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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA CARACTERIZAÇÃO DE NANOESTRUTURAS DE ÓXIDO DE NIÓBIO PARA APLICAÇÃO EM FOTOCATÁLISE HETEROGÊNEA CAROLINE MAROLI Florianópolis Maio/2020

CARACTERIZAÇÃO DE NANOESTRUTURAS DE ÓXIDO DE NIÓBIO …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

CARACTERIZAÇÃO DE NANOESTRUTURAS DE ÓXIDO DE NIÓBIO PARA APLICAÇÃO EM FOTOCATÁLISE

HETEROGÊNEA

CAROLINE MAROLI

Florianópolis Maio/2020

2

Caroline Maroli _________________________________

CARACTERIZAÇÃO DE NANOESTRUTURAS DE ÓXIDO DE NIÓBIO PARA APLICAÇÃO EM FOTOCATÁLISE

HETEROGÊNEA

Relatório apresentado ao Departamento de Química

da Universidade Federal de Santa Catarina,

como requisito parcial da disciplina de

Estágio II (QMC 5512)

_________________________________ Daniela Zambelli Mezalira

_________________________________ Cristiane Pilissão (UTFPR – Curitiba)

Florianópolis Maio/2020

3

Agradecimentos

Primeiramente, gostaria de agradecer imensamente meus pais, Giane e

Alessandro, meu padrasto Marcel e toda minha família por todo apoio financeiro e

moral durante todo o curso. Agradeço ao meu namorado Ruann por ter me

incentivado sempre a dar o meu melhor e segurar minha mão nos momentos mais

difíceis.

Aos meus colegas de curso pelo suporte e parceria e principalmente à

Associação Atlética Acadêmica de Química (ATQ) por ter me ensinado tanto, me

presenteado com amigos que levarei para vida e por fazer meus anos acadêmicos

serem mais leves e divertidos.

Especialmente a minha orientadora Profa. Daniela que acreditou e confiou em

mim e me apresentou oportunidades incríveis. Também a minha coorientadora

Profa. Cristiane pela parceria e auxílio durante a realização deste trabalho. Aos

meus colegas de laboratório que foram fundamentais na minha experiência e

formação.

Gostaria de agradecer a Deus e a todos meus amigos e mentores que ele me

trouxe através da igreja e que me deram força pra seguir esse caminho.

4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................... 9

2.1 Materiais Catalíticos ............................................................................................ 9

2.2 Óxido de Nióbio ................................................................................................. 11

2.3 Semicondutores ................................................................................................ 12

2.4 Fotocatálise Hetereogênea ............................................................................... 14

2.5 Corantes ............................................................................................................. 16

2.6 PhotoMetrix ........................................................................................................ 19

3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 23

3.1 Objetivos Gerais ................................................................................................ 23

3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 23

4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 24

4.1 Materiais, Reagentes e Equipamentos ............................................................ 24

4.2 Caracterizações Físico-Químicas .................................................................... 26

4.2.1 Difração de Raios X (DRX) ............................................................................. 26

4.2.2 Adsorção e dessorção de Nitrogênio ........................................................... 27

4.3 Fotodegradação do corante alaranjado de metila .......................................... 27

4.3.1 Curva de Calibração ....................................................................................... 27

4.3.2 Estudos de fotodegradação .......................................................................... 27

4.4 Segurança no laboratório e descarte de resíduos ......................................... 29

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 30

5.1 Difrações de Raios X ......................................................................................... 30

5.2 Adsorção e dessorção de Nitrogênio .............................................................. 33

5.3 Fotodegradação do corante alaranjado de metila .......................................... 34

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 41

7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 42

5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Representação das bandas de energia em metais, semicondutores e

isolantes............................................................ ......................................................... 12

Figura 2. Rendimentos catalíticos de Nb2O5 (A), ZnO (B) e TiO2 (C) em função de

sua reaplicação. ........................................................................................................ 14

Figura 3. Esquema do processo fotocatalítico atuando no fotocatalisador

semicondutor. ............................................................................................................ 15

Figura 4. Fórmula estrutural do alaranjado de metila. .............................................. 17

Figura 5. Espectro de absorção do alaranjado de metila na concentração de 10-4 mol

L-1 em água. .............................................................................................................. 17

Figura 6. Interface aplicativo PhotoMetrix PRO. ....................................................... 20

Figura 7. Interface do aplicativo PhotoMetrix PRO: a) escolha do modelo de cores

da análise univariada, b) interface para análise univariada RGB ou canais múltiplos,

c) modo de calibração. .............................................................................................. 21

Figura 8. Interface do aplicativo PhotoMetrix PRO: a) escolha do modelo de cores

da análise multivariada, b) análise PCA, c) análise PLS, d) análise HCA. ................ 21

Figura 9. Difratograma de raios X do material Nb9-140. .......................................... 29

Figura 10. Difratograma de raios X do material Nb10-140. ...................................... 29

Figura 11. Difratograma de raios X do material Nb12-120. ...................................... 30

Figura 12. Representação atômica de (a) pseudohexagonal (TT-Nb2O5), (b)

ortorrômbico (T-Nb2O5), (c) monoclínico (H-Nb2O5) e esquemas estruturais 3D de (d)

ortorrômbico (T-Nb2O5) e (e) monoclínico (H-Nb2O5). FONTE: Rani et. al81. .......... 301

Figura 13. Curva de calibração para amostra de alaranjado de metila em meio

neutro. ..................................................................................................................... 322

Figura 14. Teste de Nb2O5 comercial na curva para amostra de alaranjado de metila

em meio neutro a) 0,1 g e b) 0,05 g. ....................................................................... 333

Figura 15. Equilíbrio ácido-base do corante alaranjado de metila. ......................... 344

Figura 16. Curva de calibração para amostra de alaranjado de metila em pH 3 obtido

pela adição de a) HCl 0,1 mol L-1 e b) H2SO4 0,1 mol L-1. ....................................... 355

Figura 17. Teste de Nb2O5 comercial 0,1 g na curva para amostra de alaranjado de

metila em pH 3 obtido pela adição de a) HCl 0,1 mol L-1 e b) H2SO4 0,1 mol L-1. ... 355

Figura 18. Catalisadores na curva para amostra de alaranjado de metila em pH 3

obtido pela adição de HCl 0,1 mol L-1 sendo a) Nb9-140 e b) Nb12-120 ............... 366

6

Figura 19. Catalisador Nb10-140 na curva para amostra de alaranjado de metila em

pH 3 obtido pela adição de HCl 0,1 mol L-1. ............................................................ 377

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Área superficial específica e volume de poros dos materiais de óxido de

nióbio. ........................................................................................................................ 32

Tabela 2. Concentração da solução de alaranjado de metila após reação de

fotodegradação com Nb2O5 comercial, em meio neutro. ........................................... 33

Tabela 3. Concentração da solução de alaranjado de metila após reação de

fotodegradação com 0,1 g Nb2O5 comercial, em pH 3 obtido pela adição de ácido. 35

Tabela 4. Concentração da solução de alaranjado de metila após reação de

fotodegradação com Nb9-140 e Nb12-120, em pH 3 obtido pela adição de HCl 0,1

mol L-1. ...................................................................................................................... 36

Tabela 5. Concentração da solução de alaranjado de metila após reação de

fotodegradação com Nb10-140, em pH 3 obtido pela adição de HCl 0,1 mol L-1. ..... 37

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Trabalhos que utilizaram o aplicativo PhotoMetrix nos últimos anos. ...... 22

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 1. Fluxograma da metodologia utilizada para curva de calibração. .......... 26

Esquema 2. Representação esquemática do sistema fotocatalítico de bancada

empregado na reação de decomposição do alaranjado de metila. ........................... 27

Esquema 3. Fluxograma da metodologia utilizada para fotodegradação do corante

alaranjado de metila. ................................................................................................. 27

