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PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR WORD CLOUD 18.OUT.2011 N.565 Finanças para Não- Financeiros em Lisboa e Luanda www.aese.pt OPINIÃO An Organization with a singular character Lisboa, 8 de Novembro de 2011 Caixa de sugestões Enriquecer as empresas com talento próprio 11º Executive MBA AESE/IESE NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO Marketing as Strategy in action AGENDA NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO Lisboa, 25 de Outubro de 2011 Imprensa, sensacionalismo e manipulação A educação em casa e a liberdade de ensino Israel-Palestina: aprender a conviver Árabes israelitas apanhados entre dois mundos Construir um plano de negócios Inocrowd inicia actividade no Chile 5 anos depois Mitsui & Co analisa parceria com a Self Energy, na AESE Lisboa, 5 de Dezembro de 2011 Moda em Língua Portuguesa Porto, 28 de Novembro de 2011 RESOE: uma nova macro-região europeia O contraste de Estrasburgo com o Cairo Caso Medis Porto, 25 de Outubro de 2011

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NOTÍCIASWORD CLOUD

18.OUT.2011N.565

Finanças para Não-Financeiros em Lisboa e Luanda

www.aese.pt

OPINIÃO

An Organization with a singular character

Lisboa, 8 de Novembro de 2011

Caixa de sugestões

Enriquecer as empresas com talento próprio

11º Executive MBA AESE/IESE

NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

Marketing as Strategy in action

AGENDANOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

Lisboa, 25 de Outubro de 2011

Imprensa, sensacionalismo e manipulação

A educação em casa e a liberdade de ensino

Israel-Palestina: aprender a conviver

Árabes israelitas apanhados entre dois mundos

Construir um plano de negócios

Inocrowd inicia actividade no Chile

5 anos depois

Mitsui & Co analisa parceria com a Self Energy, na AESE

Lisboa, 5 de Dezembro de 2011

Moda em Língua PortuguesaPorto, 28 de Novembro de 2011

RESOE: uma nova macro-região europeia

O contraste de Estrasburgo com o Cairo

Caso Medis

Porto, 25 de Outubro de 2011

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Seminário

2 CAESE Outubro 2011

Setembro de 2011

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Finanças para Não-Financeiros em Lisboa e Luanda

ÍNDICE · NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

Os professores Rafael Franco ePedro Pimentel rumaram paraAngola, com o objectivo de con-duzir o seminário Finanças paraNão-Financeiros, desta vez desti-nado aos dirigentes angolanos.

Preparar Não-Financeiros para ler,interpretar e analisar documentostais como um balanço ou umademonstração de resultados foi oobjectivo do seminário de Finan-ças, realizado também em Lisboa,a 19, 20, 26 e 27 de Setembro.

“Como Médico que assumiurecentemente as funções deDeputado à Assembleia da Repú-blica, com assento na ComissãoParlamentar de Saúde, em plenacrise financeira”, Ricardo BaptistaLeite sentiu “a necessidade deaprofundar os meus conhecimentosnas áreas de contabilidade efinanças. Tendo tomado conheci-

mento da existência do seminário“Finanças para Não-Financeiros”,decidi inscrever-me no cumpri-mento desta busca de conheci-mento. Em boa hora o fiz. Recor-rendo ao método do caso, pudeanalisar situações concretas domundo real e, através delas, quasesem perceber, fui adquirindoprogressivamente os conceitos bá-sicos a que o seminário se pro-punha. Os conceitos teóricos epráticos são transmitidos em unís-sono, através da habilidade dosProfessores que adaptam o ensinoao grupo de discentes provenientesdas mais diversas origens profis-sionais (não-financeiras). Cumpridoo seminário, hoje aplico os valiosís-simos conhecimentos adquiridos nomeu dia-a-dia. Ao tornar perce-ptível a gestão de dados econó-micos e financeiros relevantes paraa empresa, este seminário colocaao dispor dos empresários portu-

gueses ferramentas para a intro-dução e a análise de temas vitaisao dia-a-dia de uma empresa.

Em Lisboa, o seminário “Finançaspara Não-Financeiros” esteve acargo dos professores PedroPimentel, Diogo Ribeiro dosSantos, José Miguel Pinto dosSantos e Rafael Franco.

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Início de programa

3 CAESE Outubro 2011

30 de Setembro de 2011

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11º Executive MBA AESE/IESE

ÍNDICE · NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

A palavra “dirigir” tem uma raizetimológica de cunho normativo:fazer o que é recto, direito. Afunção passa por fazer um trabalhobem feito, do qual resultará o seupróprio aperfeiçoamento bem comoo daqueles que dirige ou sobrequem tem impacto. Esta foi umadas mensagens deixadas pelo Prof.Pedro Ferro aos participantes noprimeiro dia do 11º Executive MBAAESE/IESE.

“A gestão das organizações não éuma actividade eminentemente téc-nica, mas prudencial, «política».”Pedro Ferro explica porquê: “atécnica é indispensável, porém oque distingue um dirigentes de topode um quadro técnico é acapacidade de decidir, em tempoútil, depois de pedir conselho eanalisar a informação disponível.” Aprudência adquire-se sobretudo

com a experiência, capitalizandoexperiências passadas e casosprecedentes. E o Método do Casofavorece precisamente a multipli-cação de experiências.

Hoje em dia, as pessoas têm maisformação, são mais instruídas etalentosas. Os dirigentes têm dedominar mais «linguagens», paraserem capazes de dialogar com osseus colaboradores, para entendere resolver os problemas. Mas nãobasta. Nos últimos anos, aautoridade moral dos dirigentestem sido questionada, face àevidência de que muitos delessobrepuseram ilegitimamente osseus inetresses pessoais ao bemcomum das suas organizações. Éfundamental que «um dirigentesmereça confiança»

No final, entre as qualidades de um

bom dirigente, Pedro Ferrosalientou a importância de «5sentidos»: sentido comum, sentidode urgência, sentido de responsa-bilidade, sentido de humor e senti-do para a vida. São os cincodesafios que o Executive MBAAESE/IESE visa estimular para queos participantes façam a diferença.

