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Equipamentos de Uso Individual CAPÍTULO 8 EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUAL Vitelio Marcos Brustolin 1 1. Fellow e Vising Researcher PhD da Harvard Law School e do Harvard Department of the History of Science. Professor adjunto do Instuto de Estudos Estratégicos e Relações Internacionais (Inest) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Lemann Fellow. Doutor em Polícas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento. Website: hp://scholar.harvard.edu/brustolin. Contato: info@ viteliobrustolin.com. INTRODUÇÃO Equipamentos de uso individual estão entre os mais empregados pelas forças armadas de todo o mundo. Isso porque são idealizados para uli- zação pessoal – por agente. Tratam-se de dispo- sivos que permeiam a esfera tradicional, tendo, alguns deles, sido usados nas primeiras batalhas registradas (Cooper, 1983), mas que também re- cebem inovações tecnológicas e adições constan- tes. Do mesmo modo, a sua aplicação frequen- temente ultrapassa a esfera militar, tendo ampla difusão civil. Equipamentos tão amplamente ulizados – e, por isso mesmo, essenciais – requerem um estudo específico acerca de sua fabricação e perspecvas de inovação, pois o seu mercado constui uma questão de interesse nacional. Ao longo desta pesquisa, é produzido um ma- peamento desse segmento no Brasil. Além disso, é traçada uma perspecva do cenário internacio- nal para a área e possíveis oportunidades para as empresas que nela atuam. Trata-se de um trabalho nunca antes feito nessa dimensão, que também tem o propósito de auxiliar o governo, os em- presários, os militares e as forças de segurança a

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Equipamentos de Uso Individual

CAPÍTULO 8

EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUALVitelio Marcos Brustolin1

1. FelloweVisitingResearcherPhDdaHarvardLawSchooledoHarvardDepartmentoftheHistoryofScience.ProfessoradjuntodoInstitutodeEstudosEstratégicoseRelaçõesInternacionais(Inest)daUniversidadeFederalFluminense(UFF).LemannFellow.Doutor em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento.Website: http://scholar.harvard.edu/brustolin. Contato: [email protected].

INTRODUÇÃO

Equipamentos de uso individual estão entreosmaisempregadospelasforçasarmadasdetodoomundo. Issoporque são idealizadosparautili-zaçãopessoal–poragente.Tratam-sededispo-sitivosquepermeiamaesferatradicional,tendo,algunsdeles, sidousadosnasprimeirasbatalhasregistradas (Cooper,1983),masquetambémre-cebeminovaçõestecnológicaseadiçõesconstan-tes. Do mesmomodo, a sua aplicação frequen-tementeultrapassaaesferamilitar, tendoampladifusãocivil.

Equipamentos tão amplamente utilizados – e,por issomesmo, essenciais – requerem um estudoespecíficoacercadesuafabricaçãoeperspectivasdeinovação,poisoseumercadoconstituiumaquestãodeinteressenacional.

Aolongodestapesquisa,éproduzidoumma-peamento desse segmento noBrasil.Além disso,é traçadaumaperspectivadocenário internacio-nalparaaáreaepossíveisoportunidadesparaasempresasquenelaatuam.Trata-sedeumtrabalhonunca antes feito nessa dimensão, que tambémtem o propósito de auxiliar o governo, os em-presários,osmilitareseas forçasde segurançaa

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tomaremdecisõescujos impactos sociais sãopo-tencialmenterelevantes.

Breve contextualização do segmento

EracomumimportaramaioriadosequipamentosdeusoindividualutilizadosnoBrasilnocomeçodosé-culoXX.Costumava-secomprarnoexteriorosdispo-sitivosnecessáriosecriar,nosarsenaisnacionais,ofici-nasparamontagememanutenção.ComotérminodaPrimeiraGuerraMundial,ascomprasdaépocaforamcessadasecongeladas(Amarante,2004.p.24-25).

Umnovoolharparaosegmentoocorreucomoprimeirocicloindustrialmilitar,queteveinícionadécadade1930,apartirdas reformaspromovidasporGetúlioVargas.OExércitopassou,nessaépoca,amontar uma estrutura fabril para se tornarmaisindependentedasimportações(Amarante,2004.p.25).Essatambémfoiumaestratégiaparalidarcomacrisemundialquepreponderousobreomundona-queladécada.

ASegundaGuerraMundial,marcadapordiver-sosavançoscientíficos,trouxeumciclodepesquisaedesenvolvimentoparaaárea(Brustolin,2014,p.14).Contudo, ao términodesta, equipamentosdebaixocusto,vendidospelosEstadosUnidospormeiodeumacordo de cooperação, amorteceram o desenvolvi-mentotecnológiconacional(Amarante,2004.p.26).Issoprejudicounãosóosegmentodeequipamentosdeusoindividual,masaindústriadedefesaemgeral.

Apartirde1964,teveinícioumperíododedo-míniodasForçasArmadasnoBrasil,queperdurouaté1985.2 O país desenvolveu tecnologias bélicas nasdécadasde1960,1970e1980.Aofinaldestaúltima,aindústriadedefesaatingiuoseuápiceeoBrasilsetornouooitavomaiorexportadormundial(Amarante,2004.p.26).

Noentanto,astransformaçõespolíticasesociaisdasdécadasde1990e2000geraramumaconside-rávelreduçãodasatividadesnoscentrosdepesquisaedesenvolvimentonacionaisenasempresasdaáreadedefesa(Amarante,2004.p.27).

2. Oregimemilitardurouquase21anos:de1odeabrilde1964até15demarçode1985.

Cenário atual

Ao longo desta pesquisa, constatou-se que háempresasbrasileirasdosegmentodeequipamentosdeusoindividualqueseposicionamemsituaçãodecompetitividade internacional. Inovam em termosdeprodutoseprocessos,registrampatentes,produ-zempesquisaaplicada,investemempesquisabásica,abastecem o mercado interno e exportam regular-mente.Sãoempresasdeponta.

Do mesmo modo, há empresas estabelecidasno segmentoqueproduzempouca inovação (geral-menteapenasdestacando-seemtermosdeproces-sosdeprodução),masquecontinuamasemanternomercado, tendoemvistaademanda–nemsempregovernamental – e o aspecto tradicional de algunsdessesequipamentos.Nãodeixamdeserempresasdeconsiderávelrelevânciaparaadefesanacional,po-rém, possuemmenos competitividade internacionaleproduzemmenos inovaçõesdeusodual (militarecivil)doqueasprimeiras.

Antes,porém,deanalisarem-seosdadosdema-peamentodaBase IndustrialdeDefesa (BID)dessesegmento,éimportantequesedemonstremoscon-ceitoseparadigmasempregadosnesteestudo.Esseéotemadaseçãoaseguir.

Delimitação do segmento

Nãohá consenso, nomeio acadêmico, sobre adefinição de “equipamentos de uso individual”. Nadoutrinamilitar,emcontraponto,hádefiniçõesprá-ticasde termosmuitopróximos,acomeçarpelode“equipagem”:3“Umconjuntodesuprimentos(itensdematerial,equipamentoouunidadeerespectivosaces-sórios),organizadoparafinsdeabastecimento,nor-malmenteportátil,quedeveexistiremdeterminadosetordaOM[organizaçãomilitar]paraatenderaum

3. EssaobservaçãoédevedoradacontribuiçãodospareceristasdaDivisãodeLogísticadeMaterialdaMarinhadoBrasil,atravésdo Of. Ext. 40-1419/2014 do EMA aoMinistério da Defesa(anexo12).TambémfoirelevanteacontribuiçãodaDiretoriadeAbastecimentodoExércitoBrasileiro,pormeiodoDIEx8388–SGLFE/D.Abst.(EB:64488.018581/2014-05).

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serviçoespecífico”(Brasil,2009).Sequencialmente,adoutrinamilitardefine“equipagensindividuais”:

a) “conduzidas individualmente pelo militar, des-tinam-se à sua proteção, condução de outrositens dematerial, sobrevivência em campanha,uso de armamento e execução de tarefas co-munsouespecíficas”(Brasil,2012,p.2).

Há,ainda,situaçõestratadasempormenores,dasquaisderivamsubdivisõesdeequipagensindividuais:

b) Quandohouveralgunsitenscomunsatodososparticipantes da atividade e outros necessári-os apenas a alguns integrantes, a EquipagemIndividual pode ser dividida em Básica eSuplementar, desde que haja quantidade deitens que justifiquem a separação. É o casodas Equipagens Individual Básica de Combate(EIBC) e Individual Suplementar de Combate(Eisc).

c) Quando, ao contrário, a atividade for especí-fica de poucosmilitares e a quantidadede itensnão justificar a separação, atribui-se a denomi-nação semaspalavras “Básicaou “Suplementar”.ÉocasodasseguintesEquipagens: IndividualdeDesfileseGuardasEspeciais(EIDGE),IndividualdeOrientaçãoemCampanha(Eiorient)eIndividualdeMotocicletaMilitar(Eimotoc)(Brasil,2012b,p.2).

Além disso, existem normas específicas paraousoeamanutenção (Brasil, 1989a)de “equipa-mentosindividuais”(Brasil,1989b),bemcomoumadefinição para outro termo próximo, o de “equi-pamento de proteção individual” (Brasil, 2014b,p. 10-31): “é todo equipamentodeuso individualcomposto por um ou mais dispositivos capaz deproteger contra um ou mais riscos que possamocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveisdeameaçaraintegridadefísicaeasaúdedosservi-dores”(Brasil,2005).

Dadaaproximidadeeaconvergênciadetodosessestermos,épossível,paraosfinsdestapesquisa,

equipararem-seasconcepçõesde“equipamentosdeuso individual” e de “equipagens individuais” – quesão,conformeexposto:“conduzidasindividualmentepelomilitar,destinam-seàsuaproteção,conduçãodeoutrositensdematerial,sobrevivênciaemcampanha,usodearmamentoeexecuçãodetarefascomunsouespecíficas”.

Feita tal equiparação, fica evidente a grandeabrangênciadessesegmento.Aliás,maisdoqueisso,dadaasuaamplitudeevariedade,osequipamentosde uso individual constituem uma categoria, quepodeenglobarsubcategoriasedispositivoseventual-mentemapeadosporoutrasáreas.

O emprego dessa conceituação ampla tem es-treitarelaçãocomoprimeiroescopodestapesquisa:mapearaBaseIndustrialdeDefesadoBrasilelançarumolharparaaindústriainternacional.Nessesenti-do,intersecçõesdeequipamentosincluídosemmaisdeumsegmentosãopossíveiseatédesejáveis,jáquenãofazsentidoexcluirarbitrariamenteequipamentosdeumaououtraáreasepossuemcaraterísticasen-quadráveisemmaisdeumconceito.

Pela perspectiva da indústria, é saudável queosseusprodutosestejaminseridosemmaisdeumaclassificação,afinal,essespodemserestimuladospordiferentes ações governamentais. Pela perspectivaacadêmica,instituirclassificaçõesrígidasearbitráriasapenas empobrece a conceituação e descaracterizaos segmentos eventualmente estudados, transfor-mando-os em pontos de vista absolutamente nãoconsensuais. Por fim, pela ótica governamental, re-conhecerqueháequipamentosquefazempartedemais de um segmento proporciona um olhar maisrealistasobrecomoaindústriaopera,doquetentardelimitar,casoacaso,aclassificaçãoaseradotada.

QuantoàBaseIndustrialdeDefesa,adefiniçãoaquiempregadaéaseguinte:

Denomina-seBaseIndustrialdeDefesa(BID)oconjunto

dasempresasestataisouprivadasqueparticipamdeuma

oumaisetapasdepesquisa,desenvolvimento,produção,

distribuição emanutenção de produtos estratégicos de

defesa – bens e serviços que, por suas peculiaridades,

possamcontribuirparaa consecuçãodeobjetivos rela-

cionadosàsegurançaouàdefesadopaís(Brasil,2014c).

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Trata-se do conceito utilizado pelo Ministério daDefesa(MD)doBrasile,dadaasuaabrangênciaepacifi-cidadenomeioacadêmico,adotadointegralmentenesteestudo.Ressalte-se,ainda,queelecarrega,implicitamen-te,aconcepçãode“produtosestratégicosdedefesa”.

Porsuavez,adefiniçãode“inovação”aquiuti-lizadaéadeSchumpeter,queadelimitacomoqual-quer dos cinco fenômenos a seguir: “1) introduçãodeumnovobem;2)introduçãodeumnovométodode produção; 3) abertura de um novomercado; 4)conquista de uma nova fonte de abastecimento dematérias-primas oubens semimanufaturados e 5) aimplementaçãodeumanovaformadeorganização”(Schumpeter,1934,p.66).4

Numerosasanálisestêmsidofeitasnomeioaca-dêmicosobreadefiniçãode“tecnologia”emuitotemsidoescritoparadelimitar o termo.5AdefiniçãodeAutioeLaamanen,adotadanestapesquisa,ébastan-teclara:

Tecnologia compreende a capacidade de reconhecer

problemastécnicos,acapacidadededesenvolvernovos

conceitosesoluçõestangíveisparaosproblemastécni-

cos,osconceitosesoluçõestangíveisdesenvolvidaspara

resolverosproblemastécnicos,eacapacidadedeexplo-

rarosconceitosesoluçõestangíveisdeumaformaeficaz

(1995,p.647).

Complementarmente,oconceitode“tecnologiadeusodual”tempoucavariaçãonaliteraturaacadê-micaeoqueexisteémuitopróximodoempregadoporMolas-Gallart: “eu definouma tecnologia comodeusodualquandotemaplicaçõesmilitaresecivis,atuaisoupotenciais”(Molas-Gallart,1998,p.3).6

Nesteestudotambéméassimiladaaobserva-ção de Molas-Gallart de que a definição “dual” éapenasparafinsanalíticos,jáque,emgeral,émuito

4. Nooriginal:“1) introduction of a new good; 2) introduction of a new method of production; 3) opening of a new market; 4) conquest of a new source of supply of raw materials or half-manufactured goods; and 5) implementation of a new form of organization”.

5. Ver,porexemplo,Willoughby(1990,p.15-43).6. Nooriginal:“I define a technology as dual use when it has current or

potential military and civilian applications”.

difícildiscernirseumatecnologiateráempregoape-nasciviloumilitar,podendo,portanto,serconside-radade“usosmúltiplos”(Molas-Gallart,1998,p.4).

Enumeração dos equipamentos incluídos na pesquisa

As tecnologias elencadas abaixo são parte dasclassificaçõesdeprodutosproduzidaspelo governodoBrasil.Seguindooconceitomencionadonaseçãoanterior,foramincluídosnestapesquisa:

▪ acessóriosparatreinamentodearmamento;

▪ acessóriosparatreinamentodecomunicações;

▪ alimentos especiais dietéticos e preparadosalimentícios;

▪ armamentosdiversos;

▪ armasdefogodecalibreacimade30mmaté75mm;

▪ armasdefogodecalibreaté30mm;

▪ armasnãoletais;

▪ barracaseencerados;

▪ calçados;

▪ distintivoseinsígnias;

▪ equipamentoparasegurançaesalvamento;

▪ equipamentos de radionavegação, exceto osdeaeronaves;

▪ equipamentoseletrônicosparausoindividual;

▪ equipamentosindividuais;

▪ equipamentosnoturnos;

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▪ equipamentos para comunicação por rádio etelevisão,excetoosdeaeronaves;

▪ gasescomprimidoseliquefeitos;

▪ granadas;

▪ instrumentoseaparelhosmeteorológicos;

▪ instrumentoscortantesemgeral;

▪ instrumentosópticosdeusoindividual;

▪ munição de calibre acima de 30 mm até 75mm;

▪ muniçãodecalibreaté30mm;

▪ muniçãonãoletal;

▪ raçõesembaladas;

▪ recipientes especializados para transporte earmazenagem;

▪ roupasdeproteçãocontraprojéteis;

▪ sacosebolsas;

▪ utensíliosdomésticos;

▪ vestuárioexterno;

▪ vestuárioparafinsespeciais.

Embora a relação acima não seja exaustiva, foiorganizada de modo a abranger o máximo possíveldosequipamentosclassificadospelogoverno.Dessemodo, diferentes dispositivos são enquadrados emcategorias amplas, como “armamentos diversos” ou“equipamentos eletrônicos para uso individual”, porexemplo. Ao longo do estudo, serão enumeradosequipamentosespecíficos,maso fatodenão seremnominalmente mencionados dentre os itens acima

nãosignificaquenãoestejaminseridosnasreferidascategorias.

Objetivos

Sãoquatroosobjetivosdesteestudo: i)mape-ar o segmento de equipamentos de uso individualnaBaseIndustrialdeDefesaexistentenoBrasil; ii) observarcomoosegmentosedesenvolvenocená-rio internacional, identificando-se os principais fa-bricantesdeoutrospaísesequaissãoaspossíveisoportunidadesparaasempresasbrasileirasnoexte-rior;iii)coletardadosdefontesdiversaseinterpre-tá-los, empregandometodologias complementares,afimdequepossamserúteisparaogoverno–emespecialparaosmilitares–,empresários,investido-res,acadêmicoseparaasociedadeemgeral,acercado segmentoemquestão; e iv) perfazer análises econstatações que possam ser empregadas por to-madoresdedecisãoparaageraçãoemelhoriadaspolíticaspúblicas.

CONTEXTO MUNDIAL

Ofocodestaseçãosãoasempresascommaio-resvendasdetecnologiasdedefesanomundoqueproduzem–dentreoutros–equipamentosdeusoindividual.EssasempresasestãoentreoscinquentamaioresvendedoresdeequipamentosdedefesadeacordocomdadosdoStockholmInternationalPeaceResearch Institute – Sipri (Freeman e Wezeman,2014,p.3-4).

Dimensão do mercado mundial para o segmento

No contexto internacional, oito empresas queproduzemequipamentos de uso individual se des-tacam entre as cinquenta maiores companhias domundoemvendasdetecnologiasdedefesa(tabela1). Nenhuma das oito, no entanto, produz apenasequipamentosdeusoindividual,sendoestaumadesuasáreasdeprodução–que,invariavelmente,en-volvesistemasmaioresedeusocoletivo.

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Asempresasconstamnessa relaçãoemvirtu-dedeum ranking devalores comercializados.Nãohá, em tal contexto, companhias brasileiras quevendamequipamentosdeusoindividualnummon-tantesuficienteparaquesejamelencadasentreascinquentamaiores.

Aúnicaempresabrasileiracommençãoentreascemmaiores–masquenãoproduzequipamentosdeusoindividual–éaEmbraer,na66aposição.TambémnãoconstamnarelaçãoempresascomsedenaChina,porém,porrazõesdiferentes:osigiloqueestasman-têmquantoassuasmovimentações(Sipri,2012).

Ográfico1éumarepresentaçãovisualdatabe-la1.Nelepode-seobservaroquantoastecnologiasarmamentistasrepresentamnototaldasvendas:

Note-sequenemtodososequipamentosdeusoindividualsãoconsiderados“armas”,demodoquedi-versosdelestêmmaiorfacilidadedoqueestasparaseremcomercializadosemmercadoscivis.

Uma explanação pormenorizada de cada umadessas firmas e o seu desenvolvimento econômico,retratadonatabelaegráfico1,seráfeitaaseguir.

Tabela 1Maioresempresasdomundodeequipamentosdeusoindividual(2011-2012)

Posição mundial em

vendas EmpresaPaís de origem

Venda de armas (US$ bilhões)

Total de vendas em

2012 (US$ bilhões)

Armas no total de

vendas em 2012 (%)

Total dos lucros, 2012

(US$ milhões)

Total de empregos em 2012

2012 2011 2012 2011

5 4GeneralDynamics

EstadosUnidos

20,94 23,33 31,51 66 -332 92.200

30 28 Rheinmetall Alemanha 3,00 2,98 6,04 50 244 21.76734 37 ElbitSystems Israel 2,74 2,68 2,88 95 168 12.134

35 32RockwellCollins

EstadosUnidos

2,59 2,81 4,72 55 609 19.000

41 40Alliant

TechsystemsEstadosUnidos

2,33 2,55 4,36 53 272 14.000

47 49OrdnanceFactories*

Índia 1,94 2,12 2,42 80 - -

48 43 HarrisEstadosUnidos

1,90 2,40 5,45 35 31 15.200

50 52ST

Engineering(Temasek)

Cingapura 1,89 1,95 5,14 37 461 22.000

Fonte:Sipri(2012)Elaboração:DiretoriadeEstudosePolíticasSetoriaisdeInovação,RegulaçãoeInfraestrutura(Diset)doIpea

*Osnúmerosdevendasdearmasdessaempresasãoestimativaseestãosujeitosaumgraudeincerteza,deacordocomoSipri

Grandes players mundiais do segmento

Dentreasempresascomgrandecomercializaçãoque produzem – dentre outros – equipamentos deusoindividual,destacam-seasseguintes.

General DynamicsTrata-sedeumconglomeradodeempresasfor-

madoporfusõeseaquisições.Temcomofocoprinci-palveículos,navesesistemasdearmas,mastambémproduzarmasemunições(GeneralDynamics,[s.d.]c),sistemasdetecnologiadeinformaçãoecomunicação(GeneralDynamics, [s.d.]a).Temmatriz nosEstadosUnidos.

Em2011foiaquartamaiorvendedoradeequi-pamentosdedefesadomundo,comumtotaldeUS$23,33bilhõesemvendas.Em2012ficouemquintolugar,comUS$20,94bilhões,apresentandoumare-traçãode-US$332milhõesnoslucros.

Armas e demais equipamentos de defesa re-presentaram, em 2012, 66% da receita da compa-nhia,contudo,nãohádadospublicadosdafatiados

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Equipamentosdeusoindividual 603

equipamentosdeusoindividualnessetotal.Onúme-rodeempregosgeradospelacompanhiaem2012éestimadoem92,2milpessoas.

A General Dynamics foi fundada em 1952,por meio da fusão da Electric Boat Company e da

Gráfico 1Empresaslíderesmundiaisemvendasdeequipamentosdeusoindividual(2012)

(EmUS$bilhões)

Fonte:Sipri(2012)

Elaboração:Diset/Ipea

Consolidated Vultee, dentre outras companhias demenorporte.Tendorecebidoforteincentivodecon-tratosgovernamentaisdosEstadosUnidosaolongoda Guerra Fria, a empresamudou acentuadamentecomotérminodesta(GeneralDynamics,[s.d.]b).

Assim,emboratenhacrescidoorganicamenteeatravésdeaquisiçõesatéoiníciodosanos1990,nes-seperíodochegouavenderquasetodasassuasdivi-sões,excetoadebarcoelétricoesistemasterrestres.

Apartirdemeadosdadécadade1990,aGeneralDynamicsiniciouumaexpansãoatravésdaaquisiçãodeempresasrelacionadasaveículosdecombate,es-taleiros navais, produtos de tecnologia da informa-ção,empresasdeserviçoseaGulfstreamAerospaceCorporation(GeneralDynamics,2012).Desdeentão,aempresaadquiriueformoufusõescommaisde65empresasparafortalecerecomplementaroseupor-tfóliodenegócios.

Atualmente é composta por quatro gruposempresariais que abastecem clientes comerciais e

governamentaisemtodoomundo.Emboraequipa-mentosdeusoindividualnãosejamoseufocoprin-cipal de atuação, dentre os dispositivos produzidospela empresa destacam-se: armas, munições, siste-masdetecnologiadainformaçãoecomunicação.

Rheinmetall Produzprincipalmenteveículosemuniçõespe-

sadas. No segmento de equipamentos de uso indi-vidual, fabrica munições demédio calibre, além desistemasótico-elétricos,metralhadorasearmascomlaser(Rheinmetall,[s.d.]c).

SediadanaAlemanha,faturouUS$2,98bilhõescomercializandodispositivosdedefesaem2011,fi-candocomoa28aempresacommaioresvendasna

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área.Em2012vendeuUS$3bilhõeseficouemtri-gésimolugar.Armamentosrepresentaram,em2012,50%dofaturamentodacompanhia,cujolucrofoideUS$244milhões.

O total de empregos gerados no ano foi de21.767. Não há dados disponíveis quanto à repre-sentatividadedosequipamentosdeusoindividualnareceitadacompanhia.

A empresa foi fundada em 1889, quando oconglomerado de mineração Hoerder Bergwerks-undHüttenverein estabeleceu, juntamente comumconsórciodebancos,aRheinischeMetallwaren-undMaschinenfabrikActiengesellschaft paraaproduçãode munições. Quase um ano depois, já empregavacercade1,4milpessoaseproduzia800milprojéteispordia.Aofinalde1891,umtotalde120milhõesdecartuchosjátinhamsidofeitos,tendocomoprincipalcompradorogoverno(Rheinmetall,[s.d.]b).

ARheinmetalltemsedestacadocomoumagran-deprodutoradecomponentesautomotivos– tantocivis quantomilitares.A sua áreamilitar, no entan-to,épreponderante,demodoqueaempresaéumadasmaiores fornecedorasdeequipamentosparaasForçasArmadasdaAlemanha,bemcomoparaasdepaíses aliados (principalmente europeus), além deempresasdesegurançaemgeral(Rheinmetall,[s.d.]a).

Elbit SystemsEspecializadanafabricaçãodeaviõesehelicóp-

teros, também produz capacetes, além de sistemaseletrônicos e eletro-ópticos (Elbit Systems, [s.d.]b).Aempresatambémseconcentranaconcepção,de-senvolvimento,fabricaçãoeintegraçãodecomando,controle, comunicações, computadores, inteligência,vigilância e reconhecimento de rede – C4ISR (ElbitSystems,[s.d.]c).

Sediada em Israel, em 2011 comercializou US$2,68 bilhões em equipamentos de defesa, sendo a37amaiorvendedoradaáreanomundo.Em2012co-mercializouUS$2,74bilhões,ficandona34aposiçãomundial.NesseanoolucrodaempresafoideUS$168milhõeseosarmamentosrepresentaram95%dototal.

Os empregos gerados em 2012 foram 12.134.Nãohádadosdequantoosequipamentosdeusoin-dividualrepresentamnototaldasvendas.

AElbitSystemsfoifundadaem1966apartirdaElron Electronic Industries, queprestava serviçoparaoMinistério da Defesa de Israel na área de design decomputadores. InicialmentefoidenominadaElbitComputers(ElbitSystems,[s.d.]a).

Emboratrabalhecomequipamentosquepodemterutilizaçãodual–comoosmencionadossistemaseletrônicos, eletro-ópticos, de comunicação e com-putadores–edrones,dentreoutros,aempresaatuaprincipalmente nas áreas de defesa e segurança.Oseu focoatualmenteénaproduçãodeequipamen-tosparaconflitosdebaixaintensidadeerepressãodeatividadesterroristasemgeral(ElbitSystems,[s.d.]c).

Rockwell CollinsTemcomofocoosetoraeroespacialededefesa,

produzindosistemasdecomunicaçãoeequipamentoseletrônicosdeaviação.Nosegmentodeequipamen-tosdeuso individual, fabricaarmaseequipamentosdefocalizaçãodeprecisão(RockwellCollins,[s.d.]a).

ComsedenosEstadosUnidos,em2011comer-cializouUS$2,81 bilhões emequipamentos de de-fesa,sendoa32amaiorvendedoramundialnaárea.Em 2012vendeuUS$ 2,59 bilhões, ficando na 35a posiçãomundial.

NesseanoolucrodaempresafoideUS$609mi-lhõeseasarmasrepresentaram55%dessetotal,porémnão há dados publicados sobre a representatividadedosequipamentosdeuso individualnessemontante.Osempregosgeradoschegarama19milem2012.

ARockwellCollins foi fundadaem1933,comoCollins Radio, inicialmente concebida para produzirrádios deondas curtas.A empresa foi crescendoe,nas trêsdécadasseguintes,expandiuasuaatuaçãoemcomunicaçãoparaoutrasáreas,inclusiveadede-fesa.Novastecnologias,comoinstrumentosdecon-troledevoo,dispositivosgeraisviarádioetransmis-sõesdevozviasatéliteforamalgunsdeseusnichosdemercado.Temespecialparticipaçãonoprogramaespacial dos Estados Unidos, incluindo os equipa-mentosdecomunicaçãoutilizadospelosastronautas.

Ao longodasuahistória,adquiriudiversasem-presas–incluindoHughes-Avicom’s,Intertrade,FlightDynamics, K Systems, Communication Solutions,Airshow, NLX, Evans & Sutherland, SEOS, Athena

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Equipamentosdeusoindividual 605

Technologies,DataPatheAirRoutingInternational–,sefortalecendonomercadodecomunicaçãoetam-bémexpandindoassuasáreasdeatuação.

Em2001aRockwellCollinsfoidesmembradadaRockwell International e começou a negociar açõesnaBolsadeNovaIorque.Atualmenteprojeta,produz,comercializa produtos e oferece suporte tanto naáreamilitarquantonacivil(RockwellCollins,[s.d.]b).

Alliant TechsystemsÉumaempresalíderemfabricaçãodemunição

deprecisão,armasdeataque,mísseisepropulsoresdefoguetes.Tambéméumadasmaioresfabricantesmundiaisdemuniçõesdebaixoemédiocalibre–es-pecialmente 5.56 mm, 7.62 mm e .50 mm (AlliantTechsystems,[s.d.]b).

Com sede nos Estados Unidos, em 2011 foi aquadragésimamaiorvendedoradeequipamentosdedefesa domundo, alcançandoUS$ 2,55 bilhões. Jáem2012,ficouna41aposição,comUS$2,33bilhõesemvendas.Armamentos representam53%do totalcomercializadopelacompanhia,quelucrouUS$272milhõesem2012,gerandocercade14milempregos.Nãohádadossobreomontantedevendasdeequi-pamentosdeusoindividualdiantedototal.

AAlliantTechsystemsfoilançadacomoumaem-presa independente em 1990, quando aHoneywell desmembrouosseusnegóciosdedefesa.AHoneywellhavia fornecidoprodutosesistemasdedefesaparaos EstadosUnidos e seus aliados durante cinquen-ta anos.Aempresaexpandiuparaomercadoaero-espacial com as aquisições da Hercules AerospaceCompany, em 1995, e da Thiokol Propulsion, em2001, tornando-se amaior fornecedoramundial demotores de foguete de combustível sólido e líderno fornecimento de estruturas compostas de altodesempenho.

Uma série de outras aquisições e contratos –especialmentegovernamentais–continuaramaau-mentar apresençadaempresanosmercados aero-espacial,dedefesaecomercial(AlliantTechsystems,[s.d.]a).

Em 2000 foi selecionada para operar a LakeCity Army Ammunition Plant, do Exército dosEstadosUnidos,sendoresponsável,nesselocal,pela

fabricaçãodemuniçãodebaixocalibreparaaquelegoverno. Em 2001 adquiriu a empresa demuniçãoBlount International, tornando-se,assimamaior fa-bricante estadunidense de munição. Em 2009 ad-quiriuaEagleIndustries,expandindonomercadodeacessóriosparadefesae segurança.Em2010com-prouaBlackhawkProductsGroup,especializadaemequipamentotáticoparadefesaeaplicaçãodalei.Em2013adquiriuaCaliberCompany,umadasmaioresfabricantesmundiaisderiflesdecaçaeespingardas.Em2013comprouoBushnellGroupHoldings, líderemequipamentosóticos,acessóriosexterioreseócu-losdealtodesempenho(AlliantTechsystems,[s.d.]a).

Com essa trajetória de aquisições e contratos,aAlliantTechsystems se consolidou como uma dasmaioresempresasdomundonosegmentodeequi-pamentosdeusoindividual.

Ordnance FactoriesEmpresadogovernoda Índia commaisdedu-

zentosanos,produzumagamadeequipamentosquevaidegrandesveículosapistolas, revólveres,muni-ções, paraquedas, equipamentos óticos, coturnos,cintos, bolsas, casacos, kitsmilitares, acessórios emgeraleuniformes(OrdnanceFactories[s.d.]c).

Em2011foia49aempresamundialemnúme-rodevendasdeequipamentosdedefesa,atingindoUS$2,12bilhões.Em2012ficouem47o lugar,em-boraasvendasestimadastenhamsidomenores,deUS$ 1,94 bilhão.Armas representam 80% do totalcomercializado.

Note-sequeosvalores,nocasodestaempresa,sãoestimados,jáquenãohouvedivulgaçãooficialnoperíodo,tampoucosesabeoquantoaempresalucrouem2012ouonúmerototaldeempregosquegera.

A história da Ordnance Factories tem estreitarelaçãocomoreinadobritâniconaÍndia.Devidoaointeresseeconômicoda Inglaterrasobreessepaíseparaaumentara influênciapolítica,considerou-seoequipamentomilitarcomoelementovital.

Em 1775 as autoridades britânicas criaram oBoard of Ordnance, em Fort William, Kolkata. Em1787 uma fábrica de pólvora foi estabelecida emIshapore,tendoiniciadoaproduçãoem1791.Essefoio primeiro estabelecimento daOrdnance Factories.