7

RESUMO

Dentre os diferentes tipos de poluição os efluentes gerados pela indústria têxtil são

uma preocupação crescente, principalmente devido a presença de corantes que

reduzem a quantidade de oxigênio dissolvido na água e a penetração de luz,

dificultando a fotossíntese dos corpos aquáticos. A fim de remover esse poluente

específico, alguns métodos são propostos no meio científico e um deles é a

fotocatálise heterogênea. Este, é um processo baseado em reações de oxiredução

que acontecem nas superfícies de óxidos metálicos semicondutores irradiados por

luz ultravioleta ou visível, decompondo moléculas orgânicas. Um óxido metálico

viável, que além de bastante disponível no Brasil, apresenta propriedades e estudos

que comprovam sua eficiência, é o óxido de nióbio. Neste trabalho, diferentes

morfologias de óxido de nióbio foram caracterizadas e avaliadas na reação de

fotodegradação do corante alaranjado de metila. Os resultados de difração de raios

X mostraram sinais referentes as fases pseudohexagonal e ortorrômbica do óxido de

nióbio e os resultados de BET indicaram uma menor área superficial dos materiais

em relação ao óxido de nióbio comercial. Os testes de fotodegradação foram

realizados em pH neutro e ácido (pH 3) sendo testada a influência da acidificação da

solução do alaranjado de metila com HCl ou H2SO4. A solução em estudo, na

presença do fotocatalisador, foi irradiada por uma lâmpada UV de 393 nm e

alíquotas foram coletadas em diferentes tempos, no intervalo de 120 minutos. As

concentrações das soluções foram estimadas pelo método colorimétrico, utilizando

um aplicativo de smartphone chamado PhotoMetrix, que gera curvas de calibração e

faz amostragem através de imagens digitais obtidas pela câmera do celular. Nos

estudos realizados a fotodegradação não pôde ser comprovada em nenhum dos

materiais. Um dos motivos para que isso tenha ocorrido pode ter sido a baixa

potência da lâmpada utilizada. Além disso a utilização de uma pequena quantidade

de fotocatalisador bem como a possível instabilidade nas leituras com o aplicativo

PhotoMetrix podem ter sido outros fatores fundamentais.

Palavras-chave: óxido de nióbio, nanoestruturas, fotocatálise, PhotoMetrix.

8

1 Introdução

Algumas das principais preocupações em relação à poluição global são os

efluentes gerados pelas indústrias. Destacam-se aqueles efluentes que não são

removidos pelos tratamentos convencionais de água, como os corantes. É pertinente

destacar os corantes com ligações azo por ser uma das classes mais poluentes

utilizadas na indústria têxtil. Esses apresentam alta solubilidade, altas taxas de

toxicidade e os que possuem de um a três grupos sulfônicos, como o alaranjado de

metila, são classificados como aniônicos, ou seja, reagem diretamente com ácidos.

Os corantes azo utilizados na indústria têxtil, possuem origem sintética e estruturas

aromáticas com um grupamento cromóforo –N=N– que requer grupos substituintes

chamados auxocromos, grupos funcionais aceptores e doadores de elétrons, que

intensificam a cor absorvida pelo cromóforo. Portanto, essa classe de corantes,

exige atenção especial em seu descarte. Levando isso em consideração, é de

grande relevância a busca por um sistema que seja eficiente na degradação de

corantes têxteis de forma que sejam produzidas moléculas menos tóxicas.

Dentre os processos utilizados para degradação de contaminantes orgânicos

destacamos a fotocatálise heterogênea, a qual é considerada um processo oxidativo

avançado (POA). Neste processo é necessário a utilização de um fotocatalisador

com características específicas afim de estimular reações de oxirredução com o

objetivo de quebrar moléculas maiores em menores e menos prejudiciais. Alguns

óxidos de metais de transição têm sido estudados, mas esses materiais apresentam

alguns problemas como baixa área superficial e pouca condutividade. Dentre esses

óxidos, o óxido de nióbio (Nb2O5) é visto como um material interessante devido sua

alta disponibilidade no mercado nacional e estudos que comprovam sua alta

eficiência em reações fotocatalíticas. O Nb2O5 é um semicondutor que apresenta

diferentes fases cristalinas, sendo elas pseudohexagonal, monoclínica e

ortorrômbica, o que confere a esses materiais uma variedade de aplicações

catalíticas. Além do mais, absorve energia na região do ultravioleta, o que o torna

um potencial candidato para aplicações em fotocatálise heterogênea, sendo então

uma alternativa para o dióxido de titânio que, devido a sua estabilidade que leva a

uma alta dispersão em água, tornando ele de difícil recuperação e reaplicação.

Nos últimos anos têm surgido um maior interesse da aplicação de

catalisadores nanoestruturados em fotocatálise heterogênea decorrente do fato de

9

que, devido suas proporções na escala nanométrica, suas propriedades podem ser

modificadas ou aperfeiçoadas. Por exemplo, podem ocorrer alterações da

reatividade e na condutividade elétrica, aumento da fotoatividade dos materiais e

aumento na área superficial, que são essenciais para tal aplicação. Alguns estudos

atuais mostram metodologias clássicas para a síntese de nanopartículas de óxido de

nióbio a fim de alterar as propriedades desse semicondutor.

Com a dificuldade de acesso ao laboratório no último ano, devido a pandemia

da COVID-19, buscaram-se novos recursos que tornasse viável o desenvolvimento

dos trabalhos de conclusão de curso. Nesse trabalho foi utilizado um aplicativo de

smartphone chamado PhotoMetrix PRO. O aplicativo é considerado uma ferramenta

analítica em que, através de imagens digitais é possível gerar curvas de calibração,

fazer amostragem, entre outras opções. Dessa forma, foi possível substituir o uso do

espectrofotômetro UV-vis, que seria utilizado para analisar as amostras geradas na

degradação do corante, obtendo-se curvas que relacionam a concentração das

amostras com a intensidade do sinal.

Nesse trabalho diferentes nanoestruturas de Nb2O5, produzidas pelo método

hidrotermal, serão testadas como catalisadores para fotodegradação do alaranjado

de metila e analisadas através do aplicativo PhotoMetrix PRO, e suas propriedades

estudadas através de caracterizações como, microscopias de transmissão e

varredura, difração de raios-x, área superficial e volume de poros.

2. Revisão da literatura

2.1 Materiais Catalíticos

Quando o assunto é catálise, no meio industrial, a catálise heterogênea é

mais vantajosa que a catálise homogênea uma vez que o catalisador e os reagentes

encontram-se em fases diferentes, facilitando a separação dos mesmos. Dessa

forma, o reuso dos catalisadores sólidos é facilitado, e a geração de resíduos é

minimizada, entre outras vantagens. Os metais de transição e seus derivados são

considerados catalisadores eficientes devido à sua capacidade de alterar o estado

de oxidação ou adsorver outras substâncias em sua superfície, e ativá-las no

processo1.

Em reações catalíticas, a área superficial do catalisador é muito importante

para o contato com o reagente e está diretamente ligada ao tamanho da partícula do

10

catalisador. Assim, nanocatalisadores são relevantes uma vez que apresentam alta

área superficial específica2.

Para introduzir os nanocatalisadores é interessante conhecer um pouco dos

nanomateriais. Os chamados nanomateriais são considerados por muitos, materiais

que possuem sua estrutura restrita a dimensões de 1 a 100 nm. Porém essa

definição é pouco importante, uma vez que as propriedades evoluem e não há

argumento físico para essa classificação. De uma forma geral, são as propriedades

dos materiais que regem esse conceito e não necessariamente as dimensões das

partículas3. O estudo de tais materiais ganhou importância considerável no final do

século XX, o que levou ao aparecimento de um grande ramo da ciência conhecido

como “Nanociência e Nanotecnologia”4. Os nanomateriais apresentam uma extensa

faixa de aplicações como na biomedicina5,6,7, na área de alimentos e agricultura8,

drogas e vacinas9 e principalmente na catálise10,11.

A síntese de nanomateriais, para uma posterior aplicação catalítica, deve

propor a produção de nanopartículas em um estado bastante disperso. Tal processo

envolve normalmente o uso de reagentes redutores, tais como citrato de sódio,

borohidreto de sódio, hidrazinas, formaldeídos, hidroxilaminas, álcoois saturados e

insaturados e açúcares12,13. Quando se considera o tamanho da partícula, o controle

de variáveis tais como pH do meio reacional, temperatura de calcinação e a

dispersão das espécies químicas de interesse, são indispensáveis14. Nesse cenário,

tem-se investigado diferentes métodos de preparação dos catalisadores, as

propriedades do suporte, a interação metal-suporte e como isso afeta o tamanho e a

forma das nanopartículas, visando aumentar e estabilizar a atividade catalítica15.

