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SIC CLÍNICA MÉDICA CARDIOLOGIA VOL. 1

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Autoria e colaboraçãoJosé Paulo LadeiraGraduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Especialista em Clínica Médi-ca, em Medicina Intensiva e em Medicina de Urgência pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Univer-sidade de São Paulo (HC-FMUSP). Médico plantonista das Unidades de Terapia Intensiva do Hospital Sírio-Libanês e do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Fabrício Nogueira FurtadoGraduado em Medicina e especialista em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Especialista em Cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Rodrigo Antônio Brandão NetoGraduado pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Especialista em Clínica Médica, em Emergências Clínicas e em Endocrinologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), onde é médico assistente da dis-ciplina de Emergências Clínicas.

Rafael Munerato de AlmeidaGraduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Especialista em Clínica Médi-ca pela Santa Casa de São Paulo. Especialista em Cardiologia e em Arritmia Clínica pelo Instituto do Coração (InCOR), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Mário Barbosa Guedes NunesGraduado em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Especialista em Clínica Médica pelo Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (Pará). Especialista pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

Roberto Moraes JúniorEspecialista em Clínica Médica e em Medicina de Urgência pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM). Espe-cialista em Cardiologia Clínica pela Real e Benemérita Sociedade de Beneficência Portuguesa de São Paulo. Instrutor oficial dos Cursos de Atendimento em Emergências Cardiovasculares da American Heart Association e editor dos livros-texto dos cursos Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS) para o Brasil e Portugal (Diretrizes 2010 - ILCOR). Diretor científico do Instituto Paulista de Treinamento e Ensino (IPATRE). Secretário nacional da Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência (ABRAMURGEM).

Thiago Prudente BártholoGraduado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Clínica Médica e em Pneumologia pela UERJ. Pós-graduado em Medicina Intensiva pela Faculdade Redentor e em Tabagismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Médico pneumologista da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) e da UERJ. Chefe do Gabinete Médico do Colé-gio Pedro II (Rio de Janeiro). Mestre em Pneumologia e doutorando em Pneumologia pela UERJ, onde é coordenador dos ambulatórios de Asma e de Tabagismo.

Assessoria didáticaRafael Munerato de Almeida

Atualização 2017José Paulo Ladeira

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Apresentação

Os desafios da Medicina a serem vencidos por quem se decide pela área são tantos e tão diversos que é impossível tanto determiná-los quanto mensurá-los. O período de aulas práticas e de horas em plantões de vários blocos é apenas um dos antecedentes do que o estudante virá a enfrentar em pouco tempo, como a maratona da escolha por uma especialização e do ingresso em um programa de Residência Médica reconhecido, o que exigirá dele um preparo intenso, minucioso e objetivo.

Trata-se do contexto em que foi pensada e desenvolvida a Coleção SIC Principais Temas para Provas, cujo material didático, preparado por profis-sionais das mais diversas especialidades médicas, traz capítulos com inte-rações como vídeos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamen-tos, temas frequentes em provas e outros destaques. As questões ao final, todas comen tadas, proporcionam a interpretação mais segura possível de cada resposta e reforçam o ideal de oferecer ao candidato uma preparação completa.

Um excelente estudo!

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Índice

Capítulo 1 - Anatomia e fi siologia cardíaca básica .................................................................. 15

1. Introdução ...................................................................16

2. Coração ........................................................................16

3. Revestimento e parede cardíaca ......................... 17

4. Sistema elétrico ...................................................... 22

5. Grandes vasos ........................................................... 22

6. Ciclo cardíaco ............................................................ 23

Resumo ............................................................................ 24

Capítulo 2 - Hipertensão arterial sistêmica - conceitos fundamentais ..................................25

1. Introdução .................................................................. 26

2. Fisiopatologia ............................................................27

3. Fatores de risco .........................................................27

4. Diagnóstico ............................................................... 28

5. Classifi cação ..............................................................32

6. Avaliações clínica e laboratorial ...........................33

Resumo ............................................................................40

Capítulo 3 - Hipertensão arterial sistêmica - tratamento ........................................................41

