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Associação para o Desenvolvimento Social de Joanópolis Pró-Joá Programa de Pesquisa e Educação Ambiental DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE JOANÓPOLIS/SP: CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA CACHOEIRA DOS PRETOS Diego de Toledo Lima da Silva (DA SILVA, D. T. L., 2013) Técnico Ambiental da ONG Pró-Joá

Caracterização ambiental da Cachoeira dos Pretos

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Esta etapa do diagnóstico socioambiental do município de Joanópolis/SP abrange a investigação e caracterização ambiental do principal ponto turístico do município, a conhecida Cachoeira dos Pretos, com 154 metros de queda d’água.

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DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE JOANÓPOLIS/SP:

CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA CACHOEIRA DOS PRETOS

Diego de Toledo Lima da Silva (DA SILVA, D. T. L., 2013)

Técnico Ambiental da ONG Pró-Joá

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SUMÁRIO

- INTRODUÇÃO ....................................................................................................... Página 2;

- OBJETIVO .............................................................................................................. Página 2;

- LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E AMBIENTAL .......................................... Página 2;

- GEOLOGIA ............................................................................................................ Página 5;

- GEOMORFOLOGIA (RELEVO) ........................................................................ Página 7;

- SOLOS ..................................................................................................................... Página 9;

- CLIMA ................................................................................................................... Página 11;

- ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ................................................................................. Página 16;

- BACIA HIDROGRÁFICA .................................................................................. Página 17;

- VEGETAÇÃO E BIODIVERSIDADE LOCAL ............................................... Página 19;

- ALTERAÇÃO ANTRÓPICA DA PAISAGEM ................................................ Página 23;

- UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC) DA ÁREA ........................................ Página 24;

- CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... Página 27;

- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ Página 28.

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1. INTRODUÇÃO

Esta etapa do diagnóstico socioambiental do município de Joanópolis/SP abrange a

investigação e caracterização ambiental do principal ponto turístico do município, a conhecida

Cachoeira dos Pretos, com 154 metros de queda d’água. Tal caracterização atende ao pedido

formulado pela Graduanda em Administração, Karina de Fátima Loureiro, que está

desenvolvendo um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no ponto turístico.

Para tanto, a caracterização está dividida em algumas partes, sendo:

- Localização geográfica e ambiental;

- Geologia;

- Geomorfologia (Relevo);

- Solos;

- Clima;

- Águas subterrâneas;

- Bacia hidrográfica;

- Vegetação e biodiversidade local;

- Unidades de Conservação (UC) da área.

1.1. OBJETIVO

Realizar a caracterização ambiental da Cachoeira dos Pretos e do seu entorno,

fornecendo subsídios técnicos e informações concretas da área.

2. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E AMBIENTAL

O município de Joanópolis está localizado na região bragantina do estado de São

Paulo; no setor leste da Bacia do rio Piracicaba ou UGRHI-05 (PCJ –

Piracicaba/Capivari/Jundiaí). As coordenadas geográficas da área central do município são:

Latitude 22º 55’ 49” S e Longitude 46º 16’ 30” W.

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FIGURA 1 – Localização do município de Joanópolis/SP (Sem escala).

A Cachoeira dos Pretos está localizada a 18 km (quilômetros) da área urbana do

município de Joanópolis, com acesso favorecido por estrada totalmente asfaltada. As

coordenadas geográficas da Cachoeira dos Pretos são: Latitude 22º 58’ 03” S e Longitude 46º

10’ 16” W.

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FIGURA 2 – Localização da Cachoeira dos Pretos em relação à área urbana de

Joanópolis/SP.

FIGURA 3 – Imagem de satélite da Cachoeira dos Pretos e do seu entorno.

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3. GEOLOGIA

Do ponto de vista geológico, a área estudada representa uma pequena seção dentro da

Província Mantiqueira – Setor Central (HASUI & OLIVEIRA, 2001) ou Província Tectônica

Mantiqueira (HASUI et al., 1989), que se estende ao longo da costa atlântica do Brasil, desde

o paralelo 20º S, Vitória no Espírito Santo, até o paralelo 26º 30’ S, em Santa Catarina. Esses

limites são arbitrários, fixados por questões meramente de ordem expositiva e não de ordem

geológica (ALMEIDA & HASUI, 1984).

O setor central, no qual está localizado Joanópolis, compreende o Estado do Rio de

Janeiro em sua totalidade, as regiões sul do Espírito Santo, sudeste de Minas Gerais, porção

oriental do Estado de São Paulo e leste de Santa Cantarina. Limita-se ao norte com as

províncias de São Francisco e do Tocantins e estende-se ao sul; a leste com o Oceano

Atlântico e a oeste com a Bacia Sedimentar do Paraná (GAMEIRO, 2008).

Segundo BISTRICHI (2001), a Província Mantiqueira é constituída por rochas pré-

cambrianas e fanerozóicas. As pré-cambrianas representam mais de 90% de toda a área e,

apresentam grande complexidade, resultante do metamorfismo e da superposição de estruturas

geológicas.

Zonas de cisalhamento definem uma marcante estruturação regional orientada na

direção NE-SW, que atribuem formas alongadas as unidades metamórficas e parte dos corpos

granitóides concordantes (BISTRICHI, 2001). Segundo ALMEIDA & HASUI (1984), o

retrabalhamento não foi geral nem uniforme, existindo desde regiões muito transfiguradas até

aquelas praticamente intactas.

As rochas mais antigas apresentam registro não só de evolução polifásica, como

também policíclica, em seus aspectos metamórfico, deformativo, magmático e migmático,

tornando difícil até sua delimitação areal, já que suas características geométricas e

composicionais primitivas tenderam a ser obliteradas (ALMEIDA & HASUI, 1984).

A área territorial do município de Joanópolis está inserida nos Complexos Varginha-

Guaxupé e Suítes Granitóides diversas. Segundo BISTRICHI (2001), secundariamente,

ocorrem depósitos sedimentares paleogênicos (65 – 23 Ma) e depósitos aluviais recentes ao

longo das principais drenagens como dos rios Jaguari e Jacareí.

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Estes depósitos pré-atuais localizam-se em terraços, alçados de poucos metros sobre a

planície dos rios. São sedimentos inconsolidados, compostos por cascalhos, areias, siltes,

argilas, e, mais raramente, por depósitos orgânicos como as turfeiras (SILVA, 2010).

