Capítulo 3 – Apoio 2

BRASIL COLÔNIA: AS INVASÕES HOLANDESAS

Objetivo

Principal:

Estudar as

Invasões

Holandesas no

Nordeste,

Dentro do

Contexto da

Disputa entre s

Potências

Europeias do

Séc. XVII.

Objetivo

Secundário:

Verificar a

Disputa entre

Grandes

Potências

Europeias pela

Hegemonia

Comercial e

Marítima.

Prof. Kadú Costa Pinto

http://zepauloblog.blogspot.com/

IMPORTÂNCIA DAS INVASÕES HOLANDESAS

- Ocuparam as Terras Brasileiras por Mais de 20 Anos;

- Grande Número de Tropas Envolvidas;

- As Consequências das Invasões.

CAUSAS DAS INVASÕES

- Queda de Portugal sob o Domínio da Espanha (União

Ibérica);

- Processo de Independência Política da Holanda

(Antiga Possessão Espanhola)

O PROCESSO DO DOMÍNIO ESPANHOL

1°) 1578 – D. Sebastião morre na Batalha de Alcácer-

Quibir (Marrocos – África) sem herdeiros diretos;

2°) Assume o Poder Cardeal D. Henrique – Seu Tio e Já

Idoso (Governou Apenas Dois Anos e Faleceu em

1580);

3°) Felipe II (Rei da Espanha) – Neto de D. João III e

Parente Pelo Lado Materno de D. Manoel de Portugal

declarou-se herdeiro do trono luso;

4°) Felipe Acaba por Invadir o País após candidatura e

pressões: Ameaças Diplomáticas; Ameaças Militares e

Pagamento em Ouro;

5°) Portugal foi dominado pela Espanha, só

recuperando a Independência por Meio de Uma

Revolução em 1640.

CONSEQUÊNCIAS DA DOMINAÇÃO ESPANHOLA

Para a Colônia:

Consequências Diretas:

1) Principais Cargos Político-Administrativos da

colônia continuaram ocupados por

portugueses;

2) Foram mantidas s linhas gerais da

administração;

3) Sensível Expansão Territorial em

Direção ao Interior (Não foi Orientação do

Governo Espanhol / Circunstâncias

Naturais da Época);

Consequências Indiretas:

* Muitos Inimigos Europeus da Espanha

Começaram a Atacar o Brasil (Destaque

para os Holandeses)

INDEPENDÊNCIA HOLANDESA:

Na Segunda Metade do Século XVI, a Província dos Países

Baixos – atuais Holanda e Bélgica – Pertencia à Espanha.

* 1572 – A Província se Revoltou contra a dominação

espanhola e, em 1581, a atual Holanda proclamou-se

independente sob o nome de República das Províncias

Unidas.

* A guerra entre Holanda e Espanha duraria até 1648,

quando Madri reconheceu a independência da República.

Obs.: Espanha não gostou de perder a Holanda

principalmente devido ao crescimento da província no

início do século XVII, se configurando como maior

potência comercial, financeira e marítima da Europa.

O EMBARGO AÇUCAREIRO

Na Guerra contra a Holanda, a Espanha, agora dominando

Portugal, declarou o Embargo Açucareiro, proibindo os

holandeses de comerciar o açúcar brasileiro.

GUERRAS DO AÇÚCAR

1621 – Holandeses fundam a Companhia das Índias

Ocidentais (WIC), com o objetivo específico de invadir o

Nordeste do Brasil e ocupar a região Produtora de Açúcar,

Recuperando assim o Comércio do Produto.

IMPORTANTE: Os taques ao Brasil não foram mera aventura

de Corsários, uma iniciativa casual ou uma simples tentativa de

anexar territórios. Mas um empreendimento planejado e

executado pelos grandes grupos comerciais holandeses.

PRIMEIRA INVASÃO HOLANDESA: Bahia (1624-1625)

- Ataque executado em Salvador (Motivo: Região Mais

Conhecida dos Holandeses e que possuía um Porto de Fácil

Acesso para um Ataque Marítimo).

- Maio de 1624 – Ataque bem sucedido conquistando

rapidamente e obtendo enorme presa de guerra.

- Portugueses, sob o comando de Matias de Albuquerque,

organizaram eficiente tática de guerrilha e isolaram os

Holandeses em Salvador.

- Esquadra Portuguesa e Espanhola foi enviada e bloqueou a

baía de Todos-os-Santos. Holandeses foram cercados por

terra e por mar, se rendendo em Maio de 1625.

- 1628 – Holandeses aprisionam um Comboio Espanhol de

Ouro e Prata que saía da América em Direção à Europa.

Obs.: Estes recursos ajudaram a preparar o segundo

ataque.

