10
II Conferência Internacional de Integração do Design, Engenharia e Gestão para a inovação Florianópolis, SC, Brasil, 21-23, Outubro, 2012 CAMINHANDO EM SILÊNCIO NO TERRITÓRIO DA ARQUITETURA VERA LÚCIA DE SOUZA E LIMA¹, REGINA CÉLIA GUEDES LEITE², ADEMAR ALVES DE OLIVEIRA JÚNIOR³. 1 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS, [email protected] 2 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS, [email protected] 3 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS, [email protected] Resumo: O presente artigo está vinculado a um processo de pesquisa que envolve três projetos de iniciação científica. Tratará de um deles, do PIBIC “Estudo do Desenho Universal sob a Ótica da Sustentabilidade”, que se inter-relaciona com os projetos de pesquisa BIC Jr “Construção de um Glossário Técnico para Adequação da Língua Instrumental em Libras para o Ensino de Desenho Arquitetônico” e “Elaboração de um Manual Aplicado à Construção Civil para o Ensino de Desenho Arquitetônico para Alunos Surdos” que serão citados no decorrer deste texto. Os três projetos foram desenvolvidos na presença e com a participação do publico alvo, neste caso, o sujeito Surdo. O PIBIC “Estudo do Desenho Universal sob a Ótica da Sustentabilidade” buscou compreender o ambiente físico, o espaço arquitetônico, do ponto de vista do sujeito surdo, isto explica a escolha da metodologia de Pesquisa Participante. O marco teórico utilizado nesta pesquisa é composto de autores provenientes de áreas distintas que, no entanto, são complementares, devido ao caráter multidisciplinar da pesquisa em questão. Portanto, este projeto estuda a área do Projeto Arquitetônico, mas é inevitável sua interface com o design, com a linguística, mais especificamente a área de terminologia, lexicologia e lexicografia, com a área da educação profissional e tecnológica e, mais especificamente, com o ensino do projeto arquitetônico que foi onde esta pesquisa começou. Palavras-Chave: Desenho Universal, Sustentabilidade, Projeto de Produto, Projeto Arquitetônico, Acessibilidade e Inclusão Social Abstract: This paper is connected to the research that includes the three scientific initiation researches and it will focus on one of them, the PIBIC one, called “A study on the universal design from the point of view of the sustainability”, that is connected to the other projects: “construction of a glossary of architecture technical terms in sign languages for the architectonical drawing teaching” and “elaboration of a guide applied to the civil construction to building procedures an to the architectonical drawing teaching for deaf students” that will be cited along the text. These three projects were developed in the presence and with the participation of the target, the deaf people. The PIBIC project, called “A study on the universal design from the point of view of the sustainability” searched the comprehension of the physical environment and the architectonical space from the point of view of the deaf people and it justifies the choice of using the participating research methodology. The theoretical background used in this research is composed by authors from different areas which are however somehow complementary due to

Caminhando Em Silêncio No Território Da Arquitetura

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Estudo a respeito da acessibilidade de surdos

Citation preview

Page 1: Caminhando Em Silêncio No Território Da Arquitetura

II Conferência Internacional de Integração do Design, Engenharia e Gestão para a inovação Florianópolis, SC, Brasil, 21-23, Outubro, 2012

CAMINHANDO EM SILÊNCIO NO TERRITÓRIO DA ARQUITETURA

VERA LÚCIA DE SOUZA E LIMA¹, REGINA CÉLIA GUEDES LEITE², ADEMAR ALVES DE OLIVEIRA JÚNIOR³. 1CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS, [email protected]

2CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS, [email protected]

3CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS, [email protected]

Resumo: O presente artigo está vinculado a um processo de

pesquisa que envolve três projetos de iniciação científica.

Tratará de um deles, do PIBIC “Estudo do Desenho Universal

sob a Ótica da Sustentabilidade”, que se inter-relaciona com

os projetos de pesquisa BIC Jr “Construção de um Glossário

Técnico para Adequação da Língua Instrumental em Libras

para o Ensino de Desenho Arquitetônico” e “Elaboração de

um Manual Aplicado à Construção Civil para o Ensino de

Desenho Arquitetônico para Alunos Surdos” que serão

citados no decorrer deste texto. Os três projetos foram

desenvolvidos na presença e com a participação do publico

alvo, neste caso, o sujeito Surdo. O PIBIC “Estudo do

Desenho Universal sob a Ótica da Sustentabilidade” buscou

compreender o ambiente físico, o espaço arquitetônico, do

ponto de vista do sujeito surdo, isto explica a escolha da

metodologia de Pesquisa Participante. O marco teórico

utilizado nesta pesquisa é composto de autores

provenientes de áreas distintas que, no entanto, são

complementares, devido ao caráter multidisciplinar da

pesquisa em questão. Portanto, este projeto estuda a área

do Projeto Arquitetônico, mas é inevitável sua interface com

o design, com a linguística, mais especificamente a área de

terminologia, lexicologia e lexicografia, com a área da

educação profissional e tecnológica e, mais

especificamente, com o ensino do projeto arquitetônico que

foi onde esta pesquisa começou.