A formação geológica da Cachoeira dos Pretos é denominada “Complexo

Varginha-Guaxupé, unidade paragnáissica migmatítica superior”.

Consiste principalmente de metassedimentos migmatíticos com anatexia decrescente

em direção ao topo. Trata-se de (cordierita)-granada-(sillimanita)-biotita gnaisse bandado com

leucossomas a biotita e granada, que gradam, para o topo, a mica xisto com leucossoma a

muscovita restrito. Reconhece-se ainda, sobrejacente à unidade metapelítico-aluminosa basal,

seqüência metapsamítica com metacarbonato e gnaisse calcissilicático subordinados. Ocorrem

intercalações de gnaisse básico-intermediário e metabásica. Nebulito gnáissico-granítico e

ortognaisses intrusivos, pré a sin-anatexia, ocorrem com frequência (CAMPOS NETO, 1991).

Os metassedimentos possuem uma foliação regional, de segunda geração,

superimposta a uma foliação, ou bandamento gnáissico pretérito. Nos neossomas a foliação

regional é primária e contemporânea ao metamorfismo principal na Nappe Socorro-Guaxupé

(CAMPOS NETO, 1991).

A anatexia desenvolveu-se sob condições de T = 800°C e P = 4,5 kb resultante de

fusão por desidratação de muscovita. É contemporânea ao metamorfismo principal na Nappe

Socorro-Guaxupé, estimado em 625 ± 5 Ma (CAMPOS NETO, 2000a). EBERT et al. (1996)

obtiveram em zircões de metassedimentos de alto-grau idades U-Pb de 1,9-2,1 Ga (intercepto

inferior), interpretadas por CAMPOS NETO & CABY (2000b) como idade média de zircões

herdados incorporados aos sedimentos. Análises realizadas por RAGATKY (1998) e JANASI

(1999) evidenciam uma heterogeneidade das fontes dos sedimentos.

Esta unidade geológica abrange uma grande área territorial, com diversos afloramentos

rochosos, cachoeiras (como a Cachoeira dos Pretos, com 154 metros de queda d’água), áreas

de nascentes e de recarga do aquífero subterrâneo.

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FIGURA 4 – Amostra de afloramento desta unidade geológica na Cachoeira dos Pretos

(Foto: Diego de Toledo Lima da Silva, 2010).

4. GEOMORFOLOGIA (RELEVO)

Segundo os estudos geomorfológicos de ALMEIDA (1974), o município de Joanópolis

situa-se no limite da Serra da Mantiqueira com a Zona Cristalina do Norte, na província

geomorfológica do Planalto Atlântico, na zona da Serra da Mantiqueira, Parte Ocidental.

A subzona ocidental da Mantiqueira Paulista é composta, segundo o mapa

geomorfológico do IPT (1981), de escarpas festonadas, escarpas com espigões digitados,

morros paralelos, morros com serras restritas, serras alongadas, montanhas com vales

profundos e relevos de transição. ALMEIDA (1974) ressalta que, nesta subzona, o frontão

serrano teria recuado devido à erosão causada pelos afluentes do rio Paraíba, entre eles os rios

Jaguari e Buquira, expandindo assim esta bacia hidrográfica.

A região denominada Planalto Atlântico é uma área de terras altas, constituídas

predominantemente por rochas cristalinas pré-cambrianas da Serra da Mantiqueira. É

constituído em áreas acidentadas por relevo forte ondulado. Também apresentam relevos

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convexos e suavizados, na forma de morrotes e colinas, instaladas sobre rochas pré-

cambrianas e cenozóicas.

Para GAMEIRO (2008), toda a região do Planalto Atlântico foi submetida, a partir do

Cretáceo, a epirogênese após a ruptura da Gondwana, que propiciou o modelamento do

relevo, juntamente com outros fatores.

AB’SÁBER (1973) define o domínio morfoclimático da região como “Mares de

morro”. Segundo o autor, o domínio dos mares de morro é o que apresenta maior

complexidade de padrões de paisagem porque neste domínio existem padrões locais e sub-

regionais condicionados principalmente às variáveis tectônicas (escarpas e linhas de falhas) e

litológicas (presença de rochas muito diferentes entre si), o que leva a uma variação na

resistência aos processos erosivos, de intemperismo e de pedogênese.

Ainda conforme AB’SÁBER (1973), nas redes hidrográficas da região dos mares de

morro, drenagens densas nos ramos menores de forma insequente e com alto grau de

dendritifcação e cabeceiras com adaptações subsequentes com rumos predominantes NW-SE.

SOARES (2008) aponta que, conforme o distanciamento das cabeceiras e em direção

ao reservatório, a paisagem vai mudando: as formas íngremes e dissecadas vão dando lugar às

planícies fluviais e a morros com topos mais arredondados.

Os estudos de ROSS & MOROZ (1997) ainda trazem que a região possui um nível de

fragilidade médio (ROSS, 1994), por ser uma área de formas de dissecação média a alta, com

vales entalhados e densidade de drenagem média a alta. Devido a essa morfologia, seria uma

área sujeita a forte atividade erosiva (ROSS & MOROZ, 1997).

Segundo o IPT, os processos erosivos predominantes nessa área seriam os “fenômenos

de escorregamentos superficiais e profundos e de rastejo, principalmente em corpos

coluvionares. São frequentes quedas de blocos relacionadas às estruturas da rocha (falhas,

diáclases, xistosidade ou qualquer outro tipo de descontinuidade) ou no caso de matacões,

devido ao descalçamento provocado pela remoção de material terroso que os envolvem. Nos

sopés das encostas são comuns as formas de acumulação (depósitos de talus e rampas de

colúvio). Os fenômenos de erosão hídrica são evidentes somente nas áreas desprovidas de

qualquer cobertura vegetal (IPT, 1981).

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5. SOLOS

Quanto aos solos, a região da Cachoeira dos Pretos apresenta um mosaico de tipos de

solo que variam conforme a topografia da área. O tipo de solo predominante na área é o

Argissolo Vermelho-Amarelo (PVA).

Compreendem solos no quais normalmente o teor de argila no horizonte B

(subsuperficial) é bem maior que no horizonte A (superficial), caracterizando o horizonte B

textural (Bt). Esse incremento de argila é percebido sem dificuldades quando se precede ao

exame de textura e, algumas vezes, pela diferenciação da cor e outras características

(SHINZATO et al., 2008).

