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1 CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA EM MINAS GERAIS FASE 1- MAIO DE 2014

CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA EM MINAS GERAIS‡ÃO DA CULTURA... · Entende-se que a realização de todo o processo no prazo de seis meses não implica prejuízo ao documento final,

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CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA

EM MINAS GERAIS

FASE 1- MAIO DE 2014

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ÍNDICE

CONTEXTO

APRESENTAÇÃO

1. GESTÃO DA CULTURA NO ESTADO

1.1 DESCRIÇÃO DE CADA UNIDADE DO SISTEMA ESTADUAL DE

CULTURA

1.1.1 ADMINISTRAÇÃO DIRETA

1.1.2 AUTARQUIAS (ADMINISTRAÇÃO INDIRETA)

2. FORMAS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL

3. RECURSOS PARA A CULTURA

4. EQUIPAMENTOS E ESPAÇOS PÚBLICOS DE CULTURA

5. LEVANTAMENTO DOS SEGMENTOS CULTURAIS EM MINAS GERAIS

6. PATRIMÔNIO CULTURAL;

7. LEGISLAÇÃO CULTURAL DE MINAS GERAIS

8. CONSIDERAÇÕES:

9. IDENTIFICAÇÃO DE DESAFIOS E OPORTUNIDADES

10. PRINCÍPIOS DO PLANO ESTADUAL DE CULTURA DE MINAS GERAIS

11. REFERÊNCIAS

12. REALIZAÇÃO/FICHA TÉCNICA

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CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA EM MINAS GERAIS

FASE 1 – A CULTURA EM NOSSO ESTADO – SITUAÇÃO ATUAL

CONTEXTO

O Plano Estadual de Cultura é um documento formal que reúne e apresenta a política

pública de cultura de um Estado. Nele, estão as diretrizes e a sinalização de ações

pretendidas num período de dez anos de planejamento. Como princípios, o Plano deve

considerar como prioridade a promoção da igualdade de oportunidades e a valorização da

diversidade de expressões e manifestações culturais. São inúmeros os objetivos de um

Plano Estadual. Entre eles estão identificar as ações necessárias ao aprimoramento da

política pública, contribuir com o planejamento e fortalecer a democracia participativa.

Elemento constitutivo do processo de adesão ao Sistema Nacional de Cultura, a

elaboração do Plano Estadual de Cultura, em todo o país, está sendo estruturada a partir

de uma metodologia desenvolvida pela Universidade Federal de Santa Catarina, por

deliberação do Ministério da Cultura, com a finalidade de alinhar as estratégias de

desenvolvimento local e estadual com as políticas nacionais.

Em Minas Gerais, a elaboração do Plano compete à Secretaria de Estado de Cultura, com

participação efetiva do Conselho Estadual de Política Cultural/Consec, por meio do qual a

sociedade civil está representada desde o início do processo de elaboração do documento.

Constituída de 3 etapas, a metodologia propõe as seguintes fases:

FASE 1: CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA

Compilação e sistematização de dados pertinentes à realidade cultural em Minas Gerais,

com conseqüente identificação de desafios e oportunidades, além da sinalização dos

princípios que devem nortear a elaboração do Plano.

FASE 2: PROGNÓSTICO

Sistematização dos desafios, com proposições de estratégias; ações; metas

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FASE 3: CONSOLIDAÇÃO

Redação do Plano Estadual de Cultura de Minas Gerais, anexo à minuta de lei a ser

apresentada à Assembléia Legislativa de Minas Gerais, para fins de trâmites do Poder

Legislativo, que incluem compartilhamento, validação e aprovação do Documento Final.

OBSERVAÇÕES:

As fases 1 e 2 são estudos preliminares, sistematizados por representantes da

sociedade civil e poder público, que embasam a elaboração do Plano Estadual.

Por uma deliberação do Consec, com anuência da Secretaria de Estado de Cultura,

esse Plano Estadual será elaborado até o final da presente gestão, que se encerra

em agosto de 2014, com a expectativa de que este documento possa expressar as

expectativas de aprimoramento da política pública de cultura na próxima década.

Entende-se que a realização de todo o processo no prazo de seis meses não implica

prejuízo ao documento final, uma vez que ele pode, e deve, ser revisado

anualmente ou com a periodicidade que se considerar adequada.

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APRESENTAÇÃO

Este documento corresponde à Fase 1 – Caracterização da Cultura, que integra estudo

preliminar para embasamento do processo de elaboração do Plano Estadual de Cultura do

Estado de Minas Gerais.

Para construir esta caracterização foram utilizadas várias fontes de pesquisa, tais como:

Documento final das conferências estaduais de cultura realizadas pela Secretaria de

Estado de Cultura, em 2009 e 2013, com o apoio da Assembléia Legislativa de

Minas Gerais;

Dados de gestão governamental do Sistema Estadual de Cultura;

Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC-2012) e Pesquisa de

Informações Básicas Estaduais (ESTADIC-2013), ambas realizadas pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE;

Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro/FIRJAN, com

foco na Indústria Criativa;

Relatórios, documentos e diagnósticos apresentados por representantes de setores

artístico-culturais do Conselho Estadual de Política Cultural/Consec e do Conselho

Estadual de Patrimônio/Conep.

Optou-se pela coleta de dados relativos ao período entre os anos de 2011 e 2013, devido

a sua atualidade e pela oportunidade de ter como fonte informações cuja credibilidade

pode ser comprovada por meio de ferramentas governamentais, como Acordo de

Resultados e Monitoramento do Planejamento Plurianual de Ação Governamental/PPAG.

Para a elaboração deste documento, a Secretaria de Estado de Cultura, no âmbito de suas

atribuições, instituiu o Núcleo Técnico Executivo de Elaboração e

Acompanhamento do Plano Estadual de Cultura/NEE, integrado por gestores

públicos de cultura e representantes da sociedade civil que integram o Conselho Estadual

de Política Cultural. Esse Núcleo foi eleito em reunião ordinária com Consec, para fins de

garantir sua legitimidade sobretudo com relação à representação da sociedade civil –

imprescindível para o aprimoramento da política pública de cultura.

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Com a finalidade de oferecer suporte institucional e operacional, a SEC/MG também

constituiu o Grupo de Trabalho interno, além de proceder à contratação do Analista

Técnico responsável pela aplicação da metodologia recomendada pelo Ministério da

Cultura para elaboração dos Planos Estaduais.

A fim de garantir a transparência de todo o processo de elaboração do Plano Estadual, foi

desenvolvida Estratégia de Comunicação, que inclui a criação de site dedicado

exclusivamente ao tema, já disponível pelo www.cultura.mg.gov.br. Por meio dele, serão

publicizadas as informações pertinentes ao Plano, bem como notícias de âmbito local e

nacional sobre este tema. O site também terá papel importante no compartilhamento e

validação dos documentos parciais, considerando-se a seguinte estrutura:

Fase 1 – Caracterização da Cultura:

Consolidada pelo Núcleo Técnico Executivo de Elaboração e Acompanhamento do Plano

Estadual de Cultura/NEE, e disponibilizada no site;

Fase 2 - Prognóstico:

Será submetida à avaliação e validação pelo Conselho Estadual de Política Cultural e

Câmara Regional Consultiva (constituída por representantes das 10 macrorregiões do

Estado, eleitos na III Conferência Estadual de Cultura) e posterior publicação no site;

Fase 3 – Consolidação do Plano Estadual de Cultura

Publicação no site, com validação por meio de consulta pública virtual e posterior

encaminhamento à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que procederá aos trâmites do

Poder Legislativo, incluindo outras ferramentas de participação social para fins de

aprovação da Minuta de Projeto de Lei que acompanha o Plano Estadual de Cultura.

OBSERVAÇÕES:

O Núcleo Técnico Executivo de Elaboração e Acompanhamento do Plano Estadual

de Cultura (NEE) optou por atuar a partir de temas, dados e informações advindas

de fontes com alto grau de confiabilidade, a fim de destacar os avanços e as

deficiências da política pública de cultura em Minas Gerais. Esta decisão ampara-se

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na necessidade de considerar a ausência de dados, indicadores e sistematização da

informação de cultura, setorial, local e nacionalmente.

Visando contribuir com a superação desta lacuna, a SEC/MG, está em fase final de

implantação do Sistema Estadual de Informação e Indicadores Culturais, importante

marco no processo de sistematização e divulgação dos dados relativos à cultura em

Minas Gerais.

Esse documento foi estruturado a partir dos seguintes tópicos:

1. Gestão da Cultura no Estado;

2. Formas de Participação Social;

3. Recursos para a Cultura;

4. Equipamentos e Espaços Públicos de Cultura;

5. Levantamento dos Segmentos Culturais em Minas Gerais;

6. Patrimônio Cultural;

7. Legislação Cultural de Minas Gerais;

8. Considerações;

9. Identificação de Desafios e Oportunidades;

10. Princípios do Plano Estadual de Cultura de Minas Gerais;

11. Referências;

12. Realização/Ficha Técnica

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1. GESTÃO DA CULTURA NO ESTADO

A Secretaria de Estado da Cultura – SEC/MG foi criada em 1983, estruturada pela Lei

12.221, de 1º de julho de 1996, e regulamentada pelo Decreto nº 39.641, de 15 de junho

de 1998, com os seguintes pressupostos:

MISSÃO

Identificar, preservar e valorizar os bens culturais; promover a qualificação e a inovação

da produção cultural do Estado; fomentar as diversas etapas da cadeia produtiva da

cultura; democratizar e popularizar o acesso à cultura.

VISÃO

Cultura é desenvolvimento: humano, social e econômico, que deve colaborar com o

desenvolvimento do Estado de Minas Gerais.

VALORES

Identidade e diversidade cultural;

Preservação;

Patrimônio;

Inclusão social;

Fomento;

Experimentação;

Inovação;

Parceria.

A Secretaria de Estado de Cultura tem entre suas principais ações o fomento das diversas

fases da cadeia produtiva cultural, desde a identificação, preservação e valorização dos

bens culturais produzidos em Minas até a capacitação dos agentes culturais.

De acordo com a Lei Delegada nº 180 de 20/01/2011, em seu artigo 111: “... A Secretaria

de Estado de Cultura - SEC -, a que se refere o inciso IV do art. 5º da Lei Delegada nº

179, de 2011, tem por finalidade planejar, organizar, dirigir, coordenar, executar, controlar

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e avaliar as ações setoriais a cargo do Estado relativas ao incentivo, à produção, à

valorização e à difusão das manifestações culturais da sociedade mineira, assegurada a

preservação da diversidade cultural, a democratização do acesso à cultura e o

oferecimento de oportunidades para o exercício do direito à identidade cultural,

competindo-lhe:

I - fomentar e divulgar a cultura mineira em todas as suas expressões e diversidade

regional, promovendo a difusão da identidade e da memória do Estado, a divulgação

institucional por rádio e televisão públicos e por meios eletrônicos, bem como garantir o

acesso a bens culturais, em consonância com as diretrizes definidas pelo Conselho

Estadual de Política Cultural;

II - criar e gerenciar sistema de dados e informações sobre manifestações culturais

e desenvolver planos, programas e projetos de pesquisa, documentação e divulgação;

III - promover a preservação do patrimônio cultural, histórico e artístico do Estado,

material e imaterial, incentivando sua fruição pela comunidade;

IV - promover ações que visem a estimular o desenvolvimento de vocações

artísticas e a formação, o aperfeiçoamento e a qualificação de técnicos e agentes

culturais;

V - estimular a pesquisa e a criação artísticas;

VI - apoiar e promover a instalação de bibliotecas, museus, teatros, centros e

equipamentos congêneres;

VII - articular-se com órgãos, entidades oficiais e agentes da comunidade, bem

como relacionar-se com instituições nacionais e estrangeiras, com vistas ao intercâmbio e

à cooperação culturais;

VIII - elaborar, articular e implementar políticas públicas que promovam a inclusão

cultural e a interação da cultura com as demais áreas sociais;

IX - incentivar a aplicação de recursos públicos e privados em atividades culturais,

promovendo e coordenando sua captação e aplicação;

X - colaborar na criação e no aperfeiçoamento dos instrumentos legais de

financiamento e fomento das atividades culturais;

XI - aprovar projetos culturais cujos recursos sejam provenientes da concessão de

incentivos fiscais ou de outras formas de apoio ou fomento, observado o disposto no art.

9º da Lei nº 12.733, de 30 de dezembro de 1997;

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XII - incentivar a formação de sistemas setoriais nas diversas áreas da cultura;

XIII - exercer a supervisão das atividades das entidades de sua área de

competência;

XIV - promover e ampliar o acesso da população aos bens culturais materiais e

imateriais por meio da interiorização, da descentralização e do fomento das cadeias

produtivas de cultura dos Municípios;

XV - apoiar a construção de redes culturais no Estado;

XVI – estabelecer as diretrizes da política estadual de telecomunicações;

(Inciso acrescentado pelo art. 8º da Lei nº 21.077, de 27/12/2013.)

XVII – exercer o poder de polícia no âmbito de sua competência;

(Inciso renumerado pelo art. 8º da Lei nº 21.077, de 27/12/2013.)

XVIII – exercer atividades correlatas.

(Inciso renumerado pelo art. 8º da Lei nº 21.077, de 27/12/2013.)...”

Com essa configuração, observa-se que Secretaria de Estado de Cultura atende a todos os

pressupostos de integração ao Sistema Nacional de Cultura (SNC), cujos componentes são

estabelecidos pela Emenda Constitucional nº 71, de 29 de novembro de 2012 que, em seu artigo

19, estabelece: “Integram o Sistema Nacional de Cultura – SNC, no âmbito estadual e distrital, os

Sistemas Estadual e Distrital de cultura, compostos, no mínimo, por:

I. Coordenação:

a. Secretaria Estadual de Cultura ou órgão equivalente.

II. Instância de articulação, pactuação e deliberação:

a. Conselho Estadual ou Distrital de Cultura;

b. Conferencia Estadual ou Distrital de Cultura; e

c. Comissão Intergestores Bipartite.

III. Instrumento de gestão:

a. Plano Estadual ou Distrital de Cultura; e

b. Sistema Estadual ou Distrital de Financiamento à Cultura.”

A SEC também dispõe dos três componentes opcionais sugeridos pelo Ministério da

Cultura como elementos importantes para alinhamento como o Sistema Nacional, a saber:

sistema de informação e indicadores culturais (em fase final de estruturação); programas

de formação na área cultural; e sistemas setoriais de cultura.

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A atuação sistêmica da SEC, a propósito, remonta aos anos de 1800, quando foi criado o

Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas Municipais, seguido pelo Sistema Estadual de

Museus e o Sistema Estadual de Arquivos.

A atenção à formação e capacitação também faz parte da estrutura orgânica de diferentes

unidades do Sistema Estadual de Cultura, como a Fundação de Arte de Ouro Preto/FAOP e

a Fundação Clóvis Salgado – duas importantes autarquias cujas iniciativas e projetos se

destacam nacionalmente pela qualidade da capacitação oferecida a seus alunos, além dos

cursos de aperfeiçoamento técnico e artístico oferecidos pela Superintendencia de

Interiorização e Ação Cultural, entre outros.

O Sistema de Informações e Indicadores Culturais da Secretaria de Estado de Cultura, por

sua vez, irá sistematizar e apresentar dados de todas as unidades do Sistema Estadual de

Cultura, de forma a possibilitar acesso irrestrito aos dados de gestão governamental,

garantindo a credibilidade e a veracidade da informação, sem comprometimento de sua

publicização. Com essa ferramenta, o acesso à informação será georeferenciado em uma

única plataforma digital, e o usuário terá a possibilidade de gerar relatórios, e relacionar

dados utilizando filtros diferenciados. O sistema está previsto para ser lançado no segundo

semestre de 2014.

Em seu artigo 112, da Lei Delegada 180 de 20 de janeiro de 2011, a Secretaria de Estado

de Cultura tem a seguinte estrutura orgânica básica:

I – Gabinete;

II – Auditoria Setorial;

III – Assessoria Jurídica;

IV – Assessoria de Comunicação Social;

V – Assessoria de Gestão Estratégica e Inovação;

VI – Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças;

VII – Superintendência de Interiorização e Ação Cultural;

VIII – Superintendência de Bibliotecas Públicas e Suplemento Literário;

IX – Superintendência de Fomento e Incentivo à Cultura;

X – Superintendência de Museus e Artes Visuais;

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XI – Arquivo Público Mineiro.

(Artigo com redação dada pelo art. 9º da Lei nº 21.077, de 27/12/2013.)

Também integram a área de competência da Secretaria de Estado de Cultura:

I - por subordinação administrativa, os seguintes Conselhos:

a) Conselho Estadual de Política Cultural;

b) Conselho Estadual de Arquivo; e

c) Conselho Estadual de Patrimônio Cultural - CONEP; e

II - por vinculação:

a) Fundação Clóvis Salgado - FCS;

b) Fundação de Arte de Ouro Preto - FAOP;

c) Fundação TV Minas - Cultural e Educativa - TV MINAS;

d) Fundação Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais –

IEPHA MG;

e) Rádio Inconfidência Ltda; e

f) Departamento Estadual de Telecomunicações de Minas Gerais – Detel-MG.

(Alínea acrescentada pelo art. 5º da Lei nº 21.078, de 27/12/2013.)

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A mandala abaixo demonstra a estrutura da administração indireta e direta, além dos

programas e projetos estruturadores e parceiros da SEC/MG.

1.1. DESCRIÇÃO DE CADA UNIDADE DO SISTEMA ESTADUAL DE

CULTURA

1.1.1. ADMINISTRAÇÃO DIRETA:

A. SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO, GESTÃO E FINANÇAS

A Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças - SPGF tem por finalidade

garantir o gerenciamento efetivo das ações voltadas para a gestão e o planejamento

institucional, em consonância com as diretrizes estratégicas da SEC, competindo-lhe, entre

outros:

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I - coordenar, em conjunto com a Assessoria de Gestão Estratégica e Inovação, a

elaboração do planejamento global da SEC, com ênfase nos projetos associados e

especiais;

II - coordenar a elaboração da proposta orçamentária da SEC, acompanhar sua

efetivação e respectiva execução financeira;

III - zelar pela preservação da documentação e informação institucional;

IV- planejar, coordenar, orientar e executar as atividades de administração do

pessoal e desenvolvimento de recursos humanos;

V- coordenar o sistema de administração de material, patrimônio e logística;

VI - coordenar, orientar e executar as atividades de administração financeira e

contabilidade;

VII - orientar, coordenar e realizar a implantação de normas, sistemas e métodos

de simplificação e racionalização de trabalho;

VIII - orientar a elaboração de projetos na rede física e acompanhar os trabalhos

de execução, definindo critérios para a padronização de máquinas, equipamentos e

espaços, nas unidades não sediadas na CAMG;

Cabe à Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças cumprir a orientação

normativa emanada de unidade central a que esteja subordinada tecnicamente na

Secretaria de Planejamento e Gestão - SEPLAG e na Secretaria de Estado de Fazenda –

SEF.

Capacitação sobre Prestação de Contas de Convênios

A SPGF, por meio da Diretoria de Convênios e Prestação de Contas, oferece capacitação

sobre Prestação de Contas de Convênios com o objetivo de preparar os agentes culturais

para a execução correta dos convênios efetuados com a Secretaria de Estado de Cultura.

B. SUPERINTENDÊNCIA DE INTERIORIZAÇÃO E AÇÃO CULTURAL

A Superintendência de Interiorização e Ação Cultural tem por finalidade promover,

coordenar e implementar planos, programas e projetos culturais, ampliar o acesso da

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população aos bens culturais e garantir a regionalização e descentralização das políticas

públicas de cultura, competindo-lhe:

Sistema Estadual de Informações e Indicadores Culturais

Consiste no desenvolvimento de um site colaborativo com informações georreferenciadas

que forneçam um diagnóstico cultural dos 853 municípios de Minas Gerais, a partir dos

dados da gestão governamental. Essa ação contribui para a consolidação das políticas

públicas de cultura à luz da realidade da gestão governamental, da cadeia produtiva e

criativa da cultura e com base em conteúdo sistematizado.

Programa de Formação e Capacitação Artística e Cultural

Oferece oficinas e cursos de aprimoramento técnico e artístico em diversos municípios de

Minas Gerais com o intuito de fomentar o desenvolvimento econômico e cultural da região.

O objetivo deste Programa é capacitar artistas, técnicos, empreendedores e gestores,

tanto do setor público quanto do privado, nas diversas áreas da economia criativa e da

produção cultural, a fim de promover a formação de iniciantes e de qualificar profissionais

que atuam informalmente no mercado de trabalho.

Desde 2005, o Programa tem ênfase nas seguintes áreas:

Empreendedorismo Cultural;

Aperfeiçoamento de Músicos e Mestres de bandas;

Manutenção e reparos de Instrumentos Musicais;

Prática de Canto Coral;

Oficinas de Audiovisual;

Oficina de Técnicas de Regência;

Oficina de Percepção Musical.

Os temas, as datas e os locais de realização dos cursos e oficinas são definidos a partir de

mapeamento das demandas encaminhadas à Secretaria de Estado de Cultura por pessoas

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físicas ou jurídicas, ou necessidades observadas por técnicos de cultura e de seus órgãos

vinculados.

Para tanto, são estabelecidas parcerias entre a Secretaria de Estado de Cultura com

prefeituras, órgãos de cultura e entidades públicas ou privadas, com o objetivo de dar

suporte para o desenvolvimento da atividade.

