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1 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DA BACIA DO RIO DOCE: IDENTIFICAÇÃO DE GRUPOS ESTRATÉGICOS POR MEIO DE ANÁLISE MULTIVARIADA Paulo Ricardo da Costa Reis Suely de Fátima Ramos Silveira Ivy Silva Costa Resumo Em Minas Gerais coexistem, em um mesmo espaço, localidades com alto dinamismo econômico e favoráveis indicadores sociais e localidades com elevado grau de pobreza e baixíssimo desenvolvimento social. A existência destas disparidades leva à necessidade da formulação e implementação de políticas públicas pautadas no princípio da equidade, que possam promover o desenvolvimento considerando as peculiaridades regionais. Assim, este trabalho teve como objetivo identificar características relevantes para a construção de agrupamentos estratégicos de municípios que apresentem características e potenciais comuns na bacia do rio Doce. A o referencial teórico abrangeu políticas públicas e focalização e desenvolvimento regional. Para o alcance dos objetivos, utilizou-se da abordagem multivariada de dados. Como resultados da pesquisa, identificou-se a formação de cinco fatores, a partir dos quais formou-se cinco grupos de municípios com perfis semelhantes entre si e diferentes entre grupos. Assim, o presente estudo identificou informações preliminares relevantes que contribuem para a formulação de políticas públicas e privadas que tenham como foco o desenvolvimento regional da bacia do rio Doce. Palavras-chave: Caracterização Socioeconômica; bacia do rio Doce; Políticas públicas. 1 INTRODUÇÃO A bacia hidrográfica do rio Doce está localizada na região Sudeste, com área de drenagem de aproximadamente 86.715 Km 2 , estendendo-se pelos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. Em sua área estão 230 municípios, sendo 30 localizados no estado do Espírito Santo e 200 no estado de Minas Gerais. Em 2007, a bacia do rio Doce possuía uma população de aproximadamente 3,8 milhões de habitantes, com uma taxa de urbanização de 73,47% e densidade demográfica de 45,96 hab/km². As principais atividades econômicas na região da bacia são a siderurgia e a mineração. Destacam-se a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, a ACESITA e a USIMINAS, e também as principais empresas mineradoras, como a Companhia Vale do Rio Doce – VALE e a Samarco. A indústria de celulose também está presente na região, onde empresas reflorestadoras cultivam o eucalipto para o fornecimento de madeira para alimentar essa indústria, bem como os auto-fornos das empresas siderúrgicas. Outras atividades industriais também estão presentes na região, como a indústria moveleira, a de alimentos e a do vestuário. A atividade agropecuária também se destaca na região que, devido às suas características físicas e climáticas, apresenta estrutura agrária baseada na pequena e média propriedade, cuja produção agrícola está voltada para o cultivo de café e mamão, além da suinocultura e da produção leiteira.

CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DA BACIA DO RIO … · às características geográficas e físicas, e por coexistirem na região da bacia do rio Doce sérias desigualdades econômicas

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CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DA BACIA DO RIO DOCE: IDENTIFICAÇÃO DE GRUPOS ESTRATÉGICOS POR MEIO DE ANÁLISE

MULTIVARIADA

Paulo Ricardo da Costa Reis

Suely de Fátima Ramos Silveira Ivy Silva Costa

Resumo

Em Minas Gerais coexistem, em um mesmo espaço, localidades com alto dinamismo econômico e favoráveis indicadores sociais e localidades com elevado grau de pobreza e baixíssimo desenvolvimento social. A existência destas disparidades leva à necessidade da formulação e implementação de políticas públicas pautadas no princípio da equidade, que possam promover o desenvolvimento considerando as peculiaridades regionais. Assim, este trabalho teve como objetivo identificar características relevantes para a construção de agrupamentos estratégicos de municípios que apresentem características e potenciais comuns na bacia do rio Doce. A o referencial teórico abrangeu políticas públicas e focalização e desenvolvimento regional. Para o alcance dos objetivos, utilizou-se da abordagem multivariada de dados. Como resultados da pesquisa, identificou-se a formação de cinco fatores, a partir dos quais formou-se cinco grupos de municípios com perfis semelhantes entre si e diferentes entre grupos. Assim, o presente estudo identificou informações preliminares relevantes que contribuem para a formulação de políticas públicas e privadas que tenham como foco o desenvolvimento regional da bacia do rio Doce.

Palavras-chave: Caracterização Socioeconômica; bacia do rio Doce; Políticas públicas.

1 INTRODUÇÃO

A bacia hidrográfica do rio Doce está localizada na região Sudeste, com área de

drenagem de aproximadamente 86.715 Km2, estendendo-se pelos estados de Minas Gerais e

do Espírito Santo. Em sua área estão 230 municípios, sendo 30 localizados no estado do

Espírito Santo e 200 no estado de Minas Gerais. Em 2007, a bacia do rio Doce possuía uma

população de aproximadamente 3,8 milhões de habitantes, com uma taxa de urbanização de

73,47% e densidade demográfica de 45,96 hab/km².

As principais atividades econômicas na região da bacia são a siderurgia e a mineração.

Destacam-se a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, a ACESITA e a USIMINAS, e

também as principais empresas mineradoras, como a Companhia Vale do Rio Doce – VALE e

a Samarco. A indústria de celulose também está presente na região, onde empresas

reflorestadoras cultivam o eucalipto para o fornecimento de madeira para alimentar essa

indústria, bem como os auto-fornos das empresas siderúrgicas.

Outras atividades industriais também estão presentes na região, como a indústria

moveleira, a de alimentos e a do vestuário. A atividade agropecuária também se destaca na

região que, devido às suas características físicas e climáticas, apresenta estrutura agrária

baseada na pequena e média propriedade, cuja produção agrícola está voltada para o cultivo

de café e mamão, além da suinocultura e da produção leiteira.

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A participação da economia dos municípios da bacia no PIB total de Minas Gerais e

Espírito Santo em 2006 foi de 13,71%. A estrutura do PIB total dos municípios que compõem

a bacia, segundo os setores de atividade econômica, está assim distribuída: 8,83%

agropecuária, 34,71% indústria, 47,34% serviços, outros 9,11%. No período de 2003 a 2006 o

PIB da bacia apresentou um crescimento de 23,43%, na avaliação setorial o setor Industrial

cresceu 30,48%, seguido do setor Serviços que aumentou 22,11% e o Agropecuário com

crescimento de 10,30% (IPEADATA, 2007).

