CAPÍTULO 1 - MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO, … - Medidas de... · modelos de manejo e recuperação ambiental em áreas em áreas ... 2- Medidas de recuperação e reabilitação e os

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  • CONSULTORIA (EQUIPE 3) JARDIM BOTNICO DE CUBATO

    Atendendo ao Termo de Referncia BR-T1117/BID Desenvolvimento de mtodos e

    modelos de manejo e recuperao ambiental em reas em reas protegidas do Estado de

    So Paulo

    RELATRIO

    Programa de atividades de recuperao e reabilitao ambiental

    Segundo produto

    CAPTULO 1 - MEDIDAS DE RECUPERAO, REABILITAO E

    ORAMENTOS E ZONEAMENTO DA REA DO JARDIM BOTNICO DE

    CUBATO.

    2- Medidas de recuperao e reabilitao e os oramentos para as reas degradadas

    localizadas no Parque Estadual de Serra do Mar.

    Bairro gua Fria

    Bairro Stio dos Queirz

    Piles

    Bairros Cota 95/100

    Pinhal do Miranda

    Cota 200 e Setor 11

    Cota 400/500

    Biol. Erico F. Lopes Pereira-Silva

    So Paulo Brasil

    Fevereiro de 2009

  • Sumrio

    CAPTULO 1 - MEDIDAS DE RECUPERAO, REABILITAO E ORAMENTOS E ZONEAMENTO DA REA DO JARDIM BOTNICO DE CUBATO.............................................1 1. INTRODUO ............................................................................................................................3 2. OBJETIVOS DA ETAPA DE TRABALHO...................................................................................8 3. MEDIDAS DE RECUPERAO E DE REABILITAO DAS REAS DO JARDIM BOTNICO DE CUBATO .................................................................................................................................8 3.1 REAS DEGRADADAS..........................................................................................................10 3.1.1 SETOR NORDESTE ............................................................................................................13 3.1.1.1 GUA FRIA .......................................................................................................................13 3.1.1.2 LIMITE COM PINHAL DO MIRANDA ...............................................................................14 3.1.1.3 RECOMENDAES DE RECUPERAO DO SETOR NORDESTE.............................15 3.1.2 SETOR NOROESTE............................................................................................................21 3.1.2.1 LIMITE COM O BAIRRO COTA 200.................................................................................21 3.1.2.2 RECOMENDAES DE RECUPERAO DO SETOR NOROESTE ............................21 3.1.3 SETOR SUDOESTE ............................................................................................................25 3.1.3.1 ANTIGO PTIO DE OBRAS DA DUPLICAO DA ROD. IMIGRANTRES ....................25 3.1.3.2 RECOMENDAES DE RECUPERAO DO SETOR SUDOESTE.............................25 3.1.4 SETOR SUDESTE ...............................................................................................................28 3.1.4.1 STIO DOS QUEIRZ.......................................................................................................28 3.1.4.2 RECOMENDAES DE RECUPERAO DO SUDESTE .............................................28 3.2 AVALIAO DOS PLANTIOS ................................................................................................31 3.3 OS MODELOS DE PLANTIO EM REAS DEGRADADAS E CUSTOS ................................32 3.4 CUSTOS..................................................................................................................................32 3.5 DENSIDADE DE PLANTIO E GRUPOS DE ESPCIES........................................................33 3.6 MANUTENO.......................................................................................................................33 3.7 REAS PERTURBADAS ........................................................................................................34 3.8 SUBSDIOS PARA AS ATIVIDADES DE RECUPERAO...................................................34 4. ZONEAMENTO DO JARDIM BOTNICO DE CUBATO........................................................36 ANEXO I ........................................................................................................................................43 ANEXO III ......................................................................................................................................44 ANEXO III A) CUSTO ESTIMADO DE MO-DE-OBRA BRAAL PARA IMPLANTAO DO PROJETO DE RECUPERAO DE REAS DEGRADADAS.....................................................45 ANEXO III B) CUSTO ESTIMADO DE INSUMOS E MATERIAIS PARA IMPLANTAO DO PROJETO......................................................................................................................................46 ANEXO III C) CUSTO TOTAL ESTIMADO DE IMPLANTAO DO PROJETO ......................47

    CAPTULO 2 - MEDIDAS DE RECUPERAO E REABILITAO E OS ORAMENTOS PARA AS REAS DEGRADADAS LOCALIZADAS NO PARQUE ESTADUAL DE SERRA DO MAR, CUBATO, SP ..............................................................................................................................48 5. MEDIDAS DE RECUPERAO E DE REABILITAO DAS REAS DEGRADADAS ..........49 6. OBJETIVOS ..............................................................................................................................51 7. INTERVENES E PLANTIOS DE RECUPERAO EM TERRENOS INCLINADOS..........52 8 AVALIAO DOS PLANTIOS ...................................................................................................54 9 MANUTENO..........................................................................................................................55 10 REAS PERTURBADAS .........................................................................................................56 ANEXO III - MODELO DE PLANTIO ............................................................................................57 ANEXO IV A) CUSTO ESTIMADO DE MO-DE-OBRA BRAAL PARA IMPLANTAO DO PROJETO DE RECUPERAO DE REAS DEGRADADAS.....................................................58 ANEXO IV B) CUSTO ESTIMADO DE INSUMOS E MATERIAIS PARA IMPLANTAO DO PROJETO......................................................................................................................................59 ANEXO IV C) CUSTO TOTAL ESTIMADO DE IMPLANTAO DO PROJETO......................60

  • 1. INTRODUO

    A degradao ambiental pode ser definida como sendo as modificaes impostas

    pela sociedade aos ecossistemas naturais, alterando (degradando) as suas

    caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas, comprometendo, assim, a qualidade de vida

    dos seres humanos. As reas degradadas no esto presentes somente em zonas

    rurais, mas tambm se fazem presentes na zona urbana. De acordo com a Embrapa

    (2004), mais de 15% dos solos do mundo encontram-se degradados ou em processo de

    degradao (Angelis Neto et al. 2004).

    Na regio tropical, mais da metade dos solos possuem algum grau de degradao.

    Das reas degradas existentes at 2004 nessas regies, 98,8% esto relacionadas s

    atividades de produo e extrativismo e 1,2% a aes como minerao, construo de

    estradas, represas, reas industriais, disposio do lixo urbano de forma incorreta e

    erradicao da mata ciliar e de galeria, entre outras formas de degradao, resultando em

    impacto imediato sobre o solo. No Brasil estima-se em mais de 200 milhes de hectares

    sejam reas degradadas. Nesse cenrio que se estabelece de forma crescente, o uso da

    vegetao na recuperao de reas degradas, seja em zonas rurais ou urbanas, consiste

    em um dos principais instrumentos de uso que tem gerado resultados satisfatrios

    (Angelis Neto et al. 2004).

    Para a Mata Atlntica sensu lato, a situao de degradao e de destruio chegou

    a tal ponto que hoje j se faz necessrio tratar de sua recuperao. Segundo Noffs et al.

    (2004), para que as aes nessa direo sejam coerentes, preciso entender que

    praticamente todas as reas remanescentes desse bioma que ainda hoje existem devem

    ser preservadas. Essa preservao, e recuperao so fundamentais para a conservao

    de sua biodiversidade e s se dar atravs da ampliao da rea de seus remanescentes

    e de suas Unidades de Conservao (UC) que hoje so redutos insuficientes para garantir

    a proteo de todas as suas espcies (Noffs et al. 2000).

    As UC que atualmente existem na Mata Atlntica brasileira so insuficientes para

    garantir qualquer integridade de ecossistemas naturais e, no Estado de So Paulo, essas

    reas protegidas, alm de tambm serem poucas, tm enfrentado entraves que

    ultrapassam a esfera de um adequado programa de gesto. As UC paulistas no

    possuem recursos financeiros, infra-estrutura, equipamentos e pessoal que sejam

    suficientes para administrar, proteger, fiscalizar e operacionalizar outras aes.

    Os poucos esforos investidos no tm garantido a conservao e a preservao

    desse patrimnio natural e, na tentativa de atenuar a situao de ineficincia da gesto,

  • tem sido buscadas verbas internacionais vultosas para viabilizao de infra-estrutura,

    organizao de planos de manejo e otimizao da fiscalizao dessas reas. Apesar

    disso, o governo paulista ainda se mostra incapaz de resolver problemas historicamente

    srios de suas UC como, por exemplo, a indefinio fundiria e o cumprimento das

    disposies legais na conteno das invases humanas que essas reas vm sofrendo. A

    insuficincia em garantir a integridade de suas UC tem permitido a ocupao ilegal e tem

    facilitado a ameaa do entorno dessas reas que aos poucos esto sendo "ilhadas" pela

    expanso das atividades humanas.

    Dentre os inmeros fatores que alteram a qualidade ambiental e comprometem a

    preservao, a conservao da biodiversidade e das funes ecolgicas dos

    ecossistemas que esto inseridos em UC, a ocupao ilegal e desordenada tm sido um

    dos maiores problemas, pois est resultando em sucessivos e acumulativos impactos

    sobre a terra e sua cobertura vegetal, conduzindo perda da biodiversidade, alteraes

    das redes de drenagem, proliferao de doenas via sistemas hdricos deteriorados,

    contaminao e perda de produtividade do solo e da gua, acmulo de lixo e aumentos

    dos processos erosivos.

    No mesmo sentido de recuperar e conservar as fitofisionomias da Mata Atlntica

    sensu lato, tem sido necessria especial ateno recomposio de matas ciliares, ou

    seja, recompor todos os tipos de vegetao arbrea que estejam vinculadas beira de

    rios, seja atravs de mecanismos naturais de regenerao ou pela interveno humana

    atravs da restaurao. A recomposio de matas ciliares constitui uma estipulao legal

    obrigatria no Pas desde 1991 pela lei da poltica agrcola 8171/91 que determina a

    recuperao da vegetao nativa onde foi eliminada, inclusive as reas de Preservao

    Permanente (APP) (Kageyama & Gandara, 2001). A APP segundo a Lei Federal 4.771/65

    se constitui como rea protegida, coberta ou no por vegetao nativa, com a funo

    ambiental de preservar os recursos hdricos, a paisagem, a estabilidade geolgica, a

    biodiversidade, o fluxo gnico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar

    das populaes humanas.

    Uma rea degradada pode ser recuperada tendo em vista sua destinao para

    diversos usos possveis (Noffs et al. 2000). O termo recuperao no se aplica

    indistintamente a todos os usos possveis e, segundo o Instituto de Pesquisas

    Tecnolgicas do Estado de So Paulo (IPT 1993), esse termo deve ser aplicado conforme

    a possibilidade e a finalidade da recuperao:

  • a) restaurao, associado idia de reproduo das condies exatas do local, tais

    como eram antes de serem alteradas pela interveno;

    b) recuperao, associado idia de que o local alterado seja trabalhado de modo

    que as condies ambientais situem-se prximas s condies anteriores

    interveno, ou seja, trata-se de devolver ao local o equilbrio dos processos

    ambientais ali atuantes anteriormente;

    c) reabilitao, associado idia de que o local alterado dever ser destinado a

    uma dada forma de uso do solo, de acordo com projeto prvio e em condies

    compatveis com a ocupao circunvizinha, ou seja, trata-se de reaproveitar a rea

    para outra finalidade.