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Alumni reunem-se para festejar a conclusão do Programa da AESE

5 anos depois

Correspondendo às sugestões dosAlumni, o Agrupamento de Mem-bros realizou no passado dia 6 deOutubro uma sessão conjunta comos participantes de todos os Pro-gramas da AESE que terminaramhá 5 anos.

Esta iniciativa que reuniu Alumnido 31º PADE, 31º PDE, 32º PDE,4º PADIS, 5ª PADIS e 4º ExecutiveMBA AESE/IESE foi aberta peloPresidente dos Alumni, José LuísSimões.

Mário Machado (4º Executive MBAAESE/IESE), participou no encon-tro e deixou o seu testemunho:

"É sempre um prazer voltar àescola, sendo que em tempos difí-ceis, como aqueles que atraves-samos é também uma oportu-nidade de actualização de conhe-

cimentos, reforço de networking, eclaro está de convívio com colegase professores da casa.

O Prof. José Ramalho Fontes,presenteou-nos com uma palestrasubordinada ao tema “Os ecos-sistemas e a Inovação em Portu-gal”, matéria da máxima actuali-dade.

Quanto ao jantar, não sabem osausentes o que perderam, pelaexcelente partilha de experiências,confraternização, e pela refeição,aquele nível a que esta escolasempre nos habituou. Haja mais!"

O regresso à AESE permitiu aosAlumni falarem sobre a suatrajectória ao longo deste cincoanos e as mudanças entretantoocorridas.54 CAESE Outubro 2011

06 de Outubro de 2011

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Um caso de sucesso

5 CAESE Outubro 2011

Alumni Executive MBA AESE/IESE

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Inocrowd inicia actividade no Chile

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A Inocrowd, uma empresa decrowd source da área da inovação,nascida de um projecto de NAVESdo 8º Executive MBA AESE/IESE,foi seleccionada pelo Governo doChile para integrar no projectoglobal “Start-Up Chile”.

A Inocrowd é uma das 154seleccionadas, de 33 países, tendoconcorrido com mais de 650 start-ups de todo o mundo.

“Start-Up Chile” é uma iniciativa doMinistério da Economia chileno,executado por Corfo / InnovaChile,que procura atrair empresasempreendedoras e inovadoras parautilizarem o Chile como umaplataforma global. A atribuição deum subsídio de 40 mil euros para aabertura de um escritório e iníciode actividade tem por objectivosedear cerca de mil start-upsinternacionais em território chileno

até 2014, de modo a tornar o paíscomo um hub de inovação daAmérica do Sul.

Com três meses de actividade, aInocrowd tem crescido junto dacomunidade científica e univer-sitária, contando já com mais de500 “solvers” e possibilitando àsempresas “seekers” um canalaberto de inovação.

A empresa de Mário Lavado, JoãoMoita e Soraya Gadit é participadapelas sociedades de capital derisco: Naves SCR (da AESE) eInovCapital.

Soraya Gadit e Mário Lavado »»

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Parcerias internacionais

6 CAESE Outubro 2011

Alumni Executive MBA AESE/IESE

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Mitsui & Co analisa parceria com a Self Energy, na AESE

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A AESE recebeu no dia 29 deSetembro a visita dos senhoresDaisuke Ishida e Tomo Ohno,general managers do ramo euro-peu do grupo Mitsui & Co, paraanalisar a oportunidade de parceriacom a SelfEnergy no desenvol-vimento de projectos de abaste-cimento energético de populaçõesisoladas em África. O encontrorealizou-se no âmbito de uma visitaa Portugal para analisar váriosprojectos de investimento.

Os dois altos quadros visitaram aAESE uma vez que a SelfEnergy,de Miguel Matias (2º ExecutiveMBA AESE/IESE) é uma empresada área dos serviços de energia,saída de um projecto de novasaventuras empresariais de AlumniExecutive MBA AESE/IESE, par-ticipada por NAVES, SCR, em-

presa de capital de risco promovidapor Alumni AESE.

As expectativas dos dirigentesjaponeses foram excedidas aodescobrirem muitas possíveis si-nergias, de longo prazo, entre aSelfEnergy, os projectos africanosde formação da AESE e os seuspróprios planos de investimento,que se estão a desenvolver de umaforma muito extensa em Moçam-bique e a partir do seu escritórioem Maputo.

Miguel Matias, CEO da Self Energy »»

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Investigação AESE

O Caso Médis, redigido por umaequipa de colaboradores doMillenniumbcp sob a orientação doProf. Manuel Dias Ferreira colocadiversos desafios à sua subsis-tência, impondo a redefinição dasua orientação estratégica.

O caso situa-se temporalmente em2004, quando o Banco ComercialPortuguês, S.A. (“Millennium bcp” apartir de 2003) optou pela venda departe do negócio de segurosatravés da alienação da seguradoraImpério Bonança, reduzindo assima carteira de clientes da Médis em40%. Perante este desafio, e outrossubjacentes, a estratégia da Médisteve de ser repensada, o que com-duziu a diversos cenários pos-síveis, tendo em conta as condi-cionantes de negócio e do sectorsegurador e as competências espe-cíficas da Médis.

Este projecto insere-se no âmbitode uma parceria entre a AESE e oMillenniumbcp.

7 CAESE Outubro 2011

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Caso Medis

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AGENDA Seminários

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Programa de Continuidade

5º Encontro sectorialModa em Língua Portuguesa

Lisboa, 28 de NovembroSaiba mais >

SeminárioMarketing as Strategy in Action

Lisboa, 8 de NovembroSaiba mais >

8 CAESE Outubro 2011

SeminárioConstruir um plano de negócio

Lisboa, 5 de DezembroSaiba mais >

Sessão de ContinuidadeAn Organization with a singular character

Lisboa, 25 de OutubroSaiba mais >

Eventos

Sessão de ContinuidadeRESOE: uma nova macro-região europeia

Porto, 25 de OutubroSaiba mais >

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BLOG

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Enriquecer as empresas com talento próprio

“O responsável pelo Talento é o artesão da sua equipa, da sua unidade, da sua organização. Tempor missão conhecer os talentos das suas pessoas, os que já demonstraram capacidades e os quenão sonham que as têm,…”

Leia maisPublicado na RH Online, a 11 de Outubro de 2011

Caixa de sugestões

“Recentemente, encontrei uma caixa de sugestões na sala de espera de um hospital e pensei se realmente quereriam as minhas sugestões. Acredito que sim porque o serviço era bom e as funcionárias simpáticas (fruto das sugestões?)...”

