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1 CAPÍTULO 1 APRESENTAÇÃO Objetiva o presente Relatório descrever todas as atividades desenvolvidas para o Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR, criado pela Lei 10.267, de 28 de agosto de 2001, “que terá base comum de informações, gerenciada conjuntamente pelo INCRA e pela Secretaria da Receita Federal, produzida e compartilhada pelas diversas instituições públicas federais e estaduais produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro” 1 . A criação do CNIR permitirá um melhor conhecimento da estrutura fundiária do país, visto que todos os órgãos da administração pública federal serão obrigatoriamente produtores, alimentadores e usuários do sistema 2 , possibilitando a incrementação de uma política pública voltada ao meio rural, pautada em informações mais consistentes, o que trará grande benefício à sociedade. A utilização da tecnologia da informação para identificação do imóvel rural, por meio de indicação de suas características e confrontações, localização e área, obtida a partir de georreferenciamento com o uso de GPS, associado à interpretação de imagens de satélite, tem sido uma grande aliada no processo de modernização do cadastro rural, contribuindo no combate a grilagem de terras. Essa tecnologia vem sendo utilizada pelo INCRA e pelo particular no cumprimento do que estabelece a mencionada Lei. Além da criação do CNIR, a Lei 10.267/2001 destaca a legitimação, o aperfeiçoamento e a modernização do sistema de registro de terras, com a integração do cadastro rural aos serviços registrais, possibilitando ao poder público exercer com eficiência e eficácia o combate a apropriação e transferência fraudulentas de terras públicas ou de particulares, invasões de áreas de preservação ambiental, esbulho de terras indígenas e de área remanescente de quilombos, ou fraudes de qualquer espécie associada à propriedade rural. A sociedade brasileira entendeu a necessidade de criar um instrumento legal para assegurar a justa propriedade da terra e participou ativamente dos debates para elaboração da referida lei, que criou o Sistema Público de Registro de Terras. Foi uma iniciativa do Governo Federal, representado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA, por meio do INCRA, com a colaboração da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, da Associação Nacional dos Órgãos Estaduais de Terra - ANOTER, da Associação dos Notários e Registradores - ANOREG, Instituto de Registro Imobiliário do Brasil - IRIB, do Ministério Público Federal - MPF e de outras entidades ligadas ao meio rural. Marco Legal A Lei 10.267/2001 é o marco legal para a implantação do CNIR, tendo em vista o que dispõe o seu art. 2°, § 2° “Fica criado o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR, que terá base comum de informações, gerenciada conjuntamente 1 Art. 2º, § 2º da Lei 5.868/1972, com nova redação dada pela Lei 10.267/2001. 2 Art. 7º, § 3º do Decreto 4.449/2002.

CAPÍTULO 1 - Incrawiki.incra.gov.br/images/f/f7/Relatorio_Geral_-_Capitulos.pdf · A criação do CNIR permitirá um melhor conhecimento da estrutura fundiária do país, ... em

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CAPÍTULO 1

APRESENTAÇÃO Objetiva o presente Relatório descrever todas as atividades desenvolvidas para o Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR, criado pela Lei 10.267, de 28 de agosto de 2001, “que terá base comum de informações, gerenciada conjuntamente pelo INCRA e pela Secretaria da Receita Federal, produzida e compartilhada pelas diversas instituições públicas federais e estaduais produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro”1. A criação do CNIR permitirá um melhor conhecimento da estrutura fundiária do país, visto que todos os órgãos da administração pública federal serão obrigatoriamente produtores, alimentadores e usuários do sistema2, possibilitando a incrementação de uma política pública voltada ao meio rural, pautada em informações mais consistentes, o que trará grande benefício à sociedade. A utilização da tecnologia da informação para identificação do imóvel rural, por meio de indicação de suas características e confrontações, localização e área, obtida a partir de georreferenciamento com o uso de GPS, associado à interpretação de imagens de satélite, tem sido uma grande aliada no processo de modernização do cadastro rural, contribuindo no combate a grilagem de terras. Essa tecnologia vem sendo utilizada pelo INCRA e pelo particular no cumprimento do que estabelece a mencionada Lei. Além da criação do CNIR, a Lei 10.267/2001 destaca a legitimação, o aperfeiçoamento e a modernização do sistema de registro de terras, com a integração do cadastro rural aos serviços registrais, possibilitando ao poder público exercer com eficiência e eficácia o combate a apropriação e transferência fraudulentas de terras públicas ou de particulares, invasões de áreas de preservação ambiental, esbulho de terras indígenas e de área remanescente de quilombos, ou fraudes de qualquer espécie associada à propriedade rural. A sociedade brasileira entendeu a necessidade de criar um instrumento legal para assegurar a justa propriedade da terra e participou ativamente dos debates para elaboração da referida lei, que criou o Sistema Público de Registro de Terras. Foi uma iniciativa do Governo Federal, representado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA, por meio do INCRA, com a colaboração da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, da Associação Nacional dos Órgãos Estaduais de Terra - ANOTER, da Associação dos Notários e Registradores - ANOREG, Instituto de Registro Imobiliário do Brasil - IRIB, do Ministério Público Federal - MPF e de outras entidades ligadas ao meio rural.

• Marco Legal A Lei 10.267/2001 é o marco legal para a implantação do CNIR, tendo em vista o que dispõe o seu art. 2°, § 2° “Fica criado o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR, que terá base comum de informações, gerenciada conjuntamente 1 Art. 2º, § 2º da Lei 5.868/1972, com nova redação dada pela Lei 10.267/2001.

2 Art. 7º, § 3º do Decreto 4.449/2002.

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pelo INCRA e pela Secretaria da Receita Federal, produzida e compartilhada pelas diversas instituições públicas federais e estaduais produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro.” O Decreto 4.449, de 30 de agosto de 2002, que regulamenta a Lei 10.267/2001, dispõe:

“Art. 7o Os critérios técnicos para implementação, gerenciamento e alimentação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR serão fixados em ato normativo conjunto do INCRA e da Secretaria da Receita Federal.

§ 1o A base mínima de dados comum do CNIR contemplará as informações de natureza estrutural que vierem a ser fixadas no ato normativo referido no caput e as de interesse substancial das instituições dele gerenciadoras, bem como os dados informativos do § 6º do art. 22 da Lei nº 4.947, de 1966.

§ 2o São informações de natureza estrutural obrigatórias as relativas aos dados sobre identificação, localização, dimensão, titularidade e situação jurídica do imóvel, independentemente de estarem ou não acompanhadas de associações gráficas.

§ 3o Além do INCRA e da Secretaria da Receita Federal, todos os demais órgãos da Administração Pública Federal serão obrigatoriamente produtores, alimentadores e usuários da base de informações do CNIR.

§ 4o As instituições gerenciadoras do CNIR poderão firmar convênios específicos para o estabelecimento de interatividade dele com as bases de dados das Administrações Públicas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 5o As instituições gerenciadoras do CNIR deverão convidar e incentivar a participação de entidades da sociedade civil detentoras de bases de dados cadastrais correlatos, para interagirem com o esforço de alimentação e gerenciamento do CNIR.

§ 6o O código único do CNIR será o código que o INCRA houver atribuído ao imóvel no CCIR, e deverá ser mencionado nos atos notariais e registrais de que tratam os §§ 6º e 7º do art. 22 da Lei nº 4.947, de 1966, e a alínea “a” do item 3 do art. 176 da Lei nº 6.015, de 1973.

§ 7o O ato normativo conjunto previsto no caput estabelecerá as normas para compartilhamento e sistema de senhas e níveis de acesso às informações constantes do CNIR, de modo a não restringir o acesso das entidades componentes da rede de interação desse Cadastro aos informes de natureza pública irrestrita, sem, contudo, permitir acesso indiscriminado a dados de natureza sigilosa, privilegiada, de divulgação expressa ou implicitamente vedada em lei, ou potencialmente vulneradores do direito à privacidade.”

Ressalte-se, ainda, que a estruturação do CNIR vem atender a determinação do Tribunal de Contas da União - TCU, consubstanciada nos seguintes Acórdãos:

- Acórdão 465/2004 - Ministro Relator ADYLSON MOTTA; - Acórdão 1822/2004 - Ministro Relator AUGUSTO SHERMAN CAVALCANTI; - Acórdão 329/2005 - Ministro Relator UBIRATAN AGUIAR; - Acórdão 1582/2006 - Ministro Relator UBIRATAN AGUIAR e - Acórdão 1097/2008 - Ministro Relator MARCOS BEMQUERER COSTA.

Ademais, o TCU em auditoria realizada no INCRA, no período de 16 a 20 de fevereiro de 2009, a que se refere o Memo INCRA/P/Circular nº 606, de 17/03/2009, solicitou a entrega de cronograma detalhado referente à implantação do CNIR, um dos itens constantes da Ficha de Monitoramento apresentada pelo Tribunal. O referido cronograma, ajustado e aprovado em reunião INCRA/RFB de 19/03/2009, foi entregue ao TCU em 23/03/2009 por ocasião de reunião entre

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auditores do Tribunal e a Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária do INCRA (Anexo I – Cronograma do Projeto de Reforma do Cadastro Rural e de Estruturação do CNIR).

No âmbito do INCRA, foi criado formalmente Grupo de Trabalho encarregado da elaboração do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR, através das Portarias INCRA/P n° 144, de 25/05/2009 e n° 204, de 08/07/2009, editadas pela Presidência do INCRA e publicadas do DOU de 26/05/2009 e 09/07/2009, respectivamente (Anexos II e III - Portarias INCRA/P n° 144, de 25/05/2009 e n° 204, de 08/07/2009).

• Eventos Antecedentes ao Projeto

É importante ressaltar, resumidamente, o levantamento de informações e a existência de eventos anteriores que foram fundamentais e decisivos à concepção deste Projeto:

- O resgate da “Carta de Belém”, de 1997, onde foram estabelecidos os princípios e diretrizes para o combate a grilagem de terras no país, que resultou na criação da Lei 10.267/2001;

- No período compreendido entre 2002 a 2006, o INCRA e a Receita Federal do

Brasil adotaram algumas iniciativas com vistas ao desenvolvimento do CNIR, mas que sofreram solução de continuidade motivada por fatores de ordem política e administrativa;

- Em dezembro de 2007, foi promovido pelo INCRA um Workshop, em

Florianópolis/SC, com a participação de especialistas e pesquisadores de diferentes instituições, que atuam na área de cadastro, com objetivo de discutir e propor alternativas para um Projeto de Reforma Cadastral, como parte integrante de políticas públicas voltadas para o meio rural (Anexo IV - Pauta do Workshop e Anexo V - Sistematização dos Resultados do Workshop); e

- Em abril de 2008, realização de Mesa Redonda, em Brasília/DF, com a

participação de dirigentes do INCRA, técnicos e pesquisadores, para aprofundamento das questões discutidas no Workshop, com vistas a definição de encaminhamentos para a elaboração de um Projeto de Reforma Cadastral (Anexo VI - Pauta da Mesa Redonda).

O Workshop e a Mesa Redonda contaram com a participação dos Professores Doutores Carlos Loch, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e Andrea Flávia Tenório Carneiro, da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, especialistas nas áreas de Cadastro e Georreferenciamento de Imóveis Rurais.

• Retomada das Ações para Elaboração do Projeto Em seguida aos eventos citados, foram retomadas ações com vistas ao desenvolvimento de um Projeto de Reforma Cadastral, tendo como eixo principal a estruturação do CNIR, sintetizadas em: - Levantamento das necessidades das entidades usuárias e produtoras de

informações sobre imóveis rurais, realizado pela professora Silvane Karoline

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Paixão, da Universidade Federal de Pernambuco, Doutoranda da University of New Brunswick - UNB - Canadá, em maio e junho de 2008, (Anexo VII - Avaliação dos Resultados da Pesquisa sobre as Necessidades dos Usuários do CNIR);

- Estabelecimento de parceria entre o INCRA e a Receita Federal do Brasil - RFB,

com o início de entendimentos entre os gestores das duas instituições, a partir de junho de 2008, com a primeira reunião formal e ampliada realizada nos dias 6 a 8 de agosto de 2008, para discussão em torno da elaboração de um Projeto de Reforma Cadastral que contemplasse a Estruturação do CNIR, contando com a participação de técnicos do INCRA, Receita Federal e SERPRO, envolvidos com o Sistema Nacional de Cadastro Rural - SNCR e o Cadastro Fiscal de Imóveis Rurais - CAFIR (Anexo VIII – Pauta de Reunião para Discussão das Propostas de Estruturação do CNIR e de Elaboração do Projeto de Reforma do Cadastro Rural).

A partir dessa primeira reunião houve uma sequência de reuniões de trabalho, especificadas em Capítulo próprio, onde foram discutidas todas as questões, diretrizes e estratégias com vistas à elaboração do Projeto, que subsidiaram os trabalhos desenvolvidos no âmbito dos Subgrupos, a partir de fevereiro de 2009. Merece destaque a participação no grupo e nas reuniões de trabalho do CNIR dos Professores Doutores Andrea Flávia Tenório Carneiro, da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Jürgen Wilheln Philips, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e Artur Caldas Brandão, da Universidade Federal da Bahia - UFBA. Os referidos professores são renomados especialistas nas áreas de cadastro e georreferenciamento, tendo participado da concepção e elaboração da Lei 10.267/2001 e da Norma Técnica de Georreferenciamento de Imóveis Rurais do INCRA, editada em novembro de 2003. A premissa inovadora para o desenvolvimento desse Projeto é o sistema de informações territoriais baseado em parcela cadastral, em função de conceitos diferenciados para o imóvel rural, no âmbito das instituições, sobretudo INCRA, RFB e os Serviços de Registro de Imóveis. A adoção da parcela cadastral, caracterizada como a menor porção de área de uma Unidade de Cadastro do CNIR com características específicas que a delimite, dizendo respeito a: situação jurídica, localização municipal, localização em zona rural ou urbana e parte da malha viária e hidrográfica do País, bem como a rede de oleodutos, de gasodutos e de distribuição de energia. Foi a solução encontrada para contemplar os diferentes conceitos de imóvel rural, no âmbito das legislações agrária, tributária e do registro imobiliário. É uma nova visão de cadastro, com características diversas, permitindo um melhor conhecimento e ordenamento da estrutura fundiária, mediante a integração de dados literais com dados gráficos; agregação de registros distintos, tais como: direitos, valor e o uso do solo. A implantação desse novo cadastro rural brasileiro permitirá a utilização de suas informações territoriais pelo Governo Federal, Estados e Municípios, bem como, pelas organizações privadas e pelo cidadão.

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Portanto, é um grande desafio para o INCRA e para a Receita Federal do Brasil desenvolver, estruturar e gerenciar conjuntamente o CNIR, resultando na implantação de um cadastro rural multifinalitário, caracterizado por uma base de dados unificada, com informações estruturais, integrada às bases próprias das diversas entidades usuárias e produtoras de informações sobre o meio rural brasileiro.

• Metodologia Utilizada para a Elaboração do Projeto Iniciou-se com um levantamento da legislação básica do Cadastro Rural e resgate dos estudos e eventos já realizados anteriormente, como subsídio para a elaboração do projeto proposto. Foram retomadas as ações com a realização de Eventos (Workshop, Mesa Redonda, Reuniões etc.) promovidos por parte do INCRA e RFB. Por outro lado, o Grupo foi dividido em Subgrupos de execução dos trabalhos, de acordo com os diversos temas que envolvem o Projeto e oriundos das discussões realizadas nos referidos Eventos, que após desenvolvidos eram submetidos a validação nas reuniões do Grupo de Trabalho INCRA/RFB.

• Resultados Esperados com a Implantação do Projeto Em termos de produtos a serem obtidos, espera-se que a implantação do Projeto de Reforma Cadastral proporcione a adequação do Cadastro Rural à legislação vigente e às exigências de natureza política, administrativa e social; apresente um mecanismo eficiente, seguro e automatizado para o intercâmbio de informações entre o INCRA e os Serviços de Registro de Imóveis; possibilite a integração entre os segmentos gráfico e literal do cadastro; estabeleça mecanismos de atualização periódica dos dados cadastrais e, finalmente, crie as condições para a efetiva estruturação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR. Finalmente, neste Relatório será apresentado um diagnóstico geral de todas as ações desenvolvidas no período compreendido de agosto/2008 a dezembro/2009, com vista à elaboração do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR.

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CAPÍTULO 2

INTRODUÇÃO

• Da Lei de Terras No Brasil, a história da propriedade remonta ao seu descobrimento, em 1500. Aqui aportando, Pedro Álvares Cabral tomou posse das terras para a Coroa Portuguesa, tornando a Terra de Santa Cruz a grande Fazenda D´el Rey. Configura-se então a “posse histórica”, fundamento do domínio público, que dispensa qualquer tipo de documento. Este fato histórico tem por si uma presunção jurídica que só pode ser afastada pela prova documental de que determinada área de terra, em algum tempo, foi desmembrada da propriedade pública para constituir uma área de domínio privado. A Coroa Portuguesa, detentora do domínio de todas as terras brasileiras, transferiu mediante doações várias porções ao domínio privado, como forma de incentivar a ocupação do solo descoberto, tudo sob a égide das Ordenações do Reino. Com isso, instituiu-se a Sesmaria, cujo titular eram os capitães donatários, os quais poderiam doá-la a quem pretendesse cultivá-la. Ressalte-se que era costume em Portugal, antes mesmo da primeira Lei de Sesmarias editada em 1535, retirar dos donos as terras inexploradas para entregá-las a quem dispusesse a lavrar e semear. A Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850, considerada a primeira lei de terras brasileira, discriminou os bens do domínio público do particular, estabelecendo assim, o primeiro cadastro das terras ocupadas no país, determinando, em seu art. 13, o registro das terras possuídas, sobre declarações feitas pelos respectivos possuidores, impondo multas e penas àqueles que não cumprissem a determinação. Esse registro foi realizado pelos vigários das paróquias e ficou conhecido como “Registro Paroquial” ou “Registro do Vigário”, que tinha efeito meramente declaratório, pois todos os possuidores de terras deveriam efetuar este registro, com ou sem comprovação de documentos ou mesmo medição da área. Desta forma, implantou-se o primeiro Cadastro de Imóveis Rurais Declaratório regulamentado no Brasil.

• Do Estatuto da Terra Passado mais de um século, em 1964, o Governo editou o Estatuto da Terra, consubstanciado pela Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964. Embora tenha sido criado em pleno regime militar, o Estatuto da Terra foi fruto da insatisfação predominante no meio rural brasileiro e ao receio de uma revolução no campo, iniciada na década de 1950, com as ligas camponesas, apoiada pelos sindicatos rurais, Igreja Católica e o Partido Comunista Brasileiro. A

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Lei tinha um objetivo de apaziguar os camponeses, com a implantação de uma Reforma Agrária, bem como, regulamentar a situação fundiária do país. A Mensagem n° 33, que encaminhou a proposta de Lei foi bastante enfática em demonstrar a necessidade de se criar um cadastro de imóveis rurais com informações sobre as formas de detenção, localização, área, produção, valores dos imóveis e tributação, conforme se demonstra no seguinte texto: “... o cadastro será o mais valioso elemento de que disporá o Governo para implantação da Reforma Agrária; seus dados servirão de base para a tributação... e para desapropriação pelo Governo Federal se e quando necessária.” Dessa forma, nasce o cadastro de imóveis rurais com foco no Zoneamento Agrário, nas Políticas de Reforma Agrária e no Desenvolvimento Rural e Tributação da Terra (natureza multifinalitária). Previu ainda a Lei, a atualização do cadastro básico mediante a inclusão de novos imóveis rurais; a revisão cadastral de 5 em 5 anos, permitindo o aperfeiçoamento de apuração dos dados pelo uso de fotografias aéreas e, nas áreas prioritárias, os cadastros especiais com informações sobre o relevo, a drenagem, os solos e outras características ecológicas. Este cadastro foi denominado de “cadastro técnico”.

• Da Semana da Terra Com as comemorações da “Semana da Terra”, ocorrida no final de 1965, foi iniciada a operação para o primeiro cadastramento declaratório no país, época em que foram instaladas as Unidades Municipais de Cadastramento - UMC, por meio de convênios firmados com as Prefeituras Municipais, que passaram a compor a Rede Auxiliar de Cadastro Rural, com a coleta das declarações, funcionando assim até os dias atuais. Na ocasião, foram cadastrados cerca de 3,2 milhões de imóveis rurais, perfazendo uma área em torno de 307 milhões hectares. Este cadastramento se estendeu até o ano de 1966 e os dados colhidos tiveram base nas informações declaradas pelos detentores dos imóveis, sem averiguação de sua legitimidade. O cadastro incluía informações sobre o detentor do imóvel (nome, endereço, vínculo com o imóvel), a estrutura do imóvel (localização, área, limites) e o uso do mesmo (áreas destinadas à agropecuária, não utilizadas e com benfeitorias).

• Do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR Ainda em 1966, foi editada a Lei nº. 4.947, de 06 de abril de 1966, que instituiu o Certificado de Cadastro. A primeira emissão do Certificado ocorreu em 1967, tendo como base os dados do primeiro cadastramento. Diante disso, a partir de 1º de janeiro daquele ano, somente mediante apresentação do Certificado de Cadastro, expedido pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrária - IBRA (hoje INCRA), poderia o proprietário rural pleitear as facilidades proporcionadas pelos órgãos federais de administração centralizada ou descentralizada, ou por empresas de economia mista de que a União possuísse a maioria das ações, e, bem assim, obter inscrição, aprovação e registro de projetos de colonização particular ou aprovação de projetos de loteamento no IBRA ou no Instituto Nacional do Desenvolvimento Rural - INDA (hoje INCRA).

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Atualmente, como previsto na referida Lei, o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR é o documento fornecido pelo INCRA aos proprietários ou detentores de imóveis rurais cadastrados no Sistema Nacional de Cadastro Rural - SNCR, sem o qual não poderão os proprietários, sob pena de nulidade, desmembrar, arrendar, hipotecar, vender ou prometer em venda os imóveis rurais. Em caso de sucessão causa mortis, nenhuma partilha, amigável ou judicial, poderá ser homologada pela autoridade competente sem apresentação do referido Certificado.

A emissão do novo CCIR 2006-2007-2008-2009, iniciada em 14 de dezembro de 2009, está sendo realizada pela internet, facilitando a vida do detentor do imóvel rural, que não mais terá de ir até o INCRA ou a uma UMC para solicitar seu documento. Tal medida representa, ainda, uma economia de cerca de R$ 5.000.000,00 aos cofres públicos, uma vez que a autarquia não mais terá que encaminhar ao endereço do detentor, pelo Correio, a 1ª via do Certificado.

A emissão pela internet traz, ainda, a possibilidade de consulta de

autenticidade do referido documento, o que representa medida significativa ao combate das fraudes documentais.

Na primeira semana de funcionamento da emissão via internet, entre

os dias 14 a 18 de dezembro, foram emitidos mais de 100.000 CCIR.

• Do Sistema Nacional de Cadastro Rural – SNCR O Sistema Nacional de Cadastro Rural – SNCR foi Instituído pela Lei nº 5.868, de 12 de dezembro de 1972, com o objetivo de promover a integração e sistematização da coleta, pesquisa e tratamento de dados e informações sobre o uso e posse da terra, conforme determina o Decreto nº 72.106, de 18 de abril de 1973, que regulamenta a referida Lei.

A Figura 1, abaixo, ilustra como estão relacionados no SNCR os dados do imóvel rural com a pessoa que o detêm ou o explora de forma temporária.

Figura 1 – Diagrama simplificado do SNCR

Fonte: INCRA/DFC-1

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O Cadastro de Imóveis Rurais, como integrante do Sistema Nacional de Cadastro Rural, tem como finalidade primordial o levantamento sistemático dos imóveis rurais, para conhecimento das condições vigentes na estrutura fundiária das várias regiões do País, visando: - Fornecer elementos que orientem a formulação das políticas agrícola e agrária e,

em especial, para orientar a execução do Plano Nacional de Reforma Agrária; - Levantar as condições efetivas da distribuição e concentração, assim como do

regime de domínio e posse da terra; - Revelar as reais formas de uso temporário da terra, de forma que se possa

avaliar sua adequação ao princípio da função social da propriedade, previsto na Constituição Federal; e

- Atualizar os registros cadastrais existentes e aperfeiçoar os métodos e instrumentos de pesquisa, coleta e tratamento de dados e informações rurais.

As informações cadastrais são atualizadas principalmente pela coleta

de dados relativos às Declarações para Cadastro de Imóveis Rurais, mediante o preenchimento e entrega dos formulários que constituem a Declaração, que são previstos da seguinte forma: Dados sobre Estrutura; Dados sobre Uso; e Dados Pessoais e de Relacionamentos. As informações literais são complementadas com informações gráficas: Planta e Memorial Descritivo do Imóvel Rural, de conformidade com a Norma Técnica para Georrefereciamento de Imóveis Rurais do INCRA, para os imóveis com área total igual ou superior a 500,0 hectares, nos casos previstos no Decreto 4.449/2002, que regulamenta a Lei 10.267/2001.

• Dos Recadastramentos As ações de recadastramento foram iniciadas a partir de 1972. Naquela época já existia o INCRA, que foi criado pelo Decreto-lei nº 1.110, de 09 de julho de 1970, quando absorveu as atribuições do IBRA e do INDA, ambos surgidos em 1964 com o Estatuto da Terra. Os recadastramentos foram realizados inicialmente de forma geral e depois específicos, também denominados pontuais ou especiais, conforme descritos cronologicamente: Nos anos de 1972, 1978 e 1992 foram realizados os Recadastramentos Gerais de Imóveis Rurais, com os seguintes destaques: - Em 1972 - foi realizado o primeiro recadastramento geral, conduzido pelo INCRA,

mantendo-se as características básicas do cadastramento de 1966 e iniciada a implantação dos demais cadastros integrantes do SNCR, com a introdução dos formulários da Declaração para Proprietários - DPP e Declaração de Parceiros e Arrendatários - DPA, sendo cadastrados, na ocasião, aproximadamente 600.000 proprietários e 500.000 parceiros e arrendatários. Esse recadastramento teve caráter compulsório, se estendendo de março a maio de 1972, onde foram coletadas 3.387.173 declarações para cadastro de imóveis, totalizando uma área de 370.275.187,40 hectares;

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- Em 1978 - houve o segundo recadastramento geral, restrito somente ao cadastro de imóveis. Os destaques foram as várias alterações no documento de coleta – Declaração para Cadastro de Imóvel Rural - DP – com base em experiências adquiridas nas operações anteriores, objetivando melhorar a qualidade das informações, bem como, a primeira tentativa de se registrar uma coordenada geográfica do imóvel rural no formulário de coleta e seu lançamento em cartas. Foram recadastrados 3.071.085 imóveis rurais, abrangendo uma área de 419.901.870,40 hectares e constando-se uma redução no número de imóveis, em contraposição ao aumento da área cadastrada;

- Em 1992 – O terceiro recadastramento geral. Destaque o surgimento da Lei

8.022, de 12 de abril de 1990, que transferiu para a Secretaria da Receita Federal a competência de administração das receitas arrecadadas pelo INCRA, e para a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional a competência para a apuração, inscrição e cobrança da respectiva dívida ativa, impondo, dessa forma, ao INCRA um novo redirecionamento do SNCR, alterando-se o enfoque até então tributário, para fins cadastrais propriamente dito, potencializando a atividade de identificação de áreas aptas à Reforma Agrária. Na época, planejou-se novo recadastramento, através de ação conjunta, contemplando as atribuições do INCRA e RFB, porém, em vista de impedimentos de natureza administrativa não foi realizado, procedendo-se cadastro em separado, para cada instituição, acarreando subcadastramentos em ambos os levantamentos. Foram adotados novos formulários de coleta e enfatizada a descentralização, viabilizada através de um novo sistema de processamento, com acesso às informações via terminais de rede. O alvo principal foram os grandes imóveis, sendo solicitadas plantas para aqueles com área igual ou superior a 1.000 hectares. Houve, também, a estruturação do cadastro de terras públicas, embora as informações tenham sidas levantadas e tratadas em sistema separado, não fazendo parte das estatísticas cadastrais divulgadas na época.

A partir de 1997, com base em Projeto Piloto no Pontal do Paranapanema/SP realizado em 1996, houve uma mudança de paradigma e o recadastramento passou a ocorrer nas chamadas “Zonas Preferenciais”, com a inserção do Georreferenciamento e exigência de documentação comprobatória, levando-se em consideração indicadores de concentração fundiária, eixos intermodais de desenvolvimento e reivindicações dos movimentos sociais. As Zonas Preferenciais Selecionadas, dentre outras, foram: - Pontal do Paranapanema (5 municípios); - Médio São Francisco (7 municípios); - Zona da Mata Sul de Pernambuco (9 municípios); - Zona da Mata Alagoana (apenas em imóveis indicados).

Esse recadastramento merece destaque pelo uso de tecnologia de ponta, onde dois sistemas diferentes de satélites foram utilizados. Um que permite a localização exata do imóvel rural e o outro que produz imagens que permitem avaliar o uso da terra. Ressalte-se que existiram ainda medidas internas do INCRA para combate à grilagem de terras e ações específicas no sentido de combater práticas nocivas ao meio rural, que também merecem destaque:

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- Em 1999 - Cancelamento do cadastro de imóveis rurais com área acima de 10.000,0 ha, alcançando todo o território nacional, condicionando a reativação com a comprovação de dominialidade, de conformidade com a Portaria INCRA/P/nº 558, de 15 de dezembro de 1999;

- Em 2001 - Inibição do cadastro de imóveis rurais, com área compreendida entre 5.000,0 ha e 10.000,0 ha, localizados em municípios selecionados dos seguintes Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rondônia, São Paulo e Tocantins, condicionando a desinibição com a comprovação de dominialidade, de acordo com a Portaria INCRA/P/nº 596, de 5 de julho de 2001;

- Em 2008 - O INCRA realizou no período de 03 de março a 01 de abril de 2008,

por força do Decreto nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007, a 1ª fase do recadastramento de imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, localizados nos 36 municípios dos Estados do Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia, pertencentes ao Bioma Amazônia, definidos pela Portaria MMA/nº 28, de 24 de janeiro de 2008.

A Tabela 1 apresenta o resumo do total de imóveis rurais e de área

cadastrada no SNCR, no período de 1966 a 2009. Os Gráficos 1 e 2 apresentam, respectivamente, a linha do tempo com o total de imóveis rurais e de área cadastrada no SNCR, de 1966 a 2009, com destaque para os recadastramentos gerais de 1972, 1978 e 1992. Tabela 1 - Resumo do total de imóveis rurais e de área cadastrada no SNCR, no período de 1966 a 2009

Ano Base Total de Imóveis

Cadastrados Total de Área Cadastrada

1966 3.200.000* 307.000.000,00*

1972 3.387.173 370.275.187,40

1976 3.842.235 464.428.929,40

1978 3.071.085 419.901.870,40

1984 4.433.214 595.371.399,30

1985 4.559.982 601.981.522,70

1986 4.694.238 612.944.772,60

1987 4.790.122 615.262.927,00

1992 2.924.204 310.030.752,20

1998 3.587.967 415.570.812,30

2003 4.290.482 418.456.640,80

2009 5.062.569** 560.061.372,18** * Total de imóveis rurais e de área cadastrada aproximados. ** Deixaram de ser contabilizados no total de imóveis e de área em março/2009 273.605 imóveis, excluídos por critério estabelecido de inconsistência da sua área cadastrada. Portanto, o total de imóveis na base em março/2009, se considerados os inconsistentes excluídos, era de 5.336.174.

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Gráfico 1 - Linha do tempo com o total de imóveis rurais cadastrados no SNCR, de 1966 a 2009

Gráfico 2 - Linha do tempo com o total de área cadastrada no SNCR, de 1966 a 2009

1972 - Fonte: INCRA - Estatísticas Cadastrais 1978 – Volume I – Brasil e Grandes Regiões. 1976 - Fonte: INCRA - Estatísticas Cadastrais Volume 4, Situação da base em 31/12/1976.

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1978 - Fonte: INCRA - Estatísticas Cadastrais 1978 – Volume I – Brasil e Grandes Regiões. 1984 - Fonte: INCRA - Estatísticas Cadastrais Anuais – 1985 (Dados Preliminares). Conforme texto de introdução do documento utilizado, as Estatísticas Cadastrais Anuais – 1985 referem-se aos dados obtidos no cadastramento de 1978 com as atualizações efetuadas durante os anos posteriores, refletindo a situação do Cadastro ao término de 1984. 1985 - Fonte: INCRA - Estatísticas Cadastrais Anuais – 1986 (Dados Preliminares). Conforme texto de introdução do documento utilizado, as Estatísticas Cadastrais Anuais – 1986 referem-se aos dados obtidos no cadastramento de 1978 com as atualizações efetuadas durante os anos posteriores, refletindo a situação do Cadastro ao término de 1985. 1986 - Fonte: INCRA - Estatísticas Cadastrais Anuais – 1987 (Dados Preliminares). Conforme texto de introdução do documento utilizado, as Estatísticas Cadastrais Anuais – 1987 referem-se aos dados obtidos no Recadastramento de 1978 com as atualizações efetuadas durante os anos posteriores, refletindo a situação do Cadastro ao término de 1986. 1987 - Fonte: INCRA - Estatísticas Cadastrais Anuais – 1988 (Dados Preliminares). * Conforme texto de introdução do documento utilizado, as Estatísticas Cadastrais Anuais – 1988 referem-se aos dados obtidos no Recadastramento de 1978 com as atualizações efetuadas durante os anos posteriores, refletindo a situação do Cadastro ao término de 1987. 1992 - Fonte: INCRA - Estatísticas Cadastrais – 1992. Conforme texto de apresentação do documento utilizado, as Estatísticas Cadastrais 1992 referem-se às informações cadastrais coletadas no período de julho de 1992 a março de 1993. 1998 - Fonte: INCRA - Estatísticas Cadastrais – 1998. Conforme texto de introdução do documento utilizado, as Estatísticas Cadastrais 1998 referem-se aos dados obtidos no Recadastramento de 1992 e às atualizações efetuadas durante os anos seguintes, refletindo a situação do cadastro até 03/04/1998. 2003 - Fonte: SNCR/INCRA – Apuração Especial Situação Jurídica - outubro/2003. 2009 - Fonte: SNCR/INCRA – Apuração Especial (DM 013905) – Posição da base em 16/03/2009.

