Upload
cristina-vanier
View
219
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Norma ABNT
Citation preview
UNIVERSIDADE TIRADENTES
CRISTINA VANIÊR MOURA DE OLIVEIRA
IMAGEM URBANA E INSERÇÃO REGIONAL: O CASO DA BARRA DOS
COQUEIROS NA GRANDE ARACAJU, SERGIPE
Aracaju,
2016
CRISTINA VANIÊR MOURA DE OLIVEIRA
ARQUITETURA UNIVERSIDADE DE MEDICINA/ HOSPITAL UNIVERSITÁRIO: SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE DO EDIFÍCIO.
Trabalho Final de Graduação apresentado à Universidade Tiradentes como um dos pré-requisitos para obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientador: Prof....
Co – Orientador:
Aracaju,
2015
CRISTINA VANIÊR MOURA DE OLIVEIRA
ARQUITETURA UNIVERSIDADE DE MEDICINA/ HOSPITAL UNIVERSITÁRIO: SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE DO EDIFÍCIO
Trabalho Final de Graduação apresentado à Universidade Tiradentes como um dos pré-requisitos para obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Aprovada em __/__/____
Banca Examinadora
Orientador – UNIT
Avaliador Interno – UNIT
Avaliador Externo
Aos meus pais, Maria e Aloísio
(in memoriam), por me darem a
vida e a oportunidade de
garantir todo o aprendizado que
conquistei até o momento.
AGRADECIMENTOS (INACABADO)
Agradeço primeiramente a Deus por me dar forças e saúde para prosseguir.
Agradeço aos professores da instituição que me fizeram enxergar meu maior
interesse pela Arquitetura e Urbanismo.
Agradeço ao Prof.º Rooseman de Oliveira pelas contribuições dadas durante as aulas
de Temas para Seminário e em horas extras.
Agradeço a Prof.ª Lygia Nunes Carvalho por ajudar na escolha e entendimento dos
assuntos abordados.
Agradeço a Prof.ª Viviane Oliveira por ter se disponibilizado em ser orientadora da
minha monografia e por todas as lições de vida.
Agradeço a minha irmã Rita de Cassia por ser minha amiga e pelo seu incentivo.
E por fim, agradeço aos meus filhos Antony e Andrew e marido Wilton por me
animarem nas horas difíceis e por estarem sempre ao meu lado na vida.
“Arquitetura não é só
técnica e pesquisa, tampouco
apenas arte e estética. Na
realidade é tudo, é uma maneira
de pensar, uma filosofia, é o
planejar da vivência do homem
como indivíduo e em sociedade
nos espaços. Não atoa é uma
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração01 – Mapa destacando as áreas onde surgiram as primeiras cidades........................
Ilustração 02 – Ruínas da Cidade-Estado Grega
Ilustração 03 – Orientatio aplicado em Roma
Ilustração04 – Inglaterra, Revolução Industrial
Ilustração05 – Praça do Castelo, Rio de Janeiro, Plano de Agache
Ilustração06 – Movimento Pendular
Ilustração07 – Mapa do fluxo de pessoas em São Paulo
Ilustração08 – Esquema da Rede Urbana
Ilustração09 – Indicadores da Hierarquia Metropolitana
Ilustração10 – Mapa com a localização dos GEUBs
Ilustração11 – Mapa da Taxa de Crescimento da População – IBGE 2000/2010, modificado
por Raquel Rolnik
Ilustração12 – Esquema de Conurbação
Ilustração 13 – Estado de Sergipe ............................................................................................ 31
Ilustração 14 – Município da Barra dos Coqueiros e cidades vizinhas ................................... 31
Ilustração 15 – Lancha e balsa da empresa H.Dantas utilizada como transporte de travessia Barra dos Coqueiros/Aracaju ................................................................................................... 33
Ilustração 16 – Tototó utilizada como transporte de travessia Barra dos Coqueiros/Aracaju .. 33
Ilustração 17 – Ponte Construtor João Alves sobre o Rio Sergipe, ligando os municípios de Barra dos Coqueiros e Aracaju ................................................................................................. 34
Ilustração 18 – Mapa de população da “Grande Aracaju” ....................................................... 35
Ilustração 19 – Marcação dos condomínios e loteamentos na Barra dos Coqueiros .............. 36
SUMÁRIO (CORRIGIR TÍTULOS)
1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 08
2. METROPOLIZAÇÃO E IMAGEM – UMA ANÁLISE SOBRE O CRESCIMENTO DAS CIDADES E A VISÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO...............................................................................................09
2.1. Breve histórico das cidades e do urbanismo .......................................11
2.2. A metropolização como condição de formação de uma imagem
urbana...................................................................................................17
3. DO OUTRO LADO DA MARGEM – A BARRA DOS COQUEIROS: UMA
PROPOSTA DE COMPREENSÃO SOBRE O SURGIMENTO E A EVOLUÇÃO
DA CIDADE............................................................................ __
3.1. História do município ........................................................... __ (Retirar esse
subtópico e falar sobre o histórico no tópico, sendo assim o 3.2. viraria o 3.1)
3.2. A formação da região metropolitana da Grande Aracaju (abordando o cenário
perfeito e necessida de adequação) ...................................... __
3.3. Mapeamento/diagnóstico da imagem ................................................. __
4. APLICAÇÃO DA TEORIA DO WALKSCAPE ..............................................__
4.1.
4.2.
5. CONCLUSÃO...............................................................................................__
REFERÊNCIAS.................................................................................................__
APÊNDICES..................................................................................................... __
APÊNDICE 01 – ENTREVISTAS........................................................ __
APÊNDICE 02 – TABULAÇÃO FORMULÁRIOS................................ __
(Não teria mais necessidade de formulários na nossa nova formatação)
2. METROPOLIZAÇÃO E IMAGEM – UMA ANÁLISE SOBRE O
CRESCIMENTO DAS CIDADES E A VISÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO
Este capítulo tratará sobre um breve contexto do surgimento das cidades, dissertando
sobre a sua formação, suas evoluções e seus principais períodos de uma forma superficial.