Percebe-se, pelo número de municípios e regiões nos estados de Minas Gerais e

Espírito Santo, que a bacia do rio Doce abrange uma região com rica base de recursos

naturais. Ainda assim, de um lado observa-se a presença de um grande número de municípios

de pequeno porte com baixo desenvolvimento e que têm na administração pública e

agropecuária suas principais fontes de renda; de outro, estão os municípios de maior porte

com atividade industrial desenvolvida e que constituem pólos econômicos regionais. Devido

às características geográficas e físicas, e por coexistirem na região da bacia do rio Doce sérias

desigualdades econômicas e sociais entre regiões que a integram e seus municípios, a

relevância do papel desempenhado pelo estado e pelos atores sociais na formulação de

políticas públicas em favor da equalização da renda concomitante ao desenvolvimento

econômico é primordial. Entretanto, são impostos grandes desafios aos governos para

implementação de políticas públicas e de seu gerenciamento de forma a também estimular a

participação do setor privado, promovendo o desejável desenvolvimento regional sustentável.

De acordo com Teixeira (2008), as políticas voltadas para o desenvolvimento regional

e local a partir da dinamização de aglomerações produtivas especializadas (clusters) vêm

sendo amplamente difundidas em vários países da América Latina e em vários estados e

municípios brasileiros. As políticas voltadas para a promoção de grupos estratégicos (clusters)

adotam, em geral, uma perspectiva local do desenvolvimento, constituindo-se em alternativa

às políticas voltadas, exclusivamente, para o crescimento econômico. Os objetivos vão além

da acumulação e concentração do capital, ao contemplar ações que contribuam para erradicar

a pobreza e diminuir as desigualdades existentes (TEIXEIRA, 2008).

A política de investimento em infra-estrutura torna-se relevante para uma região, por

criar condições favoráveis à formação de aglomerações produtivas locais, além de atrair o

capital privado. No entanto, este investimento de forma isolada não é suficiente para criar um

processo dinâmico de endogeneização do excedente econômico local, bem como para atrair

excedentes de outras regiões, que proporcionariam a ampliação das atividades econômicas, do

emprego, da renda (AMARAL FILHO, 2001).

3

O presente artigo considera o fato de que os municípios que compõem a bacia do rio

Doce possuem realidades socioeconômicas muito diferentes entre si, a começar pelo tamanho

populacional. A partir disto, tem-se como objetivo identificar características relevantes para a

formulação e implementação de políticas públicas, visando construir agrupamentos

estratégicos de municípios que apresentem características e potenciais em comum para a

promoção do desenvolvimento regional da bacia do rio Doce.

A importância deste estudo reside no fato de que um diagnóstico analítico e descritivo

das características dos municípios e das populações de uma determinada região revela-se uma

etapa fundamental para aportar conhecimentos que possam ser úteis ao planejamento,

implementação e avaliação de políticas públicas que visem promover o desenvolvimento de

uma região.

Este artigo está estruturado em cinco seções. Além desta, introdutória, tem-se a seção

dois que apresenta o referencial teórico, a qual abrange políticas públicas, focalização e

desenvolvimento regional. A terceira compreende os procedimentos metodológicos, a quarta a

apresenta os resultados da pesquisa e, a quinta seção, as considerações finais.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Políticas Públicas e Focalização

A partir do aprofundamento e da expansão do processo democrático, a sociedade

passou a exigir seus direitos e as responsabilidades do Estado se diversificaram, o que fez

com que o país buscasse um sistema institucional mais democrático com justiça social,

especialmente no que se refere às necessidades de transformações estruturais que venham a

diminuir as desigualdades e as injustiças na distribuição da riqueza, da renda e do poder

(MATIAS-PEREIRA, 2008).

Assim, para alcançar resultados em diversas áreas, produzir bem-estar social e

promover o desenvolvimento socioeconômico, torna-se relevante a formulação de políticas

públicas pelo governo. As políticas públicas podem ser entendidas como o resultado da

atividade política, a qual corresponde ao “conjunto de procedimentos formais e informais que

expressam relações de poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a

bens públicos” (RUA, 1998, p.1).

De acordo com Peters (1986) apud Souza (2006, p.5), política pública corresponde “a

soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que

influenciam a vida dos cidadãos”. Assim, infere-se que as políticas públicas representam

decisões do governo a respeito de situações-problemas que adquirem relevância de ação do

4

ponto de vista político e administrativo. Nesse contexto, ressalta-se que o Estado cria políticas

públicas em resposta às necessidades da sociedade e de si próprio. De acordo com Dantas

(2005), a política pública representa um curso de ação do Estado, orientado por determinados

objetivos, refletindo ou traduzindo um jogo de interesses que busca, ao mesmo tempo,

“colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação e, quando necessário, propor mudanças

em seu rumo.

No entanto, enfatiza-se que a formulação de diversas políticas públicas sociais não têm

sido eficazes na eliminação ou na redução da pobreza e da desigualdade, o que, de acordo

com Fernandes e Pazello (2001), não corresponde a um problema de falta de recursos, mas

sim do desenho delas, já que muitas políticas sociais encontram-se mal focalizadas. Estes

mesmos autores argumentam que a má focalização faz com que uma parcela significativa da

população, a qual necessitava ser beneficiada por determinada política, esteja mal assistida e,

ao mesmo tempo, parcela que não apresenta tanta necessidade acabam sendo favorecida por

tais benefícios da política.

Pode-se dizer que o fato mencionado acima também ocorre quando se desenvolve

políticas públicas para uma determinada região que é composta por municípios que

apresentam características peculiares. Assim, Tavares (2006) argumenta que ao se buscar

desenvolvimento local e melhor qualidade de vida, a descentralização administrativa,

estabelecida na Constituição de 1988, apresenta um papel importante para o alcance dos

objetivos mencionados anteriormente.

Ainda de acordo com Tavares (2006), as políticas públicas se caracterizam como

ferramenta essencial para o desenvolvimento local, visto que correspondem a ações de

governo constituídas em legislações específicas e em processos de debate com a população.

2.2 Desenvolvimento Regional

A princípio, torna-se relevante mencionar que o desenvolvimento regional, neste

artigo, deve ser entendido também como desenvolvimento local, territorial ou endógeno. De

acordo com Benko (1996) apud Tavares (2006, p.19), este novo paradigma de

desenvolvimento se opõe àquele determinado pelo poder central, pela rigidez das formas de

organização clássica e pelas estratégias rígidas e centralizadas. Sua principal característica é a

flexibilização, visto que corresponde a “uma estratégia de diversificação e enriquecimento das

atividades sobre um dado território, com base na mobilização de seus recursos (naturais,

humanos e econômicos) e de suas energias”.