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606 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Em1947,quandoaÍndiasetornouindependente,jáhaviadezoitofábricasdemuniçõeseequipamentosmilitares.Outras21foramestabelecidasapósainde-pendência–amaioria,devidoaosconflitostravadospelas ForçasArmadas indianas (Ordnance Factories[s.d.]a).Atualmente,aOrdnanceFactoriescontacom41fábricas(OrdnanceFactories[s.d.]b).

Por se tratar de uma empresa governamental,trata-sedeumcasoúnicodentreaslíderesmundiaisselecionadasnestaseção.

Harris CorporationUmadaslíderesmundiaisnaproduçãodeequi-

pamentosesistemasdeaviação,indodoscomponen-teseletrônicosasoftwares, integraçãodesistemasesuporte aos fabricantes de aviões militares (caças,helicópteros e veículos aéreos não tripulados). Nosegmentodeequipamentosdeusoindividual,fabri-carádios táticosesistemasdecomunicação (HarrisCorporation,[s.d.]b).

Com sede nos EstadosUnidos, em 2011 ficouem43olugardentreasmaiorescomerciantesdeequi-pamentosdedefesanomundo,comUS$1,95bilhãoemvendas. Em2012 ficou em48o lugar, comUS$1,89bilhão.

Armamentosrepresentaram37%dofaturamen-todacompanhiaem2012,quando lucrouUS$461milhõesegerou22milempregos.Nãohádadoses-pecíficossobrequantoosequipamentosdeusoindi-vidualrepresentamdessemontante.

AHarrisCorporationfoifundadaem1890comouma produtora de novos equipamentos de impres-são.EmmeadosdoséculoXX, seconsolidoucomouma das maiores fabricantes mundiais de tecnolo-gias de impressão, com o nome deHarris-Seybold.Em1957estapassouporumafusãocomaIntertypeCorporation, líder mundial em dispositivos detipografia.

Nessaépocaaempresapassouatrabalharparaogovernoestadunidensenodesenvolvimentodeco-municaçõeseletrônicas(especialmentederadiodifu-sãoemicro-ondas)paraaEraEspacial.Em1967ad-quiriua1967RadiationInc,fabricantedetecnologiaespacial emilitar. Em1974onomedaempresa foialteradoparaHarrisCorporation.

Nosvinteanosque se seguiram,vendeuo seunegócio de impressão e ampliou significativamenteaofertadeprodutoseletrônicos,obtendomaioral-cancedemercado.Naépocadeseucentenário,em1995, a Harris Corporation tinha emergido comoumaempresaglobal.Atualmenteatendeaumaamplagamademercadosdecomunicaçõesedetecnologiada informação, tantonaáreamilitarquantona civil(HarrisCorporation,[s.d.]a).

ST Engineering (Singapore Technologies Engi-

neering)

Trata-sedeumgrupodeengenharia com sedena República de Cingapura, especializado em solu-ções e serviços tecnológicos nosmercados aeroes-pacial,eletrônico,desistemasterrestresemarítimo.Produztambémumagamadeequipamentosdeusoindividual,comoarmasemuniçõesdebaixocalibreearmamentonãoletal(STEngineering,[s.d.]b).

Em2011foia52aempresadentreasmaioresco-merciantesdearmasdomundo,atingindoUS$1,95bilhão. Em 2012 foi no quinquagésimo lugar, comUS$1,89bilhãoemvendasdearmas,oque repre-sentou37%doseu total.Nomesmoano,os lucroschegaramaUS$461milhõeseonúmerodeempre-gados,a22mil.

Assimcomonoscasosanteriores,nãohádadospublicadossobreaparcelaqueosequipamentosdeusoindividualrepresentamnototaldasvendas.

ASTEngineeringfoicriadaem1997edespontacomoumdosmaioresgruposdedefesaedeenge-nhariadaÁsia.Tambémdestaca-seentreasmaioresempresaslistadasnaBolsadeCingapura.Temcomoclientes organizações comerciais e de defesa emmais de cem países, que são atendidos através deuma redeglobalde cercade cemsubsidiárias efir-masassociadasem46cidadesde24países–dentreosquaisoslocalizadosnaAméricadoNorte,Europa,ÁsiaeOceania(STEngineering,[s.d.])a.

Originalmentecriadacomoumafornecedoradearmas para as Forças Armadas de Cingapura, a STEngineering ganhou notoriedade por despontar en-tre asúltimasempresasnomundoa fabricarminasterrestresantipessoal, tendosido,por isso,excluídadealgunsfundosdeinvestimentodevidoà“produção

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Equipamentosdeusoindividual 607

dearmasque,atravésdasuautilizaçãonormal,po-demviolarosprincípioshumanitáriosfundamentais”(LandmineandClusterMunitionMonitor,2009).

Oportunidades para o Brasil

Algunstiposdeequipamentodeuso individualtêmsidoamplamenteempregadosdesdeasépocasmaisremotas.Ruínasencontradasemparquesarque-ológicosdaantigaSuméria(naregiãoondehojeficamoIraqueeoIrã)demonstramquegruposoponentesseenfrentaramcomfoices,adagasepequenasespa-dascomlâminasdeouroecobre,háquase5milanos,em2700a.C.(Cooper,1983).

De instrumentos cortantes em geral, passandoporacessóriosparasegurançaesalvamento,disposi-tivosdiversoscomprojéteis,alimentosparasobrevi-vência,lasers,carregadores,exoesqueletos,sensoresoptrônicos, baterias,palms, roupas especiais para ocombate,proteçõesbiológicas,químicasenucleares,osequipamentosdeusoindividualtêmfeitopartedahistóriahumana.

Tais equipamentos, contudo, também estão pre-sentesnasnossasatuaisestruturasdesegurançapúbli-ca,taisquaisspraysdepimenta,bombasdeefeitomoral(gases comprimidos e liquefeitos), teasers de choque,coletesàprovadebalas,capacetes,escudos,disposi-tivosnãoletaisemgeralearmasleves,dentreoutros.

Paracompletar,algunstiposdeequipamento–aexemplodoseletrônicos,instrumentosdecomunica-ção,utensílioseacessóriosemgeral–sãolegalmenteeamplamentecomercializadostambémnomercadocivil.

Umatendência,contudo,temsefirmadonocon-textointernacional,sobretudocomoadventodaeradigital:ademandaporarmasnãoletais.Háumapro-gressivacobrançadassociedadesdetodoomundopor forçasde segurançapúblicamenos truculentas,quevisualizemoscidadãosnãocomooponentes,massimcomoentesaseremprotegidos(Lima,2014).Talcobrançatemsepotencializadopelasimagenscapta-dascotidianamenteemcâmerasdeaparelhoseletrô-nicosemgeral,pelamídiainternacionalepelocom-partilhamento crescente de dados em redes sociaisviainternet.

AcomercializaçãodearmasnãoletaisnoBrasilé condicionada à autorização expressa do Exército.O país possui empresas de ponta nessa área, queexportam e competem internacionalmente, costu-meiramente, em condições de igualdade com com-petidoresexternos.Trata-sedeumcampoemplenaascensãoe comumaconjunturamundial de cresci-mento.Aomesmotempo,apressãointernadoBrasilpelareestruturaçãodasforçasdesegurançapública,reformulaçãodotreinamentoedesmilitarizaçãodaspolíciascorroboracomessaconjuntura.Evidencia-sequeocaminhonecessariamentepassapelautilizaçãode equipamentos capazes de resolver situações deconflitosemcausarmortes.

Da mesma forma, para utilizar armas menosagressivas, os agentes de segurança precisam estarmaisbemprotegidos.Nessesentido,osequipamen-tosdesegurançaparauso individualsãooutra ten-dênciadeeminentecrescimentoeamplanecessidade.

Cabe,porfim,destacaroaspectocomparativa-mentepacíficoeapolíticaexternanãointervencionis-tadoBrasil,quetemempregadoasForçasArmadasparaoperaçõesdegarantiadaleiedaordem(Brasil,1988,Artigo142)eparamissõesdepaz.Emambasassituações,faz-senecessário,sobretudo,oempregodeequipamentosprotetivos,enãoletais.

Outratendênciacrescenteéautilizaçãodeequi-pamentoseletrônicosdeuso individual,detabletsadispositivosdecomunicação.Trata-sedeummercadodominadoporfábricasorientais,sobretudochinesas– justamenteasquenãodivulgamdados,conformefrisadoanteriormente.Odesigndessesprodutos,noentanto,écostumeiramenteprovenientedecompa-nhiassediadasnosEstadosUnidos,emboraaCoreiadoSultenhacrescidomuitonaárea,firmandoempre-sasinternacionaisquegeralmentepossuemumbraçomilitar.Trata-sedeummercadoeminentementedualedeaplicaçõesmúltiplas–muitasvezesatéimprevi-síveisnomomentodacriaçãodatecnologia.

EssaéumaáreaemqueoBrasil temdemons-trado interesse, mas que não dispõe de empresasdepontacomsedenacional,diferentementedoqueocorreno casodas armasnão letais.Trata-se, alémdisso,deumaempreitadaquenecessitarádeapoiogovernamental para que a indústria local se torne

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608 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

competitiva o bastante para se habilitar à inserçãointernacional.

PERFIL DAS FIRMAS DO SEGMENTO DE

EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUAL NO

BRASIL

Estaseçãotratadocontextonacionaldasempre-sasdosegmentodeequipamentosdeusoindividual,incluindo, dentre outros aspectos, a sua estruturaprodutiva, análise de recursos humanos, distribui-ção regional, políticas públicas, inovaçãoe inserçãointernacional.

Os dados apresentados são divididos em qua-trotipos,quevariamdeacordocomametodologiaempregadapara suaobtenção, conformedescritoaseguir:

▪ fontes governamentais: angariados pela co-ordenaçãodapesquisa,bemcomoporumaequipe interna no Ipea, e repassados aospesquisadoresdecadasegmento,jáprontos,naformadetabelas.Estas,porsuavez,pos-suemosseusnomesoriginaistranscritosnasnotasderodapé,afimdeserempassíveisderápidaverificaçãoeanálisenabasededados.Quasetodososgráficosforamproduzidosapartirdessastabelas.Alémdisso,asanálisesgerais de mapeamento foram geradas so-bre elas.As fontes são diversas (citadas nabasedecadatabela)easdatasdeabrangên-cia variam conforme a disponibilidade dasinformações;7

7. Deveserconsideradaaressalvadequeos itensexportadoseimportados pelas empresas podem ter sido decorrentes deoutrasunidadesdenegóciodasfirmas, enãodiretamentedosegmentodefesa.Omesmoraciocíniovaleparaosdemaisdadossecundários.Note-se,ainda,queaunidadedeanálisedetodooestudoéafirma,oqueécompatívelcomoobjetivocentraldapesquisae comadisponibilidadededadosdas fontesoficiaisdopaís.Aunidadedeanáliseparaasdiscussões,portanto,nãoéaunidadedenegóciosdedefesadafirma,comexceçãoparaos dados dowebsurvey, especialmente nas questões adstritasapenasàdefesa.

▪ websurvey (questionário): produzido pela co-ordenaçãodapesquisaemconjuntocomumaequipeinternadoIpeaecomospesquisadoresdecadasegmento.Foi remetidoàsempresasdecadasegmento,buscando-seomáximodeaderência.Oconvitefoifeitoem18deagostode 2014.A finalização e entrega das respos-tas se deu em29 de setembro de 2014.Nocasodosegmentodeequipamentosdeusoin-dividual,das44empresasmapeadasnoBrasil,nove retornaramosquestionários completos,totalizandoumaamostrade20%detodasasfirmasdaáreaexistentesnopaís.

▪ entrevista presencial com uma amostra deempresas: detodasasempresasmapeadas,os pesquisadores selecionaram cinco decadasegmentoparaperfazerumavisitatéc-nica e uma entrevista. As perguntas foramsubmetidas e aprovadas pela coordenaçãoda pesquisa – constando neste estudo noanexoA, juntamente com as respostas ob-tidas.Asentrevistasforamrealizadas,viaderegra, em conjunto com um representanteda Agência Brasileira de DesenvolvimentoIndustrial (ABDI).Note-sequea identidadedas firmas foi preservada, tratando-as pornúmeros – de “Empresa 1” a “Empresa 5”.No caso do segmento de equipamentos deusoindividual,oscritériosempregadosparaa escolha das entrevistadas tiveram comobaseadiversidade,afimdeseconheceremdiferentes paradigmas, aspectos, aborda-gens e pontos de vista domercado. Dessemodo,aEmpresa1éumarepresentantedecompanhias internacionais que comerciali-zamoupretendemseestabelecernoBrasil;aEmpresa2éinternacional,seestabeleceuno Brasil há dois anos e vem gerando em-pregoseinvestimentosnopaís,comexpec-tativaderetornosfinanceirosqueaindanãose concretizaram; a Empresa 3 é nacional,focadaexclusivamenteemequipamentosdeusoindividualecompetitivanomercadoin-ternacional; a Empresa 4 é nacional e está

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Equipamentosdeusoindividual 609

passandoporumprocessodefusãocomou-traempresa,tambémnacional;eaEmpresa5éestatal–umadaspoucasaindaperten-centesaogovernonaáreadedefesa;

▪ pesquisabibliográfica: arevisãodaliteraturaperfeztodooescopodesteestudo.Talme-todologia foiespecialmenteempregadanasduasprimeirasseções,paraasquaisnãoseaplicou nenhum dos itens citados até aqui–dadosrepassadosdefontesgovernamen-tais,websurvey ou entrevista. Ao longo daterceira seção, a pesquisa bibliográfica sefaz presente sobretudo na explanação dosdados apresentados, para fins de esclare-cimentos e análises específicas. Os dadosobtidosnowebsurvey enaentrevista serãoapresentadospontualmente,nostemasquelhesforemafeitos,aolongodetodaestase-ção,bemcomo,nasconsideraçõesfinais.

Estrutura produtiva

Evolução do número de empresas e pessoal

ocupado médio no período

São44asempresasquefazempartedosegmen-toequipamentosdeuso individualnoBrasilnoanode2014.Nemtodasessasempresastêmdeclaradoinformações para a Relação Anual de InformaçõesSociais(Rais).

Osúltimosdadosdisponíveis,de2011,demons-tramquehouveumaumentonaquantidadedeem-presas inseridasnaRaisentre2003–quandoeram29–e2011–quandochegarama37empresas(vertabela2napróximapágina).

Nãoépossível, contudo,afirmarquehouveumcrescimentodosetor, jáquepode ter simplesmenteaumentado o número de empresas que declararaminformações.Dequalquerforma,aquantidadedeem-presasconstantesnaRaiscresceu27,58%noperíodo.

Poroutrolado,onúmeromédiodefuncionários–pessoalocupado(PO)comvínculoativoem31dedezembrodecadaano–aumentouconstantementenointervalode2003a2011.

Gráfico 2Númeromédiodefuncionários(2003-2011)

Fonte:RaisElaboração:Diset/Ipea

Amédiaéde164funcionáriosporempresaaolongodetodooperíodoestudado,porémonúmerodecontrataçõesvemaumentando, jáqueem2003essamédiaerade142funcionárioseem2011che-goua197porempresa.Asexceçõessãonosanosde2004e2005,queapresentampequenas retraçõesemrelaçãoaosanteriores.

SenãoépossívelderivaraprosperidadedosetorcombaseespecificamentenoaumentodeempresasregistradasnaRais,conformeafirmadoacima,esseau-mentonamédiadefuncionárioséumaevidênciaclaradocrescimentodosegmento.Issoporqueascontrata-çõesaumentamconformeanecessidadedaempresaemproduzir.Esta,porsuavez,édiretamenteconecta-daàdemanda.

Deriva-se,assim,aprobabilidadedeasempresasterem, portanto, crescido em termosde contrataçãodevidoànecessidadedeaumentodaproduçãoparaatenderaomercado.Essahipótesefoiconfirmadanasentrevistasrealizadascomempresáriosdosegmento,queserãoapresentadasaolongodaspróximasseções.

Recursos humanosAproporçãodefuncionárioscomnívelsuperior

também aumentou no período, indo de umamédiadedezenoveporempresa,em2003,a22em2011,totalizando15,79%decrescimento(gráfico3).

O fato demonstra que o segmentovem traba-lhandocomtecnologiasque requeremumamãodeobramaisbemqualificadaparaseremoperadas,ain-da que tal qualificação represente um pagamentomaiordesaláriosporpartedasempresas.

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Tabe

la 2

Rais:segmentoequipamentosdeusoindividual(2003-2011)

Ano

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Eng

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alar

ial

Tota

lSa

lario

M

edio

Esc

Med

iaId

adeE

mpr

M

edia

2003

4429

1811

4104,691667

141,541092

0,185907183

0,003853314

0,01349472

119073566,2

2018,4671678,97762484536,05196707

2004

4430

2010

4170,266667139,0088889

0,197415433

0,005515235

0,014915113

127083010,6

1967,6843169,17413652735,46217696

2005

4431

2011

4212,341667135,8819892

0,187130674

0,004550122

0,013735432

121382704,5

2128,482432

9,3357365

36,11126298

2006

4432

266

4604,441667143,8888021

0,175432056

0,004394308

0,011709708

130390288,8

2101,7593949,42737082836,12706355

2007

4433

267

5450,85

165,1772727

0,178527202

0,004441203

0,010911142

151244988,3

2066,1912159,88110548835,60136829

2008

4433

267

5975,508333181,0760101

0,17850922

0,005794486

0,012510791

173046424,6

2196,83569

10,2859617835,92235216

2009

4434

277

6191,391666182,0997549

0,198409889

0,006332717

0,013238811

187631733,2

2311,20727310,4245134236,88880486

2010

4435

287

6798,766667194,2504762

0,203952433

0,006925276

0,015893814

217756965,7

2691,19457

10,6271191136,44791809

2011

4437

289

7276,316667196,6572072

0,22181667

0,009709583

0,016349847

244592434,5

2898,27584310,7927960836,89916628

Fonte:Rais

Elaboraçãodoautor

BID.indb 610 13/06/16 16:43

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Equipamentosdeusoindividual 611

Gráfico 3Proporçãodefuncionárioscomnívelsuperior

(2003-2011)

Fonte:RaisElaboração:Diset/Ipea

Dopontodevistadosfuncionários,osnúmerosdenotamque investiremcontinuidadedosestudosé uma alternativaquevem tendo contrapartida emtermos de contratação nas firmas do segmento. Ocrescimento da qualificação também é condizentecomosdadosdaPesquisaNacionalporAmostradeDomicíliosde2012(Pnad),osquaisevidenciamqueaofertademãodeobraqualificadavemaumentandocontinuamente, em especial na última década, en-quantoocustorelativodelavemcaindo.8

Asempresasdosegmentotambémapresentamsituaçãomelhordoqueaindústriaemgeralnocon-cernente a empregados qualificados desde 2008.Isso porque, conforme a análise de dados daPnad,enquantoaindústriaperdeuespaçonototaldeocu-paçõesapartirdesseano,asempresasdosegmentotiveramoperíododemaioraumentodecontrataçãodefuncionárioscomnívelsuperior.

Damesma forma,aumentouonúmerodepro-fissionaistécnico-científicos,partindodeumamédiade0,04porempresaa0,1,em2003e2011respec-tivamente,representandoumcrescimentode150%(gráfico4).

8. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA.(IPEA). Oferta de mão de obra qualificada aumenta continuamente.Disponívelem<www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=20067>. Acessoem:31ago.2014.

Gráfico 4Proporçãodeprofissionaistécnico-científicos

Fonte:RaisElaboração:Diset/Ipea

Essa quantidade pode parecer pequena, porémdeve-senotarqueoprofissional técnico-científicoégeralmente o encarregado pela supervisão da pro-duçãodaindústria.Dessemodo,ofatodeem2003haveronúmeroquebradode0,4dessesprofissionaisporempresaedetalnúmerochegara1em2011de-monstraapossibilidadedecadaempresadepossuiroseuencarregadotécnicooudealgumaspossuíremmaisde1.

Trata-se,portanto,deumavariável significativa,quedeveserobservadacomoumavançonaqualida-dedosprodutosenasaúdefinanceiradasempresas,sobretudo porque o salário do profissional técnico--científico costuma ser consideravelmentemais ele-vadodoqueodosdemais, justamentedevidoàsuaescolaridadeeresponsabilidadeatribuída.

Aproporçãofoipositivatambémemrelaçãoaosengenheiros, que aumentaramde0,13por empresapara 0,16 de 2003 a 2011 – um adimplemento de23%(gráfico5).

Gráfico 5Proporçãodeengenheiros

Fonte:RaisElaboração:Diset/Ipea

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612 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Oaumentodecontrataçãodeengenheirosde-monstraavançosdequalidadeesaúdedasempresas,damesmaformaqueoaumentodeprofissionaistéc-nico-científicos, tratado acima. Esse quadro é con-dizente com a análise dos dados daPnad, os quaisdeixamclaroqueaofertademãodeobraqualificadavem aumentando progressivamente, sobretudo naúltimadécada,econtrariandoatesedaescassezdetrabalhadorescomqualificaçãonoBrasil–dentreosquaisosengenheiros,costumeiramentecitados.9

AmassasalarialtotalchegouaR$244.592.435,52em2011, com37empresas registradas.Houveumaumento contínuo do salário médio dos funcioná-rios,quepartiudeR$2.018,47paraR$2.898,28em2003e2011respectivamente–umcrescimentode43,61%(gráfico6).Talaumentoéreal,jáqueosda-dossãodeflacionadospeloÍndiceNacionaldePreçosaoConsumidorAmplo(IPCA).10

Gráfico 6Evoluçãodosaláriomédio(2003-2011)

(EmR$)

Fonte:RaisElaboração:Diset/Ipea

Oaumentodossaláriosmédiosnasempresasdosegmento, somadoaoaumentodamédiadeempre-gados(gráfico2)eaosreferidosaumentosdepessoaldenívelsuperior(gráfico3),técnico-científico(gráfico4)eengenheiros(gráfico5),fechaumciclodeanálisedocrescimentoedoaumentodasaúdedasfirmasno

9. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA.(IPEA). Oferta de mão de obra qualificada aumenta continuamente.Disponívelem<www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=20067>. Acessoem:31ago.2014.

10. ConformeoIPCAdoano-base2013.

períodode2003a2011.Ressalvadasasretrações,quegeralmenteculminamnoanode2007,operíodofoiderelativaprosperidadeparaasempresasdosegmento.

A esses dados soma-se a escolaridademédia dosfuncionáriosemgeral,queevoluiuininterruptamentenoperíodo,indodeumamédiadenoveanosdeestudopara10,8anosem2003e2011respectivamente.Talcresci-mentodemonstraqueoaumentodamédiasalarialnãoocorreapenaspelacontrataçãodefuncionáriostécnico--científicos e engenheiros,mas tambémpelo aumentogeral namédia de qualificação dos funcionários. Cabefrisarquearelaçãoentreaumentodaescolaridadeeme-lhoriadossaláriostemsidocomprovadanoBrasil,geran-doumamelhoriamédiade15%paracadaanoestuda-do,conformedemonstrapesquisadaFundaçãoGetulioVargas(FGV),combasenosdadosdaPnad(FGV,2008).

Distribuição do número de empresas pelo porte em 2005, 2008 e 201111

Onúmero total depessoal ocupadode acordocomoportedasempresasdosegmentopara2005,2008e2011éanalisadoaseguir.

OportedasempresaspelaclassificaçãodaRaisvariaconformeaescalaabaixo:

▪ de0anovefuncionários;

▪ denovea49funcionários;

▪ de49a99funcionários;

▪ de99a249funcionários;

▪ de249a499funcionários;

▪maisde499funcionários.

Ográfico7éumarepresentaçãodatabela3.Esteevidenciaqueamaiorquantidadedeempresasestánafaixadenovea49funcionários.Onúmerototaldessasempresaschegouaquatorzeem2011.Poroutrolado,afaixacommenosempresaséade249a499funcionários.

11. Tabela-base:tab1.1_raisPo_segH.

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Equipamentosdeusoindividual 613

TantopelaclassificaçãodaRaisquantopelaclas-sificaçãodoSebraeeconsiderando-seapenasonú-merodefuncionários,asindústriasdosegmentosão,em maior parte, pequenas (Sebrae, [s.d.]). Note-se,contudo,quehouveumaumentodecincoempresascomnúmerodefuncionáriosentre99e249noanode2011emrelaçãoa2008.Alémdisso,umaempresacommaisde499funcionáriosdespontouentre2005e2008,mantendo-senessepatamarem2011.

Comoabasetemcritériosespecíficos,nãoépos-sívelafirmar,apenascomográfico7,onúmerototaldefuncionáriosdasmaioresempresas,oqueimpossibili-ta,nestemomento,asuacomparaçãoemtermosdenúmerodeempregosgeradoscomasempresaslíderesmundiais em vendas no segmento, apresentadas na

segundaseção.Essacomparaçãoseráfeitanapróximaseção.

Cabe,todavia,pontuaroaumentodasmicroempre-sas,comzeroanovefuncionários,quequasedobraramemnúmerode2008,quandoeramquatro,para2011,quandochegaramasete.Tratam-sedeempresascomuma quantidade pequena de funcionários, que estãoinvestindoemumsegmentoespecializadoepoucoco-mumnoBrasil,sobretudoapósaconjunturadasúltimasdécadas,apresentadanaprimeiraseçãodesteestudo.

Considerando-se que as empresas com nove a49 funcionários se mantiveram namesma faixa deempregados entre 2008 e2011, demonstra-se quenãohouveuminchaçodasmicroempresasporcontadareduçãodonúmerodePOdasmaiores,massim

Tabela 3Rais:portedasempresasporpessoalocupado1

PorteNr.Empresas.

Segmento.2005Nr.Empregados.

2005Nr.Empresas.

Segmento.2008Nr.Empregados.

2008Nr.Empresas.

Segmento.2011Nr.Empregados.

2011De0a9 4 16,6 4 5,2416667 7 30,525De9a49 16 418,0583332 14 347,7583332 14 335,7916667De49a99 5 396,1166667 7 484,725 3 237,675De99a249 3 557,525 3 490,1666667 8 1157,041667De249a499 0 0 1 323,075 1 362,0166667Acimade499 3 2824,041667 4 4324,541667 4 5153,266667

Fonte:RaisNota:1Osvaloresdizemrespeitoàsomatóriadopessoalocupadoporportedasempresasdosegmento

Gráfico 7Quantidadedeempresaspornúmerodefuncionários(2005,2008e2011)

Fonte:RaisElaboração:Diset/Ipea

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umaumentorealdasprimeiras.Talevidênciaratificaocrescenteinteressedospequenosempreendedoresematuarnosegmentodeequipamentosdeusoindi-vidualparaaBID.

Distribuição do número de funcionários pelo

porte das empresas

Ográfico8demonstraaevoluçãodaempregabi-lidadenosegmento.

Sobreosdadosdográfico8,éimportantesalien-tarqueonúmerode“pessoalocupado”é“quebrado”,poisaRaiscontaoscontratospeloperíododoanoemquecadafuncionárioesteveempregado.Dessemodo,seumfuncionáriotrabalhouporseismesesnaempre-sa,elecontacomo0,5.

Gráfico 8Evoluçãodaempregabilidadeemempresasde

diferentesportes(2005,2008e2011)

Fonte:RaisElaboração:Diset/Ipea

Dito isso, observe-se que o aumento do nú-merodeempregossedeusobretudonasempresascom maior número de funcionários (mais de 499),quetiveramadimplementossubstanciaisentre2005e2008,quandoessenúmerocresceunaordemde53,13%–saindode2.824funcionáriospara4.324,5.Entre2008e2011,ocrescimento tambémfoi sig-nificativo, de 19,16% – indo de 4.324,5 a 5.153,3funcionários.

Diantedosnúmeros, cabe frisarqueo segmen-topossuía, até2011,quatroempresas commaisde499 funcionários no Brasil, como demonstrado nográfico 7. Considerando-se que as maiores empre-sas do segmento ultrapassaram, no mesmo ano, asomatóriados5milfuncionários,pode-sefazerumacomparação comas empresas líderes emvendas no

contexto internacional,apresentadasnasegundase-ção.AGeneralDynamics,porexemplo,fechou2012com92,2milfuncionários.Comofrisadoanteriormen-te,trata-sedeumaempresaquenãoatuasomentenosegmento de equipamentos de uso individual, tam-poucosónaáreadedefesa,porémacomparaçãodáanítidanoçãodo tamanhodaconcorrência interna-cional.Aindaassim,aGeneralDynamicsfechou2012comumprejuízo deUS$332milhões em relação a2011– comodemonstradona tabela1–, deixandoclaroquenúmerodeempregosefaturamentoanteriornãosãogarantiasde lucratividade.Onomedasem-presasbrasileirasestudadasnestapesquisaestá res-guardado,contudo,aindanestaseção,serãoanalisa-dososmontantesdevendascontabilizadosporestas.

Disponibilidade e dificuldade de manutenção de

mão de obra especializada

Aoseremquestionadassobrecomoavaliamafa-cilidadedeseencontrarmãodeobraespecializadaesuficienteparaasatividadesrealizadasnaáreadede-fesa,amaioriadasempresasdeclararam“difícil”(44,4%dasqueresponderam)ou“muitodifícil”(22,2%delas).

Cabe ressaltar que nenhuma empresa conside-rou“fácil”ou“muitofácil”.Poroutrolado,dadaava-riedade das áreas de atuação e linhas de produçãodasfirmas,33,3%declararamser“nemfácil,nemdifí-cil”encontrarmãodeobra.

Levando-se em consideração uma hipotéticareduçãononúmerodecontratosdeprodutos–es-pecificamentededefesa–,asempresasforamques-tionadas se conseguiriam manter os funcionáriosatuais até surgiremnovas demandas relacionadas àárea.Nestecaso,amaioriadelas,55,6%declararamquenãoconseguiriammantê-los,aopassoque44,4%afirmaramqueconseguiriam.

Esseindicadordemonstraque,apesardeamaiorpartedasempresasdosegmentosedeclararemab-solutamentedependentesdoscontratosdedefesa,adiversificaçãoparaoutrasáreas–dasegurançapú-blica à civil – é considerada suficiente paramanterquasemetadedaamostra.

Areferidadiversidadedasáreasdeatuaçãodasfir-mas,bemcomoavariedadedeatividadeseconômicas,

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Equipamentosdeusoindividual 615

podeseresclarecedora sobreapossibilidadedema-nutenção dos funcionários, a despeito de contratosnaáreadedefesa.Taisdadosserãoapresentadosnasseçõesaseguir.Maisadiante,aindanestaseção,serãoabordadasasvendasdiretasaoMinistériodaDefesa,de modo que a análise conjunta desses indicadorespossibilitaránovasinferênciasacercadosegmento.

Distribuição das firmas com base na CnaeAClassificaçãoNacionaldeAtividadesEconômicas

(Cnae 2.0) contabiliza 37 empresas do segmento deequipamentos de uso individual que fazemparte daBID.Dessas,27sãoconsideradas“indústriasdetrans-formação”,comdiferentesclassificaçõesnaCnaecomdoisdígitos.Asoutrasdezconstamcomo“comércio;reparaçãodeveículosautomotoresemotocicletas”.

Tabela 4ClassificaçãodasempresasdosegmentopelaCnae

Cnae Seção DenominaçãoNúmero de empresas

10 C Indústriasdetransformação 213 C Indústriasdetransformação 314 C Indústriasdetransformação 515 C Indústriasdetransformação 120 C Indústriasdetransformação 321 C Indústriasdetransformação 125 C Indústriasdetransformação 226 C Indústriasdetransformação 432 C Indústriasdetransformação 6

46 GComércio,reparaçãodeveículosautomotorese

motocicletas8

47 GComércio,reparaçãodeveículosautomotorese

motocicletas2

Fonte:Cnae2.0Elaboraçãodoautor

DeacordocomoscritériosdaCnae,asindústriasdetransformaçãosão,emgeral,aquelasqueprodu-zembenstangíveis–mercadorias:“Algumasativida-desdeserviçossãotambém incluídasnoseuâmbi-to,taiscomoosserviçosindustriais,amontagemdecomponentesdeprodutosindustriais,ainstalaçãodemáquinaseequipamentoseosserviçosdemanuten-çãoereparação”(Brasil,[s.d.]).

Dito em outras palavras, a grandemaioria dasempresasdosegmentoqueestãoincluídasnaCnae

são, literalmente, indústrias.As restantes trabalhamdiretamentecomacomercializaçãodeequipamentos.

Considerando-sequeointeressegovernamentalédesenvolverabaseindustrial,ofatodeamaioriadasem-presas catalogadas estarem justamente inseridas nessaáreadeatividadeseperfazemumfatordeextremarele-vânciaparaosegmento.Odetalhamentodasatividadesdesenvolvidaspelasempresaséotemadapróximaseção.

Descrição das atividades econômicasOaprofundamentodaclassificaçãodasáreasde

atividadedasempresaseseusrespectivoscódigosdaCnae2.0sãoapresentadosnatabela5.

Combasenatabela4,vistanaseçãoanterior,ficouclaroqueasempresasdosegmentopodemserdividiasemduasfrentesdeatividadeeconômica:aprimeiradefabricaçãoeasegundadecomercialização.Atabela5,porsuavez,delineia,umnívelabaixo,quaissãoospro-dutosfabricadoseasformasdecomercialização.

