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Caracterização das Habilidades Motoras Fundamentais · 2018. 9. 28. · SPSS Statistical package for the social sciences TDC Transtornos de Desenvolvimento de Coordenação TGMD2

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Instituto Politécnico de Beja Escola Superior de Educação de Beja

Caracterização das Habilidades Motoras Fundamentais

em crianças do 1º ciclo do Ensino Básico Publico do

Baixo Alentejo

Professora Doutora Vânia Loureiro

Orientadora da ESEB

Ana Domingues N.º 10489

Beja

2016

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Instituto Politécnico de Beja Escola Superior de Educação de Beja

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico de Beja para cumprimento dos requisitos

necessários à obtenção do grau de Mestre em Atividade Física e Saúde Escolar, realizada sob

a orientação científica da Doutora Vânia Azevedo Ferreira Brandão de Loureiro, Professora

Adjunta do Departamento de Artes, Humanidades e Desporto da Escola Superior de Educação

de Beja.

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Instituto Politécnico de Beja - Escola Superior de Educação

I

Agradecimentos

A realização desta dissertação teve o contributo fundamental de algumas

pessoas que a tornaram possível e contribuíram para que decorresse sempre

da melhor forma.

Quero então expressar o mais sincero obrigado à Professora Doutora Vânia

Brandão Loureiro, orientadora da ESEB, que sempre se disponibilizou e me

aconselhou na realização das tarefas a que me propus, e também sempre

contribuiu com uma palavra de incentivo durante o decorrer de todo o trabalho

teve também um papel de enorme importância na minha aprendizagem pois

sempre criou as condições ideais para que pudesse evoluir.

Por fim, mas não menos importante, aos meus colegas, familiares e amigos

que sempre me incentivaram, transmitindo-me força para continuar e terminar

esta etapa tão importante.

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Instituto Politécnico de Beja - Escola Superior de Educação

II

Índice Geral

Agradecimentos .................................................................................................. I

Índice Geral ........................................................................................................ II

Índice de Figuras ............................................................................................... IV

Índice de Tabelas .............................................................................................. IV

Abreviaturas ....................................................................................................... V

Resumo ............................................................................................................. VI

Capítulo 1 - Introdução ....................................................................................... 1

1.1. Notas introdutórias ................................................................................ 1

1.2. Organização da tese ................................................................................ 2

1.3. O problema .............................................................................................. 3

Capítulo 2 - Objetivo ........................................................................................... 4

Capítulo 3 – Metodologia.................................................................................... 5

3.1. Test of Gross Motor Development ........................................................... 5

3.1.1. Estrutura do teste............................................................................... 6

3.2. Registo Dados gerais ............................................................................... 6

3.2.1. Registo no ficheiro Excel: .................................................................. 7

3.3. Testes de locomoção e de controlo de objetos do TGMD2 ...................... 9

3.4. Metodologia utilizada ............................................................................. 10

Capítulo 4 – Artigo 1 ......................................................................................... 12

4.1. Artigo 1 - As habilidades motoras fundamentais: diferenças entre géneros e a relação com o estilo de vida ativo ............................................. 12

RESUMO ................................................................................................... 12

Introdução .................................................................................................. 13

Estudos das habilidades motoras .............................................................. 14

Atividade Física ......................................................................................... 18

Níveis de Atividade Física na infância ....................................................... 19

Relação entre atividade física e as habilidades motoras ........................... 20

Conclusão .................................................................................................. 21

Bibliografia ................................................................................................. 21

Capítulo 5 – Artigo 2 ......................................................................................... 22

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Instituto Politécnico de Beja - Escola Superior de Educação

III

5.1. As Habilidades Motoras Fundamentais em crianças portuguesas: caraterização geral e equivalentes etários .................................................... 22

RESUMO ................................................................................................... 22

Introdução .................................................................................................. 24

Procedimentos Metodológicos ................................................................... 25

Amostra ..................................................................................................... 25

Instrumentos utilizados e variáveis recolhidas ........................................... 26

Procedimentos Estatísticos ........................................................................ 27

Análise dos dados ..................................................................................... 27

Discussão .................................................................................................. 30

Conclusão .................................................................................................. 31

Bibliografia ................................................................................................. 31

Capítulo 6 – Discussão Geral ........................................................................... 34

6.1. Limitações globais do estudo ................................................................. 34

6.2. Conclusões ............................................................................................ 34

6.3. Recomendações para estudos futuros ................................................... 35

Bibliografia........................................................................................................ 36

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IV

Índice de Figuras

Figura 1: Esquema geral do trabalho desenvolvido ........................................... 5

Figura 2- Aspeto do separador “dados gerais”, do ficheiro EXCELL .................. 7

Figura 3- Aspeto do separador “Locomoção”, do ficheiro EXCELL .................. 10

Índice de Tabelas

Tabela 1- Cálculo da Idade decimal ................................................................... 8

Tabela 2- Escala decimal de Healy et al (1981). ................................................ 8

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V

Abreviaturas

AF Atividade Física

DMB Desenvolvimento Motor Global Baixo

DMGB Desenvolvimento Motor Global Bom

DMN Desenvolvimento Motor Global Normal

EB Ensino Básico

HCO Habilidade de Controlo de Objetos

HL Habilidades de Locomoção

HM Habilidade Motora

HMF Habilidades Motoras Fundamentais

P Percentil

QM Quociente Motor

SPSS Statistical package for the social sciences

TDC Transtornos de Desenvolvimento de Coordenação

TGMD2 Test Gross Motor Development 2

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VI

Resumo

Introdução: Nas últimas décadas o desempenho das habilidades motoras nas

crianças tem vindo a decrescer. Além deste facto, a subestimação do papel da

atividade física e as baixas oportunidades de prática de atividade diária

resultam em menores oportunidades de aprendizagem das habilidades motoras

fundamentais. As evidencias cientificas revelam que a proficiência na

realização das habilidades motoras fundamentais é um fator fundamental na

realização de habilidades motoras complexas, participação em jogos, em

desportos e atividades desportivas recreativas, e está relacionada com uma

maior probabilidade de um estilo de vida ativo. Apesar das evidências

apresentadas, em Portugal são escassos os estudos que caraterizam as

habilidades motoras fundamentais, com recurso a um instrumento

estandardizado, que seja utilizado internacionalmente e cujos dados possam

ser comparados.

Objetivo: Este estudo teve como objetivo geral caracterizar as habilidades

motoras fundamentais, especificamente as habilidades motoras de locomoção

e de controlo de objetos, de crianças do 1º ciclo do Ensino Básico Publico do

Baixo Alentejo, inseridas no “Projeto Lancheira Sorriso em Movimento”.

Métodos: Estudo transversal, quantitativo, que decorreu entre o ano de 2015 e

2016, com uma amostra de 417 crianças (214 raparigas e 203 rapazes,

Midade=6,9 ± 0,5 anos) do 1º ciclo do Ensino Básico do distrito de Beja. O

estudo contou com a participação de uma vasta equipa multidisciplinar,

liderado pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo de Portugal onde,

entre outros aspetos, foram avaliadas nas habilidades motoras fundamentais.

Para a avaliação das habilidades motoras fundamentais recorreu-se à bateria

Test of Gross Motor Development, Second Edition (Ulrich, 2000). Para a

análise, descritiva e inferencial, dos dados recorreu-se ao SPSS, versão 24.0

para o Windows. O nível de significância foi colocado a 5% (p<0.05).

Resultados: Através dos estudos consultados verificamos que existe um

grande défice no que diz respeito à prática de atividade física, que por sua vez

vai influenciar o desenvolvimento das HMF e valores mais baixos no

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VII

desenvolvimento das HMF. O estudo implementado revelou que as crianças do

Baixo Alentejo apresentam elevada proficiência ao nível das habilidades de

locomoção e no sentido inverso apresentam níveis baixos nas habilidades de

controlo de objetos. A baixa proficiência das habilidades de controlo de objetos

é mais evidente, facto também evidenciado por uma idade motora equivalente

inferior à idade cronológica.

Conclusões: É importante fomentar a prática de atividade física, com foco no

desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, mais concretamente

as habilidades de controlo de objetos. O desenvolvimento de oportunidades de

prática e a criação de experiências motoras deve ser dirigido a todas as

crianças, mas, neste caso particular, ajustada em concreto ao género feminino.