DETALHAMENTO:

Bahia (09/05/1624)

- Financiada pela Companhia das Índias Ocidentais

- 26 navios, 3 mil homens e muitos canhões

- ocuparam Salvador

- Bispo D. Marcos Teixeira Organizou a resistência no

interior (holandeses isolados em Salvador)

- “Jornada dos Vassalos” – 52 navios e cerca de 12 mil

homens

- invasores expulsos em 05/1625

Comboio de 1628 = Piet Heyn

SEGUNDA INVASÃO HOLANDESA: Pernambuco

(1630-1654)

- Ataque escolhido na Capital do Açúcar. Não apenas

por ser um grande centro produtor, mas por ser uma

Capitania Particular pouco aparelhada militarmente.

Fases da Segunda Invasão Holandesa:

1) Fase Inicial: Conquista Rápida;

2) Fase Média: Acomodação;

3) Fase Final: Declínio e Expulsão.

FASE INICIAL: CONQUISTA RÁPIDA:

- Fevereiro de 1630: Esquadra Holandesa ataca Olinda e

Recife (Conquista em Poucos Dias);

- Conquistadas Olinda e Recife, teve início a conquista do

Interior, enfrentando os resistentes liderados por Matias de

Albuquerque (Avanço Lento e Com Muitas Perdas);

- Madri não conseguiu expulsá-los: Esquadra enviada em

1631 retirou-se após combate sem vencedores com navios

holandeses (Espanha desiste de Desalojá-los devido aos

gastos da resistência);

- 1634: Resistência Luso-Brasileira também começou a

esmorecer (Holandeses começaram a ter sucessivas

vitórias);

- 1635: Matias de Albuquerque foi obrigado a bater em

retirada;

- 1635: Holandeses ocupam Pernambuco, Itamaracá,

Paraíba e Rio Grande do Norte.

FASE MÉDIA: ACOMODAÇÃO:

- Quais os Motivos para a Sorte da Resistência ter

Mudado de Lado?

1) Adesão dos Senhores de Engenho à Causa

Holandesa (Grandes Proprietários foram Prejudicados

pela Continuação dos Combates e Preferiram Aceitar

a Invasão em troca da Ordem, da Manutenção das

Propriedades e dos Privilégios.

2) Com o conflito várias plantações e engenhos

haviam tinham sofrido enormes danos ou tinham sido

destruídos.

Obs.: A Própria Companhia das Índias Ocidentais financiou

a reconstrução dos engenhos (Colonos passaram a ser

dependentes da Coroa Holandesa)

IMPORTANTE: A Classe Dominante é que financiava a

resistência fornecendo dinheiro, armas, alimentos, cavalos e

ate soldados.

Fase de Acomodação (1635-1645):

- Melhor Momento Para a Cia das Índias Ocidentais;

- Produção de Açúcar se Expandiu;

- Conquistaram Regiões Africanas Fornecedoras de

Escravos (Angola e Guiné);

- Governo de Nassau (1637-1644): Consolidação da

Relação entre holandeses e Grupos Luso-Brasileiros.

DETALHAMENTO

Pernambuco (1630)

- Companhia das Índias Ocidentais

- Núcleo de resistência: Arraial de Bom Jesus

- Traidor: Calabar (Mulato Brasileiro)

Governo de Maurício de Nassau Siegen (Fase

cordialidade/cooperação):

a) reativou o fornecimento de escravos e financiou a

recuperação dos engenhos;

b) conseguiu ótimo relacionamento com os brasileiros, sendo

tolerante com a religião católica e as práticas religiosas dos

habitantes da terra;

c) estimulou a cultura, promovendo a vinda de artistas e

homens de ciência da Europa;

d) urbanização de Recife.

PROBLEMAS ENFRENTADOS PELOS HOLANDESES NO

BRASIL:

1) Parcelas Consideráveis da População não aceitava se

submeter ao domínio estrangeiro;

2) Diferenças Religiosas: Holandeses Huguenotes

(Calvinistas) – Desavenças entre Invasores e Invadidos;

3) Encarecimento da Maioria dos Gêneros Alimentícios

Consumidos pela População.

Obs.: Cia das Índias Ocidentais acabou com resultados

muito ruins e déficits cada vez maiores.

FASE FINAL: DECLÍNIO E EXPULSÃO

1640 – Revolução em Portugal acabou com o jugo espanhol

(Duque de Bragança foi Proclamado Rei com o Título de D.

João IV)

Obs.: Para vencer os espanhóis, D. João IV procurou ajuda

junto aos inimigos da Espanha: Fez um acordo com os

Flamengos (Em Troca do Reconhecimento do Nordeste

Como Território Holandês por um Prazo de Dez Anos –

Trégua de 10 Anos – Acordo começaria a valer a partir da

expulsão dos Espanhóis - 1641).

