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LABORATÓRIO DE ANÁLISES MANUAL CONTROLE QUíMICO DA FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR CTC - Centro de Tecnologia Canavieira Fazenda Santo Antonio s/nº - Bairro Santo Antonio Caixa Postal 162 - 13400-970 Piracicaba SP Fone ++ 19 3429-8164 e Fax ++ 19 3429-8100 Manual 2005 (01) Capítilo 9 Pág. 1/4 CAPÍTULO 9 Confiabilidade e Erros Metrológicos 1 Algarismos Significativos Todo técnico deve efetuar operações com números. Estas operações são usualmente a tradução de uma fórmula, na qual, com grandezas medidas, procura-se obter as grandezas desejadas. Sem procurar se aprofundar na teoria dos erros é aconselhável que todos os cálculos sejam realizados adotando um mesmo critério, de maneira que os erros acumulados por arredondamento se reduzam a um mínimo. Nas operações deve-se sempre ter em mente que: o resultado final não poderá ter mais algarismos significativos do que o fator mais pobre em algarismos significativos (a.s.). 29,7 contém 3 a.s 204 contém 3 a.s 7.500 contém 2 a.s 0,0028350 contém 5 a.s 70.050 contém 4 a.s 100.000 contém 1 a.s Os zeros que apenas indiquem a ordem de grandeza do número dado não são considerados como algarismos significativos, ou seja: os zeros à direita, não seguidos por outro algarismo não nulo, no caso de números inteiros; os zeros iniciais, antes do primeiro algarismo não nulo, depois da vírgula 2 Erro de Arredondamento Para fazer arredondamento verifica-se quantos a.s tem o número e quantos deverão ficar no final. Em seguida procede-se da seguinte maneira: se o número a arredondar for inferior a 5, manter o algarismo anterior a ele. Exemplo: 72,464 é arredondado para 72,46 com 4 a.s se o número a arredondar for 5, manter o algarismo anterior, se for par, e aumentar de 1, se for ímpar. Exemplo: 72,465 é arredondado para 72,46 com 4 a.s 72,475 é arredondado para 72,48 com 4 a.s se o número a arredondar for superior a 5, substituir o algarismo anterior, aumentando-o de 1. Exemplo: 72,466 é arredondado para 72,47 com 4 a.s.

Capitulo09

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CAPÍTULO 9 Confiabilidade e Erros Metrológicos 1 Algarismos Significativos Todo técnico deve efetuar operações com números. Estas operações são usualmente a tradução de uma fórmula, na qual, com grandezas medidas, procura-se obter as grandezas desejadas. Sem procurar se aprofundar na teoria dos erros é aconselhável que todos os cálculos sejam realizados adotando um mesmo critério, de maneira que os erros acumulados por arredondamento se reduzam a um mínimo. Nas operações deve-se sempre ter em mente que: o resultado final não poderá ter mais algarismos significativos do que o fator mais pobre em algarismos significativos (a.s.).

29,7 contém 3 a.s 204 contém 3 a.s

7.500 contém 2 a.s 0,0028350 contém 5 a.s

70.050 contém 4 a.s 100.000 contém 1 a.s

Os zeros que apenas indiquem a ordem de grandeza do número dado não são considerados como algarismos significativos, ou seja: • os zeros à direita, não seguidos por outro algarismo não nulo, no caso de números inteiros; • os zeros iniciais, antes do primeiro algarismo não nulo, depois da vírgula 2 Erro de Arredondamento Para fazer arredondamento verifica-se quantos a.s tem o número e quantos deverão ficar no final. Em seguida procede-se da seguinte maneira: • se o número a arredondar for inferior a 5, manter o algarismo anterior a ele.

Exemplo: 72,464 é arredondado para 72,46 com 4 a.s • se o número a arredondar for 5, manter o algarismo anterior, se for par, e aumentar de 1, se for

ímpar.

Exemplo: 72,465 é arredondado para 72,46 com 4 a.s 72,475 é arredondado para 72,48 com 4 a.s • se o número a arredondar for superior a 5, substituir o algarismo anterior, aumentando-o de 1.

Exemplo: 72,466 é arredondado para 72,47 com 4 a.s.

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Seja um outro exemplo, onde o traço indica o 1º algarismo do número a arredondar:

0,3569421 com 7 a.s. arredonda para 0,356942 com 6 a.s. 0,3569421 com 7 a.s. arredonda para 0,35694 com 5 a.s. 0,3569421 com 7 a.s. arredonda para 0,3569 com 4 a.s. 0,3569421 com 7 a.s. arredonda para 0,357 com 3 a.s. 0,3569421 com 7 a.s. arredonda para 0,36 com 2 a.s. 0,3569421 com 7 a.s. arredonda para 0,4 com 1 a.s.

OBS.: É comum nas Usinas de açúcar expressar os números relativos à Pol e Brix com 2 decimais e expressar a pureza com uma única decimal. Às vezes, durante um cálculo, é comum utilizar o arredondamento sucessivo ou seqüencial. Seja o número 1,5483271 com 8 a.s. que será arredondado várias vezes para ficar somente com 2 a.s.

