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“meu salto alto em equilíbrio o copo d’água a espera do café” Ana Cristina Cesar em A teus pés café prosa Edição n° 1 . OUTUBRO . 2013 & Na Dica do Barista, Leonardo Carvalho dá a receita do delicioso frozen cappuccino e conta como se escolhe o melhor café para o dia a dia. pag. 3 Conheça o projeto Criança do Café na Escola, iniciativa do Conselho dos Exportadores de Café (CeCafé) que monta laboratórios de Informática nas escolas de regiões produtoras. pag. 4 Não é exagero: milhares de pesqui- sas, realizadas mundo afora, estudam benefícios e malefícios à saúde ligados ao consumo de determinados alimentos. Ovos fazem bem, ovos fazem mal; tomates são heróis numa semana e vilões na ou- tra, assim como vinho, chocolate, azeite, batata, carne vermelha, frutos do mar, manteiga... e a lista é infinita. A verdade é que a maioria dos alimentos pode fazer bem ou mal, dependendo da quantidade ingerida e de circunstâncias específicas e individuais, como alergias e intolerâncias. Até mesmo a água, inocente e essencial, pode ser prejudicial em excesso. Alguém aí já pensou no efeito de vinte copos de suco de laranja tomados em um só dia ou de um quilo de sementes de girassol mastigadas sem parar? Desastre, sem dúvida. O café nosso de cada dia é um desses alimentos muito estudados nos laborató- rios, até pela sua presença massiva na vida moderna. Médicos e cientistas da nutrição concordam que ficou para trás a ideia de que a bebida possa fazer mal. Tomar café moderada e regularmente é altamente econfortante, aromático, digestivo, estimulante. O café, prazer unâni- me na cultura ocidental, é celebra- do como a bebida brasileira por excelência (ok, seguido pela caipirinha...). Sinônimo, para nós, de hospitalidade, amizade e cortesia, o café serve como trampolim para a energia matinal e como pausa relaxante ao longo do dia; dá disposição e funciona como pretexto para um momento de tranquilidade na correria diária. Pois Café & Prosa faz companhia ao seu cafezinho. Ideias, arte, informações e bom humor estarão nessa publicação que chega às suas mãos. Leve para casa, para sua mesa de trabalho, ou deixe ao lado da máquina de café para que o próximo fã da nossa bebida possa também fazer sua leitura. Esperamos que, exatinho como o café, nosso jornal divirta, relaxe e estimule os leitores. É GOSTOSO E SÓ FAZ BEM benéfico para o organismo. Há alguns me- ses, a respeitada publicação The Atlantic, de Boston, fez um apanhado dessas con- clusões (a íntegra, em inglês, na página do ValorCafé no Facebook). Café e Saúde A reportagem começa lembrando que o café conta, sim, como parte da ingestão diária de líquidos, e segue perfilando as últimas descobertas: estudos constataram um aumento do tônus muscular relaciona- do à ingestão da bebida, em especial nos indivíduos mais velhos; uma outra pesqui- sa – essa, da Universidade de Harvard – acompanhou por 20 anos mais de cem mil pessoas e aponta a diminuição do risco de câncer de pele (o mais comum deles, car- cinoma de células basais) em fãs de café. A revista cita as conclusões divulgadas pelo norte-americano Instituto Nacional de Saúde Neal Freedman, reportadas pelo inquestionável New England Journal of Medicine, analisando dados de 400 mil homens nos Estados Unidos entre 1995 e 2008. Segundo os cientistas, aqueles que tomavam café reduziram em 12% o risco de morte, e as mulheres em 16%. Bebedores de café foram menos propensos a morrer de doença cardíaca ou respiratória, derrame, diabetes e infecções. E os médicos avisam que ajustaram a análise considerando ris- cos como consumo de álcool e de cigarros. Chega? Não? A revista americana ainda cita pesquisas relacionando o consumo de café a uma menor incidência de câncer de próstata e de mama, maior resistência cardíaca e alívio aos portadores de fibrose cística. Está ainda listada uma pesquisa que analisa a criatividade em diversos ambien- tes e conclui que um certo nível de ruído, como o das cafeterias, pode ser mais esti- mulante que o silêncio. Verdade. O paper é da Universidade de Chicago! Na próxima edição, falaremos do poder antioxidante da bebida. Acredite se quiser, o café espresso tem quase seis vezes mais substâncias protetoras contra os radi- cais livres do que o segundo colocado no ranking – o vinho tinto. Em todos os números de Café & Prosa, vamos trazer novidades em termos de pes- quisas e descobertas na área. É mais um motivo para tomar um bom café. Mas quem precisa de pretexto? Um café e um violão: o compositor, produtor, instrumentista Roberto Menescal fala do café que faz companhia à música no seu cotidiano pag. 2 R Cafés pelo mundo: conheça a história dos dois Cafés Tortoni – o original, em Paris, e o de Buenos Aires. Ambos foram pontos de encontro de artistas e pensadores. pag. 2 Propagandas do início do século XX

