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Carbamato de Etila em
Aguardente
Douglas Wagner Franco
Universidade de São Paulo – Instituto de Química de São Carlos
O
ONH2 CH3
Carbamato de Carbamato de etila ou Uretanaetila ou Uretana
Peso Molecular = 89,1 g mol-1
Ponto de ebulição = 185oC
Solubilidade : água = 0,10 mg L-1 / etanol = 1,20 mg L-1
Foi utilizado como: Hipnótico, anestésico e como
co-solvente em síntese de fármacos;
Andrade – Sobrinho, L. G.; Capellini, L. T. D.; Silva, A. A.; Galinaro, C. A.; Buchviser, S. F.; Cardoso, D. R.; FRANCO, D. W. Química Nova, 2009, 32, 116.ZIMMERLI, B.; SCHLATTER, J. Muttation Research 1991, 259, 325.
Testes de toxicidade:
Presente em: queijos, iogurtes, molhos de soja, pães, e
bebidas alcoólicas (vinhos, saque, uísque, cachaça,
vodca, rum, cerveja, cidras).
Adenomas pulmonares;
Papilomas de pele;
Linfomas malignos;Hepatomas;Carcinomas mamários;
Tumores de ovário;
Hemangiomas hepáticos;
Tumores melanóticos de pele;
Tumores de íris, entre outros;
ZIMMERLI, B.; SCHLATTER, J. Muttation Research 1991, 259, 325. EUROPA, European Food Safety Authority, The EFSA Journal, 2007, 551, 1.
Bebida Variação (µg L-1)
Stone Fruit Brandies* 100 - 20000
Saque* 10 - 900
Uísques Bourbon* < 30 – 350
Variação dos teores de carbamato de etila (µg L-1)em bebidas alcoólicas.
Uísques Bourbon* < 30 – 350
Outros Uísques* < 10 – 170
Grapa e licores* < 10 – 200
Gin e Vodca* < 1 – 10
Vinhos* 10 -250
Tiquira# 190 - 10000
*Zimmerli, B.; Schlatter, J. Muttation Research 1991, 259, 325.# Andrade-Sobrinho, L. G.; Boscolo, M.; Lima-Neto, B. S.; Franco, D. W.; Química Nova 2002, 25,1074.
País Vinho Vinhos Uísque Saque Brandy Cachaça
Canadá* 30 100 150 200 400 -EUA* 15 60 - - - -
Republica 30 100 150 200 400 -
Teores de carbamato de etila (µg L-1) estabelecido para diferentes países para cada tipo de bebida.
Republica Tcheca*
30 100 150 200 400 -
França* - - 150 - 1000 -Alemanha* - - - - 800 -
Suíça* - - - - 1000 -Brasil# - - - - - 150
*EUROPA. European Food Safety Authority, The EFSA Journal, 2007, 551, 1-44.#BRASIL. Instrução Normativa nº 13, de 29 de junho de 2005, Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento; Diário Oficial da União, seção 1, p. 3-4, de 30/06/2005.
Coleta da amostra de Aguardente
Codificação da Aguardente
Preparo da amostra (adição de Carbamato de Propila)
Análise de Carbamato de Etila: via GCAnálise de Carbamato de Etila: via GC--MS MS
Preparo da amostra (adição de Carbamato de Propila)
Injeção de 1 µL de amostra no Cromatógrafo*
Aquisição do Cromatograma (m/z 62)
Quantificação (Necessidade ou não de diluir)#
*Análises em triplicata, com desvio padrão relativo de 5,0%. # Limite de Detecção = 20 µg L-1 e de quantificação de 40 µg L-1
ANDRADE-SOBRINHO, L. G.; BOSCOLO, M.; LIMA-NETO, B. S.; FRANCO, D. W.; Química Nova 2002, 25,1074.
Típico cromatograma de uma amostra de cachaça, obtido via GC-MS, monitorando-se o íon m/z 62.
Carbamato de etila
Carbamato de propilaCarbamato de propila
Tempo (minutos)
Inte
nsid
ade
(u.a
.)
Carbamato de Etila no Brasil.
* Lachenmeier, D. W.; Lima, M. C. P.; Nóbrega, I. C. C.; Pereira, J. A. P. ; Corrêa, F. K.; Kanteres, F.; Rehm, J.; BMC Center,
2010, 10, 266 .
Carbamato de Etila em 75 cachaças de alambique e
industriais dos estados de MG, SP, ES, CE e RJ.
Lelis, V. G.; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2006
Carbamato de Etila em 52 cachaças da Zona da Mata,
Sul de Minas e Vale do Jequitinhonha (MG).
Barcelos, L. V. F.; Cardoso, M. G.; Vilela, F. J.; Anjos, J. P.; Química Nova, 2009, 30, 1009.
Carbamato de Etila em 71 aguardentes de Belo Horizonte,
de maio de 2003 a março de 2004.
*Labanca, R. A.; Glória, M. B. A.; Afonso, R. J. C. F.; Química Nova, 2008, 31, 1860.
Carbamato de Etila em 25 amostras de cachaça do estado da Paraíba.
