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DIVISÃO LEGISLATIVA
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481º Ano da Fundação do Povoado e 65º de Emancipação Político Administrativa
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QUE ME FOI APRESENTADO
Rozemeri de França Abreu Santos Chefe da DVL
ATA DA 2ª SESSÃO SOLENE DO 2º ANO LEGISLATIVO DA 16ª LEGISLATURA
REALIZADA EM 10 DE ABRIL DE 2014
PRESIDÊNCIA - Sr. Wagner Moura dos Santos
ORADOR OFICIAL - Sr. Eduardo Suplicy.
- Às 20h16m, sob a Presidência do Sr. Wagner Moura dos Santos,
é instalada a presente Sessão Solene.
O SR. PRESIDENTE - Em nome de Deus e da Lei,
declaro instalada a presente Sessão Solene, comemorativa ao 65º aniversário da
emancipação político-administrativa do Município de Cubatão. Convido as
componentes do Corpo Coreográfico da Banda Marcial de Cubatão, para em
Comissão introduzirem no Plenário da Casa, o Sr. Dr. Antônio Sérgio Messias,
DD Delegado Titular de Polícia de Cubatão.
- Sob palmas, a Comissão nomeada introduz no Plenário da Casa,
onde toma assento à Mesa, o Sr. Antônio Sérgio Messias.
O SR. PRESIDENTE - Convido as componentes do
Corpo Coreográfico da Banda Marcial de Cubatão, para em Comissão
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Rozemeri de França Abreu Santos Chefe da DVL
introduzirem no Plenário da Casa, o Ilmo. Sr. Dr. Frederico dos Santos Messias,
MM Juiz de Direito da 4ª Vara Cível de Santos.
- Sob palmas, a Comissão nomeada introduz no Plenário da Casa,
onde toma assento à Mesa, o Sr. Frederico dos Santos Messias.
O SR. PRESIDENTE - Convido as componentes do
Corpo Coreográfico da Banda Marcial de Cubatão, para em Comissão
introduzirem no Plenário da Casa, a Exma. Sra. Maria Lúcia Prandi, DD
Deputada Federal.
- Sob palmas, a Comissão nomeada introduz no Plenário da Casa,
onde toma assento à Mesa, a Sra. Maria Lúcia Prandi.
O SR. PRESIDENTE - Convido as componentes do
Corpo Coreográfico da Banda Marcial de Cubatão, para em Comissão
introduzirem no Plenário da Casa, a Exma. Sra. Profa. Marcia Rosa de
Mendonça Silva, DD Prefeita Municipal de Cubatão.
- Sob palmas, a Comissão nomeada introduz no Plenário da Casa,
onde toma assento à Mesa, a Sra. Marcia Rosa de Mendonça Silva.
O SR. PRESIDENTE - Convido as componentes do
Corpo Coreográfico da Banda Marcial de Cubatão, para em Comissão
introduzirem no Plenário da Casa, o Exmo. Sr. Eduardo Suplicy, DD Senador e
Orador Oficial desta solenidade.
- Sob palmas, a Comissão nomeada introduz no Plenário da Casa,
onde toma assento à Mesa, o Sr. Eduardo Suplicy.
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O SR. PRESIDENTE - As demais autoridades
presentes, considerem-se fazendo parte integrante da Mesa Diretora desta Casa.
Solicito ao Serviço de Cerimonial, que anuncie as demais autoridades presentes.
A SRA. MESTRE DO CERIMONIAL - Boa noite
a todas e a todos. A Câmara Municipal de Cubatão agradece pelas presenças às
seguintes autoridades: Sra. Regina Célia de Oliveira, representando neste
momento a Deputada Estadual Telma de Souza, Sra. Darcy Chumbo de
Mendonça, Presidente do Fundo Social de Solidariedade de Cubatão, Sr.
Donizete Tavares do Nascimento, Vice-Prefeito Municipal de Cubatão, Sr.
Marco Fernando da Cruz, Superintendente da Companhia Municipal de
Trânsito, Sra. Ana Maria Rodrigues de Oliveira, Superintendente da Caixa de
Previdência dos Servidores Municipais de Cubatão, Sr. Almir Silva Moura,
Presidente da CURSAN, Sr. Alberto Macedo de Carvalho Sarabando, Secretário
Municipal de Obras de Cubatão, Sr. Genivaldo Linhares Brandão, Secretário
Municipal de Assistência Social de Cubatão, Dr. Paulo de Toledo Ribeiro,
Secretário Municipal de Negócios Jurídicos de Cubatão, Sr. Welington Ribeiro
Borges, Secretário Municipal de Cultura de Cubatão, Sr. Reinaldo Takarabe,
Secretário Municipal de Turismo de Cubatão, Dr. José Eduardo Limongi França
Guilherme, Procurador Chefe do Município de Cubatão, Sr. Silvano Lacerda,
Secretário Municipal de Habitação de Cubatão, Sr. Adalberto Ferreira da Silva,
Secretário Municipal de Planejamento de Cubatão, Sra. Silvana Araújo Santos,
Secretária Municipal de Meio Ambiente de Cubatão, Professor Fábio Oliveira
Inácio, Secretário Municipal de Educação de Cubatão, Sr. Armando Campinas
Reis Júnior, Secretário Municipal de Segurança Pública e Cidadania de Cubatão,
Sr. Carlos Alberto Benincasa, Secretário Municipal de Emprego e
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Desenvolvimento Sustentável de Cubatão, Sra. Rennè Castro Fernandes,
Secretária Municipal de Esportes e Lazer de Cubatão, Sr. José Carlos Ribeiro
dos Santos, Secretário Chefe do Gabinete da Sra. Prefeita de Cubatão, Sr.
Fernando Alberto Henriques Junior, Secretário Municipal de Comunicação
Social de Cubatão, Sr. João Marcos Pires Correa, Secretário Municipal de Saúde
interino de Cubatão, Sr. André Takagochi, Secretário Municipal de Finanças de
Cubatão, Sr. Ronaldo Cardoso de Souza, Auditor Chefe da Secretaria de
Auditoria e Controladoria Interna de Cubatão, Sra. Damares de Oliveira Santos,
Presidente do PT de Peruíbe, Sr. Gilberto Benzi, Vereador e 1º Secretário da
Câmara Municipal do Guarujá, representando neste momento o Presidente da
Câmara de Guarujá, Sr. Marcelo Squassoni, Sr. Ronaldo Francisco Rezende,
representando neste momento o Vereador Manoel Constantino dos Santos, da
Câmara Municipal de Santos, Sr. Conrado Carrasco, Vereador da Câmara
Municipal de Itanhaém, Sr. Antônio Teixeira Gomes, Presidente da Associação
Comercial e Industrial de Cubatão, Sr. Mário Sérgio Gochi, ex-Vereador desta
Casa, Sr. Luiz Carlos Costa, ex-Vereador desta Casa, Dr. Florisvaldo de Oliveira
Cajé, ex-Vereador desta Casa, Sr. Welinghton Ribeiro da Silveira, ex-Vereador
desta Casa, Sra. Rozemeri de França Abreu Santos, ex-Vereadora desta Casa, Sr.
Carlos Augusto Costa, Presidente da Associação Luso Brasileira de Cubatão, Sr.
Francisco Barbosa, Diretor da TOP Viagens, Sr. Luiz Carlos Bezerra, Gerente
de Relações Internacionais da Usiminas, Sr. Arnaldo de Souza Junior, Gerente
da Caixa Econômica Federal de Cubatão, Sra. Carolina da Cruz Costa, Gerente
de Comunicação da Petrobras, Engenheiro Valdir José Caobianco, Diretor do
CIESP, Sr. Nelson Machado Reis, Presidente do Lions Club de Cubatão, Eliaci
Edilton dos Santos, representando o Diretor do SENAI, Sr. Marcos Cardoso
Pereira e Dr. Milton Barbosa Rabelo, Vice-Presidente da OAB de Cubatão,
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neste momento representando o Presidente, Sr. Luiz Marcelo Moreira. A
Câmara ainda agradece a todos pelas presenças. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE - Neste momento, teremos a
execução do Hino de Cubatão, interpretado pelo Quarteto formado por
integrantes do Coral Zanzalá, acompanhados pelo Pianista Décio Carrion, com
arranjo do Maestro Roberto Farias e a seguir do Hino Nacional Brasileiro,
interpretado pelos Musicistas Rodrigo Araújo Vilela e Thiago Xavier Barbosa,
que compõem o Duo de Saxofones da Banda Marcial de Cubatão, que tem sob
sua regência o Maestro Alexandre Felipe Gomes.
- Respeitosamente, a Casa ouve a execução dos Hinos de Cubatão
e Nacional Brasileiro, respectivamente.
O SR. PRESIDENTE - Concedo a palavra ao Exmo.
Sr. Vereador Ivan da Silva, para que em nome do Poder Legislativo, proceda a
saudação ao Orador Oficial desta solenidade, Exmo. Sr. Eduardo Suplicy, DD
Senador.
O SR. IVAN DA SILVA - (Lê).
“A vida longeva de Eduardo Matarazzo Suplicy na política não é
obra do acaso. Carismático e querido em todo o Brasil, Suplicy segue em seu
terceiro mandato como Senador da República. Homem público, respeitado por
todas as cores partidárias, é um especialista em Economia, que demonstra
grande preocupação com a equidade social, a distribuição de renda e a garantia
de uma vida digna a cada brasileiro. É um grande defensor de que todo cidadão
possa usufruir da riqueza produzida em seu país.
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Eduardo Matarazzo Suplicy nasceu na capital paulista em junho de
1941. Filho de Paulo Cochrane Suplicy e Filomena Matarazzo Suplicy. É
bisneto do Conde Francesco Matarazzo, empresário italiano que criou o maior
complexo industrial da América Latina.
O bisavô é considerado o símbolo da industrialização do Brasil,
tendo fundado e presidido o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e a
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
A mãe, dona Filomena, viveu até os 105 anos, tendo falecido em
2013. Mãe de 11 filhos, dona Filomena dedicou grande parte de sua vida à
assistência social e à capacitação profissional de jovens carentes.
As referências familiares do Senador Eduardo Suplicy colocam
sobre seus ombros a responsabilidade de seguir um caminho de sucesso e
honradez. Sua trajetória demonstra que ele tem atendido a este chamado com
competência e brilhantismo.
Empreendedorismo, carisma, competência, trabalho e altruísmo,
portanto, são valores que chegaram ao Senador paulista por meio de seu DNA.
Cada característica que lhe chegou pela tradição familiar e sangue dos
antepassados é vista em sua atuação, como Político, Professor, Escritor; como
um homem que busca justiça social de forma incansável.
Eduardo Suplicy foi o primeiro Senador eleito da história do Partido
dos Trabalhadores, o PT, legenda que ajudou a fundar. Na segunda candidatura,
para o mandato de 1998 a 2006, obteve a maior votação para o cargo em todo o
País, com mais de 6,7 milhões de votos. Na terceira candidatura, para o mandato
atual, que começou em 2007 e termina em 2014, foram 8,9 milhões de votos,
mais de 47% dos votos válidos.