Palavras-Chave: Desenho Universal, Sustentabilidade,

Projeto de Produto, Projeto Arquitetônico, Acessibilidade e

Inclusão Social

Abstract: This paper is connected to the research that

includes the three scientific initiation researches and it

will focus on one of them, the PIBIC one, called “A

study on the universal design from the point of view of

the sustainability”, that is connected to the other

projects: “construction of a glossary of architecture

technical terms in sign languages for the

architectonical drawing teaching” and “elaboration of

a guide applied to the civil construction to building

procedures an to the architectonical drawing teaching

for deaf students” that will be cited along the text.

These three projects were developed in the presence

and with the participation of the target, the deaf

people. The PIBIC project, called “A study on the

universal design from the point of view of the

sustainability” searched the comprehension of the

physical environment and the architectonical space

from the point of view of the deaf people and it

justifies the choice of using the participating research

methodology. The theoretical background used in this

research is composed by authors from different areas

which are however somehow complementary due to

Page 2: Caminhando Em Silêncio No Território Da Arquitetura

II Conferência Internacional de Integração do Design, Engenharia e Gestão para inovação- IDEMi 2012

Florianópolis, SC, Brasil, 21-23, Outubro , 2012

the multidisciplinary characteristics of the research.

Thus this project deals with the area of the

architectonical drawing but also is related to the areas

of the design and linguistics, specifically the areas of

the terminology, lexicography and lexicology. It’s

related also to the area of the technological

professional education and, more specifically, to the

architectonical drawing teaching, the starting point of

this research.

Key-words: universal design, sustainability, product

project, architectonical project, inclusion. Introdução

1. Introdução

O projeto de pesquisa que originou este artigo permite, pelo menos, três recortes relevantes: 1º o do desenho universal, 2º o da sustentabilidade e o 3º que trata do projeto arquitetônico e da relação do sujeito surdo e ambiente físico. O terceiro recorte será objeto do presente artigo.

O projeto de pesquisa, PIBIC “Estudo do Desenho Universal sob a Ótica da Sustentabilidade” caracterizou- se por uma pesquisa aplicada e teórica que enfoca o estudo dos aspectos relacionados ao projeto de produtos para além do conceito de acessibilidade, conceito antes definido como exclusão de barreiras físicas no ambiente construído. Este projeto foca um conceito mais abrangente, o de Desenho Universal, que amplia a convivência com a diversidade em todas as esferas, incluindo as físicas e virtuais. Porém, o projeto destaca-se pela proposta de aplicação do conceito de sustentabilidade, do ponto de vista das soluções tecnológicas e da biodiversidade, ao Desenho Universal, propondo soluções “universais” e sustentáveis para o ambiente construído através de um meio virtual também universal e sustentável. Busca-se com essa pesquisa contribuir para a inclusão não apenas através de seu objeto de pesquisa, mas ainda incluindo como alunos bolsistas, alunos de iniciação científica, surdos, da área de Arquitetura, e Design Gráfico. O ponto de vista do Design Gráfico não será abordado neste artigo, será objeto de outro artigo. Assim, o projeto lança luzes sobre uma área ainda pouco visitada: a

inclusão de alunos com necessidades educativas especiais no pensar cientifico e criativo.

Em estudo preliminar exploratório, realizado em 2009, com foco definido nas questões de acessibilidade do sujeito surdo no ambiente projeto arquitetônico residencial , percebemos que a literatura era bastante escassa e inespecífica. No que diz respeito ao ambiente físico, tal literatura estava voltada mais ao atendimento ao cadeirante, com a intenção de observação das barreiras arquitetônicas. Procurávamos projetos arquitetônicos com soluções adequadas ao sujeito surdo, mas apenas encontramos uma pequena, mas instigante, reportagem, no site Universia, (de 09/03/2005) denominada “Arquitetura para vencer o silencio”. Tal reportagem mencionava o problema, embora a estudante citada cursasse arquitetura a abordagem, curiosamente, focava o problema linguístico:

Para cursar a faculdade, Janaína criou gestos. Palavras como viga e estrutura ganharam uma forma especial para evitar que o intérprete precisasse soletrar cada vez que eram usadas pelo professor. Ao ampliar o vocabulário em Libras, o diploma ficou cada vez mais perto.

Sim, concordamos que as questões linguísticas são fundamentais, mas precisávamos compreender quais componentes no ambiente físico minimizariam a lacuna deixada pela falta da língua. Na reportagem supracitada sobre a arquiteta que estava se formando, foi possível decodificar algumas pistas preciosas, pois éramos totalmente leigos neste assunto, naquele momento. Na reportagem Janaína Pereira Claudio afirmava:

Estou lutando para ser uma grande profissional. Quero trabalhar com uma visão própria dos surdos, criando ambientes em harmonia. Pais surdos, por exemplo, precisam ver os filhos na casa com facilidade. Cores e luzes especiais também devem entrar no projeto - diz, gesticulando para Zero Hora, que obteve a tradução simultânea da irmã.

Este depoimento fortaleceu a nossa busca de entendimento acerca de qual seria a acessibilidade, no ambiente construído, que os surdos precisavam.

