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PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO ECONÔMICA: Um estudo de caso em uma empresa de transportes Proposal of na Economic Management Model: A case Study in the company Cristiano Rinaldi dos Santos - [email protected] Gilson Estevam da Cruz Junior - [email protected] Luciano Aparecido Vitorino - [email protected] Winston Bueno Luciano – [email protected] Graduandos em Ciências Contábeis – UniSALESIANO Lins Prof. Dr. André Ricardo Ponce dos Santos – [email protected] – UniSALESIANO Lins Prof. Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner – [email protected] – UniSALESIANO Lins RESUMO As empresas nos dias atuais, devido a globalização e o avanço da tecnologia, enfrenta um mercado de extrema concorrência. Isso fez com que essas entidades necessitem de informações sobre ambiente interno e externo para terem vantagens competitivas sobre seus concorrentes por meio de um sistema de informação alimentado pelo controller. Diante disso, o trabalho tem como objetivo desenvolver um sistema de gestão para gerenciamento dos custos e despesas com premissas no modelo de Gestão Econômica (GECON). Criado com base nos princípios da controladoria, este modelo proporciona uma visão analítica de cada processo e um maior controle sobre os gastos operacionais e financeiros. Para atingir este objetivo, foi realizado um estudo de caso na empresa Transmestiço Transportadora Ltda. E, através das informações colhidas na pesquisa bibliográfica, utilizou-se planilhas no software Microsoft Office Excel aplicando os métodos para cálculo do valor do frete e seus custos ocorridos, além das despesas necessárias para realização da atividade do negócio. Tais dados alimentaram um balanço patrimonial e uma demonstração do resultado econômico onde separa o custo variável/direto por modelo de caminhão, também, calcula custo de oportunidade, dentre outros atributos do GECON. Por fim, apresenta uma visão detalhada de seus gastos, possibilitando os gestores fazer decisões assertivas para continuidade do seu negócio. 1

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PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO ECONÔMICA: Um estudo de caso em uma empresa de transportes

Proposal of na Economic Management Model: A case Study in the company

Cristiano Rinaldi dos Santos - [email protected] Estevam da Cruz Junior - [email protected] Luciano Aparecido Vitorino - [email protected]

Winston Bueno Luciano – [email protected] em Ciências Contábeis – UniSALESIANO Lins

Prof. Dr. André Ricardo Ponce dos Santos – [email protected] – UniSALESIANO Lins

Prof. Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner –[email protected] – UniSALESIANO Lins

RESUMO

As empresas nos dias atuais, devido a globalização e o avanço da tecnologia, enfrenta um mercado de extrema concorrência. Isso fez com que essas entidades necessitem de informações sobre ambiente interno e externo para terem vantagens competitivas sobre seus concorrentes por meio de um sistema de informação alimentado pelo controller. Diante disso, o trabalho tem como objetivo desenvolver um sistema de gestão para gerenciamento dos custos e despesas com premissas no modelo de Gestão Econômica (GECON). Criado com base nos princípios da controladoria, este modelo proporciona uma visão analítica de cada processo e um maior controle sobre os gastos operacionais e financeiros. Para atingir este objetivo, foi realizado um estudo de caso na empresa Transmestiço Transportadora Ltda. E, através das informações colhidas na pesquisa bibliográfica, utilizou-se planilhas no software Microsoft Office Excel aplicando os métodos para cálculo do valor do frete e seus custos ocorridos, além das despesas necessárias para realização da atividade do negócio. Tais dados alimentaram um balanço patrimonial e uma demonstração do resultado econômico onde separa o custo variável/direto por modelo de caminhão, também, calcula custo de oportunidade, dentre outros atributos do GECON. Por fim, apresenta uma visão detalhada de seus gastos, possibilitando os gestores fazer decisões assertivas para continuidade do seu negócio.

Palavras-chave: Vantagem competitiva. Controladoria. Modelo de gestão. Gestão econômica.