Cafe&prosa 01 out2013

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Um jornal gostoso como um espresso bem tirado. Iniciativa da ValorCafé.

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Page 1: Cafe&prosa 01 out2013

“meu salto altoem equilíbrioo copo d’água

a espera do café”Ana Cristina Cesar

em A teus pés

caféprosaEdição n° 1 . OUTUBRO . 2013

& Na Dica do Barista,

Leonardo Carvalho dá

a receita do delicioso

frozen cappuccino e

conta como se escolhe

o melhor café para o

dia a dia. pag. 3

Conheça o projeto

Criança do Café na Escola,

iniciativa do Conselho

dos Exportadores de

Café (CeCafé) que monta

laboratórios de Informática

nas escolas de regiões

produtoras. pag. 4

Não é exagero: milhares de pesqui-sas, realizadas mundo afora, estudam benefícios e malefícios à saúde ligados ao consumo de determinados alimentos. Ovos fazem bem, ovos fazem mal; tomates são heróis numa semana e vilões na ou-tra, assim como vinho, chocolate, azeite, batata, carne vermelha, frutos do mar, manteiga... e a lista é infinita. A verdade é que a maioria dos alimentos pode fazer bem ou mal, dependendo da quantidade ingerida e de circunstâncias específicas e individuais, como alergias e intolerâncias. Até mesmo a água, inocente e essencial, pode ser prejudicial em excesso. Alguém aí já pensou no efeito de vinte copos de suco de laranja tomados em um só dia ou de um quilo de sementes de girassol mastigadas sem parar? Desastre, sem dúvida.

O café nosso de cada dia é um desses alimentos muito estudados nos laborató-rios, até pela sua presença massiva na vida moderna. Médicos e cientistas da nutrição concordam que ficou para trás a ideia de que a bebida possa fazer mal. Tomar café moderada e regularmente é altamente

econfortante, aromático, digestivo, estimulante. O café, prazer unâni-me na cultura ocidental, é celebra-

do como a bebida brasileira por excelência (ok, seguido pela caipirinha...). Sinônimo, para nós, de hospitalidade, amizade e cortesia, o café serve como trampolim para a energia matinal e como pausa relaxante ao longo do dia; dá disposição e funciona como pretexto para um momento de tranquilidade na correria diária.

Pois Café & Prosa faz companhia ao seu cafezinho. Ideias, arte, informações e bom humor estarão nessa publicação que chega às suas mãos. Leve para casa, para sua mesa de trabalho, ou deixe ao lado da máquina de café para que o próximo fã da nossa bebida possa também fazer sua leitura.

Esperamos que, exatinho como o café, nosso jornal divirta, relaxe e estimule os leitores.

É gostoso e só faz bembenéfico para o organismo. Há alguns me-ses, a respeitada publicação The Atlantic, de Boston, fez um apanhado dessas con-clusões (a íntegra, em inglês, na página do ValorCafé no Facebook).

Café e Saúde

A reportagem começa lembrando que o café conta, sim, como parte da ingestão diária de líquidos, e segue perfilando as últimas descobertas: estudos constataram um aumento do tônus muscular relaciona-do à ingestão da bebida, em especial nos indivíduos mais velhos; uma outra pesqui-sa – essa, da Universidade de Harvard – acompanhou por 20 anos mais de cem mil pessoas e aponta a diminuição do risco de câncer de pele (o mais comum deles, car-cinoma de células basais) em fãs de café.

