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JANSEN ATIER ESTRÁZULAS CARACTERÍSTICAS BIOMECÂNICAS DO SALTO HORIZONTAL DE CRIANÇAS EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO MOTOR DISSERTAÇAO DE MESTRADO FLORIANÓPOLIS – SC, BRASIL 2006

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JANSEN ATIER ESTRÁZULAS

CARACTERÍSTICAS BIOMECÂNICAS DO SALTO HORIZONTAL DE

CRIANÇAS EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO MOTOR

DISSERTAÇAO DE MESTRADO

FLORIANÓPOLIS – SC, BRASIL

2006

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CARACTERÍSTICAS BIOMECÂNICAS DO SALTO HORIZONTAL DE

CRIANÇAS EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO MOTOR

Por

Jansen Atier Estrázulas

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências do Movimento Humano –

Sub-área Biomecânica, da Universidade do Estado

de Santa Catarina - UDESC, como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre em

Ciências do Movimento Humano.

Orientador: Prof. Dr. Sebastião Iberes Lopes Melo

Florianópolis – SC 2006

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS – CEFID

MESTRADO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO

A COMISSÃO EXAMINADORA, ABAIXO ASSINADA, APROVA A DISSERTAÇÃO:

CARACTERÍSTICAS BIOMECÂNICAS DO SALTO HORIZONTAL DE

CRIANÇAS EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO MOTOR

ELABORADO POR

JANSEN ATIER ESTRÁZULAS

COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM

CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO.

COMISSÃO EXAMINADORA:

Prof. Dr. Sebastião Iberes Lopes Melo (Orientador)-UDESC

Prof. Dr. Ruy Jornada Krebs - UDESC

Prof. Dr. Carlos Bolli Mota - UFSM

Prof. Dr. Susana Cristina Domenech - UDESC

Florianópolis 23 de fevereiro de 2006

Agradecimentos

Citar nomes neste momento seria uma tarefa difícil e talvez incorreto de minha

parte, pois o caminho percorrido para a conclusão desta etapa acadêmica necessita a

diversidade de amizades que não poderiam ser citadas em poucas linhas.

Desta forma, gostaria apenas de citar os grupos de amigos que participaram desta

jornada que perfaz uma etapa importante de minha vida. Para agradecê-los, “doarei” um

“pedaço de mim” para cada um dos que contribuíram para minha formação.

Primeiramente a Deus, doarei a minha Alma, pois foi Ele quem a concebeu me

dando energia para suprir minhas necessidades.

Aos meus amigos eu doaria meus ossos, pois eles que permitem a sustentação e

proteção de nosso organismo.

Para meus colegas de pesquisa (trabalho) doaria meus músculos, órgão responsável

pela movimentação, locomoção, forca do homem. Graças a esses colegas tive toda essa forca

para vencer essa etapa.

E por fim, para a minha família eu doaria meu coração, pois foi em casa que eu

aprendi a Amar e ser amado.

Muito Obrigado...

RESUMO

Título: Características biomecânicas do salto horizontal de crianças em diferentes estágios de desenvolvimento motor Autor: Jansen Atier Estrázulas Orientador: Sebastião Iberes Lopes Melo O objetivo deste estudo foi realizar uma analise biomecânica do salto horizontal de crianças considerando seu estágio de desenvolvimento motor segundo a matriz analítica de Gallahue. Para este estudo descritivo exploratório foram analisados o salto horizontal de 33 crianças com idade entre 4 e 12 anos da rede de ensino da cidade de Florianópolis – SC, sendo que capturou-se 2 ou 3 tentativas de cada criança. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UDESC, e consentimento das instituições e responsáveis, foram realizados as coletas de dados no Laboratório de Biomecânica da UDESC, utilizando-se uma plataforma de força extensométrica AMTI-OR6-5 nivelada ao solo à uma freqüência de amostragem de 900 Hz, uma câmera do Sistema Peak Motus a 60 Hz e a matriz de análise qualitativa do salto horizontal de Gallahue, que permite classificar o executante em três estágios de desenvolvimento motor: inicial, elementar e maduro. Utilizou-se a estatística descritiva e inferencial para a discussão dos resultados. Analisou-se variáveis angulares, variáveis cinéticas, tempo de execução da propulsão e distância alcançada. Os resultados do estudo demonstram que algumas variáveis podem ser extremamente importantes para a diferenciação dos estágios. Os ângulos do tronco, joelho, quadril e membro superior permitem a diferenciação dos estágios em alguns instantes do salto horizontal. As crianças do estagio maduro perfizeram um ângulo de joelho na fase de propulsão e aterrissagem maior que as do estagio elementar e inicial, e uma menor flexão na fase aérea. A maturação motora mostrou que quanto mais avançado o estagio maior foi a inclinação anterior do tronco nas três fazes do salto horizontal. A diferença para o ângulo do quadril ocorreu na propulsão e na aterrissagem, com as crianças do estágio maduro perfazendo maior flexão, ou apresentando um menor ângulo interno de quadril que os demais estágios. O movimento de membro superior mostrou que as crianças do estagio maduro fazem uma preparação melhor na propulsão que as demais, e que a fase aérea e a aterrissagem não permitem uma diferenciação entre os três estágios. Das treze variáveis cinéticas analisadas, sete apontaram diferenças significativas, mas nenhuma destas possibilitou uma diferenciação dos três estágios de desenvolvimento motor. Os resultados do alcance do salto horizontal normalizado pelo membro inferior das crianças mostrou que as crianças do estagio maduro saltaram uma maior distancia normalizada que as do estagio elementar e inicial. Com este resultado pode-se diferenciar o alcance de cada um dos 3 estágios. Na analise da contribuição das variáveis cinéticas para o desempenho do salto horizontal destacou-se a variável impulso total em X, com uma contribuição de 48% para cada membro inferior saltado, mantendo as outras variáveis constantes. Com estes resultados pode-se concluir que? a análise de parâmetros biomecânicos pode ser utilizada na classificação do estágio de desenvolvimento motor de crianças, em uma análise quantitativa, principalmente as variáveis angulares e a

distancia saltada normalizada pelo membro inferior; as variáveis cinéticas não permitem uma diferenciação das crianças quanto ao estagio de desenvolvimento motor; que o impulso total em X é a variável cinética que mais contribui para o desempenho do salto horizontal. Por fim, conclui-se que os parâmetros biomecânicos podem auxiliar na análise qualitativa proposta pelo modelo de Gallahue, fornecendo informações mais discriminadas do salto horizontal possibilitando a pesquisadores fazer estudos objetivos sobe o tema.

Palavras-Chaves: biomecânica, crianças, desenvolvimento motor, salto horizontal. Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos – CEFID Mestrado em Ciências do Movimento Humano Dissertação de Mestrado em Ciências do Movimento Humano Florianópolis 23 de fevereiro de 2006

ABSTRACT Títle: Biomechanics characteristics of a children standing long jump at difference mature stage of motor development Author: Jansen Atier Estrázulas Guide: Sebastião Iberes Lopes Melo

The propose of this study was to do a biomechanical analysis of the standing long jump of children considering its period of training by Gallahues’s motor development analysis. For this descriptive study we had been analyzed the standing long jump of 33 children with age between 4 and 12 years old, from a public school of Florianópolis - SC. After the approval of the UDESC’s Committee of Ethics in Research, the data was collected in the Biomechanics’s Laboratory of UDESC. We use a AMTI’s forces platform of strain gauge, leveled to the ground in a frequency of sampling of 900 Hz, a Peak Motus System’s camera in a 60 Hz of frequency, and the Gallahue’s matrix of qualitative analysis of the standing long jump, that allows to classify the children in three periods of training in development: initial, elementary and mature. We analyze the angular variable, kinetic and reached distance. We used a descriptive and inferencial statistics for the quarrel of the results. The results of this study shows that some variable can be extremely important to the differentiation of the periods of training. The trunk, knee, hip and superior member angles allow the differentiation of the periods of training in some instants of the standing long jump. The children from mature did a knee angle in a propulsion and landing phase bigger than the initial and elementary, and smaller in the second phase. The motor maturation showed that the maturation help to did a bigger trunk inclination in a three phases of standing long jump. The differences of hip angle happened in the propulsion and the landing phases, that the children from mature stage did a bigger flexion. The superior member movement showed that the children of mature stage did a better preparation in the propulsion, and that the second phase and the landing phase do not allow a differentiation between the three periods of training. From thirteen kinetic variable analyzed, seven had pointed significant differences, but none of these made possible a differentiation of the three periods of training of motor development. The reach of the standing long jump normalized by the inferior member of the children showed that the children of a mature stage had jumped a greater distance than the elementary and initial stage. With this result the reach of each one of the 3 periods of training can be differentiated. In the Analyzes of contribuition of kinetics variable in the performance of the standing long jump, distinguished the total impulse in a X axis, with a 48% of contribution, keeping the other variable constant. With these results it can be concluded that: the analysis of biomechanic parameters can be used in the classification of the period of training of motor development of children, in a quantitative analysis, mainly the angular variable and the jumped distance normalized for the inferior member; the kinetics variable do not allow a differentiation of the children stages of the motor development; Finally, we can conclude that

the biomechanics parameters can assist in the qualitative analysis proposal by Gallahue, supplying information discriminated of the standing long jump making possible the researchers to make quantitative studies of the subject. Key-words: biomechanics, children, motor development, long jump. Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos – CEFID Mestrado em Ciências do Movimento Humano Dissertação de Mestrado em Ciências do Movimento Humano Florianópolis 23 de fevereiro de 2006

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Curva da força de reação do solo pelo tempo, normalizada pelo peso corporal................................................................................................................... 5

Figura 2 Modelo estilizado para demonstração das variáveis angulares. α) ângulo do tronco; β) membro superior; θ) quadril; γ) joelho................................................... 8

Figura 3 Ilustração de criança executando o salto horizontal do estágio inicial................... 17 Figura 4 Ilustração de criança executando o salto horizontal do estágio elementar............. 18 Figura 5 Ilustração de criança executando o salto horizontal do estágio maduro................. 18 Figura 6 Plataforma de força de reação do solo.................................................................... 25 Figura 7 Câmera de vídeo do Sistema Peak Motus............................................................... 26 Figura 8 Calibrador bidimensional com marcadores reflexíveis........................................... 26 Figura 9 Matriz analítica do modelo de Gallahue (1989) do salto horizontal de crianças.... 27 Figura 10 Figuras da fase de propulsão utilizadas para avaliação qualitativa dos estágios

de desenvolvimento motor da amostra do estudo................................................... 28 Figura 11 Figuras da fase aérea utilizadas para avaliação qualitativa dos estágios de

desenvolvimento motor da amostra do estudo........................................................ 28 Figura 12 Figuras da fase de aterrissagem utilizadas para avaliação qualitativa dos estágios

de desenvolvimento motor da amostra do estudo................................................... 28 Figura 13 Ambiente de coleta no laboratório de biomecânica – CEFID/UDESC.................. 30 Figura 14 Criança preparada para executar o salto horizontal com os marcadores

reflexíveis................................................................................................................ 31 Figura 15 Ângulo do joelho na fase de propulsão do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor........................................................................................... 41 Figura 16 Ângulo do joelho na fase aérea do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor........................................................................................... 43 Figura 17 Ângulo do joelho na fase de aterrissagem do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor........................................................................................... 44 Figura 18 Resultado do teste de post hoc de Scheffé do ângulo do joelho nas três fases do

salto horizontal........................................................................................................ 45 Figura 19 Ângulo do tronco na fase de propulsão do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor........................................................................................... 47 Figura 20 Ângulo do tronco na fase aérea do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor........................................................................................... 49 Figura 21 Ângulo do tronco na fase de aterrissagem do salto horizontal nos três estágios

de desenvolvimento motor...................................................................................... 50 Figura 22 Resultado do teste de post hoc de Scheffé do ângulo do tronco nas três fases do

salto horizontal........................................................................................................ 52 Figura 23 Ângulo do quadril na fase de propulsão do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor........................................................................................... 53 Figura 24 Ângulo do quadril na fase de aterrissagem do salto horizontal nos três estágios

de desenvolvimento motor...................................................................................... 55 Figura 25 Resultados do teste de post hoc de Scheffé do ângulo do quadril nas três fases do

salto horizontal........................................................................................................ 56 Figura 26 Ângulo do membro superior na fase de propulsão do salto horizontal nos três

estágios de desenvolvimento motor........................................................................ 59

Figura 27 Ângulo do membro superior na fase de aterrissagem do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor........................................................................ 60

Figura 28 Resultado do teste de post hoc de Scheffé do pêndulo do membro superior no salto horizontal........................................................................................................ 61

Figura 29 Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável pico de força em “Y” durante propulsão no salto horizontal..................................................................... 74

Figura 30 Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável menor valor de força em “Y” durante a propulsão no salto horizontal..................................................... 75

Figura 31 Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável tempo de força de propulsão durante o salto horizontal....................................................................... 76

Figura 32 Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável impulso de força concêntrica em “Y” durante a propulsão no salto horizontal.................................. 77

Figura 33 Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável taxa de impulso média em “Y” durante a propulsão no salto horizontal..................................................... 78

Figura 34 Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável taxa de deflexão média em “Y” durante a propulsão no salto horizontal......................................... 79

Figura 35 Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável impulso total em “X” durante a propulsão no salto horizontal.................................................................. 79

Figura 36 Distância saltada pelas crianças dos três estágios de desenvolvimento motor....... 81

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuição dos estágios de desenvolvimento motor na variável ângulo do joelho nas três fases do salto............................................................................. 35

Tabela 2 Distribuição dos estágios de desenvolvimento motor na variável ângulo do tronco nas três fases do salto............................................................................. 36

Tabela 3 Distribuição dos estágios de desenvolvimento motor na variável ângulo do quadril nas três fases do salto............................................................................ 37

Tabela 4 Distribuição dos estágios de desenvolvimento motor na variável membro superior nas três fases do salto.......................................................................... 37

Tabela 5 Caracterização da amostra por segmento nas três fases do salto quanto aos estágios de desenvolvimento motor.................................................................. 38

Tabela 6 Caracterização do ângulo do joelho na fase de propulsão do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor..................................................... 40

Tabela 7 Caracterização do ângulo do joelho na fase aérea do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor.................................................................. 43

Tabela 8 Caracterização do ângulo do joelho na aterrissagem do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor........................................................... 43

Tabela 9 Comparação entre as médias dos ângulos do joelho das crianças nas três fases do salto horizontal entre os estágios de desenvolvimento motor............. 45

Tabela 10 Caracterização do ângulo do tronco na fase de propulsão do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor..................................................... 46

Tabela 11 Caracterização do ângulo do tronco na fase aérea do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor.................................................................. 48

Tabela 12 Caracterização do ângulo do tronco na aterrissagem do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor........................................................... 49

Tabela 13 Comparação entre as médias do ângulo do tronco nas três fases do salto horizontal entre os estágios de desenvolvimento motor................................... 51

Tabela 14 Caracterização do ângulo do quadril na propulsão do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor........................................................... 52

Tabela 15 Caracterização do ângulo do quadril na fase aérea do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor........................................................... 54

Tabela 16 Caracterização do ângulo do quadril na aterrissagem do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor........................................................... 55

Tabela 17 Comparação entre as médias do ângulo do quadril nas três fases do salto horizontal entre os estágios de desenvolvimento motor................................... 56

Tabela 18 Caracterização do movimento do membro superior em relação ao tronco na propulsão do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor................................................................................................................. 58

Tabela 19 Caracterização do movimento do membro superior em relação ao tronco na aterrissagem do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor................................................................................................................. 60

Tabela 20 Comparação entre as médias do membro superior no salto horizontal entre os estágios de desenvolvimento motor.............................................................. 61

Tabela 21 Caracterização do pico de força em “Y” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor.................................................................. 63

Tabela 22 Caracterização do menor valor da força em “Y” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor........................................................... 64

Tabela 23 Caracterização do tempo de força de propulsão das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor........................................................... 65

Tabela 24 Caracterização do impulso de força excêntrica em “Y” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor....................................... 65

Tabela 25 Caracterização do impulso de força concêntrica em “Y” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor....................................... 66

Tabela 26 Caracterização do impulso total em “Y” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor.................................................................. 67

Tabela 27 Caracterização da taxa de impulso máxima no eixo “Y” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor....................................... 67

Tabela 28 Caracterização da taxa de impulso médio no eixo “Y” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor....................................... 68

Tabela 29 Caracterização da taxa de deflexão máxima no eixo “Y” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor....................................... 69

Tabela 30 Caracterização da taxa de deflexão média no eixo “Y” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor....................................... 70

Tabela 31 Caracterização do pico de força no eixo “X” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor........................................................... 70

Tabela 32 Caracterização do impulso total no eixo “X” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor........................................................... 71

Tabela 33 Caracterização da taxa de impulso média no eixo “X” das crianças da amostra nos três estágios de desenvolvimento motor....................................... 72

Tabela 34 Estatística inferencial das variáveis cinéticas na propulsão do salto horizontal entre os estágios de desenvolvimento motor................................... 73

Tabela 35 Descrição da distância saltada pelas crianças do estudo................................... 80 Tabela 36 Regressão múltipla linear da variável dependente distância alcançada em

relação a todas variáveis cinéticas.................................................................... 82 Tabela 37 Regressão múltipla linear da variável dependente distância alcançada em

relação as variáveis cinéticas significativas para a variável dependente.......... 83

LISTA DE ANEXOS

ANEXO A - Estudo Piloto.....................................................................................................96

ANEXO B – Banco de Dados Brutos de força.....................................................................109

ANEXO C – Gráficos Box Plot das variáveis cinéticas........................................................114

SUMÁRIO

Resumo Abstract Lista de Tabelas Lista de Figuras 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................1

1.1 Problema..........................................................................................................................1 1.2 Objetivos..........................................................................................................................2

1.2.1 Objetivo Geral ..........................................................................................................2 1.2.2 Objetivos Específicos ...............................................................................................2

1.3 Justificativa......................................................................................................................3 1.4 Definição das variáveis do estudo ...................................................................................4 1.5 Limitações do estudo .......................................................................................................9

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................11 2.1 Efeitos do salto horizontal e sua importância................................................................11 2.2 Desenvolvimento Motor e o modelo de Gallahue .........................................................14 2.3 Estudos sobre o Salto Horizontal ..................................................................................18

3 METODOLOGIA.................................................................................................................24 3.1 Característica do estudo.................................................................................................24 3.2 População e Amostra .....................................................................................................24 3.3 Instrumentos de Medida ................................................................................................25

3.3.1 Plataforma de Força................................................................................................25 3.3.2 Sistema de Videografia...........................................................................................25

3.4 Procedimentos do Estudo ..............................................................................................29 3.4.1 Contato e pedido de autorização.............................................................................29 3.4.2 Coleta de Dados......................................................................................................29 3.4.3 Processamento dos Dados ......................................................................................32 3.4.4 Tratamento dos Dados ............................................................................................33 3.4.5 Tratamento estatístico.............................................................................................33

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................................35 4.1 Análise dos estágios de desenvolvimento motor das crianças por seguimento corporal e por fase do salto horizontal..................................................................................................35 4.2 Parâmetros angulares por estagio de desenvolvimento motor e fase do salto horizontal..............................................................................................................................................39

4.2.1 Caracterização do ângulo do joelho nas três fases do salto horizontal...................39 4.2.2 Caracterização do ângulo do tronco nas três fases do salto horizontal ..................46 4.2.3 Caracterização do ângulo do quadril nas três fases do salto horizontal .................52 4.2.4 Caracterização do movimento do membro superior nas três fases do salto horizontal .........................................................................................................................57

4.3 Parâmetros cinéticos na propulsão do salto horizontal por estágio de desenvolvimento motor....................................................................................................................................62

4.3.1 Descrição das variáveis cinéticas ...........................................................................62 4.3.2 Comparação das variáveis cinéticas entre os estágios de desenvolvimento motor 72

4.4 Desempenho das crianças dos três estágios normalizadas pelo comprimento do membro inferior, no salto horizontal ...................................................................................80 4.5 Contribuição de cada variável cinética no desempenho do salto horizontal. ................82

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES ................................................................84 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................88 ANEXOS.................................................................................................................................96

1 INTRODUÇÃO

1.1 Problema

No desenvolvimento de uma criança, incrementos regulares no tamanho do corpo e

na força são percebidos e assim, são também esperados incrementos consistentes nas

habilidades básicas de correr saltar e arremessar, uma vez que a infância é considerada a fase

áurea do aprendizado e do desenvolvimento motor (ECKERT, 1993).

Em complemento, Gallahue e Ozmun (2003) afirmam que os padrões motores da

criança ganham crescente complexidade após a mielinização do cerebelo, podendo o

desenvolvimento motor ser percebido pela melhoria progressiva das habilidades de

movimento. E, de acordo com Ferreira Neto (1995), segue uma determinada seqüência de

modificações nos movimentos que difere de indivíduo para indivíduo quanto ao momento da

evolução, porém não quanto à seqüência pela qual essas modificações acontecem.

Nesse sentido, Ferreira e Böhme (1998) consideram a faixa etária de 6 a 10 ou 12

anos de idade ou período em que a criança começa a utilizar com grande freqüência padrões

fundamentais de movimentos adquiridos durante a primeira infância aprimorando-as e

aplicando-as nas diversas modalidades atléticas.

O domínio das habilidades motoras fundamentais – movimentos locomotores,

estabilizadores e manipulativos – é básico para o desenvolvimento motor de crianças. A

locomoção constitui um aspecto fundamental no aprendizado de movimentar-se, efetiva e

eficientemente, pelo ambiente e compreende movimentos como andar, correr e saltar. Esses

movimentos, gradualmente combinam-se e aperfeiçoam-se, tornando-se habilidades

esportivas como o salto horizontal, que é considerado um padrão motor complexo que requer

o desempenho motor coordenado de todas as partes do corpo (GALLAHUE E OZMUN,

2003).

Desta forma, Gallahue criou um modelo de desenvolvimento motor que classifica

as habilidades fundamentais, conforme um padrão motor, em três estágios motores: inicial,

elementar e maduro. Em complemento, Ferreira Neto (1995) acrescenta que a criança,

cognitiva e fisicamente normal, progride de um estágio a outro, de maneira seqüencial,

2

influenciada tanto pela maturação quanto pela experiência. Assim, condições ambientais

incluindo oportunidades para a prática, o encorajamento e a instrução são cruciais para o

desenvolvimento de padrões amadurecidos de movimentos.

O modelo proposto por Gallahue (Gallahue e Ozmun, 2003), permite a professores

e pesquisadores avaliar de forma qualitativa o estágio de desenvolvimento motor que a

criança se encontra, em habilidades que a criança realiza no dia a dia, como o salto

horizontal, por exemplo. Porém o próprio autor deste modelo propõe que estas matrizes de

análise do estágio de desenvolvimento motor da criança de forma qualitativa são subjetivas.

Com base nestas afirmações formulou-se o seguinte problema: quais são as

características biomecânicas do salto horizontal de crianças em diferentes estágios de

desenvolvimento motor que possa auxiliar de forma quantitativa na análise do estágio de

desenvolvimento motor?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar características biomecânicas do salto horizontal de crianças com idade entre

4 e 12 anos em diferentes estágios de desenvolvimento motor proposto por Gallahue (1989).

1.2.2 Objetivos Específicos

- Analisar de forma qualitativa os estágios de desenvolvimento motor das crianças, segundo

o posicionamento do corpo considerando a fase do salto horizontal;

- Descrever e comparar parâmetros angulares no salto horizontal entre os estágios de

desenvolvimento motor e fases do salto;

- Descrever e comparar parâmetros cinéticos no salto horizontal entre os estágios de

desenvolvimento motor;

3

- Verificar a contribuição de diferentes variáveis cinéticas no desempenho do salto.

1.3 Justificativa

Na busca por estudos sobre o desenvolvimento motor de crianças, encontrou-se um

grande número de trabalhos realizados por pesquisadores da área. Trata-se de avaliações

qualitativas baseadas em matrizes puramente observacionais como estudos de Marques

(1995), Ramalho (1989), Isayama (1997), Tagliari (1999), Carvalho (1992). Neste sentido,

Knutzen e Martin (2002), relatam que pesquisadores na área de desenvolvimento motor tem

acumulado um grande volume de informações qualitativas sobre movimento de crianças,

com uma boa base de dados e, ainda que a relação de escalas observacionais e baterias de

testes de proficiência motora estão sendo substituídos pela análise biomecânica de

movimentos de diversas articulações.

