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1 CAMPO E CIDADE: UMA ANÁLISE DO MUNCÍPIO DE DAVINÓPOLIS (GO) Diego Emanoel Rodrigues Núcleo de Estudos e pesquisas Socioambientais (NEPSA/CNPq) Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão. [email protected] Idelvone Mendes Ferreira Núcleo de Estudos e pesquisas Socioambientais (NEPSA/CNPq) Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão. [email protected] Resumo Este texto visa dar contribuições para a discussão rural/urbano e campo/cidade, tendo como parâmetro a peculiar configuração campo-cidade no pequeno município de Davinópolis. Nesse sentido, são apresentadas as características fundamentais da organização socioeconômica deste município. Contudo dá se ênfase aos processos de modernização da agricultura e de industrialização no Brasil, pois considera que estes processos imbricados são responsáveis, em grande parte, pela atual configuração do campo-cidade no país.Especificamente, em Davinópolis há menor intensidade da urbanização deve-se a diminuta participação destes processos. Palavras-chave: rural/urbano. Davinópolis. modernização da agricultura. industrialização. Introdução O debate a respeito do tema rural/urbano e campo/cidade no Brasilintensificou-se, principalmente, a partir das últimas décadas do século XX, devido as permutações ocorridas no cenário nacional em função do avanço do capitalismo no campo, representado pela modernização da agricultura,e pela consolidação daindustrialização nos centros urbanos. Resultando na urbanização acelerada.Cabe salientar que esses processos citados ocorrem de forma diferenciada nas diversas partes do país, entende-se assim que existe uma vasta gama de configurações campo/cidade. O decreto-lei 311 de 1938 padroniza essas múltiplas realidades de campo e cidade nos diversos municípios. Dessa forma, este texto visa dar contribuições para a discussão rural/urbano e campo/cidade, tendo como parâmetro a configuração campo-cidade em um município de pequeno porte, que apresenta peculiaridades fundamentais em sua organização socioeconômica, constituindo o desafio em pensar o rural e urbano nessa região, em que o espaço citadinoestá em estrita relação com o campo.

CAMPO E CIDADE: UMA ANÁLISE DO MUNCÍPIO DE … · Graziano da Silva; Grossi; e Campanhola(2002) observam que apesar da migração campo-cidade ter se amenizado, o êxodo agrícola,

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CAMPO E CIDADE: UMA ANÁLISE DO MUNCÍPIO DE DAVINÓPOLIS (GO)

Diego Emanoel Rodrigues Núcleo de Estudos e pesquisas Socioambientais (NEPSA/CNPq)

Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão. [email protected]

Idelvone Mendes Ferreira

Núcleo de Estudos e pesquisas Socioambientais (NEPSA/CNPq) Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão.

[email protected]

Resumo Este texto visa dar contribuições para a discussão rural/urbano e campo/cidade, tendo como parâmetro a peculiar configuração campo-cidade no pequeno município de Davinópolis. Nesse sentido, são apresentadas as características fundamentais da organização socioeconômica deste município. Contudo dá se ênfase aos processos de modernização da agricultura e de industrialização no Brasil, pois considera que estes processos imbricados são responsáveis, em grande parte, pela atual configuração do campo-cidade no país.Especificamente, em Davinópolis há menor intensidade da urbanização deve-se a diminuta participação destes processos. Palavras-chave: rural/urbano. Davinópolis. modernização da agricultura. industrialização.

Introdução

O debate a respeito do tema rural/urbano e campo/cidade no Brasilintensificou-se,

principalmente, a partir das últimas décadas do século XX, devido as permutações

ocorridas no cenário nacional em função do avanço do capitalismo no campo,

representado pela modernização da agricultura,e pela consolidação daindustrialização

nos centros urbanos. Resultando na urbanização acelerada.Cabe salientar que esses

processos citados ocorrem de forma diferenciada nas diversas partes do país, entende-se

assim que existe uma vasta gama de configurações campo/cidade.

O decreto-lei 311 de 1938 padroniza essas múltiplas realidades de campo e cidade nos

diversos municípios. Dessa forma, este texto visa dar contribuições para a discussão

rural/urbano e campo/cidade, tendo como parâmetro a configuração campo-cidade em

um município de pequeno porte, que apresenta peculiaridades fundamentais em sua

organização socioeconômica, constituindo o desafio em pensar o rural e urbano nessa

região, em que o espaço citadinoestá em estrita relação com o campo.

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Ressalta-se que o espaço é construído por hábitos, costumes, crenças, forma de

relacionamento e modo de vida das pessoas que os habitam. O campo como a cidade

são espaços socialmente produzidos e reproduzidos. Nesse sentido, considera-se

pertinente para ciência geográfica compreender como esses segmentos, campo e cidade

se inter-relacionam, no intuito de apreender a complexa trama espacial das localidades.

