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Saúde Coletiva cadernos NESC UFRJ

cadernos Saúde Coletiva - IESC / UFRJ · lombar em algum momento da vida, sendo sua recorrência em torno de 60% no ... semi-pavimentado e não-pavimentado); as tarefas …

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Saúde Coletivacadernos

N E S C • U F R J

Catalogação na fonte – Biblioteca do CCS / UFRJ

C a d e r n o s S a ú d e C o l e t i v a / U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o R i o d e J a n e i r o ,

N ú c l e o d e E s t u d o s d e S a ú d e C o l e t i v a , v . X I V , n . 3 ( J u l . s e t 2 0 0 6 ) .

R i o d e J a n e i r o : U F R J / N E S C , 1 9 8 7 - .

T r i m e s t r a l

I S S N 1 4 1 4 - 4 6 2 X

1 . S a ú d e P ú b l i c a - P e r i ó d i c o s . I I . N ú c l e o d e E s t u d o s d e S a ú d e C o l e t i v a / U F R J .

CA D E R N O S S A Ú D E C O L E T I V A , R I O D E J A N E I R O , 14 (3 ) : 435 - 450, 2006 – 435

PROCESSO DE TRABALHO E PREVALÊNCIA DE DOR LOMBAR EM MOTORISTAS DE

CAMINHÕES TRANSPORTADORES DE MADEIRA, NO SUL DO BRASIL

Work processes and the prevalence of lower back pain among truckdrivers who transport lumber in southern Brasil

Eléia de Macedo1, Vera Lúcia Guimarães Blank2

RESUMO

Objetivo deste trabalho foi estimar a prevalência de dor lombar referida pelos motoristasde caminhões transportadores de madeira e sua relação com os processos de trabalho.O estudo investigou a percepção da dor lombar em 130 motoristas de caminhões,buscando associações com características individuais, comportamentais e ocupacionais.A análise do processo de trabalho baseou-se na observação das atividades destestrabalhadores, em particular nos carregamentos e descarregamentos dos caminhões.A prevalência de dor lombar foi de 73,1% (IC 95%: 64,6 – 80,5), sendo que 31,5%(IC 95%: 23,7- 40,3) também referiram dor na região glútea. Entretanto, não houvediferenças estatisticamente significantes entre os grupos com ou sem dor lombar emrelação às variáveis investigadas. A prevalência da dor lombar nos motoristas decaminhões pode estar vinculada ao processo de trabalho e a maneira de o trabalhadorexecutar suas atividades. Verificou-se que a mecanização das tarefas de carregamentoe descarregamentos dos caminhões reduz potencialmente o sobreesforço dostrabalhadores durante a manipulação da madeira, diminuindo o risco para odesenvolvimento da dor lombar.

PALAVRAS-CHAVE

Dor lombar, condições de trabalho, saúde do trabalhador

ABSTRACT

The objective of this study was to estimate the prevalence of lower back pain asdescribed by truck drivers who transport lumber and its relation to their workprocesses. The study investigated the perception of lower back pain in 130 truckdrivers, focusing upon individual, behavioral, and occupational characteristics.The analysis of the work processes was based upon observation of these workers’activities, specifically when loading and unloading their trucks. The prevalence oflow back pain among truck drivers was 73.1% (CI 95%: 64.6 - 80.5), and 31.5%(CI 95%: 27.3 - 40.3) also described pain in the gluteus region. However, nostatistically significant difference between the groups of individuals with and withoutlow back pain was detected concerning the variables investigated. The prevalenceof low back pain among truck drivers might be associated to their work processes

1 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública. Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC – Tels.: (48) 3232-7101 / (48) 8811-2868 – e-mail: [email protected]

2 PhD em Medicina Social. Professora do Departamento de Saúde Públ ica. Centro de Ciências daSaúde - UFSC.

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and the way in which the worker executes his activities. It was verified that themechanization of the loading and unloading tasks would potentially reduce theexaggerated efforts of workers during the manipulation of the lumber, thusdiminishing the risk for development of low back pain.

KEY WORDS

Low back pain, working conditions, occupational health

1. INTRODUÇÃO

A dor lombar é um dos eventos mais comumente encontrados na relaçãosaúde e processo de trabalho. Inquéritos de prevalência realizados em diversospaíses mostram que a dor lombar ocupa lugar de destaque entre as causas deconcessão de auxílio-doença previdenciário e de aposentadorias por invalidez.