Com isso, consequentemente será explanado sobre o surgimento do urbanismo.
[...] o surgimento no final do século XIX de uma nova disciplina que se
apresenta como uma ciência e uma teoria da cidade [...] Este é o sentido original da
palavra “urbanismo”, que foi criado tão-somente para servir de nome a essa
realidade nova [...] (HAROUEL, 1945, p. 7)
Para a elaboração do mesmo, foi levada em conta a leitura dos livros O que é cidade,
da professora de Arquitetura e Urbanismo da USP, Raquel Rolnik, renomada em diversos
seguimentos do urbanismo; o livro História do Urbanismo, de Jean-Louis Harouel, professor
de direito e história, especializado em lei de planejamento; o livro Espaço Intra-Urbano no
Brasil, professor renomado pela USP, atuante no urbanismo e o artigo, também de Villaça,
denominado de Uma contribuição para a história do planejamento urbano no Brasil; o livro A
imagem da Cidade, de Kevin Lynch, grande autor da temática do urbanismo; e por fim o livro
Cidades em Evolução, do filósofo Patrick Geddes. Essas referências bibliográficas abordam o
conhecimento adquirido pelos seus autores sobre o urbanismo, no Brasil e no mundo e foram
consultadas com o objetivo de reunir os assuntos que apresentam relevância para este trabalho
de conclusão de curso.
A metropolização, tema principal do trabalho, será discutida em conjunto com a
imaginabilidade, ou seja, a imagem da cidade, como uma forma de entender a relação entre
essas duas condições, atuantes na inserção urbana de uma cidade e suas consequências na
concepção de uma população.
[...] ao contrário da cidade antiga, a metrópole contemporânea se estende ao
infinito, não circunscreve nada se não sua potência devoradora expansão e
circulação. Ao contrário da cidade antiga, fechada e vigiada para defender-se de
inimigos internos e externos, a cidade contemporânea se caracteriza pela velocidade
de circulação. (ROLNIK, 1994, p. 9)
2.2. BREVE HISTÓRICO DAS CIDADES E DO URBANISMO
Os primeiros registros de cidades datam do período neolítico, entre 4000 a.C. e 3000
a.C. e nasceram em margens de rios como o Tigre e Eufrates na Mesopotâmia, Nilo no Egito,
Indo na Índia, Yang-Tsé-Kiong e Hong-Ho na China. Surgiram como uma construção em
escala ampliada que servia como forma de reunir as necessidades dos seus habitantes, que
deixaram de ser nômades para serem sedentários, em uma só localidade, como a agricultura, o
comércio, a socialização e a proteção.
Ilustração 01 – Mapa destacando as áreas onde surgiram as primeiras cidades
Fonte: DOUGLAS BARRAQUI, SLIDESHARE – 2014
[...] a cidade é uma obra coletiva que desafia a natureza. Ela nasce com o
processo de sedentarização e seu aparecimento delimita uma nova relação
homem/natureza: para fixar-se em um ponto para plantar é preciso garantir o
domínio permanente de um território. (ROLNIK, 1994, p. 8)
A necessidade de proteção surgiu com a evolução e complexidade das cidades,
criando as chamadas Cidades Estados para a defesa militar, grandes obras e a centralização do
poder, formando assim as civilizações, como por exemplo a Mesopotâmica, Grega, Romana,
Maia, Inca, Indo, Chinesa, Persa, Hebraica e Vikings.
Ilustração 02 – Ruínas da Cidade-Estado Grega
Fonte: BLOG CARLOS FEITOSA TESCH – 2011
“[...] desde a sua origem cidade significa, ao mesmo tempo, uma maneira de
organizar o território e uma relação política.” (ROLNIK, 1994, p.21). Assim, com o passar
dos tempos as cidades buscavam ter leis, mudanças de atividades, de poderes e de líderes,
passaram a ter mais vontades de conquistar terras para o seu território, expandir-se, sendo
assim deveriam adequar-se as novas formas de uso e as evoluções. Os homens dependiam uns
dos outros e esses centros serviram como um local onde cada um tem sua especialidade e a
disponibiliza em forma de comercialização e prestação de serviços, por isso, há uma
renovação constante, sendo dessa maneira que acontece o seu crescimento, porém o mesmo
deve ser planejado, para que haja desenvolvimento e urbanização de fato.
O urbano modificava-se a cada nova era, por exemplo, segundo Harouel (1945), a
Grécia com a polis dando dimensão política e não territorial a cidade e o seu tardio interesse
pelo planejamento e organização das mesmas; Roma com a necessidade de se ter uma
aprovação dos deuses sobre as transformações do urbano e também a utilização da orientatio,
determinando o decumanus e o cardo, suas ruas principais sendo os grandes eixos da cidade;
as cidades medievais apresentavam estrutura caótica, suas ruas eram estreitas e tortuosas,
cercada por muralhas, pois temiam a época violenta em que viviam; já nas cidades da
Revolução Industrial a vida urbana, com as variadas etnias e culturas devido ao grande
número de imigrantes, tornou-se mais importante que a vida rural, tendo como classes sociais
principais o proletariado e os operários da indústria. Diversas fabricas espalharam-se pelo
território, com suas chaminés exalando fumaça e houve a adequação das ruas para a
disseminação do automóvel, dentre outros. No Brasil, o planejamento territorial iniciou-se de
maneira “dissimulada” em 1534, através da divisão das terras em Capitanias Hereditárias,
pois esse fato viria futuramente influenciar nas formações brasileiras e na concepção das
primeiras cidades do Brasil colonial, as quais tiveram ação direta dos portugueses.
