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CANUDO Diretório Central dos Estudantes - UFSC - Florianópolis, Outubro de 2011 - Nº 3 - www.dce.ufsc.br As lutas do Movimento Estudantil As conquistas do movimento estudantil da UFSC traz melhorias nas condições de permanência dos estudantes da universidade e prepara-se agora para ir a Brasília enfrentar o Governo Federal Estudantes da UFSC conquistam pautas importantes nas últimas mobilizações e fortalecem movimento Página 4 FERNANDO VARGAS Terceira edição do UFSTOCK resgata o debate sobre incentivo a cultura e o uso dos espaços públicos na nossa universidade Durante a última semana, entre 26 de Setembro e 2 de Outubro, a terceira edição do UFSTOCK teve como obje- tivo incentivar grupos artísticos do ce- nário independente de Florianópolis e de todo o país junto. Além disso trouxe como proposta promover a discussão política e cultural no ambiente univer- sitário e seus espaços públicos, expres- sando-se por meio da música, da dança e do teatro. Organizado pelo Diretório Central dos Estudantes e pelo Coletivo Cardume Cultural, o UFSCTOCK, é hoje, o maior festival de música inde- pendente de Santa Catarina. Programa Estudantil diante do processo eleitoral para Reitoria As eleições para a nova gestão da Reitoria leva o mo- vimento estudantil, junto dos estudantes, a focarem-se na construção de um novo Pro- grama Estudantil. Ele será utilizado para expor as prin- cipais necessidades a cerca da qualidade e das condições de permanência da universidade e exigir um posicionamento concreto dos candidatos. Saiba quais foram os resultados da ocupação da reitoria Descaso da UFSC com os Campi do interior do estado MP 520 ressurge em forma de Projeto de Lei e ameaça HU Estudantes, FURB e UFSC no processo de federalização As manifestações dos estu- dantes nestes últimos semes- tres têm alcançado importan- tes soluções para problemas da universidade, muito embora continua com deficiências como a falta de professores e as péssimas condições de perma- nência da UFSC. Durante uma sequência de atos nos últimos meses, conquista-se o aumen- to da Bolsa Permanência e re- anima o movimento estudantil a continuar na luta por uma universidade mais acessível. RAFAEL VILELA Página 3 Página 7 A terceira edição do UFSTOCK reúne milhares de estudantes Página 4 Página 6 Página 6 Página 8

Canudo DCE - 3ª ed. 2011. As lutas do Movimento Estudantil

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Canudo, o jornal do DCE da UFSC publicado no mês de outubro. 3ª edição do ano de 2011, gestão Rosa dos Ventos. Matérias: Conquistas estudantis, UFSCTOCK, federalização da FURB, eleições para reitor, pirvatização do HU, situação dos campi do interior.

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CANUDODiretório Central dos Estudantes - UFSC - Florianópolis, Outubro de 2011 - Nº 3 - www.dce.ufsc.br

As lutas do Movimento EstudantilAs conquistas do movimento estudantil da UFSC traz melhorias nas condições de permanência dos estudantes da universidade e prepara-se agora para ir a Brasília enfrentar o Governo Federal

Estudantes da UFSC conquistam pautas importantes nas últimas mobilizações e fortalecem movimento

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Terceira edição do UFSTOCK resgata o debate sobre incentivo a cultura e o uso dos espaços públicos na nossa universidade

Durante a última semana, entre 26 de Setembro e 2 de Outubro, a terceira edição do UFSTOCK teve como obje-tivo incentivar grupos artísticos do ce-nário independente de Florianópolis e de todo o país junto. Além disso trouxe como proposta promover a discussão política e cultural no ambiente univer-sitário e seus espaços públicos, expres-sando-se por meio da música, da dança e do teatro. Organizado pelo Diretório Central dos Estudantes e pelo Coletivo Cardume Cultural, o UFSCTOCK, é hoje, o maior festival de música inde-pendente de Santa Catarina.

Programa Estudantil diante do processo eleitoral para Reitoria

As eleições para a nova gestão da Reitoria leva o mo-vimento estudantil, junto dos estudantes, a focarem-se na construção de um novo Pro-grama Estudantil. Ele será utilizado para expor as prin-cipais necessidades a cerca da qualidade e das condições de permanência da universidade e exigir um posicionamento concreto dos candidatos.

