Capítulo 10 - Escoamento de fluidos em leitos fixos e colunas recheadas.pdf

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    . .

    s co m en t o

    d e f lu id o s

    em lei to s f ix o s e c o l u n s

    recheadas

    10 1 Introdu~ao

    o

    leito fixo, ilustrado na Figura 10.1, e formado por uma coluna preenchida

    pela fase particulada que perrnanece irn6vel quando posta ern contato corn

    0

    escoa-

    mento de urna fase fiuida. E empregado como reator catalitico, reator enzimatico,

    reator nuclear, secador, combustor, gaseificador, adsorvedor, incinerador, extrator,

    entre outros tipos de contactores.

    Safda

    defluido

    Entrada

    de fluido

    Figura 1 1

    Representacao de um leito fixo,

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    238

    Operacocs unitarias e m sist e m as pa rtic ul ad os e flui d

    o

    rn e c. 3n l

    cO s

    10.2A

    frac;io

    de vazios

    {ClI

    porosidade do Ieito)

    Os fen6menos que, normalmente, OCOlTemem urn leito fixo se processam no

    interior de uma particula de porosidade,

    Ep,

    e diametro rnedio de partfcula

    d .

    .a

    , p,

    0

    sim como no interior do .proprio leito, de diarnetro

    D

    e comprimento

    H,

    confor

    r n e

    ilustra a Figura 10.2.

    q

    Interstfcios

    D

    Figura 1 2

    Represerrtacao das dimens6es caracteristicas de um leito fixo.

    Nas operacoes que utilizam leito fixo, como na adsorcao e secagem, urn fluido

    de trabalho (gas ou Iiquido) alimenta a coluna (au leito) com

    velocidade superfi-

    cial, q, a qual depende da vazao volumetrica do fluido,

    Q,

    e da area da secao trans-

    versal da coluna,

    Area,

    segundo

    Q

    q=--

    Area

    (10.1)

    sendo a area conhecida a partir da informacao sobre diametro D da coluna,

    / : r r D 2

    Area = -

    (10.2)

    4

    A velocidade do fluido no interior de uma coluna advern da Eq. (10.1), caso

    nao houvesse a presenca da fase particulada. Havendo essa fase,

    0

    fluido percolara

    tanto os poros das particulas quanta os intersticios entre elas, conforme ilustra a

    Figura 10.2. A velocidade do fluido, associada ao escoamento desse fluido entre as

    particulas, contidas em uma coluna,e denominada velocidade intersticial, obtida

    par meio de

    q

    u

    E

    (10.3)

    ------

    _--- .. -

    _____ ---1.

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    IC O S

    no

    :t s -

    ne

    o

    J

    1

    I

    10- Escoamento de fluidos em leitos fixos e colunas recheadas

    9

    sendo a fracao de vazios (alguns autores a denaminam porasidade

    obtida

    a

    semelhanca da Eq. (9.7), ou

    volume de vazios

    volume de vazios

    +

    volume ocupado por partfculas

    do

    leito),

    (10.4)

    ou, se conhecendo a massa total de particulas mp, de massa especifica Pp, que ocu-

    pa

    a

    volume

    V

    T

    no leito, e passivel obter a fracao de vazios segundo

    (10.5)

    'E~t;lripi(J

    10.1 .

    Procurou Be:canicte~~~\lln ieitofixo tr6nco-c6nico (Figura 1), de diametro de a~es-

    so do fluido de trabalho igual a 2,8 em; para utiliza-lo na secagem de graos de painco

    pp

    =

    1,09gicrn/). Para tanto, forarn realizados varies .ensaios de massa.de graos adi-

    cionada no leito, obtendo-se os respectivos valores da altura e do diarnetro superior

    do leito, comoaqueles apreseritados

    n a

    Tabela 1 deste exemplo-Obtenha 0 valor da

    fracao de vazios. . . ... . .

    Figura 1

    Representacao

    de

    uma colunatronco-conica.