Assim, a geografia estará apta a contribuir para o desenvolvimento das regiões, no

aspecto ambiental, econômico e social.

Proposições sobre campo/cidade e rural/urbano

Para pensar campo e cidadeno Brasil é preciso reportar ao processo de formação

socioespacial deste território, que ocorreu desigualmente, gerando áreas densamente

povoadas em oposição a outras que tiveram povoamento incipiente, demonstrando a

complexidadedo tema campo/cidade no país.De forma geral, pode-se dizer que a

cidadeno Brasilaté metade do século XX se encontrava isolada em relação àsáreas

campestres. Realidade que vai alterar-se com o processo de industrialização nos centros

urbanos combinado com o processo denominado de modernização da agricultura,

ocorridos a partir da metade do século XX, reestruturando as funções desses espaços

diante do interesse capitalista.

A industrialização no Brasil tomaimpulso a partir da década de 1930 no período

Varguista, sendo que no governo Juscelino Kubitschek a partir dos anos de 1950, o

processo de industrialização continua em ritmo acelerado - permitindo inclusive a

instalação de transnacionais em território brasileiro. Um fator imprescindívelà indústria

é haver a disposição, contingente populacional para trabalhar nessas incipientes

indústrias. Assim, os trabalhadores do campo passaram ser de interesse para as

indústrias localizadas na cidade.

Agindo em consonância com a industrialização nas áreas urbanas, tem-se o processo de

modernização da agricultura, que introduz uma série de inovações tecnológicas para as

áreas campestres. Porém, essa modernização apresenta-se conservadora e parcial

(GRAZIANO DA SILVA, 1998), ao passo que conserva a injusta estrutura agrária

brasileira e à medida que o acesso ao credito é viável apenas para os produtores maior

porte, acarretando em dificuldades de reprodução para o segmento dosagricultores

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familiares e trabalhadores rurais.Assim, o êxodo rural origina do duplo processo de

modernização do campo e da industrialização na cidade, economizando a força de

trabalho no primeiro e despendendo a mesma para o último.

O processo de urbanização acelera-se com a modernização agrícola e a industrialização.

À cidade agora permeada pela indústria assume novas funções no contexto brasileiro.

Segundo Mendonça (2005/2006, p. 19) “[...] desde a revolução industrial o termo

urbanização tem sido analisado em íntima relação com a indústria. Muito estes não

sejam sinônimos, deve se reconhecer que compreender a relação entre urbanização e a

indústria é fundamental para entender a cidade no capitalismo.”

Nessa perspectiva, a partir do processo urbanizador a cidade passa a ser o local das

luzes, intensificando seu poder político-econômico, ao mesmo tempo em queirradia seu

modo de pensar para as outras localidades, principalmente através do desenvolvimento

dos meios de comunicação. Mas,dentro da conjuntura dos espaços urbanos, as cidades

assumem importância político-econômica diferenciada constituindo uma “hierarquia

urbana”.No caso brasileiro São Paulo assumiu essa posição de concentrador de bens e

pessoas, a partir do pioneirismo industrial, formado, o que Silveira e Santos (2006)

denominaram de região concentrada.

Procurando explicitar o desenvolver do processo de industrialização e os

desdobramentos dessa na realidade social, Lefebvre (1999) analisa a

transformação/permutação da cidade a partir da aglomeração industrial.Para isso, o

autorfaz o retrospecto histórico da edificação da cidade, destacando distintos períodos

históricos, marcados portrês tipos de cidade, são elas: a política, comercial, e a

industrial.1) Inicialmente têm o surgimento da cidade política, que encontrava-se ilhada

por um mar campestre.

A essência da cidade nesse contexto dava-se pela função politico-administrativa,

consistindo em organizar as atividades rurais. 2) A cidade comercial marca o momento

em que ocorre “a expansão da troca e do comércio e o surgimento de uma nova classe

social - a burguesia - a cidade política foi paulatinamente substituída pela cidade

mercantil e o espaço urbano se firmou com o lugar de trocas.” (NEVES, 2009, p. 6). 3)

Com a indústria,a função da cidade vai além da política-administrativa ou de

comercialização, passando também a ser o espaço da produção de mercadorias.

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Tendo isso em vista,este autor lança à hipótese da urbanização completa da

sociedade.Segundo o autor,a tendência da humanidadeseria a constituição da sociedade

urbana. Na verdade, de acordo com Lefebvre (1999), esse processo ocorre com a

implosão-explosão da cidade. Primeiramente a cidade passaria a ser concentradora de

pessoas, de coisas, de objetos, de instrumentos e dos meios de produção, reelaborando

as formas de produção espacial, e a explosão indica a expansão do tecido urbano-

industrial para o restante da sociedade. Desta maneira, esse momento histórico seria

marcado por uma realidade urbana baseada na mercadoria e no valor de troca.

