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No DE INSCRIÇÃO
No DE SALA
VESTIBULAR DE INVERNO 2011
LIVRETEDE QUESTÕES
2º DIA
CONHECIMENTOS GERAIS E REDAÇÃO
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capa_livrete_de_questoes_vestibularInverno2011_FINAL.pdf 5 6/3/11 5:26 PM
INSTRUÇÕES
01. Escreva na capa, em local próprio, o seu NÚMERO DE INSCRIÇÃO e da sua SALA.
02. Dê as RESPOSTAS às QUESTÕES OBJETIVAS no FORMULÁRIO DE RESPOSTAS, nos campos ópticos próprios. Para tanto utilize apenas caneta esferográ�ca preta. Não poderá ser utilizada caneta esferográ�ca de qualquer outro tipo ou cor (vermelho, azul, roxo, roller-ball, porosas, etc.).
03. Assine o Formulário de Respostas.
04. A REDAÇÃO deve ser feita no FORMULÁRIO ESPECIAL, com caneta esferográ�ca preta. Este formulário não deve ser assinado. SIGA TODAS AS INSTRUÇÕES CONSTANTES DESTA QUESTÃO.
05. Para eventuais rascunhos, utilize-se dos espaços em branco constantes deste livrete. Os rascunhos não serão corrigidos.
06. As instruções para resolução das questões constam da prova. NENHUM COORDENADOR OU FISCAL DE SALA ESTÁ AUTORIZADO A PRESTAR INFORMAÇÕES SOBRE AS QUESTÕES.
07. Somente poderá retirar-se da sala após 1 hora e 30 minutos do início da prova, ocasião em que deverá ter assinado a Lista de Presença e entregue o Livrete de Questões, os Formulários de Respostas e de Redação.
08. Aconselha-se atenção ao transcrever as respostas deste Livrete de Questões para o Formulário de Respostas, pois rasuras poderão anular a questão.
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capa_livrete_de_questoes_vestibularInverno2011_FINAL.pdf 6 6/3/11 5:26 PM
PUCCAMP-111-Prova-Geral 3
CONHECIMENTOS GERAIS
Instruções: Leia atentamente o texto abaixo para responder às
questões de números 1 a 50.
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Conforme já provou a física quântica... É engraçado como pessoas sem o menor trato com a
matemática e as ciências da natureza invocam a física moderna para dar sustentação científica a suas convicções. Eu estou longe de ser uma cientista: o espetáculo das reações químicas, os processos da Vida e até os espan-tosos avanços da engenharia genética nunca chegaram a me entusiasmar de verdade. Já na física eu me viro melhor. Não em toda a física, é claro: confesso que derrapo bas-tante no eletromagnetismo e na termodinâmica; mas na mecânica, principalmente, pelo menos até onde me leva Sir Isaac Newton, eu não me aperto. Assim também na mate-mática: encarei de peito aberto até mesmo o logarítmo, que é, por assim dizer, o “divisor de águas” entre os iniciados nas ciências naturais e o restante dos mortais. Tive também aqui uma ou outra “pedra no meio do caminho”, mas, em contrapartida, vivi uma paixão inesquecível: a equação algébrica, ministrada lá nos anos da linha dura (é, não sou mocinha) por um coronel truculento, que se orgulhava de arrebanhar os incautos para uma temível ARA (Associação de Reprovados em Álgebra). Pois esse homem era um
professor de tal forma competente, que diante da lousa − ou da pedra, como se costumava dizer no meu lugar e no meu
tempo − sempre me pareceu um anjo que levitasse ou que, em vez de me falar de abstrações áridas, me mostrasse as sete maravilhas do Mundo Antigo.
Como disse, não sou cientista, mas meu conhecimento das ferramentas da física é maior do que o da média de todo mundo; por isso me espanta que gente que mal aprendeu as funções elementares tenha a cara de pau de dizer que a física quântica prova por “a mais b” isto e aquilo. Ora, pelo pouco que compreendo (pois reconheço quando a areia é demais para meu caminhãozinho), a física quântica jamais pretendeu explicar nada fora das fronteiras do estritamente natural. E se por acaso e involuntariamente acabasse provando essas maravilhas que dizem provar, tais como a vida após a morte e a própria existência de Deus, não tenho dúvida de que os físicos seriam os primeiros a sair berrando a boa nova aos quatro cantos do mundo.
Isto posto, também eu me acho no direito de elaborar minha teoriazinha. À medida que o tempo avança e me sinto mais perto do dia em que deixarei minha forma orgânica animada para retornar à condição mineral, ao pó de que tudo é feito, tenho pensado muito na solidão hu-mana (apesar do mundo cada vez mais apinhado de gente mal distribuída) e na finitude de nossa consciência indi-vidual. E considerei que, talvez, de modo análogo ao que parece ocorrer no interior do átomo, a nossa condição de “indivíduo”, de “partícula” no Universo em permanente mutação seja apenas em parte verdadeira. Talvez sejamos também outra coisa, quem sabe partes de um organismo maior que nos abranja a todos e no qual nos refundamos sempre, sem que nunca nada se perca (para atualizar a lei de Lavoisier). E o próprio tempo, acaso não seria ele uma ilusão da nossa percepção, como o fenômeno das miragens no deserto? E se todos os eventos da humanidade, da Terra e do próprio Universo estivessem numa “superpo-sição de estados”, nesse tal de “emaranhado quântico”, de tal modo que tudo aquilo que conhecemos como sendo o
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presente e o passado, e mesmo o futuro, estivesse acontecendo simultaneamente? Se isso fosse verdade, o mesmo espectador poderia testemunhar, digamos, a morte de Cleópatra, a gloriosa partida das naus portuguesas, a
queda da Bastilha, o fim do regime tzarista ou − quem
sabe? − a superação dos desastres ambientais? A quem me diga que isto parece demasiado excêntrico
ou ilógico, eu gosto de contar um diálogo ocorrido entre dois gigantes da ciência do século XX: Albert Einstein, inconfor-
mado com o comportamento aparentemente aleatório das partículas subatômicas, teria dito aquela frase célebre: “Eu não posso conceber que Deus jogue dados”. A que Niels Bohr, bonachão e bem humorado, replicou: “Ora, você precisa parar com essa mania de andar por aí dizendo o que Deus pode e o que não pode fazer”.
Já acusaram meus neurônios de trabalharem num desconhecido fuso horário... Mas basta olhar para o “céu em que se movem o sol e as mais estrelas” (no ines-quecível verso de Dante) para nos sentirmos imantados
pela infinitude, pelos enigmas, pelos mistérios − estejam eles na órbita dos planetas ou nos genomas. Não sei se é destino do homem chegar a alguma terra prometida, a uma resposta final para sua dolorosa epopeia; sei que é seu destino caminhar, seja como um sofrido migrante, seja como um atrevido expedicionário do espaço sideral.