Palavras Chave: Criança, Género, Idade Equivalente, Habilidades Motoras

Fundamentais, Habilidades Locomotoras, Habilidades de Controlo de Objetos

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VIII

Abstrat

Introduction: In the last decades the performance of motor skills in children

has been decreasing. In addition, underestimation of the role of physical activity

and the low opportunities for daily activity practice result in lower learning

opportunities for fundamental motor skills. Scientific evidence reveals that

proficiency in the achievement of fundamental motor skills is a key factor in

achieving complex motor skills, participation in games, sports and recreational

sports, and is related to a greater likelihood of an active lifestyle.Despite the

evidence presented, in Portugal there are few studies that characterize

fundamental motor skills, using a standardized instrument that is used

internationally and whose data can be compared. Objective: The objective of

this study was to characterize the basic motor skills, specifically the motor skills

of locomotion and object control, of children of the 1st cycle of Basic Public

Education of Baixo Alentejo, inserted in the “Projeto Lancheira Sorriso em

Movimento”. Methods: A cross-sectional, quantitative study was carried out

between 2015 and 2016, with a sample of 417 children (214 girls, 203 boys,

Midade = 6.9 ± 0.5 years) from the 1st cycle of the Kiss. The study was

attended by a large multidisciplinary team, led by the Local Health Unit of Baixo

Alentejo de Portugal where, among other aspects, were evaluated in the

fundamental motor skills. For the evaluation of the fundamental motor skills we

used the battery Test of Gross Motor Development, Second Edition (Ulrich,

2000). For the descriptive and inferential analysis of the data, we used SPSS,

version 24.0 for Windows. The level of significance was set at 5% (p

<0.05).Results: Through the studies consulted we verified that there is a great

deficit regarding the practice of physical activity, which in turn will influence the

development of fundamental motor skills and lower values in the development

of fundamental motor skills. The implemented study revealed that the children

of Baixo Alentejo have high proficiency in the locomotion skills and in the

opposite direction they present low levels in the control abilities of objects.. The

low proficiency of object control skills is more evident, also evidenced by a

motor age equivalent to less than the chronological age.

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Instituto Politécnico de Beja - Escola Superior de Educação

IX

Conclusion: It is important to encourage the practice of physical activity, with a

focus on the development of fundamental motor skills, more specifically, object

control skills. The development of opportunities for practice and the creation of

motor experiences should be directed at all children, but in this particular case,

adjusted specifically to the female gender.

Key Words: Children, Gender, Age equivalent, fundamental motor skills,

Locomotion, Object Control

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Instituto Politécnico de Beja - Escola Superior de Educação

1

Capítulo 1 - Introdução

1.1. Notas introdutórias

O presente trabalho insere-se no âmbito do Mestrado em Atividade Física e

Saúde Escolar e propõe-se a compreender melhor as competências motoras

das crianças, através da caracterização das habilidades motoras fundamentais

(HMF) das crianças do 1º ciclo do Ensino Básico, no ensino público do Baixo

Alentejo.

Nas últimas décadas o desempenho das habilidades motoras (HM) nas

crianças tem vindo a decrescer (Zahner & Dossegger, 2004). Este decréscimo

é justificado de diversas formas tais como a subestimação do papel do

movimento (L. Lopes, Lopes, Santos, & Pereira 2011), a falta de suporte

familiar para a participação em atividades físicas (Goellner, Votre, Mourão, &

Figueira, 2010) e pelo estereótipo de género (Silva, Gomes, & Goellner, 2008).

A subestimação do papel da atividade física e as baixas oportunidades de

prática de atividade diária, seja no contexto escolar como em atividades de

participação organizada ou voluntária, implicam um défice de movimento e

resultam em menores oportunidades de aprendizagem das HMF.

Dos imensos instrumentos existentes para a avaliação motora, o Test Gross

Motor Development 2 (TGMD2), de Ulrich (2000), é um dos mais utilizados para

avaliar a competência motora (V. Lopes, Saraiva, & Rodrigues, 2016) através

da análise das HMF. As HMF são definidas como movimento que envolve

grandes massas musculares do tronco, braços e pernas (Clark, 1994) e

tipicamente são divididas em dois tipos: habilidades de locomoção (HL) e de

controlo de objetos (HCO) (Haywood & Getchell, 2009).

Ulrich (2000) refere que o teste (TGMD2) tem como principais funções:

identificar as crianças que estão significativamente atrasadas em relação a

seus pares no desenvolvimento das HMF; planear um programa curricular com

foco no desenvolvimento motor; avaliar o progresso individual no

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2

desenvolvimento de HMF; avaliar o êxito de um programa motor; servir como

instrumento de medidas em pesquisas que envolvem as HMF. Em Portugal, e

durante a preparação final do presente documento, foi verificado por Lopes,

Saraiva e Rodrigues (2016), que a versão portuguesa do TGMD2 é uma

ferramenta válida para avaliar as habilidades motoras globais das crianças

portuguesas, com idades entre 5 a 10 anos.

Neste estudo adotou-se o TGMD2 como instrumento para avaliar as HMF de

crianças do 1º ciclo do ensino básico público do Baixo Alentejo, num total de 13

concelhos de Beja. O trabalho foi possível devido à colaboração de uma vasta

equipa multidisciplinar, inserida no projeto ‘Lancheira Sorriso em Movimento’,

liderado pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo de Portugal, e à

participação de dois docentes das Ciências do Desporto do Instituto Politécnico

de Beja, responsáveis pela coordenação do trabalho de avaliação das HMF.

Este documento é o início de um árduo, mas motivador caminho que é

necessário traçar no âmbito do desenvolvimento integral da criança, na

valorização do papel do movimento, na alfabetização motora e

consequentemente no aumento de oportunidades de prática de AF diária e na

promoção de um estilo de vida mais ativo com repercussões positivas para a

saúde.

1.2. Organização da tese

O presente documento foi organizado de modo a apresentar os dois artigos

submetidos em capítulos separados.

A tese é constituída por este primeiro capítulo, onde são tratados, de forma

sumaria o tema de investigação, a organização geral do documento e o

problema investigado. No capítulo dois expomos o objetivo geral de

investigação, os objetivos específicos que originaram os artigos que compõe o

trabalho e o esquema geral de investigação.

O capítulo três pretende apresentar um enquadramento teórico estruturante

dos restantes capítulos e que objetivaram a sua realização, através da

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3

caracterização do TGMD2. No quarto capítulo descrevemos os pontos

metodológicos comuns aos artigos que integram os capítulos seguintes, tendo

como tema as habilidades motoras fundamentais: diferenças entre géneros e a

relação com o estilo de vida ativo. Os capítulos seguintes dois artigos

submetidos a revistas com revisores, o que fez com que fossem organizados

em Resumo, Introdução, Metodologia, Resultados e Discussão. Para facilitar a

leitura deste documento, entendeu-se fazer uma Bibliografia Geral englobando

todos os autores que foram citados. No último capítulo é apresentada a

discussão geral, incluindo propostas de futuras investigações, as limitações e

as conclusões do estudo.

1.3. O problema

Qual a competência motora das crianças do 1º ciclo do Ensino Básico do

Baixo Alentejo?

A aquisição das HMF é um fator fundamental na realização de habilidades

motoras complexas, participação em jogos, em desportos e em atividades

desportivas recreativas, conduz a um estilo de vida mais ativo (Carley, 2010;

Stodden et al., 2008) e resulta em consequências positivas para a saúde

(Stodden, True, Langendorfer, & Gao, 2013). Além dos efeitos a curto e médio

prazo, existem evidências de que as crianças que são mais proficientes na

realização das HMF têm uma maior probabilidade de se tornarem adolescentes

e adultos ativos (Hume et al., 2008; Stodden et al., 2008).

A compreensão das relações entre as HMF das crianças, a perceção de

competência motora, os níveis de AF e os aspetos da condição física

relacionada com a saúde é particularmente relevante pois permite a

identificação de caraterísticas individuais e do contexto que estão associadas a

comportamentos ativos.

O decréscimo no desempenho das HM nas crianças justificado através do

estereótipo de género (Silva et al., 2008) é particularmente sensível no caso

das raparigas. Os dados indicam claramente que as raparigas realizam

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4

significativamente menos AF do que os seus pares (Keller, 2008; Sallis,

Prochaska, & Taylor, 2000) e os rapazes também são mais proficientes na

realização de HM (Gabbard, 2004), concretamente nas HCO como lançar,

agarrar e pontapear (Hume et al., 2008; Okely & Booth, 2004; Valentini,

Spessato, & Rudisill, 2007). Relativamente às HL, muitos estudos não

evidenciam diferenças entre géneros (Goodway, Crowe, & Ward, 2003; Hume

et al., 2008).

Um estudo realizado apenas com raparigas iranianas verificou que a

competência motora tem mais influência no nível de AF do que a perceção de

competência motora (Khodaverdi, Bahram, Khalaji, & Kazemnejad, 2013).

Em Portugal, existe um número reduzido de estudos portugueses que avaliem

a competência motora através do TGMD 2 mas, existem evidências que as

HCO têm níveis de proficiência baixos (L. Lopes et al., 2011) e que os rapazes,

dos três ao 10 anos apresentam-se mais proficientes do que as raparigas nas

habilidades de manipulação (Afonso et al., 2009).

Capítulo 2 - Objetivo

De acordo com os estudos consultados, procedeu-se à elaboração do seguinte

objetivo:

Caraterizar as habilidades motoras fundamentais de crianças, de ambos os

géneros, com idades compreendidas entre os 6 e os 9 anos, do primeiro

ano do 1º ciclo do Ensino Básico Público do Baixo Alentejo.

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5

Figura 1: Esquema geral do trabalho desenvolvido

Capítulo 3 – Metodologia

Nesta secção será descrita a metodologia utilizada, será apresentada de forma

pormenorizada o TGMD2 bem como, os processos inerentes à sua utilização.

3.1. Test of Gross Motor Development

O Test of Gross Motor Development, 2nd Edition (TGMD2) avalia crianças dos

3 anos e 0 meses aos 10 anos, 11 meses e 29 dias e tem como principais

objetivos caracterizar e auxiliar o planeamento de programas instrutivos; avaliar

o progresso individual do estudante; avaliar programas e serve como

instrumento de medida na pesquisa que envolva o desenvolvimento motor

global.