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Boisier (1989) considera o desenvolvimento de uma região como um fenômeno

diferente do simples crescimento, visto que aquele implica na capacidade de internalizar

regionalmente o próprio crescimento. Ou seja, o processo de desenvolvimento regional ocorre

a partir do momento em que as regiões são capazes de reter e reinvestir em si próprias parcela

significativa do excedente gerado pelo seu crescimento econômico e desenvolvimento

anteriores. Assim, uma região em processo de desenvolvimento será capaz de endogeneizar

algumas variáveis que eram exógenas ao seu processo de crescimento.

Costa (2006) argumenta que o desenvolvimento só será verdadeiro se for sustentável,

ou seja, para se ter um verdadeiro desenvolvimento deve-se haver a promoção humana nos

aspectos econômico, social, político, ambiental e cultural. Essa concepção de

desenvolvimento demonstra a importância das regiões e municípios, pois eles devem buscar

formular políticas públicas que visam a sustentabilidade. Leff (2003) apud Tavares (2006,

p.19) enfatiza que “o desafio da sustentabilidade é pensar as singularidades e diversidades

locais, construindo uma racionalidade capaz de integrar as suas diferenças”.

Para Haddad (2004, p.7 e 34), “o desenvolvimento é sustentável quando se consegue,

em sua concepção e implementação, um equilíbrio entre crescimento econômico sustentado,

melhor distribuição de renda e riqueza e qualidade adequada do meio ambiente”. A partir

disto, o autor considera que o desenvolvimento de um município depende, basicamente, da

sua capacidade de organização social, a qual integra o aumento da autonomia no processo de

tomada de decisão, uma maior capacidade para reter e reinvestir o excedente econômico

gerado em nível local, um processo crescente de inclusão social e outro “permanente de

conservação e preservação do meio ambiente microrregional”.

Botega et al.(2006) enfatiza que o planejamento regional é fundamental para o alcance

de um desenvolvimento regional sustentável, pois aquele busca controlar as ações a serem

desempenhadas para que este se dê de forma eficiente e eficaz.

Segundo Oliveira e Lima (2003), no longo prazo, o desenvolvimento de uma região é

resultado da relação de interdependência da alocação de recursos (disponibilidade de recursos

nacionais e estaduais para a região – força exógena), da política econômica (efeitos das

políticas macroeconômicas e setoriais – força exógena) e da ativação social da população

local (força endógena).

Lopes (2001) menciona alguns aspectos fundamentais para o desenvolvimento

regional, como: a caracterização do todo (o País, o Estado) sem negligenciar as características

das partes (as regiões); a determinação das relações entre o todo e as partes e entre as partes; e

o conhecimento das relações dentro de cada parte. A partir disto, argumenta-se que estes

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aspectos devem ser considerados ao se buscar o desenvolvimento regional para que se possa

evitar que o bem-estar para algumas regiões corresponda ao mal-estar para outras.

3 METODOLOGIA

3.1 Área de Estudo e Fonte de Dados

A bacia do rio Doce, integrando a região hidrográfica do Atlântico Sudeste, abrange

230 municípios, sendo 30 nos estados do Espírito Santo e 200 em Minas Gerais. Na área da

bacia do rio Doce, em 2007, residiam aproximadamente 3,8 milhões de habitantes, cuja

população urbana constitui 73,47% da população total. Os municípios com menos de 20 mil

habitantes correspondem a cerca de 90% do total de municípios que integram a região.

Para a caracterização socioeconômica da bacia do rio Doce foram utilizados dados

secundários, provenientes de pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e Censos Demográficos),

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep Ministério da

Educação – MEC; Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipeadata); Ministério da Saúde

(Datasus); Mistério do Trabalho e Emprego (Rais/Caged) e Federação das Indústrias do

Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

3.2 Análise Fatorial Exploratória

A análise fatorial exploratória (AFE) é um conjunto de técnicas estatísticas que

procura explicar a correlação entre as variáveis observadas, simplificando os dados através da

redução do número de variáveis necessárias para descrevê-los (PESTANA e GAGEIRO,

2005).

Mingoti (2005) afirma que o objetivo da análise fatorial é descrever o comportamento

de determinado conjunto de variáveis, a partir da estrutura de dependência entre elas, por

meio de um número menor de variáveis denominadas fatores. As variáveis mais

correlacionadas se combinam num mesmo fator, sendo estas independentes daquelas que

compõem outro fator, ou seja, os fatores não são correlacionados entre si.

Para realização da Análise Fatorial utilizou-se o método de extração de fatores

denominado Método das Componentes Principais (com rotação ortogonal, de modo a serem

independentes uns dos outros), o método de rotação escolhido foi o Varimax. O método dos

componentes principais faz com que o primeiro fator contenha o maior percentual de

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explicação da variância total, o segundo fator tenha o segundo maior percentual e, assim,

sucessivamente.

O modelo fatorial obtido após uma AFE explicita, teoricamente, a estrutura de fatores

latentes responsáveis pelas correlações observadas entre as variáveis originais.

Naturalmente, o modelo assume que existe um número de fatores inferiores ao número

de variáveis originais, que são capazes de explicar uma porcentagem elevada da variância

total das variáveis originais. As regras do eigenvalue (raiz característica) superior a um e

Scree-plot são geralmente utilizadas para decidir o número mínimo de fatores necessários

para explicar uma proporção considerável da variância total dos dados originais. Contudo,

estas regras apenas ajudam a selecionar os fatores necessários para explicar a variância-

covariância observada e nada dizem sobre a qualidade do modelo fatorial deduzido

(MAROCO, 2007).

Para avaliar a validade da AFE, utilizou-se o critério Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), o

Teste de Bartlett e a percentagem de variância total. O KMO e o Teste de Bartlett são dois

procedimentos estatísticos que permitem medir a qualidade das correlações entre as variáveis,

de modo a prosseguir com a análise fatorial.

3.3 Análise de Clusters

Após a redução dos fatores, foi realizada a análise de cluster, técnica exploratória de

análise multivariada, que permite agrupar sujeitos ou variáveis em grupos homogêneos

relativamente a uma ou mais características comuns. Na análise de clusters, os agrupamentos

de sujeitos ou variáveis é alcançado a partir de medidas de semelhança ou medidas de

dissemelhança (distância) entre, inicialmente, os sujeitos e, mais tarde, entre os

conglomerados usando técnicas hierárquicas ou não-hierárquicas de agrupamentos

(MAROCO, 2007). Segundo Hair et al. (2005) se a análise for bem sucedida os objetos dentro

dos mesmos conglomerados estarão muito próximos e os objetos em diferentes clusters

estarão muito distantes.