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No início da vida política, foi eleito Deputado Estadual pelo extinto
MDB, entre 1979 e 1983. Do Legislativo Estadual, foi eleito, em 1983,
Deputado Federal. Em 85, candidatou-se à Prefeitura de São Paulo e, em
seguida, ao Governo do Estado. Em 1988, foi o Vereador mais votado para a
Câmara Municipal de São Paulo, com mais de 201 mil votos. Presidiu a Casa de
Leis paulistana e deu transparência a atos do Legislativo. Em 1992, concorreu
novamente à Prefeitura de São Paulo.
Como Senador, eleito pela primeira vez para o mandato de 1991 a
1999, Eduardo Suplicy ocupou por três vezes o cargo de líder do PT no Senado
Federal. Em 2003, em seu segundo mandato, assumiu a presidência da Comissão
de Relações Exteriores e Defesa Nacional para o biênio 2003/2004.
O Político sempre foi atuante, alcançando o recorde de
pronunciamentos em seu primeiro mandato como Senador. Foram 1.202 falas
em plenário.
Uma lista divulgada anualmente pelo Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar (Diap) o coloca entre os dez Políticos mais influentes do
País e principais formadores de opinião, ao lado de ex-Presidentes da República.
Cadernos especiais publicados pelo jornal Folha de São Paulo,
“Olho no Congresso", o apontam como um dos dez Senadores mais assíduos da
Casa Legislativa.
O carisma do Senador também atinge os jovens, fato marcante para
um Político contemporâneo. Em pesquisa da Folha de São Paulo, de 1998, em
seu caderno Folhateen, Eduardo Suplicy foi escolhido como o melhor Político
do Brasil.
Entre seus principais Projetos de Lei está o Programa Renda Básica
de Cidadania, sancionado pelo Presidente Luís Inácio Lula da Silva como a lei
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10.835 em 08 de janeiro de 2004. A Renda Básica de Cidadania garante o acesso
às riquezas do País a toda a população, a começar pela parcela da população que
menos se beneficia da distribuição dos recursos.
Pelo projeto, todo brasileiro terá o direito de receber anualmente um
benefício monetário, suficiente para atender às despesas mínimas de cada pessoa
com alimentação, educação e saúde.
Cumprindo uma promessa de campanha, o Senador tentou
apresentar duas vezes uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para
reduzir o mandato dos Senadores para quatro anos. Não conseguiu, no entanto, o
número necessário de assinaturas. Em 1999, conseguiu apresentar a proposta
que, em 2001, acabou rejeitada.
Sua atuação também modificou a história do País. Partiu dele a
iniciativa de apresentar requerimento que culminou com uma das mais
importantes Comissões Parlamentares de Inquérito do Brasil – a CPI que acabou
com o impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello.
Suplicy também sempre se envolveu na luta pela reforma agrária,
tendo sido um dos principais interlocutores entre o Movimento dos
Trabalhadores Rurais e o Governo Federal. O Senador esteve na maioria dos
locais onde houve conflitos de terras e assassinatos de trabalhadores. Sua missão
era intermediar o diálogo com o Governo e garantir a segurança aos militantes.
Uma pesquisa de 1997 o apontou como o brasileiro mais
empenhado na luta em favor da reforma agrária.
O Senador brasileiro tem diversas pesquisas e livros publicados e
participou de inúmeras missões internacionais. Em muitas delas, inclusive, levou
seu projeto do Renda Mínima de Cidadania a governos e plateias de intelectuais,
apontando-o como exemplo para a erradicação da pobreza e da miséria.
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Incansável na luta pela equidade na distribuição de renda, é paciente ao falar dos
benefícios de uma maior justiça social e contundente ao demonstrar que, apenas
desta forma, pode-se fazer uma sociedade mais justa e pacífica.
Administrador de Empresas e Economista, Suplicy foi Pesquisador
do Centro de Pesquisa e Publicações na Escola de Administração de Empresas
da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. É Professor concursado da
fundação desde 1966. Mestre e PhD em Economia pela Universidade do Estado
do Michigan. Pós-doutor pela Universidade de Stanford.
Foi casado com Marta Suplicy, atual Ministra da Cultura, com
quem tem três filhos: André, João e Eduardo, mais conhecido como Supla.
Supla e João Suplicy são músicos e inspiram o pai, que se tornou um
apaixonado por esta arte.
Eduardo Matarazzo Suplicy tem uma história de incansáveis
batalhas pelo próximo. Abnegado e entusiasmado, demonstra que apenas
lutando pelo bem do próximo, por justiça social, por uma sociedade mais
igualitária, pode-se alcançar um caminho de sucesso. Apenas trabalhando
arduamente em prol do outro pode-se obter o respeito e o amor de cada
brasileiro. Um exemplo de líder e de homem que cada um de nós segue e
admira.
Por tudo o que foi aqui relatado e por todo o trabalho que,
SABEMOS, ainda irá desenvolver, é que o Senador Eduardo Matarazzo Suplicy,
é nosso Orador Oficial desta solenidade”.
- Palmas prolongadas.
O SR. PRESIDENTE - Tenho a honra de conceder a
palavra ao Exmo. Sr. Eduardo Suplicy, DD Senador e Orador Oficial desta
solenidade, para proferir o discurso oficial.
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O SR. EDUARDO SUPLICY - Sr. Presidente da
Câmara Municipal de Cubatão, Vereador Wagner Moura dos Santos, eu fico
feliz e honrado de estar aqui hoje. Quero cumprimentar a querida Prefeita
Marcia Rosa de Mendonça Silva. Lembro-me de ter estado aqui em fevereiro do
ano passado, num momento muito difícil para a cidade, depois da ocorrência de
uma extraordinária tempestade que abalou a situação de mais de quatro mil
famílias, que ficaram sem moradia. Naquele dia, eu acompanhei a Prefeita e
pude ver a sua dedicação, do lado da sua equipe e do lado dos Vereadores desta
Câmara Municipal. Dialogamos bastante naquele dia. Há pouco, a Prefeita e o
Presidente Wagner Moura me disseram sobre os passos que têm sido dados,
inclusive junto à CDHU, para concretizar a solução da problemática que então
ocorreu. Como Senador, eu quero me colocar à disposição de Cubatão, para
ajudar na solução do problema que não é tão fácil de ser resolvido, dada a
gravidade daquela intempérie e das suas consequências. Quero cumprimentar a
mãe da Prefeita, Sra. Darcy Chumbo de Mendonça, que é Presidente do Fundo
Social de Solidariedade de Cubatão. Também quero cumprimentar o Vice-
Prefeito, Sr. Donizete Tavares do Nascimento, a minha querida Deputada, minha
Colega há tantos anos lá no Congresso Nacional, que agora reassume o seu
mandato, Maria Lúcia Prandi, que tantas vezes me acompanhou em inúmeras
jornadas aqui na Baixada Santista. Quero cumprimentar o Juiz Frederico dos
Santos Messias, da 4ª Vara Cível da Comarca de Santos. Muito obrigado por
estar aqui. Hoje eu escolhi um tema que tem muito a ver com o trabalho de V.
Exa., que é justamente a busca e a realização da justiça. Quero cumprimentar o
Dr. Antônio Sérgio Messias, Delegado de Polícia Titular de Cubatão. Também
quero cumprimentar os Vereadores Fábio Alves Moreira, Severino Tarcício da
Silva, César da Silva Nascimento, Fábio Moura dos Santos, Jair Ferreira Lucas e
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Ivan da Silva. Muito obrigado por terem me honrado com este convite. Gostaria
de ler todos os nomes das pessoas que estão aqui presentes, mas como a Sra.
Mestre Cerimonial já o fez, eu peço licença para entrar no assunto do meu
discurso. Quero agradecer a todos pelas presenças. Inclusive, temos presentes
alguns Vereadores de outros municípios, como o Conrado Carrasco, de
Itanhaém e o Gilberto Benzi, do Guarujá. Também agradeço a todos os
Secretários Municipais presentes. Fiquei pensando um pouco ao chegar a
Cubatão e refleti um pouco sobre a história da cidade, as suas dificuldades. Nos
anos 70 e 80, Cubatão começou a ser caracterizada por uma cidade com
problemas extraordinários de poluição, devido ao seu desenvolvimento
industrial, pois aqui estão localizadas diversas indústrias, como a Cosipa, a
Petrobras, a Rhodia, a Refinaria e outras. Cubatão chegou a um ponto de ser
considerada a cidade mais poluída do mundo. Eis que houve uma reação muito
importante por parte da comunidade, dos moradores e dos seus responsáveis. No
início dos anos 90, Cubatão ganhou um título da ONU, por ser a cidade que
mais havia conseguido avançar no controle da poluição. Então, isso se constitui
num marco histórico. Eu estava lendo sobre o histórico de Cubatão e em alguns
momentos, Cubatão se apresentou como uma cidade de grandes problemas,
inclusive de violência até com os seus Prefeitos, pois dois Prefeitos foram
assassinados neste Município. Portanto, querida Prefeita Marcia Rosa, esteja
sempre em ótima saúde e longe de quaisquer ameaças, mas felizmente V. Exa. é
uma Prefeita reeleita, porque Cubatão foi a última cidade considerada de
Segurança Nacional onde não se elegiam os Prefeitos. Felizmente, agora está
elegendo os Prefeitos e V. Exa. foi reafirmada na última eleição, como Prefeita,
em 2012. É importante que isso esteja acontecendo. Dentre os municípios
paulistas, Cubatão tem uma renda “per capita” superior à média do Estado. Se
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examinarmos o senso de 2010, a média da renda “per capita” do produto interno
bruto do Estado de São Paulo, era de 32 mil, 454 reais. Cubatão tinha 46 mil,
348 reais em 2010, o que significa que tem uma potencialidade econômica
maior do que a maior parte dos municípios paulistas e brasileiros, obviamente,
porque São Paulo tem uma das maiores rendas “per capitas” no Brasil. Tive
como informação em 2013, que Cubatão tem cento e vinte e um mil e oitocentos
e quarenta e oito habitantes, mas quero perguntar a V. Exa.: este dado é o mais
recente de Cubatão? (Pausa). Então, tem em torno de cento e vinte e dois mil
habitantes. Quero falar para vocês sobre a realização de justiça. Quero lembrar
que em 2005, eu fui assistir a uma aula do Professor Amartya Sen e do Professor
Philippe Van Parijs, na Universidade de Harvard, sobre “Justiça Social e
Diversidade Cultural” e justiça em termos de instituições. No seu livro
“Desenvolvimento Como Liberdade”, Amartya Sen nos fala de coisas muito
interessantes, onde ele afirma que se o desenvolvimento for para valer é de
significar maior grau de liberdade para todos na sociedade. Eu fui assistir à
primeira aula desse curso ministrado por esses dois Professores. Um deles
iniciou dizendo: “Olha, nós vamos examinar aqui quais são aqueles
instrumentos de política econômica, de política social, que poderão contribuir
para elevar o grau de justiça na sociedade”. Quando houve a abolição da
escravidão, por exemplo, elevou-se o grau de justiça na sociedade. Se nós
provermos boas oportunidades de educação para todos os meninos e meninas,
para todos os jovens aqui em Cubatão e em todo o Brasil, para os adultos que
não tiveram boas oportunidades quando eram crianças, estaremos elevando o
grau de justiça na sociedade. Se nós, num país com tamanha desigualdade ainda,
no que diz respeito à propriedade da terra, realizarmos mais aceleradamente
ainda a reforma agrária, estaremos contribuindo para maior equidade. Se
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provermos boa assistência no sistema de saúde pública no Brasil, um Sistema
Único de Saúde para toda a população, também estaremos contribuindo para
elevar o grau de justiça. Se expandirmos as operações de microcrédito, a
exemplo do que tem feito mais recentemente o Brasil ou do que fez Muhammad
Yunus em Bangladesh, estaremos elevando o grau de justiça. Se nós
estimularmos as formas cooperativas de produção, dadas às características de
estarem, as cooperativas, sempre constando, a todos seus membros, sobre como
produzir e como distribuir melhor a riqueza produzida, nós também estaremos
elevando o grau de justiça. Então, disse Amartya Sen também naquele curso:
“Nós estaremos examinando em que medida a instituição de uma renda básica
incondicional, para todas as pessoas na sociedade, como normalmente
argumenta o Professor Philippe Van Parijs...”, que estava dando aula, “e como
defende o Senador Eduardo Suplicy, que hoje está aqui nos visitando, em que
medida vai ou não elevar o grau de justiça na sociedade”. Eu fiquei muito
contente com aquela observação, porque mais e mais, eu tenho acreditado, tenho
divulgado e distribuído essa boa nova para todos. A Prefeita Marcia Rosa sabe,
porque já estive dialogando com ela sobre isso e aqui até renovo, a ela mesma,
ao Vice-Prefeito, aos Vereadores e ao Presidente Wagner, que quem sabe um dia
Cubatão possa se tornar, em breve, um exemplo pioneiro da Renda Básica de
Cidadania. Gostariam que eu dissesse melhor a respeito da história de como isso
começou? Gostariam que eu lhes explicasse? (Pausa). Aquele que me saudou,
dizendo que sou diferente de tudo o que está aí, como é o seu nome? (Pausa)
“Amilton”. Você sabe a música de 1985, então sabe toda a minha história. Já leu
o meu livro também? O “Renda de Cidadania”? Conhece o livro? (Pausa). Poxa,
vida! Pela internet? (Pausa). Então, você não recebeu o livro ainda? (Pausa). Ah,
e gostaria de ler? (Pausa). Então, acho que ele merece um livro, né?
