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Câmara Municipal de Curitiba ATAS DAS REUNIÕES ATA 3ª AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PLANO DIRETOR DE CURITIBA SOBRE A MOBILIDADE CICLOVIA DA COMISSÃO DE URBANISMO E OBRAS PÚBLICAS, REALIZADA NO DIA CINCO DE JUNHO DE DOIS MIL E QUATORZE, SOB A PRESIDÊNCIA DO VEREADOR JONNY STICA. Às 14h30min, inicia-se a reunião com a presença dos seguintes Srs. Vereadores membros da Comissão: Jonny Stica, Bruno Pessuti, Felipe Braga Côrtes e Toninho da Farmácia; com a ausência do Vereador Hélio Wirbiski. Compondo a Mesa dos trabalhos os seguintes convidados: Goura Nataraj, Antonio Carlos Mattos Miranda, Rodolfo Jaruga, Mauro Ribeiro e Cassiano Ferreira Novo. O SR. PRESIDENTE:- Agradecemos a presença de todos. Além dos Vereadores da comissão, convidamos também para compor a Mesa o Presidente do Ippuc, sempre presente conosco nas audiências, Sérgio Pires. Na sequência chamaremos para compor os palestrantes, primeiro fazer uma saudação inicial. Esta é a terceira audiência pública temática do Plano Diretor na Câmara Municipal de Curitiba. Tivemos a primeira que foi da economia criativa, a segunda audiência da sustentabilidade e meio ambiente, e esta terceira audiência vamos tratar da ciclomobilidade. Então, o papel das bicicletas, da mobilidade alternativa, de como é possível termos outros modais na Cidade de Curitiba. Esse é o desafio de hoje. A audiência de hoje fecha o primeiro semestre de audiência aqui da Câmara Municipal, e o segundo semestre teremos as demais audiências, a cada quinze dias• Todas elas estão sendo sistematizadas pelo CAU - Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Gostaria de convidar para compor a Mesa o Sr. Jéferson, Presidente do CAU, ele que é responsável pela sistematização do Plano Diretor. Então, tudo o que é colocado aqui por vocês como sugestão, está sendo gravado tanto em vídeo como com as notas taquigráficas. Agradecer também ao pessoal da Câmara que trabalha de forma permanente no Plano Diretor. Isso é feito depois um trabalho, a cada duas audiência, no Conselho para sistematizar essas ideias no formato de texto, para enviarmos como sugestão ao Poder Executivo, aqui representado pelo Sérgio, que tem feito as audiências da Prefeitura. Inclusive hoje ele vai estender o convite a todos para a audiência regional da Prefeitura, à noite. Estaremos lá presentes. Assim se faz o processo. Tem um Poder Executivo que tem o seu trabalho que é de fato mandar o Plano à Câmara Municipal de Curitiba, e de preferência já com sugestões da sociedade, que são essas sugestões dadas passo a passo, tanto aqui na Câmara como nas audiências da Prefeitura. Fazer um plano com várias mãos, tecendo esse plano, para que quando vir à Câmara Municipal no final do ano, venho de fato bastante discutido, bastante representativo com a sociedade. Então, nós sempre fazemos esse inicial, porque temos a cada audiência um público participando pela primeira vez. Temos claro pessoas aqui que estão em todos os debates. Agradecemos principalmente esses vem em todos os temas aqui na Casa, mas é importante colocar um pouco de como funciona. Hoje o desafio é discutir a

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Câmara Municipal de Curitiba

ATAS DAS REUNIÕES

ATA 3ª AUDIÊNCIA PÚBLICA DOPLANO DIRETOR DE CURITIBA SOBREA MOBILIDADE CICLOVIA DACOMISSÃO DE URBANISMO E OBRASPÚBLICAS, REALIZADA NO DIA CINCODE JUNHO DE DOIS MIL E QUATORZE,SOB A PRESIDÊNCIA DO VEREADORJONNY STICA.

                     Às 14h30min, inicia-se a reunião com a presença dos seguintes Srs.Vereadores membros da Comissão: Jonny Stica, Bruno Pessuti, Felipe Braga Côrtese Toninho da Farmácia; com a ausência do Vereador Hélio Wirbiski. Compondo aMesa dos trabalhos os seguintes convidados: Goura Nataraj, Antonio Carlos MattosMiranda, Rodolfo Jaruga, Mauro Ribeiro e Cassiano Ferreira Novo.                     O SR. PRESIDENTE:- Agradecemos a presença de todos. Além dosVereadores da comissão, convidamos também para compor a Mesa o Presidente doIppuc, sempre presente conosco nas audiências, Sérgio Pires. Na sequênciachamaremos para compor os palestrantes, primeiro fazer uma saudação inicial. Estaé a terceira audiência pública temática do Plano Diretor na Câmara Municipal deCuritiba. Tivemos a primeira que foi da economia criativa, a segunda audiência dasustentabilidade e meio ambiente, e esta terceira audiência vamos tratar daciclomobilidade. Então, o papel das bicicletas, da mobilidade alternativa, de como épossível termos outros modais na Cidade de Curitiba. Esse é o desafio de hoje. Aaudiência de hoje fecha o primeiro semestre de audiência aqui da CâmaraMunicipal, e o segundo semestre teremos as demais audiências, a cada quinze dias•Todas elas estão sendo sistematizadas pelo CAU - Conselho de Arquitetura eUrbanismo. Gostaria de convidar para compor a Mesa o Sr. Jéferson, Presidente doCAU, ele que é responsável pela sistematização do Plano Diretor. Então, tudo o queé colocado aqui por vocês como sugestão, está sendo gravado tanto em vídeo comocom as notas taquigráficas. Agradecer também ao pessoal da Câmara que trabalhade forma permanente no Plano Diretor. Isso é feito depois um trabalho, a cada duasaudiência, no Conselho para sistematizar essas ideias no formato de texto, paraenviarmos como sugestão ao Poder Executivo, aqui representado pelo Sérgio, quetem feito as audiências da Prefeitura. Inclusive hoje ele vai estender o convite atodos para a audiência regional da Prefeitura, à noite. Estaremos lá presentes. Assimse faz o processo. Tem um Poder Executivo que tem o seu trabalho que é de fatomandar o Plano à Câmara Municipal de Curitiba, e de preferência já com sugestõesda sociedade, que são essas sugestões dadas passo a passo, tanto aqui na Câmaracomo nas audiências da Prefeitura. Fazer um plano com várias mãos, tecendo esseplano, para que quando vir à Câmara Municipal no final do ano, venho de fatobastante discutido, bastante representativo com a sociedade. Então, nós semprefazemos esse inicial, porque temos a cada audiência um público participando pelaprimeira vez. Temos claro pessoas aqui que estão em todos os debates.Agradecemos principalmente esses vem em todos os temas aqui na Casa, mas é

importante colocar um pouco de como funciona. Hoje o desafio é discutir a

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importante colocar um pouco de como funciona. Hoje o desafio é discutir aciclomobilidade. Qual é o papel de Curitiba, da Prefeitura, do poder público, daprópria Câmara Municipal, numa formatação de uma Cidade, para que receba debraços abertos as bicicletas. Então, sabemos do empenho hoje da Prefeitura emaplicar um plano de governo onde foi triplicado o número de quilômetros paraciclofaixas. Então, é esse o desafio hoje da Prefeitura. No plano de governo doGustavo Fruet foi colocado "triplicar o número de ciclofaixas, ciclovias, ciclorrotaspara as bicicletas". Um grande desafio de criar uma infraestrutura para as bikes.Sabemos que quando falamos de ciclomobilidade não é somente ciclovias,ciclofaixas, é toda infraestrutura, é pensar no , no sistema de aluguel debike sharingbikes. Tentar visualizar o que tem de melhor no mundo. Se for pegar, por exemplo,um sistema de Paris, o , que a cada trezentos metros tem um ponto de sistemaVélibde aluguel de bikes. Outras cidades aqui mesmo do Brasil já avançaram muito nisso.Tem sistemas aí com bancos patrocinando, em algumas cidades brasileiras.Permitindo que seja viável, de fato, o sistema de aluguel de bikes. Agora não dápara colocar o sistema de aluguel de bikes se não tiver uma rede de ciclofaixas,ciclovias adequada. Por isso, esse desafio maior da Prefeitura. Daí tem todo odesdobramento disso. Não adianta ter a rede, ter as bicicletas se não tiver umaintegração com os outros modais, se não tiver estacionamento também nos terminaisde ônibus, nos locais de trabalho. Se nos locais de trabalho além do estacionamentode bike não tiver um vestiário adequado, para fazer a troca de roupa, tomar banho,não deixa de ser um transporte onde provavelmente vai chegar suado no trabalho eprecisa fazer essa troca. Isso tem que ser pensado também, isso pode ser feitotambém por lei, pode ser exigido que a partir de um número de empregados numestabelecimento comercial, na indústria, tenha-se um vestiário mais adequado para aquestão da bike. Isso tudo é uma rede que se cria pela bicicleta. Começa porcampanhas educativas, agora necessárias para o respeito ao ciclista, porque nãoadianta também fazer a ciclovia se ainda não entendermos o que é essa ciclofaixa,por exemplo, da Sete de Setembro. Onde pode e o que não pode. Tudo isso necessitade campanha educativa. Então, começa educando, mostrando que existe um outrotipo de modal querendo participar da Cidade, que precisamos respeitar ele, mastambém termina nesses detalhes. A soma de tudo isso vai permitir, de fato, aciclomobilidade. Algumas pesquisas dizem que até cinco quilômetros o modal dabicicleta é mais eficiente, mais rápido, porque você consegue estacionar rápido, sãodistâncias pequenas que a bicicleta por ter essas vias exclusivas normalmenteconsegue atender num curto tempo, enfim com mais eficiência. A bicicleta é muitoviável. Algumas cidades como Copenhagen tem hoje praticamente metade dosdeslocamentos a trabalho feitos por bicicletas. Então, isso é viável, não é umautopia. Estamos tratando de um assunto sério, de viabilidade séria, que não é paralazer. Acho que isso já é consenso no segmento da bike. Acho que o Gora vai falarum pouco sobre isso, o Jaruga também, da bicicleta como elemento principal detrabalho mesmo. Não é mais a bicicleta entre parques, ligando parques da Cidade,como tínhamos no passado de Curitiba. Mas assim como rota de trabalho que jáacontece naturalmente, em bairros como o CIC, hoje. Se for andar no CIC você vaiver um número muito grande de trabalhadores indo de bicicletas. Tudo isso seria umarranjo inicial para colocarmos a temática da prioridade da ciclomobilidade de nossaCidade. Eu acho que é importante passarmos a palavra aos nossos convidados.Temos uma meta, assim como fizemos na última audiência, não nos arrastarmosmuito no tempo inicial para que todos possam falar, e vamos tentar cumprir isso aomáximo. Antes de passar aos nossos palestrantes, gostaria de passar ao Presidentedo Ippuc, Sérgio Pires, para que possa fazer uma saudação inicial a todos vocês. Nasequência iniciaremos os trabalhos.                     O SR. SÉRGIO PÓVOA PIRES:- Meu caro Jonny Stica, sensacional oque está acontecendo com a Câmara Municipal. Essas audiências são um bálsamo,podermos discutir esta Cidade que a gente tanto gosta. Vereador Bruno Pessuti,Vereador Toninho da Farmácia, Vereador Felipe Braga Cortes, Jéfersoncompanheiro de arquitetura, de tantas lutas. Hoje estamos frente a boas questões. A

Prefeitura junto com a Câmara Municipal tem um grande desafio que é discutir a

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Prefeitura junto com a Câmara Municipal tem um grande desafio que é discutir aCidade. Ao final deste ano nós teremos uma proposta enviada do Executivo para oLegislativo, que é o novo Plano Diretor da Cidade. Audiências públicas começaram,o Prefeito lançou essa discussão do Plano Diretor de forma muito feliz, na EscolaJoão XXIII, e lá criamos o Ippuc, a Secretaria de Educação, um projeto chamado"Urbanista Mirim", que faz com que as crianças comecem a participar e discutirplanejamento urbano dentro de suas casas, com seus amigos, professores. Além dasaudiências públicas do Poder Executivo, e do Conselho das Cidades, que dividiu osseus trabalhos em quatro câmaras temáticas, existem as audiências da CâmaraMunicipal. Aí que é o bacana da história. De uma maneira harmônica cada umdando a sua contribuição para a construção de uma Curitiba que todos nós tanto(I)

gostamos. Hoje à noite teremos a nona audiência pública que acontecerá naadministração regional de Santa Felicidade. E, na segunda, a décima naadministração regional da Fazendinha. O que estamos experimentando é que nesseprimeiro momento estamos recebendo contribuições da sociedade e estáacontecendo um negócio interessante, as propostas que tem vindo, Vereador JonnyStica, Jeferson, elas não estão vindo mais tão pontuais, como acontece quandodiscutimos o orçamento, por exemplo. Elas já tem aqui o que chamamos de visão depassarinho, e elas começam a se preocupar com a cidade de uma maneira maisgeral. Porque a pessoa que mora na Fazendinha tem uma perspectiva diferente deCuritiba daquela que mora no Atuba, ou da que mora no Portão, ou da que mora emSanta Felicidade, e assim por diante. E dentro dessas várias áreas, a de transporte emobilidade é uma das mais importantes. Vocês estão acompanhando, nós temosdois projetos que saíram do papel e estão sendo implementados. O primeiro deles éum trabalho extraordinário feito com o Ciclo Iguaçu, com os arquitetos do Ippuc,com o Miranda, que é aquilo que estamos chamando de praça de bolso do ciclista.Se vocês puderem dar uma passada na esquina da Presidente Faria com a SãoFrancisco, vocês vão ver um pequeno lugar, de nove por quatorze, que está sendotomado e está sendo feito a várias mãos. A Prefeitura, através da Secretaria de Obrase da Secretaria de Meio Ambiente, fornecendo os materiais. E a sociedade,capitaneada pelo Goura e demais outros bravos defensores da bicicleta, uma praçaque vai ser de convívio para todos nós. Esse é um grande exemplo. Chamo a todospara nos sábados e domingos se congregarem. Virou um lugar muito agradável, umponto de encontro extraordinário que vai fazer a grande diferença. E esse é oprimeiro de outros tantos que virão. Goura, você não sabe onde você se meteu, poronde passa um boi, passa uma boiada. E outro projeto que vocês estão podendoacompanhar foi uma atitude corajosa do prefeito Gustavo Fruet de implantar na vialenta da 7 de Setembro, da Praça do Japão, até a Mariano Torres, uma via acalmadapara que o ciclista, finalmente, dentro da Prefeitura e dentro da cidade, possa setornar visível. Claro, isso vai ter que mudar, vamos ter que mudar hábitos, costumes.Vamos ter uma campanha educativa sobre isso. Temos que contar com acolaboração dos motoristas de veículos e também dos motoristas de bicicletas, sepodemos chamar desse jeito, porque ainda existem ciclistas que se utilizam da pistado ônibus expresso para chegar de um ponto a outro. Essa questão da mobilidade eda ciclomobilidade, Vereador Jonny Stica, é muito apropriada para o momento.Você está de parabéns, como a Câmara de Vereadores, de trazer essa temática parauma discussão do Plano Diretor. Desejo um dia profícuo a todos nós. Hoje à noitecontinuamos num terceiro turno e todos estão convidados, na administração regionalde Santa Felicidade, para participar das nossas discussões do Plano Diretor.                     O SR. PRESIDENTE:- Concedo a palavra ao presidente do CAU, quetem feito essa sistematização dos trabalhos, para fazer uma saudação e nos contarcomo foi essa primeira sistematização no sábado passado lá no Conselho deArquitetura.                                         O SR. JEFERSON DANTAS NAVOLAR:- Boa tarde a todos.Primeiro, não posso deixar de repetir sempre o momento que estamos vivendo.Depois de muitos anos sem esse convívio, vemos nesse ambiente do Legislativo osdiversos atores que tem muito a contribuir com a cidade que queremos. É um

momento muito feliz, muito bonito que vivemos em Curitiba. O segundo ponto em

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momento muito feliz, muito bonito que vivemos em Curitiba. O segundo ponto emrelação ao tema de hoje, aprendemos nos bancos das nossas academias, Sérgio, a(V)

questão do trânsito, do tráfego, sempre foi, sempre teve umas palavras chaves. Nãoé a minha prática do dia a dia, mas como arquiteto e urbanista essas palavras ficamsempre na nossa cabeça. A questão da hierarquização de vias. Curitiba e a maioriadas cidades de médio e grande porte adota a hierarquização como uma ferramentabásica. E eu fico me perguntando e vou citar aqui um exemplo dizendo de novo quenão é a minha especialidade. Por que se implanta uma ciclovia na MarechalFloriano, do Centro da Cidade ao Boqueirão? Se uma quadra à esquerda ou umaquadra à direita tem uma via que também sobe do Centro de Curitiba e vai aoBoqueirão e tem tráfego local, sem risco de estar convivendo com os ônibusexpressos, trânsito perpendicular, etc e tal. Então, hierarquização entendo que otrânsito deve considerar fundamentalmente alternativas. Então, fica essa pergunta.Outros exemplos na Cidade poderiam ser colocados. Então, por outro lado e nomesmo sentido da hierarquização, vejo muito mais a relação dessas alternativas debicicletas fundamentalmente uma menor distância entre as Ruas da Cidadania, porexemplo. Entre Ruas da Cidadania o tráfego é absolutamente lento, apesar de nãoser uma linha reta. Esse seria ao meu ver, também uma prioridade para alternativade via de trânsito. Então, se formos colocar a bicicleta junto do carro, junto doônibus expresso, para mim como arquiteto, fica um pouco forçando a barra. Só paracomeçarmos o debate. Em resposta a sua colocação, sua pergunta, Stica, temos umcombinado que as fitas degravadas dessas audiências chegam, então, há uma equipeque foi contratada especificamente para este fim, de fazer análise e a pontuação daspropostas das intenções que foram colocadas aqui por todos nessas audiências.Então, já tivemos essa primeira oficina de sistematização com mais de vintepessoas. Estabelecemos um limite de até trinta pessoas que podem participar dessasoficinas. Abre-se convite e temos uma equipe disponível, repito, com os textos quesaem daqui degravados. Um jornalista contratado para fazer essa pontuação e ela ésistematizada num texto inicial que depois de concluídas todas as dez audiências -são dez previstas neste ambiente - esse texto volta para cá para ser aprovado, pontoa ponto, e depois será encaminhado, formalmente à Câmara Municipal. Então,acredito que o conteúdo tem sido de primeira linha, Jonny. Tranquilizo você emrelação a isso. A equipe que está disponível também acredito que é uma equipeprofissional, que está acostumada a fazer audiências de Planos Diretores. Então,vamos com resultado satisfatório já dessa primeira audiência. Muito obrigado.                                         O SR. PRESIDENTE:- Obrigado ao Jeferson e ao Conselho deArquitetura por essa apoio permanente aqui à Câmara. Vamos desfazer a Mesa paraque possamos chamar nossos palestrantes, agradecendo mais uma vez os vereadoresda Comissão de Urbanismo aqui presentes, Felipe Braga Côrtes, Toninho e BrunoPessutti. Vamos fazer assim: são quatro convidados aqui, antes de abrirmos àsparticipações, a ideia é que primeiro chamemos o Goura e o Rodolfo Jaruga, paraque cada um faça, em dez minutos, a explanação. Os dois são parte de tudo o queestá acontecendo de importante na Cidade de Curitiba, pela Ciclo Iguaçu, queconseguiu organizar, de fato, a parte da mobilização social em relação as(K)

bicicletas, com ideias, projetos, com engajamento, não só de movimento social, mastambém técnico, porque tem na sua Associação um caráter técnico bastanteimportante. Eu diria que a Ciclo Iguaçu hoje é o exemplo de participação do terceirosetor, da sociedade civil organizada no poder público. Toda a participação da CicloIguaçu, até hoje aqui na Câmara Municipal e na Prefeitura é de todos os segmentos,não só para bicicleta, mas a forma como a Ciclo Iguaçu se colocou em todos essesavanços que hoje eu diria que são permanentes. Então, é importante essa fala, tantodo Goura, como do Jaruga. Depois nós teremos a fala do Miranda, que é daPrefeitura, responsável por esses projetos. Então, todas as dúvidas que temos,questionamentos, tudo isso podemos falar também com o Miranda. Eu o conheçoantes mesmo da função que hoje desempenha na Prefeitura, e sempre foi entusiasta,criando cartilhas usadas em todo Brasil para mobilidade, conhece profundamente otema. O Ippuc tem a sorte de ter um técnico como o Miranda. É um conhecedor nato

da mobilidade, até porque utiliza esse veículo no seu dia a dia. E, por fim, teremos o