Nos Estados Unidos, a dor lombar representa 21% de todas as compensaçõesdestinadas às doenças do trabalho, atingindo jovens e adultos no período demaior produtividade. No Brasil, a morbidade aparece como a segunda causa dedemanda em consultas médicas na rede de serviços de saúde, sendo expressivoo número de indivíduos precocemente incapacitados para o trabalho (Dias &Almeida, 2001).

Estima-se que 80% da população mundial terão uma experiência de dorlombar em algum momento da vida, sendo sua recorrência em torno de 60% nomesmo ano ou, no máximo, em dois anos. A idade, a má postura e a fadiga notrabalho são apontadas como fatores contribuintes na reincidiva da dor lombar.Para a cronicidade da morbidade estão relacionados: o trabalho sentado porlongas horas, o trabalho pesado, o levantamento de peso, a falta de exercíciosfísicos e os problemas psicológicos (Dias & Almeida, 2001).

O processo de trabalho é um fator de risco para o desenvolvimento da dorlombar nos motoristas de caminhão (Waddell & Burton, 2001). Estes trabalhadorescombinam atividades geradoras de desconforto na região lombar, que variamentre as posturas estáticas errôneas adquiridas durante a condução dos veículos eo esforço físico dinâmico exigido nos movimentos de carregar, puxar e empurrarobjetos durante as cargas e descargas de caminhões.

A origem multifatorial da dor lombar implica na dificuldade de determinaros fatores presentes nos processos de trabalho, que podem contribuir para opadecimento dos trabalhadores. Contudo o entendimento é sistematizadoa partir do reconhecimento destes trabalhadores frente ao ambiente detrabalho, assim como sua percepção de adoecimento, de riscos e de acidentes(Ribeiro et al., 2002).

A descrição de processos de trabalho tem sido investigada em diferentescategorias profissionais. No entanto, poucas pesquisas relacionam à percepção da

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dor lombar e ao impacto do processo de trabalho na saúde dos motoristas decaminhões transportadores de madeira.

Este estudo tem como objetivo estimar a prevalência de dor lombar referidapelos motoristas de caminhões que transportam madeira para indústria de celulosee papel, descrevendo os processos de trabalho relacionado às característicasindividuais, comportamentais e ocupacionais destes trabalhadores.

2. MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal descritivo apresentado como parte de umapesquisa realizada no município de Cambará do Sul, no Estado do Rio Grandedo Sul, Brasil. Neste município, a indústria é representada pelas empresasmadeireiras, pelo reflorestamento de pinheiros e pela extração vegetal utilizadana fabricação de celulose e papel. Estas atividades propiciam a terceirização dosserviços realizados pelos motoristas de caminhões, incluindo o transporte demadeira e as tarefas de carregamento e descarregamento dos caminhões. Ouniverso constituiu-se de 158 motoristas de caminhões transportadores de madeirapara a indústria de celulose e papel.

Considerou-se “dor lombar”, a designação dada a um processo doloroso quese restringe à região da cintura pélvica, entre o último arco costal e a pregaglútea, e “lombociatalgia” quando referida a sensação de dor irradiada para osmembros inferiores (Knoplic, 1986).

A elaboração do instrumento da coleta de dados foi realizada a partir deuma pesquisa bibliográfica e pela observação direta do processo de trabalhodestes trabalhadores. Assim, através das informações fornecidas pelos motoristas epelo reconhecimento das condições de trabalho, foi estruturado um questionáriopré-codificado exclusivo para o estudo, contendo questões fechadas de múltiplaescolha. Foi realizado um pré-teste em 30 motoristas caminhoneiros transporta-dores de madeira, exceto para a indústria de celulose e papel. Estes trabalhadoresnão foram incluídos no estudo.

A coleta de dados foi realizada pela pesquisadora principal no períodoentre 09 de junho a 13 de julho de 2004. As entrevistas foram aplicadas emuma sala localizada junto à balança de caminhões, cedida pela indústria decelulose e papel. Os motoristas eram abordados no pátio da indústria nomomento em que chegavam para pesar e descarregar a carga. Desse modoeram convidados a participar do estudo, após serem esclarecidos do propósitoe da metodologia da pesquisa.

Foram investigadas as características individuais (idade, estado civil, escola-ridade e obesidade), comportamentais (tabagismo e alcoolismo), ocupacionais ecaracterísticas referentes à percepção da dor lombar.