1. Tratamento ................................................................. 42

2. Hipertensão arterial resistente ........................... 52

Resumo ............................................................................ 52

Capítulo 4 - Emergências hipertensivas ......53

1. Defi nição ..................................................................... 54

2. Dissecção aguda de aorta ......................................55

3. Encefalopatia hipertensiva .................................. 56

4. Hipertensão maligna ...............................................57

5. Edema agudo de pulmão ....................................... 58

6. Síndrome coronariana aguda .............................. 58

7. Acidente vascular encefálico ............................... 58

Resumo ............................................................................. 61

Capítulo 5 - Dislipidemia e fatores de risco para doença cardiovascular .......................... 63

1. Introdução ..................................................................64

2. Lipídios e lipoproteínas ..........................................64

3. Metabolismo de lipoproteínas e colesterol .... 66

4. Características e causas das dislipidemias .......67

5. Classifi cação das dislipidemias primárias ........ 69

6. Rastreamento .......................................................... 69

7. Risco cardiovascular e alvos do tratamento .... 70

8. Tratamento não medicamentoso (mudança de estilo de vida) .....................................................77

9. Tratamento medicamentoso ................................ 79

10. Situações especiais ............................................... 85

11. Outros fatores de risco para aterosclerose e doença cardiovascular ......................................... 86

Resumo ............................................................................88

Capítulo 6 - Eletrofi siologia ........................... 89

1. Atividade elétrica cardíaca ....................................90

2. Eletrofi siologia ..........................................................90

3. Mecanismos de formação do impulso elétrico ....93

4. Condução do impulso cardíaco ............................ 94

Resumo ............................................................................ 94

Capítulo 7 - Arritmias cardíacas ....................95

1. Introdução .................................................................. 96

2. Arritmias..................................................................... 98

Questões:Organizamos, por capítulo, questões de instituições de todo o Brasil.

Anote:O quadrinho ajuda na lembrança futura sobre o domínio do assunto e a possível necessidade de retorno ao tema.

QuestõesCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

2015 - FMUSP-RP1. Um homem de 22 anos, vítima de queda de moto em ro-dovia há 30 minutos, com trauma de crânio evidente, tra-zido pelo SAMU, chega à sala de trauma de um hospital terciário com intubação traqueal pelo rebaixamento do nível de consciência. A equipe de atendimento pré-hos-pitalar informou que o paciente apresentava sinais de choque hipovolêmico e infundiu 1L de solução cristaloide até a chegada ao hospital. Exame físico: SatO2 = 95%, FC = 140bpm, PA = 80x60mmHg e ECG = 3. Exames de imagem: raio x de tórax e bacia sem alterações. A ultrassonografia FAST revela grande quantidade de líquido abdominal. A melhor forma de tratar o choque desse paciente é:a) infundir mais 1L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e en-caminhar para laparotomiab) infundir mais 3L de cristaloide, aguardar exames labo-ratoriais para iniciar transfusão de papa de hemácias e encaminhar para laparotomiac) infundir mais 3L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encaminhar para laparotomiad) infundir mais 1L de cristaloide, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encami-nhar o paciente para laparotomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - SES-RJ2. Para avaliar inicialmente um paciente com traumatis-mo cranioencefálico, um residente utilizou a escala de Glasgow, que leva em conta:a) resposta verbal, reflexo cutâneo-plantar e resposta motorab) reflexos pupilares, resposta verbal e reflexos profundosc) abertura ocular, reflexos pupilares e reflexos profundosd) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFES3. A 1ª conduta a ser tomada em um paciente politrau-matizado inconsciente é:

a) verificar as pupilasb) verificar a pressão arterialc) puncionar veia calibrosad) assegurar boa via aéreae) realizar traqueostomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFG4. Um homem de 56 anos é internado no serviço de emergência após sofrer queda de uma escada. Ele está inconsciente, apresenta fluido sanguinolento não coa-gulado no canal auditivo direito, além de retração e movimentos inespecíficos aos estímulos dolorosos, está com os olhos fechados, abrindo-os em resposta à dor, e produz sons ininteligíveis. As pupilas estão isocóricas e fotorreagentes. Sua pontuação na escala de coma de Glasgow é:a) 6b) 7c) 8d) 9

