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Juventude Mariana Vicentina do Sobreiro - Sector Mariano CAMINHADA PARA O TEMPO PASCAL Vidit et Credidit (Jo 20, 8) NOTA INTRODUTÓRIA Eis que, agora, passadas as dores e os sofrimentos da Paixão do Senhor, chega a hora de, cheios de alegria, meditarmos a luz da Páscoa gloriosa de Cristo, no caminho da Galileia, ávidos da vinda do Espírito Santo. Para isso, é-nos proposta esta caminhada, cujo lema é tomado do Evangelho de João que iremos escutar na manhã gloriosa da Páscoa: “tunc ergo introivit et ille discipulus qui venerat primus ad monumentum et vidit et credidit” – “Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.” (Jo 20, 8). Esta declaração de fé por parte do Autor Sagrado impele-nos a, contemplado o túmulo vazio e atestada esta visão pela Igreja, proclamar a Ressurreição de Cristo, Senhor da Vida e Vencedor da Morte, pela nossa vida e testemunho, pela nossa devoção e oração. Como textos fundantes vamos, novamente, tomar a Liturgia da Palavra dominical e a Mensagem de Sua Santidade, o Papa Emérito Bento XVI para 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais (à excepção da Semana da Oitava Pascal, como abaixo está prescrito) de modo a, mais uma vez, escutarmos a Voz do Filho muito amado pelas Sagradas Letras e pela Tradição da Igreja Apostólica.

Caminhada da Pascoa

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Page 1: Caminhada da Pascoa

Juventude Mariana Vicentina do Sobreiro - Sector Mariano

CAMINHADA PARA O TEMPO PASCAL

Vidit et Credidit (Jo 20, 8)

NOTA INTRODUTÓRIA

Eis que, agora, passadas as dores e os sofrimentos da Paixão do Senhor, chega a

hora de, cheios de alegria, meditarmos a luz da Páscoa gloriosa de Cristo, no

caminho da Galileia, ávidos da vinda do Espírito Santo.

Para isso, é-nos proposta esta caminhada, cujo lema é tomado do Evangelho de

João que iremos escutar na manhã gloriosa da Páscoa: “tunc ergo introivit et ille

discipulus qui venerat primus ad monumentum et vidit et credidit” – “Entrou

também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.”

(Jo 20, 8). Esta declaração de fé por parte do Autor Sagrado impele-nos a,

contemplado o túmulo vazio e atestada esta visão pela Igreja, proclamar a

Ressurreição de Cristo, Senhor da Vida e Vencedor da Morte, pela nossa vida e

testemunho, pela nossa devoção e oração.

Como textos fundantes vamos, novamente, tomar a Liturgia da Palavra dominical

e a Mensagem de Sua Santidade, o Papa Emérito Bento XVI para 47º Dia

Mundial das Comunicações Sociais (à excepção da Semana da Oitava Pascal,

como abaixo está prescrito) de modo a, mais uma vez, escutarmos a Voz do Filho

muito amado pelas Sagradas Letras e pela Tradição da Igreja Apostólica.

Page 2: Caminhada da Pascoa

1. SEMANA APÓS SEMANA Começaremos por, na Semana da Oitava Pascal, meditar na beleza deste

momento: a Luz de Cristo que, definitivamente, vence as Trevas do Diabo, do

Tentador, do Pai de Mentira.

Nas subsequentes semanas iremos ter oportunidade de tomar e meditar cada um

dos dons do Espírito Santo, até à grande solenidade do Pentecostes.

Como símbolo desta caminhada, teremos o Círio Pascal que deverá ser adornado

a cada semana, segundo as indicações abaixo.

2. ORAÇÃO

A cada semana ser-nos-á proposto que a nossa oração diga respeito ao Dom do

Espírito que meditámos. Assim, à exceção das semanas das Solenidades da Páscoa

e do Pentecostes, será disponibilizada a oração de acordo com o dom meditado.

Nas duas semanas acima assinaladas propõe-se a oração da sequência prevista

para cada uma das Solenidades.

3. ATITUDE - COMPROMISSO

Nesta caminhada não existe nenhuma atitude concreta para além da tentativa

constante de, a cada semana, cultivar o dom do Espírito Santo que meditamos.

Page 3: Caminhada da Pascoa

… PARA NAVEGAR AO SOPRO DO ESPÍRITO SANTO!

(DA PÁSCOA AO PENTECOSTES)

PÁSCOA DO

SENHOR

Testemunhar alegremente a

Ressurreição do Senhor.

Sequência do

Dia de Páscoa

ATIVIDADE Temática Breve explicação do dom do

Espírito Santo

Oração

Invocação do

Espírito Santo

I SEMANA DA

PÁSCOA

Colar

ou Inscrever

na vela

a chama da

Sabedoria

“Sempre de novo a pequena barca da

Igreja é abalada pelo vento das

ideologias, que com as suas águas

penetram nela e parecem condená-la a

afundar. E contudo, precisamente na

Igreja sofredora Cristo é vitorioso.