Saiba quais foram os resultados da ocupação da reitoria

Descaso da UFSC com os Campi do interior do estado

MP520 ressurge em forma de Projeto de Lei e ameaça HU

Estudantes, FURB e UFSC no processo de federalização

As manifestações dos estu-dantes nestes últimos semes-tres têm alcançado importan-tes soluções para problemas da universidade, muito embora continua com deficiências como a falta de professores e as péssimas condições de perma-nência da UFSC. Durante uma sequência de atos nos últimos meses, conquista-se o aumen-to da Bolsa Permanência e re-anima o movimento estudantil a continuar na luta por uma universidade mais acessível.

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FAEL VILELA

Página 3Página 7 A terceira edição do UFSTOCK reúne milhares de estudantes

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2 Outubro de 2011 DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES - UFSC CANUDO

CANUDODIRETÓRIO CENTRAL

DOS ESTUDANTES - UFSC LUÍS TRAVASSOS

Outubro de 2011 - Nº 3

[email protected]

Este último semestre começou diferen-te na UFSC: há tempos não se sentia

uma insatisfação tão grande nas salas de aulas. Mas onde tudo isso começou? Quais foram as principais reivindicações e conquistas do movimento estudantil?

A expansão proporcionada pelo Pro-grama de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais (REUNI) abriu vagas na UFSC, mas não cumpriu com a contratação de professores e técnicos, e apenas 30% das obras prometidas foram concluídas. Os novos campi de Araran-guá, Joinville e Curitibanos ainda fun-cionam no improviso: sem restaurante, biblioteca central, e em alguns casos, sem salas de aula. Este processo acabou por também sobrecarregar os servidores téc-nico-administrativos, que, em Junho des-te ano, entraram em greve por melhores condições de trabalho.

A reitoria permaneceu inerte, apesar de toda a crise da expansão inconsequen-te realizada nos últimos anos. Foram re-

flexos disso o iminente corte de vagas em alguns cursos (especialmente o de Econo-mia), e o adiamento das aulas no Centro de Filosofia e Ciências Humanas

O cenário estava montado para que os estudantes protagonizassem vigorosas e contínuas mobilizações organizadas pelo Diretório Central dos Estudantes e Cen-tros Acadêmicos. A greve acabou, mas os problemas continuam aí: obras atrasadas, falta de professores, a falta de condições de permanência na faculdade. Ainda há muito a ser conquistado.

É para situá-lo no contexto de mudan-ças e problemas da universidade que nós, do Diretório Central dos Estudantes, es-crevemos esse jornal. Queremos divulgar as melhorias conquistadas pelo movimen-to estudantil ao longo deste semestre, bem como ajudar na formação de consciência do estudante, para que ele possa, assim, entender sua realidade de maneira crítica. Esperamos que seja de bom proveito.

Boa leitura!

Editorial

REDAÇÃO Allan Kenji Seki, Beatriz Aguiar, Fernando Vargas, Isabela Ribeiro, Jonathan Faria, Rafael Albuquerque Poddixi, Sara da Silva Böger

EDIÇÃO Beatriz Aguiar, Fernando Vargas

DIAGRAMAÇÃO Fernando Vargas

FOTOGRAFIA Andrey Lolo Brigida, Fernando Vargas

IMPRESSÃO Imprensa Universitária

TIRAGEM 10.000 exemplares

tá achando que

estudante é

palhaço?

Foto registrada durante a Assembleia Geral dos Estudantes da UFSC em 25 de Agosto de 2011

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DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES - UFSC 3CANUDO Outubro de 2011

A mistura da arte e cultura no UFSCTOCKEm sua terceira edição, o UFSTOCK resgata a cultura independente e reanima o debate sobre o polêmico uso dos espaços públicos da UFSC pelos próprios estudantes da universidade

Na última semana do mês de Setembro de 26 de

Setembro a 2 de Outubro, os estudantes da UFSC tiveram a oportunidade de aproveitar a terceira edição do festival UFSCTOCK, um evento gra-tuito que teve como objetivo mostrar a importância da dis-cussão política e cultural no ambiente universitário. Com 36 atrações, entre elas bandas, grupos de teatros e dança, o UFSCTOCK proporcionou a divulgação de artistas locais e nacionais, rompendo com os vícios da indústria fonográfica.

As duas últimas edições aconteceram em 2009 e 2010 organizadas pelo DCE da UFSC, também com o objetivo de incentivar grupos artísticos do cenário independente de Florianópolis e da região. Reu-nindo público de 2000 e 5000 mil pessoas respectivamente,

os festivais dos últimos dois anos promoveram a discussão da arte no campus através do som, da conversa e da dança.

