JO - E COMO FOI O COMEÇO?Dario – Durante uns três meses,o Otmar trazia as revistas de Estrela,nós não tínhamos ainda a distribui-ção, precisávamos encaminhar osdocumentos. Os bilhetes da loteriatambém pegávamos dele, que eraagente lotérico do Estado em Estrela.O Otmar entrou na sociedade com ovalor em mercadoria, e eu junteiuma grana com meus parentes e vimpara Encantado.JO - QUANTO TEMPO VOCÊS FICARAM

JUNTOS?Dario – A sociedade durou atédezembro de 1961, seis meses. Apartir daí fiquei sozinho, mas sem-pre com o Otmar me ajudando e meorientando.

JO - Qual foi sua primeira fun-cionária?

Dario – Eu fiquei uns seis mesessozinho, depois contratei a ClaudeteCuciolli. Ela ficou comigo até 1973.Com o tempo, fui conseguindo adqui-rir as revistas direto com as editorase mais tarde já disponibilizava as lo-terias do Estado e federal.JO - COMO ERA A VENDA DE REVISTAS

NA ÉPOCA?Dario - Muito melhor do que éhoje, havia muitas revistas. Os gibisdo Tio Patinhas, se vendiam até 200por edição, do Zé Carioca também.Revistas Cruzeiro, vendíamos emtorno de 300. Também a Manchete,Fatos e Fotos. A Capricho, eramcerca de 350 exemplares por edição.Lembro também da Sétimo Céu, asrevistas de foto novela.JO - E COMO FUNCIONAVAM AS LOTE-

RIAS NO COMEÇO?Dario - Começamos com os bilhe-tes e depois veio a Loteria Esportiva,hoje Loteca. No início, a central daCaixa era em São Paulo e, depois, seespalhou para os outros Estados. Nocomeço, eu mandava as loterias paraSão Paulo. Eu arrecadava na regiãotoda: Arvorezinha, Putinga, DoutorRicardo, Ilópolis, Nova Bréscia,Muçum e Roca Sales. As apostas vi-nham pelo ônibus. Buscávamos narodoviária. Arrecadava até quarta-feira à noite e, depois, levava até oAeroporto em Porto Alegre para en-viar para São Paulo. Lá, os cartõeseram perfurados e voltavam para acapital gaúcha para mais tarde eu re-passar os comprovantes para osapostadores. Eu aproveitava tam-bém para enviar os bilhetes que se-riam apostados na semana seguinte.Fiz isso durante uns dois anos.Quando a central veio para o RioGrande do Sul, começamos a mandarpara Porto Alegre. Também por dois

anos. Depois era Lajeado até chegara Encantado.JO - E COMO FUNCIONAVA A LOTERIA

QUANDO OS JOGOS ERAM FEITOS EM EN-CANTADO?

Dario - Quando começamos afazer os jogos diretamente na Taba-caria, trabalhávamos todas as quin-tas-feiras até a madrugada. Eucontinuava arrecadando pela região.Perfurávamos dois cartões, um parao apostador e outro para a Caixa.Atendíamos o pessoal durante o diae, à noite, somávamos as planilhas,conferíamos os jogos, para depoisentregar na Caixa em Porto Alegre.Terminávamos o trabalho às 4h enos deslocávamos para Porto Alegre.Vinham lotéricos de todo o Estadoprestar contas em Porto Alegre, tí-nhamos que entrar numa fila paraser atendido, conferir os jogos e, às8h30min, a Caixa abria. Se não fazía-mos uma prestação de contas emque os valores batessem, perdíamospontos e corríamos o risco de ser-mos descredenciados da Caixa. Fize-mos isso durante uns sete anos.

Quanta história, Seu Dario!!!Dario Hollmann, 71 anos, casado com Elia, pai de

três filhos (Andreia, Luciana e Fabiano), avô dedois netos (Lorenzo e Maria Eduarda), nasceu naLinha 21 de Abril, interior de Roca Sales. Filho de

agricultor, desde criança já tinha paixão pelas vendas, sejacomercializando produtos da colônia na cidade, ou aindaajudando os caixeiros-viajantes que iam a Roca para fazer

negócios. “Os alemães eram um pouco desconfiados dequem vinha de fora, e como meu pai era bastante conhe-cido, ficava mais fácil o relacionamento”, lembra.