    Tm sido realizados esforos para restabelecer terrenos degradados em diversas

    partes do mundo e, para as reas protegidas do Estado de So Paulo, o cenrio no pode

    ser diferente. So necessrias aes concentradas e muitas bem planejadas para

    recuperao ambiental das reas protegidas ocupadas ilegalmente. Os objetivos

    preliminares seriam a desocupao e a adequada reintegrao social dos invasores, o

    restabelecimento da cobertura arbrea para fins ambientais, especialmente para controlar

    a eroso do solo e proteger as bacias hidrogrficas e a integrao entre homem e

    ambiente como medida preventiva a novas invases.

    Nas reas protegidas desocupadas das invases, uma vez que se tenha

    restabelecido a cobertura arbrea e se tenha restaurado a capacidade produtiva do solo e

    as funes ambientais, existe a possibilidade de aproveitamento sustentvel. No Bioma

    da Mata Atlntica tm sido concatenados esforos para conservao, recuperao e uso

    sustentvel, envolvendo mltiplos atores. A recuperao dessas reas pode estar

    associada gerao de empregos e renda, na produo de mudas destinadas a planos

    de recuperao, ao trabalho de recomposio ambiental ou, ainda, na produo de

    recursos florestais secundrios passveis de manejo comercial.

    A situao das reas degradadas nas diferentes formaes florestais de todo o

    estado de So Paulo especialmente preocupante. Estudos estimam a existncia de

    mais de 1,3 milho de hectares de reas marginais a cursos dgua sem vegetao ciliar.

    Esta projeo, que ainda fruto de uma avaliao preliminar, j indica a expressiva

    necessidade de recuperao. Se fossem recuperadas apenas as matas ciliares, seria

    necessrio produzir mais de dois bilhes de mudas (Barbosa 2006).

  • Atualmente existem tecnologias e metodologias adequadas que permitem obter o

    sucesso do modelo de recuperao implementado, tanto no aspecto ambiental como no

    social, porm, os custos dessas recuperaes ainda tm sido muito elevados, sendo

    muitas vezes recomendada como alternativa menos custosa apenas conservao

    preventiva e a regenerao natural dessas reas, sem considerar se fizeram parte de um

    cenrio passado de ocupao ilegal, um cenrio presente de pobreza e excluso social e

    que compem parte de um cenrio ambiental futuro de educao, conscientizao,

    recuperao e conservao.

    A implantao de um programa de recuperao de uma rea degradada procura

    diminuir ou ento eliminar os efeitos negativos causados pelas intervenes e alteraes

    antrpicas, as quais podem ser potencialmente geradoras de fenmenos indutores de

    impactos ambientais. Para um projeto de recuperao devem ser considerados alguns

    pontos importantes como:

    a) Indicar atravs de mapas em escala compatvel a quantidade de nascentes, rea

    (em ha), os locais a recuperar e proteger aqueles perturbados;

    b) Apresentar lista das espcies florestais nativas a serem utilizadas, com base de

    dados florsticos do bioma ou em levantamentos fitossociolgicos existentes,

    c) Diferenciar as formas de recuperao e proteo florestal (manejo da

    regenerao natural, plantios de enriquecimento, reflorestamento da gleba) a serem

    utilizadas;

    d) Prever condies de coleta, armazenamento e beneficiamento de sementes

    nativas prprias ou adquiridas em redes regionais de sementes florestais;

    e) Prever tratos silviculturais para manuteno dos plantios; prticas

    conservacionistas do solo ; terraos em curva de nvel, escoramento de taludes,

    planejamento das vias de acesso, dentre outras, visando iniciar reverso de

    processo erosivo;

    f) Apresentar as licenas ambientais cabveis, aps identificao das reas a serem

    trabalhadas;

    g) Elaborar um plano de adequao ambiental;

    h) Estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliao do projeto relativo a

    recursos florestais, hdricos, entre outros.

  • Os resultados que podem ser obtidos com essas estratgias de recuperao podem

    ser diversos frente riqueza que a Mata Atlntica oferece quanto paisagem e opes a

    serem desenvolvidas, somadas s agresses que toda esta regio tem sofrido durante

    dcadas de explorao do solo de uma forma totalmente desenfreada e inadequada.

    Considerando esses fatores, este trabalho apresenta uma proposta metodolgica para

    solues ambientais na regio do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), na regio de

    Cubato, sendo portanto, sugeridos alguns resultados que se pode obter do processo de

    recuperao de reas degradadas e perturbadas nesse trecho da Unidade de

    Conservao:

    a) Recuperao e proteo das reas de preservao permanentes que margeiam

    nascentes, corpos dgua, topos de morro e dos mananciais hdricos integrantes da

    UC;

    c) Melhoria da qualidade da gua na rea de abrangncia da recuperao;

    f) Comprometimento formal legal e jurdico de atores sociais com a conservao das

    florestas dessa regio, nascentes, e cursos dgua;

    g) Integrao e envolvimento efetivo dos rgos envolvidos na gesto de recursos

    hdricos do projeto, desencadeando condies futuras de replicabilidade e

    regularidade;

    Os Planos de Recuperao de reas Degradadas so importantes instrumentos da

    gesto ambiental para outros tipos de atividades antrpicas, sobretudo aquelas que

    envolvem desmatamentos, terraplenagem, explorao jazidas de emprstimos, bota-

    foras, etc.

    Davide (1999) afirma que um dos pontos importantes no planejamento de

    recuperao de reas degradadas a escolha de espcies vegetais. Essa escolha deve

    considerar estudos da composio florstica das matas remanescentes da regio. A partir

    desses levantamentos, experimentos silviculturais devem ser montados procurando

    explorar a variao ambiental e nveis de tecnologia, sendo que as espcies pioneiras e

    secundrias iniciais devero ter prioridade na primeira fase da seleo de espcies.

    Nesse sentido, o conhecimento das fases sucessionais e das relaes ecolgicas

    importante para a escolha certa das espcies a serem utilizadas na recuperao. Esta

    observao auxilia no sucesso da atividade, visto que a utilizao de plantas adequadas

  • ao ambiente destinado recuperao permite que a prpria natureza direcione o

    processo de sucesso ecolgica.

    Alm desses aspectos, deve-se levar em considerao a ocorrncia natural das

    espcies a serem escolhidas, suas caractersticas quanto exigncia de luminosidade

    (helifita e escifita), caractersticas quanto exigncia de umidade (xerfita e higrfita),

    adaptao a solos empobrecidos, capacidade de fixao de nitrognio e usos de fontes

    nitrogenadas presentes no solo, plantas com sistema radicular vasto, capazes de conter o

    solo em encostas suscetveis eroso, plantas com frutos comestveis (bagueiras) e de

    caractersticas melferas que atraiam fauna que otimizem a disperso.

    2. OBJETIVOS DA ETAPA DE TRABALHO

    Esse relatrio tem como objetivo fornecer informaes quantitativas e qualitativas de

    importncia para as orientaes sobre a recuperao e reabilitao das reas

    degradadas pelo efeito do uso inadequado da terra que se encontram dentro de uma

    parte dos limites do Parque Estadual da Serra do Mar no municpio de Cubato.

    3. MEDIDAS DE RECUPERAO E DE REABILITAO DAS REAS DO JARDIM

    BOTNICO DE CUBATO

    Como apresentado no Primeiro produto: Identificao de reas degradadas do

    Jardim Botnico de Cubato, foram identificados 57,09 ha de reas degradadas pelo uso

    inadequado da terra, distribudos em 32 trechos dos trs fragmentos florestais do Jardim

    Botnico. Essas reas devero ser recuperadas de acordo com o grau de alterao em

    que se encontram. Vale ressaltar que nessa rea total esto includas as reas de matas

    ciliares, cuja recomendao de recuperao est no Termo de Referncia para Programa

    de Recuperao de reas Degradadas de Mata Ciliar e Termo de Referncia para

    Implantao de Viveiro de Mudas Florestais Nativas.

    Para as recomendaes dessa consultoria foram utilizadas as informaes

    disponibilizadas pela SMA do Estado de So Paulo que norteiam a recuperao florestal

    com plantios heterogneos, sendo elas:

    a) Resoluo SMA 48 de 2004,

    b) Resoluo SMA 08 de 2008,

  • c) Lista das Espcies Arbreas com suas principais caractersticas ecolgicas, grau

    de ameaa quanto extino e as regies de ocorrncias,

    d) Chave de Tomada de Decises que abordam as diferentes situaes a serem

    restauradas.

    Esse trabalho procura apresentar medidas de recuperao das reas degradadas e

    perturbadas que esto inseridas no limite do PESM na regio de Cubato e que faro

    parte dos limites do novo Jardim Botnico e se justifica pelos benefcios ambientais que

    as recomendaes propiciaro s famlias que continuaro residindo em habitaes

    localizadas naqueles Bairros-Cota que sero regularizados, ao ambiente com a remoo

    de grande parte das moradias irregulares da Serra do Mar, com a recuperao de reas

    significativas de Mata Atlntica e a devoluo de reas desafetadas ao PESM e tambm

    para as reas de risco geolgico que se no forem protegidas hoje, podero representar

    riscos em um futuro prximo.

    As recomendaes para a recuperao dessas reas degradadas vo desde a

    simples proteo da rea para a regenerao natural, ou atravs de processos de

    nucleao, como a instalao de poleiros artificiais para atrao de avifauna, ou

    transposio de camadas superiores de solos com o seu banco de sementes e at

    mesmo o plantio de espcies arbreas seguindo modelos adequados para cada situao.

    Contudo, no caso especfico de recuperao de reas de escorregamentos recomenda-se

    a interveno se houver dificuldades para o estabelecimento de plntulas, elevada

    instabilidade do solo, fluxo excessivo de gua e limitaes severas de fertilidade. Nestes

    casos, recomendvel utilizar mudas juvenis, com implantao prvia de medidas de

    conteno de eroso e correo da fertilidade do solo. A inteno dessa etapa no a

    esgotar as possibilidades de aes de recuperao, mas explanar alguns exemplos como

    forma de mostrar os caminhos que podem ser adotados para os projetos recuperao a

    serem recomendados para as diferentes situaes dos bairros Cota e queles que sero

    vizinhos ou removidos com suas reas absorvidas pelo novo Jardim Botnico em

    Cubato.

    A implantao dos projetos de recuperao das reas degradadas e perturbadas

    procurar indicar formas de minimizar ou eliminar os efeitos adversos decorrentes das

    aes antrpicas que desencadearam os danos ambientais que se fazem presentes, as

    quais tm sido potencialmente geradoras de fenmenos indutores de impactos ambientais

  • negativos que se manifestam no entorno das moradias de cada bairro do entorno do

    Jardim Botnico e que acabam colocando em risco a vida das pessoas que l habitam.