As questões linguísticas aos poucos foram ficando claras, à medida que o projeto “Glossário” (projeto BIC JR supracitado) se desenvolvia. No entanto, percebemos que as relacionadas aos projetos arquitetônicos em geral não dialogavam com o sujeito surdo. Não seria a questão de colocar placas e letreiros, vimos que era necessário pensar em

Page 3: Caminhando Em Silêncio No Território Da Arquitetura

II Conferência Internacional de Integração do Design, Engenharia e Gestão para inovação- IDEMi 2012

Florianópolis, SC, Brasil, 21-23, Outubro , 2012

projetos com características inclusivas para o sujeito surdo. Seria preciso repensar os modelos de acessibilidade conhecidos, pois não contemplam este público alvo. Inspirados pelas afirmações de Janaína Pereira Claudio (2005), na reportagem supracitada, implantamos o PIBIC “Estudo do Desenho Universal sob a Ótica da Sustentabilidade”. Como não tínhamos, no CEFET-MG, nenhum aluno surdo nos nossos cursos de graduação, convidamos um discente do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas, para ser bolsista de iniciação cientifica no projeto “ESTUDO DO DESENHO UNIVERSAL SOB A ÓTICA DA SUSTENTABILIDADE”, para começarmos a compreender o ambiente físico do ponto de vista do sujeito surdo. Isto explica a escolha da metodologia de Pesquisa Participante da qual trataremos no item metodologia.

O Projeto PIBIC “ESTUDO DO DESENHO UNIVERSAL SOB A ÓTICA DA SUSTENTABILIDADE” compunha uma tríade com outros dois Projetos, O “GLOSSÁRIO” e o “MANUAL”, nos quais formávamos uma equipe que se compunha de nove pessoas: 04 bolsistas na modalidade BIC JR, 02 bolsistas na modalidade PIBIC, um interprete de língua de sinais, graduado em Letras, que oferecia apoio logístico nas constantes questões relacionadas às interfaces Libras e Língua Portuguesa, além da orientadora e coorientadora proponentes do projeto de pesquisa. As equipes que se reúnem para estudar as questões relacionadas ao sujeito surdo precisam envolver um grande número de pessoas, pois seja na área da linguística ou na área da inclusão no ambiente escolar, todos os estudos precisam ser multidisciplinares e interinstitucionais.

As pesquisas na área de línguas de sinais são ainda recentes, datam de meados da década de cinquenta, a partir das pesquisas de William C. Stokoe, Jr. (1919 - 2000) que comprovaram que as línguas de sinais, visuoespaciais, são línguas tão naturais quanto as línguas orais auditivas. Os sujeitos e participantes da nossa pesquisa, os bolsistas de iniciação científica, surdos, caracterizam-se também como falantes tardios da Libras e da língua oral do país no qual se encontram, no nosso caso, a Língua Portuguesa. As questões relacionadas à língua e linguagem que interferem na comunicação dos surdos, podem ser resumidas da seguinte forma: o surdo pode ter nascido surdo em uma família de pais surdos e receber a língua de sinais do seu país somente se seu pai ou sua mãe se expressarem em língua de sinais. Na maioria das vezes o surdo poderá, por falta de uma pedagogia escolar adequada para o ensino de

segunda língua, ter dificuldade com as modalidades de leitura e escrita da língua oral do país no qual nasceu.

Esta ressalva se faz relevante, pelo fato, destes, considerados falantes tardios, serem geralmente, filhos de pais ouvintes e, portanto entram em contato com a língua de sinais a partir de 7 ou, ainda mais tarde, 12 anos ou mais de idade. Embora este não seja o tema deste trabalho trata-se de uma importante interferência na vida destes sujeitos. As pesquisas teóricas e aplicadas acerca da aquisição tardia de línguas de sinais pelos surdos ainda são raras. Nas conclusões de SANTANA (2004), em seu artigo no qual discute a sustentação da tese de que existe um período critico para a aquisição de linguagem percebe-se que o tema aquisição da linguagem precisa ser pensado de outras maneiras:

A consideração de que o aprendizado linguístico cumpre determinadas etapas progressivas e, portanto, alcança um “platô”, uma etapa final de falante “ideal”, parte também da noção de que a linguagem é algo estático, um atributo, de fato, biológico. Não é preciso ir muito longe para identificar “evidências” que questionam a rigidez dessa teoria: os surdos que aprendem língua de sinais em idade adulta, os adultos que aprendem uma segunda língua em sua forma sem sotaque, a evolução das afasias em adultos, as dificuldades de evolução em crianças afásicas, a plasticidade audiológica, etc.

2. Metodologia

O projeto “Estudo do Desenho Universal sob a ótica da sustentabilidade” pelos temas que aborda, tangencia algumas áreas críticas do ponto de vista social e tecnológico, pois diferentes maneiras de pensar estão em curso e uma única teoria não abarca a complexidade de mundo contemporâneo. A sensação de estar em revolução é constante, seja ela traduzida pelas mudanças climáticas, pelos conflitos sociais, ou seja, pela revolução, surpreendentemente prazerosa da inovação.

