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1 CAMPANHA PLANTE SEU FUTURO - CPF - MANUAL OPERATIVO (4ª VERSÃO PRELIMINAR)

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CAMPANHA PLANTE SEU FUTURO

- CPF -

MANUAL OPERATIVO

(4ª VERSÃO PRELIMINAR)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................3

2. JUSTIFICATIVAS ................................................................................................................3

3. OBJETIVOS ...........................................................................................................................5

3.1. OBJETIVO GERAL .........................................................................................................5 3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................6

4. PÚBLICO-ALVO ...................................................................................................................6

5. ESTRATÉGIA OPERACIONAL .........................................................................................7

5.1. QUANTO À ESPACIALIDADE ......................................................................................7 5.2. QUANTO À TEMÁTICA E GRUPOS TEMÁTICOS ....................................................8

5.2.1. A Constituição de Grupos Temáticos e Suas Atribuições ..........................................8

5.2.2. Grupos Temáticos Definidos ......................................................................................9

5.3. QUANTO À COMUNICAÇÃO .....................................................................................16 5.4. A IMPORTÂNCIA DAS PARCERIAS .........................................................................16

6. ORGANOGRAMA E FUNCIONALIDADE DA CPF .....................................................17

6.1. ORGANOGRAMA GERENCIAL DA CPF ..................................................................18 6.2. FUNCIONALIDADE DA CPF ......................................................................................19

6.2.1. Nível Hierárquico Gestores .....................................................................................19

6.2.1.1. Comitê Gestor (CG) ..........................................................................................19 6.2.1.2. Representação Técnica do Comitê Gestor (RT) ................................................19 6.2.1.3. Assessoria de Comunicação (AC) .....................................................................19 6.2.1.4. Secretário Executivo (SE) .................................................................................20 6.2.1.5. Grupos Temáticos (GT) ....................................................................................21

6.2.2. Nível Hierárquico Facilitadores ..............................................................................22

6.2.2.1. Organograma Funcional dos Níveis Facilitadores e Operacionais da CPF ......23 6.2.3. Nível Hierárquico Técnico .......................................................................................24

6.2.3.1. Organograma Técnico Interno da CPF ..............................................................25 6.2.4. Nível Hierárquico Operacionais ..............................................................................26

6.2.4.1. Ação Complementar Junto aos Conselhos Municipais .....................................27

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1. INTRODUÇÃO

A ação conservacionista de solo e água, bem como das boas práticas agríclolas, devem ser concebidas dentro do conceito da agricultura sustentável, onde as conexões entre as diversas práticas constituem um sistema integrado de produção para garantir a sua eficiência em termos de produtividade, fertilização e rentabilidade, e de redução dos riscos do impacto negativo ao ambiente; mantendo, sobretudo, seu potencial de recuperação e de reciclagem. Este conceito traduz uma consciência ambiental em que as questões econômicas, sociais e ecológicas, apontam para um novo paradigma de desenvolvimento rural, onde a possibilidade de escassez dos recursos naturais passa a constituir os limites de sua fertilidade ou a base de sua sustentação. É dentro deste conceito que se insere a concepção da CAMPANHA PLANTE SEU FUTURO (CPF), como um instrumento de alerta permanente e de proteção e de redução de riscos, seja na forma de prevenção como na ação efetiva de combate às más práticas de manejo de solo e água, bem como no combate às pragas e doenças dos cultivos agrícolas. Há necessidade urgente de se divulgar a adoção de boas práticas agrícolas. Portanto, trata-se de uma política pública agrícola de cunho permanente, envolvendo todos os setores do meio rural, atentos aos aspectos da garantia de sua sustentação enquanto setor produtivo da sociedade que, no Paraná, responde por quase 40% do seu PIB. Assim, para que o sucesso da agricultura paranaense possa conservar-se de forma sustentável, produtores e técnicos devem permanecer alertas, alterando e adaptando permanentemente os sistemas de produção.

2. JUSTIFICATIVAS

O Estado do Paraná apresenta um histórico de sucesso invejável na sua produção agrícola, principalmente quando se compara a sua extensão territorial (2,3% da área nacional) com sua representatividade no ranking de produção: 5ª economia do país, com 5,8% do PIB nacional (R$ 257 bilhões); 19% da produção nacional de grãos (2012/13) e 3° exportador do agronegócio brasileiro (2012). Embora o Paraná tenha uma agricultura forte, desenvolvida, sendo referência em produção, produtividade e qualidade, o custo ambiental advindo desse sistema produtivo não foi dos mais baixos. Constata-se, principalmente, o aumento dos problemas com erosão, resultando em perdas de solo e contaminação dos mananciais de água; além de se elevar os problemas decorrentes do uso indiscriminado de fertilizantes e agrotóxicos (uso incorreto de agrotóxicos aliados à baixa qualidade nas aplicações, acarretando em diminuição de inimigos naturais e, consequentemente, o aumento de pragas). Assim, a negligência na adoção de boas práticas tem acarretado: dificuldades no controle de erosão, com a contaminação de águas e do homem, gerando dificuldades no controle de pragas e doenças, bem como a redução de inimigos naturais nas lavouras, acarretando no aumento das populações de insetos praga, provocando a intensificação no uso de agrotóxicos.

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Em consequência, se elevam os custos de produção e aumentam os riscos à obtenção da produção e renda esperadas, além de colocar em risco a saúde humana (quando se expõem as lavouras desnecessariamente aos agrotóxicos ou se ingerem alimentos contaminados). Do mesmo modo, o descuido com boas práticas nas aplicações de agrotóxicos tem provocado a contaminação do ambiente e prejuízos às lavouras circunvizinhas. Por outro lado, o Paraná já foi palco de programas inovadores de manejo e conservação de solo e água, de combate à erosão e de manejo integrado de pragas e doenças. Os agricultores paranaenses já deram provas de sua capacidade de inovação quanto aos desafios da produção agrícola. Entretanto, por diversos motivos, percebeu-se uma queda quanto ao uso dessas boas práticas e, atualmente são constatados problemas sérios de erosão e de uso indiscriminado de insumos, notadamente de agrotóxicos. Este cenário é insustentável por si só, pois coloca em risco a sua própria base de produção. Em especial, no que diz respeito aos solos, há que se ter o cuidado quanto ao uso de práticas de fertilização, conservação e manejo, de modo a minimizar as perdas por erosão, melhorar sua capacidade produtiva ao longo do tempo e reduzir os danos ambientais decorrentes. Também é preciso ressaltar que, tanto o abandono de determinadas práticas conservacionistas, como o uso abusivo de insumos agrícolas estão sendo percebidos pelos próprios agricultores. Os reflexos já são evidenciados no aumento dos custos de produção, por um lado e, por outro, ao assistir seus solos escorrerem pela erosão, contaminando seus rios pelo assoreamento e provocando a poluição química dos recursos hídricos de forma generalizada. Os agricultores estão percebendo, que se não fizerem o uso correto de agrotóxicos, aplicando a qualquer tempo, por exemplo, surgem cada vez mais outras pragas e doenças que são desconhecidas e tem que aplicar mais e mais... E, isto tem levado os vizinhos a reclamarem do excesso de deriva dos produtos aplicados. E, em consequência, verificam que o custo está além do programado inicialmente. Assim, por meio de suas associações e instituições representativas, demonstraram sua preocupação e, de forma organizada, propuseram à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) a liderança de um processo de ação conjunta e permanente que levasse a uma radical ruptura desse trinômio de alto risco: perda de solo (prejuízo ambiental); excesso de insumos (alto custo) e a redução da rentabilidade (baixo lucro). Então, a SEAB iniciou o processo de organização para uma ação conjunta, reunindo as autoridades técnicas do governo e da iniciativa privada. No desenvolvimento desse processo, foi possível identificar que as tecnologias disponíveis já eram suficientes para o enfrentamento da maioria dos problemas detectados, principalmente no que se refere às práticas de fertilização, conservação, preparo e manejo (capazes de reduzir drasticamente as perdas de solo). Verificou-se, ainda, que o mesmo processo ocorre na área de Manejo Integrado de Pragas (MIP), Manejo Integrado de Doenças (MID), Manejo de plantas invasoras e quanto às tecnologias de aplicação, envolvendo sistemas de controle de deriva, áreas de refúgios, dentre outras. Portanto, o Estado detinha conhecimento científico para o enfrentamento dos principais problemas levantados pelos produtores, técnicos e as suas entidades representativas.