    Para um projeto de recuperao nesse contexto, so apresentadas as recomendaes

    iniciais a seguir, as quais devero ser analisadas e apresentadas definitivamente como

    parte do segundo produto dessa consultoria.

    3.1 REAS DEGRADADAS

    Para a rea destinada ao Jardim Botnico (Figura 1a) j foram feitas as

    recomendaes para recuperao das reas de Matas Ciliares (Vide o Termo de

    Referncia para Programa de Recuperao de reas Degradadas de Mata Ciliar e Termo

    de Referncia para Implantao de Viveiro de Mudas Florestais Nativas Figura 1b),

    sendo necessria a recomendao de recuperao das demais reas e definio de uma

    zona para as dependncias gerais do Jardim Botnico. Dessa forma, para a gerao dos

    custos de recuperao foram subtradas, dos mapas de reas degradadas e perturbadas

    desse relatrio, as reas de matas ciliares para que ento restassem apenas reas do

    entorno imediato (Figura 1c) de reas de Preservao Permanente (APP) dos corpos

    dgua localizados nos limites do Jardim Botnico de Cubato (Vide o Termo de

    Referncia para Programa de Recuperao de reas Degradadas de Mata Ciliar e Termo

    de Referncia para Implantao de Viveiro de Mudas Florestais Nativas). Isso permitiu a

    gerao de oramentos mais exatos e que atendessem a necessidade da recuperao.

    Na regio da gua Fria, o relevo no apresenta declive acentuado, sendo portanto

    relativamente plano, o que facilita as atividades para recuperao. As reas degradadas

    identificadas no limite do Jardim Botnico esto ocupadas, em maioria, pelas moradias

    irregulares que devero ser removidas (Figura 2).

    Essas moradias se concentram nos bairros da gua Fria e no Stio dos Queirz e,

    para o melhor entendimento e localizao das situaes, foi elaborado um mapa

    setorizado em quatro regies do Jardim Botnico (Figura 1a). Nessas localidades, o

    impacto da ao humana contnua est impedindo, em diferentes intensidades, a

    capacidade do ambiente de retornar ao estado original, no existindo em diversas reas

    condies de equilbrio pelos meios naturais de regenerao. Outras reas onde foi

    efetuado desmatamento recente ou ento que foram abandonadas e quelas que fazem

    margem com a floresta contnua, a resilincia do ambiente ainda pode existir de forma

  • expressiva, o que permite a conduo do processo de regenerao natural ou ento

    alguma interveno humana de pequena escala.

    Aps a subtrao, atravs de SIG ArcView 9.2, das reas de mata ciliar a serem

    recuperadas, restou para essa consultoria, fornecer recomendaes para 43 ha de reas

    degradadas pelo uso inadequado da terra, distribudos ao Nordeste, Noroeste, Sudoeste

    e Sudeste do Jardim Botnico (Figura 1a e 1c), que devero ser recuperados de acordo

    com o grau de alterao em que se encontram:

    Setor Nordeste bairro gua Fria e limite com o bairro Pinhal do Miranda;

    Setor Noroeste limite com o bairro Cota 200;

    Setor Sudoeste antigo ptio de obras da duplicao da rod. Imigrantres

    Setor Sudeste Stio dos Queirz e entorno imediato.

    So reas inseridas nos limites do Jardim Botnico e que possuem resilincia muito

    baixa ou nula, o que leva necessidade de interveno humana, inicialmente com a

    identificao dos fatores degradantes que devero ser eliminadas e tomada de medidas

    preventivas para que esses fatores negativos no se instalem novamente.

    O programa de recuperao de reas degradadas dever ser planejado em etapas

    distintas, inicialmente uma fase de avaliao das condies atuais das reas em cada um

    dos quatro setores.

  • Figura 1a. Total de reas degradadas e perturbadas localizadas no interior do Jardim Botnico de Cubato e no seu entorno imediato.

    Figura 1b. reas degradadas e perturbadas a serem recuperadas em mata ciliar e mata no-ciliar e a Zona Especial que esto localizadas no interior do Jardim Botnico de Cubato.

    Figura 1c: reas degradadas e perturbadas de Floresta Ombrfila Densa Submontana a serem recuperadas localizadas no interior do Jardim Botnico de Cubato.

  • 3.1.1 SETOR NORDESTE

    Esse setor um dos mais crticos quanto presena de reas degradadas, pois

    envolve todo o bairro da gua Fria alm do avano irregular do bairro Pinhal do Miranda

    dentro da rea do PESM.

    3.1.1.1 GUA FRIA

    Na regio do bairro da gua Fria, junto ao Rio Cubato, o relevo plano no oferece

    risco geotcnico ou ocorrncias de fenmenos geolgico-geotcnicos. Para esse local

    existe a grande necessidade de remoo da populao e das moradias (Figura 2), a fim

    de devolver essa rea ao PESM e poderem ser feitas atividades adequadas de

    recuperao e obras de instalao do Jardim Botnico. Alm disso, nesse local, ser

    delimitada uma Zona de Uso Especial (Figura 1b) no destinada recuperao ambiental,

    mas para a instalao das dependncias do Jardim Botnico. Para isso, ser considerado

    o roteiro metodolgico de zoneamento utilizado no Plano de manejo do PESM. O

    zoneamento completo da rea ser tratado mais adiante.

    Na figura 2, Setor Nordeste, podem ser visualizadas duas situaes de degradao

    muito comuns no bairro gua Fria, a primeira (A) ocasionada por desmatamento e a

    segunda (B), decorrente dos impactos das moradias e vias de acesso. Para esses dois

    casos predominantes, as possibilidades e pretenses para a recuperao de reas so

    favorecidas pela matriz regional que ainda predominantemente florestal e que pode ser

    utilizada como importante subsdio restaurao.

    Em situaes que se assemelham cena A (Figura 2), recomenda-se a remoo

    dos fatores de degradao existentes e a recuperao a partir da proteo da rea para

    que a regenerao natural conduza formao da nova cobertura florestal, aproveitando

    o impacto positivo da proximidade da rea degradada com remanescentes e bordas

    florestais. Caso sejam identificados indivduos arbreos exticos nesses locais, ao invs

    de remov-los, esses devero ser anelados, servindo como poleiros artificiais de avifauna

    que permitiro uma otimizao nos processos de disperso de propgulos e de

    regenerao.

    A ocupao humana desordenada que predomina no Setor Nordeste (situao B)

    iniciou um processo de perda de hbitat por perfurao com a substituio de parte das

  • matas secundrias em estdios inicial e mdio/avanado por uma rede de vias de ligao

    entre as quadras demarcadas e por edificaes e campos antrpicos com diferentes

    nveis de degradao. Nesses locais foram observados indicadores visuais de ao

    antrpica nas bordas da floresta como ocorrncia de lixo, de trilhas ou caminhos, de

    clareiras no naturais, de animais domsticos e de injrias, cortes e queimada na

    vegetao, compactao severa do solo por asfalto e moradias, deixando claro os efeitos

    negativos que essas reas de mata esto enfrentando (Vide Primeiro produto:

    Identificao de reas degradadas do Jardim Botnico de Cubato.

    Ainda na situao B, ocorreu a compactao do solo, exemplificada pelo prprio

    cho das moradias, dos quintais, terrenos baldios e vias de acesso tanto em terra como

    com cobertura de asfalto. Para viabilidade de atividades de recuperao devem ser feitas

    intervenes como a remoo das moradias, lixo e entulhos e, posteriormente a essa

    limpeza, deve ser feita arao, gradagem, subsolagem, anlise do solo e sua adequada

    correo e adubao para melhoria das qualidades fsicas e qumicas antes de efetuar

    qualquer plantio de mudas. Alm disso, nessas reas podem ser aplicadas tcnicas

    alternativas para recuperao ou para a melhoria da qualidade do solo como o plantio de

    adubao verde, para melhoria das caractersticas fsicas e qumicas do solo, o

    transplante de serapilheira (camada superior do solo e banco de sementes) de reas

    florestais remanescentes e vizinhas ao local e o plantio em rea total. Essas medidas

    para esse setor devero ser apresentadas a seguir de forma mais detalhada e roteirizada.

    3.1.1.2 LIMITE COM PINHAL DO MIRANDA

    No limite entre o Jardim Botnico (limite do PESM) e bairro Pinhal do Miranda, as

    reas degradadas so consideradas como de risco geotcnico, existindo portanto, a

    necessidade de remoo das moradias. So reas de risco que foram delimitadas e

    caracterizadas pela CDHU, dentro do Programa de Recuperao Socioambiental da Serra

    do Mar (Municpio de Cubato), no relatrio nmero cinco que se refere ao Arrolamento e

    Caracterizao Socioeconmica do Ncleo Pinhal do Miranda - 2008.

    Os mapas gerados por esse trabalho da CDHU indicam as reas que tm potencial

    de ocorrncia de eventos de natureza geolgica ou geotcnica que podem provocar

    conseqncias danosas ao ambiente e populao presente. Uma parte desse bairro

    invade os limites do PESM no sentido Sul, causando a desestabilizao do solo,

    desmatamento e fragilizando as reas mais ngremes das encostas, o que aumenta a

  • possibilidade de escorregamentos de terra, alm da compactao do solo causada pelas

    moradias e pelas vias de acesso irregulares, bem como causa alteraes na paisagem.

    Todas essas caractersticas permitem organizar um terceiro cenrio de degradao

    (situao C), exemplificado na Figura 3 e que dever ter suas medidas de recuperao

    roteirizadas a seguir.

    Para essa situao de degradao em reas com terreno inclinado, deve ser

    executada a interveno humana se houver dificuldades para o estabelecimento de

    plntulas, elevada instabilidade do solo, fluxo excessivo de gua e limitaes severas de

    fertilidade. Nestes casos, recomendvel utilizar mudas juvenis, com implantao prvia

    de medidas de conteno de eroso e correo da fertilidade do solo.

    3.1.1.3 RECOMENDAES DE RECUPERAO DO SETOR NORDESTE

    Atividades propostas de recuperao das reas degradadas desse setor abordaram as

    trs situaes A, B e C:

    Situao A: regenerao natural em reas desmatadas e com relevo plano a

    atividade de recuperao pode ser feita a partir do isolamento dessas reas degradadas,

    desde que constatada a possibilidade da regenerao sem o auxilio de plantios de mudas

    ou sementes. A presena ou a ausncia de um banco de sementes ou de plntulas de

    espcies pioneiras pode determinar o grau de interveno. Em reas como a da situao

    A, em que existe proximidade com a matriz florestal, a regenerao pode ser a alternativa

    de recuperao. Isso busca aproveitar a capacidade de recuperao por meio de

    sucesso ecolgica. Dessa forma, podem ser seguidos os seguintes procedimentos:

    a) Isolamento da rea

    b) Retirada dos fatores de degradao

    c) Anelamento de espcies exticas destinadas aos poleiros artificiais

    d) Proteger os indivduos arbreos remanescentes

    e) Eliminao seletiva e desbaste de espcies competidoras e remoo de

    gramneas

    f) Induo e conduo de propgulos autctones.

