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N o DE INSCRIÇÃO N o DE SALA VESTIBULAR DE INVERNO 2011 LIVRETE DE QUESTÕES 1º DIA DIREITO

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No DE INSCRIÇÃO

No DE SALA

VESTIBULAR DE INVERNO 2011

LIVRETEDE QUESTÕES

1º DIA

DIREITO

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INSTRUÇÕES

01. Escreva na capa, em local próprio, o seu NÚMERO DE INSCRIÇÃO e da sua SALA.

02. Dê as RESPOSTAS às QUESTÕES OBJETIVAS no FORMULÁRIO DE RESPOSTAS, nos campos ópticos próprios. Para tanto utilize apenas caneta esferográ�ca preta. Não poderá ser utilizada caneta esferográ�ca de qualquer outro tipo ou cor (vermelho, azul, roxo, roller-ball, porosas, etc.).

03. Assine o Formulário de Respostas.

04. Para eventuais rascunhos, utilize-se dos espaços em branco constantes deste livrete. Os rascunhos não serão corrigidos.

05. As instruções para resolução das questões constam da prova. NENHUM COORDENADOR OU FISCAL DE SALA ESTÁ AUTORIZADO A PRESTAR INFORMAÇÕES SOBRE AS QUESTÕES.

06. Somente poderá retirar-se da sala após 1 hora e 30 minutos do início da prova, ocasião em que deverá ter assinado a Lista de Presença e entregue o Livrete de Questões e o Formulário de Respostas.

07. Aconselha-se atenção ao transcrever as respostas deste Livrete de Questões para o Formulário de Respostas, pois rasuras poderão anular a questão.

C

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PUCCP111-Língua Portuguesa 3

LÍNGUA PORTUGUESA

Atenção: Para responder às questões de números 1 e 2, considere o texto publicitário abaixo.

Se a sua empresa tem um projeto inovador que precisa de investimento,a FINEP pode ajudar. Afinal, o que a gente faz é selecionar

e investir em ideias inovadores de empresas de todos os setores.

FINEPAgência Brasileira de Inovação

Ministério daCiência e Tecnologia

www.finep.gov.br

1. Observada a organização do texto, é correto afirmar:

(A) na metade esquerda da página, a fruta que a personagem segura é metáfora de um problema, que a propaganda apresenta comoinsolúvel, como o comprova o semblante do rapaz.

(B) a imagem exibe duas situações antagônicas, e a linguagem verbal evidencia o modo como a entidade patrocinadora dapublicidade se apresenta ao público: afirma que assume total responsabilidade pela situação positiva apresentada à direita dapágina.

(C) a mensagem verbal, na parte superior direita da página, expressa a consequência da resposta que a propaganda subentende àpergunta reproduzida na parte superior esquerda.

(D) o jogo entre as imagens explora o antagonismo entre a ideia expressa pelo texto publicitário e conhecido dito popular − Se lhederem um limão, faça com ele uma limonada.

(E) a relação de proximidade entre as duas imagens evidencia que elas formam uma sequência inevitável − na primeira, vê-se apersonagem que não é ainda um empresário; na segunda, como evidencia o semblante tranquilo, ela já se tornou um empresáriode sucesso.

2. Considerando o que se encontra abaixo das imagens, é correto afirmar:

(A) A associação entre FINEP e Governo só é manifestada ao final do texto, na estreita faixa em que estão os logotipos.

(B) O segmento a sua empresa tem um projeto inovador remete a Sua ideia inovadora, na parte superior do texto, não podendoreportar legitimamente a qualquer outra situação.

(C) O emprego da expressão a gente, embora constituindo recurso para criar intimidade com o leitor, é voz destoante, pois quebra acoerência com a total formalidade do texto.

(D) O advérbio Afinal introduz motivos para comprovar a intenção da FINEP junto às empresas, encaminhando para o arremate daargumentação.

(E) A coerência da propaganda mostra que a oração condicional que inicia essa parte do texto expressa ideia possível, mas altamenteimprovável.

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4 PUCCP111-Língua Portuguesa

3. Circulando pela cidade, dois distintos carros de passeio, commarcas evidentes da passagem do tempo, trazem, cada umdeles, um adesivo colado no vidro.

Adesivo A − Respeite os mais velhos.

Adesivo B – É velho, mas está pago.

Considere as afirmações que seguem.

I. A e B assemelham-se, por ambos dialogarem com aspessoas que leem o adesivo, mas também se distin-guem: A remete inequivocamente ao motorista idoso eB, ao carro gasto pelo uso.

II. A cria efeito de humor por usar, fora de sua situaçãohabitual, frase que aconselha a valorização da sabe-doria adquirida durante a vida.

III. B cria efeito de humor ao deixar subentendido, de mo-do irônico, que muitos exibem luxo sem poder arcarcom seu custo.

IV. A e B valem-se explicitamente da função apelativa parachamar a atenção dos motoristas no sentido de nãopressionarem os veículos mais lentos numa ultrapassa-gem.

É correto o que se afirma SOMENTE em

(A) I e II.

(B) II e III.

(C) I, II e III.

(D) II, III e IV.

(E) III e IV.________________________________________________________________

Atenção: Para responder às questões de números 4 e 5, consi-dere o apresentado abaixo, fragmento de texto quecircula na internet.

As diferentes maneiras de contar a mesma história

Se a história da Chapeuzinho Vermelho fosse verdadeira,como ela seria veiculada pela imprensa brasileira?

*Jornal Nacional*(William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devo-rada por um lobo na noite de ontem.'

(Fátima Bernardes): 'mas a atuação de um caçador evitou atragédia.'

*Discovery Channel*"Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolidaviva e sobreviver."

*Revista Isto É*"Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente."

*Revista Superinteressante*"Lobo Mau: mito ou verdade?"

*Revista Tititi*"Lenhador e Chapeuzinho flagrados em clima romântico emjantar no Rio."

*O Povo*"Sangue e tragédia na casa da vovó."

*O Dia*"Lenhador desempregado tem dia de herói."

4. O conjunto transcrito

(A) revela que o uso da palavra imprensa (como ela seriaveiculada pela imprensa brasileira?) constitui equívoco,pois ela não pode ser aplicada a qualquer meio utilizadona difusão de informações jornalísticas, por exemplo, àradiodifusão.

(B) evidencia, por meio da condição expressa em Se ahistória da Chapeuzinho Vermelho fosse verdadeira, quea veiculação de informações jornalísticas só ocorrequando não há opiniões divergentes sobre a veracidadedos fatos.

(C) evidencia que o fato é tratado de distintas maneiras emfunção da ideologia da empresa que o veicula, nada im-portando na configuração desse tratamento o tipo de pú-blico a que se destina.

(D) revela que o fato foi noticiado de diferentes maneiras,mas isso não interfere no seu conteúdo, pois cada umdos enunciados prioriza, em seu enfoque, o mesmo as-pecto que cada um dos demais privilegia.