O conceito de urbano de Lefebvre, “não nega o rural, nem é sinônimo de cidade”

(SOBARZO, 2006, p. 58), de fato este autor não se prende a dicotomia rural/urbano.

Esse conceito traduz uma perspectiva em relação ao caminho da sociedade, quecada vez

mais esta parametrizada pelovalor da troca, sendoa realidade social balizada pelo

aspecto da mercadoria.

Graziano da Silva (1998), ao estudar as recentes transformações ocorridas no campo

brasileiro, constatou que apartir da última década do século XX houve a redução da

migração campo-cidade, quando comparada aos decênios de 1960, 1970 e 1980. No

entanto, o autor identificouque um número maior de pessoas residentes nas áreas

campestres está deixando de ter como atividade principal a agricultura, isso significa,

que cada vez mais a população rural está dependendo das ocupações citadinas para

manter a sua sobrevivência no campo.

[...] Em resumo, o que manteve as pessoas no campo brasileiro não foram as atividades agropecuárias, mas, sim, tanto as ocupações não-agrícolas – pois cerca de 1,5 milhão de pessoas residentes em áreas rurais encontram novos postos de trabalho em ocupações não-agrícolas entre 1981 e 1999 – como a ampliação da cobertura da previdência social para as áreas rurais. (SILVA; GROSSI; CAMPANHOLA, 2002, p. 45).

Graziano da Silva; Grossi; e Campanhola(2002) observam que apesar da migração

campo-cidade ter se amenizado, o êxodo agrícola, ainda, resiste como reflexo do

agravamento, da histórica desigualdade no campo, advindo dos desdobramentos da

modernização da agricultura.Pois, a partir desta passou a exigir do produtor um padrão

tecnológico elevado, que por sua vez culminou em dificuldades de inserção do

agricultor familiar no mercado agrícola.

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Assim, o uso das ocupações não-agrícolas - que caracterizam o êxodo agrícola –

constitui-se em estratégia de complementação da renda familiar, ou mesmo torna-se

atividade principal,garantindo a reprodução do grupo familiar no campo, como é o caso

do turismo rural, que vêm sendo atividade de crescente geração de empregos nas áreas

campestres.

Esse gradativo aumentono número de ocupações não-agrícolas no campo,

conjuntamente com o elevado número de cargos administrativos que vieram a compor o

meio rural e as mudanças nas relações sociais de produção, a partir da modernização da

agricultura, são argumentos que fundamentam a teoria de Graziano da Silva (1998)

sobre a urbanização do campo. Este sustenta a ideia de que haveria uma continuidade

entre a cidade e o campo, no qual o espaço urbano e as práticas urbanas permeadas pela

indústria e pela lógica da produção e reprodução do modo de produção capitalista

invadem o campo, e o urbaniza. Nesse sentido, o campo e a cidade continuam como

dois espaços, porém ambos urbanizados, sendo diferenciados pelo estágio de

urbanização.

No entanto esta teoria é alvo de criticas de outros estudiosos, por configurar-se

economicista e/ou reducionista, ao passo que reduz as práticas culturais, modo de

reprodução da vida dos habitantes do campo ao aspecto agrícola. Nesta análise, o rural é

definido a partir de números estatísticos relativos à produção agrícola.Contudo há

também a hierarquizçãodos espaços, já que o campo não é visto como um espaço

propício à transformação e inovações, mas sim a urbanização.

Contrapondo a ideia de urbanização do campo, Abramovay (2000) elucida o conceito de

desenvolvimento rural, refutando a imagem de rural como o residual do urbano - como

inclusive é definido peloDecreto-lei 311 de 1938 que define o espaço rural no Brasil a

partir daquilo que não é urbano.O autor questiona essa visão de rural como algo

intocável, que ao passo que passa ter interações com o espaço urbano torna-se

urbanizado,rompendo com essa hierarquização dos espaços, horizontalizando a relação

na medida em que o rural pode ser visto como espaço propício ao crescimento

econômico -sem necessariamente se tornar urbano.

[...]Se o meio rural for apenas a expressão, sempre minguada, do que vai restando das concentrações urbanas, ele se credencia, no máximo, a receber políticas sociais que compensem sua inevitável decadência e pobreza. Se, ao contrário as regiões rurais tiveram a capacidade de preencher funções

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necessárias aos seus próprios habitantes e também as cidades – mas que estás próprias não podem produzir – então a noção de desenvolvimento poderá ser aplicada ao meio rural. (ABRAMOVAY, 2000, p.3, grifo do autor).

