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ESTE GUIA PROPÕE uma descoberta do património de parques e jardins de Lisboa, e uma viagem botânica a todos os continentes sem sair da cidade. São mais de 120 espécies de plantas referidas nos textos e assinaladas nos mapas dos parques e jardins, incluindo árvores que são autênticos monumentos vivos, para além de muitas curiosidades interessantes. Uma selecção de 51 parques e jardins, incluindo três jardins botânicos, acompanhados de mapas graficamente apelativos e fichas com informações úteis. Uma imensa colecção de cenários e paisagens, ambiências, recantos, vistas e formas para desfrutar. A história também está presente, a enquadrar cada parque e jardim, guardando ainda muitas histórias para contar. Mais de 300 fotografias estão reunidas nesta obra, ilustrando perspectivas, pormenores e ambientes. Foram também seleccionados seis geomonumentos da cidade. É um livro inédito. Uma outra face de Lisboa espera por si. Venha descobri-la. GUIA DOS P ARQUES, J ARDINS E GEOMONUMENTOS DE LISBOA

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ESTE GUIA PROPÕE uma descoberta do património

de parques e jardins de Lisboa, e uma viagem botânica

a todos os continentes sem sair da cidade. São mais de

120 espécies de plantas referidas nos textos e assinaladas

nos mapas dos parques e jardins, incluindo árvores que

são autênticos monumentos vivos, para além de muitas

curiosidades interessantes. Uma selecção de 51 parques e

jardins, incluindo três jardins botânicos, acompanhados de

mapas graficamente apelativos e fichas com informações

úteis. Uma imensa colecção de cenários e paisagens,

ambiências, recantos, vistas e formas para desfrutar.

A história também está presente, a enquadrar cada

parque e jardim, guardando ainda muitas histórias para

contar. Mais de 300 fotografias estão reunidas nesta obra,

ilustrando perspectivas, pormenores e ambientes. Foram

também seleccionados seis geomonumentos da cidade.

É um livro inédito. Uma outra face de Lisboa espera

por si. Venha descobri-la.

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PRODUÇÃO

W W W . N A T U R T E R R A . C O M

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GUIA DOS PARQUES,JARDINS E GEOMONUMENTOS

DE LISBOA

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FICHA TÉCNICA

Edição: CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA (Pelouro do Ambiente, Espaços Verdes, Plano Verde, Higiene Urbana e Espaço Público)Produção: NATURTERRA

Coordenação editorial: David Travassos (Naturterra)Textos: Aurora Carapinha (texto de abertura), Cláudia Pinto (descrição dos geomonumentos/CML), David Travassos (títulos, aberturas e descrição inicial dos parques e jardins/Naturterra), João Paulo Gomes (descrição da flora/Naturterra), José Vicente (descrição dos geomonumentos/CML), Nuno Ludovice (enquadramento histórico dos parques e jardins/CML)Fotografia: David Travassos (fotos dos parques e jardins destacados, do texto de abertura e da capa/Naturterra), Luís Tinoco Faria (fotos dos parques e jardins não destacados/Naturterra), José Vicente (fotos dos geomonumentos/CML)Investigação histórica dos parques e jardins: Nuno Ludovice (CML)Projecto gráfico: Miguel Félix (Naturterra)Cartografia: Luís Tinoco Faria (Naturterra)Edição dos mapas: David Travassos (Naturterra), João Paulo Gomes (Naturterra)Assessoria administrativa: Maria José Marreiros (CML)