(E) demonstra que cada veículo de informação fixa em seutexto marcas da direção que dará ao tratamento do as-sunto e sugere o específico posicionamento de cadaempresa quanto ao modo como se comporta em suaprodução de notícias.

________________________________________________________________

5. I. (William Bonner): ' [...] Uma menina chegou a serdevorada por um lobo na noite de ontem.'

II. (Fátima Bernardes): 'mas a atuação de um caçadorevitou a tragédia.'

Considerando I e II, e transformando o discurso direto emindireto, tem-se a seguinte formulação correta:

(A) I noticiou que uma menina tinha sido devorada por umlobo na noite antecedente, mas II retificou que a atua-ção de um caçador evitava a tragédia.

(B) I informou que uma menina havia chegado a ser devo-rada por um lobo na noite anterior, mas II acrescentouque a atuação de um caçador havia evitado a tragédia.

(C) I declarou que uma menina poderia ter sido devoradapor um lobo na noite precedente, mas, informou II,a atuação de um caçador evitou a tragédia.

(D) I deu a notícia de que uma menina chegava a ser devo-rada por um lobo quando a atuação de um caçador evi-tou a tragédia, pelo que informou II.

(E) I tornou público que uma menina chegou a ser devo-rada por um lobo na noite de ontem, porém a informaçãode II é: a atuação de um caçador evitou a tragédia.

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PUCCP111-Língua Portuguesa 5

Atenção: Para responder às questões de números 6 a 8, consi-dere o texto apresentado abaixo.

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Simples, sóbrio, tranquilo; olhos de um homem honesto;

boca de um homem sensível, um intelectual talvez; educado,

respeitável e pontual. No quadrado do espelho sua mão sur-

giu, longa, branca, forte e meticulosamente limpa, acariciando

sua barba negra. Virando um pouco a cabeça, por um efeito

óptico, os fios de barba brilhavam como se tivessem luz

própria; isso ele fez, várias vezes, ficando quase de perfil,

tendo que esquinar bem os olhos até que eles começassem a

doer. Henri olhou então sua cabeça lisa como um ovo. Sua

calvície sempre lhe dava um aperto no coração, que ele

amenizava dizendo para si mesmo que sua cabeça alta (era

enorme a distância entre as orelhas e a ponta do crânio)

significava inteligência e que o fato de ser calvo jamais tivera

efeito negativo sobre o seu trabalho, o que era uma absoluta

verdade.

(Rubem Fonseca. “Henri”, In 64 contos de Rubem Fonseca. SãoPaulo: Companhia das Letras, 2004, p. 46)

6. No fragmento acima,

(A) detalhe do espaço indica que a composição da persona-gem alia a percepção do narrador e aquilo que o homemvê refletido diante dele.

(B) o narrador atém-se à descrição objetiva do exterior dapersonagem, feita passo a passo, não se permitindo fa-zer comentários de qualquer tipo.

(C) as ações da personagem são apresentadas na ordemem que ela as rememora, sem que seja seguida a ordemcronológica dos fatos.

(D) os traços que configuram a personagem aparecem isola-dos em trechos descritivos, isto é, totalmente descoladosdas ações praticadas.

(E) há elementos que comprovam ser o narrador uma perso-nagem que, ao lado de Henri − de quem, até então, sóconhecia o nome − observa detalhadamente sua movi-mentação.

________________________________________________________________

7. É correto afirmar:

(A) (linhas 1 a 3) no período inicial, a coesão dos elementosque compõem a sequência é estabelecida unicamentequando surge a referência ao nome da personagem(Henri).

(B) (linha 4) acariciando expressa uma finalidade.

(C) (linhas 5 e 6) por um efeito óptico exprime uma causa.

(D) (linhas 6 e 7) uma nova redação para o segmento comose tivessem luz própria está correta assim “como sehouvesse adquirido luz própria”.

(E) (linha 7) isso remete ao que vai ser referido logo adiante.

8. ...o fato de ser calvo jamais tivera efeito negativo sobre o seu

trabalho, o que era uma absoluta verdade.

Considerando o acima transcrito, é correto afirmar que

(A) o fato de ser calvo pode ser substituído por “por sercalvo”, sem prejuízo do sentido e da correção originais.

(B) jamais e absoluta pertencem à mesma classe de pala-vras.

(C) tivera equivale, no contexto, a “poderia ter”.

(D) sobre o seu trabalho pode ser substituído por “conside-rando seu trabalho”, sem prejuízo do sentido e da cor-reção originais.

(E) o termo destacado em o que era uma absoluta verdaderemete à totalidade do que está citado anteriormente nosegmento.

________________________________________________________________

9. A frase que está redigida de forma clara e correta, conside-rado o padrão culto escrito, é:

(A) Desde o período que era aluno que tenho interesse poresse assunto e hoje, posso me consagrar a ele com todaa dedicação que merece, visto as boas perspectivas quepode abrir.

(B) Existe, sim, muitos aspectos que não são compatíveiscom o projeto, mas, se forem simplesmente excluídos,gerariam embates que ninguém adivinha onde podechegar.

(C) Quizeram convencê-la do excesso de trabalho que lhesera exigido e também alegaram falta de material espe-cífico; são por esses motivos que pediu esclarecimentosao professor.

(D) Se não nos prepararmos, daqui a pouco nossa preten-são de sediar os jogos estudantis estará frustrada, assimcomo a expectativa que alimenta grande parte dos jo-vens.

(E) A essa atitude deve ser atribuída, sem a menor dúvida, oatributo de insensata, ainda que tenha sido uma exces-são na sua vida profissional; mesmo assim, é necessárioadvertir-lhe.

________________________________________________________________

10. A frase em que a palavra destacada está empregada em con-cordância com o padrão culto escrito é:

(A) São tão criativos, que se entrétem com pouca coisa, atécom uma folhinha de árvore.

(B) Esse concurso semestral premia as melhores redaçõessobre temas da atualidade.

(C) Concluíram que abaixo-assinado são importantes paradar consistência à solicitação.

(D) Havia animosidade à aspectos de menor importância,mas, no geral, entendiam-se bem.

(E) Disfarçar-se por ingênuo não resolve o problema.

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6 PUCCAMP-111-Direito

ESPECÍFICAS

Atenção: Para responder às questões de números 11 a 15, con-sidere o texto apresentado abaixo.

O campo passou a ser associado a uma forma natural de

vida − de paz, de inocência e virtudes simples. À cidade associou-se

a ideia de centro de realizações − de saber, comunicações, luz.

Também constelaram-se poderosas associações negativas: a cidade

como lugar de barulho, mundanidade e ambição; o campo como

lugar de atraso, ignorância e limitação. O contraste entre campo e

cidade, enquanto formas de vida fundamentais, remonta à Antigui-

dade clássica.

(Raymond Williams. O campo e a cidade: na história e na lite-ratura. Trad. S. Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 11)

11. Uma das cidades-estados geralmente destacada ao se estu-

dar a Grécia Antiga é Esparta. Essa cidade possuía, dentre suas características principais,

(A) cidadãos devotados ao exército, que usufruíam da distri-

buição igualitária das terras conquistadas e do trabalho escravo executado pelos hilotas.