ABSTRACT

The companies in the present days due to globalization and the advancement of technology face a market of extreme competition, both in national and international organizations. This has meant that these entities need internal and external environment information to have competitive advantages over their competitors through an information system fed by the controller. In this work, the objective was to develop a management system to manage costs and expenses with assumptions in the Economic Management model (GECON). Created by Catelli, and based on control principles, this model provides an analytical view of each process and greater control over operational and financial expenses. To reach this objective, a case study

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was carried out at Transmestiço Transporter Ltda. Thus, with the proper implementations collected in the bibliographic research, spreadsheets were used in Microsoft Office Excel software. The developed system calculates the value of freight and its costs incurred, in addition to the expenses necessary to carry out the business activity. Such data will feed a balance sheet and a demonstration of the economic result where it separates variable / direct cost by truck model, also, calculates opportunity cost, among other attributes of GECON. Finally, it was presented in the course of the research, that the system provides a totally detailed view of its expenses, since the managers will observe what costs and expenses are really necessary or which are high in comparison with the other models of truck and for a assertive choice of which should invest in the case of fleet expansion.

Keywords: Competitive advantage. Controller. Management model. Economic management.

INTRODUÇÃO

Atualmente, as empresas enfrentam um contexto formado por uma

instabilidade econômica, o que faz com que seus gestores vejam a importância das

tomadas de decisões assertivas sobre os negócios.

Para auxiliar estes gestores surgiram vários modelos de gestão para

gerenciamento das necessidades com vistas à continuidade e rentabilidade da

empresa. Dentre vários atributos de um sistema de informações, destacam-se os

sistemas que possibilitem o controle sob todos os processos da empresa, como:

gestão dos preços de vendas, qualidade em seus produtos e serviços, gestão da

margem de lucro e do giro de seu Ativo.

Ainda que um sistema contemple os atributos citados anteriormente, é

relevante que os gestores tenham ferramentas que permitam corrigir desperdícios

para a agregação de valor em seus produtos e serviços. O controle de suas

despesas e custos também deve ser considerado em um sistema de gestão.

Como foi descrito anteriormente, para gerenciar uma empresa, tem como

auxílio modelos de gestão e, para esta pesquisa, o enfoque será no modelo de

gestão chamado GECON – Gestão Econômica – desenvolvido pelo Professor

Armando Catelli da FEA/USP.

O sistema de gestão no modelo GECON diz respeito ao processo de planejamento, execução e controle operacional das atividades e é estruturado com base na missão da empresa, em suas crenças e valores, em sua filosofia administrativa e em um processo de planejamento estratégico que busca em última instância a excelência empresarial e a

2

otimização do desempenho econômico da empresa. (CATELLI, 2001, p. 30)

Assim, a empresa precisa ter um departamento orientado para essa finalidade

que é a controladoria, responsável por proporcionar que o modelo de gestão seja

cumprido em sua íntegra, cujo profissional responsável por este controle interno e

noções de ambiente externo é chamado por controller.

Suas funções são muitas, além de ter uma visão sistêmica do todo, como por

exemplo: gerar informações para os gestores para tomada de decisão de todos os

processos e acompanhá-los no decorrer do mesmo, averiguando e formando novas

perspectivas de correção, comparar o que foi planejado com o que está ocorrendo e,

em caso de distorções, buscar uma solução para dar continuidade para sua

conclusão assertiva, além de, ter noções e análise sobre sistemas de informações.

1 GECON

Como já citado na introdução, os modelos de gestão são de suma importância

para as empresas nos dias atuais, devido ao mercado competitivo e para essa

pesquisa abordar-se-á o modelo GECON, como foi ressaltado acima por Catelli, o

mesmo baseia-se na missão, crenças e valores da empresa.

Este modelo está inserido em todos os processos de decisão, planejamento

estratégico, operacional, execução e controle, fornecendo dados e fazendo

projeções das alternativas para que a alta cúpula possa analisar e ver qual será a

melhor opção, o mesmo foca nos eventos econômicos realizados pela empresa e na

otimização dos resultados da empresa.

Segundo Garcia (apud Santos, 2011, p. 37) acrescenta que o modelo deve

compreender os seguintes elementos:

a) modelo de gestão: corresponde a um conjunto de crenças e valores que

orientarão a gestão da corporação;

b) processo de gestão: deve ser estruturado nas fases de planejamento

estratégico, planejamento operacional, execução e controle, e

c) sistema de informações: está voltado para o atendimento das necessidades

informativas dos gestores em cada fase do processo de gestão da

corporação.

O GECON visa a otimização da empresa, mas para que ele consiga esse

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resultado, trabalha com um método diferenciado dos modelos de gestão comuns, o

mesmo visa fragmentar a empresa, ou seja, dividir a empresa em setores de custos,

separar cada departamento como se cada departamento tivesse sua própria

contabilidade com sua própria DRE, confrontando o que foi orçado, planejado pelo

gestor do departamento com o que realmente aconteceu.