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Foram utilizados o índice de massa corporal para verificação de obesidade eo teste CAGE para identificação do alcoolismo (Filho et al., 2001). Para verificaçãodo IMC, os motoristas foram mensurados vestindo o mínimo de roupa possível edescalços, subtraindo-se 1 kg de peso de todos os participantes na organização dobanco de dados (WHO, 1995).

As características exploratórias ocupacionais foram definidas como: rendamensal individual (definida pelo salário mínimo vigente no período do estudo),idade com que o trabalhador iniciou na profissão, antigüidade na profissão(tempo de exposição), categoria de trabalho (autônomo, assalariado, aposentado/autônomo, aposentado/assalariado) e forma de remuneração (produção ousalário fixo). Também foram avaliadas situações sobre o caminhão (se o motoristaera ou não proprietário do caminhão e se utilizava sempre o mesmo veículo notrabalho), além da sua percepção em relação ao estado de conservação doveículo (ruim, regular, bom, ótimo).

Foi investigado o tipo e o formato da madeira transportada (pinus, eucalipto,refilo, cavaco, maravalha/serragem e resíduo florestal); o percurso realizadodiariamente (em quilômetros), o tipo de trajeto percorrido (pavimentado, semi-pavimentado e não-pavimentado); as tarefas exercidas pelo motorista no caminhão(somente dirige; carrega e descarrega; somente carrega; somente descarrega); aquantidade de carregamentos/descarregamentos diários e a mecanização destastarefas em ambas as fases do processo. A caracterização do maquinário utilizadopara os carregamentos foi definida como: (silos, muques, moedores e empilhadeiras)e para os descarregamentos (tombadores, muques, tratores e empilhadeiras).

A percepção dos sintomas da dor lombar foi estabelecida pela sensaçãodolorosa na região lombar e glútea nos últimos sete dias; desconforto ou parestesianos membros inferiores; dificuldade de caminhar em aclives acentuados; acidente/queda envolvendo a coluna lombar; redução da capacidade para o trabalho nosúltimos doze meses; tempo total da problemática e freqüência de consultas médicasnos últimos doze meses.

Neste estudo realizou-se a descrição dos processos de trabalho, estimando aprevalência de dor lombar relacionada às características individuais,comportamentais e ocupacionais que envolvem os motoristas de caminhões.

Para a construção do banco de dados e análise estatística foi utilizado osoftware Epi Info 6.4, com conferência de digitação em 30% dos questionáriosaplicados (Dean,1998). Na análise dos dados foram utilizadas as tabelas defreqüência simples, e para verificar associações entre as variáveis foi aplicadoo teste exato de Fischer, considerando como significante um valor de p ≤ 0,05.

Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEPSH-UFSC)da Universidade Federal de Santa Catarina, respeitando as resoluções 196/96 e

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251/97 do Conselho Nacional da Saúde, sob o protocolo 097104, autorizadaem 12/05/2004.

3. RESULTADOS

3.1. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO

A observação dos ambientes de trabalho dos motoristas de caminhões mostra cená-rios perturbadores sob a ótica da saúde do trabalhador. Na mata, árvores são derruba-das a todo instante, enquanto o ruído de máquinas e de moto-serras é ensurdecedor.Neste local, escolhido pelas exigências do processo de produção, encontraram-setrabalhadores de todas as idades, animais, caminhões, tratores, máquinas e ferramentas.

Os motoristas são contratados pela indústria para transportar a madeira,incluindo a carga e descarga dos caminhões. A madeira é utilizada na geração deenergia e na produção de matéria-prima para a fabricação de celulose e papel, eas cargas são provenientes das áreas de silvicultura ou das madeireiras. Em geral,são realizados cerca de dois a três fretes diários, dependendo da distância doslocais de coleta de material, sendo que a maior parte do trajeto percorrido ocorreem estradas não-pavimentadas e em péssimo estado de conservação.

A madeira é transportada em diferentes formatos: pinus (toras inteiras ou dividi-das); eucalipto (toras inteiras ou divididas); resíduo florestal (a madeira triturada); cavaco,maravalha/serragem (a madeira picada em tamanhos menores) e o refilo (a madeiraem tábuas). A variação do peso da carga é de acordo com o tipo de madeira.

O carregamento dos caminhões é realizado de forma manual, semimecanizadoe mecanizado. Dentre os maquinários utilizados nas áreas de silvicultura estão: omuque (garra de aço acoplada a um trator) e o moedor (triturador). Nas madei-reiras são mais comumente encontrados os silos e as empilhadeiras.

