19
Cap´ ıtulo 2 Vibra¸ ao simples de part´ ıculas Agora, aplicaremos os conceitos do cap´ ıtulo anterior para resolver o pro- blema de um sistema massa-mola simples sob vibra¸c˜ ao livre e for¸ cada. Al´ em de realizamos as simula¸c˜oes num´ ericas, ser˜ao apresentados os passos b´ asicos para a cria¸c˜ ao de uma anima¸ c˜ao simples para o problema. Em muitas si- tua¸c˜ oes, os resultados num´ ericos n˜ ao s˜ ao capazes de elucidar, por completo, o comportamento f´ ısico de um determinado problema, sendo necess´ aria a utiliza¸c˜ ao de ferramentas que consigam repassar alguma informa¸c˜ ao visual sobre o fenˆ omeno. Considere um corpo de massa m sobre uma superf´ ıcie sem atrito e preso na extremidade de uma mola com constante el´astica k. A outra extremidade da mola est´a presa em uma parede r´ ıgida, conforme mostra a figura 2.1. Pela segunda lei de Newton, a equa¸c˜ao do movimento ser´ a: m d 2 x dt 2 = F (t) - kx (2.1) em que F (te uma for¸ca externa respons´ avel pela vibra¸ c˜ao do sistema. O termo -kx representa a for¸ca el´ astica para pequenas deforma¸ c˜oes[1].Ser´a considerado que o corpo est´a inicialmente em repouso e na origem (posi¸c˜ ao de relaxamento da mola). A equa¸ c˜ao 2.1 representa uma EDO de segunda ordem. Para obter a solu¸c˜ ao, vamos represent´a-la em um diagrama de blocos, conforme mostra a figura 2.2. Para simular o movimento, ser˜ ao considerados os valores arbitr´arios: m = 1,0 kg e k = 25 N/m. O sistema ser´a analisado de duas formas: (i) em vibra¸c˜ ao livre e (ii) em vibra¸c˜ao for¸cada. Avibra¸c˜ ao livre ´ e representada pelaaplica¸c˜ ao de uma for¸ca que atuar´ a sobre o corpo apenas no in´ ıcio do movimento (impulso). A vibra¸c˜ao for¸cada ser´ a representada por uma for¸ca que acompanhar´a o corpo em todo movimento. Como a equa¸c˜ ao 2.1 ´ e uma EDO de segunda ordem, vamos resolver o diagrama com o m´ etodo de Runge- 1

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Capıtulo 2

Vibracao simples de partıculas

Agora, aplicaremos os conceitos do capıtulo anterior para resolver o pro-blema de um sistema massa-mola simples sob vibracao livre e forcada. Alemde realizamos as simulacoes numericas, serao apresentados os passos basicospara a criacao de uma animacao simples para o problema. Em muitas si-tuacoes, os resultados numericos nao sao capazes de elucidar, por completo,o comportamento fısico de um determinado problema, sendo necessaria autilizacao de ferramentas que consigam repassar alguma informacao visualsobre o fenomeno.

Considere um corpo de massa m sobre uma superfıcie sem atrito e presona extremidade de uma mola com constante elastica k. A outra extremidadeda mola esta presa em uma parede rıgida, conforme mostra a figura 2.1. Pelasegunda lei de Newton, a equacao do movimento sera:

md2x

dt2= F (t)− kx (2.1)

em que F (t) e uma forca externa responsavel pela vibracao do sistema. Otermo −kx representa a forca elastica para pequenas deformacoes [1]. Seraconsiderado que o corpo esta inicialmente em repouso e na origem (posicaode relaxamento da mola). A equacao 2.1 representa uma EDO de segundaordem. Para obter a solucao, vamos representa-la em um diagrama de blocos,conforme mostra a figura 2.2.

Para simular o movimento, serao considerados os valores arbitrarios: m =1,0 kg e k = 25 N/m. O sistema sera analisado de duas formas: (i) emvibracao livre e (ii) em vibracao forcada. A vibracao livre e representadapela aplicacao de uma forca que atuara sobre o corpo apenas no inıcio domovimento (impulso). A vibracao forcada sera representada por uma forcaque acompanhara o corpo em todo movimento. Como a equacao 2.1 e umaEDO de segunda ordem, vamos resolver o diagrama com o metodo de Runge-

1

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2 CAPITULO 2. VIBRACAO SIMPLES

3. Vibração de uma partícula

Nesta seção aplicaremos os conceitos das seções anteriores para estudar a

vibração livre e forçada de uma partícula. Para isso, considere um corpo de massa m

sobre uma superfície sem atrito e preso na extremidade de uma mola com constante

elástica k. A outra extremidade da mola está presa em uma parede rígida, conforme

mostra a figura 13. Pela segunda lei de Newton, a equação do movimento será:

𝑚𝑑2𝑥

𝑑𝑡2= 𝐹(𝑡) − 𝑘𝑥 (1)

em que F(t) é uma força externa responsável pela vibração do sistema. O termo – kx

representa a força elástica. Será considerado que o corpo está inicialmente em repouso

e na origem (posição de relaxamento da mola). A equação (1) representa uma EDO de

segunda ordem. Para obter a solução, vamos representá-la em um diagrama de blocos,

conforme mostra a figura 14.