(B) governo aristocrático, organizado em duas instâncias

administrativas: o Areópago (Conselho dos anciãos) e a Eclésia (Assembleia do povo).

(C) supremacia militar em relação às demais cidades-estados

gregas, apenas superada por Atenas após a vitória desta na Guerra do Peloponeso.

(D) estado monárquico, despótico, ainda que fosse guardião

de valores intrínsecos à civilização grega, como o direito universal à liberdade e o racionalismo.

(E) educação helenista, instituída após as Reformas de

Sólon e voltada à formação integral do indivíduo, pre-parado para dominar a agricultura, as artes e a guerra.

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12. Paris, a “cidade luz”, foi palco de um importante projeto ilumi-nista, a “Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios”, do qual participaram pensadores de reno-me, como D’Alambert, Diderot, Voltaire e Rousseau. Esse pro-jeto

(A) possuía como objetivo reunir os textos filosóficos mais

importantes do período, em centenas de compêndios distribuídos gratuitamente, a fim de difundir o saber pro-duzido na França aos demais países ocidentais.

(B) foi acolhido pelo Estado, pela Igreja e adotado nas esco-

las francesas, uma vez que se ancorava em princípios de cidadania e em valores cristãos, contemplando as ca-madas menos favorecidas da sociedade.

(C) recebeu o aval de Luís XIV, o “rei sol”, que se utilizou

desse projeto para difundir a ideia de que seu governo se baseava em princípios racionalistas e representava o que havia de mais moderno e ilustrado em matéria de política.

(D) foi esboçado após a Revolução Francesa, quando os

ideais de liberdade, igualdade e fraternidade inspiraram intelectuais de várias áreas a pensar estratégias para democratizar o acesso às letras e ao conhecimento cien-tifico.

(E) buscava compilar as mais recentes teorias científicas,

apresentando-as de forma didática, além de descrever o funcionamento de sistemas e engrenagens por meio de ilustrações e esquemas gráficos.

13. As ideias que motivaram o projeto de construção de Brasília relacionavam-se à concepção de que a cidade contrastava com o lugar de atraso associado ao campo, como é mencionado no texto. Pode-se afirmar que a construção de Brasília foi

(A) aclamada pela imprensa e pelo funcionalismo público da então capital do país, entusiasmado com a criação de novos postos federais.

(B) planejada em parceria com a UDN, que considerava que

a nova localização da capital traria grandes benefícios às regiões centro-oeste e nordeste.

(C) projetada e executada por Oscar Niemeyer, comunista

simpático ao governo de JK, que adotou a estética arqui-tetônica soviética do realismo socialista.

(D) concebida como uma das principais metas, chamada

de “meta-síntese”, do programa desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek.

(E) idealizada a partir de uma proposta inédita na história do

Brasil, pois ainda não havia sido cogitada a transferência da capital federal durante a República.

________________________________________________________________

14. Os valores simples da vida rústica de que trata o texto encon-traram em nossa literatura poetas que os encarnaram. De fato,

(A) Gonçalves Dias e Castro Alves manifestaram desprezo pela civilização europeia e exaltaram nossa natureza tro-pical.

(B) Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa

idealizaram e propagaram os hábitos amenos da vida bucólica.

(C) os poetas parnasianos representaram a simplicidade da

vida natural no estilo claro e despojado de seus poemas ingênuos.

(D) os poetas modernistas, para combater o irracionalismo

do progresso, pregaram uma volta aos hábitos da vida campestre.

(E) os poetas simbolistas, imbuídos dos ideais nacio-

nalistas, retrataram nossa natureza por meio das ima-gens mais elevadas.

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15. O escritor José de Alencar assumiu o projeto de representar em seus romances variadas regiões geográficas e épocas his-tóricas do Brasil. A natureza selvagem e a vida burguesa re-fletem-se, respectivamente, nestes romances:

(A) O tronco do ipê e O Ateneu. (B) Os sertões e Lucíola. (C) Iracema e Senhora. (D) O guarani e Iracema. (E) O guarani e O Ateneu.

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PUCCAMP-111-Direito 7

Atenção: Para responder às questões de números 16 a 19, con-sidere o texto apresentado abaixo.

Cadê você meu país do Nordeste que eu não vi nessa Usina Central Leão de minha terra? Ah! Usina, você enguliu os banguezinhos do país das Alagoas!

(...) Cadê a sua casa-grande, banguê, (...) cadê seus quilombos com seus índios armados de flecha, com seus negros mucufas que sempre acabam vendidos, tirando esmola para enterrar o rei do Congo?

(Jorge de Lima. Obra completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958, p. 352-353)

16. O texto menciona a presença de índios armados de flecha nos

quilombos. Tal presença se explica devido à

(A) igualdade social que reinava entre os quilombolas, uma vez que todos usufruíam do mesmo direito e participavam das decisões coletivas, realidade que atraiu grupos indí-genas que viviam precariamente, constantemente amea-çados.

(B) invasão de tribos indígenas que diversos quilombos so-

freram, a exemplo da invasão ocorrida em Palmares, que implicou a convivência forçada entre negros e ín-dios, subjugados por poderosos caciques.

(C) organização social e econômica dos quilombos, que em

alguns casos incorporavam minorias indígenas e bran-cas, e chegavam a constituir núcleos de produção agrí-cola voltados ao comércio local.

(D) existência de quilombos essencialmente indígenas, uma

vez que diversas tribos procuraram moldar suas aldeias e costumes adequando-os à estrutura e à organização hierárquica de um quilombo.

(E) exploração da mão de obra indígena pelos quilombolas,

à medida que era proibido o trabalho braçal de negros dentro do quilombo e, em vista disso, índios eram recrutados para ajudar na defesa e cultivar a terra.

________________________________________________________________

17. O início do texto remete à discussão sobre os contrastes entre Nordeste e Sudeste do Brasil. No Nordeste ocorreram movimentos separatistas que tinham, dentre seus objetivos, emanciparem-se politicamente. Essa descrição se aplica

(A) à Conjuração Baiana e à Confederação do Equador.

(B) à Revolta de Beckman e à Revolta de Canudos.

(C) à Inconfidência Mineira e à Revolução Pernambucana.

(D) ao Cangaço e à Revolução Praieira.

(E) à Sabinada e à Guerra dos Farrapos. ________________________________________________________________

18. Esses versos têm apoio emocional em referências históricas nacionais, uma vez que neles o poeta demonstra

I. sua nostalgia, ao verificar que os velhos engenhos dão

lugar a processos modernos de fabricação do açúcar. II. seu entusiasmo, diante da emancipação e da afirmação

econômica dos negros africanos. III. sua surpresa, diante da desaparição de elementos que

caracterizavam nosso velho processo colonial.

Atende ao enunciado o que se afirma SOMENTE em

(A) I.

(B) I e II.

(C) II.

(D) I e III.

(E) III.