AGRADECIMENTOS: Câmara Municipal de Lisboa — Eng.º Ângelo Horácio de Carvalho Mesquita (Direcção Municipal de Ambiente Urbano); Eng.ª Inês Barreto Dias de Castro Henriques (departamento de Ambiente e Espaços Verdes), Arq.º João Paulo da Gama Leite de Barros da Rocha e Castro, Arq.ª Cristina Duarte, Arq.º Paulo Cardoso, Arq.ª Rosário Salema, Dra. Sandra Duarte (Divisão de Estudos e Projectos); Dra. Cristina Pereira Santos Andrade Gomes (Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental); Arq.º Artur José Canal Madeira, Arq.ª Rosa Rodrigues, Eng.º Souto Cruz (Divisão de Matas); Eng.ª Ana Júlia de Lima Soares Francisco, Eng.º Vera Cruz (Divisão de Jardins); Dra. Maria Manuela Canedo (Direcção Municipal de Cultura/Gabinete de Estudos Olisiponenses); Dra. Mónica Queiroz (Divisão de Gestão de Arquivos/Arquivo do Arco do Cego); Dr. Álvaro Tição (Departamento de Património Cultural);Ministério da Cultura — Dra. Graça Mendes Pinto (Instituto dos Museus e da Conservação/Galeria de Pintura do Rei D. Luís); Dra. Clara Vaz Pinto, Arq.º Rui do Rosário Costa (Museu Nacional do Traje e da Moda);Fundação das Casas de Fronteira e Alorna — Dr. Filipe Benjamim dos Santos;Gabinete do Primeiro-Ministro – Jardim do Palácio de São Bento;EPAL – Empresa Portuguesa de Águas Livres, S. A. – Casa do ArcoA título individual — Arq.º Paulo Pais, Arq.º Duarte Mata, Dr. Rui Lérias, Arq.º Bruno Alves Silva.

Depósito Legal N.º: 293342ISBN: 978-972-98489-1-9Impressão: Divisão de Imprensa Municipal (Direcção Municipal de Serviços Centrais), Estrada de Chelas, n.º 101, 1900-154 LisboaTiragem: 4.000 exemplares

Lisboa, Junho de 2009

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GUIA DOS PARQUES, JARDINS E GEOMONUMENTOS DE LISBOA

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ÍNDICE

Prefácio .......................................................................................................................... 6Introdução ..................................................................................................................... 8Texto de abertura ......................................................................................................... 10Mapa geral de Lisboa .................................................................................................... 16

Zona Ocidental ........................................................................................................ 18 Parque Florestal de Monsanto ....................................................................................... 20 Jardim do Palácio Fronteira .......................................................................................... 38 Parque Recreativo dos Moinhos de Santana .................................................................. 48 Tapada da Ajuda ........................................................................................................... 56 Jardim Botânico da Ajuda ............................................................................................ 68 Jardim Botânico Tropical / Jardim do Museu Agrícola Tropical .................................... 78Jardim Ducla Soares / Ermida de São Jerónimo ............................................................ 88Tapada das Necessidades e Jardim Olavo Bilac .............................................................. 92Jardim Teófilo Braga / Jardim de Campo de Ourique / Jardim da Parada .................... 106Jardim da Estrela / Jardim Guerra Junqueiro .............................................................. 110Jardim Lisboa Antiga .................................................................................................. 120Miradouro do Alto de Santa Catarina / Jardim do Adamastor .................................... 123Jardim do Príncipe Real / Jardim França Borges ......................................................... 126Jardim Botânico da Universidade de Lisboa /Jardim Botânico do Museu de História Natural .......................................................... 134Jardim Alfredo Keil / Praça da Alegria ........................................................................ 146Jardim de São Pedro de Alcântara / Jardim António Nobre ......................................... 149Jardim da Gulbenkian ................................................................................................ 152Jardim do Beau Séjour ................................................................................................ 162Parque Bensaúde / Quinta de Santo António das Frechas ........................................... 166Jardim das Amoreiras / Jardim Marcelino Mesquita .................................................... 174Geomonumentos da Zona Ocidental ......................................................................... 178Outros jardins da Zona Ocidental .............................................................................. 180

Zona Ribeirinha .................................................................................................... 184Conjunto Monumental de Belém / Jardim do Império, Jardim Vasco da Gama e Jardim da Praça Afonso de Albuquerque .................................................................. 186Jardim da Torre de Belém ........................................................................................... 196Jardim 9 de Abril / Jardim da Rocha Conde de Óbidos .............................................. 199Jardim Nuno Álvares / Jardim de Santos ..................................................................... 202Jardim Sá da Bandeira / Praça D. Luís I ...................................................................... 205