FIGURA 13. SISTEMA MASSA-MOLA.

FIGURA 14. DIAGRAMA DE BLOCOS NA FORMA DIRETA 1 PARA O SISTEMA MASSA-MOLA.

Para simular o movimento, serão considerados os valores arbitrários: m = 1,0

kg e k = 25 N.m. O sistema será analisado de duas formas: (i) em vibração livre e (ii)

em vibração forçada. A vibração livre é representada pela aplicação de uma força que

atuará sobre o corpo apenas no início do movimento (impulso). A vibração forçada

será representada por uma força que acompanhará o corpo em todo movimento. Como

a equação (1) é uma EDO de segunda ordem, vamos resolver o diagrama com o

método de Runge-Kutta de 4a ordem (ode4) com passo fixo de 0,001.

∫ ∫ Σ m-1

k-1

F(0) F(0) x(0)

x(0)

- x(t) F(t)

m

k Parede

fixa

F(t)

Figura 2.1: Sistema massa-mola.

3. Vibração de uma partícula

Nesta seção aplicaremos os conceitos das seções anteriores para estudar a

vibração livre e forçada de uma partícula. Para isso, considere um corpo de massa m

sobre uma superfície sem atrito e preso na extremidade de uma mola com constante

elástica k. A outra extremidade da mola está presa em uma parede rígida, conforme

mostra a figura 13. Pela segunda lei de Newton, a equação do movimento será:

𝑚𝑑2𝑥

𝑑𝑡2= 𝐹(𝑡) − 𝑘𝑥 (1)

em que F(t) é uma força externa responsável pela vibração do sistema. O termo – kx

representa a força elástica. Será considerado que o corpo está inicialmente em repouso

e na origem (posição de relaxamento da mola). A equação (1) representa uma EDO de

segunda ordem. Para obter a solução, vamos representá-la em um diagrama de blocos,

conforme mostra a figura 14.

FIGURA 13. SISTEMA MASSA-MOLA.

FIGURA 14. DIAGRAMA DE BLOCOS NA FORMA DIRETA 1 PARA O SISTEMA MASSA-MOLA.

Para simular o movimento, serão considerados os valores arbitrários: m = 1,0

kg e k = 25 N.m. O sistema será analisado de duas formas: (i) em vibração livre e (ii)

em vibração forçada. A vibração livre é representada pela aplicação de uma força que

atuará sobre o corpo apenas no início do movimento (impulso). A vibração forçada

será representada por uma força que acompanhará o corpo em todo movimento. Como

a equação (1) é uma EDO de segunda ordem, vamos resolver o diagrama com o

método de Runge-Kutta de 4a ordem (ode4) com passo fixo de 0,001.

∫ ∫ Σ m-1

k-1

F(0) F(0) x(0)

x(0)

- x(t) F(t)

m

k Parede

fixa

F(t)

Figura 2.2: Diagrama de blocos na forma direta 1 para o sistema massa-mola.

Kutta de quarta ordem (ode4) com passo fixo de 0,001.

2.1 Vibracao livre

A figura 2.3 mostra o diagrama de blocos no Simulink. Para representar oimpulso de uma forca, usamos o bloco “Step” que esta na pasta “Sources” dabiblioteca de blocos. Conforme mostra a figura 2.4(a), este bloco aplica umafuncao de Heaviside no sinal (funcao degrau). Para acessar as configuracoesda funcao, basta clicar duas vezes no bloco.

Para aplicar o impulso sobre o corpo, vamos utilizar dois blocos da funcaodegrau e um bloco somador. Configure os dois primeiros blocos para inicia-rem o degrau em t e t+∆t, respectivamente. Em seguida, conecte-os no blocosomador e configure para negativo a entrada do degrau que inicia em t+ ∆t(figura 2.3). Desta forma, o bloco somador ira subtrair o primeiro degrau(figura 2.4(a)) do segundo (figura 2.4(b)) e o sinal resultante sera um pulsoretangular com largura ∆t (figura 2.4(c)). Para aumentar a intensidade do

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2.1. VIBRACAO LIVRE 3

To Workspace2

F

To Workspace

xStep1

Step

ScopeIntegrator3

1s

Integrator2

1s

Integrator11s

Integrator1s

Gain2

10

Gain1

1

Gain

25

Figura 2.3: Diagrama de blocos na forma direta 1 para o sistema massa-molacom impulso unitario (versao Simulink).