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- Palmas.
O SR. EDUARDO SUPLICY - O livro vai com uma
Cartilha, com “Uma História Feliz”, que o Cartunista Ziraldo fez. Há algum
tempo, eu encontrei o Ziraldo e disse: “Eu gostaria muito que você pudesse fazer
uma Cartilha, para explicar ao povo o que é a Renda Básica de Cidadania” e ele,
que é um emérito Cartunista, é reconhecido inclusive pelas crianças, disse-me:
“Eduardo, escreva uma carta para as crianças, explicando o que é, porque eu
gosto muito de você e da proposta. Envie-me, que eu vou lhe dar de presente”.
Então, eu escrevi uma carta para os meus netos. Hoje eu tenho seis netos, mas
no ano passado eram cinco netos, de 04 a 11 anos. Daí, ele me mandou de volta
o trabalho, com essa Cartilha, que como Senador eu pude imprimir lá no
Senado. Estas daqui eu posso distribuir a todos os presentes. (Pausa) Ah, já está
sendo distribuída. Daí eu li para os meus netos, assim, em 04 minutos e eles
disseram: “Vovô, eu compreendi tudo”. Então, falei para o Ziraldo que
preencheu inteiramente o propósito. Prefeita Marcia, ao sair de casa hoje, como
o fez? Pela janela? (Pausa). Como saiu de casa hoje? Saiu pela janela? (Pausa).
Saiu pela porta. É o nome do meu livro, que eu acho que já lhe dei e está na
sétima edição. Eu queria lhes contar uma novidade. Acabei de saber que uma
das principais Editoras da França, a Calman-Lévy, que publicou livros do
Escritor Marcel Proust e em francês, do Celso Furtado, aprovou recentemente,
traduzir o meu livro em francês.
- Palmas.
O SR. EDUARDO SUPLICY - O nome do livro é
“Renda de Cidadania, a Saída é pela Porta”, exatamente para procurar mostrar
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que se desejamos, como é a vontade maior da Presidenta Dilma, erradicar a
pobreza extrema, a pobreza absoluta, criar uma sociedade justa e civilizada e se
quisermos prover dignidade e liberdade a todos, uma solução tão de bom senso
quanto a forma como a Prefeita Marcia Rosa saiu de casa, pela porta, é
instituirmos uma Renda Básica de Cidadania. Felizmente, o Brasil é o primeiro
país do mundo cujo Congresso Nacional aprovou uma Lei e não sei se todo
mundo sabe, não sei se o Juiz Frederico sabe, para instituir a Renda Básica de
Cidadania. Diz a Lei que será instituída por etapas, a critério do Poder
Executivo, iniciando-se pelos mais necessitados, como faz hoje o “Programa
Bolsa Família”, que tem avançado, até que um dia venhamos a ter uma renda
básica incondicional para todas as pessoas. Será importante que nós então
compreendamos o porquê pagar a todos. Eu queria dizer que essa ideia eu
explico no meu livro, que começa com a história da humanidade. O Mestre
Confúcio, 520 anos antes de Cristo, observou que a incerteza é pior ainda que a
pobreza e pode alguém sair de casa se não pela porta? Aristóteles, 300 anos
antes de Cristo, escreveu política, observou que política é a ciência de como
alcançar o bem comum, uma vida justa para todos. Para isso, nós precisamos
realizar a justiça política, que precisa ser precedida da justiça distributiva, que
torna mais iguais aos desiguais. Se formos examinar o Antigo Testamento, qual
a palavra mais citada nele, dentro da Bíblia, em hebraico? “Tzedaka”.
“Tzedaka”: ensinou o Rabino Henry Sobel, que é citada quinhentos e treze
vezes, que significa justiça social, justiça na sociedade. Era o grande anseio do
povo judeu e do povo palestino.
- Palmas.
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O SR. EDUARDO SUPLICY - No Livro do Êxodo,
dos Provérbios, heterônimo de Davi e Isaac, sempre está a palavra “tzedaka”. Se
formos ao Novo Testamento, então no Livro dos Apóstolos, está que eles
juntaram todos seus bens e passaram a viver de tal maneira em solidariedade, de
tal forma, a prover cada um de acordo com as suas necessidades. Se formos
olhar as parábolas de Jesus, que todos aqui conhecem bem, como a do senhor da
vinha, veremos que Jesus disse que o senhor da vinha contratou inúmeros
trabalhadores ao longo da jornada, na primeira, na segunda, até a última hora do
dia. Com cada um combinou aquilo que ambos consideravam justo. Ao chegar o
final do dia, começou o pagamento pelo último que ali chegara. Quando pagou
ao primeiro, este lhe perguntou: “Mas como? O senhor está me pagando o
mesmo que ao último que aqui chegou? Eu trabalhei mais do que ele”. “Ora,
você não percebe que eu estou lhe pagando exatamente o que ambos
considerávamos como justo? E que o último que aqui chegou também necessita
receber o necessário para a sobrevivência da sua família?”. Se formos olhar a
Segunda Epístola de São Paulo aos Coríntios, ele ali diz aos “corintianos”, que
conhecem bem, que: “Todos deveremos sempre seguir o exemplo de Jesus que,
em sendo tão poderoso, resolveu se solidarizar e viver dentre os mais pobres, de
tal maneira que conforme está escrito, para que haja justiça, para que haja
igualdade, toda aquela pessoa que teve uma safra abundante, não tenha demais e
toda aquela pessoa que teve uma safra pequena, não tenha de menos”. Se formos
olhar o que pensam os seguidores de Maomé, do Islamismo, do Alcorão, como
os quatro Califas que escreveram o “Livro dos Radis”, “Omar”, o segundo deles,
observou que toda aquela pessoa que detém um grande patrimônio, deve
destinar uma parcela deste patrimônio para os que pouco ou nada têm. Se
formos examinar o que diz o Budismo, Dalai Lama, por exemplo, em “Uma
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Ética para o Novo Milênio”, diz que se for para aceitar o consumo suntuoso dos
mais ricos, nós precisamos antes garantir a sobrevivência de toda a humanidade.
Podemos seguir um pouco mais adiante na História e nos depararmos com
Thomas More, aquele que viveu ao tempo de Henrique VIII, na Inglaterra,
quando a Inglaterra tinha um extraordinário poder de domínio sobre a terra, era
riquíssima. Henrique VIII, como Thomas More, era um homem muito influente,
um Teólogo, foi Presidente da “Câmara dos Comuns”, como o Wagner. Eis que
a certa altura, Henrique VIII diz para seu amigo Thomas More: “Escreva para
mim uma justificativa, para eu me casar outra vez, porque minha mulher não me
dá herdeiros”. “Ah, eu não posso, não é no que eu acredito. Não vou escrever
algo que não tenho condição de fazê-lo”. Por causa disso ele acabou sendo
julgado e condenado à morte, decapitado. Antes, porém, escreveu ensaios como
“Utopia”, em 2016. Querida Maria Lúcia, se quiser ir comigo, vou a Louvain,
Universidade Católica de Louvain, aonde se vai fazer uma homenagem aos 500
anos de “Utopia”. No “Livro Primeiro de Utopia”, Thomas More diz, através do
diálogo entre um Cardeal Arcebispo e o viajante português Rafael Hitlodeu, que
eles estavam discutindo que a pena de morte instituída naquela época, na
Inglaterra, não havia colaborado para diminuir a criminalidade violenta, os
assaltos, os roubos, os assassinatos. Eis que o viajante português Rafael Hitlodeu
diz ao Cardeal Arcebispo: “Muito mais eficaz do que infligir esses castigos
horríveis a quem não tem alternativa, senão de primeiro, tornar-se um ladrão,
para daí ser transformado em cadáver, é você assegurar a sobrevivência das
pessoas”. Com base nesta reflexão, um amigo de Thomas More, chamado Juan
Luis Vives, espanhol, escreveu para o Prefeito da cidade flamenga de Bruges:
“De subventione pauperum sive de humanis necessitatibus”, onde pela primeira
vez propõe a garantia de uma renda para um município. Isso foi de alguma
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forma aplicado em Ypres, cidade flamenga, naquela época. Podemos seguir um
pouco mais adiante. Na História, nos deparamos em 1795 com outro Thomas,
um dos maiores ideólogos das Revoluções Americana e Francesa. Refiro-me a
Thomas Paine. Nascido em 1736, na Inglaterra, ele tornou-se amigo mais tarde
de Benjamin Franklin, aquele homem que inventou o para-raios, inventou os
óculos. Antes só se usavam os monóculos. Ele persuadiu o Thomas Paine a ir
viver na América, antes da independência. Para lá ele foi. Um coletor de
impostos arguto, observador de costumes e de valores, que passou a escrever
ensaios, a ponto de o Presidente George Washington escrever para um amigo,
dizendo que nenhum outro ensaio tivera tamanha influência sobre a mente dos
americanos, para lutarem por sua independência, quanto “Common Sense”,
“Senso Comum”, publicado e divulgado em cento e cinquenta mil exemplares,
algo fantástico para aquela época, nas ruas da Filadélfia e das treze colônias, em
janeiro de 1776. O que aconteceu? 06 meses depois, em 04 de julho de 1776, os
americanos proclamaram a sua independência. O que dizia Thomas Paine em
“Senso Comum”? Dizia que contraria o bom senso que uma ilha domine um
continente e coisas como tais. Acontece que proclamada à independência, ele
começou a se sentir muito perseguido por suas ideias consideradas tão ousadas e
progressistas. Então, ele resolveu voltar para a sua terra natal, mas chegando de
volta à Inglaterra, o que aconteceu? Começaram a queimar seus livros:
“Imaginem! Este homem, responsável pela perda da nossa principal colônia!”.