A revista cita as conclusões divulgadas pelo norte-americano Instituto Nacional de Saúde Neal Freedman, reportadas pelo inquestionável New England Journal of Medicine, analisando dados de 400 mil homens nos Estados Unidos entre 1995 e

2008. Segundo os cientistas, aqueles que tomavam café reduziram em 12% o risco de morte, e as mulheres em 16%. Bebedores de café foram menos propensos a morrer de doença cardíaca ou respiratória, derrame, diabetes e infecções. E os médicos avisam que ajustaram a análise considerando ris-cos como consumo de álcool e de cigarros.

Chega? Não? A revista americana ainda cita pesquisas relacionando o consumo de café a uma menor incidência de câncer de próstata e de mama, maior resistência cardíaca e alívio aos portadores de fibrose cística. Está ainda listada uma pesquisa que analisa a criatividade em diversos ambien-tes e conclui que um certo nível de ruído, como o das cafeterias, pode ser mais esti-mulante que o silêncio. Verdade. O paper é da Universidade de Chicago!

Na próxima edição, falaremos do poder antioxidante da bebida. Acredite se quiser, o café espresso tem quase seis vezes mais substâncias protetoras contra os radi-cais livres do que o segundo colocado no ranking – o vinho tinto.

Em todos os números de Café & Prosa, vamos trazer novidades em termos de pes-quisas e descobertas na área. É mais um motivo para tomar um bom café. Mas quem precisa de pretexto?

Um café e um violão:

o compositor, produtor,

instrumentista Roberto

Menescal fala do café

que faz companhia

à música no seu

cotidiano

pag. 2

R

Cafés pelo mundo: conheça

a história dos dois Cafés

Tortoni – o original, em

Paris, e o de Buenos Aires.

Ambos foram pontos de

encontro de

artistas e

pensadores.

pag. 2

Propagandas do início do século XX

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Hoje, o Café Tortoni explora a fama que ganhou, conservando o ambiente de vitrôs italianos e lâmpadas de época. Há quem reclame de um jeito fake do local, que instalou “esculturas” rudimentares de Gardel e Borges. Mas o cappuccino e a medialuna (croissant) servidos ali ainda recebem elogios.

com

Robertomenescal

A madrugada bossanovista carioca dos nos anos 50/60 era movida a uís-que. Jornalistas como Antônio Maria e Ronaldo Bôscoli percorriam a noite e os bares de uma doce Copacabana e, na batida da música que ganharia o mundo com o selo brasileiro, reuniam histórias e memórias povoadas por Dolores Duran, Elizete Cardoso, Vinícius de Moraes, Luiz Eça, Sylvia Telles, Carlos Lyra, Maysa, Tom Jobim. Na turma, alguns recém chegados: um baiano tímido e obsessivo chamado João Gilberto; uma gauchinha meio estrábica que cantava como deusa, uma tal Elis Regina; e um capixaba boa pinta, que fugiu da arquitetura para se tornar músico e compositor – Roberto Menescal.

“Era um tempo glorioso e alegre”, ele conta a Café & Prosa. “E aquelas noites mágicas terminavam invariavel-mente num boteco, às 6 da manhã, com um café com leite”.

Menescal conta que não tem o há-bito de tomar a bebida em casa. “Mas basta eu entrar no estúdio para ir direto ao café, antes de dizer uma palavra. No meu tempo de gravadora [Menescal foi

produtor e diretor artístico da Polygram por 26 anos], a gente brincava com o café da garrafa térmica – ‘É voz guia ou tá valendo?’” (voz guia é a gravação inicial de uma canção, feita somente para orientar os músicos no estúdio, e em seguida descartada).

Embora goste demais de café, Menescal hoje não exagera. “Como eu adoro café, e sei que faz bem – é o maior antioxidante que existe -, tento ficar nas três, quatro doses diárias. Mas, se descuidar, tomo dez, doze cafezinhos todo dia”.

