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CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA
EM MINAS GERAIS
FASE 1- MAIO DE 2014
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ÍNDICE
CONTEXTO
APRESENTAÇÃO
1. GESTÃO DA CULTURA NO ESTADO
1.1 DESCRIÇÃO DE CADA UNIDADE DO SISTEMA ESTADUAL DE
CULTURA
1.1.1 ADMINISTRAÇÃO DIRETA
1.1.2 AUTARQUIAS (ADMINISTRAÇÃO INDIRETA)
2. FORMAS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL
3. RECURSOS PARA A CULTURA
4. EQUIPAMENTOS E ESPAÇOS PÚBLICOS DE CULTURA
5. LEVANTAMENTO DOS SEGMENTOS CULTURAIS EM MINAS GERAIS
6. PATRIMÔNIO CULTURAL;
7. LEGISLAÇÃO CULTURAL DE MINAS GERAIS
8. CONSIDERAÇÕES:
9. IDENTIFICAÇÃO DE DESAFIOS E OPORTUNIDADES
10. PRINCÍPIOS DO PLANO ESTADUAL DE CULTURA DE MINAS GERAIS
11. REFERÊNCIAS
12. REALIZAÇÃO/FICHA TÉCNICA
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CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA EM MINAS GERAIS
FASE 1 – A CULTURA EM NOSSO ESTADO – SITUAÇÃO ATUAL
CONTEXTO
O Plano Estadual de Cultura é um documento formal que reúne e apresenta a política
pública de cultura de um Estado. Nele, estão as diretrizes e a sinalização de ações
pretendidas num período de dez anos de planejamento. Como princípios, o Plano deve
considerar como prioridade a promoção da igualdade de oportunidades e a valorização da
diversidade de expressões e manifestações culturais. São inúmeros os objetivos de um
Plano Estadual. Entre eles estão identificar as ações necessárias ao aprimoramento da
política pública, contribuir com o planejamento e fortalecer a democracia participativa.
Elemento constitutivo do processo de adesão ao Sistema Nacional de Cultura, a
elaboração do Plano Estadual de Cultura, em todo o país, está sendo estruturada a partir
de uma metodologia desenvolvida pela Universidade Federal de Santa Catarina, por
deliberação do Ministério da Cultura, com a finalidade de alinhar as estratégias de
desenvolvimento local e estadual com as políticas nacionais.
Em Minas Gerais, a elaboração do Plano compete à Secretaria de Estado de Cultura, com
participação efetiva do Conselho Estadual de Política Cultural/Consec, por meio do qual a
sociedade civil está representada desde o início do processo de elaboração do documento.
Constituída de 3 etapas, a metodologia propõe as seguintes fases:
FASE 1: CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA
Compilação e sistematização de dados pertinentes à realidade cultural em Minas Gerais,
com conseqüente identificação de desafios e oportunidades, além da sinalização dos
princípios que devem nortear a elaboração do Plano.
FASE 2: PROGNÓSTICO
Sistematização dos desafios, com proposições de estratégias; ações; metas
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FASE 3: CONSOLIDAÇÃO
Redação do Plano Estadual de Cultura de Minas Gerais, anexo à minuta de lei a ser
apresentada à Assembléia Legislativa de Minas Gerais, para fins de trâmites do Poder
Legislativo, que incluem compartilhamento, validação e aprovação do Documento Final.
OBSERVAÇÕES:
As fases 1 e 2 são estudos preliminares, sistematizados por representantes da
sociedade civil e poder público, que embasam a elaboração do Plano Estadual.
Por uma deliberação do Consec, com anuência da Secretaria de Estado de Cultura,
esse Plano Estadual será elaborado até o final da presente gestão, que se encerra
em agosto de 2014, com a expectativa de que este documento possa expressar as
expectativas de aprimoramento da política pública de cultura na próxima década.
Entende-se que a realização de todo o processo no prazo de seis meses não implica
prejuízo ao documento final, uma vez que ele pode, e deve, ser revisado
anualmente ou com a periodicidade que se considerar adequada.
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APRESENTAÇÃO
Este documento corresponde à Fase 1 – Caracterização da Cultura, que integra estudo
preliminar para embasamento do processo de elaboração do Plano Estadual de Cultura do
Estado de Minas Gerais.
Para construir esta caracterização foram utilizadas várias fontes de pesquisa, tais como:
Documento final das conferências estaduais de cultura realizadas pela Secretaria de
Estado de Cultura, em 2009 e 2013, com o apoio da Assembléia Legislativa de
Minas Gerais;
Dados de gestão governamental do Sistema Estadual de Cultura;
Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC-2012) e Pesquisa de
Informações Básicas Estaduais (ESTADIC-2013), ambas realizadas pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE;
Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro/FIRJAN, com
foco na Indústria Criativa;
Relatórios, documentos e diagnósticos apresentados por representantes de setores
artístico-culturais do Conselho Estadual de Política Cultural/Consec e do Conselho
Estadual de Patrimônio/Conep.
Optou-se pela coleta de dados relativos ao período entre os anos de 2011 e 2013, devido
a sua atualidade e pela oportunidade de ter como fonte informações cuja credibilidade
pode ser comprovada por meio de ferramentas governamentais, como Acordo de
Resultados e Monitoramento do Planejamento Plurianual de Ação Governamental/PPAG.
Para a elaboração deste documento, a Secretaria de Estado de Cultura, no âmbito de suas
atribuições, instituiu o Núcleo Técnico Executivo de Elaboração e
Acompanhamento do Plano Estadual de Cultura/NEE, integrado por gestores
públicos de cultura e representantes da sociedade civil que integram o Conselho Estadual
de Política Cultural. Esse Núcleo foi eleito em reunião ordinária com Consec, para fins de
garantir sua legitimidade sobretudo com relação à representação da sociedade civil –
imprescindível para o aprimoramento da política pública de cultura.
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Com a finalidade de oferecer suporte institucional e operacional, a SEC/MG também
constituiu o Grupo de Trabalho interno, além de proceder à contratação do Analista
Técnico responsável pela aplicação da metodologia recomendada pelo Ministério da
Cultura para elaboração dos Planos Estaduais.
A fim de garantir a transparência de todo o processo de elaboração do Plano Estadual, foi
desenvolvida Estratégia de Comunicação, que inclui a criação de site dedicado
exclusivamente ao tema, já disponível pelo www.cultura.mg.gov.br. Por meio dele, serão
publicizadas as informações pertinentes ao Plano, bem como notícias de âmbito local e
nacional sobre este tema. O site também terá papel importante no compartilhamento e
validação dos documentos parciais, considerando-se a seguinte estrutura:
Fase 1 – Caracterização da Cultura:
Consolidada pelo Núcleo Técnico Executivo de Elaboração e Acompanhamento do Plano
Estadual de Cultura/NEE, e disponibilizada no site;
Fase 2 - Prognóstico:
Será submetida à avaliação e validação pelo Conselho Estadual de Política Cultural e
Câmara Regional Consultiva (constituída por representantes das 10 macrorregiões do
Estado, eleitos na III Conferência Estadual de Cultura) e posterior publicação no site;
Fase 3 – Consolidação do Plano Estadual de Cultura
Publicação no site, com validação por meio de consulta pública virtual e posterior
encaminhamento à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que procederá aos trâmites do
Poder Legislativo, incluindo outras ferramentas de participação social para fins de
aprovação da Minuta de Projeto de Lei que acompanha o Plano Estadual de Cultura.
OBSERVAÇÕES:
O Núcleo Técnico Executivo de Elaboração e Acompanhamento do Plano Estadual
de Cultura (NEE) optou por atuar a partir de temas, dados e informações advindas
de fontes com alto grau de confiabilidade, a fim de destacar os avanços e as
deficiências da política pública de cultura em Minas Gerais. Esta decisão ampara-se
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na necessidade de considerar a ausência de dados, indicadores e sistematização da
informação de cultura, setorial, local e nacionalmente.
Visando contribuir com a superação desta lacuna, a SEC/MG, está em fase final de
implantação do Sistema Estadual de Informação e Indicadores Culturais, importante
marco no processo de sistematização e divulgação dos dados relativos à cultura em
Minas Gerais.
Esse documento foi estruturado a partir dos seguintes tópicos:
1. Gestão da Cultura no Estado;
2. Formas de Participação Social;
3. Recursos para a Cultura;
4. Equipamentos e Espaços Públicos de Cultura;
5. Levantamento dos Segmentos Culturais em Minas Gerais;
6. Patrimônio Cultural;
7. Legislação Cultural de Minas Gerais;
8. Considerações;
9. Identificação de Desafios e Oportunidades;
10. Princípios do Plano Estadual de Cultura de Minas Gerais;
11. Referências;
12. Realização/Ficha Técnica
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1. GESTÃO DA CULTURA NO ESTADO
A Secretaria de Estado da Cultura – SEC/MG foi criada em 1983, estruturada pela Lei
12.221, de 1º de julho de 1996, e regulamentada pelo Decreto nº 39.641, de 15 de junho
de 1998, com os seguintes pressupostos:
MISSÃO
Identificar, preservar e valorizar os bens culturais; promover a qualificação e a inovação
da produção cultural do Estado; fomentar as diversas etapas da cadeia produtiva da
cultura; democratizar e popularizar o acesso à cultura.
VISÃO
Cultura é desenvolvimento: humano, social e econômico, que deve colaborar com o
desenvolvimento do Estado de Minas Gerais.
VALORES
Identidade e diversidade cultural;
Preservação;
Patrimônio;
Inclusão social;
Fomento;
Experimentação;
Inovação;
Parceria.
A Secretaria de Estado de Cultura tem entre suas principais ações o fomento das diversas
fases da cadeia produtiva cultural, desde a identificação, preservação e valorização dos
bens culturais produzidos em Minas até a capacitação dos agentes culturais.
De acordo com a Lei Delegada nº 180 de 20/01/2011, em seu artigo 111: “... A Secretaria
de Estado de Cultura - SEC -, a que se refere o inciso IV do art. 5º da Lei Delegada nº
179, de 2011, tem por finalidade planejar, organizar, dirigir, coordenar, executar, controlar
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e avaliar as ações setoriais a cargo do Estado relativas ao incentivo, à produção, à
valorização e à difusão das manifestações culturais da sociedade mineira, assegurada a
preservação da diversidade cultural, a democratização do acesso à cultura e o
oferecimento de oportunidades para o exercício do direito à identidade cultural,
competindo-lhe:
I - fomentar e divulgar a cultura mineira em todas as suas expressões e diversidade
regional, promovendo a difusão da identidade e da memória do Estado, a divulgação
institucional por rádio e televisão públicos e por meios eletrônicos, bem como garantir o
acesso a bens culturais, em consonância com as diretrizes definidas pelo Conselho
Estadual de Política Cultural;
II - criar e gerenciar sistema de dados e informações sobre manifestações culturais
e desenvolver planos, programas e projetos de pesquisa, documentação e divulgação;
III - promover a preservação do patrimônio cultural, histórico e artístico do Estado,
material e imaterial, incentivando sua fruição pela comunidade;
IV - promover ações que visem a estimular o desenvolvimento de vocações
artísticas e a formação, o aperfeiçoamento e a qualificação de técnicos e agentes
culturais;
V - estimular a pesquisa e a criação artísticas;
VI - apoiar e promover a instalação de bibliotecas, museus, teatros, centros e
equipamentos congêneres;
VII - articular-se com órgãos, entidades oficiais e agentes da comunidade, bem
como relacionar-se com instituições nacionais e estrangeiras, com vistas ao intercâmbio e
à cooperação culturais;
VIII - elaborar, articular e implementar políticas públicas que promovam a inclusão
cultural e a interação da cultura com as demais áreas sociais;
IX - incentivar a aplicação de recursos públicos e privados em atividades culturais,
promovendo e coordenando sua captação e aplicação;
X - colaborar na criação e no aperfeiçoamento dos instrumentos legais de
financiamento e fomento das atividades culturais;
XI - aprovar projetos culturais cujos recursos sejam provenientes da concessão de
incentivos fiscais ou de outras formas de apoio ou fomento, observado o disposto no art.
9º da Lei nº 12.733, de 30 de dezembro de 1997;
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XII - incentivar a formação de sistemas setoriais nas diversas áreas da cultura;
XIII - exercer a supervisão das atividades das entidades de sua área de
competência;
XIV - promover e ampliar o acesso da população aos bens culturais materiais e
imateriais por meio da interiorização, da descentralização e do fomento das cadeias
produtivas de cultura dos Municípios;
XV - apoiar a construção de redes culturais no Estado;
XVI – estabelecer as diretrizes da política estadual de telecomunicações;
(Inciso acrescentado pelo art. 8º da Lei nº 21.077, de 27/12/2013.)
XVII – exercer o poder de polícia no âmbito de sua competência;
(Inciso renumerado pelo art. 8º da Lei nº 21.077, de 27/12/2013.)
XVIII – exercer atividades correlatas.
(Inciso renumerado pelo art. 8º da Lei nº 21.077, de 27/12/2013.)...”
Com essa configuração, observa-se que Secretaria de Estado de Cultura atende a todos os
pressupostos de integração ao Sistema Nacional de Cultura (SNC), cujos componentes são
estabelecidos pela Emenda Constitucional nº 71, de 29 de novembro de 2012 que, em seu artigo
19, estabelece: “Integram o Sistema Nacional de Cultura – SNC, no âmbito estadual e distrital, os
Sistemas Estadual e Distrital de cultura, compostos, no mínimo, por:
I. Coordenação:
a. Secretaria Estadual de Cultura ou órgão equivalente.
II. Instância de articulação, pactuação e deliberação:
a. Conselho Estadual ou Distrital de Cultura;
b. Conferencia Estadual ou Distrital de Cultura; e
c. Comissão Intergestores Bipartite.
III. Instrumento de gestão:
a. Plano Estadual ou Distrital de Cultura; e
b. Sistema Estadual ou Distrital de Financiamento à Cultura.”
A SEC também dispõe dos três componentes opcionais sugeridos pelo Ministério da
Cultura como elementos importantes para alinhamento como o Sistema Nacional, a saber:
sistema de informação e indicadores culturais (em fase final de estruturação); programas
de formação na área cultural; e sistemas setoriais de cultura.
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A atuação sistêmica da SEC, a propósito, remonta aos anos de 1800, quando foi criado o
Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas Municipais, seguido pelo Sistema Estadual de
Museus e o Sistema Estadual de Arquivos.
A atenção à formação e capacitação também faz parte da estrutura orgânica de diferentes
unidades do Sistema Estadual de Cultura, como a Fundação de Arte de Ouro Preto/FAOP e
a Fundação Clóvis Salgado – duas importantes autarquias cujas iniciativas e projetos se
destacam nacionalmente pela qualidade da capacitação oferecida a seus alunos, além dos
cursos de aperfeiçoamento técnico e artístico oferecidos pela Superintendencia de
Interiorização e Ação Cultural, entre outros.
O Sistema de Informações e Indicadores Culturais da Secretaria de Estado de Cultura, por
sua vez, irá sistematizar e apresentar dados de todas as unidades do Sistema Estadual de
Cultura, de forma a possibilitar acesso irrestrito aos dados de gestão governamental,
garantindo a credibilidade e a veracidade da informação, sem comprometimento de sua
publicização. Com essa ferramenta, o acesso à informação será georeferenciado em uma
única plataforma digital, e o usuário terá a possibilidade de gerar relatórios, e relacionar
dados utilizando filtros diferenciados. O sistema está previsto para ser lançado no segundo
semestre de 2014.
Em seu artigo 112, da Lei Delegada 180 de 20 de janeiro de 2011, a Secretaria de Estado
de Cultura tem a seguinte estrutura orgânica básica:
I – Gabinete;
II – Auditoria Setorial;
III – Assessoria Jurídica;
IV – Assessoria de Comunicação Social;
V – Assessoria de Gestão Estratégica e Inovação;
VI – Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças;
VII – Superintendência de Interiorização e Ação Cultural;
VIII – Superintendência de Bibliotecas Públicas e Suplemento Literário;
IX – Superintendência de Fomento e Incentivo à Cultura;
X – Superintendência de Museus e Artes Visuais;
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XI – Arquivo Público Mineiro.
(Artigo com redação dada pelo art. 9º da Lei nº 21.077, de 27/12/2013.)
Também integram a área de competência da Secretaria de Estado de Cultura:
I - por subordinação administrativa, os seguintes Conselhos:
a) Conselho Estadual de Política Cultural;
b) Conselho Estadual de Arquivo; e
c) Conselho Estadual de Patrimônio Cultural - CONEP; e
II - por vinculação:
a) Fundação Clóvis Salgado - FCS;
b) Fundação de Arte de Ouro Preto - FAOP;
c) Fundação TV Minas - Cultural e Educativa - TV MINAS;
d) Fundação Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais –
IEPHA MG;
e) Rádio Inconfidência Ltda; e
f) Departamento Estadual de Telecomunicações de Minas Gerais – Detel-MG.
(Alínea acrescentada pelo art. 5º da Lei nº 21.078, de 27/12/2013.)
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A mandala abaixo demonstra a estrutura da administração indireta e direta, além dos
programas e projetos estruturadores e parceiros da SEC/MG.
1.1. DESCRIÇÃO DE CADA UNIDADE DO SISTEMA ESTADUAL DE
CULTURA
1.1.1. ADMINISTRAÇÃO DIRETA:
A. SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO, GESTÃO E FINANÇAS
A Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças - SPGF tem por finalidade
garantir o gerenciamento efetivo das ações voltadas para a gestão e o planejamento
institucional, em consonância com as diretrizes estratégicas da SEC, competindo-lhe, entre
outros:
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I - coordenar, em conjunto com a Assessoria de Gestão Estratégica e Inovação, a
elaboração do planejamento global da SEC, com ênfase nos projetos associados e
especiais;
II - coordenar a elaboração da proposta orçamentária da SEC, acompanhar sua
efetivação e respectiva execução financeira;
III - zelar pela preservação da documentação e informação institucional;
IV- planejar, coordenar, orientar e executar as atividades de administração do
pessoal e desenvolvimento de recursos humanos;
V- coordenar o sistema de administração de material, patrimônio e logística;
VI - coordenar, orientar e executar as atividades de administração financeira e
contabilidade;
VII - orientar, coordenar e realizar a implantação de normas, sistemas e métodos
de simplificação e racionalização de trabalho;
VIII - orientar a elaboração de projetos na rede física e acompanhar os trabalhos
de execução, definindo critérios para a padronização de máquinas, equipamentos e
espaços, nas unidades não sediadas na CAMG;
Cabe à Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças cumprir a orientação
normativa emanada de unidade central a que esteja subordinada tecnicamente na
Secretaria de Planejamento e Gestão - SEPLAG e na Secretaria de Estado de Fazenda –
SEF.
Capacitação sobre Prestação de Contas de Convênios
A SPGF, por meio da Diretoria de Convênios e Prestação de Contas, oferece capacitação
sobre Prestação de Contas de Convênios com o objetivo de preparar os agentes culturais
para a execução correta dos convênios efetuados com a Secretaria de Estado de Cultura.
B. SUPERINTENDÊNCIA DE INTERIORIZAÇÃO E AÇÃO CULTURAL
A Superintendência de Interiorização e Ação Cultural tem por finalidade promover,
coordenar e implementar planos, programas e projetos culturais, ampliar o acesso da
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população aos bens culturais e garantir a regionalização e descentralização das políticas
públicas de cultura, competindo-lhe:
Sistema Estadual de Informações e Indicadores Culturais
Consiste no desenvolvimento de um site colaborativo com informações georreferenciadas
que forneçam um diagnóstico cultural dos 853 municípios de Minas Gerais, a partir dos
dados da gestão governamental. Essa ação contribui para a consolidação das políticas
públicas de cultura à luz da realidade da gestão governamental, da cadeia produtiva e
criativa da cultura e com base em conteúdo sistematizado.
Programa de Formação e Capacitação Artística e Cultural
Oferece oficinas e cursos de aprimoramento técnico e artístico em diversos municípios de
Minas Gerais com o intuito de fomentar o desenvolvimento econômico e cultural da região.
O objetivo deste Programa é capacitar artistas, técnicos, empreendedores e gestores,
tanto do setor público quanto do privado, nas diversas áreas da economia criativa e da
produção cultural, a fim de promover a formação de iniciantes e de qualificar profissionais
que atuam informalmente no mercado de trabalho.
Desde 2005, o Programa tem ênfase nas seguintes áreas:
Empreendedorismo Cultural;
Aperfeiçoamento de Músicos e Mestres de bandas;
Manutenção e reparos de Instrumentos Musicais;
Prática de Canto Coral;
Oficinas de Audiovisual;
Oficina de Técnicas de Regência;
Oficina de Percepção Musical.
Os temas, as datas e os locais de realização dos cursos e oficinas são definidos a partir de
mapeamento das demandas encaminhadas à Secretaria de Estado de Cultura por pessoas
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físicas ou jurídicas, ou necessidades observadas por técnicos de cultura e de seus órgãos
vinculados.
Para tanto, são estabelecidas parcerias entre a Secretaria de Estado de Cultura com
prefeituras, órgãos de cultura e entidades públicas ou privadas, com o objetivo de dar
suporte para o desenvolvimento da atividade.
Programa Bandas de Minas
Com apoio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais/Codemig, a
Secretaria de Estado de Cultura atua na promoção e valorização das bandas tradicionais
de música, com o intuito de colaborar com a preservação deste importante segmento da
cultura em Minas Gerais.
