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1 Capacitação de educadores da Rede Básica em Educação em Direitos Humanos Módulo

Capacitação de educadores da Rede Básica em Educação em Direitos Humanos

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1º Módulo. Capacitação de educadores da Rede Básica em Educação em Direitos Humanos. FUNDAMENTOS HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DOS DIREITOS HUMANOS Direitos Humanos: sua origem e natureza O que são os Direitos Humanos O fundamento dos Direitos Humanos A construção do sujeito de Direitos - PowerPoint PPT Presentation

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Hum

anos

1º Módulo

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FUNDAMENTOS HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DOS DIREITOS HUMANOS

Direitos Humanos: sua origem e natureza O que são os Direitos HumanosO fundamento dos Direitos HumanosA construção do sujeito de DireitosÉtica, Educação e Direitos HumanosA trajetória histórica dos Direitos HumanosHistória conceitual dos Direitos HumanosHistória social dos Direitos Humanos no BrasilDireitos Humanos e MemóriasMemória e esquecimentoMemória e identidadesAcesso à informaçãoDireitos Humanos: Compromisso social e coletivo Equipe

Eduardo Ramalho Rabenhorst – UFPBGiuseppe Tosi – UFPBLúcia de Fátima Guerra Ferreira – UFPBMarcelo Costa – SEJDH-PAMarconi Pimentel Pequeno – UFPBNilmário Miranda - FPAPaulo César Carbonari – IFIBESólon Viola – UNISINOS

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DIREITOS HUMANOS E MEMÓRIASDIREITOS HUMANOS E MEMÓRIAS

Lúcia de Fátima Guerra Ferreira

Doutora em História pela Universidade de São Paulo, Professora Associada do Departamento de História e Pró-Reitora de Extensão e

Assuntos Comunitários da Universidade Federal da Paraíba.

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Plano Nacional de Educação em Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos Direitos Humanos

Estimular nas IES - (Instituições Estimular nas IES - (Instituições de Ensino Superior) de Ensino Superior)

A realização de projetos de A realização de projetos de educação em direitos humanos educação em direitos humanos sobre a memória do autoritarismo sobre a memória do autoritarismo no Brasil, fomentando a pesquisa, no Brasil, fomentando a pesquisa, a produção de material didático, a a produção de material didático, a identificação e organização de identificação e organização de acervos históricos e centros de acervos históricos e centros de referênciasreferências. . (PNEDH, 2007, p.29)(PNEDH, 2007, p.29)

Educação Superior:Educação Superior:

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Memória e esquecimentoMemória e esquecimento

O processo de anistia e reparação financeira O processo de anistia e reparação financeira dos perseguidos pela Ditadura Militar tem dos perseguidos pela Ditadura Militar tem suscitado uma busca aos arquivos para suscitado uma busca aos arquivos para efeitos comprobatórios e a instauração de efeitos comprobatórios e a instauração de memórias que se opõem à "Memória oficial". memórias que se opõem à "Memória oficial".

Todavia, não tem sido tarefa fácil, pela Todavia, não tem sido tarefa fácil, pela dificuldade em localizar os vestígios da ação dificuldade em localizar os vestígios da ação das camadas sociais populares e grupos das camadas sociais populares e grupos vencidos, muitas vezes apagados vencidos, muitas vezes apagados conscientemente em benefício dos conscientemente em benefício dos interesses dos dominantes, dos vencedores. interesses dos dominantes, dos vencedores.

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Memória e esquecimento 1Memória e esquecimento 1

Para Ulpiano Menezes, o que se vê é uma espécie de Para Ulpiano Menezes, o que se vê é uma espécie de “amnésia na “amnésia na história dos excluídos, dos escravos, mulheres, crianças, operários, história dos excluídos, dos escravos, mulheres, crianças, operários, minorias raciais e sociais, loucos, oprimidos de todo tipo”,minorias raciais e sociais, loucos, oprimidos de todo tipo”, e e “não é “não é suficiente apenas dar voz aos silenciados.” suficiente apenas dar voz aos silenciados.” Faz-se necessário Faz-se necessário entender as múltiplas formas e entender as múltiplas formas e “significações do silêncio e do “significações do silêncio e do esquecimento e suas regras e jogos”esquecimento e suas regras e jogos”. (1992, p. 18) . (1992, p. 18)

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Memória e esquecimento 2Memória e esquecimento 2

Jessie Jane Vieira de SousaJessie Jane Vieira de Sousa[1] comentando sobre a Lei da Anistia e comentando sobre a Lei da Anistia e a política de esquecimento:a política de esquecimento:

o importante não é simplesmente remontar as condições históricas o importante não é simplesmente remontar as condições históricas daquele período, mas entender como a questão da memória, do daquele período, mas entender como a questão da memória, do passado e do futuro se coloca em uma sociedade latino-americana, passado e do futuro se coloca em uma sociedade latino-americana, em especial a brasileira, onde as disputas sociais parecem sempre em especial a brasileira, onde as disputas sociais parecem sempre terminar em pactos que trazem como pressuposto o silêncio sobre terminar em pactos que trazem como pressuposto o silêncio sobre o passado.o passado.