Análise de Clusters tem como objetivo dividir os elementos da amostra em grupos, de

forma que os elementos pertencentes a um mesmo grupo sejam similares entre si com respeito

às variáveis que neles foram medidas, e os elementos em grupos diferentes sejam

heterogêneos em relação a estas mesmas características. São muitos os usos da análise de

clusters, uma delas é na geografia, na classificação de cidades ou regiões de acordo com as

variáveis físicas, econômicas e sociais, dentre outras (MINGOTI, 2005).

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Existem basicamente duas técnicas de análise de clusters: o agrupamento hierárquico e

o agrupamento não-hierárquico. O primeiro método permite a obtenção de clusters, quer de

objetos quer para variáveis, enquanto o segundo método é apenas válido para obtenção de

clusters de sujeitos (MAROCO, 2007). Os métodos não-hierárquicos destinam-se a agrupar

os objetos num conjunto de grupos, que deve ser previamente definido pelo analista. Já os

procedimentos hierárquicos recorrem a passos sucessivos de agregação dos sujeitos, na

formação de uma estrutura hierárquica, podendo seguir a via aglomerativa ou, pelo contrário,

a via divisível.

Neste trabalho utilizou-se o método hierárquico aglomerativo de Ward. O

procedimento básico consiste em computar uma matriz de distância ou similaridade entre os

indivíduos, a partir da qual se inicia um processo de sucessivas fusões destes, com base na

proximidade ou similaridade entre eles. Como medida de semelhança entre as observações

utilizou-se o quadrado da distância euclidiana.

4 RESULTADOS

Considerando as diferentes realidades socioeconômicas existente entre os municípios

da bacia do rio Doce, a começar pelo tamanho populacional. Este artigo, buscou realizar um

diagnóstico analítico e descritivo das características municipais, com objetivo de construir

agrupamentos estratégicos de municípios que apresentem características e potenciais em

comum para a promoção do desenvolvimento regional da bacia do rio Doce.

Visando agrupar as variáveis selecionadas, realizou-se o procedimento de análise

fatorial. A Tabela 1 apresenta as estatísticas descritivas das variáveis utilizadas na análise

fatorial.

Tabela 1 – Variáveis Utilizadas na Construção dos Fatores Estratégicos

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Média Desv. Padrão Assimetria CurtoseEmpregos Formais Administração Pública (RAIS/2007) 513 839 4,61 24,71

Empregos Formais Agropecuária (RAIS/2007) 157 353 9,84 122,81

Empregos Formais Comércio (RAIS/2007) 532 1.711 6,02 43,09

Empregos Formais Construção Civil (RAIS/2007) 164 705 8,21 85,18

Empregos Formais Extrativa Mineral (RAIS/2007) 77 767 14,74 220,88

Empregos Formais Indústria de Transformação (RAIS/2007) 475 1.832 6,65 53,15

Empregos Formais Serviços Industriais de Utilidade Pública (RAIS/2007) 15 82 8,94 92,26

Empregos Formais Serviços (RAIS/2007) 571 1.878 5,82 41,45

IDEB (4ª Série) (INEP, 2007) 4,30 0,58 -0,05 0,07

IDEB (8ª Série) (INEP, 2007) 3,65 0,50 -0,02 -0,02

IFDM Educação (IPEA, 2005) 0,64 0,07 0,06 -0,01

IFDM Emprego e Renda (IPEA, 2005) 0,39 0,14 1,14 2,30

IFDM Saúde (IPEA, 2005) 0,70 0,09 -0,48 0,13

Média Anual de Cons. Médicas nas Espec. Básicas/Hab. (DATASUS, 2005) 1,80 0,87 0,72 0,54

Média Mensal de Visitas Domiciliares/Família (DATASUS, 2005) 0,52 0,42 0,71 -0,10

PIB Municipal Agropecuária R$ de 2000(mil) (IPEA, 2006) 8.362,15 13.883,98 5,13 33,68

PIB Municipal Impostos Sobre Produtos R$ de 2000(mil) (IPEA, 2006) 8.624,74 33.931,86 8,30 85,90

PIB Municipal Indústria R$ de 2000(mil) (IPEA, 2006) 32.867,63 141.049,09 6,94 56,60

PIB Municipal per capita - R$ mil (IPEA, 2006) 3,57 2,85 3,93 20,70

PIB Municipal Serviços R$ de 2000(mil) (IPEA, 2006) 44.826,40 118.427,47 5,85 41,54

População Rural Recenseada (IBGE, 2007) 4.353 4.055 3,74 24,68

População Urbana Recenseada (IBGE, 2007) 12.060 27.499 5,36 35,04

Proporção da população coberta pelo PSF (DATASUS, 2005) 78,41 28,34 -0,68 0,41 Fonte: Resultados da pesquisa.

A análise exploratória dos dados permite compreender, descrever e resumir o

comportamento dos dados utilizados visando conhecer suas características importantes. Os

valores elevados do desvio padrão de variáveis relacionadas a emprego, produto interno bruto

e população demonstram a existência de diferenças acentuadas entre os dados dos municípios

que compõem a área de estudo.

A análise fatorial resultou na extração de cinco fatores. Os cinco fatores apresentam

raízes características (eigenvalue) superiores a um e respondem por uma quantidade aceitável

de variância, que explicam 75,31% da variância total, (44,6% Fator 1, 10,6% Fator 2, 8,4%

Fator 3, 6,6% Fator 4 e 5,1% Fator 5).

A validade da AFE foi avaliada por meio do teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), com

coeficiente de 0,839 e nível de significância de 0,000 pelo Teste de Barlett, o que pode ser

considerado como uma boa recomendação para proceder a AFE.

Em seguida, procurou-se denominar e explicar cada um dos cinco fatores gerados: 1 –

Urbanização; 2 – Desenvolvimento; 3 – Rural; 4 – Produção Mineral e Geração de Renda; 5 –

Atendimento Básico à Saúde.

Fator 1 (Urbanização): permite dimensionar a concentração de pessoas na área

urbana dos municípios, os empregos formais nos setores de serviços e comércio, que

frequentemente concentra-se nas áreas urbanas, a geração de riquezas representada pela

variável PIB Municipal e a distribuição da renda representada pelo Índice FIRJAN de

10

Desenvolvimento Municipal - IFDM emprego e renda. As variáveis apresentam alta

correlação positiva e estão diretamente relacionadas ao desempenho econômico e as

características do perímetro urbano dos municípios.