Emlinhasgerais,asfirmasdosegmentotraba-lham,portanto,comafabricaçãode:

▪ acessóriosparasegurançaeproteção;

▪ aparelhos de uso pessoal: eletromédicos,eletroterapêuticos, de irradiação, comunica-çãoebélicos;

▪ armasdefogo,muniçõeseexplosivos(parausoindividual);

▪ instrumentos ópticos, fotográficos ecinematográficos;

▪ medicamentosparausohumano;

▪ produtosalimentícios,químicosorgânicosepeçasdovestuário.

Poroutrolado,asempresasatuamnocomércioatacadistaerepresentaçãocomercialdeequipamen-tos e artigos de uso pessoal, máquinas, aparelhos,produtosquímicosepetroquímicos.Porfim,ocomér-ciovarejistaseconcentraemartigosdovestuário,cal-çadoseacessórios.

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616 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Tabela 5AtividadeseconômicasdasempresaspelaCnae2.0

Cnae 2.0 Cnae 2d Seção Descrição Denominação10112 10 C Abatedereses,excetosuínos Indústriasdetransformação

10996 10 CFabricaçãodeprodutosalimentíciosnãoespecificados

anteriormenteIndústriasdetransformação

13545 13 C Fabricaçãodetecidosespeciais,inclusiveartefatos Indústriasdetransformação

13596 13 CFabricaçãodeoutrosprodutostêxteisnão

especificadosanteriormenteIndústriasdetransformação

14118 14 C Confecçãoderoupasíntimas Indústriasdetransformação

14126 14 CConfecçãodepeçasdovestuário,excetoroupas

íntimasIndústriasdetransformação

14223 14 CFabricaçãodeartigosdovestuário,produzidosem

malhariasetricotagens,excetomeiasIndústriasdetransformação

15394 15 CFabricaçãodecalçadosdemateriaisnãoespecificados

anteriormenteIndústriasdetransformação

20291 20 CFabricaçãodeprodutosquímicosorgânicosnão

especificadosanteriormenteIndústriasdetransformação

20924 20 C Fabricaçãodeexplosivos Indústriasdetransformação21211 21 C Fabricaçãodemedicamentosparausohumano Indústriasdetransformação

25501 25 CFabricaçãodeequipamentobélicopesado,armasde

fogoemuniçõesIndústriasdetransformação

26329 26 CFabricaçãodeaparelhostelefônicosedeoutros

equipamentosdecomunicaçãoIndústriasdetransformação

26604 26 CFabricaçãodeaparelhoseletromédicose

eletroterapêuticoseequipamentosdeirradiaçãoIndústriasdetransformação

26701 26 CFabricaçãodeequipamentoseinstrumentosópticos,

fotográficosecinematográficosIndústriasdetransformação

32922 32 CFabricaçãodeequipamentoseacessóriosparasegurançaeproteçãopessoaleprofissional

Indústriasdetransformação

32990 32 CFabricaçãodeprodutosdiversosnãoespecificados

anteriormenteIndústriasdetransformação

46141 46 GRepresentantescomerciaiseagentesdocomérciodemáquinas,equipamentos,embarcaçõeseaeronaves

Comércioereparaçãodeveículosautomotoresemotocicletas

46494 46 GComércioatacadistadeequipamentoseartigosdeusopessoaledomésticonãoespecificados

anteriormente

Comércioereparaçãodeveículosautomotoresemotocicletas

46699 46 GComércioatacadistademáquinas,aparelhoseequipamentosnãoespecificadosanteriormente;

partesepeças

Comércioereparaçãodeveículosautomotoresemotocicletas

46842 46 GComércioatacadistadeprodutosquímicose

petroquímicos,excetoagroquímicosComércioereparaçãodeveículosautomotoresemotocicletas

47814 47 GComérciovarejistadeartigosdovestuárioe

acessóriosComércioereparaçãodeveículosautomotoresemotocicletas

47822 47 G ComérciovarejistadecalçadoseartigosdeviagemComércioereparaçãodeveículosautomotoresemotocicletas

Fonte:Cnae2.0Elaboraçãodoautor

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Equipamentosdeusoindividual 617

Essa distinção das empresas em categoriase subcategorias econômicas permite recortar osegmentoemapeá-lodeformaconsideravelmen-teprecisa.Note-seque,apesardeadefiniçãodeequipamentosdeusoindividualempregadanesteestudosernecessariamenteampla,conformedes-critona Introdução, asempresasquecompõemosegmento noBrasil podem ser identificadas comfacilidadeparafinsdeacompanhamentoeaplica-çãodepolíticasgovernamentaisemgeral.

Distribuição regional e idade das empresasA localização geográfica das empresas do seg-

mentocatalogadasnaRaiséapresentadanatabela6.ÉevidenteaprevalênciadaregiãoSudestesobre

asdemais.Estacontém29das37empresasconstantesnaRais.RestamapenasseisempresasnaregiãoSuleduasnaregiãoCentro-Oeste.

Ográfico9reproduzvisualmenteatabela6.Observe-sequeaevoluçãodonúmerodeempresasaolongodosanos,de2003a2011,nãosignificanecessariamenteumcrescimento do setor, conforme mencionado no iníciodestaseção,jáquepodemsimplesmentetersidoacres-centadastardiamenteàbaseRais.

AsregiõesemquenãodespontamempresasdosegmentosãoaNorteeaNordeste.Essedadoédignodenota,jáquenenhumaempresadosegmentosebe-neficiadasisençõesfiscaisdaZonaFrancadeManaus.

Alémdisso,apesardacrescentemovimentaçãomilitar em áreas estratégicas daAmazônia, as em-presas continuamconcentradasemoutras regiões,sendo que as quemais se aproximamda área sãoaquelassediadasnoCentro-Oeste.

Comrelaçãoàidadedasempresas,dasquerespon-deramaowebsurvey,verifica-sematuridade,comidademédiade37,89anosemedianade31.Dessas,trêsem-presaspossuematé25anos,quatropossuemde26acinquenta,umade51a75eumade76acemanos.

Neste caso, a amostra dasfirmasque respon-deram(20%dototal)nãorefletetodoosegmento,pois em termos de idade, cada nova respondentealteraria os dados gerais. Contudo, evidencia-sea existência de firmas bem estabelecidas no país,ultrapassando amarca das décadas desde as suasfundações.Asmaneiras comoessas empresas têmrespondidoaosdiferentesgovernos,políticas,tran-sições de mercado e avanços tecnológicos são ostemasdaspróximasseções.

Tabela 6LocalizaçãodasempresasporregiõesdoBrasil(2003-2011)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011Norte 0 0 0 0 0 0 0 0 0Nordeste 0 0 0 0 0 0 0 0 0Centro-Oeste 1 1 1 2 3 3 2 2 2Sudeste 22 23 24 24 24 24 26 27 29Sul 6 6 6 6 6 6 6 6 6

Fonte:RaisElaboraçãodoautor

Políticas públicas

Poder de compras das empresas e oscilações

das aquisições da defesa

O número de empresas com vendas registradasnoComprasnetaumentouentre2003–quandoeramquinze–e2010(chegandoa23empresas).Aexceçãoé,novamente,em2007,comdezesseteempresas,repre-sentandoumaretraçãode10,53%emrelaçãoa2006.

Entre2011e2013,houveumareduçãodedezenoveempresas(2011),22(2012)edezessete(2013).

UmaconstânciamenorocorrenasvendasparaoMinistériodaDefesa,umavezquedasdezempresascomtalregistroem2003,háelevaçõesedecréscimosdevendedorasaté2010,quandochegaramadezoito.Nosanosseguintes,osnúmerostambémsãoincons-tantes,passandopordezesseisempresas(2011),de-zessete(2012)echegandoaonze(2013).

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618 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Ovalortotaldasvendastambémsofreuvariaçõesnoperíodo,partindodeR$36.082.861,24em2003echegandoaoápicedeR$270.801.194,21em2012.Contudo, em2007omontanteficouemapenasR$30.866.491,33eoúltimodado,de2013,contabilizaR$67.902.587,02.

Ográfico10éumarepresentaçãovisualdatabe-la7eneleficamevidentesasoscilaçõesao longodoperíodode2003a2013.OsdadosdeixamclaroqueoMinistériodaDefesaéfundamentalparaosegmen-to,sendoresponsávelporaté91,48%dascomprasem2009e88,16%em2010.Oanodemenoscomprasfoiode2004,quandooMDfoiocompradorde27,30%dototaldosegmento.Em2013,últimocontabilizado,asvendasparaoministériochegarama49,69%dototal.

Dos empresários que participaram dowebsurvey,77,8%concordamemabsolutoquetantosituaçõesdeirregularidadequantodebaixovolumedademandaporbenseprodutosdedefesaafetamnegativamenteosfor-necedoresdiretos,aopassoque22,2%concordampar-cialmentecomtalassertiva.

Gráfico 9LocalizaçãodasempresasporregiãodoBrasil(2003-2011)

Fonte:RaisElaboração:Diset/Ipea

Aindasobreoimpactodasoscilaçõesdegastosgovernamentaisemdefesa,44,44%dosempresáriosdestacamqueovalordestinadoporempresaàpes-quisaeaodesenvolvimentofoiimpactadoporessasoscilaçõesentre2004e2013.

Ou seja, para quasemetade dos respondentes, ainconstância das despesas públicas do país em defesaprejudicouoempregoderecursosdasempresasempes-quisaedesenvolvimento(P&D).Poroutrolado,55%dosrespondentesgarantemqueasfirmasmantiveramosin-vestimentosnessasáreas,adespeitodasoscilaçõesdoperíodo, demonstrando confiabilidade no retorno dosrecursos investidosnoavançocientíficoe tecnológico,bemcomonasaúdefinanceirasuficienteecertablinda-gememrelaçãoàscomprasdogoverno.

Complementarmente, para 33% dos empresáriosqueresponderamaoquestionário,acapacidademínimadeutilizaçãoparamanteraestruturaprodutivadaáreadedefesaativaéde50%a75%.Enquantoisso,44%dosres-pondentesconsideramquetalutilizaçãonãopodeserin-feriora25%desuascapacidades(tabela19doapêndice).

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Equipamentosdeusoindividual 619

Tabela 7Movimentaçãodecompraevendadeprodutosdasempresas(2003-2009)

Ano NrEmprSegmento NrEmprComprasnet NrEmprComprasnetMD ValorTotalVendas ValorTotalVendasMD1 2003 44 15 10 36082861,24 16263553,532 2004 44 17 11 51351673,57 14017366,73 2005 44 19 16 65076877,76 38007649,664 2006 44 19 13 114462680,6 73865830,75 2007 44 17 15 30866491,33 14394796,046 2008 44 20 16 91654358,6 63104902,727 2009 44 21 16 118915379,3 108783307,98 2010 44 23 18 230226932 202959179,39 2011 44 19 16 71710358,2 61314369,1210 2012 44 22 17 270801194,2 170661678,611 2013 44 17 11 67902587,02 33735291,05

Fonte:ComprasnetElaboraçãodoautor

Gráfico 10PercentualdevendasaoMinistériodaDefesa(2003-2013)

Fonte:ComprasnetElaboração:Diset/Ipea

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620 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Os empresários entrevistados durante as vi-sitas técnicas responderam diretamente à ques-tão “De quemaneira oscilações orçamentárias doMinistériodaDefesatêmafetadoasaúdefinancei-radesuaempresaedeseusfornecedores?”(anexoA, pergunta 7). Das cinco empresas visitadas, to-das játiveram impactossignificativosdevidoaes-sas oscilações.Duas delas (Empresas 1 e 2) aindasofrem por conta disso, enquanto outra (trata-sedaEmpresa5, queé governamental) garanteque,apesardoscontingenciamentosperiódicosdoorça-mentodedefesa,asverbaspassaramasersuficien-tesnosúltimosanos.

ParaaEmpresa4,aBIDsósemantématualmentedevidoaocomérciocomoutrospaísesecomomercadocivil.Segundoosentrevistados,seaempresa“dependessedasForçasArmadas,játeriafechadohábastantetempo.Aprodução,hoje,éde70%paraforadopaís”.

EssaafirmaçãoéreiteradapelaEmpresa3:“Nomo-mento,nãoháumorçamentoemquesepossaconfiar.Éabsolutamenteincerto.Porissoinvestimosetivemosêxitonaexportação,porquequemdependesódomer-cadobrasileironãoconseguesobreviver”.

Nesse sentido, alguns empresários defendem aaprovaçãodeumaemenda constitucional que garantaamanutençãodoorçamentodedefesasemcontingen-ciamentos–“seriaexcelente”,destacaoentrevistadodaEmpresa3,pois“gerariaumamisturadeencomendaparadesenvolvimentoededemandaestabelecidaparapro-duzirsemcontingenciamento”.

Classes de materiais fornecidos ao Ministério da Defesa

Oscincogruposdematerialmaisfrequentesqueas firmas forneceram ao Ministério da Defesa sãoapresentadosaseguir.Caberessaltarqueosprodutoscomercializadosvariambastante,dependendodane-cessidadedasForçasArmadasemcadaperíodo,nãoapresentandoumpadrãodeaquisição.Atabela8ofe-receumavisãodafrequênciadeaquisiçãodeclassesdemateriaisdosegmentopeloMinistériodaDefesanoperíodode2010a2013.

Noperíodoestudado,asnoveclassesdematé-riasdeaquisiçãomaisfrequentessão:

▪ armasde fogodecalibreacimade30mmaté75mm;

▪ barracaseencerrados;

▪ calçadosmasculinos;

▪ distintivoseinsígnias;

▪ equipamentoparasegurançaesalvamento;

▪ equipamentosindividuais;

▪ equipamentosparacomunicaçãoporrádioetelevisão,excetoosdeaeronaves;

▪ itensdiversos;e

▪ vestuárioparafinsespeciais.

A relaçãodemonstraadiversidadedosequipa-mentos, abrangendo praticamente todas as ativida-des econômicas elencadas anteriormente na seçãoDescriçãodasatividadeseconômicas.Asclassescommaiorfrequência,noentanto,sãoade“equipamentoparasegurançaesalvamento”eade“vestuárioparafins especiais”. Cabe ressaltar, complementarmente,quetodasasempresasqueparticiparamdowebsur-veydesenvolvemprodutoscustomizadosparadefe-sa,conformetabela20doapêndice.

Número de produtos adquiridos pelas Forças ArmadasAtabela9condensaosprodutosadquiridospelas

empresasdosegmento,porForçaArmada,demarçode2002aabrilde2014.OsdadossãodoCentrodeCatalogaçãodasForçasArmadas(Cecafa).

▪ Observa-seassimque,dasForçasArmadas,a que mais adquire produtos das empre-sasdosegmentoéaMarinha,seguidapelaForçaAérea.OExércitonãopossuicontra-toscatalogados.12

12. Aindanestaseção,sãoapresentadosesclarecimentosdoCecafaacercadessefato.

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Equipamentosdeusoindividual 621

Tabela 8Classesdemateriaisdosegmento(2010-2013)

2010Código da classe de material

Descrição da classe de material Frequência

4240 Equipamentoparasegurançaesalvamento 8

8415 Vestuárioparafinsespeciais 7

8405 Vestuárioexternomasculino 6

1005 Armasdefogodecalibreaté30mm 3

8340 Barracaseencerados 3

2011

8415 Vestuárioparafinsespeciais 5

4240 Equipamentoparasegurançaesalvamento 4

8465 Equipamentosindividuais 4

8405 Vestuárioexternomasculino 4

1005 Armasdefogodecalibreaté30mm 3

2012

4240 Equipamentoparasegurançaesalvamento 7

1005 Armasdefogodecalibreaté30mm 4

8465 Equipamentosindividuais 4

1095 Armamentosdiversos 2

8430 Calçadosmasculinos 2

2013

4240 Equipamentoparasegurançaesalvamento 3

7810 Equipamentoparaatletismoedesporto 2

8465 Equipamentosindividuais 2

5820

Equipamentosparacomunicaçãoporrádioetelevisão,excetoosde

aeronaves

2

9999 Itensdiversos 2

Fonte:MinistériodaDefesaElaboraçãodoautor

Aproporçãodeprodutosadquiridospodeservi-sualizadanográfico11.Caberessaltarquetantonográfico11quantonatabela9onomedasempresasquecomercializaramcomasForçasArmadasfoisubs-tituídopornúmeros,afimdegerarumaanáliseglobalepreservaraidentidadedecadafirma.

Existe a possibilidade de nem todos os produ-toscontratadosteremsidoatualizadosnobancodedadospeloCecafa.Talpossibilidadeexplicariaaau-sênciadeaquisiçõesporpartedoExército,sobretudoporqueasempresasdosegmentoproduzemequipa-mentosfundamentaisparaasatividadestambémdasforças terrestres.Afimdeverificaressahipótese,oCentrodeCatalogaçãodasForçasArmadasfoicon-tatadoeoseuesclarecimentoéqueoExércitonãoapresentaitensporque“aindanãopossuiumsistemadecatalogação”.

Desse modo, embora o banco de dados doCecafa concentre as informações fornecidas pe-las Forças Armadas, “cada uma é responsável pe-las suas aquisições e consequentemente pela suacatalogação”.13

Tabela 9Cecafa:produtosadquiridosporForçaArmada1

Empresas Produtos/serviços

TotalMarinha Exército

Força Aérea

Empresa1 2 0 0 2

Empresa2 0 0 1 1

Empresa3 1 0 0 1

Empresa4 33 0 0 33

Empresa5 59 0 2 61

Empresa6 87 0 8 95

Empresa7 4 0 0 4

Empresa8 25 0 1 26

Empresa9 0 0 16 16

Empresa10 7 0 0 7

Empresa11 22 0 0 22

Empresa12 5 0 0 5

Total 245 0 28 273

Fonte:Cecafa/MDElaboraçãodoautor

1Sãocatalogadosapenas“bens”edesconsiderados“serviços”

13. OsesclarecimentosdoCecafaforamrepassadosporescritoaoIpea.

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622 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Políticas de apoio ao desenvolvimento

tecnológicoAtabela10indicaonúmerodeempresasqueti-

veramparticipaçãoemnprojetosdefundossetoriaisdiretos(FSDs).

Tabela 10Númerodeempresascomparticipaçãoemprojetos

defundossetoriaisdiretosFundo setorial direto

Número de projetos por FSD Número de empresas1 34 2

Fundo setorial indireto (FSI)Número de Projetos FSI Número de empresas

1 12 15 19 1

15 1

Fonte:MinistériodaCiência,TecnologiaeInovação(MCTI)Elaboraçãodoautor

No total, três empresas tiveramumprojeto defundosetorialdireto,enquantoduasempresastive-ramquatroprojetos.Osfundossetoriaisforamapro-vadospeloCongressoNacionalem1999etêmcomoobjetivomanterinvestimentosempesquisacientífica

etecnológica.Asfontesderecursosprovêmdecon-tribuições de empresas públicas e/ou privadas. Osfundossãoadministradosporcomitêsgestores,sobacoordenaçãodoMinistériodaCiência,TecnologiaeInovação(CNPq,[s.d.]).

O fato de cinco empresas terem projetos emfundossetoriaisdiretoséumexcelenteindicadordeque está havendo cooperação público-privada paraodesenvolvimentodeciênciaetecnologia.Alémdosetorprivado,essapolíticacontacomaparticipaçãodacomunidadecientíficaedeagênciasreguladoras,portanto, trata-se, efetivamente, de um projeto deEstado,queveminclusiveatravessandováriosgover-nosdesde1999.

Cabemencionarqueháoutrasformasdeapoioà inovação nas empresas, incluindo o suporte in-direto, via incentivos fiscais, que reduzem o custode pesquisa e desenvolvimento (Alvarenga, PiantoeAraújo,2012).Assim,quantoaosfundossetoriaisindiretos:

▪ umaempresateveumprojeto;

▪ umaempresatevedoisprojetos;

▪ umaempresatevecincoprojetos;

Gráfico 11AquisiçãodeprodutosporForçaArmada(mar./2002-abr./2014)

Fonte:Cecafa/MDElaboração:Diset/Ipea

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Equipamentosdeusoindividual 623

▪ umaempresatevenoveprojetos;e

▪ umaempresatevequinzeprojetos.

Novamenteonúmeroédecincoempresas,porémnumtotalde32projetos.Evidentemente,cincoempre-sasnumtotalde44dosegmentoaindaéumnúmeropequeno,porémprojetosdemapeamentoedivulgação–comoesteestudo–podemcontribuirparaqueonú-meroaumentesignificativamente.

Tabela 11Projetoscomapoiodiretoàinovação1

Int_idaprojeto Título do projeto Área Grande área Ano de

inícioValor

contratado

2486 Rádiodefinidoporsoftwareparacomunicaçõestáticas Engenhariaelétrica Engenharias 2005 3180800

2675 Criptografiaparasistemasdecomunicaçõestáticas Engenhariaelétrica Engenharias 2007 809164.4573

12840 Rhodes–sistemadetelemetriaegeorreferenciamento Engenhariaaeroespacial Engenharias 2005 9210006.4

12905 Arquiteturadesoftwaredecomunicação(SCA)comenlacederedeTDMApararádiodefinidoporsoftware

Engenhariaelétrica Engenharias 2008 2236510.901

2118 Parquetecnológicodesegurançaedefesa EngenhariadeProdução Engenharias 2006 601911.2

12674 Câmeradeobservaçãopassivadeimagemtermalmultipropósitonoespectrode8a12mícronscomprocessamentodeimagem NI NI 2007 3662938.398

12797 DesenvolvimentodeIPsparaodesenvolvimentodetelefonessemfio

Engenhariaelétrica Engenharias 2007 5981760.6

12882 InterfacemultimídiadeacessoàinternetparaPABX Engenhariaelétrica Engenharias 2008 2604277.915

12902 Plataforma para o desenvolvimento de centrais PABX comacessoIPintegradoemumúnicochip.

Engenhariaelétrica Engenharias 2008 1469055.615

12958 Telefone sem fio com voz amostrada em espalhamentoespectral

Engenhariaelétrica Engenharias 2005 1057616

13376 Desenvolvimentodeumdispositivodedefesapessoal NI NI 2007 510638.1

Fonte:MCTI1ArazãosocialeoCNPJdasempresasforampreservados

Obs.:NI–nãoinformadoElaboraçãodoautor

Arelaçãodosprojetosdefundossetoriais–diretoseindiretos–dosquaisasempresasdosegmentofizeramparte,bemcomoosvaloresconcedidos,sãoostemasdaspróximasseções.

Projetos dos fundos setoriais de que partici-

param as empresas – modalidades diretas

Atabela11indicaosprojetosdosfundosseto-riaisdequeparticiparamasempresasdosegmentonasmodalidadesdiretas.

Osvaloresdessesprojetostiveramumaquedasignificativade2005a2008,comopodeserob-servadonográfico12.Oanode2006,sobretudo,foi bastante prejudicado em relação ao anterior,tendoumaquedade2.234,29%:

Épossível queo anode2006 tenhatidoumaquedatãoacentuadadevidoàcaptaçãodasempre-sas do segmento em fundos setoriais indiretos noperíodo,comoseráabordadonaseçãoseguinte.

Osprojetosdasempresasdosegmentoqueforamcontempladoscomapoiosdiretosàinovação,bemcomo

aproporçãodevaloresempregados,podemservisuali-zadosnográfico13.Observe-seapreponderânciadeprojetoscomviéstecnológicodentreoscontemplados.

Aquicabedestacarqueoenquadramentodamaiorpartedosprojetosénaáreadeengenharia.Chamaaaten-çãoaespecificaçãotecnológicadeponta,quevaidesis-temasdecriptografiaatelemetriaegeorreferenciamento,passandoporarquiteturadesoftwaredecomunicação,câ-meraparaimagemtermaletelefonecomvozamostradaem espalhamento espectral, dentre outros. São projetosamplos,queenvolvemáreasdiversasetecnologiadeponta.

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624 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Projetos dos fundos setoriais de que parti-

ciparam as empresas – modalidades indiretas

Por suavez, a tabela12 indicaosprojetosdosfundossetoriaisdequeparticiparamasempresasdosegmentonasmodalidadesindiretas.

Considerando-se que há dezesseis modalida-desdefundossetoriais,dasquaisquatorzesãoparasetoresespecíficosedois transversais, énítidoqueasempresasestãoseenquadrandoemmodalidadesdiversas.

Gráfico 12Projetosdefundossetoriais:modalidadesdiretas(2005-2008)

(EmR$)

Fonte:MCTIElaboração:Diset/Ipea

Gráfico 13Projetoscomapoiodiretoàinovação

(EmR$)

Fonte:MCTIElaboração:Diset/Ipea

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Equipamentosdeusoindividual 625

Tabela 12Projetoscomapoioindiretoàinovação1

Ano início

Título do projeto ÁreaValor contratado

(R$)2003 Recursoshumanosparaoagronegóciobrasileiro NI 236.349,93

2003C&TeIparaoagronegóciobrasileiro:mensurandoequalificandogastospúblicoseprivados.

Economia 275.020,99

2004Adequaçãodevalvulasdesegurançafundidas,visandocertificaçãoasme,parausonosetordepetróleoegás

Engenhariademateriais 749.707,39

2004 RenaultLMP Engenhariadeprodução 289.546,88

2004Compatibilidadeeletromagnéticaemsistemaselétricosdepotência–modelagememTLMdecondutores

Engenhariaelétrica 165.913,72

2005 Certificaçãodetubulaçãoparaaplicaçãooffshoredepetróleo Engenhariademateriais 254.464,002005 LigasFE-6,5%SIparaaplicaçõesmagnéticasemmotoresetransformadores Engenhariademateriais 216.105,942005 Projetodeumabengalaeletrônica NI 45.883,04

2005Coletoreletrônicodeopiniõesutilizandosystem-on-a-chip,comtransmissãodedadosporGPRSevisualizaçãoderesultadosviaweb

Engenhariadeprodução 533.965,87

2006Diagnósticoemonitoramentoecotoxicológicodoribeirãolimeira:açõesestruturadorasvoltadasàproteçãoerecuperaçãodamicrobaciaemáreaurbanaeperiurbana

NI 264.840,93

2006Desenvolvimentodeamplificadordemicro-ondasdepotênciadotipoondasprogressivas–TWT(320We8.2–12.4GHz)econsolidaçãodeplantadefábrica

Engenhariaelétrica 1.206.892,06

2006 Ciência,tecnologiaearte......tambémtêmlugarnosparques. Física 172.824,78

2006Fortalecimentodainfraestruturadolaboratóriodeavaliaçãodemateriaiseprodutosparaimplantesortopédicosdoccdm/ufscar

NI 2.011.511,99

2006Estudoprospectivoparaaimplementaçãodecentrosregionaisdetecnologiademateriais

NI 526.672,30

2006Inovaçãodeprocessosprodutivos:conformação,usinagemdeprecisãoetratamentotérmico.

Engenhariamecânica 262.076,65

2007 Desenvolvimentodenano-sensoresobtidospeloprocessosol-gel Física 32.895,77

2007Produçãoecaracterizaçãodemicroesferasdevidrofosfatodeferroparaaplicaçõesterapêuticas.

Engenhariademateriais 19.779,20

2007Desenvolvimentodemateriaistermoluminescentesbaseadosemsulfatosimpurificadoscomeu2+e/ouce3+paraaplicaçãonadosimetriadasradiaçõesnaáreamédica

Engenharianuclear 35.306,98

2007 Estudodesuperfícies,interfacesefilmesfinosmetálicos Engenhariademateriais 8.292,03

2007Desenvolvimentodenovasformulaçõesparacompósitospolipropileno/farinhademadeiradealtodesempenho

Engenhariademateriais 426.778,85

2007Acreditaçãodomaglab/ufscjuntoaoinmetroparaarealizaçãodeensaiosdecompatibilidademagnética

Engenhariaelétrica 623.335,93

2007Processamentodigitaldeimagensaplicadoaoaumentodaresoluçãoespacialdeseqüênciasdeimagenseàautenticaçãodedocumentosimpressos

Ciênciadacomputação 18.483,65

2007 Mecanismosdesegurançaparaprocessosdenegóciosemredescolaborativas Ciênciadacomputação 17.398,992007 Projetoeanálisedesistemascodificadosedecomunicaçõessemfio Engenhariaelétrica 11.817,62

2007Pesquisaemautenticaçãoegestãodedocumentosdistribuídosnaformadigitaleimpressa

Ciênciadacomputação 48.751,35

2007Usodatecnologiadedigitalização3dalasermóvelcomoferramentaparaoacessoinformacionaldopatrimôniohistórico

Desenhoindustrial 109.812,50

2008 Interfacemultimídiadeacessoainternetparapabx Engenhariaelétrica 2.604.277,92

2008Plataformaparaodesenvolvimentodecentraispabxcomacessoipintegradasemumúnicochip.

Engenhariaelétrica 1.469.055,61

2008 Projetodedesenvolvimentodeveículoecológico:sabiá6 Desenhoindustrial 135.843,01Total 12.773.605,89

Fonte:MCTIElaboraçãodoautor

1 ArazãosocialeoCNPJdasempresasforampreservados

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626 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Osfundos(CNPq,[s.d.])existentessão:

▪ FundoSetorialAeronáutico;

▪ FundoSetorialdeAgronegócios;

▪ FundoSetorialdaAmazônia;

▪ FundoparaoSetordeTransporteAquaviárioeConstruçãoNaval;

▪ FundoSetorialdeBiotecnologia;

▪ FundoSetorialdeEnergia;

▪ FundoSetorialEspacial;

▪ FundoSetorialdeRecursosHídricos;

▪ Fundo Setorial para Tecnologia daInformação;

▪ FundodeInfraestrutura;

▪ FundoSetorialMineral;

▪ FundoSetorialdoPetróleoeGásNatural;

▪ FundoSetorialdaSaúde;

▪ FundoSetorialdeTransportesTerrestres;

▪ Fundo Verde e Amarelo – Para InteraçãoUniversidade-Empresa;e

▪ Fundo Setorial para o DesenvolvimentoTecnológicodasTelecomunicações.

Dentreeles,umobjetivaainteraçãouniversida-de-empresa (FundoVerde-Amarelo – FVA) e outroalmeja apoiarnamelhoriada infraestruturade ICTs–Infraestrutura(Finep,2012).

Note-se, a partir das tabelas 11 e 12, queas empresas do segmento possuem projetos em

áreas bastante heterogêneas desses fundos, de-monstrando a amplitude de atuação das cincofirmas que apresentaram projetos, dentre as 44mapeadas.Os projetos que, nasmodalidades di-retas, englobavam sobretudo as diversas áreasdeengenharia,nasindiretas,alémdeasengloba-rem,perpassamrecursoshídricos,biotecnologiaeagronegócio.

O gráfico 14 ajuda a compreender, em parte,queoanode2006tevemaiorparticipação indire-ta do que direta nos projetos de fundos setoriais,tendoemvistaqueestedespontacomosmaioresvaloresdentreosacima,contrastandocomaquedade2.134,29%emrelaçãoa2005(demonstradanográfico12).

Porsuavez,asproporçõesdevaloresemprega-dosnosprojetoscomapoio indiretoà inovaçãosãoapresentadasnográfico15.

Portanto,nográfico15ficanítidaaconcentra-çãodosprojetosdealta tecnologia,quecontinuamsendo contemplados, da mesma forma que ocorrecomosapoiosdiretos.

Dasempresasqueresponderamaowebsurvey,as que também fornecembens, serviços, obras ouinformações aomercado civil – alémdeparaodadefesa–são88,9%dototal.Asquepossuemlinhasdeproduçãoconjuntasão66,7%,sendoque11,1%possuemlinhasdeproduçãoseparadasporexigên-cia e outras 11,1%, por necessidade (tabela 15doapêndice).

Quantoaempresasquepossuemlinhasdepro-duçãoseparadasporexigência,cabeaquidestacararespostadaEmpresa5nasentrevistasrealizadasduranteasvisitastécnicas–pergunta6,anexoA:“Há cerceamentos que implicam que certos equi-pamentose insumosnãopossamserempregadospara fabricarmaterial bélico?”Ou seja, de acordocomosrepresentantesdaEmpresa5,existeacon-dição,porpartedosfornecedores,dequealgumasmáquinas de suas linhas demontagemnão sejamusadasparaproduzirarmamentos.Dessemodo,aslinhasdeproduçãoseparadas“porexigência”dife-remdaquelasagrupadas“pornecessidade”,devidoatalcondição.

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Equipamentosdeusoindividual 627

Gráfico 14Projetosdefundossetoriais:modalidadesindiretas(2003-2008)

(EmR$)

Fonte:MCTIElaboração:Diset/Ipea

Gráfico 15Projetoscomapoioindiretoàinovação

(EmR$)

Fonte:MCTIElaboração:Diset/Ipea

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628 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Note-se que o número de empresas apoiadasdobrade2008para2013,deseisparadozerespec-tivamente. Em2010 e 2012, chegou-se ao teto detrezeempresasapoiadaspeloBNDES.