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Índice

Jardim Garcia da Orta ................................................................................................ 208Parque Tejo e Trancão (concelho de Lisboa) ................................................................ 216 Outros jardins da Zona Ribeirinha ............................................................................. 224

Zona Norte ............................................................................................................. 226Parque Silva Porto ...................................................................................................... 228Jardim do Seminário da Luz ....................................................................................... 232Parque do Monteiro-Mor ........................................................................................... 240Jardim da Quinta de Santa Clara ................................................................................ 252Geomonumentos da Zona Norte ................................................................................ 255Outros jardins da Zona Norte .................................................................................... 256

Zona Central .......................................................................................................... 258Parque da Quinta das Conchas e dos Lilases ............................................................... 260Parque Oeste / Parque do Vale Grande ....................................................................... 270Jardim do Campo Grande / Campo 28 de Maio ........................................................ 272Jardim do Museu da Cidade ....................................................................................... 281Jardim do Campo Pequeno / Jardim Marquês de Marialva ......................................... 285Parque Eduardo VII e Estufa Fria ............................................................................... 288Jardim Amália Rodrigues ............................................................................................ 298Avenida da Liberdade ................................................................................................. 301Geomonumentos da Zona Central ............................................................................. 305Outros jardins da Zona Central ................................................................................. 305

Zona Oriental ........................................................................................................ 306Jardim do Castelo de São Jorge ................................................................................... 308Miradouro de Santa Luzia .......................................................................................... 316Jardim Braamcamp Freire / Campo de Santana / Campo dos Mártires da Pátria ......... 319Jardim do Torel .......................................................................................................... 323Alameda Dom Afonso Henriques ............................................................................... 326Jardim Botto Machado / Jardim de Santa Clara .......................................................... 329Jardim do Museu da Água .......................................................................................... 332Parque da Madre de Deus ........................................................................................... 334Parque do Vale do Fundão .......................................................................................... 339Parque do Vale do Silêncio ......................................................................................... 342Parque José Gomes Ferreira / Parque de Alvalade ....................................................... 350Parque da Bela Vista ................................................................................................... 358Outros jardins da Zona Oriental ................................................................................ 366Índice das plantas indicadas nos textos ....................................................................... 372

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GUIA DOS PARQUES, JARDINS E GEOMONUMENTOS DE LISBOA

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INTRODUÇÃO

Este guia é um convite a uma viagem ao rico património de parques e jardins de Lisboa, permitindo, por exemplo,

conhecer notáveis árvores de espécies oriun-das de todos os continentes, algumas das quais autênticos monumentos vivos, desde os metrosideros do jardim da Praça da Alegria e da colossal azinheira do Parque Bensaúde, à gigantesca araucária-de-Norfolk do Parque do Monteiro-Mor, passando pelas enormes figueiras exóticas do Jardim Botânico Tropi-cal, do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa ou do Jardim do Príncipe Real.

Para cada parque e jardim destacámos um conjunto de espécies e exemplares, levando em conta uma perspectiva global sobre todos os parques e jardins. No entanto não deixa de haver alguma subjectividade nessa escolha, e não pretendemos de forma alguma reduzir a importância de todas as espécies e exemplares não destacados. Mesmo assim estão descritas e assinaladas nos mapas dos parques e jardins mais de 120 espécies de plantas e com in-formação útil e diversificada sobre cada uma delas. Foi ainda dada uma atenção especial às espécies nativas de Portugal, permitindo conhecer a diversidade botânica do país.

É também uma viagem pela história de

Portugal e da cidade de Lisboa, com muitas histórias para contar, desde a antiga fábrica de seda no Jardim das Amoreiras — onde inicialmente foram plantadas 331 amoreiras para a cultura dos bichos-de-seda — às dife-rentes vidas que animaram ao longo do tem-po o Jardim do Campo Grande. É também um encontro com inúmeros monumentos da cidade, alguns dos quais emblemáticos, sobretudo os que estão devidamente enqua-drados por espaços verdes. São séculos de história reunidos na totalidade dos parques e jardins, de diferentes tipologias e épocas, desde antigas quintas de recreio até aos mui-tos jardins de inspiração Romântica, sem es-quecer os espaços mais contemporâneos da arquitectura paisagista, como o Jardim da Gulbenkian, o Parque do Vale do Silêncio ou o Parque Tejo.