19. Na construção desse texto, pode-se constatar que Jorge de Lima

(A) se mostra desinteressado das soluções de estilo do mo-

dernismo, apegando-se à memória pessoal e à forma conservadora.

(B) tira proveito dramático das invocações que faz a

elementos e personagens da história de sua região. (C) se vale do poema em prosa, para deixar clara sua ade-

são a um dos gêneros valorizados pelo modernismo de 22.

(D) alterna versos decassilábicos e versos alexandrinos, re-

curso que dá elevação e sublimidade à linguagem poética.

(E) utiliza uma linguagem formal e solene, em vista da

gravidade do tema de que se ocupa na composição do poema.

________________________________________________________________

Atenção: Para responder às questões de números 20 a 23, con-sidere o texto apresentado abaixo.

Se Ricardo Reis simboliza uma forma humanística de ver o

mundo, evidente na adesão ressuscitadora do espírito da Antigui-

dade clássica e do paganismo, Álvaro de Campos é o poeta mo-

derno, embebido do século XX, engenheiro de profissão. Já Alberto

Caeiro foge para o campo, pois deve procurar viver simplesmente,

como as flores, os regatos, as fontes, os prados. Contemporâneo

da Guerra de 1914, Fernando Pessoa vive a crise provocada pela

necessidade de abandonar as velhas e tradicionais formas de civili-

zação e da cultura burguesa; em resposta a isso, viu-se num es-

pelho de múltiplas faces e possibilidades, dos mitos às formas futu-

ristas, e representou a todas.

(Baseado em Massaud Moisés.A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1965, p. 347-350)

20. Considerando o espírito da Antiguidade clássica, referida no

texto de Mussaud Moisés, é correto afirmar que, o Renas-cimento italiano, nos séculos XV e XVI, ao resgatar a cultura grega deixou-nos um legado inabalável pela força do tempo:

(A) a crença de que a vida pode durar eternamente, desde

que a alma encontre no túmulo o corpo destinado a servi-lhe de moradia, ou seja, a crença na existência de uma vida após a morte.

(B) a concepção filosófica de que “não nos tornamos justos

à força de agir com justiça, mas porque somos justifica-dos que fazemos coisas justas”, ou seja, a justiça tem como base o direito individual.

(C) a ideia de que o Estado se constitui no principal instru-

mento de poder das camadas populares, assegurando e ampliando, democraticamente, o seu domínio sobre os demais grupos sociais.

(D) os princípios jurídicos de cidadania, onde os direitos de

cada pessoa acabam quando começam os direitos de outro cidadão e onde as leis resultam da ação dos repre-sentantes escolhidos pelo povo.

(E) o valor do homem como indivíduo e a crença de que o

ser humano deve ser respeitado não como instrumento de um soberano onipotente mas pelo que representa em si, ou seja, um ser livre.

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8 PUCCAMP-111-Direito

21. No contexto histórico que antecedeu à Guerra, a que o texto de Mussaud Moisés faz referência,

I. o equilíbrio da ordem internacional entre as nações eu-

ropeias fundamentava-se no fim da política de compen-sações territoriais praticada pelas nações imperialistas em sua expansão mundial e no enfraquecimento do na-cionalismo pela ascensão das democracias liberais nos países do continente.

II. ao mesmo tempo em que o nível de mecanização industrial cresceu e novas fontes de energia passaram a ser utilizadas, surgiram grandes corporações empresariais que passaram a influir no mercado, comandando a transição do capitalismo concorrencial para o monopolista.

III. o aparecimento de várias potências industriais e as guerras comerciais foram responsáveis pela elevação das tensões internacionais e transformaram a Europa num verdadeiro “barril de pólvora”.

IV. a emergência de ideologias socialistas e as revoluções operárias desajustaram as relações entre os países ca-pitalistas, provocando um escasso crescimento econô-mico das nações do continente europeu.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

(A) I e II. (B) I e III. (C) I e IV. (D) II e III. (E) II e IV.

________________________________________________________________

22. A frase viu-se num espelho de múltiplas faces e possibili-dades, dos mitos às formas futuristas, e representou a todas define o processo de criação, utilizado por Fernando Pessoa, conhecido como

(A) heteronímia, materializado por diferentes estilos que cor-

respondem a diferentes personalidades imaginárias. (B) polissemia, que implica a possibilidade de o leitor inter-

pretar um poema em diferentes chaves de sentido. (C) heteronímia, entendida como sucessivas trocas de

pseudônimos, caprichosamente escolhidos. (D) personificação, dado que o poeta simula dialogar com

várias personas nas falas dramáticas de seus poemas. (E) polissemia, uma vez que o poeta se valeu de ousadas

experiências formais, em seu alinhamento com a van-guarda.

________________________________________________________________

23. As referências a Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro fazem pensar em

(A) poéticas distintas, com base nas alterações de humor de

uma mesma personalidade básica. (B) visões de mundo convergentes, apesar de algumas dife-

renças estilísticas. (C) visões de mundo divergentes, associadas a bem distin-

tas expressões estilísticas. (D) concepções poéticas contraditórias, que buscam se har-

monizar numa mesma ideologia. (E) ideologias contraditórias, cuja integração só ocorre por

meio de artificiais sublimações poéticas.

Atenção: Para responder às questões de números 24 a 27, con-sidere o texto apresentado abaixo.

No século XVII, graças à exploração da cana-de-açúcar, a

América Portuguesa já ostenta uma opulência que as colônias ingle-

sas levarão algum tempo a alcançar. Esse século conhecerá, entre

nós, o estilo barroco de Vieira e de Gregório de Matos. Apenas muito

mais tarde, entre 1760 e a época da Regência (1831-40), a literatura

brasileira, evadindo-se da esfera barroca, obedece ao estilo neoclás-

sico. (...) O século XVIII se dividirá entre o orgulho do progresso, o

apreço pela razão civilizatória (Ilustração) e a utopia do retorno à

natureza. Um naturismo iluminista concorrerá para disseminar a ver-

são setecentista da pastoral: o simbolismo arcádico.

(José Guilherme Merquior. De Anchieta a Euclides − Breve his-tória da literatura brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 17, 24-25)

24. Na passagem do estilo barroco ao estilo neoclássico, de que

fala o texto, uma nova atitude cultural que direciona a literatura é

(A) o apego ao estilo hermético e elaborado que marcou a oratória da época, como se pode verificar com a leitura dos Sermões.

(B) a convenção artística que toma por base os valores da

Ilustração, sobretudo o primado da razão e da natureza. (C) a exploração do estilo rústico das linguagens nas áreas

canavieiras, qualificado como regionalista. (D) o Simbolismo, movimento que proporcionou grande re-

novação nas manifestações da poesia lírica. (E) o apego nacionalista à exuberância de nossas paisa-

gens, sobretudo as mais rústicas e exóticas. ________________________________________________________________

25. A expressão retorno à natureza, no contexto do século XVIII e associada a orgulho do progresso e apreço pela razão civili-zatória, deve ser compreendida como

(A) exaltação das mais altas paixões humanas, a partir da representação delas por meio de imagens da natureza.