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFCG 5. Um homem de 20 anos foi retirado do carro em cha-mas. Apresenta queimaduras de 3º grau no tórax e em toda a face. A 1ª medida a ser tomada pelo profissional de saúde que o atende deve ser:a) aplicar morfinab) promover uma boa hidrataçãoc) perguntar o nomed) lavar a facee) colocar colar cervical

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - HSPE6. Um pediatra está de plantão no SAMU e é acionado para o atendimento de um acidente automobilístico. Ao chegar ao local do acidente, encontra uma criança de 5 anos próxima a uma bicicleta, sem capacete, dei-tada no asfalto e com ferimento cortocontuso extenso no crânio, após choque frontal com um carro. A criança está com respiração irregular e ECG (Escala de Coma de Glasgow) de 7. O pediatra decide estabilizar a via aérea

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Comentários:Além do gabarito o�cial divulgado pela instituição, nosso

corpo docente comenta cada questão. Não hesite em retornar ao conteúdo caso se sinta inseguro. Pelo

contrário: se achá-lo relevante, leia atentamente o capítulo e reforce o entendimento nas dicas e nos ícones.

ComentáriosCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

Questão 1. Trata-se de paciente politraumatizado, ins-tável hemodinamicamente, com evidência de hemope-ritônio pelo FAST. Tem indicação de laparotomia explo-radora, sendo que a expansão hemodinâmica pode ser otimizada enquanto segue para o centro cirúrgico.Gabarito = D

Questão 2. A escala de coma de Glasgow leva em con-ta a melhor resposta do paciente diante da avaliação da resposta ocular, verbal e motora. Ainda que a avaliação do reflexo pupilar seja preconizada na avaliação inicial do politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.Gabarito = D

Questão 3. A 1ª conduta no politraumatizado com rebai-xamento do nível de consciência é garantir uma via aérea definitiva, mantendo a proteção da coluna cervical.Gabarito = D

Questão 4. A pontuação pela escala de coma de Glasgow está resumida a seguir:

Abertura ocular (O)

Espontânea 4

Ao estímulo verbal 3

Ao estímulo doloroso 2

Sem resposta 1

Melhor resposta verbal (V)

Orientado 5

Confuso 4

Palavras inapropriadas 3

Sons incompreensíveis 2

Sem resposta 1

Melhor resposta motora (M)

Obediência a comandos 6

Localização da dor 5

Flexão normal (retirada) 4

Flexão anormal (decor-ticação) 3

Extensão (descerebração) 2

Sem resposta (flacidez) 1

Logo, o paciente apresenta ocular 2 + verbal 2 + motor 4 = 8.Gabarito = C

Questão 5. O paciente tem grande risco de lesão térmica de vias aéreas. A avaliação da perviedade, perguntando-se o nome, por exemplo, é a 1ª medida a ser tomada. Em caso de qualquer evidência de lesão, a intubação orotra-queal deve ser precoce.Gabarito = C

Questão 6. O tiopental é uma opção interessante, pois é um tiobarbitúrico de ação ultracurta. Deprime o sistema nervoso central e leva a hipnose, mas não a analgesia. É usado para proteção cerebral, pois diminui o fluxo sanguí-neo cerebral, o ritmo metabólico cerebral e a pressão in-tracraniana, o que é benéfico para o paciente nesse caso.Gabarito = A

Questão 7. Seguindo as condutas preconizadas pelo ATLS®, a melhor sequência seria:A: via aérea definitiva com intubação orotraqueal, man-tendo proteção à coluna cervical.B: suporte de O2 e raio x de tórax na sala de emergência.C: garantir 2 acessos venosos periféricos, continuar a infusão de cristaloides aquecidos e solicitar hemoderi-vados. FAST ou lavado peritoneal caso o raio x de tórax esteja normal.D: garantir via aérea adequada e manter a oxigenação e a pressão arterial.E: manter o paciente aquecido.Logo, a melhor alternativa é a “c”. Gabarito = C