  • Situao B: intervenes e plantios de recuperao em reas desocupadas pelas

    moradias:

    a) Isolamento da rea

    b) Retirada dos fatores de degradao e remoo de lixo e entulhos

    c) Descompactao do solo atravs de subsolagem mecnica nas reas

    planas ou outra tcnica capaz de promover essa ao

    d) Preparao do terreno, anlise e correes no solo (caractersticas

    fsicas, qumicas e microbiolgicas).

    e) Melhoria da qualidade do solo por tcnica alternativa de transposio do

    solo (camada orgnica) e banco de sementes

    f) Plantio de mudas de no mnimo 80 espcies arbreas nativas. Os

    modelos de plantio que separam espcies em grupos funcionais tm

    otimizado o potencial das espcies plantadas na restaurao de reas

    degradadas.

    - Esse modelo pode possuir 40 % de espcies no pioneiras (NP)

    - Espaamento 2 x 2 m, o que permite a implantao de 2500 mudas/ha

    organizadas em grupos ecolgicos e distribudas no campo conforme o

    esquema representado no Anexo I

    - Distribuio espacial que evite a repetio de grupos sucessionais e a

    superposio de copas

    - Utilizao de 20% das espcies (500 mudas/ha) zoocricas nativas e

    5% das espcies (125 mudas/ha) enquadradas em alguma categoria de

    ameaa, conforme Resoluo SMA 48/04

    - Observao: Existindo maior diversidade de espcies em viveiros da

    regio, recomenda-se aumentar o nmero de espcies no plantio,

    diversificando o modelo de recuperao. A escolha das espcies dever

    ser feita com base na lista de espcies vegetais, presente na Resoluo

    SMA 08/08 e na lista de espcies gerada pelo Plano de Manejo do

  • PESM, de tal forma a utilizar o maior nmero de espcies regionais

    possvel.

    Situao C: intervenes e plantios de recuperao em terrenos inclinados:

    As reas de encostas na Serra do Mar esto associadas a situaes de equilbrio

    precrio, com estabilidade diretamente relacionada s caractersticas do relevo, dos tipos

    de solo, da cobertura de vegetao, da forma, da drenagem, do lenol fretico e outras

    caractersticas fsicas e antrpicas como os usos urbanos, tipos de edificaes, materiais

    e tcnicas imprprias, desmatamento, falta de redes de drenagem de guas servidas e

    pluviais, infiltraes, aterros e outras aes humanas degradadoras do ambiente.

    As atividades de recuperao nessa situao devem levar em considerao a

    drenagem das reas que sero desocupadas, devendo ser executadas as obras cabveis,

    cuja responsabilidade seja da CDHU nas reas de risco geotcnico e geolgico, para a

    readequao e preveno de processos erosivos em virtude da declividade e

    descobertura vegetal do terreno que ser desocupado de moradias irregulares. Nos

    limites do PESM com o bairro Pinhal do Miranda, devero ser executadas as seguintes

    atividades de recuperao:

    a) Isolamento da rea a ser desocupada

    b) Retirada dos fatores de degradao e remoo de lixo e entulhos

    c) Descompactao do solo atravs de tcnicas que no comprometam a

    estrutura do solo e que no ocasionem movimentao de massa

    d) Preparao do terreno, anlise e correes no solo (caractersticas

    fsicas, qumicas e microbiolgicas)

    e) Em casos de terrenos muito inclinados que sero desocupados e que

    possuem elevada instabilidade do solo:

    - Se for necessrio devero ser feitos terraos de interceptao com

    escoadouros, visando captar o movimento de excessos de enxurradas e

    conduzir a gua em um desnvel progressivo, evitando seu acmulo e

    prevenindo escorregamentos de encosta.

  • - Na rea em que for necessrio o terraceamento recomenda-se o plantio

    de adubao verde, para melhoria das caractersticas fsicas e qumicas

    do solo, o transplante de serapilheira juntamente com a transposio da

    camada superior do solo (camada orgnica) e banco de sementes e o

    plantio em rea total. Existindo bananeiras, essas devero ser

    erradicadas, uma vez que suas razes no cumprem com a funo de

    estruturao do solo e podem acumular grandes volumes de gua

    Observao: Para as atividades de plantio em reas de encostas

    recomendvel utilizar mudas juvenis, com implantao prvia de medidas

    de conteno de eroso e correo da fertilidade do solo.

    f) A seleo de espcies para o plantio de recuperao nesse tipo de

    situao deve considerar 60% delas (1500 mudas/ha) com crescimento

    rpido (Anexo II), ou seja, espcies pioneiras (P) que, se possvel, sejam

    atrativas de fauna, de tal forma a otimizar a sucesso ecolgica e reduzir

    qualquer processo de eroso com escorregamento de encostas em

    virtude da remoo das moradias e do tratamento do terreno. O uso de

    espcies pioneiras dever favorecer o desenvolvimento de espcies

    tardias e a germinao do banco de sementes que foi transposto

    anteriormente com a camada de solo. Assim como na situao anterior,

    devero ser eleitas no mnimo 80 espcies arbreas ocorrentes na

    Floresta Ombrfila Densa Submontana da regio. Alm disso, outras

    recomendaes podem ser seguidas:

    - Espaamento 2 x 2 m, o que permite a implantao de 2500 mudas/ha

    organizadas em grupos ecolgicos e distribudas no campo conforme o

    esquema representado no Anexo II.

    - Distribuio espacial que evite a repetio de grupos sucessionais e a

    superposio de copas.

    - Na situao de terreno inclinado, fica recomendado o plantio em curvas

    de nvel, pois isto ajudar a evitar a eroso.

    Observao: Existe a necessidade de esclarecimentos e conscientizao

    da comunidade local que dever permanecer para que evitem a

    impermeabilizao de terrenos, evitando futuros problemas com a

    conduo das guas pluviais e conseqentes movimentos de terra.

  • Figura 2. Setor Nordeste - Situao com ocupaes irregulares e reas degradadas (___) no Bairro gua Fria, Jardim Botnico de Cubato.

  • Figura 3. Setor Nordeste - reas potenciais de escorregamentos naturais na Serra que so as linhas de drenagens que cortam a regio do Bairro Pinhal do Miranda e fazem limite com o Jardim

    Botnico de Cubato.

  • 3.1.2 SETOR NOROESTE

    3.1.2.1 LIMITE COM O BAIRRO COTA 200

    Apesar do Jardim Botnico possuir uma extensa rea livre de riscos geotcnicos ou

    ocorrncias de fenmenos geolgico-geotcnicos s margens do Rio Cubato e sua

    vizinhana, essas caractersticas de risco podem ser observadas na poro norte externa ao

    Jardim, evidenciando uma situao de degradao em terreno ngreme (D), como exemplo,

    cicatrizes de escorregamentos naturais na Serra que so as drenagens que cortam a regio

    do bairro Cota 200 (Figura 4). Esse bairro compe parte do entorno do Jardim Botnico e

    podem ser considerados bastante distintos, uma vez que o Bairro-Cota 200 est em encostas

    mais ngremes, enquanto que o Bairro Pinhal do Miranda (situao C do Setor Nordeste)

    situa-se em encostas de declividades menos acentuadas, mas tambm com riscos geolgico-

    geotcnicos.

    No bairro Cota 200 existem 1300 moradias com alguma situao irregular, segundo os

    mapas da CDHU para essa localidade. Alm disso, aproximadamente120 moradias

    ultrapassam o limite de desafetao e invadem os limites do PESM e ocupam APP. Essas

    moradias que esto dentro da Unidade de Conservao devero ser removidas e as reas

    remanescentes precisaro ser recuperadas.

    3.1.2.2 RECOMENDAES DE RECUPERAO DO SETOR NOROESTE

    Situao limite Jardim Botnico com Cota 200: intervenes e plantios de recuperao em

    terrenos inclinados:

    As reas que devero ser desocupadas e recuperadas se assemelham muito com a

    situao observada no Pinhal do Miranda (situao C). As atividades de recuperao nessa

    situao devem levar em considerao a drenagem das reas que sero desocupadas,

    devendo ser executadas as obras cabveis de responsabilidade da CDHU nas reas de risco

    geotcnico e geolgico, para a readequao e preveno de processos erosivos em virtude

    da declividade e descobertura vegetal do terreno que ser desocupado de moradias

    irregulares:

    a) Remoo de moradias e isolamento da rea que pertence ao PESM

    b) Retirada dos fatores de degradao e remoo de lixo e entulhos

  • c) Descompactao do solo atravs de tcnicas que no comprometam a

    estrutura do solo e que no ocasionem movimentao de massa,

    especialmente nos locais mais ngremes

    d) Preparao do terreno, anlise e correes no solo (caractersticas fsicas,

    qumicas e microbiolgicas)

    e) Em casos de terrenos muito inclinados que sero desocupados e que

    possuem elevada instabilidade do solo:

    - Se for necessrio devero ser feitos terraos de interceptao com

    escoadouros, visando interceptar o movimento de excessos de enxurradas e

    conduzir a gua em um desnvel progressivo, evitando seu acmulo e

    prevennindo escorregamentos de encosta.

    - Na rea de terraceamento recomenda-se o plantio de adubao verde, para

    melhoria das caractersticas fsicas e qumicas do solo, o transplante de

    serapilheira juntamente com a transposio da camada superior do solo

    (camada orgnica) e banco de sementes e o plantio em rea total. Existindo

    bananeiras, essas devero ser erradicadas, uma vez que suas razes no

    cumprem com a funo de estruturao do solo e podem acumular grandes

    volumes de gua

    Observao: Para as atividades de plantio em reas de encostas

    recomendvel utilizar mudas juvenis, com implantao prvia de medidas de

    conteno de eroso e correo da fertilidade do solo. Se a rea for de difcil

    acesso, recomenda-se o uso de sementes de espcies pioneiras com

    crescimento rpido

    f) A seleo de espcies para o plantio de recuperao nesse tipo de situao

    deve considerar 60% delas (1500 mudas/ha) com crescimento rpido (Anexo

    II), ou seja, espcies pioneiras (P) que, se possvel, sejam atrativas de fauna,

    de tal forma a otimizar a sucesso ecolgica e reduzir qualquer processo de

    eroso com escorregamento de encostas em virtude da remoo das

    moradias e do tratamento do terreno. O uso de espcies pioneiras dever

    favorecer o desenvolvimento de espcies tardias e a germinao do banco

    de sementes que foi transposto anteriormente com a camada de solo. Assim

    como na situao anterior, devero ser eleitas no mnimo 80 espcies

    arbreas ocorrentes na Floresta Ombrfila Densa Submontana da regio.

    Alm disso, outras recomendaes podem ser seguidas:

  • - Espaamento 2 x 2 m, o que permite a implantao de 2500 mudas/ha

    organizadas em grupos ecolgicos e distribudas no campo conforme o

    esquema representado no Anexo II.

    - Distribuio espacial que evite a repetio de grupos sucessionais e a

    superposio de copas.

    - Na situao de terreno inclinado, fica recomendado o plantio em curvas de

    nvel, pois isto ajudar a evitar a eroso.