A edição desse ano do UFSCTOCK foi resultado da parceria entre o Coletivo Cardume Cultural e o DCE UFSC, gestão Rosa dos Ven-tos. Através de manifestações artísticas, os grupos incentiva-ram a reflexão e o pensamento crítico sobre a realidade. Há três gestões, o DCE apoia e promove iniciativas culturais no campus. A Rosa dos Ventos protagonizou a organização das duas edições anteriores do UFSCTOCK, além de atuar decisivamente nas pautas de mobilidade urbana e da per-manência estudantil.

ESPAÇOS PÚBLICOS

Desde 2009, o UFSCTO-CK tem como uma de suas

características realizar even-tos culturais, artísticos e de integração para estudantes e a comunidade. Mas para a orga-nização dos eventos, é preciso lidar com as burocracias do es-paço público na UFSC.

O dicionário define pú-blico como “do ou relativo ao povo”; “de uso comum”. Em outras palavras, os espaços públicos são os locais de uso coletivo mantidos com verba pública. As praças, os parques e os centros de cultura e la-zer são outros exemplos. Mas existe uma enorme burocracia para que possamos utilizar os espaços públicos da nossa uni-versidade. O Centro de Cultu-ra e Eventos, inaugurado em 2004, tem uma boa infraestru-tura e comporta 1370 pessoas em seu auditório. Para reser-var esse espaço é preciso um ano de antecedência, mesmo com a disponibilidade do lo-

cal. Isso significa que uma ges-tão de DCE ou de um Centro Acadêmico, que dura um ano, não tem como utilizar esse es-paço.

Para realizar o terceiro UFSCTOCK, os organizado-res passaram por um longo processo de discussão com a reitoria sobre o uso dos espa-ços públicos – de uso público por seu significado, mas pri-vado por sua regulamentação. Segundo o diretório central dos estudantes, entende-se que as festas e festivais, além de se-rem um meio de proporcionar a integração dos estudantes como alternativas às baladas super faturadas de Florianó-polis, são também um impor-tante espaço para a promoção de arte e cultura na universi-dade e devem ser espaços de interação social e de domínio público, caso contrário, per-dem o sentido de existir.

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Durante a tarde rolou teatro, seminários e intervenções artísticas

Bandas independentes de todo o país se apresentaram no festival

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DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES - UFSC4 CANUDOOutubro de 2011

A força do estudantes da UFSCEm processo que resultou em diversas manifestações e uma ocupação de reitoria, o movimento estudantil mostra que está se fortalecendo a cada ano e prepara-se para enfrentar o Governo Federal

Nos últimos meses os es-tudantes da UFSC tem

se apresentado para a luta em diferentes e continuas mobili-zações organizadas pelo DCE (Diretório Central dos Estu-dantes Luiz Travassos) e ou-tros Centros Acadêmicos. Exi-gindo condições de ensino e permanência a movimentação estudantil teve como principal conquista neste semestre, o au-mento da Bolsa Permanência de R$364,00 para R$420,00 com garantia de R$441,00 em Março de 2012.

Também não poderia ser diferente frente as condições mais adversas que marcaram o inicio das aulas na nossa Universidade. Com os servi-dores em greve os estudantes ficaram sem RU e sem BU e a comunidade universitária ainda contava com a real pos-sibilidade de Corte de Vagas na UFSC e a gestão da Reitoria Prata- Paraná agia como se a Universidade estivesse em es-tado de normalidade.

PRINCIPAIS MOBILIZAÇÕES

No início deste semestre as mobilizações tiveram ini-cio com muitas passagens em sala e panfletagens do DCE que resultaram no ato Contra o Corte de Vagas na UFSC com mais de 300 estudantes na primeira semana de aula. A reunião da Câmara de En-sino e Graduação que votava a

proposta de corte, foi suspen-sa devido a manifestação de cerca de 300 estudantes. Uma semana depois, novamente, os estudantes voltam para o pré-dio da reitoria em um segun-do ato chamado “Prata, Rece-ba meu Recibo!” Nesse dia o DCE organizou um almoço e cerca de 800 estudantes que participaram do ato colaram seus recibos de alimentação ou de livros nos vidros da reito-ria, como forma de mostrar o custo de se manter em Floria-nópolis para estudar sem RU e sem BU.