O carregamento das toras de pinus e eucalipto pode ser de forma manual(onde o motorista permanece sobre a carroceria do caminhão, enquanto um oudois auxiliares ficam na parte de baixo para içar a madeira, sendo necessárioencaixar as toras uma sobre a outra com auxílio de uma haste de ferro), ousemimecanizado (quando o carregamento é realizado com o auxílio do muque, oqual envolve a madeira e a coloca sobre a carroceria do caminhão, enquanto omotorista empilha a carga). Segundo relato dos motoristas, o peso das toras depinus e eucalipto depende do tamanho e do diâmetro das mesmas, que em geralpesam cerca de 60 kg quando divididas e mais de 100 kg quando inteiras.

O carregamento de resíduo florestal ocorre nas áreas de silvicultura deforma semimecanizada. Após o moedor estar cheio, ele vira sobre a carroceriado caminhão para transferir a carga, enquanto o motorista arruma com o auxíliode um garfo ou pá, pesando em torno de 10 kg cada.

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Para o carregamento de cavaco/ serragem/ maravalha e resíduo florestal, omotorista precisa posicionar, nas laterais da carroceria do caminhão, cerca decinco tampas de madeira para dar sustentação à carga.

Quando o carregamento ocorre nas madeireiras, as cargas de cavaco/serragem e maravalha ficam armazenadas em silos, dessa forma, o caminhãoé posicionado sob o aparato até que o material seja transferido para acarroceria. Já o refilo pode ser carregado em fardos ou individualmente.Quando encontrado em fardos, o processo é semimecanizado, pois tem oauxílio de uma empilhadeira. No entanto, se for carregado individualmente,o processo é manual.

Os descarregamentos dos caminhões ocorrem nas dependências da indústria,e os maquinários utilizados são: o tombador (rampa onde o caminhão ficaposicionado em um ângulo de 90°), o trator e o muque.

No descarregamento dos caminhões, somente as madeiras de eucalipto sãorealizadas de forma manual, onde o motorista rola a carga em direção a umaesteira que leva a madeira para o interior da indústria. Para o descarregamentodas demais cargas o processo é mecanizado.

O modelo esquemático dos processos de trabalho, envolvendo os motoristasde caminhões no transporte dos derivados da madeira para indústria de celulosee papel, está representado no Quadro 1.

CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E COMPORTAMENTAIS

Do total de 158 profissionais motoristas de caminhões vinculados ao trans-porte de madeira para indústria de celulose e papel, foram entrevistados 130indivíduos (82,2%), totalizando 28 (17,7%) perdas. Estas perdas foram devido aofato de 14,5% (n=23) dos motoristas não terem sido encontrados no período dapesquisa e 3,1% (n=5) de recusas.

A população era do gênero masculino e a variação da idade ficou entre 17a 68 anos, com uma média de 37,4 anos. Do total, cerca de 60 (46,1%) indiví-duos encontravam-se na faixa etária entre 17 e 34 anos. Foi encontrado baixonível de escolaridade entre os motoristas, sendo que 102 (78,4%) indivíduosnão concluíram o ensino fundamental. Os tabagistas representaram 22,3% (n=29)da população e somente 13 indivíduos admitiram fazer uso de bebidas alcoólicas,refletindo na negatividade do teste CAGE, que foi de 96,2% (n=126). Asmensurações do IMC nos motoristas mostraram que 90 (69,2%) indivíduosapresentavam peso acima da normalidade, sendo 58 (44,6%) com sobrepeso e32 (24,6%) com índices acima de 30 kg/m² correspondentes à obesidade,como pode ser observado na Tabela 1, que mostra a distribuição das variáveisindividuais e comportamentais.

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Tabela 1Distribuição das variáveis individuais entre os grupos de comparação: com dor lombar(n=95) e sem dor lombar (n=35). Cambará do Sul RS, 2004.

* índice de massa corporal# Teste Cage

CARACTERÍSTICAS OCUPACIONAIS

Na Tabela 2 estão apresentadas as variáveis ocupacionais. Observou-se quemetade da população entrevistada tinha renda mensal total de 2 a 3 saláriosmínimos (valor de R$ 260,00, vigente no período de 06/2004) e uma proporçãode 66,2% (n=86) com remuneração derivada da produção diária, ou seja, donúmero de fretes realizados. Cerca de 59,2% dos motoristas (n=77) trabalhavamcomo profissionais autônomos e a maioria era proprietário de seu caminhão.Grande parte da população de estudo, 89,2% (n=116) referiu utilizar o mesmoveículo durante as atividades e apenas 13,9% (n=18) dos motoristas consideraramo caminhão em mau estado de conservação.

