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i UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE GRÃO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE ARROZ-VERMELHO (Oryza sativa L.) JOSIANNY ALVES BOÊNO ANÁPOLIS 2008

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i

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE GRÃO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE ARROZ-VERMELHO

(Oryza sativa L.)

JOSIANNY ALVES BOÊNO

ANÁPOLIS 2008

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CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE GRÃO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE ARROZ-VERMELHO ( Oryza sativa L.)

JOSIANNY ALVES BOÊNO

Orientador: Dr. DIEGO PALMIRO RAMIREZ ASCHERI Co-orientadora: Dra. PRISCILA ZACZUK BASSINELLO

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Goiás – UEG, Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola – Engenharia de Sistemas Agroindustriais, para obtenção do título de MESTRE.

Anápolis Goiás 2008

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iii CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE GRÃO DE DIFERENTES G ENÓTIPOS

DE ARROZ-VERMELHO ( Oryza sativa L.)

Por JOSIANNY ALVES BOÊNO

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Goiás, como requisito para obtenção do título de MESTRE EM ENGENHARIA AGRÍCOLA COM ÁREA DE CONCENTRAÇÃO

EM ENGENHARIA DE SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS.

Aprovado em / /

________________________________________

Prof. Dr. Diego Palmiro Ramirez Ascheri Orientador - UEG

__________________________________ Drª. Priscila Zaczuk Bassinello

Co-orientadora - Embrapa

__________________________________ Prof. Dr. Ivano Alessandro Devilla

Membro - UEG

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DEDICATÓRIA

Dedico especialmente este trabalho aos meus pais, Antonio Júlio e Oziris por estarem em todos os momentos da minha vida do meu lado, à minha irmã Josielly por me ajudar sempre que possível e ao meu namorado Erlon por saber me entender e dar o ombro amigo nos momentos difíceis.

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AGRADECIMENTOS

Muitas pessoas contribuíram, direta ou indiretamente para realização deste trabalho.

Seja oferecendo sugestões e conhecimentos, seja através de um gesto, um afago amigo. A

todos gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos. Em especial:

Aos meus grandes mestres orientadores, professor Doutor Diego Palmiro Ramirez

Ascheri (UEG) e Doutora Priscila Zaczuck Bassinello (EMBRAPA), agradeço pelo apoio,

ensino, compreensão e incentivo na execução de todo o trabalho escrito e experimental.

À agência de fomento à pesquisa, Capes pelo apoio material sem o qual não seria

possível efetivar o mestrado.

Ao Curso de Mestrado em Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Goiás,

em nome do Doutor Ivano Alessandro Devilla (Coordenador) pela oportunidade de concluir

mestrado na mesma cidade em que nasci.

À EMBRAPA Arroz e Feijão, de Santo Antonio de Goiás – GO, em nome da Doutora

Priscila Zaczuck Bassinello (Pesquisadora), pela oportunidade de estágio e aprendizado

durante todos esses meses.

À EMPRAPA Meio Norte, de Terezina – PI, em nome do Doutor José Almeida

Pereira (Pesquisador), pelo fornecimento das amostras analisadas durante os testes

experimentais.

À EMBRAPA Agroindústria de Alimentos, de Guaratiba-RJ, em nome dos Doutores

José Luiz Ramirez Ascheri e Carlos Wanderlei Piler de Carvalho (Pesquisadores), pelas

análises realizadas, contribuindo para com o meu trabalho.

A toda equipe de provadores da EMBRAPA Arroz e Feijão, Renilda, Celina, Edmar,

Tereza e Lúcia por terem disponibilizado um pouco do seu tempo para fazer parte do painel

sensorial, e a todos os funcionários do Laboratório de Qualidade de Grãos, Renilda, Edmar,

Suely e Selma pela colaboração durante os testes experimentais e aos estagiários, Daniel,

Luiz, Diracy, Beatriz, Jacqueline, Nayara, Talita, Luanna, Dayana, Marcos, Luciane, Diva e

Flávia pela convivência, companheirismo e auxílio mútuo.

Ao Sr. Eli e ao Sr. Geraldo, funcionários da EMBRAPA Arroz e Feijão, por terem

sido prestativos comigo, auxiliando com transporte durante o período de estágio.

Aos colegas do mestrado, em especial aos mestrandos da primeira turma em

engenharia agrícola da UEG, Renato, Haydee, Lyne e Josimar pela convivência,

companheirismo e auxílio.

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A todos os professores e funcionários da Universidade Estadual de Goiás, agradeço

pelos ensinamentos, amizade e incentivo na superação dos desafios, indicando sempre o

melhor caminho a ser traçado.

A Lidiane Michelini, aluna de graduação em química industrial que me auxiliou nas

análises sensoriais realizadas na UEG.

A CEFET UNED Morrinhos - GO em nome do Sr. Sebastião Nunes da Rosa Filho

(Diretor da Unidade) e Sra. Patrícia Barêa Santos (Coordenadora dos cursos de química) pela

compreensão e liberação para que eu pudesse concluir o mestrado.

Aos meus pais, Antonio Júlio Alves Boêno e Oziris Mariano da Silva Boêno, pelos

exemplos de vida e todo amor, carinho, apoio, dedicação em todos os momentos da minha

vida.

A minha irmã, Josielly Alves Boêno, por tudo que ela sabe que fez nos momentos

mais difíceis, para me incentivar e apoiar.

Ao Erlon Alves Ribeiro, por ter me incentivado sempre, pelo companheirismo e

amizade, que me faz sentir orgulhosa pelo convívio desfrutado durante este tempo.

E a Deus agradeço sempre, por ter me concedido saúde, luz e perseverança necessárias

para superar os pensamentos negativos e barreiras impostas pela vida, permitindo-me seguir

em frente rumo à conquista de mais uma etapa de minha vida.

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vii

RESUMO

CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE GRÃO DE DIFERENTES G ENÓTIPOS DE ARROZ-VERMELHO ( Oryza sativa L.)

O arroz-vermelho é consumido em todos os continentes, sendo a base de muitos pratos da

culinária mundial. A EMBRAPA Arroz e Feijão busca lançar cultivares com qualidades

sensoriais que atendam as exigências do consumidor. A preferência do consumidor é

determinada por aspectos relacionados à aparência do produto após a cocção. A textura e a

pegajosidade são atributos sensoriais considerados essenciais para a obtenção de um arroz

com qualidade. Para a determinação da qualidade de cocção do arroz, existem vários métodos,

sendo que alguns são considerados indiretos, não oferecendo muita precisão e garantia dos

resultados. Visando caracterizar a qualidade de cocção de arroz-vermelho por métodos

indiretos, neste trabalho foram avaliados os principais parâmetros de qualidade do arroz em

função do tempo de cozimento. Amostras das variedades de arroz foram fornecidas pela

Embrapa Meio Norte. Para a caracterização do arroz-vermelho, avaliaram-se o tamanho do

grão, a qualidade de beneficiamento, a caracterização físico-química do grão, bem como a

quantificação dos teores de amido e amilose, prova de consistência do gel, tempo de cocção e

a temperatura de gelatinização do amido. Realizaram-se ainda testes de viscosidade de pasta

pela Análise Rápida de Viscosidade (RVA), de viscosidade aparente pelo viscosímetro de

Brookfield, e a interação da viscosidade com o tempo de cocção. Os grãos dos genótipos

Tradicional e MNACE0501 foram classificados como longos enquanto as cultivares

MNAPB0405 e MNACH0501 apresentaram grãos médios. Quanto ao teor de amilose, o

genótipo MNACH0501 apresentou baixo teor enquanto os demais genótipos estudados

apresentaram teores intermediários. A maioria dos genótipos estudados apresentou

característica de grão cozido macio, e, após resfriamento até temperatura ambiente,

característica de grão duro e solto, o que difere do comportamento normalmente encontrado

para o arroz vermelho preparado no Nordeste, do tipo empapado, considerando que costuma

apresentar baixo teor de amilose. Todos os genótipos tiveram alta temperatura de

gelatinização e apresentaram um sabor característico se comparado ao arroz branco. A

composição centesimal foi semelhante à do arroz comum. O grande diferencial são os

compostos funcionais, teores de fibras e teores de minerais. A linhagem MNACH0501 reuniu

o maior número de características desejáveis em relação à qualidade tecnológica, do ponto de

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viii vista do consumidor de arroz-vermelho, o que a torna adequada para o lançamento voltado ao

atendimento desse mercado.

PALAVRAS-CHAVE: Oryza sativa L., viscosidade, amido, qualidade tecnológica e de

cocção.

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ix ABSTRACT

GRAIN QUALITY CHARACTERIZATION OF DIFFERENT RED RIC E

GENOTYPES (Oryza Sativa L.)

Red rice is consumed in all continents, being the basis of many world culinary dishes. The

Embrapa Rice and Beans works with rice varieties development with sensory qualities that

should attend the consumer requirements. The consumer preference is determined by aspects

related to the appearance of the product after cooking. The texture and stickiness are sensorial

attributes considered essential to obtain a rice with quality. To determine the cooking quality

of rice, there are several methods, and some are considered indirect and do not offer very

precisely and guaranteed results. To characterize the red rice cooking quality by indirect

methods in this work, the main parameters of rice quality were evaluated for different cooking

times. The rice samples were provided by Embrapa Mid-North and evaluated for grain

dimension, milling quality, physicochemical characterization, starch and amylose contents,

gel consistency, cooking time and starch gelatinization temperature. Other tests were also

applied to study the pasta viscosity properties by Rapid Visco Analysis (RVA), the apparent

viscosity by Brookfield viscometer and its interaction with cooking time. The Tradicional and

MNACE0501 varieties were classified as long grains while the MNAPB0405 and

MNACH0501 had medium grains. The MNACH0501 presented low amylose content while

the other genotypes had intermediate amylose levels. The most samples studied showed soft

cooked grains, but hard and fluffy after cooking and cooling to room temperature, what is

different from the stickiness characteristic of the known Northeast cooked red rice, once it

normally has low amylose content. All genotypes had high gelatinization temperature and

showed a typical flavor compared to white rice. The nutritional composition of red rice was

similar to white one. The big difference is the functional compound, fiber content and levels

of minerals. The MNACH0501 line got the largest number of desirable characteristics for

technological quality, considering the red rice-consumer point of view, what makes it

appropriate to be released as a new variety to attend that market.

Keywords: Oryza sativa L., viscosity, starch, technological quality, cooking.

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x LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Esquema de um viscosímetro Brookfield digital com adaptador de pequenas

amostras. Fonte: Departamento de Engenharia Mecânica, 2006..............................................26

FIGURA 2 – Curva de empastamento típico, obtido em RVA apresentando os parâmetros

comumente medidos e viscosidade em unidade RVU (THOMAS; ATWELL, 1999). ...........28

FIGURA 3 – Grãos de arroz-vermelho em casca.....................................................................31

FIGURA 4 – Grãos de arroz-vermelho comercial nas formas integral e semi-polida. ............32

FIGURA 5 – Genótipo MNAPB0405 em diferentes graus de polimento. Da esquerda para

direita, a partir da linha superior, amostras de grãos integral (zero segundo), com 10, 15, 20,

30, 40, 50 e 60 segundos de polimento respectivamente, a amostra em destaque, no topo da

foto, é uma amostra comercial de arroz-vermelho sendo comparada com a amostra que sofreu

polimento por 15 segundos, tempo escolhido para beneficiamento.........................................34

FIGURA 6 - Ficha de avaliação para escala estruturada de textura.........................................43

FIGURA 7 - Ficha de avaliação para escala estruturada de pegajosidade. ..............................44

FIGURA 8 - Modelo de ficha de avaliação para provadores não-treinados ............................45

FIGURA 9 – Fluxograma para obtenção de amostras de arroz-vermelho cozidos em diferentes

tempos.......................................................................................................................................47

FIGURA 10 – Grão de arroz-vermelho semi polido: a) Tradicional, b) MNAPB0405, c)

MNACE0501 e d) MNACH0501 submetidos ao teste de dispersão alcalina. .........................54

FIGURA 11 – Grãos de testemunhas de arroz branco integral: a) Colômbia 1 com TG alta, b)

grãos de arroz branco polido Bluebonnet 50 com TG intermediária e c) grãos de arroz branco

polido IR 8 com TG baixa após teste de dispersão alcalina. ...................................................55

FIGURA 12 – Prova de consistência de gel nas amostras cruas dos diferentes genótipos de

arroz-vermelho semi-polido......................................................................................................56

FIGURA 13 – Avaliação da aparência dos grãos cozidos dos diferentes genótipos de arroz-

vermelho a) Tradicional; b) MNAPB0405; c) MNACE0501; d) MNACH0501.....................61

FIGURA 14 – Avaliação da textura dos grãos cozidos dos diferentes genótipos de arroz-

vermelho a) Tradicional; b) MNAPB0405; c) MNACE0501; d) MNACH0501.....................62

FIGURA 15 – Avaliação do sabor dos grãos cozidos dos diferentes genótipos de arroz-

vermelho a) Tradicional; b) MNAPB0405; c) MNACE0501; d) MNACH0501.....................63

FIGURA 16 – Avaliação do interesse em consumir arroz-vermelho algumas vezes por semana

...................................................................................................................................................64

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xi FIGURA 17 – Teor de água de diferentes genótipos de arroz-vermelho em função do tempo

de cocção...................................................................................................................................72

FIGURA 18 – Teor de amido de diferentes genótipos de arroz-vermelho em função do tempo

de cocção...................................................................................................................................72

FIGURA 19 – Teor de amilose de diferentes genótipos de arroz-vermelho em função do

tempo de cocção....................................................................................................................... 73

FIGURA 20 – Consistência de gel em função do tempo de cocção de arroz-vermelho semi-

polido........................................................................................................................................74

FIGURA 21 – Reogramas de suspensões aquosas de farinhas de arroz-vermelho semi-polido:

a) Tradicional, b) MNAPB0405, c) MNACE0501 e d) MNACH0501 cozidas em diferentes

tempos de cocção......................................................................................................................75

FIGURA 22 – Curvas da viscosidade aparente de suspensões aquosas de farinhas de arroz-

vermelho semi-polido: a) Tradicional, b) MNAPB0405, c) MNACE0501 e d) MNACH0501,

obtidas em diferentes tempos de cocção. .................................................................................76

FIGURA 23 – Variação dos parâmetros reológicos do modelo da Lei da Potência para

soluções aquosas de farinhas de arroz-vermelho semi-polido em função do genótipo de arroz e

do tempo de cocção: a) índice de consistência e b) índice de comportamento de fluído.........78

FIGURA 24 – Viscogramas obtidos pelo RVA das pastas de arroz cru de diferentes genótipos

de arroz-vermelho semi-polido................................................................................................ 79

FIGURA 25 – Viscogramas (RVA) de grãos cozidos de diferentes genótipos de arroz-

vermelho semi-polido...............................................................................................................80

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xii LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Índices obtidos para arroz-vermelho em diferentes tempos de brunimento,

usando equipamento para determinação do grau de polimento (Satake). ................................34

TABELA 2 – Classificação do teor de amilose em arroz e comportamento culinário

correspondente..........................................................................................................................37

TABELA 3 – Escala dos graus de dispersão e temperatura de gelatinização de arroz. ...........37

TABELA 4 – Classificação da consistência de gel em arroz. ..................................................38

TABELA 5 – Classificação dos atributos de pegajosidade e textura. ......................................42

TABELA 6 – Valores médios, desvio padrão das dimensões dos grãos das diferentes amostras

de arroz-vermelho estudadas.* .................................................................................................49

TABELA 7 – Valores de média, desvio padrão dos parâmetros de qualidade de

beneficiamento dos grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho estudadas.* .................50

TABELA 8 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey do grau de brancura e

transparência dos grãos de diferentes amostras de arroz-vermelho estudadas.*......................51

TABELA 9 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey para o teor de amilose dos

grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho estudadas.*1................................................52

TABELA 10 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey para tempo mínimo de

cocção, expansão de volume e absorção de água dos grãos das diferentes amostras de arroz-

vermelho estudadas.*................................................................................................................56

TABELA 11 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey para os parâmetros obtidos

por meio de teste de panela, para os grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho

estudadas.*................................................................................................................................58

TABELA 12 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey para os atributos sensoriais

das diferentes amostras de arroz-vermelho avaliados por provadores não treinados.*1 ..........60

TABELA 13 - Comparação entre médias de textura e pegajosidade avaliadas por provadores

treinados para as amostras de arroz avaliadas pelo teste de Tukey*.........................................64

TABELA 14 – Valores médios e desvios padrão para umidade, extrato etéreo, cinza, proteína,

fibra bruta dos genótipos de arroz-vermelho estudadas.* ........................................................66

TABELA 15 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey dos componentes dos macro e

micronutrientes dos grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho cruas estudadas.*1......67

TABELA 16 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey dos componentes dos macro e

micronutrientes dos grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho cozidas em 40 minutos*1

..................................................................................................................................................69

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xiii SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................4

2.1 ARROZ.............................................................................................................................4

2.2 ARROZ-VERMELHO.....................................................................................................5

2.3 HISTÓRIA DO ARROZ-VERMELHO...............................................................................8

2.4 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO GRÃO DE ARROZ ....9

2.5 QUALIDADE DE ARROZ............................................................................................14

2.5.1 Classificação e padronização...................................................................................14

2.5.2 Qualidade culinária, de cocção e de processamento ...............................................16

2.6 TESTES PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ......................................................19

2.6.1 Análise sensorial......................................................................................................19

2.6.2 Determinação da viscosidade ..................................................................................24

2.6.3 Análise RVA ...........................................................................................................26

3 OBJETIVOS..........................................................................................................................30

4 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................................31

4.1 MATÉRIA-PRIMA........................................................................................................31

4.2 MÉTODOS.....................................................................................................................32

4.3 CLASSIFICAÇÃO E PADRONIZAÇÃO.....................................................................32

4.3.1 Tamanho dos grãos..................................................................................................32

4.3.2 Otimização preliminar do tempo de polimento .......................................................33

4.3.3 Renda de beneficiamento ........................................................................................34

4.4.1 Amilose....................................................................................................................35

4.4.2 Temperatura de gelatinização..................................................................................37

4.4.3 Prova de consistência do gel....................................................................................38

4.4.4 Amido......................................................................................................................38

4.5.1 Análise Sensorial .....................................................................................................42

a) Análise descritiva .................................................................................................................42

b) Teste de Aceitação ...............................................................................................................44

4.6 EFEITO DO TEMPO DE COCÇÃO E DO GENÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO

NAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E REOLÓGICAS...........................................45

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA.............................................................................................48

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................................................49

5.1 DIMENSÃO DOS GRÃOS............................................................................................49

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xiv

5.2 QUALIDADE DE BENEFICIAMENTO ......................................................................50

5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS VARIEDADES QUANTO À QUALIDADE

CULINÁRIA ............................................................................................................................52

5.3.1 Amido, amilose, temperatura de gelatinização e prova de consistência de gel.......52

5.3.2 Tempo mínimo de cocção, absorção de água e expansão de volume .....................56

5.3.3 Teste de Panela ........................................................................................................58

5.4 ANÁLISE SENSORIAL ................................................................................................59

5.4.1 Teste de aceitação....................................................................................................59

5.4.2 Análise descritiva ....................................................................................................64

5.5 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL....................................................................................65

5.6 MINERAIS.....................................................................................................................67

5.7 EFEITO DO TEMPO DE COCÇÃO E DO GENÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO

NAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E REOLÓGICAS...........................................71

5.7.1 Teor de água, amido e amilose ................................................................................71

5.7.2 Consistência de gel ..................................................................................................74

5.7.3 Viscosidade aparente ...............................................................................................75

5.7.4 Viscosidade de pasta................................................................................................79

6 CONCLUSÕES.....................................................................................................................82

7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................................................84

8 APÊNDICE ...........................................................................................................................96

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1

1 INTRODUÇÃO

O arroz-vermelho mais conhecido é a forma espontânea da espécie Oryza sativa L.,

considerada planta invasora, por causar consideráveis prejuízos às lavouras de arroz branco,

principalmente por comprometer a qualidade final do produto consagrado pela população

humana como padrão comercial. Desde 700 DC o arroz-vermelho era cultivado no Japão,

entretanto, por problemas decorrentes do baixo rendimento de grãos e com sabor bastante

diferenciado do branco, esses tipos de arroz deixaram de ser cultivados na segunda metade do

século IXX. Mesmo assim, ainda hoje biótipos de arroz com pericarpo vermelho são

cultivados no sul da China e na região sudeste da Ásia e em pequenas regiões de outras partes

do mundo como no Brasil, Argentina, Venezuela, Nicarágua, França, Madagáscar,

Moçambique, China, Índia, Sri Lanka, Nepal, Butão, Indonésia, Tailândia, Japão e Coréia do

Sul.

O arroz-vermelho foi trazido ao Brasil pelos portugueses em 1535, por meio da

capitania de Ilhéus, na Bahia. Foi o primeiro tipo de arroz a chegar ao Brasil. O arroz branco

só chegou em 1772, quando, o “arroz da Carolina”, a primeira cultivar de arroz branco, foi

difundida devido à proibição da Coroa de Portugal, de cultivar o “arroz de Veneza”, de

pericarpo vermelho.

Atualmente são plantados menos de 10 mil hectares de arroz-vermelho no Brasil.

Destes, cerca de seis mil hectares estão na Paraíba, principalmente no Vale do Rio Piancó,

uma bacia hidrográfica de solos naturalmente muito férteis, cujo isolamento geográfico e a

completa inexistência de tecnologias para esse cereal não permitiram até hoje a introdução de

qualquer outro arroz. Os restantes do arroz-vermelho plantado no Brasil estão localizados no

Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará, Bahia, Alagoas e norte de Minas gerais, em regiões

muito específicas e, notadamente, de minifúndio e produção familiar. Este cenário, no

entanto, faz com que seu valor de mercado seja bem superior ao arroz tradicional, criando um

nicho de comercialização bastante interessante, sendo que o arroz-vermelho chega a valer o

dobro do melhor arroz branco vendido no país.

Existe uma demanda crescente por parte de restaurantes localizados em grandes

centros consumidores do País, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, sendo o arroz-

vermelho considerado uma iguaria gastronômica e uma das Fortalezas pela associação

internacional Slow Food (entidade sem fins lucrativos fundada em 1989 como resposta aos

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2

efeitos padronizantes do fast food). Mas mesmo se tratando de um produto de boa qualidade

alimentar, bastante consumido e integrante de uma rica culinária regional no nordeste, são

raras as indústrias que trabalham com este produto. O arroz-vermelho está correndo o risco de

extinção nessa região brasileira devido à forte concorrência da indústria do arroz branco e o

acelerado êxodo rural na região produtora.

Os pesquisadores preocupam-se em preservar a viabilidade genética do arroz-

vermelho, para manter a qualidade do alimento e promover seu melhoramento genético. A

Embrapa já realizou coletas de material que se encontram nas principais regiões produtoras

nos bancos ativos de germoplasma da Embrapa Arroz e Feijão, da Embrapa Recursos

Genéticos e Biotecnologia e da Embrapa Meio Norte. Ao mesmo tempo, a Embrapa Meio

Norte e a Embrapa Arroz e Feijão estão desenvolvendo um programa de melhoramento

genético com objetivo de conseguir, nos próximos anos, variedades mais produtivas de arroz-

vermelho e com melhores características agronômicas do que as atuais.

O termo “qualidade de grãos em arroz” apresenta diferentes significados, sendo

concebido e visto também de forma diferenciada, dependendo da finalidade de consumo do

produto, do grupo étnico envolvido, do tipo de processamento utilizado. Neste trabalho foram

analisadas as características desejáveis de arroz pelos consumidores de arroz-vermelho que

segundo PEREIRA (2004), trata-se de grãos curtos e arredondados, que se mantêm pegajosos

após o cozimento.

Até então, não existem dados conclusivos acerca do valor nutritivo do arroz-vermelho,

nem tampouco avaliações das propriedades físico-químicas e características de qualidade

deste arroz. A melhor maneira de avaliar a qualidade culinária do arroz é prepará-lo como os

consumidores o fazem e submetê-lo à sua apreciação ou à de um grupo de pessoas treinadas

em análise sensorial do produto. Como este tipo de análise demanda muito produto, tempo e

muitas pessoas, torna-se pouco prático e caro, especialmente quando o número de linhagens a

serem avaliadas é grande. Diante deste fato, tem-se lançado mão de testes indiretos de

avaliação, como do teor de amilose e temperatura de gelatinização. A metodologia adotada na

Embrapa Arroz e Feijão assimila-se a procedimentos utilizados pelo Centro Internacional de

Agricultura Tropical (CIAT). Objetivou-se aplicar e correlacionar testes indiretos para a

caracterização da qualidade de quatro genótipos de arroz-vermelho cultivado, por meio de

determinações de características físicas, composição centesimal, qualidade de beneficiamento,

qualidade de cocção, características físico-químicas, assim como, a prova de consistência de

gel e a temperatura de gelatinização, quantificação da umidade, amido e amilose, em função

do tempo de aquecimento dos grãos na fase de cocção, além da determinação do

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comportamento reológico das pastas de arroz-vermelho, em função do tempo de cocção,

como também análise sensorial de aceitação com possíveis consumidores, além de análise

sensorial descritiva com provadores treinados.

Com base no estudo desenvolvido neste trabalho, as instituições de pesquisa e

comerciais de arroz, poderão ampliar o conhecimento sobre o arroz-vermelho no lançamento

de variedades com boa qualidade para o consumo, estendendo assim, benefícios à sociedade.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ARROZ

O Brasil é o maior produtor de arroz da América Latina e o décimo maior produtor

mundial (FAO, 2004) com produção anual de aproximadamente 12,01 milhões de toneladas,

conforme safra 2007/2008 (CONAB, 2008). De acordo com dados do IBGE (2004), o cereal

contribui com cerca de 20 % da ingestão calórica diária dos brasileiros.

