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CAIXA HIDROMOTRIZ PATENTE BRASIL - PI 0803305-6 ( Patente Requerida) RESUMO: Este trabalho, em estágio de Pesquisa Básica Dirigida, analisa o comportamento de um fluido, no caso a água, em equilíbrio, em espaço compartimentado e exercendo uma força de empuxo para sustentar uma grande massa sólida atraída pela gravidade terrestre, a possibilidade de elevação de sua cota piezométrica acima de sua cota geométrica devido a tal esforço de sustentação; posteriormente o comportamento desse mesmo líquido em um sistema de vasos comunicantes, seu nivelamento piezométrico e consequente desnivelamento geométrico, o aproveitamento desse desnível para geração de energia hidromecânica. Finalmente, em uma introdução à Pesquisa Aplicada apresenta um possível modelo mecânico para aproveitamento dessa particularidade e geração de energia limpa.
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CAIXA HIDROMOTRIZ - PATENTE REQUERIDA
RESUMO Este trabalho, em estágio de Pesquisa Básica Dirigida, analisa o comportamento de um fluido, no caso
a água, em equilíbrio, em espaço compartimentado e exercendo uma força de empuxo para sustentar uma
grande massa sólida atraída pela gravidade terrestre, a possibilidade de elevação de sua cota piezométrica
acima de sua cota geométrica devido a tal esforço de sustentação; posteriormente o comportamento desse
mesmo líquido em um sistema de vasos comunicantes, seu nivelamento piezométrico e consequente
desnivelamento geométrico, o aproveitamento desse desnível para geração de energia hidromecânica.
Finalmente, em uma introdução à Pesquisa Aplicada apresenta um possível modelo mecânico para
aproveitamento dessa particularidade e geração de energia limpa.
PALAVRAS-CHAVE: Hidrostática, hidrodinâmica, gravitação, empuxo.
TEXTO Hidrostática
Pressão nos líquidos.
O Teorema Fundamental da Hidrostática tem o seguinte enunciado:
“ A diferença das pressões, entre dois pontos quaisquer de um mesmo líquido em equilíbrio, é igual
ao peso de coluna líquida que tem por base a unidade de superfície e por altura a distância vertical entre os
dois pontos.”
Stevin - Lagrange
Consequência direta disso é o cálculo da pressão baseado na altura de coluna de água, como citado:
“A uma altura h de líquido corresponde uma pressão e, inversamente, sempre que há pressão, é
possível representá-la por uma altura, real ou fictícia, de líquido; tal fato tem grande importância de ordem
prática, pois nos problemas técnicos é frequente exprimirem-se as pressões pelas correspondentes alturas de
líquido.” [2] (grifo nosso).
Pressão nos líquidos, contendo partículas em suspensão.
Neste caso, dependendo da concentração do material suspenso, há um deslocamento da linha
piezométrica acima da linha geométrica do líquido, pelo aumento de seu peso específico:
“Os corpos em solução ou em suspensão pouco alteram a massa e o peso específicos. A água do mar
pesa 1020 a 1030 kg/m³ chegando excepcionalmente a 1050 kg/m³; em águas que contém muito material
suspenso o peso específico pode chegar a 1100 kg/m³.” [2]
Por definição as partículas em suspensão não pertencem à água e sob processos específicos pode-se
separar o líquido do material suspenso.
Mas a pressão no fundo do recipiente contendo partículas em suspensão é maior que em um recipiente
de mesma profundidade contendo água pura, correspondendo a uma altura superior à geométrica.
Isto se dá porque apesar de minúsculas, as partículas quando suspensas forçam o líquido a exercer um
esforço de sustentação, aumentando sua pressão.
Sua altura piezométrica está acima de sua altura geométrica, apesar do líquido estar estático e em
equilíbrio.
Considere-se agora a possibilidade de todas as partículas em suspensão em um líquido se unirem sob
efeito de um catalisador qualquer e formarem um grande corpo de densidade inferior ao líquido, que
permaneça flutuando dentro de um recipiente, neste caso existe apenas um corpo suspenso, mas o esforço de
sustentação continua.