Celebrando os 76 anos em outu-bro, Menescal não para: produz, toca, compõe, viaja sem parar (o Japão é um destino anual), adora descobrir novos intérpretes. Lança esse ano disco com a americana Stacey Kent, uma apaixona-da pela bossa, e prepara a continuidade da série de shows Nas Entrelinhas da MPB, em que convida artistas amigos. Já está ensaiando com Leila Pinheiro a festa dos 25 anos de Benção, Bossa Nova, grande sucesso da dupla. “Só com muito cafezinho, todo dia”.

A benção, mestre Menescal.

Em 1926, escritores pediram a Celestino para usar o porão como sede da associação La Peña. O dono adorou: “artistas gastam pouco, mas dão fama e visibilidade”, teria dito.

O Tortoni original, inaugurado em 1798 no Boulevard des Italiens, 22, em Paris, era famoso pelo seu bufê e pelos sorvetes de Giuseppe Tortoni, italiano de Nápoles.

Em Buenos Aires, toma-se muito café. E os cafés, os estabelecimentos, fazem parte da vida diária num ritual parecido com o europeu – longas conversas e lei-turas silenciosas à mesa - e diferente do costume brasileiro nas ruas – aquele cafe-zinho no balcão do boteco ou encerrando a refeição. Um dos mais famosos cafés da capital argentina fica na Av de Mayo, 825: o Tortoni. Suas mesas receberam o escri-tor Jorge Luis Borges e o cantor Carlos Gardel. Inaugurado em 1858 por Touan, um imigrante francês, foi batizado em ho-menagem ao Café Tortoni de Paris. Acabou comprado por outro francês, Celestino Curutchet, figura caricatural, sempre ves-tido em seda negra.

o2

os maIs famosos CafÉs Do mUNDo

café tortoni

“E é isto uma mulher apaixonada!”, pensou Julião. “E ousa dizer que

ama! (...) Com que altivez me fitava ontem no Café Tortoni, fingindo

não me conhecer!” O Vermelho e o Negro, de Stendhal

“Mil singulares idéias atraves-savam o cérebro de Camilo. (...) fazia a si mesmo a descrição de

um cataclismo tal, que ele viesse a achar-se almoçando no Café

Tortoni”. Machado de Assis, A Parasita Azul

Nas fotos menores, Roberto Menescal com Gal Costa(1); com Marcos Valle (2) e com Maysa (3)

1

2

3

Café Tortoni em Buenos Aires; Chez Tortoni, de Manet; Tortoni de Paris (pintura Guerard, 1856)

caféprosa

& edição e texto Luciana Medeiros Verbo Virtual Comunicação e Marketing [email protected]

design e diagramação Roberta de Freitas [email protected]

para falar com a redação [email protected]

As imagens usadas nessa edição são de uso liberado

k www.facebook.com/ValorCafeEspresso k

“…gradualmente, começamos a falar da sociedade francesa, dos boulevards de Paris. (...). ‘Quem podemos ver no Tortoni

hoje em dia?’, perguntou. ‘Sempre a mesma turma, à

exceção dos que morreram’”

Fascinação, de Guy de Maupassant

Foi demolido em junho de 1893, e a nota fúnebre dos jornais lembrava que o esta-belecimento era o preferido de aristocra-tas, da intelectualidade e dos artistas.

As citações ao Tortoni parisiense proliferam na literatura; Edouard Manet pintou em 1879 o quadro Chez Tortoni - e a pintura foi roubada de um museu de Boston em 1990, junto com outros 12 quadros. O prejuízo foi de US$ 500 mi-lhões e o site do FBI ainda dá o lote como desaparecido.

Page 3: Cafe&prosa 01 out2013

“Café com pão Café com pão  Café com pão Virge Maria que foi isso

maquinista?”Manuel Bandeira, Café com Pão

Uma delícia do Leoufrozen cappuccino y Junte no liquidificador duas bolas de sorvete de creme, 100 ml de leite gelado, 30 ml de café.

y Bata por 30 segundos. Coloque calda de chocolate por dentro da taça e nas bordas, uma porçao de chantilly para finalizar a bebida, e sirva.

c “Combina muito com o nosso clima e as crianças adoram”, conta Leo.

