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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA
LARISSA SOUZA DO ESPÍRITO SANTO
CARACTERIZAÇÃO DE ÁREA CONTAMINADA COM ORGANOCLORADOS
Lorena
2019
LARISSA SOUZA DO ESPÍRITO SANTO
CARACTERIZAÇÃO DE ÁREA CONTAMINADA COM ORGANOCLORADOS
Orientador: Prof. Dr. Robson da Silva Rocha
Lorena
2019
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Escola de Engenharia de Lorena – Universidade
de São Paulo como requisito parcial para
conclusão da Graduação do curso de
Engenharia Ambiental.
AGRADECIMENTOS
A Escola de Engenharia de Lorena - USP por ter me proporcionado grande
parte dos meus aprendizados e por ter contribuído com a minha evolução pessoal
e profissional.
Aos meus pais, por serem a minha base e por terem acreditado no meu
talento e na minha capacidade ao longo desses anos. Essa conquista é totalmente
graças a vocês e à ajuda que sempre me proporcionaram. Dedico este trabalho a
vocês.
Aos meus familiares, em especial a minha tia Re, por terem me ajudado e
me motivado ao longo dessa trajetória.
Ao meu irmão, que devido a saudade que a distância nos proporcionou, foi
a minha dose diária de motivação de tentar ser cada vez melhor.
Aos meus amigos, que fizeram de Lorena uma segunda família e que
compartilharam inúmeras conquistas e bons momentos comigo.
Ao meu namorado Stefano, pelo companheirismo, carinho, paciência e
estimulo para enfrentar os obstáculos sempre com muita positividade.
Agradeço a Deus por todas as oportunidades que me foram concedidas,
todos os caminhos que elas me levaram e todas as pessoas especiais que foram
colocadas no meu caminho e que sempre estiveram ao meu lado.
Comece fazendo o que é necessário,
Depois o que é possível,
e de repente você estará fazendo o impossível .
São Francisco de Assis
RESUMO
SANTO, L.S.E. CARACTERIZAÇÃO DE ÁREA CONTAMINADA COM
ORGANOCLORADOS 2019. 78 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Escola de
Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2019.
O meio ambiente sofre as consequências da poluição desde que o homem
começou a desenvolver suas atividades produtivas de forma organizada, associada
a processos industriais como a Revolução Industrial ocorrida no século XVIII. O
meio ambiente passou a ser o receptor de todos os resíduos e substâncias
químicas advindo desse processo de industrialização. Dessa forma, surgiram as
áreas contaminadas, que acarretaram inúmeros impactos negativos sobre a saúde
humana e meio ambiente. Tendo em vista o problema de áreas contaminadas, este
trabalho visa apresentar todo desdobramento das atividades necessárias a serem
elaboradas em um processo de remediação de área contaminada, com base na
metodologia aplicada em Decisões de Diretoria da CETESB, em instruções
técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no Modelo
Conceitual do Gerenciamento de Áreas Contaminadas e em todas as legislações
aplicáveis ao empreendimento em estudo. Neste trabalho, também será abordado
um estudo de caso de uma empresa na região metropolitana de São Paulo - Alto
Tietê, que utilizava solventes clorados no processo de banho de peças metálicas.
Dessa forma, será apresentada toda a caracterização da área impactada pelas
substâncias químicas de interesse (tricloroeteno, cis+trans-1,2-dicloroeteno e
cloreto de vinila), descrevendo algumas das principais tecnologias de remediação
utilizadas no Estado de São Paulo, conforme dados da CETESB.
Palavras Chave: Gerenciamento de áreas contaminadas; Tecnologias de
remediação; Meio Ambiente; Legislações; Substâncias organocloradas.
ABSTRACT
SANTO, L.S.E. CHARACTERIZATION OF AN AREA CONTAMINATED WITH
ORGANOCHLORINES 2019. 78 f. Monograph (TCC) – Escola de Engenharia de
Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2019.
The environment suffers the consequences of pollution since man began
to develop his productive activities in na organized way, associated to industrial
processes like the Industrial Revolution occurred in the XVIII century. The
environment has become the receptor of all the residues and chemical substances
coming from this processo of industrialization. In this way, contaminated areas have
appeared, which have had many negative impacts on human health and the
environment.Considering the problem of contaminated areas, this work aims to
presente all the activities necessary to be elaborated in a remediation processo of
contaminated area, based on the methodology applied in Decisions of the Board of
Directors (CETESB), in technical instructions of the Brazilian Association of
Standards Techniques (ABNT), in the Conceptual Modelo of Contaminated Area
Management and in all legislation applicable to the Project under study. In this work,
will also be presented a case study of a company in the metropolitan area of São
Paulo – Alto Tietê, which used chlorinated solvents in the bathing process of metal
parts. In this way, all the characterization of the area affected by the chemicals of
interest (trichloroethene, cis + trans-1,2-dichloroethene and vinyl chloride) will be
presented, describing some of the main remediation technologies used in the State
of São Paulo, according to CETESB.
Keywords: Management of contaminated areas; Remediation technologies;
Environment; Legislation; Organochlorine substances.
LISTA DE FOTOS
Foto 1 - Realização de Sondagem Mecanizada. ................................................... 44
Foto 2 - Descrição do perfil litológico do solo em liners descartáveis. .................. 44
Foto 3 - Medição de teores de vapores orgânicos utilizando o equipamento
fotoionizador portátil (PID) nos amostradores descartáveis (liners). ..................... 45
Foto 4 - Amostragem de solo utilizando amostrador descartável para análise
química de VOC. ................................................................................................... 46
Foto 5 - Instalação de Poços de Monitoramento. .................................................. 47
Foto 6 - Instalação de Poços de Monitoramento nos fundos da empresa. ........... 48
Foto 7 - Realização de ensaio de winslug test. ..................................................... 49
Foto 8 - Investigação em alta resolução MIP. ....................................................... 52
Foto 9 - Equipamentos que compões a investigação em alta resolução. ............. 53
Foto 10 - Instalação de Poços de Monitoramento de Vapores. ............................ 54
Foto 11 - Foto da preparação do prédio do Eletrodo para instalação dos
equipamentos da remediação. .............................................................................. 61
Foto 12 - Foto da preparação do prédio do Eletrodo. ........................................... 61
Foto 13 - Foto da preparação do prédio do Eletrodo para remediação. ................ 62
Foto 14 - Foto da Estação de Tratamento instalada para o tratamento e remediação.
.............................................................................................................................. 63
Foto 15 - Instalação da tubulação horizontal de extração de contaminante com
fibras de vidro. ....................................................................................................... 64
Foto 16 - Instalação do poço de extração com aço inox/ teflon. ........................... 64
Foto 17 - Instalação dos pontos de eletrodo. ........................................................ 65
Foto 18- Instalação do Vapor Cap (camada de proteção térmica feita com um
concreto mais aerado para manter a temperatura dentro do solo). ...................... 65
Foto 19 - Foto do prédio do Eletrodo na parte externa, com os pontos de eletrodo e
manta de Vapor Cap sobre o solo. ........................................................................ 66
Foto 20 - Fotos dos geradores de energia elétrica. ............................................... 69
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa da localização da área de estudo. .............................................. 17
Figura 2 - Imagem ilustrativa da transformação do Tricloroeteno (TCE) em Cloreto
de Vinila (CV). ....................................................................................................... 24
Figura 3 - Etapas do Gerenciamento de Áreas Contaminadas. ............................ 25
Figura 4 - Esquema de funcionamento do aquecimento por eletrorresistividade do
solo. ...................................................................................................................... 37
Figura 5 - Esquema da movimentação de água e aquecimento dos eletrodos. .... 39
Figura 6 - Eletrodo típico ET-DSP™. .................................................................... 39
Figura 7 - Imagem aérea da empresa em estudo. ................................................ 42
Figura 8 - Imagem ilustrativa do equipamento MiHpt Probe. ................................ 50
Figura 9 - Cronograma de execução. .................................................................... 57
Figura 10 - Exemplo ilustrativo do modelo conceitual de exposição do prédio do
Eletrodo. ................................................................................................................ 60
Figura 11 - Tela inicial do software de monitoramento da remediação, com o resumo
do tratamento. ....................................................................................................... 66
Figura 12 - Tela do software que apresenta a variação de temperatura dos eletrodos
de acordo com a profundidade do solo (exemplo para 1,5m). .............................. 67
Figura 13 - Tela do software que apresenta a variação de temperatura dos eletrodos
de acordo com a profundidade do solo (exemplo para 3,5m). .............................. 67
Figura 14 - Tela do software com o resumo da potência dos eletrodos, do tratamento
e do consumo de água nas últimas 24 horas. ....................................................... 68
Figura 15 - Tela do software com o detalhamento dos pontos do eletrodo. .......... 68
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Vantagens e Desvantagens dos processos de remediação ............... 40
Quadro 2 - Exemplo de modelo conceitual ambiental. .......................................... 60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Concentração de contaminantes nos poços de monitoramento em
relação aos valores orientados para solos, de acordo com as diretrizes da
DD256/2016. ......................................................................................................... 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
SQI Substâncias Químicas de Interesse
CMA Concentrações Máximas Aceitáveis
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR Norma Brasileira
RSL Regional Screening Levels
USEPA United States Environment Protection Agency
APA Área de Proteção Ambiental
VOC Compostos Orgânicos Voláteis
SVOC Compostos Orgânicos Semi Voláteis
EMPLASA Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A
DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral
CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
BHAT Bacia Hidrográfica do Alto Tietê
SAS Sistema Aquífero Sedimentar
SAC Sistema Aquífero Cristalino
CV Cloreto de Vinila
PVC Policloreto de Vinila
AP Área com Potencial de Contaminação
AS Área Suspeita de Contaminação
ACi Área Contaminada Sob Investigação
ACRi Área Contaminada com Risco Confirmado
ACRe Área em Processo de Remediação
ACRu Área Contaminada em Processo de Reutilização
AME Área em Processo de Monitoramento para Encerramento
AR Área Reabilitada para Uso Declarado
MPE Extração Multifásica
H2O2 Peróxido Hidrogênio
KMnO4 Permanganato de Potássio
O3 Ozônio
OD Oxigênio Dissolvido
DCE Dicloroeteno
TCE Tricloroetileno
PCE Tetracloroetileno
HPAs Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos
PCB’s Bifenilas Policloradas
ET-DSP Electro Thermal Dynamic Stripping Process
DAEE Departamento de Água e Energia Elétrica
ST Sondagem de Investigação
PID Detector de Fotoionização
ISO International Organization for Standardization
IEC International Electrotechnical Commission
MIP Membrane Interface Probe
HPT Hidraulic Profiling Tool
EC Condutividade Elétrica
FID Detector de Ionização de Chama
XSD Detector Específico de Halogênios
He Hélio
ASTM Society for Testing and Materials
RBCA Risk Based Corrective Actions
RAGS Risk Assessment Guidance for Superfund
ATSDR Agency for Toxic Substances and Disease Registry
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14
2. OBJETIVO ..................................................................................................... 16
2.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 16
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 16
3. ESTUDO DE CASO ....................................................................................... 16
3.1 Informações Preliminares ............................................................................ 16
3.2 Caracterização do Meio Físico Regional.................................................. 19
3.2.1. Relevo e Topografia ......................................................................... 19
3.2.2. Geologia ........................................................................................... 20
3.2.3. Hidrogeologia ................................................................................... 20
4. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 21
4.1. Conceitos básicos de contaminação ........................................................ 21
4.2. Substâncias Organocloradas ................................................................... 23
4.3. Gerenciamento de áreas contaminadas .................................................. 24
4.3.1. Processo de identificação de Áreas Contaminadas ....................... 26
4.3.2. Processo de reabilitação de Áreas Contaminadas ......................... 30
5. TÉCNICAS DE REMEDIAÇÃO ...................................................................... 35
5.1. Extração Multifásica (MPE) ...................................................................... 35
5.2. Oxidação Química ................................................................................... 36
5.3. Remediação Termal In Situ ...................................................................... 37
5.4. Vantagens e Desvantagens das técnicas de remediação........................ 39
6. METODOLOGIA ............................................................................................ 41
6.1. Inspeção de Reconhecimento de Área .................................................... 41
6.2. Levantamento das características do uso e ocupação do solo ................ 42
6.3. Sondagens de investigação ..................................................................... 43
6.4. Amostragem de Solo para medição de Vapores Orgânicos .................... 44
6.5. Amostragem de Solo para análises químicas .......................................... 45
6.6. Instalação de Poços de Monitoramento ................................................... 46
6.7. Ensaio de Permeabilidade ....................................................................... 48
6.8. Caracterização da área utilizando Membrane Interface Probe (MIP) /
Hidraulic Profiling Tool (HPT) / Condutividade Elétrica (EC) ............................. 49
6.9. Instalação de Poços de Monitoramento de Vapores ................................ 53
6.10. Modelo numérico de evolução das plumas ........................................... 55
6.11. Avaliação de Risco a Saúde Humana .................................................. 56
6.12. Cronograma .......................................................................................... 57
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 57
7.1 Resultados das Análises .............................................................................. 57
7.2 Técnicas de Remediação ............................................................................ 62
8. CONCLUSÃO ................................................................................................ 70
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 73
14
1. INTRODUÇÃO
O conceito de proteção dos solos é recente e foi abordado nas políticas
ambientais dos países industrializados muito depois dos problemas ambientais
decorrentes da poluição das águas superficiais e da atmosfera terem sido
discutidos. Uma área contaminada pode ser definida como uma área, local ou
terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela
introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido
depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma
planejada, acidental ou até mesmo natural. (CETESB, 2018a)
A origem das áreas contaminadas está relacionada ao desconhecimento, em
épocas passadas de procedimentos seguros para o manejo de substâncias
perigosas, levando à ocorrência de acidentes ou vazamentos durante o
desenvolvimento dos processos produtivos. A existência de uma área contaminada
pode gerar problemas, como danos à saúde, comprometimento da qualidade dos
recursos hídricos, restrições ao uso do solo e danos ao patrimônio público e
privado, com a desvalorização das propriedades, além de danos ao meio ambiente.