O arroz faz parte dos hábitos alimentares dos brasileiros há cerca de um século, sendo

consumido basicamente na forma de grãos descascados e polidos. No processo de

beneficiamento do arroz são separados do endosperma, parcial ou totalmente, o embrião e a

película que recobre o grão (CASTRO et al., 1999). O arroz polido, constituído

essencialmente de amido, é também fonte de proteína. As camadas periféricas que dão origem

ao farelo (cerca de 10% do grão integral) destacam-se pela presença de nutrientes como fibras

e vitaminas do complexo B. O germe ou embrião distingue-se pela composição em proteínas e

lipídios (GRIST, 1978; JULIANO, 1993).

Além do beneficiamento, que corresponde a perdas de 0 % a 10 % do peso do grão

integral (SINGH et al., 2001), outros fatores influem no valor nutritivo do arroz. Tais

variáveis estão relacionadas com as condições de cultivo (temperatura, umidade, radiação

solar, natureza do solo, adubação) e com as formas de preparo do cereal para consumo

(GRIST, 1978). Existem, ainda, diferenças varietais expressivas, especialmente em relação ao

teor de proteína e de micronutrientes (KENNEDY; BURLINGAME, 2003).

O arroz é rico em sua diversidade genética. Ao longo de todo o mundo milhares de

variedades são cultivadas. Ele é considerado a principal fonte de energia para a maioria da

humanidade. A preferência do consumidor por esse cereal, via de regra, está associada a

aspectos econômicos, tradicionais e culturais, variando de país para país e até mesmo de

região para região dentro de um mesmo país. Em vários mercados, são famosos os tipos

especiais, como os arrozes-aromáticos Basmati (na Índia e no Paquistão) e Jasmim (na

Tailândia), o arroz-verde ou ‘Midori Mai’, o arroz-preto ou ‘Kuro Mai’ e o arroz-vermelho ou

‘Aka Mai’ (no Japão), o arroz-arbório ou ‘Volano’ (na Itália) (PEREIRA et al., 2007).

O arroz, no seu estado natural, com casca, apresenta várias cores, incluindo marrom,

vermelho, roxo e até preto. Estas variedades de arroz colorido quase sempre são valorizadas

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pelas suas propriedades benéficas para a saúde. O arroz colorido tem um maior teor de

nutrientes que o arroz branco sem casca ou polido (FAO, 2004).

No Brasil, são encontrados tipos especiais de arroz destinados a públicos de hábitos

alimentares diversos, como é o caso do glutinoso arroz-moti, dos japoneses, em São Paulo

(PEREIRA et al., 2007). Nenhum outro tipo especial de arroz, porém, possui maior

importância no País do que o arroz-vermelho (PEREIRA; RAMOS, 2004). É oportuno

registrar que todas as espécies do gênero Oryza L. possuem grãos vermelhos, muito embora,

em praticamente todo o mundo, tenha sido o arroz-branco o que se tornou consagrado pelos

consumidores.

2.2 ARROZ-VERMELHO

A denominação “arroz-vermelho” deve-se à coloração avermelhada do pericarpo dos

grãos, devido ao acúmulo de tanino (OGAWA, 1992 citado por AGOSTINETO, 2001) ou de

antocianina (PANTONE & BEKER, 1991). As antocianinas do arroz-vermelho podem estar

associadas às proteínas, e o pigmento pode ser liberado por hidrólise com tripsina (PERERA;

JANSZ, 2000 citado por PATINDOL et al., 2006). As opiniões quanto à origem do arroz-

vermelho são algo divergentes. Uma teoria defende o atrativismo, ou seja, a forma originária

das atuais cultivares de arroz possuía pericarpo vermelho. Outra teoria hipotetiza que o arroz

com pericarpo vermelho surgiu em uma população de arroz branco, devido à degeneração

deste.

O arroz-vermelho mais conhecido é a forma espontânea da espécie Oryza sativa L.,

considerada planta invasora, por causar consideráveis prejuízos às lavouras de arroz branco,

principalmente por comprometer a qualidade final do produto consagrado pela população

humana como padrão comercial. Mas no Oeste da África, o arroz-vermelho é cultivado, sendo

produzida a espécie Oryza laberrima Steud. Em outras partes do mundo, até então, só há

registro de seu cultivo em pequenas áreas do Brasil, Argentina, Venezuela, Nicarágua, França,

Madagáscar, Moçambique, China, Índia, Sri Lanka, Nepal, Butão, Indonésia, Tailândia, Japão

e Coréia do Sul, mas, nesses países, o arroz-vermelho cultivado pertence à espécie Oryza

sativa L. (PEREIRA, 2004).

O arroz-vermelho está também ganhando popularidade no Japão como um alimento

funcional devido ao seu elevado teor de polifenóis. O crescente interesse para arroz-vermelho

no Japão levou ao aparecimento de vários produtos secundários como macarrão colorido,

bolos, e bebidas alcoólicas (ITANI; OGAWA, 2004 citado por PATINDOL et al., 2006).

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Recentemente foi descoberto que o arroz colorido tem atividade antioxidativa (ITANI, 2000

citado por ITANI et al., 2002).

Apesar de ser uma “praga” no Sul e uma cultura desconhecida da população brasileira,

o arroz-vermelho é considerado um dos principais componentes na dieta alimentar das

populações que habitam grande parte do Semi-Árido nordestino brasileiro. Além disso,

ultimamente vem se verificando uma demanda crescente por parte de restaurantes localizados

em grandes centros consumidores do País, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, sendo o

arroz-vermelho considerado uma iguaria gastronômica e uma das Fortalezas pela associação

internacional Slow Food (entidade sem fins lucrativos fundada em 1989 como resposta aos

efeitos padronizantes do fast food) (SLOW FOOD BRASIL, 2008).

O arroz-vermelho cultivado no Nordeste pertence à mesma espécie do arroz-vermelho

planta invasora (Oryza sativa). A diferença é que, botanicamente, um existe já na forma

cultivada, enquanto o outro é uma forma espontânea. Ou seja, enquanto o cultivado vem

sendo submetido a um longo processo de seleção, o espontâneo, como o nome diz, continua

uma planta silvestre (PEREIRA, 2004).

Atualmente são plantados menos de 10 mil hectares de arroz-vermelho no Brasil.

Destes, cerca de seis mil hectares estão na Paraíba, principalmente no Vale do Rio Piancó,

uma bacia hidrográfica de solos naturalmente muito férteis, cujo isolamento geográfico e a

completa inexistência de tecnologias para esse cereal não permitiram até hoje a introdução de

qualquer outro arroz. Os restantes do arroz-vermelho plantado no Brasil estão localizados no

Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará, Bahia, Alagoas e norte de Minas gerais, em regiões

muito específicas e, notadamente, de minifúndio e produção familiar. Este cenário, no

entanto, faz com que seu valor de mercado seja bem superior ao arroz tradicional, criando um

nicho de comercialização bastante interessante. Segundo Pereira (2006), o arroz-vermelho

chega a valer o dobro do melhor arroz branco vendido no país. E no Japão possuem valores de

mercado superiores ao arroz branco (ITANI, 2000 citado por ITANI et al., 2002).

Apesar de tratar-se de um produto de boa qualidade alimentar, bastante consumido e

integrante de uma rica culinária regional no nordeste, são raras as indústrias que trabalham

com este produto. O arroz-vermelho está correndo o risco de extinção nessa região brasileira

devido à forte concorrência da indústria do arroz branco e o acelerado êxodo rural na região

produtora. Existe a preocupação dos pesquisadores em preservar a viabilidade genética do

arroz-vermelho, para manter a qualidade do alimento e promover seu melhoramento genético

(PEREIRA, 2004).

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As cultivares existentes apresentam arquitetura de planta tradicional, ou seja, que

apresentam porte alto, folhas longas, pilosas e decumbentes, alta suscetibilidade ao

acamamento (acidente pelo qual a planta perde sua posição naturalmente vertical, inclina-se e

cai sobre o solo, ocasionando redução no rendimento e na qualidade dos grãos) e baixo

potencial genético de rendimento. Mas já foram encontrados cultivares com arquitetura de

planta moderna, isto é, porte baixo, folhas curtas e eretas, baixo índice de acamamento e

elevado potencial genético de rendimento (PEREIRA, 2004). As sementes de arroz-vermelho

podem encontrar-se em quiescência (quando não germinam devido a condições desfavoráveis

no ambiente) ou em dormência (atraso da germinação). Foi constatado que sementes de arroz-

vermelho podem permanecer viáveis no solo por até 12 anos (SMITH JUNIOR, 1992).

Segundo TEMUDO (1996) as razões que conduzem ao abandono de variedades

experimentadas e cultivadas, são a tendência para a desgrana, a cor do pericarpo; o

comprimento do caule, a dificuldade de desprendimento do grão durante a malha; além da

fraca capacidade de inchamento do grão.

Entre as principais características do cultivo do arroz-vermelho, destaca-se o fato do

cereal ser plantado por pequenos agricultores em regime de produção familiar e com baixa

tecnologia, em que na maioria das vezes, o processo de descascamento é artesanal. O normal

é os produtores “salvarem” sementes da própria safra de um ano para o outro até por uma

questão de segurança alimentar (PEREIRA, 2004).

O sistema de cultivo do arroz-vermelho se dá em várzeas, dependente de água das

chuvas, mas há alguns agricultores que o cultivam em condições irrigadas. A produtividade

dos genótipos tradicionais é muito baixa (cerca de dois mil Kg ha-1), mas há cultivares com o

mesmo potencial de produção do arroz branco irrigado, em torno de cinco a seis mil Kg ha-1

(PEREIRA, 2004).

Segundo Pereira (2004) trata-se de grãos curtos e arredondados, que se mantêm

pegajosos após o cozimento, sendo também diferenciados do arroz branco pelo sabor

característico. É consumido por todas as classes sociais nordestinas e com uma demanda

crescente. As formas de consumo do cereal variam de acordo com a região. No sertão

paraibano, por exemplo, ele é consumido principalmente com feijão-de-corda e queijo coalho,

num prato conhecido como arrubacão. Em outras regiões, ele é utilizado na alimentação de

crianças, na forma de caldo de arroz.

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2.3 HISTÓRIA DO ARROZ-VERMELHO

Segundo Ogawa (1992) citado por Agostineto (2001), desde o ano 700DC, arroz com

pericarpo vermelho era cultivado em quase todas as áreas orizícolas do Japão. Entretanto, por

problemas decorrentes do baixo rendimento de grãos e com sabor bastante diferenciado do

branco, esses tipos de arroz deixaram de ser cultivados na segunda metade do século 19.

Mesmo assim, ainda hoje biótipos de arroz com pericarpo vermelho são cultivados no sul da

China e na região sudeste da Ásia. Segundo esse autor, há dúvida se os atuais biótipos de

arroz-vermelho são descendentes dos biótipos que foram cultivados no passado ou se

sofreram mudanças por meio de cruzamentos naturais.

O arroz-vermelho foi trazido ao Brasil pelos portugueses em 1535, por meio da

Capitania de Ilhéus, na Bahia. Foi o primeiro tipo de arroz a chegar ao Brasil. O arroz branco

só chegou em 1772, quando, o “arroz da Carolina”, a primeira cultivar de arroz branco, foi

difundida devido à proibição da Coroa de Portugal, de cultivar o “arroz de Veneza”, de

pericarpo vermelho (PEREIRA, 2002).

Pereira (2006) explica que todas as 23 espécies de arroz catalogadas pela pesquisa no

mundo inteiro são vermelhas. Só no caso da Oryza sativa houve uma mutação e surgiu

também o arroz branco. “O arroz branco sempre busca uma volta a sua origem genética”,

explica. Segundo o pesquisador da Embrapa, jamais houve produção de sementes do arroz-

vermelho, o que só está sendo iniciado atualmente, a partir de trabalhos desenvolvidos pela

Embrapa.

A Embrapa já realizou coletas de material que se encontram nas principais regiões

produtoras nos bancos ativos de germoplasma da Embrapa Arroz e Feijão, da Embrapa

Recursos Genéticos e Biotecnologia e da Embrapa Meio Norte. Ao mesmo tempo, a Embrapa

Meio Norte e a Embrapa Arroz e Feijão estão desenvolvendo um programa de melhoramento

genético com objetivo de conseguir nos próximos anos, variedades de arroz-vermelho mais

produtivas e com melhores características agronômicas do que as atuais.

Ainda não há dados conclusivos acerca do valor nutritivo do arroz-vermelho.

Constata-se, porém que ele termina sendo mais nutritivo do que o branco, não pelo fato de ser

vermelho, mas porque é consumido na forma integral ou semi-integral, pois do contrário

perde sua característica principal, que é a cor do pericarpo. E tem a larga preferência de

consumo em algumas áreas do Nordeste pelo seu sabor, bastante diferenciado do branco.

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2.4 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO GRÃO DE ARROZ

Observa-se que o arroz polido cru contém basicamente carboidratos (80%). O

polimento do grão integral provoca perdas consideráveis de certos nutrientes, tais como

lipídios e tiamina (cerca de 80%), fibra e niacina (até quase 70%) e ferro e zinco (em torno de

50%). O valor nutritivo do arroz integral é superior ao do arroz polido, mesmo considerando

que o grão integral contém ácido fítico em suas camadas periféricas, que reduz a

biodisponibilidade de minerais como o ferro e o zinco (HUNT et al., 2002; WYATT;

TRIANA-TEJAS, 1994).

A quase totalidade dos carboidratos do arroz é representada pelo amido, contido no

endosperma do grão (TAIRA, 1995). O grão de arroz é constituído de amido, polissacarídeo

constituído por moléculas de glicose, cujas propriedades são determinadas pela relativa

disposição dessas moléculas na cadeia. Quando linear, compõe a amilose; quando ramificada,

a amilopectina. A frio, a estrutura do amido mantém-se inalterada, mas grandes modificações

ocorrem na sua estrutura, quando o amido é aquecido na presença de água (FIGUEIREDO;

GUERREIRO, 2003) citado por BASSINELLO e CASTRO (2004). Quando o arroz é

aquecido a 70 - 80°C em presença de excesso de água ocorrem modificações no estado físico

do amido, conferindo à massa um aspecto gelatinoso e resultando no cozimento do arroz

(SCHOLZ; MAGRI, 2002). Algumas qualidades do arroz são determinadas pelas

propriedades do amido (FERREIRA et al., 2005).

As proporções de amilose e amilopectina influem na viscosidade e no poder de

gelificação do amido (BOBBIO, 1995). O teor de amilose está correlacionado com as

propriedades texturais, como maciez, coesão, cor, brilho, volume de expansão, absorção de

água. Relaciona-se, portanto, com as mudanças que ocorrem durante o processo de cocção e

determina a qualidade culinária (FERREIRA, et al. 2005). Segundo Bhattacharya et al. (1978)

a qualidade da variedade de arroz não depende apenas do teor de amilose total, mas também

do seu conteúdo de amilose insolúvel. Esse fato deve estar relacionado à retrogradação,

porque a amilose insolúvel é o que primeiro retrograda, propiciando, portanto maior rigidez

aos grânulos de amido e ao arroz cozido, explicando a relação entre o alto teor de amilose

insolúvel com a maior consistência após o cozimento e a menor desintegração.

O teor de amilose pode variar de 3% a 33%. As cultivares se classificam quanto ao

teor de amilose aparente em de baixo teor (< 20%), intermediário teor (20% a 25%) e alto teor

(> 25%) (CHANDLER, 1984; KUMAR; KHUSH, 1987; GUIMARÃES, 1989; PEREIRA,

2004).

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Cultivares com baixo teor de amilose apresentam grãos aquosos e pegajosos no

cozimento (o preferido pelo consumidor de arroz-vermelho); com alto teor, apresentam grãos

secos, soltos e duros após o resfriamento, enquanto com teor intermediário (o preferido pelo

consumidor brasileiro de arroz branco) têm grãos pouco aquosos, soltos e macios, mesmo

após o resfriamento.

O conteúdo protéico do arroz (grão cru), em média de 7,5% (base úmida), pode oscilar

entre 5% e 13% pelas diferenças varietais (KENNEDY; BURLINGAME, 2003). A proteína

do arroz é constituída por diferentes frações protéicas – albumina, globulina, prolamina e

glutelina. A glutelina, maior fração presente no grão (70% a 80% da proteína total), contém

16,8% de nitrogênio, sendo por isso considerado no caso do arroz o fator 5,95 para conversão

de nitrogênio (N) em proteína. Essa fração apresenta teores mais elevados do aminoácido

essencial lisina em relação às frações globulina e prolamina (SGARBIERI, 1996; TAIRA,

1995). O aminoácido que mais limita o aproveitamento biológico das proteínas dos cereais é a

lisina.

O conteúdo de lipídios do arroz polido é muito baixo (menos de 1%). Entretanto, o

grão integral pode conter até 3% visto que cerca de 80% dos lipídios do grão se encontram em

suas camadas periféricas (TAIRA, 1995). O farelo de arroz, por sua vez, contém quantidades

significativas de lipídios - cerca de 20% (HOUSTON, 1972; USP, 2004). Apesar dos baixos

teores de gordura no arroz, este é rica em ácidos graxos insaturados - oléico (C18:1) e

linoléico (C18:2) (TAIRA, 1995; ZHOU et al., 2002).

Da mesma forma que acontece para os lipídios, a maioria das fibras do grão de arroz é

perdida no processo de polimento. Em termos de fibra alimentar total, as tabelas de

composição de alimentos disponíveis no Brasil descrevem valores de 1,3% e 3,5%

(PHILIPPI, 2002), de 1,7% e 3,0% (USP, 2004) e de 1,6% e 4,8% (NEPA, 2006) para arroz

polido e arroz integral, respectivamente. O arroz polido contém, sobretudo, hemicelulose e

pectina, e o integral hemicelulose, pectina e celulose (MENDEZ et al., 1995).

No Brasil, a anemia por deficiência de ferro é muito comum e o cereal e seus

derivados podem representar importante veículo do mineral (TORRES; QUEIROZ, 2000).

Alimento básico da dieta do brasileiro, o arroz é indicado para a fortificação com ferro na

prevenção de anemia ferropriva (MARCHI et al., 2004). Já o arroz integral constitui fonte

considerável de ferro e zinco, pois o efeito negativo do fitato sobre a absorção desses minerais

pode ser minimizado pelo tratamento térmico (AGTE et al., 1999), ou anulado quando

quantidades apreciáveis de vitamina C estão presentes na mesma refeição (SIEGENBERG et

al., 1991). Além disso, maiores quantidades de minerais podem compensar a grande

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concentração de fitato no arroz integral em relação ao grão polido. Conforme constatado por

HUNT et al. (2002), o arroz integral apresenta maiores teores de zinco biodisponível (2,1 mg

100 g –1) que o polido (1,5 mg 100 g –1).

Em virtude de suas características nutricionais, o consumo de arroz como alimento

básico de dietas saudáveis é recomendado em todas as normas e guias alimentares para a

população brasileira (DUTRA-DE-OLIVEIRA et al., 2002; BRASIL, 2006; SICHIERI et al.,

2000; VANNUCCHI et al., 1990). Tais recomendações visam à manutenção do peso saudável

e à prevenção de doenças crônicas não-infecciosas, especialmente obesidade, doenças

cardiovasculares e câncer, devido o papel relevante da dieta na prevenção e no controle dessas

doenças (WHO, 2003).

O arroz pode ser consumido diariamente sob várias formas de preparo, em pratos

doces e salgados, e associado aos mais diversos tipos de alimentos como carnes, ovos,

leguminosas e hortaliças (NAVES et al., 2004). Além do consumo do arroz na forma de grãos

inteiros, os subprodutos do seu beneficiamento (arroz quebrado, farelo de arroz) apresentam

grande potencial como matéria-prima na indústria de alimentos. A farinha de arroz, por

exemplo, apresenta propriedades tecnológicas, sensoriais e nutricionais de grande interesse na

formulação de novos produtos com características especiais (BORGES et al., 2003;

NABESHIMA; EL-DASH, 2004; WANG et al., 1999).

Grão de arroz exibe propriedades físico-químicas diferentes, dependendo da variedade

e a qualidade do amido, as quais especialmente influenciam nas suas propriedades culinárias

(JULIANO, 1985). Em arroz, o teor de amilose (TA) do amido do endosperma é uma das

características importantes que determinam qualidades culinárias (TAN; CORKE, 2002). As

diferenças secundárias que surgem entre variedades que têm valores de TA semelhantes são a

viscosidade de pasta (JULIANO, 1985). Conhecimento acumulado durante várias décadas de

pesquisa em qualidade de grão de arroz indica que uma qualidade culinária precária ou

indesejável pode ser atribuída a três das propriedades físicas e químicas do amido do

endosperma, isto é TA (WEBB, 1980; JULIANO, 1985; UNNEVEHR et al., 1992),

consistência de gel (CG) (CAGAMPANG et al., 1973) e temperatura de gelatinização (TG);

(LITTLE et al., 1958). Porém, é conhecido que as propriedades da pasta de farinha de arroz

têm uma relação direta com TG e CG.

A temperatura de gelatinização, também denominada reação alcalina ou digestão

alcalina ou “alkali-test”, é a propriedade do amido que determina o tempo necessário para o

cozimento. A temperatura de gelatinização é a medida de temperatura na qual 90% dos

grânulos de amido são gelatinizados ou inchados irreversivelmente na água quente, podendo

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variar de 55°C a 79°C. Segundo GUIMARÃES (1989), sua avaliação é feita obedecendo a

uma escala de dispersão alcalina de 1 a 7, que corresponde às temperaturas de gelatinização:

1-2 = 75°C a 79ºC (alta); 3-5 = 70°C a 74°C (intermediária) e 6-7 = 55°C a 69°C (baixa).

Quando uma cultivar de arroz apresenta alta temperatura de gelatinização significa que os

seus grãos requerem mais água e tempo para cozinhar, enquanto com temperatura de

gelatinização intermediária (a desejada nacionalmente) e baixa requerem menos tempo e água

para o cozimento (KUMAR et al., 1994; PEREIRA, 2004). Cnossen & Siebenmorgen (2000)

relataram que em temperaturas abaixo da TG, o amido apresenta um material vítreo com

baixos coeficientes de expansão, volume específico e difusividade. Em temperaturas acima da

TG, o amido apresenta-se como um material pegajoso com coeficientes mais elevados de

expansão, volume específico e difusividade. Conseqüentemente, as propriedades físicas e

térmicas do arroz podem ser afetadas pelo índice de umidade e pela temperatura da secagem.

Juliano (1990) apontou que os métodos usados para avaliar a qualidade de arroz

(amilose, temperatura de gelatinização, etc.) são inadequados para arroz com teores de

amilose semelhantes. Essas diferenças poderiam ser devido ao tempo de cocção usado em

cada método e conseqüentemente por isso a quantidade de água absorvida não era compatível.

Outro aspecto a ser considerado era o efeito da área de superfície na absorção de água

(BHATTACHARYA, 1979).

A consistência de gel é um teste adicional para testar o conteúdo de amilose, uma vez

que reflete o efeito combinado do teor de amilose e as propriedades moleculares de amilose e

amilopectina. Em programas de melhoramento de arroz, o teste de consistência de gel pode

ser utilizado no rastreamento de linhas específicas para qualidade culinária, porque é mais

simples que a determinação do teor de amilose. Uma pessoa pode facilmente executar 100

amostras por dia em duplicata, sem quaisquer equipamentos sofisticados (CAGAMPANG et

al., 1973).

O endosperma também é classificado como glutinoso e não glutinoso. No primeiro

caso, o amido do grão é constituído basicamente de amilopectina; no segundo, de

amilopectina e amilose, podendo a amilose variar de 8 a 37%. O arroz glutinoso tem

endosperma de aspecto opaco, que, depois de cozido, apresenta-se brilhante, pegajoso e com

uma massa pastosa. Por sua vez, o arroz não glutinoso apresenta aspecto vítreo e brilhante e,

depois de cozido, apresenta comportamento variável em função das propriedades descritas

acima (FERREIRA et al., 2005).

Os minerais são elementos químicos inorgânicos necessários em pequenas quantidades

para o crescimento, conservação e reprodução do ser humano, contribuem na formação dos

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tecidos, intervêm na regulação dos processos corporais, favorecem a transmissão dos

impulsos nervosos e a contração muscular e participam na manutenção do equilíbrio ácido-

básico. Tendo em vista que o arroz pode atuar como fonte importante desses nutrientes na

dieta de mais da metade da população mundial, torna-se relevante avaliar qualquer alteração

na sua composição química que possa se refletir em seu valor nutricional. Os fatores

responsáveis por estas alterações são vários, dentre eles destacam-se o genótipo e os

processos de beneficiamento, os quais podem proporcionar aumento nos níveis de alguns

minerais (MICKUS; LUH, 1980).

Segundo McKevith (2004), os cereais são uma boa fonte de potássio (K), comparados

com a maior parte dos alimentos vegetais. Também contêm quantidades consideráveis de

ferro, magnésio e zinco. Os teores de ferro em arroz são principalmente afetados pela

absorção de ferro do solo, bem como o transporte e acúmulo de ferro em arroz (MENG et al.,

2005).

Meng et al. (2005) observaram que os mais altos teores de ferro (Fe), zinco (Zn),

cálcio (Ca), cobre (Cu), manganês (Mn) em arroz são encontrados em arroz preto, seguido

pelo arroz-vermelho. Geralmente, é aparente que a maioria dos minerais predomina em

cultivares de arroz colorido. Pessoas usaram arroz roxo-preto ou arroz-vermelho em dietas

medicinais de tempos antigos na China e Nepal (ITANI, 2000) citado por Itani et al. (2002).