VIGÍLIA DOS ESTUDANTES

Logo depois da manifes-tação os estudantes iniciaram um acampamento no local para ficar em vigília aguar-dando um posicionamento do Reitor a respeito da situação dos estudantes, da greve dos servidores e a ameaça de corte de vagas. A primeira resposta da administração da UFSC foi

o lançamento de um vídeo ins-titucional com o reitor Alvaro Prata representando a Asso-ciação Nacional dos Dirigen-tes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) exigindo o início das negocia-ções do Governo com os gre-vistas. Logo depois, a adminis-

tração também declarou que o corte de vagas no curso de economia não aconteceria du-rante a gestão do atual Reitor e ainda apresentou um novo calendário das obras atrasadas.

A OCUPAÇÃO DA REITORIA

Na assembleia estudantil, de 25 de Agosto, Alvaro Prata apresentou pela primeira vez a proposta de aumento da Bolsa Permanência para R$420,00 porém, como consequência, declarou que haveria um cor-te de 150 vagas dos editais que ampliariam o número de be-neficiados. Como resposta os estudantes decidiram ocupar imediatamente a Reitoria da UFSC. No mesmo dia a reito-ria declarou que retirava todas

- Reajuste imediato da Bolsa Permanência para R$ 420,00 com a manutenção do edital que garante 150 novas bolsas para 2012.

- Criação de uma Comissão Paritária Permanente para o reajuste anual da bolsa, com o mínimo de 5% (R$441,00) para o próximo semestre.

- Declaração da Reitoria da UFSC se pocionando contra o corte de vagas nos cursos de graduação da universidade.

- Lançamento de um vídeo institucional pelo Reitor Alvaro Prata exigindo agilidade nas negociações entre o Governo Federal e os Servidores Técnico-administrativos de todo o país.

- Nota da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Fe-derais de Ensino Superior (ANDIFES) exigindo a abertura da ne-gociação entre o Governo Federal e Comando Nacional de Greve de Servidores Técnico-administrativos.

- Apresentação de um calendário com as datas previstas para a finalização das obras atrasadas na UFSC.

RESULTADOS DA OCUPAÇÃO NA REITORIA

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Cartazes com reivindicações foram colados por todo o campus

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AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO

5CANUDO Outubro de 2011

as garantias das pautas já con-quistadas e que a possibilidade do corte de vagas voltaria a ser uma ameaça aos estudantes.

Depois de uma sequên-cia de reuniões de negociação com a reitoria que até então afirmava que não negociaria até que fosse feita a desocu-pação, no sábado 27 de agosto surge a proposta da adminis-tração de garantir, novamente, todas as conquistas anteriores além de não realizar o corte de editais da Bolsa Permanência e autorizar a criação de uma comissão paritária para acom-panhar o processo de ajuste do valor. Apesar da incerteza

entre os estudantes, o DCE defendeu a desocupação por entender que, diante da pos-sibilidade da Policia Federal retirar os estudantes a força re-sultando na imediata perda de todas as conquistas das mobi-lizações anteriores, aquele era o limite de exigências naquele momento.

No domingo os estudan-tes decidiram encerrar a ocu-pação exigindo do Reitor um documento assinado com a garantia de todas as exigências do movimento estudantil e a realização de um novo aumen-to para R$441,00 em 2012.

8 a 10 de agosto

- Reuniões com Centros Acadêmicos.

- Distribuição de panfletos.

- Passagens nas salas dos estudantes.

10 de agosto

11 a 17 agosto

17 de agosto

25 de agosto

17 a 25 de agosto

1 de setembro

12 de setembro a 2 de outubro

1 a 11 de setembro

- Cerca de 300 estudantes participaram do ato no prédio da reitoria da UFSC.

- Neste dia acontecia a reunião que votaria o corte de vagas e por ser aberta, os es-tudantes decidiram entrar para manifestar seu desacordo. Diante dos estudantes, Carlos Pinto, representante da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, encerrou a reu-nião e se retirou.

- Reuniões com Centros Acadêmicos.

- Distribuição de panfletos.

- Passagens nas salas dos estudantes.

- “Dogão do DCE” gratuito para conversar diretamente com os estudantes e convocá--los para o próximo ato na reitoria.

- Aproximadamente 800 estudantes participaram da manifestação, novamente no prédio da reitoria da UFSC.

- O Diretório Central dos Estudantes organiza um almoço gratuito no local como manifestação diante da situação dos estudantes não terem mais acesso ao Restaurante Universitário.

- A administração da UFSC não se pronunciou e como resposta os estudantes colaram centenas de recibos com gastos alimentícios nas paredes do hall da reitoria.

- Mais de 1000 estudantes participam de uma das maiores assembleias estudantis realizadas nos últi-mos anos na UFSC.