Deste modo, a Biomecânica pode contribuir no aspecto da análise quantitativa e como

auxiliar para uma análise qualitativa do movimento humano, através dos seus métodos de

medição, como a Cinemetria e Dinamometria. A avaliação através destes recursos permite

aos pesquisadores dados mais precisos que avaliações observacionais, justificando assim a

necessidade de um estudo que contemple os dois tipos de avaliação: qualitativa e

quantitativa.

Percebe-se ainda que, usualmente as pesquisas na área de biomecânica são voltadas à

performance esportiva como os estudos de Amadio (1988) que investigou o salto triplo de

atletas de atletismo, de Aguado e Izquierdo (1995) que fizeram análise cinemática e cinética

do salto horizontal de candidatos a ingressar no Instituto Nacional de Educação Física de

Castilla-Léon e de Vint e Hinrichs (1996) que estudaram a cinemática do salto vertical em

estudantes de educação física.

Através do exposto pode ser observado a carência de estudos com crianças, e a

necessidade de estudos que auxiliem os pesquisadores a realizar análises mais fidedignas do

estágio de maturação motora que a criança se encontra, pois como o próprio autor da matriz

de análise qualitativa do estágio de desenvolvimento motor cita (Gallahue, 1989), a matriz

proposta em seus estudos é de cunho pedagógico e não científico. Com isso, a justificativa

deste estudo torna-se pertinente na necessidade de elaboração de uma matriz de análise

4

biomecânica do movimento salto horizontal de crianças que auxilie na classificação dos

estágios de desenvolvimento motor.

1.4 Definição das variáveis do estudo

Neste estudo, a partir dos objetivos foram selecionadas variáveis cinéticas e

cinemáticas a serem utilizadas para análises. Estas variáveis foram escolhidas a partir de

estudos anteriores e da matriz de análise qualitativa de Gallahue (GALLAHUE e OZMUN,

2003).

As variáveis cinéticas foram definidas operacionalmente a partir da curva padrão da

componente vertical e antero-posterior da Força de Reação do Solo (FRS), medidas em

plataforma de força fixa, após o processo de normalização, utilizando-se o peso corporal do

avaliado. Os dados foram processados no programa SAD32, depois de retirados do programa

do Sistema Peak Motus, e expressos em Peso Corporal (N/N).

Com isto, as variáveis cinéticas selecionadas podem ser observadas através da

Figura 1 e da descrição a seguir:

5

Figura 1: Curva da força de reação do solo pelo tempo, normalizada pelo peso corporal. Os

pontos representam: No eixo “Y” (conponente vertical da força), linha escura 1) início do

movimento; 2)menor valor da força na flexão; 3) pico força em “Y”; 4) perda do contato com

a plataforma; 5) ativação da contração concêntrica. Eixo “X” (compoente natero-posterior da

força) linha clara 6) inicio da aplicação de força antero-posterior; 7) pico de força antero-

posterior.

Desta forma, as variáveis cinéticas foram operacionalmente determinadas por

calculo com base na curva de força de reaçassr o do solo. A seguir temos cada vari[avel do

estudo.

Pico de Impulsão no eixo “Y” (ponto 3) - PFy.

Conceitualmente definida como sendo o pico de força vertical de reação do solo

durante a execução do salto horizontal (ponto3). Operacionalmente será determinado a partir

do maior valor encontrado na curva de força em relação ao eixo “Y”, expressa em Peso

Corporal (PC), ou seja, N/N.

1

2

3

7

6

5

4

1

0

2

Tempo (s) 0 1

Pes

o co

rpor

al (

N/N

)

6

Pico de Impulsão no eixo “X” (ponto 7) - PFx.

Conceitualmente definida como sendo o pico de força Antero-posterior de reação do

solo durante a excução do salto horizontal (ponto 7). Operacionalmente será determinado a

partir do maior valor encontrado na curva de força em relação ao eixo “X”, expressa em Peso

Corporal (PC).

Menor valor de força no eixo “Y” (ponto 2) – MVFy.

Esta variável é definida pelo menor valor de força na curva de força de reação do solo

vertical durante a propulsão na fase de deflexão da curva. No gráfico este valor é

representado pelo ponto 2.

Tempo de força na propulsão (ponto 1-4) - TFP.

É definido conceitualmente como o tempo de duração da aplicação de força na

plataforma de força, da flexão até a perda de contato com a plataforma. Operacionalmente

obtido a partir do inicio do movimento para execução do salto (ponto 1), até a perda de

contato com a plataforma (ponto 4), expresso em segundos (s), ou seja a diferença dos

tempos t4 – t1.

Impulso na fase Excêntrica no eixo “Y” (ponto 1-5) – IFEy

Conceitualmente definida como sendo a integral da curva de força de reação do solo

vertical na fase excêntrica da propulsão no salto horizontal. O cálculo desta variável é obtido

através da área do trapézio formado entre dois valores de força em função do tempo.

Somando-se estas áreas tem-se o valor total da integral desta curva (N.s/N).

Impulso na fase Concêntrica no eixo “Y” (ponto 5-4) – IFCy

Esta variável é definida como a integral da curva de força de reação do solo vertical

na fase concêntrica da propulsão no salto horizontal. O cálculo desta variável é obtido através

da área do trapézio formado entre dois valores de força em função do tempo. Somando-se

estas áreas tem-se o valor total da integral desta curva (N.s/N).

7

Impulso Total no eixo “Y” (ponto 1-4) – ITy

Esta variável é definida como a integral da curva de força de reação do solo vertical,

indo do MVFy (ponto 2) até a perda de contato com a plataforma (ponto 4) na propulsão do

salto horizontal. O cálculo desta variável é obtido através da área do trapézio formado entre

dois valores de força em função do tempo. Somando-se estas áreas tem-se o valor total da

integral desta curva (N.s/N).

Impulso Total no eixo “X” (ponto 6-7) - ITx

Esta variável é definida como a integral da curva de força de reação do solo Antero-

posterior, indo do inicio da curva (ponto 6) até a perda de contato com a plataforma (ponto 4)

na propulsão do salto horizontal. O cálculo desta variável é obtido através da área do trapézio

formado entre dois valores de força em função do tempo. Somando-se estas áreas tem-se o

valor total da integral desta curva (N.s/N).

Taxa de impulso média no eixo “Y” (ponto 2-3) - TxIMy.

Conceitualmente definida como sendo a inclinação média da curva de força de reação

do solo vertical durante a fase de propulsão do salto horizontal. Essa taxa é obtida através da

inclinação média da reta naquele período, que inicia no menor valor da deflexão da curva

(ponto 2), e termina no PIy (ponto 3), expressa em N/N.s-1.

Taxa de impulso máxima no eixo “Y”. – TxIMaxY.

Conceitualmente definida como sendo a inclinação máxima da curva de força de

reação do solo vertical durante a fase de propulsão do salto horizontal. Essa taxa é obtida

através da inclinação máxima da reta naquele período, que inicia no menor valor da deflexão

da curva (ponto 2), e termina no PIy (ponto 3), expressa em N/N.s-1.

Taxa de deflexão mínima no eixo “Y”. – TxDMinY.

8

Esta variável é definida conceitualmente como sendo a inclinação da reta de menor

valor na fase de deflexão da curva de força de reação do solo vertical durante a propulsão no

salto horizontal, expressa em N/N.s-1.

Taxa de deflexão média no eixo “Y”. - TxDMy

Conceitualmente definida como sendo a inclinação média da reta na fase de deflexão

da curva de força de reação do solo vertical durante a propulsão do salto horizontal,

expressa em N/N.s-1.

Taxa de impulso média no eixo “X” (ponto 6-7) – TxIx.

Conceitualmente definida como sendo a inclinação média da reta (força x tempo)

durante a fase de propulsão do salto horizontal. Essa taxa é obtida através da inclinação

média da reta na curva de força de reação do solo antero-posterior, indo do início da curva

(ponto 6) até o PIx (ponto 7), e termina no PIy (ponto 3), expressa em N/N.s-1.

As variáveis cinemáticas foram selecionadas a partir da matriz analítica de Gallahue

(1989), para melhor caracterizar os estágios de desenvolvimento motor das crianças

estudadas. Por tanto este estudo tem as seguintes variáveis cinemáticas:

Figura 2: modelo estilizado para demonstração das variáveis angulares. α) ângulo do tronco;

β) do membro superior; θ) do quadril; γ) do joelho.

α

β

θ

γ

9

Distância do Salto – DS

É definido pela distância entre o ponto inicial do calcanhar (na fase de propulsão) até

o ponto final do mesmo (fase de aterrissagem). Essa variável é normalizada pelo

comprimento do membro inferior (cmi).

Ângulo do Joelho - AJ

Esta variável é definida como o ângulo da articulação do joelho mensurada através do

ângulo interno formado pela coxa e perna.

Ângulo do tronco - AT

Definida pelo ângulo formado entre o membro tronco ( reta que uni o ponto do

quadril e do ombro) e o eixo vertical imaginário ( perpendicular a linha do horizonte).

Ângulo do quadril - AQ

Ângulo interno formado entre o membro tronco e a coxa.

Movimento do membro superior - Mms

Ângulo formado entre o pêndulo do membro superior (reta que uni o ombro ao

punho) e o tronco.

1.5 Limitações do estudo

A situação de avaliação e o fato de estarem sendo observados podem ter gerado

algum constrangimento o que poderia resultar numa execução de movimento não totalmente

real, ou seja, não seria da mesma forma que executariam se estivessem na rua brincando,

portanto os resultados obtidos podem ser afetados. Para tentar minimizar esta limitação, as

crianças foram ambientadas com o laboratório, fazendo algumas tentativas de salto antes da

coleta a ser adquirida.

10

Outra informação que poderia reforçar o estudo e não foi possível mensurar foi o

ângulo do tornozelo, pois os marcadores de referência atrapalhariam no salto das crianças,

como indicado pelos próprios sujeitos do estudo.

Uma análise tridimensional poderia ser mais eficaz para a verificação de alguns

indicadores que classificariam a criança dentro do estágio inicial, já que crianças do estágio

maduro não deveriam perfazer movimentação lateral durante a execução do salto horizontal.

Desta forma, pelo objetivo do estudo optou-se por fazer uma análise bidimensional, para

possibilitar a reprodução de pesquisas por professores em escolas, sem necessitar de grandes

recursos.

2 REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo tem por objetivo fornecer embasamento para sustentação teórica deste

estudo. Para isso, buscou-se esclarecer aspectos como: desenvolvimento motor, em analogia

ao modelo de desenvolvimento motor proposto por Gallahue, o fenômeno do salto horizontal

e estudos que pesquisaram o salto horizontal.

2.1 Efeitos do salto horizontal e sua importância

São inúmeras as atividades físicas em nosso cotidiano e também na grande maioria

das modalidades esportivas que causam um certo impacto ao corpo humano. As solicitações

físicas específicas de cada modalidade esportiva, bem como a influência do meio, no caso de

esportes caracterizados como de destrezas abertas (esportes de contato), geram lesões

características (SANTOS et al., 2005). O impacto está associado à força de reação do solo e

age sobre o aparelho locomotor humano, desencadeando reações e adaptações no sistema

músculo-esquelético. De maneira geral, grande parte do desgaste e das lacerações no sistema

músculo-esquelético não se deve às ações traumáticas ou doenças graves, mas sim ao efeito

cumulativo da carga dinâmica (VOLOSHIN, 2004).

Todavia, os efeitos desse fenômeno não são sentidos de imediato nem se tornam

visíveis no corpo. Tais efeitos causados pelos impactos mecânicos consistem em ondas de

choque geradas a cada contato de uma parte do corpo humano com um corpo rígido, como o

solo. Essas ondas, embora imperceptíveis, desempenham um papel importante e até mesmo

contraditório no processo de crescimento ósseo e no desenvolvimento de diversas disfunções

músculo-esqueléticas (VOLOSHIN, 2004).

O treinamento de crianças vem sendo a cada dia mais precoce, especialmente em

modalidades que assim o exigem. E, conforme Hamill e Knutzen (1999) no esqueleto em

desenvolvimento ou imaturo a influência do apoio de peso e forças musculares terá um efeito

mais substancial na formação do tamanho e formato dos ossos do que as mesmas forças se

aplicadas num esqueleto maduro. Em adição, Enoka (2000) afirma que o esqueleto é

12

remodelado continuamente e, de maneira geral, o conjunto de processos – crescimento,

reforço e reabsorção – é denominado remodelamento e o equilíbrio entre esses processos é

influenciado por diversos fatores, dentre os quais destacam-se atividade física (cargas de

sobrecarga e distensão), idade e doença.

A literatura aponta que o conteúdo mineral ósseo e a densidade mineral óssea de todo

o corpo aumentam com a idade durante a infância (MALINA, 2003). Porém, para que isso

ocorra é necessário um estresse mecânico mínimo para que os ossos cresçam e se fortaleçam,

sendo que a atividade física constitui um importante componente no desenvolvimento e

manutenção da integridade esquelética (HAMILL e KNUTZEN, 1999). Entretanto, uma

preocupação importante em relação às crianças que participam de treinamentos de endurance

ou de força, conforme Powers e Howley (2001) é que o microtraumatismo constante do

treinamento repetitivo pode provocar o fechamento prematuro das placas de crescimento

ósseo e retardar o crescimento normal dos ossos longos.

Os ossos têm estrutura e propriedades mecânicas únicas que permitem exercer

algumas funções: servir de arcabouço ao sustentar os tecidos moles, prover locais de

atamento muscular e facilitar a ação muscular e o movimento corporal, estando entre as

estruturas mais duras do corpo (NORDIN e FRANKEL, 2003; VOLOSHIN, 2004). O tecido

ósseo apresenta-se altamente vascularizado, com excelente capacidade de auto-regenerar-se e

de alterar sua configuração e propriedades em resposta às mudanças na demanda mecânica a

ele imposta. Dessa maneira, mudanças como na densidade óssea são observadas após longos

períodos de desuso e também após períodos de uso intenso (NORDIN e FRANKEL, 2003).

Contudo, o estresse tem diferentes efeitos sobre os ossos, podendo ter efeito no

crescimento ósseo e no processo de cicatrização de uma fratura em uma criança, pode ter

efeito na modelação em uma situação de sobrecarga, e na remodelação em uma situação de

subcarga. Fazendo uma adaptação da lei de Wolff, cujo conteúdo refere-se à adaptação

funcional (forma e função) de uma estrutura, pode-se dizer que as leis físicas constituem o

maior fator influenciador da modelação e remodelação ósseas (NIGG e HERZOG, 1994).

Quando uma sobrecarga é suficiente para fazer com que as fibras de colágeno

deslizem uma em relação às outras, essa ação gera potenciais elétricos no osso. Esse processo

de geração de potenciais elétricos em razão da pressão é chamado de efeito piezoelétrico do

13

osso. E o que as pesquisas buscam estabelecer é uma relação entre a sobrecarga mecânica

experimentada pelo osso e os efeitos elétricos associados, reportando ao mecanismo básico

da lei de Wolff (ENOKA, 2000). Percebe-se então, a necessidade de certos impactos

mecânicos para que ocorra o aumento da massa óssea através da modelação óssea. E,

conforme Erickson e Sevier (1997), incrementos na densidade óssea ocorrem desde a

infância e adolescência até cerca de 30 anos de idade.

As forças compressivas são produzidas por músculos, apoio de peso, gravidade ou

alguma carga externa e são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento dos ossos

(NIGG e HERZOG, 1994; HAMILL e KNUTZEN, 1999). As atividades que geram

impactos mecânicos expõem o osso a esse tipo de carga, contudo, por ser o osso um material

frágil, seu grau de fragilidade depende dos constituintes minerais que dão a ele a habilidade

para suportar tais cargas compressivas (HAMILL e KNUTZEN, 1999). Todavia, é

interessante ressaltar o osso, quando maduro, apresenta-se mais forte e rígido em compressão

(NORDIN e FRANKEL, 2003).

Evidências dos efeitos positivos da atividade física na infância sobre a densidade

óssea, ou imediatamente ou ao longo dos anos, são controversas, porém um grande número

de estudos aborda essa questão (GANLEY e SHERMAN, 2000). Os estudos como o de Lee

e Clark (2005) e Valdimarsson et al. (2005) realizados com crianças, praticantes de atividade

física mostraram que os ganhos de massa óssea durante a fase de crescimento podem persistir

ao longo da fase adulta e que aquelas participantes de atividades esportivas de alta

intensidade na infância apresentaram maior densidade óssea em relação aos que não

participaram. Pois, conforme Ganley e Sherman (2000) o esqueleto parece melhor responder

aos efeitos da atividade física durante a fase de crescimento. Um artigo escrito por Kreip, já

em 1995, vai ao encontro dessa afirmação falando sobre a importância de verificar-se a

densidade mineral óssea já em adolescentes que apresentem fatores de risco: baixa massa

corporal, sedentarismo, baixa ingesta de cálcio, baixas taxas hormonais e doenças ou

disfunções relacionadas à densidade óssea. Pois, segundo o autor essa será uma atitude

profilática no que se refere ao envelhecimento sadio desses jovens. E um recente estudo de

Wang et al. (2005) que avaliou a influência das atividades físicas de lazer nos incrementos de

densidade óssea de crianças de 10 a 12 anos confirma o fato de que o sedentarismo pode ser

um fator de risco para valores reduzidos de massa óssea.

14

Percebe-se, no entanto que para que ajam incrementos na densidade óssea são

necessárias atividades impactantes, conforme o estudo de Henrich et. al. (1990) que realizou

comparações entre o nível de densidade óssea de mulheres jovens atletas e o esporte

realizado afirmam que o treinamento pesado pode proporcionar um maior estímulo no

incremento de massa mineral óssea do que o treinamento de natação. Muitos estudos,

geralmente fazendo uma comparação entre grupos controle e ginastas complementam essa

afirmação, visto ser a ginástica uma modalidade esportiva de alto impacto. Assim, os estudos

de Bass et al. (1998), Lehtonen-Veroma et al. (2000) e Jaffré et al. (2001) e os estudos

longitudinais de Nichol et al. (1994); Taafe et al. (1997) e Courteix et al. (2001) demonstram

os benefícios que a atividade física intensa traz em relação aos incrementos de massa óssea,

ressaltando inclusive um aumento de massa óssea lombar durante as temporadas de

treinamento em ginastas na fase colegial.

Em adição, Bricout (2003) ao realizar uma revisão de literatura sobre os efeitos do

treinamento intensivo de ginástica com meninas jovens ainda em fase maturacional, expõe

que se existem efeitos deletérios ao aparelho locomotor são poucos e em decorrência de

treinamentos inapropriados e excessivos. No entanto, Daly et al. (2002) afirma que a baixa

estatura e o atraso maturacional em alguns atletas jovens tanto podem refletir na escolha de

uma modalidade esportiva específica para esse biótipo como também o treinamento

prolongado e intensivo de algumas atividades esportivas combinada com a baixa ingesta de

cálcio podem sim reduzir o crescimento e a maturação, conforme sugerem algumas

evidências. Assim, conforme a maioria das pesquisas mostram, exercícios árduos com peso,

mesmo que com o peso corporal, durante o crescimento parece estar positivamente

associados ao aumento da massa óssea, entretanto, fica a ressalva de que podem suprimir o

crescimento longitudinal ósseo (GARRET Jr. et al 2003).

2.2 Desenvolvimento Motor e o modelo de Gallahue

Recentemente, os estudos na área de desenvolvimento motor sofreram influências da

perspectiva ambiental depois do surgimento de teorias de estudiosos na área da psicologia e

15

desenvolvimento humano, como Vygotsky e Bronfenbrenner. Essa nova visão propõe

conceituar o desenvolvimento motor como “a alteração contínua no comportamento motor ao

longo da vida, realizada pela interação entre as exigências da tarefa e a biologia do indivíduo

e as condições do ambiente.” (GALLAHUE e OZMUN, 2001).

Gutiérrez, Sierra e Delgado (1995) afirmam que há uma grande relação entre as

capacidades psicomotoras e a maturação cerebral que se alcança de forma definitiva até os 20

anos e em função da evolução da maturação do SNC podemos estabelecer diferentes etapas

na aquisição e na aprendizagem das habilidades motoras e marcar períodos básicos na vida

da criança.

Ferreira Neto (1995) acrescenta ainda que o desenvolvimento motor segue uma

determinada seqüência de modificações nos movimentos que difere de indivíduo para

indivíduo quanto ao momento da evolução, mas não quanto à seqüência pela qual essas

modificações acontecem.

Para Calomarde, Calomarde e Asensio (2003), o processo de desenvolvimento da

habilidade motriz, num primeiro momento deve explorar todas as possibilidades de

movimento, partindo do mais natural e espontâneo para progressivamente ir refinando as

habilidades motoras adquiridas, ampliando com outras novas menos habituais e aplicando-as

a situações cada vez mais complexas. No último ciclo, o treinamento das habilidades

motrizes adquirirá um caráter mais específico da forma e técnica do movimento.

Quanto às destrezas motoras, trata-se do desenvolvimento do controle motor e da

precisão na performance de movimentos tanto fundamentais quanto especializados. À

medida que a criança desenvolve-se maturacionalmente, as destrezas básicas já adquiridas

são aperfeiçoadas e aplicadas como destrezas complexas ou especializadas em inúmeros

jogos, esportes e atividades recreativas (GALLAHUE, 2000).

O modelo teórico proposto por Gallahue (1989) sugere um modelo de

desenvolvimento que identifica estágios específicos observados em quatro fases: fase dos

movimentos reflexos, fase dos movimentos rudimentares, fase dos movimentos fundamentais

e fase dos movimentos especializados (do esporte, do trabalho, do lazer, entre outros). Em

essência, o modelo de Gallahue parte da premissa que o alcance da fase de movimentos

especializados implica necessariamente numa passagem pelas habilidades motoras básicas.

16

Para Gallahue e Ozmun (2003), o domínio das habilidades motoras fundamentais –

movimentos locomotores e manipulativos – é básico para o desenvolvimento motor de

crianças, sendo que todas as atividades locomotoras e manipulativas são consideradas

movimentos estabilizadores, os quais envolvem o esforço da criança para se manter em

equilíbrio contra a ação da força da gravidade. O movimento estabilizador, em sentido mais

amplo, é qualquer movimento no qual algum grau de equilíbrio é necessário.

A estabilidade é o aspecto mais fundamental do aprendizado de movimentar-se e

através dela as crianças obtêm e mantêm um ponto de origem para as explorações que fazem

no espaço.

Os movimentos manipulativos estão relacionados às tarefas de arremessar, lançar,

receber, chutar e interceptar objetos, ou seja, às manipulações motoras. Já os locomotores

referem-se aos movimentos realizados com o objetivo de mudar a posição do corpo

considerando um ponto fixo do espaço e nesse modelo, constituem movimentos

fundamentais; referem-se às ações de caminhar, correr, saltar, pular ou saltitar.

Embora relacionada à idade, a aquisição de habilidades motoras maduras não é

dependente da idade, mas sim de numerosos fatores, da tarefa em si, do indivíduo e do

ambiente.

O desenvolvimento de um “padrão motor” não está especificamente relacionado à

conquista do alto grau de habilidade em um número limitado de situações motoras, porém,

relaciona-se ao desenvolvimento de níveis aceitáveis de habilidade e de uma mecânica

corporal eficiente.

Nem todos os padrões motores encaixam-se precisamente em uma progressão

arbitrária de três estágios, entretanto, essa abordagem de Gallahue adapta-se, precisa e

adequadamente, à seqüência desenvolvimentista da maioria dos padrões motores

fundamentais.

Dessa forma, a criança, física e cognitivamente normal, progride seqüencialmente de

um estágio a outro, influenciada pela maturação e pela experiência. Tal seqüência de

progressão ao longo dos estágios inicial, elementar e maduro é a mesma para a maioria das

crianças, entretanto, o ritmo em que as mudanças ocorrem varia entre as crianças está

relacionado tanto à influência ambiental quanto à oportunização à prática.

17

Nesse sentido, as diferenças entre as crianças remetem ao princípio da

individualidade biológica. Quanto ao padrão, são encontradas diferenças em todas as

crianças, podendo essas estar em estágios motores diferentes para tarefas motoras diferentes.

Assim, uma criança pode estar no estágio inicial para determinada habilidade e no elementar

e maduro para outras.

As crianças que exibem diferenças pertinentes a cada padrão devem ser avaliadas

utilizando-se a análise segmentaria, permitindo ao observador determinar com precisão o

estágio de desenvolvimento de cada segmento corporal.