• Da Transferência do ITR para a Secretaria da Receita Federal

No Governo Collor, foi editada a Lei nº 8.022, de 12 de abril de 1990, que transferiu do INCRA para a Secretaria da Receita Federal, hoje Receita Federal do Brasil - RFB, a competência de administração das receitas arrecadas do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, exceto a Taxa de Serviços Cadastrais, que continuou sendo cobrada pelo INCRA, quando da emissão do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR. Observe-se que o INCRA continuou com atribuição institucional de manter o Cadastro de Imóveis Rurais para o atendimento de suas outras funções, previstas no art. 2° do Decreto n° 72.106, de 18 de abril de 1973, que regulamentou a Lei n° 5.868, de 12 de dezembro de 1972. Com este fato houve uma mudança no escopo do Cadastro Rural, perdendo as características tributárias e tornando-se um Cadastro com características e funções de natureza fundiária, agrícola, sócio-econômica, ambiental e de valoração da terra, buscando colher dados que sintetize a realidade da estrutura fundiária brasileira. Com a divisão de competência imposta pela norma supramencionada, o Governo Federal passou a administrar dois cadastros rurais, um de natureza fiscal e outro fundiário, resultando em duplicidade de esforços do setor público para atingir distintos interesses, antes único e centralizado. A Receita Federal do Brasil se viu, repentinamente, na obrigação de fazer o lançamento e cobrança do ITR. Diante disso, socorreu-se do banco de dados

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do INCRA e da estrutura existente, por meio da utilização dos servidores representantes das Unidades Municipais de Cadastramento - UMC, localizadas nos municípios. Nos exercícios fiscais de 1990 e 1991, a RFB administrou o ITR com base nas informações cadastrais, inclusive formulários de coleta, disponibilizado pelo INCRA. Posteriormente, foi criado o cadastro de imóveis da Receita Federal, através da elaboração de uma Declaração do ITR (DITR), vigente para o ano de 1992, com periodicidade de entrega anual. A partir dessa Declaração, a RFB criou um banco de dados e começou a ter autonomia para exercer suas atividades de arrecadação e cobrança de forma independente do INCRA. A esse banco de dados, mais tarde, deu-se o nome de CAFIR - Cadastro de Imóveis Rurais.

• Da Criação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR Acontece, porém, que o Governo, com apoio da sociedade, verificando a necessidade do setor público em dispor de um instrumento com capacidade para potencializar as ações de gestão da estrutura fundiária, com o devido tratamento da informação cadastral, organizada, mantida e atualizada no tempo e espaço geográfico, proporcionando um conhecimento completo dos dados literais e gráficos, resolveu criar o CNIR, permitindo, dessa forma, uma efetiva articulação entre as políticas de caráter fiscal, fundiária, ambiental, de desenvolvimento e de reforma agrária. O grande mérito do CNIR é a base comum de informações, integrada às bases próprias de cada instituição, produzida e compartilhada pelas diversas instituições públicas federais e estaduais produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro. A estruturação do CNIR estabelece novos desafios para o INCRA e a RFB, quando determina a gestão compartilhada do cadastro imobiliário brasileiro, permitindo a execução articulada de políticas públicas e proporcionando novas metodologias que aproveitem com eficiência e eficácia os benefícios da nova forma de identificação de imóveis rurais, determinada pela Lei nº. 10.267/2001, com uso de plantas e memoriais descritivos dos imóveis georreferenciados.

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CAPÍTULO 3

IMPORTÂNCIA, OBJETIVOS E BENEFÍCIOS DO CNIR 3.1 Importância do CNIR O governo brasileiro, ao longo da história, vem tentando criar instrumentos e medidas capazes de gerenciar o meio rural e dirimir os conflitos no campo, para assegurar a justa propriedade de terras públicas e privadas e dar transparência ao registro imobiliário. Não existe um caminho que não passe por uma reforma cadastral, pois o modelo utilizado não tem sido eficaz e eficiente para atender as demandas que envolvem a propriedade rural no Brasil. A existência de cadastros de imóveis rurais em instituições diversas, especialmente os cadastros gerenciados individualmente pelo INCRA (SNCR) e RFB (CAFIR), baseados em conceitos legais distintos (Lei Agrária e Código Tributário Nacional - CTN), com finalidades diferenciadas (estrutura fundiária e tributação) que não se relacionam, resulta em informações inconsistentes, não adequadas ao gerenciamento do cadastro de imóveis rurais e às demais políticas públicas ligadas ao meio rural. Por outro lado, a falta de comunicação entre os sistemas cadastrais existentes e o registro imobiliário, cria conflitos de informações ligadas à propriedade rural, gerando insegurança jurídica no meio rural. O desenvolvimento de projetos de reforma cadastral é uma tendência mundial e o Brasil não pode deixar de se modernizar neste aspecto, principalmente pela sua imensidão territorial e extensa faixa de fronteira, na qual estão localizados Estados com grandes áreas territoriais, concentrando os maiores problemas fundiários do País. As principais justificativas para implementação de reformas cadastrais, pode ser vista na obra da Professora Andrea Carneiro3, fazendo referência a Declaração de Bogor, na Indonésia, que resultou na elaboração de um documento que estabelece as características desejáveis e opções para os sistemas cadastrais de países em desenvolvimento, que foram introduzidas em países de condições socioeconômicas diversas, com as seguintes ênfases: - apoiar o desenvolvimento de um mercado imobiliário eficiente; - aperfeiçoar a proteção de direitos territoriais; - apoiar o gerenciamento territorial e o desenvolvimento econômico; - promover a automatização de sistemas cadastrais; - promover a simplificação de processos cadastrais. E resume a Professora Andrea, com a seguinte afirmação: “Uma interpretação dessas justificativas para reforma cadastral, aplicada ao caso brasileiro, seria o desenvolvimento de projetos visando à organização e ao 3 Carneiro, Andrea Flávia Tenório, Cadastro Imobiliário e Registro de Imóveis – 1ª Ed. – IRIB, p. 44, Porto

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aperfeiçoamento do cadastro técnico. A modernização do registro de Imóveis, mediante a integração com um cadastro eficiente, tornaria possível o aperfeiçoamento da proteção aos direitos de propriedade, reconhecida como uma das principais características pretendidas para um sistema cadastral.” 4 O projeto de reforma cadastral tem como eixo principal a implantação do CNIR, pois permitirá a alimentação e a uniformização das informações concentradas numa única base, gerenciada e compartilhada pelo INCRA e RFB, contribuindo para o fornecimento de informações consistentes e facilitando o gerenciamento dos dados e das ações públicas. O CNIR trará grandes vantagens para o Governo e a sociedade no momento que acaba com a duplicidade de informações, que propicia dados conflitantes sobre o mesmo imóvel. Assume, também, as funções de um Cadastro Multifinalitário, caracterizado pela concentração de informações sobre a mesma base comum, permitindo que cada instituição envolvida mantenha seus dados específicos e, essencialmente, contemple informações geométricas e legais atualizadas. 3.2 Objetivos do CNIR Dentro de um contexto maior, alcançado pela Lei 10.267/2001, a instituição do CNIR procura suprir a necessidade de interação entre os dois cadastros (SNCR e CAFIR), além de tornar esse cadastro uma fonte mais abrangente de informações sobre o território brasileiro pela incorporação das informações de outras instituições participantes, esperando-se alcançar os seguintes objetivos geral e específicos:

• Objetivo Geral - Possibilitar a concepção e construção do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais -

CNIR, a ser gerenciado pelo INCRA e Receita Federal do Brasil - RFB, em atendimento às determinações da Lei nº 10.267/2001, buscando responder com maior eficiência e eficácia as crescentes demandas governamentais e do diversificado universo de usuários, bem como dar continuidade à modernização do SNCR, como parte integrante do Projeto de Reforma Cadastral.

• Objetivos Específicos

- Construir uma base de dados unificada de informações, a ser compartilhada

pelas entidades usuárias e produtoras de informações sobre o meio rural brasileiro;

- Implementar uma estrutura para a viabilização técnica e operacional da automação do intercâmbio de informações entre o Cadastro Rural e os Serviços de Registros de Imóveis;

- Desenvolver um sistema eficiente de gerenciamento das informações fundiárias e geográficas, com base na interação entre os segmentos gráfico e literal do cadastro rural;

4 Carneiro, Andrea Flávia Tenório, Cadastro Imobiliário e Registro de Imóveis – 1ª Ed. – IRIB, p. 44, Porto

Alegre/RS

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- Implementar mecanismos de atualização periódica que permitam ao Cadastro Rural atender diferentes funções da gestão pública, relacionadas com as questões fundiárias, fiscais e ambientais;

- Melhorar o serviço ao usuário, através de acessibilidade às informações

cadastrais, por meio eletrônico, em níveis que permitam o atendimento de algumas funções do Cadastro Rural, e garantam, ao mesmo tempo, a segurança dos dados cadastrais;

- Elaborar um planejamento que contemple os pilares básicos de um Cadastro,

que envolva os aspectos relacionados à gestão, recursos humanos, integração e tecnologia;

- Revisar a base legal do Cadastro, considerando ações a curto, médio e longo

prazo, necessárias à implementação do projeto; e - Valorizar o intercâmbio com outras instituições, associado à troca de experiência

com outros países.

3.3 Benefícios do CNIR

A implantação do CNIR trará benefícios ao Estado e a todo o conjunto da sociedade representado pelas Instituições e pelo cidadão, a seguir contextualizados:

• Para o Estado Brasileiro A construção de uma base de dados unificada, com informações estruturais, concebida pelo INCRA e RFB, integrada às bases próprias de outras instituições públicas, garantindo informação única e fidedigna com a mesma referência e temporalidade dos dados. Atualmente, órgãos de diversas esferas governamentais possuem cadastros temáticos, sobre o meio rural brasileiro, não integrados e, em muitos casos, com informações divergentes.

• Para a Gestão

Institucionalização de ações integradas, não só entre INCRA e RFB, mas também entre outros órgãos da esfera federal, estadual e municipal, garantindo a continuidade e consolidação do cadastro, não sujeito a instabilidades governamentais, ocasionadas por fatores de ordem política e de gestão interna dos órgãos envolvidos.

• Para o Cidadão Disponibilização de um portal único para Declaração Cadastral, permitindo a desburocratização, agilidade e transparência no atendimento ao detentor do imóvel, sobretudo com relação às pequenas propriedades. A rede de atendimento será ampliada pela parceria entre INCRA e RFB, sendo que, no âmbito do INCRA, existem atualmente 3.000 Unidades Municipais de Cadastramento - UMC, vinculadas às Prefeituras Municipais, 30 Superintendências Regionais e 45 Unidades Avançadas.

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• Para o INCRA Ampliar o conhecimento e capacidade de gestão da malha fundiária nacional, com possibilidade de intervenção nos imóveis rurais que não cumprem a função social em todos os seus aspectos: produtivo, ambiental, trabalhista e de bem-estar social.

• Para a Receita Federal do Brasil Possibilitar a intensificação da fiscalização do ITR, a partir do compartilhamento de informações cadastrais e da integração dos dados gráficos e literais, aumentando e socializando a receita tributária.

• Para o Serviço de Registro de Imóveis Proporcionar maior segurança jurídica aos negócios imobiliários realizados, com a automação do fluxo de troca de informações entre os Serviços de Registro de Imóveis e o INCRA, garantindo a atualização dos dados em ambos os acervos e refletida no CNIR.

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CAPÍTULO 4

PRINCÍPIOS BÁSICOS Para que o CNIR possa ser efetivamente implantado é fundamental o compromisso institucional das entidades envolvidas, visto que a Lei 10.267/2001 é bem clara ao especificar que o CNIR será constituído por uma base única de informações, gerenciadas conjuntamente pelo INCRA e pela RFB, e compartilhada pelas instituições públicas produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro. Portanto, para a estruturação e sustentabilidade do CNIR alguns princípios devem ser considerados: 4.1 Confiabilidade Geométrica e Temática

O entendimento, resultante de eventos internacionais, é que o cadastro deve ser construído no sentido de que o ocupante da terra possa confiar nas medições e no levantamento temático de sua propriedade imobiliária, caracterizados pela precisão geográfica e conhecimento da estrutura e uso das terras. As inovações trazidas pela Lei 10.267/2001, com a identificação do imóvel rural feita com a indicação de suas características e confrontações, localização e área, mediante o levantamento das coordenadas de seus vértices georreferenciadas ao sistema geodésico brasileiro, com precisão posicional de 50 cm, fixada pelo INCRA, serão elementos importantes para garantir confiabilidade à informação cadastral, seja no aspecto geométrico ou temático. O georreferenciamento torna eficaz o princípio da especialidade, que consiste na perfeita identificação do imóvel, dando-lhe um corpo certo e possível de ser localizado no espaço geográfico, de conformidade com que estabelece a Lei de Registro Público – 6.015/1973. O INCRA já vem exigindo o georreferenciamento dos imóveis rurais, de acordo com o previsto nos Decretos 4.449/2002 e 5.570/2005, que regulamenta a Lei 10.267/2001, e dispõe de um banco de dados onde ficam armazenadas todas as informações vetoriais e literais da certificação. 4.2 Respostas às Questões Ambientais

A base comum de dados, com a integração dos dados gráficos e literais, auxiliará o gerenciamento das questões ambientais relacionadas ao imóvel rural, abrangendo, por conseguinte, às diferentes regiões do País. Com o georrefenciamento dos imóveis rurais, exigível de conformidade com os preceitos normativos que regulamenta a matéria, combinada com a utilização de imagens de satélite, pode ser avaliada a situação ambiental dos imóveis atrelada às informações sobre a ocupação do solo, considerando-se ainda que as imagens de diferentes datas dão forte respaldo legal às análises de cada propriedade, mostrando se existe infração à lei nesta propriedade.

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Reforçando as normas de caráter ambiental, o Decreto 4.449/2002, que regulamentou a Lei 10.267/2001, estabelece, dentre outras, as alterações que deverão ser comunicadas ao INCRA pelos Serviços de Registro de Imóveis, referentes a restrições de caráter dominial e ambiental, para fins de atualização cadastral. Dessa forma, o CNIR passa também a ser referência para análises ambientais, nos diferentes Órgãos Governamentais envolvidos com a questão, o que reforça a necessidade que as informações cadastrais sejam precisas e constantemente atualizadas. 4.3 Subsídios a Projetos de Planejamento para Ocupação do Território Com a implantação do CNIR, a partir dos dados estruturais dos imóveis, associados aos dados provenientes das bases próprias de diversas instituições, poderão ser gerados relatórios com dados estatísticos, referentes à produção, tipo de ocupação, densidade demográfica, valores da terra, situação ambiental, relação de trabalho e modificações ocorridas na estrutura agrária, permitindo ao Governo desenvolver um planejamento para ocupação racional das terras. O conhecimento da malha fundiária permite a implementação de políticas públicas dirigidas para ocupação racional do território, de forma a oferecer subsídios para um efetivo planejamento voltado para as áreas de habitação, educacional e sanitária, permitindo o desenvolvimento sócio-econômico da população rural. 4.4 Conexão com o Registro Imobiliário

Este tema tem motivado muitos estudos no meio acadêmico nos últimos anos e sua evidência é refletida no cenário nacional, sendo uma das principais tendências observadas nos projetos de reforma cadastral em vários países, onde a conexão entre o sistema de cadastro e o registro imobiliário ocorre dentro de um mesmo contexto institucional e baseada em uma mesma estrutura organizacional, pública ou privada. A Lei 10.267/2001, ao alterar dispositivos da Lei 6.015, de 31 de dezembro de 1973 - Lei de Registro Público caminhou no sentido do progresso e seguiu uma tendência dos modernos cadastros internacionais utilizados por países que evoluíram nesse campo, respeitando as particularidades do ordenamento jurídico brasileiro. A referida Lei, ao possibilitar a troca mensal de informações entre o INCRA e os Serviços de Registros de Imóveis, bem como determinar o georreferenciamento para identificação do imóvel, propiciou uma segurança jurídica à propriedade, dando garantia dos limites do imóvel sem superposições de áreas, e constitui-se em um importante instrumento de interação entre os sistemas cadastral e registral, permitindo acompanhar a evolução das feições da malha fundiária decorrente, por exemplo, de desmembramentos e remembramentos dos imóveis. Este intercâmbio serve ainda para apoiar a administração e cobrança do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, ao identificar o titular do

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direito sobre o imóvel, não apenas o usuário, permitindo também o levantamento das propriedades que não foram objetos do lançamento desse Tributo. O compartilhamento das informações sobre os imóveis rurais entre as instituições participantes será uma boa alternativa para o conhecimento das propriedades rurais e a evidência de um bom gerenciamento dessas informações, assegurando a justa propriedade de terras públicas e privadas e dando transparência aos registros imobiliários. Um dos objetivos da estruturação do CNIR é a viabilização técnica e operacional da automação do intercambio de informações entre o Cadastro Rural, através do INCRA, e os Serviços de Registros de Imóveis, que será tratada em um Capítulo específico deste Relatório, resultante das atividades desenvolvidas por um dos subgrupos de trabalho do CNIR. 4.5 Atualização Contínua Um cadastro para ser funcional tem que incorporar evoluções tecnológicas voltadas para o tratamento de informações cadastrais. É um processo contínuo de manutenção de dados com busca na fidedignidade do cenário territorial. Para isso, tem que existir instrumentos jurídicos fortes que obriguem o detentor a declarar sua propriedade e as modificações decorrentes de mudança de titularidade, desmembramento, remembramento, alterações de área, produtividade, valores do imóvel, implantação de projetos e outras, sob pena de sofrer as sanções legais a serem propostas no contexto da Reforma Cadastral. Além de uma exigência legal, o CNIR se constituirá em um instrumento eficaz para potencializar as ações de gestão da estrutura fundiária, permitindo a articulação entre as demais políticas públicas e em uma ferramenta facilitadora da vida do cidadão, detentor de imóvel rural que prestará informações de uma única vez sobre sua propriedade. É um instrumento democrático, inteligente e moderno que traz benefícios à sociedade como um todo. 4.6 Cadastro Multifinalitário O Cadastro Multifinalitário serve de base para toda a infra-estrutura de dados geoespaciais referente às parcelas territoriais de um país. O CNIR funcionará como um cadastro multifinalitário dos imóveis rurais. As suas características são descritas pela Professora Andrea Carneiro5:

a) A utilização da parcela cadastral como unidade fundamental da organização espacial;

b) A relação de uma série de registros territoriais (tais como direitos, valor e uso do solo) a essa parcela;

c) O fato de ser o mais completo possível como cobertura espacial; d) O fornecimento de um meio eficiente de acesso aos dados.

5 Carneiro, Andrea Flávia Tenório, Cadastro Imobiliário e Registro de Imóveis – 1ª Ed. – IRIB, p. 25, Porto

Alegre/RS

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O Cadastro Multifinalitário, como conjunto de informações literais e gráficas da parcela rural, permitirá o conhecimento detalhado sobre os aspectos levantados, servindo tanto para organizações públicas como privadas e aos cidadãos, além de fornecer possibilidade de compartilhamento e intercâmbio de informações entre as partes técnica e jurídica, refletindo a realidade no tocante ao domínio territorial. 4.7 Adoção do Conceito de Parcela O conceito de parcela foi à solução encontrada na concepção do CNIR, para permitir o compartilhamento de informações num único banco de dados cadastral, respeitando a legislação brasileira, de forma a compatibilizar os diferentes conceitos de imóvel rural adotados pelas instituições envolvidas, de conformidade com o aspecto fundiário, tributário e registral, como a seguir demonstrado:

a) Para o INCRA: imóvel rural é o “prédio rústico de área continua, qualquer que seja sua localização, que se destine ou possa se destinar a exploração agrícola, pecuária, extrativa, vegetal, florestal ou agroindustrial”, nos termos da Lei n.° 8.629, de 25 de fevereiro de 1993. (grifo nosso);

b) Para a Receita Federal do Brasil: imóvel rural é a unidade correspondente ao

fato gerador do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, de conformidade com o artigo 29 da Lei 5.172/66 – Código Tributário Nacional: “O imposto de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do município” (grifo nosso) e

c) O Registro Imobiliário não define o que seja “imóvel”, mas considera, para fins

de matrícula, o “bem imóvel” como conceituado no Código Civil – Lei 10.406/2002 – Art. 79 – São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. O Registro Imobiliário trata dos “direitos reais” sobre os “bens imóveis”, portanto a matrícula não representa necessariamente um “imóvel”, mas sim uma “propriedade imobiliária”. O termo “imóvel” pode incluir áreas não tituladas, enquanto que a “propriedade imobiliária” engloba apenas a área juridicamente titulada em favor de uma ou mais pessoas.

Portanto, considera-se a Parcela Territorial como sendo a menor porção de área de uma Unidade de Cadastro do CNIR com características específicas que a delimite, dizendo respeito a: situação jurídica, localização municipal, localização em zona rural ou urbana e parte da malha viária e hidrográfica do País, bem como a rede de oleodutos, de gasodutos e de distribuição de energia.

A parcela deve ser entendida como sub-área de qualquer Unidade de Cadastro do CNIR (Imóvel Rural, Imóvel Autônomo ou Unidade Especial). Quando uma dessas unidades for constituída de uma única parcela, unidade e parcela descrevem o mesmo objeto. Os critérios definidores, a classificação e a tipificação da parcela territorial, para a estruturação do CNIR, serão tratados em um Capítulo próprio deste Relatório, resultante das atividades desenvolvidas pelos subgrupos de trabalho do CNIR.

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CAPÍTULO 5

EXPERIÊNCIAS DE CADASTRO EM OUTROS PAÍSES Os sistemas cadastrais têm vinculação com as peculiaridades e desenvolvimento histórico das leis e dos costumes de cada País. Portanto, não tem como estabelecer uma forma ou definição única de cadastro que englobe todas as diferenças existentes nos diversos países. Contudo, pode-se aproveitar o consenso encontrado por diversos especialistas, na forma citada, em seu Livro6, pela Professora Andrea Carneiro: “cadastro é um inventário público de dados metodicamente organizados concernentes a parcelas territoriais, dentro de certo país ou distrito, baseado no levantamento dos seus limites”. Com efeito, para desenvolvimento do Projeto de Reforma Cadastral e Estruturação do CNIR, resultante deste Relatório, foi necessário buscar experiências implantadas em outros países e conhecimentos de pessoas estudiosas da matéria, a exemplo dos professores universitários que deram e vem dando apoio a esse empreendimento. Assim, resumidamente, estão especificadas algumas características dos cadastros de outros países, objeto de pesquisa e estudo para desenvolvimento de um novo sistema cadastral imobiliário rural nacional, a seguir: 5.1 O Cadastro Napoleônico Napoleão reconhece a importância da perfeita especialização do imóvel pelo cadastro ao afirmar que: "Um bom Cadastro de Parcelas será o complemento do meu Código Civil para arquivar uma ordem sistemática nas propriedades de terras. É importante, que as plantas sejam corretas, para servir para a definição dos limites das propriedades e para assim evitar futuros litígios." Enfatizou, também, com relação à posse pacífica: "O que melhor caracteriza um bom direito de propriedade é a posse pacífica. O Cadastro deve constatar esta propriedade. O meu Código fará o restante para que na segunda geração não haja mais processos por limites em litígio."

São características do Cadastro Napoleônico:

- Levantamento sistemático por medições; - Conceito de Parcela; - Representação em cartas com referenciamento geodésico; - Simplicidade (apenas dados necessários); e - Atualização permanente. 6 Carneiro, Andrea Flávia Tenório, Cadastro Imobiliário e Registro de Imóveis – 1ª Ed. – IRIB, p. 23, Porto

Alegre/RS, citando os autores Williamson, 1983; Dale & McLaughlin, 1990; McLaughlin & Nichols, 1997.

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5.2 O Cadastro Espanhol

O Cadastro Espanhol está dividido em duas partes: - A parte da base cartográfica, ou como é conhecida naquele país, a cartografia

básica, é executada pelo Instituto Geográfico, onde atuam engenheiros agrimensores e geógrafos;

- O levantamento das informações cadastrais, ao nível de imóvel, são executadas

por engenheiros civis e arquitetos nas áreas urbanas e por agrônomos em áreas rurais. Esta parte do levantamento e estruturação de sistemas cadastrais está inserida no Ministério da Fazenda. Toda a parte da estruturação de Plantas de Valores genéricas é definida de igual forma por engenheiros civis e arquitetos nas áreas urbanas e por agrônomos em área rurais.

5.3 O Cadastro Alemão O Cadastro Alemão talvez seja um dos mais respeitados do mundo, pelo rigor com que ele foi estruturado e vem sendo mantido no decorrer do tempo. É de responsabilidade dos “Escritórios de Terras” de cada Estado, e assim todas as demais Secretarias, conhecidas como Ministérios Estaduais, fazem uso das informações cartográficas e cadastrais por eles executados. No inicio do século XXI, o Governo Alemão decidiu passar a questão da atualização cadastral para os municípios, repassando assim grande parte dos técnicos do quadro estadual para o municipal, ficando somente com o controle e a padronização dos sistemas cadastrais para os Estados.

5.4 O Cadastro Chileno No Chile 40% dos impostos relacionados à terra vão para os municípios e os outros 60% vão para a modernização do sistema cadastral, considerada uma prioridade. Naquele País estão sendo discutidas questões relacionadas com os imóveis localizados em zonas rurais que não tem características agrícolas, resultando no pagamento de impostos equivalente ao devido pelos imóveis urbanos. 5.5 O Cadastro Peruano O Cadastro Peruano é regido pela Lei Cadastral 28.294/04, que garante a integração da parte técnica com o registro público, dando assim total segurança ao titulo de propriedade. 5.6 O Cadastro Austríaco O Cadastro Austríaco também funciona integrado com o registro público, visando estrategicamente à espacialização de todo o território nacional, sendo as informações mantidas pela Administração Pública. Esse Cadastro proporciona a conexão de todos os órgãos públicos numa base única.

São características do Cadastro Austríaco:

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- Mais funcionalidade; - Melhor avaliabilidade pelo contribuinte; - Atualidade dos dados; - Mais demandas de produtos; e - Novas tecnologias constantemente inseridas.

5.7 O Cadastro Holandês O Cadastro Holandês foi fundado em 1832, sendo uma Instituição autônoma e auto-sustentável, controlada pelo governo central. Esse Cadastro faz o levantamento da unidade imobiliária, o mapeamento temático e consolida com o Registro, servindo tanto para a identificação da unidade imobiliária – Cadastro, como para garantia do direito à propriedade – Registro. A principal característica do Cadastro Holandês é a qualidade e, portanto, sua confiabilidade, onde cada cidadão do País tem segurança de suas informações disponibilizada pelo Estado. Os produtos oriundos do Cadastro são pagos, garantindo a sua auto-sustentabilidade. 5.8 O Cadastro Italiano O cadastro italiano é gerado e administrado pela Agenzia Territorial daquele País. Portanto, é um organismo central de Estado Federal (Site: www.agenziaterritorio.gov.it). Os italianos defendem que a sustentabilidade do sistema cadastral deve ser feito por acesso integral via internet. Dessa forma, todos os municípios podem fazer download das partes correspondentes de seu território municipal, para trabalharem com o banco de dados setorizados, como parte do global.

5.9 As Diretrizes do “Cadastro 2014” No XX congresso da Federação Internacional de Agrimensores (FIG -

International Federation of Surveyors) realizado em 1994 em Melbourne – Austrália, a Comissão 7 decidiu iniciar 3 Grupos de Trabalho (GT) para o período seguinte de 4 anos até 1998.

O objetivo principal destes grupos era estudar os diferentes aspectos

do cadastro e da gestão espacial/geográfica. O GT 7.1 trabalhou na missão de estudar projetos de reforma cadastral em países desenvolvidos.

Neste estudo, 2 pontos principais foram analisados em detalhe: a

evolução dos processos de automação dos cadastros e a importância crescente do cadastro como parte de um grande Sistema de Informação de Gestão Territorial.

Como resultado do trabalho deste GT, foi criada uma visão futurística

do cadastro estabelecendo metas a serem cumpridas no decorrer dos 20 anos seguintes, ou seja, até o ano de 2014 (contagem a partir de 1994). A missão deste GT foi denominada “Visão do Cadastro 2014” e, a partir de estudos dos sistemas cadastrais existentes e das respostas obtidas nos questionários aplicados anualmente aos membros do GT, foram estabelecidas 6 diretrizes para o que foi denominado de Cadastro 2014:

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a) O Cadastro deverá detalhar a situação legal do uso do solo, incluindo os direitos públicos e restrições;

b) A separação entre mapas (representação gráfica) e dados alfanuméricos deixará de existir;

c) Os mapas cadastrais (cartas topográficas, croquis, plantas de quadras, etc)

deixarão de existir, sendo substituídos por modelos de dados cadastrais que irão gerar os mapas automaticamente em qualquer contexto que for necessário: relatórios gerenciais, análises estatísticas, material para impressão, etc;

d) A utilização de meios analógicos (caneta, papel, etc) deixará de existir no âmbito

do Cadastro, dando espaço a metodologias baseadas em recursos totalmente digitais (PDA, computadores, etc);

e) O Cadastro contará com uma grande participação da iniciativa privada que

passará a gerir as bases cadastrais. As instituições privadas e públicas irão trabalhar integradas, sendo esta última numa posição de órgão supervisor e normatizador;

f) Garantia de retorno de investimento. Com a participação da iniciativa privada

provendo os meios para garantir a gestão territorial com segurança técnica (medições) e jurídica, um modelo lucrativo deverá ser concebido. Diferentemente das instituições públicas, a iniciativa privada estará sempre considerando a questão custo/benefício.

Conforme avaliação do Prof. Jurgen Philips, em sua palestra “O

Cadastro 2014 e algumas tendências internacionais da Gestão Territorial”, resumida no Anexo XX, à situação do cadastro no Brasil, além das premissas do Cadastro 2014, precisa considerar os seguintes pontos complementares:

- Concluir a multifinalidade; - Integrar os cadastros rural e urbano (uma exigência para o futuro, observando-se

que a Europa já avançou nesse sentido); - Desburocratizar os processos; e - Criar lei específica de cadastro (o Brasil é um dos poucos países que ainda não

têm uma lei dessa natureza).

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CAPÍTULO 6

METODOLOGIA Diante do compromisso inicial assumido pelo INCRA e pela Receita Federal do Brasil, foi traçada uma metodologia a ser utilizada para a elaboração do Projeto, baseada nos seguintes eventos: 6.1 Levantamento da Legislação Básica do Cadastro Rural Para segurança e garantia jurídica dos trabalhos desenvolvidos para viabilizar as ações do Projeto, foi necessário fazer um levantamento da legislação básica que trata do Cadastro Rural, no sentido amplo e também verificando as peculiaridades previstas para cada instituição parceira, levando-se em consideração os aspectos fundiário, fiscal e do registro imobiliário, de forma a contemplar no CNIR situações não conflitantes sobre o aspecto jurídico e que atendam o interesse substancial das instituições gerenciadoras. Merece destaque o Decreto 4.449, de 30 de outubro de 2002, que regulamentou a Lei 10.267/2001 e determinou as informações de natureza estrutural obrigatória que deverão compor a base comum de dados do CNIR, como às referentes aos dados sobre identificação, localização, dimensão, titularidade e situação jurídica do imóvel, que serão detalhados em Capítulo deste Relatório relativo ao Projeto Lógico de Estruturação do CNIR, desenvolvido pelo Subgrupo de trabalho responsável por essa atividade. 6.2 Reuniões Promovidas pelo INCRA e RFB As ações para a elaboração do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR foram retomadas a partir de uma reunião conjunta INCRA/RFB, realizada de 06 a 08 de agosto de 2008, com a participação de técnicos das duas instituições e do SERPRO envolvidos com o SNCR e CAFIR, e ainda com a presença de professores doutores das Universidades Federais de Pernambuco, Bahia e Santa Catarina. (Anexo VIII – Pauta de Reunião para Discussão das Propostas de Estruturação do CNIR e de Elaboração do Projeto de Reforma do Cadastro Rural). Dessa reunião de trabalho, sucederam-se várias outras, com os mesmos participantes, onde foram discutidas todas as questões, diretrizes e estratégias com vistas à elaboração do Projeto, que subsidiaram os trabalhos desenvolvidos no âmbito dos Subgrupos, iniciados a partir de fevereiro de 2009 e com a instalação de dois deles, de forma permanente, em maio de 2009. Nessas reuniões foram oportunizadas apresentações de trabalhos dos professores, com suas experiências e conhecimentos referentes a um Cadastro Multifinalitário, às novas tendências cadastrais internacionais e às soluções necessárias para aglutinação de dados no CNIR, de interesse das instituições envolvidas. A sistemática dos trabalhos teve uma sequência iniciada com as discussões e formações de idéias, surgidas nas reuniões conjuntas e ampliadas, que foram à base para o desenvolvimento dos trabalhos de cada Subgrupo

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responsável pelo respectivo tema. O resultado desse trabalho era posteriormente apresentado e submetido à discussão no Grupo, através das referidas reuniões, para fins de ajustes e validação. Levando-se em consideração aspectos da conjuntura institucional do INCRA/RFB, relacionados com mudanças estruturais e de gestão, foi decidido que no exercício de 2009 seriam trabalhadas as questões que envolvem as duas instituições, com vistas à elaboração do Projeto, ficando para o exercício de 2010 o relacionamento com as outras entidades, a partir da realização do Seminário Nacional de Cadastro Rural e de Estruturação do CNIR, previsto para abril de 2010. O resumo das reuniões é parte integrante deste Relatório, em Capítulo próprio, para destaque das principais questões apresentadas e dos temas discutidos e validados pelo INCRA e RFB, no sentido de demonstrar as decisões tomadas por cada uma das instituições envolvidas, norteando o resultado do Projeto e os encaminhamentos a serem dados para sua execução. 6.3 Cronograma de Estruturação do CNIR

Em atendimento à determinação do Tribunal de Contas da União – TCU, decorrente de Auditoria realizada no INCRA durante o segundo semestre de 2008 e primeiro trimestre de 2009, o INCRA elaborou Cronograma Detalhado de Estruturação do CNIR, ajustado e aprovado em reunião INCRA/RFB de 19/03/2009, entregue ao TCU em 23/03/2009, por ocasião de reunião entre auditores do Tribunal e a Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária do INCRA (Anexo I – Cronograma do Projeto de Reforma do Cadastro Rural e de Estruturação do CNIR).

Destaca-se, do referido Cronograma as datas abaixo:

Elaboração do Projeto - A partir de agosto de 2008 - Estabelecimento de parceria entre o INCRA e a

Receita Federal do Brasil - RFB, com a primeira reunião formal e ampliada.

- A partir de Fevereiro de 2009 – Constituição de Subgrupos de Trabalho para execução das ações propostas no Projeto de Estruturação do CNIR.

- A partir de Maio/2009 – Instalação de Subgrupo de Trabalho Permanente (Subgrupo 8) destinado à elaboração dos Projetos Lógicos de Estruturação da Base de Dados e de Migração dos Dados do SNCR e CAFIR, para povoamento inicial do CNIR.

- Dezembro de 2009 – Conclusão do Relatório do Projeto de Reforma Cadastral e

de Estruturação do CNIR.

Implementação do Projeto - A partir de Fevereiro/2010 – Desenvolvimento dos sistemas e operacionalização

da base comum de dados e da integração com outros sistemas;

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- A partir de Março/2010 - Elaboração dos atos normativos internos (MDA/INCRA e RFB), ações a curto e médio prazo, e de propostas de alteração da legislação cadastral vigente, ações de longo prazo, objetivando viabilizar a implementação do Projeto;

- Abril de 2010 – Apresentação do Projeto no Seminário Nacional de Estruturação

do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais, a ser realizado em Brasília/DF, com a participação das entidades usuárias do CNIR, servidores e dirigentes do MDA/INCRA e Receita Federal, objetivando a formulação de uma agenda de encaminhamentos para a sua implementação;

- A partir de Maio/2010 - Reuniões com as entidades usuárias e produtoras de

informações sobre imóveis rurais, visando a construção de uma base de dados comum, composta por dados estruturais, integrada às bases próprias de cada instituição;

- Julho/2011 – Conclusão do desenvolvimento dos Sistemas CNIR, INCRA/SNCR,

RFB/CAFIR e de integração com os sistemas das outras entidades participantes do CNIR;

- Agosto e Setembro/2011 – Implementação de Projeto Piloto e etapa de

homologação dos sistemas; e - Outubro a Dezembro/2011 – Carga inicial da base de dados (conforme regras de

batimento) e disponibilização do CNIR em ambiente de produção.