A partir desse pressuposto é colocada a possibilidade de pensar o rural não apenas como

agente passivo na relação campo-cidade. Inclusive Abramovay (2000), influenciado

pela perspectiva da Organização de Cooperação e de DesenvolvimentoEconômico

(OCDE), sugere que haja uma classificação diferenciando as regiões rurais e urbanasde

acordo com a dinâmica econômica regional. Nessa classificação, poderiam existir

osmunicipios rurais, e nestesse encontrariam as cidades cujosua dinâmica esta associado

ao meio rural.

Ambas as perspectivas, tanto a do Graziano da Silva (1998), quanto do Abramovay

(2000) são contribuições para a discussão que tange principalmente as transformações e

perspectivas no/do campo brasileiro. Apesar dos estudos de Graziano da Silva, Grossi e

Campanhola (2002) constatarem a presença intensiva do êxodo agrícola, indicando

novas configurações ocupacionais para o campo, esse fato isoladamente não configura

uma urbanização do campo, como salienta Abramovay (2000). No entantosão colocados

novos desafios para pensá-lo.

Assim, destaca nas teorias citadas anteriormente, que ambas não fazem ou pouco fazem

a distinção entre termos rural/urbano, campo/cidade. Na abordagem territorial de

Abramovay (2000), o campo e a cidade estão implícitos na denominação de urbano e

rural, bem como ocorre na definição oficial utilizada pelo Instituto Brasileiro de

geografia e estatística (IBGE). Já Graziano da Silva (1998), não se prende ao aspecto

cultural e ao modo de vida da população rural. Sua teoria está baseada no âmbito das

funções econômicas de cada espaço.

Essas concepções não se focaram na avaliação de questões relativas a valores culturais e

costumes. Sendo esses elementos imprescindíveis para se compreender a relação

rural/urbano e as transformações que essa interação projeta sobre o espaço, tanto no

urbano como no rural. Nessa perspectiva, a utilização dos termos urbano e rural vem

sendo trabalhada fora da delimitação territorial da cidade ou do campo, buscando a

subjetividade das relações.

Trazendo a discussão para o aspecto cultural, Carneiro (1998), contrapõe-se a ideia de

subversão do rural para o urbano. Na concepção desta autora,o rural não é diluído a

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partir da disseminação do urbano, mas sim transformado e reconstruído. Nessa

dimensão, o rural não é concebido enquanto cultura congelada, mas algo que ao longo

do processo capitalista de produção recebe novos elementos, que por sua vez influem na

sua dinâmica, no entanto não há a substituição de uma cultura por outra, o que ocorre é

a produção de algo novo nem urbano nem rural. Como salienta Carneiro (1998).

Esse conjunto de reflexões nos leva a pensar a ruralidade como um processo dinâmico de constante reestruturação dos elementos da cultura local com base na incorporação de novos valores, hábitos e técnicas. Tal processo implica um movimento em dupla direção no qual identificamos, de um lado, a reapropriação de elementos da cultura local a partir de uma releitura possibilitada pela emergência de novos códigos e, no sentido inverso, a apropriação pela cultura urbana de bens culturais e naturais do mundo rural, produzindo uma situação que não se traduz necessariamente pela destruição da cultura local mas que, ao contrário, pode vir a contribuir para alimentar a sociabilidade e reforçar os vínculos com a localidade. Desse encontro, como observa Rambaud, nasce uma cultura singular que não é nem rural nem urbana, com espaços e tempos sociais distintos de uma e de outra. (RAMBAUD, 1969 apud CARNEIRO, 1998, p. 62).

Para compreender o rural é necessário ir além da agricultura. Este espaço é construído

por pessoas através do seu modo de pensar, agir, e se relacionar com os outros e o meio.

Épreciso aceitar o mundo rural dentro do modo de produção capitalista assumindo

feições e facetas diferenciadas no tempo e no espaço. Assim, como a cidades vêm

assumindo variedades de formas em diferentes regiões desde a sua origem, o espaço

campestre também é reestruturado de acordo com os interesses capitalistas.

Nesse ponto de vista concorda-se com Rua (2006), quando diz que o capitalismo

reorganiza o espaço geográfico como solução parcial para suas crises e seus impasses,

construindo e reconstruindo uma geografia de acordo a sua necessidade de produção e

reprodução. Para o autor, ocapitalismo

[...] constrói uma paisagem geográfica distintiva, um espaço produzido de transportes e comunicações, de infra-estruturas e organizações territoriais, o que facilita a acumulação do capital durante uma fase de sua história, apenas para ter de ser destruído e reconfigurado numa fase posterior. (RUA, 2006, p. 96).