Gallahue e Ozmun (2003) dividem a fase dos movimentos fundamentais em três

estágios:

Estágio inicial – representa as primeiras tentativas da criança orientada para

desempenhar uma habilidade fundamental. O movimento em si é caracterizado por

elementos que faltam ou que são seqüenciados e restritos, pelo uso exagerado do corpo e por

fluxo rítmico e coordenação deficientes.

Figura 3: Ilustração de criança executando o salto horizontal do estágio inicial.

Estágio elementar – este estágio envolve maior controle e melhor coordenação rítmica dos

movimentos fundamentais, aprimora-se a sincronização dos elementos temporais e espaciais

do movimento, porém geralmente restritos ou exagerados.

Figura 4: Ilustração de criança executando o salto horizontal do estágio elementar.

18

Estágio maduro – caracterizado como mecanicamente eficiente, coordenado e de execução

controlada.

Figura 5: Ilustração de criança executando o salto horizontal do estágio maduro.

2.3 Estudos sobre o Salto Horizontal

Neste tópico será caracterizando o salto horizontal, que além de ser um movimento

bastante executado durante atividades rotineiras, é considerado uma atividade complexa. Esta

atividade é necessária, pois muitas vezes temos a necessidade de saltar ou evitar obstáculos

realizando uma ação de saltar. E esta ação envolve um período de tempo no qual o corpo não

está em contato com o solo. Neste sentido saltar pode ser considerado como uma extensão

natural da corrida que, por sua vez, é uma extensão natural da locomoção (DURWARD; et

al., 2001).

Por outro lado Ashby e Heegaard (2002), dizem que o salto horizontal é um dos testes

usados para medir força explosiva, o qual tem por objetivo medir a potência dos membros

inferiores no plano horizontal, podendo ser realizado desde os seis anos de idade, além de ser

um movimento humano fundamental que requer coordenação motora complexa dos

segmentos superiores e inferiores do corpo.

O salto em distância, conforme Gallahue e Ozmun (2003) é um movimento

explosivo, que requer o desempenho coordenado de todas as partes do corpo, sendo que o

impulso e a aterrissagem devem ser feitos com os dois pés. Trata-se de um padrão motor

complexo.

Como citado anteriormente, este movimento é usado como teste de força explosiva do

membro inferior e tem uma boa reprodutibilidade e validade frente a outros testes como o

salto com contra-movimento e o salto sem contra-movimento, e como citam Aguado et al.

19

(2000), o salto é um gesto natural presente em muitos esportes e jogos, e embora deste não se

assemelhar aos empregados em situações desportivas é usado freqüentemente como teste de

condição física ou como prova de aptidão. Em adição, o salto parado com pé junto é uma

prova freqüentemente usada pelos professores de educação física como teste em seus alunos,

além de ser usado como ferramenta discriminatória em concurso para bombeiro e policia

nacional (AGUADO e IZQUIERDO, 1995).

No salto horizontal, a produção de força horizontal representa um componente

importante das cargas sobre o membro inferior humano. Para estudar sobre o salto horizontal

na vida diária, o tipo de atividade envolvida incluiria pular sobre objetos, transpor obstruções

e saltar sobre valetas e poças para evitar territórios nos quais o sujeito não deseja pisar.

Nestas circunstâncias, seria útil investigar as forças e o movimento das fases de decolagem e

aterrissagem da atividade, mas neste trabalho iremos abordar apenas o movimento das fases

de decolagem do salto. Nesse sentido Moreira, Souza e Oliveira (2002), dizem que a

aceleração é influenciada de forma significativa pela capacidade de força explosiva

demonstrada, segundo os autores nos exercícios de saltos nesta linha de raciocínio, sugerem

inclusive a adoção dos testes de saltos verticais e horizontais para a avaliação da capacidade

de aceleração.

Como o salto é considerado uma habilidade complexa, Knutzen e Martin (2002)

também preocupados com as fases de crescimento e desenvolvimento motor, objetivaram

identificar a transição dos estágios para determinar quais os padrões devem auxiliar o

movimento na próxima fase, permitindo esclarecer o padrão de movimento como uma função

do envolvimento em que o movimento é aperfeiçoado. Para isto utilizaram um modelo

rígido: cabeça e pescoço, antebraço e mão, braço superior, tronco, coxa, perna e pé, através

deste determinaram a força propulsiva de saída, programaram a trajetória do centro de

gravidade na saída, controlaram o corpo durante o vôo e o equilíbrio na aterrissagem. A

potência articular muscular foi calculada no pescoço, cotovelo, ombro, quadril, joelho e

tornozelo, usando momentos, velocidade angular e trabalho mecânico. Horitia et al. (1991),

em um estudo realizado por eles concluíram que crianças demonstraram uma forma

habilidosa na fase propulsiva do salto, mas uma função imatura na fase preliminar da saída e

na fase de vôo.

20

Seguindo com estudos sobre o salto, Trigo (2000) buscou analisar a biomecânica do

salto horizontal de um atleta olímpico de atletismo, objetivando realizar análise biomecânica

de cada fase do salto, visando a determinação dos principais parâmetros mecânicos que

interferem no rendimento do atleta e que possam oferecer subsídios para fundamentar um

programa de treinamento específico. Este autor observou que a extensão do salto dependia

diretamente dos seguintes parâmetros mecânicos: velocidade da corrida de aceleração,

intensidade da força de impulsão na tabua, ângulo formado entre a perna de impulsão e a

horizontal no momento da extensão completa do membro inferior na impulsão, controle da

posição do centro de gravidade na fase aérea e capacidade de frenagem na contração

excêntrica da fase de queda.

No estudo de Aguado e Izquierdo (1995), estes autores analisaram do ponto de vista

cinético e cinemático o salto horizontal de 64 sujeitos, os quais foram efetuadas por

candidatos a ingressar no Instituto Nacional de Educação Física de Leon. Tiveram como

objetivo determinar parâmetros de eficácia e descrever os diferentes modelos utilizados.

Apresentando a fase de vôo como importante pela missão de preparar uma aterrissagem

correta e, com respeito à estrutura corporal citam não existirem trabalhos que tenham

encontrado correlação entre as dimensões dos segmentos corporais e a altura alcançada na

velocidade vertical. Assim sendo, as crianças quando realizam um salto horizontal sentem a

necessidade de reequilibrar-se na fase de vôo dando um passo no ar além de utilizarem

ângulos de saída superiores aos dos adultos. Os diferentes resultados obtidos apresentam a

distância como um salto muito técnico e por isso se considera que existam indícios que

demonstram que pode não ser um bom indicador de uma qualidade física como a força

explosiva do membro inferior.

Como a melhora da habilidade motora está associada com as mudanças no período da

adolescência em ambos os sexos, Loko et al. (2000), fizeram um estudo com o objetivo de

identificar a estabilização das curvas da habilidade motora em garotas de 10 a 17 anos. A

habilidade motora foi testada em 902 garotas, as quais executaram uma corrida rápida de

30m, um salto horizontal parado, um salto vertical, um arremesso de bola pesando 2kg, um

salto quíntuplo parado, a força isométrica dos músculos posteriores, a flexão do tronco a

frente e 1 minuto de bicicleta ergométrica na maior velocidade possível. As maiores

diferenças nos resultados dos testes de habilidades motoras ocorreram entre 10-11, 11-12 e

21

12-13 anos, que coincide com as maiores diferenças no peso e estatura para a mesma idade.

A diferença nos resultados da maioria dos testes da habilidade motora estabilizou entre as

idades de 13 e 14 anos. As diferenças positivas nos resultados permaneceram entre os grupos

de 14-15 e 15-16 anos (excluindo a corrida e o salto horizontal). A estabilização final das

habilidades motoras ocorreu nas idades de 16 e 17 anos. A falta de diferenças significativa

entre os grupos de 16 e 17 anos indicou a estabilização final das habilidades motoras neste

testadas.

Para Sorensen, Simonsen e de Bogert (2004), a principal proposta de muitos estudos

de qualquer categoria tem sido estabelecer relações entre vários parâmetros do salto,

velocidade de aproximação ou ângulo de saída, performance, comprimento do salto. Assim,

buscaram desenvolver um modelo de interesse para estudos da dinâmica de saída e

otimização da performance do salto horizontal, bem como para estudos da função muscular e

mecanismos de lesões. Em conclusão verificaram que a otimização do modelo foi muito

similar ao saltador real, sendo então considerado válido para estudos da função muscular

durante a saída do salto horizontal bem como para descrever a dinâmica de saída desse salto.

Ashby e Heegaard (2002), exploraram a hipótese que o balanço dos braços melhoram

a performance do salto, citam que o balanço em adição a força para baixo do corpo quando

os extensores do quadril e joelho estão na melhor posição para exercer a força de reação

vertical do solo, tal força vagarosamente contrai esses músculos, seguido pelo

desenvolvimento da maior força muscular, portanto o movimento dos braços tem benefícios

adicionais como a redução da força de impacto na aterrissagem e redução da desestabilização

da força de reação horizontal do solo, ao manter o balanço nas fases da saída, vôo e chegada

parecem ser mais desafiantes na posição do salto horizontal que na posição do salto vertical.

Observou-se nos resultados que os sujeitos saltaram 36 cm a mais com os braços em

movimento do que sem movimento dos braços. Através desses achados afirmam que durante

qualquer atividade do corpo humano, o movimento dos braços pode ser usado para regular ou

manter o balanço durante toda transferência do momento angular dos braços para o resto do

corpo.

O estudo direcionado à performance do salto horizontal de Seyfarth et al. (1999),

propuseram um modelo mecânico que descreve quantitativamente a dinâmica do centro de

22

gravidade durante a fase de saída do salto horizontal, apresentando um certo ângulo de

ataque da perna que possa otimizar a performance do salto, para atingir esta otimização

requer relativamente um mínimo de rigidez da perna, portanto a estratégia usada pelo atleta

depende da sua habilidade de gerar essa rigidez, onde diferenças na rigidez podem ser

compensadas pela mudança do ângulo de ataque da perna. Como a conservação da energia

cinética é uma estratégia essencial para uma boa performance a maior velocidade angular de

saída foi acompanhada pela menor velocidade de saída e conseqüentemente uma menor

distância do salto.

Os autores Costa et al. (2004) examinaram as diferenças de sexo na distribuição de

carga nas articulações durante a fase de saída do salto horizontal, sendo o salto horizontal

definido pelo máximo deslocamento horizontal do corpo na saída e amplamente dependente

da habilidade do atleta em gerar velocidade horizontal durante a aproximação enquanto

posiciona o corpo precisamente em preparação para a fase de saída do salto, hipotetizou-se

que decatletas masculinos e heptatletas femininos selecionaram diferentes estratégias de

controle articular durante a fase de saída do salto horizontal. Os resultados mostraram que as

estratégias de saída diferiram-se entre os decatletas e heptatletas, verificando que os

heptatletas mantiveram a velocidade horizontal do centro de massa total na saída, entretanto,

os decatletas tenderam reduzir a velocidade horizontal em favor do aumento da velocidade

vertical do centro de massa total na saída, possibilitando concluir que a estratégia de

distribuição da carga usada pelos heptatletas e decatletas durante a saída parece ser similar.

Já Amadio (1988), realizou uma análise biomecânica do salto triplo, dando enfoque

ao movimento esportivo, baseando-se em estudos experimentais, desenvolveu e aplicou os

principais métodos de investigação da biomecânica nas suas áreas básicas de estudo como:

cinemática, dinâmica, antropometria e eletromiografia.

Em adição, o trabalho de Davies e Jones apud GALDI (2003), objetivou analisar 3

tipos de salto (em distância, vertical com contra-movimento e agachado) para avaliar a

contribuição do balanço do braço na sua execução. Concluíram que os testes podem ser

usados como medida de força do músculo da perna e podem ser bem exatos, se a

contribuição dos braços no impulso, for excluída, portanto nada puderam concluir sobre a

contribuição dos braços nos diferentes saltos.

23

Os estudos encontrados na literatura buscam, em sua maioria, incrementar a

performance de atletas, mas autores como Fry e Hawkins (2003), dizem ser poucos os

estudos científicos interessados em determinar a relação causa-efeito entre crescimento e

desenvolvimento, lesão e performance de movimento.

Desta forma, conhecer o salto horizontal de crianças em diferentes estágios de

desenvolvimento motor, contribuirá para o entendimento das fases do salto de crianças em

que ela flexiona mais ou menos a articulação dos joelhos para a execução de determinado

salto. Esta maior ou menor flexão, pode ser entendida classificando a criança dentro de um

estágio maturacional do seu movimento que poderá ou não estar classificado segundo a sua

idade ou dentro de uma divisão das fases da infância.

3 METODOLOGIA

Neste capítulo serão apresentados os procedimentos metodológicos do presente

estudo, assim descritos: característica do estudo, população e amostra, instrumentos de

medida, análise dos dados e tratamento estatístico.

3.1 Característica do estudo

Esta pesquisa caracteriza-se por ser descritiva, visto que se procurou descrever as

características cinemáticas e cinéticas do salto horizontal de crianças em diferentes estágios

de maturação; e ainda de cunho exploratório visto que se trata de uma abordagem nova que

busca explorar tema ainda pouco discutido e analisado.

3.2 População e Amostra

A população deste estudo foi composta por crianças da rede de ensino da cidade de

Florianópolis - SC com idade entre 4 e 12 anos.

As crianças são procedentes da Escola Estadual Franklin Roosevelt, que se localiza

nas proximidades da Universidade do Estado de Santa Catarina e da Escola Municipal Deisi.

Optou-se por estas escolas, devido a sua localização ser próximo aos locais de coleta.

A seleção da amostra foi realizada de forma probabilística aleatória simples, tendo

como pré-requisito à idade entre 4 a 12 anos, e a ausência de qualquer tipo de disfunção

física ou mental aparente, através da solicitação de execução de tarefas motoras básicas. A

amostra foi subdividida em três grupos, conforme classificação de desenvolvimento motor,

os quais segundo Gallahue (Gallahue & Ozmun, 2001), compreendem em: inicial, elementar

e maduro. Ao todo a amostra foi composta por 33 crianças de ambos os gêneros, onde

obteve-se até três tentativas de cada criança.

25

3.3 Instrumentos de Medida

Para a realização deste estudo utilizaram-se os seguintes instrumentos que estão

descritos a seguir:

3.3.1 Plataforma de Força

Para mensuração das variáveis cinéticas e espaço temporal utilizou-se uma

plataforma de força extensométrica da marca AMTI (Advanced Mechanical Technology

Incorporation, Newton, MA, USA), modelo OR6-5-2000. A plataforma estava nivelada ao

solo, e pode ser aferida ate uma freqüência de 3000Hz, tendo as dimensões de 900x600mm.

Esta plataforma permite a mensuração da força de reação do solo nos três eixos, ou seja, a

componente vertical, a antero-posterior e a médio-lateral. Para este estudo foram utilizados

as componentes de força: vertical e antero-posterior durante a fase de propulsão do salto

horizontal.

Figura 6: Plataforma de força de reação do solo (Fonte AMTI, 1991)

3.3.2 Sistema de Videografia

Para a mensuração das variáveis cinemáticas, utilizou-se uma filmadora da Peak

Performance System, modelo HSC-180Hz (Figura 7), sincronizada com a plataforma de

força. Esta câmera foi utilizada para a capturar as imagens durante todo o salto,

possibilitando utiliza-la a uma freqüência de amostragem de 60Hz ou 180Hz. Para calibrar

este sistema utilizou-se uma régua de 1,28 m de comprimento com marcadores reflexivos nas

26

pontas (Figura 8). Este calibrador foi filmado a cada coleta, e posteriormente digitalizado

dentro do programa de processamento de imagens para o reconhecimento de escalas e para

cálculos dos saltos da amostra do estudo.

Figura 7: Câmera de vídeo do Sistema Peak Motus.

Figura 8: Calibrador bidimensional com marcadores reflexívos.

Para a avaliação qualitativa do salto das crianças utilizou-se a matriz de Gallahue

(Gallahue e Ozmun, 2003), e uma sistemática montada a partir desta, que esta a seguir:

27

A – ESTÁGIO INICIAL

1. Movimento limitado; braços não iniciam ação do salto.

2. Durante o vôo, braços se movem para os lados e para baixo, ou para trás e para cima, para manter o equilíbrio.

3. Tronco se move em direção vertical; ênfase pequena na extensão do salto.

4. Agachamento preparatório inconsistente em termos de flexão de pernas

5. Dificuldade de usar ambos os pés

6. Extensão limitada de tornozelos, joelhos e quadris ao impulsionar.

7. Peso corporal cai para trás ao pousar

B – ESTÁGIO ELEMENTAR

1. Braços iniciam a ação do salto

2. Braços se mantêm na frente do corpo durante agachamento preparatório

3. Braços se movem para as laterais para as laterais para manter o equilíbrio durante o vôo

4. Agachamento preparatório mais profundo e mais consistente

5. Extensão mais completa do joelho e do quadril ao impulsionar

6. Quadris flexionados durante o vôo; coxas mantidas em posição flexionada.

C – ESTÁGIO MADURO

1. Braços se movem para o alto e para trás durante o agachamento preparatório.

2. Durante o impulso, braços se inclinam para frente com força e alcançam altura.

3. Braços mantêm-se altos durante toda a ação do salto.

4. Tronco inclinado em ângulo aproximado de 45 graus.

5. Ênfase maior na distância horizontal

6. Agachamento preparatório profundo e consistente

7. Extensão completa de tornozelos, joelhos e quadris ao impulsionar.

8. Coxas mantêm-se paralelas ao solo durante o vôo; pernas pendem verticalmente.

9. Peso corporal inclina-se para à frente ao pousar.

Figura 9: Matriz analítica do modelo de Gallahue (1989) do salto horizontal de crianças.

28

Figura 10: figuras da fase de propulsão utilizadas para avaliação qualitativa dos estágios de

desenvolvimento motor da amostra do estudo.

Figura 11: figuras da fase aérea utilizadas para avaliação qualitativa dos estágios de

desenvolvimento motor da amostra do estudo.

Figura 12: figuras da fase de aterrissagem utilizadas para avaliação qualitativa dos estágios

de desenvolvimento motor da amostra do estudo.

Inicial Elementar Maduro

Inicial Elementar Maduro

Inicial Elementar Maduro

29

3.4 Procedimentos do Estudo

Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UDESC,

realizaram-se os seguintes procedimentos descritos a seguir:

3.4.1 Contato e pedido de autorização

Formulou-se uma carta para fazer o contato com as escolas de interesse para a

composição da amostra do estudo. Através desta carta solicitou-se a autorização para realizar

o contato com os pais, ou responsáveis dos alunos.

Neste contado com os pais foi solicitado uma autorização para a realização das

coletas através do termo de consentimento livre e esclarecido. Com estas autorizações

devidamente assinada marcou-se a data das coletas.

3.4.2 Coleta de Dados

No dia da coleta de dados as crianças foram conduzidas até o Laboratório de

Biomecânica do CEFID/UDESC por um dos pesquisadores integrante do projeto. No

laboratório as crianças receberam códigos contendo a idade e um número da ordem de coleta

para assegurar um posterior anonimato dos participantes. Depois as crianças passaram por

um período de familiarização com o ambiente (Figura 13) e adaptação com os instrumentos e

com os pesquisadores. Após este período demonstrou-se o gesto que estes iriam realizar, as

crianças da amostra vivenciaram o movimento do salto horizontal sobre a plataforma de

força preparando-se para a execução dos saltos a serem analisados.

30

Figura 13: Ambiente de coleta no laboratório de biomecânica – CEFID/UDESC.

Em seguida, foram realizadas as marcações para colocação dos marcadores reflexivos

dos pontos articulares de interesse para o estudo (ombro, punho, quadril, joelho e tornozelo),

conforme a Figura 14, utilizando-se para estas marcações o Modelo antropométrico que o

presente estudo adaptou de Cavanagh e Rodgers (1987):

Ombro: ponto localizado 5 cm distal do acrômio (ápice do ombro, face lateral);

Punho: processo estilóide do Rádio;

Quadril: tuberosidade do grande trocânter, localizado sobre a extremidade proximal

do fêmur em função articular com o quadril, na face lateral da coxa;

Joelho: côndilo lateral da tíbia, localizado sobre a extremidade proximal da tíbia em

função articular com o fêmur;

Tornozelo: maléolo lateral, ponto mais proeminente localizado sobre a extremidade

distal da fíbula em seu encaixe com o tornozelo.

31

Figura 14: criança preparada para executar o salto horizontal com os marcadores reflexíveis.

As crianças realizaram três saltos horizontais cada uma, sendo orientado a elas que se

alcançasse a maior distância possível. Algumas crianças tiveram que perfazer um número

maior de saltos para se obter três saltos válidos. Para seleção dos saltos válidos utilizou-se

uma avaliação da curva de força de reação do solo logo após o salto no programa de

aquisição de dados simultâneo a coleta, além de uma análise de outro pesquisador quanto ao

comportamento do avaliado durante o salto. Um exemplo de exclusão pela segunda avaliação

seria o caso da criança que durante a execução olhasse para a câmera ou saltasse fora do

plano de análise.

As variáveis angulares selecionadas foram: ângulo do joelho, tronco, quadril e

movimento do membro superior. As variáveis cinéticas foram: primeiro pico de força no eixo

“Y”, menor valor da força em “Y”, tempo de força na propulsão, impulso na fase excêntrica

no eixo “Y”, impulso na fase concêntrica no eixo “Y”, impulso total no eixo “Y”, impulso

total no eixo “X”, taxa de impulso média no eixo “Y”, taxa de impulso máxima no eixo “Y”,

taxa de deflexão mínima no eixo “Y”, taxa de deflexão média no eixo “Y” e taxa de impulso

média no eixo “X”.

Para a aquisição das variáveis cinéticas utilizou-se na Plataforma de Força uma

freqüência de aquisição de 900Hz, e para a avaliação das imagens através do Sitema Peak

32

Motus utilizou-se uma freqüência de amostragem de 60Hz. Estas freqüências foram

escolhidas através do estudo piloto.

3.4.3 Processamento dos Dados

Para classificar as crianças nos estágios de desenvolvimento motor, utilizou-se a

matriz analítica (Figura 9), proposta por Gallahue (1989). Esta é uma matriz qualitativa, ou

seja, permite o pesquisador ou professor uma análise observacional da criança que se deseja

avaliar em tres estágios de desenvolvimento motor: inicial, elementar e maduro.

Esta matriz foi dividida em 4 partes, onde cada parte corresponde a instantes

fundamentais para a execução do salto. A escolha destas fases e desta sistemática para

avaliação das crianças executando o salto horizontal foi testada e aprovada no estudo piloto

deste projeto. São duas partes na propulsão, uma na fase aérea e uma na aterrissagem.

As quatro fases são: maior ângulo do pêndulo do membro superior na flexão do

joelho durante a fase de propulsão do salto, maior flexão do joelho na fase de propulsão,

instante de 0,33s após a perda de contato com a plataforma, ou seja, tempo correspondente a

2/60 de segundos – este tempo refere-se ao terceiro quadro após a perda de contato analisado

em uma câmera de vídeo que filma a uma freqüência de amostragem de 60Hz – e flexão

máxima de joelho na fase de aterrissagem. Na primeira fase foi analisado apenas o ângulo de

pêndulo do membro superior; na segunda, ângulos de joelho, tronco e quadril; na terceira e

quarta fases, todas as variáveis angulares.

Torna-se importante destacar que na fase aérea o instante analisado foi 0,33s após a

perda de contato baseado na analise do estudo piloto e descrição contida na matriz de analise

de Gallahue, que mostram figuras na subida da fase aérea, que foram as analisadas no

presente estudo.

Através desta sistemática pode-se obter uma análise mais discriminada da criança

executando o salto, e com isso aumentar o grau de discriminação da matriz observacional

utilizada neste estudo. A sistemática utilizada esta na seqüência na Figura 10,11 e 12.

33

3.4.4 Tratamento dos Dados

Após a digitalização dos dados no software do Sistema Peak Motus, as curvas de

ângulo foram filtradas através de filtro Butterworth de 4ª ordem, para gerar uma suavização

da curva e tentar eliminar possíveis ruídos do instrumento e principalmente erros de

digitalização. Após esta filtragem capturaram-se os valores de ângulos nos instantes

desejados.

A componente vertical e a antero-posterior da força de reação do solo utilizadas para

o cálculo das variáveis cinéticas, foram processadas através do Sistema SAD 3.2, tendo sido

filtradas via FFT (Fast Fourrie Transformation) butterworth de 4ª ordem passa baixa,

freqüência máxima 30Hz, e calculada neste mesmo programa.