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da mobilidade, até porque utiliza esse veículo no seu dia a dia. E, por fim, teremos oCassiano Ferreira, que vai falar um pouco sobre políticas públicas ligadas amobilidade. Ele é psicólogo, e pode falar um pouco dessa psicologia para o trânsito.Esse seria o nosso painel de 50min no total, a soma de todos os nossos palestrantes.De início, chamamos o Goura para que faça a sua apresentação em dez minutos. OGoura tem graduação e Mestrado em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná,é um dos idealizadores da "Bicicletada de Curitiba 2005", de proposta de ocupaçãocidadã do espaço público, como a Jardinagem Libertária, Jardim Sofia e a Praça deBolso do Ciclista. É professor de Ioga e de Sânscrito, no Celim, Centro de Línguasda Federal, e Coordenador Geral da Ciclo Iguaçu - Associação de Ciclistas do AltoIguaçu. Primeiramente, com a palavra o Goura. Fique à vontade, faça suaexplanação e nos conte um pouco do que a Ciclo Iguaçu vê das suas ideias, do que éo movimento, do que vocês esperam do Plano Diretor de Curitiba para aciclomobilidade.                                          O SR. GOURA NATARAJ:- Boa tarde a todos. Agradecerespecialmente ao Vereador Jonny Stica e os Vereadores presentes, e saudar essainiciativa de discussão da Cidade. Acho que assistimos um momento em que aspessoas querem participar da Cidade, não queremos só receber as coisas prontas,queremos participar ativamente. Eu acho que isso tem que ser estimulado, isso temque ser objeto de políticas que estimulem cada vez mais a participação ativa daspessoas nos rumos que a Cidade vai tomando. Eu vou fazer uma explicação breve,porque creio que muita gente não conhece o que é a Ciclo Iguaçu. Vou apresentaralgumas imagens e conversar um pouco. A Associação de Ciclistas do Alto Iguaçufoi fundada em maio de 2011, e desde o primeiro momento pensamos que nãopodemos considerar Curitiba isolada da Região Metropolitana. Não podemos pensara ciclomobilidade em Curitiba sem falar da ciclomobilidade em Pinhais, em SãoJosé dos Pinhais, em Araucária, em todos os municípios metropolitanos. Eu voumostrar uma imagem mais à frente, o Sérgio comentou da parceria que a CicloIguaçu fez com o Ippuc. Uma das ações que fizemos foi uma pesquisa na Sete deSetembro, no ano passado, justamente para criar subsídios técnicos, dados, para essaação que está sendo implementada aqui agora. E um dado da pesquisa, que estádisponível no site do Ippuc, uma pesquisa fabulosa, o trabalho da Mara, do Ippuc,tem que ser lembrado aqui, de toda equipe, uma tabulação perfeita. E dados muitoimportantes para vermos o uso da bicicleta na Cidade. E o que é que salta aos(M)

olhos ali? Dentre outras coisas, o uso majoritário por trabalhadores, e muita gente,por exemplo, senhores de sessenta anos vindo lá de Pinhais para trabalhar naEduardo Sprada. Então, o uso da bicicleta existe, está aí, é constante. E o AltoIguaçu, então, engloba essa área de atuação, que já estamos presentes, e que cabetambém ao Poder Público Municipal aqui da Capital ter isso em consideração, nóscriarmos essas conexões todas. Bom. Esse movimento todo foi fundado, a CicloIguaçu, em 2011. Mas isso nasce em 2005 aqui em Curitiba, com mais ênfase, commais vigor, com as Bicicletadas, a massa crítica. Esse foi um dos primeiros cartazesda Bicicletada. E a Bicicletada sempre foi uma ação que pretendia chamar a atençãoda sociedade e do Poder Público. Não só do Poder Público, da sociedade também.Porque o desprezo pela bicicleta como modal não é exclusividade do Poder Público,parece que passamos décadas sendo doutrinados a pensar só no automóvel e nãopensar, e não favorecer, e não preservar outras opções de modal, como o JonnyStica falou. Então, outro marco nessa história, que eu acho que estamos vivendo umacúmulo histórico aqui, em 2007, 22 de setembro de 2007, um grupo de ciclistas feza primeira ciclofaixa de Curitiba, a ciclofaixa pirata da Augusto Stresser, ciclofaixaclandestina. Ela foi objeto de um processo administrativo da Prefeitura por crimeambiental, por pichação. Mas ela foi um ponto importante para estarmos hoje emdia, não estamos ainda numa Cidade totalmente ciclável, obviamente que não, masestamos nesse caminho e essa massa crítica está cada vez mais forte. Então, paratermos uma precisão histórica, cumpre lembrar esse fato; e fizemos uma festa paraarrecadar o valor da multa por crime ambiental. E aqui mostrando também essaatuação do movimento, desde lá atrás tentando mostrar para os gestores a

importância do planejamento da bicicleta na rede de transporte da Cidade. Então,

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importância do planejamento da bicicleta na rede de transporte da Cidade. Então,aqui, a Ciclo Iguaçu e a Bicicletada nasceram num movimento artístico, de artistasque estavam pensando a Cidade, em intervenções urbanas e tudo o mais. Tivemosde março até maio essa exposição no Solar do Barão, que culminou com a fundaçãoda Associação. A Associação já nasceu com um propósito bem definido no anoseguinte, de pautar as eleições municipais, de colocar a bicicleta na discussãoefetiva dos candidatos; e conseguimos isso, a bicicleta foi tema da discussãoeleitoral, esteve presente. Pelo que mais me perturbaram nessa foto foi eu estar semcapacete. Então, fica a discussão aqui de que o capacete não é obrigatório, e é muitomais arriscado, o maior risco para o ciclista não é andar sem capacete, o maior riscopara o ciclista é a velocidade dos automóveis na Cidade. Então, é isso que temos detrabalhar: a redução da velocidade para preservar as vidas. Se eu estiver de capacete,e um carro a sessenta, setenta por hora me atingir, não vai ajudar. Nós tambémpromovemos um debate muito importante com os candidatos a Vereador, pelaprimeira vez a Ciclo Iguaçu conseguiu colocar isso, e o Jonny Stica, acho que oBruno Pessuti também estava, não conseguiu ir, e felizmente conseguimos colocar apauta. Rapidamente passando, o que é que a Ciclo Iguaçu tem feito? Dentre outrascoisas, oficina com estudantes de arquitetura e urbanismo sobre planejamentocicloviário. Eu não sou urbanista, mas muita gente fala que existe uma carência naformação dos próprios urbanistas. Então, junto com o Antônio Miranda,promovemos essa oficina. Discussões sobre o Plano Diretor, isso foi recente aqui,junto com o Mobiliza Curitiba. E um fato importante, ano passado, na AssembleiaLegislativa, uma discussão com os municípios sobre a criação de Planos DiretoresCicloviários. E esse foi um material também compilado pela Ciclo Iguaçu paraentrega aos municípios, quase todos os municípios do Paraná. Na OAB, junto(L)

com Ex-Governador e urbanista Jaime Lerner, nós promovemos uma discussão quevem ao encontro do que estamos defendendo, que é o uso das estruturais parabicicletas. Então, nós precisamos pensar o acesso da cidade por bicicleta e o usomais do natural das próprias estruturais que nos anos 70 definiram o corte da cidade.Então, esse slide é do próprio escritório do Lerner e mostra um pouco o conceito,claro que a aplicação pode ser diferente, é diferente, mas o conceito é nós termos oespaço do ônibus, termos o espaço do carro sim, mas termos um espaço queatualmente não existe, que é o espaço da bicicleta. Então, isso tem que aparecer. ACiclo Iguaçu também está rompendo barreiras e alguns limites e tentando levar adiscussão da bicicleta em outras cidades, isso aqui foi um evento em Londrina, juntocom a OAB também e Maringá. E o tema desse evento foi: "buscando a justiça e oequilíbrio na distribuição do espaço público", nós temos cidades totalmente focadasno automóvel e o pedestre, o ciclista e o transporte coletivo ficam em segundoterceiro e quarto lugar. Então, a intenção, acho que cumpre lembrar, muitas dascríticas que estão sendo feitas à Via Calma, por parte de motoristas, obviamente, éde que se criou um terrível engarrafamento, como se antes fosse muito melhor. Oengarrafamento já estava presente, só que agora você tem o espaço da bicicleta, sóisso que tem ser respeitado. Nós vamos ter cada vez mais, essa é nossa defesa,estimulando a bicicleta, menos carros nas ruas, se nós conseguirmos ter mais genteusando a bicicleta e que a cidade seja convidativa para o uso da bicicleta cada vezmais, nós vamos ter obviamente menos carros na rua e isso vai ser bom até mesmopara os motoristas. Para você que só usa o carro, então, torça e respeite para quetenha cada vez mais bicicletas, vai liberar o seu caminho. Aqui foi em Pato Branco,uma audiência, em Pinhais, em São José dos Pinhais, aqui junto com a Urbs, aSetran, saudar o Andreatta da Urbs que está aqui, e lembrando a importância e issoacho que tem ser uma orientação talvez presente, não sei se cabe no Plano Diretor,de que precisamos de um trabalho contínuo de convivência harmoniosa dos modaisna cidade. Então, a Urbs e a Setran têm um papel importantíssimo nisso e o nossopedido é que não seja só um curso de reciclagem genérico, mas que os motoristas deônibus passem por um trabalho, que se sensibilizem realmente ao uso da bicicleta,ao respeito ao modal bicicleta. Isso tem sido feito já em cidades como Recife, SãoPaulo, Florianópolis com resultados muito positivos, então cabe a Curitiba também

avançar nesse aspecto. Outro ponto a ser lembrado, nós não vamos conseguir

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avançar nesse aspecto. Outro ponto a ser lembrado, nós não vamos conseguircumprir a meta da própria gestão de trezentos quilômetros se nó não temosorçamento, então, pedindo aos Vereadores que tem que ter um empenhoorçamentário para que essa meta seja atingida. Não vai ter só boa vontade, nósprecisamos sim de recursos para implantar os projetos que o Ippuc estádesenvolvendo. Então, não adianta ter uma pilha de projetos se eles não saírem dopapel. Outra questão que a Ciclo Iguaçu está puxando é pelo fim ou redução doICMS da bicicleta no Estado e também o IPI zero, que é uma luta nacional juntocom a união dos ciclistas do Brasil. Eu vou terminar com esse item que acho quecumpre estar no que almejamos ver a cidade nos próximos anos é construir centrosacalmados, espaços viários de tranquilidade. Só um dado do Detran, ano passadonós tivemos dois mil, seiscentos e dezoito óbitos por causa do trânsito no Estado doParaná, eu acho que isso é mais do que inaceitável, e isso para nós todos,(T)

sociedade civil e Poder Público, a gente tem que criar um pacto de morte zero deque alguns anos a gente atinja essa meta, isso não é utopia é uma situaçãototalmente plausível que vai vir com a gente acalmando a cidade. Eu comomotorista, respeitar os demais modais, o que já está previsto no Art. 29 do Códigode Trânsito na Lei de Mobilidade Urbana, que dá prioridade ao coletivo sobre oindividual e os não motorizados sobre os motorizados. Aqui é a Praça de Bolso queo Sérgio comentou, está sendo construída neste exato momento, quem puder ajudar.Esse espaço foi inaugurado com a pintura da Mona Caron, essa artista da Suíça queveio no Fórum Mundial e a intenção mesmo partiu da Ciclo Iguaçu, de que esseespaço pudesse ser construído em forma de mutirão colaborativamente e aPrefeitura está cedendo material, estamos trabalhando lá e acho que isso podesignificar uma nova forma de as pessoas da sociedade interagirem com o PoderPúblico, não somente numa forma de demanda, eu quero isso, eu quero aquilo, não,eu quero fazer isso, quero que o Poder Público me ajude a fazer isso. Quandopintamos a ciclofaixa lá poderia muito bem imaginar um cenário, uma política emque os próprios cidadãos em bairros, em áreas possam, com o auxilio técnicoestrutural da Prefeitura, pintarem as próprias ciclofaixas. O sentimento depertencimento que isso gera é totalmente outro, quando estamos falando de umacidade, de ocupação, de pertencimento da cidade vamos ter uma cidade mais segura,vamos ter pessoas que se identificam com laços afetivos, com a cidade. Então, issovai desde políticas de arborização, que a meu ver no próprio Município de Curitibadeveriam ser bem discutidas com a sociedade, as pessoas poderiam participarativamente das politicas de arborização até essa situação que está acontecendoagora. Muito obrigado.                     O SR. PRESIDENTE:- Parabéns! Somos suspeitos para falar, todaComissão de Urbanismo acompanha o trabalho do Goura na Ciclo Iguaçu. Éfundamental o que vocês fizeram para a Cidade, os slides mostraram isso passo apasso, é uma história permanente de briga politica, de conquista, de convencimento,de engajamento, principalmente de fazer agenda com o Poder Público, para fazer ascoisas acontecerem. Então, o fato é um exemplo para a sociedade. Está aqui tambémo pai do Goura, o Jaques Brand, poeta, grande amigo. Quero saudar a VereadoraProfessora Josete. Gostaria de citar algumas pessoas presentes: o Presidente daAssociação Pan-americana dos Arquitetos, João Suplicy; Francisco José Pereira,Fórum Pró-Barigüi; Vanessa, Engenheira Civil e participa do estudo do PlanoDiretor no CAU; Luiz Eduardo Wolf, Coordenador do Curitiba Bikes; TenenteIsmael Veiga, representando a Polícia Militar aqui neste ato; Eduardo Tecerolhi,representante da OAB; Antonio Stolt, Procurador do Município de Curitiba; DanielAndreatta, da Urbs; Marcos Juliano, primeiro representante da sociedade aqui nasfalas, depois vai nos contar um pouco da luta do voto livre, que tem uma lei,inclusive, tramitando nesta Casa; Miguel, representando o IPPUC, depois vamoschamar, na abertura da audiência, à Mesa, o Miguel, que tem vindo em todas asSessões, é o representante do IPPUC no Plano Diretor; Alanea; Aluísio, Da SMELJ,Secretário de Esportes; Walter Xavier, presente em todos os atos do Plano Diretor,(I)

representando a Associação Comercial do Paraná; José Carlos Belotto. Seria

incoerente falar do Goura e do Jaruga sem falar do Belotto, porque desde o começo

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incoerente falar do Goura e do Jaruga sem falar do Belotto, porque desde o começoele faz o mesmo movimento, mas também na Universidade Federal. Quem for naUniversidade Federal e ver aquele paraciclo, é coisa do Belotto. Ele conseguiuimplementar um plano de mobilidade na Universidade Federal e também é uma lutade pelo menos uns quinze anos da vida dele, no mínimo, só com relação àciclomobilidade. Hoje ele é vice presidente da Federação Paranaense de Ciclismo.Rafael Souza, sempre presente, da escola Design Ao Vivo. Erni, sempre presente,da Associação Comunitária Vila Real. Anunciamos e agradecemos a presença doMauro Ribeiro, não sabíamos se daria tempo dele vir, estava na nossa programação.O Mauro Ribeiro foi campeão do Tour de France, um ciclista profissional, umorgulho da nossa cidade. Brevemente vou apresentar o currículo dele. Ele étricampeão paranaense; campeão brasileiro adulto e júnior; campeão Pan-americano81, 82, júnior; campeão mundial 1982; bronze nos quatrocentos metros por equipenos Jogos Pan-americanos de Caracas, 1983; bronze nos quatrocentos metros porequipe nos Pan-americanos de Mar del Plata, 96; campeão da nona etapa do Tour deFrance, 91; campeão da sétima etapa Paris, 91; campeão 90, do Midi Libre;dezesseis vitórias no circuito profissional. Um verdadeiro campeão. Poucos sabemque temos um campeão dessa altura no ciclismo. Tivemos sim um verdadeirocampeão na mobilidade cicloviária, no ciclismo. Ele vai nos relatar um pouco doque viu nas outras cidades, do que tem acontecido de mobilidade. Concedemos apalavra por dez minutos ao Sr. Rodolfo Jaruga, que vai trazer três propostas para aciclomobilidade. Ele é advogado, formado pela Faculdade de Direito de Curitiba;Coordenador Jurídico da Ciclo Iguaçu; membro do Concitiba, integrando a frenteMobiliza Curitiba.                     O SR. RODOLFO JARUGA:- Boa tarde. Muito obrigado, VereadorJonny Stica, pelo convite, por essa possibilidade. Quero dizer que ao futurochegaremos de bicicleta, com certeza. É de bicicleta que chegaremos numa cidademelhor, mais calma, com menos carros, com mais espaço para as pessoas, esobretudo lembrando que cada centavo investido em mobilidade cicloviáriaprivilegia mais o trabalhador do que o empregador. Privilegia muito mais aquelapessoa que vai de bicicleta para economizar o vale transporte, do que aquela pessoaque se endivida para comprar um carro e três anos depois tem que vender porquenão consegue pagar a prestação. Precisamos chegar ao futuro de bicicleta einvestindo dinheiro em estrutura para a ciclomobilidade. Como estamos tratando darevisão do Plano Diretor, e é no Plano Diretor que os advogados e os arquitetos seencontram, porque se trata de uma lei que estrutura o planejamento urbano dacidade, queria que lembrássemos quais são os três momentos que especificamente sefala de bicicleta, de ciclovia. É no Artigo 13, Inciso II, Artigo 15, Inciso IV, eArtigo 17, Inciso VII. Artigo 13, Inciso II, esse artigo se insere dentro de uma seçãoque chama dos eixos de estruturação viária. Fala primeiro dos eixos estruturais, e aofalar dos eixos estruturais nada se fala de bicicleta. Mas, surpreendentemente, (J) aofalar do eixo metropolitano, que é a Marechal Floriano, ali se fala no finalzinho deciclovias. Diz que esse eixo que integra a região metropolitana terá transportecoletiva com pista exclusiva, vias locais de acesso e ciclovia, mas nos eixosestruturais nada se fala. O Artigo 15 fala da política municipal de mobilidadeurbana, o Inciso IV traz como diretriz geral da política municipal o seguinte:promover acessibilidade, facilitando o deslocamento, através de uma rede de vias,ciclovias e ruas para pedestres. Esse é o segundo momento em que se fala ciclovia.Então, o plano diz que é uma diretriz do município com a finalidade de promover aacessibilidade, que haja ciclovias. E o Artigo 17 fala das diretrizes específicas dapolítica municipal do sistema viário. O Inciso VII deste artigo diz: que é diretriz domunicípio desenvolver um programa cicloviário, buscando a integraçãometropolitana e incentivando a sua utilização com campanhas educativas. Este textoestá desde 2004, de 2004 até o ano passado nada do que está escrito aqui foi feito.Muito pouco ou nada. A gente quer dizer nada porque o pouco foi incapaz de evitaras mortes dos ciclistas. Morrem e, Curitiba hoje dois ciclistas por mês. Se isso não éassassinato, se isso não é massacre, se eu dissesse que havia uma guerra civil em

