Caderno Tecnico de 420

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  • 7/21/2019 Caderno Tecnico de 420

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    Formao de Treinadores

    Documentao de apoio

    Caderno Tcnico

    Classe 420

    Lus Rocha_________________________________________________________________________________

    Federao Portuguesa de Vela

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    ndice

    Introduo 4

    1 Com quem fazer tripulao 5

    2 A escolha do material 52.1 O casco 52.1.1 O peso 52.1.2 Juno do casco com o convs 52.1.3 Estado de conservao do casco 52.1.4 Rigidez geral 52.1.5 As ferragens 62.2 As velas e o mastro 6

    2.3 O patilho, leme e cachola de leme 73 Aparelhar correctamente 73.1 O mastro 83.2 O patilho 93.3 O leme 93.4 O estai 93.5 A vela grande 103.5.1 O p de galo 103.5.2 Oboom-jack 113.6 O pau de spi e o spi 11

    4 As marcas fundamentais e referncias 124.1 Escota e contra escota do estai 124.2 As fitas do estai 124.3 As fitas da vela grande 124.4 O patilho e o leme 124.5 A esteira 134.6 Tenso e queda de mastro 13

    5 As afinaes 13

    5.1 As afinaes estticas 135.1.1 P de mastro 145.1.2 Vaus 145.1.3 Queda de mastro 155.1.4 Rgua superior 165.1.5 Altura do estai 165.2 As afinaes dinmicas 165.2.1 Tenso 175.2.1.1 A tenso utilizada pelos campees 185.2.2 Cunhas 185.2.3 Boom-jack 185.2.4 Escota e contra escota do estai 19

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    5.2.5 Esteira da vela grande 195.2.6 Punho da amura 205.2.7 Cunningham 205.2.8 O pau de spi 21

    6 A posio da tripulao a bordo 21

    7 O dirio de bordo 22

    8 Bibliografia 26

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    Agradecimentos

    Gostaria de agradecer aos velejadores Hugo Rocha, Miguel Nunes, lvaro Marinho e Nuno Barreto o tempodispendido na anlise deste documento e nas indicaes e modificaes por eles sugeridas.

    Actualizao

    Este documento foi actualizado pelos tcnicos Diogo Pereira e Francisco Neto em 31/10/2002.

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    Introduo

    O nmero de velejadores da classe 420 a participar em provas oficiais tm aumentado nos ltimos anos.Esta tendncia deve-se essencialmente ao esforo da nova gerao de treinadores, dirigentes,velejadores e ao investimento dos seus pais.Em sintonia com esta nova realidade, procurmos criar um documento orientador para os treinadores evelejadores que iniciam o contacto com a classe 420.Temos como objectivo transmitir de uma forma genrica os princpios do funcionamento do 420, dar aconhecer medidas mximas e mnimas das diversas afinaes e tambm mecanismos da vela em geral.Porm, fundamental ter em conta que para consolidarmos elevadas prestaes, so necessriosmuitos anos de treino e centenas de competies para atingirmos maturidade na tctica de regata.Assim, o segredo do sucesso resume-se a muito treino, muitas regatas, objectividade na sua anlise emuita pacincia.Se tivermos como objectivo a prtica da vela, apenas e s, pelo prazer que esta nos d, estesapontamentos podem ajudar a retirar o mximo prazer em velejar num barco apaixonante a classe420.

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    1- Com quem fazer tripulao?

    Esta provavelmente a grande questo que um velejador faz quando comea a pensar em velejar naclasse 420.

    Esta deciso est condicionada pelos seguintes factores:- O nosso companheiro deve ser um bom amigo e adorar velejar.- O peso de uma tripulao de 420 deve variar entre os 100 Kg e os 135 Kg.- O proa no deve ter mais do que 70 Kg.- O leme no deve ter mais do que 65 Kg.

    2- A escolha do material

    Por diversas razes este um assunto muito delicado para quem pretende comear a navegar na classe420.Esta escolha vai influenciar directamente a motivao e nvel de prestao, para alm de envolver uminvestimento financeiro considervel.

    Assim, aconselhamos que antes da escolha do material, seja efectuada uma minuciosa leitura das regrasda classe, bem como, o esclarecimento de todas as dvidas com velejadores e treinadores maisexperientes e mesmo com a Associao Portuguesa da Classe 420.Os pontos que se seguem so fundamentais para quem pretende comprar um barco em segunda mo.

    2.1- O casco

    Independentemente do construtor, h diversos aspectos que devemos verificar:

    2.1.1- O peso

    Devemos procurar um casco que esteja exactamente com o peso mnimo ou com 1 Kg a menos.

    Devemo-nos certificar se o casco tem peso corrector. Se tiver, devemos retir-lo antes de pesar.Se o barco apresentar at 2 Kg a mais, no dramtico, pois a influncia no rendimento desprezvel,principalmente para quem se est a iniciar na classe.A pesagem deve ser efectuada em conformidade com as normas estipuladas pelas regras da classe.

    2.1.2- Juno do casco com o convs

    Esta colagem deve ser perfeita. Uma m colagem pode levar a gua a entrar nas caixas de ar,influenciando directamente a prestao e segurana da embarcao.