(CETESB, 2018a)
A partir da Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente
(Estocolmo/1972) tem-se início o processo de conscientização das sociedades
para melhoria da relação com o meio ambiente, visando atender as necessidades
da população presente sem comprometer as gerações futuras e, com o isso, o dano
ambiental deixa de ser visto como resultado aceito como consequência do
desenvolvimento econômico.
No Brasil, as primeiras áreas contaminadas foram reconhecidas em meados
da década de 1980. Um dos casos que teve maior repercussão, foi o da empresa
Rhodia na região da Baixada Santista, litoral do Estado de São Paulo, que comprou
uma outra empresa fabricante de solventes organoclorados. O que foi relatado na
época, é que a empresa utilizava métodos pouco recomendáveis de gestão de
resíduos industriais, que resultaram na dispersão de resíduos contendo compostos
organoclorados em uma vasta área. Descoberto o problema, a Cetesb entrou com
15
ações administrativas para avaliar a extensão do problema e remover os resíduos,
visando a reparação dos danos ambientais. (PROFILE, 2016)
Pela primeira vez, em Maio de 2002, a Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo (CETESB), divulgou a presença de 255 registros de áreas contaminadas
no Estado de São Paulo. Atualmente, os registros chegaram a 5.942 áreas
contaminadas e reabilitadas, entre os quais podemos destacar as atividades
industriais, comércios, postos de combustível, resíduo, acidentes, agricultura e
fontes desconhecidas. (CETESB, 2018b) Segundo dados divulgados pela CETESB
em Janeiro de 2018, dentre os 5.942 registros de áreas contaminadas, 1.525
tratam-se de áreas em processo de remediação e seguido de 1.459 registros de
áreas em processo de monitoramento para encerramento. (CETESB, 2018c)
A gestão ambiental passou a incorporar assuntos sustentáveis, ecológicos e
de meio ambiente no cotidiano das empresas, por exigências dos órgãos
fiscalizadores, pressão das comunidades, de órgãos de preservação internacional
e mídias. O presente e o futuro requerem medidas efetivas para o gerenciamento
de áreas contaminadas, portanto, destacam-se as legislações e iniciativas da
CETESB, propondo ações objetivas e de gestão que visam possibilitar a eficiência
e controle para reduzir esses níveis de degradação.
Os danos ao meio ambiente podem acarretar três tipos diferentes de custos
para o bem estar atual e futuro da humanidade. Primeiro, a saúde humana pode
ser prejudicada. Segundo, a produtividade econômica pode diminuir. Terceiro, o
prazer ou a satisfação decorrente de um meio ambiente limpo – o chamado “valor
de conforto” – podem ser perdidos. Avaliar, qualitativa ou quantitativamente, cada
um dos custos ou o seu valor decorrente da sinergia, é uma tarefa complexa.
(CAMPOS; SEO, 2006)
Mas para que um processo de remediação seja realizado de forma
satisfatória, são necessárias diversas etapas, que envolvem: Processo de
Identificação de Áreas Contaminadas e o Processo de Reabilitação de Áreas
Contaminadas que serão apresentados detalhadamente no presente trabalho.
16
2. OBJETIVO
2.1 Objetivo Geral
Serão objetivos de abordagem, com base na introdução apresentada, à
pesquisa dos desdobramentos necessários a serem elaborados em um processo
de remediação de área contaminada, com base na metodologia aplicada em
Decisões de Diretoria da CETESB, em instruções técnicas da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), no Modelo Conceitual do Gerenciamento de Áreas
Contaminadas e em todas as legislações aplicáveis ao tema em questão.
2.2 Objetivos Específicos
Será apresentado um estudo de caso de uma empresa na região
metropolitana de São Paulo - Alto Tietê, que utilizava solventes clorados no
processo de banho de peças metálicas. Dessa forma, será definida toda a
caracterização da área impactada pelas substâncias químicas de interesse
(tricloroeteno, cis+trans-1,2-dicloroeteno e cloreto de vinila), considerando a
incidência de risco à saúde humana e descrevendo à tecnologia de remediação
que mais se adequa a este cenário, de acordo com a empresa em estudo e
mostrando todo o detalhamento do processo, juntamente com os resultados
esperados ao fim da remediação.
3. ESTUDO DE CASO
3.1 Informações Preliminares
O presente trabalho, foi desenvolvido em uma área industrial localizada na
região metropolitana de São Paulo, Alto Tietê. Por se tratar de um projeto interno a
empresa, dados detalhados da área de estudo assim como o nome da empresa,
não serão apresentados.
A seguir encontra-se um mapa da localização da área em estudo:
17
Figura 1 - Mapa da localização da área de estudo.
Fonte: Adaptado do Relatório de Investigação Detalhada.
No presente estudo, será abordado a definição da área impactada pelas
substâncias químicas de interesse (SQI): Tricloroeteno, cis+trans-1,2-dicloroeteno
e o Cloreto de Vinila, para posterior verificação da possibilidade de incidência de
risco à saúde humana dos receptores existentes na área em estudo e no seu
entorno a partir da exposição as substâncias químicas de interesse e cálculo das
Concentrações Máximas Aceitáveis (CMA), vinculadas aos cenários reais, futuros
18
e hipotéticos considerados. A atividade industrial utilizou solventes clorados no
processo de banho de peças metálicas, sendo identificada uma área fonte de
contaminação principal do solo no site.
A metodologia aplicada para a execução deste trabalho seguiu as
orientações preconizadas no “Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas”
(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, 2001), nos
“Procedimentos para Gerenciamento de Áreas Contaminadas” publicado na
Decisão de Diretoria (DD) n° 038/2017/C pela CETESB (2017), nas instruções
técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a saber: “Norma
Brasileira (NBR) 15.515-3 – Passivo Ambiental em Solo e Água Subterrânea –
Parte 3: Investigação Detalhada” (2013a); “NBR 16.209 - Avaliação de risco a
saúde humana para fins de gerenciamento de áreas contaminadas” (2013b); e
“NBR 16.210 – Modelo Conceitual no Gerenciamento de Áreas Contaminadas –
Procedimento” (2013c), bem como em legislação vigente.
Para a avaliação da qualidade ambiental do solo e da água subterrânea e
para o mapeamento das SQI foram considerados os Valores de Intervenção (VI)
para o Estado de São Paulo estabelecidos na Decisão de Diretoria Nº 256/2016/E
(ESTADO; PAULO, 2016) e, na falta desses, foram utilizados os Regional
Screening Levels (RSL) estabelecidos pela United States Environment Protection
Agency. (US EPA, ORD, 2016)
Considerando que a área fabril está inserida numa APA, os objetivos devem
ser de proteger a funcionalidade do ecossistema, servindo como habitat para os
organismos e garantindo a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas
aquáticos adjacentes.
A fim de identificar os impactos no solo decorrentes desta atividade foram
realizados trabalhos de investigação ambiental na área industrial. Estes trabalhos
tiveram início no ano de 2016, estendendo-se até o presente. Desde o início do
trabalho de investigação, foram efetuadas 90 sondagens no solo, onde amostras
de solo foram enviadas para análises químicas, sempre atendendo a todos os
parâmetros e diretrizes estabelecidos pela CETESB.
19
Foram realizados também a instalação dos poços de monitoramento de água
subterrânea, com o objetivo principal de possibilitar o monitoramento e análise do
comportamento do nível da água subterrânea local, verificando uma possível
presença de fase livre e o monitoramento analítico da água subterrânea. Dessa
forma, procedeu-se a instalação poços de monitoramento, subdivididos em 6m,
12m, 18m, 24m de profundidade. Ressalta-se que não foi detectada a presença de
fase livre nos poços de monitoramento preexistentes e instalados neste trabalho.
Poços de monitoramento de vapores foram instalados nos pontos onde
foram denotadas concentrações de compostos organoclorados em trabalho
anterior, devido ao histórico de disposição de resíduos, manipulação, uso,
fabricação ou estoque de produtos com VOC em sua composição. Foram
instalados poços de monitoramento de vapores na zona não saturada, com
profundidades que variaram entre 1,1 m a 1,8 m, além poços de monitoramento de
vapores instalados no contra piso, também denominado subslab. Foram realizados
testes de estanqueidade em todos os poços instalados, para garantir uma melhor
qualidade dos resultados das amostras.
3.2 Caracterização do Meio Físico Regional
3.2.1. Relevo e Topografia
A topografia da região onde o empreendimento está inserido é suavemente
inclinada e os valores de elevação variam de aproximadamente 750m a 790m. A
área de interesse apresenta topografia moderadamente inclinada e tem seu ponto
mais alto na porção sul, sofrendo uma leve depressão para norte, em direção ao
Rio Tietê.
Quanto a caracterização do relevo, a região insere-se, em sua totalidade, no
Planalto Atlântico, caracterizado por uma região de terras altas, apresentando
altitude entre 700m e 900m.
20
3.2.2. Geologia
Para caracterização da geologia regional foi utilizada a Carta Geológica da
Região Metropolitana da Grande São Paulo (EMPRESA PAULISTA DE
PLANEJAMENTO METROPOLITANO - EMPLASA, 1980), complementada com
informações do Departamento Nacional de Produção Mineral/ Companhia de
Pesquisa de Recursos Minerais. (DNPM - DEPARTAMENTO NACIONAL DE
PRODUÇÃO MINERAL, 1991)
A região onde está inserido o empreendimento, se desenvolveu sobre a
Bacia Sedimentar de São Paulo e o embasamento cristalino, que corresponde a
rochas pré-cambrianas do Complexo Embu e ás Suítes Graníticas Indiferenciadas.
(PAULO; PAULO; RODRIGUEZ, 1998)
3.2.3. Hidrogeologia
Em relação aos aspectos hidrogeológicos, a região está inserida na Bacia
Hidrográfica do Alto Tietê (BHAT). Esta é drenada pelos rios Tietê, Pinheiros,
Tamanduateí e seus afluentes. A BHAT engloba as rochas do embasamento pré-
cambriano (4.238 km²), correspondentes ao Complexo Embu, rochas granitóides e
aos grupos São Roque e Serra do Itaberaba; e sedimentos terciários paleógenos e
neógenos da Bacia de Sedimentar de São Paulo (1.452 km²), incluindo o Grupo
Taubaté (formações Resende, Tremembé e São Paulo), Formação
Itaquaquecetuba e depósitos neocenozóicos. Este contexto geológico define dois
sistemas aquíferos, o Cristalino (SAC) e o Sedimentar (SAS). (PAULO; PAULO;
RODRIGUEZ, 1998)
O Sistema Aquífero Sedimentar (SAS), de porosidade primária, subdivide-
se em aquíferos Quaternário, São Paulo e Resende. Já o Sistema Aquífero
Cristalino (SAC), de porosidade secundária, subdivide-se em aquíferos A e B.
(PAULO; PAULO; RODRIGUEZ, 1998)
A área do empreendimento está associada ao SAS, em uma área de
transição onde podem ocorrer o Aquífero Quaternário e o Aquífero São Paulo.