Programa Bandas de Minas

Com apoio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais/Codemig, a

Secretaria de Estado de Cultura atua na promoção e valorização das bandas tradicionais

de música, com o intuito de colaborar com a preservação deste importante segmento da

cultura em Minas Gerais.

Criada em 1992, a iniciativa apoia as bandas civis do Estado, com doação de instrumentos

de sopro, metal e percussão, kits de partituras e vestimentas. O incentivo inclui ainda a

promoção de cursos e oficinas de capacitação e aperfeiçoamento artístico. Nos últimos

anos foi destinado mais de R$ 1.800 milhões de recursos para este programa.

Os grupos são contemplados por meio de editais de seleção. Para se inscrever, as bandas

civis devem estar com o cadastro atualizado na Secretaria de Estado de Cultura de Minas

Gerais. Atualmente este cadastro conta com 726 bandas civis de 522 municipios do

Estado.

O programa também tem o objetivo de propiciar o aperfeiçoamento de músicos e mestres.

Em mais de duas décadas, foram realizados cursos abrangendo os naipes de flauta,

clarineta, trombone, trompete, tuba, bombardino, trompa, sax horn, saxofone e

percussão. Além destes, são ministrados cursos de percepção musical para todos os

músicos inscritos, de técnicas de regência para os mestres das bandas participantes e de

manutenção e reparo de instrumentos.

Filme em Minas

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Programa de incentivo à produção audiovisual, realizado por meio de parceria entre a

Secretaria de Estado de Cultura e a Companhia Energética de Minas Gerais/Cemig. Em

seis edições, já contemplou 163 projetos, totalizando um investimento superior a R$21,5

milhões.

Os editais contemplam sete categorias:

1. Produção de longas-metragens;

2. Distribuição de longas-metragens;

3. Finalização;

4. Curtas e médias-metragens;

5. Formato livre;

6. Publicações, preservação e memória;

7. Incentivo Minas Film Commission ao cinema nacional.

Minas Film Commission

Criada com o intuito de promover Minas Gerais como destino para os produtores

audiovisuais nacionais e internacionais, a Minas Film Commission oferece informações

sobre locações, fornecedores, mão-de-obra e infraestrutura favoráveis à produção de

curtas, médias, longas-metragens, documentários, entre outros formatos de produção

audiovisual.

Organismo institucional voltado para a prospecção de produções no Estado Minas Gerais,

destaca os inúmeros cenários que fazem parte do extenso território que impressiona pela

diversidade, com áreas urbanas, rurais, cidades históricas, estâncias hidrominerais, grutas,

lagos, cachoeiras, serras, matas e paisagens naturais variadas.

Além de objetivar a promoção, a Minas Film Commission atua, também, como um agente

facilitador aos produtores audiovisuais, fornecendo informações sobre as condições locais,

concessões de licenças e autorizações necessárias, e suporte de articulação institucional

no processo de filmagem.

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Música Minas

Voltado para a difusão e promoção da música mineira, visando o desenvolvimento da

cadeia produtiva e criativa da música produzida em Minas Gerais, o Programa Música

Minas foi lançado em 2009, por meio de parceria inédita e bem sucedida entre a

sociedade civil e o Estado.

Gestão e execução são compartilhas entre a Secretaria de Estado de Cultura, com dotação

orçamentária do Governo de Minas, e instituição designada pelo Fórum da Música de

Minas Gerais, que reúne entidades representativas de diferentes segmentos da música no

Estado, entre elas Fora do Eixo Minas/FEM, Grupo Cultural NUC, Rede Catitu, Sociedade

Independente da Música/Sim, e VALE MAIS - Instituto Sociocultural do Jequitinhonha.

Esse Programa é reconhecido internacionalmente pelos resultados obtidos na divulgação

da música mineira. Desde o seu lançamento, beneficiou centenas de artistas, por meio de

propostas selecionadas por editais abertos regularmente. Entre as iniciativas estão os

Editais de Circulação Estadual, Circulação Nacional, Circulação Internacional e

Intercâmbio.

A iniciativa também promove a participação de artistas mineiros em importantes festivais,

cursos e eventos em todo o mundo, além de ter realizado ações de representação em

feiras internacionais de música como: WOMEX (Copenhague / Dinamarca), BAFIM (Buenos

Aires / Argentina), CMJ Music Marathon (Nova York / EUA), CMW - Canadian Music Week

(Toronto/ Canadá), Mercado da Música Viva De Vic (Espanha), Culturgal - Feiras das

Indústrias Culturais da Galícia (Pontevedra / Espanha), dentre outras.

Cena Minas

Lançado em outubro de 2007, o Cena Minas – Prêmio Estado de Minas Gerais de Artes

Cênicas foi criado com o intuito de fomentar, incentivar e fortalecer a produção cênica do

Estado, com foco em teatro, dança e circo. O programa é realizado pela Secretaria de

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Estado de Cultura em parceria com o Instituto Cultural Sergio Magnani, com patrocínio da

Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), por meio da Lei Rouanet.

O Cena Minas contempla projetos em três categorias: manutenção de espaços de grupos;

circulação e aquisição de equipamentos e materiais, em atendimento às prioridades

apresentadas por artistas e grupos que integram o Fórum Permanente de Avaliação do

Prêmio Cenas Minas.

Podem se inscrever nesse edital proponentes pessoa física ou jurídica de direito privado

vinculados a grupos, empresas produtoras ou companhias de teatro, dança e circo

residentes em Minas Gerais ou estabelecidas no Estado há pelo menos um ano.

Os projetos são analisados por uma comissão formada por representantes do Sistema

Estadual de Cultura, da Copasa, do Instituto Cultural Sérgio Magnani e profissionais da

sociedade civil, indicados pelas entidades de classe.

Programa Passaporte - Apoio para Viagens e Passagens

A finalidade desse Programa é promover a difusão e o intercâmbio da cultura mineira nos

âmbitos estadual, nacional e internacional. Todos os apoios referentes à compra de

passagens aéreas e terrestres concedidos pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas

Gerais seguem as normas dispostas na Resolução nº 026.

Podem ser inscritas propostas de pessoas físicas e jurídicas, sem fins lucrativos, que

tenham como finalidade obter apoio para deslocamento de artistas, técnicos e, estudiosos

que residam em Minas Gerais para municípios mineiros, outros estados e países, para fins

de intercâmbio e difusão da cultura produzida em Minas Gerais.

Acervo Filme em Minas

A Secretaria de Estado de Cultura conta com um acervo de filmes mineiros que são

disponibilizados para exibições não comerciais. O acervo é formado por filmes produzidos

em edições anteriores do Programa Filme em Minas, trabalhos realizados com recursos da

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Lei Estadual de Incentivo à Cultura, além de doações de cineastas e produtores mineiros.

O acervo do Filme em Minas é composto por mais de 70 títulos, nos formatos:

Longas-metragens;

Médias-metragens;

Curtas-metragens;

Ficção;

Documentário;

Animação;

Experimental;

Pontos de Cultura

O Programa Pontos de Cultura contempla pessoas jurídicas de direito privado sem fins

lucrativos, legalmente constituídas, que desenvolvam ações de caráter cultural

devidamente comprovadas pelo Estado. Elas são selecionadas por edital público, celebram

convênio com a Secretaria de Estado de Cultura e tornam-se responsáveis por articular,

expandir e impulsionar ações culturais que já desenvolvem nas comunidades.

Esta é uma ação que resulta de parceria com o Ministério da Cultura, por meio de

convênio que tem por objetivo garantir o acesso da população aos bens e serviços

culturais. O Edital 01/2008 de Pontos de Cultura foi lançado pela Secretaria de Estado de

Cultura de Minas Gerais em 22 de dezembro de 2008, com o objetivo de selecionar

projetos de 100 entidades aptas a receberem o recurso de R$ 180 mil cada.

Programa MINAS Território da Cultura

O programa MINAS Território da Cultura é um programa articulado de regionalização e

descentralização das ações culturais em Minas Gerais, abrangendo as dez macrorregiões

do Estado, definidas pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais.

Entre seus objetivos constam a valorização e a divulgação da diversidade cultural mineira,

a promoção do desenvolvimento regional por meio da cultura, a circulação de bens

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culturais e a capacitação e o aperfeiçoamento dos agentes culturais, além da difusão de

programas e ações do Sistema Estadual de Cultura.

Iniciado em março de 2013, o Programa será encerrado em junho de 2014, com oferta de

cursos de capacitação e formação, palestras, espetáculos, exposições, mostras de cinema

e leitura de editais, entre outras iniciativas articuladas com a comunidade e os atores

locais, as instituições culturais, os artistas, os produtores e demais integrantes da cadeia

produtiva e criativa de cultura.

Contando com a parceria de diversas prefeituras municipais, associações comerciais,

instituições culturais locais, universidades, Pontos de Cultura e entidades como SESI-MG,

SESC-MG, SEBRAE Minas e BDMG Cultural, o Programa tem, ainda, o apoio do Instituto

Brasileiro de Arquitetos (IAB), Conselho de Arquitetos e Urbanistas de Minas Gerais (CAU-

MG) e a Associação Mineira de Municípios (AMM).

O MINAS Território da Cultura é estruturado em três grandes eixos que abrangem toda a

cadeia produtiva de cultura: produção, criação, exibição, circulação e formação, além dos

agentes relacionados ao setor: gestores públicos municipais, artistas, produtores e

sociedade.

Dinâmicas Territoriais

Ações voltadas para a discussão e a difusão das políticas públicas de cultura. Nelas, estão

englobados planos de cultura, programas territoriais e associativismo, mecanismos de

financiamento, cultura e urbanismo, programas de fomento, identidade e diversidade

cultural, participação social, entre outros. Ações de capacitação e aperfeiçoamento para

gestores e entidades públicas, encontros regionais e seminários também integram esse

eixo do Programa.

Territórios do Saber

Destinados aos produtores culturais e artistas, contemplam ações de capacitação,

formação e orientação, tanto na área artística quanto em gestão de cultura, por meio da

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realização de seminários artísticos, do estímulo à criação de Redes e Encontros Regionais

e da difusão dos programas de fomento do Sistema Estadual de Cultura.

Territórios Criativos

São destinados à fruição cultural, envolvendo apresentações artísticas e circulação de

espetáculos, mostras, acervos etc.

Incubadora MG Criativo

Fruto de parceria entre a SEC/MG e o Minc, tem como objetivo fortalecer e desenvolver a

economia criativa em Minas Gerais, por meio da implantação de equipamento cultural no

Palácio das Artes/BH, destinado ao atendimento e suporte técnico de profissionais e

empreendedores criativos, a partir da oferta de serviços de consultoria e assessoria

técnica, promoção de atividades de formação, mapeamento e levantamento de dados,

entre outros.

Resultados esperados:

Ampliação de dados e informações sobre a economia criativa mineira;

Elevação de indicadores econômicos relacionados aos setores criativos no estado;

Ampliação de oferta de cursos e formação para profissionais e empreendedores

criativos;

Ampliação da formalização de empreendimentos criativos;

Ampliação da renda per capita dos profissionais dos setores criativos;

Aumento do volume de recursos oriundos de linhas de crédito bancário para

profissionais que atuam no setor criativo.

Núcleos Regionais de Cultura

Foram criados no contexto da política de descentralização da cultura e atuam como

representações da Secretaria de Estado de Cultura nas diferentes regiões do Estado, como

fontes de informação, difusores, facilitadores e suporte executivo.

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Fonte:

Apoio na construção de diagnóstico da SEC;

Apoio na coleta de dados para o Sistema de Informação Cultural: mapeamento dos

espaços culturais existentes por município, manifestações culturais, calendário de

eventos e artistas;

Mailing dos gestores públicos, produtores e gestores culturais.

Difusor:

Divulgação das informações e ações da SEC e parceiros para os mailings;

Mobilização da classe cultural da região para participação das ações da SEC;

Comunicação ativa: alimentação assessoria de imprensa, boletim mensal etc.

Facilitador:

Atendimento aos municípios, Secretários de Cultura – informações da SEC e

recebimento de demandas;

Apoio junto à SEC e outros órgãos para encaminhamentos;

Apoio técnico aos gestores de cultura da microrregião para criação de rede de

serviços entre os municípios.

Suporte:

Apoio para as ações da SEC e parceiros – infraestrutura, logística etc.

Rede de Articuladores

Tem como objetivo principal a regionalização e a descentralização das políticas públicas de

cultura, por meio da articulação entre as unidades do Sistema Estadual de Cultura e

dessas com o interior.

Considerando as dimensões territoriais do Estado, a superação do desafio de

descentralizar as políticas públicas só é possível com o estabelecimento de parcerias

locais. Nesse sentido, foi criada a Rede de Articuladores, composta por agentes culturais

de diferentes perfis e que atuam regionalmente como difusores das ações do Sistema

Estadual de Cultura e parceiros. Aos articuladores também cabe contribuir com a

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Secretaria acerca das demandas dos municípios e mobilizar a classe cultural para uma

maior participação nos programas disponibilizados pela Secretaria.

Para ser articulador de cultura basta enviar um email para

[email protected] dizendo o porquê do desejo de se tornar articulador,

qual é sua relação com a área da cultura e informando seus dados pessoais (nome,

instituição, cargo, endereço com CEP, município, telefone fixo, celular, email e nº do RG).

C. ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO - APM

O Arquivo Público Mineiro é a mais antiga Instituição cultural de Minas Gerais. Criado em

Ouro Preto, pela lei nº 126 de 11 de julho de 1895, tinha como atribuições receber,

conservar e classificar os documentos referentes ao direito público, à legislação, à

administração, à história e geografia e às manifestações do movimento científico, literário

e artístico do Estado. Era responsável, ainda, pelo recolhimento, guarda e classificação de

pinturas, esculturas e mobiliário de valor artístico ou histórico.

Durante sua trajetória, o APM esteve subordinado à Secretaria do Interior, Secretaria de

Educação e Secretaria de Governo. Desde 1983, está subordinado à Secretaria de Estado

de Cultura.

O Arquivo Público Mineiro tem por finalidade orientar o processo de gestão, executar o

recolhimento, a guarda e a preservação e promover o acesso ao acervo arquivístico do

Poder Executivo do Estado de Minas Gerais e dos documentos privados de interesse

público e social.

O acervo é constituído de documentos manuscritos, impressos, mapas, plantas,

fotografias, gravuras, filmes, livros, folhetos e periódicos. São documentos produzidos pela

Administração Pública de Minas Gerais desde o século XVIII, período colonial brasileiro até

o século XXI e de documentos de origem privada.

O APM dispõe de uma biblioteca especializada em história de Minas Gerais, arquivologia e

uma coleção de obras consideradas raras ou preciosas, publicadas entre os séculos XVI e

XX.

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Cursos e outras ações

Entre suas atribuições está a oferta sistemática de um minicurso com o objetivo de

orientar a criação e implementação de arquivos públicos municipais abordando os

aspectos conceituais, metodológicos e legais. O minicurso inclui, também, noções básicas

de organização de arquivos correntes, intermediários e permanentes, como também

informações sobre normas de conservação e preservação de documentos.

O Arquivo Público Mineiro realiza visitas guiadas com alunos do ensino fundamental,

médio, cursos técnicos, graduação e pós-graduação, a fim de demonstrar práticas e

metodologias de preservação e organização de documentos e, principalmente apresentar

os acervos sob sua guarda, incentivando a pesquisa e a conscientização da importância da

preservação da memória do estado de Minas Gerais.

Projetos:

Por meio de convênio com a Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, o APM

concluiu a microfilmagem da documentação encadernada do fundo da Assembléia

Legislativa Provincial (1835-1889) que se encontra em processo de digitalização para

disponibilização no SIAAPM até o final de 2014.

Projeto 'Hemeroteca Digital de Uberaba', em desenvolvimento desde julho de 2013,

consiste em uma parceria das secretarias de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino

Superior (SECTES) e de Cultura (SEC) por meio do Arquivo Público Mineiro e

Superintendência de Bibliotecas Públicas, contando também com a participação do Arquivo

Público de Uberaba. O projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado

de Minas Gerais – Fapemig, visa à implementação de um modelo conceitual e

metodológico de digitalização de acervos históricos e raros, a ser adotado pelo Governo do

Estado de Minas Gerais, tendo em vista à preservação dos originais e disponibilização em

acesso virtual dos jornais dos séculos XIX e XX que constituirão o Memorial da Imprensa

de Uberaba.

Projeto "Memória da Administração do Estado de Minas Gerais" iniciado em maio de 2006

com o objetivo de preservar, organizar e disponibilizar a documentação proveniente das

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secretarias de Estado de Minas Gerais no período de 1889 a 1945, que se encontra sob a

guarda do Arquivo Público Mineiro. Ao longo de três etapas o projeto já disponibilizou

aproximadamente 1.700.000 páginas de documentos provenientes das Secretaria da

Agricultura, Secretaria de Viação e Obras Públicas, Secretaria do Interior e Chefia de

Polícia. Ressalta-se que as primeiras três etapas contaram com o apoio financeiro da

Fapemig. Em relação à quarta etapa, o projeto foi enviado a Fapemig no ano de 2013 e

aguarda aprovação. No entanto, essa etapa, que visa organizar a documentação do

Departamento da Administração Municipal (1934-1947), já teve início com o corpo

funcional do APM.

Projetos financiados pelo Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos (FUNDIF):

∙ Câmara Municipal de Ouro Preto, séculos XVIII e XIX, concluído em 2013, teve como

objetivo a digitalização e a disponibilização do acervo em virtual, no SIAAPM.

∙ Digitalização e disponibilização dos acervos José Aparecido de Oliveira, João Dornas e

fotografias do Jornal Folha de Minas na página eletrônica do SIAAPM. Projeto iniciado em

março de 2014.

Sistema Integrado de Acesso do Arquivo Público Mineiro – SIAAPM:

Criação dos módulos 'Arquivos Municipais' e 'Gestão de Documentos' na página do Sistema

Integrado de Acesso do APM – SIAAPM para disponibilizar materiais para a orientação

sobre o processo de criação de arquivos públicos municipais, bem como para a gestão de

documentos da administração pública.

Nova interface: o projeto gráfico da base de dados buscou conciliar a identidade visual do

APM com melhorias de navegabilidade e de visualização dos acervos. A tela principal

ganhou movimento com o recurso de banners que destacam os acervos que entraram no

sistema recentemente. Além disso, o acervo fotográfico passou por uma reformulação, o

que tornou a navegação e pesquisa mais confortável, intuitiva e ágil.

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D. SUPERINTENDÊNCIA DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS E SUPLEMENTO

LITERÁRIO

É responsável por preservar, divulgar e ampliar o acesso ao patrimônio bibliográfico e à

literatura, cabendo-lhe a função de propor, executar e avaliar as políticas públicas de todo

Estado de Minas Gerais (MG) nos setores de sua competência.

A Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa desenvolve programas e ações socioculturais

de mediação e incentivo à leitura desde 1954. Funcionando em prédio próprio, situado na

Praça da Liberdade e projetado por Oscar Niemeyer, possui mais de 400 mil exemplares e

publicações, considerando livros, materiais audiovisuais (CD, CD-ROM, vídeos, DVDs),

revistas e jornais – correntes e históricos.

Seu acervo reúne obras literárias, representativas da produção intelectual de escritores

brasileiros e estrangeiros. Para empréstimo, voltado para o público adulto, estão

disponibilizados cerca de 70 mil livros, que se encontram no Anexo Professor Francisco

Iglésias, em prédio incorporado à estrutura da Luiz de Bessa em 2000.

Segundo dados do início de 2014, o Setor Braille possui mais de 6 mil volumes impressos

neste sistema de leitura e escrita, que utiliza o tato, e aproximadamente mil audiolivros.

São, ainda, oferecidas às pessoas com deficiência visual orientações para o acesso à

Internet e para utilização de softwares específicos; além de outros serviços, que

possibilitam a inclusão cultural e social e o acesso à informação e à literatura. Para essas

atividades, o setor conta com apoio de voluntários, que desenvolvem atividades como

leitura a viva voz, acompanhamento de estudos, transcrições de textos e de gravações.

As Coleções Especiais englobam: Mineiriana, Memória Infantil, Artes, Patrimonial, Obras

Raras, Rita Adelaide e José Alcindo Bicalho.

Crianças e adolescentes são atendidos pelo setor Infanto-juvenil (BIJU), que tem mais de

30 mil títulos para empréstimo e realiza atividades constantes. O espaço, adaptado para o

seu público específico, possui uma brinquedoteca, coleção de histórias em quadrinhos e

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realiza exposições, oficinas, palestras com escritores e outras atividades de incentivo à

leitura. Ao lado da BIJU, o Teatro de Arena é um espaço para contação de histórias.

A Hemeroteca Histórica reúne veículos de comunicação publicados entre 1825 e 1989,

guardando acontecimentos relevantes de Minas e de todo país. Boa parte das revistas e

jornais está digitalizada. Já nos periódicos é possível encontrar notícias contemporâneas.

O setor de Referência e Estudos oferece dicionários, enciclopédias, almanaques, diretórios,

catálogos, bibliografias, guias, manuais e livros informativos, contemplando todas as áreas

do conhecimento, com acompanhamento de monitor.