(B) valorização nacionalista do indígena, na escalada da

luta por nossa emancipação política. (C) volta às origens primitivas da arte, enaltecendo o caráter

religioso e mágico das práticas artísticas. (D) despertar dos valores ecológicos, condenando-se toda

intervenção humana no meio ambiente. (E) enaltecimento da ordem do mundo natural como modelo

de equilíbrio e clareza para a arte e o pensamento.

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PUCCAMP-111-Direito 9

26. Observe a pintura.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/)

José Joaquim da Rocha. Pintura em perspecti-va no teto da nave central da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia em Salvador, construída entre o final do séc. XVII e o início do séc. XVIII.

Com a plasticidade exuberante e dramática das cores, orna-

mentos, volumes e espaços arquitetônicos, o barroco colonial

transformou a atuação da Igreja num espetáculo imponente e

vibrante...

(Francisco M. P. Teixeira. Brasil, História e Sociedade. São Paulo: Ática, 2001, p. 118)

O estilo artístico, que a pintura identifica e a que os textos fa-zem referência, contribuiu para que a Igreja fosse capaz de, no Brasil, a um só tempo,

(A) promover a vinda de artistas e pintores que retrataram

cenas do cotidiano da sociedade e realizar um significa-tivo trabalho educacional para a expansão da arte euro-peia.

(B) refletir, na colônia, o panorama histórico europeu do sé-

culo XVIII e sedimentar o processo político revolucio-nário que influenciou os movimentos nativistas desse sé-culo.

(C) preservar as culturas das várias nações indígenas que

habitavam o interior do território e adotar a catequese como parâmetro para a educação da população pobre.

(D) conferir uma importância central à educação como ins-

trumento promotor da civilização e promover a incorpo-ração dos conhecimentos europeus pelos povos nativos.

(E) reafirmar a vitória do catolicismo sobre seus adversários

e demonstrar a força superior da religião dos coloniza-dores às populações de origem nativa e africana.

________________________________________________________________

27. No Brasil, os filhos das classes médias urbanas enriquecidas, que estudaram em universidades europeias, e a maçonaria foram os principais responsáveis pela divulgação dos ideais da Ilustração e pelos movimentos rebeldes da segunda meta-de do século XVIII. Entre eles a

(A) Revolta de Vila Rica. (B) Inconfidência Mineira. (C) Guerra dos Mascates. (D) Guerra dos Emboabas. (E) Confederação do Equador.

Atenção: Para responder às questões de números 28 a 31, con-sidere os textos apresentados abaixo.

19 de abril [1888]

Lá se foi o barão com a alforria dos escravos na mala. Venha,

que é tempo. Ainda me lembro que lia na Europa, a nosso respeito,

por ocasião da famosa proclamação de Lincoln. Mais de um jornal fez

alusão nominal ao Brasil, dizendo que restava agora que um povo

cristão e último imitasse aquele e acabasse também com seus

escravos. Espero que hoje nos louvem. Ainda que tardiamente, é a

liberdade, como queriam a sua os conjurados de Tiradentes.

7 de maio [1888]

O ministério apresentou hoje à Câmara o projeto de abolição.

É a abolição pura e simples. Dizem que em poucos dias será lei.

13 de maio [1888]

Enfim, lei. (...) confesso que senti grande prazer quando sou-

be da votação final do Senado e da sanção da Regente. Estava na

Rua do Ouvidor, onde a agitação era grande e a alegria geral.

(Machado de Assis. Memorial de Aires. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. Obra completa, v. I, 1986, p. 1117-18)

28. Com base nos fragmentos acima, exemplos da forma como

procede o narrador ao longo de todo o Memorial de Aires, é correto afirmar que esse romance machadiano se constrói como

(A) uma sucessão de registros pessoais, em primeira pes-

soa, tal como sucede nos diários e nas anotações de caráter privado.

(B) uma reflexão analítica e sistemática, inteiramente obje-

tiva, dos fatos políticos protagonizados pelo narrador. (C) um documento de época, pelo qual se acusam inconfi-

dências que tiveram profunda influência sobre a política nacional.

(D) uma alternância entre fatos colhidos no jornal e memó-

rias pessoais despertadas por esses mesmos fatos. (E) um pronunciamento crítico e objetivo, em terceira pes-

soa, sobre os rumos do movimento republicano. ________________________________________________________________

29. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sen-tido de uma expressão em:

(A) com a alforria dos escravos na mala = comprometendo

o processo da abolição. (B) fez alusão nominal ao Brasil = denegriu expressamente

a imagem do Brasil. (C) como queriam a sua os conjurados de Tiradentes = tal

como suspeitavam da sua os companheiros do alferes. (D) É a abolição pura e simples = Trata-se da abolição

plena. (E) soube (...) da sanção da Regente = dei-me conta da in-

terdição da Regente.

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10 PUCCAMP-111-Direito

30. O movimento que tornou a abolição um fato inevitável e contri-buiu para que a Lei, referida no texto de Machado de Assis, fosse aprovada em 1888,

(A) apresentou projetos de leis que possibilitaram a extinção

gradual da escravidão, favorecendo a intensificação das lutas sociais em todas as províncias do território bra-sileiro.

(B) introduziu transformações estruturais na sociedade, con-

seguindo, com o apoio das camadas mais pobres, alte-rar a composição da elite brasileira e dividir o controle do cenário político.

(C) estruturou-se a partir dos centros urbanos e encontrou

apoio no Nordeste, onde o contingente de escravos estava declinando desde o século XVIII, em razão da decadência econômica.

(D) contribuiu para a decadência econômica do Norte e do

Nordeste, uma vez que, incentivou o comércio interpro-vincial de escravos e não resolveu a demanda de mão de obra na região.

(E) organizou-se a partir das grandes fazendas de café e

encontrou apoio nos imigrantes, que estavam descon-tentes com o tratamento dado ao trabalhador no sistema de parceria.

________________________________________________________________

31. Com a proclamação de Lincoln, referida no texto de Machado de Assis, a guerra civil norte-americana, conhecida como Guerra de Secessão,

(A) chamou atenção pelo marcante caráter revolucionário,

pois defendia princípios como os do direito à vida, à li-berdade, à cidadania e à busca da felicidade.

(B) impulsionou a luta entre os governos nortista e sulista,

afim de garantir áreas de aplicação de capitais e merca-dos consumidores de produtos regionais.

(C) foi responsável pela crescente substituição do trabalho

humano pela máquina, pois impulsionou o processo de mecanização da produção em todo país.

(D) incentivou as colônias do norte a aperfeiçoar as técnicas

existentes, para atender a demanda das colônias sulis-tas, por produtos manufaturados.

(E) assumiu características de uma verdadeira revolução so-

cial, pois determinou a extinção do trabalho escravo e impôs o regime de trabalho assalariado.

________________________________________________________________

Atenção: Para responder às questões de números 32 a 35, con-sidere o texto apresentado abaixo.