Fator 2 (Desenvolvimento da Educação e Saúde): assinala o desempenho dos

indicadores de desenvolvimento dos municípios no que se refere às áreas de saúde e

educação. O nível de desenvolvimento municipal na educação está materializado nos Índice

de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB 4ª e 8ª séries) e no IFDM educação; e o

Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal - IFDM saúde assinala o desenvolvimento na

área da saúde.

Fator 3 (Rural): as variáveis que compõem este fator são: PIB Municipal

Agropecuária, Empregos Formais na Atividade Agropecuária e População Rural Recenseada.

Estas variáveis denotam a representatividade do meio rural para os municípios por meio da

população que reside no campo, bem como da geração de riqueza produzida a partir das

atividades ligadas ao meio rural.

Fator 4 (Produção Mineral e Geração de Renda): este fator representado pela

variável número de Empregos Formais na Atividade de Extração Mineral e pelo indicador

PIB per capita, caracteriza os municípios em relação a sua atividade mineradora e a geração

de riqueza. A atividade mineradora desempenha importante papel na Bacia do Rio Doce. A

bacia abriga o maior complexo siderúrgico da América Latina. Tais empreendimentos

industriais, que apresentam níveis de qualidade e produtividade industrial que estão entre os

maiores do mundo, desempenham papel significativo nas exportações brasileiras de minério

de ferro, aço e celulose.

Fator 5 (Atendimento básico à saúde): assinala as políticas públicas de saúde

desenvolvidas nos municípios, principalmente as políticas preventivas, materializadas na

média mensal de visitas domiciliares por família, média anual de consultas médicas nas

especialidades básicas por habitante e na Proporção da população coberta pelo Programa de

Saúde da Família (PSF).

Na Tabela 2 são apresentadas as cargas fatoriais mais acentuadas de cada variável, ou

seja, os maiores coeficientes de correlação entre a variável e o fator. As variáveis utilizadas

apresentaram scores superiores a 0,50.

Tabela 2 – Matriz de componentes após rotação ortogonal

11

1 2 3 4 5Empregos Formais Serviços (RAIS/2007) 0,959

PIB Municipal Serviços R$ de 2000(mil) (IPEA, 2006) 0,958

População Urbana Recenseada (IBGE, 2007) 0,941

Empregos Formais Comércio (RAIS/2007) 0,938

PIB Municipal Impostos Sobre Produtos R$ de 2000(mil) (IPEA, 2006) 0,914

Empregos Formais Construção Civil (RAIS/2007) 0,869

Empregos Formais Indústria de Transformação (RAIS/2007) 0,857

Empregos Formais Serviços Industriais de Util. Pública (RAIS/2007) 0,849

Empregos Formais Administração Pública (RAIS/2007) 0,83

PIB Municipal Indústria R$ de 2000(mil) (IPEA, 2006) 0,749

IFDM Emprego e Renda (IPEA, 2005) 0,546

IDEB2007 (8ª Série) 0,756

IDEB2007 (4ª Série) 0,741

IFDM Educação (IPEA, 2005) 0,703

IFDM Saúde (IPEA, 2005) 0,651

PIB Municipal Agropecuária R$ de 2000(mil) (IPEA, 2006) 0,869

Empregos Formais Agropecuária (RAIS/2007) 0,767

População Rural Recenseada (IBGE, 2007) 0,763

Empregos Formais Extrativa Mineral (RAIS/2007) 0,749

PIB Municipal per capita - mil (IPEA, 2006) 0,619

Média Mensal de Visitas Domiciliares/Família (DATASUS, 2005) 0,817

Média Anual de Cons. Médicas nas Espec. Básicas/Hab. (DATASUS, 2005) 0,811Proporção da população coberta pelo PSF (DATASUS, 2005) 0,528

Componentes (Fatores)

Fonte: Resultados da pesquisa.

Para complementação da análise fatorial, realizou-se a análise de clusters que resultou

na formação de 5 grupos diferentes de municípios, utilizando o método de Ward. Os

agrupamentos dos municípios podem ser observados na Figura 1, que representa o mapa dos

estados do Espírito Santo e Minas Gerais, no destaque, a região da Bacia do Rio Doce.

12

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 1 – Área da bacia do rio Doce, no Espírito Santo e Minas Gerais, dividida em

cinco clusters

4.1 Caracterização dos Agrupamentos

Para interpretação dos clusters gerados, com objetivo de identificar a combinação de

fatores que levou a construção de cada grupo, realizou-se a estatística descritiva dos fatores,

13

que pode ser observada na Tabela 3, bem como percebem-se as similaridades e diferenças

entre os grupos de municípios.

Tabela 3 – Estatística Descritiva – Método de Ward

Cluster Fatore s Municípios M ínimo Máximo Mé dia De sv. PadrãoUrbanização -0,3577 0,1829 -0,1440 0,1253Desenvolvimento da Educação e Saúde -1,4822 2,2706 0,1006 1,0067Rural -1,0468 0,6498 -0,2693 0,3576Produção Mineral e Geração de Renda -0,8781 1,1179 -0,1360 0,4273Atendimento bás ico a saúde 0,1511 3,1497 1,3538 0,6903Urbanização -1,0313 3,4263 0,0124 0,7873Desenvolvimento da Educação e Saúde -0,0616 2,6442 0,7869 0,5755Rural -1,9998 5,1210 0,1728 1,0184Produção Mineral e Geração de Renda -1,6424 3,8980 0,0365 0,8056Atendimento bás ico a saúde -1,8869 1,4492 -0,4067 0,6569Urbanização -0,4760 0,0338 -0,1787 0,0973Desenvolvimento da Educação e Saúde -2,1095 0,2794 -0,8877 0,5052Rural -0,6646 0,8898 -0,1313 0,3561Produção Mineral e Geração de Renda -1,1011 0,6435 -0,0581 0,3466Atendimento bás ico a saúde -1,8674 0,8510 -0,4591 0,6388Urbanização 7,7611 10,1082 8,9346 1,6596Desenvolvimento da Educação e Saúde -1,4747 -0,0328 -0,7537 1,0196Rural -4,0341 3,9855 -0,0243 5,6707Produção Mineral e Geração de Renda -5,1030 0,9091 -2,0969 4,2512Atendimento bás ico a saúde -0,3440 0,6193 0,1376 0,6812Urbanização 1,4542 1,9899 1,7221 0,3788Desenvolvimento da Educação e Saúde -1,2683 -0,6801 -0,9742 0,4159Rural 0,9362 8,8652 4,9007 5,6066Produção Mineral e Geração de Renda 2,0953 10,9170 6,5061 6,2379Atendimento bás ico a saúde 0,0670 0,8000 0,4335 0,5183

54

90

82

2

2

1

2

3

4

5

Fonte: Resultados da pesquisa.