21
Salienta-se que na área de interesse estes aquíferos estão sobrepostos ao SAC,
correspondente as rochas do Complexo Embu.
O Aquífero Quaternário engloba depósitos sedimentares aluviais,
predominantemente arenoargilosos. Apresenta extensão e espessura (<15,0 m)
muito limitadas, explorável por meio de poços cacimba.
O Aquífero São Paulo corresponde a depósitos de sistema fluvial
meandrante, compostos por cascalho, areia e silte argiloso. Caracteriza-se por ser
um aquífero livre a semi confinado, de extensão local e de produtividade média a
baixa.
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1. Conceitos básicos de contaminação
Existem alguns conceitos simples e básicos sobre contaminação, que devem
estar claros, para um melhor entendimento do processo de caracterização de área.
As definições apresentadas na sequencia foram obtidas com base nas referências
CONAMA 420/2009, Lei Estadual (SP) 13.577/2009, Política Nacional do Meio
Ambiente, CETESB (1999 e 2007), Ministério da Saúde (2007), DD nº 256/2016/E
e ANA (2002).
Água Subterrânea: Água de ocorrência natural na zona saturada do
subsolo.
Aquífero: Corresponde e unidade geológica (formação ou grupo) saturada,
constituída de rocha ou sedimento, suficientemente permeável (velocidade
igual ou superior à 5x10-8 m/s) para permitir a extração de água de forma
econômica e através de técnicas convencionais. Geralmente um aquífero
possui a capacidade de armazenar uma grande quantidade de água, mas
de transmiti-la de forma lenta. (PICCHI, 2011)
Aquífero Livre: É um extrato permeável, parcialmente saturado de água,
cuja base é uma camada impermeável ou semipermeável. O topo é limitado
22
pela própria superfície livre da água também chamado de superfície freática,
sujeita à pressão atmosférica. (PICCHI, 2011)
Aquífero Poroso: Ocorrem em rochas sedimentares consolidadas,
sedimentos inconsolidados e solos arenoso decompostos in situ. Constituem
os mais importantes aquíferos, pelo grande volume de água que
armazenam, e por sua ocorrência em grandes áreas. Estes aquíferos
ocorrem nas bacias sedimentares e em todas as várzeas onde se acumulam
sedimentos arenosos.
Fase Livre: Ocorrência de substância ou produto em fase separada e
imiscível quando em contato com a água ou o ar do solo. A fase livre pode
ser mais ou menos densa que a água e dependerá da mistura que compõem
a fase imiscível.
Fase Residual: Ocorrência de substância ou produto em fase separada,
porém sem mobilidade e dispersa no meio poroso. Consiste no contaminante
“trapeado” nos poros do solo, cuja remoção e identificação requer níveis
apurados de precisão.
Fonte primária de contaminação: Instalação ou material a partir dos quais
os contaminantes se originam e foram ou estão sendo liberados para os
meios impactados.
Fonte Secundária de contaminação: Meio impactado por contaminantes
provenientes da fonte primária, a partir do qual outros meios são impactados.
Pluma de contaminação: Representação da distribuição de substâncias
nos meios de interesse, considerando o tempo e espaço analisado.
Substâncias Químicas de Interesse (SQI): Elementos, substâncias e
produtos químicos que sejam de interesse para a investigação da
contaminação.
Solo Subsuperficial: Horizonte do solo a partir de 0,5 m de profundidade
em relação à superfície do terreno até o nível de água. Abrange a região não
saturada.
Solo Superficial: Horizonte do solo de 0 a 0,5 m de profundidade em
relação à superfície do terreno, não fazendo parte também da região
saturada.
23
Valores de Intervenção ou de Investigação (VI): Concentração de
determinada substância no solo e na água subterrânea acima do qual
existem riscos potenciais diretos e indiretos à saúde humana, considerando
um cenário de exposição genérico. (SÃO PAULO, 2009)
4.2. Substâncias Organocloradas
Devido a descoberta do PVC, outro composto químico, o Cloreto de Vinila
também foi descoberto. O Cloreto de Vinila (CV) é um composto sintético usado
como um monômero do processo de polimerização do Poli Cloreto de Vinila (PVC),
o qual possui uma enorme potencialidade de aplicação em diversos segmentos das
indústrias, sobretudo quando utilizado na construção civil, saneamento básico,
revestimentos, arquitetura, revestimento de carros e brinquedos, entre outros.
(CAMPOS; SEO, 2006)
Um dos processos de obtenção do Cloreto de Vinila consiste em reagir o
cloro gasoso diretamente com o etileno, gerando o dicloroetano, um líquido incolor
de alta pureza. Quando o dicloroetano é aquecido, suas moléculas se separam em
Cloreto de Vinila e Cloreto de Hidrogênio, em um processo conhecido como pirólise.
Outras nomenclaturas para o Cloreto de Vinila, são: cloro eteno, cloro etileno ou
monômero vinil C.
No solo, o Cloreto de Vinila ou seus produtos associados podem ser
lixiviados atingindo as águas subterrâneas, de superfície e sedimento, ou pode ser
liberado sob a forma de gás. Outro meio de contaminação do solo pelo Cloreto de
Vinila ocorre pela ação metabólica de determinadas bactérias anaeróbicas com o
tricloroetileno, o tetracloroetileno e o tricloroetano, no solo ou na água; isto ocorre
pela de-halogenação redutiva. (CAMPOS; SEO, 2006)
A água subterrânea e de superfície pode ser contaminada com o Cloreto de
Vinila através dos efluentes líquidos e gasosos das usinas produtora do Policloreto
de Vinila, ou da lixiviação dos locais contaminados pelas operações de descarga
de eliminação dos resíduos.
A seguir, é apresentado uma imagem ilustrativa da transformação do
Tricloroeteno (TCE) em Cloreto de Vinila (CV):
24
Figura 2 - Imagem ilustrativa da transformação do Tricloroeteno (TCE) em Cloreto de Vinila (CV).
4.3. Gerenciamento de áreas contaminadas
Uma área contaminada pode ser definida como uma área, local ou terreno
onde há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de
quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados,
armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até
mesmo natural. Nessa área, os poluentes ou contaminantes podem concentrar-se
em subsuperfície nos diferentes compartimentos do ambiente, como por exemplo
no solo, nos sedimentos, nas rochas, nos materiais utilizados para aterrar os
terrenos, nas águas subterrâneas ou, de uma forma geral, nas zonas não saturada
e saturada, além de poderem concentrar-se nas paredes, nos pisos e nas
estruturas de construções. (CETESB, 2018d)
Fonte: USEPA, 1998.
25
O Gerenciamento de Áreas Contaminadas visa reduzir, para níveis
aceitáveis, os riscos a que estão sujeitos a população e o meio ambiente em
decorrência de exposição às substâncias provenientes de áreas contaminadas, por
meio de um conjunto de medidas que assegurem o conhecimento das
características dessas áreas e dos riscos e danos decorrentes da contaminação,
proporcionando os instrumentos necessários à tomada de decisão quanto às
formas de intervenção mais adequadas. (CETESB, 2017)
Neste contexto, pode-se dizer que:
Figura 3 - Etapas do Gerenciamento de Áreas Contaminadas.
•Identificação das Áreascom PotencialContaminação;
•Priorização de Áreas comPotencial deContaminação;
•Avaliação Preliminar;
•InvestigaçãoConfirmatória;
•Investigação Detalhada;
•Avaliação de Risco.
Processo de identificação de áreas contaminadas
•Elaboração de um plano de intervenção;
•Execução do plano de intervenção;
•Monitoramento para encerramento.
Processo de Reabilitãção de áreas contaminadas •AP - Área com Potencial de
contaminação
•AS - Área Suspeita de Contaminação
•ACI - Área Contaminada sob Investigação
•ACRi - Área contaminada com risco confirmado
•ACRe - Área em Processo de Remediação
•ACRu - Área Contaminada em Processo de Reutilização
•AME - Área em Processo de Monitoramento para Encerramento.
•AR - Área reabilitada para o uso declarado.
Classificação das áreas contaminadas
Fonte: Autoria Própria.
26
4.3.1. Processo de identificação de Áreas Contaminadas
Nesta etapa, serão identificadas as Áreas com Potencial de Contaminação
(AP) e a priorização dessas áreas, que será realizado pela CETESB, por meio da
aplicação de critérios, onde as áreas resultantes serão classificadas como Áreas
com Potencial de Contaminação Prioritárias. Os critérios estabelecidos pela
CETESB serão os seguintes:
Região onde ocorreu ou está ocorrendo mudança de uso do solo,
especialmente para o uso residencial ou comercial;
Região com evidências de contaminação regional de solo e de água
subterrânea;
Região com restrições ambientais legais;
Região com utilização de recursos hídricos para abastecimento. (CETESB,
2017)
Em seguida, dentro da Região Prioritária para o Gerenciamento de Áreas
Contaminadas definida, serão selecionadas as Áreas com Potencial de
Contaminação Prioritárias (AP Prioritária), tendo em consideração os seguintes
critérios:
Áreas com Potencial de Contaminação (AP) que abrigam atividades
potencialmente geradoras de áreas contaminadas onde ocorre ou ocorreu o
uso de solventes halogenados;
Áreas com Potencial de Contaminação (AP) ativas.
Avaliação Preliminar
A etapa de Avaliação Preliminar tem como objetivo caracterizar as atividades
desenvolvidas e em desenvolvimento na área sob avaliação, identificar as áreas
fonte e as fontes potenciais de contaminação (ou mesmo fontes primárias de
contaminação) e constatar evidências, indícios ou fatos que permitam suspeitar da
existência de contaminação, embasando sua classificação como Área Suspeita de
Contaminação (AS) e orientando a execução das demais etapas do processo de
Gerenciamento de Áreas Contaminadas. (CETESB, 2017)
27
Investigação Confirmatória
A etapa de Investigação Confirmatória tem como objetivo principal confirmar
ou não a existência de contaminação na área em avaliação, por meio da
investigação de todas as fontes potenciais e primárias de contaminação
identificadas na etapa de Avaliação Preliminar, e como objetivo adicional a
obtenção de dados iniciais necessários à caracterização do meio físico. Estão
obrigados à realização desta etapa os Responsáveis Legais pelas áreas nas quais,
durante a realização da Avaliação Preliminar, tenham sido identificados indícios ou
suspeitas de contaminação e as áreas convocadas ou demandadas pela CETESB
e as áreas com potencial de contaminação (AP). (CETESB, 2017)
A CETESB solicita que a Investigação Confirmatória seja executada com
base no Plano de Intervenção Confirmatória apresentado no Relatório da Avaliação
Preliminar e observando o que se pede no Manual de Gerenciamento de Áreas
Contaminadas e as Normas Técnicas nacionais e internacionais relacionadas as
técnicas de investigação.
Os resultados das análises químicas das amostras obtidas nesta etapa
deverão ser comparados com os Valores de Intervenção para solos e águas
subterrâneas estabelecidos pela CETESB por meio da Decisão de Diretoria nº
256/2016. Para as substâncias químicas de interesse ou meios não contemplados
na Decisão de Diretoria, deverão ser utilizados ser utilizados os valores definidos
na última atualização dos Regional Screening Levels (RSLs) (US EPA, ORD, 2016),
desenvolvidos pela United States Environmental Protection Agency (US EPA) ou
calculados a partir da Planilha de Avaliação de Risco da CETESB. (CETESB, 2013)
Para efeito de comparação com as concentrações observadas nas amostras
de solo, deverá ser considerado o cenário de ocupação existente ou proposto para
a área, como: agrícola, residencial ou comercial/industrial. Deverá ser adotado o
cenário para o qual os valores de intervenção sejam mais restritivos dentre aqueles
existentes ou propostos para a área, casos não seja possível a caracterização
específica de um único cenário.
28
Investigação Detalhada
A etapa de Investigação Detalhada tem como objetivo caracterizar o meio
físico onde se insere a Área Contaminada sob Investigação (ACI), determinar as
concentrações das substâncias químicas de interesse nos diversos meios
avaliados, definir tridimensionalmente os limites das plumas de contaminação,
quantificar as massas das substâncias químicas de interesse, considerando as
diferentes fases em que se encontram, caracterizar o transporte das substâncias
químicas de interesse nas diferentes unidades hidroestratigráficas e sua evolução
no tempo e caracterizar os cenários de exposição necessários à realização da
etapa de Avaliação de Risco. (CETESB, 2017)
A Investigação Detalhada deverá ser planejada a partir de dados e
resultados obtidos na Avaliação Preliminar e na Investigação Confirmatória,
devendo ser consideradas as informações contidas no Manual de Gerenciamento
de Áreas Contaminadas e o que estabelecem as normas técnicas nacionais e
internacionais relacionadas as técnicas de investigação.