    2.1.3- Estado de conservao do casco

    Verificar se no existem deformaes, bolhas nos ngulos, aranhas, etc

    2.1.4- Rigidez geral

    Com a mo, devemos exercer presso nas zonas do convs e do casco que suportam grandes esforos.Estas zonas no convs so: local onde o timoneiro se senta; passador e mordedor da escota do estai;rea entre a arreigada do brandal lateral, (pea de inox fixa ao barco onde se vai prender o esticador dobrandal) e toda a zona da enora.No casco deve-se analisar a rea que vai entre a arreigada do brandal lateral caixa de patilho.Nesta anlise rigidez, devemos ter em conta que por motivos de rentabilizao do comportamento dobarco, os construtores procuram aligeirar ao mximo o peso nas extremidades e concentr-lo nas zonasde grandes esforos, isto , quebra mar enora e brandais. Assim, natural que, no convs, a rea frente do quebra-mar seja extremamente mole, bem como, os ltimos 50 cm antes do painel de popa.

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    2.1.5- As ferragens

    Com a excepo das ferragens de arreigada e do leme, um velejador experiente deve, ele prprio,colocar as ferragens no seu barco. Desta forma pode fazer-se uma escolha de qualidade e colocar todas

    as peas em posies ergonomicamente mais eficazes.No entanto, esta iniciativa tomada por um velejador pouco experiente ou com a percepo errada deque experiente, pode acabar em furos sem fim num barco que num dia vai envelhecer 5 anos.H procedimentos que devemos efectuar quando recebemos um barco j montado. Assim, devemosverificar se o barco est completamente estanque(no mete gua) nas zonas de contacto das ferragens com o barco e nas tampas das caixas de ar.Este procedimento efectua-se da seguinte forma:1- coloca-se uma bomba de encher os botes na pequena tampa situada na caixa de ar lateral, junto ao

    painel de popa.2- Pea a pea, coloca-se gua com sabo e bombeia-se ar para dentro da caixa de ar.3- Onde se formarem borbulhas implica uma fuga de ar, logo, infiltrao de gua.4- Retirar as peas em causa e voltar a coloc-las com bastante silicone.

    2.2- As velas e o mastro

    Esta provavelmente a combinao mais importante no material que faz parte de uma embarcao. neste aspecto que as tripulaes de topo em qualquer classe no monotipo, caso do 420, dispendemmais horas de treino. Procuram assim, adquirir uma pequena vantagem em termos de velocidade quelhes facilitar muito quando em competio.Desenvolver este aspecto levar-nos-ia a escrever um livro inteiro, mas, no contexto em que se inseremestes apontamentos vamos restringir ao fundamental os pontos a serem desenvolvidos.

    Uma tripulao leve deve optar por velas mais planas, isto , velas com menos saco ou menosprofundas e o mastro deve ter uma ponteira mole.

    Uma tripulao pesada deve optar por velas mais potentes, isto , velas com mais bolso ou maisprofundas e o mastro deve ter uma ponteira mais rgida.

    Podemos verificar a rigidez da ponteira dos mastros efectuando medies da seguinte maneira (fig. 1):

    Ponto demedio

    enora ferragem ponto de fixao 5 kgdos vaus dos brandais

    Figura 1

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    Protocolo da medio:

    1- fixar o mastro na enora, ferragem dos vaus e ponto de fixao dos brandais.2- Cerca de 10cm atrs da banda negra efectuar uma marca (ponto de medio).3- Efectuar a medio dessa marca at ao cho, onde tambm colocamos uma marca. Esta medio

    denomina-se medida zero (0).4- Colocamos o peso sobre a banda negra e efectuamos uma nova medio entre as marcas efectuadas

    no mastro e no cho. Esta medio denomina-se medida um (1).5- Efectuamos a subtraco da medida (1) medida (0) e obtemos um valor que corresponde

    flexibilidade do mastro.6- As medies podem ser efectuadas lateralmente para bombordo e estibordo e, longitudinalmente

    apenas com a calha para baixo, isto , para trs.

    Nota: Para haver comparao entre mastros diferentes, as medies tm que ser efectuadas semprecom o mesmo peso e o mastro fixado sempre da mesma maneira.

    No entanto na escolha de um mastro fundamental ter em conta os seguintes aspectos:

    -

    rectitude da seco- amolgadelas- compresso na zona dos vaus- danos no alumnio e consequente corroso

    A retranca deve ter como critrios de escolha:- ser leve- ser rgida

    2.3- O patilho, leme e cachola de leme

    Relativamente ao patilho devemos ter ateno sua rigidez, na medida em que acontece com alguma

    frequncia a sua ruptura. Outro aspecto importante tem a ver com os bordos de fuga e bordo de ataqueque devem estar perfeitamente direitos. Verificar portanto se o patilho no est empenado.O leme deve estar no peso mnimo para evitar peso desnecessrio na extremidade do barco.A cachola do leme deve ser leve e forte para evitar tores que se vo reflectir no comportamento doleme. Devemos ter ateno s ferragens que permitem a ligao ao barco e verificar se estas no tmfolgas.

    3- Aparelhar correctamente

    Os aspectos da montagem de uma embarcao so muitas vezes relegados para um papel secundrio, oque se vai traduzir num deficiente funcionamento dos sistemas, condicionando a nossa prestao emregata.