Exposições de artes visuais, literárias e lançamentos de publicações são realizados na

Galeria de Arte Paulo Campos Guimarães e na Passarela Cultural. A Biblioteca também

oferece sala de estudos individuais e serviço de pesquisa via internet, além do Teatro José

Aparecido de Oliveira, que possui moderno suporte tecnológico. As atividades são

múltiplas e de diferentes periodicidades: Aula na Biblioteca, Em Destaque, Hora do Conto

e da Leitura, bem como palestras, cursos, oficinas, exposições e visitas guiadas.

A Superintendência mantém serviços de extensão bibliotecária em seis diferentes bairros

da região metropolitana por meio do Carro-Biblioteca e em muitas instituições por meio do

serviço de Caixas-Estantes. Esse último tem como objetivo adaptar os livros e os veículos

de comunicação ao público que recebe o móvel de 60 centímetros de altura e 50

centímetros de largura, além de promover ações de incentivo à leitura, que otimizam o

uso do acervo. Em 2014, o Carro-Biblioteca, um conjunto de obras itinerante, com acervo

aproximado de 3,5 mil volumes, contemplou público superior a 8 mil pessoas.

Por meio do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas Municipais (Sebpm - MG), a

SUBSL coordena uma rede de 780 bibliotecas públicas municipais cadastradas em seu

sistema, distribuídas em 726 municípios, que tem a Biblioteca Pública Estadual Luiz de

Bessa, em Belo Horizonte (MG), como referência.

O Sistema possiu entre suas funções assessorar as bibliotecas públicas na organização de

seus acervos e espaços físicos, no desenvolvimento de ações de incentivo à leitura e na

capacitação dos profissionais que trabalham nesses espaços, ofertando também:

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Exposições Literárias Itinerantes

Cada mostra - constituída de banners ou painéis – contém a síntese da obra de um autor

ou extrato de um livro muito significativo na história da literatura, ou ainda, textos

relacionados a um tema de interesse dos leitores.

Recadastramento de Bibliotecas Públicas Municipais

Com o objetivo de traçar o panorama atual das bibliotecas públicas do Estado, é realizado,

a cada dois anos, cuja principal finalidade é embasar a formulação de políticas públicas de

apoio aos municípios, referentes à área do livro, da leitura e das bibliotecas, fortalecendo

o Programa Construindo uma Minas Leitora.

Repasse de Livros, Materiais Audiovisuais e Periódicos

Provenientes de doações de particulares, empresas privadas, de contrapartida das leis de

incentivo e adquiridos com recursos orçamentários, é feito para as bibliotecas públicas

cadastradas no banco de dados do Sebpm – MG.

Cursos e Minicursos de Capacitação

Destinados aos profissionais que atuam diretamente nas bibliotecas públicas municipais e

têm como objetivo oportunizar noções básicas sobre organização do acervo, planejamento

e organização do espaço físico, desenvolvimento de ações de incentivo à leitura e

elaboração de projetos, dentre outros.

Assessoria Técnica

Orientações para esclarecer dúvidas referentes à organização de acervos e espaços

físicos; seleção, aquisição e descarte de acervos; equipamentos e mobiliários adequados

às bibliotecas; informatização de acervos e serviços; elaboração de projetos para

encaminhamento aos órgãos de fomento e incentivo à cultura entre outros.

Suplemento Literário

Publicação dedicada a diferentes gêneros, incluindo conto, poesia, ensaios e, entrevistas,

com eventuais ilustrações. Todas as edições são disponibilizadas online. Anualmdente, são

publicadas oito edições sendo seis regulares e bimestrais, com 13,5 mil exemplares por

edição, e duas especiais, de mil exemplares cada.

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Prêmio Governo de Minas de Literatura

Instituído pelo Decreto 44.671/2007, homenageia escritores brasileiros pela relevância do

conjunto de sua obra, premia obras inéditas nas categorias poesia e ficção e patrocina o

trabalho em progresso de jovens escritores mineiros. Em sete edições já realizadas,

recebeu mais de 4,6 mil inscrições de todo o Brasil, tendo distribuído cerca de R$1,4

milhão em prêmios.

E. SUPERINTENDÊNCIA DE FOMENTO E INCENTIVO À CULTURA

A Superintendência de Fomento e Incentivo à Cultura tem por finalidade promover,

coordenar e implementar mecanismos de fomento e incentivo à cultura.

Fundo Estadual de Cultura – FEC

Tem o objetivo de estimular o desenvolvimento cultural das diversas regiões de Minas

Gerais. Podem participar da seleção, para obter os recursos do Fundo, pessoas jurídicas

de direito privado, com ou sem fins lucrativos, e de direito público, estabelecidas em

Minas Gerais.

Modalidades do FEC

1 – Liberação de Recursos Não Reembolsáveis: para o beneficiário seja entidade de direito

público ou pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos. Nessa modalidade, a

entidade interessada deve apresentar o projeto cultural para análise conforme prazo

estabelecido no Edital.

2 - Financiamento Reembolsável: caso o beneficiário seja pessoa jurídica de direito

privado, poderão ser apresentados projetos culturais nesta modalidade do 1º ao 10º dia

de cada mês até a publicação de um novo edital. Ressalta-se que nesta modalidade a

Secretaria de Estado de Cultura – SEC/SFIC avalia o projeto em seu conteúdo cultural e

caso aprovado, encaminha para o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG

avaliar aspectos econômicos, jurídicos e financeiros.

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Ambas as modalidades exigem uma contrapartida de, no mínimo, 20% (vinte por cento),

por parte da entidade aprovada. Os projetos apresentados ao FEC são analisados pelas

Câmaras Setoriais Paritárias (CSP's), consideram os critérios técnicos e de fomento, o

caráter estritamente artístico-cultural e o interesse público. As CSP's são constituídas por

representantes do Sistema Estadual de Cultura de Minas Gerais e por entidades culturais

do Estado. Pelo menos 86% dos projetos aprovados devem ser provenientes do interior.

As Áreas

I – Patrimônio material e imaterial;

II – Organização e recuperação de acervos, bancos de dados e pesquisas de

natureza cultural;

III – Circulação, distribuição e rede de infraestrutura cultural:

a) Circulação e Distribuição;

b) Rede de infraestrutura cultural.

IV – Fomento à produção de novas linguagens artísticas;

V – Capacitação e intercâmbio.

Capacitação para o Fundo Estadual de Cultura

A SEC/MG presta assessoria para elaboração de projetos culturais por meio de

treinamentos presenciais. Também mantém um serviço permanente de orientação que

presta informações sobre o Fundo Estadual de Cultura, que funciona das 9 horas às 18

horas, na Superintendência de Fomento e Incentivo à Cultura – SFIC, localizada na Cidade

Administrativa de Minas Gerais.

Lei Estadual de Incentivo à Cultura - LEIC

A Lei Estadual de Incentivo à Cultura – criada em dezembro de 1997 – em vigor a Lei nº

17.615/2008, alterada pela Lei n° 20.964/2013, é um instrumento de apoio às iniciativas

culturais realizadas em Minas Gerais, que tem como base o Imposto sobre Operações

Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte

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Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS. Todo contribuinte regular do

ICMS que apoiar financeiramente um projeto cultural aprovado, poderá deduzir do

imposto devido até 99% do valor destinado ao projeto.

Assim, a LEIC media a interlocução entre o empreendedor e o incentivador, aproximando

produtores, artistas, investidores e o público; e contribui para dinamizar e consolidar o

mercado cultural em Minas Gerais.

A inscrição dos projetos candidatos aos incentivos da LEIC é gratuita e deve ser feita

segundo as regras do edital divulgado anualmente e disponibilizado no site da Secretaria

de Estado de Cultura. Os projetos inscritos são avaliados pela Comissão Técnica de Análise

de Projetos - CTAP, de representação paritária, constituída por técnicos da SEC e de suas

instituições vinculadas e por representantes de entidades do setor cultural de Minas

Gerais.

Capacitação pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura

A SEC/MG presta assessoria para elaboração de projetos culturais através de treinamentos

presenciais. Também mantém um serviço permanente de orientação que presta

esclarecimentos sobre a Lei Estadual de Incentivo à Cultura, que funciona das 9 às 18

horas na Superintendência de Fomento e Incentivo à Cultura – SFIC localizada na Cidade

Administrativa de Minas Gerais.

Alterações na Lei Estadual de Incentivo à Cultura

A Lei n° 20.964, de 23 de maio de 2013, já em vigor, estabelece:

Percentuais diferenciados para dedução fiscal do ICMS, fixados em 99%, 97% ou 95%,

sobre o valor do investimento em projetos culturais aprovados na Lei Estadual de

Incentivo à Cultura; reduzindo, consequentemente, o percentual da contrapartida

obrigatória das empresas incentivadoras a 1%, 3% ou 5%, respectivamente.

Possibilidade de investimento em projetos culturais, pelo devedor inscrito em Dívida Ativa

há mais de 12 meses contados da data do requerimento do incentivador junto a Advocacia

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Geral do Estado-AGE. Conforme Lei n° 20.540 de 14 de dezembro de 2012. A empresa

inscrita em Dívida Ativa poderá obter desconto de 25%, no débito, desde que apoie

financeiramente algum projeto cultural.

Quem não pode patrocinar projetos:

Microempresas;

Empresas inscritas no Simples;

Empresas em regime de substituição tributária.

As áreas

I - Artes cênicas, incluindo teatro, dança, circo, ópera e congêneres;

II - Audiovisual, incluindo cinema, vídeo, novas mídias e congêneres;

III - Artes visuais, incluindo artes plásticas, design artístico, design de moda, fotografia,

artes gráficas, filatelia e congêneres;

IV - Música;

V - Literatura, obras informativas, obras de referência e, revistas;

VI - Preservação e restauração do patrimônio material, incluindo o arquitetônico, o

paisagístico, o arqueológico e do patrimônio imaterial, incluindo o folclore, o artesanato e

a gastronomia;

VII - Pesquisa e documentação;

VIII - Centros culturais, bibliotecas, museus, arquivos e congêneres;

IX – Áreas culturais integradas.

F. SUPERINTENDÊNCIA DE MUSEUS E ARTES VISUAIS

Tem por finalidade implementar a política de museus, atendendo aos princípios de

preservação, promoção e acesso ao patrimônio museológico.

Entre suas competências estão:

Coordenação do Sistema Estadual de Museus;

Gestão de seis museus estaduais (Museu Mineiro e Centro de Arte Popular –

CEMIG, em Belo Horizonte; Museu Casa Alphonsus de Guimaraens, em Mariana;

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Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo; Museu do Crédito Real, em Juiz de

Fora; Museu Casa Guignard, em Ouro Preto);

Prestação de assessorias técnicas às iniciativas públicas e particulares de criação,

implantação e manutenção de museus e de instituições congêneres.

Para o cumprimento de suas atribuições, a SUMAV executa as seguintes ações:

Assessoria Técnica

Visam a esclarecer questões relacionadas à criação, implantação e manutenção de

museus, conservação, difusão de acervos e regulamentação do setor museal, dentre

outros assuntos referentes ao cumprimento das funções de pesquisa, preservação e

comunicação de acervos museológicos. Também orienta os museus quanto à construção

dos planos museológicos e dos seus programas específicos.

Encontros de Museus

Os encontros estaduais e regionais de museus têm como objetivo promover a integração e

o intercâmbio entre os museus mineiros; contribuir para a formação de pessoal para a

gerência e o desenvolvimento de projetos museológicos, por meio de cursos e oficinas

com os temas: Gestão de Segurança e Conservação em Museus, Planejamento

Museológico, Planejamento e Gestão de Exposições em Museus e Ação Educativa em

Museus. Visa, ainda, a debater com os profissionais e instituições a formulação e a

aplicação da política museológica nos âmbitos estadual e regional. O Encontro Estadual

ocorre anualmente em Belo Horizonte e os encontros regionais, semestralmente, nas

Regiões de Planejamento do Estado Mineiro.

Publicações

A SUMAV desenvolve publicações e materiais técnicos a fim de disseminar conceitos,

pesquisas e práticas que visam ao aprimoramento das atividades museológicas e que

estão disponíveis integralmente no sítio eletrônico www.cultura.mg.gov.br

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Sistema Estadual de Museus

O Sistema Estadual de Museus de Minas Gerais – SEM-MG tem como objetivos: propor

diretrizes e ações para a área museológica de Minas Gerais; apoiar e acompanhar o

desenvolvimento do setor museológico brasileiro; atualizar o Cadastro Nacional de Museus

com os dados dos museus do estado. O SEM-MG é coordenado pela Superintendência de

Museus e Artes Visuais e possui um Comitê Gestor formado por representantes de órgãos

da área museológica e do patrimônio cultural, cursos de Museologia e de cada uma das

Regiões de Planejamento do Estado Mineiro.

1.1.2 AUTARQUIAS (ADMINISTRAÇÃO INDIRETA)

A. FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – FCS

Tem por finalidade fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura

em Minas Gerais. Grande parte de sua programação artística possui entrada gratuita ou

preço subsidiado, o que possibilita a um público diverso, composto por jovens, crianças,

adultos e integrantes da terceira idade, o acesso à arte e à cultura.

Cinema, teatro, música erudita, música popular, artes visuais, seminários, debates, cursos

e workshops integram as inúmeras possibilidades de fruição para os visitantes dos

equipamentos culturais geridos pela Fundação: Palácio das Artes, Centro de Arte

Contemporânea e Fotografia, Serraria Souza Pinto e o Centro Técnico de Produção (CTP).

Vinculada à Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, a Fundação gere três corpos

artísticos: a Cia. de Dança Palácio das Artes, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e

o Coral Lírico de Minas Gerais, grupos profissionais que possuem uma extensa

programação que acontece no Palácio das Artes e em diversos espaços públicos de Belo

Horizonte, interior de Minas Gerais e outros estados brasileiros.

Os Corpos Artísticos possuem projetos especiais que contemplam a apresentação de

espetáculos de alto nível técnico e artístico, com ingressos a preços populares ou entrada

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gratuita. Às crianças, jovens e grupos de escolas ou visitantes são oferecidas atividades

didáticas, além da realização de concurso para revelação de jovens talentos para o público

e crítica especializada.

Os Corpos Artísticos integram, de forma permanente, o calendário artístico e cultural da

capital mineira, com apresentações históricas de artistas renomados do Brasil e do

exterior. A Fundação, a cada ano, incrementa seus investimentos nesses grupos e na

ampliação de suas atividades, sempre com o propósito de oferecer ao público o

conhecimento e a fruição de expressões artísticas da música, do canto lírico e da dança.

A Instituição é responsável, também, pela gestão do Centro de Formação Artística (Cefar),

que oferece à comunidade cursos de teatro, dança e música, cumprindo importante papel

de formar crianças e jovens no campo da arte. O Cefar é responsável pelos grupos jovens

profissionalizantes: Coral Infantojuvenil Palácio das Artes, Grupo de Choro Palácio das

Artes, Big Band Palácio das Artes e Ballet Jovem Palácio das Artes.

Com o intuito de realizar e potencializar a programação artística dos equipamentos

culturais e dos grupos profissionais e jovens que gere, a Fundação estabelece parcerias

fundamentais com instituições públicas e privadas. Dentre os principais parceiros estão

os patrocinadores da Instituição, a Secretaria de Estado de Educação e o Instituto Cultural

Sérgio Magnani que, por meio de um termo de parceria estabelecido com o governo do

Estado, é gestor do Centro Técnico de Produção. O CTP é um espaço destinado à

produção, guarda e preservação de cenários e figurinos dos espetáculos realizados pela

Fundação.

Referência na produção operística nacional, a Fundação Clóvis Salgado estabelece

parcerias com os principais teatros do Brasil como o Teatro Municipal de São Paulo e o do

Rio de Janeiro.

Palácio das Artes – Complexo cultural que oferece ao público uma rica e diversa

programação artística e de atividades educativas que acontecem em seus espaços

culturais – teatros, galerias de arte, cinema, café, Biblioteca, Midiateca e Livraria, entre

outros.

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Centro de Arte Contemporânea e Fotografia – edifício histórico localizado na Av.

Afonso Pena, próximo à Praça Sete, que abriga exposições de arte contemporânea e

atividades educativas vinculadas à área artística.

Serraria Souza Pinto – Construção histórica que integra o conjunto arquitetônico da

Praça Rui Barbosa (Praça da Estação) de Belo Horizonte e é destinado a eventos culturais,

empresariais, técnico-científicos, sociais, comerciais e, feiras, com capacidade para até

quatro mil pessoas.

Centro Técnico de Produção – Edificação histórica de uma antiga fábrica de tecidos,

localizada em Marzagão (Sabará-MG), que possui galpões nos quais são executadas ações

de produção, guarda e preservação de cenários e figurinos das óperas e espetáculos

realizados pela Fundação Clóvis Salgado

Programa Educativo – Tem como objetivo contribuir para a formação de público e com

a democratização do acesso à arte e à cultura, procurando potencializar a fruição e a

compreensão da arte por públicos cada vez mais amplos. O programa atende escolas

públicas e privadas, centros de saúde, creches, projetos sociais, ONGs, associações

comunitárias, núcleos de terceira idade e público espontâneo.

Centro de Formação Artística - Cefar – Integra a política do Governo de Minas de

fomento à formação em arte, direcionada ao jovem artista e aos profissionais recém-

formados. Oferece cursos técnicos, profissionalizantes e de extensão destinados à

capacitação, qualificação, aperfeiçoamento e atualização de crianças, jovens e adultos nas

áreas de teatro, dança e música.

B. FUNDAÇÃO DE ARTE DE OURO PRETO - FAOP

Com a missão de valorizar a arte em todas as suas dimensões e incentivar a preservação

do patrimônio cultural, com foco no desenvolvimento humano, a FAOP atua no município

desde sua criação em 1968 e em todo estado de Minas Gerais por meio de políticas

públicas, parcerias sociais, comunitárias e educativas e, realizando ações que fortalecem

sua vocação cultural genuína: tratar da conservação, da restauração, dos fazeres

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tradicionais e da arte contemporânea em seus mais diversificados suportes e linguagens.

A FAOP possui em sua estrutura a Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade

(EARMFA), que oferece um leque variado de cursos de formação continuada em artes e

ofícios, é reconhecido pelo MEC e possui com diplomação técnicas, o Curso Técnico em

Conservação e Restauro – o primeiro do Brasil. Possui hoje projetos importantes em

parceria com instituições governamentais, educacionais, técnicas, patrimoniais e,

empresas privadas, além de convênios e editais aprovados em instâncias do governo

estadual e federal.

A Diretoria de Promoção e Extensão Cultural foi criada em 2006 e, em articulação com a

Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade, tem por objetivo aproximar a FAOP da

vida social local, estadual e nacional, através de ações que promovam, divulguem e dêem

acesso à cultura nas suas diversas manifestações com foco na preservação do patrimônio

cultural, produção da arte contemporânea e conhecimento dos saberes e fazeres

tradicionais e contemporâneos.

Ao longo de sua história, a FAOP tem como valor investir no humano, promover o acesso

à informação, ao conhecimento, às artes, às técnicas e às tecnologias, realçando o lugar e

o papel da cultura no aprimoramento da cidadania e consolidando sua capacidade ligada à

cultura no país, além de alçar voos internacionais.

Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade

Oferece cursos regulares e de formação continuada na área cultural. Está estruturada em

três núcleos: Núcleo de Arte, Núcleo de Conservação e Restauração, e Núcleo de Ofícios.

Mantém sua essência através do respeito à identidade cultural do indivíduo e o cultivo à

liberdade de expressão, fomentando a criação e proposição do novo, promovendo a

competência técnica, a responsabilidade e a seriedade na realização de sua missão como

formadora das novas gerações de profissionais da arte, conservação, restauração, e

ofícios.

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Núcleo de Arte

Casarão do século XIX, doado pela família do ex-presidente Pedro Aleixo, onde residiu

também o pintor Alberto da Veiga Guignard, possui ateliês com atividades de artes

plásticas e música. O Núcleo de Arte oferece ao público variados cursos com foco em

pensar, perceber e produzir arte, por meio do diálogo entre várias linguagens.

Núcleo de Conservação e Restauração

Localizado em casarão oitocentista, oferece o Curso Técnico em Conservação e Restauro

reconhecido pelo MEC, capacitando profissionais para analisar, diagnosticar e intervir

adequadamente em acervos de papel, escultura policromada e pintura de cavalete. O

Núcleo trabalha com acervo da comunidade ouro-pretana e de outras localidades de Minas

Gerais e do país e tem, como atividade extensionista, a prestação de serviços de

conservação e restauração.

Núcleo de Ofícios

Instalado no Complexo Barão de Camargos, cuja edificação foi reformada e adaptada para

acomodar oficinas e cursos ligados aos saberes e fazeres tradicionais e contemporâneos,

atendendo ao público jovem com o Programa ARO | Formação em Arte, Restauro e

Ofícios, e ao público adulto com os cursos de oficiais restauradores da construção civil e

das oficinas de ofícios.

Diretoria de Promoção e Extensão Cultural

Propõe a difusão das artes, da cultura e do patrimônio por meio de produção, veiculação

de publicações e programações em espaços diversos, contribuindo para a formação de

público e a democratização do acesso da população aos bens culturais.

Casa Bernardo Guimarães

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Complexo Cultural Casa Bernardo Guimarães, espaço que abriga a Biblioteca Murilo

Rubião, o Auditório Vinícius de Moraes, o Armazém dos Ofícios, a Galeria de Arte Nello

Nuno e o antigo sobrado do século XIX, onde residiu o poeta Bernardo Guimarães; o

imóvel foi recuperado com obras de restauração, reforma e adaptação para ser a Sede

Administrativa da FAOP.