(Ayde Veiga Lopes, inédito)
1. No texto, a autora
(A) caçoa das pessoas que não dominam conceitos da matemática e das ciências da natureza, conhecimento que considera obrigatório a todo indivíduo que teve acesso ao estudo formal, como ocorreu com ela.
(B) afirma não ser uma cientista, mas sua descrição de si
própria comprova possuir a ampla curiosidade e dedicação que a fazem ser reconhecida como tal entre os que, como ela, se dedicam à ciência.
(C) manifesta, valendo-se de dados de sua biografia, a
compreensão que tem acerca da física moderna, a partir do que organiza suas próprias opiniões e ideias sobre a existência, expressas juntamente com as hipóteses e dúvidas que enfrenta.
(D) rememora passagens de sua vida estudantil para defen-
der a ideia de que a física quântica não é acessível a qualquer indivíduo, fato que acarreta a desconfiança das pessoas no que esse ramo da física já comprovou acerca de Deus e da vida após a morte.
(E) faz rigoroso apanhado de questões básicas da física e
da matemática que estão diretamente vinculadas à física quântica, a que ela atribui, mesmo assumindo as limi-tações de seu próprio conhecimento, as revelações ímpares sobre o que está para além do natural.
________________________________________________________________
2. No primeiro parágrafo, (A) o segmento após os dois-pontos (linha 4), exprime uma
justificativa. (B) Já (linha 7) equivale a “então”, como ocorre em “Se não
o encontrar amanhã, já ficam os meus parabéns pelo seu aniversário”.
(C) Sir Isaac Newton (linhas 10 e 11) foi citado como
comprovação de que os princípios da mecânica são de mais fácil entendimento do que os da termodinâmica.
(D) a sigla ARA (linha 19) foi mencionada como prova de
que o professor-coronel era um mestre bastante competente.
(E) Pois (linha 20) introduz explicação para o fato de o
coronel ser considerado truculento e temível.
4 PUCCAMP-111-Prova-Geral
3. No segundo parágrafo, (A) (linha 28) a palavra mal está empregada em confor-
midade com o padrão culto escrito, como acontece na frase “Sua demissão deveu-se a seu mal comporta-mento”.
(B) (linha 30) a expressão destacada em prova por “a mais
b” é própria da ciência e usada exclusivamente para tratar de assuntos pertinentes a esse campo de conhecimento.
(C) (linha 30) a expressão isto e aquilo refere-se aos fatos
provados pela física quântica que foram mencionados anteriormente na frase.
(D) (linha 31) o emprego de Ora, ainda que sem a repetição
explícita, está adequadamente explicado assim: “empre-ga-se, repetido no início de duas frases sequentes, com valor alternativo, como em ´Ora estudava, ora fingia estudar´”.
(E) (linhas 31 e 32) os parênteses acolhem comentário que
reforça a consciência de limitação já expressa na mesma frase.
________________________________________________________________
4. À medida que o tempo avança e me sinto mais perto do dia em que deixarei minha forma orgânica animada para retornar à condição mineral, ao pó de que tudo é feito, tenho pensado muito na solidão humana (apesar do mundo cada vez mais apinhado de gente mal distribuída) e na finitude de nossa consciência individual. Considerando o trecho acima, em seu contexto, é correto afirmar que (A) a locução À medida que introduz oração de natureza
comparativa. (B) o segmento que está entre vírgulas corresponde estrita-
mente a uma explicação do que foi dito anteriormente, sem que propicie, portanto, acréscimo de alguma infor-mação.
(C) a locução verbal tenho pensado expressa fato momen-
tâneo, sem duração além do específico ponto em que se deu.
(D) o mundo cada vez mais apinhado de gente é ideia que
contraria o pensamento de que existe uma solidão humana, mas não impede que o isolamento do homem tenha presença.
(E) o uso concomitante de nossa e individual, embora não
constitua incoerência, é impropriedade que enfraquece a ideia no processo de argumentação.
________________________________________________________________
5. Se isso fosse verdade, o mesmo espectador poderia testemu-nhar, digamos, a morte de Cleópatra, a gloriosa partida das naus portuguesas, a queda da Bastilha, o fim do regime tzarista ou − quem sabe? − a superação dos desastres ambientais? Considerando o contexto, o trecho acima (A) comprova que a hipótese levantada é desprovida de
qualquer fundamento. (B) exemplifica a simultaneidade anteriormente referida. (C) fundamenta a falsidade de se considerar o fenômeno
das miragens no deserto como ilusão da percepção humana.
(D) concretiza a ideia de que somos efetivamente uma
partícula no Universo em permanente mutação. (E) é exemplo de argumentação por absurdo, em que uma
irracionalidade − um espectador testemunhar algo que nem aconteceu ainda − prova que o raciocínio deve ser rejeitado.
6. No quarto parágrafo, (A) se A quem me diga recebesse outra formulação, esta
estaria em conformidade com o padrão culto escrito: “Aquele que me disser”.
(B) ao citar Albert Einstein e Niels Bohr, a autora esclarece que somente no século XX a ciência viu surgir pesqui-sadores da estatura de verdadeiros “gigantes”.
(C) ao usar aquela, em teria dito aquela frase célebre, a autora revela acreditar que o leitor de seu texto pode já conhecer a frase que vai citar.
(D) o emprego de replicou, associado às palavras com que Niels Bohr é descrito, comprova que esse estudioso recebe tratamento desfavorável por parte da autora.
(E) o emprego da forma verbal teria (em teria dito) revela que o diálogo entre os dois cientistas é uma das fantasias que costumam cercar pessoas ilustres.
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7. No último parágrafo, a autora (A) busca esclarecer que certas convicções suas não são
simplesmente fruto de um comportamento peculiar seu, mas sim motivadas por fenômenos que considera em si grandiosos.
(B) cita verso de Dante para deixar entrever sua convicção de que os grandes mistérios que intrigam o homem estão mesmo na órbita dos planetas.
(C) confirma, especialmente pelo emprego de atrevido, o entendimento de que a audácia humana não tem limites, como defendido ao longo do texto.
(D) declara não ter esperança de que a trajetória humana possa terminar em algum espaço paradisíaco.
(E) repele a acusação que lhe fazem de ser dada a diva-gações e comprova, com dados concretos, que suas atitudes são essencialmente racionais.
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8. O segmento do texto que está adequadamente traduzido é: (A) (linha 3) para dar sustentação científica a suas con-
vicções / para denunciar fatos inverídicos, que se consideram, equivocadamente, como legitimados pela ciência.