Então, ele resolveu ir para a França e de tal maneira se engajou na luta por
liberdade, igualdade e fraternidade, que 03 anos após a Revolução Francesa de
1789, embora estrangeiro, ele foi eleito constituinte francês. Nesta qualidade, em
1795, publicou vinte páginas, falou para a Assembleia Nacional da França um
texto de vinte páginas, que está aqui reproduzido, “Justiça Agrária”, onde ele diz
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que a pobreza é algo que tem a ver com a civilização e a instituição da
propriedade privada. Ali na América, onde ele havia estado antes da
independência, não enxergara tamanha destituição e pobreza, porque lá a
propriedade era comum dentre os índios, quanto em comparação com o que
observava na Europa, nas vilas e cidades europeias de então. Ele considerava de
bom senso que uma pessoa que cultive a terra, realize uma benfeitoria na terra,
possa usufruir do seu trabalho na sua propriedade. Era seu plano que toda pessoa
que então obtém uma renda do seu trabalho na sua propriedade, possa destinar
uma parcela de seu rendimento para um fundo que a todos pertencerá. Deste
fundo, uma vez acumulado, se pagará a cada pessoa residente naquele país, um
capital básico e uma renda básica, como um direito inalienável de todos,
participarem da riqueza comum daquela nação. Isso deveria ser um plano para
todos os países. Poderíamos seguir para 1848, quando Karl Marx escreveu “O
Manifesto Comunista”, com Friedrich Engles e mais tarde os volumes de “Das
Kapital”, “O Capital”. Mais tarde ainda, em 1875, quando ele escreveu uma
crítica ao programa de Gotha, observou que numa sociedade mais amadurecida,
os seres humanos vão se portar de tal maneira, a poder se inscrever como lema
de sua sociedade, a cada um de acordo com a sua capacidade, a cada um de
acordo com as suas necessidades. Isso faz lembrar o que estava lá nos Atos dos
Apóstolos e na Segunda Epístola de São Paulo aos Coríntios. Quando chegamos
ao século XX, Bertrand Russel, em “Caminhos para a Liberdade”, uma reflexão
sobre o Sindicalismo, o Anarquismo, o Socialismo, os grandes movimentos que
abalaram a Europa antes da Primeira Guerra Mundial, observou que o seu plano
era exatamente esse, que cada pessoa deveria receber o necessário para a sua
sobrevivência e daí pra frente cada um iria obter aquilo que conseguisse por seu
talento, esforço, criatividade, dedicação e assim por diante, mas a ninguém
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deveria ser negado o mínimo para a sua sobrevivência. Se formos daí para
frente, há centenas de Economistas, Filósofos, no mais largo espectro, desde
pessoas como John Maynard Keynes, Jo Ann Robinson, Abba Lerner, Oscar
Ameringer, Friedrich von Hayek, Milton Friedman, George Stigler, James
Tobin, John Kenneth Galbraith, Martin Luther King, o Bispo que recebeu o
Prêmio Nobel da Paz, Desmond Tutu e dezenas de outros. Estão todos
mencionados aqui no meu livro. No estudo que fui fazendo ao longo desses
últimos anos, eles passaram a defender o direito de todos receberem uma renda
mínima, seja através de um imposto de renda negativo ou positivo. Quem ganha
muito, paga uma parcela de seu rendimento à Receita Federal, é o imposto de
renda positivo. Quem não ganha até certo patamar passaria a receber uma
parcela da diferença entre aquele patamar e um nível de renda. Na primeira vez
em que eu cheguei ao Senado Federal, em 1991, eleito em 1990, eu havia
aprendido sobre o conceito do “Programa de Garantia de Renda Mínima”,
através de um imposto de renda negativo. Eu apresentei um primeiro projeto de
garantia de renda mínima, através de um imposto de renda negativo, nessa
forma. Ele foi aprovado em dezembro de 1991 por todos os Senadores, mas já
naquele ano, em um diálogo feito com Economistas simpatizantes do Partido
dos Trabalhadores, quando eu apresentei a ideia, um deles, José Marcio
Camargo, disse a mim: “Eduardo, é uma boa ideia, mas seria bom se iniciarmos
a garantia de uma renda mínima para as famílias carentes, desde que as suas
crianças estejam indo às escolas”. Um dos principais problemas brasileiros é
justamente o número grande de pais e mães que não tendo o suficiente para dar
o que comer a sua família, resolve colocar as crianças desde os 07, 08, 09, 10,
11 anos de idade para trabalhar precocemente e assim elas deixam de ir às
escolas. Se provermos um complemento de renda às famílias carentes, desde que
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as suas crianças estejam indo às escolas, nós iremos cortar um dos círculos
viciosos da pobreza. Em 1994, ele escreveu sobre isso na “Folha de São Paulo”.
Cristovam Buarque, que era do PT e José Roberto Magalhães Teixeira, que era
do PSDB, Prefeito de Campinas, apresentaram as propostas de garantia de renda
mínima relacionadas às oportunidades de educação, que foram implementadas
em 1995. A partir daí, Antônio Palocci e tantos outros Prefeitos, em Ribeirão
Preto, em Belo Horizonte, em Belém, em Mundo Novo e por tantas outras
cidades, inclusive em Santos e aqui na Baixada Santista, passaram a adotar
programas de renda mínima relacionados à educação. Em 1997, o Congresso
Nacional aprovou projetos para que o Governo Federal passasse a financiar os
municípios que adotassem programas nessa direção. Em 2001, no “Governo
Fernando Henrique”, ele fez com que a União pagasse 100% dos gastos dos
municípios que adotassem programas naquela direção. Daí também veio o
“Bolsa Alimentação” e o “Auxílio Gás”. No início do “Governo Lula”, ele
apresentou o “Programa Cartão Alimentação”, para prover 50 reais num cartão,
que só poderiam ser gastos em alimentos para as famílias carentes. Em outubro
de 2003, a equipe do Presidente Lula resolveu criar o “Programa Bolsa Família”,
que iria justamente racionalizar e unificar aqueles quatro programas que eu
acabei de mencionar. Então, foi criado o “Programa Bolsa Família”, que
completou recentemente 10 anos. O “Programa Bolsa Família” está atendendo
hoje aqui em Cubatão, segundo os últimos dados oficiais do Ministério do
Desenvolvimento Social, inclusive a Prefeita Marcia Rosa pode confirmar, três
mil, quinhentas e sessenta e oito famílias. Dados que eu obtive hoje. Pelo
próprio MDS, o total de famílias cadastradas com renda “per capita” mensal até
140 reais era de quatro mil, seiscentas e sessenta cinco famílias. Portanto,
76,64% das famílias estão com uma proporção mais alta que a média nacional,
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um pouco abaixo desta e mais alta do que a média do Estado de São Paulo, que
segundo dados de hoje é de 66,9%. Então, está avançando, mas ainda faltam mil
e oitenta e sete famílias para atingir as quatro mil, seiscentas e cinquenta e cinco
famílias. Quem sabe todos aqui conheçam as regras do “Programa Bolsa
Família”. Levante a mão quem sabe explicar todas as regras do “Programa Bolsa
Família”, por favor. (Pausa). Quem sabe, levante a mão, por favor. (Pausa). Eu
queria que alguém que saiba bem as regras do “Programa Bolsa Família”, viesse
aqui conversar comigo. A senhora de óculos, que levantou a mão, sabe todas as
regras do “Programa Bolsa Família” hoje? (Pausa). Pode falar mais alto, que não
estou conseguindo ouvir? (Pausa). A senhora sabe o valor do benefício para
cada pessoa? (Pausa). A senhora quer que eu recorde? Posso explicar? (Pausa).
São 21h24m, vou pedir a todos que prestem a atenção, de quanto tempo vou
precisar para explicar as regras do “Bolsa Família”. Toda família no Brasil, em
Cubatão e em todos os cinco mil, quinhentos e setenta e tantos municípios
brasileiros, caso a sua renda familiar por pessoa, “per capita”, não atinja pelo
menos 140 reais por mês, digamos assim: pai, mãe e três crianças, 05 vezes 140,
é igual a 700, se não atingir pelo menos 700 reais, essa família de cinco pessoas
tem direito a receber o benefício “Bolsa Família”. Quanto é o benefício? Caso a
renda familiar “per capita” não atinja sequer 70 reais por mês, digamos 05 vezes
70, é igual a 350, o benefício básico começa com 70 reais por mês para a
família. Isso para todas as famílias com renda familiar “per capita” abaixo de
140 reais. Mais 32, 64, 96, 128 ou 160 reais, se nessa família houver uma, duas,
três, quatro, cinco ou mais crianças de até 15 anos e 11 meses. 38 mais 38,
somando, são 76, se na família houver um ou dois adolescentes, homem ou
mulher, na faixa de 16 a 18 anos. Há condicionalidades: se a mãe estiver
grávida, deve fazer o pré-natal na rede pública de saúde do Município, até que
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nasça o bebê, para ver como está a saúde da mãe e a do bebê. Os pais devem
levar as crianças até 06 anos de idade na rede pública de saúde, para realizarem
as respectivas vacinas, de acordo com o Calendário do Ministério da Saúde. As
crianças de 07 a 15 anos e 11 meses precisam frequentar pelo menos 85% das
aulas. Os adolescentes pelo menos 75% das aulas. Essas são as
condicionalidades. A Presidente Dilma Rousseff, há 03 anos, em 2011,
conclamou a sociedade, isto é, os Governos Estaduais, os Governos Municipais,
as Sociedades Civis Organizadas, os Sindicatos, as entidades empresariais, ou
seja, nós cidadãos, Vereadores, Senadores, Deputados, para se porventura
encontrarmos em qualquer lugar aqui de Cubatão ou em qualquer lugar do
Brasil, famílias que estejam de acordo com as regras que eu acabo de definir e se
porventura não estiverem ainda recebendo o benefício do “Bolsa Família”, é
nosso dever informar a essas famílias: “Vá lá, à Secretaria de Desenvolvimento
Social e se inscreva, porque você passa a ter o direito de receber”. Ademais, no
ano passado, a Presidenta Dilma Rousseff iniciou a chamada fase do “Brasil
Carinhoso”, que significa o quê? Se numa família beneficiária do “Bolsa
Família”, consideradas a sua renda, do pai, da mãe e de quem mais estiver na
família, mais o benefício do “Bolsa Família”, tal qual eu acabo de descrever, ou
seja, se somadas essas duas quantias e dividido pelo número de pessoas na
família, não se garantindo pelo menos 70 reais a cada uma por mês, o Governo
Federal complementará o que falta, para o município pagar pelo menos 70 reais
para cada família beneficiária do “Bolsa Família”. Portanto, hoje, no Brasil,
podemos considerar que o “Programa Bolsa Família”, considerado atrelado ao
“Brasil Carinhoso”, está a garantir, em tese, 70 reais por mês para cada
brasileiro e cada brasileira. Outra coisa: o “Programa Bolsa Família”, em
dezembro de 2003, tinha cerca de três milhões e meio de famílias beneficiárias.