3.4.5 Tratamento estatístico

Para o presente estudo foi utilizada estatística descritiva: média ( X ), desvio padrão

(s), coeficiente de variação (CV%), mínimo (Min), máximo (Max), e limites inferior e

superior do intervalo de 95% de confiança para a média. Além disso, as variáveis foram

ilustradas por gráfico Box-plot para uma visualização conjunta dos três estágios de maturação

motora. Estes procedimentos foram utilizados para a caracterização dos dados angulares,

cinéticos e da distância alcançada, para discriminação dos estágios a partir dos limites dos

intervalos de confiança.

Para análise dos diferentes estágios, primeiramente foi utilizado o teste de

Kolmogorov-Smirnov para testar a normalidade ou não dos dados. Após comprovado esta

simetria foi aplicado o teste ANOVA One way para comparação entre as médias dos três

grupos estudados, o estágio inicial, elementar e maduro. Quando encontrado diferença

estatisticamente significativa para um "p" igual ou menor que 0,05 aplicou-se o teste de post

hoc de Sheffé para se verificar entre quais estágios de desenvolvimento motor estas

diferenças se encontravam.

34

Na tentativa de verificar qual a variável cinética que apresenta maior contribuição

com a eficiência do salto, ou seja, com a distância alcançada, utilizou-se Correlação Múltipla

linear. Primeiro aplicou-se este procedimento para verificar as variáveis significativas a

variável dependente. Aplicou-se novamente este procedimento apenas para estas variáveis,

excluindo-se as variáveis não significativas, também chamadas de “lixo de informação”, e

que poderiam estar alterando resultado das demais variáveis. O nível de significância adotado

para todas comparações foi de 5%.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O quarto capítulo desta dissertação está organizado de acordo com os objetivos

específicos do estudo. Por tanto, inicia-se este capítulo com uma análise dos estágios de

desenvolvimento motor da amostra do estudo, seguido de descrição e comparação das

variáveis cinéticas e angulares no salto horizontal nas diferentes fases e estágios de

desenvolvimento. Por fim, faz-se uma análise de regressão múltipla para avaliar a

contribuição de cada variável cinética no desempenho do salto horizontal.

4.1 Análise dos estágios de desenvolvimento motor das crianças por seguimento

corporal e por fase do salto horizontal.

Este primeiro tópico do quarto capítulo refere-se a caracterização da amostra quanto

aos estágios de desenvolvimento motor em cada fase do salto horizontal e seguimento

corporal analisados de forma discriminada descrito na metodologia. Através desta sistemática

de análise, podem-se observar de forma mais detalhada as crianças da amostra, e assim tentar

minimizar os efeitos negativos que possam gerar uma avaliação global.

Após esta análise qualitativa com base na Matriz analítica de Gallahue a amostra

deste estudo ficou distribuída conforme as tabelas mostram abaixo. A primeira tabela

apresenta esta distribuição para o ângulo do joelho.

Tabela 1: Distribuição dos estágios de desenvolvimento motor na variável ângulo do joelho

nas três fases do salto (repetições).

Fase do salto Variável/Estágio

Propulsão Fase Aérea Aterrissagem Total

Inicial 15 14 25 54 Elementar 52 50 32 134 Joelho Maduro 19 22 29 70

Total de repetições 86 86 86 258

Analisando-se a Tabela 1, pode-se verificar uma tendência na fase de propulsão e fase

aérea para o estágio elementar, e na aterrissagem a amostra tem uma concentração de

36

repetições mais homogênea quanto ao estágio de desenvolvimento motor. Estes resultados

vão de encontro com os estudos de Gress (2004) e Gatti (2005), que também abordam o tema

desenvolvimento motor em crianças, e encontraram uma maior concentração de crianças no

estágio elementar. Outro fator que corrobora para tal resultado é a idade da amostra, que

consistiu em uma maior parte na faixa de idade entre 8,9 e 10 anos, e segundo o estudo de

Gress (2004), nessa faixa de idade encontram-se crianças nos estágios elementar e maduro

para o salto horizontal e com base em autores como Gallahue e Ozmun (2003)

Na segunda tabela podem ser observados os estágios de desenvolvimento motor para

o ângulo do tronco. Neste seguimento corporal, o autor da matriz analítica qualitativa

(Gallahue, 1989), indica que a projeção a frente do tronco nas três fases do salto é indicativo

de desenvolvimento motor, ou seja, quanto mais inclinado a frente estiver maior o estágio de

maturação motora.

Tabela 2: Distribuição dos estágios de desenvolvimento motor na variável ângulo do tronco

nas três fases do salto (repetições).

Fase do salto Variável/Estágio

Propulsão Fase Aérea Aterrissagem Total

Inicial 17 40 22 79 Elementar 32 34 33 99 Tronco Maduro 37 12 31 80

Total de repetições 86 86 86 258

Nesta variável a amostra do estudo se distribui de forma mais uniforme, podendo ser

encontrados diferentes distribuições conforme a fase do salto. Na propulsão predominam

estágio elementar e maduro, na fase aérea os estágios inicial e elementar, e na aterrissagem

fica praticamente distribuído entre os estágios.

Na tabela seguinte, está amostrada a distribuição quanto ao estágio de

desenvolvimento motor da variável ângulo do quadril. Esta variável depende da interação

entre dois seguimentos corporal, o tronco e a coxa. Na fase de propulsão o autor da matriz

qualitativa aponta para uma maior flexão no estágio maduro, na fase aérea ocorre o inverso,

tendo uma maior flexão para o estágio inicial, já na aterrissagem o estágio inicial e maduro

perfazem uma maior flexão em relação ao estágio elementar.

37

Tabela 3: Distribuição dos estágios de desenvolvimento motor na variável ângulo do quadril

nas três fases do salto (repetições).

Fase do salto Variável/Estágio

Propulsão Fase Aérea Aterrissagem Total

Inicial 13 39 17 69 Elementar 32 32 34 98 Quadril Maduro 41 15 35 91

Total de repetições 86 86 86 258

A Tabela 3 está distribuída similar a Tabela 2, isto ocorre pela relação da variável

quadril e o seguimento tronco. Conforme apresentado na metodologia do trabalho a avaliação

qualitativa desta variável está interligada a do seguimento tronco, o que explica a semelhança

entre a distribuição da amostra nas duas variáveis.

Podemos perceber que o quadril apresenta uma concentração maior na fase de

propulsão no estagio maduro, na fase aérea no estagio inicial e na aterrissagem entre o

estagio elementar e maduro.

Os dados referentes à movimentação de membro superior podem ser visualizados na

próxima tabela. Esta variável desempenha um papel importante no salto, pois como indicam

diversos autores influencia diretamente no desempenho do salto (Ashby e Heegaard, 2002,

Ashby e Delp, 2005, Amadio 1988).

Tabela 4: Distribuição dos estágios de desenvolvimento motor na variável membro superior

nas três fases do salto (repetições).

Fase do salto Variável/Estágio

Propulsão Fase Aérea Aterrissagem Total

Inicial 17 26 16 59 Elementar 24 22 42 88 Membro Superior Maduro 45 38 28 111

Total de repetições 86 86 86 258

Pode-se perceber que a distribuição da movimentação de membro superior apresenta

maior número de crianças no estágio maduro que nos demais estágios. Com isso, pode-se

inferir que esta variável é a primeira a evoluir para a execução do salto horizontal. É

importante destacar que na aterrissagem o estágio inicial e maduro podem se confundir, e

para auxiliar a diferenciação pode usar outras variáveis, como o tronco, quadril e joelho.

38

Na tentativa de melhor caracteriza a amostra deste estudo quanto a sua distribuição

dos estágios de desenvolvimento motor construiu-se a tabela 5, que apresenta a classificação

das crianças que se encontram em um, dois ou três estágios em uma mesma variável. Através

desta tabela pode-se verificar a transição de um estágio para outro e a não linearidade de uma

criança quanto a uma mesma variável nas três fases do salto.

Tabela 5: Caracterização da amostra por segmento nas três fases do salto quanto aos estágios

de desenvolvimento motor (repetições).

Número de estágios

Segmentos

Um estágio Dois estágios Três estágios Total de

repetições

Joelho I: 2

E: 19 M: 4

(2,3%) (22,1%) (4,7%)

I/E: 16 I/M: 2

E/M: 25

(18,6%) (2,3%) (29,1%)

18 (20,9%) 86 (100%)

Tronco I: 1

E: 6 M: 12

(1,2%) (7%) (14%)

I/E: 22 I/M: 6

E/M: 22

(25,6%) (7%) (25,6%)

17 (19,8%) 86 (100%)

Quadril I: 3

E: 6 M: 12

(3,5%) (7%) (14%)

I/E: 21 I/M: 6

E/M: 22

(24,4%) (7%) (25,6%)

16 (18,6%) 86 (100%)

Membro Superior

I: 4 E: 7

M: 16

(4,7%) (8,1%) (18,6%)

I/E: 14 I/M: 9

E/M: 25

(16,3%) (10,5%) (29,1%)

11 (12,8%) 86 (100%)

Total de repetições

I: 10 E: 38 M: 44

I/E: 73 I/M: 23 E/M: 94

62 344

Obs.: I: estagio inicial E:estagio elementar M: estagio maduro.

Analisando-se esta tabela, pode-se perceber que ocorre com freqüência uma

distribuição desordenada de uma criança para uma variável nas três fases do salto. Para o

joelho encontrou-se 18 crianças, tronco 17, quadril 16, e o menor número de crianças que

apresentavam três estágios para uma mesma variável foi a movimentação de membro

superior. Esta variação, onde pode ser encontrado um estágio para a propulsão, outro estágio

para a fase aérea e um terceiro estágio para a aterrissagem pode ser considerado comum para

a fase de transição entre estágios.

39

Nas crianças que se encontravam em dois estágios para um mesmo segmento, ou seja,

duas fases do salto em um estágio e uma fase do salto em outro, apresentou-se um número

menor que estavam entre o estágio inicial e maduro, já que a transição natural seria a de

evoluir passando para o elementar antes. Esta situação de dois estágios foi a mais encontrada

para esta amostra, considerando-se este resultado normal visto que crianças nessa faixa etária

encontram-se em evolução.

Na terceira situação, crianças com um mesmo estágio de desenvolvimento motor,

foram encontrados um número maior de crianças para o estágio maduro. Este resultado esta

dentro do esperado, já que este é o último estágio, e onde a criança estabiliza, enquanto os

outros são estágios transitórios.

4.2 Parâmetros angulares por estagio de desenvolvimento motor e fase do salto

horizontal.

O segundo objetivo especifico da pesquisa foi descrever e comparar as variáveis

angulares durante as fases analisadas qualitativamente do salto horizontal. Estas fases

correspondem a propulsão, fase aérea e aterrissagem, e estão apresentadas neste tópico.

4.2.1 Caracterização do ângulo do joelho nas três fases do salto horizontal

Esta variável é operacionalmente calculada através do ângulo interno entre o membro

coxa e a perna. A interação entre estes dois membros através da flexão do joelho tem papel

fundamental no salto horizontal, fazendo uma preparação para a extensão do joelho para a

força propulsiva (Fraccaroli, 1986). A tabela 6 apresenta a descrição dos valores de ângulo

de joelho na fase de propulsão do salto horizontal para a amostra do estudo.

40

Tabela 6: Caracterização do ângulo do joelho na fase de propulsão do salto horizontal nos

três estágios de desenvolvimento motor (ângulo em graus).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 15 111,43 4,88 4,38 105,1 122.4 108,72 114,14

Elementar 52 99,18 6,02 6,07 84,4 114,9 97,51 100,86 Maduro 19 81,63 10,7 13,11 61,9 96,3 76,47 86,78

Pelos resultados encontrados para o ângulo do joelho na fase de propulsão do salto

horizontal pode-se perceber que o estágio maduro apresenta uma maior flexão média (81,63º)

quando comparado ao estágio elementar (99,18º) e ao inicial (111,43º). Esta situação era

esperada, já que a análise qualitativa para classificar estas crianças foi baseada em uma

matriz que colocava esta situação, como pode ser observado na diferença entre os três

estágios na Figura 9.

O coeficiente de variação desta variável foi baixo para o estágio inicial e elementar e

médio para o estágio maduro, pois conforme a classificação de Gomes (1990), valores até

10% referem-se a uma variabilidade baixa, de 10 a 20% média, de 20 a 30% é alta, e acima

de 30% é considerada muito alta.

Os resultados deste estudo não estão de acordo com estudo de Gatti (2005), que

avaliou o salto vertical em crianças dos três estágios e encontrou valores médios de: 79,27º

para o estágio inicial, 80,88º elementar e 75,81º para as crianças do estágio maduro. Embora

o gesto de saltar vertical e horizontal devessem se assemelhar quanto a esta variável, já que

os dois estudos utilizaram matriz analítica do mesmo autor, pode-se atribuir esta diferença

pela sistemática de classificação dos estágios de desenvolvimento motor. No estudo citado, a

autora utilizou uma classificação global das crianças, e isto pode gerar um sombreamento de

dados de diferentes estágios classificados de forma igual. Este fato ocorre já que segundo a

matriz utilizada, uma criança só passa a fazer parte do estágio mais amdurecido quando

nenhuma movimentação dos seus segmentos corporais pertença mais ao estágio anterior.

Com isso, uma criança que fizesse uma movimentação de joelho do estágio maduro, mas

estivesse no estágio inicial para o segmento tronco, seria classificada como inicial e estaria

modificando a média do ângulo de joelho na propulsão deste estágio.

Na figura a seguir, tem-se a demonstração da distribuição dos três estágios através do

gráfico boxplot. Nesse gráfico aparece a mediana (traço preto no retângulo vermelho), o

XX

41

intervalo de 95% de confiança para a média (retângulo vermelho), e os limites inferior e

superior.

195215N =

Estágio

maduroelementarinicial

Joelh

o p

ropuls

ao

130

120

110

100

90

80

70

60

50

Figura 15: Ângulo do joelho na fase de propulsão do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor.

Analisando-se a figura 15 pode-se verificar que os intervalos de 95% de confiança a

partir da média não se cruzam, ou seja, não ocorre um sombreamento de dados entre os

estágios. Este fato permite o cálculo para traçar limite entre as classes estudadas. Estes

limites entre os três estágios podem ser calculados através da média aritmética entre o menor

valor do intervalo de confiança de uma classe e o maior valor da classe seguinte.

Neste caso, seria o valor 108,72º do estágio inicial e 100,86º do elementar, o que

daria o valor de 104,8º. Por tanto este é o limite entre o estágio inicial e o elementar para o

ângulo de joelho na fase de propulsão. Desta forma, o limite entre o elementar e o maduro

será de 92,1º. Com estes limites calculados pode-se inferir de forma quantitativa o estágio em

que a criança encontra-se para esta variável.

A seguir na Tabela 7 estão apresentados os valores de ângulo do joelho na fase aérea

durante o salto horizontal da amostra do estudo nos três estágios de desenvolvimento motor.

Pode-se perceber nesta tabela que os coeficientes de variação para esta variável foram

(gra

us)

42

baixos, tendo o estágio inicial como maior valor (7,85%). Estes resultados reafirmam a

segurança na avaliação discriminada de cada instante e cada variável, já que Gatti (2005)

encontrou para quase todas as variáveis coeficientes de variação alto, ou muito alto, fazendo

uma avaliação não discriminada da amostra.

Tabela 7: Caracterização do ângulo do joelho na fase aérea do salto horizontal nos três

estágios de desenvolvimento motor (ângulo em graus).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 14 123,8 9,72 7,85 112,2 148,3 118,19 129,41

Elementar 50 147,03 9,52 6,47 131,3 170,6 144,32 149,73 Maduro 22 159,62 10,2 6,39 143,7 182,9 155,09 164,14

Nesta fase do salto, a fase aérea, o joelho apresentou-se com diferentes médias para

os três estágios, sendo o valor mais alto para o maduro (159,62º), e o menor para o inicial

(123,8º). Nos intervalos de 95% de confiança para a média não ocorreram sombreamento e

utilizando o mesmo procedimento para a variável anterior temos os seguintes limites: entre

inicial e elementar 136,9º, e entre elementar e maduro 152,4º. A diferença entre os intervalos

de confiança podem ser visualizadas Figura 16.

XX

43

225014N =

Estágio

MaduroElementarInicial

Joelh

o F

ase A

ére

a

200

180

160

140

120

100

Figura 16: Ângulo do joelho na fase aérea do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor.

A última fase do salto, a aterrissagem, é uma importante fase do salto onde a flexão

do joelho é utilizada como forma de proteção do organismo através do amortecimento da

carga. Desta forma, a criança estaria num estágio maduro utilizando-se melhor desta

estratégia, ou seja, amortecendo mais a aterrissagem através da flexão do joelho. Os valores

encontrados para esta variável na amostra do estudo podem ser verificados na tabela abaixo.

Tabela 8: Caracterização do ângulo do joelho na aterrissagem do salto horizontal nos três

estágios de desenvolvimento motor (ângulo em graus).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 25 111,76 8,99 8,04 98,10 136,90 108,04 115,46

Elementar 32 96,01 6,39 6,66 82,00 108,50 93,70 98,31 Maduro 29 66,64 20,83 31,26 24,70 88,80 58,72 74,57

Nesta variável também ocorreram diferenças entre as médias, tendo a maior flexão de

joelho sido apresentada pelas crianças do estágio maduro (66,64º), e a menor do inicial

(111,76º). Os valores apresentados para o estágio maduro estão de acordo com o estudo de

XX

(gra

us)

44

Gatti (2005) que foi de 66,13º. Em contra partida não foram semelhantes os valores para

outros estágios onde neste estudo encontrou-se 64,39º para o inicial e 62,13º para o

elementar. A diferença pode ser explicada pela forma de classificação das crianças, como

citado anteriormente.

Seguindo os procedimentos citados para limitar os intervalos das classes,

encontramos os valores de 103,2 para o limite entre o estágio inicial e elementar e 84,1 para

o limite entre elementar e maduro. A seguir temos o gráfico que ilustra as diferenças entre

cada estágio.

293225N =

Estágio

MaduroElementarInicial

Joelh

o A

terr

issagem

160

140

120

100

80

60

40

20

0

Figura 17: Ângulo do joelho na fase de aterrissagem do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor.

Para atestar as diferenças encontradas nas variáveis do ângulo do joelho nas três fases

do salto entre os estágios aplicou-se a estatística inferencial ANOVA One way e o teste de

post hoc para as variáveis que apresentaram diferenças para um nível de significância de 5%.

Na tabela a seguir os valores de significância acusaram diferenças para as três fases

do salto, mostrando a singularidade de cada estágio quanto o ângulo de joelho para toda a

execução do salto horizontal.

(gra

us)

45

Tabela 9: Comparação entre as médias dos ângulos do joelho das crianças nas três fases do

salto horizontal entre os estágios de desenvolvimento motor.

Fase do salto Causa da variação

Gl Quadrados

médios F p

Propulsão Entre grupo

Dentro grupo 2

83 3923,25 51,14

76,71 0,00*

Fase aérea Entre grupo

Dentro grupo 2

83 5506,91 94,63

58,19 0,00*

Aterrissagem Entre grupo

Dentro grupo 2

83 14382,87 184,97

77,76 0,00*

Após a constatação da diferença entre os grupos nas três fases do salto, elaborou-se

gráfico de barras para apontar onde as diferenças foram atestadas. Com isso, a figura 16

mostra que ocorreram diferenças estatisticamente significativas entre os três estágios de

desenvolvimento motor nas três fases do salto. Estas diferenças encontradas podem predizer

que o ângulo do joelho é uma variável passível de diferenciar os estágios de desenvolvimento

motor para o salto horizontal.

Joelho

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Propulão F.aérea Aterrissagem

Gra

us Inicial

Elementar

Maduro

Figura 18: Resultado do teste de post hoc de Scheffé do ângulo do joelho nas três fases do

salto horizontal.

A analise do resultado do teste de Scheffé permite verificar que na fase de propulsão a

diferença ocorreu entre os três estágios, sendo o estagio inicial maior que o elementar, e este

*a >b >c

a b c a b c a b c

* a <b <c

* a >b >c

46

maior que o maduro. Na fase aérea o estagio maduro foi maior que o elementar, e este maior

que o inicial. E na aterrissagem novamente o inicial foi maior que os demais.

4.2.2 Caracterização do ângulo do tronco nas três fases do salto horizontal

O ângulo do tronco perfaz um importante papel na execução do salto horizontal. Ele

auxilia na projeção do centro de gravidade do indivíduo na preparação para a impulsão do

salto. Na fase aérea, sua inclinação a frente pode auxiliar na busca do desempenho, já que o

tronco é o membro com maior massa no corpo humano, e a distância a ser alcançada pelo

executante vai depender da soma dos momentos de cada segmento.

Para Gallahue e Ozmun (2001), o estágio inicial tem pouca flexão de tronco na

preparação do salto, um pouco mais consistente a flexão do estágio elementar e em torno de

45º para o estágio maduro. Além disso, as figuras ilustrativas da matriz destes autores

mostram que durante a fase aérea quanto mais evoluído o estágio maior é a inclinação

anterior do tronco. Já na aterrissagem, o estágio maduro projeta o corpo a frente, perfazendo

uma grande inclinação de tronco, o estágio elementar aterrissa com o tronco reto, e o estágio

inicial perderia o equilíbrio para trás, segundo a matriz qualitativa dos autores citados.

Na tabela a seguir temos os resultados desta variável no instante de propulsão

analisado.

Tabela 10: Caracterização do ângulo do tronco na fase de propulsão do salto horizontal nos

três estágios de desenvolvimento motor (ângulo em graus).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 17 42,31 4,45 10,52 31,90 49,50 40,02 44,60

Elementar 32 53,96 4,25 7,88 47,10 63,40 52,42 55,49 Maduro 37 64,52 8,31 12,88 52,10 80,90 61,75 67,29

Analisando o ângulo do tronco de forma segmentada, pode-se observar que os valores

médios para esta variável encontraram-se dentro do exposto de forma qualitativa na matriz

utilizada. Tendo apresentado menor valor de inclinação anterior o estágio inicial (42,31º) e

XX

47

maior o estágio maduro (64,52º). Por tanto, a inclinação do tronco foi proporcional ao estagio

de desenvolvimento motor, visando uma maior contribuição para o salto.

Analisando-se os valores da tabela acima, pode-se ainda verificar que o coeficiente de

variação apresentado foi baixo e médio para os três estágios. Isso mostra uma linearidade da

amostra na execução do salto para esta variável. Além disso, o intervalo de 95% de confiança

para a média nos permite traçar o limite entre as classes. Assim, tem-se o limite entre o

inicial e o elementar de 48,5º e entre o elementar e maduro de 58,6º, mostrando que esta

variável pode ser considerada importante para a diferenciação dos estágios de

desenvolvimento motor.

Para reforçar a diferença entre os estágios temos a figura 19, um gráfico de boxplot de

Cluster que apontam os principais indicadores de cada categoria.

373217N =

Estágio

MaduroElementarInicial

Tro

nco P

ropuls

ao

90

80

70

60

50

40

30

20

Figura 19: Ângulo do tronco na fase de propulsão do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor.

Na Tabela 11 temos os valores de ângulo do tronco na fase aérea do salto. Esta

variável é importante para o desempenho do salto pois auxilia na projeção do centro de

gravidade a frente, e pode contribuir para a resultante da força no somatório dos momentos

do corpo na fase aérea. Os resultados da tabela mostram que o estágio inicial apresentou

(gra

us)

48

valores menores de inclinação anterior do tronco (9,29º), o que poderia dificultar na busca

por desempenho durante a execução do salto. Já o estágio maduro apresentou maior valor

médio do que os outros estágios (29,58º). Estes resultados vão de encontro a matriz proposta

por Gallahue, que indica esta diferença, conforme pode ser observado na Figura 11.

Tabela 11: Caracterização do ângulo do tronco na fase aérea do salto horizontal nos três

estágios de desenvolvimento motor (ângulo em graus).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 40 9,29 5,04 54,25 -5,70 19,50 7,68 10,91

Elementar 34 20,12 5,47 27,19 9,60 28,20 18,21 22,03 Maduro 12 29,58 6,53 22,08 20,2 42,10 25,43 33,73

Nesta variável encontrou-se coeficiente de variação muito alto para o estágio inicial e

alto para o elementar e maduro. Estas variações também foram constatadas no estudo de

Gatti (2005), e podem ser geradas no estágio inicial, segundo a autora, pela falta de

maturação e controle corporal.