0 , 0

0 , 5

1 , 0

0 , 0

0 , 5

1 , 0

0 2 4 6 8 1 00 , 0

0 , 5

1 , 0( c )

( b )

S i n a l 1( a )

S i n a l 1 - S i n a l 2

S i n a l 2

Inten

sidad

e do s

inal

T e m p o ( s )

Figura 2.4: Geracao de um pulso unitario com duas funcoes de Heaviside.

sinal resultante, coloque um bloco amplificador apos o bloco somador. Noexemplo da figura 2.3, a amplificacao e 10 N e ∆t = 0,1 s com t = 1,0 s. Facatambem a conexao de um bloco “To Workspace” no sinal de entrada e outrono sinal de saıda. Usaremos estes dados para programar a animacao do sis-

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4 CAPITULO 2. VIBRACAO SIMPLES

tema massa-mola. A solucao e apresentada na figura 2.5. Observe que, aposa aplicacao do impulso, o sistema oscila indefinidamente com uma amplitudede 0,2 m.

0 , 0 0 , 5 1 , 0 1 , 5 2 , 0 2 , 5 3 , 0 3 , 5 4 , 0 4 , 5 5 , 002468

1 0

T e m p o ( s )

��� �

����

I = F x ∆t = �r e a = 1 0 x 0 , 1 = 1 N s

- 0 , 2- 0 , 10 , 00 , 10 , 2

( b )

���

���

� ( a )

Figura 2.5: (a) Amplitude do sistema de massa-mola devido a aplicacao deum (b) impulso unitario.

Durante a aplicacao da forca, o sistema adquire energia cinetica e energiapotencial elastica. No entanto, apos a forca ser retirada do sistema, a energiamecanica e conservada:

1

2mv2

max =1

2kx2

max

e a amplitude de oscilacao sera:

xmax = ± 1

ω0

vmax (2.2)

em que ω0 =√

km

= 5 rad/s e a frequencia natural de oscilacao e a velocidade

vmax pode ser calculada pela definicao de impulso:

F∆t = mvmax

em que ∆t = 0,1 s e F = 10 N. Logo, vmax = 1,0 m/s. Substituindo esteresultado na equacao 2.2, obtemos xmax = ± 0,2 m. Com a frequencia natural

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2.1. VIBRACAO LIVRE 5

de oscilacao podemos calcular tambem a frequencia (f ≈ 0,8 Hz) e o perıodo(T ≈ 1,26 s) de oscilacao.

Podemos estudar tambem o comportamento da energia com os blocos“Derivative” (disponıvel na pasta “Continous”) e “To Workspace”. Comestes blocos posicionados no formato da figura 2.6, obtemos o comportamentoda velocidade do corpo. Para calcular as energias potencial elastica, cineticae mecanica, basta digitar o comando da figura 2.7 em um arquivo .m.

To Workspace2

F

To Workspace1

v

To Workspace

xStep1

Step

ScopeIntegrator3

1s

Integrator2

1s

Integrator11s

Integrator1s

Gain2

10

Gain1

1

Gain

25

Derivative

du/dt

Figura 2.6: Diagrama de blocos na forma direta 1 para o sistema massa-molacom a implementacao do calculo da velocidade (versao Simulink).

Figura 2.7: Codigo para calcular as energias cinetica e potencial elastica dosistema massa-mola. Os dados sao salvos em um arquivo de texto dados.txt.

O comportamento da energia cinetica, potencial elastica e mecanica estarepresentado na figura 2.8. Devido ao impulso, o sistema adquire, inicial-mente, energia cinetica e energia potencial elastica. Apos a forca externaser retirada, a energia mecanica e conservada (U + K = constante). Noteque a funcao que descreve a forca na figura 2.8(b) poderia ter os mais va-riados formatos. Considerando que a area abaixo da curva seja unitaria emqualquer situacao, o impulso sera sempre o mesmo, podendo, inclusive, serrepresentado por uma funcao delta de Dirac.

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6 CAPITULO 2. VIBRACAO SIMPLES

0 , 0 0 , 5 1 , 0 1 , 5 2 , 0 2 , 5 3 , 002468

1 0 ���

�� ���

����

����������

������ ���� �

������∆������� ������������������

0 , 0

0 , 2

0 , 4

0 , 6

������ �������� ����������������

������ �������� ���

����

���

� �

Figura 2.8: (a) Energia do sistema devido a aplicacao de um (b) impulsomecanico de 1 Ns.