Diretoria de Planejamento, Gestão e Finanças

A FAOP, a partir de 2005, vem incorporando excelentes práticas de gestão pública

desenvolvidas e disseminadas no Estado de Minas Gerais desde 2003. Essa diretoria tem

por finalidade garantir a eficácia e a eficiência do gerenciamento estratégico-

administrativo da instituição, respeitando os princípios gerais e a legislação que regem a

administração pública.

A unidade cumpre seu papel de atividade meio, perseguindo a adoção de mecanismos

avançados de gestão que resultam na prestação de serviços públicos com qualidade,

objetivo maior de seu trabalho. Com essa visão, a DPGF se faz presente em todas as

ações desenvolvidas pela FAOP.

A busca por receitas diversificadas garante a manutenção da qualidade das atividades da

FAOP. Essa diretoria zela pela legalidade administrativa da Fundação, mantendo-a sempre

apta a celebrar convênios, prestar serviços através de contratos e ter projetos aprovados e

captados em leis de incentivo à cultura, estadual e federal.

C. FUNDAÇÃO TV MINAS - CULTURAL E EDUCATIVA - TV MINAS

A Rede Minas tem como diretriz, determinada pelo Governo e pelo seu Conselho Curador,

o investimento na interiorização de sua programação. Para isso, a TV conta com uma rede

de emissoras afiliadas que levam seu sinal a 644 cidades do Estado, atingindo mais de 14

milhões de pessoas.

A programação da emissora tem por objetivo retratar o jeito mineiro de ser, buscando

manifestações artísticas e culturais nos mais diferentes recantos de Minas. Constam em

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sua grade programas itinerantes produzidos e transmitidos em várias localidades ao longo

do ano, além de um jornalismo que recebe contribuições das emissoras afiliadas e que

tem participação nacional no Jornal da TV Cultura.

A TV Minas tem como indicador de resultado o tempo médio de programação com

conteúdo sobre o interior mineiro veiculada em sua grade. Os conteúdos e programas

realizados dependem da disponibilidade orçamentária, uma vez que o financiamento da TV

Pública é garantido pelo Estado, Leis de Incentivo à Cultura e patrocínios.

Os programas aferidos neste indicador são:

Agenda, Alto Falante, Bem Cultural, Brasil das Gerais, Coletânea, Dango Balango, Diverso,

Especial Rede Minas, Imagem da Palavra, Concertos Harmonia, Harmonia, Hiper Show,

Breve História, Mais Ação, Noturno, Opinião Minas, Palavra Cruzada, DOC-Tv, Jornal Minas

1ª edição, Jornal Minas 2ª edição, Jornal de Sábado, Meio de Campo, Repórter da Hora,

Planeta Minas e Interprogramas.

D. INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE

MINAS GERAIS – IEPHA/MG;

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG –,

criado pelo Governo do Estado em 30 de setembro de 1971, é uma fundação sem fins

lucrativos vinculada à Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais. De acordo com a

Lei Delegada nº 149, de 2007, o IEPHA/MG deve observar, no âmbito de suas

competências, as deliberações do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural – Conep –,

bem como instruir os processos de competência do referido conselho.

O IEPHA/MG tem por finalidade pesquisar, proteger e promover os patrimônios cultural,

histórico, natural e científico, de natureza material ou imaterial, de interesse de

preservação no Estado de Minas Gerais, nos termos da legislação estadual que dispõe

sobre a matéria.

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Cabe, além da proteção aos bens por ele tombados, cuidar da difusão da consciência

patrimonial e da criação de instrumentos e mecanismos que contribuam, de maneira

universal e eficaz, para a preservação da memória e identidade culturais em todo o

Estado.

O Instituto tem atuação de caráter normativo e presta serviços na execução direta ou na

supervisão e fiscalização de intervenções. Presta, ainda, assessoria a prefeituras

municipais e comunidades, contribuindo para a preservação e divulgação do patrimônio

cultural mineiro.

E. RÁDIO INCONFIDÊNCIA

A rádio opera nos canais AM 880, FM 100,9 e Ondas Curtas 6010 e 15190, está disponível

na Internet, e é associada às emissoras da ARPUB, rede de rádios públicas brasileiras, e

parceira de importantes veículos internacionais, como a Rádio França Internacional. A

Rádio Inconfidência é também fonte de notícias de outros estados brasileiros e de todo o

mundo.

2. FORMAS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL

A Constituição da República de 1988, ao desenhar uma nova ordem institucional, balizou-

se pela harmonia e independência entre os três Poderes, pelo estabelecimento de funções

estatais bem definidas, nos termos propostos pela moldura do Estado Democrático de

Direito, e, essencialmente, pela concepção de mecanismos de interlocução e de

participação da sociedade civil nos processos democráticos de formulação das políticas

públicas.

De modo similar, mantendo o paralelismo com o texto constitucional de 1988, a

Constituição Mineira de 1989 estabeleceu novas diretrizes de redemocratização com base

na premissa da participação. Nessa linha, no bojo do aprimoramento dos mecanismos de

governança democrática, insere-se o rearranjo da arquitetura político-administrativa do

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Estado para que seja capaz de incorporar a interlocução como fundamento de uma nova

gestão pública.1

Em Minas Gerais, o Poder Legislativo, a partir do novo desenho constitucional, consolidou

mecanismos de relevo para o fortalecimento da parceria com os demais poderes públicos

e com a sociedade, realizando discussões sobre temas de interesse do Estado e

recompondo sua estrutura institucional. O Regimento Interno da Assembleia Legislativa do

Estado de Minas Gerais (ALMG) – Resolução nº 5.176, de 1997 – prevê, como formas de

participação da sociedade civil, a iniciativa de lei, as representações populares, as

audiências públicas e os eventos institucionais.2

As audiências públicas são realizadas pelas comissões da ALMG, “com cidadãos, órgãos e

entidades públicas ou civis, para instruir matéria legislativa em trâmite, bem como tratar

de assunto de interesse público relevante atinente à sua área de atuação [...]”.3

Para subsidiar a elaboração legislativa, a ALMG também possui a faculdade de promover

eventos – seminários legislativos e fóruns técnicos –, com vistas à discussão de temas de

competência do Poder Legislativo.

Nesse viés, foi criada, em 2003, a Comissão de Participação Popular, de caráter

permanente, responsável pela análise das propostas de ação legislativa encaminhadas à

ALMG; pela realização de consultas públicas sobre assuntos de relevante interesse; e pela

sugestão popular, visando o aprimoramento dos trabalhos parlamentares.4

1 PIRES, Maria Coeli Simões; COSTA, Mila Batista Leite C.; CORDEIRO, Caio B.; CARDOSO, José Luiz F.

Conferência de Serviços: Reflexões e perspectivas para a construção de um novo instrumento de governança

democrática. In: V Congresso Consad de Gestão Pública, 2012, Brasília. Anais... Brasília: Conselho Nacional de

Secretários de Estado da Administração, 2012.

2 Título VIII do Regimento da ALMG. MINAS GERAIS. Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado

de Minas Gerais: Resolução n. 5.176, de 6 de novembro de 1997. 8. Ed. Belo Horizonte: Assembleia Legislativa do

Estado de Minas Gerais, 2011.

3 Art. 292 do Regimento Interno da ALMG. MINAS GERAIS. Regimento Interno da Assembleia Legislativa do

Estado de Minas Gerais: Resolução n. 5.176, de 6 de novembro de 1997. 8. Ed. Belo Horizonte: Assembleia

Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2011.

4 Art. 102, XVI do Regimento Interno da ALMG. MINAS GERAIS. Regimento Interno da Assembleia Legislativa

do Estado de Minas Gerais: Resolução n. 5.176, de 6 de novembro de 1997. 8. Ed. Belo Horizonte: Assembleia

Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2011.

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Em 2005, a ALMG criou a Comissão de Cultura, que tem como matérias de sua

competência:

a) A garantia do exercício dos direitos culturais e a promoção do livre acesso às

fontes da cultura mineira;

b) O estímulo ao desenvolvimento cultural, à valorização e à difusão do conjunto

das manifestações culturais mineiras;

c) A política de incentivo à regionalização da criação cultural e de intercâmbio

entre as diversas formas de manifestação cultural do Estado;

d) A política de proteção do patrimônio cultural mineiro, assim entendidos os bens

de natureza material e imaterial que contenham referência à identidade, à ação

e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade mineira.5

No âmbito do Poder Executivo, são vários os instrumentos concebidos para reger a

interlocução entre o Estado e a sociedade civil. Nos termos da Lei Delegada nº 180, de 20

de janeiro de 2011, a Administração Pública mineira assumiu a concepção da

transversalidade na gestão do desenvolvimento, orientada pelas diretrizes de colaboração

institucional e de intersetorialidade no âmbito governamental e extragovernamental; de

transparência administrativa e participação social; de qualidade do gasto, eficiência e

compartilhamento na gestão; e de melhoria dos indicadores institucionais, administrativos,

econômicos, sociais e humanos, com ênfase nas prioridades estratégicas do Governo,

regionais ou setoriais, observados o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI)

e o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG).6

Art. 5º São instrumentos do modelo de Administração Transversal de Desenvolvimento,

além dos tratados nos arts. 3º e 4º desta Lei Delegada:

I. Comitês Temáticos;

II. Fóruns Especializados de Políticas Públicas;

III. Conferências Participativas de Políticas Públicas;

IV. Audiências Públicas;

5 Art. 102, XVII do Regimento Interno da ALMG. MINAS GERAIS. Regimento Interno da Assembleia Legislativa

do Estado de Minas Gerais: Resolução n. 5.176, de 6 de novembro de 1997. 8. Ed. Belo Horizonte: Assembleia

Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2011.

6 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais. Plano de Governança

Institucional. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 2014. No Prelo.

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V. Consulta Pública;

VI. Conselhos de Políticas Setoriais;

VII. Portais Institucionais, integrantes de sistemas oficiais, sistemas de

informações e base de indicadores da governança;

VIII. Agenda de Melhorias;

§ 1º São também instrumentos a que se refere o caput deste artigo a Desconcentração do

Monitoramento da Estratégia Governamental, sob coordenação, e a Conferência de

Serviços, convocadas nos termos de regulamento (grifos nossos).7

A Lei Delegada nº180, de 2011, ao conceber instrumentos de governança, busca a

convergência de premissas de racionalidade administrativa, legitimidade e

responsabilidade em lógica ampliativa, essenciais ao arranjo institucional do Governo de

Minas Gerais.8

I. Comitê Temático

Instrumento de natureza deliberativa, interinstitucional e intersetorial, o Comitê Temático

enseja o compartilhamento pela via colegiada. Tem por objetivo subsidiar decisões

estratégicas e especializadas, voltadas para a formulação, acompanhamento ou revisão de

políticas públicas e de projetos pontuais que demandem a celebração de ajustes, acordos

ou parcerias com outros órgãos e entidades – públicas ou privadas.

Instituído por decreto, é composto por titulares das Secretarias de Estado, por Presidentes

de Conselhos arrolados no decreto instituidor e pelo Vice-Governador, que atuará, em

articulação com o Governador, na a consecução dos objetivos propostos.

II. Fórum Especializado de Políticas Públicas

7 MINAS GERAIS. Lei Delegada nº 180, de 20 de janeiro de 2011. Dispõe sobre a estrutura orgânica da Administração

Pública do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais e dá outras providências. Diário Oficial de Minas Gerais, Belo

Horizonte, 20 jan. 2011.

8 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais. Plano de Governança

Institucional. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 2014. No Prelo.

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Instituído por decreto e regulamentado por regimento interno, visa a recolher subsídios

extraídos do compartilhamento de experiências, de diálogos e de debates para a

formulação, revisão e implementação de políticas públicas relacionadas ao tema que

propõe. Participam do Fórum representantes do poder público, da sociedade civil e

indicados ou convidados (atores estratégicos), competindo a organização e custeio ao

próprio órgão ou entidade relacionada à temática debatida.

De caráter temporário ou permanente, é convocado pelo Governador, de ofício ou

provocado pelo titular do órgão ou entidade interessada em sua realização.

III. Conferência Participativa de Políticas Públicas

A Conferência Participativa de Políticas Públicas é um instrumento de natureza consultiva

ou deliberativa, que tem por finalidade discutir e eleger, por meio da interlocução com a

sociedade civil, prioridades, diretrizes e propostas relacionadas às políticas públicas

específicas.

Convocada pelo Governador, por meio de ofício ou provocado pelo titular do órgão

interessado, a Conferência é disciplinada pelo Regimento Interno, observadas as diretrizes

do Decreto convocatório. Participam da Conferência cidadãos e associações legalmente

constituídas, representantes do poder público, convidados credenciados.

Durante as Conferências, ocorre a eleição dos delegados que participarão das etapas

posteriores, com direito a voz e voto, benefício não extensivo aos convidados, que

poderão apenas participar, desde que devidamente credenciados. Os delegados possuem

a prerrogativa de discutir e eleger prioridades, diretrizes e propostas que serão debatidas

nas etapas posteriores, e, quando for o caso, encaminhadas à Conferência Nacional

pertinente. Ao final, um relatório é elaborado pela comissão organizadora e submetido à

aprovação da plenária.

IV. Audiência Pública

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A audiência pública, instrumento de participação no bojo do processo comunicativo oficial,

com natureza consultiva e não vinculante, pode ser realizada no âmbito dos três Poderes,

no exercício da função legislativa, administrativa e jurisdicional. No Poder Legislativo, é

utilizada como via para a interlocução democrática do Parlamento com os cidadãos,

organizações da sociedade civil e autoridades públicas, para subsidiar o exercício da

função legislativa ou fiscalizadora. No Poder Judiciário, sua realização é prevista como

etapa facultativa das ações de controle concentrado de constitucionalidade, como forma

de colher subsídios técnicos para o julgamento de ações.

Aplicada pelo Poder Executivo, tem por finalidade ouvir as partes interessadas antes da

formulação de uma política pública ou antes da tomada de decisão relevante pela

autoridade administrativa competente [...].

Consulta Pública

Instrumento de participação de natureza consultiva e não vinculante, a Consulta Pública

visa a colher contribuição para a elaboração de atos administrativos normativos,

anteprojetos de lei de caráter especial e outros casos previstos na legislação. No Estado

de Minas Gerais, no âmbito da Administração Direta, Autárquica e Fundacional, foi

instituída pela Lei Delegada nº 180/2011 e regulamentada pelo Decreto nº 45.602, de 13

de maio de 2011.

Compete à Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais (SECCRI) a

realização de consulta pública em relação a atos de competência do Governador do

Estado.

As demais Secretarias e entidades, na elaboração de atos de sua competência, podem

realizar a consulta pública, utilizando o sistema gerenciado pela SECCRI, ou de forma

desconcentrada/descentralizada, utilizando sua própria estrutura.

O processo de consulta pública inicia-se por ofício, em iniciativa do Governador, ou

mediante provocação, em caso de requerimento do órgão ou entidade. A participação

ocorre por meio eletrônico e, quando prevista, por via postal. Assim como na audiência

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pública, as sugestões recebidas no curso da consulta pública são de caráter consultivo e

não vinculante.

V. Conselho de Políticas Setoriais

Os Conselhos de Políticas Setoriais constituem canais de participação e representação das

organizações sociais na gestão de políticas públicas específicas. Com a finalidade de

fiscalizar, formular e normatizar políticas públicas setoriais e concretizar a participação e

controle sociais, possuem caráter deliberativo ou consultivo; representação de diferentes

segmentos do poder público e da sociedade; e estrutura administrativa permanente.

Alguns conselhos são previstos em legislação da União, no âmbito de políticas sistêmicas;

outros são opção do Estado em sua autonomia organizacional.

VI. Portais Institucionais

Os Portais Institucionais são instrumentos concebidos para disponibilizar informações

sobre órgão ou entidade do Poder Executivo; fomentar a participação social; e facilitar a

gestão da atividade administrativa. Todos os órgãos e entidades da Administração Pública

estadual podem desenvolver portais institucionais, necessitando seguir as diretrizes de

estruturação, elaboração, manutenção e administração de sites estabelecidas pela

Resolução da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAG nº 40/2008. Os

portais, canais de fluxo de informação da Administração Pública para os cidadãos, são

meios eficientes de viabilização da participação da sociedade.

VII. Agenda de Melhorias

A Agenda de Melhorias é um projeto do Governo de Minas Gerais, organizado e realizado

por meio do Escritório de Prioridades Estratégicas e desenvolvido com parceiros da

iniciativa privada, cuja finalidade é descrever e avaliar o funcionamento do sistema

mineiro de entrega de resultados e propor recomendações, diante dos desafios

observados. Além disso, promove a disseminação de boas práticas de gestão pública

mediante o compartilhamento do aprendizado com outras instâncias governamentais.

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VIII. Unidades Administrativas Regionais

A Unidade Administrativa Regional consiste em um instrumento voltado para a

coordenação e execução de políticas públicas desenvolvidas pela Secretaria responsável

por sua respectiva área de abrangência. É encarregada, hierárquica e

administrativamente, de exercer atribuições específicas advindas do órgão central,

observando sempre a especificidade das condições naturais, econômicas e administrativas

da região. O princípio básico que orienta a atuação das Unidades Administrativas

Regionais é o da integração da ação governamental, com vistas à aproximação em relação

aos destinatários das políticas públicas e à agilidade da atividade administrativa. 9

Diante do rol de instrumentos concebidos pelo Poder Executivo para interlocução com a

sociedade civil, no âmbito da Cultura, a Lei nº 11.726, de 30 de dezembro de 1994, que

dispõe sobre a política cultural do Estado de Minas Gerais, determinou, no art. 83, a

necessidade da criação do Conselho Estadual de Arquivos (CEA). O CEA foi criado pelo

Decreto nº 39.504, de 24 de março de 1998; possui caráter deliberativo e a finalidade de

coordenar ações da política estadual de arquivos, além de estabelecer normas técnicas de

organização e funcionamento dos arquivos públicos estaduais.10

O Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (CONEP), por sua vez, foi instalado em abril

de 2008. Criado pela Lei Delegada nº 170, de 25 de janeiro de 2007, é um órgão

colegiado de natureza deliberativa, subordinado à Secretaria de Estado de Cultura, a qual

compete deliberar sobre diretrizes, políticas e outras medidas correlatas à defesa e

preservação do patrimônio cultural do Estado de Minas Gerais.11

9 Todas as conceituações referentes aos instrumentos de governança transcritas foram retiradas do “Plano de

Governança Institucional”, elaborado pela Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais de Minas

Gerais (SECCRI). Vide MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais. Plano de

Governança Institucional. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 2014. No Prelo.

10 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Cultura. Disponível em: www.cultura.mg.gov.br. Acesso em: 11 abr.

2014.

11 MINAS GERAIS. Decreto nº 44785, de 17 de abril de 2008. Contém o Regimento Interno do Conselho Estadual do

Patrimônio Cultural – CONEP. Diário Oficial de Minas Gerais, Belo Horizonte, 18 abr. 2008.

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Por fim, criado pela Lei Delegada nº 180, de 2011, o Conselho Estadual de Política Cultural

(CONSEC) é um órgão colegiado, paritário, de caráter consultivo, propositivo, deliberativo

e de assessoramento superior da Secretaria de Estado de Cultura. Nos termos da Lei

Delegada nº 180, de 2011, é atribuição do CONSEC acompanhar a elaboração e a

execução do Plano Estadual de Cultura e contribuir para o aprimoramento das políticas de

cultura de Minas Gerais.

Conforme previsão regimental – Decreto nº 46.406, de 27 de dezembro de 2013 –, o

conselho promoverá reuniões itinerantes e terá uma Câmara Regional Consultiva,

abrangendo todas as macrorregiões do Estado, de modo a possibilitar a efetiva

participação do povo mineiro. A criação do CONSEC representa, como já mencionado, o

empenho do Governo de Minas Gerais em prol da modernização da Administração pública

estadual, ampliando a participação da sociedade civil na elaboração de suas políticas

públicas.12

Outro instrumento de relevo utilizado no âmbito da cultura, conforme consolidado pela Lei

Delegada nº 180, de 2011, e pela legislação federal que regulamenta as conferências

nacionais, é a Conferência Estadual de Cultura. Já foram realizadas três edições, sendo

que a última, em 2013, reuniu cerca de 500 participantes, dos quais 369 eram delegados,

eleitos nas conferências municipais e intermunicipais de cultura. Dos 853 municípios de

Minas, 376 realizaram suas conferências. A delegação mineira – composta por 37

delegados, sendo 25 da sociedade civil e 12 do poder público – participou, ao final do

processo, da III Conferência Nacional de Cultura, em Brasília.

Além dos instrumentos citados, a Secretaria de Estado de Cultura possui inúmeros

programas, projetos e ações voltados para a interlocução e para a ampliação da

participação da sociedade civil. Nessa perspectiva, o programa articulado de

descentralização e de regionalização das ações culturais em Minas Gerais – MINAS

Território da Cultura – abrange as dez macrorregiões do Estado, definidas pela Secretaria

de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais e possui, entre seus objetivos, a

valorização e a divulgação da diversidade cultural mineira; a promoção do

desenvolvimento regional por meio da cultura; a circulação de bens culturais; a

12

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Cultura. Disponível em: www.cultura.mg.gov.br. Acesso em: 11 abr.