    , - -: -~ - < -. ,

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    24

    Operacoes unitarias em sistemas particulados e fiuidornecanicos

    Soluctio

    No caso de uma coluna

    tronco-conica,

    como a ilustrada na Figura (1), 0 volume

    pre-

    enchido por partfculas ate a altura He:

    _ :n: H .) ,, )

    V

    T =12

    D; + DbDj + D;

    Da Eq. (10.5),

    (2)

    ou

    1

    V= rn

    T pO-e) P

    p

    (3)

    Ao se construir urn grafico na forma V

    T

    vs . rnp (Figura 2) obtern-se uma reta cujo

    valor da Inclinacao e e x : : : l/ppl - e . Como se conhece 0 valor de Pp ::: 1,09 g/crn'',

    calcula-ss 0 valor da fracao de vazios

    e).

    Tendo ern vista que

    D, :::

    2,8 ern, obtem-se

    os valores para

    0

    volume ocupado pelos graos de acordo corn cadamassa adicionacla

    no leito, conforme ilustra a Tabela 2.

    ,

    i

    1.800

    1.600

    1.400

    1.200

    M

    E 1.000

    ~

    ~

    800

    600

    400

    200

    a

    a

    rnp

    (g)

    Figura 2 Obtencao da fracao de vazios.

    Tabela 2

    Obtencao do volume preenchido de painco a partir da geometria do leito

    mpCg)

    H (ern)

    Db cm)

    .D

    i

    (ern).

    V

    T

    (em)

    153,4

    6,4

    10,0

    2,8

    227,60

    296,7

    8,5

    13,4

    2,8

    500,51

    446,4 9,7 14,6 2,8

    665,03

    1.164,8

    13,8

    19,7

    2,8

    1.629,71

    --

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    10- Escoamento de fluidos em leitos fixos e colunas recheadas

    241

    A Figura 2 apresenta a reta Vrvs .mp, com 0 coeficiente de determinacao r

    2

    = 0,995,

    segundo

    Vr = 1,4263 x mp

    (4)

    Dessa maneira

    1

    a =

    1 4263

    = - --

    , p

    p

    l-)

    (5)

    Como Pp = 1,09 g/cm, tem-se em (5),

    1 - e = 0,643

    (6)

    no que resulta

    e

    = 0,357

    (7)

    A fracao de vazios pode ser determinada com

    0

    auxilio de urn sistema simples

    como

    0

    representado pela Eq. (10.5), sendo necessaries, por outro lado, metodos

    mais complexos, como a picnometria a vacuo, nas medidas envolvendo meios con-

    solidados que apresentam porosidade reduzida.

    Dentre as tecnicas experimentais utilizadas para determinar a fracao de vazios,

    principalmente em colunas pequenas D - 3 em) e utilizadas na determinacao de

    parametros termodinamicos e de transferencia de massa, encontra-se a tecnica dos

    momentos da curva cromatografica. Essa tecnica consiste em analisar a resposta

    de urn cromatograma decorrente de urn pulso de concentracao de soluto dado na

    entrada do leito (Figura 10.3). Analisando-se

    0

    primeiro momento da curva cro-

    matografica obtida (Figura 10.4) e possfvel estimar 0 valor da fracao de vazios da

    coluna par meio de

    (10.6)

    sendo E p a porosidade da particula; H, a altura na coluna em que as partfculas estao

    contidas; tR refere-se ao tempo de residencia (ou de transito) para que

    0

    soluto

    injetado percorra a coluna.

    E

    importante ressaltar que esse soluto nao deve apresentar afinidade com as

    I

    particulas (adsorvente), em outras palavras nao deve ser adsorvido. A Eq. (10.7)

    tambern pode ser aplicada para a determinacao da porosidade da partfcula, desde

    l L :

    ue

    0

    soluto escolhido penet~e nos poros do adsorvente e nao apresente afinidade

    com ele.

    ~- = -.. . . . . . : - -

    __ ___ _ _ __

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    242

    - , - , '

    Operacoes unitarias em sistemas particulados e fluidomecan; I

    ( OSi

    1

    \

    1

    I

    1

    Loop

    Solvente

    S'

    [~ l

    ste m a

    de deteccao

    Figura 1 3

    Representacao de um sistema para a obtencao de fracao de vazios por meio

    do metodo do pulso cromatogrilfico.

    o~- - ~~- - ~~~- - - - ~- - ~- - - - ~~~- - ~

    tR

    15 20 2

    Tempo (mfn)

    Figura 1 4

    Representacao de um pulso cromatogrilfico.