Curitiba e morriam quarenta pessoas por ano todo mundo ficaria revoltado. Ora,

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Curitiba e morriam quarenta pessoas por ano todo mundo ficaria revoltado. Ora,morrem quarenta ciclistas por ano e nada se faz. É morte planejada! A falta deplanejamento, a omissão é planejamento também. Há muitas propostas, mas há trêsque julgamos fundamentais para chegarmos ao futuro de bicicleta. A primeira delastem haver com eixos estruturais. Os eixos estruturais, que são essa vias dascanaletas com as vias rápidas do lado, quase todas elas têm essa configuração, alitem o zoneamento diferenciado que permite o adensamento populacional. Muitagente mora ali, porque os prédios podem ser altos, também é possível instalarcomércio nesta região. É uma zona que induz o desenvolvimento da cidade. Ora,dos eixos estruturais os pobres foram excluídos. A política habitacional nãofavoreceu a instalação de habitação de interesse social nesses eixos. Mas não só ospobres, os ciclistas também. A mobilidade não motorizada jamais se viu favorecidanos eixos estruturais, favoreceu o transporte coletivo, o progresso industrial daVolvo com certeza, mas não a bicicleta. Nos eixos estruturais não há espaço parabicicleta e não há espaço para o pedestre. Tentem andar na João Gualberto, na alturado Cabral! As calçadas têm oitenta centímetros, um metro. No Plano Diretor, aofalar dos eixos estruturais, nós precisamos que esteja assegurada a estruturacicloviária. Essa é uma conquista fundamental para que as rotas utilitárias, as rotasque não são de lazer ou de esporte estejam asseguradas. São nesses locais que temque ter estrutura cicloviária, principalmente nos eixos estruturais. Essa é uma teseque não é defendida apenas por nós, é defendida por muitos urbanistas entre osquais se ressalta o próprio Jaime Lerner, que defende que ao longo das vias lentas,ao lado das canaletas, haja estrutura para bicicleta. É a única forma de tirar o ciclistada canaleta, não tem jeito. A segunda proposta, para que realmente possamos chegarao futuro de bicicleta, é que os centros da cidade sejam acalmados, que nós criemosáreas de limite máximo de trinta quilômetros por hora. Se o carro trânsita de formalenta, suave, respeitando o ciclista, o ciclista se sente convidado em ir à rua. Noscentros da cidade, há vários centros urbanos em Curitiba, nos centros o trânsitodeveria ser muito lento, deveriam haver instrumentos para dificultar o acesso docarro e o desenvolvimento de velocidades. Deveria ser planejado que o motoristanão conseguisse desenvolver velocidade. Eu moro no Centro Cívico, nos fundos doTribunal de Justiça e da Assembleia Legislativa, os carros chegam a cemquilômetros por hora! A cem quilômetros por hora, no Centro Cívico da cidade! Nóstemos que desenvolver instrumentos que impeçam os automóveis de nos centrosdesenvolverem velocidades. As zonas trinta, as áreas trinta tem que estaremprevistas no Plano Diretor já delimitado o seu perímetro para que não fiquemossujeitos aos sabores e às vontades do administrador de ocasião. Por fim, a terceiraproposta para que possamos chegar ao futuro de bicicleta, é um sistema público egratuito de bicicletas. Público e gratuito! O modelo não é uma modelo francês, não éum modelo espanhol, não é o modelo do rio, o modelo é o modelo de Buenos Aires.Em Buenos Aires eu, como turista, cheguei com o meu passaporte e peguei umabicicleta e sai de graça com ela. Não precisei levar comprovante de endereço, nãoprecisei levar cartão de crédito, não precisei fazer cheque caução, eu apenasapresentei o meu passaporte e fui de uma estação a outra de bicicleta, de graça numabicicleta boa. E mais, nas bicicletas não tinha anúncio de banco, não tinha anúnciode fabricante de automóvel. Como que os caras conseguem? Como Curitiba, acapital da inovação, não vai conseguir? Claro que vai conseguir! Nós temos asmelhores cabeças no IPPUC, eles vão encontrar a solução. Com certeza, senãovamos ficar para trás de Buenos Aires. Quero dizer, que o sistema público e gratuitode bicicletas no centro da cidade permitiria que aquela trabalhadora que pega ometropolitano lá em Almirante Tamandaré e desce ali do lado do Muller e trabalhaaqui no Batel, e vem a pé para economizar a segunda passagem, que ela viesse debicicleta. Para aquele trabalhador que desce na Rui Barbosa e trabalha ali nasMercês pudesse ir de bicicleta, fazer esse trecho final do seu deslocamento diário aotrabalho de bicicleta. Transporte público e gratuito de bicicleta. Essa pessoa nãopassará em cima da bicicleta mais do que quinze minutos. Bom, as três propostassintetizadas. Precisamos garantir um Plano Diretor que nos eixos estruturais haja

estrutura cicloviária, precisamos garantir no Plano Diretor a previsão de áreas trinta,

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estrutura cicloviária, precisamos garantir no Plano Diretor a previsão de áreas trinta,de zonas acalmadas onde o pedestre e o ciclista tenham preferência e precisamosgarantir no Plano Diretor um sistema público e gratuito de bicicletas. Muitoobrigado (Palmas).                     O SR. PRESIDENTE:- Agradeço ao Jaruga e chamar o Antônio CarlosMiranda que vai falar sobre os desafios da bicicleta no setor público brasileiro, falartambém um pouco da experiência no IPPUC e dos desafios no setor que conduz noIPPUC ligadas as bicicletas, ciclovias, enfim, ao sistema cicloviária. O Miranda éarquiteto e urbanista, pós graduado em gestão ambiental. É ex-Presidente da(P)

União de Ciclistas do Brasil, membro do Conselho Fiscal da Associação dosCiclistas do Alto Iguaçu, é coordenador e autor dos três manuais de planejamentocicloviário do Brasil, em1976, 2001 e 2007. É coordenador do Plano Cicloviário deCuritiba.                     O SR. ANTÔNIO CARLOS MATTOS MIRANDA:- Boa tarde atodos. Agradeço o convite para participar desta reunião que é coordenada tambémpelo IAB e pelo CAU. Antes de começar efetivamente essa palestra, gostaria decomentar duas coisas importantes que foram ditas anteriormente. A primeira delascom relação a palavra do Presidente do CAU, dizendo que não tinha porque existiras ciclovias, como ele chamou, que na verdade são ciclofaixas. E aí é importantedizer o seguinte, como é que se caracterizam as infraestruturas? Rapidamente,ciclovias são espaços segregados, separados ou por canteiros ou por blocospré-moldados de concreto. A ciclofaixa é um espaço que não é segregado mas ficanum mesmo nível da via ou da calçada. O que temos na Marechal Floriano sãociclofaixas e não ciclovias. Temos também outras modalidades, como é o caso davia calma, como é o caso da definição de um espaço prioritário para o ciclista.Temos as ciclorrotas, enfim, temos várias tipologias e as ciclovias podem serunidirecionais, bidirecionais, podem ser na calçada ou na via, podem ter passeiocompartilhado também, ou seja, é um leque muito grande. Com relação ao que disseo Arquiteto Jeferson falou, as maiores movimentações de bicicletas que temos emCuritiba, segundo pesquisa realizada pelo Ippuc em 2008, são da RegiãoMetropolitana em direção a Curitiba. Então, por que não ter ali uma via que leve aspessoas de São José dos Pinhais a estarem se comunicando com o Centro deCuritiba? Assim como temos Pinhais, que é a maior demanda, isso comprovadoatravés de dados de pesquisa. Essa é a primeira observação. Não deveríamos colocarciclofaixas do mesmo tipo do Boqueirão nas vias rápidas que são laterais aMarechal Floriano. Aí sim seria aquilo que o Rodolfo colocou anteriormente, ouseja, uma verdadeira guerra com muitas mortes. Fico feliz também, e é a segundaobservação, que é aquilo que o Rodolfo colocou aqui, que de certa maneira o Ippucjá está realizando, o Ippuc está estudando através da via calma da Sete de(G)

Setembro, e tem projetos, como tem por exemplo o Inter II e também o Leste eOeste, que já estão dentro do Plano de Mobilidade do Governo Federal, já estãoincluídas a via calma desses projetos, esperando apenas, os projetos que estãoprontos, dependendo da aprovação da Caixa Econômica, para que possam serimplantados. Então, os eixos estruturais já estão sendo realizados, quer dizer, nãoestão dependente do Plano Diretor. Na verdade, estão nos Planos deDesenvolvimento, de investimento do município e do própria Plano de Mobilidadedo Governo Federal. Os centros sejam acalmados, já começamos as discussões daformação da área trinta e de certa maneira, a própria Sete de Setembro já nospermite ter algumas informações, ou alguns retornos daquilo que acontece quepoderá vir acontecer no centro, quer dizer, se ela é uma laboratório, que seja. Nóstemos que começar por algum lugar. Então a Sete de Setembro vai prover o Ippuc eos técnicos dos Ippuc de informações que vão ajudar na hora da montagem da zonada área trinta. O sistema público e gratuito de bicicletas, quer dizer, não sei se o deBuenos Aires, mas com certeza, quer dizer nós estamos estudando isso eprovavelmente vamos tentar incrementar um pouco, mais o nosso relacionamentocom a URBS visando uma definição se vamos expandir um contrato existente, ou sevamos fazer uma nova licitação para que possa ter no centro de Curitiba, não só no

centro de Curitiba mas no centro expandido de Curitiba, um conjunto de terminais

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centro de Curitiba mas no centro expandido de Curitiba, um conjunto de terminaisque possa dotar primeiramente, a área central de bicicleta pública no ano de 2015.Bem, então vou começar a minha, após essas observações, começar essa palestra. Apalestra se coloca assim: Plano Diretor e a ciclomobilidade e o Plano de Governo eos novos projetos. Próximo slides. O Plano de Governo e os novos projetos. O queé? Como a ciclomobilidade se inclui? É essa a pergunta. Veja a revisão do PlanoDiretor tem por propósito o que, rever, reafirmar, e ajustar novos conceitos sobre amobilidade e outros aspectos estruturais de Curitiba. Também é uma das suastarefas à produção de novas diretrizes para todo o espaço urbano do município. Esseé um dos objetivos do plano, não é o único mas esse é um dos grandes objetivos. Éimportante observar que não se trata da produção de políticas ou normas, a seremseguidas apenas pelas administrações, mas sim por todo o cidadão nos próximos dezanos. Então ele envolve muito mais coisas, do que apenas um projeto. Veja, estáprevisto na revisão do Plano Diretor, a inclusão de um capítulo destinado aotransporte não motorizado. Isso vai ser incluído, não tinha e vai ser incluído. Eoutra: proposta de metas e ações a implantar construir quanto a ciclomobilidadeserão revertidas ao Plano Setorial Cicloviário. E isso vamos dizer assim, tem umacoação prevista para 2015, ou seja, não é o Plano Diretor que tem que dar conta denovos projetos. Ele determina diretrizes e ações a serem desenvolvidas para ofuturo. Mas quem dá a conta de projetos são os Planos Setoriais. E os PlanosSetoriais quer dizer, não vão ser revisados agora, quer dizer o Plano Diretor, ele setransforma em lei e organiza a estrutura da cidade e alguns elementos principais,mas ele não dá conta de projetos. Projetos são detalhes das diretrizes do que se querpara a cidade. Bem, próximo. O Plano Diretor importante observações. O Governoatual esboçou em 2013, um Plano Cicloviário e não um Plano Diretor Cicloviário,porque para ser Plano Diretor, ela precisa ser transformado em lei. Então ele é umPlano Cicloviário apenas, somente com a pesquisa domiciliar, prevista para acontratação pelo Ippuc agora já, no segundo semestre 2014, é que nós vamos ter

dos deslocamentos na Cidade decondições de dizer: olha, a origem e os destinos (A)

Curitiba, inclusive com modo a pé de deslocamento, inclusive para o modo bicicletade deslocamento, elas têm um certo número e têm uma distribuição no espaçourbano através de zona de tráfego, vamos chamar assim, zona a, zona b, zona c, ounormalmente esses planos são as zonas de tráfego para uma cidade como Curitibasomam-se a mais de trezentas. Quer dizer, não são os bairros, são subdivisõesatravés de agregação de setores censitários. Ou, por exemplo, uma zona de tráfegopode ser um equipamento gerador de viagem. Um shopping center é uma zona detráfego, por exemplo. Então, através desses entendimentos desses deslocamentos éque vamos poder desenvolver algumas ações para definir alguns planos e depois atransformação desse plano e das suas diretrizes em lei através da Câmara deVereadores. Aí vamos ter um plano diretor efetivamente. Em 2015 ainda teremos aconstrução de um plano setorial para as bicicletas e não um plano diretor, porque oplano diretor vai depender muito dessa pesquisa domiciliar. Importantesobservações ainda, é preciso entender que meta não é compromisso a ser cumpridosumariamente. Não, mas sim para ser perseguida. Eu sempre digo isso, meta é umacoisa para perseguirmos, ela não depende às vezes só de um gestor ou de umapessoa, caso consigamos atingir é uma maravilha, é formidável, vamos tomar umvinho, vamos tomar um quentão, agora nessa época de São João. Caso contrário,estamos na previsão e nos obrigamos a corrigir números e rumos. Os trezentosquilômetros é uma meta. Meta é isso, meta é um anseio, uma vontade, nós fazemostudo para poder chegar lá, mas se não conseguirmos vamos corrigir rumos ou passarum pouco para adiante, isso não é uma camisa de força. Por fim, as metasapresentadas no início da atual gestão somente poderão ser cumpridas casoobtenhamos a parceria de todos, é preciso muita parceria, parceria do GovernoFederal, do Governo Estadual e de vários agentes inclusive da Câmara deVereadores, através da LOA, a LDO vem para cá e analisa até chegar a setransformar na LOA, depende muito dos vereadores. E nós estamos abertos, oIppuc, o Governo, estamos abertos a correção de rumos, se exageramos na meta,

exageramos na proposta. Há ainda algumas observações, as ações do atual governo

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exageramos na proposta. Há ainda algumas observações, as ações do atual governocomeçaram agora no primeiro semestre, mas todas as obras inauguradas, comexceção da via calma que ainda não está concluída, eu vou falar depois um poucodela, são das administrações anteriores. O Prefeito Gustavo Fruet deu a elasevidentemente continuidade. Ou seja, as inaugurações, a continuidade da MarechalFloriano, algumas realizações como a própria Comendador Franco, tudo isso foi deadministrações anteriores. Quer dizer, os contratos existiam e tinham que sercumpridos. Agora, efetivamente o que estamos fazendo vamos ver aqui adiante.Muitos dos projetos realizados antes são adaptações e intervenções no sistema viárioe não representam aquilo que realmente pretendemos realizar, eram adaptações. Ouseja, vai fazer o sistema viário, vamos colocar uma ciclovia ou vamos fazer umaciclofaixa. Não necessariamente foi, nasceu como mobilidade cicloviária, foi umaproveitamento de sobra do viário ou da oportunidade do investimento que estavapara ser realizado. Os novos conceitos estão sendo desenvolvidos e agora, nestemomento, e pretendemos em breve colocá-lo em prática, como a via calma, motivoda crítica generalizada. Eu estava dizendo hoje de manhã, me ligou o Josué dePinhais me perguntando, eu falei: Josué, só tem um jeito, tem quatro atores aí queteríamos que colocar num campo grande, não campo de futebol, uma batalhacampal, dois contra dois. Joga os vencedores, dá um tacape para cada um e aí elesvão se digladiar. Mas temos os atores: os motoristas, os ciclistas, os moradores da(V)

Via Calma e também os comerciantes. Cada um defende um interesse e nenhumdeles têm tolerância em relação aos outros, inclusive os ciclistas. Os ciclistas achamque ali é uma ciclofaixa e não é. Quem sabe possa vir a ser quando tiver uma grandemovimentação de bicicleta. Imagino que chegue a uns 20%, quer dizer, quandochegar a 15%, 20%, de ciclistas circulando ali, podemos transformar,tranquilamente, em uma ciclofaixa. Mas agora colocar oitocentos automóveis epassam duas, cinco bicicletas em um determinado horário de pico, aí o indivíduoolha e pensa: por que estou respeitando isso? É igual sinaleiro que você aperta obotão e não passa ninguém, o e pedestre já passou porque ele também não tevepaciência de esperar. Não fomos educados para termos tolerância, para respeitarmosas normas, aquilo que foi desenvolvido como lei. Não tivemos esse preparo,diferente de Alemanha, Noruega, Suécia, França, Holanda, que desde criança elestêm esse preparo de respeitar. Se respeita no futuro aquilo que foi o seu passado. Eisso não temos, não temos tolerância Então, a Via Calma, durante algum tempo - eela não está inaugurada, volto a dizer - vai gerar uma polêmica. Mas com o passardo tempo e com o aumento da presença do ciclista, acredito que as coisas vão mudare todos vão aprender a conviver. É o que todos desejam, inclusive a Ciclo Iguaçudeseja isso. É preciso entender que ali na Sete de Setembro, breve, breve, vai entraro Ligeirão. Então, que vai acontecer? Teremos ônibus a cada três minutos, passandoali na hora de pico ou menos, e são verdadeiros comboios, com três ônibus passandona secção: vermelho para um lado, vermelho para o outro e um azul pelo meio. Eisso não vai ser compatível com a presença do ciclista. Essa é a condição. Isso vaiser um risco violento. O Poder Público - se quer ir pra lá e morrer tudo bem - nãopode estar conivente com essa situação. Um dado que é muito significativo. Em2008 foi feita pesquisa na Marechal Floriano, num determinado ponto, das 06h às09h da manhã 68,3% dos ciclistas andavam na canaleta. Passado cinco anos, em2013, 2,68% apenas andavam na canaleta. Todos andavam na ciclofaixa lateral. Seisso não é importante, salvar essas vidas e entender que é uma melhoria efetiva nãosei mais o que fazer, do ponto de vista técnico. Estou errado? Não sei. Quer dizer, odado está aí. A comerciante Cida, que tem conversado muito conosco, quer maisvagas de estacionamento porque acha que foi retirada uma série de vagas. Forampoucas, não foi tudo aquilo que ela diz no Ofício. Eu respondi o processo ontem láno Ippuc. Ela disse que os ciclistas não andam e que isso está errado. Então eu disse:Cida, vamos fazer uma nova pesquisa e, por favor, esteja presente e vamos contarconosco. Eu convido essa parceria. Vamos contar conosco para depois não dizer queestá errado. Essa é a questão. Para dizer que está errado é preciso participar, não(E)

basta falar. Tem que estar junto. Bem, vamos lá, próximo. (Mostra slide). O plano

de governo e os novos projetos. Algumas ações já realizadas: Avenida Manoel

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de governo e os novos projetos. Algumas ações já realizadas: Avenida ManoelRibas. Nós tiramos um projeto e colocamos novamente. Foi licitado e está sendoconstruído com a inclusão de ciclofaixas na lateral da via. Quer dizer, depois da áreade estacionamento, protegido, com apenas um metro de largura. Aí a pessoa fala:"mas um metro de largura, só?" Sim. Porque do lado desse metro ainda tem umafaixa zebrada de sessenta centímetros, para abertura de porta e proteção tranquila dociclista. Você abre a porta, a pessoa que estacionou desce, pisa nessa área e depoisatravessa e é unidirecional. Claro que vão ter ciclistas circulando na contramão, daprópria ciclofaixa. Mas cada a nós ciclistas e mais um pouco experimentados dizer:"companheiro, não é por aqui, vai para o outro lado, aqui é o meu direito". Então,temos que passar por um processo de educação do ciclista também. Definição deciclo rotas. Esse foi um capítulo fantástico. Ano passado fizemos uma enquete comos ciclistas da ciclo Iguaçu para eles identificarem quais eram as ciclo rotas quedeveriam ser construídas na Cidade. Muito bem, eles fizeram e apresentaram cento equarenta e duas. Dessas cento e quarenta e duas, fizemos uma reunião, depuramos efizemos trinta e dois, porque eram vias que fugiam ao conceito da ciclo rota Depoisveio a via calma da Sete de Setembro, que eu já falei. A via calma da JoãoGualberto que já estamos com o projeto pronto, esperando o resultado do que vai sera Sete de Setembro para nós dispararmos. Tem a via calma da via oeste, os cincoprojetos de ciclo rotas que já estão bem encaminhados, próximos de estarem pronto,e provavelmente no segundo semestre, depois da Copa, nós vamos começar aimplantá-los. O encaminhamento para contratação de cinquenta pontos de projetosde ciclovias e rotas especiais para execução no prazo de quinhentos e quarenta dias.Projeto, não é implantação. Vejam, nesse cinquenta quilômetros, vinte vírgula seisquilômetros é na micro rede da CIC. Ou seja, quase metade, porque é ali queaconteceram várias mortes de ciclistas e ali é onde se utiliza mais. Esses projetosserão contratados muito rapidamente. São importantes e não vão parar só noscinquenta, vão ser contratados, ano que vem vamos contratar mais. Parcerias comciclo Iguaçu para realização de pesquisa, que o Gora já falou. A Praça do Ciclistaem parceria com a ciclo Iguaçu. Próximo, vamos lá. (Mostra slide). Então, essa é aPraça do Ciclista, de hoje de manhã. Eu até peguei aí e no sábado passado dei umcoro aí, trabalhei durante três horas. Eu e minha esposa debaixo de garoa, ela falava:"vamos embora, você tá velho, vai morrer aí com infarto e não sei o quê." Mas euestava lá junto com a turma, e é uma coisa muito legal de estar participando. Euparticipei, coloquei lá alguns degraus, foi muito legal. (Manifestação da plateia).Não, mas tem uma rampa também para deficiente, Mesquita. Pode ficar tranquilo.Tem inclusive corrimão, dentro do projeto. Aqui a ciclo rota da Atílio Bório. Sómostrando rapidamente, porque tem um novo conceito que queremos fazer da ciclorota, utilizar a via já calma. Fazer com que essas vias continuem com tráfego de viadupla, com o estacionamento dos dois lados, porque é esse objetivo mesmo. Porquese ela continuar dessa maneira será boa para o ciclista. Ela é boa para automóvel,boa para ciclista. Não é uma rota direta, é uma via que já está calma pelas condiçõesde operação dela. A gente coloca dos pontos de travessia, as marcas rodocicloviários e o tapete vermelho. Lá é o cabo, que são aquelas setinhas que é cabopara poder indicar como que é o caminho da bicicleta. Bem, aqui é a visão geral decomo o novo conceito dos projetos estão sendo construídos. (Mostra slide). Esseaqui é um novo conceito. Estão vendo que ainda está em projeto, é um novoconceito. Aqui é a visão geral do novo conceito dos projetos que estamosconstruindo: linearidade, melhoria de rampas ou supressão delas e ajustesgeométricos suavizados. Curvas suavizadas ou ajustadas às tangentes propostas pelarota. Na primeira imagem os ciclistas são obrigados a subir e descer na calçada paraevitar os veículos girando à esquerda. Então, ficou anavalhada, falei: "Não é bemassim, vamos melhorar". Aí a gente faz um outro procedimento, que é umprocedimento que a gente cria uma ilha, o carro circula por aqui e ele tem umacontinuidade e se prepara para chegar a um ponto de travessia melhor. Então, é umoutro conceito. Na segunda os ciclistas permanecem na via, realizando uma rotamuito mais direta nos seus trajetos e muito mais segura, e segura para todos,

inclusive os pedestres. Aqui a visão geral do novo terminal da Nossa Senhora Luz,