Segundo VIEIRA (1975), são solos na sua maioria de fertilidade natural baixa/média,

de textura argilosa/média, bem drenados, ácidos, bem desenvolvidos, que apresentam

sequência de horizontes do tipo A, B, C, cuja espessura não excede a 200 cm, com

pronunciada diferenciação entre o A e o B.

Devido à baixa atividade e proporção de argilas, associados aos relevos com altas

declividades, os PVA são solos com maior susceptibilidade à erosão. Os mais suscetíveis aos

processos erosivos são aqueles de caráter abrupto e os que ocorrem em relevos movimentados

(SHINZATO et al., 2008).

No mosaico de solos apontado para a área, também ocorre o Latossolo Vermelho-

Amarelo, o Cambissolo Háplico e o Neossolo Litólico.

Já os Latossolos compreendem solos profundos e muito profundos (<3,0 m), com

horizonte B latossólico (Bw). São solos em avançado estágio de intemperização, muito

evoluídos, como resultado de enérgicas transformações no material constitutivo. O incremento

de argila do horizonte A para o B é inexpressivo, com relação textural (B/A) insuficiente para

caracterizar o horizonte B textural (SHINZATO et al., 2008).

Tendem a apresentar estrutura granular, ou quando em blocos, de fraco grau de

desenvolvimento e elevadas porosidade e permeabilidade interna, com drenagem excessiva ou

muito rápida, garantindo maior resistência aos processos erosivos em relação às outras classes

de solo (SHINZATO et al., 2008).

São bem drenados; ácidos; possuem cores vermelho-amareladas, de baixa fertilidade

natural, ocorrendo em praticamente todo o território nacional (SHINZATO et al., 2008).

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Segundo VIEIRA (1975), são solos de perfil profundo, fertilidade natural baixa e saturação de

bases baixas.

O Cambissolo é uma unidade constituída por solos com horizonte B incipiente, não

hidromórficos, apresentando certo grau de desenvolvimento, porém não suficiente para

decompor totalmente os minerais primários de fácil intemperização (VIEIRA, 1975).

Compreendem solos pouco desenvolvidos e que apresentam grande variação em sua

espessura, ocorrendo desde rasos (<50 cm) a profundos (<2,00 m). Apresentam horizonte A,

de qualquer tipo, sobreposto a horizonte B incipiente (Bi), de características variáveis. Muitas

vezes são cascalhentos, pedregosos e rochosos (SHINZATO et al., 2008).

Os Cambissolos estão relacionados a áreas mais movimentadas, preferencialmente

regiões serranas. Devido à variação de atributos, torna-se difícil definir um padrão de

comportamento para esses solos. Por apresentarem pequeno desenvolvimento e teores de silte

em geral mais altos que em outros solos, com relação silte/argila elevada, são mais suscetíveis

aos processos erosivos (SHINZATO et al., 2008).

Assim, a classe comporta desde solos fortemente até imperfeitamente drenados, de

rasos a profundos, de cor bruna ou bruno amarelada até vermelha escura, e de alta a baixa

saturação por bases e atividade química da fração coloidal (EMBRAPA, 2006).

O Neossolo é uma unidade constituída por solos onde o horizonte A repousa

diretamente sobre a rocha R, com perfil pouco evoluído, bastante raso, de textura e fertilidade

variáveis, dependendo da rocha matriz. São encontrados em áreas de relevo ondulado a

escarpado, sob vegetação arbustiva e de floresta (VIEIRA, 1975). Compreendem solos pouco

desenvolvidos, sem apresentar qualquer tipo de horizonte B (SHINZATO et al., 2008).

Estes solos são constituídos por material mineral, ou por material orgânico pouco

espesso, que não apresentam alterações expressivas em relação ao material originário devido à

baixa intensidade de atuação dos processos pedogenéticos, seja em razão de características

inerentes ao próprio material de origem, como maior resistência ao intemperismo ou

composição química, ou dos demais fatores de formação (clima, relevo ou tempo), que podem

impedir ou limitar a evolução dos solos (EMBRAPA, 2006).

Ocorrem de forma pontual e localizada na região. Segundo SHINZATO et al. (2008), a

maior limitação desses solos é a pequena profundidade efetiva, que limita o desenvolvimento

radicular das plantas e culturas, reduzindo a capacidade de “sustentação” delas, tanto mais

expressiva quanto mais próximo a rocha estiver da superfície.

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Essas características conferem a esses solos pouca capacidade de sustentabilidade da

vegetação. A condição de desmatamento ou de pouca cobertura vegetal, quando aliada às

precipitações concentradas, facilita a formação de erosões laminares e em sulcos nesses solos

(SHINZATO et al., 2008).

6. CLIMA

PEREIRA (2007) analisando os volumes de chuva na bacia do rio Cachoeira, define

que as informações mensais permitiram identificar a sazonalidade do regime de chuvas na

área de estudo. Observando os valores das máximas, médias e mínimas para cada mês nota-se

que os meses de maior ocorrência de chuvas são janeiro, dezembro e fevereiro.

Ainda segundo PEREIRA (2007), em suma:

“As áreas com os maiores valores de ocorrência de eventos de chuva

na bacia do Cachoeira localizam-se nas altitudes de 1.220 a 1.984

metros, demonstrando a influência do relevo no regime de chuvas

mensal das bacias”.

De acordo com NIMER (1989), o paralelismo das escarpas do Mar e da Mantiqueira,

opondo-se frontalmente à direção dos ventos das correntes de circulação atmosférica

perturbada, representada, sobretudo, pelas descontinuidades polares, exerce sensível

influência sobre as precipitações pluviométricas, que crescem na proporção direta da altitude.

Os níveis mais elevados da Mantiqueira recebem em média entre 2000 e 2500 mm de chuva

durante o ano.

Num detalhado estudo climatológico no município, DA SILVA (2012a) comprova a

forte influência topográfica no clima da região, com variações bastante relevantes,

modificando inclusive os tipos e subtipos climáticos de cada área. Na análise realizada, o

autor conclui que nas maiores altitudes ocorrem os maiores volumes de chuva anuais, bem

como na sazonalidade das chuvas. Também se observa uma relação semelhante no aspecto

temperatura do ar, compartilhado pelos dados pesquisados em Mapas Históricos e na

bibliografia especializada.