Questão 8. O chamado damage control resuscitation, que deve ser incorporado na próxima atualização do ATLS®, está descrito na alternativa “a”. Consiste na contenção precoce do sangramento, em uma reposição menos agressiva de cristaloide, mantendo certo grau de hipo-tensão (desde que não haja trauma cranioencefálico as-sociado), e no uso de medicações como o ácido tranexâ-mico ou o aminocaproico.Gabarito = A

Questão 9. O tratamento inicial de todo paciente poli-traumatizado deve sempre seguir a ordem de priorida-des proposta pelo ATLS®. A 1ª medida deve ser sempre garantir uma via aérea pérvia com proteção da coluna cervical. Nesse caso, a fratura de face provavelmente in-viabiliza uma via aérea não cirúrgica, e o paciente é can-didato a cricotireoidostomia. Após essa medida, e garan-

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3. Identificando arritmias .......................................... 98

4. Abordagem das taquiarritmias .......................... 116

Resumo ........................................................................... 118

Capítulo 8 - Síncope........................................ 119

1. Introdução e definições ........................................ 120

2. Epidemiologia.......................................................... 120

3. Etiologia ................................................................... 120

4. Achados clínicos ...................................................... 121

5. Exames complementares .....................................123

6. Diagnóstico diferencial .........................................125

7. Avaliação .................................................................. 128

8. Tratamento .............................................................. 128

Resumo .......................................................................... 130

Capítulo 9 - Avaliação e abordagem perioperatória ................................................. 131

1. Introdução .................................................................132

2. Risco cardiovascular inerente ao procedimento ...........................................................132

3. Risco cardiovascular inerente ao paciente ....133

4. Intervenções para diminuição do risco cardiovascular .........................................................139

5. Exames laboratoriais no pré-operatório .......140

6. Avaliação do risco de sangramento .................. 141

7. Hipertensão arterial sistêmica no pré-operatório ......................................................... 142

8. Controle glicêmico no perioperatório ............ 142

9. Cuidados perioperatórios ao paciente nefropata ................................................................. 144

10. Complicações cirúrgicas ao paciente hepatopata .............................................................145

11. Paciente com pneumopatia ................................145

12. Paciente em uso de anticoagulantes ..............147

13. Abordagem para diminuir o risco de trombose venosa profunda ............................. 148

14. Paciente com tireoidopatia ............................... 150

15. Reposição de corticosteroides ......................... 151

Resumo ...........................................................................152

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Anatomia e fi siologia cardíaca básica

José Paulo LadeiraVictor Ales Rodrigues

O objetivo deste capítulo é revisar os principais aspec-tos da anatomia e da fi siologia cardíacas. Essa etapa é fundamental para um conhecimento mais consoli-dado das diversas patologias cardiológicas. Conceitos fundamentais serão discutidos como os sons fi siologica-mente auscultados no coração, sendo a B1 relacionada ao fechamento das válvulas atrioventriculares mitral e tricúspide, e a B2, ao fechamento da valva aórtica e da valva pulmonar e sendo seu desdobramento, durante a inspiração, considerado fi siológico. Deve-se lembrar que o coração é revestido pelo pericárdio e sua parede é for-mada pelo endocárdio, miocárdio e epicárdio e que cada parte terá seus processos patológicos distintos que serão vistos nos próximos capítulos. O conhecimento das valvas cardíacas e o exame clínico relacionado são cruciais na identifi cação das patologias valvares. O conhecimento das artérias coronárias auxiliará no estudo das síndromes coronarianas e na interpretação do eletrocardiograma correspondente à lesão. Por fi m, julgamos que a compreensão do sistema elétrico é o 1º passo para iniciar um estudo mais cauteloso das arrit-mias cardíacas.

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1. IntroduçãoPara iniciar o livro de Cardiologia, é importante relembrar alguns pon-tos básicos da anatomia cardíaca. A maioria dos assuntos abordados neste capítulo provavelmente já faz parte do conhecimento do aluno, porém alguns tópicos serão destacados.