Leia mais e comente Publicado no Blog AESE a 11 de Outubro de 2011

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Agostinho Abrunhosa

9 CAESE Outubro 2011

Fátima Carioca

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Adalberto Campos Fernandes (1ºPADIS), é o novo presidente dacomissão executiva do grupoHospitais Privados de Portugal (dogrupo Caixa Geral de Depósitos).

Nuno Fragosos (36º PDE), partiurumo a Madrid, onde é o res-ponsável pela gestão de carteira deprjectos e desenvolvimento de al-guns dos mercados onde a EPTISAestá presente.

Nesta secção pretendemos dar notícias sobre algumas trajectórias profissionais e iniciativas empresariais dos nossos Alumni.Dê-nos a conhecer ([email protected]) o seu último carimbo no passaporte.

PASSAPORTE

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Francisco Toste (4º ExecutiveMBA AESE/IESE), é actual-mente Customer ExcellenceDirector at Abbott HQ Central &Eastern Europe, North & WestAfrica

10 CAESE Outubro 2011

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PANORAMA

Imprensa, sensacionalismo e manipulação

11 CAESE OUTUBRO 2011

Os problemas ocorridos comRupert Murdoch e Silvio Berlus-coni mostram que se pode ser ummagnate de imprensa, sem se sercapaz de dominar a opinião e decontrolar a vida política. Se háalgum império mediático actual nomundo, é o “News Corporation”, ogrupo erguido por Rupert Mur-doch, com receitas de 23.200milhões de euros em 2010 elucros de 2.820 milhões. Umempório que mistura jornais sériosinfluentes (“The Wall Street Jour-nal”, “The Times”), imprensa sen-sacionalista (“The Sun”), múltiplosjornais na Austrália, cadeias detelevisão (“Fox”, parte da“BSkyB”), estúdios cinematográfi-

cos (“20th Century Fox”), ediçãode livros (“Harper Collins”) e umenorme et cetera.

Este desenvolvimento de meiosfez com que Murdoch seja apre-sentado como uma força mediá-tica capaz de levantar e derrubargovernos. O seu apoio teria sidodecisivo para o triunfo do NovoTrabalhismo de Tony Blair e, de-pois, para a consagração deDavid Cameron. Nos EUA, a ca-deia “Fox” é considerada a ponta--de-lança contra a AdministraçãoObama e o “News Corp.” não temproblemas em doar um milhão dedólares para a Associação deGovernadores Republicanos.

Mas, em escassas semanas, Ru-pert Murdoch viu-se obrigado naGrã-Bretanha a tomar a dolorosadecisão de fechar o milionário ta-blóide “News of the World”, bemcomo de retirar a sua OPA sobre aplataforma de televisão “BSkyB”,poucas horas antes de debatidana Câmara dos Comuns umamoção, que tinha o apoio de todosos grandes partidos, a pedir aMurdoch que renunciasse a essaoperação de 8.000 milhões de eu-ros. E Cameron anunciava tam-bém uma comissão de investiga-ção sobre as escutas ilegais, compoderes para obrigar a declararsob juramento, para a qual osMurdoch foram convocados. »»

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12 CAESE OUTUBRO 2011»»

Agora, o governo e a oposiçãoparecem rivalizar na sua indigna-ção e na sua agressividade contrao jornalismo sensacionalista e in-vasor da privacidade, encorajadopelos directores do “News Corp”.

O curioso é que, nalgumas sema-nas, o império de Murdoch, noqual o sol não se punha, pareceter-se eclipsado. Mas não nosdiziam que a influência política deMurdoch era determinante napolítica britânica? Que os políticoslhe eram submissos para ganharos seus favores? Actualmente, osmesmos jornalistas que denun-ciavam o poder avassalador do“News Corp”, vêem-se obrigadosa explicar como é que os políticosprocuram dominar Murdoch e aopinião pública, que compra a suaimprensa, lhe reprova os métodos.

O mais provável é que antes seexagerasse a capacidade de in-fluência de Murdoch sobre o públi-co e que agora se dramatize o seureverso, imitando-se, assim, o es-tilo sensacionalista que se recrimi-na aos tablóides.

Também era opinião comum queSilvio Berlusconi controlava aopinião pública italiana com a suahegemonia televisiva no país, naqual se juntava a sua cadeiaprivada “Mediaset” e a sua influên-cia na “RAI” através do governo.Depois de ele ganhar várias elei-ções, a última há três anos, aoposição desesperava com osvotantes, pois estes continuavama apoiar Berlusconi apesar dosseus escândalos. Tudo era expli-cado pela lavagem televisiva doscérebros.

Mas há poucos meses a maioriados eleitores apoiaram, em refe-rendo, quatro iniciativas propostaspela oposição (sobre energia nu-clear, propriedade da água, licen-ça para que o primeiro-ministro eos ministros não sejam levadosaos tribunais), não obedecendo aoconvite à abstenção do Chefe doGoverno. Participaram 55,8% docorpo eleitoral, acima dos 50%necessários para que as consultasfossem vinculadoras, e, como erade esperar, quase 95% dos queforam votar apoiaram as propos-tas.

Como é que uma opinião públicatão manipulada pôde desautorizaro manipulador? Os cronistas queantes denunciavam a letargia docorpo eleitoral, louvam agora oseu despertar: “A opinião pública

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13 CAESE OUTUBRO 2011»»

italiana, que muitos davam poranestesiada...” (como, por exem-plo, o correspondente do “El País”que escreveu isso), descobriu derepente que, “apesar de ter vividouma longa era de manipulação epropaganda, a cultura política con-tinua viva em Itália”. A alegria per-mite ao correspondente abando-nar-se ao lirismo: “Os italianos fa-laram como um povo livre e deramuma lição de paixão democrática”.Subentende-se que, quando vota-vam com Berlusconi, o faziam co-mo um povo escravo.