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Outro fator que muito contribuiu para o desenvolvimento da CPF foi o de se buscar e adotar uma comunicação e uma agenda de caráter positivo, capaz de demonstrar, na prática, que diversas iniciativas de diversos parceiros, poderiam ser replicadas, reproduzidas e divulgadas, diante do sucesso que vinham apresentando junto aos agricultores. Neste caso, destacam-se alguns programas, como: Programa de Gestão de Solo e Água em Microbacias; Programa de Plantio Direto de Qualidade; Programa Acerte o Alvo; Programa Cultivando Água Boa; Estradas da Integração, além de outras iniciativas de cooperativas, institutos de pesquisas e de ATER, nas áreas de Manejo Integrado de Solos e Águas; Manejo Integrado de Pragas – MIP; Manejo Integrado de Doenças – MID; Manejo Integrado de Plantas Invasoras; Tecnologias de Aplicação de Agrotóxicos e Controle de Formigas Cortadeiras. Observou-se, assim, que este conjunto tecnológico insere-se perfeitamente no conceito sistêmico de agricultura sustentável, envolvendo aspectos de eficiência e estabilidade produtiva, e conservação dos recursos produtivos. Trata-se de um novo paradigma para o sistema produtivo agrícola (com as principais formas de manejo do solo e de cultivos, bem como a combinação de práticas conservacionistas, cujos efeitos contribuem para a sustentabilidade da produção agrícola). Também, vale ressaltar que a sustentabilidade do sistema produtivo é função do gerenciamento que se faz com o elenco de variáveis que interferem neste sistema, de forma conectada e interagindo umas com as outras, constituindo a sua complexidade e a necessidade de ver o todo para compreender as partes. Esta é a visão sistêmica da propriedade, que deve ser conscientizada visando a mudança de atitude do agricultor, que é aquele que faz a diferença no processo de adoção tecnológica. Ciente de tais riscos, o Governo do Estado e algumas instituições que atuam no segmento agropecuário (SISTEMA FAEP; FETAEP; SISTEMA OCEPAR; ITAIPU; EMBRAPA/SOJA; EMATER e IAPAR), perceberam a urgente necessidade de se buscar uma estratégia permanente de estímulo às práticas de manejo de solos, água, pragas e doenças, dando por instituída a campanha permanente de apoio às boas práticas agrícolas, sob a coordenação da SEAB, denominada CAMPANHA PLANTE SEU FUTURO (CPF).

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Desenvolver uma campanha permanente que estimule o uso de boas práticas agrícolas intitulada CAMPANHA PLANTE SEU FUTURO (CPF), em conjunto com as diversas entidades representativas do setor agropecuário paranaense, buscando o desenvolvimento sustentável da agricultura. Estabelecer uma campanha com ações educativas (comunicação positiva) para profissionais, produtores e acadêmicos da área de ciências agrárias.

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3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Estabelecer, anualmente, um FOCO ou MOTE para a CPF dentro de cada um Grupo Temático

• Desenvolver uma estratégia operacional de manejo adequado de solos, água, pragas e doenças para as principais cadeias produtivas do Estado.

• Reduzir impactos negativos da agricultura com responsabilidade ambiental com o uso adequado dos solos e insumos agrícolas.

• Possibilitar a redução de custos e aumento da rentabilidade da atividade agrícola. • Promover Integração institucional em torno da CPF. • Uniformizar linguagem e conceitos para todas as mídias, popularizando a CPF na

sociedade, com vistas à mudança de atitude de técnicos e produtores. • Dar identidade à CPF, formatando materiais com imagens padronizadas. • Sensibilizar, conscientizar e estimular agricultores e técnicos da área agrícola quanto

à necessidade de utilizar as boas práticas de produção no campo. • Constituir estratégias e ações com as peculiaridades das regiões do Estado. • Capacitar técnicos e produtores rurais em boas práticas de produção no campo. • Aproveitar iniciativas já existentes, que são realizadas pelas instituições/organizações

parceiras, difundindo as boas iniciativas de práticas com resultados já consagrados. • Estabelecer protocolos técnicos regionais dentro de cada um Grupo Temático • Estabelecer indicadores para medição, monitoramento e avaliação periódica da CPF

envolvendo, principalmente, níveis de: perdas e conservação de solos e água; adoção de práticas conservacionistas; capacitação técnica; uso de insumos agrícolas; contaminação de solos e dos recursos hídricos; ganhos e perdas econômicas (renda e prejuízo); controle de formigas cortadeiras; eficiência no uso de equipamentos; qualidade da assistência técnica; participação de produtores; premiação (selo) ou de certificação de propriedades modelo ou referência.

• Apresentar Plano de Trabalho Anual da CPF a ser aprovado pelo Comitê Gestor, estabelecendo cronograma de ações coordenadas e integradas entre as instituições parceiras.

• Apresentar relatórios periódicos da CPF ao Comitê Gestor.

4. PÚBLICO-ALVO

A CPF tem público bem definido, dada sua objetividade em termos de resultados, ou seja, destina-se, em princípio, para a sensibilização e/ou conscientização de produtores rurais, profissionais das ciências agrárias que prestam serviços em entidades de assistência técnica pública (Estado e Prefeituras), organizações privadas (Cooperativas, Empresas de Insumos e de Planejamento Agropecuário e institutos de pesquisa públicos e da iniciativa privada), além de estudantes de ciências agrárias do 2º e 3º graus. Este público é a base de toda a estratégia, uma vez que se encontra próximo aos agricultores, que são os que decidem pela adoção das práticas recomendadas. Porém, o público principal da CPF são os produtores rurais e profissionais da assistência técnica que são os adotadores e os que recomendam tecnologias ou procedimentos respectivamente, motivo pelo qual o uso de estratégias metodológicas e de difusão das boas práticas agrícolas deverão ser desenvolvidas com a ampla participação destes setores.

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De maneira preventiva e educativa, estudantes da área das ciências agrárias também poderão ser envolvidos, reforçando a necessidade de se preparar técnicos preocupados não somente com os aumentos no volume de produção, mas, sobretudo, como produzir sem comprometer a própria capacidade de produção, usando adequadamente as técnicas recomendadas, rumo à sustentabilidade desses sistemas.

5. ESTRATÉGIA OPERACIONAL

5.1. QUANTO À ESPACIALIDADE

As estratégias que darão operacionalidade ao projeto estão relacionadas aos objetivos propostos, definindo, ao mesmo tempo, a espacialidade de execução em três níveis de eventos: estaduais; regionais e localizados (municipais).

•••• Eventos Estaduais - trata-se do estabelecimento de eventos de maior vulto, envolvendo autoridades e entidades representativas do setor e de ampla visibilidade. A mensagem, neste caso, abrange o setor rural em sua totalidade. Visa, geralmente, atingir a todas as mídias, cujo público encontra-se tanto no meio rural, quanto urbano; cuja mensagem deve ser mais abrangente. Por isto, seu planejamento e ação exigem envolvimento de todos os representantes do Comitê Gestor e de outras entidades representativas consideradas apoiadoras ou parceiras. Além disso, deve contar com autoridades expressivas das áreas política e técnica. Normalmente tais eventos se destinam à sensibilização do público-alvo de forma generalizada, tais como congressos, simpósios, lançamento de campanhas secundárias, dentre outros.

•••• Eventos Regionais - eventos regionais têm características mais técnicas, porém também

apresenta caráter de representatividade significativa, ou seja, o público deve sentir-se representado regionalmente. Neste caso, o envolvimento de representantes vai depender dos objetivos dos eventos, por isto, deverão estar presentes as entidades que tiverem representatividade regional e ligada ao espírito da coordenação do evento, entre essas devem se destacar os parceiros instituidores (promotores), realizadores e apoiadores. Estes eventos podem ser para lançamento de determinadas práticas e/ou de sensibilização específica e de capacitação, tais como seminários, oficinas, feiras, cursos específicos, dentre outros; podendo envolver a qualquer um dos públicos-alvo, de maneira específica ou conjunta.