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Instituto Politécnico de Beja - Escola Superior de Educação

6

O TGMD2 mede as habilidades motoras mais comuns (motricidade global) e

pode ser utilizado por educadores em geral, psicólogos e técnicos da área das

ciências do desporto. A particularidade do TGMD2 esta no facto de ser o único

teste que foca a sua atenção apenas nas habilidades motoras globais e não

nas habilidades motoras finas e globais, como a maior parte dos testes.

O Ulrich (2000) refere que os dados normativos advêm de indivíduos sem

problemas visuais e sem incapacidades, sendo pouco clara a aplicabilidade

dos dados normativos para indivíduos com problemas visuais e com

incapacidades. O TGMD2 não foi estandardizado, em termos de procedimentos

de administração e interpretação, para indivíduos com problemas visuais.

Algumas habilidades, tal como apanhar a bola, podem ser complexas para

indivíduos com incapacidades visuais. O autor refere que não foram efetuadas

adaptações especificas para indivíduos com problemas visuais. Qualquer

adaptação informal requer estandardização e normalização dos itens antes da

sua comparação com os dados normativos existentes.

3.1.1. Estrutura do teste

O TGMD2 e composto por 12 HM (skills) onde esta incluído o grupo de

habilidades referentes a locomoção (correr, galopar, pé coxinho, saltar por

cima, salto horizontal, deslocamento horizontal) e o grupo de habilidades

referentes ao controlo de objetos (rebater uma bola estática, drible estático,

agarrar, pontapear uma bola estacionária, lançar por cima, lançar por baixo –

rebolar). As HL e as HCO que compõem os testes possuem 24 critérios de

êxito cada.

3.2. Registo Dados gerais

A recolha de dados foi levada a cabo por 13 licenciados em Educação Física/

Desporto, sempre acompanhados pela professora titular da turma, inseridos na

equipa multidisciplinar do projeto ‘Lancheira Sorriso em Movimento’, liderado

pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo de Portugal. A recolha

decorreu de acordo com as descrições originais (Ulrich, 2000) através de

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7

observação indireta (registo e visualização de vídeo). Os dados dos alunos das

13 escolas do 1º ano do 1º ciclo do Ensino Básico Público do Baixo Alentejo,

foram inseridos em ficheiro Excel criado para o estudo como se pode ver na

Figura 2.

Figura 2- Aspeto do separador “dados gerais”, do ficheiro EXCELL

3.2.1. Registo no ficheiro Excel:

Primeiramente selecionámos o concelho, introduzimos o nome da escola,

professor titular, professor de Ed. Física / Técnico de Desporto, a data de

avaliação (ano, mês, dia), indicámos o local onde se realizou a avaliação, e

inserimos os últimos 4 dígitos do cartão de cidadão, mantendo o anonimato do

aluno, indicámos também o género, a data de nascimento e a mão e pé

dominante, caso não soubéssemos qual a mão e pé dominante, colocávamos

as crianças de frente para uma bola e pedíamos que pontapeassem ou

agarrassem. A determinação da idade, em anos, foi realizada pela escala

decimal de Healy et al (1981). Para realizar o cálculo da idade decimal

realizámos os processos de acordo com o exemplo apresentado na tabela 1 e

recorrendo à escala apresentada na tabela 2.

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8

Tabela 1- Cálculo da Idade decimal

Data da avaliação: 15 Janeiro 2013 Data de nascimento: 20 Junho 2006

Mantemos os últimos 2 dígitos do ano

(13) e procuramos na tabela 2,

apresentada em baixo, o número

correspondente à data de 15 de Janeiro

(033).

Assim, inserimos 13,033

Mantemos os últimos 2 dígitos do ano (06)

e procuramos na tabela 2, apresentada em

baixo, o número correspondente à data de

20 de Junho (466).

Assim, inserimos 06,466

Tabela 2- Escala decimal de Healy et al (1981).

Os dias do mês encontram-se na coluna da esquerda e os meses encontram-se na linha superior.

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9

Os restantes separadores do ficheiro eram referentes aos subdomínios

“Locomoção” e “Controlo de objetos”. Cada separador apresentava os critérios

de êxito das seis HMF que compõem cada subdomínio. De seguida,

apresentamos os procedimentos de implementação dos testes e de registo dos

dados.

3.3. Testes de locomoção e de controlo de objetos do TGMD2

Antes da implementação dos testes o técnico deve ter presente que tem que

ter prática na técnica de observação e analise dos critérios específicos da

realização das 12 habilidades, não esquecendo a mão e o pé dominante, deve

também demonstrar a habilidade 1 vez à criança, e certificar-se de que inclui

todos os critérios de êxito, por fim a criança deve executar 1 vez a habilidade

de modo a que se verifique se compreendeu a tarefa. Caso tenha

compreendido a tarefa deve realizar 2 vezes cada habilidade, desta vez com o

objetivo de observar e pontuar a sua prestação.

Cada HM possui um conjunto de critérios de êxito/observação associados, aos

quais era atribuído 1 ponto, caso a criança executasse corretamente o critério,

ou 0 pontos, no caso de a execução ser incorreta. O valor bruto de cada HM foi

obtido através da soma dos pontos das duas tentativas. A soma dos resultados

das 6 HM, de cada subescala, da origem a uma pontuação (score) para as HL

e outra para as HCO, em função da idade (avaliação locomotora e controlo de

objetos) e do género (avaliação de controlo de objetos). A soma das

pontuações das subescalas (TGMD2 total) converteram- se em percentis ou

quociente. (Figura 3)

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10

Figura 3- Aspeto do separador “Locomoção”, do ficheiro EXCELL

Os critérios de êxito, procedimentos de execução e materiais necessários para

a execução dos sub-testes são apresentados no Anexo 1.

3.4. Metodologia utilizada

O trabalho de campo foi realizado em 26 turmas dos 13 concelhos de influência

da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo de Portugal. O protocolo e os

procedimentos utilizados neste estudo respeitaram a Declaração de Helsínquia

para a investigação em sujeitos humanos. Explicaram-se os objetivos e

natureza do estudo, os procedimentos a adotar e solicitou-se autorização para

participar no estudo, aos Diretores das Escolas e aos Encarregados de

Educação. Foi garantida a participação voluntária das crianças e assegurou-se

a confidencialidade dos dados recolhidos.

A recolha de dados foi levada a cabo por 13 licenciados em Educação Física/

Desporto, sempre acompanhados pela professora titular da turma, e decorreu

de acordo com as descrições originais (Ulrich, 2000). Cada HM possui um

conjunto de critérios de êxito/observação associados, aos quais era atribuído 1

ponto, caso a criança executasse corretamente o critério, ou 0 pontos, no caso

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de a execução ser incorreta. O valor bruto de cada HM foi obtido através da

soma dos pontos das duas tentativas. A soma dos resultados das 6 HM, de

cada subescala, da origem a uma pontuação (score) para as HL e outra para

as HCO, em função da idade (avaliação locomotora e controlo de objetos) e do

género (avaliação de controlo de objetos). A soma das pontuações das

subescalas (TGMD2 total) converteram- se em percentis ou quociente.

Considerando os percentis do TGMD2 total e para auxiliar a compreensão dos

resultados, a classificação das HMF foi sistematizada em três categorias:

menor que percentil 50 (<P50) considerou-se desenvolvimento motor global

baixo (DMB); entre o percentil 50 e o percentil 75 (≥P50 e < P75)

desenvolvimento motor global normal (DMN) e acima do percentil 75 (≥P75)

desenvolvimento motor global bom (DMGB).

Para todas as variáveis foi calculada a estatística descritiva, utilizando-se a e o

desvio padrão para a descrição das habilidades motoras. Foram avaliadas as

distribuições das diferentes variáveis quanto à existência de outliers e quanto à

normalidade. A análise dos dados relacionados ao TGMD-2 recorreu a testes

não paramétricos, uma vez que o resultado do teste de normalidade de

Kolmogorov-Smirnov indicou que os dados não se apresentaram, na sua

maioria, normalmente distribuídos. Para a comparação da idade real e idade

equivalente utilizou-se o teste de Wilcoxon.

O programa estatístico utilizado na análise dos dados foi o SPSS, versão 24.0

para o Windows. O nível de significância foi colocado a 5% (p<0.05).

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Capítulo 4 – Artigo 1

4.1. Artigo 1 - As habilidades motoras fundamentais: diferenças

entre géneros e a relação com o estilo de vida ativo

As Habilidades Motoras Fundamentais: diferenças entre

géneros e a relação com o estilo de vida ativo

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi verificar se realmente existem diferenças

entre géneros e se o estilo de vida ativo influencia as habilidades motoras

fundamentais. Para isso foi feita uma vasta pesquisa a nível de artigos e até

mesmo de outras dissertações, e foi constatado que realmente existem

diferenças entre géneros e que um estilo de vida ativo influencia de forma

positiva o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais.

Palavras-chave: desenvolvimento motor, habilidades motoras fundamentais,

locomoção, controlo de objetos, TGMD2, atividade física

Abstract

The aim of the present study was to verify if there are indeed differences

between genders and whether the active lifestyle influences the fundamental

motor skills. For this, a vast research was done on articles and even other

dissertations, and it was found that there really are differences between

genders and that an active lifestyle influences in a positive way the

development of fundamental motor skills.