(B) (linha 13) é, por assim dizer, o “divisor de águas” / cons-titui o que alguns consideram, sem muita precisão, como sinônimo de competência.
(C) (linhas 18 e 19) se orgulhava de arrebanhar os incautos / se permitia punir os iniciantes expondo-os num grupo de reprovados.
(D) (linhas 68 a 70) inconformado com o comportamento aparentemente aleatório das partículas / não se re-signando a aceitar que as partículas, ao menos apa-rentemente, se comportassem ao capricho do acaso.
(E) (linhas 78 e 79) para nos sentirmos imantados pela infinitude, pelos enigmas, pelos mistérios / para que nos tornemos convictos de que há uma força infinita capaz de desvendar enigmas e mistérios.
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9. Frases do texto tiveram a pontuação original alterada. A que se mantém em acordo com o padrão culto escrito é: (A) É engraçado como pessoas, sem o menor trato com a
matemática e as ciências da natureza invocam a física moderna para dar sustentação científica a suas convicções.
(B) Como disse: não sou cientista, mas meu conhecimento das ferramentas da física é maior, do que o da média de todo mundo...
(C) ... por isso me espanta, que gente que mal aprendeu as funções elementares, tenha a cara de pau de dizer que a física quântica prova por “a mais b”, isto e aquilo.
(D) Isto posto; também eu me acho no direito, de elaborar minha teoriazinha.
(E) Ora, pelo pouco que compreendo − pois reconheço quando a areia é demais para meu caminhãozinho −, a física quântica jamais pretendeu explicar nada fora das fronteiras do estritamente natural.
PUCCAMP-111-Prova-Geral 5
10. Albert Einstein [...] teria dito aquela frase célebre: “Eu não posso conceber que Deus jogue dados”.
Transpondo a frase destacada acima para a voz passiva, a forma verbal corretamente obtida é: (A) havia dito. (B) teria sido dita. (C) tinha sido dita. (D) poderia ter dito. (E) diria.
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11. Aos escritores do Realismo e, sobretudo, do Naturalismo coube, por vezes, desenvolver um texto ficcional para que nele sustentassem certas convicções científicas da época, entre as quais destacava-se (A) o poder de escolha do indivíduo diante do destino: o
herói afirma sua vontade contra tudo e contra todos. (B) a alta capacidade de idealização: os protagonistas se
movem na direção dos princípios mais nobres. (C) a superioridade da civilização sobre os instintos: a
racionalidade controla a força da natureza. (D) a prevalência das forças biológicas sobre a vontade
humana: o homem é um produto da natureza. (E) a supressão dos mitos e dos valores religiosos: o mundo
natural passa a ser amado pela poesia que lhe é própria. ________________________________________________________________
12. No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma "pedra no meio do caminho"
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Esses versos são de um famoso poema de Carlos Drummond de Andrade e ilustram a seguinte atitude do poeta modernista: (A) explorar as reiterações, abandonando o estilo da lírica
tradicional e provocando a recepção crítica do leitor. (B) figurar os enigmas universais a partir de símbolos
herméticos, num discurso elevado e melancólico. (C) explorar o poema em prosa, para superar os limites do
verso e afastar a tendência ao ritmo repetitivo. (D) fixar uma simples estrutura musical, pela qual a
linguagem verbal deixa de ter sentido e sintaxe, valendo como sonoridade pura.
(E) deixar patente a insensibilidade a que nos leva o ritmo
mecânico e embrutecedor da vida metropolitana. ________________________________________________________________
13. No romance Macunaíma, de Mário de Andrade, o prota-gonista acaba, no final, tornando-se uma entidade celestial:
A Ursa Maior é Macunaíma. É mesmo o herói capenga que de tanto penar na terra sem saúde e com muita saúva, se aborreceu de tudo, foi-se embora e banza solitário no campo vasto do céu.
Como se pode depreender do acima exposto, o narrador desse romance (A) chegou a bom termo em seu desejo de qualificar com
precisão o nosso “caráter nacional”. (B) encontrou um desfecho mítico para o seu herói capenga,
“herói sem nenhum caráter”. (C) forjou um clímax para a narrativa, fazendo de Macu-
naíma um símbolo do otimismo nacionalista. (D) decidiu renunciar ao modernismo, dando à sua narrativa
um desfecho convencional. (E) abandona o tom coloquial que dera unidade à narrativa
e opta, ao final, por uma solução épica.
14. Quando a tradição regionalista parecia já esgotada na ficção
brasileira, um grande autor inventou uma epopeia, com direito
tanto à riqueza do meio rústico quanto à complexidade e ao
mistério das personagens em ação de guerra − tudo vazado
em linguagem autenticamente criada, isto é, nascida como de
um mágico surto inventivo.
(Floriano Esteves, inédito)
O trecho crítico acima está se referindo à tradição de romances como (A) Esaú e Jacó e Dom Casmurro, renovada pelo
surgimento de Os sertões. (B) Senhora e Lucíola, renovada pelo surgimento de O
Ateneu. (C) O Quinze e A bagaceira, renovada pelo surgimento de
Grande sertão: veredas. (D) O Quinze e A bagaceira, renovada pelo surgimento de
Os sertões. (E) O Guarani e O amanuense Belmiro, renovada pelo
surgimento de Grande sertão: veredas. ________________________________________________________________
15. Um migrante pernambucano é o protagonista de “Morte e vida severina”, poema/peça teatral de João Cabral de Melo Neto. Eis como se apresenta o migrante ao público:
O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
Como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Atente para as seguintes afirmações sobre esse fragmento:
I. Severino, humilde lavrador, não deixa de se mostrar
orgulhoso de suas origens aristocráticas. II. A difícil identificação do migrante decorre do fato de ele
ser desprovido de uma personalidade própria. III. Essa fala ajuda a entender que o adjetivo severina,
criado pelo poeta e utilizado no título, transmuda um nome pessoal numa condição coletiva.
Está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C) I e III, somente. (D) II e III, somente. (E) III, somente.
6 PUCCAMP-111-Prova-Geral
16. Considere os seguintes materiais: água destilada, ferro, sal de cozinha e gás de lixo. São obtidos a partir de reações químicas, SOMENTE
(A) água destilada e ferro.
(B) água destilada e sal de cozinha.
(C) água destilada e gás de lixo.
(D) ferro e sal de cozinha.
(E) ferro e gás de lixo.
________________________________________________________________
17. O esquema abaixo representa as relações entre os processos de fotossíntese e respiração celular.
FOTOSSÍNTESE GLICOSE RESPIRAÇÃOCELULAR
moléculas complexas
luz
III
II
I
IV
Assinale a alternativa da tabela que contém a identificação
correta das substâncias I, II, III e IV.