2. Coração

A - Visão geralO coração é uma bomba dupla, de sucção e pressão, autoajustável, cujas porções trabalham conjuntamente para impulsionar o san-gue para todos os órgãos e tecidos. O lado direito recebe o sangue venoso através da Veia Cava Superior (VCS) e da Veia Cava Infe-rior (VCI), bombeando-o, posteriormente, através do tronco pulmo-nar, fazendo-o ser oxigenado nos pulmões. O lado esquerdo recebe sangue arterial dos pulmões através das veias pulmonares, bom-beando-o, posteriormente, para a aorta, de onde será distribuído a todo o corpo.

São 4 as câmaras do coração: Átrio Direito (AD), Átrio Esquerdo (AE), Ventrículo Direito (VD) e Ventrículo Esquerdo (VE). Os átrios recebem e bombeiam o sangue aos ventrículos.

VídeoLocalização das veias

cavas

Os 2 sons fisiologicamente auscultados no coração são produzidos pelo estalido de fechamento das válvulas que normalmente impedem o re-fluxo de sangue durante as contrações cardíacas. O 1º som dá-se com o fechamento das válvulas atrioventriculares (mitral e tricúspide), sendo grave e denominado de 1ª bulha cardíaca (B1) e caracteriza o início da sístole. O 2º som é gerado com o fechamento das válvulas semiluna-res (pulmonar e aórtica) e é denominado de 2ª bulha cardíaca (B2) e caracteriza o início da diástole. Pode haver o desdobramento fisioló-gico desta bulha, determinado pela manobra de expiração forçada. O desdobramento surge pelo fechamento mais tardio da valva pulmonar com esta manobra.

ImportanteO sincronismo de bom-beamento das 2 bombas atrioventriculares car-díacas (câmaras direita e esquerda) constitui o

chamado ciclo cardíaco, o qual se inicia com a diás-

tole, que é o período em que há o relaxamento e o

enchimento ventricular, e termina com a sístole, que

é o período de contração muscular e esvaziamento

dos ventrículos.

B - Localização anatômicaEstá localizado no mediastino, que é a cavidade central do tórax. Es-tende-se de forma oblíqua da 2ª costela até o 5º espaço intercostal, situa-se acima do diafragma, anterior à coluna e posterior ao esterno, e está rodeado parcialmente pelos pulmões. Dois terços estão à es-querda do eixo mediano e o outro terço à direita. O vértice cardíaco en-contra-se entre a 5ª e a 6ª costelas, local onde se pode fazer a palpação do “choque da ponta” ou ictus cordis.

C - Morfologia Pode ser descrito como tendo base, ápice, 4 faces e ainda 4 margens:

a) Ápice Situa-se no 5º espaço intercostal esquerdo, a aproximadamente 9cm do plano mediano; é imóvel durante o ciclo cardíaco, além de ser o local de máximo som de fechamento da valva mitral.

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Arritmias cardíacas

José Paulo LadeiraRodrigo Antônio Brandão NetoFabrício Nogueira Furtado

Este capítulo aborda uma situação frequente na prá-tica clínica diária e que, por vezes, se traduz num grande desafi o para o seu tratamento. Além disso, as arritmias costumam ser bem exploradas nos concursos de Residên-cia Médica, com cerca de 17% das questões de Cardiologia, por isso a correta identifi cação do ritmo cardíaco é essen-cial na conduta terapêutica. As principais situações e que não podem passar despercebidas pelo leitor são: as fi brilações ventriculares e taquicardias ventriculares sem pulso que sempre devem ser tratadas imediatamente com desfi brilação elétrica (choque não sincronizado); a taquicardia ventricular, a taquicardia supraventricular e a fi brilação atrial instáveis que devem ser tratadas com cardioversão elétrica imediata; a fi brilação atrial está-vel, podendo ter tratamento de 2 formas: controle do ritmo (reversão para sinusal) ou controle da frequência cardíaca (resposta ventricular); a taquicardia supraven-tricular estável, cuja abordagem envolve manobra vagal e emprego de adenosina, por fi m, as bradicardias sintomá-ticas, em que a aplicação do marca-passo transcutâneo e o uso de atropina estão indicados. Na falha da atropina ou do marca-passo, epinefrina ou dopamina são opções de tratamento.