Key Words: motor skill development, age equivalent, motor fundamental motor

skills, locomotion, object control, TGMD2, physical activity

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Introdução

De acordo com vários autores citados por (Santos, 2013), desenvolvimento

motor define-se por um processo de alterações no comportamento motor que

tem início na conceção do ser humano e dai até à sua morte. Este processo

acontece devido à interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do

indivíduo e as condições do ambiente. (Clark; Whitall, 1989; Haywood;

Getchell, 2004; Gallahue, Ozmun, 2005)

Segundo Valentini & Rudisill, 2004, citado em (Valentini, et al., 2008), o

diagnóstico do desenvolvimento motor permite aos profissionais identificar as

razões que tornam o movimento limitado, dando a possibilidade de determinar

quais as habilidades que devem ser trabalhadas com mais enfase, qual o

tempo despendido para cada habilidade e quais as metas de desempenho da

criança.

O desenvolvimento motor é caracterizado por várias alterações, estas

alterações estão distribuídas por estágios ou fases que ocorrem no

comportamento. Para Gallahue e Ozmun (2005), as crianças têm uma

progressão de desenvolvimento que pode ser dividida em quatro fases: (Santos

M., 2013). Na fase motora reflexa os movimentos são involuntários e

controlados pelos centros cerebrais inferiores; na fase dos movimentos

rudimentares dá-se o inicio dos movimentos voluntários que são necessários

para a sobrevivência e a sequência dos movimentos neste período é previsível.

A fase dos movimentos fundamentais é caracterizada pelo refinamento dos

movimentos rudimentares e é dividida em estádios inicial, elementar e maduro.

Na fase de aquisição das habilidades motoras fundamentais de locomoção e

manipulação (controlo de objetos) a criança já não precisa se preocupar mais

com a sua estabilidade e possui condições de interagir dinamicamente com o

ambiente. Por fim, a fase dos movimentos especializados caracteriza-se por

habilidades motoras complexas e depende muito dos fatores da tarefa,

individuo e ambiente.

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Estudos das habilidades motoras

Segundo Lopes et al. (2011), entende-se por habilidade a capacidade que uma

pessoa tem de realizar uma determinada tarefa motora com ou sem sucesso,

derivado isto das suas aptidões ou da sua coordenação motora. Por vezes é

menosprezado o papel do movimento no desenvolvimento das crianças.

Segundo Magill (2000), as habilidades motoras dividem-se em habilidades finas

e grossas dependendo dos grupos musculares que são utilizados na ação. Nas

habilidades motoras finas são utilizados músculos mais pequenos em

movimentos que exigem precisão, por norma envolvem coordenação óculo

manual, tais como escrever, digitar, desenhar e pintar, pois exigem precisão

das mãos e dedos.

Nas habilidades motoras grossas são utilizados os músculos grandes para

realizar o movimento onde não é necessário haver precisão, neste caso estão

inseridas as habilidades motoras fundamentais que envolvem atividades

locomotoras, manipulativas e estabilizadoras (Magill, 2000; Gallahue, 2002;

Clark, 2005) cit in. (Santos M., 2013)

Dando então início à apresentação dos estudos que envolvem as habilidades

motoras em crianças temos 4 com utilização de vários testes:

Paim (2003) verificou o desempenho motor de crianças do pré-escolar, com

idades entre cinco e seis anos utilizando a análise do padrão de movimento

proposto por Gallahue e Ozmun (2005), neste estudo foi observado que as

crianças com seis anos apresentam scores superiores em relação às crianças

de cinco anos e que os meninos apresentaram scores superiores aos das

meninas em todos os movimentos avaliados.

Marques e Catenassi (2005) efetuaram um estudo com 50 crianças, sendo 31

meninos e 19 meninas, com a idade média de sete anos, com o objetivo de

comparar o comportamento motor dos componentes corporais das crianças em

duas tarefas, chutar e arremessar ao alvo e à distância. Utilizaram o modelo de

configuração total do corpo proposto por Gallahue (1989) e da análise por

componentes de Roberton e Halverson (1984). Verificaram que as crianças

apresentaram um padrão maduro na habilidade chutar nas duas restrições.

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Maforte et al. (2007), realizou um estudo em que foram analisados os estágios

de desenvolvimento de 57 crianças de sete a nove anos utilizando o protocolo

proposto por McClenaghan e Gallahue (1985). Concluíram com os resultados

que as crianças mais novas apresentavam níveis de desenvolvimento no

estágio elementar e na passagem do elementar para o maduro, já as crianças

entre oito e nove anos apresentavam níveis maduros. Em suma, esta diferença

pode ter sido resultado das diferenças de ritmo de desenvolvimento aliadas às

experiências das crianças.

Melo et al. (2008), analisaram o desempenho motor do salto vertical em 39

crianças de quatro a doze anos utilizando o modelo de Gallahue (1989) para

verificar os diferentes estágios maturacionais. Concluíram então que as

crianças no estágio maduro tiveram melhor coordenação dos membros durante

a execução do salto vertical.

Hoje em dia cada vez mais os investigadores utilizam o TGMD (Test of Gross

Motor Development) para estudar o desempenho das habilidades motoras

grossas em crianças. Exemplo disso são os seguintes estudos:

Valentini (2002), utilizou o TGMD2 antes e após a intervenção com o objetivo

de determinar a influência de uma intervenção motora, com a técnica de

motivação orientada para a maestria, com uma amostra de 91 crianças entre

os seis e os dez anos com atrasos motores, foram criados dois grupos sendo

um de controlo com 50 crianças e um de intervenção com 41. Após 12

semanas de intervenção, concluiu que foram promovidas mudanças

significativas no desempenho.

Bonifacci (2004) aplicou o TGMD 2 em 144 crianças entre os seis e os dez anos

e constatou que 10,41% mostraram habilidades motoras elevadas, 58,33%

habilidades motoras médias e 31,25% habilidades motoras baixas.

Andrade et al. (2006), analisou o desempenho das habilidades motoras

grossas em 100 crianças, 49 meninos e 51 meninas entre sete e oito anos. As

habilidades em que obtiveram melhores resultados foram correr e chutar. Em

conclusão, as meninas apresentam desempenhos mais pobres em relação aos

meninos no quociente motor geral e no geral as crianças demonstram um

desempenho muito abaixo da idade cronológica.

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Niemeijer et al. (2007) realizou um estudo onde usou o TGMD2 em duas

situações com um intervalo de nove sessões de fisioterapia para medir o

desenvolvimento motor de crianças com transtornos de desenvolvimento de

coordenação (TDC), com uma amostra de 26 crianças, 20 meninos e 6

meninas. Concluiu-se que as crianças melhoraram os seus desempenhos após

as sessões de intervenção.

Xavier (2009) utilizou o TGMD2 num estudo com o objetivo de investigar o

desempenho das habilidades motoras dentro do contexto escolar com uma

amostra de 39 crianças entre seis e sete anos e onze meses de idade. Foi

concluído com os resultados que 51,8% da amostra apresentaram um nível de

desenvolvimento motor na média, 2,6% acima da média, 28,2% abaixo da

média, 12,8% pobre, e 5,1% muito pobre. Em suma, é muito importante o

contexto escolar com oportunidades de vivências para o desenvolvimento

motor, pois em muitos dos casos é o único momento que se tem para ser

estimulado.

Pang et. al (2009), realizou um estudo em Hong Kong (China), com 167

crianças de seis a nove anos, investigou a proficiência motora através do

TGMD2 e chegou à conclusão que as crianças obtiveram resultados superiores

às amostras normativas do manual do teste e também de outros estudos

realizados anteriormente nos Estados Unidos, Brasil e Austrália.

Afonso et al. (2009), realizou um estudo na região autónoma da Madeira em

Portugal com uma amostra de 853 crianças, 426 meninos e 427 meninas, entre

os três e os dez anos, onde aplicou o TGMD2. Em conclusão à medida que a

idade avança os resultados do quociente motor geral aumenta, também se

comprovou que os meninos obtiveram melhores resultados nas habilidades do

que as meninas. A maioria das crianças da amostra foram classificadas com

uma categoria média nas habilidades de locomoção e controlo de objetos.

Lopes et al. (2011), avaliou as habilidades motoras em 21 crianças entre seis e

sete anos. Em conclusão nas habilidades locomotoras 76,2% estão acima do

percentil 50, nas habilidades de controlo de objetos, 28,6% atingiram o

percentil 50 ou mais e por fim no quociente motor geral apenas 38,1% das

crianças obtiveram o percentil 50 ou mais.

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Krebs et al. (2011), estudaram a relação entre os scores de desempenho motor

e aptidão física numa amostra de 50 crianças de 7 a 8 anos e concluíram que

os resultados apresentaram diferenças e correlações fracas em algumas

habilidades, tais como, a corrida, o salto horizontal, o saltito, a passada, o

arremesso por baixo e o arremesso da bola.

Bastik et al. (2011), realizaram um estudo com uma amostra de 120 crianças

do género masculino com uma média de idades de 10 anos, como objetivo de

avaliar as habilidades locomotora e de manipulação em atletas. De acordo com

os resultados estudados concluíram que houve diferenças significativas entre

os scores dos testes de manipulação, por outro lado não houve diferenças

significativas nos testes de locomoção.