Depois de trabalhar durante três anos na indústria decouros Rocasa, aos 21 anos, Dario aceitou a proposta doamigo estrelense, Otmar Von Mühler, e juntos, abriramum estabelecimento em Encantado para vender revistas,

jornais, bombons, bijouterias, entre outros produtos.Nascia, em 1961, a Tabacaria Encantado.

Nesta entrevista, Dario Hollmann relembra o inícioda trajetória profissional, os primeiros ganhadores de lo-terias em Encantado, o envolvimento da família e o tra-balho de estruturação de uma das empresas maistradicionais da região.

A conversa era para ser de 10 minutos. Durou quase uma hora. Mesm

o assim, tempo

escasso para contar a história de um rocassalense que ainda jovem i

niciava, em

Encantado, a construção de uma das mais tradicionais empresas da

região.

No começo, eu mandava as loteriaspara São Paulo. Eu arrecadava na regiãotoda: Arvorezinha, Putinga, Doutor Ricardo, Ilópolis, NovaBréscia, Muçum eRoca Sales. As apostas vinham pelo ônibus e buscávamos na rodoviária.

D IOGO FEDR I ZZ I

Diogo Fedrizzi

Page 5: Caderno Tabacaria Encantado

CCAADDEERRNNOO EESSPPEECCIIAALLJJuullhhoo 22001111 ��

JO - IMPRESSIONANTE A EVOLUÇÃO DISSOTUDO...

Dario - Mudou completamente. Naépoca, por exemplo, tínhamos que pres-tar contas na sexta-feira de manhã e osorteio dos jogos acontecia no sábado.Hoje as apostas vão até as 19h do sábadoe às 20h já é realizado o sorteio. Nemprecisamos sair da Tabacaria. Não existemais planilha, é tudo no terminal. Naépoca era preciso somar todos os cartõespara depois ver se conferiam os valores.Hoje você faz o jogo no terminal lotéricoe, no fim do dia, é possível imprimir umrelatório em 10 segundos.JO - QUEM FOI O PRIMEIRO GANHADOR DA

TABACARIA?Dario - Foi na época em que eu aindamandava os bilhetes da loteria esportivapara São Paulo, em 1978. O primeiro prê-mio bom foi para um bolão do SixtoBratti, Valdir Pinheiro e Lino De Nes. OSixto, que era funcionário da Ford, com-prou o prédio onde funcionava a RádioEncantado antigamente e colocou a ofi-cina dele. O falecido Valdir comprou umacasa e o Lino era fotógrafo e já tinha con-dições boas. Depois vendemos um prê-mio da loteria esportiva que teve apenasdois acertadores no Brasil. Foi para oAdão Caio, que morava em Canoas, mastinha parentes em Encantado. Ele jogavasempre comigo, fazia bolões, eu fechava ojogo para ele. Eu tinha um esquema em

que eu fechava os jogos e ficavam só qua-tro jogos em branco. Ele só tinha queacertar quatro jogos. Na época, eu faziaas combinações manualmente. O valorera alto, mas ele jogava. O prêmio, na-quele ano, correspondia a 150 wolswa-gen.JO - E COMO FOI A SUA REAÇÃO?Dario - Lembro-me que, na noite dodomingo, ele me ligou para tomarmos umchimarrão na casa dele, enquanto ele es-cutava os jogos. Daí me disse: `estou naparada`. Faltava só o jogo Bangu x Fla-mengo. E nesse jogo ele tinha apostadoum Triplo. Não tinha como errar. A par-tida estava 0x0 e o ele torcia para darBangu porque, segundo as previsões domatemático Osvald de Souza, no pro-grama Fantástico da TV Globo, se desseBangu, o resultado seria de nenhum a umacertador, se desse Flamengo seriam 10acertadores e, se terminasse empatado,seriam de dois a três ganhadores. E foi oque aconteceu, empate, e dois acertado-res. Um deles, o Adão Caio.JO - E ELE NÃO LHE DEU UNS 10 WOLSWA-

GENS?Dario - Não (risos). Não ganhávamoscomissão. Não se pode falar em nomes deganhadores, só quem autoriza. Na época,eu disse para ele que não era interes-sante divulgar o nome. Mas ele queriafazer propaganda da Tabacaria e me au-torizou a divulgar. Outro ganhador bas-tante conhecido foi o José Dalla Lasta.JO - COMO O SENHOR SE SENTE QUANDO UM