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1. IntroduçãoPara melhor compreensão do tema, é necessária uma revisão de con-ceitos importantes.

A - Sistema de condução elétrico intracardíacoO sistema de condução intracardíaco é composto pelas seguintes es-truturas: nó sinusal, nó atrioventricular (AV), feixe juncional ou de His, ramos direito e esquerdo e fibras de Purkinje. Tais estruturas têm a ca-racterística intrínseca de se despolarizarem automaticamente a uma frequência própria, sendo desnecessário algum estímulo externo para gerar essa despolarização.

As estruturas mais superiores apresentam frequências de despolari-zações automáticas mais elevadas que as estruturas mais inferiores (Figura 1). Aquela que fisiologicamente tem a maior frequência de des-polarização é o nó sinusal, de cerca de 80 por minuto, fazendo que as estruturas abaixo desse nó sejam despolarizadas pelo estímulo elétrico gerado pelo próprio nó sinusal.

Em determinadas condições (hipercalemia, degeneração do nó sinusal, entre outras), o nó sinusal pode perder tal capacidade de despolariza-ção automática, determinando, comumente, queda da frequência car-díaca. Isso ocorre porque, na ausência funcional desse nó, a frequência cardíaca passa a ser determinada pela estrutura do sistema de condu-ção que tem a maior frequência de despolarização autônoma, geral-mente o nó AV. Caso este não esteja ativo, a região juncional determina o ritmo cardíaco, e assim por diante.

ImportanteA frequência cardíaca será determinada pela

região do sistema de condução que tiver a maior frequência de despolarização. Isso explica por que o nó

sinusal, em condições normais, determina o

ritmo cardíaco, perdendo essa propriedade nas

situações em que focos elétricos ectópicos (fora

do sistema de condução) apresentem frequências

automáticas de despo-larização mais elevadas

do que a do sistema de condução elétrica mio-cárdica, como ocorre na taquicardia ventricular ou na taquicardia atrial.

Figura 1 - Estruturas do sistema de condução elétrica intracardíaca e suas frequên-cias automáticas de despolarização

B - Onda PA onda P compreende o registro eletrocardiográfico da despolarização atrial, determinada, fisiologicamente, pela despolarização automática do nó sinusal. A onda elétrica da repolarização atrial não é visível ao eletrocardiograma (ECG) por ocorrer, justamente, no período em que o complexo QRS é registrado, com sobreposição dos traçados.

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QUESTÕES

Cap. 1 - Anatomia e fi siologia cardíaca básica ........ 155

Cap. 2 - Hipertensão arterial sistêmica - conceitos fundamentais ................................ 155

Cap. 3 - Hipertensão arterial sistêmica - tratamento ........................................................156

Cap. 4 - Emergências hipertensivas...........................158

Cap. 5 - Dislipidemia e fatores de risco para doença cardiovascular .................................... 159

Cap. 6 - Eletrofi siologia .................................................. 159

Cap. 7 - Arritmias cardíacas ..........................................160

Cap. 8 - Síncope ................................................................160

Cap. 9 - Avaliação e abordagem perioperatória .....161

COMENTÁRIOS

Cap. 1 - Anatomia e fi siologia cardíaca básica ........ 163

Cap. 2 - Hipertensão arterial sistêmica - conceitos fundamentais ................................ 163

Cap. 3 - Hipertensão arterial sistêmica - tratamento ........................................................164

Cap. 4 - Emergências hipertensivas...........................166

Cap. 5 - Dislipidemia e fatores de risco para doença cardiovascular ....................................166

Cap. 6 - Eletrofi siologia .................................................. 167

Cap. 7 - Arritmias cardíacas .......................................... 167

Cap. 8 - Síncope ................................................................168

Cap. 9 - Avaliação e abordagem perioperatória ....168

Índice

As questões INEP e UFMT, que compõem a maior parte dos testes utilizados neste volume, foram extraídas de provas de revalidação. Por isso, nos casos de temas ainda não abordados ou pouco explorados nas provas do Revalida, selecionamos questões de Residência Médica como complemento de estudo.