2.2 Vibracao forcada

Para estudar a vibracao forcada, aplicamos os mesmos procedimentos. Aunica diferenca esta no sinal de entrada. Para forcar a vibracao, podemosusar os blocos da pasta “Sources”. Na secao anterior usamos o bloco “SineWave”; desta vez usaremos o bloco “Repeating Sequence” que define o sinalno formato de uma onda dente de serra. O diagrama para a vibracao forcadaesta na figura 2.9. Com criatividade, voce pode montar o seu proprio sinalde entrada assim como fizemos para montar um pulso com dois degraus. Operıodo de cada “dente” da serra foi definido como 2,0 s. O comportamentoda energia do sistema, amplitude de oscilacao e a forca externa estao re-presentados na figura 2.10. Como o sistema nao e conservativo, a energiamecanica e funcao do tempo. Repare que a frequencia natural de vibracaonao esta em fase com a frequencia de excitacao.

2.3 Animacao

Nesta secao, estudaremos a animacao de um sistema massa-mola comos dados obtidos no Simulink. A animacao sera criada com um loop devarios graficos. Cada figura possui apenas um ponto que representa a posicao

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2.3. ANIMACAO 7

To Workspace2

F

To Workspace1

v

To Workspace

x

ScopeRepeatingSequence

Integrator3

1s

Integrator2

1s

Integrator11s

Integrator1s

Gain2

10

Gain1

1

Gain

25

Derivative

du/dt

Figura 2.9: Diagrama de blocos na forma direta 1 para a vibracao forcadade uma partıcula (versao Simulink).

0 2 4 6 8 1 00 , 0

5 , 0

1 0 , 0

- 0 , 5

0 , 0

0 , 50 , 0

2 , 0

4 , 0

6 , 0

T e m p o ( s )

����

����

���������� �

( c )

( b )

UK �

����

����� E m e c = K + U( a )

Figura 2.10: (a) Energia e (b) posicao da partıcula em um sistema massa-mola excitado por uma (c) forca externa periodica no formato de dente deserra.

instantanea da partıcula. Assim, se a simulacao e realizada em um intervalode tempo de 10 s com passo de 0,1 s, havera um loop com 100 graficos. Noteque para criar a animacao, nao e recomendado usar um passo de integracao

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8 CAPITULO 2. VIBRACAO SIMPLES

pequeno, exceto se a configuracao do computador for adequada. Apos realizara simulacao no Simulink e exportar os dados para a janela de comando noMatLab, abra um arquivo .m e salve-o. Nele, digite o codigo da figura 2.11.

Figura 2.11: Codigo para animar o movimento de uma partıcula sob atuacaode uma forca elastica.

O comando length(tout) mede o comprimento da matriz tout. Assim,se este vetor possui 100 linhas (100 instantes de tempo), o comando for rea-lizara um loop com 100 ciclos e, portanto, 100 graficos. O comando plot estarepresentando a coordenada x(i) da partıcula no eixo horizontal e a coorde-nada y(i)=0 no eixo vertical. As demais funcoes deste comando representama forma geometrica do ponto ('o') com diametro de 40 unidades relativas('MarkerSize',40) e face na cor vermelha ('MarkerFaceColor','r'). Ocomando axis([x0,x,y0,y]) trava os eixos horizontal e vertical nos valo-res declarados. Observe que no eixo horizontal, foram utilizados os comandosmin(x) e max(x). Estes comandos encontram o menor e o maior valor davariavel x. Os comandos xlabel e ylabel permitem nomear os eixos dografico. O codigo responsavel por capturar as figuras e transforma-las emuma animacao e o getframe. Dentro deste comando, a funcao gcf signi-fica “get current figure” e ela e a responsavel por gravar as informacoes dafigura atual. Os detalhes de cada figura e armazenada na variavel mov(i)que sera utilizada para produzir a animacao. Para gerar o vıdeo, utilizamoso comando movie2avi. Este comando convertera o conjunto de graficos emum vıdeo com extensao avi. No primeiro campo deste comando, deve serinformado o vetor que armazena os graficos do loop (mov). Em seguida, deveser informado o nome do arquivo ('myfirstmovie.avi') e o metodo decompressao do vıdeo ('compression','None'). Se voce nao possui umaboa placa de vıdeo e a animacao possui muita informacao, e sugerido compri-mir os arquivos (visite a pagina oficial do MatLab para maiores informacoes).No meu computador, o vıdeo gerado possui 70 Mb (um notebook velhinho).Em versoes mais atuais do MatLab, o comando movie2avi foi substituıdopor VideoWriter que permite a conversao para, tambem, MP4. A figura

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2.3. ANIMACAO 9

2.12 mostram dois quadros da animacao. Nao foi necessario utilizar com-pressor, pois a animacao possui apenas um ponto. Para deixa-la mais real,precisamos colocar a mola.