Ilustração 03 – Orientatio aplicado em Roma
Fonte: SITE GUAL HISTORY – 2015
Ilustração 04– Inglaterra, Revolução Industrial
Fonte: SITE INFOESCOLA
Então, por conta das diversas alterações periódicas e culturais do urbano, surgiu o
urbanismo no século XIX, que é a maneira de controlar como o crescimento urbano
desenvolve-se. “Este termo foi criado em 1867 pelo arquiteto espanhol Cerda, na sua Théorie
genérale de Purbanisation, tradução francesa, Paris, 1979.” (HAROUEL, 1945, p.7). O
mesmo deve ser estudado individualmente para cada região, analisando seus problemas e suas
potencialidades, com a intenção de dar qualidade de vida para os habitantes da localidade.
Villaça (1999) relata que o urbanismo brasileiro ganha uma “nova visibilidade” em
1875, a partir dos planos de embelezamento das cidades, buscando o alargamento e abertura
das vias importantes, expulsão da população de baixa renda das áreas centrais da cidade,
criação de praças e áreas urbanas, implantação de infraestrutura e saneamento básico,
reurbanização das áreas portuárias. A ideia era projetar o país para o exterior, sendo o
principal representante da época o engenheiro Saturnino de Brito e um dos planos mais
significativos foi o de Pereira Passos para o Rio de Janeiro. Já a partir de 1930, começa a
segunda fase, que foi dividida em três subperíodos: o primeiro foi o do Plano diretor, onde a
cidade toda passa a ser visada e o zoneamento começa a ser feito, mesmo já tendo sido
iniciado coma represália aos cortiços e a população pobre, seus principais representantes são
os planos de Avenidas de Prestes Maia, em São Paulo e o Plano de Agache, no Rio de Janeiro,
ambos em 1930.
Ilustração 05 – Praça do Castelo, Rio de Janeiro, Plano de Agache
Fonte: SITE VITRUVIUS – 2014
Villaça (1999) afirma ainda que em 1965, no segundo subperíodo, começa a fase
dos planos de desenvolvimento integrado e os Superplanos elaborados por especialistas,
sendo esse período marcado pelo surgimento da SERFHAU – Serviço Federal de Habitação e
Urbanização, com o objetivo de induzir que os municípios elaborassem Planos Diretores. Em
1971, no terceiro subperíodo, os planos feitos por especialistas, de grande complexidade,
perdem a importância e passam a serem feitos por técnicos municipais, ou seja, sem a análise
e estudos necessários para serem eficientes. A terceira fase, a partir de 1992, houve a
elaboração do Estatuto da Cidade, inserindo os artigos 182 e 183 na Constituição Federal de
1988 e buscou-se pôr em prática planos que voltassem a perceber os problemas da cidade,
porém a política está bastante envolvida no processo.
Em todas essas fases, focava-se constantemente no coletivo, pois os estudos falam
sobre a necessidade de valorizar-se o todo, mas na prática o que apresentou-se na cidade vai
contra estes objetivos e resultou na desigualdade social, com a terra cada vez mais passando a
ser um produto, gerando a explosão da especulação imobiliária em todo o país.
[...] o próprio espaço urbano é uma mercadoria cujo preço é estabelecido
em função dos atributos físicos (tais como declividade de um terreno ou qualidade
de uma construção) e locacionais (acessibilidade a centros de serviços ou negócios
e/ou proximidade a áreas valorizadas da cidade). (ROLNIK, 1994, p. 63)
“Alguns terrenos vazios e algumas localizações são retidas pelos proprietários, na
expectativa de valorizações futuras [...] (ROLNIK, 1994, p. 64), essas valorizações podem
ocorrer com a previsões de grandes obras próximas a área, para possuírem valor de m²
elevado, melhorando a infraestrutura do local, que geralmente é feita pelo poder público. “Isto
provoca a extensão cada vez maior da cidade, gerando os chamados “vazios urbanos”,
terrenos de engorda, objeto de especulação.” (ROLNIK, 1994, p. 64). Com isso, diversos
empreendimentos como os residenciais, os de serviços e os de lazer são levados para a região,
fazendo com que a população menos abastada não consiga espaço e/ou manter-se nessas
localidades, seguindo para periferias. Os que conseguem ficar sofrem com a insistente
tentativa de expulsão por parte dos novos frequentadores e moradores, forma essa de
continuar com a imagem ideal da área. A valorização da terra provoca a estimulação do
crescimento da cidade em que está sendo aplicada. Segundo Villaça (1998), uma cidade em
crescimento absorve e/ou gera outros núcleos urbanos vizinhos, sendo mais fácil se o mesmo
for uma cidade de pequeno porte, que estabeleça uma relação de dependência, formando
assim um Aglomerado Urbano.
2.2. A METROPOLIZAÇÃO COMO CONDIÇÃO DE FORMAÇÃO DE UMA IMAGEM URBANA
“A expressão metrópole, entre nós, está por demais associada à importância social,
econômica e cultural de um núcleo urbano.” (VILLAÇA, 1998, p. 49). A metropolização
imprime como uma das evoluções de uma cidade e define-se como a junção de dois ou mais
municípios próximos. Um dos fatores da sua geração é o constante crescimento da população
que procura locais para se estabelecer dentro dos limites de uma cidade. Há também os casos
em que a segregação social contribui para o seu surgimento, quando populações de menor
renda são impedidos de residirem nas regiões com maior índice demográfico ou com maior
valorização da terra e são alocados ou procuram por conta própria locais mais periféricos, até
chegar a divisa com outro município. “Em 1991, a população das regiões metropolitanas
representava 34,9% do total; em 2000, 36%; e hoje, 36,2%.” (ROLNIK, 2011)
Segundo a arquiteta e urbanista Lygia Nunes Carvalho (2015) outro fator que pode
determinar uma região metropolitana é a influência que a cidade principal exerce sobre as
cidades vizinhas. O poder econômico, infraestrutura urbana, disponibilidade de serviços,
obriga a população do(s) município(s) de menor porte inserido(s) nessa região a deslocarem-
se diariamente para o local onde podem encontrar essas características, tanto para trabalhar,
para obter serviços necessários para a qualidade de vida, como até mesmo para o lazer. Com
isso, ocorre o fenômeno urbano chamado de movimento pendular, que é determinado pela
migração diária de cidadãos para uma localidade e ao final dos seus afazeres retornam para a
cidade de origem, ocasionando em um movimento de “vai e vem” (pendular). Esta cidade de
origem provavelmente se tornará ou já é uma cidade dormitório, a qual sua população apenas
a utiliza como moradia, pois a mesma não possui atividades suficientes para oferecer
emprego, serviços, infraestrutura para seus usuários.