NÓBREGA, I. C. C; PEREIRA, J. A. P.; PAIVA, J. E.; LACHENMEIER, D. W. Food Chemistry 2009, 117, 693.
Influência da concentração de cobre na formação de CE.
BRUNO, S. N. F.; VAITSMAN, D. S.; KUNIGAMI, C. N.; BRASIL, M. G. Food Chemistry 2007, 104, 1345.
Carbamato de Etila em 34 amostras de cachaça doestado do Rio de Janeiro em diferentes sistemas de destilação.
BRUNO, S. N. F.; VAITSMAN, D. S.; KUNIGAMI, C. N.; BRASIL, M. G. Food Chemistry 2007, 104, 1345.
SSS = Alambique de aço Inox.
DDC = Alambique de cobre com dois corpos.
SSC = Coluna de aço inox com serpentina de cobre.
CA = Alambique de cobre.
DC = Coluna de aço inox.
Carbamato de etila em 115 aguardentes de alambique e coluna
#Figura - Concentração de carbamato de etila nas amostras de alambique e coluna (mg / 100mL A.A.)
#RECHE, R. V.; FRANCO, D. W. Química Nova, 32, 332, 2009.
60
80
% d
e am
ostr
as Alambique Coluna
Carbamato de Etila em 108 aguardentes de canadestiladas em alambique e em coluna.
< L.Q. - 150 151 - 400 401 - 1000 > 10000
20
40
% d
e am
ostr
as
Concentração de carbamato de etila (ppb)
Andrade – Sobrinho, L. G.; Capellini, L. T. D.; Silva, A. A.; Galinaro, C. A.; Buchviser, S. F.; Cardoso, D. R.; FRANCO, D. W.
Química Nova, 2009, 32, 116.
8,0x102
1,0x103
1,2x103
1,4x103
o de
car
bam
ato
de e
tila
(ppb
)
Carbamato de etila versus a concentração de cobre em 108 aguardentes de cana.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0,0
2,0x102
4,0x102
6,0x102
8,0x10
Con
cent
raçم
o de
car
bam
ato
de e
tila
(ppb
)
Concentraçمo de cobre (ppm)
Andrade – Sobrinho, L. G.; Capellini, L. T. D.; Silva, A. A.; Galinaro, C. A.; Buchviser, S. F.; Cardoso, D. R.; FRANCO, D. W.
Química Nova, 2009, 32, 116.
6,0x103
8,0x103
1,0x104o
de c
arba
mat
o de
etil
a (p
pb)
Carbamato de etila versus a concentração de cianetoem 108 aguardentes de cana.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4
0,0
2,0x103
4,0x103
6,0x103
Con
cent
raçم
o de
car
bam
ato
de e
tila
(ppb
)
Concentraçمo de cianeto (ppm)
Andrade – Sobrinho, L. G.; Capellini, L. T. D.; Silva, A. A.; Galinaro, C. A.; Buchviser, S. F.; Cardoso, D. R.; FRANCO, D. W.
Química Nova, 2009, 32, 116.
8,0x103
1,0x104
o de
car
bam
ato
de e
tila
(ppb
)
Carbamato de etila versus a concentração de cobreem 45 aguardentes de mandioca (tiquira).
0 5 10 15 20
0,0
2,0x103
4,0x103
6,0x103
Con
cent
raçم
o de
car
bam
ato
de e
tila
(ppb
)
Concentraçمo de cobre (ppm)
Andrade – Sobrinho, L. G.; Capellini, L. T. D.; Silva, A. A.; Galinaro, C. A.; Buchviser, S. F.; Cardoso, D. R.; FRANCO, D. W.
Química Nova, 2009, 32, 116.
Cachaça Cabeça
(µg L-1)
Cauda
(µg L-1)
Coração
( µg L-1)
Coluna
(µg L-1)
Amostra A 247 75 152 147
Carbamato de etila em amostras do mesmo mosto.
Alambique (cabeça, cauda e coração) e coluna
Amostra A 247 75 152 147
Amostra B < LQ < LQ < LQ < LQ
Amostra C 66 < LQ 58 125
Amostra D 101 79 < LQ < LQ
Amostra E 583 63 216 644
Amostra F 395 99 152 812
<LQ = menor que o limite de quantificação de 40 µg L-1
*Andrade – Sobrinho, L. G.; Capellini, L. T. D.; Silva, A. A.; Galinaro, C. A.; Buchviser, S. F.; Cardoso, D. R.; FRANCO, D. W.
Química Nova, 2009, 32, 116.
Quantidade de
amostras
de cachaça
Mediana
[CE]
(µg L-1)
Máximo
[CE]
(µg L-1)
% de amostras
com
[CE] < 150 µg L-1
Comerciais 2001 126 479 5,69 x 103 21
Tipificação 2002 108 107 1,39 x 103 72
Variação dos teores de carbamato de etila (µg L-1)em aguardente ao longo dos últimos 10 anos.