Nesta fase, visando subsidiar a execução da etapa de Avaliação de Risco,
será necessário estabelecer as substâncias químicas de interesse e determinar
suas concentrações nos meios investigados, especialmente nos hot spots ou
centros de massa, assim como as concentrações que atingem ou podem vir a
atingir os receptores identificados, tanto nas áreas internas como nas áreas
externas. A determinação dessas concentrações deve ser realizada com base nos
resultados analíticos obtidos por meio de métodos diretos de investigação e por
meio de métodos de modelagem matemática para determinação das
concentrações futuras. (CETESB, 2017)
Posteriormente a Investigação Detalhada, as plumas de contaminação, com
origem na área investigada, deverão estar integralmente delimitadas no plano
horizontal e vertical. Os hot spots ou centros de massa de todas as plumas de
contaminação, para cada uma das substâncias químicas de interesse identificadas,
deverão ter sido investigados com a resolução adequada, de modo a proporcionar
a delimitação da sua distribuição espacial e permitir a quantificação das massas
das substâncias químicas de interesse presentes. (CETESB, 2017)
29
Os resultados e informações obtidos durante essa fase, deverão ser
suficientes para embasar a realização das etapas de Avaliação de Risco e
Elaboração do Plano de Intervenção.
Avaliação de Risco
Os objetivos da Avaliação de Risco são caracterizar a existência de risco aos
receptores identificados, expostos e potencialmente expostos às substâncias
químicas de interesse presentes na Área Contaminada sob Investigação (ACI) e
decidir sobre a necessidade de implementação de medidas de intervenção. A
Avaliação de Risco deverá ser desenvolvida considerando todas as informações
geradas nas etapas anteriores, especialmente o Modelo Conceitual gerado ao final
da Investigação Detalhada, devendo ser observadas as orientações contidas no
Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas e normas técnicas nacionais e
internacionais. (CETESB, 2017)
Destaca-se que deverão ser executadas somente as ações correspondentes
àqueles receptores expostos ou potencialmente expostos que efetivamente tenham
sido identificados na Área Contaminada sob Investigação (ACI) ou em sua
vizinhança. (CETESB, 2017)
Ao final da etapa de Avaliação de Risco, caso não tenha sido verificada
quaisquer situações como: ultrapassagem dos valores definidos para risco
aceitável a saúde humana; risco inaceitável para organismos presentes no
ecossistema; contaminantes gerados em uma área tenham atingido
compartimentos do meio físico e determinado a ultrapassagem dos padrões legais
aplicáveis ao enquadramento dos corpos d’água e de potabilidade; situações em
que os contaminantes gerados possam atingir corpos d’água superficiais ou
subterrâneos; risco à saúde ou à vida em decorrência de exposição aguda a
contaminantes, ou à segurança do patrimônio público e privado; indicados no artigo
36 do Decreto nº 59.263/2013 (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO
PAULO, 2013), a área será classificada como Área em Processo de Monitoramento
para Encerramento (AME), devendo ser iniciada a etapa de Monitoramento para
Encerramento.
30
Avaliação de Risco a Saúde Humana:
A Avaliação de Risco à Saúde Humana, visando à determinação dos riscos
e das Concentrações Máximas Aceitáveis (CMA) para os receptores humanos
identificados, deverá ser realizada por meio do uso da Planilha para Avaliação de
Risco para Áreas Contaminadas sob Investigação da CETESB. (CETESB, 2017)
Avaliação de Risco Ecológico:
A Avaliação de Risco Ecológico deverá ser elaborada nas situações em que
exista ecossistema natural sob influência ou que possam estar sob influência de
uma Área Contaminada sob Investigação (ACI). A Avaliação de Risco Ecológico
tem como objetivo verificar a ocorrência de risco para uma espécie, comunidade ou
ecossistema. Deve ser realizada por Unidade de Exposição e por compartimento
ambiental, considerando efeitos diretos e indiretos aos receptores ecológicos,
estruturais e funcionais, nas escalas espacial e temporal. (CETESB, 2017)
4.3.2. Processo de reabilitação de Áreas Contaminadas
O desenvolvimento dessas etapas visa o atingimento das condições
necessárias para a emissão do Termo de Reabilitação para o Uso Declarado.
Elaboração do Plano de Intervenção
Os responsáveis legais pelas áreas classificadas como Área Contaminada
com Risco Confirmado (ACRi), deverão desenvolver e apresentar o Plano de
Intervenção, que deverá ser elaborado por um Responsável Técnico (conforme
artigo 49 do Decreto nº 59.263/2013). Para a elaboração, deverão ser
desenvolvidas algumas das seguintes ações:
I. Definição dos objetivos do Plano de Intervenção:
Os objetivos devem ser definidos, considerando a conclusão acerca da
necessidade de adoção de medidas de intervenção, obtida na etapa de Avaliação
de Riscos. Com base nessas premissas, os objetivos que deverão ser adotados,
quando aplicáveis ao Plano de Intervenção, são:
31
Controlar as fontes de contaminação identificadas;
Atingir o nível de risco aceitável aos receptores humanos e/ou ecológicos
identificados;
Controlar os riscos identificados com base nos padrões legais aplicáveis.
II. Definição das medidas de intervenção a serem adotadas:
As medidas de intervenção a serem aplicadas, deverão ser definidas pelo
Responsável Legal e Responsável Técnico em função dos objetivos e estratégias
estabelecidas e com base em critérios técnicos por eles adotados.
Conforme §1º do artigo 44 do Decreto nº 59.263/2013, para a Elaboração do
Plano de Intervenção poderão ser admitidas medidas de remediação para
tratamento e para contenção, medidas de engenharia e medidas de controle
institucional, que poderão ser propostas em conjunto ou isoladamente.
A fim de atingir os objetivos definidos no Plano de Intervenção, as medidas
previstas poderão ser definidas de acordo com a duração de sua aplicação:
Medidas de curto prazo: desenvolvidas com a duração de dias a 12
meses;
Medidas de médio prazo: desenvolvidas com a duração de 1 a 5 anos;
Medidas de longo prazo: desenvolvidas com a duração de 5 anos ou
mais.
III. Seleção das técnicas a serem empregadas:
Posteriormente definir as medidas de intervenção a serem adotadas, o
Responsável Técnico deverá selecionar a técnica ou o conjunto de técnicas que
irão compor cada uma dessas medidas. Para isso, deverá estabelecer critério de
seleção que deverá considerar: a disponibilidade da técnica, sua aplicabilidade
considerando as substâncias químicas de interesse e o meio contaminado, as
consequências de sua aplicação, o custo, o histórico de utilização da técnica para
casos similares e o tempo necessário para atingimento das metas de remediação.
32
IV. Descrição do Plano de Intervenção:
Dentro da Descrição do Plano de Intervenção deverão ser apresentadas
diversas informações, nas quais pode-se destacar:
A especificação dos objetivos a serem alcançados com a
implementação do Plano de Intervenção, a justificativa para sua adoção
e os prazos para atingimento de cada um desses objetivos;
A indicação e descrição das medidas de intervenção selecionadas,
segregando-as em função dos objetivos estabelecidos, da duração de
sua aplicação (curto, médio e longo prazo) e do uso atual e futuro da
área a ser reabilitada, que poderá incluir sua vizinhança, caso os riscos
determinados na Avaliação de Risco extrapolem ou possam extrapolar
os limites da propriedade que abriga ou abrigou a área fonte.
A descrição completa de todos os aspectos que deverão compor esta fase
encontra-se na DECISÃO DE DIRETORIA Nº 038/2017/C. (CETESB, 2017)
Execução do Plano de Intervenção
Nessa etapa, o Responsável Técnico e o Responsável Legal, deverão
apresentar relatórios demonstrando tecnicamente a validade das premissas
descritas no Plano de Intervenção. Os relatórios são os seguintes:
I. Relatório de Instalação do Sistema de Remediação;
Nessa etapa, deverá conter no relatório os seguintes itens:
A descrição do sistema de remediação implantado e de seus
componentes, justificando tecnicamente, se for o caso, os elementos
que foram alterados em relação ao projeto original e seu impacto sobre
a eficiência e eficácia do sistema e ainda sobre o cronograma de projeto;
(CETESB, 2017)
Avaliação técnica do sistema de remediação em relação aos parâmetros
definidos no projeto executivo, com os comentários técnicos a respeito
da pertinência e validade desses parâmetros. (CETESB, 2017)
33
II. Relatório de Avaliação do Desempenho do Sistema de Remediação;
Ao longo do processo de operação do sistema de remediação o Responsável
Legal deverá apresentar à CETESB relatórios periódicos contendo os dados de
desempenho do sistema e o cumprimento do cronograma estabelecido. A
frequência de apresentação desses relatórios deverá ser definida pelo
Responsável Técnico em função das características do sistema de remediação.
III. Relatório de Acompanhamento das Medidas de Engenharia;
As Medidas de Engenharia implementadas, deverão ser mantidas, devendo
ser acompanhadas durante o seu período de vigência. Os resultados do
acompanhamento deverão ser registrados e apresentados para a CETESB para
avaliação, em arquivos digitais, no formato pdf, conforme cronograma estabelecido
no Plano de Intervenção. Desta avaliação poderá resultar a necessidade de revisão
das medidas de engenharia, que poderá contemplar a adoção de novas medidas
de intervenção, ou mesmo encerrar a aplicação dessas medidas. (CETESB, 2017)
IV. Relatório de Acompanhamento das Medidas de Controle Institucional.
As Medidas de Controle Institucional implementadas, deverão ser mantidas,
acompanhadas e monitoradas durante o seu período de vigência. Os resultados do
acompanhamento deverão ser registrados e apresentados para a CETESB para
avaliação, em arquivos digitais, no formato pdf, conforme cronograma estabelecido
no Plano de Intervenção. Desta avaliação poderá resultar na necessidade de
revisão das medidas adotadas ou mesmo no encerramento da aplicação dessas
medidas. (CETESB, 2017)
Remediação
A remediação consiste na adoção de técnicas de tratamento (ou
descontaminação) e/ou de contenção (ou isolamento), objetivando a redução do
nível de risco toxicológico, até o atendimento de níveis aceitáveis, que podem variar
de acordo com o cenário de interesse. (CETESB, 1999, 2007)
34
Para a execução da remediação é necessário o detalhamento da fonte de
contaminação, assim como o conhecimento da sua extensão e concentração. Além
disso é necessário a definição de metas, ou seja, qual o objetivo final da
remediação.
Caso não existam as informações necessárias suficientes para definição de
uma técnica de remediação, deve ser executada a investigação para remediação,
que buscará o refinamento das informações em nível suficiente para garantir a
implementação do sistema de remediação pretendido, informações estas relativas
principalmente à caracterização da fonte. (CETESB, 1999, 2007)
Monitoramento para encerramento
Uma área contaminada, poderá passar a ser classificada como Área em
Processo de Monitoramento para Encerramento (AME), nas seguintes situações:
Após a execução da etapa de Avaliação de Risco foram observadas
concentrações das substâncias químicas de interesse abaixo de todas as
concentrações máximas aceitáveis (CMA) calculadas, considerando as vias
reais e potenciais de exposição, além de não terem sido verificadas
quaisquer das demais situações indicadas no artigo 36 do Decreto nº
59.263/2013; (CETESB, 2017)
Quando o Plano de Intervenção indicar somente a necessidade de
implementação de medidas de controle institucional e/ou de medidas de
engenharia e essas tenham sido implementadas. (CETESB, 2017)
Quando for constatado o atingimento das metas de remediação pela
aplicação de medidas de remediação e não houver necessidade de
implementação de medidas de controle institucional e/ou de medidas de
engenharia; (CETESB, 2017)
Quando for constatado o atingimento das metas de remediação pela
aplicação de medidas de remediação e as medidas de controle institucional
e/ou de medidas de engenharia, propostas no Plano de Intervenção, tenham
sido implementadas. (CETESB, 2017)
35
Por fim, após a execução de todas as campanhas previstas para o
monitoramento, caso os resultados indiquem as situações descritas acima, a área
será classificada pela CETESB como Área Reabilitada para o Uso Declarado (AR).
Porém, caso não ocorra as situações descritas acima, indicando concentrações
acima das máximas aceitáveis ou das metas de remediação, expansão da pluma
de contaminação ou evidências do ressurgimento das condições de risco, a
situação deverá ser reavaliada pelo Responsável Técnico para a decisão das
medidas adicionais que deverão ser adotadas. Essas medidas podem ser desde
dar continuidade ao processo de Monitoramento para Encerramento, quanto a
reativação de medidas de intervenção anteriormente aplicadas.