Assim, com o surgimento de novas técnicas e tecnologias, barreiras físicas de difícil

transposição foram superadas, comprimindo o distanciamento entre o campo e a cidade.

Por isso o desafio da delimitação de rural/urbano parece impreciso e de difícil

assimilação, mesmo porque esta dentro de um processo mais geral e complexo em

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constante transformação, permutando campo e cidade. Nesse aspecto, observa-se a

pertinência da noção de espaço hibrido (RUA, 2006) gestado na interação horizontal

dos dois ambientes,em que o rural interfere na produção espacial da cidade, como o

urbano se reproduz em meio ao campo.

Isolar,no intuito de definir separadamente,campo e cidade significa perder a dimensão

da totalidade das relações e fragmentar demasiadamente a realidade.É necessário

compreender que campo e cidade são imbricados, o que ocorre no campo está

sutilmente atrelado com os acontecimentos na cidade e vice-versa, por isso a discussão

sobre esse tema necessita ser embebida da dinâmica dos processos que criam, recriam e

transformam o espaço geográfico. Dessa forma, o que ocorre no campo bem como na

cidade isoladamente são apenas fragmentos da realidade que somente pode ser

entendida a partir das relações entre esses espaços. Ressalva-se que o espaço não é

dissociado, e sim uno e diferenciado.

O desafio de pensar o rural e o urbano em município de pequeno porte: uma

análise da realidade de Davinópolis (GO)

Neste item, busca-se elucidar a apreensão da relação cidade/campo a partir da realidade

de um pequeno município,em que segundo os critérios oficiais do IBGE a sua sede é

considerado espaço urbano, representado territorialmente pela cidade. Nesse sentido,

procura-se investigar a dinâmica espacial do município de Davinópolis (GO), tendo por

base dados populacionais derivados de censos realizados em 1980, 1991, 2000 e 2010,

bem como informações socioeconômicas da atualidade,disponibilizados pela Secretaria

de Estado de Gestão e Planejamento(SEGPLAN) e Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística IBGE, observando as peculiaridades da relação entre campo/cidade neste

município.

Davinópolis está localizado a sudeste da Unidade Federativa de Goiás,especificamente

na Microrregião Geográfica de Catalão com uma área de 481,296km2(IBGE, 2010),

limita-se de nordeste a leste com omunicípio de Catalão e a Oeste com omunicípio de

Ouvidor, sendo estes pertencentes ao Estado de Goiás, já quanto à divisa sul-sudesteo

Rio Paranaíba éa fronteiracom a Unidade Federativa de Minas Gerais. As Coordenadas

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Geográficas de Davinópolis correspondem ao intervalo dos paralelos de 17º57’ e 18º15’

de latitude Sul e os meridianos de 47º45’ e de 47º27’ de longitude Oeste.

Davinópolisteve sua formação político-territorial derivada dodesmembramento de

Catalão (GO), recebendo o título de município no dia 14de novembro do ano de 1963.

Segundo Melo (2008), o princípio desua formação data de por volta da década de 1950,

com a doação de uma área de 10000m2 próxima á confluência do Rio São Marcos com o

São Bento, realizada precisamente no ano de 1948 pelo senhor José David de Souza e

sua esposa, á prefeitura de Catalão com o objetivo de se construir uma escola rural

naquele espaço (SILVA, 2000).

Com a edificação deste centro de ensino começaram a surgir nos arredores algumas

residências que foram gradativamente formando o povoado, que inicialmente recebeu a

denominaçãode Grupo, tendo como referência o grupo escolar.Posteriormente houve a

construção das pontes dos Rios São Marcos e São Bento, respectivamente em 1950 e

1952, impulsionando a inserção do incipiente povoado na economia regional, que nesse

momento também passou a ser chamado de Barra, devido à proximidade que este se

encontra da margem do Rio São Bento. Aliás, comumente este termo ainda é utilizado

para designar a cidade de Davinópolis.

Passados 48 anos de sua emancipação, o município de Davinópolis possuisegundo o

Censo 2010 (IBGE) uma população de 2056 habitantes, dispersos por uma área de

481,296Km2.A densidade demográfica do município corresponde a 4,27 habitantes por

Km2(SEPLAN, 2010). Já no âmbito da distribuição populacional entre campo e

cidade,os dados do SEPLAN revelam que desdeo ano 1980 o município tem

apresentado acréscimo dapopulaçãono espaço citadino e perda gradativa do contingente

populacional no campo. Em 1980 eram 2450 habitantes ao total no município, a

população rural representava o percentual de 75,4%, enquanto a população urbana

detinha 24,6% do total.Três décadas após, no ano de 2010 a população rural da região

despencou para o índice de 31,8%, em oposição aos 68,2% de população urbana. A

Tabela 1 demonstra detalhadamente essas oscilações percentuais.