O conceito de projetos permeia este trabalho do início ao fim, portanto, é relevante a definição das várias tipologias de projeto classificados por MOURA e BARBOSA (2006) tais como Projetos de Intervenção, Projetos de Pesquisa, Projetos de Desenvolvimento (ou de Produto), Projetos de Ensino e Projetos de Trabalho e os autores observam que os cinco tipos de projetos assinalados não são excludentes, significando que podem existir situações em que os mesmos

Page 4: Caminhando Em Silêncio No Território Da Arquitetura

II Conferência Internacional de Integração do Design, Engenharia e Gestão para inovação- IDEMi 2012

Florianópolis, SC, Brasil, 21-23, Outubro , 2012

ocorrem de forma articulada ou integrada. Assim, um projeto de desenvolvimento (ou produto) pode incluir alguma atividade de pesquisa, da mesma forma que um projeto de pesquisa pode incluir atividades que representam algum tipo de intervenção no sistema. Ou seja, um determinado tipo de projeto pode abranger atividades que seriam as atividades básicas de um outro tipo de projeto. Para efeito da classificação proposta, a atividade predominante é a que contribui para classificar o tipo de projeto. Neste trabalho de pesquisa há o entrelaçamento entre projeto de pesquisa, o projeto arquitetônico, o projeto do produto que será o manual físico e virtual. Portanto, para a organização satisfatória dos dados, sem perder a característica de projetos, foi utilizada a sistematização encontrada em MOURA e BARBOSA (2006) para a elaboração do Plano de Projeto, o qual é o documento que apresenta de forma completa e organizada toda a concepção, fundamentação, planejamento e meios de acompanhamento e avaliação do projeto, sendo a referência básica para sua execução que os autores definem como modelo de plano de projeto orientado pelo escopo que é estruturado a partir de três componentes básicos: Escopo, Plano de Ação e Plano de Controle e Avaliação, sendo que o escopo é tomado como referência para a elaboração do Plano de Ação e do Plano de Controle e Avaliação. Por esse motivo, este modelo é denominado de Modelo de Planejamento de Projetos orientado pelo Escopo e será referenciado pelo termo SKOPOS (origem grega da palavra escopo - Alvo, mira, intuito; intenção, Extensão, alcance, âmbito,)

Cabe aqui registrar que escolhemos o Método de Projetos, supracitado, pois a atual metodologia de projetos, ou pedagogia de projetos, tem suas raízes bem fundadas, nas antigas concepções dos projetos arquitetônicos. Excertos da dissertação de HIGINO (2002) confirmam:

Fundada em Paris, em 1671, a partir do modelo italiano, a Académie Royale d’Architecture permitiu aos arquitetos franceses importante contribuição à evolução da ideia de projeto. Restringiram aos alunos a participação em competições de frequência mensal, conjugadas ao progresso por mérito acadêmico, colocando no foco da formação a aprendizagem por projetos. Em 1763, completava-se o estabelecimento do projeto como método de ensino academicamente respeitado.

KNOLL, apud HIGINO (2002) registra que o:

“método de projeto” experimentou notável revalorização na década de 1970, especialmente nos Estados Unidos e nas regiões central e norte da Europa. Observa que vários movimentos atuais de reforma e melhoria educacional, ao tratar da implementação de programas, citam o projeto como um dos melhores e mais adequados métodos de ensino, no âmbito da formação vocacional e industrial e também em discussões ligadas a conceitos construtivistas, à aprendizagem pela pesquisa, à resolução de problemas e ao design”.

Para o desenvolvimento de um produto, o projetista precisa definir a metodologia, pois além de preocupar- se com suas características de utilidade e estética, precisa levar em conta um grande número de fatores de fabricação, distribuição e disponibilização ao público alvo que se referem também ao ciclo de vida do produto e, portanto à sustentabilidade. Em ROMEIRO, (2006) há ampla orientação para o desenvolvimento do produto proposto neste projeto no que diz respeito a: conceito, processo de desenvolvimento do produto, ciclo de vida do produto, marketing, propriedade intelectual e propriedade industrial: patentes, competitividade e inovação, conceito de Design, Metodologias de projeto e produto (autores como Asimow, Bonsiepe e Jones) Em ROMEIRO (2006) encontramos que

Processo criativo, o design como forma de in(ex)exclusão social, engenharia da usabilidade, ergonomia aplicada ao projeto do produto, a representação (ou expressão gráfica), as novas ferramentas de representação, aplicação de metodologias CAD/CAE/CAM em desenvolvimento de produtos

Este projeto busca também analisar a dimensão da acessibilidade do ponto de vista do conceito de Design Universal que foi introduzido no Brasil por Guimarães, em 1991, diante do Prêmio Nacional de Design e Pesquisa para a Pessoa Portadora de Deficiência (Guimarães, Fundamentos do Barrier-free Design: IAB- MG). Nessa medida, os projetos e produtos que desenvolvidos neste projeto, em sintonia com o conceito de Desenho Universal, encontram referência, principalmente, nas pesquisas e artigos de Guimarães. Considera-se que os estudos e pesquisa da arquiteta Vera Helena Moro Bins Ely são imprescindíveis para o desenvolvimento dos conceitos de desenho universal.