Ográfico16éumarepresentaçãovisualdata-bela14eevidenciaqueovalordosapoiostempoucarelaçãocomonúmerodeempresasbeneficiadas.OsapoiosficamnafaixadeR$443milhões,em2009,eR$435milhões,em2010.

OsapoiosdoBNDEStêmoobjetivodeaumen-tar a competitividade das empresas. Isso se dá pormeiodofinanciandodosinvestimentos,quesãofun-damentaisparaacriaçãodeinovações.

Osprincipaistiposdeapoiosão(BNDES,[s.d.]):recursos complementares ao processo de inovaçãodasempresas;

▪ recursosparaageraçãodenovosprodutose/ouprocessosesuaintroduçãonomercado;

▪ recursos para investimentos previstos nosplanosdenegóciodasempresasparafinsdeinovação;e

▪ fortalecimento financeiro das empresasparainovação,comaumentodocapitaldegiro.

Ofatodeatétrezeempresasdosegmentote-remsidoapoiadasde2008a2013demonstraqueosempresáriostêmprocuradorecursosparainves-tirequeogovernotemdisponibilizadoumaestru-tura de financiamento para tanto.O outro lado érecíproco,comasempresasbuscandomaisintera-çãocomogoverno.Issoédemonstradoquantoaosprogramas e serviços disponibilizados pelo gover-nofederalcoma intençãodeassistiràsfirmasnomercado,asrespondentesdowebsurvey indicaramosquedesejamobtermaisinformações(tabela43

Políticas de apoio à exportação

As empresas do segmento que foram beneficia-dasporprogramasfederaisdeapoioàexportaçãosãorelativamentepoucas.HáanosemquenãodespontanenhumacomapoiodoBNDESExim,porexemplo–como ocorre em 2003, 2005 e 2007. Entre aquelesanos emquehá alguma comapoio, 2004 contabilizaduasempresase2006,uma.

O mesmo fato ocorre com o Programa deFinanciamento às Exportações (Proex), para o qual, em2003,2004e2006,nãoconstaqualquerapoio,masqueem2005constamduasempresaseem2007,apenasuma.

JáosDrawbackssãoosmaisempregados,partindodeseteempresasem2003eseguindoumaconstânciadeaumento,chegandoanoveem2007.

Logoadiante,serãoobservadosainserçãointerna-cional,osfluxosdeexportaçõesedeimportaçõesdasempresas do segmento, bem como os resultados emtermosdebalançacomercial.

Apoios do BNDES para as empresas, de 2008 a 2013

Atabela14exibeosapoiosdoBancoNacionalde Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)paraasempresasdosegmentode2008a2013.

Tabela 13Empresasbeneficiadasporprogramasfederaisdeapoioàexportação

Ano NrEmprSegemento NrEmprBNDESExim NrEmprDrawback NrEmprProex2003 44 0 7 02004 44 2 8 02005 44 0 7 22006 44 1 9 02007 44 0 9 1

Fonte:MinistériodoDesenvolvimento,IndústriaeComércioExterior(Mdic)

Elaboraçãodoautor

BID.indb 628 13/06/16 16:43

Page 33: CAPÍTULO 8 EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUALrepositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9654/1...Equipamentos de uso individual 599 serviço específico” (Brasil, 2009). Sequencialmente,

Equipamentosdeusoindividual 629

Gráfico 16ApoiosdoBNDESrecebidospelasempresas(2008-2013)

(EmR$)

Fonte:BNDESElaboração:Diset/Ipea

doapêndice).Osdemaiorfrequênciasão“compras

governamentais e e-commerce”, “desenvolvimento

deproduto/serviço”e “feiraseeventosdireciona-

dosparaopúblico”.Delineia-se,assim,queasem-

presasprocuramapoiodogovernotantonafasede

desenvolvimentoquantonasdeaquisiçãoprópriae

paraomercadoemgeral.

Tabela 14ApoiosdoBNDESparaasempresas(2008-2013)Ano Número de empresas apoiadas Recursos (R$)2008 6 175.580.793,232009 11 443.510.834,052010 13 435.241.874,142011 12 121.078.299,582012 13 160.241.815,312013 12 274.740.072,12

Fonte:BNDESElaboraçãodoautor

Apoios da Finep para as empresas, de 2007 a 2012Porsuavez,natabela15sãoapresentadosospro-

jetosdasempresasdo segmentoque receberamsub-vençõesdaFinanciadoradeEstudoseProjetos(Finep)de2007a2012eosvaloressubvencionados.Desses,destacam-seprojetoscontempladoscomrecursosqueforam disponibilizados em chamadas públicas, tan-todirigidosà“inovação”quantoà“defesaesegurançapública”. Isso demonstra que o governo tem ofertadooportunidadesparacompetiçãoequealgumasempresasdosegmentotêmconcorridoeobtidorecursos.

A Chamada Pública MCT/Finep de SubvençãoEconômicaàInovaçãono01/2007,porexemplo,contem-plouumaempresacomumasubvençãodeR$2.510.640paraodesenvolvimentodeumprojetodeumacâmeradeobservaçãopassivadeimagemtermal.Trata-sedetecno-logiadepontasubvencionadacomdinheiropúblico.

OmesmoocorrenaSeleçãoPúblicaEconômicaà Inovação MCT/Finep/FNDCT/SUBV no 01/2009,quecontemplouumprojetodemuniçãonãoletaldeincapacitação temporária por choque elétrico comumasubvençãodeR$755.612.

BID.indb 629 13/06/16 16:43

Page 34: CAPÍTULO 8 EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUALrepositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9654/1...Equipamentos de uso individual 599 serviço específico” (Brasil, 2009). Sequencialmente,

630 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Tabe

la 1

5ProjetosquereceberamsubvençãodaFinep(2007-2012)

Ano

200

7

Empr

esa

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ojet

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de in

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Fund

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po d

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Tipo

de

dem

anda

Cate

goria

Gra

nde

área

1

Desenvolvimento

denovosprodutose

implantaçãodosistema

dequalidadenaempresa

8/10/2007

8/10/2008

11644720

11644720

Reembolsável

Reembolsável

Demandaespontânea

Reembolsável

0

2

Câmeradeobservação

passivadeimagem

termalmultipropósito

noespectrode8

a12mícronscom

processamentode

imagem

12/14/07

14/6/2012

2510640

2510640

Subvenção

economica

Subvenção

ChamadaPública

MCT/Finep

SubvençãoEconômica

àInovação01/2007

Não

reembolsável

Área3:

inovações

em

programas

estratégicos

Ano

201

0

Empr

esa

Títu

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ojet

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ata

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Dat

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rmin

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mbo

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Fund

oTi

po d

e ap

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rece

bido

Tipo

de

dem

anda

Cate

goria

Gra

nde

área

1Muniçãonãoletalde

incapacitaçãotemporária

porchoqueelétrico

14/6/2010

14/12/2014

835906

755612

Subvenção

econômica

Subvenção

SeleçãoPública

MCT/Finep/FNDCT/

Subvençãoeconômica

àinovação01/2009–

área4:defesanacional

esegurançapública

Não

reembolsável

Área4:

defesa

nacionale

segurança

pública

Ano

201

2

Empr

esa

Títu

lo d

o pr

ojet

oD

ata

de in

ício

Dat

a de

rmin

oVa

lor

cont

rata

doVa

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dese

mbo

lsado

Fund

oTi

po d

e ap

oio

rece

bido

Tipo

de

dem

anda

Cate

goria

Gra

nde

área

3

Projetode

desenvolvimentode

umaproteçãobalística

debaixopesoparaa

blindagemdeveículos

militaresdestinadaao

mercadointernacionalda

modernizaçãodeveículos

militares(Retrofit)

23/1/2012

23/7/2014

1535059,28

1176298,09

Subvenção

econômica

Subvenção

SeleçãoPública

MCT/Finep/FNDCT/

Subvençãoeconômica

àinovação01/2010

(recursos)

Não

reembolsável

Área5:

defesa

Fonte:Finep

Elaboraçãodoautor

BID.indb 630 13/06/16 16:43

Page 35: CAPÍTULO 8 EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUALrepositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9654/1...Equipamentos de uso individual 599 serviço específico” (Brasil, 2009). Sequencialmente,

Equipamentosdeusoindividual 631

A edição seguinte dessa seleção (01/2010)também subvencionou o projeto de desenvolvi-mento de uma proteção balística de baixo pesocomR$1.176.298,09.

Pode-seargumentarquesãopoucasasopor-tunidadesdeacessoarecursos,alémdofatodete-remperiodicidadedistante,noentanto,tambémépossívelobterem-sevaloresreembolsáveisatravésde demanda espontânea, de propositura das pró-prias empresas. É o que ocorre, por exemplo, em2007,quandoumaempresadosegmentofoicon-templada com R$ 1.1644.720 para o desenvolvi-mentodenovosprodutoseimplantaçãodosistemadequalidade.

Inserção internacional

Exportações das empresasAtabela16indicaaquantidadedeempresasdo

segmentoqueexportaramem2013eafaixadeva-lorexportadoemqueelasseencontram.Ressalte-sequenomesecadastrosnacionaisdepessoasjurídicas(CNPJs)forampreservados.

Tabela 16Númerodeempresasqueexportamporfaixade

valor(2013)

Empresas Faixa_de_Valor_Exportado201312 AcimadeUS$100milhões11 AcimadeUS$100milhões10 EntreUS$10milhõeseUS$50milhões9 EntreUS$1milhãoeUS$10milhões8 EntreUS$1milhãoeUS$10milhões7 AtéUS$1milhão6 AtéUS$1milhão5 AtéUS$1milhão4 AtéUS$1milhão3 AtéUS$1milhão2 AtéUS$1milhão1 AtéUS$1milhão

Fonte:SecretariadeComércioExterior(Secex)doMdicElaboração:Diset/Ipea

Avisualizaçãodatabela16éfacilitadapelográ-fico16,noqualasempresassãoapresentadascomexportaçõesconformeaseguir.

▪ AcimadeUS$100milhões.

▪ EntreUS$10e50milhões.

▪ EntreUS$1e10milhões.

▪ AtéUS$1milhão.

Valeobservar queonomedas empresas tam-bém foi preservado no gráfico 17 e que algumas,emboracomamesmadenominação,possuemCNPJdiferente,ouseja,pertencemaomesmogrupo,masnãosãoamesmapessoajurídica.

Gráfico 17Faixadevalorexportadoemqueseencontraa

empresa(2013)(EmUS$milhões)

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

Asempresasdosegmento, tantona tabela16quantonográfico17,sãoapresentadaspornúme-rosde1a12.Constata-seassimqueduasdelasul-trapassaramamarcadeUS$100milhõesem2013.Tratam-se de indústrias brasileiras com alto índicede vendas no exterior e que colaboraram para oresultadopositivodabalançacomercialdopaísna-queleano.

Em2013asexportaçõestotaisdoBrasilalcan-çaramUS$242,2bilhões–oterceiromelhorresul-tadodahistória, inferiorapenasa2012(US$242,6bilhões) e 2011 (US$ 256 bilhões).As importaçõesem2013ficaramemUS$239,6bilhões,comsaldocomercialdeUS$2,5bilhões(Brasil,2014d).

Paracompletar,umaempresadosegmentofi-counafaixadeexportaçãoentreUS$10milhões

Tabe

la 1

5ProjetosquereceberamsubvençãodaFinep(2007-2012)

Ano

200

7

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Tipo

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dem

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área

1

Desenvolvimento

denovosprodutose

implantaçãodosistema

dequalidadenaempresa

8/10/2007

8/10/2008

11644720

11644720

Reembolsável

Reembolsável

Demandaespontânea

Reembolsável

0

2

Câmeradeobservação

passivadeimagem

termalmultipropósito

noespectrode8

a12mícronscom

processamentode

imagem

12/14/07

14/6/2012

2510640

2510640

Subvenção

economica

Subvenção

ChamadaPública

MCT/Finep

SubvençãoEconômica

àInovação01/2007

Não

reembolsável

Área3:

inovações

em

programas

estratégicos

Ano

201

0

Empr

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o pr

ojet

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Tipo

de

dem

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Cate

goria

Gra

nde

área

1Muniçãonãoletalde

incapacitaçãotemporária

porchoqueelétrico

14/6/2010

14/12/2014

835906

755612

Subvenção

econômica

Subvenção

SeleçãoPública

MCT/Finep/FNDCT/

Subvençãoeconômica

àinovação01/2009–

área4:defesanacional

esegurançapública

Não

reembolsável

Área4:

defesa

nacionale

segurança

pública

Ano

201

2

Empr

esa

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oTi

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Tipo

de

dem

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Cate

goria

Gra

nde

área

3

Projetode

desenvolvimentode

umaproteçãobalística

debaixopesoparaa

blindagemdeveículos

militaresdestinadaao

mercadointernacionalda

modernizaçãodeveículos

militares(Retrofit)

23/1/2012

23/7/2014

1535059,28

1176298,09

Subvenção

econômica

Subvenção

SeleçãoPública

MCT/Finep/FNDCT/

Subvençãoeconômica

àinovação01/2010

(recursos)

Não

reembolsável

Área5:

defesa

Fonte:Finep

Elaboraçãodoautor

BID.indb 631 13/06/16 16:43

Page 36: CAPÍTULO 8 EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUALrepositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9654/1...Equipamentos de uso individual 599 serviço específico” (Brasil, 2009). Sequencialmente,

632 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Tabela 17Empresasporvalorexportado(2003-2011)

AnoNrEmpr

SegmentoNrEmpr Export

PropEmpr Export

ValorTot Export

ValorMed Export

NrEmpr Import

PropEmpr Import

ValorTot Import

ValorMed Import

2003 44 13 0,295454545 54593731 4199517769 17 0,386363636 27062382 1591904824

2004 44 15 0,340909091 77417271 51611514 17 0,386363636 30494307 1793782765

2005 44 12 0,272727273 81045311 6753775917 18 0,409090909 30613943 1700774611

2006 44 16 0,363636364 110628296 69142685 19 0,431818182 42077774 2214619684

2007 44 14 0,318181818 169228850 12087775 21 0,477272727 61125299 2910728524

2008 44 15 0,340909091 0 0 26 0,590909091 0 0

2009 44 18 0,409090909 0 0 25 0,568181818 0 0

2010 44 18 0,409090909 0 0 25 0,568181818 0 0

2011 44 19 0,431818182 0 0 26 0,590909091 0 0

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

eUS$50milhões,duasnafaixadeUS$1milhãoaUS$10milhõeseseteatéafaixadeUS$milhão.

É importante mencionar que, da amostra deempresas do segmento que responderam aowe-bsurvey, 88,9% possuem certificação de sistemade gestão da qualidade – uma forma internacio-nalmente conhecida de demonstrar excelência deprodutoseserviçosparaparticiparde licitaçõesecontratos. Além disso, 22,2% são catalogadas naOrganizaçãodoTratadodoAtlânticoNorte(Otan),aumentandooseureconhecimentoeassuaschan-cesderealizarnegócios,sobretudoforadoBrasil.

Distribuição das empresas por faixa de va-

lor exportado de 2003 a 2011

Das44empresas, aquantidadedasqueex-portaramnosegmento tevevariaçõesparacimae para baixo entre 2003 (quando eram treze) e2011(quandochegaramadezenoveempresas).

Emalgunsperíodos,houvequedasnaquantidadedeempresasqueexportaramemrelaçãoaoanoan-terior,comoem2005(-20%)e2007(-12,5%).Essasvariaçõespodemserobservadasnográfico18A.

Além disso, a somatória das exportações au-mentou de US$ 54.593.731, em 2003, para US$169.228.850,em2007–nográfico18B.Ressalte-seque,embora2007sejaoanodosúltimosdadosdisponíveisparaessasequênciadedados,estaserácomplementada na seção seguinte, com os princi-pais itens, conforme a Nomenclatura Comum doMercosul(NCM),exportadoseimportadosde2008a2013.Damesmaforma,ovalormédiodasexpor-taçõesporempresaaumentoudeUS$4.199.517,76paraUS$12.087.775,em2003e2007respectiva-mente(gráfico18C).

Também as empresas importadoras aumen-taram constantemente em quantidade entre2003 (quando eram dezessete) e 2011 (quan-do chegaram a 26) – uma diferença de 52,94%(gráfico 19A). De maneira similar, a somatóriadas importações aumentou de US$ 27.062.382paraUS$ 61.125.299, em2003 e 2007 (gráfico19B).Essefatotambémocorreucomovalormé-diodasimportaçõesporempresa,quefoideUS$1.591.904,82paraUS$2.910.728,52,em2003e2007(gráfico19C).

BID.indb 632 13/06/16 16:43

Page 37: CAPÍTULO 8 EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUALrepositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9654/1...Equipamentos de uso individual 599 serviço específico” (Brasil, 2009). Sequencialmente,

Equipamentosdeusoindividual 633

Gráfico 1818A–Númerodeempresasexportadoras(2003-2011)

18B–Valortotaldasexportaçõesentre2003e2007(EmUS$)

18C–Valormédiodasexportações,porempresa,entre2003e2007(EmUS$)

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

Gráfico 1919A–Númerodeempresasimportadoras(2003-2011)

19B–Valortotaldasimportaçõesentre2003e2007(EmUS$)

19C–Valormédiodasimportações,porempresa,entre2003e2007(EmUS$)

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

BID.indb 633 13/06/16 16:43

Page 38: CAPÍTULO 8 EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUALrepositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9654/1...Equipamentos de uso individual 599 serviço específico” (Brasil, 2009). Sequencialmente,

634 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Demonstra-seassimovalortotalexportadoemcadaanodeprodutosdealta,média-alta,média-bai-xaebaixaintensidadetecnológica,alémdasexpor-taçõesnãoindustriais.Nessamesmatabela,constamaindaonúmerocorrespondenteàNCMdistintoex-portadopeloconjuntodefirmaseonúmerodepaí-sesdedestinodistintosdasexportaçõesrealizadas.

Ográfico20éumareproduçãovisualdatabela18enelesepodevisualizarqueosprodutosdemaiorexporta-çãopelosegmentosãodemédia-altaintensidadetecnoló-gica,quealcançamquaseatotalidadedovalorexportado.

Note-se,contudo,queositensexportadosnaca-tegoria de “alta tecnologia” são pouco significativos(gráfico20).Issoocorresobretudoporqueasempresasbrasileirastêmsemantidomaisfortesnaexportaçãodeprodutosmecânicos,comoespingardas,carabinasesuasdevidasmunições.Issoserádemonstradologoadiante,aoseremenumeradososprincipais itensde

Tabela 18Valor exportado por intensidade tecnológica (2008-2013)

(EmUS$)

Ano

Número de NCMs distintos

exportados

Número de países

de destino distintos das exportações

Valor total exportado

Valor exportado –

alta intec

Valor exportado – média-alta

intec

Valor exportado – media-baixa

intec

Valor exportado – baixa intec

Valor exportado

– não industriais

2008 113 75 209.181.056,00 8.704.663,00 199.951.447,00 359.773,00 165.057,00 116,002009 142 79 262.982.100,00 5.274.820,00 256.737.709,00 457.389,00 512.178,00 4,002010 170 75 271.276.765,00 5.667.037,00 262.162.741,00 922.090,00 2.524.897,00 -2011 184 72 258.618.034,00 3.353.706,00 253.770.013,00 437.786,00 1.024.350,00 32.179,002012 116 76 289.904.322,00 1.165.883,00 284.840.396,00 415.937,00 2.744.144,00 737.962,002013 83 75 319.225.049,00 1.214.322,00 313.984.396,00 376.440,00 3.407.091,00 242.800,00

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

Ainda assim, a balança comercial no período2003-2007 aponta para um superavit (exportaçõesmenosimportações)totaldeUS$492.913.348eumsuperavitmédiodeUS$24.904.678porempresa.

Ouseja,tantoasexportaçõesquantoasimpor-taçõesaumentaram,provavelmenteporqueos itensimportados são utilizados para suprir as demandasde fabricação, a fim de serem comercializados noexterior. O resultado positivo da balança comercialdemonstraque ademandaestrangeira é significati-va,superandoaimportaçãoparacomercializaçãoem

territórionacional.Restasaberseositensimportadossãoefetivamentedispositivosparautilizaçãonama-nufaturadeprodutosparaexportação.Esseéotemadasseçõesseguintes.

Principais itens da NCM exportados e importa-

dos de 2008 a 2013

Abaixosegueatabela18,quenãoapenasindicaovalorexportadoanoaanopelasfirmasdosegmen-to,mastambémclassificaa intensidadetecnológicadositensexportados.

altaemédia-alta intensidadetecnológicaexportadosentre2008e2013,noformatodaNCM.

Dequalquerforma,atabela19trazosdadosdeimportação,considerando-setambémosprodutosdealta,média-alta,média-baixaebaixaintensidadetec-nológica,alémdasimportaçõesnãoindustriais.

Ográfico21éuma reproduçãoda tabela19edemonstraapreponderânciadositensdealtaemé-dia-altaintensidadetecnológicanototaldovalorim-portadopelasempresasdosegmento.

Produtoseletrônicos,emgeral,nãosãoofortedaindústrianacionalnestesegmento,conformeafirma-donaprimeira seção.Aindaassim,asempresas têmimportado microprocessadores a fim de produziremequipamentos categorizados como de “alta tecnolo-gia”.Evidentemente,essesitenspodemserutilizadosnamanufaturadeprodutosparaatendermaisaomer-cadonacionaldoqueàsexportações.

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Equipamentosdeusoindividual 635

Gráfico 20Valordositensexportadosporintensidadetecnológica(2008-2013)

(EmUS$)

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

Gráfico 21Valordositensimportadosporintensidadetecnológica(2008-2013)

(EmUS$)

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

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636 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Os números demonstram que o segmento vemimportando,emsuamaioria,itensde“altatecnologia”e exportando preponderantemente de “média-alta”.Emborataldinâmicapossaseridentificadanateoriadasvantagenscompetitivas (VasconceloseCyrino,2000,p.20-37),seriabenéficoparaoBrasilaumentaraex-pertiseeacapacidadeprodutivadesuasempresasparaamanufaturadeitensdealtaintensidadetecnológica,como microprocessadores por exemplo. Afinal, estesestãopresentesnasmaisdiversasáreaseequipamen-tos,sendosaudávelparaopaísnãoficareternamenterefémdoconhecimentoedasfirmasestrangeiras.

Sejacomo for,ográfico22demonstrao resul-tadodabalançacomercialdeexportaçõesversusim-portações, cruzando-se os totais apresentados nastabelas18e19.

Observa-se,dessemodo,que,desconsiderando-seaintensidadetecnológicadosprodutos,osaldolíquidotemsidofavorávelparaasempresasdosegmento,sobretudoem2012e2013,períodosemqueosuperavitchegou,respectivamente,aUS$195milhõeseUS$191milhões.

Principais itens de alta e média-alta inten-

sidade tecnológica exportados pelas empresas

de 2008 a 2013

Na tabela 20, são apresentados os principaisitens de alta e média-alta intensidade tecnológica,no formato daNomenclaturaComumdoMercosul,exportadospelasempresasdosegmentoentre2008e2013.

Algumas observações sobre esses itens foramadiantadas na seção anterior ao analisarem-se osvaloresexportadose importadosnoperíodo.Nestemomento,portanto,ofocoédescerumníveldepon-deraçãoeenumerarosprincipaisitensquecompõemabalançacomercial.

AdecodificaçãodasNCMséfeitanográfico23,noqualseobserva,comodestacadopreliminarmente,que“cartuchosparaespingardasecarabinasdecanoliso” foram o principal produto de alta e média-altaintensidade tecnológica de exportação entre 2008 e2013,correspondendoaUS$753.004.062emvendas.Osprodutosseguintessão“espingardaecarabinasparacaçaoutiroaoalvo”,alcançandoUS$719.764.579.

Outrositensexportados,porémcomproporçãodevendabemmenorqueosprimeiros,sãofoguetesde sinalização/artigos de pirotecnia, partes/acessó-riosdearmaseestopins.Tambémdespontamdispo-sitivosdiversificados,comotelefoneseparaquedas,ressaltando,mais uma vez, a variedade tecnológicadosegmento.

Principais itens de alta e média-alta inten-

sidade tecnológica importados pelas empresas

de 2008 a 2013

Porsuavez,atabela21exibeosprincipaisitensdealtaemédia-altaintensidadetecnológicaimporta-dospelasempresasdosegmentoentre2008e2013,seguindo o formato da Nomenclatura Comum doMercosul.

Tabela 19Valorimportadoporintensidadetecnológica(2008-2013)

(EmUS$)

Ano

Número de NCMs distintos

importados

Número de países

de origens distintas das importações

Valor total importado

Valor importado –

alta intec

Valor importado – média-alta

intec

Valor importado – media-baixa

intec

Valor importado – baixa intec

Valor importado

– não industriais

2008 413 45 97.365.196,00 49.705.471,00 27.925.326,00 17.330.136,00 2.207.699,00 196.564,00

2009 405 44 81.804.909,00 36.508.080,00 32.100.103,00 11.093.462,00 2.049.667,00 53.597,00

2010 453 50 131.121.658,00 64.776.556,00 44.799.606,00 17.877.457,00 3.627.912,00 40.127,00

2011 421 46 124.498.008,00 64.562.550,00 33.784.987,00 21.945.865,00 4.204.606,00 -

2012 438 43 94.609.766,00 31.417.473,00 34.761.545,00 23.477.018,00 4.951.811,00 1.919,00

2013 450 41 127.373.741,00 37.479.334,00 36.499.507,00 48.995.060,00 4.399.840,00 -

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

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Equipamentosdeusoindividual 637

Tabela 21NCMsImportadosemfunçãodosvalores

(2008-2013)

Principais NCMs importados Valor correspondente (US$)39219012 3065755074031100 2223534185423120 2084321090318099 2053112678019100 1963142685423939 1932506139033020 1888161436010000 1883368993063000 1693594783030000 16463903

Fonte:Secex/MDIC

Elaboração:Diset/Ipea

AvisualizaçãodasNCMspodeserfeitanográfico24.Observa-se,assim,queasempresasvêmimportandoprincipalmente“chapaseplásticos”(US$30.657.550)e

“catodosdecobrerefinado”(US$22.235.341).Algunstiposde“mcroprocessadores”,noentanto,tambémdes-pontamdentreosprincipaisitensdeimportação.

Tabela 20NCMsexportadosemfunçãodosvalores

Principais NCMs exportados Valor correspondente (US$)93062100 75300406293033000 71976457936049090 3945448893059090 2693825636030000 2157781994029090 579538385171891 319612485177010 296538888040000 288925354071021 2611812

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

Observe-sequeadivisãoderecursossobreositens,nocasodasimportações,ébemmaiordoqueaqueocor-renasexportações,mostradasnográfico23,nasquaishaviaumaclaraconcentraçãosobrecartuchoseespin-gardas/carabinas.Nocasodográfico24,osvaloressãobemmaispróximosentresi;contudo,avariedadevaideitenscomocircuitosintegradosamatérias-primas,comochumbocomantimônioepólvoraspropulsivas.Issode-monstranovamenteavariedadedosegmentoeadiver-sidadedeprocessosprodutivospraticadospelasfirmas.

Cabeaquidestacarque44,4%dasempresasquepar-ticiparamdowebsurveyterceirizamparteouatotalidadedoprocessoprodutivo(tabela22doapêndice).Dessas,72,5%perfazemtalterceirizaçãoentreempresasnacionaiseapenas27,5%entreempresasestrangeiras(tabela23doapêndice).Complementarmente,para44,4%dessasempresas,oper-centualmédiodasreceitasquetemsidoutilizadoparacom-pradeinsumosdefornecedoresexternosvaide0%a25%epara22,2%delas,essepercentualvaide25%a50%dasreceitas(tabela25doapêndice).

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638 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Gráfico 23Principaisprodutosexportadospelasempresas(2008-2013)

(EmUS$)

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

Gráfico 22Resultadodabalançacomercial(2008-2013)

(EmUS$)

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

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Equipamentosdeusoindividual 639

Quantoaosprodutos/serviços/obras/informaçãoqueasempresasparticipantesdowebsurveyoferecem,55,6%delasdeclararamquesãoutilizadosmateriais/componentes sujeitos a cerceamento tecnológico e22,2%consideraramdedifícilobtenção(tabela26doapêndice).A problemática das barreiras tecnológicasfoitratadanasentrevistasrealizadasduranteasvisitastécnicas.Nessesentido,apergunta6(anexoA)éen-fática:“Suaempresajásofreualgumtipoderestriçãotecnológicaparaaimportaçãoouexportaçãodeequi-pamentosou insumos?Quetipoderestrição?Comoessasrestriçõesafetaramasuaprodução?Quaisforamassoluçõesdaempresaparacontornarassituações?”.

A Empresa 1, que intermedia negócios de foraparadentrodoBrasil–inclusiveimportações–,afir-ma:“muitasdasempresasestrangeirasqueapoiamossofrem restrições de vendas de produtos ou trans-ferênciade tecnologianomercadobrasileiro”.Trata-se, assim,deumaquestãodeproteçãodomercado

Gráfico 24 Principaisprodutosimportadospelasempresas(2008-2013)

(EmUS$)

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

nacionalque,notoriamente,nemsempreéamelhoropçãoemtermosdecompetitividadeestratégicaparaadefesabrasileira.

JáaEmpresa2(internacional,instaladanoBrasilhádoisanos)destacaquenãopassouporrestrições,“massimdificuldadescomumequipamentoparadoporcausadeburocracias.Apesardenãotertidonadailegal,tive-mosquearcarcomaltosgastosnoportoeburocraciasincompreensíveis.Háumabarreiramuitograndenesseaspecto”.Portanto,nestecaso,osempresáriosseressen-temdaprópriaburocraciadoBrasilparaimportação.

AEmpresa3garanteque“nuncachegouaterres-trições,mascomrelaçãoaocomponenteCS,percebe-mosque,seacontecesse,poderiapararanossafabri-caçãodegáslacrimogênio”.Ouseja,aoconstatarqueum componente de necessidade poderia parar todaumalinhadeprodução,aempresafezinvestimentosecrioumecanismosdeproduçãopróprios,afimdenãoficarrefémdofabricanteinternacional.

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640 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

2011

PAIS_Exp_2011CO_PAIS_Exp_2011

Val_PAIS_Exp2011

EstadosUnidos 249 115.508.608Alemanha 023 24.469.562ReinoUnido 628 20.999.391Cingapura 741 17.085.842Argentina 063 11.459.557Estônia 251 9.126.976Filipinas 267 7.872.187Colômbia 169 7.023.086Chile 158 3.215.167Tunísia 820 3.087.911

2012

PAIS_Exp_2012CO_PAIS_Exp_2012

Val_PAIS_Exp2012

EstadosUnidos 249 144.889.988Estônia 251 21.703.764Cingapura 741 12.221.972Bélgica 087 10.847.740

2012

PAIS_Exp_2012CO_PAIS_Exp_2012

Val_PAIS_Exp2012

Bahrein 080 10.233.308Chile 158 9.557.704Alemanha 023 8.621.209ReinoUnido 628 7.417.871Emirados ÁrabesUnidos

244 5.578.136

Omã 556 4.497.4692013

PAIS_Exp_2013CO_PAIS_Exp_2013

Val_PAIS_Exp2013

EstadosUnidos 249 162.359.220Emirados ÁrabesUnidos

244 36.468.523

Alemanha 023 14.542.922ArábiaSaudita 053 12.411.297Estônia 251 11.224.643Colômbia 169 7.516.609Chile 158 6.125.644Cingapura 741 4.575.314Bélgica 087 3.970.393Filipinas 267 3.758.734

Fonte:Secex/MDIC

Elaboração:Diset/Ipea

JáaEmpresa4enfatiza: “restrição tecnológica,não.Háumademandaacumuladanaimportaçãodealgunsitens[de]queprecisamos,porqueaquestãodalicençade importaçãoacabasetornandoumacoisarigorosa,masnãotivemosproibiçõesatéomomen-to”.Novamente,nestecaso,aempresaseposicionacontráriaamecanismosdeburocraciaecontroledogovernobrasileiro.

Porfim,aEmpresa5 reitera: “hácerceamentosque implicam que certos equipamentos e insumosnão possam ser empregados para fabricar materialbélico”.Conformemencionado,existeacondição,im-postapelosfornecedores,dequealgumasmáquinasnãosejamusadasparaproduzirarmamentos.Logo,arestriçãoestánoempregodosequipamentosouinsu-mos,enãopropriamentenoseufornecimento.

Principal destino das exportações entre 2010

e 2013

A tabela 22 apresenta os principais países dedestinodasexportaçõesdosprodutosdosegmentoentre2010e2013.Osdadosestãoorganizadosemordemdecrescente,dospaísesquemaiscompraramdasfirmasparaosquemenoscompraram,dentreosimportadores.

Dentre os países importadores localizados naAméricaLatina,despontam,emperíodosnãocons-tantes,Argentina,ColômbiaeChile(gráfico25).