    I

    1,2

    ;1

    1,0

    0,8

    x

    'ro

    E

    0,6

    ~

    U

    0,4

    0,2

    40

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    I

    ~ ~

    ---~

    . .

    10 - Escoamento de fluidos em leitos fixos e colunas recheadas

    243

    Exemplo1 2

    Com a intencao de estudar a separacao do Taxol (nome comercialdo Paclitaxel, urn

    potente agents anticancerigeno) de outras especies quimicas via adsorcao, utilizou-

    -se uma coluna com 12,5 cm de comprimento efetivo e 1,5 cm de diametro, ernpa-

    cotada com adsorventes de diametw-medio de particula igual a300 {Lm.Antes de

    avaliar a separacao propriamente dita, urge

    0

    conhecim-ento dos valores de fracoes

    de vazio (porosidade do

    leito),

    assim como

    da

    porosidade do adsorvente. Para tan-

    to, utilizou-se a tecnica do pulso cromatografico (ilustrada na Figura 10.3). Para a

    obtencao da porosidade da coluna lancou-se rnao de uma solucao alco6lica (etanol)

    diluida de azul de dextrana, a qual, por apresentar diametrodemolecula superior

    ao diametro dos poros das particulas, apenaspercolara atraves dos interstfcios entre

    as particulas, nao penetrando em seus poros. Ja para a deterrrunacaoda porosidade

    da particula,

    Ep,

    utilizou-se uma solucao alcoolica diluida de umacertaespecie qui-

    mica, a qual percola os intersticios entre as particulas, assim como.ern'seus poros.E

    importante salientar que ambas as especies quimicas nao apresentam afihidad~cbrn,

    o adsorvente. Foram realizados, para cada caso, quatro ensaiosexperimentais'tde,

    pulsos crornatograncos, utilizando-se as vazoes das solucces a20

    o P =

    790 kg/m~; .'

    v

    =

    1,51 x 10-

    6

    m%); conforrne apresentaa Tabela l. Para cada caso, foram obtidos

    os tempos de retencao, cujos resultados tambem estao apresentados nesta tabela ...

    Azul de dextrana

    . 8,5

    17,0

    5,5

    11;0

    4,0.

    80

    3,0

    6,5

    specie quimica A

    Solu~ao

    'Irata-se da aplicacao da equacao

    H q

    tR E

    +

    (l :...r ,

    . .

    que e. valicla /para .especies que n~o .apr~sent~rn'afinid~dedo~/b~dsorv~h{e;

    Eq. (1) e utilizada para a obtencao dovalor da p;rosidadedaparticula,. ;';, uti-',

    lizando-se, por exemplo, a especie quimica A, referida na TabelaLPara quese

    obtenha

    0

    valor de sse parametro, torna-se riecessario 'conhecerovalor dafracao

    de vazios do leitofixo, E, 0 qual ~ obtidoao se utiIizar 0 azul de dextrana e, por-

    tanto, a Eq.

    (1)

    retomada segundo

    H

    q

    =

    (2)

    Assim, ao seconstruir urn grafico na forma

    HltR

    vs.

    q,

    obtem-se 0 vaior de

    e,

    a par-

    tir da Eq. (2),:por meio da inclinacao dareta e x = lie. Construindo-se outro grafico .

    nessa mesma forma,

    e

    possivel obter

    0

    valor d eEp, por meio da Eq. (1), decorrente

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    244

    Operac;6es unitarias em sistemas particulados e fluidornecanicos

    da inclinacao a = I /[

    f. +

    (1 - /;)

    f.pJ.