A conferência “Projetando Para o Século 21 III: Uma Conferência Internacional sobre Desenho Universal” chama a atenção para o fato de que hoje, mais do que nunca, na história da humanidade, temos mais

Page 5: Caminhando Em Silêncio No Território Da Arquitetura

II Conferência Internacional de Integração do Design, Engenharia e Gestão para inovação- IDEMi 2012

Florianópolis, SC, Brasil, 21-23, Outubro , 2012

diversidade em idades e habilidades e destaca-se a palestra “Protótipo de Moradia Adaptável e Universal no Brasil”, na qual Sandra Perito relata que pesquisas realizadas mostraram que os idosos brasileiros tendem a permanecer na casa adquirida durante sua fase adulta produtiva, e não querem mudar de lá. Se o ambiente doméstico não for adequado às limitações decorrentes da idade, o uso pleno do espaço e a segurança do usuário podem ser comprometidos. Será apresentado um protótipo projetado e construído com base nos princípios do Design Universal, que também é apropriado ao contexto cultural, social e econômico brasileiro; esse protótipo destina-se à análise da viabilidade física e financeira da construção de habitação universal no Brasil.

A pesquisa na área da sustentabilidade recebeu orientação de especialista em estudos e pesquisas realizados no CEFET-MG para o desenvolvimento de soluções arquitetônicas, do uso de materiais e sistemas construtivos racionalizados e sustentáveis e da demanda social e contou com a orientação da arquiteta CARVALHO (2004)

O projeto PIBIC “ESTUDO DO DESENHO UNIVERSAL SOB A ÓTICA DA SUSTENTABILIDADE” desenvolveu-se em quatro etapas principais: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, entrevistas semi-estruturadas com estudos de caso da representação arquitetônica bidimensional e tridimensional (incluindo a pesquisa sobre maquetes táteis, feitas para cegos, que no futuro possibilitará um estudo tridimensional entre surdos e cegos) e pesquisa de laboratório. Durante a pesquisa bibliográfica os alunos familiarizaram-se com os conceitos de Desenho Universal e Sustentabilidade. Na pesquisa documental o aluno realizou um levantamento sobre trabalhos relacionados ao tema. Para as entrevistas semi- estruturadas foram criados questionários que permitiram conhecer as maneiras de utilização e orientação espacial das pessoas com necessidades especiais a partir de relatos de profissionais que executaram projetos, bem como do próprio público alvo de projetos acessíveis, pois ouvi-los e compreender suas demandas e desafios é essencial.

O projeto propôs a reflexão, no âmbito da idealização de um projeto arquitetônico, acerca das possibilidades de promover a orientação através dos sentidos no ambiente construído. Usualmente, servimo-nos de nossos sentidos do tato, olfato, audição, paladar, visão e háptico (sentido que promove a orientação espacial percebida pelo corpo todo), para perceber o mundo, em geral de maneira

tão automática que precisamos de um grande esforço para imaginarmo-nos sem um dos sentidos, mesmo considerando que em algum momento podemos até escolher suprimir alguns deles o que faz com outros sejam imediatamente ativados e aguçados. Em seu blog Lilian Mereze Biglia define o Sistema háptico, como o “sistema que está relacionado com a percepção de textura, movimento e forças através da coordenação de esforços dos receptores do tato, visão, audição e propriocepção”. Para MONTAGU (1988, p 31) que estuda o sentido do tato desde 1944,

O termo háptico é usado para descrever o sentido do tato em sua extensão mental, desencadeada diante da experiência total de se viver e agir no espaço. Nossa percepção do mundo visual, por exemplo, de fato mescla o que já sentimos em associações passadas com o que já vimos ou com a cena a nossa frente. O sentido háptico é adquirido, pois se aplica a objetos vistos que tenham sido tocados ou usados em manipulações.

Diante desta afirmativa é possível compreender a importância do desenvolvimento do sentido háptico para o sujeito surdo no que diz respeito à cognição e conceituação. É ainda em MONTAGU (1988, p 31) que podemos compreender melhor esta relevância quanto o autor exemplifica com

a experiência de Helen Keller que ficou surda e cega ainda na infância e cuja a mente foi literalmente criada através da estimulação da estimulação da sua pele, mostra-nos que quando os outros sentidos estão prejudicados, a pele pode compensar suas deficiências num grau extraordinário.

Quando tratamos do ambiente, seja ele natural ou construído é, por exemplo, o sentido háptico atuando como o sentido do tato no corpo inteiro que nos permite ter o senso de orientação espacial para além do conhecimento geométrico espacial. Para MONTAGU (1988, p 31) ,

o ser humano pode passar sua vida toda cego, surdo e completamente desprovido dos sentidos do olfato e do paladar, mas não poderá sobreviver de modo algum sem as funções desempenhadas pela pele.

Esta reflexão nos conduziu à hipótese da aplicação do conceito de desenho universal como uma possível solução para o problema da acessibilidade do sujeito Surdo.