- Como resposta à mobilização dos estudantes, o atual Reitor Alvaro Prata pronuncia-se e oferece um aumento da bolsa permanência para R$420,00, porém, com um corte de 150 vagas no edital que ampliaria o número de beneficiados .

- Como resposta os estudantes, por meio de vota-ção, decidem pela ocupação imediata da reitoria.

- Reuniões no Diretório Central dos Estudantes para avaliar os processos de vigília e ocupa-ção da reitoria e para início da articulação a nível nacional com o movimento estudantil.

- Reuniões com Centros Acadêmicos.

- Distribuição de panfletos.

- Passagens nas salas dos estudantes.

- O Diretório Central dos Estudantes inicia a parti-cipação na organização do UFSTOCK 2011 com o Coletivo Cardume Cultural.

- Início dos eventos e atrações do UFSTOCK 2011 no dia 26 de Setembro, finalizando com o festival de bandas independentes nos dias 1 e 2 de Outubro.

- Centenas de estudantes participam da segunda As-sembleia Geral dos Estudantes da UFSC no dia 1 de Setembro no hall da reitoria.

- Diretório Central dos Estudantes propõem uma campanha com articulação nacional com o movimen-to estudantil tendo, como objetivo principal, a exigên-cia por maiores verbas para a educação no Brasil e a contratação de professores para as universidades.

- Após o ato “Prata, Receba meu Recibo” no dia 17 de Agosto, o Diretório Central dos Estudantes, Centros Acadêmicos, forças estudantis da UFSC e dezenas de estudantes montam um acampamento no hall da reitoria em estado de vigília, por 24 horas, exigindo uma resposta da administração diante da situação dos estudan-tes. A vigília dura 9 dias até a realização da Assembleia Geral dos Estudantes da UFSC no dia 25 de Agosto.

- Reuniões com Centros Acadêmicos que não aderiram a manifestação.

- Distribuição de panfletos convocando para a vigília na reitoria e também para a Assembleia Estudantil que seria realizada no dia 25 de Agosto.

- Passagens nas salas dos estudantes para esclarecer sobre a manifestação, convidá-los a participar da vigília e da Assembleia Geral dos Estudantes.

25 a 28 de agosto

- Na Assembleia Geral dos Estudantes da UFSC, no dia 25 de Agosto, diante da tentativa de golpe por parte do Reitor Alvaro Prata em oferecer um aumento de R$420,00 na Bolsa Permanência ao mesmo tempo que cortava 150 vagas nos editais desta, os estudantes reagem e decidem pela ocupação imediata da reitoria.

- Diretório Central dos Estudantes, Centros Acadêmicos, forças estudantis e cente-nas de estudantes participam diariamente da ocupação formando comissões para a organização, segurança e manutenção do prédio da administração.

DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES - UFSC

PRIMEIRA SEMANA DE AULA

ATO CONTRA O CORTE DE VAGAS

ATO “PRATA, RECEBA MEU RECIBO”

A VIGÍLIA DOS ESTUDANTES

PRIMEIRA ASSEMBLEIA GERAL DOS ESTUDANTES E INÍCIO DA OCUPAÇÃO NA REITORIA DA UFSC

REALIZAÇÃO DA SEGUNDA ASSEMBLEIA GERAL DOS ESTUDANTES DA UFSC

UFSCTOCK 2011

“DOGÃO DO DCE” E CONSTRUÇÃO DOS PRÓXIMOS ATOS

PERÍODO PARA AVALIAÇÃO DAS ÚLTIMAS MOBILIZAÇÕES E INÍCIO DO PROCESSO DE ARTICULAÇÃO

As mobilizações estudantis diante da crise no inÍcio do se-mestre não sanou todos os problemas da Universidade assim como o retorno dos servidores da greve não resolveu também a maior parte dos problemas de ensino e permanência dos es-tudantes da UFSC. Mas o movimento estudantil conseguiu con-quistar melhorias para a universidade neste momento e deu di-reção a UFSC em um momento em que a crise afetou a todos e encontrou sua insustentabilidade.

Na segunda assembleia estudantil que aconteceu no dia 1 de Setembro, o Diretório Central dos Estudantes da UFSC propôs a continuidade das mobilizações em forma de uma campanha para os próximos mêses com uma articulação ainda maior, desta vez com o movimento estudantil nacional tendo como principal bandeira o aumento de verbas para a educação e a contratação de mais professores para as universidades do país por enten-der que, diante da limitação da administração da UFSC, a única possibilidade de um avanço imediato na qualidade de ensino superior teria de ser debatido com o próprio Governo Federal.