Para complementar a interpretação bem como analisar as similaridades e diferenças

entre os grupos de municípios, na Tabela 4 apresenta-se os valores médios de todas as

variáveis e indicadores utilizados na análise.

As estatísticas básicas para a região da bacia do rio Doce como um todo somente

adquirem poder explicativo efetivo quando é facultada a comparação, a qual é conduzida

neste trabalho a partir da construção dos grupos homogêneos de municípios. Entretanto,

convém relembrar que dentro de um mesmo grupo é possível encontrar diferenças entre os

indivíduos (municípios), caso seja considerada uma única variável de forma isolada.

Tomando-se as informações das Tabelas 3 e 4 constituem-se cinco grupos de municípios,

cujas características são apresentadas a seguir.

Tabela 4 – Valores Médios das Variáveis Utilizadas

14

Bacia Cluster 1 Cluster 2 Cluster 3 Cluster 4 Cluster 5

Empregos Formais Serviços 571 41 812 82 16.085 5.901

PIB Municipal Serviços R$ de 2000(mil) 44.826,40 10.343,17 64.501,96 12.480,22 1.021.754,83 439.738,46População Urbana Recenseada 12.060 3.406 17.007 4.868 228.973 101.105Empregos Formais Comércio 532 69 785 88 14.600 5.786PIB Municipal Impostos Sobre Produtos R$ de 2000(mil) 8.624,74 1.067,64 12.457,88 1.083,76 272.563,43 85.416,47

Empregos Formais Construção Civil 164 15 217 14 5.583 2.540Empregos Formais Indústria de Transformação 475 84 712 46 12.668 5.800

Empregos Formais Serviços Industriais de Util. Pública 15 1 16 2 745 204

Empregos Formais Administração Pública 513 237 716 264 5.987 3.599

PIB Municipal Indústria R$ de 2000(mil) 32.867,63 2.912,77 47.182,23 2.733,49 829.688,16 636.170,94IFDM Emprego e Renda 0,39 0,36 0,45 0,31 0,85 0,80IDEB (4ª Série) 4,30 4,33 4,65 3,86 4,45 4,50IDEB (8ª Série) 3,65 3,77 3,91 3,24 3,55 3,70IFDM Educação 0,64 0,65 0,69 0,59 0,70 0,74IFDM Saúde 0,70 0,71 0,75 0,65 0,76 0,82Empregos Formais Agropecuária 157 78 205 80 708 2798PIB Municipal Agropecuária R$ de 2000(mil) 8.362,15 4.853,56 12.609,81 4.628,06 8.560,02 64.849,30

População Rural Recenseada 4353 2929 5402 3519 20424 13757

Empregos Formais Extrativa Mineral 77 5 54 6 113 5918

PIB Municipal per capita - R$(mil) 3,57 3,05 5,13 2,51 8,60 10,63Média Anual de Cons. Médicas Espec. Básicas/Hab. 1,80 2,66 1,57 1,40 1,09 1,46Média Mensal de Visitas Domiciliares/Família 0,52 0,94 0,43 0,29 0,48 0,66

Proporção da população coberta pelo PSF 78,41 98,29 59,26 63,02 36,74 56,64

4

5

MédiaFator

1

2

3

Fonte: Resultados da pesquisa.

Cluster 1 (Pequeno Portei, Baixo Dinamismo Econômico, Predominante Rural)

Este grupo é formado por 23,47% dos municípios da bacia do rio Doce e possui a

menor média no Fator 3 – Rural, que relaciona-se ao número de habitantes residentes e a

geração de emprego e renda na área rural dos municípios. Os municípios do cluster 1 são de

pequeno porte com população inferior a 13 mil habitantes, com uma taxa de urbanização de

53,77%, a mais baixa dentre os clusters gerados. O cluster 1 grupo tem na administração

pública sua a principal atividade empregadora (44,68%), seguida pela indústria de

transformação (15,91%)e pela agropecuária (14,67%).

O Produto Interno Bruto dos municípios que compõem o cluster 1 corresponde a

4,76% do PIB total da bacia, com um valor total R$ 1.035.565,81. A atividade industrial é

responsável por 15,19% do PIB total do grupo, o setor de serviços representa 53,93% e a

atividade agropecuária representa 25,31%. A participação do PIB agropecuário no PIB total

condiz com a taxa de urbanização do grupo, embora se pudesse esperar um melhor

desempenho do setor agropecuário, dado que parcela significativa da população reside no

meio rural.

O cluster 1 possui a maior média no Fator 5 – Atendimento Básico a Saúde. Isso

demonstra que, o fator 5 foi decisivo para definição do cluster, ou seja, é o fator que

diferencia o cluster 1 dos demais grupos. É neste fator que o grupo apresenta a maior média e

o melhor desempenho dentre todos os clusters. Os municípios pertencentes ao cluster 1, em

média, atendem 98,29% da sua população com o Programa Saúde da Família. A alta taxa de

15

cobertura do programa pode ser explicada pelo porte dos municípios e pela população

reduzida, o que facilita a atuação das equipes do PSF. A partir destes resultados presume-se

que exista uma preocupação quanto ao desenvolvimento e implementação de políticas

públicas de interesse social nos municípios do cluster 1, com intuito de transformar ou

melhorar a realidade local e a qualidade de vida dos munícipes.

Portanto, assume-se que neste cluster estão localizados municípios pobres, com baixo

dinamismo econômico, além do fato de as prefeituras serem as principais fontes de geração de

emprego e, consequentemente, renda para os municípios. As atividades econômicas são de

baixo valor agregado.

Cluster 2 (Pequeno e Médio Porte, Relativo Desenvolvimento Econômico e Urbanizado)

Este grupo é formado por 39,13% dos municípios da bacia do rio Doce reunindo o

maior número de municípios, 90 no total. No ano de 2007, a população do cluster

representava 53,64% da população total residente na bacia, com uma taxa de urbanização de

75,89%, acima da taxa média da bacia que é 73,40%.