Produtores chineses de arroz notaram que arroz roxo-preto tem níveis altos de minerais e

antocianina que podem ser bons para a saúde. Yang et al. (1998) analisaram Fe, Mn, Cu e Zn

em grãos de arroz polidos de 285 cultivares da China, e concluíram que cultivares de arroz-

vermelho são mais ricos em Zn que cultivares de arroz branco. As variações em minerais

mostrados nesse estudo sugerem que tipos novos de arroz rico em minerais podem ser criados

para uma dieta saudável, como arroz rico em proteína. Ao contrário da distribuição de

amilose, os conteúdos de N e todos os minerais diminuíram da parte externa para a parte

central do núcleo em todas cultivares. Esta tendência previamente foi informada por (KUBO,

1960; KIM et al., 1997) citados por Itani et al. (2002). No caso de fósforo (P), magnésio

(Mg), K e conteúdo de Mn, foram observadas distribuições extremamente ricas na parte

externa do grão de arroz. O conteúdo de Ca mostrou uma distribuição menos rica que Mg.

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2.5 QUALIDADE DE ARROZ

A definição da qualidade do grão de arroz inicia-se quando o produtor escolhe a

cultivar e o manejo que irá adotar (CASTRO et al., 1999).

A qualidade dos grãos é expressa pela sua renda no benefício, rendimento de grãos

inteiros, classe (longo, longo-fino etc.), tipo (freqüência de defeitos e impurezas) e qualidade

culinária (maciez, pegajosidade, sabor, aroma, etc.). Somente a cultivar não garante a

qualidade do produto, mas fornece as bases para se buscar um produto de alto padrão. Além

da escolha da cultivar, alguns cuidados ainda devem ser tomados: manter a lavoura limpa e

com maturação uniforme, colher no momento correto e fazer a secagem e o armazenamento

de forma adequada. Descuidos nesse sentido podem gerar perdas acentuadas em qualidade,

especialmente quanto ao rendimento de grãos inteiros no beneficiamento (CASTRO et al.,

2003).

As características determinantes da qualidade de grão em arroz refletem-se

diretamente no valor do produto no mercado. No entanto, o conceito de qualidade é concebido

e visto de maneira diferenciada, dependendo da finalidade do consumo, do grupo étnico

envolvido, do tipo de processamento pós-colheita, entre outros (VIEIRA, 2004). Outros

atributos também são importantes como: serviços ligados ao produto (fácil modo de preparo,

embalagem) e também ligados à imagem (marca do produto) (FRANCOIS et al., 1997).

Durante o processo de seleção de linhagens, dependendo da infra-estrutura disponível

e dos objetivos do Programa de Melhoramento Genético da Cultura, amostras de arroz são

geralmente avaliadas, entre outras, pelas seguintes determinações: a) teor de amilose; b)

reação alcalina do grão beneficiado polido como estimativa da temperatura de gelatinização;

c) capacidade de absorção de água; d) perfil viscoamilográfico; e) consistência do gel; f)

estabilidade do produto parboilizado e enlatado (VIEIRA, 2004).

2.5.1 Classificação e padronização

A comercialização e os preços dos produtos agrícolas são influenciados pelos critérios

de padronização e classificação, que, por sua vez, são regulamentados pelo governo. Esses

critérios não são aleatórios, tampouco permanentes. Representam o resultado da interferência

de agentes sócio-econômicos com diferentes expectativas e exigências (FERREIRA et al.,

2005).

Assim, os parâmetros quanto à qualidade não são exatamente os mesmos para os

segmentos ciência/tecnologia, produtores rurais, armazenadores, processadores, varejistas e

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consumidores. Essa dinâmica implica a necessidade de revisões periódicas nos critérios e

normas de classificação, buscando a adequação e o ajuste com a realidade do mercado.

Portanto, além da questão da qualidade dos grãos, é fundamental fazer referência à legislação

oficial de classificação (FERREIRA et al., 2005). Atualmente, o Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA) trabalha no Projeto de Regulamento Técnico de

Identidade e Qualidade do Arroz, que altera a Portaria 269/88, impondo maior exigência em

termos de qualidade.

A quantidade e qualidade são aspectos importantes para todos os agentes envolvidos

na produção, comercialização e consumo do arroz. Se antes o foco das políticas

governamentais se concentrava quase que exclusivamente na produção, hoje ele se inicia a

partir do consumo até chegar ao setor produtivo (FERREIRA et al., 2005).

Identifica-se como arroz de alta qualidade, todo aquele que apresenta uniformidade de

grãos, em relação ao tamanho, forma, cor e translucidez e cumpre com os padrões de

qualidade estabelecidos. Para obtenção de um produto em condições de ser consumido, em

princípio, o grão de arroz deve ser descascado e polido através de forças de fricção ou

abrasão. Essas forças atuam sobre uma superfície do grão gerando tensões que podem

eventualmente produzir quebra no mesmo, resultando em grãos inteiros e grãos quebrados.

Normas estabelecem valores máximos e mínimos dos atributos. A proporção de grãos inteiros

é o atributo mais importante comparando com os outros. O parâmetro de avaliação deste

atributo é dado pela porcentagem do grão inteiro obtido depois de polido (LIVORE, 2008).

Outras características essenciais são: renda no benefício, rendimento de engenho ou

rendimento de inteiros, aspecto e dimensões do grão. Sendo que renda no benefício é o

percentual de inteiros e quebrados, resultante do beneficiamento do arroz em casca. Uma

renda total base considerada nacionalmente é 68 %. Ela é constituída de um rendimento de 40

% de grãos inteiros e 28 % de grãos quebrados e quirera. Constitui-se num importante

parâmetro para determinar o valor de comercialização. As dimensões consideradas dos grãos

são comprimento, espessura e relação comprimento/ largura. Estas determinam as classes, que

podem ser; longo fino, longo, médio, curto e misturado (FERREIRA, et al. 2005).

Rendimento de engenho é uma característica correlacionada com o tamanho e forma

dos grãos, sendo altamente influenciada por fatores, como atraso na colheita, alta temperatura

e pouca umidade durante a fase de maturação, e com os processos de pós-colheita, como

secagem e armazenamento. Via de regra, após um período de armazenamento de quatro

meses, o arroz apresenta o máximo rendimento de grãos inteiros, não interessando ao

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melhoramento seleção de cultivares com rendimento de grãos inteiros inferior a 50 %

(PEREIRA; RANGEL, 2001).

Outros aspectos importantes para o consumidor são: a translucidez e a aparência do

grão. A primeira está relacionada com a propriedade do grão de arroz se deixar atravessar pela

luz, permitindo a visão ou distinção de imagens ou objetos através de sua espessura. A

aparência do grão está relacionada com a presença de áreas opacas, manchas e imperfeições

causadas por picada de insetos ou doenças, que depreciam o produto. Além disso, o

consumidor brasileiro prefere o arroz com endosperma translúcido e paga mais por isso,

apesar desta característica não afetar o aspecto do arroz após a cocção (FERREIRA et al.,

2005).

Ressalta-se que a aparência do grão está associada a cultivar e às condições ambientais

e de manejo da cultura. No entanto, para estabelecer uma melhor estratégia de produção de

arroz no Brasil é fundamental não só solucionar os problemas intrínsecos ao processo

produtivo, mas também conhecer minuciosamente as características sensoriais e físico-

químicas que definem os padrões de qualidade nos mercados consumidores de arroz

(FERREIRA et al., 2005). A textura e aparência do arroz após cozimento são características

que praticamente definem a aceitabilidade de uma nova cultivar (BASSINELLO et al., 2004).

O comprimento do grão de arroz também está relacionado com a viscosidade do grão

de arroz. Os grãos curtos, normalmente são pegajosos e os grãos longos, não apresentam essa

característica (MOSSMAN et al., 1983).

2.5.2 Qualidade culinária, de cocção e de processamento

O beneficiamento do arroz é composto de diferentes operações unitárias, entre as quais

o brunimento, que determina um dos mais importantes critérios de qualidade do arroz. O

objetivo do brunimento é remover do arroz integral a película de tegumento e o germe, com o

mínimo de dano ao grão inteiro, preservando sua forma original. Esse material removido

constituirá o farelo, que é composto pelas porções anteriormente citadas, somadas a algum

endosperma amiláceo que venha a ser removido.

As operações unitárias de beneficiamento de arroz são responsáveis por cerca da

metade do total de grãos quebrados, sendo que o brunimento exerce importante papel. O

restante dos grãos quebrados são proveniente principalmente da lavoura. O valor de mercado

dos grãos inteiros foi e continua sendo muito maior do que para os grãos quebrados. O preço

difere em mais de 100% para grãos inteiros beneficiados. O aumento de 1 ou 2% no

rendimento de engenho pode aumentar muito o lucro, quando grandes quantidades de grãos

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estão envolvidas no processo. O arroz quebrado é um produto aceito para consumo humano

em poucos países. Uma vez que o valor econômico do grão inteiro é maior, o aumento no

rendimento de grãos inteiros é de grande interesse (SPADARO et al., 1980).

O brunimento do arroz é realizado por abrasão, por meio do contato dos grãos contra

uma superfície áspera em movimento. O polimento do arroz, uma operação posterior ao

brunimento, de acabamento, ocorre quando os grãos são atritados uns contra os outros, ao

mesmo tempo em que o arroz é submetido a uma leve pressão (SPADARO et al., 1980).

O grau de brunimento é dado em relação à quantidade de farelo removida do grão. Em

geral, há quatro graus de brunimento: bem polido, razoavelmente bem polido, levemente

polido e não polido; mas não há uma definição precisa desses termos. Sendo assim, o grau de

brunimento é comumente determinado por inspeção visual ou por meio de aparelhos óticos. A

maioria dos consumidores prefere arroz bem polido, devido à sua maior brancura. Entretanto,

para obter um arroz bem polido, o rendimento de engenho diminui, com a conseqüente perda

de valor comercial (HOUSTON, 1972).

São vários os fatores que contribuem para a quebra do arroz durante o brunimento,

entre os quais fissuras ocorridas antes da colheita, secagem muito rápida, grãos imaturos,

grãos gessados, distribuição da umidade nos grãos (BHATTACHARYA, 1969;

WADWORTH; MATTHEUS, 1985).

O rendimento de moenda do arroz-vermelho no Japão é freqüentemente 60% ou

menos, os grãos quebrados têm rendimento de 30% para 40%, são usados para fabricação de

bebida fermentada. Geralmente o arroz-vermelho é considerado de baixa qualidade, embora

tenha um preço de mercado mais alto que arroz branco no Japão (ITANI, 2000 citado por

Itani et al., 2002).

Um produto de alto desempenho na indústria de beneficiamento será descartado se não

possuir adequada qualidade culinária (CASTRO et al., 2003).

Qualidade culinária de arroz é o comportamento esperado do arroz logo após a cocção.

É algo subjetivo e sujeito aos padrões estabelecidos nos diferentes países, que por sua vez, são

afetados pelos padrões culturais e pela sua forma de utilização na alimentação (FAO, 2004).

Mas, de uma maneira ampla, pode-se dizer que o termo qualidade é aplicado, largamente,

para categorizar o comportamento do amido contido no endosperma do grão, e as suas

dimensões (PURI; SIDDIQ, 1983; CASTRO et al., 1999).

Segundo Khush (1994), o consumidor das regiões temperadas do Japão, China e

Coréia, por exemplo, prefere o arroz branco, de grãos curtos, que se torna macio e

relativamente pegajoso após o cozimento. Na Índia, Paquistão e Tailândia, mercados

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tradicionais, o arroz aromático chega a alcançar altas cotações de preço. No Brasil, sobretudo

nos grandes centros urbanos, a preferência tem sido pelo arroz branco, de grãos longos e finos

(popularmente conhecido como agulhinha), que se avoluma na panela e permanece solto e

macio depois do cozimento, mas, nas regiões onde se produz e se consome o arroz-vermelho,

a preferência recai sobre o produto que, independentemente das dimensões e da forma do grão

descascado, se mantém pegajoso após o cozimento (PEREIRA, 2007). Portanto, em arroz,

seja branco ou vermelho, o aspecto qualidade de grãos, conferido por características como

teor de amilose, temperatura de gelatinização, pegajosidade e textura tem grande relevância,

podendo variar em função da cultivar, do ambiente e dos processos de pós-colheita

(JULIANO; DUFF, 1991).

A melhor maneira de avaliar a qualidade culinária do arroz é prepará-lo como os

consumidores o fazem e submetê-lo à apreciação dos mesmos ou a um grupo de pessoas

treinadas em análise sensorial do produto. Como este tipo de análise demanda muito produto,

tempo e muitas pessoas, torna-se pouco prático e caro, especialmente quando o número de

linhagens a serem avaliadas é grande. Diante deste fato, tem-se utilizado testes indiretos de

avaliação, como os da TA, TG, amido, viscosidade e absorção de água. A metodologia

adotada na Embrapa Arroz e Feijão segue os mesmos procedimentos utilizados pelo Centro

Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) (CASTRO et al., 2003).

A preferência do consumidor, que pressupõe a valorização dos atributos que lhe

agradam, é determinada não só pelas propriedades químicas e físicas dos grãos, mas também

por aspectos relacionados à aparência do produto após cozimento (rendimento de panela,

tempo de cocção, grãos secos e soltos, macio quando requentados) (FERREIRA et al., 2005).

O grau de polimento do grão influencia na qualidade culinária, tem relação com o

lucro dos fazendeiros e da indústria de beneficiamento, pois um grau de polimento satisfatório

é um fator de escolha para minimizar as perdas e melhorar a qualidade culinária (PIGGOT et

al., 1991; RAO et al., 1967; ROBERTS, 1979, citado por Mohapatra; Bal, 2006).

A alta capacidade de ligação com a água, alta taxa de inchamento, alta viscosidade de

pico e baixo tempo de cocção foram observados com o grau mais alto de polimento

(CHAMPAGNE, et al., 1990) citado por (MOHAPATRA; BAL, 2006). Recentemente Park et

al. (2001) citado por Mohapatra; Bal (2006) informaram os efeitos do grau de polimento em

arroz em propriedades sensoriais e propriedades físico-químicas de arroz polido e cozido.

Embora muito trabalho tenha sido feito para estudar o efeito do grau de polimento nas

propriedades físico-químicas de arroz, ainda permanece a pesquisa sobre o efeito do grau de

polimento de arroz e o efeito das cultivares na cocção e mensuração instrumental de textura.

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O período de repouso pós-colheita, também conhecido por tempo de prateleira ou

envelhecimento do arroz, modifica a qualidade culinária por causa das alterações progressivas

das propriedades físico-químicas nos grãos (VIEIRA; CARVALHO, 1999). Contudo, o

período de envelhecimento, necessário para atingir a maturação, difere entre as cultivares,

mesmo sendo de sistema de cultivo diferentes (BRESEGHELLO et al., 1998).

Dessa forma, o conhecimento das modificações na qualidade culinária dos grãos das

cultivares a serem lançadas torna-se importante ao agronegócio do arroz, pois orienta o

mercado e a indústria sobre a qualidade do produto e a oportunidade do seu comércio e

consumo.

O arroz cozido difere muito em suas propriedades de textura (suavidade, pegajosidade,

brilho e brancura) as quais estão relacionadas com a proporção amilose/amilopectina

(JULIANO, 1979).

O arroz sofre muitas interferências durante o cozimento, como: quantidade de grãos,

proporção de água, adição de ingredientes ou condimentos, entre outros (GULARTE et al.,

2005).

2.6 TESTES PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE

2.6.1 Análise sensorial

A análise sensorial é uma ciência interdisciplinar na qual se convidam avaliadores, que

se utilizam da complexa interação dos órgãos dos sentidos (visão, gosto, tato e audição) para

medir as características sensoriais e a aceitabilidade dos produtos alimentícios e muitos outros

materiais (WATTS et al., 1992). Vem sendo aplicada no desenvolvimento e melhoramento de

produtos, controle e qualidade, estudos sobre armazenamento e desenvolvimento de processos

(LANZILLOTTI; LANZILLOTTI, 1999).

Em programas de controle de qualidade, esta interação tem sido usada para medir a

qualidade do alimento, sendo um instrumento fundamental para se obter vantagens no

mercado, pois é ela que influencia o comportamento do consumidor. É necessário ter

informações acerca do produto, de modo que este possa satisfazer as necessidades do

consumidor. Uma equipe pode dar respostas que indicarão a preferência do consumidor,

diferenças e preferências entre amostras, seleção do melhor processo e determinação do grau

ou nível de qualidade do produto, possibilitando aplicações diversas de metodologia

quantitativa (ARAÚJO et al., 2003).

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Os testes sensoriais são incluídos como garantia de qualidade na indústria de alimentos

e bebidas por representarem medida multidimensional integrada. Suas vantagens são:

identificar a presença ou ausência de diferenças perceptíveis, definir características sensoriais

importantes do produto de forma rápida, detectar particularidades não verificadas por outros

procedimentos analíticos e ainda ser capaz de avaliar a aceitação de produtos (BASSINELLO

et al., 2004).

A análise sensorial é um dos parâmetros de qualidade muito utilizado por programas

de melhoramento genético em indústrias de beneficiamento como forma de avaliar o

comportamento culinário das cultivares lançadas e/ou novas linhagens em estudo

(BASSINELLO et al., 2004).

A qualidade sensorial do produto cozido afeta o valor econômico do arroz no mercado.

O perfil sensorial das cultivares de arroz consiste num processo formal para medir, de maneira

reprodutível, os atributos específicos de uma amostra e a intensidade de cada um em escala

adequada, fornecendo completa descrição do produto e uma base para distinguir aqueles

atributos sensoriais que são importantes para aceitação dos consumidores (DELLA

MODESTA et al., 2002).

a) Perfil sensorial para cultivares de arroz

Segundo Okabe (1979) e descrito por Modesta et al. (1997) os fatores que afetam a

aceitabilidade e a qualidade comestível de arroz cozido dependem, primariamente, da

qualidade do arroz cru, que também é afetada por fatores como condições climáticas e

geográficas, métodos de cultivo, distribuição e processamento. A avaliação da qualidade

também pode ser feita, através da medida das características reológicas, químicas ou mesmo

por outras propriedades físicas.

Convencionalmente, por métodos estatísticos, a relação entre análise sensorial (teste

de preferência de sabor e textura, com ênfases em atributos de textura) e propriedades físico-

químicas é determinada permitindo estimar a qualidade sensorial para uma determinada

população (CHAMPAGNE, 1997).

Preferência em relação à aparência, gosto e textura são muito variáveis de um

consumidor para outro, alguns deles preferem o arroz aromático e o arroz polido, outros

gostam do arroz parboilizado e outros o arroz mais convencional (MARTIN et al., 1997).

Entre vários atributos de textura que podem afetar a aceitabilidade de consumidores,

dureza e viscosidade são dois atributos geralmente determinados em arroz cozido (JULIANO

et al., 1981).

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A textura é considerada um importante atributo de aceitação do alimento por

consumidores e um fator crítico em avaliação de qualidade; é afetada por fatores tais como

condições agronômicas, características físico-químicas, propriedades reológicas, etapas de

processamento como secagem, armazenamento, polimento e condições de cozimento

(MODESTA et al., 1997). Textura é definida como “manifestação sensorial da estrutura de

alimento e a maneira na qual aquela estrutura reage à força aplicada” (SZCZESNICK, 1968).

De acordo com Okabe, (1979) e descrito por Modesta et al. (1997), a “palatabilidade”

de arroz pode ser mais apropriadamente descrita pelos parâmetros de textura como dureza,

pegajosidade, elasticidade etc., desde que o arroz cozido apresente “gosto” suave.

As propriedades de textura do arroz podem depender de muitas características, mas

também do método culinário. Padronização da cocção é então uma condição prévia para a

avaliação de textura de arroz cozido. Porém, o método culinário varia amplamente em

literatura: alguns usam o desaparecimento do centro branco em água em excesso,

considerando que outros usam um tempo fixo ou relação de arroz e água (RANGHINO, 1966;

JULIANO et al., 1981 citados por VIDAL et al., 2007).

Numerosos estudos são feitos com o comportamento de arroz cozido (JULIANO et al.,

1981; BERGMAN et al., 2004 citados por Vidal et al., 2007), geralmente tentando unir tempo

de cocção e características físico-químicas de arroz. Tamanho e forma do grão

(particularmente espessura) foram provados serem os principais fatores que influenciam no

tempo de cocção, mas arroz com altos conteúdos de proteína e de amilose também parece ter

tempos de cocção mais longos.

Poucos estudos têm concentrado em predizer o grau da aceitação global da qualidade

culinária de arroz cozido por aplicações práticas (CHIKUBU et al., 1985; HSU; SONG, 1988;

OHTSUBO et al., 1998; CROWHURST; CREED, 2001). Atributos sensoriais são afetados

pela qualidade de cocção de arroz. Esses atributos são relacionados com a variedade e

também com a taxa de água/ arroz. O nível de dureza diminui com o aumento da taxa água/

arroz e aumenta com o aumento do teor de amilose. Ao contrário, a pegajosidade, aumenta

com o aumento da taxa água/ arroz e diminui com o aumento da amilose depois de alcançar o

pico.

b) Métodos Descritivos

São testes para onde os resultados gerados pelos provadores descrevem as

características sensoriais das amostras, fornecendo informações tanto qualitativas como

quantitativas. As aplicações para os métodos descritivos são: desenvolvimento de novos

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produtos, classificação de produtos de acordo com seu perfil sensorial, controle de qualidade,

testes de vida de prateleira, correlação entre dados sensoriais e análises de laboratório. Para a

obtenção de resultados tão valiosos, a equipe de provadores deve ser altamente treinada e

constantemente avaliada (calibrada) (MEILGAARD, 1999).

De acordo com Meilgaard et al. (1999), os aspectos qualitativos envolvem: a)

características de aparência (cor, textura visual, interações entre pedaços ou partículas,

tamanho e forma); b) características de aroma (sensações: olfativas e nasais); c) características

de sabor (sensações: olfativas, de gosto e bucais); d) características de textura oral

(propriedades: mecânicas, geométricas e relacionadas com a presença, liberação e adsorção da

gordura ou óleo, e da umidade no produto).

Já em relação aos aspectos quantitativos, o provador também avalia o grau de

intensidade com que cada atributo está presente no alimento. Para tanto, os provadores devem

ser treinados a usar escalas de forma consistente com relação à equipe sensorial, com relação

às amostras e ao longo de todo período de avaliação. Os métodos classificam-se em: a)

avaliação de atributos – escalas; b) perfil de textura; c) perfil de sabor; d) análise descritiva

quantitativa – ADQ; e) tempo – intensidade; f) teste da amostra única (DUTCOSKY, 1996).

Uma equipe de provadores treinados, além de medir as diferenças entre as

propriedades sensoriais dos produtos provenientes de diferentes tratamentos, é também

utilizada para estabelecer a intensidade de uma característica de qualidade sensorial. A idéia

central em tais métodos é criar uma impressão de continuidade na faixa de variação de algum

atributo específico que contribua para a qualidade sensorial do produto (CHAVES;

SPROESSER, 1993).

Os métodos descritivos utilizam escalas de intervalo ou de proporção, que possuem

vantagens, pois dão à grandeza (intensidade da sensação) e a direção das diferenças entre as

amostras. Por meio da escala é possível descobrir o quanto as amostras diferem-se entre si, e

qual amostra apresenta maior intensidade do atributo sensorial que está sendo medido. Mas a

única desvantagem do teste é que exige maior treinamento e habilidade do provador

(DUTCOSKY, 1996).

Estes métodos são cada vez mais utilizados, embora apresentando certas desvantagens,

como a necessidade de grande número de sessões de treinamento. Mesmo com a padronização

dos termos, os provadores apresentam muitas diferenças na percepção e na forma de

descrever os alimentos, ocorrendo com muita freqüência discordância entre os membros da

equipe (VERRUMA-BERNARDI; DAMASIO, 2004).

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c) Testes de Escala Estruturada

Escalas são usadas para avaliar como e quanto, um ou mais atributos sensoriais variam

entre diversas amostras. É um teste bastante poderoso, podendo ser realizado com número

reduzido de provadores: oito provadores treinados são suficientes para a obtenção de

resultados estatisticamente válidos (MEILGAARD, 1999).

Os provadores selecionados recebem as amostras codificadas em ordem balanceada e

são solicitados a avaliar o atributo sensorial e atribuir nota de acordo com a escala em uso.

Diversos tipos de escala podem ser utilizados: estruturada numérica (com pontuação

definida), estruturada verbal (os valores são atribuídos posteriormente), escala não-estruturada

(linha reta onde o provador apenas marca um ponto), escala hedônica (CHAVES;

SPROESSER, 1996). A escolha das palavras ou frases que vão identificar os intervalos da

escala são de grande importância, uma vez que esta associação deve dar uma idéia da ordem

sucessiva dos intervalos na escala e também facilitar a decisão do provador em suas respostas.

Devem-se evitar expressões ambíguas que possam dificultar a decisão do provador

(CHAVES; SPROESSER, 1993).

Os resultados são tabelados e analisados por ANOVA (análise de variância). Existindo

diferença significativa na análise de variância, compara-se a diferença entre as médias de cada

uma das amostras com a MDS (mínima diferença significativa) calculada de acordo com o

teste de Tukey (MEILGAARD, 1999).

d) Métodos subjetivos

Realizados normalmente por consumidores atuais ou potenciais do produto. Têm

como objetivo medir atitudes subjetivas como aceitação ou preferência dos produtos, de

forma individual ou em relação a outros. Pelo grau de aceitação de produto comparado a

outro, pode-se inferir a preferência (o produto com melhor aceitação teria preferência do

consumidor), mas o inverso não é verdadeiro: ao preferir um produto em relação a outro não

significa que o consumidor tenha gostado do referido produto (CHAVES, 1980).

Testes de aceitação são muito importantes na etapa de elaboração/lançamento de

novos produtos. Um produto de alta qualidade técnica pode não ser adequado aos padrões

culturais de determinadas regiões, implicando um fracasso em vendas (MEILGAARD, 1999).

Antes de se realizar qualquer teste afetivo, deve-se definir exatamente o tipo de

consumidor a ser avaliado. Os indivíduos que participam em testes afetivos devem ser

consumidores do tipo de produto em teste e devem ser selecionadas em função de sexo, idade,

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freqüência de consumo, renda e atitude (nacionalidade, raça, educação, padrões culturais etc.).