A OCUPAÇÃO NA REITORIA DA UFSC

LINHA DO TEMPO DAS MOBILIZAÇÕES DO DCE

É HORA DE BATER NO GOVERNO FEDERAL

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DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES - UFSC6 CANUDO

A universidade depois da ponteFalta de verba e descaso da reitoria deixa estudantes dos Campi do interior em condições precárias

Outubro de 2011

A história de nossa univer-sidade nos seus mais de

50 anos, foi construída dentro da ilha, longe do vasto territó-rio continental de nosso esta-do e dos problemas enfrenta-dos pelos nosso cidadãos.

A pouco tempo atrás, no ano de 2008 se materializa um importante passo em nossa universidade: ela enfim con-segue ultrapassar fisicamente a ponte e chegar ao interior catarinense levando a essas cidades e suas regiões os bene-fícios de sediar uma universi-dade federal. Assim nasceram os Campi da UFSC em Ara-ranguá, Curitibanos e Joinvil-le porém desde a sua criação, estes espaços tem sido cenário de imenso descaso com os es-tudantes por parte da adminis-

tração central da UFSC.Cursos sem professores,

pouca estrutura de perma-nência, nenhuma atividade cultural, nada de extensão ou pesquisa. O Campus de Join-ville praticamente não existe e

já amarga um atraso de 2 anos, e ainda esta na fase de terra-planagem. Araranguá recebeu somente metade da estrutura prevista porém os cursos não deixam de ser criados por toda a universidade. Além disso, se-

gundo os alunos, o Reitor não aparece há mais de um ano.

É importante que a UFSC consiga crescer nessas cidades mas isso não pode se dar em detrimento da qualidade de ensino e da constituição de um verdadeiro ambiente uni-versitário. Se os estudantes dos campi do interior participam da mesma instituição que os alunos da UFSC Florianópo-lis, porque possuem acesso tão restringido a tudo? É essen-cial que as verbas federais que viabilizam a expansão física e a contratação de pessoal para esses campi seja garantida pelo Governo Federal e a reitoria de nossa universidade tem pa-pel central nestas exigências e negociações.

Nova ameaça de privatização do HU

No ultimo dia de mandato do então presidente Lula,

foi criada através de uma me-dida provisória – MP 520 –, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares SA (EBSERH), que nascia como proprietária de todos os hospitais univer-sitários do país. A medida ti-nha como objetivo resolver a situação dos trabalhadores de

fundações que trabalham nos hospitais como substitutos aos concursos públicos. A propos-ta surgiu da exigência da Con-troladoria Geral da União por soluções, diante do Governo Federal. Mas para a efetivação da medida, os mais de 26 mil trabalhadores de fundações que atuam em HU’s em todo o país vão ter de ser demiti-

dos. A MP também atacou a autonomia das universidades, na medida em que vai tirar os seus hospitais universitários, parte essencial para a forma-ção dos estudantes de saúde e da produção de novas tecnolo-gias ligadas à medicina.

A proposta da MP 520 foi motivo de grandes debates no decorrer do semestre passado,

gerando protestos em todo o país – o que também ocorreu na UFSC, com o ato de abraço ao HU, que contou com mais de 300 pessoas. Como MP não é lei, a validade real dessa pro-posta só se daria quando fosse aprovada no congresso, dentro de um prazo de 6 meses. Mas isso não aconteceu. A MP 520, então, voltou ao congresso

Estudantes de Araranguá constroem robô para competição nacional de robótica, o trabalho é elaborado em um laboratório improvisado no banheiro para deficientes, evidenciando a igual potencialidade para pesquisa e inovação dos estudantes des-tes campi, infelizmente esse potencial vem sendo desperdiçado pela instituição.

Se pesquisa e qualidade de ensino não forem política insti-tucional, nós viraremos reféns dos “jeitinhos” e remendos, que apesar de heroicos e dignos de admiração, não substituem a necessidade da atuação institucional.

Novo Projeto de Lei 1749 traz possibilidade de precarização e não só ameaça o acesso gratuito ao hospital como também a utilização de suas estruturas pelos estudantes da UFSC

LABORATÓRIO NO BANHEIRO PÚBLICO

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Apesar da falta de estrutura, UFSC cria novos cursos em Ararangúa

Falta de laboratórios adequados é uma das principais reclamações

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DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES - UFSC 7CANUDO Outubro de 2011

pela forma de projeto de lei, a PL 1749/2011 que apresenta a mesma proposta e as mesmas insuficiências, recolocando no debate a questão da defesa dos HU’s.