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Tabela 2Distribuição das variáveis ocupacionais entre os grupos de comparação: com dor lombar(n=95) e sem dor lombar (n=35). Cambará do Sul / RS, 2004.

Continua na próxima página.

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Tabela 2Continuação.

Com relação à antigüidade na profissão, 69 (53,0%) indivíduos informaramter menos de dezesseis anos de profissão, e 88 (67,6%) iniciaram suas atividadescomo motoristas de caminhão antes dos 20 anos de idade. Os motoristas relataramcom maior freqüência que realizam cerca de dois a três carregamentos e descar-regamentos dos caminhões diariamente, e que a distância entre a floresta e aindústria não excede duzentos quilômetros ao dia, porém maior parte destepercurso é realizado em estradas não-pavimentadas.

A madeira é transportada em formato de troncos por 53,0% (n=69) dosmotoristas, em que 27,6% (n=36) restringem suas atividades somente ao ato decondução do veículo, enquanto 63,85% (n=83) participam dos carregamentosdos caminhões, porém apenas 6,15% (n=8) dos indivíduos realizam as duas etapasdo processo de carga e descarga dos caminhões.

Da população total, 30,0% (n=39) informaram não dispor de nenhum tipode maquinário para o auxílio no carregamento dos caminhões. Em contrapartida,em 119 casos (91,5%) a fase de descarregamento é totalmente mecanizada.

Entre as formas utilizadas para os carregamentos dos caminhões, os silos foramcitados com maior freqüência, cerca de 42,3% (n=55), seguido do carregamentomanual que foi de 30,0% (n=39). O carregamento com o muque, com a empilhadeirae com o moedor somaram 27,7% (n=36). Para os descarregamentos, as formas maisfreqüentes foram o muque 44,6% (n=58) e o tombador 42,3% (n=55). Os 13,1%(n=17) foram representados pelo descarregamento manual, empilhadeira e pelo trator.

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CARACTERÍSTICAS REFERENTES À DOR LOMBAR

Apesar de os resultados apontarem que não há uma significância estatísticapara nenhuma das associações entre os grupos de indivíduos com e sem dorlombar, acredita-se que a importância deste estudo centraliza-se na descrição dosprocessos de trabalho e nas comparações percentuais apresentadas, as quaisfornecem de forma concisa as informações sobre as características que envolvemestes trabalhadores.

Dentre os 95 motoristas que relataram os sintomas de dor lombar, 43,2%(n=41) também referiram dor na região glútea e cerca de 26 indivíduos (27,4%)relataram dificuldade de subir aclives acentuados devido à dor, porém duas vezesmais (63,2%) acreditam que, apesar da dor, não há redução de sua capacidadepara executar as atividades no trabalho.

Uma proporção de 54,7% (n=52) trabalhadores referiram a ocorrência dedores lombares nos últimos sete dias, 59 (62,1%) sentiram a dor por mais de 30dias durante o ano e 30 (31,6%) referiram sensação de parestesia e fraqueza nosmembros inferiores. Apenas 29 indivíduos (30,5%) procuraram auxílio médiconos últimos doze meses devido à morbidade. Do total, 35 motoristas (39,3%)informaram não sentir dor lombar.

Os 46 motoristas (48,4%) transportadores de madeira de pinus foram os maisqueixosos em relação à ocorrência de dores lombares, bem como os 63 motoristas(66,3%) que realizam as tarefas de carregamento mas não do descarregamento.De um modo geral, observou-se que a sensação de dor lombar foi referidacom menor freqüência nos motoristas que dispunham de maquinário para oscarregamentos 74,3% (n=26) e descarregamentos dos caminhões 94,3% (n=33).A sensação de dor lombar foi informada pelos motoristas que, em geral, realizamsozinhos as atividades do processo de produção. Percebeu-se também que asqueixas de dor lombar diminuem quando os motoristas dispõem de silos e muquespara o carregamento dos caminhões.

