73
ASTERACEAE Caracterização e Morfologia Floral

Caracterização e Morfologia Floral

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Caracterização e Morfologia Floral

ASTERACEAECaracterização e Morfologia Floral

Page 2: Caracterização e Morfologia Floral

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ReitorNaomar Monteiro de Almeida Filho

Vice-ReitorFrancisco Mesquita

EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

DiretoraFlávia Goullart Mota Garcia Rosa

Conselho Editorial

TitularesAngelo Szaniecki Perret Serpa

Carmen Fontes TeixeiraDante Eustachio Lucchesi Ramacciotti

Fernando da Rocha PeresMaria Vidal de Negreiros Camargo

Sérgio Coelho Borges Farias

SuplentesBouzid Izerrougene

Cleise Furtado MendesJosé Fernandes Silva Andrade

Nancy Elizabeth OdonneOlival Freire JúniorSílvia Lúcia Ferreira

Editora da UFBARua Barão de Jeremoabo,s/n – Campus de Ondina

40170-290 – Salvador – BATel: +55 71 3283-6164Fax: +55 71 3283-6160

[email protected]

Page 3: Caracterização e Morfologia Floral

Nádia Roque & Hortensia Bautista

Ilustração: Natanael Santos & Maria Daniela Guimarães

Salvador | Bahia | 2008

ASTERACEAECaracterização e Morfologia Floral

Page 4: Caracterização e Morfologia Floral

© 2008 by autores

Direitos para esta edição cedidos à Edufba. Feito o depósito legal.

Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, sejam quais forem os meios empregados,a não ser com a permissão escrita do autor e das editoras, conforme a Lei nº 9610,

de 19 de fevereiro de 1998.

Capa e Projeto gráficoGabriela Nascimento

RevisãoDa Autora

Biblioteca Central Reitor Macêdo Costa - UFBA

Roque, Nádia.Asteraceae : caracterização e morfologia floral / Nádia Roque & Hortensia

Bautista ; Ilustração : Natanael Santos & Maria Daniela Guimarães. -Salvador : EDUFBA, 2008.

73 p. : il.

ISBN 978-85-000-0000-0

1. Compostas(Botânica). 2. Fanerógamos. 3. Morfologia vegetal. 4.Botânica - Classificação. I. Bautista, Hortensia. II. Título.

CDD - 582

Page 5: Caracterização e Morfologia Floral

Apresentação

A família Asteraceae apresenta uma grande variabilidade morfológicaquanto aos seus atributos florais, caracteres estes cruciais para oreconhecimento de tribos e gêneros. Contudo, essa ampla variaçãomorfológica tem trazido receio e até desestimulo para muitos taxonomistas,sejam eles alunos, curiosos ou especialistas de outros grupos vegetais. Estetrabalho tem a intenção de atuar como um facilitador para o conhecimentoda morfologia floral da família, utilizando como base 54 espéciesrepresentantes da nossa flora. Embora longe de ter reunido toda a variaçãofloral encontrada, considera-se um importante passo para aqueles quedesejam conhecer e estudar as Asteraceae em qualquer área da ciência.

As Autoras

Page 6: Caracterização e Morfologia Floral
Page 7: Caracterização e Morfologia Floral

Prefácio

Quando dava os meus primeiros passos no campo da sistemática deplantas vasculares, depois de um amplo período dedicado ao estudo dascomunidades vegetais, me aprofundei em várias famílias de modo mais oumenos intenso. Finalmente, decidi concentrar os meus estudos na famíliaAsteraceae, apesar da fama de difícil e até mesmo de antipática.

Devido à sua recente história evolutiva, este riquíssimo grupo deplantas pode ser pouco ou nada atraente, entre outras coisas, pelasemelhança morfológica que muitas vezes se observa em gêneros e mesmoem representantes de tribos distintas.

Considero, porém, que para um investigador inquieto, esta supostadificuldade torna-se um desafio, na medida em que converte as Asteraceaeem uma autêntica caixa de surpresas, uma vez que plantas,morfologicamente muito semelhantes, podem ser resultado de grupos muitodiferentes. Além disso, outra vantagem das compostas sobre muitas famíliasde plantas vasculares, é a habitual presença nos seus espécimes de herbáriode todos os elementos florais necessários para uma correta identificação.

Hortensia, a amiga galaico-brasileira e colega sinanteróloga, honrou-me com um convite para prefaciar um livro sobre compostas que a suaamiga Nádia e ela tinham produzido.

Quando este livro chegou às minhas mãos, fiquei realmentesurpreendido, e não é generosidade de prefaciador, mas é pela qualidadedo texto e das ilustrações.

Page 8: Caracterização e Morfologia Floral

Do que tenho visto e lido sobre este interessante grupo de plantas, é,provavelmente, o manual mais completo, prático e ilustrativo, tanto paraaficionados, como para botânicos mais experientes que queiram entrar naárea do conhecimento de seus caracteres morfológicos diagnósticos.

Este trabalho representa, finalmente, uma relevante contribuição paraque as Asteraceae percam a desmerecida fama de difíceis e pouco simpáticas,comumente veiculada entre os botânicos.

Dr. Santiago OrtizDepartamento de Biologia VegetalUniversidade de Santiago de CompostelaGalícia, Espanha

Page 9: Caracterização e Morfologia Floral

SUMÁRIO

11 | Introdução

17 | Caracterização de Asteraceae

21 | Manual ilustrado

49 | Microfotografias

57 | Referências

61 | Índice de nomes científicos

Page 10: Caracterização e Morfologia Floral
Page 11: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 11

Introdução

Asteraceae é uma das maiores famílias de plantas e compreende cercade 1.600 gêneros e 23.000 espécies (Andenberg et al., 2007). No Brasil, afamília é representada por, aproximadamente, 180 gêneros e 1.900 espécies,distribuídas em diferentes formações vegetacionais (Barroso et al., 1991;Nakajima & Semir, 2001).

Considerada como a família de maior importância entre asfanerógamas, representando dez por cento do total da flora de angiospermas(Wilson, 1986), as Asteraceae apresentam distribuição cosmopolita,encontrando-se disseminadas por todos os continentes, com exceção daAntártica, porém com representação mais ampla nas regiões temperadas esemi-áridas dos trópicos e subtrópicos.

Várias características morfológicas em Asteraceae suportam seumonofiletismo, entre elas a presença de um capítulo altamente modificado,ovário bicarpelar ínfero que se desenvolve em uma cipsela com óvulobasal e reto e anteras sinânteras (Jansen & Palmer, 1988).

Cronquist (1988) sugeriu que seu sucesso evolutivo possa ser atribuídoem parte ao desenvolvimento de um sistema químico de defesa que incluia produção combinada de compostos secundários muito derivados, dotipo poliacetilenos e lactonas sesquiterpênicias. Talvez essa característicapeculiar seja a principal responsável pela importância econômica da famíliana medicina tradicional. Além dos propósitos medicinais, várias espéciessão utilizadas como produtos alimentícios, na produção cosmética ou, ainda,como plantas ornamentais.

Page 12: Caracterização e Morfologia Floral

12 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Diversos estudos sobre padrões biogeográficos de distribuição da florarelatam que a família está entre as dez mais freqüentes na coberturaarbustivo-herbácea do Brasil extra-amazônico (Giulietti et al., 1987; Giulietti& Pirani, 1997). Na flora brasileira, em particular, as Asteraceae encontramsua maior representatividade nos estados de Minas Gerais e Bahia, onde selocalizam exatamente as áreas core da ocorrência da cobertura vegetal dotipo campo rupestre, campos gerais e outras formas de cerrado (Bautista,2000). Nesses estados, as Asteraceae podem chegar a incluir-se entre ascinco famílias mais freqüentes nos levantamentos de flora já realizados(Guedes & Orge, 1988; Harley & Simmons, 1986; Hind, 1995; Guedes etal., 1999; Nakajima & Semir, 2001; Pirani et al., 2003; Zappi et al., 2003).