6.4 Definição e Composição dos Subgrupos de Execução dos Trabalhos Em face da grandiosidade e complexidade do Projeto, houve um consenso entre as instituições parceiras em dividir as atribuições a serem desenvolvidas, constituindo-se em 08 (oito) Subgrupos de Trabalho, com a responsabilidade especifica de desenvolver determinado tema, integrado por uma coordenação, no âmbito do INCRA e RFB, e por servidores das duas instituições e do SERPRO, com a assessoria dos professores universitários envolvidos no Projeto, de conformidade com a Planilha inclusa (Anexo IX - Composição do Grupo/Subgrupos de Trabalho para Estruturação do CNIR). A composição dos Subgrupos de Trabalho, no âmbito do INCRA, foi originada a partir dos servidores integrantes do Grupo de Trabalho encarregado da elaboração do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR, constituído pelas Portarias INCRA/P n° 144, de 25/05/2009 e n° 204, de 08/07/2009, editadas pela Presidência do INCRA e publicadas do DOU de 26/05/2009 e 09/07/2009, respectivamente (Anexos II e III - Portarias INCRA/P n° 144, de 25/05/2009 e n° 204, de 08/07/2009). O Grupo de Trabalho é coordenado, no âmbito do INCRA, pelo titular da Coordenação-Geral de Cadastro Rural - DFC, Luciméri Selivon, tendo como substituto, nos impedimentos legais e eventuais, o Gestor do Núcleo de Estudos e Estatísticas Cadastrais - NEEC, vinculado à referida Coordenação, Otávio de Almeida Fernandes. Integram, ainda, o referido Grupo representantes das diferentes

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áreas da DFC e das Coordenações-Gerais de Cartografia - DFG, de Regularização Fundiária - DFR e de Regularização de Territórios Quilombolas - DFQ, vinculadas à Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária - DF. O Grupo conta também com servidores das Superintendências Regionais do INCRA, dos Estados do Ceará, Minas Gerais e Paraná. No âmbito da RFB, o Grupo é coordenado por André Felipe Câmara Salvi, Coordenador da Coordenação-Geral de Gestão de Cadastros - COCAD, vinculada à Subsecretaria de Arrecadação e Atendimento - SUARA, da Receita Federal do Brasil. O Grupo foi assessorado pelos Professores Doutores Andrea Flávia Tenório Carneiro, da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Jürgen Wilheln Philips, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e Artur Caldas Brandão, da Universidade Federal da Bahia – UFBA, os quais integram a Portaria INCRA/P n° 144/2009, com a anuência das respectivas Universidades, solicitada através de Ofícios encaminhados pela Presidência do INCRA às Reitorias daquelas instituições de ensino. Ressalte-se, ainda, que em função da natureza, do volume de trabalho e da amplitude dos temas desenvolvidos na elaboração do Projeto, houve a necessidade de incorporar outros servidores, com vasta experiência nas áreas de Cadastro, Cartografia e Tecnologia da Informação, aos Subgrupos de Trabalho do CNIR. Embora não inclusos nas referidas Portarias, os servidores, a seguir relacionados, constam da Planilha (Anexo IX) e foram convocados pela Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária, com base nas Portarias citadas, com a anuência do SERPRO e das respectivas Superintendências Regionais e Diretorias do INCRA a que estão subordinados: - Antonio de Lisboa Dias - INCRA/SR-18(PB); - Dalton Guilherme da Costa - INCRA/DDI; - Fernando José Câmara Caldas Lins- INCRA/SR-18(PB); - Irna Marília R. Evangelista Rocha - INCRA/DET (Empresa POLITEC) - Maria Lucieuda de Freitas Luz - INCRA/SR-02(CE); - Sérgio Moraes - SERPRO; e - Tania Mara de Carvalho - INCRA/SR-20(ES).

A Portaria determina que o Grupo de Trabalho apresente Relatório contendo a proposta de Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR, até 30 de dezembro de 2009, a ser submetida à Presidência do INCRA e, posteriormente, apresentada e debatida em um Seminário Nacional de Cadastro Rural e de Estruturação do CNIR, promovido pelo INCRA e Receita Federal do Brasil, previsto para abril de 2010, contando com a participação das demais entidades produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro. 6.5 Desenvolvimento dos Trabalhos pelos Subgrupos

Como dito no item 6.4, foram criados 8 Subgrupos, para tratar de

temas específicos, o que levou a cada um adotar a metodologia que mais se adequasse à dinâmica de trabalho de seus integrantes e que pudesse trazer os melhores resultados possíveis.

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A Tabela 2, abaixo, apresenta um Quadro Resumo dos 8 subgrupos, com a apresentação dos respectivos coordenadores e descrição da metodologia empregada para a elaboração das atividades em 2009.

Tabela 2 - Quadro Resumo dos subgrupos de trabalho do CNIR

SUBGRUPOS DE TRABALHO COORDENAÇÃO METODOLOGIA DE TRABALHO

UTILIZADA INCRA RFB

1.Coordenação-Geral do Projeto de Reforma Cadastral e Estruturação do CNIR

Luciméri André Salvi ---

2.Elaboração do projeto de implementação do CNIR: marco conceitual, marco institucional, marco legal

Kleber Damião

Subgrupo que tratou da sistematização de todo o material gerado pelos demais subgrupos, inclusive do Relatório Geral do Projeto, instalado em caráter permanente, em Brasília, desde 11/05/2009.

3.Marco institucional – grupo gestor do CNIR - INCRA, RFB Luciméri André

Salvi

Reuniões envolvendo os gestores do INCRA e da RFB, realizadas durante o primeiro semestre de 2009.

4.Intercâmbio com os cartórios INCRA, RFB, IRIB/ANOREG, SERPRO, informática dos cartórios

Otávio Ivana Reuniões realizadas no âmbito do subgrupo e com órgãos externos a partir de fevereiro de 2009.

5.Automação da certificação Edaldo ---

Trabalho iniciado anteriormente à constituição do Subgrupo, por se tratar proposta que já vinha sendo trabalhada pela DFG desde 2007, com cronograma próprio. No âmbito do Subgrupo, os trabalhos iniciaram-se em fevereiro de 2009.

6.Critérios para a classificação das parcelas e tratamento do acervo fundiário para incorporação ao CNIR

Marcelo Cunha Vicente

Reuniões realizadas no âmbito do subgrupo e com órgãos externos entre julho a novembro de 2009.

7.Capacitação e padronização de procedimentos --- ---

Conforme Cronograma geral do Projeto, este subgrupo iniciará suas atividades a partir de 2010.

8.Estruturação do CNIR – especificações, critérios para alimentação dos dados oriundos do SNCR/CAFIR, batimento, alimentação, atualização

Kleber Damião

Subgrupo responsável pela elaboração dos Projetos Lógicos de Estruturação da Base de Dados do CNIR e de Migração dos Dados para a carga inicial do sistema, instalado em caráter permanente, em Brasília, desde 11/05/2009.

Os resultados obtidos pelos Subgrupos 3, 4, 5, 6 e 8 são tratados em

capítulos específicos deste Relatório, respectivamente Capítulo 8, Capítulo 9, Capítulo 10, Capítulo 11 e Capítulo 12.

Por sua vez, os Subgrupos 1 e 2, pelas suas características próprias de

coordenação geral dos trabalhos (Subgrupo 1) e de sistematização dos trabalhos produzidos pelos demais grupos (Subgrupo 2) não são tratados em capítulos próprios, porém foram de fundamental importância para a garantia da consecução das atividades em 2009 e compilação de todo o trabalho produzido no presente

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Relatório, desde a primeira reunião ampliada do CNIR, realizada em agosto de 2008.

O Subgrupo 2 foi responsável pela Organização, Consolidação e

Sistematização dos documentos que compõem o Projeto, com vistas à elaboração do Relatório Geral, tendo como participantes:

- José Kleber Costa Pereira - INCRA/NEEC (Coordenador); - Otavio de Almeida Fernandes - INCRA/NEEC; - Antonio de Lisboa Dias - INCRA/SR-18(PB); - Alcir Ferreira Rêgo - INCRA/SR-02(CE); e - Sérgio Moraes - SERPRO.

Destaca-se que, além das reuniões ordinárias de cada subgrupo

executivo (Subgrupos 3, 4, 5, 6 e 8), ainda houve articulação entre os mesmos, sobretudo entre os subgrupos 5, 6 e 8, na busca pela melhor solução da integração dos segmentos gráfico e literal, refletida nos Projetos Conceitual e Lógico da base de dados do CNIR. 6.6 Instrução e Trâmite Processual no Âmbito das Instituições Envolvidas

No fito de atender aos princípios da legalidade, publicidade e eficiência

administrativa, mantendo os registros de todos os atos praticados e dando conhecimento aos dirigentes do INCRA e do MDA, foi instaurado em 14 de julho de 2008 o Processo 54000.001862/2008-44. O referido Processo contém, em ordem cronológica, o histórico das reuniões ocorridas desde a retomada do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR.

Ainda, consta do Processo, expedientes administrativos utilizados para

oficializar a participação dos professores das Universidades Federais de Santa Catarina, Pernambuco e Bahia, especialistas em cadastro e georreferenciamento, bem como o registro dos trâmites que levaram à publicação das Portarias INCRA/P/144/2009 e INCRA/P/204/2009.

Observa-se da tramitação processual, o envio do mesmo ao Gabinete

do MDA, em 23 de julho de 2008, por meio do Ofício INCRA/P/482/2008 (fls. 42 e 43 dos autos), o qual foi analisado e recebeu parecer favorável daquele Ministério por meio do Parecer nº 138/2008/ASS/SE-MDA, de 07 de novembro de 2008 (fls. 44 e 45 dos autos).

Por oportuno, ressaltamos que uma cópia integral do Processo

54000.001862/2008-44 foi encaminhada à Coordenação-Geral de Cooperação Fiscal, da Receita Federal do Brasil, em 17 de setembro de 2009, por meio do Ofício nº 08/2009/DFC-INCRA (Anexo X – Ofício nº 08/2009/DFC-INCRA – Encaminha à RFB cópia integral do Processo 54000.001862/2008-44).

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CAPÍTULO 7

DESTAQUES DAS REUNIÕES CONJUNTAS INCRA/RFB Fazendo um retrospecto das reuniões realizadas entre o INCRA e a RFB a partir de agosto 2008, para a estruturação do CNIR, com a participação de técnicos do SERPRO e de professores das Universidades Públicas parceiras, pode-se constatar os avanços e os entraves no decorrer das atividades. Os destaques, extraídos dos relatórios das reuniões, enfocam os pontos determinantes para o desenvolvimento dos trabalhos e as questões pendentes para as quais terão que ser adotados encaminhamentos para a conclusão da fase de elaboração do Projeto, requisito necessário para dar início às fases de execução e implementação. As pautas e relatórios das reuniões, na íntegra, estão anexados a este Relatório, e constam do Processo Administrativo INCRA 54000.001862/2008-44. São os destaques: 7.1 Reunião do CNIR - INCRA/RFB - 06 a 08 de agosto de 2008 – Discussão

das Propostas de Estruturação do CNIR e de Elaboração do Projeto de Reforma do Cadastro Rural (Anexo VIII - Pauta)

Realizada em Brasília/DF, no Hotel St. Peter, teve como objetivo geral apresentar e discutir questões relacionadas à estruturação do CNIR e à Proposta de Projeto de Reforma Cadastral do INCRA, bem como nivelar os participantes em relação ao Sistema Nacional de Cadastro Rural - SNCR/INCRA e ao Cadastro Fiscal de Imóveis Rurais - CAFIR/RFB. Foi a primeira reunião conjunta e ampliada, com a participação de gestores e técnicos do INCRA, da RFB, do SERPRO e dos professores das Universidades Federais de Pernambuco, Bahia e Santa Catarina. Especificamente, os objetivos foram: - Discutir os aspectos relacionados à implementação de um sistema automatizado

para o intercâmbio de informações entre o INCRA e os Serviços de Registro de Imóveis;

- Tratar dos aspectos técnicos e operacionais relativos à estruturação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR e sua interação com o Projeto de Reforma Cadastral;

- Debater sobre a base de dados do CNIR, sob as óticas do INCRA, da Secretaria da Receita Federal e das entidades usuárias e produtoras de informações sobre imóveis rurais;

- Apresentar um diagnóstico preliminar das necessidades dos usuários e produtores de informações sobre imóveis rurais, visando à estruturação do CNIR;

- Conhecer as Normas de georreferenciamento de imóveis rurais e do processo de Certificação, em fase de reformulação, relacionado com a interação entre os segmentos gráfico e literal; e

- Discutir questões relacionadas à Mesa Redonda a ser realizada no Congresso de Cadastro Técnico Multifinalitário e Gestão Territorial - COBRAC, a ser promovido pela Universidade Federal de Santa Catarina, em outubro de 2008, e dos encaminhamentos para a realização do Seminário Nacional de Cadastro Rural a ser promovido pelo INCRA, em dezembro de 2008, em Recife/PE.

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7.2 Reunião de Planejamento do CNIR - RFB/INCRA – 24 de setembro de 2008 (Anexo XI - Relatório)

Realizada em Brasília/DF, na sede da Coordenação-Geral de Gestão de Cadastros - COCAD/RFB, com a participação de gestores da RFB e do INCRA, e teve os seguintes objetivos: - Definir a pauta da Reunião Tecnológica do CNIR, a ser realizada nos dias 16 e

17 de outubro de 2008; - Prestar informações sobre o posicionamento e participação do INCRA e da RFB

no Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário e Gestão Territorial – COBRAC, em Florianópolis/SC;

- Validação do Cronograma de Ações até o final do exercício; e - Discutir acerca dos Atos Normativos pertinentes à parceria entre INCRA/RFB

para o desenvolvimento e gerenciamento conjunto do CNIR. 7.3 Reunião Tecnológica do CNIR - INCRA/RFB - 16 e 17 de outubro de 2008 –

Definição, Formatação e Alimentação da Base de Dados do CNIR (Anexo XII - Pauta)

Realizada em Brasília/DF, no Centro de Treinamento da ESAF (Estrada Brasília/Unaí - Lago Sul), com a participação de gestores e técnicos da RFB, do INCRA, do SERPRO e dos professores, e contou com os seguintes objetivos: - Definir critérios e parâmetros para a formatação e alimentação da base de dados,

coleta de informações e demais procedimentos necessários à estruturação do CNIR;

- Validar documento consolidado referente à modelagem da parcela, resultante da reunião de Recife/PE, para incorporação ao CNIR; e

- Definir as alterações necessárias à nova formatação da Declaração sobre Operações Imobiliárias - DOI, para viabilizar o intercâmbio de informações entre o CNIR e os Cartórios de Registro de Imóveis.

7.4 Reunião de Gestão do CNIR - RFB/INCRA – 31 de outubro de 2008 (Anexo

XIII - Relatório) Realizada em Brasília/DF, na sede da Coordenação-Geral de Gestão de Cadastros - COCAD/RFB, com a participação de gestores da RFB e do INCRA, e teve como um dos pontos de pauta a Proposta de Emenda à Constituição nº 31/2008, do Senador Expedito Junior - PR/RO, que transfere o ITR para os Estados, além de alterar sua sistemática de tributação. O INCRA apresentou suas análises preliminares e solicitou sugestões para complementações e conclusões. Por sua vez, a RFB informou que encaminhará o assunto à Coordenação-Geral de Tributação. De acordo com a pauta, foram tomadas algumas decisões administrativas para agendamento de reuniões e reprogramação de eventos sobre as atividades de estruturação do CNIR, bem como foi apresentado o Modelo de Integração da RFB/INCRA para construção da base comum de dados, de acordo com definições aprovadas na última reunião tecnológica do CNIR. Por fim, destaca-se ainda a definição de atribuições e responsabilidades, por parte do INCRA e RFB, no gerenciamento conjunto do CNIR, onde ficou acordado que a construção do

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CNIR – sistema – seria de responsabilidade da RFB, através do SERPRO, com os ajustes para integração do CAFIR/SNCR ao CNIR ficando sob a responsabilidade dos gestores das duas instituições. 7.5 Reunião de Trabalho do CNIR - INCRA/RFB - 08 a 10 de dezembro de 2008

– Ajustes e Consolidação da Proposta de Estruturação do CNIR (Anexo XIV - Pauta)

Realizada em Brasília/DF, no Centro de Treinamento da ESAF (CENTRESAF - Setor de Autarquias Sul), e contou com a participação de gestores e técnicos da RFB, do INCRA, do SERPRO e dos professores da UFPE, UFSC, UFBA e UNB/Canadá, onde foram tratados os seguintes assuntos: - Avaliação dos resultados da pesquisa que levantou as necessidades das

instituições públicas produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro, objetivando o compartilhamento das informações geradas pelo CNIR;

- Nivelamento das questões relacionadas à coleta de informações cadastrais e às alternativas de estruturação do CNIR;

- Nivelamento das atribuições e responsabilidades, por parte do INCRA e RFB, no gerenciamento conjunto do CNIR;

- Consolidação das informações que deverão compor a base comum de dados do CNIR;

- Consolidação da proposta de adequação da Declaração sobre Operações Imobiliárias - DOI, para viabilizar o intercâmbio de informações entre o INCRA e os Cartórios, conforme previsto na Lei nº 10.267/2001;

- Apresentação dos pontos de mudanças na Norma Técnica de Georreferenciamento de Imóveis Rurais, incorporando o processo de certificação digital e associado à proposta de estruturação do CNIR;

- Planejamento e formatação do Seminário Nacional de Cadastro Rural e de Estruturação do CNIR; e

- Formulação de uma Agenda de Trabalho para o ano de 2009, com um maior detalhamento para as ações a serem desenvolvidas no primeiro semestre.

Essa reunião contou com a participação das Professoras Silvane

Karoline da Silva Paixão, Doutoranda da University of New Brunswick - UNB/Canadá, vinculada à Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, e da Professora Susan Elizabeth Nichols, Diretora de Pós-Graduação da UNB/Canadá e Orientadora da tese de Doutorado da Professora Silvane.

A Professora Silvane fez uma apresentação da pesquisa que levantou

as Necessidades das Instituições Públicas Produtoras e Usuárias de Informações sobre o Meio Rural Brasileiro, objetivando o compartilhamento das informações geradas pelo CNIR, parte integrante do projeto. Por outro lado, a Professora Susan Nichols relatou as suas experiências em projetos de reformas cadastrais em alguns países, ao mesmo tempo em que fez uma avaliação do nosso projeto, com base na sua participação nessa reunião e nas informações recebidas dos demais professores. Considerou muito positivo o nível de discussão entre os participantes e a parceria entre as duas instituições envolvidas (INCRA e RFB), e disse, ainda, que os objetivos, princípios básicos e as diretrizes dadas ao projeto demonstram que estamos no caminho certo para a efetiva implantação do CNIR.

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7.6 Reunião do CNIR - RFB/INCRA - 09 e 10 de fevereiro de 2009 – Consolidação e Encaminhamentos da Programação de Trabalho 2009/2010 (Anexo XV - Pauta)

Realizada no Campus da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, em Recife/PE, contou com a participação dos professores, de gestores e técnicos do INCRA, da RFB e do SERPRO, e teve como objetivos: - Referendar o Cronograma das Ações de Estruturação do CNIR para os anos de

2009 e 2010; - Consolidar a programação do Seminário Nacional de Estruturação do Cadastro

Nacional de Imóveis Rurais - CNIR; - Formulação da Proposta de Apresentação do Projeto às direções do MDA,

INCRA e Receita Federal do Brasil - RFB; - Discussão e definição sobre a modelagem da Parcela associada ao seu

relacionamento com as entidades e atributos que compõem a base de dados na estruturação do CNIR; e

- Definição dos Grupos de Trabalho para execução das ações propostas no Projeto de Estruturação do CNIR.

7.7 Reunião de Gestão do CNIR - RFB/INCRA - 19 de março de 2009 –

Discussão sobre os Encaminhamentos da última reunião do CNIR (Anexo XVI - Relatório)

Realizada em Brasília/DF, na sede da Coordenação-Geral de Gestão de Cadastros - COCAD/RFB, com a participação de gestores da RFB e do INCRA, e de técnicos do SERPRO que prestam serviço ao SNCR/INCRA e CAFIR/RFB, onde foram discutidos os encaminhamentos resultantes da última reunião do CNIR, realizada em Recife/PE nos dias 09 e 10/02/2009, obedecendo à seguinte pauta: - Ajustes no Cronograma de Estruturação do CNIR; - Grupos de Trabalho – composição e prazos; - Agenda de Reuniões até o final do ano de 2009; e - Nivelamento sobre os trabalhos do Grupo CNIR - Fluxo Cartórios/INCRA. Ficou consignada, em face da conjuntura institucional no âmbito da RFB e do INCRA, motivada por mudanças estruturais e de gestão, a sugestão para que o Projeto de Estruturação do CNIR seja trabalhado no ano de 2009, do ponto de vista técnico, com o aprofundamento das questões discutidas, ficando para o próximo ano o relacionamento com as outras instituições, inclusive a realização do Seminário Nacional. O INCRA destacou a agenda com o Tribunal de Contas da União - TCU, onde um dos itens de cobrança determina que seja apresentado o Cronograma Detalhado de Estruturação do CNIR, de responsabilidade do INCRA e da RFB, a ser monitorado bimestralmente pelo Tribunal, com prazo para ser apresentado em 23/03/2009. Foram discutidas as alterações com relação ao cronograma resultante da última reunião realizada em Recife, em 09 e 10/02/2009, ajustando-se a essa conjuntura, com a concordância das duas instituições (INCRA e COCAD/RFB) e com as atividades programadas até dezembro/2011, quando se teria a implantação do CNIR. Foi também definida uma Agenda de Reuniões e Eventos programados

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para o ano de 2009, com a participação de representantes do INCRA, da RFB e dos professores.

Na oportunidade, foi apresentada uma planilha com a composição dos Subgrupos de Trabalho destinados ao aprofundamento dos diferentes temas a serem trabalhados na elaboração do Projeto, com a instalação dos Subgrupos 2 e 8, na sede do INCRA e em caráter permanente, a partir de maio/2009. Os referidos subgrupos são responsáveis pela Organização, Consolidação e Sistematização dos Documentos que compõem o Projeto (Subgrupo 2), bem como pela Concepção e Especificação dos Sistemas constituídos pelos Projetos Lógicos de Estruturação do CNIR e de Migração dos Dados Cadastrais do INCRA e da Receita Federal do Brasil - RFB (Subgrupo 8). André Salvi (RFB) apresentou algumas propostas de ações antecedentes à implantação do CNIR, com possibilidade de serem implementadas nas Operações Anuais da DITR/RFB nos anos de 2010 e 2011, ficando de ser discutido novamente na próxima reunião. Foi relatada também a experiência do projeto desenvolvido pelo IRIB - Instituto de Registro Imobiliário do Brasil, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, com base em reunião ocorrida em Florianópolis/SC, para subsidiar o fluxo de troca de informações INCRA/Cartórios. As referidas instituições executam um projeto através da BRy Tecnologia, empresa vinculada ao IRIB, com vistas à implantação da CRSEC - Central Registral de Serviços Eletrônicos Compartilhados, sistema que contempla aplicações destinadas à informatização dos Serviços de Registro de Imóveis. Houve ainda a apresentação por parte do SERPRO de um esboço do Plano de Acompanhamento do Projeto, que descreve, entre outras coisas, a sua estrutura analítica, a matriz de papéis e responsabilidades, os cronogramas, os marcos de controle, os procedimentos de gerenciamento, consolidando toda a documentação do projeto, de forma a facilitar e otimizar o controle e monitoramento por parte das instituições envolvidas com a elaboração do projeto. Foram aprovados os documentos apresentados na reunião, os quais ficaram de ser divulgados no âmbito de cada instituição, e também com o objetivo de serem envidados todos os esforços, junto às direções do INCRA e da RFB, para que sejam propiciados os meios e condições necessárias ao desenvolvimento dos trabalhos, de acordo com o cronograma aprovado que projeta a implantação do CNIR para dezembro de 2011. Finalmente, foi dado conhecimento a todos os presentes, por parte da Coordenadora-Geral de Cadastro Rural do INCRA, Luciméri Selivon, que o referido Cronograma, acordado entre as duas instituições, será apresentado ao Tribunal de Contas da União - TCU, em reunião programada para o dia 23 de março de 2009 na sede do INCRA.

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7.8 Reunião de Gestão do CNIR - RFB/INCRA – 30 de abril de 2009 (Anexo XVII - Relatório)

Realizada em Brasília/DF, na sala de reuniões da Presidência do INCRA, com a participação de gestores do INCRA e da RFB, e teve como objetivo principal iniciar a discussão sobre as atribuições e responsabilidades, por parte do INCRA e RFB, no gerenciamento conjunto do CNIR, tarefa destinada ao Subgrupo 3, coordenado por Luciméri Selivon, no âmbito do INCRA, e André Salvi, no âmbito da RFB. Constaram ainda da pauta, temas relacionados com as ações de compartilhamento de dados em paralelo à estruturação do CNIR; com os trabalhos desenvolvidos pelo Subgrupo que trata do fluxo de troca de informações INCRA/Cartórios; além de informes sobre os trabalhos a serem desenvolvidos pelos Subgrupos. Podem ser considerados como destaques da reunião os pontos de pauta abordados a seguir. Discussão do documento encaminhado ao INCRA pela RFB, para a implementação de ações de compartilhamento de dados, buscando antecipar a sincronização dos Cadastros da RFB e INCRA, com foco na estruturação do CNIR e com base nas propostas apresentadas pelo André na última reunião. Os encaminhamentos com vistas aos procedimentos necessários à operacionalização das propostas ficaram de ser dados no âmbito de cada Subgrupo relacionado com o tema, de forma a contribuir no processo de migração dos dados do SNCR e CAFIR, para o povoamento inicial do CNIR. Informes sobre o funcionamento e a composição atualizada dos respectivos Subgrupos de Trabalho do CNIR, com alterações em função da movimentação de servidores do INCRA para o Programa Terra Legal e de ajustes internos no âmbito das Coordenações-Gerais de Cadastro Rural e de Cartografia do INCRA, e da Coordenação-Geral de Gestão de Cadastros da RFB. Sobre as diretrizes para o gerenciamento conjunto do CNIR foi apresentado pelo INCRA um documento que enfoca alguns elementos a serem considerados, relacionados com os atos normativos necessários; com a estrutura de gestão individual e compartilhada; com a armazenagem, gerenciamento e manutenção da base de dados (literal/espacial); com a operacionalização da sua implementação, em termos de divulgação, capacitação e capilaridade das duas instituições; entre outros aspectos. Ficou consignado que a discussão sobre o tema teria continuidade nas próximas reuniões, sobretudo no âmbito do Subgrupo 3 - Grupo Gestor do CNIR, coordenados por Luciméri (INCRA) e André (RFB), e integrado por outros gestores das duas instituições.

Por fim, foi informado que será editada Portaria, por parte da Presidência do INCRA, constituindo Grupo de Trabalho, no âmbito do INCRA, dando o respaldo necessário à participação dos Professores da UFPE, UFSC e UFBA, ao deslocamento de servidores de outros Estados e objetivando, ainda, a atribuição de responsabilidades institucionais e o estabelecimento de prazo, até 30 de dezembro de 2009, para apresentação da Proposta de Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR.

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7.9 Reunião do CNIR - 11 a 13 de maio de 2009 – I Reunião de Nivelamento INCRA/RFB/SERPRO (Anexo XVIII - Relatório)

Realizada em Brasília/DF, na sala de reuniões da Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária do INCRA, objetivou nivelar os participantes quanto ao trabalho já desenvolvido por parte do INCRA, RFB e SERPRO, com a assessoria dos professores das Universidades Federais de Pernambuco, Bahia e Santa Catarina, considerando o ingresso de novos participantes no grupo de elaboração do Projeto. Para essa etapa de nivelamento, foram organizados documentos referentes a temas abordados em todas as reuniões anteriores, ocorridas a partir de agosto de 2008, consolidados em várias apresentações, de forma a tornar os novos servidores aptos a participar das discussões, dando continuidade às fases seguintes de elaboração do Projeto, com a instalação dos Subgrupos de Trabalho do CNIR.

Oportunizaram-se, ainda, pautas específicas necessárias ao

desenvolvimento dos trabalhos, como: apresentação sobre a estrutura e funcionamento do CAFIR; discussão de questões referentes aos encaminhamentos necessários às ações de compartilhamento de dados SNCR/CAFIR, a partir da operação anual da DITR/RFB (2010); apresentação da ferramenta WIKI, para produção de textos institucionais, de forma colaborativa, pelas pessoas envolvidas no Projeto em suas diferentes instituições; e apresentação da ferramenta DOTproject, que contempla o aplicativo GANTTproject, utilizada na elaboração de cronogramas. Pode-se destacar, quanto às ações de compartilhamento de dados, o envio à RFB, pelos Subgrupos 2 e 8, de documentação relativa ao SNCR para análise e adequações necessárias ao CAFIR, além de se colocar a área de atendimento do SERPRO, que presta serviço ao INCRA/SNCR, à disposição da RFB para as articulações necessárias à implementação das referidas ações, relacionadas com a inclusão no CAFIR, do Código do Imóvel no INCRA e de informações sobre a Situação Jurídica dos Imóveis Rurais.

Quanto às outras ações de compartilhamento de dados, relacionadas com a exigência do georreferenciamento pela RFB, através da apresentação de peças técnicas (planta e memorial descritivo), em função da dimensão da propriedade, bem como no que se refere à tipificação do imóvel, ficou acertado que essas ações seriam objetos de discussão, para apresentação de uma proposta, no âmbito dos Subgrupos 5 e 6, dada à necessidade de um maior aprofundamento dos referidos temas pela área de Cartografia. 7.10 Reunião do CNIR - RFB/INCRA - 25 e 26/06/2009 – I Reunião de

Acompanhamento e Validação dos Trabalhos dos Subgrupos (Anexo XIX - Relatório)

Realizada em Brasília/DF, no Auditório do Edifício Camilo Cola, prédio

onde funciona a Coordenação-Geral de Cadastros - COCAD/RFB, e contou com a participação de gestores e técnicos da RFB, do INCRA, do SERPRO e dos professores, onde foram tratados os temas a seguir relacionados, resultantes dos trabalhos desenvolvidos pelos Subgrupos. Os referidos temas foram objetos de apresentação, discussão e debate, propiciando o compartilhamento das atividades

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desenvolvidas e propostas por cada Subgrupo, para fins de ajustes e validação pelo Grupo de Trabalho, como um todo.

- Definição, Classes e Tipificação de Parcelas; e Questões relacionadas ao

levantamento do acervo fundiário/cartográfico para incorporação ao CNIR – Subgrupo 6;

- Proposta de Automação do Serviço de Certificação de Imóveis Rurais, associada ao Projeto de Estruturação do CNIR – Subgrupo 5;

- Estrutura atual e funcionamento de Cadastro Fiscal de Imóveis Rurais da RFB - CAFIR – Subgrupo 2;

- Encaminhamentos dados às ações de compartilhamento de dados - SNCR/ INCRA e CAFIR/RFB, com base no Relatório Etapa de Nivelamento – Subgrupo 2;

- Proposta para o Fluxo de Troca de Informações INCRA/Cartórios – Subgrupo 4; - Proposta preliminar de gerenciamento conjunto do CNIR, por parte do INCRA e

RFB – Subgrupo 3; - Apresentação da ferramenta WIKI, que se destina à produção de textos

institucionais, de forma colaborativa, objetivando a sua utilização pelas pessoas envolvidas no projeto, em suas diferentes instituições – DET (Coordenação-Geral de Tecnologia da Informação do INCRA);

- Validação do Esboço do Projeto, que servirá de base para a elaboração do Relatório do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR, a ser apresentado até o dia 30/12/2009 – Subgrupo 2;

- Validação de proposta do Plano de Acompanhamento do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR, objetivando facilitar e otimizar o controle e monitoramento por parte das instituições envolvidas com a elaboração do Projeto – Subgrupo 2; e

- Apresentação do Cronograma de Execução das Atividades dos Subgrupos 2 e 8, elaborado com a ferramenta Openproject, que poderá servir como subsídio na montagem dos cronogramas dos demais Subgrupos – Subgrupo 2.

Como destaque da reunião, conforme demonstrado na parte final do relatório, registra-se a fala da Coordenadora-Geral de Cadastro Rural do INCRA, Luciméri Selivon, ressaltando a importância de se implementar ações, no âmbito das duas instituições (INCRA e RFB), visando garantir a continuidade do Projeto de Estruturação do CNIR, em três níveis: político, institucional e administrativo, fortalecendo a parceria INCRA/RFB e permitindo o cumprimento do cronograma entregue ao TCU, em todas as suas fases, até a sua implantação em dezembro/2011. André Salvi, Coordenador-Geral de Gestão de Cadastros da RFB, justificou os seus momentos de ausência na reunião, em função de agenda prioritária de trabalho envolvendo homologação de sistemas. No entanto, afirmou que vai continuar envidando esforços no sentido de demonstrar o estágio em que se encontra o Projeto, e ao mesmo tempo reiterar a importância da implantação do CNIR, junto à direção da RFB. 7.11 Reunião do CNIR - INCRA/RFB - 27 e 28/08/2009 – II Reunião de

Nivelamento e Acompanhamento e Validação dos Trabalhos dos Subgrupos (Anexo XX - Relatório)

Realizada em Brasília/DF, no Auditório da FINATEC, no Campus da

Universidade de Brasília - UNB, e contou com a participação de gestores e técnicos

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do INCRA, da RFB, do SERPRO e dos professores. A reunião contou com a participação de novos servidores das instituições envolvidas na elaboração do Projeto, como forma de dar uma maior amplitude a análise crítica dos temas desenvolvidos no âmbito dos Subgrupos, e considerando ainda a necessidade de incorporar mais servidores, com experiência nas áreas de Cadastro, Cartografia e Tecnologia da Informação, nos trabalhos dos Subgrupos.

A reunião contou com dois dias de pauta, com o primeiro dia destinado

ao nivelamento dos novos participantes, quanto ao trabalho já desenvolvido, enquanto o segundo, destinado a todo o grupo de elaboração do projeto, com a apresentação dos seguintes temas desenvolvidos pelos Subgrupos e submetidos a discussão, ajustes e validação. - Palestra sobre o tema “O Cadastro 2014 e algumas tendências internacionais da

Gestão Territorial” – Professor Philips; - Estudos para a formação do código de identificação da Parcela – Subgrupo 6; e - Propostas dos Projetos Lógicos de “Estruturação do CNIR”, para a construção da

base de dados do CNIR, e de “Migração de Dados”, para o povoamento inicial da base de dados do CNIR, com os dados provenientes do CAFIR e do SNCR – Subgrupo 8.