Número Erro 1,5483271 1,548327 - 0,0000001 1,54833 + 0,000003 1,5483 - 0,00003 1,548 - 0,0003 1,55 + 0,002 1,6 + 0,05 + 0,0516729

Arredondando diretamente teríamos 1,5 e o erro seria - 0,0483271, portanto diferente do valor encontrado. Este é o arredondamento correto. Os arredondamentos acima são corretos quando realizados isoladamente.

3 Exatidão

Usa-se o termo exatidão para indicar a fidelidade da medida, isto é, o grau de concordância do valor achado experimentalmente com o valor verdadeiro.

4 Precisão

O termo precisão é usado para indicar a reprodutibilidade, isto é, o grau de concordância dos resultados individuais dentro de uma série de medidas. É comum existir mais de um método para se obter o mesmo resultado analítico e nestas ocasiões podemos ter:

Método I - Exatidão e precisão elevadas Método II - Precisão elevada, exatidão baixa Método III - Exatidão e precisão baixa

A Figura 1 ilustra graficamente as diferenças citadas anteriormente.

5 Erros Determinados

São erros devidos a causas definidas, que se repetem sistematicamente, ocasionando resultados persistentemente mais altos ou mais baixos do que o valor verdadeiro. Os principais são:

• Erros de método • Erros operacionais • Erros instrumentais

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6 Erros Indeterminados A medida de uma quantidade física realizada repetidas vezes, com o maior cuidado por uma pessoa, em condições de trabalho tão uniformes quanto possível, ainda pode apresentar diferenças. Estas diferenças revelam a presença de erros indeterminados (leitura de posição de uma agulha sobre a escala fixa do medidor, localização do nível do líquido nos aparelhos volumétricos, etc.). 7 Cuidados Básicos para Minimização de Erros Dentre os vários tipos de erro que incidem no controle químico não se deve esquecer o erro operacional, que ocorre nas análises químicas fornecendo resultados não confiáveis. São apresentados a seguir os principais cuidados/providências que deverão sempre ser lembrados, no sentido de minimizar os erros, e que apesar de estarem em seqüência, não significa ordem de prioridade. Procurar atendê-las significa, todavia, obter e manter boa qualidade nas medições. • Antes de utilizar uma metodologia é imprescindível entendê-la bem. A hora de fazer perguntas e

ter dúvidas é antes de executar as medições, não durante ou depois. • Trabalhe sempre com a metodologia ao alcance da mão. A memória é traiçoeira e pode causar

lapsos, apenas aparentemente insignificantes. • O uso de listas de verificação ou checagem é uma prática salutar e tende a reduzir os imprevistos. • Não anote resultados em papéis soltos. Deve-se utilizar cadernos, blocos, de preferência

pautados, ou então formulários apropriados. • Tome nota de todos os detalhes, condições, problemas, etc. Pode parecer um exagero, mas

detalhes verificados na hora e não anotados desaparecem, mesmo que possam vir a ser necessários.

• Siga a metodologia escrupulosamente, mesmo que não concorde com ela. Se tiver sugestões, comentários, apresente-os.

• Ao apresentar sugestões, comentários, críticas, lembrar que é conveniente dispor de argumentos cabíveis e até resultados experimentais, caso exeqüível.

• Se a metodologia não especificar o equipamento, é necessário anotar o que for usado. Pode ser necessário fazer comparações ou verificar a repetitividade ou estabilidade dos resultados.

• Mantenha limpa a área de trabalho. Sujeira e desordem não fazem parte de nenhuma metodologia.

• Nunca utilize um equipamento sem conhecê-lo. Consulte a ficha fornecida em anexo, e procure familiarizar-se.

• Se cometer um erro, corrija-o se for possível. Caso contrário, anote-o no relatório. Erros ocorrem e são normais: esconder erros é imperdoável.

• Existe metodologia aprovada, normalizada, adotada. Não existe contudo, metodologia absolutamente correta.

• Registre todos os valores obtidos. Nenhum resultado deve ser rejeitado, a priori. • Lembrar que todos os demais técnicos e operadores que estejam tomando parte numa dada

medição devem, necessariamente, entender bem o que estão fazendo. • Uma medição é tão boa, tão confiável, quanto o maior erro cometido na sua execução (Medição

com poucos erros é de baixo valor). • Escreva sempre de modo legível. Letras e números não protestam quando são lidos ou escritos

erradamente. • A sua metodologia pode ser ótima, mas será inútil se for somente sua.

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• Se todos seguem a mesma metodologia, com equipamentos semelhantes e técnicos conscientes e bem treinados, os resultados devem ser todos de qualidade equivalente. Não há, como é usual dizer, um dono da verdade.

• É metrologicamente desejável que uma medida boa, hoje, venha a se tornar pobre, futuramente. • O único responsável por uma medida é quem a executa. • Nenhuma metodologia/normalização é imutável ou permanente. Os fatos e os fenômenos é que

exigem alterações ou aconselham a manter o que já foi estabelecido. • É difícil obter melhoramentos na qualidade de medições, mas é muito fácil, quase imediato,

degenerá-las. • Tomar parte em programas interlaboratoriais é muito proveitoso, principalmente por oferecer a

oportunidade de verificar que outros laboratórios enfrentam problemas semelhantes, ou até piores.

Figura 1