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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL SERVIÇO SOCIAL E O CAPITALISMO DOS MONOPÓLIOS ALINE CRISTINA LUCENA DOS SANTOS MARIANNE LIMA PEREIRA SHELLEN BATISTA GALDINO João Pessoa/PB JUN/2010 Trabalho apresentado à disciplina Fundamentos Históricos e Teórico-

Capitalismo monopolista e serviço social

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

SERVIÇO SOCIAL E O CAPITALISMO DOS MONOPÓLIOS

ALINE CRISTINA LUCENA DOS SANTOS

MARIANNE LIMA PEREIRA

SHELLEN BATISTA GALDINO

João Pessoa/PB

JUN/2010

Trabalho apresentado à disciplina Fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do Serviço Social II, sob orientação da Professora Nívia Cristiane Pereira, para obtenção de nota no curso de graduação de Serviço Social.

  

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"Pensar o Serviço Social na contemporaneidade requer os olhos abertos para o mundo

contemporâneo para decifrá-lo e participar da sua criação. Um dos maiores desafios que

o Assistente Social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a

realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar

direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Nós assistentes sociais temos

ousado sonhar, lutar, resistir e apostar na história, construindo o futuro no presente".

Marilda Vilela Iamamoto (1997)

SERVIÇO SOCIAL E CAPITALISMO MONOPOLISTA

O Capitalismo dos Monopólios é a fase que sucede a fase do capitalismo

concorrencial, nesta fase é necessária uma “exportação dos capitais”. Neste, ocorre a

centralização e concentração ainda maior do capital. Aumentando a exploração,

alienação, o “exército industrial de reserva”, a desigualdade e exclusão social. Esta

época é a de agudizamento de todas as contradições inerentes ao sistema: contradições

entre a relação Capital e o Trabalho, agravando e agudizando assim as expressões da

“questão social”.

As reflexões do Capitalismo Monopolista nas relações sociais são pífias, levando

a sociedade e o mundo à barbárie, como por exemplo: 1ª e 2ª guerra mundial, a crise

econômica, exploração de países periféricos, guerra do Vietnam, holocausto, nazismo,

fascismo etc. O Estado tem como função na era Imperialista, ser apenas um “comitê

executivo” da burguesia, atendendo e favorecendo sempre a esta. Nas suas contradições

e dinâmicas a classe dominante captura o Estado, esse passa a ser seu (da burguesia) e

busca através do jogo democrático, a falsa democracia para se legitimar politicamente e

ideologicamente. Em suma podemos dizer que nesta sociedade, o Estado opera para dar

condições necessárias à acumulação e à valorização do capital monopolista.        

Conforme a ordem monopólica vai invadindo o universo dos indivíduos e da sociedade

como um todo, surgem propostas para redefinições de características pessoais e como

estratégias e terapias de ajustamento, partindo desse processo, o Serviço Social vai

emergindo, e para atender as demandas daquela conjuntura, tinha uma atividade

bastante funcionalista de “ajustar” o indivíduo ao meio.

O Serviço Social como profissão, está atrelado ao surgimento da “questão

social”, orientado com condutas assistencialistas e filantrópicas, com um “alicerce” da

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doutrina social da Igreja Católica, ou seja, surge como resposta ao acirramento das

contradições capitalistas em sua fase monopolista, para o “controle” da classe

trabalhadora e a legitimação dos setores dominantes e do Estado. O serviço Social surge

e se consolida com a ordem monopólica, estando relacionado também com as mazelas

próprias à ordem burguesa. Sendo assim, esta profissão só  se torna compreensível e

histórica no âmbito da sociedade burguesa, á altura do capitalismo monopolista.

A Política Social, um dos principais meios de intervenção nas expressões da

“questão social”, sendo fruto da capacidade de mobilização e organização da classe

operária e do conjunto de trabalhadores, que o Estado atende a demanda como estratégia

também para reproduzir e manter o sistema atual, preservando e controlando a

mercadoria mais preciosa para o modo de produção capitalista, que é a força de

trabalho. É como se desse "com uma mão, para tirar com a outra". A Política Social

pode ser entendida também como um acordo entre a burguesia e a classe operária, por

que ao mesmo tempo em que atende necessidades imediatas da classe operária, ela

fragmenta e fragiliza a organização da classe operária e legitima o Estado Burguês. E

com a ideologia neoliberal, que só fortalece o sistema capitalista, a perspectiva de

cupabilização do sujeito é cada vez mais utilizada, descartando a conjuntura e

fragilidade do próprio sistema, que em sua contradição, produz riqueza excedente,

porém esta fica concentrada e centralizada nas mãos de poucos, enquanto muitos ficam

“as margens” do sistema.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Bernadete de Lourdes Figueiredo de. A Emersão e o Trato da

“Questão Social”: do âmbito do privado a sua estatização. João Pessoa/PB: UFPB/

CCHLA/ DSS, 2007 (versão revisada)

MANDEL, Ernest. Introdução ao Marxismo. Tradução de Mariano Soares. Porto

Alegre: Editora Movimento, 1982

NETTO, José Paulo. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. São Paulo:

Cortez, 1992.