Merece destaque a presença de representantes da direção das duas instituições na abertura dos trabalhos. No primeiro dia, a RFB foi representada por Regina Henriques, Coordenadora Substituta da Coordenação-Geral de Cooperação e Integração Fiscal - COCIF. No segundo dia, o INCRA foi representado por Érika Galvani Borges, Diretora Substituta de Ordenamento da Estrutura Fundiária; e a RFB por Emely França de Paula - Secretária Executiva do Comitê Gestor do ITR.

Ressalte-se na abertura da reunião o pronunciamento inicial de André Salvi, Coordenador-Geral de Gestão de Cadastros da RFB, sobre as duas reuniões recentes, 12/08 e 25/08/2009, entre o INCRA e a direção da RFB, representada pela Coordenação-Geral de Cooperação Fiscal e Integração - COCIF, realizadas na sede da RFB, na Esplanada dos Ministérios, onde foram discutidas algumas pendências na elaboração do Projeto e, sobretudo, verificadas as necessidades de engajamento da RFB, com maior profundidade nos Subgrupos de Trabalho do CNIR, o que ainda não aconteceu em função da conjuntura institucional vivida no momento pela RFB, bem como da dependência de formalização de grupo através de atos normativos necessários. Merece, ainda, destaque a apresentação do Professor Philips sobre o Cadastro 2014, demonstrando a importância da integração dos segmentos gráfico e literal na estruturação do CNIR, o que já ocorre na maioria dos países, da mesma forma a necessidade de vinculação com o registro Público, citando, inclusive, que nos eventos internacionais é sistematicamente cobrada essa vinculação.

Com relação aos modelos conceituais apresentados, integrantes dos Projetos Lógicos de Estruturação do CNIR e de Migração de Dados, André Salvi ressaltou que as propostas serão analisadas no âmbito da RFB, juntamente com as demais áreas envolvidas na questão, e que dará o retorno oportunamente. Acrescentou, ainda, que reconhece o avanço dos trabalhos desenvolvidos pelos Subgrupos, tendo percebido que houve um bom entendimento pelos participantes dos temas apresentados, porém, entende que ainda existe um grande desafio pela

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frente, de responsabilidade do INCRA, que é encontrar uma solução adequada para a integração gráfico/literal na estruturação do CNIR. 7.12 Reunião de Gestão do CNIR - RFB/INCRA – 13 de outubro de 2009 (Anexo

XXI - Relatório)

Realizada em Brasília/DF, na sede da Coordenação-Geral de Gestão de Cadastros - COCAD/RFB, com a participação de gestores da RFB e do INCRA, onde foram discutidos os encaminhamentos resultantes da última reunião do CNIR, realizada em Brasília/DF nos dias 27 e 28/08/2009, com base na pauta descrita a seguir. A reunião contou com a presença de Regina Henriques, Coordenadora Substituta da Coordenação-Geral de Cooperação Fiscal e Integração - COCIF, representando a direção da RFB, além do Coordenador-Geral de Gestão de Cadastros - COCAD/RFB, André Salvi, e da Coordenadora-Geral de Cadastro Rural - DFC/INCRA, Luciméri Selivon.

- Avaliação e Desdobramentos da reunião CNIR - 27 e 28/08/2009; - Providências adotadas pelo INCRA para a concepção de uma proposta de

integração gráfico/literal na estruturação do CNIR; - Fatores que podem ocasionar atrasos na elaboração do Projeto de Estruturação

do CNIR; - Estimativas dos impactos no desenvolvimento do projeto, com reflexo no

Cronograma de Estruturação do CNIR; e - Alternativas de encaminhamento para a continuidade do Projeto, considerando o

cronograma entregue ao TCU e o prazo estabelecido na Portaria INCRA/P/Nº 144/2009.

Pode-se destacar, a seguir, alguns pontos discutidos na reunião, bem

como os encaminhamentos que foram acertados para dar continuidade à elaboração do Projeto de Estruturação do CNIR.

Luciméri Selivon fez algumas considerações iniciais sobre a reunião,

ressaltando a sua importância e esclarecendo que a pauta, preparada pelo INCRA e previamente encaminhada à RFB em 01/10/2009, procurou contemplar todas as questões levantadas na última reunião, em 27 e 28/08/2009, e que precisam de encaminhamentos por parte das duas instituições, de forma a garantir a continuidade do Projeto de Estruturação do CNIR. Ressaltou as providências adotadas pelo INCRA para a concepção de uma proposta de integração gráfico/literal, com um acerto de agenda com consultoria externa de especialista no tema, através do professor Clodoveu Davis, da UFMG, bem como, a incorporação de técnicos das áreas de Cadastro, Cartografia e de Tecnologia da Informação do INCRA, para que fossem discutidos e acrescentados ao modelo lógico, as entidades e atributos necessários à integração.

André Salvi ressaltou que para a internalização do projeto na RFB é necessário que não reste dúvidas quanto à concretização da integração gráfico/literal. Entende que apenas após consolidadas essas definições, é que a área técnica se sentirá confortável e segura para submeter o projeto ao Secretário da Receita Federal. Complementou que estão muito ansiosos no âmbito da RFB, na expectativa de que se tenham soluções práticas a partir da reunião do dia 16/10, com a participação do Professor Clodoveu Davis, um especialista na matéria. Acredita que somente após vencido esse impasse é que se poderia avançar, de forma conjunta, na elaboração do Projeto de Estruturação do CNIR.

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Kleber enfocou as posições da RFB, externadas na reunião, quanto à

indefinição de participação efetiva no projeto, e ao mesmo tempo reiterou a posição do INCRA, sempre aberta a essa participação, acrescentando que necessário se faz que sejam adotados os encaminhamentos adequados para a solução dos problemas ainda existentes e que a RFB defina em que momento a sua participação efetiva será concretizada, informando ainda que os subgrupos continuam trabalhando normalmente na sede do INCRA.

Regina Henriques interveio sugerindo a construção de um novo calendário para dar continuidade à elaboração do projeto, iniciando-se com uma reunião conjunta INCRA/RFB objetivando a rediscussão da modelagem do negócio e, a partir daí, uma reavaliação do cronograma de trabalho, de forma a incorporar na discussão, além da área de cadastro já representada pela COCAD, outras áreas da RFB, como a de fiscalização (COFIS) e a de tecnologia da informação (COTEC).

Luciméri acatou a sugestão de Regina Henriques e após entendimentos quanto à disponibilidade de agenda e a necessidade de um maior tempo para a RFB internalizar a discussão desse projeto, ficou acertado que a reunião ocorreria nos dias 24 e 25/11/2009. Kleber complementou, sugerindo que a RFB promova os encaminhamentos necessários para a realização dessa reunião, inclusive com a elaboração de uma proposta de pauta, o que foi acatado pela RFB, ficando a adoção dessas providências sob a responsabilidade da COCAD, através do André Salvi. 7.13 Reunião do CNIR - INCRA - 14 de outubro de 2009 – Discussão e

Avaliação do Modelo Conceitual de Estruturação do CNIR (Anexo XXII - Relatório)

Realizada em Brasília/DF, na sala de reuniões da Diretoria de Gestão

Estratégica - DE/INCRA, com a participação dos integrantes do Subgrupo 8 do CNIR, no âmbito do INCRA, tendo contado também com a presença do Diretor de Gestão Estratégica do INCRA, Roberto Kiel, da Coordenadora-Geral de Cadastro Rural do INCRA, Luciméri Selivon, e do Coordenador-Geral de Tecnologia e Gestão da Informação do INCRA, Marcelo Marques.

A reunião teve como objetivo principal a apresentação, discussão e

avaliação da proposta de modelo conceitual, integrante do Projeto Lógico de Estruturação do CNIR em fase de elaboração pelo Subgrupo 8. Sérgio Moraes apresentou a referida proposta, relatando a sequência de construção a partir da modelagem de parcelas, chegando à Unidade de Cadastro CNIR, que diz respeito às categorizações: Imóvel Rural, Unidade Autônoma e Unidade Especial. Enfocou a lógica do relacionamento com os detentores dessas categorizações e das atualizações cadastrais e mostrou, também, o Dicionário de Dados, que traz o conceito das entidades, a interpretação dos relacionamentos e em fase final de definição dos atributos.

Roberto Kiel destacou a importância do CNIR para o Banco de Dados

Geográfico do INCRA, em fase de construção, ressaltou a necessidade de que o trabalho se desenvolva de forma integrada, para compatibilizar os dois modelos em desenvolvimento, e fez algumas considerações e sugestões sobre o modelo de estruturação do CNIR, que foram registrados pelos integrantes do Subgrupo 8, no

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sentido de analisar com maior profundidade e decidir oportunamente sobre a incorporação ou não ao modelo.

Irna reiterou sobre a necessidade de continuar trabalhando de forma

integrada, na compatibilização dos dois modelos, Banco de Dados Geográfico e CNIR, inclusive para não afetar as outras áreas do INCRA contempladas no Banco de Dados Geográfico.

Kiel finalizou dizendo que considera o modelo de estruturação do CNIR

bem avançado e sem contradições, reafirmando que o trabalho tem que ser conjunto e que deve ser verificado o que ainda temos que absorver do CNIR para o Banco de Dados Geográfico. Acrescentou que a DE continuará dando todo o apoio necessário para a estruturação do CNIR.

Luciméri, corroborada pelo Kleber, agradeceu a atenção dispensada pela DE ao grupo, demonstrada nessa reunião, e ressaltou sobre a necessidade e importância de continuar contando com esse apoio no desenvolvimento do Projeto de Estruturação do CNIR. 7.14 Reunião do CNIR - 16/10/2009 – Discussão da Integração Gráfico/Literal

para Estruturação do CNIR (Anexo XXIII - Relatório)

Realizada em Brasília/DF, na sala de reuniões da Presidência do INCRA, com a participação de gestores e técnicos do INCRA, da RFB, do SERPRO e dos Professores Jurgen Philips (UFSC) e Clodoveu Davis (UFMG).

A reunião foi uma iniciativa do INCRA com a finalidade de conhecer

experiências de projetos similares implantados em outras instituições sobre integração gráfico/literal de cadastro, tendo como convidado especial o Professor Clodoveu Davis, da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, um especialista na matéria.

Professor Clodoveu apresentou um histórico dos trabalhos desenvolvidos na Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte - PRODABEL, desde as primeiras ações, em 1992, com a implantação do primeiro banco de dados geográfico de endereços, cuja manutenção envolvia vinte e nove instituições. Mostrou o desenvolvimento desse Cadastro ao longo dos anos, até a sua consolidação e os desenvolvimentos mais recentes, até 2007.

Professor Clodoveu fez algumas considerações sobre o modelo apresentado e destacou como uma das suas mais importantes considerações, a orientação para que o projeto seja muito bem documentado, com a definição formal e precisa dos conceitos, dos acordos entre as partes, citando como exemplo a definição da parcela, que considera de fundamental importância. Observou que um projeto lógico bem elaborado permite que se possam ter várias alternativas no desenvolvimento do projeto físico. Complementou, ainda, que nessa parte gráfica, deve-se ter um controle de versões, em função da evolução dos softwares, de forma a preservamos o histórico.

Entende o Professor Clodoveu, que um sistema como esse tinha que nascer geográfico, pois com a evolução dos sistemas de informações gráficas, não terá mais sentido o literal dissociado da informação gráfica. Sugeriu que se analise a viabilidade de termos um polígono, ou pelo menos um ponto, que indique a

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localização geográfica, mesmo que não se tenha, nesse momento, a precisão desejada. Complementou, considerando que a adoção dessa prática seria o ponto de partida para os próximos passos e citou como exemplo o uso de telefone celular com o GPS. Professor Philips corroborou com a idéia, citando o Google como exemplo, em que o gerente de uma instituição financeira já pode se utilizar dessa ferramenta, para buscar informação no sentido de avaliar a concessão de um empréstimo bancário.

Ao final da reunião, André disse que considerou a reunião muito

produtiva e reiterou o desafio a ser enfrentado na construção da proposta de integração gráfico/literal para a estruturação do CNIR. Em seguida, Edaldo, corroborado pela Luciméri, agradeceu a presença do Professor Clodoveu, e ressaltou que um projeto dessa dimensão necessariamente tem que recorrer às expertises e referências no Brasil sobre o tema. Para isso, o INCRA e a RFB vão precisar contar com a participação do Professor Clodoveu no desenvolvimento do projeto físico, sobretudo na implementação da parte gráfica na estruturação do CNIR. 7.15 Reunião de Trabalho do CNIR - INCRA/RFB – 24 a 26/11/2009 (Anexo XXIV

- Relatório)

Realizada em Brasília/DF, no Auditório do Edifício Camilo Cola, prédio onde funciona a Coordenação-Geral de Cadastros - COCAD/RFB, e contou com a participação de gestores e técnicos da RFB, do INCRA, do SERPRO e do Professor Jurgen Philips (UFSC), onde foram tratados os temas a seguir relacionados.

- Apresentação dos resultados obtidos na construção do Modelo Lógico do CNIR,

com a incorporação da integração gráfico/literal do Cadastro Rural; - Apresentação da lógica do Portal para coleta, entrada e análise de dados no

CNIR definida pelo seu Diagrama de Estados; - Debate entre técnicos do INCRA (Cadastro, Cartografia e Tecnologia da

Informação), RFB e SERPRO sobre a proposta do Modelo Lógico do CNIR apresentado pelo INCRA, na plenária do dia anterior, objetivando efetuar os ajustes necessários de forma a atender aos interesses das duas instituições;

- Apresentação das necessidades da modelagem de negócio, envolvendo os diversos atores do CNIR;

- Abordagem, com foco na estruturação do CNIR, sobre os Atos Normativos relacionados com a criação do Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) e com a implantação da Infra-Estrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) - Minuta de Portaria do Ministério das Cidades e Decreto Nº 6.666/2008; e

- Relato sucinto e conclusivo sobre as atividades desenvolvidas pelos Subgrupos de Trabalho do CNIR, com vistas à consolidação do Relatório do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR, a ser apresentado até 30/12/2009, em atendimento ao Cronograma entregue ao TCU e ao prazo estabelecido nas Portarias INCRA/P/Nº 144/2009 e 204/2009, editadas pela Presidência do INCRA.

A pauta constou de três dias, sendo que o segundo dia da reunião foi

destinado a uma reunião específica, com a participação de técnicos do INCRA que estão desenvolvendo o Modelo Lógico do CNIR, no âmbito do Subgrupo 8, os quais juntamente com técnicos da RFB e do SERPRO debateram o Modelo Lógico do CNIR, objetivando efetuar os ajustes necessários de forma a atender aos interesses das duas instituições.

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Irna Rocha (INCRA) apresentou os resultados obtidos na construção do Modelo Lógico do CNIR, com a incorporação da integração gráfico/literal do Cadastro Rural. Começou explicando o que é Modelagem Lógica: Uma visão do modelo conceitual mais próxima do mundo computacional, onde se tenta simplificar a representação dos elementos para viabilizar a implementação do banco de dados. Na sequência, apresentou um Diagrama Lógico completo, que também foi distribuído aos presentes para acompanhamento e melhor compreensão.

Sérgio Moraes (SERPRO) apresentou um Diagrama de Estados para o

Portal do CNIR, como resultado de proposta de solução que se coaduna com a proposta de Modelagem de Negócio do CNIR levada para a reunião. Descreveu, passo a passo, como funcionaria a Lógica do Portal a partir de uma solicitação de atualização cadastral do cliente (cidadão detentor do imóvel rural), por meio da Declaração de Cadastro ou de um Requerimento do Declarante, demonstrando o pedido de entrada, análise do documento pelo técnico e os andamentos provenientes do resultado da análise, incluindo o processamento dos dados cadastrais.

André ressaltou, fazendo analogia com a modelagem de negócio do Cadastro Sincronizado Nacional por ele apresentado, envolvendo a RFB e vários órgãos da Administração Pública, que o CNIR necessita de um processo de modelagem de negócio amplo, mesmo que a construção seja feita por etapas, no sentido de mapear os atores e os processos, de forma que se evidencie a participação do usuário e dos diferentes atores envolvidos. Acrescentou, ainda, que não vê com muita clareza e segurança nos trabalhos, até o presente momento, a relação de integração gráfico/literal, afirmando que essa integração gráfico/literal depende do INCRA, que detém a expertise, devendo, dessa forma, apresentar com clareza à RFB a possibilidade de atender essa meta. Finalizou, dizendo que até o processo de migração dos dados do CAFIR e SNCR para o CNIR é um ponto de interrogação, dependendo do modelo a ser concebido.

Luciméri externou algumas preocupações sobre as questões ainda não

absorvidas pela RFB, fazendo as seguintes considerações:

- Lembrou que estamos nessa parceria com a RFB desde junho/2008 e sempre procurando dar resposta às questões colocadas, dentro do prazo compatível com o cronograma do projeto, a exemplo dessa demanda da integração gráfico/literal, quando se recorreu a um especialista na matéria, Professor Clodoveu (UFMG), e agregou-se outros técnicos ao Subgrupo 8, das áreas de Cadastro, de Cartografia e de Tecnologia e Gestão da Informação, redundando na construção do Modelo Lógico apresentado pela Irna e debatido nessa reunião.

- Entende que o passo seguinte é a execução do Projeto Físico, quando se definirá a tecnologia a ser empregada no desenvolvimento do sistema, e como o Sérgio já se referiu, as funcionalidades previstas no modelo terão uma maior visibilidade nessa fase do projeto.

- Sobre a modelagem de negócio, disse que o Sérgio já começou a modelar em cima dos processos do SNCR/INCRA, mas precisa que se conheçam os processos do CAFIR/RFB, o que ainda não foi viabilizado pela RFB. A partir do Seminário Nacional de Estruturação do CNIR, previsto para abril/2010, teremos a participação das outras entidades parceiras, quando será possível a construção da modelagem de forma ampla, com todos os atores envolvidos.

- Finalizou, afirmando que acredita estarmos no caminho certo, ressaltando que o INCRA vai cumprir o compromisso assumido e apresentar o Relatório do Projeto

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de Reforma Cadastral e Estruturação do CNIR, até o dia 30/12/2009, em cumprimento ao cronograma entregue ao TCU e às determinações das Portarias editadas pela Presidência do INCRA.

Kleber, referindo-se aos questionamentos do André sobre o Projeto de

Estruturação do CNIR, em fase final de elaboração, disse que concorda inteiramente com as colocações feitas por Sérgio, Luciméri e Irna, e por esse motivo não vai repetir muito do que já foi dito, cabendo apenas algumas considerações que merecem ser destacadas:

- Entende que falta pacificar alguns entendimentos com a RFB, ocasionados pela

não participação efetiva de técnicos da RFB nos Subgrupos de Trabalho, apesar das gestões do INCRA para que isso fosse viabilizado. Até mesmo nas reuniões ampliadas, essa participação sofreu solução de continuidade, sobretudo com referência à área de Tecnologia da Informação, que não participou de algumas das reuniões, como por exemplo, da reunião objeto desse relatório.

- No que se refere à insegurança externada pelo André, quanto a esse tema, entende também que as funcionalidades decorrentes da integração gráfico/literal terão uma maior visibilidade na fase de execução do projeto físico.

- Finalizou, dizendo que o INCRA fez tudo o que estava dentro de sua governabilidade e que concorda com a posição já externada pela Luciméri, para que o Projeto de Estruturação do CNIR seja apresentado até o dia 30/12/2009, incorporando as pendências existentes, em cumprimento ao cronograma entregue ao TCU, acordado pelo INCRA/RFB, e às determinações das Portarias editadas pela Presidência do INCRA.

Professor Philips fez ainda algumas considerações sobre o Código,

Conceito e Caracterização da Parcela Territorial, no sentido de esclarecer sobre os questionamentos relatados pela Irna, constantes do Item 6.5 deste Relatório (letras “a” e “b”), quanto ao código e aos limites de perímetro urbano e municipal:

- O significado de “regime jurídico único”, no conceito de Parcela, é entendido de

forma mais ampla do que a representação individual de uma matrícula, uma vez que a matrícula não registra Parcela e sim a propriedade imobiliária. A unidade mínima da Parcela não é a matrícula, podendo-se ter duas parcelas registradas na mesma matrícula.

- O código da Parcela deve ser único e, portanto, a cada modificação motivada por desmembramento/remembramento, deve ser dado um novo código à Parcela.

- A Parcela é uma unidade técnica do cadastro para modelar o Imóvel, tendo sido criada para melhorar a gestão no âmbito das instituições que adotarem esse conceito, de forma que os limites urbano e municipal, como definidores da Parcela, facilitam a gestão do cadastro, compatibilizam os diferentes conceitos de imóvel rural adotados pelo INCRA, RFB e Cartórios e permitem ainda o levantamento de dados em nível de município.

Edaldo apresentou alguns pontos do Decreto nº 6.666/2008, que trata

da Implantação da Infra-Estrutura Nacional de Dados Espaciais - INDE, chamando a atenção sobre o Portal Brasileiro de Dados Geoespaciais, denominado “Sistema de Informações Geográficas do Brasil - SIG Brasil”, que disponibilizará os recursos do Diretório Brasileiro de Dados Geoespaciais - DBDG, para publicação ou consulta sobre a existência de dados geoespaciais, bem como para o acesso aos serviços relacionados.

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Professor Philips fez uma apresentação da minuta de Portaria, do Ministério das Cidades, que apresenta as diretrizes para a criação, instituição e atualização do Cadastro Territorial Multifinalitário - CTM nos municípios brasileiros, abordando alguns pontos principais mais relacionados com o Cadastro Rural, merecendo atenção especial o artigo 17 e seu parágrafo único, que em seu caput estabelece que o CTM será criado para a área urbana ou a totalidade do território do município, o que gerou alguns questionamentos. Finalizou, informando que a referida Portaria será apresentada oficialmente em um Seminário Nacional, a ser realizado em Brasília nos dias 7 e 8 de dezembro próximo.

Kleber sugeriu ao Professor Philips, que na condição de membro dos dois Grupos de Trabalho (CNIR e Ministério das Cidades), mantivesse os contatos necessários junto ao Ministério das Cidades, no sentido de serem analisadas as questões levantadas nesta reunião, com vistas à possíveis ajustes na Portaria ainda antes da realização do Seminário Nacional.

Luciméri agradeceu a todos os presentes, pela participação nessa fase de elaboração do Projeto de Estruturação do CNIR; enalteceu a participação dos Professores Andréa, Philips e Artur, representados nesta reunião pelo Professor Philips, que ao longo do desenvolvimento dos trabalhos deram a orientação e o assessoramento necessário aos técnicos e servidores envolvidos nas atividades; agradeceu a RFB, na pessoa do André, apesar de todas as dificuldades enfrentadas pela instituição; ressaltou a participação dos servidores do INCRA, da sede e das Superintendências Regionais; destacou a participação do SERPRO, de modo especial do servidor Sérgio Moraes, que desde maio/2009 integra o Subgrupo 8 em caráter permanente. Considera que foi um grande aprendizado para todas as pessoas envolvidas com o Projeto CNIR e que esta reunião finaliza uma etapa de atividades que, certamente, terá continuidade a partir de fevereiro/2010, acreditando firmemente no compromisso institucional do INCRA e RFB.

André agradeceu a participação de todos, de modo especial ao Professor Philips pela sua atenção e disponibilidade, em nome também dos Professores Andrea e Artur, e enfatizou que vai dar os encaminhamentos necessários para avançar nos entendimentos dentro da RFB, a partir de janeiro/2010, considerando que existem algumas questões ainda a serem validadas.

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CAPÍTULO 8

TRABALHOS DESENVOLVIDOS E RESULTADOS ALCANÇADOS PELO SUBGRUPO 3

Coube ao Subgrupo 3 a discussão sobre o marco institucional relacionado com os aspectos do gerenciamento conjunto do CNIR, quanto à definição das atribuições e responsabilidades, por parte do INCRA e Receita Federal do Brasil, de conformidade com o que determina a Lei nº 10.267/2001. O referido Subgrupo foi coordenado, no âmbito do INCRA, pela Coordenadora-Geral de Cadastro Rural, Luciméri Selivon e, no âmbito da RFB, pelo Coordenador-Geral de Gestão de Cadastros, André Salvi, sendo constituído ainda por outros integrantes das duas instituições (Anexo IX - Composição do Grupo/Subgrupos de Trabalho para Estruturação do CNIR).

8.1 Reunião de Trabalho

Na fase de elaboração do Projeto, ocorreram algumas reuniões de

gestão, para tratar de assuntos referentes às ações de planejamento, de avaliação dos trabalhos, de programação das reuniões técnicas ampliadas e a outros temas considerados prioritários nessa fase do projeto, conforme demonstrado nos relatórios das reuniões destacados no Capítulo 7. Entretanto, em apenas uma das reuniões, realizada em Brasília/DF em 30 de abril de 2009, foi discutido o tema referente ao gerenciamento conjunto do CNIR (Anexo XVII - Relatório).

Foram apresentadas pela Luciméri, nessa reunião, algumas diretrizes

para o gerenciamento, discutidas preliminarmente no âmbito do INCRA, mas que precisam ser aprofundadas na etapa seguinte do Projeto. As diretrizes enfocam os elementos a serem considerados na gestão conjunta do CNIR, relacionados com os atos normativos necessários; com a estrutura de gestão individual e compartilhada; com a armazenagem, gerenciamento e manutenção da base de dados; com a operacionalização da sua implementação, em termos de divulgação, capacitação e capilaridade das duas instituições; entre outros aspectos, a seguir elencados.

8.2 Diretrizes para o Gerenciamento Conjunto do CNIR

- Edição de ato normativo conjunto, visando a instituição de Grupo de Trabalho

INCRA/RFB para o desenvolvimento do Projeto, de modo a fortalecer a parceria INCRA/RFB e consolidar o Projeto de Estruturação do CNIR, até a sua implantação em 2011, considerando o cronograma entregue ao TCU;

- Aporte de recursos humanos (técnico, administrativo e jurídico), e necessidade

de alterações na estrutura regimental, no âmbito do INCRA; - Identificação da necessidade de recursos na área de Tecnologia e Gestão da

Informação, o que já está sendo objeto de providências por parte da Diretoria de Gestão Estratégica do INCRA;

- Definições na gestão do sistema CNIR, relacionadas com a concepção,

especificações, desenvolvimento, implantação, ajustes/impactos no SNCR/CAFIR, e criação de um portal único, ações que integram o Projeto Lógico

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de Estruturação da Base de Dados do CNIR, objeto do Capítulo 12 deste Relatório;

- Necessidade de definições operacionais na gestão conjunta, relacionadas com a

constituição e coordenação de um grupo gestor; com a estruturação do sistema, do ponto de vista físico (armazenagem) e de suporte (manutenção); e ainda da adequação, funcionamento e capacitação de uma Rede Nacional de Atendimento para o CNIR;

- Aporte de recursos orçamentários para o desenvolvimento físico do projeto, já

tendo sido incluído na proposta orçamentária do INCRA do exercício de 2010, o montante de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais), aprovado pelo Conselho Diretor da instituição e em tramitação junto às instâncias superiores do governo;

- Observadas as normas legais, colocar em pauta a discussão sobre a definição e

forma de contratação dos serviços para o desenvolvimento do projeto físico do CNIR, considerando que atualmente o SERPRO é a empresa que presta serviços ao INCRA, no atendimento ao SNCR e à RFB, no atendimento ao CAFIR.

- Necessidade de divulgação interna do Projeto, nos âmbitos do INCRA e da RFB,

e externa, junto às entidades produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro. Internamente, construir apoio técnico junto às áreas especializadas e à direção de cada instituição, o que já está sendo feito por parte do INCRA. Externamente, pautar o CNIR em fóruns especializados, o que também já vem ocorrendo, e noticiar às entidades parceiras sobre a realização do Seminário Nacional de Estruturação do CNIR, previsto para abril de 2010.

8.3 Conclusão

Quanto à proposta de gestão apresentada, houve entendimento por parte do Coordenador-Geral da COCAD/RFB, André Salvi, de que a proposta era viável, embora haja necessidade de aprofundamento da discussão, que a RFB não precisa de ajustes na estrutura de gestão atual, a qual pode absorver as atividades do CNIR. Complementou que a RFB trabalhará com o INCRA, de forma articulada, através da constituição de um Grupo Gestor do CNIR, integrado por representantes do INCRA e RFB, disciplinado por atos normativos conjuntos do Presidente do INCRA e do Secretário da Receita Federal.

Por outro lado, Luciméri Selivon, Coordenadora-Geral de Cadastro, ressaltou que, no âmbito do INCRA, a implementação do CNIR exigirá um maior aporte de recursos e uma revisão da sua estrutura regimental, nas áreas de Cadastro e Cartografia, tanto na sede como nas Superintendências Regionais, de forma a garantir as condições necessárias de recursos humanos, financeiros e tecnológicos, referidas no Capítulo 13 deste Relatório.

Por fim, ficou encaminhado que a discussão sobre esse tema seria aprofundada nas próximas reuniões dessa fase de elaboração do Projeto de Estruturação do CNIR, o que não aconteceu, devendo, portanto, ter continuidade na sua fase seguinte.

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CAPÍTULO 9

TRABALHOS DESENVOLVIDOS E RESULTADOS ALCANÇADOS PELO SUBGRUPO 4

Este capítulo apresenta os resultados obtidos pelo Subgrupo 4, que

tratou busca meios para a automatização do fluxo de troca de informações entre o INCRA e os Serviços de Registro de Imóveis.

O referido intercâmbio de informações, previsto na Lei 4.947, de 06 de

abril de 1966, poderia ser tratado em Projeto próprio, uma vez que tal lei, nos §§ 7º e 8º do seu Art. 22, parágrafos introduzidos pela Lei 10.267, de 28 de agosto de 2001, cria a obrigação para o INCRA e para os Serviços de Registro de Imóveis, independentemente da ocorrência de implantação do CNIR.

Porém, dado o escopo abrangente do Projeto de Reforma Cadastral e

de Estruturação do CNIR, considerando a importância dos Cartórios como parceiros usuários e produtores de informações sobre o meio rural, bem como a conveniência de se tratar o tema da automatização da troca de informações já à luz do CNIR, foi decidido desde o início do Projeto pela inserção do tema.

Hoje, da forma que está normatizada na Instrução Normativa INCRA/nº

26, de 28 de novembro de 2005, cabe aos Serviços de Registro de Imóveis, após registrar o título competente, encaminhar ao INCRA, pelo correio tradicional ou eletrônico (ou FTP) na forma de modelo próprio, seguintes informações:

- Ato praticado; - Registro ou averbação, matrícula, livro ou ficha, folha e data; - Código do imóvel rural no INCRA; - Denominação do imóvel rural; - Área total ou fração ideal (em percentual) de cada proprietário; - Município e Unidade da Federação de situação do imóvel rural; - Nome do alienante/proprietário, CPF ou CNPJ, nacionalidade e endereço

completo para correspondência; - Nome do adquirente, CPF ou CNPJ, nacionalidade e endereço completo para

correspondência; - Valor da transação.

Os Serviços de Registro de Imóveis deverão, também, informar ao

INCRA os atos praticados decorrentes de Registro de Sentença de Usucapião. Por sua vez, conforme a mesma Instrução Normativa INCRA/nº

26/2005, o INCRA comunicará, mensalmente, aos Serviços de Registro de Imóveis, conforme modelo próprio, os códigos dos imóveis rurais decorrentes de mudança de titularidade, parcelamento, desmembramento, loteamento e unificação e outras hipóteses cabíveis.

Para os imóveis rurais certificados pelo INCRA, não haverá

necessidade de comunicação para os Serviços de Registro de Imóveis, pois os dados já constam do CCIR que foi apresentado junto com a certificação. Para os imóveis rurais ainda não certificados, as Superintendências Regionais notificarão os

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proprietários para comparecerem aos órgãos de cadastro do INCRA a fim de proceder a devida atualização cadastral.

Quando se tratar de inclusão cadastral, o código gerado para o novo

imóvel rural deverá ser encaminhado ao Serviço de Registro de Imóveis para fins de averbação de ofício na respectiva matrícula.

Atualmente, conforme se pode constatar nas Superintendências

Regionais, a forma com que ocorre a troca de informações é majoritariamente analógica, pelo envio de Ofícios. Mas, mesmo que já ocorresse em larga escala o envio de dados das transações realizadas e atualizações cadastrais e-mail ou por FTP (File Transfer Protocol), ainda assim ainda não existe sistema que centralize as informações e permita a geração de consultas e de relatórios.

Portanto, a automatização dos procedimentos de troca de informações,

somados à oportunidade da efetiva integração dos Serviços de Registro de Imóveis ao CNIR, atende plenamente aos princípios da eficiência, da publicidade e da economicidade, dando maior transparência e segurança ao negócio jurídico realizado.

9.1 Integrantes do Subgrupo 4

O Subgrupo 4 foi composto, no âmbito do INCRA, por servidores lotados na Coordenação-Geral de da Cadastro Rural:

- Otavio de Almeida Fernandes – Gestor do Núcleo de Estudos e Estatísticas

Cadastrais – NEEC (Coordenador); - Iara Vilela – Chefe Substituta da Divisão de Organização, Controle e Manutenção

do Cadastro Rural – DFC-1; e - Laurência Rodrigues Sales – Chefe Substituta da Divisão de Fiscalização

Cadastral e Controle de Aquisições por Estrangeiros – DFC-2. Durante a elaboração dos trabalhos, o Subgrupo ainda contou com a

participação eventual, em reuniões, das servidoras da Receita Federal do Brasil Célida e Neiva, responsáveis pela Declaração sobre Operações Imobiliárias – DOI. 9.2 Objetivo Geral do Projeto e Objetivos Específicos do Subgrupo 4

O Projeto tem como objetivo geral possibilitar a concepção e construção do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR, a ser gerenciado pelo INCRA e Receita Federal do Brasil - RFB, em atendimento às determinações da Lei nº 10.267/2001, buscando responder com maior eficiência e eficácia as crescentes demandas governamentais e do diversificado universo de usuários, bem como dar continuidade à modernização do SNCR, como parte integrante do Projeto de Reforma Cadastral.

Por sua vez, dentre os objetivos específicos do Projeto, pretende-se

construir uma base de dados unificada de informações, a ser compartilhada pelas entidades usuárias e produtoras de informações sobre imóveis rurais e implementar uma estrutura para a viabilização técnica e operacional da automação do intercâmbio de informações entre o Cadastro Rural e os Cartórios de Registros de Imóveis.

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Com isso, é possível imprimir maior segurança jurídica aos negócios imobiliários realizados, a partir da integração de dados gráficos e literais, e a automação do fluxo de troca de informações entre os Cartórios e o CNIR, garantindo atualização dos dados em ambos acervos, bem como ampliar o conhecimento e capacidade de gestão da malha fundiária nacional, com possibilidade de intervenção e controle das aquisições de imóveis rurais por estrangeiros, entre outras.

9.3 Reuniões Realizadas pelo Subgrupo 4

O Subgrupo 4, além dos debates processados em reuniões internas, participou durante o período de novembro de 2008 a novembro de 2009 das agendas abaixo resumidas:

− 19 de novembro de 2008 – Reunião do Subgrupo 4 com responsáveis da RFB

pela Declaração sobre Operações Imobiliárias - DOI. • Objetivo: Apresentação, pelo Subgrupo 4 de proposta preliminar de

adequação da DOI, para o INCRA. • Local: Brasília, Edifício Camilo Cola – RFB. • Participantes INCRA: Iara, Otavio, Laurência e Núbia. • Participantes RFB: Célida e Neiva.