5. TÉCNICAS DE REMEDIAÇÃO
Para o presente trabalho, foram consideradas 3 técnicas de remediação que
possivelmente podem atender aos requisitos de tratamento da área em estudo.
Essas técnicas forma escolhidas de acordo com as análises realizadas ao longo
dos trabalhos de investigação detalhada para caracterização do empreendimento
e da área contaminada.
5.1. Extração Multifásica (MPE)
O Sistema de Extração Multifásica ocorre por meio da instalação de um
sistema de ventilação a vácuo em poços de extração distribuídos na área de
interesse, visando criar uma zona de influência do sistema em toda a extensão da
pluma de contaminação e combina as técnicas de bioventilação e remoção de
massa a vácuo, possibilitando a extração da fase livre, fase vapor, fase dissolvida
na matriz do solo e estimulando o processo de biodegradação natural na zona não
saturada. (TECNOHIDRO, 2018a)
Por meio da aplicação do vácuo nos poços de extração cria-se um gradiente
de pressão dirigido para estes pontos, de onde são extraídas a fase livre, vapor e
dissolvida do contaminante. O gradiente de pressão é diretamente proporcional ao
vácuo aplicado, logo a eficiência na extração das diferentes fases do contaminante
será função do sistema a ser implantado. A mistura bombeada deve ser direcionada
36
para uma caixa separadora de água e óleo, com o combustível recuperado
armazenado em tambores e a água contaminada destinada para tratamento em
filtro de carvão ativado para posterior reinjeção. O vapor extraído é direcionado para
um sistema de carvão ativado e lançado na atmosfera. (SANTOS; UNGARI;
SANTOS, 2008)
Através de timers, o sistema possui um dispositivo de auto operação, que
deve ser ajustado para intervalos de tempo de operação que otimizem o processo
e a extração do contaminante da zona não saturada.
No Sistema de Extração Multifásica é possível acompanhar a performance
de extração da fase livre e da fase vapor na área em estudo, tomando como base
a velocidade de extração; pressão; Compostos Orgânicos Voláteis (VOC); vazão e
volume de água; pH; condutividade; volume recuperado de fase livre; potencial de
oxirredução; espessura de fase livre; nível d'água dos poços de monitoramento.
5.2. Oxidação Química
A Oxidação Química é uma tecnologia baseada na injeção de oxidantes
químicos em meios contaminados (água subterrânea e solo), com o objetivo de
destruir o contaminante através de reações químicas e converter a sua massa em
compostos inertes encontrados na natureza. Os oxidantes usualmente utilizados
nesse processo são: peróxido de hidrogênio (H2O2), permanganato de potássio
(KMnO4), ozônio (O3) e em menor escala o oxigênio dissolvido (OD).
(TECNOHIDRO, 2018b)
A Oxidação in situ pode ser aplicada a diversos tipos e granulometrias de
solos (silte e argiloso) no tratamento de compostos orgânicos voláteis (VOCs),
incluindo o tetracloroetileno (PCE), tricloroetileno (TCE), dicloroeteno (DCE),
benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos, assim como os compostos orgânicos semi-
voláteis (SVOCs) tais como os pesticidas, os bifenilas policloradas (PCB´s) e
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs). Este método de Oxidação in situ,
é muito empregada na remediação de solo e água subterrânea.
37
5.3. Remediação Termal In Situ
O ET-DSP™ (Electro Thermal Dynamic Stripping Process) é uma avançada
tecnologia de aquecimento por eletroresistividade, com um projeto superior e
aprimorado de seus eletrodos, além dos sistemas de controle e de circulação de
água. Estas características resultam em um aquecimento superior, mais rápido,
uniforme e garantido, com gasto energético otimizado. (MCGEE; MCDONALD;
LITTLE, 2008)
No sistema ET-DSP™, devido aos possíveis arranjos que o sistema permite
realizar, utilizando-se múltiplos eletrodos por perfuração, é possível compensar a
distribuição energética e uniformizar o aquecimento nas contrastantes
resistividades encontradas nas diferentes camadas e materiais do subsolo. Assim
como é possível evitar a formação de correntes de fuga em estruturas presentes
no subsolo.
A seguir, tem-se uma imagem ilustrativa do esquema de funcionamento do
aquecimento por eletrorresistivade do solo pelo sistema ET- DSP™:
Figura 4 - Esquema de funcionamento do aquecimento por eletrorresistividade do solo.
Fonte: Reconditec – Sistema de Remediação.
38
O Vapor resultante do aquecimento e volatilização dos contaminantes é
100% recuperado. Poços dedicados e de operação ininterrupta são utilizados para
extração de água, vapores e gases. O sistema de Extração é dimensionado
rigorosamente de acordo com a massa de contaminantes existente no site,
eliminando qualquer risco de liberação de vapores, odor ou qualquer outro efeito
potencial de um sistema de extração inadequado. (MCGEE; MCDONALD; LITTLE,
2008)
Um grande diferencial dos projetos ET-DSP™ é que os poços de extração
captam água e vapores desde o limite inferior da região de interesse, evitando que
as moléculas de contaminantes oriundas de zonas próximas a este limite e que se
vaporizem, tenham que percorrer todo o horizonte vertical rumo à zona vadosa,
para só então serem captadas por um sistema de extração de vapores. Diversos
fatores podem resultar em uma condensação precipitada destas moléculas em
algum ponto deste percurso, o que a faria perder novamente sua mobilidade.
(MCGEE; MCDONALD; LITTLE, 2008)
Para o funcionamento do equipamento, uma pequena quantidade de água é
extraída nos poços, para garantir a criação de um gradiente hidráulico em direção
ao interior dos poços de extração. São utilizados poços de extração multifásica
juntamente com bombas submersas ou tubos de extração para manter a extração
e controle hidráulico. Todo o processo é monitorado em tempo real utilizando a
família de sensores habilitados para transmissão de dados. A movimentação da
água, cria no subsolo uma zona de convecção de calor, o que resulta não somente
em uma distribuição mais uniforme do aquecimento, mas também em uma
eficiência energética melhorada.
39
Figura 5 - Esquema da movimentação de água e aquecimento dos eletrodos.
Fonte: Reconditec – Sistema de Remediação.
Para um melhor entendimento do tipo de eletrodo utilizado, segue imagem
ilustrativa abaixo:
Figura 6 - Eletrodo típico ET-DSP™.
Fonte: Reconditec – Sistema de Remediação.
5.4. Vantagens e Desvantagens das técnicas de remediação
Para auxiliar na escolha da metodologia que será empregada no processo
de remediação da área em estudo, foi desenvolvido uma tabela comparativa
mostrando as vantagens e desvantagens considerada relevantes nesse processo:
40
Quadro 1 - Vantagens e Desvantagens dos processos de remediação.
TERMAL
EXTRAÇÃO MULTI FASES (MPE)
OXIDAÇÃO QUÍMICA
Metodologia
Instalação de eletrodos no solo para aquecimento, vaporização e extração dos contaminantes para filtração com carvão ativado.
Instalação de poços para a coleta da água subterrânea superficial e tratamento para retirada dos contaminantes.
. Injeção de produtos químicos no solo por meio de poços e bombas para a reação de descloração do contaminante.
Vantagens
* Curto tempo de operação;
* Baixo custo de operação e instalação;
* Baixo custo com demanda elétrica.
* Garantia da remediação aos níveis desejados.
* Não necessidade de utilização de produtos perigosos;
* Tratamento in situ dos vapores e condensados extraídos;
* Aumento da volatilização e solubilidade dos contaminantes;
* Menor dependência das características físicas da litologia local;
Desvantagens
* Alta demanda energética
* Maior tempo de operação, podendo durar mais de 20 anos (Inviabilidade);
* Custos relativamente altos de oxidante;
* Custos relativamente altos;
* Não há garantia da completa remediação na área,
* Prédio deve estar desativado;
* Autorizações para ligação de ponto de energia elétrica, que podem demorar até 2 anos.
* Maior dependência das características físicas da litologia local;
* Durante a aplicação podem ocorrer “caminhos preferenciais”, impossibilitando atingir toda a contaminação existente
Fonte: Autoria própria, com base nos relatórios da empresa responsável pela remediação.
41
6. METODOLOGIA
6.1. Inspeção de Reconhecimento de Área
O terreno possui topografia plana, área total de 625.176,405 m² e atualmente
dividida em administrativo, refeitório, montagem, processos produtivos, áreas de
armazenamento, logística e clube.
Utilizando-se a Ficha Cadastral de Áreas Contaminadas (CETESB, 2001) ,a
área foi inspecionada, com o objetivo de adquirir informações sobre fatos relevantes
pretéritos e presentes, para classificação ambiental. Foi realizado um levantamento
do fluxograma das atividades de todas as áreas produtivas e meio ambiente, assim
como entrevistas com funcionários da empresa, para conhecer um pouco mais
sobre o processo e atividades potencialmente causadoras de algum dano
ambiental.
Para a avaliação da qualidade ambiental do solo e da água subterrânea,
foram considerados os valores de intervenção (VI) para o Estado de São Paulo
estabelecidos na Decisão de Diretoria Nº 256/2016/E (ESTADO; PAULO, 2016) e,
na falta desses, foram utilizados os Regional Screening Levels (RSL) estabelecidos
pela United States Environment Protection Agency (US EPA, ORD, 2016). Informa-
se que para o solo foram adotados os valores definidos para o cenário industrial
por CETESB (2016a) e USEPA (2016), em função do uso da área de interesse.
A seguir é apresentado uma imagem aérea da empresa em estudo:
42
Figura 7 - Imagem aérea da empresa em estudo.
Fonte: Própria empresa.
6.2. Levantamento das características do uso e ocupação do solo
O objetivo desta caracterização é reconhecer as atuais ocupações e
atividades desenvolvidas nas imediações da área investigada, tendo como foco
principal a determinação de possíveis áreas fontes de contaminação e seus
prováveis receptores. Desta forma, foi realizado o caminhamento em um raio de
200 m a partir dos limites da área investigada, utilizando-se mapas locais como
referência e os dados apresentados em trabalhos ambientais anteriores.
Adicionalmente, considerando um raio de 500 m a partir dos limites da área de
interesse, realizou-se pesquisa na “Relação de Áreas Contaminadas e Reabilitadas
no Estado de São Paulo” elaborada pela (CETESB, 2015), e o levantamento dos
poços tubulares que fazem captação de água subterrânea a partir do cadastro do
Departamento de Água e Energia Elétrica. (DAEE, 2016)
O levantamento do uso e ocupação do solo foi efetuado por meio de visita
de campo, baseado nos aspectos das edificações, bem como nas informações dos
moradores e proprietários de estabelecimentos comerciais da região, em
conformidade com as preconizações da CETESB.
43
A região do entorno da área de interesse é composta predominantemente
por áreas verdes, que apresenta a ocupação em um raio de 200 m a partir dos
limites da área. No entorno imediato da área nota-se a presença de áreas verdes,
residências, comércios e o departamento de equipamentos de uma outra empresa.
Observa-se a presença da Associação dos Agricultores da região, um posto de
saúde, áreas desocupadas, áreas agrícolas, residências e comércio. Na porção
sudoeste do entorno há um posto de gasolina.
6.3. Sondagens de investigação
As sondagens de investigação (ST) tiveram como objetivos: a descrição do
perfil litológico do subsolo local, a verificação da ocorrência de produtos químicos
no solo, a leitura de vapores orgânicos in situ, a coleta de amostras de solo para
análises químicas e a instalação de poços de monitoramento. A realização das
sondagens seguiu o recomendado na Norma Brasileira (NBR) 15.492. (ABNT,
2007a)
Foram realizadas 90 sondagens utilizando-se duas metodologias, sendo
uma com perfuratriz hidráulica tipo Hollow Stem Auger e brocas de aço inoxidável
com diâmetro externo de 7,5 polegadas, e outra utilizando trado manual
confeccionado em aço inoxidável com diâmetro interno de 4 polegadas.
A localização das sondagens de investigação e dos poços de monitoramento
instalados foi definida em função dos resultados apresentados no “Relatório de
Avaliação Preliminar e Investigação Confirmatória”.
Lembrando que todos os equipamentos que entraram em contato com o solo
foram descontaminados entre cada perfuração utilizando-se água deionizada e
detergente neutro não fosfatado, a fim de evitar a possibilidade de contaminação
cruzada entre os pontos de sondagem.