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A cada ano foi aumentando e hoje são 14 milhões, 55 mil famílias beneficiárias.
O efeito foi altamente positivo. Os dados do IBGE indicavam, por exemplo, em
1996, que estávamos dentre os três países mais desiguais do mundo, com
“Coeficiente de Gini” de desigualdade de 0,61. Em 2001 e 2002, estávamos com
um “Coeficiente de Gini” de desigualdade de 0,59. Todos os anos, até
chegarmos a 2012, foi diminuindo, até chegarmos a 0,51. Não estamos mais
entre os três países mais desiguais. Agora estamos em décimo sexto ou décimo
sétimo lugar. Então, ainda temos muito que progredir. Pois bem, são 21h30, eu
precisei um pouco mais de 05 minutos pra explicar o “Bolsa Família”. Agora
vou explicar a Renda Básica de Cidadania. Vamos supor que os cidadãos aqui
presentes, os Vereadores, o Presidente da Câmara e a Prefeita, tendo me
convidado para ser hoje o Orador Oficial, saiam daqui persuadidos de que seja
uma boa ideia e tal como eu o fiz, escrevam à Presidenta Dilma, assim como
todos os oitenta e um Senadores escreveram, sugerindo que ela constitua um
grupo de trabalho para estudar os passos em direção à Renda Básica de
Cidadania. Faltou eu dizer aqui, que ao longo dos anos 90, estudando mais e
mais todas as formas de garantia de renda e de transferência de renda, eu fiquei
persuadido de que ainda melhor do que um imposto de renda negativo, para
prover a garantia de uma renda mínima, ainda melhor que o “Bolsa Família” que
acabo de explicar, será o dia em que instituirmos uma renda básica
incondicional. Já é Lei, foi aprovada em dezembro de 2002 no Senado, em
dezembro de 2003 na Câmara, foi ao Presidente “Lula” e graças ao diálogo que
eu tive com o relator da matéria, o Senador Francelino Pereira, que me disse:
“Eduardo, é uma boa ideia, mas que tal você aceitar um parágrafo que diga que
ela será instituída por etapas, a critério do Poder Executivo, começando pelos
mais necessitados, até que um dia todos venham a ter?” e eu achei de bom
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senso, resolvi aceitar e graças a isso, o Ministro da Fazendo, Antônio Palocci,
em janeiro de 2004, disse ao Presidente “Lula”: “Como é para ser instituído por
etapas, é factível, pode sancionar” e ele sancionou. Ora, quando vai acontecer?
Quando todos compreendermos bem todos os seus benefícios. Suponhamos que
vocês tenham achado muito boa ideia e escrevam, como eu e os demais
Senadores, à Presidenta Dilma e ela comece a estudar. Não vai dar para
implantar no mês que vem ou no ano que vem, mas quem sabe, em 2016, até
porque o Papa Francisco vai chegar ao Brasil em 2017 outra vez, já preparando
o ambiente, ela então, junto com a Prefeita Marcia Rosa e com o Governador
que for eleito, vai anunciar: “A partir de janeiro de 2017, todas as pessoas no
Brasil, em Cubatão, no Estado de São Paulo, não importa sua origem, raça, sexo,
idade, condição civil ou mesmo socioeconômica, passará a ter o direito de
receber uma Renda Básica de Cidadania, como um direito de todos
participarmos da riqueza comum da nossa nação”. Eu queria só que anotassem,
porque são 21h33m. Vai começar com um pouco mais do que paga o “Bolsa
Família”, para ser melhor do que é esse programa positivo. Porém, para ser
melhor, vamos começar com 80 reais por mês, mas um dia vai ser 100 reais, um
dia 200, um dia 500, um dia 1.000 e mais e mais, com o progresso da nação, a
ninguém será negado. São 21h38m: quanto tempo demorou Vereador Ivan, para
eu explicar a Renda Básica de Cidadania? (Pausa). Só a Renda Básica, o que eu
acabo de falar? (Pausa). 05 minutos. Eu lhes pergunto: foi mais fácil
compreender como funciona o “Programa Bolsa Família” ou a Renda Básica de
Cidadania? Qual o mais fácil de compreender, Presidente?
O SR. PRESIDENTE - Deu para entender os dois
muito bem, Senador.
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O SR. EDUARDO SUPLICY - O senhor
compreendeu bem os dois? Mas, qual foi mais fácil para o povo compreender
como funciona?
O SR. PRESIDENTE - A Renda Básica de
Cidadania.
O SR. EDUARDO SUPLICY - Primeira vantagem,
mas há outras vantagens. Eliminamos inteiramente qualquer burocracia em saber
quanto cada um ganha no mercado formal ou informal. Eliminamos qualquer
estigma ou sentimento de vergonha da pessoa precisar dizer: “Eu só recebo
tanto, por isso necessito tal complemento de renda”. Eliminamos também o
fenômeno da dependência, que acontece quando se tem um sistema que diz:
“Quem não recebe até determinado patamar, passa a ter direito de receber tal
complemento”. A pessoa está por decidir: “Vou ou não iniciar esta atividade,
que vai me render este tanto?”, “Mas, se eu iniciá-la, receber este tanto, daí vem
o governo e me retira o que eu estava recebendo naquele programa. Daí, talvez
eu desista e entre na armadilha da pobreza e do desemprego”, “Ah, mas esse
Senador Suplicy quer pagar uma Renda Básica até para quem não estiver
empregado e talvez nem queira trabalhar!”, “Será que não vai estimular a
ociosidade?”, “O que vamos fazer com aquelas pessoas que têm uma tendência
inarredável à vagabundagem?”. Tem alguém com esta tendência aqui? Levante a
mão, por favor! (Pausa). Pensemos um pouco: não estariam aqui, às 21h30m,
ouvindo o Senador, para ver como melhorar a vida em Cubatão e no Brasil, não
é? Pensemos um pouco em nós, seres humanos. Todos nós, homens e mulheres,
amamos fazer uma porção de coisas, mesmo sem remuneração no mercado. As
mães quando estão amamentando seus nenês, a qualquer hora do dia, da noite ou
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da madrugada e nós, pais e mães, quando estamos cuidando de nossas crianças
para que bem se alimentem, eduquem, se desenvolvam, mesmo quando nossos
pais e avós são mais idosos e precisam do nosso carinho e atenção, fazemos com
toda energia. Nas comunidades de bairro, nas igrejas de todas as denominações,
nos centros e diretórios acadêmicos, quantos de nós não estamos lá sempre
realizando atividades porque nos sentimos úteis, não é? Na nossa Constituição
se assegura o direito à propriedade privada. Isso significa, prezado Juiz, que
aquela pessoa que detém a propriedade de uma fábrica, de uma usina, de um
banco, de um hotel, de um restaurante, de uma fazenda, de um título financeiro,
de uma propriedade imobiliária, pode receber juros, lucros, aluguéis, os
rendimentos do capital. Eu lhes pergunto: diz a nossa Lei Maior que para
receber tais rendimentos do capital, a pessoa precisa necessariamente comprovar
que esteja trabalhando, que suas crianças e adolescentes estejam indo à escola?
Não. Mesmo assim, Antônio Ermírio de Moraes, por exemplo, trabalhava todo
dia quando estava em boa saúde. Ia à Votorantim de noite, ia à Beneficência
Portuguesa e fazia um trabalho beneficente, voluntário, tão positivo. Todas as
pessoas com mais recursos fazem questão de que suas crianças e adolescentes
estejam indo às melhores escolas. Ora! Se nós asseguramos aos mais ricos o
direito de receber tais rendimentos sem aquelas condicionalidades, por que não
estendermos a todos, ricos e pobres, o direito inalienável de todos participarmos,
pelo menos um pouco, da riqueza comum de nossa nação? Será que não é de
bom senso, ainda mais quando pensamos em certos aspectos da nossa história?
Por mais de três séculos, milhões de pessoas foram arrancadas de sua terra natal,
na África, para virem aqui ajudar na acumulação de capital de tantas famílias,
sem que recebessem uma remuneração que não fosse viver numa senzala e ter
uma alimentação que fazia com que os escravos tivessem uma expectativa de
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vida pouco superior a 30 anos de idade. Ou então, quando pensamos em certos
aspectos do Brasil moderno. O Presidente “Lula” costumava dizer que parece
que Deus é brasileiro, veio morar no Brasil, ajudou a Petrobras a encontrar, no
fundo do Oceano Atlântico, uma extraordinária reserva petrolífera, que vai
permitir ao Brasil, com os recursos do Pré-Sal, erradicar a pobreza absoluta,
prover educação boa, desenvolvimento tecnológico, científico e cultural para
todos nós. Parece de bom senso. Algum dos Senhores Vereadores já foi a algum
lugar do mundo onde existe aplicação de algo assim? Pergunto-lhes: querem
conhecer? (Pausa). O Senhor quer conhecer? (Pausa). Venha aqui um
“pouquinho”, por favor.
- Convidado pelo orador, o Vereador César da Silva Nascimento
adentra o Plenário, onde se posiciona ao lado da Mesa Diretora.
O SR. EDUARDO SUPLICY - Permita-me, Sr.
Presidente. Vereador César, no início dos anos 60, o Prefeito de uma pequena
vila de pescadores, bem menor que Cubatão, observou que de lá saía uma
grande riqueza na forma da pesca. A Prefeita de Cubatão observa que daqui sai
uma grande riqueza na forma dos derivados de petróleo refinado, do aço, de
tantos produtos, tantas coisas. Dali saía a pesca, mas boa parte da população
continuava pobre. Então, o Prefeito disse: “Vamos criar um imposto de 3%
sobre o valor da pesca para instituir um fundo que pertencerá a todos”. “Mais
um imposto? Sou contra!”. Houve uma enorme resistência. Demorou 05 anos,
Prefeita, para persuadir a comunidade. Uma vez instituído, deu tão certo, que 10
anos depois, aquele Prefeito, Jay Hammond, tornou-se o Governador do Estado
do Alasca. Acontece que o Alasca, no final dos anos 60, encontrou na Baía de
Prudhoe, ao Norte do Alasca, como nós, no Brasil, na camada pré-sal, mais
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recentemente, enorme reserva petrolífera. Em 1976, aquele ex-Prefeito, agora
Governador, Jay Hammond, diz aos seus trezentos mil cidadãos: “Nós
precisamos pensar não apenas na geração presente, mas na vindoura, porque o
petróleo, como outros recursos naturais, não é renovável. Vamos, então, separar
pelo menos 25% dos royalties decorrentes da exploração dos recursos naturais,
para formar um fundo que pertencerá a todos”. Ele quis que todos debatessem e
votassem. Setenta e seis mil disseram “sim”, trinta e oito mil “não”. Dois para
um: venceu! Aqueles recursos, os 25% dos “royalties”, passaram a ser aplicados
no Fundo Permanente do Alasca: em “U.S. funds”, títulos de renda fixa, ações
de empresas do Alasca, contribuindo para diversificar a sua economia, ações de
empresas dos Estados Unidos, internacionais, inclusive da Petrobras, da Vale do
Rio Doce, do Itaú, do Bradesco, das mais rentáveis empresas brasileiras. Isso
significa que nós contribuímos para que eles fizessem isso lá. Até
empreendimentos imobiliários. O fundo passou de 01 bilhão de dólares, no
início dos anos 80, para 49 bilhões de dólares hoje. Suponhamos que estivesse o
Vereador César da Silva Nascimento. Posso lhe fazer uma pergunta pessoal? Na
sua família quantos são, em casa?