    Na intencao de se obter os valores da velociclade

    superficial, q, esta esta associada a vazao por

    Q

    T=rr=:

    Area

    0

    na qual

    , ;rIY

    Area

    4

    (4)

    Tendo em vista que

    D

    = 1,5 cm, resulta da Eq. (4)

    , ;r(1 5)2 3

    Ama

    = ' =

    1

    767

    ern '

    4

    (5)

    Por via de consequencia,

    0

    valor da velocidade superficial e obtido substituinclo

    (5) em (3)

    Q

    q

    = 1,767 (6)

    Dessa maneira, A Tabela (1) e reescrita, em termos de

    H ltR

    (paraH = 12,5 ern) e da

    velocidade superficial, na Tabela (2).

    Tabela 2 Ensaios de pulso cromatografico

    ; . q .

    (ern/ruin)

    . 0,5659.

    '.; :..;

    0;8488 1,1318 1,4147

    Azul de dextrana

    H ltR

    (em/ruin):

    1,4706 2,2727 3,1250

    4,1667

    Especie quimica A H ltR (cm/min)

    0,7353 1,1364 1,5625 1,9231

    A Figura 1 apresenta os graficos de

    HITR

    vs . q. Verifica-se, quando da utilizacao do

    azul de dextrana, que a reta obtida e expressa por

    H

    - =

    28204

    q

    t

    R

    (7)

    com

    0

    coeficiente de determinacao

    r2 =

    0,994. Para a utilizacao da especie qufmica

    A, a reta obtida e da forma

    H

    - =13578

    q

    t

    R

    (8)

    com

    0

    coeficiente de determinacao r2 = 0,99.9.

    Da Eq. (7) ,em conjunto com a Eq. (2), verifica-se que

    0

    coeficiente angular da reta e

    a

    =2 8204 = .

    , [;

    (9)

    de onde resulta

    e

    = 0,355

    (10)

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    . .

    cos

    - ;; .

    s-

    ,~ 0

    [

    i-

    ~,

    ~?~

    ~ 7;

    ~; J

    10- Escoamento de fluidos em leitos fixes e colunas recheadas

    245

    45-.--------------------------,

    4,0

    Azul de dextrana

    o Especie

    qufmica A

    3,5

    ~3,0

    Vl

    75 mm, os quais sao empilhados sempre na

    vertical, possibilitando maior rendirnento de separacao e menor perda de carga.

    I

    I

    iL ~

    253

    .< ,

    I

    I

    i l

    . I

    I

    I

    I

    I

    ~ I

    j

    i .

    ~~~.

    -. .

    -------~-

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    254

    Operacoes unitarias em sistemas particuiados e fiuidomecanieos

    Tabela

    10.1 Caracteristicas de recheios randomicos ceramicos

    ~. dS :d i~7~O~ff>

    Aneis de

    Massa especffica (kg/rrr')

    Raschig

    as: area superficial (rn

    2

    /rn

    3

    )

    400 328

    262 190

    115 92

    Selas de Massa especffica

    (kg/rrr')

    865 769 721 609 641

    Berl

    as: area superficial (rn

    2

    /rn

    3

    )

    465

    270

    250 144 105

    62

    Baseada em Caldas e Lacerda (1988).

    1 6 1

    Balance macroscopico

    de materia em uma coluna

    recheada

    ,

    .

    Para projetar ou dimensionar urn equipamento destinado

    a

    operacao de trans-

    ferencia de massa envolvendo escoamento multifasico, sao necessarias informacoes

    sobre termodinamica (equilfbrio de fases/solubilidade) e de transferencia de massa.

    Alem desses, torna-se importante

    0

    conhecimento das condicoes de operacao do

    equipamento, como retencao de liquido, queda de pressao etc. Para que ocorra se-

    paracao deve haver

    0

    contato entre as correntes macroscopicas com concentracoes

    distintas de soluto nas fases que comp6em

    0

    sistema. Nesse contato, alern da trans-

    ferencia de massa, pode haver troca termica. As informacoes rnacroscopicas sobre

    tais fen6menos advem dos balances rnacroscopicos de materia e de energia. Como se

    esta, no presente capitulo, interessado nas informacoes fluidodinamicas de colunas

    de recheio, e em contato continuo, limitar-se-a ao balance macroscopico de materia,

    em contracorrente, que, considerando a Figura 10.10, para

    0

    contato contracorrente

    entre as fases, sera (CREMASCO, 1998):

    (mols de A que entram na coluna) =

    =

    (mols de A que saem da coluna)

    1

    (10.33)

    . .