Tabela 22Principaispaísesdedestinodasexportações(2010-2013)

2010

PAIS_Exp_2010CO_PAIS_Exp_2010

Val_PAIS_Exp2010(US$)

EstadosUnidos 249 135.791.672Reinounido 628 28.955.563Alemanha 023 20.936.259Cingapura 741 15.575.192Argentina 063 9.336.191Estônia 251 7.767.783Filipinas 267 4.218.877TrinidadeeTobago 815 4.164.031Colômbia 169 4.083.900Suécia 764 3.692.924

continua...

Tabela 22(continuação)

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Equipamentosdeusoindividual 641

Gráfico 25Principaispaísesdedestinodasexportações(2010-2013)

(EmUS$)25A–2010

25B–2011

Aproblemáticadecomoasempresasdosegmen-to são representadas, aumentando as suas possibili-dadesdenegócio,foitratadanasentrevistastécnicas.Nessesentido,apergunta3(anexoA)teveaseguinteformulação:“Agênciasdedesenvolvimentoeassocia-çõesdeempresasdedefesaesegurançatêmsidoúteisparaessessetoresnoBrasil?Porfavor,justifique.”.Asrespostasparatalperguntasãouníssonasereconhe-cemaimportânciadasagênciase,principalmente,dasassociações:

Porcongregarosinteresseseconhecerasdificuldadesdosetor,

[asagênciaseassociações]buscamcontinuamenteacriaçãode

umaconjunturafavorável,defendendoosetor(Empresa1).

A [Associação Brasileira das Indústrias deMateriais de

DefesaeSegurança]Abimdeéessencial.Atravésdesta,é

possívelterumavisãodemercadointegrada(Empresa2).

SeolharmosaAbimdededezanosatrás,aAssociaçãoevoluiu

etemajudadoasempresasdeformaestratégica(Empresa3).

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642 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Gráfico 25Continuação25C–2012

25D–2013

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

–77,8%atribuíramimportância“altaoumuitoalta”paraessesaspectos.Essemesmopercentualfoidadoaofatodeseconsiderarquegovernosdeoutrospaísesauxi-liamassuasempresasmaisdoqueogovernobrasileirofazcomasnossas(apêndice,tabela28).Outrosfatorestambémforamindicadoscomgrandepeso,como:taxade câmbio desfavorável, custos portuários e aeropor-tuários, burocracia interna, falta de seguro de créditoebarreiras técnicasdepotenciaispaísescompradores–todosessesobstáculosconsideradosdeimportânciaaltaoumuitoaltapor66,7%dosrespondentes.

Sãoaspectosvariados,masquedestacamodese-quilíbriodo“custoBrasil”peranteomercadointernacio-nal.Custosdetransporte,taxasportuáriaseexcessodeburocraciainternasãoalgunsexemplostípicoscitadospelosempresáriosduranteasvisitastécnicas.

continuanapróximapágina...

AEmpresa4vislumbraumcrescimentonopa-peldasrepresentantes:“InstituiçõescomoAbimdee[AssociaçãoNacional deArmas eMunições]Aniam são importantes e dentro do conceito de indústria nacional, sem dúvida,essasassociações,comopas-sardotempo,poderãosercadavezmaisrelevantes.Temosqueentenderqueomercadonacionalémuitopequeno;ouexistequalidadeounãoexisteindústria.”.

JáaEmpresa5–queégovernamental–reconheceopapeldasassociações,especialmenteparaarealizaçãode negócios no exterior: “[Elas] têmviabilizado novoshorizontesdenegóciosparaasempresasdosegmento.”.

Emse tratandodeobstáculosnabuscapormer-cados externos, os empresários que responderam aowebsurveyderamelevadarelevânciaparaocusto,tan-todotransporteinternoquantodofreteinternacional

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Equipamentosdeusoindividual 643

Principal origem das importações

entre 2010 e 2013

Emcontrapontoàsanálisesrealizadasnaseçãoanterior,atabela23demonstraaprincipalorigemdasimportaçõesdasempresasdosegmentoentre2010e2013.

Tabela 23Principaispaísesdeorigemdasimportações

(2010-2013)

PAIS_Imp_2010CO_PAIS_Imp_2010

Val_PAIS_Imp2010

(US$)China 160 50.621.610Malásia 455 7.399.104EstadosUnidos 249 6.650.998Bélgica 087 4.781.494Taiwan(Formosa) 161 4.687.819RepúblicaTcheca 791 4.571.237Chile 158 4.176.652,00Suécia 764 3.673.885França 275 3.423.266CoreiadoSul 190 3.192.972

PAIS_Imp_2011CO_PAIS_Imp_2011

Val_PAIS_Imp2011

China 160 56.662.049CoreiadoSul 190 6.961.699EstadosUnidos 249 3.405.336Vietnã 858 3.312.271Suécia 764 3.310.160França 275 3.169.007Malásia 455 2.605.582Suíça 767 2.560.602Bélgica 087 2.006.527Taiwan(Formosa) 161 1.992.794

PAIS_Imp_2012CO_PAIS_Imp_2012

Val_PAIS_Imp2012

China 160 26.191.833EstadosUnidos 249 5.729.771Taiwan(Formosa) 161 5.019.639CoreiadoSul 190 4.975.184Bélgica 087 3.066.567Suíça 767 2.881.694Suécia 764 2.639.951França 275 2.620.077Estônia 251 1.906.842Malásia 455 1.800.130

PAIS_Imp_2013CO_PAIS_Imp_2013

Val_PAIS_Imp2013

China 160 27.943.446EstadosUnidos 249 8.726.432Taiwan(Formosa) 161 8.305.292CoreiadoSul 190 6.373.940França 275 2.857.147Tailândia 776 2.813.330Bélgica 087 2.633.910Malásia 455 2.384.540Suécia 764 2.331.061Suíça 767 1.875.735

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

Nestecaso,aChinasemantémcomoaprincipalorigemdas importações. Enquanto isso, os EstadosUnidosficamentreosegundoeoterceirolugar,con-trastandocomaposiçãodeprimeirodestinodasex-portações,demonstradanaseçãoanterior.

Deformasimilaràsanálisesdaseçãoanterior,umpaís,sozinho,contabilizoumais,emquasetodososanos,doqueasomatóriadosdemais.

Neste caso, porém, o país é a China, não osEstadosUnidos,eoparadigmaéodeimportaçõespe-lasfirmasdosegmentonoBrasil.

Em2010foramimportados,daChina,US$50,6milhõesemprodutos,enquantoasomatóriadeim-portaçãodorestantedospaísesfoideUS$42,5mi-lhões.Domesmomodo,em2011adquiriram-sedaChinaUS$56,6milhões, contraUS$29,3 dos de-mais.Noanode2012,aChinaficoucomUS$26,1milhões,aopassoqueorestante(destavezcompar-ticipaçãomaior),comUS$30,6milhões.Finalmente,em2013US$27,9milhõesforamdestinadosàChinaeUS$38,3milhões,aosdemais.

Observa-se, por outro lado, que a variação dosdemaispaísessegueumatrajetóriaascendente–comgastoscadavezmaiselevadosem2011e2013,en-quantoosvaloresdestinadosàChinapassamporumareduçãoquaseconstantenoperíodo.Tambémficacla-roqueasempresasdosegmentoimportarammenos,tantodaChinaquantodosdemaispaíses,de2011a2013doquehaviamfeitoem2010.

Tabela 23(continuação)

continua...

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644 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Indoalém,acomposiçãodareceitaanualdeven-dasinternacionaisde2010a2013–dentreasempre-sasqueresponderamaowebsurvey–foicompostadeumamédiade19,5%devendasparaclientesdaáreadedefesa.Enquanto isso,16,5% foramdestinadosàsegurançapúblicae64,1%,aclientescomerciais (ta-bela24doapêndice).

Inovação

Interação universidade-empresa medida pelo

diretório de grupos de pesquisa

Quanto aos grupos de pesquisa do CNPQ,duasempresasparticipamdeumgrupo,enquantoumaparticipadesetegrupose41nãoparticipamdenenhum.Demonstra-seassimapoucaadesivi-dadedasempresasaosgruposdepesquisa.

Tabela 24Adesividadedasempresasaosgruposdepesquisa

doCNPqNúmero de grupos de

pesquisaNúmero de empresas

1 27 1

Fonte:ConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientíficoeTecnológico(CPNq)

Elaboraçãodoautor

Por outro lado, os grupos de pesquisa exis-tentes apresentam resultados expressivos. Natabela25,sãoapresentadososdadosgeraisdosgrupos e suas características – número de dou-tores, artigospublicadosnoBrasil enoexterior,dentreoutrasinformações.

Dentreosgrupos,destaca-seode“LaboratóriodeÓpticaeSistemasAmorfos”,compostopordezdoutores.Trata-se daquele commaior número depublicações internacionais dentre os abrangidosnesta pesquisa: 133 artigos. O grupo publicouainda 25 artigos nacionais. Em seguida, despontao “Laboratório deDesign e Seleção deMateriais”,com cinco doutores, 28 artigos nacionais e qua-torze internacionais publicados. Na sequência, o“GrupodeEngenhariadeProdutoeProcesso”,com

cinco doutores, que publicaram 21 artigos nacio-naisequinzeinternacionais.

Quantoàpercepçãoderelevânciadosgrupos,os empresários apresentaram respostas variadasparaosquestionamentos:“OsgruposdepesquisaexistentesnoBrasil (comoosdoCNPQ) têmsidoúteisparaasuaempresa,porquê?Nessamesmali-nha,osartigoscientíficospublicadosporpesquisa-doresbrasileiroseestrangeirostêmsidoúteisparaaempresa,porquê?”(pergunta4,anexoA).

A Empresa 1, por exemplo, que intermedianegóciosinternacionais,nãoconsideraosgruposdepesquisa eos artigosúteis, pois, segundoosempresários, o seu trabalho “está mais voltadoparamarketing, ambiente de negócios e gestãode projetos”. Sobra, assim, “pouco tempo paraatualização científica”. Já a Empresa 2 “utilizapublicações que possam ser aplicadas parapesquisasinternas”.

UmasituaçãosemelhantesedáentreaEmpresa4ea5.Paraaquela,“atéomomento,gruposdepesquisaexistentesnoBrasilnãotêmsidoumbenefício.Quantoaosartigoscientíficos,ospriorizadossãotodosdaáreadeengenharia”.Paraesta,“osetordeengenharia(queéoresponsávelpelaspesquisas)comcertezaachamuitoúteis,tantoosgruposquantoosartigos”.

Nesse contexto, a Empresa 3 é amais ativa daamostra:“HáumgrupodepesquisasdoCNQPdoqualfazemosparteatualmente.Háumprojetodeeditalemandamentocomoobjetivodefixarmestresedoutorespara trabalharemprojetosmaisavançados”.Quandoquestionadossobreseaempresaacompanhaartigoscientíficos publicados por pesquisadores brasileirose estrangeiros, os entrevistados são enfáticos: “Sim,masnoBrasil,especificamenteemarmasnãoletais,aspublicaçõesnoassunto sãoquase zero”. Sobre seaspatentesdaempresasãoabertasnoInstitutoNacionalde Propriedade Intelectual (INPI) ou preservadas deacessoaopúblico–nostermosdaLeino9.279/1996e,sobretudo,doDecretono2.553/1998–,osempre-sários responderam: “Asnossaspatentessãoabertasaopúblico”.Porfim,ficaclaroqueosdepósitosdepro-priedade intelectual também são feitos fora dopaís:“cadapatentetemumlugardeinteresse,comoBrasileEstadosUnidos,ondetambémregistramos”.

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Equipamentosdeusoindividual 645

Gráfico 26Principaispaísesdeorigemdasimportações(2010-2013)

26A–2010

26B–2011

26C–2012

26D–2013

Fonte:Secex/MDICElaboração:Diset/Ipea

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646 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Tabe

la 2

5GruposdepesquisadoCNPqdequeasempresasparticipam

1

NRO

_ID

_GRU

PON

ME_

GRU

POG

rand

e_A

rea

Conh

ecim

ento

Qtd

e D

outo

res

Tota

l Arti

gos

Nac

iona

isTo

tal A

rtigo

s In

tern

acio

nais

Tipo

Re

laci

onam

ento

_1Ti

po

Rela

cion

amen

to_2

Tipo

Re

laci

onam

ento

_3

0067105CJCC75Q

Laboratóriode

ÓpticaeSistemas

Amorfos

CiênciasExatas

edaTerra

1025

133

Pesquisacientífica

semconsiderações

deusoimediatodos

resultados

Atividadesde

engenharianão

rotineirainclusiveo

desenvolvimento/

fabricaçãode

equipamentospara

ogrupo

Transferência

detecnologia

desenvolvida

pelogrupoparao

parceiro

00433044680VGC

GrupodePesquisa

emProcessamento

DigitaldeSinais

Engenharias

33

13

Pesquisacientífica

comconsiderações

deusoimediatodos

resultados

--

0043304BDG8XGO

GrupodePesquisa

emComunicações

–GPqCom

Engenharias

719

14

Pesquisacientífica

comconsiderações

deusoimediatodos

resultados

Treinamentode

pessoaldoparceiro

pelogrupo,incluindo

cursosetreinamento

“emserviço”

-

0043304N1KXIW0

Grupode

Engenhariaem

Compatibilidade

Eletromagnética

(Gemco)

Engenharias

74

4

Transferência

detecnologia

desenvolvida

pelogrupoparao

parceiro

--

0043305JCBRMSM

Grupode

Engenhariade

ProdutoeProcesso

(Gepp)

Engenharias

521

15

Pesquisacientífica

semconsiderações

deusoimediatodos

resultados

--

19813049GQ1IS4

Laboratóriode

Microeletrônica

(LME)da

Universidade

Tecnológica

FederaldoParaná

(UTFPR)

Engenharias

10

3

Atividadesde

engenharianão

rotineirainclusive

odesenvolvimento

deprotótipo,

cabeçadesérieou

planta-pilotoparao

parceiro

--

continuanapróximapágina...

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Equipamentosdeusoindividual 647

NRO

_ID

_GRU

PON

ME_

GRU

POG

rand

e_A

rea

Conh

ecim

ento

Qtd

e D

outo

res

Tota

l Arti

gos

Nac

iona

isTo

tal A

rtigo

s In

tern

acio

nais

Tipo

Re

laci

onam

ento

_1Ti

po

Rela

cion

amen

to_2

Tipo

Re

laci

onam

ento

_3

31903043BKW5DM

GrupodePesquisa

eDesenvolvimento

emSistemasde

Telecomunicações

Engenharias

21

1

Treinamento

depessoaldo

parceiropelogrupo,

incluindocursose

treinamento“em

serviço”

Atividadesde

consultoriatécnica

nãoenglobadas

emqualquerdas

categoriasanteriores

-

5672103BY4RH3L

GrupodeSistemas

Embarcadose

Distribuídos

CiênciasExatas

edaTerra

38

2

Pesquisacientífica

comconsiderações

deusoimediatodos

resultados

Outrostipos

predominantesde

relacionamentoque

nãoseenquadrem

emnenhumdos

anteriores

-

019261245PLEGA

Laboratóriode

Des

igneSeleção

deMateriais

CiênciasSociais

Aplicadas

528

14

Pesquisacientífica

comconsiderações

deusoimediatodos

resultados

--

Fonte:CNPq

1 ArazãosocialeoCNPJdasempresasforampreservados

Elaboraçãodoautor

Tabe

la 2

5(continuação)

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648 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Das empresas que responderam aowebsurvey eparaasquaisascategoriaselencadasaseguirseaplicam, 14% consideram que parcerias com cen-trosdepesquisamilitarestiveramumaimportânciaaltaparadesenvolverinovaçõesentre2010e2013.Outras14%consideramquetalimportânciafoimé-diae71%aconsiderambaixaounãorelevante.

Quanto a centros de pesquisa civis, 14% dasempresasconsideraramasparceriasdealtaimpor-tância;enquanto29%,demédia;e57%,debaixaounãorelevantes.

Porfim,emrelaçãoàsuniversidades,nenhumaempresa considerou que as parcerias foram rele-vantesde2010a2013,enquanto43%afirmamqueforammedianase57%,debaixaounenhuma rele-vânciaparaodesenvolvimentodeinovações.Asres-postasestãodisponíveisnatabela39doapêndice.

Aindaemrelaçãoàsempresasqueresponderamaoquestionário,66,7%declararamnãoterrecebidotransferênciadetecnologia(know-how)deprocessoouprodutoemsuas atividades comoutrasorgani-zações,aopassoqueapenas33,3%afirmamteremobtidotalexpertise(tabela41doapêndice).

Cinco empresas foram questionadas, duranteasvisitastécnicas,sobreoseurelacionamentocominstitutos de pesquisa e universidades.O questio-namento foio seguinte: “Comodescreveria a rela-çãoentre suaempresaeos institutosdepesquisadasForçasArmadasecomuniversidades/centrosdepesquisa emgeral?A participação da empresa en-volve apenas fornecimento de bens e serviços ouhádesenvolvimentoconjuntodeprojetosdeP&D?Como ocorre essa interação? (pergunta 1). Dentreas repostas,fica claroqueamaior interação sedácomalgunsinstitutosmilitares.Éocasoquesegueabaixo,porexemplo.

Como uma parcela importante do nosso trabalho de

consultoria para grandes fabricantes estrangeiros de

materialdedefesaéauxiliá-losnamontagemdaspro-

postas de offset, mantemos estreito contato com os

institutos de pesquisa das Forças Armadas. Projetos

conjuntosemP&Dsãoatraentesepermitemousode

multiplicadores elevados, no entanto, são os demais

difícilimplementação(Empresa1).

O reconhecimento da integração empresa-uni-versidade/institutodepesquisa,aliás,éumaconstanteentreosentrevistados:

Existeessaintegração.Hápesquisadoresdentrodaem-

presa. No Brasil, já iniciamos acordos com o [Instituto

Militar de Engenharia] IME, [Pontifícia Universidade

Católica] PUC de São Carlos, [Universidade de São

Paulo]USP,[UniversidadeFederaldeSãoCarlos]Ufscar

e[InstitutoTecnológicodeAeronáutica]ITA.Comessas

instituições jáexisteumaaproximação, inclusivealguns

projetosvisualizados.Ofatoéqueparaseterumaem-

presadetecnologiadeponta,éessencialteraajudade

pesquisas nas universidades.A nossa empresa tem em

médiaquatrocentosprofissionaiseofereceoportunida-

desdeestágiosetraineesparauniversitários(Empresa2).

Emtermosdeparcerias,naestruturasoboMinistériodaDefesa,oIMEsesobressainosegmento.AEmpresa4,porexemplo,afirmaque,“dentreosinstitutosdepes-quisa,háumacordocomoIME.Trata-sedeumestágioparaformaçãodeengenheirosmilitares.Gostaríamosdetermaissoluçõesinovadorasemparceriascomossetorespúblico-privado”.AEmpresa5vainessamesmalinha:“háparceriascomoIME.Anossaempresanãofazpesquisa,sódesenvolvimento”.

JáaEmpresa3vembuscando,inclusive,finan-ciamentoacadêmicopúblicoparagerarinovação:

há alguns anos, foram buscados recursos junto à

[Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio

deJaneiro]Faperj, comafinalidadededesenvolvero

primeiroprotótipodearmaelétricanão letal.Háain-

daumoutroprojetodearmasnãoletaisemandamen-

to, em parceria com o [Centro Federal de Educação

TecnológicaCelsoSuckowdaFonseca]Cefet.

Perguntou-setambémàEmpresa3“comoocorreadi-nâmica–seogovernofazumaencomendaouseaempresapercebeoquepodeserútilparaomercado. Arespostafoiesta:“osetordeencomendaaindanãoexiste.Anossaem-presaidentificaoqueestáescassoepropõeumprodutoqueconsideraútilaogoverno.Háumcontatocomousuáriodoprodutoeesteopinaseestábomounão,eaempresaim-plementaalteraçõesaosprodutosanteriormenteoferecidos.

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Equipamentosdeusoindividual 649

Quantoàsparcerias,tambémaEmpresa3citaoInstitutoMilitardeEngenhariacomdestaque:“háumconvêniocomoIMEemandamentoparapossibilidadedebolsasdaempresaemcursosdemestradoedouto-radoparaquemtenhainteresseemdesenvolverproje-tos”.Porfim,essafirmademonstraaimportânciaquetemdadonãosóàpesquisaaplicada,masàbásica:“AnossaempresabeneficiouumalunodemestradoemQuímicada [UniversidadeFederaldoRiodeJaneiro]UFRJcomumabolsadeestudospelofatodapesquisadeleserdenosso interesse,apesardenãohaverex-pectativadegerarumapatente,poisonossoobjetivoéconhecermelhoraformulaçãodepesquisasbásicas”.

A próxima seção, referente à propriedade inte-lectual, temênfase justamentenaspatentesgeradaspelasempresasdosegmento.

Propriedade intelectual

Número de empresas que depositaram patentes

no INPI

Atabela26indicaonúmerodeempresasquedepo-sitaramnpatentesnoInstitutoNacionaldaPropriedadeIntelectual.Cabemaquialgumasdistinçõessobreotipodepatente.Primeiro,omodelodeutilidade(MU)“pres-supõeapreexistênciadoobjetoqueelevisamelhorar”(Jucá,2012).Avalidadedestapatenteédequinzeanosacontardadatadodepósito(INPI,2012).

Tabela 26Númerodepedidosdepatentesdepositadospelas

empresasnoINPITipo MU

Número de pedidos MU Número de empresas1 52 13 17 1

Tipo PINúmero de pedidos PI Número de empresas

1 22 13 24 15 2

11 1

Fonte:INPI(2012)Elaboraçãodoautor

Já patente de invenção (PI) inclui “produtos ouprocessosqueatendamaosrequisitosdeatividadein-ventiva,novidadeeaplicaçãoindustrial.Suavalidadeédevinteanosapartirdadatadodepósito”(INPI,2012).

Noconcernenteaospedidosdemodelosdeuti-lidadenoINPI:i)cincoempresasregistraramumpe-dido;ii) umaempresaregistroudoispedidos;iii) umaempresaregistroutrêspedidos;eiv) umaempresare-gistrousetepedidos.QuantoàspatentesdeinvençãonoINPI: i) duasempresasregistraramumpedido; ii) umaregistroudoispedidos;iii)duasregistraramtrêspedidos; iv) uma empresa registrou quatro pedidos;v) duasempresasregistramcincopedidos;evi) umaempresaregistrouonzepedidos.

Nomomentodasvisitastécnicas,foiindagadoaosempresários“Quaissãoosprojetosfuturosdasempre-sasemrelaçãoaosegmentodeequipamentosdeusoin-dividual”(pergunta9doanexoA).Ofocodaquestãoerajustamenteodenovastecnologias,queestãosendopla-nejadasagoraouquejáestejamsendodesenvolvidas.

AEmpresa1,quevemseretirandodosegmento,afirmaque“estaráabertaanovasoportunidadesdenegócios”.Delineia-se,assim,queessafirmapoderáinclusive continuar operando com equipamento deusoindividual,dependendodaconjunturafutura.

JáaEmpresa2está“investindomaisespecifica-mentecominibidores”ecomeça“atrabalharnaáreaderobótica”.

AEmpresa3garanteque:

sempre há coisas em desenvolvimento. A munição

elétrica é desenvolvida pela nossa empresa e há outros

equipamentos em parcerias com países como Canadá,

Estados Unidos e Israel. Há também projetos que são

menosvisíveisparaousuário,como,porexemplo, subs-

tituiçãodepólvoranegraporpólvoradebasesimplesna

proporção.Nóstemosaprimeirageraçãodearmaselétri-

casdopaís.Hámodelosdemuniçãonovoseadaptações

deantigossendodesenvolvidosparausonomercado.

Aoseremquestionadosseofuturodesuasapli-caçõesseriamaisnaáreadedefesaousesegurançapública,osempresáriosafirmaramque “émaisparaapolícia[segurançapública].MasháumaguerrarealparaasForçasArmadashoje: agarantiada lei eda

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650 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

ordem”.Ouseja,asoperaçõesmilitaresemterritórionacional,sobretudodepacificação,demandamdade-fesaequipamentosqueatéentãotinhamcomofocoasforçasdesegurança,conformejáexpostonapri-meiraseção.

AEmpresa4temumavisãosemelhanteàda3:“Atendênciaétambémexpandirparaomercadodearmasnãoletais”.

Por suavez, a Empresa 5 está “desenvolvendoum rádio demaior potência e que abranja, de for-ma muito eficiente, as diferentes necessidades decomunicação”.

Naseçãoseguinte,sãoapresentadosospedidosde patente das empresas ao INPI, com os seusrespectivosnúmeros.Alémdisso,sãoabordadasasquestõesdedualidadedastecnologiaseexpectativasem relação ao mercado, que complementamos depoimentos de projetos dos empresários,recém-apresentados.

Enumeração das patentes depositadas pelas em-

presas, de 2000 a 2011, dualidade das inovações

e expectativas

Nototal,82patentestiverampedidosfeitosnoINPIpelasempresasdosegmentoentre2000e2011.Aspa-tentescujospedidosforamdepositadossãoapresenta-dasnatabela27.

Trata-sedeumnúmerobaixodedepósitos,querepresenta umamédia demenos de duas patentessolicitadasporempresadosegmentoemumperíododeonzeanos.

Diantedisso,éimportantedestacarqueatota-lidadedasempresasqueresponderamaowebsurveyafirmam desenvolver pesquisa de projetos (tabela33doapêndice).Alémdisso,todaselasdeclaramterrealizadoatividadescontínuasdeP&Dentre2010e2013(tabela34doapêndice).

Quanto à dualidade das inovações, chegama 44,4% das respondentes as que desenvolveramprodutosoutecnologiasdestinadosaomercadoci-vilequeposteriormenteforamcomercializadosemmercadosmilitares(tabela36doapêndice).Dentreesseseconsiderando-seapenasosdeusoindividu-al,destacam-seosqueseguemabaixo(quadro2doapêndice):

Tabela 27Pedidosdepatentesdepositadospelasempresas1

NO_PEDIDO DATA_INICIO ID_IPCMU8100145 16/1/2001MU9001044 28/7/2010PI0903597 17/5/2011 A23J3/04PI0903597 17/5/2011 A23L1/0562PI0903597 17/5/2011 A23L1/311PI0904688 26/11/2009 B60P3/20PI0904688 26/11/2009 G06Q10/08MU8701991 30/10/2007MU8800128 31/1/2008MU8903061 7/10/2009PI0703384 17/5/2011 C09J193/04PI0802079 10/5/2011 A01N65/00PI1103018 24/6/2011 C06D7/00PI1103018 24/6/2011 F41H9/10PI1103252 7/7/2011 C09J193/04MU9101885 11/10/2011MU9000925 11/6/2010PI0500226 26/1/2005 F42B5/00PI0903295 11/9/2009 F41C27/00PI1002280 11/6/2010 F42B27/00MU8000273 7/2/2000MU8101475 29/6/2001MU8101811 24/7/2001MU8101813 24/7/2001MU8102549 28/9/2001MU8102550 28/9/2001MU8102592 18/1/2002 -PI0103090 28/5/2001 B01D27/08PI0103091 28/5/2001 B01D27/08PI1000476 9/2/2010 F16D65/06PI0202906 18/7/2002 C06B31/56PI0405356 1o/12/2004 F41H1/02PI0409550 6/10/2005 F42B33/14PI0418281 4/8/2006 F42B12/24PI0418281 4/8/2006 F42B12/34PI0418281 4/8/2006 F42B12/74PI0418281 4/8/2006 F42B33/00PI0519999 17/9/2007PI0520595 6/10/2005 F41H1/02PI1002167 17/6/2010 F42B6/00PI1004890 30/11/2010 F41B11/22MU8101441 21/6/2001PI0404086 17/9/2004 G02B21/00PI0204780 17/10/2002 A44B19/30MU8801151 6/6/2008PI0701001 26/2/2007 C14B7/00PI0706262 11/4/2007 C05F11/00MU8200292 14/2/2002PI0003687 15/8/2000 F41C27/00PI0104225 21/5/2001 F41G1/42PI0203776 13/9/2002 F41A17/02PI0301483 23/5/2003 F41A3/00

Fonte:INPI(2012)1ArazãosocialeoCNPJdasempresasforampreservados

Elaboraçãodoautor

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Equipamentosdeusoindividual 651

▪ maca retrátil para ambulâncias civis emilitares;

▪ passadoresdeplásticodeengenharia;

▪ maca biarticulada para ambulâncias civis emilitares;

▪ barracasmilitares;

▪ reguladoresdeplásticodeengenharia;

▪ macapantográficaparaambulânciascivisemilitares;

▪ fivelasdeplásticodeengenharia;

▪ pranchadeimobilizaçãoepolietileno;

▪ argolasdeplásticodeengenharia;

▪ padiolamilitarparatransportedeferidos;e

▪ meias-argolasdeplásticodeengenharia.

▪ Poroutrolado,totalizam66,7%asquede-senvolveram produtos ou tecnologias ini-cialmente destinados amercadosmilitaresqueforamcomercializadosnomercadocivil(tabela36doapêndice).Dentreosexemploscitadospelasempresas(quadro3doapên-dice) e considerando-se apenas os de usoindividual,destacam-se:

▪ armamentos–pistolas;

▪ muniçõesdeprecisão;

▪ armamentos–cutelaria;

▪ softwareparaembarcadosedenavegação;

▪ coletesbalísticos;

▪ explosivoseacessórios;

▪ sistemaseletrônicoscríticos;

▪ espingardacalibre12;

▪ sistemasdeabrigostemporários–barracasdealtodesempenho;

▪ sistemasdemapeamento;

▪ nitrocelulose–colódio;e

▪ sistemasC2decomandoecontrole.

O percentual de empresas com expectativas“elevadas”paraqueas inovaçõesna linhadepro-dutoscivissejamaproveitadasparaáreadedefesanospróximoscincoanos(spin in)chegaa88,8%dototal das que responderam aowebsurvey.Apenas11,1%têmexpectativas“nadapromissoras”nesseaspecto.

Os percentuais são osmesmos para as em-presas que esperam que as inovações na linhade produtos de defesa sejam aproveitadas naárea civil (spin off) nos próximos cinco anos.Ouseja,88,8%delastêmexpectativaquevaide“ra-zoavelmente” a “muito promissoras” e somente11,1% uma expectativa de “pouco promissoras”.As respostas estão disponíveis na tabela 37 doapêndice.

Nesseponto,cabeumaanálisemaisespecífica.Conforme exposto anteriormente, são 44 as em-presasdosegmentodeequipamentosdeuso indi-vidual catalogadasnasRais.Destas, aDiretoriadePesquisas do IBGE selecionou dezesseis (36% dototal) paraverificar a implementaçãode inovações– tanto de produtos quanto de processos – entre2009e2011.

Os principais resultados dessa busca são apre-sentadosnatabela28.Nelaverifica-seque,dasde-zesseisempresasselecionadas,oitoproduziramino-vaçõesdeprodutos–50%do totaldaamostra.Damesmaforma,oitoimplementaraminovaçõesdepro-cessos.Alémdisso,seteempresas(43,7%daamostra)geraraminovações,aomesmotempo,deprodutoseprocessos.

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Tabela 28Empresasqueimplementaraminovaçõese/oucomprojetos,segundoosgruposdeempresasselecionados

(2009-2011)

Grupos de empresas

selecionadas

Empresas

Tota

l

Que implementaram inovaçõesQue não

implementaram inovações

Tota

l

De produto De processo

De

prod

uto

e pr

oces

so Com projetos Com projetos

Tota

l

Nov

o pa

ra a

em

pres

a

Nov

o pa

ra o

m

erca

do n

acio

nal

Tota

l

Nov

o pa

ra a

em

pres

a

Nov

o pa

ra o

m

erca

do n

acio

nal

Tota

l

Inco

mpl

etos

Aba

ndon

ados

Am

bos

Tota

l

Inco

mpl

etos

Aba

ndon

ados

Am

bos

SegmentoH 16 8 7 4 3 8 6 3 7 4 2 - 2 1 1 - -

Fonte:IBGE,DiretoriadePesquisas,CoordenaçãodeIndústria,PesquisadeInovação2011Obs.:Foramconsideradasasempresasqueimplementaramprodutoe/ouprocessonovoousubstancialmenteaprimorado

Elaboraçãodoautor

Emboraosnúmerosnãotraduzamasituaçãodosegmento comoum todo, apontamparaumabuscaconstanteporinovação,sobretudoporque,daamos-tra de dezesseis empresas, apenas uma não imple-mentou inovações no período. Não obstante, trêsinovaçõesdeprodutosforamclassificadascomono-vasparaomercadonacional,assimcomooutrastrêsforamconsideradasinovaçõesdeprocessos.Ouseja,dessasignificativaamostrade36%dosegmento,ve-rifica-sequevêmsendoproduzidasnovastecnologiasdeportenacional, aumentando a competitividadeeaimportânciadasempresasdeequipamentosdeusoindividualnopaís.

Complementarmente, nas entrevistas técnicas,foiperguntadoaosempresários: “Quais sãoas suasexpectativas em relação às tendências demercado(internoeexterno)paraosegmentodeequipamen-tosdeusoindividual,considerandoospróximosdezanos?”.Trata-sedapergunta8,noanexoA.