Ilustração 06 – Movimento Pendular
Fonte: SITE SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ
Ilustração 07 – Mapa do fluxo de pessoas em São Paulo
Fonte: SITE FOLHA DE S. PAULO – 2015
As metrópoles possuem diversas classificações como: Metrópoles regionais,
nacionais e globais. As metrópoles regionais são aquelas de porte médio e que exercem
influência em uma pequena área ao seu redor dentro do mesmo país em que está localizada. Já
as metrópoles nacionais influenciam uma área que abrange os os limites territoriais do seu
país. E por fim as metrópoles globais, que são as que possuem maior número de pessoas, e
fazem interligação com outras regiões no mundo.
Mas as sociedades urbanas em emergência se expressam também pela
enorme concentração da população em grandes cidades, embora em ritmo mais lento
do que o verificado no passado. Segundo o mesmo estudo, hoje, 34% da população
da América Latina vive em cidades com mais de 1 milhão de habitantes e 20% em
centros metropolitanos, concentrando mais de 5 milhões de pessoas. (Observatório
das Metrópoles, 2014, p.11).
Ilustração 08 – Esquema da Rede Urbana
Fonte: SITE SLIDESHARE – 2012
No Brasil, a Constituição de 1988 permite a formação de agrupamentos de
municípios limítrofes, ou seja, regiões metropolitanas por seus Estados federativos. No país
existe uma espécie de instituto virtual, onde são discutidas e analisadas as regiões
metropolitanas brasileiras, o chamado Observatório das Metrópoles, que conta com diversos
profissionais de seguimentos diferenciados e possuem coordenação geral do Instituto de
Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro –
IPPUR.
[...] a análise incidiu sobre os pontos focais da rede urbana brasileira:
metrópoles e/ou regiões metropolitanas institucionalizadas, os municípios dessas
regiões, capitais de estados e suas respectivas aglomerações. Esses pontos focais
constituíram 37 unidades de espaço urbanos, que por meio de dois processos
classificatórios agruparam-se em seis categorias que expressam sua hierarquia. O
gráfico 1 mostrado a seguir resume os indicadores utilizados e as distâncias das 6
categorias que conformam a hierarquia construída. (Observatório das Metrópoles,
2012, p.15).
Ilustração 09 – Indicadores da Hierarquia Metropolitana;
Fonte: OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES – 2012
O Observatório das Metrópoles (2012) fala sobre os Grandes Espaços Urbanos
Brasileiros – GEUBs, formadores das regiões metropolitanas do pais. Segundo eles, existem
37 aglomerados urbanos, com 45% da população brasileira (76 milhões de pessoas) residindo
nessas localidades. Nesses 37 aglomerados, podem ser encontradas 15 metrópoles com
influência nacional, sendo elas São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto
Alegre, Salvador, Curitiba, Recife, Fortaleza, Goiânia, Campinas, Belém, Vitória,
Florianópolis e Manaus.
Ilustração 11 – Mapa da Taxa de Crescimento da População – IBGE 2000/2010, modificado por Raquel Rolnik
Fonte: IBGE – 2000/2010. Modificado por RAQUEL ROLNIK – 2011
Na constituição do Estado de São Paulo, a definição dessas regiões dar-se por
condições como uma elevada densidade demográfica, integração entre as mesmas,
planejamento integrado e significativa conurbação.
Para enfocar esses desenvolvimentos, na verdade transformações, da
tradição geográfica da cidade e do campo, onde crescemos, e expressá-los com mais
propriedade, precisamos de um pequeno aumento do nosso vocabulário; a expressão
de uma nova idéia, para a qual ainda não existe um vocábulo, merece uma nova
palavra. Essas cidades-região, essas cidades-agrupamentos, pedem um nome. Não
podemos chamá-las constelações; o vocabulário conglomerações parece mais
próximo da realidade presente, mas ainda não é pertinente. E conurbações? Essa
talvez seja a palavra necessária, a expressão dessa nova forma de agrupamento
demográfico, que já está, subconscientemente, desenvolvendo novas formas de
agrupamento social, e, em seguida, de governo e administração bem definidos.
(GEDDES, 1994, p. 48)
Segundo Geddes (1994), isto acontece quando as cidades põem-se tão próximas ou
aproximadas propositalmente umas das outras, através de ligação feita por transportes entre
elas, fazendo com que pessoas habitem esses locais de transição, a ponto de terem os seus
limites territoriais confundidos entre si, podendo apresentar resultados negativos caso o
desenvolvimento urbano tenha níveis muito distintos entre as áreas envolvidas.
O processo de conurbação ocorre quando uma cidade passa a absorver
núcleos urbanos localizados à sua volta, pertençam eles ou não a outros municípios.