Gravitação “Matéria atrai matéria na razão direta de suas massas e na razão inversa do quadrado das
distâncias”
Sir Isaac Newton
“... é necessário certo esforço para manter um bloco em repouso acima da superfície da terra. Se não
aplicarmos tal esforço o bloco cairá em movimento acelerado. A força necessária para sustentar o bloco tem o
mesmo módulo que a força de atração gravitacional entre ele e a terra.” [3]
Na figura 1 abaixo a semiesfera suspensa está atraída para a terra pela atração gravitacional, o
guindaste realiza o esforço de sustentação para impedi-la de cair.
Figura 1: Semiesfera sustentada pelo guindaste
Efeito de força de contato em um fluido confinado – problema estático
“Se a pressão externa for exercida sobre uma parte do contorno de um fluido confinado, essa pressão,
uma vez impedido o movimento do fluido, será transmitida através do fluido com a mesma intensidade.” [4]
(grifo nosso).
Uma imensa semiesfera flutuando no oceano distribui seu peso por toda a massa de água dos mares,
em escala mensurável ou prática não existe diferença de pressão (dp) pela relação desproporcional
peso/líquido.
Já a mesma semiesfera flutuando dentro de um reservatório tem seu peso distribuído pelo líquido
confinado que a sustenta, em quantidade comparativamente reduzida, aumentando o esforço mecânico de
sustentação a ser exercido e elevando a linha piezométrica.
A figura 2 apresenta uma imensa semiesfera em flutuação, contida em um reservatório maior.
A semiesfera está atraída pela gravidade para o fundo do reservatório e tal qual o guindaste na figura 1
a água a impede de precipitar-se ao fundo exercendo um esforço de sustentação.
Figura 2: Semiesfera sustentada pela água no interior de um reservatório.
Suponha-se esta semiesfera de tamanho considerável e densidade inferior a água, flutuando no
interior de um reservatório de menor quantidade de líquido e área interna possíveis.
Vasos comunicantes
“ Quando um mesmo líquido está em vasos comunicantes, as superfícies livres em cada vaso são
horizontais e todas as superfícies estão num mesmo plano horizontal..., em dois ou mais vasos de formas
quaisquer, unidos entre si, o conjunto não forma senão um vaso único.”[5]
Vasos comunicantes se equilibram por sua pressão, a figura 3 abaixo apresenta o reservatório do item
anterior, agora a semiesfera flutuante possui um duto em seu meridiano central, permitindo a ascensão de
líquido cujo desnível representa a pressão adicional exercida pela ação da gravidade sobre a massa da
semiesfera em flutuação.
Observe-se que uma partícula “p” de água contida na lateral do vaso suporta o peso da coluna líquida
acima e o peso da semiesfera distribuído igualmente pela área de sustentação.
Já uma partícula p’ no interior do duto central possui sobre si apenas o peso da coluna de água, que está
nivelada acima para permitir o equilíbrio piezométrico da massa líquida.
Esse sistema está sujeito a perda de líquido pela evaporação.
Figura 3: Semiesfera com duto interior.
Hidrodinâmica Fuga de energia
Suponha-se que a uma profundidade “h” abaixo do nível da água no duto central, por uma falha
estrutural surja um pequeno orifício, de área “a” por onde saia uma veia líquida e “c” o coeficiente de vazão.
Teremos uma descarga “Q” cuja vazão será de:
Q = c x a x √2 x g x h.
Figura 4: duto com orifício.
Aspectos considerados
Para uma análise dos movimentos na figura 4 é necessário considerar que:
1º Todo o sistema, tanto o líquido como a estrutura sofrem ação da gravidade;
2º A pressão atmosférica não interfere no sistema, pois atua em todas as direções;
3º Ao ascender pelo duto central para equilibrar piezometricamente o sistema, o líquido apresenta uma taxa de
ascensão.
4º A taxa de descarga, (vazão), pela falha estrutural é inferior à taxa referida no item anterior.