Os critérios de seleção das pessoas são definidos de acordo com estratégias de marketing da

empresa. Não devem ser selecionados funcionários ou seus familiares ou pessoas residentes

próximo da empresa, pois podem reconhecer facilmente os produtos testados e tendem

encontrar razões para preferi-los. Além disso, funcionários podem ter informações sobre o

conteúdo dos testes, o que podem influenciar suas decisões. Provadores treinados não devem

participar de teste de aceitação, especialmente os provadores de equipes de análise descritiva

(MEILGAARD, 1999).

Qualquer que seja o teste afetivo realizado, faz parte da apresentação dos resultados, a

estratificação do perfil dos provadores que participaram, bem como uma descrição das

condições da realização do teste.

e) Testes de aceitação

Um dos testes de aceitação utilizados em análise sensorial é o teste utilizando escala

hedônica, onde o provador expressa sua aceitação pelo produto, seguindo uma escala

previamente estabelecida que varia gradativamente, com base nos atributos gosta ou desgosta.

A cada amostra são atribuídos os pontos indicados na escala e os resultados são analisados

por ANOVA e pelos testes de comparação de média se for o caso (CHAVES; SPROESSER,

1996).

2.6.2 Determinação da viscosidade

A viscosidade é a propriedade do fluido que descreve a magnitude da resistência

devido às forças cisalhantes dentro do fluido (SHARMA et al., 2000).

Todos os materiais possuem propriedades reológicas, de modo que a reologia é uma

ciência que pode ser aplicada em diversas áreas de estudo (TONELI et al., 2005). O

conhecimento das propriedades reológicas dos alimentos é fundamental no dimensionamento

e operacionalização de equipamentos envolvidos no seu processamento, bem como no

controle de qualidade e na determinação da sua vida-de-prateleira. Muitos dos atributos

sensoriais associados à textura de emulsões alimentícias estão diretamente relacionados com

propriedades como a viscosidade (BUFFO; REINECCIUS, 2002; MULLER, 1973),

parâmetro intimamente ligado com a aceitabilidade do produto pelos consumidores (YANES

et al., 2002; PENNA et al., 2001; COURREGELONGUE et al., 1999; SILVA et al., 1998).

Muitos são os fatores que podem afetar o comportamento reológico do alimento sendo

influenciados pela sua composição, tanto quantitativa quanto qualitativa e, por conseqüência,

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dependerá do tipo de alimento e dos tratamentos realizados no seu processo de elaboração. A

maioria dos fluidos alimentícios apresenta comportamento pseudoplástico, onde a viscosidade

aparente decresce com o aumento da taxa de deformação (HOLDSWORTH, 1971).

A diferença na resistência mecânica entre amostras de arroz depende da metodologia

usada para avaliar a qualidade de cocção (firmeza ou dureza) (JULIANO, 1998). O

Viscoamilógrafo é muito útil para avaliar propriedades de cocção, particularmente quando só

uma quantia pequena de amostra está disponível e pode dar informação muito boa sobre

resistência de cocção (GONZÁLEZ et al., 2004).

A descrição do comportamento reológico não-newtoniano é feita através de modelos

empíricos que são usados para relacionar os dados de tensão de cisalhamento e taxa de

cisalhamento. O modelo mais prático para uma análise mais detalhada e que está sendo

utilizado neste trabalho é: Ostwald-de-Waelle (Lei da Potência) que é apresentado como:

σ = K (γ)n (1)

Em que, σ (Pa) é a tensão de cisalhamento, γ (s-1) é a taxa de cisalhamento, K é o

índice de consistência e n é o índice de comportamento.

Para n = 1, essa equação se reduz à lei da viscosidade de Newton com K = µ. Assim, o

desvio de “n” da unidade indica o grau de desvio do comportamento newtoniano, sendo que,

se n < 1 o comportamento é pseudoplástico e, se n > 1, dilatante.

a) Viscosímetros de cilindro concêtrico

Os viscosímetros de cilindros concêntricos são aparelhos de laboratório que fornecem

a viscosidade cinemática ν em unidades técnicas (industriais e comerciais). Em geral,

determina-se nos viscosímetros o tempo ∆t, que certo volume de líquido gasta para escoar,

através de um orifício ou de tubo capilar (BASTOS, 1983). Eles podem medir a viscosidade

de materiais amiláceos que tiveram previamente um tratamento hidrotérmico, pois, estes

materiais amiláceos têm a capacidade de absorver água e intumescerem-se quando em

suspensões aquosas à temperatura ambiente. A viscosidade que se desenvolve em suspensões

com este tipo de materiais se conhece como viscosidade aparente (SANDOVAL et al., 2006).

O viscosímetro de Brookfield permite efetuar medidas diretas da viscosidade de

líquidos, uma vez que há a possibilidade de reconverter diretamente o valor lido para unidades

de viscosidade, concretamente o centiPoisé (cP). É ainda de referir que a viscosidade depende

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da temperatura, sendo, pois, de extrema importância manter a temperatura constante durante

as determinações (DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA, 2006).

Uma representação gráfica de um viscosímetro rotacional de cilindros concêntricos

(Brookfield) pode ser vista na Figura 1.

FIGURA 1 - Esquema de um viscosímetro Brookfield digital com adaptador de pequenas amostras. Fonte: Departamento de Engenharia Mecânica, 2006.

2.6.3 Análise RVA

A viscosidade é uma característica que indica algumas das propriedades de cocção do

arroz, que são medidas primeiramente pela análise de Rapid Visco Analyser (RVA), que imita

o processo de cocção e monitora as mudanças de uma pasta de arroz, durante o teste

(FITZGERALD et al., 2000). Podem ser usados perfis de RVA como um índice secundário

para avaliar a qualidade de arroz (YAN et al., 2005).

O aumento da viscosidade pode ser medido em diversos instrumentos que têm sido

pesquisados com o objetivo de acompanhar e registrar o fenômeno. Dentre muitos, os mais

utilizados e que têm preenchido as finalidades são os amilógrafos-viscógrafos de Brabender,

que registram a viscosidade em Unidades Brabender (U.B.). Ao lado disso, eles também

servem como aparelhos controladores de qualidade e para o desenvolvimento de novos

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produtos. O instrumento registra as mudanças que ocorrem na viscosidade durante o

aquecimento, cozimento e esfriamento do sistema água e amido (VITTI, 1966).

O viscoamilógrafo registra a medida das mudanças da viscosidade com a variação de

tempo e temperatura, pode refletir o peso molecular e conformação do amido, que são

afetados pelos tipos de cereais, condições de processamento e formulações (JACOBS et al.,

1995).

A utilização do viscoamilógrafo para se conhecer as características amilográficas das

pastas de arroz pode fornecer subsídios para a avaliação da qualidade tecnológica dos

genótipos em desenvolvimento (CARVALHO; GERMANI, 1998). Para a avaliação rápida da

cocção e propriedades de processamento de cereal, amido e seus produtos, o RVA é uma

ferramenta útil porque pode ser realizada durante um curto tempo de análise e uma quantidade

pequena de amostra (JACOBS et al., 1995).

O RVA é o mais efetivo equipamento disponível no mercado para determinação da

propriedade viscosa do cozimento do amido, grão, farinha e alimentos em geral.

Desenvolvido para realizar a aquisição de dados e interpretação viscométrica de maneira

simplificada. O equipamento analisa de dois a quatro gramas de amostras usando o método

aprovado de análise especialmente construído para o produto em questão, realizando mistura,

medição, aquecimento e refrigeração. Os resultados são obtidos em média a cada 12 minutos,

possibilitando alto número de análises/dia. Operado via computador, possibilitando

interpretação dos resultados, com pontos pré-definidos, pode-se realizar cálculos

matemáticos, impressão dos gráficos e exportar dados. Combina flexibilidade, exatidão,

velocidade em análise, precisão e automação. Indicado para análises no recebimento de

materiais, controle da produção e análises de produtos finais (VITTI, 1966).

No procedimento, a pasta é agitada constantemente com uma pá e aquecida. A

viscosidade é medida como a resistência da pasta à pá. Enquanto a temperatura da pasta

aumenta, os grânulos do amido começam a absorver a água e inchar. A viscosidade da pasta

começa a aumentar. Quando a temperatura alcança 95°C, os grânulos se formam no sentido

do fluxo da pá e a viscosidade diminui. A temperatura da pasta é diminuída a 50°C, que está

abaixo da temperatura de gelatinização, e as cadeias da formação da amilose se rearranjam e

dão forma a um gel, e aos aumentos da viscosidade outra vez (FITZGERALD et al., 2000).

Os parâmetros normalmente determinados para a interpretação das propriedades de

pasta pela curva de empastamento (Figura 2) são (PERONI, 2003):

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- Temperatura de pasta: temperatura em ºC, calculada com base no tempo de

funcionamento do RVA (6ºC min-1); correspondente ao ponto onde se inicia a formação da

curva;

- Viscosidade de pico: valor de máxima de viscosidade do amido, durante o ciclo de

aquecimento;

- Quebra (Breakdown): diferença de viscosidade entre o pico máximo e a viscosidade

mínima a 95ºC;

- Viscosidade Final: valor da viscosidade à temperatura final de resfriamento (50ºC);

- Retrogradação: diferença de viscosidade mínima a 95ºC e a viscosidade final,

também chamado de setback.

FIGURA 2 – Curva de empastamento típico, obtido em RVA apresentando os parâmetros comumente medidos e viscosidade em unidade RVU (THOMAS; ATWELL, 1999).

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No RVA, durante a fase inicial de aquecimento de uma suspensão aquosa de amido,

um aumento na viscosidade é registrado quando os grânulos começam a inchar. Neste ponto,

polímeros com baixo peso molecular, particularmente moléculas de amilose, começam a ser

lixiviadas dos grânulos. Um pico de viscosidade é obtido durante o empastamento, quando

existe a maioria dos grânulos totalmente inchados, grânulos intactos e o alinhamento

molecular de qualquer polímero solubilizado ainda não ocorreu dentro do campo de atrito do

instrumento (TSAI et al., 1997). Durante a fase de temperatura constante (95ºC) os grânulos

começam a se quebrar e a solubilização dos polímeros continua. Neste ponto ocorre uma

quebra na viscosidade. Durante a fase de resfriamento, polímeros de amilose e amilopectina

solubilizados começam a se re-associar e outro aumento na viscosidade é registrado. Este

segundo aumento da viscosidade é conhecido como tendência a retrogradação ou set-back

(MATSUGUMA, 2006).

Os resultados obtidos por meio do RVA fornecem informações sobre o grau de

degradação do amido, a gelificação e o inchamento (RYU et al., 1993), citados por Silva et al.

(2004). Também contribuem para o estabelecimento de padrões tecnológicos para o arroz,

pois pode indicar as características dos grãos quanto à maciez, dureza e aderência, após a

cocção, sendo, desta forma, um complemento ao estudo sensorial do germoplasma de arroz

disponível no Brasil (CARVALHO; GERMANI, 1998).

A viscosidade de uma pasta depende do grau de gelatinização dos grânulos de amido e

do desarranjo molecular (E-DASH et al., 1983). NOOSUK, et al. (2003) estudaram a relação

entre estrutura e viscosidade em amidos de arroz tailandês. Eles relataram que amido de arroz

glutinoso tem um alto inchamento e viscosidade, em relação a outras classes de arroz. Embora

a amilose seja um fator que influencia as propriedades funcionais do aquecimento de amido

de arroz, poucos trabalhos têm sido feitos a respeito do efeito da amilose na viscosidade de

pastas. Mais informações sobre a relação entre amilose e amilopectina nos grânulos de amido

durante o aquecimento e propriedades funcionais da pasta de amido de arroz são ainda

necessárias.

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3 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho foi a aplicação de testes indiretos para a caracterização

da qualidade de grão de diferentes genótipos de arroz-vermelho (Oryza sativa L.).

Os objetivos específicos foram caracterizar a composição centesimal, avaliaros teores

de amido e amilose, e determinar a consistência de arroz em função do tempo de cocção, bem

como o comportamento reológico das pastas de arroz em função do tempo de cocção.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 MATÉRIA-PRIMA

Foram utilizadas quatro amostras de arroz-vermelho: Tradicional, MNAPB0405,

MNACE0501 e MNACH0501, doadas pelo Programa de Melhoramento Genético de Arroz-

Vermelho da Embrapa Meio-Norte (Teresina/PI). O sistema de cultivo utilizado foi o irrigado,

as amostras foram plantadas no Campo Experimental da Embrapa Meio-Norte em julho de

2007 e colhidas nas seguintes datas: 29/10/2007, arroz-vermelho Tradicional; 12/11/2007,

arroz-vermelho MNAPB0405; 07/11/2007, arroz-vermelho MNACE0501 e 05/11/2007,

arroz-vermelho MNACH0501. Foi realizada uma adubação básica com 300 kg ha-1 da mistura

5-30-15 e duas de cobertura (50 kg ha-1+50 kg ha-1 de nitrogênio) no início do perfilhamento e

na diferenciação do primórdio floral.

Na figura 3 pode ser observado o arroz-vermelho ainda na sua planta.

FIGURA 3: Grãos de arroz-vermelho em casca

Amostras de cinco quilogramas de cada genótipo de arroz-vermelho foram

acondicionadas em sacos plásticos e conduzidas para o Laboratório de Tecnologia de

Alimentos da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO), onde se realizaram as

análises de qualidade dos grãos.

Todos os genótipos de arroz-vermelho estudados foram beneficiados em moinho de

provas da marca Susuki, modelo MT onde passaram por 15 segundos de polimento. Este

tempo foi estipulado por testes preliminares, onde os genótipos estudados apresentavam as

características semelhantes a do arroz-vermelho comercializado. Em seguida as amostras

foram separadas e identificadas para que as análises fossem realizadas.

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Na figura 4 podem ser observados grãos de arroz-vermelho nas formas integral e semi-

polida.

FIGURA 4 – Grãos de arroz-vermelho comercial nas formas integral e semi-polida.

4.2 MÉTODOS

As análises de tamanho dos grãos, qualidade de beneficiamento, características quanto

à cocção, além de algumas análises físico-químicas e químicas foram feitas apenas em grãos

crus para caracterizar os genótipos. A análise sensorial feita com provadores treinados e não

treinados foi feita com arroz-vermelho cozido. A determinação de macronutrientes (Ca, Mg,

P e K) e micronutrientes (Zn, Cu, Mn e Fe), foi realizada com amostras cruas e também com

amostras cozidas por tempo fixo de 40 minutos. As análises de amilose, amido, consistência

de gel, testes reológicos, análises em RVA foram feitas nas amostras cruas e também naquelas

obtidas nos diferentes tempos de cocção (20, 30 e 40 minutos). Garcia (2006) analisou os

tempos de cocção pelo teste de panela em alguns genótipos de arroz branco polido e

determinou que variam de 18 a 24 minutos. Em testes preliminares foi constatado que o arroz-

vermelho gasta um tempo maior que este. Foi constatado que o arroz-vermelho estudado tem

características de cocção semelhantes às do arroz integral tradicional visto que ele é

classificado como mal polido.

4.3 CLASSIFICAÇÃO E PADRONIZAÇÃO

4.3.1 Tamanho dos grãos

Os grãos de arroz cru foram caracterizados quanto à dimensão conforme descrito por

MOHSENIN (1970). Usou-se um paquímetro digital com precisão de 0,01 mm da marca

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Mitutoyo modelo CD-6 C para mensuração do comprimento, largura e espessura de 50 grãos

de arroz, tomados aleatoriamente de cada amostra para sua caracterização, e em seguida,

calculou-se a média destes resultados que foram expressos em milímetros. A relação entre

comprimento e largura também foi calculada.

4.3.2 Otimização preliminar do tempo de polimento

Como ainda não se tem padronização oficial do grau de polimento do arroz-vermelho

foi necessário utilizar como referência o grau de polimento da amostra comercial encontrada

no mercado local do Vale do Piancó em Santana dos Garrotes, Paraíba (Controle).

Aleatoriamente foi utilizada o genótipo MNAPB0405 para se otimizar o tempo de

beneficiamento no equipamento e assim, obter um tempo definido para que libere um grão

que mais se aproximasse das características do grão comercial. Desta forma foram utilizados

os tempos de polimento de 0, 10, 15, 20, 30 e 40 segundos.

Para o beneficiamento da amostra, 100 g de grãos de arroz-vermelho em casca foram

beneficiados em moinho de provas, marca Suzuki, modelo MT, nos tempos já estabelecidos

para este teste. Em seguida utilizaram-se “trieurs” (espécie de peneira com vibração

mecânica) de alvéolos pelo tempo de 25 segundos, para separar os grãos inteiros dos

quebrados. Os grãos inteiros foram submetidos ao teste de brancura, transparência e

brunimento no medidor Satake Milling Meter, modelo MM1B.

Ficou estabelecido neste experimento, como padrão para o polimento, o tempo de 15

segundos, levando-se em conta os resultados obtidos no equipamento e na avaliação visual

geral das amostras comparadas com o controle. Os valores obtidos para o controle e o

genótipo MNAPB0405 estão apresentados na Tabela 1.

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TABELA 1 – Índices obtidos para arroz-vermelho em diferentes tempos de brunimento, usando equipamento para determinação do grau de polimento (Satake).

Amostra Tempo

(s)

Brancura

(%)

Transparência

(%)

Grau de Polimento (pontos)

Arroz Comercial (Comercial)

- 26,2 0,35 0

10 22,8 0,61 0

15 26,2 0,65 0

20 19,0 1,20 41

30 34,1 1,43 63

MNAPB0405

40 28,7 1,27 84

Amplitude de leitura - 15 - 60% 0 - 9,99% 0 - 199

FIGURA 5 – Genótipo MNAPB0405 em diferentes graus de polimento. Da esquerda para direita, a partir da linha superior, amostras de grãos integral (zero segundo), com 10, 15, 20, 30, 40, 50 e 60 segundos de polimento respectivamente, a amostra em destaque, no topo da foto, é uma amostra comercial de arroz-vermelho sendo comparada com a amostra que sofreu polimento por 15 segundos, tempo escolhido para beneficiamento.

4.3.3 Renda de beneficiamento

Uma vez determinado o tempo de polimento (15 segundos), 100 g de grãos de arroz-

vermelho em casca de todos os genótipos utilizados neste trabalho foram submetidos a este

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procedimento em triplicata em engenho de provas, marca Suzuki. Para separar os grãos

inteiros dos quebrados foram utilizados “trieurs” de alvéolos pelo tempo de 25 segundos.

Após este processo pesou-se cada fração, onde o valor final foi transformado em

porcentagem. Os grãos inteiros foram submetidos ao teste de brancura, transparência e

brunimento no medidor Satake Milling Meter, modelo MM1B, conforme descrito

anteriormente.

4.4 CARACTERIZAÇÃO DOS GENÓTIPOS QUANTO À QUALIDADE CULINÁRIA

4.4.1 Amilose

As análises de teor de amilose foram feitas com as amostras cruas e polidas de arroz e

com as amostras nos diferentes tempos de cocção (20, 30 e 40 minutos). A concentração da

fração amilose do amido foi determinada por meio de técnica colorimétrica, sendo a

metodologia desenvolvida por Martinéz e Cuevas (1989) e adaptada pela EMBRAPA Arroz e

Feijão, utilizando como indicador a solução iodo/iodeto de potássio e o complexo formado

medido por espectrofotômetro no visível a um comprimento de onda λ = 620nm.

Em 100 mg de amostra, já previamente seca e moída (no moinho de facas PERTEN

LABORATORY MILL 3100), adicionou-se um mililitro de álcool etílico 95% e nove

mililitros de solução de Hidróxido de sódio (NaOH) 1,0N. Colocou-se em banho-maria a

100ºC por nove minutos para gelatinizar o amido. Após atingir temperatura ambiente,

transferiu-se para balão volumétrico de 100 mL, completou-se o volume com água destilada e

homogeneizou-se. De cada um dos balões que continha as amostras de amido gelatinizado,

tomaram-se alíquotas de cinco mililitros com uma pipeta volumétrica, transferiu-se para balões

de 100 mL e acidificou-se com um mililitro de ácido acético um Normal (1 N). Acrescentaram-

se dois mililitros do indicador de iodo, que ao reagir com o amido formou-se um complexo de

coloração azul; homogeneizou-se e esperaram-se trinta minutos sob proteção da luz, à

temperatura ambiente. A leitura foi efetuada no espectrofotômetro, UV/visível, marca Milton

Roy Company, modelo Spectronic 21, à 620 nm, em três repetições.

Utilizaram-se como controles internos do método as variedades Colômbia 1,

Bluebonnet 50 e IR 8, pois apresentam baixos teores de amilose, intermediários e altos,

respectivamente.

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Construção da curva padrão de amilose

Antes de fazer a leitura de absorbância das amostras, foi construída a curva padrão de

amilose como referência. Esta curva é obtida utilizando-se diversas diluições de amilose de

batata pura comercial e seguindo um procedimento similar ao realizado com as amostras de

arroz, segundo Martinéz & Cuevas (1989).

Inicialmente foram pesados 40 mg de amilose e colocados em balões de 50 mL. Foram

seguidos os mesmos passos realizados para gelatinizar o amido das amostras de arroz. Depois

de gelatinizado o amido e completado o volume do balão, foram pipetadas alíquotas de 0,5;

1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0 mL e transferidas para os balões de 50 mL, obtendo-se seis diluições da

solução padrão. Depois foram colocados 0,1; 0,2; 0,3; 0,4; 0,5 e 0,6 mL de ácido acético

respectivamente e 0,2; 0,4; 0,6; 1,8; 1,0 e 1,2 mL de solução de iodo. Foram completados os

balões com água destilada, agitados e deixados em repouso por 30 minutos, ao abrigo da luz,

antes de realizarem-se as leituras. Utilizando-se o espectrofotômetro a um comprimento de

onda a 620 nm, foi lida a absorbância de cada uma das diluições da solução padrão.

Para a construção da curva padrão, colocou-se no eixo x (abscissa) a concentração de

amilose das diluições e no eixo y, os valores da absorbância. A equação de reta obtida através

da curva é do tipo linear e relaciona a absorbância lida (y) com a concentração dos padrões

(x). Por meio da equação de reta da curva padrão, pôde-se calcular a concentração de amilose

de cada amostra, pelo valor de absorbância lido por meio da equação 2:

C = (Abs ± b/a) x fd. (2)

Em que, C = concentração em mg mL-1;

b = coeficiente angular;

a = coeficiente linear;

Fd = fator de diluição igual a 20.

O último passo consistiu na leitura dos valores de absorbância das amostras e estimou-

se o conteúdo de amilose por meio da multiplicação do valor de absorção de cada amostra

pelo fator de conversão que foi obtido ao elaborar a curva padrão. Entre cada leitura, passou-

se o branco para zerar o equipamento. Na Tabela 2 encontra-se a referência de classificação

das amostras de acordo com os teores de amilose.

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TABELA 2 – Classificação do teor de amilose em arroz e comportamento culinário correspondente.

Teor de amilose (%) Características

Alto 28 a 32 seco, solto e duro

Intermediário 23 a 27 seco, solto e macio

Baixo 11 a 22 pegajoso e macio

Fonte: Adaptado de Martinéz & Cuevas (1989).

4.4.2 Temperatura de gelatinização

A temperatura de gelatinização (TG) da amostra foi estimada, indiretamente, mediante

o grau de dispersão alcalina e clarificação dos grãos de arroz crus quando em contato com

uma solução alcalina.

De acordo com a metodologia desenvolvida por Martinez e Cuevas (1989) e adaptada

pela EMBRAPA Arroz e Feijão, dez grãos de arroz cru polidos foram incubados em dez

mililitros de solução hidróxido de potássio (KOH) 1,7 N em placas plásticas de 4,8 cm de

diâmetro por 23 horas, em estufa retilínea FANEM, à 30ºC. Utilizou-se uma escala (1 a 7)

para medir e interpretar a dispersão alcalina (Tabela 3).

TABELA 3 – Escala dos graus de dispersão e temperatura de gelatinização de arroz.

Grau de dispersão Características T.G. 1, 2 e 3 Os grãos não são afetados

pela solução alcalina Alta (74 a 80°C)

4 e 5 Os grãos se desintegram parcialmente

Intermediária (69 a 73°C)

6 e 7 Os grãos se dissolvem totalmente

Baixa (63 a 68°C)

Fonte: Adaptado de MARTINÉZ e CUEVAS (1989).

O resultado foi calculado multiplicando-se o número de grãos pela respectiva nota,

somados e divididos por dez. Desta forma obteve-se a nota de grau de dispersão alcalina que

se relaciona com a temperatura de gelatinização (Alta, Intermediária ou Baixa).

Utilizaram-se como controles internos do método grãos de arroz integral das

variedades Colômbia 1 (TG alta); Bluebonnet 50 (TG intermediária) e IR 8 (TG baixa),

porque são amostras com TG conhecidas internacionalmente.

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4.4.3 Prova de consistência do gel

A prova de consistência de gel (CG) foi feita com as amostras de arroz cruas e com as

amostras nos diferentes tempos de cocção (20, 30 e 40 minutos). A consistência do gel

consegue revelar diferenças entre amostras com conteúdos altos e similares de amilose (acima

de 25% de amilose). A consistência de gel de arroz com menos de 24% de amilose geralmente

é suave. Para se determinar a CG foi utilizada a metodologia descrita por Cagampang et al.

(1973). Os seguintes passos foram realizados: moagem das amostras; pesagem de 100 mg de

amostra; dissolução das amostras em tubos de ensaio com mais ou menos 13 x 100 mm

contendo 0,2 mL de etanol a 95% para evitar a aglutinação do pó e 0,025% de azul de

bromotimol para dar coloração à pasta facilitando a leitura. Depois de misturar tudo, dois

mililitros de solução com 0,2 N de KOH foram imediatamente colocados nos tubos e

misturados em vortex. A suspensão foi levada ao banho-maria fervente por oito minutos e

depois de retirada foi deixada em repouso por cinco minutos e submetida a banho com gelo

por 20 minutos. Os tubos para a leitura foram colocados na horizontal sobre papel

milimetrado coberto com placa de vidro, aguardando-se, em repouso, por trinta minutos, para

posterior registro da consistência, medindo a distância percorrida pelo gel (mm) formado,

desde a base do tubo, alinhada no zero mm. Foram incluídos os seguintes controles internos

para o teste: Colômbia 1, Bluebonnet 50 e IR 8.