A Classificação das Asteraceae na atualidade

Estudos filogenéticos moleculares em Asteraceae têm providoimportantes resultados na evolução e radiação da família. Jansen & Palmer(1987) identificaram uma inversão de 22 kb no DNA de cloroplastos detodos os membros de Asteraceae, exceto na subtribo Barnadesiinae(Mutisieae). Em função de sua origem monofilética e por ser apontadacomo o grupo-irmão para o restante das Asteraceae, Bremer & Jansen (1992)elevaram esta subtribo à categoria de subfamília, Barnadesioideae.

Dessa maneira, o tradicional sistema de classificação das Asteraceae,consistindo das subfamílias Asteroideae e Cichorioideae foi, então,expandido para incluir as Barnadesioideae.

Page 13: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 13

Posteriormente, Kim & Jansen (1995) publicaram o que foi consideradoum dos mais importantes trabalhos que utilizam dados de seqüência deDNA (gene ndhF de cloroplasto) na elucidação da filogenia de Asteraceae.Eles identificaram os maiores clados da família e proveram evidências parao parafiletismo da subtribo Cichorioideae. Os autores reconheceram trêsprincipais grupos na subfamília Cichorioideae: 1) Mutisieae, 2) Cardueae,e finalmente, 3) as tribos Cichorieae, Liabeae, Vernonieae e Arctoteae,formando um grupo-irmão monofilético para Asteroideae.

A partir destes resultados, Bremer (1996) reconheceu cinco subfamílias(em ordem filogenética) e 19 tribos na classificação de Asteraceae:Barnadesioideae (uma tribo), Mutisioideae (uma tribo), Carduoideae (umatribo), Cichorioideae (cinco tribos) e Asteroideae (onze tribos). Estaclassificação, embora com lacunas entre as Cichorioideae, foi recentementeadotada por Pruski & Sancho (2004).

Panero & Funk (2002), na tentativa de elucidar as relações filogenéticasdos membros da tribo Mutisieae s.l. e a circunscrição da subfamíliaCichorioideae, apresentaram uma filogenia para as Asteraceae com baseem vários marcadores moleculares. Esta filogenia resultou na publicaçãode novos nomes e o reconhecimento de 11 subfamílias e 35 tribos emAsteraceae.

Para os autores, essas mudanças representam a maior revisão para aclassificação da família desde Bentham (1873) e, embora os resultados sebaseiem em uma grande matriz de dados e na combinação de múltiplosmarcadores genéticos, sua aceitação tem sido parcimoniosa entre osestudiosos da família.

Page 14: Caracterização e Morfologia Floral

14 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Se por um lado a classificação de subfamílias tem uma história recentenas Asteraceae, a classificação das tribos, em sua maioria, data do início doséculo XIX, a partir dos trabalhos de Cassini (1816). Porém, durante muitotempo seguiu-se a classificação de Bentham (1873), que dividiu asAsteraceae em 13 tribos. O marco divisor desta mudança foi a classificaçãoadotada por Bremer (1994), que ao realizar um extenso trabalho sobre afamília, reconheceu três subfamílias e 17 tribos.

Recentemente, Andenberg et al. (2007) publicaram um compêndiosobre a família Asteraceae, incluindo a descrição morfológica de 1620gêneros. Nesse trabalho, os autores consideram a família dividida em doisgrandes grupos monofiléticos: subfamília Barnadesioideae e o clado das“não-Barnadesioideae”. Este último grupo, contudo, tem sido dividido em4 subfamílias (Mutisioideae, Carduoideae, Cichorioideae e Asteroideae) e36 tribos. Segundo esses autores, os ramos basais do clado das “não-Barnadesioideae” são pobremente resolvidos, indicando uma rápidaevolução na diversificação dos táxons envolvidos.

Diferentemente da classificação para as tribos, as interpretações doconceito de gênero na família têm-se alterado ao longo da história e,particularmente nos últimos vinte anos, a classificação genérica tem sofridograndes rearranjos.

Gêneros tradicionais como Aster, Eupatorium (ambos reconhecidos pordiferenças em microcaracteres florais), Vernonia (caracteres diferenciais notipo de sinflorescência e morfologia polínica) e Senecio (caracteresdiagnósticos dos ramos do estilete e anteras) foram inteiramente divididose recircunscritos. Como resultado, poucas ou nenhuma espécie de Aster,

Page 15: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 15

Eupatorium e Vernonia estão presentes nos Neotrópicos (King & Robinson,1987; Robinson, 1999; Schimidt & Schilling, 2000).

Contudo, a absorção e atualização desses novos conceitos nas espéciesbrasileiras têm sido muito lentas. Todos esses trabalhos são publicados, àsvezes isoladamente, sem que uma compilação, como chaves diagnósticas edescrições sejam produzidas, trazendo para a família uma complexidadeainda maior em sua classificação. Soma-se a esse aspecto, a elevada riquezade espécies no Brasil que, na maioria dos ecossistemas, tem as Asteraceaecomo uma família de grande representatividade. Tais fatores, conjuntamenteou não, podem ser os responsáveis pelo desestímulo de destacadospesquisadores da nossa ciência em desenvolver investigação comrepresentantes dessa família.

Diante desse panorama, o principal objetivo deste trabalho é atenderà demanda imediata na formação de recursos humanos em linhas de pesquisaque envolvam a família Asteraceae, bem como estimular pesquisadores noestudo taxonômico do grupo. Este manual apresenta a caracterização floralda família Asteraceae como um tema inovador no Brasil, não só peloconteúdo, como pelas ilustrações de 54 espécies, muitas delas endêmicasda nossa flora.

Page 16: Caracterização e Morfologia Floral
Page 17: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 17

Caracterização de Asteraceae

Ervas anuais, bianuais ou perenes, arbustos, subarbustos, menosfreqüentemente árvores ou lianas, geralmente terrestres, raro epífitas ouaquáticas. Plantas glabras, glabrescentes ou com indumento de tricomastectores e/ou glandulares. Caule geralmente cilíndrico, raramente alado. Folhasem roseta, alternas, opostas, alterno-opostas, ou menos comumenteverticiladas, simples, frequentemente lobadas ou pinatissectas, raro compostas,estípulas ausentes. Inflorescência em capítulo; capítulos solitários no ápicedo pedúnculo floral ou formando sinflorescência cimosa, corimbiforme,panícula-tirsóide, racemo, ou ainda agrupados em sinflorescência de segundaou terceira ordem, livres ou fundidos entre si (sincefalia de capítulos). Capítuloformado de flores sésseis, 1-500 ou mais por capítulo, maturaçãoindeterminada, circundado por um invólucro de brácteas, cilíndrico,hemisférico ou globoso. Brácteas involucrais (1)2-muitas séries, persistentes,raro decíduas, imbricadas a eximbricadas. Eixo da inflorescência plano,convexo ou cônico, paleáceo, ciliado, escamiforme, piloso ou glabro, e então,liso, areolado com aréolas poligonais ou alveolado, com depressões nasquais as flores são inseridas. Capítulos homógamos (flores com arranjos sexuaisiguais), do tipo discóide (contém um único tipo de flor); e capítulosheterógamos (flores com arranjos sexuais distintos), do tipo radiado (floresdo raio e do disco) e disciforme (dois tipos distintos de flores actinomorfas).Flores bissexuais, unissexuais (plantas monóicas, raro dióicas), estéreis(androceu e gineceu estéreis) ou neutras (sem androceu e gineceu); cáliceausente ou modificado em pápus. Flores gamopétalas, zigomorfas e