Em um primeiro momento, em que objetiva-se o aprofundamento acerca da pesquisa sobre as questões relativas à surdez, escolheu-se que a

Page 6: Caminhando Em Silêncio No Território Da Arquitetura

II Conferência Internacional de Integração do Design, Engenharia e Gestão para inovação- IDEMi 2012

Florianópolis, SC, Brasil, 21-23, Outubro , 2012

presença de alunos surdos, usuários da LIBRAS – Língua de Sinais Brasileira, seria parte inerente da metodologia de pesquisa, (no caso a pesquisa participante e a pesquisa-ação) no desenvolvimento do projeto PIBIC, “ESTUDO DO DESENHO UNIVERSAL SOB A ÓTICA DA SUSTENTABILIDADE”.

3. Desafios encontrados no

desenvolvimento da pesquisa

As questões relacionadas à língua e à linguagem tornam-se fundamentais quando o projetista ou o cliente são surdos. No que diz respeito à língua o léxico terminológico precisa ampliar-se. O ensino da linguagem representacional gráfica exige que o aluno tenha um conhecimento sobre os termos técnicos utilizados em obras de engenharia, assim como de técnicas construtivas. Além disso, para efetuar uma representação gráfica, é necessário o conhecimento detalhado do objeto representado. Dessa forma, para que o projetista seja capaz de representar uma edificação ele deve inicialmente conhecê-la em detalhes: os elementos que a compõem e suas inter- relações. Assim, a inserção do ensino da linguagem representacional, necessita ser avaliada em relação aos conhecimentos prévios do aluno. Nesse sentido, esse artigo aponta na direção de que é importante em um curso de Arquitetura e ou de Engenharia, que se leve em consideração que a qualidade do desempenho discente se correlacione com a experiência pretérita dos discentes na área, assim como sua compreensão sobre o conteúdo lexical utilizado na representação gráfica, assim como no campo de conhecimento que se pretende representar.

Portanto, um dos maiores desafios encontrados no decorrer do desenvolvimento do projeto refere-se à dificuldade encontrada pelas pessoas surdas no trato com a Língua Portuguesa. Nessa medida, o período de um ano destinado à execução completa do projeto mostrou-se insuficiente para o desenvolvimento na íntegra de todas as atividades propostas pelo projeto de pesquisa. Pode-se observar que a primeira etapa do projeto foi realizada com sucesso, na qual foram desenvolvidas com proficuidade todas as pesquisas bibliográficas necessárias acerca do embasamento teórico conceitual que norteia o trabalho a ser realizado.

A dificuldade enfrentada pela pessoa surda acerca da língua portuguesa é uma realidade no processo de

inclusão de pessoas surdas e ou com deficiência auditiva. Especificamente em um projeto de pesquisa tal especificidade se mostrou ainda mais acentuada, uma vez que os textos teóricos com os quais os alunos mantiveram contato possuem grau de complexidade maior devido à cientificidade dos textos e, consecutivamente, o linguajar empregado pelos autores.

Para a supressão desta dificuldade, todo o processo de identificação, pesquisa, leitura e análise dos textos foi realizado pelos bolsistas com o suporte de um Professor de Língua Portuguesa, intérprete de Libras, e uma intérprete da Língua de Sinais Brasileira. Nessa medida, o aluno bolsista surdo ao ler os textos contou com a presença de uma intérprete em sua língua materna – a Libras, para esclarecer-lhe as dúvidas que, porventura, o bolsista tivesse. A essa metodologia de trabalho dá-se o nome de leitura e tradução comentadas, na qual o intérprete traduz e contextualiza as dificuldades linguísticas encontradas pelo leitor surdo.

Isto posto, a metodologia supracitada, leitura e tradução comentadas, exige e requer maior tempo disponível, haja vista que no momento da leitura outros recursos são utilizados concomitantemente, tais como o uso de dicionários, glossários, quadro negro e buscas lexicais e imagéticas pela internet.

Assim, grande parte das 20 horas semanais a que se dedicam aos projetos, os bolsistas dedicaram à leitura dos textos teóricos acerca das temáticas abordadas pela pesquisa, fator esse que acarretou no atraso no desenvolvimento e elaboração dos projetos arquitetônicos os quais, em consonância com os conceitos desenho universal e sustentabilidade, comporão o material que será apresentado no livro didático “Manual de Desenho Arquitetônico para Alunos Surdos”, outro projeto de pesquisa desenvolvido por bolsistas do CEFET-MG.

4. Conclusões

As plantas anexas mostram o trabalho do bolsista PIBIC, graduando em arquitetura, Ademar Alves de Oliveira Júnior e expressam sua relação com o espaço arquitetônico. A academia precisa ficar atenta a este novo personagem que se estabelece, pois sabemos que temos muito que aprender com esta pouco conhecida maneira de olhar e utilizar o espaço. O projetista surdo conta com recursos espaciais que sua

Page 7: Caminhando Em Silêncio No Território Da Arquitetura

II Conferência Internacional de Integração do Design, Engenharia e Gestão para inovação- IDEMi 2012

Florianópolis, SC, Brasil, 21-23, Outubro , 2012

língua de sinais lhe oferece por ser uma língua de modalidade visuo- espacial, tridimensional.