2014.

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participação dos cidadãos e a capacitação e o aperfeiçoamento dos agentes culturais,

além de difundir e aumentar a demanda por programas e ações do Sistema Estadual de

Cultura.13

3. RECURSOS PARA A CULTURA

Elencamos neste tópico todos os editais públicos, mecanismos legais, leis e fundos

estaduais que podem ser encontrados na cultura, entendendo que assim, teríamos uma

dimensão do aporte financeiro para este setor:

3.1) Lei Estadual de Incentivo à Cultura - LEIC

A Lei Estadual de Incentivo à Cultura é um instrumento de apoio às iniciativas culturais

realizadas em Minas Gerais. O mecanismo da lei consiste em permitir que as contribuições

de pessoas jurídicas aos projetos culturais sejam deduzidas do imposto estadual devido

pelas empresas.

Registre-se que 45% do valor aprovado pela LEIC é direcionado ao interior do Estado.

Ano

Número de Projetos Incentivados Valor do Incentivo

2011 376 59.931.321,34

2012 429 64.316.549,32

2013 413 70.745.842,25

TOTAL 1.218 194.993.712,91

3.1.1) Projetos Aprovados por Macrorregião

MACRORREGIÃO 2011 2012 2013

Projetos

Valor total Nº

Projetos

Valor total Nº

Projetos

Valor total

Alto Paranaíba 5 R$ 1.022.409,08 5 R$ 866.624,00 11 R$ 2.044.228,78

Central 1184 R$ 234.905.448,08 1270 R$ 319.197.558,00 1173 R$ 369.128.499,19

Centro Oeste de Minas 66 R$ 13.616.349,11 61 R$ 15.395.526,00 68 R$ 20.563.429,63

Jequitinhonha/Mucurí 9 R$ 1.185.616,40 3 R$ 553.804,00 3 R$ 1.129.549,00

13

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Cultura. Disponível em: www.cultura.mg.gov.br. Acesso em: 11 abr.

2014.

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Noroeste de Minas 3 R$ 542.000,00 0 R$ 0,00 3 R$ 1.155.007,00

Norte de Minas 28 R$ 5.086.727,50 19 R$ 4.189.184,00 23 R$ 6.456.745,25

Rio Doce 110 R$ 21.843.624,08 87 R$ 19.266.609,00 72 R$ 21.790.748,20

Sul de Minas 106 R$ 15.390.556,36 99 R$ 18.746.052,00 102 R$ 25.745.243,85

Triângulo 70 R$ 12.118.749,08 55 R$ 12.966.466,00 103 R$ 33.129.790,44

Zona da Mata 94 R$ 16.575.582,47 98 R$ 21.050.979,00 100 R$ 27.107.654,12

Total Geral 1675 R$ 322.287.062,16 1697 R$ 412.232.802,00 1658 R$ 508.250.895,46

3.1.2) Projetos Captados por Macrorregião

MACRORREGIÕES DE

PLANEJAMENTO

2011 2012 2013

Projetos

Valor total Nº

Projetos

Valor total Nº

Projetos

Valor total

Alto Paranaíba 2 R$ 73.953,00 2 R$ 26.750,00 1 R$ 25.000,00

Central 230 R$ 44.214.445,22 300 R$ 50.702.309,80 270 R$ 53.065.989,25

Centro Oeste de Minas 21 R$ 2.229.284,00 28 R$ 2.393.849,24 26 R$ 3.048.811,64

Jequitinhonha/Mucurí 1 R$ 30.000,00 2 R$ 96.000,00 0 R$ 0,00

Noroeste de Minas 0 R$ 0,00 0 R$ 0,00 0 R$ 0,00

Norte de Minas 7 R$ 334.958,40 0 R$ 0,00 5 R$ 691.301,85

Rio Doce 41 R$ 3.509.996,20 34 R$ 2.692.200,00 32 R$ 2.596.879,20

Sul de Minas 34 R$ 2.824.378,40 25 R$ 2.640.716,64 32 R$ 2.977.045,56

Triângulo 14 R$ 2.030.659,32 12 R$ 2.467.078,06 17 R$ 4.162.589,10

Zona da Mata 26 R$ 4.683.646,80 26 R$ 3.297.645,58 30 R$ 4.178.225,65

Total Geral 376 R$ 59.931.321,34 429 R$ 64.316.549,32 413 R$ 70.745.842,25

3.2) Fundo Estadual de Cultura - FEC

O objetivo do Fundo Estadual de Cultura – FEC é estimular o desenvolvimento cultural das

diversas regiões de Minas Gerais. Podem participar da seleção para obter os recursos do

FEC pessoas jurídicas de direito privado - com ou sem fins lucrativos - e de direito público

municipal estabelecidas em Minas Gerais. Os projetos que se inscreverem no FEC devem

apresentar objetivo e atuação voltados para a cultura.

3.2.1) Dados de arrecadação do FEC:

Ano

Número de Projetos Incentivados Valor do Incentivo

2010/2011 166 6.500.000,00

2012 126 6.500.000,00

2013 153 6.500.000,00

TOTAL 445 19.500.000,00

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Em 2013 determinou-se que no máximo 50% do valor total do FEC poderá ser utilizado

para as prefeituras e até 86% do valor total do FEC deve ser utilizado por projetos no

interior. Constata-se que no ano de 2010 e 2011 os dados são referentes ao edital do

biênio.

As principais fontes de recurso do FEC competem ao Fundo de Fomento e

Desenvolvimento Socioeconômico do Estado de Minas Gerais - FUNDESE e ao TESOURO

ESTADUAL, sendo devidamente distribuídas da seguinte forma:

Fonte de Recursos:

I - 4% (quatro por cento) do total dos recursos resultantes de retornos de

financiamentos concedidos pelo Fundo de Fomento e Desenvolvimento

Socioeconômico do Estado de Minas Gerais - FUNDESE -, incluídos principal e

encargos, já deduzida à comissão do agente financeiro, que serão orçados no

Fundo como recursos diretamente arrecadados;

II - Retornos do principal e encargos dos financiamentos com recursos do

Fundo;

III - Doações, contribuições ou legados de pessoas físicas ou jurídicas, públicas

ou privadas, nacionais ou estrangeiras;

IV - Recursos provenientes de operações de crédito interno e externo firmadas

pelo Estado e destinadas ao Fundo;

V - Receitas oriundas das multas aplicadas sobre projetos culturais e artísticos;

VI - Valores relativos à cessão de direitos autorais e à venda de livros ou outros

produtos patrocinados, editados ou co-editados pela Secretaria de Estado de

Cultura;

VII - Recursos previstos na Lei Orçamentária Anual.

3.2.2) Projetos Aprovados:

MACRORREGIÃO 2010-2011 2012 2013

ALTO PARANAÍBA (AP) 8 6 7

CENTRAL(C) 62 56 49

CENTRO OESTE DE MINAS (CO) 7 7 8

JEQUITINHONHA/MUCURI (JM) 17 9 10

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NOROESTE DE MINAS (NOM) 00 00 6

NORTE DE MINAS (N) 16 3 16

RIO DOCE (RD) 7 9 9

SUL DE MINAS (S) 18 18 16

TRIANGULO (T) 11 8 10

ZONA DA MATA (ZM) 20 10 22

TOTAL 166 136 153

3.2.3) Relação de Projetos Aprovados

2011:

2012:

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2013:

3.3) Edital Música Minas

Voltado para a estruturação e o desenvolvimento da cadeia produtiva da música produzida

em Minas Gerais, o Programa Música Minas foi lançado em 2009 por meio de parceria

inédita e bem sucedida entre a sociedade civil e o Estado. A gestão do programa é feita

através da parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura, com dotação orçamentária do

Governo de Minas e o Fórum da Música de Minas Gerais, grupo de entidades organizadas

e representativas do setor musical que reúne a AAMUCE (Associação dos Amigos do

Museu Clube da Esquina), FEM (Fora do Eixo Minas), Grupo Cultural NUC, Rede Catitu,

SIM (Sociedade Independente da Música), VALEMAIS (Instituto Sociocultural do

Jequitinhonha), AMAES (Associação de Músicos, Artistas e Esportistas) e Associação

Mucury Cultural.

Com resultados expressivos, o Programa é reconhecido internacionalmente pelos

resultados obtidos na divulgação da música mineira, além de ser um dos principais

responsáveis por Minas Gerais ser o estado brasileiro que atualmente mais exporta e

divulga a música produzida em seu território. Desde o seu lançamento, em 2009, o

Programa beneficiou cerca de 1.000 artistas, por meio de propostas selecionadas pelos

Editais de Circulação Estadual, Circulação Nacional, Circulação Internacional e

Intercâmbio. A iniciativa levou artistas mineiros para importantes festivais, cursos e

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eventos em todo o mundo, além de ter realizado ações de representação em feiras

internacionais de música.

2011 2012 2013

Número de propostas aprovadas pelos mecanismos de

edital do Programa Música Minas

71 200 124

Aporte financeiro R$1.105.000,00 R$1.105.000,00 R$1.105.000,00

O edital faz não só a promoção das artes e artistas mineiros, mas também promove a

qualificação dos profissionais envolvidos pelos editais;

O ineditismo do edital traz toda uma contribuição para a avaliação da gestão

compartilhada, no modelo Estado e Sociedade Civil, uma vez que essa se organiza e

consegue gerir um programa aos moldes da administração pública; demonstrado na

organização e no amadurecimento do acompanhamento e das demandas sobre as

políticas públicas;

A cada edição do programa é feita a escolha, pela sociedade civil, de uma entidade

que irá gerir o mesmo, cabendo ao Estado avaliação técnica da entidade. Caso seja

negado, um novo edital é iniciado, até que se encontre uma empresa para gerir o

programa.

3.4) Edital Cena Minas

Lançado em outubro de 2007, o Cena Minas – Prêmio de Artes Cênicas Estado de Minas

Gerais – foi criado com o intuito de fomentar, incentivar e fortalecer a produção cênica do

Estado, com foco em teatro, dança e circo. Esse programa é realizado pela Secretaria de

Estado de Cultura em parceria com o Instituto Cultural Sergio Magnani e tem o patrocínio

da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), por meio da Lei Federal de

Incentivo à cultura.

O edital do Cena Minas contempla projetos de teatro, dança e circo em três categorias:

manutenção de espaços cênicos; circulação de espetáculos e aquisição de equipamentos e

materiais cênicos, em atendimento às prioridades apresentadas por artistas e grupos que

integram o Fórum Permanente de Avaliação do Prêmio Cenas Minas.

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Dentre essas categorias, observamos os seguintes números:

2011 2012 2013

NÚMERO DE PROJETOS APROVADOS NO PRÊMIO DE ARTES

CÊNICAS DO ESTADO MINAS GERAIS - CENA MINAS

35 45 54

Projetos contemplados nos últimos três anos:

ANO MANUTENÇÃO DE ESPAÇOS DE

GRUPOS

CIRCULAÇÃO DE ESPETÁCULOS

CÊNICOS

AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS

E MATERIAIS

2011 12 projetos 15 projetos 8 projetos

2012 12 projetos 18 projetos 15 projetos

2013 15 projetos 21 projetos 18 projetos

Valores distribuídos nos últimos três anos:

ANO MANUTENÇÃO DE ESPAÇOS

DE GRUPOS

CIRCULAÇÃO DE

ESPETÁCULOS CÊNICOS

AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS E

MATERIAIS

2011 R$ 480.000,00 R$ 360.000,00 R$ 270.000,00

2012 R$ 480.000,00 R$ 540.000,00 R$ 315.000,00

2013 R$ 600.000,00 R$ 630.000,00 R$ 468.000,00

Divisão dos projetos por macrorregião:

MACRORREGIÃO 2011 2012 2013

ALTO PARANAÍBA 0 0 0

CENTRAL 18 30 32

CENTRO-OESTE 2 1 1

JEQUITINHONHA / MUCURI 1 1 2

MATA 2 3 4

NOROESTE 3 0 0

NORTE 2 0 2

RIO DOCE 3 3 4

SUL 2 2 6

TRIÂNGULO 2 4 3

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3.5) Programa Passaporte - Apoio para Viagens e Passagens

A finalidade deste Programa é promover a difusão e o intercâmbio da cultura mineira nos

âmbitos estadual, nacional e internacional. Todos os apoios referentes à compra de

passagens aéreas e terrestres concedidos pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas

Gerais seguem as normas dispostas na Resolução nº 026.

Podem ser inscritas propostas de pessoas físicas e jurídicas, sem fins lucrativos, que

tenham como finalidade obter apoio para o deslocamento de artistas, e técnicos,

estudiosos que residam em Minas Gerais. Nos últimos 3 anos, o programa já apoiou 331

artistas para o intercâmbio da cultura mineira.

ANO Nº DE APOIOS CONCEDIDOS VALOR

2011 32 R$ 84.307,63

2012 132 R$ 72.658,08

2013 167 R$ 102.817,00

3.6) Edital Bandas De Minas

O edital do programa Bandas de Minas visa à promoção, valorização e permanência das

bandas tradicionais de música. Criado em 1992, a iniciativa apóia as bandas civis do

Estado, com doação de instrumentos de sopro, metal e percussão, e de kits com

partituras. O incentivo inclui ainda a promoção de cursos/oficinas de capacitação e

aperfeiçoamento artístico e prêmio para aquisição de Uniformes e Indumentárias. Para se

inscrever no edital, as bandas civis devem estar com o cadastro atualizado na Secretaria

de Estado de Cultura de Minas Gerais.

Minas Gerais possui 726 bandas cadastradas na Secretaria de Estado de Cultura. Desse

total, 657 corporações musicais, de 419 municípios, já foram beneficiadas com a entrega

de 8.235 instrumentos de 2003 a 2012. Os recursos destinados ao programa, que tem

parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), chegam a R$

6,3 milhões.

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Fonte de recurso: Codemig

APORTE FINANCEIRO

2011 2012 2013

R$ 600.000,00 R$ 600.000,00 R$ 600.000,00

Projetos Beneficiados Por Macrorregião

MACRORREGIÃO 2011 2012 2013

ALTO PARANAÍBA 1 3 1

CENTRAL 34 39 34

CENTRO-OESTE 8 11 8

JEQUITINHONHA / MUCURI 5 8 5

MATA 17 27 17

NOROESTE 2 3 2

NORTE 2 1 2

RIO DOCE 1 12 1

SUL 7 21 7

TRIÂNGULO 0 2 0

3.7) Edital Filme em Minas

Programa de incentivo à produção audiovisual, o edital Filme em Minas é realizado por

meio de parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura e a Companhia Energética de

Minas Gerais (Cemig). O aporte financeiro é da Cemig através da Lei Federal de Incentivo

à Cultura (Lei Rouanet) e da Lei do Audiovisual.

Em seis edições, já contemplou 163 projetos totalizando um investimento superior a

R$21,5 milhões.

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Os editais contam com sete categorias:

1. Produção de longas-metragens;

2. Distribuição de longas-metragens;

3. Finalização;

4. Curtas e médias-metragens;

5. Formato livre;

6. Publicações, preservação e memória;

7. Incentivo Minas Film Commission ao cinema nacional.

2011 2012 2013

Número de projetos apoiados (FILME MINAS) 32 NA 31

Em 2011/2012 – R$4.500.000,00 (quatro milhões e quinhentos mil reais)

Em 2013/2014 – R$4.500.000,00 (quatro milhões e quinhentos mil reais)

MACRORREGIÃO 2011 2012 2013

ALTO PARANAÍBA

CENTRAL 30 28

CENTRO-OESTE

JEQUITINHONHA / MUCURI

MATA 01

NOROESTE

NORTE

RIO DOCE

SUL

TRIÂNGULO

Obs.: Da relação acima 2 (dois) projetos contemplados no Edital 2011/2012 são do Rio de

Janeiro, dentro da categoria Incentivo Minas Film Commission ao cinema nacional e 2

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(dois) dos projetos contemplados no Edital 2013/2014 são do Rio de Janeiro e de Vila

Velha, dentro da categoria Incentivo Minas Film Commission ao cinema nacional.

3.8) Edital Anima Minas

No final de 2013 foi lançado o primeiro edital do Anima Minas. A iniciativa tem o objetivo

de incentivar a produção audiovisual mineira de animação, e abrir o mercado do segmento

de audiovisual para receber produtos de conteúdo animado. O edital vai selecionar

projetos inéditos e originais de séries de animação para compor a interprogramação da

Rede Minas. O mesmo ainda não possui dados para serem analisados.

É importante destacar que por se tratar de um piloto ainda há muitas coisas a avançar

tanto no que diz respeito ao edital, quanto a mobilização do setor de animação. Nessa

primeira edição foram destinado R$100.000,00 (cem mil reais) para a premiação de 4

projetos de produção de série de animação para a interprogramação da Rede Minas (05

episódios de 1 minuto cada). O recurso do Edital Anima Minas é via Lei Federal de

Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), cujos incentivadores são as empresas Nova Safra Food

ServicNeuman e Esser América do Sul Ltda.

3.9) Edital de Pontos de Cultura

Os Pontos de Cultura são ações de cunho cultural, desenvolvidas pela comunidade, que

ganham reconhecimento do Estado e passam a receber aporte de recursos para aplicar

conforme plano de trabalho próprio. São selecionados por edital público, firmam convênio

com a Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais e tornam-se responsáveis por

articular, expandir e impulsionar ações culturais que já desenvolvem nas comunidades. O

programa é uma parceria com o Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura.

O convênio firmado tem como objetivo principal garantir o acesso da população aos bens

e serviços culturais. Sua característica é o apoio aos projetos de entidades sem fins

lucrativos, de caráter cultural e que atendam a pelo menos um dos seguintes públicos:

estudantes da rede pública de ensino; crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos em

situação de vulnerabilidade social; populações de baixa renda; moradores em áreas com

oferta precária de serviços públicos e de cultura, tanto nos grandes centros urbanos, como

nos pequenos municípios; portadores de deficiência; e outros grupos minoritários.

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O Edital 01/2008 de Pontos de Cultura foi lançado pela Secretaria de Estado de Cultura de

Minas Gerais em 22 de dezembro de 2008 para selecionar projetos de 100 entidades para

receber o recurso de R$ 180 mil cada. Total de pontos no Estado: 100. Total de cidades

contempladas: 70. Macrorregiões contempladas: 10.

3.10) Edital Indígena

Em sua primeira edição, o edital tem como objetivo apoiar as Comunidades Indígenas

Aldeadas com premiação em dinheiro, que deverá ser utilizada na aquisição de Cabana de

Ritos, como forma de contribuir com a preservação dos Ritos das Comunidades Indígenas

Aldeadas. Foram distribuídos, ao todo, 10 prêmios no valor de R$ 16.498,40 (dezesseis

mil, quatrocentos e noventa e oito reais e quarenta centavos).

Fonte de recurso: Emenda Parlamentar no valor de R$164.984,00.

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3.11) Orçamento Geral da Cultura nos anos de 2011, 2012 e 2013.