Tabela 1- Município de Davinópolis: Evolução da população rural, urbana e total (%).

População/ano 1980-91 1991-2000 2000-10 População rural -36,5% -19,2% -19,5%

População Urbana 56,8% 58,7% 8,1%

10

População Total -13,5% -0,4% -2,5% Fonte: Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (SEGPLAN-GO) – 1980,1991, 2000, 2010. Org.: Rodrigues (2011).

Observando as variações dos dados da demografia rural e urbana, pode-se afirmar que

ouve urbanização no município nas duas últimas décadas do século XX,alinhando-se

com a tendência geral de urbanização brasileira que tomou impulso a partir do último

terço do século XX. Porém,destaca-se no caso davinopolinomenor intensidade deste

processo,(ver Gráfico 1)e a acentuada emigração ocorrida no município, atingindo no

intervalo de 1980 a 1991 uma taxa de decréscimo da população de 13,5%.Segundo

alguns autores como Melo (2008), em grande parte,essa migração intermunicipal,se

deve a perspectivada população – inclusive dos habitantes do campo – desse município

em melhorar suas condições de vida,encontrar-se alinhadas com a migração para as

cidades vizinhas que apresentam maior dinamicidade econômica.Sendo os jovens a

faixa etária com mais ímpeto para realizar tais migrações.Em decorrência dessa

constatação Melo (2008), em seu estudo sobre as pequenas cidades da Microrregião

Geográfica de Catalão, verificou o envelhecimento da população nestes municípios,

dentre os quais está Davinópolis. Segundo a autora

oenvelhecimento populacional, nas pequenas cidades da microrregião de Catalão, tem relação com a migração de jovens e pessoas economicamente ativas para centros maiores, em função da baixa capacidade de reter essa população [...] (MELO, 2008, p. 473).

No tocante á distribuição de população rural e urbana no município davinopolino, pode se

observar através do Gráfico 1 que este município, em relação as médias microrregional, estadual

e nacional apresenta menor índice de urbanização, em termos demográficos. Enquanto o estado

de Goiás apresenta um índice de 90,2% de população urbana, Davinópolis apresenta o índice de

68,19%. Com relação à urbanização da Microrregião de Catalão e da República Federativa do

Brasil, a diferença está no patamar de 16,2% e 16,17% respectivamente.

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Gráfico 1–Davinópolis comparada às médias Microrregional, Estadual e Nacional: diferenças entre população urbana e rural em % em 2010

Fonte: Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (SEGPLAN-GO) – 2010 e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – 2010 Org.: Rodrigues (2011). Este Gráfico demonstra as escalas territoriais a qual Davinópolisestá submetido.

Constatando em ambas as escalas (regional, estadual e nacional) que a quantidade de

pessoas nas áreas citadinas é proporcionalmente maior em relação ao município

davinopolino. Isso demonstra que a distribuição populacional entre campo e cidade e

Davinópolis élhe peculiar, e que isso se deve a sua a dinâmica interna e sua rede de

relações no âmbito regional.

Nesse sentido, realizou-se uma análise pormenorizada da distribuição populacional

entre campo e cidade na Microrregião de Catalão. Para issocomparouos percentuais de

população urbana do município de Davinópolis comasdos demais municípios que

compõem a Microrregião de Catalão, pôde constatar que o referido município é o que

apresenta o menor índice de população urbana.Sendo assim, Davinópolis

proporcionalmente é o município com maior índice de pessoas no campo dentro do

contexto da Microrregião de Catalão. O gráfico 1elucida essa verificação.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Davinópolis Microrregião de Catalão

Goiás Brasil

68,19%

84,39%90,20%

84,36%

31,80%

15,60%9,71%

15,64%

população urbana

População rural

12

Gráfico 2 – Microrregião de Catalão: diferenças entre população urbana e rural em % 2010

Fonte: Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (SEGPLAN-GO) – 2010 e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – 2010. Org.: Rodrigues (2011).

Entender as causas que levam Davinópolis a ser comparativamente, em relação aos

demais da Microrregião, o demaior equilíbrio entre as populações urbana e

rural,perpassa pela compreensão do desenvolvimento dos processos que contribuíram

diretamente para o êxodo rural, são eles: a industrialização e a modernização da

agricultura. Em relaçãoa este último cabe ressaltar a sua menor participação no campo

davinopolino em comparação a outros municípios da Microrregião de Catalão. Pode-se

utilizar o quantitativo de maquinários na região para respaldartal observação,segundo o

IBGE (2006),o município de Davinópolis apresentavaem 2006 o número total de 38

tratores, sendo que estes estavam presentes em 3,84% dos estabelecimentos

agropecuários, enquanto a Microrregião de Catalão e o Estado de Goiás apresentavam,

respectivamente, os índices de 15,46% e 18,12% de estabelecimentos com posse de

tratores.