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Em relação à circulação atmosférica regional, nota-se a forte influência da Frente Polar

no controle climático da região, trazendo o fluxo das três grandes correntes antagônicas, ou

seja, a tropical atlântica, a tropical continental e a polar atlântica (DA SILVA, 2012a).

Segundo o CBH-PCJ (2007), em toda a região das bacias hidrográficas dos Rios

Piracicaba, Capivari e Jundiaí (na qual Joanópolis está inclusa), predominam os ventos do sul.

DA SILVA (2011a) descreve que o fenômeno de geada é comum no município,

principalmente nas áreas mais altas da Serra da Mantiqueira e nas baixadas margeadas pelos

cursos d’água.

NIMER (1971) afirma que vastas extensões de Minas Gerais e São Paulo registram

ocorrências de geadas, após a passagem de frentes polares (...), sendo que as temperaturas

mais baixas são registradas nas áreas mais elevadas.

Outro atributo observado na área é a frequente presença de nevoeiros e de cobertura de

nuvens nas áreas altas, expondo as áreas mais altas a um menor tempo de insolação,

comparado com as áreas baixas do município. A topografia também influencia o volume de

chuvas tanto pela ascendência orográfica da Serra da Mantiqueira quanto pela turbulência do

ar provocada pelo relevo (DA SILVA, 2011b).

Em relação aos dados de chuva, no entorno da Cachoeira dos Pretos são encontrados

dois postos pluviométricos, listados a seguir:

- Prefixo D3-019, Posto Fazenda Bonfim, Altitude 1.150 m, Latitude 22º 58’ e

Longitude 46º 06’, Bacia do rio Cachoeira, Órgão DAEE;

- Código P4, Posto Fazenda Retiro, Altitude 1.180 m., Latitude 22.5627º e Longitude

46.0716º, Bacia do rio Cachoeira; Órgão SABESP.

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296,0

258,7262,2

121,194,8

60,3 51,2 62,2

108,2

156,1

177,4

280,6

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Vo

lum

e (m

m)

Mês

Volume de Chuva Mensal - Posto D3-019 - 1.150 m. -Joanópolis/SP - Período analisado: 1942 - 1993

FIGURA 5 – Volume de Chuva Mensal do Posto D3-019 – Altitude 1.150 m, município de

Joanópolis/SP.

QUADRO 1 – Informações Posto D3-019 – 1.150 m.

Precipitação Média Anual: 1.928,7 mm

Maior Volume de Chuva Mensal: 695,8 (Março/1991)

Maior Chuva Diária: 122,1 mm

(02 de Março de 1995)

Ano mais chuvoso: 1982 (2.715,6 mm)

Ano menos chuvoso: 1954 (1.224,1 mm)

Período de Retorno para chuva diária

de 100 mm: 6,5 anos

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330,1

266,5 260,4

127,2

90,5

61,3 56,1 50,6

115,0

168,2

216,9

276,5

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Vo

lum

e (m

m)

Mês

Volume de Chuva Mensal - Posto P4 SABESP - 1.180 m. - Joanópolis - Período analisado: 1970 - 2007

FIGURA 6 – Volume de Chuva Mensal do Posto P4 – SABESP – Altitude 1.180 m,

município de Joanópolis.

QUADRO 2 – Informações Posto P4 - SABESP – 1.180 m.

Precipitação Média Anual: 2.019,2 mm

Maior Volume de Chuva Mensal: 591,0 mm (Janeiro/1985)

Maior Chuva Diária: 126,0 mm

(22 de Fevereiro de 1988)

Ano mais chuvoso: 1983 (3.003,0 mm)

Ano menos chuvoso: 2001 (1.551,0 mm)

Período de Retorno para chuva diária

de 100 mm: 6,2 anos

Com relação aos dados de temperatura do ar, o posto meteorológico mais adequado

para a área é o Bairro do Pico, que está localizado numa das cabeceiras do rio Jacareí, nas

nascentes do córrego do Pico. O posto meteorológico apresenta características topoclimáticas

importantes, estando numa área de transição entre as baixas altitudes da área urbana e

altitudes mais elevadas da região de nascentes dos cursos d’água, caracterizado por um morro

granítico, de relevo mais acidentado.

Ressalta-se que este posto e o registro dos dados é fruto de um esforço diário do Sr.

Susumu Yamaguchi e de sua família, moradores do Bairro do Pico, próximo à área urbana do

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município de Joanópolis, apresentando quase 17 anos contínuos de acompanhamento e

registro do tempo no local, com dados de temperatura do ar e volume de chuva.

Segue abaixo a identificação do posto:

- Posto Bairro do Pico, Altitude 1.133 m, Latitude 22º 57’ e Longitude 46º 17’, córrego

do Pico - Bacia do rio Jacareí.

A temperatura média anual (parcial – aprox. 17 anos) do Bairro do Pico é 19,8ºC. Os

dados apontam que o posto está numa área de transição climática, no tipo climático Cwb –

Clima de algumas áreas serranas, com chuvas no verão e seca no inverno, com o verão mais

ameno e temperatura média do mês mais quente inferior a 22ºC.

21,622,0

21,5

20,2

17,5 17,4 17,3

18,6

19,4

20,4 20,6

21,5

17,0

18,0

19,0

20,0

21,0

22,0

23,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Tem

p. M

éd

ia (°C

)

Mês

Temperatura Média Mensal - Bairro do Pico - Joanópolis/SPPeríodo Analisado: 07/1996 a 12/2012

FIGURA 7 – Temperatura Média Mensal – Bairro do Pico – Joanópolis/SP, conforme dados

obtidos junto ao Sr. Susumu Yamaguchi.

QUADRO 3 – Informações Posto Bairro do Pico – Sr. Susumu Yamaguchi.

Temperatura Máxima Absoluta Diária: 34,0ºC (Setembro/1997)

Temperatura Mínima Absoluta Diária: 1,0ºC (Julho/2000)

Ano com maior temperatura média anual: 2002 (20,7ºC)

Ano com menor temperatura média anual: 2008 (19,3ºC)

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7. ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

A região bragantina está localizada no um terço do território paulista situado a leste,

constituído por granitos e rochas metamórficas (migmatitos, gnaisses e xistos) que constituem

o Embasamento Pré-cambriano. São rochas marcadas por fortes deformações tectônicas que

ocorreram ao longo do vasto período geológico denominado Pré-cambriano, produzindo

dobras e falhas, com deslocamentos de blocos, refletidos no atual relevo montanhoso

(ROCHA, 2005).