-0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

-0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

Figura 2.12: Partıcula sob atuacao de uma forca elastica. As figuras mostram2/100 quadros gerados na animacao.

Cada espira da mola sera representada por tres segmentos de reta (seg-mentos s2, s3 e s4) conforme mostra a figura 2.13 com a mola na posicao derelaxamento (xi = 0). Se a mola possui uma unica espira, serao utilizadosmais dois segmentos horizontais para fixacao (segmentos s1 e s5). As coor-denadas x5 e x4 sao fixas, pois a coordenada x5 esta presa em uma superfıcieimovel. A partıcula esta na posicao xi e conectada ao segmento s1. As co-ordenadas dos segmentos s1 ate s4 sao moveis, pois deverao acompanhar omovimento da partıcula durante a animacao. Os comprimentos de todos ossegmentos sao constantes.

FIGURA 22. POSIÇÕES DE UMA PARTÍCULA EM UM SISTEMA MASSA-MOLA. AS FIGURAS MOSTRAM 2/100 QUADROS GERADOS NA ANIMAÇÃO.

Cada espira da mola será representada por três segmentos de reta (segmentos

s2, s3 e s4) conforme mostra a figura 23 com a mola na posição de relaxamento (xi =

0). Se a mola possui uma única espira, serão utilizados mais dois segmentos

horizontais para fixação (segmentos s1 e s5). As coordenadas x5 e x4 são fixas, pois a

coordenada x5 está presa em uma superfície imóvel. A partícula está na posição xi e

conectada no segmento s1. As coordenadas dos segmentos s1 até s4 são móveis, pois

deverão acompanhar o movimento da partícula durante a animação. Os comprimentos

de todos os segmentos são constantes.

FIGURA 23. ESPIRA DE UMA MOLA PROJETADA EM DUAS DIMENSÕES.

As coordenadas x e y dos pontos da figura 23 serão obtidas com o auxílio da

figura 24. Considerando uma deformação xi ≠ 0 na mola, o seu comprimento total será

D + xi = 2d + 4w. Assim, a cateto horizontal w dos segmentos s2, s3 e s4 é dado por:

𝑤 =1

4(𝐷 − 2𝑑 + 𝑥𝑖) (1)

e o cateto vertical será:

ℎ = √𝐻2 − 𝑤2 (2)

em que H é a comprimento do segmento. Para calcular h devemos definir um valor

mínimo para H que será obtido quando a partícula atingir sua posição xi(máx). Quando

a mola estiver completamente tracionada (que será considerado, por ora, quando todos

os segmentos estão na horizontal), Hmin será dado pela equação D + xi(máx) = 2d +

4Hmin ou4:

4 A equação (3) foi obtida a partir da equação (1), pois quando todos os segmentos estão na horizontal, w = Hmin.

x (xi, 0)

(-x1, 0)

(-x2, -y2)

(-x3, y3)

(-x4, 0)

y

(-x5, 0)

Parede

fixa s1

s2

s5 s3 s4

Figura 2.13: Espira de uma mola projetada em duas dimensoes.

As coordenadas x e y dos pontos da figura 2.13 serao obtidas com o auxılioda figura 2.14. Considerando uma deformacao xi 6= 0, o seu comprimentototal sera D+ xi = 2d+ 4w. Assim, a cateto horizontal w dos segmentos s2,

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10 CAPITULO 2. VIBRACAO SIMPLES

s3 e s4 e dado por:

w =1

4(D − 2d+ xi) (2.3)

e o cateto vertical sera:h =√H2 − w2 (2.4)

em que H e a comprimento do segmento. Para calcular h devemos definirum valor mınimo para H que sera obtido quando a partıcula atingir suaposicao xi(max). Quando a mola estiver completamente tracionada (que seraconsiderado, por ora, quando todos os segmentos estiverem na horizontal),Hmin sera dado pela equacao D + xi(max) = 2d+ 4Hmin ou:

Hmin =1

4(D − 2d+ xi(max)) (2.5)

que e obtida a partir da equacao 2.3, pois quando todos os segmentos estaona horizontal, w = Hmin.

𝐻min =1

4(𝐷 − 2𝑑 + 𝑥𝑖(máx)) (3)

FIGURA 24. DIMENSÕES DA ESPIRA DE UMA MOLA PROJETADA EM DUAS DIMENSÕES.