O SR. CÉSAR DA SILVA NASCIMENTO -
Somos cinco.
O SR. EDUARDO SUPLICY - Cinco pessoas:
marido, mulher e “cinco” filhos. Cinco não, três filhos. Marido, mulher e três
filhos. Se o Vereador César e os demais gostarem da ideia, a Prefeita também e
resolverem fazer algo semelhante aqui, entre 1º de janeiro e 31 de março, o
Vereador César preencheria um requerimento, um “application form”, uma
página só, dizendo que é César da Silva Nascimento, trabalha na Câmara
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Municipal de Cubatão, responde por suas crianças de até 18 anos, por elas
recebe. Tem que demonstrar que está vivendo aqui há 01 ano ou mais e se foi
viajar: “Fui até o Alasca verificar o que o Senador Suplicy explicou, se era uma
boa ideia. Fui ver e achei que valeu a pena. Propus aqui e agora está valendo
também em Cubatão”. Poucas perguntas mais e duas pessoas que o conhecem
bem, testemunham que a declaração é verdadeira. Se estivesse lá e assim tivesse
agido, entre 1º de janeiro e 31 de março, ao chegar à última semana de setembro
ou primeira de outubro, por transferência eletrônica para sua conta bancária ou
se preferiu, por cheque enviado à sua residência, se lá estivesse residindo há 01
ano ou mais, teria recebido, nos primeiros anos 80, 300, depois 400, depois 500
e assim por diante. Em 2008, quando o preço do petróleo foi “lá para cima”,
cada residente há 01 ano ou mais no Alasca, recebeu 03 mil, 269 dólares por
pessoa. Numa família de cinco pessoas, como a do César, seriam 16 mil e 300
dólares para a família, pelo direito de todos partilharem da riqueza comum do
Estado do Alasca. Qual foi a consequência? Em 1980, antes de começar isso, o
Alasca era o mais desigual dos cinquenta estados norte-americanos. O mais
recente “Coeficiente de Gini” de desigualdade mostra que o Alasca, 30 anos
depois dessa experiência, tornou-se o mais igualitário dos cinquenta estados
norte-americanos. Hoje, é considerado “suicídio político” para qualquer
liderança do Alasca, propor o fim desse sistema. O que o senhor achou da ideia?
O SR. CÉSAR DA SILVA NASCIMENTO -
Maravilhosa. Espero que nós consigamos implantá-la em nossa cidade. Seria
maravilhoso!
O SR. EDUARDO SUPLICY - Vamos perguntar ao
povo aqui. Alguém aqui não gostou da proposta? Levante a mão, por favor.
(Pausa). Todos gostaram?
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- Palmas.
O SR. EDUARDO SUPLICY - Está na hora? Eu
estou concluindo mesmo. Eu quero lhes dizer, que ainda mais levando em conta
o problema que ocorreu aqui em Cubatão, em fevereiro de 2012, é mais do que
justo que a cidade seja beneficiada pelo “Programa Minha Casa, Minha Vida”.
Como Senador, eu quero me colocar à disposição da Prefeita e dos Vereadores,
que junto com a Deputada Maria Lúcia Prandi, nós iremos transmitir a
mensagem ao Ministro das Cidades e à Presidenta Dilma, porque será ótimo se
Cubatão fizer parte do “Programa Minha Casa, Minha Vida”, tendo em vista
inclusive os problemas que aqui ocorreram. Quero me colocar à disposição da
população. Cubatão já está entrosada com o programa da CDHU, para avançar,
mas se não há o suficiente, eu me disponho a ajudar Cubatão a ampliar os
programas habitacionais, que também são tão importantes. A Renda Básica de
Cidadania constitui um dos instrumentos de política econômica para a
realização, a construção, de uma sociedade justa. Apenas para concluir, porque
tenho poucos minutos, permita-me lhes dizer que tenho a convicção, assim
como o Filósofo e Economista Philippe Van Parijs, de colocar em prática os
princípios da justiça, elaborados por John Rawls, no livro “Uma Teoria da
Justiça”, uma obra de 1971. São os princípios: igual liberdade, diferença e
igualdade de oportunidades. Vou explicar os três princípios. Igual liberdade
significa que toda pessoa deve ter um conjunto de liberdades básicas
fundamentais, como o de ir e vir, o de livre expressão, o de livre associação, o
de votar e ser votado e outros, que deve ser estendido a todos na sociedade. O
princípio de diferença diz que se for para haver alguma diferença
socioeconômica num país, só deverá existir se for para beneficiar os que menos
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têm e de maneira a prover igualdade e oportunidades a todos. Como explicar o
princípio da diferença? Suponhamos que aqui nós tenhamos um bom time de
futebol, mas queremos fazer com que o nosso time seja o campeão neste ano.
Contudo, em nosso time há alguns Jogadores formidáveis de futebol, de
basquete, digamos como o “Pelé”, como o “Garrincha”, como o Neymar, como
a Hortência, como a Marta e assim por diante. Então, nós vamos dizer a esses
craques: “Olha, como vocês jogam excepcionalmente bem, nós vamos dar a
vocês uma remuneração melhor do que a nossa, para que vocês deem o melhor
de si. Nós também vamos receber alguma coisa para dar o nosso melhor, de tal
maneira a ver se o nosso time tenha o melhor resultado possível”, ou seja, nós
vamos até concordar que haja diferenças de remuneração entre nós e esses
craques formidáveis, mas para o benefício de todos nós. O Professor
Philippe Van Parijs, no seu livro “Real Liberdade para Todos”, explica bem que
se quisermos aplicar bem esses princípios de justiça, o melhor será instituir uma
Renda Básica de Cidadania, cuja maior vantagem é justamente aquilo que eu
mencionei no início, de aumentar o grau de liberdade para todos na sociedade.
Por exemplo, para aquele jovem que por falta de alternativa para a sua
sobrevivência resolve se tornar um “aviãozinho”, um membro da quadrilha de
narcotraficantes ou para aquela jovem, que pela mesma razão, às vezes por não
ter o que dar de comer aos seus em casa, resolve então vender o seu corpo,
enfim, para essas pessoas, no dia em que houver uma Renda Básica de
Cidadania, para elas próprias e para todos da sua família, elas vão ganhar o
poder e dizer: “Não, eu não vou aceitar essa única alternativa, que vai ferir a
minha dignidade, que vai colocar a minha saúde, a minha vida em risco. Agora,
quem sabe eu possa fazer um curso, aguardar um tempo, porque eu e todos na
minha família temos o suficiente pelo menos para nos alimentar, poder ter
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alguma condição de vida. Então, vou aguardar um pouco, fazer um curso, até
que surja uma oportunidade mais de acordo com a minha vocação e com a
minha vontade”. É neste sentido, portanto, que a Renda Básica de Cidadania
elevará o grau de liberdade e de dignidade a todos desta sociedade. Quem sabe
Cubatão, em breve, possa ser um exemplo da Renda Básica de Cidadania. Muito
obrigado prezado Presidente desta Câmara, Vereador Wagner Moura. Agradeço
muito pela oportunidade de explicar a todos. Não vou ter o meu livro para todos,
mas acho que tenho o suficiente para cada Vereador. Obrigado!
- Palmas prolongadas.
O SR. PRESIDENTE - Esta Presidência convida os
Vereadores que integram este Poder, para prestarmos juntos, justa homenagem
ao Exmo. Sr. Eduardo Suplicy, DD Senador e Orador Oficial desta solenidade.
- Sob palmas, o Sr. Presidente e os Vereadores presentes, prestam
justa homenagem ao Sr. Eduardo Suplicy.
O SR. EDUARDO SUPLICY - “Câmara Municipal
de Cubatão. Estado de São Paulo. Homenagem do Poder Legislativo Cubatense
ao Exmo. Senador Eduardo Suplicy, Orador Oficial da Sessão Solene
comemorativa ao 65º aniversário da emancipação político-administrativa do
Município de Cubatão. Cubatão, 10 de abril de 2014. 481 anos da fundação do
povoado, 65 anos da emancipação. Vereador Wagner Moura dos Santos,
Presidente, Vereador César da Silva Nascimento, Vice-Presidente, Vereador
Ivan da Silva, 1º Secretário, Vereador Fábio Alves Moreira, 2º Secretário,
Vereadores Adeildo Heliodoro dos Santos, Ademário da Silva Oliveira,
Aguinaldo Alves de Araújo, Fábio Moura dos Santos, Jair Ferreira Lucas,
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Ricardo de Oliveira e Severino Tarcício da Silva”. Agora, gostaria de retribuir
esta homenagem, dando a cada um dos Vereadores um exemplar do meu livro.
Espero que tenha para todos.
- Palmas prolongadas.
O SR. PRESIDENTE - Neste instante, convido os
Musicistas Rodrigo Araújo Vilela e Thiago Xavier Barbosa, que formam o Duo
de Saxofones da Banda Marcial de Cubatão, que tem sob sua regência o Maestro
Alexandre Felipe Gomes, para uma apresentação artística especial.
- Os Musicistas Rodrigo Araújo Vilela e Thiago Xavier Barbosa,
interpretam as canções: “Blue Eyes Crying In The Rain”, de autoria de Willie
Nelson e “Samba do Avião”, de autoria de Antônio Carlos Jobim.
- Palmas prolongadas.
O SR. PRESIDENTE - Concedo a palavra à Exma.
Sra. Professora Marcia Rosa de Mendonça Silva, DD Prefeita Municipal de
Cubatão.
A SRA. MARCIA ROSA DE MENDONÇA SILVA
- Boa noite a todas e a todos. Quero cumprimentar muito especialmente o nosso
Senador da República, fundador do Partido dos Trabalhadores, único Partido ao
qual me filiei em toda a minha vida. Quero dizer, Suplicy, que eu tenho muito
orgulho de estar caminhando com você por todos esses anos. Eu tenho orgulho
da sua história, o Brasil tem orgulho da sua história e como o Ivan leu aqui, o
Brasil reconhece o seu trabalho, sua história, sua dedicação por um país mais
justo, mais igualitário. É uma honra recebê-lo em Cubatão como Orador Oficial,
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para comemorar os 65 anos da emancipação político-administrativa da nossa
cidade. Parabéns!
- Palmas.
A SRA. MARCIA ROSA DE MENDONÇA SILVA
- Quero cumprimentar o Dr. Antônio Carlos Messias, Delegado Titular do
Município de Cubatão. Quero cumprimentar o nosso sempre Juiz, Dr. Frederico
Messias. Quero cumprimentar a nossa Deputada Federal, Maria Lúcia Prandi.
Quero cumprimentar os Vereadores desta Casa, começando aqui pelo Jair,
Companheiro do PT. Quero cumprimentar o Jair, conhecido como “Jair do Bar”.