É fácil convencermo-nos de quequando as pessoas votam emalgo que não apreciamos, tal teráacontecido devido a estarem into-xicadas e manipuladas. Mas nãoestamos em regimes de imprensae partido únicos. Hoje em dia, na

Europa, há suficiente variedadede meios de imprensa para quenenhum grupo imponha a suavisão particular e todos estejamsubmetidos ao escrutínio de ou-tros. Também no caso dos pro-blemas de Rupert Murdoch, foioutro meio de comunicação social,o “The Guardian”, que foi revelan-do as práticas fraudulentas do“News of the World”.

Os magnates compram jornais,mas não são donos da opinião.

A aldeia global tem seguido oreality do magnate Murdoch comespanto, escândalo e morbidez.Ele prova do seu próprio remédio,é vítima do monstro que criou.

Todos os meios de comunicaçãosocial têm falado sobre os seus

métodos, bem como sobre osdanos e consequências que têmpara as vítimas e os destinatários.Os mais optimistas vêem nissoindícios de que o sensacionalismotocou no fundo e que as audiên-cias se estão a cansar dos forma-tos lixo e reagem às suas excre-cências. Para outros, o público,tratado como massa, é manipulá-vel tanto para o mal como para obem e responde às indicações domaestro de forma submissa. Antesaplaudiam, agora assobiam.

A verdade é que o cancro na Grã--Bretanha ultrapassa a imprensade Rupert Murdoch, pois é maisextenso e profundo, revelando-seagora na sua crueza e provo-cando a rejeição do que anterior-mente era aceite com prazer mór-bido.

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14 CAESE OUTUBRO 2011

Para muitos britânicos (o “News ofthe World” tinha 3 milhões deexemplares) incomoda que lhemintam sobre o modo de cozinharesse lixo, não o lixo em si. Mas oproblema não se trata apenas deprocedimentos, como igualmentede conteúdos. E, em última aná-lise, determinados conteúdos sópoderão ser obtidos com métodospouco escrupulosos. Pagar pelainformação ou contratar detectivespara espiar pessoas famosas nãoparece ser um exclusivo da im-prensa de Rupert Murdoch. O“News of the World” era apenasum primus inter pares dentro dostablóides britânicos.

(…) A auto-regulação tem sidoreferida como uma solução inter-média entre a censura e aanarquia: serem os próprios meios

de comunicação social a imporemo seu código ético de acordo coma deontologia, a Constituição e oCódigo Penal.

Mas a crise britânica revela ofracasso dessa auto-regulaçãoatravés da Press ComplaintsCommission, a qual, teoricamente,deveria atender as queixas dopúblico contra as tropelias da im-prensa.

Mais regulação, externa ou internaà profissão, não tornará maisdecente o jornalismo se os pró-prios jornalistas não possuíremuma exigência ética mais elevada,que não se reduz somente a nãoutilizar meios ilegais.

Com as normas jurídicas, é pre-ciso formar os futuros jornalistas,

oferecendo estudos sérios de éti-ca profissional e de direito da in-formação, nas faculdades. Forjarbons profissionais com consciên-cia ética, capazes de se sobrepo-rem às más práticas, gerar umacultura de bom jornalismo, saberdirigir os meios de comunicação egeri-los. Uma empresa jornalísti-ca é uma empresa muito particu-lar. Da qualidade do produto de-pende a liberdade do destinatárioe a sua capacidade de decidir,política, social e pessoalmente.

Fortalecer instâncias intermédiascomo as associações de ouvintes,telespectadores e consumidoresde televisão é vital para exigir aosmeios de comunicação social umaprestação de qualidade e madura.

I. A. e C. A. C.

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PANORAMA

A educação em casa e a liberdade de ensino

15 CAESE OUTUBRO 2011

O Tribunal Constitucional espa-nhol (TC) pronunciou-se sobre seé contrário à Constituição que oEstado obrigue a escolarizar ascrianças cujas famílias queremeducá-las em sua casa. RafaelNavarro-Valls, catedrático de Di-reito, comenta a sentença doTribunal.

Uma série de pais solicitaram aoTribunal Constitucional espanhol(TC) que examinasse a possívelinconstitucionalidade da proibiçãopor via judicial do direito a educaros seus filhos em casa. (...)

Entre os países que admitem apossibilidade de educação em

casa, encontram-se EUA, Cana-dá, Austrália, Chile e, na Europa,embora de modo mais restrito,Grã-Bretanha, Irlanda, Áustria,Hungria, Finlândia, França, Dina-marca ou Bélgica. Talvez seja nosEUA que existe o sistema maisliberal. Tudo começou com a deci-são do Supremo Tribunal Federal(TS, equivalente ao TC espanhol)no caso Wisconsin vs. Yoder.Membros da comunidade religiosaAmish (recorde-se o filme “A Tes-temunha”) foram sancionados porrecusarem enviar os seus filhos àescola a partir dos 14 e 15 anos,infringindo a lei do Wisconsin, queimpõe a escolaridade até aos 16anos. Para os pais Amish, a ado-

lescência é uma etapa crucial naformação dos jovens em valores,e nesse período devem viverintegrados na sua comunidade.

O Supremo norte-americano acei-tou esta posição: “O interesse doEstado pela escolaridade obriga-tória deve ceder perante a liber-dade dos pais para marcar aorientação moral dos seus filhos”.Certamente, nesse caso estavaem jogo a liberdade religiosa. Noentanto, grande parte da jurispru-dência estatal norte-americanaadmite o sistema de ensino emcasa, desde que existam condi-ções mínimas na aprendizagem enos programas dados pelos pais. »»

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16 CAESE OUTUBRO 2011»»

Em Espanha, o estabelecimentodo ensino obrigatório até aos 16anos suscitou em sectores res-ponsáveis esta pergunta: “Poderáo Estado limitar a liberdade deescolher o tipo de educação queos pais desejam para os seusfilhos, incluindo a liberdade de de-cidir escolarizá-los em casa?” Re-pare-se que estes novos "objecto-res" não pretendem evitar a obri-gação de educar os seus filhos(artigos 27 e 39 da Constituição e154 do Código Civil), recusando,sim, aceitar que a escola seja oúnico e exclusivo meio de conse-guir esse objectivo.