Segundo Catelli (2001), a empresa é formada pelos resultados analíticos das

diversas transações que correspondem à materialização das ações dos gestores.

Essas transações ou atividades consomem recursos na intenção de obter produtos,

bens e/ou serviços e essas atividades alteram o patrimônio da empresa,

considerando que cada área adquire e fornece recursos para outras áreas da

empresa, agregando valores e fornecendo resultados de seu processo e o resultado

econômico da área.

Assim, possibilita a alta cúpula uma análise mais detalhada da empresa,

vendo qual área foi eficaz na realização das suas atividades, e podendo cobrar e

buscar saber o porque dos outros departamentos não estarem tendo esta mesma

excelência. Na ótica de Catelli (2001, p. 287), “os gestores devem ser impulsionados

ou motivados a tomar as melhores decisões para a empresa” por conta dessa visão

mais detalhada de seu departamento de responsabilidade.

Se cada departamento usar seus recursos de forma eficiente fará com que

seus resultados sejam maximizados, assim a soma de todos os departamentos será

os lucros consolidados da empresa obtendo o resultado planejado, e conseguindo

um lucro econômico eficaz.

Para uma correta mensuração desse resultado econômico citado acima,

Guerreiro (1995, p. 95), cita os seguintes conceitos de mensuração empregados

pelo GECON:

a) valor de mercado a vista;

b) custos correntes a vista;

c) valor de mercado;

d) equivalência de capitais;

e) depreciação econômica;

f) moeda constante;

g) custeio direto;

h) margem de contribuição;

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i) resultados econômico-operacionais;

j) resultados econômico-financeiros;

k) preço de transferência;

l) custo de oportunidade;

m) reconhecimento de ganhos pela valorização dos ativos;

n) reconhecimento de receita pela produção de bens e serviços;

o) orçamentos (original, corrigido, ajustado);

p) realizado (em nível de padrão e efetivo);

q) variações (inflação, ajuste de plano, volume, eficiência);

r) custos controláveis x não controláveis;

s) área de responsabilidade, centro de resultado, e

t) custos fixos identificáveis.

Para essa pesquisa foi utilizado essa mesma ótica de fragmentação interna

dos setores, porém adaptada para a empresa onde foi realizado o estudo de caso.

Por ser uma empresa de pequeno porte não possuía tantos setores e informações

para realizar todos os itens listados acima, assim foi separado por centros de lucros

cada modelo de caminhão por se tratar de uma empresa de transporte rodoviário de

cargas.

Utilizou-se também do conceito de depreciação econômica do GECON para

reposição dos veículos, custo de oportunidade, valor de mercado a vista dos bens,

valor de mercado corrente dos bens em uso, método de custeio variável

consequentemente a margem de contribuição por fazer parte da composição do

método de custeio que está sendo utilizado, resultado econômico financeiro e

resultado econômico operacional.

2 DESENVOLVIMENTO DO MODELO

Para elaboração do modelo de gestão com base no GECON, foi criada uma

planilha no software, Microsoft Office Excel, para implementação na empresa onde

foi realizado o estudo de caso, buscando subsidiar este modelo.

As informações partilhadas para alimentar o sistema foram os custos

variáveis/diretos dos caminhões, despesas gastas com administração, honorários,

energia, dentre outros.

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Além dos dados apresentados pela empresa, houve a necessidade de

pesquisar outros valores que o GECON exige para a implementação do mesmo, as

informações foram separadas por classificações para cada modelo de caminhão

como dito acima, exceto as despesas que não possa ser separada com exatidão.

As premissas utilizadas para esse desenvolvimento foram expostas no tópico

acima deste, mas faz-se necessário dizer que os valores que serão apresentados

são fornecidos pela empresa.

Primeiramente, antes de expor os cálculos dos valores com base nas

premissas utilizadas, segue a figura 1 apresentando o Menu Principal com as

opções da Base de Dados criada no Sistema proposto.

Figura 1 – Estrutura do Modelo GECON Aplicado na Empresa

Fonte: Elaborada pelos autores, 2017.

Com base na figura 1, o modelo proposto apresenta a estrutura do modelo em

que contempla um manual de utilização, para que o usuário possa ter conhecimento

de como ela funciona.