Lemos et al. (2012), utilizou o TGMD2 em dois momentos para comparar o

desenvolvimento motor grosso com uma amostra de 50 crianças com cinco

anos, foram criados dois grupos, um com professor de Educação Física e

outros com professor de sala. Foi concluído que as crianças não apresentaram

diferenças entre as duas avaliações, mas apresentaram sim diferenças entre

grupos, sendo que o grupo do professor de Educação Física apresentou

melhores resultados.

Araujo et al. (2012), investigaram a contribuição das aulas de Educação Física

no ensino fundamental I para o desenvolvimento de habilidades motoras

fundamentais e se a prática de desportos radicais poderia diferenciar tal

desenvolvimento numa amostra de 41 crianças com idades compreendidas

entre 9 e 10 anos. Concluíram com base nos resultados que as aulas de

Educação Física no ensino fundamental I contribuíram para o desenvolvimento

de habilidades motoras fundamentais, sendo que os dois grupos não

apresentaram a idade equivalente inferior à idade cronológica e também que as

aulas de desportos radicais contribuíram significativamente para o

desenvolvimento das habilidades locomotoras.

Romanholo et al. (2012), realizaram um estudo com uma amostra de 380

crianças de 5 a 10 anos cujo objetivo foi estudar a interação entre maturação

biológica, coordenação motora grossa, e o stress. Chegaram então à

conclusão que não ficou comprovada uma interferência considerável das

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variáveis, apenas na maturação que demonstrou uma pequena, mas

significante influência na coordenação motora grossa.

Rodrigues et al. (2013), utilizaram uma amostra de 50 crianças de 4 a 6 anos

para avaliar os efeitos de diferentes contextos no desenvolvimento das

habilidades motoras fundamentais e no crescimento somático de crianças no

ensino infantil. Através dos resultados obtidos chegaram então à conclusão que

o facto de estarem envolvidas em diferentes contextos de aulas de Educação

Física não é o suficiente para promover alteração somática ao longo do ano

letivo, porém a Educação Física com um professor especializado melhora o

desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais.

Nazario e Vieira (2014), estudaram a comparação do desempenho motor de

crianças que praticavam um desporto com crianças que apenas realizavam as

aulas de Educação Física numa amostra de 87 crianças de 8 a 10 anos. Por

fim foi possível concluir que o contexto desportivo influencia o nível de

desempenho motor e o desempenho das habilidades de acordo com as

exigências.

Por fim para concluir os estudos apresentados, Costa et al. (2014), utilizaram

uma amostra de 46 crianças com idades entre os 7 e 9 anos, com o objetivo de

estudar o efeito de um programa de intervenção motora sobre o

desenvolvimento motor de crianças em situação de risco social na região do

Cariri e concluíram que a proposta que utilizaram mostrou-se eficaz para

promover o desenvolvimento das habilidades locomotoras e manipulativas,

mostrando ser viável para o desenvolvimento motor das crianças do Ensino

Fundamental I.

Atividade Física

Atividade física é caracterizada por vários conceitos na literatura.

Primeiramente o mais conhecido deles todos e também mais antigo que diz

que a atividade física caracteriza-se por qualquer movimento realizado pelos

músculos esqueléticos que resulte num aumento do dispêndio energético

relativamente à taxa metabólica de repouso (Caspersen et al., 1985).

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Posteriormente surgiu o conceito de Riddoch e Boreham (2000), que diz que a

actividade física entende-se por um comportamento complexo e

multidimensional. Após dois anos Welk, (Welk, 2002) considera que todas as

formas de movimento, tais como, andar, tarefas da vida diária, atividades

desportivas organizadas ou espontâneas são atividade física que contribui para

o dispêndio energético total.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2012), o estilo e a qualidade de

vida da população, principalmente urbana, alterou o perfil da saúde pública. A

inatividade física é compreendida como um comportamento de risco para o

desenvolvimento de doenças crónicas não transmissíveis, como doenças

cardiovasculares, cancro e diabetes. De acordo com dados do Ministério da

Saúde (2012), a inatividade física é responsável por 54% dos riscos de morte

por distúrbios cardiovasculares, 50% dos derrames fatais e 37% dos riscos de

casos de cancro. Aproximadamente 3,2 milhões de mortes em todo o mundo

são atribuídas aos baixos níveis de atividade física, entre os percentuais de

60% a 85%, estão presentes nas populações dos países desenvolvidos ou em

desenvolvimento. (Santos M., 2013)

Hoje em dia tem vindo a perceber-se uma grande falta de realização de

Actividade Física nas crianças, seja em contexto escolar como também em

actividades de participação voluntária ou organizada, diminuindo assim os

benefícios que poderiam ter para a saúde. (Lopes et al., 2011). A aquisição das

HMF é um fator fundamental na realização de habilidades motoras complexas,

participação em jogos, em desportos e em atividades desportivas recreativas

(Carley, 2010; Stodden et al., 2008).

Níveis de Atividade Física na infância

De acordo com vários autores citados por (Santos M., 2013), na primeira

infância a atividade física dá a oportunidade de desenvolver e determinar a

competência motora, pois quanto maior o nível de atividade física, maior o

tempo para desenvolver experiências motoras. Já na segunda infância a

competência motora é que determina os níveis de atividade física, assim,

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indivíduos hábeis tendem a escolher atividades especificas, ou seja, crianças

hábeis tendem a ter níveis de atividade física mais altos, enquanto crianças

menos hábeis tendem a realizar menos atividade física. Este é o percurso de

desenvolvimento para a interação entre habilidades motoras e atividade física

apresentado por (Clark & Whitall, 1989) e pelo modelo de (Stodden et al. 2008).

Relação entre atividade física e as habilidades motoras

De um modo geral as atividades que as crianças realizam diariamente

oferecem uma grande diversidade de movimentos e um grande volume de

atividade, em que a que se classifica como vigorosa é realizada de forma

descontínua. Mesmo assim, nos dias de hoje com as atuais condições de vida

é complicado para muitas crianças adquirirem experiências que promovam o

desenvolvimento motor, contrariando assim a ordem natural do seu

desenvolvimento.

As HMF são definidas como movimento que envolve grandes massas

musculares do tronco, braços e pernas (Clark, 1994) e tipicamente são

divididas em dois tipos: habilidades de locomoção e de controlo de objetos

(Haywood & Getchell, 2009). Com base em vários estudos é possível observar

um decréscimo do desenvolvimento das habilidades motoras em crianças nas

últimas décadas, podendo constatar que não têm sido trabalhadas da maneira

correta ou com grande frequência as experiencias necessárias para adquirir os

movimentos certos para os estímulos do seu dia-a-dia de modo a que tenha

sucesso nas suas atividades (Lopes, Lopes, Santos, & Pereira 2011). Além dos

efeitos a curto e médio prazo, existem evidências de que as crianças que são

mais proficientes na realização das HMF têm uma maior probabilidade de se

tornarem adolescentes e adultos ativos (Hume et al., 2008; Stodden et al.,

2008)

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Conclusão

Em suma podemos constatar através dos estudos apresentados anteriormente

que existe um grande défice no que diz respeito à prática de atividade física,

que por sua vez vai influenciar o desenvolvimento das HMF, ou seja, crianças

que têm uma menor prática de atividade física tendem a apresentar valores

mais baixos no desenvolvimento das HMF, contrariamente, crianças que

praticam mais atividade física apresentam maiores valores no desenvolvimento

das HMF e até mesmo devido ao facto de serem mais evoluídas faz com que

procurem atividades especificas. Sendo assim é impreterível que sejam

proporcionados cada vez mais momentos para a prática de atividade física.

Bibliografia

Carley, M. (2010). The relationship between fundamental motor skill development and lifetime participation in physical activity. Pennsylvania State Association for Health, Physical Education, Recreation and Dance, Winter, 31-33.

Clark, J. E. (1994). Motor development. In V. S. Ramachandran (Ed.), Encyclopedia of Human Behavior (3rd ed., pp. 245-255). Encyclopedia of human behavior: NY: Academic Press.

Haywood, K. M., & Getchell, N. (2009). Life span motor development (5th ed.). Champaign, IL: Human Kinetics.

Hume, C., Okely, A., Bagley, S., Telford, A., Booth, M., Crawford, D., & Salmon, J. (2008). Does weight status influence associations between children's fundamental movement skills and physical activity. Research Quarterly for Exercise and Sport

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Stodden, D. F., Goodway, J. D., Langendorfer, S. J., Roberton, M. A., Rudisill, M. E., Garcia, C., & Garcia, L. E. (2008). A developmental perspective on the role of motor skill competence in physical activity: An emergent relationship. Quest, 60(2), 290–306. http://dx.doi.org/10.1080/00336297.2008.10483582

. Quest

, 60(2), 290-306. doi:http://dx.doi.org/10.1080/00336297.2008.10483582

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Capítulo 5 – Artigo 2

5.1. As Habilidades Motoras Fundamentais em crianças

portuguesas: caraterização geral e equivalentes etários

As Habilidades Motoras Fundamentais em crianças

portuguesas: caraterização geral e equivalentes etários

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi avaliar as habilidades motoras fundamentais

de crianças do 1º ciclo do Ensino Básico Público do Baixo Alentejo, Portugal. O

estudo envolveu 417 crianças, 214 raparigas e 203 rapazes, com idades

compreendidas entre os seis e os nove anos, que participaram no projeto

‘‘Lancheira Sorriso em Movimento’’. As habilidades motoras foram avaliadas

através do ‘Test of Gross Motor Development – Second Edition’. O maior

número de crianças apresenta HM classificadas como Boa (≥P75) nas

habilidades de locomoção (55,6%), mas, as habilidades de controlo de objetos

têm uma elevada percentagem (50,8%) na categoria má (< P50). As raparigas

são menos proficientes do que os rapazes nas habilidades de controlo de

objetos. As crianças apresentaram equivalentes etários acima da média nas

habilidades de locomoção, mas no que diz respeito às habilidades de controlo

de objetos a maior percentagem recai na categoria de HM má. Os resultados

da presente pesquisa devem conduzir à implementação de programas na

escola e com o objetivo de promover oportunidades de prática e

desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais crianças.