•••• Eventos Localizados (Municipais) - neste caso, os eventos não se limitam a uma unidade

geográfica ou política, podendo envolver municípios de vizinhança, ou até mesmo em um único município. De forma geral, os objetivos estão relacionados à apresentação e discussão de uma ou mais prática agrícola que vem dando certo e que se deseja difundir. A metodologia é ampla, tendo em vista o público-alvo. Estes eventos se destinam à apresentação de uma nova tecnologia, ou, ainda, para a disseminação de outras que vem alcançando sucesso significativo. Estes eventos vão além da sensibilização, pois o que se pretende é a replicação de uma determinada tecnologia a um público que já passou pela fase de sensibilização e encontra-se em condições de adoção das mesmas, ou seja, no campo da educação ambiental, de como deve se proceder adequadamente. Assim, suas estratégias pedagógicas, podem ser traduzidas sob o formato de Dias-de-Campo, Reuniões

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Práticas; Unidades Didáticas, Visitas Técnicas, Palestras Educativas, Excursões Técnicas, dentre outros.

5.2. QUANTO À TEMÁTICA E GRUPOS TEMÁTICOS

5.2.1. A Constituição de Grupos Temáticos e Suas Atribuições

A especificidade das estratégias encontra-se relacionadas às principais cadeias produtivas da agricultura, bem como da transversalidade de determinados sistemas de referência. A prioridade inicial da CPF, dado seu lançamento ter ocorrido em outubro de 2013, resumiu-se em atender as especificidades das culturas tradicionais daquele período. De outra forma, por motivo de contingência, o trabalho integrado (soma de esforços dos parceiros) teve início nas regiões edafo-fito-geográficas do basalto, nas áreas ocupadas com soja no verão de 2013 (no sistema soja/milho e de segunda safra ou safrinha e sistema milho/feijão); isso considerando que possuímos as tecnologias e know-how já disponíveis, e que são suficientes para solucionar em torno de 80% dos desafios característicos nestes sistemas, notadamente quanto aos aspectos de MIP e MID e no Manejo e Conservação de Solos e Águas. Entretanto, a CPF deve abranger todo o ano agrícola, envolvendo outras temáticas além de MIP e MID e do manejo de solos, como o controle de formigas cortadeiras, tecnologias de aplicação, bem como outros sistemas de produção como culturas de inverno, olericultura, cafeicultura, fruticultura, dentre outros. Os principais passos para se constituir um Grupo Temático são:

• Organizar um grupo de técnicos que detêm ampla experiência na área • Apresentar ao Secretário Executivo e à Representação Técnica do Comitê Gestor

uma proposta estadual, contendo, no mínimo: • justificativas • diagnóstico • objetivos • metas • protocolos técnicos regionais • estratégia de ação • indicadores de resultados • forma de avaliação e monitoramento • organograma de atividades a serem realizadas (curto, médio e longo prazo) • custos necessários

• Definição, pelo Secretário Executivo, do coordenador do Grupo Temático • Aprovação pelo Comitê Gestor

Vale ressaltar que todos os Grupos devem apresentar periodicamente um relatório informando os principais resultados alcançados, visando fomentar a sua divulgação nas diversas mídias disponíveis. Além disto, todos os grupos devem se interagir, dado o caráter sistêmico adotado pela CPF que, em essência, trata das boas práticas na agricultura, seja na área animal ou vegetal, ou nos diversos manejos, como solo, água, pragas, doenças, tecnologias, dentre outras, ou, seja, tudo interligado.

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5.2.2. Grupos Temáticos Definidos

Dando início à CPF, foram definidos três Grupos Temáticos que, em princípio, já foi aprovado pelo Comitê Gestor. São responsáveis pela proposta técnica e operacional:

• Grupo Temático GESTÃO DE SOLO E ÁGUA • Grupo Temático CONTROLE DE FORMIGA CORTADEIRA • Grupo Temático MANEJOS INTEGRADOS NAS CULTURAS

• A) Grupo Temático GESTÃO DE SOLO E ÁGUA - Este grupo temático é um dos mais

relevantes em termos de sustentabilidade e do manejo de boas práticas agrícolas. Trata-se da base de sustentação da produção: manejo de solo e água. Em verdade, é o patrimônio da agricultura e do agricultor. Assim, quando o governo está apoiando o agricultor para que o mesmo possa ter a sua base de produção garantida, o Estado está também garantindo o seu próprio patrimônio. Historicamente o Estado é pioneiro nas iniciativas para proteger o seu solo, inclusive já tendo sido citado como modelo internacional em práticas conservacionistas. Mais de 90% de sua área cultivada, por exemplo, já se encontra coberta com plantio direto. Entretanto, isto não é suficiente, pois há necessidade de acrescentar mais qualidade nessa tecnologia. Além disto, com o passar do tempo, várias outras práticas conservacionistas, por motivos diversos, acabaram sendo abandonadas, havendo necessidade de serem retomadas, fazendo uso de procedimentos de estímulos a quem já está utilizando boas práticas agrícolas (agenda positiva). Ao mesmo tempo deve se buscar a incorporação de novas tecnologias oriundas do corpo técnico-científico e de práticas bem sucedidas desenvolvidas pelas diversas instituições envolvidas. Neste sentido, vale ressaltar ações de difusão e capacitação para o uso de boas práticas agrícolas para profissionais, produtores e estudantes da área das ciências agrárias. A questão de conservação de água, embora se trate de matéria que envolve outros setores do governo (SEMA, SANEPAR, INSTITUTO ÁGUASPARANÁ e COPEL), a agricultura tem o seu papel de coadjuvante de real relevância. Em verdade, ao não se conservar o solo, também não se conserva a água. Neste caso, solo e água são, em essência, quase que uma “coisa só”. Ao se dedicar à conservação destes dois elementos, o produtor também pode ser “produtor de água”. Fazer bom uso do solo, ou manejá-lo de forma adequada, a consequência será a garantia da disponibilidade de água. E isto é bom para a agricultura e é bom para o agricultor. Este é o sentido da gestão do solo, que traz como consequência a garantia de água boa. O agricultor cuidadoso já entendeu que a água “anda” ou seja, se não houver como ela se armazenar em sua propriedade, com toda a certeza, ela irá escorrer e se alojará na propriedade vizinha, que, cuidadosamente, tratou bem o solo com terraços bem feitos, fez cobertura verde permanente, fez rotação de culturas de forma controlada, aplicou o plantio direto, entre diversas outras práticas conservacionistas. Com tudo isso, propiciou porosidade ao solo, conteve a erosão, enfim, criou as condições necessárias para que a água ali permanecesse... Assim, por exemplo, se o agricultor não fizer o plantio direto com qualidade, o que poderá acontecer com a sua propriedade ou com o seu capital? A resposta já está sendo absorvida pelo próprio agricultor que está presenciando a perda do seu solo; a falta de água em sua lavoura; a perda da fertilidade e produtividade do solo; os danos aos carreadores, estradas e mananciais, enfim, e dilapidação do seu capital. Dentre as tecnologias que, inicialmente, deverão ser estimuladas, destacam-se:

•••• Plantio direto de qualidade: trata-se de qualificar o que já vem dando certo, ou seja, mobilização mínima do solo; rotação de culturas e culturas de cobertura. Com isto, será possível fazer o manejo adequado da estrutura física e composição química dos

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solos; o aumento da produção de matéria orgânica superficial; a estabilidade de agregados do solo; recuperar a sua porosidade; o armazenamento de água no solo e o enriquecimento da biodiversidade, da vida no solo.

•••• Uso de tecnologias de manejo de solo e água com práticas conservacionistas específicas para a contenção da erosão: terraceamento corretamente dimensionado; adequação de estradas em bases conservacionistas; plantio em nível; dentre outras.

Vale ressaltar que o Estado dispõe de um programa específico de apoio (educação e fomento) para estimular o uso de práticas de manejo de solos e águas em microbacias – Programa de Gestão de Solos e Águas em Microbacias, inclusive com apoio do BIRD, que deverá ser a base de sustentação deste Grupo Temático, que é de grande significância para a CPF.