O racionalismo econômico que acompanha passo a passo a

industrialização progressiva e a absoluta vitória do capitalismo, o

progresso das ciências exatas e históricas e o cientificismo filosófico

geral que com ele se relaciona – tudo isto prepara o caminho para a

grande batalha contra o romantismo. A preparação e o desencadear

dessa batalha são mais uma contribuição da geração de 1830 para o

alicerçamento do século XIX. O romance naturalista, a mais original

criação desse período, traduz o espírito não-romântico da nova ge-

ração. Tanto o racionalismo econômico como o pensar político em

termos de luta de classes atribuem ao romance o estudo da reali-

dade social e dos mecanismos sociopsicológicos.

(Arnold Hauser. História social da Literatura e da Arte. Trad. S. Paulo: Mestre Jou, 1972, v. II, p. 883-84)

32. O triunfo do capitalismo industrial no século XIX, bem como os valores a ele associados pelo texto sofreram um forte abalo no século XX, com os efeitos psicológicos, culturais e materiais da Primeira Guerra Mundial. Entre estas conse-quências pode-se citar

(A) a crise da “consciência burguesa” racionalista, marcada

pela crença no progresso constante e irreversível da vi-da material e do conhecimento.

(B) a volta do romantismo como estilo de vida, escola artís-

tica e visão de mundo vigente na Europa do pós-guerra, marcadas pela valorização da natureza.

(C) o fim das vanguardas artístico-culturais que eram a

expressão mais acabada do racionalismo econômico e do cientificismo filosófico.

(D) o colapso da sociedade industrial europeia, trazendo de

volta o medo das revoluções camponesas de cunho messiânico e religioso.

(E) o surgimento de teorias relacionadas à evolução da

espécie humana, algumas de cunho científico, como a doutrina das mutações.

________________________________________________________________

33. A Revolução Industrial pode ser vista, em linhas gerais, como o processo estrutural que sustentou a vitória do capitalismo, do racionalismo econômico e do cientificismo filosófico, men-cionados no texto. Dentre as características que expressam este triunfo em boa parte da Europa e da América do Norte, estão

(A) o estabelecimento das corporações de ofício, o cresci-

mento do “sistema de manufaturas” e a afirmação da he-gemonia calvinista.

(B) a supremacia das leis de mercado, a produção em série

e a crença de que a natureza poderia ser conhecida e dominada pelo homem.

(C) a regulação do mercado pelo Estado absolutista, o incre-

mento à produção com uso de tecnologias avançadas e o culto à concepção do desenvolvimento sustentável.

(D) o acirramento da exploração de trabalho semi-servil nas

fábricas, a reforma agrária e a hegemonia da filosofia positivista.

(E) a predominância da mentalidade protestante, o aprimo-

ramento das teses marxistas sobre o modo de produção capitalista e a corrida imperialista na África.

________________________________________________________________

34. Depreende-se da leitura do texto que

(A) os ideais românticos da geração de 1830, rechaçados pelo naturalismo, alimentaram uma violenta reação contra o racionalismo científico.

(B) a análise da luta de classes e dos mecanismos psicoló-

gicos constituíram por longo tempo os principais interes-ses dos escritores românticos.

(C) os valores românticos foram duramente combatidos pela

corrente literária associada ao progresso das ciências e à análise das relações sociais.

(D) o romance naturalista, ao avaliar com dureza o estágio

das ciências exatas e históricas, afastou-se radicalmente de seus primitivos ideais espiritualistas.

(E) o racionalismo econômico e a vitória do capitalismo aca-

baram por estimular, numa reação contrária, o surgi-mento das ideias e dos valores naturalistas.

________________________________________________________________

35. O romance naturalista privilegiou, na constituição de suas per-sonagens, o fato de que elas deveriam

(A) atender com naturalidade à força de suas emoções pes-

soais, de seus mecanismos psicológicos. (B) contribuir para que o leitor, prevenido contra os males do

cientificismo, se insurgisse contra ele. (C) adotar um discurso antirromântico, de modo a evitar que

as questões sociais as afastassem das emocionais. (D) refletir a força determinante das condições sociais sobre

sua personalidade e seu comportamento. (E) preservar, em meio à voracidade do capitalismo, o senso

natural de justiça e liberdade.

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PUCCAMP-111-Direito 11

Atenção: Para responder às questões de números 36 a 42, con-sidere o texto apresentado abaixo.

Uma simples inspeção das datas mostra que o Modernismo

se vincula estreitamente a certas transformações da sociedade.

1922 é um ano simbólico do Brasil moderno, coincidindo com o

Centenário da Independência. A Guerra Mundial de 1914-1918

influiu no crescimento da nossa indústria e no conjunto da eco-

nomia. (...) Em 1930, segunda data-chave, sofríamos, como todo o

mundo civilizado, os efeitos da grande crise econômica mundial,

aberta em 1929, que motivou um decênio de depressão. Golpeando

na base o nosso produto de exportação, o café, ele abalou a oli-

garquia dirigente, apoiada na economia rural e permitiu a vitória dos

liberais na Revolução de Outubro. (...) A terceira data-chave, 1945,

corresponde ao ano em que terminou a Segunda Guerra Mundial.

Como ocorrera no período de 1914-1918, o conflito influiu decisiva-

mente na nossa economia e mentalidade, fazendo-nos entrar na era

industrial, formando um proletariado numeroso, que passou a exigir

a sua participação na vida política, liquidando nas áreas adiantadas

o mandonismo local.

(Antonio Candido e José Aderaldo Castello. Presença da Literatura Brasileira − Modernismo. Rio de Janeiro / S. Paulo: Difel, 1977, 6. ed., p. 7-9)

36. Nesse trecho crítico, considera-se que o Modernismo foi

(A) um movimento estético uniforme e contínuo, que influen-ciou decisivamente três gerações de artistas e escrito-res.

(B) uma sucessão de momentos históricos, determinados

pela exploração de distintos estilos literários. (C) um movimento estético significativamente marcado pelos

abalos históricos ao longo da primeira metade do século XX.

(D) um progressivo aperfeiçoamento das técnicas artísticas,

como forma de reação às barbáries do século XX. (E) uma sucessão contraditória de programas estéticos, mo-

tivada pelas crises econômicas do século XX. ________________________________________________________________

37. Em romances como Menino de engenho, de José Lins do Rego, e Cacau, de Jorge Amado, sente-se a força e a deca-dência de ciclos econômicos regionais, encontrando-se nes-ses romances a representação

(A) da formação do moderno proletariado brasileiro. (B) dos profundos abalos sofridos pelas oligarquias rurais. (C) da nostalgia dos valores do nosso período colonial. (D) do enfraquecimento das novas classes dirigentes. (E) da derrota imposta pelos coronéis ao incipiente surto in-

dustrial. ________________________________________________________________

38. Reconhece-se adequadamente a estreita relação histórica que houve entre os seguintes elementos:

(A) Primeiro modernismo - industrialização - Pauliceia des-

vairada. (B) Centenário da Independência - Segunda Guerra Mundial

- Macunaíma. (C) Segunda Guerra Mundial - industrialização - Poesia

pau-brasil. (D) Pós-Segunda Guerra Mundial - Semana de Arte

Moderna - Os sertões. (E) Geração de 1945 - regionalismo nordestino - Fogo morto.