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    3.1- O mastro

    Relativamente ao mastro, importante:

    a) Colocar os vaus com o mesmo comprimento.Colocamos a fita mtrica a tocar no mastro por cima de um vau e efectuamos a leitura no brandal.Efectuamos a mesma operao no outro vau.

    b) Verificar se o comprimento dos brandais igual.Colocamos um parafuso ou fazemos passar um cabono furo dos esticadores, que utilizado paraprender os brandais arreigada. Esticamos alinhando-os pela calha do mastro e verificamos se ambos tm amesma tenso. Se assim for, os dois brandais tm omesmo comprimento (fig. 2).

    c) Assegurar umaangulao simtrica relativamente ao brandal.Colocamos o mastro e damos tenso. O vau deve ser a bissectriz dongulo formado pelobrandal (fig.3). O vauvai ficar ligeiramenteinclinado para cima e

    para que se mantenhasempre nesta posiodevemos fix-lo com

    fio de falcaa ou um nicopress (fig.4).

    d) Verificar se os vaus ficam mesma altura.O mastro deve estar colocado e com tenso. Aps efectuarmos a operao c) para um vau, colocamos afita mtrica na sua parte inferior, junto ao brandal, eefectuamos a leitura no convs do barco junto arreigada ou na parte superior da arreigada. Devemos

    depois colocar o outro vau mesma altura.

    e) Verificar se um vau no fica mais aberto do que o outro.Como colocar os vaus com uma abertura simtrica ?Este aspecto muitas vezes pouco cuidado, o que pode provocar deformaes no mastro e diferenterendimento do barco em bordos opostos.

    1- Aps efectuarmos as operaes a), b), c), e d) devemos colocar a fita mtrica na juno do vau como brandal e medir a distncia at ao meio da parte superior do painel de popa. Ao efectuar esta medio,o barco dever estar direito.2 - efectuar a mesma operao no outro vau.

    Figura 2

    Figura 4

    Figura 3

    Figura 4

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    f) Retirar a folga que possa existir na enora.Aps darmos tenso no mastro devemos retirar a folga que possa existir entre o mastro e as paredes daenora. Podemos colar pequenas rguas ou fita tipolbios do patilho nas paredes da enora (fig. 5).Estas devem ser coladas de forma a retirar a folgaexistente mas devemo-nos certificar que o mastro ficadireito no sentido lateral, isto , pode ser necessriocolar mais fitas de um dos lados da enora.Assim, para verificarmos se o mastro est direitolateralmente devemos:- dar tenso- colocar a adria da vela grande esticada a tocar a

    parte inferior da calha do mastro acima do peoda retranca.

    - desde a popa do barco verificar se a adria

    coincide de cima a baixo com a calha do mastro.

    3.2- O patilho

    A primeira preocupao prende-se com a necessidade de retirar quaisquer folgas laterais. Esteprocedimento deve ser efectuado com tenso no barco, caso contrrio, existe o risco de o patilho nodescer nem subir, aps darmos tenso.Devem ser coladas fitas tipo lbios do patilho ou rguas (tantas quantas necessrias) no interior dacaixa de patilho no sentido longitudinal do barco. Estas fitas ou rguas devem ser coladas na partesuperior e inferior da caixa de patilho.

    Quando o patilho est em baixo devemos verificar se este bate na parte da frente/inferior da caixa depatilho. Se tal acontecer, devemos colocar uma pequena bola de silicone nesta zona da caixa de

    patilho (e esperar 24 horas at secar), assim, evitamos danificar o bordo de ataque do patilho.Outra soluo pode passar por colocar um ponto de bloqueio na parte superior do patilho, de forma agarantir que o bordo de ataque no seja danificado.

    3.3- O leme

    Tal como no patilho, tambm no leme devemos anular as folgas laterais. Devemos colar fitas tipolbios do patilho no interior da cachola de leme at anular essas folgas.

    3.4- O estai

    Para que os pontos de referncia sejam fiveis, fundamental que se utilize sempre a mesma manilha

    no punho da amura e na adria do estai. Assim garantimos sempre as mesmas afinaes nas marcasestabelecidas. importante realar que o estai vem com um cabo de ao inserido. Ao mudarmos de estai o cabo deao passa a ser outro pelo que temos de reformular as marca da tenso (desenvolvido no ponto 4.6).

    tambm muito importante usar um sistema de escota fivel para assegurar a mesma afinao.Devemos ter ateno qualidade do cabo e o ponto de fixao ao estai deve ser rigorosamente sempreo mesmo.

    Figura 5

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    3.5- A vela grande

    Ao iar a vela grande devemos ter em conta que o punho da pena, ou seja, parte superior da vela, nopode ultrapassar a banda preta que se encontra no topo do mastro, sempre que nos encontramos em

    regata.Assim, a vela pode ser mais iada com vento forte e menos iada com vento fraco, na medida em que,com vento forte, face traco do cunningham, assiste-se a um estiramento da adria, ficando a velagrande muito em baixo.

    3.5.1- O p de galo

    Este elemento fundamental para tornar o 420 competitivo.O p de galo permite colocar a retranca mais ao centro do barco, sem com isso fechar a valuma.