•••• B) Grupo Temático CONTROLE DE FORMIGA CORTADEIRA - As formigas cortadeiras são apontadas como uma das principais pragas de ecossistemas agrícolas e florestais. Elas atacam as plantas em qualquer fase de desenvolvimento e são de difícil controle. Os cultivos que mais atacam são: pastagens, hortaliças; pomares (citros, abacate, uva, etc.); soja, cana-de-açúcar, milho, mandioca, feijão, florestas plantadas (eucalipto, pinus, etc) e florestas nativas. Assim, o produtor rural tem preocupação constante com as formigas cortadeiras em suas lavouras. O corte de folhas, flores e ramos tenros das plantas para o cultivo do fungo simbionte, sua verdadeira fonte de alimento, exige grande quantidade de material vegetal, motivo pelo qual elas atacam as plantas em qualquer fase de seu desenvolvimento. No Paraná a Lei nº 17.494/2013, institui a Semana Estadual de Combate às Formigas Cortadeiras, a ser promovida na segunda semana de julho. As principais espécies encontradas no Paraná são: Quenquém-de-árvore (Acromyrmex coronatus); Quenquém-de-cisco (Acromymex crassispinus); Quenquém-mineira (Acromymex niger); Quenquém-caiapó (A. subterraneus subterraneus); Quenquém-mirim (Acromymex disciger); Quenquém-de-cartuchinho (A.landolti balzani); Saúva-limão (Atta sexdens rubropilosa); Saúva-cabeça-de-vidro (Atta laevigata); Saúva-parda (Atta capiguara) e Saúva-limão-sulina (Atta sexdens piriventris). Por meio da Resolução nº 012/90, em seu Art. 1°, foi instituído o Programa Estadual de Combate às Formigas Cortadeiras. Em seu Art. 2°, assinala que esse programa, sob a supervisão da SEAB, será executado pela própria SEAB e Emater PR, com a co-participação dos municípios, das cooperativas agrícolas, associações, sindicatos, ou quaisquer entidades direcionadas a produção agrícola, inclusive pessoas físicas. Em seu Art. 3°, informa que o programa tem por objetivo principal a orientação dos produtores rurais quanto a métodos de prevenção, combate e erradicação das Formigas Cortadeiras. Neste caso, as ações da ADAPAR estão voltadas para a vistoria de áreas, objeto de denúncia (CSA, Assistência Técnica publica ou privada). Sendo necessária ação fiscal, será lavrada notificação com prazo de 20 dias, para apresentação de Plano de Controle. Ressalva-se, entretanto, o papel da Adapar no que se refere à prevenção e preservação da sanidade da produção agropecuária paranaense, com atuação permanente junto às CSA's, definindo normas, padrões e procedimentos, que determinam a adoção de tais medidas pelos agricultores. Portanto, trata-se de um trabalho educativo, de sensibilização e conscientização de curto, médio e longo prazo. Vale ressaltar, finalmente, que a adoção de técnicas adequadas e campanhas em massa de combate das formigas cortadeiras possibilita maior eficácia no controle dentro das propriedades de um município (região geográfica). Isso ajuda a redução da dispersão desses insetos, que se espalham através de revoadas de novas rainhas

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no período de final do inverno e primavera. Assim, dado os efeitos danosos aos cultivos ocasionados pelas formigas cortadeiras, há necessidade de se implementar estratégias permanentes para seu controle, motivo pelo qual a CPF criou este Grupo Temático, onde o foco de suas ações estarão destinadas tanto ao controle quanto à sua prevenção.

•••• C) Grupo Temático MANEJOS INTEGRADOS NAS CULTURAS – O sistema integrado de

manejos integrados de práticas agrícolas pretende envolver as principais práticas de manejo, cuja finalidade é a da proteção das culturas contra qualquer forma ou tipo de agressividade que possam vir a colocar em risco o seu pleno desenvolvimento. Por isto, tais práticas devem ser entendidas de forma integrada considerando todo o período cultural das lavouras, envolvendo:

◦ Manejo Integrado de Pragas – MIP ◦ Manejo Integrado de Doenças – MID ◦ Manejo Integrado de Plantas Invasoras – MIPI ◦ Manejo Integrado de Tecnologias de Aplicação – MITA ◦ Controle de Perdas na Colheita - CPC Há que se observar, no entanto, que este Grupo Temático também se interage de

forma diferencial, dependendo dos tipos de cultivos (soja, milho, feijão, olerícolas, frutícolas, dentre outras), das regiões do Estado, do período de plantio (verão/inverno), dos equipamentos utilizados,dentre outros fatores. Este quadro sugere que subgrupos deverão ser constituídos, em função de sua ampla abrangência. As questões básicas que se encontram por trás desta temática encontram-se relacionadas às consequências de sua não adoção, ou seja, se o agricultor não faz corretamente o controle de pragas, doenças e plantas invasoras e nem se incomoda com a devida calibragem dos equipamentos de aplicação dos agrotóxicos ou, ainda, desenvolver práticas adequadas para a redução de perdas na colheita, consequentemente, terá seus custos aumentados; ampliará o número de aplicações; poderá gerar pragas, doenças e plantas invasoras resistentes; aumentará o seu risco de contaminação, promovendo maior impacto negativo ao ambiente, além de perder parte do que já produziu. Um importante aspecto deste tipo de manejo é a busca pela preservação dos chamados inimigos naturais das pragas, doenças e plantas invasoras. Este fator é fundamental para se melhorar ou mesmo restabelecer o equilíbrio ambiental nas lavouras e há tecnologia disponível para os agricultores e eles desejam isto. Também, vem se observando passos grandiosos da pesquisa quanto ao aperfeiçoamento das estratégias racionais de intervenção, para tornar seu controle ainda mais eficaz (além da escolha de cultivares tolerantes e resistentes). E, dentro destas estratégias, a adoção do monitoramento das pragas e doenças nas lavouras, identificando o nível de dano econômico e momento adequado para a intervenção no seu controle, é de fundamental importância. Esta prática do monitoramento acaba implementando no cotidiano do agricultor um excelente hábito: o de visitar sua lavoura cotidianamente, o que vai auxiliá-lo a observar de forma diferente, com outro olhar, com atenção e cuidado a tudo que pode vir a colocar em risco o sucesso de sua plantação. Assim, por exemplo, com o monitoramento e uso de técnicas de controle biológico (com o uso de parasitoides, fungos e vírus poliédricos), também se prevê melhores condições para o combate ao aparecimento de novas pragas no Estado, com é o caso da Heliotis virences – Lagarta das Maças do algodoeiro e a Helicoverpa armigera – Traça do Tomateiro, as quais já estão atacando a soja em outras regiões do país causando grandes prejuízos. Esse conhecimento (know-how) e tecnologias permitem racionalizar o uso de agrotóxicos para proteção ao homem e ao meio ambiente, assim como permite a produção de alimentos mais seguros. Além disso, é preciso orientar e estimular adoção de práticas e tecnologias mais eficientes na aplicação de agrotóxicos a fim de melhorar a qualidade das

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aplicações (sua eficácia), evitando os problemas com a deriva de agrotóxicos. Isso tem interferido no resultado econômico das lavouras de outros produtores e pode contaminar o homem e o ambiente. Outra importante tecnologia é a adoção das áreas de refúgio (plantio de 10-20% da área da lavoura com sementes não geneticamente modificadas (Não-OGM) nas propriedades que plantam organismos geneticamente modificados, para que se possa preservar a utilidade dessas tecnologias por mais tempo. A instalação das áreas de refúgio permite que insetos susceptíveis se multipliquem, permitindo o cruzamento genético destes com aquelas linhagens que forem selecionadas nas áreas OGM, induzindo a manutenção da susceptibilidade dos insetos pragas a essas tecnologias. As sub-áreas de atuação estão assim definidas:

•••• Manejo Integrado de Pragas-MIP – trata-se do uso de técnicas de monitoramento e

avaliação que estabelecem o nível crítico de dano econômico necessário para orientar o momento apropriado e a tecnologia adequada a ser adotada na intervenção do agricultor. Tal orientação é extremamente necessária para que o agricultor possa postergar ao máximo o uso de agrotóxicos (inseticidas) nas lavouras. Serve, ainda, para que o agricultor possa fazer uso de agentes biológicos (fungos e parasitoides) predadores das pragas, como, por exemplo, o uso de Baculovírus (vírus de estrutura poliédrica) para o controle de Anticarsia gemmatalis.

•••• Manejo Integrado de Doenças-MID – de igual forma, este tipo de manejo encontra-

se atrelado às técnicas de monitoramento e avaliação da presença, por exemplo, de esporos viáveis do fungo causador da Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi (principal doença da soja no Estado e no País), a fim de orientar o momento e a tecnologia a ser adotada na intervenção. Este monitoramento serve para eliminar, por exemplo, o uso desnecessário de fungicidas nas lavouras de soja. Vale ressaltar que, em condições normais, sem o uso desse protocolo técnico, os produtores rurais têm efetuado até três aplicações de fungicidas. Com o monitoramento, em unidades didáticas implantadas e acompanhadas por cinco anos, a média foi de apenas uma única aplicação, demonstrando a eficácia do método.

