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Canoa Baleeira TRIPULAÇÃO OFICIAL Carlos Araújo VELA GRANDE João Góis JIBA Miguel Cravinho BORDA José Parece BORDA Carlos Neto Esta é a CANOA BALEIRA AÇORIANA. É o mais expressivo legado do património baleeiro e da cultura da baleação na Região. Inspirados na herança norte-americana, os açorianos produziram um novo modelo de bote, mais comprido, melhor adaptado às condições de navegabilidade dos nossos mares e ao modelo da caça costeira artesanal que se praticou em todas as ilhas dos Açores. É o resultado da capacidade e do génio inventivo dos antigos construtores navais açorianos e resume um misto de robustez, elegância, eficácia e singularidade. Muitos especialistas afirmam que esta é a mais perfeita embarcação que alguma vez sulcou os mares. Nos Açores, a baleação costeira organizada começou provavelmente no Faial, em 1832, e passou rapidamente às outras ilhas. Nos anos de 1920, a utilização de lanchas motorizadas para rebocar botes e baleias capturadas tinha-se generalizado. Em 1934, inaugurou-se em São Miguel a primeira fábrica, alimentada a vapor, para processamento de baleias; depois da Segunda Guerra Mundial construíram-se mais três destas modernas fábricas, no Faial, no Pico e nas Flores. 24 Maio 2011

Canoa baleeira

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Algumas características da Canoa baleeira açoriana Da autoria de terrazulazores.com - Terra Azul

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Page 1: Canoa baleeira

Canoa Baleeira

TRIPULAÇÃO

OFICIAL – Carlos Araújo

VELA GRANDE – João Góis

JIBA – Miguel Cravinho

BORDA – José Parece

BORDA – Carlos Neto

Esta é a CANOA BALEIRA AÇORIANA. É o mais expressivo legado do património baleeiro e da cultura da baleação na Região. Inspirados na herança norte-americana, os açorianos produziram um novo modelo de bote, mais comprido, melhor adaptado às condições de navegabilidade dos nossos mares e ao modelo da caça costeira artesanal que se praticou em todas as ilhas dos Açores. É o resultado da capacidade e do génio inventivo dos antigos construtores navais açorianos e resume um misto de robustez, elegância, eficácia e singularidade. Muitos especialistas afirmam que esta é a mais perfeita embarcação que alguma vez sulcou os mares. Nos Açores, a baleação costeira organizada começou provavelmente no Faial, em 1832, e passou rapidamente às outras ilhas. Nos anos de 1920, a utilização de lanchas motorizadas para rebocar botes e baleias capturadas tinha-se generalizado. Em 1934, inaugurou-se em São Miguel a primeira fábrica, alimentada a vapor, para processamento de baleias; depois da Segunda Guerra Mundial construíram-se mais três destas modernas fábricas, no Faial, no Pico e nas Flores.

24 Maio 2011

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O bote “SENHORA DE FÁTIMA” foi construído em 1945, na Vila das Capelas, ilha de São Miguel, tendo obtido o registo PD-320-B, Capitania de Ponta Delgada, a 13 de Junho de 1946. Segundo o seu documento oficial é uma embarcação de tipo CANOA, com aparelho “Vela e Remos”, comprimento = 10,85m; boca = 1,92m; pontal = 0,72m; arqueação bruta = 12,923 metros cúbicos. O seu proprietário

é o armador Cristóvão Mota Soares.

Em 1946, o bote foi enviado para Santa Cruz da Graciosa, para o Lugar da Prainha, onde o Sr. Cristóvão Mota Soares tinha uma armação baleeira. A companhia chegou a balear com 2 lanchas e 6 botes. Nesta altura, passou o seu registo para a Delegação Marítima de Santa Cruz da Graciosa, tendo sido atribuído o conjunto identificativo SG-98-B. Mantêm o mesmo nome, características técnicas e o proprietário. Este registo é 25 de Julho de 1946.

No auge da caça à baleia, o “SENHORA DE FÁTIMA” foi cedido pelo armador ao Mestre João Baptista, que com ele baleou na Praia da Graciosa até 1960.

Após a morte do seu proprietário, a companhia de Cristóvão Mota Soares, foi adquirida por José Cristiano de Sousa, prestigiado armador da ilha do Pico. Esta companhia integrou mais tarde as Armações Baleeiras Reunidas, LDA., com sede em São Roque do Pico.

Sabe-se que o bote “SENHORA DE FÁTIMA” baleou desde a década de 40 até à interdição da caça à baleia no início dos anos 80, permanecendo depois no cais de Santa Cruz ao abandono.

Em Janeiro de 1989, o Sr. Rufino Cordeiro Dias Pereira, natural da Graciosa, adquire o bote às Armações Baleeiras Reunidas. As razões que levaram a esta aquisição são emocionais, pois este tinha sido o bote no qual seu pai - Mestre João Baptista - havia caçado muitas baleias durante muitos anos!

Em Maio de 1993, foi convertido em embarcação de pesca, tendo mantido a mesma denominação, mas alterando o registo para SG-222-L. Em Março de 1998, passou para a categoria de recreio, tendo sofrido profundas modificações na sua estrutura.

Alguns anos mais tarde, foi cedido ao Clube Naval de Santa Cruz da Graciosa, que o converteu em balcão de bar, numa das suas dependências.

1ª saída à vela | 1 NOV. 2001

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Em 30 de Novembro de 2007, o que resta do “SENHORA DE FÁTIMA” é adquirido pela TERRA AZUL.

O objectivo é a sua recuperação total, no âmbito do Programa de Preservação e Recuperação do Património Baleeiro Açoriano, promovido pelo Governo Regional dos Açores. Ao reconstrui-lo, pretende-se devolver da sua dignidade e esplendor de tempos passados e restituir a sua navegação às águas da ilha que o viu nascer, para que as gerações actuais e futuras não percam as referências da sua Memória Colectiva.

NOMENCLATURA DA CANOA BALEEIRA AÇORIANA

João Tavares | CONSTRUTOR

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PROJECTO 150 MILHAS DE HISTÓRIA

Durante cinco meses, a TERRA AZUL procedeu à recolha de imagens vídeo HD sobre o processo de (re)construção da canoa baleeira “SENHORA DE FÁTIMA”. São mais de 28 horas de imagens inéditas que documentam todos os segredos e o saber-fazer da tradição naval destas ilhas. A não perder em www.150milhasdehistória.blogspot.com

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DIA 1 | CONSTRUÇÃO DA QUILHA

Page 6: Canoa baleeira

CONSTRUÇÃO DO LOGAITE

ORGULHO DA MISSÃO CUMPRIDA

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UMA DAS EMBARCAÇÕES MAIS BELAS

QUE ALGUMA VEZ SULCOU OS MARES…

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