Uma cidade absorve outra quando passa a desenvolver com ela uma “intensa
vinculação socioeconômica” Esse processo envolve uma série de transformações
tanto no núcleo urbano absorvido como no que absorve. (VILLAÇA, 1998, p. 51)
Ilustração 12 – Esquema de Conurbação
Fonte: SITE SLIDESHARE – 2012
Segundo Villaça (1998), existe mais de uma forma em que uma região que sofreu
conurbação pode ser constituída, ou seja, dependendo das áreas envolvidas pode-se
determinar o tipo de aglomerado urbano, sendo ele “nucleados”, que acontece quando o
aglomerado possui um núcleo urbano que exerce atividades centrais, seja elas administrativas,
políticas, religiosas, dentre outras, organizada ao redor de um centro polarizador, e os
“aglomerados não-nucleados”, que são locais que estão afastados do centro polarizador, como
periferias por exemplo. Com isso, Villaça (1998) estabelece classificações para as regiões
metropolitanas brasileiras, e de acordo com esse método são encontrados quatro tipos. A
primeira forma acontece quando o núcleo não é uma cidade, é apenas um subúrbio, apesar do
elevado indicie populacional; a segunda forma apresenta uma região onde o polo central pode
está afastados, ser de pequeno porte, ou até mesmo não exista, formando o “aglomerado não-
nucleado”, ou seja, periferias de uma cidade central que possui um crescimento urbano
acentuado e ligam-se com outros municípios; a terceira forma acontece quando a aglomeração
é formada por cidades de porte médio e possuem certo nível de autonomia em relação ao polo
central; a quarta forma é composta por cidades de pequeno porte, que podem ter expansão
recente ou nenhuma expansão, mas são atingidos pela expansão metropolitana.
Desta forma, pode-se identificar que a classificação que será mais explorada no
seguinte trabalho é constituída pela quarta forma, onde há a junção de uma cidade mais
estruturada com cidades menores, mas é de fácil compreensão que em todos esses processos
as áreas envolvidas são frutos de uma inserção regional, que ocorre quando uma cidade ou
uma área ganha visibilidade suficiente para entrarem em um contexto urbano, como por
exemplo, quando uma cidade vira atração devido a instalação de equipamentos, ou quando
existe uma clara relação de dependência com a cidade mais estruturada, provocando assim
uma expansão urbana partindo da ideia de aproximar as pessoas do polo central. Assim, traz-
se de volta a temática sobre a importância do planejamento urbano na organização desses
espaços, no controle do crescimento urbano e na organização de uma cidade, ou região
metropolitana.
[...] a cidade é uma construção no espaço, mas uma construção em grande
escala, algo apenas perceptível no decurso de longos períodos de tempo [...] A cada
instante existe mais do que a vista alcança, mais do que o ouvido pode ouvir, uma
composição ou um cenário à espera de ser analisado. (LYNCH, 1960, p. 11)
Pela necessidade de organização, é de fundamental importância explanar sobre a
relação entre o planejamento urbano e a imagem de uma cidade na percepção de sua
população, conceito que Lynch (1960) denomina de Imaginabilidade. Segundo Lynch (1960)
a imaginabilidade é o termo que conota a qualidade de um objeto físico que proporciona
características que facilitam a formação de uma imagem sobre o mesmo que fará despertar os
sentidos dos observadores. Ele também esclarece sobre o conceito de legibilidade relacionado
com a cidade, explicando que uma cidade clara e legível, é consequentemente mais
organizada e agradável. O ser humano necessita da segurança de saber localizar-se para que
sinta-se bem consigo mesmo ao caminhar pela localidade.
[...] uma cidade legível seria aquela cujas freguesias, sinais de delimitação
ou vias são facilmente identificáveis e passíveis de agrupamento em estruturas
globais. (LYNCH, 1960, p. 13)
Embora clareza ou legibilidade não seja de modo algum a única
característica importante de uma cidade bela, a sua relevância adquire um
significado especial quando se observam arredores na escala urbana de tamanho,
tempo e complexidade. Para compreender isto temos de considerar a cidade não
como algo em si mesmo, mas a cidade objeto da percepção dos seus habitantes [...]
São muitas espécies de orientação usadas: a sensação visual da cor, da forma, do
movimento ou polarização da luz, assim como outros sentidos, tais como o cheiro, o
ouvido, o tacto, a cinestesia, a noção da gravidade, e talvez as de campos magnéticos
ou elétricos. (LYNCH, 1960, p.13)
Lynch (1960) determina que a imagem do meio ambiente pode ser dividida em três
fatores: A identidade, a estrutura e o significado. A identidade da cidade como seu registro,
sua individualidade. Na estrutura, pode-se incluir a relação do observador com o observado.
Já o significado, quer dizer que para o observador, o observado deve ter um sentido prático ou
emocional. Esses elementos não devem ser utilizados separados, e são determinantes para a
organização dos espaços, localização de uma pessoa no meio, são capazes de mudar todo um
panorama de uma cidade, podem também determinar a predominância dos usos em certas
áreas, ou seja, é uma maneira dos cidadãos fazerem seu planejamento urbano, mesmo sendo
leigos, do modo que mais lhe agrada visualizar. Os habitantes do local também fazem
constantes mudanças arquitetônicas nas tipologias da cidade, com isso, a mesma está sempre
em constante mudança, fazendo-se impossível de controlar sua imagem.
A cidade não é apenas um objeto perceptível (e talvez apreciado) por
milhões de pessoas das mais variadas classes sociais e pelos mais variados tipos de
personalidade, mas é o produto de muitos construtores que constatemente
modificam a estrutura por razões particulares [...] não existe um resultado final, mas
somente uma contínua sucessão de fases. (LYNCH, 1960, p.12)
Os fatores para a formação da imagem das regiões, são apontados por Lynch (1960)
como: vias, que são o canal onde os usuários da cidade podem caminhar e observá-la,
percebendo todos os outros elementos; os limites, são como costuras que mantem unidas
diferentes regiões e podem ser penetráveis ou não; os bairros, os quais possuem as suas
características próprias, facilitando sua identificação; os cruzamentos, que funcionam como
nós, locais de interrupção, convergir de vias; e por fim os pontos marcantes, que são pontos de
referência físicos, apontam a direção a seguir.