Um truque simples incrementa a receita: colocar o café em forminhas de gelo e levar ao congelador, para usar nos drin-ques. “Fica delicioso e prático”.

DICa Do baRIstacom Leo Carvalho

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O carioca Leo Carvalho nem pensa-va em café quando entrou no curso de bartender no Senac, nos idos de 2004. Aos 21 anos, estudante de Educação Física, acha-va divertida a ideia de aprender a preparar drinques. Mas não esperava ser fisgado jus-tamente pelo módulo de preparação de cafés especiais, ministrado por Emilio Rodrigues. “Para o público brasileiro, ainda não existia essa noção da complexidade do café, desse universo que se aproxima da enologia, do campo dos vinhos, com tantas variedades e origens”, conta ele, que hoje é coordena-dor comercial da Coffee Mix, importadora de máquinas de café espresso. A paixão se transformou em outro curso, e depois virou profissão – Leo foi premiado nos campeona-tos cariocas de baristas em 2006 e 2008.

Para quem faz seu café em casa, todo dia – seja coado, seja espresso -, Leo dá três di-cas importantes que aperfeiçoam o ritual:1. Procurar um café de qualidade, seja moído

ou em grão de origem 100% arábica. “É as-sinalado como grão gourmet”, lembra ele. O ideal é moer o grão na hora – “quanto menor a exposição do café ao oxigênio, ou seja, quanto menos tempo se passa entre moer e preparar a bebida, mais saboro-so e saudável”, ressalta. “Há moedores domésticos com preços razoáveis, e é possível usar também um bom liquidifi-cador ou processador para moer os grãos. Experimente, porque vale a pena”.

2. Utilizar água filtrada na temperatura ideal – “que fica entre 88 e 92 graus centígra-dos, aquele momento em que as bolhas começam a se formar e ainda não ferveu”;

3. Aquecer a xícara antes de servir o café: “o choque térmico altera o sabor. Faz diferen-ça”, garante Leo.

CafÉ & mÚsICa

Segundo a OIC (Organização Interna-cional do Café), os países que produziram mais de um milhão de sacas de 60 kg de café na safra 2012/2013 foram:

1. Brasil – 50.826.000 sacas2. Vietnam – 22.000.000 sacas3. Indonésia – 12.730.000 sacas4. Colômbia – 9.500.000 sacas5. Etiópia – 8.100.000 sacas6. Índia – 5.258.000 sacas7. Honduras – 4.900.000 sacas8. Peru – 4.133.000 sacas9. México – 3.900.000 sacas10. Uganda – 3.200.000 sacas11. Guatemala – 3.143.000 sacas12. Costa do Marfim – 2.000.000 sacas13. Costa Rica – 1.671.000 sacas14. Nicarágua – 1.342.000 sacas15. El Salvador – 1.242.000 sacas16. Tanzânia – 1.017.000 sacas17. Venezuela – 1.000.000 sacas

Fonte: http://www.ico.org/

maPa Da PRoDUÇÃo mUNDIaL De CafÉ vv

O compositor Johann Sebastian Bach passou à posteridade como um homem extremamente católico e sisudo. Mesmo? Paizinho, não sejas tão mau / Se eu não beber meu café / as minhas curvas vão secar / as minhas pernas vão murchar / ninguém comigo irá casar, canta a personagem Lieschen para seu pai, Herr Schlendrian (Sr. Rotina, em português). Essas são frases da bem humorada Cantata do Café, de Bach, que foi apresentada pela primeira vez em 1735. O enredo: a jovem Lieschen adora café – só que, na Alemanha do século XVIII, as mulheres eram proibidas de degustar a bebida. Para afastar a moça da tentação, o pai começa a cortar os seus privilégios e acaba vetando o casamento de Lieschen. Aí a moça se rende – mas, espertinha que é, enfia no contrato a permissão de três xícaras de café por dia. O libreto (a letra da música) é do poeta alemão Christian Friedrich Henrici, conhecido como Picander.