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inclusive os pedestres. Aqui a visão geral do novo terminal da Nossa Senhora Luz,com bicicletário para cento e trinta e seis vagas. São sete bicicletários que estãosendo produzidos dentro do Ippuc. Não sou eu, estou só dando uma ajuda a umcolega, rabiscando algumas coisas. O Arquiteto Fabiano Losso está fazendosensacional e estamos acompanhando, fazendo uma parceria e vamos indo. Queroagradecer a Câmara Municipal, o gabinete do Vereador Jonny Stica e do VereadorBruno Pessuti. Também a todos aqui presentes e o meu agradecimento. Oagradecimento da Presidência do Ippuc por essa oportunidade de prestaresclarecimentos. Estou aí para depois um debate, se houver. Muito obrigadoVereador Jonny Stica. Obrigado a todos. (Palmas).                     O SR. PRESIDENTE:- Obrigado Miranda. Gostaria de chamar aqui àfrente o Cassiano Ferreira, que vai falar sobre as políticas públicas ligadas àmobilidade cicloviária. Ele que é psicólogo, formado pela PUC-PR, especialista eperito em trânsito, mestre em psicologia do trânsito pela Federal. Também atuacomo diretor da escola pública de trânsito da Setran, premiado pelo 5º PrêmioDenatran de Educação para o Trânsito, na categoria educador.                     O SR. CASSIANO FERREIRA NOVO:- Boa tarde a todos. Muitoobrigado pelo convite. Vereador Jonny Stica, Vereador Bruno Pessuti e demaisVereadores. É um prazer imenso compartilhar um pouco de vocês sobre essaquestão tão importante, que é a ciclomobilidade. Eu vou tocar em algumas ações dagestão municipal, falar um pouco da realidade da violência no trânsito e dizer o queestamos planejando aí, fora as ações que já foram postas pelos palestrantesanteriores. Todos tinham alguma relação com a ciclo Iguaçu. Então, eu acho queentendi o recado aqui, vou participar da Praça do Ciclista, também vou começar ame envolver, Gora. Também vou fazer parte dessa inovação que o Gora estátrazendo aqui. É interessante ver que no Brasil, hoje pelo menos, é a única visão demorte zero que eu ouço é vindo da ciclo Iguaçu. É bem interessante isso. Nós temosuma guerra civil hoje no Brasil, anunciada já e continuamente acontecendo. Mas agente percebe que o brasileiro ainda não quer seguir as leis, e ainda aceita esse(K)

comportamento, mesmo com uma violência tão grande. A gente percebe que estábanalizada a morte no trânsito, a impunidade, falta de educação, infraestrutura, tempontos essenciais que precisamos trabalhar. Esses são os três grandes eixos quandose discute a questão da mobilidade, isso pensando a longo prazo. A questão dasegurança, hoje vemos uma vertente prioritária em relação a fluidez, em relação aodesenvolvimento econômico, em relação as máquinas e automóveis, e precisamosreverter isso para a questão da segurança. Por isso que eu reforcei aqui essainovação do discurso da tolerância zero, que o Goura tanto fala. A questão daacessibilidade, que às vezes pensamos só no cadeirante, mas a acessibilidade comoum todo, e também o ciclista tem muito a ver com essa questão, a infraestrutura éum ponto bastante carente no Brasil em relação a mobilidade. E a questão dasustentabilidade também, que a bicicleta vem mostrar que ela é uma solução bemplausível e com um recurso bem pequeno. Essa realidade de Curitiba, estamos numdeclive nas mortes no transito. São duzentas e vinte e seis mortes, em 2013, mas nãopercebo um declive para 2014, 2015, se nós continuarmos com uma impunidade,uma violência, uma falta de educação tão grande aí, e é uma tendência de mortescom ciclistas, que não aparece com os demais usuários da via. Então, temos essarealidade, esse é um diagnóstico do projeto Vida no Trânsito. É um diagnóstico comum dos métodos mais consistentes no Brasil em relação a análise de fatores de riscoe condutas de risco, e fatores contributivos em relação aos acidentes fatais. Em2012, duzentos e sessenta e três; e 2013, duzentos e vinte e seis. Mas já temos umindício do primeiro trimestre de 2014, que não está para uma redução nesse nível, secontinuarmos com o mesmo nível. A análise não tem uma precisão em relação aessa redução. O que comenta-se é que trezentos e dez, para duzentos e sessenta etrês, houve uma qualificação melhor dos dados em relação a esses acidentes. Adiminuição de duzentos e sessenta e três para duzentos e vinte e seis não há umaclareza precisa em relação a isso. Nós, claro, da gestão municipal, temos a hipótesede que tivemos uma campanha de educação para o trânsito e um apoio muito forte

da Polícia Militar. Então, temos essa hipótese da redução em relação as blitz de

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da Polícia Militar. Então, temos essa hipótese da redução em relação as blitz dealcoolemia e as campanhas que não tínhamos desde 97, com a campanha dosbichos, e veio a Vó Gertrudes aí para nos auxiliar. Em 2012, 2013, em relação aosusuários, os pedestres, diferente da média do Brasil, que são os motociclistas, é ogrupo de maior risco, então, as pessoas que mais morrem em Curitiba são ospedestres. E, desses pedestres, estava em 40%, agora 35% são idosos, pessoas commais de sessenta anos, por isso que a Vó Gertrudes veio, por esse diagnóstico, paraque possamos construir um respeito maior com o idoso no trânsito, e quebrar umpouco essa representação de que idoso não serve para nada, já deu o tinha nasociedade, e vemos um comportamento muito violento em relação a pessoa sênior,que tem um conhecimento e a experiência, e pode nos ajudar bastante. O únicoaumento em Curitiba, de treze mortes para quatorze, foi a bicicleta. Então,(M)

tivemos uma redução de todos os usuários, e a bicicleta aumentou uma morte. Essatendência eu já havia percebido antes de sair o diagnóstico, chamei já a CicloIguaçu, a Setran, tentamos uma força-tarefa aí, para que o próximo diagnóstico nãoseja tão ruim. Mas a tendência é de mais acidentes com ciclistas, não tenham dúvidadisso. Aqui o declive: 20% os pedestres, uma diminuição; 2% de moto. E ocrescimento na moto nos últimos dez anos foi de 400% nas mortes no Brasil. Então,tivemos uma redução de 2%. Ocupante de automóvel, os passageiros, tambémredução de 20%; e a bicicleta, aquele índice de quatorze mortes, são 7% aí do total.Então, no geral, tivemos uma redução, pelo diagnóstico do Vida no Trânsito, de14,1%, e pela Polícia Militar, que é no local, sem rodovias estaduais e federais, de19,7% em Curitiba. Esse diagnóstico pega as rodovias estaduais e federais queentram em Curitiba, que passam por Curitiba, e o acidente até trinta dias. Então, se apessoa se acidentar, ir para o hospital, ficar vinte e nove dias e morrer, ela vai entrarnessa estatística de trânsito também. Esse é um indicador mundial da OrganizaçãoMundial da Saúde. E aqui também há uma comparação em relação a todos osacidentes. A bicicleta, em relação ao geral, também houve um aumento; diminuiutodos os usuários e a bicicleta não, então ela teve um acréscimo em relação ao geral.Aqui são fatores e condutas de risco, um diagnóstico bastante preciso em relação aoque faz com que essas mortes aconteçam. Qual é a maior influência em relação àsfatalidades de Curitiba? Os fatores principais: álcool, velocidade e infraestrutura. Eisso é bastante preocupante. O álcool e a velocidade são os dois fatores que o Brasilestá trabalhando de forma geral. E aqui a infraestrutura em relação principalmenteao pedestre: calçada, acessibilidade; e entram os ciclistas também aqui. E nascondutas: o desrespeito à sinalização, ausência de uma percepção de prevenção,uma atitude de cuidado e prevenção, uma atitude imprudente do pedestre também,ele se coloca em risco. O Goura sabe que eu sou um adepto do capacete, até paradiscutirmos a obrigatoriedade do capacete, mas nós sabemos que o problema maiornão é o uso do capacete, e sim a velocidade, o desrespeito à sinalização, o álcool.Então, concordo que o problema está no motorista, na velocidade, no álcool, nocomportamento de desrespeito à vida e aos demais usuários. Essas são as condutasprincipais. Desrespeito à sinalização é questão de velocidade, avanço de sinalvermelho, conversão proibida à esquerda, que mais acontecem em Curitiba. Álcool,dos acidentes fatais, 22% tinham influência do álcool; e na velocidade, 25%. Issoacontece também com pedestres. Há alguns pedestres, se pegarmos o relatório doIML, que têm o exame de sangue, de alcoolemia, pois quem morre no trânsito temobrigatoriedade do exame de alcoolemia; então, percebemos também algunsciclistas e pedestres morrendo com a utilização de álcool. Até nas blitz dos bares,nós entramos e trabalhamos a questão da lei seca, daí eles falam: "Não, eu possobeber, vim de bicicleta." Então, nós não temos a percepção quanto aos processos deconcentração em relação ao pedestre que utiliza celular, fone de ouvido; e o ciclista

também. Mas nós sabemos que o problema maior está nos automóveis, nos(L)

veículos motorizados, mas nós sabemos, como o Miranda falou aqui, que aeducação tem que estar com todos, todos nós precisamos adotar uma conduta maissegura no trânsito. Em respeito à sinalização, tivemos também a questão de seismortes com ciclistas, a questão de desrespeito à sinalização, isso não colocando que

foi um ciclista, foi um problema das mortes dos quatorze ciclistas que morreram em

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foi um ciclista, foi um problema das mortes dos quatorze ciclistas que morreram emCuritiba, seis deles tiveram nessa colisão problema com de desrespeito àsinalização, que aqui tem já especificado, avanço da preferencial, avanço do sinal,estacionar, ultrapassagem proibida, desrespeito à faixa de pedestre e a conversãoproibida, principalmente à esquerda. Transitar em local impróprio, ou então umciclista estava em um local impróprio, o pedestre também, dezenove morreram porlocal impróprio, então, quando falamos de local impróprio é a falta de estrutura paraesses usuários. Esse ciclista por não ter uma estrutura adequada acabou falecendo, epedestres, dezenove não tinham calçada ou uma estrutura de circulação segura. Aquio mapa do georreferenciamento, um trabalho feito pelo Ippuc com diversosparceiros, nós temos o mapa de Curitiba e temos os anos de 2011, 2012, 2013 detodos os ciclistas que morreram em Curitiba. Esses são os pontos que eles falecerampor uma colisão no trânsito. Nós tentamos evitar a palavra acidente, precisamosexterminar essa palavra, porque acidente é algo inevitável, então, eu uso muito acolisão, mesmo em atropelamento eu utilizo a colisão. Então, aqui está o mapa dosciclistas que morreram desde 2010. E dando um zoom, indo na legenda um poucopara baixo, você vai ver que a diferença das cores é em relação aos anos.Dependendo da cor é o ano específico. O azul 2010, o verde 2011, amarelo 2012 e overmelho 2013. Então, nós temos o mapa dos pontos que os ciclistas estão morrendoem Curitiba. E nós temos o mapa também de todas as mortes que acontecem aquiem Curitiba, e em relação ao álcool, nós temos os pontos no mapa de Curitiba ondemorreram no trânsito pelo fator álcool, pelo fator velocidade também. Então, esse éum diagnóstico bastante preciso que o Ippuc gerencia com apoio de todas as fontes edo projeto Vida no Trânsito. Esse ponto tem uma aproximação às vezes decinquenta metros, nós temos uma luta para termos os dados do GPS, então nós nãotemos precisamente. Quando tem a rua ou a rua X cruzamento com a Y, nóssabemos que é ali, mas tem uma variação de metragem.                     O SR. BELOTTO:- Voltando ali no mapa, se nós sobrepormos o mapada infraestrutura cicloviária de Curitiba, nós vamos perceber que essas mortes estãofora das ciclovias, então, mostra que a infraestrutura cicloviária salva as vidas. Amaioria dessas mortes se dá em locais onde não existe uma infraestrutura parabicicleta.                     O SR. CASSIANO FERREIRA NOVO:- Perfeito. É como o pedestretambém, nós percebemos que a falta de infraestrutura está matando muito pedestreem Curitiba, além do desrespeito à faixa, à travessia elevada, ao deslocamento dopedestre como um todo...PLATEIA:- Um dado que eu alertei lá no Boqueirão, a Rua das Carmelitasaumentou em 600% o índice de acidentes fatais por atropelamento depois queasfaltaram e não fizeram calçada.                                          O SR. CASSIANO FERREIRA NOVO:- É, o problema dapavimentação, coloca o asfalto, às vezes faltou uma sinalização, faltou uma(T)

infraestrutura, vira uma pista de corridas. Então, a velocidade na área urbana é algoassim que mata demais mesmo. Então, quando você pavimenta e não proporcionainfraestrutura para o pedestre, ciclista ou uma sinalização adequada vira uma pisa decorrida.                     A SRA. TATIANA GADDA:- Eu queria complementar, estamosfazendo uma pesquisa sobre essas mortes com os dados do SIATE então,georreferenciados. Então, em breve vamos poder compartilhar isso também.                     O SR. CASSIANO FERREIRA NOVO:- Então, são as principaisações hoje a Área Trinta em estudo, a Via Calma, o Plano de Ciclo Rotas como umtodo. Aqui a questão da engenharia também, a parceria com a Via Calma, reforço detravessias nas ciclovias em cruzamentos, intervenções de correções, cruzamentosrodo cicloviários, Mariano Torres, Passeio Público, Cândido de Abreu, semáforospara ciclistas na Cândido de Abreu. Fiscalização, a gente está com uma formaçãocontinuada, iniciada há pouco tempo com nossos agentes e percebemos que carecede uma fiscalização em relação aos artigos que acabamento essa violência comciclista. Então, estamos fortalecendo nossos agentes para que eles autuem mais,

identifiquem mais essas infrações em relação a ciclistas e pedestres também. Então,

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identifiquem mais essas infrações em relação a ciclistas e pedestres também. Então,vamos ter um aumento no numero de autos de infração em relação a pedestres eciclistas. As campanhas educativas que iniciamos no ano passado, projetoseducacionais, a escola publica de trânsito, temos o circuito que vamos ter na escola.Até o Bruno protocolou a necessidade de um curso ciclista, comentei que eu iriafazê-lo em fevereiro. Não conseguimos implementar a escola. Agradeço acompreensão e a paciência dele, mas está como prioridade nossa lá também. Então,essa infraestrutura teremos diversos cursos, um circuito para o pedestre aprender aandar e compartilhar a vida. Percepção de risco vamos iniciar uma pesquisa comparceria com a Ciclo Iguaçu e a Universidade Federal do Paraná para entendermoscomo que o ciclista perceve os riscos da via para ajustarmos as nossas ações comuma demanda real de Curitiba. E a politica municipal de educação para o trânsito,que é um Projeto de Lei Municipal aprovado sem alterações aqui pela Casa quetambém tem diversos artigos, que estruturam ações educativas com ciclistas,pedestres e demais usuários da via que são as duas campanhas uma da lei seca euma da Vó Gertrudes, de ciclista que poderiam ficar para outro momento devido aotempo. Agradeço e fico à disposição. Muito obrigado.                     O SR. PRESIDENTE:- Obrigado. Concedo a palavra ao nosso últimopalestrante alguém que teve a experiencia de percorrer o mundo de bicicleta, pelasua trajetória brilhante que foi campeão e teve diversos títulos em sua carreira desdea paranaense até brasileiro e assim por diante. Passo a palavra ao Mauro Ribeiro,que vai falar sobre o Plano Diretor, o que ele espera e o que viu nas cidades pela suaexperiencia.                     O SR. MAURO RIBEIRO:- Boa tarde a todos. Escutei um pouco o(I)

que foi proposto, o que está sendo planejado. Vou contar um pouquinho o lado maisde competição esportiva de alto rendimento. Vocês já falaram muitas coisas boas,muitas coisas que eu acho que são muito válidas. Muitas coisas eu me interrogo. Porexemplo, o palestrante falou que a gente não foi preparado para ser educado ourespeitar. Eu digo assim, o meu espaço termina quando começa o do próximo.Muitas coisas que são futurísticas para o nosso plano de educação da circulação emconjunto, direito de utilizar as mesmas vias, tanto o pedestre, como qualquer meiode locomoção não motorizada, tem dois questionamentos que eu acho que seriainteressante colocar em pauta. Primeiro, nossas cidades não foram planejadas parater esse pensamento, coisa que está sendo colocada hoje em questão. Quando se falada Europa, contando um pouquinho da minha participação, eu vivi vinte e seis anosna Europa, eu conheço de Portugal a Amsterdã, os países do Leste. Existe uma coisaque é muito importante, que é muito válida, a partir do momento que falamosperímetro urbano você tem uma cadência exatamente dessa planificação de viacalma. Isso tem que ser uma realidade. 30Km horários é o que é praticado em 99%dos países europeus. Não é uma coisa que vamos estudar. Como que você podejulgar ou dizer como vamos fazer? Simplesmente assim, vocês acham que o europeué educado? Então, vou contar para vocês como funciona. Um ciclista que passa, porexperiência própria, num sinal amarelo numa via urbana, eu fiquei duas horas emeia na polícia e tive que pagar setenta e cinco euros, mesmo sendo um profissionalque estava praticando uma profissão legalizada, que tem sindicato, que você seaposenta com isso na Europa. Eu tive a oportunidade, como técnico da seleçãobrasileira, de participar de uma preparação para os jogos olímpicos da Grécia.Estávamos na França e a primeira coisa que eu falei para os brasileiro foi: por favor,não furem o sinaleiro, andem onde tem a ciclovia, onde não tem, vocês não sepreocupem porque a circulação vai respeitar. Duas horas e meia depois eles estavamdentro de um camburão, vieram até a sede, onde estávamos instalados, e tivemosque pagar uma multa de trezentos e cinquenta euros. Tudo isso que estou explicandoa você é como funciona. A educação, em toda essa planificação que vocês estãoplanejando, é a primeira ação, gente. Eu não ouvi uma vez vocês falarem educação.Se ficarmos esperando que a próxima geração se eduque, vamos ficar aqui, eu talvezcom a bengalinha, falando: temos que se educar, temos que fazer isso. Digo assim,sou favorável a uma cidade bonita, adequada, com espaço para todo mundo, lazer. A

qualidade de vida, a percepção, a valorização do espaço onde você vive, o respeito