TABELA 4 – Classificação da consistência de gel em arroz.

Consistência de gel Consistência de gel (mm) Alto 27 a 35

Intermediário 36 a 49 Baixo > 50

Fonte: Cagampang et al., 1973.

4.4.4 Amido

A análise de teor de amido foi feita com as amostras de arroz cruas e também nos

diferentes tempos de cocção (20, 30 e 40 minutos) no Laboratório de Engenharia Agrícola da

Universidade Estadual de Goiás (UEG). Foi determinado com base na técnica descrita por

Cereda et al. (2004), por meio de hidrólise ácida com utilização de microondas Electrolux, 17

L, ME 18S, sendo em seguida determinados açúcares redutores pelo método químico (Layne-

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Eynon). O resultado foi multiplicado por 0,9 que é o fator de correção que transforma o

resultado de açúcares redutores em amido.

Pesou-se exatamente um grama de amostra com umidade conhecida em Erlenmeyer de

250 mL. Foram adicionados 50 mL de ácido clorídrico (HCl) 1 Mol L-1. Os Erlenmeyers

foram tampados com um tampão de algodão envolvido por filme plástico auto-aderente e em

seguida foram colocados, em recipiente para microondas com um pouco de água no fundo

para não secar, durante 20 minutos na potência máxima. Após este período, fez-se o teste com

Lugol (Iodo em iodeto de potássio) em que o desenvolvimento da cor amarelo, sinaliza que o

amido foi transformado em açúcares. A seguir a amostra foi neutralizada com NaOH 10%

usando-se três gotas de fenolftaleína como indicador até que a coloração da solução ficasse

rósea. Após neutralização, o volume foi completado em balão volumétrico para 250 mL e fez-

se a titulação com licor de Fehling para pelo método Layne-Eynon.

O teor de amido (A), porcentagem em base seca, foi estimado de acordo com a

equação (3):

250 x TL x 0,9 x 100A (%, b.s.)

Leitura média x P A= (3)

Em que, TL é o fator de correção calculado como: TL = L.P/100;

L = volume da solução de glicose gasta, mL;

P = peso da glicose usada, g;

PA = peso da amostra seca;

Leitura média = leitura da titulação da amostra.

4.4.5 Tempo mínimo de cocção

A determinação do tempo mínimo de cocção do arroz-vermelho foi realizada em

béquer de 250 mL em que foram cozido cinco gramas de arroz em 135 mL de água

deionizada aquecidos em chapa elétrica. O tempo foi detectado com cronômetro logo após

adição da amostra na água em ebulição. Aos dez minutos de aquecimento retiraram-se dez

grãos de arroz do béquer, espalhando-os em uma placa de vidro de sete centímetros de lado.

Os grãos ainda quentes foram completamente amassados contra a superfície do vidro para

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40

detectar pontos brancos ou opacos no centro dos grãos que indicam a presença de amido do

arroz ainda não gelatinizado. A partir desse tempo continuou-se a mesma rotina, porém, no

intervalo de um minuto até que duas amostragens consecutivas proporcionassem nove a dez

grãos com centros transparentes. Os resultados de cada observação foram registrados

(MARTINÉZ; CUEVAS, 1989).

4.4.6 Absorção de água

A absorção de água foi determinada segundo metodologia de (MARTINÉZ;

CUEVAS, 1989). Dez gramas de grãos de arroz-vermelho cru, foram colocados em um tubo

de ensaio provido de rolha de espuma com vedação hermética, contendo 70 mL de água

deionizada quente (aproximadamente a 96ºC). Aqueceu-se o tubo contendo o arroz-vermelho

em banho de água à ebulição por um tempo pré-estabelecido conforme o item 4.4.5. Após

esse tempo, agitou-se o tubo em vortex durante um minuto. Os grãos foram separados da água

fazendo uso de peneira de malha fina e foram colocados em papel de filtro previamente

pesado e deixados em repouso por 30 segundos e posteriormente pesados. A porcentagem de

absorção de água foi calculada como:

(Pac-Pf)-AcA 100

Acx= (4)

Em que, A = Absorção de água, %,

Pac = peso do arroz cozido mais o peso do papel de filtro, g;

Pf = peso do papel de filtro, g;

Ac = peso do arroz cru, g.

4.4.7 Expansão de volume

A expansão de volume foi determinada de acordo com a metodologia descrita por

Martinez e Cuevas (1989). Em proveta de 500 mL adicionaram-se 300 mL de água deionizada

e dez g de grãos de arroz-vermelho cru registrando-se o volume de água deslocado. Mesmo

procedimento foi realizado para os grãos cozidos obtidos na determinação da porcentagem de

absorção de água descrita no item 4.4.6. Desejou-se saber a diferença do volume deslocado,

fazendo uma adaptação no cálculo para expansão.

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41

O cálculo da expansão de volume foi feita subtraindo-se o volume deslocado do arroz

cozido (V2) do volume do arroz cru (V1) dividido por três (referente à 300 mL).

2 1V - VEV

3= (5)

Em que, EV = expansão de volume, mL 100 mL-1 ;

V1 = volume deslocado pelo arroz cru, mL;

V2 = volume deslocado pelo arroz cozido, mL.

4.4.8 Teste de Panela

O teste de panela foi realizado para avaliar o rendimento do arroz na panela (%),

pegajosidade e textura dos grãos cozidos, conforme classes descritas na Tabela 5.

Os grãos foram cozidos simulando o preparo caseiro do consumidor, colocando-se 300

g de arroz em 570 mL de água, adicionando-se dois gramas de sal e 60 mL de óleo, em panela

de alumínio n° 16.

Após serem cozidos, avaliou-se cada amostra quanto à pegajosidade e textura

seguindo a classificação descrita na Tabela 2, realizada por operador treinado.

A análise de pegajosidade foi feita com os grãos ainda quentes, enquanto a análise de

textura foi realizada com os grãos resfriados à temperatura ambiente, após 30 minutos de

cozido, seguindo metodologia adotada nas análises de rotina da Cozinha Experimental da

EMBRAPA Arroz e Feijão, adaptada de Martinez e Cuevas (1989).

O rendimento foi calculado de acordo com a porção (equivalente a uma xícara de chá),

obtida de arroz cozido (Q), por meio da seguinte fórmula:

R (%) = (Q/2 x 100) – 100 (6)

Em que, R = Rendimento, %, Q = porção, unidade.

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TABELA 5 – Classificação dos atributos de pegajosidade e textura.

Atributo Classificação Representação

Pegajosidade Muito separado MS

Separado S

Ligeiramente pegajoso LP

Pegajoso P

Muito pegajoso MP

Textura Duro D

Macio M

Fonte: Modificado de Martinez e Cuevas, 1989.

4.5 TESTE SENSORIAL PARA CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE CULINÁRIA

4.5.1 Análise Sensorial

a) Análise descritiva

A análise sensorial descritiva foi realizada com cinco provadores previamente

treinados para avaliação de arroz branco, utilizando o método de escala estruturada

(CHAVES; SPROESSER, 1996), na Embrapa Arroz e Feijão.

Para uma maior eficiência, foram realizadas duas repetições para os dois atributos de

avaliação (textura e pegajosidade).

As amostras foram preparadas seguindo a metodologia adaptada de Lima et al. (2006),

com tempo de aquecimento de 45 minutos, para seis gramas de arroz em 18 mL de água

destilada.

Primeiramente, acrescentaram-se na base da panela semi-industrial Golden Kitchen,

dois litros de água, e levou-se ao fogão, para ferver em fogo alto.

Em cada placa de Petri devidamente codificada com números aleatórios de três

dígitos, foram pipetados 18mL de água destilada, sendo então a placa colocada sobre a grade

perfurada da panela. A panela foi tampada até a liberação de vapor, e em seguida,

adicionaram-se as amostras de arroz cru dentro das placas de Petri. Posteriormente,

homogeneizaram-se as amostras com bastão de vidro e tampou-se novamente. A panela

permaneceu em fogo alto até a saída de vapor quando, então, foi diminuída para chama

mínima, e iniciou-se a marcação do tempo de 45 minutos para todas as amostras utilizadas.

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Após a cocção, foi medida a temperatura das amostras de arroz, Atá que as mesmas se

encontrassem em torno de 45°C, para serem servidas e avaliadas pelos provadores.

Apresentaram-se aos provadores, em cabines individuais, as amostras de forma

monádica, cuja ordem de apresentação foi definida por de sorteio. Foram apresentadas quatro

amostras em cada sessão, tendo no final realizadas duas sessões.

Solicitou-se aos provadores que degustassem as amostras (sem necessidade de engolir)

e enxaguassem a boca após cada degustação, e assinalassem qual ponto identificava melhor a

percepção de cada atributo, conforme as fichas de avaliação fornecidas, representadas nas

Figuras 6 e 7.

Nome:________________________________Data:_____________

Deguste a amostra de arroz apresentada e assinale o ponto de escala que melhor reflita a sua percepção da intensidade textura, para cada amostra codificada.

Código da Amostra

Textura ( ) ( ) ( ) ( )

1. Extremamente macio ___ ___ ___ ___

2. Macio ___ ___ ___ ___

3. Ligeiramente macio ___ ___ ___ ___

4. Macio com o centro firme ___ ___ ___ ___

5. Levemente firme ___ ___ ___ ___

6. Muito firme ___ ___ ___ ___

7. Extremamente firme ___ ___ ___ ___

Comentários:

FIGURA 6 - Ficha de avaliação para escala estruturada de textura.

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Nome:________________________________Data:_____________

Deguste a amostra de arroz apresentada e assinale o ponto de escala que melhor

reflita a sua percepção da intensidade pegajosidade, para cada amostra

codificada.

Código da Amostra

Pegajosidade ( ) ( ) ( ) ( )

1. Extremamente solto ___ ___ ___ ___

2. Muito solto ___ ___ ___ ___

3. Solto ___ ___ ___ ___

4. Ligeiramente solto ___ ___ ___ ___

5. Pegajoso ___ ___ ___ ___

6. Muito pegajoso ___ ___ ___ ___

7. Extremamente pegajoso ___ ___ ___ ___

Comentários:

FIGURA 7 - Ficha de avaliação para escala estruturada de pegajosidade.

Com auxílio do programa estatístico Statistica, versão 6.0, foi possível realizar as

análises de variância e o teste de Tukey com um nível de significância de 5% para a

comparação entre as diferentes amostras estudadas, os atributos de textura e pegajosidade.

b) Teste de Aceitação

Foi realizada também a análise sensorial com 54 provadores não treinados da Embrapa

Arroz e Feijão e da UEG, para avaliar as amostras de arroz-vermelho cozido quanto ao grau

de aceitação segundo a aparência, textura e sabor. E no final da avaliação os provadores

respondiam se consumiriam arroz-vermelho algumas vezes por semana, conforme a ficha de

avaliação fornecida, representada pela Figura 8.

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Nome:______________________________________________Idade:______Data:_______

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Por favor, avalie a amostra codificada e use a escala abaixo para identificar o quanto você gostou ou desgostou da amostra.

7- Gostei muitíssimo 6- Gostei muito 5- Gostei moderadamente 4- Nem gostei/ Nem desgostei 3- Desgostei moderadamente 2- Desgostei muito 1- Desgostei muitíssimo Código da amostra: ( ) ( ) ( ) ( ) Em relação à aparência: __________ __________ __________ __________ Em relação a textura: __________ __________ __________ __________ Em relação sabor: __________ __________ __________ __________ Você consumiria o arroz-vermelho algumas vezes por semana? ( ) Sim ( ) Não Comentários:

FIGURA 8 - Modelo de ficha de avaliação para provadores não-treinados

Com auxílio do programa estatístico Statistica, versão 6.0, foi possível realizar as

análises de variância e o teste de Tukey com um nível de significância de 5% para a

comparação entre as diferentes amostras estudadas, os atributos de textura e pegajosidade.

4.6 EFEITO DO TEMPO DE COCÇÃO E DO GENÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO NAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E REOLÓGICAS

4.6.1 Desenho experimental

Para estudar o efeito do tempo de cocção e do genótipo de arroz-vermelho nas

propriedades físico-químicas e reológicas foi necessário cozinhar as amostras semi-polidas e

para este fim se utilizou um desenho experimental completo casualizado com arranjo fatorial

misto de 4 x 3 tratamentos: quatro genótipos de arroz-vermelho anteriormente mencionados e

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três tempos de cocção (20, 30 e 40 minutos); houveram três repetições fazendo um total de 36

unidades experimentais.

As variáveis respostas foram: os teores de água (u), amido (A) e amilose (Am) e as

viscosidades obtidas pelo viscosímetro Brookfield e Analisador Rápido de Viscosidade

(RVA).

4.6.2 Preparo das amostras

Para as amostras utilizando diferentes tempos de cocção, foram pesados 150 g de

grãos de arroz-vermelho de cada genótipo para cada tempo de cozimento desejado. As

amostras foram lavadas apenas uma vez com água de torneira e escorridas em escorredor de

arroz; em seguida a amostra foi colocada em panela de alumínio média com 300 mL de água

em ebulição (valor aproximado de uma xícara e meia de chá). Assim que a água voltou a

ferver o timer foi ligado. A panela foi tampada somente pela metade e o arroz foi cozido em

fogo baixo em fogão (Dako – 6 bocas) e à medida que a água foi secando, acrescentou-se

cerca de 47,5 mL (valor aproximado de um quarto de xícara de chá) de água quente até que se

atingisse o tempo desejado. Após cozimento, determinou-se a umidade do arroz, utilizando-se

estufa retilínea FANEM a 105°C por 16 horas, pesando-se em balança analítica após ter sido

deixado uma hora em dessecador, (AOAC, 1995).

Para a secagem dessas amostras, distribuiu-se o arroz cozido de cada panela em

bandejas de aço inoxidável devidamente identificadas e estas foram levadas para estufa a

105°C por três horas, e em seguida, para estufa a 60°C, até que atingisse aproximadamente o

mesmo grau de secagem das amostras da análise de umidade. Essas amostras foram trituradas

em moinho de facas PERTEN LABORATORY MILL 3100, até passarem por peneira de 32

mesh. Em seguida acondicionou-se em saquinhos de polietileno identificados e armazenou-se

em temperatura ambiente conforme Figura 9:

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FIGURA 9: Fluxograma para obtenção de amostras de arroz-vermelho cozidos em diferentes tempos.

4.6.3 Propriedades físico-químicas

O teor de água foi determinado segundo a técnica descrita pela AOAC

(ASSOCIATION OF OFFICIAL CHEMISTS, 1995). A amilose foi determinada de acordo

com a metodologia de Martinéz e Cuevas (1989) descrita no item 3.5.1. O amido foi

determinado segundo a metodologia de Cereda et al. (2004) descrita no item 3.5.2.

150 g de arroz de cada genótipo + 285 mL de água em ebulição.

Cozimento em fogo baixo durante diferentes tempos (20, 30, 40

minutos). + 47,5 mL gradualmente até tempo final de cozimento pré-

determinado.

Determinação de umidade das amostras cozidas.

(Estufa 105°C / 16h)

Trituração em moinho de facas e armazenamento em temperatura

ambiente para análise.

Secagem em estufa a 105°C/3h, em seguida, a 60°C até atingir

aproximadamente o mesmo grau de secagem das amostras da análise de

umidade.

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4.6.4 Testes reológicos

a) Viscosímetro Brookfield

Grãos de arroz cozidos (20 g) das diferentes amostras estudadas foram

homogeneizados com 72 mL de água destilada em homogeneizador MARCONI 102, em

aproximadamente 2000 rpm por 10 minutos, metodologia adaptada de GARCIA, (2006). Das

pastas obtidas foi determinada a viscosidade Brookfield de acordo com a metodologia descrita

no manual do equipamento Brookfield DV-II+ (2006) para uma temperatura de 25°C

utilizando um determinador de pequenas amostras com pino número 18. A leitura da

viscosidade foi obtida em 100rpm para um torque entre 10 e 90%. Os dados foram expressos

em centiPoisé (mPa s-1).

b) Análise em RVA

As análises em RVA foram feitas com as amostras de arroz cru e com as amostras

cozidas nos diferentes tempos de cocção (20, 30 e 40 minutos). As amostras foram pesadas

(15 g), identificadas e encaminhadas à EMBRAPA Agroindústria de Alimentos (RJ) para a

realização do teste, seguindo a metodologia descrita por SILVA et al. (2004). As amostras

moídas foram analisadas no Analisador Rápido de Viscosidade, RVA 4 - NEWPORT INC, o

qual foi usado para medir a viscosidade de pasta aparente das amostras em função da

temperatura.

Para a análise no RVA, três gramas de amostra com umidade corrigida para 14% (b.u.)

foram adicionadas de água destilada até peso final de 28 g. Aumentou-se a temperatura inicial

de 25°C para 95°C, com taxa de 14°C/minuto, permanecendo constante nessa temperatura,

por 3 min. Resfriou-se gradualmente até atingir 25°C. Dos viscogramas foram analisadas as

propriedades de pasta: viscosidade de pico (PV), quebra de viscosidade (Breakdown) e

tendência á retrogradação (set back).

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados obtidos após processamento analítico das amostras foram submetidos a

análise de variância (ANOVA). Para verificar quais tratamentos diferiram, foi aplicado o teste

Tukey para realizar comparações pareadas das médias dos tratamentos estabelecendo-se o

nível mínimo de significância de 5% (P < 0,05). Utilizou-se o software Statistica 6.0.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 DIMENSÃO DOS GRÃOS

Os resultados médios do comprimento, largura e espessura dos grãos dos diferentes

genótipos de arroz-vermelho estudados estão na Tabela 6. De acordo com a análise de

variância, Apêndice A, as dimensões diferiram entre os genótipos de arroz-vermelho a nível

de 99% de confiança (P < 0,01).

TABELA 6 – Valores médios, desvio padrão das dimensões dos grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho estudadas.*

Genótipo de

arroz-vermelho

Comprimento

(mm)

Largura

(mm)

Espessura

(mm)

Comprimento/largura

Tradicional 6,31 ± 0,24 a 2,85 ± 0,12 a 1,97 ± 0,11 a 2,22 ± 0,11 b

MNAPB0405 5,59 ± 0,18 b 2,57 ± 0,07 c 1,83 ± 0,05 b 2,18 ± 0,10 b

MNACE0501 6,39 ± 0,33 a 2,72 ± 0,16 b 1,86 ± 0,12 b 2,36 ± 0,18 a

MNACH0501 5,55 ± 0,26 b 2,91 ± 0,19 a 1,94 ± 0,09 a 1,91 ± 0,16 c

Médias seguidas por letras distintas nas colunas diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Tukey. * Valores médios de 50 repetições.

Os genótipos Tradicional e MNACE0501 apresentaram 90% dos grãos com

comprimento acima de 6,0 e espessura próxima de 1,9 mm ou maior (Apêndice B). De acordo

com a Portaria no 269 do Ministério da Agricultura (BRASIL, 1988) estes arrozes deveriam

ser classificados como grãos longos finos, no entanto a relação comprimento/largura foi

inferior ao estabelecido por ela (2,75), portanto, os grãos deste genótipos classificam-se como

longos. De acordo com a mesma Portaria, os grãos dos genótipos de arroz-vermelho

MNAPB0405 e MNACH0501 classificam-se como médios, uma vez que apresentam mais de

96% dos grãos com comprimento entre 5,0 e 6,0 mm (Apêndice B) e a espessura não diferiu

estatisticamente da MNACE0501, portanto, ambas seriam menor que 1,90 ou então, ambas

iguais a 1,90

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5.2 QUALIDADE DE BENEFICIAMENTO

Na Tabela 7 mostra-se a qualidade de beneficiamento do arroz-vermelho dos

diferentes genótipos estudados. Na análise de variância (Apêndice C) detectaram-se

diferenças significativas entre os genótipos apenas para a resposta Rendimento de grãos

quebrados (P < 0,01).

TABELA 7 – Valores de média, desvio padrão dos parâmetros de qualidade de beneficiamento dos grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho estudadas.*

Arroz-vermelho

Renda de benefício (%)

Rendimento de grãos inteiros

(%)

Rendimento de grãos quebrados

(%) Tradicional 73,40 ± 3,37 a 64,82 ± 3,61 a 8,58 ± 0,44 b

MNAPB0405 74,71 ± 0,26 a 62,82 ± 0,45 a 11,89 ± 0,71 a MNACE0501 72,09 ± 0,11 a 63,72 ± 0,17 a 8,38 ± 0,26 b MNACH0501 71,13 ± 0,88 a 65,39 ± 0,30 a 5,75 ± 0,59 c

Médias seguidas por letras distintas nas colunas diferem entre si ao nível de 5 % pelo teste de Tukey. * Valores médios de 3 repetições.

Todos os genótipos de arroz-vermelho estudados possuíram o rendimento de grãos

inteiros e grãos quebrados maior que o estipulado nas normas de identidade do arroz branco

polido (BRASIL, 1988), que consideram uma renda base, a nível nacional, de 68,0% (sessenta

e oito por cento), constituída de um rendimento do grão de 40,0% (quarenta por cento) de

inteiros mais 28,0% (vinte e oito por cento) de quebrados e quirera, apurados depois do

produto descascado e polido. Entretanto, comparando estes genótipos, o rendimento de grãos

quebrados foi maior para MNAPB0405 (11,89%) e menor para MNACH0501 (5,75%), com

rendimento intermediário para os genótipos Tradicional e MNACE0501 (8,48%, em média).

Comparando com o rendimento de moenda do arroz-vermelho estabelecido no Japão, que é

freqüentemente da ordem de 60% ou menos para inteiros e 30% a 40% para quebrados

(ITANI, 2000 citado por ITANI et al., 2002), o arroz-vermelho estudado teve um bom

rendimento no beneficiamento.

São vários os fatores que contribuem para a quebra do arroz durante o polimento, entre

os quais fissuras ocorridas antes da colheita, secagem muito rápida, grãos imaturos, grãos

gessados, distribuição da umidade nos grãos (WADWORTH; MATTHEUS, 1985; LUZ et al.,

2005).

Na Tabela 8, mostra-se que para graus de brancura, os genótipos de arroz-vermelho,

Tradicional e MNACH0501 apresentaram-se estatisticamente iguais ao nível de 5% de

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51

significância pelo teste de Tukey, seguidos pelos genótipos MNACE0501 e MNAPB0405

respectivamente. Em relação à transparência, apenas o genótipo MNAPB0405 apresentou-se

diferente dos demais genótipos, obtendo valor de 0,91%, enquanto os outros genótipos

apresentaram média de 0,45%.

TABELA 8 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey do grau de brancura e transparência dos grãos de diferentes amostras de arroz-vermelho estudadas.*

Arroz-vermelho Brancura (%) Transparência (%) Tradicional 30,04 ± 3,56 a 0,50 ± 0,15 b MNAPB0405 15,74 ± 0,24 c 0,91 ± 0,23 a MNACE0501 22,59 ± 0,93 b 0,34 ± 0,06 b MNACH0501 25,53 ± 2,36 ab 0,51 ± 0,09 b

Médias seguidas por letras distintas nas colunas diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Tukey. * Valores médios de 3 repetições.

De acordo com Luz et al. (2005) que estudaram a influência dos graus de polimento na

brancura e na transparência de arroz, polimento de 20 segundos gerou brancura igual a 35,6%

e transparência de 1,91%, comprovando que o arroz-vermelho possui brancura e transparência

inferiores ao do arroz branco, obviamente em função do mal polimento e da própria

característica do grão.

Segundo Juliano e Gonzales (1989), a translucidez do endosperma pode ser

influenciada pela colheita dos grãos ainda imaturos, assim como por altas temperaturas

noturnas durante a fase de maturação do arroz. Pereira e Rangel (2001) chegaram a essa

mesma conclusão referenciando a translucidez com o centro branco do endosperma do grão.

O grau de polimento é dado em relação à quantidade de farelo removida do grão. Em

geral, há quatro graus de polimento: bem polido, razoavelmente bem polido, levemente polido

e não polido; mas não há uma definição precisa desses termos. Sendo assim, o grau de

polimento é comumente determinado por inspeção visual ou por meio de aparelhos óticos

(HOUSTON, 1972). Entretanto, apesar de visualmente as amostras de arroz não polido serem

diferentes em relação à coloração das amostras que passaram por 15 segundos de polimento, o

aparelho ótico utilizado não conseguiu detectar a diferença do grau de polimento dos

genótipos de arroz-vermelho estudados. Sugere-se então que haja mais estudos para

aperfeiçoar o uso do aparelho ótico para que ele possa distinguir os diferentes graus de

polimento com menores tempos de polimento ou que se adote outra metodologia mais

adequada para o caso. A pigmentação do grão presente no farelo remanescente no grão semi-

polido pode influenciar também esses resultados.

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52

Sugere-se, portanto, que o estudo de parâmetros vermelho (a), luminosidade (L) e

amarelo (b), em colorímetro calibrado, seja adotado para se definir o padrão ideal do

polimento do arroz-vermelho, evitando-se erros de interpretação dos parâmetros visuais

(translucidez e brancura) devido a pigmentação e que amostras-padrão sejam definidas para

facilitar comparação.

Segundo Champagne et al. (1990), o alto grau de brunimento do arroz influencia na

alta capacidade de retenção de água, taxa de inchamento, pico de viscosidade e redução do

tempo ótimo de cocção. Vale ressaltar que as dificuldades, metodológicas enfrentadas são

decorrentes da falta de padronização para o arroz-vermelho, tendo que se adaptarem

metodologias adotadas para o arroz branco, como tentativa de caracterização da qualidade

daquele grão.