    , j

    t

    I i

    I :

    Lil. _

    Figura 10._1_0_c_o_nt~~c~nt~aco=en._t_e_. ------'~_: _

    10 - Ese

    .

    j

    A

    I

    o cont

    t

    balanc

    .

    essas f

    1

    I

    I

    t

    em qUI

    i

    pectiv:

    f

    f

    fases 1 1

    I

    o subs

    Er

    tura d:

    pode E

    fluxos

    Os flu

    binari:

    mento

    .como I

    I

    Para

    I

    I

    sendo

    Para

    Para

    I

    por cc

    Para

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    10- Escoamento de fluidos em leitos fixos e colunas recheadas

    255

    A Figura 10.10 ilustra uma operacao de transferencia de massa envolvendo

    o cantata contracorrente entre duas correntes relacionadas as fases

    GeL.

    0

    balanr;o macroscopico de materia envolvendo a fiuxo molar volumetrico entre

    essas fases e

    (10.34)

    em que GeL referem-se ao fiuxo volumetric a molar das fases leve e pesada, res-

    pectivamente; enquanta YA e XA dizem respeito a fracoes molares do soluto

    A

    nas

    fases leve e pesada, respectivamente; a subscrito 1 indica a base da torre, enquanto

    o subscrito 2, a topo.

    Em virtude de as fiuxos do soluto nas correntes

    GeL

    variarem ao longo da al-

    tura da coluna, par causa do seu transporte de uma corrente a outra, a Eq. (10.34)

    pode ser expressa em termos dos fiuxos dos inertes, as quais sao baseados nos

    fiuxos de materia das especies que nao participam da transferencia de. massa.

    Os fluxos de inertes permanecem inalterados; au seja, ao se considerar mistura

    binaria em ambas as fases, a fiuxo do soluto A na corrente Gena base do equipa-

    menta (plano 1 na Figura 10.10) e G1Y A l enquanto a de inertes sera G1D - YA) e,

    como este e constante em qualquer plano da torre, tem-se

    Para a corrente G

    sendo G

    s

    a fiuxo volumetric a do inerte presente na corrente G (fase leve).

    Para a corrente L

    (10.35)

    (10.36)

    L,

    e a fiuxo volumetric a do inerte na corrente

    L

    (fase pesada). A fracao molar ab-

    soluta do soluto e definida como:

    Para a corrente

    G

    mols

    deA

    em G

    mols deB em G

    y

    =

    mols

    deA

    emG

    A mols de

    C;semA

    mols

    deA

    mols deB

    por conseguinte

    Para a corrente L, de forma analoga a corrente G, tem-se

    X

    A

    X =-

    A 1-x

    A

    (10.37)

    (10.38)

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    -

    ------~-

    256

    ,

    Operac;6es unitarias em sistemas particulados e fluidomec.

    3

    l1 i c o s I

    Ao substituir as Eqs. (10.35), (10.36), (10.37) e (10.38) na Eq. (10.34), resulta

    Ls =

    ~l - ~2

    G

    s

    X

    A j

    -

    X

    A2

    (10.39)

    A Eq. (10.39) e a expressao geral que des creve a relacao entre as fra

  • 8/10/2019 Captulo 10 - Escoamento de fluidos em leitos fixos e colunas recheadas.pdf

    21/28

    cos

    -r -

    It a

    9)

    ~s

    la

    i

    )

    o

    S

    10- Escoamento de fluidos em leitos fixes e colunas recheadas

    257

    lembrando que

    q

    e a velocidade superficial do gas. 0 fiuxo massico relaciona-se

    com

    0

    fiuxo molar na forma

    G' = GMG (10-43)

    sendo MG a massa molar do gas, 0 parametro F refere-se a um fator de empacota-

    rnento, que e proporcional a area especifica superficial do recheio,

    0

    qual, sendo

    uma particula esferica, e

    F = 6(1-

    )

    d

    p

    (10-44)

    a constante I', presente na Eq, (10-41), para recheios randomicos, esta associada,

    alem da permeabilidade, com as propriedades do fiuido (viscosidade dinarnica e

    massa especifica). A Tabela 10,2 apresenta valores para

    0

    fator de empacotamento

    F (valores adimensionais) para diversos tipos de recheio.