I II III IV
A H2O O2 CO2 ATP
B H2O ATP CO2 O2
C CO2 O2 H2O ATP
D CO2 ATP H2O O2
E ATP O2 H2O CO2 ________________________________________________________________
18. A engenharia genética, mais apropriadamente chamada tecnologia do DNA recombinante, é um conjunto de técnicas que permitem aos cientistas identificar, isolar, multiplicar e transferir genes dos mais diversos organismos.
Considere os processos a seguir: I. Produção de milho híbrido. II. Produção de insulina humana em bactérias. III. Produção de plantas transgênicas resistentes ao
ataque de insetos-praga. IV. Obtenção de uma planta, em cultura, a partir de uma
única célula da raiz. São resultantes de técnicas de engenharia genética,
SOMENTE,
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) II e IV.
________________________________________________________________
19. The correct translation for Já na física eu me viro melhor is
(A) However, in Physics I make good.
(B) Yet in Physics I do better.
(C) Still in Physics I turn better.
(D) But in the Physics I give myself better.
(E) Already in Physics I turn myself best.
20. Michael Faraday (1791-1867), cientista autodidata inglês, dedicou seus estudos aos diversos ramos da Física, especial-mente ao eletromagnetismo. Sua grande descoberta foi o fenômeno da indução eletromagnética.
Considere um condutor elétrico, de 20 cm de comprimento, que se desloca perpendicularmente às linhas de indução magnética de um campo magnético uniforme, de intensidade 15 T, com velocidade constante de 90 km/h. A tensão induzida nas extremidades do condutor, em volts, nessas condições é de
(A) 270
(B) 225
(C) 150
(D) 75
(E) 25 ________________________________________________________________
21. O conceito de energia, difícil de ser precisado, está presente em todos os ramos da Física. Associamos energia à reali-zação de trabalho mecânico, às trocas de calor, ao transporte de informações e muitas outras situações.
A termodinâmica estuda as trocas de calor envolvendo a realização de trabalho mecânico e especialmente a energia ligada ao sistema, denominada energia interna.
Considere o gráfico abaixo que representa uma transformação
termodinâmica sofrida por 2 mols de um gás ideal. Sabe-se
que a energia interna (U) do gás é dada por nRT23
U = , onde,
1
4
2 80 V(L)
P(10 N/m )5 2
A
B
Sobre essa transformação é correto afirmar que
(A) a temperatura do gás no estado inicial A é 50 °C.
(B) quando o volume do gás for igual a 5 L, a sua temperatura vale 250 K.
(C) o trabalho realizado pelo gás sobre o meio externo na transformação de A para B é de 1,5 . 106 J.
(D) a quantidade de calor que o gás recebe do meio exterior na transformação de A para B é de 1,5 . 105 J.
(E) na transformação de A para B, a energia interna inicial do gás é a mesma que a final.
n = quantidade, em mol, do gás R = 8 J/mol . K (constante) T = temperatura absoluta do gás
PUCCAMP-111-Prova-Geral 7
22. O movimento que arquitetou as ideias que derrubaram o Antigo Regime é denominado Iluminismo e teve em René Descartes e Isaac Newton seus precursores. Se as ideias do filósofo francês Descartes questionavam o modo de ver o mundo, as do físico inglês Isaac Newton (1642-1727) foram responsáveis por promover uma nova maneira de encarar a ciência, pois,
(A) o princípio da gravitação universal, contribuiu para
reforçar o fundamento de que o universo é governado por leis físicas e não submetido a interferência de cunho divino.
(B) a conclusão de que "todo peso tende a cair ao centro
pelo caminho mais curto" favoreceu a antecipação de uma questão científica que seria central na física moderna.
(C) os estudos sobre a teoria heliocêntrica possibilitou a
comprovação de que a Terra era um planeta a girar em torno do Sol, derrubaram as ideias defendidas pela Igreja.
(D) a hipótese de que fenômenos da física decorriam do
deslocamento da matéria no Universo, fez surgir o princípio de que "nada se perde e nada se cria, tudo se transforma".
(E) a descoberta de que as leis da natureza sobre a Terra
eram diferentes das leis da natureza que governava o movimento dos astros incentivou a utilização do método científico.
________________________________________________________________
23. A década de 1980 representou um verdadeiro divisor de águas na história econômica e social da antiga União Soviética, fragmentada, no início dos anos de 1990, em mais de uma dezena de países dentre os quais destaca-se a Rússia. Sobre esse país, em processo de transformações há mais de uma década, são feitas as seguintes afirmações:
I. Na atual fase capitalista, houve um forte crescimento
demográfico provocado pelo aumento das taxas de natalidade.
II. A Rússia possui uma das maiores reservas de gás
natural do mundo e, com a economia em crise, esse combustível fóssil é um de seus principais produtos de exportação.
III. Apesar de sua importância geopolítica no Conselho de
Segurança da ONU e no G-8, sua liderança na Otan tem sido contestada por muitos países europeus como a Grécia e a Itália.
Está correto o que se afirma, SOMENTE, em (A) I. (B) II. (C) I e II. (D) I e III. (E) II e III.
________________________________________________________________
24. Sobre o número de alunos arrebanhados pelo coronel para a ARA, sabe-se que, em certo ano, foi igual à maior das raízes da equação algébrica x2 + 2x − 15 = 0 e que, no ano seguinte, foi igual à soma das raízes da equação algébrica x2 − 7x + 9 = 0. Nessas condições, o total de alunos arrebanhados nesses dois anos é igual à raiz quadrada de
(A) 169 (B) 144 (C) 121 (D) 100 (E) 81
25. In English, como se costumava dizer is expressed as
(A) one used to say. (B) how one costumed say. (C) accustomed to saying. (D) how one used to saying. (E) how was accustomed to say.
________________________________________________________________
26. Não chores mais (No woman, no cry)
Bem que eu me lembro
Da gente sentado ali
Na grama do aterro, sob o sol
Ob-observando hipócritas
Disfarçados, rondando ao redor...
Amigos presos
Amigos sumindo assim
Prá nunca mais
Tais recordações
Retratos do mal em si
Melhor é deixar prá trás...
Não, não chore mais
[...]
Bem que eu me lembro
Da gente sentava ali
Na grama do aterro, sob o céu
Ob-observando estrelas
Junto à fogueirinha de papel...
Quentar o frio
Requentar o pão
E comer com você
Os pés, de manhã, pisar o chão
Eu sei a barra de viver...
Mas, se Deus quiser!
Tudo, tudo, tudo vai dar pé
[...]