(...) Só se justifica a escolaridadeobrigatória por razões ligadas aoprincípio de liberdade. Isto é, porfacilitar um exercício efectivo eduradouro das outras liberdades.

Naqueles casos singulares emque se comprove que a escolhafeita por uma família – incluindo adecisão reflexiva de subtrair osfilhos do sistema escolar obriga-tório – não impede que estes de-senvolvam as competências ne-cessárias para poderem exerceras suas liberdades, o Estado nãodeveria recorrer a medidas coerci-vas.

(...) Numerosos estudos indicamque o sucesso escolar depende,em grande parte, dos hábitos quese aprendem em casa. Assim, umestudo dirigido por James Cole-man, da Universidade de Chicago,analisou a influência do dinheirogasto, o número de alunos por sa-la de aula, a qualidade profissionaldo professor (anos de experiência,nível de formação, etc.) sobre a

maturidade escolar. E concluíaque esses factores são interes-santes, mas o mais importante eraa própria influência da família.Esta presta inclusivamente umagrande ajuda ao sucesso escolar,mesmo quando não pretenda fa-zê-lo. Mas a sua influência é cemvezes superior se o propuser fa-zer.

O caso dos boat people recém--chegados da Indochina é umdado já clássico. Viviam na pe-núria, em andares pequenos enum país para eles desconhecido.Mas uma análise da Universidadedo Michigan constatou que todosestes elementos desfavoráveis seneutralizavam pelo forte estímulofamiliar que constituía a atençãoprestada pelos irmãos mais velhosaos menores e dos pais aos filhos.

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17 CAESE OUTUBRO 2011»»

Conclusão: “As escolas cons-tituem um sucesso principal-mente para as famílias estáveis:são, por outro lado, um verdadeirofracasso para as instáveis edesorganizadas”.

Ora – e regressando à situaçãoparticular do caso espanhol – oTribunal Constitucional deste país(STC 133/2010) entendeu que adecisão adoptada pelo legisladormediante o art. 9 da LOCE, isto é,educação obrigatória até sechegar aos 16 anos, em cujaaplicação ao caso concreto foramadoptadas as resoluções judiciaisimpugnadas neste processo,resulta “constitucionalmente ino-bjectável”, razão pela qual orecurso de protecção dos paisacaba por ser motivo de uma de-cisão de rejeição.

A sentença, no entanto, não é tãocontundente como inicialmente sepoderia entender. Ou seja, nãoconsidera inconstitucional um sis-tema razoável de “educação emcasa”, que respeite a sociabilidadedos menores e a sua formaçãopedagógica, mas, tendo em consi-deração a actual legislação emvigor, sublinha não poder enten-der-se como inconstitucional osistema contrário, isto é, aescolaridade obrigatória. Daí queafirme expressamente, tendo emconta o art. 27 da CEE(Comunidade Económica Euro-peia), “não se poder excluir outrasopções legislativas que incor-porem uma certa flexibilidade aosistema educativo e, nomeada-mente, ao ensino básico”. Claro, oTribunal Constitucional não sepode arvorar em legislador, pelo

que se abstém de fazer adescrição de “quais devam ser ascaracterísticas a integrar essaregulamentação alternativa doregime do ensino básico obriga-tório de molde a que tenham apossibilidade de se adequar àConstituição em vigor”.

(...) Mas, como precisa o Prof.Martínez-Torrón, da UCM (Univer-sidad Complutense de Madrid),não se trata de o Estado, quandopermite a educação no lar, seeximir do que se passa com essesmenores no seu âmbito estrita-mente familiar. Pelo contrário,existe uma regulamentação, quevaria de país para país, comdiversos modelos de controlopúblico sobre o ensino proporcio-nado pelas famílias, de modo aque seja possível garantir tanto os

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18 CAESE OUTUBRO 2011

direitos dos pais sobre a edu-cação dos seus filhos, como ocumprimento dos deveres assu-midos pelo Estado sobre o ensinoda juventude durante o período deeducação obrigatório – deveresque, por seu turno, constituemuma garantia do direito dos meno-res à educação, reconhecido pelodireito internacional e, normalmen-te, também pelas Constituiçõesnacionais. O facto de o homeschooling se encontrar regulamen-tado, responde à preocupaçãorazoável e legítima do Estado de

assegurar um mínimo de eficáciaquanto aos conteúdos da edu-cação, e também – como se ob-serva no caso da França – deevitar que essa possibilidade sejaaproveitada por grupos religiososradicais para doutrinar os meno-res num meio isolado da socie-dade civil.

Além disso, o Ministério da Educa-ção também tem alguma respon-sabilidade na matéria. Não parecerazoável que se conforme com ofacto do STC não considerar in-

constitucional o sistema em vigor,e deveria prestar ouvidos à socie-dade civil, levando o assunto asério. Ou seja, iniciar um processointerno de reflexão e um processoparalelo de diálogo com as prin-cipais associações envolvidas, demodo a procurar pontos de equilí-brio que satisfaçam os legítimosinteresses dessas famílias e per-mitam, ao mesmo tempo, garantiralguns objectivos essenciais naeducação. (...)

“www.elconfidencial.com”

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PANORAMA

O contraste de Estrasburgo com o CairoA crescente inquietação das chan-celarias europeias com as violên-

cias cometidas contra as comuni-dades cristãs em países como

Egipto, Nigéria, Paquistão, Filipi-nas, Chipre do Norte, Irão, Iraque, »»

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19 CAESE OUTUBRO 2011

chegou ao Parlamento Europeu,que aprovou uma resolução detodos os grupos políticos. Oseurodeputados apoiam a defesados cristãos e a liberdade religiosano mundo, expressando preocu-pação com o aumento da intole-rância, repressão e violência.

