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CAPACITAÇÃO PARA FISCAIS DE
OBRAS E POSTURAS MUNICIPAIS
Gustavo Leonardo Wloch
Arquiteto e Urbanista
Assessoria de Planejamento Territorial – AMAVI
Outubro/2016
OBJETIVOS
Explanar sobre o processo de elaboração dos Planos Diretores e Leis
complementares na Região da Amavi;
Promover um nivelamento de informações básicas aos fiscais
municipais, quanto a compreensão do processo de planejamento
territorial no município.
Contextualizar de forma conceitual o conjunto de instrumentos
urbanísticos que devem ser utilizados para efetivação da fiscalização
de obras e posturas;
TEMAS ABORDADOS
• PROCESSO DE PLANEJAMENTO E PLANO DIRETOR;
• CÓDIGO DE OBRAS;
• CÓDIGO DE POSTURAS;
• CÓDIGO DE PARCELAMENTO DO SOLO;
• LEIS ESTADUAIS E FEDERAIS DE AMBITO URBANÍSTICO E
AMBIENTAL.(Acessibilidade, Código Florestal, Lei de Parcelamento
do Solo).
Planejar é fundamental.
Década de 40 Década de 90
O que é o Estatuto das Cidades?
• Lei federal 10.257/2001 que regulamenta a Política
Urbana(Artigos 182,183 da constituição);
• Garante a cidade para todos que nela vivem;
• Gestão Democrática (audiências);
• Cidades Sustentáveis;
• Oferece instrumentos para a intervenção no planejamento
das cidades.
PLANO DIRETOR
O Plano Diretor é a Lei Municipal que orienta a política
de desenvolvimento municipal, o ordenamento territorial, a
expansão urbana e o processo contínuo de planejamento
do Município.
O Plano Diretor deve ser o instrumento orientador das
ações que incidem sobre o espaço do Município, não
apenas dos indivíduos (através da regulamentação do uso e
da ocupação do solo municipal), mas também do Poder
Público, através dos investimentos em infraestrutura e
demais melhorias feitas no município.
CRONOLOGIA DE ELABORAÇÃO
DO PDP NA REGIÃO DA AMAVI.
1ª ETAPA – Levantamento de Dados (Leitura da Cidade);
2ª ETAPA – Diagnóstico (Definição do Perfil Desejado);
3ª ETAPA - Propostas e Diretrizes.
Situação atual – 28 Municípios da Região com os Planos
Diretores aprovados.
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
MACROZONEAMENTO
ZONEAMENTO
ÍNDICES URBANÍSTICOS
MACROZONEAMENTO
O Macrozoneamento tem
como objetivo principal
propor critérios de uso e de
ocupação na utilização do
espaço do Município,
levando-se em consideração
as características
ambientais, econômicas e
sociais existentes.
ZONEAMENTO
O zoneamento é o principal instrumento utilizado nos planos diretores, através do qual as macrozonas são divididas em pequenas áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas para o uso e a ocupação do solo.
Os usos e atividades são divididos em categorias (residencial, comercial, industrial, agrícola, entre outras) e cada zona possui diretrizes quanto à possibilidade ou não de abrigar cada uma delas.
ZONEAMENTO
Os principais objetivos do Zoneamento são:
Controle do crescimento urbano(adensamento, áreas de
expansão);
Proteção de áreas inadequadas à ocupação urbana;
Minimização dos conflitos entre usos e atividades;
Controle do tráfego de veículos.
A forma de apresentação de um zoneamento é um mapa
contendo as zonas.
ZONEAMENTO
ÍNDICES URBANÍSTICOS
Os limites à ocupação do solo são regulados através de índices
urbanísticos que estabelecem parâmetros levando em consideração
os objetivos para cada zona (adensar, restringir a ocupação, proteger
a paisagem, e assim por diante), por exemplo:
A Taxa de Ocupação (TO) máxima para o lote;
O Coeficiente de Aproveitamento (CA) máximo do lote;
O gabarito máximo (número máximo de pavimentos e/ou
a altura total da edificação);
recuos e afastamentos das edificações;
O tamanho mínimo e testada mínima do lote; e
Usos Proibidos;
ÍNDICES URBANÍSTICOS
A Taxa de Ocupação máxima (TO);
A Taxa de Ocupação é a relação percentual entre a projeção da edificação e a área do terreno. Ou seja, ela representa a porcentagem do terreno sobre o qual há edificação.
A Taxa de Ocupação mede apenas a projeção da edificação sobre o terreno.
ÍNDICES URBANÍSTICOS
Como padrão de referência, pode ser usada a seguinte imagem
para se ter uma idéia do que representam taxas de ocupação
diferentes.
Parâmetros de referência para a TO.
A imagem mostra a porcentagem do terreno que pode ser
ocupada pela projeção da edificação.
ÍNDICES URBANÍSTICOS
Coeficiente de Aproveitamento máximo do lote (CA)
O Coeficiente de Aproveitamento é um número que, multiplicado
pela área do terreno, indica a quantidade máxima de metros
quadrados que podem ser construídos, somando-se as áreas de
todos os pavimentos. O exemplo mostra um terreno em que podem
ser construídos 1.080m² . Podem ser, portanto:
3 pavimentos de 360m² ; ou
6 pavimentos de 180m²,
ÍNDICES URBANÍSTICOS
O gabarito de altura é o índice
que limita o número máximo de
pavimentos permitido para a
zona em que se situa a obra,
visando garantir segurança,
conforto ambiental e
preservação da paisagem
urbana. Pode ser expresso em
número de pavimentos ou em
altura total máxima da
edificação, em metros.