•••• Manejo Integrado de Plantas Invasoras-MIPI – a questão das plantas invasoras

deve ser tratada com bastante critério. Ocorre que, em princípio, um solo que tenha bom uso, que seja manejado de acordo com a sua aptidão, que esteja coberto de plantas e matéria orgânica de forma contínua, que esteja úmido de forma adequada; que detenha riqueza em biodiversidade, enfim, que esteja bem cuidado, as plantas cultivadas se desenvolverão de forma tão saudável, que as invasoras terão muito pouco espaço para ocuparem. De outra forma, vale afirmar que um solo que tenha tantas plantas invasoras que venham a comprometer a cultura cultivada, significa que está sendo mal manejado e, daí sim, haverá necessidade de controle com herbicida. Dito isto, há que se reconhecer que na grande maioria de nossa agricultura o solo está sendo maltratado, ou mal cuidado, o que significa que temos, então, que cuidar de como se usar adequadamente o herbicida. Portanto, o MIPI visa o uso adequado das tecnologias de controle para melhorar a sua eficácia e economicidade, evitando-se derivas e a perda de efetividade das moléculas, além de minimizar a pressão de seleção de plantas daninhas resistentes aos produtos químicos.

•••• Manejo Integrado de Tecnologias de Aplicação-MITA – uma vez que há

necessidade de intervenção com o uso de agrotóxico, também haverá necessidade de se aplicá-lo de forma correta. Neste caso, os cuidados recaem sobre o receituário

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agronômico, onde estão discriminadas as dosagens para cada tipo de agrotóxico. Assim, o que está indicado no receituário, deve ser exatamente o aplicado na lavoura. Mas, infelizmente, não é bem isto que se vê no campo. Produtos são misturados, dosagens são confundidas, equipamentos mal regulados, a diluição é descuidada, os períodos de aplicação são trocados, a velocidade de aplicação é inadequada, enfim, o resultado, normalmente, é o uso abusivo dos agrotóxico. Com receio, o agricultor prefere usar sempre um pouco mais para se garantir os resultados esperados, sem contar os efeitos da deriva, do desperdício e da contaminação. Daí, a necessidade da adoção de práticas de calibragem de equipamentos de pulverização; do uso correto dos tipos de bicos de pulverização; do cálculo do volume de calda com precisão; da escolha da velocidade adequada para o deslocamento da máquina; do uso de aditivos para evitar e minimizar a volatização da calda de pulverização; da escolha de momentos e horários mais adequados para se realizar as operações de pulverização (temperatura, umidade e vento); do planejamento para o deslocamento das máquinas em nível (evitando o deslocamento morro abaixo) e com o solo em condições adequadas de umidade (para evitar a compactação e a formação de trilhos pelos pneus); do uso correto de equipamentos de proteção individual – EPI’s; do cumprimento da legislação ambiental que regula a pulverização aérea, evitando o uso da tecnologia nas proximidades de lavouras circunvizinhas e assim, o risco de deriva para fora da área-alvo; de se evitar a pulverização e o risco de contaminação de áreas protegidas, nas proximidades de rios, nascentes, fontes de água potável, represas, mata ciliares, reservas legais, residências e instalações para animais.

•••• Controle de Perdas na Colheit-CPC - uma das etapas mais importantes do

processo de produção é a colheita. Portanto, quando ela é mal processada, pode acarretar perdas significativas ao produtor. Dentre os diversos fatores que exercem influência no rendimento da colheita o teor adequado de umidade é um dos mais significativos, motivo pelo qual há que se realizar um planejamento para a colheita. Nesse planejamento, deve-se levar em conta, dentre outros fatores: a área a ser colhida; o tempo disponível para colheita, as condições climáticas; a capacidade de trabalho das máquinas; a capacidade de transporte, secagem e armazenagem. No caso da soja e do milho, por exemplo, de acordo com a Embrapa, embora sejam aceitáveis perdas de até 60 kg/ha para soja e 120 kg/ha para o milho, na operação de colheita, a necessidade de agilidade e a instabilidade meteorológica, associadas ao descuido nas regulagens e à desinformação do operador, resultam em perdas elevadas, bem superior a esses limites. Assim, a qualidade da colheita depende tando do operador conhecer a capacidade de trabalho e o estado de conservação da máquina, bem como de operar com velocidades adequadas ao estado da lavoura e da própria máquina, quanto das condições de temperatura e umidade, além das manutenções necessárias. No que se refere à umidade dos grãos, observa-se uma significativa relação com as perdas totais na colheita, interferindo no maior numero de vagens ou espigas que passam pelo sistema de trilha, sem serem debulhadas e, consequentemente, a quantidade de grãos não trilhados aumentará. Outro fator importante está relacionado às boas práticas de manejo do solo e da cultura, isto é, o manejo inadequado do solo altera suas características físicas, reduzindo a infiltrabilidade e, com isto, mais susceptível à erosão, exigindo, por exemplo, melhor ajuste da altura de corte da plataforma da colheitadeira. Outro fator é manejo de plantas daninhas, pois a massa de plantas no final do ciclo da cultura é bastante prejudicial à colheita, interferindo no processo de limpeza e separação dos grãos no sistema de trilha da colhedora, causando o chamado “embuchamento”. Finalmente,

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vale ressaltar que o rendimento da colheita está associado ao conjunto de boas práticas agrícolas que a lavoura recebeu e, portanto, é produto de todo o esforço da CPF.

Há que se registrar que o Grupo Temático MANEJOS INTEGRADOS NAS CULTURAS, encontra-se associado aos diversos cultivos, com as diversas cadeias produtivas e com os diversos sistemas de produção. Significa afirmar que, para cada cultura, há um rol tecnológico de manejos a ser considerado. Assim, para melhor compreensão, o Quadro 1, a seguir, propõe uma matriz de possibilidades, incorporando, por um lado, as principais variáveis que compõem o sistema integrado de manejos e, por outro lado, os principais sistemas de produção.

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Quadro 1 – Matriz de integração de sistemas de produção e sistemas de boas práticas agrícolas

Sistemas de Produção Especificidade MIP MID MIPI MITA MPC

Culturas de Verão (grãos)-Norte

Normal (milho/soja)

X X X X X

Safrinha (milho/soja)

X X X X X

Culturas de Verão (grãos)-Sul Normal (milho/soja/feijão)

X X X X X

Safrinha (milho/soja)

X X X X X

Culturas de Inverno-Norte Trigo e outras X X X X X

Culturas de Inverno-Sul Trigo e outras X X X X X

Olericultura X X X X Espec*.

Fruticultura X X X X Espec.

Pastagem Pecuária X X X X Espec.

Cafeicultura X X X X Espec.

Florestas Plantadas X X X X Espec.

Mandioca X X X X Espec.

Cana-de-Açúcar X X X X Espec.

Outras Culturas X X X X Espec.

• práticas específicas de perdas na colheita

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5.3. QUANTO À COMUNICAÇÃO

As estratégias de comunicação da CPF deverão ser definidas levando-se em conta as prioridades temporais, ou seja, há que se definir ações que deverão ocorrer no curto, médio e longo prazo. Assim, a CPF vai ganhando corpo e credibilidade, além de atender aos apelos técnicos, adequando-se às necessidades de cada tipo de cultivo, seja de verão e inverno ou norte e sul. Assim sendo, elas foram consideradas e definidas nos prazos: Curto Prazo; Médio Prazo e Longo Prazo

Para facilidade de exposição das estratégias resumidamente ficaram assim definidas:

• Nome da CPF permanente • Criação da “Identidade Visual” • Definição de parceiros estratégicos e apoiadores • Conteúdo dos materiais de divulgação (Ex.: fôlder, banners, rádio, TV, etc.) • Padronização do Layout dos materiais • Canais de veiculação

Em especial, quando se refere a um prazo mais longo, vale lembrar que se trata de uma Campanha Permanente, o que torna o longo prazo não tão distante assim. De outra forma, o que se pretende é que a CPF seja constante e isto gera uma inspiração de infinitude, inclusive ultrapassando gestões políticas e administrativas, tornando-se algo que sempre estará presente. Portanto, a CPF apresenta uma conotação de se tornar cada vez mais presente, mais focada e, sobretudo, conscientizando a respeito da adoção, cada vez mais, das boas práticas agrícolas. Em verdade, pode até ser considerada como um modelo a ser seguido pelos agricultores e defendido pelas instituições representativas do setor rural. Neste sentido, os compromissos devem ser confirmados, a pesquisa deve avançar, as tecnologias devem ser adotadas e, sobretudo, o esforço institucional deve prevalecer em prol de uma proposta consistente que possa definir a nossa agricultura do futuro. Deseja-se alcançar um planejamento da propriedade em comum acordo com o planejamento da microbacia de que faz parte, de forma que o agente financiador possa fazer dele um instrumento para aprovação do pretendido financiamento. Assim, todos os Grupos Temáticos devem planejar o rumo que pretendem infringir ao longo dos anos vindouros.