Criada em 1992, a iniciativa apoia as bandas civis do Estado, com doação de instrumentos
de sopro, metal e percussão, kits de partituras e vestimentas. O incentivo inclui ainda a
promoção de cursos e oficinas de capacitação e aperfeiçoamento artístico. Nos últimos
anos foi destinado mais de R$ 1.800 milhões de recursos para este programa.
Os grupos são contemplados por meio de editais de seleção. Para se inscrever, as bandas
civis devem estar com o cadastro atualizado na Secretaria de Estado de Cultura de Minas
Gerais. Atualmente este cadastro conta com 726 bandas civis de 522 municipios do
Estado.
O programa também tem o objetivo de propiciar o aperfeiçoamento de músicos e mestres.
Em mais de duas décadas, foram realizados cursos abrangendo os naipes de flauta,
clarineta, trombone, trompete, tuba, bombardino, trompa, sax horn, saxofone e
percussão. Além destes, são ministrados cursos de percepção musical para todos os
músicos inscritos, de técnicas de regência para os mestres das bandas participantes e de
manutenção e reparo de instrumentos.
Filme em Minas
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Programa de incentivo à produção audiovisual, realizado por meio de parceria entre a
Secretaria de Estado de Cultura e a Companhia Energética de Minas Gerais/Cemig. Em
seis edições, já contemplou 163 projetos, totalizando um investimento superior a R$21,5
milhões.
Os editais contemplam sete categorias:
1. Produção de longas-metragens;
2. Distribuição de longas-metragens;
3. Finalização;
4. Curtas e médias-metragens;
5. Formato livre;
6. Publicações, preservação e memória;
7. Incentivo Minas Film Commission ao cinema nacional.
Minas Film Commission
Criada com o intuito de promover Minas Gerais como destino para os produtores
audiovisuais nacionais e internacionais, a Minas Film Commission oferece informações
sobre locações, fornecedores, mão-de-obra e infraestrutura favoráveis à produção de
curtas, médias, longas-metragens, documentários, entre outros formatos de produção
audiovisual.
Organismo institucional voltado para a prospecção de produções no Estado Minas Gerais,
destaca os inúmeros cenários que fazem parte do extenso território que impressiona pela
diversidade, com áreas urbanas, rurais, cidades históricas, estâncias hidrominerais, grutas,
lagos, cachoeiras, serras, matas e paisagens naturais variadas.
Além de objetivar a promoção, a Minas Film Commission atua, também, como um agente
facilitador aos produtores audiovisuais, fornecendo informações sobre as condições locais,
concessões de licenças e autorizações necessárias, e suporte de articulação institucional
no processo de filmagem.
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Música Minas
Voltado para a difusão e promoção da música mineira, visando o desenvolvimento da
cadeia produtiva e criativa da música produzida em Minas Gerais, o Programa Música
Minas foi lançado em 2009, por meio de parceria inédita e bem sucedida entre a
sociedade civil e o Estado.
Gestão e execução são compartilhas entre a Secretaria de Estado de Cultura, com dotação
orçamentária do Governo de Minas, e instituição designada pelo Fórum da Música de
Minas Gerais, que reúne entidades representativas de diferentes segmentos da música no
Estado, entre elas Fora do Eixo Minas/FEM, Grupo Cultural NUC, Rede Catitu, Sociedade
Independente da Música/Sim, e VALE MAIS - Instituto Sociocultural do Jequitinhonha.
Esse Programa é reconhecido internacionalmente pelos resultados obtidos na divulgação
da música mineira. Desde o seu lançamento, beneficiou centenas de artistas, por meio de
propostas selecionadas por editais abertos regularmente. Entre as iniciativas estão os
Editais de Circulação Estadual, Circulação Nacional, Circulação Internacional e
Intercâmbio.
A iniciativa também promove a participação de artistas mineiros em importantes festivais,
cursos e eventos em todo o mundo, além de ter realizado ações de representação em
feiras internacionais de música como: WOMEX (Copenhague / Dinamarca), BAFIM (Buenos
Aires / Argentina), CMJ Music Marathon (Nova York / EUA), CMW - Canadian Music Week
(Toronto/ Canadá), Mercado da Música Viva De Vic (Espanha), Culturgal - Feiras das
Indústrias Culturais da Galícia (Pontevedra / Espanha), dentre outras.
Cena Minas
Lançado em outubro de 2007, o Cena Minas – Prêmio Estado de Minas Gerais de Artes
Cênicas foi criado com o intuito de fomentar, incentivar e fortalecer a produção cênica do
Estado, com foco em teatro, dança e circo. O programa é realizado pela Secretaria de
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Estado de Cultura em parceria com o Instituto Cultural Sergio Magnani, com patrocínio da
Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), por meio da Lei Rouanet.
O Cena Minas contempla projetos em três categorias: manutenção de espaços de grupos;
circulação e aquisição de equipamentos e materiais, em atendimento às prioridades
apresentadas por artistas e grupos que integram o Fórum Permanente de Avaliação do
Prêmio Cenas Minas.
Podem se inscrever nesse edital proponentes pessoa física ou jurídica de direito privado
vinculados a grupos, empresas produtoras ou companhias de teatro, dança e circo
residentes em Minas Gerais ou estabelecidas no Estado há pelo menos um ano.
Os projetos são analisados por uma comissão formada por representantes do Sistema
Estadual de Cultura, da Copasa, do Instituto Cultural Sérgio Magnani e profissionais da
sociedade civil, indicados pelas entidades de classe.
Programa Passaporte - Apoio para Viagens e Passagens
A finalidade desse Programa é promover a difusão e o intercâmbio da cultura mineira nos
âmbitos estadual, nacional e internacional. Todos os apoios referentes à compra de
passagens aéreas e terrestres concedidos pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas
Gerais seguem as normas dispostas na Resolução nº 026.
Podem ser inscritas propostas de pessoas físicas e jurídicas, sem fins lucrativos, que
tenham como finalidade obter apoio para deslocamento de artistas, técnicos e, estudiosos
que residam em Minas Gerais para municípios mineiros, outros estados e países, para fins
de intercâmbio e difusão da cultura produzida em Minas Gerais.
Acervo Filme em Minas
A Secretaria de Estado de Cultura conta com um acervo de filmes mineiros que são
disponibilizados para exibições não comerciais. O acervo é formado por filmes produzidos
em edições anteriores do Programa Filme em Minas, trabalhos realizados com recursos da
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Lei Estadual de Incentivo à Cultura, além de doações de cineastas e produtores mineiros.
O acervo do Filme em Minas é composto por mais de 70 títulos, nos formatos:
Longas-metragens;
Médias-metragens;
Curtas-metragens;
Ficção;
Documentário;
Animação;
Experimental;
Pontos de Cultura
O Programa Pontos de Cultura contempla pessoas jurídicas de direito privado sem fins
lucrativos, legalmente constituídas, que desenvolvam ações de caráter cultural
devidamente comprovadas pelo Estado. Elas são selecionadas por edital público, celebram
convênio com a Secretaria de Estado de Cultura e tornam-se responsáveis por articular,
expandir e impulsionar ações culturais que já desenvolvem nas comunidades.
Esta é uma ação que resulta de parceria com o Ministério da Cultura, por meio de
convênio que tem por objetivo garantir o acesso da população aos bens e serviços
culturais. O Edital 01/2008 de Pontos de Cultura foi lançado pela Secretaria de Estado de
Cultura de Minas Gerais em 22 de dezembro de 2008, com o objetivo de selecionar
projetos de 100 entidades aptas a receberem o recurso de R$ 180 mil cada.
Programa MINAS Território da Cultura
O programa MINAS Território da Cultura é um programa articulado de regionalização e
descentralização das ações culturais em Minas Gerais, abrangendo as dez macrorregiões
do Estado, definidas pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais.
Entre seus objetivos constam a valorização e a divulgação da diversidade cultural mineira,
a promoção do desenvolvimento regional por meio da cultura, a circulação de bens
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culturais e a capacitação e o aperfeiçoamento dos agentes culturais, além da difusão de
programas e ações do Sistema Estadual de Cultura.
Iniciado em março de 2013, o Programa será encerrado em junho de 2014, com oferta de
cursos de capacitação e formação, palestras, espetáculos, exposições, mostras de cinema
e leitura de editais, entre outras iniciativas articuladas com a comunidade e os atores
locais, as instituições culturais, os artistas, os produtores e demais integrantes da cadeia
produtiva e criativa de cultura.
Contando com a parceria de diversas prefeituras municipais, associações comerciais,
instituições culturais locais, universidades, Pontos de Cultura e entidades como SESI-MG,
SESC-MG, SEBRAE Minas e BDMG Cultural, o Programa tem, ainda, o apoio do Instituto
Brasileiro de Arquitetos (IAB), Conselho de Arquitetos e Urbanistas de Minas Gerais (CAU-
MG) e a Associação Mineira de Municípios (AMM).
O MINAS Território da Cultura é estruturado em três grandes eixos que abrangem toda a
cadeia produtiva de cultura: produção, criação, exibição, circulação e formação, além dos
agentes relacionados ao setor: gestores públicos municipais, artistas, produtores e
sociedade.
Dinâmicas Territoriais
Ações voltadas para a discussão e a difusão das políticas públicas de cultura. Nelas, estão
englobados planos de cultura, programas territoriais e associativismo, mecanismos de
financiamento, cultura e urbanismo, programas de fomento, identidade e diversidade
cultural, participação social, entre outros. Ações de capacitação e aperfeiçoamento para
gestores e entidades públicas, encontros regionais e seminários também integram esse
eixo do Programa.
Territórios do Saber
Destinados aos produtores culturais e artistas, contemplam ações de capacitação,
formação e orientação, tanto na área artística quanto em gestão de cultura, por meio da
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realização de seminários artísticos, do estímulo à criação de Redes e Encontros Regionais
e da difusão dos programas de fomento do Sistema Estadual de Cultura.
Territórios Criativos
São destinados à fruição cultural, envolvendo apresentações artísticas e circulação de
espetáculos, mostras, acervos etc.
Incubadora MG Criativo
Fruto de parceria entre a SEC/MG e o Minc, tem como objetivo fortalecer e desenvolver a
economia criativa em Minas Gerais, por meio da implantação de equipamento cultural no
Palácio das Artes/BH, destinado ao atendimento e suporte técnico de profissionais e
empreendedores criativos, a partir da oferta de serviços de consultoria e assessoria
técnica, promoção de atividades de formação, mapeamento e levantamento de dados,
entre outros.
Resultados esperados:
Ampliação de dados e informações sobre a economia criativa mineira;
Elevação de indicadores econômicos relacionados aos setores criativos no estado;
Ampliação de oferta de cursos e formação para profissionais e empreendedores
criativos;
Ampliação da formalização de empreendimentos criativos;
Ampliação da renda per capita dos profissionais dos setores criativos;
Aumento do volume de recursos oriundos de linhas de crédito bancário para
profissionais que atuam no setor criativo.
Núcleos Regionais de Cultura
Foram criados no contexto da política de descentralização da cultura e atuam como
representações da Secretaria de Estado de Cultura nas diferentes regiões do Estado, como
fontes de informação, difusores, facilitadores e suporte executivo.
23
Fonte:
Apoio na construção de diagnóstico da SEC;
Apoio na coleta de dados para o Sistema de Informação Cultural: mapeamento dos
espaços culturais existentes por município, manifestações culturais, calendário de
eventos e artistas;
Mailing dos gestores públicos, produtores e gestores culturais.
Difusor:
Divulgação das informações e ações da SEC e parceiros para os mailings;
Mobilização da classe cultural da região para participação das ações da SEC;
Comunicação ativa: alimentação assessoria de imprensa, boletim mensal etc.
Facilitador:
Atendimento aos municípios, Secretários de Cultura – informações da SEC e
recebimento de demandas;
Apoio junto à SEC e outros órgãos para encaminhamentos;
Apoio técnico aos gestores de cultura da microrregião para criação de rede de
serviços entre os municípios.
Suporte:
Apoio para as ações da SEC e parceiros – infraestrutura, logística etc.
Rede de Articuladores
Tem como objetivo principal a regionalização e a descentralização das políticas públicas de
cultura, por meio da articulação entre as unidades do Sistema Estadual de Cultura e
dessas com o interior.
Considerando as dimensões territoriais do Estado, a superação do desafio de
descentralizar as políticas públicas só é possível com o estabelecimento de parcerias
locais. Nesse sentido, foi criada a Rede de Articuladores, composta por agentes culturais
de diferentes perfis e que atuam regionalmente como difusores das ações do Sistema
Estadual de Cultura e parceiros. Aos articuladores também cabe contribuir com a
24
Secretaria acerca das demandas dos municípios e mobilizar a classe cultural para uma
maior participação nos programas disponibilizados pela Secretaria.
Para ser articulador de cultura basta enviar um email para
[email protected] dizendo o porquê do desejo de se tornar articulador,
qual é sua relação com a área da cultura e informando seus dados pessoais (nome,
instituição, cargo, endereço com CEP, município, telefone fixo, celular, email e nº do RG).
C. ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO - APM
O Arquivo Público Mineiro é a mais antiga Instituição cultural de Minas Gerais. Criado em
Ouro Preto, pela lei nº 126 de 11 de julho de 1895, tinha como atribuições receber,
conservar e classificar os documentos referentes ao direito público, à legislação, à
administração, à história e geografia e às manifestações do movimento científico, literário
e artístico do Estado. Era responsável, ainda, pelo recolhimento, guarda e classificação de
pinturas, esculturas e mobiliário de valor artístico ou histórico.
Durante sua trajetória, o APM esteve subordinado à Secretaria do Interior, Secretaria de
Educação e Secretaria de Governo. Desde 1983, está subordinado à Secretaria de Estado
de Cultura.
O Arquivo Público Mineiro tem por finalidade orientar o processo de gestão, executar o
recolhimento, a guarda e a preservação e promover o acesso ao acervo arquivístico do
Poder Executivo do Estado de Minas Gerais e dos documentos privados de interesse
público e social.
O acervo é constituído de documentos manuscritos, impressos, mapas, plantas,
fotografias, gravuras, filmes, livros, folhetos e periódicos. São documentos produzidos pela
Administração Pública de Minas Gerais desde o século XVIII, período colonial brasileiro até
o século XXI e de documentos de origem privada.
O APM dispõe de uma biblioteca especializada em história de Minas Gerais, arquivologia e
uma coleção de obras consideradas raras ou preciosas, publicadas entre os séculos XVI e
XX.
25
Cursos e outras ações
Entre suas atribuições está a oferta sistemática de um minicurso com o objetivo de
orientar a criação e implementação de arquivos públicos municipais abordando os
aspectos conceituais, metodológicos e legais. O minicurso inclui, também, noções básicas
de organização de arquivos correntes, intermediários e permanentes, como também
informações sobre normas de conservação e preservação de documentos.
O Arquivo Público Mineiro realiza visitas guiadas com alunos do ensino fundamental,
médio, cursos técnicos, graduação e pós-graduação, a fim de demonstrar práticas e
metodologias de preservação e organização de documentos e, principalmente apresentar
os acervos sob sua guarda, incentivando a pesquisa e a conscientização da importância da
preservação da memória do estado de Minas Gerais.
Projetos:
Por meio de convênio com a Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, o APM
concluiu a microfilmagem da documentação encadernada do fundo da Assembléia
Legislativa Provincial (1835-1889) que se encontra em processo de digitalização para
disponibilização no SIAAPM até o final de 2014.
Projeto 'Hemeroteca Digital de Uberaba', em desenvolvimento desde julho de 2013,
consiste em uma parceria das secretarias de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior (SECTES) e de Cultura (SEC) por meio do Arquivo Público Mineiro e
Superintendência de Bibliotecas Públicas, contando também com a participação do Arquivo
Público de Uberaba. O projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de Minas Gerais – Fapemig, visa à implementação de um modelo conceitual e
metodológico de digitalização de acervos históricos e raros, a ser adotado pelo Governo do
Estado de Minas Gerais, tendo em vista à preservação dos originais e disponibilização em
acesso virtual dos jornais dos séculos XIX e XX que constituirão o Memorial da Imprensa
de Uberaba.
Projeto "Memória da Administração do Estado de Minas Gerais" iniciado em maio de 2006
com o objetivo de preservar, organizar e disponibilizar a documentação proveniente das
26
secretarias de Estado de Minas Gerais no período de 1889 a 1945, que se encontra sob a
guarda do Arquivo Público Mineiro. Ao longo de três etapas o projeto já disponibilizou
aproximadamente 1.700.000 páginas de documentos provenientes das Secretaria da
Agricultura, Secretaria de Viação e Obras Públicas, Secretaria do Interior e Chefia de
Polícia. Ressalta-se que as primeiras três etapas contaram com o apoio financeiro da
Fapemig. Em relação à quarta etapa, o projeto foi enviado a Fapemig no ano de 2013 e
aguarda aprovação. No entanto, essa etapa, que visa organizar a documentação do
Departamento da Administração Municipal (1934-1947), já teve início com o corpo
funcional do APM.
Projetos financiados pelo Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos (FUNDIF):
∙ Câmara Municipal de Ouro Preto, séculos XVIII e XIX, concluído em 2013, teve como
objetivo a digitalização e a disponibilização do acervo em virtual, no SIAAPM.
∙ Digitalização e disponibilização dos acervos José Aparecido de Oliveira, João Dornas e
fotografias do Jornal Folha de Minas na página eletrônica do SIAAPM. Projeto iniciado em
março de 2014.
Sistema Integrado de Acesso do Arquivo Público Mineiro – SIAAPM:
Criação dos módulos 'Arquivos Municipais' e 'Gestão de Documentos' na página do Sistema
Integrado de Acesso do APM – SIAAPM para disponibilizar materiais para a orientação
sobre o processo de criação de arquivos públicos municipais, bem como para a gestão de
documentos da administração pública.
Nova interface: o projeto gráfico da base de dados buscou conciliar a identidade visual do
APM com melhorias de navegabilidade e de visualização dos acervos. A tela principal
ganhou movimento com o recurso de banners que destacam os acervos que entraram no
sistema recentemente. Além disso, o acervo fotográfico passou por uma reformulação, o
que tornou a navegação e pesquisa mais confortável, intuitiva e ágil.
27
D. SUPERINTENDÊNCIA DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS E SUPLEMENTO
LITERÁRIO
É responsável por preservar, divulgar e ampliar o acesso ao patrimônio bibliográfico e à
literatura, cabendo-lhe a função de propor, executar e avaliar as políticas públicas de todo
Estado de Minas Gerais (MG) nos setores de sua competência.
A Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa desenvolve programas e ações socioculturais
de mediação e incentivo à leitura desde 1954. Funcionando em prédio próprio, situado na
Praça da Liberdade e projetado por Oscar Niemeyer, possui mais de 400 mil exemplares e
publicações, considerando livros, materiais audiovisuais (CD, CD-ROM, vídeos, DVDs),
revistas e jornais – correntes e históricos.
Seu acervo reúne obras literárias, representativas da produção intelectual de escritores
brasileiros e estrangeiros. Para empréstimo, voltado para o público adulto, estão
disponibilizados cerca de 70 mil livros, que se encontram no Anexo Professor Francisco
Iglésias, em prédio incorporado à estrutura da Luiz de Bessa em 2000.
Segundo dados do início de 2014, o Setor Braille possui mais de 6 mil volumes impressos
neste sistema de leitura e escrita, que utiliza o tato, e aproximadamente mil audiolivros.
São, ainda, oferecidas às pessoas com deficiência visual orientações para o acesso à
Internet e para utilização de softwares específicos; além de outros serviços, que
possibilitam a inclusão cultural e social e o acesso à informação e à literatura. Para essas
atividades, o setor conta com apoio de voluntários, que desenvolvem atividades como
leitura a viva voz, acompanhamento de estudos, transcrições de textos e de gravações.
As Coleções Especiais englobam: Mineiriana, Memória Infantil, Artes, Patrimonial, Obras
Raras, Rita Adelaide e José Alcindo Bicalho.
Crianças e adolescentes são atendidos pelo setor Infanto-juvenil (BIJU), que tem mais de
30 mil títulos para empréstimo e realiza atividades constantes. O espaço, adaptado para o
seu público específico, possui uma brinquedoteca, coleção de histórias em quadrinhos e
28
realiza exposições, oficinas, palestras com escritores e outras atividades de incentivo à
leitura. Ao lado da BIJU, o Teatro de Arena é um espaço para contação de histórias.
A Hemeroteca Histórica reúne veículos de comunicação publicados entre 1825 e 1989,
guardando acontecimentos relevantes de Minas e de todo país. Boa parte das revistas e
jornais está digitalizada. Já nos periódicos é possível encontrar notícias contemporâneas.
O setor de Referência e Estudos oferece dicionários, enciclopédias, almanaques, diretórios,
catálogos, bibliografias, guias, manuais e livros informativos, contemplando todas as áreas
do conhecimento, com acompanhamento de monitor.
Exposições de artes visuais, literárias e lançamentos de publicações são realizados na
Galeria de Arte Paulo Campos Guimarães e na Passarela Cultural. A Biblioteca também
oferece sala de estudos individuais e serviço de pesquisa via internet, além do Teatro José
Aparecido de Oliveira, que possui moderno suporte tecnológico. As atividades são
múltiplas e de diferentes periodicidades: Aula na Biblioteca, Em Destaque, Hora do Conto
e da Leitura, bem como palestras, cursos, oficinas, exposições e visitas guiadas.