Na região ocorre o Aquífero Cristalino, que é fraturado ou fissural. Segundo

FERNANDES et al. (2005), os aquíferos fraturados apresentam porosidade e permeabilidade

secundárias, desenvolvidas após a consolidação (cristalização) da rocha. Para IRITANI &

EZAKI (2008), quanto maior a quantidade de fraturas na rocha, interligadas e preenchidas

com água, maior será a potencialidade do aquífero em fornecer água.

O Aquífero Cristalino tem extensão regional, sendo que, os poços que exploram este

tipo de aquífero na região atingem 100 a 200 metros de profundidade. Na região bragantina, a

Unidade é a Pré-cambriana, com produtividade baixa e bastante variável, sendo que a vazão

média dos poços perfurados na região varia de 1 a 6 mil litros por hora. A capacidade

específica mediana varia de 0,01 a 0,14 mil litros por hora por metro. No geral, a água

apresenta boa qualidade para consumo humano e usos em geral.

A área de recarga do Aquífero Cristalino, Unidade Pré-cambriana, corresponde ao

afloramento da formação geológica. Quanto à variação da produtividade dos poços, esta tem

relação com alguns fatores como: Tipos de rocha, espessura de manto inconsolidado (solo),

fraturas e blocos geológicos. Para ALMEIDA & HASUI (1984), os falhamentos constituem as

feições mais espetaculares da região enfocada, tendo se desenvolvido por quase toda a parte.

O Aquífero Cristalino, Unidade Pré-cambriana, é um importante aquífero regional,

fonte de abastecimento de várias comunidades e/ou como manancial suplementar ao

abastecimento público de diversas cidades. Sendo assim, é importante que o uso e ocupação

do solo sejam ordenados, de forma a proteger as áreas de recarga deste aquífero, além de

evitar a poluição e contaminação de suas águas.

Observa-se que a Cachoeira dos Pretos é uma das áreas de recarga do Aquífero

Cristalino, Unidade Pré-cambriana, por constituir um afloramento da formação geológica

local.

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8. BACIA HIDROGRÁFICA

A Cachoeira dos Pretos está localizada nas cabeceiras de drenagem da bacia

hidrográfica do rio Cachoeira, afluente formador do rio Atibaia e principal tributário do

reservatório Cachoeira, do Sistema Cantareira de Abastecimento Público da Região

Metropolitana de São Paulo.

O reservatório Cachoeira está localizado no município de Piracaia/SP, recebe a

contribuição da vazão natural do rio Cachoeira e a vazão proveniente do reservatório

Jaguari/Jacareí. Está ligado ao reservatório Atibainha pelo túnel 6, com 4.700 metros, e por

um canal de aproximadamente 1.200 metros.

A jusante do reservatório há a liberação de água para o rio Cachoeira, que atravessa o

município de Piracaia (onde suas águas são utilizadas para abastecimento da população);

seguindo até a divisa de Atibaia com Bom Jesus dos Perdões, onde há a confluência dos rios

Cachoeira e Atibainha, formando o rio Atibaia. O rio Atibaia, por sua vez, na confluência com

o rio Jaguari (próximo ao município de Americana/SP), dá origem ao rio Piracicaba, sendo

este último afluente do rio Tietê, na região de Barra Bonita/SP.

Próximo à divisa com o município de Piracaia, perto do emboque do rio Cachoeira no

reservatório de mesmo nome, existe um Posto Hidrológico (medição de vazão) mantido pela

SABESP:

- Código F24, Posto Conrado, Altitude 867 m., Latitude 22.5937º e Longitude

46.1422º, Área de Drenagem 291,0 km² (quilômetros quadrados), rio Cachoeira, Órgão

SABESP.

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0,00

1,00

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8,00

9,00

10,00

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazão

(m

³/s)

Mês

Vazão do Rio Cachoeira - Conrado - Joanópolis/SP - F24 - 867 m.Período Analisado: 01/1983 - 03/2008

Vazão Média Mensal

Vazão Média Anual

FIGURA 8 – Vazão Média Mensal – rio Cachoeira – Área de Drenagem 292 km² -

Joanópolis/SP.

QUADRO 4 – Informações Posto F24 – rio Cachoeira - SABESP – 867 m.

Vazão Média Anual: 6,09 m³/s

Maior Vazão Média Anual: 11,96 m³/s (ano de 1983)

Menor Vazão Média Anual: 3,94 m³/s (ano de 2001)

Maior Vazão Diária: 67,27 m³/s (25/05/2005)

Menor Vazão Diária: 1,70 m³/s (07/10/2003)

m³/s – metro cúbico por segundo (mil litros por segundo)

Entre a recuperação das chuvas (volumes acima da média) e a elevação da vazão

média mensal dos cursos d’água da região (acima da média anual), o tempo de resposta das

bacias hidrográficas da região é, em torno, de 2 meses (DA SILVA, 2012b).

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9. VEGETAÇÃO E BIODIVERSIDADE LOCAL

A Serra da Mantiqueira apresenta diversidade genética e específica considerável,

possivelmente por estar, em muitas porções, posicionada em áreas de transição entre

diferentes formações e também por apresentar regiões, conforme designado por VELOSO et

al. (1991), de refúgios vegetacionais (Campos de Altitude e Campos Rupestres), ambas com

elevado índice de endemismo (LIMA, 2008). A região bragantina do estado de São Paulo é

englobada pelo Bioma Mata Atlântica, de Domínio da Floresta Ombrófila Densa, Floresta

Estacional Semidecidual, além de paisagens de exceção, como a Mata de Araucária, os

campos cerrados e campos de altitude.

Sobre a vegetação que existia na área, um dos poucos documentos históricos sobre o

tema é encontrado em MARTINS & LAURITO (1943), que citam a viagem dos naturalistas

alemães Von Spix e Von Martius à capitania de São Paulo em 1817 e que chegaram ao Morro

do Lopo, região noroeste e às margens do local da atual Represa Jaguari/Jacareí. Do relato

podemos inferir que, adicionalmente a outros tipos de vegetação, a região do entorno da atual

represa, pertencia ao domínio da Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária). Tal

afirmação é apoiada pela ocorrência atual de vários fragmentos de floresta de araucárias nesta

e em outras áreas montanhosas da região bragantina, em altitudes superiores a 900 metros de

elevação (SAAD et al., 2008).