A planilha referente aos pneus compreende o valor dos pneus em reais por

cada km rodado, realizando o cálculo custo total dos pneus divido pela

quilometragem total de vida de um pneu, a planilha informação é onde colocamos os

valores para fazer o cálculo de depreciação econômica, utilizou o valor de mercado

dos bens em uso menos o valor de mercado a vista dele zero km, o resultado foi

dividido pelo período que o proprietário da empresa quer repor esses veículos,

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assim quantificando um valor para inserir no cálculo do frete.

As planilhas onde estão os modelos dos caminhões permite o cálculo de frete

para os mesmos e onde coloca-se o faturamento bruto dos mesmo no final de cada

mês para elaborarmos a DRE e seus custos variáveis pelo modelo GECON usando

o método de custeio variável.

Todos os dados das planilhas que estão expostos acima são transferidos para

a DRE, cuja demonstração tem por finalidade permitir que o gestor da empresa

analise detalhadamente cada custo e sua representatividade em comparação com o

faturamento bruto e em confronto com dos outros modelos.

Quadro 1 - Demonstração do resultado econômico.

R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ %RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Recei tas de Serviços de Tra nsportes 34.598,54 100% 21.844,44 100% 35.054,47 100% 27.348,51 100% 31.943,71 100% 150.789,68 100% Dedução sobre a Receita Bruta

Simples Nacional (5.165,56) 14,9% (3.261,38) 14,9% (5.233,63) 14,9% (4.083,13) 14,9% (4.769,20) 14,9% (22.512,90) 14,9%

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 29.432,98 85,1% 18.583,07 85,1% 29.820,84 85,1% 23.265,37 85,1% 27.174,52 85,1% 128.276,78 85,1%

CUSTOS VARIÁVEIS/DIRETOSCombusti veis (7.469,78) 21,6% (6.457,80) 29,6% (6.483,53) 18,5% (10.822,93) 39,6% (6.640,20) 20,8% (37.874,24) 25,1%

Pedá gi os (3.686,00) 10,7% (3.456,90) 15,8% (4.084,20) 11,7% (1.376,70) 5,0% (1.493,60) 4,7% (14.097,40) 9,3%

Desgaste dos Pneus : (1.289,13) 3,7% (1.271,57) 5,8% (1.194,34) 3,4% (2.025,85) 7,4% (1.421,95) 4,5% (7.202,84) 4,8%

Custo de Reposi ção (Depreciação) (3.140,59) 9,1% (2.915,05) 13,3% (3.660,71) 10,4% (4.298,94) 15,7% (2.915,05) 9,1% (16.930,34) 11,2%

Outros Custos (700,00) 2,0% (450,00) 2,1% (630,00) 1,8% (1.020,00) 3,7% (600,00) 1,9% (3.400,00) 2,3%

Comissã o sobre faturamento (805,84) 2,3% - 0,0% (855,99) 2,4% (8,34) 0,0% (513,81) 1,6% (2.183,98) 1,4%

TOTAL DAS DESPESAS VARIÁVEIS (17.091,34) 49,4% (14.551,32) 66,6% (16.908,78) 48,2% (19.552,76) 71,5% (13.584,60) 42,5% (81.688,80) 54,2%

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 12.341,64 35,7% 4.031,75 18,5% 12.912,06 36,8% 3.712,62 13,6% 13.589,91 42,5% 46.587,98 30,9%

CUSTOS E DESPESAS FIXASFinanciamento/Amorti zação (7.054,02) 20,4% (3.954,54) 18,1% (4.600,87) 13,1% 0,00 0,0% (1.759,00) 5,5% (17.368,43) 11,5%

Salári os e Encargos dos Motoris ta s (3.000,00) 8,7% (3.000,00) 13,7% (3.000,00) 8,6% (3.000,00) 11,0% (3.000,00) 9,4% (15.000,00) 9,9%

Custos de oportunidade (2.970,00) 8,6% (2.700,00) 12,4% (2.565,00) 7,3% (2.565,00) 9,4% (1.845,00) 5,8% (12.645,00) 8,4%

Seguros e Rastreamento (1.360,14) 3,9% (1.368,62) 6,3% (1.282,64) 3,7% (1.610,46) 5,9% (1.543,11) 4,8% (7.164,97) 4,8%

TOTAL CUSTOS FIXAS (52.178,40) 34,6%

DESPESAS OPERACIONAISConservaçã o e Reparação dos Veículos (16.177,85)

(16.177,85)