A Superintendência mantém serviços de extensão bibliotecária em seis diferentes bairros
da região metropolitana por meio do Carro-Biblioteca e em muitas instituições por meio do
serviço de Caixas-Estantes. Esse último tem como objetivo adaptar os livros e os veículos
de comunicação ao público que recebe o móvel de 60 centímetros de altura e 50
centímetros de largura, além de promover ações de incentivo à leitura, que otimizam o
uso do acervo. Em 2014, o Carro-Biblioteca, um conjunto de obras itinerante, com acervo
aproximado de 3,5 mil volumes, contemplou público superior a 8 mil pessoas.
Por meio do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas Municipais (Sebpm - MG), a
SUBSL coordena uma rede de 780 bibliotecas públicas municipais cadastradas em seu
sistema, distribuídas em 726 municípios, que tem a Biblioteca Pública Estadual Luiz de
Bessa, em Belo Horizonte (MG), como referência.
O Sistema possiu entre suas funções assessorar as bibliotecas públicas na organização de
seus acervos e espaços físicos, no desenvolvimento de ações de incentivo à leitura e na
capacitação dos profissionais que trabalham nesses espaços, ofertando também:
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Exposições Literárias Itinerantes
Cada mostra - constituída de banners ou painéis – contém a síntese da obra de um autor
ou extrato de um livro muito significativo na história da literatura, ou ainda, textos
relacionados a um tema de interesse dos leitores.
Recadastramento de Bibliotecas Públicas Municipais
Com o objetivo de traçar o panorama atual das bibliotecas públicas do Estado, é realizado,
a cada dois anos, cuja principal finalidade é embasar a formulação de políticas públicas de
apoio aos municípios, referentes à área do livro, da leitura e das bibliotecas, fortalecendo
o Programa Construindo uma Minas Leitora.
Repasse de Livros, Materiais Audiovisuais e Periódicos
Provenientes de doações de particulares, empresas privadas, de contrapartida das leis de
incentivo e adquiridos com recursos orçamentários, é feito para as bibliotecas públicas
cadastradas no banco de dados do Sebpm – MG.
Cursos e Minicursos de Capacitação
Destinados aos profissionais que atuam diretamente nas bibliotecas públicas municipais e
têm como objetivo oportunizar noções básicas sobre organização do acervo, planejamento
e organização do espaço físico, desenvolvimento de ações de incentivo à leitura e
elaboração de projetos, dentre outros.
Assessoria Técnica
Orientações para esclarecer dúvidas referentes à organização de acervos e espaços
físicos; seleção, aquisição e descarte de acervos; equipamentos e mobiliários adequados
às bibliotecas; informatização de acervos e serviços; elaboração de projetos para
encaminhamento aos órgãos de fomento e incentivo à cultura entre outros.
Suplemento Literário
Publicação dedicada a diferentes gêneros, incluindo conto, poesia, ensaios e, entrevistas,
com eventuais ilustrações. Todas as edições são disponibilizadas online. Anualmdente, são
publicadas oito edições sendo seis regulares e bimestrais, com 13,5 mil exemplares por
edição, e duas especiais, de mil exemplares cada.
30
Prêmio Governo de Minas de Literatura
Instituído pelo Decreto 44.671/2007, homenageia escritores brasileiros pela relevância do
conjunto de sua obra, premia obras inéditas nas categorias poesia e ficção e patrocina o
trabalho em progresso de jovens escritores mineiros. Em sete edições já realizadas,
recebeu mais de 4,6 mil inscrições de todo o Brasil, tendo distribuído cerca de R$1,4
milhão em prêmios.
E. SUPERINTENDÊNCIA DE FOMENTO E INCENTIVO À CULTURA
A Superintendência de Fomento e Incentivo à Cultura tem por finalidade promover,
coordenar e implementar mecanismos de fomento e incentivo à cultura.
Fundo Estadual de Cultura – FEC
Tem o objetivo de estimular o desenvolvimento cultural das diversas regiões de Minas
Gerais. Podem participar da seleção, para obter os recursos do Fundo, pessoas jurídicas
de direito privado, com ou sem fins lucrativos, e de direito público, estabelecidas em
Minas Gerais.
Modalidades do FEC
1 – Liberação de Recursos Não Reembolsáveis: para o beneficiário seja entidade de direito
público ou pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos. Nessa modalidade, a
entidade interessada deve apresentar o projeto cultural para análise conforme prazo
estabelecido no Edital.
2 - Financiamento Reembolsável: caso o beneficiário seja pessoa jurídica de direito
privado, poderão ser apresentados projetos culturais nesta modalidade do 1º ao 10º dia
de cada mês até a publicação de um novo edital. Ressalta-se que nesta modalidade a
Secretaria de Estado de Cultura – SEC/SFIC avalia o projeto em seu conteúdo cultural e
caso aprovado, encaminha para o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG
avaliar aspectos econômicos, jurídicos e financeiros.
31
Ambas as modalidades exigem uma contrapartida de, no mínimo, 20% (vinte por cento),
por parte da entidade aprovada. Os projetos apresentados ao FEC são analisados pelas
Câmaras Setoriais Paritárias (CSP's), consideram os critérios técnicos e de fomento, o
caráter estritamente artístico-cultural e o interesse público. As CSP's são constituídas por
representantes do Sistema Estadual de Cultura de Minas Gerais e por entidades culturais
do Estado. Pelo menos 86% dos projetos aprovados devem ser provenientes do interior.
As Áreas
I – Patrimônio material e imaterial;
II – Organização e recuperação de acervos, bancos de dados e pesquisas de
natureza cultural;
III – Circulação, distribuição e rede de infraestrutura cultural:
a) Circulação e Distribuição;
b) Rede de infraestrutura cultural.
IV – Fomento à produção de novas linguagens artísticas;
V – Capacitação e intercâmbio.
Capacitação para o Fundo Estadual de Cultura
A SEC/MG presta assessoria para elaboração de projetos culturais por meio de
treinamentos presenciais. Também mantém um serviço permanente de orientação que
presta informações sobre o Fundo Estadual de Cultura, que funciona das 9 horas às 18
horas, na Superintendência de Fomento e Incentivo à Cultura – SFIC, localizada na Cidade
Administrativa de Minas Gerais.
Lei Estadual de Incentivo à Cultura - LEIC
A Lei Estadual de Incentivo à Cultura – criada em dezembro de 1997 – em vigor a Lei nº
17.615/2008, alterada pela Lei n° 20.964/2013, é um instrumento de apoio às iniciativas
culturais realizadas em Minas Gerais, que tem como base o Imposto sobre Operações
Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte
32
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS. Todo contribuinte regular do
ICMS que apoiar financeiramente um projeto cultural aprovado, poderá deduzir do
imposto devido até 99% do valor destinado ao projeto.
Assim, a LEIC media a interlocução entre o empreendedor e o incentivador, aproximando
produtores, artistas, investidores e o público; e contribui para dinamizar e consolidar o
mercado cultural em Minas Gerais.
A inscrição dos projetos candidatos aos incentivos da LEIC é gratuita e deve ser feita
segundo as regras do edital divulgado anualmente e disponibilizado no site da Secretaria
de Estado de Cultura. Os projetos inscritos são avaliados pela Comissão Técnica de Análise
de Projetos - CTAP, de representação paritária, constituída por técnicos da SEC e de suas
instituições vinculadas e por representantes de entidades do setor cultural de Minas
Gerais.
Capacitação pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura
A SEC/MG presta assessoria para elaboração de projetos culturais através de treinamentos
presenciais. Também mantém um serviço permanente de orientação que presta
esclarecimentos sobre a Lei Estadual de Incentivo à Cultura, que funciona das 9 às 18
horas na Superintendência de Fomento e Incentivo à Cultura – SFIC localizada na Cidade
Administrativa de Minas Gerais.
Alterações na Lei Estadual de Incentivo à Cultura
A Lei n° 20.964, de 23 de maio de 2013, já em vigor, estabelece:
Percentuais diferenciados para dedução fiscal do ICMS, fixados em 99%, 97% ou 95%,
sobre o valor do investimento em projetos culturais aprovados na Lei Estadual de
Incentivo à Cultura; reduzindo, consequentemente, o percentual da contrapartida
obrigatória das empresas incentivadoras a 1%, 3% ou 5%, respectivamente.
Possibilidade de investimento em projetos culturais, pelo devedor inscrito em Dívida Ativa
há mais de 12 meses contados da data do requerimento do incentivador junto a Advocacia
33
Geral do Estado-AGE. Conforme Lei n° 20.540 de 14 de dezembro de 2012. A empresa
inscrita em Dívida Ativa poderá obter desconto de 25%, no débito, desde que apoie
financeiramente algum projeto cultural.
Quem não pode patrocinar projetos:
Microempresas;
Empresas inscritas no Simples;
Empresas em regime de substituição tributária.
As áreas
I - Artes cênicas, incluindo teatro, dança, circo, ópera e congêneres;
II - Audiovisual, incluindo cinema, vídeo, novas mídias e congêneres;
III - Artes visuais, incluindo artes plásticas, design artístico, design de moda, fotografia,
artes gráficas, filatelia e congêneres;
IV - Música;
V - Literatura, obras informativas, obras de referência e, revistas;
VI - Preservação e restauração do patrimônio material, incluindo o arquitetônico, o
paisagístico, o arqueológico e do patrimônio imaterial, incluindo o folclore, o artesanato e
a gastronomia;
VII - Pesquisa e documentação;
VIII - Centros culturais, bibliotecas, museus, arquivos e congêneres;
IX – Áreas culturais integradas.
F. SUPERINTENDÊNCIA DE MUSEUS E ARTES VISUAIS
Tem por finalidade implementar a política de museus, atendendo aos princípios de
preservação, promoção e acesso ao patrimônio museológico.
Entre suas competências estão:
Coordenação do Sistema Estadual de Museus;
Gestão de seis museus estaduais (Museu Mineiro e Centro de Arte Popular –
CEMIG, em Belo Horizonte; Museu Casa Alphonsus de Guimaraens, em Mariana;
34
Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo; Museu do Crédito Real, em Juiz de
Fora; Museu Casa Guignard, em Ouro Preto);
Prestação de assessorias técnicas às iniciativas públicas e particulares de criação,
implantação e manutenção de museus e de instituições congêneres.
Para o cumprimento de suas atribuições, a SUMAV executa as seguintes ações:
Assessoria Técnica
Visam a esclarecer questões relacionadas à criação, implantação e manutenção de
museus, conservação, difusão de acervos e regulamentação do setor museal, dentre
outros assuntos referentes ao cumprimento das funções de pesquisa, preservação e
comunicação de acervos museológicos. Também orienta os museus quanto à construção
dos planos museológicos e dos seus programas específicos.
Encontros de Museus
Os encontros estaduais e regionais de museus têm como objetivo promover a integração e
o intercâmbio entre os museus mineiros; contribuir para a formação de pessoal para a
gerência e o desenvolvimento de projetos museológicos, por meio de cursos e oficinas
com os temas: Gestão de Segurança e Conservação em Museus, Planejamento
Museológico, Planejamento e Gestão de Exposições em Museus e Ação Educativa em
Museus. Visa, ainda, a debater com os profissionais e instituições a formulação e a
aplicação da política museológica nos âmbitos estadual e regional. O Encontro Estadual
ocorre anualmente em Belo Horizonte e os encontros regionais, semestralmente, nas
Regiões de Planejamento do Estado Mineiro.
Publicações
A SUMAV desenvolve publicações e materiais técnicos a fim de disseminar conceitos,
pesquisas e práticas que visam ao aprimoramento das atividades museológicas e que
estão disponíveis integralmente no sítio eletrônico www.cultura.mg.gov.br
35
Sistema Estadual de Museus
O Sistema Estadual de Museus de Minas Gerais – SEM-MG tem como objetivos: propor
diretrizes e ações para a área museológica de Minas Gerais; apoiar e acompanhar o
desenvolvimento do setor museológico brasileiro; atualizar o Cadastro Nacional de Museus
com os dados dos museus do estado. O SEM-MG é coordenado pela Superintendência de
Museus e Artes Visuais e possui um Comitê Gestor formado por representantes de órgãos
da área museológica e do patrimônio cultural, cursos de Museologia e de cada uma das
Regiões de Planejamento do Estado Mineiro.
1.1.2 AUTARQUIAS (ADMINISTRAÇÃO INDIRETA)
A. FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – FCS
Tem por finalidade fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura
em Minas Gerais. Grande parte de sua programação artística possui entrada gratuita ou
preço subsidiado, o que possibilita a um público diverso, composto por jovens, crianças,
adultos e integrantes da terceira idade, o acesso à arte e à cultura.
Cinema, teatro, música erudita, música popular, artes visuais, seminários, debates, cursos
e workshops integram as inúmeras possibilidades de fruição para os visitantes dos
equipamentos culturais geridos pela Fundação: Palácio das Artes, Centro de Arte
Contemporânea e Fotografia, Serraria Souza Pinto e o Centro Técnico de Produção (CTP).
Vinculada à Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, a Fundação gere três corpos
artísticos: a Cia. de Dança Palácio das Artes, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e
o Coral Lírico de Minas Gerais, grupos profissionais que possuem uma extensa
programação que acontece no Palácio das Artes e em diversos espaços públicos de Belo
Horizonte, interior de Minas Gerais e outros estados brasileiros.
Os Corpos Artísticos possuem projetos especiais que contemplam a apresentação de
espetáculos de alto nível técnico e artístico, com ingressos a preços populares ou entrada
36
gratuita. Às crianças, jovens e grupos de escolas ou visitantes são oferecidas atividades
didáticas, além da realização de concurso para revelação de jovens talentos para o público
e crítica especializada.
Os Corpos Artísticos integram, de forma permanente, o calendário artístico e cultural da
capital mineira, com apresentações históricas de artistas renomados do Brasil e do
exterior. A Fundação, a cada ano, incrementa seus investimentos nesses grupos e na
ampliação de suas atividades, sempre com o propósito de oferecer ao público o
conhecimento e a fruição de expressões artísticas da música, do canto lírico e da dança.
A Instituição é responsável, também, pela gestão do Centro de Formação Artística (Cefar),
que oferece à comunidade cursos de teatro, dança e música, cumprindo importante papel
de formar crianças e jovens no campo da arte. O Cefar é responsável pelos grupos jovens
profissionalizantes: Coral Infantojuvenil Palácio das Artes, Grupo de Choro Palácio das
Artes, Big Band Palácio das Artes e Ballet Jovem Palácio das Artes.
Com o intuito de realizar e potencializar a programação artística dos equipamentos
culturais e dos grupos profissionais e jovens que gere, a Fundação estabelece parcerias
fundamentais com instituições públicas e privadas. Dentre os principais parceiros estão
os patrocinadores da Instituição, a Secretaria de Estado de Educação e o Instituto Cultural
Sérgio Magnani que, por meio de um termo de parceria estabelecido com o governo do
Estado, é gestor do Centro Técnico de Produção. O CTP é um espaço destinado à
produção, guarda e preservação de cenários e figurinos dos espetáculos realizados pela
Fundação.
Referência na produção operística nacional, a Fundação Clóvis Salgado estabelece
parcerias com os principais teatros do Brasil como o Teatro Municipal de São Paulo e o do
Rio de Janeiro.
Palácio das Artes – Complexo cultural que oferece ao público uma rica e diversa
programação artística e de atividades educativas que acontecem em seus espaços
culturais – teatros, galerias de arte, cinema, café, Biblioteca, Midiateca e Livraria, entre
outros.
37
Centro de Arte Contemporânea e Fotografia – edifício histórico localizado na Av.
Afonso Pena, próximo à Praça Sete, que abriga exposições de arte contemporânea e
atividades educativas vinculadas à área artística.
Serraria Souza Pinto – Construção histórica que integra o conjunto arquitetônico da
Praça Rui Barbosa (Praça da Estação) de Belo Horizonte e é destinado a eventos culturais,
empresariais, técnico-científicos, sociais, comerciais e, feiras, com capacidade para até
quatro mil pessoas.
Centro Técnico de Produção – Edificação histórica de uma antiga fábrica de tecidos,
localizada em Marzagão (Sabará-MG), que possui galpões nos quais são executadas ações
de produção, guarda e preservação de cenários e figurinos das óperas e espetáculos
realizados pela Fundação Clóvis Salgado
Programa Educativo – Tem como objetivo contribuir para a formação de público e com
a democratização do acesso à arte e à cultura, procurando potencializar a fruição e a
compreensão da arte por públicos cada vez mais amplos. O programa atende escolas
públicas e privadas, centros de saúde, creches, projetos sociais, ONGs, associações
comunitárias, núcleos de terceira idade e público espontâneo.
Centro de Formação Artística - Cefar – Integra a política do Governo de Minas de
fomento à formação em arte, direcionada ao jovem artista e aos profissionais recém-
formados. Oferece cursos técnicos, profissionalizantes e de extensão destinados à
capacitação, qualificação, aperfeiçoamento e atualização de crianças, jovens e adultos nas
áreas de teatro, dança e música.
B. FUNDAÇÃO DE ARTE DE OURO PRETO - FAOP
Com a missão de valorizar a arte em todas as suas dimensões e incentivar a preservação
do patrimônio cultural, com foco no desenvolvimento humano, a FAOP atua no município
desde sua criação em 1968 e em todo estado de Minas Gerais por meio de políticas
públicas, parcerias sociais, comunitárias e educativas e, realizando ações que fortalecem
sua vocação cultural genuína: tratar da conservação, da restauração, dos fazeres
38
tradicionais e da arte contemporânea em seus mais diversificados suportes e linguagens.
A FAOP possui em sua estrutura a Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade
(EARMFA), que oferece um leque variado de cursos de formação continuada em artes e
ofícios, é reconhecido pelo MEC e possui com diplomação técnicas, o Curso Técnico em
Conservação e Restauro – o primeiro do Brasil. Possui hoje projetos importantes em
parceria com instituições governamentais, educacionais, técnicas, patrimoniais e,
empresas privadas, além de convênios e editais aprovados em instâncias do governo
estadual e federal.
A Diretoria de Promoção e Extensão Cultural foi criada em 2006 e, em articulação com a
Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade, tem por objetivo aproximar a FAOP da
vida social local, estadual e nacional, através de ações que promovam, divulguem e dêem
acesso à cultura nas suas diversas manifestações com foco na preservação do patrimônio
cultural, produção da arte contemporânea e conhecimento dos saberes e fazeres
tradicionais e contemporâneos.
Ao longo de sua história, a FAOP tem como valor investir no humano, promover o acesso
à informação, ao conhecimento, às artes, às técnicas e às tecnologias, realçando o lugar e
o papel da cultura no aprimoramento da cidadania e consolidando sua capacidade ligada à
cultura no país, além de alçar voos internacionais.
Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade
Oferece cursos regulares e de formação continuada na área cultural. Está estruturada em
três núcleos: Núcleo de Arte, Núcleo de Conservação e Restauração, e Núcleo de Ofícios.
Mantém sua essência através do respeito à identidade cultural do indivíduo e o cultivo à
liberdade de expressão, fomentando a criação e proposição do novo, promovendo a
competência técnica, a responsabilidade e a seriedade na realização de sua missão como
formadora das novas gerações de profissionais da arte, conservação, restauração, e
ofícios.
39
Núcleo de Arte
Casarão do século XIX, doado pela família do ex-presidente Pedro Aleixo, onde residiu
também o pintor Alberto da Veiga Guignard, possui ateliês com atividades de artes
plásticas e música. O Núcleo de Arte oferece ao público variados cursos com foco em
pensar, perceber e produzir arte, por meio do diálogo entre várias linguagens.
Núcleo de Conservação e Restauração
Localizado em casarão oitocentista, oferece o Curso Técnico em Conservação e Restauro
reconhecido pelo MEC, capacitando profissionais para analisar, diagnosticar e intervir
adequadamente em acervos de papel, escultura policromada e pintura de cavalete. O
Núcleo trabalha com acervo da comunidade ouro-pretana e de outras localidades de Minas
Gerais e do país e tem, como atividade extensionista, a prestação de serviços de
conservação e restauração.
Núcleo de Ofícios
Instalado no Complexo Barão de Camargos, cuja edificação foi reformada e adaptada para
acomodar oficinas e cursos ligados aos saberes e fazeres tradicionais e contemporâneos,
atendendo ao público jovem com o Programa ARO | Formação em Arte, Restauro e
Ofícios, e ao público adulto com os cursos de oficiais restauradores da construção civil e
das oficinas de ofícios.
Diretoria de Promoção e Extensão Cultural
Propõe a difusão das artes, da cultura e do patrimônio por meio de produção, veiculação
de publicações e programações em espaços diversos, contribuindo para a formação de
público e a democratização do acesso da população aos bens culturais.
Casa Bernardo Guimarães
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Complexo Cultural Casa Bernardo Guimarães, espaço que abriga a Biblioteca Murilo
Rubião, o Auditório Vinícius de Moraes, o Armazém dos Ofícios, a Galeria de Arte Nello
Nuno e o antigo sobrado do século XIX, onde residiu o poeta Bernardo Guimarães; o
imóvel foi recuperado com obras de restauração, reforma e adaptação para ser a Sede
Administrativa da FAOP.