  • Figura 4. Setor N

    oroe

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    ciais de

    escorrega

    men

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    turais na Serra que

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    Cub

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    .

  • 3.1.3 SETOR SUDOESTE

    3.1.3.1 ANTIGO PTIO DE OBRAS DA DUPLICAO DA ROD. IMIGRANTRES

    O trecho de um antigo ptio de obras de duplicao da Rodovia do Imigrantres

    possui uma rea onde as atividades de recuperao podem ser feitas a partir do

    processo de regenerao natural. As condies desse local se enquadram situao

    A observada no bairro de gua Fria, sendo portanto recomendado seu isolamento em

    relao aos fatores de degradao. Esse local favorecido pela proximidade com a

    matriz florestal, logo, a regenerao pode ser uma alternativa de recuperao.

    3.1.3.2 RECOMENDAES DE RECUPERAO DO SETOR SUDOESTE

    Dever ser constatada a possibilidade da regenerao sem o auxilio de plantios

    de mudas ou sementes, caso contrrio, poder ser necessrio executar algum plantio

    de adensamento, o que seria interessante para o processo de sucesso que j pode

    estar ocorrendo. Podem ser observados indivduos arbreos esparsos, o que pode ser

    atribudo tentativa de recuperao aps a desocupao do ptio (Figura 5). Essas

    rvores podem servir de subsdio na recuperao, devendo, portanto, serem

    protegidas como poleiros naturais de oferta de condies e recurso para avifauna e

    fauna local. Dessa forma, podem ser seguidos os seguintes procedimentos:

    a) Isolamento da rea

    b) Retirada dos fatores de degradao

    c) Anelamento de espcies exticas destinadas aos poleiros artificiais

    d) Proteger os indivduos arbreos remanescentes

    e) Eliminao seletiva e desbaste de espcies competidoras e remoo

    de gramneas

    f) Induo e conduo de propgulos autctones

    g) Plantio de adensamento que poder ser feito com mudas ou

    sementes de espcies ocorrentes na regio, acelerando a dinmica

    de sucesso ecolgica.

    h) Plantio de mudas de no mnimo 80 espcies arbreas nativas. Os

    modelos de plantio que separam espcies em grupos funcionais tm

    otimizado o potencial das espcies plantadas na restaurao de reas

    degradadas.

  • - Esse modelo pode possuir 40 % de espcies no pioneiras (NP)

    - Espaamento 2 x 2 m, o que permite a implantao de 2500

    mudas/ha organizadas em grupos ecolgicos e distribudas no campo

    conforme o esquema representado no Anexo I

    - Distribuio espacial que evite a repetio de grupos sucessionais e

    a superposio de copas

    - Utilizao de 20% das espcies (500 mudas/ha) zoocricas nativas

    e 5% das espcies (125 mudas/ha) enquadradas em alguma

    categoria de ameaa, conforme Resoluo SMA 48/04

    - Observao: Existindo maior diversidade de espcies em viveiros da

    regio, recomenda-se aumentar o nmero de espcies no plantio,

    diversificando o modelo de recuperao. A escolha das espcies

    dever ser feita com base na lista de espcies vegetais, presente na

    Resoluo SMA 08/08 e na lista de espcies gerada pelo Plano de

    Manejo do PESM, de tal forma a utilizar o maior nmero possvel de

    espcies regionais.

  • Figura 5. Setor Sudoeste rea de recuperao onde se localizava um antigo ptio de obras da Rodovia Imigrantes e que far parte dos limites do Jardim Botnico de Cubato.

  • 3.1.4 SETOR SUDESTE

    3.1.4.1 STIO DOS QUEIRZ

    A ocupao dessa rea de encosta s margens da Rodovia Padre Manoel da

    Nbrega est em expanso na direo do Parque Estadual da Serra do Mar (Figura

    6). Diversas habitaes esto instaladas ao sop do morro e precisam ser removidas

    j que concentram, depois do bairro da gua Fria, as maiores presses humanas no

    Jardim Botnico de Cubato.

    3.1.4.2 RECOMENDAES DE RECUPERAO DO SUDESTE

    Situao B: intervenes e plantios de recuperao em reas desocupadas

    pelas moradias:

    g) Isolamento da rea aps a remoo das moradias

    h) Retirada dos fatores de degradao e remoo de lixo e entulhos

    i) Descompactao do solo atravs de subsolagem mecnica nas reas

    planas ou outra tcnica capaz de promover essa ao

    j) Preparao do terreno, anlise e correes no solo (caractersticas

    fsicas, qumicas e microbiolgicas).

    k) Melhoria da qualidade do solo por tcnica alternativa de transposio

    do solo (camada orgnica) e banco de sementes

    l) Plantio de mudas de no mnimo 80 espcies arbreas nativas. Os

    modelos de plantio que separam espcies em grupos funcionais tm

    otimizado o potencial das espcies plantadas na restaurao de reas

    degradadas.

    - Esse modelo pode possuir 40 % de espcies no pioneiras (NP)

    - Espaamento 2 x 2 m, o que permite a implantao de 2500

    mudas/ha organizadas em grupos ecolgicos e distribudas no campo

    conforme o esquema representado no Anexo I

    - Distribuio espacial que evite a repetio de grupos sucessionais e

    a superposio de copas

    - Utilizao de 20% das espcies (500 mudas/ha) zoocricas nativas

    e 5% das espcies (125 mudas/ha) enquadradas em alguma

    categoria de ameaa, conforme Resoluo SMA 48/04

  • - Observao: Existindo maior diversidade de espcies em viveiros da

    regio, recomenda-se aumentar o nmero de espcies no plantio,

    diversificando o modelo de recuperao. A escolha das espcies

    dever ser feita com base na lista de espcies vegetais, presente na

    Resoluo SMA 08/08 e na lista de espcies gerada pelo Plano de

    Manejo do PESM, de tal forma a utilizar o maior nmero de espcies

    regionais possvel.

  • Figura 6. Setor Sudeste rea de recuperao onde se localizava o Stio dos Queirz

  • 3.2 AVALIAO DOS PLANTIOS

    O acompanhamento das aes de recuperao ser feito atravs da avaliao

    anual da rea recuperada, durante um perodo de dois anos. Nas reas destinadas

    recomposio natural dever ser feito um acompanhamento dos padres de

    regenerao da vegetao, considerando aspectos como a cobertura do terreno, a

    formao de uma estratificao horizontal e a composio de espcies.

    Nas reas em que se dar o plantio de mudas devero ser avaliados aspectos

    como o controle de pragas, taxa de sobrevivncia, visando determinar a necessidade

    de replantio naqueles locais que apresentem baixos ndices de sobrevivncia.

    Essa avaliao do processo de recuperao dever trazer informaes que

    permitam observar os sucessos ou insucessos das estratgias escolhidas para a

    recuperao da rea degradada, bem como os fatos que conduziram a estes

    resultados. As tcnicas que podem ser utilizadas para a avaliao da recuperao

    so:

    - Avaliao da percentagem de cobertura do solo;

    - Avaliao da conteno ou persistncia de processos erosivos;

    - Avaliao da sobrevivncia de mudas e sementes implantadas;

    - Avaliao quantitativa de serrapilheira;

    - Avaliao quantitativa e qualitativa do banco de sementes;

    - Avaliao da abundncia e densidade de espcies vegetais;

    - Avaliao da regenerao natural e outros indicadores concernentes ao

    plantio.

    Com o desenvolvimento das mudas poder variar em virtude de uma srie de

    fatores ambientais e das condies de implementao dos plantios, essas avaliaes

    podero ser organizadas em uma matriz de avaliao da recuperao, classificando o

    plantio em timo, bom, regular e ruim.

    O nmero mnimo espcies florestais arbreas nativas de ocorrncia regional

    dever ser adequado e garantir o sucesso da restaurao, logo, fica salientada que a

    simples escolha de espcies da flora regional no ser a garantia de estabelecimento

    e sobrevivncia das mudas, nem mesmo de reestruturao da floresta outrora

    existente. Deve ser lembrado que em florestas tropicais o processo de sucesso

    ecolgica gradual e ocorre com substituio de espcies, com o direcionamento e o

    aumento da complexidade em uma escala de tempo. Essa substituio deve ser

    entendida sob o ponto de vista de grupos ecolgicos ou categorias de sucesso

    ecolgica.

  • 3.3 OS MODELOS DE PLANTIO EM REAS DEGRADADAS E CUSTOS

    Os modelos de plantio para recuperao da rea foram baseados em

    informaes que tm sido constantemente aprimoradas e alimentadas pelos

    conhecimentos bsicos sobre ecologia, demografia, gentica, biogeografia, bem como

    por informaes obtidas sobre o ambiente fisco e biolgico da regio onde se insere a

    rea objeto de recuperao. Alm dos conhecimentos cientficos, outro ponto

    importante e considerado foi a disponibilidade de tecnologia silvicultural para as

    espcies nativas, envolvendo a produo e beneficiamento de sementes, produo de

    mudas e a prpria implantao da floresta.

    Os principais parmetros norteadores do modelo aqui apresentado, foram

    baseados na Resoluo SMA 08/08 que dispe sobre as orientaes para

    reflorestamento heterogneo com espcies florestais nativas em reas degradadas,

    que estabelece em seu artigo 6 o um nmero mnimo espcies florestais arbreas

    nativas de ocorrncia regional, que devem estar estabelecidas aps dois anos da

    implantao do projeto de restaurao.

    As espcies florestais arbreas utilizadas no reflorestamento devem seguir a

    orientao da lista de espcies anexa a Resoluo SMA 08/08, para a regio

    ecolgica Litoral Sul, seguindo ainda a sua ocorrncia no bioma. Pode-se ainda,

    utilizar outras espcies vegetais que foram levantadas pelo Plano de Manejo do

    PESM, alm de considerar tambm os estudos florsticos disponveis para a regio.

    Seguindo as recomendaes do Termo de Referncia para Implantao de

    Viveiro de Mudas Florestais fica salientada a importncia da criao de um viveiro de

    espcies nativas florestais para a produo de mudas com qualidade gentica e

    fitossanitria. De acordo com o termo de referncia supra citado, este viveiro dever

    ser incorporado ao Jardim Botnico de Cubato, para uso posterior ao

    reflorestamento, como instrumento para educao ambiental e auxilio a recuperao

    ambiental de reas prximas e permitir o desenvolvimento de pesquisas cientficas,

    incluindo a de tecnologias de sementes de espcies florestais nativas.

    3.4 CUSTOS

    Os custos estimados desta proposta esto divididos nas fases de implantao e

    de manuteno durante o perodo de dois anos (Anexos 1a, 1b e 1c). Dessa forma, a

    Secretaria de Meio Ambiente poder decidir se participa de alguma das duas fases

    com pessoal prprio, fazendo a devida deduo do custo correspondente, ou se opta

  • pela contratao de empresa especializada, que ir acrescentar custos de

    administrao e elaborao de projeto.