(21.768,27) 14,4%

OUTRAS DESPESASTelefone (420,00) 0,3%

(59,10) 0,0%

(157,71) 0,1%

(3.000,00) 2,0%

(2.779,95) 1,8%

Despes as com Pessoal (775,42) 0,5%

Outras receitas ( Aluguel ) 2.000,00 1,3%

(5.192,18) 3,4%

RESULTADO ANTES DAS DESPESAS E RECEITA FINANCEIRA (26.960,45)

Despes a fi nanceira com fi nanciamento (3.288,97) Recei ta fi nancei ra -

Resultado economico financeiro (30.249,42)

LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO (30.249,42) 20,1%

SCANIA R420 SCANIA P360

RESULTADO ECONOMICO OPERACIONAL

Energia Elétrica e Cons umo de Água

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO

MAN/28.440 TGX SCANIA P-360 VOLVO FH 460 Consolidado

Reti rada Pro LaboreOutros Custos / Despesas Operacionais

Despes as Divers as na Adminis tração

TOTAL DAS OUTRAS DESPESAS

RESULTADO DESPESA OPERACIONAIS

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.

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Como pode-se observar, a primeira linha é a receita operacional bruta de

cada modelo de caminhão por coluna e no final a soma de todos os valores tanto

receita quanto custos e despesas que é a DRE consolidada, o Excel usa os dados

da receita de serviço automaticamente das planilhas de fretes, que possuem o nome

de cada caminhão como exposto na figura 1, em seguida calcula as deduções

tributárias (a empresa é optante pelo Simples Nacional sendo alíquota única).

Reduzindo a receita operacional bruta dos impostos, tem a receita

operacional líquida, após isso tem-se todas as contas de custos variáveis que foram

extraídas da mesma planilha que o faturamento, permitindo fazer uma análise mais

detalhada do que em uma DRE comum.

Após isso, vem os custos e despesas fixas, alguns desses gastos foram

rateados por conta de ter a informação exata de qual caminhão ele é pertencente,

como é o caso de custo de oportunidade, que foi considerado a rentabilidade do

CDB do mês de julho do Banco do Brasil, com retorno de 0,90% nesse período,

então criando a hipótese do proprietário não ter comprado os caminhões e ter

deixado nesta aplicação, como exemplo o Man 28 440 TGX, ele tem o custo de

aquisição de R$ 200.000,00 do cavalo mais R$ 100.000,00 da carreta, com isso o

proprietário teria R$ 300.000,00 para deixar rendendo no CDB, que lhe daria no mês

de julho uma rentabilidade de R$ 2.970,00 (300.000,00 x 0,009), esse valor seria um

retorno com baixa taxa de risco, o caminhão tem que render mais do que se tivesse

deixado em outro investimento para ser compensatório.

A conta de seguro e rastreamento foi extraída pela planilha informações, na

figura 1, somando o valor total de custos fixos, em seguida as despesas

operacionais como manutenção do caminhão, após isso obtém-se o resultado

econômico operacional, as próximas rubricas são as despesas fixas, que é só

preencher com os valores de boletos que foram pagos no período, e a conta outras

receitas que é uma carreta que está alugada para terceiros, após isso vem total das

despesas fixas, obtendo o resultado antes das despesas e receitas financeiras, em

seguida a empresa tem somente despesas financeiras, como exposto na DRE,

assim chegando ao lucro líquido do período.

Finalizando essa demonstração financeira, será apresentado o balanço

patrimonial da empresa.

Por fim, foi elaborado Balanço Patrimonial, para uma observação das contas

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CIRCULANTE CIRCULANTEDISPONIBILIDADES Financiamentos/amortização 85.722,63

Emprestimos 6.828,70 Caixa e Bancos 18.620,68 Fornecedores 8.946,54

DESPESA FINANCEIRA A PAGARCRÉDITOS Juros com financiamento 7.564,81

Clientes 39.215,06 OBRIGAÇÕES SOCIAISAluguel a receber 2.000,00 Salários e Encargos a Pagar 12.827,45 Consórcios 86.503,81 OUTRAS OBRIGAÇÕES

ESTOQUES INSS A RECOLHER 1.154,45 Estoque de Mercadorias 13.346,54 IRRF A RECOLHER 161,45

- FGTS A RECOLHER 1.026,15 DESPESAS ANTECIPADAS Total do Grupo 124.232,18

Seguros a apropriar 43.114,17 NÃO CIRCULANTE

Total do Grupo 202.800,26 EXIGÍVEL A LONGO PRAZONÃO CIRCULANTE Financiamentos/amortização 599.261,14