Palavras-chave: desenvolvimento motor, idade equivalente, habilidade motora,

locomoção, controlo de objetos, TGMD2

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Abstract

The objective of the present study was to evaluate the fundamental motor skills

of children in the 1st cycle of Basic Public Education in Baixo Alentejo, Portugal.

The study involved 417 children, 214 girls and 203 boys, aged six to nine, who

participated in the ‘‘Lancheira Sorriso em Movimento’’. The motor skills were

evaluated through the 'Test of Gross Motor Development - Second Edition'. A

high number of children presented motor skills (Good) (≥P75) in locomotion

skills (55.6%), but the control skills of objects have a high percentage (50.8%) in

the Bad category (<P50). The girls were less proficient than the boys in object

control skills.

Children had above-average age equivalents in locomotion skills (55.6%), but in

terms of object control skills, the highest percentage fell in the category of bad

HM with (50.8%). The results of this research should lead to the implementation

of programs at school and with the goal of promoting children's motor

development.

Key Words: motor skill development, age equivalent, motor skills, locomotion,

object control, TGMD2

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Introdução

Nas últimas décadas o desempenho das HM nas crianças tem vindo a

decrescer (Zahner & Dossegger, 2004). Este decréscimo é justificado de

diversas formas tais como a subestimação do papel do movimento (L. Lopes et

al., 2011), a falta de suporte familiar para a participação em atividades físicas

(Goellner et al., 2010) e pelo estereótipo de género (Silva et al., 2008).

A subestimação do papel da AF e as baixas oportunidades de prática de

atividade diária, seja no contexto escolar como em atividades de participação

organizada ou voluntária, implicam um défice de movimento e resultam em

menores oportunidades de aprendizagem das HMF.

A aquisição das HMF é um fator fundamental na realização de habilidades

motoras complexas, participação em jogos, em desportos e em atividades

desportivas recreativas, conduz a um estilo de vida mais ativo (Carley, 2010;

Stodden et al., 2008) e resulta em consequências positivas para a saúde

(Stodden et al., 2013). Além dos efeitos a curto e médio prazo, existem

evidências de que as crianças que são mais proficientes na realização das

HMF têm uma maior probabilidade de se tornarem adolescentes e adultos

ativos (Hume et al., 2008; Stodden et al., 2008)

As HMF são definidas como movimento que envolve grandes massas

musculares do tronco, braços e pernas (Clark, 1994) e tipicamente são

divididas em dois tipos: habilidades de locomoção e de controlo de objetos

(Haywood & Getchell, 2009).

Os rapazes são mais proficientes na realização de HM (Gabbard, 2004),

concretamente nas HCO como lançar, agarrar e pontapear (Hume et al., 2008;

Okely & Booth, 2004; Valentini et al., 2007). Relativamente às HL, muitos

estudos não evidenciam diferenças entre géneros (Goodway et al., 2003; Hume

et al., 2008). Apesar do número reduzido de estudos portugueses, existem

evidências que as HL se situam acima do percentil 50 (P50) e as HCO

apresenta baixa percentagem de crianças com o P50 ou superior (L. Lopes et

al., 2011). Os rapazes portugueses, dos três ao 10 anos, e em linha com os

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estudos internacionais, apresentam-se mais proficientes do que as raparigas

nas habilidades de manipulação (Afonso et al., 2009).

O presente trabalho teve como objetivo deste estudo caraterizar as habilidades

motoras fundamentais de crianças, de ambos os géneros, com idades entre os

6 e os 9 anos, do primeiro ano do 1º ciclo do Ensino Básico Público.

Procedimentos Metodológicos

O trabalho de campo foi realizado em 26 turmas dos concelhos de influência da

Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo de Portugal. O protocolo e os

procedimentos utilizados neste estudo respeitaram a Declaração de Helsínquia

para a investigação em sujeitos humanos. Explicaram-se os objetivos e

natureza do estudo, os procedimentos a adotar e solicitou-se autorização para

participar no estudo, aos Diretores das Escolas e aos Encarregados de

Educação. Foi garantida a participação voluntária das crianças e assegurou-se

a confidencialidade dos dados recolhidos.

Amostra

A amostra foi constituída por 417 crianças (214 raparigas, Midade=6,9 ± 0,5

anos) do 1º ciclo do Ensino Básico Público do Baixo Alentejo, inseridos no

projeto ‘Lancheira Sorriso em Movimento’. O projeto desenvolveu-se no ano

2015, liderado pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo de Portugal e

com a participação de uma vasta equipa multidisciplinar. As caraterísticas

gerais da amostra são apresentadas na tabela 1.

Tabela 1. Características da amostra (n=417).

Variáveis n %

Género

Feminino

Masculino

214

203

51,3

48,7

Idade (anos)

< 6 anos

> 7 anos

259

158

62,1

37,9

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Instrumentos utilizados e variáveis recolhidas

Para avaliar o desenvolvimento motor das crianças, utilizou-se o Test of Gross

Motor Development - Second Edition (Ulrich, 2000), através do qual são

medidas as HMF de crianças dos 3,0 anos aos 10,11 anos de idade. O teste

(TGMD2) e composto por doze habilidades motoras sistematizadas em dois

subdomínios: locomoção e controlo de objetos. O subdomínio de locomoção

avalia as HM que implicam o deslocamento do centro de gravidade e é

composta por 6 testes: a corrida, galope, salto a pé coxinho, salto, salto em

comprimento sem corrida preparatória e deslocamento lateral. O subdomínio

de controlo de objetos avalia as HM que envolvem projeção e receção de

objetos e é composta por 6 testes: batimento de uma bola parada com um

bastão, drible sem deslocamento, agarrar, pontapear, lançamento de uma bola

por cima do ombro e lançamento de uma bola por baixo.

O TGMD2 proporciona quatro tipo de resultados tais como os dados brutos,

percentis, valores estandardizados e equivalentes etários. Os dados brutos

correspondem ao total de pontos obtidos em cada teste (habilidade motora). Os

percentis assinalam a posição do avaliado em cada HM e género; por exemplo,

se uma criança se encontrar no percentil 5 (P5) significa que 95% dos

indivíduos, do seu género e grupo etário, apresentam resultados mais elevados

do que o seu. Os valores estandardizados caraterizam, de forma mais

concreta, os resultados de cada uma das subescalas. O quociente motor (QM)

é outro valor estandardizado, advém da soma dos resultados das duas

subescalas e representa a performance total. Os equivalentes etários

relacionam os resultados obtidos com a idade e fornecem uma “idade motora”.

A recolha de dados foi levada a cabo por 13 licenciados em Educação Física/

Desporto, sempre acompanhados pela professora titular da turma, e decorreu

de acordo com as descrições originais (Ulrich, 2000). Cada HM possui um

conjunto de critérios de êxito/observação associados, aos quais era atribuído 1

ponto, caso a criança executasse corretamente o critério, ou 0 pontos, no caso

de a execução ser incorreta. O valor bruto de cada HM foi obtido através da

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soma dos pontos das duas tentativas. A soma dos resultados das 6 HM, de

cada subescala, da origem a uma pontuação (score) para as HL e outra para

as HCO, em função da idade (avaliação locomotora e controlo de objetos) e do

género (avaliação de controlo de objetos). A soma das pontuações das

subescalas (TGMD2 total) converteram- se em percentis ou quociente.

Considerando os percentis do TGMD2 total e para auxiliar a compreensão dos

resultados, a classificação das HMF foi sistematizada em três categorias:

menor que percentil 50 (<P50) considerou-se desenvolvimento motor global

baixo (DMB); entre o percentil 50 e o percentil 75 (≥P50 e < P75)

desenvolvimento motor global normal (DMN) e acima do percentil 75 (≥P75)

desenvolvimento motor global bom (DMGB).

Procedimentos Estatísticos

Para todas as variáveis foi calculada a estatística descritiva, utilizando-se a e o

desvio padrão para a descrição das HM. Foram avaliadas as distribuições das

diferentes variáveis quanto à existência de outliers e quanto à normalidade.

A análise dos dados relacionados ao TGMD2 recorreu a testes não

paramétricos, uma vez que o resultado do teste de normalidade de

Kolmogorov-Smirnov indicou que os dados não se apresentaram, na sua

maioria, normalmente distribuídos.

Para a comparação da idade real e idade equivalente utilizou-se o teste de

Wilcoxon.