YAMAMOTO (2009) confirma que a vegetação da Serra do Lopo também poderia ser

classificada como Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana, também chamada Mata de

Araucária, devido à presença de Araucaria angustifolia.

Ainda segundo a autora, apesar de não haver populações representativas de Araucária

na Serra do Lopo, atualmente, alguns pouquíssimos indivíduos ainda são encontrados no meio

da vegetação, principalmente indivíduos jovens. Em conversas com moradores antigos do

local, ouvimos a descrição da existência de uma floresta bem desenvolvida de Araucárias,

exterminada pela extração maciça da madeira (YAMAMOTO, 2009).

De acordo com SAAD et al. (2008), nos fragmentos florestais da região são

encontradas as seguintes espécies: Araucaria augustifolia, Vochysia tucanorum (Pau-de-

tucano), Alchornea triplinervia (Pau-óleo, Tanheiro), Joannesia princeps (Andá-assu, Fruta-

de-cutia ou Cutieira), Cariniana estrellensis (Jequitibá), Galesia integrifolia (Pau-d’alho),

Cedrella fissilis (Cedro-brasileiro), canelas dos gêneros Ocotea, Nectandra, além de vários

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membros das famílias Myrtaceae (por exemplo Miconia), Melastomataceae, e fetos

arborescentes dos gênero Cyathea, Alsophila e Dicksonia (Xaxim). Nas áreas elevadas da

floresta destacam-se várias bromeliáceas dos gêneros Vriesia, Aechmea, Nidularium,

Alcantarea imperialis e o conhecido “bambuzinho de altitude”, Chusquea mimosa, da família

Poaceae, além de arbustos da família Ericaceae.

No interior das florestas da região, o solo é de fertilidade média a baixa, que se

mantém pela decomposição acelerada de matéria orgânica (devido a fatores climáticos como a

temperatura e umidade, além da intensa atividade microbiológica) proveniente dos restos

vegetais (serrapilheira) que caem no solo (processo de ciclagem de nutrientes).

Também são detectadas diversas espécies vegetais com frutificação (situação que cria

condições para alimentação e sobrevivência de espécies da fauna) como o Jaracatiá,

Abacateiro do Mato, Uvaia, Embaúba, Jaboticaba, Palmeiras, Araucária e Jatobá. O sub-

bosque é composto por árvores menores, como a Pariparoba e o Jaborandi, e abriga numerosas

epífitas, gravatás, bromélias, orquídeas, briófitas, pteridófitas (samambaias e avencas),

begônias e lírios de várias espécies.

O relevo montanhoso produz condições de altitude e de clima responsáveis por uma

grande biodiversidade e importante banco genético. Um exemplo é que nas áreas de floresta

densa há a ocorrência de felinos, como a Onça-suçuarana ou parda (Puma concolor); sendo

que a presença da espécie foi comprovada através de trabalhos de campo em fragmentos

florestais da sub-bacia hidrográfica do rio Jacareí, em Joanópolis/SP, com registro de pegadas

e rastros.

A fauna da Serra da Mantiqueira é muito rica em espécies endêmicas, muitas delas em

risco ou ameaçadas de extinção. Algumas espécies da fauna identificadas na área são:

- Mamíferos: Morcegos, bugio, esquilo, ouriço-caixeira, lobo-guará, entre outros;

- Aves: Pombas, gaviões, corujas, beija-flores, tucanos, canários, pica-paus, papagaios,

gralhas azuis, garças, entre outros;

- Répteis: Sapos, pererecas, guarus, girinos, lagartos, cobras (jiboias, jararacas, corais-

falsas e verdadeiras);

- Insetos: Alto índice de borboletas e grande diversidade de besouros, formigas,

aracnídeos, libélulas, grilos e outros.

Entre as formações ímpares na paisagem da Mantiqueira estão os campos de altitude.

FREITAS (2002) expõe que os campos de altitude são formados por espécies de ervas e

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21

arbustos de diversas famílias e também por arvoretas, as quais se encontram distribuídas em

estratos contínuos de gramíneas e ciperáceas. Esta vegetação apresenta características muito

peculiares, tais como flora rica, numerosos casos de endemismo, muitas espécies com

populações pequenas, conexões biogeográficas com habitats sub (alpinos) dos Andes e

condições climáticas adversas para uma área tropical.

Estão inseridos na complexidade do Bioma Mata Atlântica e ocorrem nas porções mais

elevadas da Serra do Mar, nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro,

e da Serra da Mantiqueira (SAFFORD, 1999). Estas paisagens ocorrem nas partes mais

elevadas dos três principais sistemas orográficos desta região: Cadeia do Espinhaço, Serra da

Mantiqueira e Serra do Mar, sendo reconhecidos como importantes centros de endemismo da

flora neotropical (VASCONCELOS, 2011).

DE OLIVEIRA (2012) relatando os campos de altitude da Montanha do Leitesol,

Bragança Paulista/SP, aponta como plantas endêmicas o Amarylis ou Açucena (gênero

Hippeastrum, família Amaryllidaceae), bromélias do gênero Tillandsia (nos paredões

rochosos existentes), além das Bromélias Antiacantha e Dyckia. YAMAMOTO (2009)

estudando a Serra do Lopo, entre os municípios de Joanópolis/SP, Vargem/SP e Extrema/MG,

destaca a ocorrência de vários afloramentos rochosos, que ocorrem entremeando a vegetação

circundante, e de campos de altitude, além da formação florestal.

YAMAMOTO (2009) também lista as espécies herbáceas, arbustivas, arbóreas

(menores que 3 metros – espécies típicas dos campos de altitude) e trepadeiras ocorrentes na

Serra do Lopo e imediações, com a identificação de 535 espécies distribuídas em 68 famílias.

Analisando a listagem, observa-se a predominância de espécies da família Asteraceae

– 91 espécies (17,0%), seguido de Poaceae – 47 espécies (8,8%), Orchidaceae – 40 espécies

(7,5%) e Solanaceae – 28 espécies (5,2%). Outras famílias com espécies frequentes são:

Rubiaceae (4,3%), Fabaceae (4,1%), Cyperaceae (3,6%) e Melastomataceae (3,2%).