A equação (3) não simula a condição de uma mola real, pois a mola, neste

caso, terá a aparência de uma deformação plástica quando todos os segmentos

estiverem na horizontal. Para corrigir o problema, a equação (3) deve ser:

𝐻 = 𝐶1

4(𝐷 − 2𝑑 + 𝑥𝑖(máx)) (4)

em que C é um fator de correção que trataremos mais adiante. Logo, com as equações

(1), (2) e (4) e a declaração inicial das variáveis D, d e o fator de correção C, podemos

calcular as coordenadas dos segmentos s1 até s5 em função da posição xi da partícula

(veja a tabela 1). Com estes dados é possível inserir a mola com uma espira na

animação:

clc

figure

for i=1:length(tout)

% Parâmetros de construção da mola

D=1.5; % Comprimento total (m)

d=0.5; % Comprimento dos conectores (m)

C=1.2; % Fator de correção

w=0.25*(D-2*d+x(i)); % Cateto horizontal de um segmento da espira

H=C*0.25*(D-2*d+max(x));% Comprimento de um segmento da espira

h=sqrt(H^2-w^2); % Cateto vertical de um cateto da espira

% Coordenadas dos segmentos da mola

x1=x(i)-d; y1=0;

x2=x1-w; y2=-h;

x3=x2-2*w; y3=h;

x4=-D+d; y4=0;

x5=-D; y5=0;

% Representação gráfica da mola

plot([x(i),x1],[0,0],'k','LineWidth',2); hold on; % s1

plot([x1,x2],[y1,y2],'k','LineWidth',2); % s2

plot([x2,x3],[y2,y3],'k','LineWidth',2); % s3

plot([x3,x4],[y3,y4],'k','LineWidth',2); % s4

plot([x4,x5],[y4,y5],'k','LineWidth',2); % s5

% Representação gráfica da partícula

plot(x(i),0,'o','MarkerSize',40,'MarkerFaceColor','r'); hold off;

% Definição dos eixos horizontal e vertical

axis([-D,max(x),-2,2]);

xlabel('Posição x (m)');

ylabel('Posição y (m)');

% Captura da imagem

mov(i)=getframe(gcf);

end

% Conversão das imagens no filme

x

y

Parede

fixa

D

d d w 2w w

xi

h

2h

Figura 2.14: Dimensoes da espira de uma mola projetada em duas dimensoes.

A equacao 2.5 nao simula a condicao de uma mola real, pois a mola,neste caso, tera a aparencia de uma deformacao plastica quando todos ossegmentos estiverem na horizontal. Para corrigir o problema, a equacao 2.5deve ser:

Hmin = C1

4(D − 2d+ xi(max)) (2.6)

em que C e um fator de correcao que trataremos mais adiante. Logo, comas equacoes 2.3, 2.4 e 2.6 e a declaracao inicial das variaveis D, d e o fatorde correcao C, podemos calcular as coordenadas dos segmentos s1 ate s5

em funcao da posicao xi da partıcula (veja a tabela 2.1). Com estes dadose possıvel inserir a mola com uma espira na animacao. O codigo e algunsquadros da animacao estao representados nas figuras 2.15 e 2.16.

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2.3. ANIMACAO 11

Figura 2.15: Codigo para animar o movimento de uma partıcula sob atuacaode uma forca elastica.

Observe que temos seis comandos plot no codigo. Os primeiros cincossao responsaveis por representar a mola e o ultimo e responsavel por repre-sentar a partıcula. Em um loop com apenas um comando plot, o MatLabfaz o grafico solicitado pelo comando atual e apaga a representacao grafica docomando anterior. Foi assim que fizemos a animacao da figura 2.12. Porem,quando ha mais de um comando plot durante um ciclo do loop, o MatLab“enxerga” apenas o ultimo comando plot e ignora os demais. Para evitareste problema, usamos o comando hold on (ou hold all) logo apos o pri-meiro plot (veja o codigo). Com isto, todos os plot serao sobrepostos emum mesmo grafico. Apos o ultimo plot do ciclo e obrigatorio inserir a funcaohold off. Caso contrario, os graficos de todos os ciclos serao sobrepostosem uma unica imagem (Dica do autor: se voce nao tem uma boa placa devıdeo, nao tente fazer isso. Ele se arrependeu.).

Na organizacao das linhas do codigo, e importante que a representacaografica da partıcula esteja apos a representacao grafica da mola. Com isso,parte do segmento de reta s1 sera sobreposto pela partıcula e criara a ilusao

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12 CAPITULO 2. VIBRACAO SIMPLES

Tabela 2.1: Coordenadas dos pontos da figura 2.14 e 2.13.Coordenada x Coordenada yx1 = xi − d y1 = 0x2 = x1 − w y2 = −hx3 = x2 − 2w y3 = hx4 = −D + d y4 = 0x5 = −D y5 = 0

de conexao entre estes dois objetos. Alem disso, os eixos do grafico devempossuir aproximadamente a mesma largura para evitar que as espiras mudemo tamanho aparente. Este efeito esta evidente na figura 2.16 (observe amudanca aparente no comprimento dos segmentos s1, s2 e s3).