4. DISCUSSÃO

A dor lombar é o mais prevalente sintoma de saúde na população geral e suaimportância deve-se à elevada ocorrência nos trabalhadores (Hildebrant, 1995).É reconhecida como a patologia ocupacional mais incapacitante e expressiva dasociedade industrial, considerando seu alto custo em compensações trabalhistas.

Estudos epidemiológicos evidenciam que os fatores relacionados aos processosde trabalho interferem na progressão da dor lombar, devido às posturasantigravitacionais e movimentos repentinos exigidas durante os movimentos depuxar, empurrar e içar objetos excessivamente pesados, além das particularidadesde cada trabalhador (Yamamoto, 1997). Piazzi et al. (1991) encontraram em

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motoristas de caminhões uma freqüência de hérnia discal quatro vezes maior,quando comparada à população geral, relacionada à atividade destes trabalhadores.Também observou que o excesso de carga na coluna vertebral aumenta nasoperações de carregamento e descarregamento dos caminhões, que em geral sãorealizadas de forma manual. Pope et al. (2002) complementam quando referemoutros fatores importantes que contribuem na etiologia da dor lombar, queincluem a idade, o gênero, a altura, o tabagismo, a obesidade, o exercício físico eos aspectos psicossociais.

Uma das principais limitações deste estudo deve-se à multiplicidade de tarefasrealizadas pelos motoristas e à diversidade de exposições ocupacionais a que estãosubmetidos estes trabalhadores. Outra limitação refere-se ao número da populaçãoconsiderado pequeno para explicar a dimensão do problema dor lombar nasaúde pública. Estes fatores podem ter prejudicado a análise dos dados, levandoa um baixo poder estatístico para avaliar as associações.

A prevalência de 73,1% de dor lombar encontrada nos motoristas decaminhões vinculados ao transporte da madeira relaciona-se a outro dadoimportante, o fato desta população apresentar uma prevalência de 31,5% dedor na região glútea, além da dor na região lombar. Os achados sugerem umaprogressão dos casos agudos e um aumento na cronicidade da patologia,representada pelo comprometimento dos nervos periféricos.

Várias pesquisas sustentam que a prevalência da dor lombar aumenta conformea idade, tendo em vista que os jovens desenvolvem sintomas mais persistentes aolongo da vida e que os mais velhos acumulam danos na coluna lombar, apresen-tando processos degenerativos fisiológicos mais avançados, além da perda dacapacidade física (Dempsey et al., 1997; Pope et al., 2002; Silva et al., 2004).

Para Knoplich (1986) a maior parte dos trabalhadores que apresentam a dorlombar está na faixa etária entre 30 e 50 anos e são propensos a desenvolver umahérnia discal. Neste estudo constatou-se uma pequena diferença não estatistica-mente significativa da dor lombar, desfavorecendo os motoristas de maior idade.Entretanto acredita-se que este resultado esteja vinculado ao tempo de profissãoe à idade com que estes motoristas iniciaram suas atividades, o que explicaria ofato de os motoristas jovens e menos experientes estarem se adaptando às novascondições de trabalho e ao reconhecimento de novas sensações como a agudizaçãoda dor lombar. Em contrapartida, os mais velhos e experientes encontram-sefamiliarizados aos sintomas da dor e ao trabalho, adaptando-se às tarefas deforma menos prejudicial a sua saúde.

O baixo nível de escolaridade é visto a partir da condição socioeconômicadestes trabalhadores. A pobreza e a falta de oportunidade geram a inserçãoprecoce dos indivíduos nos trabalhos manuais e nas madeireiras, e mais tarde se

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engajam na atividade de motorista. A escolaridade pode ser tanto expressão dapobreza, como também falta de exigência para o ingresso no setor, caracterizando-se pela experiência de um saber de ofício adquirido durante a prática do trabalho(Ribeiro et al., 2002).

Apesar de o tabagismo não ser uma prática expressiva entre os motoristas, sãoconhecidos os efeitos nocivos do tabaco na circulação sangüínea, por promovera degeneração e o aumento da pressão intradiscal, além de favorecer a tossecrônica, a qual aumenta a pressão na musculatura intra-abdominal, causando ador lombar (Cailliet, 2001). A relação entre o tabagismo e a dor lombar crônicaestá associada à baixa condição socioeconômica que implica em maior demandafísica no trabalho e stress (Santana & Oliveira, 2004; Silva et al., 2004).