CLIENTE SEU É PREMIADO?Dario - É uma satisfação muitogrande, uma alegria imensa. A casa sendocontemplada dá prestígio. As pessoasapostam mais. Há uns três anos vende-mos um prêmio grande da Dupla Senapara um apostador de Encantado, R$ 1,4milhão.JO - A TABACARIA ESTÁ PREPARADA PARA

MAIS 50 ANOS?Dario - Sim, está muito bem estrutu-rada para seguir adiante. Tenho certeza

que os negócios da Tabacaria vão conti-nuar por muito tempo.JO - COMO É O ENVOLVIMENTO DA FAMÍ-

LIA?Dario - Sempre trabalhamos em fa-mília. Uma união que fez com que agente conseguisse tocar o barco parafrente. Tem tanta coisa, mas não vouconseguir falar tudo (risos).JO - O SENHOR TEM UMA FUNCIONÁRIA

QUE ESTÁ HÁ 30 ANOS NA TABACARIA...Dario - Sim, a Dagmar. Ela come-çou a vida aqui, só tem carteira assi-nada pela Tabacaria Encantado.Começou com 16 para 17 anos. O su-cesso da Tabacaria está muito ligadoa ela, com certeza. Pela dedicação,pelo compromisso, um sentimentode responsabilidade que poucas pessoastêm. Ela até já foi assediada com outraspropostas, mas recusou.JO - QUAL O

SEGREDO PARATER ÊXITO NAVIDA PROFISSIO-NAL?

Dario -Para conseguiralguma coisana vida temque acreditar,gostar daquiloque faz. Àsvezes, as coi-sas não vão deacordo, masnão se podedesistir.

Atual fachada da Tabacaria Encantado. Prédio está localizado na Rua Júlio de Castilhos.

Sempre trabalha-mos em família.Uma união quefez com que a

gente conseguissetocar o barco

para frente. Temtanta coisa, masnão vou conseguir

falar tudo.

Família Hollmann:

Luciana, Elia,Fabiano, Andreia,

Lorenzo, Darioe MariaEduarda

Celso Mulinari

Arquivo pessoal

Estande da Tabacarianuma Suinofest

Arquivo pessoal

Page 6: Caderno Tabacaria Encantado

�� CCAADDEERRNNOO EESSPPEECCIIAALLJJuullhhoo 22001111

JORNAL OPINIÃO - COMO SURGIU AIDEIA DE ESCREVER UM LIVRO SOBRE ATABACARIA?

Airto Gomes - A ideia foi da fa-mília Hollmann, através da Lu-ciana e da Andréia, com a intençãode resgatar e promover a históriadessa empresa familiar, fazer umahomenagem ao pai, como em-preendedor, reunindo num sólivro, os 50 anos da Tabacaria e os30 anos da Farmácia Central.JO - QUAL É A PROPOSTA DO LIVROAirto Gomes - A proposta é de-monstrar a importância da em-presa familiar, de pai para filhos,quem sabe, netos. Lembrar das di-ficuldades, conquistas, o envolvi-mento pessoal e o da comunidadeque está, de uma forma ou deoutra, interagindo nesta história,seja jogando nas loterias, ga-

nhando prêmios, pagando contasbancárias, comprando os mais di-ferentes produtos...JO - COMO O SENHOR ESTÁ FAZENDO

O TRABALHO DE RESGATE DA HISTÓRIA?Airto Gomes - Eu ainda não fiz,pois recebi a incumbência não fazmuito tempo e para terminar apesquisa, demora dias, meses...Porenquanto estou ainda recolhendodepoimentos históricos de amigos,clientes, familiares...JO - O QUE ESTÁ LHE CHAMANDO

ATENÇÃO NESTE NOVO TRABALHO?Airto Gomes - Que a gente sedepara com uma história bonita depais e filhos, de amigos e clientessobre uma empresa que faz su-cesso lidando com crianças, adul-tos, idosos, de todas as camadassociais.

JO - O QUE REPRESENTA A TABACA-RIA PARA A HISTÓRIA DE ENCANTADO.

Airto Gomes - Significa uma his-tória que se mistura com a cidade ecom o tempo. Enfrentou diferentesépocas, envolvendo revistas, marcasde cigarros, costumes, loterias eprincipalmente pessoas que poraqui marcaram presença comoclientes da Tabacaria. Transformou-se em sua estrutura física, na áreade atendimento, no número de arti-gos e produtos oferecidos, mas con-tinuou valorizando parceiros eclientes. A Tabacaria é uma empresaque não esqueceu o passado, a an-tiga peça que serviu para o início daloja é lembrada como um carinhosotroféu. Ela se atualiza no presente ecertamente com a família, se pre-para para o futuro, sempre com omesmo sucesso.