− 02 de abril de 2009 – Reunião do Subgrupo 4 com responsáveis da RFB pela

DOI – Continuação. • Objetivos: Informes do INCRA sobre os avanços no fluxo de troca de

informações e repasse da RFB ao INCRA da análise de viabilidade técnica e legal da DOI como instrumento a ser utilizado no Fluxo de Troca de Informações.

• Local: Brasília, Edifício Camilo Cola – RFB • Participantes INCRA: Iara, Otavio, Laurência e Núbia. • Participantes RFB: Célida e Neiva.

− 09 de março de 2009 – I Reunião do Subgrupo 4 e demais representantes do

INCRA com representantes da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e da BRY Tecnologia.

• Objetivos: Conhecer o projeto desenvolvido pelo IRIB - Instituto de Registro Imobiliário do Brasil, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, que trata da automação de atividades ligadas aos Cartórios de Registro de Imóveis, executado através da BRy Tecnologia, empresa vinculada ao IRIB, por sugestão da Profa. Andrea Carneiro.

• Locais: Campus da UFSC e Sede da Empresa BRY Tecnologia, em Florianópolis.

• Participantes INCRA: Otavio, José Kleber e Iara • Participante da UFSC: Prof. Ricardo Felipe Custódio – Laboratório de

Segurança em Computação – LabSEC. • Participante da BRy TECNOLOGIA: Marcelo Luiz Brocardo – Diretor

Presidente. • O Anexo XXV apresenta o relatório detalhado da reunião.

− 16 de março de 2009 – II Reunião do Subgrupo 4 e demais representantes do

INCRA com representantes da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, da BRY Tecnologia, do

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Instituto de Registro Imobiliário do Brasil – IRIB, e da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico:

• Objetivos: Dar continuidade ao debate iniciado na reunião de 09/03/2009, sobre as alternativas para viabilizar a automação do intercâmbio de informações entre o INCRA e os Cartórios de Registro de Imóveis.

• Locais: Campus da UDESC e sede da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia – ACATE, em Florianópolis.

• Participantes INCRA: Otavio, José Kleber Iara e Luciméri. • Participantes do IRIB: Helvécio Duia Castello – Presidente, Carlos

Eduardo Duarte Fleury - Diretor Executivo, e Eduardo Agostinho Arruda Augusto - Diretor de Assuntos Agrários.

• Participantes UFSC: Prof. Dr. Jürgen Wilhlem Philips. • Participantes UDESC: Prof. Júlio da Silva Dias - Laboratório de

Tecnologias de Gestão – LabGES, e Tiago da Costa - Mestrando em Administração Pública.

• Participante BRY Tecnologia: Marcelo Luiz Brocardo - Diretor Presidente. • Participante da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico: Manuel Matos –

Comitê Gestor da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileiras – ICP-Brasil.

• O Anexo XXVI apresenta o relatório detalhado da reunião. − 25 e 26 de junho de 2009 – I Reunião de Acompanhamento e Validação dos

Trabalhos dos Subgrupos (Anexo XIX): • Objetivo: Posicionamento do Subgrupo 4 sobre a proposta para o fluxo de

troca de informações INCRA/Cartório. • Local: • Auditório do Edifício Camilo Cola - RFB. • Participantes: Integrantes do Projeto de Reforma Cadastral e de

Estruturação do CNIR, do INCRA e RFB.

As reuniões previstas para acontecer durante o segundo semestre de 2009, relacionadas à continuidade das discussões sobre a utilização da Central Registral de Serviços Eletrônicos Compartilhados – CRSEC, ficaram prejudicadas pela falta de data que compatibilizasse com a agenda tanto do INCRA, quanto do IRIB. Tentou-se data para início de agosto, para discussões entre INCRA e IRIB, o que não foi possível e, devido à este fato, o Subgrupo 4 não apresentou fatos novos durante a II Reunião de Nivelamento e de Acompanhamento e Validação dos Trabalhos dos Subgrupos, ocorrida em 27 e 28 de agosto de 2009.

Para o fechamento dos trabalhos do Subgrupo 4 no exercício de 2009

e para a definição dos encaminhamentos para 2010, tentou-se, também, nova reunião envolvendo o INCRA, o IRIB e a Associação dos Notários e Registradores do Brasil – ANOREG BR marcada inicialmente para ocorrer em 09 de novembro de 2009. Porém, novamente pela impossibilidade de agenda da direção do IRIB.

9.4 Legislação e Atos Normativos Correlatos − Lei 4.947, de 06 de abril de 1966.

• Fixa Normas de Direito Agrário, Dispõe sobre o Sistema de Organização e Funcionamento do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, e dá outras Providências.

− Lei 5.868, de 12 de dezembro de 1972.

• Cria o Sistema Nacional de Cadastro Rural, e dá outras providências.

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− Lei 6.015, de 31 de dezembro de 1973.

• Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências. − Lei 10.267, de 28 de agosto de 2001.

• Altera dispositivos das Leis nos 4.947, de 6 de abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.739, de 5 de dezembro de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e dá outras providências.

− Lei 10.426, de 24 de abril de 2002. • Altera a legislação tributária federal e dá outras providências.

− Decreto 4.449, de 30 de outubro de 2002.

• Regulamenta a Lei no 10.267, de 28 de agosto de 2001, que altera dispositivos das Leis nos. 4.947, de 6 de abril de 1966; 5.868, de 12 de dezembro de 1972; 6.015, de 31 de dezembro de 1973; 6.739, de 5 de dezembro de 1979; e 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e dá outras providências.

− Decreto 5.570, de 31 de outubro de 2005.

• Dá nova redação a dispositivos do Decreto no 4.449, de 30 de outubro de 2002, e dá outras providências.

− Instrução Normativa 26, de 28 de novembro de 2005.

• Fixa Roteiro para a Troca de Informações entre o INCRA e os Serviços de Registro de Imóveis, nos termos da Lei nº 4.947, de 6 de abril de 1966, alterada pela Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001, e do Decreto n° 4.449, de 30 de outubro de 2002.

9.5 Premissas Estabelecidas para a Troca de Informações Automatizadas

entre o INCRA e os Serviços de Registro de Imóveis

Para garantir a efetividade da troca automatizada de informações entre o INCRA e os Cartórios, o Subgrupo 4 avaliou que a proposta deve se basear nas premissas:

a) O envio das informações dos Cartórios para o INCRA deverá ocorrer de forma

eletrônica, seja por preenchimento de formulário em aplicativo web ou por envio, em lotes, de arquivo padrão XML (Extensible Markup Language) gerado por programa gerador de declaração – PGD específico.

b) Os dados enviados pelos Cartórios serão armazenados e tratados em módulo específico do Sistema Nacional de Cadastro Rural – SNCR ou em banco de dados que com ele se relacione.

c) O repasse de informações do INCRA aos Cartórios ocorrerá pela publicação e

disponibilização de relatórios no SNCR, das atualizações ocorridas em imóveis com situação jurídica de Área Registrada ou Posse a Justo Título (neste caso deve ser informado a matrícula da origem), num determinado mês, contendo dados: código do imóvel, área, proprietário/detentor (nome, CPF/CNPJ), matrícula/transcrição.

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d) Os relatórios poderão ser acessados pelos Cartórios de Registro de Imóveis diretamente no SNCR, mediante senhas de acesso e perfil específico.

A Figura 2, abaixo, apresenta um modelo simplificado da troca

de informações baseado nas 4 premissas:

Figura 2 – Modelo simplificado para a troca de informações entre o INCRA e os SRI

Fonte: Subgrupo 4 – Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR

Conforme detalhamento apresentado na proposta INCRA, no Item

9.6.3, busca-se com este modelo a centralização das informações em ambiente computacional do INCRA, para que a autarquia possa processar consultas e exercer supervisão das transações ocorridas em nível nacional.

A decisão pela forma de envio dos dados para o INCRA via programa

Gerador de Declaração – PGD ou pelo preenchimento de formulário eletrônico em ambiente web dependerá do grau de informatização, da disponibilidade e facilidade de acesso à internet dos Serviços de Registros de Imóveis. Para contemplar todas as possibilidades e abranger o maior número de Cartórios, prudente seria disponibilizar as duas soluções de preenchimento de informações, tanto aquela off-line com envio de informações em lotes (PGD), quanto a solução online, com preenchimento direto na web.

Ambas alternativas acima apresentadas implicam necessariamente em

contratação de serviços e desenvolvimento de ferramentas pelo INCRA, sem a necessidade de dispêndio dos Serviços de Registros de Imóveis, o que poderia auxiliar na adesão rápida de Cartórios à nova sistemática.

Ainda, outra possibilidade seria a utilização do módulo de integração do

SNCR (SNCR/INT) para trocas automatizadas dos acervos digitais dos Cartórios com o INCRA, porém, em avaliação inicial, pareceu ao Subgrupo 4 que esta alternativa, além de exigir investimentos para os Cartórios que ainda não são plenamente informatizados, ainda trará necessidade de grandes adaptações e padronizações de protocolos de troca de dados. Assim, não se apresenta viável em

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curto prazo, além de poder significar barreira para a adesão massiva dos Serviços de Registro de Imóveis ao modelo de troca de informações automatizadas.

Ressalte-se que o padrão XML possibilita aos Cartórios que possuem

banco de dados e acervo digitalizado a otimização do trabalho de digitação de declaração das transações ocorridas, uma vez que poderá adaptar ferramenta de extração própria e envio pelo PGD do INCRA, desde que siga o leiaute de dados definido.

Agora, quanto ao retorno da informação, considerou-se que esta

deverá ocorrer de forma particularizada para cada Serviço de Registro de Imóveis, que acessará diretamente o SNCR WEB ou aplicativo relacionado à sua base de dados, utilizando senha e perfil específico para consultar apenas os dados da jurisdição de cada Ofício ou, na impossibilidade, limitados tal consulta ao Estado em que se localiza o Cartório. 9.6 Soluções Existentes Analisadas e Proposta INCRA

Durante o desenvolvimento dos trabalhos do Subgrupo 4 duas

soluções existentes foram avaliadas, sendo a primeira a Declaração sobre Operações Imobiliárias – DOI, da Receita federal do Brasil, e a segunda a Central Registral de Serviços Eletrônicos Compartilhados – CRSEC, do IRIB.

Conforme descrito a seguir, ambas as soluções apresentam vantagens

e restrições para a utilização imediata. De qualquer maneira, são instrumentos cuja essência de funcionamento pode ser adaptada ao negócio do INCRA, em proposta própria da Autarquia.

9.6.1 Declaração sobre Operações Imobiliárias – DOI

A DOI deve ser preenchida e enviada via internet, utilizando-se programa gerador de declaração fornecido pela Receita Federal do Brasil – RFB, pelos Serventuários da Justiça, responsáveis por Cartórios de Notas, de Registro de Imóveis e de Títulos e Documentos, sempre que ocorrer operação imobiliária de aquisição ou alienação, realizada por pessoa física ou jurídica, independentemente de seu valor, cujos documentos sejam lavrados, anotados, averbados, matriculados ou registrados no respectivo cartório, em atendimento ao Art. 8º da Lei 10.426 de 24 de abril de 2002.

Os dados da DOI, relativas a bens imóveis rurais e urbanos, são

utilizadas como base para cruzamento de informações de ganho de capital em malha do Imposto de Renda. Conforme informado pela RFB, a DOI não possui integração com os sistemas da Receita, a exemplo do Cadastro de Imóveis Rurais – CAFIR, utilizado para a cobrança do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR.

Ainda, devido às peculiaridades da DOI, em que pese já possuir

amparo legal e grande disseminação entre os Cartórios, não é preenchida em todas as etapas da transação imobiliária. Assim, um imóvel que tem escritura lavrada no Cartório de Títulos e Documentos, vindo posteriormente a ser registrado no Serviço de Registro de Imóveis, terá a Declaração preenchida apenas uma vez, idealmente no Ofício em que se toma conhecimento da transação imobiliária, sendo neste caso o Cartório de Títulos e Documentos.

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Assim, a maioria das declarações são geradas pelos Ofícios com

atribuições diferentes daquela em que a Lei 4.947/1966 exige a troca de informações com o INCRA, restando um pequeno resíduo de declarações sendo geradas e enviadas pelos Serviços de Registro de Imóveis.

Após avaliação do documento entregue pelo INCRA, em 19 de

novembro de 2008 (Anexo XXVII) e retorno da RFB em reunião realizada em 02/04/2009, pode se resumir que:

a) Não há impedimentos legais para a exigência acumulativa de preenchimento da

DOI, por todos os tipos de cartórios envolvidos em uma transação imobiliária (Notas, Títulos e Documentos e Registro de Imóveis), em substituição à exigência residual que hoje é aplicada, porém tal exigência acumulativa não poderia ser implementada na versão atual da Declaração, devido à sua sistemática de funcionamento.

b) Existe a dificuldade operacional de se exigir sempre o preenchimento da DOI para os Serviços de Registros de Imóveis, uma vez que gerará duplicidade de registros para a mesma informação, caso já tenha havido preenchimento para a transação do imóvel no Cartório de Notas ou de Títulos e Documentos.

c) As servidoras da RFB responsáveis pela DOI aventaram a possibilidade de se

incluir, caso seja gerada nova versão do aplicativo ainda em 2009, alguns dos campos solicitados pelo INCRA, como o código do imóvel rural no SNCR quando a declaração preenchida se tratar de imóvel rural.

Conforme avaliação do Subgrupo 4, a DOI está descartada para o

objetivo principal do INCRA (troca de informações com Serviços de Registro de Imóveis). Porém, conforme oportunidade e conveniência, o INCRA poderá celebrar Acordo de Cooperação Técnica com a RFB, visando ter acesso às informações da DOI e com isso fortalecer o atendimento de outras atribuições regimentais da autarquia, como, por exemplo, o controle das aquisições por pessoa natural ou jurídica estrangeira.

9.6.2 Central Registral de Serviços Eletrônicos Compartilhados – CRSEC

A CRSEC é um Datacenter que visa a automação dos serviços prestados pelo Registro de Imóveis. Seu projeto conceitual foi elaborado pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e o desenvolvimento de aplicativos é realizado pela BRY Tecnologia, empresa controlada pelo IRIB. O Portal da CRSEC pode ser acessado pelo endereço eletrônico: http://www.crsec.com.br.

Conforme informado pelo IRIB, em reunião realizada em 16 de março,

alguns aplicativos já estão funcionando, a exemplo do serviço de “Ofício Eletrônico”, que é utilizado pelas serventias filiadas à Associação dos Registradores Imobiliários de São Paulo – ARISP, na troca de documentos referentes ao bloqueio de bens com o Judiciário paulista. Novos aplicativos, em sua maioria, nascem de trabalhos acadêmicos de mestrado e doutorado, a exemplo da “Penhora Online”.

Pelo que se pode depreender das reuniões realizadas com o IRIB, há

ainda a necessidade de maior adesão dos Serviços Registrais à CRSEC, uma vez

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que a Central estava à época sendo utilizada apenas por alguns Cartórios de São Paulo.

Para a plena utilização da CRSEC como alternativa para a

automatização da troca de informações, os Cartórios precisarão investir na digitalização dos acervos e automatização da comunicação e/ou optarem pela utilização de preenchimento de formulário eletrônico na web, das transações imobiliárias ocorridas, o que demandaria desenvolvimentos na CRSEC para a disponibilização deste novo aplicativo.

Ainda, haveria a necessidade de adaptação do SNCR para receber e

tratar dados enviados pela CRSEC. Para se esgotar o tema deverão ser agendas novas reuniões com IRIB em 2010, para dar prosseguimento às tratativas iniciadas em 16/03/2009.

9.6.3 Proposta INCRA para a Troca de Informações

A fim de atender demanda gerada pela proposta de celebração de

Acordo de Cooperação Técnica que envolve o MDA/SRA, por meio do Processo 54000.001149/2008-09, o INCRA, a ANOREG, o IRIB e a ANOTER, no exercício de 2009 o INCRA desenvolveu no SNCR perfil de consulta específico para os Serviços de Registro de Imóveis.

O referido perfil de consulta segue a premissa anteriormente abordada

no item 9.5, onde fixa que o repasse de informações ocorrerá pela publicação e disponibilização de relatórios no SNCR, das atualizações ocorridas em imóveis com situação jurídica de Área Registrada ou Posse a Justo Título (neste caso deve ser informado a matrícula da origem), num determinado mês, contendo dados: código do imóvel, área, proprietário/detentor (nome, CPF/CNPJ), matrícula/transcrição.

Assim, parte da troca de informações, na via INCRA para os SRI está

parcialmente atendida. Porém, a outra via, que diz respeito ao repasse de informações das transações ocorridas nos SRI para o INCRA necessita ainda de aprofundamento de estudo.

A solução INCRA contemplará, necessariamente, os aplicativos

desenvolvidos por conta do Projeto de Modernização do SNCR, iniciado em 2006. Como exemplo, cita-se o produto SNCR/INT, baseado em rotinas que permitem que outros sistemas consultem a base da dados do SNCR, viabilizando integração de sistemas. O SNCR/INT já está desenvolvido e em produção.

Ainda, O SNCR/PGD, aplicativo do SNCR que permite a entrada de

dados de uma declaração em microcomputador conectado ou não a INTERNET, e quando conectado a INTERNET, permite o envio das declarações para a base de dados do SNCR e/ou importação de dados para atualização, é outro produto que compõe o Projeto de Modernização do SNCR. Esta ferramenta já vem sendo utilizada pela Rede Nacional de Cadastro Rural para proceder às atualizações cadastrais junto ao SNCR, sua experiência poderia ser adaptada para atender a automação da troca de informações.

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9.7 Considerações Finais e Proposta de Encaminhamentos para 2010

Das propostas avaliadas pelo Subgrupo 4, durante o exercício de 2009, considera-se a DOI descartada para o objetivo principal do INCRA (troca de informações com Serviços de Registro de Imóveis). Porém, conforme oportunidade e conveniência, o INCRA poderá celebrar Acordo de Cooperação Técnica com a RFB, visando ter acesso às informações da DOI e com isso fortalecer o atendimento de outras atribuições regimentais da autarquia, como, por exemplo, o controle das aquisições por pessoa natural ou jurídica estrangeira.

A discussão com o IRIB para a utilização da CRSEC deverá ser

retomada oportunamente em 2010, uma vez que o aprofundamento das funcionalidades e necessidade de possíveis desenvolvimentos para atender à troca de informações entre o INCRA e os SRI ficou prejudicado, pela falta de agenda com aquele Instituto no segundo semestre de 2009, conforme esclarecido no item 9.3.

Caso as soluções existentes não atendam ao disposto na Lei

4.947/1966, no tocante à troca de informações entre o INCRA e os SRI, deve-se buscar solução própria da autarquia, que utilize os aplicativos e módulos existentes do SNCR, por exigirem pequenas adaptações e já estarem integrados.

Por oportuno, vale registrar que a previsão legal da troca de

informações limita-se ao INCRA e aos Serviços de Registro de Imóveis, para as transações ocorridas em propriedades imobiliárias - bens imóveis - caracterizados pelo Art. 79 do Código Civil (Lei 10.406/2002).

Assim, há de se avaliar a oportunidade e conveniência de proposta de

alteração legal para que a referida troca de informações possa também alcançar os Serviços de Títulos e Documentos e de Notas, para que o INCRA, dentro de suas atribuições regimentais, possa exercer supervisão e acompanhar eventuais transações em imóveis com situação jurídica de posse por simples ocupação ou de posse a justo título que não são alcançadas pela troca de informações com o Serviço de Registro Imobiliário, uma vez que, por qualquer motivo não são levadas à registro. Como exemplo, cita-se a possibilidade de maior controle das aquisições por estrangeiros ou negociação de transmissão de benfeitorias em posses por simples ocupação.

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CAPÍTULO 10

TRABALHOS DESENVOLVIDOS E RESULTADOS ALCANÇADOS PELO SUBGRUPO 5

O Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – CNIR foi criado pela Lei

10.267/01, em 28 de agosto de 2001, a partir da alteração do artigo 1º da Lei 5.868/72. Idealizado para ser gerenciado conjuntamente pelo INCRA e pela Receita Federal, a estrutura mínima do CNIR foi estabelecida no artigo 7º do Decreto 4.449 como se segue:

§ 1º A base mínima de dados comum do CNIR contemplará as informações de natureza estrutural que vierem a ser fixadas no ato normativo referido no caput e as de interesse substancial das instituições dele gerenciadoras... § 2º São informações de natureza estrutural obrigatória as relativas sobre identificação, localização, dimensão, titularidade e situação jurídica, independentemente de estarem ou não acompanhadas de associações gráficas. (grifo nosso)

A despeito desta definição, a inclusão da planta do imóvel rural na constituição do CNIR, demonstrou ser de importância capital, na medida em que a possibilitaria introduzir na atividade cadastral um dos recursos mais poderosos do cadastro moderno: a análise de vizinhança entre os polígonos contidos no banco de dados.

Ademais, a introdução do conceito de “parcela” no CNIR,

harmonizando as diversas definições para “imóvel rural” adotadas pelas entidades potencialmente integrantes deste novo cadastro, tornou a apresentação da planta do imóvel rural uma condição quase que obrigatória para a sua inclusão na base de dados.

Para permitir que a informação espacial (gráfica) pudesse estar

associada ao maior número de imóveis rurais existentes na base inicial de dados do CNIR, os integrantes do SubGrupo 6 criaram 4 classes de informação gráfica, com as seguintes características:

- Classe 01: planta do imóvel rural certificada pelo INCRA; - Classe 02: planta do imóvel rural executada de acordo com a NTGIR; - Classe 03: planta do imóvel rural executada sem observar a NTGIR, mas com

indicação do método adotado; - Classe 04: planta do imóvel rural executada sem indicação da metodologia

utilizada.

A informação gráfica classificada como classe 01 ou 02 seriam aquelas construídas com o maior rigor cartográfico, apoiadas na NTGIR e passíveis de serem certificadas pelo INCRA. A informação gráfica classificada como classe 03 permitiria que se pudesse agregar a base de dados do CNIR levantamento topográficos de diversos tipos, executados no passado, quando a NTGIR ainda não existia. A informação gráfica classificada como classe 04 incorporaria qualquer figura associada a um imóvel rural, independente de forma de sua obtenção.

Diante dessas definições, o serviço de certificação de imóveis rurais,

responsável pela avaliação dos levantamentos topográficos que irão gerar as

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informações gráficas classificadas como classe 01 e 02, passou a desempenhar um papel preponderante na constituição da base de dados espaciais do CNIR.

10.1 Integrantes do Subgrupo 5

O Subgrupo 5 foi composto, no âmbito do INCRA por servidores lotados na Coordenação-Geral de Cartografia:

- Edaldo Gomes - INCRA/DFG (Coordenador); - Marcelo José Pereira Da Cunha - INCRA/DFG; - Judson Magno Da Silva Matos - INCRA/ DFG-2; e - Lívio José Claver - INCRA/ DFG-2. 10.2 Certificação de Imóveis Rurais

A certificação de imóveis rurais é uma atribuição imposta ao INCRA, pela Lei 10.267/01 desde outubro de 2002, quando a citada lei foi regulamentada pelo Decreto 4.449/02. O serviço de certificação de imóveis rurais foi estruturado no âmbito do INCRA, a partir de novembro de 2003, quando a Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais - NTGIR foi aprovada através da Portaria INCRA/P/nº1.101/2003.

Desde então, o serviço passou a ser prestados pelos diversos Comitês

Regionais de Certificação, criados nas Superintendências Regionais do INCRA. A insuficiência de servidores qualificados para prestar este serviço, no quadro funcional do INCRA das diversas Superintendências Regionais, aliado às exigências técnicas e documentais contempladas na NTGIR, fez com que o desempenho de diversos Comitês Regionais ficasse abaixo da expectativa.

A perspectiva de aumento da demanda por este serviço de certificação,

combinado com a dificuldade de se promover o ingresso de novos servidores com a qualificação técnica necessária para prestar este serviço, evidenciou a necessidade de se adotar soluções que pudessem simplificar o processo de certificação sem perda de qualidade, tanto no processo de construção como na fase de avaliação dos serviços executados.

A simplificação dos serviços de campo, onde os agrimensores

executam o georreferenciamento do imóvel rural, está afeto à mudança da NTGIR, cujo trabalho está sendo executado fora do Projeto CNIR. Uma minuta da nova edição desta Norma Técnica, simplificando os procedimentos de campo, encontra-se minutada e aguarda a oportunidade de ser submetida ao Diretor da DF e à Diretoria do INCRA, buscando a sua homologação.

Assim, o trabalho do Subgrupo 5 ficou restrito ao desenvolvimento da

soluções de automação dos serviços de análise do georreferenciamento, análise essa efetuada pelos membros dos diversos Comitês Regionais de Certificação.

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Figura 3 – Total de imóveis certificados até novembro de 2009: 16.251 imóveis

Fonte: INCRA/DFG, em novembro de 2009 10.3 Automação dos Serviços de Certificação de Imóveis Rurais

A automação do serviço de certificação de imóveis rurais foi

desenvolvida baseada nas seguintes premissas:

a) O INCRA deve criar meios para permitir que o interessado (requerente) possa requerer, acompanhar o andamento do serviço de análise e receber a certificação de imóveis rurais, pela internet, de maneira que este serviço seja prestado de forma efetiva, transparente e impessoal.

b) A documentação requerida pela NTGIR deve ser simplificada ao máximo, desobrigando o agrimensor de apresentar documentação impressa que já exista em meio digital, possa ser encontrada em outro órgão público ou produzida pelo próprio INCRA.

c) As divisas naturais/físicas/geográficas de um imóvel rural poderão ser

definidas a partir de cartas topográficas, imagens de satélites ou obtidas a partir de levantamento efetuados em campo, com a precisão vinculada ao método adotado.

d) A emissão da certificação do serviço de georreferenciamento de imóvel rural

deve ser realizada com base nos dados informados pelo profissional credenciado, através de uma Tabela de Resultados devidamente preenchida.

e) Os dados contidos no CD (relatório de processamento, dados Rinex brutos e

corrigidos) servem para aprofundar a análise de natureza cartográfica apenas se houver evidência de inconsistência da localização, sobreposição ou divergência da área plotada com a área registrada.

f) A análise de superposição de polígonos adjacentes deve ser executada sobre

base cartográfica/fundiária única nacional, com gestão centralizada.

No desenvolvimento dos trabalhos do Subgrupo 5, cada uma dessas premissas demonstrou toda complexidade envolvida na sua adoção. Para adotá-las

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foi necessário trabalhar no desenvolvimento de diversos aplicativos cujo acesso foi, posteriormente, concentrado em um local, denominado Portal da Certificação.

Figura 4 – Portal da Certificação

Fonte: INCRA/DFG

As soluções adotadas para a viabilização de cada uma dessas premissas estão descritas a seguir.

Premissa 1 - O INCRA deve criar meios para permitir que o interessado (requerente) possa requerer, acompanhar o andamento do serviço de análise e receber a certificação de imóveis rurais, pela internet, de maneira que este serviço seja prestado de forma efetiva, transparente e impessoal.

Para atender parcialmente o estabelecido na Premissa 1, os membros

do Grupo 5 sugeriram a adoção de um software que está em desenvolvimento, pela DE/DET, desde 2007: o software Certifica Web. Este software é um check list eletrônico, que foi desenvolvido tomando como base os requerimentos da NTGIR, permitindo que se possa não só verificar o atendimento à norma técnica, mas também publicar, na internet, o resultado desta análise.

Figura 5 – Página inicial do software Certifica Web

Fonte: INCRA/DFG

Este software permite ainda que o requerente acompanhe o estágio

que a análise do seu processo de certificação se encontra, através da internet. Para permitir o requerimento, e o recebimento do resultado da análise,

do processo de certificação, de forma remota (eletronicamente) foram desenvolvidos outros aplicativos reunidos em um portal eletrônico, a ser disponibilizado na internet.

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Figura 6 – Tela de requerimento eletrônico da certificação

Fonte: INCRA/DFG Figura 7 – Modelo de certificação eletrônica

Fonte: INCRA/DFG

Figura 8 – Requerimento da certificação gerado eletronicamente

Fonte: INCRA/DFG

Premissa 2 - A documentação requerida pela NTGIR deve ser simplificada ao máximo, desobrigando o agrimensor de apresentar documentação impressa que possa ser encontrada em outro órgão público ou produzido pelo próprio INCRA;

Para atender o estabelecido na Premissa 2, os membros do Grupo 5

expurgaram, da lista de documentos requeridos na NTGIR, aqueles que poderiam

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ser encontrados no CD que contempla o Relatório Técnico, na página do INCRA ou IBGE, na internet. Expurgaram também a exigência da produção de uma planta complexa do imóvel, contendo carimbo, planta de situação, quadro de convergência meridiana etc.

Figura 9 – Lista comparativa de documentação excluída Fonte: INCRA/DFG

Além disso, a exigência de apresentação de planta e memorial descritivo ficou restrita àqueles imóveis formados por mais de uma matrícula. Para os imóveis constituídos por apenas uma matrícula a apresentação de planta e o memorial descritivo tornou desnecessário, sendo os mesmos produzidos pelos aplicativos do INCRA contidos no Sistema Automatizado de Certificação.

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Figura 10 – Memorial descritivo gerado automaticamente

Fonte: INCRA/DFG

Premissa 3 - As divisas naturais/físicas/geográficas de um imóvel rural poderão ser definidas a partir de cartas topográficas, imagens de satélites ou obtidas a partir de levantamento efetuados em campo, com a precisão vinculada ao método adotado.

Esta premissa permite que o georreferenciamento dos limites naturais

que confrontam o imóvel rural, sejam realizados de forma mais simples, superando as dificuldades inerentes às condições existentes nestes locais. A mata ciliar existente nas margens dos rios, ou a cobertura vegetal existente em matas protegidas por lei, contribuem para que os resultados obtidos nessas situações não atinjam o grau de precisão requerido pela NTGIR. A permissão de utilização de cartas topográficas, imagens de satélites ou mesmo a utilização de receptores de sinais do GPS, mas sem solução de ambigüidades, na definição desses limites, pode simplificar sobremaneira esta atividade em campo, tornado-a mais barata, célere e assegurando a precisão mínima necessária à elucidação dos limites nesta região.

Figura 11 – Exemplo de imóvel limitado por acidente físico e/ou geográfico: rio e estrada

Fonte: INCRA/DFG

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Premissa 4 - A emissão da certificação do serviço de georreferenciamento de imóvel rural deve ser realizada com base nos dados informados pelo profissional credenciado, através de uma Tabela de Dados Cartográficos, devidamente preenchida.

Esta premissa permite que o técnico do INCRA que vai analisar o processo de certificação possa conduzir o seu trabalho apoiado apenas nos dados contidos na Tabela de Dados Cartográficos, que contempla o par de coordenadas de cada vértice definidor dos limites do imóvel, a precisão encontrada na determinação de cada uma de suas componentes, o código atribuído a cada vértice, o tipo de metodologia adotada para a determinação as coordenadas, os seus confrontantes e os indicadores dos arquivos magnéticos os cálculos realizados, existentes no CD que acompanha a documentação entregue.

Espera-se que este documento possa racionalizar todo o processo,

reduzindo sobremaneira o tempo despendido pelos técnicos do INCRA com a análise dos processos de certificação.

Figura 12 – Tabela de Dados Cartográficos

Fonte: INCRA/DFG

Premissa 5 - Os dados contidos no CD (relatório de processamento, dados Rinex brutos e corrigidos) servem para aprofundar a análise de natureza cartográfica apenas se houver evidência de inconsistência da localização, sobreposição ou divergência da área plotada com a área registrada.

Esta premissa busca facilitar o processo de análise, por parte dos membros dos Comitês Regionais de Certificação, que será baseado principalmente nos dados contidos na Tabela de Dados Cartográficos. Os técnicos do INCRA deverão assumir a veracidade dos dados relativos às precisões informadas na Tabela de Dados Cartográficos e conduzir a sua análise sob esta premissa. Somente em caso de divergência acentuada da área registrada com a área georreferenciada, ou em caso de superposição da figura que delimita o imóvel, com qualquer outro polígono existente na base de dados cartográficos, o membro do Comitê Regional recorrerá aos dados contidos no CD.

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Figura 13 – Exemplo de superposição de polígonos adjacentes

Fonte: INCRA/DFG

Premissa 6 - A análise de superposição de polígonos adjacentes deve ser executada sobre base cartográfica/fundiária única nacional.

Figura 14 – Base cartográfica/fundiária única nacional: Acervo Fundiário Nacional – ADF

Fonte: INCRA/DFG

Embora a análise primária de superposição de polígonos continue a ser

feita no ambiente local, esta análise deverá ser validada em uma base de dados de abrangência nacional. No INCRA esta base de dados é denominada Acervo Digital Fundiário – ADF e fica hospedada em um servidor de web, que hoje já pode ser acessado no seguinte endereço: http://acervofundiario.incra.gov.br/i3geo

Esta base de dados já contempla a totalidade dos imóveis certificados

e é atualizada semanalmente. A freqüência de atualização diária depende de suporte em programação na linguagem PHP/Oracle para implementar a programação necessária, cujo suporte deverá ser suprido pela DE/DET.

Além dos imóveis certificados o ADF contempla os projetos de reforma

agrária, as terras indígenas, as glebas federais, as faixas de fronteira, os limites político/administrativos, as áreas de proteção ambiental e outros.

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Este ambiente permite ainda que se faça a validação dos limites dos imóveis georreferenciados/certificados com as divisas naturais / físicas / geográficas / políticas / administrativas (rios, estradas, açudes, divisores de água, Municípios, Estados, Comarcas, perímetro urbano etc.). Este recurso é de importância fundamental para evitar a superposição de polígonos adjacentes no processo de validação da certificação de imóveis rurais.

Permite ainda que se faça a superposição dos polígonos com as

imagens de satélites disponíveis no sistema ou através de conexões WMS já cadastradas no ambiente do ADF.

É possível ainda fazer a impressão do conteúdo da tela do sistema,

com possibilidade de se incluir quadro de legenda e também o download dos dados contidos na camada “projetos de assentamento”.

10.4 Modernização da Rede INCRA de Base Comunitárias do GNSS - RIBaC

Todas as soluções apresentadas até aqui fazem menção à forma de comprovação e análise dos serviços de georreferenciamento de imóveis rurais realizado pelos agrimensores que prestam esse serviço para os proprietários de imóveis rurais. Essas soluções visam acelerar, sobretudo, o processo de análise e aprovação dos trabalhos executados.

Boa parte dessas iniciativas já estava curso no âmbito da Coordenação

Geral de Cartografia – DFG e foram idealizadas com este mesmo propósito: acelerar o processo de análise dos pedidos de certificação.

Para atingir plenamente este objetivo era necessário atacar outro

problema que fugia à governabilidade dos membros dos Comitês Regionais de Certificação: a qualidade dos serviços de agrimensura executados pelos profissionais que prestam este serviço para os proprietários rurais.