    Figura 5

    V2 V1

    Fig. 6 A figura ilustra a diferena entre navegar com p de galo e sem p de galo.A fora vertical que faz fechar a valuma da vela grande superior em B. importante ter em conta que a altura do p de galo deve ser ligeiramente encurtada com vento forte.Se assim no for, os moites podem entrar em contacto e a valuma permanecer muito aberta.Para que o p de galo esteja centrado temos como referncia a caixa de patilho.O p de galo com vento forte tem que estar mais baixo para que a valuma no abra excessivamente. Deacordo com a regra da classe, o p de galo deve ter as extremidades fixas no barco, com um n noparafuso da barra de escota, e com um mosqueto fixo tambm nesse parafuso (fig 7). O p de galodeve ainda ter um lais de guia de modo a encurtar o mesmo quando preso no mosqueto (fig 8).

    Figura 6 p de galo na posio mais

    folgada

    Figura 8 p de galo na posio mais

    curta

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    3.5.2- O boom-jack

    Recomendamos a utilizao de um sistema de5 moites.

    3.6- O pau de spi e o spi

    Para evitar que o pau de spi suba quase at

    vertical, devemos colocar no gaio um batente quelimite a subida do pau de spi.Este batente deve ser colocado numa posio queno permita ao pau de spi subir mais do que 20relativamente a uma perpendicular ao mastro(fig.10).Posteriormente, devem ser colocadas marcas natesta do estai de forma a termos referncias naposio do pau de spi ao largo.O sistema de gaio dever ter umadesmultiplicao aps a sada do mastro.

    Relativamente adria do spi, devemo-nos preocupar com a posio do mordedor. Este deve estarnuma posio que nos permita facilmente iar e morder, mas, ainda mais importante, a acessibilidadepara arrear o spi em condies de ventoforte ao largo.Quando navegamos sem spi, a adria passano perno dos esticadores e deve serligeiramente caada de forma a no ficarpresa no vau ou no cabo de trapzio.Outro sistema que recomendamos amontagem de uma pequena rgua comsistema de elsticos que permita iar o spisem o proa ter que soltar a adria do pernodo esticador (fig. 11).

    Figura 9 sistema de boom-jack com 5 moites

    Figura 10

    Figura 11

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    4- As marcas fundamentais e referncias

    O nosso barco deve estar munido de marcas, tabelas e outras referncias para:- Reproduzir as mesmas afinaes em bordos diferentes.

    -

    Adaptar rapidamente uma afinao a alteraes nas condies de vento, mar ou rumo.- Reformular e adaptar as afinaes face a novas concluses.

    Como devem ser efectuadas as marcas ?

    4.1- Escota e contra escota do estai

    Quando navegamos bolina a provar velocidade e verificamos que estamos com boa ora e velocidade,efectuamos com um marcador prova de gua uma marca na escota e contra escota.Depois em terra devemos marcar de forma simtrica a escota e contra escota do outro lado.

    4.2- As fitas do estai

    Para facilitar a conduo do barco e a afinao do estai,devemos colocar as fitas do estai (fig. 12).Podemos utilizar l sinttica fina, muito leve e de cor vivae fix-las vela com fita para reparar spis.Cada l deve ter como mnimo 10cm de comprimento edeve ser colocada 80 cm acima do punho da amura e a 15cm da testa.

    4.3- As fitas da vela grande

    Devemos colocar na extremidade de cada rgua uma fita de tecido de spi com 30 cm de comprimento e5mm de largura.Podemos analisar desta maneira se a valuma da vela grande est muito aberta ou muito fechada nasdiferentes seces.

    4.4- O patilho e o leme

    Devemos efectuar marcas no patilho que nos indiquem:

    - 10 de inclinao frente- bordo de ataque vertical (a 90 com o fundo

    do barco)- 15 de inclinao atrs- 30 de inclinao atrs- 45 de inclinao atrs

    O leme, quando em navegao devemos mantero bordo de fuga paralelo a uma linha que seprolonga pelo painel de popa (fig. 13).

    Figura 12 posio das fitas do estai

    Figura 13 posio do leme de acordo com a

    regra da classe

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    4.5- A esteira

    Antes da banda negra que limita a passagem do punho de escota, devemos colocar trs marcas para nosorientarem quando caamos a esteira com vento forte, mdio ou fraco e quando a folgamos para a

    popa.Para garantir a fiabilidade destas marcas, temos que nos certificar que o punho da amura colocadosempre mesma distncia do mastro.

    4.6- Tenso e queda de mastro

    Aps iarmos o estai, vamos colocar um gancho como sistema para dar tenso na extremidade da adriaque sai do mastro.Quando encontrarmos as tenses e quedas de mastro

    desejadas, devemos efectuar marcas no mastro quecoincidam com o gancho do sistema da tenso.Assim, podemos efectuar alteraes no mar e saberperfeitamente a tenso e queda de mastro que temos.(figura 12)

    5- As afinaes

    O desenvolvimento deste ponto, tem como objectivo, dar uma ideia geral do funcionamento do 420fornecendo medidas mximas e mnimas das diversas afinaes.Consideramos que as receitas so bastante limitativas para a evoluo do conhecimento dosmecanismos que interagem num barco vela. Assim, compete ao treinador e velejadores a criao deinstrumentos (fichas de anlise) que permitam a aquisio de um conhecimento sistemtico eorganizado das afinaes do 420. importante realar que o 420 conduzido por dois velejadores com caractersticas nicas. Estainteraco, velejadores/barco, resulta numa realidade que se traduz por escolhas de material e afinaesigualmente nicas.