Nas últimas décadas, a questão ambiental vem sendo muito discutida e

processos cada vez mais verdes são pesquisados e aplicados em escala industrial.

Dentro dessa tecnologia, os nanocatalisadores fazem parte de muitas pesquisas

relacionadas à descontaminação de corpos d’água16 e do solo17, dispositivos que

diminuem a emissão de CO218

e muito mais. Dentre tais pesquisas, um dos

processos utilizados é a fotocatálise heterogênea, onde reações de oxidação-

redução acontecem na superfície de fotocatalisadores semicondutores. Alguns dos

principais catalisadores utilizados nesse sistema são óxidos metálicos, sendo eles, o

dióxido de titânio (TiO2), óxido de nióbio (Nb2O5) e o óxido de zinco (ZnO), por

11

apresentarem propriedades semelhantes, atuando de forma efetiva na degradação

de poluentes orgânicos da água.

2.2 Óxido de nióbio

O nióbio (Nb) está presente na natureza na forma de pirocloro natural

[(Na,Ca)2Nb2O6(OH,F)] e columbita-tantalita [(Ta,Nb)2O6)] que estão associadas às

rochas pegmatitas. Após a mineração, as jazidas passam pelo processo de

concentração, para elevar o nível de nióbio. Após, é feito o refino do material, que

gera diferentes produtos de nióbio. É então na metalurgia que a maior parte do

nióbio produzido é transformado na forma de liga metálica de ferronióbio (FeNb),

onde 65% é nióbio e 35% de ferro e esse material tem como destino o setor

siderúrgico19,20. O Brasil detém mais de 90% das reservas mundiais exploráveis de

nióbio, se tornando o maior produtor e exportador desse metal21.

O estado de oxidação mais estável do nióbio é o +5, o que nos remete ao

Nb2O5, que pertence a uma grande classe de óxidos de nióbio. Esse óxido é um

semicondutor do tipo “n”, apresenta um band gap que varia de 3,1 a 4,0 eV, sólido

branco, estável ao ar. Possui características anfotéricas, podendo ser dissolvido em

bases e ácidos fortes21. Suas diversas formas estruturais e fases cristalinas

relatadas na literatura são consideradas complexas e possuem formas polimórficas:

pseudohexagonal, ortorrômbico e monoclínico, conferindo a esses materiais

diferentes atividades catalíticas22. Também contém propriedades promissoras para

aplicações ambientais como caráter hipoalergênico, citotoxidade e alta estabilidade

termodinâmica23.

As propriedades físicas e químicas do óxido de nióbio o fazem um material

propício para aplicação em células solares24, sensor de gases25,26, adsorventes27,

uso em baterias de íon de lítio28,29, catalisador em células combustíveis30,

biomaterial31 e fotocatalisador na reação de degradação de corantes23,32,33. Para ser

utilizado em fotocatálise heterogênea, o óxido de nióbio deve ter algumas

propriedades específicas como alta área superficial e para isso é relevante sintetizar

nanoestruturas do óxido a fim de aprimorar tais propriedades. Na literatura são

retratados diversos métodos para sínteses das nanopartículas de semicondutores

como método sol-gel, de precursores poliméricos, de co-precipitação e o hidrotermal.

12

Os métodos de anodização eletroquímica25,31 e hidrotermal34 são os mais recentes

na síntese de nanopartículas de Nb2O5 e ainda têm muito a ser explorado.

A síntese das nanopartículas, pelo método hidrotermal, está baseada na

dispersão do óxido de nióbio em uma solução aquosa extremamente alcalina,

submetida a alta temperatura (acima da sua temperatura de ebulição) e pressão, em

um reator selado, formando pós ou monocristais35,36.

2.3 Semicondutores

Semicondutores são definidos como materiais cuja condutividade elétrica está

entre a capacidade de condução de materiais condutores (metais) e isolantes. Na

Figura 1 está representado um esquema com a diferença das bandas de energia

dos condutores, semicondutores e isolantes.

Figura 1. Representação das bandas de energia em metais, semicondutores e isolantes. FONTE: baseado em Correia et al.

37 e Baccaro et al.

38

O band gap (banda proibida), representado na Figura 1, é a diferença de

energia entre duas bandas: uma banda de condução (BC), que de acordo com o

Chemistry Gold Book39 é considerado “um conjunto vago de elétrons, ou apenas

parcialmente ocupado, de muitos níveis eletrônicos próximos”, e uma banda de

valência (BV) que é definida como sendo “o contínuo de energia mais alto dos níveis

de energia em um sólido que está totalmente ocupado por elétrons, a 0 K”.

Nos metais, os níveis de energia mais altos da BV estão próximos aos níveis

de energia mais baixos da BC. Pode-se observar uma sobreposição de bandas, de

13

modo que BC estará parcialmente ocupada e a BV não estará totalmente

preenchida. Nos semicondutores e isolantes existe um “espaço” (band gap) entre a

BV e BC. Nos materiais do tipo isolante apenas a BV estará preenchida e os elétrons

não têm acesso a BC. Nos semicondutores esse band gap é menor, assim os

elétrons podem ser excitados da BV para a BC, com a formação de buracos (h+) na

BV. Porém, os elétrons promovidos para a BC podem voltar para BV recombinando-

se diretamente com os buracos, formando pares buraco-elétron (h+-elétron) ou

migrar para a superfície do semicondutor, pois são muito instáveis40,41. Essa

recombinação induz reações de oxidação-redução com qualquer espécie, para

fornecer os produtos de degradação.

O Nb2O5 é caracterizado como semicondutor do tipo “n”. Esse tipo de material

é definido como um semicondutor extrínseco dopado com átomos doadores de

elétrons, sendo esses pentavalentes, ou seja, que possuem cinco elétrons em sua

camada de valência. Tais átomos dopantes são adicionados para aumentar o

número de elétrons para a condução42. Além das características de semicondutor, o

Nb2O5 apresenta uma grande absorção de energia na região do UV-vis, entre 310 e

400 nm, o que faz desse óxido um material promissor para aplicação em fotocatálise

heterogênea. Dessa forma esse material pode ser aplicado em sistemas de

degradação de moléculas orgânicas, principalmente como alternativa ao dióxido de

titânio. Tanto o Nb2O5 quanto o TiO2 apresentam vantagens como estabilidade

química, não toxicidade e disponibilidade comercial. No entanto, a taxa de

recombinação de pares buraco-elétron foto-gerados no TiO2 é muito alta e isso limita

sua aplicação industrial. O TiO2 também possui uma alta estabilidade levando a uma

elevada dispersão em água, o que dificulta sua recuperação e reutilização34.

Prado et al.43 relatou a aplicação e reaplicação do óxido de nióbio na

fotodegradação do corante índigo de carmina, comparando com o TiO2 e ZnO. A

reação foi realizada em um fotoreator caseiro usando diferentes concentrações do

corante e 1,0 g L-1 dos catalisadores. As soluções foram iluminadas com uma

lâmpada de vapor de mercúrio de 125 W OSRAM HQL e após 10 ciclos de reação

(Figura 2), o Nb2O5 apresentou uma melhor atividade catalítica, provando que este

semicondutor pode ser reciclado sem perder suas propriedades.

14

Figura 2. Rendimentos catalíticos de Nb2O5 (A), ZnO (B) e TiO2 (C) em função de sua reaplicação.

FONTE: Prado et al.43

2.4 Fotocatálise Hetereogênea

Fotocatálise heterogênea é um Processo Oxidativo Avançado (POA). Os

POA’s baseiam-se na geração de espécies radicalares livres produzidos in situ, em

especial o radical hidroxila (∙OH). Este radical possui alto poder oxidante devido ao

seu elevado potencial padrão de redução (Eº=2,33 V), podendo assim desencadear

uma sequência de reações que decompõem moléculas de compostos orgânicos

poluentes em substâncias menores e menos prejudiciais (mineralização) em poucos

minutos44,45,46.