A Empresa 1 mostrou-se desapontada:14 “anossa atuação nesse segmento está diminuindo

14.Nota do pesquisador: a empresa trabalhou durante anosintermediando negócios de equipamentos de uso individualimportados para o Brasil, mas vinha perdendo espaço nessesegmento para fabricantes com sede no país. Entrevistar osempresários nos interessou, neste caso, sobretudo por três

devido às dificuldades encontradas nos últimosanosparatrazerequipamentodeforaparaoBrasil”.Talfatodemonstraqueasfirmasnacionais–dentreas quais a 3, 4 e 5, cujas respostas seguemabai-xo – têm semantido predominantes nomercadointerno.

Em contraponto, a Empresa 2 – que é inter-nacional, instaladanoBrasil hádois anos, confor-me mencionado anteriormente – pretende con-tinuar investindo em inibidores e dispositivos desimulação:

sãosimuladoresdefalaesimuladoresinvisíveisparase-

remusadosemcamporeal.Tambémos integramosof-

tware.Aempresatemequipamentosinibidoresdefrequ-

ênciaparaocombatente.Então,seháalgumabombaa

serativada,oinibidorécapazdefazercomqueelanão

sejaacionada,desativando-a.Aempresatambémpossui

inibidoresdeveículosecelulares.

razões:i)aempresafezpartedosegmentodurantemaisdeumadécadaeadecisãodesairébastanterecente;ii)háperspectivade voltar a atuar no segmento, tanto que os produtos aindaestavam sendo anunciados em seu site; iii) entrevistá-los nosdariaumavisãodecomoosegmentopodeatrairouafugentarinvestidores–nacionaisouestrangeiros(tabela9doapêndice).

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Equipamentosdeusoindividual 653

Note-se que tais dispositivos ainda encontrampoucaescaladeproduçãonacional,deixandoimplíci-to que sua importação, ou fabricação local por umaempresainternacional,podegerarbenefíciosparaasForçasArmadaseforçasdesegurança,bemcomolu-croàfabricante.

JáaEmpresa3,nacional,“apostaemumcres-cimentorigoroso,nãosódedemanda”.Naspalavrasdosempresários:“háumcampomuitopropícioparaarmasnãoletais,tantonoBrasilquantonoexterior”.

Porsuavez,aEmpresa4focanoexterior:

omercadocivilrestrito,comexceçãodosEstadosUnidos,

exige uma enorme capacidade de inovação, porque o

americanotendeacomprarprodutosdiferentesenovos.

OmercadoquemaiscrescenosEstadosUnidos,hoje,é

ofeminino.Entãoanossaempresaestádesenvolvendo

produtosespecíficosparaomercadofeminino.Nocaso

demercadodeForçasArmadas,hácadavezmaiseme-

lhoresprodutosqueatendamàdemandadessemercado.

Porfim,aEmpresa5,governamental,contra-riaaanterior–certamentedevidoaosdiferentesperfisnacomposiçãodecapitaldeambas–afir-mandoque“hojeomercadointernoémuitobom.Asexpectativasparaospróximosanossãoaindamelhoresemtermosdeequipamentospequenosdeusoindividual”.

Perfil das empresas com participação de capital estrangeiro

Empresassemparticipaçãoestrangeiradeca-pitaltiveramumareduçãoentre2000(43empre-sas),2005(41empresas)e2010(38empresas).Umanodepois,porém,em2011,houveumaumento,chegandoa41empresas.

Perdeu-se, assim, a participação estrangeirade capital, que semantinha crescente desde 2000,quando apenas uma empresa a possuía, passandoparatrêsem2005eseisem2010.

Osdadosfinaisdaamostra,em2011,demons-tramque apenas três empresas continhampartici-paçãoestrangeiradecapital.Dasfirmasquerespon-deramaowebsurvey,33,3%sãopartedeumgrupo

comcapitalcontroladornacional.Outras66,7%sãototalmenteindependentes,comcapitalcontroladornacional(tabela11doapêndice).Todasasempresasque responderam se declararam sem participaçãoestrangeiradecapital(tabela12doapêndice).

Tabela 29Participaçãoestrangeiradecapitalnasempresas

dosegmento

AnoNrEmpr

Segmento

Nr_Empresas_com_Part_

Estrang_Capital

Nr_Empr_sem_Part_Estrang_

Capital2000 44 1 432005 44 3 412010 44 6 382011 44 3 41

Fonte:CCEdoBancoCentraldoBrasil(BCB)

Aindaacercadosdadosdessaamostra,77,8%das firmas não possuem subsidiárias no exterior.Enquanto11,1%delasaspossuememdoispaíseseoutros11,1%,emtrês(tabela29doapêndice).Essespaíses, por sua vez, são: África do Sul, Argentina,Austrália, Canadá e Estados Unidos (tabela 30 doapêndice).

Paraaprofundarosdadosdaamostra, foiper-guntadoaosempresáriosduranteasvisitastécnicas:“ComoavaliaaentradadeempresasmultinacionaisdedefesanoBrasilatravésdeaquisições,fusõesejoint ventures?Asuaempresaseenquadraemalgu-ma dessas categorias ou possui concorrentes/par-ceirosnelas?”(pergunta5,anexoA).

AEmpresa1 temumaavaliação,evidentemen-te,positiva: “nossaempresapresta consultoriaparagrandes empresas estrangeiras que têm interesseemparticipardomercadobrasileiro.A indicaçãodeparceirosadequadosparaasnecessidades–perfildenewcomer[recém-chegado]éumaspectoimportantedessetrabalho”.

Namesmalinha,aEmpresa2reitera:“seriane-cessárioconciliaromercadoestrangeirocomobrasi-leiroeassimfortaleceromercadobrasileiro”.Navisãodosempresáriosdestafirma,“oBrasilteriaqueabra-çaromercadoquehánoexterior”.

Taisvisões,noentanto,querepresentamopensa-mentodasempresas internacionais sobreoBrasil, são

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completamente antagônicas às dos empresários dasfirmasnacionais.AEmpresa4,porexemplo,éenfática:“comoomercadoestáhoje,quebrariatodomundo.Não

hámaisespaço.NãoháexportaçãoparaaAméricadoSulporqueosprodutoscontroladossofremcom150%deimpostodeexportação.Étodaumaquestãoideológica”.

Já o paradigma da Empresa 5, pertencente aoEstado brasileiro, é bastante crítico em relação aoprópriogoverno:

Avisãoquetínhamos,nopassado,eradequeaindústria

viriaparaocuparlugarnomercado.Issonãoaconteceu.

OproblemaéqueogovernodoBrasilinvestenasForças

Armadasemperíodoscíclicos,deaproximadamentetrin-

taanos.Daíocorremabandonosporpartedogovernoe

éprecisocomeçarumnovociclo,praticamentedozero.

Por fim, a Empresa3, que, alémde abastecer omercado interno, exporta e concorre internacional-mente,afirmaque“éprecisoterumaestratégia”,poistemos “um país grande e um mercado bom”. Nestecaso,aempresadestacaaimportânciadaconcorrência:

noBrasil,anossaempresanãoestásozinha,maséaúnica

dedicadaexclusivamenteaequipamentosnãoletais–ou

seja,nãoháempresasnopaíscomestetipodeportfólio.

Háalgumaconcorrência,porexemplo,comempresasque

Gráfico 27Participaçãoestrangeiradecapitalnasempresas(2000,2005,2010e2011)

Fonte:CCE/BCBElaboração:Diset/Ipea

fabricamspraydepimenta,empresasquefabricamgrana-

daslacrimogênias.Portanto,nãoháumaconcorrênciaque

estimuleaempresae,tampouco,umaparceriaimportante.

Masnoexteriorháumaempresaparceira,naAlemanha.

Nota-seclaramente,nessedepoimento,oquan-toaempresaemquestãovalorizaaconcorrênciaparaaprogressivageraçãodeinovações.

Programas estratégicos

Osprogramasgovernamentaisdedefesacomparticipaçãodasempresasdosegmentoforamin-dicados pela amostra daquelas que responderamao websurvey (tabela 42 do apêndice). Tais pro-gramas,prioritáriosparaopaís,sãoelencadosnoPlanodeArticulaçãodeEquipamentosdeDefesa(Paed):

▪ DefesaCibernética(umaempresa);

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▪ ModernizaçãodeOutrosAviõesdeCombate–AMX,A-4eF-5TigerII(umaempresa);

▪ ProgramaparaDesenvolvimento,ProduçãoeIntroduçãodeNovosAviõesdeCombateGripen(umaempresa);

▪ RecuperaçãodaCapacidadeOperacionaldoExército(duasempresas);

▪ SistemadeDefesaAntiaérea(umaempresa);

▪ SistemadeMísseiseFoguetesAstros2020(umaempresa);

▪ Sistema Integrado de Monitoramento deFronteiras–Sisfron(umaempresa);

▪ SistemaIntegradodeProteçãodeEstruturasEstratégicasTerrestres–Proteger(duasem-presas);e

▪ VeículoBlindadoGuarani(duasempresas).

De todos esses projetos, no entanto, os úni-cos nos quais empresas estão em atividade, nes-temomento, são o deRecuperação daCapacidadeOperacional do Exército e o de Veículo BlindadoGuarani.Emambos,dasduasfirmasdaamostraqueintegramcadaumdeles,umajáestáoperandonopri-meiroeumanosegundo.

Cabe ressaltar que trajes, dispositivos e ope-rações para defesa química, biológica, radiológica enuclear estão em fase de reestruturação no país.15 A ideia é de prontidão para atuação em conflitos,“de operações ofensivas, defensivas, de pacifica-çãoedeapoioaórgãosgovernamentais,facultandoesseapoioemsituaçõesdeguerraedenãoguerra”(Gabino, 2014). Além disso, está sendo pensado ofomentoa “pesquisaseodesenvolvimentodedou-trinas,materiais,equipamentosesistemasmilitarese

15. Sobretudo no Sistema Integrado para a Proteção deInfraestruturas Estratégicas (Proteger), que está inserido noProjetoEstratégicodoExército(PEE).

civisemDQBRN”,16bemcomosealmeja“incentivarainteraçãodoSisDQBRNEx17cominstituiçõescien-tíficasparafinsdecapacitação,pesquisas,desenvol-vimentoouparaasoluçãodeeventuaisemergênciasoucrises”(Gabino,2014).

Consonantemente, há um foco especial so-bre equipamentos de uso individual no projeto“CombatenteBrasileiro” (Cobra). SegundoogeneralMoura,4osubchefedoEstado-MaiordoExército,talprojeto“darámaisproteçãoaosoldado,paraqueeletenhamaiscontroledoseuequipamento;quepossaintegraravisãonoturnacomampliaçãodevisão,commira holográfica, uma integração [via] computadorparaacompanharseushomens”(Padilha,2013).

Deacordocomasideiasexternadaspelogene-ral,oprojetoestáemfasedeexperimentaçãoeen-volvediretamenteosegmentodeequipamentosdeuso individual,comoobjetivode“melhorarosnos-sosrequisitos”,comdispositivosmaisaperfeiçoadosemelhores:

Nósestamosagoramontandoquatropelotõesparaexpe-

rimentaçãodoutrinária.Ouseja,vendoosequipamentos

quepodemmelhorarasituaçãodocombatente:optrôni-

coseequipamentosderádio,integraçãocomtabletsdo

tipolaptop;queoelementopossacontrolarseushomens

e teraposiçãodecadahomemnoterreno;oconsumo

demuniçãodecadahomemdeumaesquadraoudeum

grupodecombate(GC),porexemplo,deumpelotãode

cavalariamecanizado–PelCMec(Padilha,2013).18

EssesprojetostransparecemavisãodasForçasArmadas do Brasil (FAB) para o segmento nos diasatuaiseo rumodas inovaçõesdaáreaparao futu-ropróximo.Assim,seosequipamentos“tradicionais”continuamemvoga,nãofaltaespaçoparanovastec-nologias.Pelocontrário,aintegraçãocadavezmaiordeacessóriosedispositivosdeusoindividualasiste-mascomplexoseinterligados,assimcomooemprego

16. DefesaQuímica,Biológica,RadiológicaeNuclear.17. “SistemadeDefesaQuímica,Biológica,RadiológicaeNuclear

doExército.”18. Cabe salientar aqui a colaboração do pesquisador Ricardo

Cabralacercadoempregodeequipamentosdeuso individualnoProjetoCobra.

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denovosmateriais,éocaminhointernacionalmentetrilhadoecomoqualoBrasilprecisaestaremsincro-nia–preferencialmentenavanguarda.

Um enfoque diferenciado para o segmentotambém está sendo dado pela segurança pública,sobretudo tendo em vista diretrizes como a Lei no 13.060/2014,queproíbeagentesdeempregararmasletais“contrapessoaemfugaqueestejadesarmada”e“contraveículoquedesrespeitebloqueiopolicialemviapública,excetoquandooatorepresenteriscodemorteoulesãoaosagentesdesegurançapúblicaouaterceiros”(Brasil,2014a,Artigo2o,incisosIeII).

Apesardeconterparadigmasjáempregadospe-lasforçaspoliciaisdopaís,anovalegislaçãoratificaopensamentomaisprotetivoatribuídoàsegurançapú-blicanaatualidade,oquecertamenterepercutenastecnologiasutilizadas.Damesmaforma,aexistênciade novas tecnologias permite umempregodiferen-ciadodosagentesdesegurança.

CONCLUSÃOPrincipais resultados, elencados de acordo com os objetivos do estudo

Estapesquisafoidesenvolvidasobrequatroobjetivosprincipais,apresentadosnaIntrodução. Ao longo desta seção, portanto, serão delinea-dososprincipaisresultadosapartirdaproposi-turainicial.

Ointuitodeobservarcomoosegmentosede-senvolvenocenáriointernacional–identificandoosprincipaisfabricantesdeoutrospaísesequaissãoaspossíveis oportunidadespara as empresasbrasilei-rasnoexterior.Nestaseobservouqueoitoempre-sas produtoras de equipamentos de uso individualsedestacamentreascinquentamaiorescompanhiasdomundoemvendasdetecnologiasdedefesa,con-formecatalogaçãodoSipri.

Nenhumadasoitopertenceapenasaosegmen-to,jáqueassuasáreasdeproduçãotambémenvol-vemdispositivosdeusocoletivo.Asempresasforamapresentadasdeacordocom tecnologiasproduzidas,nacionalidade,dimensãodevendas,empregosgera-dos,posiçãonorankinginternacionalebrevehistóri-co.Sãoelas:

▪ GeneralDynamics,commatriznosEstadosUnidos;

▪ Rheinmetall, sediadanaAlemanha;

▪ ElbitSystems,comsedeemIsrael;

▪ Rockwell Collins, cujo país-sede são osEstadosUnidos;

▪ Alliant Techsystems, outra empresaestadunidense;

▪ OrdnanceFactories–empresadogovernodaÍndia;

▪ Harris Corporation, sediada nos EstadosUnidos;e

▪ STEngineering, comsedenaRepúblicadeCingapura.

Considerando-seorankingdevalorescomercia-lizados, constatou-se que não há firmas brasileirasque vendam equipamentos de uso individual nummontantesuficienteparaquesejamelencadasentreascinquentamaiores.Contudo,observou-sequeasempresas nacionais vêm se destacando em termosdeinovaçãoecompetitividade,sobretudonoconcer-nenteaarmasnãoletais.Alémdisso,concluiu-sequeequipamentos de uso individual em geral tambémestãopresentesnasestruturasdesegurançapúblicaequeasperspectivasparacrescimentodosetorsãopositivas,emespecialdevidoàconjunturainternacio-naldemudançassociais,inovaçãoeintegraçãoentredispositivos–quepossuemcadavezmaiorconecti-vidadeentresi.

Nasequência,doisobjetivosdesteestudoper-fizeram-secomplementaresentresi:omapeamentodosegmentonaBaseIndustrialdeDefesadoBrasileacoletaeinterpretaçãodedadosdefontesprimáriase secundárias.Os resultados dessa intersecção sãoapresentadosaseguir.

Quanto à estrutura produtiva, verificou-se que44 empresas compunham o segmento noBrasil noano de 2014. Dessas, 37 declararam informações

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para aRais até 2011– ano dos últimos dados dis-poníveis.ApartirdaRais,constatou-sequeonúme-rode funcionáriosaumentouconstantementeentre2003e2011,quandosechegouaumamédiade197por empresa. Oaumento namédia de funcionárioséumaevidênciaclaradocrescimentodosegmento,isso porque as contratações aumentam conforme anecessidadedasempresasdeproduzir.Esta,porsuavez,édiretamenteconectadaàdemanda.Deriva-se,assim,aprobabilidadedeasempresasteremcrescidoemtermosdecontrataçãodevidoànecessidadedeaumentodaproduçãoparaatenderaomercado.Essahipóteseseráconfirmadanasanálisesseguintes,so-bretudonasentrevistasrealizadascomempresários.

Comrelaçãoàqualificaçãodosrecursoshuma-nos,ficouclaroqueaproporçãodefuncionárioscomnível superior também aumentou no período, indodeumamédiadedezenoveporempresa,em2003,a22,em2011,totalizando15,79%decrescimento.O fato demonstra que o segmento vem trabalhan-docomtecnologiasquerequeremumamãodeobramaisbemqualificadaparaseremoperadas,aindaquetalqualificação representeumpagamentomaiordesalários por parte das empresas.Dopontodevistados funcionários, os númerosdenotamque investiremcontinuidadedosestudoséumaalternativaquevemtendocontrapartidaemtermosdecontrataçãonasfirmasdosegmento.

O crescimento da qualificação também mos-trou-secondizentecomosdadosdaPnadde2012,osquaisevidenciaramqueaofertademãodeobraqualificadavemaumentandocontinuamente,emes-pecialnaúltimadécada,enquantoseucustorelativovem caindo.Além disso, as empresas do segmentoapresentam situaçãomelhor do que a indústria emgeralnoconcernenteaempregadosqualificadosdes-de 2008. Isso porque, conforme a análise da Pnad,enquantoaindústriaperdeuespaçonototaldeocu-paçõesapartirdesseano,asfirmasdosegmentoti-veramoperíododemaioraumentodecontrataçãodefuncionárioscomnívelsuperior.

Da mesma forma, verificou-se o aumento nonúmerodeprofissionais técnicos/científicos,partin-dodeumamédiade0,4porempresaem2003a1em2011, representandoumcrescimentode150%.

Apesar dessa quantidade parecer pequena, obser-vou-sequeoprofissional técnico/científicoégeral-mente o encarregado pela supervisão da produçãodaindústria.Dessemodo,ofatodeem2003haveronúmeroquebradode0,4dessesprofissionaisporempresa e de tal número chegar a 1 em 2011 de-monstra a possibilidade de cada empresa possuir oseuencarregadotécnicooualgumaspossuíremmaisde1.Trata-se,portanto,deumavariávelsignificativa,quedeveseranalisadacomoumavançonaqualida-dedosprodutosenasaúdefinanceiradasempresas,sobretudoporqueo saláriodoprofissional técnico/científico costuma ser consideravelmentemais ele-vadodoqueodosdemais,justamentedevidoàsuaescolaridadeeresponsabilidadeatribuída.

Complementarmente, ponderou-se que a pro-porçãofoipositivatambémemrelaçãoaosengenhei-ros,queaumentaramde1,3porempresaem2003a1,6em2011–umadimplementode23%.Oaumentodecontrataçãodessesprofissionaisdemonstraavan-ços de qualidade e saúdedas empresas, damesmaformaqueoaumentodeprofissionaistécnico/cientí-ficos,tratadoacima.EssequadrofoicondizentecomaanálisedosdadosdaPnad,quedeixamclaroqueaofertademãodeobraqualificadavemaumentan-do progressivamente, sobretudo na última década,e contrariandoa tesedaescassezde trabalhadorescomqualificaçãonoBrasil–dentreosquaisosenge-nheiros,quesãocostumeiramentecitados.

Destacou-se que amassa salarial total chegou amaisdeR$244milhõesem2011,com37empresasre-gistradas.Tambémenfatizou-sequehouveumaumentocontínuodosaláriomédiodosfuncionários,quepartiudeR$2.018,47em2003paraR$2.898,28em2011–umcrescimentode43,61%.Talaumentofoireal,jáqueosdadossãodeflacionadospeloIPCAde2013.

Conclusivamente,oaumentodossaláriosmédiosnasempresasdosegmento,somadoaoaumentodamédiadeempregadose aos referidosaumentosdepessoaldenívelsuperior,técnicos/científicoseenge-nheiros,fechaumciclodeanálisedocrescimentoedoaumentodasaúdedasfirmasnoperíodode2003a 2011. Ressalvadas as retrações, que geralmenteculminamnoanode2007,operíodofoiderelativaprosperidadeparaasempresasdosegmento.

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Aessesdadossoma-seaescolaridademédiadosfuncionáriosemgeral,queevoluiuininterruptamen-tenoperíodo, indodeumamédiadenoveanosdeestudoem2003para10,8anosem2011.Talcresci-mentodemonstrouqueoaumentodamédiasalarialnãoocorreuapenaspelacontrataçãodefuncionáriostécnicos/científicoseengenheiros,mastambémpeloaumentogeralnamédiadequalificaçãodosfuncio-nários.Cabe frisar que a relação entre aumento daescolaridadeemelhoriados salários tem sido com-provada noBrasil, gerando umamelhoriamédia de15%para cada ano estudado, conformedemonstrapesquisadaFGV,combasenosdadosdaPnad.

Quanto à distribuição do número de empresaspeloporte,tantopelaclassificaçãodaRaisquantodoSebrae,econsiderando-seapenasonúmerodefun-cionários,asindústriasdosegmentoforamconside-radas,emmaiorparte,pequenas.Ressalte-se,contu-do,quehouveumaumentodecincoempresascomnúmero de funcionários entre 99 e 249 no ano de2011emrelaçãoa2008.Alémdisso,umaempresacommaisde499funcionáriosdespontouentre2005e2008,mantendo-senessepatamarem2011.Cabeaindapontuaroaumentodonúmerodemicroempre-sasnosegmento(comzeroanovefuncionários),quequasedobroude2008para2011,passandodequatroparaseterespectivamente.Ponderou-sequesãoem-presascomumaquantidadepequenadefuncionáriosequeestãoinvestindoemumsegmentoespecializa-doepoucocomumnoBrasil.Paracompletar,consi-derando-sequeasempresasdenovea49funcioná-rios semantiveramnamesma faixadeempregadosentre 2008 e 2011, demonstrou-se que não houveuminchaçodasmicroempresasporcontadareduçãodonúmerodepessoalocupadodasmaiores,massimumaumentorealdasprimeiras.Talevidênciaratificouocrescenteinteressedospequenosempreendedoresem atuar no segmento de equipamentos de usoindividualparaaBaseIndustrialdeDefesadoBrasil.

No concernente àdistribuiçãoedificuldadedemanutençãodemãodeobraespecializada,oaumen-to do número de empregos se deu, sobretudo, nasempresascommaiornúmerodefuncionários–maisde499,quetiveramadimplementossubstanciaisen-tre 2005 e 2008, quando esse número cresceu na

ordem de 53,13% – saindo de 2.824 funcionáriospara4.324,5.Entre2008e2011,ocrescimentotam-bém foi significativo, de 19,16%– indo de 4.324,5a 5.153,3 funcionários. Diante dos números, cabefrisarqueosegmentopossuía,até2011,quatroem-presascommaisde499funcionáriosnoBrasilequeasmaioresempresasdosegmentoultrapassaram,nomesmoano,asomatóriade5milfuncionários.

Ao serem questionados sobre como avaliam abuscapormãodeobraespecializadaesuficienteparaasatividadesrealizadasnaáreadedefesa,amaioriados empresários a classificou como “difícil” (44,4%dos que responderam) ou “muito difícil” (22,2%).Cabe ressaltar que nenhuma empresa a considerou“fácil”ou“muitofácil”.

Jáa respeitodopoderdecomprasdasempre-saseoscilaçõesdasaquisiçõesdadefesa,onúmerodeempresascomvendasregistradasnoComprasnetaumentouentre2003(quandoeramquinze)e2010– chegandoa23empresas.UmaconstânciamenorocorreunasvendasparaoMinistériodaDefesa,sen-doque,dasdezempresascomtalregistroem2003,háelevaçõesedecréscimosdevendedorasaté2010,quando chegaram a dezoito.Ovalor total dasven-dastambémsofreuvariaçõesnoperíodo,partindodeR$36milhõesem2003echegandoaoápicedeR$270milhõesem2012.OsdadosdeixamclaroqueoMinistériodaDefesaéfundamentalparaosegmen-to, sendo responsável por até91,48%das comprasem2009e88,16%em2010.Oanodemenoscom-pras foi ode2004, quandooMD foi o compradorde27,30%do total do segmento.Dos empresáriosqueparticiparamdowebsurvey,77,8%concordamemabsolutoquetantosituaçõesderestriçõesquantodebaixovolumedademandaporbenseprodutosdede-fesaafetamnegativamenteosfornecedoresdiretos,aopassoque22,2%concordamparcialmentecomtalassertiva.

Aindasobreoimpactodasoscilaçõesdegastosgovernamentaisemdefesa,44,44%dosempresáriosdestacamqueovalordestinadoporempresaàpes-quisaeaodesenvolvimentofoiprejudicadoporessasoscilações entre 2004 e 2013.Ou seja, para quasemetadedosrespondentes,ainconstânciadasdespe-saspúblicasdopaísemdefesaprejudicouaaplicação

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de recursosdasempresasemP&D.Poroutro lado,55%dosrespondentesgarantemqueasfirmasman-tiveramos investimentosnessasáreas–adespeitodasoscilaçõesdoperíodo–,demonstrandoconfiabi-lidadenoretornodosrecursosinvestidosnoavançocientíficoetecnológico,bemcomosaúdefinanceirasuficienteeumabuscaporindependênciaemrelaçãoàscomprasdogoverno.

Quanto à localização geográfica das empresasdo segmento catalogadas na Rais, evidencia-se aprevalênciadaregiãoSudestesobreasdemais.Estacontém29das37empresasconstantesnabasededados. Restam apenas seis empresas na região Sule duas na Centro-Oeste. As regiões em que nãodespontamempresasdo segmento sãoaNorteeaNordeste.Essedadofoiconsideradodignodenota,jáquenenhumaempresadosegmentosebeneficiadasisençõesfiscaisdaZonaFrancadeManaus.Tambémressaltou-seque,apesardacrescentemovimentaçãomilitaremáreasestratégicasdaAmazônia,asempre-sascontinuamconcentradasemoutrasregiões,sen-doqueasquemaisseaproximamdaáreasãoaquelassediadasnoCentro-Oeste.

Noconcernenteàinovação,foramencontrados82pedidosdepatentesaoINPIpelasfirmasdoseg-mentode2000a2011.Nãoobstante, a totalidadedas empresas que responderam aowebsurvey afir-mamdesenvolverpesquisadeprojetos.Alémdisso,todaselasdeclaramterrealizadoatividadescontínuasdeP&Dentre2010e2013.Aomesmotempo,che-gama44,4%asquedesenvolveramprodutosoutec-nologiasdestinadasaomercadocivilequeposterior-menteforamcomercializadosemmercadosmilitares.Poroutro lado,totalizam66,7%asquedesenvolve-ramprodutosoutecnologias,inicialmentedestinadosamercadosmilitares,queforamcomercializadosnomercadocivil.Opercentualdeempresascomexpec-tativas“elevadas”paraqueasinovaçõesnalinhadeprodutoscivissejamaproveitadasparaaáreadede-fesa,nospróximoscincoanos(spin in)chegaa88,8%dototaldasqueresponderamaowebsurvey.Apenas11,1% têm expectativas “nada promissoras” nes-se aspecto.Os percentuais são osmesmos para asempresasqueesperamqueasinovaçõesnalinhadeprodutosdedefesasejamaproveitadasnaáreacivil

(spin off) nos próximos cinco anos. Ou seja, 88,8%delas têm expectativas que vão de “razoavelmen-te”a“muitopromissoras”esomente11,1%,“poucopromissoras”.

Tratando-sedeinserçãointernacional,duasem-presasdo segmentoultrapassaramamarcadeUS$100milhõesemexportaçõesem2013.Destacou-seo fatodeserem indústriasbrasileirascomalto índi-cedevendasnoexteriorequecolaboraramparaoresultadopositivodabalança comercial dopaísna-queleano.Em2013asexportaçõestotaisdoBrasilchegaramaUS$242,2bilhões–oterceiromelhordahistória, inferiorapenasa2012 (US$242,6bilhões)e2011(US$256bilhões).Asimportaçõesem2013ficaramemUS$239,6bilhões,comsaldocomercialdeUS$2,5bilhões.Paracompletar,umaempresadosegmentoficounafaixadeexportaçãoentreUS$10eUS$50milhões,duasnafaixadeUS$1milhãoaUS$10milhõeseseteatéafaixadeUS$1milhão.A balança comercial no período2003-2007 apontaparaumsuperavitdosegmento(exportaçõesmenosimportações)totaldeUS$492,9milhõeseumsupe-ravitmédiodeUS$24,9milhõesporempresa.

Comrespeitoaosprincipaisdestinoseprodutosdasexportações,osdadosdemonstramaimportân-ciaestratégicadosEstadosUnidosparaasempresasdosegmento.Essepaís semantém invariavelmentecomoomaiorimportadordosprodutosebemàfren-tedossegundoscolocados,quemudamdeanoaano.Os“cartuchosparaespingardasecarabinasdecanoliso” foramoprincipal produtodealta emédia-altaintensidadetecnológicadeexportaçãoentre2008e2013,correspondendoaUS$753milhõesemven-das.Osprodutos seguintes são “espingarda e cara-binasparacaçaoutiroaoalvo”,alcançandoUS$719milhões.Caberessaltarquesãoequipamentosmanu-faturadosequeamaiorpartedasimportaçõesére-lativaamatérias-primas.Aindaassim,ficouclaroqueprodutoseletrônicos,emgeral,nãosãoofortedain-dústrianacionalnestesegmento.Verificou-sequeasempresas têm importadomicroprocessadores a fimdeproduziremequipamentoscategorizadoscomode“alta tecnologia”. Concluiu-se que, embora tal dinâ-micapossa ser identificadana teoriadasvantagenscompetitivas,seriabenéficoparaoBrasilaumentara

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expertiseeacapacidadeprodutivadesuasempresasparaamanufaturade itensdealta intensidade tec-nológica, como microprocessadores, por exemplo.Afinal,estesestãopresentesnasmaisdiversasáreaseequipamentos,sendosaudávelparaopaísnãofi-careternamenterefémdoconhecimentoedasfirmasestrangeiras.

Constatou-se que a China semantém comoaprincipalorigemdasimportaçõesdosegmento.Enquanto isso, os Estados Unidos ficam entre osegundo e o terceiro lugar, contrastando com aposiçãodeprimeirodestinodasexportaçõesmen-cionadaacima.Asempresasvêmimportandoprin-cipalmente“chapaseplásticos”(US$30.657.550)e “catodosdecobre refinado” (US$22.235.341).Alguns tipos de “microprocessadores”, no entan-to,tambémdespontamdentreosprincipais itensde importação,conformemencionadoacima,de-lineando a preponderância de empresas orien-tais, sobretudo chinesas, na fabricação dessastecnologias.

Considerações finaisOquartodosobjetivospropostosparaoestudo

foi perfazer análises e constatações que pudessemser empregadas por tomadores de decisão para ageraçãoemelhoriadaspolíticaspúblicas.Tendoemvistatalproposituraeafimdedemocratizarapesqui-sa,osempresáriosforamdiretamentequestionados,duranteasentrevistasdasvisitas técnicas, sobre “oqueprecisaserfeitoparafortaleceredesenvolveraBase IndustrialdeDefesadoBrasil?” (anexoA,per-gunta10).As respostas foramvariadase compõemummosaicodesugestões.Asprincipaisforamrepro-duzidasabaixo.

ReduçãodoscustoscompessoalnasForçasArmadas,au-

mentandoosrecursosparanovosinvestimentosemanu-

tençãodossistemasexistentes(Empresa1).

Programas continuados, não focando somente em as-

pectos estruturantes e estratégicos, além de permitir a

continuidade do orçamento para incentivar as Forças.

Adicionalmente, alteraçõesna lei, de formaqueasem-

presas se sintam confortáveis e que o governo possa

contribuir comasForçasnacontinuidadeda renovação

(Empresa2).

É necessário que o governo tenha uma demanda bem

estabelecidaequetenhaplanejamentoem,pelomenos,

ummédioprazo,alémdemanterativasasencomendas

dedesenvolvimentotecnológico(Empresa3).

NapartedemercadocivilnoBrasil,énecessáriocumprir

oqueestána lei, jáqueoplebiscitododesarmamento

tevecomoresultadoamanutençãodapossibilidadedeas

pessoasteremarmasparasedefender(Empresa4).

Só sedesenvolvequalquertipode indústriaquando se

temdemanda,eesta,nocasodadefesa,temqueseco-

meçarpelogovernofederal.Écrucialqueogovernocum-

praoseupapel,dandooaporte inicialparaqueasem-

presassedesenvolvamnomercadoemgeral(Empresa5).