Diretoria de Planejamento, Gestão e Finanças
A FAOP, a partir de 2005, vem incorporando excelentes práticas de gestão pública
desenvolvidas e disseminadas no Estado de Minas Gerais desde 2003. Essa diretoria tem
por finalidade garantir a eficácia e a eficiência do gerenciamento estratégico-
administrativo da instituição, respeitando os princípios gerais e a legislação que regem a
administração pública.
A unidade cumpre seu papel de atividade meio, perseguindo a adoção de mecanismos
avançados de gestão que resultam na prestação de serviços públicos com qualidade,
objetivo maior de seu trabalho. Com essa visão, a DPGF se faz presente em todas as
ações desenvolvidas pela FAOP.
A busca por receitas diversificadas garante a manutenção da qualidade das atividades da
FAOP. Essa diretoria zela pela legalidade administrativa da Fundação, mantendo-a sempre
apta a celebrar convênios, prestar serviços através de contratos e ter projetos aprovados e
captados em leis de incentivo à cultura, estadual e federal.
C. FUNDAÇÃO TV MINAS - CULTURAL E EDUCATIVA - TV MINAS
A Rede Minas tem como diretriz, determinada pelo Governo e pelo seu Conselho Curador,
o investimento na interiorização de sua programação. Para isso, a TV conta com uma rede
de emissoras afiliadas que levam seu sinal a 644 cidades do Estado, atingindo mais de 14
milhões de pessoas.
A programação da emissora tem por objetivo retratar o jeito mineiro de ser, buscando
manifestações artísticas e culturais nos mais diferentes recantos de Minas. Constam em
41
sua grade programas itinerantes produzidos e transmitidos em várias localidades ao longo
do ano, além de um jornalismo que recebe contribuições das emissoras afiliadas e que
tem participação nacional no Jornal da TV Cultura.
A TV Minas tem como indicador de resultado o tempo médio de programação com
conteúdo sobre o interior mineiro veiculada em sua grade. Os conteúdos e programas
realizados dependem da disponibilidade orçamentária, uma vez que o financiamento da TV
Pública é garantido pelo Estado, Leis de Incentivo à Cultura e patrocínios.
Os programas aferidos neste indicador são:
Agenda, Alto Falante, Bem Cultural, Brasil das Gerais, Coletânea, Dango Balango, Diverso,
Especial Rede Minas, Imagem da Palavra, Concertos Harmonia, Harmonia, Hiper Show,
Breve História, Mais Ação, Noturno, Opinião Minas, Palavra Cruzada, DOC-Tv, Jornal Minas
1ª edição, Jornal Minas 2ª edição, Jornal de Sábado, Meio de Campo, Repórter da Hora,
Planeta Minas e Interprogramas.
D. INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE
MINAS GERAIS – IEPHA/MG;
O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG –,
criado pelo Governo do Estado em 30 de setembro de 1971, é uma fundação sem fins
lucrativos vinculada à Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais. De acordo com a
Lei Delegada nº 149, de 2007, o IEPHA/MG deve observar, no âmbito de suas
competências, as deliberações do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural – Conep –,
bem como instruir os processos de competência do referido conselho.
O IEPHA/MG tem por finalidade pesquisar, proteger e promover os patrimônios cultural,
histórico, natural e científico, de natureza material ou imaterial, de interesse de
preservação no Estado de Minas Gerais, nos termos da legislação estadual que dispõe
sobre a matéria.
42
Cabe, além da proteção aos bens por ele tombados, cuidar da difusão da consciência
patrimonial e da criação de instrumentos e mecanismos que contribuam, de maneira
universal e eficaz, para a preservação da memória e identidade culturais em todo o
Estado.
O Instituto tem atuação de caráter normativo e presta serviços na execução direta ou na
supervisão e fiscalização de intervenções. Presta, ainda, assessoria a prefeituras
municipais e comunidades, contribuindo para a preservação e divulgação do patrimônio
cultural mineiro.
E. RÁDIO INCONFIDÊNCIA
A rádio opera nos canais AM 880, FM 100,9 e Ondas Curtas 6010 e 15190, está disponível
na Internet, e é associada às emissoras da ARPUB, rede de rádios públicas brasileiras, e
parceira de importantes veículos internacionais, como a Rádio França Internacional. A
Rádio Inconfidência é também fonte de notícias de outros estados brasileiros e de todo o
mundo.
2. FORMAS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL
A Constituição da República de 1988, ao desenhar uma nova ordem institucional, balizou-
se pela harmonia e independência entre os três Poderes, pelo estabelecimento de funções
estatais bem definidas, nos termos propostos pela moldura do Estado Democrático de
Direito, e, essencialmente, pela concepção de mecanismos de interlocução e de
participação da sociedade civil nos processos democráticos de formulação das políticas
públicas.
De modo similar, mantendo o paralelismo com o texto constitucional de 1988, a
Constituição Mineira de 1989 estabeleceu novas diretrizes de redemocratização com base
na premissa da participação. Nessa linha, no bojo do aprimoramento dos mecanismos de
governança democrática, insere-se o rearranjo da arquitetura político-administrativa do
43
Estado para que seja capaz de incorporar a interlocução como fundamento de uma nova
gestão pública.1
Em Minas Gerais, o Poder Legislativo, a partir do novo desenho constitucional, consolidou
mecanismos de relevo para o fortalecimento da parceria com os demais poderes públicos
e com a sociedade, realizando discussões sobre temas de interesse do Estado e
recompondo sua estrutura institucional. O Regimento Interno da Assembleia Legislativa do
Estado de Minas Gerais (ALMG) – Resolução nº 5.176, de 1997 – prevê, como formas de
participação da sociedade civil, a iniciativa de lei, as representações populares, as
audiências públicas e os eventos institucionais.2
As audiências públicas são realizadas pelas comissões da ALMG, “com cidadãos, órgãos e
entidades públicas ou civis, para instruir matéria legislativa em trâmite, bem como tratar
de assunto de interesse público relevante atinente à sua área de atuação [...]”.3
Para subsidiar a elaboração legislativa, a ALMG também possui a faculdade de promover
eventos – seminários legislativos e fóruns técnicos –, com vistas à discussão de temas de
competência do Poder Legislativo.
Nesse viés, foi criada, em 2003, a Comissão de Participação Popular, de caráter
permanente, responsável pela análise das propostas de ação legislativa encaminhadas à
ALMG; pela realização de consultas públicas sobre assuntos de relevante interesse; e pela
sugestão popular, visando o aprimoramento dos trabalhos parlamentares.4
1 PIRES, Maria Coeli Simões; COSTA, Mila Batista Leite C.; CORDEIRO, Caio B.; CARDOSO, José Luiz F.
Conferência de Serviços: Reflexões e perspectivas para a construção de um novo instrumento de governança
democrática. In: V Congresso Consad de Gestão Pública, 2012, Brasília. Anais... Brasília: Conselho Nacional de
Secretários de Estado da Administração, 2012.
2 Título VIII do Regimento da ALMG. MINAS GERAIS. Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado
de Minas Gerais: Resolução n. 5.176, de 6 de novembro de 1997. 8. Ed. Belo Horizonte: Assembleia Legislativa do
Estado de Minas Gerais, 2011.
3 Art. 292 do Regimento Interno da ALMG. MINAS GERAIS. Regimento Interno da Assembleia Legislativa do
Estado de Minas Gerais: Resolução n. 5.176, de 6 de novembro de 1997. 8. Ed. Belo Horizonte: Assembleia
Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2011.
4 Art. 102, XVI do Regimento Interno da ALMG. MINAS GERAIS. Regimento Interno da Assembleia Legislativa
do Estado de Minas Gerais: Resolução n. 5.176, de 6 de novembro de 1997. 8. Ed. Belo Horizonte: Assembleia
Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2011.
44
Em 2005, a ALMG criou a Comissão de Cultura, que tem como matérias de sua
competência:
a) A garantia do exercício dos direitos culturais e a promoção do livre acesso às
fontes da cultura mineira;
b) O estímulo ao desenvolvimento cultural, à valorização e à difusão do conjunto
das manifestações culturais mineiras;
c) A política de incentivo à regionalização da criação cultural e de intercâmbio
entre as diversas formas de manifestação cultural do Estado;
d) A política de proteção do patrimônio cultural mineiro, assim entendidos os bens
de natureza material e imaterial que contenham referência à identidade, à ação
e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade mineira.5
No âmbito do Poder Executivo, são vários os instrumentos concebidos para reger a
interlocução entre o Estado e a sociedade civil. Nos termos da Lei Delegada nº 180, de 20
de janeiro de 2011, a Administração Pública mineira assumiu a concepção da
transversalidade na gestão do desenvolvimento, orientada pelas diretrizes de colaboração
institucional e de intersetorialidade no âmbito governamental e extragovernamental; de
transparência administrativa e participação social; de qualidade do gasto, eficiência e
compartilhamento na gestão; e de melhoria dos indicadores institucionais, administrativos,
econômicos, sociais e humanos, com ênfase nas prioridades estratégicas do Governo,
regionais ou setoriais, observados o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI)
e o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG).6
Art. 5º São instrumentos do modelo de Administração Transversal de Desenvolvimento,
além dos tratados nos arts. 3º e 4º desta Lei Delegada:
I. Comitês Temáticos;
II. Fóruns Especializados de Políticas Públicas;
III. Conferências Participativas de Políticas Públicas;
IV. Audiências Públicas;
5 Art. 102, XVII do Regimento Interno da ALMG. MINAS GERAIS. Regimento Interno da Assembleia Legislativa
do Estado de Minas Gerais: Resolução n. 5.176, de 6 de novembro de 1997. 8. Ed. Belo Horizonte: Assembleia
Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2011.
6 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais. Plano de Governança
Institucional. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 2014. No Prelo.
45
V. Consulta Pública;
VI. Conselhos de Políticas Setoriais;
VII. Portais Institucionais, integrantes de sistemas oficiais, sistemas de
informações e base de indicadores da governança;
VIII. Agenda de Melhorias;
§ 1º São também instrumentos a que se refere o caput deste artigo a Desconcentração do
Monitoramento da Estratégia Governamental, sob coordenação, e a Conferência de
Serviços, convocadas nos termos de regulamento (grifos nossos).7
A Lei Delegada nº180, de 2011, ao conceber instrumentos de governança, busca a
convergência de premissas de racionalidade administrativa, legitimidade e
responsabilidade em lógica ampliativa, essenciais ao arranjo institucional do Governo de
Minas Gerais.8
I. Comitê Temático
Instrumento de natureza deliberativa, interinstitucional e intersetorial, o Comitê Temático
enseja o compartilhamento pela via colegiada. Tem por objetivo subsidiar decisões
estratégicas e especializadas, voltadas para a formulação, acompanhamento ou revisão de
políticas públicas e de projetos pontuais que demandem a celebração de ajustes, acordos
ou parcerias com outros órgãos e entidades – públicas ou privadas.
Instituído por decreto, é composto por titulares das Secretarias de Estado, por Presidentes
de Conselhos arrolados no decreto instituidor e pelo Vice-Governador, que atuará, em
articulação com o Governador, na a consecução dos objetivos propostos.
II. Fórum Especializado de Políticas Públicas
7 MINAS GERAIS. Lei Delegada nº 180, de 20 de janeiro de 2011. Dispõe sobre a estrutura orgânica da Administração
Pública do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais e dá outras providências. Diário Oficial de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 20 jan. 2011.
8 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais. Plano de Governança
Institucional. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 2014. No Prelo.
46
Instituído por decreto e regulamentado por regimento interno, visa a recolher subsídios
extraídos do compartilhamento de experiências, de diálogos e de debates para a
formulação, revisão e implementação de políticas públicas relacionadas ao tema que
propõe. Participam do Fórum representantes do poder público, da sociedade civil e
indicados ou convidados (atores estratégicos), competindo a organização e custeio ao
próprio órgão ou entidade relacionada à temática debatida.
De caráter temporário ou permanente, é convocado pelo Governador, de ofício ou
provocado pelo titular do órgão ou entidade interessada em sua realização.
III. Conferência Participativa de Políticas Públicas
A Conferência Participativa de Políticas Públicas é um instrumento de natureza consultiva
ou deliberativa, que tem por finalidade discutir e eleger, por meio da interlocução com a
sociedade civil, prioridades, diretrizes e propostas relacionadas às políticas públicas
específicas.
Convocada pelo Governador, por meio de ofício ou provocado pelo titular do órgão
interessado, a Conferência é disciplinada pelo Regimento Interno, observadas as diretrizes
do Decreto convocatório. Participam da Conferência cidadãos e associações legalmente
constituídas, representantes do poder público, convidados credenciados.
Durante as Conferências, ocorre a eleição dos delegados que participarão das etapas
posteriores, com direito a voz e voto, benefício não extensivo aos convidados, que
poderão apenas participar, desde que devidamente credenciados. Os delegados possuem
a prerrogativa de discutir e eleger prioridades, diretrizes e propostas que serão debatidas
nas etapas posteriores, e, quando for o caso, encaminhadas à Conferência Nacional
pertinente. Ao final, um relatório é elaborado pela comissão organizadora e submetido à
aprovação da plenária.
IV. Audiência Pública
47
A audiência pública, instrumento de participação no bojo do processo comunicativo oficial,
com natureza consultiva e não vinculante, pode ser realizada no âmbito dos três Poderes,
no exercício da função legislativa, administrativa e jurisdicional. No Poder Legislativo, é
utilizada como via para a interlocução democrática do Parlamento com os cidadãos,
organizações da sociedade civil e autoridades públicas, para subsidiar o exercício da
função legislativa ou fiscalizadora. No Poder Judiciário, sua realização é prevista como
etapa facultativa das ações de controle concentrado de constitucionalidade, como forma
de colher subsídios técnicos para o julgamento de ações.
Aplicada pelo Poder Executivo, tem por finalidade ouvir as partes interessadas antes da
formulação de uma política pública ou antes da tomada de decisão relevante pela
autoridade administrativa competente [...].
Consulta Pública
Instrumento de participação de natureza consultiva e não vinculante, a Consulta Pública
visa a colher contribuição para a elaboração de atos administrativos normativos,
anteprojetos de lei de caráter especial e outros casos previstos na legislação. No Estado
de Minas Gerais, no âmbito da Administração Direta, Autárquica e Fundacional, foi
instituída pela Lei Delegada nº 180/2011 e regulamentada pelo Decreto nº 45.602, de 13
de maio de 2011.
Compete à Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais (SECCRI) a
realização de consulta pública em relação a atos de competência do Governador do
Estado.
As demais Secretarias e entidades, na elaboração de atos de sua competência, podem
realizar a consulta pública, utilizando o sistema gerenciado pela SECCRI, ou de forma
desconcentrada/descentralizada, utilizando sua própria estrutura.
O processo de consulta pública inicia-se por ofício, em iniciativa do Governador, ou
mediante provocação, em caso de requerimento do órgão ou entidade. A participação
ocorre por meio eletrônico e, quando prevista, por via postal. Assim como na audiência
48
pública, as sugestões recebidas no curso da consulta pública são de caráter consultivo e
não vinculante.
V. Conselho de Políticas Setoriais
Os Conselhos de Políticas Setoriais constituem canais de participação e representação das
organizações sociais na gestão de políticas públicas específicas. Com a finalidade de
fiscalizar, formular e normatizar políticas públicas setoriais e concretizar a participação e
controle sociais, possuem caráter deliberativo ou consultivo; representação de diferentes
segmentos do poder público e da sociedade; e estrutura administrativa permanente.
Alguns conselhos são previstos em legislação da União, no âmbito de políticas sistêmicas;
outros são opção do Estado em sua autonomia organizacional.
VI. Portais Institucionais
Os Portais Institucionais são instrumentos concebidos para disponibilizar informações
sobre órgão ou entidade do Poder Executivo; fomentar a participação social; e facilitar a
gestão da atividade administrativa. Todos os órgãos e entidades da Administração Pública
estadual podem desenvolver portais institucionais, necessitando seguir as diretrizes de
estruturação, elaboração, manutenção e administração de sites estabelecidas pela
Resolução da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAG nº 40/2008. Os
portais, canais de fluxo de informação da Administração Pública para os cidadãos, são
meios eficientes de viabilização da participação da sociedade.
VII. Agenda de Melhorias
A Agenda de Melhorias é um projeto do Governo de Minas Gerais, organizado e realizado
por meio do Escritório de Prioridades Estratégicas e desenvolvido com parceiros da
iniciativa privada, cuja finalidade é descrever e avaliar o funcionamento do sistema
mineiro de entrega de resultados e propor recomendações, diante dos desafios
observados. Além disso, promove a disseminação de boas práticas de gestão pública
mediante o compartilhamento do aprendizado com outras instâncias governamentais.
49
VIII. Unidades Administrativas Regionais
A Unidade Administrativa Regional consiste em um instrumento voltado para a
coordenação e execução de políticas públicas desenvolvidas pela Secretaria responsável
por sua respectiva área de abrangência. É encarregada, hierárquica e
administrativamente, de exercer atribuições específicas advindas do órgão central,
observando sempre a especificidade das condições naturais, econômicas e administrativas
da região. O princípio básico que orienta a atuação das Unidades Administrativas
Regionais é o da integração da ação governamental, com vistas à aproximação em relação
aos destinatários das políticas públicas e à agilidade da atividade administrativa. 9
Diante do rol de instrumentos concebidos pelo Poder Executivo para interlocução com a
sociedade civil, no âmbito da Cultura, a Lei nº 11.726, de 30 de dezembro de 1994, que
dispõe sobre a política cultural do Estado de Minas Gerais, determinou, no art. 83, a
necessidade da criação do Conselho Estadual de Arquivos (CEA). O CEA foi criado pelo
Decreto nº 39.504, de 24 de março de 1998; possui caráter deliberativo e a finalidade de
coordenar ações da política estadual de arquivos, além de estabelecer normas técnicas de
organização e funcionamento dos arquivos públicos estaduais.10
O Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (CONEP), por sua vez, foi instalado em abril
de 2008. Criado pela Lei Delegada nº 170, de 25 de janeiro de 2007, é um órgão
colegiado de natureza deliberativa, subordinado à Secretaria de Estado de Cultura, a qual
compete deliberar sobre diretrizes, políticas e outras medidas correlatas à defesa e
preservação do patrimônio cultural do Estado de Minas Gerais.11
9 Todas as conceituações referentes aos instrumentos de governança transcritas foram retiradas do “Plano de
Governança Institucional”, elaborado pela Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais de Minas
Gerais (SECCRI). Vide MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais. Plano de
Governança Institucional. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 2014. No Prelo.
10 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Cultura. Disponível em: www.cultura.mg.gov.br. Acesso em: 11 abr.
2014.
11 MINAS GERAIS. Decreto nº 44785, de 17 de abril de 2008. Contém o Regimento Interno do Conselho Estadual do
Patrimônio Cultural – CONEP. Diário Oficial de Minas Gerais, Belo Horizonte, 18 abr. 2008.
50
Por fim, criado pela Lei Delegada nº 180, de 2011, o Conselho Estadual de Política Cultural
(CONSEC) é um órgão colegiado, paritário, de caráter consultivo, propositivo, deliberativo
e de assessoramento superior da Secretaria de Estado de Cultura. Nos termos da Lei
Delegada nº 180, de 2011, é atribuição do CONSEC acompanhar a elaboração e a
execução do Plano Estadual de Cultura e contribuir para o aprimoramento das políticas de
cultura de Minas Gerais.
Conforme previsão regimental – Decreto nº 46.406, de 27 de dezembro de 2013 –, o
conselho promoverá reuniões itinerantes e terá uma Câmara Regional Consultiva,
abrangendo todas as macrorregiões do Estado, de modo a possibilitar a efetiva
participação do povo mineiro. A criação do CONSEC representa, como já mencionado, o
empenho do Governo de Minas Gerais em prol da modernização da Administração pública
estadual, ampliando a participação da sociedade civil na elaboração de suas políticas
públicas.12
Outro instrumento de relevo utilizado no âmbito da cultura, conforme consolidado pela Lei
Delegada nº 180, de 2011, e pela legislação federal que regulamenta as conferências
nacionais, é a Conferência Estadual de Cultura. Já foram realizadas três edições, sendo
que a última, em 2013, reuniu cerca de 500 participantes, dos quais 369 eram delegados,
eleitos nas conferências municipais e intermunicipais de cultura. Dos 853 municípios de
Minas, 376 realizaram suas conferências. A delegação mineira – composta por 37
delegados, sendo 25 da sociedade civil e 12 do poder público – participou, ao final do
processo, da III Conferência Nacional de Cultura, em Brasília.
Além dos instrumentos citados, a Secretaria de Estado de Cultura possui inúmeros
programas, projetos e ações voltados para a interlocução e para a ampliação da
participação da sociedade civil. Nessa perspectiva, o programa articulado de
descentralização e de regionalização das ações culturais em Minas Gerais – MINAS
Território da Cultura – abrange as dez macrorregiões do Estado, definidas pela Secretaria
de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais e possui, entre seus objetivos, a
valorização e a divulgação da diversidade cultural mineira; a promoção do
desenvolvimento regional por meio da cultura; a circulação de bens culturais; a
12
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Cultura. Disponível em: www.cultura.mg.gov.br. Acesso em: 11 abr.
2014.