Page 18: Caracterização e Morfologia Floral

18 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

normalmente radiais (situadas no capítulo em 1-2 séries), compostas detubo basal e porção superior bilateral (limbo): corola radiada (limbo 3-4-lobado, geralmente pistilada, neutra ou estéril), corola ligulada (limbo 5-lobado, bissexual), corola bilabiada (limbo 2+3-lobado, bissexual) e corolapseudobilabiada (limbo 1+4-lobado, bissexual); ou flores gamopétalas,actinomorfas, não radiadas (normalmente situadas no centro ou disco docapítulo), 1-muitas séries, corola tubular ou filiforme, 3-5-lobado, bissexuaisou unissexuais (pistiladas ou estaminadas). Androceu com cinco estames,alternos às pétalas, epipétalos, filetes livres, geralmente com células comparedes espessadas formando o colar da antera; anteras sinânterascircundando o estilete, rimosas, introrsas, oblongas, ápice com apêndicedo conectivo proeminente, agudo, apiculado, obtuso, bidentado ou retuso,base truncada, cordiforme, sagitada ou com apêndices caudiformes estéreis(anteras caudadas) e/ou tecido esporogênico alongado abaixo da inserçãodo filete (anteras calcaradas). Gineceu sincárpico, bicarpelar, ovário ínfero,unilocular, 1 óvulo ereto, placentação basal, estilete filiforme, 2-ramificado(raro 3), com superfície de papilas estigmáticas interna contínua ou em 2linhas paralelas, marginais, porção apical fértil ou apêndices distais compapilas não estigmáticas (estéreis), comumente agudo, obtuso, truncado,papiloso, piloso, penicelado, base do estilete geralmente imersa em umdisco nectarífero (estilopódio) localizado no ápice do ovário. Fruto cipsela,cilíndrico, obcônico, fusiforme, menos comumente achatado, ápice rostradoou não, freqüentemente marrom ou negro, glabro, tomentoso, seríceo,pubescente, base truncada ou estipitada; área de abscisão circundada porum carpopódio, distinguido pela forma de suas células e textura da sua

Page 19: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 19

superfície, indistinto a proeminente, simétrico, bilateral, decorrente nascostelas, ou ausente. Pápus ausente ou 1 (2)-muitas séries de cerdas (cerdoso,barbelado, plumoso), escamas, páleas, aristas, simples (unisseriado) ouduplo (duas séries), isomorfo (todas as séries iguais) ou heteromorfo (pápusdas flores mais externas diferente do das flores mais internas), persistenteou pelo menos as séries mais internas decíduas. Sementes sem endosperma,embrião reto.

Page 20: Caracterização e Morfologia Floral
Page 21: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 21

Manual Ilustrado

Anteras: concrescidas, unidas ou soldadas entre si (sinânteras) por seusbordos laterais (Figs. 1, 82), formando um tubo que envolve o estilete e oestigma. Os apêndices apicais e basais são muito importantes na taxonomiada família. A base da antera pode ser truncada, sagitada (Fig. 2), cordiformeou prolongada (calcarada ou caudada) (Figs. 3, 4). A pigmentação das anteras,na maioria das Heliantheae, é diagnosticamente negra.

Anteras calcaradas: as tecas, contendo grãos de pólen (tecidoesporogênico), são prolongadas abaixo do ponto de inserção dos filetes.(antônimo: ecalcaradas). (Fig. 2, seta).

Fig. 1. Corte longitudinalesquemático de uma flortubulosa (Pruski & Sancho 2004).

Fig. 2. Antera calcarada,sagitada (seta) deDasyphyllum sprengelianum

Apêndice doconectivo bidentado

Page 22: Caracterização e Morfologia Floral

22 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Apêndices da antera: as anteras apresentam apêndices basais (Figs.3, 4 seta) e apicais (Figs. 5, 6, 7 seta) importantes na taxonomia de tribos egêneros. Veja sobre anteras calcaradas, anteras caudadas e apêndicedo conectivo.

Apêndice do conectivo: apêndice estéril (prolongamento doconectivo) no ápice da antera. Em alguns grupos os apêndices podem serencurtados, decíduos ou ausentes, como em Adenostemma. A forma doapêndice da antera é um caráter também importante para a família. Podeser mais largo que longo, tão largo quanto longo, mais longo que largo,bidentado (Fig. 2), apiculado (Fig. 3), agudo (Fig. 5, seta), retuso (Figs. 6,seta, 83), obtuso (Figs. 7, seta, 81, 84).

Fig. 3. Antera caudada deRichterago discoidea

Fig. 4. Antera caudada deTrixis vauthieri

Page 23: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 23

Aquênio: fruto sincárpico, unilocular e monospérmico, provenientede ovário súpero. Segundo Oliveira (2007), aquênios são frutos simples e,portanto, constituídos pelo pericarpo stricto sensu rodeando a semente. Podeocorrer em vários grupos de Angiospermas, como Cyperaceae eAmaranthaceae.

Fig. 5. Antera com apêndice doconectivo agudo de Bidenssulphurea

Tricomas nofilete

Colar daantera

Colar daantera

Fig. 6. Antera com apêndice doconectivo retuso de Trichogoniaprancii

Fig. 7. Antera com apêndice doconectivo obtuso de Scheryabahiensis

Page 24: Caracterização e Morfologia Floral

24 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Brácteas involucrais: folhas ou escamas do capítulo modificadas. Asbrácteas atuam como sépalas protegendo o capítulo jovem ao longo deseu desenvolvimento. As brácteas geralmente são livres entre si (Fig. 8),mas em vários grupos elas são conatas (fundidas) (Fig. 9). Em Adenostemma(tribo Eupatorieae), as brácteas involucrais são livres até próximo à base,onde se fundem (não articuladas ou concrescidas na base) (Fig. 10, seta).Veja também filárias.

Bráctea maisinterna

Bráctea maisexterna

Bractéola

Fig. 8. Capítulo discóide de Scheryabahiensis

Fig. 10. Capítulo com invólucrounisseriado de Adenostemmabrasilianum

Fig. 9. Capítulo com invólucrounisseriado de Emilia fosbergii

Page 25: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 25

Calículo: presença de uma série mais externa de brácteas diferenciadas.É comum, particularmente nas tribos Senecioneae, Helenieae e Heliantheae(Fig. 11, seta). O mesmo que invólucro caliculado (veja também epicálice).

Capitulescência: capítulos agrupados formando uma inflorescênciacomposta por dois ou mais capítulos, variavelmente cimoso, corimbiforme,racemoso, paniculado, séssil ou pedunculado (Fig. 12). O mesmo quesinflorescência segundo Andenberg et al., 2007).

Fig. 11. Capítulo com invólucrocaliculado de Erechtites valerianifolius

Fig. 12. Capitulescência de Richteragopolyphylla

Capítulo: um tipo condensado de inflorescência indeterminada, commaturação acrópeta ou centrípeta, na qual todas as flores são sésseis e estãounidas ao eixo da inflorescência, geralmente envolvidas por um invólucrode brácteas protegendo a periferia. Também conhecidos como pseudanto(Figs. 13, 85).

Page 26: Caracterização e Morfologia Floral

26 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Capítulos agrupados: conjunto de dois ou mais capítulos livres entresi (Fig. 14) ou fundidos (sincefalia) e envolvidos por brácteas involucraisde segunda ordem (Fig. 15). Semir (1991) utiliza o termo glomérulo paraos capítulos agregados cujo conjunto tem um padrão de pseudanto.

Pálea

Flor radialpistilada

Brácteainvolucral

Fig. 14. Capítulos agrupados, livresentre si de Eremanthus incanus.