5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS VARIEDADES QUANTO À QUALIDADE CULINÁRIA

5.3.1 Amido, amilose, temperatura de gelatinização e prova de consistência de gel

Os resultados dos teores de amido, amilose, temperatura de gelatinização e

consistência de gel dos diferentes genótipos de arroz-vermelho estudados estão na Tabela 12.

De acordo com a análise de variância aplicada (Apêndice F), para a análise de amido não

houve diferença significativa na interação dos genótipos de arroz-vermelho ao nível de 5% de

probabilidade (P < 0,05), mas para as análises de amilose, temperatura de gelatinização e

consistência de gel houve diferença na interação dos genótipos de arroz-vermelho ao nível de

5% de probabilidade (P < 0,05).

TABELA 9 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey para o teor de amilose dos grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho estudadas.*1

Genótipo de arroz-vermelho cru Amido (%) Amilose (%) T.G. (°C) Consistência

de gel (mm) Tradicional

89,09 ± 0,94

26,05 ± 0,49 a

69 a 80

46 ± 1,0 MNAPB0405 86,41 ± 1,26 25,73 ± 0,40 a 74 a 80 45 ± 1,0 MNACE0501 81,67 ± 1,94 24,04 ± 0,18 a 69 a 80 43 ± 6,0 MNACH0501 82,81 ± 1,81 14,62 ± 0,22 b 74 a 80 45 ± 7,0 Médias seguidas por letras distintas nas colunas diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Tukey. * Valores médios de 3 repetições. 1 Porcentagem em base seca.

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53

Os teores do amido encontrados em arroz-vermelho estão próximos dos teores do

amido citados para arroz polido, cerca de 90% em matéria seca (AZHAKANANDAM et al.,

2000; BOBBIO; BOBBIO, 1984).

De acordo com o teste de Tukey aplicado, a amostra MNACH0501 obteve o menor

teor de amilose (14,62%), apresentando diferença significativa em relação às outras amostras,

onde se obtiveram valores entre 24,04 a 26,05%.

Os genótipos Tradicional, MNAPB0405, MNACE0501 apresentam teores de amilose

entre (26,05 a 24,04%), que representam valores intermediários de amilose (23 a 27%).

Segundo Martinéz & Cuevas (1989) grãos com valores intermediários de amilose apresentam

características de grãos secos, soltos e macios. O genótipo MNACH0501 apresenta 14,62% de

amilose que representa teor baixo de amilose (11 a 22%) e segundo Martinéz & Cuevas

(1989) grãos com valores baixos de amilose apresentam características de grãos pegajosos e

macios.

A variação dos teores de amilose e amilopectina não afeta o valor nutritivo do arroz,

mas influi grandemente na qualidade culinária, de tal forma que quanto maior for o teor de

amilose, tanto mais secos e mais separados ficarão os grãos depois de cozidos (ELIAS et al.,

2003).

Percebe-se que a maioria das amostras apresentou teores de amilose intermediários

(entre 23 e 27%), o que é desejado, por significar características ideais para pegajosidade e

textura, apresentando grãos cozidos soltos e macios. Mas considerando que as amostras

estudadas são de arroz-vermelho, o normal é que elas apresentassem baixos valores de

amilose, pois segundo Pereira (2004), arroz-vermelho tem como característica grãos

pegajosos.

Todavia, não pode deixar de considerar a forma de preparo nordestino do arroz-

vermelho, normalmente cozido com bastante leite, o que certamente gera um produto mais

empapado. Em laboratório, pode-se afirmar que as condições de cozimento foram definidas

como para o cozimento de arroz integral tradicional, não pigmentado; o que pode revelar um

produto cozido com comportamento culinário mais próximo daquele preconizado pelos

métodos químicos e/ou físico-químicos indiretos de avaliação da qualidade de grão de arroz.

É importante ressaltar que os diversos dados existentes sobre o conteúdo de amilose

das várias cultivares de arroz existentes no mundo, apresentam os valores de teor de amilose

“aparente” (JULIANO, 1993), ou seja, sem considerar a interferência do complexo iodo-

amilopectina na análise, o que acarreta uma dúvida sobre o método mais adequado a um

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programa de melhoramento genético de arroz. Dessa forma, os valores obtidos são de certo

modo superestimados.

A descrição da TG foi feita de acordo com os graus de dispersão que as amostras

apresentaram, descritos na Tabela 3. Os genótipos Tradicional (Figura 10a) e MNACE0501

(Figura 10c) apresentaram características de temperatura de gelatinização alta (74 a 80°C) a

intermediária (69 a 73°C), pois oito dos dez grãos analisados apresentaram grau três de

dispersão alcalina e dois apresentaram grau quatro de dispersão alcalina nas três repetições

realizadas. Os genótipos MNAPB0504 (Figura 10b) e MNACH0501 (Figura 10d)

apresentaram características de alta TG (74 a 80°C), pois todos os grãos analisados

apresentaram grau três de dispersão alcalina nas três repetições realizadas. Em duas repetições

realizadas para o genótipo Tradicional dez grãos apresentaram grau de dispersão alcalina três,

caracterizando alta TG; em outra repetição, nove grãos apresentaram grau de dispersão

alcalina três e um grão apresentou grau de dispersão quatro. Como a maioria dos grãos

apresenta grau de dispersão três, esta amostra é caracterizada como temperatura alta TG

(MARTINÉZ; CUEVAS, 1989). Os grãos dos genótipos “Tradicional, MNAPB0405,

MNACH0501”, ficaram semelhantes à testemunha Colômbia 1 (Figura 11a), ou seja, grãos

ainda crus e firmes; o genótipo MNACE0501 (Figura 10c) apresentou característica

semelhante à testemunha Colômbia 1 (Figura 11a) tendendo ao comportamento representado

pela testemunha variedade Bluebonnet 50 (Figura 11b), grãos de arroz parcialmente

desintegrados e macios ao toque, conservando em parte seu formato original e apresentando

outra parte dispersa na solução alcalina. Nenhuma amostra obteve TG baixa. Os grãos

enquadrados nesta classificação ficariam semelhantes ao padrão IR 8 (Figura 11c), ou seja,

grãos quase totalmente dispersos, sendo difícil definir a sua forma, e em alguns casos

permanecem unicamente os embriões.

FIGURA 10 – Grão de arroz-vermelho semi polido: a) Tradicional, b) MNAPB0405, c) MNACE0501 e d) MNACH0501 submetidos ao teste de dispersão alcalina.

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55

FIGURA 11 – Grãos de testemunhas de arroz branco integral: a) Colômbia 1 com TG alta, b) grãos de arroz branco polido Bluebonnet 50 com TG intermediária e c) grãos de arroz branco polido IR 8 com TG baixa após teste de dispersão alcalina.

Quando um cultivar de arroz apresenta alta TG significa que os seus grãos requerem

mais água e tempo para cozinhar, enquanto com TG intermediária ou baixa, os grãos

requerem menos tempo e água para o cozimento (KUMAR et al., 1994; PEREIRA, 2004).

Segundo Martinéz & Cuevas (1989), as cultivares com TG intermediária são

preferidas pelo consumidor, e consequentemente este constitui um dos pré-requisitos para o

lançamento de novas variedades no Brasil.

No teste de CG, todos os genótipos estudados apresentaram escorrimento de gel entre

43 e 46 mm, o que caracteriza consistência de gel intermediária (36 a 49 mm), segundo

Cagampang et al. (1973), ou seja, grãos com essa característica apresentam-se macios após

cocção e resfriamento. Este resultado não foi confirmado com o teste de panela, pois a

maioria das amostras apresentou textura dura, porém, alguns fatores intrínsecos à metodologia

podem explicar essa diferença e serão discutidos posteriormente. Os resultados para os

controles foram os seguintes: Colômbia 1 (39 mm) consistência de gel intermediário,

Bluebonnet 50 (42 mm) consistência de gel intermediário e IR 8 (30 mm) consistência de gel

alto.

Baseados na consistência de gel, os resultados encontrados podem ser comparadas à

variedade IR20 com conteúdo de amilose moderadamente alto (26%) descrito por Cagampang

et al. (1973). Não se conhece o comportamento da consistência de gel em grão integrais por

isso, não foi possível encontrar publicações para se comparar resultados. Este método

normalmente é realizado em arroz polido, no entanto foi utilizado neste trabalho grãos

parcialmente polido.

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56

FIGURA 12 – Prova de consistência de gel nas amostras cruas dos diferentes genótipos de arroz-vermelho semi-polido.

5.3.2 Tempo mínimo de cocção, absorção de água e expansão de volume

Na Tabela 10 mostra-se a qualidade de cocção referente às análises de tempo mínimo

de cocção, expansão de volume, absorção de água. Na análise de variância (Apêncice F)

detectaram-se diferenças significativas entre os genótipos para os parâmetros (P < 0,01).

TABELA 10 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey para tempo mínimo de cocção, expansão de volume e absorção de água dos grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho estudadas.*

Arroz-vermelho Tempo mínimo de cocção (minutos)1

Expansão de volume (mL deslocado/100 mL de

água)2

Absorção de água (%)2

Tradicional 30,0 ± 0,005 a 5,5 ± 0,2 b 225,2 ± 9,4 a

MNAPB0405 20,0 ± 0,005 c 5,5 ± 0,5 b 228,2 ± 1,5 a

MNACE0501 27,7 ± 0,3 b 7,0 ± 0,7 ab 224,6 ± 5,2 a

MNACH0501 28,0 ± 0,6 b 3,8 ± 0,2 c 182,8 ± 12,4 b

Médias seguidas por letras distintas nas colunas diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Tukey. 1 Valores médios de 3 repetições. 2 Valores médios de 2 repetições.

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Os genótipos MNAPB0405 e Tradicional apresentaram o menor e o maior tempo

mínimo de cocção, respectivamente. Já os genótipos MNACE0501 e MNACH0501

apresentaram tempos mínimos de cocção estatisticamente iguais (P < 0,05). Quanto à

expansão de volume e absorção de água, os genótipos Tradicional, MNAPB0405 e

MNACE0501 apresentaram-se estatisticamente iguais, sendo o genótipo MNACH0501 o que

apresentou os menores valores dessas variáveis.

Comparando-se o tempo mínimo de cocção dessa análise com o teste de panela pode-

se observar que no teste de panela o tempo geral de cocção foi maior. Este fato é esperado já

que os métodos de determinação desses tempos de cocção são diferentes. Por um lado, o

tempo de cocção do teste de panela é o tempo real para que a amostra se apresente totalmente

cozida; deixa-se sob fogo baixo para o ”vapor de água” agir nos grãos e gelatinizar o amido, a

desvantagem do teste é a subjetividade. Por outro lado, na determinação do tempo mínimo de

cocção os grãos de arroz são embebidos em água em ebulição e a cada dez minutos de

aquecimento retira-se a amostra fazendo com que os demais grãos em cozimento permaneçam

ainda com maior quantidade de água quente, favorecendo a gelatinização do amido em menos

tempo.

A expansão de volume dá uma idéia ou tendência sobre o rendimento do arroz,

enquanto o rendimento de panela é o teste que reproduz a situação real da preparação do

arroz, por isso essas análises possuem certa relação. O genótipo MNACH0501 que apresentou

menor expansão de volume (3,8 mL/100 mL) também apresentou menor rendimento de

panela (175%) e o genótipo MNACE0501 apresentou a maior expansão de volume (7,0 mL/

100 mL) apesar de não ter sido o que mostrou o rendimento maior no teste de panela (237%),

obtendo-se rendimento acima da média entre eles. A grande surpresa foi o genótipo

MNAPB0405 ter apresentado um rendimento maior no teste de panela (250%), já que no teste

de expansão de volume seu resultado não foi tão alto, possivelmente por ter tido um tempo de

cocção bem maior que seu tempo mínimo, podendo ter ocorrido uma absorção maior de água

pelo grão (228,25%), fazendo que seu rendimento também fosse maior, guardando-se as

devidas diferenças em termos de capacidade de hidratação de cada grão ou amostra.

Para o teste de absorção de água, apenas o genótipo MNACH0501 diferiu

estatisticamente, mostrando que este tem capacidade de absorção de água menor que os

demais, sendo observada também a menor expansão de volume.

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58

5.3.3 Teste de Panela

Por meio do teste de panela pode-se avaliar a qualidade culinária de cada genótipo de

arroz-vermelho em relação à pegajosidade, textura, rendimento e ao tempo de cocção. Estes

parâmetros podem ser observados na Tabela 11.

TABELA 11 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey para os parâmetros obtidos por meio de teste de panela, para os grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho estudadas.*

Arroz-vermelho

Pegajosidade Textura Rendimento (%)

Tempo de cocção

(minutos)

Quantidade de água (mL)

Tradicional S D – M (Centro firme)

200,0 ± 6,0 a 35,0 ± 0,5 a 380,0 ± 50,0 a

MNAPB0405 S - MS D 250,0± 6,0 a 36,5 ± 1,5 a 332,5 ± 25,0 a

MNACE0501 S- LP D 237,0 ± 12,5 a 40,0 ± 0,5 a 380,0 ± 50,0 a

MNACH0501 P M 175,0 ± 25 a 38,0 ± 3,0 a 380,0 ± 50,0 a

* Valores médios de 2 repetições. Médias seguidas por letras distintas nas colunas diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Tukey S = separado; MS = Muito separado; LP = Ligeiramente pegajoso; P= pegajoso; D = duro; M = macio.

Com exceção da variedade MNACH0501, que apresentou grãos pegajosos, todos os

outros genótipos apresentaram grãos cozidos soltos, porém, MNAPB0405 e MNACE0501

contêm grãos que, além de soltos, apresentam características tendendo a muito soltos e

ligeiramente pegajosos, respectivamente. A mesma observação pode ser feita para o atributo

Textura, isto é, MNACH0501 apresentou grãos cozidos macios, enquanto que os outros

genótipos mostraram características de arroz cozido duro, com exceção do arroz-vermelho

Tradicional que, apresentou-se como arroz cozido duro, em uma repetição e macio com centro

firme na outra repetição, mostrando a heterogeneidade de seus grãos, provavelmente em

função de alguma mistura não controlada ou observada ou ainda diferenças provocadas por

ambiente.

Estes dados inesperados podem ter ocorrido também porque a amostra avaliada difere

daquelas usadas anteriormente no treinamento do analista e comumente analisadas no

laboratório, causando certa insegurança no teste ou ainda a escala adotada, pois seus

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parâmetros foram padronizados para arroz branco, faltando termos ou ajustes que poderiam

caracterizar melhor as amostras de arroz-vermelho.

Pela análise de variância (Apêndice E), pode-se observar que não existem diferenças

significativas ao nível de 1% de probabilidade (P < 0,01) para rendimento entre os genótipos

de arroz-vermelho. GARCIA (2006) obteve como resultado 200% no rendimento em arroz

comum irrigado. Observou-se que o arroz-vermelho tem rendimento semelhante e que o

genótipo MNACH0501 apresenta o menor rendimento de arroz cozido, porém ainda

expressivo.

Embora estatisticamente não tenham sido detectadas diferenças entre os tempos de

cocção no teste de panela, o arroz-vermelho Tradicional e o MNACE0501 apresentaram o

menor e o maior tempo de cocção, 35 e 40 minutos, respectivamente. Enquanto que os

genótipos MNAPB0405 e MNACH0501 necessitaram apenas de 1,5 e três minutos a mais

com respeito ao tempo de cocção do arroz-vermelho Tradicional. Os tempos de cocção

obtidos foram maiores que os encontrados para arroz comum irrigado, que foram de 19 a 24

minutos (GARCIA, 2006). Isso é devido à característica do arroz-vermelho ser parcialmente

polido.

Para fins de preparo e comparação visual ou subjetiva, o teste de panela é válido, mas

para avaliação mais precisa, o método deve ser otimizado. Algumas desvantagens do teste de

panela são: a maneira de analisar a textura do arroz, quando este já se encontra frio; o fato de

ser analisado por poucos provadores; normalmente o provador também é quem prepara o

teste; necessidade de grande quantidade de amostra; avaliação subjetiva, temperatura não

controlada para cocção. O laboratório de Tecnologia de Alimentos da Embrapa Arroz e Feijão

já está modificando o método para reduzir fontes externas de variação, procurando maior

padronização e confiança dos resultados gerados.

5.4 ANÁLISE SENSORIAL

5.4.1 Teste de aceitação

Para avaliar a aceitação de arroz-vermelho em relação à aparência, textura e sabor,

participaram 54 provadores não treinados da Embrapa Arroz e Feijão e Universidade Estadual

de Goiás, entre pesquisadores, estagiários, funcionários, alunos e professores, sendo destes,

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52% do sexo feminino, 79% com idade entre 16 e 25 anos, 7% com idade entre 26 e 35 anos,

4% entre 36 e 45 anos, 2% com idade entre 46 e 55 anos e 2% com idade entre 56 e 65 anos.

Na Tabela 12, apresenta-se a análise sensorial feita com provadores não-treinados

(teste de aceitação) em relação aos atributos aparência, textura e sabor. A análise de variância

(Apêndice I) não se detectaram diferenças significativas entre os genótipos para as análises (P

< 0,01). Estes resultados também podem ser observados por meio das Figuras 13, 14 e 15.

TABELA 12 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey para os atributos sensoriais das diferentes amostras de arroz-vermelho avaliados por provadores não treinados.*1

Genótipo Atributo Analisado Aparência Textura Sabor

Tradicional 5,2 ± 0,2 a 4,8 ± 0,2 a 5,1 ± 0,2 a MNAPB0405 5,0 ± 0,2 a 4,0 ± 0,2 a 4,0 ± 0,2 a MNACE0501 4,0 ± 0,2 a 4,4 ± 0,2 a 4,3 ± 0,2 a MNACH0501 4,3 ± 0,2 a 4,8 ± 0,2 a 5,0 ± 0,2 a

*1 Valores médios de 54 repetições. Médias seguidas por letras distintas nas colunas diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Tukey Código das notas: 7- Gostei muitíssimo; 6- Gostei muito; 5- Gostei moderadamente; 4- Nem gostei/ Nem desgostei; 3- Desgostei moderadamente; 2- Desgostei muito; 1- Desgostei muitíssimo.

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FIGURA 13: Avaliação da aparência dos grãos cozidos dos diferentes genótipos de arroz-vermelho a) Tradicional; b) MNAPB0405; c) MNACE0501; d) MNACH0501.

0%

2%

5%9%

44%

25%

15%

a

4% 11%

22%

22%

28%

9% 4%

b

2% 7%

15%

26%33%

13%4%

d

4% 7%

22%

28%

29%

6% 4%

c

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FIGURA 14: Avaliação da textura dos grãos cozidos dos diferentes genótipos de arroz-vermelho a) Tradicional; b) MNAPB0405; c) MNACE0501; d) MNACH0501.

0% 4%13%

10%

36%

29%

8%

a

4%17%

11%

31%

24%

9% 4%

b

0%4% 9%

41%33%

11%

2%

C

2%

11%

19%

40%

22%

6%

d

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FIGURA 15: Avaliação do sabor dos grãos cozidos dos diferentes genótipos de arroz-vermelho a) Tradicional; b) MNAPB0405; c) MNACE0501; d) MNACH0501.

Os genótipos estudados são igualmente aceitos em relação à aparência, textura e sabor.

Apesar de não existir diferença significativa, o genótipo Tradicional mostrou ser mais aceito

em relação à aparência. Quanto à textura e sabor, os genótipos Tradicional e MNACH0501

apresentaram maior aprovação que os outros.

Considerando que os provadores que participaram do teste sensorial não possuem o

hábito de consumir arroz-vermelho, o resultado na figura 16, pode ser considerado como

ótimo, já que as notas obtidas se enquadram entre nem gostei/ nem desgostei e gostei

moderadamente e, além disso, 50% deles consumiriam o arroz-vermelho algumas vezes por

semana (Figura 16).

3% 3% 5%9%

28%37%

15%

a

7%

20%

20%17%

11%

23%2%

b

6% 7%

17%

11%40%

13%6%

c

0% 9%7%

7%

36%

26%

15%

d

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50%

17%

33%

sim não Não responderam

FIGURA 16: Avaliação do interesse em consumir arroz-vermelho algumas vezes por semana.

5.4.2 Análise descritiva

Na Tabela 13 mostra-se a análise sensorial feita com provadores treinados em arroz

branco em relação aos atributos textura e pegajosidade. Na análise de variância (Apêndices J e

K) não se detectaram diferenças significativas entre os genótipos para o atributo textura, mas

para pegajosidade houve diferença significativa entre os genótipos.

TABELA 13 - Comparação entre médias de textura e pegajosidade avaliadas por provadores treinados para as amostras de arroz avaliadas pelo teste de Tukey*.

Genótipo Textura Pegajosidade Tradicional

MNAPB0405 MNACE0501 MNACH0501

1,8 ± 0,2 a EM - M 1,9 ± 0,2 a EM - M 1,9 ± 0,2 a EM - M 1,7 ± 0,2 a EM - M

6,0 ± 0,3 a MP 5,7 ± 0,3 a MP

5,6 ± 0,3 ab P - MP 6,4 ± 0,2 a MP

* Médias com letras minúsculas diferentes, na mesma coluna, diferem entre si ao nível de significância de 5 % pelo teste de Tukey. (P < 0.05); EM- Extremanente Macia, representa a nota 1; M- Macia, representa a nota 2 ; P- Pegajosa, representa a nota 5; MP- Muito Pegajosa, representa a nota 6.

Os genótipos apresentaram a mesma característica de textura, mas em relação à

pegajosidade o genótipo MNACE0501 apresentou ser o menos pegajoso das amostras,

diferindo das demais. Estes resultados possuem certa correlação com a TA, TG e CG,

confirmando o resultado esperado na literatura, pois a amostra que apresentou maior

pegajosidade (MNACH0501) possui a menor TA (14,62%). A textura macia das amostras foi

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confirmada com a TG das amostras, já que todas possuem característica de alta TG, mesmo

que as amostras Tradicional e MNACE0501, além de apresentarem alta TG tendem a

característica intermediária. A maior pegajosidade e maior maciez da amostra MNACH0501

também foram confirmadas na CG, pois esta amostra tende a consistência suave (45 ± 7,0

mm).

Comparando os resultados da análise sensorial com os resultados obtidos no teste de

panela, podemos notar que não houve correspondência entre as escalas, isso ocorreu

principalmente porque as escalas utilizadas nestes testes são diferentes. Em relação à textura

no teste de panela a escala possui apenas dois pontos (duro e macio), enquanto que na análise

sensorial a escala utilizada é a de sete pontos (extremamente macio, macio, ligeiramente

macio, macio com centro firme, ligeiramente firme, muito firme e extremamente firme). Já no

teste de pegajosidade, a escala utilizada para o teste de panela é dividida em cinco pontos

(muito separado, separado, ligeiramente pegajoso, pegajoso e muito pegajoso) e a escala

utilizada para a análise sensorial foi a de sete pontos (Extremamente solto, muito solto, solto,

ligeiramente solto, pegajoso, muito pegajoso e extremamente solto).

A utilização de escalas diferentes é devido a características do próprio teste, no teste

de panela a pegajosidade é realizada de forma visual e por isso não é possível à utilização de

grandes escalas. Já em relação à textura no teste de panela, devido à amostra ser analisada

somente depois de fria, por tato, também não é possível à utilização de grandes escalas como

na análise sensorial. O uso de escalas maiores na análise sensorial é preferível, principalmente

se o teste for realizado por provadores treinados, pois desta forma é possível notar pequenas

diferenças no atributo analisado e também expressar essa diferença no ponto correspondente.

5.5 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL

Os resultados referentes à composição centesimal dos grãos de arroz-vermelho, são

apresentados na Tabela 14.

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66

TABELA 14 – Valores médios e desvios padrão para umidade, extrato etéreo, cinza, proteína, fibra bruta dos genótipos de arroz-vermelho estudadas.*

Genótipos de arroz-vermelho Análise

(%) Tradicional MNA PB0405 MNA CE0501 MNA CH0501 Umidade 10,07 ± 0,39 a 10,10 ± 0,34 a 9,39 ± 0,12 a 10,36 ± 0,55 a

Extrato etéreo 1,44 ± 0,04 d 2,09 ± 0,07 a 1,81 ± 0,05 b 1,62 ± 0,05 c

Cinza 0,94 ± 0,21 a 0,96 ± 0,01 a 1,05 ± 0,03 a 1,19 ± 0,01 a

Proteína 6,95 ± 0,11 a 6,21 ± 0,43 a 6,49 ± 0,41 a 7,02 ± 0,51 a

Fibra bruta 2,23 ± 0,15 b 2,95 ± 0,05 a 2,89 ± 0,10 a 2,67 ± 0,29 ab

Médias seguidas por letras distintas nas linhas diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Tukey. * Valores médios de 3 repetições. Porcentagem em base úmida.

Conforme a Tabela 14, os valores médios da umidade total variam de 9,39 a 10,36%

b.u. para as amostras de arroz-vermelho cruas. Os valores de umidade encontrados são

próximos aos valores citados em literatura para o arroz polido cru, os quais variam entre 12,33

a 13,2 % e integrais crus, os quais variam entre 12,0 a 13,39% (IBGE, 1999; USP, 2005;

NEPA, 2006). O manejo pós-colheita dos grãos pode interferir nestes resultados,

especialmente se for considerada a condição climática e de armazenamento do grão do local

de produção do arroz-vermelho.

Os extratos etéreos variam de 1,44 a 2,09% estando esses valores superiores aos

encontrados em literatura para arroz polido cru sendo de 0,3 a 0,9%, mas aproximam-se dos

valores para arroz integral cru que variam de 1,9 e 2,04% (IBGE, 1999; USP, 2005; NEPA,

2006); o que já era esperado por esse arroz ser classificado como mal polido.