5.4. A IMPORTÂNCIA DAS PARCERIAS

Independente do Comitê Gestor, que já reúne instituições que representam grande parte do meio rural, há necessidade do envolvimento de mais parceiros, que são fundamentais para dar corpo à CPF e representatividade desse setor. São vários os segmentos que compõem as cadeias produtivas, se estendendo desde os que se localizam “fora e antes da porteira”, dando apoio ao processo produtivo, passando aqueles que apoiam à produção, indo até os que se localizam “fora e após a porteira”, dando destino à produção. Todos são parceiros e agregadores de valor à CPF e devem sempre ser cativados. Portanto, o que deve prevalecer em todo tipo de evento é a ação em parceria. Quanto mais envolvente for a CPF, maior será a possibilidade de agregação de conceitos, posturas e, sobretudo, comprometimento. As parcerias poderão ocorrer por meio de várias iniciativas, envolvendo o maior número possível de entidades dentro das diversas cadeias produtivas,

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sejam dos produtores de insumos, máquinas e equipamentos, passando pelo setor de transporte, comércio, até das entidades econômicas, de planejamento, cerealistas, Conselhos Municipais de Sanidade Agropecuária – CSA e/ou de Desenvolvimento Rural (CMDR), cooperativas, sindicatos e do poder público local, dentre outras. O que importa é que se somarão à defesa da filosofia da CPF, ou seja, o uso constante de boas práticas agrícolas acaba por beneficiar toda a sociedade. Assim, foram estabelecidos alguns dos parceiros que deverão, ao longo do tempo, incorporar-se à CPF:

•••• Governo Federal: MAPA; MDA; MMA •••• Cooperativas de Produtores Rurais: vinculadas ao Sistema Ocepar/Sescop;

Vinculadas ao Sistema Sisclaf • Federações de agricultores: Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da

Região Sul – FETRAF-SUL • Pesquisa e Ensino: EMBRAPA – CNPSoja; CNPMilho e Sorgo; CNPTrigo;

CNPFlorestas; Universidades Estaduais e a Federal; UTF-Pr; FAPA (empresa de pesquisa da cooperativa Agrária – Guarapuava); Fundação ABC (empresa de pesquisa da cooperativa Batávia – Castrolanda); Coodetec (Cooperativa de pesquisa agropecuária da OCEPAR); SEED; Arcafar

• Assistência Técnica e Extensão Rural: EMATER; ONG’s; Empresas Privadas; Empresas de Planejamento Agropecuário-APEPA

• Prefeituras Municipais, Associações Regionais de Municípios e Associação dos Municípios do Estado do Paraná – AMP; Departamentos/Secretarias Municipais de Agricultura, Meio Ambiente e de Educação.

• Entidades de Classe: CREA-PR; CRMV-PR; Associações de classe e sindicatos de categorias profissionais

• Empresas vendedoras e revendedoras de: Sementes; Insumos; Serviços; Produção • Agentes de Crédito: Banco do Brasil; Caixa Econômica Federal; BNDES; SICREDI;

CRESOL; SICOB • Agentes de Fiscalização: Instituto Ambiental do Paraná (IAP); Ministério Público do

Paraná; Promotorias de Meio Ambiente; ADAPAR; Promotorias do Patrimônio Público • Itaipu Binacional • Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná - Alcoopar • Associação Nacional de Defesa Vegetal – ANDEF • Federações e Associação de interesse público • Federação Paranaense de Plantio Direto na Palha, • Sociedades Brasileira e Paranaense de Ciência dos Solos • Outros...

6. ORGANOGRAMA E FUNCIONALIDADE DA CPF

Procurou-se estabelecer uma forma simples para desenvolver a CPF, constituindo um organograma que permitisse fácil funcionalidade da mesma. O desenho, a seguir, apresenta o organograma da CPF em seus níveis: GESTORES, FACILITADORES E OPERACIONAIS.

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6.1. ORGANOGRAMA GERENCIAL DA CPF

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6.2. FUNCIONALIDADE DA CPF

A funcionalidade da CPF encontra-se associada ao seu organograma, ou seja, definir a forma gerencial e operacional, estabelecendo atribuições aos cargos dentro de cada nível hierárquico (GESTORES, FACILITADORES, TÉCNICO E OPERACIONAIS). Assim, esclarece a composição de cada nível, as funções de cada setor e as responsabilidades de cada membro, que ficaram assim estabelecidas:

6.2.1. Nível Hierárquico Gestores

Trata-se do nível máximo da coordenação da CPF, constituído de cinco categorias:

▪ COMITÊ GESTOR (CG) ▪ REPRESENTAÇÃO TÉCNICA DO COMITÊ GESTOR (RT) ▪ ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO (AC) ▪ SECRETÁRIO EXECUTIVO (SE) ▪ GRUPOS TEMÁTICOS (GT)

6.2.1.1. Comitê Gestor (CG)

Trata-se do nível máximo da coordenação da CPF, no nível hierárquico, denominado GESTORES. Sua composição deu-se em função de ter sido constituído por um grupo de instituições que deu origem à CPF. São elas: SEAB; SISTEMA FAEP; FETAEP; SISTEMA OCEPAR; ITAIPU; EMBRAPA/SOJA; EMATER e IAPAR. Em comum acordo, este comitê elegeu sua presidência e coordenação geral à SEAB. As principais atribuições do Comitê Gestor são:

• Estabelecer as diretrizes da CPF • Acompanhar o desenvolvimento da CPF • Cooperar com a CPF naquilo que lhe couber • Nomear, via coordenação, o Secretário Executivo • Aprovar a constituição de novos Grupos Temáticos

6.2.1.2. Representação Técnica do Comitê Gestor (RT)

Cada entidade do Comitê Gestor deve indicar um técnico que comporá a RT, que também se encontra no nível hierárquico denominado GESTORES, cuja função principal é a discussão periódica das ações da CPF, bem como assessorar e apoiar as atividades do Secretário Executivo. Deverão se reunir periodicamente avaliando os rumos da CPF, além de acatar as orientações de seus representados, apresentando ao Secretário Executivo para definição das estratégias de implementação da CPF.

6.2.1.3. Assessoria de Comunicação (AC)

O Comitê Gestor deverá ter uma AI permanente, que também se encontra no nível hierárquico denominado GESTORES, que deverá implementar a padronização da linguagem de comunicação da CPF, além de difundir os resultados da mesma. Sua forma de atuação

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deve abranger todo o tipo de mídia, mantendo a filosofia da CPF em todos os níveis de sua abrangência. Deve, também, assessorar e auxiliar o Secretário Executivo no que se refere à busca de parcerias dentro da área de comunicação, visando dar originalidade, padronização e, sobretudo, garantir a continuidade da CPF dentro dos objetivos e metas pretendidas. Deve, ainda, desenvolver outras atividades pertinentes.