Todos esses elementos são tratados em conjunto, assim como as percepções da
população da cidade em geral. Afinal a cidade não funciona apenas para um indivíduo, e se
para o coletivo. Assim se faz necessário descobrir como as pessoas planejam seu espaço,
imaginando sua cidade, para que ela atenda seus objetivos, devendo influenciar profissionais
do planejamento urbano, e é imprescindível para entender esse processo. Porém, deve-se ter
cuidado pois poderá de surgir o problema de uma imaginabilidade “forçada”, fazendo com
que haja a possibilidade de criação de áreas equivocadas em um centro urbano, por ser
construída por uma motivação coletiva “influenciada”.
Quando a natureza de duas regiões fronteiras não é constante, torna-se
particularmente útil diferenciar ambos os lados de um limite orientando o
observador no sentido de “exterior” – “interior”. (LYNCH, 1960, p.112)
No caso de uma região metropolitana, as localidades dos municípios que sofreram
conurbação possuem a característica de terem paisagens urbanas muito próximas, fazendo
com que seus limites passem despercebidos por apresentarem infraestrutura, tipologias, vias,
semelhantes, ocasionando em uma difícil diferenciação entre as mesmas.
A homogeneidade pode traduzir-se em características espaciais [...] quando
mais estes aspectos se sobrepõem, maior é a sensação de uma região homogénea [...]
Onde a homogeneidade física coincide com os hábitos e a categoria social, o efeito é
inconfundível. (LYNCH, 1960, p. 116)
Para Lynch (1960), uma cidade propícia a imaginabilidade deve ser, dentre outras
características, bem distinta, para que seus habitantes possam memorizá-la com maior
eficiência e mais detalhadamente em cada região dela. Assim, ela ganha uma identidade. Com
isso em mente, percebe-se que metrópoles por possuírem uma vasta área territorial, contem
maiores dificuldades de memorização dos seus espaços em escalas menores e são melhores
diferenciadas pelas cidades que a compõem, como se fossem os bairros que formam uma
única cidade, por exemplo os polos centrais possuem um indicie de desenvolvimento maior
do que as demais cidades agregadas, com isso apresentam áreas comerciais, industriais e
urbanas em geral com maior influência. Para Lynch, em sua pesquisa simbólica com alguns
dos moradores das cidades em que atuou (Boston, Jersey City e Los Angeles) as áreas que
provocam maior prazer e conforto aos mesmos são os locais que pode-se encontrar áreas
verdes, tranquilas e residenciais com uma maior frequência, sendo esses constantemente
encontrados nas cidades menos influentes de regiões metropolitanas. Assim, podem ser
criadas “zonas”, potencializadas por sua dependência entre as regiões e por esses conceitos
explicados a cima, então em conjunto formam unicidade de um aglomerado urbano, a
singularidade e organização das mesmas.
3. DO OUTRO LADO DA MARGEM – A BARRA DOS COQUEIROS: UMA
PROPOSTA DE COMPREENSÃO SOBRE O SURBIMENTO E EVOLUÇÃO
DA CIDADE.
O seguinte capítulo dissertará sobre a cidade da Barra dos Coqueiros, objeto deste
trabalho, explicando sobre sua formação, história, dependencia para com a capital Aracaju do
Estado de Sergipe, suas condições atuais, a ligação entre a mesma e os assuntos abordados
anteriormente e a transformação da sua paisagem tanto fisicamente, através dos
empreendimentos, como mentalmente, atraves do novo olhar dos seus moradores.
As referencias utilizadas para a construção destas pesquisas foram baseadas no portal
da prefeitura do município da Barra dos Coqueiros; o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, IBGE; o livro Aracaju: Estado e Metropolização, de Vera França, professora
aposentada do departamento de Geografia da UFS, experiente em Geografia Urbana e
Regional e o livro Paisagem Urbana, de Gordon Cullen, escritor e arquiteto ligado a área do
planejamento urbano.
O homem tem em todos os momentos a percepção da sua posição relativa,
sente a necessidade de se identificar com o local em que se encontra, e esse sentido
de identificação, por outro lado, está ligado a percepção de todo o espaço
circundante. O convencionalismo é uma fonte de tédio enquanto que a aceitação da
disparidade se revela uma fonte de animação.(CULLEN, 2000, p. 14)
3.1 . HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DA BARRA DOS COQUEIROS E A FORMAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE ARACAJU (abordando o cenário perfeito e necessidade de adequação)
Dentro do cenário de crescimento urbano, imaginabilidade,
metropolização e especulação imobiliária, tratado ao longo do primeiro capítulo
deste trabalho, está inserido o município da Barra dos Coqueiros. Situado no
nordeste brasileiro, no Estado de Sergipe, a margem esquerda do rio Sergipe,
banhado pelo oceano Atlântico e faz divisa com os municípios de Aracaju através
do rio Sergipe, Santo Amaro das Brotas através do rio Pomonga e Pirambu
através do rio Japaratuba. Possui área da unidade territorial de 90,322km²,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, e conta com os
povoados Capuã, Olhos d’Água, Atalaia Nova, Canal, Touro, Jatobá.
Ilustração 13 – Estado de Sergipe
Fonte: GOOGLE MAPS – 2015
Ilustração 14 – Município da Barra dos Coqueiros e cidades vizinhas
Fonte: WIKIMAPIA – 2015
Segundo o portal da prefeitura do município, as terras onde hoje pode-se
encontrar a Barra dos Coqueiros foram sede do governo da Capitania de Sergipe-
del-Rei, sendo nomeada por Cristóvão de Barros como São Cristóvão.