A seguir, tem-se imagens da realização de sondagem mecanizada:
44
Foto 1 - Realização de Sondagem Mecanizada.
Fonte: Autoria Própria.
Foto 2 - Descrição do perfil litológico do solo em liners descartáveis.
Fonte: Autoria Própria.
6.4. Amostragem de Solo para medição de Vapores Orgânicos
Durante as sondagens foram coletadas amostras de solo a cada um metro
perfurado. Cada amostra coletada foi dividida em duas alíquotas, sendo uma delas
destinada à medição in situ dos teores de vapores orgânicos por meio de um
45
fotoionizador portátil (PID) e a outra armazenada em cooler a aproximadamente
4ºC, aguardando a seleção para análises químicas.
Estas medições auxiliaram na avaliação da qualidade do solo local e na
seleção das amostras enviadas ao laboratório para análises químicas de
Compostos Orgânicos Voláteis (VOC) e Compostos Orgânicos Semi-Voláteis
(SVOC).
A seguir, tem-se uma foto da medição de teores de vapores orgânicos
utilizando o equipamento fotoionizador portátil (PID) nos amostradores
descartáveis (liners):
Foto 3 - Medição de teores de vapores orgânicos utilizando o equipamento fotoionizador portátil (PID) nos amostradores descartáveis (liners).
Fonte: Autoria Própria.
6.5. Amostragem de Solo para análises químicas
Para envio ao laboratório foram selecionadas 32 amostras de solo para
análises químicas de metais e 24 amostras para análises químicas de VOC, SVOC
e Íons Fosfato, Fluoreto e Cianeto, oriundas das sondagens executadas. As
amostras de solo destinadas às análises de metais e íons foram coletadas em solo
46
superficial (entre 0,2 e 0,4 m de profundidade), devido à baixa mobilidade destas
substâncias. As amostras destinadas às análises químicas de VOC e SVOC foram
coletadas no horizonte que apresentou maior teor de vapores orgânicos ou, quando
estes teores foram nulos, estas foram coletadas imediatamente acima da franja
capilar.
As amostras de solo destinadas às análises das SQI foram encaminhadas
ao laboratório acreditado segundo a NBR / International Organization for
Standardization (ISO) / International Electrotechnical Commission (IEC) 17.025
(ABNT, 2005) para os ensaios realizados.
Abaixo, é apresentado uma foto de amostragem de solo utilizando
amostrador descartável para análise química de VOC:
Foto 4 - Amostragem de solo utilizando amostrador descartável para análise química de VOC.
Fonte: Autoria Própria.
6.6. Instalação de Poços de Monitoramento
A instalação de poços de monitoramento tem como principais objetivos
possibilitar: o monitoramento e comportamento do nível da água subterrânea local,
a verificação de uma possível presença de fase livre e o monitoramento analítico
da água subterrânea. A construção dos poços de monitoramento seguiu o
47
recomendado na NBR 15.495-1. (ABNT, 2007b) Desta forma, após o término de 90
das 96 sondagens de investigação procedeu-se a instalação de 90 poços de
monitoramento, sendo 28 deles instalados com suas seções filtrantes posicionadas
na porção superior do aquífero livre, 32 deles instalados com suas seções filtrantes
posicionadas na porção “intermediária 1” do aquífero livre, 21 poços com suas
seções filtrantes posicionadas na porção “intermediária 2” do aquífero livre e 09
poços com suas seções filtrantes posicionadas na porção inferior do aquífero livre
sedimentar.
Visando eliminar os riscos de contaminação cruzada entre os poços de
monitoramento, ao fim do desenvolvimento de cada poço realizou-se o seguinte
procedimento: enxágue dos equipamentos utilizando-se água deionizada e
detergente não fosfatado. Após o desenvolvimento dos poços, aguardou-se o
intervalo de pelo menos 10 dias para amostragem da água subterrânea, de acordo
com a NBR 15.847. (ABNT, 2010)
A seguir, é apresentado fotos da instalação de poços de monitoramento na
empresa em estudo:
Foto 5 - Instalação de Poços de Monitoramento.
Fonte: Autoria Própria.
48
Foto 6 - Instalação de Poços de Monitoramento nos fundos da empresa.
Fonte: Autoria Própria.
6.7. Ensaio de Permeabilidade
Os ensaios de permeabilidade foram conduzidos em conformidade com as
diretrizes da Associação Brasileira de Geologia de Engenharia. (ABGE, 1996)
Assim, foram realizados 14 ensaios de permeabilidade dos tipos Slug Test e Bail
Test nos poços de monitoramento PM-05, PM-05A, PM-05B, PM-05C, PM-12, PM-
12A, PM-18, PM-18A, PM-19, PM-19A, PM-24, PM-24A, PM-37 e PM-37A.
O Slug Test consiste na introdução de um tarugo de volume conhecido no
interior do poço de monitoramento, promovendo desta forma a elevação do nível
de água. Posteriormente é registrado o tempo de recuperação até atingir o nível
estático inicial. Ao final desse ensaio é realizado o Bail Test, que consiste na
retirada do tarugo, o qual gera o rebaixamento no nível d’água do poço, com o
acompanhamento da recuperação do seu nível estático inicial.
O registro das informações foi realizado através de um transdutor de pressão
calibrado para efetuar as medições a cada 10 segundos, e os dados foram
interpretados através do aplicativo da marca Winslug, criado pela Universidade
Estadual Paulista (UNESP), o qual tem como objetivo medir e analisar a taxa com
49
que o volume é drenado através do aquífero para a obtenção do coeficiente de
condutividade hidráulica nos horizontes litológicos atravessados pela seção
filtrante. Abaixo, tem-se uma foto da realização de ensaio de winslug test:
Foto 7 - Realização de ensaio de winslug test.
Fonte: Autoria Própria.
6.8. Caracterização da área utilizando Membrane Interface Probe (MIP) /
Hidraulic Profiling Tool (HPT) / Condutividade Elétrica (EC)
A investigação na empresa em estudo, envolveu a delineação vertical da
contaminação superficial por compostos orgânicos voláteis (VOCs) resultantes das
operações realizadas nas áreas e possíveis áreas fontes de contaminação.
Também foram coletados dados de condutividade hidráulica e elétrica para
identificar relações entre as litologias do solo e zonas permeáveis a fim de
desenvolver um modelo conceitual local mais abrangente.
A ferramenta de sensoriamento direto usado na área de estudo inclui a
tecnologia de Membrane Interface Probe (MIP) para mapear a presença de VOCs,
a tecnologia Hidraulic Profiling Tool (HPT) para coletar informações de
permeabilidade hidráulica subsuperficial do solo e a tecnologia de Condutividade
Elétrica (EC) para caracterizar a condutividade elétrica do solo, as quais fornecem
dados com o intuito de refinar o volume de informações sobre solo e água
subterrânea a serem tratados, por meio do delineamento das extensões horizontais
e verticais da área impactada, além de fornecer boas indicações a respeito das
50
mudanças estratigráficas, essenciais para o entendimento da distribuição das SQI.
Essas três tecnologias estão contidas em uma única sonda denominada MiHpt
Probe, permitindo a coleta de múltiplas linhas de evidências com uma única
perfuração. Segue abaixo uma imagem ilustrativa do equipamento MiHpt Probe:
Figura 8 - Imagem ilustrativa do equipamento MiHpt Probe.
Fonte: Columbia Technologies.
O objetivo da utilização dessa ferramenta de análise, foi porque em estudos
realizados previamente na área, houveram indícios da presença de
hidrocarbonetos clorados no solo da área em estudo. Dessa forma, se fez
necessária a busca por informações de alta resolução a respeito da distribuição do
contaminante, caminhos preferenciais a possíveis áreas fontes de contaminação.
A intenção dos dados de alta resolução foi de aprimorar o modelo conceitual da
área de estudo quanto ao tipo de distribuição da pluma de contaminação. Foram
escolhidos 35 pontos pela empresa para serem locados em áreas onde haviam
lacunas nas informações a respeito das fontes e distribuição da contaminação.
O sistema HTP elabora perfis das propriedades hidráulicas do solo em alta
resolução e em tempo real, que posteriormente são utilizados para quantificar a
permeabilidade e condutividade ao longo do perfil pedológico. A pressão estática
do HPT é quantificada a partir do teste de dissipação e, em consequência, pode-se
obter a estimativa do nível d’água com base na carga hidráulica disposta sobre a
51
sonda MiHPT em repouso comparada com a pressão mensurada em superfície
antes de cada sondagem. Simultaneamente aos dados coletados no HTP, os
resultados de condutividade elétrica (EC), por sua vez, auxiliam na avaliação da
granulometria do solo.
A condutividade elétrica é estimada através de um dipolo elétrico, o qual
obtém a resposta da tensão da corrente aplicada ao solo. Desta forma, devido a
heterogeneidade do solo, as propriedades elétricas variam ao longo do perfil
pedológico. A relação entre tamanho da partícula e a condutividade tende a ser
inversamente proporcional, ou seja, partículas menores, tais como argila e silte,
geralmente expõem valores de condutividade elétrica maiores.
No MIP estão contidos o detector de fotoionização (PID), o detector de
ionização de chama (FID) e o detector específico de halogênios (XSD), montados
em cromatógrafo gasoso. O MIP apresenta dados semi quantitativos de
sensoriamento e seu funcionamento é caracterizado pelo aquecimento do solo e/ou
água a 121°C no entorno de uma membrana semipermeável, permitindo que
porções de VOC atravessem a membrana.
O PID é composto por uma lâmpada ultravioleta especial montada em uma
célula eletrolítica, termoestaticamente controlada, de baixo volume e fluxo contínuo,
capaz de ionizar a maioria dos compostos aromáticos, tais como benzeno, tolueno,
xileno, sulfeto de hidrogênio, etanol, dentre outras moléculas, cujo potencial de
ionização é baixo. O PID também apresenta resposta para compostos clorados que
contém átomos de ligação dupla (por exemplo, etilenos, tricloroeteno,
tetracloroeteno, entre outros). (SERVMAR, 2018)
O FID utiliza uma chama, responsável pela combustão dos compostos
dentro do gás de arraste e detecta qualquer molécula com uma ligação carbono-
hidrogênio, como metano, etano, dentre outros compostos com estas
características. Ambientes com alto teor de matéria orgânica, ou seja, rico em
metano, apresentam excelentes respostas no uso desta tecnologia. Para a
detecção de algumas das SQI desse estudo, tais como tetracloroeteno (PCE) e
tricloroeteno (TCE), ou seja, compostos de ligações duplas, esse detector não é
indicado. (SERVMAR, 2018)
O XSD é composto por uma sonda de cerâmica, um fio de platina e um
grânulo de platina montado no interior de um reator de alta temperatura. Este
52
detector é sensível a compostos halogenados, tais como PCE, TCE, cis-1,2-
Dicloroeteno (cis-1,2-DCE) e Cloreto de Vinila (CV). (SERVMAR, 2018)
É importante destacar que a sonda foi descontaminada entre cada ponto de
sondagem utilizando-se água deionizada e detergente neutro não fosfatado, a fim
de evitar a possibilidade de contaminação cruzada entre os pontos de sondagem.
Além disso, antes desse processo de lavagem e como controle de qualidade, antes
e após cada sondagem, foi realizado um teste de desempenho da fase vapor no
MIP. O teste consiste em aplicar uma solução de TCE na membrana do MIP, de
forma que se obtenha uma resposta nos três detectores. Posteriormente, os
resultados dos ensaios são registrados e comparados com tais respostas do teste.
A seguir, tem-se fotos do processo de investigação em alta resolução MIP:
Foto 8 - Investigação em alta resolução MIP.
Fonte: Autoria Própria.
53
Foto 9 - Equipamentos que compões a investigação em alta resolução.
Fonte: Autoria Própria.
6.9. Instalação de Poços de Monitoramento de Vapores
Foram instalados 03 poços de monitoramento de vapores na zona não
saturada, com profundidades que variaram entre 1,1 m a 1,8 m, além de 12 poços
de monitoramento de vapores instalados no contra piso, também denominado
subslab. As instalações destes poços tiveram como principal finalidade
proporcionar a amostragem para análises químicas de VOC, conforme metodologia
TO-15 da United States Environmental Protection Agency (US EPA, 1999), visando
à avaliação da qualidade dos vapores na zona não saturada e no subsolo.