    5.1- As afinaes estticas

    Entendemos por afinaes estticas, aquelas que no podem ser alteradas em regata.

    Figura 14 sistema de tenso

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    5.1.1- P de mastro

    O primeiro ponto a ter em conta a posio do p de mastro. Este deve situar-se entre 45 e 49 cm (d),desde o parafuso do patilho ao meio do p de mastro (fig. 15).

    A posio varia em funo da intensidade do vento, assim:- com ventos fortes o barco tem maior tendnciapara orar, pelo que, podemos corrigir estaexcessiva tendncia avanando o p de mastro econsequentemente deslocando o centro vlicopara a proa.

    - Com vento fraco, se sentirmos pouca presso noleme (leme neutro ou com tendncia paraarribar), devemos deslocar o p de mastro r,deslocando o centro vlico popa. Assim, obarco adquire tendncia para orar.

    - Este efeito tambm pode ser atingido colocandoo patilho ligeiramente para a proa.

    5.1.2- Vaus

    Devemos ter em conta duas variveis: comprimento(A) e abertura (B) (fig. 16).O comprimento dos vaus determinante para ocontrolo da curvatura lateral do mastro. Assim, opeso da tripulao vai ser um factor decisivo paradeterminar o comprimento dos vaus.

    Vaus curtos permitem que o mastro dobre maislateralmente do que vaus compridos, provocando aabertura da parte superior da vela grande.Uma medida (A) entre 45cm (tripulao leve) e 50cm(tripulao pesada) ser correcto.A abertura dos vaus controla a flexo proa/popa domastro. Esta flexo deve respeitar a curva da testa davela grande, no entanto, o valor da abertura dos vaus(B) pode variar entre os 13 e os 17cm.Quanto mais fechados os vaus estiverem ( mais prximo dos 17 cm), mais flexionado o mastro vai ficar.

    Figura 15 medida do p de mastro

    Figura 16

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    Como referncia, pode-se dizer que vaus maisabertos vo provocar que a testa da vela grandefique mais redonda, o que pode ser til quandoh mareta ou vaga curta (fig. 17).

    Os vaus mais fechados vo provocar um ataque

    fino na vela grande, isto , a vela junto ao mastrovai ficar muito plana o que pode ser til com ventofraco ou mdio e mar cho, pois permite umngulo de bolina mais fechado (fig. 18).

    5.1.3- Queda de mastroA queda de mastro mede-se sem cunhas colocadas, e atenso no estai em conformidade com as condies em quevamos navegar.A fita mtrica coloca-se na adria da vela grande. Subimos aadria e prend-mo-la de maneira a medir 4.90m at partesuperior da banda inferior do mastro (fig. 19). O valor daqueda de mastro l-se na parte superior do painel de popa.O valor da queda de mastro deve variar entre 6m e 10cmcom pouco vento e 5m e 98cm com vento forte. A queda demastro varia consoante a intensidade de vento e o estado domar, descrito mais adiante.

    Figura 17 forma da vela com os vaus mais

    abertos

    Figura 18 forma da vela com vaus mais fechados

    Figura 19 procedimento a efectuar

    antes de medir a queda de mastro

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    5.1.4- Rgua superior

    A rgua superior vai condicionar o saco da vela grande (V.G.) na sua parte superior.A lgica de funcionamento a seguinte:

    -

    com vento fraco e mar cho, devemos usar uma rgua mais dura com pouca tenso de forma amanter a valuma aberta e a vela com pouco saco (pouco potente).- com vento mdio e muito mar, devemos usar uma rgua mais mole com mais tenso de forma a

    proporcionar mais potncia V.G, na sua parte superior.- com vento forte, devemos utilizar uma rgua mais dura, com a tenso suficiente para no criar

    rugas na vela.Desta forma vamos aplanar a parte superior da V.G. tirando potncia para aguentarmos o barco commais facilidade.

    5.1.5- Altura do estai

    Para colocarmos o estai na altura correcta temos de iar o estai e colocar a queda de mastro e a tenso

    desejadas. Ao caarmos o estai, este deve tocar ligeiramente o convs. Se o estai no tocar o convs, ovento que circula a barlavento vai passar para sotavento criando uma zona turbulenta

    Pelo facto dos passadores daescota serem fixos, o nguloda escota de estai s podeser controlado pela queda demastro e pela altura do estai.Assim, se quisermos navegarcom muita queda a valumado estai tende a ficarexcessivamente aberta, peloque:

    -

    uma tripulao pesadadeve colocar o estailigeiramente mais altopara a valuma no abrirexcessivamente;

    - pode ser uma defesapara uma tripulao leve,pois retira potncia doestai.

    5.2- As afinaes dinmicas

    Afinaes dinmicas so aquelas que poderemos alterar quando estamos em regata.