ORÇAMENTO EXECUTADO 2011

CÓDIGO

AÇÃO

PROJETO ATIVIDADE DESPESA

REALIZADA

1115 GESTAO DO CENTRO DA JUVENTUDE DE MINAS GERAIS- PLUG MINAS 3.292.112,45

1213 FORMACAO DE JOVENS NAS AREAS DE ARTES E CULTURA DIGITAL 4.020.267,50

2001 DIRECAO SUPERIOR 82.459,15

2002 PLANEJAMENTO, GESTAO E FINANCAS 2.389.462,88

2026 GESTAO E MANUTENCAO DOS EQUIPAMENTOS CULTURAIS 103.264,54

2417 REMUNERACAO DE PESSOAL ATIVO E ENCARGOS SOCIAIS 9.638.761,37

2427 TECNOLOGIA DA INFORMACAO 372.095,71

4393 GESTAO DO ACERVO DA SUPERINTENDENCIA DE BIBLIOTECAS PUBLICAS 1.350.879,44

4394 GESTAO DOS ACERVOS DO ARQUIVO PUBLICO MINEIRO 596.310,88

4396 PRESTACAO DE SERVICOS AOS USUARIOS DO ARQUIVO PUBLICO MINEIRO E

SUPERINTENDENCIA DE BIBLIOTECAS PUBLICAS

52.682,76

4398 GESTAO DE ACERVO PELA SUPERINTENDENCIA DE MUSEUS 866.669,40

4401 ASSESSORIA TECNICA 113.821,48

4402 GERENCIAMENTO E DISSEMINACAO DA INFORMACAO CULTURAL 8.815,38

4405 PROMOCAO DE ACAO EDUCATIVA 135.921,69

4407 GESTAO DE MECANISMOS DE INCENTIVO A CULTURA 312.257,52

4409 ESTIMULO A PRODUCAO CULTURAL 13.368.331,70

4410 PUBLICACAO DE PRODUCAO LITERARIA E ARTISTICA 133.871,25

4411 PROMOCAO DE EXPOSICOES DE ACERVOS 426,02

4412 PROMOCAO DE ACOES DE INCENTIVO A LEITURA 3.625,00

4514 PROMOCAO DA MEMORIA INDIGENA DE MINAS GERAIS. 405.780,99

37.247.817,11

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CÓDIGO

AÇÃO

PROJETO ATIVIDADE DESPESA

REALIZADA

1015 IMPLANTACAO DO SISTEMA ESTADUAL DE CULTURA 74.583,19

1119 CONSOLIDACAO DA CONCEPCAO DO PLUG MINAS 200.000,00

1217 CIRCUITO CULTURAL PRACA DA LIBERDADE 6.754.834,94

2001 ORÇAMENTO EXECUTADO 2012 152.128,80

2002 PLANEJAMENTO, GESTAO E FINANCAS 1.589.063,25

2026 GESTAO E MANUTENCAO DOS EQUIPAMENTOS DO CIRCUITO CULTURAL PRACA DA

LIBERDADE

648.145,04

2417 REMUNERACAO DE PESSOAL ATIVO E ENCARGOS SOCIAIS 10.095.151,75

4005 FORMACAO DE JOVENS NAS AREAS DE ARTES, EMPREENDEDORISMO E CULTURA DIGITAL 3.899.871,03

4393 CONSERVACAO, RESTAURACAO E PRESERVACAO DOS ACERVOS ARQUIVISTICOS,

BIBLIOGRAFICOS E MUSEOLOGICOS

225.229,00

4398 CRIACAO E IMPLEMENTACAO DO SISTEMA ESTADUAL DE INFORMACOES CULTURAIS 643

4401 ASSESSORIA TECNICA 64.590,68

4402 MAPEAMENTO, GERENCIAMENTO E DISSEMINACAO DA INFORMACAO CULTURAL 7.519,39

4404 PREMIACAO A PRODUCAO CULTURAL 269.097,81

4405 PROMOCAO DE ACAO EDUCATIVA 46.997,86

4406 FORMACAO, QUALIFICACAO E PROFISSIONALIZACAO ARTISTICO-CULTURAL 34.510,52

4407 GESTAO DE MECANISMO DE FOMENTO E INCENTIVO A CULTURA 240.628,92

4409 ESTIMULO A PRODUCAO E CIRCULACAO CULTURAL 2.802.821,18

4410 EDICAO E DISTRIBUICAO DO SUPLEMENTO LITERARIO DE MINAS GERAIS 97.751,09

4412 PROMOCAO DE EVENTOS CULTURAIS 41.406,08

4413 GESTAO DOS EQUIPAMENTOS CULTURAIS DA SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 3.827.495,46

4514 APOIO A CULTURA POPULAR E IMATERIAL 7.302,40

4523 GESTAO DE EDITAIS PARA APOIO A PRODUCAO CULTURAL 1.183.683,87

4524 GESTAO E ACOMPANHAMENTO DOS PONTOS DE CULTURA 4.237.556,99

4525 DESCENTRALIZACAO E REGIONALIZACAO DA POLITICA CULTURAL DO ESTADO 39.160,81

4527 ESTRUTURACAO DE BIBLIOTECAS PUBLICAS MUNICIPAIS 81.935,35

4528 MANUTENCAO DE ESPACOS CULTURAIS 17.696.232,73

4535 PRODUCAO EDITORIAL 29.247,99

4663 GESTAO DO PLUG MINAS - CENTRO DE FORMACAO E EXPERIMENTACAO DIGITAL 3.350.712,50

57.698.301,63

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ORÇAMENTO EXECUTADO 2013

CÓDIGO

AÇÃO

PROJETO ATIVIDADE DESPESA

REALIZADA

1201 PLUG MINAS 300.729,88

1217 CIRCUITO CULTURAL PRACA DA LIBERDADE 1.538.626,35

2001 DIRECAO SUPERIOR 179.637,85

2002 PLANEJAMENTO, GESTAO E FINANCAS 1.510.390,20

2417 REMUNERACAO DE PESSOAL ATIVO E ENCARGOS SOCIAIS 10.201.510,58

4005 FORMACAO DE JOVENS NAS AREAS DE ARTES,

EMPREENDEDORISMO E TECNOLOGIA

7.932.971,30

4063 APOIO A IMPLANTACAO DE CIRCUITOS CULTURAIS REGIONAIS. 100.000,00

4393 CONSERVACAO, RESTAURACAO, PRESERVACAO E ORGANIZACAO

DOS ACERVOS ARQUIVISTICOS, BIBLIOGRAFICOS E

MUSEOLOGICOS

97.508,22

4398 CRIACAO E IMPLEMENTACAO DO SISTEMA ESTADUAL DE

INFORMACOES CULTURAIS

25.477,35

4404 PREMIACAO A PRODUCAO CULTURAL 235.755,07

4406 FORMACAO, CAPACITACAO E PROFISSIONALIZACAO ARTISTICO-

CULTURAL

28.212,24

4409 ESTIMULO A PRODUCAO E CIRCULACAO CULTURAL 7.081.662,77

4412 PROMOCAO DE EVENTOS E ACOES EDUCATIVAS 263.406,93

4413 GESTAO DOS EQUIPAMENTOS CULTURAIS DA SECRETARIA DE

ESTADO DE CULTURA

10.256.498,98

4514 APOIO A CULTURA POPULAR E IMATERIAL 772.188,02

4525 DISSEMINACAO DA POLITICA CULTURAL E DOS MECANISMOS DE

PRODUCAO

245.680,83

4527 ESTRUTURACAO DE BIBLIOTECAS PUBLICAS MUNICIPAIS 184.664,00

4528 MANUTENCAO DE ESPACOS CULTURAIS 22.439.578,97

4535 PRODUCAO EDITORIAL 126.403,07

63.520.902,61

Através dos quadros acima, podemos observar a evolução orçamentária da área cultural

de Minas Gerais, nos últimos 3 (três) anos.

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4) EQUIPAMENTOS E ESPAÇOS PÚBLICOS DE CULTURA

Destaca-se, neste campo, a infra-estrutura da cultura. No entanto, como o Estado ainda

não possui um sistema de informação implementado e com série de dados, decidiu-se por

utilizar informações de fontes do poder público, do IBRAM e da MUNIC-2012 para se ter

uma dimensão mais precisa dos equipamentos da cultura em Minas Gerais, levantando o

número desses equipamentos, sem fazer, portanto, um diagnóstico nesse tópico.

4.1) Museus

Em 2006, foi criado o cadastro nacional de museus aos cuidados do Ibram/MinC, com

intuito de mapear e cadastrar os museus do Brasil. No período entre outubro de 2010 a

janeiro de 2011, foram utilizados dados autodeclarados, através da aplicação de

questionários nos órgãos estaduais e municipais. Para o Ibram, os museus,

compreendem, antes de tudo, o local de encontro. “... Encontros do cidadão com sua arte,

sua história, suas identidades...”. A partir deste levantamento, temos a seguinte

informação no recorte Minas Gerais, com 319 museus. Sendo que desses dados,

observou-se que seis museus estavam em implantação e um foi categorizado como

virtual.

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Relação entre população e número de museus em Minas Gerais, Região Sudeste e Brasil, 2010

Distribuição de municípios, população e

museus por Unidades da Federação e

grandes regiões, 2010

Unidade da

Federação

Número de

municípios com

museus*

Número de

municípios**

% municípios

com museus por

total de

municípios

População** Número de

museus*

População/Número

de museus

Brasil 1.174 5.564 21,1 183.987.291 3.025 60.822

Sudeste

Minas

Gerais

149 853 17,5 19.273.506 319 60.419

Espírito

Santo

23 78 29,5 3.351.669 61 54.945

Rio de

Janeiro

50 92 54,3 15.420.375 254 60.710

São Paulo 205 645 31,8 39.827.570 517 77.036

FONTE: Cadastro Nacional de Museus – Ibram/MinC, 2010; IBGE

LOCAL POPULAÇÃO NÚMERO DE MUSEUS POPULAÇÃO/NÚMERO DE

MUSEUS

Minas Gerais 19.273.506 319 60.419

Sudeste 77.873.120 1.151 67.657

Brasil 183.987.291 3.025 60.822

É importante destacar que os dados dessa pesquisa, constam de todos os museus

presenciais, virtuais e instituições em implantação constantes da base de dados do

Cadastro Nacional de Museus, até a data de janeiro de 2011. Ou seja, pode ser que

algumas informações já estejam desatualizadas e/ou alguns museus possam ter sido

desativados, bem como, outros podem ter sido criados.

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4.2 Bibliotecas

Os dados relativos às bibliotecas públicas municipais em Minas foram enviados pela

Superintendência de Bibliotecas Públicas e Suplemento Literário- SUBSL, que vem

trabalhando no sentido de incentivar a criação, expansão e manutenção dos serviços

bibliotecários no Estado, por meio do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas Municipais-

SEBPM.

Assim sendo, foi informado que Minas Gerais possui 853 municípios, dos quais cerca de 800

possuem bibliotecas públicas, formando uma rede de mais de 830 bibliotecas públicas municipais

cadastradas no SEBPM – Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de Minas Gerais.

A distribuição geográfica das bibliotecas pelo Estado é a seguinte:

Os dados do gráfico sobre o número de bibliotecas cadastradas devem ser considerados

até março de 2014, uma vez que os mesmos são flutuantes, podendo ao longo desta

análise terem sido alterados.

Segundo a MUNIC 2012, “... as bibliotecas púbicas foram, no período entre 1999 e 2012,

o principal equipamento cultural existente no País do ponto de vista de seu alcance,

apresentando uma tendência à universalização. Em 1999 eram 76,3% aqueles municípios

que tinham biblioteca pública, alcançando 97% em 2012. Este crescimento líquido de 21%

fruto de uma política de governo, inspirado pela própria MUNIC, traz a reflexão do papel

das bibliotecas como potenciais veiculadoras de conteúdos culturais para além dos

literários, como incorporação de conteúdos multimídias, utilização da Internet, espaço

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para a criação artística e a artesanal. Isto qualificaria a política de universalização

atualmente implementada.”

4.3) Arquivos Públicos

Os dados sobre os arquivos públicos municipais foram coletados na Superintendência de

Arquivos Públicos, que já possui um cadastro anual, atualizado com as informações dos

arquivos, além de possuir um sistema de atendimento aos arquivos do interior do Estado,

com cursos, treinamentos e atendimentos, onde é feita a orientação do processo de

gestão, recolhimento, guarda e preservação.

A divisão utilizada pelo arquivo público é a divisão do Estado em mesorregiões, assim

temos um total de 89 arquivos municipais distribuídos em 13 mesorregiões:

A partir deste tópico usaremos os gráficos e dados da MUNIC 2012 (Pesquisa de

Informações Básicas Municipais, capítulo da Cultura, resultado do Questionário aplicado

que em sua décima edição, investigou todas as 5 565 municipalidades existentes no País.

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As informações são referenciadas para todo o país. Apenas em alguns casos o Estado de

Minas recebe tratamento diferenciado. Isso acontece quando os dados estão acima da

média com algum destaque especial.

4.4) Órgãos municipais gestores da Cultura

De acordo com o IBGE, foram levantados, durante o ano de 2012, dados relativos à

gestão e à estrutura dos municípios, com um bloco contendo informações sobre a

caracterização do órgão gestor da cultura nos municípios, a presença de legislação de

proteção ao patrimônio cultural, a existência, atributos dos Conselhos Municipais de

Cultura e de Preservação do Patrimônio, a incidência de 19 equipamentos culturais, de 17

tipos de atividades artesanais e 16 tipos de atividades artísticas

O maior percentual dos órgãos gestores de cultura são os de secretaria conjunta ou

subordinada a outras políticas, prevalecendo a combinação com a educação. (72% em

2006 e 63,9% em 2012).

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4.5) Legislação de Proteção ao Patrimônio Cultural

O levantamento aponta uma clara tendência à implementação de leis que protegem o

patrimônio material. O estudo nacional aponta que apenas 31,2% dos municípios

brasileiros possuem legislação (apesar da melhoria - 17,7% de 2006). Neste aspecto, o

estudo destaca Minas Gerais que possui 85,8% dos municípios contemplando a questão.

Com relação à diferenciação de legislação o patrimônio imaterial possui lei de proteção em

9,8% dos munícipios (em 2006 eram apenas 2,5%), enquanto o patrimônio material

possui lei de proteção em 29,9% (em 2006 eram apenas 17,1%). Pelo mapa que

acompanha a MUNIC, a percepção é de que os municípios que não possuem leis em

Minas Gerais são os de menor população ou extensão territorial.

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14A região brasileira que mais se destaca quanto à existência de legislação de proteção ao

patrimônio cultural é a região Sudeste, com 58,6% de seus municípios em 2012,

merecendo maior destaque o Estado de Minas Gerais (85,8%). Dentre as demais Unidades

da Federação, podem ser mencionados os percentuais do Rio de Janeiro (55,4%), Espírito

Santo (41%); Ceará (32,1%); e Santa Catarina (30,4%).

A proteção ao patrimônio cultural entre os municípios tende a aumentar de acordo com o

seu porte. Em 2012, enquanto 21% dos municípios com até 5 mil habitantes têm este tipo

e proteção legal, o percentual supera 70% a partir daqueles com mais de 100 mil

habitantes.

Observa-se, no mapa acima, que a região brasileira que mais se destaca quanto à

existência de legislação de proteção ao patrimônio cultural é a Sudeste, com 58,6% de

15. Texto de análise extraído da MUNIC 2012, página 74

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seus municípios em 2012, merecendo maior destaque o Estado de Minas Gerais (85,8%).

Dentre as demais Unidades da Federação, podem ser mencionados os percentuais do Rio

de Janeiro (55,4%), Espírito Santo (41%); Ceará (32,1%); e Santa Catarina (30,4%).

A pesquisa indicou que é na Região Sudeste do País que os Conselhos Municipais de

Preservação do Patrimônio se concentram: 41,6% de seus municípios apresentam esta

instância, seguida pelo Sul (8,1%). A maior proporção ocorre em Minas Gerais (67,8% dos

municípios), seguido pelo Rio de Janeiro (17,4%), São Paulo (14,7%) e Rio Grande do Sul

(10,3%). Além de uma forte regionalização, o tamanho da população é relevante para a

probabilidade de existência deste tipo de conselho: 11,6% dos municípios com até 5 mil

habitantes têm Conselhos Municipais de Preservação do Patrimônio, percentual que

aumenta atingindo 60,5% naqueles com população superior a 500 mil.

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De acordo com o IEPHA, em 2012 foram cadastrados 805 conselhos municipais de

patrimônio no Estado para concorrer ao ICMS cultural patrimonial.

4.6) Conselhos Municipais de Cultura

Segundo a MUNIC 2012, nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste quase metade dos

municípios possuem Conselhos de Cultura (aproximadamente 48%). O destaque entre as

Unidades da Federação são: Mato Grosso (70,2%); Mato Grosso do Sul (65,4%); Rio de

Janeiro (65,2%); e Minas Gerais (55,2%). Novamente, o porte da população é um fator

determinante: para os municípios nas faixas menores de população (com até 5 mil

habitantes ou de mais de 5 mil a 10 mil) a proporção dos Conselhos atinge 24,5%, sendo

crescentes até os de maior porte como os de 100 a 500 mil habitantes (73,6%) e mais de

500 mil (97,4%).

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4.7) Equipamentos Culturais

No entendimento da pesquisa, “equipamentos culturais constituem o estoque fixo ligado à

cultura existente no momento de pesquisa no município, aberto ao público, podendo ou

não ser mantidos pelo poder público de qualquer esfera...”. Contudo, a pesquisa esclarece

que “não há parâmetros conceituais unívocos para a dimensão cultural, pois essa se

vincula não só ao processo objetivado pelas relações sociais, econômicas, políticas e

ambientais, mas, sobretudo, pela apropriação objetiva do processo”.

Essa percepção levou à inclusão de estádios, ginásios, lan houses e shoppings centers no

mesmo conceito de bibliotecas, museus, livrarias e cinemas. Chama a atenção o fato de

serem as bibliotecas públicas o principal equipamento cultural existente no país,

alcançando 97% dos municípios. Em Minas Gerais, cerca de 800 municípios possuem esse

equipamento, o que representa cerca de 93% das cidades. Ressaltando que nesta

contagem são inseridas as bibliotecas escolares.

No recorte apresentado, a presença de equipamentos “culturais” assim se apresenta:

1 -Biblioteca – 97%;

2 -Ginásios – 89,4%;

3 -Lan Houses – 80,7%;

4 - Clubes recreativos – 65,6% (queda em relação à 2006 – 72,6%);

5 - Rádio comunitária – 59,3%;

6 - Provedor de internet – 57,4%;

7 - Videolocadora - 43,2% (queda acentuada em relação à 2006 – 82,0%).

Em 11º lugar estão os centros culturais (33,9%), em 12º estão as livrarias (25,2% - em

queda), em 13º os museus (25%), em 14º os teatros (22,4%), em 16º os arquivos

públicos (18%), e em 18º os cinemas (10,7%).

Com base nesta referência, a média de equipamentos culturais encontrados nos 5.565

municípios brasileiros é de 8,1. Está muito claro que essa presença varia de acordo com o

tamanho do município, sua população e também seu PIB. Nos anos de 2005 a 2012,

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houve uma estabilização nos índices, com crescimento de alguns equipamentos e

decréscimo de outros.

Nos municípios de até 5000 habitantes a média de equipamentos é de 4,7 por município,

enquanto para os municípios com mais de 500 mil a média é de 17 tipos de equipamento.

4.8) – Atividades Artesanais

O artesanato é a atividade artística mais presente nos municípios brasileiros. Está presente

em 70,7% deles. Segundo a MUNIC, “as atividades artesanais representam um traço da

criatividade e da cultura nacional, do seu caráter popular, sendo em grande parte

informais e à margem dos processos tecnológicos e industriais”.

Dentre as atividades artesanais a MUNIC destacou 17 segmentos. Destacam-se as

seguintes atividades (em % de cidades):

1 – Bordado – 74,2;

2 – Madeira – 33,7;

3 - Culinária – 27,7;

4 – Barro – 19,4;

5 – Material reciclável – 19,3;

6 – Fibras vegetais – 14,1;

7 – Fios e fibras – 12,9;

8 – Tapeçaria – 11,4;

9 – Couro – 9,8;

10 – Frutas e sementes – 7,3.

É importante destacar que apenas a culinária típica apresentou crescimento no índice

entre 2006 e 2012 e o couro se mantive estável. As demais atividades artesanais

apresentaram queda, o que quer dizer que em alguns municípios tais atividades

desapareceram.

Em Minas Gerais, destacam-se as atividades de bordado em 81,5% dos municípios e

culinária 35,9% dos municípios.

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4.9) – Atividades Artísticas

“De uma forma geral, pode-se afirmar que no decorrer do período entre 2005 e 2012 as

atividades artísticas em seu conjunto vêm apresentando um crescimento no interior dos

municípios, com a notável exceção dos grupos musicais... a tendência para as atividades

artísticas é distinta da tendência de retração verificada para as atividades artesanais em

sua desagregação.” (MUNIC 2012 – IBGE)

Nas atividades artísticas, Minas Gerais não se destaca acima da média nacional em

nenhuma delas. Contudo, é importante destacar que esse é um dado contraditório,

enquanto há bibliotecas em mais de 90% dos municípios brasileiros, as associações

literárias estão em apenas 11% deles.

Dentre as atividades artísticas a MUNIC destacou 16 segmentos. Destacam-se as

seguintes atividades (em % de cidades):

1 – Artesanato - 70,7

2 – Banda – 64,5

3 – Manifestações populares tradicionais – 61,0

4 – Dança – 57,6

5 – Capoeira – 53,7

6 – Coral – 47,9

7 – Grupo musical – 45,8

8 – Bloco carnavalesco – 42,6

9 – Desenho e pintura – 39,6

10–Teatro–34,1

Seguidos de artes plásticas (25,6), orquestra (15,5), escola de samba (11), associação

literária (11), cineclube (8,2) e circo (3,5).

Percebe-se assim que os municípios mineiros apresentam uma grande evolução no quesito

política patrimonial, sem grandes destaques nas outras referências da pesquisa. Porém,

esta pesquisa, ainda que parcial, deixa claro o quanto precisamos avançar em coleta de

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dados culturais para a partir daí termos um diagnóstico mais preciso e mais aproximado

da realidade.

5) LEVANTAMENTO DOS SEGMENTOS CULTURAIS EM MINAS GERAIS

A cadeia produtiva e criativa da cultura não dispõe de sistematização de dados.

Entretanto, para fins de contribuir para as reflexões que oferecem embasamento para

elaboração do Plano, alguns setores apresentaram diagnósticos preliminares, que serão

considerados.

5.1) Circo15

Quantidade de circos em Minas Gerais:

Existem cerca de 60 circos itinerantes. Destes. 80% são pequenos, com capacidade para

300 ou até 400 pessoas. Os outros 20% são circos de médio ou grande porte, com mais

de 500 lugares.

Além dos circos itinerantes, em quase todas as cidades mineiras existem remanescentes

de famílias circenses que perderam suas lonas e foram obrigadas a fixar residência. Em

sua maioria, os integrantes dessas famílias ainda exercem atividades circenses, sendo

oficinas e apresentações em escolas, empresas, festas de aniversário, festivais.

Número de componentes em cada circo:

Os pequenos circos são em média são compostos de 15 a 20 pessoas, em sua maioria

membros da mesma família e alguns funcionários que vão se juntando ao circo, durante a

sua itinerância. Os médios e grandes circos são formados por várias famílias, chegando a

ter cerca de 60 funcionários efetivos, além de outros funcionários contratados

temporariamente em cada local.

15

Dados e texto foram enviados pela representante do segmento Sula Mavrudis, Conselheira Estadual da Política Cultural

de Minas Gerais.

