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CALENDÁRIO ANUAL DOS ELEMENTAIS BRASILEIROS JANEIRO: CAAPORA O caapora é o ser encantado que guarda a maior das riquezas do nosso índio: a caça. Quando o caçador não lhe oferece fumo, não consegue matar um só bicho. Anda montado em um porco feroz chamado de caitetú, de cachimbo à boca. Duende tutelar das florestas, cuida das árvores e dos animais, o que o torna benéfico ou maléfico aos freqüentadores dessas, segundo as circunstâncias e o seu procedimento. FEVEREIRO:MATINTAPERERA É uma pequena coruja-duende que possui a faculdade de transformar-se em uma velha negra, de saia vermelha e toda esfarrapada que brinca ou castiga os meninos se esses são malcriados. Ela é o arquétipo da Deusa Anciã que nos proporciona um sentimento de inteireza e integridade. O modo de aprender com Matintaperera é olhar para o interior e sentir intuitivamente o que está se passando. É um ser encantado que chegou ao Brasil com o comércio dos escravos com a África. MARÇO: ARACI Na mais longínqua e remota antiguidade, Itaquê, um mortal, amou a imortal Jaci (Lua). Dessa união nasceu Araci, que ao morrer, foi elevada aos céus, por sua divina mãe, tornando- se a ninfa das manhãs e da aurora.Ela também foi, a responsável pelo nascimento do Juazeiro. Araci é um arquétipo orientado para os relacionamentos que motiva-nos a valorizar o processo criativo e nos ensina a sermos mais receptivos às mudanças. É um ser encantado relacionado com a fertilidade e prosperidade. ABRIL:IARA Moldada de acordo com as sereias irresistíveis de Ulisses, metade peixe metade mulher, a belíssimo ninfa vive nas margens do igarapés, nas bordas dos lagos, nos taludes dos rios, seduzindo os homens, encantando-os e carregando-os para o fundo. Ela é o arquétipo da transformação, pois é

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CALENDÁRIO ANUAL DOS ELEMENTAIS BRASILEIROS

JANEIRO: CAAPORA

O caapora é o ser encantado que guarda a maior das riquezas do nosso índio: a caça. Quando o caçador não lhe oferece fumo, não consegue matar um só bicho. Anda montado em um porco feroz chamado de caitetú, de cachimbo à boca. Duende tutelar das florestas, cuida das árvores e dos animais, o que o torna benéfico ou maléfico aos freqüentadores dessas, segundo as circunstâncias e o seu procedimento.

FEVEREIRO:MATINTAPERERA

É uma pequena coruja-duende que possui a faculdade de transformar-se em uma velha negra, de saia vermelha e toda esfarrapada que brinca ou castiga os meninos se esses são malcriados. Ela é o arquétipo da Deusa Anciã que nos proporciona um sentimento de inteireza e integridade. O modo de aprender com Matintaperera é olhar para o interior e sentir intuitivamente o que está se passando. É um ser encantado que chegou ao Brasil com o comércio dos escravos com a África.

MARÇO: ARACI

Na mais longínqua e remota antiguidade, Itaquê, um mortal, amou a imortal Jaci (Lua). Dessa união nasceu Araci, que ao morrer, foi elevada aos céus, por sua divina mãe, tornando-se a ninfa das manhãs e da aurora.Ela também foi, a responsável pelo nascimento do Juazeiro. Araci é um arquétipo orientado para os relacionamentos que motiva-nos a valorizar o processo criativo e nos ensina a sermos mais receptivos às mudanças. É um ser encantado relacionado com a fertilidade e prosperidade.

ABRIL:IARA

Moldada de acordo com as sereias irresistíveis de Ulisses, metade peixe metade mulher, a belíssimo ninfa vive nas margens do igarapés, nas bordas dos lagos, nos taludes dos rios, seduzindo os homens, encantando-os e carregando-os para o fundo. Ela é o arquétipo da transformação, pois é descendo até seus domínios que aprenderemos a sobreviver de maneira diferente e a aguardar a chance de renascer.

MAIO:ICAMIABAS

São as lendárias Valquírias brasileiras que defendem seus domínios do olho cobiçoso do estrangeiro. Elas são seres feéricos que dormem no fundo dos lagos, escaldando a imaginação do povo.Elas são arquétipos da Deusa Virgem e são a pura essência da mulher e de tudo aquilo que ela valoriza.Com elas aprendemos a desenvolver a percepção enfocada, que pode ser tão penetrante ou cortante em sua habilidade de analisar, que pode ser incrivelmente preciso ou destrutivo, dependendo da intensidade e no que ela é focalizada.