Observou-se que o consumo de bebidas alcoólicas foi infreqüente nestapopulação, mas acredita-se que, por tratar-se de um comportamento não aceitona sociedade, as informações podem ter sido minimizadas. Entretanto sabe-se queo álcool está associado aos problemas psicossociais, como a depressão e a ansiedade,e tem o potencial de elevar a ocorrência de neuropatias periféricas.

A obesidade na gênese da dor lombar deve-se a alterações na postura e naforça biomecânica dos movimentos da coluna ocasionada pelo excesso de peso(Dempsey et al., 1997). Este estudo também demonstrou, sem diferença estatistica-mente significante, que os motoristas de caminhões apresentam excesso de peso.Esta “sobrecarga” agravaria a dor lombar, principalmente no manuseio de objetospesados durante as ações de flexão e extensão de tronco, assim como o excesso depeso sobre as estruturas vertebrais por longos períodos na postura sentada. Oestudo de Van Der Beek e Frings-Dresser (1995) mostrou que os motoristas,durante as ações de empurrar e içar os objetos, permaneciam em flexão de troncoentre 15º e 45º graus, por mais de 60% do tempo de trabalho, trabalhando umamédia de 13 horas/dia, com o máximo de 17 horas/dia.

Além da jornada de trabalho extensa cumprida pelos motoristas, a precarizaçãodo trabalho esteve representada pela terceirização dos serviços de transporte,pois grande parte dos motoristas trabalha como autônomo, sem direitos trabalhistasou indenizatórios por parte do contratante. Por outro lado, a flexibilização nasrelações de trabalho evidenciou-se ao perceber que alguns motoristas eramproprietários de mais de um caminhão, recorrendo às subcontratações e aoscontratos informais de outros trabalhadores. Os dados deste estudo evidenciarama baixa renda salarial dos motoristas, possivelmente relacionada à produtividadecomo renda salarial e a alta rotatividade dos fretes.

Outro dado importante deve-se a má conservação das estradas que gera altoscustos para a manutenção dos caminhões e a impossibilidade de renovação dafrota. Mesmo assim, os motoristas percebem seu veículo como apto para as

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condições de tráfego oferecidas nos ambientes de trabalho, mesmo que a realidademostre o contrário. Massacesi et al. (2003) investigaram as desordens músculo-esqueléticas em motoristas de caminhões, vinculadas às condições comportamentaisdentro das cabines dos veículos, onde estes trabalhadores estariam expostos aposturas errôneas, vibrações, ruídos e variações climáticas. Bovenzi e Husholf(1999) identificaram em diferentes ocupações de motoristas, que a vibração estáassociada à dor lombar, à dor ciática e à degeneração das estruturas vertebrais,devido à fadiga muscular excessiva e alterações proprioceptivas importantes namanutenção da postura.

Os motoristas de caminhão são descritos como profissionais com alto risco dedesenvolver a dor lombar, pois se caracterizam pela demanda física do trabalho edinâmica de seus componentes, como carregar, puxar e empurrar objetos pesados(Hildebrant, 1995). Também neste estudo observou-se que os processos manuaisde carga e descarga de caminhões exigem maior esforço físico do motorista doque nos processos semimecanizados, e que as exposições às cargas de trabalhopresentes neste processo de trabalho implicam em risco para os casos encontrados,principalmente quando consideradas às ações de manuseio com a madeira. Emais, que a mecanização das tarefas de carregamento e descarregamento doscaminhões reduz as exposições potencialmente lesivas à coluna lombar, diminuindoa quantidade de madeira manuseada diariamente e aumentando a produtividadepara o empregador e rentabilidade para o empregado.

No Brasil não foram encontradas pesquisas sobre a dor lombar e o processo detrabalho em motoristas de caminhões vinculados ao transporte da madeira, dessaforma justifica-se a necessidade de estudos epidemiológicos em populações de maiornúmero, a fim de investigar este grande problema na saúde destes trabalhadores.

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Seguem exemplos de, respectivamente, artigo de revista científica impressa e veicula-do via internet, livro, tese, capítulo de livro e trabalho publicado em anais de congresso(em casos omissos ou dúvidas, referir-se ao documento original da Norma adotada):

ESCOSTEGUY, C. C.; MEDRONHO, R. A.; PORTELA, M. C. Avaliação da letalidade hospitalar doinfarto agudo de miocárdio do Estado do Rio de Janeiro através do uso do Sistema de Informa-ções Hospitalares/SUS. Cadernos Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.7, n.1, p. 39-59, jan./jul. 1999.

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