-1.4 -1.2 -1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

-1.4 -1.2 -1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

Figura 2.16: Partıcula sob atuacao de uma forca elastica. 2/100 quadros saoapresentados. A mola possui uma unica espira.

Para simular uma mola com duas espiras, adicionamos uma espira noponto x4 da figura 2.13 e criamos mais dois pontos (veja a tabela 2.2). Con-siderando que o comprimento da mola e o mesmo e o numero de catetoshorizontais foi duplicado, o comprimento da mola sera D + xi = 2d + 8w.Assim, w e representado por:

w =1

8(D − 2d+ xi) (2.7)

Os parametros h e H permanecem os mesmos. Inserindo a equacao 2.7 eos pontos da tabela 2.2 no modelo, obtemos a animacao ilustrada na figura2.17.

Para criar uma mola com n espiras, a equacao 2.3 deve ser generalizada

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2.3. ANIMACAO 13

Tabela 2.2: Coordenadas dos segmentos de uma mola com duas espiras.Coordenada x Coordenada yx1 = xi − d y1 = 0x2 = x1 − w y2 = −hx3 = x2 − 2w y3 = hx4 = x3 − 2w y4 = −hx5 = x4 − 2w y5 = hx6 = −D + d y6 = 0x7 = −D y7 = 0

-1.4 -1.2 -1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

-1.4 -1.2 -1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

Figura 2.17: Posicoes de uma partıcula em um sistema massa-mola. 2/100quadros sao apresentados. A mola possui duas espiras.

para uma mola com 2nw catetos, assim:

w =1

4n(D − 2d+ xi) (2.8)

e a mola sera representada pelo codigo apresentado na figura 2.18. O codigo

Figura 2.18: Codigo para construcao de uma mola com n espiras.

completo esta na figura 2.19 e animacao e ilustrada na figura 2.20.

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14 CAPITULO 2. VIBRACAO SIMPLES

Figura 2.19: Codigo para animacao de um sistema massa-mola simples.

O fator de correcao na equacao 2.6 depende do numero de espiras damola. Para obter uma relacao direta entre estes dois parametros, igualamos2.6 com 2.8 quando w = H. Assim:

Cmin =1

n(2.9)

Observe que nos codigos anteriores, usamos C = 1,2, para a mola comuma espira (n = 1), e C = 0,3 para a mola com dez espiras (n = 10).Nestas duas situacoes, Cmin = 1 e 0,1, respectivamente. Quando estes valoressao usados, a mola adquire a aparencia de deformacao plastica. Logo, parasimular condicoes mais realısticas:

C >1

n(2.10)

Com o sistema massa-mola inserido, podemos adicionar mais itens e tor-nar a animacao mais informativa. Alem da representacao grafica do mo-vimento, podemos inserir o comportamento dos graficos de forca, posicao

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2.3. ANIMACAO 15

-2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

-2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

Figura 2.20: 2/100 quadros da animacao de um sistema massa-mola. A molapossui dez espiras.

ou energia e os vetores de forca. O codigo da figura 2.21, ilustrado na fi-gura figura 2.22, apresenta o sistema massa-mola, os vetores de forca, aevolucao temporal da forca externa, responsavel pela vibracao forcada, ea forca elastica. O leitor podera complementar o codigo conforme desejar.Tudo dependera da imaginacao!

Para inserir os graficos, usamos o comando subplot(m,n,p) em que m

e o numero de linhas, n o numero de colunas e p a posicao de um grafico namatriz m×n. Os vetores de forca foram programados para mudar o tamanhode acordo com a sua intensidade no grafico forca versus tempo. O compri-mento dos vetores foram normalizados em relacao a forca externa. Com estaanimacao, podemos estudar situacoes particulares como a ressonancia e obatimento, conforme apresentam os exemplos a seguir. Outros exemplos devibracao livre e forcada podem ser acessadas nas refs. [2] e [3].

(Exemplo 1) Ressonancia: A ressonancia e o aumento gradativo e des-controlado da amplitude de vibracao. Para que isso ocorra, o sistema naodeve ter nenhum mecanismo de amortecimento e ser excitado por uma forcaexterna periodica cuja frequencia deve ser igual a frequencia natural de vi-bracao. Em um sistema massa-mola com vibracao forcada, a amplitude devibracao A no regime estacionario, e dada por [4]:

A =F0

k

[1−

(ωω0

)2] , (2.11)

em que ω e a frequencia da excitacao externa, representada por F = F0 sin(ωt),e ω0 e a frequencia natural de vibracao. Observe que A aumenta subitamente

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16 CAPITULO 2. VIBRACAO SIMPLES

Figura 2.21: Codigo para animacao de um sistema massa-mola simples.

quando ω → ω0, podendo deformar a mola plasticamente. Para simular aressonancia no Simulink, usaremos o bloco “Sine Wave” como excitacao ex-