Sobra ainda o património geológico da ci-dade, de uma escala temporal que ultrapassa a génese da humanidade, tendo sido desta-cados pela Câmara Municipal de Lisboa seis geomonumentos da cidade, de um conjunto total de 17. Mas este livro propõe sobretu-do uma viagem pelos sentidos, pois a diver-sidade de paisagens e cenários, ambiências, recantos, formas, cores e aromas proporcio-

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Introdução

nados pelos parques e jardins de Lisboa a isso convidam. E com um clima aprazível e mui-tos dias de sol descoberto que enaltecem as cores e tonalidades naturais.

Este guia propõe ainda quatro percursos pedestres, com alguns quilómetros cada, que prometem desvendar alguns segredos do imenso Parque Florestal de Monsanto (três percursos) e da notável, e por vezes esqueci-da, Tapada da Ajuda (um percurso). Locais, onde, pela sua dimensão, se pode descobrir a vida selvagem da cidade, incluindo esquilos, coelhos, águias-de-asa-redonda, pica-paus, gaios, pombos-torcazes, patos-reais, galinhas-de-água, garças, entre muitas outras espécies. Em Lisboa podem ser observadas mais de 60 espécies de aves selvagens, e até diversas espé-cies exóticas que se naturalizaram na cidade, como os distintos periquitos-de-colar ou ra-bijuncos, e em menor número, os periquitos-monge e os periquitões-de-cabeça-azul.

Para além de uma ficha que reúne uma série de informações úteis, os 51 parques e jardins destacados estão quase sempre acompanhados por um mapa com a indicação, pormenoriza-da, das espécies de plantas referidas nos textos, da estatuária presente (existem largas dezenas de estátuas ou esculturas no conjunto dos par-

ques e jardins de Lisboa), dos bebedouros, das cafetarias e restaurantes, dos parques infantis. Os mapas permitem uma autonomia na visita dos parques e jardins, nomeadamente nos de maior dimensão, sendo, em inúmeros casos, a única base cartográfica disponível ao público.

A selecção dos parques e jardins, quer os destacados quer os não destacados, foi quase na totalidade proposta pela Câmara Munici-pal de Lisboa, tal como a sua organização no guia por zonas geográficas da cidade. A maior parte dos mapas teve como base o acervo car-tográfico da Câmara, e todos foram actualiza-dos com confirmações no terreno.

Para além da contemplação e de observação da natureza, a colecção de parques e jardins de Lisboa permite excelentes oportunidades de convívio, de descanso, de introspecção e reflexão, de leitura e de estudo, de exercício físico, de lazer e de pura evasão à rotina do dia-a-dia e do bulício citadino.

A elaboração deste guia foi um trabalho apaixonante, e até uma descoberta de uma outra dimensão da cidade. Cabe agora ao leitor juntar-se a nós, e surpreender-se com a face verde de Lisboa.

DAVID TRAVASSOS (coordenador editorial)

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Jardim Botânico Tropica l

JARDIM BOTÂNICO TROPICAL / JARDIM-MUSEU AGRÍCOLA TROPICAL

Uma pérola tropical É um dos jardins mais bonitos da capital, o que logo se percebe quando percorremos a sua alameda principal

ladeada por grandes palmeiras. Um lago com uma ilha, canais de água, relvados salpicados de árvores de todos os continentes, um jardim de buxo e até um jardim oriental. Um belo cenário secular, onde a natureza foi sabiamente

recriada pelo homem.