Bob Marley, versão de Gilberto Gil
(http://letras.terra.com.br/gilberto-gil/46223/)
Pode-se associar a versão que Gilberto Gil fez da música de Bob Marley ao lugar e ao tempo, que o texto de Ayde Veiga Lopes faz referência, ao seguinte momento da história bra-sileira:
(A) o período denominado anos dourados, marcado pela
atitude irreverente de artistas frente aos padrões polí-ticos vigentes.
(B) os anos iniciais do golpe militar de 1964, marcados pelo
espírito de contestação à instalação de regime político autoritário.
(C) os chamados anos de chumbo do governo militar, mar-
cados pela violenta repressão do regime aos seus opositores.
(D) o conhecido período do Estado Novo, marcado pela cen-
sura dos jornais e pela perseguição aos artistas da velha guarda.
(E) os primeiros anos da redemocratização, marcados pela
atuação dos caras pintadas no processo de abertura política.
8 PUCCAMP-111-Prova-Geral
27. O Farol de Alexandria, uma das sete maravilhas do Mundo Antigo, foi destruído por um terremoto em 1375. Segundo descrições feitas no século X, tinha cerca de 120 m de altura e sua luz podia ser vista à noite a mais de 50 km de distância. Suponha que, na figura abaixo, N1 e N2 representam as posi-
ções de dois navios que se encontram, em dado momento, alinhados com o ponto P, centro da base de certo farol.
P
T
120 m
N1 N2
Se as respectivas distâncias de N1 e N2 ao topo do farol,
localizado no ponto T, fossem 200 m e 150 m, então a distância de N1 e N2, em metros, seria igual a
(A) 70 (B) 75 (C) 80 (D) 85 (E) 90
________________________________________________________________
28. As máquinas simples são ferramentas que o homem utiliza para facilitar a realização de trabalhos. Como exemplos des-sas máquinas podemos citar: alavancas, associações de rol-danas, "macaco" de automóvel, plano inclinado, dentre outros.
Um plano inclinado é utilizado para elevar uma máquina
pesada, de massa 200 kg, até a carroçaria de um caminhão, à altura de 2,0 m do nível do solo. O comprimento do plano inclinado é de 10 m e a máquina é empurrada com velocidade constante por uma força paralela ao plano inclinado e de intensidade 500 N. Adotando g = 10 m/s2, o rendimento do plano inclinado, nessa situação, é de
(A) 72% (B) 80% (C) 88% (D) 94% (E) 98%
________________________________________________________________
29. Sobre as funções f e g, de R em R, sabe-se que: I. f é definida por f(x) = 2x2 − 11x + 12; II. o gráfico de f intercepta os eixos cartesianos nos
pontos A, B e C, com xA < xB < xC; III. o gráfico de g é a reta que contém A e C.
Nessas condições, a função g é definida por (A) g(x) = − 8x + 12 (B) g(x) = − 6x + 10 (C) g(x) = − 5x + 12 (D) g(x) = − 4x + 4 (E) g(x) = − 3x + 12
30. Hoje, o preço de um caminhãozinho é R$ 60 000,00, mas seu preço de mercado sofre uma desvalorização de 10% ao ano, ou seja, ao final de cada ano de uso, ele passa a ser igual a 90% do preço do final do ano anterior. Assim sendo, quantos anos terão decorrido até que, pela primeira vez, seu preço
se torne menor do que 32
do seu valor atual?
Use as aproximações: log 2 = 0,3 log 3 = 0,477
(A) 2 (B) 3 (C) 4 (D) 5 (E) 6
________________________________________________________________
31. À medida em que o tempo avança desde 0 até 10 s, observa-se que a velocidade de um carro varia como representado no gráfico.
0
10
20
30
v(m/s)
10 t(s) A aceleração escalar média, em m/s2, e a distância percorrida
aproximada, em m, nesse intervalo de tempo são, res-pectivamente,
(A) 3,0 e 200 (B) 3,0 e 150 (C) 2,0 e 200 (D) 2,0 e 150 (E) 1,5 e 250
________________________________________________________________
32. A forma orgânica do carbono é encontrada nos hidrocarbo-netos, carboidratos, proteínas, álcoois, entre outros grupos de materiais. A diferença entre um hidrocarboneto e um monoálcool com o mesmo número de átomos de carbono é que, no monoálcool, há um
(A) grupo OH, obtido pela substituição de um C do hi-
drocarboneto. (B) grupo OH, obtido pela substituição de um H do hi-
drocarboneto. (C) átomo O, obtido pela substituição de um C do hidro-
carboneto. (D) átomo C, adicionado à cadeia carbônica do hidro-
carboneto. (E) átomo H, adicionado à cadeia carbônica do hidro-
carboneto.
PUCCAMP-111-Prova-Geral 9
33. A decomposição da matéria orgânica em águas naturais devolve ao ambiente nutrientes como o fósforo em sua condição mineral, que se apresenta na forma de fosfato, PO4
3−. Esse nutriente, para que não cause eutrofização, deve
estar na concentração máxima de 2,5 × 10−2 mg/L em fósforo, P. Isso corresponde a uma concentração de fosfato, PO4
3−,
em mol/L, de aproximadamente, (A) 5 × 10−6 (B) 1 × 10−6 (C) 8 × 10−7 (D) 5 × 10−7
(E) 1 × 10−7
________________________________________________________________
34. A previsão para 2050 é que o mundo cada vez mais apinhado de gente abrigue 9 bilhões de pessoas. Como essa, são realizadas, para as próximas décadas, várias outras previsões no campo da demografia, dentre as quais pode-se citar o fato de que
(A) os países agrícolas manterão suas populações vivendo
no campo devido à crescente valorização das commodities agrícolas.
(B) a população da Índia deverá ultrapassar a população
chinesa que continuará adotando a política do filho único.
(C) os níveis de pobreza e subnutrição chegarão próximos
do zero graças à ampliação do número de países emer-gentes.
(D) as taxas de fecundidade e de natalidade deverão au-
mentar na África devido a melhoria das condições sociais no continente.
(E) a transição demográfica, atualmente vivenciada pela
população europeia, deverá se estender à América Anglo-Saxônica.
