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Capítulo 01 do livro POR UMA VIDA MELHOR Capítulo 1 Escrever é diferente de falar 11 Capítulo 1 Escrever é diferente de falar “Preciso entregar esse texto e queria que vocêlesse antes, para ver se está bom.”A frase acima traduz uma situação bastantecomum. Mesmo alguém experiente na leiturae na escrita sente necessidade da avaliação deoutra pessoa sobre o que escreve. Escritoresconsagrados, do passado e da atualidade, tam- bém mantiveram, e mantêm, o hábito de trocarcorrespondências sobre sua obra.Há momentos em que surgem dúvidas sobrea gra a das palavras (se têm acento, se levam um s ou dois...), sobre a pontuação, o emprego demaiúsculas etc. Às vezes, somos dominados poruma insegurança que nos impede até mesmode saber ao certo qual é nossa dúvida. Sentimosque falta algo no texto, mas não sabemos o queé. Isso é natural, pois se trata de uma di culda-de enfrentada por todos que estão aprendendo ofuncionamento da língua escrita. À medida queampliamos nosso conhecimento sobre ela, essassensações vão sendo superadas.A língua escrita não é o simples registro dafala. Falar é diferente de escrever. A fala es- pontânea, por exemplo, é menos planejada,apresenta interrupções que não são retomadas.Além disso, conta com outros recursos, como osgestos, o olhar, a entonação. Já a escrita possuimuitas convenções. Ela precisa ser mais contí-nua, sem os cortes repentinos da fala, e maisexata, porque geralmente não estamos perto doleitor para lhe explicar o que queremos dizer.Você, que é falante nativo de português,aprendeu sua língua materna espontaneamen-te, ouvindo os adultos falarem ao seu redor. Oaprendizado da língua escrita, porém, não foiassim, pois exige um aprendizado ormal . Eleocorre intencionalmente: alguém se dispõe aensinar e alguém se dispõe a aprender. Geral-mente há local, momento e

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Captulo 01 do livro POR UMA VIDA MELHORCaptulo 1Escrever diferente de falar

11Captulo 1Escrever diferente de falarPreciso entregar essetexto e queria quevoclesse antes, para ver se est bom.A frase acima traduz uma situao bastantecomum. Mesmo algum experiente na leiturae na escrita sente necessidade da avaliao deoutra pessoa sobre o que escreve. Escritoresconsagrados, do passado e da atualidade, tam-bm mantiveram, e mantm, o hbito de trocarcorrespondncias sobre sua obra.H momentos em que surgem dvidas sobrea graa das palavras (se tmacento, se levam umsou dois...), sobre a pontuao, o emprego demaisculas etc. s vezes, somos dominados poruma insegurana que nos impede at mesmode saber ao certo qual nossa dvida. Sentimosque falta algo no texto, mas no sabemos o que. Isso natural, pois se trata de uma diculda-de enfrentada por todos queesto aprendendoofuncionamentodalngua escrita. medida queampliamos nosso conhecimento sobre ela, essassensaes vo sendo superadas.A lngua escrita no o simples registro dafala. Falar diferente de escrever. A fala es-pontnea, por exemplo, menos planejada,apresenta interrupes que no so retomadas.Alm disso,conta com outros recursos, como osgestos, o olhar, a entonao. J a escrita possuimuitas convenes. Ela precisa ser mais cont-nua, sem os cortes repentinos da fala, e maisexata, porque geralmente no estamos perto doleitor para lhe explicar o que queremos dizer.Voc, que falante nativo de portugus,aprendeu sua lngua materna espontaneamen-te, ouvindo os adultos falarem ao seu redor. Oaprendizado da lngua escrita, porm, no foiassim, pois exige umaprendizado ormal. Eleocorre intencionalmente: algum se dispe aensinar e algum se dispe a aprender. Geral-mente h local, momento e material prpriospara isso. Obviamente, em algumas ocasies, possvel improvisar: um irmo mais velho podeensinar o que j aprendeu na escola para o ir-mo mais novo, por exemplo. De qualquer for-ma, dicilmente aprendemos a ler e a escreverpor acaso, sem ter a inteno disso.Outro ponto importante: da mesma formaque uma criana aprende a falar observando osoutros falarem, o aprendizado da lngua escritarequer acesso a textos escritos, ou seja, apren-demos a ler lendo ea escrever escrevendo.A lei-tura e a escrita necessitam de prtica. Por isso,mesmo que uma ou outra atividade de escritalhe oferea diculdade, voc deve se empenharao mximo para realiz-la. Procure reler e revi-sar o que foi escrito, e, quando necessrio, pas-se o texto a limpo. No comeo, voc pode achardifcil, mas os resultados compensaro.Neste captulo, vamos exercitaralgumas ca-ractersticas da linguagem escrita. Alm disso,vamos estudar uma variedade dalngua portu-guesa: a norma culta. Para entendero que ela V6_un1_CS4.indd111/27/111:10PM