A fotocatálise heterogênea é uma tecnologia de foto-indução que requer o uso

de fotocatalisadores, atuando assim nas superfícies de óxidos de metais

semicondutores sob irradiação ultravioleta ou luz visível. A Figura 3 mostra o

processo que ocorre em um semicondutor excitado por luz com energia igual ou

maior que o band gap do material. O processo demonstra a excitação de elétrons da

BV para a BC, explicada na sessão 2.3, formando o par buraco-elétron que induz

reações de oxidação-redução. Nos fotocatalisadores heretogêneos esse processo

ocorre rapidamente. Os buracos na banda de valência são oxidantes poderosos e

pode acontecer reações entre a lacuna da BV e os grupos hidroxila ou água,

formando radicais hidroxila. Os elétrons na banda de condução são redutores

15

eficientes e as reações podem ocorrer entre o elétron e o oxigênio, desencadeando

reações que ocasionam a geração do radical superóxido40,41,47.

Figura 3. Esquema do processo fotocatalítico atuando no fotocatalisador semicondutor. FONTE: baseado em Chatterjee et al.

40 e Araújo et al.

47

A degradação por fotocatálise heterogênea apresenta muitas aplicações

como: degradação de contaminantes emergentes48, degradação de corantes de

indústria de cosméticos49, degradação de poluentes orgânicos40 e muito mais.

Apesar de ser pouco relatada, a aplicação de Nb2O5 para degradação de

contaminantes é importante para uma tecnologia verde quando se fala em

purificação de água. Domingues et al.50 investigaram a impregnação de Nb2O5 em

carbono black e seu efeito na degradação fotocatalítica, por processos oxidativos

avançados de águas residuais de uma fábrica de tingimento. Variando a

concentração do catalisador, o pH da solução e o tempo de irradiação UV-vis

obtiveram a remoção dos níveis DQO (demanda química de oxigênio) e COT

(carbono orgânico total) das amostras de água. A DQO é a concentração de

oxigênio consumido para oxidar uma matéria orgânica, podendo ser biodegradável

ou não, em meio ácido e condições energéticas por influência de um agente químico

oxidante forte51. O COT descreve a medição, também em concentração, de matéria

orgânica (à base de carbono) em sistemas de água52. O catalisador apresentou uma

melhor atividade fotocatalítica, atribuída a um aumento na capacidade de adsorção

deslocando-a para a região visível.

16

2.5 Corantes

Os corantes são definidos como substâncias orgânicas produzidas para

serem absorvidas ou adsorvidas, ou seja, para reagirem ou serem depositadas, em

um substrato, a fim de conferir cor a esse de maneira quase que permanente53.

Essas moléculas podem ser obtidas a partir de fontes naturais ou de maneira

sintética. Essas substâncias têm uma larga aplicação nas indústrias científicas e

tecnológicas, como na coloração de tecidos54, plásticos55, cosméticos56, laser de

corantes57, desenvolvimento de sonda de fluorescência biológica58, sonda de

reconhecimento de DNA59 e muito mais.

Em 1858, o alemão Peter Griess, descobriu os azo compostos, levando a

partir de então, ao desenvolvimento da mais ampla e importante classe de corantes

sintéticos, geralmente chamados corantes azo60,61. Os corantes azo são

caracterizados pela presença de pelo menos um grupo funcional R1-N=N-R2, sendo

que -N=N- é um grupo azo cromóforo, R1 e R2 são sistemas insaturados cíclicos ou

acíclicos conjugados ao grupo azo. Cromóforos são partes ou grupos de átomos de

uma molécula responsáveis pela cor absorvida da mesma. Na carência de

auxocromos, grupos doadores e aceptores de elétrons, estes compostos são apenas

fracamente coloridos, e a banda de absorção no visível é atribuída à transição de

baixa intensidade π* do grupo azo. Se um auxocromo é introduzido em R1 ou R2,

uma banda de absorção de alta intensidade é produzida, normalmente na região do

visível, que é normalmente associada à transferência de densidade eletrônica do

grupo doador através de todo o cromóforo, intensificando sua cor. Frequentemente,

o substituinte R1 contém grupos aceptores de elétrons e o substituinte R2 contém

grupos doadores de elétrons, particularmente grupos hidroxila e amino53,61,62.

O alaranjado de metila (Figura 4) é um composto solúvel em água,

produzindo uma cor laranja intensa. Esse corante clássico do grupo azo é

amplamente utilizado como indicador de pH, onde apresenta coloração vermelha

quando colocado em solução ácida53,61.

17

Figura 4. Fórmula estrutural do alaranjado de metila.

O alaranjado de metila dissolvido em água destilada apresenta dois máximos

de absorção, com os comprimentos de onda em aproximadamente 271 e 465 nm,

como mostra seu espectro na Figura 5.

Figura 5. Espectro de absorção do alaranjado de metila na concentração de 10-4

mol L-1

em água.

FONTE: Giri et al.53

A absorvância de um feixe de radiação monocromática colimada em um meio

isotrópico homogêneo é proporcional a concentração da espécie na solução. Essa

relação é conhecida como Lei de Lambert-Beer (Equação 1) e é embasada na

absorvância (A) de espécies contidas em uma região com caminho óptico (b),

concentração (c) e a absorção molar (ε), que é uma grandeza característica da

espécie absorvente39.

Equação 1. Equação da Lei de Lambert-Beer.

18

Os corantes sintéticos se encaixam na categoria de poluentes emergentes.

Geissen et al.63 definem essas substâncias como “produtos químicos sintéticos ou

de ocorrência natural que não são comumente monitorados no ambiente mas que

tem potencial a ser continuamente introduzido no ambiente devido a atividades

antropogênicas”. As indústrias têxtil, alimentícia, de couro, de corantes e de

tingimento são as principais fontes liberadoras de efluentes contendo corantes.

Entretanto, a indústria têxtil é um dos maiores produtores de efluentes

contaminados com corantes, inserindo distintos poluentes orgânicos nos recursos

hídricos naturais e na terra64.

Para entender a importância dos tratamentos de corpos d’água é necessário

avaliar os impactos gerados nos organismos que absorvem os corantes têxteis.

Além de reduzir a quantidade de oxigênio dissolvido na água, os contaminantes

dificultam a penetração da luz estimulando alterações na atividade fotossintética

desses sistemas aquáticos. Ainda, esses contaminantes tem uma baixa

biodegradabilidade, permanecendo cerca de 50 anos nos ecossistemas terrestres e

aquáticos49,65. Com isso, métodos que atendem os princípios da química verde são

cada vez mais procurados e estudados mas que também sejam de possível

aplicação em grande escala.

Neste contexto, para tratamento desses efluentes, pesquisadores têm

utilizado métodos de fotodegradação para remover esses contaminantes da água.

Xing et al.33 prepararam um sistema de heterojunção de Nb2O5/SrNb2O6 pelo método

de estado sólido convencional, no qual SrNb2O6 é usando como um sensibilizador e

Nb2O5 é um substrato, e investigaram a atividade fotocatalítica dos compósitos pela

degradação do alaranjado de metila utilizando uma lâmpada ultravioleta de mercúrio.

A atividade fotocatalítica se mostrou melhorada para Nb2O5/SrNb2O6, em

comparação com Nb2O5 e SrNb2O6 separados, e mais ativo para degradar o AM do

que a fase anatase de TiO2 comercial nas mesmas condições experimentais. Wang

et al.66 sintetizaram fotocatalisadores com diferentes massas, de nanotubos de

carbono (NTC) com P-TiO2 (dióxido de titânio dopado com fósforo) pelo método

hidrotermal, formando NTC/P-TiO2. Os fotocatalisadores apresentaram maior

atividade fotocatalítica que o TiO2 comercial P25 (80% anatase e 20% rutilo) na

degradação do alaranjado de metila sob luz UV e visível.

19

2.6 PhotoMetrix

A tecnologia de dispositivos celulares, atualmente chamados smartphones,

expande o estudo para que sejam utilizados cada vez mais, em diferentes

atividades. A ciência se beneficia crescentemente desses avanços em diversas

áreas como análise de alimentos e bebidas, controle de qualidade de parâmetros

ambientais67,68,69 (água, solo e ar), biossensores70, medicina71, entre outras. Em

2008, Martinez et al.72 foram os primeiros a explorar o uso de smatphones, através

de um sistema para quantificar ensaios de proteína e glicose em amostras de urina

artificial, executados em dispositivos microfluídos baseado em papel combinado com

a câmera do celular.