A resolução pede ao Alto Repre-sentante para a Política Externada UE, Catherine Ashton, umaestratégia a "prever medidas con-tra Estados que, deliberadamen-te, não protejam as confissõesreligiosas". E que o novo serviçodiplomático europeu, na sua di-recção de direitos humanos, tenha"um sistema permanente de con-trolo das restrições governamen-tais e sociais à liberdade religio-sa", informando anualmente oParlamento. Seria algo semelhan-

te à conhecida blacklist, lista ne-gra da Secretaria de Estado dosEUA referindo, por ano, os paísesque não respeitam esta liberdade.

Para o chefe do grupo popular,Mario Mauro, é um marco, poisnão só condena certo aconteci-mento, como envolve a UE noproblema geral em si. "A UE nãodeve sentir embaraço para denun-ciar o que sucede aos cristãos".

Também o Comité de ministrosdos 47 Estados do Conselho daEuropa mostrou a sua preocupa-ção com os recentes ataques acrentes devido às suas convic-ções religiosas, embora se refira a“pessoas de todas as confissões”.

A declaração condena “estesactos e toda a forma de incitação

ao ódio religioso e à violência”.Recorda que “a liberdade de pen-samento, de consciência e de reli-gião é um direito inalienável”, re-conhecido nas declarações inter-nacionais de direitos humanos.Adverte que “não pode haver so-ciedade democrática” se não serespeitar tal direito, pois “gozardesta liberdade é condição neces-sária para viver em comunidade”.

A importante resolução do plená-rio de Estrasburgo contrasta coma decisão da Universidade Islâ-mica de Al Azhar, no Cairo, desuspender o diálogo com o Vati-cano, em protesto contra as diver-sas declarações do Papa causa-das pelos atentados contra oscoptas, especialmente o ataque àigreja de Alexandria, que conside-ram como intromissões ilegítimas.

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DOCUMENTAÇÃO

Israel-Palestina: aprender a conviver

20 CAESE OUTUBRO 2011

Os confrontos armados entrepalestinianos e soldados israelitassão as imagens que mais noschegam do Médio Oriente. Astensões estão à flor da pele. Mas– organizadas ou espontâneas –há cada vez mais iniciativasdestinadas a fomentar a convivên-cia pacífica e a cooperação entreos dois povos confrontados.Contudo, estas iniciativas são ain-da poucas e com sérios obstá-culos e incompreensões.

O Estado de Israel tem umacomplexa estrututura demográfica.Dos seus 7,2 milhões dehabitantes, cerca de 80% sãojudeus. Entre estes, a maioria é

composta pelos judeus seculares,aos quais se juntam os fiéis dediferentes correntes religiosashebraicas. Os 20% restantes sãointegrados principalmente porárabes – muçulmanos e cristãos –que dispõem de nacionalidadeisraelita. São os palestinianos ouos seus descendentes que perma-neceram em território israelitaapós ter sido fundado o Estado deIsrael em 1948. Regista-se igual-mente a presença de uma impor-tante minoria drusa.

Em resposta a tal diversidade,Israel oferece um sistema edu-cativo plural, que passa todaviapela segregação dos seus dife-

rentes grupos populacionais emtipos diferentes de escolas. Osjudeus têm à sua disposiçãoescolas estatais tanto laicas comoreligiosas (sefarditas, askenazis esionistas religiosas). Ao mesmotempo, existem também escolasestatais para árabes e drusos, nasquais se ministram as aulas emárabe e o hebraico é ensinadocomo idioma estrangeiro. Mas verisraelitas judeus e árabes senta-dos na mesma sala de aula éainda uma experiência marginal,que acontece sobretudo em esco-las de propriedade não estatalcomo escolas internacionais aoestilo dos liceus franceses ou dasescolas norte-americanas. »»

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Juntos a partir da secretária

Essa segregação nas escolascorresponde também à segrega-ção real que – embora comexcepções – existe no dia-a-diaentre grande parte dos judeus eárabes em Israel. Numa cidadecomo Jerusalém, onde 66% dapopulação é judia e 34% árabe,costumam viver em bairros dife-rentes claramente delimitados efrequentar igualmente os seuspróprios bares, restaurantes eestabelecimentos comerciais.

Apesar da sua vizinhança, muitosnunca contactam ninguém daoutra parte, e desconhecem am-plamente a sua cultura, os seuscostumes e os seus pontos devista. Uma situação como essa,acompanhada por actos de vio-

lência e instigações mútuas, sópode contribuir para difundir oódio.

Uma instituição escolar fundadahá uma década propôs que estacoexistência se tornasse emverdadeira convivência, desde ojardim de infância e a primeirasecretária da sala de aulas. OCentro Hand in Hand para aEducação Judaico-Árabe, comsedes em Jerusalém e Portland(EUA), dispõe de quatro escolasde ensino primário e secundárioem Israel, onde judeus e árabesaprendem juntos, com um planode estudos bilingue hebraico--árabe. O ano lectivo é frequen-tado por mais de 800 alunos,desde a creche até ao nono ano,e segundo a organização, aprocura tem vindo a aumentar.

Em cada centro escolar existemdois co-directores, um judeu eoutro árabe, e cada sala de aula épartilhada em conjunto por umprofessor judeu e por outro árabe.As escolas situadas em Jeru-salém, Galileia, Wadi Ara eBeersheva, receberam a certifica-ção oficial para poder dar aulas efazer exames. Os seus promo-tores lutam para que o modelobilingue passe a fazer parte dosistema estatal e também que es-tes centros passem a ser finan-ciados pelo tesouro público. A suaprincipal fonte de subsistência sãoas próprias famílias e fundaçõesprivadas.