Apesar de tudo, a fé n'Ele retoma força

sempre de novo. Também hoje o

Senhor ordena às águas e demonstra-se

o Senhor dos elementos. Ele permanece

na sua barca, na barca da Igreja” (Bento

XVI, Homilia, 29.6.2006)

SABEDORIA (SAPIÊNCIA):

É o dom de experimentar o sabor,

o gosto “conatural” da vida de

Deus, da sua vontade (bondade)

amorosa, das realidades divinas e a

alegria de servir o seu Espírito. A

sabedoria das coisas vividas em

Deus não resulta de nenhum

esforço cerebral mas é dom do

Espírito. Os simples «sabem» mais

de Deus que os inteligentes...

Invocar

o dom

da Sabedoria

II SEMANA DA

PÁSCOA

Colar ou Inscrever

na vela

a chama do

Entendimento

“A vida humana é um caminho. Rumo a

qual meta? Como achamos o itinerário

a seguir? A vida é como uma viagem no

mar da história, com frequência

enevoada e tempestuosa, uma viagem

na qual perscrutamos os astros que nos

indicam a rota. As verdadeiras estrelas

da nossa vida são as pessoas que

souberam viver com retidão. Elas são

luzes de esperança” (Bento XVI, Spe Salvi,

49)

ENTENDIMENTO

(INTELIGÊNCIA):

É o dom de compreender e

penetrar a Palavra de Deus e

alcançar o mistério do amor

proclamado, que é Jesus Cristo, e

ainda o dom de o atualizar; Este

dom permite o discernimento da

presença de Deus... Entender os

apelos de Deus não é uma questão

de superioridade intelectual, mas

dom do Espírito àqueles que

humildemente procuram a Deus...

Invocar

o dom

do

Entendimento

Page 4: Caminhada da Pascoa

III SEMANA DA

PÁSCOA

Colar ou Inscrever

na vela

a chama do

Conselho

“Mantende viva a vossa fé em Cristo,

amai a Igreja de que sois membros

ativos. À semelhança do que Cristo

disse a Pedro, repito a todos: Sede

pescadores de homens. Sobre a barca

da Igreja todos nós devemos remar.

Ninguém se pode limitar a ser

espectador. «Toda a Igreja é chamada a

evangelizar» (E.N.66) (Card. Ângelo

Sodano, Homilia no Mosteiro dos

Jerónimos,28.061998)

CONSELHO:

É o dom do discernimento da

vontade amorosa de Deus na vida

concreta, dos seus apelos nas

várias situações e acontecimentos

da vida e do mundo, da descoberta

dos valores evangélicos, de modo a

viver uma vida santa e agradável a

Deus. É o dom da lucidez da fé

para interpretar os

acontecimentos.

Invocar

o dom

do Conselho

IV SEMANA DA

PÁSCOA

Colar ou Inscrever

na vela

a chama da

Fortaleza

“Vimos que a fragilidade humana está

presente também na Igreja, que a barca

da Igreja continua a navegar inclusive

com vento contrário, com tempestades

que ameaçam a barca, e às vezes

pensamos: «O Senhor dorme e

esqueceu-nos»” (Bento XVI, Discurso,

11.06.2012)

FORTALEZA:

Anima a nossa fidelidade

quotidiana. Trata-se do dom da

firmeza na opção por Cristo, da

fidelidade à identidade cristã, da

força para o “confessar” e anunciar,

para crescer na comunhão com Ele

e na esperança n’Ele. Trata-se

também de um dinamismo de

crescimento e de esperança em

Jesus Cristo. Perseverar no

caminho da fé não é uma questão

de temperamento forte mas um

dom àqueles que procuram e

encontram em Deus a sua força...

Invocar

o dom

da Fortaleza

Page 5: Caminhada da Pascoa

V SEMANA

DA PÁSCOA

Colar ou Inscrever

na vela

a chama da

Ciência

Falando da Igreja disse Santo

Ambrósio: “Ela é esse navio que navega

bem neste mundo ao sopro do Espírito

Santo, com as velas da Cruz do Senhor

plenamente desfraldadas” (Catecismo da

Igreja Católica, 845)

CIÊNCIA (CONHECIMENTO):

Trata-se do conhecimento da

verdade e do erro. O Espírito de

Deus dá-nos aquilo que a

linguagem teológica se chama

«sensus fidei», uma espécie de

«sexto sentido» da fé. Trata-se da

ciência comum da vida cristã em

ordem a «ler» a vida e a valorá-la à

luz da Palavra de Deus. Faz a

ligação entre a fé e a Vida.

Invocar

o dom

da Ciência

VI SEMANA

DA PÁSCOA

Colar ou

Inscrever na vela

a chama da

Piedade

Apesar de poder parecer às vezes, como

sucedeu no episódio evangélico da

tempestade acalmada (cf. Mc 4, 35-41; Lc 8,

22-25), que Cristo dorme e deixa a sua

barca à mercê das ondas impetuosas, é

pedido à Igreja da Europa que cultive a

certeza de que o Senhor, através do dom

do seu Espírito, está sempre presente e

ativo nela e na história da humanidade.