Fig. 13. Corte longitudinalesquemático de um capítulo radiado.

Fig. 15. Paralychnophora atkinsiae.Sinflorescência hemisférica formada decapítulos fundidos entre si (sincefalia) eenvolvidos por brácteas involucrais desegunda ordem. Semir (1991) utilizatambém o termo glomérulo compostofolhoso.

Page 27: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 27

Capítulo disciforme: contém pelo menos dois tipos de flores tubulosasdo disco (por exemplo, as mais externas são tubulosas-filiformes e pistiladas,enquanto as flores do centro são tubulosas, bissexuais ou funcionalmenteestaminadas). Esses capítulos são heterógamos e as flores do raio estãoausentes (Fig. 16).

Capítulo discóide: contém somente um tipo de flor (mesma formade corola e arranjo sexual). Ex. capítulos com todas as flores tubulosas,liguladas ou bilabiadas. Esses capítulos são homógamos e as flores do raioestão ausentes (Figs. 17, 85).

Capítulo heterógamo: contém flores com arranjos sexuais diversos,geralmente flores pistiladas e bissexuais (Figs. 13, 16).

Capítulo homógamo: contém flores com arranjo sexual único,geralmente as flores são perfeitas, isto é, bissexuais e férteis (Fig. 17).

Fig. 16. Corte longitudinal esquemáticode um capítulo disciforme.

Fig. 17. Corte longitudinal esquemáticode um capítulo discóide com todas asflores tubulosas.

Flor do discofiliforne, pistilada Flor tubulosa

bissexual

Page 28: Caracterização e Morfologia Floral

28 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Capítulo radiado: composto por flores marginais, zigomorfas,geralmente vistosas, que radiam distintamente as flores do disco. Capítulosradiados são geralmente heterógamos, com flores do raio pistiladas,contudo, podem ser homógamos quando as flores do raio são neutras (semestames ou estiletes) ou bissexuais (Fig. 13).

Capítulo solitário: capítulo único no ápice do pedúnculo (Fig. 18).Carpopódio: zona basal de abscisão do fruto, constituída por uma ou

mais fileiras de células que são, em geral, morfologicamente distintas dasoutras células da parede da cipsela. O carpopódio é o ponto de fixação doovário ínfero da flor à inflorescência, bem como constitui a zona de abscisãodo cipsela. O carpopódio pode ser simétrico em anel (Fig. 19, seta),assimétrico (Fig. 20, seta) ou decorrente (Fig. 21) nas costelas, entre outros.(Veja também Figs. 27, 35, 86)..

Fig. 18. Richterago conduplicata Fig. 19. Cipselaestipitada deTrichogonia prancii

Page 29: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 29

Fig. 20. Cipsela de Ageratumconyzoides

Fig. 21. Base da cipsela deTrichogonia cinerea

Cipsela: fruto sincárpico, unilocular e monospérmico, originado deovário ínfero (Spjut, 1994; Stearn, 1998). Segundo Oliveira (2007), as cipselassão frutos complexos, ou seja, apresentam o pericarpo lato sensu formadopelo pericarpo propriamente dito (células da parede ovariana) e por tecidosextracarpelares derivados do receptáculo. Contudo, muitos botânicos ignoramesta distinção e continuam usando o termo aquênio ou ainda, há aquelesque consideram cipsela e aquênio como sinônimos (Figs. 22-35).

Fig. 22. Cipsela de Sonchusoleaceus

Fig. 23. Cipsela com baseatenuada e pápus plumoso deTrichogonia prancii

Page 30: Caracterização e Morfologia Floral

30 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Fig. 24. Cipsela bacácea deTilesia baccata

Fig. 25. Cipsela prismática deBlainvillea rhomboidea

No bordo apical, pela modificação do cálice, pode formar-se umaestrutura denominada pápus, constituída de pêlos (Fig. 22), cerdas, aristas(Figs. 94, 95) ou ainda estar ausente (Figs. 24, 31). A cipsela pode sercilíndrica (Fig. 26), prismática (Fig. 25), costelada (Figs. 25, 27), obovada(Fig. 28), fusiforme (Figs. 29, 30), globosa com cerdas uncinadas (Fig. 31)ou comprimida dorso-ventralmente (Fig. 32).

Em Eupatorieae e Heliantheae as paredes de determinadas camadasda cipsela têm depósitos resinóides carbonizados, que se formam ao acasoou em séries transversais.

Fig. 26. Cipsela cilíndrica deCentraterum punctatum

Fig. 27. Cipsela costelada deGochnatia olygocephala

Page 31: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 31

Quando comprimidas, as cipselas podem ter (Fig. 32) ou não bordosalados. Variações quanto ao número de costelas (Figs. 25, 26), tipo deindumento, constrição no ápice (cipsela rostrada, Fig. 34, seta), na base(cipsela atenuada, Fig. 23, ou estipitado, Fig. 34) e a zona de abscisão nabase do cipsela (carpopódio) (Fig. 35, detalhe) formam importanteselementos na taxonomia dos grupos.

Fig. 28. Cipsela obovada deStilpnppappus semirianus

Pápus aristado,retrorso

Fig. 29. Cipsela fusiforme deBidens pilosa

Fig. 30. Cipsela fusiformede Bidens sulphurea

Fig. 31. Cipsela globosa deAcanthospermum australe

Fig. 32. Cipsela alada deVerbesina diversifolia

Page 32: Caracterização e Morfologia Floral

32 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Fig. 33. Cipsela rostrada deChaptalia integerrima

Fig. 34 e 35. Cipselaestipitada de Trichogoniaheringeri

Colar da antera (ou colar do filete): uma extensão descendente dotecido do conectivo que, numa hiperplasia incompleta, forma um colar decélulas com a parede espessada. Em espécies de Mutisieae e Barnadesioideaeesta região é imperceptível. Em Eupatorieae, o colar da antera mostra maiorvariação do que em qualquer outra tribo da família: as células da partemais inferior são geralmente curtas e aquelas da parte mais superior,alongadas (Figs. 6, 36 seta, 87).

Conectivo: veja apêndice do conectivo.Corola bilabiada (zigomorfa): o limbo tem dois lobos adaxiais e 3 lobos

abaxiais. Com raras exceções, tais flores são restritas a Barnadesioideae (Fig. 37).Corola pseudobilabiada (zigomorfa): o limbo tem um único lobo

adaxial e 4 lobos abaxiais. Com raras exceções, tais flores são restritas aBarnadesioideae (Fig. 39).

Corola do raio verdadeira (zigomorfa): o limbo é 2-3-4-lobado e nãoforma lobos adaxiais. Das flores marginais, este é o tipo mais comum nafamília (Fig. 40).

Page 33: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 33

Fig. 36. Três anteras sinânterasde Pithecoseris pacourinoides

Fig. 37. Flor com corolabilabiada de Trixis vauthieri

Fig. 39. Flor do raio com corolapseudobilabiada bissexual deBarnadesia caryophylla

Fig. 40. Flor com corola do raiopistilada de Sphagneticolatrilobata

Page 34: Caracterização e Morfologia Floral

34 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Corola tubulosa (actinomorfa): geralmente com a corola distintamentedividida em tubo e limbo, o último contendo o tubo da antera. Estas floresestão arranjadas centralmente no capítulo ou, nos capítulos discóides oudisciformes, estão presentes por todo o capítulo. Elas são geralmentereferidas como as flores do disco nos capítulos radiados. Nos capítulosdisciformes, quando há dois tipos de flores, estas são denominadas de floresmais internas (Figs. 41, 42, 88).