De qualquer maneira, algumasdas escolas receberam importan-tes subsídios de instituições pú-blicas ou semi-públicas. Para a

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edificação das suas instalações, oColégio Max Rayne de Jerusalémrecebeu 11 milhões de dólares dedoadores internacionais recolhidospela Fundação Jerusalém, criadapelo lendário autarca Teddy Kollek(1965-1993), considerado um vi-sionário da convivência entre ju-deus e árabes. Estudam na es-cola, 256 alunos árabes e 205judeus, entre os quais se encon-tram tanto árabes muçulmanoscomo cristãos, e tanto judeusseculares como tradicionais.

Yohanan Eshhar, um dos dirigen-tes da Hand in Hand, asseguraque no pátio, os alunos falamentre eles tanto hebraico comoárabe e brincam juntos sem pen-sar que “eu sou judeu” ou “tu ésárabe”. “Ensinamos-lhes as duaspartes, as duas histórias. Conhe-

cem a história judia e a históriapalestiniana. Ensinamos-lhes asensibilidade para com o sofri-mento dos outros, e que ambos oslados têm direito a estar aqui.Ensinamos-lhes esse direito”.

O desporto, laço de união

Também o Centro Shimon Perespara a Paz tenta que as criançasde ambos os lados se conheçame tenham contacto entre elasdesde idades precoces, utilizandoo seu gosto pelo futebol comolaço de união. Desde 2002, afundação lançada pelo Presidentede Israel e Prémio Nobel da Paz,promove um programa de asso-ciação entre escolas desportivasisraelitas e dos territórios palesti-nianos, participando um total de35 centros. Durante o ano lectivo,

as crianças reúnem-se três ouquatro semanas para jogaremfutebol juntas, não israelitas con-tra palestinianos, mas em equipasmistas.

Desde 2005, que se tem realizadoum acampamento de Verão, ondeaprendem a superar os precon-ceitos treinando em conjunto econvivendo 24 horas por dia. Aactividade, conhecida como a “Al-deia Futebolística da Esperança”,realizou-se, por exemplo, em MeirShefiya, junto a Haifa, com 30crianças israelitas e 30 pales-tianianas, de entre 6 e 13 anos.Os assistentes vieram de zonasdeprimidas: os palestinianos docampo de refugiados de Tulkarem,na Cisjordânia, e de bairros ára-bes de Jerusalém, os israelitas deKiryat Gat, cidade marcada por

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um elevado desemprego e umaforte imigração. São lugares ondeo ódio pela outra parte é maisextremado. Para essas crianças,torna-se à partida um aliciantepoder treinar em instalações degrande qualidade, às quais semesta iniciativa não teriam acesso.

Gal Peleg, coordenador de activi-dades desportivas do CentroShimon Peres, mostra-se conven-cido de que “o desporto pode tra-zer a mudança”, pela sua capaci-dade de unir até os grupos depessoas mais antagónicas. “Seolharmos para uma equipa comoo Barcelona, com muitas naciona-lidades, com muitas cores, comjogadores de religiões diferentes,tudo está misturado e, no entanto,os adeptos identificam-se com aequipa”, afirma.

De qualquer forma, segundoPeleg, embora o patrocinador docentro seja o próprio chefe deEstado israelita, as suas activi-dades deparam com sérios obstá-culos para a sua realização, prin-cipalmente o de conseguir licen-ças de entrada em Israel paracrianças palestinianas. Desde aonda de atentados desencadeadapela segunda intifada palestinianado Outono do ano 2000, cada vezmenos palestinianos têm recebidoautorização para visitar Israel, en-quanto que os cidadãos israelitasjudeus – na sua grande maioria –têm o acesso vetado aos terri-tórios autónomos palestinianos.

“Apesar de todas as dificuldades,sentimo-nos muito honrados eentusiasmados por este trabalho eesperamos que seja uma grande

experiência para as crianças.Quando regressarem junto com osseus pais, espero que as criançaspalestinianas recordem que osisraelitas não são só os ‘soldadosmaus’ dos postos de controlo, eque os israelitas não pensem quetodos os palestinianos são terro-ristas suicidas”, salienta Peleg.

Educar para a paz no meio doconflito

Conseguir licenças de entrada emIsrael para palestinianos tambémé um dos principais obstáculosque encontra a Fundação KonradAdenauer, ligada à democracia--cristã alemã, para implementar osseus programas pró-convivênciano Médio Oriente. Entre os seusprojectos mais destacados encon-tra-se uma série de seminários

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onde professores israelitas, pales-tinianos e jordanos desenvolvemem comum planos de estudo paraeducar nos valores democráticos.O programa arrancou em Abril de2007, participando nele quase 90professores de 15 escolas.

Conforme narra o representanteda fundação política alemã emJerusalém, Lars Hänsel, um fo-guete Kassam palestiniano lança-do da Faixa de Gaza atingiu, em2007, uma escola israelita partici-pante no projecto, a Sar HaNegevHigh School. O projéctil provocougrandes danos materiais numadas salas de aula, que felizmentese encontrava vazia. Hänselexplica que, num primeiro momen-to, surgiu a dúvida de se devia ounão continuar com o projecto. Noentanto, a direcção da escola

afectada expressou de imediato asua intenção de continuar. “Alémdisso, o coordenador palestinianoligou rapidamente para a SarHaNegev High School a pedirdesculpa pelo ataque em nomedos palestinianos”, afirma Hänsel.

Segundo o alemão, um grupo como qual a fundação está a trabalharcada vez mais é o dos assistentesdos deputados israelitas, queacompanham diariamente o traba-lho e as decisões dos parlamen-tares. Por várias vezes, a Funda-ção Konrad Adenauer organizoupara eles encontros com palesti-nianos. “Recentemente, um jo-vem colaborador de um deputadoreconheceu ser a primeira vez quese encontrava com um palesti-niano. Muitos não sabem comopensa a outra parte”, diz Hänsel.

Entre outros projectos que a fun-dação alemã impulsiona, comoutras instituições, está uma câ-mara de comércio palestiniano--israelita, que facilite o contacto ea distensão, partindo da base deinteresses empresariais comuns.