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Cardiologia

Anatomia e fi siologia cardíaca básica

2016 - UEPA1. À ausculta cardíaca, a 1ª bulha, em relação ao ciclo car-díaco:a) é um ruído anormal que corresponde ao início da sístoleb) é um ruído anormal que corresponde ao início da diástolec) é um ruído anormal, independente da fase do ciclo

cardíaco em que ocorred) corresponde ao fechamento das valvas aórtica e pul-

monare) corresponde ao fechamento das valvas mitral e tri-

cúspide

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2015 - UNITAU2. A Figura a seguir ilustra a circulação fetal. Assinale a alternativa na qual as letras indicam, respectivamente, o forame oval e o ducto venoso:

a) A e Bb) A e Dc) D e Ad) C e De) B e C

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

Hipertensão arterial sistêmica - conceitos fundamentais

2015 - INEP - REVALIDA3. Uma mulher de 42 anos, assintomática, procura o am-bulatório de Clínica Médica, sendo diagnosticada hiper-tensão arterial. Negou tabagismo e etilismo, e afi rmou não ter história familiar de hipertensão arterial. Ao exa-me clínico, observa-se que está eutrófi ca (IMC = 23kg/m2 – VR = 18 a 25kg/m3), com fácies atípica, lúcida, orientada, com tireoide sem alteração volumétrica ou presença de nódulos, palpação de pulsos arteriais simétricos e ausculta cardíaca normal, além de FC = 92bpm, PA = 190x140mmHg (posição sentada, em ambos os braços), além de ausência de sopros nas artérias carótidas ou femorais. No exame do abdome, notaram-se sopro abdominal sistodiastólico, mais audível no fl anco esquerdo; ausência de viscerome-galias ou massas abdominais. Membros inferiores não apresentam edemas. Exames complementares foram realizados: glicemia de jejum, perfi l lipídico, eletrólitos e função renal normais; ausência de microalbuminúria ou proteinúria e ECG sem sobrecarga ventricular. O eco-doppler da artéria renal evidenciou estenose renal bila-teral. No caso dessa paciente, qual é a classe de drogas anti-hipertensivas que, quando administrada, pode pre-cipitar insufi ciência renal e por qual motivo?a) diuréticos tiazídicos, por aumento da excreção de só-

dio no túbulo distalb) inibidores da enzima conversora de angiotensina, por

dilatação arteriolar eferentec) betabloqueadores, por redução da frequência cardía-

ca e da contratilidaded) bloqueadores dos canais de cálcio, por redução da re-

sistência vascular periférica

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2014 - INEP - REVALIDA4. Um homem de 45 anos, professor do ensino médio, é atendido em ambulatório para tratamento de hipertensão arterial diagnosticada há 3 anos como de natureza essen-cial (primária). Refere que nos últimos meses, mesmo fa-zendo uso regular de inibidores da enzima conversora de angiotensina, bloqueador dos canais de cálcio e diurético, os seus níveis pressóricos mantêm-se elevados. Tem histó-

Page 13: CARDIOLOGIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · ca pela Santa Casa de São Paulo. Especialista em Cardiologia e em Arritmia Clínica pelo Instituto do Coração (InCOR), do Hospital