51
participação dos cidadãos e a capacitação e o aperfeiçoamento dos agentes culturais,
além de difundir e aumentar a demanda por programas e ações do Sistema Estadual de
Cultura.13
3. RECURSOS PARA A CULTURA
Elencamos neste tópico todos os editais públicos, mecanismos legais, leis e fundos
estaduais que podem ser encontrados na cultura, entendendo que assim, teríamos uma
dimensão do aporte financeiro para este setor:
3.1) Lei Estadual de Incentivo à Cultura - LEIC
A Lei Estadual de Incentivo à Cultura é um instrumento de apoio às iniciativas culturais
realizadas em Minas Gerais. O mecanismo da lei consiste em permitir que as contribuições
de pessoas jurídicas aos projetos culturais sejam deduzidas do imposto estadual devido
pelas empresas.
Registre-se que 45% do valor aprovado pela LEIC é direcionado ao interior do Estado.
Ano
Número de Projetos Incentivados Valor do Incentivo
2011 376 59.931.321,34
2012 429 64.316.549,32
2013 413 70.745.842,25
TOTAL 1.218 194.993.712,91
3.1.1) Projetos Aprovados por Macrorregião
MACRORREGIÃO 2011 2012 2013
Nº
Projetos
Valor total Nº
Projetos
Valor total Nº
Projetos
Valor total
Alto Paranaíba 5 R$ 1.022.409,08 5 R$ 866.624,00 11 R$ 2.044.228,78
Central 1184 R$ 234.905.448,08 1270 R$ 319.197.558,00 1173 R$ 369.128.499,19
Centro Oeste de Minas 66 R$ 13.616.349,11 61 R$ 15.395.526,00 68 R$ 20.563.429,63
Jequitinhonha/Mucurí 9 R$ 1.185.616,40 3 R$ 553.804,00 3 R$ 1.129.549,00
13
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Cultura. Disponível em: www.cultura.mg.gov.br. Acesso em: 11 abr.
2014.
52
Noroeste de Minas 3 R$ 542.000,00 0 R$ 0,00 3 R$ 1.155.007,00
Norte de Minas 28 R$ 5.086.727,50 19 R$ 4.189.184,00 23 R$ 6.456.745,25
Rio Doce 110 R$ 21.843.624,08 87 R$ 19.266.609,00 72 R$ 21.790.748,20
Sul de Minas 106 R$ 15.390.556,36 99 R$ 18.746.052,00 102 R$ 25.745.243,85
Triângulo 70 R$ 12.118.749,08 55 R$ 12.966.466,00 103 R$ 33.129.790,44
Zona da Mata 94 R$ 16.575.582,47 98 R$ 21.050.979,00 100 R$ 27.107.654,12
Total Geral 1675 R$ 322.287.062,16 1697 R$ 412.232.802,00 1658 R$ 508.250.895,46
3.1.2) Projetos Captados por Macrorregião
MACRORREGIÕES DE
PLANEJAMENTO
2011 2012 2013
Nº
Projetos
Valor total Nº
Projetos
Valor total Nº
Projetos
Valor total
Alto Paranaíba 2 R$ 73.953,00 2 R$ 26.750,00 1 R$ 25.000,00
Central 230 R$ 44.214.445,22 300 R$ 50.702.309,80 270 R$ 53.065.989,25
Centro Oeste de Minas 21 R$ 2.229.284,00 28 R$ 2.393.849,24 26 R$ 3.048.811,64
Jequitinhonha/Mucurí 1 R$ 30.000,00 2 R$ 96.000,00 0 R$ 0,00
Noroeste de Minas 0 R$ 0,00 0 R$ 0,00 0 R$ 0,00
Norte de Minas 7 R$ 334.958,40 0 R$ 0,00 5 R$ 691.301,85
Rio Doce 41 R$ 3.509.996,20 34 R$ 2.692.200,00 32 R$ 2.596.879,20
Sul de Minas 34 R$ 2.824.378,40 25 R$ 2.640.716,64 32 R$ 2.977.045,56
Triângulo 14 R$ 2.030.659,32 12 R$ 2.467.078,06 17 R$ 4.162.589,10
Zona da Mata 26 R$ 4.683.646,80 26 R$ 3.297.645,58 30 R$ 4.178.225,65
Total Geral 376 R$ 59.931.321,34 429 R$ 64.316.549,32 413 R$ 70.745.842,25
3.2) Fundo Estadual de Cultura - FEC
O objetivo do Fundo Estadual de Cultura – FEC é estimular o desenvolvimento cultural das
diversas regiões de Minas Gerais. Podem participar da seleção para obter os recursos do
FEC pessoas jurídicas de direito privado - com ou sem fins lucrativos - e de direito público
municipal estabelecidas em Minas Gerais. Os projetos que se inscreverem no FEC devem
apresentar objetivo e atuação voltados para a cultura.
3.2.1) Dados de arrecadação do FEC:
Ano
Número de Projetos Incentivados Valor do Incentivo
2010/2011 166 6.500.000,00
2012 126 6.500.000,00
2013 153 6.500.000,00
TOTAL 445 19.500.000,00
53
Em 2013 determinou-se que no máximo 50% do valor total do FEC poderá ser utilizado
para as prefeituras e até 86% do valor total do FEC deve ser utilizado por projetos no
interior. Constata-se que no ano de 2010 e 2011 os dados são referentes ao edital do
biênio.
As principais fontes de recurso do FEC competem ao Fundo de Fomento e
Desenvolvimento Socioeconômico do Estado de Minas Gerais - FUNDESE e ao TESOURO
ESTADUAL, sendo devidamente distribuídas da seguinte forma:
Fonte de Recursos:
I - 4% (quatro por cento) do total dos recursos resultantes de retornos de
financiamentos concedidos pelo Fundo de Fomento e Desenvolvimento
Socioeconômico do Estado de Minas Gerais - FUNDESE -, incluídos principal e
encargos, já deduzida à comissão do agente financeiro, que serão orçados no
Fundo como recursos diretamente arrecadados;
II - Retornos do principal e encargos dos financiamentos com recursos do
Fundo;
III - Doações, contribuições ou legados de pessoas físicas ou jurídicas, públicas
ou privadas, nacionais ou estrangeiras;
IV - Recursos provenientes de operações de crédito interno e externo firmadas
pelo Estado e destinadas ao Fundo;
V - Receitas oriundas das multas aplicadas sobre projetos culturais e artísticos;
VI - Valores relativos à cessão de direitos autorais e à venda de livros ou outros
produtos patrocinados, editados ou co-editados pela Secretaria de Estado de
Cultura;
VII - Recursos previstos na Lei Orçamentária Anual.
3.2.2) Projetos Aprovados:
MACRORREGIÃO 2010-2011 2012 2013
ALTO PARANAÍBA (AP) 8 6 7
CENTRAL(C) 62 56 49
CENTRO OESTE DE MINAS (CO) 7 7 8
JEQUITINHONHA/MUCURI (JM) 17 9 10
54
NOROESTE DE MINAS (NOM) 00 00 6
NORTE DE MINAS (N) 16 3 16
RIO DOCE (RD) 7 9 9
SUL DE MINAS (S) 18 18 16
TRIANGULO (T) 11 8 10
ZONA DA MATA (ZM) 20 10 22
TOTAL 166 136 153
3.2.3) Relação de Projetos Aprovados
2011:
2012:
55
2013:
3.3) Edital Música Minas
Voltado para a estruturação e o desenvolvimento da cadeia produtiva da música produzida
em Minas Gerais, o Programa Música Minas foi lançado em 2009 por meio de parceria
inédita e bem sucedida entre a sociedade civil e o Estado. A gestão do programa é feita
através da parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura, com dotação orçamentária do
Governo de Minas e o Fórum da Música de Minas Gerais, grupo de entidades organizadas
e representativas do setor musical que reúne a AAMUCE (Associação dos Amigos do
Museu Clube da Esquina), FEM (Fora do Eixo Minas), Grupo Cultural NUC, Rede Catitu,
SIM (Sociedade Independente da Música), VALEMAIS (Instituto Sociocultural do
Jequitinhonha), AMAES (Associação de Músicos, Artistas e Esportistas) e Associação
Mucury Cultural.
Com resultados expressivos, o Programa é reconhecido internacionalmente pelos
resultados obtidos na divulgação da música mineira, além de ser um dos principais
responsáveis por Minas Gerais ser o estado brasileiro que atualmente mais exporta e
divulga a música produzida em seu território. Desde o seu lançamento, em 2009, o
Programa beneficiou cerca de 1.000 artistas, por meio de propostas selecionadas pelos
Editais de Circulação Estadual, Circulação Nacional, Circulação Internacional e
Intercâmbio. A iniciativa levou artistas mineiros para importantes festivais, cursos e
56
eventos em todo o mundo, além de ter realizado ações de representação em feiras
internacionais de música.
2011 2012 2013
Número de propostas aprovadas pelos mecanismos de
edital do Programa Música Minas
71 200 124
Aporte financeiro R$1.105.000,00 R$1.105.000,00 R$1.105.000,00
O edital faz não só a promoção das artes e artistas mineiros, mas também promove a
qualificação dos profissionais envolvidos pelos editais;
O ineditismo do edital traz toda uma contribuição para a avaliação da gestão
compartilhada, no modelo Estado e Sociedade Civil, uma vez que essa se organiza e
consegue gerir um programa aos moldes da administração pública; demonstrado na
organização e no amadurecimento do acompanhamento e das demandas sobre as
políticas públicas;
A cada edição do programa é feita a escolha, pela sociedade civil, de uma entidade
que irá gerir o mesmo, cabendo ao Estado avaliação técnica da entidade. Caso seja
negado, um novo edital é iniciado, até que se encontre uma empresa para gerir o
programa.
3.4) Edital Cena Minas
Lançado em outubro de 2007, o Cena Minas – Prêmio de Artes Cênicas Estado de Minas
Gerais – foi criado com o intuito de fomentar, incentivar e fortalecer a produção cênica do
Estado, com foco em teatro, dança e circo. Esse programa é realizado pela Secretaria de
Estado de Cultura em parceria com o Instituto Cultural Sergio Magnani e tem o patrocínio
da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), por meio da Lei Federal de
Incentivo à cultura.
O edital do Cena Minas contempla projetos de teatro, dança e circo em três categorias:
manutenção de espaços cênicos; circulação de espetáculos e aquisição de equipamentos e
materiais cênicos, em atendimento às prioridades apresentadas por artistas e grupos que
integram o Fórum Permanente de Avaliação do Prêmio Cenas Minas.
57
Dentre essas categorias, observamos os seguintes números:
2011 2012 2013
NÚMERO DE PROJETOS APROVADOS NO PRÊMIO DE ARTES
CÊNICAS DO ESTADO MINAS GERAIS - CENA MINAS
35 45 54
Projetos contemplados nos últimos três anos:
ANO MANUTENÇÃO DE ESPAÇOS DE
GRUPOS
CIRCULAÇÃO DE ESPETÁCULOS
CÊNICOS
AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS
E MATERIAIS
2011 12 projetos 15 projetos 8 projetos
2012 12 projetos 18 projetos 15 projetos
2013 15 projetos 21 projetos 18 projetos
Valores distribuídos nos últimos três anos:
ANO MANUTENÇÃO DE ESPAÇOS
DE GRUPOS
CIRCULAÇÃO DE
ESPETÁCULOS CÊNICOS
AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS E
MATERIAIS
2011 R$ 480.000,00 R$ 360.000,00 R$ 270.000,00
2012 R$ 480.000,00 R$ 540.000,00 R$ 315.000,00
2013 R$ 600.000,00 R$ 630.000,00 R$ 468.000,00
Divisão dos projetos por macrorregião:
MACRORREGIÃO 2011 2012 2013
ALTO PARANAÍBA 0 0 0
CENTRAL 18 30 32
CENTRO-OESTE 2 1 1
JEQUITINHONHA / MUCURI 1 1 2
MATA 2 3 4
NOROESTE 3 0 0
NORTE 2 0 2
RIO DOCE 3 3 4
SUL 2 2 6
TRIÂNGULO 2 4 3
58
3.5) Programa Passaporte - Apoio para Viagens e Passagens
A finalidade deste Programa é promover a difusão e o intercâmbio da cultura mineira nos
âmbitos estadual, nacional e internacional. Todos os apoios referentes à compra de
passagens aéreas e terrestres concedidos pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas
Gerais seguem as normas dispostas na Resolução nº 026.
Podem ser inscritas propostas de pessoas físicas e jurídicas, sem fins lucrativos, que
tenham como finalidade obter apoio para o deslocamento de artistas, e técnicos,
estudiosos que residam em Minas Gerais. Nos últimos 3 anos, o programa já apoiou 331
artistas para o intercâmbio da cultura mineira.
ANO Nº DE APOIOS CONCEDIDOS VALOR
2011 32 R$ 84.307,63
2012 132 R$ 72.658,08
2013 167 R$ 102.817,00
3.6) Edital Bandas De Minas
O edital do programa Bandas de Minas visa à promoção, valorização e permanência das
bandas tradicionais de música. Criado em 1992, a iniciativa apóia as bandas civis do
Estado, com doação de instrumentos de sopro, metal e percussão, e de kits com
partituras. O incentivo inclui ainda a promoção de cursos/oficinas de capacitação e
aperfeiçoamento artístico e prêmio para aquisição de Uniformes e Indumentárias. Para se
inscrever no edital, as bandas civis devem estar com o cadastro atualizado na Secretaria
de Estado de Cultura de Minas Gerais.
Minas Gerais possui 726 bandas cadastradas na Secretaria de Estado de Cultura. Desse
total, 657 corporações musicais, de 419 municípios, já foram beneficiadas com a entrega
de 8.235 instrumentos de 2003 a 2012. Os recursos destinados ao programa, que tem
parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), chegam a R$
6,3 milhões.
59
Fonte de recurso: Codemig
APORTE FINANCEIRO
2011 2012 2013
R$ 600.000,00 R$ 600.000,00 R$ 600.000,00
Projetos Beneficiados Por Macrorregião
MACRORREGIÃO 2011 2012 2013
ALTO PARANAÍBA 1 3 1
CENTRAL 34 39 34
CENTRO-OESTE 8 11 8
JEQUITINHONHA / MUCURI 5 8 5
MATA 17 27 17
NOROESTE 2 3 2
NORTE 2 1 2
RIO DOCE 1 12 1
SUL 7 21 7
TRIÂNGULO 0 2 0
3.7) Edital Filme em Minas
Programa de incentivo à produção audiovisual, o edital Filme em Minas é realizado por
meio de parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura e a Companhia Energética de
Minas Gerais (Cemig). O aporte financeiro é da Cemig através da Lei Federal de Incentivo
à Cultura (Lei Rouanet) e da Lei do Audiovisual.
Em seis edições, já contemplou 163 projetos totalizando um investimento superior a
R$21,5 milhões.
60
Os editais contam com sete categorias:
1. Produção de longas-metragens;
2. Distribuição de longas-metragens;
3. Finalização;
4. Curtas e médias-metragens;
5. Formato livre;
6. Publicações, preservação e memória;
7. Incentivo Minas Film Commission ao cinema nacional.
2011 2012 2013
Número de projetos apoiados (FILME MINAS) 32 NA 31
Em 2011/2012 – R$4.500.000,00 (quatro milhões e quinhentos mil reais)
Em 2013/2014 – R$4.500.000,00 (quatro milhões e quinhentos mil reais)
MACRORREGIÃO 2011 2012 2013
ALTO PARANAÍBA
CENTRAL 30 28
CENTRO-OESTE
JEQUITINHONHA / MUCURI
MATA 01
NOROESTE
NORTE
RIO DOCE
SUL
TRIÂNGULO
Obs.: Da relação acima 2 (dois) projetos contemplados no Edital 2011/2012 são do Rio de
Janeiro, dentro da categoria Incentivo Minas Film Commission ao cinema nacional e 2
61
(dois) dos projetos contemplados no Edital 2013/2014 são do Rio de Janeiro e de Vila
Velha, dentro da categoria Incentivo Minas Film Commission ao cinema nacional.
3.8) Edital Anima Minas
No final de 2013 foi lançado o primeiro edital do Anima Minas. A iniciativa tem o objetivo
de incentivar a produção audiovisual mineira de animação, e abrir o mercado do segmento
de audiovisual para receber produtos de conteúdo animado. O edital vai selecionar
projetos inéditos e originais de séries de animação para compor a interprogramação da
Rede Minas. O mesmo ainda não possui dados para serem analisados.
É importante destacar que por se tratar de um piloto ainda há muitas coisas a avançar
tanto no que diz respeito ao edital, quanto a mobilização do setor de animação. Nessa
primeira edição foram destinado R$100.000,00 (cem mil reais) para a premiação de 4
projetos de produção de série de animação para a interprogramação da Rede Minas (05
episódios de 1 minuto cada). O recurso do Edital Anima Minas é via Lei Federal de
Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), cujos incentivadores são as empresas Nova Safra Food
ServicNeuman e Esser América do Sul Ltda.
3.9) Edital de Pontos de Cultura
Os Pontos de Cultura são ações de cunho cultural, desenvolvidas pela comunidade, que
ganham reconhecimento do Estado e passam a receber aporte de recursos para aplicar
conforme plano de trabalho próprio. São selecionados por edital público, firmam convênio
com a Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais e tornam-se responsáveis por
articular, expandir e impulsionar ações culturais que já desenvolvem nas comunidades. O
programa é uma parceria com o Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura.
O convênio firmado tem como objetivo principal garantir o acesso da população aos bens
e serviços culturais. Sua característica é o apoio aos projetos de entidades sem fins
lucrativos, de caráter cultural e que atendam a pelo menos um dos seguintes públicos:
estudantes da rede pública de ensino; crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos em
situação de vulnerabilidade social; populações de baixa renda; moradores em áreas com
oferta precária de serviços públicos e de cultura, tanto nos grandes centros urbanos, como
nos pequenos municípios; portadores de deficiência; e outros grupos minoritários.
62
O Edital 01/2008 de Pontos de Cultura foi lançado pela Secretaria de Estado de Cultura de
Minas Gerais em 22 de dezembro de 2008 para selecionar projetos de 100 entidades para
receber o recurso de R$ 180 mil cada. Total de pontos no Estado: 100. Total de cidades
contempladas: 70. Macrorregiões contempladas: 10.
3.10) Edital Indígena
Em sua primeira edição, o edital tem como objetivo apoiar as Comunidades Indígenas
Aldeadas com premiação em dinheiro, que deverá ser utilizada na aquisição de Cabana de
Ritos, como forma de contribuir com a preservação dos Ritos das Comunidades Indígenas
Aldeadas. Foram distribuídos, ao todo, 10 prêmios no valor de R$ 16.498,40 (dezesseis
mil, quatrocentos e noventa e oito reais e quarenta centavos).
Fonte de recurso: Emenda Parlamentar no valor de R$164.984,00.
63
3.11) Orçamento Geral da Cultura nos anos de 2011, 2012 e 2013.