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Emprestimos 36.723,23 Títulos financeiros - Juros com financiamento a longo prazo 34.822,13 Depósitos Judiciais -

Total do Grupo - Total do Grupo 670.806,50 IMOBILIZADO

Imóveis - PATRIMÔNIO LÍQUIDOVeículos 925.000,00 Capital Social 363.011,00 Móveis e Utensílios - Reservas de CapitalMáquinas e Equipamentos - Lucros Acumulados - (-) Depreciações - Lucros do Período (30.249,42)

Total do Grupo 332.761,58 Total do Grupo 925.000,00

1.127.800,26 TOTAL PASSIVO 1.127.800,26 TOTAL DO ATIVO

ATIVO PASSIVO

dos períodos seguintes da empresa, como bens, direito e obrigações

Todos os valores do balanço demonstrado no quadro 2 foram fornecidos com

base nos documentos originais pelo proprietário da empresa, pois a mesma não

possui um controle sobre essas duas demonstrações, DRE e Balanço. Diante disso,

foi elaborado um Balanço Patrimonial com algumas modificações, como separar os

juros dos financiamentos, no caso o saldo devedor do financiamento está na rubrica

de financiamento tanto no circulante como no não circulante, e o juros do mesmo

está na conta de juros sobre financiamento também em circulante e não circulante.

Quadro 2 - Balanço Patrimonial

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

Para os imobilizados foram considerados os valores de mercado dos veículos

da empresa, pois se utilizou o conceito da Depreciação Econômica em que consta

na DRE e nas Aplicações Financeiras, se acaso o proprietário começar a guardar

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esses valores, no investimento que ele achar melhor, os restantes das contas foram

feitos de forma comuns de um balanço normal.

CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento da pesquisa com foco no modelo de gestão

econômica, percebe-se muitos benefícios e oportunidades para a empresa tais

como: detalha cada processo das atividades realizadas incluindo diversos centros de

lucro cujo estão separados por modelos de caminhões; busca a otimização do

resultado de cada um dos veículos sendo eficiente em cada execução de uma

viagem para obter a eficácia do todo; permite um melhor controle interno sobre

custos e despesas; proporciona ao gestor, através da planilha elaborada, a

representatividade dos gastos em comparação ao faturamento bruto de cada modelo

de caminhão e do consolidado.

Esse detalhamento permite analisar qual caminhão é mais rentável, qual

modelo tem a maior capacidade de gerar receita e qual modelo tem a maior

capacidade de redução de custos todos esses fatores permitem os gestores tomar

decisões mais assertivas na busca por resultados positivos, e assim, possam

eliminar prejuízos aumentando os ganhos que não poderiam identificar numa DRE

comum.

Com base na missão, visão e valores e com um planejamento estratégico

bem elaborado por conta das informações proporcionada pelo modelo GECON,

todos esses benefícios da utilização permitirão que seja realizada com êxito o

objetivo que a empresa quer alcançar e a otimização do resultado, assim como, a

geração de valor para com os acionistas garantindo um planejamento operacional

que venha ser executado com uma performance elevada.

REFERÊNCIAS

CATELLI, A. (Coord.). Controladoria: uma abordagem da gestão econômica. São Paulo: Atlas, 2001.

GUERREIRO, R. A teoria das restrições e o sistema de gestão econômica: uma proposta de integração conceitual. 1995. Tese (Livre-Docência) - FEA/USP. São

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Paulo.

SANTOS, A. R. P. Proposta de um modelo de mensuração baseado no modelo GECON para avaliação dos resultados decorrentes da otimização de uma linha de produção usando a TOC: um estudo de caso em uma indústria moveleira. 2011. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Metodista de Piracicaba, Santa Bárbara D’Oeste-SP.

SANTOS, A. R. P. Contribuição à estrutura de sistemas de informações de controladoria estratégica: um estudo de caso exploratório em empresa de grande porte. 2006. Dissertação (Mestrado Profissional em Administração) – Faculdade de Gestão e Negócios – Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba-SP.

SANTOS, E. S.; PONTE, V. Gestão econômica: um modelo para a integração sistêmica da empresa. In: Anais do V Congresso Brasileiro de Gestão Estratégica de Custos. v. 2, p. 705-721. Fortaleza, set. 1998.

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