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2.3. ANIMACAO 17

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-20

-15

-10

-5

0

5

10

Tempo (s)

For

ça (

N)

-2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5-2

-1

0

1

2

Fext Fe

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

Externa - Fext

Elástica - Fe

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-20

-15

-10

-5

0

5

10

Tempo (s)

For

ça (

N)

-2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5-2

-1

0

1

2

Fext Fe

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

Externa - Fext

Elástica - Fe

Figura 2.22: 2/100 quadros da animacao de um sistema massa-mola emressonancia. As curvas em azul representam a forca externa as curvas empreto representam a forca elastica.

terna no diagrama da figura 2.9. A frequencia angular e igual a frequencianatural de vibracao (ω = 5 rad/s). O resultado e apresentado na figura 2.23 emostra que a forca elastica aumenta continuamente e sem controle, enquantoa excitacao externa atua de forma periodica no corpo. A animacao com-pleta e apresentada na ref. [5]. O aumento linear da amplitude de vibracao,durante a ressonancia, obedece a relacao [6]:

A =F0t

2mω0

,

em que t e um instante de tempo qualquer.

(Exemplo 2) Batimento: Quando a frequencia da excitacao externa e dife-rente, mas proxima da frequencia natural de vibracao, ocorre um fenomenochamado batimento [6]. Devido a diferenca de frequencia angular, haverainstantes em que as ondas estarao em fase e momentos em que estarao πradianos fora de fase. Quando estiverem π radianos fora de fase, havera ainterferencia destrutiva e a onda resultante tera amplitude nula. Quantoestiverem em fase, ocorrera a interferencia construtiva e as amplitudes se so-mam. Neste momento, a onda resultante atinge sua maior amplitude. Esteponto e chamado de batimento e e um efeito comum em aparelhos musicais.A frequencia de batimento, i.e., a frequencia de amplitudes maximas da ondaresultante e dada por [7]:

ωbatimento = |ω − ω0|,

em que ω0 e ω sao as frequencias natural e de excitacao, respectivamente.O sistema massa-mola operando em regime de batimento foi simulado com

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18 CAPITULO 2. VIBRACAO SIMPLES

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

-200

-100

0

100

200

Tempo (s)

For

ça (

N)

-20 -15 -10 -5 0 5 10-2

-1

0

1

2

Fext Fe

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

-200

-100

0

100

200

Tempo (s)

For

ça (

N)

-20 -15 -10 -5 0 5 10-2

-1

0

1

2

Fext Fe

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

Figura 2.23: 2/100 quadros da animacao de um sistema massa-mola emressonancia. As curvas em azul representam a forca externa as curvas empreto representam a forca elastica.

ω = 6, 0, ω0 = 5, 0 rad/s e 0 ≤ t ≤ 50 s. A forca periodica externa e dadapor F = F0 sin(ωt). O diagrama de blocos e o mesmo utilizado na simulacaoda ressonancia. Assim, a frequencia de batimento permaneceu em 1,0 rad/s.Isto significa que a amplitude maxima de vibracao (batimento) e obtida emintervalos de 2π segundos, conforme mostra a figura 2.24.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

-40

-20

0

20

40

Tempo (s)

For

ça (

N)

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2-2

-1

0

1

2

Fext Fe

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

-40

-20

0

20

40

Tempo (s)

For

ça (

N)

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2-2

-1

0

1

2

Fext Fe

Posição x (m)

Pos

ição

y (

m)

Figura 2.24: 2/100 quadros da animacao de um sistema massa-mola emregime de batimento. As curvas em azul representam a forca externa ascurvas em preto representam a forca elastica.

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Referencias Bibliograficas

[1] S. T. Thornton, J. B. Marion, Dinamica Classica de Partıculas e Siste-mas (Cengage Learning, Sao Paulo, 2011).

[2] Diego Duarte, Vibracao livre de uma partıcula, Canal no YouTube,https://youtu.be/ePnd5l0LOUI.

[3] Diego Duarte, Vibracao forcada de uma partıcula (Simulink/MATLAB),Canal no YouTube, https://youtu.be/WJNCUOMMWaE.

[4] J. L. Meriam L. G. Kraige, Mecanica para Engenharia - Dinamica (LTC,Rio de Janeiro, 2013).

[5] Diego Duarte, Ressonancia durante a vibracao de uma partıcula, Canalno YouTube, https://youtu.be/I4jis4ms-RQ.

[6] J. B. Neto, Mecanica: Newtoniana, Lagrangiana e Hamiltoniana (Edi-tora Livraria da Fısica, Sao Paulo, 2013).

[7] P. A. Tipler, G. Mosca, Fısica para Cientıstas e Engenheiros (LTC, Riode Janeiro, 2014).

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