Outra paisagem de ocorrência regional que tem chamado atenção dos pesquisadores

são os fragmentos de campos cerrados, entremeados à vegetação predominantemente florestal

da área.

SAAD et al. (2008) relatam que, embora o Projeto RADAMBRASIL (1983) não

evidencie vegetação de cerrado na região, a presença desse tipo de vegetação é sugerida pela

leitura de jornais bragantinos do final do século, como, por exemplo, a coleção do jornal

Cidade de Bragança, fundado em 1895. Segundo essas fontes, nomes de regiões como

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22

“Campo Novo” e “Campo de Penha”, possivelmente indicam a presença de pequenas ilhas de

cerrados, inseridas dentro do contexto florestal da região. Até os dias atuais, algumas

pequenas ilhas de cerrados, com o predomínio do barbatimão (Stryphnodendron sp.) com

poucas espécies típicas dessa formação, ainda podem ser encontrados na área de estudo tais

como as ilhas de cerrado do município de Bragança Paulista.

BARLETTA (2011a) e (2011b) também cita a ocorrência de cerrados no Bairro da

Penha - Bragança Paulista, bem como no município de Pedra Bela/SP. BUENO et al. (2007)

concluem que, a partir da existência de vários fragmentos modernos de cerrado, que este tipo

de vegetação já foi mais abundante no passado, no município de Bragança Paulista.

Descrevendo o antigo trajeto Bragança Paulista – Joanópolis, como se fosse realizado

em 1920, BARLETTA (2000) expõe:

“Seguindo a viagem, logo passamos pela igreja de São Sebastião da

Água Comprida e, já adiante, encontramos o Bairro da Serrinha,

onde lentamente nosso trole vai vencendo a escalada mais íngreme

do trajeto até chegarmos ao ponto mais elevado, de onde avistamos

um cenário de rara beleza, a maior reserva de cerrados da região

bragantina, os famosos Campos do Jacareí. Aí podemos encontrar

exemplares de vegetais como barbatimão, barba-de-bode, sassafrás e

muitos outros. Nessa verdadeira savana, muitas codornas alçam vôo

fazendo barulho ensurdecedor.”

Para BARLETTA (2000), essa região oferecia muitos contrastes: as planícies que

margeavam o rio eram férteis e, em suas ondulações, formavam uma pobre vegetação de

cerrado que recebia a denominação de Campos do Jacareí, constituído, basicamente, de barba-

de-bode, pequenos arbustos de barbatimão, sassafrás, lembrando muito as savanas africanas.

Já as montanhas possuíam encostas com matas nativas da Mantiqueira, as quais, até hoje,

continuam intactas fazendo contraponto com os azuis das águas da represa da SABESP.

Os campos cerrados estão presentes de forma esparsa na paisagem, relacionados com

as características de solo do local. CRESTANA et al. (2006) aponta que o processo de

regeneração vegetal do cerrado é muito mais rápido e diferente da sucessão que ocorre nas

matas, onde acontece a sequência sucessional: Pioneiras, secundárias e as clímax.

Page 24: Caracterização ambiental da Cachoeira dos Pretos

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23

Na recomposição natural das diferentes fisionomias do cerrado, o que determina o seu

ponto máximo da evolução é a fertilidade do solo: Há um clímax edáfico que limita o seu

estágio final, ou seja, o seu clímax vegetativo. As áreas de campo limpo e campo sujo, após

sofrerem alguma alteração antrópica poderão voltar a ter a sua fisionomia original, mas não

evoluir para o cerrado ou cerradão (CRESTANA et al., 2006).

Nos campos cerrados estudados no município de Joanópolis foram identificadas as

seguintes espécies vegetais: Jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa, Família

Leguminosae, Subfamília Fabaceae); Ipê-amarelo-do-cerrado (Tabebuia sp., Família

Bignoniaceae); Assá-peixe (Vernonia polyanthes, Família Asteraceae); Língua-de-vaca

(Chaptalia nutans, Família Asteraceae); Lobeira (Solanum lycocarpum, Família

Solanaceae); Joá-bravo (Solanum aculeatissimum, Família Solanaceae); Barbatimão

(Stryphnodendron sp., Família Leguminosae, Subfamília Fabaceae); Capim-rabo-de-burro

(Andropogon sp., Família Poaceae); Capim-barba-de-bode (Aristida sp., Família Poaceae);

Jacarandá-bico-de-pato (Machaerium nyctitans, Família Leguminosae, Subfamília

Fabaceae); Carqueja (Baccharis trimera, Família Asteraceae); Lantana (Lantana sp., Família

Verbenaceae); Orelha-de-onça (Tibouchina glandiflora, Família Melastomataceae); Língua-

de-tucano (Eryngium sp., Família Apiaceae); entre outros.

No entanto, estas paisagens ímpares (ou de exceção) constituem formações que

tradicionalmente foram utilizadas pelas populações humanas, sem, contudo associar-se os

riscos inerentes. Os nichos ecológicos estabelecidos nestas áreas são únicos. Porém,

culturalmente não são vistos como detentores de biodiversidade e não se considera a

importância destes ambientes como fragmentos de ambientes naturais, muitas vezes, sendo

consideradas paisagens exóticas e invasoras, em meio ao ambiente predominantemente

florestal da região.

9.1. ALTERAÇÃO ANTRÓPICA DA PAISAGEM

A região bragantina do estado de São Paulo constitui uma área de alta importância

biológica e ambiental, estabelecida no corredor Cantareira-Mantiqueira, além de estar

localizada no Sistema Cantareira, o maior manancial de abastecimento público da Grande São

Paulo. Os processos de ocupação antrópica e fragmentação florestal ocasionaram impactos e

perda de biodiversidade, sendo necessárias ações para a reversão do quadro, bem como o

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estabelecimento de programas alternativos pela conservação e recuperação da biodiversidade

(DA SILVA, 2010).

Observa-se uma crescente ocupação do solo na região, em decorrência do

parcelamento de diversas propriedades, com a criação de chácaras para atividade de lazer.

Pela proximidade de grandes cidades como São Paulo e Campinas, tem sido foco de turismo.