Bach compôs essa peça quando dirigia uma pe-quena orquestra que tinha sede na Zimmermann’s Caffee Haus em Leipzig. Cada personagem tem seu clima musical - o pai é marcado por uma batida pe-sada, as canções da moça são alegres e sedutoras. A mãe ama o café quente / A avó bebeu também / Quem pode culpar as filhas? Moral da história: tomar café é natural. A obra virou uma espécie de merchandising do café.

O nome oficial desta cantata secular (ou seja, não religiosa) é Schweigt stille, plaudert nicht (Fique quieto, pare de falar), BWV 211. Vale dar uma espiada na in-terpretação divertida da orquestra Gewandhaus Leipzig - http://goo.gl/65YyG1.

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o4

O MELHOR CAFÉ ESPRESSO DO BRASIL100% ARÁBICA

. Máquinas que servem dois espressos simultaneamente, no menor tempo.

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ValorCafé Rua da Quitanda 191, 5º andar Centro | Rio de Janeirotel 21 2516-1970 | fax 21 2516-1535 [email protected]

O setor privado vem se mobilizando cada vez mais para suprir carências da sociedade em diversas áreas - e a atua-ção das empresas de café na área da res-ponsabilidade social tem sido constan-te. O CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) acaba de comemorar os dez anos do seu programa de inclusão digital: Criança do Café na Escola.

O investimento do CeCafé, em parce-ria com as empresas, alcançou R$ 3,7 milhões e inclui também material didá-tico e formação de professores em São Paulo, Minas Gerais, no Espírito Santo, Rio de Janeiro, na Bahia e no Paraná. Os resultados estão sendo celebrados. “Há muitos casos em que alunos vol-taram a frequentar as aulas por causa dos computadores”, conta o diretor

o CafÉ ajUDa Na esCoLaadministrativo-financeiro do CeCafé, Ronaldo Taboada.

Muitos desses alunos tiveram o pri-meiro contato com computadores nesse projeto, que também atende unidades da APAE – beneficiando crianças e jovens portadores de necessidades especiais – e conjugado a outras iniciativas sociais.

Na Região Serrana do Estado do Rio, a CeCafé - em associação com a ValorCafé - já implantou o projeto em três esco-las: duas em Bom Jardim e uma em Duas Barras. Entre as empresas parceiras, a ValorCafé é a que mais contribui para o programa, apoiando um total de 15 instituições.

Saiba mais sobre o projeto – que con-tinua ampliando sua atuação nas regi-ões cafeeiras - em http://goo.gl/Y7ItkB

gLossÁRIo arábica referência à espécie Coffea

Arabica, rica em sabores e aromas, original da Etiópia. A designação foi dada pelo naturalista sueco Lineu, no século XVIII, o pioneiro na organização das espécies vegetais. Cerca de 70% da produção mundial são dedicados ao arábica, seguido do robusta, com porção maior de cafeína na composição.

bar o que diferencia o café coado do café espresso é a maneira como a água

passa pelo pó. No espresso, a alta pressão da água gera sabor concentrado e forte aroma. Bar é a unidade de pressão equivalente a cem mil Pa (Pascal), quase equivalente à pressão atmosférica padrão ao nível do mar (que é de 101.325 Pa). É utilizada na maioria das máquinas de espresso. Usualmente, a medida padrão para tirar um espresso fica entre 9 e 15 Bars. A palavra barista vem dessa medida.

Café se a planta veio das terras altas da Etiópia (possivelmente com cul-

turas no Sudão e Quênia), a palavra não é ori-ginária de Kaffa — local de origem da planta —, e sim derivada da palavra árabe qahwa, que significa “vinho”, por causa da importân-cia que a planta passou a ter para o mundo árabe. Foi torrado pela primeira vez na Pérsia. Estima-se que sejam consumidas 400 bilhões de xícaras de café, todo ano, no mundo.

Crema camada marrom-dourada que se forma na superfície do espresso,

semelhante a uma espuma. É sinal de boa extração e contém óleos, proteínas e açúcares.

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Escola da APAE em Boa Esperança, Minas Gerais MG