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JUNHO: ALAMOA

É uma fada-rainha que habita um lindo reino encantado em Fernando de Noronha. Seu palácio soberbo está metamorfoseado no Pico. Ela monta cães selvagens que vivem no alto dos montes soltando longos e sinistros uivos. Ela é uma fada incrivelmente sedutora que parece ter sido feita para satisfazer a volúpia dos homens. Mas cuidado com ela, pois os enamorados que transpõe a Porta do Pico, crentes que irão usufruir das delícias daquele corpo fascinante, só verão Alamoa transformar-se de repente em uma caveira. Alamoa é o arquétipo lunar que representa o caráter cíclico da vida, tão compreendido por todas as mulheres e que, permanece um completo mistério para os homens. Com essa fada podemos compreender as leis da nossa própria natureza, que não estão sujeitas a regulamentos, restrições e tabus da atual sociedade patriarcal.

JULHO: JURURÁ-AÇU

É um ser feérico que por castigo, Tupã fez nascer em suas costas, uma espécie de concha e cobriu seu corpo com uma cor amarelada. Transformou-se assim, na feia, mas encantada tartaruga, que habita as águas doces dos rios. Conta outra lenda, que por ter libertado o deus infernal Anhangá, tornou-se o único ser encantado que podia entrar e sair livremente dos infernos. A concha da tartaruga, portanto, simboliza o mundo subterrâneo e o reino dos mortos, mas também está associada as idéias de fecundidade, riqueza e felicidade. Está associada com a chuva e o orvalho.

AGOSTO: BOTO

É o ser encantado que protege os rios e que tenta unir-se sexualmente às moças virgens, às casadas e às viúvas. Para tanto, à meia-noite, transforma-se em um jovem príncipe, de espada na cintura, pluma no chapéus, punhos de renda e carregando um tamborim, senta-se num tronco da ribanceira. Sedutor e fecundador obcecado, ele sente o odor feminino a grandes distâncias. O Boto desperta em nós o arquétipo do herói, pois cada um de nós reconhece a sutil sedução dos confortos e os medos que nos paralisam. Ele é a formalização da força vital, a ativação da libido rumo a um maior desenvolvimento. O boto é símbolo de vida, fecundidade, alegria e sorte.

SETEMBRO: SUMÁ

Sumá era um "Espírito da Terra", filha de deuses misteriosos, guerreira que orientava e protegia a agricultura. Uma lenda bem antiga afirma ser ela filha de Tupã (Deus Trovão) e Jaci (Deusa Lua). Ela vagava sobre a terra envolta em uma negra manta. Sumá representa o ato de "despertar', "nascer" ou "brotar", que capta o aspecto ambivalente da consciência matriarcal, para o qual a luz do conhecimento "desperta", da mesma forma que uma semente brota.Como era um arquétipo da Terra Feminina, foi considerada uma inimiga dos homens. Com Sumá aprenderemos a amar mais nossa terra, preservando a natureza e todos os seres que nela habitam, seja mineral, vegetal ou animal.

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OUTUBRO: COBRA GRANDE

É a "Senhora dos Elementos", tinha no passado poderes cosmogônicos e muitas lendas relacionadas com ela explicam a origem das espécies. Conta uma lenda que uma cunhã engravidara da coisa-má, ou por beber um ovo de mutum, onde havia um cabelo humano, dando à luz a uma grande cobra que a perseguia por toda a parte. Logrando esconder-se, foi procurada, em vão, pelo animal. Desiludido, voou para o céu, transformando-se na constelação serpentário. A Cobra Grande simboliza a dimensão mais numinosa, ameaçadora, fascinante e inconsciente da psique. Contém os opostos de matéria e espírito e, em geral, simboliza a própria essência do inconsciente. É também um símbolo fálico.

NOVEMBRO: ACUTIPURU

Para nossos índios, o Acutipuru, é um pequeno roedor também conhecido por Caxinguelê, que é intocável. Acreditam que é na forma de Acutipuru que a alma abandona o corpo dos que morrem. O Acutipuru leva em si a sabedoria, as experiências e os sonhos daqueles que deixam essa vida e passam para o "Outro Mundo" cheio de mistérios. Para os caboclos, o Acutipuru é um ser encantado, mensageiro dos sonhos, que semeia nas almas adormecidas a realização dos desejos e aventuras maravilhosas. É através do Acutipuru que os sonhos podem tornar-se realidade.

DEZEMBRO: CABI

O Cabi é um pequeno Tajá, que quando "curado" e cuidado, pia a chora. Deve ser plantado por um pajé ou alguém que já foi iniciado na arte da magia, em um lugar reservado perto da moradia, funcionando como um guardião-protetor. Se alguém tentar entrar na casa, estando ela deserta, transforma-se em onça ou outro animal feroz. Ás vezes pode transformar-se em veado, que mesmo que seja alvejado, nunca morre e continuará guardando a casa.