Quero cumprimentar o Ivan, o Fábio Moura, aliás, eu já ia errar né, porque são
irmãos. Nós temos nepotismo aqui na Câmara, o Fábio é irmão do Presidente,
que é o Wagner. Quero cumprimentar aqui o César, que todos já sabem que não
tem cinco filhos! Não é, César? Por enquanto. Quero cumprimentar o nosso
Vereador “Roxinho”. Quero cumprimentar a Primeira-Dama do Município, que
se retirou agora, há poucos minutos, a minha mãe, “Dona Darcy”. Agradeço a
ela pela presença, não só aqui na Casa, mas na minha vida, na vida da minha
família e na vida desta cidade, ajudando as pessoas que mais precisam. Quero
cumprimentar o Presidente da Câmara, Wagner Moura e parabenizar aqui pela
indicação do Orador Oficial, o Senador da República Suplicy. Quero
parabenizá-lo, Wagner, pelo seu trabalho na condução desta Casa, junto com os
Vereadores, que têm a responsabilidade, como bem colocou aqui o nosso
Senador, de lutar todos os dias, incansavelmente, por uma cidade mais justa,
mais humana, mais igualitária, mais democrática. Principalmente mais
igualitária, limpa e ética. Parabéns!
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- Palmas.
A SRA. MARCIA ROSA DE MENDONÇA SILVA
- Quero cumprimentar ainda o Vereador de Itanhaém, “Conrado” e o Vereador
“Gilberto”, do Guarujá, que foi embora, mas tudo bem, vale o cumprimento,
porque ele ficou até quase agora. Quero cumprimentar o Waldir Caobianco,
representando o CIESP aqui em Cubatão e agradecer pela parceria das indústrias
da nossa cidade com o governo e com a população. Quero agradecer à
“Carolina”, representando a Refinaria de Cubatão. Quero agradecer ao Vereador
“Soares”, do DEM, Vereador do Guarujá, ao “Marcelo”, Presidente da Câmara
do Guarujá, ao Vereador “China”, do PMDB, também do Guarujá, ao Vereador
“Tody”, do PMDB, do Guarujá e ao Vereador “Nicolaci”, do PROS, também do
Guarujá. O Guarujá presente aqui na nossa cidade. Quero agradecer e
cumprimentar os Companheiros Vereadores “Jura” e “Alfredo”, da cidade de
São Vicente. Quero cumprimentar ex-Vereadores também, pois quem passa,
constrói, escreve a história neste local, que é o templo da democracia. Sempre
digo que o Legislativo é o templo da democracia brasileira. Quero cumprimentar
a “Zilda”, que é ex-Vereadora e cumprimentar o Armando Campinas Reis, ex-
Presidente desta Casa. Não vou conseguir citar todos e todas, mas cumprimento
a todos os Secretários e Secretárias, equipes do nosso governo aqui presentes,
por meio do meu Secretário Jurídico, “Dr. Toledo”. Na pessoa do “Dr. Toledo”,
cumprimento toda a equipe de governo. Vou ser bem breve, Suplicy, começando
pelo final da sua fala e dizendo que esta cidade tem o “Minha Casa, Minha
Vida”, que é um projeto em andamento. É preciso que se entenda que numa
democracia, nós não vamos lá, construímos a casa e “ponto final”. Não é só ter o
recurso, a vontade, o desejo, o sonho, a demanda, a carência da nossa população.
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Temos uma região e gostaria que o senhor levasse essa preocupação mais uma
vez ao Senado da República, em que os problemas ambientais são imensos.
Cada vez que vamos fazer alguma coisa que mexa com questão ambiental, nós
ficamos dependentes de licenças ambientais, por 05, 10 anos, para conseguir
mexer em alguma coisa. Queria lembrá-lo e agradecer-lhe, Senador, por sua
visita aqui, a população lembra, em 22 de fevereiro de 2013, quando metade da
nossa população estava debaixo d’água. Havia sessenta e cinco mil pessoas
debaixo d’água, pessoas que perderam tudo e o “tudo” dessas pessoas, era muito
pouco, mas era tudo que elas tinham. Um dos grandes problemas da nossa
cidade é a questão do desassoreamento dos rios. Nós estamos, há 30 anos,
pedindo para desassorear os rios desta cidade, que transbordaram e deixaram a
população debaixo d’água. Aí tem os entraves burocráticos, as licenças
ambientais e principalmente a questão da responsabilidade dos entes federados,
sendo de responsabilidade do Governo do Estado o desassoreamento dos rios.
Esta é uma reivindicação da comunidade, que “correu lista”, fez abaixo-assinado
nas ruas, colheu mais de cento e cinquenta mil assinaturas, pedindo ao Governo
do Estado, com urgência, o desassoreamento dos rios. Graças a Deus neste ano,
até o momento, nós não tivemos nenhuma tragédia. Apesar das chuvas intensas
em alguns períodos, nós não tivemos a tragédia do ano de 2013. Com relação
aos projetos habitacionais do “Minha Casa, Minha Vida”, a Vila dos Pescadores,
por exemplo, está incluída no projeto habitacional “Minha Casa, Minha Vida”.
O projeto habitacional do PAC, que envolve a Vila Esperança, envolve sete mil
famílias, também está em andamento. Eu queria dizer que quanto aos projetos
habitacionais, o Município de Cubatão – o Município de Cubatão –
proporcionalmente, tem o maior projeto habitacional deste país. Deste país!
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- Palmas.
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- Hoje nós não retiramos as pessoas simplesmente: “Olha, vou construir aqui,
tira todo mundo e joga debaixo da ponte”. Para começar a construção do projeto
do PAC, na Vila Esperança, nós tivemos que antes construir novecentos e
quarenta unidades habitacionais. Eu quero lembrar que o Wagner era, na época,
Secretário de Obras e conduziu o processo da construção dessas novecentos e
quarenta unidades habitacionais, em que nós removemos a comunidade do
CAIC, para lá iniciarmos a construção do projeto habitacional. Então, os
projetos caminham e muitas vezes não com a velocidade do nosso sonho, do
nosso desejo, da nossa vontade, mas eles estão acontecendo como nunca
aconteceram em nenhum outro momento da história deste país. Acho que o
Senador foi muito feliz quando falou dos projetos encaminhados pelo Presidente
“Lula” e pela Presidente Dilma, que mudaram a história do nosso país, muito
especialmente na questão da renda, na questão da inclusão à Educação, na
questão da Saúde e na questão habitacional. Nós vivemos uma grande revolução
do ponto de vista da inclusão social. No entanto, registro aqui, na data de hoje,
em que comemoramos no dia de ontem, 65 anos de emancipação político-
administrativa do Município de Cubatão, que esta é uma cidade, Senador, para
ninguém esquecer. Não esquecer o que é Cubatão, tanto do ponto de vista
ambiental, do que significou esta cidade receber o primeiro polo petroquímico
deste país, do que significou esta cidade abrigar a primeira usina geradora de
energia, do que significou para o país esta cidade levar água para toda a região
da Baixada Santista, do que significou e significa para o país, esta cidade abrigar
a primeira refinaria da Petrobras e umas das maiores siderúrgicas do país, que é
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a Usiminas, antiga Cosipa, do que significou para esta cidade ser conhecida
como “Vale da Morte” e recuperar sua autoestima somente em 1992, com o
reconhecimento pela ONU, como “Cidade-símbolo da Recuperação Ambiental”.
No entanto, o passivo social está presente. Quando o senhor cita aqui, que são
aproximadamente quatro mil famílias que têm direito ao “Bolsa Família” em
Cubatão, porque têm uma renda inferior a 70 reais por pessoa, nós temos desse
percentual aproximadamente vinte mil pessoas. Então, nós temos 22% desta
população dependente de complementação de renda. Aí, eu entro na contradição
quando os dados apontam que a arrecadação “per capita” é uma das maiores do
Estado de São Paulo e do país. Para onde vai, a riqueza que esta cidade produz?
Onde está a riqueza que a cidade produz? Quando se quer discutir seriamente a
questão da distribuição da renda e da questão tributária, muitas vezes pessoas
que não agem com a decência e a boa fé que são necessárias, levam esse debate
para aquilo que é pequeno. Para se discutir Receita Tributária, nós temos que
discutir sobre tributos. Não existe milagre, tem que dividir. O senhor sempre
colocou isto. Quem tem mais tem que dividir com quem tem menos. Não tem
segredo. Não existe a possibilidade de criar recurso, criar riqueza, sem que haja
essa justiça na distribuição dessa riqueza. Aí, eu digo que esta cidade, Senador, é
exemplo para o Brasil e para o mundo, do que não se deve fazer. O senhor bem
disse aqui, que Cubatão foi a última cidade a ter autonomia política, a poder
eleger o seu próprio Prefeito e após a conquista da autonomia, a cidade elegeu
dois Prefeitos, que antes eram Interventores e que permaneceram no poder
durante 20 anos. O que significou não eleger Prefeitos? O que significou para
Cubatão não ter uma Constituição que exigisse ingresso através de concurso
público? Eu vou dizer o que significou. Significou uma folha de pagamentos
hoje, que é proporcionalmente a maior do Brasil inteiro: 350 milhões de reais.
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Significou Senador, salários dos quais muitos dizem: “Ah, mas ninguém
recebe”. Claro, a Prefeita corta, mas corta com benefícios e chegam a mais de 30
mil por mês. Salários que chegaram a 50, 60, 70, 80, 90, 100, 120, 167 mil reais
por mês! Está lá no holerite do funcionário. Holerite abate teto constitucional,
porque um dia esse funcionário ainda quer buscar na Justiça o direito de receber
a vergonhosa quantia de um salário de 167 mil reais, quando grande parte do
nosso povo mora em palafitas, em cima do mangue, sem o mínimo de dignidade,
numa cidade tão rica como a nossa. É aí onde está o dinheiro.
- Palmas.
A SRA. MARCIA ROSA DE MENDONÇA SILVA
- Mudar isso é uma história de luta e enfrentamento muito grande, porque eu até
entendo que quem está ganhando seus 50 mil há muito tempo, foi porque
alguém colocou ele lá, alguém incorporou ao salário dele, alguém deu os
benefícios para ele. Ele tem uma família muito grata a ele, né? Muitas pessoas
muito gratas e também tem uma renda que foi comprometida. As pessoas
passam a viver de acordo com a sua renda e alguém diz: “Vou cortar”, aí, você
muda a vida das pessoas. Agora, esse passivo, infelizmente, Senador, não foi
visto em 1988, quando o Brasil promulgou a Constituição da República
Brasileira. Não contabilizaram o déficit e a dívida do passado. Entregaram as
Prefeituras aos Prefeitos, para o período da democracia, com precatórios, dívidas
e uma “máquina pesada, emperrada” e difícil de governar com democracia, com
seriedade e com distribuição de renda. Então, deste passivo, Cubatão é exemplo.
Tive a oportunidade de participar de um Congresso em Brasília, onde estavam
mais de cinco mil Prefeitos, representados, do Brasil inteiro. Tive que assistir, o
que foi projetado no telão, dizendo: “Olha a cidade que tem a maior injustiça na
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distribuição de renda do ponto de vista dos salários dos funcionários públicos
contratados antes de 1988”. É a minha cidade, é Cubatão. Hoje, Senador, eu
tenho funcionário público que mora lá no barraquinho humilde. Muitos
funcionários estão inscritos no “Minha Casa, Minha Vida”, porque eles ganham
um salário líquido de 900, no máximo 1.000 reais e aí, nós complementamos
com o “Cartão Cidadão” e tantos outros projetos que nós temos, como o “ticket
alimentação”. Agora, enquanto esse leva 1.000 reais para casa, estando
trabalhando, muitas vezes, 30, 35 anos como funcionário público, outros
“entraram pelas portas dos fundos” e em pouquíssimo tempo se aposentaram e
levam para a sua aposentadoria, vivendo em outros lugares, merrecas de 35, 40
mil reais por mês, para gastar em outro lugar. É por isso que a cidade de
Cubatão é vista o tempo inteiro como a cidade da contradição: a cidade rica e o
povo pobre. A cidade rica e o povo pobre! Enfrentar esse problema não é
trabalho para uma Prefeita sozinha, não é para um Senador da República
sozinho. Tem que ser trabalho de uma cidade inteira. As pessoas têm que se
envolver nesta cidade, para buscar essa justiça que muitos clamam. O Dr.