[1] Jessie Jane Vieira de Sousa, historiadora, que sofreu com a repressão da Jessie Jane Vieira de Sousa, historiadora, que sofreu com a repressão da Ditadura Militar, envolvendo tanto ela como vários familiares, participou do Ditadura Militar, envolvendo tanto ela como vários familiares, participou do movimento movimento Tortura Nunca Mais..

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História dos Direitos Humanos no Brasil

Solon Viola apresenta uma imagem que ajuda na percepção de Solon Viola apresenta uma imagem que ajuda na percepção de uma realidade tão complexa:uma realidade tão complexa:

...pensar essa questão...pensar essa questão “pode ser tão arriscado como caminhar “pode ser tão arriscado como caminhar sob neblina que de tão densa dificulta o olhar e a compreensão sob neblina que de tão densa dificulta o olhar e a compreensão do espaço que nos cerca. Corre-se o risco de não ver o que está do espaço que nos cerca. Corre-se o risco de não ver o que está um passo à frente e, mesmo que, após esse passo, apareça um passo à frente e, mesmo que, após esse passo, apareça uma porta, e com ela, a possibilidade de aberturas ou saídas uma porta, e com ela, a possibilidade de aberturas ou saídas firmes, existe, também, a possibilidade de encontrar pátios firmes, existe, também, a possibilidade de encontrar pátios murados, isolados.” (2007: 119). murados, isolados.” (2007: 119).

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Memória e identidades 1Memória e identidades 1

A Memória pode contribuir efetivamente no processo de afirmação A Memória pode contribuir efetivamente no processo de afirmação de identidades e de direitos de cidadania dos segmentos sociais de identidades e de direitos de cidadania dos segmentos sociais excluídos ou ocultados na história oficial. excluídos ou ocultados na história oficial.

Buscar os vestígios e as marcas das lutas do passado contribui Buscar os vestígios e as marcas das lutas do passado contribui para a construção do presente e do futuro que se quer.para a construção do presente e do futuro que se quer.

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Memória e identidades 2Memória e identidades 2

Por meio da memória, das lembranças, o sentimento de Por meio da memória, das lembranças, o sentimento de pertencimento vai ajudando no processo de construção das pertencimento vai ajudando no processo de construção das identidades. Recuperar o passado é vital para elevar a auto-estima identidades. Recuperar o passado é vital para elevar a auto-estima e dar forças para a continuidade da luta coletiva, da não aceitação e dar forças para a continuidade da luta coletiva, da não aceitação da violação de direitos. da violação de direitos.

Nesse sentido, esse processo tem gerado conflitos e Nesse sentido, esse processo tem gerado conflitos e enfrentamentos entre grupos, com a demarcação dos espaços e enfrentamentos entre grupos, com a demarcação dos espaços e dos limites nem sempre respeitados. dos limites nem sempre respeitados.

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Acesso à informação 1Acesso à informação 1

Lei n° 8.159, de 08.01.1991, que dispõe sobre a política nacional Lei n° 8.159, de 08.01.1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados, detalhou as questões de de arquivos públicos e privados, detalhou as questões de preservação e acesso:preservação e acesso:

Art. 1° É dever do poder público a gestão documental e a Art. 1° É dever do poder público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação. [...]e como elementos de prova e informação. [...]

Art. 25 Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e Art. 25 Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor permanente ou desfigurar ou destruir documentos de valor permanente ou considerado como de interesse público e social. considerado como de interesse público e social.

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Acesso à informação 2Acesso à informação 2

Lei n° 8.159, de 08.01.1991:Lei n° 8.159, de 08.01.1991:

Artigo 23: Artigo 23:

§ 1° - Os documentos cuja divulgação ponha em risco a segurança da § 1° - Os documentos cuja divulgação ponha em risco a segurança da sociedade e do Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo sociedade e do Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem da inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas são originalmente sigilosos.das pessoas são originalmente sigilosos.

§ 2° - O acesso aos documentos sigilosos referentes à segurança da § 2° - O acesso aos documentos sigilosos referentes à segurança da sociedade e do Estado será restrito por um prazo máximo de 30 (trinta) sociedade e do Estado será restrito por um prazo máximo de 30 (trinta) anos, a contar da data de sua produção, podendo esse prazo ser anos, a contar da data de sua produção, podendo esse prazo ser prorrogado, por uma única vez, por igual período.prorrogado, por uma única vez, por igual período.