    3.5 DENSIDADE DE PLANTIO E GRUPOS DE ESPCIES

    Sero utilizadas densidades de plantio que atendam aos dois cenrios de

    degradao nos limites do Jardim Botnico de Cubato. O primeiro, que atende a

    situao de reas planas devidamente desocupadas, que dever ser de 2.500 mudas

    por hectare, sendo 20% das espcies (500 mudas/ha) zoocricas nativas e 5% das

    espcies (125 mudas/ha) enquadradas em alguma categoria de ameaa, conforme

    Resolues SMA 08 de 2008 e SMA 48 de 2004. Nesse caso, em relao ao nmero

    de indivduos a ser utilizado nas situaes de plantio deve-se considerar que o total de

    indivduos pertencentes a um mesmo grupo ecolgico (pioneiro ou no pioneiro) no

    pode exceder 60% do total de indivduos do plantio. Nenhuma espcie pioneira pode

    ultrapassar o limite mximo de 20% de indivduos do total de plantio, assim como,

    nenhuma espcie no pioneira pode ultrapassar o limite mximo de 10% de indivduos

    do total do plantio. Em dez por cento (10%) das espcies implantadas, no mximo,

    podem ter menos de doze (12) indivduos no projeto.

    O segundo cenrio, que atende a situao de encostas e terrenos com inclinao

    e com risco geotcnico que esto nos limites do Jardim Botnico, tambm ser

    utilizada a densidade de 2.500 mudas/ha, porm, 60% delas (1500 mudas/ha) devem

    ser de crescimento rpido, pertencente ao grupo de espcies pioneiras, que sejam

    atrativas de fauna, de tal forma a acelerar e otimizar o processo de sucesso

    ecolgica e reduzir qualquer processo de eroso e de escorregamento de encostas

    em virtude da remoo das moradias e do tratamento do terreno.

    3.6 MANUTENO

    A Resoluo SMA 08/08 determina em seu artigo 10 que o monitoramento de

    projeto de recuperao de reas degradadas e suas prticas de manuteno devem

    ser realizados, no mnimo, por um perodo de 24 meses.

    As adubaes de manuteno foram estimadas em trs vezes por ano, com as

    seguintes quantidades, sendo as quantidades ideais definidas aps anlise de solo:

    Adubo qumico _ gr / muda / vez _

    1 Ano _ 2 Ano _

    Superfosfato Simples 100 150

    Cloreto de potssio 50 75

    Sulfato de amnia 75 125

  • A aplicao de calcrio para correo do teor de acidez do solo pode ser feita

    uma vez ao ano na quantidade estimada de 400 gramas por planta, ou seguindo

    recomendao aps anlise de solo.

    3.7 REAS PERTURBADAS

    A subtrao das reas perturbadas em mata ciliar gerou uma rea perturbada

    total de Floresta Ombrfila Densa Submontana de 13,5 ha. Pela avaliao das

    imagens e fotos em Sistema de Informao Geogrfica ArcView 9.2 e as idas ao

    campo, foi possvel constatar que so, em grande parte, fragmentos florestais

    dispersos entre as moradias (casas de alvenaria, barracos de madeira aproveitada e

    material improvisado) dos bairros que esto irregularmente instalados no PESM

    (Figura 7). Nesse tipo de situao, essas reas perturbadas ainda sofrem um certo

    distrbio, porm, tm a capacidade de se regenerar naturalmente ou de se estabilizar

    em outra condio tambm dinamicamente estvel. Para reas desse tipo, quando o

    distrbio aparentemente foi pequeno, a interveno para recuperao pode consistir

    apenas em iniciar o processo de sucesso ecolgica naturalmente, abandonando a

    rea e prevenindo qualquer outro tipo de distrbio. As reas perturbadas, desde que

    removido os agentes de perturbao, podem funcionar como pequenas ilhas de

    diversidade, pois possuem diferentes densidades e diversidades de espcies arbreas

    teis para atrair dispersores de sementes das espcies presentes nas ilhas, assim

    como para trazer propgulos de outras espcies da matriz florestal que compe o

    entorno imediato do Jardim Botnico de Cubato.

    Esses pequenos trechos de floresta podem permitir a recolonizao por diversas

    espcies e o restabelecimento do fluxo gnico e a conectividade entre as populaes

    arbreas outrora isoladas pelo efeito da perfurao que o bairro da gua Fria causou

    localmente. Na proposta de zoneamento do Jardim Botnico, essas reas perturbadas

    podero compor a Zona de Recuperao.

    3.8 SUBSDIOS PARA AS ATIVIDADES DE RECUPERAO

    O viveiro de mudas florestais arbreas nativas do Jardim Botnico de Cubato

    ter como principal finalidade a produo de mudas nativas que sero utilizadas na

    restaurao das reas degradadas dentro do limite do Jardim Botnico. Esse viveiro

    poder auxiliar na recuperao de reas degradadas no Parque Estadual Serra do

    Mar (PESM), dentro do Programa de Recuperao Socioambiental da Serra do Mar e

    Sistema de Mosaicos da Mata Atlntica, ale, de ainda subsidiar as atividades de

  • educao ambiental e capacitao profissional para a comunidade de entorno ao

    PESM.

    Figura 7. Trecho do bairro gua Fria indicando reas perturbadas (___) dispersa entre

    as moradias irregulares que esto nos limites do Jardim Botnico de Cubato (___).

  • 4. ZONEAMENTO DO JARDIM BOTNICO DE CUBATO

    Atualmente os Jardins Botnicos no se incluem dentre as categorias de

    Unidade de Conservao disciplinadas pela Lei 9.985/00 que institui o Sistema

    Nacional de Unidades de Conservao (SNUC). Entretanto, j foram assim

    considerados pelo CONAMA que, atravs da Resoluo n 011/87, declarara os

    Jardins Botnicos, como Unidades de Conservao, dentre outras categorias de

    Stios Ecolgicos de Relevncia Cultural. So consideradas reas protegidas,

    conforme Resoluo CONAMA no. 339/03, que dispe sobre a criao, normatizao

    e funcionamento dos jardins botnicos brasileiros.

    Levando-se em conta as consideraes acima, alm do ponto de vista jurdico do

    relatrio Proposta e justificativa para a criao do Jardim Botnico de Cubato,

    Parque Estadual da Serra do Mar e a manifestao da Fundao Florestal de que no

    h bices implantao de um jardim botnico nos limites do PESM, no bairro da

    gua Fria, em Cubato, faz-se necessria a elaborao de uma proposta de

    zoneamento da rea do Jardim Botnico de Cubato, considerando para tanto o

    modelo apresentado no Plano de Manejo do PESM, as informaes apresentadas at

    esse segundo relatrio e as diretrizes do Decreto Estadual n 25.341/86 que trata do

    Regulamento dos Parques Estaduais Paulistas.

    Considerando as informaes disponibilizadas no Plano de Manejo do PESM, o

    zoneamento constitui um instrumento de ordenamento territorial, usado como recurso

    para se atingir melhores resultados no manejo em Unidade de Conservao, pois

    estabelece usos diferenciados para cada zona, segundo seus objetivos que so

    apresentados a seguir:

    I - Zona Intangvel aquela onde a primitividade da natureza

    permanece intacta, no se tolerando quaisquer alteraes humanas,

    representando o mais alto grau de preservao . Funciona como matriz de

    repovoamento de outras zonas onde j so permitidas atividades humanas

    regulamentadas. Esta zona dedicada proteo de ecossistemas, dos

    recursos genticos e ao monitoramento ambiental. O objetivo do manejo a

    preservao garantindo a evoluo natural;

    II - Zona Primitiva aquela onde tenha ocorrido pequena ou mnima

    interveno humana, contendo espcies da flora e da fauna os fenmenos

    naturais de grande valor cientfico. Deve possuir as caractersticas de zona de

    transio entre a Zona Intangvel e a Zona de Uso Extensivo. O objetivo geral

    do manejo a preservao do ambiente natural e ao mesmo tempo facilitar as

  • atividades de pesquisa cientfica, educao ambiental e proporcionar formas

    primitivas de recreao;

    III - Zona de Uso Extensivo aquela constituda em sua maior parte

    por reas naturais, podendo apresentar alguma alterao humana. Caracteriza-

    se como uma zona de transio entra a Zona Primitiva e a Zona de Uso

    Intensivo. O objetivo do manejo a manuteno de um ambiente natural com

    mnimo impacto humano, apesar de oferecer acesso e facilidade pblica para

    fins educativos e recreativos;

    IV - Zona de Uso Intensivo aquela constituda por reas naturais ou

    alteradas pelo homem. O Ambiente mantido o mais prximo possvel do

    natural, devendo conter centro de visitantes, museus, outras facilidades de

    servios. O objetivo geral do manejo e o de facilita a recreao intensiva e

    educao ambiental em harmonia com o meio;

    V - Zona Histrico-Cultural aquela onde so encontradas

    manifestaes histricas e culturais ou arqueolgicas, que sero preservadas,

    estudadas e interpretadas para o pblico, servindo a pesquisa, educao e uso

    cientifico. O objetivo geral do manejo o de proteger stios histricos ou

    arqueolgicos, em harmonia com o meio ambiente;

    VI - Zona de Recuperao aquela que contm reas

    consideravelmente alteradas pelo homem. Zona provisria, uma vez

    restaurada, ser incorporada novamente a uma das zonas permanentes. As

    espcies exticas introduzidas devero ser removidas e a restaurao dever

    ser natural ou naturalmente agilizada. O objetivo geral de manejo deter a

    degradao dos recursos ou restaurar a rea;

    VII - Zona de Uso Especial aquela que contm as reas

    necessrias a administrao, manuteno e servios do Parque Estadual,

    abrangendo habitaes, oficinas e outros.

    A proposta de criao do Jardim Botnico de Cubato no se afasta do plano

    para algumas das zonas do PESM, pelo contrrio, podem servir de instrumento

    adequado aos objetivos visados no Plano de Manejo, representando, portanto, uma

    forma efetiva e eficaz de implement-lo.

    Aps os estudos realizados pelo grupo de trabalho e pelos consultores

    especializados e considerando ainda a deciso judicial que foi relatada na consulta

    Proposta e justificativa para a criao do Jardim Botnico de Cubato, Parque

    Estadual da Serra do Mar, foi delimitado no PESM uma rea para o Jardim Botnico,

  • sobre parte de duas zonas definidas pelo Plano de Manejo: a Zona de Ocupao

    Temporria (ZOT) e a Zona de Recuperao (ZR). A Fundao Florestal, aps anlise

    do Plano de Manejo do PESM verificou a compatibilidade de implantao de um

    Jardim Botnico nas zonas supra citadas, concluindo que esta medida pode ser a

    forma mais adequada para alcanar os objetivos buscados pelo Plano de Manejo.

    Avaliando a situao das duas zonas inicialmente, ambas so setores de

    transio que, aps a desocupao e recuperao, tero trechos destinados um

    zoneamento mais restritivo com nova adequao aos limites do Jardim Botnico.