6.2.1.4. Secretário Executivo (SE)

Ao Secretário Executivo, que também se encontra no nível hierárquico denominado GESTORES, recai a efetiva condução da CPF, dando-lhe operacionalidade e estabelecendo cronograma anual de ação. Entretanto, estrategicamente, o Secretário Executivo também encontra-se envolvido nos demais níveis hierárquicos (FACILITADORES e OPERACIONAIS), tendo em vista a necessidade de se compor um elo de ligação entre todos os níveis. Assim, dentre outras atividades, cabe ao Secretário Executivo:

• Nomear os coordenadores dos Grupos Temáticos • Reunir-se periodicamente com o Comitê Gestor (CG), apresentando:

◦ Planejamento das ações, com orçamento e cronograma anual para cada Grupo Temático e da CPF em seu conjunto

◦ Relatório anual com os principais resultados alcançados, bem como das dificuldades encontradas

◦ Definição de atividades estratégicas de ampla abrangência • Reunir-se periodicamente com o a Representação Técnica do Comitê Gestor (RT),

definindo: ◦ Planejamento das ações estratégicas da CPF ◦ Acompanhamento e avaliação da CPF ◦ Definição dos novos Grupos Temáticos

• Reunir-se periodicamente com os Grupos Temáticos (GT), definindo: ◦ Planejamento das ações, com orçamento e cronograma anual ◦ Estratégias de integração entre os Grupos Temáticos

• Articular-se com o meio interno e externo para a busca de soluções relativas à CPF • Reunir-se periodicamente com o a Assessoria de Comunicação (AC), definindo:

◦ Planejamento das ações estratégicas de comunicação da CPF ◦ Acompanhamento e avaliação do processo de comunicação da CPF ◦ Auxiliar na promoção dos eventos da CPF e dos Grupos Temáticos ◦ Buscar a padronização da linguagem da CPF (folder's, cartazes, convites,

relatórios, discurso, divulgação...) ◦ Elaborar relatórios e convites para todas as entidades envolvidas para cada

evento da CPF • Outras atividades pertinentes

O Secretário Executivo dispõe de duas áreas de apoio: Assessor Técinico (AT) e Apoio Administrativo (AI), cabendo-lhes:

• Assessor Técnico (AT) - A Secretaria Executiva contará com um Assessor Técnico, cuja atribuição principal é a de assessorar e auxiliar o Secretário Executivo em suas funções, notadamente quanto:

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◦ Ao planejamento técnico das ações estratégicas ◦ À elaboração de agendamento de reuniões e eventos ◦ À elaboração de relatórios, dados, gráficos e informações especiais ◦ À promoção dos eventos da CPF ◦ Ao processo de acompanhamento e avaliação da CPF ◦ Outras atividades pertinentes

• Apoio Administrativo (AA) - O Secretário Executivo terá um Apoio

Administrativo (AA), representado por profissional da área administrativa, cuja atribuição é a de auxiliar administrativamente o Secretário Executivo em suas funções, como: a organização da documentação, elaboração de agendas, atendimento interno e externo, dentre outras atividades pertinentes.

6.2.1.5. Grupos Temáticos (GT)

Os Grupos Temáticos, embora não se caracterize totalmente como um nível hierárquico administrativo ou de GESTORES, eles estão enquadrados como tais, por fazerem parte intrínseca da CPF. Trata-se, em verdade do CORAÇÃO da CPF, pois destes grupos nascem as propostas técnicas por onde deve surfar a CPF. São eles que definirão os FOCOS ou MOTES que a CPF vai adotar anualmente. Ao mesmo tempo, definirão todas as estratégias operacionais e protocolos técnicos que as regiões deverão cumprir todo o ano. Portanto, é a partir da definição de cada GT que a CPF irá compor a sua estratégia de ação, visando atender a todos eles. Assim, o número de Grupo Temático vai depender da evolução da CPF, ou seja, na medida em que ela vai ganhando corpo e espaço, novos GT's serão constituídos. O Grupo Temático sempre terá um único coordenador, podendo o mesmo ser subdividido em função de sua especificidade, porém a coordenação é somente do coordenador indicado para o Grupo pelo Secretário Executivo. Não há linha hierárquica administrativa entre os coordenadores e o Secretário Executivo, e sim de orientação e articulação. Assim, cabe ao Coordenador do Grupo Temático:

• Indicar ao Secretário Executivo os nomes dos membros dos Grupos, bem como dos possíveis chefes de subgrupos, caso ocorra

• Reunir-se periodicamente com o Secretário Executivo, apresentando: ◦ Planejamento das ações, com orçamento e cronograma anual da CPF no que se

refere ao seu Grupo Temático ◦ Protocolos técnicos regionais (modelo teórico mínimo, de acordo com as

realidades regionais) ◦ Relatórios com os principais resultados alcançados, bem como das dificuldades

encontradas • Articular-se com o meio interno e externo para a busca de soluções relativas ao seu

Grupo Temático • Auxiliar na promoção dos eventos da CPF referente ao seu Grupo Temático • Auxiliar na padronização da linguagem da CPF (convites, relatórios, discurso,

divulgação...) • Auxiliar na elaboração de relatórios e convites para todas as entidades envolvidas

para cada evento referente ao seu Grupo Temático.

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• Produção de matérias técnicas para divulgação da CPF

6.2.2. Nível Hierárquico Facilitadores

Embora seja tratado como nível hierárquico, não se trata de hierarquia administrativa, mas sim de orientação das atividades, além de indicar formas de relacionamento entre os demais níveis e os Grupos Temáticos. Conforme o próprio título indica, as funções básicas estão relacionadas às estratégias de facilitação da CPF, variando desde a definição das temáticas (proposta técnica, definição de protocolos técnicos, dentre outros), até a constituição de metodologias de trabalho (internas ou externas), além de arranjos administrativos (regionalização, por exemplo) para agilização das atividades. É, portanto, o elo de ligação entre a área técnica-gerencial e a área operacional da CPF. Portanto, para a facilitação, as regiões foram agrupadas em macrorregiões:

• MACRO CENTRO-SUL – sede em Curitiba, envolvendo as regiões de: Curitiba; Paranaguá; Ponta Grossa; União da Vitória; Irati e Guarapuava

• MACRO OESTE-SUDOESTE – sede em Cascavel, envolvendo as regiões de: Cascavel; Toledo; Francisco Beltrão; Pato Branco; Laranjeiras do Sul e Dois Vizinhos

• MACRO NOROESTE – sede em Maringá, envolvendo as regiões de: Maringá; Campo Mourão; Cianorte; Paranavaí e Umuarama

• MACRO NORTE – sede em Londrina, envolvendo as regiões de: Londrina; Apucarana; Ivaiporã; Cornélio Procópio e Jacarezinho (Santo Antônio da Platina)

Há que se levar em conta que esta macrorregionalização é tão somente uma estratégia de facilitação, ou seja, não se efetiva dentro de uma órdem administrativa, embora algumas empresas se utilizem desta sistemática. Assim, entende-se que tanto a SEAB, quanto a Emater podem se constituir dentro desta orientação. Inclusive é importante levar em conta a própria forma de atuação da Adapar, que também dispõe de Supervisores Regionais, que podem, e devem, ser convidados a compor este sistema de macro, dada a sua importânci como gestora da prevenção e preservação da sanidade da produção agropecuária paranaense, notadamente quanto à sua atuaçao junto às CSA's, definindo normas, padrões e procedimentos, que determinam a adoção de tais medidas pelos agricultores. Portanto, trata-se de um trabalho educativo, de sensibilização e conscientização, muito significativo para a CPF. Ressalta-se que a busca, neste caso, é a de dar consistência e efetividade aos Grupos Temáticos baseados em três princípios: 1º – Unidade administrativa de desenvolvimento da CPF, notadamente da estrutura interna do SEAGRI, garantindo um sistema evolução contínua da CPF ao longo do tempo 2º - Reforçar a proposta técnica dos Grupos Temáticos (protocolos regionais, por exemplo) 3º - Reproduzir, macrorregionalmente o modelo dos Grupos Temáticos, mantendo a filosofia da CPF e garantindo a integração entre os mesmos, seja na área técnica (um interligado ao outro), quanto metodológica (eventos em comum, por exemplo). Trata-se de reforçar a ideia da reprodução, nas quatro macros, dos três Grupos Temáticos:

• Grupo Temático GESTÃO DE SOLO E ÁGUA • Grupo Temático CONTROLE DE FORMIGA CORTADEIRA • Grupo Temático MANEJOS INTEGRADOS NAS CULTURAS

Tais estruturas podem ser observadas no ORGANOGRAMA DOS NÍVEIS FACILITADORES E OPERACIONAIS DA CPF, a seguir.