    Figura 20 o estai B est mais alto que o A logo a escota est

    mais vertical em B do que em A. A valuma do estai B fica mais

    fechada do que a do estai A

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    5.2.1- Tenso

    Este aspecto da afinao do 420 devido s alteraes das regras passou de uma afinao esttica parauma afinao dinmica. Antes das alteraes nas regras, a tenso no podia ser modificada em regata,

    no entanto, com as alteraes produzidas foi permitido montar um sistema que possibilita modificarmosa todo o momento a tenso e consequentemente a queda de mastro.

    Entendemos por tenso, os kg que so exercidos nos brandais.A tenso produzida pela fora que exercermos ao caar o sistema de tenso da adria do estai.Assim a tenso vai ficar no cabo de ao do estai e nos brandais laterais.A tenso pode ser medida no brandal lateral e no cabo de ao do estai. A tenso, para ser fivel deve sermedida sempre no mesmo lugar, por exemplo, doispalmos acima do convs.O aparelho para medir a tenso denomina-seTensimetro.Este deve ser utilizado da seguinte maneira:1- colocar o tensimetro no brandal (dois palmosacima do convs)2- puxar o pequeno cabo at fixar a pea de plstico aobrandal (fig. 21)3- ler o valor que coincide com a seta do mesmo (fig.22)

    ATENO: todos os tensimetros so diferentes, assimcomo os brandais podem variar de dimetro. Os valoresque vamos apresentar so verdadeiros para um

    tensimetro que no o que vamos usar no nosso barco.Os valores que vamos apresentar devem ser entendidos,acima de tudo, enquanto lgica de funcionamento.Devemos ter o nosso prprio tensimetro e as nossasprprias tenses!

    Os problemas da tenso resumem-se ao seguinte:

    -

    Tenso muito fraca (menos de 20) = a testa do estai assume um comportamento elstico, criandograndes dificuldades na conduo do barco. Quando navegamos bolina vamos sentir muitasdificuldades em orar uma vez que a testa do estai vai adoptar uma forma em arco.

    - Tenso muito forte (mais de 28) = os brandais e o mastro vo transmitir toda a energia do ventopara o barco. Neste caso, se o vento for forte, o barco adoptar um comportamento muitonervoso e ser a tripulao (atravs das aces de prancha, trapzio e trabalho de escotas) aabsorver a sobre potncia da embarcao. A conduo da embarcao torna-se muito difcil,exigindo-se uma elevada tcnica e capacidade de concentrao por parte da tripulao.

    - Um aspecto muito negativo associado a elevadas tenses prende-se com a menor durabilidade dasembarcaes.

    Figura 21

    Figura 22 tenso 24

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    5.2.1.1- A tenso utilizada pelos campees

    Compete a cada tripulao encontrar a queda de mastro e tenso com as quais consegue maiorrendimento.

    No entanto, analisando as afinaes dos velejadores que tm obtido grandes xitos na classe 420, comopor exemplo, Martinho Fortunato e Miguel Nunes (campees do mundo de 420 no ano de 1996),encontrmos alguma lgica nas tenses que utilizaram.Assim, verificmos que alguns velejadores de elite, procuram encontrar um nico furo para colocar osbrandais laterais, que permita, variando apenas a tenso, colocar uma queda de mastro adequada adiferentes intensidades de vento.

    Nesta lgica, podemos apontar um exemplo de afinao que pode servir de base para quem comea avelejar na classe 420:

    Intensidade do vento Estado de mar Queda de mastro Tenso no brandal lateral

    com ondas 6m 06cm 265 at 13 ns sem ondas 6m 02cm 24

    com ondas 6m 02cm 2414 at 17 ns

    sem ondas 6m 00cm 23com ondas 6m 00cm 23

    18 at 22 nssem ondas 5m 98cm 22com ondas 5m 98cm 22

    + de 23 nssem ondas 5m 98cm 22

    5.2.2- Cunhas

    As cunhas so peas em madeira ou nylon que se colocam entre o mastro e a parte da frente da enora.

    As cunhas permitem controlar a curvatura do mastro e obter uma forma de V.G. adequada s condiesde navegao.Com ventos fracos e mar cho devemos navegar sem cunhas. Desta forma provocamos um ataque maisfino na V.G., isto , vela plana junto ao mastro, e no fechamos a valuma.Com ventos mdios e fortes, colocamos cunhas para que, ao caar o boom-jack, a vela grande noparta, isto , no crie rugas desde a zona dos vaus ao punho da escota.Com ventos muito fortes, para diminuir a potncia da V.G., podemos retirar algumas cunhas para abrir avaluma.

    5.2.3- Boom-jack

    Ao navegarmos com p de galo, o boom-jack adquire mxima importncia, pois o meio parapodermos controlar a valuma da V.G.. medida que o vento sobe temos de caar o boom-jack de formaa evitar que a valuma da V.G. no abra excessivamente.Com vento fraco bolina o boom-jack deve ir completamente folgado e deve ser a fora aplicada naescota da V.G. a controlar a abertura da valuma.Quando entramos para a popa devemos folgar o boom-jack o suficiente para que a valuma fique aberta,mas controlada. Com mais vento caar um pouco caso o barco esteja muito instvel.