GUIA DOS PARQUES, JARDINS E GEOMONUMENTOS DE LISBOA

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GUIA DOS PARQUES, JARDINS E GEOMONUMENTOS DE LISBOA

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• Área total: 7 hectares• Ano de criação: 1906 (origem), 1912 (instalação neste local)• Endereço: Calçada do Galvão• Entrada: adultos (1,5 €), dos 7 anos aos 18 anos e maiores de 65 anos (0,75 €), crianças até aos 6 anos (gratuita)• Abertura: encerra aos feriados• Horário de abertura: horário de Verão (26 de Abril a 28 de Outubro: 10h-18h nos dias úteis e 11h-18h aos �ns-de-semana); horário de Inverno (29 de Outubro a 24 de Abril: 9h-17h nos dias úteis e 10h-17h aos �ns-de-semana); • Acesso a pessoas c/ mobilidade reduzida: sim• Parque infantil: não• Café, restaurante e esplanada: não• WC: sim (com acesso a cadeiras de rodas) • Parque de merendas: não• Acesso a cães: não• Actividades lúdicas: passeios a pé • Acesso por transportes públicos: autocarros (4, 727, 728, 729, 751), eléctricos (15)

INFORMAÇÕES ÚTEIS

O “Jardim Oriental” recria o ambiente dos jardins do Oriente, utilizando espécies vegetais desta região.

A partir do portão de entrada, o Jardim Botânico Tropical impõe logo a sua presença e a sua atmosfera particu-

lar. É um espaço que convida ao descanso e relaxamento, a um encontro com livros ou pessoas, ou à pura contemplação das plan-tas. É um jardim aberto, arejado, com um permanente jogo de luz e sombras. E a idade fê-lo amadurecer como o vinho.

Criado há mais de um século, em 1906, no contexto da organização dos serviços agrícolas coloniais e do Ensino Agronómico Colonial, denominava-se então Jardim Colonial. Hoje integra o Instituto de Investigação Científica Tropical. São cerca de 500 espécies de plantas reunidas no jardim e nas suas estufas, a maio-ria das quais de origem tropical e subtropical, embora também se encontrem exemplares de climas temperados, como o nosso.

Uma das curiosidades deste espaço é o “Jar-dim Oriental”, assinalado distintamente pelo seu portal de entrada em forma de arco. É uma

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Jardim Botânico Tropica l

réplica da entrada do pagode mais antigo de Macau — o Pagode da Barra —, construída por ocasião da Exposição do Mundo Portu-guês em 1940, que comemorou os 800 anos da Independência de Portugal e os 300 anos da Restauração. Como o nome indica, procu-rou-se recriar um jardim oriental, obedecendo aos seus elementos estruturais, como os per-cursos sinuosos e intimistas com a vegetação, ou a presença constante de jogos de água e pe-quenas pontes, e como é claro, a utilização de espécies oriundas do Extremo Oriente, como o bambu, os hibiscos e as cameleiras.

O cimo de todo este cenário botânico é enquadrado, já num tabuleiro superior, pela fachada do Palácio dos Condes da Calheta (séculos XVII-XVIII), e pelo seu geométrico jardim de buxo.

A rua das palmeiras

As palmeiras que ladeiam a rua principal fazem-se notar ainda antes de se transporem os portões deste jardim. O alinhamento é composto por duas espécies similares, a pal-meira-da-Califórnia (Washingtonia filifera) (1) e a palmeira-do-México (W. robusta) (2). O nome do género foi uma homenagem ao pri-meiro Presidente dos EUA, George Washing-ton. Muito similares nas folhas, em forma de leque, distinguem-se por a primeira apresen-tar um “tronco” mais grosso.

A palmeira-da-Califórnia é originária da Califórnia, e deve o seu epíteto filifera aos fi-lamentos das suas folhas, usados no fabrico de sandálias pelos índios locais. Estes incluiam ainda os frutos desta palmeira na sua alimen-tação. As folhas mortas persistem agarradas ao tronco, criando uma “saia” volumosa. Com um crescimento rápido, atingem os 20 m de altura e podem viver até aos 200 anos. Estão bem adaptadas à secura e ao ambiente medi-terrânico, idêntico ao da Califórnia.

A palmeira-do-México é originária do no-roeste do México, tem um crescimento mais

lento, mas atinge uma maior altura, apresen-tando um “tronco” mais delgado. É a palmei-ra que surge em quase todos os filmes rodados em Hollywood.