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Grau de escolaridade:

Em sua maioria os circenses têm o ensino fundamental incompleto.

Artistas de circo:

São pessoas que desenvolvem habilidades e se apresentam sozinhos ou em grupos em

diversas modalidades em espetáculo público. A Classificação Brasileira de Ocupações

(CBO) define as seguintes nomenclaturas para o artista de circo: equilibrista, acrobata,

domador de animais, contorcionista, mágico, malabarista, palhaço, trapezista, aéreo.

Profissões regulamentadas pela lei 6.533 de 1978.

5.2) SATED – Sindicato Dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de

Diversões do Estado de Minas Gerais

Segundo informações colhidas no SATED/MG, através de seu representante no CONSEC, o

número de artistas profissionalizados nas áreas de dança, teatro,

modelos/manequins, circo, cinema, área técnica, em todo estado até 2013 está em torno

de 12.000. O número de artistas sindicalizados constantes no livro de matriculas do

sindicato até esta data é de 6.000 .

5.3) SINPARC – Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas

Gerais

O Sinparc - Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais informa, possuir

em seus quadros entre produtores ativos e inativos 115 associados.

5.4) Livro

A Câmara Mineira do Livro concluiu em julho de 2013 a primeira pesquisa de leitura

realizada em oito cidades pólo do estado de Minas Gerais - Teófilo Otoni, Poços de Caldas,

Juiz de Fora, Uberlândia, Divinópolis, Governador Valadares, Patos de Minas e Montes

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Claros. Foram entrevistadas1100 pessoas, no período de 28 de março a 28 de junho de

2013.

O estudo utilizou metodologia de pesquisa sobre o comportamento do leitor desenvolvida

pelo Centro Regional para o Fomento ao Livro na América Latina e Caribe

(CERLALC/UNESCO).

Segundo dados da pesquisa, as cidades pesquisadas foram escolhidas devido ao seu papel

polarizador nas regiões onde estão situadas. Nesta pesquisa observou-se informações

sobre o porquê a pessoa lê, se lê por obrigação ou prazer, qual o motivo da leitura, se a

pessoa lê pela internet ou se vai a uma biblioteca, ainda retrata o significado da leitura

para os entrevistados e tras outras informações que tecem o perfil do mineiro sobre a

leitura. Em quase todos os itens pesquisados, observa-se hábitos positivos de leitura dos

mineiros, o que demonstra, segundo a pesquisa que:

“Os índices médios de leitura de livros ou partes de livros nos últimos doze meses nas oito

cidades mineiras são praticamente o dobro dos índices de leitura do Brasil e do Estado de

Minas no mesmo período. Comparando-se a média de leitura no ultimo mês, a média das

oito cidades pólo também supera as do Brasil e do estado de Minas como um todo.

Considerando-se os últimos três meses, período que define a média de leitura segundo a

metodologia do CERLALC/UNESCO, as oito cidades mineiras atingem a média de 2,38,

muito próxima da média brasileira de 2,67 e Mineira de 2,66. Isto demonstra que cidades

com maior nível de renda, educação, equipamentos culturais (bibliotecas, livrarias,

museus, centros de cultura, teatro, cinema etc) e melhores ofertas educacionais (presença

de escolas e bom percentual de bibliotecas escolares para o atendimento da demanda

escolar da população, além da existência de universidades particulares e publicas), são

fatores determinantes na elevação dos indicadores de leitura da população.”

6) PATRIMÔNIO CULTURAL;

De acordo com a Constituição Federal (CF) de 1988, Artigo 216, “constituem patrimônio

cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tombados individualmente ou

em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes

grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem as formas de expressão;

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os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras,

objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-

culturais; e os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,

arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.”

Em seu parágrafo 1º a CF indica ainda que “o Poder Público, com a colaboração da

comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de

inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de

acautelamento e preservação”.

A Constituição Estadual de Minas Gerais recepcionou o mesmo texto, em seus artigos 208

e 209 e ainda, segundo o artigo 2º, parágrafo primeiro do Decreto Estadual 45.850/11,

são considerados patrimônio cultural os bens de natureza material e imaterial que façam

referência à identidade cultural e à memória social do Estado, quais sejam:

I - os núcleos e conjuntos urbanos e paisagísticos;

II - as edificações públicas e privadas de qualquer natureza ou finalidade;

III - os sítios arqueológicos, espeleológicos, paleontológicos e paisagísticos;

IV - os bens móveis, as obras de arte integradas, os equipamentos urbanos, marcos

e objetos isolados ou integrados à arquitetura e aos conjuntos urbanos;

V - os objetos arqueológicos e os suportes de técnicas construtivas tradicionais;

VI - as tradições, os costumes, rituais, as festas das comunidades, manifestações

literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas, os mercados, as feiras, os

santuários, as praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas

culturais coletivas; e

VII - outros bens e direitos de valor cultural, artístico, estético, histórico, natural,

paisagístico e científico de interesse de preservação ou protegidos pelo Estado.

Segundo o site de governo de Minas Gerais, o Estado 16 “(...) reúne o mais importante

acervo arquitetônico e artístico do período colonial brasileiro, preservado em cidades de

fama internacional como Ouro Preto, Diamantina e Congonhas do Campo, ricas pela

profusão de obras-primas do estilo barroco, nas quais se destacam os trabalhos de

Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Mestre Athaíde. São sete conjuntos urbanos, 16

Texto extraído do portal do governo de Minas em 05-03-2014.

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dez conjuntos arquitetônicos e paisagísticos, 164 edificações isoladas e 20 acervos de

bens móveis tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG)

acrescenta a esse grupo mais onze conjuntos urbanos, 37 conjuntos arquitetônicos e

paisagísticos, 77 edificações isoladas e dois bens móveis isolados, todos tombados no nível

estadual, além dos bens elevados a Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Dentro da

política preservacionista do Estado, integram-se a este acervo os bens de interesse

municipal tombados pelos Conselhos Municipais de Patrimônio Cultural em todo o Estado,

que em 2008 somaram 649 localidades, ou seja, mais de dois terços do número de

municípios mineiros. Além de sua dimensão, o acervo cultural de Minas Gerais destaca-se

pela extensão e integridade de seus conjuntos urbanos, pela singularidade e diversidade

das suas manifestações estilísticas e por contemplar a representação de vários ciclos

históricos (...)”

Daí a importância do tema Patrimônio Cultural para o Estado de Minas que já possui, há

mais de 40 anos e com expressivo sucesso, uma política específica para a área de

patrimônio histórico e artístico, com os seguintes números de bens tombados:

Tombados pelo IPHAN:

10 núcleos históricos,

15 conjuntos arquitetônicos e paisagísticos,

177 edificações isoladas

9 acervos de bens móveis

Registrados pelo IPHAN:

2 formas de expressão

2 saberes

Tombados pelo IEPHA:

10 Núcleos Históricos,

43 conjuntos arquitetônicos e paisagísticos,

84 edificações isoladas

2 bens móveis isolados.

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Registrados pelo IEPHA:

1 modo de fazer

1 celebração

O Governo de Minas criou o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas

Gerais – IEPHA/MG –,em 30 de setembro de 1971, como uma fundação pública vinculada

à Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais. De acordo com a Lei Delegada nº 149,

de 2007, o IEPHA/MG deve observar, no âmbito de suas competências, as deliberações do

Conselho Estadual do Patrimônio Cultural – CONEP – bem como, deve instruir os

processos de competência do referido conselho.

O IEPHA/MG tem por finalidade pesquisar, proteger e promover os patrimônios cultural,

histórico, natural e científico, de natureza material ou imaterial, de interesse de

preservação no Estado de Minas Gerais, nos termos da legislação estadual que dispõe

sobre a matéria.

O estado de Minas Gerais, por meio do ICMS Patrimônio Cultural, repassa recurso aos

seus municípios que possuem uma política de proteção ao Patrimônio Cultural (nos últimos

anos mais de 600 municípios receberam e estão recebendo recursos do ICMS Patrimônio

Cultural).

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) é o órgão que normatiza a

documentação a ser apresentada para fazer jus ao repasse dos recursos, de acordo com

as leis existentes, e com a deliberação do CONEP.

Essa Lei Estadual de nº 12.040/95, única em todo o país, estabeleceu critérios de

distribuição da cota parte do ICMS pertencente aos municípios estabelecendo percentual

de repasse de recursos para os municípios que têm política de proteção ao patrimônio

cultural local preservando a sua memória e seu patrimônio cultural. Ou seja: o município

que possui lei de tombamento e registro, que possui um conselho municipal de patrimônio

cultural, que protege seus bens culturais por meio de gestão adequada, que inventaria

esses bens, que registra, promove e investe na sua preservação, recebe recursos para

poder melhorar sua qualidade de vida e garantir sua identidade. A Lei em vigor

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atualmente é a Lei Estadual 18.030/09 resultante de diversos avanços que foram

conquistados a partir de 1995.

Ela atribui ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais –

IEPHA/MG, por meio das deliberações do CONEP, a responsabilidade de estabelecer os

parâmetros para que os municípios mineiros possam receber recursos financeiros advindos

do critério do patrimônio cultural, conhecido como ICMS Patrimônio Cultural.

A análise do impacto global da redistribuição do ICMS após a implementação da Lei do

ICMS Patrimônio Cultural evidenciou uma diminuição da desigualdade dos repasses entre

os municípios. Tal mudança no padrão da distribuição dos recursos está relacionada à

introdução dos novos critérios sociais, econômicos, geodemográficos e redistributivos, que

levou a uma redução na concentração anteriormente observada, cujo repasse enfatizava a

produção econômica e a atividade mineradora.

O fortalecimento da política pública patrimonial veio com o programa Minas Patrimônio

Vivo criado em 2011, que trabalha a preservação e a promoção do patrimônio cultural de

Minas Gerais, sendo executado pela Secretaria de Cultura do Estado por meio do

IEPHA/MG.

O programa, criado para proteger, restaurar, informar, educar e projetar busca a

preservação dos bens culturais do Estado por meio de obras de restauração, o

envolvimento da comunidade nas ações de proteção, o acesso às informações sobre os

bens tombados localizados em Minas Gerais, a ampliação do número de bens protegidos e

a segurança de obras artísticas a partir da instalação de sistemas contra furtos e de

prevenção e combate a incêndios.

Por meio deste programa a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) pretende recuperar

igrejas, casarões, fazendas e prédios tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio

Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) em diversas regiões do Estado.

6.1) Conceitos:

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Antes de iniciarmos a análise dos dados, é importante destacar os conceitos utilizados pelo

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que delimita os conceitos

aplicados pelos Estados, sendo eles:

Patrimônio cultural é entendido como as “...obras de arquitetura, escultura e pintura

monumentais ou de caráter arqueológico, de valor universal, excepcional do ponto de

vista da história, da arte ou da ciência, e ainda obras isoladas ou conjugadas do homem e

da natureza, de significativo valor histórico, estético, etnológico ou antropológico”.

Patrimônio cultural subaquático “...engloba os vestígios de caráter cultural, histórico ou

arqueológico da existência do homem, submersos há pelo menos 100 anos.

Patrimônio natural mundial “...elenca as formações físicas, biológicas e geológicas

excepcionais, habitats de espécies animais e vegetais ameaçadas e áreas que tenham

valor científico, de conservação ou estético excepcional e universal.

Patrimônio cultural intangível ou imaterial “...reúne as práticas, representações,

expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e

lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns

casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Essa

definição está em consonância com a Convenção da Unesco para a Salvaguarda do

Patrimônio Cultural Imaterial, ratificada pelo Brasil em 1° de março de 2006, que define

como patrimônio imaterial "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e

técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são

associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos

reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural".

Enraizado no cotidiano das comunidades e vinculado ao seu território e às suas condições

materiais de existência, o patrimônio imaterial é transmitido de geração em geração e

constantemente recriado e apropriado por indivíduos e grupos sociais como importantes

elementos de sua identidade.”

O patrimônio cultural material “...é composto por um conjunto de bens culturais

classificados segundo sua natureza nos quatro Livros do Tombo: arqueológico, paisagístico

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e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens

imóveis como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; e

móveis como coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos,

arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.”

6.2) Principais Instrumentos de Proteção e Preservação do Patrimônio Cultural

Registro

O Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, instituído pelo Decreto Federal nº

3551/2000 de 04 de agosto de 2000, “é um instrumento legal de preservação,

reconhecimento e valorização do patrimônio cultural imaterial brasileiro, composto

por aqueles bens que contribuíram para a formação da sociedade brasileira. Consiste na

produção de conhecimento sobre o bem cultural imaterial em todos os seus aspectos

culturalmente relevantes.”

O Registro é um reconhecimento pelo Estado de que determinado bem cultural tem caráter

identitário e, portanto, constitui-se em Patrimônio Cultural.

Salvaguarda

É o conjunto de ações no sentido de reconhecer, valorizar, estimular, fomentar, divulgar e

promover o bem cultural, construída prioritariamente com os agentes responsáveis pela

existência do bem cultural.

Inventário

O inventário é um dos instrumentos de proteção do patrimônio cultural previsto no art.

216, § 1º, da Constituição Federal (CF 1988), também adotados pelos Estados e

Municípios. É uma primeira seleção para o conhecimento de bens culturais nas suas

variadas expressões, assim como para indicar proteção adequada de áreas e imóveis pelo

tombamento ou de patrimônio imaterial pelo registro. Dessa forma, o poder público ao

inventariar um bem reconhece seu valor cultural e sua importância para a coletividade,

garantindo o direito a manifestar-se em caso de risco iminente de perda ou

descaracterização, cabendo sempre a gestão do ente federativo responsável pelo

instrumento para o devido controle das intervenções sobre o bem inventariado.

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A metodologia de inventário sugerida pelo IEPHA/MG é conhecida como IPAC (Inventário

de Proteção do Acervo Cultural) e nele, os bens culturais são separados em duas grandes

categorias, compostas por bens de natureza distinta e, muitas vezes, complementar, com

modo de documentação diferenciada:

Patrimônio Material

Conjuntos Urbanos

Sítios Naturais

Sítios Arqueológicos

Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas

Bens Móveis e Integrados

Arquivos

Patrimônio Imaterial

Celebração e Ritos

Expressões

Lugares

Saberes

A escolha dos bens para inventário é pautada por múltiplos critérios, levando-se em conta

a conformação territorial e urbana da localidade e sua evolução, sua história, situação

geográfica, lugares referenciais para população, crenças, tradições, modos de ser e de

viver, testemunhos de processos econômicos regionais, entre outros. Sua função é

identificar as reminiscências, permanências e adaptações da cultura material e imaterial de

determinada localidade, assim como identificar suas singularidades, especificidades e

convergências de seus elementos, originando e elegendo as demandas para formatação

de políticas públicas de preservação, conservação e gestão do Patrimônio Cultural.

Tombamento

O tombamento é o instrumento central da política de preservação do patrimônio cultural

no Brasil. Foi instituído pelo Decreto nº. 25 de 1937 e passou a ser aplicado desde 1938,

se manteve como tal após a ampliação da conceituação de patrimônio e dos instrumentos

de proteção disponíveis, ocorrida entre os anos 70 e 80 e mesmo após a Constituição de

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1988 indicar explicitamente a necessidade de buscar “outras formas de preservação e

acautelamento” (Artigo 216), ele se mantém como o mais utilizado e respeitado

instrumento de proteção ao Patrimônio Cultural.

As Diretrizes Normativas do IEPHA conferem valor ao instituto do tombamento desde o

primeiro exercício do ICMS Patrimônio Cultural, em 1996, quando, foram pontuados

apenas os 106 municípios em que havia bens tombados em nível federal e estadual.

A partir do exercício de 1998, os munícipios despertaram para os benefícios de se ter uma

política local de proteção do patrimônio cultural e passaram a desenvolver atividades com

este objetivo.

Os dossiês de tombamento em nível municipal, realizados de acordo com metodologia e a

técnica divulgada pelo IEPHA, passaram a ser exigidos a partir do exercício de 1999 e os

laudos técnicos sobre o estado de conservação dos bens tombados, a partir de 2000.

De acordo com o IEPHA, no ano de 2000 haviam 1253 bens tombados em âmbito

municipal no estado de Minas Gerais. Atualização realizada nesses dados até dezembro de

2012 registrou 3966 tombamentos municipais, em 599 municípios.

Os municípios que possuem tombamentos em âmbito estadual e federal recebem

pontuação diferenciada por estes tombamentos.

Esses fizeram jus à pontuação, sem a exigência de apresentação de documentação

referentes a esses bens, desde o primeiro ano de exercício do mecanismo.

Nos tombamentos, os bens culturais são separados nas seguintes categorias:

NH – Núcleos Históricos, Centros Históricos;

CP – Conjuntos Paisagísticos, Arquitetônicos, Naturais, Arqueológicos,

Espeleológios;

BI – Bens Imóveis – Estruturas Arquitetônicas Isoladas;

BM – Bens Móveis, Bens Móveis Integrados;

Número de bens tombados em Minas Gerais, com dados de 2012.

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TOMBAMENTOS FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL

NH 9 10 64

CP 15 47 642

BI 159 76 2377

BM 10 3 675

RI 3 2 210

TOTAL 196 138 3968

Número de bens tombados em MG, em âmbito federal (IPHAN)

De acordo com a versão atualizada da publicação “Bens Móveis e Imóveis Inscritos nos Livros do

Tombo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: 1938-2009”, veiculada no Portal

do IPHAN até o início do ano de 2013, são 201 os bens tombados em Minas Gerais.

6.3) Registros Nacionais Mineiros

Nos registros, os bens culturais são separados nas seguintes categorias: Saberes,

Celebrações,Formas de Expressão e Lugares.

6.3.1) Patrimônio Imaterial Nacional – Mineiro

NOME DO BEM CATEGORIA DATA DO REGISTRO

Jongo no Sudeste Formas de

Expressão

15/12/2005

Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro

e das serras da Canastra e do Salitre/ Alto Paranaíba

Saberes 13/06/2008

Toque dos Sinos em Minas Gerais tendo como referência São

João del Rey e as cidades de Ouro Preto, Mariana, Catas Altas,

Congonhas do Campo, Diamantina, Sabará, Serro e

Tiradentes.

Formas de

Expressão

03/12/2009

Ofício de Sineiro Saberes 03/12/2009

I. Jongo Do Sudeste:

O jongo é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança

coletiva e práticas de magia. É praticado nos quintais das periferias urbanas e em algumas

comunidades rurais do sudeste brasileiro. Acontece nas festas de santos católicos e divindades

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afro-brasileiras, nas festas juninas, nas festas do Divino, no 13 de maio da abolição da

escravatura. (...) Tem suas raízes nos saberes, ritos e crenças dos povos africanos, principalmente

os de língua bantu.(...) Iniciado o toque dos tambores, forma-se uma roda de dançarinos que

cantam em coro, respondendo ao solo de um deles. Os tambores e os batuqueiros estão sempre

na roda ou perto dela. São várias as maneiras de se dançar o jongo. Sozinhos ou em pares os

praticantes vão ao centro da roda, dançam até serem substituídos por outros jongueiros. Muitas

vezes nota-se, no momento da substituição, o elemento coreográfico da umbigada. O jongo em

Minas Gerais é encontrado no município de Carangola.

II. Modo Artesanal De Fazer Queijo De Minas Nas Regiões Do Serro E Das Serras Da

Canastra E Do Salitre/ Alto Paranaíba

O modo artesanal de fazer queijo constitui um conhecimento tradicional e um traço marcante da

identidade cultural de regiões serranas mineiras. Cada uma delas forjou um modo de fazer

próprio, expresso na forma de coleta e manipulação do leite, dos coalhos e das massas, na

prensagem, no tempo de maturação (cura), conferindo a cada queijo aparência e sabor

específicos. Nessa diversidade constituem aspectos comuns o uso de leite cru e a adição do pingo,

um fermento láctico natural, recolhido a partir do soro que drena do próprio queijo e que lhe

transfere as características específicas, condicionadas pelo tipo de solo, pelo clima e pela

vegetação de cada região. O modo próprio de fazer queijo de Minas sintetiza, no queijo do Serro,

no queijo da Canastra, no queijo do Salitre ou Alto Paranaíba, ou ainda Cerrado, um conjunto de

experiências, símbolos e significados que definem a identidade do mineiro, reconhecida por todos

os brasileiros. Por se tratar de um modo de fazer enraizado na comunidade mineira, o Modo

Artesanal de fazer Queijo de Minas é considerado Patrimônio Cultural Nacional sendo assim, o

quarto bem registrado no Livro de Registro dos Saberes.

III. Toque Dos Sinos Em Minas Gerais Tendo Como Referência São João Del Rey E As

Cidades De Ouro Preto, Mariana, Catas Altas, Congonhas Do Campo,

Diamantina, Sabará, Serro E Tiradentes.

O Toque dos Sinos em Minas Gerais é uma forma de expressão sonora produzida pela percussão

dos sinos das igrejas católicas, para anunciar rituais religiosos e celebrações, como festas de

santos e padroeiros, Semana Santa, Natal, casamentos, batizados, atos fúnebres e marcação das

horas, entre outras comunicações de interesse coletivo.(...) Onde as irmandades deixaram de

existir, o toque dos sinos ainda se mantém como atividade afetiva, lúdica e devocional de sineiros

voluntários, pois, em geral, não há envolvimento da Igreja com o toque dos sinos. Em

contrapartida, naquelas cidades onde a presença dessas irmandades foi maior, o enraizamento da

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prática sineira é mais forte. Particularmente em São João del-Rei e em Ouro Preto, ainda se

conservam diversos toques que existiam em antigas vilas e cidades da América portuguesa,

atestando a continuidade histórica de suas expressões na memória coletiva das comunidades

identificadas, que ainda hoje são capazes de decodificar a linguagem dos sinos e de entender seus

significados.