Análise da sequência de movimentos
Na análise dos movimentos seguintes deve-se levar em consideração que a sequencia apresentada
ocorre em um pequeno intervalo temporal, quase simultaneamente.
O sistema, em um primeiro momento equilibrado, desequilibra-se pela perda de pressão provocada
pela falha da estrutura;
A perda de pressão desencadeia saída de partículas de líquido, tome-se um limite infinitesimal de tempo
(dt), quando fluem as primeiras partículas fluidas de massa ( m ) provocando um vazio no interior do duto;
Um movimento de acomodação devido à ação da gravidade provoca a queda das partículas que
estavam situadas acima da falha estrutural para preencher o espaço deixado pelas partículas precipitadas;
Essa acomodação provoca um pequeno desnível ( dh ) na altura da coluna líquida dentro do duto, o que
provoca um pequeno desnível piezométrico ( dp ) entre as partículas situadas dentro do duto e as partículas que
sustentam a semi-esfera;
Devido a essa diferença de pressões surge um fluxo ascendente de partículas de água pelo interior do
duto, ressaltando-se que sua vazão ascendente é superior à vazão de descarga pelo orifício, devido a pequena
dimensão de “a”;
Em um movimento simultâneo a massa que saiu pelo orifício perde energia ao entrar na atmosfera pela
pulverização e por evaporação, mas grande parte dessa massa ganha carga de velocidade (taquicarga) e
precipita-se no reservatório maior pela ação da gravidade, o que em um intervalo infinitesimal de tempo
equilibra o sistema, mas é seguida por nova massa de água posterior.
Para nivelar esse sistema e consequentemente deter o movimento de ascensão e queda da água é
necessário eliminar o orifício ou canalizar a água que sai deste para fora do reservatório.
Ao longo do tempo a taxa de evaporação de líquido se encarregará de parar o movimento, visto que
quando a semiesfera flutuante se apoiar na estrutura do reservatório seu peso será transmitido diretamente a
este.
Possíveis mecanismos hidráulicos decorrentes
Uma forma incipiente de Pesquisa Aplicada apresenta na figura 5 um modelo esquemático de engenho
que possui as características anteriormente descritas, associado a uma turbina para aproveitamento da energia
da queda da água.
Figura 5: Caixa Hidromotriz (Patente Requerida) [1].
Pode-se observar que substituindo o orifício de saída foi colocado um duto, que possui acoplado a si
uma turbina (6) para aproveitamento da energia hidromecânica da queda de água.
Se a taxa de descarga pelo duto de saída for inferior a de ascensão pelo duto central, o líquido contido
nesse sistema sempre buscará equilibrar-se, sem consegui-lo.
Dimensionamento Não é objetivo de esse trabalho desenvolver cálculos em Hidrodinâmica, pois dependeria de
experimentação em um modelo real para determinação de variáveis específicas, tais como perda de carga, de
líquido (evaporação), oscilações, equilíbrio e movimento da semiesfera ao flutuar, e outros.
Mas, baseado na literatura disponível, e com o objetivo de aferir o possível potencial do engenho
mostrado na figura 5 será realizado um cálculo simplificado.
- A área de sustentação da semiesfera externa é dada pela fórmula (4 x π x r²) / 2;
- O volume da semiesfera em seu interior é dado pela fórmula (4 x π x r³) / 6;
- O peso obtido da formula D=P/V ou P=D x V, onde a D será a maior possível que permita flutuar, 0,99t/m³.