Quanto à industrialização apresenta-se incipiente, não há no município quantidade

significativa de empreendimentos industriais, sendo que Mello (2008, p. 235) registrou

“[...] em 2005, a existência de apenas dois estabelecimentos industriais no município,

uma cerâmica (produção de telhas e tijolos), e um laticínio que produz queijo

mussarela.”

0%

20%

40%

60%

80%

100% 93,90%

74,19%

93,55%

77,20%81,69%

68,19%

86,21% 86,22%90,86% 88,04% 88,24%

população urbana

População rural

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Assim, a economia do município é majoritariamente advinda da produção agrícola.

Sendo desenvolvida, de modo geral, a agropecuáriaé baseada em técnicas tradicionais,

inclusive observa-se o número elevado de estabelecimentos que têm como atividade

principal a pecuária. Esse fato pode ser comprovado com base nos dados do SEPIN

(2006) quando se demonstra o elevado percentual de pastagens existentes no município,

sendo inclusive um dos municípios da Microrregião de Catalão com maior área de terras

disponibilizadas para essa atividade.Como pode ser observado no Quadro 1.

Quadro 1 – Utilização de terras: percentual de terras ocupadas com pastagens–

2010

Fonte: Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (SEGPLAN-GO) – 2006 Org.: Rodrigues (2012)

Apesar de Davinópolis está entre os municípios que mais utilizam terras para pastagens,

como pode ser observado através do Quadro número 1, omunicípio acaba por não

apresentar produtividade alta com relação á atividade pecuarista, em comparação aos

outros municípios. Fazendo-seuma correlação da quantidade de animais com o total de

pastagens do campodavinopolino, o município possui o índice de 0,95% de hectare por

animal. Enfatiza que este dado considera o fato de Davinópolis apresentar em sua

predominância a atividade da pecuária extensiva,e ainda consideraos animais presentes

na região habituados a pastagem como forma de alimentação, sendo estes da família

Bovidae (bovino, bubalino, ovinos e caprinos), e Equidae(equino, muares e

Munícipio Pastagens em % do total de terras utilizadas

Anhanguera 71,9% Campo Alegre de Goiás 39,0% Catalão 49,2% Corumbaíba 71,4% Cumari 75,9% Davinópolis 74,9% Goiandira 68,9% Ipameri 53,1% Nova Aurora 58,0% Ouvidor 90,4% Três Ranchos 82,5% Microrregião de Catalão 56,2% Goiás 61,1%

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asininos).Com isso,ressalta-seque a pecuária apesar de apresentar-se fundamental na

dinâmica econômica do campo davinopolino, ela não é realizada intensivamente.

Quanto à organização do espaço agrário brasileiro Melo (2008) exibe a configuração

fundiária do munícipio, a partir dos registros de propriedades noInstituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária (INCRA) no ano de 2005,segundo a autora, 70,67% das

propriedades registradas possuíamsua área no intervalo de 0 á 120 ha, enquanto 24,8%

estão entre 120 a 450ha, e 4,63% apresentam número de ha superior a 450ha. Esses

números apresentado por Melo (2008) não demonstram estrondosa desigualdade

fundiária - apesar dela existir- como podem ser percebidos em outras regiões.

Com os dados e as considerações de Melo (2008) pode-se observar que Davinópolis

dentro,no contexto da Microrregião de Catalão, em termos econômicos, não apresenta

efetiva participação, tendo na agropecuária a base da economia da região. Sendoa

pecuária extensiva a principal atividade, percebe-se que issose deve ao fato da pecuária

apresentar-se mais viável para os pequenos produtores, que geralmente despedem de

poucos recursos financeiros e humanos para investir nesta atividade.

No entanto, destaca-se no âmbito social que o município davinopolino não demostra

desigualdades sociais avultantes, secomparado aos municípios com maior desempenho

econômico na microrregião de Catalão, isso pode ser averiguado através do índice de

Gini, que é um dado utilizado para avaliar as desigualdades sociais, e vai de 0 (nenhuma

desigualdade social) até 1 (extrema desigualdade social). Davinópolis apresenta o índice

de 0,38 (SEPIN, 2000) e em comparação aos outros municípios da Microrregião de

Catalão, Davinópolis ocupa a terceira posição no quesito município mais igualitário.