“Frederico” está aqui, ele é um Juiz e sabe que está na Constituição, que todo
mundo tem direito à educação. Dr. “Frederico”, um Juiz me deu 24 horas e disse
assim numa liminar: “Prefeita, coloca essa criança na creche”. Quando eu
cheguei aqui, Dr. “Frederico”, tinham trezentas e poucas vagas em creches, hoje
têm quase quatro mil vagas, mas mesmo assim, eu não consigo colocar todas as
crianças em creches.
- Palmas.
A SRA. MARCIA ROSA DE MENDONÇA SILVA - Aí,
Dr. Frederico, uma liminar de um Juiz dá o direito a uma criança passar na
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frente de tantas outras mais excluídas, tão mais excluídas, que não conseguiram
chegar a um Advogado. Aí, ela passa na frente para ser atendida. Eu quero dizer
que nós administramos o melhor hospital público do país inteiro. Quem conhece
sabe. Só que Santos fecha a Maternidade e para onde o pessoal vai? Vem para
Cubatão. A falta de atendimento na Saúde nas cidades da região faz com que as
pessoas venham para esta cidade. Aí a fila do medicamento aumenta, a fila para
a UTI aumenta. Eu já presenciei e não foi uma vez só, pessoas que nasceram
nesta cidade, vieram para cá na época dos bananais. Eu sou uma delas. Sou
descendente de pessoas que vieram pra cá na época em que Cubatão era um
grande bananal. Vi pessoas que morreram, porque não tinha um leito de UTI.
Hoje nós temos doze leitos de UTI, mas nenhum deles estava ocupado por
nenhum munícipe da nossa cidade. Tem alguma coisa errada. Tem alguma coisa
errada quando se distribui recursos do Governo do Estado, quando o Estado
distribui aos municípios e não distribui igualmente à nossa cidade. Isso é justiça
social. Nós recebemos do Governo do Estado 0,1% de verba para a Saúde! As
outras cidades recebem leitos e medicamentos. Itanhaém recebeu duzentos
leitos, mas é uma cidade que não comporta uma população para serem utilizados
duzentos leitos. Aqui nós não recebemos um leito. Aqui nós recebemos
promessas, muitas promessas, mas uma solidão muito grande para governar
tantos problemas. Falta no olhar de todos aqueles que são gestores, aquilo que
temos que colocar no peito, que é o amor pelas pessoas. Amor! Só isso! Se você
conseguir colocar dentro do teu peito o amor pelas pessoas e que você precisa
cuidar das pessoas, independentemente da bandeira partidária que eles tenham,
da religião em que elas estejam e que você precisa cuidar de todas as pessoas
com amor, com igualdade, com fraternidade, você estará construindo, dia a dia,
um país melhor, um país mais justo, um país mais humano.
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- Palmas.
A SRA. MARCIA ROSA DE MENDONÇA SILVA
- Eu costumo comemorar vitórias, porque eu acho que a nossa vida, o tempo
inteiro, é de luta, de luta e nós fazemos as nossas escolhas. Eu comemoro
vitórias. Há pessoas que não têm capacidade de comemorar vitórias e aí, elas
comemoram a derrota alheia. É o tamanho da pobreza.
- Palmas.
A SRA. MARCIA ROSA DE MENDONÇA SILVA
- Este é o tamanho da pobreza. Eu queria finalizar dizendo, Senador, que
quando eu cheguei a esta cidade não tinha cinema, não tinha teatro, não tinha
abrigo nos pontos de ônibus, não tinha Cobrador dentro dos ônibus, sequer tinha
ônibus, porque eram todos velhos, quebrados. Não tinha vaga em creche, não
tinha elevador nas escolas. Eu tenho hoje uma cidade que tem o maior parque
público de toda a região da Baixada Santista, que tem cinema, que tem teatro.
Todas as escolas com dois pavimentos têm elevador. Eu cheguei aqui e até teve
gente reclamando sobre isso no desfile: “Prefeita, mas tem gente reclamando,
que tem ar-condicionado quebrado nas escolas”. Eu falei: “Que bom! Que bom,
porque quando eu cheguei aqui não tinha nem ventilador nas escolas. Eu
coloquei os ares-condicionados nas escolas”.
- Palmas.
A SRA. MARCIA ROSA DE MENDONÇA SILVA
- É claro que no verão intenso o ar condicionado quebra mesmo, como quebra
na nossa casa e há dificuldade hoje para encontrar pessoas especializadas para
consertar. Hoje, até quem compra, tem que aguardar um tempo para instalar. As
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nossas UBS’S, construídas em parceria com o Governo Federal, todas, têm ar-
condicionado. O nosso Hospital tem ar-condicionado em todos os quartos, ou
seja, nós temos hoje uma cidade que não tínhamos. Temos muito, mas muito,
mas muito, Senador, para fazer, nós temos muito para fazer, mas essa disposição
de luta nós também temos. Vamos entregar agora, neste ano, o maior Centro
Vocacional Tecnológico de toda a região Sudeste. Está aqui o Presidente do
CIESP, que foi um grande parceiro, junto com as empresas da cidade, muito
especialmente a Usiminas. O “Luiz” está aqui e a Usiminas colaborou na
construção desse Centro Vocacional Tecnológico, para a qualificação dos nossos
jovens para o mercado de trabalho. Nós fomos selecionados, dentre muitos
municípios brasileiros, para receber agora, com o “Programa Mais Médico”, do
Governo Federal, a Universidade de Medicina, que será instalada nesta cidade
ainda neste ano, com vestibular e ingresso em janeiro de 2015. Esta é uma
grande conquista.
- Palmas.
A SRA. MARCIA ROSA DE MENDONÇA SILVA
- Nós já estamos também na fase de aprovação do projeto, para o início das
obras e toda a fase mais difícil, que é projeto, aprovação, licença, já foi
concluída, para a construção do primeiro shopping. Olha que coisa: esta, que é
uma das cidades mais antigas do país, está recebendo o primeiro shopping, que,
aliás, será um mega shopping. Com uma torre de trinta e dois andares, com salas
de escritório, com hotel de bandeira Íbis, internacional, no chamado “Quarteirão
da Saúde”. São novos empregos, uma nova cidade, um novo perfil, porque nós
apresentamos o tempo todo, ao longo da nossa gestão, do nosso governo,
Cubatão para São Paulo, para os empresários, para os investidores.
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Apresentamos suas potencialidades, sua riqueza e a capacidade que temos de
crescer e crescer muito e desta vez com distribuição de renda e com justiça
social. Esse grande shopping também compõe a Avenida Martins Fontes e o
“Quarteirão da Saúde”. Por compensação social à construção desse grande
investimento, temos quilômetros de ciclovias, que serão restauradas pelos
empreendedores. Teremos também a construção da maternidade da “Rede
Cegonha”, ali ao lado, no prédio da antiga Policlínica. Estamos em parceria com
o Governo Federal, iniciando neste ano também, o nosso novo Centro de
Especialidades Médicas, um projeto que começamos a discutir há 02 anos, mas
que iniciaremos neste ano. Às vezes, eu escuto as pessoas falando assim: “Olha,
cadê a Policlínica?”. Lógico, as pessoas sabem que ela vai sair, então ficam
cobrando antes. É bom saber: vai sair sim! O Centro de Especialidades Médicas
será entregue neste ano de 2014. Serão construídas cinco novas Unidades
Básicas de Saúde. Estamos ampliando vários programas e projetos sociais de
inclusão, para garantir aquilo que foi aprovado lá em 1996, que é o direito da
criança estar na sala de aula em período integral e independentemente se a mãe
está trabalhando ou não. É direito da criança, é direito dela estar numa escola em
período integral. Não trancada numa escola, mas com atividades em período
integral. Esta cidade, como o senhor pôde ver na nossa Banda Marcial, nos
nossos grupos artísticos, tem uma Escola Técnica de Música, que nenhuma outra
cidade tem. Nós temos investimentos na Saúde, na Educação, na Cultura e no
Esporte, que nos permitem a transversalidade da política educacional,
garantindo aos nossos jovens período integral com valorização da pessoa
humana. É preparar o ser humano para a vida, não meramente para o mercado de
trabalho, para que ele seja uma pessoa feliz, construa uma família feliz e seja
capaz de ajudar a construir uma cidade feliz, uma país feliz, uma nação feliz. É
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este o recado que eu tenho para dar nesses 65 anos da cidade. Que Deus abençoe
a nossa cidade, que Deus a alimente e que cada um de nós tenhamos a força para
dominar dentro de nós o nosso lado não bom, deixando aflorar sempre os olhos
da bondade, da fraternidade e da igualdade. Muito obrigada a todos!
- Palmas prolongadas.
O SR. PRESIDENTE - Neste momento, o Corpo
Coreográfico da Banda Marcial de Cubatão entregará flores à Sra. Prefeita
Marcia Rosa, pela passagem do seu aniversário.
- Sob palmas, o Corpo Coreográfico da Banda Marcial de Cubatão
entrega flores à Sra. Marcia Rosa.
O SR. PRESIDENTE - Esta Presidência, em nome
de todos os Vereadores que integram este Poder, agradece pela participação ao
Exmo. Sr. Eduardo Suplicy, DD Senador e Orador Oficial desta solenidade.
Agradece pela presença à Exma. Sra. Prefeita Municipal de Cubatão, Profa.
Marcia Rosa de Mendonça Silva, ao Dr. Antônio Sérgio Messias, DD Delegado
Titular do Município de Cubatão, ao Exmo. Dr. Frederico dos Santos Messias,
MM Juiz de Direito da 4ª Vara Cível de Santos, à Exma. Sra. Maria Lúcia
Prandi, DD Deputada Federal, bem como, aos Vereadores e ex-Vereadores desta
Casa e às demais autoridades presentes. Agradece aos Vereadores “Roxinho”,
César, “Jair do Bar”, Ivan, Fábio Moura e “Doda”, presentes nesta Sessão.
Agradece também pela participação aos Cantores João Paulo Reis, Deblas
Alves, Róbson Dimas e Daniela Martins, integrantes do Coral Zanzalá e ao
Pianista Décio Carrion, bem como ao Duo de Saxofones e ao Corpo
Coreográfico da Banda Marcial de Cubatão. Agradece pelo brilhantismo dado
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ao evento. Agradece ainda à Imprensa e à comunidade em geral, pelo prestígio
dado a esta Sessão. Por fim, agradece aos funcionários desta Casa pela
organização e à Petrobrás, nas pessoas da Sra. Carolina da Cruz Costa, Gerente
de Comunicação e do Sr. Rogério Daisson Santos, Gerente Geral da Refinaria
Presidente Bernardes de Cubatão, pelo apoio dado à solenidade. Declaro
encerrada a presente Sessão Solene.
- LEVANTA-SE A SESSÃO. (22h36m).