ORÇAMENTO EXECUTADO 2011
CÓDIGO
AÇÃO
PROJETO ATIVIDADE DESPESA
REALIZADA
1115 GESTAO DO CENTRO DA JUVENTUDE DE MINAS GERAIS- PLUG MINAS 3.292.112,45
1213 FORMACAO DE JOVENS NAS AREAS DE ARTES E CULTURA DIGITAL 4.020.267,50
2001 DIRECAO SUPERIOR 82.459,15
2002 PLANEJAMENTO, GESTAO E FINANCAS 2.389.462,88
2026 GESTAO E MANUTENCAO DOS EQUIPAMENTOS CULTURAIS 103.264,54
2417 REMUNERACAO DE PESSOAL ATIVO E ENCARGOS SOCIAIS 9.638.761,37
2427 TECNOLOGIA DA INFORMACAO 372.095,71
4393 GESTAO DO ACERVO DA SUPERINTENDENCIA DE BIBLIOTECAS PUBLICAS 1.350.879,44
4394 GESTAO DOS ACERVOS DO ARQUIVO PUBLICO MINEIRO 596.310,88
4396 PRESTACAO DE SERVICOS AOS USUARIOS DO ARQUIVO PUBLICO MINEIRO E
SUPERINTENDENCIA DE BIBLIOTECAS PUBLICAS
52.682,76
4398 GESTAO DE ACERVO PELA SUPERINTENDENCIA DE MUSEUS 866.669,40
4401 ASSESSORIA TECNICA 113.821,48
4402 GERENCIAMENTO E DISSEMINACAO DA INFORMACAO CULTURAL 8.815,38
4405 PROMOCAO DE ACAO EDUCATIVA 135.921,69
4407 GESTAO DE MECANISMOS DE INCENTIVO A CULTURA 312.257,52
4409 ESTIMULO A PRODUCAO CULTURAL 13.368.331,70
4410 PUBLICACAO DE PRODUCAO LITERARIA E ARTISTICA 133.871,25
4411 PROMOCAO DE EXPOSICOES DE ACERVOS 426,02
4412 PROMOCAO DE ACOES DE INCENTIVO A LEITURA 3.625,00
4514 PROMOCAO DA MEMORIA INDIGENA DE MINAS GERAIS. 405.780,99
37.247.817,11
64
CÓDIGO
AÇÃO
PROJETO ATIVIDADE DESPESA
REALIZADA
1015 IMPLANTACAO DO SISTEMA ESTADUAL DE CULTURA 74.583,19
1119 CONSOLIDACAO DA CONCEPCAO DO PLUG MINAS 200.000,00
1217 CIRCUITO CULTURAL PRACA DA LIBERDADE 6.754.834,94
2001 ORÇAMENTO EXECUTADO 2012 152.128,80
2002 PLANEJAMENTO, GESTAO E FINANCAS 1.589.063,25
2026 GESTAO E MANUTENCAO DOS EQUIPAMENTOS DO CIRCUITO CULTURAL PRACA DA
LIBERDADE
648.145,04
2417 REMUNERACAO DE PESSOAL ATIVO E ENCARGOS SOCIAIS 10.095.151,75
4005 FORMACAO DE JOVENS NAS AREAS DE ARTES, EMPREENDEDORISMO E CULTURA DIGITAL 3.899.871,03
4393 CONSERVACAO, RESTAURACAO E PRESERVACAO DOS ACERVOS ARQUIVISTICOS,
BIBLIOGRAFICOS E MUSEOLOGICOS
225.229,00
4398 CRIACAO E IMPLEMENTACAO DO SISTEMA ESTADUAL DE INFORMACOES CULTURAIS 643
4401 ASSESSORIA TECNICA 64.590,68
4402 MAPEAMENTO, GERENCIAMENTO E DISSEMINACAO DA INFORMACAO CULTURAL 7.519,39
4404 PREMIACAO A PRODUCAO CULTURAL 269.097,81
4405 PROMOCAO DE ACAO EDUCATIVA 46.997,86
4406 FORMACAO, QUALIFICACAO E PROFISSIONALIZACAO ARTISTICO-CULTURAL 34.510,52
4407 GESTAO DE MECANISMO DE FOMENTO E INCENTIVO A CULTURA 240.628,92
4409 ESTIMULO A PRODUCAO E CIRCULACAO CULTURAL 2.802.821,18
4410 EDICAO E DISTRIBUICAO DO SUPLEMENTO LITERARIO DE MINAS GERAIS 97.751,09
4412 PROMOCAO DE EVENTOS CULTURAIS 41.406,08
4413 GESTAO DOS EQUIPAMENTOS CULTURAIS DA SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 3.827.495,46
4514 APOIO A CULTURA POPULAR E IMATERIAL 7.302,40
4523 GESTAO DE EDITAIS PARA APOIO A PRODUCAO CULTURAL 1.183.683,87
4524 GESTAO E ACOMPANHAMENTO DOS PONTOS DE CULTURA 4.237.556,99
4525 DESCENTRALIZACAO E REGIONALIZACAO DA POLITICA CULTURAL DO ESTADO 39.160,81
4527 ESTRUTURACAO DE BIBLIOTECAS PUBLICAS MUNICIPAIS 81.935,35
4528 MANUTENCAO DE ESPACOS CULTURAIS 17.696.232,73
4535 PRODUCAO EDITORIAL 29.247,99
4663 GESTAO DO PLUG MINAS - CENTRO DE FORMACAO E EXPERIMENTACAO DIGITAL 3.350.712,50
57.698.301,63
65
ORÇAMENTO EXECUTADO 2013
CÓDIGO
AÇÃO
PROJETO ATIVIDADE DESPESA
REALIZADA
1201 PLUG MINAS 300.729,88
1217 CIRCUITO CULTURAL PRACA DA LIBERDADE 1.538.626,35
2001 DIRECAO SUPERIOR 179.637,85
2002 PLANEJAMENTO, GESTAO E FINANCAS 1.510.390,20
2417 REMUNERACAO DE PESSOAL ATIVO E ENCARGOS SOCIAIS 10.201.510,58
4005 FORMACAO DE JOVENS NAS AREAS DE ARTES,
EMPREENDEDORISMO E TECNOLOGIA
7.932.971,30
4063 APOIO A IMPLANTACAO DE CIRCUITOS CULTURAIS REGIONAIS. 100.000,00
4393 CONSERVACAO, RESTAURACAO, PRESERVACAO E ORGANIZACAO
DOS ACERVOS ARQUIVISTICOS, BIBLIOGRAFICOS E
MUSEOLOGICOS
97.508,22
4398 CRIACAO E IMPLEMENTACAO DO SISTEMA ESTADUAL DE
INFORMACOES CULTURAIS
25.477,35
4404 PREMIACAO A PRODUCAO CULTURAL 235.755,07
4406 FORMACAO, CAPACITACAO E PROFISSIONALIZACAO ARTISTICO-
CULTURAL
28.212,24
4409 ESTIMULO A PRODUCAO E CIRCULACAO CULTURAL 7.081.662,77
4412 PROMOCAO DE EVENTOS E ACOES EDUCATIVAS 263.406,93
4413 GESTAO DOS EQUIPAMENTOS CULTURAIS DA SECRETARIA DE
ESTADO DE CULTURA
10.256.498,98
4514 APOIO A CULTURA POPULAR E IMATERIAL 772.188,02
4525 DISSEMINACAO DA POLITICA CULTURAL E DOS MECANISMOS DE
PRODUCAO
245.680,83
4527 ESTRUTURACAO DE BIBLIOTECAS PUBLICAS MUNICIPAIS 184.664,00
4528 MANUTENCAO DE ESPACOS CULTURAIS 22.439.578,97
4535 PRODUCAO EDITORIAL 126.403,07
63.520.902,61
Através dos quadros acima, podemos observar a evolução orçamentária da área cultural
de Minas Gerais, nos últimos 3 (três) anos.
66
4) EQUIPAMENTOS E ESPAÇOS PÚBLICOS DE CULTURA
Destaca-se, neste campo, a infra-estrutura da cultura. No entanto, como o Estado ainda
não possui um sistema de informação implementado e com série de dados, decidiu-se por
utilizar informações de fontes do poder público, do IBRAM e da MUNIC-2012 para se ter
uma dimensão mais precisa dos equipamentos da cultura em Minas Gerais, levantando o
número desses equipamentos, sem fazer, portanto, um diagnóstico nesse tópico.
4.1) Museus
Em 2006, foi criado o cadastro nacional de museus aos cuidados do Ibram/MinC, com
intuito de mapear e cadastrar os museus do Brasil. No período entre outubro de 2010 a
janeiro de 2011, foram utilizados dados autodeclarados, através da aplicação de
questionários nos órgãos estaduais e municipais. Para o Ibram, os museus,
compreendem, antes de tudo, o local de encontro. “... Encontros do cidadão com sua arte,
sua história, suas identidades...”. A partir deste levantamento, temos a seguinte
informação no recorte Minas Gerais, com 319 museus. Sendo que desses dados,
observou-se que seis museus estavam em implantação e um foi categorizado como
virtual.
67
Relação entre população e número de museus em Minas Gerais, Região Sudeste e Brasil, 2010
Distribuição de municípios, população e
museus por Unidades da Federação e
grandes regiões, 2010
Unidade da
Federação
Número de
municípios com
museus*
Número de
municípios**
% municípios
com museus por
total de
municípios
População** Número de
museus*
População/Número
de museus
Brasil 1.174 5.564 21,1 183.987.291 3.025 60.822
Sudeste
Minas
Gerais
149 853 17,5 19.273.506 319 60.419
Espírito
Santo
23 78 29,5 3.351.669 61 54.945
Rio de
Janeiro
50 92 54,3 15.420.375 254 60.710
São Paulo 205 645 31,8 39.827.570 517 77.036
FONTE: Cadastro Nacional de Museus – Ibram/MinC, 2010; IBGE
LOCAL POPULAÇÃO NÚMERO DE MUSEUS POPULAÇÃO/NÚMERO DE
MUSEUS
Minas Gerais 19.273.506 319 60.419
Sudeste 77.873.120 1.151 67.657
Brasil 183.987.291 3.025 60.822
É importante destacar que os dados dessa pesquisa, constam de todos os museus
presenciais, virtuais e instituições em implantação constantes da base de dados do
Cadastro Nacional de Museus, até a data de janeiro de 2011. Ou seja, pode ser que
algumas informações já estejam desatualizadas e/ou alguns museus possam ter sido
desativados, bem como, outros podem ter sido criados.
68
4.2 Bibliotecas
Os dados relativos às bibliotecas públicas municipais em Minas foram enviados pela
Superintendência de Bibliotecas Públicas e Suplemento Literário- SUBSL, que vem
trabalhando no sentido de incentivar a criação, expansão e manutenção dos serviços
bibliotecários no Estado, por meio do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas Municipais-
SEBPM.
Assim sendo, foi informado que Minas Gerais possui 853 municípios, dos quais cerca de 800
possuem bibliotecas públicas, formando uma rede de mais de 830 bibliotecas públicas municipais
cadastradas no SEBPM – Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de Minas Gerais.
A distribuição geográfica das bibliotecas pelo Estado é a seguinte:
Os dados do gráfico sobre o número de bibliotecas cadastradas devem ser considerados
até março de 2014, uma vez que os mesmos são flutuantes, podendo ao longo desta
análise terem sido alterados.
Segundo a MUNIC 2012, “... as bibliotecas púbicas foram, no período entre 1999 e 2012,
o principal equipamento cultural existente no País do ponto de vista de seu alcance,
apresentando uma tendência à universalização. Em 1999 eram 76,3% aqueles municípios
que tinham biblioteca pública, alcançando 97% em 2012. Este crescimento líquido de 21%
fruto de uma política de governo, inspirado pela própria MUNIC, traz a reflexão do papel
das bibliotecas como potenciais veiculadoras de conteúdos culturais para além dos
literários, como incorporação de conteúdos multimídias, utilização da Internet, espaço
69
para a criação artística e a artesanal. Isto qualificaria a política de universalização
atualmente implementada.”
4.3) Arquivos Públicos
Os dados sobre os arquivos públicos municipais foram coletados na Superintendência de
Arquivos Públicos, que já possui um cadastro anual, atualizado com as informações dos
arquivos, além de possuir um sistema de atendimento aos arquivos do interior do Estado,
com cursos, treinamentos e atendimentos, onde é feita a orientação do processo de
gestão, recolhimento, guarda e preservação.
A divisão utilizada pelo arquivo público é a divisão do Estado em mesorregiões, assim
temos um total de 89 arquivos municipais distribuídos em 13 mesorregiões:
A partir deste tópico usaremos os gráficos e dados da MUNIC 2012 (Pesquisa de
Informações Básicas Municipais, capítulo da Cultura, resultado do Questionário aplicado
que em sua décima edição, investigou todas as 5 565 municipalidades existentes no País.
70
As informações são referenciadas para todo o país. Apenas em alguns casos o Estado de
Minas recebe tratamento diferenciado. Isso acontece quando os dados estão acima da
média com algum destaque especial.
4.4) Órgãos municipais gestores da Cultura
De acordo com o IBGE, foram levantados, durante o ano de 2012, dados relativos à
gestão e à estrutura dos municípios, com um bloco contendo informações sobre a
caracterização do órgão gestor da cultura nos municípios, a presença de legislação de
proteção ao patrimônio cultural, a existência, atributos dos Conselhos Municipais de
Cultura e de Preservação do Patrimônio, a incidência de 19 equipamentos culturais, de 17
tipos de atividades artesanais e 16 tipos de atividades artísticas
O maior percentual dos órgãos gestores de cultura são os de secretaria conjunta ou
subordinada a outras políticas, prevalecendo a combinação com a educação. (72% em
2006 e 63,9% em 2012).
71
4.5) Legislação de Proteção ao Patrimônio Cultural
O levantamento aponta uma clara tendência à implementação de leis que protegem o
patrimônio material. O estudo nacional aponta que apenas 31,2% dos municípios
brasileiros possuem legislação (apesar da melhoria - 17,7% de 2006). Neste aspecto, o
estudo destaca Minas Gerais que possui 85,8% dos municípios contemplando a questão.
Com relação à diferenciação de legislação o patrimônio imaterial possui lei de proteção em
9,8% dos munícipios (em 2006 eram apenas 2,5%), enquanto o patrimônio material
possui lei de proteção em 29,9% (em 2006 eram apenas 17,1%). Pelo mapa que
acompanha a MUNIC, a percepção é de que os municípios que não possuem leis em
Minas Gerais são os de menor população ou extensão territorial.
72
14A região brasileira que mais se destaca quanto à existência de legislação de proteção ao
patrimônio cultural é a região Sudeste, com 58,6% de seus municípios em 2012,
merecendo maior destaque o Estado de Minas Gerais (85,8%). Dentre as demais Unidades
da Federação, podem ser mencionados os percentuais do Rio de Janeiro (55,4%), Espírito
Santo (41%); Ceará (32,1%); e Santa Catarina (30,4%).
A proteção ao patrimônio cultural entre os municípios tende a aumentar de acordo com o
seu porte. Em 2012, enquanto 21% dos municípios com até 5 mil habitantes têm este tipo
e proteção legal, o percentual supera 70% a partir daqueles com mais de 100 mil
habitantes.
Observa-se, no mapa acima, que a região brasileira que mais se destaca quanto à
existência de legislação de proteção ao patrimônio cultural é a Sudeste, com 58,6% de
15. Texto de análise extraído da MUNIC 2012, página 74
73
seus municípios em 2012, merecendo maior destaque o Estado de Minas Gerais (85,8%).
Dentre as demais Unidades da Federação, podem ser mencionados os percentuais do Rio
de Janeiro (55,4%), Espírito Santo (41%); Ceará (32,1%); e Santa Catarina (30,4%).
A pesquisa indicou que é na Região Sudeste do País que os Conselhos Municipais de
Preservação do Patrimônio se concentram: 41,6% de seus municípios apresentam esta
instância, seguida pelo Sul (8,1%). A maior proporção ocorre em Minas Gerais (67,8% dos
municípios), seguido pelo Rio de Janeiro (17,4%), São Paulo (14,7%) e Rio Grande do Sul
(10,3%). Além de uma forte regionalização, o tamanho da população é relevante para a
probabilidade de existência deste tipo de conselho: 11,6% dos municípios com até 5 mil
habitantes têm Conselhos Municipais de Preservação do Patrimônio, percentual que
aumenta atingindo 60,5% naqueles com população superior a 500 mil.
74
De acordo com o IEPHA, em 2012 foram cadastrados 805 conselhos municipais de
patrimônio no Estado para concorrer ao ICMS cultural patrimonial.
4.6) Conselhos Municipais de Cultura
Segundo a MUNIC 2012, nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste quase metade dos
municípios possuem Conselhos de Cultura (aproximadamente 48%). O destaque entre as
Unidades da Federação são: Mato Grosso (70,2%); Mato Grosso do Sul (65,4%); Rio de
Janeiro (65,2%); e Minas Gerais (55,2%). Novamente, o porte da população é um fator
determinante: para os municípios nas faixas menores de população (com até 5 mil
habitantes ou de mais de 5 mil a 10 mil) a proporção dos Conselhos atinge 24,5%, sendo
crescentes até os de maior porte como os de 100 a 500 mil habitantes (73,6%) e mais de
500 mil (97,4%).
75
4.7) Equipamentos Culturais
No entendimento da pesquisa, “equipamentos culturais constituem o estoque fixo ligado à
cultura existente no momento de pesquisa no município, aberto ao público, podendo ou
não ser mantidos pelo poder público de qualquer esfera...”. Contudo, a pesquisa esclarece
que “não há parâmetros conceituais unívocos para a dimensão cultural, pois essa se
vincula não só ao processo objetivado pelas relações sociais, econômicas, políticas e
ambientais, mas, sobretudo, pela apropriação objetiva do processo”.
Essa percepção levou à inclusão de estádios, ginásios, lan houses e shoppings centers no
mesmo conceito de bibliotecas, museus, livrarias e cinemas. Chama a atenção o fato de
serem as bibliotecas públicas o principal equipamento cultural existente no país,
alcançando 97% dos municípios. Em Minas Gerais, cerca de 800 municípios possuem esse
equipamento, o que representa cerca de 93% das cidades. Ressaltando que nesta
contagem são inseridas as bibliotecas escolares.
No recorte apresentado, a presença de equipamentos “culturais” assim se apresenta:
1 -Biblioteca – 97%;
2 -Ginásios – 89,4%;
3 -Lan Houses – 80,7%;
4 - Clubes recreativos – 65,6% (queda em relação à 2006 – 72,6%);
5 - Rádio comunitária – 59,3%;
6 - Provedor de internet – 57,4%;
7 - Videolocadora - 43,2% (queda acentuada em relação à 2006 – 82,0%).
Em 11º lugar estão os centros culturais (33,9%), em 12º estão as livrarias (25,2% - em
queda), em 13º os museus (25%), em 14º os teatros (22,4%), em 16º os arquivos
públicos (18%), e em 18º os cinemas (10,7%).
Com base nesta referência, a média de equipamentos culturais encontrados nos 5.565
municípios brasileiros é de 8,1. Está muito claro que essa presença varia de acordo com o
tamanho do município, sua população e também seu PIB. Nos anos de 2005 a 2012,
76
houve uma estabilização nos índices, com crescimento de alguns equipamentos e
decréscimo de outros.
Nos municípios de até 5000 habitantes a média de equipamentos é de 4,7 por município,
enquanto para os municípios com mais de 500 mil a média é de 17 tipos de equipamento.
4.8) – Atividades Artesanais
O artesanato é a atividade artística mais presente nos municípios brasileiros. Está presente
em 70,7% deles. Segundo a MUNIC, “as atividades artesanais representam um traço da
criatividade e da cultura nacional, do seu caráter popular, sendo em grande parte
informais e à margem dos processos tecnológicos e industriais”.
Dentre as atividades artesanais a MUNIC destacou 17 segmentos. Destacam-se as
seguintes atividades (em % de cidades):
1 – Bordado – 74,2;
2 – Madeira – 33,7;
3 - Culinária – 27,7;
4 – Barro – 19,4;
5 – Material reciclável – 19,3;
6 – Fibras vegetais – 14,1;
7 – Fios e fibras – 12,9;
8 – Tapeçaria – 11,4;
9 – Couro – 9,8;
10 – Frutas e sementes – 7,3.
É importante destacar que apenas a culinária típica apresentou crescimento no índice
entre 2006 e 2012 e o couro se mantive estável. As demais atividades artesanais
apresentaram queda, o que quer dizer que em alguns municípios tais atividades
desapareceram.
Em Minas Gerais, destacam-se as atividades de bordado em 81,5% dos municípios e
culinária 35,9% dos municípios.
77
4.9) – Atividades Artísticas
“De uma forma geral, pode-se afirmar que no decorrer do período entre 2005 e 2012 as
atividades artísticas em seu conjunto vêm apresentando um crescimento no interior dos
municípios, com a notável exceção dos grupos musicais... a tendência para as atividades
artísticas é distinta da tendência de retração verificada para as atividades artesanais em
sua desagregação.” (MUNIC 2012 – IBGE)
Nas atividades artísticas, Minas Gerais não se destaca acima da média nacional em
nenhuma delas. Contudo, é importante destacar que esse é um dado contraditório,
enquanto há bibliotecas em mais de 90% dos municípios brasileiros, as associações
literárias estão em apenas 11% deles.
Dentre as atividades artísticas a MUNIC destacou 16 segmentos. Destacam-se as
seguintes atividades (em % de cidades):
1 – Artesanato - 70,7
2 – Banda – 64,5
3 – Manifestações populares tradicionais – 61,0
4 – Dança – 57,6
5 – Capoeira – 53,7
6 – Coral – 47,9
7 – Grupo musical – 45,8
8 – Bloco carnavalesco – 42,6
9 – Desenho e pintura – 39,6
10–Teatro–34,1
Seguidos de artes plásticas (25,6), orquestra (15,5), escola de samba (11), associação
literária (11), cineclube (8,2) e circo (3,5).
Percebe-se assim que os municípios mineiros apresentam uma grande evolução no quesito
política patrimonial, sem grandes destaques nas outras referências da pesquisa. Porém,
esta pesquisa, ainda que parcial, deixa claro o quanto precisamos avançar em coleta de
78
dados culturais para a partir daí termos um diagnóstico mais preciso e mais aproximado
da realidade.
5) LEVANTAMENTO DOS SEGMENTOS CULTURAIS EM MINAS GERAIS
A cadeia produtiva e criativa da cultura não dispõe de sistematização de dados.
Entretanto, para fins de contribuir para as reflexões que oferecem embasamento para
elaboração do Plano, alguns setores apresentaram diagnósticos preliminares, que serão
considerados.
5.1) Circo15
Quantidade de circos em Minas Gerais:
Existem cerca de 60 circos itinerantes. Destes. 80% são pequenos, com capacidade para
300 ou até 400 pessoas. Os outros 20% são circos de médio ou grande porte, com mais
de 500 lugares.
Além dos circos itinerantes, em quase todas as cidades mineiras existem remanescentes
de famílias circenses que perderam suas lonas e foram obrigadas a fixar residência. Em
sua maioria, os integrantes dessas famílias ainda exercem atividades circenses, sendo
oficinas e apresentações em escolas, empresas, festas de aniversário, festivais.
Número de componentes em cada circo:
Os pequenos circos são em média são compostos de 15 a 20 pessoas, em sua maioria
membros da mesma família e alguns funcionários que vão se juntando ao circo, durante a
sua itinerância. Os médios e grandes circos são formados por várias famílias, chegando a
ter cerca de 60 funcionários efetivos, além de outros funcionários contratados
temporariamente em cada local.