Corola tubulosa-filiforme (actinomorfa): localizadas mais externamentenos capítulos disciformes, são geralmente actinomorfas, tubulosas, cilíndricas.Esta forma está relacionada com a ausência de estames nestas flores e,portanto, são geralmente pistiladas (Fig. 44).

Lacínias

Limbo

Tubo da corola

Pálea

Fig. 41. Flor com corolatubulosa bissexual deSphagneticola trilobata

Fig. 42. Flor com corolatubulosa bissexual deTrichogonia cinerea

Page 35: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 35

Fig. 43. Flor com corola tubulosa-filiforme pistilada de Chaptaliaintegerrima

Fig. 44. Flor com corola ligulada deChaptalia integerrima

Eixo da inflorescência: região onde se inserem as flores nos capítulosdas Asteraceae (Oliveira, 2007). Quanto à forma, pode ser cônico ouconvexo (Figs. 47), achatado, plano (Fig. 49). Quanto à diferenciação celular,pode ser alveolado, glabro ou apresentar páleas (Heliantheae) (Fig. 13),cerdas, tricomas (Lasiolaena) ou escamas (Baccharis. Figs. 45, 46).

Eixo alveolado: alvéolos (cavidades) que encerram parcialmente ouinteiramente os frutos (Fig. 47).

Eixo cerdoso: as cerdas estão em maior número que as flores e estãoespalhadas pelo eixo.

Eixo cônico: muito alongado, em forma de coneEixo convexo: elevado em forma de curva (Figs. 47, 62).

Page 36: Caracterização e Morfologia Floral

36 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Eixo paleáceo: as páleas têm sido interpretadas como brácteasrudimentares na base de cada flor ou como brácteas involucrais localizadasentre as flores (Figs. 13, 96). Há gêneros onde cada pálea é pareada comuma flor e, quando puxada do capítulo, carrega a flor com ela (Fig. 48).

As páleas estão relacionadas à proteção (do cipsela contra predação),dispersão, polinização (ápice da pálea colorido aumentando a aparênciavisual do capítulo ou, quando as páleas tornam-se exsertas, afetam asuperfície de pouso de polinizadores) e germinação da semente (protegero cipsela e manter a temperatura mais úmida e regular a recepção da luzque é essencial para germinação em alguns táxons).

Fig. 45 e 46. Eixo da inflorescênciaplano, com escamas de Baccharisdracunculifolia

Fig. 47. Eixo convexo deTrichogonia cinerea

Fig. 48. Pálea adnata à base daflor de Pithecoseris pacourinoides

Fig. 49. Eixo plano, glabro deTrichogonia villosa

Page 37: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 37

Epicálice: o mesmo que calículo. Conjunto de poucas ou muitasbrácteas foliáceas contornando o invólucro abaixo das brácteas involucrais(Fig. 11, seta).

Estames: cinco estames com anteras introrsas conatas em um tubo(androceu sinântero) com os filetes livres. Os filetes são inseridos diretamenteno tubo da corola (estames epipétalos), algumas vezes próximo à base oumais acima, próximo ao limbo (Fig. 1). Em poucos grupos os filetes sãopapilosos ou apresentam indumento (Fig. 5).

Estilete: o estilete é dividido no ápice em dois ramos do estilete. Essespodem ser curtos, como em Cardueae, Mutisieae e Barnadesioideae (Fig. 50)ou longamente divididos, como em Vernonieae e Eupatorieae (Figs. 51). Asáreas estigmáticas são internas e podem cobrir uniformemente toda a superfície(Cichorioideae) dos ramos do estilete (Fig. 52) ou serem separadas em duaslinhas paralelas marginais (a maioria das Asteroideae) (Figs. 53, 93).

Fig. 50. Estilete deGochnatia paniculata

Fig. 51. Estilete deScherya bahiensis

Fig. 52. Estilete deCirsium vulgare

Fig. 53. Estilete deMikania ternate

Page 38: Caracterização e Morfologia Floral

38 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Os estiletes variam de acordo com seu espessamento, grau de bifurcação,tipos e arranjos de tricomas e papilas, organização das papilas nas áreasestigmáticas e morfologia da base e ramos do estilete. Todos os caracteresimportantes citados para o estilete são observados apenas nas flores bissexuais.Os estiletes podem ser papilosos (Figs. 54, 91, 93) ou pilosos (Fig. 55). Oarranjo das papilas e tricomas coletores no estilete também é variável. Algunsestiletes têm tricomas espalhados dorsalmente ao longo dos ramos do estilete(Fig. 55), podendo alcançar abaixo da bifurcação do estilete, como emVernonieae, Lactuceae e Plucheeae (Figs. 56, 57, 59).

Fig. 54. Estiletede Tagetes minuta

Fig. 55. Estiletede Bidenssuphurea

Fig. 56. Estiletede Pectisbrevipedunculata

Fig. 57. Estiletede Centraterumpunctatum

Fig. 58. Estiletede Trixis vauthieri

Fig. 59. Estiletede Stylotrichiumcorymbosum

Ápice truncado,penicelado Apêndice estéril

Page 39: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 39

Os estiletes em Cardueae, por exemplo, têm um anel de tricomascoletores concentrado abaixo da bifurcação do estilete (Fig. 52). Na maioriadas Asteroideae e em algumas Cichorioideae (ex. Nassauviinae) os tricomascoletores (penicelados) estão concentrados no ápice dos ramos truncadosdo estilete (Fig. 58). Algumas tribos, como em Eupatorieae, Astereae, muitasHeliantheae e algumas Senecioneae, têm ramos do estilete com apêndicesestéreis prolongados acima das áreas estigmáticas (Fig. 59). A base do estileteé freqüentemente dilatada e raramente tem tricomas, exceção para algumasEupatorieae e poucas Heliantheae.

Estilopódio: uma estrutura que consiste da porção basal do estileteassociada a um nectário situado no ápice do ovário (Matzenbacher, 1998).A base do estilete pode estar inteiramente imersa no nectário (Eupatorieae,Vernonieae), parcialmente inserida (Heliantheae) ou ainda estar situadano ápice do nectário (Astereae e Senecioneae) (Figs. 60, 61, 89, 90, setas).Em Eupatorieae, os nectários têm estômatos que parecem funcionar comoporos secretores.

Fig. 60. Gineceu dePithecoseris pacourinoides

Fig. 61. Gineceu de Bidenssulphurea

Page 40: Caracterização e Morfologia Floral

40 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Filária: o mesmo que brácteas involucrais. = tegulum (latim): telheirode uma casa, cobertura; ou phyllarium (grego)= folha, conjunto de brácteasinvolucrais externas em capítulos de Asteraceae (Fig. 62).

Fig. 62. Eixo da inflorescênciaconvexo e brácteas involucrais deTrichogonia prancii

Flor: gamopétala, tubulosa, actinomorfa ou zigomorfa, androceuisostêmone, sinântero, gineceu sincárpico, bicarpelar, ovário ínfero,unilocular, um óvulo basal, ereto, comumente circundado no ápice porsépalas modificadas (pápus) (Fig. 1). Podem ser zigomorfas e de diferentestipos: liguladas, do raio, bilabiadas e pseudobilabiadas. As flores bilabiadase pseudobilabiadas, assim como as flores liguladas, são geralmentebissexuais. As flores do raio são geralmente pistiladas, algumas vezespistiladas estéreis (estilete não receptivo) ou neutras. As flores podem sertambém actinomorfas (tubulosas, filiformes) e então estarem arranjadascentralmente no capítulo (capítulo radiado) ou estarem presentes por todoo capítulo (capítulo discóide).

Flor bissexual (ou monoclina): androceu e gineceu presentes, férteis(produção de grãos de pólen e óvulos). Algumas vezes essas flores são

Page 41: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 41

funcionalmente estaminadas (estilete não receptivo) e produzem apenasgrãos de pólen (Fig. 63).