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    5.2.4- Escota e contra escota do estai

    Para fechar o ngulo do estai com o plano longitudinal do barco, necessrio caar a escota debarlavento (contra escota). S assim conseguiremos um bom ngulo de bolina.

    A escota tem por funo:- dar tenso valuma- dar tenso esteira

    A contra escota tem por funo:- centrar o estai- arredondar a esteira do estai- puxar a valuma para dentro ao nvel dos vaus- regular o saco do estai

    Para um melhor controlo das aces daescota e contra escota, a forma comoestas esto presas ao estai fundamental. importante que a escotaesteja atada ao estai de forma a anularfolgas, isto , entre os ns e o olhal devehaver o mnimo de espao (fig. 23).

    5.2.5- Esteira da vela grande

    A afinao da esteira vai influenciar directamente o saco da V.G. na sua parte inferior.

    Como regra geral, bolina vai sempre muito caada, excepto quando se verifica vento fraco e fortemareta. Nestas condies necessitamos mais potncia na vela, pelo que, devemos folgar um pouco aesteira.

    A esteira folgada provoca mais saco na parte inferior da V.G.

    bolina:-

    mais potncia mas, menor capacidade de orar.- risco de travar o barco porque a valuma no 1/3 inferior pode fechar demasiado.- popa:- mais potncia.- Risco de retirar rea projectada.

    A esteira caada vai aplanar a parte inferior da V. G.

    bolina:- menos potncia mas, maior capacidade de orar.- com mareta podemos sentir dificuldade em manter o barco com potncia.

    Figura 23 modo de fixar a escota do estai

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    5.2.6- Punho da Amura

    Podemos alterar o saco, no primeiro tero da velagrande, com o cabo do punho da amura. Caando ocabo aumenta o saco, acontecendo o inversoquando folgamos.

    5.2.7- Cunningham

    Vela grande

    Com vento fraco o cunningham deve ir completamente folgado. No importa que fiquem rugashorizontais, pois s dessa forma podemos provocar um ataque fino e consequente capacidade paraorar.Nesta situao, fundamental no levarmos cunhas para ajudar a aplanar a vela junto ao mastro ecorrigir a tendncia que haveria da valuma ficar muito fechada.Pela mesma razo tambm fundamental que o p de galo no esteja demasiado baixo, para que acomponente vertical da fora seja reduzida. medida que aumenta a intensidade do vento, devemos caar progressivamente o cunningham. Destaforma, a traco que exercida na testa da vela faz com que o ponto com maior profundidade sedesloque para a frente, aplanando o tero posterior da vela e abrindo a valuma.

    Cunningham folgado

    Cunningham caado

    Aqui torna-se importante colocar cunhas e caar um pouco o boom-jack para no deixar a valumademasiado aberta. popa devemos folgar sempre o cunningham.

    Figura 24 punho da amura: exemplo com o

    cabo caado

    Figura 25 exemplo da deslocao do saco da vela com o

    cunningham caado e folgado

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    Estai

    Com vento fraco e mar cho o cunningham do estai deve ir folgado at aparecerem pequenas rugashorizontais. Se houver mareta podemos lev-lo mais caado.Quando o vento aumenta devemos caar o cunningham do estai para que o saco se desloque para afrente.

    5.2.8- O pau de spi

    Ao largo, podemos comparar os efeitos provocados pela altura do pau de spi na forma do spi, comos efeitos que o cunningham provoca na vela.

    - pau de spi numa posio alta: spi plano no bordo de ataque e o saco mais atrs.- pau de spi numa posio baixa: spi mais redondo no bordo de ataque e o saco desloca-se frente.

    popa, devemos modificar a altura do pau de spi (punho da amura) em funo da altura do punhode escota (punho oposto ao do pau de spi). Assim, devemos modificar a altura do pau de spi atque o punho da amura fique mesma altura que o punho da escota, que varia em funo da forado vento.

    Nota: ter ateno ao bom funcionamento das ponteiras e lubrific-las regularmente.

    6- A posio da tripulao a bordo

    O 420 sendo um barco com linhas de casco arredondadas adquire caractersticas de barco planador.Assim, a sua velocidade mxima s atingida quando este est perfeitamente horizontal. No entanto,verificamos com frequncia que os velejadores pouco experientes tendem a levar o barco adornado parasotavento.Apenas popa e ao largo com vento muito fraco que devemos levar o barco ligeiramente adornado

    para sotavento, caso contrrio as velas no ficam formadas.

    Posio da tripulao bolina.- Com vento fraco o timoneiro deve sentar-se o mais encostado possvel barra de escota ou mesmo

    com uma perna de cada lado da barra de escota. Por seu lado o proa deve colocar-se o mais frentepossvel, encostado aos sacos do spi.

    - Com vento mdio o timoneiro deve fazer prancha encostado barra de escota. O proa deve fazertrapzio cerca de dois palmos atrs do brandal.

    - Com vento forte o timoneiro deve fazer prancha ligeiramente atrs da barra de escota. O proa devecolocar-se o suficientemente atrs para que a proa do seu barco no se enterre na gua. Noentanto, deve ter o cuidado de no se chegar atrs em demasia, pois o resultado tambm acaba porser negativo.