§ 3° - O acesso aos documentos sigilosos referentes à honra e a § 3° - O acesso aos documentos sigilosos referentes à honra e a imagem das pessoas será restrito por um prazo máximo de 100 (cem) imagem das pessoas será restrito por um prazo máximo de 100 (cem) anos, a contar da data de sua produção.anos, a contar da data de sua produção.

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Acesso à informação 3Acesso à informação 3

CATEGORIAS DE SIGILO E PRAZOS DE CLASSIFICAÇÃOCATEGORIAS DE SIGILO E PRAZOS DE CLASSIFICAÇÃO

Fonte: Decretos 2.134/1997, 4.553/2002, 5.301/2004

1997 2002 2004Confidencial máximo de 30 anos

(renovável por igual período)

máximo de 50 anos

(renovável indefinidamente)

máximo de 30 anos

(renovável por igual período)

Reservado máximo de 20 anos (idem)

máximo de 30 anos

(renovável por igual período)

máximo de 20 anos (idem)

Secreto máximo de 10 anos (idem)

máximo de 20 anos (idem)

máximo de 10 anos (idem)

Ultra-secreto máximo de 05 anos

(idem)

máximo de 10 anos

(idem)

máximo de 05 anos

(idem)

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Considerações Finais 1Considerações Finais 1

pensar na dimensão que a memória e os registros pensar na dimensão que a memória e os registros documentais têm na construção do presente e do futuro, documentais têm na construção do presente e do futuro, podendo contribuir para romper com os processos de podendo contribuir para romper com os processos de resignação diante das injustiças sociais e da violação de resignação diante das injustiças sociais e da violação de direitos;direitos;

a questão do acesso à informação e aos documentos não se a questão do acesso à informação e aos documentos não se

restringe à discussão do arcabouço normativo;restringe à discussão do arcabouço normativo;

faz-se necessária a implementação de políticas públicas que faz-se necessária a implementação de políticas públicas que

propiciem não só controle das ações do Estado pelos propiciem não só controle das ações do Estado pelos cidadãos e sua necessária transparência, mas que fomentem cidadãos e sua necessária transparência, mas que fomentem outros elementos vinculados aos territórios da identidade outros elementos vinculados aos territórios da identidade individual e coletiva. individual e coletiva.

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Considerações Finais 2Considerações Finais 2

as relações entre a construção da memória e o processo de as relações entre a construção da memória e o processo de afirmação dos grupos pode ser elemento fundamental nas afirmação dos grupos pode ser elemento fundamental nas propostas de educação em direitos humanos, nos mais propostas de educação em direitos humanos, nos mais diversos aspectos previstos no PNEDH. diversos aspectos previstos no PNEDH.

esse processo educacional, enriquecido por essa relação entre esse processo educacional, enriquecido por essa relação entre memória de grupos sociais e Direitos Humanos, deve se memória de grupos sociais e Direitos Humanos, deve se colocar não só no trabalho diretamente com esses grupos, mas colocar não só no trabalho diretamente com esses grupos, mas como ação mais ampla, voltada para todos os demais, como ação mais ampla, voltada para todos os demais, identificados ou não com a causa, pois só assim poder-se-á identificados ou não com a causa, pois só assim poder-se-á combater as práticas discriminatórias, preconceituosas, combater as práticas discriminatórias, preconceituosas, homofóbicas, entre outras de igual natureza, na sociedade.homofóbicas, entre outras de igual natureza, na sociedade.

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Considerações Finais 3Considerações Finais 3 Educação em Direitos Humanos:Educação em Direitos Humanos:

““devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens” para a libertação e não para a servidão dos homens” (LE (LE GOFF, 1996, p. 477);GOFF, 1996, p. 477);

projeto educativo emancipatório; projeto educativo emancipatório;

Elementos fundamentais: Elementos fundamentais:

recuperar os vestígios memoriais das camadas populares na recuperar os vestígios memoriais das camadas populares na construção da história nacional;construção da história nacional;

registro das violações aos Direitos Humanos; registro das violações aos Direitos Humanos; fazer valer o direito à informação; fazer valer o direito à informação; conceber a documentação e os arquivos a serviço dos conceber a documentação e os arquivos a serviço dos

Direitos individuais e coletivos.Direitos individuais e coletivos.

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Autoria: Autoria: Lúcia de Fátima Guerra Ferreira

Produção: Produção: Silvia Helena Soares Schwab ([email protected])

Veiculação e divulgação livres Veiculação e divulgação livres