Os valores médios de cinzas das amostras analisadas neste trabalho variam de 0,94 a

1,19% nos arrozes crus não correspondendo os valores encontrados em literatura para arroz

polido cru que variam de 0,48 e 0,5% (IBGE, 1999; USP, 2005; NEPA, 2006), mas

aproximam-se dos valores para arroz integral cru 1,19 e 1,3% (IBGE, 1999; USP, 2005;

NEPA, 2006); normalmente já esperado por se tratar de arroz mal polido, sendo também

valores superiores ao resultado encontrado em arroz-vermelho por LIMA et al. (2000), 0,55%.

Quanto à proteína presente nas amostras analisadas, os níveis variam entre 6,21 a

7,02%. Os valores médios de proteína observados estão semelhantes aos teores encontrados

em literatura os quais variam de 6,73 a 7,2% para arroz polido cru (IBGE, 1999; USP, 2005;

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67

NEPA, 2006), e abaixo do teor de proteína bruta encontrado por Lima et al. (2000) em arroz-

vermelho que foi de 8,61%.

Os valores encontrados para fibra bruta variaram de 2,23 a 2,95%. Os valores de fibra

bruta observados estão bem superiores ao valor encontrado em arroz-vermelho por Lima et al.

(2000) que foi de 0,38%. Uma possível explicação para essa diferença grande pode ser em

relação à aplicação de diferentes metodologias, além da diferença genética da matéria-prima

ou condições de cultivo.

5.6 MINERAIS

Na Tabela 15 mostram-se as análises dos macronutrientes (cálcio, magnésio, e

potássio) e dos micronutrientes (zinco, cobre, manganês e ferro), realizadas nas amostras

cruas de arroz-vermelho dos diferentes genótipos estudados. Na análise de variância

(Apêndice L) detectaram-se diferenças significativas entre os genótipos para os parâmetros

avaliados (P < 0,05).

TABELA 15 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey dos componentes dos macro e micronutrientes dos grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho cruas estudadas.*1

Genótipos de arroz-vermelho Mineral Tradicional

MNAPB0405 MNACE0501 MNACH0501

Macronutrientes (mg/ 100 g) Cálcio 15,07 ± 0,86 a 17,44 ± 0,86 a 12,89 ± 0,86 b 13,97 ± 0,86 a

Magnésio 70,42 ± 2,06 b 80,72 ± 2,06 a 85,39 ± 2,06 a 84,84 ± 2,06 a Potássio 198,05 ± 9,57 b 209,17 ± 9,57 b 267,07 ± 9,57 a 252,81 ± 9,57 a

Micronutrientes (mg/ 100 g) Zinco 2,31 ± 0,04 a 2,22 ± 0,04 a 2,14 ± 0,04 a 2,22 ± 0,04 a Cobre 0,27 ± 0,04 b 0,19 ± 0,04 c 0,26 ± 0,04 b 0,31 ± 0,04 a

Manganês 1,65 ± 0,04 c 2,47 ± 0,04 a 2,06 ± 0,04 b 1,24 ± 0,04 d Ferro 1,01 ± 0,04 b 1,07 ± 0,04 ab 1,11 ± 0,04 ab 1,22 ± 0,04 a

Médias seguidas por letras distintas nas linhas diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Tukey. * Valores médios de 3 repetições. 1 Porcentagem em base seca.

Os resultados encontrados foram comparados com resultados descritos por Meng et al.

(2005), Chan et al. (2007) e Itani et al. (2002). Chan et al. (2007) estudaram a quantidade de

minerais em arroz polido cru encontrado no mercado local da Indonésia, e cozido em

laboratório e por donas de casa. Itani et al. (2002) estudaram arroz-vermelho japonês Akamai

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68

e Akamochi com retenção de 71 a 81% do farelo, estas são cultivares indígenas mais robustas

que as do Brasil e Estados Unidos. Foi empregado neste trabalho o espaçamento de 30 cm

entre linhas e 15 cm entre plantas e a taxa de adubo inserida no solo foi de N:P:K = 5:8:8 g

m2.

O genótipo MNACE0501 apresentou o menor teor de cálcio com 12,89 mg/ 100 g de

arroz-vermelho, diferindo dos demais genótipos ao nível de 5% de significância. Os

resultados encontrados são inferiores aos resultados encontrados por Meng et al. (2005) em

arroz-vermelho (40,58 mg/ 100 g) e superiores aos resultados encontrados por Itani et al.

(2002) e Chan et al. (2007) nos quais os seguintes valores foram obtidos: 12,7 e 5,1 mg/ 100 g

respectivamente.

O arroz-vermelho Tradicional apresentou o menor teor de magnésio (70,42 mg/ 100

g), sendo estatisticamente diferente em relação aos demais genótipos ao nível de 5% de

significância. Os resultados encontrados são inferiores aos encontrados por Itani et al. (2002)

em arroz-vermelho japonês Akamai e Akamochi mal polido (104,5 mg/ 100 g).

Os genótipos MNACE0501 e MNACH0501 apresentaram os maiores teores de

potássio, em média 260 mg/ 100 g de arroz sendo estatisticamente iguais enquanto os

genótipos Tradicional e MNAPB0405 apresentaram os menores valores de potássio, em

média, 203,5 mg/ 100 g de arroz, sendo estatisticamente iguais entre si ao nível de 5% de

significância. Os valores encontrados são semelhantes aos valores de Itani et al. (2002) em

arroz-vermelho japonês Akamai e Akamochi e mal polido (223,6 mg/ 100 g).

Em relação à quantidade de zinco, as amostras apresentaram em média 2,22 mg/ 100 g

de arroz, não havendo diferença significativa entre as amostras ao nível de 5 % de

significância. Esses valores são superiores àqueles encontrados por Chan et al. (2007) de 1,7

mg/ 100g, e inferiores aos encontrados por Meng et al. (2005) em arroz-vermelho (3,02 mg/

100 g).

O genótipo MNACH0501 apresentou a maior quantidade de cobre, 0,31 mg/ 100 g de

arroz, sendo estatisticamente diferente dos demais. O genótipo MNAPB0405 apresentou a

menor quantidade de cobre, 0,19 mg / 100 g de arroz. Os genótipos Tradicional e

MNACE0501 apresentaram quantidades intermediárias de cobre com média de 0,27 mg/ 100

g de arroz sendo estatisticamente iguais entre si. Os resultados encontrados são inferiores aos

encontrados por Meng et al. (2005) em arroz-vermelho (0,51 mg/ 100 g).

Em relação à quantidade de manganês, todos os genótipos diferiram estatisticamente

sendo que os genótipos MNAPB0405 (2,47 mg/ 100 g), MNACE0501 (2,06 mg/ 100 g),

Tradicional (1,65 mg/ 100 g) e MNACH0501 (1,24 mg/ 100 g) apresentaram os maiores

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teores respectivamente. Os resultados encontrados são semelhantes aos encontrados por Meng

et al. (2005) em arroz-vermelho (1,42 mg/ 100 g), mas inferiores ao encontrado por Itani et al.

(2002), de 3,06 mg/ 100 g.

O genótipo MNACH0501 apresentou o maior teor de ferro (1,22 mg/ 100 g), diferindo

apenas do genótipo Tradicional (1,01 mg/ 100 g). Os genótipos MNAPB0405 (1,07 mg/ 100

g) e MNACE0501 (1,11 mg/ 100 g) são estatisticamente iguais entre si. Estes valores são

superiores aos encontrados por Chan et al. (2007) que obtiveram 0,4 mg/ 100 g em arrozes

crus, e inferiores aos encontrados por Meng et al. (2005) em arroz-vermelho (5,32 mg/ 100 g).

As diferenças varietais, condições de cultivo (clima, solo, local), além do grau de

polimento dos grãos podem afetar a quantidade de minerais no arroz analisado.

Na Tabela 16, mostra-se a análise dos macronutrientes (cálcio, magnésio, e potássio) e

dos micronutrientes (zinco, cobre, manganês e ferro), realizada nas amostras cozidas em 40

minutos de aquecimento dos diferentes genótipos estudados. Este tempo foi escolhido, por ser

o mais próximo do tempo normal de cocção do arroz-vermelho, entre os tempos utilizados

neste trabalho. Na análise de variância (Apêndice M) detectaram-se diferenças significativas

entre os genótipos para os minerais (P < 0,05).

TABELA 16 – Valores médios, desvio padrão e teste de Tukey dos componentes dos macro e micronutrientes dos grãos das diferentes amostras de arroz-vermelho cozidas em 40 minutos*1

Genótipos de arroz-vermelho Mineral Tradicional

MNAPB0405

MNACE0501

MNACH0501

Macronutrientes (mg/ 100 g) Cálcio 16,64 ± 1,28 15,70 ± 1,28 13,72 ± 1,28 14,63 ± 1,28 Magnésio 56,06 ± 0,59 b 74,53 ± 0,59 a 75,80 ± 0,59 a 74,73 ± 0,59 a Potássio 89,68 ± 24,02 c 161,39 ± 24,02

abc 205,94 ± 24,02 ab 252,85 ± 24,02 a

Micronutrientes (mg/ 100 g) Zinco 1,93 ± 0,48 2,20 ± 0,48 1,39 ± 0,48 0,66 ± 0,48 Cobre 0,23 ± 0,01 a 0,19 ± 0,01 ab 0,26 ± 0,01 ab 0,28 ± 0,01 a Manganês 1,59 ± 0,06 b 1,99 ± 0,06 a 1,62 ± 0,06 b 1,97 ± 0,06 a Ferro 0,88 ± 0,05 0,93 ± 0,05 1,11 ± 0,05 1,05 ± 0,05 Médias seguidas por letras distintas nas linhas diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Tukey. * Valores médios de 3 repetições. 1 Porcentagem em base seca.

Analisando-se o teor de cálcio nas amostras cozidas pode-se observar que não houve

diferença significativa entre os genótipos, apresentando em média 15,17 mg/ 100 g de arroz.

Esses valores são semelhantes aos encontrados por Chan et al. (2007) que encontraram

valores de 16,7 mg/ 100 g em arroz cozido.

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70

O genótipo Tradicional foi o que apresentou menor quantidade de magnésio (56,06

mg/ 100 g), enquanto os outros genótipos não mostraram diferença significativa entre si

apresentando média de 75 mg/ 100 g.

Em relação à quantidade de potássio, a amostra Tradicional apresentou o menor teor

(89,68 mg / 100 g) não diferindo do genótipo MNAPB0405, enquanto o genótipo

MNACH0501 apresentou o maior teor de potássio (252,85 mg/ 100 g) não diferindo

estatisticamente dos genótipos MNAPB0405 e MNACE0501. Os genótipos MNAPB0405 e

MNACE0501 apresentaram valores intermediários sendo estatisticamente iguais entre si e

apresentando em média, 183,67 mg/ 100 g.

Não houve diferença significativa entre os genótipos para a análise de zinco em arroz-

vermelho cozido. Os valores de zinco encontrados nas amostras de arroz-vermelho em média

(1,55 mg / 100 g) são semelhantes aos encontrados por Chan et al. (2007) em arroz cozido

(1,7 mg/ 100 g). Esses resultados reforçam a teoria de que o Zn se conserva nas partes mais

internas do grão.

Os genótipos MNAPB0405 e MNACH0501 apresentaram os maiores valores de

manganês (1,98 mg/ 100 g) em média, não sendo diferentes estatisticamente entre si,

enquanto as amostras Tradicional e MNACE0501 apresentaram os menores valores, (1,61

mg/ 100 g) em média, não sendo diferentes entre si estatisticamente.

Em relação à análise de ferro não houve diferença significativa entre as amostras de

arroz cozido. Os valores de ferro encontrados foram em média 0,99 mg/ 100 g de arroz-

vermelho, superiores aos encontrados por Chan et al. (2007) em arroz cozido (0,3 mg/ 100 g).

Para a análise de ferro, zinco, manganês, cobre, potássio e magnésio, observando a

análise de variância (Apêndice M), houve diferença significativa ao nível de 5 % de

significância em relação ao tempo. O aquecimento de 40 minutos fez com que a quantidade

de minerais detectada pela análise fosse maior.

Para a análise de cálcio, não houve diferença significativa entre as amostras cruas e

cozidas. Este resultado discorda das observações feitas por Chan et al. (2007), onde a ebulição

aumentou as concentrações de cálcio em arroz e farinha de arroz e as concentrações de ferro e

zinco mantiveram-se inalteradas. Já Hotz et al. (2001) concluíram que a ebulição contribuiu

para a maior concentração de cálcio e ferro em arroz cozido versus arroz cru.

Apesar da relativamente baixa concentração de zinco de arroz cozido, sem

desconsiderar a possibilidade de diferentes métodos de cozimento influenciarem

diferentemente a concentração do mineral no grão cozido, o arroz pode ser considerado uma

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71

boa fonte de zinco, pois a porção diária de consumo é relativamente grande em comparação

com os outros alimentos (HOTZ et al., 2001).

Yang et al. (1998) citados por Itani et al. (2002) analisaram ferro, manganês, cobre e

zinco nos grãos de arroz polido de 285 cultivares provenientes da China e desta população, as

cultivares de arroz-vermelho mostraram ser mais ricas em zinco do que em cultivares de arroz

branco. Resultados similares também foram encontrados no projeto de biofortificação da

Embrapa (BORGES et al., 2007), onde teores de ferro e zinco de 31 acessos de arroz-

vermelho integral e semi-polido foram quantificados e os resultados mostraram que o arroz-

vermelho se destaca em relação às variedades de arroz branco mais consumidas pela

população.

5.7 EFEITO DO TEMPO DE COCÇÃO E DO GENÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO NAS

PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E REOLÓGICAS.

5.7.1 Teor de água, amido e amilose

As análises de variância aplicadas aos valores médios dos teores de água, amido e

amilose (Apêndice N) mostraram que houve interação entre genótipo de arroz-vermelho e

tempo de aquecimento, sendo significativo para o teor de amilose (p < 0,05) e altamente

significativo para os teores de água e amido (p < 0,01). Os efeitos da interação significam que

a variação desses teores depende da combinação dos fatores estudados. Os resultados

experimentais e os ajustados através de regressão linear estão representados em forma de

gráficos nas Figuras 17 a 19, para teores de água, amido e amilose, respectivamente.

Na Figura 17 nota-se que os grãos de arroz-vermelho dos genótipos Tradicional,

MNAPB0405 e MNACH0501 demoram a absorver água; o teor de água aumentou lentamente

com o tempo de cocção. Ao contrário, os grãos de arroz-vermelho do genótipo MNACE0501

atingiram sua máxima absorção após 20 minutos de cocção permanecendo constante até o

final da experiência. A maior e a menor quantidade de água retida após 40 minutos de cocção

foram detectadas nos grãos de arroz-vermelho dos genótipos MNAPB0405 (73,0%) e

MNACH0501 (70,6%), respectivamente. Os demais genótipos apresentaram valores

intermediários de 71,5% para Tradicional e 71,9% para MNACE0501.

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72

20 25 30 35 40

60

62

64

66

68

70

72

74

Genótipo de arroz-vermelho

Tradicional Y = 54,592 + 0,395X R2 = 0,810

MNAPB0405 Y = 55,310 + 0,635X R2 = 0,988

MNACE0501 Y = 70,279 + 0,012X R2 = 0,004

MNACH0501 Y = 51,597 + 0,499X R2 = 0,899

Teor

de

água

(%

, bu)

Tempo de cocção (min)

FIGURA 17 – Teor de água de diferentes genótipos de arroz-vermelho em função do tempo de cocção.

20 25 30 35 40

82

84

86

88

90

92

94

96

98

100

Genótipos de arroz-vermelho Tradicional Y = 102,595 - 0,381X R2 = 0,989 MNAPB0405 Y = 78,090 + 0,230X R2 = 0,926 MNACE0501 Y = 89,172 - 0,075X R2 = 0,676 MNACH0501 Y = 77,920 + 0,312X R2 = 0,645

Teo

r de

am

ido

(%, b

s)

Tempo de cocção (min)

FIGURA 18 – Teor de amido de diferentes genótipos de arroz-vermelho em função do tempo de cocção.

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73

20 25 30 35 400

2

4

6

8

10

12

22

24

26

Genótipos de arroz-vermelho Tradicional Y = 27,297 - 0,046X R2 = 0,514 MNAPB0405 Y = 24,775 - 0,004X R2 = 0,923 MNACE0501 Y = 20,368 + 0,104X R2 = 0,406 MNACH0501 Y = 12,549 - 0,035X R2 = 0,346

Teo

r de

am

ilose

(%

, b.s

)

Tempo de cocção (min)

FIGURA 19 – Teor de amilose de diferentes genótipos de arroz-vermelho em função do tempo de cocção.

Nas Figuras 18 e 19 pode-se observar que a variação dos teores de amido e amilose

não apresentou um padrão de comportamento semelhante entre os genótipos em função do

tempo de cocção. Os teores de amido dos genótipos Tradicional e MNACE0501 diminuíram

enquanto que os dos genótipos MNAPB0405 e MNACH0501 aumentaram com o aumento do

tempo de cocção. Entretanto, para os teores de amilose, os genótipos Tradicional e

MNACE0501 mostraram variação contrária, enquanto um diminuiu o outro aumentou no

decorrer do tempo de cocção, permanecendo estatisticamente constante a variação dos teores

de amilose dos genótipos MNAPB0405 e MNACH0501.

Em função do tempo de cocção não foram detectadas diferenças significativas nos

teores de amido e de amilose, mesmo que grandes modificações possam ocorrer na estrutura

do amido quando este é aquecido na presença de água como citado por BASSINELLO;

CASTRO (2004), o que não influencia na sua quantificação porque para uma certa quantidade

de arroz acrescido de água, junto com o aquecimento há absorção de água pelo grão, fazendo

com que a amostra apresente característica de grãos cozidos, sendo observada a gelatinização

do amido, mas sem acréscimo ou decréscimo dos teores de amido.

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74

5.7.2 Consistência de gel

Os resultados de consistência de gel dos diferentes genótipos estudados de arroz-

vermelho estão na Figura 20. De acordo com a análise de variância aplicada (Apêndice O),

houve diferenças significativas na interação dos fatores genótipos de arroz-vermelho e tempo

de cocção, entre os genótipos e entre os tempos de cocção ao nível de 5 % de probabilidade (P

< 0,05).

De acordo com o teste de Tukey aplicado nos tempos 20, 30 e 40 min, a amostra

MNAPB0405 obteve as menores leituras de consistência de gel de 22,0 mm a 26,0 mm

caracterizando-se como alta, segundo Cagampang et al. (1973), em que grãos com essa

característica apresentam duros após cocção e resfriamento. Grãos do genótipo MNACH0501

apresentaram-se leituras de 22,0 mm a 44,7 mm caracterizando-se como consistência

intermediária de gel (36 a 49 mm) e os genótipos MNACE0501 e Tradicional apresentaram

leituras de 43,0 a 53,0 mm e 38,0 a 66,0 mm respectivamente, sendo caracterizados como de

baixa consistência de gel a intermediário. Segundo Cagampang et al. (1973), grãos com essa

característica apresentam-se macios após cocção e refrigeração.

Com o aumento dos tempos de cocção pode-se perceber aumento das leituras, isso

significa que houve diminuição da consistência de gel pela gelatinização do amido, tornando-

se as amostras mais pegajosas com o aumento do tempo de cocção.

20 25 30 35 40

10

20

30

40

50

60

70

Tradicional Y = 32,17 + 0,65X R2 = 0,46 MNA PB 0405 Y = 28,7 - 0,15X R2 = -0,76 MNA CE 0501 Y = 42,67 + 0,37X R2 = 0,55 MNA CH 0501 Y = 25,65 + 0,38X R2 = 0,40

Leitu

ra (

mm

)

Tempo de cocção (minutos)

FIGURA 20 – Consistência de gel em função do tempo de cocção de arroz-vermelho semi-polido.

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75

5.7.3 Viscosidade aparente

As curvas de tensão de cisalhamento e de viscosidade aparente das suspensões aquosas

das farinhas de arroz-vermelho dos diferentes genótipos utilizados encontram-se apresentadas

graficamente nas Figuras 21 e 22, respectivamente, para todos os tempos aplicados de cocção.

0 20 40 60 80 100 120 1400,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

2,4

2,8

3,2

3,6

a

20 min Y=0,168X0,598

30 min Y=0,078X0,758

40 min Y=0,040X0,826

Tens

ão c

isal

ham

ento

(Pa)

Taxa de cisalhamento (s -1)

0 20 40 60 80 100 120 1400,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

2,4

2,8

3,2

3,6

b

20 min Y=0,061X0,815

30 min Y=0,029X0,862

40 min Y=0,057X0,719

Tens

ão c

isal

ham

ento

(Pa)

Taxa de cisalhamento (s -1)

0 20 40 60 80 100 120 1400,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

2,4

2,8

3,2

3,6

c

20 min Y=0,081X0,666

30 min Y=1,362X0,172

40 min Y=0,186X0,557

Tens

ão c

isal

ham

ento

(P

a)

Taxa de cisalhamento (s -1)

0 20 40 60 80 100 120 1400,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

2,4

2,8

3,2

3,6

4,0

d

20 min Y=0,069X0,824

30 min Y=1,263X0,209

40 min Y=0,477X0,402

Tens

ão c

isal

ham

ento

(P

a)

Taxa de cisalhamento (s -1)

FIGURA 21 – Reogramas de suspensões aquosas de farinhas de arroz-vermelho semi-polido: a) Tradicional, b) MNAPB0405, c) MNACE0501 e d) MNACH0501 cozidas em diferentes tempos de cocção.

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76

60 70 80 90 100 110 120 130 140

15

20

25

30

35

20 min Y=1045,591/X + 15,617 30 min Y=576,341/X + 19,776 40 min Y=289,578/X + 14,957

a

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s -1)

60 70 80 90 100 110 120 130 140

15

20

25

30

20 min Y=449,225/X + 21,245 30 min Y=212,123/X + 13,463 40 min Y=441,144/X + 11,540

b

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s -1)

60 70 80 90 100 110 120 130 14010

15

20

25

30

35

40

45

20 min Y=2025,823/X + 10,143 30 min Y=1523,695/X + 11,589 40 min Y=1252,435/X + 10,477

c

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s -1)60 70 80 90 100 110 120 130 140

20

25

30

35

40

45

50

20 min Y=514,689/X + 25,295 30 min Y=2565,144/X + 7,234 40 min Y=1736,280/X +12,657

d

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s -1)

FIGURA 22 – Curvas da viscosidade aparente de suspensões aquosas de farinhas de arroz-vermelho semi-polido: a) Tradicional, b) MNAPB0405, c) MNACE0501 e d) MNACH0501, obtidas em diferentes tempos de cocção.

Na Figura 21 observa-se que, para certa taxa de cisalhamento, diferentes valores de

tensão de cisalhamento são obtidos dependendo do tempo de cocção aplicado. De acordo com

Ibarz e Barbosa-Cànovas (1999), esta característica, ou seja, a não proporcionalidade entre a

tensão de cisalhamento e a taxa de cisalhamento é típica de um comportamento não-

Newtoniano.

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Nas taxas de cisalhamento testado, as amostras comportaram-se como fluidos

pseudoplásticos (STEFFE, 1996), demonstrado pelos baixos valores do índice de

comportamento de fluido (0,16 ≤ n ≤ 0,86) registrados para todos os tempos de cocção e

genótipos de arroz-vermelho. O modelo da Lei da Potência foi satisfatoriamente ajustado aos

dados experimentais, com 0,923 ≤ R2 ≤ 0,999 e 0,007 ≤ RMS (%) ≤ 0,568.

Conforme a Figura 22, a viscosidade aparente diminuiu com o aumento da taxa de

cisalhamento, o que vem corroborar o comportamento pseudoplástico, isto é, o fluido se faz

menos viscoso quando aumenta a taxa de cisalhamento.

Ainda nas figuras 21 e 22, observa-se que a tensão de cisalhamento e a viscosidade

aparente do genótipo Tradicional diminuíram com o tempo de cocção (embora se observe

cruzamento das curvas de 20 e 30 minutos na taxa entre 110 e 120 s-1), enquanto os outros

genótipos variaram imprevisivelmente indicando que as soluções aquosas destas farinhas

dependem do genótipo de arroz-vermelho e do tempo de cocção. Estas diferenças são

marcantes e podem ser estudadas em base aos índices de consistência (Figura 22a) e de

comportamento (Figura 22b) determinados a partir do modelo da Lei da Potência. As

diferenças foram confirmadas por meio das análises de variância (Apêndice P) aplicadas ao

nível de 99% de confiança (p < 0,01).

Dois grupos de curvas podem ser observados nas Figuras 23a e 23b, sendo que o

primeiro grupo está situado entre 0 < K <1,4 e 0,2 < n < 0,9 (MNACE0501 e MNACH0501),

respectivamente, e o segundo entre 0 < K < 0,2 e 0,5 < n < 0,9 (Tradicional e MNAPB0405),

respectivamente.

Considerando o índice de consistência, os genótipos MNACE0501 e MNACH0501

apresentam curvas com elevação até os 30 minutos de cocção, após esse tempo a curva

diminui, indicando que as consistências da pasta desses genótipos são pouco resistentes à

exposição prolongada de calor tornando-se fluidos após 30 minutos de cocção. Já, as curvas

de consistência dos genótipos Tradicional e MNAPB0405 diminuem com o tempo de cocção,

significando que as suas pastas não possuem capacidade de resistir a prolongados tempos de

cocção.

Considerando que o índice de comportamento de fluido pode ser visto como uma

medida do desvio em relação ao comportamento Newtoniano quando n = 1

(HOLDSWORTH, 1971), o do genótipo Tradicional aumentou com o aumento do tempo de

cocção aproximando-se a de um fluido Newtoniano com n = 0,83 para 40 minutos de cocção.

Mesmo raciocínio pode ser feito para MNAPB0405, porém, até os 30 minutos de cocção (n =

0,86), diminuindo o índice de comportamento nos 40 minutos (n = 0,72) aumentando sua

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plasticidade. Já os genótipos MNACE0501 e MNACH0501 apresentaram-se mais viscosos

aos 30 minutos, ficando mais fluidos quando cozidos por 40 minutos.