    Posio da tripulao ao largo.- Com vento fraco, o timoneiro deve colocar-se a sotavento, encostado barra de escota ou com uma

    perna de cada lado da barra de escota. O timoneiro pode no entanto adoptar outra posio, com aqual, consiga um maior controlo da embarcao. Assim, o timoneiro deve sentar-se ou agachar-se abarlavento no fundo do barco. O proa deve sentar-se a barlavento encostado ao brandal para teruma boa viso do spi.

    - Com vento forte, o timoneiro deve fazer prancha cerca de trs palmos atrs da barra de escota e oproa deve deslocar-se para trs na posio de trapzio. Se necessrio, o proa deve encostar-se aotimoneiro para que a proa fique fora de gua diminuindo a superfcie molhada do barco, o queimplica menos atrito e mais velocidade.

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    Posio da tripulao popa.- O timoneiro deve sentar-se a sotavento e se necessrio deve segurar na retranca. O proa deve

    colocar-se junto ao brandal de barlavento e se o vento se tornar mais forte, o proa deve deslocar-seprogressivamente para trs, afim de evitar que a proa se enterre na gua.

    7- O dirio de bordo

    O que comemos ao jantar um ms atrs?J no nos lembramos pois no?A nossa memria tem realmente muitas limitaes. portanto necessrio utilizarmos estratagemas quenos possam auxiliar.Para podermos evoluir no conhecimento que temos da nossa modalidade e do barco que velejamos, fundamental anotarmos tudo ou quase tudo o que se passa dentro de gua e no s.Devemos ter um caderno para anotar:- as afinaes que levamos para dentro de gua- as condies de mar e vento- a velocidade e ora do barco-

    as alteraes que fazemos e o seu efeito- a qualidade das nossas manobras- as opes tcticas em regata e o seu efeito- a nossa condio fsica- o estado de conservao do material- os protestos que tivemos- etc

    As trs folhas que se seguem no so mais do que um exemplo do que acabmos de falar. Podemosutiliz-las tal como esto, ou retirar ideias para que cada um elabore a sua prpria folha de uma formapersonalizada.

    Bons ventos!

    Lus Rocha

    Lisboa, 28 de Novembro de 1998

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    FEDERAO PORTUGUESA DE VELA

    Equipa Pr Olmpica Classe 470

    EVOLUO DA AFINAO ESTTICA

    TRIPULAO: DATA:

    FORA DO VENTO - NDICE BEAUFORT1 2 3 4 5 6 7

    mcP de mrMastro vc

    vlmc

    Queda de mrMastro vc

    vlmc

    Tenso mrLateral vc

    vlmc

    Tenso do mrEstai vc

    vlmc

    Comprimento mrdos Vaus vc

    vlmc

    Abertura mrdos Vaus vc

    vlmc

    Pr - mrcurvatura vc

    vl

    Legenda:mc - mar chomr - maretavc - vaga curta

    vl - vaga larga

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    FEDERAO PORTUGUESA DE VELA

    Equipa Pr Olmpica Classe 470

    ANLISE TCNICO-TCTICA DA REGATA /TREINO

    TRIPULAO:

    PROVA: TREINO (Local):

    REGATA N CLASSIFICAO: GRUPO: DATA:

    ATENO: Efectuar a classificao de 1 a 10Relatar os itens cuja pontuao seja inferior a 8 valores

    1 - VELOCIDADE / ORA LARGADA BOLINA LARGO fech LARGO ab. POPA

    / / / / /

    2 - MANOBRAS VIRAGENS CAMBAR L / P CAMBAR P / P IAR SPI ARREAR SPI RONDAGENS

    3 - OPES TCTICAS

    LARGADAS 1 BOLINA1

    Aproximao LARGOS POPAS CHEGADA

    4 - CONDIO FISICA 1 BOLINA LARGOS 2 BOLINA POPA 3 BOLINA

    Timoneiro

    Proa

    Nota. Se necessrio relatar, indicar os grupos musculares em causa

    5 - SITUAES ADVERSAS VIRANO MATERIAL DESCLASS. OUTRAS

    Nota: Colocar um X na situao verificada a relatar

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    FEDERAO PORTUGUESA DE VELA

    Equipa Pr Olmpica Classe 470

    RELAO DO MATERIAL

    TRIPULAO:

    QUANTIDADE

    NUMERAO

    DO

    MATERIAL MARCA ANO MS ESTADO DE CONSERVAO

    CASCOS

    MASTROS

    RETRANCAS

    PAUS DE SPI

    LEMES

    PATILHES

    VELAS GRANDES

    ESTAIS

    SPIS

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    8 Bibliografia

    METIVIER, Hlne. Aerodynamisme et Voilerie. cole National de Voile beg-Rohu, Avril 1989.

    MARCHAJ, C.A. Aero-Hidrodynemics of sailing, Second Editions. Great Britain, 1988.

    GOUARD, Fhilippe. Voile: Nouvelles Techniques pour Gagner. Editions Chiron, Paris, 1988.

    BERNARD, Didier; HOTTOT, Jean-Luc. Pratique Sportive du 420, Memento Technique. Federation Franaise deVoile, 1988.

    CLASSE INTERNACIONAL 420. Regras da classe 420 em vigor desde 1 de Maro de 1998.