Calculando-se as médias entre os limites dos intervalos de confiança temos o valor de

14,6º entre o estágio inicial e elementar e de 23,7º entre elementar e maduro. Por tanto temos

um intervalo de apenas 9,1º para o estágio elementar, e podem ser classificadas no estágio

inicial crianças que perfaçam valores menores que 14,6º e no estágio maduro valores acima

de 23,7º. Como ilustração dos resultados apresentados na Tabela 11, temos o gráfico abaixo.

XX

49

123440N =

Estágio

MaduroElementarInicial

Tro

nco

Fa

se

rea

50

40

30

20

10

0

-10

Figura 20: Ângulo do tronco na fase aérea do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor.

Pode-se verificar que o ângulo do tronco na fase aérea estuda apresentou crescentes

proporcionais ao estagio de maturação motora, o que leva a crer que conforme a criança

evolui o estagio perfaz um ângulo de inclinação de tronco maior na fase aérea.

A Tabela 12 apresenta a inclinação do ângulo do tronco na fase de aterrissagem.

Tabela 12: Caracterização do ângulo do tronco na aterrissagem do salto horizontal nos três

estágios de desenvolvimento motor (ângulo em graus).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 22 12,74 9,59 75,27 -3,70 28,90 8,49 16,99

Elementar 33 28,6 10,77 37,66 4,90 57,80 24,78 32,41 Maduro 31 51,68 11,52 22,29 30,5 72,70 47,45 55,91

Na tabela acima esta apresentada os valores do ângulo do tronco na fase de

aterrissagem do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor. Segundo os

autores da matriz utilizada neste estudo, crianças do estágio inicial aterrissam com o peso

corporal caindo para trás e desorientado. Já no estágio maduro a criança aterrissa com o

tronco inclinado frente. Comparando estas colocações com os resultados encontrados na

XX

(gra

us)

50

amostra do estudo temos uma semelhança entre a observação e a quantificação, já que o

estágio inicial teve uma média de inclinação de 12,74º e o estágio maduro de 51,68º. Estes

resultados vão de acordo com o proposto por Fraccaroli (1981), que diz que na queda o

tronco é inclinado para frente.

O coeficiente de variação para esta variável foi alto e muito alto, com valores entre

22,29 e 75,27%. O estágio maduro foi o mais homogêneo, e o inicial o mais heterogêneo,

podendo ser explicado pela forma desorientada que cita Gallahue (1989) na aterrissagem das

crianças deste estágio.

O intervalo de confiança para a média apresentado pelas crianças dos três estágios

permite o calculo para limitar cada intervalo de estágio. Desta forma, o estágio inicial tem o

limite superior de 20,9º, o estágio elementar os limites entre o estágio inicial e maduro, e o

estágio maduro superior a 39,9º. Com isso podemos inferir quantitativamente a inclinação de

tronco que cada estágio equivale na fase de aterrissagem do salto horizontal. Estes intervalos

estão amostrados na figura a seguir.

313322N =

Estágio

MaduroElementarInicial

Tro

nco A

terr

issagem

80

60

40

20

0

-20

Figura 21: Ângulo do tronco na fase de aterrissagem do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor.

(gra

us)

51

Após identificar os intervalos de confiança para a média entre os estágios, verificou-

se se houve diferenças significativas entre os estágios nas três fases do salto horizontal que

esta apresentado a seguir.

Na Tabela 13 por tanto, estão apresentados os valores da estatística ANOVA One

way entre os três estágios de desenvolvimento motor para cada fase do salto horizontal. Na

fase de propulsão o valor de “p” foi de 0.00, o que permite inferir que encontrou-se diferença

estatisticamente significativa entre os grupos. Além disso, o mesmo valor de “p” foi

encontrado para a fase aérea e para a fase de aterrissagem, constatando a diferença estatística

em todas as fases do salto horizontal para a variável tronco, conforme mostra a tabela a

seguir.

Tabela 13: Comparação entre as médias do ângulo do tronco nas três fases do salto

horizontal entre os estágios de desenvolvimento motor.

Fase do salto Causa da variação

Gl Quadrados

médios F p

Propulsão Entre grupo

Dentro grupo 2

83 3001,73 40,57

73,98 0,00*

Fase aérea Entre grupo

Dentro grupo 2

83 2288,46 29,53

77,50 0,00*

Aterrissagem Entre grupo

Dentro grupo 2

83 10242,78 115,96

88,33 0,00*

Pela diferença estatisticamente significativa encontrada nesta variável aplicou-se o

teste de post hoc de Scheffé para certificar-se de onde se encontram estas diferenças. Na

Figura 22 está apresentado o resultado deste teste, que mostra que a diferença encontra se

perfaz entre todos os estágios, nas três fases, ou seja, na fase de propulsão, aérea e na

aterrissagem o estágio inicial se difere do elementar e maduro e o elementar também se

difere do maduro. O que reforça a possibilidade de esta variável ser importantíssima para a

classificação do estágio de desenvolvimento motor em que a criança se encontra.

52

Tronco

0

10

20

30

40

50

60

70

Propulsão F.aérea Aterrissagem

gra

us

Inicial

Elementar

Maduro

Figura 22: Resultado do teste de post hoc de Scheffé do ângulo do tronco nas três fases do

salto horizontal.

4.2.3 Caracterização do ângulo do quadril nas três fases do salto horizontal

O ângulo do quadril é uma variável que depende de dois seguimentos corporal, o

tronco e a coxa. Desta forma, é uma variável complexa e de comportamento variado durante

a execução do salto horizontal.

Para o cálculo desta variável mensura-se o ângulo interno entre os dois seguimentos

citados. Com isso, temos o quanto o quadril está flexionado, estendido ou hiper-estendido.

Para o presente estudo utilizaram-se os instantes de interesse desta variável durante a

execução do salto horizontal, e os resultados da fase de propulsão estão expostos na tabela a

seguir.

Tabela 14: Caracterização do ângulo do quadril na propulsão do salto horizontal nos três

estágios de desenvolvimento motor (ângulo em graus).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 13 127,66 27,86 21,82 89,70 175,60 110,82 144,50

Elementar 32 95,00 8,67 9,13 82,40 109,30 91,87 98,13 Maduro 41 76,28 14,21 18,63 44,40 95,10 71,80 80,77

*a < b < c

a b c

*a < b < c

a b c

*a < b < c

a b c

XX

53

Analisando-se os resultados da tabela 14 pode-se verificar que o estágio maduro

apresenta maior flexão de quadril na fase de propulsão que os demais estágios. As crianças

do estágio elementar flexionaram o quadril à 95º e do estágio inicial 127º. Com estes

resultados podemos inferir que conforme a evolução do estágio a preparação para o salto,

quanto ao quadril, se torna mais consistente, o que está de acordo com o referido por

Gallahue e Ozmun (2003).

Pelo cálculo da média entre o mínimo e máximo do intervalo de confiança dos grupos

traçou-se os limites entre as classes. Nestes resultados obteve-se que a flexão máxima para

crianças do estágio maduro é de 86,3º, e de 104,5º para o estágio elementar, e que acima

desse valor as crianças estão executando, na fase de propulsão, comportamento de ângulo de

quadril de estágio inicial. No gráfico a seguir pode-se observar a característica de cada

estágio.

413213N =

Estágio

MaduroElementarInicial

Quadril P

ropuls

ção

200

180

160

140

120

100

80

60

40

20

Figura 23: Ângulo do quadril na fase de propulsão do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor.

Pelo gráfico acima pode-se verificar que as crianças estagio maduro fizeram uma

maior flexão de quadril na fase de propulsão que os demais estágios, desta forma pode-se

(gra

us)

54

inferir que conforme a maturação motora se perfaz a tendência do ângulo interno do quadril

na fase de propulsão é diminuir.

A seguir tem-se os resultados do ângulo do quadril na fase aérea do salto horizontal

para as crianças da amostra.

Tabela 15: Caracterização do ângulo do quadril na fase aérea do salto horizontal nos três

estágios de desenvolvimento motor (ângulo em graus).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 39 186,51 11,08 5,94 162,00 207,30 182,92 190,10

Elementar 32 172,64 12,14 7,03 138,50 190,90 169,27 178,02 Maduro 15 180,81 20,25 11,20 137,60 202,50 169,60 192,03

O ângulo do quadril na fase aérea do salto vertical aprece de forma desordenada entre

os estágios, tendo o estágio inicial com maiores valores médios e o elementar com valores

menores. As crianças do estágio maduro apresentaram-se com valores entres o inicial e o

elementar, o que indica que essa variável não é um bom indicador para se classificar o

estágio em que a criança se encontra.

Estes resultados podem ser justificados por uma análise qualitativa da mensuração

desta variável no instante analisado. Na fase de vôo tem-se tanto as crianças do estágio

inicial quanto do maduro com média acima de 180º, porém o que diferencia estes dois

estágio é que a criança do estágio inicial está com o tronco e a coxa próximo à vertical, em

quanto nas crianças do estágio maduro está inclinada a frente, o que prediz um salto mais

horizontalizado. Já no ângulo do quadril das crianças do estágio elementar não apresenta uma

extensão completa durante a fase de vôo do salto horizontal.

Porém estes resultados não indicam que o estágio inicial perfaz uma maior extensão

do ângulo de quadril que o estágio elementar. Pois o estágio inicial antes do vôo apresenta

uma menor flexão (127º) do que o estágio elementar (95º), realiza para a fase aérea uma

movimentação menor de extensão do quadril, que pode ser visto na tabela a seguir.

Na fase de aterrissagem do salto horizontal novamente a criança realiza a flexão do

ângulo do quadril, e no instante de maior flexão do joelho as crianças do estágio maduro

voltam a apresentar o comportamento da fase de propulsão perfazendo uma maior flexão que

os demais estágios (52,24º), conforme mostra a Tabela 16.

XX

55

Tabela 16: Caracterização do ângulo do quadril na aterrissagem do salto horizontal nos três

estágios de desenvolvimento motor (ângulo em graus).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 17 110,08 13,36 12,14 87,30 130,90 103,21 116,95

Elementar 34 86,14 25,22 29,28 18,60 134,30 77,34 94,94 Maduro 35 52,24 18,03 34,51 7,50 91,20 46,05 58,44

Pela Tabela 16 pode-se perceber que os estágios inicial, elementar e maduro

apresentaram coeficientes de variabilidade médio, alto e muito alto respectivamente. Este

resultado pode ser explicado pela singularidade de cada crianças quando executando o salto,

o que leva a uma variabilidade entre os próprios grupos.

Analisando-se os resultados de intervalo de confiança para a média podemos afirma

que o ângulo do quadril na aterrissagem é um bom parâmetro para diferenciar-se o estágio

em que a criança se encontra. Desta forma calculou-se os limites entre os grupos deste estudo

e obteve-se que o estágio maduro perfaz ângulo de até 67,9º, o elementar até 99,1º e o estágio

inicial acima deste valor. Esta diferenciação esta melhor ilustrada na figura a seguir.

353417N =

Estágio

MaduroElementarInicial

Quadril A

terr

issagem

160

140

120

100

80

60

40

20

0

-20

Figura 24: Ângulo do quadril na fase de aterrissagem do salto horizontal nos três estágios de

desenvolvimento motor.

XX

(gra

us)

56

Buscando uma análise quantitativa comprovada da diferença entre os grupos para a

variável ângulo do quadril nas três fases do salto horizontal aplicou-se o teste ANOVA one

way que esta apresentado na Tabela 17.

Tabela 17: comparação entre as médias do ângulo do quadril nas três fases do salto

horizontal entre os estágios de desenvolvimento motor.

Fase do salto Causa da variação

Gl Quadrados

médios F p

Propulsão Entre grupo

Dentro grupo 2

83 13431,1 237,62

56,52 0,00*

Fase aérea Entre grupo

Dentro grupo 2

83 1455,01 180,45

8,06 0,00*

Aterrissagem Entre grupo

Dentro grupo 2

83 21448,16 420,53

51,00 0,00*

Na Tabela 17 pode-se verificar que ocorreram diferenças estatisticamente

significativas em todas as fases do salto horizontal das crianças do estudo. Desta forma,

optou-se pelo teste de Scheffé para se verificar onde estas diferenças ocorreram.

Quadril

0

50

100

150

200

Propulsão F.aérea Aterrissagem

gra

us

Inicial

Elementar

Maduro

Figura 25: Resultados do teste de post hoc de Scheffé do ângulo do quadril nas três fases do

salto horizontal.

O resultado da comparação entre as médias dos três estágios na fase de propulsão

apontaram uma diferença entre os três grupos, indicando que o estágio maduro apresenta

*a > b > c

a b c a b c a b c

*a > b

*a > b > c

57

uma maior flexão que o estágio elementar e que este perfaz uma maior flexão que o estágio

inicial. Esta diferença comprovada reforça que esta variável pode ser indicador de estágio

para avaliar quantitativamente as crianças executando o salto horizontal. Este resultado esta

ilustrado na figura a seguir.

Na Figura 25 esta amostrado que na fase aérea ocorreu diferença apenas entre as

crianças do estágio inicial e elementar. Este fato mostra valores de extensão maiores para o

estágio inicial, porém é importante ressaltar que a movimentação do estágio elementar da

propulsão para a fase aérea se perfaz com maior intensidade. Esta pequena variação entre os

estágios para esta variável neste instante do salto nos permite afirmar que tal variável não

possibilita uma diferenciação entre os três estágios de desenvolvimento motor.

Nesta mesma figura, temos que na fase de aterrissagem a diferença ocorre entre os

três grupos novamente, permitindo diferenciar os três estágios e mostrando que as crianças

do estágio maduro perfazem uma maior flexão que as crianças do elementar e este maior que

as do inicial. Com isso, verifica-se a importância dessa variável na classificação em uma

avaliação quantitativa do salto horizontal.

4.2.4 Caracterização do movimento do membro superior nas três fases do salto

horizontal

A movimentação de membro superior na execução do salto horizontal é muito

importante tanto para o desempenho do salto (ASHBY e HEEGAARD, 2002), quanto para o

desenvolvimento motor do executante (GALLAHUE e OZMUN, 2003).

Na fase de propulsão os membros superiores auxiliam na movimentação corporal e

são lançados para trás do corpo para perfazerem a movimentação de um pêndulo. A Tabela

18 mostra os resultados do instante de maior ângulo entre o pêndulo do membro superior e o

tronco durante a flexão do joelho na fase de propulsão. Os ângulos negativos se referem a

movimentação do membro superior atrás do tronco, e valores positivos indicam que o este

esta a frente do tronco.

58

Tabela 18: Caracterização do movimento do membro superior em relação ao tronco na

propulsão do salto horizontal nos três estágios de desenvolvimento motor (ângulo em graus).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 17 17,23 7,34 42,60 5,50 33,60 13,46 21,01

Elementar 24 -2,67 18,08 -677,15 -58,90 22,10 -10,31 4,96 Maduro 45 -53,08 20,26 -38,17 -90,40 -14,90 -59,28 -48,74

Analisando-se as médias contidas na tabela acima nota-se que o estágio inicial não

utiliza deste pêndulo, perfazendo valores positivos com média de 17,23º. As crianças do

estágio elementar quase não usa este artifício, com uma média de -2,67º, auxiliando pouco na

propulsão. Já o estágio maduro teve uma média de -53,08º entre o pêndulo do membro

superior e o tronco. Este resultado esta de acordo com as colocações de Gallahue

(GALLAHUE e OZMUN, 2003), que indica essa movimentação aprimorada e adequada para

o estágio maduro.

Na Tabela 18 é importante destacar que o estágio elementar apresentou tanto ângulos

positivos quanto negativos, o que gerou um coeficiente de variação incorreto, já que este é

calculado a partir da média e do desvio padrão.

Analisando-se os intervalos de confiança para a média entre os três grupos

possibilitou o calculo dos limites entre cada classe. Com isso, tem-se que o pêndulo para o

estágio inicial não ultrapassa 9,2º, e o estágio maduro perfaz esta variável abaixo de -29,5º.

As crianças do estágio inicial perfaz uma movimentação de membro superior entre estes dois

valores (-29,5 e 9,2 º). Para ilustrar a distribuição desta variável nos grupos temos a figura a

seguir.

XX

59

452417N =

Estágio

MaduroElementarInicial

Pendulo

Mem

Sup P

ropuls

ão

60

40

20

0

-20

-40

-60

-80

-100

Figura 26: Ângulo do membro superior na fase de propulsão do salto horizontal nos três

estágios de desenvolvimento motor.

Na fase aérea do salto horizontal o presente estudo não apresenta resultados pois no

estudo piloto pode-se observar que o comportamento desta variável não apresenta qualquer

tipo de padrão conforme o estágio de desenvolvimento motor, e não poderia auxiliar na

concretização dos objetivos.

Na fase de aterrissagem encontraram-se resultados conturbados, já que a matriz

utilizada para a indicação do estágio em que a criança se encontra apresenta semelhanças

entre o estágio inicial e o elementar. A diferença entre os dois estágios é que o inicial perfaz

uma movimentação de membro superior desorientada (GALLAHUE e OZMUN, 2003),

enquanto o estágio elementar aterrissa com os dois membros juntos próximos ao corpo, e

este foram os critérios de classificação para esta variável, que estão na tabela a seguir.

(gra

us)

60

Tabela 19: Caracterização do movimento do membro superior em relação ao tronco na

aterrissagem do salto horizontal (ângulo em graus).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 16 34,87 26,08 74,79 -21,00 76,90 20,98 48,77

Elementar 42 17,31 22,59 130,50 -37,40 73,90 10,27 24,35 Maduro 28 77,09 31,18 40,45 -5,50 123,50 65,00 89,17

As crianças do estágio inicial apresentaram ângulo médio de 34,87º para o pêndulo

do membro superior na aterrissagem, com um altíssimo índice de CV% (74,79). Este

resultado é considerado normal visto que a desorientação de membro superior das crianças

deste estágio faz com que ocorram valores adversos.

A média para o estágio maduro foi de 77,09º, o que está de acordo com a matriz

utilizada que indica que as crianças deste estágio aterrissam com o membro superior a frente

do tronco para manter o equilíbrio e não cair para trás. Por sua vez, as crianças do estágio

elementar com valores de 17,31º de média, aterrissaram com o membro superior próximo ao

tronco, permitindo então diferenciá-las das crianças do estágio maduro. Na figura a seguir

temos a ilustração do comportamento de cada grupo estudado.

284216N =

Estágio

MaduroElementarInicial

pendulo

MS

Ate

rris

sagem

200

100

0

-100

Figura 27: Ângulo do membro superior na fase de aterrissagem do salto horizontal nos três

estágios de desenvolvimento motor.

XX

(gra

us)

61

Fazendo uma análise estatística entre as médias dos estágios pode-se constatar que

existe diferença entre os grupos no ângulo entre o pêndulo do membro superior e o tronco

tanto na propulsão quanto na aterrissagem. O teste apresentado na Tabela 20 mostra esta

diferença.

Tabela 20: Comparação entre as médias do membro superior no salto horizontal entre os

estágios de desenvolvimento motor.

Fase do salto Causa da variação

Gl Quadrados

médios F p

Propulsão Entre grupo

Dentro grupo 2

83 38878,13 318,63

122,02 0,00*

Aterrissagem Entre grupo

Dentro grupo 2

83 30276,97 691,23

43,80 0,00*

O teste estatístico acusou que ocorreu diferença do ângulo do movimento do membro

superior na fase de propulsão do salto horizontal entre os três estágios, sendo que o estágio

inicial apresentou maiores valores, com o pêndulo a frente do tronco, e o estágio maduro com

valores maiores de ângulo de pendulo para trás do tronco, ou seja, auxiliando a

movimentação na propulsão.

Membro Superior

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

1 2

Propulsão Aterrissagem

gra

us Inicial

Elementar

Maduro

Figura 28: Resultado do teste de post hoc de Scheffé do pêndulo do membro superior no

salto horizontal.

*a > b > c

a b c

a b c

*a < c, b < c

62

Na fase de aterrissagem pode-se perceber que ocorreu diferença entre o estágio inicial

e maduro, e entre o elementar e maduro. Portanto não ocorreu diferença significativa para o p

estipulado entre o estágio inicial e elementar. Este resultado pode ser explicado pela grande

variabilidade nos grupos tanto do inicial quanto do elementar.

Estes resultados do pêndulo do membro superior possibilitam afirmar que esta é uma

variável que pode auxiliar consideravelmente na caracterização de cada estágio de

desenvolvimento motor para uma análise quantitativa do salto horizontal.

4.3 Parâmetros cinéticos na propulsão do salto horizontal por estágio de

desenvolvimento motor.

Este tópico aborda questões relacionadas ao terceiro objetivo específico, descrever e

comparar parâmetros cinéticos no salto horizontal entre os estágios de desenvolvimento

motor. Desta forma, busca responder este objetivo através de variáveis selecionadas pelo

estudo piloto e indicações da literatura.

4.3.1 Descrição das variáveis cinéticas

Neste estudo selecionou-se algumas variáveis cinéticas através de dados da literatura

e do estudo piloto, na busca por uma melhor compreensão do fenômeno salto horizontal.

A variável pico de força em “Y” (PFy) é caracterizada pelo maior valor de força na

componente vertical na curva de força de reação do solo e pode desempenhar um papel

importante na propulsão. Os resultados desta variavel estao apresentados na Tabela 21.

63

Tabela 21: Caracterização do pico de força em “Y” das crianças da amostra nos três estágios

de desenvolvimento motor (Peso corporal - PC).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 2,32 0,17 7,33 2,10 2,68 2,20 2,44

Elementar 27 2,38 0,23 9,66 1,78 2,76 2,29 2,47 Maduro 25 2,11 0,22 10,43 1,65 2,45 2,02 2,20

O que se pode perceber quanto aos estágios de desenvolvimento motor nesta variável

é uma não regularidade quando a ordem de estágio em relação aos valores. O estágio que

apresentou valores médios mais altos foi o Elementar (2,38PC), seguido pelo estágio Inicial

(2,32PC), e mais baixo o Maduro (2,11PC).

Estes resultados diferem dos encontrados na literatura, como o estudo de Gress

(2004) que encontrou 2,23PC para o estágio elementar e 2,18PC para o maduro, também no

salto horizontal de crianças. Já no estudo de Gatti (2005), estudando o salto vertical de

crianças em diferentes estágios de desenvolvimento motor, encontrou 2,55PC para o inicial,

2,39PC para o elementar e 2,35PC para o maduro. A diferença destes resultados podem ser

explicada pela diferença de caracterização do estágio de desenvolvimento motor em que a

criança se encontra. Nestes estudos citados a criança que tivesse em algum momento do salto

movimento no estágio inicial, seria classificada como tal. No presente estudo, classificou-se

apenas a fase de propulsão para a inferência do estágio em que a criança se encontra.

Além disso, o estudo de Aguado et al (1997), com adultos normais, encontraram

valor de 2,27PC para esta variável. Ashby and Heedaard (2002), encontraram valor para esta

variável de 2,31PC, para homens adultos não hábeis, indo de encontro ao resultado

encontrado para o estágio inicial no presente estudo. O estágio maduro no presente estudo

teve semelhança com o estudo de Horita et al (1991), que encontrou 2,16PC para jogadores

de voleibol do colegial, ou seja, indivíduos treinados.

O coeficiente de variação para a variável PFy apresentou-se baixo nos três estágios,

diferindo dos estudos encontrados, que citam que altos índices de coeficiente de variação

pode ser considerado normal quando pesquisa-se crianças em desenvolvimento (Ferreira &

Bohme, 1998).

A seguir, na Tabela 22 estão os resultados no menor valor da força em “Y”.

XX

64

Tabela 22: Caracterização do menor valor da força em “Y” das crianças da amostra nos três

estágios de desenvolvimento motor (Peso corporal - PC).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 0,56 0,11 19,64 0,28 0,65 0,48 0,63

Elementar 27 0,42 0,19 45,24 0,10 0,83 0,35 0,50 Maduro 25 0,36 0,18 50,00 0,13 0,86 0,29 0,44

O menor valor da força em “Y” (MVFy), que caracteriza-se pelo menor valor de

força durante a deflexão da componente vertical da curva de reação do solo. Está variável

está relacionada ao quanto de energia o indivíduo acumula para a execução do salto, podendo

ser importante para o salto.

Nos resultados deste estudo pode-se perceber que o estágio maduro obteve valor

médio menor que os demais estágios (0,36PC), em quando o elementar 0,42PC e o inicial

0,56PC. Estes resultados mostram que o estágio maduro faz uma preparação melhor para a

fase concêntrica do salto, podendo estar acumulando uma energia para o salto, e isto irá

ocorrer se o executante não parar na transição da fase excêntrica e concêntrica da propulsão.