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qualidade de vida, a percepção, a valorização do espaço onde você vive, o respeitoonde você tem, você construir justamente com essas ações que vocês estãoplanificando. Mas se não há educação! Quando o nosso amigo falou que BuenosAires não cobra, eu sou contra. Você só valoriza quando você tem que ter um gesto,mas que esse gesto, esse valor retorne para a infraestrutura. Gente, senão vamosfazer (J) uma infraestrutura que não vai ter sustentação. Então, vocês fazem um planode ação de dizer: "Vamos investir duzentos milhões de reais para fazer as ciclovias!"Perfeito. Quem vai manter isso? De que forma vamos fazer isso? A primeirasituação de dificuldade econômica, a gente fala assim: o supérfluo é cortado. Apartir do momento que a infraestrutura é feita de maneira sustentável, ela se automantém. Eu acho que isso é a responsabilidade pública de cobrar e que as ações,que esse dinheiro se converta entre naquela planificação. Então, quando a gente falade Paris que no primeiro ano colocou mais de setenta mil pessoas andando debicicleta e que arrecadou onze milhões de euros. É um negócio, gente! As pessoastêm respeito, a circulação diminuiu, as coisas funcionam e tem manutenção. Opróximo tem que utilizar um produto com qualidade. Não você utilizar e depoisjogar em um canto da rua, porque você não tem obrigação nenhuma. Então, aeducação já começa aí. Vou falar uma coisa básica, nos supermercados na Europaos carrinhos estão com cadeados. Você tem que colocar um euro para retirar ocarrinho, você vai fazer as suas compras, se você não quiser o seu euro você deixa ocarrinho onde você quiser, mas se você quiser ele de volta você tem que levar lá,engatá-lo outra vez. Então, a educação é quando mexe no bolso. Outra coisaimportante que gostaria de frisar, por essa vivência eu tive que passar a carteira demotorista, o novo condutor leva um ano para passar os direitos de circular, com alicença e mais um ano ele não pode passar de setenta por hora e ele não pode pegaras autopistas. Essa é a lei. E a outra coisa importante, a partir do momento que vocêtiver um veículo motorizado e que você está numa via urbana é uma arma, éconsiderado uma arma. Mesmo que o pedestre esteja fora da calçada, fora da faixade pedestre, ele tem que ter autodomínio, porque aquela pessoa está indefesa. Então,a famosa condução de segurança, que a gente fala, a de cuidado. Vou falar trêscoisas pontuais, a Suíça utiliza a imatriculação das bicicletas. Essa imatriculação dabicicleta é como o nosso IPVA, todos as bicicletas têm que pagar quinze francossuíços, que seja profissional, que seja por lazer, porque contribui justamente paraque se há um acidente ela contribuiu para ajudar aquela pessoa que teve o acidente,mesmo que seja uma queda involuntária, sozinha, quebrou um braço. Isso é umacoisa que é, depois de tanto tempo, nunca houve problema. No sentido que não háquestionamento da população suíça que aqueles quinze euros ou quinze francossuíços seja uma coisa fora do comum. Claro, a gente está falando de uma realidadediversa e estou falando aqui é de uma proposta de educação. Tudo voltado para aeducação e disciplina. Então, o povo brasileiro é maravilhoso. São Paulo chega areunir, trinta, quarenta mil pessoas andando de bicicleta no final de semana,adaptando com cones, Curitiba está fazendo isso, todas as cidades estão fazendoisso. Outra coisa que quero explicar, a dificuldade que nós temos é a seguinte: emqualquer país europeu existem quatro categorias de estradas: autopista, nacionais,

pegardepartamentais e as alternativas. Então, na Europa é proibido um ciclista (P)

uma rodovia, que seria uma via rápida, porque eles não consideram...por exemplo, aBR-277 que vai até Paranaguá seria uma via rápida. Não seria uma autopista porqueela não é fechada. A Bandeirantes, em São Paulo, é uma autopista. Agora vocês jáquestionaram se há muitos acidentes na Bandeirantes? Pouco! Só que de quarentaem quarenta quilômetros você tem sistema particular de radar. É uma via privada,onde há um índice gigantesco de infratores pegos pelo radar. Acho que tudo quevocês falaram aqui é válido, tudo é muito interessante, e tem duas coisas que podemcomeçar hoje, o futuro é hoje. Quando falaram que os ciclistas estão morrendo mais,mas será que não é porque estão andando mais de bicicleta? Gente não é que estámorrendo mais, é que eu que estou no meio do esporte sei que Curitiba teve 500%de aumento. Um clube em Santa Felicidade começou com sessenta pessoas e estãocom quatrocentos e sessenta praticantes do esporte. Isso é maravilhoso, digo assim

qualidade de vida, equilíbrio e educação. Podemos resolver mexendo no bolso. Sou

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qualidade de vida, equilíbrio e educação. Podemos resolver mexendo no bolso. Soufavorável a vias lentas, perímetro urbano e colocar em questão como se passa apermissão de dirigir um carro. Acho que isso é muito importante porque hoje emtrês meses você tem uma carteira, pode comprar uma BMW e nessa situação vocêencontra as pessoas andando mais rápido numa avenida como o Marechal Deodoro,que uma pessoa que está indo viajar para o outro lado do país. Esses são osquestionamentos que coloco, o resto é formidável. Toda planificação, cada um dospalestrantes trouxe um ponto muito importante, mas só acho que tem que pegar aeducação. Mil vezes a educação! E como podemos passar essa fase? Mexendo nobolso das pessoas que não são educadas. A partir do momento em que você fizerassim, vamos fazer uma questão. Em 1983 quando fui embora do Brasil, existia umíndice muito alto de pessoas que furavam o sinal, que passavam o vermelho, aspessoas praticamente não paravam. Hoje existe já uma tolerância muito menor, osacidentes gravíssimos dentro da periferia de Curitiba são realmente aquilo que vocêcolocou, as pessoas que saem, que bebem demais e perdem o controle da situação.São fatalidades, são consequências de indivíduos irresponsáveis. Nenhumasociedade hoje é capaz de controlar 100% e as que controlam é por meio de cadavez mais penalizações. Deixo uma reflexão, que acredito que o futuro custa, porqueé uma implantação, uma formação, são direcionamentos e a infraestrutura. Tudo quefoi colocado é muito válido, mas eu começaria pela educação, que é a mais fácil, amais em conta, mas ao mesmo tempo a mais difícil de ser realizada. Muitoobrigado.                                        O SR. PRESIDENTE:- Muito obrigado pela presença aqui hoje,Mauro. Quero registrar ainda a presença do Milani, do Aluísio Nascimento, doBruno Meirinho, do Ricardo Mesquita, do Braga e também do Marcelo Costa, dosetor de planejamento do Ippuc. Só fazer uma menção especial ao Marcelo nosentido do plano de governo do Gustavo Fruet. Lembro que foi um dos que maisparticipou do plano de governo na questão cicloviária, então muitas das metas quetemos hoje se devem a atuação do Marcelo Costa. Agora vamos abrir a parteprincipal do nosso evento, da nossa audiência pública, que é a participação de vocêse vamos fazer até a última inscrição. Já temos alguns inscritos, a Harianna está(G)

fazendo a inscrição, se puderem fazer com ela, que está fazendo a ordem dasinscrições. Eu já havia combinado antes que o primeiro inscrito seria o Juliano, doVoto Livre, pela importância de uma lei também que o Voto Livre propôs e estátramitando aqui na Câmara, e poderia falar um pouco sobre isso.                     O SR. MARCOS JULIANO:- Muito obrigado Vereador Jonny Stica edemais Vereadores. Lembrando a todos vocês que o primeiro artigo da ConstituiçãoBrasileira fala bem assim: Todo o Poder emana do Povo que o exerce através derepresentantes eleitos ou diretamente nos termos desta Constituição. Comodiretamente? Através do mecanismo da iniciativa popular. Pois bem, ano passadonós entregamos a maior iniciativa popular da história de Curitiba, com quatorze milvotos na Lei da Bicicleta. A Casa acatou a iniciativa popular do projeto,transformou em Projeto de Lei que está tramite, já passou por duas comissões.Inclusive o projeto foi lapidado. Hoje ele vai ser colocado, futuramente agora naPlenária para os Vereadores votarem, somente dois artigos ficaram na Lei daBicicleta. O primeiro diz assim: 5% das vias urbanas de Curitiba serão destinadas aconstrução de Ciclo Vias e Ciclo Faixas no modelo funcional interconectando oCentro da Cidade a todos os bairros. E o segundo artigo 20% das multas serádestinadas ao órgão da ciclomobilidade, é a estrutura e o dinheiro. Então é ummomento assim, histórico até para a Casa. Porque os Vereadores vão estar em pauta,vão com certeza sancionar a bicicleta. A Lei da Bicicleta vai para o Prefeito, para oExecutivo, para o Prefeito sancionar a lei. Então é uma grande vitória por causa queo Projeto de Lei que a população apresentou. Seria como se tivesse quatorze milpessoas aqui nesta Casa hoje. E está transformando agora a Lei da Bicicleta em umarealidade que todo mundo está vendo, que é um assunto que não existe mais comoretroagir, só tende a expandir. Muito obrigado Vereador, obrigado a todos vocês,pessoal.(Palmas).

                     O SR. PRESIDENTE:- Então o projeto está em trâmite. O Bruno

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                     O SR. PRESIDENTE:- Então o projeto está em trâmite. O Brunodepois pode passar um pouco e está acompanhando mais de perto o projeto. Mas defato aqui temos trinta e oito Vereadores, não é só o tema ciclomobilidade a todos ostemas e demandas da sociedade. Então sabe que alguns Vereadores estão maissintonizados com o tema, vocês sabem bem da Bancada da que tem aqui, masBiketemos várias demandas e tem que ser negociado isso. Então pode ficar tranquilo quevai ser votado, se vai ser aprovado ou não, depende do Plenário que é soberano. Masnós acreditamos que sim. Então passando a ordem das inscrições, a Harianna estáfazendo as inscrições, quem quiser falar. Já temos inscrito em segundo, o ValterXavier, da Associação Comercial. Depois o Francisco Carvalho do Fórum para oBarigui, depois o Rafael Souza do ao Vivo, e a Tatiana Gadda daDesignerUniversidade Federal. Primeiro vou passar então ao Valter Xavier.                     O SR. VALTER XAVIER:- Boa tarde a todos, primeiro eu queriasalientar com relação do que foi citado aqui pelo nosso amigo, Antonio Miranda, aPresidente da Associação Comercial do Bairro Boqueirão, Vila Hauer, AltoBoqueirão, Xaxim. A Cida que ele chamou, é a Cida Vilanova, Presidente daAssociação. O que ocorre e não foi nesta atual gestão, foi na gestão anterior,simplesmente foi colocado ciclovia na Marechal Floriano aonde foram eliminadasnaquele setor, todas as vagas de carro. Sabe qual foi a consequência disso? Ocomércio caiu em torno de 40% da venda. Porque não se podia mais estacionar ali,então as pessoas iam para os shoppings. Nós estivemos no Ippuc, fomos muito bemrecebidos, tivemos várias reuniões com o próprio Miranda, com o Sérgio Pires,discutimos isso em várias oportunidades. Este setor foi modificado pelo Ippuc, foimelhorado, foi dado mais condições e foram colocados mais vagas. Então o próprioIppuc admitiu que o projeto inicial não era, e estava longe do ideal. Porque se você

você não vai prejudicar só o comerciante, sótirar, fizer com que o comércio caia, (A)

o empresário, você vai prejudicar de um modo geral a todos. E aqueles funcionáriosque perdem o emprego, vão ter emprego novamente facilmente? O empresário, háum filosofia muito errada muitas vezes, o empresário não é inimigo do empregado eo empregado não é inimigo do empresário, eu acho que ambos necessitam um dooutro. Então, quando se faz um projeto dessa natureza deve se estudar todos osângulos, quais as consequências. A favor da bicicleta? Eu também sou. Aliás, queroelogiar o trabalho da Ciclo Iguaçu, de todo esse pessoal, maravilhoso esse trabalho,estão pensando não só em si, mas na Cidade de Curitiba. Excelente, ótimo, mas euacho que todos os projetos, que foi muito bem lembrado pelo cidadão, pelo ciclistaque falou por último, antes de serem aplicados tem que pesquisar. Um projeto feitosem pesquisa é um projeto que já começou errado. Quer dizer, antes de implantaraquela ciclofaixa na Marechal Floriano, principalmente, na região do Hauer, deveriase consultar quais os prejuízos, quais as consequências, isso aqui é o ideal?Podemos fazer as alterações? Que foram feitas posteriormente pelo Ippuc. Nós nãoteríamos tido esses problemas, essas consequências de cinco ou seis lojas fecharemo comércio e pessoas perderem o emprego. Eu acho que o mais importante de tudoisso da ciclofaixa, do trânsito lento, tudo é viável, tudo deve ser experimentado, masantes disso pesquisar, verificar e, principalmente, como foi lembrado pelo nossocampeão, é educação. Será que com a implantação agora, do trânsito lento, dasciclofaixas, a população, o motorista, o ciclista estão preparados para isso? Eu achoque não. Eu acho que primeiro deveríamos fazer campanhas, preparação dapopulação de um modo geral, de todas as classes para depois implantar, porque asconsequências, você não sabe o que vai acontecer, você não pesquisou, você nãosabe, é até uma aventura "vamos ver o que vai acontecer e depois corrigimos". Nãoé por aí, com todo respeito que tenho ao Ippuc, saliento que a atual gestão tem nosatendido muito bem nesse aspecto. Outro aspecto, Jonny, essas audiências, eu tenhoparticipado de todas, elogiáveis, fantásticas, fabulosas, só que hoje aqui vieramapenas os que defendem o setor do ciclista para palestrar, não tem nenhumpalestrante que pudesse... por exemplo, o trânsito lento, vocês sabem que aumentaem muito a poluição de uma cidade? São consequências também. Será que vai matarmenos gente o trânsito rápido ou mais gente com a poluição que é prejudicial à

saúde, tudo isso deveria ser feito um estudo, porque quando você fala na Europa, o

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saúde, tudo isso deveria ser feito um estudo, porque quando você fala na Europa, otipo de combustível que se usa lá é um o que se usa no Brasil é outro. Eu acho quetodos esses aspectos deveriam ser analisados, estudados e pesquisados antes daaplicação de qualquer projeto. Louvável eu digo, continuo achando o projeto deciclovias muito bom, maravilhoso, não que vai resolver o problema de Curitiba, masvai amenizar. Curitiba, felizmente, na sua origem, é exemplo para várias cidades domundo não só para o Brasil, tem um sistema viário muito bem bolado, muito bemfeito já vindo de muitos anos. Isso é maravilhoso, ótimo, inclusive com algumasatitudes que estão sendo tomadas hoje como ônibus maiores, frequência maior, istosim vai retirar o carro da rua. Eu particularmente venho de ônibus para trabalhar,tenho o meu carro e não vou de carro, pego o ônibus de manhã, almoço em casa evolto. Para concluir, onde moro o número de ônibus é bastante, é suficiente e meconvence a vir de ônibus. Aí, sim, eu acho que que deve ser feito, tambémpesquisado, também estudado. Agora, só faço uma solicitação, antes de fazer umaciclovia, uma ciclofaixa troque essa ideia com moradores, com comerciantes paraque se faça uma coisa já definitiva sem ser necessário depois corrigir. E lembro, aMarechal Floriano não foi feito pela atual gestão, foi pela gestão anterior. Muitoobrigado.                                         O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Xavier. Está registrada a(V)

reivindicação. De fato é uma disputa. É difícil, por mais que um projeto seja bemfeito contempla todo mundo. Não mude o número de comerciantes satisfeitos, quenão mude. É uma escolha. Ou se faz agora a ciclovia em detrimento do carro, emdetrimento do estacionamento ou não se faz nada. O espaço viário não cresce. Deedifício pode crescer. Ele cresce verticalmente. O viário é o mesmo. Então, é umaescolha. Só cometi um erro de não chamar os palestrantes para vir junto ouvir osconvidados. Quero chamar aqui à frente o Miguel, representante do Ippuc, que é ocoordenador da revisão do Plano Diretor no Ippuc, Miguel Robuski; Miranda,Cassiano, Goura, Jaruga, enfim, os palestrantes para que venham aqui à Mesa.Também,.se possível, claro que quem quiser falar da sua mesa fique à vontade, maspodem usar o púlpito. Seria interessante para que todos vissem cada fala e nãosomente a Mesa, porque fica de costas. Agora, na sequência, o próximo inscrito é oFrancisco Carvalho, do Fórum Pró-Barigüi.                                          O SR. FRANCISCO CARVALHO:- Queria primeiramenteparabenizar a Câmara, mais uma vez, nas figuras do Jonny, Bruno e Luiz Felipe quesaiu. Na realidade, no Fórum Pró-Barigüi sonhamos com um futuro de uma Cidadenossa, que a nossa Curitiba, que vamos conseguir não sei quando. Mas temos aí cemanos pela frente, que espero ver. O Plano Diretor precisa ver o futuro com os pés nopresente, da mesma maneira que faz esta Casa. Então, tenho duas propostas: uma dodia de hoje, proposta esta que já fiz e que já foi debatida em outras oportunidades,inclusive no Plano Municipal de Saneamento que foi assinado no passado. E asegunda proposta é de comovamos chegar lá. Primeiro: Curitiba precisa e estánecessitada de trocar redes antigas na área de esgoto. Essas redes precisam sertrocadas e colocadas em algum lugar. A proposta que fizemos foi que essas redesfossem feitas na calçada, não na via. Já que vamos fazer calçadas vamos trabalhardireitinho. Fazer uma nova calçada para que possamos passear com carrinho denenê. Vamos ter a árvore no lugar certo, o poste eventualmente jogamos para umasituação de museu, e vamos fazer uma ciclovia separada. Já podemos fazer muitasciclovias. Eventualmente não serão em vias calmas, mas serão ciclovias isoladas.Segundo momento: como quem trabalha com microbiologia, pensamos muitas vezesna evolução que foi postergada. Porque trabalhar com o pequeno é difícil e todomundo quer trabalhar com o que é grande. É muito mais importante um dinossaurocom dois cérebros do que um micro-organismo. Da mesma maneira pensamos como metrô e esquecemos do pequeno. E eu queria trazer uma proposta do pequeno. Abicicleta não é tão pequena, está uma mesofauna, quem sabe não é? Vamos(E)

começar pelo pequeno. São várias modalidades que eu gostaria de registrar.Primeira modalidade: uma excelente calçada para que a gente possa acessibilidade,que possa passear com carinho de bebê e fazer, se necessário, um skate na calçada.

Segundo: temos que ter uma cobertura vegetal muito bonita, não podemos estar

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Segundo: temos que ter uma cobertura vegetal muito bonita, não podemos estarconiventes com a derrubada de árvores para utilização secundária de postes. Que ospostes virem museu. Terceiro: ciclovias, onde for possível fazer. Só que nós temosduas modalidades que ninguém fala e que serão necessárias nos próximos anos:moto via e os minicarros inteligentes ou não, público ou não, particulares ou não? Játem vários países que já estão com os minicarros, que são derivados dos antigosrikshas e coisa equivalente. Já tem minicarro inteligente e nós podemos fazer emCuritiba pelo menos um plano piloto, para que tenhamos um centro da cidadeinteligente, turístico viável. Ah, mas não está no código de trânsito. As leis foramfeitas para serem aperfeiçoadas, um dia terá que estar. Depois o tradicionalautomóvel que a gente já conhece bem. Então, minicarros para o centro da cidade. Éum desafio que eu gostaria de colocar. Mais uma vez falar o seguinte: a câmarasonha mais do que o fórum, só que o fórum traz angústia para a câmara de vez emquando. Então, estou, mais uma vez, trazendo uma angústia para que a nossa Cidadeum dia ainda chegue • Olha, nós vamos ser liderança de mundo, acreditem, vamosser. Obrigado. (Palmas).                     O SR. PRESIDENTE:- Obrigado Francisco. O Rafael Souza, design aovivo.                     O SR. RAFAEL SOUZA:- Primeiro boa tarde a todos. Gostaria dedizer que estou bastante feliz em ver amigos, colegas que eu vejo em outros lugaresaí, esporadicamente, e hoje está todo mundo reunido aqui na Câmara Municipal.Algumas pontuações que eu fiz, procurei ser bastante objetivo na questão de serbastante propositivo nas ideias. Várias das ideias veio após a última fala do nossoamigo, esportista, que não lembro do nome. Com relação aquela questão dotransporte •                     O SR. PRESIDENTE:- Mauro Ribeiro.                     O SR. RAFAEL SOUZA:- Mauro Ribeiro, tem que se lembrado essenome. Com relação ao transporte cicloviário, que foi usado como exemplo a questãoda Argentina, de Buenos Aires, que era gratuito. Se for para ser cobrado, acreditoque tem que ser cobrado de todos. Acho que não somente o ciclista, não ser cobradopontualmente. Acho que como a questão cicloviária contribui de forma sistêmicapara todos os cidadãos, deve ser cobrada de maneira horizontal, para todos. Então,poderia ser incluída uma outra porcentagem, de questão referente ao município.Outra questão que me pegou bastante também, foi com relação como tratamos aeducação aqui. Estou colocando como exemplo de como os europeus forameducados. Ao meu ver, esse ponto de vista não é educação, é doutrina. A partir domomento que você educa uma sociedade a partir da linha de recompensa e punição,você não está educando. Porque essa pessoa não vai ter consciência de não deverfazer isso. A partir do momento que você tira a punição, ela pode voltar a fazer.Porém, se a gente coloca isso a curto prazo, pode ser benéfico. Para resolvermosproblemas de curto prazo, as pontuações que ele colocou podem auxiliar bastante naquestão, assim como deve ter contribuído na Europa também. Ao longo daspróximas gerações a sociedade ir se acostumando. Mas se a gente vai falar emeducação, acredito que a educação possa ser vista de geração por geração. Então,como que está hoje? Infelizmente, sou um pouco ignorante nessa questão e não meative muito aqui nas explicações em relação a isso: mas como que está nas escolasem relação a isso? Desde o começo, a criança quando está no maternal, primário,segundo ano, como é feito esse processo de educação de cidadania, incluindo aciclomobilidade? Então, poderia se ver as zonas de convergências entre essasgerações e fazer as ações conjuntas. Mas, eu acho que tem que ver de que forma(K)

educamos essa criança, a partir de hoje, nas escolas, para que quando ela tiverdezoito anos e pegar o primeiro carro dela, talvez ela nem queira pegar o carro, elaqueira pegar a bicicleta. E se ela for pegar o carro, por ventura, não por umavontade, mas por uma necessidade, ela já tem a consciência de que ela não vainecessariamente passar a velocidade ou entrar em qualquer fator que possa gerarrisco para outros cidadãos. Com relação a questão que foi dita sobre os fatores quegeraram morte, maior percentual de morte na questão das , muito foi faladobikes