O programa estatístico utilizado na análise dos dados foi o SPSS, versão 24.0

para o Windows. O nível de significância foi colocado a 5% (p<0.05).

Análise dos dados

As medidas descritivas (valores mínimos, máximos, médias e desvios - padrão)

da amostra total (n= 417) relativamente à avaliação global TGMD2, TGMD2

avaliação locomotora e TGMD2 avaliação do controlo de objetos é apresentada

na Erro! A origem da referência não foi encontrada..

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Tabela 2: Características da amostra das variáveis em estudo (valores mínimos, máximo,

média e desvio padrão).

Variável Min. Máx. Média DP

TGMD total 3 37 21,08 7,18

Locomotora 7 69 41,43 8,53

Controlo de Objetos 9 48 33,74 9,98

Na Tabela 3, apresentam-se as percentagens dos resultados do TGMD2 total,

avaliação locomotora e avaliação do controlo de objetos, de acordo com as

categorias: menor que o percentil 50 (< P50); entre o percentil 50 e menor que

o percentil 75 (≥ P50 < P75) e maior ou igual ao percentil 75 (≥ P75). Para a

análise dos dados as HM foram classificadas como HM má (< P50); HM média

(≥ P50 < P75) e HM boa (≥ P75).

Tabela 3. Percentagem de crianças em função do percentil das habilidades motoras

(n=417).

Variável < P50 ≥P50 e < P75 (≥P75)

TGMD global 39,3 18,9 41,7

Locomotora 30,9 13,4 55,6

Controlo de Objetos 50,8 20,9 28,3

A maioria das crianças alcançam a categoria média ou boa no TGMD2 global e

na avaliação locomotora, mas, na avaliação do controlo de objetos a maior

percentagem (51%) recai sobre a categoria HM má (< P50) (Erro! A origem da

referência não foi encontrada.).

As raparigas apresentam a maior percentagem de resultados na classificação

HM má (21,8%) e no lado inverso, encontram-se os rapazes com maior

percentagem (20,6%) na categoria HM boa (tabela 4).

Tabela4. Percentagem nas categorias de HM, em função do género (n=417).

Variável < P50 ≥P50 e < P75 ≥P75

Feminino 21,8 8,4 21,1

Masculino 17,5 10,6 20,6

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Equivalentes etários nas habilidades de locomoção e de manipulação

A média das idades, cronológica e equivalente nas habilidades de locomoção e

controlo de objetos, em função do género são apresentados na tabela 5.

Tabela 5. Média da idade equivalente em função do género

Idade Cronológica Idade equivalente

Locomoção Controlo de objetos

Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino

Média DP Média DP Média DP

6,9 0,5 6,9 0,4 10,4 9,5 10,3 9,7 7,12 2,4 6,7 2,5

As médias etárias revelam que apenas as raparigas, nas HM de controlo de

objetos, apresentam equivalentes etários inferiores à sua idade cronológica.

Os equivalentes etários nas habilidades de locomoção e de controlo de objetos

em função da idade cronológica são apresentados na tabela 6.

Tabela 6. Equivalentes etários (locomoção e controlo de objetos)

Género Equivalentes etários Feminino Masculino Total

n % n % n %

Locomoção

Acima da idade cronológica 150 36 145 34,8 295 70,7

Igual à idade cronológica - - - - -

Abaixo da idade cronológica 64 15,3 58 13,9 122 29,3

Controlo de objetos

Acima da idade cronológica 100 24,0 91 21,8 191* 45,8*

Igual à idade cronológica - - - - - -

Abaixo da idade cronológica 114 27,3 112 26,9 226* 54,2*

Nas habilidades de locomoção há uma grande percentagem de rapazes

(34.8%) e raparigas (36.0%) que se encontra acima da idade cronológica. O

valor total é de 70,7%. As percentagens de crianças abaixo da idade

cronológica são 13.9% (rapazes), 15.3% (raparigas) e 29.3% (total). Nas

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habilidades de manipulação, os resultados são similares aos anteriores: 26.9%

dos rapazes, 27.3% das raparigas e 54.2% no total encontram-se abaixo da

idade cronológica. As percentagens correspondentes para a categoria acima

da idade cronológica são: 21.8% (rapazes), 24.0% (raparigas) e 45.8% (total).

Não existem crianças cuja idade cronológica seja igual ao equivalente etário.

Discussão

Atendendo ao reduzido número de pesquisas que utilizaram o TGMD2,

principalmente em Portugal, discutir os resultados deste estudo assume-se

como uma tarefa complexa. Para auxiliar a tarefa consideramos a dupla

interpretação das HM, o processo e o produto. O processo e o produto de uma

HM estão relacionados positivamente o que significa que bons resultados em

termos de produto demonstram proficiência no processo de movimento, e vice-

versa. Assim, com base nesta evidência iremos desenvolver a nossa

discussão.

Neste estudo, no que se refere as HL, a maior percentagem dos sujeitos situa-

se acima do P50 (55,6%) e nas HCO, 50,8% situam-se abaixo do P50. Estes

dados sugerem uma elevada proficiência ao nível das HL e uma baixa

proficiência das HCO. Estes resultados são corroborados por o estudo de

Lopes et al (2011) onde se verificou que as habilidades locomotoras se

situavam acima do P50 e as habilidades de controlo de objetos apresentavam

baixa percentagem de crianças no P50 ou superior. Outros estudos (Brauner &

Valentini, 2009; Pang & Fong, 2009) também encontraram as mesmas

evidências.

No que concerne a percentagem de crianças abaixo do P50, quando

comparados os resultados da avaliação locomotora e da avaliação controlo de

objetos, observa-se uma grande disparidade entre eles (30,9% e 50,8%,

respetivamente). De acordo com Lopes (2006) estes dados poderão ser

indiciadores de falta de experiências com a manipulação de objetos. Afonso et

al (2009) indicam o espaço familiar, as instituições de ensino e instituições de

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utilidade pública como local privilegiado para intervenções ao nível do

desenvolvimento motor da criança.

Em relação ao género, a maior percentagem do género feminino encontram-se

abaixo do P50 e no caso do género masculino ocorre exatamente o oposto,

sendo que se encontra a maior percentagem acima do P50 (21,8% e 20,6%,

respetivamente), o que comprova uma grande parte dos estudos, como diz

(Gabbard, 2004) os rapazes são mais proficientes nas HM do que as raparigas.

Nas idades equivalentes comprovamos a mesma situação, tanto os rapazes

como as raparigas demonstram uma idade equivalente superior à idade

cronológica, sendo que apenas num único caso esta situação inverte-se, caso

esse o das raparigas na HCO que apresenta uma idade equivalente inferior à

idade cronológica, mais uma vez a corroborar os estudos.

Conclusão

Com este estudo foi possível concluir que as crianças demonstraram

percentagens elevadas a nível das HL, pelo contrario apresentaram níveis

baixos no que diz respeito às HCO essa constatação é mais evidente nas

raparigas que demonstram uma menor aptidão para as HCO, o que se traduz

numa idade equivalente inferior à cronológica.

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Capítulo 6 – Discussão Geral

No presente capítulo, pretendemos fazer as conclusões globais do estudo

realizado.

6.1. Limitações globais do estudo

As limitações globais do estudo que se fizeram sentir foram, no caso de haver

uma equipa vasta, pode existir alguns procedimentos que não sejam cumpridos

à risca de acordo com o protocolo de avaliação.

A inexistência de outras variáveis sobre a prática de atividades física e/ou

desportiva das crianças envolvidas, variáveis pessoais e de contexto.

Aquando no inicio do trabalho o TGMD2 não estava validado e não existiam

dados de referência portugueses. À data da conclusão a bateria foi validada (V.

Lopes et al., 2016) e, embora o estudo seja com crianças da Madeira, podem

ser considerados os dados de referência portugueses de Afonso et al (2009).

6.2. Conclusões

Com esta dissertação, através de estudos complementares inerentes à

realização dos artigos apresentados anteriormente, é possível concluir que o

desenvolvimento das HMF é diretamente influenciado pela prática de atividade

física, independentemente do género ou idade das crianças. Ou seja, quanto

mais atividade física praticarem as crianças na primeira infância, melhor será o

seu desenvolvimento motor. As elações retiradas em relação ao distrito de Beja

permitem-nos verificar uma correlação com outros estudo relacionados com o

tema, sendo que mais de metade das crianças apresenta uma aptidão elevada

a nível das habilidades locomotoras, pelo contrário verifica-se uma baixa

aptidão nas habilidades de controlo de objetos, especialmente nas raparigas,

constatando assim a falta de prática destas habilidades motoras. No geral pôde

observar-se uma diferença significativa positiva no que diz respeito à idade

cronológica em relação à idade equivalente. Por fim confirma-se a necessidade

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de criar oportunidades para a prática de atividade física, proporcionando às

crianças de hoje a chance de serem os adultos ativos de amanhã.

6.3. Recomendações para estudos futuros

Consideramos que o estudo das habilidades motoras fundamentais, através do

TGMD2, deva ser associado ao estudo de variáveis antropométricas, variáveis

hemodinâmicas bem como, ao estudo e avaliação da condição física.

O alargamento do estudo a uma população com faixa etária dos 6 ao 10 anos,

idade de intervenção da bateria, também promoverá uma caraterização mais

abrangente das HMF e do estado de proficiência motora das crianças.