Fazer música no mesmo grupo

Fama mundial tem a West-Eas-tern Divan Orchestra, promovidapelo maestro e pianista argentino--israelita Daniel Barenboim e pelofalecido intelectual palestiniano--norte-americano Edward Said.Ambos receberam o Prémio Prín-cipe das Astúrias da Concórdia2002 por esta iniciativa, com jo-vens músicos israelitas, palesti-nianos e de países árabes aensaiar e tocar juntos, até emdigressões internacionais.

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Mas a música consegue unirjudeus e árabes inclusivamente namesma rua. O System Ali (emárabe algo como “Subam ovolume!”) é um grupo de hip hoponde se juntaram jovens judeus eárabes. A formação tem sede emYafo, uma das cidades portuáriasmais antigas do mundo e hojefundida na grande Telavive.

Dos 55.000 habitantes de Yafo,dois terços são judeus e um terçoárabes, com uma convivência nãoliberta de problemas e tensõesracistas. Como noutros lugares deIsrael, a comunidade árabe é maispobre que a judia, e o aumentonos alugueres tem provocado oêxodo dos residentes árabes.

A banda integrada por uma deze-na de rappers e músicos instala

muitas vezes o seu equipamentona rua para interpretar temas emtorno da convivência pacífica.

A mensagem é clara e precedidapelo exemplo: judeus e árabes de-vem escutar-se e construir algu-ma coisa juntos desde o simplescidadão. Muitas vezes chegam ajuntar centenas de pessoas nosseus concertos, sendo possívelver a dançar juntos na mesmadirecção, tanto judeus como ára-bes, mesmo homens com kipá oumulheres com véu islâmico.

Uma iniciativa como o System Ali,vinda da base, não é única emYafo. Formaram-se lá vários gru-pos de vizinhos árabes e judeusque se reúnem regularmente parase conhecerem melhor e conver-sarem calmamente sobre a vida

quotidiana, problemas comuns oupontos de vista de uns e outros.

Mas, na tensão diária da socie-dade israelita, isto depara muitasvezes com incompreensões. “Aocomeçarmos o System Ali, algunsdiziam-me: ‘Ouve lá, o que é queestás a fazer? Vais juntar-te real-mente a árabes numa banda?’Outra vez convidei alguns amigosbreakdancers a actuar connosco,mas quando lhes contei que eraem Yafo, alguns disseram-me:‘Em Yafo? Com todos os árabes?Lamento, mas não é o meu meio’.Digo-lhes que são pessoas comque partilho pensamentos e senti-mentos e que este é o meu lugar”,diz Emver Septibraginov, um imi-grante judeu uzbeque.

V. P.

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DOCUMENTAÇÃO

Árabes israelitas apanhados entre dois mundos

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Quando David Ben Gurion procla-mou o Estado de Israel, a 14 deMaio de 1948, viviam no territóriodo país recém-nascido quase ummilhão de palestinianos. Mas, naguerra com países árabes quelogo se desencadeou, fugiram ouforam expulsos das suas casascentenas de milhares. 120.000 pa-lestinianos que ficaram em Israeladoptaram a nacionalidade israeli-ta. E, hoje, com a sua descen-dência, os árabes israelitas já são1,4 milhões, de entre os 7,2 mi-lhões de habitantes de Israel.

A Declaração de Independêncialida por Ben Gurion, reconhece--lhes os mesmos direitos que aos

seus concidadãos judeus. Parti-cipam tal como estes no sistemademocrático e fundaram mesmopartidos representados no Knes-set, como a Lista Árabe Unida, oHadash ou o Balad. O seu idiomaé oficial juntamente com ohebraico e gozam, sem a menordúvida, de maiores liberdades queno resto do mundo árabe.

Os árabes israelitas estão isentosdo serviço militar que, homens emulheres, devem prestar em Is-rael. Alguns entendem isto comouma discriminação, enquanto ou-tros encaram-no como uma con-cessão, para que não tenham dedisparar contra outros árabes.

Os árabes israelitas vivem comose estivessem apanhados entredois mundos. Por um lado, nomeio do conflito, muitos israelitasjudeus encaram-nos como pales-tinianos e, em resumo, como ini-migos, evitando contactar comeles. Entretanto, muitos palestinia-nos sem passaporte hebreu, insul-tam os árabes israelitas como trai-dores e colaboradores dos judeusna opressão do povo palestiniano.

Árabes israelitas alcançaram luga-res elevados na AdministraçãoPública. O deputado trabalhistaRaleb Majadele é, desde 2007,ministro da Ciência, Cultura eDesportos. Majalli Wahabi é vice- »»

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27 CAESE OUTUBRO 2011

-presidente do Knesset pelo par-tido Kadima e vice-ministro dosNegócios Estrangeiros. Salim Jou-bran é, por seu turno, juiz doSupremo Tribunal. No âmbito dodesporto, o árabe Abbas Suan éum dos maiores goleadores daselecção israelita de futebol.

De qualquer maneira, muitosárabes israelitas sentem-se cida-dãos de segunda. Mais de metadevivem na pobreza. Os centrospopulacionais árabes dispõem deinfra-estruturas de pior qualidadeque as zonas judias e também asescolas públicas árabes estãodotadas com menos meios, se-gundo organizações árabes israe-litas. O grupo defensor dos direi-tos civis Adva concluiu que osisraelitas árabes mal têm bene-ficiado do crescimento da econo-

mia do país. Apesar, por exemplo,de o número dos desempregadosem Israel ter descido de 279.800em 2003 (10,7%) para 211.800em 2007 (7,3%), os árabes semtrabalho nesse período passaramde 34.100 para 38.300. Tambémno período em causa, os saláriosárabes reduziram-se de 73% para70%, em relação à média nacionalisraelita.

O Mosawa Center de Haifa refere,por exemplo, 169 incidentes racis-tas contra árabes israelitas em2007, desde declarações de polí-ticos, até profanações de mesqui-tas e cemitérios, ou mortes in-justificadas às mãos da Polícia. Odeputado ultranacionalista AvigdorLiberman, presidente do partidoNossa Casa Israel e que já fezparte do Governo de Israel, che-

gou a comparar os parlamentaresárabes do Knesset com colabora-dores nazis e instou a executar osque se reúnam com políticos pa-lestinianos.

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