Anteriormente a este fato, recebia a visita de traficantes de pau-brasil. A
consequência de ter sido uma sede de capitania resultou no surgimento de um
povoado e com o passar dos anos a população foi ganhando sua própria
identidade, configuração urbana e enraizando uma das suas principais atividades,
a fé, tendo como sua primeira padroeira Nossa Senhora dos Mares ou Rainha dos
Mares e alguns anos mais tarde, graças a uma família tradicional da ilha, Santa
Luzia passou a ser padroeira da região, o que resultou na denominação de Ilha de
Santa Luzia para o local. Tornou-se uma freguesia em 10 de maio de 1875, em 27
de janeiro de 1903, na categoria de distrito e ainda pertencendo a Aracaju, foi
denominado de Barra dos Coqueiros pela lei municipal nº 84, porém apenas em
25 de novembro de 1953 foi considerado município e no final de 1954 pode
escolher seu prefeito e vereadores. No ano de 1960 contava com 4.577 habitantes
e atualmente, de acordo com a estimativa da população realizada em 1º de julho
de 2014 pelo IBGE, possui aproximadamente 28.093 habitantes.
FOTO ANTIGA?
Embora tenha alcançado o direito de emancipar-se, a Barra dos Coqueiros
nunca conseguiu ser uma cidade independente da capital, fazendo com que grande
parte da sua população precise trabalhar, utilizar serviços e até mesmo usufruir
de lazer em Aracaju. A proximidade dos dois municípios facilita a migração
diária de centenas de pessoas, as quais antigamente utilizavam como transporte as
embarcações através do rio Sergipe. Porém, a partir de 24 de setembro de 2006
foi inaugurada a ponte Construtor João Alves sobre o rio Sergipe, que segundo
França (1999), equipamentos como esse foram implantados com o objetivo de
facilitar o acesso entre Aracaju e o Terminal Marítimo Inácio Barbosa, TMIB,
localizado no povoado Jatobá, município da Barra dos Coqueiros e ao Pólo
Cloroquímico, localizado no município de Santo Amaro das Brotas, mas além
disso tornou mais rápido e eficiente o transporte dessas pessoas que se
locomovem diáriamente para Aracaju, através de veículos particulares, táxis
lotação, ônibus.
Ilustração 15 – Lancha e balsa da empresa H.Dantas utilizada como transporte de travessia Barra dos Coqueiros/Aracaju
Fonte: DESCONHECIDA
Ilustração 16 – Tototó utilizada como transporte de travessia Barra dos Coqueiros/Aracaju
Fonte: ACERVO PESSOAL – 2014
Ilustração 17 – Ponte Construtor João Alves sobre o Rio Sergipe, ligando os municípios de Barra dos Coqueiros e Aracaju
Fonte: ACERVO PESSOAL – 2015
Segundo França (1999), a Barra dos Coqueiros faz parte da região metropolitana
chamada de “Grande Aracaju”, que ocupa cerca de 3,9% da área do Estado e foi criada no ano
de 1982, pelo governo estadual, através da Secretaria de Planejamento. Além do município
em questão, também fazem parte dessa região os municípios de São Cristóvão e Nossa
Senhora do Socorro, porém as sedes desses outros não fazem ligação direta com a capital,
diferente da Barra dos Coqueiros onde há a ligação da sede para um bairro de Aracaju
próximo ao centro comercial, sendo separadas apenas pelo rio Sergipe.
Ilustração 18 – Mapa de população da “Grande Aracaju” (a procura de uma foto mais nítida)
Fonte: CENTRO DE ESTUDO DA METRÓPOLE – 2007
A partir desses fatos, a proximidade entre Aracaju e Barra dos Coqueiros atualmente
vai além da localização geográfica, dependência econômica, passando a conectar-se de forma
a apenas não confundir os seus limites por causa do Rio Sergipe. Recentemente, após a
construção da ponte Construtor João Alves, houve uma crescente obrigação de
desenvolvimento que faz com que a antiga ilha, onde os seus principais habitantes a alguns
anos atrás eram os coqueiros, parecer-se a cada dia mais com um bairro, ainda que menos
próspero, da capital, sendo esse ponto amenizado pois o bairro onde encontra-se a ponte na
margem do rio em Aracaju também não apresenta uma infraestrutura apropriada com rede de
esgoto adequada, ruas com pavimentação regular, segurança, dentre outros. A imagem da
cidade da Barra dos Coqueiros, antes do processo de crescimento, fazia com que houvesse um
distanciamento imaginário entre as duas margens do rio, porém, atualmente a mídia vende o
município como um bairro projetado de Aracaju. Sendo assim, a definição do fenômeno
urbano da conurbação se torna evidente e comprovada pela formação de um aglomerado
urbano e por essa sensação de união. “Esse crescimento não se dá sem problemas, sem
traumas sociais e sem conflitos, pois a urbanização no mundo capitalista não tem sido feita
sem a ampliação das desigualdades, sem o aumento da exclusão.” (FRANÇA, 1999, p.17).
Com isso, a região com seu clima agradável, rústico e tranquilo, despertou o
interesse “visionário” de criar uma imagem de um novo local favorável a moradia de
veraneio, ou até mesmo permanente de pessoas que buscavam imóveis perto da praia e a uma
distância perfeita do caos urbano, pois é afastado o suficiente para ser calmo, porém próximo
a ponto de levar poucos minutos até o centro da capital. Condomínios começaram a ser
construídos, tanto na sede do município como na zona rural, logo após a inauguração da
ponte. Hoje em dia alguns deles já possuem moradores, mas ainda assim constituem menos da
metade dos condomínios que estão em fase de construção na região e os que estão começando
a serem loteados, projetados e preparados para o lançamento.
Ilustração 19 – Marcação dos condomínios e loteamentos na Barra dos Coqueiros (aproximar mais de onde eles estão acumulados ou deixar a imagem de todos o município?)