    Inicialmente, a desocupao da ZOT foi determinada por deciso judicial e o relatrio

    Identificao de reas degradadas do Jardim Botnico de Cubato avaliou a rea

    como bastante degradada, com intensa ocupao antrpica. Dessa forma, a ZOT

    poderia abrigar as instalaes do Jardim Botnico, formando a Zona de Uso Especial

    (ZUE) e destinando outros trechos Zona de Uso Intensivo (ZUI). A atual Zona de

    Recuperao (ZR) teria de ser readequada, com uma parte atrelada aos propsitos da

    recuperao de reas degradadas e uma outra parte destinada Zona Primitiva (ZP)

    do Jardim, uma vez que consiste em trechos com pouca interveno humana. A

    delimitao dessas zonas servir como subsdios para o planejamento do projeto

    arquitetnico do Jardim Botnico, que dever ser executado pelo grupo do Plano

    Diretor.

    Avaliando em maior detalhe a proposta de zoneamento do Jardim Botnico de

    Cubato (Figura 8), pode-se considerar a implementao de cinco zonas, cujos

    objetivos no iro conflitar com aqueles definidos para os Parques Estaduais, desde

    que observado o Plano de Manejo do PESM e algumas normas e restries

    constantes da legislao especfica de Unidades de Conservao:

    I - Zona Primitiva Nos limites do Jardim Botnico de Cubato, corresponde a duas

    reas, a primeira, no setor Sudoeste, com 95 ha (ZP1) e, a segunda, no Sudeste, com

    69 ha (ZP2) (Figura 8). So setores onde, embora tenha ocorrido interveno humana

    em pequena escala, ainda abriga espcies de fauna e da flora e fenmenos naturais

    de grande valor cientfico. A ZP2 tm maior grau de conservao no contexto do

    Jardim Botnico, uma vez que compe a encosta do Morro do Marzago, rea de

    difcil acesso. Ao todo, a ZP possui algumas caractersticas da zona de transio entre

    a Zona Intangvel e a Zona de Uso Extensivo. O objetivo dessa zona preservar o

    ambiente natural e ao mesmo tempo facilitar as atividades de pesquisa cientfica,

    educao ambiental e proporcionar formas primitivas de recreao. Com a

    implementao do Jardim e de suas atividade propostas na misso, essa Zona

  • Primitiva poder ser revista posteriormente e elevada Zona Intangvel se atingir os

    requisitos para isso.

    II - Zona de Uso Extensivo - constituda em sua maior parte por trechos naturais,

    abrangendo uma rea de 14 ha localizada nos setores Noroeste e Sudoeste (Figura

    8), adjacente ZP. Nesse setor pde ser observada a alterao humana causada pela

    ocupao irregular que ser removida e a rea recuperada. Essa zona ir ser a

    transio entre a Zona Primitiva e a Zona de Uso Intensivo. O terreno tem pouca

    inclinao e abriga trechos de Floresta Ombrfila Densa Submontana de diferentes

    estdios sucessionais. O objetivo dessa zona ser o de manter o ambiente natural

    com o mnimo impacto humano, podendo ser oferecidos acesso e facilidades ao

    pblico, programas educativos e recreativos.

    III - Zona de Intensivo Abriga reas naturais ou alteradas pelo homem. No Jardim

    Botnico, a recuperao dessa rea poder permitir a instalao de um Centro de

    Interpretao para Visitantes e outras facilidades e servios. Nessa rea, o ambiente

    dever ser recuperado e mantido o mais prximo do natural. O objetivo geral do

    manejo facilitar a recreao intensiva e a educao ambiental, em harmonia com o

    meio. Procurando atender essa premissa, o acesso essa zona poder ser feito

    atravs da alameda Elias Zazur, onde o visitante poder conhecer o setor do viveiro,

    trechos da mata ciliar do Rio Cubato e de Floresta Ombrfila Densa Submontana

    recuperada e, mais adiante, se deparar com o contraste entre as pistas da Rodovia do

    Imigrantes e a Floresta Atlntica.

    IV - Zona de Recuperao No Jardim Botnico, uma das prioridades a

    recuperao de reas degradadas e perturbadas pela ocupao humana, logo, foram

    delimitados dois setores para essa zona, o primeiro com 64 ha e que compe a

    vertente Sul do Morro do Marzago e o segundo, com 68 ha, compondo a os limites

    com os bairros cota ao norte e toda a rea de mata ciliar do Rio Cubato. Essa zona

    contm reas consideravelmente alteradas pelo homem, possuir carter provisrio e,

    uma vez restaurada, poder ser incorporada a uma das zonas permanentes. Nesta

    Zona, a restaurao dever ser natural ou naturalmente agilizada, e as espcies

    exticas introduzidas devero ser removidas. O objetivo geral do manejo deter a

    degradao dos recursos ou restaurar a rea inserida nessa zona.

    V - Zona de Uso Especial - Na rea do bairro da gua Fria, poder ser aproveitada

    uma rea de 18,4 ha que poder ser destinada s reas necessrias administrao,

  • manuteno, servios e vigilncia do Jardim Botnico, abrangendo habitaes,

    escritrios, guaritas e portarias, oficinas, viveiros, jardins, colees, estufas, praas,

    estacionamentos e outros. Trata-se do aproveitamento de grande parte da prpria

    rea do bairro gua Fria. O objetivo geral do manejo minimizar o impacto da

    implantao das estruturas ou os efeitos das obras no ambiente natural ou cultural.

    Essa zona estar localizada na rea mais plana do Jardim Botnico, fazendo limite

    com a APP do Rio Cubato, reas de Floresta Ombrfila Densa Submontana e reas

    degradadas e perturbadas em processo de recuperao, logo aps a desocupao. O

    traado da Rua Elias Zazur poder ser readequado e aproveitado como alameda

    principal de acesso ao setor administrativo do Jardim e s Zonas de Uso Intensivo e

    de Recuperao, finalmente ligando-se segunda entrada do Jardim, via portaria do

    Ncleo Piles do PESM. Vale ressaltar que o planejamento de uso da terra dessa

    Zona dever ser feito pelo grupo do Plano Diretor para a instalao do Jardim

    Botnico.

    As zonas que no atendem, nesse momento proposta de zoneamento do

    Jardim Botnico de Cubato so:

    I - Zona Intangvel - representa o mais alto grau de preservao, onde a primitividade

    da natureza permanece intacta, no sendo toleradas quaisquer alteraes humanas.

    Funciona como matriz de repovoamento de outras zonas onde j so permitidas

    atividades humanas regulamentadas. Esta zona destinada a proteo integral de

    ecossistemas, dos recursos genticos e ao monitoramento ambiental. O objetivo

    bsico do manejo a preservao, garantindo a evoluo natural.

    II - Zona Histrico-Cultural abriga os stios histricos, culturais e arqueolgicos que

    sero preservados, estudados, restaurados e interpretados para o pblico, servindo

    pesquisa, educao e ao uso cientfico. O objetivo do manejo proteger os stios,

    em harmonia com o meio ambiente. No Jardim Botnico, sendo de interesse do grupo

    de Plano Diretor, poderia ser mantido um pequeno trecho do bairro da gua Fria,

    representativo das interferncias humanas que outrora ocorreram ali, como forma

    ldica de mostrar aos visitantes o antes e o depois do processo de recuperao da

    rea. Existindo essa possibilidade, o local poder constituir essa zona.

    Essas duas ltimas zonas supra citadas, em especial a Zona Intangvel, podero

    ser includas na reviso do Plano de Manejo do PESM, tendo como base os resultados

  • da recuperao das reas degradadas, perturbadas e aquelas que faro parte das

    Zonas Primitiva e de Recuperao do Jardim Botnico de Cubato.

  • Figura 8. Proposta de zoneamento para os limites do Jardim Botnico de Cubato.

  • ANEXO I

    Modelo de Plantio I

    P1 NP41 P2 NP42 P3 NP43 P4

    NP44 P5 NP45 P6 NP46 P7 NP47

    P8 NP48 P9 NP49 P10 NP50 P11

    NP50 P12 NP51 P13 NP52 P14 NP53

    P15 NP54 P16 NP55 P17 NP56 P18

    NP57 P19 NP58 P20 NP59 P21 NP60

    P22 NP61 P23 NP62 P24 NP63 P25

    NP64 P26 NP65 P27 NP66 P28 NP67

    P29 NP68 P30 NP69 P31 NP70 P32

    NP71 P33 N72 P35 NP73 P36 NP74

    P37 NP75 P38 NP76 P39 NP77 P40

    LEGENDA : P = Pioneira

    NP = No Pioneira

  • ANEXO III

    Modelo de Plantio

    P1 NP46 P2 NP47 P3 P4 P5

    P6 NP48 P7 P8 NP49 NP50 P9

    P10 NP51 P11 NP52 P12 P13 P14

    P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21

    P22 NP53 P23 NP54 P24 P25 P26

    P27 NP55 P28 P29 NP56 NP57 P30

    P31 NP58 P32 NP59 P33 P34 P35

    P36 P37 P38 P39 P40 P41 P42

    P43 NP60 P44 NP61 NP62 NP63 P45

    LEGENDA : P = Pioneira

    NP = No Pioneira

  • ANEXO III A) CUSTO ESTIMADO DE MO-DE-OBRA BRAAL PARA IMPLANTAO DO PROJETO DE RECUPERAO DE REAS

    DEGRADADAS

    Atividade

    Unidade

    Produo diria

    por homem

    Dias/homem/ha

    Custo

    (R$)

    Custo/ha

    (R$)

    Combate inicial s formigas

    ha

    2 1

    50,00

    50,00

    Coveamento

    cova

    80

    30

    50,00

    1.500,00

    Mistura e transporte de calcrio e fertilizantes

    ton.

    1 4

    50,00

    200,00

    Distribuio de calcrio e fertilizantes nas covas

    cova

    250

    8 50,00

    400,00

    Preparo das covas

    cova

    80

    25

    50,00

    1.250,00

    Seleo de espcies de mudas e montagem do modelo de

    plantio(1)

    Centro

    5 6

    150,00

    900,00

    Transporte e distribuio das mudas nas covas

    centro

    5 5

    50,00

    250,00

    Plantio das mudas, corromento e embaciamento

    cova

    80

    40

    40,00

    1.250,00

    Subtotal Mo-de-Obra Braal por Hectare

    ---

    ---

    ---

    ---

    6.150,00

    (1) Atividade a ser desenvolvida por pessoa especializada.

  • ANEXO III B) CUSTO ESTIMADO DE INSUMOS E MATERIAIS PARA IMPLANTAO DO PROJETO

    Atividade

    Unidade

    Quantidade* por

    Hectare

    Custo Unitrio

    ( R$ )

    Custo / Hectares

    (R$)

    1. INSUMOS

    Formicida

    Kg

    3 20,00

    60,00

    Calcrio

    Kg

    2000

    1,50

    3.000,00

    Superfosfato simples

    Kg

    800

    2,00

    1.600,00

    Cloreto de Potssio

    Kg

    400

    2,00

    800,00

    Mudas

    Unidade

    2.500

    2,50

    6.250,00

    Substrato Orgnico

    Kg

    12.500

    0,50

    2.500,00

    2. EQUIPAMENTOS E VECULOS

    Trator

    H

    4 100,00

    400,00

    Subtotal Insumos e Materiais / hectare

    14.610,00

    * considerando a unidade.