Flor estéril: o ovário e/ou anteras (flores bissexuais ou unissexuais)não produzem óvulos e grãos de pólen respectivamente. Androceu egineceu presentes, porém abortivos.

Flor pistilada (ou feminina): presença apenas do gineceu ou somenteo gineceu fértil (Fig. 40).

Flor estaminada (ou masculina): presença apenas do androceu ousomente as anteras férteis.

Flor neutra: ausência de androceu e gineceu na flor (Fig. 64).

Lacínias

Fig. 63. Flor tubulosa, bissexualsem pápus de Pithecoserispacourinoides

Fig. 64. Flor do raio neutra deBidens sulphurea

Florete: O mesmo que flósculo ou florzinha. Termo utilizado paradesignar as flores de Asteraceae.

Flósculo: Flos (latim)= flor, flor pequena. O mesmo que florete. Termoutilizado para designar as flores de Asteraceae.

Page 42: Caracterização e Morfologia Floral

42 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Grãos de pólen: comumente tricolporados, porados, médios a grandes,geralmente equinados (espinhoso), lofados ou psilados. Observa-se uminteressante sistema de apresentação secundária do grão de pólen. Nesteprocesso, o estilete, ainda com dois lobos do estigma fechados (floresprotândricas), prolonga-se internamente através do tubo das anteras,carregando os grãos de pólen para o exterior do tubo, como num mecanismode êmbolo. A parte receptiva do estigma, ou seja, aquela sobre a qualgerminam os grãos de pólen, localiza-se na face interna dos lobosestigmáticos, que só se abre após a passagem pelo tubo das anteras. Amorfologia do estilete está diretamente associada com a apresentaçãosecundária do grão de pólen (Fig. 65).

Invólucro: conjunto de brácteas involucrais.Invólucro bisseriado: brácteas involucrais arranjadas em duas séries

(Figs. 8, 66)

Fig. 65. Esquema daapresentação secundária dogrão de pólen emAsteraceae.

Page 43: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 43

Invólucro caliculado: presença de calículo (Fig. 11).Invólucro comprimido: formado de 2-8 brácteas involucrais foliáceas

(Figs. 67 e 68)Invólucro eximbricado: as brácteas têm comprimentos semelhantes

que se abrem na maturidade e a maioria ou umas poucas brácteas maisinternas são decíduas (Fig. 8)

Invólucro imbricado: composto de brácteas fortemente sobrepostasem muitas séries de tamanhos gradualmente maiores podendo ser ou nãodecíduas na maturidade (Figs. 69, 70).

Invólucro multisseriado: brácteas involucrais arranjadas em váriasséries (Figs. 69, 70).

Invólucro paucisseriado: brácteas involucrais arranjadas em poucasséries (Figs. 8, 66).

Fig. 66. Invólucro dePorophylllum ruderale

Fig. 67. Capítulo de Delilia biflora

Flor pistilada

Brácteamaior Flor bissexual

Brácteasmenores

Fig. 68. Capítulo de Delilia biflora.Brácteas menores rebatidas.Apenas duas flores por capítulo

Page 44: Caracterização e Morfologia Floral

44 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Invólucro subimbricado: as brácteas são progressivamente maioresem séries sobrepostas, mas pelo menos as séries mais externas se abremmas não caem na maturidade.

Invólucro unisseriado: brácteas involucrais arranjadas em uma série(Figs. 9, 10, 71).

Lacínia: ápice do limbo da corola tubulosa normalmente divididoem 5 partes. O mesmo que lobos da corola (Figs. 41, 63, 91, 92).

Lobos da corola: veja lacínias.Páleas: órgãos laminares, membranosos, em forma de escamas, que

existem no eixo da inflorescência de numerosas Asteraceae (Figs. 13, 96).Representa uma constante na tribo Heliantheae (com poucas exceções) eno gênero Hypochaeris.

Papilho: o mesmo que pápus.

Fig. 69. Invólucro imbricado,multisseriado de Dasyphyllumbrasiliense

Fig. 70. Invólucro imbricado,multisseriado de Pithecoserispacourinoides

Fig. 71. Invólucro unisseriadode Senecio harleyi

Page 45: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 45

Pápus: pappus (latim): tufo apical de tricomas ou cerdas ou apêndiceshomólogos nos frutos de Asteraceae e Valerianaceae (= papilho). No sensoaerodinâmico, a principal função do pápus (e de todas as estruturas envolvidasna dispersão pelo vento de sementes ou frutos) é aumentar a resistênciaentre o ar e o fruto, prolongando o tempo de queda e aumentando a chancedo fruto ser carregado pelas correntes de ar. Segundo Sheldon & Burrows(1973), a efetividade do pápus como uma estrutura facilitadora da dispersãopelo vento é governada não somente por seu tamanho e forma, mas tambémpelo tamanho do fruto e pelos fatores ambientais do habitat.

Pápusplumoso

Páleas

Fig. 72. Cipsela deEmilia fosbergii

Fig. 73. Flor tubulosabissexual deDasyphyllumcandolleanum

Fig. 74. Cipsela deCalea pilosa

Fig. 75. Flor tubulosa bissexualde Scherya bahiensis

Page 46: Caracterização e Morfologia Floral

46 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Os elementos do pápus podem ser livres entre si (Fig. 72) ouconcrescidos em anel na base; podem ser persistentes, totalmente decíduos,apenas as séries mais internas ou as mais externas caducas ou ainda caircomo uma unidade, como ocorre em Wunderlichia mirabilis.

O pápus representa uma das estruturas mais importantes naclassificação das Asteraceae. O tipo mais comum é o cerdoso, que pode sercapilar (Figs. 22, 72), barbelado (Fig. 27), escabroso ou plumoso (Figs. 23,34, 73), dependendo da divergência e alongamento das células quecompõem as cerdas. O pápus pode ser ainda coroniforme (Fig. 75, seta),aristado (Figs. 25, 29, 30, 32, 94, 95) e paleáceo (Figs. 28, 20, 74) ou depáleas aristadas (Fig. 20).

Pápus bi a multisseriado: elementos dispostos em duas ou mais séries(Fig. 76).

Pápus duplo: os elementos são dispostos em duas séries e os externossão mais curtos e diferenciados (Figs. 28, 77, 78).

Pápus heteromorfo: na inflorescência, ocorrem flores com pápusmorfologicamente distintos. Ex. Barnadesia caryophylla (flores do raio =pápus plumoso e flores do disco= pápus rígido) (Figs. 39, 79)

Pápus isomorfo: todas as flores do capítulo apresentam pápusmorfologicamente semelhante.

Pápus simples: elementos iguais entre si. (Figs. 22, 23)Pápus unisseriado: elementos dispostos em uma única série. Ex.

Richterago discoidea (Fig. 80)Pseudanto: nome genérico aplicado a inflorescência condensada em

que muitas flores ficam dispostas de forma a simular uma única flor

Page 47: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 47

Fig. 76. Pápus cerdoso, bisseriado deGochnatia paniculata

Fig. 77. Pápus duplo deCyrtocymura harleyi

Fig. 78. Pápus duplo deDimerostemma episcopale

Fig. 79. Flor do disco bisexual deBarnadesia caryophylla

Fig. 80. Pápus unisseriado deRichterago discoidea

Page 48: Caracterização e Morfologia Floral

48 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

(Weberling, 1989). Os mais comuns são os capítulos, sicônio (Moraceae) eciátio (Euphprbiaceae).