FIGURA 23 – Variação dos parâmetros reológicos do modelo da Lei da Potência para soluções aquosas de farinhas de arroz-vermelho semi-polido em função do genótipo de arroz e do tempo de cocção: a) índice de consistência e b) índice de comportamento de fluído.

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79

5.7.4 Viscosidade de pasta

De acordo com a análise de variância (Apêndice Q) para as propriedades de pasta de

farinhas cruas de arroz-vermelho semi-polido, ocorreram expressivas diferenças entre os

genótipos estudados (p < 0,01). Os respectivos viscogramas podem ser visualizados na Figura

24.

0 5 10 15 200

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 5 10 15 20

0

20

40

60

80

100

Genótipos de arroz-vermelho MNACH0501 MNAPB0405 Tradicional MNACE0501

Vis

cosi

dade

de

past

a (c

P)

Tempo (min)

Temperatura

Tem

pera

tura

(oC

)

FIGURA 24 – Viscogramas obtidos pelo RVA das pastas de arroz cru de diferentes genótipos de arroz-vermelho semi-polido.

Nos viscogramas, o genótipo MNACH0501 mostrou maior viscosidade de pico e

formato agudo, indicando a presença de grânulos de amido com propriedades de

expansão/ruptura mais uniformes durante o tratamento hidrotérmico (MATUDA, 2004;

FENIMAN, 2004). Este genótipo também apresentou maior quebra dos grânulos no ciclo de

aquecimento (95°C) e, ao ser resfriada até 25ºC, a pasta apresentou baixa elevação da

viscosidade em comparação com os outros genótipos estudados, indicando que MNACH0501

possui baixa tendência à retrogradação, ou seja, ao estabelecimento de novas ligações

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intermoleculares (FENIMAN, 2004). Estas mesmas observações foram feitas, em ordem

crescente, para os genótipos MNACE0501, Tradicional e MNAPB0405, porém com valores

menores de viscosidade de pico e de forma achatada, menor quebra dos grânulos de amido e

com alta tendência à retrogradação. De certo modo, estes perfis apresentam valores de

viscosidade muito baixos se comparados com os obtidos na literatura para arroz branco polido

(ZHOU et. al., 2002; SACCHETTI et al., 2004; ASCHERI et al., 2006).

Os resultados da análise de variância (Apêndice Q) mostraram que as propriedades de

pasta das farinhas de arroz-vermelho dependeram do genótipo de arroz-vermelho e do tempo

de cocção dos seus grãos a nível de 95% (p < 0,05) e 99% (p < 0,01) de confiança.

Na Figura 25 observa-se que o tempo de aquecimento provocou intensas modificações

no amido do arroz-vermelho cru, alterando significativamente o perfil de viscosidade da

Figura 24, reduzindo a viscosidade com o aumento do tempo de aquecimento. Este fato

também foi observado por outros autores em amido de arroz irradiado por microondas

(PINKROVÁ et al., 2003) e irradiado com raios gamma (BAO et al., 2005; YU; WANG,

2007).

0 5 10 15 200

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

a

Arroz-vermelho Tradicional

Tempo de cocção 20 min 30 min 40 min

Vis

cosi

dade

de

past

a (c

P)

Tempo (min)0 5 10 15 20

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

b

Arroz-vermelho MNACH0501

Tempo de cocção 20 min 30 min 40 min

Vis

cosi

dade

de

past

a (c

P)

Tempo (min)

0 5 10 15 200

20

40

60

80

100

120

140

160

180

dc

Arroz-vermelho MNACE0501

Tempo de cocção 20 min 30 min 40 min

Vis

cosi

dade

de

past

a (c

P)

Tempo (min)0 5 10 15 20

0

20

40

60

80

100

120

140

160 Arroz-vermelhoMNAPB0405

Tempo de cocção 20 min 30 min 40 min

Vis

cosi

dade

de

past

a (c

P)

Tempo (min)

FIGURA 25 – Viscogramas (RVA) de grãos cozidos de diferentes genótipos de arroz-vermelho semi-polido.

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Nos perfis de RVA observam-se que os arrozes possuem alguns grânulos de amido

que resistem à agitação mecânica do RVA a 95°C; eles incham e a viscosidade aumenta até o

final do ciclo de resfriamento (25°C), registrando menores picos e quebra de viscosidade e

tendência à retrogradação em maiores tempos de aquecimento.

As pastas de MNACH0501 oferecem menor resistência aos processos de gelatinização

e de retrogradação, apresentando maiores valores de viscosidade de pico (948,0-1725,5 cP),

quebra de viscosidade (21,0-47,5 cP) e de tendência à retrogradação (931,5-1640 cP) (Figura

24b) em todos os tempos de cocção, indicando que os grãos cozidos desse arroz-vermelho

podem absorver maior quantidade de água quando quentes e ser pegajosos quando frios.

As Figuras 25a, 25c e 25d possuem perfis semelhantes com valores muito baixos de

viscosidade de pasta. As propriedades de pasta variaram de 67,5 a 119,0 cP, de 1,5 a 4,0 cP e

de 30,0 a 99,5 cP para viscosidade de pico, quebra de viscosidade e tendência à retrogradação,

respectivamente. O baixo valor de viscosidade de pico dos genótipos MNAPB0405,

Tradicional e MNACE0501 mostra que a estrutura cristalina dos grânulos de amido

remanescentes após o processo de cocção oferecem resistência aos processos de gelatinização

e retrogradação, sugerindo que estes genótipos poderão apresentar grãos cozidos soltos e

macios, isto é, poucos pegajosos.

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6 CONCLUSÕES

Os grãos de arroz-vermelho dos genótipos Tradicional, MNAPB0405, MNACE0501 e

MNACH0501 são classificados com tamanho de médio a longo e possuem baixo rendimento

de benefício se comparado com o arroz branco.

Os grãos de arroz-vermelho dos genótipos Tradicional, MNAPB0405 e MNACE0501

apresentam alto teor de amilose, temperatura de gelatinização alta e consistência de gel

intermediária; após cocção, possuem grãos soltos com textura dura.

O genótipo MNACH0501 possui grãos com baixo teor de amilose, temperatura de

gelatinização elevada e consistência de gel intermediária; após cocção os grãos são pegajosos

com textura macia.

A composição centesimal do arroz-vermelho é semelhante ao arroz branco

parcialmente polido, possuindo valores superiores em arroz branco polido e valores inferiores

em arroz integral na maioria dos componentes. O grande diferencial são os compostos

funcionais, teores de fibras e teores de minerais, com valores médios de 14,8 mg/ 100g para

cálcio, 80,34 mg/ 100g para magnésio, 231,7 mg/ 100g para potássio, 2,22 mg/ 100g para

zinco, 0,26 mg/ 100g para cobre, 1,8 mg/ 100g para manganês e 1,1 mg/ 100g para ferro.

O genótipo MNACH0501 reúne o maior número de características desejáveis em

relação a qualidade tecnológica (grãos pegajosos com textura macia) o que o torna adequado

para lançamento voltado ao atendimento do mercado consumidor de arroz-vermelho.

Nas condições do trabalho os teores de umidade, amido, amilose e viscosidade

variaram em função do tempo de cocção. Nota-se que os grãos de arroz-vermelho dos

genótipos Tradicional, MNAPB0405 e MNACH0501 demoram para absorver água; o teor de

água aumentou lentamente com o tempo de cocção. Ao contrário, os grãos de arroz-vermelho

do genótipo MNACE0501 atingiram sua máxima absorção após 20 minutos de cocção

permanecendo constante até o final da experiência. A maior é menor quantidade de água

retida após dos 40 minutos de cocção foi detectada nos grãos de arroz-vermelho dos genótipos

MNAPB0405 (73,0%) e MNACH0501 (70,6%), respectivamente. Os demais genótipos

apresentaram valores intermediários de 71,5% para Tradicional e 71,9% para MNACE0501.

Pode-se concluir que a variação dos teores de amido e amilose não apresentaram um

padrão de comportamento semelhante entre os genótipos estudados em função do tempo de

cocção. Os teores de amido dos genótipos Tradicional e MNACE0501 diminuíram enquanto

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que os dos genótipos MNAPB0405 e MNACH0501 aumentaram com o aumento do tempo de

cocção. Entretanto, para os teores de amilose, os genótipos Tradicional e MNACE0501

mostraram variação contrária, enquanto um diminuiu o outro aumentou no decorrer do tempo

de cocção, permanecendo estatisticamente constantes a variação dos teores de amilose dos

genótipos MNAPB0405 e MNACH0501. Com o aumento dos tempos de cocção pode-se

perceber a diminuição da consistência de gel.

As soluções de grãos dos genótipos de arroz-vermelho estudados apresentam

comportamento pseudoplásticos. Os genótipos MNACE0501 e MNACH0501 apresentaram

maior plasticidade e consistência em função do tempo de cocção. A consistência dos

genótipos Tradicional e MNAPB0405 diminuíram com o tempo de cocção.

Os grãos crus de arroz-vemelho do genótipo MNACH0501 presente possuem maior

viscosidade de pico e baixa tendência à retrogradação e os grãos dos genótipos Tradicional,

MNAPB0405 e MNACE0501 apresentam características semelhantes, com ausência de

viscosidade de pico e alta tendência à retrogradação.

Os valores de viscosidade de pasta do arroz-vermelho dos diferentes genótipos

estudados diminuem com o tempo de cocção registrando menores picos e quebra de

viscosidade e tendência à retrogradação em maiores tempos de aquecimento.

Os resultados de viscosidade de pasta em função do tempo de cocção demonstraram

que o genótipo de arroz-vermelho MNACH0501 absorve maior quantidade de água quando

quente e os grãos são pegajosos quando frios, enquanto que os genótipos MNAPB0405,

Tradicional e MNACE0501 apresentam grãos cozidos soltos e macios ou poucos pegajosos.

As diferenças sensoriais de textura e pegajosidade estão relacionadas com os

diferentes genótipos estudados apresentando-se como grãos cozidos pegajosos a

extremamente pegajosos e com textura de arroz cozido extremamente macio, obtendo uma

aceitabilidade entre nem gostei/nem desgostei e gostei moderadamente para os atributos

aparência, textura e sabor.

De acordo com os resultados os testes utilizados se complementam quanto às

informações de qualidade do arroz-vermelho, porém, requerem alguns ajustes e/ou

substituições de metodologias por outras mais precisas e modernas e deve-se ter cuidado na

sua interpretação, considerando outros fatores relevantes que podem interferir na avaliação.

Os resultados obtidos demonstraram a importância do presente trabalho, visto que

pode orientar trabalhos futuros envolvendo a implantação de novos métodos, que são

imprescindíveis para o desenvolvimento de novos genótipos de arroz-vermelho de boa

qualidade culinária com baixo custo.

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96

8 APÊNDICE

APÊNDICE A – Resumo da análise de variância das dimensões dos grãos de genótipos de arroz-vermelho Tradicional, MNAPB0405, MNACE0501 e MNACH0501.

Causas de variação

Variedades de arroz-vermelho Erro Dimensões

G.L. Q.M. G.L. Q.M.

Comprimento 3 10,24 196 0,07 **

Largura 3 1,17 196 0,02 **

Espessura 3 0,21 196 0,01 **

Relação a/b 3 1,71 196 0,02 **

a = comprimento; b = largura; G.L. = graus de liberdade; Q.M. = quadrado médio. ** Significativo ao nível de 1 % e probabilidade

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97

APÊNDICE B

5,5 6,0 6,5 7,00

2

4

6

8

10

12

14

16

Comprimento (mm)

Núm

ero

de s

emen

tes

2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3,0 3,1 3,20

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Núm

ero

de s

emen

tes

Largura (mm)

1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,20

2

4

6

8

10

12

14

Espessura (mm)

Núm

ero

de s

emen

tes

1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,40

2

4

6

8

10

Razão comprimento/largura

Núm

ero

de s

emen

tes

FIGURA 1 – Histogramas das dimensões dos grãos de arroz-vermelho tradicional a) Comprimento, b) Largura, c) Espessura e d) Razão comprimento/largura

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98

5,2 5,3 5,4 5,5 5,6 5,7 5,8 5,9 6,00

2

4

6

8

10

12

14

Comprimento (mm)

Núm

ero

de s

emen

tes

2,3 2,4 2,5 2,6 2,70

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

Núm

ero

de s

emen

tes

Largura (mm)

1,70 1,75 1,80 1,85 1,90 1,950

2

4

6

8

10

Espessura (mm)

Núm

ero

de s

emen

tes

2,0 2,1 2,2 2,3 2,40

2

4

6

8

10

12

Razão comprimento/largura

Núm

ero

de s

emen

tes

FIGURA 2 – Histogramas das dimensões das sementes de arroz MNAPB0405. a) Comprimento, b) Largura, c) Espessura e d) Razão comprimento/largura.

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5,4 5,6 5,8 6,0 6,2 6,4 6,6 6,8 7,0 7,20

2

4

6

8

10

12

14

16

Comprimento (mm)

Núm

ero

de s

emen

tes

2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,00

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Largura (mm)

Núm

ero

de s

emen

tes

1,6 1,7 1,8 1,9 2,0 2,10

2

4

6

8

10

Núm

ro d

e se

men

tes

Espessura (mm)

2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,40

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

Razão comprimento/largura

Núm

ero

de s

emen

tes

FIGURA 3 – Histogramas das dimensões das sementes de arroz MNA CE0501. a) Comprimento, b) Largura, c) Espessura e d) Razão comprimento/largura.

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4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0 6,20

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

Núm

ero

de s

emen

tes

Comprimento (mm)1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

30

Largura (mm)

Núm

ero

de s

emen

tes

1,6 1,7 1,8 1,9 2,0 2,10

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

Espessura (mm)

Núm

ero

de s

emen

tes

1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,00

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

Núm

ero

de s

emen

tes

Razão comprimento/largura

FIGURA 4 – Histogramas das dimensões das sementes de arroz MNA CH0501. a) Comprimento, b) Largura, c) Espessura e d) Razão comprimento/largura.

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APÊNDICE C – Resumo da análise de variância dos parâmetros de qualidade de beneficiamento dos grãos das variedades de arroz-vermelho Tradicional, MNAPB0405, MNACE0501 e MNACH0501.

Causas de variação

Amostras de arroz-vermelho Erro Parâmetros

G.L. Q.M. G.L. Q.M. Renda de beneficiamento

3 7,28 8 3,06 n.s.

Rendimento de grãos inteiros

3 3,94 8 3,33 n.s.

Rendimento de grãos quebrados

3 19,01 8 0,28 **

G.L. = graus de liberdade; Q.M. = quadrado médio. ** Significativo ao nível de 1 % de probabilidade. n.s. Não significativo.

APÊNDICE D – Resumo da análise de variância do grau de brancura e transparência dos grãos das variedades de arroz-vermelho Tradicional, MNAPB0405, MNACE0501 e MNACH0501.

Causas de variação

Variedades de arroz-vermelho Erro Parâmetros

G.L. Q.M. G.L. Q.M.

Brancura 3 107,94 8 4,79 **

Transparência 3 0,17 8 0,02 **

G.L. = graus de liberdade; Q.M. = quadrado médio. ** Significativo ao nível de 1 % de probabilidade. APÊNDICE E – Resumo da análise de variância do rendimento do arroz cozido, tempo de cocção e quantidade de água acrescentada dos grãos das variedades de arroz-vermelho Tradicional, MNAPB0405, MNACE0501 e MNACH0501.

Causas de variação

Variedades de arroz-vermelho Erro Parâmetros

G.L. Q.M. G.L. Q.M.

Rendimento 3 2369,8 4 390,6 n.s.

Tempo de cocção 3 9,13 4 5,62 n.s.

Quant. de água 3 312,5 4 4062,5

n.s.

G.L. = graus de liberdade; Q.M. = quadrado médio. ** Significativo ao nível de 1 % de probabilidade. n.s. Não significativo.

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102

APÊNDICE F – Resumo da análise de variância do tempo mínimo de cocção, expansão de volume, absorção de água e de consistência do gel dos grãos das variedades de arroz-vermelho Tradicional, MNAPB0405, MNACE0501 e MNACH0501.

Causas de variação

Variedades de arroz-vermelho Erro Parâmetros

G.L. Q.M. G.L. Q.M.

Tempo mínimo de cocção

3 58,08 8 0,33 **

Expansão de volume 3 5,02 8 0,19 **

Absorção de água 3 1407,10 8 67,80 **

G.L. = graus de liberdade; Q.M. = quadrado médio. ** Significativo ao nível de 1 % de probabilidade. APÊNDICE G - Resumo da análise de variância da composição centesimal

Causas de variação

Variedades de arroz-vermelho Erro Parâmetros

G.L. Q.M. G.L. Q.M.

Umidade 3 0,943 8 0,016 **

Extrato Etéreo 3 0,234 8 0,003 **

Cinza 3 0,036 8 0,013 n.s.

Proteína 3 0,443 8 0,155 n.s.

Fibra bruta 3 0,321 8 0,029 **

G.L. = graus de liberdade; Q.M. = quadrado médio. ** Significativo ao nível de 5 % de probabilidade. n.s. Não significativo.

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APÊNDICE H – Resumo de análise de variância do teor de amido, do teor de amilose, temperatura de gelatinização, e consistência de gel.

Causas de variação

Variedades de arroz-vermelho Erro Parâmetros

G.L. Q.M. G.L. Q.M.

Amido 3 34,64 8 5,39 **

Amilose 3 87,54 8 0,122 **

Temp. Gelatinização 3 0,0275 8 0,0008 **

Consistência de gel 3 3,56 8 19,50 n.s.

G.L. = graus de liberdade; Q.M. = quadrado médio. ** Significativo ao nível de 5 % de probabilidade. n.s. Não significativo. APÊNDICE I – Resumo de análise de variância da análise sensorial de aceitação quanto as atributos aparência, textura e sabor de arroz-vermelho.

Causas de variação

Variedades de arroz-vermelho Erro Parâmetros

G.L. Q.M. G.L. Q.M.

Aparência 3 17,573 212 1,608 n.s.

Textura 3 8,031 212 1,442 n.s.

Sabor 3 16,387 212 2,045 n.s.

G.L. = graus de liberdade; Q.M. = quadrado médio. n.s. Não significativo.

APÊNDICE J – Análise de variância dos fatores variedades de arroz-vermelho e provadores e sua interação para os dados experimentais de textura para provadores treinados.

Causas de variação G.L. S.Q. Q.M. F p

Provadores 4 2,15 0,537 1,132 0,369 n.s.

Genótipo de arroz 3 0,275 0,092 0,193 0,899 n.s.

Provadores* Genótipo 12 1,85 0,154 0,325 0,975 n.s.

Erro 20 9,5 0,475 - -

Total 39 13,77 - - -

G.L. = graus de liberdade; S.Q. = soma dos quadrados; Q.M. = quadrado médio; F = Teste F calculado; valor-p = Probabilidade; n.s. Não significativo. - Não determinados.

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APÊNDICE K – Análise de variância dos fatores variedades de arroz-vermelho e provadores e sua interação para os dados experimentais de pegajosidade para provadores treinados.

Causas de variação G.L. S.Q. Q.M. F p

Provadores 4 10,65 2,663 7,100 0,0009 **

Genótipo de arroz 3 3,87 1,292 3,444 0,0363 **

Provadores* Genótipo 12 4,75 0,396 1,056 0,4417 n.s.

Erro 20 7,5 0,375 - -

Total 39 26,77 - - -

G.L. = graus de liberdade; S.Q. = soma dos quadrados; Q.M. = quadrado médio; F = Teste F calculado; valor-p = Probabilidade; ** Significativo ao nível de 5 % de probabilidade. n.s. Não significativo. - Não determinados. APÊNDICE L – Resumo da análise de variância dos componentes dos macro e micronutrientes dos grãos das diferentes variedades de arroz-vermelho estudadas.

Causas de variação

Genótipos de arroz-vermelho Erro Minerais

G.L. Q.M. G.L. Q.M.

Macronutrientes

Cálcio 3 11,370 8 2,249 **

Magnésio 3 144,36 8 12,74 **

Potássio 3 3336,3 8 274,9 **

Micronutrientes

Zinco 3 0,01457 8 0,00587 n.s.

Cobre 3 0,007914 8 0,000053 **

Manganês 3 0,14200 8 0,00845 n.s.

Ferro 3 0,02282 8 0,00397 **

G.L. = graus de liberdade; Q.M. = quadrado médio. ** Significativo ao nível de 5 % de probabilidade. n.s. Não significativo.

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APÊNDICE M – Resumo da análise de variância dos componentes dos macro e micronutrientes dos grãos das diferentes variedades de arroz-vermelho estudadas.

Causas de variação

Genótipos de arroz-vermelho Erro Minerais

G.L. Q.M. G.L. Q.M.

Macronutrientes

Cálcio 3 4,854 8 4,921 n.s.

Magnésio 3 8093,5 8 223,1 **

Potássio 3 270,42 8 1,03 **

Micronutrientes

Zinco 3 0,04540 8 0,00246 **

Cobre 3 0,004320 8 0,000524 **

Manganês 3 0,14200 8 0,01016 **

Ferro 3 0,03460 8 0,00853 n.s.

G.L. = graus de liberdade; Q.M. = quadrado médio. ** Significativo ao nível de 1 % de probabilidade. n.s. Não significativo.

APÊNDICE N – Análise de variância dos teores de água, de amido e de amilose de arroz-vermelho em função do genótipo e do tempo de cocção.

Quadrados médios Fonte de variação G.L.

Água Amido Amilose

Genótipo (G) 3 34,80 ** 60,50 ** 399,79 **

Tempo de cocção (T) 2 140,20 ** 3,70 n.s. 1,17 n.s.

Interação G x T 6 22,90 ** 35,00 ** 3,04 *

Erro 24 1,50 ** 5,10 1,10

G.L. = graus de liberdade; S.Q. = soma dos quadrados; Q.M. = quadrado médio. * Significativo ao nível de 5 % de probabilidade. ** Significativo ao nível de 1 % de probabilidade. n.s. Não significativo.

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APÊNDICE O – Análise de variância para as médias de consistência de gel de quatro variedades de arroz-vermelho, obtidas em função de tempo cocção.

Fonte da variação G.L S. Q. Q. M. F valor-p

Genótipos (G) 3 3873,83 1291,28 78,957 0,00000 **

Tempo de cocção (T) 3 733,50 244,50 14,950 0,00000 **

G x T 3 2673,33 297,04 18,163 0,00000 **

Erro 3 523,33 16,35 - -

Total 3 7804,00 - - -

G.L. = Graus de liberdade; S. Q. = Soma dos quadrados; QM = quadrado médio; F = Teste F calculado; valor-p = Probabilidade; ** Significativo ao nível de 5 % de probabilidade. - Não determinados.

APÊNDICE P – Análise de variância dos fatores genótipos de arroz-vermelho e tempo de cocção e sua interação para os dados experimentais de viscosidade.

Causas de variação G.L. S.Q. Q.M. F p

Genótipo de arroz 3 1161,22 387,07 22,902 0,000000 **

Tempo de cocção 3 4863,33 1621,11 95,918 0,000000 **

Genótipo*Tempo 9 688,18 76,46 4,524 0,000681 **

Erro 32 540,83 16,90 7,205 -

Total 47 7253,56 - - -

G.L. = graus de liberdade; S.Q. = soma dos quadrados; Q.M. = quadrado médio. F = Teste F calculado; valor-p = Probabilidade; ** Significativo ao nível de 5 % de probabilidade. - Não determinados.

APÊNDICE Q - Resumo da análise de variância nas propriedades de pasta das farinhas cruas de genótipos de arroz-vermelho.

Quadrados médios Fonte de variação G.L.

Viscosidade de pico Quebra Retrogradação

Genótipo 3 994297,13 ** 233237,13 ** 450690,46 **

Erro 4 694,38 193,87 923,12

** Significativo ao nível de 1% de probabilidade.

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APÊNDICE R – Consistência de gel de cinco genótipos de arroz-vermelho, obtidos em função do tempo de cocção*.

Tempo de cocção (minutos) Genótipo

0 20 30 40

Tradicional 46,0 ± 1,0 (M) 38,3 ± 8,0 (M) 66,3 ± 4,0 (B) 51,0 ± 2,0 (B)

MNAPB0405 44,7 ± 1,0 (M) 25,0 ± 5,0 (A) 25,7 ± 4,0 (A) 22,0 ± 3,0 (A)

MNACE0501 43,3 ± 6,0 (M) 53,3 ± 4,0 (B) 47,3 ± 2,0 (M) 60,7 ± 7,0 (B)

MNACH0501 44,7 ± 7,0 (M) 28,3 ± 1,0 (A) 47,3 ± 2,0 (M) 36,0 ± 2,0 (M)

* Médias de três repetições quantificadas em milímetros. Médias seguidas por letras iguais nas colunas não diferem ao nível de 5% (P < 0,05) pelo teste de Tukey. M = médio; A = alto; B = baixo. APENDICE S – Resumo da análise de variância nos índices de consistência (K) e de comportamento de fluído (n) das soluções aquosas de farinhas obtidas de diferentes genótipos de arroz-vermelho cozido em vários tempos cocção.

Índice de consistência (K) Índice de comportamento de

fluído (n) Causas da variação

G.L.

Q.M. F p Q.M. F p

Genótipo (G) 3 0,76 1200,43 < 1,0% 0,26 799,81 < 1,0 %

Tempo de cocção (T)

2 1,20 1891,78 < 1,0% 0,15 464,86 < 1,0 %

Interação G x T 6 0,48 757,87 < 1,0 % 0,13 408,96 < 1,0 %

Erro 24 6,3.10-4 - - 3,3.10-4 - -

Total 35 - - - - - -

G.L. = graus de liberdade; S.Q. = soma dos quadrados; Q.M. = quadrado médio. F = Teste F calculado; valor-p = Probabilidade;

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