Os poços de monitoramento de vapores foram posicionados nos pontos
onde foram denotadas concentrações de compostos organoclorados em trabalho
anterior, devido ao histórico de disposição de resíduos, manipulação, uso,
fabricação ou estoque de produtos com VOC em sua composição, assim como os
resultados da investigação em alta resolução (MIP/HTP) apresentados neste
estudo. Abaixo, encontra-se uma foto da instalação de um poço de monitoramento
de vapores:
54
Foto 10 - Instalação de Poços de Monitoramento de Vapores.
Fonte: Autoria Própria.
Foram realizados também, testes de estanqueidade utilizando-se um gás
traçador nos poços de monitoramento de vapores instalados na área de interesse.
Este procedimento teve como objetivo assegurar a qualidade da instalação dos
dispositivos relacionados à amostragem de vapores e assegurar que, durante a
amostragem para análises químicas, não ocorram interferências promovidas por
vapores presentes na atmosfera.
Os testes foram realizados em toda a rede de poços de monitoramento de
vapores e abrangeram todo o circuito de amostragem, desde as mangueiras, às
conexões, válvulas e acabamento dos poços. Para a realização do teste foi utilizado
como gás traçador o hélio (He), substância inerte que em condições normais
apresenta características ideais para verificação de infiltrações/vazamentos.
Para a execução do teste foi criado uma atmosfera saturada de gás traçador
na superfície do poço para verificar se este gás infiltraria no sistema de amostragem
a ser acoplado posteriormente no poço. Para tanto, foi utilizada uma câmara
(redoma) conectada a um cilindro de gás hélio e o medidor de hélio, equipamento
específico para medição desse gás. Basicamente, o procedimento consistiu em
primeiramente inserir o gás traçador na câmara até ser verificada a saturação deste
ambiente utilizando-se o medidor de hélio. Depois de constatada a saturação do
meio, foi verificada a presença de hélio no sistema de amostragem através de uma
medição realizada no poço.
55
6.10. Modelo numérico de evolução das plumas
Para os contaminantes que apresentaram concentrações superiores aos
padrões de referência ambiental nas amostras de solo e que não são de ocorrência
natural da área de interesse foram realizadas modelagens de transporte para a
zona insaturada e zona saturada em função do tempo (05 e 10 anos) e da distância
percorrida no meio, conforme preconizações da CETESB e expressos na NBR
155.515-3. (ABNT, 2013a)
A ferramenta de suporte a ser utilizada refere-se aos modelos propostos por
American Society for Testing and Materials - (ASTM, 2000) e Domenico (1987),
presentes no software Risk Based Corrective Actions – RBCA Tool Kit for Chemical
Releases, v. 2.6. (RBCA, 2013)
Para a simulação das substâncias químicas orgânicas que apresentarem
concentrações superiores aos padrões de referência ambiental na porção superior
e/ou inferior do aquífero livre, são considerados os parâmetros de transporte
advecção, dispersão e de primeira ordem de decaimento, além de uma fonte
constante de contaminação e a capacidade de adsorção em matéria orgânica.
Para as substâncias orgânicas que apresentarem concentração superior ao
padrão de referência ambiental somente no solo insaturado, é considerada, além
dos parâmetros de transporte citados acima, a lixiviação. O modelo a ser utilizado
pelo software para calcular a concentração da SQI na água subterrânea a partir da
lixiviação da SQI detectada no solo refere-se ao da ASTM, ajustado com o modelo
de atenuação natural (SAM). O modelo da ASTM assume que a lixiviação das SQI
no solo se mistura com o sistema de fluxo da água subterrânea diretamente sob o
solo afetado. Já o SAM refere-se a um ajustamento do modelo da ASTM para
lixiviação do solo, que representa a atenuação das concentrações das SQI devido
à sorção entre a fonte de contaminação no solo e a água subterrânea (Connor et
al., 1997; apud RBCA, 2013) e ao decaimento de primeira ordem, que representa
a atenuação adicional das concentrações das SQI devido à biodegradação. A
equação utilizada para o cálculo das concentrações dos compostos de interesse na
zona saturada em relação à distância, corresponde à equação de advecção,
56
dispersão e sorção incorporada a primeira ordem de decaimento, estabelecida por
Domenico (1987).
6.11. Avaliação de Risco a Saúde Humana
A avaliação de risco à saúde humana representa uma ferramenta importante
no processo de gerenciamento de áreas contaminadas, permitindo a tomada de
decisões no que se refere aos planos de intervenção, priorização de ações,
identificação de riscos potenciais, além de permitir estimativas de custos a serem
destinados para a reabilitação de uma área contaminada, com o objetivo de
melhorar as condições de vida a partir da proteção da saúde e promoção do bem-
estar social.
A avaliação de risco à saúde humana foi realizada de forma direcionada para
a empresa e seu entorno, visando à análise dos perigos associados ao atual (real)
uso da mesma, bem como aos usos hipotéticos, com o objetivo de garantir que os
riscos associados à saúde humana não sejam subestimados.
A metodologia adotada se baseou na NBR 16.209 (ABNT, 2013b), no Risk
Assessment Guidance for Superfund (RAGS) publicado em (US EPA, ORD, 1989)
e no manual “Public Health Assessment Guidance” estabelecido pela Agency for
Toxic Substances and Disease Registry – (ATSDR, 2005).
O desenvolvimento do estudo se fundamentou na execução de quatro fases
principais, que resultaram em uma avaliação dos riscos provocados pela exposição
aos contaminantes cientificamente defensáveis. Estas fases são divididas em
coleta e avaliação e validação de dados, avaliação de exposição, análise de
toxicidade e caracterização de risco, e estão de acordo com as propostas
estabelecidas pela (US EPA, ORD, 1989) e ABNT (2013c).
Em uma etapa final do processo de avaliação de risco, foram determinadas
as concentrações limites (Concentrações Máximas Aceitáveis – CMA) para as SQI
que apresentaram concentrações superiores aos padrões de referência ambiental
(CETESB, 2016a; USEPA, 2016) e não são de origem natural, para cada cenário
real e hipotético considerado para a área de empresa e seu entorno, assegurando
57
que os receptores identificados não estejam expostos a riscos crônicos à saúde
humana, de acordo com os critérios de risco adotados, auxiliando na tomada de
decisões e na elaboração de ações futuras a serem contempladas no plano de
intervenção.
6.12. Cronograma
Após todo o detalhamento da metodologia utilizada na elaboração desse
projeto, é apresentado a seguir o cronograma dos próximos passos para execução
da remediação ambiental na empresa em estudo:
Figura 9 - Cronograma de execução.
Fonte: Autoria Própria.
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO
7.1 Resultados das Análises
Após a execução das etapas de investigação ambiental detalhada e
avaliação de risco à saúde humana, cujos resultados foram interpretados em
conjunto, foi criado um modelo conceitual seguindo as preconizações expressas na
NBR 16.210 (ABNT, 2013c) e CETESB (2017). Segundo a norma regulamentadora
supracitada, um modelo conceitual é a representação gráfica ou escrita de um
sistema ambiental e seus processos que determinam o transporte dos
contaminantes a partir das fontes, através dos meios, até os receptores envolvidos.
Finish31/08/2019Projeto ImplementaçãoSondagem
Entrega de propostas
23/08/2018
Inícioprojeto
21/06/2018
Início Sonsagem24/08/2018
Término Sondagens16/11/2018
Implantação19/11/2018
até04/03/2019
Start Up04/03/2019
StartJunho 2018(Contrato
Operação
Término Operação31/08/2019
58
Com base nos resultados obtidos no presente trabalho, e tendo como
premissa principal a forma de como ocorreram a distribuição das SQI em
subsuperfície, é possível afirmar que a área em estudo pode ser classificada como
contaminada com risco confirmado (ACRi), de acordo com o Decreto Estadual nº
59.263. (SÃO PAULO, 2013)
No prédio do Eletrodo, foi informado pelos funcionários da indústria que a
limpeza do piso desse prédio era feita, esporadicamente, com a utilização de TCE.
Este solvente sempre foi utilizado no processo de lavagem de peças nessa área,
por meio de um equipamento que faz a logística reversa do mesmo. Neste prédio
verificou-se que os equipamentos e máquinas estão fixados no piso por meio de
parafusos que atravessam a camada do piso, favorecendo assim a infiltração do
TCE no solo e, por fim, lixiviam para a água subterrânea.
Ao associar os resultados da investigação em alta resolução com as
concentrações detectadas nas fases vapor do solo e dissolvida na água
subterrânea, verificou-se uma moderada quantidade de massa de compostos
clorados (3,734 kg), exatamente pelo fato da infiltração de pequenas quantidades
de solvente, utilizado para lavagem do piso, por meio dos orifícios onde se
encontram os parafusos.
As concentrações detectadas de TCE nas amostras de vapores do solo no
interior do prédio do eletrodo, indicaram a possibilidade de risco aos trabalhadores
deste prédio por meio da inalação de vapores em ambientes fechados, embora
esse resultado não seja denotado na avaliação de risco devido ao fato das planilhas
da CETESB (2013b) não considerarem o meio físico ar para entrada das
concentrações.
O meio físico sob o prédio do eletrodo, especificamente na porção superior
do aquífero livre, indica características redutoras (valores negativos de ORP e
baixos valores de OD) e uma camada de areia fina argilosa com presença de
matéria orgânica. Este ambiente favorece o processo de decloração redutiva, com
a formação de subprodutos a partir da degradação do composto principal, neste
caso, o TCE. A decloração redutiva do TCE advém da substituição sucessiva de
átomos de cloro por oxigênio e propicia o surgimento de seus subprodutos, entre
eles o cis+trans-1,2-dicloroeteno e o Cloreto de Vinila.
59
Quando tratamos os resultados das análises provenientes dos poços de
monitoramento, é notada a presença de valores superiores aos aceitáveis em
legislação, conforme mostra a tabela a seguir:
Tabela 1 - Concentração de contaminantes nos poços de monitoramento em relação aos valores orientados para solos, de acordo com as diretrizes da DD 256/2016.
Contaminante PM-02 PM-03 PM-04 PM-05 Limite Máx.
Cloreto de Vinila < 1,0 µg/L < 1,0 µg/L < 1,0 µg/L 268 µg/L 2,0 µg/L
Cis -1, 2-Dicloroeteno 99,5 µg/L < 1,0 µg/L 19,5 µg/L 44 µg/L 50,0 µg/L
Trans -1, 2-Dicloroeteno < 1,0 µg/L < 1,0 µg/L < 1,0 µg/L 7,3 µg/L 50,0 µg/L
Tricloroeteno 14,2 µg/L 19,6 µg/L 5,6 µg/L 6,1 µg/L 20,0 µg/L
Fonte: Autoria Própria.
Com o surgimento do cis+trans-1,2-dicloroeteno e o Cloreto de Vinila em
subsuperfície, que possuem características altamente solúveis em água,
juntamente com um solo predominantemente arenoso e a operação do poço de
abastecimento, situado a jusante do prédio do eletrodo, verificou-se um arraste das
concentrações detectadas na água subterrânea para porção mais profundas do
aquífero livre, atingindo a sua base (topo rochoso).
Embora os fatores supracitados estejam ocorrendo, verificou-se que as
concentrações dessas substâncias não apresentaram-se superiores aos padrões
legais aplicáveis na água subterrânea do poço de abastecimento. É importante
salientar que a água para consumo, após extração é encaminhada para um
rigoroso tratamento cujas análises evidenciam que a qualidade da água para o
consumo está atendendo os limites expressos na Portaria 2914 do Ministério da
Saúde (2011).
O quadro a seguir, apresenta um exemplo de modelo conceitual ambiental
considerado para o cenário real, juntamente com a avaliação da necessidade de
aplicação de medidas de intervenção, após a etapa de avaliação de risco a saúde
humana.
60
Quadro 2 - Exemplo de modelo conceitual ambiental.
Fonte: Adaptado do Relatório de Investigação Ambiental Detalhado e Avaliação de Risco à Saúde
Humana.
De forma ilustrativa e de modo a representar o modelo conceitual de
exposição do prédio do Eletrodo, foi elaborada a figura a seguir:
Figura 10 - Exemplo ilustrativo do modelo conceitual de exposição do prédio do Eletrodo.
Fonte: Adaptado do Relatório de Investigação Ambiental Detalhado e Avaliação de Risco à Saúde
Humana.
A partir dos resultados das etapas de investigação ambiental detalhada e
avaliação de risco à saúde humana, e após a confirmação da área em estudo ser
classificada como contaminada com risco confirmado (ACRi), de acordo com o
Decreto Estadual nº 59.263 (SÃO PAULO, 2013), foi dado início ao projeto de
remediação utilizando a técnica mais adequada para a empresa.