Nesse sentido, em 2015 foi desenvolvido o aplicativo PhotoMetrix, uma

ferramenta analítica que a partir da decomposição de imagens digitais, compostas

por pixels, adquiridas por câmeras de smartphones e processadas no próprio

dispositivo, proporciona a realização de análises in situ. O aplicativo pode ser

utilizado em várias análises, com diferentes analitos e amostras, além de possibilitar

análises univariadas e multivariadas na mesma aplicação. Atualmente estão

disponíveis as versões PhotoMetrix PRO, uma versão atualizada do original, e o

PhotoMetrix UVC®, uma versão para uso de câmera externa adaptada ao

smartphone73,74.

20

Figura 6. Interface aplicativo PhotoMetrix PRO.

A interface do aplicativo mostra analises univariadas e multivariadas (Figura

6). Nas analises univariadas (Figura 7) as imagens podem ser decompostas

utilizando duas formas, o modelo RGB e canais múltiplos. O primeiro é baseado no

modelo de adição de cores primárias, que apresentam maior sensibilidade ao olho

humano, vermelho (R), verde (G) e azul (B), portanto, na calibração, apenas uma

curva é gerada. A opção de canais múltiplos é outra forma, que abrange modelos

gerados a partir do RGB que são o de matiz, saturação e valor (HSV); matiz,

saturação e leveza (HSL); matiz, saturação e intensidade (HSI). Matiz é basicamente

a cor, diferenciando, por exemplo, vermelho e amarelo. Saturação é considerada a

quantidade de cor apresentada, um exemplo é a diferença entre vermelho e rosa. Já

o valor, luminosidade ou intensidade é a quantidade de luz, como a distinção entre

azul claro e azul escuro. A leveza é considerada a média das quantidades máxima e

mínima de R, G ou B73,74. Ainda, as analises univariadas, nos dois modelos, permite

a calibração, amostragem e salvar os resultados de amostras (Figura 7b).

21

Figura 7. Interface do aplicativo PhotoMetrix PRO: a) escolha do modelo de cores da análise univariada, b) interface para análise univariada RGB ou canais múltiplos, c) modo de

calibração.

As analises multivariadas apresentam três opções de processamento da

imagem (Figura 8a). Pode ser processada como a análise de componentes

principais (PCA) (Figura 8b), mínimos quadrados parciais (PLS) (Figura 8c) e análise

de agrupamento hierárquico (HCA) (Figura 8d).

Figura 8. Interface do aplicativo PhotoMetrix PRO: a) escolha do modelo de cores da análise multivariada, b) análise PCA, c) análise PLS, d) análise HCA.

22

Nos últimos anos, diversos grupos de pesquisa têm utilizado esse aplicativo

como instrumento para diferentes análises, como citado anteriormente. O Quadro 1

apresenta alguns estudos realizados nos últimos anos utilizando o PhotoMetrix.

Quadro 1. Trabalhos que utilizaram o aplicativo PhotoMetrix nos últimos anos.

Objetivo Modos utilizados Ano Referência

Identificação de extrato de

Tanino de acordo com o

tipo de fonte

Análise multivariada -

modo PCA 2016 (75)

Determinação indireta do

valor do iodo no biodiesel

Análise univariada -

modo RGB 2017 (76)

Determinação de etanol

em amostras de cachaça

Análise multivariada -

modo PLS 2018 (77)

Determinação da

concentração de íons de

flúor e fósforo em águas

tratadas e naturais.

Análise univariada -

modo RGB 2019 (67)

Detecção de adulterantes

no leite de vaca

Análise multivariada -

modo PLS 2020 (78)

Detecção de Cr3+ em

suplementos dietéticos

Análise univariada -

modo RGB 2020 (79)

Determinação de ácido

úrico na saliva

Análise univariada -

modo RGB 2020 (71)

23

3 Objetivos

3.1 Objetivo Geral

O objetivo principal desse trabalho foi o estudo do comportamento

fotocatalítico de diferentes estruturas de óxido de nióbio (microtubos, nanotubos e

nanobastões) frente a degradação do corante alaranjado de metila.

3.2 Objetivos específicos

Caracterizar o óxido de nióbio utilizando as técnicas de difração de raios X e

adsorção e dessorção de N2;

Arquitetar e montar um fotoreator para os testes de desempenho dos

materiais como catalisadores na degradação do corante alaranjado de metila;

Avaliar a degradação do corante alaranjado de metila utilizando o aplicativo

de smartphone PhotoMetrix PRO.

24

4 Material e métodos

4.1 Materiais, Reagentes e Equipamentos

Este trabalho foi desenvolvido em parceria com o grupo de pesquisa da

Professora Dra. Cristiane Pilissão, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná

(UTFPR), campus Curitiba. Os materiais de óxido de nióbio foram sintetizadas pelo

grupo de pesquisa da Profa. Dra. Pilissão, no Laboratório de Síntese de Compostos

Orgânicos e Luminescentes (LSinCOL), UTFPR. Todos os materiais foram

preparados pelo método hidrotermal e nomeados, nesse trabalho, como Nb9-140,

Nb10-140 e Nb12-120. As representações 9, 10 e 12, nos nomes dos materiais, diz

respeito à concentração (mol L-1) de NaOH utilizado na síntese de cada material.

Além disso, foram utilizadas duas diferentes temperaturas reacionais, de 120 °C e

140 °C, também representado no nome dos materiais. O tempo de reação para o

catalisador Nb9-140 foi de 24 horas e para os catalisadores Nb10-140 e Nb12-120

foi de 48 horas.

A síntese dos materiais foi realizada pelo método hidrotermal que se baseia

na adição do óxido de nióbio comercial em uma solução concentrada do NaOH com

agitação. Após homogeinização, a mistura é transferida para uma autoclave,

utilizando-se um frasco de teflon e então aquecida em diferentes temperaturas e

tempos. O material obtido é lavado com água deionizada e ácido clorídrico, e seco

em estufa.

As microscopias de varredura e transmissão foram realizadas na UTFPR

pelos alunos da Profa. Dra. Cristiane Pilissão estão apresentadas no Anexo A e

mostram as morfologias dos catalisadores.

Os materiais utilizados para a realização desse trabalho foram: Difratômetro

de raios X Xpert PRO MPD (Multi-Purpose Diffractometer) disponível no Laboratório

Multiusuário de Difração de Raios X (LDRX) da UFSC. Equipamento de adsorção e

dessorção de N2 Quantachrome Nova Win, localizado no laboratório de Catálise e

Fenômenos Interfaciais (LACFI), do departamento de química da UFSC.

Smartphone Android Motorola Moto G5s, Lanterna UVA JYX-8860 de LED CREE de

393 nm, bomba de circulação e agitador magnético.

25

Os reagentes alaranjado de metila comercial (Neon Comercial Ltda.), óxido de

nióbio comercial (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração - CBMM), HCl

(ácido clorídrico 37,5% PA Dinâmica Soluções & Reagentes) e H2SO4 (ácido

sulfúrico PA IMPEX) foram utilizados nesse trabalho sem nenhuma purificação

adicional.

4.2 Caracterizações Físico-Químicas 4.2.1 Difração de Raios X (DRX)

Com o propósito identificar as fases cristalinas presente nos catalisadores, as

análises de difração de raios X foram efetuadas entre os ângulos 2θ de 5° a 80°,

passos de 0,033° s-1 e 4 scans de cada material.

4.2.2 Adsorção e Dessorção de Nitrogênio

A área específica e o volume de poros foram medidos através da isoterma de

adsorção e dessorção de N2 a 77,3 K pelo método BET (Brunauer, Emmett e Teller)

e BJH (Barret, Joyner and Hallenda), respectivamente.

4.3 Fotodegradação do corante alaranjado de metila 4.3.1 Curva de Calibração

A fim de quantificar a concentração das alíquotas recolhidas durante o ensaio

de fotodegradação do alaranjado de metila, foi realizada uma curva de calibração de

uma solução aquosa com concentrações conhecidas do alaranjado de metila. Para

isso, partiu-se de uma solução do corante de 5,0 ppm e a mesma foi sendo diluída

até 0,2 ppm, conforme apresentado no Esquema 1. A partir da proporcionalidade

entre absorvância e concentração foi possível obter a curva de calibração do

alaranjado de metila. Os valores de absorvância foram obtidos por imagens digitais

tiradas por um smartphone Motorola Moto G5s através do aplicativo PhotoMetrix

utilizando a análise univariada e o modo de canais múltiplos, com região de

interesse 32 x 32. A curva de calibração foi preparada a fim de definir uma relação

entre a intensidade do sinal, através dos pixels das imagens, e a concentração do

26

analito, podendo-se então acompanhar a concentração durante a degradação do

corante.