De um lado e do outro desta rua podemos observar espécies consideradas “fósseis vivos”, expressão utilizada pela primeira vez por Char-les Darwin na sua obra “A Origem das Espé-cies”, publicada em 1859. Esta expressão carac-teriza os seres vivos que sobreviveram durante milhões de anos sem alterações significativas. Destas espécies destacam-se algumas árvores como o ginkgo (Ginkgo biloba) (3), a metase-quoia (Metasequoia glyptostroboides) e o pinhei-ro-do-Chile (Araucaria araucana) e algumas es-pécies de porte arbustivo como as dos géneros Cycas, Dioon e Encephalartos, que constituíam

As palmeiras que ladeiam a rua principal fazem-se notar ainda antes de se transporem os portões deste jardim.

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GUIA DOS PARQUES, JARDINS E GEOMONUMENTOS DE LISBOA

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CRIADO A 25 DE JANEIRO de 1906, por Decreto Ré-gio, no reinado de D. Carlos I (1863-1908), o então denominado Jardim Colonial, assim como o Museu Agrícola Colonial, são instituídos no contexto da res-truturação dos serviços agrícolas coloniais e do ensi-no Agronómico Colonial, ficando ambas instituições sob a tutela do Instituto de Agronomia e Veterinária. A instalação do museu efectivou-se em Maio de 1912 no antigo Palácio dos Condes de Calheta (século XVII-XVIII).

Em 1912 o Jardim Colonial transferiu-se da Quinta das Laranjeiras (onde se tinha instalado em 1907) para a maior parte da antiga “Cerca do Palácio de Belém” (propriedade situada entre o Mosteiro dos Jerónimos e o Museu Nacional dos Coches), mas que à data se encontrava devoluta, compreendendo uma área de terreno de cerca de 5 hectares considerada suficiente para o projecto de ampliação do jardim. Igualmente pesou nesta escolha a sua localização (virada a sul, situada numa encosta de vertente sua-ve) e ainda a existência de um abundante manancial de água nativa, proveniente de um poço e de várias minas ali existentes.

Após a sua cedência feita pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, iniciaram-se os trabalhos de adaptação, substituindo o arvoredo existente por plantas exóticas em conformidade com os objecti-vos enunciados no Decreto de 10 de Maio de 1919 para a renovada instituição, dos quais se destacam: «Fazer o estudo sistemático da flora económica das Colónias Portuguesas e organizar os respectivos her-bários e contribuir, juntamente com o Museu Agríco-la Colonial, para o estudo económico das Plantas e respectivos produtos das regiões tropicais e subtro-picais, com o fim de elucidar sobre a possibilidade da sua exploração económica nas nossas Colónias ou de melhorar as explorações existentes; promover o estudo da fitopatologia colonial e respectivos trata-mentos preventivos e terapêuticos; divulgar conheci-mentos sobre a flora e agricultura coloniais e forne-cer, juntamente com o Museu Agrícola Colonial, as informações sobre assuntos da sua competência que lhe forem solicitados por entidades oficiais ou parti-culares; contribuir, com o Museu Agrícola e Colonial

HISTÓRIA

e em harmonia com o disposto no art. 3.º do Decreto N.º 2.089, de 25 de Novembro de 1915, para que o ensino de Agronomia Colonial, ministrado no Institu-to Superior de Agronomia, possa ser feito pela forma mais proveitosa possível.»

No jardim destaca-se o seu grande lago localizado nas proximidades da entrada principal. Terá sido ex-pressamente construído para embelezar esta antiga dependência do Palácio de Belém por ocasião da vi-sita do Rei Afonso XIII de Espanha a Portugal.

A partir de 1944, o Jardim Colonial funde-se com o Museu Agrícola Colonial, passando a designar-se por Jardim e Museu Agrícola Colonial, deixando de estar sob a alçada do Instituto Superior de Agrono-mia. A designação em 1951 altera-se para Jardim e Museu Agrícola do Ultramar, passando a integrar-se em 1974 na Junta de Investigações do Ultramar, hoje Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT). Em 1983 o Jardim adopta a designação de Jardim-Mu-seu Agrícola Tropical, constituindo uma das unidades funcionais do (IICT).