Tendo em vista que Davinópolispossui proporcionalmente no campo ainda quantidade

significativa de sua população, onde boa parte desses são agricultores familiares,crê-se

que o crescimento econômico para a região está imbricado com a melhoria das

condições técnico-financeiras para o campo.

Contudo, entender o campo e a cidade em Davinópolis perpassa por toda essa dinâmica

agrária do Munícipio. A cidade têm como função assegurar a população alguns serviços

básicos como saúde e educação. Quanto ao nível do comércio e da indústria que nela se

desenvolvem são relacionadas basicamente a satisfação das necessidades sociais e

econômicas da região, dessa forma os estabelecimentos que se apresentam presentes são

mercados, restaurantes, Lan House, posto de gasolina, bares e estabelecimentos que

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vendem produtos agropecuários e de construção. De acordo com esta proposição, Melo

(2008, p. 313-314) afirmaque

asatividades econômicas realizadas nas cidades de Cumari, Davinópolis, Goiandira, e Nova Aurora são pouco complexas, assim como na maioria das pequenas cidades da área em estudo. São basicamente compostas por um comércio de produtos básicos para o atendimento de necessidades elementares dos residentes urbanos e do entorno rural, pouco especializado; a indústria existente é de pequeno porte, baixo investimento e receita; os serviços são de baixa complexidade, quase que se limitando aos prestados por órgãos e ou vinculados à administração estatal. [...] (MELO, 2008, p. 313-314).

Com relaçãoà questão da administração estatal, percebe-se que na ausência da

efetividade do setor de serviços e indústria, o Estado, representado pela prefeitura

municipal, aparece como importante agente dinamizador da economia urbanade

Davinópolis. A mesma autora coloca que o Estado

[...]tem papel central nas pequenas cidades e nas vidas de seus moradores, pela atuação em políticas de assistência social e de complemento de renda. Há, inclusive, relações de dependência da população local em relação ao poder público. Além desses aspectos, a centralidade do poder público é reforçada pela oferta de emprego, visto que, nessas cidades, os órgãos estaduais e municipais são, em geral,as principais fontes de empregos. (MELO, 2008, p. 479).

Tendo em vista a dinâmica estrutural de campo-cidade em Davinópolis averígua-se que

estes espaços são muitos próximosno sentido que um complementa o outro, nocaso da

cidade há elevada influência do meio campestre na vida cotidiana.Isso demonstra que a

pequena cidade de Davinópolis apresenta características que lhes são próprias,

lembrando-se de Rua (2006), parece nos apropriado o conceito de hibridezdo espaço

para compreender o espaço citadino deste município.

Considerações finais

Este texto buscou elucidar uma fração da diversidade de teorias que discutem a questão

do rural e do urbano, destacando a influência dos processos de modernização da

agricultura e industrialização. Sendo que estes imbricados contribuíram

significativamente para o poder concentrador da cidade, que a partir da industrialização

passou a ser o local de concentração de pessoas e objetos, assumindo a posição de lócus

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da produção e reprodução.Todavia é preciso compreender que a cidade não é algo

padronizado.Quando se pensa em cidades no contexto brasileironão é possível conceber

um modelo pré-definido pela complexidade e diversidade dos aglomerados urbanos. E o

mesmo se aplica ao campo que não pode ser visto enquanto o residual da cidade.

Tendo em vista, as noções de cidades politica, comercial e industrial colocada por

Lefebvre,se observa que a configuraçãocidade-campo foi sendo modificada ao longo do

tempo e do espaço. Assim, atualmentepodese encontrar todas essas configurações

cidade-campo.Na verdade, com a crescente compressão do espaço, por meio do advento

dos meios de comunicação e transportes, os municípios cada vez mais vão assumindo

feições peculiares derivadas da sua relação em âmbito regional, estadual ou mesmo

nacional, bem como da relação entre campo e cidade.

Nesse sentido, destaca-se a complexatrama rural/urbanopresente em municípios de

pequeno porte. No caso de Davinópolis a cidade apresenta incipiênciano que tange as

características urbano-industriais. Porém,averígua-se que a economia do município

estápautada na atividade agrícola, assimo espaço produzido na cidadedessa região

resulta da íntima relação com o campo.

Por fim, considera-se imprescindível,para o planejamento de politicas públicas para o

desenvolvimento econômico, social e ambiental das localidades, entender a

interdependência entre campo e cidade, assim sendo possível averiguara dinâmica do

município como um todo.No caso deDavinópolis, algumas constatações são

preocupantes como é o caso do processo de diminuição populacional, que está em curso

no município desde fins do século XX. Crê-se que a mitigação desse problema em

Davinópolis está intrincada com politícas que busquem melhorias para o campo

davinopolino, já que as atividades campestres são á base da economia davinopolina.

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