25AtividadeAplicar conhecimentosa)Escreva o poema em seu caderno, trocandoas ocorrncias tpicas da variedade popularpelas ormas que seriam usadas na norma culta.b)Verifque as mudanas que voc ez e os eeitos que elas provocaram. Escreva quaisoram esses eeitos.2.Sobre o tema televiso, construa um perodo que:a)termine com ponto fnal:b)termine com ponto de interrogao:c)termine com reticncias:d)termine com ponto de exclamao:3.Escreva um pargrao sobre o tema televiso. Separe as ideias em perodos para que oleitor possa acompanhar o texto.4.Nestas rases, as palavras destacadas esto escritas como, geralmente, so pronunciadas.Reescreva-as de acordo com as regras de ortografa:a)Comecei a trabalh em um lugar agradvel.b)No oi cil acostum com essa ideia.c)Vim com uma prima para ajud na costura.d)No tenho nada a al sobre esse assunto.e)Talvez noconseguisse volt para casa.f)Passeei bastante antes de perceb que tava perdida.5.Reescreva as rases, corrigindo os verbos que oram escritos incorretamente.a)Eu quero diz para vocs que os nibus dessa linha to cada vez mais raros.b)E eu tenho que acord mais cedo para noperd a hora.[MA[1.Traduzir a variedade popularpara a variedade cultacomprometeriaparte do sentido do poema, afnal, em certos textos, nem sempreimporta o que se diz, mas o modo como se diz.V6_un1_CS4.indd251/27/111:10PM

Unidade 1Lngua Portuguesa26c)Pedi para troc o produto, mas no concordaro.d)O jornal uma publicao que todomundo ler.e)T tudo bem, mas poderia est melhor, se no osse a alta de respeito com a populao.f)Eles fzero uma pesquisa para sab quantas pessoas teria oportunidade de trabalh.g)Nessa rua no temo paz nem para dormi.h)Ento eu resolvir escrever para vocs.6.Leia as rases e complete as lacunas com as palavrasmasoumais.a)Aquichovequenaminhacidade.b)Eunovoul.c)Tudopossvel,precisocolaborar.d)Quanto2539?e)Quantoeuoaconselhoanoazerisso,vocaz!f)Gostodeflmes,oslivrosmeinteressamdoqueeles.g)Jfztudoporele,noareinada.h)Vocdissequenopodecomprarnadaessems,hojeaniversrio da Ana.7.Leia o modelo e, a seguir, complete as rases. preciso estudar as regras. preciso estud-las.a)Eu gostaria de admirar o pas.Eu gostaria deb)No consegui ouvir o pedido.No conseguic)Esqueci-me de griar as palavras.Esqueci-mede.d)No houve tempo de concluir o projeto.Nohouvetempode.Lembre-se:mas = porm.Nos demais casos, emprega-semais.Lembre-se:palavraoxtona que terminaematem acento;se oiestiversozinho na slabatnica, ele acentuado.V6_un1_CS4.indd261/27/111:10PM

Captulo 1Escrever diferente de falar27e)No ui capaz de impedir a vingana.Nouicapazde.8.Reescreva no caderno os textos a seguir levando em considerao as normas da linguagemculta. Faa as modifcaes que julgar necessrias: evite repeties de palavras, substituaou elimine palavras, use os sinais de pontuao, corrija as palavras que apresentam errosde grafa e de acentuao.a)Sabemos que a leitura uma das coisas que conseguir muda o homem, a leitura tem acapacidade de nos levar a lugar imaginario, imaginar coisas belissima, meu pai semprediz quem ler e sbio meu paiesta lendo sempre que pode.b)A leitura transorma as pessoa, assim que procuramos os livro,os livro revela culturas eos ensina e nos torna mais sabios de conhecimentos. Os livro nos leva ao sonhos, pararealizar os sonhos sem sai de casa em viagens literarias.Leia o incio do pargrafo a seguir e copie-o no caderno. Identique oassunto tratado e continue a escrev-lo. Use as palavras que esto abaixo(mas, alm disso, assim) observando o sentido de cada uma para iniciaros pargrafos seguintes. No nal, crie um ttulo para o texto.Momento daescritaIndicaes de leituras, vdeos, msicasLivroCAMARGO,Jos Eduardoe SOARES,L.O Brasil das placas. So Paulo: Panda Books, 2007.SiteSunettouturiste, de Ju Bananre, na voz de Francisco Papaterra Limongi Neto: .MsicaIntil,de Ultraje aRigor.WEA, 1983.Pode ser ouvida em:.A voz da mulher ainda pouco ouvida emnossa sociedade. Afnal, ter competncia paraalar no implica ser ouvido.Mas...Alm disso...Assim...V6_un1_CS4.indd271/27/111:10PM