15
Dados e texto foram enviados pela representante do segmento Sula Mavrudis, Conselheira Estadual da Política Cultural
de Minas Gerais.
79
Grau de escolaridade:
Em sua maioria os circenses têm o ensino fundamental incompleto.
Artistas de circo:
São pessoas que desenvolvem habilidades e se apresentam sozinhos ou em grupos em
diversas modalidades em espetáculo público. A Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO) define as seguintes nomenclaturas para o artista de circo: equilibrista, acrobata,
domador de animais, contorcionista, mágico, malabarista, palhaço, trapezista, aéreo.
Profissões regulamentadas pela lei 6.533 de 1978.
5.2) SATED – Sindicato Dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de
Diversões do Estado de Minas Gerais
Segundo informações colhidas no SATED/MG, através de seu representante no CONSEC, o
número de artistas profissionalizados nas áreas de dança, teatro,
modelos/manequins, circo, cinema, área técnica, em todo estado até 2013 está em torno
de 12.000. O número de artistas sindicalizados constantes no livro de matriculas do
sindicato até esta data é de 6.000 .
5.3) SINPARC – Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas
Gerais
O Sinparc - Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais informa, possuir
em seus quadros entre produtores ativos e inativos 115 associados.
5.4) Livro
A Câmara Mineira do Livro concluiu em julho de 2013 a primeira pesquisa de leitura
realizada em oito cidades pólo do estado de Minas Gerais - Teófilo Otoni, Poços de Caldas,
Juiz de Fora, Uberlândia, Divinópolis, Governador Valadares, Patos de Minas e Montes
80
Claros. Foram entrevistadas1100 pessoas, no período de 28 de março a 28 de junho de
2013.
O estudo utilizou metodologia de pesquisa sobre o comportamento do leitor desenvolvida
pelo Centro Regional para o Fomento ao Livro na América Latina e Caribe
(CERLALC/UNESCO).
Segundo dados da pesquisa, as cidades pesquisadas foram escolhidas devido ao seu papel
polarizador nas regiões onde estão situadas. Nesta pesquisa observou-se informações
sobre o porquê a pessoa lê, se lê por obrigação ou prazer, qual o motivo da leitura, se a
pessoa lê pela internet ou se vai a uma biblioteca, ainda retrata o significado da leitura
para os entrevistados e tras outras informações que tecem o perfil do mineiro sobre a
leitura. Em quase todos os itens pesquisados, observa-se hábitos positivos de leitura dos
mineiros, o que demonstra, segundo a pesquisa que:
“Os índices médios de leitura de livros ou partes de livros nos últimos doze meses nas oito
cidades mineiras são praticamente o dobro dos índices de leitura do Brasil e do Estado de
Minas no mesmo período. Comparando-se a média de leitura no ultimo mês, a média das
oito cidades pólo também supera as do Brasil e do estado de Minas como um todo.
Considerando-se os últimos três meses, período que define a média de leitura segundo a
metodologia do CERLALC/UNESCO, as oito cidades mineiras atingem a média de 2,38,
muito próxima da média brasileira de 2,67 e Mineira de 2,66. Isto demonstra que cidades
com maior nível de renda, educação, equipamentos culturais (bibliotecas, livrarias,
museus, centros de cultura, teatro, cinema etc) e melhores ofertas educacionais (presença
de escolas e bom percentual de bibliotecas escolares para o atendimento da demanda
escolar da população, além da existência de universidades particulares e publicas), são
fatores determinantes na elevação dos indicadores de leitura da população.”
6) PATRIMÔNIO CULTURAL;
De acordo com a Constituição Federal (CF) de 1988, Artigo 216, “constituem patrimônio
cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tombados individualmente ou
em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes
grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem as formas de expressão;
81
os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras,
objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-
culturais; e os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.”
Em seu parágrafo 1º a CF indica ainda que “o Poder Público, com a colaboração da
comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de
acautelamento e preservação”.
A Constituição Estadual de Minas Gerais recepcionou o mesmo texto, em seus artigos 208
e 209 e ainda, segundo o artigo 2º, parágrafo primeiro do Decreto Estadual 45.850/11,
são considerados patrimônio cultural os bens de natureza material e imaterial que façam
referência à identidade cultural e à memória social do Estado, quais sejam:
I - os núcleos e conjuntos urbanos e paisagísticos;
II - as edificações públicas e privadas de qualquer natureza ou finalidade;
III - os sítios arqueológicos, espeleológicos, paleontológicos e paisagísticos;
IV - os bens móveis, as obras de arte integradas, os equipamentos urbanos, marcos
e objetos isolados ou integrados à arquitetura e aos conjuntos urbanos;
V - os objetos arqueológicos e os suportes de técnicas construtivas tradicionais;
VI - as tradições, os costumes, rituais, as festas das comunidades, manifestações
literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas, os mercados, as feiras, os
santuários, as praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas
culturais coletivas; e
VII - outros bens e direitos de valor cultural, artístico, estético, histórico, natural,
paisagístico e científico de interesse de preservação ou protegidos pelo Estado.
Segundo o site de governo de Minas Gerais, o Estado 16 “(...) reúne o mais importante
acervo arquitetônico e artístico do período colonial brasileiro, preservado em cidades de
fama internacional como Ouro Preto, Diamantina e Congonhas do Campo, ricas pela
profusão de obras-primas do estilo barroco, nas quais se destacam os trabalhos de
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Mestre Athaíde. São sete conjuntos urbanos, 16
Texto extraído do portal do governo de Minas em 05-03-2014.
82
dez conjuntos arquitetônicos e paisagísticos, 164 edificações isoladas e 20 acervos de
bens móveis tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG)
acrescenta a esse grupo mais onze conjuntos urbanos, 37 conjuntos arquitetônicos e
paisagísticos, 77 edificações isoladas e dois bens móveis isolados, todos tombados no nível
estadual, além dos bens elevados a Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Dentro da
política preservacionista do Estado, integram-se a este acervo os bens de interesse
municipal tombados pelos Conselhos Municipais de Patrimônio Cultural em todo o Estado,
que em 2008 somaram 649 localidades, ou seja, mais de dois terços do número de
municípios mineiros. Além de sua dimensão, o acervo cultural de Minas Gerais destaca-se
pela extensão e integridade de seus conjuntos urbanos, pela singularidade e diversidade
das suas manifestações estilísticas e por contemplar a representação de vários ciclos
históricos (...)”
Daí a importância do tema Patrimônio Cultural para o Estado de Minas que já possui, há
mais de 40 anos e com expressivo sucesso, uma política específica para a área de
patrimônio histórico e artístico, com os seguintes números de bens tombados:
Tombados pelo IPHAN:
10 núcleos históricos,
15 conjuntos arquitetônicos e paisagísticos,
177 edificações isoladas
9 acervos de bens móveis
Registrados pelo IPHAN:
2 formas de expressão
2 saberes
Tombados pelo IEPHA:
10 Núcleos Históricos,
43 conjuntos arquitetônicos e paisagísticos,
84 edificações isoladas
2 bens móveis isolados.
83
Registrados pelo IEPHA:
1 modo de fazer
1 celebração
O Governo de Minas criou o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas
Gerais – IEPHA/MG –,em 30 de setembro de 1971, como uma fundação pública vinculada
à Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais. De acordo com a Lei Delegada nº 149,
de 2007, o IEPHA/MG deve observar, no âmbito de suas competências, as deliberações do
Conselho Estadual do Patrimônio Cultural – CONEP – bem como, deve instruir os
processos de competência do referido conselho.
O IEPHA/MG tem por finalidade pesquisar, proteger e promover os patrimônios cultural,
histórico, natural e científico, de natureza material ou imaterial, de interesse de
preservação no Estado de Minas Gerais, nos termos da legislação estadual que dispõe
sobre a matéria.
O estado de Minas Gerais, por meio do ICMS Patrimônio Cultural, repassa recurso aos
seus municípios que possuem uma política de proteção ao Patrimônio Cultural (nos últimos
anos mais de 600 municípios receberam e estão recebendo recursos do ICMS Patrimônio
Cultural).
O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) é o órgão que normatiza a
documentação a ser apresentada para fazer jus ao repasse dos recursos, de acordo com
as leis existentes, e com a deliberação do CONEP.
Essa Lei Estadual de nº 12.040/95, única em todo o país, estabeleceu critérios de
distribuição da cota parte do ICMS pertencente aos municípios estabelecendo percentual
de repasse de recursos para os municípios que têm política de proteção ao patrimônio
cultural local preservando a sua memória e seu patrimônio cultural. Ou seja: o município
que possui lei de tombamento e registro, que possui um conselho municipal de patrimônio
cultural, que protege seus bens culturais por meio de gestão adequada, que inventaria
esses bens, que registra, promove e investe na sua preservação, recebe recursos para
poder melhorar sua qualidade de vida e garantir sua identidade. A Lei em vigor
84
atualmente é a Lei Estadual 18.030/09 resultante de diversos avanços que foram
conquistados a partir de 1995.
Ela atribui ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais –
IEPHA/MG, por meio das deliberações do CONEP, a responsabilidade de estabelecer os
parâmetros para que os municípios mineiros possam receber recursos financeiros advindos
do critério do patrimônio cultural, conhecido como ICMS Patrimônio Cultural.
A análise do impacto global da redistribuição do ICMS após a implementação da Lei do
ICMS Patrimônio Cultural evidenciou uma diminuição da desigualdade dos repasses entre
os municípios. Tal mudança no padrão da distribuição dos recursos está relacionada à
introdução dos novos critérios sociais, econômicos, geodemográficos e redistributivos, que
levou a uma redução na concentração anteriormente observada, cujo repasse enfatizava a
produção econômica e a atividade mineradora.
O fortalecimento da política pública patrimonial veio com o programa Minas Patrimônio
Vivo criado em 2011, que trabalha a preservação e a promoção do patrimônio cultural de
Minas Gerais, sendo executado pela Secretaria de Cultura do Estado por meio do
IEPHA/MG.
O programa, criado para proteger, restaurar, informar, educar e projetar busca a
preservação dos bens culturais do Estado por meio de obras de restauração, o
envolvimento da comunidade nas ações de proteção, o acesso às informações sobre os
bens tombados localizados em Minas Gerais, a ampliação do número de bens protegidos e
a segurança de obras artísticas a partir da instalação de sistemas contra furtos e de
prevenção e combate a incêndios.
Por meio deste programa a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) pretende recuperar
igrejas, casarões, fazendas e prédios tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio
Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) em diversas regiões do Estado.
6.1) Conceitos:
85
Antes de iniciarmos a análise dos dados, é importante destacar os conceitos utilizados pelo
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que delimita os conceitos
aplicados pelos Estados, sendo eles:
Patrimônio cultural é entendido como as “...obras de arquitetura, escultura e pintura
monumentais ou de caráter arqueológico, de valor universal, excepcional do ponto de
vista da história, da arte ou da ciência, e ainda obras isoladas ou conjugadas do homem e
da natureza, de significativo valor histórico, estético, etnológico ou antropológico”.
Patrimônio cultural subaquático “...engloba os vestígios de caráter cultural, histórico ou
arqueológico da existência do homem, submersos há pelo menos 100 anos.
Patrimônio natural mundial “...elenca as formações físicas, biológicas e geológicas
excepcionais, habitats de espécies animais e vegetais ameaçadas e áreas que tenham
valor científico, de conservação ou estético excepcional e universal.
Patrimônio cultural intangível ou imaterial “...reúne as práticas, representações,
expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e
lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns
casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Essa
definição está em consonância com a Convenção da Unesco para a Salvaguarda do
Patrimônio Cultural Imaterial, ratificada pelo Brasil em 1° de março de 2006, que define
como patrimônio imaterial "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e
técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são
associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos
reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural".
Enraizado no cotidiano das comunidades e vinculado ao seu território e às suas condições
materiais de existência, o patrimônio imaterial é transmitido de geração em geração e
constantemente recriado e apropriado por indivíduos e grupos sociais como importantes
elementos de sua identidade.”
O patrimônio cultural material “...é composto por um conjunto de bens culturais
classificados segundo sua natureza nos quatro Livros do Tombo: arqueológico, paisagístico
86
e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens
imóveis como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; e
móveis como coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos,
arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.”
6.2) Principais Instrumentos de Proteção e Preservação do Patrimônio Cultural
Registro
O Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, instituído pelo Decreto Federal nº
3551/2000 de 04 de agosto de 2000, “é um instrumento legal de preservação,
reconhecimento e valorização do patrimônio cultural imaterial brasileiro, composto
por aqueles bens que contribuíram para a formação da sociedade brasileira. Consiste na
produção de conhecimento sobre o bem cultural imaterial em todos os seus aspectos
culturalmente relevantes.”
O Registro é um reconhecimento pelo Estado de que determinado bem cultural tem caráter
identitário e, portanto, constitui-se em Patrimônio Cultural.
Salvaguarda
É o conjunto de ações no sentido de reconhecer, valorizar, estimular, fomentar, divulgar e
promover o bem cultural, construída prioritariamente com os agentes responsáveis pela
existência do bem cultural.
Inventário
O inventário é um dos instrumentos de proteção do patrimônio cultural previsto no art.
216, § 1º, da Constituição Federal (CF 1988), também adotados pelos Estados e
Municípios. É uma primeira seleção para o conhecimento de bens culturais nas suas
variadas expressões, assim como para indicar proteção adequada de áreas e imóveis pelo
tombamento ou de patrimônio imaterial pelo registro. Dessa forma, o poder público ao
inventariar um bem reconhece seu valor cultural e sua importância para a coletividade,
garantindo o direito a manifestar-se em caso de risco iminente de perda ou
descaracterização, cabendo sempre a gestão do ente federativo responsável pelo
instrumento para o devido controle das intervenções sobre o bem inventariado.
87
A metodologia de inventário sugerida pelo IEPHA/MG é conhecida como IPAC (Inventário
de Proteção do Acervo Cultural) e nele, os bens culturais são separados em duas grandes
categorias, compostas por bens de natureza distinta e, muitas vezes, complementar, com
modo de documentação diferenciada:
Patrimônio Material
Conjuntos Urbanos
Sítios Naturais
Sítios Arqueológicos
Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas
Bens Móveis e Integrados
Arquivos
Patrimônio Imaterial
Celebração e Ritos
Expressões
Lugares
Saberes
A escolha dos bens para inventário é pautada por múltiplos critérios, levando-se em conta
a conformação territorial e urbana da localidade e sua evolução, sua história, situação
geográfica, lugares referenciais para população, crenças, tradições, modos de ser e de
viver, testemunhos de processos econômicos regionais, entre outros. Sua função é
identificar as reminiscências, permanências e adaptações da cultura material e imaterial de
determinada localidade, assim como identificar suas singularidades, especificidades e
convergências de seus elementos, originando e elegendo as demandas para formatação
de políticas públicas de preservação, conservação e gestão do Patrimônio Cultural.
Tombamento
O tombamento é o instrumento central da política de preservação do patrimônio cultural
no Brasil. Foi instituído pelo Decreto nº. 25 de 1937 e passou a ser aplicado desde 1938,
se manteve como tal após a ampliação da conceituação de patrimônio e dos instrumentos
de proteção disponíveis, ocorrida entre os anos 70 e 80 e mesmo após a Constituição de
88
1988 indicar explicitamente a necessidade de buscar “outras formas de preservação e
acautelamento” (Artigo 216), ele se mantém como o mais utilizado e respeitado
instrumento de proteção ao Patrimônio Cultural.
As Diretrizes Normativas do IEPHA conferem valor ao instituto do tombamento desde o
primeiro exercício do ICMS Patrimônio Cultural, em 1996, quando, foram pontuados
apenas os 106 municípios em que havia bens tombados em nível federal e estadual.
A partir do exercício de 1998, os munícipios despertaram para os benefícios de se ter uma
política local de proteção do patrimônio cultural e passaram a desenvolver atividades com
este objetivo.
Os dossiês de tombamento em nível municipal, realizados de acordo com metodologia e a
técnica divulgada pelo IEPHA, passaram a ser exigidos a partir do exercício de 1999 e os
laudos técnicos sobre o estado de conservação dos bens tombados, a partir de 2000.
De acordo com o IEPHA, no ano de 2000 haviam 1253 bens tombados em âmbito
municipal no estado de Minas Gerais. Atualização realizada nesses dados até dezembro de
2012 registrou 3966 tombamentos municipais, em 599 municípios.
Os municípios que possuem tombamentos em âmbito estadual e federal recebem
pontuação diferenciada por estes tombamentos.
Esses fizeram jus à pontuação, sem a exigência de apresentação de documentação
referentes a esses bens, desde o primeiro ano de exercício do mecanismo.
Nos tombamentos, os bens culturais são separados nas seguintes categorias:
NH – Núcleos Históricos, Centros Históricos;
CP – Conjuntos Paisagísticos, Arquitetônicos, Naturais, Arqueológicos,
Espeleológios;
BI – Bens Imóveis – Estruturas Arquitetônicas Isoladas;
BM – Bens Móveis, Bens Móveis Integrados;
Número de bens tombados em Minas Gerais, com dados de 2012.
89
TOMBAMENTOS FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL
NH 9 10 64
CP 15 47 642
BI 159 76 2377
BM 10 3 675
RI 3 2 210
TOTAL 196 138 3968
Número de bens tombados em MG, em âmbito federal (IPHAN)
De acordo com a versão atualizada da publicação “Bens Móveis e Imóveis Inscritos nos Livros do
Tombo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: 1938-2009”, veiculada no Portal
do IPHAN até o início do ano de 2013, são 201 os bens tombados em Minas Gerais.
6.3) Registros Nacionais Mineiros
Nos registros, os bens culturais são separados nas seguintes categorias: Saberes,
Celebrações,Formas de Expressão e Lugares.
6.3.1) Patrimônio Imaterial Nacional – Mineiro
NOME DO BEM CATEGORIA DATA DO REGISTRO
Jongo no Sudeste Formas de
Expressão
15/12/2005
Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro
e das serras da Canastra e do Salitre/ Alto Paranaíba
Saberes 13/06/2008
Toque dos Sinos em Minas Gerais tendo como referência São
João del Rey e as cidades de Ouro Preto, Mariana, Catas Altas,
Congonhas do Campo, Diamantina, Sabará, Serro e
Tiradentes.
Formas de
Expressão
03/12/2009
Ofício de Sineiro Saberes 03/12/2009
I. Jongo Do Sudeste:
O jongo é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança
coletiva e práticas de magia. É praticado nos quintais das periferias urbanas e em algumas
comunidades rurais do sudeste brasileiro. Acontece nas festas de santos católicos e divindades
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afro-brasileiras, nas festas juninas, nas festas do Divino, no 13 de maio da abolição da
escravatura. (...) Tem suas raízes nos saberes, ritos e crenças dos povos africanos, principalmente
os de língua bantu.(...) Iniciado o toque dos tambores, forma-se uma roda de dançarinos que
cantam em coro, respondendo ao solo de um deles. Os tambores e os batuqueiros estão sempre
na roda ou perto dela. São várias as maneiras de se dançar o jongo. Sozinhos ou em pares os
praticantes vão ao centro da roda, dançam até serem substituídos por outros jongueiros. Muitas
vezes nota-se, no momento da substituição, o elemento coreográfico da umbigada. O jongo em
Minas Gerais é encontrado no município de Carangola.
II. Modo Artesanal De Fazer Queijo De Minas Nas Regiões Do Serro E Das Serras Da
Canastra E Do Salitre/ Alto Paranaíba
O modo artesanal de fazer queijo constitui um conhecimento tradicional e um traço marcante da
identidade cultural de regiões serranas mineiras. Cada uma delas forjou um modo de fazer
próprio, expresso na forma de coleta e manipulação do leite, dos coalhos e das massas, na
prensagem, no tempo de maturação (cura), conferindo a cada queijo aparência e sabor
específicos. Nessa diversidade constituem aspectos comuns o uso de leite cru e a adição do pingo,
um fermento láctico natural, recolhido a partir do soro que drena do próprio queijo e que lhe
transfere as características específicas, condicionadas pelo tipo de solo, pelo clima e pela
vegetação de cada região. O modo próprio de fazer queijo de Minas sintetiza, no queijo do Serro,
no queijo da Canastra, no queijo do Salitre ou Alto Paranaíba, ou ainda Cerrado, um conjunto de
experiências, símbolos e significados que definem a identidade do mineiro, reconhecida por todos
os brasileiros. Por se tratar de um modo de fazer enraizado na comunidade mineira, o Modo
Artesanal de fazer Queijo de Minas é considerado Patrimônio Cultural Nacional sendo assim, o
quarto bem registrado no Livro de Registro dos Saberes.
III. Toque Dos Sinos Em Minas Gerais Tendo Como Referência São João Del Rey E As
Cidades De Ouro Preto, Mariana, Catas Altas, Congonhas Do Campo,
Diamantina, Sabará, Serro E Tiradentes.