    Sup er in talo x

    Cerfunica

    3

    Sup er in talo x

    Phistico 3 3 2 1

    1 6

    Anei s de Pa ll P las ti co

    9 7

    5 2 4 2 4

    1 6

    Anei s de Pal l

    M etal

    7 4 8

    3 3 2

    1 6

    In ta lo x Cer fun ica

    7 2 5

    3 3

    2 1 4 5 9 2 5 2 4 2 2

    ,:-

    Aneis de Raschig

    Cerarruca

    l 6 l

    5 8 38

    2 2 5

    1 5 5 1 2 5

    9 5 6 5

    3 7

    t:--:

    A neis de Rasch ig

    M etal 1 /32 )

    7 3 9 3

    1 7

    1 5 5 1 1 5

    l:''

    ff: :

    Aneis de Raschi g

    M et al

    4 1 2 9 2 2 1 3 7

    1 1 8 3 5 7 3 2

    Selas de Ber l Ceramic a

    9

    2 4 1 7

    1 1 6 5 4 5

    ~

    Quando se escoa apenas gas atraves da coluna, ou seja

    L =

    0 (ern que

    L

    re-

    presenta

    0

    fiuxo massico de llquido, definido de forma semelhante

    a

    Eq. 10-41), a

    queda de pressao

    e

    proporcional ao fiuxo massico de gas na forma

    flP 2

    (10-45)-o::G

    H

    cuja proporcionalidade esta representada pela linha A da Figura 10.11. Por outro

    lado, na existencia do escoamento descendente da fase liquida, a queda de pressao

    ,

    - - .--~~

  • 8/10/2019 Captulo 10 - Escoamento de fluidos em leitos fixos e colunas recheadas.pdf

    22/28

    258

    Operac;6es unitarias em sistemas particulados e fluidomecanicos

    nao

    e

    significativamente afetada para baixos e medics valores de fiuxo massico

    de gas, porem acarreta maior perda (de carga) em razao da diminuicao da frac;ao

    de vazios da torre, tendo em vista a ocupacao desses vazios por parte do liquido

    resultando em uma linha paralela, conforme ilustra 0 segrnento B da reta B n~

    Figura 10.11. A linha C, nessa figura, indica que houve aumento do fiuxo massico

    de liquido

    L

    2

    >

    L1 ).

    Coluna seca

    L 2

    }/ -- =;'125

    mmH

    2

    0/m (10)

    f H /

    I;

    ~om0H

    =

    3,0 m, a queda de pressao sera

    I

    I

    I \,,- -AP

    =

    (3,0)(125)

    =

    375 mmH

    2

    0

    =

    37,5 cm H

    2

    0 (11)

    _

    :anicos .

    Ua

    d e

    )1,

    f

    t

    I

    .

    t

    t

    I

    I

    i

    I

    . .

    10- Escoamento de fluidos em leitos fixos e colunas recheadas

    261

    Tendo em vista de que se trata de mistura diluida, 0 valor do ftuxo massico da mistu-

    ra gasosa

    M o

    =

    lVl0

    2

    = 31,999 kglkgmol, de onde resulta em (3)

    G = (3,5 x 10-

    2

    )(31,999) = 1,12 kg/(m

    2

    . s)

    (4)

    o

    fluxo molar

    da

    fase

    liquida e

    0,67 kgmol/trn'' .

    s).