Esse crescimento vem trazendo sérios impactos e afetando uma área de grande importância de

conservação ambiental, devido à existência de uma densa rede hídrica, com presença de

inúmeros córregos e nascentes de águas e importantes remanescentes florestais. É essencial

não só preservar como também estudar áreas nessas condições (YAMAMOTO, 2009).

A área sofreu mudanças significativas, por intervenção antrópica, desde a sua

ocupação (desmatamento para a lavoura cafeeira, ocorrida principalmente no século XIX) até

épocas mais recentes, devido à construção do reservatório Jaguari-Jacareí, o investimento no

turismo de fim-de-semana e intervenções viárias. Apesar de não se tratar de uma área

densamente povoada, a ocupação e o uso da terra que ocorrem na região vêm causando

mudanças significativas nos sistemas naturais do local, tais como a ampliação dos processos

erosivos (SOARES, 2008). Registra-se que o desmatamento intenso ocorreu no século XIX

para abrigar as plantações de café, posteriormente, devido à crise cafeeira de meados do

século XX, a atividade desenvolvida foi a pastagem, uma vez que as altas declividades não

permitiam a agricultura mecanizada (SAAD et al., 2008).

10. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC) DA ÁREA

O município de Joanópolis é totalmente englobado por duas Unidades de Conservação

de Uso Sustentável, a APA (Área de Proteção Ambiental) do Rio Piracicaba e Juqueri-Mirim

(Área II) e a APA do Sistema Cantareira, sendo que há sobreposição de uma área sobre a

outra; além da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo.

A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com certo grau de

ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente

importantes para a qualidade de vida e o bem estar das populações humanas, e tem como

objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e

assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. A APA é constituída por terras

públicas e privadas.

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25

Nestas áreas, respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e

restrições para a utilização de uma propriedade privada. As condições para a realização de

pesquisa científica e visitação pública são estabelecidas pelo órgão gestor da unidade (quando

este existe).

A Área de Proteção Ambiental disporá de um Conselho presidido pelo órgão

responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos públicos, de

organizações da sociedade civil e da população residente.

As unidades de conservação, devendo cumprir importantes funções ecológicas,

científicas, econômicas, sociais e políticas, devem ter suas administrações e manejos

fundamentados em princípios de Planejamento atualizado e, portanto, dinâmicos.

O desenvolvimento do processo produtivo em áreas silvestres requer a aplicação de

fatores de produção, sendo que ele deve ser manipulado no sentindo de atingir os objetivos

das categorias de manejo, como proteger a vida silvestre, os recursos hídricos e a paisagem;

propiciar a pesquisa científica; promover a recreação e educação ambiental.

O Plano de Manejo é o documento onde são pré-determinadas as atividades para o

alcance dos objetivos. Através do Colegiado Gestor e do Plano de Manejo, com o auxílio do

Zoneamento Ambiental-Econômico, é que realmente a APA passa a ser regulamentada e a

funcionar, realmente, como uma Unidade de Conservação, cumprindo os objetivos

determinados em Lei.

As duas APA que abrangem o município de Joanópolis estão descritas abaixo:

APA DO SISTEMA CANTAREIRA

Criação: 1998

Legislação: Lei Estadual nº 10.111/98

Domínio: Público

Situação Fundiária: 100% Demarcada

Bioma: Mata Atlântica

Finalidade: Zoneamento Ambiental, Normalização, Uso e Ocupação

do solo, proteção e preservação dos recursos hídricos

Situação: Regulamentada, com colegiado gestor e sem Plano de

Manejo aprovado

Page 27: Caracterização ambiental da Cachoeira dos Pretos

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APA DO PIRACICABA – JUQUERI-MIRIM (ÁREA II)

Criação: 1991

Legislação: Decreto Estadual nº 26.882/87; Lei Estadual nº 7.438/91

Domínio: Público

Situação Fundiária: 100% Demarcada

Bioma: Mata Atlântica

Finalidade: Zoneamento Ambiental, Normalização, Uso e Ocupação

do solo, proteção e preservação dos recursos hídricos

Situação: Regulamentada, com colegiado gestor e sem Plano de

Manejo aprovado

A Reserva da Biosfera é um mecanismo criado pela UNESCO para abrigar um

conjunto de áreas do mundo de relevante valor ambiental para a humanidade. A sua criação é

um forte compromisso do governo local perante seus cidadãos e toda a comunidade

internacional que realizará todos os esforços possíveis e atos de gestão para preservar o

ecossistema e os recursos naturais, além de estimular o desenvolvimento sustentável.

Segundo os preceitos do Programa MaB (Man and Biosphere – O Homem e a

Biosfera) da UNESCO, o zoneamento das Reservas da Biofera preconiza 3 categorias para o

planejamento do uso e ocupação do solo, e exploração dos recursos ambientais:

- Zonas Núcleo;

- Zonas Tampão – zoneamento em que o município de Joanópolis está incluso;

- Zonas de Transição.

A data de criação da Reserva foi 09 de Junho de 1994.

No geral, as áreas protegidas (Reservas Particular do Patrimônio Natural (RPPNs) e

Áreas de Proteção Ambiental (APAs) que abrangem o território municipal ainda são pouco

estudadas e com poucas informações catalogadas.

Page 28: Caracterização ambiental da Cachoeira dos Pretos

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11. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Cachoeira dos Pretos é o principal ponto turístico do município de Joanópolis e uma

das principais áreas de interesse turístico da região bragantina do estado de São Paulo. O

turismo no local deve buscar a sustentabilidade como seu grande diferencial, conservando os

recursos naturais, além de gerar emprego e renda com atividades de valor agregado.

Este trabalho cumpriu com o objetivo proposto, que foi caracterizar ambientalmente a

Cachoeira dos Pretos e seu entorno, gerando importantes informações e subsídios técnicos.

Também é importante a realização de um estudo especializado da capacidade de

lotação do ponto turístico, de forma que a atividade turística não ocasione superlotação e a

possível degradação ambiental do local.

Citam-se como importantes ferramentas de ordenamento turístico da área: o

planejamento, o controle, a participação popular e a efetiva fiscalização do poder público.

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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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visual de antigos caminhos. Disponível em:

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BARLETTA, A. D. (2011b) O agrônomo e ambientalista Milton Colli. Disponível em:

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G.; MILANI, E. J.; THOMAZ FILHO, A.; CAMPOS, D. A. (Ed.). Tectonic Evolution of

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