Ele prolonga no tempo a sua missão,

fazendo da Igreja uma corrente de vida

nova que flui dentro da vida da

humanidade como sinal de esperança

para todos” (João Paulo II, Ecclesia in Europa

27)

PIEDADE:

É o dom da relação confidente e de

confiança alegre com Deus e de

uma relação fraterna com os

irmãos. O Espírito é Aquele que

reza em nós, Aquele que nos dá a

experiência da filiação divina. Ele

testemunha interiormente em nós

e cria em nós aquela

«conaturalidade» (à vontade) da

relação filial com Deus e ao mesmo

tempo é Aquele que realiza a

comunhão entre nós.

Invocar

o dom

da Piedade

VII SEMANA

(DEPOIS DA

ASCENSÃO)

Colar ou Inscrever

na vela a chama

do

Temor de Deus

Os documentos do Concílio Vaticano

II, sobre os quais é preciso meditar, são,

também para o nosso tempo, uma

bússola que permite à barca da Igreja

fazer-se ao largo, no meio de

tempestades ou de ondas calmas e

tranquilas, para navegar com segurança

e chegar à meta (Bento XVI, Audiência, 10 de

Outubro 2012).

TEMOR DE DEUS

Trata-se da nossa dependência

criatural, da nossa adoração de

Deus e também das nossas

limitações e das nossas fraquezas

perante a santidade e a

transcendência de Deus. Isto

suscita no crente o desejo de uma

conversão constante e permanente.

Invocar

o dom

do Temor

de

Deus

Page 6: Caminhada da Pascoa

VIGÍLIA E DIA

DE

PENTECOSTES

TRAZER O

BARCO

PRONTO, COM

O CÍRIO

(MASTRO)

E A (S) VELA (S)

= 7 DONS DO

ESPÍRITO SANTO

“O Espírito é como o vento que sopra a

vela da grande barca da Igreja. Esta,

todavia, considerando bem, vale-se de

outras inúmeras pequenas velas que

são os corações de cada um dos

batizados. Cada um, caríssimos, é

convidado a içar a própria vela e a

desfraldá-la com coragem, para

permitir ao Espírito agir com toda a Sua

força santificadora.

Consentindo ao Espírito agir na própria

história pessoal, oferece-se também o

melhor contributo à missão da

Igreja. Não tenhais medo de

desfraldar a vossa vela ao sopro do

Espírito!

Deixai que a Sua força da verdade e do

amor anime cada dimensão da vossa

jovem existência” (João Paulo II, Discurso aos

seminaristas, 30-04.1998)

“Içar a própria vela e desfraldá-la

com coragem” (J. Paulo II)!

"Chamam por mim as águas,

Chamam por mim os mares.

Chamam por mim,

levantando uma voz corpórea,

os longes,

as épocas marítimas

todas sentidas no passado,

a chamar”.

Álvaro de Campos,

Ode Marítima

“Faz-te ao mar”!

(Lc.5,4)

Rezar a

Sequência do

Pentecostes

Page 7: Caminhada da Pascoa

DOMINGO DE PÁSCOA Passo Bíblico: Jo 20, 1-9 No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos. Da Mensagem Urbi et Orbi do Papa Emérito Bento XVI pela Páscoa de 2012: «Surrexit Christus, spes mea – Ressuscitou Cristo, minha esperança» (Sequência Pascal). A todos vós chegue a voz jubilosa da Igreja, com as palavras que um antigo hino coloca nos lábios de Maria Madalena, a primeira que encontrou Jesus ressuscitado na manhã de Páscoa. Ela correu ao encontro dos outros discípulos e, emocionada, anunciou-lhes: «Vi o Senhor!» (Jo 20, 18). Hoje também nós, depois de termos atravessado o deserto da Quaresma e os dias dolorosos da Paixão, damos largas ao brado de vitória: «Ressuscitou! Ressuscitou verdadeiramente!» Reflexão: Somos, então, convidados a entrar no Sepulcro. Lá dentro paira silêncio. Não um

silêncio de morte, de fim, mas um silêncio promissor, que deixa prever a

proximidade de algo maior.

A porta rolada, a azáfama daquela mulher, as ligaduras e o sudário, tudo isto é

muito estranho. Não estava Ele morto? Não tínhamos vindo também depositá-l’O

neste nicho, nesta pedra, quando já brilhava a Lua de Sábado? Então como isto

ser?

Eis como: Ele Ressuscitou! Já não há morte, nem fim, nem choro. A luz vem

donde antes só vinha breu, a Vida surge donde antes só surgia morte.

Surrexit Christus, spes mea. De facto, a nossa Esperança não foi em vão. Cristo

venceu, quando já tudo parecia perdido. Acabou a vida finita para a qual

estávamos naturalmente guardados. Surge agora a Vida sem fim para os que a

quiserem abraçar. Surrexit Dominus vere! Aleluia!