    Da mesma maneira

    da

    corrente

    gasosa

    L' = LlVh

    (5)

    Visto ser solucao diluida,

    lVh

    =

    M

    H20

    = 18,015 kg/kgmol, Desse modo,

    L = (0,67)(18,015) = 12,07 kg/(m

    2

    .

    s)

    (6)

    Como se trata de mistura e de solucao diluida, as mass as especificas SaG iguais a

    Pc = P0

    2

    = 1,275 x 10

    3

    g/rh

    3

    = 1,275 kg/m'' e PL = PH

    2

    0 = 0,99695 g/m'' = 996,95 kg/ern.

    Substituindo-se

    esses valores e os resultados

    (4)

    e

    (6)

    na

    Eq. (1)

    x = L ( P O ) 1 / 2

    G'

    PL

    (7)

    12,07 ( 1,275 ) 1 1 2 = 0385

    1,12 996,95

    Para 0 calculo da.ordenada, Eq. (2), e necessario 0 conhecimento do valor da vis-

    cosidade cinematicaem cSt. Foram fornecidos os valores de PL

    =

    996,95

    kg/m

    e

    ,u

    = 0,90 cP = 9,0 x 10-4

    kg/(m .

    s). Dessa maneira,

    v = f L =

    9,0

    x

    10-

    4

    =

    9 028

    x

    10-

    7

    m2 Is =

    09028 cSt

    P

    996,95' ,

    (8)

    Alem

    desse valor, conhecern-se os valores de PL

    =

    996,95 g/rrr', Pc

    =

    1,275 g/m

    3

    e

    G' = 1,12 kg/(m

    2

    . s). 0 fator F advem da Tabela 10,2 para recheios do tipo aneis

    ceramicos de Raschig de 1

    1

    /

    2

    . A partir dessa informacao, verifica-se em tal tabela

    que F

    =

    95. Substituindo esse valor em conjunto com aqueles apresentados neste

    paragrafo na Eq. (2), tem-se:

    ,

    _ .. . . . .. . . . . . . -- t . ~

    --~

    ~

    --

    --~-~---

    - - - -

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    26/28

    [

    I

    I

    1

    I;

    I

    ,

    . :t

    262

    Operacoes unitarias em sistemas particulados e fluidomec.

    3

    nicos

    10

    6

    I

    1:-

    r - . . . .

    '-. (

    I

    fll,

    P a ra rn e tr o: qu e d a de

    b,..':'

    ~

    ~

    ~

    / - ? < : - n

    pr essa o e m m m a qu a /rn

    d e re ch ei o

    ~ \-....

    83

    ~

    ~

    c; .

    I

    ___,1______

    ~

    . . . . _

    ~

    0

    . . . . . . . .

    ~

    TV

    ~:

    ~

    L.

    I

    II

    . . . . . . .:

    r t o ~

    - ,

    p . . . .

    ' - -

    . . . .

    ~ ~

    ~I\

    ~

    I

    1

    4

    0,2

    0,1

    0,06

    0,04

    0,Q2

    I

    ,I'

    '

    0,01

    0,01 0,02 0,04 0,06 0,1 0,2 0,4 0,6 1

    L

    ( P G ) 1 2

    G

    Fig-ral Obtencao da queda pressa pela altura efetiva da coluna.

    4 6 10

    1 7 Bibliografia consultada

    CALDAS,, N.; LACERDA,A T.

    Torres recheadas.

    Rio de Janeiro: J. R. Editora Tecni-

    ca,1988.

    CREMASCO,M. A Fundamentos de transferencia de masse: Campinas: Editora da

    Universidade Estadual de Campinas, 1998,

    CREMASCO,.

    A;

    HRITZKo,B. J.; WANG,N.-H. L. Determinacao da porosidade do leito,

    coeficientes de particao e parametres de transferencia de massa utilizando a tee -

    nica de analise das respostas de pulsos crornatograficos.

    Anais do XIII Congresso

    Brasileiro de Engenharia Quimica, CD ROM, Aguas de Sao Pedro, 2000.

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    diferentes meios porosos.

    Anais do VII Encontro sobre Escoamento em Meios

    Porosos -Enemp,

    v.