  • ANEXO III C) CUSTO TOTAL ESTIMADO DE IMPLANTAO DO PROJETO

    Especificao

    Custo por hectare (R$)

    Mo-de-Obra-Braal

    6.150,00

    Insumos e Materiais

    14.610,00

    Total / ha

    20.760,00

    TOTAL GERAL reas degradadas do Jardim Botnico de Cubato = 25,5 HECTARES: R$ 529.380,00

  • CONSULTORIA (EQUIPE 3) JARDIM BOTNICO DE CUBATO

    Atendendo ao Termo de Referncia BR-T1117/BID Desenvolvimento de mtodos e

    modelos de manejo e recuperao ambiental em reas em reas protegidas do Estado de

    So Paulo

    RELATRIO

    Programa de atividades de recuperao e reabilitao ambiental

    Segundo produto

    CAPTULO 2 - MEDIDAS DE RECUPERAO E REABILITAO E OS

    ORAMENTOS PARA AS REAS DEGRADADAS LOCALIZADAS NO

    PARQUE ESTADUAL DE SERRA DO MAR, CUBATO, SP

    Piles

    Bairros Cota 95/100

    Pinhal do Miranda

    Cota 200 e Setor 11

    Cota 400/500

    Biol. Erico F. Lopes Pereira-Silva

    So Paulo Brasil

    Fevereiro de 2009

  • 5. MEDIDAS DE RECUPERAO E DE REABILITAO DAS REAS DEGRADADAS

    Para a situao dos bairros Cota localizados nos interior do PESM e na rea de

    desafetao, o IPT em parceria com a CDHU, realizaram em 2008 o relatrio

    Recuperao scio-ambiental da Serra do Mar - projeto bsico de intervenes nos

    bairros-cota onde apresentam o zoneamento das reas de risco geolgico-geotcnico.

    Isso permitiu, juntamente com os dados de indicao das reas degradadas e

    perturbadas (Vide Primeiro produto: Identificao de reas degradadas do Jardim

    Botnico de Cubato), vislumbrar um cenrio em que se inclui duas situaes, a primeira

    delas, com os ncleos consolidveis dos Bairros-Cota 200, 100/95 e Pinhal do Miranda, o

    quais possuem condies geolgico-geotcnicas mais seguras e, a segunda situao,

    que seriam as reas com risco de ocorrncia de acidentes geotcnicos, como Cota

    400/500 e quelas que compem, em grande parte, o entorno imediato dos bairros aqui

    analisados e que esto nos limites do PEMS.

    Os bairros localizados na Serra do Mar da regio de Cubato apresentam, de modo

    agravante, formaes geolgicas superficiais de elevada suscetibilidade a

    movimentaes. A dinmica geolgico-geotcnica dessa regio se manifesta atravs de

    escorregamentos naturais de solos e rochas. A escala de tempo tem demonstrado que as

    intervenes humanas para o estabelecimento de bairros nessas encostas, representam

    aes potenciais para induzir ocorrncia de instabilizaes, especialmente quando essas

    intervenes so irregulares e sem cuidados tcnicos de planejamento.

    De acordo com a CDHU, em seu relatrio Recuperao scio-ambiental da Serra

    do Mar - projeto bsico de intervenes nos bairros-cota, existem duas grandes

    drenagens que cortam a regio, a primeira no espao natural ainda no ocupado

    existente entre os Bairros Cota 200 e 100/95, e a segunda, vizinha ao vale do Rio das

    Pedras, cortando o Bairro Cota 100/95. Essas drenagens situadas a montante dos

    Bairros-Cota so cenrios comuns da Serra do Mar, porm, se continuarem a serem

    ocupados indiscriminadamente, podero se tornar instveis quanto natureza geolgico-

    geotcnico e ,indubitavelmente, iro atingir esses bairros.

    O avano dessas ocupaes tem sido constatado pela ao humana sobre a terra,

    como desmatamento, nivelamento do terreno para a construo (corte e aterro), local e

    mtodo inadequados de construo das moradias, ausncia de impermeabilizao e

    drenagem, descobertura de reas com florestas, favorecendo a eroso pluvial

    vazamentos de gua generalizados que favorecem a infiltrao e acmulo de gua,

  • moradias assentadas em terreno margem de drenagem, ausncia de proteo no canal

    e concentrao de guas pluviais causando eroso e solapamento das margens dos

    corpos dgua potencializando a instabilidade do solo. Notvel ainda que quanto mais

    recente o avano das ocupaes, mais precrias so as condies de moradias, o que

    acaba colocando sob ameaa a populao.

    O projeto proposto para as intervenes nos Bairros-Cota foi importante para a

    elaborao do Zoneamento de Riscos, que classificou e conceituou diferentes setores das

    reas ocupadas, segundo a possibilidade de ocorrncia de acidentes geotcnicos e

    hidrulicos na Serra do Mar. A classificao dos graus de risco a escorregamentos,

    proposto pelo IPT e que podem ser encontrados no relatrio da CDHU supra citado,

    prope a partir o Grau de Risco R3 (alto), dentre outras recomendaes, medidas de

    estabilizao ou remoo de edificaes existentes, sendo necessria a recuperao

    florestal das reas remanescentes.

    No interior das reas desafetadas sero desocupadas as reas que apresentam as

    seguintes caractersticas:

    - edificaes instaladas em: reas classificadas como de risco geolgico e

    geotcnico Muito Alto (R4) e Alto (R3), no Bairro-Cota 200;

    - reas de proteo de cursos dgua numa distncia de 15 metros para cada lado

    da linha do talvegue ou do fundo de vale;

    - faixas de domnio de linhas de alta tenso, numa distncia de 15m para cada lado

    do eixo das mesmas;

    - faixas de segurana operacional de 30m de cada lado dos acostamentos da

    rodovia Anchieta.

    Em relao a reas de risco necessrio atualizar e ampliar a escala dos estudos e

    levantamentos existentes. Uma definio dos limiares crticos dos indicadores do grau de

    estabilidade de solo precisa ser elaborada, incluindo assoreamento de drenagens,

    cicatrizes de escorregamentos, formas de ocupao do solo e degradao da vegetao.

    Considerando-se em termos ideais, as variveis de altitude, relevo e outros aspectos

    fisiogrficos, a recuperao de reas degradadas deve ser feita com espcies nativas do

    local, o que permitir a restaurao tambm das interaes ecolgicas, contribuindo

    assim para o restabelecimento de outros elementos importantes ao funcionamento do

    sistema como os microrganismos, a fauna silvestre, etc. Espcies raras ou ameaadas de

    extino devem ser priorizadas e a diversidade das formaes remanescentes deve ser

  • considerada na definio das espcies e do nmero de espcies a ser usado, assim como

    as caractersticas da paisagem regional, o estado de preservao desses fragmentos e

    outros. Em locais com problemas ambientais especficos devem ser selecionadas

    espcies resistentes aos fatores de tenso (por exemplo poluio). Tambm

    recomendada a priorizao de espcies de cicatrizao para o grande nmero de

    remanescentes da regio, que certamente contribuiro com as espcies finais da

    sucesso. Em taludes recomenda-se o plantio inicial de espcies escandentes e de

    espcies herbceas, seguindo-se as arbreas com razes profundas que permitam o

    ancoramento do solo.

    6. OBJETIVOS

    Esse relatrio tem como objetivo fornecer informaes quantitativas e qualitativas de

    importncia para as orientaes sobre a recuperao e a reabilitao das reas

    degradadas pelo efeito do uso inadequado da terra que se encontram dentro de uma

    parte dos limites do Parque Estadual da Serra do Mar no municpio de Cubato. A

    implantao de um programa de recuperao de uma rea degradada dever buscar

    minimizar ou ento eliminar os efeitos negativos causados pelas intervenes e

    alteraes antrpicas das ocupaes irregulares, as quais podem ser potencialmente

    geradoras de fenmenos indutores de impactos ambientais. Para tanto, esse relatrio

    apresenta diretrizes tcnicas para a recuperao florestal das reas de remoes dos

    bairros Cota.

    No caso especfico de recuperao de reas de escorregamentos recomenda-se a

    interveno se houver dificuldades para o estabelecimento de plntulas, elevada

    instabilidade do solo, fluxo excessivo de gua e limitaes severas de fertilidade. Nestes

    casos, recomendvel utilizar mudas juvenis, com implantao prvia de medidas de

    conteno de eroso e correo da fertilidade do solo. As fases de demolio, de

    remoo do entulho, estabilizao geotcnica e reflorestamento, devero ser

    consideradas como integrantes de uma mesma ao geotcnica, pelo que, no devero

    ocorrer solues de continuidade e dissociaes em sua execuo. Exemplificando, logo

    que em uma sub-rea sejam concludos os servios de demolio e remoo de entulhos,

    devero ser, de imediato, iniciados os servios de estabilizao geotcnica, incluindo

    nesses a implantao das medidas de recuperao de reas.

  • 7. INTERVENES E PLANTIOS DE RECUPERAO EM TERRENOS INCLINADOS

    A quantificao de reas degradadas que se enquadram nessas caractersticas

    supra citadas totalizam 111 ha e esto distribudas conforme os resultados do relatrio

    Indicao de reas degradadas no limite do Jardim Botnico de Cubato (Captulos I e

    II). As atividades de recuperao nessa situao devem levar em considerao a

    drenagem das reas que sero desocupadas, devendo ser executadas as obras cabveis

    de responsabilidade da CDHU nas reas de risco geotcnico e geolgico, para a

    readequao e preveno de processos erosivos em virtude da declividade e

    descobertura vegetal do terreno que ser desocupado de moradias irregulares:

    a) Remoo de moradias e isolamento da rea

    b) Retirada dos fatores de degradao e remoo de lixo e entulhos

    c) Descompactao do solo atravs de tcnicas que no comprometam a

    estrutura do solo e que no ocasionem movimentao de massa,

    especialmente nos locais mais ngremes

    d) Preparao e melhoramento das condies agronmicas dos solos

    superficiais do terreno, anlise e correes no solo (caractersticas fsicas,

    qumicas e microbiolgicas)

    Observao: no perodo crtico entre o final de remoes e o incio da

    implantao efetiva do reflorestamento, poder ser utilizada, somente em

    reas mais suscetveis a movimentos do solo, a tcnica de hidrossemeadura

    com leguminosas e forrageiras naturais da regio, buscando estabelecer

    melhor agregao do solo pelo enraizamento envolvente das plantas com o

    solo superficial em um tempo menor

    e) Em casos de terrenos muito inclinados que sero desocupados e que

    possuem elevada instabilidade do solo:

    - Se for necessrio devero ser feitos terraos de interceptao com

    escoadouros, visando interceptar o movimento de excessos de enxurradas e

    conduzir a gua em um desnvel progressivo, evitando seu acmulo e

    prevenindo escorregamentos de encosta.

  • - Na rea de terraceamento recomenda-se o plantio de adubao verde, para

    melhoria das caractersticas fsicas e qumicas do solo, o transplante de

    serapilheira juntamente com a transposio da camada s