Obs 2.: Portugal ainda contou com a ajuda dos ingleses nas

investidas contra os espanhóis (Ver Casamento de Catarina

de Bragança com Carlos II)

Ao mesmo tempo em que assinava a Trégua com os

Holandeses, Portugal apoiava o início de uma resistência

contra os Holandeses na Colônia:

* 1642: Insurreição Maranhense

* 1645: Insurreição Pernambucana

1645 – Ano de esgotamento do prazo dos empréstimos

feitos no período de Maurício de Nassau para reconstrução

dos engenhos. Latifundiários não saldaram suas dívidas.

MOTIVOS DO CALOTE:

* Incêndios, Epidemias Entre Escravos, Seca e Queda

do Preço do Açúcar.

Obs.: Cia das Índias Ocidentais iniciou cobrança jurídica das

dívidas (Confisco de Bens – Engenhos e Prisões entre

Colonos).

1652 – Holanda Derrotada pela Inglaterra levando os

brasileiros a se aproveitarem e aumentarem as pressões

militares, chegando à vitória em 1654 com a expulsão

definitiva dos Holandeses do Nordeste.

DETALHAMENTO:Nassau não concordou com a trégua assinada em 1641 e invadiu

o Maranhão (1641), São Paulo de Loanda (África-1641) e a Ilha

de São Tomé (África-1641).

1644 - Nassau demitido acusado de traição.

Insurreição Pernambucana (Expulsão dos Holandeses)

1648 - Derrota dos holandeses na Batalha de Guararapes

1654 – Holandeses se renderam e se retiraram do Brasil

PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DAS INVASÕES

HOLANDESAS:

1) Crise na Economia Açucareira (Holandeses passaram a

produzir nas Antilhas) – Exportações de açúcar caíram

imediatamente pela metade; preço caiu 50%.

2) Choque de Interesses Entre a Elite Colonial e a

Metrópole (Coroa passou a interferir na esfera produtiva

colonial – indiretamente – criando novos regulamentos e

impostos. Colonos não aceitaram as novas imposições e a

base do domínio luso começou a desaparecer.

3) Crescimento da Influência Inglesa (Antiga aliança luso-

holandesa desapareceu e deu lugar à Inglaterra) – Portugal

fazia grande concessões econômicas à Inglaterra e recebia

em troca a proteção diplomática e militar.

Ex.: Tratado de Methuen – Tratado de Panos e Vinhos

(1703): Manufaturas Lusitanas Entraram em Falência.

Área de Produção Açucareira nas Antilhas: As Colônias da Holanda (Cinco Pequenas Ilhas

assinaladas em preto) não tinham área suficiente para produzir em grande quantidade. Por isso,

holandeses financiaram a montagem de uma estrutura açucareira em colônias de outras

metrópoles (assinaladas em amarelo).

(ENEM)

Quando tomaram a Bahia, em 1624-1625, os holandeses promoveram

também o bloqueio naval de Benguela e Luanda, na costa africana. Em

1637, Nassau enviou uma frota do Recife para capturar São Jorge da Mina,

entreposto português de comércio do ouro e de escravos no litoral africano

(atual Gana). Luanda, Benguela e São Tomé caíram nas mãos dos

holandeses entre agosto e novembro de 1641. A captura dos dois polos da

economia de plantações mostrava-se indispensável para o implemento da

atividade açucareira.

ALENCASTRO, L. F. Com quantos escravos se constrói um país?

Revista de História da Biblioteca Nacional.

Rio de Janeiro, ano 4, n.39, dez. 2008. (Adaptado)

Os polos econômicos aos quais se refere o texto são:

a) as zonas comerciais americanas e as zonas agrícolas africanas.

b) as zonas comerciais africanas e as zonas de transformação e

melhoramento americanas.

c) as zonas de minifúndios americanas e as zonas comerciais africanas.

d) as zonas manufatureiras americanas e as zonas de entreposto africano

no caminho para Europa.

e) as zonas produtoras escravistas americanas e as zonas africanas

reprodutoras de escravos.

(FUVEST-SP)

Foram, respectivamente, fatores importantes na ocupação

holandesa no Nordeste do Brasil e na sua posterior expulsão:

a) o envolvimento da Holanda no tráfico de escravos e os

desentendimentos entre Maurício de Nassau e a Companhia

das Índias Ocidentais.

b) a participação da Holanda na economia do açúcar e o

endividamento dos senhores de engenho com a Companhia

das Índias Ocidentais.

c) o interesse da Holanda na economia do ouro e a resistência

e não aceitação d domínio estrangeiro pela população.

d) a tentativa da Holanda em monopolizar o comércio colonial

e o fim da dominação espanhola em Portugal.

e) a exclusão da Holanda da economia açucareira e a

mudança de interesses da Companhia das Índias Ocidentais.