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    ERGUN,S. Fluid flow through packed columns. Chem. Engng. Prog., v. 48, n. 2,

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    __ ,,_~_~_IE5I= _

  • 8/10/2019 Captulo 10 - Escoamento de fluidos em leitos fixos e colunas recheadas.pdf

    27/28

    ~ f ~ 1 - ~

    -- : ~ :

    _ ~c

    t

    l

    1

    r

    t

    Area

    b

    D

    d

    p

    g

    g

    G

    G'

    H

    k

    L

    L

    m

    m

    p

    p

    q

    Q

    Rh

    Sv

    t R

    _

    ---

    --------~

    10- Escoamento de fluidos em leitos fixos e colunas recheadas

    263

    KONUK,A. A.; SKODA,S. Medidas de permeabilidade de fibras

    cerarnicas.

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    MASSARANI,.

    Fluidodiruimica

    em sistemas

    particulados.

    Rio de Janeiro: Eelitora

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    de porosidade elevaela.

    Anais

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    rosos -Enemp, p. 653, Aracaju, 1987.

    MOREIRA,E. A; COURY,. R.; INNOCENTINI,. D. M. Estimativa da porosidade efetiva

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    mica, CD ROM, Natal, 2002.

    TANNOUS,K.; ROCHA,S. C. Capitulo III - Escoamento ern meios porosos. Disponi-

    vel ern: . Acesso em: 08 abr. 2011.

    1 8 Nomenclatura

    area da secaotransversal da coluna

    [L

    2

    ]

    vet or intensidade de forca de campo

    [ML.r-

    2

    ]

    diametro da coluna [

    L]

    diametro rnedio da partfcula (ou de aglomerado)

    [L ]

    aceleracao gravitacional; constante gravitacional.. [L.r-

    2

    ]

    fcrca gravitacional [L

    r-2]

    fiuxo volumetrico molar da fase gasosa [molL

    -2.r-1]

    fiuxo volumetrico massico da fase gasosa [ML

    -2. r-1]

    altura efetiva da coluna

    [L]

    permeabilidade

    [L 2 ]

    fiuxo volurnetrico molar da fase lfquida [molL

    -2.r-1]

    fiuxo volumetrico massico da fase lfquida [ML -2. r-1]

    forca resistiva

    [ML -2.r-

    2

    ]

    I

    forca resistiva (vetor) [ML-

    2

    .r-

    2

    ]

    pressao exercida na fase fiuida

    [ML

    -1.

    r-2]

    pressao piezometrica

    [ML -1. r-2]

    velocidade superficial do fiuido

    [L-r-1]

    vazao volumetrica do fiuido

    [L

    3

    .r-

    1

    ]

    raio hidraulico [L]

    superffcie especifica volumetric a do meio poroso [L

    2

    L -3]

    tempo de residencia

    [7 1

  • 8/10/2019 Captulo 10 - Escoamento de fluidos em leitos fixos e colunas recheadas.pdf

    28/28

    . .

    264

    Operac;:6esurutarias em sistemas particulados e fluidomecanicos

    ...~

    1

    i

    I

    i

    u.

    vetor velocidade intersticial do fluido [L1

    1

    J

    vetor velocidade do ftuido

    [LT~lJ

    vetor velocidade relativa '''' [L

    r-

    1

    J

    volume total da coluna ''''''''''''''''''''''' [L

    3

    J

    fracao molar do soluto Ana fase gasosa adimensional

    fracao molar absoluta do soluto Ana fase gasosa adimensional

    fracao molar do soluto Ana fase liquida adimensional

    fracao molar absoluta do soluto A na fase liquida adimensional

    distancia [LJ

    u

    U

    V

    z

    etras gregas

    E

    fracao de vazios (porosidade do leito, da coluna) adimensional

    E p

    porosidade da particula adimensional

    1 >

    esfericidade da particula adimensional

    f . 1 viscosidade dinamica _

    [ML

    -1

    -

    1

    J

    Pp

    massa especifica da particula

    [ML - : 3 J

    p massa especifica da fase fiuida

    (ML - 3 J

    L

    tensor tensao extra exercido na fase fiuida

    [ML -1.

    r-

    2

    J

    ubscritos

    G g a s

    L

    liquido

    p

    particula

    il