Estes resultados vão de acordo com os encontrados por Gatti (2005) e desacordo com

o estudo de Gress (2004), já que a primeira autora encontrou valores decrescentes que nem o

presente estudo, já Gress (2004) encontrou valor maior para o estágio maduro (0,55PC) do

que para o elementar (0,47PC).

A variável MVFy pode ser considerada uma variável cinética auxiliar na classificação

dos estágios de desenvolvimento motor, já que se utilizando os intervalos de confiança para a

média nos permite o calculo dos limites entre os três estágios. Desta forma temos que o

estágio maduro perfaz uma força de até 0,40PC, o elementar entre 0,40PC e 0,49PC e o

maduro acima de 0,49PC.

Além disso, o menor valor que as crianças do estagio maduro perfizeram pode ser

resultado de uma melhor preparação para o salto, já que, pelos resultados, estas crianças

fizeram o agachamento mais rápido, ou seja, acompanhando a forca gravitacional e com isso

diminuindo seu peso em cima da plataforma.

Os resultados do tempo de propulsão estão apresentados a seguir.

XX

65

Tabela 23: Caracterização do tempo de força de propulsão das crianças da amostra nos três

estágios de desenvolvimento motor (segundos).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 0,69 0,11 15,94 0,52 0,81 0,62 0,76

Elementar 27 0,75 0,12 16,00 0,53 0,91 0,71 0,80 Maduro 25 0,79 0,09 11,39 0,61 1,03 0,76 0,83

O tempo de força de propulsão (TFP) é definido pelo tempo de execução em cima da

plataforma de força da propulsão no salto horizontal. Na Tabela 23 tem-se a descrição

completa desta variável. Analisando estes resultados podemos afirmar que o estágio maduro

apresentou valores de tempo mais altos que os demais estágios. Este resultado não vai ao

encontro com o resultado encontrado por Gress (2004), que encontrou o estágio elementar

(0,73s) valor mais alto que para o maduro (0,62s). Pode ser verificado que o estágio maduro

do presente estudo foi similar ao citado (0,75s), porém o estágio maduro do estudo de Gress

foi menor que o tempo encontrado para o estágio inicial para o presente estudo (0,69s).

Os coeficientes de variação do TFP foram médios para os três estágios de

desenvolvimento motor, estando de acordo aos índices encontrado por Gress (2004) e Gatti

(2005). Além disso, o sombreamento entre os intervalos de confiança para a média não

permite o calculo de limites entre os três estágios, o que nos permite afirmar que o tempo de

força de propulsão não é um bom indicador de estágio de desenvolvimento motor.

A seguir tem-se a variável impulso de força excêntrica em “Y” que esta apresentada

na Tabela 24, pode ser definida pela integral da curva da componente vertical da força de

reação do solo na fase excêntrica da propulsão.

Tabela 24: Caracterização do impulso de força excêntrica em “Y” das crianças da amostra

nos três estágios de desenvolvimento motor (N/N.s).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 0,30 0,08 26,67 0,18 0,46 0,24 0,35

Elementar 27 0,26 0,16 61,54 0,10 0,75 0,19 0,32 Maduro 25 0,40 0,32 80,00 0,14 1,14 0,27 0,53

XX

XX

66

Analisando-se os resultados para a variável apresentada acima pode-se perceber que o

IFEy apresentou valores maiores para o estágio maduro (0,40N/N.s), seguido do estágio

inicial (0,30N/N.s) e menor para o elementar (0,26N/N.s). Desta forma podemos perceber

que não tem uma ordem crescente entre os estágios, além disso, os coeficientes de variação

para essa variável foram muito alto para todos os estágios. Não foram encontrados estudos

para comparação desta variável. Mas por estes resultados pode-se afirmar que esta variável

não auxilia na diferenciação do estágio em que a criança se encontra. Além disso, esta

variável apresentou os maiores índices de variabilidade, demonstrando que as formas de

execução do salto diferem entre crianças do mesmo estágio de desenvolvimento motor.

A seguir tem-se os resultados do impulso de força concêntrica em “Y” das crianças

dos três estágios de desenvolvimento motor.

Tabela 25: Caracterização do impulso de força concêntrica em “Y” das crianças da amostra

nos três estágios de desenvolvimento motor (N/N.s).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 0,49 0,06 12,24 0,41 0,56 0,45 0,53

Elementar 27 0,55 0,07 12,73 0,42 0,72 0,53 0,58 Maduro 25 0,56 0,08 14,29 0,37 0,70 0,52 0,59

Na Tabela 25 pode-se observar a variável impulso de força concêntrica em “Y”, que

ocorre na fase concêntrica da propulsão do salto horizontal. Os valores encontrados para esta

variável mostram que o estágio inicial apresenta valores menor que os demais estágios

(0,49N/N.s), em quanto o estágio elementar e o maduro apresentam valores semelhantes

(0,56 e 0,57N/N.s).

Estes resultados podem nos levar a crer que o estágio inicial apresenta menor força

que os demais estágios, indo de acordo com Gallahue e Ozmun (2003), que afirma que a

propulsão do estágio inicial é inconsistente, diferenciando-se do elementar e do maduro.

Para o impulso total em “Y” descrito a seguir tem-se:

XX

67

Tabela 26: Caracterização do impulso total em “Y” das crianças da amostra nos três estágios

de desenvolvimento motor (N/N.s).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 0,62 0,07 11,29 0,53 0,72 0,58 0,67

Elementar 27 0,62 0,10 16,13 0,46 0,87 0,57 0,66 Maduro 25 0,64 0,08 12,50 0,46 0,77 0,61 0,67

O impulso total em “Y” (ITy) que esta apresentado na Tabela 26 é calculado através

da integral de toda a componente vertical da força de reação do solo durante a fase de

propulsão do salto horizontal. Por isso, esta variável pode ser relacionada com o desempenho

do salto.

Nos resultados encontrados podemos observar que ouve uma similaridade entre os

três estágios, tendo o valor de 0,62N/N.s para o estágio inicial e elementar, e o valor de

0,64N/N.s para o estágio maduro. Essa similaridade pode ser explicada por essa variável

calcular toda a área da curva e, já que o estágio inicial perfaz um maior valor para a variável

MVFy e menor para o TFP, a área total da curva pode vir a se assemelhar com a dos demais

estágios que perfazem valores inversos ao inicial.

A variabilidade da variável ITy foi moderada para os três estágios, sendo de 11,29%

para o inicial, 16,13% para o elementar e de 12,50% para o estágio maduro. Além disso, os

valores encontrados para o intervalo de 95% de confiança para a média forma sombreados

entre todos os estágios, o que permite inferir que esta variável não permite uma diferenciação

dos estágios de desenvolvimento motor.

A seguir, a Tabela 27 mostra a variável taxa de impulso máximo no eixo “Y”, que é

definida como a inclinação máxima de reta na fase ascendente da componente vertical da

curva de reação do solo na propulsão, e pode ser calculada pela derivada da curva.

Tabela 27: Caracterização da taxa de impulso máxima no eixo “Y” das crianças da amostra

nos três estágios de desenvolvimento motor (N/N.s-1).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 13,15 3,54 26,92 8,30 21,09 10,77 15,54

Elementar 27 17,02 6,43 37,78 7,60 33,70 14,48 19,56 Maduro 25 14,47 4,93 34,07 7,67 27,42 12,43 16,50

XX

XX

68

As crianças do estágio elementar apresentaram maiores valores médios para esta

variável, e as do estágio inicial perfizeram menores valores. Além disso, a variabilidade

apresentada foi alta e muito alta, podendo ser explicado pelo cálculo desta variável ser

realizado apenas entre dois instantes da propulsão, os instantes onde ocorreram a maior

inclinação da curva.

Confrontando-se com a literatura, no estudo de Gatti (2005) encontrou-se, para esta

variável, no salto vertical, valores mais altos que no presente estudo, sendo 25,81 N/N.s-1

para o estágio inicial, 23,40 N/N.s-1 para o elementar e 23,50 N/N.s-1 para o maduro. Esta

diferença pode ser explicada pela diferente natureza dos saltos realizados nos dois estudos

comparados.

O coeficiente de variação nesta variável apresentou-se muito alto, sendo de 27% para

o estagio inicial, de 38% para as crianças do estagio elementar, e de 34% para as crianças do

estagio maduro.

Na Tabela 28 estão os resultados para a variável taxa de impulso médio no eixo “Y”.

Tabela 28: Caracterização da taxa de impulso médio no eixo “Y” das crianças da amostra

nos três estágios de desenvolvimento motor (N/N.s-1).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 6,37 2,25 35,32 3,35 9,94 4,86 7,88

Elementar 27 8,26 3,08 37,29 2,76 14,93 7,04 9,48 Maduro 25 6,73 1,89 28,08 3,85 10,76 5,95 7,51

Nesta variável, taxa de impulso médio em “Y”, os valores encontrados no presente

estudo diferem do encontrado por Gress (2004), que diz que o estágio maduro apresentou

maiores valores que o elementar, o que conseqüentemente poderia implicar em uma maior

performance na distância saltada. No presente estudo o estágio elementar apresentou valor

médio de 8,26 N/N.s-1 e o estágio maduro de 6,73 N/N.s-1, em quanto o estudo citado

encontrou 5,12 N/N.s-1 para o estágio elementar e 7,37 N/N.s-1 para o maduro. No estudo

preliminar de Estrázulas et al (2006) encontrou-se 3,98 N/N.s-1 para o estágio inicial, 5,09

N/N.s-1 para o elementar, e 9,81 N/N.s-1 para o maduro, em um estudo com 9 crianças, sendo

três de cada estágio de desenvolvimento motor.

XX

69

O coeficiente de variação encontrado no presente estudo foi mais baixo que no estudo

de Gress(2004), que encontrou índice para o estágio elementar de 56,25% e no maduro de

84,26%, em quanto no presente estudo encontrou-se respectivamente 37,29 e 28,08%. Esta

diferença pode ser atribuída a forma de classificação das crianças, pois o presente estudo

utilizou um método de análise qualitativa segmentado da matriz de Gallahue (Gallahue e

Ozmund, 2003), em quando o estudo citado utilizou a matriz na integra.

A taxa de deflexão é uma variável que tem por objetivo avaliar o comportamento da

fase de armazenamento de energia para a execução do salto, mais especificamente a taxa

máxima apresenta a menor inclinação, negativa, da curva durante esta deflexão da mesma.

Esta variável esta apresentada a seguir.

Tabela 29: Caracterização da taxa de deflexão máxima no eixo “Y” das crianças da amostra

nos três estágios de desenvolvimento motor (N/N.s-1).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 -6,13 3,51 57,26 -13,20 -3,50 -8,49 -3,77

Elementar 27 -7,00 2,12 30,29 -13,23 -2,38 -7,84 -6,16 Maduro 25 -7,04 2,26 32,10 -11,39 -4,13 -7,97 -6,11

O estudo de Gatti (2005) apresentou características semelhantes ao presente estudo

para esta variável, com valores mais baixos, tendo o estágio inicial com valores mais altos

(-9,55 N/N.s-1), e em seqüência o maduro (-10,16 N/N.s-1) e o elementar (-12,49 N/N.s-1). A

diferença de valores pode ser atribuída ao tipo de salto realizado no estudo citado, salto

vertical.

Esta variável destaca-se pelo alto coeficiente de variação, tendo o estágio inicial com

57,26% de variabilidade, o estágio elementar com 30,29% e o maduro com 32,10%. Estes

índices de coeficientes permitem afirma que ocorreram variações nesta variável dentro dos

grupos estudado.

Na Tabela 30 estão apresentados os resultados da taxa de deflexão média em “Y”

(TDMy), que é calculada pela derivada média da fase de deflexão da componente vertical da

curva de reação do solo. Nesta variável pode observar a transposição do corpo a favor da

força gravitacional para a preparação do salto propriamente dito.

XX

70

Tabela 30: Caracterização da taxa de deflexão média no eixo “Y” das crianças da amostra

nos três estágios de desenvolvimento motor (N/N.s-1).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 -2,21 1,15 52,04 -5,11 -1,31 -2,99 -1,44

Elementar 27 -3,31 0,98 29,61 -4,72 -1,45 -3,70 -2,92 Maduro 25 -3,35 1,07 31,94 -5,82 -1,51 -3,79 -2,91

Os resultados do presente estudo mostram que o estágio maduro apresenta valores

mais baixos que os demais (-3,35 N/N.s-1), diferindo de Gress (2005) que encontrou o estágio

elementar com valor mais baixo (-2,61 N/N.s-1) e o estágio maduro mais elevado (2,50

N/N.s-1). Estes valores encontrados no estudo citado ficaram próximos ao encontrado para o

estágio inicial no presente estudo (-2,21 N/N.s-1). A explicação para esta diferença entre os

estudos pode ser a forma de avaliação dos estágios de desenvolvimento motor.

Analisando-se os intervalos de confiança pode-se perceber que esta variável não

possibilita uma diferenciação dos diferentes estágios em que as crianças se encontram. Além

disso, o coeficiente de variação alto apresentado para esta variável possibilita afirmar que se

trata de uma variável que não caracteriza cada estagio de desenvolvimento motor.

A seguir tem-se a apresentação do pico de força no eixo “X” das crianças dos três

estágios de desenvolvimento motor, na Tabela 31.

Tabela 31: Caracterização do pico de força no eixo “X” das crianças da amostra nos três

estágios de desenvolvimento motor (Peso corporal – PC).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 0,69 0,09 13,04 0,53 0,79 0,63 0,75

Elementar 27 0,70 0,11 15,71 0,49 0,89 0,66 0,75 Maduro 25 0,72 0,11 15,28 0,50 0,90 0,68 0,77

O pico de força de horizontal (PFx) é caracterizado pelo maior valor na curva de

força de reação horizontal durante a fase de propulsão do salto. Nos resultados deste estudo

os valores encontrados cresceram conforme os estágios: inicial (0,69PC), elementar (0,70PC)

e maduro (0,72PC). Quando comparado ao estudo preliminar sobre o tema (Estrázulas et al,

2006) pode-se perceber a semelhança entre este achado, pois neste estudo preliminar o grupo

XX

XX

71

encontrou valores crescentes, sendo o estágio inicial 0,52PC, o elementar 0,69PC e o maduro

0,76PC. No estudo de Aguado et al (1997) encontrou-se para esta variável valor médio de

0,63PC, ou seja, valor mais baixo que o encontrado no presente estudo para o estágio inicial.

Ashby e Heegaard (2002) encontraram pico de força horizontal de 0,85PC, o que perfaz

valor mais alto que o encontrado para o estágio maduro no presente estudo (0,72PC).

A semelhança encontrada para esta variável no presente estudo, segundo Gress

(2004), é devido a heterogeneidade nos grupos e a forma de avaliação dos estágios segundo o

autor utilizado. Este autor encontrou valores médios para o elementar e maduro de 0,58 e

0,71PC respectivamente.

Na Tabela 32 estão amostrados os resultados da variável impulso total no eixo “X”

(ITx). Esta variável é definida como a integral da componente horizontal da força de reação

do solo.

Tabela 32: Caracterização do impulso total no eixo “X” das crianças da amostra nos três

estágios de desenvolvimento motor (N/N.s).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 0,17 0,01 5,88 0,14 0,18 0,16 0,18

Elementar 27 0,17 0,03 17,65 0,11 0,22 0,16 0,18 Maduro 25 0,19 0,03 15,79 0,13 0,27 0,18 0,20

Nos resultados deste estudo os valores para esta variável ficaram semelhantes para os

três estágios, tendo o estágio inicial e elementar com 0,17N/N.s e o maduro com 0,19N/N.s.

Esta semelhança indica que esta variável não permite uma diferenciação quanto aos estágios

de desenvolvimento motor.

Reforçando esta colocação, pode-se verificar que os intervalos de confiança para a

media apresentaram-se com valores iguais para o estagio inicial e elementar (0,16 a 0,18PC).

As crianças do estagio maduro apresentaram uma media maior entre 0,18 e 0,20PC. Estes

resultados indicam que as crianças do estagio maduro diferem-se dos demais estágios, porem

não pode ser considerado fator de classificação do estagio de maturação motora.

A taxa de impulso média no eixo “X” esta apresentada na Tabela 33, a seguir.

XX

72

Tabela 33: Caracterização da taxa de impulso média no eixo “X” das crianças da amostra

nos três estágios de desenvolvimento motor (N/N.s-1).

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de 95%

de Confiança Inicial 11 1,57 0,25 15,92 1,04 1,99 1,40 1,74

Elementar 27 1,92 0,65 33,85 0,90 3,54 1,67 2,18 Maduro 25 1,85 0,36 19,46 1,08 2,48 1,70 2,00

A taxa de impulso média no eixo “X” (TxIx) é a derivada média do inicio da

componente horizontal da força de reação do solo até o PFx. Esta variável pode ser forte

indicativo de desempenho para o salto horizontal.

Nos resultados deste estudo encontraram-se valores mais altos para o estágio

elementar (1,92 N/N.s-1) seguido do estágio maduro (1,85 N/N.s-1) e do inicial (1,57 N/N.s-1).

Estes resultados não são semelhantes ao estudo de Gress (2004) que encontrou 1,07 N/N.s-1

para o elementar e 1,66 N/N.s-1 para o maduro.

Os altos índices de coeficientes de variação encontrados no estudo citado (81,33 e

39,25%) e no presente estudo (33,85%) permitem afirmar que está variável é muito

heterogênea dentro dos grupos e isto pode levar a uma semelhança entre os três grupos.

Os intervalos de confianca para a média mostram que as criancas do estagio inicial

perfazem uma taxa de impulso média em “X” menor que as criancas do estagio elementar e

maduro. Porem as criancas do estagio e elementar e maduro apresentam valores similares

para esta variavel.

4.3.2 Comparação das variáveis cinéticas entre os estágios de desenvolvimento motor

Em continuidade ao terceiro objetivo especifico, fez-se a comparação dos valores das

variáveis cinéticas entre os três estágios de desenvolvimento motor. Os resultados estão

apresentados na Tabela 34.

XX

73

Tabela 34: Estatística inferencial das variáveis cinéticas na propulsão do salto horizontal

entre os estágios de desenvolvimento motor.

Fase do salto Causa da variação

Gl Quadrados

médios F P

PFy Entre grupo

Dentro grupo 2

60 0,50 0,05

10,57 *0,00

MVFy Entre grupo

Dentro grupo 2

60 0,14 0,03

4,71 *0,01

TFP Entre grupo

Dentro grupo 2

60 0,04 0,01

3,77 *0,03

IFEy Entre grupo

Dentro grupo 2

60 0,14 0,05

2,66 0,08

IFCy Entre grupo

Dentro grupo 2

60 0,02 0,00

3,46 *0,04

ITy Entre grupo

Dentro grupo 2

60 0,00 0,01

0,59 0,56

TIMaxy Entre grupo

Dentro grupo 2

60 73,76 29,71

2,48 0,09

TIMy Entre grupo

Dentro grupo 2

60 21,19 6,40

3,31 *0,04

TDMaxy Entre grupo

Dentro grupo 2

60 3,58 6,05

0,59 0,55

TDMy Entre grupo

Dentro grupo 2

60 5,65 1,10

5,13 *0,01

PFx Entre grupo

Dentro grupo 2

60 0,00 0,01

0,46 0,63

ITx Entre grupo

Dentro grupo 2

60 0,00 0,00

4,74 *0,01

TxIx Entre grupo

Dentro grupo 2

60 0,50 0,24

2,06 0,14

Analisando-se a Tabela 34 pode-se observar que o teste aplicado acusou diferença

significativa em sete das treze variáveis, e estas são: pico de força em “Y”, menor valor de

força em “Y”, tempo de força de propulsão, impulso de força concêntrica em “Y”, taxa de

impulso média em “Y”, taxa de deflexão em “Y” e impulso total em “X”; ou seja, em sete

das treze variáveis estudadas.

Quando comparado com a literatura, pode-se observar que Gress (2004) não

encontrou diferença comparando o estágio elementar e o maduro para nenhuma variável

cinética. Estes resultados diferem do presente estudo nas variáveis: pico de força em “Y”,

taxa de deflexão em “X” e impulso total em “X”.

74

As variáveis cinéticas que se assemelharam foram: pico de impulsão em “X” e a taxa

de impulsão em “X”, que nos dois estudos não encontrou-se diferenças entre os estágios.

Porém, é importante destacar que a diferença entre os dois estudos pode ser atribuída a

diferença e tratamento da amostra, já que o presente estudo foi composto por três grupos, em

quanto o estudo citado só continha o estágio elementar e maduro, com isso o teste estatístico

aplicado foi diferente, podendo ter gerado a diferença de resultados.

Para identificar-se onde ocorreram as diferenças estatísticas para as variáveis

cinéticas aplicou-se o teste de post hoc de Sheffé, ou seja, para verificar entre quais estágios

esta diferença se encontra. Com isso temos a primeira figura a seguir (Figura 29) que contém

o resultado para o teste aplicado na variável pico de força em “Y”.

PFy

0

0.5

1

1.5

2

2.5

Peso

co

rpo

ral

Inicial Elementar Maduro

Figura 29: Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável pico de força em “Y”

durante propulsão no salto horizontal.

Analisando-se o resultado pode-se verificar que ocorreram diferenças entre os grupos

do estágio inicial e maduro, e entre o elementar e maduro. Esta diferença aponta para valores

menores no grupo do estágio maduro, o que leva a crer que crianças com o salto amadurecido

tentem a diminuir os valores máximos de força vertical durante a propulsão no salto

horizontal. Valores menores para o estágio maduro também foram encontrados no estudo de

Gress (2004), porém a explicação para a não comprovação de diferença estatisticamente

significativa pode ser atribuída pelos altos índices de variabilidade da amostra.

*a > c, b > c

a b c

75

Para a variável menor valor de força em “Y” o teste de post hoc apontou diferença

apenas entre o estágio inicial e maduro (Figura 30). Analisando-se a matriz de Gallahue

(1989) pode-se verificar que o autor cita que o estágio inicial tem uma preparação para o

salto e uma flexão do joelho inconsistente, em quanto o estágio elementar e maduro

apresentam um agachamento preparatório mais profundo e mais consistente. Através desta

afirmação pode-se considerar normal o resultado encontrado, já que a variável menor valor

de força em “Y” está diretamente relacionada à preparação do salto, o quanto a criança esta

acelerando sua carga a favor da força de gravidade.

MVFy

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

Peso

Co

rpo

ral

Inicial Elementar Maduro

Figura 30: Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável menor valor de força em

“Y” durante a propulsão no salto horizontal.

Na Figura 31 tem-se a variável tempo de força de propulsão, que no presente estudo

apresentou somente diferença significativa entre o estágio inicial e maduro, diferindo do

estudo de Gress (2004) que encontrou valores menores para o estágio maduro quando

comparado ao estágio elementar. O presente estudo mostra que o estágio inicial tem um

tempo de execução da propulsão menor que os demais estágios, o que leva a crer que

conforme o estágio vai amadurecendo a criança faz uma preparação mais consistente e com

isso perfaz um tempo de propulsão maior.

*ac

a b c

76

TFP

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

seg

un

do

s

Inicial Elementar Maduro

Figura 31: Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável tempo de força de

propulsão durante o salto horizontal.

A variável a seguir, na Figura 32, impulso de força concêntrica em “Y”, apresentou

diferença entre o estágio inicial e os estágios elementar e maduro, sendo o inicial o menor

valor para essa variável podemos afirmar que a impulsão ativa do salto horizontal se perfaz

com maiores valores quando a criança esta em um estágio de desenvolvimento motor mais

avançado, o elementar ou o maduro.

Contudo, esta variável não permite diferenciar o estágio elementar do maduro, o que

permite a afirmação de que não pode ser considerada uma variável passível de classificação,

ou diferenciação dos estágios de desenvolvimento motor.

*a < c

a b c

77

IFCy

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

Peso

co

rpo

ral*

seg

un

do

s (

Ns/N

)

Inicial Elementar Maduro

Figura 32: Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável impulso de força

concêntrica em “Y” durante a propulsão no salto horizontal.

Para a variável taxa de impulso média em “Y” o estudo de Gress (2004) encontrou

valores mais altos para o estágio maduro que para o elementar, porém não significativos. No

presente estudo o resultado inverteu-se, tendo os valores mais altos para o estágio elementar,

quando comparado ao inicial e maduro, que perfizeram uma média similar.