Será utilizada a tabela Eletrobrás “ Diretrizes para Estudos e Projetos de PCH - Equipamentos Eletro
mecânicos – Capítulo 7.3 – M - Seleção do tipo de turbina - 7.3.1.2 – Figura – 7.3.1.” [6]
Foi escolhida uma turbina Francis Caixa Aberta, em uma queda liquida de 4 metros de altura e uma
vazão de 16 m³/s com capacidade de geração de 500 kW, onde teremos:
Mínima queda líquida para funcionamento = 4m, será utilizado 7m para compensar as perdas de carga;
O reservatório externo será semiesférico de 30m de raio, e área de (4 x π x 30 x30) / 2 = 5.655m²;
A semiesfera flutuante interna terá 27m de raio e volume de (4 x π x 27 x 27 x27) / 6 = 41.224m³;
Seu peso será de 41.224m³ x 0,99t/m³ = 40.812t;
A pressão exercida pela semiesfera ao flutuar no reservatório externo será de (40.812t) /5.655m² = 7,21t/m²
Um reservatório com raio de 30 m, contendo uma semiesfera 27m de raio e 0,99t/m³ de densidade
pode elevar além de seu nível uma coluna de água de 7,21 metros, o que descontando-se perdas por atrito,
turbulências e cota para instalação da turbina teoricamente deve ser suficiente para a turbina escolhida. A
vazão da tabela é de aproximadamente 16 m³/s.
É interessante ressaltar que apesar de pequeno, equivalendo em altura a um prédio de 10 andares este
modelo pode movimentar várias turbinas ao mesmo tempo.
Um reservatório maior, com raio aproximado de 400 m, contendo um artefato flutuante de 360 m de
raio e 0,99t/m³ de densidade pode elevar além de seu nível uma coluna de água de 97,2 metros, o que
descontando-se perdas por atrito, turbulências e cota para instalação da turbina teoricamente deve ser
suficiente para movimentar uma Francis com capacidade de geração entre 5.000kW e 12.500 kW, a vazão da
tabela é de aproximadamente 16 m³/s.
Perda de carga e perdas gerais
A perda de carga, deve-se principalmente ao atrito das moléculas de água no movimento de ascensão e
queda, não somente entre si bem como nas estruturas.
Perdas gerais de fluido também serão devidas à evaporação, o que pode ser minimizado com uma
cobertura.
Considerações finais
Este trabalho em forma de Pesquisa Básica Dirigida abordou a possibilidade de utilização apenas da
força da gravidade para criar um desnível, baseado no princípio de transmissão de pressões e diferença de
densidade entre corpos.
Em forma inicial de Pesquisa Aplicada apresentou um modelo mecânico para aproveitamento dessa
particularidade.
A ideia chave se traduziu em aumentar a pressão em um fluido elevando sua altura piezométrica
aproveitando a força da gravidade.
Não obstante estar em fase de Pesquisa Aplicada, caso comprovado em pesquisa experimental poderá
contribuir sensivelmente com o atual problema de geração de energia limpa, pois pode ser construído em
qualquer localização desde que haja gravidade, necessitando apenas de reposição da água perdida.
Outra vantagem está no fato de diminuir não apenas o custo da produção de energia, mas igualmente
o custo de sua transmissão podendo ser montado próximo às áreas de grande consumo.
Bibliografia consultada: [ 1 ] Almeida, Giovani Ferreira de. PI-0803305-6 CAIXA HIDROMOTRIZ ( Patente Requerida ) Rio de
Janeiro, Instituto Nacional de Propriedade Industrial, 2008;
[ 2 ] Neves, Eurico Trindade. Curso de Hidráulica. Porto Alegre, Editora Globo, 1970. P. 11, 26;
[ 3 ]Resnick, Robert e Halliday, David. FÍSICA 1. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora,
1974. Pag. 448;
[ 4 ]Shames, Irvin Herman. MECÂNICA DOS FLUIDOS – Princípios Básicos – Vol. I. São Paulo, Editora
Edgard Blücher Ltda, 1973. Pag. 35;
[ 5 ]Tagliaro, Antonio. FÍSICA. São Paulo, Editora Globo, 1966. Pag. 504.
[ 6 ] Eletrobrás, Equipamentos eletromecânicos. Diretrizes para projetos de PCH. Manuais para
Implementação de hidrelétricas. Disponível em:
http://www.eletrobras.com/ELB/main.asp?View={F99678B3-5D28-47DD-8D72-AC5FCE247FF8}; acesso
em 25 de julho de 2011.