Gabarito Máximo
ÍNDICES URBANÍSTICOS
Os afastamentos e/ou recuos;
Fundos
Lateral
Frontal
Lateral
O afastamento e/ou
recuo, é o índice
urbanístico necessário
para a qualificação dos
espaços abertos
frontais, laterais e de
fundos do lote, obtido a
partir da projeção
ortogonal da
construção ao
alinhamento predial.
ÍNDICES URBANÍSTICOS
As figuras abaixo mostram combinações diferentes de parâmetros gerando espaços urbanos também diferentes.
Todos estes parâmetros estão contidos na Tabela de Índices Urbanísticos a saber:
ÍNDICES URBANÍSTICOS
ÍNDICES URBANÍSTICOS
LEIS COMPLEMENTARES
CÓDIGO DE OBRAS
CÓDIGO DE POSTURAS
CÓDIGO DE PARCELAMENTO
DO SOLO
DO QUE TRATA O CÓDIGO DE OBRAS
O Código de Obras estabelece normas técnicas para a execução dos
diversos tipos de construção, observando as características de cada
tipo de edificação. Restringe-se aos aspectos construtivos do prédio
propriamente dito. Não determina índices urbanísticos.
O Código de Obras é o instrumento que permite à administração
Municipal exercer o controle e a fiscalização do espaço edificado e
seu entorno, garantindo a segurança e a salubridade das edificações.
É aprovado em lei municipal.
Objetivos do Código de Obras
• orientar a elaboração e aprovação dos projetos e a execução de
obras no Município;
• assegurar a observância de padrões mínimos de segurança,
higiene, conforto e salubridade de todas as edificações do território
municipal;
• estabelecer requisitos mínimos para as construções.
Conteúdo do Código de Obras
• 1. Procedimentos administrativos para aprovação de projetos e
emissão de licenças;
• 2. Normas para apresentação de projetos e execução de obras;
• 3. Normas e regras relativas às edificações (iluminação,
ventilação, circulações, dimensões mínimas dos compartimentos,
instalações, acessibilidade);
• 4. Direitos e responsabilidades do Município, do proprietário e do
responsável técnico;
• 5. Infrações e penalidades.
Responsabilidades
• Os PROFISSIONAIS são os responsáveis pela elaboração dos
projetos segundo as Normas Técnicas e legislações vigentes, pelo
acompanhamento da execução e pela segurança na obra, na
fiscalização e cumprimento das normas de segurança.
• Os PROPRIETÁRIOS e PROFISSIONAIS são co-responsáveis
por executar a obra de acordo com os projetos aprovados.
Qualquer alteração de projeto é de responsabilidade dos dois;
• O PODER EXECUTIVO é o responsável pela aprovação dos
projetos e pela correta fiscalização dos mesmos.
Disposições Administrativas
• O Código de Obras define e regulamenta todos os procedimentos
administrativos para a aprovação de projetos e liberação de
licenças e alvarás, definindo qual a documentação exigida, prazos
para análises, validade dos documentos emitidos, bem como as
regras para apresentação dos projetos.
O QUE É O CÓDIGO DE POSTURAS?
O Código de Posturas institui normas e procedimentos
administrativos para o município em matéria de higiene, segurança,
ordem social e na utilização dos espaços públicos, visando disciplinar
o funcionamento dos estabelecimentos industriais, comerciais e
prestadores de serviços, bem como, o tratamento adequado do uso
da propriedade privada e dos bens públicos.
O Código de Posturas é necessário para que sejam ordenadas
as atividades e asseguradas às condições mínimas de bem estar e
qualidade de vida de todos que vivem no município.
Conteúdo do código de posturas
O Código de Posturas será composto basicamente dos seguintes
capítulos:
• Infrações e Penalidades
• Da Segurança Pública
• Da Higiene Pública
• Da Ordem Pública
• Do Uso e Ocupação dos Logradouros Públicos
O Código de Posturas prevê ainda:
• Funcionamento do comércio, serviços e indústria;
• Do comércio ambulante e eventual;
• Dos eventos públicos;
• Dos horários de funcionamento;
• Dos sons e ruídos;
• Das medidas referentes aos animais;
• Do uso e ocupação dos logradouros;
• Dos passeios.
O QUE É A LEI DE PARCELAMENTO
• A Lei de Parcelamento do Solo complementa o Plano Diretor e
estabelece as normas e critérios de divisão do solo para fins de
ocupação urbana (loteamentos e desmembramentos), definindo as
exigências em relação às dimensões dos lotes, sistema viário,
áreas verdes, área de equipamentos comunitários, etc.
Quais os objetivos da lei de parcelamento?
A Lei de Parcelamento do Solo tem os seguintes objetivos:
• Orientar os projeto e a execução de obra para o parcelamento do
solo;
• Assegurar o cumprimento dos padrões de urbanização essenciais
para o interesse da comunidade;
• Estimular e orientar o desenvolvimento urbano municipal.
Definições
• Loteamento: a subdivisão de gleba em lotes destinados a
edificação, com abertura de novas vias de circulação, de
logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação
das vias existentes.
• Desmembramento: a subdivisão de gleba em lotes destinados a
edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde
que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos,
nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes.
Da legislação
• A implantação de um loteamento ou desmembramento para fins urbanos está
subordinada a Lei Federal nº 6.766/79 e a legislação municipal de parcelamento
do solo, quando a gleba estiver localizada em zonas urbanas, de expansão
urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo Plano Diretor ou
aprovadas por lei municipal específica;
• Quando se tratar de parcelamento do solo rural deve-se atender as instruções
normativas do INCRA e o Decreto-lei nº 58/37.
• O projeto de Lei de Responsabilidade Territorial (PL nº 3057/2000) que trata da
revisão da lei federal de parcelamento do solo (Lei 6.766, de 1979), encontra-se
em tramitação na Câmara dos Deputados.