sobre o álcool. Só que como podemos atuar em relação ao álcool de forma

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sobre o álcool. Só que como podemos atuar em relação ao álcool de formasistêmica? Hoje em dia nós temos a Lei Seca, só que qual é a realidade dos bares,dos jovens que vão para os bares? Eles realmente respeitam a Lei Seca? Ou elesusam de outros artifícios para que não sejam pegos? Então, de que forma outrossetores poderiam estar contribuindo em relação ao impacto que o álcool tem nessesacidentes? Então, temos que pegar bares ou outros lugares onde existe o consumodo álcool, é uma forma de agir também. E com relação a todas as ideias queacabaram vindo, eu sempre coloco bem essa visão transversal. Então, queria saberde que forma as questões pontuadas aqui nessa Audiência, sobre ciclomobilidade,vão ser contempladas em outras áreas. A questão do zoneamento urbano vai ter umalto impacto na ciclomobilidade também se partimos para um processo dedescentralização. Então, gostaria de saber como é que está rolando essatransversalidade entre os diferentes temas que estão sendo tratados aqui na Câmara.No mais, só agradecer, estou achando demais, vim nas três audiências e está lindo.Obrigado.                     O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Rafael. Próximo inscrita, TatianaGadda, da UTFPR.                     A SRA. TATIANA GADDA:- Boa tarde. Obrigada. Também souprofessora da Universidade Tecnológica, e um dos meus temas de pesquisa é amobilidade urbana, a segurança viária, que é uma bandeira que eu tenho levantadomuito. Enfim, eu sou do planejamento urbano. Tem vários pontos que eu queriacolocar, uma avalanche, vários pensamentos. Vou tentar fazer sentido em tudo o quepensei. O primeiro ponto que quero colocar é em relação as estruturais. Fiz umtrabalho, no meu Mestrado, em 2000, que foi um trabalho pioneiro nessa questão dabicicleta como meio de transporte em Curitiba. E, da mesma maneira que JaimeLerner e outros que já pesquisaram o tema, eu concordo que as estruturais sãoimportantíssimas. Então, endosso essa avaliação que vocês fizeram, porque é ondeestão os pontos de interesse, por onde a Cidade de Curitiba cresceu. O ponto é quetanto o ciclista, quanto o motorista de carro, o pedestre, são todos consumidores, sãotodos consumidores de produtos e serviços, enfim, de tudo o que está na Cidade e aolongo das estruturais. Então, eu acho que é importantíssimo! E isso me leva a umpensamento com relação aquele tripé do planejamento de Curitiba: sistema viário,sistema de transporte e uso do solo. E faz tempo que eu acho que esse sistema detransporte tinha que mudar para mobilidade, porque muito facilmente pensamos emsistema de transporte como sendo sistema de transporte motorizado. Então, minhaproposta é mudar para mobilidade, porque começamos a pensar diferente. E tem queestar tudo incluso, tem que estar com certeza na estrutural. E isso me leva a falar umpouquinho da Marechal Floriano, que além de ser como uma estrutural, ela étambém uma rua com grande conectividade, isso de acordo com a pesquisa daProfessora Jussara, da Universidade Positivo. Então, faz todo o sentido ter uma(M)

estrutura cicloviária na Marechal Floriano. Com relação à educação, queriacomentar um pouquinho. Eu não sei se está muito claro, quando falamos emeducação, o que estamos querendo dizer, porque a Cidade também educa, a Cidadenos diz coisas. Na hora que você coloca a infraestrutura cicloviária, aquilo está lhedizendo alguma coisa, está educando também. A educação não é só em sala de aula,sentadinho, olhando o professor. Assim como a punição também educa. Então, temuma gama imensa de coisas que podemos lançar mão nessa vertenteimportantíssima, fundamental, que é a educação. E dentro da sala de aula tambémprecisa saber como é que isso está ocorrendo. Concordo com o Rafael, concordoplenamente. Eu levo para dentro da sala de aula essa questão principalmente dasegurança viária, a questão do álcool, mas, lamento dizer, não sei se meus outroscolegas fazem isso. Então, acho, e aí olhando um pouquinho para a via calma agora,fico receosa de que a educação, apesar de ter um sentido educacional também, sejapouco ousada, seja tímida demais. E aí eu provocaria o IPPUC, que é um órgão queeu respeito demais também, e demais o Miranda... Cadê o Miranda? Miranda, você.E eu sei que você é super ousado, então fico imaginando que talvez você quisessemuito além do que está lá. E aí vai a minha provocação. Porque eu acho que, vamos

pegar o exemplo da Rua XV quando foi fechada, a diferença fica tão nítida. Causa

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pegar o exemplo da Rua XV quando foi fechada, a diferença fica tão nítida. Causaum rebuliço? Causa. Mas é tão nítida, a benfeitoria fica tão nítida que é difícilargumentar contra. E aí é que eu fico pensando se esse não é o perigo ali da viacalma. Mas, assim, eu não sei direito o que estou falando. Tá? Então, é umaprovocação mesmo. Fica, assim, uma pulguinha atrás da minha orelha com relação aisso. E a última coisa que eu queria falar é com relação às calçadas, que ninguémfalou. Nós até comentamos sobre isso em outra ocasião, né, Goura? As calçadas sãotão fundamentais para a vitalidade da Cidade, tão fundamentais, que aí de novo eudigo pena que aquele senhor não está aqui, são tão fundamentais as calçadas. Seformos pegar um pouquinho do respaldo teórico de Jane Jacobs, e isso da calçadaestar vinculada à pessoa que tenha o comércio, que tenha a residência ali, né, até queponto, temos tanta falta de infraestrutura, e foi um dos diagnósticos apresentadospelo Cassiano, falta da infraestrutura adequada, então fica também uma provocaçãoaqui, se não deveríamos olhar com mais atenção para as calçadas em Curitiba e paraa nossa legislação municipal. É isso. Obrigada. (Palmas).                     O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Tatiana. Então, vamos para o sextoinscrito, são quinze inscritos no total. Vamos fechar as inscrições agora, se alguémmais quiser se inscrever, é a hora. (Pausa). Então, estão fechadas as inscrições. Coma palavra o Erni Stein.                     O SR. ERNI STEIN:- Boa tarde, senhoras e senhores. Queria dizer queeu sou ciclista desde os anos 70. Naquele tempo eu andava do Campina do Siqueira,que era estrada de chão, até a Praça 29, onde eu trabalhava era próximo, e eu(L)

andava na via, não tinha calçada, era via de chão inclusive. E os veículosrespeitavam, os ônibus, os caminhões. Houve uma mudança de aculturamento dapopulação e que veio em prejuízo ao ciclista. Então, como o Cassiano colocou, essaquestão da educação é muito importante, o próprio Mauro Ribeiro também colocou,é um ponto fundamental que está sendo deixado de lado para essas questõesfundamentais dos ciclistas. Eu queria dar um exemplo para esse pessoal que etáfazendo o planejamento do plano viário da cidade, aliás, eu vim aqui dizer que nósviemos para defender um plano diretor cicloviário de Curitiba e não apenas umplano de mobilidade de Curitiba, esse é o objetivo. Pelo que o rapaz do Ippuccolocou, não tem que discutir plano diretor cicloviário de Curitiba. Eu vou dar umexemplo claro: foi feita recentemente a revitalização da Toaldo Túlio, foi feitaciclovia de um lado e, de outro, calçada paver. Eu vou andar de Santa Felicidade atéOrleans na ciclovia, dali para frente eu não consigo andar, não posso chegar na CICe não posso voltar para o Parque Barigui, porque a Antonio Escorsin tem série desaliências onde é a chamada ciclovia, que o ciclista vai ter que parar em todos oscruzamentos para poder andar, porque tem pedaço de meio-fio no caminho. Amesma coisa acontece com a rua João Falarz, então, se eu quiser sair lá da Volvo,do Parque Passaúna até o Parque Barigui, com alguma dificuldade eu chego, agora,chegou no Parque Barigui eu não venho para o centro, porque não tenho como andarde bicicleta, eu tenho que andar junto com os veículos, é o que eu fazia antigamente.Quando o Barigui não era parque eu andava na Cândido Hartmann de bicicleta e erarespeitado. Também pontuar aqui que foi falado do eixo oeste, eu queria saber se jáestá pronto o projeto, porque a Presidente Dilma esteve em Curitiba há pouco tempoe liberou um recurso para revitalização para a Juscelino Kubitschek de Oliveira.Quer dizer, essa obra já estava para ser licitada e esse plano do eixo oeste contemplaisso, até o parque Passaúna, até a Cidade Industrial? E, por fim, queria colocar aquipara debate, como falou o senhor na audiência passada, ele disse: nós temos queradicalizar bem essa questão do plano diretor de Curitiba, quem estava aqui lembraque ele falou isso, qual o estímulo que nós vamos dar para a bicicleta além do IPI edo ICMS? O exemplo foi dado aqui na palestra do colega do caso de Buenos Aires,o Poder Público disponibilizar bicicleta para estimular as pessoas a usarem para tiraros carros das ruas. Por exemplo, uma ideia que foi falada num grupo num momentoanterior, eles discutiam a guerra dos ignorantes, quer dizer, o ciclista e osmotoristas, os motoristas brigavam entre eles e agora entraram os ciclistas no meio.Então, uma outra proposta, quem for ciclista teria um abatimento na passagem de

ônibus, porque se ele usar durante o mês, durante um período de bicicleta, como

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ônibus, porque se ele usar durante o mês, durante um período de bicicleta, comoBuenos Aires, por exemplo, teria um desconto na passagem a hora que fossecomprar a sua passagem. Estimularia as pessoas a usarem a bicicleta. Essa é minhacontribuição.                     O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Erni. Só fazer um comentário, o Erniconseguiu articular aqui na Câmara entre os Vereadores, isso já faz uns dois anos,uma emenda parlamentar para uma ciclovia lá no seu bairro e na associação demoradores a que ele pertence, a Vila Real. E na época, na soma, um pouquinho decada emenda, conseguiu viabilizar, não sei se foi executada.                     O SR. ERNI:- Ela foi concluída dentro do padrão que é feito, são duasquadras que integraram no outro projeto. O único problema, foi dito aí por outropalestrante, é a velocidade. O que nós queremos, pelo modelo dos motoristascuritibanos, educados, eles não respeitam a velocidade, não é por falta de placa enem sinalização, é o desrespeitos mesmo, o abuso como a senhora falou.                     O SR. PRESIDENTE:- Na sequência, o Luiz Andreas. (T)

O Sr. Luiz Andreas:- Sou Arquiteto e Urbanista, tenho especialização emconstrução sustentável, mas gostaria de falar aqui só como cidadão e sou ciclistatambém. Gostaria de expor algumas ideias já que o debate de hoje é a respeito debicicletas e ciclomobilidade. Tenho três propostas e algumas já foram pontuadas emparte, mas eu gostaria de frisar como importante e que acho necessário para odesenvolvimento da cidade e paz no trânsito entre automóveis e bicicletas, comerciosão relações que existem nas cidades. Peço atenção do Vereador Jonny Stica quantoa levar adiante algumas das ideias, todas já foram pontuadas. Acho necessáriaproposta de estudo em projeto para os responsáveis de planejamento urbano dacidade, assim como os responsáveis do departamento de trânsito que são coisasconjuntas de Curitiba, não só de Curitiba como da região metropolitana. Uma dasprimeiras propostas que friso seria a readequação dos terminais não só de ônibusque temos em cada bairro, mas de locomoção de ônibus, rodoviária, aeroporto,futuros estações, terminais conectores de metrô, que espero que tenhamos em brevena cidade, enfim todos os meios de transporte. Vejo como necessidade umaobrigatoriedade de equipamentos como, por exemplo, bicicletários em cada umdesses centros de transporte de pessoas. O que seriam bicicletários, nãonecessariamente um espaço só coberto para depositar a bicicleta tem que terinstalações complementares necessárias como vestiários, instalações sanitárias,bicicleta de quem, de onde, bicicletas publicas, privadas, os dois. Tem que ter obicicletário para bicicleta privada que é do usuário que chega até esses locais detransporte com sua bicicleta e de bicicleta publico privadas, seriam bicicletaslocáveis da cidade ou em parceria com empresas. Aonde colocar essesequipamentos ou próximo a quê? As áreas de interesse de transporte e também achoque conectar, seria necessário próximo as áreas de cultura e lazer da cidade, culturacomo centro histórico, museus e de lazer como parques, praças, enfim. Achonecessário o usuário se locomover e ter acesso a essas regiões com a bicicleta.Primeira pessoa que expôs a ideia falou uma rua praticamente faliu, boa parte docomércio, em função da retirada dos carros e instalação de uma ciclo faixa queprovavelmente não houve estudos, não foi divulgado a população de implantaçãodessa ciclo faixa no trecho, é necessário estudo e a bicicleta, à curto prazo, semestudo, logicamente ela vai retirar o carro, os comerciantes vão ficar insatisfeitos, omotorista insatisfeito vai achar que é uma dificuldade, mas tendo a integração e umbom planejamento das ciclovias todos nós com educação vamos ver o retorno desseinvestimento à médio prazo, não é imediato, imediatamente, lógico, vai ser umacoisa abrupta, vai causar diferença no cotidiano, mas temos que ver a longo prazo.Não adianta colocar ciclovias lineares em poucos locais se elas não estãoconectadas, o usuário não vai utilizar. Ponto numero dois: há uma obrigatoriedadede conectar as ciclovias, ou sejam ciclovias exclusivas ou ciclo faixas apenas comtodos os modais nos terminais, ou seja, ter ciclovias ou ciclo faixas chegando esaindo de todos os terminais. Foi mostrado pelo expositor do Ippuc, que já tem aproposta de um terminal com bicicletário, mas onde estão as ciclovias, que creio que

sejam implantadas. Então, se o objetivo é conectar o usuário, pedestre, pegue a sua

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sejam implantadas. Então, se o objetivo é conectar o usuário, pedestre, pegue a suabicicleta, vá até o terminal com as ciclovias, ele tem que chegar com sua bicicleta etem que sair de lá de alguma forma seja de ônibus, deixar sua bicicleta emsegurança ou até mesmo levar a sua bicicleta. Aí surge uma terceira possibilidade osterminais de ônibus, os veículos que transportam apenas as pessoas eles poderiamter algum compartimento ou uma área destinada a levar também as bicicletas, porquê? Porque não necessariamente a pessoas se sente segura de deixar a sua bicicletaem um terminal, em um bicicletário público e ir embora. E se chegar num outro(I)

local, ela pode locar uma bicicleta, e depois retornar. Mas a sua bicicleta particularvai ficar lá. Então, acho necessário incentivar, quem sabe levar a bicicleta. É difícilpara a gente hoje, se vai de avião, tem que pagar uma taxa a mais para levar abicicleta, se viajar de ônibus, tem que pagar uma taxa a mais. Mas nem que pagasse,mas que oferecesse essa opção de você poder levar a sua própria bicicleta noveículo, seja num compartimento, numa área com blocagem de encaixe rápido, achoque seria uma coisa interessante. E ponto quatro, seria obviamente ter uma pesquisaantes de qualquer proposta que a gente faça, pode ser na base do experimento, masacho necessário uma pesquisa. E como exemplo prático, hoje está sendo posto umaciclovia na 7 de Setembro, que considero estreita, é uma medida imediata. Mas, ummetro para um ciclista é muito pouco. Não sei se vocês já circularam lá de carro. Eutambém sou motorista, ando de carro, moro no Centro, por mim eu andaria só debicicleta, mas eu não me sinto seguro em todas as faixas. Hoje em dia sinto-me maisseguro andando na canaleta do que nessa ciclofaixa, na situação que está hoje. Embicicleta também tem barbeiros. Uma faixa de um metro não é suficiente para ociclista andar em linha, que nem boi. Obrigado.                     O SR. PRESIDENTE:- Com a palavra o Sr. Belotto.                     O SR. JOSÉ CARLOS BELOTTO:- Primeiro queria parabenizar oVereador Jonny Stica, o Vereador Bruno Pessuti, que sempre estão abrindo as portasda Câmara para o movimento, para a causa da bicicleta. E dizer que eu concordomais uma vez com a sua fala, quando você colocou que as conquistas temacontecido em grande parte pela atuação do movimento que se organizou em tornoda bicicleta. E quando esse movimento amadureceu e deixou de ser somente ummovimento que cobrava alguma coisa, ele passou a ser propositivo. Se falta gentepara fazer pesquisa, temos voluntários para fazer pesquisa. Se falta gente paracomeçar elaborar projetos, nós, das universidades, ajudamos a montar os projetos,colocamos nas disciplinas dos nossos cursos, ajudamos a fazer os projetos. Hojeestamos começando a ver esses frutos, acho que ainda não estão maduros, mas estãocomeçando a florir nas árvores para a questão da bicicleta. Estamos muito melhordo que há dez anos. Só uma informação, em nível estadual também estamosdesenvolvendo um programa estadual. Estamos colaborando, o movimento dabicicleta está lá, o Ciclo Paraná. Independente de governo, isso aprendi escutando oMiranda, hoje o nosso partido é a bicicleta. Então, quem abrir um espaço para nós,se falta técnico, falta gente que entenda disso em relação à bicicleta, vamos lá,trabalhamos voluntário, porque queremos ver um mundo melhor. Acreditamos quepodemos melhorar a nossa cidade, e a bicicleta é esse instrumento. Essa é ainformação. Eu tinha outros pontos, mas vou mudar a minha fala até por conta dafala do Walter Xavier, que sempre o admirei como cronista esportivo, só queinfelizmente acho que ele foi infeliz numa série de colocações ali na sua fala quevou ter que apontar para ele. Então, começar a rebater algumas informações doWalter, primeiro eu queria colocar que a minha primeira formação é em Marketing.Eu acho que existe um engano muito grande dos comerciantes. A primeira pesquisaque devíamos fazer, que vai de encontro ao que a professa Tatiana falou: se oscomerciantes da Rua XV querem reabrir a Rua XV para o tráfego de veículos. Seráque isso vai ser melhor para eles ou está melhor com esse calçadão. Então, é umledo engano achar que só o estacionamento vai garantir os clientes. Eu sou ciclista esou motorista, moro lá e passo diariamente pela Marechal Floriano, será que eutenho valor só quando estou passando de carro? Quando estou passando de bicicleta,será que eu não paro num comércio, porque não tem um paraciclo na frente da loja?