Note-se que todas as sugestões dos empresá-riossãoendereçadasaogovernodoBrasil,aindaquea pergunta tenha sido feita de forma aberta. Cabe,porisso,mencionarqueumainiciativagovernamen-talqueteveparticipaçãoativadaAbimdefoiaLeino 12.598/2012.AAbimde vinha publicando cartilhasnas quais delineava “medidas viabilizadoras” parasuasassociadas.Algumasdelasforamatendidaspelareferidalei.Deumaformaresumida:

A Lei no 12.598/2012 instituiu o [Regime Especial

Tributárioparaa IndústriadeDefesa]Retid,criouade-

signação de [Empresa Estratégica deDefesa] EED com

acesso diferenciado a financiamentos de programas,

projetoseaçõesparaosetoresuspendeuaexigênciade

pagamentodo[ProgramadeIntegraçãoSocial/Programa

de Formação do Patrimônio do Servidor Público]

PIS/Pasep, do [Contribuição para Financiamento da

SeguridadeSocial]Cofinsedo Imposto sobreProdutos

Industrializados–IPI(Mota,2012,p.7).

Os empresários também foram questionadosacercadessalegislação(anexoA,pergunta2).Aopi-niãogeral “équeestásendo levadomaisemconsi-deraçãoaempresaserbrasileiradoqueelaagregartecnologias”. Em outras palavras: “seria necessário

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conciliaromercadoestrangeirocomobrasileiroeas-simfortaleceromercadonacional”.

Esseúltimopontodevistaécompartilhadotantopelosrepresentantesdasempresasquantoporoutrosestudiososquesedebruçaramsobreanova legisla-ção(Mota,2012,p.9).Dessemodo,noequilíbriodosbenefíciosdogovernoàsindústriasnacionais,hádeseterocuidadodenãoastornarpoucocompetitivaspara omercado internacional.Alémdisso, comoosprópriosempresáriosobservam,aprioridadedeveseropaís–enemsempreastecnologiasquemaisbemoatendemsãoasproduzidasemterritórionacional,aindaquesedêprioridadeaestas.

Tambéméimportantequeseprotejamasfirmasnacionaisdeseremcompradaspelasfirmasdefora,evitandooqueseconstatou,napesquisa,comoumadas principais estratégias das empresas internacio-nais,quetambéméverificadaporoutrospesquisado-res:“Convémressaltarapossibilidadelegaldeaqui-siçãodeempresasnacionaisatuantesemdefesaporempresas e consórcios estrangeiros, com possíveisprejuízosparaastecnologiassobdomínionacionaleparaosesforçosdeinvestimentospúblicosefetuadospormeiodeagênciasdefomento”(LongoeMoreira,2013,p.277-304).

Complementarmente, 77,8% dos empresáriosque responderam aowebsurvey atribuíram impor-tância “alta oumuito alta” para o fato de se con-siderar que governos de outros países auxiliam assuasempresasmaisdoqueogovernobrasileirofazcom as dele, conforme destacado anteriormente.Ouseja,asfirmasqueremoapoiodogoverno,masde formaque possam crescer em competitividadeinternacional.

Nesseponto,éfundamentalressaltarosbenefí-ciosdasparceriasentre:governo/militares;universi-dades/institutosdepesquisa; e empresas; cumprin-do,assim,aEstratégiaNacionaldeDefesa:

Resguardados os interesses de segurança do Estado

quantoaoacessoainformações,serãoestimuladasinicia-

tivasconjuntasentreorganizaçõesdepesquisadasForças

Armadas, instituições acadêmicas nacionais e empresas

privadasbrasileiras.O objetivo será fomentar o desenvol-

vimento de um complexo militar universitário-empresarial

capaz de atuar na fronteira de tecnologias que terão quase

sempre utilidade dual, militar e civil(Brasil,2012).

Conformedemonstrado,dasempresasqueres-ponderamaowebsurvey,14%consideramqueparce-rias comcentrosdepesquisamilitarestiveramumaimportância“alta”paradesenvolver inovaçõesentre2010 e 2013. Outras 14% consideram que tal im-portânciafoi“média”e71%aconsideram“baixaounão relevante”.Quanto a centros de pesquisa civis,14%dasempresasconsideramasparceriasde“alta”importância, enquanto 29% de “média” e 57% de“baixa” ou “não relevante”. Por fim, com relação àsuniversidades,nenhumaempresaconsiderouqueasparceriasforamde“alta”relevânciade2010a2013,enquantoque43%afirmamqueforam“medianas”e57%,debaixaou“nenhumarelevância”paraodesen-volvimentodeinovações.Nota-se,assim,oquãodis-tanteopaísestádeestabeleceroque,naspalavrasdaEstratégiaNacionaldeDefesa,seriaum“comple-xo militar universitário-empresarial capaz de atuar nafronteiradetecnologiasqueterãoquasesempreuti-lidadedual”.

SegundodadosdaCapes,oBrasilpossui5.689cursos de pós-graduação (Capes, 2014). Possuindotalestruturaacadêmica,opaístemsemantidoentreosquinzecommaiorproduçãocientífica,deacordocomaBaseScopus.19Nessecontexto,hácomprova-damentepotencialparamodelosdeinovaçãotecno-lógicaquecontemplemtambémadefesa.Porexem-plo:em2005,2008ecomrepublicaçãoem2013,foirealizadaumainiciativadeconsiderávelreceptividadecomacomunidadeacadêmicanessaárea:oProgramaPró-Defesa(Brustolin,2014,p.67). UmalinhamentosemelhanteocorreucomoEditalPró-Estratégia,em2011.Tratam-sedemedidaspontuaisebem-sucedi-das,quenecessitamserampliadasereplicadas–afi-nal,todaessaestruturauniversitáriaedecentrosdepesquisaprecisatermaiorintegraçãocomabasein-dustrial,afimdeampliarapesquisabásicaeaplicadaemambas.

19. Conforme dados de The SCImago Journal. Disponível em:<http://goo.gl/43Dycm>.Acessoem:22nov.2014.

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As parcerias entre governo, universidades eindústrias impulsionaram o complexo de defesadosEstadosUnidosecontinuamsendoreplicadas,comasdevidasadaptaçõesinstitucionais,porpa-ísescomoCoreiadoSule Israel (Brustolin,2014,p.9).AocumpriraEND,sobretudonessepreceitonorteador,oBrasilestaráampliandofortementeodesenvolvimento da indústria, da pesquisa cien-tífica e, emúltima análise, da suaprópriaDefesaNacional.Paraesseviésháduaspropostas, resu-midasaseguir.

1.UmamudançanadinâmicapelaqualaCapeseoCNPq,

dentreoutrasinstituiçõespúblicas,fomentamapesquisa

naáreadedefesa,passandopelavisitaconstantedeuma

equipetécnicaauniversidadeseindústrias,comainten-

çãodepreenchernecessidadestecnológicasdogoverno

naárea,deformasemelhanteaoqueaDefenseAdvanced

ResearchProjectsAgency(Darpa)faznosEstadosUnidos

(Brustolin,2014,p.100).

2. A criação de uma agência de fomento dentro do

MinistériodaDefesa,desdequeestatenharecursospró-

priosestáveis,nãosujeitosacontingenciamentos,eque

tambématuedeformaprática,conformedescritoacima.

Por fim, não há desenvolvimento industrial dedefesaqueresistaà incertezadecontratos,faltadetransparênciadasintençõesdogovernoparaaquisi-ções,descontinuidadedos investimentosecusteios– tampouco a contingenciamentos corriqueiros noorçamento.Os depoimentos dos empresários apre-sentados nesta seção deixam isso muito claro. Emtodoomundo,pesquisaedesenvolvimentosãofei-toscomcontinuidadeemanutençãodeinvestimen-tos, mediante resultados. Portanto, se se pretendedesenvolver a Base Industrial de Defesa do Brasil,são fundamentaisoplanejamentode longoprazoeo progressivo aumento e manutenção dos investi-mentos governamentais no setor. Neste sentido, odetalhamentoeavinculaçãoorçamentáriadoPlanodeArticulação e de Equipamento daDefesa (Paed)é umbom começo. Isso só funcionará, contudo, seopaístiverumaclaraeobjetivaPolíticaTecnológicadeDefesaNacional,devidamenteinseridanosPlanos

Plurianuais.Complementarmente,énecessáriaacria-ção demecanismos legais que impeçam os contin-genciamentosdoorçamento,aexemplodaPropostadeEmendaConstitucional(PEC)no85/2003,queal-mejavedaralimitaçãodeempenhoemovimentaçãofinanceira das dotações consignadas ao orçamentodas ForçasArmadas, inicialmente, por um prazo dedezanosapartirdesuaaprovação.

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ANEXO A

ENTREVISTAS, SEGMENTO H: EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUALCritério para a seleção das empresas a passarem por entrevistas20

Optou-sepeladiversidade,afimdeseconhecerdiferentesparadigmas,aspectos,abordagensepontosdevistadomercado.Dessemodo:

▪ aEmpresa1éumarepresentantedecompanhiasinternacionaisquecomercializamoupretendemseestabelecernoBrasil;

▪ aEmpresa2éinternacional,seestabeleceunoBrasilhádoisanosevemgerandoempregoseinvesti-mentosnopaís,comexpectativaderetornosfinanceirosqueaindanãoseconcretizaram;

▪ aEmpresa3énacional,focadaexclusivamenteemequipamentosdeusoindividualecompetitivanomercadointernacional;

▪ aEmpresa4énacionaleestápassandoporumprocessodefusãocomoutraempresa,tambémna-cional;e

▪ aEmpresa5éestatal–umadaspoucasaindapertencentesaogovernonaáreadedefesa.

Tabela A.1Cronogramadevisitas

Data Entrevista

29/7/2014 Empresa1

1o/8/2014 Empresa2

8/8/2014 Empresa3

11/8/2014 Empresa4

16/9/2014 Empresa5

PERGUNTA 1Como descreveria a relação entre sua empresa e os institutos de pesquisa das Forças Armadas e com univer-sidades/centros de pesquisa em geral? A participação da empresa envolve apenas fornecimento de bens e serviços ou há desenvolvimento conjunto de projetos de P&D? Como ocorre essa interação?Resposta – Empresa 1:Comoumaparcelaimportantedonossotrabalhodeconsultoriaparagrandesfabrican-tesestrangeirosdematerialdedefesaéauxiliá-losnamontagemdaspropostasdeoffset,mantemosestreitocontatocomosinstitutosdepesquisadasForçasArmadas.ProjetosconjuntosemP&Dsãoatraentesepermi-temousodemultiplicadoreselevados,noentanto,sãoosdemaisdifícilimplementação.Resposta – Empresa 2:Sim.Existeessaintegração.Hápesquisadoresdentrodaempresa.NoBrasil,jáiniciamosacordoscomoIME,PUCdeSãoCarlos,USP,UFSCAReITA.Comessasinstituiçõesjáexisteumaaproximação,

20. Onomedasempresasfoipreservado.

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inclusivealgunsprojetosvisualizados.Ofatoéqueparaseterumaempresadetecnologiadeponta,éessen-cialteraajudadepesquisasnasuniversidades.Anossaempresatememmédia400profissionaiseofereceoportunidadesdeestágiosetraineesparauniversitários.Resposta – Empresa 3:Arelaçãocomgruposdepesquisaéfundamentalparaodesenvolvimentodanossaempresa. Internamentetemosumgrupodepesquisabemestruturadodedesenvolvimento–umgrupodeengenhariadeproduto.Háalgunsanos forambuscados recursos juntoàFAPERJ [FundaçãodeAmparoàPesquisadoEstadodoRiodeJaneiro],comafinalidadededesenvolveroprimeiroprotótipodearmaelétricanãoletal.Háaindaumoutroprojetodearmasnãoletaisemandamento,emparceriacomoCEFET[CentroFederaldeEducaçãoTecnológicaCelsoSuckowdaFonseca].1.1. Como ocorre a dinâmica? O governo faz uma encomenda ou a empresa percebe o que pode ser útil para o mercado? Osetordeencomendaaindanãoexiste.Anossaempresaidentificaoqueestáescassoepropõeumprodutoqueconsideraútilaogoverno.Háumcontatocomousuáriodoprodutoeesteopinaseestábom,ounão,eaempresaimplementaalteraçõesaosprodutosanteriormenteoferecidos.1.2. A empresa produz pesquisas em conjunto com institutos das Forças Ar-madas? HáumconvêniocomoIMEemandamento,parapossibilidadedebolsasdaempresaemcursosdemestradoedoutoradoparaquemtenhainteresseemdesenvolverprojetos.AnossaempresabeneficiouumalunodemestradoemQuímicadaUFRJ[UniversidadeFederaldoRiodeJaneiro]comumabolsadeestudospelofatodapesquisadeleserdenossointeresse,apesardenãohaverexpectativadegerarumapatente,poisonossoobjetivoéconhecermelhoraformulaçãodepesquisasbásicas.Resposta – Empresa 4:Dentreosinstitutosdepesquisa,háumacordocomoIME.Trata-sedeumestágioparaformaçãodeengenheirosmilitares.Gostaríamosdetermaissoluçõesinovadorasemparceriascomossetorespúblico-privado.Resposta – Empresa 5:HáparceriascomoIME.Anossaempresanãofazpesquisa,sódesenvolvimento.

PERGUNTA 2Há interesse em tornar-se (ou permanecer) uma Empresa Estratégica de Defesa, nos termos da Lei 12.598, de 21 de março de 2012? Por favor, justifique.Resposta – Empresa 1:NãotemosinteresseemnostornarumaEmpresaEstratégicadeDefesa.Nãopreen-chemososrequisitos.Resposta – Empresa 2:Sim.HojenoBrasilnãohácomonãopensarnisso.Ofatoéqueestásendolevadomaisemconsideraçãoaempresaserbrasileiradoqueelaagregartecnologias.Serianecessárioconciliaromercadoestrangeirocomobrasileiroeassimfortaleceromercadonacional.OBrasiltemprofissionaisbrilhantes,masfaltatecnologiaporfaltaderecursos,investimentoseumasériedeoutrascoisas.Então,oBrasilteriaqueabraçaromercadoquehánoexterior.Detodaforma,háinteressesimdanossaempresaserEstratégicadeDefesa.Resposta – Empresa 3:AnossaempresaéEstratégiaeDefesa,eoquegeracomobenefícioaindanãoestádefi-nido.Resposta – Empresa 4:Aempresafazparteequerpermanecersempre.Resposta – Empresa 5:AnossaempresaéEstratégicadeDefesaedevecontinuarsendo,poisissoéinteressedogoverno.

PERGUNTA 3Agências de desenvolvimento e associações de empresas de defesa e Segurança têm sido úteis para esses setores no Brasil? Por favor, justifique.Resposta – Empresa 1:Sim.Porcongregarosinteresseseconhecerasdificuldadesdosetor,buscamcontinu-amenteacriaçãodeumaconjunturafavorável,defendendoosetor.

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Resposta – Empresa 2:AAbimdeéessencial.Atravésdesta,épossívelterumavisãodemercadointegrado.Oinvestimentoemdefesanopaísémuitobaixo.Acontinuidadenaindústriadedefesaépoucovista.Quantoàproduçãodual:Astecnologiasdepontaeasgrandesrevoluçõestecnológicasvieramdatecnologiadedefesa,danecessidadedatecnologiamilitar.Quandosefaladomercadomilitaredocivil,trata-secomomilitarasForçasArmadaseasegurançapúblicacomocivil.Paraaempresaistojáéumusodual,porqueemprega-seomesmoequipamentoparadefesanacionaleparaasegurançapública.Resposta – Empresa 3:Sim,seolharmosaAbimdede10anosatrás,aAssociaçãoevoluiuetemajudadoasempresasdeformaestratégica.Resposta – Empresa 4:Sim.InstituiçõescomoAbimdeeANIAMsãoimportantesedentrodoconceitodein-dústrianacional,semdúvidaessasassociações,comopassardotempo,poderãosercadavezmaisrelevantes.Temosqueentenderqueomercadonacionalémuitopequeno;ouexistequalidadeounãoexisteindústria.3.1 Dos produtos que a empresa produz, quais são duais (civis-militares)?Ocapacetedeaçãocivil.Anossaempresafabricaocapacetedemotociclistaeocapaceteantitumulto.ÉparaaGLO(GarantiadaLeiedaOrdem),nãoéparacombate.Outrosprodutospodemnãoserduais,masatecnologiaempregadanafabricaçãodealgunscomponentes,sim.Resposta – Empresa 5:Sim,porquetêmviabilizadonovoshorizontesdenegóciosparaasempresasdoSegmento.

PERGUNTA 4Os grupos de pesquisa existentes no Brasil (como os do CNPQ) têm sido úteis para a sua empresa, por quê? Nessa mesma linha, os artigos científicos publicados por pesquisadores brasileiros e estrangeiros têm sido úteis para a empresa, por quê?Resposta – Empresa 1:Não.Nossotrabalhoestámaisvoltadoparamarketing,ambientedenegóciosegestãodeprojetos.Infelizmente,sobrapoucotempoparaatualizaçãocientífica.Resposta – Empresa 2:Sim,aempresautilizapublicaçõesquepossamseraplicadasparapesquisasinternas.Resposta – Empresa 3:HáumgrupodepesquisasdoCNQPdoqualfazemosparte,atualmente.Háumprojetodeeditalemandamentocomoobjetivodefixarmestresedoutoresparatrabalharemprojetosmaisavança-dos.4.1. A empresa acompanha artigos científicos publicados por pesquisadores brasileiros e estrangeiros? Sim,masnoBrasil,especificamenteemarmasnãoletais,aspublicaçõesnoassuntosãoquasezero.4.2. As patentes da empresa são abertas no INPI ou são fechadas para acesso ao público? Asnossaspatentessãoabertasaopúblico.Cadapatentetemumlugardeinteresse,comoBrasileEstadosUnidos,ondetambémregistramos.Resposta – Empresa 4:Atéomomento,gruposdepesquisaexistentesnoBrasilnãotêmsidoumbenefícioparaanossaempresa.Quantoaosartigoscientíficos,ospriorizadossãotodosdaáreadeengenharia.Resposta – Empresa 5:Osetordeengenharia(queéoresponsávelpelaspesquisas),comcertezaachamuitoúteis,tantoosgrupos,quantoosartigos.

PERGUNTA 5Como avalia a entrada de empresas multinacionais de defesa no Brasil através de aquisições, fusões e joint ventures? A sua empresa se enquadra em alguma dessas categorias ou possui concorrentes/parceiros nelas?Resposta – Empresa 1:Nossaempresaprestaconsultoriaparagrandesempresasestrangeirasquetêminte-resseemparticipardomercadobrasileiro.Aindicaçãodeparceirosadequadosparaasnecessidades–perfildenewcomer[recém-chegado]éumaspectoimportantedessetrabalho.Resposta – Empresa 2:Respondidoanteriormentenasegundaquestão:“Serianecessárioconciliaromercadoestrangeirocomobrasileiroeassimfortaleceromercadobrasileiro.OBrasiltemprofissionaisbrilhantes,masfaltatecnologiaporfaltaderecursos,investimentoseumasériedeoutrascoisas.Então,oBrasilteriaqueabraçaromercadoquehánoexterior”.

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Resposta – Empresa 3:Éumdosproblemasapresentadosanteriormente.Éprecisoterumaestratégia,poistemosummercadorazoável,umpaísgrandeeummercadobom.5.1. A empresa tem algum concorrente, algum tipo de parceiro nessa categoria? Nomomentonão.NoBrasil,anossaempresanãoestásozinha,maséaúnicaempresadedicadaexclusivamenteaequipamentosnãoletais–ouseja,nãoháempresasnoBrasilcomestetipodeportfólio.Háalgumaconcorrência,porexemplo,comempresasquefabricamspraydepimenta,em-presasquefabricamgranadaslacrimogênias.Portanto,nãoháumaconcorrênciaqueestimuleaempresae,tampouco,umaparceriaimportante.Masnoexterior,háumaempresaparceiranaAlemanha.Resposta – Empresa 4:Comoomercadoestáhoje,quebrariatodomundo.Nãohámaisespaço.Nãoháexpor-taçãoparaaAméricadoSulporqueosprodutoscontroladossofremcom150%deimpostodeexportação.Étodaumaquestãoideológica.Resposta – Empresa 5:Avisãoquetínhamos,nopassado,eradequeaindústriaviriaparaocuparlugarnomercado.Issonãoaconteceu.OproblemaéqueogovernodoBrasilinvestenasForçasArmadasemperíodoscíclicos,deaproximadamente30anos.Daíocorremabandonosporpartedogovernoeéprecisocomeçarumnovociclo,praticamentedozero.

PERGUNTA 6Sua empresa já sofreu algum tipo de restrição tecnológica para a importação ou exportação de equipamentos ou insumos? Que tipo de restrição? Como essas restrições afetaram a sua produção? Qual foram as soluções da empresa para contornar as situações?Resposta – Empresa 1:Muitasdasempresasestrangeirasqueapoiamossofremrestriçõesdevendasdepro-dutosoutransferênciadetecnologianomercadobrasileiro.Resposta – Empresa 2:Sim,masnãoforamrestrições,esimdificuldadescomumequipamentoparadoporcausadeburocracias.Apesardenãotertidonadailegal,tivemosquearcarcomaltosgastosnoportoeburo-craciasincompreensíveis.Háumabarreiramuitograndenesseaspecto.Resposta – Empresa 3:Aempresanuncachegouaterrestrições,mascomrelaçãoaocomponenteCS,perce-bemosque,seacontecesse,poderiapararanossafabricaçãodegáslacrimogênio.Resposta – Empresa 4:Restriçãotecnológica,não.Háumademandaacumuladanaimportaçãodealgunsitensqueprecisamos,porqueaquestãodalicençadeimportaçãoacabasetornandoumacoisarigorosa,masnãotivemosproibiçõesatéomomento.Resposta – Empresa 5:Hácerceamentosqueimplicamquecertosequipamentoseinsumosnãopossamserempregadosparafabricarmaterialbélico.Emoutraspalavras:acondição,dosfornecedores,dequealgumasmáquinasdasnossaslinhasdemontagemnãopossamserusadasparaproduzirarmamentos.

PERGUNTA 7De que maneira oscilações orçamentárias do Ministério da Defesa têm afetado a saúde financeira de sua empresa e de seus fornecedores?Resposta – Empresa 1:Significativamente.Apesardeatuarmostambémnaáreacomercial,nossofaturamentoéfortementeconcentradonadefesa.Resposta – Empresa 2:Afetaemtodosossentidos.Aestratégiadaempresamudaconformeoorçamento.Resposta – Empresa 3:Nomomento,nãoháumorçamentoemquesepossaconfiar.Éabsolutamenteincerto.Porissoinvestimosetivemosêxitonaexportação,porquequemdependesódomercadobrasileironãocon-seguesobreviver. 7.1. Qual a sua visão sobre uma Emenda Constitucional que garanta a manutenção do orçamento de defesa, sem contingenciamentos? Seriaexcelente.Gerariaumamisturadeencomendaparadesenvolvimentoededemandaestabelecidaparaproduzir.Semcontingenciamento.7.2. Sobre as ações afirmativas, como Projeto Pró-defesa: as considera uma solução para as parcerias com as universidades? Tudoqueogovernopuderincenti-

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varémuitobom,maséumpoucodemorado.Duranteaditaduraessetemaeramilitar,easuniversidadesseafastarammuitodisso.Hápoucotempoascoisascomeçaramamelhorar.Oprincipalpapeldauniversidadeégeraredisseminarconhecimento,massepudertambémparticipardodesenvolvimentotecnológico,serámui-tobom.Entãosetiverassociaçãocomalgumaempresaparagerarproduto,riquezaetrabalho,serámuitobom.Resposta – Empresa 4:OquemantemestaBaseIndustrialdeDefesaéocomérciocomosoutrospaísesemercadocivil.SeanossaempresadependessedasForçasArmadas, já teria fechadohábastantetempo.Aprodução,hoje,éde70%paraforadoPaís.Resposta – Empresa 5:Jáprejudicarambastante,mashojeemdianãoafetamaempresa,mesmocomalgunscortes,oorçamentotemsidosuficiente.

PERGUNTA 8Quais são as suas expectativas em relação às tendências de mercado (interno e externo) para o segmento de equipamentos de uso individual, considerando os próximos 10 anos?Resposta – Empresa 1:Anossaatuaçãonessesegmentoestádiminuindodevidoàsdificuldadesencontradasnosúltimosanos,paratrazerequipamentodeforaparaoBrasil.Resposta – Empresa 2:Nocasonanossaempresa,parausoindividual,háosequipamentosdesimulação.Sãosimuladoresdefalaesimuladoresinvisíveis,paraserusadosemcamporeal.Tambémosintegramosoftware.Aempresatemequipamentosinibidoresdefrequênciaparaocombatente.Entãoseháalgumabombaaserativada,oinibidorécapazdefazercomqueelanãosejaacionada,desativando-a.Aempresatambémpossuiinibidoresdeveículosecelulares.Resposta – Empresa 3:Háaapostaemumcrescimentorigoroso,nãosódedemanda.Háumcampomuitopropícioparaarmasnãoletais,tantonoBrasilquantonoexterior.Resposta – Empresa 4:Omercadocivilrestrito,comexceçãodosEstadosUnidos,exigedanossaempresaumaenormecapacidadedeinovação,porqueoamericanotendeacomprarprodutosdiferentesenovos.OmercadoquemaiscrescenosEstadosUnidos,hoje,éofeminino.Entãoanossaempresaestádesenvolvendoprodutosespecíficosparaomercadofeminino.NocasodemercadodeForçasArmadas,hácadavezmaisemelhoresprodutosqueatendamademandadessemercado.Resposta – Empresa 5:Hojeomercadointernoémuitobom.Asexpectativasparaospróximosanossãoaindamelhoresemtermosdeequipamentospequenosdeusoindividual. PERGUNTA 9Quais são os projetos futuros de sua empresa em relação ao segmento de equipamentos de uso individual?Resposta – Empresa 1:Anossaempresaestaráabertaanovasoportunidadesdenegócios.Casosurjamboasoportunidades,estudaremoscomatenção.Resposta – Empresa 2:Anossaempresaestáinvestindomaisespecificamentenapartedosinibidores,tantoodamochilaquantoodeveículo,ecomeçamosatrabalharnaáreaderobótica.Resposta – Empresa 3:Semprehácoisasemdesenvolvimento.AmuniçãoelétricaédesenvolvidapelanossaempresaeháoutrosequipamentosemparceriascompaísescomoCanadá,EstadosUnidoseIsrael.Hátam-bémprojetosquesãomenosvisíveisparaousuário,comoporexemplo,substituiçãodepólvoranegraporpólvoradebasesimplesnaproporção.Nóstemosaprimeirageraçãodearmaselétricasdopaís.Hámodelosdemuniçãonovoseadaptaçõesdeantigossendodesenvolvidosparausonomercado. 9.1. Segurança pública ou defesa? Émaisparaapolícia.MasháumaguerrarealparaasForçasArmadashoje:agarantiadaleiedaordem.Resposta – Empresa 4:Nãohápatentenestaárea.HátrâmitesdenovosprodutosnosEstadosUnidosaserlançado.Atendênciaétambémexpandirparaomercadodearmasnãoletais.

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Resposta – Empresa 5:Háequipamentosjáconsolidados.Estamosdesenvolvendoumrádiodemaiorpotênciaequeabranja,deformamuitoeficiente,asdiferentesnecessidadesdecomunicação. PERGUNTA 10O que precisa ser feito, em sua opinião, para fortalecer e desenvolver a Base Industrial de Defesa do Brasil?Resposta – Empresa 1:ReduçãodoscustoscompessoalnasForçasArmadas,aumentandoosrecursosparanovosinvestimentosemanutençãodossistemasexistentes.Resposta – Empresa 2:Programascontinuados,nãofocandosomenteemaspectosestruturanteseestraté-gicos,alémdepermitiracontinuidadedoorçamentopara incentivarasForças.Adicionalmente,alteraçõesnalei,deformaqueasempresassesintamconfortáveisequeogovernopossacontribuircomasForçasnacontinuidadedarenovação.Resposta – Empresa 3:Avançarnaquestãodeentenderessaáreacomoestratégicaeapartirdomomentoquedefinirisso,criaraçõesquetenhamcoerência.Énecessárioqueogovernotenhaumademandabemestabe-lecidaequetenhaplanejamentoem,pelomenos,ummédioprazo,alémdemanterativasasencomendasdedesenvolvimentotecnológico.Resposta – Empresa 4:NapartedemercadocivilnoBrasil,énecessáriocumpriroqueestánalei,jáqueoplebiscitododesarmamentotevecomoresultadoamanutençãodapossibilidadedeaspessoasteremarmasparasedefender.Resposta – Empresa 5:Sósedesenvolvequalquertipodeindústriaquandosetemdemanda,eesta,nocasodadefesa,temquesecomeçarpelogovernoFederal.Écrucialqueogovernocumpraoseupapel,dandooaporteinicialparaqueasempresassedesenvolvamnomercadoemgeral.

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APÊNDICE

RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO (WEBSURVEY), SEGMENTO H: EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUAL

Tabela 1Datasdosconvites,lembretesefinalizaçãodoquestionário1

Pré-convite 4/8/2014-18/8/2014Enviodosconvites 18/8/2014Lembretes1 25/8/2014Lembretes2 29/8/2014Lembretes3 3/9/2014Lembretes4 8/9/2014Lembretes5 12/9/2014Lembretes6 18/9/2014Lembretes7 22/9/2014Lembretes8 26/9/2014

Finalizaçãodoquestionário 29/9/2014

Nota:1Tabela-base:DadossobreoQuestionário.xls

Tabela 2EnvioderelatóriosparaaABDI1

Envio1 22/8/2014Envio2 29/8/2014Envio3 5/9/2014Envio4 12/9/2014Envio5 19/9/2014Envio6 26/9/2014Envio7 30/9/2014

Nota:1Tabela-base:DadossobreoQuestionário.xls

Tabela 3Prorrogaçãodoquestionário1

Datafinaloficial 31/8/2014Prorrogação1 12/9/2014Prorrogação2 21/9/2014Prorrogação3 28/9/2014

Nota:1Tabela-base:DadossobreoQuestionário.xls

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Tabela 4Relação:questionárioscompletos versus incompletos1

SegmentoTotal do

segmento

Total de convites enviados

Total de questionários

iniciadosCompletos Completos (%) Incompletos

Incompletos (%)

Opt.out.

Opt.out. (%)

A 19 18 10 7 39 2 11 1 6

B 130 123 55 37 30 14 11 4 0

C 355 337 82 38 11 22 7 22 7

D 34 32 6 4 13 1 3 1 3

E 28 27 9 5 19 4 15 3 11

F 362 325 90 58 18 21 6 11 3

G 115 99 38 25 25 9 9 4 4

H 44 44 15 9 20 2 5 4 9

Nota:1Tabela-base:Questionárioscompletosporsegmento.xls

Caracterização geral da empresa1.Anodefundaçãodaempresa.

Tabela 5Idadedasempresas1

Faixa etária da empresa Frequência

Até25anos 3

De26a50anos 4

De51a75anos 1

De76a100anos 1

Nota:1Tabela-base:Tabela1_IdadeEmpr_SegHQuestão3.xls

Tabela 6Idademedianaemédiadasempresas¹

Mediana da idade Média da idade

31 37,89

Nota:1Tabela-base:Tabela1_IdadeEmpr_SegHQuestão3.xls

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674 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

2.Qualéasituaçãoatualdaempresa?

Tabela 7Situaçãodaempresa¹

Situação atual da empresa Frequência

Emoperação/emimplantação 9

Nota:1Tabela-base:Tabela2_SitEmpr_SegHQuestão4.xls

3.Identifique,dentreossegmentosesubsegmentosdedefesaabaixo,aquelesemqueasuaorganizaçãoatua.

Tabela 8Subsegmentosdeatuaçãodaempresa¹

Subsegmentos FrequênciaMuniçãonãoletal 2Armasdefogodeaté30mm 2Acess.trein.armamento 2Equipamentosdesegurançaesalvamento 2Armamentosdiversos 2Roupasdeproteçãocontraprojéteis 2Barracaseencerados 2Equipamentosderadion.,excetoaeron. 1Muniçãodeaté30mm 1Al.esp.dietét.eprep.alim. 1Ed.pré-fabricadaseport. 1Distintivoseinsígnias 1Granadas 1Equipamentoseletr.deusoindividual 1Equipamentoscomun.rádioTV,exc.aer. 1Equipamentosnoturnos 1Utensíliosdomésticos 0Equipamentosdiv.mov.materiais 0Sacosebolsas 0Recip.esp.transporteearm. 0Raçõesembaladas 0Muniçãoacimade30mmaté75mm 0Mob.diversoseacessórios 0Armasdefogode30mmaté75mm 0Instr.apar.metereológicos 0Armasnãoletais 0Vestuárioexterno 0Calçados 0Gasescomprimidoseliquefeitos 0Acess.trein.comunicações 0Equipamentosindividuais 0Vestuárioparafinsespeciais 0

Nota:1Tabela-base:Tabela3_Subsegmentos_SegHQuestão5.xls

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Equipamentosdeusoindividual 675

Tabela 9Empresassaindodosegmento¹

Não se consideram deste segmento 1

Nota:¹Tabela-base:Tabela3_Subsegmentos_SegHQuestão5.xls.