39. Ao longo do período republicano focado no texto, dentre os fe-nômenos que atestam a força do proletariado ao exigir a sua participação na vida política, pode-se destacar

(A) as greves operárias realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo entre 1917 e 1920, e a Coluna Prestes.

(B) a lei Adolfo Gordo (que determinava a expulsão de ope-

rários estrangeiros envolvidos em agitações) e a Inten-tona Comunista.

(C) a criação das leis trabalhistas durante a Era Vargas e a

formação das Ligas Camponesas. (D) as revoltas sociais como o Contestado e o movimento

dos 18 do Forte, e a fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB).

(E) o crescimento do movimento sindical articulado por co-

munistas e anarquistas, e a criação da Aliança Nacional Libertadora (ANL).

________________________________________________________________

40. Considere os dados que seguem.

Imigração no Brasil

Períodos Imigrantes (em milhares)

1896-1900 470,3

1901-1905 279,7

1906-1910 391,6

1911-1915 611,4

1916-1920 186,4

1921-1925 386,6

1926-1930 453,6

(Adaptado de Leslie Bethel (Ed). The Cambridge History of Latin America, v. IV, p. 131, apud Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2002, p. 275)

Os números acima, as informações fornecidas pelo texto e seus conhecimentos sobre o impacto da Primeira Guerra Mundial no Brasil, permitem afirmar que esta guerra

(A) provocou, ao terminar, notável crescimento econômico e o maior aumento do número de imigrantes europeus registrado no país, ao longo de toda nossa história.

(B) acelerou o desenvolvimento econômico no Brasil, uma

vez que o país passou a exportar para diversos países cujas economias se viram prejudicadas pelo conflito, ao passo que manteve o contínuo crescimento do fluxo de imigração.

(C) influiu na produção de café, ampliando o mercado con-

sumidor, os setores agrários e industriais, a ponto de atrair, nos anos vinte, um contingente muito maior de imigrantes do que o registrado desde o início do século.

(D) impactou a economia brasileira, estimulando o desenvol-

vimento industrial, que não repercutiu, no imediato pós-guerra, em aumento do número da chegada de imi-grantes europeus no país.

(E) prejudicou economicamente o país, a despeito das afir-

mações do texto, atrapalhando a vinda de imigrantes eu-ropeus, que deixaram de embarcar durante o conflito em função do risco que representava a viagem.

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12 PUCCAMP-111-Direito

41. O fim da Primeira República é marcado pela Revolução de 1930, cujo episódio conhecido como “revolução de outu-bro”, segundo o texto, abalou a oligarquia dirigente. A oligarquia a que o texto se refere

(A) rompeu a política do café-com-leite fazendo aliança com

a oligarquia nordestina ao apresentar a candidatura de João Pessoa, logo assassinado por razões políticas.

(B) era a oligarquia mineira, que assumira a presidência de-

vido ao sucesso da Aliança Liberal formada com a oligarquia gaúcha, logo destituída pelas tropas constitu-cionalistas paulistas.

(C) abarcava o conjunto das elites rurais brasileiras, que

perdem espaço para as classes médias e os militares li-berais, após a vitória do Tenentismo, encabeçado por Getúlio Vargas.

(D) tratava-se da oligarquia paulista, que procurara manter-se

a todo custo no poder, forjando a vitória eleitoral de seu candidato à presidência, Julio Prestes.

(E) representava a velha “República da Espada”, ou seja, os

militares que haviam proclamado a República e man-tinham-se nos bastidores do poder desde o fim do man-dato do Marechal Floriano Peixoto.

________________________________________________________________

42. Observe a charge abaixo.

TRADIÇÃO

DEMOCRÁTICA

(Apud Rodrigo Patto Sá Motta. Jango e o Golpe de 1964 na caricatura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1964. p. 174)

O anticomunismo foi um significativo componente da menta-lidade vigente no Brasil e bastante presente no contexto pós-Segunda Guerra Mundial, mencionado no texto. A charge acima, publicada pelo jornal O Estado de São Paulo em março de 1964, após a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, pretendia

(A) demonstrar que, no Brasil, o golpe de 64, apoiado por

São Paulo, no mês anterior, havia garantido a vitória da tradição democrática, ao destituir João Goulart, um presidente de visíveis inclinações nacionais socialistas.

(B) apoiar a luta democrática, personificada por Jango, um

herdeiro do trabalhismo de Getúlio, contra o imperialis-mo soviético e os grupos integralistas de tendência nazifascista em São Paulo.

(C) identificar o comunismo e o nazifascismo como ameaças

à democracia, pretensamente defendida em São Paulo pelos organizadores da Marcha, em repúdio às Reformas de Base anunciadas por Jango, então taxado de comunista.

(D) evocar o nacionalismo a fim de combater a infiltração de

ideologias estrangeiras, independente de quais fossem, uma vez que Jango demonstrava estar subjugado por pressões externas.

(E) defender a posição de neutralidade política do Brasil na

Guerra Fria, uma vez que as forças políticas de São Paulo eram partidárias do não-alinhamento como forma de afastar o radicalismo político.

Atenção: Para responder às questões de números 43 a 47, con-sidere o texto apresentado abaixo.

Nos anos cinquenta do século passado abriu-se para o Brasil

um amplo leque de perspectivas, sobretudo em função de um pós-guerra que não nos deixou de beneficiar − econômica e cultural-mente. Se na indústria a criação de uma siderurgia nacional assina-lava nossa modernização e aparelhamento produtivo, na cultura su-cediam experimentos e projetos de todo tipo. Na música e na ar-quitetura, por exemplo, novas formas traduziam novas atitudes, no-vas referências sociais. Na literatura, o fenômeno da prosa de Guimarães Rosa, mágico malabarista da tradição e da invenção, era acompanhado de ousadias da poesia de vanguarda. O Brasil começava a desfazer suas amarras com o arcaísmo cristalizador de fórmulas como: “este é um país essencialmente agrário”.

(Antenor Siqueira, inédito) 43. Entre as manifestações literárias dos anos cinquenta do sé-

culo passado, destaca-se

(A) a eclosão do movimento concretista, na poesia, e a ra-dical invenção literária representada por Grande sertão: veredas, na prosa.

(B) a propagação dos ideais socialistas, na poesia de Carlos

Drummond de Andrade e na ficção revolucionária de Clarice Lispector.

(C) o surgimento da crônica de costumes urbanos, na prosa,

e da linguagem coloquial e espontânea, na poesia lírica de Manuel Bandeira.

(D) a recuperação dos ideais modernistas de 22, tanto na

poesia de João Cabral de Melo Neto como na prosa experimental de Luis Fernando Veríssimo.