Se nos pautarmos pelos anos de 2008 a 2011 nossa perspectiva para os próximos anos, no que diz respeito à compreensão acerca das necessidades do sujeito surdo, são bastante promissoras. O CEFET-MG que até 2008 não possuía qualquer inserção no aspecto da inclusão de alunos surdos começa diferenciar-se no cenário acadêmico, não ainda por ter alunos surdos no ensino regular, mas pelo fato de aprofundar em conhecimentos sobre o universo do sujeito surdo valendo-se do instrumento da pesquisa científica.

O processo da pesquisa e a convivência com os bolsistas surdos vem nos mostrando que, na ausência da audição, a visão permite que os surdos desenvolvam saberes ainda desconhecidos no âmbito da educação formal. Como tais saberes poderão ser validados nos espaços formais de ensino, então, ao final desta pesquisa obter-se maior conhecimento sobre o sujeito surdo e sua especificidade.

Contudo, uma das principais conclusões que chegamos e que envolvem um grande desafio: os projetos direcionados aos surdos ou com a participação dos surdos precisam ser constituídos com equipes especificas e bem preparadas.

Cabe aqui dedicar um parágrafo à atuação dos interpretes tanto de línguas de sinais quanto de línguas orais que em nossa opinião passam a figurar quase que na categoria de coautores. Tais profissionais, atuaram tanto no que diz respeito à construção dos termos do projeto Glossário quanto na tradução para os profissionais da área de arquitetura (orientadores do PIBIC), não falantes de Libras, acerca da cultura surda. O Intérprete de LIBRAS, em questão, teve a sensibilidade de transitar no mundo dos surdos e nos trazer a compreensão sobre a cultura dos mesmos, também relacionada à compreensão do espaço num território silencioso e bilíngue. Por outro lado a presença constante do tradutor e intérprete em Línguas orais, inglês e italiano tem sido de fundamental importância, visto que as pesquisas na área de língua de sinais crescerão e ampliarão o contato entre pesquisadores de vários países.

A perspectiva de uma presença mais efetiva do surdo nos vários espaços de interlocução evidencia a necessidade da presença de profissionais da área de línguas no espaço das tecnológicas, principalmente tradutores e intérpretes. É possível imaginar que a terminologia em Libras crescerá muito nas próximas

décadas, portanto a presença do tradutor na construção de dicionários é assim esclarecida por BARROS (2004):

Por outro lado, o tradutor pode estar mais envolvido na produção formal de dicionários do que se pode imaginar. De acordo com Barros (2004), A produção de dicionários por tradutores ao longo da história da humanidade é enorme, vai dos glossários médicos da Antigüidade aos moderníssimos dicionários informatizados e aos bancos de dados com acesso via Internet. A cooperação entre tradutores e terminólogos, ou mais particularmente o trabalho dos tradutores como terminólogos, pode ser testemunhado por inúmeras obras terminográficas bilíngües ou multilíngües, elaboradas em épocas diferentes, tanto no Ocidente quanto no Oriente

Finalizando, este proposta é marcada pelas pessoas que compõem a equipe, cujos nomes são: Equipe do Projeto Glossário: Arquiteta Profa. Dra. Maria Cristína Ramos de Carvalho, Arquiteta Profa. Dra. Regina Célia Guedes Leite, Doutoranda em Linguística Profa. M.Sc. Vera Lúcia de Souza e Lima; Graduado em Letras e Intérprete de LIBRAS Renato Messias Ferreira Calixto; Bolsistas PIBIC: Ademar Alves de Oliveira Junior (graduando em Arquitetura), Débora Goulart da Silva Duque (graduanda do curso LETRAS/LIBRAS), Thaís Magalhães Abreu (graduada em Design Gráfico e graduanda do curso LETRAS/LIBRAS); Bolsistas BIC JR: Ana Carolina de M. C. D. Baptista Bárbara Neves da Silva, Daniel Guilherme Gonçalves, Felipe de Castro Teixeira, Giselle de Jesus Nogueira, Marcos Vinícios de Oliveira Silva, Rafael Coelho Tavares, Ronaldo Henrique Ferreira Santana; Tradutor e Interprete em Línguas orais, inglês e italiano: Lucas de Lima Goulart.

5. Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma NBR 9050, Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos. Rio de Janeiro, 2004.

Arquitetura para superar o silêncio. http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2005

/03/09/487944/arquitetura-superar-silncio.html

BARROS, Lidia Almeida. Curso Básico de Terminologia. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 2004

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República

Page 8: Caminhando Em Silêncio No Território Da Arquitetura

II Conferência Internacional de Integração do Design, Engenharia e Gestão para inovação- IDEMi 2012

Florianópolis, SC, Brasil, 21-23, Outubro , 2012

Federativa do Brasil. 9 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo.

CARLETT, Ana Claudia e CAMBIAGHI, Silvana, DATA .

Desenho Universal: um conceito para todos.