Numa perspectiva de dinamização e realização de actividades de cariz técnico, pedagógico, cultu-ral e de apoio à comunidade, no enquadramento dos objectivos do jardim, foi criada em 2005 a Liga dos Amigos do Jardim Botânico Tropical, “as-sociação sem fins lucrativos que se propõe, ainda, angariar fundos complementares e contribuir para a definição das linhas orientadoras do Jardim Bo-tânico Tropical”.

Actualmente os objectivos do Jardim Botânico Tropical, designação atribuída nos primeiros anos do século XXI, fundamentam-se em três vertentes principais: constituir um pólo para o estudo técni-co e científico do IICT; ser “montra” de exposições e outros eventos capazes de atrair e sensibilizar o público para a importância, não só da enorme riqueza de exemplares da flora tropical e subtropi-cal presentes no jardim; e divulgação da colecção existente na Xiloteca, que integra madeiras de todo as partes do mundo, bem como o Herbário, situado no “Pátio das Vacas”, que aloja cerca de 50 mil exemplares de flora mundial, destacando-se espe-cialmente a africana.

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o habitat percorrido pelos dinossauros, que se extinguiram há 65,5 milhões de anos.

Ginkgos e cicas

Do lado esquerdo encontra-se um conjun-to de ginkgos. Segundo alguns botânicos é a espécie viva geneticamente mais antiga, sendo actualmente considerada rara pelas reduzi-das populações naturais existentes apenas na China. Existem registos de fósseis de folhas de ginkgo datadas de há 150 milhões de anos. São árvores que podem atingir os 30 m de altura. Apresentam umas folhas muito particulares em forma de leque com um rasgo a meio, que se pintam de um amarelo intenso no Outono antes de caírem. De muito fácil cultivo, pouco sujeitas a pragas e doenças e muito resistentes à poluição das cidades, tornam-se boas árvores de arruamento. O fruto tem um odor muito desagradável, mas como é uma espécie dióica, apenas as árvores femininas dão fruto, tornan-do os pés masculinos mais apetecidos para fins

ornamentais. Muito utilizada na medicina al-ternativa pelas suas propriedades regenerativas, despertou o interesse dos investigadores após a Segunda Guerra Mundial, por ter sobrevivido às radiações em Hiroxima.

A bordejar o lago existe uma colecção de espécies pertencentes à ordem das Cycadales. A sua parecença com as palmeiras não passa disso mesmo. Todas as espécies desta ordem pertencem às Gimnospérmicas, ou seja, grupo de plantas de semente nua, como os pinheiros e os cedros. Entre elas, a cica (Cycas revoluta) (4), originária do Sul do Japão. O epíteto vem da forma enrolada dos vários folíolos que cons-tituem as folhas. É uma planta de crescimento muito lento, podendo demorar 60 a 80 anos a chegar aos 6 m de altura. O “tronco” é formado pelas bases das folhas à medida que vão cain-do, como nas palmeiras. Apesar de ser muito utilizada como ornamental, todas as partes da planta são tóxicas para as pessoas e animais, em particular as suas sementes que causam irrita-ções gastrointestinais quando ingeridas.

Figueira-da-Austrália (Ficus macrophylla), uma das árvores mais imponentes do jardim.

Jardim Botânico Tropica l

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GUIA DOS PARQUES, JARDINS E GEOMONUMENTOS DE LISBOA

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As figueiras tropicais

A norte do lago surgem três árvores majes-tosas do género Ficus. Este género tem cerca de 800 espécies diferentes, quase todas de cli-mas amenos das regiões tropicais ou sub-tro-picais e de folha persistente. Uma excepção é a figueira (Ficus carica), uma árvore bem conhecida em Portugal. As flores são pouco vistosas e transformam-se em figos, uns mais carnudos do que outros, mas quase todos comestíveis por humanos e animais. A exis-tência de fruto está dependente da existência de uma determinada vespa que polinize as flores; por sua vez a vespa está dependente do figo para depositar os seus ovos. Cada es-pécie de Ficus cria uma associação com uma espécie de vespa.