ComentáriosCardiologia

Anatomia e fi siologia cardíaca básica

Questão 1. Analisando as alternativas:a) Incorreta. A 1ª bulha é um ruído normal que tem tim-bre mais grave e duração maior que a 2ª bulha.b) Incorreta. A 1ª bulha não é um ruído anormal, e a se-quência é: B1, sístole, B2, diástole.c) Incorreta. A 1ª bulha é um ruído normal e esperado ao exame físico.d) Incorreta. A 2ª bulha corresponde ao fechamento da valva aórtica e pulmonar. O fechamento aórtico é audí-vel em todos os focos, sendo o fechamento da pulmonar audível no foco pulmonar e borda esternal esquerda. Com isso, no foco aórtico é na ponta. e) Correta. A 1ª bulha corresponde ao fechamento das valvas mitral e tricúspide. O componente mitral antecede o tricúspide. Em metade das pessoas normais, observa--se separadamente o componente mitral do tricúspide, que é um fenômeno não relacionado com a respiração e sem nenhum signifi cado clínico. Gabarito = E

Questão 2. Analisando as alternativas:a) Correta. A letra A realmente representa o forame oval, que comunica o átrio direito com o esquerdo. A letra B representa o ducto venoso, que recebe sangue da veia umbilical, drenando este diretamente para a veia cava inferior, sem passar pelos sinusoides hepáticos.b) Incorreta. A letra A é o forame oval, porém a letra D representa o ducto arterioso, que promove ligação en-tre artéria pulmonar e aorta. O sangue pouco oxigenado que sobrou no átrio direito segue para o ventrículo direi-to e dali para a artéria pulmonar. Parte deste se encami-nha para as veias pulmonares, entretanto a circulação pulmonar tem alto índice de resistência. Com isso, uma grande parte desse fl uxo passa da artéria pulmonar di-reto para a aorta através do ducto arterioso.c) Incorreta. A letra D é o ducto arterioso, e a letra A é o forame oval.d) Incorreta. A letra C, que se origina da aorta descen-dente, é a artéria umbilical. A letra D é o ducto arterioso.e) Incorreta. A letra B é o ducto venoso, e a letra C, as artérias umbilicais.Gabarito = A

Hipertensão arterial sistêmica - conceitos fundamentais

Questão 3. Analisando as alternativas:a) Incorreta. Estamos diante de um caso de estenose re-nal bilateral; é a famosa hipertensão renovascular. Em idosos, geralmente se associa a aterosclerose e, em jo-vens, displasia fi bromuscular. Não há contraindicação quanto ao uso de diurético nesse subtipo de hipertensão secundária.b) Correta. A hipertensão renovascular deve ser sempre aventada nas seguintes situações: presença de sopro em topografi a de artéria renal, piora abrupta do contro-le da PA em paciente que vinha com PA cronicamente controlada, hipertensão arterial refratária, hipertensão arterial iniciada com níveis pressóricos muito elevados e piora da função renal quando se inicia IECA ou BRA. Este último ocorre por dilatação de artéria eferente.c) Incorreta. Não há contraindicação ao uso de betablo-queadores em pacientes com hipertensão renovascular.d) Incorreta. Não há contraindicação ao uso de bloquea-dores dos canais de cálcio em pacientes com hipertensão renovascular.Gabarito = B

Questão 4. Homem de 45 anos, hipertenso, com pressão arterial refratária ao uso de inibidor da enzima conver-sora de angiotensina, diurético e bloqueador de canal de cálcio. Os dados da questão informam basicamente sobre lesões de órgão-alvo – retinopatia, nefropatia e sobrecar-ga de ventrículo esquerdo. Este dado já responde a ques-tão. O paciente apresenta hipertensão refratária defi nida por pressão arterial acima de 140x90mmHg a despeito do uso de 3 ou mais classes de medicamentos incluindo um diurético. Entretanto, o paciente não apresenta hiperten-são maligna defi nida como aumento abrupto da pressão arterial em indivíduo previamente hipertenso ou mes-mo normotenso. Fisiopatologicamente está relacionado a vasculite necrosante difusa. E clinicamente, apresenta retinopatia progressiva levando a papiledema, anemia hemolítica microangiopática com disfunção renal impor-tante e presença de proteinúria, além de encefalopatia. A hipertensão maligna é uma emergência hipertensiva. Não há dados para pressupormos que a disfunção renal é pelo anti-hipertensivo dado que no caso a principal hipótese é pela própria hipertensão lesando órgão-alvo.Gabarito = D

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