Esses hospitais construídos com 100% de dinheiro públi-co podem deixar de atender às pessoas nessa mesma propor-ção, desviando assim muitos leitos para a iniciativa priva-da, que receberá de presente a estrutura e a alta tecnologia empregada nos hospitais uni-versitários, sem custos de in-vestimento. Além disso, existe outra fonte de recursos para os HU’s: a venda das vagas de estágios. É fonte de grande cobiça por parte das universi-dades particulares a garantia de vagas de estagio nos hos-

pitais universitários, já que se destacam pela excelência e alta complexidade de seus procedimentos. A ideia de que estudantes da UFSC possam não ter acesso garantido a es-tágios em nossa universidade,

porque suas vagas, conquista-das por outros estudantes nas décadas passadas, podem ser vendidas, é inaceitável.

Perde a sociedade como um todo que paga o HU e no fim não leva, já que esse vai

ser dividido com a iniciativa privada; perde o estudante de saúde que não terá acesso aos leitos privados e ainda vai ter de disputar as vagas que so-bram com as particulares; e perde o profissional da saúde que irá trabalhar em uma con-dição de elevada precarização, trazida como consequência da EBSERH S.A..

O governo aponta essa fal-sa saída como solução, mas a resposta é bem mais simples que isso: Os funcionários de-vem ser contratados pelos HU’s, os concursos devem ser abertos, e os Hospitais Univer-sitários, assim como a saúde e as universidades, devem ser tratados com respeito. Não se faz saúde, ciência, educação e cidadania sem recursos.

Eleições de Reitoria e as novas promessasDCE inicia debate pela construção do Programa Estudantil para exigir um posicionamento dos novos candidatos

No dia 13 de setembro o Conselho Universitário

aprovou as regras e datas das eleições para reitor e vice--reitor da UFSC. O processo será conduzido por uma co-missão eleitoral formada por dois membros de cada cate-goria, sendo elas os estudantes de graduação, pós-graduação, servidores e professores.

Tradicionalmente, a UFSC considera os votos de estudan-tes de graduação e pós-gradu-ação com o mesmo peso da soma dos votos dos servidores técnico-administrativos e pro-fessores, o que é chamado de voto paritário. Com isso o voto de um professor vale o mesmo que o voto de cerca de 16 es-tudantes.

Como Diretório Central dos Estudantes, a nossa posi-ção é clara: qualquer formato de eleição diferente do voto universal, em que cada voto tem o mesmo peso indepen-dente da categoria, é um retro-cesso a padrões autoritários de

representação e decisão. Ha-vendo um debate amplo sobre o assunto, onde todos possam se posicionar, discutir, con-vencer e ser convencidos pela opinião dos demais membros da comunidade, não há mo-tivo para um voto valer mais que outro. Se os estudantes são a única categoria da universi-dade sem interesse direto por cargos ou financiamento, e es-tão preocupados, apenas, com a qualidade e com os rumos da universidade, não há sentido de que seus votos não tenham o mesmo peso nas eleições.

É necessário que utilize-mos o processo eleitoral para ampliar a discussão sobre os rumos da nossa universidade, a situação que se encontra, os problemas que precisam ser resolvidos com urgência, a própria função que a UFSC deve cumprir para a socieda-de, e, assim, avançar na cons-trução de um projeto de uni-versidade onde os estudantes tenham protagonismo.

Por decidir em não apoiar nenhum candidato diretamente, o DCE vem durante os últimos mêses preparando-se para a cons-trução do Programa Estudantil destas eleições. Serão abordados temas centrais como financiamento, autonomia universitária e fun-dações, permanência estudantil, democracia interna, ensino, pro-dução cientifica, extensão e expansão universitária. Esses tópicos serão levados para o debate entre os candidatos, para que eles se posicionem diante dessas questões, fazendo com que o que precisa ser discutido – as propostas de programa para a UFSC nos próximos 4 anos – seja o debate central.

Estamos organizando plenárias nos centros de ensino da UFSC para que todos os estudantes possam participar da cons-trução de um Programa Estudantil que conecte os problemas e propostas de cada curso e centro à universidade.

PROGRAMA ESTUDANTIL PARA AS ELEIÇÕES

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HU é a única opção para muitos estudantes que utilizam o SUS

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DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES - UFSC8 CANUDOOutubro de 2011

UFSC e a federalização da FURB

Pouco tempo atrás a co-munidade catarinense foi

surpreendida com a notícia de que o Governo Federal pre-tendia avançar no processo de expansão do ensino superior federal em nosso estado, con-templando agora a região de Blu-menau.