Outra característica marcante do cluster é a heterogeneidade na distribuição de

habitante por município. O menor município é Itambé do Mato Dentro (MG) possui 2.434

habitantes, enquanto Conselheiro Lafaiete (MG) possui população de 109.280 habitantes, ou

seja, uma variação de 4.390%. Com relação ao porte dos municípios do cluster 2, identificou-

se municípios de pequeno e médio porte, sendo que 70,54% dos municípios possuem

população superior a 20 mil habitantes, 19,92% possuem entre 10.000 e 20 mil habitantes e

apenas 9,53% apresentam população inferior a 10 mil habitantes. Ressalta-se que a taxa de

urbanização dos municípios do cluster tende a decrescer à medida que o número de habitantes

reduz. Os 10 maiores municípios do cluster possuem taxa de urbanização superior a 90%, o

que eleva o desempenho do Fator 1 – Urbano no cluster. No entanto, como esta não é a

característica principal em todos os municípios do grupo, não é o fator que apresenta maior

média e, consequentemente, mais contribui para a diferenciação deste cluster em relação aos

demais.

Com relação ao mercado de trabalho nos municípios do cluster, o setor de serviços

(24,40%) é a principal fonte de emprego formal, seguido do comércio (21,95%),

administração pública (20,03%) e indústria de transformação (19,90%), as outras atividades

correspondem a 13,77% dos empregos formais. Ressalta-se a atividade extrativa mineral nos

municípios de Afonso Cláudio, Baixo Guandu, Colatina, Conselheiro Lafaiete, Santa Bárbara

16

e, principalmente, para os municípios de Mariana e Ouro Preto, que apresentam um número

elevado de empregos formais.

As atividades econômicas da maioria dos municípios do cluster 2 concentram-se no

perímetro urbano. O reflexo desta concentração pode ser percebido no desempenho do PIB

setorial. O setor de serviços (52%) é o principal gerador de riqueza para o cluster, seguido do

setor industrial (38) e, por último, o setor agropecuário (10%). Destaca-se a importante

participação dos municípios mineiros de Timóteo, Ouro Preto, Ouro Branco, Mariana e João

Monlevade, que apresentam uma atividade industrial desenvolvida e possuem uma

participação acentuada na formação do PIB industrial do grupo, sendo estes responsáveis por

63,70% do PIB industrial do grupo.

O PIB do setor de serviços, com maior participação no PIB total do cluster, também

está concentrado em poucos municípios. Em 2006 apenas 13, dos 90 municípios que

compõem o cluster, produziram 62,54% do PIB serviços do cluster. Os municípios com os

maiores PIB serviços normalmente constituem-se em pólos nas suas microrregiões como, por

exemplo, Manhuaçu (MG) e Colatina (ES).

O cluster 2 apresenta a maior média no Fator 2 – Desenvolvimento Educação e Saúde.

Isso sugere que o fator 2 é o principal fator que difere o cluster 2 dos demais grupos

formados. Os municípios deste grupo possuem um bom desempenho nas variáveis IDEB (4ª),

IDEB (8ª), IFDM – Educação e IFDM – Emprego e Renda. Os municípios inseridos no

cluster 2, apresentaram, em sua maioria, melhores indicadores sociais em relação aos demais

clusters.

Cluster 3 (Pequeno Porte, Baixo Desenvolvimento e Predominantemente Rural)

Este grupo corresponde a 35,65% dos municípios da bacia do rio Doce. Possui a

menor média para o Fator 1 – Urbanização e Fator 5 – Atendimento básico a saúde. A

população deste grupo em 2006 era de 687.716 habitantes, o que representa 18,79% da

população total da bacia. Os municípios que compõem o cluster são de pequeno porte, com

população de até 25.000 habitantes.

Os municípios que integram este agrupamento apresentam a segunda menor taxa

média de urbanização dentre os clusters obtidos, de 58,04%, superior apenas à dos municípios

do cluster 1 (53,64%). Os municípios que integram o cluster 3 têm na administração pública

sua principal atividade empregadora, que respondem por 45,43% dos empregos formais do

grupo. Em seguida as atividades de comércio (15,14%), serviços (14,07%) e a agropecuária

(13,70%) são as que mais geram postos de trabalho. Constituído por municípios

17

predominantemente rurais, a pequena participação da atividade agropecuária na geração de

empregos formais no cluster, demonstra-se a necessidade de políticas públicas que fortaleçam

a atividade e identifiquem alternativas adequadas às características físicas e climáticas da

região.

Os valores médios do PIB por atividades econômica do cluster 3 assemelham-se aos

do cluster 1. Os municípios do grupo 3 apresentam o menor PIB industrial e agropecuária na

área da bacia. Já o PIB de serviços é superior aos valores apresentados pelos municípios do

cluster 1. Nota-se uma semelhança acentuada no produto interno bruto setorial dos municípios

destes dois clusters. A diferença entre estes clusters, embora pequena, está no PIB per capita

do cluster 1, cujo valor foi de 3,5 mil reais em 2006, enquanto o cluster 3 apresentou PIB per

capita de 2,51 mil reais no mesmo período.

Os dados da atividade agropecuária dos municípios do cluster 3 demonstram baixa

produção e baixa geração de renda. Esse quadro reflete as disparidades econômicas entre os

agrupamentos formados pelos municípios da região da bacia do rio Doce.

O cluster 3 apresenta baixas médias em todos os fatores, sendo piores as médias dos

fatores que correspondem aos indicadores sociais (Fator 2 e Fator 5). Ao se analisar a

educação básica, considerando o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, verifica-se

que os municípios do cluster 3 apresentaram o pior desempenho dentre os clusters estudados.

Cluster 4 (Grande Porte, Desenvolvidos, Predominantemente Urbanos)

O cluster 4 é formado por apenas dois municípios, são eles Governador Valadares

(MG) e Ipatinga (MG). Possui a maior média para o Fator 1 – Urbanização. Os municípios do

grupo 4 possuem uma população de 495.868 habitantes, são pólos econômicos para suas

regiões. Isso evidencia a importância deste cluster para a bacia e para os municípios do seu

entorno. Além do número de habitantes, outra característica marcante é a elevada taxa de

urbanização, sendo de 85% no município de Governador Valadares e 99,25% em Ipatinga.

Os municípios de Governador Valadares e Ipatinga têm nas atividades atreladas a área

urbana suas principais fontes de emprego. As principais atividades empregadoras no cluster 4

são: serviços (28,47%), comércio (25,85%) e indústria de transformação (22,43%). As demais

atividades correspondem a 23,25% dos postos de trabalho formais. Embora composto por

apenas dois municípios, este cluster é responsável por aproximadamente, 20% dos empregos

formais da bacia do rio Doce.

Com relação ao produto interno bruto, o cluster 4 é responsável por 21,95% do PIB da

indústria de toda área da bacia e 19,82% do PIB serviços. Ipatinga possui o maior PIB

18

municipal indústria e serviços dentre os 230 municípios que compõem a bacia do rio Doce.