Ressalta-se que a diferença significativa que o teste ANOVA acusou pode não ser

significativa no post hoc de Scheffé, o que pode ser ocasionado por falta de informações

suficientes para acusar a diferença ou por o teste citado ser mais consistente que o ANOVA

one way, ou seja, exigir diferenças maiores entre as médias para acusar como resultado

significativo.

*a < c, a < b

a b c

78

TIMy

0

2

4

6

8

10

Peso

co

rpo

ral/

seg

un

do

s (

N/N

s)

Inicial Elementar Maduro

Figura 33: Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável taxa de impulso média

em “Y” durante a propulsão no salto horizontal.

Na Figura 34 pode-se verificar que as diferenças encontradas são entre o estágio

inicial e os estágios elementar e maduro. Novamente não ocorreu diferença entre o estágio

elementar e maduro, o que reafirma que estes estágios apresentam características cinéticas

similares na propulsão.

Os estágios elementar e maduro apresentaram valores menores que o estágio inicial,

ressaltando que estes dois estágios apresentam uma preparação melhor para a execução da

propulsão que o estágio inicial, já que esta variável pode ser relacionada a preparação do

salto.

*nenhum

a b c

79

TDMy

-4

-3,5

-3

-2,5

-2

-1,5

-1

-0,5

0

Peso

co

rpo

ral/

seg

un

do

s (

N/N

s)

Inicial Elementar Maduro

Figura 34: Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável taxa de deflexão média

em “Y” durante a propulsão no salto horizontal.

Uma das variáveis que pode ser considerada mais importante para o salto horizontal é

o impulso total em “X”, já que o objetivo do salto é o alcance (distância). Na figura a seguir

temos que o estágio maduro diferiu-se estatisticamente significativa dos demais estágios,

com valores mais altos para esta variável; e ainda que os estágios elementar e maduro

obtiveram média similares.

ITx

0

0.05

0.1

0.15

0.2

Peso

co

rpo

ral*

seg

un

do

s (

Ns/N

)

Inicial Elementar Maduro

Figura 35: Resultado do teste de post hoc de Scheffé para a variável impulso total em “X”

durante a propulsão no salto horizontal.

* a > b,a > c

a b c

* a < c, b < c

a b c

80

4.4 Desempenho das crianças dos três estágios normalizadas pelo comprimento do

membro inferior, no salto horizontal

Este tópico descreve o alcance do salto horizontal das crianças separados nos três

estágios de desenvolvimento motor. Para possibilitar a comparação entre crianças de

diferentes estaturas normalizou-se a distância saltada pelo membro inferior de cada criança,

onde este compreendia na distância entre a articulação do quadril e a articulação do

tornozelo. Com isso, o resultado da distância saltada esta expresso em “vezes o membro

inferior”, simplificado para “mi”.

Desta forma, na Tabela 35, esta apresentada a estatística para o alcance do salto na

amostra do estudo. Verificando as médias apresentadas pelos três grupos pode-se observar

que o estágio inicial teve o menor alcance, com 1,88mi, o estágio elementar apresentou-se

intermediário com 2,13mi, e o estágio maduro valores superiores de 2,36 mi.

Esses resultados encontrados estão dentro do esperado, já que as crianças do estágio

maduro executam o salto com uma melhor coordenação de movimentos que as crianças dos

demais estágios. Para reforçar este fato, temos o estudo de Ashby e Heegard (2002), que

afirmaram que o movimento coordenado dos membros superiores auxiliam no ganho de

distância saltada. Além disso, Gallahue e Ozmun (2003) afirmam que crianças do estágio

maduro tendem a coordenar melhor seus movimentos e isso se expressa em uma melhor

performance.

Tabela 35: Descrição da distância saltada pelas crianças do estudo.

Estágio n

s CV% Min Máx Intervalo de

95% de Confiança

Inicial 11 1,88 0,23 12,23 1,49 2,16 1,72 2,04 Elementar 27 2,13 0,33 15,46 1,57 2,93 2,00 2,27 Maduro 25 2,36 0,34 14,40 1,62 2,85 2,22 2,50

Na figura a seguir tem-se o gráfico da distância saltada por cada grupo de crianças.

Neste gráfico podemos verificar o intervalo de 95% de confiança para a média na caixa

vermelha e perceber que o estágio maduro está superior aos demais estágios.

XX

81

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

Dis

tân

cia

3,5

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

Figura 36: Distância saltada pelas crianças dos três estágios de desenvolvimento motor.

Porém, apenas por esta figura não temos como verificar se existe diferença estatística

entre os grupos, e para isso aplicou-se ANOVA one way a fim de esclarecer essa dúvida.

No resultado deste teste para verificar se existe diferença estatística entre as médias

dos três grupos encontrou-se um p=0,00. Tal resultado levou a aplicação do post hoc de

Scheffé para verificar entre quais estágios a diferença ocorreu.

Por tanto, o teste aplicado mostrou que a distância saltada normalizada pelo membro

inferior das crianças do estudo apresentou diferença estatisticamente significativa, para um

nível de significância de 95% de confiança, entre o estágio inicial e maduro, e entre o estágio

elementar e maduro.

Contudo, verificando o pouco sombreamento entre os intervalos de confiança para a

médias dos três estágios traçou-se limite entre os três estágios e se pode obter os seguintes

valores: 2,02mi entre o estágio inicial e elementar e 2,25mi entre o estágio elementar e

maduro. Com esses limites entre os três grupos pode-se inferir que a distância saltada

normalizada pelo membro inferior pode ser um bom indicador de estágio de

desenvolvimento motor.

(mi)

82

4.5 Contribuição de cada variável cinética no desempenho do salto horizontal.

Na busca por uma melhor compreensão dos fatores cinéticos que influenciam no

desempenho do salto horizontal aplicou-se a regressão múltipla linear entre todas as variáveis

cinéticas e a distância saltada por cada criança.

Desta forma, a tabela a seguir contem a regressão linear múltipla entre as variáveis

cinéticas e a distância saltada pelas crianças normalizadas pelo comprimento do membro

inferior.

Tabela 36: Regressão múltipla linear da variável dependente distância alcançada em relação

a todas variáveis cinéticas.

Variável Independente

Valor de B Valor Beta Significância

PFy -0,40 -0,27 0,09 MVFy 0,33 0,17 0,31 TFP 0,87 0,27 *0,05 IFEy 0,06 0,04 0,75 IFCy 1,50 0,31 *0,02 ITy -2,14 -0,52 *0,00

TIMaxY 0,04 0,56 *0,01 TIMy 0,04 -0,26 0,26

TDMaxY 0,01 -0,08 0,54 TDMy -0,03 -0,01 0,95

PFx -0,76 -0,22 0,34 ITx 8,89 0,66 *0,00

TDMx -0,04 -0,06 0,72

A regressão aplicada no programa SPSS 10 for Windows foi a regressão linear

múltipla do tipo “enter”, que faz o cálculo da regressão sem ignorar nenhuma variável. Com

este cálculo, o programa pode estar calculando variáveis que não desempenham nenhum

auxílio para o desempenho do salto horizontal, por isso aplicou-se novamente esta regressão

para as variáveis que acusaram significância no primeiro teste, e isto esta amostra na tabela

37.

83

Tabela 37: Regressão múltipla linear da variável dependente distância alcançada em relação

as variáveis cinéticas significativas para a variável dependente.

Variável Independente

Valor de B Valor Beta Significância

PFy -0,45 -0,31 *0,02 TFP 0,70 0,21 0,07 IFCy 1,07 0,22 *0,05 ITy -1,15 -0,28 *0,05

TIMaxY 0,01 0,19 0,11 ITx 6,49 0,48 *0,00

Este segundo teste objetiva retirar informações chamadas de “lixo”, que altera a

importância das variáveis que realmente tem importância para o desempenho do salto. Com

isto, no segundo teste a significância foi encontrada nas variáveis pico de força no eixo “Y”,

impulso de força concêntrica em “Y”, impulso total em “Y” e impulso total em “X”.

Para cada unidade de membro inferior saltada pelas crianças a variável pico de força

no eixo “Y” teve uma contribuição negativa de 31%, mantendo as outras variáveis

constantes. O impulso total em “Y” também perfaz uma contribuição negativa de 28%. Por

tanto, o aumento no valor destas duas variáveis pode significar um menor desempenho.

Entre as variáveis que contribuíram positivamente para o alcance temos o impulso de

força concêntrica em “Y”, que a cada membro inferior saltado perfez 22% de contribuição.

Indicando que a fase de extensão dos joelhos na propulsão torna-se importante para o alcance

do salto horizontal.

Destas variáveis que tiveram significância a que mais se destacou foi o impulso total

em “X”, que para cada unidade de membro inferior saltada ela exerceu uma contribuição

positiva de 48%, mantendo-se as outras variáveis constantes. Com isso pode-se afirmar que

esta variável deve ser considerada de fundamental importância para a distancia alcançada no

salto horizontal.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES

Visto as limitações, o referencial teórico estudado e por se tratar de um estudo

exploratório faz-se as seguintes considerações finais e conclusões:

Em relação à análise qualitativa dos estágios de desenvolvimento motor:

Na análise qualitativa o ângulo do joelho obteve o menor número de crianças no

estágio maduro, em quanto o pêndulo do membro superior teve o maior número de crianças

no estágio maduro, quando comparado aos outros dois estágios.

Verificando uma mesma variável (joelho, tronco, quadril e membro superior) nas três

fases do salto, pode-se perceber que mais crianças apresentaram dois estágios diferentes, por

exemplo elementar na propulsão e fase aérea e maduro na aterrissagem (para uma mesma

variável). Encontrou-se um menor número de crianças com um mesmo estágio de

desenvolvimento motor nas três fases do salto, e um número menor ainda que apresentassem

três estágios, ou seja, inicial na propulsão, elementar na fase aérea e maduro na aterrissagem.

Estes fatos permitem concluir que o joelho é a variável que sofre a maturação motora

mais tarde, e a movimentação de membro superior é a primeira a se desenvolver. Para a faixa

etária da amostra é normal encontrar uma criança com diferentes estágios de

desenvolvimento em uma mesma variável nas diferentes fases do salto horizontal.

Sobre os parâmetros angulares analisados:

Analisando os parâmetros angulares temos que para a variável ângulo do joelho na

propulsão, o estágio maduro perfaz uma maior flexão que o estágio elementar, que por sua

vez é maior que nas crianças do estágio inicial. Com os resultados do estudo podemos

afirmar que crianças do estágio inicial fazem uma flexão de joelho acima de 105º, do estágio

maduro abaixo de 92º, e crianças do estágio elementar entre estes dois valores. Na fase aérea

o estágio inicial até 137º, o elementar até 92º, e o maduro acima deste. Já na aterrissagem o

estágio maduro com ângulo de até 84º, elementar até 103º e acima disto sendo considerado

ângulo de crianças do estágio inicial.

85

Para o ângulo do tronco na fase de propulsão as crianças do estágio inicial podem

fazer um ângulo de até 48º, o elementar até 59º, e acima deste ângulo a criança pode ser

considerada no estágio maduro. Para a fase aérea considera-se como do estágio inicial até

15º, do elementar até 24º, e do maduro acima de 24º. Na aterrissagem as crianças do inicial

fazem um ângulo de tronco até 21º, do elementar até 40º, e acima disso as do estágio maduro.

O quadril na fase aérea do salto horizontal não possibilita a diferenciação dos

estágios, mas na propulsão e na aterrissagem podemos diferenciá-los. Desta forma, na

propulsão temos que uma criança do estágio inicial tem ângulos maiores que 105º, do

elementar entre 68º e 105º, e do estágio maduro até 68º. Na aterrissagem as crianças do

estágio maduro têm ângulo de quadril inferior a 68º, as do elementar entre o valor do estágio

maduro e 99º, e do inicial acima deste valor.

Para a variável ângulo do membro superior na fase de propulsão as crianças do

estágio maduro perfazem ângulo de até -30º, do estágio elementar de até 10º, e do inicial

acima de 10º. Tanto a fase aérea, quanto a aterrissagem não possibilitam diferenciar os

estágios de desenvolvimento motor quanto ao ângulo de membro superior de forma

quantitativa.

Com isso podemos concluir que o ângulo do joelho, tronco, quadril e ângulo do

membro superior são variáveis que podem ser mensuradas quantitativamente nestes instantes

analisados pelo presente estudo e utilizados para a classificação das crianças quanto ao

estágio de desenvolvimento motor.

Conclui-se também que o pêndulo de membro superior na aterrissagem do estágio

inicial apresenta-se de forma desordenada entre os hemicorpos direito e esquerdo. As

crianças do estágio elementar aterrissam com o membro superior próximo ao corpo, e as

crianças do estágio maduro com os membros a frente do corpo com um ângulo entre este e o

tronco de pelo menos 45º.

Sobre os parâmetros cinéticos analisados:

A análise das variáveis cinéticas foi realizada para auxiliar na compreensão dos

fenômenos inerente ao desenvolvimento motor das crianças, e os resultados deste estudo

apontaram que ocorreram diferenças significativas entre os estágios nas variáveis: primeiro

86

pico de força em “Y”, menor valor da força em “Y”, tempo de força na propulsão, impulso

na fase concêntrica no eixo “Y”, taxa de impulso média no eixo “Y”, taxa de deflexão média

no eixo “Y” e impulso total no eixo “X”. Porém, esta diferença não ocorreu entre os três

estágios em uma análise post hoc, o que não permitiu a caracterização de nenhuma variável

para os três estágios de desenvolvimento motor.

Com este estudo pode-se aferir que as variáveis cinéticas são importantes para a

compreensão do fenômeno saltar horizontal, mas não auxilia na indicação dos estágios de

desenvolvimento motor a ponto de proporcionar o pesquisador uma inferência quanto ao

estágio em que a criança se encontra com a mensuração destas variáveis. É importante

salientar que este estudo limitou-se a mensurar a fase de propulsão, e talvez uma análise

cinética da aterrissagem poderia auxiliar no estudo do desenvolvimento infantil.

A distância que as crianças saltaram:

Esta variável se torna muito interessante a partir dos resultados encontrados neste

estudo. Através deste, pode-se inferir que uma criança do estágio inicial salto até duas vezes

o comprimento do seu membro inferior ( 2,00mi), do estágio elementar entre 2,00 e 2,25mi, e

crianças do estágio maduro acima de 2,25mi.

Com isto pode-se concluir que esta se torna uma das variáveis mais importantes do

estudo, pois apenas com uma avaliação da distância saltada em relação ao comprimento do

membro inferior podemos ter uma prévia do estágio em que a criança se encontra, em uma

análise macro.

Contribuição das variáveis cinéticas no desempenho do salto:

A variável cinética que mais exerceu influencia na distancia saltada pelas crianças

deste estudo foi o impulso total em “X”, que é uma variável mensurada a partir da

componente antero posterior da força de reação do solo. Esta variável exerceu para cada

unidade de membro inferior saltada uma influencia positiva de 48%.

87

Com isso pode-se concluir que o impulso total em “X” é a variável cinética mais

importante para o desempenho do salto horizontal de crianças, apresentando a maior

contribuição positiva para o desempenho do salto, tendo as outras variáveis constantes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO A - ESTUDO PILOTO

Objetivo

Este estudo piloto teve por objetivo organizar, experimentar e determinar os

parâmetros metodológicos do projeto para atingir o objetivo geral da dissertação. Mais

especificamente:

- Definir procedimentos para avaliação qualitativa dos sujeitos da amostra;

- Definir freqüência de aquisição da instrumentações utilizadas;

- Determinar a forma de processamento dos dados adquiridos;

- Testar os métodos em uma amostra piloto;

Local e data

Este estudo piloto ocorreu no Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos da

Universidade do Estado de Santa Catarina dentro do Laboratório de Biomecânica. A coleta

de dados ocorreu no mês de abril do ano de dois mil e cinco.

Para uma melhor compreensão os resultados deste estudo piloto estão divididos em:

ajustes de equipamentos e análise de uma amostra piloto. Para melhor visualização dos

procedimentos optou-se pela ilustração através do organograma abaixo.

Sujeitos analisados

Participaram do estudo piloto 9 crianças entre 5 e 10 anos estudantes da Escola

Estadual Roosevelt, que pertence a Rede Pública de Ensino de Florianópolis.

Procedimentos para execução do estudo

- Aprovação do projeto junto ao Comitê de Ética em Pesquisa da UDESC;

- Contato com a Escola para consentimento;

- Envio do consentimento livre e esclarecido para os pais;

97

- Agendamento das coletas;

- Organização do local de coleta;

- Coleta de dados;

- Digitalização dos dados cinemáticos e tratamento dos dados cinéticos;

- Elaboração e análise dos resultados do estudo piloto conforme objetivos traçados.

Resultados do Estudo

Para uma melhor compreensão os resultados deste estudo piloto estão divididos em:

ajustes de equipamentos e análise de uma amostra piloto. Para melhor visualização dos

procedimentos optou-se pela ilustração através do organograma abaixo.

Figura 1: Organograma dos resultados do estudo piloto.

a) Ajustes de equipamentos

Os equipamentos utilizados no estudo piloto foram testados para verificar em que

freqüência de amostragem os mesmos seriam utilizados. Para isto testou-se a freqüência da

plataforma de força de reação do solo e da câmera de aquisição das imagens.

RReessuullttaaddooss

Ajustes de equipamentos

Análise da Amostra

Plataforma de Força

Câmera Peak

Motus

1200Hz - 1020Hz - 900Hz 180Hz - 60Hz

Determinação da freqüência de amostragem

e filtro

Análise qualitativa

Análise quantitativa

Divisão das fases do salto

Classificação das crianças por estágio de maturação

Média e Desvio Padrão das

variáveis por estágio

98

- Plataforma de força de reação do solo da marca AMTI

Esta instrumentação foi testada nas freqüências de amostragem de 900, 1020 e

1200 Hz. Para tratamento dos dados aplicou-se o Filtro Butterworth de 4ª ordem, que fez

uma suavização da curva e eliminação de possíveis ruídos.

Após esta fase, utilizou-se o Programa Origem 6.0 para interpolar as curvas, ficando

todas com 800 pontos. Com isso podem ser observadas as curvas nas 3 freqüências citadas

acima.

Força vertica Fy

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

0 200 400 600 800

Normalizado

New

ton

900Hz

Força vertica Fy

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

0 100 200 300 400 500 600 700 800

Normalizado

Ne

wto

n

1020Hz

Figura 2: gráfico da força de reação vertical

do solo no salto horizontal a 900Hz.

Figura 3: gráfico da força de reação

vertical do solo no salto horizontal a

1020Hz.

Força vertica Fy

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

0 200 400 600 800

Normalizado

Ne

wto

n

1200Hz

Figura 4: gráfico da força de reação vertical do solo no salto horizontal a 1200Hz.

Além das diferentes freqüências de amostragem utilizadas, julgou-se necessário a

realização do espectro de freqüência para avaliar melhor em quais freqüências o evento

99

ocorre. Este espectro esta amostrado na figura abaixo, e demonstra as freqüências em que

ocorrem os eventos em uma curva de reação do solo vertical durante a fase de propulsão do

salto horizontal.

Através deste espectro de freqüência pode-se verificar que os eventos ocorrem abaixo

de 500 Hz, ou seja, uma freqüência de amostragem superior a esta freqüência é suficiente

para estudar os eventos que ocorrem na curva de força no salto horizontal de crianças.

0 100 200 300 400 500 600

0

50

100

150

200

Frequency (Hz)

Am

plit

ud

e

-200

0

200

4000 100 200 300 400 500 600

Frequency (Hz)

Ang

le(d

eg

)

Figura 5: Espectro de freqüência do salto horizontal em uma coleta a 1200 Hz.

- Câmera de vídeo do Sistema Peak Motus

A freqüência comumente utilizada para análise biomecânica de movimentos de seres

humanos é entre 60 e 180 Hz; Podendo aumentar para movimentos com maiores velocidades,

como por exemplo, na tacada do golfe. Através da busca por estudos com movimentos de

saltos, encontrou-se freqüência de amostragem a partir de 50 Hz (Aguado e Izquierdo, 1995)

(Seyfarth et al, 1999) (Amadio, 1998).

100

Para verificar uma freqüência suficiente para avaliar os parâmetros cinemáticos e

angulares que se deseja estudar neste estudo utilizaram-se duas freqüências de amostragem:

60 e 180 Hz. A partir daí surgiram os seguintes resultados ilustrados no gráfico abaixo.

ângulo do joelho

0

20

40

60

80

100

120

0 20 40 60 80 100

% do ciclo

gra

us

60Hz 180Hz

Figura 6: gráfico do ângulo do joelho no salto horizontal a 60 e 180 Hz.

Pelo gráfico acima, pode-se observar que mesmo sendo dois saltos diferentes, o

comportamento angular foi similar. Com este resultado pode-se inferir que uma análise de

salto horizontal de crianças pode ser realizada a uma freqüência de 60 Hz que não estaria

comprometendo dados importantes para a análise deste gesto.

b) Análise da amostra piloto

Para a análise desta amostra fez-se primeiramente uma avaliação qualitativa das

crianças selecionadas. Esta análise consistiu em um detalhamento do estágio de maturação de

cada elemento do salto horizontal a partir da matriz analítica proposta por Gallahue;

posteriormente separou-se por estágio de maturação e utilizaram-se as médias das variáveis

do estudo.

- Análise qualitativa

Esta análise foi realizada através da matriz analítica proposta por Gallahue (1989),

que esta exposta nas Figuras 7 (a seguir). Partindo desta matriz, pode-se dividir o salto

101

horizontal em 3 fases, a propulsão, a fase aérea e a aterrissagem. Para a diferenciação dos

estágios selecionou-se 4 instantes através de uma análise crítica da matriz original. Estes

instantes consistem em: flexão máxima do joelho na propulsão; ângulo máximo do pêndulo

do membro superior antes da flexão máxima de joelho na propulsão; metade da fase aérea; e

flexão máxima de joelho na aterrissagem.

As variáveis que foram analisadas nesta etapa foram: ângulo do joelho, ângulo do

quadril, ângulo do tronco e ângulo do pendulo do membro superior.

- Análise quantitativa das crianças por estágios

Após a análise qualitativa citada no item anterior, as 9 crianças da amostra piloto

foram classificadas por estágios, em cada variável analisada, e capturou-se os resultados

quantitativos de cada criança nas variáveis e instantes analisados.

Para as variáveis angulares serão apresentados resultados por sujeito através de

tabelas por fase do salto, e por variável. A última linha da tabela contem o estágio que

criança se encontra em cada variável e fase do salto ( I=inicial, E=elementar e M=maduro).

Esta análise foi realizada conforme citado no item 4.1.1.

Tabela 1: Variáveis angulares e estágio de desenvolvimento motor nas diferentes fases do

salto horizontal do sujeito 7-2-H1.

7-2-H1 Ângulo

joelho

Ângulo

tronco

Ângulo

quadril

Ângulo do

pêndulo do

membro superior

Propulsão 102,7 69,4 73,0 37,0

Fase Aérea 51,6 43,7 99,6 20,58

Aterrissagem 32,9 37,5 44,5 97,2

Estágio I-I-M E-E-E E-E-E I-I-I

A criança do código 7-2-H1 apresentou, conforme a classificação qualitativa, uma

maior tendência para o estágio inicial, já que o ângulo de tronco e quadril são analisados

juntos, a maior parte das variáveis estariam classificadas no inicial. A distância de seu salto,

102

normalizada pelo tamanho de membro inferior, foi de 2.02 cmi (comprimento do membro

inferior). Pode-se observar que esta criança ainda não passou do estágio inicial, embora

apresente características de elementar, pois a variável joelho e pêndulo de membro superior,

encontram-se no estágio inicial, segunda a matriz analítica de Gallahue.

Tabela 2: Variáveis angulares e estágio de maturação nas diferentes fases do salto horizontal

do sujeito 9-3-H3.

9-3-H3 Ângulo

joelho

Ângulo

tronco

Ângulo

quadril

Ângulo do

pêndulo do

membro superior

Propulsão 95,5 50,0 86,6 33,8

Fase Aérea 159,4 -5,8 186 -82,5

Aterrissagem 51,7 26,2 53,8 110,7

Estágio E-E-E E-E-E E-E-E M-E-M

O sujeito da tabela acima, apresentou-se como do estágio elementar, tendo a

movimentação do membro superior como transitório para o maduro. A distância do salto foi

de 2.35 cmi, ou seja, maior que o sujeito anterior que estava em estágio inferior.

Tabela 3: Variáveis angulares e estágio de maturação nas diferentes fases do salto horizontal

do sujeito 10-5-H1.