Depois de dé-cadas em que a UFSC foi a única federal do estado e somente Floria-nópolis possuía um campus, pa-rece que, enfim, as várias regiões de Santa Ca-tarina receberão a rede federal de ensino superior. Nos últi-mos anos, a UFSC criou três novos campi nas regiões sul, norte e meio oeste. A região oeste ganhou também a Uni-versidade Federal da Fronteira Sul – UFFS – e agora o Vale do Itajaí tem sua histórica de-manda por uma federal enfim atendida.

O debate, atualmente, se dá no entorno do que será a nova federal de Blumenau, pois o governo aponta para a criação de um campus da UFSC, en-quanto a a população de Blu-menau e região luta pela cria-ção de uma federal autônoma – o que seria resultado de

uma possível federalização da FURB. A FURB é, pois, uma universidade pública da esfera municipal; seus funcionários são funcionários públicos do município e sua estrutura físi-ca é propriedade da prefeitura

de Blumenau. Como os muni-cípios ficam com a menor parte dos impostos, as prefeituras não possuem condi-ção de manter uma universida-de pelo seu alto custo – a UFSC,

por exemplo, possui um orça-mento virtualmente igual ao da cidade de Blumenau, o que equivale a aproximadamente 800 milhões de reais por ano. Assim, por não possuir incen-tivo público suficiente, 85% dos recursos da FURB são ori-ginados das mensalidades.

Em mais de uma década de movimento pela federali-zação da FURB, muitos estu-dos foram realizados, visando demonstrar a viabilidade do projeto. Hoje, defendem que o Governo Federal acorde com a prefeitura de Blumenau sobre a criação da federal no local da FURB: a prefeitura doaria a es-trutura da FURB para a União e também os servidores, tan-

to docentes quanto técnicos, seriam cedidos à União, que passaria a arcar com seus sa-lários. Precisa haver a garantia de manutenção da universida-de com verbas 100% públicas, por parte do Governo Federal.

Mas se tudo é viável e até o projeto já foi elaborado pela sociedade, por que o estado não executa? O MEC trabalha com a perspec-tiva da criação de um campus da UFSC na re-gião, não uma u n i v e r s i d a d e autônoma. Ao apontar nesta direção, o MEC não desconside-ra só as deman-das e o trabalho de muitos anos de toda uma região e um estado, mas tam-bém as dificuldades hoje vivi-das em nossa universidade.

O reitor da UFSC, ciente dessa situação, deixou claro, em matéria divulgada pelo “O Globo” de 06/08/2011, que a construção de um campus em Blumenau não condiz com as situações vividas hoje por nossa universidade, ou seja: o campus não é projeto da UFSC e nem interesse da universida-de. O que temos agora é que, a partir do próximo ano, a UFSC passará a oferecer cur-sos presenciais em Blumenau

dentro do campus da FURB. Se o reitor é contrário à incor-poração da FURB pela UFSC, então quem está no comando da UFSC? Por quais razões a Pró-reitora de Ensino de Gra-duação, a professora Yara Mül-ler, contrariamente ao que diz o reitor, preside a comissão de incorporação da FURB e toma decisões sem consultar a co-

munidade uni-versitária?

É importan-te deixar claro que uma deci-são desse porte não pode ser tomada pela reitoria, muito menos por uma pró-reitoria. A questão preci-

sa ser debatida no Conselho Universitário, que é a instân-cia máxima deliberativa da universidade. Em meio a tanta informação e confusão, fica ní-tida somente a necessidade de se garantir que esse debate seja feito de forma ampla e séria na comunidade da UFSC, garan-tindo que o futuro de nossa universidade não seja constru-ído irresponsavelmente, e que os anseios da população do vale do Itajaí não sejam derro-tados por uma política federal de expansão sem as verbas ne-cessárias.

“... a população de Blumenau e região luta pela criação

de uma federal autônoma...”

“... por não possuir incentivo

público suficiente, 85% dos recursos

da FURB são originados das mensalidades.”

JAIM

E BATISTA

DA

SILVA

JAIM

E BATISTA

DA

SILVAEstudantes lotam audiência na Câmara de Vereadores de Blumenau

Manifestações nas ruas exigem o processo de federalização da FURB

Estudantes e a população lutam pela criação da Universidade Federal do Vale do Itajaí a partir da FURB