Fonte: GOOGLE MAPS – MODIFICADO POR FERNANDA REIS – 2015
O estreitamento das relações e o rápido crescimento populacional trazem
problemas graves que a gestão da Barra terá dificuldades em solucionar como as
problemáticas sobre: a falta de segurança, com aumento dos índices de violência
do município de antes da construção da ponte e atualmente, além dos relatos da
população sobre homicídios, furtos, roubos e a disseminação de drogas ilícitas;
perda das áreas rurais para a construção de condomínios, especulação imobiliária,
pois houve a valorização da terra e aqueles que tinham suas propriedades viram
vantagem lucrativa para sua venda, e expansão da cidade prevista no Plano
Diretor, tendo como consequência queda na produção agrícola, que tem como
principal produto o coco da baía, pois de acordo com o IBGE a plantação em
2013 obteve um lucro de 1.268 mil reais e apresenta um gráfico decrescente ao
decorrer de cada ano, com exceção do ano de 2012 que apresentou uma queda
brusca com lucro de 916 mil reais, o ano de 2011 obteve 1.694 mil reais e o ano
de 2010, 2.682 mil reais e assim consecutivamente.
Também pode-se perceber que com a chegada da ponte o município
perdeu uma das suas maiores fontes de renda, o transporte fluvial através das
embarcações do estaleiro H.Dantas (ilustração 15) e das tototós (ilustração 16)
produzidas manualmente por canoeiros, resultando em desemprego e mudança de
atividades, como por exemplo algumas dessas pessoas passaram a trabalhar com o
transporte por táxi lotação; aumento do número de veículos na cidade pois, além
do surgimento da atividade dos taxistas, a população, o comércio e serviços estão
crescendo e ajudando na movimentação de veículos na cidade, além do fato de
que a cidade possui poucas vias principais de ligação dos seus pontos mais
densos; com a nova população que habitará ou já está habitando o município, a
demanda de infraestrutura como abastecimento de água, esgotamento sanitário,
energia elétrica, vem aumentando, resultando em algumas regiões com
precariedade nesses serviços, como aquelas adjacentes aos condomínios.
3.2 . MAPEAMENTO/DIAGNÓSTICO DA IMAGEM
- Iniciar o tópico comentando sobre paisagem urbana, utilizando as teorias do livro Paisagem Urbana de Gordon Cullen;
- Transformação da paisagem da Barra dos Coqueiros após os novos empreendimentos;
- Abordar a mudança da configuração antiga da cidade, dos caminhos (citando como um dos elementos que para Lynch compõem a imagem de uma cidade), skyline;
- Conversa com a população sobre locais que eles julgavam importantes na cidade e marcação dos mesmos em mapa, juntamente com suas fotografias;
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação - Referências - Elaboração. Rio de janeiro, 2002.
BÓGUS, Lucia; RIBEIRO, Luiz. Cadernos Metrópole. São Paulo: EDUC, n. 1, 1999-.
BRASIL ESCOLA. Evolução das Cidades. Disponível em:<http://www.brasilescola. com/historia/evolucao-das-cidades.htm>. Acesso em: 13 março, 2015.
CARERI, Francesco. Walkscapes: O caminhar como prática estética. São Paulo, Editora G. Gili, Ltda, 2013.
CULLEN, Gordon. Paisagem urbana. Editora Martins Fontes, São Paulo, 2000.
FRANÇA, V. L. A. Aracaju: Estado e Metropolização. São Cristóvão, Se: EDUFS, Aracaju: Fundação Oviêdo Teixeira, 1999.
GEDDES, Patrick.Cidades em Evolução. Campina Grande – SP, Papirus Editora, 1994.
HAROEUL, Jean-Louis. História do Urbanismo. Campinas, São Paulo: Papirus, 1990.
LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo, Martins Fontes, 1980.
OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES. Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia. Disponível em: <http://www.observatoriodasmetropoles.net/#>. Acesso em: 22 maio, 2015.
RIBEIRO, Luiz. As Metrópoles Brasileiras no Milênio. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2012.
ROLNIK, Raquel. Algo mudou no crescimento das cidades brasileiras?. Disponível em:
<https://raquelrolnik.wordpress.com/2011/07/21/algo-mudou-no-crescimento-das-cidades-
brasileiras/>. Acesso em: 21 de maio, 2015.
ROLNIK, Raquel. O que é Cidade. São Paulo: Brasiliense, 1995.
SÃO PAULO (ESTADO). Constituição do Estado de São Paulo. Diário Oficial do Estado
de São Paulo, São Paulo, 6 out. 1989.
SUA PESQUISA.COM. Conurbação. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com /o_que_e/conurbacao.htm >. Acesso em: 29 janeiro, 2015.
VILLAÇA, Flávio. Efeitos do espaço sobre o social na metrópole brasileira , in Metrópole e globalização: conhecendo a cidade de São Paulo, SOUZA, Maria Adélia A. de, LINS, Sonia C., SANTOS, Maria do Pilar C. e SANTOS, Murilo da C. orgs. São Paulo, CEDESP, 1999.
VILLAÇA, Flávio. Espaço Intra-Urbano no Brasil. São Paulo: Nobel, 1998.
VILLAÇA, Flávio. Uma contribuição para a história do planejamento urbano no Brasil. in DEÁK, Csaba e SCHIFFER, Sueli R. orgs. O processo de urbanização no Brasil , São Paulo, Fupam, Edusp, 1999.
vaniêr
ARQUITETURA HOSPITALAR: SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE - PROPOSTA
DE UM INSTRUMENTO PARA PESQUISA E AVALIAÇÃO 14-12-2015
ww.labeee.ufsc.br/sites/default/files/disciplinas/ECV5161%20Apostila-v2011_1.pdf
14-12-2015-desempenho térmico
http://www.infohab.org.br/entac2014/2012/docs/1346.pdf
14-12-2015ANÁLISE DE ASPECTOS DE CONFORTO AMBIENTAL EM CONJUNTOS HABITACIONAIS DE
SERGIPE