O estudo desenvolveu-se com crianças em contexto escolar e consideramos

ser interessante desenvolver a mesma caraterização em contextos

diferenciados.

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41

Anexo 1 - Material necessário para a implementação dos

testes e descrição das HMF.

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42

HL Correr

Correr

Material Descrição

18 Metros de espaço livre, 2 cones

Fita adesiva

________________________________

15 metros

Dois cones distanciados 15 metros entre si. Dizer à criança para correr o mais rápido

possível entre os cones após o sinal verbal “vai”. Repete duas vezes.

Critérios de êxito

1. Os braços movem-se em oposição às pernas e com os braços flectidos. 2. Existe uma breve fase aérea em que ambos os pés não contactam o solo 3. Não apoia todo o pé simultaneamente. Contacta primeiro no chão com o calcanhar ou a ponta do pé. 4. A perna livre flecte aproximadamente 90º (perto das nádegas).

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43

HL Galopar

Galopar

Material Descrição

8 metros de espaço

livre,

fita adesiva ou dois

cones

________________________________ 8 metros

1ª Tentativa

2ª Tentativa

Marcar uma distância de 8 metros com os cones ou a fita

adesiva. Dizer à criança para galopar de um cone ao outro.

Na segunda tentativa galopar em direcção ao 1º cone.

Critérios de êxito

1. Braços flectidos e ao nível da cintura durante a saída do solo.

2. Um passo em frente com o pé dominante seguido de um passo do pé não dominante até a uma posição adjacente ou atrás do pé dominante.

3. Existe um período de tempo aéreo em que os pés se encontram fora do chão. Segunda tentativa galopar em direcção ao 1º cone.

4. Mantêm um padrão rítmico em quatro galopes consecutivos

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44

HL Pé-Coxinho

Pé-coxinho

Material Descrição

No mínimo 5 metros de espaço livre.

________________________________ 5 metros (mínimo)

Dizer à criança para realizar três pé-coxinho com o

seu pé dominante e depois com o outro pé. Repete

duas vezes.

Critérios de êxito

1. A perna livre oscila para a frente num movimento pendular para produzir força. 2. O pé da perna livre permanece atrás do corpo. 3. Braços flectidos oscilando para frente para produzir força. 4. Executa três vezes consecutivas com o pé dominante 5. Executa três vezes consecutivas com o pé não dominante.

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45

HL Saltar por Cima

Saltar por cima

Material Descrição

No mínimo 6 metros de espaço livre, um saquinho de areia e

fita adesiva.

6 metros (mínimo)

Colocar o saquinho de areia no chão. Colar uma fita adesiva no chão de modo a que fique paralela e afastada cerca de 3 m do saco de feijões. A criança posiciona-

se em cima da fita adesiva, corre e salta por cima do saco. Critérios de êxito 1. Salta num pé e cai com o pé oposto;

2. Período aéreo maior do que na corrida normal;

3. O braço do mesmo lado do pé de chamada vai à frente no salto;

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46

HL Salto Horizontal

Salto Horizontal

Material Descrição

No mínimo 3 metros de espaço livre e fita

adesiva.

3 metros (mínimo)

Colocar uma marca de partida no chão. A criança terá de partir atrás da linha. Dizer à criança para saltar o

mais longe possível. Repete duas vezes. Critérios de êxito

1. Movimento preparatório inclui a flexão dos joelhos com os braços estendidos atrás do corpo 2. Braços balançam para frente e para cima atingindo a máxima extensão acima da cabeça 3. Saída do solo e recepção ao solo com ambos os pés simultaneamente. 4. Os braços são trazidos para baixo durante a queda

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HL Deslocamento Horizontal

Deslocamento Horizontal

Material Descrição

No mínimo 3 metros de espaço livre, uma linha estreita e dois cones

____________________________ 7,5 metros

Colocar os dois cones separados a 7, 5 metros. Dizer à criança para se deslocar ao longo da linha de um cone

ao outro e voltar para trás. Repetir novamente. Critérios de êxito 1. O corpo permanece lateral de modo que os ombros estão alinhados com a linha do chão. 2. Um passo lateral com o pé de apoio do lado do deslocamento seguido de um deslocamento do outro para um ponto próximo do pé. 3. No mínimo realiza quatro passos consecutivos para a direita. 4. No mínimo realiza quatro passos consecutivos para a esquerda.

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48

HCO Rebater uma Bola

Rebater uma bola (estática)

Material Descrição

Bola com pequeno peso (± 20 -25

diâmetro), bastão e plástico e o suporte da

bola

Colocar a bola no suporte ao nível da cintura da criança. Dizer à criança para bater na bola com força.

Repetir uma segunda vez. Critérios de êxito

1. A mão dominante segura o bastão acima da mão não dominante

2. O lado não dominante do corpo enfrenta o lançador imaginário com os pés paralelos

3. Rotação do tronco (cintura e ombros) durante o movimento

4.Transfere o peso do corpo para o pé da frente.

5. O bastão contacta a bola

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49

HCO Drible Estático

Drible Estático

Material Descrição Bola com 20 a 25 cm

de diâmetro para crianças com 3 a 5

anos; uma bola basquetebol para crianças com 6-10

anos

Dizer à criança para driblar quatro vezes consecutivas no mesmo local, usando uma mão e

termina agarrando a bola. Critérios de êxito

1. Contacta a bola com uma mão ao nível da cintura 2. Empurra a bola com os dedos (sem bater) 3. A bola contacta o solo à frente ou ao lado do pé do lado dominante estático 4. Mantêm o controlo da bola durante quatro dribles consecutivos sem necessitar de mexer os pés para alcançá-lo.

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HCO Receber

Receber

Material Descrição

Uma bola de plástico com 10 cm

de diâmetro; 5 metros de espaço livre e fita adesiva.

5 metros

Marcar duas linhas com uma distância entre si de 5 metros. A criança fica numa linha e o lançador fica na outra linha. Lançar a bola por baixo directamente para a criança com um ligeiro arco

orientando-a para o seu peito. Dizer à criança para agarrar a bola com as duas mãos. A bola deve

ser recebida entre os ombros e a cintura da criança. Repetir uma segunda vez.

Critérios de êxito 1. Na fase inicial, as mãos encontram-se à frente do corpo e os cotovelos flectidos 2. Os braços estendem-se para a bola quando esta se aproxima 3. A bola é agarrada apenas com as mãos

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HCO Pontapear uma Bola

Pontapear uma bola (estática)

Material Descrição

Bola de plástico ou de futebol com 20 a 25 centímetros de diâmetro, saco de

areia, 10 m de espaço livre e fita

adesiva

4 Metros 6 Metros

Parede

10 Metros

Marcar uma linha a 10 metros da parede e outra linha a 6 metros da parede. Colocar a bola em cima do saquinho de areia que se

encontra na linha mais próxima da parede. Dizer à criança para se colocar na outra linha.

Dizer à criança para correr até à bola e pontapear com força contra a parede. Repetir uma segunda vez.

Critérios de êxito 1. Aproximação contínua e rápida à bola 2. Dá um passo alongado ou pequeno salto antes do contacto com a bola 3. O pé que não pontapeia deverá ficar ao lado da linha da bola ou ligeiramente atrás da bola. 4. Pontapeia a bola com a parte interna do pé dominante.

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HCO Lançar por Cima

Lançar por cima

Material Descrição

Bola de ténis, uma parede, fita

adesiva, e 6m de espaço livre

6 Metros

Parede

Colar uma fita adesiva no chão a 6 metros da parede. A criança deve ficar atrás da linha de frente para a parede. Dizer à criança

para lançar a bola com força contra a parede. Repetir uma segunda vez.

Critérios de êxito 1. O “armar” é iniciado com um movimento circular passando junto da cintura 2. Rotação da cintura e dos ombros até ao lado não lançador estar de frente para a parede. 3. O peso é transferido com um passo do pé oposto à mão lançadora cima 4. Movimento continuo da mão lançadora que cruza diagonalmente para o lado oposto após lançamento.

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HCO Lançar por Baixo

Lançar por Baixo (rebolar)

Material Descrição

Bola de ténis para crianças com 3-6

anos; e uma softball para

crianças com 7-10 anos; dois cones; fita adesiva; 8 m

de

6 Metros

Parede

10 Metros

Colocar dois cones contra parede a uma distância entre si de 1,21 m. Colar uma fita adesiva no chão a 6 m da

parede. Dizer à criança para rebolar a bola com força de modo passar entre os cones.

Repetir uma segunda vez. Critérios de êxito

1. A mão que lança, balança para baixo e para trás passando para trás do

tronco enquanto o peito está orientado para os cones

2. Passo à frente dado pelo pé oposto à mão que lança

3. Dobra os joelhos para se baixar baixo (rebolar)

4. Liberta a bola perto do chão de modo a que a bola não ressalte mais de 10

cm de altura

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Anexo 2 – Tabela de conversão habilidades locomotoras

(Masculino e Feminino)

Anexo 3 – Tabelas de conversão habilidades de controlo

de objetos (Feminino)

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Anexo 4 – Tabelas de conversão habilidades de controlo

de objetos (Masculino)

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Anexo 5 – Tabelas de conversão dos scores em Percentil

e Quociente

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Anexo 6 – Tabelas de conversão dos scores em Idade

Equivalente