Com relação ao PIB agropecuária, ressalta-se que o município de Governador Valadares é

responsável por 96% do PIB agropecuário do cluster, o que demonstra a vocação urbana do

município de Ipatinga e a inexpressividade do setor agropecuário naquele município.

No setor de serviços Ipatinga apresenta PIB superior a Governador Valadares, mas é

na indústria que realmente se percebe a diferença entre os dois municípios. O PIB indústria de

Ipatinga corresponde a 88% do PIB indústria do cluster. O outro município do cluster,

Governador Valadares, também predominantemente urbano, possui forte influência sobre

municípios do leste e nordeste do estado de Minas, além de alguns municípios do estado do

Espírito Santo, constituindo um importante pólo econômico para a região.

Cluster 5 (Médio Porte, Desenvolvidos, Predominantemente Urbano)

Assim como o cluster 4 este grupo é formado por apenas 2 municípios Itabira (MG) e

Linhares (ES). A população do cluster é de 230.721 habitantes e corresponde a 5,97% da

população total da Bacia do Rio Doce. Assim como no cluster 4, os municípios apresentam

alta taxa de urbanização, sendo 92,78% em Itabira e 84,01% em Linhares. O cluster 5 possui

a maior média para o Fator 4 – Produção Mineral e Geração de Renda e Fator 3 - Rural. Isto

demonstra a importância da atividade extrativa mineral e da atividade agropecuária para o

cluster, estes foram os principais fatores para diferenciá-lo dos demais grupos. O grupo é

responsável por 20,61% dos empregos formais da atividade extrativa mineral existente nos

estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e por 60,67% dos empregos desta atividade na

bacia, sendo o município de Itabira responsável por 97% dos empregos da atividade.

Com relação à atividade agropecuária quem se destaca é o município de Linhares, que

produz 94,55% de todo o PIB Agropecuária do cluster. A produção de mamão é a principal

cultura do cluster, com um volume de produção de 46,3 mil toneladas, o café possui o

segundo maior volume de produção com 27 mil toneladas de grãos no ano de 2007.

Este cluster possui a menor média para o fator 2. Isto significa que os indicadores

IDEB, IFDM Educação e IFDM Saúde não distinguem o cluster 5 dos demais. Entretanto,

isso não significa que o desempenho dos municípios deste cluster sejam inferiores aos dos

demais municípios da bacia. Os indicadores sociais de Itabira e Linhares foram superiores às

médias apresentadas pela bacia.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos indicadores socioeconômicos municipais possibilitou identificar a

existência de fatores capazes de permitir a discriminação de grupos estratégicos de municípios

19

na bacia hidrográfica do rio Doce. Entre os fatores tiveram destaques o nível de urbanização

do município, o desenvolvimento da educação e saúde, a produção mineral e a geração de

renda, o atendimento básico a saúde e os aspectos rurais dos municípios.

A aplicação dos fatores na região de estudo provou ser eficaz na geração de

agrupamentos coerentes com as características e perfis dos municípios, em que se observou

grande número de municípios de pequeno porte e atividade industrial incipiente, e reduzido

número de municípios de grande porte com atividade industrial desenvolvida. Isso pode ser

considerado como um indicativo da necessidade de formulação e implementação de políticas

públicas de desenvolvimento regional que contribuam para amenizar as desigualdades entre

os municípios da mesma bacia hidrográfica.

A análise de cluster sugeriu a formação de 5 agrupamentos. No grupo 1 estão

inseridos 23,47% dos municípios da bacia. Os municípios deste cluster são de pequeno porte

e com parcela significativa da população residindo no meio rural. A administração pública é a

principal geradora de empregos nos municípios deste grupo, seguida da indústria de

transformação e agropecuária. O cluster apresenta o segundo pior desempenho na avaliação

dos indicadores de desenvolvimento municipal (IFDM) dentre os 5 grupos analisados.

No grupo 2 estão inseridos 90 municípios, o que representa 39,13% dos municípios da

bacia. Os municípios que compõem este grupo possuem maior parte da população residindo

na área urbana e apresentam número de habitantes heterogêneo, oscilando entre 2,4 mil

habitantes e 109,2 mil habitantes. No cluster 2 estão mais de 50% dos empregos formais da

bacia do rio Doce, o setor de serviços e comércio são os maiores empregadores, seguidos da

administração pública e indústria de transformação, isso evidencia a diversificação das

atividades econômicas no cluster. Quanto aos indicadores de desenvolvimento municipal, os

resultados demonstram que o grupo 2 apresenta um desempenho intermediário, com melhor

desempenho que os clusters 1 e 3, que têm os piores indicadores da bacia, mas atrás dos

clusters 4 e 5 formados por apenas 2 municípios respectivamente.

No cluster 3 ficaram inseridos 82 municípios de pequeno porte, o maior município do

cluster possui população de 24,3 mil habitantes. A geração de empregos nos municípios deste

grupo depende fortemente da administração pública, que é responsável por mais de 40% dos

empregos formais do cluster. Os municípios presentes neste cluster são de pequeno porte com

baixo grau de desenvolvimento e predominantemente rural. O agrupamento 3 possui um

desempenho semelhante ao cluster 1, no entanto o que os difere são os indicadores sociais,

pois os resultados demonstraram um pior desempenho destes indicadores no grupo 3.

20

Os dois grupos restantes são formados por apenas 4 municípios, 3 de Minas Gerais e 1

do Espírito Santo. Os municípios de Governador Valadares e Ipatinga ficaram inseridos no

cluster 4, que são os dois maiores municípios da bacia do rio Doce e com os setores de

serviços e indústria representando quase que integralmente toda a riqueza produzida no

cluster. No grupo 5 ficaram inseridos os municípios de Itabira e Linhares, que são de médio

porte para os padrões da bacia e que possuem na indústria extrativa mineral sua principal

atividade econômica. Os municípios dos clusters 4 e 5 apresentam os melhores indicadores de

desenvolvimento municipal da bacia. O que diferencia estes dois grupos é o tamanho da

população, as principais atividades empregadoras e o PIB per capita.

Os agrupamentos, derivados da análise de cluster, têm a propriedade de criar

informações preliminares contribuindo para a elaboração e implementação de políticas

públicas e privadas, que tenham como princípio o desenvolvimento local, estadual e regional

na área de abrangência de uma bacia hidrográfica.

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i A denominação – Pequeno Porte- em relação aos demais municípios presentes na bacia do rio Doce.