________________________________________________________________
35. Mutações são importantes para a evolução dos seres vivos. Sobre esse assunto é correto afirmar:
(A) Se as mutações forem prejudiciais à população, a sele-
ção natural agirá de forma a aumentar sua frequência. (B) Quando as mutações não se manifestam no fenótipo, a
seleção natural poderá transformá-las. (C) As mutações que ocorrem espontaneamente sempre
são deletérias e tendem a ser eliminadas. (D) Na natureza, as mutações gênicas constituem a fonte
primária da variabilidade genética. (E) As mutações ocorrem com a finalidade de adaptar os
indivíduos às características do ambiente. ________________________________________________________________
36. Em três experimentos sobre a combustão do carvão, C (s), foram obtidos os seguintes resultados:
Reagentes Produtos Experimento C (s) + O2 (g) CO2 (g) Sobrou sem reagir
I 12 g 32 g 44 g --- II 18 g 48 g 66 g --- III 24 g 70 g 88 g 6 g de oxigênio IV 40 g 96 g 132 g 4 g de carbono
Os experimentos que seguem a lei de Lavoisier são:
(A) I e II, somente. (B) I, II e III, somente. (C) II, III e IV, somente. (D) III e IV, somente. (E) I, II, III e IV.
Atenção: Para responder às questões de números 37 a 39, considere os textos apresentados abaixo.
Priestley, Joseph (1733-1804)
English chemist and amateur natural philosopher whose
scientific works covered physics, electricity, magnetism, and optics, in addition to chemistry. Priestley is credited with the discovery of oxygen in 1774, which he produced by focusing sunlight on mercuric oxide. He experimented with dephlogisticated air, noticing that it made himself and animals light-headed. By dissolving fixed air in water, he invented carbonated water. He also noticed that the explosion of inflammable air with common air produced dew. Lavoisier repeated this experiment and took credit for it. Priestley believed in the phlogiston theory, and was convinced that his discovery of oxygen proved it to be correct.
(Adapted from http://scienceworld.wolfram.com/biography/Priestley.html)
Lavoisier, Antoine (1743-1794) French chemist who, through a conscious revolution, became
the father of modern chemistry. As a student, he stated "I am young and avid for glory." He was educated in a radical tradition, a friend of Condillac and read Maquois's dictionary. He won a prize on lighting the streets of Paris, and designed a new method for preparing saltpeter. He also married a young, beautiful 13-year-old girl named Marie-Anne, who translated from English for him and illustrated his books.
Repeating the experiments of Priestley, he demonstrated that air is composed of two parts, one of which combines with metals to form calxes. However, he tried to take credit for Priestley's discovery. This tendency to use the results of others without acknowledgment then draw conclusions was characteristic of Lavoisier. In Considérations Générales sur la Nature des Acides (1778), he demonstrated that the "air" responsible for combustion was also the source of acidity. The next year, he named this portion oxygen (Greek for acid-former), and the other azote (Greek for no life). He also discovered that the inflammable air of Cavendish which he termed hydrogen (Greek for water-former), combined with oxygen to produce a dew, as Priestley had reported, which appeared to be water.
(Adapted from http://scienceworld.wolfram.com/biography/Lavoisier.html)
37. O pronome it, no final do primeiro texto acima, refere-se a
(A) the discovery of oxygen. (B) the phlogiston theory. (C) Priestley’s experiment. (D) dephlogisticated air. (E) the production of carbonated water.
________________________________________________________________
38. One can infer from reading both texts that Lavoisier (A) did not enjoy a good reputation. (B) married very early in life. (C) was the actual discoverer of what produced dew. (D) did not get along with Priestley. (E) did not know English well.
________________________________________________________________
39. Segundo o texto sobre Lavoisier,
(A) foi ele quem iluminou as ruas de Paris, porém a um custo muito alto.
(B) ele foi o criador do salitre. (C) ele não citava os autores cujos resultados usava para
seus experimentos. (D) ele conseguiu provar que os experimentos de Priestley
eram falhos. (E) desde criança ele estava destinado a fazer grandes
descobertas.
Dados: Massas molares (g/moL): O = 16
P = 31
10 PUCCAMP-111-Prova-Geral
40. Há uma série de fenômenos observáveis que ocorrem na atmosfera terrestre e que são determinados pela refração da luz ao percorrê-la. São exemplos, o arco-íris, a formação de halos ao redor da Lua, a posição aparente dos astros mais elevada que a real, o fenômeno das miragens no deserto, a aurora boreal. A refração é o fenômeno da mudança na velocidade da propagação da luz ao passar de um meio transparente para outro.
Considere um raio luminoso que forma ângulos iguais a 45° e 60° com a superfície que separa o vácuo do meio transparente e
homogêneo M, como representado na figura.
45o
60o
vácuo
meio M
De acordo com a situação apresentada, a velocidade dá luz no meio M, em m/s, vale
(A) 1,0 . 108
(B) 1,0 2 . 108 (C) 1,5 . 108
(D) 1,0 . 3 . 108
(E) 1,5 . 2 . 108 41. Além dos tradicionais desertos que conhecemos, novas áreas do mundo têm experimentado o processo de desertificação. Leia o texto a
seguir e observe o mapa.
Um terço do território mineiro corre o risco de virar deserto se nada for feito para combater a degradação do solo. A ameaça, que pode
se concretizar em 20 anos, recai sobre 142 municípios que ocupam área aproximada de 177 mil quilômetros quadrados.
0 500
Km
(Adaptado: http://www.ecodebate.com.br/2011/03/30/degrada-cao-ambiental-faz-desertificacao-avancar-sobre-minas-gerais/)
Sobre a notícia é correto afirmar que a região mineira ameaçada situa-se no (A) leste do estado onde as elevadas altitudes da serra do Espinhaço dificultam a irrigação das culturas de cana-de-açúcar e de milho. (B) sul do estado onde as monoculturas além de acelerarem o desmatamento indiscriminado, também contaminaram o solo com
agrotóxicos. (C) norte do estado onde as intensas atividades agropecuárias em área de clima semiárido contribuem para acelerar os impactos
ambientais. (D) sudoeste do estado, no chamado triângulo mineiro, área de baixa precipitação pluviométrica e grande fragilidade ecológica. (E) oeste do estado, onde o contato com as terras ácidas do cerrado goiano contribuem para a pouca fertilidade dos solos que se
esgotam facilmente.
Dados: Velocidade da luz no vácuo = 3,0 . 108 m/s
sen 30° = cos 60° = 21
sen 45° = cos 45° = 22
sen 60° = cos 30° = 23
PUCCAMP-111-Prova-Geral 11
42. As condições de navegação no Oceano Atlântico eram adversas e desafiavam a perícia dos pilotos. Era preciso aprimorar as técnicas de construção de navios e a própria arte de navegar. Assim, foram desenvolvidos:
− os portulanos, cartas de marear e mapas indicando rotas e acidentes geográficos.
− a bússola e o astrolábio, que auxiliavam na leitura da latitude e longitude.
− a caravela, que podia percorrer longas distâncias graças a suas velas triangulares e a sua capacidade de armazenar grande
quantidade de suprimentos.
− a pólvora, muito importante para a defesa das naus e das feitorias em terras estranhas.