IV. Ofício De Sineiro

O Ofício de Sineiro, tendo como referência as cidades de São João del-Rei, Ouro Preto, Mariana,

Catas Altas, Congonhas do Campo, Diamantina, Sabará, Serro e Tiradentes, em Minas Gerais, é

uma prática tradicional, vinculada ao ato de tocar os sinos das igrejas católicas para anunciar

rituais e celebrações religiosas, atos fúnebres e marcação das horas, entre outras comunicações

de interesse coletivo. A tradição do toque dos sinos, eminentemente masculina, se mantém viva

nessas cidades como referência de identidade cultural da população local, e como atividade

afetiva, lúdica e devocional de sineiros voluntários e profissionais. A estrutura, composição e o

saber tocar sinos estão na memória e na habilidade dos sineiros, que conhecem de cor um

repertório não escrito de toques, constituído de pancadas, badaladas e repiques (executados com

o sino paralisado) e de dobres (executados com o sino em movimento), adequados às ocasiões

festivas ou fúnebres (...).

6.4) Registros Estaduais

6.4.1) Patrimônio Imaterial Estadual

O Decreto nº 42.505, de 15 de abril de 2002, instituiu “as formas de registro de Bens Culturais de

Natureza Imaterial ou Intangível sejam festas folclóricas, cultos religiosos tradicionais, culinária

típica, espaços públicos para práticas culturais coletivas, cantos e danças." Minas já possui, pelo

IEPHA, o registro de dois bens culturais de natureza imaterial:

I. Modo De Fazer Queijo Artesanal Da Região Do Serro

O queijo fabricado artesanalmente tem no chamado Queijo do Serro a sua expressão mais genuína

e consagrada. (...) O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais -

IEPHA/MG, ao propor o Registro no Livro dos Saberes, o Modo de Fazer do Queijo Artesanal do

Serro, como Bem Imaterial do Patrimônio Cultural do Estado de Minas Gerais, tem como objetivo a

preservação das características no que se refere à receita original e ao processo de fabricação

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artesanal do Queijo do Serro, reconhecendo, protegendo e estimulando sua produção, garantindo

a sustentabilidade de seus produtores e da economia local.

II. Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte

Expressão de religiosidade e de fé, a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de

Chapada do Norte é uma celebração que, a mais de dois séculos, movimenta irmãos, fiéis,

comunidade e a população do Médio Jequitinhonha. Fruto da devoção dos membros da Irmandade

de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte, a Festa é, ao mesmo

tempo, símbolo e síntese de identidade e de tradição de Minas Gerais. Expressa a dimensão

cultural-religiosa da população de Minas manifestada de diferentes formas em praticamente todo o

Estado.(...)

Nesse sentido, a abertura e instrução do processo de registro foram realizadas pelo Instituto

Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais - IEPHA/MG, na compreensão de que

a Festa, como observa o parecer de abertura, é representativa da diversidade cultural de Minas;

trata-se de um acontecimento tradicional que remonta a quase dois séculos de celebração,e que é

um evento da mais autêntica cultura popular mineira.

7) LEGISLAÇÃO CULTURAL DE MINAS GERAIS

Neste item da análise situacional, decidiu-se por elencar as Leis Estaduais, uma vez que

ao longo do documento muitas delas foram citadas em suas disposições.

7.1) Leis

Lei 11.726, de 30 de dezembro de 1994. Dispõe sobre a Política Cultural do

Estado de Minas Gerais.

Lei nº 13.803, de 27 de dezembro de 2000. Dispõe sobre a distribuição da

parcela da receita do produto da arrecadação do ICMS pertencentes aos

municípios.

Lei nº 13.956, de 24 de julho de 2001. Dispõe sobre obras representativas do

patrimônio cultural mineiro e dá outras providências.

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Lei nº 15.975, de 12 de janeiro de 2006. Dispõe sobre o Fundo Estadual de

Cultura-FEC;

Lei nº 17.615, de 04 de julho de 2008. Dispõe sobre a concessão de incentivo

fiscal com o objetivo de estimular a realização de projetos culturais no Estado.

Lei nº 18.057, de 01 de abril de 2009. Declara patrimônio cultural do Estado o

processo artesanal de fabricação do doce denominado pé-de-moleque produzido no

Município de Piranguinho.

Lei nº 19.088, de 22 de julho de 2010. Altera a Lei nº 15.975, de 12 de janeiro

de 2006, que cria o fundo estadual de cultura - FEC.

Lei Delegada nº 180, de 20 de janeiro de 2011. Dispõe sobre a estrutura

orgânica da administração publica do poder executivo do Estado de Minas Gerais e

dá outras providências. Cria o Conselho Estadual de Política Cultural, art. 123 ao

131.

Lei nº 19.420, de 11 de janeiro de 2011. Estabelece a política estadual de

arquivos.

Lei nº 20.368, de 07 de agosto de 2012. Institui o Registro do Patrimônio Vivo

do Estado de Minas Gerais.

Lei nº 21.077, 27 de dezembro de 2013. Altera as Leis Delegadas n° 179, de

1° de janeiro de 2011, que dispõe sobre a organização básica e a estrutura da

Administração Pública do Poder Executivo do Estado, e n° 180, de 20 de janeiro de

2011

7.2) Decretos

Decreto nº 16.983, de 07 de fevereiro de 1975. Dispõe sobre o tombamento

e respectiva inscrição dos bens do Arquivo Público Mineiro.

Decreto nº 42.505, de 15 de abril de 2002. Institui as formas de Registros de

Bens Culturais de Natureza Imaterial ou Intangível que constituem patrimônio

cultural de Minas Gerais.

Decreto nº 44.341, de 28 de junho de 2006. Regulamenta o Fundo Estadual

de Cultura – FEC, nos termos da Lei nº 15.975, de 12 de janeiro de 2006.

Decreto nº 44.785, de 17 de abril de 2008. Contém O Regimento Interno Do

Conselho Estadual Do Patrimônio Cultural - CONEP.

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Decreto nº 44.866, de 1º de agosto de 2008. Regulamenta a concessão de

incentivos fiscais de estímulo à realização de projeto artístico-cultural no Estado, de

que trata a Lei nº 17.615, de 04 de julho de 2008.

Decreto nº 45.236, de 04 de dezembro de 2009. Institui o Sistema Estadual

de Museus de Minas Gerais e dá outras providências.

Decreto nº 45.652, de 22 de julho de 2011. Indica a composição do Conselho

Estadual de Política Cultural- CONSEC.

Decreto nº 45.843, 2011. Regulamenta o Programa Social Preservação do

Patrimônio Cultural previsto no Item XVI do Anexo da Lei nº 18.692, de 30 de

dezembro de 2009.

Decreto nº 45.844, 2011. Regulamenta o Programa Social Fomento à Produção

Cultural, previsto no Item XVIII do Anexo da Lei nº 18.692, de 30 de dezembro de

2009.

Decreto nº 45.789, de 01 de dezembro de 2011. Dispõe sobre a estrutura

orgânica da Secretaria de Estado de Cultura-SEC/Mg.

Decreto nº 45.850, de 28 de dezembro de 2011. Contém o Estatuto do

Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA-MG.

Decreto nº 45.887, 2011. Regulamenta o Programa Social Formação e

Capacitação Cultural e Artística Previsto no Item XV do Anexo da Lei nº 18.692, de

30 de Dezembro de 2009.

Decreto nº 45.888, de 2011. Regulamenta o Programa Social Gestão e

Disseminação da Informação Cultural previsto no Item IX do Anexo da Lei nº

18.692, de 30 de Dezembro de 2009.

Decreto nº 45.889, de 2011. Regulamenta o Programa Social Produção e

Difusão Cultural, previsto no Item XVII do Anexo da Lei nº 18.692, de 30 de

dezembro de 2009.

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8) CONSIDERAÇÕES:

No que se refere às estratégias de gestão pública e dos instrumentos de participação

social, nota-se o avanço das políticas públicas de cultura que leva em consideração as

características da transversalidade e as possibilidades de interação com as diversas áreas

de conhecimento.

Constata-se pela análise que o órgão de gestão da cultura em Minas Gerais, já apresenta

em sua estrutura todos os itens exigidos pelo MinC para implantação do Sistema Estadual

de Cultura, a saber: Órgão Gestor De Cultura, Conselho Estadual De Política Cultural;

Conferência Estadual; Fundo Estadual de Cultura; Plano Estadual de Cultura ( em

elaboração).

A avaliação dos gestores, dirigentes de autarquias e superintendentes da SEC-MG é o de

que a meta estadual, da política pública cultural, de ampliar a territorialidade cultural com

atuação regionalizada nas 10 (dez) macrorregiões de planejamento do Estado vem sendo

concluída, uma vez que todos os programas desenvolvidos vem capilarizando o objetivo

de atendimento macrorregional.

Observa-se um grande avanço nas ferramentas institucionalizadas de participação social,

fato este que merece destaque no que tange a governança pública da cultura e os canais

de comunicação.

Após caracterização do aporte da cultura no Estado, constata-se um aumento do aporte

financeiro da cultura de 2011 para 2013 com a seguinte proporção:

De 2011 para 2012, houve um crescimento de aproximadamente 55%

De 2012 para 2013, crescimento de aproximadamente 10%

De 2011 a 2013, crescimento de aproximadamente 71%

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Do ponto de vista da disponibilidade orçamentária é notória a necessidade de aumento de

recurso não apenas para o atendimento das demandas dos diferentes setores como

também para ampliar a atuação propositiva, reconhecendo a dimensão estratégica da

cultura para o desenvolvimento.

Observa-se significativo aumento do número de conselhos no estado, motivado pela

politica de ICMS cultural patrimonial. No entanto, a que se avaliar a efetividade da atuação

destes conselhos, para além do objetivo supracitado.

Constata-se a carência de políticas públicas especificas para o desenvolvimento das

diferentes ramificações da cultura popular e do patrimônio imaterial, que carecem de

fomento e estratégias próprias para sua fruição.

È fundamental promover a diferenciação entre atividade artística profissional, atividade

artística amadora, e expressões artístico-culturais, a fim de que os instrumentos de ação

da política pública possam atender de maneira efetiva as demandas e necessidades de

cada setor, de acordo com as condições e especificidades de cada um.

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Durante o período avaliado, nota-se um aumento na captação de recursos para projetos

da LEIC no interior. Entretanto, considerando as dimensões continentais do Estado,

observa-se a necessidade de otimização deste mecanismo, dado o grande número de

projetos que não alcançam a captação total ou parcial. Estão postos desafios relativos a

LEIC a saber:

Estreitar relacionamento com empresas de médio e pequeno porte no interior;

Ampliar a difusão da informação sobre este mecanismo e seus benefícios;

A exemplo do que ocorre em todo o país, nota-se a existencia de concentração de

projetos apresentados na macrorregião central, bem como para a captação destes. Há que

se considerar, entretanto, a maior concentração populacional, as dificuldades de acesso às

informações acerca dos mecanismos e a concentração dos grupos e artistas na região

central, entre outros.

É importante destacar o ineditismo do edital Musica Minas, uma vez que traz importante

contribuição para a avaliação da gestão compartilhada, demonstrado na organização e do

acompanhamento e das demandas sobre as políticas públicas.

Segundo a pesquisa do IBRAM, do Cadastro Nacional de Museus, com dados levantados

até janeiro de 2011, em Minas Gerais existiam 319 equipamentos museológicos. Esse

dado já foi atualizado pela Superintendência de Museu e Audio Visual-SUMAV, que através

de parceria entre a SUMAV e o IBRAN registrou até maio de 2014 trezentas e sessenta e

seis -366- unidades museais em Minas Gerais.

Apesar do sistema de arquivos públicos estaduais já estar bem avançado em suas etapas

de acompanhamento e gestão, existe o desafio de otimização de ferramentas para

construção, recuperação, recuperação, revitalização e manutenção dos mesmos,

assegurando sua completa adequação aos parâmetros de acessibilidade.

Até março de 2014, constava no site do Sistema Nacional de Cultura (SNC), 237

municípios mineiros que aderiram ao SNC. A partir desta adesão os municípios terão um

prazo de até 2(dois) anos para instituir o Conselho Municipal de Política Cultural, sendo

esta a nomenclatura utilizada pelo SNC.

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A política pública patrimonial em Minas Gerais, apesar de estruturada, ainda enfrenta

desafios, como a continuidade das ações para maior envolvimento da comunidade em

relação à valorização do patrimônio.

O intuito desta caracterização, além do levantamento e da identificação de dados relativos

à cultura, é o de também oferecer subsídios para a estruturação dos objetivos e diretrizes

para o Plano Estadual de Cultura de Minas Gerais.

9) IDENTIFICAÇÃO DE DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Para identificar os desafios e oportunidades do setor cultural em Minas Gerais, além das

descrições presentes neste documento, foram analisadas as duas últimas Conferencias

Estaduais de Cultura de Minas Gerais.

Na conferência de 2009, os participantes elegeram 68 propostas aprovadas por 276

delegados que participaram da plenária final da II Conferência Estadual de Cultura, com a

participação de 322 municípios.

Já em 2013, com cerca de 500 participantes, a III Conferência Estadual de Cultura de

Minas Gerais elegeu 369 delegados, com a participação de 376 municípios. Para a

conferência Nacional foram eleitas 64 propostas, das quais 32 de âmbito nacional e 32 de

âmbito estadual.

Assim sendo, identificamos as seguintes tendências no Estado para o campo da cultura:

DESAFIOS:

1. Necessidade de desconcentração na capatação de recursos para apoio de projetos da

LEIC.

2. Capacitação e profissionalização dos gestore sda cultura.

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3. Superação as resistências à profissionalização dos segmentos artísticos e técnicos

regulamentados.

4. Descontinuidade e sazonalidade dos programas do poder público.

5. Descontinuidade e sazonalidade das ações da sociedade civil.

6. Necessidade de descentralizar as ações político culturais.

7. Necessidade de aumento do número de equipamentos culturais pelo interior do

Estado, incluindo terrenos para instalação de circos.

8. Necessidade de qualificação dos gestores para administrar os equipamentos culturais

pelo interior do Estado.

9. Necessidade de envolvimento da comunidade com as ações de valorização e

preservação patrimonial.

10. Ampliação de recursos para realização de projetos governamentais de fomento.

11. Necessidade de revisão do sistema de financiamento público estadual da cultura.

12. Necessidade de superar a ausência de sistemas setoriais nos diversos segmentos

culturais.

13. Necessidade de gerenciar sistema de dados da cultura no Estado.

OPORTUNIDADES:

1. Riqueza e diversidade cultural do Estado

2. Existência dos conselhos estaduais e dos processos de escuta institucionalizados

3. Recursos da União, do Estado e dos Municípios

4. Possibilidade e existência de parcerias e de transversalidade, dos setores público e

privado

5. Aprovação do Plano Estadual de Cultura

6. Existência de núcleos de interiorização da cultura (Polos Macrorregionais)

7. Sistema Estadual de Cultura instituído e já formalizado

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8. Existência do ICMS cultural patrimonial

9. Atuação da política pública, regionalizada para a cultura

10. Política patrimonial estadual

11. Existência de movimentos culturais propositivos e atuantes

12. Potência e qualidade da cultura e da arte produzidas no Estado

13. Efervescência da atividade cultural em diferentes formatos e segmentos pelo Estado

14. Disponibilidade dos artistas e grupos para o compartilhamewnto de experiências e

conteúdo

15. Existência de processos de pesquisa e experimentação de linguagens que repercutem

na produção contemporânea

10) PRINCÍPIOS DO PLANO ESTADUAL DE CULTURA DE MINAS GERAIS

Para o Plano Estadual de Cultura de Minas Gerais, consideraram-se os seguintes

princípios, obedecendo ao que foi citado na caracterização, a legislação vigente da Lei

Delegada 180 de 20 de janeiro de 2011 e em consonância com a Constituição Federal.

I. a defesa dos direitos culturais;

II. o acesso aos bens culturais;

III. a valorização e a proteção do patrimônio cultural (imaterial e material)

mineiro;

IV. o estímulo à criação, respeitando sua liberdade, a preservação, divulgação,

produção, pesquisa, experimentação, capacitação e fruição artístico-cultural;

V. a descentralização e regionalização da política pública;

VI. a criação de uma política para as artes que privilegie a profissionalização e a

valorização do setor cultural profissional;

VII. o mapeamento e a sistematização das informações culturais;

VIII. a cultura como desenvolvimento humano, econômico e social, garantindo

seu caráter de transversalidade.

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11) REFERÊNCIAS:

BRASIL. Ministério da Cultura. Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas,

diretrizes e ações 2011 – 2014. 2. ed. Brasília: Ministério da Cultura, 2011. Disponível

em:http://www2.cultura.gov.br/site/wp-

content/uploads/2012/08/livro_web2edicao.pdf. Acesso em: 5 mar. 2014.

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Indústria Criativa.

Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil. Rio de Janeiro: FIRJAN, 2012.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010:

primeiros resultados. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=mg. Acesso em: 03 mar. 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. ESTADIC 2013: IBGE: Rio de

janeiro: MinC, 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. MUNIC 2012: IBGE: Rio de

janeiro: 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa de Informações

Básicas Municipais: Perfil dos Municípios Brasileiros – MUNIC. Rio de Janeiro: IBGE,

2008.

INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Guia dos Museus Brasileiros. Brasília: instituto

Brasileiro de Museus, 2011.

INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Museus em números. V. 1 e 2. Brasília: Ibram,

2011.

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INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE MINAS GERAIS.

Bem Cultural Registrado. Disponível em: http://www.iepha.mg.gov.br/bens-

protegidos/bem-cultural-registrado . Acesso em 05 mar. 2014.

INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE MINAS GERAIS.

Guia de Bens Tombados. Belo Horizonte: IEPHA, 2012.

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Banco de Dados.

Disponível em:

http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=17734&retorno=paginaIph

an. Acesso em: 05 mar. 2014.

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Lista de Bens

Culturais Inscritos nos Livros do Tombo (1938 - 2012). Rio de Janeiro: IPHAN, 2013.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Cultura. Acordo de Resultados do Estado de

Minas Gerais. Cultura. http://www.planejamento.mg.gov.br/estrategia-de-

governo/acordo-de-resultados/acordos-celebrados/91-menu-central/estrategia-de-

governo/acordo-de-resultados/2003-sistema-operacional-de-cultura-2014 Acesso em 5

mar. 2014.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Coord). Plano Mineiro

de Desenvolvimento Integrado (PMDI) 2007-2023. Disponível em:

http://www.planejamento.mg.gov.br/planejamento-e-orcamento/plano-mineiro-de-

desenvolvimento-integrado. Acesso em 5 mar. 2014.

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. O desafio de elaborar e viabilizar projetos culturais

sob as diretrizes da tecnologia SESI cultura. Brasília: SESI-DN, 2000.

VILHENA, Renata et al (Org). O Choque de Gestão em Minas Gerais: políticas da

gestão pública para o desenvolvimento. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

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12) REALIZAÇÃO/FICHA TÉCNICA

Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais

Conselho Estadual de Política Cultural - CONSEC

Ficha Técnica:

Núcleo Técnico Executivo de Elaboração e Acompanhamento do Plano Estadual de

Cultura (NEE):

Leonardo Bahia Diniz (Chefe de Gabinete da Secretaria de Estado de Cultura de Minas

Gerais) - Coordenador Geral;

Janaina Helena Cunha (Superintendente de Interiorização e Ação Cultural da Secretaria de

Estado de Cultura de Minas Gerais) – Coordenadora Executiva;

Mila Batista Leite Corrêa da Costa - Assessoria de Gabinete da Secretaria de Estado de

Casa Civil e de Relações Institucionais;

André Luiz de Castro Ferreira - Assessoria de Gestão Estratégica e de Inovação (AGEI).

Denise Gleice Liberato - Secretária Executiva do CONSEC;

Tatiana Nonato de Souza Leite – Diretora de Informação e Fomento da Secretaria de

Estado de Cultura de Minas Gerais – Assessoria Especial para elaboração do Plano;

Ricardo José Aleixo de Brito – Assessor de Gabinete da Secretaria de Estado de Cultura de

Minas Gerais - Assessoria Especial para elaboração do Plano;

Daniela Varela como consultora, por meio da parceria entre MinC, Secretaria de Estado de

Cultura e Universidade de Santa Catarina, para compor o Núcleo Técnico Executivo

Estadual;

Aníbal Henrique de Oliveira Macedo - Conselheiro Estadual de Cultura;

Magdalena Rodrigues - Conselheira Estadual de Cultura;

Makely Ka - Conselheiro Estadual de Cultura;

Maria Ribeiro de Andrada e Oliveira Figueiredo - Conselheira Estadual de Cultura;

Rubem Silveira dos Reis - Conselheiro Estadual de Cultura;

Sula Kyriacos Mavrudis - Conselheira Estadual de Cultura.

Colaboração:

Conselho Estadual de Patrimônio Cultural - CONEP