Diversos membros dos Comitês Regionais relatam a baixa qualidade

dos serviços submetidos à análise. Esta baixa qualidade contribui sobremaneira para a lentidão do processo de análise, na medida em que a documentação técnica apresentada é inicialmente rejeitada pelo INCRA e devolvida para o interessado. Após a sua correção a documentação, aparentemente corrigida, é reapresentada ao Comitê, que promove uma nova análise. Nesta fase é comum o Comitê continuar a encontrar irregularidades na documentação técnica. Em alguns casos, esse processo acaba se repetindo indefinidamente.

Uma averiguação nos processos administrativos que eram rejeitados

constatou que boa parte dos problemas era decorrente do método de transporte de coordenadas adotado, em geral inadequado e discordante daqueles recomendados pela Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais.

Hoje, boa parte dos serviços de georreferenciamento é executada

através de receptores de sinais do GPS. A utilização de receptores com diferentes características, com diferentes métodos, em condições topográficas, climáticas e de infra-estrutura geodésica distintas, faz com que os resultados, e conseqüentemente os métodos de análise sejam bastante heterogêneos, criando dificuldade para a equipe de análise do INCRA. Os membros dos Comitês Regionais precisam

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conhecer todos os métodos de levantamento topográficos existentes e possíveis de serem utilizados para poder aceitá-lo ou rejeitá-lo.

Com a constante perda de profissionais que trabalham nesta área, no

âmbito do INCRA, provocados por aposentadorias de servidores, transferências autorizadas para outros projetos de interesse do MDA, a capacidade de análise dos diversos Comitês Regionais ficou seriamente afetada.

Para superar esta dificuldade crescente, a DFG trabalhou na

implantação de um serviço de processamento automatizado de arquivos de sinais do GPS, visando facilitar a vida de quem trabalha no campo, coletando os dados nos imóveis rurais, e também daqueles que vão analisar os resultados obtidos. Após três anos e meio de trabalho a DFG está disponibilizando o Serviço de Processamento Automatizado de Arquivos RINEX, na página da RIBaC.

Este serviço, embora não tenha sido desenvolvido originalmente para

atender exclusivamente o CNIR, vai agilizar, de forma importante, todas as etapas de produção dos serviços de georreferenciamento, desde a fase de coleta em campo, passando pela fase de cálculo no escritório até a fase de análise pelos membros dos diversos Comitês Regionais.

Ele vai permitir que o agrimensor faça o levantamento do imóvel rural

sem se preocupar com a proximidade com a infraestrutura geodésica existente na área.

O serviço já está em fase experimental, podendo ser acessado através do seguinte endereço: http://200.252.80.5

O acesso é feito de forma irrestrita, com o agrimensor podendo fazer uso do serviço de processamento automatizado ou continuar a utilizar os serviços clássicos de download de arquivos rinex para pós-processamento (correção relativa ou diferencial). Ao digitar o endereço mencionado acima o agrimensor tem acesso a dois serviços:

a) Serviço de Processamento Automatizado de Arquivos RINEX,

que permite a correção automática dos arquivos brutos do GPS;

b) Rede INCRA de Bases Comunitárias do GNSS – RIBaC, que permite ao agrimensor, ele mesmo fazer a correção pós processada, através de seu software preferido.

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Figura 15 – Página inicial da RIBaC

Fonte: INCRA/DFG, em http://200.252.80.5

10.5 Revisão da Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais

A etapa final para automatizar o processo de certificação de imóveis rurais passa pela revisão da Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais. Esta revisão foi deflagrada em 2008, através do processo INCRA/BR nº 54.000.000898/2008-19, que foi submetida pela Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária - DF à Diretoria Colegiada do INCRA, que, após trâmites processuais, devolveu à Coordenação-Geral de Cartografia em 17/08/2009, sugerindo diversas alterações.

Um novo texto da NTGIR, contemplando parcialmente as alterações

sugeridas pelo corpo diretor do INCRA, já está minutado e aguarda a oportunidade para ser submetido à análise do Diretor da DF e da Diretoria Colegiada da Autarquia.

O Posicionamento por Ponto Preciso – PPP, serviço já oferecido

gratuitamente pelo IBGE (http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/ppp/default.shtm), o Serviço de Processamento Automatizado de Arquivos RINEX e a nova RIBaC, serviço oferecido também gratuitamente pelo INCRA (http://200.252.80.5), estão contemplados no Capítulo 5.4 do novo texto da NTGIR. No Capítulo 8 deste mesmo texto pode se verificar outra novidade, que busca tornar mais célere a prestação e análise deste serviço: a geração automatizada do memorial descritivo para os imóveis constituídos por apenas uma matrícula.

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10.6 Conclusão Todas as soluções aqui apresentados já estão em estágio pré-

operacional e poderiam entrar em funcionamento imediatamente, desde que atendidas algumas pendências ainda não resolvidas.

Os aplicativos foram desenvolvidos por técnicos da DFG, todos eles

membros do Subgrupo 5. Cumpre ressaltar o esforço dos técnicos da DFG, através das suas Divisões DFG-1 e DFG-2, no processo de pesquisa e desenvolvimento das soluções adotadas, num momento em que o suporte e desenvolvimento de serviços de informática no INCRA são prestados de forma precária.

O Acervo Digital Fundiário – ADF foi todo desenvolvido no ambiente

i3Geo, software livre disponibilizado pelo Ministério do Meio Ambiente. O seu desenvolvimento foi todo executado pelos técnicos da DFG-2, sob a orientação da sua chefia, que ainda contou com a participação de um técnico da SR-12/MA.

O desenvolvimento dos aplicativos que compõe Portal da Certificação

foi todo conduzido, exclusivamente, no âmbito da DFG-2, sob a coordenação do técnico responsável pela manutenção do serviço de certificação. Este técnico contou, na fase final do desenvolvimento, com a participação de um técnico do Serpro, na finalização das páginas de consulta.

O Portal da RIBaC, que oferece o processamento automatizado e a

possibilidade de se configurar o arquivo rinex desejado, foi todo concebido, especificado e licitado no âmbito da DFG. Este processo contou com a participação da estrutura responsável pela gestão da RIBaC e com a consultoria de professores do curso de Engenharia Cartográfica da UNESP de Presidente Prudente/SP.

Todos esses serviços, entretanto, ainda não se encontram em estágio

plenamente operacional. Para que isso aconteça será necessário que a DE, através da DET, atenda os seguintes requisitos:

a) Conclusão do desenvolvimento do software Certifica Web. O software ainda

apresenta problemas de mau funcionamento em algumas de suas funcionalidades;

b) Indicação da máquina (servidor) definitiva que vai hospedar os aplicativos que

formam o Portal da Certificação; c) Migração da base de dados do Serviço de Certificação de Imóveis Rurais, para o

servidor de banco de dados Oracle. Hoje, toda a base de dados está hospedada em uma máquina existente nas dependências da DFG, que funcionou, até agora, como um ambiente de desenvolvimento/homologação. Uma versão limitada do Oracle foi instalada para permitir apenas o desenvolvimento dos aplicativos. Ademais, parte da base de dados está hospedada num banco de dados SQL Server. Esta base de dados também deverá ser migrada para o ambiente Oracle.

d) Transferência do Portal da RIBaC para uma máquina (servidor) mais potente,

que assegure um melhor desempenho, uma vez que após a sua homologação espera-se que a quantidade de acesso possa comprometer a performance da máquina atual que hospeda este serviço.

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e) Desenvolvimento de consultas adicionais no ambiente do Acervo Digital Fundiário – ADF. Este desenvolvimento depende da disponibilidade de programador que conheça a linguagem PHP e Oracle. As consultas adicionais permitirão que se possa pesquisar a base de dados digital fundiária do INCRA, através de diversas entradas, tais como “nome do imóvel rural, código no SNCR, número da certificação, nome do proprietário etc.

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CAPÍTULO 11

TRABALHOS DESENVOLVIDOS E RESULTADOS ALCANÇADOS PELO SUBGRUPO 6

11.1 Integrantes do Subgrupo 6

O Subgrupo 6 foi composto pelos servidores abaixo relacionados:

- Marcelo Cunha - INCRA/DFG (Coordenador); - Edaldo Gomes - INCRA/DFG; - Iara Vilela - INCRA/DFC; - Judson Matos - INCRA/DFG-2; - Paulo Eduardo Michelleti - INCRA/DFR - Leonardo Leocádio da Silva - INCRA/DFQ; - Assis Brasil Guimarães Neto - INCRA - Rossini Barbosa Lima - SR/09; - Vicente Fernando Silveira - RFB; e - Ivana Bandeira da Silva - RFB. 11.2 Temas Tratados pelo Subgrupo 6 - Consolidação da definição de parcela. - Tipificação das parcelas. - Consolidação das classes das parcelas. - Definição do código da parcela no banco de dados. - Levantamento do acervo fundiário do INCRA.

11.3 Reuniões Realizadas

O Subgrupo 06 iniciou seus trabalhos em junho de 2009, com a tarefa de consolidar os temas referentes aos critérios de classificação de parcelas e o tratamento a ser dado ao acervo fundiário do INCRA.

No mês de junho de 2009, nos dias 03 e 04, foi realizada a primeira

reunião do subgrupo, para a qual estavam pautados os temas afetos à parcela, a saber: - Definição; - Tipificação; e - Classes.

Os três temas já haviam sido tratados em diversas discussões pelos integrantes do Grupo de Trabalho envolvido no Projeto de Estruturação do CNIR, e cabia ao Subgrupo analisar com maior profundidade a discussão e consolidar as definições. O Anexo XXVIII apresenta o Relatório da I Reunião do Subgrupo 6.

No mês de agosto de 2009, no dia 06, foi realizada a segunda reunião

do Subgrupo, na qual estava pautado o tema relativo à definição do código da parcela. O Anexo XXIX apresenta o Relatório da II Reunião do Subgrupo 6.

No mês de setembro e outubro de 2009, nos dias 30 e 01

respectivamente, foi realizada a terceira reunião do Subgrupo, na qual estava

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pautado o tema referente ao levantamento do acervo fundiário do INCRA. O Anexo XXX apresenta o Relatório da III Reunião do Subgrupo 6. 11.4 Definição de Parcela

Após as discussões ocorridas nas Reuniões Técnicas Ampliadas, e de entendimentos, no âmbito dos diversos Subgrupos que abordaram o tema da Parcela Territorial, sobretudo na concepção dos Modelos Conceitual e Lógico de Estruturação do CNIR, foi possível ao Subgrupo 6, em articulação com o Subgrupo 8, consolidar o conceito da parcela.

Tal conceito foi a solução encontrada na concepção do CNIR, para

permitir o compartilhamento de informações num único banco de dados cadastral, respeitando a legislação brasileira, de forma a compatibilizar os diferentes conceitos de imóvel rural adotados pelas instituições envolvidas, em conformidade com o aspecto fundiário, tributário e registral, já demonstrados no Capítulo 4 - Princípios Básicos.

Assim, a parcela foi definida como sendo a menor porção de área de uma Unidade de Cadastro do CNIR com características específicas que a delimite, dizendo respeito a: situação jurídica, localização municipal, localização em zona rural ou urbana e parte da malha viária e hidrográfica do País, bem como a rede de oleodutos, de gasodutos e de distribuição de energia.

A parcela deve ser entendida como sub-área de qualquer Unidade de

Cadastro do CNIR (Imóvel Rural, Imóvel Autônomo ou Unidade Especial). Quando uma dessas unidades for constituída de uma única parcela, unidade e parcela descrevem o mesmo objeto.

Continuava um pouco abstrato o entendimento geométrico desta

definição e, assim, foi construído um modelo geométrico que pudesse representar as diversas situações que envolvem o termo – regime jurídico único, e um modelo geométrico foi amplamente discutido, passando por diversas alterações e refinamentos até alcançar um detalhamento necessário à perfeita representação e compreensão do conceito de parcela. 11.5 Tipificação de Parcela

Para o tema tipificação ficou definido inicialmente, três tipos de parcelas, a saber: rural, urbana e especial.

Esta definição foi apresentada na reunião geral do Grupo de Trabalho

do CNIR e muitas observações foram feitas acerca da fragilidade da tipificação de parcela com divisões urbana e rural. Houve entendimento pelo Grupo de Trabalho que a característica – se urbana ou rural, deveria ser tratada como um atributo secundário e não como uma tipificação, mesmo porque, o tipo especial estaria ameaçado, pois poderia pertencer a ambas as características.

Com a continuidade das discussões e consolidação de conceitos, bem

como pelo desenvolvimento do Modelo Lógico de Dados, a caracterização da parcela, como urbana ou rural, evoluiu para atributo do modelo, definição que pode ser verificada Dicionário de Dados Visão Conceitual, referido no Capítulo 12.

77

11.6 Classes das Parcelas

Com base nas discussões realizadas no âmbito das Reuniões Técnicas ampliadas, foi consolidado pelo Subgrupo 06 que as parcelas no CNIR serão categorizadas em cinco classes, a saber: CLASSE 1: imóveis georreferenciados e certificados pelo INCRA, com base na Lei

10.267/2001, seus Decretos regulamentadores e Atos Normativos correlatos, com indicação da incerteza posicional melhor ou igual à 50cm;

CLASSE 2: imóveis georreferenciados com base na Lei 10.267/2001 e seus

Decretos regulamentadores, com indicação da incerteza posicional melhor ou igual à 50cm, porém não atendem completamente aos Atos Normativos do INCRA;

CLASSE 3: imóveis georreferenciados, com indicação da metodologia utilizada e

da incerteza posicional; CLASSE 4: imóveis não georreferenciados, mas que tenham informações

geométricas depuradas, necessárias para a incorporação no sistema com a estimativa da incerteza posicional;

CLASSE 5: imóveis apenas com informações literais, resultantes do batimento

entre os dados do SNCR e CAFIR. 11.7 Código da Parcela

O tema foi amplamente discutido, inclusive utilizando a experiência de codificação de parcela adotadas nos cadastros de outros países.

Dentre as três propostas de codificação inicialmente discutidas e

reformuladas, apresentadas em detalhe no Relatório da Reunião do Subgrupo, ocorrida em 06 de agosto de 2009 (Anexo XXIX), prevaleceu a seguinte:

ii) NNNNNNNNNNN-DV, sendo: NNNNNNNNNNN – seqüência numérica aleatória, criptografado; DV – um dígito verificador.

Na proposta “ii”, escolhida pelo Subgrupo 6, a seqüência numérica é

composta de onze dígitos, que deverão ser criados automaticamente pelo sistema, de forma randômica, porém com lei de formação própria. A criptografia desta seqüência numérica, refere-se às regras de validação, como acontece com o CPF, e código do imóvel no SNCR etc.

Nesta proposta, não há nenhuma referência aos termos tratados nas

premissas discutidas para formação do código, sendo elas:

- Diferenciação entre Parcela Imóvel e Especial; - Diferenciação entre urbano e rural; - Estar ligada ao código do imóvel (parcela imóvel); - Ter informação de localização, como Estado, Município e Região; - Referenciar a matrícula e SRI;

78

- Cronologia; e - Numeração simples (sem código).

Entende-se que todas essas informações serão devidamente armazenadas e cadastradas no CNIR, na forma de atributos da parcela e, assim, através de seqüência numérica que representa uma determinada parcela e um banco de dados orientado a objeto, todos os atributos poderão ser relacionados a esta seqüência numérica.

11.8 Levantamento do Acervo Fundiário do INCRA Foi definido, inicialmente, a composição do acervo fundiário no INCRA nas Superintendências Regionais, a saber: a) particular:

- imóveis rurais certificados; - imóveis rurais vistoriados; - imóveis rurais com processo administrativo de fiscalização; - imóveis rurais regularizados por meio de convênios com Órgãos Estaduais de

Terras, que já foram titulados; - territórios quilombolas em processo de obtenção;

b) INCRA:

- glebas federais; - projetos de assentamento federal; - territórios quilombolas obtidos.

c) Público/INCRA: - glebas estaduais.

Para que todo o acervo seja reunido e armazenado no banco de dados

que alimentará o CNIR, é necessário levantar quais são as condições em que este acervo se encontra nas Superintendências, possibilitando que se verifique o quanto se tem em meio digital, em meio analógico e aqueles que somente se tem o descritivo, ou seja, sem informação gráfica nenhuma. Ainda, pretende-se avaliar o grau de depreciação do material que está em meio analógico, para que possa ser construída a melhor estratégia de coleta e armazenamento digital.

Assim, antes do início do resgate e transmissão do acervo fundiário

das SR’s para o INCRA/Sede, o Subgrupo 6 elaborou propostas de Tabelas específicas para o levantamento do acervo existente, que visa contabilizar os diversos tipos e qualidades de informação espacial existente nas Superintendências Regionais, englobando os seguintes temas:

- Glebas públicas federais e estaduais; - Imóveis georreferenciados por meio de convênio de

regularização fundiária com os Estados; - Imóveis objeto de ação de fiscalização cadastral; - Imóvies vistoriados pelo INCRA - Projetos de Assentamento; - Territórios Quilombolas obtidos; e - Territórios Quilombolas em processo de obtenção.

79

O Anexo XXXI apresenta o Modelo de Tabela de Levantamento do Acervo Existente, para o tema “convênio de regularização fundiária com os Estados”. Foi elaborado, ainda, documento de Orientação e Esclarecimentos sobre o Preenchimento das Tabelas de Levantamento do Acervo Fundiário (Anexo XXXII) que, com a retomada dos trabalhos, em 2010, deverão ser encaminhadas a todos os Gestores da Cartografia, para efetuar o referido levantamento do acervo existente.

80

CAPÍTULO 12

TRABALHOS DESENVOLVIDOS E RESULTADOS ALCANÇADOS PELO SUBGRUPO 8

A atribuição de especificar o projeto lógico para o Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – CNIR coube ao Subgrupo 8 que, a partir de 12/05/2009, passou a se reunir de forma permanente, em instalações da Coordenação-Geral de Cadastro Rural, da Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária do INCRA.

O Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do Cadastro

Nacional de Imóveis Rurais – CNIR, por envolver a construção de uma base de dados e a migração de dados para povoamento inicial, foi dividido em dois módulos:

- Projeto Lógico de Estruturação da Base de Dados, voltado para a definição da

base em que ficarão residentes os dados do CNIR; e

- Projeto Lógico de Migração, para a elaboração dos critérios e dos processos que devem respaldar a migração de dados para o povoamento inicial do CNIR.

12.1 Integrantes do Subgrupo - José Kleber Pereira da Costa - INCRA/NEEC (Coordenador); - Otavio de Almeida Fernandes - INCRA/NEEC; - Dalton Guilherme da Costa - INCRA/DDI; - Fernando José Câmara Caldas Lins- INCRA/SR-18(PB); - Irna Marília R. Evangelista Rocha - INCRA/DET (Empresa POLITEC) - Alcir Ferreira Rêgo - INCRA/SR-02(CE); - Maria Lucieuda de Freitas Luz - INCRA/SR-02(CE); - Rossini Barbosa Lima - INCRA/SR-09(PR) - Tania Mara de Carvalho - INCRA/SR-20(ES); e - Sérgio Moraes - SERPRO. 12.2 Plano de Acompanhamento do Projeto

Para cada um dos módulos foi criado o respectivo Plano de Acompanhamento de Projeto, objetivando registrar dados para o controle e para o acompanhamento, bem como exibir a estrutura analítica que estabelece Pacotes de Trabalho inerentes à execução do Projeto como um todo, dos quais destacamos, para cada plano de acompanhamento, os seguintes:

12.2.1 Plano de Acompanhamento do Projeto de Estruturação do CNIR (Anexo

XXXIII) e Diagrama da Estrutura Analítica (Anexo XXXIV)

a) Projeto Lógico de Estruturação do CNIR

Destina-se a contemplar as definições, regras, critérios e funcionamento que servirão de base e de orientação para a etapa de “Construção do CNIR”. É constituído pelo: Modelo de Dados, Dicionário de Dados, Coleta de Dados, Consulta de Informações e Protótipo.

81

b) Impactos no SNCR

Compreende a identificação dos impactos que a solução do CNIR

possa gerar para o SNCR, de forma a levantar demandas necessárias à adequação do SNCR.

c) Impactos no CAFIR

Compreende a identificação dos impactos que a solução do CNIR

possa gerar para o CAFIR, de forma a levantar demandas necessárias à adequação do CAFIR.

12.2.2 Plano de Acompanhamento do Projeto de Migração de Dados (Anexo

XXXV) e Diagrama da Estrutura Analítica (Anexo XXXVI) a) Estudo das Bases de Dados

Consiste na obtenção do conhecimento sobre a estruturação e funcionamento das bases de dados: “CAFIR”, “SNCR” e “Cartográfica”, primordial para o levantamento dos critérios básicos que determinarão as regras impostas ao processo de migração.

b) Projeto Lógico de Migração de Dados

Destina-se a contemplar as definições, as regras, os critérios e o

funcionamento que servirão de base e de orientação para a etapa de “Construção do Processo de Migração”. É constituído de critérios para verificar coincidências entre os detentores, entre os imóveis rurais, e para estabelecer as regras de migração a serem demonstradas em uma “tabela de / para”.

c) Impacto no SNCR

Compreende a identificação dos impactos que o processo de migração

possa gerar para o SNCR, de forma a levantar demandas necessárias à adequação do SNCR.

d) Impacto no CAFIR

Compreende a identificação dos impactos que o processo de migração

possa gerar para o CAFIR, de forma a levantar demandas necessárias à adequação do CAFIR.

12.3 Projeto Lógico de Estruturação do CNIR

12.3.1 Visão Conceitual

Consiste na visão que o cliente tem sobre o negócio, compreendendo a modelagem conceitual, bem como o dicionário de dados que consolida os conceitos das entidades, descreve os relacionamentos e caracteriza os atributos.

82

a) Modelo Conceitual de Dados (Anexo XXXVII)

Foi utilizada a técnica de modelagem relacional de dados para expressar a visão que o cliente (INCRA) tem sobre o negócio – Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR. Para que o Modelo Conceitual expresse a visão da RFB depende ainda de validação desse parceiro.

A concepção do Modelo Conceitual adotou o conceito de parcela, que

diz respeito à situação jurídica, à localização municipal, à localização em zona rural ou urbana e à parte da malha viária e hidrográfica do País, bem como à rede de oleodutos, de gasodutos e de distribuição de energia.

Categorizar a parcela se fez necessário, considerando-se as

especificidades embutidas no próprio conceito. Além disso, foi necessário tipificá-la quanto a ser componente da área do imóvel rural, ou a ser considerada como especial, por se referir à infra-estrutura (rodovia, ferrovia etc.), ou a recursos naturais (rios e lagos). Com a tipificação da parcela, o seu relacionamento com o “todo” passou a ser necessidade do modelo de dados.

Dessa forma, se criou uma entidade agregadora que pudesse se

relacionar com parcela pelas suas respectivas categorizações. Essa entidade foi denominada de “Unidade Cadastro CNIR, categorizada em: “Imóvel Rural”, “Unidade Especial” e “Imóvel Autônomo”. O modelo se completa pela abordagem das pessoas detentoras das unidades de cadastro CNIR, bem como pela modelagem das atualizações, que são as responsáveis pelos eventos cadastrais que permitem manter atualizados os dados do CNIR. b) Dicionário de Dados - Visão Conceitual (Anexo XXXVIII)

Compreende os conceitos das entidades integrantes do Modelo Conceitual de Dados, a descrição dos relacionamentos entre as entidades e os atributos que constituem as entidades do modelo.

Os atributos são apresentados por entidade, sendo que, para cada um

destes, o dicionário traz breve descrição, suas características de tamanho e formato, e as regras que servirão de base para as criticas a serem implementadas na construção do CNIR.

12.3.2 Visão Lógica

Consiste na transformação do modelo conceitual, pela incorporação de determinadas implementações de soluções em nível da aplicação que se deseja desenvolver. Trata-se de uma visão que fica mais próxima da visão do modelo físico, que é a visão representativa da forma pela qual os dados ficarão residentes na base de dados. a) Modelo Lógico de Dados (Anexo XXXIX)

Foi utilizada a técnica de modelagem orientada a objeto, possibilitando, dessa forma, a utilização de ferramenta própria.

Esse modelo tem a abordagem dos dados espaciais, permitindo a

integração dos segmentos gráfico e literal, uma das premissas do Projeto de

83

Reforma Cadastral e de Estruturação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR, prevendo o registro dos vértices do polígono das parcelas em uma entidade específica, e o armazenamento do polígono nas entidades “Parcela” e “Unidade Cadastro CNIR”.

As entidades que armazenam dados espaciais apresentam um

estereótipo com indicação da geometria possível de ser armazenada. Esse modelo implementa a entidade “Segmento”, de forma a permitir o

máximo de aproveitamento das atualizações gráficas. As entidades sem atributos próprios, explicitadas no modelo conceitual,

não são consideradas no modelo lógico. b) Dicionário de Dados - Visão Lógica (Anexo XL)

Compreende os conceitos das entidades integrantes do Modelo Lógico de Dados, e seus atributos referentes a dados espaciais e literais com a descrição e a característica que define o tipo de campo.

Quanto aos atributos de dados literais, na maioria dos casos, repete o

que consta do Dicionário de Dados – Visão Conceitual. Entretanto, é nesse dicionário de dados que os atributos do segmento gráfico são apresentados pela primeira vez, já que o projeto lógico tem como um dos objetivos demonstrar a lógica de integração entre os segmentos gráfico e literal, explicitando de forma completa aquilo que no modelo conceitual está apenas indicado pela entidade “Parcela com Dados Gráficos”. 12.3.3 Regras para Transação da Parcela (Anexo XLI)

A entidade “Transação Parcela” foi concebida no sentido de possibilitar

o acompanhamento das transformações de parcelas ocasionadas por desmembramentos, originando inclusões de novas Unidades de Cadastro CNIR ou remembramentos.

As regras que devem ser aplicadas no caso dessas transações

constam do mapeamento demonstrado no Anexo XLIV - Impactos CNIR no SNCR. 12.3.4 Modelagem de Negócio (Anexo XLII) e Casos de Uso (Anexo XLIII)

A introdução da técnica de modelagem de negócio no Projeto Lógico

de Estruturação do CNIR vem permitir as primeiras orientações de funcionalidades para a aplicação.

As descrições de casos de uso incorporam ao projeto lógico a ideia de

um portal para funcionar como coleta de dados e como fonte de informação aos atores do CNIR, a respeito do acompanhamento das atualizações por eles providenciadas.

Pretende-se que o Portal seja o veículo para o diálogo entre os atores

do CNIR, externos (declarante) e internos (gestores, atendentes e analistas), e com o próprio CNIR. Do Portal devem fazer parte os campos correspondentes aos

84

atributos que foram definidos para constarem da base de dados do CNIR, cuja informação dos respectivos valores é de responsabilidade dos atores.

12.3.5 Impactos CNIR no SNCR (Anexo XLIV)

Compreende os resultados de uma primeira análise do ponto de vista

de se verificar onde no SNCR causará impacto o advento do CNIR, da forma como foi concebido.

O quadro do Anexo XLIV relaciona as entidades do modelo de dados

do SNCR, que são afetadas por existirem no modelo de dados do CNIR entidades correspondentes, e aponta os atributos que, por existirem no CNIR, não devem ser mais objetos do SNCR. Na coluna “observações” são citados atributos que constam do SNCR, cujas entidades estão concebidas no CNIR sem esses atributos, devendo, portanto, ser analisados no sentido de verificar como esses atributos devem ser tratados pelo SNCR.

Do quadro em questão devem surgir as demandas que originarão as

implementações para adequação do SNCR, em função da implantação do CNIR, inclusive, aquelas pertinentes a integração do SNCR ao CNIR.

12.4 Projeto Lógico de Migração de Dados (Anexo XLV)

O Projeto Lógico de Migração de Dados é constituído por “Macro-

Processos” e “Regras, Atributos e Apurações Especiais”.

12.4.1 Macro-Processos

Todo projeto de migração de dados objetiva a construção de processos que conduzam ao transporte de dados de uma base de dados origem para uma base de dados destino. Esse Projeto Lógico de Migração de Dados se destina a povoar a base de dados do CNIR com dados originados do SNCR ou do CAFIR.

Observa-se que o Projeto Lógico de Migração de Dados (Anexo XLV)

compreende três macro-processos: “Agrupamento de Relacionamentos Imóveis x Detentores”, “Identificação de Imóveis Rurais Coincidentes” e “Migração de Dados”.

Até o momento, foi especificado de forma completa o macro-processo

“Agrupamento de Relacionamentos Imóveis x Detentores”, ficando a finalização desse projeto a depender da complementação do macro-processo “Identificação de Imóveis Rurais Coincidentes”, para que se possa atingir o macro-processo “Migração de Dados”, cujo resultado é a construção da “Relação de / para”, abordando os critérios para a migração de registros das bases de dados do SNCR e do CAFIR para a base de dados do CNIR.

O Projeto de Migração de Dados sofreu solução de continuidade

devido à falta de conhecimento sobre o CAFIR, ocasionada pela não participação da RFB nos trabalhos do Subgrupo 8.

a) Agrupamento de Relacionamentos Imóveis x Detentores

Esse macro-processo tem por objetivo juntar os relacionamentos de

detenção de um mesmo detentor, constituindo-se de cinco processos:

85

- Um primeiro processo, definido para selecionar os CNPJ e distribuir os seus relacionamentos com imóveis rurais por cinco grupos, cujas características dizem respeito a existirem os relacionamentos no SNCR e no CAFIR, ou somente no SNCR ou somente no CAFIR.

- Um segundo processo seleciona, no SNCR e no CAFIR, outros relacionamentos

dos imóveis rurais (CNPJ ou CPF) que são componentes dos cinco grupos formados.

- Dois outros processos existem para procederem de forma análoga aos dois

primeiros, apenas considerando o CPF para a formação de outros cinco grupos.

- Um último processo forma um grupo especifico com relacionamentos de imóveis rurais com detentores sem CNPJ ou CPF, que é uma condição especial existente somente no SNCR.

b) Identificação de Imóveis Rurais Coincidentes

Compreende os procedimentos que devem ser aplicados na busca de

coincidências entre imóveis rurais, de forma a migrar para a base de dados do CNIR somente registros de uma das bases de dados, SNCR ou CAFIR, garantindo não gerar duplicidade de imóveis rurais (com códigos diferentes) quando da produção da migração de dados para o CNIR.

Esse macro-processo não foi finalizado, e, portanto, carece de

continuidade, no sentido de poder definir o macro-processo Migração de Dados, complementando o projeto em questão.

c) Migração de Dados.

Esse macro-processo destina-se ao detalhamento para o transporte de

dados de uma base a outra, se reportando a cada atributo do registro selecionado (SNCR ou CAFIR) para o povoamento da base de dados do CNIR, considerando os critérios que interferirão na seleção ou não do atributo para a migração, na manutenção ou modificação do valor do atributo a ser migrado, e na localização do atributo nas bases de dados origem (SNCR ou CAFIR) e destino (CNIR).

12.4.2 Regras, Atributos e Apurações Especiais

Desse tópico devem constar:

- Regras, que podem ser necessárias no sentido de, por exemplo: determinar sequência de migração de atributos em função de restrições de modelo;

- Atributos, que devem ser criados por exigência dos processos definidos para a

migração de dados, como por exemplo: os atributos definidos no macro-processo “Agrupamento de Relacionamentos Imóveis x Detentores”; e

- Apurações Especiais, que possam auxiliar no acompanhamento da produção do

povoamento da base de dados do CNIR.

86

12.5 Conclusão

O Projeto Lógico de Estruturação da Base de Dados do CNIR pôde avançar e atender aos objetivos esperados, em que pese ainda depender de validação da RFB em partes do Projeto, pela existência de entendimentos ainda não pacificados, embora o tema tenha sido tratado em diversas reuniões elencadas no Capítulo 7 – Destaques das Reuniões Conjuntas INCRA/RFB.

Por sua vez, o Projeto de Migração de Dados está inacabado,

conforme apresentado no item 12.4, em razão do desconhecimento da base de dados do CAFIR, ocasionado pela não participação da RFB nos trabalhos do Subgrupo 8.

87

CAPÍTULO 13

INFRA-ESTRUTURA DA REDE NACIONAL DE CADASTRO RURAL E SUA NECESSÁRIA RE-ESTRUTURAÇÃO PARA ATENDER AO CNIR

13.1 Pilares básicos da Re-Estruturação da Rede Nacional de Cadastro Rural

Para a implantação do CNIR, prevista para ocorrer a partir do segundo semestre de 2011, é necessário se verificar a infra-estrutura existente, no âmbito do INCRA e da RFB, para que seja possível dimensionar o volume de alterações necessárias nas duas instituições.

Por sua vez, a proposta de adequação das estruturas institucionais

deve levar em consideração três pilares básicos que contemplam:

a) Os recursos humanos, pelo mapeamento de capacidades e localização dos profissionais disponíveis, o diagnóstico de necessidades de incremento da força de trabalho e a sua capacitação, diferenciada e em vários níveis e funções, a fim de se formar corpo técnico apto a lidar com as diversas finalidades que se pretende com o CNIR.

b) A Gestão, pelo mapeamento e normatização clara dos procedimentos e atos a

serem adotados pelo INCRA e RFB, no gerenciamento conjunto do CNIR, e pelos demais parceiros no relacionamento interinstitucional.

c) A Tecnologia, com o levantamento e adoção de ferramentas existentes que

possam atender, entre outros aspectos, ao compartilhamento das bases de dados das instituições envolvidas, e a integração dos segmentos gráfico e literal, e com rebatimento nas normas operacionais vigentes.

A Figura 16 apresenta os pilares básicos em que se deve apoiar a

proposta de re-estruturação das unidades que atenderão ao CNIR.

Figura 16– Re-estruturação do Cadastro - Linhas gerais

Fonte: Apresentação intitulada “PLANO DE TRABALHO DO PROJETO DE REFORMA CADASTRAL”, Profª Andrea F. T. Carneiro, agosto de 2008.

Os aspectos da Gestão foram tratados pelo Subgrupo 3, e os

resultados alcançados são apresentados em capítulo específico (Capítulo 8 – Trabalhos desenvolvidos e resultados alcançados pelo subgrupo 3).

88

Por sua vez, a discussão sobre a Tecnologia a ser utilizada para o

CNIR, bem como as adequações e aquisições necessárias no âmbito do INCRA e da RFB será objeto de aprofundamento no 1º semestre de 2010, período este que, conforme o Cronograma do CNIR será iniciado o desenvolvimento do projeto físico da base de dados. O relatório da reunião realizada em 16 de outubro de 2009, que contou com a participação do Prof. Dr. Clodoveu Davis, da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, já apresenta algumas diretrizes a serem consideradas para o referido projeto físico (Anexo XXIII – Relatório da Reunião do CNIR – Discussão da Integração Gráfico/Literal para Estruturação do CNIR, realizada em 16 de outubro de 2009).

Agora, com relação ao levantamento das necessidades de recursos

humanos que compõem a Rede Nacional de Cadastro Rural, durante os meses de junho e julho de 2009 foi realizada pesquisa junto aos Serviços de Cadastro Rural das Superintendências Regionais do INCRA. Registre-se que estudo compatível deverá ser realizado no âmbito da Receita Federal, para que, somadas ambas estruturas, se possa conhecer a capilaridade total das instituições gestoras do CNIR, bem como a força de trabalho existente e a necessidade de seu fortalecimento e capacitação. 13.2 Diagnóstico da Força de Trabalho do Cadastro Rural do INCRA.