− a astronomia, valiosa para a orientação dos navegantes em mar alto.
(Heródoto Barbeiro, Bruna R. Cantele e Carlos A. Schneeberger. História. São Paulo: Scipione, 2004, p. 157)
Com base no texto, e no conhecimento histórico, é correto afirmar que como resultado do (A) deslocamento parcial do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico, o conhecimento técnico de navegação divulgado pelos
portugueses impulsionou os europeus a se lançarem ao mar em busca de nova rota das especiarias.
(B) encontro de um novo caminho para as regiões das especiarias orientais, os portugueses entraram em contato com novas técnicas de navegação o que permitiu aos navegantes lusos atravessarem o Atlântico e chegarem na América.
(C) grande acúmulo de riquezas em ouro e prata pela burguesia portuguesa, as pesquisas científicas navais foram incentivadas, o que possibilitou a criação de instrumentos técnicos necessários às Grandes Navegações do século XV.
(D) constante intercâmbio cultural com outros povos, os portugueses incorporaram avanços técnicos que lhes permitiram aprimorar os instrumentos de navegação, o que favoreceu a “aventura” marítima em busca de terras e especiarias.
(E) estabelecimento de rotas marítimas exclusivas, a cobrança de preços bastantes expressivos no transporte de mercadorias contribuiu para o desenvolvimento de técnicas de navegação e impulsionou a expansão marítima portuguesa.
43. Considere a imagem.
(http://sites.google.com/site/quidialas/Home/artigos-e-cronicas-2)
Considerado o marco inicial da Revolução Francesa por grande parte dos historiadores, o acontecimento retratado na imagem é pleno de significados simbólicos, pois, como (A) exerceu forte influência na formação do ideário político-social do ocidente, há nele um sentimento de que houve uma revolução
urbana em Paris.
(B) se tratou de um movimento espontâneo da população de Paris, há nele um sentido de que “a monarquia absolutista caiu pelas mãos do povo”.
(C) houve a participação do povo e da burguesia há nele a ideia de que a nobreza parisiense, ciosa de sua origem, abriu mão dos privilégios senhoriais.
(D) se apoiou na insatisfação da população urbana e rural de Paris, há nele um sentido de que dominou a história, a linguagem e a política ocidental.
(E) foi influenciado por um programa partidário parisiense, há nele o sentimento de que foi baseado nos ideais defendidos pelos socialistas e anarquistas.
12 PUCCAMP-111-Prova-Geral
44. No contexto do fim do regime a que o texto de Ayde Veiga Lopes faz referência, a ampla insatisfação social e a derrota da Rússia para o Japão na guerra de 1904-1905, desencadeou a Revolução Russa de 1905. Este movimento (A) possibilitou a realização de profundas transformações, consolidando e melhorando as instituições democráticas e as condições do
povo russo e instaurou o primeiro governo inspirado na ideologia concebida por Karl Marx e Friedrich Engels. (B) comprovou que os habitantes comuns da terra, inclusive dos países mais atrasados, podem assumir o poder e governar com muito
mais eficácia do que os ditos “superiores” e entregou a posse das fábricas e da terra ao proletariado e aos camponeses. (C) destacou a importância dos sovietes como representantes da democracia popular, sem atrelamento a partidos ou a líderes
partidários e comprometeu definitivamente a imagem amplamente difundida do czar como o “paizinho protetor do povo russo”. (D) demonstrou na prática que o socialismo era um regime capaz de funcionar até sob condições socioeconômicas menos propícias
ou desfavoráveis e provocou os mais imprevisíveis efeitos em todos os países, inclusive nas potências ocidentais da Europa. (E) forneceu à classe operária os meios de luta que influenciaram o curso dos acontecimentos em escala regional e também nacional
e conduziram a uma guerra aberta dos trabalhadores contra o Governo Provisório, levando à queda do regime tzarista. 45. Em algumas ocasiões foram observadas grandes manchas avermelhadas na superfície de uma parte do oceano. Logo depois o mar
jogou inúmeros animais mortos nas costas próximas, ocasionando grande prejuízo para a pesca nesses locais. Esse prejuízo causado pelo desastre ambiental citado, foi causado por uma relação interespecífica denominada (A) predatismo. (B) comensalismo. (C) competição. (D) protocooperação. (E) amensalismo.
46. A tragédia na região serrana do Rio de Janeiro teve um saldo de 820 mortos até as 21h de segunda, 24 de janeiro [de 2011]. É
considerado o maior desastre ambiental e climático da história do Brasil, segundo a revista Veja (apesar das controvérsias).
(http://projetojogolimpo.blogspot.com/2011/01/o-maior-desastre-ambiental-do-brasil.html) O texto faz referência ao desastre ambiental provocado (A) pelo deslizamento das encostas que foi intensificado pelo desmatamento da Mata Atlântica, feito há décadas na região. (B) pela grande quantidade de chuva no relevo movimentado, características do domínio do cerrado, considerado como o mais frágil
do Brasil. (C) pelo aprofundamento dos lençóis freáticos, o que facilitou a erosão e o desequilíbrio das encostas do domínio atlântico. (D) pela cristalização das camadas mais superficiais dos solos da região, fato que impediu que as águas da chuva se infiltrassem no
subsolo. (E) pelo desaparecimento dos processos de intemperismo das rochas, fenômeno fundamental para impedir a erosão de encostas.
47. As partículas subatômicas responsáveis pela massa do átomo são, SOMENTE, os
(A) elétrons.
(B) nêutrons.
(C) prótons.
(D) prótons e nêutrons.
(E) elétrons e prótons.
48. Marcos estava brincando, jogando um par de dados. Curiosamente, em três lançamentos sucessivos, ocorreu que: I. as quantidades de pontos marcados nas faces voltadas para cima foram todas distintas entre si; II. as somas dos números de pontos dos dois dados, obtidas em cada um dos lançamento, foram todas iguais.
Nessas condições, o total de pontos obtidos nos três lançamentos dos dados é igual a (A) 24
(B) 21
(C) 20
(D) 18
(E) 15
PUCCAMP-111-Prova-Geral 13
49. Os neurônios são as principais células do sistema nervoso. Nos vertebrados, o sistema nervoso central é formado por várias partes, cada uma com funções determinadas. Considerando-se as suas funções, o cerebelo deve ser mais desenvolvido na dupla de animais formada por
(A) jabuti e macaco-prego.
(B) camaleão e serpente.
(C) jabuti e andorinha.
(D) macaco-prego e andorinha.
(E) macaco-prego e serpente. 50. Durante décadas as referências à movimentação da população pelo território brasileiro destacavam o sofrido migrante e as principais
áreas de destino.