A primeira é uma figueira-dos-pagodes (F. religiosa) (5), árvore originária do Sudeste da Ásia, também conhecida por “figueira-de-Buda” por se acreditar que foi à sombra de uma destas árvores que Siddhartha Gautama se sentou a meditar e atingiu a iluminação convertendo-se num buda, sendo sagrada tanto para hindus como budistas. São árvores com grande longevidade; uma das mais anti-

gas registadas tem 3000 anos, em Bombaim. As folhas são inconfundíveis, com a extre-midade fina e comprida e um longo pecíolo (caule que liga a folha ao ramo), que as faz agitar ao mínimo vento. São plantadas princi-palmente junto a templos budistas, mas tam-bém como ornamentais em jardins ou usadas como planta medicinal.

Ao seu lado, uma figueira-da-Austrália (Ficus macrophylla) (6), de todas a mais imponente. De origem australiana, apresenta folhas gran-des, como é sugerido pelo seu epíteto (macro – grande, phylla – folha). Para além das suas grandes raízes superficiais, apresenta raízes aé-reas, uma estratégia de sobrevivência em solos pouco arejados. Com o tempo, as raízes aéreas alcançam o solo, enraízam e formam novos troncos, permitindo que a árvore se expanda na horizontal, característica comum à maioria das Ficus. As suas raízes de crescimento rápido são problemáticas quando próximas de equipa-mentos como lagos, passeios ou canalizações.

Por último, o sicómoro (Ficus sycomorus) (7), originário da África Oriental, onde cresce junto a linhas de água. É uma cultura ancestral e fre-quente no Egipto, onde a sua madeira era utili-zada na construção de sarcófagos. Os seus figos

O Jardim Botânico Tropical foi criado há mais de um século, em 1906.

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ainda hoje são muito apreciados na alimenta-ção e utilizados no fabrico de aguardente. Para além de ornamental e generosa na sombra, é um valioso recurso para a medicina alternativa, que aplica por exemplo o leite da sua seiva no tratamento de problemas pulmonares.

Podemos ver outras duas espécies de Ficus neste jardim. A Ficus altissima (8), uma árvore de grande porte, nativa de regiões montanhosas da Ásia, entre os Himalaias e a Malásia. É culti-vada como ornamental em jardins mas também como planta de interior. Tem uma importân-cia económica acrescida por ser hospedeira do insecto Laccifer lacca, produtor de uma resina natural usada no fabrico de tintas e vernizes. A Ficus microcarpa (9), tem um porte menos im-ponente, mas pode chegar aos 25 m de altura. As suas fibras são utilizadas no fabrico de redes de pesca e confecção de algodão artificial.

O “Jardim Oriental”

O “Jardim Oriental”, situado à esquerda da estufa principal, recria o ambiente dos jardins

orientais, utilizando espécies vegetais destas regi-ões, tais como o hibisco-chinês (Hibiscus rosa-si-nensis) (10) e o bambu (Bambusa vulgaris) (11).

O hibisco-chinês é um arbusto de folha perene, originário do Leste asiático. Cada flor dura apenas um dia, compensando com uma floração abundante e prolongada no ano, de Maio a Dezembro. É a flor nacional da Ma-lásia, onde também é conhecido por “flor dos sapatos”, por ser usada para engraxar sapatos, para além de ainda ser utilizada em tratamen-tos de cabelo.

O bambu é uma gramínea de origem des-conhecida, reportada à Ásia tropical. Surge ao longo de linhas de água, e tem um forte carácter infestante devido à sua rápida propa-gação através das raízes. De uso ornamental formando densos tufos, apresenta variados e atractivos padrões no colmo, nome dado ao “tronco”. O bambu é um material muito re-sistente, com uma relação entre o seu peso e a força que suporta superior à do aço, sendo muito usado na construção de casas ou no fa-brico de mobiliário.

O jardim e as suas estufas albergam cerca de 500 espécies de plantas, provenientes de climas tropicais, subtropicais e temperados.

Jardim Botânico Tropica l

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WC Cafetaria Restaurante Parque Infantil Área de Merendas Bebedouro

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