Tipificação 2002 108 107 1,39 x 103 72
V BMCFB 2004 36 108 460 67
Comerciais 2005 41 163 1,16 x 103 42
Comerciais 2006 35 138 1,67 x 103 51
VI BMCFB 2006 34 85,0 646 76
VI BMCFB 2008 50 132 7,52 x 102 80
Comerciais 2009 26 92 330 82
Comerciais 2010 8 131 281 50
Total 464
CachaçaTeor Alcoólico
(oGL)#
CE#
(µg/100mL A.A)
CE (Redestilada)
(µg/100mL A.A)
% de CE reduzido
após a redestilação
A 38 32,1 13,8 56,8
B 40 71,7 12,5 82,6
C 41 66,2 11,9 82,1
D 44 25,6 11,5 55,0
E 39 77,6 14,3 81,6
F 38 124 14,7 88,1
G 41 215 14,1 93,4
H 59 127 13,4 89,5
Redestilação de amostras de Cachaça*
H 59 127 13,4 89,5
J 40 101 14,7 85,4
K 44 97,5 14,8 84,8
L 41 29,7 14,7 50,4
M 38 30,7 17,9 50,2
N 58 127 14,3 88,1
O* 47 120 15,5 87,0
O1 8,0 120 15,2 87,4
O2 24 120 15,2 87,4
O3 28 120 13,0 89,1
O4 33 120 10,4 91,3
O5 38 120 11,5 90,4
O6 42 120 12,8 89,3
*GALINARO, C. A. ; FRANCO, D. W.; X Workshop de pós-graduação, IQSC-USP, São Carlos, Agosto de 2010.
2,2x103
2,4x103
2,6x103
Evolução dos teores de carbamato de etila (µg L-1)em amostras de cachaça recém destiladas
0 200 400 600 800 1000
1,4x103
1,6x103
1,8x103
2,0x103
CE
(pp
b)
Tempo (horas)
Amostra [CE]inicial (µ L-1) [CE]final com luz (µ L-1) Tempo (horas)
Coluna 1,42 x 103 2,40 x 103 500
2200
2400
2600
Carbamato de Etila (SEM LUZ) Carbamato de Etila (COM LUZ)
Car
bam
ato
de e
tila
(µg
L-1)
Carbamato de Etila em amostra coletada in loco: Com luz e Sem luz
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
1400
1600
1800
2000
Car
bam
ato
de e
tila
(µg
L
Tempo (horas)
Para esta amostra/produtor a estabilização ocorreu em aproximadamente 350 horas.
400
450
500
Coluna Alambique
Car
bam
ato
de E
tila
(µg
/ 100
mL
A.A
.)
Carbamato de Etila em amostra coletada in loco
Coluna e Alambique (µg / 100 mL A.A.) a temperatura ambiente.
0 200 400 600 800 100050
100
150
200
250
300
350
Car
bam
ato
de E
tila
(µg
/ 100
mL
A.A
.)
Tempo (horas)
80
90
100
110
15 *C 25 *C 35 *C
Car
bam
ato
de e
tila
(µg
L-1)
Carbamato de Etila em amostra coletada in loco
Temperaturas: 15oC, 25oC e 35oC.
0 50 100 150 200 250
30
40
50
60
70
80
Car
bam
ato
de e
tila
(µg
L
Tempo (horas)
Vinhos:
Precursores de Carbamato de Etila
Uréia
Citrulina
N-carbamil Fosfatos
pH Temperatura
Luz Tempo de estocagem
Bebidas destiladas (uísque, saquê e destilados de fruta com caroço ):
Glicosídeos Cianogênicos
Cianeto
Temperatura Luz Cobre
Ferro Concentração etanol
EUROPA. European Food Safety Authority, The EFSA Journal, 2007, 551, 1-44.ZIMMERLI, B.; SCHLATTER, J. Muttation Research 1991, 259, 325.
Formação de carbamato de etila em bebidas
Industrialmente: C2H5COC2H5 + NH3 → C2H5OCONH2 + C2H5COOH
Atividade microbiana: NH2CONH2 + C2H5OH → C2H5OCONH2 + NH3
Durante a destilação:
2 CuII + 4 CN- → 2 Cu(CN)2
2 Cu(CN)2 → 2 CuCN + C2N2
C2N2 + 2 OH- → NCO- + CN- + H2O
NCO- + EtOH + H+ → EtOCONH2
ARESTA, M.; BOSCOLO, M.; FRACO, D. W. Journal of Agricultural and Food Chemistry 2001, 49, 2819.
Glicosídeos cianogênicos
Dhurrin Amygdalin LinamarinDhurrin Amygdalin Linamarin
Prunasin Lotaustralin Taxiphyllin
500
600
700 1720 ppb 636 ppb 424 ppb
Car
bam
ato
de e
tila
(µg
L-1)
Carbamato de Etila: Composto X adicionado nas concentrações de
424 µ L-1, 636 µ L-1 e 1720 µ L-1, em soluções modelo a 25oC e 48o GL.
0 100 200 300 400 500
100
200
300
400
Car
bam
ato
de e
tila
(µg
L
Tempo (minutos)
Concentração final CE ≈ 1/3 do composto X adicionado