Analise os mapas e considere as afirmações.
5000
Km
AM
AC
RO MT
PA
AP
GO
DF
MA
PI
CE RNPB
PEAL
SEBA
MG
ES
RJ
MS
RS
SC
SP
Principais fluxosmigratórios na
década de 1990
RREquador
PR
5000
Km
AM
AC
ROMT
PA
AP
GO
DF
MA
PI
CE RNPB
PEAL
SE
BA
MG
ES
RJ
MS
RS
SC
SP
Principais fluxosmigratórios na
década de 2000
RREquador
PR
(Maria Elena Simielli. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2006. p.121)
I. Entre 1990 e 2000 ocorreram mudanças na circulação de migrantes.
II. Na década de 1990, os sulinos tiveram grande participação no processo migratório.
III. As migrações de retorno tornaram-se predominantes na década de 1990 mas reduziram-se nos anos 2000.
IV. As regiões Norte e Centro-Oeste perderam mais migrantes do que receberam.
Está correto o que se afirma, SOMENTE, em
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) III e IV.
14 PUCCAMP-111-Prova-Geral
REDAÇÃO
INSTRUÇÕES GERAIS I. Dos cuidados gerais a serem tomados pelos candidatos:
1. Leia atentamente as propostas, escolhendo uma das três para sua prova de Redação. 2. Escreva, na primeira linha do formulário de redação, o número da proposta escolhida e dê um título ao texto. 3. Redija seu texto a tinta (em preto). 4. Apresente o texto redigido com letra legível (cursiva ou de forma), em padrão estético conveniente (margens, paragrafação
etc.). 5. Não coloque o seu nome na folha de redação. 6. Tenha como padrão básico o mínimo de 30 (trinta) linhas.
II. Da elaboração da redação:
1. Atenda, com cuidado, em todos os seus aspectos, à proposta escolhida. Às redações que não atenderem à proposta (adequação
ao tema e ao gênero de texto) será atribuída nota zero. 2. Empregue nível de linguagem apropriado à sua escolha. 3. Estruture seu texto utilizando recursos gramaticais e vocabulário adequados. Lembre-se de que o uso correto de pronomes e
de conjunções mantém a coesão textual. 4. Seja claro e coerente na exposição de suas ideias.
III. Das propostas:
PROPOSTA I − DISSERTAÇÃO
Leia o editorial abaixo procurando apreender o tema nele desenvolvido. Em seguida, elabore uma dissertação, na qual você exporá, de modo claro e coerente, suas ideias acerca desse tema.
Aplica-se frequentemente, de forma abusiva, o rótulo de "elitista" a toda manifestação cultural que não atenda às pressões do mercado
e do gosto popular. Não seria surpresa ver o adjetivo aplicado à feira SP Arte, realizada no Pavilhão da Bienal.
Desse ponto de vista, o teatro de Samuel Beckett, os quadros de Paul Klee ou os romances de William Faulkner, na medida em que
exigem repertório prévio para plena fruição, seriam apenas brinquedos de luxo para alguns especialistas. E, portanto, não deveriam contar, de
parte do poder público, com iniciativas para estender sua mensagem à população.
Percebe-se a contradição do argumento. Se a cultura erudita termina confinada a um círculo de privilegiados, isso se deve em parte ao
fato de que se desdenham as tentativas de ampliar o seu acesso. Quem as critica por seu "elitismo" acaba reforçando a situação que estava a
condenar.
Merece plenamente a pecha de "elitista", entretanto, uma feira de arte que cobra R$ 30 de cada visitante − e que, expondo grandes
nomes da arte brasileira, assim como algumas novidades do mercado contemporâneo, destina-se, sobretudo, ao deleite e às apostas de
investidores milionários.
Que façam uso, como bem entenderem, dos recursos que têm de sobra. Não está aí o problema. Mas, sim, no fato de que o Estado
brasileiro, cujos recursos para o setor são escassos, financie esse tipo de evento. Foi o que se fez, por meio das isenções fiscais asseguradas
pelo Ministério da Cultura, com a feira SP Arte.
O evento, certamente, ajuda a incluir a cidade no circuito dos negócios e da cultura transnacional. Todavia, não oferece nenhuma
contrapartida, em termos sociais ou educativos, aos recursos com que o governo o contemplou.
Os organizadores obtiveram a autorização de captar até R$ 1,2 milhão, mais da metade do orçamento total da feira, por meio de
facilidades concedidas pela Lei de Incentivo à Cultura (até o presente, foram R$ 300 mil).
A exemplo do que aconteceu com o famoso espetáculo do Cirque du Soleil, alguns anos atrás, o contribuinte brasileiro paga, sem
saber, para o desfrute de poucos.
(Folha de S. Paulo, A2 opinião, domingo, 15 de maio de 2011)
PUCCAMP-111-Prova-Geral 15
PROPOSTA II − DISSERTAÇÃO
Leia detidamente o texto seguinte:
Piadas e preconceitos
O humor já foi considerado uma prática humana libertária, acima dos códigos de boa conduta, da
moral e da ética. As piadas não costumam respeitar limites: tudo pode ser alvo do humor, como uma
nacionalidade, uma etnia, um limite físico. Ou podia: de uns tempos para cá, a situação vem mudando. Há
preconceitos que já não são tolerados, mesmo quando surgem na forma de um gracejo. Estão em vigor
penas legais para atitudes que representem práticas de preconceito, ainda quando se justificam como
“simples piadas”.
Muita gente não aceita essa imposição de limites para o humor, considerando-a um cerceamento
da liberdade e da expressão do pensamento. Mas também são muitos os que acham preferível perder
uma piada a manifestar qualquer tipo de preconceito. Ao que tudo indica, estamos revendo a extensão
das liberdades − inclusive a do humor.
Baseado nesse texto, escreva uma dissertação na qual você se posicionará diante do tema que nele se discute.
PROPOSTA III − NARRAÇÃO
Leia com atenção este início de uma narração, considerando que o narrador tem cerca de 18 anos.
Quando atendi a porta, o motorista do caminhão que parara em frente da casa conferiu o
endereço numa nota e disse que tinha uma encomenda a entregar: uma enorme caixa, com a inscrição
FRÁGIL bem visível. Chamei meu pai, ele conferiu os dados da nota: era para nós, mesmo. O que seria?
Recolhemos a pesada caixa e chamamos minha avó, minha mãe e meus irmãos menores para assistir à
revelação daquele mistério. Pois quando abrimos...
Continue essa narração, de modo a
− detalhar as reações dos familiares diante da revelação do conteúdo da caixa;
− encaminhar a resolução da história, buscando dar-lhe um final inesperado.
16 PUCCAMP-111-Prova-Geral