• Fontes de Dados Utilizadas

Para a elaboração do diagnóstico da força de trabalho do Cadastro Rural do INCRA, a Coordenação-Geral de Cadastro Rural encaminhou às 30 Superintendências Regionais uma planilha padrão onde o Gestor do SNCR deveria apontar: o quantitativo de servidores, por área de atuação no Cadastro (se SNCR, Fiscalização Cadastral ou Comitê de Certificação); qual o cargo ocupado por cada servidor do Cadastro; quais destes servidores possuíam função gratificada ou cargo em comissão, quais já possuíam direito adquirido para se aposentar em 2009 e quais adquiririam tal direito em 2010; quantos servidores do Cadastro possuíam computador próprio para desenvolver suas atividades; e quantas Unidades Municipais de Cadastramento com Acordo de Cooperação Técnica celebrado existiam no âmbito das Superintendências.

Ainda, para fins de cruzamentos das informações acima com o

quantitativo de imóveis rurais e de área cadastrada, por Superintendência Regional, foram utilizados dados extraídos do SNCR em 16 de março de 2009, da Apuração Especial 13905.

• Número de Imóveis Gerenciados por Servidor Lotado no

Serviço de Cadastro Rural. A compilação dos dados solicitados às Superintendências Regionais

apresentou que, em julho de 2009 haviam 271 servidores lotados nos Serviços de Cadastro Rural das 30 Superintendências Regionais do INCRA, distribuídos conforme o Gráfico 3.

89

12

7

15

5

13

4

8

34

12 12 12

6

8

16

4

76

3

13

7

13

5

12

78

6

22

12

9

SR

17

- RO

SR

14

- AC

SR

15

- AM

SR

25

- RR

SR

01

- P

A

SR

30

- S

TA/P

A

SR

27

- M

BA

/PA

SR

21

- A

P

SR

26

- TO

SR

12

- MA

SR

24

- P

I

SR

02

- CE

SR

19

- RN

SR

18

- PB

SR

03

- PE

SR

29

- M

SF/

PE

SR

22

- A

L

SR

23

- SE

SR

05

- B

A

SR

06

- MG

SR

20

- ES

SR

07

- R

J

SR

08

- SP

SR

09

- PR

SR

10

- SC

SR

11

- RS

SR

16

- MS

SR

13

- MT

SR

04

- GO

SR

28

- DF

Número de Servidores Lotados na Área de Cadastro Segundo a SR - 2009 -

Gráfico 3 – Distribuição dos servidores lotados no Serviço de cadastro Rural – por SR

Fonte: Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009.

A partir das informações do gráfico acima, verifica-se a impossibilidade

de estabelecer uma padronização ou mesmo de identificar critérios comuns no que diz respeito à distribuição de servidores nas áreas de cadastro de suas respectivas Superintendências Regionais, indicando que esta distribuição se dá de forma aleatória. É evidente, entretanto, que as dimensões territoriais do país, as peculiaridades das áreas sob a jurisdição de cada SR, e as distintas políticas adotadas para as diferentes regiões, impactam sobremaneira na alocação de servidores dentro de cada SR.

Neste sentido, destacam-se as disparidades numéricas entre o número

de servidores lotados nas áreas de cadastro de suas SR’s. Como exemplo, tem-se a SR (13) MT e a SR (05) BA, com 22 e 3 servidores respectivamente.

A partir desta realidade foram elaborados dois gráficos: o primeiro com

o total de imóveis rurais por SR e o segundo com as médias do número de imóveis rurais gerenciados por servidor, segundo a Superintendência. As discrepâncias aqui constatadas resultam tanto da má distribuição e da falta de recursos humanos, como de outros fatores que serão adiante discutidos.

90

Número de IR por SR

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

800.000

SR

05

- B

ahia

SR

08

- S

ão P

aulo

SR

11

- R

io G

rand

e do

Sul

SR

06

- M

inas

Ger

ais

SR

10

- S

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Cat

arin

a

SR

09

- P

aran

á

SR

29

- M

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São

Fra

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E

SR

20

- E

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ito S

anto

SR

26

- T

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tins

SR

18

- P

araí

ba

SR

02

- C

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SR

04

- G

oiás

SR

23

- S

ergi

pe

SR

16

- M

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Gro

sso

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SR

30

- S

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rém

/PA

SR

24

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SR

12

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Gráfico 4 – Total de imóveis rurais cadastrados no SNCR – por SR

Fonte: SNCR, AESP 5470, de 16 de março de 2009.

Relação entre o total de imóveis rurais cadastrados no SNCR, dividido pelo número de servidores lotados no Cadastro - por SR

178.377

84.30379.106

56.369

47.645

18.796 17.079 16.724 14.242 13.298 12.996 12.821 12.750 10.586 10.198 9.767 8.966 6.770 6.721 6.552 6.359 6.240 5.114 4.777 4.365 4.196 3.964 3.451 3.211

42.187

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

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140.000

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13

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01

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Gráfico 5 – Relação entre o total de imóveis cadastrados no SNCR e o número de servidores – por SR Fonte: Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009; e SNCR, AESP

5470, de 16 de março de 2009.

91

Da comparação entre os Gráficos 4 e 5 se depreende que existe uma correlação entre o número de servidores por imóveis rurais gerenciados e o total de imóveis cadastrados junto a cada SR. A análise simultânea dos dois gráficos permite observar que já existem casos graves de acúmulo de imóveis por servidor lotado no Cadastro em algumas Superintendências, a exemplo da SR(05)BA, onde cada servidor acumula, em teoria, mais de 178.000 imóveis para gerenciar.

• Unidades Municipais de Cadastramento - UMC As Unidades Municipais de Cadastramento - UMC constituem

importantes pontos de atendimento ao cidadão, integram a Rede Nacional de Cadastro Rural, e contribuem sobremaneira para a descentralização das atividades cadastrais.

Entretanto, em pese sua importante contribuição para as atividades

cadastrais, sua manutenção exige constante ação de capacitação, de supervisão e de fiscalização, conduzidas por esta Autarquia, implicando, para tanto na disponibilização de recursos humanos do Cadastro Rural.

A observação da Tabela 3 permite constatar que não existe qualquer

correlação entre o número de servidores que atuam na área de cadastro e o total de UMC’s instaladas por SR. Verifica-se ainda, que as SR’s que apresentam o menor número de servidores não são necessariamente aquelas que apresentam o maior número de UMC’s instaladas, ou seja não existe compensação do número de funcionários lotados no cadastro pelo número de UMC’s instaladas.

Como exemplo, pode-se citar o caso do Amapá SR (21) que conta com

somente três servidores no cadastro e nenhuma UMC. Já em posição contrária, tem-se a SR (06) MG com 13 servidores no cadastro e 462 UMC’s instaladas.

Os dados acerca do número de UMC’s podem ser analisados sob duas

vertentes, de forma a demonstrar sua importância. A primeira diz respeito à quantidade de UMC’s instaladas, uma vez que seus respectivos responsáveis complementam as atividades daqueles servidores que já atuam na área de cadastro das SR’s, e contribuem para a agilização da recepção e mesmo da análise das Declarações para Cadastro de Imóveis Rurais – DP dos imóveis rurais com área de até 4 módulos fiscais - MF.

Outro ponto importante a ser destacado sobre as UMC’s, refere-se ao

fato de que seu quantitativo reflete a capilaridade dos serviços de competência do INCRA no interior das respectivas Unidades da Federação. Entretanto, como anteriormente frisado, esta distribuição parece não obedecer a nenhum critério, sendo norteada, aparentemente, por indicadores majoritariamente políticos. O cenário ideal seria aquele onde fosse abrangida a totalidade dos municípios brasileiros. Em média, tem-se 99 UMC’s por SR, que corresponde a uma cobertura de 56% dos municípios brasileiros.

92

Tabela 3 – Quantitativo de servidores lotados no Serviço de Cadastro Rural por SR, e as respectivas quantidades de UMC instaladas e total de municípios por SR

Superintendência Regional Servidores do

Cadastro* Quantidade de

UMC’s instaladas* Número de

Municípios por SR**

SR (01) – Pará 13 54 78

SR (02) – Ceará 12 114 184

SR (03) – Pernambuco 16 143 142

SR (04) – Goiás 12 141 215

SR (05) – Bahia 3 170 411

SR (06) – Minas Gerais 13 462 847

SR (07) – Rio de Janeiro 13 36 92

SR (08) – São Paulo 5 149 645

SR (09) – Paraná 12 375 399

SR (10) – Santa Catarina 7 260 293

SR (11) – Rio Grande do Sul 8 283 496

SR (12) – Maranhão 12 68 217

SR (13) – Mato Grosso 22 23 141

SR (14) – Acre 7 0 22

SR (15) – Amazonas 15 44 62

SR (16) – Mato Grosso do Sul 6 53 78

SR (17) – Rondônia 12 0 52

SR (18) – Paraíba 8 91 223

SR (19) – Rio Grande do Norte 6 96 167

SR (20) – Espírito Santo 7 76 78

SR (21) – Amapá 3 0 16

SR (22) – Alagoas 7 7 102

SR (23) – Sergipe 6 19 75

SR (24) – Piauí 12 104 223

SR (25) – Roraima 5 0 15

SR (26) – Tocantins 4 116 139

SR (27) – Marabá 8 22 37

SR (28) – Distrito Federal 9 20 44

SR (29) – Médio São Francisco 4 42 42

SR (30) – Santarém 4 9 28

Total 271 2.977 5.563

Fonte: * Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009. ** IBGE, www.ibge.gov.br, acessado em 10 de agosto de 2009; e Estatísticas Cadastrais do INCRA.

O Gráfico 6 relaciona o número de UMC’s instaladas e o número de

municípios sob a jurisdição de cada uma das trinta SR’s. Como ocorre em diversos outros cruzamentos elaborados neste diagnóstico, não é possível identificar indícios que demonstrem um planejamento prévio quanto à instalação de Unidades Municipais de Cadastramento, estando estas talvez atreladas a aspectos de natureza política, uma vez que as mesmas são criadas mediante celebração de

93

Acordos ou Termos de Cooperação Técnica com as Prefeituras. Cabe, entretanto, evidenciar o fato de que naquelas Superintendências Regionais situadas na Região Norte, e que não apresentam nenhuma UMC instalada, SR (21) Amapá, SR (25) Roraima, SR (14) Acre e SR (17) Rondônia, apresentam um pequeno número de municípios provavelmente em função de seu distanciamento geográfico e pelo fato de que em duas destas, inclusive, terem sido Territórios Federais até a Constituição Federal de 1988.

Comparativo - Nº UMC X Nº Municípios

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UMC’s instaladas

Número de Municípios

Gráfico 6 – Relação entre Municípios abrangidos pelas SRs e o total de UMC instaladas Fonte: * Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009.

** IBGE, www.ibge.gov.br, acessado em 10 de agosto de 2009; e Estatísticas Cadastrais do INCRA.

Em outros Estados, o quantitativos de UMC’s é nitidamente insignificante em relação ao número de municípios. Assim, como exemplo mais evidente, pode citar a SR (08) SP, aonde o quantitativo de UMC’s não chega a atingir um terço dos municípios. Neste caso, não se pode alegar a questão do distanciamento geográfico, mostrando a referida aleatoriedade da distribuição das UMC’s.

Em Estados como Minas Gerais, em que pese haver apenas cerca de

50% de UMCs instaladas em comparação com o total de municípios, muitas estão localizadas em pólos de atendimento que abrangem a quase totalidade do território. Ainda, sobretudo nas Superintendências localizadas na região Norte, verifica-se que o papel da UMC é desempenhado, em parte, pelas Unidades Avançadas, localizadas também em municípios pólos de atendimento.

Observe-se que nos exemplos aqui mencionados não existe nenhuma

coincidência em termos geográficos, de extensão territorial ou mesmo de número de municípios. Este dado, evidência o fato de que também deve existir, por parte das Prefeituras Municipais, interesse no tocante à celebração de Acordo ou Termo de

94

Cooperação Técnica, podendo-se constatar que este processo não depende apenas da iniciativa do INCRA e que, portanto, foge à governabilidade do setor responsável desta Autarquia.

Com o advento do CNIR, o INCRA deverá fazer gestão junto aos

municípios para ampliar o total de Acordos e Termos de Cooperação Técnica firmados que, como dito, hoje representam cerca de 56% do total de municípios. Destaca-se, ainda, que a estrutura da Receita Federal virá a somar no total de postos de atendimento para o CNIR.

• Cargo dos Servidores Lotados no Cadastro Rural das

Superintendências Regionais

A análise da força de trabalho segundo o critério de alocação de cargos nas SR’s demonstra uma baixa renovação dos quadros nas áreas específicas de cadastro nas Superintendências, com maior número de servidores concentrado exatamente em duas áreas onde o quantitativo potencialmente apto a se aposentar é maior. A saber; Técnico em Cadastro Rural e Fiscal de Cadastro e Tributação Rural. Em contrapartida, as carreiras de Analista Administrativo e Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário, mesmo sendo as últimas a terem concurso realizado, não conseguiram uma forte penetração nas SR’s, denunciando uma tendência de alocação de novos servidores em outras áreas que não o Cadastro Rural.

O Gráfico 7 apresenta a distribuição dos 271 servidores lotados no

Cadastro Rural das 30 Superintendências Regionais, conforme o cargo que ocupam.

Gráfico 7 - Distribuição dos 271 servidores lotados no Cadastro Rural, conforme o cargo que ocupam.

Fonte: Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009

95

• Atuação dos Servidores do Cadastro Rural

Para avaliar as capacidades da força de trabalho existente no Cadastro Rural, além dos cargos que os servidores ocupam, ainda foi solicitada às Superintendências Regionais que informassem em quais áreas vinculadas ao Cadastro os mesmos atuam. São elas:

- SNCR – compreende as atividades relacionadas à recepção, análise e digitação

das informações cadastrais junto ao Sistema Nacional de Cadastro Rural. Ainda, engloba a realização de pesquisas no referido Sistema e emissão de informações para diversas finalidades.

- Fiscalização Cadastral – compreende os procedimentos de fiscalização, com

vistas ao combate da grilagem de terras e ao trabalho análogo ao de escravo, bem como a verificação do cumprimento da função social da propriedade.

- Comitê de Certificação – compreende os procedimentos relacionados à análise

cadastral para fins de certificação do imóvel rural, previsto na Lei 10.267/2001 e Decreto 4.449/2002.

O Gráfico 8 apresenta a compilação dos resultados. A Tabela 4

apresenta a porcentagem da distribuição dos 271 de servidores por atuação, sendo que as faixas são mutuamente excludentes.

Gráfico 8 – Atuação dos servidores do Cadastro Rural

Fonte: Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009

96

Tabela 4 – Porcentagem da distribuição dos 271 de servidores lotados nos Serviços de Cadastro Rural das SRs, por atuação

Atuação Total de Servidores por atuação % por atuação Apenas no SNCR 146 53,9% Apenas na Fiscalização 39 14,4% SNCR e Comitê 28 10,3% SNCR, Fiscalização e Comitê 17 6,3% Fiscalização e Comitê 15 5,5% SNCR e Fiscalização 13 4,8% Não Informado 12 4,4% Apenas no Comitê 1 0,4%

TOTAL 271 100% Fonte: Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009

Dos dados acima, é fácil perceber a grande concentração de

servidores que atuam apenas junto ao SNCR, representando 53,9% do total. Por sua vez, somando os servidores que atuam apenas no Comitê de Certificação ou no Comitê e em outra atribuição (SNCR e/ou Fiscalização Cadastral), têm-se um total de 22,5%.

Este dado alerta para a necessidade de se reforçar os Comitês

Regionais de Certificação com servidores do Cadastro Rural, a fim de se garantir que a atualização cadastral literal do SNCR não seja dissociada da atualização gráfica do imóvel no banco de dados dos imóveis certificados. Ainda, a integração das áreas de Cadastro e Cartografia é passo fundamental para a capacitação de quadros aptos a desenvolverem as atividades do CNIR, que tem como característica a multifinalidade e a integração dos segmentos gráfico e literal.

Por oportuno, registra-se a necessidade de complementação do

diagnóstico da força de trabalho com as informações referentes ao corpo funcional do Serviço de Cartografia das Superintendências Regionais, uma vez que estes profissionais são parte fundamental para o sucesso da efetiva integração dos segmentos gráfico e literal na implantação do CNIR.

• Aposentadorias

A seguir, procura-se traçar um panorama da força de trabalho lotada na

Coordenação-Geral de Cadastro Rural, em nível de Superintendência Regional, que já apresentam condições de se aposentar neste e no próximo exercício. A Tabela 5 apresenta o total de servidores aptos a se aposentar em 2009. O Gráfico 9 apresenta a comparação entre o total de servidores e aqueles aptos a se aposentar em 2009.

97

Tabela 5 - Total de servidores lotados nos Serviços de Cadastro Rural das SRs aptos a se aposentar em 2009

Total servidores por SR Servidores com direito à aposentadoria em 2009

% Aptos à aposentar

SR 07 - Rio de Janeiro 13 9 69,23% SR 03 - Pernambuco 16 10 62,50% SR 15 - Amazonas 15 8 53,33% SR 23 – Sergipe 6 3 50,00% SR 01 – Pará 13 6 46,15% SR 22 - Alagoas 7 3 42,86% SR 11 - Rio Grande do Sul 8 3 37,50% SR 05 – Bahia 3 1 33,33% SR 17 - Rondônia 12 4 33,33% SR 21 – Amapá 3 1 33,33% SR 10 - Santa Catarina 7 2 28,57% SR 20 - Espírito Santo 7 2 28,57% SR 04 – Goiás 12 3 25,00% SR 24 – Piauí 12 3 25,00% SR 30 - Santarém/PA 4 1 25,00% SR 12 - Maranhão 12 2 16,67% SR 16 - Mato Grosso do Sul 6 1 16,67% SR 14 – Acre 7 1 14,29% SR 09 – Paraná 12 1 8,33%

Fonte: Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009

Nº de Servidores Aptos à Aposentadoria em 2009 X Nº de Servidores Ativos

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1012141618

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Total servidores na SR

Servidores com direito de aposentar

Gráfico 9 - Comparação entre o total de servidores e aqueles aptos a se aposentar em 2009.

Fonte: Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009 As aposentadorias previstas para o período 2009/2010 constituem um

dos pontos mais sérios a serem confrontados. Em 2009 quatro SR’s, em um universo de dezenove, apresentam 50% ou mais de sua força de trabalho com

98

possibilidade de aposentadoria, este número de SR’s perfaz um total de 21% das 19 que contam com servidores em condições de se aposentar.

As demais situam-se em patamares entre 46 e 8%. A SR (07) RJ

apresenta a situação mais crítica, uma vez que, dos servidores ativos, praticamente 70% já se encontram em condições de se aposentar. Neste caso, o total de servidores lotados na área de cadastro passaria de treze para somente quatro, fato que comprometerá o desempenho daquela regional. A seguir, aparecem as Superintendências de Pernambuco, Amazonas e Sergipe, todas com percentuais superiores a 50% e com a possibilidade de grandes impactos na força de trabalho, caso tais afastamentos venham efetivamente a se concretizar. Em Pernambuco, por exemplo, o contingente de servidores passaria dos atuais dezesseis para apenas seis.

Especificamente para 2010, o quantitativo de servidores aptos à

aposentadoria tende a manter-se nos mesmos patamares, porém com a inclusão de cinco superintendências no quadro, conforme tabela abaixo. As SR’s são: SR (06) MG, SR (02) CE, SR (18) PB, SR (29) MSF e SR (22) MT. A Tabela 6 apresenta o total de servidores aptos a se aposentar em 2010. O Gráfico 10 apresenta a comparação entre o total de servidores e aqueles aptos a se aposentar em 2010. Tabela 6 – Total de servidores lotados nos Serviços de Cadastro Rural das SRs aptos a se aposentar em 2010

Total servidores por SR Servidores com direito à aposentadoria em 2010

% Aptos à aposentar

SR 07 - Rio de Janeiro 13 9 69,23% SR 03 - Pernambuco 16 10 62,50% SR 15 - Amazonas 15 8 53,33% SR 23 – Sergipe 6 3 50,00% SR 24 – Piauí 12 6 50,00% SR 01 – Pará 13 6 46,15% SR 06 - Minas Gerais 13 6 46,15% SR 22 - Alagoas 7 3 42,86% SR 11 - Rio Grande do Sul 8 3 37,50% SR 02 – Ceará 12 4 33,33% SR 04 – Goiás 12 4 33,33% SR 05 – Bahia 3 1 33,33% SR 17 - Rondônia 12 4 33,33% SR 21 – Amapá 3 1 33,33% SR 10 - Santa Catarina 7 2 28,57% SR 20 - Espírito Santo 7 2 28,57% SR 18 – Paraíba 8 2 25,00% SR 29 - Médio São Francisco/PE 4 1 25,00% SR 09 – Paraná 0 0 0,00% SR 30 - Santarém/PA 4 1 25,00% SR 12 - Maranhão 12 2 16,67% SR 16 - Mato Grosso do Sul 6 1 16,67% SR 14 – Acre 7 1 14,29% SR 13 - Mato Grosso 22 3 13,64%

Fonte: Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009

99

Nº de Servidores Aptos à Aposentadoria em 2010 X Nº de Servidores Ativos

0

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SR

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Total servidores SR

ContarDeAposentadoria 2010

Gráfico 10 - Comparação entre o total de servidores e aqueles aptos a se aposentar em 2010

Fonte: Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009

Neste cenário, há que se considerar que fatores de natureza administrativa contribuíram para que o contingente de servidores aptos à aposentadoria no biênio 2009/2010 permanecessem na Autarquia, sem perspectiva de afastamento. Tais fatores dizem respeito a não percepção de gratificações e de outros benefícios de natureza pecuniária.

Contudo, em de novembro do corrente ano foi editada Nota Técnica

pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, onde fica assegurada a percepção das ditas gratificações por grande parte dos servidores aptos a se aposentar. Este fato poderá desencadear os pedidos de aposentadoria em larga escala já no final de 2009 e início de 2010.

• Diagnóstico da Coordenação-Geral de Cadastro Rural na Sede

A Coordenação-Geral de Cadastro Rural, na Sede, deve ser analisada separadamente do conjunto das Superintendências Regionais, tendo em vista suas peculiaridades e, principalmente, o fato de tratar-se de uma unidade de natureza normatizadora, e não executora.

Desta forma, a DFC não tem sob seu controle direto somente um

conjunto de imóveis rurais restritos a uma determinada jurisdição, uma vez que sua função, neste ponto, é o gerenciamento do banco de dados de imóveis rurais, ou seja, o Sistema Nacional de Cadastro Rural.

Não cumpre firmar convênios com as Prefeituras Municipais, com

vistas ao estabelecimento de Unidades Municipais de Cadastramento, atendimento ao público, mas é responsável pela celebração de Acordos de Cooperação Técnica com órgãos da esfera federal, para que os mesmos possam ter abrangência em todo o território nacional.

A Coordenação Geral de Cadastro Rural contava, no levantamento

realizando entre junho e julho de 2009, com um total de trinta e cinco servidores lotados na Divisão de Organização, Controle e Manutenção do Cadastro Rural –

100

DFC-1, na Divisão de Fiscalização e de Controle de Aquisições por Estrangeiros – DFC-2, no Núcleo de Estudos e Estatísticas Cadastrais - NEEC, ou no Núcleo de Microfilmagem e Digitalização Cadastral – NUMC.

Percentual do nº de Servidores, segundo a área

28%

23%26%

23%

DFC -1

NUMC

NEEC

DFC - 2

Gráfico 11 – Percentual de servidores do Cadastro Rural na Sede, segundo o setor de lotação

Fonte: Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009 O quantitativo de aposentadorias no âmbito da DFC é ponto a se

destacar, por ser fato tão preocupante quanto o das SRs. Os servidores aptos à aposentadoria no período 2009/2010 somam onze, perfazendo 34,28% do total.

Percentual de servidores aptos à aposentadoria em relação ao total de cada área

0

10

20

30

40

50

60

70

DFC -1 NUMC NEEC DFC-2

%

Gráfico 12 – Percentual de servidores do Cadastro Rural na Sede, aptos a se

aposentarem, segundo o setor de lotação Fonte: Pesquisa realizada pela DFC junto aos Gestores do SNCR, em junho e julho de 2009

Vale ressaltar que, dadas as adversidades mencionadas, não se deve

ser desconsiderada a premente necessidade de renovação e aumento dos quadros funcionais do Cadastro Rural, tanto na Sede como nas Superintendências Regionais.

13.3 Evolução da Estrutura Regimental do Cadastro Rural no INCRA e Funções

Comissionadas A Coordenação-Geral de Cadastro Rural - DFC é composta atualmente

por duas divisões: a Divisão de Organização, Controle e Manutenção do Cadastro Rural - DFC 1 e a Divisão de Fiscalização e Controle de Aquisições por Estrangeiros - DFC 2, além de dois Núcleos a ela diretamente vinculados: o Núcleo de Estudos e

101

Estatísticas Cadastrais - NEEC e o Núcleo de Microfilmagem e Digitalização Cadastral - NUMC.

Historicamente, em outros regimentos internos, a área de Cadastro

Rural do INCRA era estruturada como uma diretoria composta por quatro departamentos equivalentes às atuais coordenações, dada à amplitude e importância das atribuições regimentais. Contudo, conforme demonstrado a seguir, vem sendo fragilizada desde a reestruturação ocorrida em julho de 2000.

À DFC cabe cuidar de temas hoje presentes na mídia nacional, como a fiscalização cadastral com vistas ao combate a grilagem de terras e a erradicação do trabalho análogo ao escravo, bem como o controle de aquisição de imóveis rurais por pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras.

Encontra-se também, sob a responsabilidade da DFC, o controle e a

manutenção do SNCR cujos produtos são basicamente o Certificado de Cadastro de Imóveis Rurais – CCIR, documento indispensável à obtenção de crédito rural em instituições oficiais, bem como para a efetivação de transações imobiliárias nos Serviços de Registro de Imóveis e a classificação fundiária dos imóveis rurais, quanto à sua dimensão e produtividade, para fins de reforma agrária e verificação do cumprimento da função social da propriedade.

O Decreto 5.735, de 27 de março de 2006, anterior ao atual Decreto

6.812/2009, atribuía à DFC um DAS 101.4 (Coordenador-Geral), dois DAS 101.2 (Chefes de Divisão) e três DAS 102.1 (Assistente Técnico). Com a alteração trazida por este último ocorre a redução de uma função de Assistente Técnico.

A Coordenação-Geral de Cadastro Rural, sendo responsável por temas

de grande relevância, já estava defasada em relação a sua real necessidade de cargos e funções para dar maior poder aos gestores/responsáveis na sua estrutura. Desta forma, ajustes informais foram promovidos pela DFC com o intuito de amenizar o impacto decorrente da estrutura implantada em 2006, que deixou a DFC 2 sem a função de Assistente Técnico, tornou ainda mais fragilizada a DFC no ajuste trazido pelo novo Decreto 6.812/2009, o que acarretará a perda de mais uma função de Assistente Técnico junto à Coordenação ou ao NEEC.

Ressalte-se, ainda, a existência de distorção causada pelo Decreto

6.812/2009, no âmbito da Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária - DF (área finalística) em comparação à Diretoria de Gestão Administrativa - DA (área meio). Enquanto as Coordenações da DF reduziram de seis para cinco funções, a exceção da Coordenação Geral de Territórios Quilombolas – DFQ, as coordenações vinculadas à DA perderam uma função, porém permanecendo com 41(quarenta e uma) funções, sendo duas coordenações com 13 (treze) funções, uma coordenação com 8 (oito) e outra com 7 (sete) funções. Acrescente-se que todas as diretorias finalísticas permaneceram com um total de 20 (vinte) funções em suas coordenações, ou seja, menos da metade do total de funções da DA.

Em 2006 tentou-se resgatar a área de Cadastro Rural, unificando-a em

uma Coordenação-Geral de Cadastro Rural, com uma estrutura mínima na Sede e sem rebatimento adequado nas Superintendências Regionais. Com vistas a compensar problemas organizacionais decorrentes do Regimento Interno de 2006, criaram-se por meio de Ordens de Serviço dois Núcleos Operacionais, para os quais não há destinação regimental de função gratificada para seus Gestores.

102

O Núcleo de Estudos e Estatísticas Cadastrais - NEEC, que já foi um

Departamento (DAS 101.4), é responsável pela elaboração de estudos que visam ajustar e fixar os índices de rendimento e o módulo fiscal, parâmetros que definem a classificação fundiária dos imóveis rurais, a fração mínima de parcelamento - FMP, propor estudos sobre a evolução da estrutura fundiária, para definir prioridades no tocante a obtenção de terras e fornecer dados agregados às instituições de ensino e pesquisa, órgãos governamentais, órgãos de imprensa, entre outros. Por oportuno, cumpre salientar que a concepção, estruturação, desenvolvimento e implementação do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR é de responsabilidade do NEEC.

Ademais, o Núcleo de Microfilmagem e Digitalização Cadastral, que

anteriormente já foi uma Divisão (DAS 101.2), e hoje não conta com nenhuma função de Assistente Técnico, continua responsável pela digitalização, controle e manutenção cadastral, funções estas que também atendem a outras áreas do INCRA, prestando serviços de digitalização de documentos. A microfilmagem é uma atividade plenamente vinculada, conforme Lei 5.433, de 08 de maio de 1968 e Decreto 1.799, de 30 de janeiro de 1996, sendo imprescindível para a geração de um acervo histórico do meio rural brasileiro e atendimento as solicitações judiciais, entre outras.

Quanto às funções comissionadas, mais especificamente nas SR’s,

informa-se que somente metade apresenta servidores que dispõem de tais funções, na condição de gestores do SNCR, sendo que destas quinze, quatro não estão vinculados ao Serviço de Cadastro Rural, embora o servidor que a percebe está prestando serviços como gestor desta área.

Este fato pode constituir um entrave por ocasião da implementação do

Projeto de Reforma Cadastral e do CNIR, uma vez que o número de servidores dispostos a assumir a gestão do SNCR em suas respectivas Superintendências é reduzido. Assim, faz–se necessário o resgate das funções comissionadas a exemplo do que ocorria na então Diretoria de Cadastro Rural, de forma a potencializar uma estrutura de mais responsabilidade e de poder do gestor.

Além, uma vez estabelecida a Rede de Atendimento do CNIR, a ser definida pelo INCRA e RFB, é necessário garantir, no âmbito do INCRA, no mínimo uma estrutura regimental adequada, tanto da gestão na Sede, quanto nas SRs, com a atribuição de função comissionada para o gestor regional do CNIR.

13.4 Proposta de Estrutura Mínima Necessária para Atender ao SNCR e ao

CNIR

Após o que foi apresentado nos itens 13.2 e 13.3, pode-se perceber que o Cadastro Rural, da forma que se apresenta hoje, está fragilizado tanto no que diz respeito à força de trabalho, quanto à estrutura regimental e o empoderamento dos gestores, por falta da atribuição de funções específicas.

Assim, um dos pontos chave da Reforma do Cadastro Rural é o

fortalecimento do setor de Cadastro, dadas as constatações apresentadas, relativas apenas ao SNCR.

103

Por sua vez, as novas atribuições que serão agregadas ao Cadastro Rural pelo Projeto de Estruturação do CNIR, exigirão, no âmbito do INCRA, renovação e capacitação dos quadros funcionais, alteração do Decreto 6.812/2009, para adequação da estrutura da Coordenação-Geral de Cadastro Rural ao crescimento da demanda, entre outras questões a serem levantadas.

Além do mapeamento completo da Estrutura da Rede Nacional do

CNIR (proposta apresentada no Capítulo 14, item 14.2), envolvendo pontos de atendimento do INCRA e da RFB, propõe-se, no âmbito do INCRA, uma Estrutura Regimental mínima necessária, tanto da gestão na Sede quanto nas SRs, com vistas ao resgate de parte do que já foi o Cadastro Rural em Regimentos Internos anteriores, e considerando a incorporação do CNIR.

A Figura 17 apresenta a proposta de Organograma do Cadastro Rural

para o INCRA Sede, onde se verifica, além das estruturas existentes, a criação da Divisão de Estudos e Estatísticas Cadastrais, que anteriormente era um Departamento e hoje sequer consta do Regimento, a Divisão de Microfilmagem e Digitalização Cadastral, que anteriormente era uma Divisão e hoje sequer consta do Regimento, e ainda a Divisão de Organização, Controle e Manutenção do CNIR, que será responsável pela promoção dos arranjos interinstitucionais de troca de informações, integração e compartilhamento das bases próprias.