Esquema 1. Fluxograma da metodologia utilizada para curva de calibração.

4.3.2 Estudos de fotodegradação

Para os estudos de fotodegradação do alaranjado de metila (AM), foi

preparado 100 mL de uma solução aquosa do corante de concentração 4,5 ppm. Os

testes de fotocatálise foram realizados em meio neutro e em pH 3. Para isso as

soluções foram acidificadas com alguns mL de HCl e H2SO4 0,1 mol L-1. A essas

soluções foram adicionados os fotocatalisadores de óxido de nióbio. Para as testes

com Nb2O5 comercial foram avaliadas diferentes quantidades de catalisador (1, 0,5 e

0,1 g L-1). Para os testes com os materiais Nb9-140, Nb10-140 e Nb12-120 a

quantidade de catalisador utilizada foi de 0,1 g L-1. Antes dos testes de

fotodegradação as soluções contendo os catalisadores foram mantidas em um

ambiente sem incidência de luz, durante 20 min, para avaliar qualquer possível

adsorção da molécula do corante no catalisador. Em seguida, a solução foi

adicionada ao reator fotocatalítico, montado de acordo com o Esquema 2.

No sistema fotocatalítico uma bomba de circulação de ar foi conectada ao

béquer de forma a fornecer oxigênio a solução. Como fonte de radiação utilizou-se

uma lanterna JYX-8860 de LED CREE UV (393 nm) ligada a um carregador durante

todo período de reação. O béquer foi revestido com papel alumínio para impedir a

interferência de qualquer luz externa ao sistema e aumentar a incidência da radiação

na solução. Por fim, o sistema foi mantido sobre agitação magnética e as alíquotas

foram coletadas com o auxílio de uma seringa. As reações foram realizadas em

ambiente refrigerado com ar condicionado, procurando manter a temperatura sem

muita variação.

27

Esquema 2. Representação esquemática do sistema fotocatalítico de bancada empregado na reação de decomposição do alaranjado de metila.

Os ensaios de fotodegradação do alaranjado de metila, Esquema 3, foram

iniciados após a mistura ser adicionada ao reator. Alíquotas de aproximadamente 5

mL foram coletadas em um intervalo de 0 a 60 minutos. Após a coleta da amostra no

tempo zero, a lanterna foi ligada e mantida acesa ao longo de todo o estudo. Essas

alíquotas foram filtradas, utilizando um filtro de seringa PTFE de 0,22 μm, para

retenção das partículas de Nb2O5. As alíquotas foram armazenadas em recipientes

de plástico, e mantidos em uma caixa sem incidência de luz, para então serem

analisadas pelo aplicativo PhotoMetrix PRO. As leituras foram realizadas com os

mesmos parâmetros do aplicativo utilizados para montagem da curva de calibração.

Para fins de comparação, a mesma reação foi realizada na ausência de catalisador,

sendo dessa forma possível verificar se a radiação UV pode promover a degradação

do corante.

Esquema 3. Fluxograma da metodologia utilizada para fotodegradação do corante alaranjado de metila.

28

4.4 Segurança no laboratório e descarte de resíduos

Os EPI’s necessários foram utilizados para realização das análises, sendo

estes luvas, jaleco e óculos de proteção luz UVA e UVB. Para o tratamento das

soluções do corante alaranjado de metila, foram adicionadas duas espátulas de

carvão ativado (pó) na solução de alaranjado de metila levemente ácida, que servirá

como material adsorvente. A solução passou por um filtro de café para reter as

partículas finas do carvão ativado com o corante. Após filtração, o resíduo foi

armazenado para posteriormente ser levado ao laboratório onde o pH deverá ser

ajustado para posterior descarte.

5 Resultados e discussão

5.1 Difrações de Raios X

A análise de difração de raios X (DRX) foi realizada com o intuito de avaliar a

formação de nanoestruturas de Nb2O5 através de suas fases cristalinas. Geralmente,

as fases pseudohexagonal, ortorrômbica e monoclínica do óxido de nióbio são

nomeadas como TT- Nb2O5, T- Nb2O5 e H - Nb2O5, respectivamente. De acordo com

Santos et al.23 e Rathnasamy et al.80 as principais linhas de difração que

correspondem a estrutura TT- Nb2O5 são em 2θ = 22,6°, 28,5°, 36,7°, 46,3°, 50,4° e

55,3°, com índices de Miller de (001), (100), (101), (002), (110) e (102),

respectivamente. Rani et al.26 encontrou em seus catalisadores de óxido de nióbio

picos referentes a fase T- Nb2O5 que aparecem em 22,6°, 28,3°, 36,6°, 42,4°, 46,2°,

49,7°, 55,1°, 58,3° e 63,1°. Observa-se que as fases T e TT- Nb2O5 possuem

padrões de difração de raios X muito semelhantes, se diferindo apenas por detalhes,

tornando difícil de distingui-las. A fase H - Nb2O5 foi encontrada por Prado et al.34

centrada em 22,48° e 28,21° correspondente as planos de reflexão (040) e (050),

respectivamente.

O material Nb9-140 apresenta, na Figura 9, um difratograma com picos

largos, característicos de materiais com estrutura amorfa, com valores máximo nos

ângulos 2θ = 10°, 27,4°, 52,6°. Devido esses picos estarem pouco definidos não é

possível tirar nenhuma conclusão muito abrangente com relação ao material

29

analisado. A pouca quantidade de material disponível para realizar as medidas de

DRX pode ter interferido no momento da análise.

Figura 9. Difratograma de raios X do material Nb9-140.

A Figura 10 apresenta o padrão de difração de raios X do material Nb10-140 com

picos bem definidos, que apresenta reflexões 2θ = 22,7°, 32,4°, 46,4°, 52,4°, 58,0°,

67,9°, 72,6° e 77,5°. Algumas dessas correspondem aos planos cristalográficos

característicos da estrutura T ou TT do óxido de nióbio.

Figura 10. Difratograma de raios X do material Nb10-140.

(001)

(002)

30

O difratograma do material Nb12-120 é apresentado na Figura 11. Como

igualmente observado no material Nb9-140, o material presente também possuí

características de material amorfo como a presença de picos alargados. Porém é

possível visualizar picos mais estreitos juntamente com áreas amorfas, podendo

indicar a presença de planos cristalinos. Pode-se destacar os sinais em 2θ = 10°,

11,4°, 12,6°, 28,9°, 30,4° e 45,4°, 53,1° e ainda dois sinais menos intensos em 40,1°

e 42,8° e um sinal largo em 52,7°.

Figura 11. Difratograma de raios X do material Nb12-120.

As células unitárias dos cristais TT, T e H-Nb2O5 estão apresentadas na

Figura 12. A estrutura TT- Nb2O5 apresenta cada átomo de Nb no centro de quatro,

cinco ou seis átomos de oxigênio no plano ab e ao longo do eixo c existe uma

estrutura de cadeia Nb – O – Nb – O. Nesse meio, a fase T- Nb2O5 é constituída com

uma célula unitária ortorrômbica onde cada átomo de Nb é envolvido por seis ou

sete átomos de oxigênio, levando á estruturas octaédricas distorcidas oi bipiramides

pentagonais (Figura 12b e d). Por fim, a estrutura monoclínica H-Nb2O5 possuem

blocos do tipo ReO3 contendo grupos octaédricos NbO6 (Figura 12c e e)81.