O professor e escritor Airto Francisco Gomes é um dos mais conhecidos escritores do Vale doTaquari. Autor de 11 obras, ele

recebeu a missão de transcrever em livro a história da Tabacaria Encantado.

Nesta entrevista, Gomes antecipacomo pretende produzir o trabalho.

D IOGO FEDR I ZZ I

A Tabacaria em livro

* Dentro & Fora das quatro linhas - 1999* Na Tribuna da Câmara - 2000* Relvado - 100 anos depois - 2001* O Grande Encantado - 2002* Futebol & Paixão - 2005* Loucos por Velocidade - 2007* A História de um Sapateiro - Bertozzi - 2008

* Conversando com os livros - 2010* Relvado - Este sabor o Brasil conhece! - 2011* Na intimidade com livros e mestres - 2011(final)* Uma história de Vida-Tramontini - (em fasefinal)

AS OBRAS DE AIRTO GOMES

O advogado Croaci Alves da Silva estevepela primeira vez em Encantado na últimaterça-feira (28). Ele nasceu em Imbé, mas re-side e trabalha em Tramandaí e veio à cidadepara uma audiência no Fórum. Silva contou que tem o hábito de apostar naQuina e na Mega Sena sempre que visita outros

municípios. “Aqui em Encantado não poderiaser diferente. Jogo sempre os mesmos núme-ros. Quando perguntei um local para apostar,logo me indicaram a Tabacaria. Aproveiteitambém para comprar uma mochila de pre-sente para minha sobrinha”, comenta. “O pes-soal daqui é de muita hospitalidade e solícito”.

“Logo me indicaram a Tabacaria”

Silva é advogado e visitou Encantado pela primeira vez

Diogo Fedrizzi

Airto Gomes já está recolhendo depoimentos para escrever o livro

Vitória S. Bortoletti

Page 7: Caderno Tabacaria Encantado

CCAADDEERRNNOO EESSPPEECCIIAALLJJuullhhoo 22001111��

Quem nunca ingressou numa fila da Taba-caria Encantado para fazer uma fezinhana Quina ou apostar na Loteria Federalque atire a primeira pedra. A frase é ape-nas uma brincadeira, mas serve para revelar atradição da empresa encantadense em jogos deapostas da Caixa Federal.A parceria existe desde os anos 70. Conforme ogerente da unidade local, Marcos Mazzuti de Cas-tro, atualmente, a agência de Encantado respondepor mais cinco municípios: Doutor Ricardo, AntaGorda, Relvado, Coqueiro Baixo e Nova Bréscia. Emtodos eles, há um lotérico, com exceção de Co-queiro Baixo, que deve receber uma unidade emdois meses. “O lotérico hoje é a Caixa Federal inse-rida no município”, diz Mazzuti.

A importância da Loteria para a Caixa é tama-nha que, na agência de Encantado, há um profis-sional responsável por cuidar do contato diretocom os lotéricos: Marcus Melati, o supervisor decanais. “Se não existissem as lotéricas, o fluxo depessoas na agência seria muito grande e não te-ríamos como dar conta pelo número de funcioná-rios que tem hoje”, explica. “Porque a Caixaatende desde programas sociais até o cliente co-mercial normal, empresas, e essa rede de corres-pondentes são vitais para o bom funcionamentodo banco”. “A Caixa é a que tem correspondentesmais completos, com mais recursos, quantidade equalidade de atendimento”, acrescenta Mazutti.Conforme o gerente, a Caixa é pioneira no traba-lho com lotéricos.