Ramos do estilete: veja estilete.Receptáculo: este termo é restrito à base de cada flor, região na qual

se inserem todos os verticilos florais (Oliveira, 2007).Sinanteria: anteras adnatas (fundidas) entre si, introrsas, formando

um tubo ao redor do estilete e estigma (Figs. 82, 84).Sincefalia: vários capítulos são combinados em uma nova entidade

morfológica, que se assemelha a um único capítulo (Weberling, 1989). Oscapítulos podem ser livres ou fundidos entre si, normalmente envolvidospor brácteas involucrais de segunda ordem (Fig. 15).

Sinflorescência: em Asteraceae, o arranjo dos capítulos na arquiteturafloral tem recebido a mesma definição das famílias cuja unidade básica dainflorescência é uma flor. Por ex., fascículo, umbela, glomérulo, panícula,tirso ou botrióide de capítulos (Figs. 12, 14). Para simplificar as descrições,Bremer (1994) sugere que o arranjo dos capítulos seja descrito como“capítulos corimbosos”, preferencialmente a “capítulos arranjados emcorimbo” ou “capitulescência corimbosa”. O mesmo que capitulescência,segundo Andenberg et al. (2007).

Page 49: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 49

Microfotografias em MO e MEVde Acritopappus (Bautista 2000)

Fig. 81. Apêndice do conectivo (seta) obtuso de A. diamantinicus

Page 50: Caracterização e Morfologia Floral

50 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Fig. 82. Corola aberta e anteras sinânteras de A. morii

Page 51: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 51

Fig. 83. Apêndice do conectivo retuso (seta) de A. micropappus

Page 52: Caracterização e Morfologia Floral

52 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Fig. 84. Conjunto das anteras sinânteras evidenciando os apêndices apicais obtusos (seta) de A. jacobaeus

Page 53: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 53

Fig. 85. Capítulo solitário de A. buiquensis. Note invólucro 3-seriado (losango) e a páleas (asterisco)

Page 54: Caracterização e Morfologia Floral

54 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Fig. 86. Carpopódio de A. micropappus

Page 55: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 55

Fig. 87. Colar da antera (seta) de A. diamantinicus

Page 56: Caracterização e Morfologia Floral

56 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Fig. 88. Corola tubulosa de A. micropappus evidenciando os estames sinânteros e ramos de estilete

Page 57: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 57

Fig. 89. Parte superior do ovário, nectário (seta) envolvendo a base do estilete de A. pintoi

Page 58: Caracterização e Morfologia Floral

58 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Fig.90. Nectário (seta) envolvendo a porção basal do estilete de A. jacobaeus

Page 59: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 59

Fig. 91. Parte superior da corola (com as lacínias, seta) e ramos do estilete clavados de A. buiquensis

Page 60: Caracterização e Morfologia Floral

60 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Fig. 92. Face interna papilosa da lacínia (lobo da corola de A. buiquensis)

Page 61: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 61

Fig. 93. Parte basal dos ramos do estilete, evidenciando duas linhas paralelas depapilas estigmáticas em A. diamantinicus

Page 62: Caracterização e Morfologia Floral

62 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Fig. 94. Cipsela com pápus aristado de A. longifolius. Observe uma única semente no fruto

Page 63: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 63

Fig. 95. Detalhe das aristas fundidas do pápus de A. pereirae

Page 64: Caracterização e Morfologia Floral

64 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Fig. 96. Eixo da inflorescência paleáceo (pálea, seta) de A. buiquensis

Page 65: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 65

REFERÊNCIAS

ANDENBERG, A.A., BALDWIN, B.G., BAYER, R.G., BREITWIESER, J.,JEFFREY, C., DILLON, M.O., ELDEÑAS, P., FUNK, V., GARCIA-JACAS, N.,HIND, D.J.N., KARIS, P.O., LACK, H.W., NESON, G., NORDENSTAM, B.,OBERPRIELER, CH., PANERO, J.L., PUTTOCK, C., ROBINSON, H.,STUESSY, T.F., SUSANNA, A., URTUBEY, E., VOGT, R., WARD, J. &WATSON, L.E. 2007. Compositae. Pg. 61- 588. In: J.W. Kadereit & C.Jeffrey (Eds.). Flowering Plants Eudicots Asterales, Vol. VIII. The Familiesand Genera of Vascular Plants, K. Kubitzki (Ed.). Springer – Verlag.

BARROSO, G.M.; PEIXOTO, A.L.; COSTA, C.G.; ICHASO, C.L.F.;GUIMARÃES, E.F.; LIMA, H.C. de. 1991. Sistemática de Angiospermas doBrasil. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa. v.3. pp. 237-315.

BAUTISTA, H.P. 2000. Sistemática e filogenia de um gênero endêmico doBrasil: Acritopappus R.M.King & H.Rob. (Asteraceae, Eupatorieae). Tesede Doutorado, Universidade de Santiago de Compostela, Espanha.

BENTHAM, G. 1873. Notes on the classification, history and geographicaldistribution of the Asteraceae. J. Linn. Soc., Bot. 13: 335-577.

BREMER, K. 1994. Asteraceae - Cladistics & Classification. Timber Press-Portland, Oregon.

BREMER, K. 1996. Major clades and grades of the Asteraceae. Pg. 1-7In D.J.N. Hind & H.J. Beentje, eds., Asteraceae: systematics,Proceedings of the International Asteraceae Conference, Kew, 1994, vol.1 (D.J.N. Hind, Editor-in-Chief), Royal Botanic Gardens, Kew.

BREMER, K. & JANSEN, R.K. 1992. A new subfamily of the Asteraceae.Ann. Missouri Bot. Gard. 79: 414-415.

CASSINI, H. 1816. Tableau exprimant les affinités des tribus naturellesde famille des Synanthérées. In Dictionnaire dês Sciences Naturelles,vol. 3. Ed. G. Cuvier. 2nd ed. Paris: Le Normant.

Page 66: Caracterização e Morfologia Floral

66 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

CRONQUIST, A. 1988. The evolution and classification of floweringplants, 2.ed., Columbia University Press, New York.

GIULIETTI, A.M.; MENEZES, N.L.; PIRANI, J.R.; MEGURO, M. &WANDERLEY, G.L. 1987. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais:caracterização e lista de espécies. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 9: 1-151.

GIULIETTI, A.M. & PIRANI, J.R. 1997. Espinhaço range region, easternBrazil. In: S.D. Davis, V.H. Heywood, O. Herrera-MacBryde, J. Villa-Lobos & A.C. Hamilton (eds.). Centres of plant diversity: a guide andstrategy for their conservation. V. 3, The Americas, pp. 397-404, WorldWide Fund For Nature (WWF) & The World Conservation Union (IUCN),Cambridge.

GUEDES, M.L.S. & ORGE, M.D.R. 1988. Checklist das espécies vascularesdo morro do Pai Inácio (Palmeiras) e Serra da Chapadinha (Lençóis)Chapada Diamantina, Bahia – Brasil. Universidade Federal da Bahia,Salvador.

GUEDES, M.L.S.; HARLEY, R.M.; GIULIETTI, A.M.; CARVALHO, A.M.V.;BAUTISTA, H.P.; MELO, E. & FUNCH, R. 1999. Diversidade florística edistribuição das plantas da Chapada Diamantina, Bahia. In: F.D. deAraújo, H.D.V. Prendergast & S.J. Mayo (eds.). Plantas do nordeste:anais do workshop. pp. 76-82, Royal Botanic Gardens, Kew.

HARLEY, R.M. & SIMMONS, N.A. 1986. Flórula de Mucugê – ChapadaDiamantina – Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, Kew.

HIND, D. J. N. 1995. Compositae. In: B. L. Stannard (ed.). Flora of thePico das Almas, Chapada Diamantina, Bahia, Brazil. Royal BotanicGardens, Kew, p. 175-278.