(E) a propagação dos ideais poéticos da geração de 45 e a

predominância, na prosa, dos valores mais representa-tivos das várias culturas regionais.

________________________________________________________________

44. A referência a Guimarães Rosa, apresentado como mágico malabarista da tradição e da invenção, deve-se ao fato de que, em sua ficção, esse autor soube

(A) expressar a contradição brutal que sempre existiu entre

um Brasil selvagem e um Brasil civilizado. (B) utilizar de tal forma sua imaginação que em nenhuma de

suas páginas suspeitamos tratar-se de literatura regio-nal.

(C) explorar a linguagem do mesmo modo radical que os

poetas concretos, provendo a prosa de recursos da lin-guagem visual.

(D) inventar histórias mirabolantes e inverossímeis, inaugu-

rando entre nós o que veio a se chamar realismo fantás-tico.

(E) aliar elementos de cultura popular e conservadora com

uma expressão linguística extraordinariamente original. ________________________________________________________________

45. Entre as ousadias da poesia de vanguarda da década de 50 do século passado está a seguinte proposta, extraída de um manifesto desses poetas:

(A) relevância absoluta do conteúdo social, do qual se deve

extrair diretamente a invenção de novos códigos. (B) apelo à comunicação não-verbal, abolindo-se o verso e

valorizando-se o espaço em branco, a disposição gráfica dos signos.

(C) reconhecimento do caráter precário da comunicação lin-

guística, razão pela qual todo poema é um passo para o fracasso e para o silêncio.

(D) valorização extrema das figuras de retórica, de modo a

alçar a linguagem ao padrão de eficácia das artes plásti-cas.

(E) renúncia à sintaxe e ao ritmo da frase, de modo a sugerir

o estágio inicial de uma linguagem inculta e primitiva.

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46. As bases da crença de que o Brasil era um país essencial-mente agrário, comentada no texto, podem ser verificadas na forma pela qual o país se inseriu na economia mundial, ainda no século XIX. Tal inserção ocorre uma vez que o Brasil pos-suía uma economia

(A) essencialmente agrícola baseada na subsistência da eli-

te local e no baixo padrão de consumo urbano. (B) baseada no extrativismo de minérios e no predomínio do

sistema de manufaturas familiares. (C) agroexportadora, baseada na monocultura e importadora

de produtos manufaturados. (D) alicerçada no comércio interno de escravos e na pecuá-

ria voltada para o mercado sul-americano e europeu. (E) organizada em torno das trocas comerciais determina-

das pelo Pacto Colonial e da produção agrícola em pe-quenas propriedades.

________________________________________________________________

47. O pós-Segunda Guerra no Brasil foi marcado pela experiên- cia democrática e nacional-desenvolvimentista, marcada por muitos conflitos políticos e interrompida pelo golpe militar de 1964. Entre os elementos relacionados a estes conflitos, deve-se considerar

(A) o alinhamento geopolítico do Brasil ao bloco socialista,

assumido pelos governos progressistas desse período, que foram duramente combatidos pela oposição conser-vadora e pelos Estados Unidos.

(B) as vitórias do Partido Comunista, nos processos eleito-

rais ocorridos nesse período, não reconhecidas pelos partidos conservadores, causando enorme tensão políti-ca em nível nacional.

(C) a herança política do trabalhismo cunhado por Getúlio

Vargas, que dominou a política durante todo o período, uma vez que presidentes getulistas sucederam-se no poder através de fraudes eleitorais, sempre contestadas pela oposição.

(D) as constantes crises políticas causadas, sobretudo, pela

existência de projetos político-ideológicos conflitantes para o Brasil, potencializados pelo contexto da Guerra Fria.

(E) o êxito político dos partidos de esquerda, que consegui-

ram projeção nacional devido à proliferação dos movi-mentos operários e camponeses, impondo reformas cuja execução provocaram a derrota dos setores conserva-dores.

________________________________________________________________

Atenção: Para responder às questões de números 48 a 50, con-sidere o texto apresentado abaixo.

A respeito de participação sua junto a um grupo de estudos formado em Osasco, constituído de jovens do subúrbio, no período da ditadura do governo Médici, relata o professor Alfredo Bosi:

Apresentei-me um tanto encabulado. (...) Por onde começar?

Combinei que leríamos juntos Vidas secas de Graciliano Ramos.

Foi uma revelação. A história de Fabiano, Sinha Vitória, os dois me-

ninos e Baleia era a história de seus pais e avós. Os excluídos ti-

nham mudado de chão e cumprido o destino que o fecho da novela

lhes anunciara: chegaram a uma cidade do Sul. Aqueles jovens

apartados do mundo da cultura letrada afinal reconheciam-se nas

personagens que estavam servindo de tema para essa mesma

cultura nas faculdades de Letras!

(Alfredo Bosi. Literatura e resistência. S. Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 263)

48. A política econômica do governo, em cujo período Alfredo Bosi viveu a experiência referida no texto, orientava-se pela ideia de que era preciso fazer crescer o “bolo da economia” para depois “distribuí-lo”. Esse tipo de política

(A) acentuou ainda mais as desigualdades regionais e so-ciais, desencadeando forte movimento migratório e exa-gerada concentração de renda.

(B) favoreceu a distribuição harmônica do parque industrial

no país, evitando a elevação das taxas de desemprego em todas as regiões do país.

(C) promoveu a regulamentação das economias locais e re-

gionais, implementando alguns mecanismos de distribui-ção equitativa da riqueza nacional.

(D) possibilitou o abandono do tradicional modelo agrá-

rioexportador, facilitando o deslocamento da mão de obra para o setor industrial em expansão.

(E) assinalou o início da primazia política da classe média

urbana, provocando o desenvolvimento industrial e a de-cadência da economia exportadora.

________________________________________________________________

49. Ao comentar o encontro com jovens do subúrbio, Alfredo Bosi animou-se com a possibilidade de

(A) a literatura regionalista atrair os leitores da periferia por conta do exotismo da linguagem adotada nesse tipo de ficção.

(B) as faculdades de Letras proporcionarem atividades por

meio das quais viessem a se ilustrar os jovens da peri-feria.

(C) um experiente professor sentir-se encabulado diante da

resistência de jovens suburbanos à mais alta literatura. (D) ocorrer uma surpreendente identificação entre leitores e

personagens, a partir de experiências comuns. (E) se revelar uma fatal dissociação entre os cursos de Le-

tras e as experiências vividas por jovens não letrados. ________________________________________________________________

50. Depreende-se da leitura do texto que, em Vidas secas,

(A) as diferentes cenas representadas têm como elemento comum seu caráter fantasioso.

(B) a base realista da sofrida história impede que o narrador

imagine tempos mais auspiciosos para a família. (C) a base realista da narrativa manifesta-se com forças

diferentes para os diversos públicos que a obra en-contra.

(D) o tema da exclusão social tem o poder de seduzir do

mesmo modo e com a mesma intensidade os mais diferentes públicos.

(E) a retirada da família nordestina é o modo pelo qual os

migrantes desafiam o destino que lhes é reservado.