31

Figura 9. Representação atômica de (a) pseudohexagonal (TT-Nb2O5), (b) ortorrômbico (T-Nb2O5), (c) monoclínico (H-Nb2O5) e esquemas estruturais 3D de (d) ortorrômbico (T-Nb2O5) e

(e) monoclínico (H-Nb2O5). FONTE: Rani et al.81

5.2 Adsorção e dessorção de Nitrôgenio

A área específica e volume de poros do óxido de nióbio comercial e dos

materiais sintetizados (Tabela 1) foram realizadas pela técnica de adsorção física do

gás inerte nitrogênio na superfície do catalisador. Essa técnica possibilitou a

construção isotermas de adsorção e dessorção de nitrogênio das quais extraiu-se as

informações para os cálculos (realizados pelo software do equipamento) utilizando

métodos propostos por Brunauer, Emmett, Teller (BET) e Barret, Joyner and

Hallenda (BJH). Os valores de área superficial obtidos para os materiais sintetizados

foram todos inferiores aos comparado com o óxido de nióbio comercial. Os

catalisadores Nb9-140 e Nb12-120 apresentaram estruturas tubulares semelhantes,

conforme mostrado nas imagens de SEM e TEM, na seção 4.1. Embora a morfologia

dos tubos não seja uniforme, a imagem de TEM deixa evidente que são nanotubos

na faixa de 100-500 nm. Já o catalisador Nb10-140 apresenta microcubos de

tamanhos em torno de 8 μm, confirmando uma menor área superficial.

32

Tabela 1. Área superficial específica e volume de poros dos materiais de óxido de nióbio.

Material Área superficial

(m² g-1)

Volume poros

(cm³ g-1)

Nb2O5 CBMM 92,26 0,06922

Nb9-140 28,43 0,07600

Nb12-120 15,391 0,06500

Nb10-140 1,242 0,009626

5.3 Fotodegradação do corante alaranjado de metila

Os estudos de fotodegradação foram realizados em meio neutro e ácido,

sendo que o meio ácido foi obtido pela adição de uma solução de HCl ou H2SO4.

Foram construídas curvas de calibração para cada solução, em triplicata.

A Figura 13 mostra a curva de calibração para a solução de alaranjado de

metila em água destilada num intervalo de concentração entre 0,0 e 5,0 ppm. A

curva foi realizada com o aplicativo de smartphone PhotoMetrix e apresentou uma

boa linearidade, indicando uma boa resposta do aplicativo. Dentre as curvas

realizadas escolheu-se a com melhor coeficiente de correlação linear (r), curva do

Canal B com r = 0,997.

Figura 13. Curva de calibração para amostra de alaranjado de metila em meio neutro.

Concentração (mg L-1)

Intensidade do sinal

33

Os testes foram conduzidos em solução de 100 mL com concentração de 4,5

ppm e iniciados com 0,1 g de Nb2O5 comercial (1 g L-1) e 0,05 g (0,5 g L-1), que

aparecem em verde na Figura 14a e 14b, respectivamente. As concentrações das

alíquotas analisadas pelo aplicativo se encontram na Tabela 2.

Figura 14. Teste de Nb2O5 comercial na curva para amostra de alaranjado de metila em meio neutro a) 0,1 g e b) 0,05 g.

Tabela 2. Concentração da solução de alaranjado de metila após reação de fotodegradação com Nb2O5 comercial, em meio neutro.

Tempo de reação

(min)

Concentração

(mg L-1)*

Concentração

(mg L-1)**

0 4,464 4,811

1 4,387 4,695

15 4,117 4,926

30 4,464 5,004

60 4,464 4,657

Quantidade do catalisador: *0,1 g Nb2O5; **0,05 g Nb2O5

Observa-se que as concentrações apresentaram uma pequena flutuação nos

valores. Isso pode ser esperado, pois o erro obtido pelo aplicativo pode ser

considerável sendo que inúmeros fatores podem influenciar como luz, ângulo da

foto, sombra, etc. O que é importante salientar é que, embora tenha uma variação

entre as concentrações, essas não são significativas e assim pode-se propor que a

degradação, caso tenha ocorrido, foi muito pequena. A quantidade de material

utilizado pode ter sido um fator determinante para esse resultado e a intensidade da

radiação emitida pela lanterna possa não ter sido suficiente. Ainda, como as

a) b)

(mg L-1) (mg L-1)

34

medidas foram realizadas em casa, devido a pandemia, a dispersão do material na

solução foi prejudicada pela ausência do banho ultrassônico.

Devido todos os dados mencionados anteriormente e pela característica

anfotérica do óxido de nióbio, se dissolvendo em ácidos fortes, então optou-se por

realizar os testes em pH 3. Foram testados dois reagentes diferentes para acidificar

o meio, o HCl e o H2SO4, ambos numa concentração de 0,1 mol L-1.

Em meio básico o grupo sulfônico do azo corante alaranja de metila é

desprotonado e em meio ácido um N do grupo azo é protonado tornando a cor do

corante avermelhada, como mostra a Figura 1582.

Figura 15. Equilíbrio ácido-base do corante alaranjado de metila.

Primeiramente foi feita a curva de calibração para solução ácida obtida pela

adição de uma solução de HCl 0,1 mol L-1, que apresentou um coeficiente de

determinação no Canal G de 0,996 (Figura 16a). A curva de calibração da solução

de H2SO4 0,1 mol L-1 apresentou uma boa linearidade, sendo escolhida a curva

presente no Canal B, também com r = 0,996 (Figura 16b).

35

Figura 16. Curva de calibração para amostra de alaranjado de metila em pH 3 obtido pela adição de a) HCl 0,1 mol L

-1 e b) H2SO4 0,1 mol L

-1.

O primeiro teste realizado nessas condições foi com Nb2O5 comercial 0,1 g

(Figura 17). Mesmo que a variação de concentração tenha sido baixa na solução de

HCl 0,1 mol L-1, ainda ocorreu uma diminuição mais apreciável e os valores obtidos

estão presentes na Tabela 3. Para a solução de H2SO4 0,1 mol L-1, a concentração

sofreu uma considerável oscilação nos seus valores.

Figura 17. Teste de Nb2O5 comercial 0,1 g na curva para amostra de alaranjado de metila em pH 3 obtido pela adição de a) HCl 0,1 mol L

-1 e b) H2SO4 0,1 mol L

-1.

Tabela 3. Concentração da solução de alaranjado de metila após reação de fotodegradação com 0,1 g Nb2O5 comercial, em pH 3 obtido pela adição de ácido.

Tempo de reação (min) Concentração (mg L-1)* Concentração (mg L-1)**

0 4,660 5,275

1 4,660 5,091

15 4,660 4,813

30 4,507 5,183

60 4,252 5,460

Concentração dos ácidos: * HCl 0,1 mol L-1

; ** H2SO4 0,1 mol L-1

Intensidade do sinal

Intensidade do sinal

Concentração (mg L-1)

Intensidade do sinal

Concentração (mg L-1)

Concentração (mg L-1)

Intensidade do sinal

Concentração (mg L-1)

a) b)

a) b)

36

Com base nos resultados anteriores optou-se por testar a reação de

degradação com HCl 0,1 mol L-1 em tempo maior, de 120 min. Devido a pouca

quantidade de material disponível, para os catalisadores Nb9-140 e Nb12-120 foi

utilizada uma massa de 0,015 g. O catalisador Nb10-140 foi avaliado utilizando uma

massa de 0,1 g, devido sua maior disponibilidade. A Figura 18a e 18b mostra as

curvas de calibração com as concentrações adquiridas, em verde, de ambos

materiais.

Figura 18. Catalisadores na curva para amostra de alaranjado de metila em pH 3 obtido pela adição de HCl 0,1 mol L

-1 sendo a) Nb9-140 e b) Nb12-120.

Tabela 4. Concentração da solução de alaranjado de metila após reação de fotodegradação com Nb9-140 e Nb12-120, em pH 3 obtido pela adição de HCl 0,1 mol L

-1.

Tempo de

reação (min)

Concentração (mg L-1)

Nb9-140

Concentração (mg L-1)

Nb12-120

0 4,558 4,507

1 4,405 4,660

15 4,405 4,507

30 4,405 4,354

60 4,507 4,609

90 4,303 4,609

120 4,558 4,558

Quantidade do catalisador: *0,015 g Nb2O5

Como pode ser visto nos resultados apresentados, os testes fotocatalíticos

não foram favorável para a degradação do corante, uma vez que não houve uma

redução significativa na concentração do mesmo. A pequena quantidade de

catalisador disponível pode ter sido o principal fator para esse resultado negativo.