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6.2.2.1. Organograma Funcional dos Níveis Facilitadores e Operacionais da CPF

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6.2.3. Nível Hierárquico Técnico

Neste nível, o que se busca é a ação técnica dos Grupos Temáticos. Assim, como as regiões foram subdivididas em quatro MACRORREGIÕES, há necessidade de que as propostas técnicas, bem como seus protocolos, estejam de acordo com as especificidades de cada uma destas macros. Ainda assim, dentro de cada macro, poderá haver, também, especificidades regionais (cada macro é compostas de várias regiões). De forma prática, os coordenadores de cada Grupo Temático definem as DIRETRIZES da CPF para todo o Estado e as macros adaptam as mesmas às suas regiões. Para facilitar, cada macro deverá compor “subgrupos”, correspondentes, aos Grupos Temáticos Estaduais. Por exemplo, se há três GT estaduais (GT-Gestão de Solo E Água; GT-Formiga Cortadeira e GT-Manejos Integrados nas Culturas), então, em cada macro também deverá ter três subgrupos macrorregional (sbm-Gestão de Solo E Água; sbm-Formiga Cortadeira e sbm-Manejos Integrados nas Culturas). Vale lembrar que não há a necessidade física da formação destes subgrupos macrorregionais, ou seja, o próprio FACILITADOR (Emater) poderá responder pelos três subgrupos, se assim o quiser. Porém, se for o caso, poderá lançar mão dos Representantes Macrorregionais das Entidades do Comitê Gestor, responsablizando-os por um ou mais subgrupos. Isto vai depender do arranjo macrorregional que se fizer necessário. Neste caso, o negociador deste arranjo deverá ser o Chefe de Núcleo Macrorregional (coordenador operacional), que será quem indicará o representante do subgrupo. Resumindo, tem-se duas possibilidades para a composição do desenho dos subgrupos macrorregionais: 1ª – Facilitador da Emater assume toda a proposta macrorregional – neste caso ele ocupará duas funções técnicas: será o facilitador macrorregional (sempre será) e, ao mesmo tempo, responderá pelos três subgrupos temáticos 2ª – Facilitador resolve dividir as responsabilidades - neste caso ele ocupará, também, duas funções técnicas: será o facilitador macrorregional (sempre será), só que dividirá a responsabilidade com os Representantes Macrorregionais das Entidades do Comitê Gestor, tendo como intermediário o Chefe de Núcleo Macrorregional. Vale ressaltar que, independente do arranjo definido, o Facilitador-Emater sempre será o responsável pela proposta técnica da macrorregião correspondente. Para melhor compreensão, esta estratégia pode ser observada no ORGANOGRAMA TÉCNICO INTERNO DA CPF, a seguir.

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6.2.3.1. Organograma Técnico Interno da CPF

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6.2.4. Nível Hierárquico Operacionais

Neste nível, a maior contribuição irá recair aos Chefes de Núcleos Regionais e aos Representantes Técnicos da Entidades do Comitê Gestor. Assim, cada entidade do CG deverá indicar um representante para cada uma das quatro macrorregionais, estando coordenados, operacionalmente, pelo Chefe de Núcleo da SEAB da macro correspondente. Assim, cada macro terá, em princípio, oito elementos: 1º – Chefe de Núcleo Macrorregional, como coordenador macrorregional da CPF 2º – Representante do SISTEMA FAEP 3º – Representante da FETAEP 4º – Representante do SISTEMA OCEPAR 5º – Representante do ITAIPU 6º – Representante da EMBRAPA/SOJA 7º – Representante do Instituto EMATER 8º – Representante do IAPAR Pode ocorrer, no entanto, que por questões técnicas ou operacionais, que algumas das entidades do CG não se disponha a indicar um representante. Neste caso, basta fazer uma justificativa para a não indicação do seu representante. Vale ressaltar que os Núcleos Regionais (NR) são unidades descentralizadas da SEAB em que o seu chefe atua como representante do Secretário da Agricultura na área de sua abrangência. Assim, o papel principal dos Chefes de Núcleo, pela sua representatividade regional está muito associada à busca de outras parcerias, além dos representantes do CG, principalmente para a organização dos eventos em sua região de abrangência, envolvendo lideranças municipais e regionais, sindicatos, prefeituras, Supervisores Regionais da Adapar, Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural (CMDR), Conselhos Municipais de Segurança Agropecuária (CSA), outras secretarias, enfim os representantes das entidades ligadas a cada tipo de evento. Não há uma relação de hierarquia administrativa com o Secretário Executivo, mas sim, de orientação, articulação e apoio quanto ao andamento da CPF. Assim, de forma estratégica, tanto os NR, quanto as macros das demais entidades representativas do Comitê Gestor, oito no total, deverão compor uma maior área de abrangência, visando dar operacionalidade às estratégias da CPF de forma mais condensada. Assim, ficaram estabelecidas quatro macros:

• MACRO CENTRO-SUL – sede em Curitiba, envolvendo as regiões de: Curitiba; Paranaguá; Ponta Grossa; União da Vitória; Irati e Guarapuava

• MACRO OESTE-SUDOESTE – sede em Cascavel, envolvendo as regiões de: Cascavel; Toledo; Francisco Beltrão; Pato Branco; Laranjeiras do Sul e Dois Vizinhos

• MACRO NOROESTE – sede em Maringá, envolvendo as regiões de: Maringá; Campo Mourão; Cianorte; Paranavaí e Umuarama

• MACRO NORTE – sede em Londrina, envolvendo as regiões de: Londrina; Apucarana; Ivaiporã; Cornélio Procópio e Jacarezinho (Santo Antônio da Platina)

Não significa, no entanto, que em determinadas condições, alguns eventos específicos não possam ser planejados, tendo em vista algumas características que venham a justificar uma ação estratégica naquela região. Mas isto deve ser tratado e planejado conforme a

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necessidade, juntamente com os coordenadores dos Grupos Temáticos e com o Secretário Executivo.

6.2.4.1. Ação Complementar Junto aos Conselhos Municipais

Vale, finalmente, assinalar a importância do envolvimento dos conselhos municipais na CPF. Forma geral, os mais conhecidos são os Conselhos de Desenvolvimento Rural (CMDR) e os Conselhos Municipais de Sanidade Agropecuária (CSA). Na maioria das vezes os CMDR's são constituídos legalmente (com leis municipais) e têm como principais atribuições a promoção do desenvolvimento sustentável da agricultura municipal. Trata-se de um órgão consultivo e deliberativo, tendo seu valor relacionado a um processo geral de desenvolvimento do meio rural vinculado às diretrizes do Plano Diretor Municipal (PDM). Além disto, participam diretamente na liberação de recursos, fiscalização, acompanhamento e avaliação das ações e atividades em programas estaduais, para a composição de um processo de desenvolvimento que venha possibilitar a geração de emprego e renda, bem como da padronização da produção e da melhoria da qualidade de vida da população rural. De forma prática, tais conselhos possibilitam o exercício efetivo da democracia, redefinindo o papel dos municípios como lugar de comando e de gestão sobre o planejamento. Ainda como valorização desses conselhos, vale ressaltar que essa iniciativa contribui, de forma decisiva, para o processo de mudanças do meio rural, notadamente no que se refere aos aspectos econômicos, sociais e de melhoria da qualidade de vida, levando-se em conta as potencialidades e as limitações dos recursos naturais. Ressalta-se, ainda, que, em sua composição, há representantes do Poder Público, de entidades civis e rurais, tais como: do poder executivo; da assistência técnica pública e privada; do sindicato rural; dos agricultores familiares; de ONG's; de instituições religiosas, dentre outras. Em especial, quanto aos CSA's, são extremamente importantes para a execução das ações de defesa agropecuária no Paraná deve-se ao fato de que estes conselhos possuem grande capilaridade junto às comunidades locais, cabendo aos produtores por meio de suas lideranças, gerarem informações essenciais que contribuem para o planejamento estratégico e tático da defesa agropecuária paranaense. Em geral são de caráter operativo e consultivo, funcionando como uma unidade funcional de planejamento e coordenação das ações de sanidade animal, vegetal e de segurança alimentar, voltados para a erradicação e controle das doenças, com foco ao desenvolvimento econômico, social, ambiental e do bem-estar humano. Têm relacionamento com o CONESA – Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária e demais CSA’s para apoiar o sistema de Defesa Agropecuária do Estado, visando obter o melhor resultado sanitário para o Paraná. O CSA é formado por representantes titulares e suplentes das instituições públicas, do terceiro setor, das entidades privadas, principalmente das organizações de produtores rurais, assegurados o direito a voz e voto. Tudo isto evidencia a importância estratégica do envolvimento desses conselhos no desenvolvimento da CPF, dada sua significância quanto à representatividade da sociedade nos mesmos. O papel de cada conselho na CPF vai depender dos diversos tipos de eventos a serem desenvolvidos, cabendo aos Núcleos Regionais da SEAB esta articulação, bem como a definição da forma de envolvimento de cada um dos conselhos (ou os dois conselhos ou outros conselhos, se houver).