10-5-H1 Ângulo

joelho

Ângulo

tronco

Ângulo

quadril

Ângulo do

pêndulo do

membro superior

Propulsão 101,4 51,7 99,3 53,3

Fase Aérea 70,5 18,3 133,1 96,2

Aterrissagem 84,7 29,9 81,8 46,8

Estágio I-I-I E-E-E E-E-E E-E-E

103

O sujeito 10-5-H1, apresentou predominância no estágio elementar, com a variável

ângulo do joelho ainda no estágio inicial. Esta criança saltou 2.22 vezes o comprimento de

seu membro inferior (cmi).

Tabela 4: Variáveis angulares e estágio de maturação nas diferentes fases do salto horizontal

do sujeito 9-4-H3.

9-4-H3 Ângulo

joelho

Ângulo

tronco

Ângulo

quadril

Ângulo do

pêndulo do

membro superior

Propulsão 95,5 60,1 92,5 69,1

Fase Aérea 53,6 22,9 125,4 93,7

Aterrissagem 27,0 22,0 49,2 81,6

Estágio E-I-M E-M-E E-M-E M-M-M

A criança acima apresenta predominância no estágio elementar, sendo que, a

movimentação de membro superior foi do estágio maduro. A distância saltada foi de

2.76 cmi, mostrando que a movimentação dos braços é muito importante para o desempenho

do salto.

Tabela 5: Variáveis angulares e estágio de maturação nas diferentes fases do salto horizontal

do sujeito 5-3-H1.

5-3-H1 Ângulo

joelho

Ângulo

tronco

Ângulo

quadril

Ângulo do

pêndulo do

membro superior

Propulsão 97,9 65,5 66,8 66,0

Fase Aérea 128,0 47,3 90,7 -20,0

Aterrissagem 88,8 32,7 90,4 -2,7

Estágio E-I-E E-E-E E-E-E I-I-I

104

O sujeito acima está em transição entre o estágio inicial e elementar, tendo como

principal problema para tal ocorrer a movimentação de membros superiores. A distância que

este sujeito saltou foi de 2.35 cmi.

Tabela 6: Variáveis angulares e estágio de maturação nas diferentes fases do salto horizontal

do sujeito 6-4-H1.

6-4-H1 Ângulo

joelho

Ângulo

tronco

Ângulo

quadril

Ângulo do

pêndulo do

membro superior

Propulsão 63,1 68,8 48,5 112,2

Fase Aérea 89,4 25,4 141,8 116,8

Aterrissagem 114,3 57,1 59,5 19,2

Estágio M-E-I M-M-E M-M-E I-E-E

Este sujeito, 6-4-H1, apresentou-se entre o estágio elementar e maduro, faltando

principalmente joelho e movimentação de braço correta para alcançar o estágio maduro. A

distância saltada por esta criança foi de 2.78 cmi.

Tabela 7: Variáveis angulares e estágio de maturação nas diferentes fases do salto horizontal

do sujeito 10-8-H1.

10-8-H1 Ângulo

joelho

Ângulo

tronco

Ângulo

quadril

Ângulo do

pêndulo do

membro superior

Propulsão 92,6 49,9 99,9 63,4

Fase Aérea 96,5 36,7 112,3 100,0

Aterrissagem 87,8 61,3 44,5 29,1

Estágio E-E-M M-M-M M-M-M M-M-M

A tabela vv, apresenta o sujeito que está quase no estágio maduro, exceto pelo joelho

que ainda apresenta nas propulsão e fase aérea característica de elementar. Esta criança

saltou 2.37 cmi.

105

Tabela 8: Variáveis angulares e estágio de maturação nas diferentes fases do salto horizontal

do sujeito 9-8-H1.

9-8-H1 Ângulo

joelho

Ângulo

tronco

Ângulo

quadril

Ângulo do

pêndulo do

membro superior

Propulsão 89,9 62,1 79,8 88,4

Fase Aérea 122,0 14,2 182,0 146,0

Aterrissagem 82,7 38,7 67,9 70,0

Estágio E-E-E E-E-E E-E-E M-M-M

Nesta outra tabela (8), a criança está predominantemente no estágio elementar, já

estando de acordo com o maduro a movimentação de membros superiores. Pode-se dizer que

esta movimentação auxiliou na performance do salto que foi de 2.80 cmi.

Tabela 9: Variáveis angulares e estágio de maturação nas diferentes fases do salto horizontal

do sujeito 9-12-H2.

9-12-H2 Ângulo

joelho

Ângulo

tronco

Ângulo

quadril

Ângulo do

pêndulo do

membro superior

Propulsão 101,2 65,7 75,7 2,6

Fase Aérea 106,6 7,7 184 166,1

Aterrissagem 108,8 28,9 96,8 42

Estágio E-E-E M-E-E M-E-E M-M-M

O sujeito 9-12-H2 está em transição entre o estágio elementar e maduro, com uma

boa movimentação de membros superiores, porém com a necessidade de melhorar os ângulos

de joelho, quadril e tronco. Com esta combinação de movimentação corporal esta criança

saltou 2.21 cmi.

106

As curvas de força de reação vertical e antero-posterior do solo durante o salto

horizontal dos sujeitos da amostra piloto podem ser observadas no gráfico abaixo. Este

gráfico contem as curvas de forças citadas acima normalizadas pelo peso corporal de cada

sujeito. Além disso, para a melhor visualização da curva de todos os sujeitos em um mesmo

gráfico, interpolou-se todas as curvas para uma amostragem de 100 pontos.

A curva de reação antero-posterior esta com valores negativos por inferência da

instrumentação, porém para o cálculo das variáveis do estudo (Tabela 10), estes valores

foram expressos em módulo, ou positivos.

Força de reação vertical e antero-posterior

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

0 20 40 60 80 100

% do cilco

No

rmalizad

o P

C

Figura 8: gráfico da força de reação vertical e antero-posterior dos sujeitos da amostra

normalizados pelo peso corporal.

Na tabela a seguir, estão as variáveis cinéticas e espaço-temporal de interesse para o

presente estudo normalizadas pelo peso corporal das crianças. Na última coluna foi exposta

novamente a distância que a criança saltou normalizada pelo comprimento de membro

inferior (mi), que esta descrita na coluna ao lado.

107

Tabela 10: variáveis cinéticas durante o salto horizontal dos sujeitos da amostra.

sujeito mas (Kg) PIy (PC) PIx (PC) TxIy TxFx TCP (s) cmi (m) Dist(cmi)

7-2 32,40 1,80 0,51 4,47 1,32 0,87 0,55 2,02

9-3 25,29 2,65 0,98 9,59 4,43 0,60 0,65 2,35

10-5 33,90 1,11 0,86 3,48 2,11 0,92 0,77 2,22

9-4 27,61 2,42 0,90 8,78 4,07 0,59 0,62 2,76

5-3 21,50 2,11 0,53 6,48 1,64 0,68 0,46 2,35

6-4 18,45 1,95 0,57 4,53 2,79 0,65 0,50 2,78

10-8 30,45 2,47 0,82 11,34 3,74 0,61 0,66 2,37

9-8 25,85 2,39 0,85 8,49 3,00 0,68 0,62 2,80

9-12 33,90 1,99 0,60 4,27 2,46 0,82 0,69 2,21

X 27,71 2,10 0,74 6,83 2,84 0,71 0,61 2,43

s 5,47 0,47 0,18 2,81 1,08 0,12 0,10 0,28

cv% 19,76 22,16 24,58 41,20 37,98 17,42 15,72 11,69

Fazendo uma análise das forças exercidas pelos sujeitos na plataforma de força para o

salto horizontal, comparadas a distância dos saltos, pode-se inferir que os sujeitos que

exerceram maiores valores de força antero-posterior obtiveram um melhor resultado na

distância do salto. Porém, sabe-se que só está variável não é determinante para o desempenho

deste.

A distância a ser alcançada depende de um conjunto de combinações que partem da

força exercida, vertical e antero-posterior, e perfazem-se na coordenação dos movimentos

corporais. Por isto não pode inferir com maior precisão a distância saltada pela força de

reação exercida.

108

Considerações sobre o estudo piloto

A partir das análises dos resultados do estudo piloto, foram possíveis as seguintes

definições:

Na avaliação da amostra piloto, pode-se dizer que a sistemática utilizada para

diferenciar-se o estágio de maturação, através de uma avaliação qualitativa, contribuiu para

uma avaliação mais precisa e detalhada em cada fase do movimento e por variável. Por tanto,

será adotada essa sistemática para a avaliação qualitativa, com as três posições: flexão

máxima do joelho na propulsão, metade da fase aérea e flexão máxima do joelho na

aterrissagem.

Os testes com as instrumentações utilizadas, Sistema Peak Motus e Plataforma

AMTI, e no tratamento dos dados, permitem escolher a freqüência de amostragem e filtro a

ser utilizado para o prosseguimento do estudo.

Nas variáveis angulares testaram-se as freqüências de amostragem de 60 e 180 Hz

para análise através das câmeras do Sistema Peak Motus. Na Figura 16 estão expostas as

curvas de ângulo do joelho nas duas freqüências. Através desta figura, pode-se observar que

a freqüência de amostragem de 60 Hz mostrou uma curva similar a de 180 Hz, mesmo as

duas curvas sendo de saltos diferentes, o que poderia gerar uma diferença entre elas. Além

disso, pode-se perceber que a diferença de freqüência não altera os picos de flexão e

extensão, por tanto, a continuação do estudo será realizada com aquisição de 60 Hz para as

variáveis angulares.

Nas variáveis cinéticas, utilizaram-se três freqüências de aquisição, 900, 1020 e

1200 Hz. A partir das curvas analisadas no resultado deste estudo piloto, e mais o espectro da

curva com maior freqüência de aquisição (1200 Hz), pode-se perceber que a freqüência

máxima que ocorre os eventos de força para o salto horizontal da população estuda foi em

torno de 500 Hz. Por tanto, qualquer freqüência acima desta seria o suficiente para a

aquisição dos eventos de interesse na continuidade do estudo.

A análise quantitativa da amostra piloto permitiu o reconhecimento das variáveis que

podem auxiliar na diferenciação do estágio, no caso das variáveis angulares, e instigou para

buscar novas variáveis cinéticas que auxiliem na caracterização dos diferentes estágios de

maturação do salto horizontal.

109

ANEXO B – DADOS BRUTOS DE FORÇA

Quadro 1: variáveis cinéticas calculadas da componente vertical da força de reação do solo

das crianças do estagio INICIAL.

Código Idade PFy MVFy TFP IFEy IFCy ITy TIMaxy TIMy TDMaxy TDMy

11-1-H2 11 2.68 0.28 0.6 0.18 0.55 0.59 21.09 9.94 -10.02 -5.11

11-1-H3 11 2.5 0.56 0.52 0.22 0.42 0.53 15.59 9.39 -4.11 -2.81

9-15-H1 9 2.29 0.43 0.71 0.3 0.51 0.61 11.18 6.55 -4.85 -2.54

9-15-H3 9 2.49 0.52 0.69 0.25 0.56 0.56 16.6 8.76 -4.1 -1.73

11-3-H1 11 2.21 0.62 0.8 0.35 0.5 0.72 11.22 4.79 -3.62 -1.33

10-15-H1 10 2.41 0.65 0.76 0.37 0.5 0.65 12.93 4.73 -13.2 -1.31

10-15-H2 10 2.1 0.64 0.79 0.46 0.53 0.72 8.3 3.35 -3.5 -1.39

10-15-H3 10 2.17 0.6 0.81 0.38 0.55 0.67 10.09 4.1 -4.01 -1.37

4-1-H1 4 2.24 0.63 0.64 0.3 0.44 0.61 11.16 6.57 -4.8 -2.53

4-1-H2 4 2.25 0.65 0.76 0.25 0.43 0.65 12.96 4.71 -11.12 -1.37

4-1-H3 4 2.21 0.56 0.52 0.22 0.41 0.53 13.59 7.21 -4.13 -2.88

Quadro 2: variáveis cinéticas calculadas da componente antero-posterior da força de reação

do solo e distancia saltada normalizada pelo comprimento do membro inferior das crianças

do estagio INICIAL.

Código Idade PFx Itx TDMx Distancia

11-1-H2 11 0.65 0.16 1.56 1.97

11-1-H3 11 0.79 0.18 1.64 2.01

9-15-H1 9 0.6 0.15 1.57 1.49

9-15-H3 9 0.72 0.18 1.99 1.91

11-3-H1 11 0.66 0.17 1.34 1.95

10-15-H1 10 0.78 0.18 1.77 2.1

10-15-H2 10 0.53 0.15 1.04 2.13

10-15-H3 10 0.73 0.18 1.4 2.16

4-1-H1 4 0.61 0.14 1.53 1.54

4-1-H2 4 0.76 0.17 1.79 1.65

4-1-H3 4 0.77 0.18 1.63 1.78

110

Quadro 3: variáveis cinéticas calculadas da componente vertical da força de reação do solo

das crianças do estagio ELEMENTAR.

Código Idade PFy MVFy TFP IFEy IFCy ITy TIMaxy TIMy TDMaxy TDMy

7-4-H1 7 2.42 0.29 0.63 0.13 0.55 0.55 28.25 14.93 -6.77 -4.21

7-5-H1 7 2.32 0.4 0.77 0.26 0.59 0.62 14.42 5.6 -6.11 -2.19

10-8-H1 10 2.45 0.43 0.86 0.22 0.53 0.57 16.85 7.83 -8.19 -2.54

10-8-H2 10 2.27 0.66 0.86 0.15 0.51 0.6 14.19 8.62 -7.42 -4.33

7-10-H1 7 2.32 0.41 0.81 0.23 0.54 0.59 14.13 7.75 -5.83 -3.34

7-10-H2 7 2.57 0.24 0.81 0.11 0.57 0.57 19.77 10.51 -8.33 -4.64

7-10-H3 7 2.31 0.27 0.82 0.1 0.6 0.6 14.02 7.73 -7.84 -4.54

6-5-H1 6 2.3 0.45 0.81 0.26 0.49 0.58 18.85 7.39 -7.25 -2.88

6-5-H3 6 2.52 0.15 0.84 0.18 0.5 0.52 27.99 10.57 -13.23 -4.41

9-7-H2 9 2.34 0.18 0.91 0.21 0.59 0.62 13.74 8.79 -8.51 -3.47

9-7-H3 9 2.26 0.16 0.91 0.19 0.58 0.59 23.34 9.68 -7.21 -3.32

5-3-H2 5 2.43 0.63 0.81 0.15 0.44 0.46 21.25 13.78 -6.55 -3.15

5-3-H3 5 2.14 0.51 0.82 0.26 0.49 0.57 13.22 7.83 -7.74 -4.31

5-4-H1 5 2.44 0.63 0.82 0.35 0.54 0.62 14.1 7.68 -2.38 -1.45

5-4-H2 5 2.72 0.83 0.8 0.42 0.54 0.81 17.98 4.56 -6.43 -1.98

5-4-H3 5 2.5 0.78 0.83 0.22 0.6 0.77 16.85 7.19 -9.16 -2.16

6-6-H3 6 1.78 0.56 0.8 0.27 0.68 0.87 10.41 3.1 -5.5 -2.83

9-11-H1 9 2.27 0.32 0.65 0.75 0.58 0.61 11.79 7.08 -8.35 -4.28

9-11-H2 9 2.35 0.46 0.65 0.29 0.52 0.62 9.18 6.22 -5.83 -2.29

9-11-H3 9 2.5 0.37 0.63 0.73 0.54 0.54 13.55 10.38 -6.62 -2.68

11-1-H1 11 2.76 0.3 0.6 0.19 0.49 0.54 26.1 12.18 -6.62 -3.53

11-3-H2 11 2.08 0.57 0.8 0.25 0.68 0.76 7.75 3.37 -4.59 -1.79

11-3-H3 11 1.89 0.55 0.82 0.25 0.72 0.83 7.6 2.76 -3.89 -2.55

10-14-H1 10 2.74 0.39 0.55 0.13 0.56 0.56 15.56 5.53 -7.12 -4.28

10-14-H2 10 2.63 0.43 0.53 0.15 0.51 0.51 19.63 11.63 -4.92 -3.5

10-14-H3 10 2.45 0.29 0.55 0.17 0.58 0.58 15.27 8.77 -5.76 -4.08

11-4-H1 11 2.43 0.1 0.61 0.28 0.42 0.56 33.7 11.5 -10.87 -4.72

111

Quadro 4: variáveis cinéticas calculadas da componente antero-posterior da força de reação

do solo e distancia saltada normalizada pelo comprimento do membro inferior das crianças

do estagio ELEMENTAR.

Código Idade PFx Itx TDMx Distancia

7-4-H1 7 0.79 0.16 1.9 2.17

7-5-H1 7 0.66 0.16 2.13 2.4

10-8-H1 10 0.84 0.2 2.12 2.53

10-8-H2 10 0.82 0.22 1.35 2.55

7-10-H1 7 0.62 0.15 1.81 2.32

7-10-H2 7 0.6 0.14 1.77 2.22

7-10-H3 7 0.64 0.15 1.88 2.22

6-5-H1 6 0.67 0.18 1.36 2.5

6-5-H3 6 0.83 0.19 3.24 2.31

9-7-H2 9 0.84 0.21 2.31 2.5

9-7-H3 9 0.89 0.22 2.77 2.59

5-3-H2 5 0.65 0.13 2.87 1.8

5-3-H3 5 0.49 0.11 1.91 1.76

5-4-H1 5 0.64 0.17 1.43 2.1

5-4-H2 5 0.72 0.19 1.4 2.27

5-4-H3 5 0.7 0.18 1.41 1.94

6-6-H3 6 0.5 0.19 0.9 2.93

9-11-H1 9 0.6 0.17 1.49 1.76

9-11-H2 9 0.54 0.16 1.17 1.57

9-11-H3 9 0.63 0.16 1.96 1.67

11-1-H1 11 0.77 0.16 2.21 1.81

11-3-H2 11 0.68 0.19 1.29 2.01

11-3-H3 11 0.65 0.2 1.18 2.08

10-14-H1 10 0.77 0.16 2.37 1.93

10-14-H2 10 0.84 0.15 2.37 1.91

10-14-H3 10 0.75 0.17 1.84 1.96

11-4-H1 11 0.85 0.17 3.54 1.84

112

Quadro 5: variáveis cinéticas calculadas da componente vertical da força de reação do solo

das crianças do estagio MADURO.

Código Idade PFy MVFy TFP IFEy IFCy ITy TIMaxy TIMy TDMaxy TDMy

11-1-H2 11 2.19 0.35 0.87 1.01 0.66 0.71 10.11 5.19 -4.7 -2.48

11-1-H3 11 2.19 0.34 0.75 0.23 0.65 0.69 8.67 5.66 -5.28 -3.34

9-5-H1 9 2.14 0.29 0.88 0.14 0.55 0.58 18.48 6.37 -7.56 -4.47

9-5-H2 9 2.05 0.44 0.93 0.16 0.65 0.67 9.89 4.74 -9.95 -3.42

9-5-H3 9 2.11 0.34 0.81 0.22 0.62 0.62 18.1 6.71 -6.43 -3.23

7-4-H2 7 2.17 0.33 0.78 0.27 0.61 0.63 14.08 8.37 -6 -2.78

7-4-H3 7 2.22 0.31 0.78 0.26 0.62 0.67 19.94 10.66 -6.27 -3.03

7-5-H2 7 2.45 0.23 0.76 0.22 0.51 0.55 18.29 9.93 -8.7 -3.13

7-5-H3 7 2.12 0.15 0.77 0.16 0.53 0.56 16.34 6.68 -10.68 -4.92

8-4-H2 8 1.86 0.21 1.03 0.33 0.43 0.77 11.21 5.96 -7.34 -4.46

6-5-H2 6 2.36 0.33 0.82 0.2 0.5 0.55 21.34 8.21 -11.21 -3.43

9-7-H1 9 2.44 0.2 0.9 0.22 0.59 0.62 23.31 10.76 -7.4 -3.38

5-3-H1 5 2.09 0.46 0.82 0.27 0.51 0.66 11.28 5.18 -10.41 -5.82

4-1-H1 4 1.82 0.38 0.8 0.24 0.55 0.62 12.82 4.29 -5.36 -2.64

6-6-H1 6 1.77 0.77 0.75 0.33 0.51 0.77 7.67 3.85 -4.67 -2.32

6-6-H2 6 1.83 0.86 0.65 0.31 0.37 0.46 9.49 5.02 -4.13 -2.28

09-8-H1 9 2.2 0.47 0.79 0.88 0.59 0.63 13.69 6.53 -4.49 -2.66

09-8-H3 9 2.3 0.47 0.81 1.01 0.59 0.64 10.85 5.73 -4.84 -1.51

9-10-H1 9 1.65 0.19 0.84 0.97 0.4 0.65 11.77 6.58 -5.51 -3.19

9-10-H2 9 1.85 0.31 0.81 1.14 0.7 0.76 14.15 8.76 -7.96 -2.98

9-10-H3 9 1.84 0.18 0.86 0.44 0.52 0.77 13.55 7.35 -8.27 -4.57

10-11-H1 10 2.2 0.59 0.7 0.33 0.51 0.63 11.84 4.69 -4.67 -1.69

10-11-H2 10 2.33 0.36 0.61 0.32 0.48 0.53 16.41 7.86 -6.65 -3.95

10-11-H3 10 2.23 0.44 0.66 0.17 0.61 0.61 11.01 6.3 -6.14 -2.78

11-4-H2 11 2.28 0.13 0.69 0.17 0.64 0.69 27.42 6.82 -11.39 -5.26

113

Quadro 6: variáveis cinéticas calculadas da componente antero-posterior da força de reação

do solo e distancia saltada normalizada pelo comprimento do membro inferior das crianças

do estagio MADURO.

Código Idade PFx Itx TDMx Distancia

11-1-H2 11 0.7 0.18 1.59 1.62

11-1-H3 11 0.74 0.18 1.74 1.84

9-5-H1 9 0.85 0.21 2.48 2.84

9-5-H2 9 0.82 0.21 2.18 2.75

9-5-H3 9 0.86 0.22 2 2.58

7-4-H2 7 0.76 0.18 1.93 2.2

7-4-H3 7 0.65 0.17 1.78 2.33

7-5-H2 7 0.8 0.18 1.76 2.46

7-5-H3 7 0.82 0.18 1.92 2.14

8-4-H2 8 0.9 0.27 2.03 2.06

6-5-H2 6 0.8 0.2 1.61 2.42

9-7-H1 9 0.76 0.2 2.14 2.53

5-3-H1 5 0.5 0.13 1.54 1.76

4-1-H1 4 0.6 0.17 1.39 2.43

6-6-H1 6 0.74 0.2 1.19 2.44

6-6-H2 6 0.59 0.18 1.08 2.39

09-8-H1 9 0.84 0.23 1.81 2.85

09-8-H3 9 0.81 0.2 2.11 2.83

9-10-H1 9 0.52 0.17 2.23 2.57

9-10-H2 9 0.56 0.18 2.27 2.33

9-10-H3 9 0.63 0.21 1.39 2.55

10-11-H1 10 0.81 0.21 1.84 2.78

10-11-H2 10 0.72 0.18 2.04 2.31

10-11-H3 10 0.67 0.17 1.86 2.02

11-4-H2 11 0.67 0.15 2.45 1.99

114

ANEXO C – Gráficos Box Plot das variáveis cinéticas

PFy

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

PF

y

3,0

2,8

2,6

2,4

2,2

2,0

1,8

1,6

1,4

MVFy

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

MV

Fy

1,0

,8

,6

,4

,2

0,0

115

TFP

252711N =

Estágio

TF

P

1,1

1,0

,9

,8

,7

,6

,5

,4

IFEy

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

IFE

y

,8

,6

,4

,2

0,0

116

IFCy

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

IFC

y

,8

,7

,6

,5

,4

,3

ITy

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

ITy

,9

,8

,7

,6

,5

,4

117

TIMaxy

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

TIM

axY

40

30

20

10

0

TIMy

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

TIM

y

16

14

12

10

8

6

4

2

0

118

TDMaxy

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

TD

MaxY

0

-2

-4

-6

-8

-10

-12

-14

TDMy

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

TD

My

-1

-2

-3

-4

-5

-6

-7

119

PFx

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

PF

x

1,0

,9

,8

,7

,6

,5

,4

ITx

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

ITx

,3

,2

,1

0,0

120

TDMx

252711N =

Estágio

MaduroElementarInicial

TD

Mx

4,0

3,5

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

,5

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