CenárioÁrea de
interesse
Área de
interesseFonte primária SQI
Mecanismo de
transporte
Fonte secundária
de contaminação
Caminho e ponto de
exposição e via de
ingresso
Receptores
Necessidade de adoção
de medidas de
intervenção
Sim
Lavagem do piso com
solvente TCE, e
eventuais vazamentos
de TCE dos tambores
e na máquina de
lavagem de peças
tricloroeteno,
cis+trans-
1,2-
dicloroeteno,
cloreto
de vinila
Infiltração no solo,
solubilização na
água subterrânea e
volatilização
Real Código
interno
Prédio
Eletrodo
solo, vapores no
solo e água
subterrânea
Inalação de vapores a
partir do particionamento
dos
contaminantes da água
subterrânea para o ar em
ambientes fechados (na
fonte) / ingestão de água
subterrânea
Trabalhadores
da empresa
61
Foto 11 - Foto da preparação do prédio do Eletrodo para instalação dos equipamentos da remediação.
Fonte: Autoria própria.
Foto 12 - Foto da preparação do prédio do Eletrodo.
Fonte: Autoria própria.
62
Foto 13 - Foto da preparação do prédio do Eletrodo para remediação.
Fonte: Autoria própria.
7.2 Técnicas de Remediação
Para o presente trabalho, foram consideradas 3 técnicas de remediação que
possivelmente poderiam atender aos requisitos de tratamento da área em estudo,
de acordo com as análises realizadas ao longo dos trabalhos de investigação
detalhada para caracterização do empreendimento e da área contaminada. No
entanto, a tecnologia mais viável para a empresa, considerando tempo de
remediação e se baseando em cases que tiveram sucesso utilizando a mesma
tecnologia, foi decidido que a remediação ambiental por dessorção térmica
associada à extração de vapores (Electro Thermal Stripping Process (ET-DSP™)
teria as melhores entregas para o projeto.
Essa técnica de remediação ambiental consiste em um processo de
degradação e remoção da massa contaminante por aquecimento do meio
subterrâneo (solo e água subterrânea). É uma tecnologia de aquecimento por
eletrorresistividade com eletrodos, além de um controle de circulação de água, que
garantem um resultado de aquecimento superior, mais rápido, uniforme e garantido,
com gasto energético otimizado. Os primeiros testes operacionais tiveram duração
de um mês e logo após a checagem completa dos componentes, iniciou-se o
63
aquecimento e a extração de vapores, cujo prazo estabelecido de operação é de
180 dias.
Para o projeto, foram realizadas a instalação de 112 pontos de eletrodo
(porém por questões de segurança, 4 desses pontos foram desativados), para
aquecimento do solo e 38 poços de extração de vapores, que retiram o vapor
contaminado de dentro do prédio e através de linhas de fibra enviam o vapor para
um tanque a vácuo e posteriormente para a estação de tratamento. A meta de
temperatura de atuação dos eletrodos é de 100ºC e a profundidade em que vem
sendo desenvolvido o projeto atinge os 10m.
Para o tratamento dos vapores foi considerada a utilização de um sistema
regenerativo de carvão, que faz com que o projeto tenha uma economia significativa
com custos de disposição e transporte de material contaminado, além de reduzir a
geração de resíduos. Para o monitoramento da eficiência do tratamento e a
comprovação da remoção de massa de contaminantes, está prevista a coleta
mensal dos vapores de entrada e saída do sistema regenerativo do carvão.
O processo de tratamento consiste na retirada de líquidos e vapores através
dos poços de extração, passando por um tanque a vácuo fora do prédio do Eletrodo,
que garante um transporte do fluído de forma mais equalizada. Posteriormente,
passa-se por um trocador de calor que vai garantir que todo material seja
transformado em vapor e por tubulação, o fluído segue até a Estação de
Tratamento, onde existe um outro trocador de calor que garante que o material seja
agora condensado para tratamento. Os resultados mostram que 95% da água é
reaproveitada no processo e que 100% dos vapores extraídos, condensam nos
trocadores de calor e segue adequadamente para tratamento.
Foto 14 - Foto da Estação de Tratamento instalada para o tratamento e remediação.
Fonte: Autoria própria.
64
Para o processo de remediação, nas tubulações verticais foram utilizados
aço inox e teflon e para as tubulações horizontais foi utilizado fibras de vidro, que
não degradam e são mais maleáveis de se trabalhar. A seguir, tem-se algumas
imagens do processo de instalação dos equipamentos necessários para a
remediação:
Foto 15 - Instalação da tubulação horizontal de extração de contaminante com fibras de vidro.
Fonte: Autoria própria.
Foto 16 - Instalação do poço de extração com aço inox/ teflon.
Fonte: Autoria própria.
65
Foto 17 - Instalação dos pontos de eletrodo.
Fonte: Autoria própria.
Foto 18- Instalação do Vapor Cap (camada de proteção térmica feita com um concreto mais aerado para manter a temperatura dentro do solo).
Fonte: Autoria Própria.
66
Foto 19 - Foto do prédio do Eletrodo na parte externa, com os pontos de eletrodo e manta de Vapor Cap sobre o solo.
Fonte: Autoria Própria.
A operação do sistema de remediação e avaliação dos resultados durante a
operação será realizada remotamente em tempo real. A seguir será apresentado
imagens do software que auxilia no monitoramento da temperatura e potência dos
eletrodos (pontos de máximo, mínimo e média), no detalhamento dos pontos, na
circulação de água no processo e no consumo de energia elétrica.
Figura 11 - Tela inicial do software de monitoramento da remediação, com o resumo do tratamento.
Fonte: Reconditec – Sistema de Remediação.
67
Figura 12 - Tela do software que apresenta a variação de temperatura dos eletrodos de acordo com a profundidade do solo (exemplo para 1,5m).
Fonte: Reconditec – Sistema de Remediação.
Figura 13 - Tela do software que apresenta a variação de temperatura dos eletrodos de acordo com a profundidade do solo (exemplo para 3,5m).
Fonte: Reconditec – Sistema de Remediação.
68
Figura 14 - Tela do software com o resumo da potência dos eletrodos, do tratamento e do consumo de água nas últimas 24 horas.
Fonte: Reconditec – Sistema de Remediação.
Figura 15 - Tela do software com o detalhamento dos pontos do eletrodo.
Fonte: Reconditec – Sistema de Remediação.
69
Como pudemos observar nas imagens apresentadas anteriormente, o
processo de remediação vem sendo acompanhado rigorosamente, a fim de se
atender a todos os requisitos básicos para o bom funcionamento do projeto.
Atualmente, após 3 meses que foi dado o início da remediação, os resultados
mostraram que já foram retirados os 3,7 Kg de contaminantes clorados
apresentados no Relatório de Investigação Detalhada, porém ainda não foram
atingidos os valores orientados para solo, estabelecidos na Decisão de Diretoria Nº
256/2016/E (ESTADO; PAULO, 2016), que espera-se ser atingido ao fim dos 180
dias de remediação.
Em relação a energia elétrica, são consumidos 1.100 kW por hora, que é
gerado com o funcionamento full time de 5 geradores de 550 kVA cada e tendo 4
geradores reservas, no qual passam periodicamente por um turn over para se
manter o padrão de funcionamento. O combustível utilizado no funcionamento dos
geradores é o Diesel que possui um consumo médio de 6.000L por dia. Cada
eletrodo consome em média 10 kW por hora.
Foto 20 - Fotos dos geradores de energia elétrica.
Fonte: Autoria Própria.
A meta de temperatura dentro do projeto é de 100ºC, porém essa tem sido
uma grande dificuldade dentro do projeto de remediação. Em média os eletrodos
trabalham a uma faixa de temperatura dos 74ºC, tendo como ponto máximo os
97,2ºC. Essa dificuldade se deve ao fornecimento deficitário de energia proveniente
dos geradores que frequentemente precisam passar por turn over devido ao
superaquecimento.
70
8. CONCLUSÃO
Esta monografia abordou desde a definição dos trabalhos iniciais de uma
avaliação de passivos ambientais do solo, até uma etapa de remediação. Foram
detalhadas também as etapas do gerenciamento de áreas contaminadas, assim
como o processo de identificação/reabilitação, que foram de extrema importância
para as etapas subsequentes do projeto.
A metodologia aplicada para a execução deste trabalho seguiu as
orientações preconizadas no “Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas”
(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, 2001), nos
“Procedimentos para Gerenciamento de Áreas Contaminadas” publicado na
Decisão de Diretoria (DD) n° 038/2017/C pela CETESB (2017), nos “Valores
Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas no Estado de São Paulo” publicado
na Decisão de Diretoria (DD) nº 256/2016/E pela CETESB (2016), no Decreto
Estadual 59.263 (São Paulo, 2013), bem como nas instruções técnicas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e legislação vigente.
O processo de identificação, caracterização e consequentemente a
confirmação, delimitação e análise de risco de uma contaminação são as ações
que definiram o risco da empresa em estudo. O procedimento inicial de
caracterização da área de interesse para definições das etapas seguintes, que
fazem parte da avaliação preliminar de passivo ambiental, são essenciais para a
obtenção de sucesso nas tomadas de decisão.
Um outro fator importante que auxiliou na identificação das possíveis fontes
de contaminação, foi a investigação do histórico operacional, que proporcionou um
maior detalhamento das atividades executadas. Dessa forma, foi informado através
dos funcionários da empresa que a limpeza do piso do prédio do Eletrodo era feita,
esporadicamente, com a utilização de TCE. Este solvente sempre foi utilizado no
processo de lavagem de peças nessa área, por meio de um equipamento que faz
a logística reversa do mesmo. Além disso, também foi identificado que os
equipamentos e máquinas eram fixados no piso por meio de parafusos que
atravessavam a camada do piso, favorecendo a infiltração do mesmo.
71
Dessa forma, com base nos resultados da Investigação Ambiental Detalhada
e Avaliação de Risco à Saúde Humana, é possível afirmar que a empresa
apresentava risco confirmado aos usuários locais, podendo ser classificada como
Área Contaminada com Risco Confirmado (ACRI) segundo CETESB (2017).
As concentrações de Tricloroeteno detectadas no vapor do solo indicaram,
de forma conservadora, a possibilidade de incidência de risco à saúde humana para
os trabalhadores industriais situados em ambientes fechados no prédio do Eletrodo,
indicando a necessidade de medidas de intervenção nessa área.
Com o intuito de conter o avanço das plumas de contaminação das SQI que
estão no prédio do Eletrodo, em direção a outros pontos da fábrica, principalmente
em direção aos poços de abastecimento de água, foi decidido a adoção de medidas
de remediação de compostos orgânicos. A técnica aplicada foi a de dessorção
térmica associada à extração de vapores e água, visando controlar a emissão dos
vapores liberados pela volatilização dos contaminantes. Tecnologia patenteada da
empresa McMillan-MCGee Electro Thermal Dynamic Stripping Process (ET-
DSP™).
A remediação ambiental considerada nesse projeto consiste em um
processo de degradação e remoção de massa contaminante por aquecimento do
meio subterrâneo (solo e água). De acordo com o cronograma de trabalho
apresentado, as atividades de remediação tiveram início no dia 04 de Março de
2019 e possuem previsão de término no mês de Agosto do mesmo ano, quando
são completados 180 dias de remediação.
Essa técnica de remediação foi escolhida pela empresa devido a garantia de
eficiência na remoção das SQI, atingindo os resultados esperados em legislação e
ao curto prazo de tempo de remediação, que apesar de ter encontrado algumas
dificuldades em relação ao fornecimento de energia, não deve ultrapassar os 200
dias. O histórico de resultados positivos que outras empresas obtiveram utilizando
este mesmo método de remediação ambiental, também foi um dos fatores
determinantes na escolha.
Atualmente, após 3 meses do início do projeto, os resultados mostraram que
já foram retirados os 3,7 Kg de contaminantes clorados apresentados no Relatório
72
de Investigação Detalhada, porém ainda não foram atingidos os valores orientados
para solo, estabelecidos na Decisão de Diretoria Nº 256/2016/E (ESTADO; PAULO,
2016), que espera-se ser atingido ao fim dos 180 dias de remediação. Apesar
disso, os resultados têm sido muito satisfatórios, comprovando a eficácia da
tecnologia escolhida para a remediação ambiental.
Esse trabalho serve como base de metodologia para definição da avaliação
de passivo ambiental em empresas, além de mostrar um case de sucesso (que
apesar de não ter finalizado ainda, vem atingindo os objetivos propostos) de
remediação por dessorção térmica, proporcionada pela técnica de extração de
vapores e água, visando controlar a emissão dos vapores liberados pela
volatilização dos contaminantes clorados.
73
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