Mazutti não poupa elogiosao parceiro Dario Hollmann.“Ele é um grande empreende-dor, admiro a vitalidade dele.Parece um gurizão, semprecorrendo, vem até três vezespor dia à agência para nego-ciar, ver o que precisa. O en-volvimento familiar que eleconseguiu dar às empresas éalgo que impressiona”, diz.“Mais do que a Caixa homena-gear o Dario, a cidade de En-cantado deveriahomenageá-lo. É um parceironosso de destaque. Quemdera tivéssemos mais Dariospor essas loterias. Ele é a ima-gem da Caixa”.O gerente ressalta a quan-tidade de produtos que sãooferecidos pela Caixa e, porconsequência, estão disponí-veis na Tabacaria Encantado.“O Dario é nosso braço di-reito, atende habitação, fazempréstimos para pessoa fí-sica, abertura de contas. Todoo trabalho que fizemos naagência, ele faz na Tabacariatambém”, conta. “Todas astransações, desde pagamento

de contas de água, luz, tele-fone, boletos de pagamentosde empresas”. De acordo com Mazutti, aagência de Encantado obe-dece à superintendência deCaxias do Sul, que engloba 30agências e mais de 70 municí-pios. “São quase 100 lotéricasna superintendência e a doDario sempre esteve entre asmelhores”, salienta. “A Taba-caria sempre cumpriu os de-safios, esteve junto,acompanhando a evolução daCaixa”.Ele afirma que os lotéricossão fundamentais para o fun-cionamento da Caixa e cita osprejuízos para a agência casouma lotérica ficasse fechadadurante uma semana, porexemplo, e o público tivesseque se deslocar para a agên-cia. “Não comporta mais, nãose concebe mais os bancosabsorverem grande quanti-dade de serviços. Os corres-pondentes são nossos braçosdireitos. E o Dario cumpremuito bem isso”.

“O DARIO é nossobraço direito”

Gerente da agência

da Caixa Federal de

Encantado fala sobre

a parceria com a Ta-

bacaria Encantado,

enaltece o empreen-

dedorismo do pro-

prietário Dario

Hollmann e a contri-

buição das lotéricas

para melhor atendi-

mento aos clientes

TABACARIA ENCANTADO é destaque entre as lotéricas

Marcus Melati e Marcos Mazutti de Castro, da Caixa de Encantado

Diog

o Fed

rizzi

Page 8: Caderno Tabacaria Encantado

Nasce o DARIKO

Um concurso realizadonas escolas municipais,estaduais e particular deEncantado viabilizou aescolha do nome do mascote daTabacaria Encantado. Ao todo,797 crianças, com idade até 13anos, depositaram suas suges-tões de nomes nas urnas instala-das em cada um doseducandários. O número surpreendeu tantoa direção da empresa como a se-cretaria municipal de Educação,que intermediou o envio e o re-cebimento dos materiais. “Fica-mos orgulhosos por saber quenossa ação movimentou as crian-ças desta forma”, declara a em-

presária Luciana Hollmann. Paraa secretaria de Educação, essemontante de adesão mostra oquanto as escolas estão compro-metidas com as ações que par-tem da comunidade. “Nãopodemos trabalhar a educaçãode forma isolada, é preciso inte-ragir com os segmentos que com-põem nossa sociedade, e aí estámais uma prova”, diz, orgulhosa,a secretária Roseli Soares.OS FINALISTASApesar de Dariko ter sido onome escolhido, ele não apare-ceu em nenhuma das quase oito-centas sugestões dadas por meiodo concurso. No entanto, algu-

mas dicas inspiraram a comissãoavaliadora e a direção da em-presa a criar este nome. Por isso,as cinco sugestões que inspira-ram a criação do Dariko foramconsideradas vencedoras do con-curso “Dê um nome para o mas-cote”. Os alunos premiadosforam os seguintes: Lucas Capitâ-nio Bagatini, Letícia Gheno Zeni,Joana Bertamon Belotti, ArthurCapitânio Vian (os quatro daEMEF Mundo Encantado) ePedro Henrique Cestari, da EMEFPorto XV.Os nomes que serviram deinspiração foram: Dariozinho,Tabacario, Dariozito, Sortudinhoe Fortuninha.

No sábado, dia 18 de junho, o mascote da Tabacaria Encantado, Dariko,foi apresentado à comunidade durante uma solenidade,

realizada no estabelecimento, em comemoração ao aniversário da empresa. O Dariko foi recebido por toda a família Hollmann,

por amigos de Dario Hollmann, por parceiros da empresa e pelos cincoalunos e professoras que contribuíram para a definição do nome do mascote.

Concurso inspirou escolha do nome

DARIKO NASUINOFEST

Durante a 10ª Suinofest de Encantado, o mascoteda Tabacaria Encantado circulou pelo Parque JoãoBatista Marchese e brincou com crianças e expositores. Confira algumas imagens.

Fotos: Divulgação

Crianças premiadas no concurso de escolha do nomedo mascote acompanhadas dasprofessoras

Vitória S. Bortoletti