O Toque dos Sinos em Minas Gerais é uma forma de expressão sonora produzida pela percussão
dos sinos das igrejas católicas, para anunciar rituais religiosos e celebrações, como festas de
santos e padroeiros, Semana Santa, Natal, casamentos, batizados, atos fúnebres e marcação das
horas, entre outras comunicações de interesse coletivo.(...) Onde as irmandades deixaram de
existir, o toque dos sinos ainda se mantém como atividade afetiva, lúdica e devocional de sineiros
voluntários, pois, em geral, não há envolvimento da Igreja com o toque dos sinos. Em
contrapartida, naquelas cidades onde a presença dessas irmandades foi maior, o enraizamento da
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prática sineira é mais forte. Particularmente em São João del-Rei e em Ouro Preto, ainda se
conservam diversos toques que existiam em antigas vilas e cidades da América portuguesa,
atestando a continuidade histórica de suas expressões na memória coletiva das comunidades
identificadas, que ainda hoje são capazes de decodificar a linguagem dos sinos e de entender seus
significados.
IV. Ofício De Sineiro
O Ofício de Sineiro, tendo como referência as cidades de São João del-Rei, Ouro Preto, Mariana,
Catas Altas, Congonhas do Campo, Diamantina, Sabará, Serro e Tiradentes, em Minas Gerais, é
uma prática tradicional, vinculada ao ato de tocar os sinos das igrejas católicas para anunciar
rituais e celebrações religiosas, atos fúnebres e marcação das horas, entre outras comunicações
de interesse coletivo. A tradição do toque dos sinos, eminentemente masculina, se mantém viva
nessas cidades como referência de identidade cultural da população local, e como atividade
afetiva, lúdica e devocional de sineiros voluntários e profissionais. A estrutura, composição e o
saber tocar sinos estão na memória e na habilidade dos sineiros, que conhecem de cor um
repertório não escrito de toques, constituído de pancadas, badaladas e repiques (executados com
o sino paralisado) e de dobres (executados com o sino em movimento), adequados às ocasiões
festivas ou fúnebres (...).
6.4) Registros Estaduais
6.4.1) Patrimônio Imaterial Estadual
O Decreto nº 42.505, de 15 de abril de 2002, instituiu “as formas de registro de Bens Culturais de
Natureza Imaterial ou Intangível sejam festas folclóricas, cultos religiosos tradicionais, culinária
típica, espaços públicos para práticas culturais coletivas, cantos e danças." Minas já possui, pelo
IEPHA, o registro de dois bens culturais de natureza imaterial:
I. Modo De Fazer Queijo Artesanal Da Região Do Serro
O queijo fabricado artesanalmente tem no chamado Queijo do Serro a sua expressão mais genuína
e consagrada. (...) O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais -
IEPHA/MG, ao propor o Registro no Livro dos Saberes, o Modo de Fazer do Queijo Artesanal do
Serro, como Bem Imaterial do Patrimônio Cultural do Estado de Minas Gerais, tem como objetivo a
preservação das características no que se refere à receita original e ao processo de fabricação
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artesanal do Queijo do Serro, reconhecendo, protegendo e estimulando sua produção, garantindo
a sustentabilidade de seus produtores e da economia local.
II. Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte
Expressão de religiosidade e de fé, a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de
Chapada do Norte é uma celebração que, a mais de dois séculos, movimenta irmãos, fiéis,
comunidade e a população do Médio Jequitinhonha. Fruto da devoção dos membros da Irmandade
de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte, a Festa é, ao mesmo
tempo, símbolo e síntese de identidade e de tradição de Minas Gerais. Expressa a dimensão
cultural-religiosa da população de Minas manifestada de diferentes formas em praticamente todo o
Estado.(...)
Nesse sentido, a abertura e instrução do processo de registro foram realizadas pelo Instituto
Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais - IEPHA/MG, na compreensão de que
a Festa, como observa o parecer de abertura, é representativa da diversidade cultural de Minas;
trata-se de um acontecimento tradicional que remonta a quase dois séculos de celebração,e que é
um evento da mais autêntica cultura popular mineira.
7) LEGISLAÇÃO CULTURAL DE MINAS GERAIS
Neste item da análise situacional, decidiu-se por elencar as Leis Estaduais, uma vez que
ao longo do documento muitas delas foram citadas em suas disposições.
7.1) Leis
Lei 11.726, de 30 de dezembro de 1994. Dispõe sobre a Política Cultural do
Estado de Minas Gerais.
Lei nº 13.803, de 27 de dezembro de 2000. Dispõe sobre a distribuição da
parcela da receita do produto da arrecadação do ICMS pertencentes aos
municípios.
Lei nº 13.956, de 24 de julho de 2001. Dispõe sobre obras representativas do
patrimônio cultural mineiro e dá outras providências.
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Lei nº 15.975, de 12 de janeiro de 2006. Dispõe sobre o Fundo Estadual de
Cultura-FEC;
Lei nº 17.615, de 04 de julho de 2008. Dispõe sobre a concessão de incentivo
fiscal com o objetivo de estimular a realização de projetos culturais no Estado.
Lei nº 18.057, de 01 de abril de 2009. Declara patrimônio cultural do Estado o
processo artesanal de fabricação do doce denominado pé-de-moleque produzido no
Município de Piranguinho.
Lei nº 19.088, de 22 de julho de 2010. Altera a Lei nº 15.975, de 12 de janeiro
de 2006, que cria o fundo estadual de cultura - FEC.
Lei Delegada nº 180, de 20 de janeiro de 2011. Dispõe sobre a estrutura
orgânica da administração publica do poder executivo do Estado de Minas Gerais e
dá outras providências. Cria o Conselho Estadual de Política Cultural, art. 123 ao
131.
Lei nº 19.420, de 11 de janeiro de 2011. Estabelece a política estadual de
arquivos.
Lei nº 20.368, de 07 de agosto de 2012. Institui o Registro do Patrimônio Vivo
do Estado de Minas Gerais.
Lei nº 21.077, 27 de dezembro de 2013. Altera as Leis Delegadas n° 179, de
1° de janeiro de 2011, que dispõe sobre a organização básica e a estrutura da
Administração Pública do Poder Executivo do Estado, e n° 180, de 20 de janeiro de
2011
7.2) Decretos
Decreto nº 16.983, de 07 de fevereiro de 1975. Dispõe sobre o tombamento
e respectiva inscrição dos bens do Arquivo Público Mineiro.
Decreto nº 42.505, de 15 de abril de 2002. Institui as formas de Registros de
Bens Culturais de Natureza Imaterial ou Intangível que constituem patrimônio
cultural de Minas Gerais.
Decreto nº 44.341, de 28 de junho de 2006. Regulamenta o Fundo Estadual
de Cultura – FEC, nos termos da Lei nº 15.975, de 12 de janeiro de 2006.
Decreto nº 44.785, de 17 de abril de 2008. Contém O Regimento Interno Do
Conselho Estadual Do Patrimônio Cultural - CONEP.
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Decreto nº 44.866, de 1º de agosto de 2008. Regulamenta a concessão de
incentivos fiscais de estímulo à realização de projeto artístico-cultural no Estado, de
que trata a Lei nº 17.615, de 04 de julho de 2008.
Decreto nº 45.236, de 04 de dezembro de 2009. Institui o Sistema Estadual
de Museus de Minas Gerais e dá outras providências.
Decreto nº 45.652, de 22 de julho de 2011. Indica a composição do Conselho
Estadual de Política Cultural- CONSEC.
Decreto nº 45.843, 2011. Regulamenta o Programa Social Preservação do
Patrimônio Cultural previsto no Item XVI do Anexo da Lei nº 18.692, de 30 de
dezembro de 2009.
Decreto nº 45.844, 2011. Regulamenta o Programa Social Fomento à Produção
Cultural, previsto no Item XVIII do Anexo da Lei nº 18.692, de 30 de dezembro de
2009.
Decreto nº 45.789, de 01 de dezembro de 2011. Dispõe sobre a estrutura
orgânica da Secretaria de Estado de Cultura-SEC/Mg.
Decreto nº 45.850, de 28 de dezembro de 2011. Contém o Estatuto do
Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA-MG.
Decreto nº 45.887, 2011. Regulamenta o Programa Social Formação e
Capacitação Cultural e Artística Previsto no Item XV do Anexo da Lei nº 18.692, de
30 de Dezembro de 2009.
Decreto nº 45.888, de 2011. Regulamenta o Programa Social Gestão e
Disseminação da Informação Cultural previsto no Item IX do Anexo da Lei nº
18.692, de 30 de Dezembro de 2009.
Decreto nº 45.889, de 2011. Regulamenta o Programa Social Produção e
Difusão Cultural, previsto no Item XVII do Anexo da Lei nº 18.692, de 30 de
dezembro de 2009.
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8) CONSIDERAÇÕES:
No que se refere às estratégias de gestão pública e dos instrumentos de participação
social, nota-se o avanço das políticas públicas de cultura que leva em consideração as
características da transversalidade e as possibilidades de interação com as diversas áreas
de conhecimento.
Constata-se pela análise que o órgão de gestão da cultura em Minas Gerais, já apresenta
em sua estrutura todos os itens exigidos pelo MinC para implantação do Sistema Estadual
de Cultura, a saber: Órgão Gestor De Cultura, Conselho Estadual De Política Cultural;
Conferência Estadual; Fundo Estadual de Cultura; Plano Estadual de Cultura ( em
elaboração).
A avaliação dos gestores, dirigentes de autarquias e superintendentes da SEC-MG é o de
que a meta estadual, da política pública cultural, de ampliar a territorialidade cultural com
atuação regionalizada nas 10 (dez) macrorregiões de planejamento do Estado vem sendo
concluída, uma vez que todos os programas desenvolvidos vem capilarizando o objetivo
de atendimento macrorregional.
Observa-se um grande avanço nas ferramentas institucionalizadas de participação social,
fato este que merece destaque no que tange a governança pública da cultura e os canais
de comunicação.
Após caracterização do aporte da cultura no Estado, constata-se um aumento do aporte
financeiro da cultura de 2011 para 2013 com a seguinte proporção:
De 2011 para 2012, houve um crescimento de aproximadamente 55%
De 2012 para 2013, crescimento de aproximadamente 10%
De 2011 a 2013, crescimento de aproximadamente 71%
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Do ponto de vista da disponibilidade orçamentária é notória a necessidade de aumento de
recurso não apenas para o atendimento das demandas dos diferentes setores como
também para ampliar a atuação propositiva, reconhecendo a dimensão estratégica da
cultura para o desenvolvimento.
Observa-se significativo aumento do número de conselhos no estado, motivado pela
politica de ICMS cultural patrimonial. No entanto, a que se avaliar a efetividade da atuação
destes conselhos, para além do objetivo supracitado.
Constata-se a carência de políticas públicas especificas para o desenvolvimento das
diferentes ramificações da cultura popular e do patrimônio imaterial, que carecem de
fomento e estratégias próprias para sua fruição.
È fundamental promover a diferenciação entre atividade artística profissional, atividade
artística amadora, e expressões artístico-culturais, a fim de que os instrumentos de ação
da política pública possam atender de maneira efetiva as demandas e necessidades de
cada setor, de acordo com as condições e especificidades de cada um.
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Durante o período avaliado, nota-se um aumento na captação de recursos para projetos
da LEIC no interior. Entretanto, considerando as dimensões continentais do Estado,
observa-se a necessidade de otimização deste mecanismo, dado o grande número de
projetos que não alcançam a captação total ou parcial. Estão postos desafios relativos a
LEIC a saber:
Estreitar relacionamento com empresas de médio e pequeno porte no interior;
Ampliar a difusão da informação sobre este mecanismo e seus benefícios;
A exemplo do que ocorre em todo o país, nota-se a existencia de concentração de
projetos apresentados na macrorregião central, bem como para a captação destes. Há que
se considerar, entretanto, a maior concentração populacional, as dificuldades de acesso às
informações acerca dos mecanismos e a concentração dos grupos e artistas na região
central, entre outros.
É importante destacar o ineditismo do edital Musica Minas, uma vez que traz importante
contribuição para a avaliação da gestão compartilhada, demonstrado na organização e do
acompanhamento e das demandas sobre as políticas públicas.
Segundo a pesquisa do IBRAM, do Cadastro Nacional de Museus, com dados levantados
até janeiro de 2011, em Minas Gerais existiam 319 equipamentos museológicos. Esse
dado já foi atualizado pela Superintendência de Museu e Audio Visual-SUMAV, que através
de parceria entre a SUMAV e o IBRAN registrou até maio de 2014 trezentas e sessenta e
seis -366- unidades museais em Minas Gerais.
Apesar do sistema de arquivos públicos estaduais já estar bem avançado em suas etapas
de acompanhamento e gestão, existe o desafio de otimização de ferramentas para
construção, recuperação, recuperação, revitalização e manutenção dos mesmos,
assegurando sua completa adequação aos parâmetros de acessibilidade.
Até março de 2014, constava no site do Sistema Nacional de Cultura (SNC), 237
municípios mineiros que aderiram ao SNC. A partir desta adesão os municípios terão um
prazo de até 2(dois) anos para instituir o Conselho Municipal de Política Cultural, sendo
esta a nomenclatura utilizada pelo SNC.
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A política pública patrimonial em Minas Gerais, apesar de estruturada, ainda enfrenta
desafios, como a continuidade das ações para maior envolvimento da comunidade em
relação à valorização do patrimônio.
O intuito desta caracterização, além do levantamento e da identificação de dados relativos
à cultura, é o de também oferecer subsídios para a estruturação dos objetivos e diretrizes
para o Plano Estadual de Cultura de Minas Gerais.
9) IDENTIFICAÇÃO DE DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Para identificar os desafios e oportunidades do setor cultural em Minas Gerais, além das
descrições presentes neste documento, foram analisadas as duas últimas Conferencias
Estaduais de Cultura de Minas Gerais.
Na conferência de 2009, os participantes elegeram 68 propostas aprovadas por 276
delegados que participaram da plenária final da II Conferência Estadual de Cultura, com a
participação de 322 municípios.
Já em 2013, com cerca de 500 participantes, a III Conferência Estadual de Cultura de
Minas Gerais elegeu 369 delegados, com a participação de 376 municípios. Para a
conferência Nacional foram eleitas 64 propostas, das quais 32 de âmbito nacional e 32 de
âmbito estadual.
Assim sendo, identificamos as seguintes tendências no Estado para o campo da cultura:
DESAFIOS:
1. Necessidade de desconcentração na capatação de recursos para apoio de projetos da
LEIC.
2. Capacitação e profissionalização dos gestore sda cultura.
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3. Superação as resistências à profissionalização dos segmentos artísticos e técnicos
regulamentados.
4. Descontinuidade e sazonalidade dos programas do poder público.
5. Descontinuidade e sazonalidade das ações da sociedade civil.
6. Necessidade de descentralizar as ações político culturais.
7. Necessidade de aumento do número de equipamentos culturais pelo interior do
Estado, incluindo terrenos para instalação de circos.
8. Necessidade de qualificação dos gestores para administrar os equipamentos culturais
pelo interior do Estado.
9. Necessidade de envolvimento da comunidade com as ações de valorização e
preservação patrimonial.
10. Ampliação de recursos para realização de projetos governamentais de fomento.
11. Necessidade de revisão do sistema de financiamento público estadual da cultura.
12. Necessidade de superar a ausência de sistemas setoriais nos diversos segmentos
culturais.
13. Necessidade de gerenciar sistema de dados da cultura no Estado.
OPORTUNIDADES:
1. Riqueza e diversidade cultural do Estado
2. Existência dos conselhos estaduais e dos processos de escuta institucionalizados
3. Recursos da União, do Estado e dos Municípios
4. Possibilidade e existência de parcerias e de transversalidade, dos setores público e
privado
5. Aprovação do Plano Estadual de Cultura
6. Existência de núcleos de interiorização da cultura (Polos Macrorregionais)
7. Sistema Estadual de Cultura instituído e já formalizado
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8. Existência do ICMS cultural patrimonial
9. Atuação da política pública, regionalizada para a cultura
10. Política patrimonial estadual
11. Existência de movimentos culturais propositivos e atuantes
12. Potência e qualidade da cultura e da arte produzidas no Estado
13. Efervescência da atividade cultural em diferentes formatos e segmentos pelo Estado
14. Disponibilidade dos artistas e grupos para o compartilhamewnto de experiências e
conteúdo
15. Existência de processos de pesquisa e experimentação de linguagens que repercutem
na produção contemporânea
10) PRINCÍPIOS DO PLANO ESTADUAL DE CULTURA DE MINAS GERAIS
Para o Plano Estadual de Cultura de Minas Gerais, consideraram-se os seguintes
princípios, obedecendo ao que foi citado na caracterização, a legislação vigente da Lei
Delegada 180 de 20 de janeiro de 2011 e em consonância com a Constituição Federal.
I. a defesa dos direitos culturais;
II. o acesso aos bens culturais;
III. a valorização e a proteção do patrimônio cultural (imaterial e material)
mineiro;
IV. o estímulo à criação, respeitando sua liberdade, a preservação, divulgação,
produção, pesquisa, experimentação, capacitação e fruição artístico-cultural;
V. a descentralização e regionalização da política pública;
VI. a criação de uma política para as artes que privilegie a profissionalização e a
valorização do setor cultural profissional;
VII. o mapeamento e a sistematização das informações culturais;
VIII. a cultura como desenvolvimento humano, econômico e social, garantindo
seu caráter de transversalidade.
101
11) REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Cultura. Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas,
diretrizes e ações 2011 – 2014. 2. ed. Brasília: Ministério da Cultura, 2011. Disponível
em:http://www2.cultura.gov.br/site/wp-
content/uploads/2012/08/livro_web2edicao.pdf. Acesso em: 5 mar. 2014.
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Indústria Criativa.
Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil. Rio de Janeiro: FIRJAN, 2012.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010:
primeiros resultados. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=mg. Acesso em: 03 mar. 2014.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. ESTADIC 2013: IBGE: Rio de
janeiro: MinC, 2014.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. MUNIC 2012: IBGE: Rio de
janeiro: 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa de Informações
Básicas Municipais: Perfil dos Municípios Brasileiros – MUNIC. Rio de Janeiro: IBGE,
2008.
INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Guia dos Museus Brasileiros. Brasília: instituto
Brasileiro de Museus, 2011.
INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Museus em números. V. 1 e 2. Brasília: Ibram,
2011.
102
INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE MINAS GERAIS.
Bem Cultural Registrado. Disponível em: http://www.iepha.mg.gov.br/bens-
protegidos/bem-cultural-registrado . Acesso em 05 mar. 2014.
INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE MINAS GERAIS.
Guia de Bens Tombados. Belo Horizonte: IEPHA, 2012.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Banco de Dados.
Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=17734&retorno=paginaIph
an. Acesso em: 05 mar. 2014.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Lista de Bens
Culturais Inscritos nos Livros do Tombo (1938 - 2012). Rio de Janeiro: IPHAN, 2013.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Cultura. Acordo de Resultados do Estado de
Minas Gerais. Cultura. http://www.planejamento.mg.gov.br/estrategia-de-
governo/acordo-de-resultados/acordos-celebrados/91-menu-central/estrategia-de-
governo/acordo-de-resultados/2003-sistema-operacional-de-cultura-2014 Acesso em 5
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MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Coord). Plano Mineiro
de Desenvolvimento Integrado (PMDI) 2007-2023. Disponível em:
http://www.planejamento.mg.gov.br/planejamento-e-orcamento/plano-mineiro-de-
desenvolvimento-integrado. Acesso em 5 mar. 2014.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. O desafio de elaborar e viabilizar projetos culturais
sob as diretrizes da tecnologia SESI cultura. Brasília: SESI-DN, 2000.
VILHENA, Renata et al (Org). O Choque de Gestão em Minas Gerais: políticas da
gestão pública para o desenvolvimento. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.
103
12) REALIZAÇÃO/FICHA TÉCNICA
Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais
Conselho Estadual de Política Cultural - CONSEC
Ficha Técnica:
Núcleo Técnico Executivo de Elaboração e Acompanhamento do Plano Estadual de
Cultura (NEE):
Leonardo Bahia Diniz (Chefe de Gabinete da Secretaria de Estado de Cultura de Minas
Gerais) - Coordenador Geral;
Janaina Helena Cunha (Superintendente de Interiorização e Ação Cultural da Secretaria de
Estado de Cultura de Minas Gerais) – Coordenadora Executiva;
Mila Batista Leite Corrêa da Costa - Assessoria de Gabinete da Secretaria de Estado de
Casa Civil e de Relações Institucionais;
André Luiz de Castro Ferreira - Assessoria de Gestão Estratégica e de Inovação (AGEI).
Denise Gleice Liberato - Secretária Executiva do CONSEC;
Tatiana Nonato de Souza Leite – Diretora de Informação e Fomento da Secretaria de
Estado de Cultura de Minas Gerais – Assessoria Especial para elaboração do Plano;
Ricardo José Aleixo de Brito – Assessor de Gabinete da Secretaria de Estado de Cultura de
Minas Gerais - Assessoria Especial para elaboração do Plano;
Daniela Varela como consultora, por meio da parceria entre MinC, Secretaria de Estado de
Cultura e Universidade de Santa Catarina, para compor o Núcleo Técnico Executivo
Estadual;
Aníbal Henrique de Oliveira Macedo - Conselheiro Estadual de Cultura;
Magdalena Rodrigues - Conselheira Estadual de Cultura;
Makely Ka - Conselheiro Estadual de Cultura;
Maria Ribeiro de Andrada e Oliveira Figueiredo - Conselheira Estadual de Cultura;
Rubem Silveira dos Reis - Conselheiro Estadual de Cultura;
Sula Kyriacos Mavrudis - Conselheira Estadual de Cultura.
Colaboração:
Conselho Estadual de Patrimônio Cultural - CONEP