Obs.:Nasvisitastécnicasparaentrevistas,encontramosumaempresaquefezpartedosegmentoatéoiníciode2014,masqueresolveuseretirar.Aempresatrabalhouduranteanos intermediandonegóciosdeequipamentosdeusoindividualimportadosparaoBrasil,masvinhaperdendoespaço,nessesegmento,parafabricantescomsedenopaís.Prosseguimosaentrevista,naocasião,portrêsrazões:

▪ aempresafezpartedosegmentodurantemaisdeumadécada,eadecisãodesairerabastanterecente;

▪ háperspectivadevoltaraatuarnosegmento,tantoqueosprodutosaindaestavamsendoanunciadosemseusite;

▪ entrevistá-losnosdariaumavisãodecomoosegmentopodeatrairouafugentarinvestidores–nacio-naisouestrangeiros.

Foiumaentrevistabastanteesclarecedora,quenosfezconstatar,naprática,umadasprincipaisestraté-giasdeempresasinternacionaisdedefesaparaseestabeleceremnoBrasil:comprarumaparteouatotalidadedeempresaspequenasaquisediadas.

Verificaratabela9desteapêndice,portanto,nãonossurpreendeu.Pelocontrário:validouoresultadoesperadonaentrevista,jáqueosentrevistadoshaviamavisadoqueseclassificariamforadosegmento,ades-peitodesuaatuaçãoneleduranteanos.

BID.indb 675 13/06/16 16:43

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676 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

4.Selecione,entreasatividades listadasaseguir,quaissãodesenvolvidasnoâmbitodasuaempresa.Identifiqueapenasumadasáreascomoprincipal,considerandopara issoaquelaatividadeemquesãoalocadosmaisrecursosnaorganização.

Tabela 10Atividadesdesenvolvidaspelasempresas¹

Atividade Frequência_ÁreaPrincipal Frequência_ÁreaSecundáriaAcabamento 0 2Des.sist.fabrisegerenc. 1 1Distr/corret/revenda/varejo 0 4Engenharia,designeprodução 0 7Ensaiosevalidações 0 4Fabr.peçasplásticasemat.comp. 2 2Fabr.deplataf.eprod.finais 1 5FormaçãodeRHetrein.edu. 0 2Fornecedordesistemascompletos 2 1Fornecedordesubsist.ecomp. 0 2Equipamentoseletrônicos 1 0Informaçãotecnológica(software) 0 3Informação(pesquisa) 0 2Inspeçãoecontroledequalidade 0 4Integração(plataformas) 0 2Integração(produtos) 0 4Integração(sistemas) 0 2Manut.Serv.pós-venda,reparo,ren. 0 3Obras 0 0Pesquisaedesenvolvimento 2 5Serviçosprofissionais 0 2Usinagemgeral 0 3

Nota:1Tabela-base:Tabela4_AtividadesDes_SegHQuestão6.xls

5.Aempresaé:

Tabela 11Participaçãoestrangeiradecapitalnasempresas¹

Participação na empresa Frequência Proporção (%)

Independente,comcapitalcontroladornacional 6 66,67

Partedeumgrupo,comcapitalcontroladornacional 3 33,33

Nota:1Tabela-base:Tabela5_PartEmpr_SegHQuestão7.xls

Tabela 12Totaldeempresassemparticipaçãoestrangeiradecapital1

Participação de capital Frequência Proporção (%)Semparticipaçãoestrangeiranocapital 9 100,00

Nota:1Tabela-base:Tabela5_PartEmpr_SegHQuestão7.xls

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Equipamentosdeusoindividual 677

Tabela 13Paísescomparticipaçãonasempresas¹

País Frequência0

Nota:1Tabela-base:Tabela6_CapEstr_SegHQuestões7.1e7.2.xls

Tabela 14Capitalvotanteestrangeironasempresas¹

Capital votante Frequência0

Nota:1Tabela-base:Tabela6_CapEstr_SegHQuestões7.1e7.2.xls

6.Alémdebens,serviços,obrasouinformaçõesdeDEFESA,aempresaofertaoutrosbens,serviços,obrasouinformaçõesdestinadosaomercadocivil?

Tabela 15Bens,serviços,obrasouinformaçõesparaomercadocivil¹

Nr_Empr_Seg

Nr_Mercado Civil

Nr_Linhas prod conjuntas

Nr_Prod separada por exig

Nr_Prod separada por necess

Nr_Não se aplica

9 8 6 1 1 0

Nota:1Tabela-base:Tabela7_MercadoCiv_SegHQuestão8.xls

7.AempresapossuiCertificaçãodoSistemadeGestãodaQualidade?

Tabela 16Empresascomcertificaçãodosistemadegestãodaqualidade¹

Nr_Empr_Seg NrEmpresasCertificação SGQ9 8

Nota:1Tabelasbase:Tabela8_CertificaçãoSGQ_SegHQuestão9.xls

Produção8.AempresaécatalogadanaOrganizaçãodoTratadodoAtlânticoNorte(Otan)?

Tabela 17EmpresascatalogadaspelaOtan¹

Nr_Empr_Seg NrEmpresasOTAN9 2

Nota:1Tabela-base:Tabela9_Otan_SegHQuestão10.xls

9.EstimequalataxadeutilizaçãodascapacidadesdasuaempresaemprodutoseserviçosvoltadosparaDEFESAemcadaano.

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678 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Tabela 18Produtoseserviçosparaadefesa,de2010a2013¹

Tx_Utiliz_Serv_Defesa 2010 2011 2012 2013De0a25 5 6 5 5

De25a50 1 0 0 0

De50a75 2 2 3 2

De75a100 1 1 1 2

Nota:¹Tabela-base:Tabela10_TxUtilizDefesa_SegHQuestão11.xls.

10.Qualéacapacidade(em%)deutilizaçãomínimaparamanteraestruturaprodutivadaáreadedefesaativa?

Tabela 19Capacidademínimaparamanteráreadedefesaativa¹

Capac_Min_Def_Ativa FrequênciaDe0a25 2De25a50 4De50a75 3

Nota:¹Tabela-base:Tabela11_CapMinDef_SegHQuestão12.xls

11.Indique,entreasalternativasabaixo,aquelasquesuaempresafornece,considerandoapenasomer-cadoDEFESA.

Tabela 20Produção/fornecimentodasempresasparaadefesa¹

Categorias Build_to_print Desenvolvimento_Customizado Pronta Entrega (off-the-shelf)Informações 1 3 ²Obra 0 0 ²Produto 5 9 6Serviço 3 5 *

Notas:¹Tabela-base:Tabela12_Fornece_Defesa_SegHQuestão13.xls²Nãoexisteaopção«ProntaEntrega(off-the-shelf)”paraascategoriasinformações,obraeserviço

12.AsuaempresaprovêmaisprodutoscustomizadosparaclientesdeDEFESAouNÃODEFESA?13.Asuaempresaterceirizaalguma(s)etapa(s)doprocessoprodutivo?

Tabela 21Produção/fornecimentoparaclientesdadefesaxnãodefesa¹

Nr_Empr_Seg Nr_Empr_Clientes_Defesa Nr_Empr_Clientes_NãoDefesa Não_se_aplica9 4 4 1

Nota:¹Tabela-base:ProdutosTabela13_CliDef_Terc_SegHQuestões14e15.xls

Tabela 22Númerodeempresasqueterceirizamoprocessoprodutivo¹

Nr_Empr_Terceiriza_Processo 4

Nota:¹Tabela-base:ProdutosTabela13_CliDef_Terc_SegHQuestões14e15.xls

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Equipamentosdeusoindividual 679

13.1 Indique qual o percentual relativo da terceirização entre aquela realizada junto a empresas nacionais e a realizada junto a empresas estrangeiras.

Tabela 23Percentualrelativodaterceirização¹

Percentual médio nacional Percentual médio estrangeiro

72,5 27,5

Nota:¹Tabela-base:Tabela18_Terc_SegHQuestões15.1e15.2.xls.

14.Indique,emtermospercentuais,acomposiçãodareceitaanualdevendasinternacionaisdesuaempresanosúltimosanosentreosdiferentesgruposdeclientes.15.Identifiquequaléoprodutoprincipaldasuaempresa,qualétipodeconsumidor,tipodedesenvolvimentodeumademanda.Informequaléoseuconcorrenteprincipalecasosejaestrangeiro,selecioneopaísdeorigemdele.16.Estimeopercentualmédiodereceitasdaempresautilizadasparaacompradeinsumosdefornecedoresexternos.17.QualopercentualdeconteúdonacionalestimadoparaosprodutosdeDEFESAfeitospelasuaempresa?

BID.indb 679 13/06/16 16:43

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680 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Tabe

la 2

4Percentualdareceitaanualinternacionalporgruposdeclientes¹

Vend

as

anua

isN

r_Em

pr_

Resp

onde

ram

Mín

imo

2010

Med

iana

2010

Méd

ia20

10M

áxim

o20

10M

ínim

o20

11M

edia

na20

11M

édia

2011

Máx

imo

2011

Mín

imo

2012

Med

iana

2012

Méd

ia20

12M

áxim

o20

12M

ínim

o20

13M

edia

na20

13M

édia

2013

Máx

imo

2013

Vendas

para

defesa

70

1,00

19,71

660

1,00

21,43

690

1,00

18,71

550

1,00

18,00

49

Vendas

para

segurança

pública

70

0,00

11,29

550

0,00

10,86

550

5,00

21,71

700

5,00

22,00

70

Vendas

comerciais

70

99,00

69,00

100

099,00

67,71

100

048,00

59,57

100

046,00

60,00

100

Nota:1Tabela-base:Tabela14_RecVendaInt_SegHQuestão16.xls.

BID.indb 680 13/06/16 16:43

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Equipamentosdeusoindividual 681

Tabela 25Médiadareceitautilizadaparacomprasdefornecedoresexternos¹

Media_Rec_Compr_Forn_Ext Frequência

De0a25 4

De25a50 2

De50a75 1

De75a100 0

Nãoseaplica 2

Nota:1Tabela-base:Tabela15_ForEx_ContNacDef_SegHQuestões18e19.xls

18.Nosprodutos/serviços/obras/informaçãoquesuaempresaoferece,éutilizadoalgummaterial/com-ponenteque:

Tabela 26Statusdemateriaisecomponentes¹

Categorias Número_de_empresas NrEmpresas_AlternativaViável

Nãoémaisproduzido 0 0

Nãosejamaisconsideradoestadodearte 0 0

Dedifícilobtenção 2 2

Sujeitoacerceamentotecnológico 5 5

Nota:1Tabela-base:Tabela16_Uso_MatComp_SegHQuestão20.xls

19.Indique,nasquestões21.1e21.2,aalternativaquemaisseaproximadasuapercepção. 19.1. O baixo volume da demanda de DEFESA afeta negativamente meus fornecedores diretos. 19.2. A irregularidade da demanda de DEFESA afeta negativamente meus fornecedores diretos.

Tabela 27Percepçõesacercadademandadadefesa¹

Percepção

O baixo volume da demanda da DEFESA

afeta negativamente os fornecedores diretos

Percentual (%)

A irregularidade da demanda DEFESA

afeta negativamente fornecedores diretos

Percentual (%)

Concordototalmente 7 77,8 7 77,8

Concordoparcialmente 2 22,2 2 22,2

Indiferente 0 0,0 0 0,0

Discordoparcialmente 0 0,0 0 0,0

Discordototalmente 0 0,0 0 0,0

Nota:1Tabela-base:Tabela21_DemandaDefesa_segH_Questão21.xlsObs.:Opercentualfoicalculadocombasenonúmerototaldeempresasdecadasegmento

BID.indb 681 13/06/16 16:43

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682 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

20.Comovocêavaliaaimportânciadosseguintesobstáculosnabuscapormercadosexternos?

Tabela 28Obstáculosnabuscapormercadosexternos¹

Importância Muito alta Alta Média Baixa Muito baixaTaxadecâmbiodesfavorável 4 2 1 2 0Custosportuárioseaeroportuários 3 3 1 1 1Custodofreteinternacional 5 2 1 1 0Custodotransporteinterno 2 5 1 1 0Barreirastécnicasdepotenciaispaísescompradores 1 5 1 1 1

Faltadeinformaçãosobreasleisdospotenciaispaísescompradores 1 3 3 1 1

Faltadecrédito 4 1 3 0 1Faltadesegurodecrédito(garantias) 5 1 2 0 1Burocraciainterna 3 3 3 0 0ImagemdoBrasilnãoéassociadaaprodutosdaáreadeDefesa 1 2 3 0 3Preçonãoécompetitivocomsimilaresdeempresasestrangeiras 3 1 4 0 1Qualidade/tecnologianãoécompetitivacomsimilaresdeempresasestrangeiras

0 1 5 1 2

Governosdeoutrospaísesauxiliamasempresasdeseusrespectivospaísesmaisdoqueogovernobrasileirofazcomnossasempresas

4 3 1 0 1

AempresanãotemcondiçõesdeexporprodutosemfeirasinternacionaisdosetorforadoBrasil(Eurosatory,Farnborough,DSEietc.)

2 1 2 1 3

Nota:1Tabela-base:Tabela22_ObstMercadoExterno_segH_Questão22.xls

21.Asuaempresapossuisubsidiáriasnoexterior?Searespostafor“sim”,indiqueaté5subsidiárias.

Tabela 29Subsidiáriasnoexterior¹

Número de países subsidiários Número de empresas0 72 13 1

Nota:1Tabela-base:Tabela23.1_SubsidiáriasExt_SegH_Questão23.xls

21.1. Indique o país e o tipo de até cinco de suas principais subsidiárias

Tabela 30¹Países com subsidiárias no exterior Frequência

Argentina 1

Austrália 1

Canadá 1

EstadosUnidos 1

ÁfricadoSul 1

Nota:1Tabela23_SubsidiáriaExt_SegH_Questão23.xls

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Equipamentosdeusoindividual 683

Mão de obra22.CasohajareduçãononúmerodecontratosdeprodutosdeDEFESA,asuaempresaconseguirámanterosfuncionáriosatuaisatésurgiremnovasdemandasrelacionadasàDEFESA?

Tabela 31Dependênciadecontratosdedefesa¹

RespostaCaso haja redução no número de contratos de produtos de DEFESA a sua

empresa conseguirá manter os funcionários atuais até surgirem novas demandas relacionadas à DEFESA

Percentual (%)

Não 5 55,6

Sim 4 44,4

Nota:1Tabela-base:Tabela24_segH_Questão24.xls

23.ComoaempresaavaliaafacilidadeemseencontrarmãodeobraespecializadaesuficienteparaasatividadesrealizadasnaáreadeDEFESA?

Tabela 32Dificuldadeemseencontrarmãodeobradedefesa¹

Avaliação da empresa quanto a facilidade em se encontrar mão de obra especializada e suficiente para as atividades realizadas na área de DEFESA

Frequência Percentual (%)

Muitodifícil 2 22,2

Difícil 4 44,4

Nemfácilnemdifícil 3 33,3

Fácil 0 0,0

Muitofácil 0 0,0

Nota:1Tabela-base:Tabela25_MãodeObraEspec_segH_Questão25.xlsObs.:Opercentualfoicalculadocombasenonúmerototaldeempresasdecadasegmento

Inovação e Competitividade24.Aempresarealizadesenvolvimentoepesquisadeprojeto?

Tabela 33AtividadesdeP&Dnasempresas¹

Resposta Número de empresas que realizaram desenvolvimento e pesquisa de projetos Percentual (%)Sim 9 100Não 0 0

Nota:1Tabela-base:Tabela26_DesenPesqdeProjeto_segH_Questão26.xlsObs.:Opercentualfoicalculadocombasenonúmerototaldeempresasdecadasegmento

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684 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

25.AsatividadesdePesquisaeDesenvolvimento,realizadasnoperíodoentre2010e2013,foram:

Tabela 34ContinuidadedeatividadesdeP&D¹

Número de empresas do segmento

Número de empresas que realizaram desenvolvimento e

pesquisa de projeto

Tipo de atividade P&D realizadas no período entre 2010 e 2013

Contínuas Ocasionais

9 9 9 0

Nota:1Tabela-base:Tabela2627_AtividadesPD_segH_Questão26e27.xls

Questões26e27:SegundoaequipedoIpearesponsávelpelacoletadedadosdoquestionário:“Astabelas-respostasdasques-tões26e27nãoforamenviadas,poisaequipedecoordenaçãodoprojetopreferiuaretiradadetaispergun-tas.Istoocorreudevidoaofatodealgumasempresasserecusaremaresponder,pormotivosdepolíticain-terna.Tambémtivemosalgunscasosemqueasempresasrespondiamcomnúmerosaleatórios,somenteparaavançarnoquestionário.Pelaintegridadedoquestionárioedosdadoscolhidos,optamosporestasanulações”.

38.Entre2004e2013,osvaloresdestinadosporsuaorganizaçãoàP&DforamimpactadosporoscilaçõesdegastosgovernamentaisnaáreadeDEFESA?

Tabela 35Impactodasoscilaçõesdegastosgovernamentaisemdefesa¹

RespostaNúmero de empresas que consideraram que os valores destinados à P&D entre 2004 e

2013 foram impactados por oscilações de gastos governamentais na área da DefesaPercentual (%)

Sim 4 44,44Não 5 55,55

Nota:1Tabela-base:Tabela30_ImpactoGastoPD_segH_Questão30Obs.:Opercentualfoicalculadocombasenonúmerototaldeempresasdecadasegmento

29.Asuaempresadesenvolveuprodutosoutecnologiasqueinicialmenteeramdestinadosaomercadocivileemseguida,foramcomercializadosemmercadosmilitares?

Tabela 36Dualidadedastecnologias¹

Resposta

Número de empresas que desenvolveram produtos

ou tecnologias destinados ao mercado civil que foram

comercializados em mercados militares

Percentual (%)

Número de empresas que desenvolveram

produtos ou tecnologias destinados a mercados

militares que foram comercializados no

mercado civil

Percentual (%)

Sim 4 44,4 6 66,7

Não 5 55,6 3 33,3

Nota:1Tabela-base:Tabela3133_MCDefesa_segH_Questão31e33.xlsObs.:Opercentualfoicalculadocombasenonúmerototaldeempresasdecadasegmento

BID.indb 684 13/06/16 16:43

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Equipamentosdeusoindividual 685

29.1. Cite até cinco exemplos.

Tabela 37Expectativasquantoàdualidadedastecnologias¹

PerspectivaNúmero de empresas que esperam que as inovações na linha de produtos civis sejam aproveitadas para área de defesa

Percentual (%)

Número de empresas que esperam que as inovações na linha de produtos de defesa

sejam aproveitadas na área civil

Percentual (%)

Extremamentepromissora

1 11,1 0 0,0

Muitopromissora

4 44,4 4 44,4

Razoavelmentepromissora

3 33,3 4 44,4

Poucopromissora

0 0,0 1 11,1

Nadapromissora

1 11,1 0 0,0

Nota:1Tabela-base:Tabela3234_PerspecInov_segH_Questão32e34.xlsObs.:Opercentualfoicalculadocombasenonúmerototaldeempresasdecadasegmento

33.Entre2009e2013,considerandoapenasosetordeDEFESA,aempresaintroduziu:34.Entre2009e2013,econsiderandoapenasosetordeDEFESA,aempresaintroduziu:35.HouveaquisiçãodeP&Dexternonoperíodode2009a2013?(Entende-secomoatividadedeP&Dexternaaquelarealizadaporoutraorganização,empresaouinstituiçãotecnológica).

Tabela 38Geraçãodepesquisaedesenvolvimentonasempresas(2009-2013)¹

Número de empresas Frequência

Dosegmento 9

ComaquisiçãodeP&Dexterno 4Queintroduziramproduto(bemouserviço)novoousignificativamenteaperfeiçoadoparaempresa,masjáexistentenomercado

3

Queintroduziramprodutonovoousignificativamenteaperfeiçoadoparaomercadonacional 2

Queintroduziramprodutonovoousignificativamenteaperfeiçoadoparaomercadomundial 4Que introduziram processo novo ou significativamente aperfeiçoado para empresa, mas já existente nomercado

2

Queintroduziramprocessonovoousignificativamenteaperfeiçoadoparaomercadonacional 4

Queintroduziramprocessonovoousignificativamenteaperfeiçoadoparaomercadomundial 3

Nota:1Tabela-base:Tabela35a37_EmpresaProd_segH_Questão35a37.xls

BID.indb 685 13/06/16 16:43

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686 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

36. Entre2010e2013, a empresa esteve envolvida emarranjos cooperativos comoutra(s) organiza-ção(ões)comvistasadesenvolveratividadesinovativas? 36.1. Indique a importância de cada categoria de parceiro.

Tabela 39Parceriasdasempresasparadesenvolverinovação¹

Categoria de parceiroImportância

Não se aplicaAlta Média Baixa

Não relevante

Centrosdecapacitaçãoprofissionaleassistênciatécnica 0 3 2 2 2

Clientesouconsumidores 3 4 0 0 2

Fornecedores 2 4 0 1 2

Concorrentes 0 1 3 3 2

CentrosdePesquisaMilitares 1 1 3 2 2

CentrosdePesquisaCivis 1 2 1 3 2

Instituiçõesdetestes,ensaiosecertificações 4 1 2 0 2

Outraempresadogrupo 2 0 0 5 2

Universidades 0 3 4 0 2

Outros 0 0 1 6 2

Nota:1Tabela-base:Tabela38_ArranjosCoopInov_segH_Questão38.xls.

37.Recebeutransferênciadetecnologia(know-how)deprocessoouproduto?

Tabela 40Transferênciadetecnologiaparaasempresas¹

RespostaNúmero de empresas que receberam transferência de tecnologia know-

how de processo ou produtoPercentual (%)

Sim 3 33,3

Não 6 66,7

Nota:1Tabela-base:Tabela39_Tecnolknowhow_segH_Questão39.xlsObs.:Opercentualfoicalculadocombasenonúmerototaldeempresasdecadasegmento

Aspectos institucionais38.Asuaempresaparticipadealgum(ns)dosprogramasgovernamentaisdaáreadedefesa?39.Informeapenasosprogramasgovernamentaisemquesuaempresaparticipa,bemcomoaatualsituaçãodovínculo.

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Equipamentosdeusoindividual 687

Tabela 41Participaçãodasempresasemprogramasgovernamentaisdedefesa¹

Programas governamentaisFrequência de empresas que

participam

Tipo de participação

Participação em andamento

Participação finalizada

Participação prevista no projeto, mas ainda

não iniciadaRecuperação da Capacidade Operacional(Marinha)

0 0 0 0

ProgramaNucleardaMarinha(PNM) 0 0 0 0ConstruçãodoNúcleodoPoderNaval 0 0 0 0Programa de Desenvolvimento de Submarinos(Prosub)

0 0 0 0

Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul(SisGAAZ)

0 0 0 0

Complexo Naval da 2ª Esquadra/2ª Força deFuzileirosdeEsquadra(2ªFFE)

0 0 0 0

SegurançadaNavegação 0 0 0 0Recuperação da Capacidade Operacional(Exército)

2 1 0 1

DefesaCibernética 1 0 0 1VeículoBlindadoGuarani 2 1 0 1Sistema Integrado de Monitoramento deFronteiras(Sisfron)

1 0 0 1

Sistema Integrado de Proteção de EstruturasEstratégicasTerrestres(Proteger)

2 0 0 2

SistemadeDefesaAntiaérea 1 0 0 1SistemadeMísseiseFoguetesAstros2020 1 0 0 1GestãoOrganizacionaleOperacionaldoComandodaAeronáutica

0 0 0 0

Recuperação da Capacidade Operacional (ForçaAérea)

0 0 0 0

SistemadeControledoEspaçoAéreo 0 0 0 0Programa para desenvolvimento, produção eintroduçãodenovosaviõesdecombateGripen

1 0 0 1

Modernização de outros aviões de combate(AMX,A-4eF-5TigerII)

1 0 0 1

Aviõesdetreinamento:primárioebásico 0 0 0 0KC-390 0 0 0 0Introdução emodernização de outros aviões detransporteereabastecimentoaéreo

0 0 0 0

Aviõesdevigilância,patrulhaeinteligência 0 0 0 0HelicópteroEC-725 0 0 0 0Introduçãoemodernizaçãodeoutroshelicópteros 0 0 0 0Vants 0 0 0 0Armasaerotransportadas 0 0 0 0Capacitação Científico-Tecnológica daAeronáutica

0 0 0 0

Fortalecimento da Indústria Aeroespacial e deDefesaBrasileira

0 0 0 0

Desenvolvimento e Construção de EngenhosAeroespaciais

0 0 0 0

Nota:1Tabela-base:Tabela4041_ProgramaGov_segH_Questão4041.xls

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688 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

40.ExistemprogramaseserviçosdisponibilizadospeloGovernoFederalcomaintençãodeassistirsuaorganizaçãonomercado.Indiquesobrequaisprogramas/serviçossuaempresagostariadeobtermaioresinformações.

Tabela 42Solicitaçãodeinformaçõesdeprogramaseserviçosdogovernofederalparaassistirasempresasno

mercado¹

Principais programas e serviços do Governo Federal que as empresas gostariam de obter informações Frequência

Comprasgovernamentaisee-commerce 7

Desenvolvimentodeproduto/serviço 7

Feiraseeventosdirecionadosparaopúblico 7

Desenvolvimentodenegócios(joint ventures,novosmercadosetc.) 6

Desenvolvimentodetecnologiasdeprodução 6

Guiascomerciaisdepaíses 6

Patentes 6

Financiamento(acessoacapital,empréstimosetc.) 5

Licençasparaexportação 4

Oportunidadesglobaisdeexportação 4

ProgramasparaP&D 4

Habilidadesdeavaliaçãodemarketing 3

Oportunidadesdetreinamento 3

Produçãoconscientecomomeioambiente 3

Outros 0

Nota:1Tabela-base:Tabela42_ProgServGovFed_segH_Questão42.xlsObs.:Atabelarefere-seàquestão42dasurvey,quepermitiaàempresamarcarmaisdeumprogramaouserviçodogovernofederal.

Obs.:ConformeaequipedoIpearesponsávelpelacoletadedadosdoquestionário,“emrelaçãoàsques-tõescompreendidasentrea43ea54,astabelas-respostasnãoforamdisponibilizadasparaosegmentoH,porseremasperguntasespecíficasdossegmentosC,EeG,feitaspelosseusrespectivosespecialistas”.

Osnúmerosdevendasdearmasdessaempresasãoestimativaseestãosujeitosaumgraudeincerteza,deacordocomoSipri.

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Equipamentosdeusoindividual 689

Qua

dro

1Produtoprincipaldaempresa,tiposdeconsumidorededesenvolvimento¹

q17_

1_1

q17_

1_2

q17_

1_3

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1_4

q17_

2_1

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3_1

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q17_

3_3

q17_

3_4

Alimentos

termopro

-cessados

Autônomo

Estrangeiro

Estados

Unidos

Alimentos

termopro

-cessados

Autônomo

Estrangeiro

Estados

Unidos

Alimentos

termopro

-cessados

Cooperativo

InternacionalEstrangeiro

Estados

Unidos

Armamento

Leve-Fuzil

Transferência

detecno-

logia

Estrangeiro

Estados

Unidos

Armamento

–pistola

Autônomo

Nacional

Munições

pesadas

Transferência

detecno-

logia

Estrangeiro

Espanha/

Estados

Unidos

Munições

parafuzise

metralha-

doras

Munições

pararevólve-

resepistolas

Estados

Unidos

Munições

parafuzise

metralha-

doras

--

Estados

Unidos

Proteção

balística

Autônomo

Estrangeiro

Alemanha

Proteção

balística

Autônomo

Estrangeiro

Israel

Proteção

balística

Autônomo

Estrangeiro

Índia

Redede

camuflagem

Acessórios

plásticos

--

Sistemas

Vant,UGVe

USV

--

--

Equipamen

-tosnãoletais

Autônomo

Nacional

--

--

-Equipamen

-tosnãoletais

Autônomo

Estrangeiro

CTS(Estados

Unidos),Al-

setex(Fran-

ça),Defense

Technology

(Estados

Unidos),

Daekwang

(Coreiado

Sul),Chemi-

ring(Reino

Unido)

Macase

padiolas

Autônomo

Estrangeiro

Estados

Unidos

Macase

padiolas

Autônomo

Estrangeiro

Estados

Unidos

Macase

padiolas

Autônomo

Estrangeiro

Estados

Unidos

continuanapróximapágina...

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690 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

Qua

dro

1(continuação)

q17_

1_1

q17_

1_2

q17_

1_3

q17_

1_4

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2_1

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3_4

Sistemas

deacampa

-mento

--

-Sistemas

deacampa

-mento

--

Estados

Unidos

Sistemas

deacampa

-mento

--

Estados

Unidos

q17_

4_1

q17_

4_2

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4_4

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5_1

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6_1

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6_4

Alimentos

termopro

-cessados

-Nacional

-Alimentos

termopro

-cessados

Autônomo

Estrangeiro

Estados

Unidos

Alimentos

termopro

-cessados

Nacional

-

Nitrocelulose

Autônomo

Nacional

--

--

--

--

-

Munições

parapistola

--

-

Munições

parafuzise

metralha-

doras

Estados

Unidos

Cartuchos

decaçae

esportivose

carabinasde

pressão

Diversos

Proteção

balística

Nacional

Proteção

balística

Autônomo

Estrangeiro

Índia

Proteção

balística

Nacional

-

--

--

--

--

Acessórios

plásticos

--

-

--

--

--

--

--

--

Macase

padiolas

Autônomo

Estrangeiro

Estados

Unidos

Macase

padiolas

Autônomo

Estrangeiro

Estados

Unidos

Macase

padiolas

Autônomo

Estrangeiro

Estados

Unidos

Sistemas

deacampa

-mento

--

-Sistemas

deacampa

-mento

Estados

Unidos

Sistemas

deacampa

-mento

--

-

Nota:1Tabela-base:Tabela17_PrincProd_SegHQuestão17.xls

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Equipamentosdeusoindividual 691

Quadro 2Exemplosdetecnologiascivis-militares¹

Exemplosdeprodutosoutecnologiasqueinicialmenteeramdestinadosaomercadocivileemseguida,foramcomercializadosemmercadosmilitares

Macaretrátilparaambulânciascivisemilitares

Carnemoídacozidaecongelada

ContêineresexpansíveisISOmilitares

Passadoresdeplásticosdeengenharia

Macabiarticuladaparaambulânciascivisemilitares

Costelacommandiocapouch

Barracasmilitares

Reguladoresdeplásticosdeengenharia

Macapantográficaparaambulânciascivisemilitares

Frangoemcubospouch

Aparelhosdearcondicionadomilitaresrobustecidos

Fivelasdeplásticosdeengenharia

Pranchadeimobilizaçãoepolietileno

Carneemcubospouch

Argolasdeplásticosdeengenharia

Padiolamilitarparatransportedeferidos

Almondegaaomolhopouch

Meias-argolasdeplásticosdeengenharia

Nota:1Tabela-base:Tabela31.1_ExProdTecnoMCMM_SegH_Questão31.1.xls

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692 Mapeamentodabaseindustrialdedefesa

30.Asuaempresadesenvolveuprodutosoutecnologiasqueinicialmenteeramdestinadosamercadosmilitareseemseguida,foramcomercializadosnomercadocivil?33.1.Citeatécincoexemplos.

Quadro 3Exemplosdetecnologiasmilitares-civis¹

Exemplosdeprodutosoutecnologiasqueinicialmenteeramdestinadosamercadosmilitareseemseguida,foramcomercializadosnomercadocivil

Armamentos–pistolas

Padiolamilitarparatransportedeferidos

LonaemPVCespecialanti-UV,antifungos,hip stop

SistemasVant

Muniçõesdeprecisão

Passadoresdeplásticosdeengenharia

Armamentos–cutelaria

Softwareparaembarcadosedenavegação

Coletesbalísticos

Reguladoresdeplásticosdeengenharia

Explosivoseacessórios

Sistemaseletrônicoscríticos

Espingardacalibre12

Fivelasdeplásticosdeengenharia

Sistemasdeabrigostemporários–barracasdealtodesempenho

Sistemasdemapeamento

Argolasdeplásticosdeengenharia

Nitrocelulose–colódio

SistemasC2ecomandoecontrole

Meias-argolasdeplásticosdeengenharia

Nota:1Tabela-base:Tabela33.1_ExProdTecnoMMMC_SegH_Questão33.1.xls

31.Casoafirmaproduzabensdestinadosaomercadocivil,quaisasperspectivasdequeasinovaçõesnalinhadeprodutoscivissejamaproveitadasparaaáreadeDEFESAnospróximoscincoanos(spin in)?

32.QuaisasperspectivasdequeasinovaçõesnalinhadeprodutosdeDEFESAsejamaproveitadasparaaáreacivilnospróximoscincoanos(spin off)?

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