CARTILHA DE ACESSIBILIDADE, PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO/SEPED/CPA Estratégica e Comunicação.200

CARVALHO, M. C. R. (2004). Caracterização da tecnologia construtiva de Eladio Dieste: contribuições para a inovação do projeto arquitetônico e da construção em alvenaria estrutural. Tese (Doutorado em Engenharia) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.

Conferência: “Projetando Para o Século 21 III: Uma Conferência Internacional sobre Desenho Universal” http://www.designfor21st.org/pg.cfm?nid=224&l=en . Rio de Janeiro de 8 a 12 de Dezembro de 2004/ Brasil.

ELY, Vera Helena Moro Bins. (2004). Acessibilidade Espacial: condição necessária para o projeto de ambientes inclusivos. In: MORAES, Anamaria de (Org.). Ergodesign do ambiente construído e habitado: ambiente urbano, ambiente público, ambiente laboral.

2. ed. Rio de Janeiro: iUsEr.

ELY , Vera Helena Moro Bins ; OLIVEIRA, Aíla Seguin de ; DORNELES, Vanessa Goulart. (2005). A percepção e uso do espaço sob a ótica das pessoas com necessidades especiais: um estudo de caso. In: 5º Congresso internacional de ergonomia e usabilidade de interfacs humano-tecnologia: produtos,

informação, ambiente construído, transporte - 5º ERGODESIGN, 2005, Rio de Janeiro. Anais do 5º Congresso internacional de ergonomia e usabilidade de interfacs humano- tecnologia: produtos, informação, ambiente construído, transporte - 5º ERGODESIGN. Rio de Janeiro, 2005. v. 1.

GUIMARÃES, M. P. (2005). Aspectos Cognitivos no Aprendizado de Design Universal, Apresentado no V Seminário do Departamento de Projetos, Ouro Preto - MG, dezembro 2005.

GUIMARÃES, M. P. (Org.) (1998). Diretrizes para a Prática de Design Inclusivo na UFMG. 1. ed. Belo Horizonte: CVI-BH, v. 1. 98 p.

GUIMARÃES, M. P. (Org.) (1985). Construir Para o Ir e Vir. 1. ed. Belo Horizonte: Coordenadoria de Apoio e Assist. à Pessoa com Deficiência - CAAPD, v. 1. 70 p.

LEITE, Regina Célia Guedes, LIMA, Vera Lúcia de Souza e. Contribuindo Com O Currículo Da Educação Profissional de Surdos: Entre o Visuo-Espacial aa Libras e a Linguagem Visuo-Espacial da Arquitetura. SENEPT 2010.

LIMA, Vera Lúcia de Souza e. Imagem, Forma e Proporção - um estudo exploratório em educação tecnológica. Ano de Obtenção: 1996. Orientador: João Francisco de Abreu. Mestrado em Tecnologia. CEFET-MG

MONTAGU, A. TOCAR – O Significado Humano da Pele. São Paulo: Summus, 1988.

SANTANA A P. Idade crítica para aquisição da linguagem. In Distúrbios da Comunicação, São Paulo, 16(3): 343-354, dezembro, 2004.

6. ANEXOS

Figura 1: Planta baixa do projeto arquitetônico

desenvolvido, à luz do conceito inclusivo Desenho

Universal.

Page 9: Caminhando Em Silêncio No Território Da Arquitetura

II Conferência Internacional de Integração do Design, Engenharia e Gestão para inovação- IDEMi 2012

Florianópolis, SC, Brasil, 21-23, Outubro , 2012

Nesta planta, pode-se observar que em todos os cômodos

haverá um dispositivo luminoso em que a cor vermelha

sinaliza para os moradores que há pessoas chamando do

lado de fora da residência, ou seja, no portão da casa.

Nesta planta, pode-se observar as quatro cores (vermelha,

roxa, verde, azul e amarela) e suas respectivas associações

aos cômodos da casa.

A cor na luz roxa sinaliza que um morador da residência,

que está na área social da casa (cozinha, sala de jantar, sala

de estar e sala de televisão) solicita a presença de um

morador que esteja em dos quartos da residência.

A cor na luz verde sinaliza que um morador da

residência, que está no quarto de solteiro A, necessita

e ou chama outro morador que esteja em outro

cômodo da casa.

A cor na luz azul sinaliza que um morador da

residência, que está no quarto de solteiro B, necessita

e ou chama outro morador que esteja em outro

cômodo da casa.

Page 10: Caminhando Em Silêncio No Território Da Arquitetura

II Conferência Internacional de Integração do Design, Engenharia e Gestão para inovação- IDEMi 2012

Florianópolis, SC, Brasil, 21-23, Outubro , 2012

A cor na luz amarela sinaliza que um morador da

residência, que está na suíte de casal, necessita e ou

chama outro morador que esteja em outro cômodo

da casa.

Nos banheiros da casa o de uso social e ou o da suíte

do quarto de casal, quando acionado por um morador

que está em um dos banheiros, uma luz na cor branca

acenderá em todos os cômodos da casa, solicitando a

presença nesse cômodo de um morador que esteja

em quaisquer outras dependências da residência.