Será que não seria uma estratégia para esses comerciantes também começar a ver o

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Será que não seria uma estratégia para esses comerciantes também começar a ver ociclista como um potencial consumidor? Porque quando a pessoa passa maislentamente na frente da loja ela tem possibilidade de observar melhor a oferta, o queaquele comerciante está vendendo. (J) Então, existem alguns erros de concepção naspessoas que essa cultura exagerada do carro trouxe para nós. O automóvel é o únicobem particular que é permitido ocupar um espaço público com ele se você quiserdeixar, se não tiver EstaR, dez horas, vinte horas. Agora, se eu colocar um sofá, umageladeira que está me atrapalhando lá em casa numa vaga de estacionamento, vãorebocar,. Vão me multar. Mas é um bem particular que estou ocupando espaçopúblico da mesma maneira que estou fazendo com o automóvel. Então, vamosestimular o comércio também dos estacionamentos particulares, quem tem um carroque pague, que pare nas ruas que cortam a Marechal Floriano. Tem vagas paraestacionamento, não foram retiradas todas as vagas, mas é um erro achar que apessoa só vai comprar na sua loja se ela parar imediatamente na frente. Se você tiverqualidade, se você tiver preço, a pessoa não vai se importar em andar vinte, trintametros, parar em uma rua paralela para ir no seu estabelecimento comprar. Então,existem alguns erros que a gente tem que ir desmistificando para que realmente agente consiga avançar e pare esse conflito. Outro erro que ele cometeu ali é falarque o trinta quilômetros/hora ia causar mais poluição. Não é você andar devagar quevai aumentar a poluição. É o para, arranca, para e arranca que faz aumentar apoluição. Se você tiver andando a trinta quilômetros/hora você está emitindo menosdo que se tiver andando a sessenta, oitenta por hora. Então, são alguns erros que eutive que apontar, desculpa aqui, infelizmente o Valter não está mais ali, eu ia falarque sempre fui fã dele como cronista esportivo, mas cometeu alguns equívocos nasua fala que tinha que colocar. Obrigado. Parabéns! Quero pedir desculpas, porquesó posso ficar mais uns dez minutos e tenho que sair, mas é sempre um prazer estarcom pessoas com tanta qualidade para que a gente avance e tenha uma cidademelhor, senão para nós ainda mas para os nossos filhos. Obrigado. (Palmas).                     O SR. PRESIDENTE:- Com a palavra Jorge Ventura.                     O SR. JORGE VENTURA:- Boa tarde a todos. Além de motorista,motociclista sou usuário da bicicleta. Venho vendo pelos comentários e éfundamental é a sedução para que as pessoas passem a usar a bicicleta. Só que essasedução tem que ser sem custo. Todos aqui pagam 50% do que ganham para mantero Governo, é obrigação do Governo fazer com que a bicicleta venha ser sedutora.Essa sedução vai se dar basicamente nas seguintes linhas: na questão da segurança,não só em estar pedalando mas também em deixar a bicicleta, como falou o cidadãoque antecedeu, a outra questão é a fluidez no trânsito. Nesse ponto Curitiba é muitoboa pela própria topografia que tem, geralmente se anda em linha reta e não é tãosacrificante a sua locomoção. A educação que vi algumas pessoas pregando, pareceque o motorista é o ser mais terrível do mundo em relação ao ciclista. Isso não éverdade, eu como motociclista garanto para vocês que se respeita muito mais abicicleta do que as motocicletas. Os motociclistas nem tanto, mas os motoristas decarro respeitam muito mais as bicicletas do que as motocicletas. Outra coisa que orapaz que me antecedeu falou aqui, é a questão da estrutura para você utilizar abicicleta. Acho importante essa união, inclusive em Recife já tem um projeto de seusar ônibus para transportar as bicicletas, você ter um local para você se reorganizarpara ir trabalhar, tudo isso é muito importante. Quero falar, e aí vai uma crítica,porque não são só coisas boas que acontecem, mas critico muito a forma como foielaborado o projeto da via calma, acho a ideia boa, mas a forma como foi elaborada,acho que pode melhorar pelo menos 50% a 70%. E uso como exemplo o que oValdir questionou com relação à Marechal. Acho que a ciclovia da Marechal é umbom projeto sim. O rapaz que me antecedeu falou e concordo plenamente com(P)

ele. É um ótimo projeto. Não é perfeito, ainda tem que ser melhorado, mas acho queé o melhor projeto que temos hoje em questão de ciclovia. O que eu falo é oseguinte, aqui no Brasil principalmente há uma apologia ao carro que herdamos dosamericanos. É bonito você ter carro, é bonito você usar carro. Hoje, graças a Deus,as coisa estão melhorando em relação ao poder econômico da população e daqui a

pouco vai ficar intransitável, não vai dar para colocar uma pessoa dentro de um

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pouco vai ficar intransitável, não vai dar para colocar uma pessoa dentro de umcarro na rua. Isso será inviável e não terá como ser feito, por isso temos que aplicarna questão das ciclovias. Eu queria deixar uma sugestão, que essas ciclovias sejampadronizadas, pois um dos problemas da via calma é exatamente esse, o motoristanão invade a ciclofaixa não é de propósito, ele não invade porque ele não entende equando chega no sinal que tem aquela caixa para o ciclista ele fica desesperado,quer sair e acaba embolando o trânsito muito mais. É importante se manter umpadrão, não dá para fazer uma ciclovia psicodélica, cada uma de um jeito.Precisamos ter um padrão. Outra coisa importante e eu sou uma pessoa que sofricom isso, no dia vinte e quatro de março faturei a minha clavícula andando debicicleta porque estava numa ciclovia compartilhada. Ninguém teve culpa, nem eu,nem o pedestre e nem quem me ajudou, simplesmente eu fui desviar e caí porquetinha uma lama na grama e aconteceu. Acho que temos que rever essa questão deciclovia compartilhada. Temos que pensar o seguinte, uma pessoa a pé empreendeuma velocidade de cinco a sete quilômetros por hora, uma bicicleta vinte e um carrosessenta. Há uma diferença muito grande de velocidade, então acho que seriainteressante olharmos para essa questão de ciclovias compartilhadas. A princípioseria isso. Muito obrigado.                     O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Jorge. Com a palavra a Sra. CéliaMarcondes.                     A SRA. CÉLIA MARCONDES:- Boa tarde a todos. Quero dizer queapoio totalmente o uso da bicicleta, que é fundamental não só para a saúde mastambém para a preservação do meio ambiente. Mas o motivo pelo qual estou aqui épara fazer uma queixa, porque estou entristecida por não ser chamada a compor amesa e nem ser citada, pelo menos ser citada no início da audiência. Eu tenho umpapel importante nesse momento de transformação e por isso estou vindo a esseseventos. Pelo meu dom, pelo meu conhecimento, como já falei aqui na vez passada,por representar, por poder agir e promover mudança. Fica aí uma solicitação aosSrs. Vereadores para as próximas vezes, porque se eu precisar falar de coisasimportantes, podem ter certeza que vou necessitar e gostaria de ter essa abertura.Temos muita coisa juntos para enfrentar e estou aqui para isso e acho que mereçoser ouvida, até porque tenho coisas a dizer e posso provar o meu dom deparanormalidade, como já disse aqui. Gostaria de ter esse oportunidade para falardisso. Muito obrigada.                     O SR. PRESIDENTE:- Eu não tinha aqui nas fichas que ficam ali nafrente para a inscrição o seu nome, então não sei se na hora da entrada passou o seunome, senão eu teria citado aqui. Em relação a mesa o tema paranormal não fazparte do plano diretor, por isso que não foi convidada, mas talvez num outro debaterelacionado ao tema, se ele existir, pode ser chamada sem problema alguma.Concedemos a palavra ao Milton Gonçalves, arquiteto, sempre presente, tambémajudando lá no CAO, na sistematização do plano.                     O SR. MILTON GONÇALVES:- Boa tarde a todos. Vou tentar ser(G)

um pouco objetivo em algumas coisas que acho que o Plano Diretor, nós temos quepensar quando se fala em ciclomobilidade. Primeiro nós temos que pensar nadrenagem da cidade, porque Curitiba logo, logo vai virar um caos que nem SãoPaulo quando chove ruas alagadas e você andar de em uma rua alagada, só sebikeacoplar um barco nas bikes. Então isso é uma coisa que tem que ser trabalhada já foifalado na reunião do Meio Ambiente, a respeito da drenagem da cidade para vocêpoder resolver isso. Principalmente porque Curitiba é a capital com menor dias de

sol do ano, entre todas as capitais e você andar de bike em Curitiba, sempre é umdesafio. Por mais que na Europa o pessoal ande na neve, lá pelo menos o pessoaltem uma estrutura para isso. Então isso entra uma outra coisa que até foi comentado,necessidade de se ter espaços tanto no comércio, quanto no serviço, quanto nopúblico para se incentivar isso. Seja através de áreas não computáveis nos imóveispara que seja feito vestiários, assim como já foi feito a questão da Lei das Vagas deBicicletas. Então é importante que se force a ter vestiários, banheiros, locais parasalva guardas de bicicletas e pertences seja equipamentos de segurança ou os

equipamentos necessários para prática disso. Uma outra coisa que gostaria de

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equipamentos necessários para prática disso. Uma outra coisa que gostaria dechamar a atenção é, antes de ser ciclista, todo mundo é pedestre. Isso é uma coisaque não foge para ninguém, o cara do carro, o cara do ônibus, o cadeirante, todomundo é pedestre. Então é importante nós termos um plano de calçadasextremamente eficiente, porque eu digo por exemplo o que vai acontecer naAvenida das Torres. As calçadas lá, agora reformaram, a hora que começarem aquebrar a calçada, o pedestre invadem a ciclovia, porque a ciclovia está em melhor

estado do que a calçada. Isso acontece por exemplo, aqui no centro, nos peiversonde principalmente as mulheres de salto, vão andar em cima da ciclo faixa porquea calçada não presta. Então nós temos que ter uma coalizão de todos os modaisandando juntos. Isso é uma outra coisa que eu vou reforçar e já foi falado, a uma

necessidade de conversa de todos os modais, através de bike chain que já foicomentado. Os ônibus, por exemplo: São Paulo, metrô de São Paulo já tem o últimovagão do metrô, tem compartimento para bicicleta, nós vamos ter o metrô nospróximos cinco anos, é uma obrigatoriedade Curitiba pensar, já esse metrô que vaivir que tenha espaço por exemplo, para bicicleta. Outra coisa que eu chamo aatenção é também com a calçada, é a questão de árvore. Árvore é um abrigo tantopara o pedestre quanto o ciclista na hora de andar, nós a cada dia temos menosárvores seja no centro, quanto nos bairros e caixa de rodagem, cada dia as ruasnossas estão mais estreitas. Então hoje pode ser que nós estejamos nos baseandoapenas nas estruturais, mas com o crescimento da cidade por exemplo, lá no CICque você só tem uma estrutural chegando, mas as demais distribuição as ruas estãocada vez menores e daqui vinte anos por modal de bicicleta lá, nós não temos maiscaixa de rua ou não vai ter caixa de rua, ou não vai ter de pedestres. Nós estamosdiscutindo o que é mais importante, se é ter o pedestre ou se é ter bicicleta. Então énecessário que nós tenhamos hoje seja caixa de rua, que vamos ter lá no futuronessas outras regionais, que hoje não são atendidas pelas estruturais. Porque hojenós só estamos estrutural, estrutural, estrutural e a cidade não é mais só estrutural.Tanto que nós temos a Região Metropolitana, tem outras regiões que cresceramtanto quanto regiões estruturais. Uma outra coisa que acho também importante nóscomeçarmos a lidar, já que queremos ter um centro calmo, nós termos um incentivopara utilização de modais alternativos. Como eu digo bem claro, talvez. Proibiçãopor exemplo de caminhões, desculpe a citação, de Casas Bahia no centro da cidade,os caras carregando com quarenta geladeiras, lá descarregando no centro da cidade,na loja. Acho que nós temos que começar a limitar principalmente essas grandesaberrações do transporte no centro da cidade. O cara tem uma loja de concessionáriade carro, e o cara parar a cegonheira no meio ali, do centro da cidade paradescarregar carro, tem que começar a incentivar justamente como hoje é padrãoessas distribuidoras de bebidas, as bicicletas são o maior meio de transporte seja degás ou de bebida. Inclusive aqui na Câmara é atendido por isso, por bicicleta, quetraz os galões de água. Nós temos que incentivar esse tipo de ação para começar ater um centro calmo.                     O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Milton. Com a palavra, Juliano(A)

Oliveira, da ciclopatrulha da Guarda Municipal. Antes, porém, quero dizer queestivemos presentes lá visitando para saber como funciona e também já veio aquicom toda a equipe falar um pouco da ciclopatrulha. É importante você dizer aopessoal como funciona.                                       O SR. JULIANO OLIVEIRA:- Boa tarde a todos, obrigado peloconvite. A nossa preocupação com relação a ciclovia é que temos percebido osvários furtos de bicicletas e também assaltos bem agressivos. Estamos trabalhandocom essa reestruturação da ciclopatrulha e estamos acompanhando o empenho dealguns Vereadores com relação a reestruturação da ciclo. Queríamosencarecidamente que fosse pensando na larga escala isso, até mesmo com relação avia calma, tenho acompanhado, tenho utilizado até para perceber, temos uma equipepequena ainda da ciclo dentro da área central. Percebo que talvez tenhamos quepensar, dentro de um planejamento com relação a segurança pública, também oenvolvimento da ciclopatrulha da guarda municipal colaborando nesse espaço que é

primeiramente do cidadão e também de todos ali. Então, dentro disso podemos dar a

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primeiramente do cidadão e também de todos ali. Então, dentro disso podemos dar anossa contribuição, todos vocês sabem meu esforço, meu empenho em tertrabalhado muitas vezes até sozinho dentro da minha própria instituição, mas venhopuxando uma situação que eu sei que futuramente vai haver espaço para todomundo. Eu queria que a ciclopatrulha da guarda municipal tivesse no mesmopatamar de conhecimento e de respeito e com relação a educação para que issoaconteça. Tendo em vista que antes de ser servidor público também sou cidadão,uso a bicicleta para ir e voltar para casa e vejo o uso da bicicleta como um meiofavorável, até porque as grandes polícias comunitárias hoje usam a bicicleta, tantona Europa quanto nos Estados Unidos. E eu percebo que quando o policial sai daviatura velada, quando o policial sai da sua moto equipada e vai para uma bicicleta ocontato dele com as pessoas é bem maior. Então, eu acho que temos que pensartambém nisso. E as ciclovias, as ciclofaixas e as vias calmas vão precisar do nossopessoal para que possamos trabalhar num contato direto, numa parceria com aprópria Setran que também se empenhou muito em efetivar a ciclopatrulha deles. Euacompanhei e vejo que o processo vai começar a andar e que podemos trocar essasideias. Tanto é que me propus a trazer um projeto de Portugal, da PSP de Portugalque tem um projeto sobre a educação do uso da bicicleta, tirando esse estigma douso só de carro, mas trazendo o conceito bicicleta, através do quê, não colocando acriança em cima de um carro pequeno para que ela dirija, para que ela saiba as leisde trânsito. Não, mas sabendo como se comportar com o triciclo, com a bicicleta,com o patinete. Então, trazer essa ideia para a área de segurança também. E tanto éque nós da guarda municipal estamos com um projeto em andamento e precisamosde apoio, um projeto sobre bicicleta que já está sendo colocado na Regional Matriz,o Projeto Pedalando para Proteger. Um nome bem sugestivo porque você trata aspessoas num termo de segurança e ensina elas a andar de bicicleta. A nossa propostaé esta, trazer junto com a Setran e com a guarda municipal, cada um ocupando umespaço que é de trabalho de uma forma mais humana, mais eficiente e rápida, nabase. A proposta é pegar as crianças de primeiras a quartas séries dentro dessesprojetos, usando seus próprios espaços de ginásios cobertos e transportando pistas(V)

que são fáceis de montar de uma forma prática com um custo, digamos, quase zero,porque é uma estrutura fácil, triciclos, patinetes, bicicletas são coisas bemacessíveis, o preço é quase que zero. E sobre o roubo e furto, uma sugestão minha,direcionando a grande questão do IPI das bicicletas, e teremos mais bicicletas nasruas. Quando se aumenta o número de bicicletas, se aumenta o número de roubos debicicletas também. A preocupação é que façamos um conceito de sistema municipalpara que essas bicicletas possam ser cadastradas através de nota fiscal e o CPF docomprador. Ele vai lá no site e registra essa bicicleta. E fica a cargo da própriaprefeitura ou da Guarda Municipal, para visualizarmos a bicicleta roubada,possamos entrar no cadastro desse sistema e trazer ao proprietário legal essabicicleta de volta. Então, fica aí a minha sugestão de uma parceria, de um momentoque podemos melhorar a questão da segurança, não só na Via Calma, mas naciclovia, de uma presença maior do pessoal da ciclo patrulha. Muito obrigado.                                        O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Juliano. Na sequência as duasúltimas falas: Ramiro e o Valter Gustavo.                     O SR. RAMIRO BATISTA:- Vou tentar resumir, porque anotei váriospontos aqui. Mas um deles é o que comentou um dos palestrantes sobre o fato denão termos ciclovia na Marechal ou usar as vias laterais. Na verdade esse é ummovimento que não é só aqui no Brasil, mas é um movimento que se chama resgate,porque esses espaços foram sequestrados das pessoas e agora estamos resgatando,não ocupando, algo que sempre foi das pessoas. Outras coisa, Miranda, já escrevi avocê na lista da Ciclo Iguaçu, já conversamos por lá. É oportuna a chance de falarcom você pessoalmente, porque quando escrevemos, fica muito impessoal e pareceque estamos discordando. A verdade é que concordo totalmente com a Via Calma,mas tento sempre fazer uma crítica e autocrítica, porque eu acho que faço partedisso, apesar de não trabalhar com você lá, trabalho aqui na Câmara, mas eu façoparte da Ciclo Iguaçu, faço parte da lista e tento contribuir. Então, a minha crítica é

uma autocrítica, nada mais do que isso. A situação que eu vejo, do modo que eu

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uma autocrítica, nada mais do que isso. A situação que eu vejo, do modo que euvejo é que temos que fazer uma escolha. Não podemos agradar todo mundo. E dojeito que está, não estamos agradando ninguém. Para o ciclista compartilhar ali nãoé viável. E além disso esse compartilhamento é o que a lei já diz. A via já écompartilhada por lei. Não precisamos de pintura. A minha autocrítica é quedecidamos como foi feito na Marechal, uma ciclovia. Lá não foi um sucesso.Apenas 2% das pessoas continuam usando a canaleta porque é exclusiva, não écompartilhada. Se for compartilhada é difícil para o ciclista. Este é o meu ponto. Eoutra coisa é uma pesquisa americana, que já compartilhei no Facebook, que falasobre as vias protegidas. E essas vias protegidas especiais, as ,Protect Bikes Lineselas reduziram a zero os índices de acidentes. Não é morte, é acidente. Seis pessoasdurante cento e sessenta e oito horas filmadas, tiveram que usar o freio ou mudar dedireção. Doze mil, quinhentos e oitenta e uma não precisaram fazer nada. Éabsurdamente ridículo o percentual de pessoas que tiveram que usar o freio porcausa de imprudência em cruzamentos em que elas estavam protegidas. Então, valea pena investirmos nisso, talvez desagradar no começo os motoristas, mas protegeros ciclistas de alguma maneira. O que eu mais gostei, que foi falado, foi daquela(K)

onde tem o espaço para abrir a porta. Foi o que eu vi na Alemanha. Lá, a calçadatem três cores do concreto: cinza, vermelho e sem cor. Sem cor é para pedestre.Vermelho é para ciclista, exclusivo, não é compartilhado, e o escuro é para abrir aporta, que é mais ou menos o que você falou. Eu tenho outros pontos que anotei.Tem um projeto que se chama . Então, eu gostaria de pedir que segreen linescomeçasse a mudar a cor das nossas vias, em vez de vermelha para verde, porque overde tem mais um sentido de ecologia, e o vermelho é perigo. Eu não gosto muitodas vias vermelhas, apesar de chamar de tapete vermelho. A questão do comércio,em Nova Iorque foi feito isso e o comércio aumentou! Foram retiradas as vagas decarros e o comércio aumentou. Os trens, metrôs, têm suporte para bicicleta em todosos lugares do mundo. E a última coisa é sobre as ciclovias na contramão. Quando aciclovia vem na contramão é muito perigoso. Eu acho que não devia ser assim.Muito obrigado.                     O SR. PRESIDENTE:- Próximo inscrito, Sr. Walter Gustavo.                     O SR. WALTER GUSTAVO LINZMAYER:- Boa tarde a todos. Meunome é Walter Gustavo. Eu sou arquiteto urbanista, agente de fiscalização do CAU.É duro falar por último, porque nossa a fala é contemplada por todo mundo. Mas, eunão posso me furtar ao dever e ao direito de colocar a posição, parte pelo Institutode Arquitetos, cujo qual estou como Secretário Geral, e que venho contribuindo nomínimo há dez anos, e também pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Primeiracoisa, como classe, os arquitetos com certeza colocam a importância, como foifalado por vários arquitetos e não arquitetos, sobre a necessidade de legislações deincentivo para se facilitar o uso de bicicleta, seja por área não computável, sejacriando vestiários, espaços paraciclos, lugares em modais de transporte público,terminais de ônibus ou, até gostei da fala do colega, não é nem terminais detransporte, terminais modais, quais sejam, tenham um preparo para isso tudo; ônibuse metrôs com carros especiais para isso. Já seria um incentivo, por si só, não ter quepagar o passe da bicicleta, como alguém comentou, "eu pago o passe". Não, nãopague o passe, é um incentivo para usar a , você termina aqui e vai de parabike bikelá. A questão dos paraciclos, do , com certeza é uma coisa diferenciada.bike sharingÉ importante colocarmos essa questão das novas rotas. O nosso Presidente colocouentre as Ruas da Cidadania por uma questão básica, Curitiba vai sofrer a maiorintervenção urbanística da sua história em um único empreendimento que é o metrô.Todas as vias, de pedestre, de bicicleta, de ônibus, vão ter que ser repensadas. Elasvão mudar! O comércio, que o colega coloca como estacionamento, e eu concordocom o professor de marketing, é um preconceito. Somos consumidores,independente do nosso modal, se é que é para se tratar não de pessoas, mas comoconsumidores, quando o comércio está trabalhando, que é uma visão dos arquitetos,no mínimo, equivocada. Então, é necessário se pensar! Como é que o pedestre vai sedeslocar quando ele sair do metrô, como é que ele vai pegar a , como é que elebike

vai pegar o ônibus, como é que ele vai entrar no carro, se ele vai parar no café, se