JANSEN, R.K. & PALMER, J.D. 1987. A chloroplast DNA inversion marksand ancient evolutionary split in the sunflower family (Asteraceae).Evolution 84: 5818-5822.

Page 67: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 67

KIM, K.-J. & JANSEN, R.K. 1995. ndhF sequence evolution and the majorclades in the sunflower family. Proceedings of the National Academy ofSciences of the United States of America 92: 10379-10383.

KING, R.M. & ROBINSON, H. 1987. The genera of The Eupatorieae(Asteraceae). Missouri Botanical Garden.

LINNEU, C. 1753. Species plantarum. 2 Volumes. Stockholm.

MATZENBACHER, N.I. 1998. Glossário. In: O complexo “Senecionoide”(Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul- Brasil. Tese deDoutorado, Porto Alegre, RS.

NAKAJIMA, N.J. & SEMIR, J. 2001. Asteraceae do Parque Nacional daSerra da Canastra, Minas Gerais, Brasil. Revta. Brasil. Bot. 24(4): 471-478.

OLIVEIRA, D.M.T. 2007. Frutos de Asteraceae: contribuição anatômica eontogenética para a resolução de problemas. In: Simpósio de Estudosmultidisciplinares em Asteraceae. 58º Congresso Nacional de Botânica

PANERO, J.L. & FUNK, V.A. 2002. Toward a phylogenetic subfamilialclassification for the Asteraceae (Asteraceae). Proceedings of theBiological Society of Washington 115(4): 909-922.

PIRANI, J.R., MELLO-SILVA, R. & GIULIETTI, A.M. 2003. Flora de Grão-Mogol, Minas Gerais, Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo 21(1): 1-24.

PRUSKI, J. F. & SANCHO, G. 2004. Asteraceae or Compositae. In: Smith,N., Mori, S.A., Hendersib, A. Stevenson D.W. & Heald, S.V. (eds).Flowering Plants of the Neotropics, pg. 33-39.

ROBINSON, H. 1999. Generic and subtribal Classification of AmericanVernonieae. Smithsonian Contributions to Botany 89: 1-116.

SCHIMIDT, G. & SCHILLING, E. 2000. Phylogeny and biogeography ofEupatorium (Asteraceae: Eupatorieae) based on nuclear ITS sequencedata. Amer. J. Bot. 87(5): 716-726.

Page 68: Caracterização e Morfologia Floral

SEMIR, J. 1991. Revisão taxonômica de Lychnophora Mart. (Vernonieae:Compositae). Tese de Doutorado, Instituto de Biologia, Universidade Estadual deCampinas, Campinas, SP.

SHELDON, J. C.; BURROWS, F. M. 1973. The dispersal effectiveness of theachene-apappus units of selected composital in steady winds with convection.New Phytology 72: 665-675.

SPJUT, R.W. 1994. A systematic treatment of fruit types. Mem. N. Y. Bot. Gar.70, 182p, Bronx, New York.

STEARN, W.T. 1998. Botanical Latin, David & Charlesm 4ª edição, 546 p.

WEBERLING, F. 1989. Morfology of flower and inflorescences. CambridgeUniversity Press, Cambridge.

WILSON, E. O. 1986. Biodiversity. National Academy Press, Washington.

ZAPPI, D.C.; LUCAS, E.;STANNARD, B.L.; LUCHADHA, E.N.; PIRANI, J.R.;QUEIROZ, L.P.; ATKINS, S.; HIND, D.J.N.; GIULIETTI, A.M.; HARLEY, R.M.;CARVALHO, A.M. 2003. Lista das plantas vasculares de Catolés, ChapadaDiamantina, Bahia, Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo 21(2): 251-400.

Page 69: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 69

ÍNDICE DE NOMES CIENTÍFICOS

Acanthospermum australe (Loeft.) Kuntze. 31

Acritopappus buiquensis Bautista & D.J.N. Hind. 51,54,56

Acritopappus diamantinicus Bautista, S.Ortiz & Rodr-Oubiña. 49,52,55

Acritopappus jacobaeus Bautista, S.Ortiz & Rodr-Oubiña. 50,53

Acritopappus longifolius (Gardner) R.M.King & H. Rob. 55

Acritopappus micropappus (Baker) R.M.King & H. Rob. 50,51,52

Acritopappus morii R.M. King & H. Rob. 49

Acritopappus pereirae Bautista, S.Ortiz & Rodr-Oubiña. 56

Acritopappus pintoi Bautista & D.J.N. Hind. 53

Adenostemma brasilianum Cass. 24

Ageratum conyzoides L. 29

Baccharis dracunculifolia DC. 36

Barnadesia caryophylla (Vell.) Blake. 33,47

Bidens pilosa L. 31

Bidens sulphurea Sch. Bip. 23,31,38,39,41

Blainvillea rhomboidea Cass. 30

Calea pilosa L. 45

Centratherum punctatum L. 30,38

Chaptalia integerrima (Vell.) Burkart 32,35

Page 70: Caracterização e Morfologia Floral

70 | N Á D I A R O Q U E & H O R T E N S I A B A U T I S T A

Cirsium vulgare (Sav.) Ten. 37

Cyrtocymura harleyi (H.Rob.) H.Rob. 47

Dasyphyllum brasiliense (Spreng.) Gardner. 44

Dasyphyllum candolleanum (Gardner) Cabrera. 45

Dasyphyllum sprengelianum (Gardner) Cabrera. 21

Delilia biflora L. 43

Dimerostemma episcopale (H.Rob.) H.Rob. 47

Emilia fosbergii Nicolson. 24,45

Erechtites valerianifolius (Link ex Spreng.) DC. 25

Eremanthus incanus (Less.) Less. 26

Gochnatia oligocephala (Gardner) Cabrera. 30

Gochnatia paniculata (Less.) Cabrera. 37,47

Mikania ternata (Vell.) B.L.Rob. 37

Paralychnophora atkinsieae D.J.N.Hind. 26

Pectis brevipedunculata Sch. Bip. 38

Pithecoseris pacourinoides Mart. ex DC. 33,36,39,41,44

Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. 43

Richterago conduplicata Roque (desenho de Rogério Lupo). 28

Richterago discordea (Less.) Kuntze.

Richterago polyphylla (Baker) Ferreyra (desenho de Rogério Lupo). 25

Scherya bahiensis R.M.King & H.Rob. 23,24,37,45

Senecio harleyi D.J.N.Hind. 44

Page 71: Caracterização e Morfologia Floral

A S T E R A C E A E C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E M O R F O L O G I A F L O R A L | 71

Sonchus oleaceus L. 29

Sphagneticola trilobata (L.) Pruski. 33,34

Stilpnopappus semirianus R.L.Esteves. 31

Stylotrichium corymbosum Mattf. 38

Tagetes minuta L. 38

Tilesia baccata (L.) Pruski. 30

Trichogonia campestris Gardner.

Trichogonia cinerea (Gardner) R.M.King & H.Rob. 29,34,36

Trichogonia heringeri R.M.King & H.Rob. 32

Trichogonia prancii G.M.Barroso. 23,28,29,40

Trichogonia villosa (Spreng.) Sch. Bip. ex Baker. 36

Trixis vauthieri DC. 33,38

Verbesina diversifolia DC. 31

Page 72: Caracterização e Morfologia Floral
Page 73: Caracterização e Morfologia Floral

Formato

Tipologia

Papel

Impressão

Capa e Acabamento

Tiragem

19 x 19 cm

Chianti BT 11/15 (texto)Trajan (títulos)

Couchê Fosco 90 g/m2 (miolo)Cartão Supremo 300 g/m2 (capa)

Setor de Reprografia da EDUFBA

Bigraf

500

COLOFÃO