Concentração (mg L-1

)

Intensidade do sinal

Intensidade do sinal

Concentração (mg L-1

)

a) b)

37

Devido a pandemia não foi possível repetir as sínteses dos materiais ao longo desse

trabalho.

Os resultados obtidos da reação de fotodegradação do alaranjado de metila

com o material Nb10-140 encontram-se na Figura 19 e Tabela 5.

Figura 19. Catalisador Nb10-140 na curva para amostra de alaranjado de metila em pH 3 obtido pela adição de HCl 0,1 mol L

-1.

Tabela 5. Concentração da solução de alaranjado de metila após reação de fotodegradação com Nb10-140, em pH 3 obtido pela adição de HCl 0,1 mol L

-1.

Tempo de reação

(min)

Concentração (mg L-1)

Nb10-140

0 4,405

1 4,354

15 4,405

30 4,405

60 4,354

90 4,405

120 4,252

Quantidade do catalisador: *0,1 g Nb2O5

Concentração (mg L-1)

Intensidade do sinal

38

Os resultados mostram que mesmo com uma quantidade de catalisador maior

a degradação do corante não apresentou uma variação significativa. Dessa forma,

talvez a quantidade de material utilizado ainda não pode ter sido o suficiente para

que o processo ocorra de maneira adequada. Alguns estudos como Hashemzadeh

et al.32 mostram concentrações do semicondutor de 50 mg para 50 mL da solução

do corante. Ainda, a baixa degradação pode estar relacionado a menor área

superficial desses materiais comparado com o óxido de nióbio comercial bem como

a baixa dispersão do material no meio reacional.

A lâmpada utilizada nos testes foi uma lâmpada UVA de LED CREE de

comprimento de onda de 393 nm que indica uma energia de 3,15 eV. Para que o

processo de fotocatálise heterogênea ocorra, a energia que irá irradiar no

semicondutor deve ser igual ou maior que o band gap do Nb2O5. Como esse valor

varia de 3,1 a 4,0 eV para o material comercial em análise, um dos motivos pela

degradação não ter sido eficiente pode estar relacionado essa baixa energia. Uma

alternativa, seria usar uma lâmpada de vapor de mercúrio, que emite radiação em

vários comprimentos de onda, na região do ultravioleta e do visível, entre 184,45 e

578,2 nm83, tornando a excitação de elétrons da banda de valência para a banda de

condução possível.

Em relação ao band gap dos materiais, Singh et al.84 relataram um modelo

teórico em que a energia de band gap de nanocristais foi comparada com a energia

de cristais em massa de compostos semicondutores, variando tamanho e forma.

Dessa maneira, conseguiram prever que o band gap aumenta conforme o tamanho

das partículas dos nanomateriais semicondutores diminui e os resultados

corroboraram com dados experimentais. Sendo assim, pode-se considerar a

possibilidade dos materiais Nb9-140, Nb10-140 e Nb12-120 apresentarem um valor

diferente dessa lacuna de energia em relação ao óxido de nióbio comercial o que

interfere na energia irriadiada pela lâmpada no processo de fotocatálise

heterogênea.

Para ilustrar o processo, conforme descrito na literatura, a luz irradiada com

fótons excita elétrons da banda de valência preenchida do óxido de nióbio para a

banda de condução vazia formando o par elétron-buraco (eBC-) e deixando um vazio

na BV com carga positiva (hBV+), representado na Reação 1. Os buracos fotogerados

39

e os radicais hidroxila formados na superfície do semicondutor pela oxidação da

água através do hBV+ de acordo com a Reação 2, podem oxidar o corante alaranjado

de metila23.

Nb2O5 + hʋ hBV+ + eBC

- + Nb2O5* (1)

hBV+ + H2O OH + H+ (2)

O oxigênio fornecido pela aeração da água se combina ao elétron na BC

(eBC-) formando o radical superóxido (Reação 3) que reage com um cátion formando

o radical hidroperóxido (Reação 4). Os radicais formados também reagem com o

corante orgânico formando dióxido de carbono, água e íons inorgânicos40.

eBC- + O2 O2

- (3)

O2- + H+ HO2 (4)

O Nb2O5 possui um comportamento que pode ser explicado por sua

densidade de carga superficial. A superfície do catalisador é totalmente protonada

abaixo de pH 4,0 e é desprotonada para valores de pH superiores a 5,543.

Considerando a estrutura do alaranjado de metila em meio ácido, o excesso de

carga positiva na superfície do catalisador promove uma forte interação com o grupo

SO3-, porém uma repulsão pode ocorrer com o grupo positivo +N(CH3)2. Isso

acontece para o óxido de nióbio, porém para os materiais sintetizados deve-se

utilizar um método para encontrar o potencial zeta do material, que indica sua carga

superficial.

6 Conclusão

As caracterizações de difrações de raios X apresentaram sinais típicos

associados a estruturas do óxido de nióbio porém os materiais tubulares

apresentaram picos alargados podendo estar associados a uma estrutura amorfa. O

material que apresentou a morfologia de microtubos apresentou estrutura cristalina.

Os resultados de BET indicam que os materiais estudados apresentaram menor

área superficial comparado com o Nb2O5 comercial. Os catalisadores que

apresentaram estruturas tubulares tiveram área superficial maior que os microtubos.

40

Esse resultado é coerente visto que o MET indicou que os tubos apresentam um

diâmetro em torno de 100-500 nm e os microcubos possuem tamanhos em torno de

8 μm, o que leva a uma menor área superficial.

O aplicativo PhotoMetrix foi uma ferramenta que proporcionou uma curva de

calibração com boa linearidade nas diferentes concentrações avaliadas, indicando

uma boa resposta do aplicativo. Porém, para uma pequena variação de degradação

esse aplicativo não se mostrou muito eficiente, variando bastante os resultados.

Como a concentração das soluções é baseada na leitura da intensidade das cores, e

as alíquotas obtidas apresentaram aparentemente a mesma cor, é difícil avaliar essa

pequena variação de concentração. Se a degradação do alaranjado de metila

ocorreu de forma mínima com o decorrer do tempo de reação, talvez essa variação

seria detectada de forma mais eficiente utilizando um espectrofotômetro UV-vis.

A aplicação de materiais de óxido de nióbio na fotodegradação do corante

azo, alaranjado de metila, não pode ser comprovada nas condições de síntese

utilizadas. Um dos motivos que pode ter influenciado esse resultado é a energia da

lâmpada que não é alta o suficiente para excitar o elétron da banda de valência para

que ocorra a fotocatálise. Além disso as quantidades de catalisadores que foram

testadas podem não ter sido grandes e dispersas o suficiente. Ainda, a baixa área

superficial dos materiais pode ter contribuído negativamente para o processo de

fotodegradação.

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47

ANEXO A – Imagens das Microscopias Eletrônicas de Transmissão e Varredura

Como é possível visualizar nas imagens de SEM na Figura 1, os dois

materiais sintetizadas a 140 °C obtiveram uma morfologia bem definida nessas

condições porém não necessariamente nanomateriais. O material Nb9-140 (Figura

1a) foi sintetizado com um tempo reacional de 24 horas ocorrendo a formação de

nanoestruturas tubulares e com o aumento do tempo reacional, para 48 horas

(material Nb10-140), foram obtidos microcubos (Figura 1b). Já para o material Nb12-

120 sintetizado a 120 °C durante 48 horas, as condições reacionais mostraram-se

eficazes para formação de nanomaterias.

Figura 1. Imagens de Microscopia Eletrônica de Varredura (SEM) dos materiais sintetizados utilizando NaOH com concentração de a) 9 mol L

-1; b) 10 mol L

-1 e c) 12 mol L

-1.

Na Figura 2 estão apresentadas as imagens de TEM para as amostras Nb10-

140 e Nb12-120. Na Figura 2a apresenta-se o material Nb10-140 onde observa-se a

formação de microcubos maciços, uma vez que sua área inteira é escura, e que os

cubos obtidos não são todos cubos perfeitos (pois não tem lados iguais). A Figura 2b

48

representa o material Nb12-120 onde observa-se uma diferença de morfologia entre

os materiais de estrutura tubular.

Figura 2. Imagens de Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM) dos materiais sintetizados utilizando NaOH com concentração de a) 10 mol L

-1 e b) 12 mol L

-1.