Figura 17 - Proposta de Organograma do Cadastro Rural para o INCRA Sede

Fonte: INCRA/DFC

104

Assim ficariam as atribuições de cada setor da estrutura do Cadastro na Sede, em artigos propostos para alteração regimental:

Art. 1º À Coordenação-Geral de Cadastro Rural (DFC) compete coordenar, supervisionar e propor atos normativos, manuais e procedimentos técnicos relativos às atividades afetas à administração dos cadastros que compõem o SNCR, incluindo o CNIR, desempenhadas pelos órgãos que lhes são diretamente subordinados; à fiscalização cadastral; aos estudos e estatísticas cadastrais e da organização, sistematização e disseminação dos indicadores e dados cadastrais, para fins de zoneamento e planejamento das ações de reforma agrária, e de controle da aquisição de terras por estrangeiros. Art. 2º À Divisão de Organização, Controle e Manutenção de Cadastro Rural (DFC-1) compete: I - propor atos normativos para gerenciamento, organização, manutenção, controle e atualização dos cadastros que compõem o SNCR; II - executar as atividades necessárias à elaboração, aprovação, produção e distribuição dos documentos de coleta do SNCR; III - promover e acompanhar as atividades de atualização dos dados cadastrais dos imóveis oriundos dos projetos de assentamento, da regularização fundiária e da regularização de territórios quilombolas, no SNCR; IV - acompanhar e controlar a celebração de termos de cooperação técnica com as Prefeituras Municipais para implantação das Unidades Municipais de Cadastramento - UMC e sua integração ao SNCR, incluindo o CNIR; V - estabelecer critérios e normas para elaboração de convênios, contratos e ajustes para execução das atividades do SNCR e demais cadastros que compõem o SNCR; VI - propor programa nacional de treinamento e capacitação de servidores do INCRA e demais instituições usuárias do SNCR; VII - fornecer orientação e apoio às Superintendências Regionais e demais instituições usuárias do SNCR, dentro de sua área de competência e na execução das atividades de armazenamento, pesquisa, reprodução e recuperação das informações; VIII - articular-se com os demais órgãos da Autarquia visando à identificação da necessidade de dados cadastrais para fins de planejamento das respectivas ações; IX - administrar e controlar o lançamento, emissão, cobrança e arrecadação da taxa de serviços cadastrais; e X - outras atividades compatíveis com suas atribuições. Art. 3º À Divisão de Fiscalização e de Controle de Aquisições por Estrangeiros (DFC-2) compete: I - orientar, supervisionar e controlar as atividades de fiscalização de imóveis rurais com vistas ao combate da grilagem de terras; II - propor metodologia de elaboração, execução e controle da programação de fiscalização cadastral; III - propor a fixação de critérios, métodos, normas e instrumentos operacionais das atividades relacionadas com a fiscalização cadastral;

105

IV - orientar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento das programações de fiscalização; V - propor a fixação de critérios, métodos, normas e instrumentos operacionais das atividades relacionadas à fiscalização de imóveis rurais em conjunto com outras instituições; VI - orientar, supervisionar e controlar o arrendamento e a aquisição de imóveis rurais por estrangeiros residentes no país; VII - orientar, supervisionar e controlar as atividades relativas à verificação do cumprimento da função social da propriedade e de erradicação do trabalho escravo; e VIII - executar outras atividades compatíveis com suas competências. Art. 4º À Divisão de Organização, Controle e Manutenção do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (DFC-3) compete: I - propor atos normativos para gerenciamento, organização, manutenção, controle e atualização dos cadastros que compõem o CNIR; II - executar as atividades necessárias à elaboração, aprovação, produção e distribuição dos documentos de coleta do CNIR; III - promover e acompanhar as atividades de atualização dos dados cadastrais dos imóveis oriundos dos projetos de assentamento, da regularização fundiária e da regularização de territórios quilombolas, no CNIR; IV - estabelecer critérios e normas para elaboração de convênios, contratos e ajustes para execução das atividades do CNIR; VI - propor programa nacional de treinamento e capacitação de servidores do INCRA e demais instituições usuárias do CNIR; VII - fornecer orientação e apoio às Superintendências Regionais e demais instituições usuárias do CNIR, dentro de sua área de competência e na execução das atividades de armazenamento, pesquisa, reprodução e recuperação das informações; VII - estudar e propor, em conjunto com a área de cartografia, as especificações, normas e metodologia que permitam a integração dos dados cadastrais literais às informações gráficas; VIII - articular-se com os demais órgãos da Autarquia visando à identificação da necessidade de dados cadastrais para fins de planejamento das respectivas ações; e IX - outras atividades compatíveis com suas atribuições. Art. 5º À Divisão de Estudos e Estatísticas Cadastrais (DFC-4) compete: I - realizar as atividades de análise estatística e da elaboração do Plano Geral de Estatísticas Cadastrais do INCRA -PGE; II - propor a realização de pesquisas e levantamentos necessários ao conhecimento da realidade sócio-econômica-ambiental do meio rural; III - promover estudos com vistas a definir e fixar parâmetros para classificação fundiária dos imóveis rurais; IV - propor estudos com vistas a ajustar e fixar os Índices de Rendimento dos produtos vegetais, extrativos vegetais e florestais, bem como índice de lotação pecuária e zonas de pecuária para aferição da produtividade dos imóveis rurais;

106

V - propor estudos com vistas a definir a classificação e desmembramento de imóveis rurais, zonas típicas de módulo, tabelas de módulos e fração mínima de parcelamento; VI - propor estudos sobre a estrutura fundiária e sua evolução, para subsidiar o estabelecimento das prioridades regionais no contexto da obtenção de terras; e VII - outras atividades compatíveis com suas atribuições. Art. 6º À Divisão de Microfilmagem e Digitalização Cadastral (DFC-5) compete: I - promover estudos de viabilidade técnico-econômica para execução de projeto de microfilmagem de dados e informações cadastrais; II - definir metodologia e desenvolver as atividades necessárias à microfilmagem, armazenamento e recuperação de dados e de informações cadastrais; e III - outras atividades compatíveis com suas atribuições. Por sua vez, a proposta de rebatimento da Estrutura na Sede para as

Superintendências Regionais, apresentada na Figura 18, busca corrigir a distorção existente pela falta de rebatimento de setor específico de fiscalização cadastral, bem como contempla as atividades que serão agregadas pela implantação do CNIR.

A criação do CNIR exigirá intensa articulação interinstitucional no

gerenciamento conjunto com a RFB, bem como com os demais parceiros, instituições públicas produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro, além das atribuições atuais, inerentes à operacionalização do SNCR.

Figura 18 - Proposta de Organograma do Cadastro Rural para as

Superintendências Regionais do INCRA Fonte: INCRA/DFC

107

Assim ficariam as atribuições de cada setor da estrutura do Cadastro nas SRs, em artigos propostos para alteração regimental:

Art. 7º Ao Serviço de Cadastro Rural SNCR/CNIR SR(00)F1 compete: a) executar as atividades de manutenção e atualização dos registros cadastrais no SNCR e no CNIR, assegurando a inclusão dos imóveis oriundos dos projetos de assentamento, da regularização fundiária e da regularização de territórios quilombolas; b) analisar e verificar a consistência de atualizações cadastrais; c) avaliar e controlar a fidedignidade, qualidade e segurança dos arquivos cadastrais e disseminação de suas informações; d) acompanhar, analisar e aplicar a legislação cadastral, inclusive quanto à taxa de serviços cadastrais; e) propor e controlar a celebração de termos de cooperação técnica com as prefeituras municipais para implantação das Unidades Municipais de Cadastramento - UMC e sua integração ao SNCR e CNIR; f) propor programa regional de treinamento e capacitação das UMC; g) propor celebração de convênios, contratos, ajustes e termos de cooperação técnica para acesso e execução das atividades relativas ao SNCR, incluindo o CNIR; h) desenvolver as atividades necessárias à microfilmagem e recuperação de dados e informações cadastrais; i) manter registro e controle de máquinas e equipamentos de serviços de microfilmagem; j) executar outras atividades decorrentes e compatíveis com suas competências; Art. 8º Ao Serviço de Fiscalização Cadastral do SNCR/CNIR SR(00)F2 compete: a) desenvolver, avaliar e executar as atividades de fiscalização dos imóveis rurais com vistas ao combate da grilagem de terras; b) executar as atividades relacionadas à fiscalização de imóveis rurais em conjunto com outras instituições; c) executar as atividades de controle do arrendamento e da aquisição de imóveis rurais por estrangeiros residentes no país; d) executar as atividades relativas à verificação do cumprimento da função social da propriedade e de combate ao trabalho escravo; e e) executar outras atividades decorrentes e compatíveis com suas competências;

Ainda, visando o empoderamento e a garantia de atribuição de

responsabilidade de gestão, propõe-se a criação de função gratificada específica para os Chefes de Serviço de Atendimento ao SNCR/CNIR e da Fiscalização Cadastral do SNCR/CNIR.

A Tabela 7 traz o demonstrativo de Cargos em Comissão e de Funções

Gratificadas necessárias para se manter a Estrutura mínima proposta para o Cadastro Rural do INCRA, considerando as atividades do SNCR e do CNIR.

108

Tabela 7 – Demonstrativo de Cargos em Comissão e de Funções Gratificadas para o Cadastro Rural do INCRA, considerando as atividades do SNCR e do CNIR

Estrutura Classificação do Cargo em

Comissão Situação atual

(Decreto 6.812/2009) Proposta Acréscimo

INCRA Sede

DAS 101.4 - Coordenador-Geral 1 1 0

DAS 101.2 - Chefe de Divisão 2 5 3

DAS 102.1 - Assistente Técnico 2 6 4

Superintendências Regionais DAS 101.1 - Chefe de Serviço 11* 60 49

TOTAL 16 72 56

* Na estrutura atual (Decreto 6.812/2009) há apenas um DAS 101.1 para a Divisão de Ordenamento da Estrutura Fundiária, cabendo à chefia atribuir o mesmo, conforme oportunidade e conveniência de cada SR, para o Cadastro, a Cartografia, a Regularização Fundiária ou a Regularização de Territórios Quilombolas. Atualmente o Serviço de Cadastro conta com 11 funções da Divisão de Ordenamento e 4 de outros setores.

109

CAPÍTULO 14

AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A CONSOLIDAÇÃO DO CNIR 14.1 Proposta de Alteração da Legislação Cadastral Vigente

Os dispositivos que regulam o Cadastro Rural, da forma que se apresentam atualmente, estão pulverizados em legislação esparsa, o que, em análise inicial, prejudica o entendimento, gera controvérsias e propicia, de alguma maneira, o seu não cumprimento integral.

No âmbito do INCRA, cita-se a Lei 5.868/1972, que cria o SNCR em

seu Art. 1º, obriga o detentor a prestar a declaração para cadastro de imóvel rural nas hipóteses específicas do seu Art. 2º, e incumbe o INCRA de emitir o CCIR (Art. 3º).

Por sua vez, a Lei 4.947/1966 elenca, em seu Art. 22, as hipóteses em

que o CCIR deve ser utilizado. Por fim, conforme detalhado no item 14.1.1, a Taxa de Serviços

Cadastrais, que tem como fato gerador a utilização potencial do SNCR, é tratada em outros diplomas legais.

Desta forma, se faz necessário instituir, para o exercício de 2010,

Subgrupo específico que possa tratar da alteração da legislação cadastral vigente, por meio:

a) Do levantamento das leis que possuam aderência ao Cadastro Rural, tanto do

INCRA quanto da RFB;

b) Do estudo de incompatibilidades e omissões existentes nos referidos diplomas legais;

c) Da proposição de Lei de alteração que compile, o quanto for possível, os dispositivos legais referentes ao tema Cadastro Rural.

Por fim, o Subgrupo deverá avaliar quais as necessidades de alteração ou complementação do marco legal vigente para a efetiva implantação do CNIR, previsto para ocorrer no segundo semestre de 2011, conforme Cronograma entregue ao TCU (Anexo I).

Preliminarmente ao estudo proposto para ocorrer em 2010, são

apresentados, a seguir, elementos de alteração ou criação de dispositivos legais referentes à Taxa de Serviços Cadastrais e da Taxa de Serviços de Certificação de Imóveis Rurais. 14.1.1 Revisão da Taxa de Serviços Cadastrais

A Taxa de Serviços Cadastrais, instituída pelo Decreto Lei 57, de 18 de novembro de 1966, alterada pela Lei 5.868, de 12 de dezembro de 1972, tem como fato gerador a utilização efetiva ou potencial dos serviços de cadastro, prestados ou postos à disposição do proprietário ou possuidor do imóvel rural.

110

Está vinculada à manutenção do Sistema Nacional de Cadastro Rural,

embora a receita arrecadada não seja direcionada para conta própria, e sim para a conta Única da União, administrada pela Secretaria do Tesouro Nacional - STN.

O Art. 23 da Lei 8.847, de 28 de janeiro de 1994, abaixo apresentado,

transfere para o INCRA a administração e cobrança da Taxa de Serviços Cadastrais: “Art. 23. É transferida para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a administração e cobrança da Taxa de Serviços Cadastrais, de que trata o art. 5º do Decreto-Lei nº 57, de 18 de novembro de 1966, com as alterações do art. 2º da Lei nº 6.746, de 10 de dezembro de 1979, e do Decreto-Lei nº 1.989, de 28 de dezembro de 1982.” (grifo nosso) Parágrafo único. Compete ao Incra a apuração, inscrição e cobrança da Dívida Ativa, relativamente à Taxa de Serviços Cadastrais. A base de cálculo da Taxa de Serviços Cadastrais, da forma que

atualmente se apresenta, está descrita no Decreto-Lei 1.989, de 28 de dezembro de 1982, conforme segue:

“Art 2º - A Taxa de Serviços Cadastrais prevista no Art. 5º do Decreto-lei nº 57, de 18 de novembro de 1966, com a alteração do Art. 2º da Lei nº 6.746, de 10 de dezembro de 1979, será calculada obedecido o seguinte critério: a) quanto aos imóveis rurais com área até 20 ha (vinte hectares): à razão de 7% (sete por cento) do maior valor de referência (MVR), vigente ao início do exercício correspondente; b) quanto aos imóveis rurais com área acima de 20 ha (vinte hectares) e até 1.000 ha (mil hectares): ao cálculo procedido na forma da alínea " a ", acrescentar-se-ão 7% (sete por cento) do MVR, para cada 50 ha (cinqüenta hectares) ou fração excedentes; c) quanto aos imóveis rurais com área acima de 1.000 ha (mil hectares): ao cálculo procedido na forma da alínea " b ", acrescentar-se-ão 7% (sete por cento) do MVR, para cada 1.000 ha (mil hectares) ou fração excedentes.” Para a emissão do CCIR relativo aos exercícios de 2006, 2007, 2008 e

2009, o valor base da taxa de serviços cadastrais para os imóveis rurais com dimensão de até 20 ha, enquadrados na hipótese da alínea a do Art. 2º do Decreto-Lei 1.989/1982, para cada exercício será de aproximadamente R$ 1,40.

Por sua vez, no Contrato vigente de arrecadação da referida taxa,

Processo 54000.002827/2008-42, celebrado com a Caixa Econômica Federal, o custo da compensação bancária e repasse à conta única da União tem valor unitário de R$ 1,50.

Em lançamentos anteriores, pelo acúmulo da cobrança de mais de um

exercício no mesmo Certificado de Cadastro, a arrecadação apresentou-se superavitária, quando comparada ao custo operacional da compensação bancária. Como exemplo cita-se o CCIR emitido em 2005, que trouxe a cobrança da taxa para os exercícios de 2003, 2004, e 2005.

Porém, com o advento da emissão anual da taxa, viabilizado pela

utilização da internet, e considerando que atualmente, dos cerca de 5,3 milhões de imóveis rurais constantes da base do SNCR – 2.809.058 tem dimensão de até 20 ha, extração do SNCR, em 17/12/2009 – e que todos estes imóveis terão o CCIR

111

emitido, o déficit teórico anual da arrecadação para esta faixa de área poderá chegar a mais de R$ 280.905,80.

Para o lançamento ocorrido em 14 de dezembro de 2009, relativo aos

exercícios de 2006, 2007, 2008 e 2009, o problema acima apresentado ainda não ocorrerá.

No entanto, verifica-se a urgência de realização de estudo e proposta

de alteração da Lei, uma vez que, se houver lançamento em 2010, relativo a esse exercício separadamente, o déficit apontado incidirá sobre a arrecadação da Taxa, o que leva, inclusive, à necessidade de se verificar o aspecto legal da emissão, se a lei não for alterada a tempo.

Além dos motivos acima expostos, relativos ao valor cobrado e ao

custo operacional do lançamento versus o escalonamento de áreas, há ainda de se considerar outros aspectos na elaboração de proposta de alteração da Lei que trata da Taxa de Serviços Cadastrais. São eles:

a) Possibilidade de redução do valor da taxa para os imóveis que provarem o

cumprimento da legislação ambiental;

b) Possibilidade de redução do valor da taxa ou criação de escalonamento específico que beneficie o agricultor familiar;

c) Possibilidade de se agregar valor ao CCIR, pela disponibilização de informações

adicionais em seu corpo, a exemplo da planta do imóvel rural, quando este já tiver sido certificado pelo INCRA.

Sugere-se que o tema da revisão da Taxa de Serviços Cadastrais seja

aprofundado durante o exercício de 2010, pelo Subgrupo que tratará da proposta de alteração do marco legal, a fim de compatibilizar entendimentos, inclusive, com a proposta de criação de taxa específica para a prestação do Serviço de Certificação de Imóveis Rurais.

14.1.2 Criação da Taxa de Serviços de Certificação de Imóveis Rurais

Durante o segundo semestre de 2008 e primeiro semestre de 2009, o Tribunal de Contas da União – TCU, por meio da sua 5ª Secretaria Executiva, conduziu Auditoria Operacional que avaliou diversos setores do INCRA, Sede e determinadas Superintendências Regionais.

Nos achados da supracitada Auditoria, relacionados à Diretoria de

Ordenamento da Estrutura Fundiária, destaca-se o de número 20, que diz respeito à criação de Taxa de Serviços de Certificação de Imóveis Rurais.

“20. Avalie a possibilidade de instituir a cobrança de taxa para a Certificação de Imóveis Rurais em imóveis de particulares a que se refere o Decreto 4.449/2002, com a finalidade de melhor financiar a composição dos Comitês Regionais e Nacional de Certificação de Imóveis Rurais, bem como a disponibilização suficiente de espaço físico para a consecução das atividades das Divisões de Ordenamento da Estrutura Fundiária;”

A instituição deste tributo vinculado, cujo fato gerador é a prestação do

serviço de certificação, na visão daquele órgão de controle externo, serviria para

112

aumentar a qualidade dos serviços prestados pelos Comitês Regionais de Certificação, uma vez que o TCU constatou a existência de problemas tanto de natureza material, como falta de equipamentos e espaço físico incompatível, quanto de natureza operacional.

A certificação é um serviço prestado pelo INCRA aos proprietários de

imóveis rurais que desejam efetuar transações imobiliárias previstas no Art. 176 da Lei 6.015/1973, parágrafo 3º, alterado pela Lei 10.267/2001, observado o escalonamento previsto no Decreto 4.449/2002, alterado pelo Decreto 5.570/2005. Desta forma, e considerando o diagnóstico preliminar da situação dos Comitês Regionais de Certificação, conduzido pelo Tribunal de Contas da União, sugere-se:

a) Que o INCRA conduza estudo complementar ao do TCU, avaliando as

necessidades de melhoria dos Comitês Regionais de Certificação; e

b) Com base no referido estudo, que o Subgrupo que tratará das propostas de alteração do marco legal em 2010 avalie a viabilidade jurídica, a oportunidade e conveniência da instituição da Taxa de Serviços de Certificação de Imóveis Rurais.

A cobrança pela prestação de serviços e de informações na área de

cadastro, sobretudo com a interação dos seguimentos gráfico e literal, já é praticada em diversos países, conforme pode ser verificado no Relatório de uma das Reuniões do CNIR, Anexo XX, na palestra “O Cadastro 2014 e algumas tendências internacionais da Gestão Territorial”, proferida pelo Prof. Doutor Jurgen Philips, ideia corroborada pela Profa. Dra. Andrea Carneiro. 14.1.3 Mecanismos de coerção e sanção administrativa para atualização

periódica do Cadastro

O artigo 2º da Lei 5.868/1972 dispõe sobre a obrigatoriedade do detentor de imóvel rural, a qualquer título, prestar declaração de cadastro para atualização dos dados no SNCR, sempre que houver alteração nos imóveis rurais em relação à área e/ou à titularidade, bem como nos casos de preservação, conservação e proteção de recursos naturais.

Porém, hoje não existem mecanismos de coerção e sanção para os

detentores que descumprirem o referido dispositivo legal. Prova disso está no fato de que, dos cerca de 5,3 milhões de imóveis rurais existentes na base do SNCR, mais de 3,9 milhões (73,6% do total) não atualizam seu cadastro desde, pelo menos, outubro de 2002.

Como ato de cautela administrativa, ficou estabelecido que, para a

emissão do CCIR 2006-2007-2008-2009, deste universo de imóveis sem atualização desde 2002, aqueles com dimensão superior a 15 módulos fiscais não terão o Certificado emitido (mais de 90 mil imóveis), até que seja promovida a atualização cadastral.

A Lei 4.947/1966, em seu Art. 22, parágrafo 1º, impõe o Certificado de

Cadastro de Imóvel Rural – CCIR como documento indispensável para as transações imobiliárias nos Serviços de Registro de Imóveis. Por sua vez, o Art. 176 da Lei 6.015/1973, que trata do princípio da especialidade da matrícula, prevê, em

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seu item III, que a identificação do imóvel rural será feita a partir dos dados constantes do CCIR.

Porém, de acordo com constatações dos Serviços de Cadastro Rural

das Superintendências Regionais, em determinados pedidos de atualizações cadastrais, pode se perceber a desatualização do dado constante no CCIR em relação ao registro atual constante da matrícula apresentada, o que denota sucessivas transações sem exigência do Certificado atualizado.

Espera-se que, com a efetiva implantação do CNIR, haja mecanismos

de atualização periódica do SNCR, inclusive com dados fornecidos pelas instituições parceiras, o que manterá a mesma referência temporal de dados nos diversos cadastros temáticos oficiais, em que pese, ainda assim, não haver previsão legal de coerção e sanção administrativa.

Pelo exposto, sugere-se que o Subgrupo que tratar em 2010 da revisão

do marco legal, contemple a inserção da previsão de sansões aos detentores que não apresentarem a atualização dos dados do seu imóvel rural, quando da ocorrência de algum dos fatos elencados no Art. 2º da Lei 5.868/1972. 14.2 Recursos Humanos

Como visto no Capítulo 13, item 13.2, que trata do Diagnóstico da Força de Trabalho do Cadastro Rural, os quadros atuais da autarquia, lotados na Sede e nos Serviços de Cadastro Rural das 30 Superintendências Regionais do INCRA, estão muito defasados frente à demanda operacional do SNCR, considerando ainda o quantitativo de servidores com direito adquirido para se aposentar em 2010.

Desta forma, e considerando a nova carga de trabalho que se somará

com o advento do CNIR, para o sucesso de sua implantação, é fundamental o fortalecimento do quadro funcional, além da criação de estrutura mínima de gestão compatível às novas atribuições do Cadastro Rural, conforme proposta apresentada no item 13.4.

Em 2010, é necessário elaborar estudo da força de trabalho da

Coordenação-Geral de Cartografia do INCRA, para que se possa somar ao Diagnóstico do Cadastro Rural. A partir daí, será possível:

a) Contabilizar o total de recursos humanos, no âmbito do INCRA, aptos a

comporem a Rede Nacional de Atendimento CNIR; b) Propor capacitação adequada para reciclagem do corpo funcional existente.

Ressalte-se que, conforme Cronograma do Projeto (Anexo I), em 2010 o Plano de Capacitação será tratado pelo Subgrupo 7 (Anexo IX); e

c) Avaliar as capacidades do corpo funcional envolvido com a operacionalização do CNIR, a fim de se propor concurso para áreas específicas e fortalecimento do quadro, considerando o aspecto multifinalitário do referido Cadastro.

O mesmo estudo também deverá ser conduzido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, uma vez que a sua estrutura física e corpo funcional se somarão para o aumento da capilaridade da Rede Nacional de Atendimento CNIR.

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14.3 Atualização da Norma de Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Como já tratado no Capítulo 10, a inclusão da planta do imóvel rural na constituição do CNIR tem importância capital, na medida em que possibilita introduzir na atividade cadastral recursos poderosos do cadastro moderno, como a análise de vizinhança entre os polígonos contidos no banco de dados.

Ademais, a introdução do conceito de “parcela” no CNIR,

harmonizando as diversas definições para “imóvel rural”, adotadas pelas entidades potencialmente integrantes deste novo cadastro, tornou a apresentação da planta do imóvel rural uma condição quase que obrigatória para a sua inclusão na base de dados.

Desta forma, a proposta de alteração da Norma Técnica para

Georreferenciamento de Imóveis Rurais – NTGIR deverá assimilar e refletir, com clareza, o conceito da parcela territorial, para que os novos levantamentos sejam compatíveis e possam alimentar a base de dados do CNIR.

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CAPÍTULO 15

CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÕES E SUGESTÕES DE ENCAMINHAMENTO

O presente Relatório procurou abordar todos os eventos relacionados

com a retomada de ações para a estruturação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR, a partir das iniciativas do INCRA para a elaboração de um Projeto de Reforma Cadastral, com a realização de um Workshop em Florianópolis/SC, em dezembro/2007, a promoção de uma Mesa Redonda em Brasília/DF, em abril/2008.

Tais iniciativas culminaram com o restabelecimento da parceria

INCRA/Receita Federal do Brasil a partir de junho/2008, tendo como marco inicial a realização em Brasília/DF de uma reunião técnica ampliada, em agosto/2008, com a participação de gestores e técnicos das duas instituições, analistas do SERPRO e professores das Universidades Federais de Pernambuco, Bahia e Santa Catarina, renomados especialistas nas áreas de Cadastro e Georreferenciamento de Imóveis Rurais, e que passaram a integrar o grupo de discussão e elaboração do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR.

Os Capítulos deste Relatório trazem: os objetivos, a importância e os

benefícios do CNIR para a sociedade; a metodologia adotada na elaboração do Projeto; os princípios básicos que norteiam a sua implantação; os documentos (pautas e/ou relatórios) com registro de todas as reuniões técnicas e de gestão entre o INCRA e a RFB, de agosto/2008 a novembro/2009, com os seus destaques no Capítulo 7 e integralmente na forma de Anexos; e, ainda, os resultados dos trabalhos desenvolvidos pelos Subgrupos 3, 4, 5, 6 e 8, e as ações estratégicas necessárias à consolidação do Projeto.

Os referidos documentos, por si só, demonstram o estágio em que se

encontra o Projeto, os avanços significativos na sua elaboração, sobretudo em termos da concepção dos Modelos Conceitual e Lógico de Estruturação do CNIR; e ao mesmo tempo também revelam os entraves existentes, resultantes da necessidade de entendimentos sobre alguns temas, entre o INCRA e a RFB, ainda não pacificados.

Os trabalhos desenvolvidos pelos referidos Subgrupos encontram-se

em Capítulos específicos e tratam dos seguintes temas: Gerenciamento Conjunto do CNIR; Fluxo de Troca de informações INCRA/Cartórios; Automação do Serviço de Certificação de Imóveis Rurais; Conceito, Classificação e Tipificação da Parcela; Modelos Conceitual e Lógico integrantes do Projeto Lógico de Estruturação da Base de Dados do CNIR; e Projeto Lógico de Migração dos Dados do SNCR e CAFIR, para povoamento inicial do CNIR.

Podem-se destacar alguns pontos considerados relevantes na fase de

elaboração do Projeto, com envolvimento das duas instituições, INCRA e RFB, e a seguir descritos, para que se conclua sobre o estágio em que se encontra o Projeto, e em seguida sejam indicadas as sugestões de encaminhamentos para as etapas seguintes do Projeto de Estruturação do CNIR.

- Foi entregue ao Tribunal de Contas da União - TCU um Cronograma Detalhado

de Estruturação do CNIR, por ocasião de reunião entre auditores do Tribunal e a

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Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária do INCRA, em 23/03/2009. O referido cronograma foi previamente ajustado e aprovado em reunião INCRA/RFB de 19/03/2009, na sede da Coordenação-Geral de Gestão de Cadastros - COCAD/RFB (Anexo I – Cronograma do Projeto de Reforma do Cadastro Rural e de Estruturação do CNIR; e Anexo XVI – Relatório da Reunião de Gestão do CNIR - INCRA/RFB - 19 de março de 2009).

- Foram instalados dois Subgrupos de Trabalho (2 e 8) em caráter permanente na

sede do INCRA, a partir de 11 de maio de 2009, que deveria ter a participação de representantes do INCRA, RFB e SERPRO, conforme composição e funcionamento acordado nas reuniões de 19/03/2009 e 30/04/2009. No entanto, por razões de ordem institucional a participação da RFB não foi viabilizada, se limitando às reuniões ampliadas, onde os temas eram discutidos e submetidos à validação do Grupo, o que nem sempre ocorria, por parte da RFB, sobretudo pela sua não participação na concepção dos temas em discussão, no âmbito dos Subgrupos, mas também pela descontinuidade na participação dos técnicos das diferentes áreas da RFB nas reuniões ampliadas. Os referidos Subgrupos 2 e 8 foram responsáveis, respectivamente, pela Organização, Consolidação e Sistematização dos documentos que compõem o Projeto, bem como pela Concepção e Especificação dos sistemas constituídos pelos Projetos Lógicos de Estruturação do CNIR e de Migração dos Dados Cadastrais do INCRA e da RFB. (Anexo IX - Composição do Grupo/Subgrupos de Trabalho para Estruturação do CNIR; e Anexo XVII – Relatório da Reunião de Gestão do CNIR - RFB/INCRA - 30 de abril de 2009).

- O Projeto, no estágio em que se encontrava, foi discutido e apresentado em duas

reuniões, realizadas entre o INCRA e a Direção da RFB, nos dias 12/08/2009 e 25/08/2009, entre o INCRA e a Direção da RFB, sendo a primeira em 12/08/2009 representada pela Coordenação-Geral de Cooperação Fiscal e Integração - COCIF, através de Fátima Maria Gondim Bezerra Farias, Coordenadora-Geral, à época, e com a presença de Regina Maria Henriques, Coordenadora Substituta. Na segunda reunião em 25/08/2009, a COCIF/RFB foi representada por Regina Maria Henriques. As reuniões contaram, também, com a participação da Coordenação-Geral de Gestão de Cadastros - COCAD/RFB, através de André Salvi, além de representantes das Coordenações-Gerais de Fiscalização e de Tecnologia da Informação da RFB - COFIS e COTEC. O INCRA esteve representado pela Coordenadora-Geral de Cadastro Rural, Luciméri Selivon, acompanhada de outros gestores da sua Coordenação. Nas referidas reuniões, foram discutidas algumas pendências e, sobretudo, verificada a necessidade do engajamento da RFB, com maior profundidade no Grupo de discussão do Projeto, o que ainda não aconteceu em função da conjuntura institucional vivida no momento pela RFB, como afirmou André Salvi na reunião ampliada de 27 e 28/08/2009 (Anexo XX – Relatório da II Reunião de Nivelamento e de Acompanhamento e Validação dos Trabalhos dos Subgrupos do CNIR).

- No entendimento de André Salvi, conforme relato na última reunião técnica do

ano, de 24 a 26/11/2009, o Projeto de Estruturação do CNIR necessita de um processo de modelagem de negócio amplo, mesmo que a construção seja feita por etapas, no sentido de mapear os atores e os processos, de forma que se evidencie a participação do usuário e dos diferentes atores envolvidos. Entende também que não vê com muita clareza e segurança nos trabalhos, até o presente momento, a relação de integração gráfico/literal, afirmando que essa integração depende do INCRA, que detém a expertise, devendo, dessa forma, apresentar

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com clareza à RFB a possibilidade de atender essa meta. Ressalta, ainda, que até o processo de migração dos dados do CAFIR e SNCR para o CNIR é um ponto de interrogação, dependendo do modelo a ser concebido (Anexo XXIV – Relatório da Reunião de Trabalho do CNIR - INCRA/RFB - 24 a 26 de novembro de 2009).

- Luciméri Selivon, nessa mesma reunião, lembrou que estamos nessa parceria

com a RFB desde junho/2008 e sempre procurando dar resposta às questões colocadas, dentro do prazo compatível com o cronograma do Projeto, a exemplo dessa demanda da integração gráfico/literal, quando se recorreu a um especialista na matéria, Professor Clodoveu Davis (UFMG), e agregaram-se outros técnicos ao Subgrupo 8, das áreas de Cadastro, de Cartografia e de Tecnologia e Gestão da Informação, redundando na construção do Modelo Lógico apresentado e debatido nessa reunião. Entende que o passo seguinte é a execução do Projeto Físico, com a definição da tecnologia a ser empregada no desenvolvimento do sistema, quando as funcionalidades previstas no modelo terão uma maior visibilidade nessa fase do Projeto. Sobre a modelagem de negócio, disse que já foi iniciada, conforme também apresentado nessa reunião, em cima dos processos do SNCR/INCRA, mas precisa que se conheçam os processos do CAFIR/RFB, o que ainda não foi viabilizado pela RFB. A partir do Seminário Nacional de Estruturação do CNIR, previsto para abril/2010, com a participação das outras entidades parceiras, será possível a construção da modelagem de forma ampla, com todos os atores envolvidos.

Ademais, para atender aos princípios da legalidade, da publicidade e

da eficiência administrativa, mantendo os registros de todos os atos praticados e dando conhecimento aos dirigentes do INCRA e do MDA, foi instaurado no âmbito do INCRA, em 14 de julho de 2008, o Processo nº 54000.001862/2008-44, onde o presente Relatório será peça integrante. O referido Processo contém, em ordem cronológica, os relatórios das reuniões ocorridas desde a retomada do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR, acompanhado das listas de freqüência dos participantes das referidas reuniões. Acrescente-se, ainda, que cópia integral do referido Processo foi encaminhado à Coordenação-Geral de Cooperação Fiscal e Integração - COCIF/RFB, em 17 de setembro de 2009, por meio do Ofício nº 08/2009/DFC-INCRA (Anexo XV – Ofício nº 08/2009/DFC-INCRA – Encaminha à RFB cópia integral do Processo 54000.001862/2008-44).

Diante do exposto, em função da não pacificação de entendimentos

entre o INCRA e a RFB, sugerem-se os seguintes encaminhamentos necessários à continuidade do Projeto de Estruturação do CNIR:

- Retomada dos trabalhos, a partir de fevereiro de 2010, como sugerem André Salvi

e Luciméri Selivon, na reunião de 24 a 26/11/2009, enfocando os pontos determinantes para o desenvolvimento dos trabalhos e as questões pendentes, apontadas pela RFB, para as quais terão que ser adotadas providências específicas para a conclusão da fase de elaboração do Projeto, requisito necessário para dar início às fases seguintes de execução e de implementação.

- Edição de ato normativo conjunto, objetivando a constituição de Grupo de

Trabalho INCRA/RFB, com a definição de atribuições e responsabilidades no desenvolvimento do Projeto, de modo a fortalecer a parceria INCRA/RFB e consolidar a estruturação do CNIR, considerando que se trata de um Projeto longo, com implantação prevista para dezembro/2011, com possíveis mudanças

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de gestores nas duas instituições, sobretudo porque haverá mudança de Governo em janeiro/2011.

- Revisão no Cronograma de Implantação do Projeto, a partir da retomada dos

trabalhos em 2010, com uma avaliação dos prazos estabelecidos, de modo especial com relação ao desenvolvimento do projeto físico e a realização do Seminário Nacional de Estruturação do CNIR, previstos para fevereiro/2010 e abril/2010, respectivamente, eventos determinantes para as fases seguintes de execução e de implementação do Projeto. Entende-se que os referidos prazos devem ser revistos, considerando também os trâmites processuais para a licitação dos serviços relativos ao projeto físico do CNIR e o tempo necessário à preparação de um Seminário desse porte. Ressalte-se que, no caso de possíveis alterações no referido Cronograma entregue ao TCU em 23/03/2009, deve ser dada ciência ao Tribunal com as devidas justificativas apresentadas neste Relatório.

- Revisão na constituição e composição dos Subgrupos de Trabalho, fazendo uma

avaliação das tarefas a serem continuadas, considerando a disponibilidade dos seus integrantes (INCRA e RFB) e, ainda, identificando a necessidade de formação de novos Subgrupos para desenvolver as atividades das fases seguintes do Projeto, como por exemplo: elaboração de rotinas e atos normativos internos, no âmbito das duas instituições; alterações necessárias na legislação vigente apontadas neste Relatório; interação com as outras entidades parceiras, após o Seminário Nacional; e elaboração e execução do plano de capacitação dos atores envolvidos. Todas as ações são decorrentes das fases de execução e de implementação do CNIR.

Para finalizar, ressalte-se que os trabalhos, nessa fase de elaboração

do Projeto, foram desenvolvidos de acordo com a disponibilidade do corpo técnico das instituições envolvidas, com maior dedicação de servidores do INCRA, da Sede e das Superintendências Regionais, necessitando para sua continuidade nas etapas seguintes, nos anos de 2010 e 2011, do apoio efetivo da Direção do INCRA e da Receita Federal do Brasil, no sentido de prover os meios necessários, em termos de recursos humanos, de gestão e de tecnologia, de forma a garantir a implantação do Projeto de Reforma Cadastral e de Estruturação do CNIR.