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vai pegar o ônibus, como é que ele vai entrar no carro, se ele vai parar no café, seele vai entrar no comércio... O trânsito mais lento favorece. Favorece a Rua XV,colocado pela colega aqui. Ninguém vai abrir ela de novo! Mas, os tempos estãomudando, estamos criando cultura. Na época do Jaime Lerner, que era uma outraépoca, uma outra circunstância, você ia lá e fechava a rua! Viu-se que era bom!Manteve-se! Se fosse ruim tinha voltado. Hoje a democracia e as leis exigem quenós façamos estudos, que nós discutamos primeiro, façamos as discussões, para(L)

daí implementar da forma menos errada. E aí eu quero ressaltar uma coisa bastanteimportante que nos apetece muito como classe de arquitetos, pela primeira vez eu vio Ippuc colocar que é necessário, nem que seja pelo cicloviário, a necessidade depesquisa de origem e destino. E está contratando para os modais, porque otransporte de ônibus de Curitiba sempre foi assim, se induz ao crescimento dacidade pelo transporte coletivo, então, nas vias estruturais vai ter o comércio aliverticalizado, ok, não tem problema nenhum, mas o problema é quem foge, quemnão está nos estruturais de passagem. E, pela primeira vez, depois de manifestaçõesdo IAB, manifestações inclusive do CREA e do CAU, conjuntamente, uma dasnossas críticas não é que não deva existir o metrô, mas o metrô tem que se basearem estudos mais aprofundados, então, vamos quebrar paradigmas, essa é a questãoque chamou atenção e eu quero aqui colocar e deixar registrado isso em audiênciapúblico. Outro pedido nosso, dos arquitetos, é importante tudo, é importante o Ippucplanejar e traçar as diretrizes, mas é também importante talvez abrir um espaço paraconcursos públicos, montar novas linguagens de equipamentos públicos ou soluçõesmesmo, porque muitas pessoas, não só arquitetos, designers e outros tem soluçõesbastante interessantes e é o momento propício, criativo para tudo isso. Estamosconstruindo cultura, não é educação, é cultura e já me sinto mais com uma culturamaior de bicicleta do que há anos como cidadão aqui em Curitiba. E a questão docolega sobre a transversalidade, como é o que o plano diretor vai tratar disso duranteo processo de discussões, nessas dez audiências temáticas que estão acontecendo naCâmara de Vereadores, estamos sistematizando isso no CAU, nós vamos e estamoscruzando. Nós estamos falando de região metropolitana, de aeroporto, de meioambiente, de calçada, de uso e ocupação do solo numa audiências de mobilidade.No final vai ter um grupo de trabalho. Essa é a ideia.                     O SR. PRESIDENTE:- Com a palavra o Sr. Tiago.                                        O SR. TIAGO:- Eu sou ciclista, ando de bicicleta diariamente erepresento a comunidade em geral. O que eu vejo que vem faltando bastante até oponto de início na questão de segurança nas ciclovias é iluminação. Têm muitostrechos de ciclovia que eu ando que é mal iluminado e, às vezes, não tem nenhumailuminação. Então, eu acho que é um ponto bem importante para começarmos, que éa questão de segurança. Outra questão, são os bicicletários e os paraciclos nãosomente nos terminais multimodais, mas no decorrer da ciclovia também. Então,acho muito importante em grandes áreas comerciais, residenciais, em parques epraças no decorrer da ciclovia ter esses paraciclos. E uma outra questão, nessa erade informação, de tecnologia que vivemos, acho que podemos pensar em utilizá-la afavor do ciclistas, então, acho que seria interessante a Prefeitura pensar em criartalvez um aplicativo oficial dos ciclistas de Curitiba, onde, nesse aplicativo, atémesmo de forma offline eu possa verificar onde estou no mapa da cidade, qual aciclovia mais próxima e quais as melhores rotas que eu possa me deslocar utilizandoesses trechos. Obrigado.                     O SR. PRESIDENTE:- Agora, para finalizar, nós vamos conceder apalavra por três minutos para considerações finais. A ideia é que possamos fazeruma finalização, pode ser um comentário geral ou escolher um ponto que foicolocado, porque o objetivo da audiência pública não é a resposta, é ouvir paracaptar para o plano. Com a palavra o Sr. Antonio Carlos Mattos Miranda.                     O SR. ANTONIO CARLOS MATTOS MIRANDA:- Não começa otempo de três minutos, eu vou ter que sair rapidinho porque tenho uma audiênciapública lá em Santa Felicidade e eu vou ter que ser rápido. Só aqueles que fizeramintervenção eu vou responder. Agora pode começar a contar. A Tatiana fala se(T)

você queria lindo que foi no começo pensamos em colocar uma ciclovia junto à via,

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você queria lindo que foi no começo pensamos em colocar uma ciclovia junto à via,mas os comerciantes tinham perdido por conta do desalinhamento dos ônibus e secolocarmos íamos criar toda outra confusão, então resolvemos tirar o coelho dacartola e criar isso. E já respondendo ao senhor Jorge Ventura, ali não é cicloviapadronizada, ciclovia psicodélica, nem ciclovia compartilhada, não, é um espaçocompartilhado. Na verdade o código já diz isso é um espaço compartilhado comprioridade para o ciclista, o local tracejado não quer dizer nada, a única coisa quetem efetiva ali de espaço do ciclista é a bicicaixa e aquela língua vermelha. ORamiro, a questão do vermelho ou verde é que o vermelho, eu ajudei a montar ocódigo de transito brasileiro também, somos culpados por essas e algumasfacilidades. Eu pedalo desde 1967, a maioria não era nascido.                            O SR. PRESIDENTE:- Desculpa! Realmente há um erro aqui aMesa, a maioria das intervenções são direcionadas à Prefeitura, você é o únicorepresentante de fato do Ippuc, da parte de planejamento cicloviário. Então, vocênão fará tão rápido assim, terá um tempinho a mais para responder o pessoal.                     O SR. ANTONIO CARLOS MATTOS MIRANDA:- E aí ela é umespaço compartilhado, Seo Ventura. Então, na verdade, ali foi só para mostrar que ociclista deve se manter ali. Agora, quais são os dois objetivos principais? Acalmar avia, a velocidade, primeiro, para todos e depois tirar o ciclista da canaleta desseconflito com o ônibus que vai ser agravado, podem acreditar, depois que morreremuns dois ou três o pessoal começa a passar para via lateral. E com isso quem faz avia é o uso, quando tiver bastante ciclista, claro, vamos ali e vamos caracterizar deuma vez a ciclo faixa, com tachão e tudo mais. Quer dizer, o que vinha antes o ovoou a galinha? As duas coisas tem que vir no projeto e no planejamento da cidade, ouseja, temos que estimular, criar condições para que elas aconteçam e, ao mesmotempo, quando elas acontecerem vamos atrás, vamos fazer. Luiz Andréas, a ViaCalma tem um metro e trinta, não tem um metro, quando diz que tem um metro é láem Santa Felicidade, mas com sessenta centímetros de afastamento doestacionamento de automóveis, se você for medir lá tem um metro e trinta. Eu tenhoum metro e trinta além dos dez centímetros da faixa, quer dizer, tem quase ummetro e quarenta. Aí você querendo ciclo faixa, eu concordo! Você quer a ciclofaixa, todos queremos a ciclo faixa definitiva, mas estamos aguardando o espaço. Euando na Via Calma na João Gualberto diariamente, vou para o Ippuc, volto pelaJoão Gualberto e o espaço que eu ocupo é menos que um metro e trinta, um metro equarenta, eu uso um metro, um metro e dez, ainda mais num pavimentorecém-construído. O Juliano, para ciclo nas escolas estamos com um programa quevamos desenvolver junto com a Secretaria de Educação nas escolas de primeira anonas series, antigamente era primeira oitava serie agora é primeiro nono ano.Estamos com uma proposta para a implantação de para ciclos e tem uma propostaque eu e o Cassiano vamos desenvolver com relação à escola da bicicleta, que é umaproposta que inclusive que cunhamos e que ela vai fazer o seguinte, vai ter um(I)

caminhãozinho que na cabine vão só três pessoas. Vai o motorista, um instrutor eum mecânico. E dentro do caminhãozinho vai um monte de bicicleta e uma série deequipamentos para fechamento de rua, cone, tudo o mais, e umas gavetas, tipo umquebra-cabeça. Toda escola tem uma quadra poliesportiva. Então, as criançascomeçam a aula já montando o próprio cenário onde elas vão ter aula. Vai ser muitolegal. Precisamos da sua ajuda, Cassiano, para nos dar uma dica de como montaresse quebra-cabeça. E falando de outro que não estava aí. A questão da educação.Alguém disse que a educação era uma doutrina e não uma... Espera aí, todaeducação é uma doutrina. Não é, Tatiana? Toda educação é doutrina. Depende onível que você faz essa doutrina. Você orientar uma pessoa! É porqueestigmatizaram a palavra doutrina. Eu sou literato também, eu escrevo, tenhoromance, tenho contos, crônicas, poesia. Não vamos estigmatizar a palavra.Doutrina é isso. Toda educação é uma doutrina. Mas uma doutrina orientada. Querdizer, é uma orientação de um pensamento que o professor pode ou induzir, ouajudar que o aluno atinja o seu próprio saber. A questão dos bicicletários. Quemprimeiro montou a bicicleta no interior do ônibus? Foi uma proposta de Cuba

apresentada em 1997 num congresso do velocity lá em Barcelona. Até então na

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apresentada em 1997 num congresso do velocity lá em Barcelona. Até então naEuropa não se fazia isso em lugar nenhum. Só se fazia em ônibus, se fazia em tremem alguns lugares em horários fora de pico. Nós aqui não temos condições, mesmoem horário fora de pico, pode ser. Final de semana, eu não duvido que possaacontecer isso. Mas durante a semana é quase que impossível. E a infraestrutura quevamos gastar para fazer isso, o recurso, é muito melhor que façamos outras ações.Agora, quem falou no bicicletário. Veja, o bicicletário que eu mostrei aqui, dentroda micro rede da CIC, com 20,6 quilômetros, e escolhemos porque lá teve quatromortes no ano passado. Por isso mesmo que ela tem a maior quantidade, porque é omaior uso. Lá a rede passa interligando os dois terminais, o da Fazendinha e oterminal da Nossa Senhora da Luz. Então, tudo que estamos fazendo, estamosbuscando conectividade. Toda rede visa buscar a conectividade. Eu tenho discutidoisso com o pessoal da Ciclo Iguaçu, com o Goura, com o Rodolfo, com o Danilo.Não fazemos nada sem ter uma parceria com a Ciclo Iguaçu. Queremos tambémcom a Câmara, discutir com todos vocês, está aberto. O Ippuc não está fechado. Euconcordo que nas vias falta iluminação. Os paraciclos, no decorrer das ciclovias.Acontece que tem sido feito paraciclo mas o pessoal não tem utilizado com medo doroubo, que é aquilo que foi colocado ali. Na verdade, estamos até desenvolvendo noIppuc uma proposta, que não está fechada ainda, de uma caixa, como se fossem um

, que existe na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá, para que o indivíduolockerspague o que estamos chamando de biciclex. Por quê? Porque o malex, guarda amala. Eu sou filho de Fernando Pessoa, a minha língua, a minha pátria. Então, tudoque eu puder aportuguesar, é bicicaixa, é biciclex. Ciclovia, vocês não vão acreditar,mas eu criei lá em 1974, vocês não eram nascidos, talvez 72, 73, alguns não eram.Quando criamos, vamos fazer . O meu chefe chama . Chama obike roots ciclovayhomem da . Eu era chamado homem ciclovay (J)J da ciclovay. Desculpe se não puderesponder a todos. Agradeço a participação. (Palmas).                     O SR. BRUNO PESSUTI:- Na sequência ouviremos as consideraçõese respostas do Cassiano Ferreira Novo.                     O SR. CASSIANO FERREIRA NOVO:- Vou dizer o que vou excluir,que não vou responder, mesmo sendo autoridade de educação no trânsito hoje emCuritiba. Mas os métodos de educação em relação à doutrina, educar pela lei, pordinheiro, por punição, vou excluir, a educação nas escolas, tudo o que a gente estáfazendo, a lei seca também e a questão da canaleta em relação ao risco do ciclista.Dai escolhi alguns temas em relação ao objetivo do dia de hoje que é o PlanoDiretor. Queria apontar que os seis bairros que têm 50% das mortes no trânsito vaido Orleans até o Pinheirinho e está todo no contorno sul. Então, se puderemprivilegiar a infraestrutura nessa região do contorno sul as vidas agradecem. Aquestão da banalização da velocidade. Então, tenho a pesquisa de mestrado quemostra que a velocidade não é vista como um problema pelos usuários. A percepçãode que eu, acima de sessenta por hora, setenta, oitenta, não é um problema. Eucontrolo a velocidade, eu tenho a capacidade de controlar a velocidade, entãofiquem tranquilos que eu posso exceder e nada vai acontecer. Então, essa percepçãode autocontrole, de autoconfiança, de excesso de autoconfiança, ela banaliza aquestão da velocidade enquanto risco. Até ver como perigosa a velocidade, mas asensação de controle é altíssima isso em decorrência de toda a nossa cultura deformação de que andar rápido no trânsito com um carro mais potente é o que tem demelhor na vida. Outro ponto é a questão da infraestrutura da engenharia tocada pelaTatiana. Acho que o ambiente tem um papel fundamental na educação e nodesenvolvimento de comportamento de segurança e como foi bem colocado aqui avia compartilhada já é de todas as vias e não exclusivamente da via calma. Adiferença da via calma para as demais é a bicicaixa, essa língua vermelha que oMiranda colocou, e a questão principal da velocidade de trinta quilômetros por hora.O resto é igual as outras. Então, você tem que dar prioridade ao ciclista a qualquervia. A gente tem que quebrar o paradigma de que onde tem asfalto quem manda é ocarro. Não é o carro. Então, é o mais vulnerável que tem a preferência. Então, todasas vias o ciclista tem a preferência no seu lado direito, o pedestre quando está

circulando, quando não tem a dua infraestrutura. Então, a via calma hoje, com

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circulando, quando não tem a dua infraestrutura. Então, a via calma hoje, comaquela tracejada, é um meio de condicionar os condutores de automóveis de que elestêm que se comportar respeitando o ciclista na direita. Isso vai ajudar na percepçãodeles sobre os direitos do ciclistas nas demais vias. Obrigado. (Palmas).                     O SR. PRESIDENTE:- Com a palavra, Miguel Roguski.                     O SR. MIGUEL ROGUSKI:- Sendo bem rápido, só estou colocandoque nós daqui a pouco estaremos em Santa Felicidade na nona audiência pública doplano diretor. Teremos ainda na Fazendinha na segunda-feira, das 18h30min às21h30min, a décima audiência pública do Plano Diretor, estamos abertos à presençade vocês. Essa parceria que estamos fazendo com a Câmara no sentido de que essasdiscussões, esses debates sejam amplificados tanto com a força da Câmara como doExecutivo Municipal. Estaremos trabalhando numa sistematização em conjunto comvocês, no processo, e agradecemos as contribuições que estão sendo dadasprincipalmente no aspecto que a Câmara está privilegiando a questão temática e(P)

isso é muito importante e complementa o nosso trabalho. Agradeço a todos.                     O SR. PRESIDENTE:- Concedemos a palavra ao Sr. Goura Nataraj.                     O SR. GOURA NATARAJ:- Só gostaria de destacar que a CicloIguaçu é uma entidade que existe, que não tem dono e eu estou como coordenadorgeral pelos próximos meses, mas não vou continuar. É uma entidade que para acidade tem que ser ocupada pelos cidadãos e ela criou um canal de diálogo com opoder público. Temos que valorizar isso. Temos uma parceria com o próprio Ippuc eisso tem que ser ocupado, então eu convido todos os ciclistas, cidadãos que queiramparticipar, todos os processos da Ciclo Iguaçu são inteiramente abertos, todospodem participar. Fica o convite e quero destacar duas ações da Ciclo Iguaçu quesão muito significativas a meu ver, estamos num diálogo forte com o Detran Paranáe uma comissão formada pelo Vinícius, o Luís Patrício, junto com o Detran estãoavaliando que das trinta questões que o cidadão tem que responder para tirar a CNH,uma ou duas obrigatoriamente serão sobre o tema da bicicleta. Isso terá um efeitocascata com as autoescolas, com a preocupação. Então, é muito significativo issodentro do que o colega Mauro Ribeiro comentou e que é algo importante. E a outraquestão, junto com o Governo do Estado, a Ciclo Iguaçu está em cima para que nasduplicações das rodovias tenhamos também ciclovias. Chegamos lá porquesoubemos que o projeto da Rodovia dos Minérios vai sair, tem ciclovia? Não, nãotem. Por favor então... E o Governo do Estado já acenou que vai ter ciclovia, assimcomo na Leopoldo Jacomel. Essa revisão do Plano Diretor, no que tange aciclomobilidade é pensarmos a integração de toda Região Metropolitana, de todoAlto Iguaçu por bicicleta e que isso esteja presente daqui a dez anos, quando seráfeita a próxima revisão e que possamos ter outros problemas que não esses e que emdez anos possamos ter essa conexão completa. Mais uma vez quero saudar dainiciativa, que foi um debate de muita qualidade. Obrigado.                     O SR. RODOLFO JARUGA:- Parabéns pela iniciativa. Gostaria dedizer que estamos todos jogando no mesmo time, todos queremos uma cidade maishumana, uma cidade que respeite a vida humana e que coloque o homem no centrode tudo. Queremos uma cidade onde os automóveis diminuam a sua velocidade eque o planejamento urbano conduza a diminuição dos automóveis e favoreça o usode outros meios não motorizados. O nosso objetivo é uma cidade onde as pessoasrealmente possam aproveitar o espaço público, sintam que pertencem ao espaçopúblico, é essa cidade que queremos. Sem dúvidas, chegaremos a ela pedalando.Muito obrigado.                     O SR. PRESIDENTE:- Abro mão do meu tempo e passo a palavra aoVereador Bruno Pessuti, para fechar.                                          O SR. BRUNO PESSUTI:-Muito obrigado pela deferência.Atentamente sempre temos ouvido essa questão da bicicleta e temos acompanhado.Eu na verdade que fui contaminado ao longo dos anos, a bicicleta vai contaminandomas uma contaminação boa, mostrando que a cidade está resgatando aquilo que elanunca deveria ter perdido. O Xavier não está aqui, mas até relevo algumas coisasque ele falou, no sentido que ele foi doutrinado a vida inteira dele a acreditar que o

carro era a solução para locomoção urbana, das grandes cidades. Sendo que se(E)

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carro era a solução para locomoção urbana, das grandes cidades. Sendo que se(E)

pensarmos que para transportarmos setenta quilos, ou no caso do meu pai, porexemplo, cento e sessenta quilos, um carro de uma tonelada é um pouco irracionalse levarmos em consideração a isso, que temos que ter algo mais pesado do que nóspara nos transportar a dois, três quilômetros de distância, que é, mais ou menos, oque percorremos num quotidiano de ir e vir do trabalho. Mas lembrar algumascoisas que são absurdas que acontecem na Cidade, que poderiam resolver e muito oproblema da ciclomobilidade. Aquela ponte estaiada, viaduto, que quiseram fazeruma obra de arte, sempre critico, pois o valor investido naquela obra poderia terresolvido com os noventa milhões quase que todo esse problema de criação deciclovias, ciclorrotas, bicicletários na Cidade de Curitiba. Então, são questões deopção, de escolha. Um processo licitatório de um transporte coletivo do qual tive ahonra de ser relator, só num item que é o imposto de renda que é consideravelmente,notadamente ilegal, por dia são cem mil reais repassados para essas empresas, atítulo de imposto, que não serão recolhidos. Então, com cem mil reais por dia,quantas bicicletas de mil reais poderiam ser compradas e deixar à disposição dapopulação? Ou para que o valor módico da tarifa seja colocado, ainda que comtantos e tantos questionamentos dos itens, são colocamos dois milhões e meio dereais todos os meses a título de subsídio para reduzir a passagem. Esse dinheiro, porexemplo, poderia estar vindo para a ciclomobilidade, melhoria do infraestruturaurbana como um todo. Mas por causa de uma escolha feita no passado, ou de umerro de contrato, ou outras coisas feitas que foram colocadas na CPI, que está acargo do Ministério Público, hoje ainda temos que pagar caro pela passagem, temosque colocar subsídio e temos uma solução da bicicleta e é muito contestada aindacontra soluções boas, como essas que estão sendo feitas na Cidade. As pessoasainda teimam em dizer aquilo que o Gora falou, a respeito da Sete de Setembro.Como está congestionado por acaso, o congestionamento dela não existia antes? Sóporque pintaram alguns traços no chão, e de vermelho um lingueta isso criou omaior congestionamento da Cidade, quando se sabe que o maior congestionamentoda Cidade não são as bicicletas, mas sim o excesso de carros que estão circulando.Então, as pessoas que estão aqui são muito mais capacitadas e nós aqui somos umvetor para tentar transformar isso em realidade na Cidade e fazer com que a Cidadeseja realmente humana, com meio ambiente e com ciclomobilidade. Muitoobrigado. (Palmas).                     O SR. PRESIDENTE:- Agradecemos a presença de todos. Acho quefoi bastante proveitoso a discussão do Plano Diretor. Ninguém mais desejando falar,declaro encerrada a presente audiência pública da ciclomobilidade. Obrigado atodos.

Jonny SticaPresidente

Bruno PessutiMembro

Felipe Braga CôrtesMembro

Toninho da FarmáciaMembro